Especial Fito

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Especial

Fito

R E V I S TA

D I R I G I D A

A O S

Parte integrante do

P R O F I S S I O N A I S

D E

S A Ú D E

ANO XXIII | Nº 281 | ABRIL DE 2016

Expectorante com efeito mucolítico e broncodilatador 1 Comprovado cientificamente3 Extrato patenteado2 Sem similar no mercado4 Não contém açúcar*, álcool**, corante e interação medicamentosa1

Sachê

embalagem contendo 21 sachês com 5ml cada1

Pó efervescente

embalagem contendo 10 sachês com 3,4g cada1

Xaropes

embalagem contendo 200ml e 100ml1

Contraindicação: Hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula. Abrilar® efervescente não deve ser administrado em fenilcetonúricos por conter aspartame. Interações medicamentosas: Não se observam efeitos adversos em caso de ingestão simultânea de Abrilar® com outros medicamentos, portanto pode ser administrado de forma segura com outros medicamentos como, por exemplo, antibióticos. Abrilar® (Hedera helix L.). Apresentação: Pó efervescente: embalagem contendo 10 sachês de 3,4g. Xarope- embalagem contendo 100ml ou 200ml, com copo-medida, ou embalagem contendo 21 sachês com 5ml cada. Indicações: Abrilar® é indicado para o tratamento sintomático de doenças broncopulmonares inflamatórias agudas e crônicas associadas a aumento de secreções e/ou broncoespasmo (contração do músculo brônquico). Contraindicações: Hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Pacientes com conhecida hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula. Abrilar® efervescente não deve ser administrado em fenilcetonúricos (doença em que a pessoa não metaboliza corretamente o aminoácido fenilalanina); Advertências e precauções: Abrilar® contém em sua fórmula sorbitol, que é metabolizado no organismo em frutose. O seu médico deverá avaliar se a indicação se faz conveniente caso você tenha intolerância a esta substância; Você deve consultar o seu médico caso tenha mal-estar persistente ou aparecimento de insuficiência respiratória, febre, expectoração purulenta ou com sangue. Ainda que os estudos não tenham demonstrado alterações nos pacientes idosos, é sempre recomendável um acompanhamento médico rigoroso a estes pacientes. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Interações medicamentosas: Não há relatos de interações medicamentosas até o momento. Reações adversas: Abrilar® pode provocar um ligeiro efeito laxante, provavelmente vinculado à presença de sorbitol em sua fórmula. Não há evidências de riscos à saúde ou reações adversas após o uso das doses recomendadas, entretanto existe um potencial moderado, em indivíduos predispostos, para sensibilização por contato cutâneo. Posologia: Pó efervescente - Maiores de 12 anos: 1 sachê, 2 vezes ao dia. Xarope-Crianças entre 2 anos e 7 anos de idade – 2,5ml três vezes ao dia. Crianças entre 7 anos e 12 anos de idade – 5 ml três vezes ao dia. Maiores de 12 anos – 7,5ml três vezes ao dia. A duração do tratamento depende do tipo e da gravidade do quadro clínico. O tratamento deve durar o mínimo de uma semana, devendo ser mantido durante dois a três dias após a diminuição dos sintomas, de forma a assegurar a manutenção da eficácia. M.S: 1.0390.0141. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SAC 08000 25 01 10. Para ver o texto de bula na íntegra, acesse o site www.fqm.com.br. Material destinado exclusivamente aos profissionais de saúde habilitados a prescrever e dispensar medicamentos. Referências: 1 - Bula do produto Abrilar®. 2- Informação do fabricante Engelhard. 3- Fazio. S. el al. Tolerance, safety and efficacy of Hedera helix extract in inflammatory bronchial diseases under clinical practice condition: A prospective, open, multicentre postimarketing study in 9657 patients. Phytomedicine; 20, 2006. 4- De acordo com a ANVISA, site: http://www.anvisa.gov.br/faqdinamica/index.asp?Secao=Usuario&usersecoes=36&userassunto=135, acesso: 24 de junho de 2013. *Sacarose. **Etanol.

2016


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• ALCACHOFRA HERBARIUM - Cynara scolymus 300 mg - APRESENTAÇÃO: Embalagem com 45 cápsulas. USO ADULTO. INDICAÇÕES: Indicada para facilitar a digestão e aliviar o desconforto abdominal e/ou para gases e náuseas resultantes da deficiência na produção e eliminação da bile. CONTRAINDICAÇÕES: Gravidez, lactação, crianças abaixo de 12 anos de idade, obstruç 30 g ou 50 g. USO ADULTO. INDICAÇÕES: Tratamento de contusões, hematomas e equimoses. CONTRAINDICAÇÕES: Gravidez, crianças e hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula. ADVERTÊNCIAS: Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico. Evitar o contato com mucosas e área dos olhos. Este produto d GLÚTEN. Gestantes, nutrizes e crianças até 3 (três) anos, somente devem consumir este produto sob orientação de nutricionista ou médico. Produto dispensado da obrigatoriedade de registro conforme RDC 27/10. • BIOCÁRTAMO* - Óleo de Cártamo 1000 mg - 90 cápsulas - NÃO CONTÉM GLÚTEN. M.S.: 4.8697.0095. • COLAGENAN* - Gelatina pura - 45 cápsul idosos e portadores de enfermidades devem consultar o médico ou nutricionista antes de consumir este produto. M.S: 4.8697.0013. • LEVEDO DE CERVEJA* - Saccharomyces cerevisiae - 350 comprimidos - CONTÉM GLÚTEN. M.S.: 4.8697.0090. • LICOPENE - Licopeno de tomate enriquecido com betacaroteno e vitamina E - 30 cápsulas - NÃO CONT irritabilidade, agitação nervosa, tratamento de insônia e desordens da ansiedade. CONTRAINDICAÇÕES: Gravidez, lactação e menores de 12 anos de idade. ADVERTÊNCIAS: Em caso de hipersensibilidade ao produto, recomenda-se descontinuar o uso e consultar o médico. Não utilizar junto a bebidas alcoólicas. Também não deve ser associado a outros medicamentos com efeito sedativ CONTÉM GLÚTEN. Pessoas que apresentem doenças ou alterações fisiológicas, mulheres grávidas ou amamentando (nutrizes) deverão consultar o médico antes de usar o produto. Pessoas alérgicas a peixes e crustáceos devem evitar o consumo deste produto. M.S.: 4.8697.0099. • ÔMEGA 3 HERBARIUM - Alimento funcional - 600 mg - 30 cápsul de Borragem, Germe de Trigo e Prímula em cápsulas - 45 cápsulas - CONTÉM GLÚTEN. M.S.: 4.8697.0012. • PROBIOVIT - Suplemento de Vitaminas e Minerais e Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium lactis em comprimidos - NÃO CONTÉM GLÚTEN. - Suplemento de Vitaminas e Minerais: Consumir este produto conforme a Recomendação de Ingest Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium lactis (probióticos) contribuem para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. O produto fornece 109 de UFC por porção recomendada. Consumir somente a quantidade indicada na embalagem. Gestantes, nutrizes e crianças angustifolia 100 mg - APRESENTAÇÃO: Embalagem com 45 cápsulas. USO ADULTO. INDICAÇÃO: Tratamento de prisão de ventre ocasional. CONTRAINDICAÇÕES: Gravidez, lactação, crianças, pacientes com distúrbios intestinais, apendicite, dores abdominais, constipação crônica, distúrbios inflamatórios uterinos ou períodos de menstruação, cistite, insuficiência do fígado, dos rins de peso, distúrbios caracterizados por contrações musculares contínuas, acompanhadas de tremores, formigamento, queimação e dores. O uso contínuo de laxantes pode causar dependência, lentidão ou inibição do movimento intestinal, com possível necessidade de aumento da dose. Em pacientes idosos, pode ocorrer exacerbação da fraqueza. Sangramento do reto ou insuficiên em questão, por um período superior a 9-12 meses, pode aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de cólon retal. M.S.: 1.1860.0087. • XAROPE DE GUACO HERBARIUM - Mikania glomerata 0,5 ml/5 ml - APRESENTAÇÃO: Frasco com 120 ml. USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 ANOS. INDICAÇÕES: Possui ação broncodilatadora e expectorante, o que torn diabéticos e crianças menores de 2 anos. ADVERTÊNCIAS: Pacientes com problemas hepáticos podem apresentar toxicidade com o uso prolongado. Recomenda-se maior critério na administração de guaco em pacientes com quadros respiratórios crônicos não diagnosticados, devendo-se afastar a hipótese de tuberculose e câncer. M.S.: 1.1860.0039. * O Ministério da Saúde ad

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as abaixo de 12 anos de idade, obstrução do ducto biliar e cálculos biliares. ADVERTÊNCIAS: O uso concomitante deste medicamento com diuréticos em pacientes com pressão alta ou com qualquer doença que atinja o coração deve ser realizado sob estrita supervisão médica. M.S.: 1.1860.0042. • ARNICA GEL - Arnica montana 200 mg/g - APRESENTAÇÃO: Bisnaga contendo ucosas e área dos olhos. Este produto deve ser aplicado na pele íntegra, sem feridas abertas. A ingestão de produtos contendo arnica pode provocar severa inflamação do estômago e intestino, taquicardia, nervosismo, fraqueza muscular, e até mesmo morte. M.S.: 1.1860.0093. • BETA BRONZE - Suplemento de vitamina A à base de Betacaroteno - 30 cápsulas - NÃO CONTÉM AGENAN* - Gelatina pura - 45 cápsulas - NÃO CONTÉM GLÚTEN. M.S.: 4.8697.0024. • CRANBERRY / CRAN-B CR - Vaccinium macrocarpon - 30 sachês - NÃO CONTÉM GLÚTEN. Produto dispensado da obrigatoriedade de registro - Resolução RDC 27/2010. • GUARANÁ* - Paullinia cupana - 45 cápsulas - NÃO CONTÉM GLÚTEN. Crianças, gestantes, nutrizes, itamina E - 30 cápsulas - NÃO CONTÉM GLÚTEN. Gestantes, nutrizes e crianças, somente devem consumir este produto sob orientação de nutricionista ou médico. M.S.: 4.8697.0016. • MARACUJÁ HERBARIUM - Passiflora incarnata 320 mg - APRESENTAÇÃO: Embalagem com 45 comprimidos revestidos. USO ADULTO. INDICAÇÕES: Para tratar estados de outros medicamentos com efeito sedativo, hipnótico e anti-histamínico. M.S.: 1.1860.0025. • ÓLEO DE ALHO* - Allium sativum - 45 cápsulas - NÃO CONTÉM GLÚTEN. M.S.: 4.8697.0017. • ÓLEO DE LINHAÇA* - Ômega 3 - 30 e 60 cápsulas - NÃO CONTÉM GLÚTEN. M.S.: 6.2582.0007. • ÔMEGA MATER - 300 mg de DHA e 120 mg de EPA - 30 cápsulas (600 mg) - NÃO mento funcional - 600 mg - 30 cápsulas - NÃO CONTÉM GLÚTEN. Pessoas que apresentem doenças ou alterações fisiológicas, mulheres grávidas ou amamentando (nutrizes) deverão consultar o médico antes de usar o produto. Pessoas alérgicas a peixes e crustáceos devem evitar o consumo deste produto. M.S.: 4.8697.0099. • PRÍMORIS* - Óleo onforme a Recomendação de Ingestão Diária constante na embalagem. Gestantes, nutrizes e crianças até 3 (três) anos, somente devem consumir este produto sob orientação de nutricionista ou médico. Produto dispensado da obrigatoriedade de Registro - Resolução RDC 27/2010. - Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium lactis em comprimidos: O agem. Gestantes, nutrizes e crianças somente devem consumir esse produto sob orientação de nutricionista ou médico. M.S.: 6.7239.0009. • QUITOSANA HERBARIUM - 60 comprimidos - 500 mg - NÃO CONTÉM GLÚTEN. Pessoas alérgicas a peixes e crustáceos devem evitar o consumo deste produto. M.S.: 4.8697.0063. • SENE HERBARIUM - Cassia cistite, insuficiência do fígado, dos rins ou do coração, desidratação severa, náusea, vômito ou quando algum sintoma agudo ou crônico não diagnosticado estiver presente. ADVERTÊNCIAS: A utilização crônica de sene pode causar diarreia, o que pode conduzir a desordens funcionais do coração e fraqueza muscular. O abuso de sene pode resultar em má absorção intestinal, perda ueza. Sangramento do reto ou insuficiência de movimentos intestinais, decorrentes do uso prolongado, pode indicar condições graves. O uso crônico ou abuso do fitoterápico ncodilatadora e expectorante, o que torna o produto indicado para o tratamento de tosses persistentes e tosses com expectoração. CONTRAINDICAÇÕES: Gravidez, lactação, 60.0039. * O Ministério da Saúde adverte: não existem evidências científicas comprovadas de que este alimento previna, trate ou cure doenças. Março/2016.

15/03/16 15:41


Editorial

Alternativa eficaz EXPEDIENTE DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo

EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto ASSISTENTE DE REDAÇÃO Vivian Lourenço

EDITOR DE ARTE Junior B. Santos ASSISTENTES DE ARTE Flávio Cardamone e Rodolpho A. Lopes

DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br)

Fitoterapia é definida como a ciência que usa plantas medicinais para o tratamento e a recuperação de desequilíbrios da saúde. Na fitoterapia moderna, além da utilização de compostos diretos da planta, há a produção de medicamentos fitoterápicos, também obtidos a partir do uso exclusivo de derivados vegetais, só que por meio de extratos. Os fitoterápicos, encontrados no mercado principalmente em forma de cápsulas, extratos e pomadas, são especialmente eficazes para o alívio de sintomas e para a prevenção, promoção e recuperação da saúde. Eles desempenham papel importante nos cuidados contra dores, inflamações, disfunções e outros incômodos, ampliando as alternativas de tratamento para várias enfermidades. É um tipo de medicação mais utilizado para o alívio sintomático de doenças de baixa gravidade e por curtos períodos de tempo. Apesar de o conhecimento sobre fitoterápicos ter aumentado bastante nos últimos anos, muitos ainda confundem seu uso com a prática da homeopatia. A fitoterapia é uma especialidade médica, incluída na área da medicina alopática, ao contrário da homeopatia, ainda considerada terapia alternativa. Fitoterápicos são medicamentos alopáticos como os sintéticos. De acordo com o IMS Health, do total faturado pela indústria farmacêutica em 2015, 58% vieram de medicamentos (referência, marca e genéricos), 20% de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) e 22% de 4 • Especial Fito • ABRIL 2016

higiene, beleza e nutrição. Ainda segundo a consultoria, considerando o total do canal farma, os produtos fitoterápicos representam 2% do faturamento global, movimentando R$ 1,6 bilhão em 2015. Em termos globais, do total de US$ 320 bilhões em vendas anuais de produtos farmacêuticos, o mercado de fitoterápicos movimenta cerca de US$ 20 bilhões todos os anos e está em ascensão, principalmente pelo interesse das pessoas por mais qualidade de vida. Buscar alternativas terapêuticas que proporcionem aos consumidores menos efeitos colaterais é uma tendência cada vez mais observada no mercado. Por isso, disponibilizar essa classe medicamentosa é fundamental para elevar o tíquete médio de sua farmácia, já que a população precisa conhecer os fitomedicamentos, seu poder de ação, posologia e cura. Mais do que isso, precisa saber que existe uma opção de tratamento natural para sua patologia e cabe ao profissional de saúde prestar essa informação. Boa leitura.

ASSISTENTE DO COMERCIAL Mariana Batista Pereira

DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues

COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri

DEPARTAMENTO FINANCEIRO Cláudia Simplício e Fabíola Rocha

MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ASSISTENTE DE MARKETING E PROJETOS Lyvia Peixoto

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Marcelo de Valécio e Vivian Lourenço Revisão Mônica C. Galati IMPRESSÃO Abril

> www.guiadafarmacia.com.br Suplemento Especial Fito é uma publicação anual da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 Tel.: (11) 5082 2200 E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.

Lígia Favoretto Editora-chefe Imagem Shutterstock


Tratamento da ansiedade e insônia 1,2

25

Receituário livre

anos de mercado

3

Mais de 64 mil médicos visitados/mês

Duas equipes promocionais

PASALIX É UM MEDICAMENTO. DURANTE SEU USO, NÃO DIRIJA VEÍCULOS OU OPERE MÁQUINAS, POIS SUA AGILIDADE E ATENÇÃO PODEM ESTAR PREJUDICADAS. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Para mais informações leia a bula completa do produto (406205).

Referências bibliográficas: 1. Natural Medicines: Comprehensive Database 10° Ed. Canadá 2008. p. 1131-3. 2. Akhondzadeh S et al. J Clin Pharm Ther. 2001 Oct;26(5):369-73. a • R. Gibraltar, 165 • Cep: 04755-070 • São Paulo - SP 3. PMB/IMS Health, fevereiro/16. 5641-6009 • sac@marjan.com.br • www.marjan.com.br Marjan Indústria e Comércio Ltda • R. Gibraltar, 165 • Cep: 04755-070

Marjan Indústria e Comércio Ltda • R. Gibraltar, Cep:(11) 04755-070 São(11) Paulo - SP São Paulo165 - SP ••Fone: 5642-9888•• Fax: 5641-6009 • site: www.marjan.com.br Fone: (11) 5642-9888 • Fax: (11) 5641-6009 •sac@marjan.com.br sac@marjan.com.br • www.marjan.com.br

04/2016

INFORMAÇÕES SOBRE PASALIX: COMPOSIÇÃO: Cada comprimido revestido contém 100 mg de extrato seco de Passiflora incarnata L. (padronizado em 0,2% de isovitexina), 30 mg de extrato seco de Crataegus oxyacantha L. (padronizado em 0,5% de hiperosídeo), 100 mg de extrato seco de Salix alba L. (padronizado em 1,5% de salicinas totais). INDICAÇÕES: Pasalix® é destinado para o tratamento da ansiedade e insônia. M.S. 1.0155.0098.


Sumário

08 PANORAMA Utilizar plantas na cura de doenças é um ato que vem sendo praticado há anos. Com o avanço da pesquisa e desenvolvimento voltados aos fitoterápicos, surgiram novos produtos eficazes, seguros e que possibilitam aos pacientes uma alternativa terapêutica mais natural

24

14 CENÁRIO Superando o momento atual da economia e o desconhecimento da categoria por boa parte da população brasileira, o setor de medicamentos fitoterápicos vem apliando aos poucos sua participação de mercado

18 SAÚDE Problemas da vida moderna, como ansiedade, estresse e obesidade, se tornam comuns na população mundial e têm sido cada vez mais diagnosticados. Conhecer as opções de tratamento é fundamental

22 TERAPIA As dores são encaradas pelo organismo como uma reação a uma agressão sofrida, interna ou externamente. Os produtos à base de plantas têm sido cada vez mais empregados para alívio e combate do problema

24 INOVAÇÃO Estudos apontam que aproximadamente 20% da biodiversidade global está no Brasil. Apesar disso, mais de 80% dos medicamentos são de origem importada. A nova lei da biodiversidade é encarada como um passo à frente para facilitar a pesquisa e reverter esses números

28 PONTO DE VENDA Com o crescente interesse por uma vida mais saudável e natural, os fitoterápicos ganham espaço nas farmácias e drogarias. O varejo precisa aproveitar essa busca do consumidor para ampliar o investimento nessa classe medicamentosa

32 INFORMAÇÃO

28 6 • Especial Fito • ABRIL 2016

Um dos métodos para incentivar o uso de fitoterápicos é aumentar o conhecimento da sociedade médica e da população diante do produto. No Brasil, as prescrições ainda são baixas


Curcuma longa 250 mg

2 2x

1

CRITÉRIO DE COMPARAÇÃO

Número de publicações em revistas indexadas existentes na base Pubmed*

Relato de efeitos colaterais severos

Atividade protetora da cartilagem articular, adicional ao efeito anti-inflamatório

ARPAGÓFITO

15

Efeitos cardíacos3

Não relatado

838

Não relatado1,4

Proteção de Condrócitos 5

VS. posologia

*Nível de evidência: avaliando na base de dados Pubmed, com o cruzamento dos nomes botânico e comum das espécies, com palavras de busca para segurança (safety OR toxicity)

Referências Bibliográficas: 1. Bula do produto MOTORE: cápsulas. Farmacêutica Responsável: Farmacêutica Responsável: Gabriela Mallmann. Guarulhos, SP. Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. 2. BELCARO, G. et al. Efficacy and Safety of Meriva, a Curcumin-phosphatidylcholine Complex, during Extended Administration in Osteoarthritis Patients. Alternative Medicine Review, vv. 15, n. 4, p. 337-344, 2010. 3. BRENDLER, T. et al. Devil´s claw (Harpagophytum procumbens DC): An evidence based systemic review by The Natural Standard Research Collaboration. Journal of Herbal Pharmacotherapy, v. 6, n. 1, 2006. 4. Micromedex® Healthcare eries: Altmedex®Tumeric. Disponível em: <http://www.micromedexsolutions.com>. Acesso em: Fev 2016. 5. HENROTIN, Y. et al. Biologica actions of curcumin on articular chondrocytes. Osteoarthritis and Cartilage, v. 18, p. 141-149, 2010.

MOTORE curcuma longa Extrato seco. Cápsulas 250 mg. USO ORAL. USO ADULTO. Indicações: medicamento fitoterápico destinado ao tratamento da osteoartrite e artrite reumatóide, e tem ação antiinflamatória e antioxidante. Cuidados e advertências: a curcumina é muito bem tolerada em seu uso por via oral pela grande maioria dos pacientes, sendo raros os relatos de efeitos prejudiciais. Raramente podem ocorrer queixas como desconforto gástrico leve e movimentos intestinais mais frequentes. Precauções e advertências: o uso da curcumina por via oral mostrou ser bem tolerada pela maioria dos pacientes. Em casos esporádicos foram relatados episódios de menor gravidade como desconforto gastrointestinal. Não há relatos de overdose ou efeito tóxico grave. Em caso de ocorrência de reação de hipersensibilidade, a medicação deve ser imediatamente descontinuada e os sintomas avaliados pelo médico. Motore deve ser tomado apenas por via oral. Os riscos do uso por via de administração não recomendada são a não obtenção do efeito desejado e a ocorrência de reações adversas indesejadas. Não há dados de segurança relativo ao uso da curcumina em portadores de insuficiência hepática e/ou renal, não sendo recomendável o uso da medicação em pacientes nessas condições. As doses de tratamento recomendadas não devem ser excedidas. Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento. Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde. Gravidez e lactação: apesar de não haver estudos conclusivos em humanos que mostrem efeito negativo na fertilidade humana, alguns estudos realizados em animais sinalizaram efeito negativo na implantação de embriões após uso injetável de altas doses de extrato etanol da curcuma. Desta maneira sugere-se evitar o uso da curcumina em pacientes com intenção de engravidar ou em gestantes. Mulheres em fase de lactação também devem evitar o uso desta medicação. Categoria de risco na gravidez C: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Interações medicamentosas: é contraindicado para uso em pacientes que estejam fazendo uso de medicações que alterem as características de coagulação como antiagregantes plaquetários, anticoagulantes, heparina de baixo peso molecular e agentes trombolíticos, pois, pode haver aumento no risco de casos de sangramento. Reações adversas: o uso da curcumina por via oral mostrou ser bem tolerada pela maioria dos pacientes. Em casos esporádicos foram relatados episódios de menor gravidade como desconforto gastrointestinal. Não há relatos de overdose ou efeito tóxico grave. Em caso de ocorrência de reação de hipersensibilidade, a medicação deve ser imediatamente descontinuada e os sintomas avaliados pelo médico. Motore deve ser tomado apenas por via oral. Os riscos do uso por via de administração não recomendada são a não obtenção do efeito desejado e a ocorrência de reações adversas indesejadas. Não há dados de segurança relativo ao uso da curcumina em portadores de insuficiência hepática e/ou renal, não sendo recomendável o uso da medicação em pacientes nessas condições. As doses de tratamento recomendadas não devem ser excedidas. Posologia: Motore deve ser ingerido por via oral, com um pouco de água. A dose habitual para adultos é de 2 cápsulas a cada 12 (doze) horas, ou seja, duas tomadas diárias, totalizando 500mg de medicação a cada tomada. “SE PERSIS PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.” VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. MS - 1.0573.0442. MB 03 SAP 4437701.

Contraindicações:: contraindicado em caso de alergia à curcumina, açafrão (Curcuma longa) ou a qualquer outro componente da fórmula. É Contraindicações contraindicado em pacientes que estejam em tratamento com medicações que alterem as características de coagulação como antiagregantes antiagregantes plaquetários, anticoagulantes, heparina de baixo peso molecular e agentes trombolíticos. É também contraindicado em casos onde haja risco de obstrução de vias biliares ou casos de cálculos biliares, úlceras estomacais e hiperacidez do estômago. Material técnico-científico de distribuição exclusiva à classe médica. Cód: 7017881 - ABRIL/2016


Panorama

FITOTERÁPICOS GANHAM CREDIBILIDADE Medicamentos produzidos a partir de plantas ampliam espaço nos tratamentos

U

Textos Marcelo de Valécio

8 • Especial Fito • ABRIL 2016

Utilizar plantas na cura de doenças vem sendo praticado há tempos imemoriais. Não existem registros precisos de quando o homem começou a usar ervas e vegetais sob a forma medicinal. A partir de descobertas em sítios arqueológicos, pesquisadores revelam que desde os primórdios da humanidade as plantas são usadas como alimento e, também, como uma forma de curar diversos males. Há evidências de que o uso medicinal tenha prosperado inicialmente no Oriente e, depois, se espalhado para outras regiões do planeta. Na China, por volta de 3000 a.C., já se utilizavam plantas para cura de doenças. Um dos primeiros documentos que se conhece sobre a utilização das plantas com fins medicinais remonta a 500 a.C. Trata-se do clássico da farmacopeia

chinesa Tzu-I Pen Tshao Ching, composto pouco depois da era de Confúcio (551-479 a.C.). O original continha 365 produtos à base de plantas ao qual, mais tarde, se juntaram outros 200, como lembra a pesquisadora Regiane Aparecida Valera dos Santos, em estudo que fez sobre o uso da fitoterapia. O termo fitoterapia tem origem grega, em que fito (phyto) significa vegetal e terapia (therapeia) quer dizer tratamento. Fitoterapia é definida como a ciência que usa plantas medicinais para o tratamento e recuperação de desequilíbrios de saúde. Na fitoterapia moderna, além da utilização de compostos diretos da planta, há a produção de medicamentos fitoterápicos, também obtidos a partir do uso exclusivo de derivados vegetais, só que por meio de extratos. Os fitoterápicos, encontrados no mercado Imagens Shutterstock


UTILIZAÇÃO CORRETA Apesar de o conhecimento sobre fitoterápicos ter aumentado bastante nos últimos anos, muitos ainda confundem seu uso com a prática da homeopatia. A fitoterapia é uma especialidade médica, incluída na área da medicina alopática, ao contrário da homeopatia, ainda considerada terapia alternativa. Fitoterápicos são medicamentos alopáticos como os sintéticos. A principal diferença é que nos sintéticos existe uma agregação de elementos químicos para isolar a molécula principal, enquanto nos fitoterápicos há a utilização do chamado fitocomplexo, em que todos os componentes do extrato seco padronizado interagem para a obtenção do efeito terapêutico desejado. Além disso, o processo de industrialização em questão evita contaminações por microrganismo, agrotóxicos e substâncias estranhas, além de padronizar a quantidade e a forma certa que devem ser usadas, proporcionando maior segurança. Na homeopatia, os medicamentos são produzidos por meio de dinamização. Nesse tipo de terapia, são também utilizados, além de princípios ativos de origem vegetal, outros de origem animal, mineral e sintética. Já as plantas medicinais são consideradas matérias-primas a partir das quais é produzido o fitoterápico. Elas podem ser comercializadas em farmácias e ervanarias, desde que não apresentem indicações terapêuticas definidas, sejam acondicionadas adequadamente e declaradas sua classificação botânica.

principalmente em forma de cápsulas, extratos e pomadas, são especialmente eficazes para o alívio de sintomas e para a prevenção, promoção e recuperação da saúde. Eles desempenham papel importante nos cuidados contra dores, inflamações, disfunções e outros incômodos, ampliando as alternativas de tratamento para várias enfermidades. É um tipo de medicação mais utilizado para o alívio sintomático de doenças de baixa gravidade e por curtos períodos de tempo. Muitos dos medicamentos alopáticos sintéticos também têm origem em vegetais. Estimase que mais de um quarto dos alopáticos derivem de plantas. Alguns muito famosos, como a aspirina que, por sua vez, é originada da planta Salix Alba, conhecida como salgueiro-branco, cujo princípio ativo é o ácido salicílico.

PRÁTICA VIGENTE De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são considerados medicamentos fitoterápicos os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que inclui em sua composição substâncias ativas isoladas, sintéticas ou naturais, nem as associações destas com extratos vegetais. Os fitoterápicos, assim como todos os medicamentos, são caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. A eficácia e a segurança devem ser validadas por meio de levantamentos etnofarmacológicos, bem como por meio de utilização, documentações tecnocientíficas em bibliografia ou publicações indexadas e estudos farmacológicos e toxicológicos pré-clínicos e clínicos. A qualidade deve ser alcançada mediante controle de matérias-primas, produto acabado, materiais de embalagem e estudos de estabilidade. ABRIL 2016 • Especial Fito • 9


DISPONÍVEIS NAS MELHORES FARMÁCIAS.

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• ALCACHOFRA NATULAB - Cynara scolymus 300 mg/cap (Cápsulas). Indicação: Para facilitar a digestão e aliviar o desconforto abdominal. Gases e náuseas resultantes de deficiência na produção e eliminação da bile. Apresentação: Cartucho com 30 cápsulas. Registro M.S. N°: 1.3841.0056. • AFTLIV - Rosa rubra 100mg/mL (Solução Tópica). Indicação: Atua no tratamento de aftas e afecções bucais. Apresentação: Frasco com 25mL + válvula giratória. Medicamento de notificação simplificada RDC Anvisa Nº199/2006. AFE Nº 1.03841-3. • ARLIVRY - Hedera helix 7mg/mL (Xarope). Indicação: Tratamento da tosse, especialmente quando acompanhada de hipersecreção de muco viscoso nas vias respiratórias. Indicado também para tratamento sintomático de doenças inflamatórias crônicas, como bronquite. Apresentação: Frasco com 100mL, sabores mel e cereja (seringa e copo dosador). Registro M.S. N°: 1.3841.0047. • ARPYNFLAN Harpagophytum procumbens (Garra-do-diabo) 450 mg/com. Indicação: Tratamento de quadro reumáticos acompanhados de dor, como artrite, artrose e lombalgia (dor nas costas). Apresentação: Cartucho com 30 comprimidos revestidos. Registro M.S. N°: 1.3841.0057. • BIOSENG - Panax Ginseng 105,5mg/cap (Cápsulas). Indicação: Pessoas com quadros de fraqueza, exaustão, cansaço e perda da concentração, durante o período de recuperação do funcionamento normal do organismo. Apresentação: Cartucho com 20 cápsulas. Registro M.S. N°: 1.3841.0040. • CARDOMARIN - Silybum marianum 18,05mg/mL (Suspensão Oral). Indicação: Indicado em casos de distúrbios digestivos e problemas de fígado. Apresentação: Frasco com 100mL. Registro M.S. N°: 1.3841.0061. • EPALIV - Peumus boldus 14mg/mL(Flaconete). Peumus boldus 300mg/caps(Cápsulas). Peumus boldus 14mg/mL (Solução Oral). Indicação: Tratamento de distúrbios digestivos leves, atuando na redução de espasmos intestinais e tratamento de distúrbios hepatobiliares, com ação colagoga e coletérica. Apresentação: Flaconete com 10mL, cartucho contendo 30 cápsulas e Frasco com 150mL. Registro M.S. N°: 1.3841.0055. • ESPINHEIRA SANTA NATULAB - Maytenus ilicifolia 160mg/mL (Suspensão Oral). Maytenus ilicifolia 380mg/cap (Cápsulas). Indicação: Indicado para má digestão e como coadjuvante no tratamento de úlcera do estômago e duodeno. Apresentação: Cartucho contendo 45 cápsulas e Suspensão oral 100mL. Registro M.S. N°: 1.3841.0053. • FLEBLIV - Pinus Pinaster 50mg/com. Indicação: Tratamento de sinais e sintomas causados por problemas circulatórios venosos (insuficiência venosa crônica), como inchaço nos membros superiores, câimbras e sensação de peso nas pernas. Também é indicado na prevenção da síndrome da classe econômica ou síndrome do viajante, quando o

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Grupo Natulab, líder¹ em produção e venda de medicamentos fitoterápicos no Brasil, 6ª posição no mercado OTC¹ e 9º colocado em vendas de similares¹.

Fonte: ¹ IMS Heath PMB – MAT 2015 unidades

passageiro é predisposto à trombose devido à imobilidade a que se vê forçado, durante viagens de longa duração. Apresentação: Cartucho com 30 comprimidos. Registro M.S. N°: 1.3841.0058. • NATULAXE - Cassia angustifólia (Sene) 34mg/cap. Indicação: É um medicamento destinado ao tratamento de prisão de ventre e na preparação de pacientes para exames no trato intestinal. Apresentação: Cartucho com 20 cápsulas. Registro M.S. N°: 1.3841.0042. • PLANTOLAXY - Plantago ovata 3,4g (Pó para suspensão oral). Indicação: Constipação intestinal (prisão de ventre) e diarreia. Apresentação: Contém 10 envelope de 5g. Registro M.S. N°: 1.3481.0059. • SEAKALM - Passiflora incarnata 260mg/com(Comprimido revestido). Passiflora incarnata 90mg/mL (Solução Oral). Indicação: Tratamento de insônia, irritabilidade, agitação nervosa, e desordens da ansiedade. Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas. Apresentação: Cartucho com 20 comprimidos revestidos e Solução Oral com 100ml. Registro M.S. N°: 1.3841.0039. • VALESSONE - Valeriana Officinalis 225,75 mg/com (Comprimido revestido). Indicação: Sedativo moderado, hipnótico e no tratamento de distúrbios do sono associados à ansiedade. Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas. Apresentação: Cartucho com 20 comprimidos. Registro M.S. N°: 1.3841.0046. • VARIVAX - Aesculus hippocastanum (Castanha da Índia) 100mg/com. Aesculus hippocastanum 300mg/com. Indicação: O tratamento de sintomas da insuficiência venosa, como sensação de dor e peso nas pernas, inchaço, câimbras e prurido, e fragilidade capilar. Indicado também para o tratamento de varicose (pequenas veias avermelhadas, azuladas ou roxas, localizadas na superfície da pele). Apresentação: Cartucho com 30 comprimidos revertidos. Registro M.S. N°: 1.3841.0043. • XAROPE DE GUACO NATULAB - Mikania glomerata 117,6mg/mL (Xarope) e Mikania glomerata 35mg/mL (Xarope. Indicação: Expectorante e Broncodilatador. Apresentação: Frasco com 100mL e 150mL. Registro M.S. N°: 1.3841.0032. ALCACHOFRA NATULAB, AFTLIV, ARLIVRY, ARPYNFLAN, BIOSENG, CARDOMARIN, EPALIV, ESPINHEIRA SANTA NATULAB, FLEBLIV, NATULAXE, PLANTOLAXY, SEAKALM, VALESSONE, VARIVAX E XAROPE DE GUACO NATULAB SÃO MEDICAMENTOS. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.


Panorama ADMINISTRAÇÃO DO FÁRMACO Com o avanço da pesquisa e desenvolvimento voltados aos fitoterápicos, surgiram novos produtos eficazes e seguros, possibilitando aos pacientes a opção terapêutica de tratarem e prevenirem várias doenças com menos agravos à saúde que os dos medicamentos sintéticos similares. “A eficácia do fitoterápico é muito semelhante à do sintético, às vezes até maior”, afirma a professora e coordenadora do curso de pós-graduação em Fitoterapia Clínica da Faculdade Oswaldo Cruz, Nilsa Sumie Yamashita Wadt. “A diferença nesse caso é que normalmente os fitoterápicos possuem um complexo de substâncias naturais ativas que podem potencializar os efeitos, e não só um ativo isolado como nos alopáticos”, afirma, lembrando que não há diferenças de uso nos tratamentos entre sintéticos e fitoterápicos. “Normalmente, não existe, pois o desenvolvimento de um fitoterápico se dá com o mesmo rigor de um alopático, tendo que ter posologia correta, ausência de toxicidade e efetividade de ação farmacológica. Como têm menos efeitos colaterais, as restrições de uso costumam ser menores.” “Essa menor ocorrência de efeitos adversos é real, por conta do filtro do uso tradicional que eliminou espécies tóxicas ou sem a eficácia desejada”, sustenta o farmacêutico e coordenador da Comissão de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRFSP), Luis Carlos Marques. Em relação à eficácia dos fitoterápicos há casos distintos, segundo Marques. Na maioria, os fitoterápicos são mais suaves em comparação aos sintéticos, inclusive por estarem quimicamente em uma forma complexa, onde várias substâncias em pequenas quantidades atuam conjuntamente. Em outros casos, há estudos de eficácia comparativa, sem distinção entre fitoterápicos e sintéticos e existem, também, evidências em algumas patologias de maior eficácia do fitoterápico em comparação aos sintéticos. “Portanto, deve-se avaliar caso a caso, selecionando a situação em que se deseja maior eficácia com correspondente maior risco ou efeitos menores, mais suaves e mais seguros. Por exemplo, em uma patologia reumática com dores marcantes, os sintéticos são mais efetivos; porém, muito mais tóxicos e perigosos inclusive, e sem possibilidades de uso crônico em pacientes com sensibilidade gástrica. De modo oposto, alguns fitoterápicos são mais suaves em seus efeitos, mas de segurança muito maior, sem agressões à mucosa gástrica ou ao coração, rins e fígado, permitindo que os pacientes possam utilizá-los por longos períodos, tendo assim melhor qualidade de vida.” 12 • Especial Fito • ABRIL 2016

CATEGORIAS DISTINTAS Atualmente, existem duas esferas de registro de fitoterápicos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Avisa): Medicamento Fitoterápico (MF) e Produto Tradicional Fitoterápico (PTF). Elas se distinguem pelo conteúdo de informações técnico-científicas que respaldam tanto a segurança, quanto a eficácia dos produtos. Os PTFs são produtos com vasto histórico de uso tradicional, seja no Brasil, seja em outros países. Esses produtos podem ser utilizados por curtos períodos e para condições que não sejam consideradas graves, sem a exigência de acompanhamento médico. Já os MFs são fitoterápicos para os quais foram realizadas pesquisas clínicas e não clínicas. Eles podem ou não exigir a prescrição médica, dependendo da indicação terapêutica. No que se refere à produção e ao controle de qualidade, não há distinção para essas categorias. Haverá uma diferenciação somente nos dizeres de rotulagem e bula. Os PTFs têm regras específicas para rótulo e folheto e sempre trarão a inscrição “Produto registrado com base no uso tradicional, não sendo recomendado seu uso por período prolongado”. Já os MFs seguirão a regra para rotulagem e bula de medicamentos em geral. Fonte: Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (Abifisa)


EFICÁCIA E SEGURANÇA Medicamentos fitoterápicos podem agir como profilático ou curativo em diversas doenças. Mesmo sendo produzidos exclusivamente com matéria-prima ativa vegetal, agem no organismo como alopáticos e todas as substâncias presentes na planta medicinal utilizada na sua preparação atuam em conjunto com um órgão ou sistema do organismo. Eles podem ser usados concomitantemente com fármacos sintéticos, para a diminuição de reações adversas. “As pessoas podem fazer uso de um fitoterápico associado a outros medicamentos, mas depende de cada caso. A vantagem dos fitoterápicos é que as contraindicações e os efeitos colaterais são menores que as dos alopáticos. Os tratamentos são para diferentes patologias, desde problemas circulatórios, como o Gingko biloba; para tosse, o Hedera helix; para ansiedade e tensão, o Hypericum perforatum; até para gastrites ou problemas estomacais, o Maytenus ilicifolia”, revela Nilsa. Segundo a professora, pode-se optar por um medicamento fitoterápico desde o início do tratamento. “Uma das vantagens é que, como ele é um complexo de substâncias, há uma integração entre esses metabólitos, sendo mais efetivos, muitas vezes, do que os alopáticos.” VERSÕES VARIADAS Existem diversas apresentações para os medicamentos fitoterápicos, desde comprimidos, cápsulas, chás, pós, pomadas. Cada uma delas atua no organismo de uma forma, como explica Nilsa. Os líquidos por via oral costumam ter absorção mais rápida, porém a formulação é que vai determinar o tempo de absorção, porém, como são medicamentos, devem ter os efeitos e resultados esperados. “Por exemplo, um comprimido pode ter formulações diferentes (excipientes variados, nanotecnologia envolvida, etc.), o que alterará o tempo de absorção e, consequentemente, a posologia. Porém, os efeitos e resultados devem ser os mesmos: a cura ou melhora do paciente.” Mesmo não sendo um medicamento sintético, como ocorre com os de referência, genéricos e similares, o fitoterápico é um alopático, o que significa a existência de riscos em sua utilização, o que pede uso com critério e sob avaliação médica. Podem ocorrer, por exemplo, interações entre os medicamentos fitoterápicos e sintéticos, sendo necessário conhecer quais são esses riscos antes de prescrever, dispensar e utilizar esses produtos. INTERAÇÕES IMPORTANTES “Os riscos existem e por isso devem ser prescritos por profissionais qualificados. Por exemplo, o Gingko biloba não deve ser associado a anticoagulantes nem ao ácido acetilsalicílico (AAS)”, adverte

a professora Nilsa e completa: “O que se deve deixar bem claro é que o fitoterápico é um medicamento e deve ser consumido sempre na posologia indicada. É preciso esclarecer que cada medicamento possui uma indicação e um tempo de resposta, o que depende também da condição de cada indivíduo”, alerta a Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (Abifisa). “Isso se aplica tanto para sintéticos, quanto para medicamentos fitoterápicos. Dependendo da indicação, um fitoterápico pode exigir maior tempo de resposta, mas o contrário também acontece, ou seja, existem produtos fitoterápicos com ação praticamente imediata. É preciso sempre avaliar contexto geral, condição do paciente e ação esperada do produto, seja no curto, seja no médio prazo”, diz a instituição. “Não é uma regra que se aplique a todo fitoterápico, mas geralmente há diminuição de efeitos adversos por apresentar em sua composição várias moléculas parecidas que disputam a ocupação do mesmo receptor onde se dá o efeito farmacológico”, complementa a médica e presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (Sobrafito), Dra. Maria Fátima de Paula Ramos, “Por um lado, isso pode diminuir a eficácia e, por outro, o número de efeitos adversos.” Quanto a interações medicamentosas de fitoterápicos e sintéticos, cada caso deve ser estudado individualmente, avalia. Como exemplo, ela cita o alho, a Ginkgo biloba e o AAS, que devem ser suspensos antes de cirurgias por aumentar o risco de sangramento. A especialista destaca, ainda, que os fitoterápicos para serem aprovados pela Anvisa precisam ter estudo clínico, comprovando sua eficácia e segurança. “Podem ser utilizados igualmente aos sintéticos, o critério é a avaliação médica, para saber o que o paciente necessita. O Hypericum é um antidepressivo e pode ser utilizado nas depressões leves e moderadas”, frisa a Dra. Maria Fátima. ABRIL 2016 • Especial Fito • 13


Cenário

FITOTERÁPICOS GANHAM ESPAÇO

Apesar da crise brasileira e do desconhecimento de parte da população sobre os fitomedicamentos, setor se mantém estável, ampliando participação de mercado

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14 • Especial Fito • ABRIL 2016

Tempestade perfeita é como os economistas costumam comentar quando vários fatores negativos se somam e criam o cenário ideal para inflar uma crise. E o Brasil viveu isso em 2015. Não bastasse o ambiente político hostil, em que governo e oposição disputaram no braço de ferro as rédeas do País, travando as decisões para estancar a crise, um somatório de más notícias só aprofundou a desaceleração da economia, como inflação alta com recessão, taxas de juros elevadas (14,25%, o maior valor em nove anos), desemprego se acentuando e dólar pela primeira vez acima dos R$ 4 desde o Plano Real. Além disso, duas das três maiores agências de classificação de risco – Standard & Poor’s e Fitch –, que orientam investidores

do mundo onde aplicar seus recursos, rebaixaram a nota brasileira. A conjuntura externa também não ajudou. A principal parceira do Brasil como compradora das commodities nacionais, a China deu sinais fortes de desaceleração (em 24 de agosto de 2015, a bolsa de Xangai caiu em torno de 8%, a maior queda diária desde o auge da crise financeira global de 2007), e o petróleo em baixa só piorou as contas da Petrobras. Para acinzentar ainda mais o céu brasileiro, a queda da economia reduziu as receitas do governo, que se obrigou a cortar gastos e a aumentar impostos. A única notícia boa foi o resultado da balança comercial (soma de exportações menos as importações), que em 2015 ficou positivo em US$ 19,7 bilhões, o melhor reImagens Shutterstock


mercado de medicamentos fitoterápicos tem crescido continuamente. Contudo, ele tem potencial ainda muito rande n o e plorado sultado desde 2011, quando houve superavit de US$ 29,7 bilhões. Em 2014, o setor havia registrado deficit de US$ 4 bilhões. Em meio a essa turbulência, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 deve fechar com queda de 3,7%. Caso se confirme esse número (o dado ofi cial deverá ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) até final de março, será o pior resultado desde 1990, quando foi registrada queda de 4,4%. Para este ano, as projeções de mercado estimam nova queda do PIB, entre 2,8% e 2,9%. Se os economistas estiverem certos, esta será a primeira vez que o País registrará dois anos seguidos de recessão desde 1948, quando o IBGE iniciou a série histórica do PIB. “O ano de 2016 também será difícil, sobretudo se não sairmos desse ciclo vicioso: embate político-economia travada. Quanto mais tempo levar a crise política, mais demorado será para o País voltar aos trilhos e retomar o crescimento”, observa o presidente do Programa de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA) e do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni de Angelo. COMPORTAMENTO DA INDÚSTRIA Entre os principais setores da economia, a indústria é o que registrou o pior desempenho em 2015, com recuo de 8,3%, segundo o IBGE. Foi a maior queda desde 2003. O mais grave é que a desaceleração parte de uma base ruim, uma vez que o ramo industrial já registrava pouco desempenho em anos anteriores. O baixo nível de confiança resulta em um consumidor mais cauteloso em comprar, alimentando a desconfiança de o empresário investir. Em termos práticos, isso leva à otimização dos recursos, à revisão do plano de expansão e, por consequência, a uma maior cautela para adquirir dívidas por parte do empresariado. PONTO FORA DA CURVA Já o setor farmacêutico mostra-se estável em relação ao restante da indústria. Segundo dados do IMS Health, a produção farmacêutica em 2015 cresceu 12% em faturamento, fechando em R$ 84,3 bilhões, e 6% em unidades, registrando 4,6 milhões de

frascos. O resultado é um pouco abaixo do registrado um ano antes, quando o crescimento atingiu 8,8% nas vendas unitárias e 14% na receita. No entanto, em um cenário tão adverso, pode ser comemorado. De acordo com o IMS Health, do total faturado pela indústria farmacêutica em 2015, 58% vieram de medicamentos (referência, marca e genéricos), 20% de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) e 22% de higiene, beleza e nutrição. Ainda segundo a consultoria, considerando o total do canal farma, os produtos fitoterápicos representam 2% do faturamento global, movimentando R$ 1,6 bilhão em 2015. DESEMPENHO DOS FITOS Em termos globais, do total de US$ 320 bilhões em vendas anuais de produtos farmacêuticos, o mercado de fitoterápicos movimenta cerca de US$ 20 bilhões todos os anos e está em ascensão, principalmente pelo interesse das pessoas por mais qualidade de vida. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (Abifisa), o mercado de fitoterápicos brasileiro apresentou crescimento em torno de 8% comparado ao mesmo período de 2014, que havia crescido 6,1% em relação ao ano anterior. Ou seja, o segmento vem ampliando o patamar de crescimento. Entre os medicamentos de maior demanda, está a castanha-da-índia. Tem crescido bastante, segundo levantamento da Abifisa, a procura por suplementos à base de cálcio, polivitamínicos e ômega 3. “Apesar do momento econômico que enfrenta o Brasil, associados da Abifisa com experiência no mercado, que já passaram por outros cenários desfavoráveis, entendem que será mais um ano de inovação e expansão, com estratégias bem definidas que levam em conta todo o panorama atual”, revela nota da Abifisa. O mercado de medicamentos fitoterápicos tem crescido continuamente. Contudo, segundo analistas do setor, ele tem potencial ainda muito grande não explorado. Segundo a Associação, as prescrições médicas desses medicamentos são inferiores às dos países desenvolvidos. Em boa parte, isso se deve ao desconhecimento da classe médica dos efeitos dos fitoterápicos. A reversão desse quadro passa pelos esforços da propaganda médica pelas indústrias e, sobretudo, pela inclusão da matéria sobre ABRIL 2016 • Especial Fito • 15


Cenário

Considerando o total do canal farma, os produtos fitoterápicos representam 2% do faturamento lo al mo imentando ilh o em prescrição de fitoterápicos nas grades curriculares das faculdades de medicina. “Realmente, o mercado de medicamentos fitoterápicos ainda pode ser mais bem explorado”, sustenta a presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (Sobrafito), Maria Fátima de Paula Ramos. “O médico brasileiro em geral não tem na graduação aulas adequadas de farmacologia e menos ainda de fitoterapia. Portanto, não prescreve fitoterápicos. A introdução de informações sobre fitoterapia na graduação médica e os cursos do Ministério da Saúde (MS) de fitoterapia para médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) são muito importantes para tentar reverter o quadro atual de desconhecimento”, assinala, lembrando que o aumento do consumo de fitoterápico está ligado também à propaganda do medicamento, permitida no Brasil, e também às estratégias de marketing das farmácias, colocando os produtos em evidência ou repetindo em prateleiras ou perto do caixa. “Sempre se levando em conta as prescrições e as informações precisas aos pacientes. As bulas produzidas pelos farmacêuticos trazem importantes dados sobre os medicamentos, desempenhando um papel importante tanto para a classe médica quanto para os consumidores”, finaliza Maria Fátima. ATUAÇÃO DOS FABRICANTES De acordo com as empresas, a indústria tem feito seu papel, e as expectativas de evolução do setor são promissoras. A médica responsável pelo Departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Marjan Farma, Rita de Cássia Salhani Ferrari, revela que, apesar da desaceleração da economia em 2015 e da alta do dólar, que reflete nos custos da aquisição da matéria-prima importada, o setor vem gerando oportunidades interessantes. “A empresa que possui portfólio de 32 produtos, dos quais oito são fitoterápicos, teve crescimento expressivo em vendas em um importante medicamento fitoterápico anti-inflamatório. Em relação a 2014, o aumento de vendas registrado foi de aproximadamente mil vezes especificamente para esse produto”, diz Rita, 16 • Especial Fito • ABRIL 2016

ressaltando que a expectativa da empresa é lançar pelo menos um medicamento fitoterápico em 2016. A médica destaca ainda os investimentos realizados em educação continuada. “Os setores acadêmico e produtivo e os responsáveis pela prescrição médica têm se aprofundado em temas importantes relativos à fitoterapia”, explica. O gerente de Marketing Consumo do Herbarium Laboratório Botânico, Bruno Gallerani, informa que o mercado de medicamentos fitoterápicos fechou 2015 com um crescimento expressivo. “Acreditamos que esse setor apresentará constante aumento. Isso se deve ao fato de que existe uma busca cada vez maior por soluções menos prejudiciais e por uma vida mais equilibrada e consciente. Muitos produtos fitoterápicos entregam a solução para um problema ou doença, sendo suas contraindicações muito menores que as dos medicamentos sintéticos.” Atualmente, o Herbarium apresenta 45 linhas de produtos e prevê lançar mais de dez itens no primeiro semestre de 2016. “Este ano lançaremos medicamentos, cosméticos e chás e continuaremos nossas pesquisas em nutricosméticos. Na área de medicamentos, teremos uma opção nova para desobstrução das vias nasais com uma apresentação específica para crianças”, informa Gallerani. O Aché revela que os últimos anos foram positivos em termos do segmento de fitomedicamentos. Em março de 2015, a companhia fechou um acordo com a farmacêutica Silanes para lançar um anti-inflamatório no México. Em dezembro de 2014, a companhia já havia conquistado parceria para exportá-lo ao Japão e países da América Latina. O produto vem obtendo registro em diferentes países e, recentemente, teve a patente concedida em todo o continente Europeu. “Isso mostra o sucesso do produto, desenvolvido 100% no Brasil com base na biodiversidade do País. Por isso, acreditamos no crescimento do mercado de medicamentos fitoterápicos no Brasil”, afirma o diretor de Marketing e Geração de Demanda do Aché, Marcelo Neri, lembrando que, com a vigência do novo Marco Legal, que regula o acesso à biodiversidade brasileira para fins de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico (Lei no. 13.123/2015), a companhia retoma a avaliação de mais de 20 oportunidades de projetos. O Grupo Natulab espera alcançar R$ 23 milhões em novos negócios. O novo presidente da empresa, Wilson Borges, revela que o objetivo é fazer da companhia uma das dez principais empresas da indústria farmacêutica até 2018. Segundo o IMS Health, na classificação por unidades comercializadas, o Grupo é líder em produção e venda de medicamentos fitoterápicos no Brasil, ocupa a 6ª posição no mercado Over


DADOS APURADOS

CRESCIMENTO

2013 crescimento de

6,1% Em termos globais, do total de

US$ 320 bilhões em vendas anuais de produtos farmacêuticos, o mercado de fitoterápicos movimenta cerca de

US$ 20 bilhões

2014 crescimento de

8,0% 2015

Fontes: Associação Brasileira das Empresas do Setor de Fitoterápico e Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (Abifisa)

the Counter (OTC) em unidades e é o 9º colocado em vendas de similares. Em 2016, abriu seu primeiro escritório em São Paulo, onde prevê o lançamento de novas linhas de produtos, com o objetivo de se tornar uma das dez principais empresas do País em seu ramo de atuação. Em seu portfólio, o Grupo Natulab possui uma linha de produtos com 500 apresentações, entre eles o Seakalm (Passiflora incarnata), StarforC (aspartato de arginina e ácido ascórbico), Varivax (Aesculus hippocastanum), Arlivry (Hedera helix) e Matherlly (suplemento vitamínico mineral). REGISTROS DO PONTO DE VENDA Também no varejo farmacêutico o segmento de fitomedicamentos vem conquistando espaço. De acordo com a diretora financeira e farmacêutica das Farmácias Super Popular, associadas à Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Pollyanna Tamascia, fitoterápicos representam hoje aproximadamente 4% das

vendas totais da rede. “O mercado para essa classe de medicamentos vem aumentando, e alguns motivos são a busca por terapêuticas menos agressivas e um estilo de vida com hábitos mais saudáveis. Isso traz uma ampliação do número de consumidores do segmento”, explica. “As grandes empresas também voltaram sua atenção para esse mercado, tornando-o mais competitivo e trazendo mais investimentos, o que resulta em novos lançamentos.” O diretor administrativo das Farmácias Bigfort, associadas à Febrafar, Rogério Lopes Júnior, revela que o segmento de fitomedicamentos corresponde a cerca de 5% do total do faturamento da empresa. No entanto, ele faz uma ressalva: “Considero esse mercado ainda instável porque, eventualmente, alguma empresa aparece com uma solução mágica para todos os males com a utilização de algum fitoterápico. Quando isso não ocorre, o mercado se mantém, porque já existe uma parcela de consumidores que utilizam esse tipo de medicamento.” ABRIL 2016 • Especial Fito • 17


Saúde

ANSIEDADE, ESTRESSE E OBESIDADE

Associados à vida moderna, distúrbios têm sido cada vez mais diagnosticados. Iniciar o tratamento o quanto antes é o mais indicado, dizem especialistas

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Colaborou Vivian Lourenço

18 • Especial Fito • ABRIL 2016

Em algum momento da vida, todo ser humano sente ao menos um sintoma de ansiedade. Segundo os médicos, é normal. Pode-se até dizer que faz parte do DNA, uma vez que os ancestrais mais remotos a usavam como sistema de defesa. Ante a ameaça de ataque de um animal ou de um perigo iminente à vida, o corpo se mantinha em alerta: os músculos ficavam mais tensos, a pressão se elevava e o sangue circulava com mais intensidade. Tudo preparado para reação. Caso o risco desaparecesse, o corpo voltava ao estado normal. O recurso acabou cravado no cérebro e até os dias atuais entra em ação diante de situações interpretadas como ameaça. “Os quadros de ansiedade acompanham o homem ao longo de sua história. Sigmund Freud e outros estudiosos já analisavam casos de ansiedade há mais de 200 anos”, lembra o psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Daniel de Sousa Filho. Com a intensidade da vida moderna, esse mecanismo acaba sendo acionado mais frequentemente. Na maioria das vezes, não passa de um breve alerta. “Diante de situações cotidianas é almejado que todo indivíduo apresente algum grau de ansiedade, por exemplo, quando espera por um encontro, por uma prova ou por uma entrevista de emprego”, explica o Dr. Sousa Filho. “Ansiedade considerada normal é um comportamento humano e presente na maioria dos animais. Está ligada à sobrevivência e é adaptativa.

É um estado de alerta que nos impulsiona para as atividades em geral e planos da vida cotidiana”, completa o supervisor e assistente do Programa de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP), Dr. Luiz Vicente Figueira de Mello. Geralmente, a ansiedade é causada por problemas de ordem emocional e familiar, bem como está ligada a um fator externo. “Alguns elementos da vida moderna, como trânsito, pressão no ambiente de trabalho, entre outros, podem exacerbar os quadros. Entretanto, quando ela é acompanhada de sentimentos, comportamentos ou sintomas que incapacitam a pessoa ou a prejudicam fortemente em suas atividades do dia a dia, é preciso investigar se não se caracteriza como um distúrbio ou transtorno de ansiedade”, completa. NÍVEIS PREOCUPANTES Quando a ansiedade se torna um distúrbio, logo aparecem os sintomas de nervosismo, medo e insegurança. “Ela se torna patológica quando é desadaptativa, inapropriada, inadequada, exagerada. Nessa forma desencadeia sintomas físicos, como falta de ar, palpitações, apreensão excessiva, fobias, tonturas ocasionais e, às vezes, insônia, crises de pânico e outros sintomas”, esclarece o Dr. Mello. A ansiedade considerada patológica é denominada Transtorno de Ansiedade. Essa classificação tem como base um manual estatístico de transtornos mentais, o DSM-V, elaborado por psiquiatras de vários Imagem Shutterstock


países e, também, organizado e editado pela associação psiquiátrica norte-americana. Esse manual é adotado pela maioria dos países do Ocidente, incluindo o Brasil. Existem diversas apresentações dos transtornos de ansiedade. Entre eles, o transtorno de ansiedade generalizada, o transtorno de pânico, as fobias específicas (fobia social, agorafobia), transtorno de ansiedade de separação, transtorno de ansiedade induzido por substâncias, mutismo seletivo e os transtornos de fóbico-ansiosos não especificados. Os transtornos fóbicos de maneira geral são incluídos nos transtornos de ansiedade. “A gravidade de cada transtorno varia conforme a pessoa acometida e outras variáveis a serem avaliadas caso a caso”, ressalta o Dr. Mello. SINTOMAS IDENTIFICADOS Além dos sentimentos de insegurança e medo, a ansiedade pode acarretar dores de cabeça, tremores, náusea, insônia, queda de cabelo e falta de apetite. “Um quadro de ansiedade não tratado pode evoluir com exacerbação dos sintomas, bem como com incapacitação do indivíduo para a realização das atividades de vida diária. Em geral, isso acontece em pacientes não tratados ou em situações de maior estresse. Sinais de piora da doença incluem aumento da frequência e intensidade dos sintomas, incapacitação para o trabalho e para a realização de atividades simples do cotidiano”, explica o Dr. Sousa Filho. “Quando os transtornos não são tratados com precocidade, eles imprimem prejuízos importantes na

vida laboral, social e familiar da pessoa acometida, podendo desencadear outros transtornos emocionais”, completa o Dr. Mello. Em 60% dos casos a ansiedade pode evoluir para depressão de várias gravidades, acrescenta o Dr. Mello, destacando que a doença pode agravar os transtornos clínicos de outra natureza, como a hipertensão. Segundo o Dr. Sousa Filho, os transtornos de ansiedade podem estar associados a outros transtornos, como depressivo, afetivo bipolar, déficit de atenção e hiperatividade e obsessivo-compulsivo. “Transtornos de ansiedade não diagnosticados ou não adequadamente tratados podem estar associados a uma série de outras doenças, como asma, lesões de pele (vitiligo, psoríase), males gastrointestinais (síndrome do cólon irritável), entre outras”, afirma. Pesquisas indicam que o distúrbio de ansiedade atinge perto de 18% das populações norte-americana e europeia. No Brasil, estima-se que aproximadamente 12% da população sofra de ansiedade, de acordo com o IPq, um montante que ultrapassa 24 milhões de pessoas. No entanto, esse número pode ser ainda maior. “De modo geral, observa-se no País um subdiagnóstico dos transtornos de ansiedade, uma vez que a população tem pouco acesso a profissionais de saúde mental”, frisa o Dr. Sousa Filho. CASOS DE ESTRESSE Podendo estar ligado ou não a casos de ansiedade, o estresse acontece quando o excesso de atividades (e a quantidade de problemas) sobrecarrega não apenas o físico, mas também o estado mental da pessoa. “Assim como a ansiedade, pode ser caracterizado como um transtorno quando associado a prejuízos importantes que impactam a qualidade de vida, as relações, o trabalho e o cotidiano das pessoas”, revela o psiquiatra do Hospital Albert Einstein. Sinais agudos de estresse, diz o especialista, estão incluídos na Classificação Internacional das Doenças em sua décima revisão (CID-10) como reações ao estresse grave e a transtornos de adaptação. “Nessas situações, além de lazer e repouso, o indivíduo pode necessitar de psicoterapia, outras modalidades terapêuticas e medicamentos, nos casos mais graves”, afirma o Dr. Sousa Filho, lembrando que as pessoas que apresentam níveis altos de estresse podem desenvolver transtornos de ansiedade e outros transtornos, como os depressivos. “O estresse desencadeia ansiedade e, quando aguda, pode desencadear estresse. São paralelos e muitas vezes coincidentes”, completa o Dr. Mello. INCIDÊNCIA DA OBESIDADE Outro problema que tem crescido de forma vertiginosa entre a população brasileira é o aumento de ABRIL 2016 • Especial Fito • 19


Saúde

FITOTERÁPICOS USADOS PARA TRATAR ESTRESSE E ANSIEDADE • Erva-de-são-joão: é uma das mais eficientes para o tratamento da ansiedade. • Melissa ou erva-cidreira: tem óleos que acalmam. • Camomila: possui efeito calmante. • Passiflora: atua como calmante em crises de ansiedade. • Valeriana: dispõe de propriedades na raiz que ajudam a melhorar o sono.

peso. A obesidade se torna a porta de entrada de muitas doenças, que podem causar desde o comprometimento da qualidade de vida até o óbito. A pesquisa Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (Vigitel) 2014 revelou que 52,5% dos brasileiros estão acima do peso – o índice era de 43% em 2006 e de 51% em 2013, enquanto 17,9% da população está obesa. O maior aumento da taxa de sobrepeso ainda está no sexo masculino (56,5% contra 49,1% no sexo feminino), enquanto que a obesidade tem uma pequena vantagem para o sexo feminino (18,2 contra 17,56% no sexo masculino). A pesquisa ainda mostra que os níveis de colesterol estão elevados em 20% da população pesquisada (22,2% em mulheres / 17,6% em homens), especialmente acima dos 40 anos (6,8% em adultos jovens de 18 a 24 anos). No que diz respeito às características da alimentação nessa população, o estudo aponta para uma presença maior de frutas e hortaliças na rotina do brasileiro, com um aumento no número de pessoas que buscam uma alimentação saudável, com menos gordura. No entanto, o consumo de sal (12 gramas/dia) ainda é muito alto (2,5 vezes o recomendado de 5 gramas/dia) e essa população ainda tem substituído refeições por lanches (16,2%). A obesidade é o acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. Em adultos o parâmetro utilizado mais comumente é o do índice de massa corporal (IMC), que é calculado dividindo-se o peso do paciente por sua altura elevada ao quadrado. De acordo com o gastroenterologista e credenciado da Paraná Clínicas, Dr. Cassius Frigulha, esse é o padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Identificamos o peso normal quando o resultado do cálculo do IMC está entre 18,5 e 24,9. Para ser considerado obeso, o IMC deve estar acima de 30.” 20 • Especial Fito • ABRIL 2016

O gastroenterologista, cirurgião bariátrico e responsável pelo Centro de Obesidade do Hospital Leforte, Dr. Tiago Szego, divide a obesidade em três graus: • Sobrepeso: 25-29,9; • Obesidade Grau 1: 30-34,9; • Obesidade Grau 2: 35-39,9; e • Obesidade Grau 3 ou mórbida: IMC >=40. A obesidade é uma das principais causas de morte evitáveis em todo o mundo. O Dr. Frigulha destaca que a cada ano morrem 3,4 milhões de adultos em consequência da obesidade ou do sobrepeso. Um IMC entre 30 e 35 reduz a esperança de vida entre dois e quatro anos, enquanto que a obesidade grave (IMC > 40) reduz a esperança de vida em dez anos. Sendo assim, em média, ela reduz a esperança de vida entre seis a sete anos, tempo significativo. Além disso, a obesidade desencadeia a chance de síndrome metabólica, ou seja, de desenvolver diabetes Mellitus que é o acréscimo do açúcar no sangue e a elevação da pressão. “Piora o refluxo gastroesofágico, aumenta o risco de colesterol e o nível de triglicerídeos e ocasiona outras alterações, elevando, assim, o risco para infartos e problemas circulatórios. O obeso tem mais tendência a apneia do sono que aumenta o risco de morte súbita”, alerta o Dr. Szego. Os principais fatores desencadeantes da obesidade são maus hábitos alimentares e falta de atividade física, como destaca o responsável pelo centro de obesidade do Hospital Leforte. “O estilo de vida, o aumento da longevidade nas cidades, o maior uso de alimentos industrializados, a falta de prática de atividades físicas, ou seja, sedentarismo, alimentação fora de casa, enfim, hábitos inadequados”. Além disso, hoje as pessoas estão mais sedentárias e têm facilidade de ingerir produtos industrializados com alto teor calórico (bolachas, salgadinhos, enlatados, refrigerantes), além de frituras, doces e massas. Elas também nem sempre fazem as refeições em horários adequados e não procuram ter uma dieta equilibrada, favorecendo o ganho de peso.


NÚMEROS ALARMANTES SOBRE A OBESIDADE 2,3

bilhões

1,9

Obesos Sobrepeso

bilhão

600

milhões

30

milhões

700

milhões

95

milhões

Brasil 2014

Mundo 2014

Mundo 2015

Nos países ocidentais, especialmente nas Américas, a incidência da obesidade vem aumentando nas últimas décadas. Estima-se que entre 30% e 40% das pessoas estejam acima do peso

Fontes: Hospital 9 de Julho e Paraná Clínicas

PREVENÇÃO E TRATAMENTO DISPONÍVEL O tratamento do estresse, da ansiedade e da obesidade varia de acordo com o transtorno específico e a intensidade. Para os casos mais leves de ansiedade, por exemplo, são indicadas terapias com especialistas, entre elas a cognitivo-comportamental, que busca alterar padrões de comportamentos e pensamentos que desencadeiam as crises. Já nos casos moderados e mais graves, é recomendada a combinação das terapias com medicamentos, que podem ser alopáticos sintéticos e fitoterápicos. “O tratamento para os transtornos ansiosos depende da gravidade e subtipo apresentado. Muitas vezes, recomenda-se antidepressivos e psicoterapia, mais especificamente psicoterapia cognitiva comportamental ou, em alguns transtornos, apenas psicoterapia”, pontua o Dr. Mello, lembrando que os tratamentos levam, em média, de seis meses a dois anos e, se possível, devem ser acompanhados de seis em seis meses mesmo após melhora significativa. As atividades físicas também contribuem para o tratamento da ansiedade. Fitoterápicos para estresse, depressão, ansiedade e obesidade são eficazes e seguros. O acompanhamento dos pacientes e a vigilância farmacológica também são indispensáveis, pondera a médica e presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (Sobrafito), Dra. Maria Fátima de Paula Ramos. “A proposta dos fitoterápicos é muito boa porque só utiliza os medicamentos que foram aprovados em estudos clínicos. Todos os medicamentos sintéticos e fitoterápicos precisam passar por esse teste”, diz a Dra. Maria

Fátima. “As medicações fitoterápicas e sintéticas têm o mesmo tempo de tratamento e demoram, em média, de três a cinco semanas para começarem a agir e, normalmente, o tratamento é de pelo menos seis meses, com acompanhamento médico.” “O início da ação do fitoterápico depende do tipo de extrato vegetal, com sua respectiva ação e não há um único padrão para todos os extratos existentes”, completa a responsável pelo Departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Marjan Farma, Dra. Rita de Cássia Salhani Ferrari. “Não há uma média genérica que se possa afirmar. No entanto, a maioria dos estudos clínicos realizados com fitoterápicos para testar sua eficácia e segurança costumam ter, no mínimo, quatro semanas de tratamento. Isso corrobora o conceito de fitomedicamentos para doenças de menor gravidade, mas com maior tendência a serem doenças crônicas do que crises agudas.” A especialista lembra que transtornos de ansiedade ou depressão são distúrbios do sistema nervoso central muito frequentes e que podem apresentar etiologia multifatorial. Dessa forma, medicamentos que atuam por diversos mecanismos de ação podem ser efetivos nessas patologias. “A vantagem de um medicamento fitoterápico está em sua característica intrínseca de ser considerado um fitocomplexo. Não é apenas um ativo que é responsável por seu efeito terapêutico, mas um conjunto de substâncias presentes no extrato vegetal. Assim, os medicamentos fitoterápicos usualmente possuem eficácia em virtude do sinergismo de ação dessas substâncias, presentes em concentrações pequenas e que, portanto, não costumam causar graves efeitos adversos”, sublinha a Dra. Rita. ABRIL 2016 • Especial Fito • 21


Terapia

INDICAÇÃO IMPORTANTE Produtos à base de plantas têm sido cada vez mais empregados nos tratamentos contra dores

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22 • Especial Fito • ABRIL 2016

Reumatismos, inflamações, lesões, traumas, enxaqueca, artrose, artrite estão entre as principais causas de dores. São encaradas pelo organismo como uma reação a uma agressão sofrida, seja ela por fator externo, uma contusão, por exemplo, seja proveniente de uma doença. Há dores, como alguns tipos de cefaleia e de mialgia, que muitas pessoas nem sequer procuram tratamento médico, encarando como um mal passageiro e que não exige cuidados especiais. Nesses casos, é comum se valerem, por conta própria, de analgésicos e anti-inflamatórios convencionais. Contudo, a maioria desses medicamentos possui uma série de efeitos colaterais que podem causar danos à saúde quando usados por um período de tempo prolongado. Boa parte das pessoas em todo o planeta sofre com dores, o que, além do sofrimento individual, causa baixa do rendimento profissional. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), perto de 40% da população mundial sofre de alguma dor crônica, que está relacionada também com as principais causas das faltas ao trabalho. As lombalgias estão entre as principais, provocando incapacidade para as atividades diárias. Na sequência, vêm as cefaleias, sendo a enxaqueca a principal delas; as dores ósseas; e aquelas que representam sintomas de outras doenças. “No dia a dia, as cefaleias, dores de trauma e da coluna

e cólicas menstruais e intestinais estão entre as dores mais comuns que acometem as pessoas”, revela o presidente do Conselho da Associação Brasileira de Fitoterapia e médico chefe do serviço de dor do Hospital do Andaraí (RJ), Dr. Alexandros Botsaris. FITOTERÁPICO CONTRA O PROBLEMA Procedimentos convencionais, com medicamentos alopáticos, se somam a alternativas de tratamentos, que envolvem o uso de fitoterápicos, homeopatia, acupuntura, meditação, termalismo e ioga. “O medicamento fitoterápico pode ser indicado por suas ações anti-inflamatórias e analgésicas, relaxantes do sistema nervoso e ansiolíticas, em diversos tipos de dores”, revela o diretor técnico do Centro de Referência em Medicina Integrativa, antigo Hospital de Medicina Alternativa, Daniel Maciel Carneiro, destacando outra característica. “O tratamento fitoterápico pode ser uma boa opção para pacientes que tenham contra-indicações ou reações colaterais com o uso de anti-inflamatórios convencionais.” O Dr. Botsaris aponta outra vantagem. “Fitoterápicos não causam gastrite e podem ser usados por períodos prolongados, ao contrário dos medicamentos convencionais.” Há alguns medicamentos com grande potência para dor, como os opióides, que foram desenvolvidos a partir de plantas medicinais. Vale lembrar Imagem Shutterstock


que vários medicamentos alopáticos para dor vieram de plantas medicinais, como a aspirina, retirada da casca do salgueiro branco; e os alcalóides, do esporão do centeio, com emprego no tratamento de cefaléia. “No entanto, no geral, os medicamentos fitoterápicos têm uma atividade mais preventiva do que paliativa da dor”, comenta o Dr. Botsaris. Existem, segundo ele, plantas que têm excelente atividade preventiva da enxaqueca, por exemplo, como o Tanacetum vulgare. No caso de dores de cabeça, as plantas que possuem cafeína como Coffea arabica e a Paullinia cupana (guaraná) também são eficientes. Já quando se trata de cólicas há os fitoterápicos antiespasmódicos, como a Matricaria recutia (camomila) e Foeniculum vulgare (erva-doce). Outros compostos fitoterápicos utilizados para dor disponíveis no mercado incluem a Uncaria tomentosa, Capsicum annum, Allium sativum, Boswellia serrata, Calendula officinalis, Harpagophytum procumbens, Symphytum officinale, Garcinia mangostana, Tanacetum parthenium, Salix alba e Zingiber officinalis. TRATAMENTO ESPECÍFICO Já em caso de reumatismo, o Dr. Botsaris destaca o uso de plantas como a Cordia verbenacea ou erva-baleeira, como é conhecida. O extrato dessa planta, inclusive, resultou em um anti-inflamatório de uso tópico, o primeiro desenvolvido para ela, feito pela

Universidade de Campinas (Unicamp), indicado para o tratamento de tendinite crônica e dores musculares. Outra planta, a Curcuma longa, é o princípio ativo de um fitomedicamento inovador, lançado pelo Aché, voltado para o tratamento da osteoartrite. Segundo a empresa, esse medicamento possui ação anti-inflamatória e antioxidante de longo prazo. O extrato seco obtido da Curcuma longa, cujo principal marcador é a curcumina, agente característico da raiz do açafrão-da-terra, contém um conjunto de substâncias (chamados curcuminoides) que inibem a dor e a inflamação. Segundo a empresa, esse é o primeiro medicamento fitoterápico do País que utiliza o extrato especializado, padronizado e concentrado da Curcuma em sua formulação, o que garante eficácia no combate à inflamação, com poucas reações adversas. O lançamento foi desenvolvido em parceria com o laboratório italiano Indena, um dos mais modernos em pesquisa científica com fitomedicamentos do mundo. A osteoartrite é uma das doenças mais comuns da terceira idade. Estimativas da OMS apontam que 70% das pessoas entre 55 e 77 anos sofram com osteoartrite, cuja causa principal é a redução da cartilagem que protege as articulações. De acordo com o Aché, as projeções sobre o envelhecimento da população brasileira mostram que as próximas gerações médicas devem atender três vezes mais casos de osteoartrite do que de lesões esportivas, que atualmente predominam nos consultórios dos especialistas. PARÂMETROS DA FÓRMULA “Fitomedicamento é elaborado por meio de um complexo processo químico que visa concentrar os princípios ativos da planta em um extrato padronizado, o qual apresente um marcador químico que possa ser identificado de forma regular. A padronização química (ou estandardização) garante o teor de princípios ativos para obtenção de uma atividade farmacológica”, sublinha o diretor de Marketing e Geração de Demanda do Aché, Marcelo Neri. “Tal padronização do extrato requer tecnologia analítica de ponta. O processo deve garantir que, em cada comprimido ou cápsula, contenha o mesmo perfil químico e o mesmo teor de princípios ativos. Dessa forma, pode-se garantir que o fitomedicamento obedece a três critérios que caracterizam um medicamento sintético: eficácia, qualidade e segurança, essenciais para a obtenção do registro no órgão regulador”, completa, lembrando que o Aché trabalha com conceito de fitomedicamentos cuja eficácia terapêutica foi comprovada por meio de estudos clínicos. ABRIL 2016 • Especial Fito • 23


Inovação Cenário

BIODIVERSIDADE BRASILEIRA AINDA INEXPLORADA País dispõe do maior ecossistema do planeta. Apesar disso, mais de 80% dos medicamentos vendidos aqui são de origem importada. Nova legislação não animou muitos pesquisadores, que a consideram restritiva e burocrática 24 • Especial Fito • ABRIL 2016

imagens Shutterstock


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Levantamentos realizados por instituições internacionais e brasileiras revelam que aproximadamente 20% da biodiversidade global esteja no Brasil. São 103.870 espécies de animais e 43.020 de vegetais catalogadas. Somente em plantas superiores, há cerca de 60 mil espécies, o que corresponde a algo em torno de 22% do total aproximado de 250 mil existentes no globo terrestre. Além disso, mais que 7% delas são endêmicas, isto é, existem apenas em território brasileiro, detentor de seis biomas terrestres, sendo o Pantanal, a Caatinga, o Cerrado e a Amazônia verdadeiros bancos naturais de recursos genéticos a serem descobertos, sem contar Mata Atlântica e Pampa, ainda pouco explorados. “Não há estímulo para a pesquisa. Tudo é muito fechado, restrito, burocrático. Os pesquisadores brasileiros se ressentem, pois não conseguem avançar em seus estudos. Já as empresas não investem por insegurança jurídica, uma vez que não têm certeza se poderão explorar no que investirem”, afirma o professor do Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP), João Batista Calixto. Um patrimônio genético gigantesco disponível, que poderia ser aproveitado de maneira importante para produção de medicamentos inovadores, suplementos alimentares e outros produtos, restrito por todo tipo de entraves, burocráticos principalmente, que impedem que ele seja explorado de forma sustentável e traga divisas ao Brasil. Existem milhares de sais medicamentosos, dos quais em torno de 60% são de origem natural; moléculas naturais modificadas (semissintéticos); e compostos inspirados em moléculas naturais. Se a biodiversidade brasileira abrange 20% do total mundial, ao menos 12% dos medicamentos produzidos no planeta têm origem ou são inspirados em moléculas encontradas na flora brasileira. Contudo, o País não participa desse jogo. Mais de 80% dos medicamentos vendidos no Brasil são de origem importada, segundo a Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (Abifisa). A maioria dos extratos vegetais que originam os fitoterápicos brasileiros são provenientes principalmente da Europa e da Ásia. POSSIBILIDADE OBSERVADA A nova lei da biodiversidade (13.123/15), sancionada em maio do ano passado pela presidente da República Dilma Rousseff, é encarada por alguns pesquisadores e pelo governo como um passo à frente para facilitar a pesquisa, pois tende a diminuir a burocracia na pesquisa da biodiversidade ao substituir o pedido de autorização por um cadastro de pesquisa, o que evita que cientistas sejam acusados de biopirataria. Estabeleceram-se critérios para os materiais coletados. No entanto, o acesso ABRIL 2016 • Especial Fito • 25


Inovação

ao patrimônio genético e aos conhecimentos associados devem passar pelas comunidades indígenas, quilombolas ou tradicionais, que precisam autorizar seu uso e deverão receber royalties pelo uso deles. A lei determina também que as empresas deverão depositar em um fundo 1% da renda Se a biodiversidade líquida obtida com a venbrasileira abrange da do produto acabado ou material reprodutivo oriun20% do total do de patrimônio genétimundial, ao menos co. Até a instituição da no12% dos medicamentos va lei, regulava o setor uma produzidos no planeta têm medida provisória decretaorigem ou são inspirados da em 2001, alvo constante de reclamações da comuniem moléculas encontradas dade científica por ser muina ora rasileira to restritiva. “A maior mudança nos últimos anos certamente é a edição da Lei nº 13.123, que revogou a famigerada Medida Provisória (MP) nº 2.186 que tanto mal fez à pesquisa brasileira. A nova lei encontra-se agora em fase de regulamentação e os efeitos estimuladores que dela se espera devem demorar a ocorrer, estimando-se um atraso de pelo menos 20 anos nessa área”, avalia o farmacêutico e coordenador da Comissão de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), Luis Carlos Marques. No entanto, segundo Marques, faltam outros passos para a cadeia de desenvolvimento de medicamentos, os quais precisariam ser focados em termos de políticas governamentais e estimulados de alguma maneira. Essas áreas se referem a cultivos de espécies nativas (e respectivos estudos de domesticação), empresas produtoras de extratos e derivados, produtoras de ativos e marcadores e prestadoras de serviços de controle de qualidade, enfim, “uma série de outros passos relevantes para que seja possível o desenvolvimento de produtos fitoterápicos nacionais e o adequado aproveitamento da biodiversidade local”, ressalta Marques. A Abifisa concorda que o avanço das pesquisas precise ir além da lei. “A indústria carece de mais incentivos ao desenvolvimento e às pesquisas, que causam grande impacto financeiro e que muitas vezes podem inviabilizar projetos”, diz a instituição. “Basicamente, o que é necessário definir são os formatos e as possibilidades de repartição de benefício, que é a contrapartida da empresa ao acesso às espécies vegetais nativas do Brasil”, completa. Para o professor Calixto, os avanços da lei são muito tímidos. “A lei ainda engessa muito o setor. É evidente a importância de proteger e ter regras para evitar a biopirataria. Contudo, quando a restrição é muito acentuada e esbarra em 26 • Especial Fito • ABRIL 2016

um processo burocrático não muito claro, acaba gerando o efeito contrário. Protege para não estudar. A pesquisa não avança e ainda corremos o risco de perder a patente de muitas plantas, pois nada impede que nossos países vizinhos descubram novos compostos a partir de plantas existentes não apenas no Brasil.” Outro aspecto diz respeito às patentes. “Demora-se muito para aprová-las. As empresas se ressentem em avançar nas pesquisas por não saber quando poderão atuar. Ainda há muito que avançar para o setor deslanchar”, sustenta Calixto. “Pesquisadores concordam que estamos perdendo ao não avaliarmos a nossa biodiversidade. Os entraves são desabonadores, o financiamento é ínfimo e a burocracia das universidades e dos órgãos controladores é enorme”, faz coro o professor de Medicina e Nefrologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dr. Nestor Schor. NICHO A SER EXPLORADO O Ministério da Saúde (MS) revela que têm ocorrido investimentos em pesquisa no País, mas concorda que dados clínicos para diversas plantas medicinais nativas ainda são insuficientes ou inexistentes. “Para resolver esse problema, o MS investiu cerca de R$ 2 milhões na elaboração de monografias para as espécies medicinais de interesse ao Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de sistematizar as informações científicas disponíveis na literatura e subsidiar tomadas de decisão, como o fomento a pesquisas clínicas”, afirma o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento Júnior. O executivo lembra que, desde 2012, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) tem apoiado projetos relacionados à cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos. Em alguns projetos de Arranjos Produtivos Locais de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, verifica-se a presença de parcerias que estão se estabelecendo entre instituições de ensino e pesquisa, indústrias produtoras de medicamentos fitoterápicos (privadas e laboratórios públicos) e secretarias municipais e estaduais de saúde. “Além disso, em 2014, uma nova modalidade de apoio foi lançada – desenvolvimento e registro sanitário de medicamentos fitoterápicos da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) por laboratórios oficiais públicos. Assim, foi repassado um total de R$ 1,9 milhão para as secretarias estaduais de Saúde de Alagoas e Minas Gerais. Será, também, repassado R$ 1,1 milhão para a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro para apoio, respectivamente, aos laboratórios oficiais públicos Lifal, Funed e IVB”, revela Nascimento Júnior.


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Farmácias e drogarias podem aproveitar o interesse do consumidor por qualidade de vida e produtos naturais e ampliar espaço a essa classe medicamentosa

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Pesquisa do Ministério da Saúde (MS) revela que 51% da população do País está acima do peso. O dado é de 2013 e mostra que a taxa tem crescido de maneira importante, uma vez que, em 2006, esse índice era de 43%. Em contrapartida, cada vez mais o brasileiro se preocupa com saúde e afirma estar disposto a mudar hábitos de vida pouco saudáveis. Levantamento realizado pela empresa de pesquisa britânica dunnhumby revela que o Brasil se mostra bem mais preocupado com a alimentação do que a média global. No estudo, em que foram entrevistadas 18 mil pessoas de 18 países, 79% dos brasileiros disseram que saúde e nutrição são prioridade. Entre os britânicos, tal preocupação atinge 55% da população. Nos Estados Unidos da América, 66%

dos entrevistados revelaram que têm esses temas como prioridade em suas vidas. Já a agência de inteligência de mercado Mintel informa que quase um terço (30%) dos brasileiros que consomem produtos saudáveis gostaria de encontrar maior variedade desses itens disponíveis nos supermercados. No levantamento, foi constatado também que 60% dos brasileiros ouvidos buscam se manter em forma fazendo algum tipo de exercício físico ou praticando esportes. Toda essa preocupação com saúde e qualidade de vida faz crescer também a procura por medicamentos preventivos e que tragam bem-estar. A indústria não perde tempo e o número de produtos voltados para prevenção de doenças, como vitaminas, sais minerais e alimentos funcionais, assim como medicamentos fitoterápicos, está em ascensão. “Acreditamos que esse Imagens Shutterstock


mercado apresentará constante aumento. Isso se deve ao fato de que, por parte da população, existe uma busca cada vez maior por soluções menos prejudiciais à saúde e por uma vida mais equilibrada e consciente. Muitos produtos fitoterápicos entregam a solução para um problema ou doença, e as contra-indicações são muito menores do que as dos medicamentos sintéticos”, sustenta o gerente de marketing consumo do Herbarium Laboratório Botânico, Bruno Gallerani. “O que está acontecendo é uma gama maior de informação e sensibilização por parte da população que, por sua vez, está começando a entender que produtos menos químicos e mais naturais podem atender ao mal que tenta tratar sem prejuízos ou efeitos colaterais. Assim como a acupuntura cresce e faz sucesso, os fitoterápicos seguem na mesma direção”, acrescenta a presidente do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa. OPORTUNIDADE LUCRATIVA Aproveitar esse movimento e aprender a lucrar com os fitoterápicos são desafios para as farmácias e drogarias brasileiras. “Ainda há pouco interesse do varejo farmacêutico em trabalhar com fitoterápicos, que são deixados para as farmácias de manipulação”, afirma a consultora especialista em varejo farmacêutico, Silvia Osso. “Esse baixo interesse ocorre por conta de margens menores, desconhecimento dos clientes e vendedores sobre o assunto e pouca prescrição médica.” No entanto, segundo especialistas do setor, as empresas podem otimizar seus recursos e ampliar ganhos com me-

que permite a esses medicamentos ficar expostos no autosserviço. “O gerenciamento de categorias facilita a localização e a identificação do segmento na farmácia, já que fica próximo a outros produtos relacionados para a mesma funcionalidade, como anti-inflamatórios, calmantes, sedativos, complementos alimentares, digestivos, reguladores intestinais, entre outros.” Esse tipo de exposição, segundo ela, facilita a prescrição farmacêutica, permite realizar um trabalho integrado ao interesse do paciente e aumenta a participação no ponto de venda (PDV). “Fitoterápicos devem ser expostos com os mesmos cuidados de outros itens e, também, separados por tipo de uso”, sublinha Regina. A farmácia não precisa, segundo ela, ter uma gôndola só de fitoterápicos se eles estiverem bem posicionados nas categorias onde o consumidor os procuraria. “Eles podem ser espalhados pela loja toda, mas, se estiverem na categoria correspondente, venderão mais do que em uma gôndola específica. Um fitoterápico para distúrbios hepatobiliares, por exemplo, deve ficar perto de outros produtos desse gênero, mesmo que alopáticos. Existem categorias que não se encaixam em outras; nesse caso, podese montar um lado da gôndola ou um corredor só com produtos fitoterápicos”, sugere. O acesso aos fitoterápicos no PDV contribui para ampliar suas vendas, desde que não esbarre na indução ao consumo, como qualquer outro medicamento. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os medicamentos fitoterápicos seguem as mesmas regras de exposição de qualquer medicamento, os isentos de

A mudança de layout da loja, com renovação da disposição dos produtos na prateleira e boa am ienta o pode a udar tanto na identifica o dos produtos como no direcionamento dos consumidores para todas as áreas da loja didas simples, como organizar os produtos de acordo com os interesses dos consumidores. No caso dos fitoterápicos, se possível reservar a eles um local próximo a itens relacionados com bem-estar, como os alimentos funcionais, e até ao lado de concorrentes sintéticos. “Além de um bom atendimento no balcão, a exposição correta é um grande diferencial para garantir o aumento das vendas, sempre respeitando a legislação vigente”, garante a diretora financeira e farmacêutica da rede de farmácias Super Popular, associada da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Pollyanna Tamascia. Uma das maneiras utilizadas para exposição dos fitoterápicos, lembra Pollyanna, é o gerenciamento por categorias, seguindo a Instrução Normativa (IN) nº 10/09,

prescrição podem ser mantidos na área de autosserviço, enquanto os de venda sob prescrição médica devem ser mantidos atrás do balcão. “É importante atentar para a automedicação, ainda um problema no Brasil. Então, é fundamental não incorrer nesse erro”, adverte a médica e presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (Sobrafito), Dra. Maria Fátima de Paula Ramos. “Com isso em mente, as estratégias de marketing das farmácias, como colocar os produtos em evidência, repeti-los em prateleiras ou posicioná-los próximo do caixa, aumentam o consumo de fitoterápicos e isso pode trazer um benefício para a saúde da população.” Entretanto, Rita faz uma ressalva importante: “Contamos com a atenção dos farmacêuticos para não substituir a medicação alopática tradicional por ABRIL 2016 • Especial Fito • 29


Ponto de venda

um fitoterápico sem orientação médica. Por exemplo, o paciente com receita de anti-hipertensivo chega à farmácia, acha comprimidos de alho e, por conta própria, substitui a medicação. Não pode”. COMERCIALIZAÇÃO LEGAL Em termos de avaliação sobre os produtos pelos profissionais que atuam na farmácia, a Anvisa solicita que o estabelecimento possua farmacêutico habilitado com conhecimentos específicos para fazer a dispensação dos fitoterápicos. Médicos e odontólogos podem prescrever qualquer fitoterápico, enquanto farmacêuticos e nutricionistas podem prescrever fitoterápicos que sejam isentos de prescrição médica. A dispensação deve fornecer todas as orientações sobre a correta utilização do produto, como indicações, restrições de uso, posologia, possíveis reações adversas e interações medicamentosas. O profissional que fará a dispensação deve estudar fitoterapia e conhecer bem os medicamentos fitoterápicos a serem dispensados no estabelecimento. “É preciso que o farmacêutico tenha um suporte técnico adequado, para poder informar sobre o benefício e a segurança na utilização dos fitoterápicos e começar a inspirar nas pessoas um estilo de vida mais saudável e natural”, destaca em nota a Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (Abifisa). AÇÕES DO CANAL Outro aspecto relevante na difusão dos fitoterápicos está no ambiente da farmácia. A mudança de layout da loja, com renovação da disposição dos produtos na prateleira e boa ambientação, pode ajudar tanto na identificação dos produtos como no direcionamento dos consumidores para todas as áreas da loja. Uma farmácia bem dividida, com setores distintos, cativa a clientela. A isso se juntam ter um bom abastecimento; sinalização bem feita, de fácil visualização e compreensão pelo consumidor; bom atendimento no balcão; loja iluminada; e espaços livres para uma boa circulação. 30 • Especial Fito • ABRIL 2016

O farmacista precisa olhar o estabelecimento como um todo, sublinha Regina. “É importante entender a loja. Saber quantos e quais tipos de clientes entram nela por dia, quais seus horários de pico, o que eles procuram, onde eles param mais dentro da loja, qual a opinião deles sobre a empresa e o que há de melhor e de pior do que os concorrentes. Parece pouca coisa, mas a maioria dos estabelecimentos abre e vai tocando a vida sem nem desconfiar se está melhorando ou piorando o desempenho perante o público consumidor”, afirma a consultora. “Um equívoco que observo é que geralmente falta nas gôndolas de fitoterápicos informação sobre a categoria. Em muitos casos, eles estão misturados e não se percebe a diferença entre chá e laxante”, critica a consultora. “É preciso que os PDVs promovam ações de vendas e informação para população, focando mais a categoria dos fitoterápicos”, sugere a Abifisa. Especialistas pregam que farmácias e drogarias invistam em ações de conscientização sobre o uso correto de medicamentos, particularmente para os isentos de prescrição. Essa atenção ao consumidor pode incluir a criação de folhetos explicativos sobre fitoterápicos, fôlderes para públicos específicos (mulheres grávidas, lactantes, idosos, crianças) e até contratar especialistas para dar palestra sobre o tema para a população do entorno da farmácia. Além de contribuir para o uso responsável de medicamentos, essas ações trazem incremento à imagem da marca e se traduzem em resultados de vendas, com a fidelização da clientela. “Fazer parcerias com empresas que fabricam fitoterápicos e realizar degustação daqueles permitidos podem ser boas alternativas para alavancar vendas. Existem farmácias com uma ‘quedinha’ fitoterápica, que dispõem de espaços especiais para essa linha, enquanto outras colocam em seu mix apenas o que os laboratórios tradicionais já vendem. Durante a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 44/09 os espaços nas gôndolas sobraram e muitos fitoterápicos aproveitaram a oportunidade para se posicionar. Os que trabalharam bem nisso estão obtendo bons resultados até hoje”, revela Regina.


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INCENTIVO AO USO DOS FITOTERÁPICOS Aumentar o conhecimento por parte da comunidade médica e da sociedade é o principal desafio do setor

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No Brasil, o mercado de medicamentos fitoterápicos tem aumentado continuamente, acompanhando o crescimento da indústria farmacêutica como um todo. Apesar disso, estima-se que apenas 10% das pessoas consumam esse tipo de produto. Há um potencial ainda muito grande a ser explorado. O principal desafio esbarra no desconhecimento dos efeitos dos fitoterápicos principalmente pela classe médica. Dados da Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (Abifisa) revelam que as prescrições médicas desses medicamentos ainda são inferiores às dos países desenvolvidos. “O médico brasileiro, em geral, não tem

na graduação aulas adequadas de farmacologia e menos ainda de fitoterapia. Portanto, não prescrevem fitoterápicos porque não conhecem”, afirma a presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (Sobrafito), Dra. Maria Fátima de Paula Ramos. O professor de Medicina e Nefrologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dr. Nestor Schor, concorda que os médicos desconhecem os fitoterápicos e se mostra reticente sobre seu uso. “Não fazem parte da grade curricular na graduação, residência nem mesmo de pós-graduação das instituições mais estabelecidas. O papel da universidade seria o de testar os fitoterápicos, iniciando pelos mais utilizados pela população. O financiamento para tal é precário, Imagem Shutterstock


As indústrias farmacêuticas brasileiras estão perfeitamente aparelhadas para produzir medicamentos fitoterápicos dentro dos padrões mais rígidos de controle de qualidade e segurança, além de cumprir todos os requisitos da Anvisa quase inexistente”, frisa, lembrando também a questão burocrática para se formular convênios entre universidade e indústria, o que poderia colaborar para deslanchar o setor. Para o farmacêutico e coordenador da Comissão de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), Luis Carlos Marques, a classe médica tem pouca proximidade ou afinidade com a fitoterapia e concorda que a falta de abordagem nos cursos de graduação é um complicador. “Essa dificuldade decorre do tamanho do curso médico, em que faltam espaços para vários temas, não só a fitoterapia, criando um senso de que, se não é abordado na graduação, provavelmente não tem base científica. Esse conceito é equivocado. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), todos os fitoterápicos passam pelos mesmos testes dos sintéticos. Somente chegam ao mercado medicamentos aprovados pelo órgão. A qualidade é avaliada mediante o controle de matérias-primas, do produto acabado, dos materiais de embalagem e dos estudos de estabilidade. PORTFÓLIO ACADÊMICO Analistas do setor defendem a inclusão dos fi toterápicos nas grades curriculares nas faculdades de medicina. “As universidades podem auxiliar, realizando projetos de pesquisa integrados com as prefeituras, tendo a fitoterapia como ponto básico. Na verdade, provando aos médicos que a fitoterapia é eficaz e apresenta menos efeitos colaterais”, afirma a coordenadora do curso de pós-graduação em Fitoterapia Clínica da Faculdade Oswaldo Cruz, Nilsa Sumie Yamashita Wadt. “Por experiência própria, posso falar que os médicos só acreditam e aceitam um projeto com fitoterapia se você mostrar os resultados. Na minha cidade, estamos implantando um plano de pesquisa com cicatrização, mas apenas foi aceito pelo médico responsável se não retirássemos nada do que ele já utilizava, só se acrescentássemos os fitoterápicos. Em vários casos que se arrastavam há muito tempo, sem resultados, com a implantação da fitoterapia conseguimos grandes melhoras e, então, houve a aceitação do médico e o entusiasmo

da enfermeira responsável. Foi necessário provar para que tivesse adesão”, completa. A presidente da Sobrafito revela que algumas especialidades, como a ginecologia, têm utilizado e prescrito fitoterápicos, como a isoflavona da soja. Já é tradicional, segundo ela, cirurgiões vasculares usarem fitoterápicos, como a castanhada-índia, e há muitos oftalmologistas prescrevendo antioxidantes, que contêm vitaminas, luteína e zeaxantina, derivados vegetais. “Na pediatria, tanto a Hedera helix quanto o Pelargonium sidoides vêm sendo prescritos cada vez mais”, afirma a Dra. Maria Fátima. Na visão da Abifisa, as universidades precisam também promover a integração com as indústrias, contribuindo para o conhecimento e desenvolvimento técnico-científico da fitoterapia. Segundo a entidade, as indústrias farmacêuticas brasileiras estão perfeitamente aparelhadas para produzir medicamentos fitoterápicos dentro dos padrões mais rígidos de controle de qualidade e segurança, além de cumprir todos os requisitos da Anvisa. INCENTIVO PÚBLICO O fato de a rede pública de saúde oferecer fitoterápicos foi um passo importante para aumentar a adesão a esses medicamentos. Desde 2012, uma dúzia deles são oferecidos nas farmácias do Sistema Único de Saúde (SUS), indicados para tratar dores, inflamações, disfunções e doenças de baixa complexidade. Na avaliação dos especialistas, o cenário deve mudar aos poucos, uma vez que, com a introdução dos fitoterápicos nos tratamentos oferecidos pelo SUS, há uma maturação demorada e, também, falta informação. Apesar de positiva, a medida se mostra insuficiente na opinião da professora Nilsa. “Na verdade, a grande maioria dos municípios desconhece que a rede pública possui fitoterápicos. Como boa parte dos médicos não é adepta à fitoterapia, não há pedidos para as farmácias municipais e, por consequência, não há procura deles na lista de medicamentos do SUS. Só com o esclarecimento dos médicos, farmacêuticos e enfermeiros poderemos reverter esse quadro. Sem contar que alguns medicamentos fitoterápicos possuem o ABRIL 2016 • Especial Fito • 33


Informação

Estima-se que apenas 10% das pessoas consumam esse tipo de produto. Há um potencial ainda muito grande a ser explorado mesmo preço ou são até mais caros que os alopáticos, inibindo sua compra.” Visando estimular o desenvolvimento e difusão do setor, o governo criou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), lançada em 2006. Dois anos depois, foi instituída a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), com o objetivo de promover o uso racional e seguro de plantas medicinais e fitoterápicos e o desenvolvimento de sua cadeia produtiva, cuja estratégia de implantação passa pelo incentivo aos Arranjos Produtivos Locais (APLs) por meio de editais do Ministério da Saúde (MS). No PNPMF, foram investidos cerca de R$ 30 milhões, segundo o MS. Entre as ações desenvolvidas, estão: a inclusão de fitoterápicos na portaria de financiamento de medicamentos e insumos da Assistência Farmacêutica Básica e na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename); a elaboração da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus), visando direcionamento e fortalecimento da pesquisa com espécies medicinais com potencial de avançar na cadeia produtiva; e o repasse de recursos para secretarias estaduais e municipais de saúde, no valor aproximado de R$ 26,3 milhões, para 66 projetos de plantas medicinais e fitoterápicos no âmbito do SUS. “O MS apóia projetos desenvolvidos por secretarias de saúde de estados e municípios que contemplam a capacitação dos profissionais, principalmente prescritores, nos conteúdos relacionados às plantas medicinais e fitoterápicos. O objetivo é ampliar a formação de profissionais de saúde nesse tema”, afirma o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento Júnior. “Além disso, o MS tem promovido capacitações, em formato de Ensino a Distância (EaD), para médicos. Também está previsto para 2016 a capacitação de profissionais farmacêuticos. Cabe às universidades tornar obrigatório o conteúdo de fitoterapia 34 • Especial Fito • ABRIL 2016

na formação do profissional de saúde”, revela o executivo, lembrando que a primeira turma do curso de EaD ocorreu em 2012 e foi destinada à capacitação de 300 médicos de todas as regiões do Brasil. Está prevista para este ano a realização da segunda turma, com oferecimento de 600 vagas para médicos de todo o País. O PAPEL DO FARMACÊUTICO “Fundamental, principalmente por ser o profissional de maior formação na área, com longa tradição em pesquisa, manipulação e industrialização de insumos e medicamentos fitoterápicos”, ressalta Marques, do CRF-SP, sobre o trabalho do farmacêutico na divulgação dos benefícios dos fitoterápicos. “A atuação farmacêutica é marcante em praticamente todas as áreas da fitoterapia, melhorando inclusive o conhecimento e a segurança de outros profissionais na prescrição de produtos fitoterápicos, pois se nota que, ao serem devidamente informados sobre o grau de conhecimento científico existente, os profissionais se sentem mais seguros em iniciar tratamentos com fitoterápicos.” Para isso ocorrer com eficácia, segundo a Abifisa, é preciso que o farmacêutico tenha um suporte técnico adequado, a fim de informar sobre o benefício e a segurança na utilização dos fitoterápicos e começar a inspirar nas pessoas um estilo de vida mais saudável e natural. A Dra. Maria Fátima, da Sobrafito, também faz questão de salientar o papel do farmacêutico na tarefa de implementar uma fitoterapia consistente e científica e na divulgação dos fitoterápicos. “Nas farmácias, a escolha da medicação tem a participação do farmacêutico que presta assessoria na apresentação do medicamento correto para aquele tratamento – indicações da medicação, estudos realizados, efeitos colaterais estudados, posologia mais adequada. Quando há dúvida, esse profissional entra em contato com o médico.” Na indústria, complementa a presidente da Sobrafito, o farmacêutico participa na elaboração de bulas e treinamento de vendedores. Esse cuidado continua na dispensação do medicamento ao paciente, que é realizado nas farmácias particulares, públicas ou hospitalares, “em um trabalho chamado de atenção farmacêutica, em que o profissional acompanha o uso do medicamento pelo paciente, participando, também, da farmacovigilância comum a todos os medicamentos. Essas etapas são importantíssimas no desenvolvimento de uma terapia científica e consistente”, finaliza.


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