Parte integrante do
Especial
TERCEIRA
ano XXi | nº 262 | setembro de 2014
IDADE
R e v i s ta
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Editorial
Boa leitura Lígia Favoretto Editora-chefe
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DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-chefe Lígia Favoretto assistente de redação Vivian Lourenço EDITOR de arte Junior B. Santos Assistentes de arte Rodolpho A. Lopes e Flávio Cardamone DEPARTAMENTO COMERCIAL executivas de contas Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) assistentes do Comercial Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE assinaturas Morgana Rodrigues Coordenador de circulação Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício
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Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos. A população idosa não cresce apenas em anos de vida. Assim, a nação dos jovens começa a mudar sua estrutura demográfica com o aumento e a presença notável da terceira idade. Há 20 anos, a população brasileira com mais de 60 anos era inferior a 6%. Hoje, esse número dobrou para 12,5% e, em 2050, a projeção é de que atinja 30%. O fato está diretamente relacionado à alta no período de fecundidade, a novos programas de vacinação, redução da mortalidade infantil, Farmácia Popular, genéricos, atenção básica de emergência e urgência e à força do setor de medicamentos. Essa velocidade chama a atenção e faz com que o País se prepare para o envelhecimento. As mudanças na estrutura etária da população brasileira trazem novas oportunidades de negócios para indústrias e farmácias. Atualmente, os idosos têm uma vida quase semelhante a do jovem e do adulto. Estão mais preocupados com a qualidade de vida, fazem exercícios físicos e realizam atividades que estimulam o convívio social. Estão mais dispostos a prevenir e cuidar de seus hábitos para justamente garantir longevidade com qualidade. Por isso, é importante conhecer sobre os principais problemas de saúde que podem acometer essa fatia da população, bem como as alternativas disponíveis de tratamento e prevenção. Outro dado relevante e que não poderia ser esquecido é a atenção que os idosos precisam receber em farmácias e drogarias. Isso pode ser feito por meio da oferta de serviços e profissionais capacitados, com o objetivo de mudar o curso de um envelhecimento com debilidade, fragilidade e dependência para um envelhecimento ativo e funcional. Dessa forma, é fundamental que esses estabelecimentos estejam prontos para atender bem à melhor idade e esse ato tem duas consequências positivas: a fidelização do consumidor e a transformação de um simples ponto de venda em um verdadeiro centro de saúde, saiba como!
expediente
3 setembro
Envelhecimento projetado
Marketing e Projetos Luciana Bandeira Assistente de marketing e projetos Lyvia Peixoto MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães Noemy Rodrigues PROJETO GRáfico Junior B. Santos Colaboradores da edição Textos Kathlen Ramos Revisão Maria Elisa Guedes IMRESSão Abril
> www.guiadafarmacia.com.br Suplemento Especial Terceira Idade é uma publicação anual da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.
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Sumário
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06 • Panorama
16 • Saúde
28 • Bolsa de viagem
A expectativa de vida crescente da população brasileira faz com que o idoso passe a ter planos e deseje melhorar o seu bem-estar ao máximo. Esse crescimento da população idosa implica em diversos desafios em todas as esferas
Com mais idosos indo às farmácias, é fundamental que balconistas e farmacêuticos estejam preparados para atender às dúvidas mais frequentes deste público, em relação a suas doenças e medicamentos usados
Um dos maiores prazeres da terceira idade são as viagens. Essa é uma atividade importante, que mantém os idosos realmente ativos. É importante orientá-los sobre os produtos e cuidados que não podem ser esquecidos
12• Cenário
24 • Beleza
30 • Atendimento
Atualmente, a terceira idade está mais preocupada com a qualidade de vida, além de fazer mais exercícios físicos e realizar atividades que estimulam o convívio social. Como os idosos estão mais dispostos, querem prevenir e cuidar dos seus hábitos para justamente garantir longevidade com qualidade
Os sinais da idade chegam conforme o tempo passa, mas é possível manter a boa aparência independentemente da fase da vida. A indústria, hoje, oferece recursos para todos os tipos de pele e cabelos
Nessa fase da vida, é comum aumentar o número de medicamentos diários e, com isso, também as idas e gastos nas farmácias. O desafio é o de atender a uma sociedade progressivamente mais envelhecida
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t e r cei r a idade
Os desafios da longevidade
especial
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As projeções apontam que, até 2050, a população idosa deve dobrar no Brasil, exigindo atenção de todas as esferas
V
Textos Kathlen Ramos
Viver pouco já não é mais uma realidade brasileira. Em 2011, a esperança de vida ao nascer no País era de 74,08 anos (74 anos e 29 dias), um incremento de 0,31 anos (3 meses e 22 dias) em relação a 2010 (73,76 anos) e de 3,65 anos (3 anos, 7 meses e 24 dias) sobre o indicador de 2000. Assim, ao longo de 11 anos, essa expectativa teve um incremento de 3 meses e 29 dias, segundo dados divulgados pelo Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E levantamentos anteriores comprovam que esse movimento de ascensão não é algo recente, como mostra a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ana Amélia Camarano. "Há três décadas, em 1980, a média de expectativa de vida do brasileiro era de 62,6 anos." As estatísticas apontam, ainda, que a população idosa não cresce apenas em anos de vida, mas também em número de pessoas. "Até 2025, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos", constata a geriatra do Hospital Alvorada, Dra. Amanda Lagreca Venys de Azevedo. Assim, a nação dos jovens começa a mudar sua estrutura demográfica com o aumento e a presença notável da melhor idade. "Há 20 anos, a população brasileira com mais de 60 anos era inferior a 6%. Hoje, esse número dobrou para 12,5% e, em 2050, a projeção é de que atinja 30%. Essa velocidade chama a atenção e faz com que o País precise se preparar para o envelhecimento já", analisa o presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC Brazil), Dr. Alexandre Kalache. Segundo dados do relatório Saúde Brasil 2011, do Ministério da Saúde, projeta-se que, em 2020, pela primeira vez na história da humanidade, o número de pessoas com 65 anos ou mais superará o de crianças com idade igual ou inferior a cinco anos. "O número de pessoas idosas cresce em ritmo maior do que o número de pessoas que nascem, refletindo o acelerado processo de envelhecimento brasileiro", constata a Dra. Amanda. Imagem/foto: shutterstock
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Atenção básica de urgência e emergência: a rede de assistência do Sistema Único de Saúde (SUS), hoje, conta com 269 unidades de referência habilitadas em alta complexidade em traumatologia e ortopedia; 333 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) funcionando; e 3.182 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), que cobrem 72,76% da população. "O SUS foi um grande passo da Constituição brasileira que garantiu acesso à saúde da população. Antes, muitos idosos dependiam de caridade para sobreviver, mas hoje, apesar do sistema de saúde precisar melhorar muito, agora é um direito, representando um avanço importante para este público", afirma o Dr. Alexandre Kalache. Redução das taxas de fecundidade: Em 1975, era comum ver mulheres com sete filhos, por exemplo. "Hoje, esse número dificilmente ultrapassa dois, fazendo com que os idosos se tornem mais numerosos do que os jovens", diz o Dr. Kalache. Essas constatações podem ser comprovadas em números. Segundo dados do Censo Demográfico de 2010, do IBGE, a taxa de fecundidade brasileira caiu de 6,16, em 1940, para 1,9, entre 2000 e 2010. Força do setor de medicamentos: o desenvolvimento de novas formulações tem auxiliado na manutenção da saúde e da qualidade de vida, trazendo mais opções de tratamento, especialmente para doentes crônicos. O diretor da Unidade de Negócio MIP do Aché, Carlos Cesar Bentim Pires, fornece um exemplo usando o diabetes, doença que acomete quase 400 milhões de pessoas em todo o mundo. "Atualmente, um comprimido, que associa glimepirida e cloridrato de metformina, ajuda no tratamento da doença. A glimepirida age, basicamente, reduzindo a glicemia (nível de açúcar no sangue), por meio do estímulo à liberação de insulina pelas células do pâncreas. Já o cloridrato de metformina é um agente antidiabético responsável pelo aumento da sensibilidade das células à ação da insulina", mostra o especialista.
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Os motivos da longevidade
Tanto a “sobrevida” da população quanto a quantidade do número de pessoas com idade acima de 60 anos podem ser justificadas por diversos fatores. Acompanhe alguns deles: Período de fecundidade alta: o fim da Segunda Guerra Mundial e, alguns anos depois, a euforia vivida pelo período de presidência de Juscelino Kubitschek, que trouxe uma economia aquecida e menores taxas de desemprego, incentivou o brasileiro a ter mais filhos, num fenômeno chamado baby boom. "O País viveu, na década de 1950 e 1960, um período de natalidade elevada, que coincidiu com uma época de queda de mortalidade", afirma a pesquisadora do Ipea, Ana Amélia Camarano. Novos programas de vacinação: segundo dados do Ministério da Saúde (MS), hoje são oferecidos gratuitamente 42 tipos de imunobiológicos (25 vacinas, 13 soros heterológos e quatro soros homólogos), distribuídos em 34 mil postos de vacinação. Além disso, novas vacinas foram inclusas nesse portfólio como a meningocócica C conjugada, tetraviral e a contra o vírus HPV (em inglês, Human Papiloma Virus). Só para que se tome como exemplo a importância da vacinação para a redução da mortalidade, estudos demonstram que as vacinas contra gripe podem diminuir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza. Redução da mortalidade infantil: segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais 2013, do IBGE, a meta internacional aplicada ao Brasil é reduzir a mortalidade na infância para 17,9 óbitos por mil nascidos vivos até 2015. Os dados mostram essa tendência de redução, chegando-se perto do objetivo em 2010, com 18,6 óbitos por mil nascidos vivos, enquanto a mortalidade era de 53,7 óbitos por mil nascidos vivos no ano-base (1990). Assim, com o índice de mortalidade na infância menor, maiores são às chances desses indivíduos ultrapassarem a terceira idade. Farmácia Popular e genéricos: o Programa Farmácia Popular, criado pelo governo federal, disponibiliza medicamentos com economia de até 90% sobre o Preço Máximo ao Consumidor. Nesse programa, são contempladas doenças crônicas, como asma, rinite, osteoporose e glaucoma, somadas a anticoncepcionais e fraldas geriátricas. Além disso, em 2011, foi lançada, ainda, a campanha Saúde Não Tem Preço (SNTP) com a meta de viabilizar a gratuidade dos medicamentos para hipertensão e diabetes. Junto com a Farmácia Popular, o advento dos genéricos também contribuiu, relevantemente, para a adesão aos tratamentos. "Esses medicamentos proporcionam uma economia de no mínimo 35% em relação ao medicamento de referência", salienta o gerente de marketing de genéricos da Medley, Messias Cavalcante.
Economicamente ativos
A alta expectativa de vida do idoso faz com que ele passe a ter planos e queira melhorar o seu bem-estar ao máximo. Assim, muitos deles, mesmo com contribuição governamental, continuam a trabalhar após a aposentadoria, sendo parte importante da população economicamente ativa do País. Segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais – 2013, do IBGE, há dois anos, do grupo de pessoas de 60 anos ou mais de idade, 23,7% não recebiam aposentadoria ou pensão, enquanto 7,8% acumulavam aposentadoria e pensão. Ainda de acordo com o IBGE, a elevada proporção de idosos dessa faixa de idade que não recebiam aposentadoria ou pensão pode estar relacionada à inserção no mercado de trabalho, em que a taxa de ocupação foi de 27,1% nessa faixa
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Distribuição percentual da população projetada por grupos de idade – Brasil – 2020/2060
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terceira idade
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2025
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30 a 59 anos
29,4
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60 anos ou mais
26,8
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2045 15 a 29 anos
0 a 14 anos
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade do Período de 2000 a 2060. Revisão 2013; e Projeção da População das Unidades da Federação por Sexo e Idade para o Período de 2000/2030. Revisão 2013
de idade, sendo que 15,3% das pessoas eram ocupadas e aposentadas, e o tempo médio semanal dedicado ao trabalho foi de 34,7 horas. Os idosos de 60 anos ou mais de idade apresentam, ainda, os maiores percentuais de trabalhadores na informalidade, cujas taxas foram de 46,9% e 70,8%, respectivamente, em 2012. Segundo o Instituto, esse público, em grande medida, já completou seu ciclo produtivo, sendo que seu retorno ou manutenção no mercado de trabalho ocorre devido à necessidade de complementação da renda ou mesmo como um meio de socialização. Como grande parte deles é de aposentados ou pensionistas, a carteira de trabalho assinada não é um aspecto relevante. Entretanto, essa realidade é um pouco diferente em alguns estados do País. Dados recentes do governo de Minas Gerais apontam que, somente em 2013, mais de 16 mil pessoas acima de 60 anos foram contratadas no mercado formal no estado. O subsecretário de Trabalho e Emprego de Minas, Hélio Rabelo, explica que a necessidade de renda extra, maior longevidade e qualificação explicam o interesse dos idosos em voltar ao mercado profissional. “Eles se sentem produtivos.
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Hoje, estamos vendo um País cada vez mais de pessoas idosas”, disse. Rabelo acrescentou, também, que a postura profissional dessas pessoas agrada bastante às empresas, facilitando a reinserção profissional. “Eles são, normalmente, mais centrados e menos ansiosos com o que está por vir”, explicou.
Atenção às leis municipais e ao Estatuto do Idoso
Os idosos, definidos pelo Estatuto do Idoso (Lei Federal nº 10.741/2003) como aqueles que têm 60 anos de idade ou mais, adquiriram, ao longo dos anos, alguns direitos enquanto cidadãos e consumidores. Assim, o varejo, inclusive as farmácias, precisam estar atentos a alguns aspectos que contemplem o bom atendimento desse público. A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP), por exemplo, lançou, no passado, em conjunto com a Secretaria de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania, a Cartilha dos Direitos do Consumidor Idoso. Acompanhe algumas diretrizes: Atendimento preferencial: segundo a Cartilha, esse público tem o direito de ser atendido, com prioridade, nos órgãos públicos e privados que prestam serviços à população1.
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Isso significa que, ao chegar nesses locais, logo após quem estiver sendo atendido, a sua vez será prioridade, a menos que outras pessoas que também tenham direito a atendimento preferencial já estejam aguardando. Além disso, o atendimento deve ser individualizado e garantir assentos especiais e com sinalização bem visível para sua fácil localização. Estacionamento: a mesma Cartilha avisa que todo o estacionamento, seja público ou privado, deve reservar 5% do total de suas vagas para os idosos2. Assentos especiais: além das orientações da Cartilha, vale ficar atento às regras da região (normas estaduais e municipais) em que a farmácia está inserida. "Cito como exemplo a Lei Municipal nº 5.388/12 do Rio de Janeiro, que determina às farmácias e drogarias que mantenham, no mínimo, três assentos para ocupação por pessoas idosas", afirma o advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Rio de Janeiro (Ascoferj), Gustavo Semblano. O mesmo acontece no município de Campinas (SP). Por lá, o não cumprimento da Lei nº 11.895, de 5 de março de 2004, pode levar as farmácias e drogarias infratoras a penalidades como advertência, multas, suspensão ou cassação do alvará de funcionamento. Fontes: 1. Estatuto do Idoso – art. 3º, inciso I e Decreto Federal 5296/04 – artigos 5º ao 7º; 2. Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) – art. 41
Desafios intrínsecos
O crescimento da população idosa implica em diversos desafios em todas as esferas. Segundo o geriatra do Laboratório Pasteur, Dr. Clovis Cechinel, em termos de
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legislação, o Brasil tem dois marcos na tentativa de garantia de direitos dos idosos que são: Estatuto do Idoso e a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. No entanto, segundo o médico, ainda é pouco o que se faz para que essas garantias sejam validadas. "Na prática, observamos um distanciamento entre o plano normativo e o efetivo acesso e resolutividade na atenção à saúde do idoso", considera. Outro grande desafio está na formação de mão de obra capacitada para atender às peculiaridades do processo de envelhecimento. "A capacitação pode se dar por meio da incorporação de disciplinas de geriatria e gerontologia à grade curricular ou de cursos de educação permanente, por exemplo", avalia o Dr. Cechinel. Para o especialista do Laboratório Pasteur, outro desafio que precisa ser vencido por aqui é a formulação de políticas e práticas de atenção na promoção, preservação e reabilitação da saúde do idoso; além da criação de espaços para idosos saudáveis (sem doenças), já que o convívio social é importantíssimo para o envelhecimento ativo. A geriatra do Hospital Alvorada, Dra. Amanda Lagreca Venys de Azevedo, afirma que, em todos os países, as medidas para ajudar pessoas mais velhas a se manter saudáveis e ativas são uma necessidade, não um luxo. "Se quisermos que o envelhecimento seja uma experiência positiva, uma vida mais longa deve ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança. O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo", finaliza.
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Um novo foco para os negócios Mudanças na estrutura etária da população brasileira, com destaque para os idosos, trazem novas oportunidades para indústrias e farmácias
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Há algumas décadas, os idosos, após a aposentadoria, tinham a resignação de esperar o fim da vida. Mas, felizmente, a realidade mudou já que muitos daqueles que ultrapassam os 80, 90 anos converteram a antiga espera sem perspectivas para uma existência plena e ativa na sociedade. “Há 30
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ou 40 anos, os idosos tinham por hábito o tratamento de doenças e um estilo de vida mais pacato. Atualmente, esse público tem uma vida quase semelhante a do jovem e do adulto. Estão mais preocupados com a qualidade de vida, fazem exercícios físicos e realizam atividades que estimulam o convívio social. Estão mais dispostos a prevenir e foto: felipe mariano
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Um novo norte para os setores de P&D
O perfil populacional atual traz novos desafios e, ainda, a necessidade de uma abordagem diferenciada da indústria e do varejo. “A partir desse novo perfil de consumidor, surge a necessidade de desenvolvimento de novos produtos”, afirma Eder Maffissoni. O diretor da Unidade de Negócio MIP do Aché, Carlos Cesar Bentim Pires, comenta que o público da melhor idade passa a ser cada vez mais participativo na sociedade e, portanto, demandando mais atenção do mercado. “Essa tendência desperta o interesse de diversos segmentos, como o varejo, que se depara com uma população idosa economicamente ativa, que deve movimentar, cada vez mais, o mercado de medicamentos”, diz. Pires destaca,
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Um público fiel da indústria da beleza
No Brasil, onde a vaidade da população é reconhecida e explorada mundialmente, os parâmetros de beleza continuam os mesmos na maturidade. Aliás, num cenário onde a aparência jovem prevalece, a busca por artifícios que possam mascarar os sinais da idade são constantes e trazem uma grande oportunidade para o setor. “Os idosos estão mais preocupados não só com a saúde, mas também com a aparência física. Além disso, o jovem de hoje, que já cresce com a noção sobre a importância de cuidar da saúde e da beleza, será um idoso ainda mais consciente”, considera o diretor da Vichy no Brasil, Marcio Minuzzi. Nesse sentido, a indústria já tem se movimentado para atender aos desejos desse público. A Maturi, por exemplo, nasceu há cinco anos, exatamente com a percepção da mudança do perfil da sociedade e da carência de todos os setores em atender às novas necessidades e aos anseios da população madura. “Criamos uma comunicação natural e, portanto, de 'não exclusão' com o público maduro, buscando atender às suas verdadeiras necessidades do ponto de vista de saúde, bem-estar e beleza. Desenvolvemos produtos específicos para as características da pele madura, onde a hidratação e o conforto são fundamentais”, explica Flávio Rijo de Oliveira, da Maturi, esclarecendo que os produtos da empresa não oferecem rejuvenescimento ou juventude eterna, mas saúde e respeito ao momento.
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ainda, o crescimento de pesquisas em inovações que vão desde medicamentos contra doenças crônicas, como o diabetes, a dermocosméticos que contribuem para a saúde e o bem-estar. Assim, ao desenvolver seus produtos para o mercado farmacêutico, os departamentos de pesquisa e desenvolvimento das indústrias passam a contemplar as exigências da terceira idade. “O público idoso consome muito e é extremamente exigente e seletivo. Temos uma área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e uma de qualidade focadas especificamente nisso. Quando desenvolvemos nossos lançamentos, um dos principais públicos que temos como referência são os idosos, pelo seu grau de exigência e de influência nos hábitos de consumo”, conta Ana Paula Marquioretto, da Incoterm, acrescentando que todos os artigos desenvolvidos precisam ter experiência de uso agradável e simplicidade.
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cuidar de seus hábitos para justamente garantir longevidade com qualidade”, constata a gerente de marketing e vendas da Incoterm, Ana Paula Marquioretto. Para o vice-presidente da Prati-Donaduzzi, Eder Maffissoni, as mudanças que vêm ocorrendo no perfil demográfico da população brasileira também são reflexo do aumento da preocupação desse público com a própria saúde. “A expectativa de vida maior incluiu a adoção de hábitos saudáveis em busca de melhor qualidade de vida. Muitos deles estão em plena atividade no mercado de trabalho, voltam a estudar ou organizam-se em grupos para viajar.” Essa nova realidade na rotina dos idosos fez, inclusive, com que participassem mais ativamente do universo de consumo. “Hoje, vê-se um movimento de empresas buscando saber atender e profissionalizar seus colaboradores a fim de suprir as necessidades desse público, que participa de sua vida comunitária e da cidade, criando novas necessidades e serviços”, resume o psiquiatra, psicanalista e autor do livro O Caminho da Longevidade (Editora Rocco), Dr. Luiz Alberto Py. O diretor-geral da Maturi, Flávio Rijo de Oliveira, considera que a população idosa se torna cada vez mais importante para a indústria e o varejo, não apenas pelo crescimento, mas também pelo poder de compra acima da média brasileira. “O mais fantástico é a mudança de comportamento da pessoa madura, pois possui mais informação e se torna mais ativa, crítica e exigente. É perceptível a mudança de comportamento de um parente hoje com 70 anos e alguém com a mesma idade vinte anos atrás”, analisa.
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A partir desse novo perfil de consumidor, surge a necessidade de desenvolvimento de novos produtos
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PDVs precisam de adaptação r ápida
As farmácias poderiam ser um local de grande contribuição para a saúde do idoso, mas ainda muito pouco é feito neste sentido, na opinião do presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC Brazil), Dr. Alexandre Kalache. “Se um paciente vai à farmácia é porque quer se prevenir ou se tratar. De modo geral, está precisando de alguma ajuda em relação à sua saúde. Assim, as farmácias podem agir mais ativamente para que o impacto das informações nesse público seja melhor”, considera o médico, salientando que estes estabelecimentos podem atuar aconselhando seus consumidores sobre peso corporal, hipertensão, diabetes, entre outros. “Algumas doenças podem ser controladas ou minimizadas e, de modo geral, o consumidor está aberto a receber informações que possam ajudar”, acrescenta. O diretor-geral da Maturi enfatiza que os consumidores que estão na terceira idade esperam um atendimento que traga prestação de serviço. “Eles desejam receber informações sobre prevenção, melhores alternativas para nutrição, entre outras. Portanto, investir no treinamento das equipes das farmácias parece-me um movimento estratégico. No varejo, as farmácias serão os pontos de venda (PDVs) mais afetados inicialmente por esse novo perfil da população e, portanto, precisarão se adaptar mais rapidamente”, alerta. Felizmente, a realidade brasileira já mostra algumas boas iniciativas. Na Ultrafarma, por exemplo, cerca de 75% do público consumidor é formado pela terceira idade. Dessa forma, eles têm sido foco do trabalho e dedicação das lojas, conforme afirma o diretor comercial da Ultrafarma, Marcos Ferreira. “Mantemos, próximo às nossas lojas, o Espaço Social Ultrafarma, onde acontecem
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diversas atividades gratuitas voltadas para a terceira idade. Entre elas, aulas de alfabetização, yoga, alongamento, capoeira, pilates, dança de salão e dança circular, coral e massagem quick ”, enumera. Também no Espaço Social são desenvolvidas palestras relacionadas a cuidados e prevenção da saúde, com profissionais capacitados; e um serviço de orientação, com advogados, que visa tirar dúvidas sobre previdência, aposentadoria e direito dos idosos. Outro ponto alto de atenção ao público idoso na Ultrafarma é o UltraBaile. “O evento é realizado, mensalmente, para um público de mil pessoas, sendo que 99% delas têm mais de 60 anos”, conta Ferreira. O processo de fidelização dos consumidores da melhor idade nessa rede também se dá pela filosofia de trabalho de seu presidente, Sidney Oliveira. “Os próprios clientes se identificam e simpatizam bastante com a imagem do nosso presidente. Uma de suas exigências é que todos os funcionários, desde o manobrista até a diretoria, não economizem esforços para dispensar uma atenção ainda mais especial aos idosos”, afirma Ferreira. A Rede Drogal também expressa interesse em prestigiar o público da terceira idade. Segundo conta o diretor-administrativo da empresa, Marcelo Cançado, nas mais de cem unidades, localizadas no interior de São Paulo, a Drogal realiza a Blitz da Saúde para as pessoas interessadas, inclusive idosas. “São desenvolvidos serviços de aferição de pressão, avaliação do Índice de Massa Corpórea (IMC) e teste de diabetes. Quem apresenta alteração é orientado a procurar um especialista”, conta Cançado. Para ele, a melhor forma de fidelizar esse público está no atendimento personalizado, medicamentos com preços acessíveis e serviços de qualidade. Já a Rede Bem Drogarias usa novas ferramentas para fidelizar o público idoso em suas lojas, com ações que têm privilegiado os doentes crônicos. “Quem utiliza medicamentos de uso contínuo e faz um cadastro na loja recebe um SMS (em inglês, Short Message Services) avisando sobre a necessidade de reposição, três dias antes da medicação acabar”, explica o diretor superintendente da empresa, César Vieira Filho. A drogaria se oferece, inclusive, para encaminhar o medicamento de reposição ao domicílio do consumidor, com frete gratuito. “Nossos consumidores adoram o serviço, já que ele foi capaz de individualizar nosso atendimento”, finaliza Filho.
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Ao longo dos anos, a saúde física, e muitas vezes a mental, passam a ficar comprometidas, exigindo que, na terceira idade, os cuidados sejam redobrados. Atualize-se sobre os principais problemas que podem acometer esse público
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Com o passar do tempo, a saúde vai ficando mais fragilizada e a busca por medicamentos pode se tornar uma constante nas farmácias. “Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os idosos apresentam mais problemas de saúde que a população no geral. O trabalho de adequação das demandas e serviços a ser estruturados é fundamental e prioritário para as três esferas de governo e, principalmente, para a população idosa e sua família”, avalia a farmacêutica sênior do Hospital Israelita Albert Einstein, Renata Gonsalez dos Santos. Nesse sentido, é fundamental que balconistas e farmacêuticos estejam
preparados para atender às dúvidas mais frequentes desse público, em relação às suas doenças e medicamentos usados. Acompanhe algumas delas.
Câncer
No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) previu que, em 2014, a ocorrência da doença trará, aproximadamente, 576 mil novos casos, constituindo um grande risco para a população idosa. O mais prevalente em homens e mulheres é o de pele não melanoma. Excluído esse tipo da doença, os casos mais prevalentes entre homens são o câncer de próstata, traqueia/brônquio/pulmão, estômago e cólon/reto, respectivamente. Nas mulheres, são fotos: shutterstock
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Doença de Alzheimer
É responsável por 50% a 60% de todos os casos de demência do País. Sua prevalência, de acordo com a geriatra do Haoc, aumenta com a idade de maneira exponencial, duplicando a cada cinco anos, variando de 5% após os 65 anos até 40-50% após os 85 anos de idade. “A causa é desconhecida, mas alguns fatores aumentam o risco de
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desenvolvê-la, como a presença de outras doenças do sistema cardiovascular [hipertensão, diabetes, dislipidemia, Acidente Vascular Cerebral (AVC)], ter parentes de primeiro grau com a doença, baixa escolaridade, história de depressão maior e inatividade física”, conta a Dra. Janise Leite. Segundo a especialista do Hospital Alvorada, atualmente os anticolinesterásicos (donepezila, galantamina e rivastigmina) são os agentes de primeira linha no tratamento da doença de Alzheimer. "A memantina (antagonista de receptor glutamatérgico) também é aprovada para tratamento da demência de Alzheimer nas fases de moderada a grave", acrescenta. Teoricamente, a resposta esperada com o uso dessas medicações é uma melhora inicial dos sintomas, que será perdida com a progressão da doença. No entanto, há evidências de que essas drogas podem estabilizar, parcialmente, a progressão do quadro.
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Osteoporose
Conhecida por tornar os ossos mais suscetíveis a fraturas, a doença se torna mais comum entre a população idosa, com destaque para as mulheres. “Estima-se que, a partir dos 50 anos, 40% delas e 13% dos homens poderão sofrer algum tipo de fratura por fragilidade”, constata a Dra. Janise. Entre as causas da osteoporose, está o baixo ganho de massa óssea na infância e adolescência, o qual depende de exercícios físicos, exposição solar e consumo adequado de nutrientes, incluindo o cálcio. O tratamento, segundo a geriatra, é realizado com a prática de exercícios físicos para fortalecimento muscular, correção de fatores causais reversíveis e o uso de medicações específicas. “Recomenda-se a ingestão de 1.500 mg/dia de cálcio para mulheres acima de 50 anos. O ideal é obter a quantidade total diária por meio da dieta. A suplementação com cálcio deve ser feita sob supervisão médica”, avisa. A geriatra do Hospital Alvorada, Dra. Amanda Lagreca Venys de Azevedo, avisa, ainda, que a suplementação de vitamina D deve ser levada em conta. "Essa reposição precisa ser realizada especialmente em pacientes com baixa ingestão de alimentos ricos em vitamina D, baixa exposição ao sol ou má absorção, na dose de 800 a 1000 Ui por dia", complementa.
As doenças cardiovasculares representam, no seu conjunto, a mais importante causa de morte nos indivíduos de ambos os sexos, com mais de 65 anos de idade
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mais comuns, excluindo o de pele, o câncer de mama, colo de útero, cólon/reto e traqueia/brônquio/pulmão, nesta ordem, segundo constata a geriatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (Haoc), Dra. Janise Leite. “Os sintomas do câncer são muito variados, pois dependem do órgão acometido inicialmente. O tratamento em geral inclui a cirurgia, porém alguns deles são curados apenas com quimioterapia e/ou radioterapia”, conta a médica. Segundo ela, a prevenção primária consiste em alimentação saudável, exercícios físicos regulares, não utilização de cigarro ou bebida alcoólica e evitar a exposição solar excessiva, o estresse e a obesidade. Fatores genéticos também aumentam a chance para o desenvolvimento de alguns tipos da doença. Para fazer o diagnóstico precoce, a medicina utiliza-se de vários recursos, incluindo exames laboratoriais e de imagem.
Incontinência urinária
É a perda involuntária da urina pela uretra. Segundo a farmacêutica sênior do Hospital Israelita Albert Einstein, Renata Gonsalez dos Santos, a prevalência de incontinência urinária varia de 15% a 30% em mulheres idosas não institucionalizadas, e em idosas institucionalizadas (que vivem em asilos), esta prevalência é de 50% ou mais. Os sintomas variam de acordo com o tipo de incontinência e o tratamento medicamentoso envolve ativos capazes de relaxar a bexiga, aumentar o tônus muscular da bexiga ou fortalecer o esfíncter. Os mais utilizados, de acordo com a especialista do Hospital Albert Einstein, são cloreto de batanecol, oxibutinina e tolterodina. Segundo o médico de família e coordenador do Programa Longevidade do Hospital 9 de Julho, Dr. Marcelo Levites, o mais importante é buscar o tratamento para ganhar qualidade de vida. “Muitos idosos não buscam tratamento por vergonha e muitos deles deixam de lado até o convívio social”, alerta.
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Hipertensão arterial
É uma das afecções mais prevalentes na população idosa e reconhecida como fator de risco na morbidade e na mortalidade cardiovasculares. “Essa é uma das doenças que mais matam mundialmente, podendo levar ao derrame ou ao infarto. E as farmácias podem ajudar o paciente no tratamento, especialmente com o acompanhamento da pressão arterial do acometido”, avisa o Dr. Marcelo. Dados epidemiológicos coletados pelo Serviço Nacional de Saúde dos Estados Unidos revelaram que a incidência de hipertensão arterial na população geral é de, aproximadamente, 16% e essa incidência aumenta com a idade, pois, segundo a mesma pesquisa, após os 65 anos, atinge 50% dos indivíduos, de acordo com dados fornecidos pela farmacêutica Renata. Segundo ela, a hipertensão arterial mais comum é a primária, que representa 90% dos casos. Nela, diversos aspectos contribuem para o seu aparecimento, passando por idade, sexo (os homens geralmente iniciam o quadro de hipertensão arterial antes dos 50 anos e as mulheres após os 50 anos), excesso de peso, raça (afrodescendentes sofrem mais de hipertensão arterial), sedentarismo, ingesta excessiva de sal, genética, entre outros. A hipertensão arterial não costuma causar sintomas, por isso, é conhecida como a “matadora silenciosa”. De acordo com a farmacêutica, todos os medicamentos para hipertensão são vasodilatadores e agem de diferentes maneiras. Os mais modernos costumam ser mais tolerados e provocam menos efeitos colaterais. Alguns exemplos de anti-hipertensivo mais utilizados são atenolol, captopril, carvedilol, enalapril, hidralazina, propranolol, losartan, candesartana, olmesartana, lisinopril, valsartan e telmisartana.
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Diabetes
É uma doença do metabolismo da glicose causada pela falta ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e que tem a função de quebrar as moléculas de glicose para transformá-las em energia. A ausência total ou parcial desse hormônio interfere não só na queima do açúcar, como na sua transformação em outras substâncias (proteínas, músculos e gordura). “Pelo menos 20% dos indivíduos com mais de 65 anos têm diabetes. A enorme maioria dos pacientes geriátricos diabéticos apresenta diabetes do tipo 2, em que as células são resistentes à ação da insulina”, conta a farmacêutica, acrescentando que estão entre os fatores de risco: a obesidade, hereditariedade, falta de atividade física regular, hipertensão, os níveis altos de colesterol e triglicérides, a idade acima dos 40 anos (para o diabetes tipo 2) e o estresse emocional. Basicamente, os sintomas do diabetes são poliúria (paciente urina em excesso); aumento do apetite; alterações visuais; impotência sexual; infecções fúngicas na pele e nas unhas; feridas, especialmente nos membros inferiores, que demoram a cicatrizar; neuropatias diabéticas provocadas pelo comprometimento das terminações nervosas; distúrbios cardíacos e renais. Da terapêutica farmacológica, considerando o diabetes tipo 2 que é aquele que mais acomete os idosos, a metformina, de acordo com a especialista do Hospital Albert Einstein, é uma excelente primeira escolha e é recomendada como tal para início do tratamento na maioria dos pacientes, tanto pela Sociedade Americana de Geriatria como pela Associação Americana de Diabetes. Ela lembra, no entanto, que o tratamento pode se dar
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é fundamental que balconistas e farmacêuticos estejam preparados para atender às dúvidas mais frequentes desse público, em relação às suas doenças e medicamentos usados com diferentes hipoglicemiantes orais. Ainda no diabetes tipo 2, o uso de insulina é realizado quando os hipoglicemiantes orais não são suficientes e para pacientes com deficiência relativa ou absoluta de insulina.
Doenças cardíacas
As doenças cardiovasculares representam, no seu conjunto, a mais importante causa de morte nos indivíduos de ambos os sexos, com mais de 65 anos de idade. “A incidência de cardiopatia isquêmica, na idade de 70 anos, é de 15% nos homens e 9% nas mulheres. O colesterol elevado é considerado um fator de risco para as doenças cardiovasculares, tais como angina, infarto do miocárdio, insuficiência vascular e derrame cerebral isquêmico”, afirma a farmacêutica sênior do Hospital Israelita Albert Einstein. A dor torácica é um dos sintomas mais comuns da doença coronariana. Essa dor, conhecida como angina pectoris, pode ser em forma de aperto, pontada e queimação e pode se irradiar para as costas, braços, pescoço e queixo. “O desconforto pode começar pelo esforço físico, estresse emocional ou exposição ao frio, e pode ser aliviado pelo repouso ou medicamentos. Nos casos de angina estável, essa dor não dura mais que 30 minutos. Nos casos agudos, ela pode surgir mesmo em repouso”, esclarece Renata. Em alguns casos, pode haver desmaio, tonteira, falta de ar, náuseas, vômitos e suor excessivo, acompanhados ou não de dor. O tratamento medicamentoso se dá à base de betabloqueadores. “Os mais comuns são o propranolol, atenolol ou metoprolol. Também podem ser usados vasodilatadores, como o mononitrato ou o dinitrato de isossorbida, além de bloqueadores dos canais de cálcio”, resume Renata dos Santos.
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Suplementação alimentar O processo natural de envelhecimento faz com que o corpo e o organismo passem por diversas mudanças fisiológicas, tanto anatômicas quanto funcionais. Por exemplo, mudanças na saúde bucal, como o uso de próteses dentárias, diminuição da secreção salivar e alterações no paladar, podem fazer com que o indivíduo perca o interesse em se alimentar devidamente. No entanto, para a manutenção da saúde, a alimentação diária na terceira idade deve conter proteínas, carboidratos, gorduras insaturadas, vitaminas, minerais e fibras em quantidades apropriadas à faixa etária. “Dependendo da altura, do peso e do nível de esforço físico realizado todos os dias, a ingestão calórica deve ser, em média, entre 2 mil e 2.500 calorias, divididas em pelo menos cinco refeições ao dia, e sempre levando em consideração níveis balanceados de macronutrientes”, salienta o geriatra coordenador do Serviço de Gerontologia do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Wilson Jacob. Quando a nutrição não é apropriada, uma opção é fazer uso de suplementos nutricionais. Esses produtos são ricos em proteínas, minerais, vitaminas e outros nutrientes e possuem fórmula balanceada desenvolvida para atender às necessidades nutricionais diárias do público para o qual foram elaborados. Nesse sentido, a indústria já contemplou os idosos com algumas soluções.
Pneumonia
Só no estado de São Paulo, a pneumonia é a terceira maior causa de mortalidade entre idosos e a doença infecciosa que mais mata no mundo, embora o tratamento (que envolve o uso de antibióticos) e diagnóstico (com radiografia) sejam relativamente simples. “A causa mais comum de pneumonia é o Streptococcus pneumoniae, conhecido como Pneumococo. Três em cada dez pneumonias são causadas por esse microorganismo”, explica o diretor de assuntos científicos da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), Dr. Frederico Leon Arrabal Fernandes. Segundo o médico, o micro-organismo está normalmente presente no nariz e na garganta, mas nem sempre
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Medicamentos mais prescritos para pessoas acima de 64 anos entre abril de 2013 e maio de 2014*
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MEDICAMENTO
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Losartan potasico
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Hidroclorotiazida
Laboratório não indicado (medicamento genérico)
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Cloridrato de Metformina
Laboratório não indicado (medicamento genérico)
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Lasix
Sanofi
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Captopril
Laboratório não indicado (medicamento genérico)
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Atenolol
Laboratório não indicado (medicamento genérico)
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Aradois
Biolab-Sanus Farma
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Maleato de Enalapril
Laboratório não indicado (medicamento genérico)
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Aas
Sanofi
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Sinvastatina
Laboratório não indicado (medicamento genérico)
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* Esses dados têm como fonte a auditoria da IMS Health “INTE” (Indíce Nacional de Terapêuticas e Enfermidades). Os dados que dão origem ao INTE são captados por meio de um painel de médicos, de 19 especialidades diferentes, que reportam suas prescrições (mantendo o sigilo do paciente)
causa a doença. Transmitida por contato direto de pessoa para pessoa por meio das secreções do trato respiratório, ela atinge especialmente grupos vulneráveis, entre eles, idosos; fumantes; portadores de doenças respiratórias crônicas, como asma e enfisema; além de indivíduos com baixa imunidade. A melhor maneira de prevenir a doença é a vacinação que deve ser dada conforme orientação médica.
Doenças da visão – Catarata e Glaucoma
De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cegueira atinge cerca de 20% da população só no Brasil, sendo a catarata e o glaucoma as principais causas, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o oftalmologista-chefe do setor de Catarata do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de São Paulo, Dr. Richard Yudi Hida, o glaucoma é a doença ocular que mais causa cegueira irreversível e pode se dar a partir dos 40 anos. Já a catarata é a maior causa de cegueira reversível e a que mais cresce no Brasil, sendo que em maior parte dos casos surge a partir dos 55 anos.
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Na catarata, o principal sintoma é a baixa percepção visual, descrita pelo paciente como uma sensação de visão turva. “Essa doença está essencialmente ligada à idade, pois é decorrente do envelhecimento do cristalino, a lente natural do olho. O resultado desse envelhecimento é uma perda visual progressiva que pode evoluir para a cegueira. A doença é reversível na maioria dos casos e o tratamento é cirúrgico”, esclarece o Dr. Richard Hida. Já o glaucoma não apresenta sintomas na fase inicial e pode causar perda da visão periférica e até cegueira irreversível na fase avançada, se não for diagnosticado a tempo. Sua principal causa é a tendência familiar, por isso a importância de prevenção e diagnóstico precoce. “O tipo de glaucoma mais comum se chama crônico simples. O sintoma mais comum é a perda visual periférica, chamado de perda de campo visual. Não é percebida logo no início pelo paciente porque a visão central é preservada até as fases finais dessa enfermidade”, esclarece o Dr. Hida. O glaucoma pode ser tratado com colírios, comprimidos e, em alguns casos, pode ser necessária a intervenção cirúrgica.
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Graça e harmonia em todas as idades Com o avanço da variedade de produtos fornecidos pela indústria de cosméticos e dermocosméticos, é possível, sim, valorizar os traços da maturidade e prevenir os sinais do tempo. Ofereça uma venda consultiva fotos: SHUTTERSTOCK
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Na terceira idade, ocorre um afinamento dos fios, da mesma forma que acontece com unhas e pele. Nesse período, de acordo com o dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-SP), Dr. Octavio Moraes Junior, o cuidado com agentes agressivos, como descolorações, alisamentos e tinturas, deve ser maior. "O uso de produtos que promovam uma melhor estabilização da queratina, proteína que compõe a haste pilosa, é importante", diz. Nesse sentido, para a consumidora que quiser manter apenas a beleza com a naturalidade dos fios brancos, existem recursos bastante favoráveis, conforme mostra o consultor de imagem Alexandre Krizek. "Hoje, contamos com xampus específicos para cabelos grisalhos que realçam os tons de cinza e eliminam o amarelado", orienta. Mas para aquelas que querem adiar os cabelos brancos, vale recorrer às tinturas. O conselho de Krizek fica para a aposta nos tons de loiro ao castanho-claro. "Essas tonalidades facilitam a manutenção da raiz, que deve ser retocada periodicamente. Além disso, tinturas escuras podem deixar o aspecto um pouco artificial no rosto", alerta. Para uma consultoria completa, vale, ainda, alertar as clientes em relação ao corte. "Quem usa o cabelo longo nessa idade pode ter uma aparência mais envelhecida. A fim de valorizar, o ideal é cortar para valer. Entretanto, caso o desejo seja mantê-los longos, o long bob é perfeito, já que fica na altura do ombro, com as pontas desfiadas", ensina a hair stylist do Lounge Hair Fashion, Vivi Prado. Mas caso os fios sejam longos, os cuidados devem ser contí-
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nuos. "O ideal é manter a reparação das pontas, seja com um produto específico ou até cortando as extremidades dos fios duas vezes ao mês", lembra Krizek.
Pele – cuidados diários
Na terceira idade, a elasticidade e a espessura do tecido subcutâneo diminuem. Segundo a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-SP), Dra. Fátima Rabay, isso acontece devido à queda na taxa de estrogênio com a chegada da menopausa. Além disso, ela lembra que a pele reflete a saúde como um todo. "Cuidados básicos com alimentação, nutrição, hidratação e higiene são fundamentais. O uso de antioxidantes, como vitaminas, deve ser orientado por um médico, para evitar o acúmulo que seja tão prejudicial quanto a sua falta", avisa. No ponto de venda, vale, ainda, orientar para os cuidados diários que a pele madura precisa receber. A Dra. Fátima mostra alguns deles, a começar pela hora do banho. "Deve-se optar por sabonetes cremosos e água morna, que evitam o ressecamento da pele. A hidratação corporal precisa ser feita na sequência", ensina. Quanto à pele do rosto, a dermatologista aconselha para a limpeza com produtos emolientes, sem sabonetes comuns. "Vale, ainda, aplicação de cremes que possuam a função anti-idade e de hidratação e nunca se esquecer do protetor solar durante o dia", finaliza. Em relação aos anti-idades, o princípio ativo antienvelhecimento cutâneo por excelência é o ácido retinoico e seus derivados como o retinaldeído. Mas existem outros coadjuvantes, em especial a vitamina C. "Eles melhoram a qualidade das fibras colágenas e elásticas e com o seu uso crônico, melhoram os sinais da ação solar (fotodano), diminuindo as manchas e os espessamentos localizados", explica a especialista da SBD-SP.
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Cabelos
a indústria é capaz de oferecer produtos que tratam e embelezam a pele ao mesmo tempo
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Os sinais da idade chegam para todos, mas é possível manter a boa aparência independentemente da fase da vida. A indústria, hoje, oferece recursos para todos os tipos de pele e cabelos capazes de rejuvenescê-los e mantê-los viçosos ao longo dos anos. Confira, a seguir, as orientações de médicos e consultores de imagem e beleza que podem ajudar farmacêuticos e balconistas na orientação ao consumidor.
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Principais cuidados para a terceira idade
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Calvície atinge homens e mulheres
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Nas mulheres, o grande motivo da calvície são os procedimentos químicos. "Descolorações, alisamentos, tinturas, aplicação de produtos ditos ‘nutritivos’ no couro cabeludo podem acelerar esse processo. Alterações hormonais ou metabólicas também podem ser a causa e devem ser pesquisadas", explica o dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-SP), Dr. Octavio Moraes Junior. Nos homens, o principal motivo, não de queda (troca), mas de atrofia progressiva dos novos fios que nascem é o fator hormonal. "Trata-se da Alopecia Andro Crono Genética, uma diminuição de espessura dos fios de causa hormonal (andro), tempo dependente (crono) e geralmente com caráter hereditário (genética)", explica. Para cada caso, é necessária uma avaliação médica, que exige exame físico e laboratorial, para um diagnóstico e conduta terapêutica corretos.
Área dos olhos merece cuidados especiais As rugas ou linhas de expressão próximas à região dos olhos são uma grande preocupação entre as mulheres. Mas para esse problema, existem prevenção e tratamento, conforme explica a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-SP), Dra. Fátima Rabay. "Para prevenir esses sinais, deve-se evitar a contração excessiva da musculatura ao redor dos olhos, tomando o cuidado de usar as lentes corretivas e óculos escuros que tenham proteção efetiva contra os raios ultravioletas. Para atenuar as linhas existentes, é válido usar cremes na região da pálpebra com ação hidratante e descongestionante, a fim de diminuir as indesejáveis ‘bolsas’ e olheiras", ensina, e que trazem bons resultados ativos, como cafeína ou chá verde.
Indique a coloração pelo tipo de pele Embora as mulheres maduras tendam a colorir os cabelos com tons mais claros para facilitar o retoque, também é importante avaliar o estilo da consumidora e seu tom de pele. A hair stylist do Lounge Hair Fashion, Vivi Prado, diz que as peles claras pedem cores e tons quentes. Para as morenas, o ideal é fugir do tom chocolate, que pode envelhecer e deixar a pele no mesmo tom do cabelo. O mesmo cuidado devem ter as pessoas de peles amarelas com os fios loiros, que podem levar ao aspecto pálido.
Entenda os cabelos brancos A cor dos cabelos é dada por um pigmento chamado melanina. Ela é composta pela eumelanina, que é preta, e a feomelanina, que é amarela. O dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-SP), Dr. Otavio Moraes, explica que a mistura das duas é que vai dar a cor aos fios. O cabelo branco resulta da falta de melanina nas células capilares. Geralmente, esse fenômeno ocorre na idade adulta, já que, nesta fase, algumas áreas ou a totalidade dos cabelos podem se tornar brancos.
Vaidade masculina
Os homens também passaram a ganhar um olhar especial da indústria cosmética. Para aqueles que querem cuidar do visual e vão ao ponto de venda (PDV) em busca de orientação, o consultor de imagem, Alexandre Krizek, diz que os maiores cuidados estão em manter cabelos e barbas sempre em ordem; aparar o comprimento dos pelos das sobrancelhas, do nariz e orelhas; no uso de loções pós-barba para suavizar possíveis irritações; e no uso de hidratantes e filtros solares no corpo e rosto.
Prevenção das manchas senis As manchas se devem, basicamente, pelo dano causado pela exposição solar. Portanto, a principal prevenção está no uso dos protetores nas áreas expostas, com Fator de Proteção Solar (FPS) de no mínimo 30. Para reduzir o efeito das manchas aparentes, segundo a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-SP), Dra. Fátima Rabay, podem ser usados cremes com ácido retinoico ou seus derivados, associados a algum princípio clareador, como ácido kójico, por exemplo. Os protetores solares contendo pigmentos que funcionam como base também trazem um bom resultado. A dica do consultor de imagem, Alexandre Krizek, fica para o uso de produtos como o CC Cream. "Esses cremes oferecem múltiplas ações, funcionando como base, hidratante, filtro solar e primer. Além disso, clareiam a pele com o uso frequente."
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No ponto de venda, vale orientar para os cuidados diários que a pele madura precisa receber
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Pele – make-up
Há alguns anos, era comum o receio das mulheres maduras em usar maquiagens já que elas traziam um efeito danoso à pele. No entanto, essa realidade foi deixada para trás, já que a indústria é capaz de oferecer produtos que tratam e embelezam a pele ao mesmo tempo. "Na hora da compra, o ideal é oferecer os multifuncionais, que possuem ação hidratante e Fator de Proteção Solar (FPS), além da cor. Para uma aparência natural, a sugestão fica para os tons que vão dos neutros aos marrons", orienta a Dra. Fátima, complementando que as mulheres maduras devem fugir de produtos com efeito metálico ou cintilante, que podem envelhecer. Em relação à textura, o ideal é que bases e corretivos sejam bastante fluídos (líquidos), para um acabamento leve e natural. "O pó deve ser evitado para não evidenciar marcas de expressão", alerta o consultor de imagem Alexandre Krizek. Segundo ele, para suavizar sulcos e vincos ao redor dos lábios, vale manter a região sempre hidratada com um produto específico para este local. Na hora do make dos olhos, pode-se dar algumas sugestões, mas sempre levando em consideração o gosto e personalidade da consumidora. "Sugiro sombras compactas de cores leves e neutras. Em relação ao lápis de olho, ele pode ser marrom ou preto. O blush deve ser bem suave, com tons de pêssego para as peles claras (jamais rosados) e tons terrosos para peles morenas."
Podologia
Além de garantir unhas com corte reto (para evitar que encravem) e o uso de sapatos confortáveis, com solas flexíveis, na terceira idade, especialmente entre pacientes com diabetes, os cuidados com os pés precisam ser redobrados. "O chamado pé diabético ocorre devido às deficiências da microcirculação existente no processo diabético, em especial no diabetes mal cuidado. A pele se torna seca, espessada e com fissuras. Com a progressão da doença, os filetes nervosos são afetados e surgem áreas amortecidas que se ferem com frequência. O risco é a infecção que pode progredir para gangrena e até levar a amputações", avisa a Dra. Fátima Rabay, da SBD-SP. Portanto, além dos cuidados médicos, a hidratação se mostra fundamental. "O ideal é o uso de cremes contendo mais óleos, como o de amêndoas, a vaselina sólida e a manteiga de karité", ensina a médica.
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Bolsa de viagem
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Preparando o checklist Os idosos adoram passear e esta é uma atividade importante, que os mantém realmente ativos. É fundamental prestar orientação sobre os produtos e cuidados que não podem ser esquecidos
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O acesso de idosos à gratuidade ou ao desconto de, no mínimo, 50% no valor das passagens interestaduais – ônibus, trens ou barcos – é um direito garantido pelo Estatuto do Idoso. Pela legislação, no sistema coletivo interestadual, as empresas responsáveis pelo transporte devem reservar duas vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Esse direito, somado às horas vagas ao longo do dia,
pode fazer com que essas pessoas tenham mais desejo e oportunidade de visitar parentes ou amigos mais distantes, o que é imensamente sadio. No entanto, antes de sair sozinho ou com um cuidador, é importantíssimo que façam um checklist para certificar-se de que todos os produtos necessários para a sua saúde e seu bem-estar durante a estadia fora de casa estejam garantidos. O primeiro passo fica para assegurar que o nécessaire tenha itens básicos e indispensáveis para qualquer viajante. foto: shutterstock
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informação necessária Para evitar que o frio traga impactos negativos na viagem do idoso, oriente os seus consumidores a: 1. Utilizar roupas e agasalhos adequados para proteção em ambientes ao ar livre e salas frias, como bonés, toucas e mantas. 2. Tomar bebidas quentes, como chás, bem como ingerir sopas e caldos. 3. Realizar banhos rápidos e em temperaturas amenas. 4. Hidratar a pele com frequência, sempre com uso de hidratantes tópicos, para diminuir os riscos causados pela pele seca. 5. Usar cobertores que retenham calor, principalmente no período do sono, quando há um declínio da temperatura corporal. 6. Tomar as vacinas contra gripe e pneumonia. 7. Buscar ajuda médica se o idoso apresentar sintomas de confusão mental, calafrios ou dificuldades respiratórias. 8. Se possível, realizar atividades indoor, como em shopping centers, pois ajudam a quebrar o ciclo da imobilidade. 9. Fazer exercícios de alongamento, com orientação prévia de educadores físicos ou fisioterapeutas. 10. E avaliar a possibilidade de reposição de vitamina D pela falta de exposição ao sol, a qual deve ser orientada por nutricionistas ou médico assistente.
Fonte: SBGG
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atenção redobrada
Caso o idoso vá viajar para algum local de baixa temperatura, são necessários alguns cuidados adicionais na estadia. “Quando os graus caem, a atenção à saúde desse público deve ser redobrada. Eles correm um maior risco de problemas de saúde e lesões relacionadas ao clima, queimaduras na pele e quedas. É importante que se tomem certas precauções nesta época do ano”, avisa o geriatra e membro da diretoria SBGG, Dr. Rubens de Fraga Júnior. Um dos principais riscos à saúde representados pelas baixas temperaturas é a hipotermia, que ocorre quando a temperatura corporal cai a menos de 36,8 graus. Abaixo de 29 graus, causa elevado risco de morte. Seus sintomas mais comuns são fraqueza, fadiga e diminuição da atividade motora, além do tremor do frio. Em fases mais avançadas, o idoso pode apresentar fala enrolada, perda de consciência e choque. Em situações de hipotermia, de acordo com orientações da SBGG, os primeiros socorros devem consistir em tirar o idoso do frio, retirar suas roupas úmidas ou molhadas; e envolvê-lo em mantas e agasalhos para aquecê-lo enquanto os serviços de emergência devem ser acionados. Se estiver consciente, o idoso pode ingerir bebidas quentes, como chás (nunca bebidas alcoólicas). O indivíduo deve ser mantido acordado e, em caso de parada respiratória, precisam ser realizadas manobras de ressuscitação cardiorrespiratória. Além da hipotermia, outros riscos que podem vir a acontecer em locais de baixa temperatura são imobilidade (ausência de movimentação), infecções (são exemplos, gripe e pneumonia) e dores crônicas (aumento do desconforto por doenças, como artrites e artroses).
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Portanto, nele precisam estar os produtos para os cuidados dos dentes, como escova, pasta de dente, fio dental e enxaguatório bucal. Caso o idoso seja usuário de próteses dentais, também são importantes os fixadores e produtos específicos para assepsia. Para os cabelos, a mala precisa estar abastecida com xampu, condicionador, escova e secador; para a pele, filtros solares e hidratantes; e, por fim, para o banho e a higiene geral, sabonete, desodorante e cotonete. No caso dos idosos que são portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, a bolsa de viagens precisa ter outros produtos, conforme orienta o geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Dr. João Bastos Freire Neto. “O maior cuidado deve ser com os medicamentos de uso contínuo. Aconselho que se leve uma quantidade a mais, em malas diferentes, para que não haja riscos em caso de extravio de uma das bagagens. Em viagens internacionais, os cuidados devem ser redobrados já que o viajante pode ter dificuldades em encontrar a fórmula de que precisa em outros países”, avisa o especialista. Ainda em relação aos doentes crônicos, os autotestes também se mostram importantes aliados na viagem. “Caso o paciente tenha o hábito de usar glicosímetros e aparelhos portáteis para aferir a pressão, é valido levar os equipamentos para manter o controle”, acrescenta. Por fim, antes de viajar, é apropriado que se faça uma visita ao médico, que fará recomendações particulares a cada paciente. O geriatra fornece um exemplo: “Idosos que sofrem por insuficiência venosa, caso façam viagens mais longas, não podem esquecer as meias de compressão elásticas”, finaliza.
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Parceiras da melhor idade A fragilidade que costuma ser característica nessa fase da vida torna as visitas às farmácias mais frequentes, fazendo com que esse público espere algo a mais na prestação de serviços, que vai além do simples ato da venda
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Com o fenômeno de envelhecimento da população brasileira, é fato que o público consumidor das farmácias deve crescer dadas as características da idade. Nessa fase da vida, é comum aumentar o número de medicamentos diários e, com isso,
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também as idas e os gastos nas farmácias. "Os idosos apresentam aspectos particulares de saúde, além de necessidades diferentes daquelas apresentadas por jovens. O desafio é o de atender a uma sociedade progressivamente mais envelhecida. Isso pode ser feito por meio da oferta fotos: shutterstock
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Saber ouvi-los é a melhor solução
Para fornecer um bom atendimento ao idoso, é fundamental paciência e cordialidade, para que se sinta bem e seguro com suas prescrições. "A primeira atitude que deve ser assumida no atendimento é 'ouvir' o idoso. Os idosos são, em sua grande maioria, pessoas carentes, e o 'ouvir' se torna uma das fases mais importantes do processo do atendimento", ensina a farmacêutica da FCFUSP. Segundo a especialista, é ouvindo esse público que o profissional da saúde poderá sentir e perceber as entrelinhas das informações fornecidas. Muitas vezes, os detalhes são importantes para a orientação adequada e a melhoria da qualidade de vida do idoso. O vice-presidente da Prati-Donaduzzi, Eder Maffissoni, também acredita que os consumidores idosos gostam de ser atendidos com cortesia, dignidade e paciência, pois necessitam de mais informações sobre produtos, administração de medicamentos e opções de compra. "Um
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atendimento assim, com o acompanhamento do farmacêutico, faz com que o idoso se sinta valorizado", garante. É importante, ainda, manter a serenidade para o atendimento. Nessa fase da vida, podem ser comuns os lapsos de memória, repetição de informações, dificuldade de entendimento e locomoção, além do que, muitas vezes, a audição e visão podem estar comprometidas. "O idoso precisa de um atendimento diferenciado e os profissionais da saúde devem desenvolver habilidades que promovam uma situação confortável e de transmissão de confiança na relação estabelecida paciente/usuário do medicamento", considera Maria Aparecida. Esse “traquejo” para lidar com a população idosa pode ser conquistado por meio da capacitação de colaboradores. "A capacitação deverá envolver treinamentos que abordem os aspectos psicológicos normalmente comuns aos idosos e, sem os quais, os atendimentos serão improdutivos. Dessa maneira, treinamentos realísticos seriam interessantes para preparar o profissional que muitas vezes não tem qualquer formação humanística para lidar com a situação", aconselha a farmacêutica.
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é interessante a distribuição de cartilhas/folhetos como parte de projetos, visando à educação em saúde
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de serviços e profissionais capacitados, com o objetivo de mudar o curso de um envelhecimento com debilidade, fragilidade e dependência para um envelhecimento ativo, funcional e com qualidade de vida", considera a geriatra do Hospital Alvorada, Dra. Amanda Lagreca Venys de Azevedo. Dessa forma, é fundamental que esses estabelecimentos se preparem para atender bem à melhor idade e esse ato tem duas consequências positivas: a fidelização do consumidor e a transformação desses estabelecimentos em verdadeiros centros de saúde. No entanto, para que se alcance o atendimento ideal, ainda há muito a ser feito, segundo afirma a farmacêutica responsável pela FarmáciaEscola, do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti. "Se olharmos o cenário atual, facilmente se identifica que grande parte dos estabelecimentos não tem preparo para o atendimento e mesmo a qualificação profissional deixa a desejar em muitos momentos", afirma a especialista. Entretanto, segundo ela, as legislações por aqui estão cada vez mais específicas na área da saúde e a tendência mundial é de que o setor como um todo se prepare para o envelhecimento da população. "O segmento farmacêutico precisa melhorar e muito, não somente em relação ao atendimento direcionado aos idosos, mas a qualquer categoria da população, como gestantes, hipertensos ou diabéticos. Daí a necessidade da farmácia/drogaria ser qualificada como um estabelecimento de saúde e a atuação clínica do farmacêutico se solidificar", avalia.
Conhecimento pleno
O atendimento cordial também deve vir acompanhado por informações técnicas sobre os produtos que se vende. "A orientação é um fator fundamental em qualquer atendimento. Devemos estar atentos às dúvidas que possam surgir e ter o conhecimento sobre produtos, manuseio e características para orientar sobre a escolha e o uso correto", resume a gerente de marketing e vendas da Incoterm, Ana Paula Marquioretto. O gerente de marketing de genéricos da Medley, Messias Cavalcante, também acredita que a construção de áreas de relacionamento dentro do ponto de venda (PDV) é outra ação-chave dentro da loja. "O ideal é deter um colaborador dedicado a apresentar os produtos que tenham relevância para esse público,
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atendimento
Cuidados com o ambiente Como grande parte do público-alvo das farmácias é formado por idosos, é fundamental que, ao pensar no layout , alguns elementos possam ser mais bem trabalhados para trazer uma experiência de compras satisfatória para esses consumidores. Acompanhe as principais adequações.
Entrada da loja
O ideal é que haja nivelamento entre o piso da loja e o piso externo, eliminando degraus e possíveis desníveis que possam ocasionar acidentes. Caso seja necessário o uso de rampas, as mesmas devem estar assessoradas com corrimãos de duas alturas, conforme NBR 9050, e piso podotátil de alerta.
Piso
Precisa ser antiderrapante e livre de obstáculos e desníveis que possam causar quedas.
Iluminação
As lojas devem ser iluminadas de maneira uniforme, garantindo que todos os produtos expostos recebam luz e tenham fácil identificação.
Sinalização t erce i ra i d a d e
Precisa ser clara e objetiva, evitando confusões, e sempre assinalando, com precisão, os locais de atendimento.
espec i al
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Cores
As cores poder ser um artifício usado para setorizar a loja por tipos de produtos, diferenciando medicamentos, perfumaria e artigos de beleza, a fim de orientar os usuários de forma clara e objetiva.
Gôndolas
A preferência fica para as mais baixas, com até 1,20 metro de altura. Assim, permite-se a visualização total do salão de vendas. Os produtos dirigidos a pessoas na terceira idade devem estar sempre nas prateleiras superiores para não exigir que o consumidor precise agachar para alcançar o que precisa.
Mobiliário geral
No mobiliário, é aconselhado o uso de madeira com cantos arredondados, prateleiras fixadas em painéis e com cremalheiras (trilho dentado) protegidas por arremates em gesso. A utilização de vidros deve ser evitada para impedir possíveis acidentes no caso de quebra.
Ventilação
Para todos os usuários, a ventilação deve ser favorável. No caso das salas de atendimento, elas também precisam ter ventilação natural com telas para evitar a entrada de insetos ou ventilação mecânica.
Sala de atenção farmacêutica
Os locais reservados onde as farmácias devem realizar serviços, como aferição de pressão ou medição das taxas de glicemia, precisam obedecer as normas da vigilância sanitária. Além disso, o espaço precisa ter pisos antiderrapantes e ser acessível para cadeirantes.
Filas
Para adequação ao atendimento prioritário aos idosos, são previstos totem e painel para senhas, além de área de espera com cadeiras, bancos e revisteiros. Em todos os caixas, o atendimento precisa ser preferencial aos idosos.
Fontes: sócio diretor da LAB Arquitetos, Marino Barros e arquiteto da NK&F Arquitetos Associados, Fábio Robba
como forma de estimular conhecimento sobre eles e os benefícios que podem trazer para aumentar sua qualidade de vida", finaliza.
Mais prestação de serviços
Como o idoso costuma ser usuário polifarmácia (utiliza vários medicamentos), a estruturação de segmento farmacoterapêutico é providencial e necessária. Assim, o farmacêutico pode acompanhar o uso dos medicamentos com segurança, além de poder detectar/evitar problemas relacionados aos fármacos, a falta
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de aderência ao tratamento, o aparecimento de sintomas novos ou mesmo avaliação do modo/via de administração e posologia. "Como o idoso costuma ter tempo disponível, é interessante a distribuição de cartilhas/folhetos como parte de projetos, visando à educação em saúde com diferentes temas específicos deste grupo. Normalmente, eles são muito receptivos às informações quando colocadas de maneira didática, em letras grandes e de fácil entendimento", aconselha a farmacêutica responsável pela FarmáciaEscola da FCF-USP.
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Rotina de compras e tíquete médio
Uma particularidade dos idosos que merece destaque é que, à medida que a pessoa envelhece, maiores são as chances de apresentar uma doença crônica, segundo afirma a geriatra do Hospital Alvorada, Dra. Amanda Lagreca Venys de Azevedo. "Somente 22,6% das pessoas de 60 anos ou mais declararam não possuir doenças. E as doenças crônicas ou não transmissíveis são caras para os indivíduos, as famílias e o Estado", afirma a médica. "Dados do Datasus de 2008 evidenciaram que cerca de 80% da população idosa esteve em consulta médica no último ano, consumindo grande parte dos recursos de saúde e medicação prescrita no País", acrescenta.
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O acesso a medicamentos tem sido facilitado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a Farmácia Popular. Entretanto, muitos deles ainda não foram contemplados pela rede pública de saúde, encarecendo o gasto com medicamentos. Além disso, segundo a farmacêutica Maria Aparecida Nicoletti, outras necessidades poderão desencadear mais gastos financeiros, como a aquisição de óculos, problemas de visão, aparelhos auditivos, fraldas, cadeiras de rodas, cadeiras para banho, apoio de braços ou mãos, adequação de infraestrutura física doméstica para prevenção de quedas, cuidadores, entre outros. "Quando consideramos o idoso, além dos medicamentos, deve-se elencar todas as necessidades específicas que poderão facilitar sua vida, mas há um custo inserido que, muitas vezes, lamentavelmente, se apresenta elevado ou proibitivo a uma grande parcela da população", comenta. Considerando os idosos portadores de doenças crônicas, pode-se dizer que, pelo menos uma vez ao mês, eles terão de visitar as farmácias para reposição dos medicamentos. Já para aqueles que costumam acompanhar os índices de diabetes ou pressão arterial, a presença tende a ser constante nesses estabelecimentos e os gastos podem ser altos. Somente com diabetes, segundo especialistas do setor, os custos mensais podem variar entre R$ 400 e R$ 500 ao mês, já que a manutenção da doença envolve produtos como insulina, agulhas, adoçantes, lancetas, tiras para os autotestes de glicemina, entre outros.
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A prestação de serviços com testes de glicemia e pressão arterial também poderia ser intensificada nesses estabelecimentos. "Ainda há uma resistência muito grande com a implantação do serviço de Atenção Farmacêutica nas farmácias/drogarias, considerando que, para a realização deste atendimento, o farmacêutico demandará tempo necessário para o desenvolvimento do segmento farmacoterapêutico (que é um serviço farmacêutico)", afirma Maria Aparecida. Segundo a farmacêutica, essa resistência é decorrente de uma visão tacanha, desatualizada e sem comprometimento com o paciente/usuário de medicamento que precisa ser modificada, entendendo que a atuação do farmacêutico em atividades clínicas não se restringe ao "ganho financeiro" do estabelecimento.
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serviços
A ABRAz
www.abraz.org.br
Aché
www.ache.com.br
Ascoferj
www.ascoferj.com.br
terceira idade
d
especial
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i IBGE
www.ibge.gov.br
ILC BRAZIL
www.ilcbrazil.org
IMS HEALTH
www.imshealth.com
Inca
www.inca.gov.br
Danone Nutrição Especializada
www.incoterm.com.br
Drogal
www.ipea.gov.br
http://danonenutricao.com.br www.drogal.com.br
f Faculdade de Ciências Farmacêuticas – USP
www.fcf.usp.br
Incoterm Ipea l
Lab Arquitetos
www.labarquitetos.com.br
Laboratório Pasteur
www.pasteur.com.br
h Hospital Alemão Oswaldo Cruz
www.hospitalalemao.org.br
Hospital Alvorada
Lounge Hair Fashion
www.loungehairfashion.com.br
m Maturi
www.hospitalalvorada.com.br
www.maturi.com.br
Hospital Israelita Albert Einstein
Medley
www.einstein.br
Hospital 9 de Julho
www.h9j.com.br
Hospital Sírio-Libanês
www.hospitalsiriolibanes.org.br
www.medley.com.br
Ministério da Saúde
r Rede Bem
www.redebemdrogarias.com.br
s Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
www.santacasasp.org.br
Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-Resp) www.sbd-sp.org.br
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)
www.sbgg.org.br
SPPT
www.sppt.org.br
u Ultrafarma
www.ultrafarma.com.br
Universidade Guarulhos
www.ung.br
v Vichy
www.vichy.com.br
www.saude.gov.br
p Prati-Donaduzzi
www.pratidonaduzzi.com.br
Procon-SP
www.procon.sp.gov.br
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