Edição 239

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ano XIx • nº 239 outubro de 2012

Posicionamento

estratégico Acompanhar as alterações socioeconômicas de cada região do País é essencial para entender as necessidades de mudanças da loja


editorial

Questão de posicionamento As projeções para o futuro socioeconômico no Brasil não poderiam ser melhores. Em cinco anos será a 5ª economia do mundo. Nosso volume de exportação irá dobrar neste período e o perfil dos produtos comercializados no exterior também sofrerá alterações. Hoje, o País exporta 47% de produtos básicos, 14% de semi-industrializados e 39% de industrializados. A expectativa é exportar 40% de produtos básicos (commodities), 30% de itens semi-industrializados e 30% de produtos industrializados. O setor farmacêutico também será beneficiado com esse cenário. Os reflexos dessas previsões de mercado no setor farmacêutico serão visíveis, primeiramente, no aumento das vendas de medicamentos até 2017: em volume serão 86%, acumulados de 2012 até 2017, com média anual de 13%. Já em receita serão 76%, acumulados nos próximos cinco anos, com média anual de 12%. O segmento de perfumaria registrará crescimento, em volume, de 101%, com média anual de 15%. O incremento será maior nas cidades de até 500 mil habitantes e nas periferias das grandes cidades. No varejo como um todo, outro

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA Tânia Longaresi (tania@contento.com.br)

fator que deve alterar as relações e os processos de toda a cadeia produtiva é o comércio eletrônico. Em cinco anos, 33% das vendas serão realizadas pela internet, telefone e outros meios baseados em tecnologia. Além disso, os maiores crescimentos das vendas das farmácias serão motivados pelos canais eletrônicos. Diante de uma expectativa tão positiva, é hora de arregaçar as mangas e traçar um planejamento para saber o que realmente é preciso para acompanhar esse ritmo de crescimento. Mudanças de endereço, layout, público-alvo, mix de produtos, entre outros, são apenas algumas formas de o varejista renovar e modernizar o ponto de venda, a fim de se adequar aos novos tempos e às transformações do setor. Chamado de “reposicionamento de mercado” pelos especialistas, a palavra nada mais é do que a modernização da loja e a readequação às mudanças impostas pelo crescimento econômico, sociais e de concorrência. A matéria de capa desta edição traz uma reportagem especial com estratégias e análises para quem busca, ou terá de buscar, uma nova forma de atuação. Boa leitura. Tânia Longaresi Editora

DEPARTAMENTO COMERCIAL executivas de contas Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br)

Marketing e Projetos Luciana Bandeira

assistentes do Comercial Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira

Colaboradores da edição Revisão Maria Stella Valli Textos Camila Guesa, Egle Leonardi e Rodrigo Rodrigues Colunistas Eugênio Muniz, Gustavo Semblano, João Franco de Godoy Filho, Luiz Motta, Marcelo Cristian, Marcelo Luiz Ferreira e Roberto Pecoits-Filho Foto capa Shutterstock

Editora Assistente Lígia Favoretto

DEPARTAMENTO DE assinaturas Morgana Rodrigues

assistente de redação Ludmilla Pazian

coordenador DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri

estagiária de redação Thaís Bueno EDITORa de arte Mariana Sobral Assistentes de arte Agatha Sanvidor e Larissa Lapa 4

DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta

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analista de marketing Lyvia Peixoto

Mudanças de endereço, layout, público-alvo, mix de produtos, entre outros, são apenas algumas formas de o varejista renovar e modernizar o ponto de venda, a fim de se adequar aos novos tempos e às transformações do setor

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.

IMPRESSÃO IBEP

foto: shutterstock


sumário #239 outubro 2012

e mais

40 10 > Entrevista O Brasil é a melhor aposta da Aspen Pharma no mundo. O CEO da companhia, Alexandre França, fala com exclusividade ao Guia da Farmácia, sobre a missão e valores da empresa

40 > Tendência Gigantes farmacêuticas oferecem programa de descontos em medicamentos para pacientes que sofrem de doenças crônicas. A ação é um diferencial de fidelização e atendimento

CAPA

46 > Gestão Com o mercado de varejo farmacêutico em ascensão, as oportunidades de reposicionamento da loja se fazem cada vez mais necessárias. Saiba os aspectos que indicam essa necessidade e a hora certa de mudar

54 > conjuntura As previsões positivas para o setor indicam crescimento de 86% nas vendas de medicamentos acumuladas até 2017, com média anual de 13%. Expectativas foram apresentadas em evento da Febrafar

08 16 18 26 34 62

> Cartas > Guia on-line > antena ligada > atualizando > debate > sustentabilidade

75 Caderno Saúde 76 > obesidade 95 > aparelho gastrointestinal 99 > artigo 100 > viroses e verminoses 110 > coração 116 > ansiedade 128 > olho seco 130 > amamentação 138 142 144 154 160 168 172 174 178

> beleza > Categoria > ponto de venda > mix > oral care > Evento - Expogg > evento - I. I. B. H. > sempre em dia > serviços

colunas 24 32 39 52 72

> Em debate João Franco de Godoy Filho > atualidade Luiz Mota e Marcelo Luiz > cenário Marcelo Cristian > consultor jurídico Gustavo Semblano > varejo Eugênio Muniz

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c a r ta s Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!

sua opinião é muito importante para nós

Layout reformulado

A matéria Renovação básica , publicada na edição de setembro, do Guia da Farmácia, pág. 74, é essencial para sabermos a melhor forma de atrair e fidelizar clientes por meio da ambientação do negócio. Identificar as necessidades deles e trabalhar para obter resultados satisfatórios é uma alternativa bem-vinda. Ana Lúcia Pinheiros, São Bento de Sapucaí (SP)

Mix bem pensado

Gostei da matéria Renovação, manutenção ou exclusão , publicada na última edição, pág. 52. É muito importante saber como avaliar melhor as vendas, os estoques e como isso pode refletir no mercado. Há uma certa dificuldade em lidar com mix , mas o Guia da Farmácia esclarece isso muito bem. Marco Antônio de Medeiros, Mogi das Cruzes (SP)

Envelhecimento em pauta

O Especial Idosos, do último Guia da Farmácia, pág. 94, reúne um material que consegue agregar muita informação útil para todo o varejo, principalmente porque a população da terceira idade cresce em ritmo acelerado e temos de nos preparar para este atendimento. Carlotta Soares, Maringá (PR)

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fotos: shutterstock


entrevista - Alexandre frança, aspen pharma

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fotos: divulgação


Referência

de crescimento

O Brasil é a melhor aposta da Aspen Pharma no mundo. Com representatividade de 54%, O grupo almeja aumentar o faturamento em 20% no próximo ano fiscal Por lígia favoretto

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Com sede no Rio de Janeiro (RJ), a Aspen Pharma, multinacional africana trabalha com produtos fitoterápicos, de prescrição e MIPs estão entre as unidades de negócios da empresa no Brasil, que pretende atuar fortemente em fitomedicamentos, MIPs, cardiometabólicos, SNC e biotecnológicos. O CEO da companhia, Alexandre França, recebeu o Guia da Farmácia na capital carioca e conversou, com exclusividade, sobre os desafios do crescimento no País. Ele atua no segmento farmacêutico há mais de 15 anos. Ocupou cargos de diretoria e gerência em grandes companhias do setor, como a Bristol-Myers Squibb, GlaxoSmithKline e Merck.

Guia da Farmácia • A Aspen Pharma é uma empresa africana que entrou para a América Latina com três subsidiárias: Brasil, Venezuela e México, além de operadores no Caribe e na Colômbia. Qual a representatividade do Brasil para a empresa? Alexandre França • A América Latina é estratégica para a empresa manter o ritmo de crescimento. O Brasil é, sem sombra de dúvidas, a principal aposta da Aspen no mundo. Todos os olhos da companhia estão voltados para ele, principalmente pela situação econômica atual e pela representação do mercado farmacêutico, que cresce à taxa de dois dígitos nos últimos dez anos, resultado que poucos conseguem. 2012 outubro guia da farmácia

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entrevista - Alexandre frança, aspen pharma

Toda a população da África do Sul cabe dentro do Estado de São Paulo, o que mostra a dimensão que o mercado brasileiro tem. Das três subsidiárias da América Latina, o Brasil representa 54%, ou seja, mais que a soma dos outros dois. Guia • O carro-chefe da Aspen no Brasil é um produto nacional, o Calman. Como avançar na descoberta de móleculas brasileiras? França • O Calman é uma passiflora, um fitomedicamento e é nacional. Ele é o produto da Aspen mais comercializado no Brasil, cerca de 10% das vendas. Avançar em portfólio exclusivamente brasileiro é um desafio, visto que nossa legislação ainda é complicada e morosa, mas é inegável que ninguém tem o potencial da Amazônia. A Alemanha, por exemplo, não tem nenhuma floresta sequer e é a maior produtora de fitoterápico do mundo, detém ¼ do mercado, sendo que no Brasil a representatividade não atinge 5%; esses são os paradoxos mundiais. Mesmo na África do Sul, o fitomedicamento é mais desenvolvido do que no Brasil, até por uma questão cultural, pois tribos de várias etnias contribuem para que a população esteja mais acostumada e preparada para o consumo. Guia • Investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento são caros e demandam tempo. Os negócios da Aspen estão focados em aquisições de produtos. Por que não pesquisar e desenvolver? França • Uma molécula nova custa quase 1 bilhão de dólares para ser desenvolvida. Esse não é foco da Aspen, não fazemos pesquisas próprias. Temos parcerias com universidades e tentamos identificar o que elas fazem, para ver se vale a pena entrar como parceiro dos projetos ou não. Na África do Sul, existe um centro de pesquisas, mas também não é um centro que demanda de 30% a 35% do faturamento da empresa, como acontece com outros laboratórios. A grande jogada da Aspen é esperar que as patentes caiam para poder propagar determinado medicamento de uma maneira mais efetiva à população; essa é a missão. Descobriram a cura do câncer, venceu a patente? Deixa que eu distribuo isso para o mundo inteiro com preço acessível. Guia • Nos processos de aquisições e terceirização na fabricação de medicamentos é preciso comprovar eficácia da mesma forma? Qual a principal vantagem? França • Quando compro um medicamento, preciso fazer uma série de estudos para provar que a minha fábrica consegue fazer um medicamento igualzinho àquele feito na indústria de origem, processo que leva dois anos. Equipamento não é igual a carro: eu tenho um Gol, você tem outro Gol e os dois são iguais. Para eu fazer paraceta12

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mol no meu equipamento eu tenho de provar para as autoridades que eu faço paracetamol igualzinho ao feito no seu equipamento. Por isso terceirizamos, mas a terceirização não faz parte de uma estratégia da Aspen, ela acontece por uma necessidade local da legislação, ou seja, compro a marca e terceirizo a fabricação desse produto, com a mesma empresa que me vendeu. Temos dois contratos: o de aquisição e o contrato de fabricação. Todo mundo que compra medicamentos sabe que vai ter de continuar fabricando por um tempo, com o nome do vendedor. A vantagem está na redução de custos e no ganho de tempo. Quando recebemos a aprovação do registro, mudamos as embalagens e os produtos adquiridos passam a ser comercializados com o nome da Aspen.

“A grande jogada da Aspen é esperar que as patentes caiam para poder propagar determinado medicamento de uma maneira mais efetiva à população; essa é a missão“ Guia • A fila de espera na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) continua grande? França • Muito. Entre a data de solicitação de um registro e sua publicação, o prazo é de aproximadamente dois anos e meio, muito tempo. As filas, dependendo do setor em que se está atuando, têm mais de 300, 400 produtos na frente. Existe transparência, é claro, sabemos exatamente qual é o nosso lugar na fila, mas ela não anda de jeito nenhum. Alguns medicamentos ganham prioridade, por exemplo, os inovadores, os que são de nova patente. De qualquer forma, para o grosso, que são medicamentos similares, a fila é lenta. Guia • A Aspen tem uma fábrica própria no Espírito Santo, onde é produzida a Alcachofra, também um dos carros-chefe da empresa. Qual o potencial de produção local e quais os investimentos estimados para esse laboratório? França • Vamos colocar nessa fábrica cerca de 20 milhões de reais para a ampliação. O objetivo é que possamos receber os produtos que compramos, que hoje são feitos por terceirização. Cerca de 12% do que é vendido é feito nessa fábrica; esperamos atingir 50%.


Guia • A Aspen Pharma anunciou o lançamento do antidepressivo que inicia a linha de Sistema Nervoso Central da companhia, o Sedopan. O medicamento contou com um investimento de R$ 1,5 milhão. Por que entrar nesse mercado? França • Os transtornos de ansiedade e depressão são considerados o mal do século e nosso objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população, trazendo aos brasileiros mais opções de tratamento, com custos acessíveis. Com a entrada do novo medicamento, a expectativa da empresa é alcançar 5% de participação do mercado nos primeiros 12 meses de vendas. O produto possui um preço competitivo, ou seja, chegou ao mercado com o preço mais acessível da classe. A companhia acredita no potencial do medicamento e, para isso, investiu na criação de uma equipe exclusiva de visitação médica, que atua nas grandes capitais do País. Guia • O laboratório incorporou produtos da GlaxoSmithKline. O tradicional Leite de Magnésia está entre os nomes que passam a integrar o portfólio, além de produtos oncológicos. Qual a expectativa da Aspen? França • Com a negociação, a expectativa é de que o faturamento da companhia aumente 15%. A aquisição de produtos GSK e de outros que estamos negociando faz parte da estratégia de crescimento no setor farmacêutico no Brasil. A empresa espera aumentar o faturamento em 20% neste próximo ano fiscal. Guia • Você acredita que, no futuro, a população possa contar com fitomedicamentos para o tratamento de doenças complexas? França • Com certeza, se analisarmos claramente, muitos dos medicamentos sintetizados têm suas origens em plantas, por exemplo, o paracetamol. A molécula de origem é de uma planta. Obviamente até chegar ao paracetamol, ela foi sintetizada, o que significa que o potencial de termos descobertas não imaginadas em fitomedicamentos é imenso. Este espaço obscuro está por ser desvendado em breve. Guia • A Aspen cresceu 40% no último ano. Como manter esse ritmo de crescimento no Brasil? França • Através de uma melhor regulamentação. O fitomedicamento deve ter legislação própria, como o medicamento tradicional tem, e ganhar prioridade. Depois disso, uma legislação específica para pesquisa. Todo mundo já tomou um “chazinho da vovó” em algum lugar em alguma fase da vida. A diferença é que fitoterápico é a grande cesta, que engloba chá, uma plantinha que se mastiga e um com-

primido natural. O fitomedicamento, não; ele tem como princípio ativo uma planta, mas passa por todo o processo de desenvolvimento de um medicamento sintético, por isso é que dizemos que fazemos fitomedicamento, para tentar diferenciá-lo da cultura popular, do que é artesanal. Guia • Desde 2011, a sede do Grupo Aspen na África do Sul participa do Mandela Day, comemorado no dia 18 de julho, conforme estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Este ano, a comemoração foi globalizada e chegou ao Brasil. França • O Dia do Nelson Mandela é um evento mundial da Aspen. Este ano é a primeira vez que todas as subsidiárias da Aspen no mundo estão participando, inclusive o Brasil. Foi dada a liberdade para que cada um escolhesse o que fazer e em que região. Optamos pela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro (RJ), primeiro pela simbologia que esta comunidade tem para o estado e também pela localização do nosso escritório. Escolhemos crianças por acreditarmos que uma base deve ser construída, através de noções de cidadania, higiene e educação. Trezentos novos brasileiros puderam ter um dia diferente, com alimentação, brincadeiras e palestras. Foram cinco meses de trabalho árduo para que tudo se realizasse da melhor forma possível. Guia • Vocês pretendem transcender a data e dar continuidade a esse tipo de ação social? França • O Mandela Day está estabelecido no Brasil, então todos os anos acontecerá um evento e, como o “casamento” com a Cidade de Deus foi muito forte, vamos acompanhar a comunidade de forma mais efetiva. 2012 outubro guia da farmácia

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gu ia on- l i ne www.guiadafarmacia.com.br Informações exclusivas na internet AL

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Destinação final

Prevenção e adesão

Confira outras dicas de organização das prateleiras de oral care em farmácias e drogarias. Alavanque as vendas com regras de gerenciamento por categorias.

O Hospital das Clínicas de São Paulo recebe medicamentos vencidos ou sobras de medicamentos da população. Veja esta e outras iniciativas que visam o descarte correto, sobretudo em farmácias e drogarias.

O farmacêutico tem um papel importante na prestação de serviços e atendimento aos pacientes que estão em tratamento contra a obesidade. Campanhas de prevenção são fundamentais no processo.

ação do face Os seguidores do Guia da Farmácia puderam saber em primeira mão quais os destaques da revista deste mês e opinar sobre o tema de sua preferência, entre: programa de descontos dos laboratórios, posicionamento do mercado e descarte de medicamentos. A votação aconteceu durante uma semana no Facebook do Guia. Participe!

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guia da farmácia entrevista A reporter Lígia Favoretto entrevistou Paulo Legutcke, gerente comercial do canal farma da Probiótica. O executivo fala sobre o futuro dos suplementos nas farmácias e drogarias. Acesse o Portal do Guia e assista.

fotos: divulgação


ANTENA LIGADA

aposta

em biotecnologia pesquisadores e laboratórios nacionais investem em novas descobertas que garantem uma revolução no setor de fármacos transformação necessária

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco desenvolveram um novo método biotecnológico de dissolução de medicamentos e alimentos que promete revolucionar os setores de fármacos e nutrição no Brasil. O novo produto é inovador por ser obtido por meio de fontes 100% naturais, e por facilitar a administração de medicamentos para quem tem a deglutição comprometida – pessoas que apresentem paralisia facial e patologias neurodegenerativas. O uso do medicamento é comprovadamente eficaz até no uso veterinário, beneficiando a saúde animal com a descoberta.

Especialistas discutem Biotecnologia

Cada vez mais utilizada para a modernização do desenvolvimento de novos fármacos, a Biotecnologia foi assunto discutido pelos maiores especialistas da indústria farmacêutica no Congresso Pharma Trends, que aconteceu durante a CPhI South America. A Biotecnologia impulsiona o crescimento da indústria que se dedica à produção de drogas extremamente sofisticadas, sintetizadas pela manipulação genética de células e destinadas ao tratamento de doenças complexas. A Biotecnologia tem atraído muitos investidores e foi o assunto mais discutido durante o congresso. • www.cphi-sa.com.br

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fotos: shutterstock/divulgação


NOVO FOCO Líder em medicamentos biossimilares no mundo, a Sandoz quer ampliar sua presença no Brasil. A companhia já comercializa no País o hormônio de crescimento Omnitrope. Para o diretor-global da área médica de biofarma da Sandoz, Randall Hyer, os biossimilares têm um importante papel de aumentar o acesso à população para tratamento de doenças graves. Mais complexos que os genéricos, os biossimilares são uma versão dos biológicos (desenvolvidos a partir de células vivas), mas não chegam a ser uma reprodução fiel do original. • www.sandoz.com.br

Tributos e medicamentos

Estudos da Interfarma apontam que mais de 71% dos medicamentos no País são comprados pela população, percentual maior do que a participação do governo no fornecimento de medicamentos. E cerca de 34% do preço do medicamento são impostos. A estrutura tributária do setor farmacêutico no Brasil e em outros países é analisada na publicação “Tributos e Medicamentos”. O lançamento da publicação ocorreu durante o Seminário Medicamentos e Tributos, realizado em agosto, pela Interfarma em parceria com o Valor Econômico. • www.interfarma.org.br 2012 outubro guia da farmácia

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ANTENA LIGADA

11 patentes vão expirar até o fim de 2012

Um levantamento feito pela Pró Genéricos apontou que 11 patentes vão expirar até o fim do ano. Na lista, há medicamentos utilizados no combate ao câncer, leucemia, malária, enxaqueca, úlcera, infecção, náusea, imunopressor e antipsicótico. Entre as drogas que terão a patente extinta estão a Ziprasidona da Pfizer, Sirolimus da Wyeth, Imatinibe e Everolimus da Novartis. Desta forma, novos genéricos estão sendo preparados e serão lançados ainda em 2012. • www.progenericos.org.br

site reformulado

Está no ar o novo site da Contento. Ele foi pensado para ser um espaço onde seja possível conhecer, de forma fácil e intuitiva, os trabalhos e serviços realizados pela empresa. Através dele, os internautas podem navegar pelo portfólio, conhecer as revistas e livros, e saber mais sobre as diversas formas de conteúdo produzidas sob medida para os mercados de saúde, beleza e bem-estar. Acesse: www.contento.com.br

CRF-SP lança XVII Congresso Paulista de Farmacêuticos

O CRF-SP lançou o XVII Congresso Paulista de Farmacêuticos, considerado o maior e melhor congresso de farmácia do País, que ocorrerá entre os dias 5 e 8 de outubro de 2013, no Transamérica ExpoCenter. Uma das novidades é o tema Conhecimento, prática e atitude – essência do farmacêutico. A intenção é ir além do conteúdo técnico, e tratar também de temas comportamentais, que fazem toda a diferença no desenvolvimento profissional. O congresso terá foco em negócios, abrindo espaço para os patrocinadores apresentarem produtos novos e serviços. As empresas terão a oportunidade de lançar as novidades para os farmacêuticos. • www.crfsp.org.br 20

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Fusões e aquisicões

Dados da Dealogic apontam que o Brasil registrou um número recorde de fusões e aquisições no setor de saúde no primeiro semestre de 2012. Foram realizadas 433 transações no País, o que representa crescimento de 55% em relação ao mesmo período do ano passado. Com este resultado, o Brasil passa a ser o terceiro do mundo em frequência de fusões e aquisições em saúde. Nos últimos meses, grandes empresas farmacêuticas multinacionais da Bélgica, Alemanha, Japão e Estados Unidos adquiriram fabricantes de produtos farmacêuticos brasileiras para ajudar a expandir a penetração no mercado. • www.dealogic.com

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BLAU destaca diferencial biotecnológico

Homens mais velhos podem ter filhos autistas

Um estudo realizado pela revista Nature revelou que homens mais velhos têm risco maior do que os jovens de ter filhos com autismo ou esquizofrenia. Com o avanço da idade do pai, aumenta a frequência de mutações genéticas que podem causar transtornos. Os cientistas lembram que o risco de uma criança desenvolver esses problemas é baixo – menos de 2% para filhos de pais com 40 anos ou mais. • www.nature.com Guia Farmácia.pdf1 112/09/2012 12/09/201217:23:37 17:23:37 Guia dede Farmácia.pdf Guia Guia dede Farmácia.pdf Farmácia.pdf1 112/09/2012 12/09/201217:23:37 17:23:37

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• www.blausiegel.net

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Com participação garantida no Congresso Paulista de Urgências Pediátricas e no Congresso Brasileiro de Nefrologia, a BLAU Farmacêutica S/A pretende destacar o diferencial biotecnológico da sua linha de produtos no Brasil e a continuidade dos investimentos e desenvolvimento nesta área junto aos médicos. Além de participar do Congresso Paulista de Urgências Pediátricas e do Congresso Brasileiro, a BLAU também estará presente Congresso Brasileiro de Cancerologia.

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Gestantes, nutrizes e crianças 3 (três) anos, somente devem consumir produtos orientação do nutricionista ou médico. Gestantes, nutrizes e crianças até até 3 (três) anos, somente devem consumir estesestes produtos sobsob orientação nutricionista 2do 2 o ou u médico. t umédico. bro guia da farmácia Gestantes, Gestantes, nutrizes nutrizes e crianças e crianças atéConsumir até 3 (três) 3os(três) anos, anos, somente somente devem consumir estes estes produtos produtos orientação orientação do 0nutricionista do1nutricionista ou médico. ou os produtos conforme aconsumir ingestão diária constante nasob embalagem. Consumir produtos conforme adevem ingestão diária constante nasob embalagem. Consumir Consumir os produtos os produtos conforme conforme a ingestão a ingestão diária diária constante constante na embalagem. na embalagem. CONTÉM GLÚTEN. NÃONÃO CONTÉM GLÚTEN. NÃONÃO CONTÉM CONTÉM GLÚTEN. GLÚTEN.

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ANTENA LIGADA

Intérprete coreano na Rede Drogal

Visando o atendimento a todos os clientes e suas necessidades na área farmacêutica, a Rede Drogal contratou um intérprete da língua coreana na unidade da Avenida Carlos Botelho, de Piracicaba (SP). A necessidade surgiu após a chegada da montadora Hyundai à cidade. O profissional está disponível na filial das 11 horas às 20 horas para auxiliar no atendimento personalizado. Um display com dizeres em coreano identifica sua localização. Já na entrada da unidade, um adesivo também destaca a disponibilidade do serviço de tradução. • www.drogal.com.br

Farma & Farma conquista franqueados

A rede de farmácias Farma & Farma conquistou os seus primeiros franqueados na região Sudeste do Brasil. As inaugurações aconteceram em Copacabana (RJ) no dia 23 e no Canindé (SP) no dia 30 de agosto. A Farma & Farma possui cerca de 150 farmácias espalhadas pelo Brasil. Atualmente é a maior rede de franquias do País. O diretor administrativo, Gilberto Beraldo, afirma que desde a sua criação a rede vem crescendo ininterruptamente. • www.farmaefarma.com.br

Mais uma opção Invista em você

Com o objetivo de promover capacitação, o Guia da Farmácia traz novidades e apresenta cursos on-line gratuitos para o profissional que atua no varejo farmacêutico. O Curso Liderança na Farmácia é apresentado em seis capítulos, de três minutos cada. Os capítulos: O líder na farmácia, Líderes ineficientes e O modelo de liderança com foco nas pessoas, já estão disponíveis no Portal. Até o final de outubro serão lançados os três últimos módulos. • www.guiadafarmacia.com.br

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Um dos grandes desafios da mulher moderna é encontrar tempo para oferecer à sua pele a atenção que ela necessita. Para que esses cuidados essenciais não fiquem mais em segundo plano, a Moderm, empresa de dermocosméticos totalmente brasileira, oferece produtos com qualidade e eficácia equivalentes a de marcas consagradas mundialmente, porém a preços mais acessíveis e de forma prática e conveniente. Para cada tipo de pele tem uma linha de produtos específica. A linha Moderm não tem contraindicações e é livre de parabenos. Todos os produtos foram previamente testados e tiveram sua eficácia e segurança comprovadas. • www.modermlab.com


Composto químico pode aprimorar vacina contra HIV e gripe

Cientistas britânicos descobriram um composto químico que promete melhorar o desempenho de vacinas que ainda não funcionam, como a contra a Aids e a contra o herpes. A substância poderia também tornar a vacina contra a gripe mais eficaz. O que essa pesquisa apresenta é um adjuvante promissor, uma substância chamada polietilenoimina (PEI). Ela foi usada para imunizar camundongos contra a gripe, com uma única dose – a vacina contra a gripe disponível hoje no mercado precisa ser aplicada novamente a cada ano. • http://g1.globo.com

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Em debate

Pior ano da crise As equipes econômicas do governo acreditam que a crise global, em 2012, mostra sua pior face desde 2009

J oão Fra nco de Godoy Fi lh o Presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas, Medicamentos, Correlatos, Perfumarias, Cosméticos e Toucador no Estado de São Paulo (Sincamesp). Conselheiro-Executivo da Câmara do Comércio de Produtos Farmacêuticos da CNC Site www.sincamesp.com.br 24

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As previsões da equipe econômica do governo sustentam que este será o pior ano da crise e, em termos de gravidade, mostra-se ainda pior que 2009. Apesar de ser uma informação, no mínimo, alarmante, as autoridades econômicas garantem que a economia nacional irá resistir e não será tão contaminada pela crise. Eu tenho as minhas dúvidas. Esse assunto está sendo relegado ao segundo plano neste momento. As eleições estão sendo tema principal dos noticiários. Fala-se pouco sobre a crise. Isso é muito preocupante. A alegação do governo é a de que a economia brasileira retomará a aceleração nestes últimos meses do ano, devido às ações implementadas para combater os impactos negativos, como a redução de juros básicos e diminuição de impostos que beneficiam a indústria automobilística, linha branca, entre outros setores. Nesse aspecto, o governo está fazendo a lição de casa. O último corte de 0,5 ponto porcentual (p.p.) na taxa básica de juros, feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), foi considerado histórico, embora não seja uma surpresa. Dessa forma, a Selic passou para 7,5% ao ano e

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é a menor taxa desde o início da série histórica do BC, em 1996 (um ano atrás essa mesma taxa estava em 12,5%). Com essa queda, a taxa caiu nove vezes consecutivas, e isso, sim, é inédito no País. Vale lembrar que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu que o governo continuará trabalhando por um real desvalorizado para aumentar a competição e conta com bases sólidas para alcançar um crescimento próximo a 4%, apesar das projeções do mercado, que apontam uma expansão em torno de 2%. Eu confesso que estou muito preocupado. Independentemente das medidas implantadas, parece-me que a economia mostra sinais de contaminação e poderá ser afetada, assim como acontece com os emergentes mais dinâmicos, como a Índia e a China. O governo tenta privilegiar políticas que acelerem o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas isso poderá prejudicar o poder aquisitivo da população. Acredito que no ano que vem a economia terá mais fôlego por conta dos juros baixos e também do efeito dos pacotes de estímulo planejados. Diante de tudo isso, devemos ficar de olho na inflação, que poderá subir. foto: fábio franci


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formulações

de sucesso Laboratórios farmacêuticos apostam em novas apresentações e investem em produtos que atuam na qualidade de vida e bem-estar da população

Gaviscon

Reckitt Benckiser

Quase 12% dos brasileiros sofrem com sintomas de azia e má digestão. Especialistas afirmam que os Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs) são medicamentos com ação eficaz e duradoura. Com alívio dos sintomas em três minutos, Gaviscon tem como ingrediente ativo o alginato de sódio, que pode ser associado aos IBPs. Seu efeito dura até quatro horas, trazendo alívio e bem-estar. Gaviscon age criando uma barreira protetora na parte superior do estômago, que impede o contato do conteúdo estomacal com o esôfago, diminuindo assim a sensação de azia e malestar e bloqueando o refluxo. MS 1.7390.0002.010-4 www.rb.com/br 26

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nebacetin

takeda-nycomed

A Takeda-Nycomed oferece soluções para o tratamento de ferimentos na pele. A pomada Nebacetin, composta pelas substâncias bacitracina zincica e sulfato de neomicina, possui ação antibiótica, é indicada para o tratamento de infecções da pele e/ou de mucosas, causadas por diferentes bactérias após ferimentos, cortes e queimaduras pequenas. MS 1.0639.0252 www.takedabrasil.com/br fotos: divulgação


Essenchia Farinha de CHia

Osteotrat

Herbarium

Aché

O Aché lança Osteotrat, o risedronato de sódio, em única apresentação de 35 mg com quatro comprimidos, com posologia de tomada semanal. O medicamento é da classe dos bifosfonatos, indicado para tratamento preventivo de osteoporose em mulheres no período pós-menopausa para reduzir o risco de fraturas vertebrais. E o risedronato sódico sozinho é responsável por movimentar cerca de R$ 114 milhões ao ano. MS 1.0573.0418 www.ache.com.br Anúncio_GuiadeFarmácias.pdf

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12/09/12

Herbarium disponibiliza no mercado a Essenchia Farinha de Chia (Salvia hispanica), um produto originário da moagem do grão de chia já desengordurado. O produto contém uma quantidade maior de fibras e proteínas, o que contribui para o aumento da saciedade e o emagrecimento. Também garante o bom funcionamento do intestino e aumenta a resposta muscular após o exercício físico. A dose recomendada é de uma a duas colheres ao dia, distribuídas entre as principais refeições. Pode ser utilizado em vitaminas, frutas, iogurtes, pães, saladas e outros preparos. MS Produto dispensado da obrigatoriedade de registro, de acordo com a RDC 27/2010 www.essenchia.com.br

16:34

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atualizando

Sedalgina Teuto

Sedalgina, analgésico contra dores de cabeça do Laboratório Teuto, agora está disponível em nova apresentação: embalagem de Sedalgina com 60 drágeas. O produto é indicado como analgésico, antiespasmódico e no tratamento de enxaquecas leves. MS 1.0370.0480.007-3 www.teuto.com.br

VITER C EFERVESCENTE

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Lavitan Cimed

O Lavitan A-Z é um multivitamínico com minerais, indicado para pessoas que precisam de uma dose extra de energia e disposição em seu dia a dia. Seu uso mantém os níveis de vitaminas e minerais de que o corpo necessita diariamente. Estão presentes em sua fórmula as vitaminas A, B1, B2, B3, B5, B6, B12, C e D, e os minerais ferro, manganês e zinco. É indicado o consumo de uma a duas drágeas ao dia. A linha traz também o novo Lavitan Mulher, que foi desenvolvido para as necessidades do corpo feminino. Além de oferecer os benefícios das vitaminas e minerais presentes na versão A-Z, o suplemento conta com a presença do ácido fólico, importantíssimo para a saúde da mulher. Já o Lavitan Kids é ideal para suprir as necessidades de crianças com deficiências vitamínicas e proporcionar um processo de crescimento mais sadio. MS 1438100270024 (Lavitan 50 comprimidos) MS 1438100270016 (Lavitan 30 comprimidos) Lavitan Mulher e Kids são isento de registro, de acordo com a RDC 27/10 www.grupocimed.com.br

Natulab

Energimil

O laboratório Natulab traz ao mercado o medicamento VITER C (ácido ascórbico – vitamina C – 1000 mg/com), na forma farmacêutica comprimido efervescente e amplia sua linha de Vitamina C. É um medicamento indicado em todos os estados em que há deficiência ou aumento das necessidades de vitamina C no organismo. Também indicado como auxiliar do sistema imunológico e ainda nas fases de crescimento. MS 1.3841.0018 www.natulab.com.br

Lifenergy

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A Lifenergy traz ao mercado brasileiro Energimil, energético de fórmula de efeito rápido, alta concentração e zero açúcar. O produto atua na obtenção de energia com sabor na praticidade de um shot. Indicado para o lazer, trabalho ou esportes, está disponível em shots de 120 ml com 12 unidades o display. MS Isento de registro de acordo com a RDC 27/10. Classificação fiscal 2202.9000 www.lifenergy.com.br


Brator H Torrent

Prev-Kel

Aspen Pharma

Uma das preocupações mais frequentes de quem passa por cesariana ou cirurgias plásticas em geral é o pósoperatório e a possibilidade de problemas na cicatrização. O gel de silicone Prev-Kel, da Aspen Pharma é indicado na redução de cicatrizes e na prevenção de queloides e cicatrizes hipertróficas resultantes de cirurgias, traumas e queimaduras. Composto por dióxido de silicone, Prev-Kel permite o uso adulto e pediátrico, mesmo em peles mais sensíveis. MS 8021.4950.005 www.aspenpharma.com.br

A Torrent do Brasil lança o Brator H, uma combinação de duas substâncias eficazes para o controle da pressão arterial: a valsartana com o diurético hidroclorotiazida, que pertence à classe dos tiazídicos. O Brator H é o primeiro medicamento similar no Brasil com esta ação combinada para o tratamento da hipertensão. O medicamento vem em embalagens com 30 comprimidos, em cinco apresentações: 80 mg + 12,5 mg, 160 mg +12,5 mg; 160 mg + 25 mg; 320 mg +12,5 mg e 320 mg +25 mg. MS 1.0525.0050 www.torrent.com.br

nexcare

3m do brasil

A Nexcare, marca de cuidados pessoais da 3M do Brasil, lança dois novos produtos. Mais resistentes e discretos, chegam às farmácias de todo o Brasil a Linha de Curativos Transparentes e Tradicionais que aderem melhor à pele, cobrindo e protegendo o machucado, ajudando na cicatrização, além de serem quase imperceptíveis. Os produtos poderão ser encontrados no ponto de venda com embalagem de 10 e 35 unidades. MS 80284930248 www.nexcare.com.br www.3m.com.br

Diarreia Aguda?

Para um resgate efetivo, conte com a ação integrada de probiótico e prebióticos

Eficaz no controle da diarreia aguda infecciosa e associada a antibióticos

Regenera a flora1-3

Ampla eficácia probiótica4-12

Aumenta a quantidade de bifidobactérias e lactobacilos

Contribui para uma flora bacteriana saudável

Intenso efeito prebiótico13-15

Reduz o tempo de duração da diarreia em associação com a Terapia de Hidratação Oral

Aumenta a absorção de H2O e sódio via geração de AGCC**

Aumenta a consistência do bolo fecal através da formação de gel13-18

O NOV

*Goma Guar Parcialmente Hidrolisada. **Ácidos Graxos de Cadeia Curta.

Referências bibliográficas: 1. Liu Y et al. Human-derived probiotic Lactobacillus reuteri strains differentially reduce intestinal inflammation. Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol 2010 (299). 2. Cimperman L et al. A randomized, Double-blind, placebo controlled pilot study of lactobacillus reuteri for the prevention of antibiotic-associated diarrhea in hospitalized adults. Clinical Nutrition Week 2009 - Scientifc abstracts and scientifc posters. JPEN 2009; 33:181. 3. Correa NB et al. A randomized formula controlled trial of Bifidobacterium lactis and Streptococcus thermophilus for prevention of antibiotic-associated diarrhea in infants. J Clin Gastroenterol 2005; 39:385-389. 4. Bartosch S et al. Microbiological effects of consuming a synbiotic containing Bifidobacterium bifidum, Bifidobacterium lactis, and oligofructose in elderly persons, determined by real-time polymerase chain reaction and counting of viable bacteria. Clin Infect Dis 2005; 40:28-37. 5. Hamilton-Miller JM. Probiotics and prebiotics in the elderly. Postgrad Med J 2004; 80:447-451. 6. Valeur N et al. Colonization and immunomodulation by Lactobacillus reuteri ATCC 55730 in the human gastrointestinal tract. Appl Environ Microbiol 2004; 70:1176-1181. 7. Savino F et al. Lactobacillus reuteri (American Type Culture Collection Strain 55730) versus simethicone in the treatment of infantile colic: a prospective randomized study. Pediatrics 2007; 119:e124-e130. 8. Tubelius P, Stan V, Zachrisson A. Increasing work-place healthiness with the probiotic Lactobacillus reuteri: a randomized, double-blind placebo-controlled study. Environ Health: A Global Access Science Source 2005; 4:25 p://www.ehjournal.net/content/4/1/25). 9. Jacobsen CN et al. Screening of probiotic activities of forty-seven strains of Lactobacillus spp. By in vitro techniques and evaluation of the colonization ability of five selected strains in humans. Appl Environ Microbiol 1999; 65:4949-4956. 10. Talarico TL et al. Production and isolation of reuterin, a growth inhibitor produced by Lactobacillus reuteri. Antimicrob Agents Chemother 1988; 32:1854-1858. 11. Casas IA, Dobrogosz WJ. Validation of the probiotic concept: Lactobacillus reuteri confers broad-spectrum protection against disease in humans and animals. Microb Ecol Health Dis 2000; 12:247-285. 12. Lionetti E et al. Lactobacillus reuteri therapy to reduce side-effects during anti-Helicobacter pylori treatment in children: a randomized placebo controlled trial. Aliment Pharmacol Ther 2006; 24:1461-1468. 13. Patrick PG et al. Effect of supplements of partially hydrolyzed guar gum on the occurrence of constipation and use of laxative agents. J Am Diet Assoc 1998; 98(8):912-4. 14. Kolida S et al. Prebiotic effects of inulin and oligofrutose. British J of Nutrition 2002; 87(2):193-197. 15. Kaur N et al. Applications of inulin and oligofrutose in health and nutrition. J Biosci, 2002; 27(7):703-714. 16. Alam N.H., Ashraf H., Sarker S.A., et al.: Efficacy of partially hydrolyzed guar gum-added oral rehydration solution in the treatment of severe cholera in adults. Digestion 2008; 78:24-29. 17. Velazquez M et al. Effect of oligosaccharides and fibre substitutes on short-chain fatty acid production by human faecal microflora. Anaerobe, 2000; 6:87-92. 18. Takahashi H et al. Influence of partually guar gum on constipation in women. J Nutr Sci Vitaminol 1994;40:251-259.

O Lactobacillus reuteri (probiótico) contribui para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Recomendação de uso: de 1 a 3 sachês ao dia. 1 sachê contém 1x108 UFC. Não contém glúten.

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BD Ultra-FineTM 6 mm

Becton, Dickinson and Company

A Becton, Dickinson and Company acaba de lançar no Brasil a seringa de insulina com menor agulha do mercado, BD Ultra-FineTM 6 mm, desenvolvida para proporcionar maior conforto na aplicação e segurança ao paciente com diabetes. Estudos clínicos afirmam que as agulhas curtas são capazes de injetar a quantidade correta de insulina no tecido subcutâneo (camada de gordura abaixo da pele), reduzindo, assim, o risco de aplicação intramuscular, situação que costuma gerar dor e pode levar o paciente à hipogligemia – diminuição do nível de glicose no sangue. MS 10033430576 www.bd.com/brasil

Aparelho de Pressão de pulso digital

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Óleo de Linhaça Sundown Naturals

A Sundown Naturals apresenta ao mercado o Óleo de Linhaça, rico em ácidos graxos e ômegas 3, 6 e 9 e fonte de lignana, nutriente funcional que participa do equilíbrio hormonal. O Óleo de Linhaça vem em cápsula soft gel, que facilita a deglutição e deve ser ingerido três vezes ao dia junto com as principais refeições. Toda a linha Sundown Naturals pode ser encontrada nas principais farmácias do País. MS 6.2097.0017 www.sundownnaturals.com

NS Indústria de Aparelhos Médicos

VITAVIS

A NS Indústria de Aparelhos Médicos aposta na diversificação de seu mix de produtos com itens como o aparelho de pressão de pulso digital (medidor de pressão). De fácil utilização, o modelo dispõe de visor de LCD para leitura dos resultados. Além disso, indica data, hora, pressão sistólica, pressão diastólica e pulsação do coração. Alimentado por duas pilhas, o aparelho tem capacidade para armazenar 128 memórias automáticas, além de inflar e desinflar através de um microssistema de bomba elétrica. MS 10410130007 www.nsam.com.br

A Naturelife traz ao mercado Vitavis, um Polivitamínico/Mineral com Luteína e Zeaxantina em comprimidos. Sua fórmula, completa e equilibrada, foi especialmente desenvolvida para satisfazer as necessidades nutricionais de adultos a partir dos 50 anos. Vitavis é um composto de vitaminas e minerais que contém luteína, substância necessária para manter uma boa visão. Além disso, é enriquecido com as vitaminas A, C, E, e com os minerais cobre e zinco. MS 6.6339.0016 www.naturelife.ind.br

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Naturelife


Strepsils

Reckitt Benckiser

Poliseng Teuto

O Laboratório Teuto lança o Poliseng Life. Trata-se de um suplemento vitamínico e mineral à base de fitoesteróis de óleo de soja. Os fitoesteróis servem para auxiliar na redução da absorção de colesterol, enquanto as vitaminas e minerais são essenciais para o bom desempenho das funções do organismo. Poliseng Life é disponibilizado ao mercado em embalagem contendo 60 cápsulas gelatinosas moles. MS 6.2582.0031.001-9 www.teuto.com.br

As oscilações bruscas de temperatura diminuem a imunidade do organismo, deixando o corpo exposto à ação de vírus e bactérias. Para o alívio rápido da dor, irritação e inflamação da garganta, a Reckitt Benckiser trouxe ao Brasil as pastilhas Strepsils. As pastilhas Strepsils aliviam os sintomas da dor de garganta tanto viral quanto bacteriana e estão disponíveis nas farmácias de todo o Brasil, com sabores mel e limão, embalagens de 4, 8 e 16 unidades. MS 1.7390.0003.004-5 www.rb.com/br

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atualidade

A importância da qualidade nos serviços logísticos com o movimento de fusões e aquisições, investidores esperam ter ganhos de escala, criar redes regionais para conseguir melhores preços e economizar com logística para ganhar poder de negociação com fornecedores

A

Sócios da KPMG no Brasil (rede global de firmas independentes)

A ascensão econômica e o aumento do poder de compra e da expectativa de vida da população brasileira têm causado repercussões em vários setores da indústria, e o farmacêutico é um deles. Com mais dinheiro no bolso, e vivendo mais, o acesso das pessoas a medicamentos, cosméticos e genéricos cresce em ritmo acelerado. O aumento da renda, principalmente, das classes C e D aqueceu o mercado, e isso se traduz em mais oportunidades entre as redes que atuam no País e que movimentam anualmente cifras bilionárias. Somente em 2011, farmácias e drogarias comercializaram mais de R$ 20 bilhões, segundo a Abrafarma. Com a disponibilidade da classe média em gastar mais, a oferta de serviços e produtos em geral aumenta. Essa concorrência no varejo faz com que cresça também o interesse dos investidores pelo setor farmacêutico e laboratorial e traga consigo um número maior de operações de fusões e aquisições no segmento. No ano passado, o setor passou por um processo inédito de consolidação. Num inter­valo de 30 dias, as redes Raia e Drogasil e Pacheco e São Paulo anunciaram fusões, criando os maiores grupos do setor, com vendas superiores a R$ 4  bilhões. Neste ano, em fevereiro, a onda de consolidação recomeçou, quando a Brazil Pharma fechou a aquisição das lojas da Sant’ana. Somente no primeiro semestre deste ano foram registradas 17 fusões e aquisições de empresas do setor de produtos farmacêuticos e químicos, o que representa o melhor resultado já registrado em igual período do ano, segundo pesquisa realizada desde 1994 pela KPMG. Nas grandes cidades, esse movimento

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2012

Luiz Motta

Mar cel o L ui z fe rre ira

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de fusões e aquisições é nítido. Grupos farmacêuticos têm comprado outras redes, concentrando o número de bandeiras a quatro ou cinco grandes nomes na liderança do mercado brasileiro. Porém, trata-se, ainda, de um setor bastante pulverizado. Uma estratégia que vem sendo usada pelas redes é a busca de parceria com empresas de milhagem. Com o movimento de fusões e aquisições, investidores esperam ter ganhos de escala, criar redes regionais para conseguir melhores preços e economizar com logística para ganhar poder de negociação com fornecedores. Se, por um lado, o aumento das transações de empresas que atuam na área reduz o mercado de atuação para as pequenas farmácias e institui a padronização do atendimento, que era mais pessoal, geralmente prestado pelo próprio dono do negócio, por outra ótica, pode trazer benefícios ao consumidor decorrentes do repasse parcial dos benefícios auferidos por estas redes aos consumidores. Diante desse cenário, acredita-se que o mercado deverá ser liderado por um número reduzido de grandes redes que têm capital e know-how. Com isso, também se abre a porta para a entrada de grupos estrangeiros que reuniriam as condições necessárias para aquisições de maior porte no Brasil e de empresas com maior governança. Este contexto ainda seria alimentado pelo fato de que o Brasil surge como uma rota natural para investidores estrangeiros e ainda é visto como uma boa opção para alocação de recursos financeiros. Portanto, o mercado deverá se manter aquecido e o apetite para aquisições também. fotos: DIVULGAÇãO


deBate

Impostos em medicamentos

EM UM PAÍS NO QUAL UMA PARCELA TÃO GRANDE DA POPULAÇÃO DEPENDE DOS PRÓPRIOS RECURSOS PARA ADQUIRIR OS MEDICAMENTOS, REDUZIR A CARGA TRIBUTÁRIA DESSES PRODUTOS por ludMilla paZ i aN É UMA QUESTÃO DE ORDEM SOCIAL E DE SAÚDE PÚBLICA

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O valor de cada medicamento no Brasil carrega 34% de impostos. Em um País onde mais de 71% do tratamento se faz por meio de medicamentos comprados exclusivamente pela população, a alta carga tributária traz reflexos ainda mais preocupantes. O resultado aparece expressivamente no acesso à saúde. Atualmente, cerca de metade dos pacientes não conclui corretamente os tratamentos e 200 mil estão na Justiça exigindo o direito a medicamentos. Esses dados foram apresentados durante o Seminário Medicamentos & Tributos, realizado em agosto e promovido em conjunto pelo jornal Valor Econômico e pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Um dos tributos que incidem atualmente sobre os medicamentos é o PIS/Cofins, imposto federal que tem isenção de 65% para os produtos destinados a doenças crônicas. Durante o evento, a Interfarma defendeu que o governo estenda essa isenção a todos os medicamentos, além de apoiar uma redução do ICMS dos Estados e do ICMS interestadual para uma alíquota de 7%.

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proposta da iNterFarma • Aprovação da PEC do senador Paulo Bauer (PSDB/SC), que proíbe a existência de quaisquer impostos sobre medicamentos de uso humano. • Aprovação do Projeto de Lei do deputado federal José Antônio Machado Reguffe (PDT/DF), que propõe a isenção de tributação dos medicamentos tarjados. • Redução das alíquotas do ICMS estadual para 7%. Segundo a Associação, o exemplo do Estado do Paraná, que reduziu a alíquota e aumentou a arrecadação, precisa ser analisada pelos demais Estados. • Unificação da alíquota interestadual do ICMS para 7%, como forma de simplificar o sistema. • Apoio à Frente Parlamentar pela Redução de Tributos em Medicamentos.

“Em um país no qual uma parcela tão grande da população depende dos próprios recursos para adquirir os medicamentos, reduzir a carga tributária desses produtos é uma questão de FOTOS: SHUTTERSTOCK


ordem social, de saúde pública”, avalia o presidente executivo da Interfarma, Antônio Britto. “Essa redução passa também pela vontade dos Estados. A intenção de organizar um evento desse porte com especialistas livres de opinião e de autoridades é promover, portanto, um debate que realmente sensibilize aqueles que decidem e que podem mudar esse quadro crítico, que muitas vezes restringe a possibilidade de um tratamento (médico) adequado”, reforça o presidente do Conselho da Interfarma, Theo van Der Loo. Essa opinião também é compartilhada por especialistas de outros continentes. Durante o evento, o professor de Healthy Policy do Imperial College de Londres, Nick Bosanquet, enfatizou que diminuir a tributação de fármacos é essencial tanto para a saúde brasileira quanto para a economia. “A falta de medicamentos, ou a dificuldade de ter acesso a eles, influencia expressivamente na força de trabalho de um país. O Brasil tem desafios importantes e a nação deve entender que, muitas vezes, tributar os medicamentos é taxar a saúde.” Esta é uma questão dramática, apontou o presidente executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), o embaixador Roberto Adenur. “O que está em jogo aqui é uma questão social de grande magnitude”, completou. “A carga tributária brasileira quando ajustada ao nível de renda no País é extremamente elevada. Trata-se de um quadro que deve ser mudado”, defendeu também o consultor da Mendonça Barros Associados, José Roberto Mendonça de Barros.

Acesso injusto Na opinião do secretário da Fazenda do Paraná, Luiz Carlos Hauly, o primeiro grande erro da tributação brasileira é que se deve tributar pela renda, e não pelo consumo. “Nós (Brasil) insistimos em tributar pelo consumo. E, quanto mais tributo você coloca na base de consumo, mais você tributa os mais pobres e menos você tributa os mais ricos. E com isso nós matamos o nosso mercado consumidor – esse é o pecado capital”, revela. É essencial para a saúde da população brasileira repensar a forma como a tributação acontece no setor de medicamentos. “Seria muito melhor se nós acabássemos de vez com todos os impostos sobre os medicamentos, para o bem do cidadão”, opinou o senador Paulo Bauer.

Experiências brasileiras Representando a Frente Parlamentar da Saúde, Darcisio Perondi (PMDB/RS) avaliou que a carga tributária

exemplos de quem visa mudar a situação Atualmente, existem diversas iniciativas que buscam reduzir ou mesmo eliminar os impostos que incidem nos medicamentos no Brasil. É o caso da Frente Parlamentar pela Redução de Tributos em Medicamentos e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de autoria do senador Paulo Bauer (PSDB/SC). Saiba mais sobre cada um deles: Frente Parlamentar pela Redução de Tributos em Medicamentos Trata-se de uma iniciativa da Associação dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan), da Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma), da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCFarma) que pretende atuar no Congresso Nacional pela diminuição dos tributos. PEC Nº 115 de 2011 A Proposta de Emenda à Constituição do senador Paulo Bauer (PSDB/SC) visa acrescer alínea “e” ao inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal para vedar que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituam impostos sobre medicamentos de uso humano.

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Fonte: Senado Federal

brasileira como um todo é excessiva. O profissional lembrou a questão do imposto sobre atendimentos médicos (presente até mesmo no Sistema Único de Saúde – SUS), que é de 20%. “A saúde tem mais tributação do que o setor financeiro”, revelou. O deputado Walter Ihoshi, da Frente Parlamentar de Redução de Imposto, ressaltou os principais objetivos do projeto de luta contra os altos impostos sobre medicamentos: “queremos iniciar um projeto de conscientização dos parlamentares – e levar aos profissionais os altos números do segmento (de impostos)”. Enquanto isso, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, lembrou de aspectos que o fizeram investir em campanhas de acesso a medicamentos – “na verdade, essa luta contra os tributos dos medicamentos é uma luta minha” ­– e o presidente-executivo do Grupo FarmaBrasil, Reginaldo Arcuri, alinhou que a Reforma Tributária é a reforma mais difícil. “É preciso entender, porém, que nós trabalhamos com saúde em caixinhas”, completa e conclui o vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. 2012 outubro guia da farmácia

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CENÁRIO

De olho

É

no mercado

É percebido por todos como a pirâmide social em nosso País está se transformando em um losango. Isso se dá pelo aumento da classe C, que já é a maioria de nossa população. Mais dinheiro nessa camada social gera novas oportunidades No entanto, não basta apenas abrir a farmácia e esperar o cliente entrar. Precisamos focar o propósito de deixar nossas lojas atrativas e não perder clientes para a concorrência.

COMO EXPLORAR AS OPORTUNIDADES?

1. Lojas bonitas Não existe mais o mito de que em loja bonita o “povo” não entra. Entra, sim, pois cada vez mais lojas bonitas, climatizadas, organizadas são valorizadas. O ponto de venda se torna um PDR: Ponto de Relacionamento. A percepção do cliente para as lojas é que lá encontram muito mais que produtos, mas experiência e interatividade com eles, daí a necessidade de a farmácia ser cada vez mais bem iluminada e proporcionar a interação com amostras e visuais diferenciados de seus produtos. 2. Marcas líderes Caiu o mito de que produtos baratos mesmo que sendo de marcas desconhecidas são os que a classe C quer comprar. Muito pelo contrário, as preferidas são as marcas líderes de mercado, pois os clientes têm a certeza de que não estão errando na escolha e não desperdiçarão seu dinheiro. 3. Precificação atrativa Apesar de serem as marcas líderes as mais caras, os clientes querem levar vantagem e economia é a palavra de ordem. FOTO: GABRIEL D. F. DE GODOY

Pensando em sua farmácia, trabalhe com possíveis promoções, compre 2 leve 1, e saiba como fazer que os preços de sua loja sejam atrativos. 4. Vendas consultivas Treine sua equipe para que faça vendas agregadas, exponha os produtos sem preguiça. Se estamos falando de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC), que faça o cliente sentir, cheirar os produtos. Ainda temos as oportunidades de palestras com foco em saúde na farmácia, cursos de produtos e maquiagem. 5. Mix linkado com as mídias As farmácias precisam explorar mais as mídias. O cliente das classes C e D assiste muito à TV, extremamente conectado e muito ligado ao que acontece no mundo virtual. Seguem algumas dicas para que você aproveite as oportunidades: a) Sua empresa tem Facebook, Twitter? b) Você explora as mídias sociais? Faz promoções por meio de ferramentas on line? c) Conversa com seu público e estimula a interatividade por esse meio social? d) Você aproveita as oportunidades das mídias para expor seus produtos na farmácia? O esmalte da novela tal, o sabonete do cantor tal, o creme da cantora tal devem ser conhecidos por todos da sua equipe e ocupar os melhores espaços dentro da farmácia. Pontas de gôndolas, precificadores especiais, equipes informando onde estão os produtos e oferecendo-os. e) Sua farmácia está antenada com o que sai na mídia? Aproveite para assinar revistas que tratam do assunto HPC, revistas de moda, novela, fofoca para aproveitar as oportunidades.

O QUE MINHA FARMÁCIA PODE FAZER PARA APROVEITAR AS OPORTUNIDADES COM AS CLASSES C E D?

M A R C E L O CR IST IAN Diretor da Desenvolva Consultoria e Treinamento

2012 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA

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TENDÊNCIA

Benefício

estendido GIGANTES FARMACÊUTICAS OFERECEM PROGRAMA DE DESCONTOS EM MEDICAMENTOS PARA PACIENTES QUE SOFREM DE DOENÇAS CRÔNICAS. ESSES PROGRAMAS SERVEM DE DIFERENCIAL PARA OS VAREJISTAS QUE DESEJAM FIDELIZAR O CLIENTE E INVESTIR EM POR RODRIGO ROD RI GUE S NOVAS FORMAS DE ATENDIMENTO

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O Brasil tem cerca de 59 milhões de pessoas que sofrem de doenças crônicas como diabetes, males cardiovasculares e respiratórios, tabagismo e câncer. Essas doenças são responsáveis por quase 70% das mortes registradas todos os anos no País, segundo o Ministério da Saúde. São quase 800 mil mortes anualmente. As doenças cardiovasculares

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lideram o ranking, sendo responsáveis por mais de 29% dos óbitos anuais, seguidos pelo câncer (15%) e doenças respiratórias (10%). Para auxiliar as vítimas de males dessa natureza, fabricantes farmacêuticos como Novartis, Pfizer, Bayer e Lilly disponibilizam vários programas de descontos de medicamentos para esses pacientes crônicos. Além dos descontos, os programas oferecem serviços delivery e até orientação 24 FOTO: SHUTTERSTOCK

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TENDÊNCIA

horas para os usuários, esclarecendo dúvidas sobre as doenças e a forma de uso dos medicamentos. As iniciativas da indústria farmacêutica também desempenham um importante papel na relação de fidelização entre os varejistas farmacêuticos e os consumidores, uma vez que na maioria dos programas de descontos o paciente precisa ir ao ponto de venda para adquirir o produto. “A iniciativa agrega valor e novos negócios às farmácias, pois, com o desconto, a percepção do paciente muda e ele se torna um consumidor, podendo adicionar à compra produtos diversos, sem elevar as despesas planejadas”, diz Vagner Pin, diretor comercial e de operações de negócios da Pfizer Brasil. Desde 2006 a Pfizer administra o programa “Mais Pfizer”, que oferece descontos que variam de 35% a 67% em cerca de 23 medicamentos utilizados por pacientes crônicos de diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, câncer e até dis-

ao conseguir seus medicamentos de uso contínuo por um custo mais acessível, e da garantia ao médico de que o que foi receitado será aplicado”, completa o representante da Pfizer. Outra companhia que investe no estreitamento das relações entre o varejo, a indústria e o paciente crônico é a Novartis, que tem um programa com mais de 2,7 milhões de pacientes inscritos e 17 mil farmácias credenciadas. Chamado de “Vale Mais Saúde” (VMS), o programa já está presente em mais de 1.250 municípios brasileiros, segundo a empresa. O VMS disponibiliza conteúdos educacionais para os pacientes de doenças crônicas com informações sobre o malefício (fatores de risco, prevenção, controle); sobre hábitos de vida saudáveis (dicas de alimentação, inclusão de exercícios na rotina); e também sobre a importância de seguir o tratamento conforme orientações médicas. De acordo com a Novartis, o paciente que segue à risca as orientações do programa estabelecidas pela Organi-

AS INICIATIVAS DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA TAMBÉM DESEMPENHAM UM IMPORTANTE PAPEL NA RELAÇÃO DE FIDELIZAÇÃO ENTRE OS VAREJISTAS FARMACÊUTICOS E OS CONSUMIDORES, UMA VEZ QUE NA MAIORIA DOS PROGRAMAS DE DESCONTOS O PACIENTE PRECISA IR AO PONTO DE VENDA PARA ADQUIRIR O PRODUTO função erétil. Para obter os descontos e facilidades do programa, os pacientes precisam ter prescrição médica e se cadastrarem no serviço 0800 oferecido pela empresa. A partir do cadastro, o paciente pode procurar um dos pontos de venda credenciados pela Pfizer e adquirir o benefício. “O desconto pode ser dado tanto no balcão quanto na entrega do medicamento em domicílio. Entretanto, apenas os medicamentos que não exigem retenção de receita estão dentro do programa de delivery da Pfizer. O paciente entra em contato com o 0800 e informa o CRM do médico e demais dados necessários para que ele receba os medicamentos em casa, sem custo de entrega”, explica Vagner Pin. “Mais do que um programa de descontos, o ‘Mais Pfizer’ tem como objetivo promover a adesão ao tratamento, por meio da tranquilidade do paciente cadastrado 42

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zação Mundial da Saúde (OMS), como dieta adequada, uso correto da medicação e mudança de estilo de vida vão ganhando descontos progressivos. “Com a adesão ao programa, as farmácias participantes podem se diferenciar de seus concorrentes, oferecendo aos clientes um serviço aliado à saúde, além de poder aumentar o fluxo de consumidores no estabelecimento, tornando-se referência em sua localidade”, avalia o gerente de CRM & trade marketing da Novartis, Fabio Guimarães. O executivo lembra que, além de descontos nos medicamentos sob prescrição, o “Vale Mais Saúde” também concede benefícios em Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). Segundo a gigante farmacêutica, o varejista que deseja oferecer o benefício aos clientes precisa contatar a empresa e adequar seus programas de computador para consultas ao banco de dados Novartis. Isso se dá por meio da instalação de um software fornecido pelo próprio fabricante.


TENDÊNCIA

Contudo, Guimarães faz um alerta: para que o plano se torne um diferencial real na oferta de serviços dessas lojas, o farmacêutico deve investir em propaganda do programa na loja e divulgação entre os clientes. “É possível aos estabelecimentos credenciados criar materiais de comunicação relacionados ao Programa VMS desde que tenham autorização prévia da Novartis. É importante também que a farmácia ofereça treinamento e capacitação adequados aos seus funcionários para o perfeito atendimento ao cliente e consulta ao banco de dados do programa”, orienta. Na americana Lilly, os descontos de medicamentos variam de 42% a 60% e são definidos de acordo com o perfil socioeconômico do paciente, que é submetido a um questionário inspirado no Critério Brasil (realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE) no ato da sua inscrição por telefone. O Programa “Lilly Melhor Para Você” conta com mais de 100 mil pacientes inscritos e 9.500 pontos de venda adaptados para atendimento aos doentes crônicos. Para obter o benefício, pacientes e varejistas também precisam entrar em contato com o 0800 da companhia e fazer o cadastramento. Antes de iniciar o atendimento aos clientes cadastrados, o varejista terá de igualmente instalar um software do programa nos computadores da unidade de venda, a fim de consultar e entender os critérios de

COMO FAZER PARTE DESSES PROGRAMAS? Mais Pfizer Site: www.maispfizer.com.br SAC para cadastro: 0800 167575 Lilly Melhor para Você Site: www.lillymelhorparavoce.com.br SAC para cadastro: 0800 7010444 Vale Mais Saúde (VMS) – Novartis Site: www.valemaissaude.com.br SAC para cadastro: 0800 8883003

lizar o programa em sua loja, o varejista aumenta suas chances de retorno do consumidor para compras futuras. Pelos nossos dados de análise agrupada (sem informações individuais), 67% dos consumidores no programa retornam à mesma loja da sua primeira compra para as compras posteriores”, comenta o diretor de marketing da Eli Lilly do Brasil, Luciano Finardi. Lançado em 2010, o “Lilly Melhor Para Você” é o carro-chefe da companhia na área de atendimento e relacionamento com o consumidor. A iniciativa vale para todo o território nacional. “É uma forma para que todos os brasileiros possam ter acesso ao medicamento de maneira facilitada e rápida”, comemora. Muito além dos descontos, em todos os casos mencionados as plataformas e sites de atendimento servem para divulgar a melhora da condição de vida dos pacientes portadores de tais enfermidades, além de servir de contato entre os pacientes e médicos, já que na maioria desses serviços há a possibilidade de o cliente falar diretamente com profissionais especializados da área, seja através de e-mail, telefone ou canais de informações e folders. As empresas ouvidas pelo Guia da Farmácia alertam, contudo, que o papel do farmacêutico é fundamental para o sucesso desses programas. Fazer campanha nas lojas, distribuir folders e até instalar terminais ou telefones de cadastramento são ações necessárias para que isso aconteça. “O sucesso do programa e a ajuda ao paciente dependem muito desses profissionais. Benefícios como esse ajudam toda a cadeia farmacêutica, mas principalmente o paciente”, finaliza Vagner Pin, da Pfizer.

O PAPEL DO FARMACÊUTICO É FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO DESSES PROGRAMAS. BENEFÍCIOS COMO ESSE AJUDAM TODA A CADEIA FARMACÊUTICA, MAS PRINCIPALMENTE O PACIENTE análise e oferecimento do benefício aos pacientes. Na farmácia, o paciente deve ter em mãos a receita médica e o CPF e avisar ao atendente que está no programa. É possível saber todos os medicamentos que fazem parte do programa no site ou pelo 0800 da companhia. Para estreitar os laços entre varejista e paciente, a Lilly orienta os varejistas a disponibilizarem um terminal para que o cliente faça a adesão ao programa no próprio ponto de venda. “Ao disponibi44

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gestão

A hora

e a vez de mudar

Com o mercado de varejo farmacêutico em ascensão, as oportunidades de reposicionamento da loja se fazem cada vez mais necessárias. Saiba os aspectos que indicam essa necessidade e o momento certo de alterar P o r r o d r i g o r o dr i g u es 46

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N

Num mercado extremamente competitivo como o varejo farmacêutico, mudanças rápidas de estratégia e atualização do modelo de negócio são fundamentais para se manter vivo entre os concorrentes. Seja numa grande capital ou numa cidade do interior, acompanhar as mudanças sociais e econômicas regionais é um trunfo essencial para garantir os lucros e o sucesso do negócio. Mudanças de endereço, layout, público-alvo, mix de produtos, entre outros, são apenas algumas formas de o varejista renovar e moderfotos: shutterstock


GESTÃO

além dos aspectos fÍsicos e econÔmicos internos, a chegada de novos concorrentes, a alteração do perfil socioeconÔmico e cultural de um determinado Bairro podem levar À necessidade de mudanças na loja nizar o ponto de venda, a fim de se adequar cadores podem ser a venda de alguma categoria, o Até 2015, aos novos tempos e às transformações do faturamento, a quantidade de unidades vendidas, o Brasil terá setor. Chamado de “reposicionamento de 72 mil farmácias por exemplo”, explica o consultor. e drogarias mercado” pelos especialistas, a palavra nada Na opinião da consultora Silvia Osso, o reposiciomais é do que a modernização da loja e a reanamento deve ser considerado também no momendequação às mudanças impostas pelo crescimento em que as farmácias estão com sua imagem ruim to econômico, sociais e de concorrência. desde a arquitetura externa até a interna. Muitos anos sem Nos últimos anos, o ritmo de crescimento de nomexer na fachada, layout ultrapassado, piso desgastado, vas farmácias no Brasil foi de cerca de 30% a cada iluminação e, principalmente, estoque com rupturas e caperíodo de cinco anos, segundo o Conselho Federal pital humano, são alguns dos motivos que levam a maiode Farmácia (CFF). No total, o País tem cerca de 65 ria dos empresários do setor a promover reformas, diz a mil pontos de venda espalhados pelos cerca de 5.500 consultora. É preciso mudar de atitude e o conceito do municípios. Com o crescimento da economia, esse ponto comercial. O passado já foi, mas às vezes o farmanúmero tende também a crescer, principalmente nas cista não encara que a realidade é dura. Agilidade é um áreas onde o crescimento regional está acima da méponto importante e investimento em reformas, equipamendia do País. Até 2015, a Federação Brasileira das Retos, estoques e pessoas é fundamental”, avalia Silvia. des Associativistas de Farmácias (Febrafar) acredita Além dos aspectos físicos e econômicos internos, os que esse número chegue a 72 mil pontos de venda. consultores ouvidos pela revista apontam que a chegaConforme o Guia da Farmácia publicou em edições da de novos concorrentes, a mudança do perfil socioeanteriores, o avanço dessas áreas despertou o inteconômico e cultural de um determinado bairro e até a resse das grandes bandeiras, que já estão de olho nas instalação de obras públicas como metrô, hospitais, unicidades de até 50 mil habitantes. Com isso, a condades públicas administrativas, etc. podem levar à necorrência deve se acirrar ainda mais no País inteiro, cessidade de mudanças na loja. exigindo mais proatividade do varejista para promoNo caso de abertura de uma nova loja, por exemplo, ver mudanças e readequar seu negócio. o varejista deve entender o ponto de venda na hora de O diretor da Desenvolva Consultoria e Treinamenoptar pela mudança no mix de produtos. Em bairros com to, Marcelo Cristian, afirma que o acompanhamenpoder aquisitivo mais modesto, produtos de valor agreto detalhado da vida financeira e comercial da loja gado maior não registram grande saída, assim como nos dá sinais sobre as mudanças que precisam ser feibairros mais abastados, a cesta de itens básicos e mais tas. Segundo ele, mensurar os números é o ponto populares costuma ter giro menor. Segundo os especiaprimordial para entender as transformações neceslistas, esse perfil de cliente pode mudar com o passar dos sárias: “A mudança, dependendo do nível, altera anos, especialmente no momento que o País vive, onde a rentabilidade, a imagem da empresa para o cliencerca de 63 milhões de brasileiros ascenderam socialmente e o público que frequenta a loja”, avalia. “Quante na última década. “O posicionamento precisa seguir do tratamos de gerenciamento por categorias, por minimamente o modelo dos grupos mais conceituados exemplo, mensuramos cada espaço com precisão, de farmácias e drogarias no País, desde que preserve a baseado em indicadores. No momento em que um sua natureza original. Não há mais espaço para farmadesses indicadores apresenta queda ou estabilidacistas que não se atualizam e vivem nos moldes antigos de farmácias”, sentencia Silvia. de, é sinal de que é necessário mudar. Esses indi48

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gestão

Ousadia, visão de futuro e coragem de mudar também são atributos essenciais para promover o reposicionamento da loja, de acordo com os especialistas consultados. E esses atributos não faltaram ao empresário Giuliano Trindade. Dono de uma rede de sete farmácias na cidade de Campo Belo, em Minas Gerais, ele deu uma guinada nos negócios e resolveu transformar uma das lojas em modelo popular com foco nas classes C e D, através da bandeira Ultrapopular. Nesse modelo, as lojas da rede são menores que as normais e só trabalham com produtos e marcas de curva A, que indicam alta rotatividade. A unidade não oferece serviços de atenção farmacêutica e tem um mix de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) também muito menor que as outras lojas. O diferencial do modelo Ultrapopular é exatamente o preço reduzido, com foco em genéricos e similares, pagamento no cartão de crédito ou no cheque, com direito a parcelamento. Ao contrário do modelo das demais lojas, Trindade consegue

tivo de curiosidade. Em apenas três meOusadia, visão de ses o faturamento da loja subiu de R$ futuro e coragem de mudar também 40 mil por mês para cerca de R$ 300 são atributos mil. “Já no primeiro mês a gente sentiu essenciais uma diferença significativa de 30%. Como não fiz muita propaganda na cidade para justamente não prejudicar minhas outras lojas, o boca a boca foi crescendo e hoje superamos todas as expectativas”, comemora o empresário. No modelo Ultrapopular adotado por Giuliano Trindade, a loja tem cerca de 80 metros quadrados, praticamente metade do tamanho das outras, que têm cerca de 150 metros. A administração também contempla a redução total de custos e a loja tem apenas seis dos doze empregados habituais das outras lojas. Não há serviço de entrega, aferição de pressão nem aplicação de injetáveis. “O atrativo é essencialmente o preço e agilidade na dispensação. A linha de produtos de HPC só tem itens de primeira necessidade e com presença maciça de mídia. E os consumidores não têm reclamado”, explica. O sucesso em Campo Belo foi tão grande que o empre-

No caso de abertura de uma nova loja, por exemplo, o varejista deve entender o ponto de venda na hora de optar pela mudança no mix de produtos. em bairros com poder aquisitivo mais modesto, itens de valor agregado maior não registram grande saída, assim como nos bairros mais abastados, a cesta de artigos básicos e mais populares costuma ter giro menor oferecer os medicamentos genéricos com até 30% de desconto, graças ao modelo de negociações coletivas da rede, e os similares com no mínimo 55% de desconto no preço de tabela. “Foi uma decisão arriscada, porque a própria entrada desse novo modelo poderia prejudicar as minhas outras lojas. Mas sempre pensei que não dava para manter o negócio do mesmo jeito, sem modernizar e sem proporcionar algo novo para fazer frente às grandes bandeiras, que estão o tempo todo nos ameaçando”, conta. O medo e a ousadia do empresário em pouco tempo se transformaram em case de sucesso e mo50

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sário mineiro já planeja a abertura de duas outras lojas do mesmo modelo em outras cidades próximas. “Com apenas 53 mil habitantes, acho que Campo Belo não comporta duas lojas iguais. Como as demais unidades da minha rede não foram afetadas, nossa estratégia de crescimento vai ser para outros municípios”, considera. O sucesso do empresário mineiro atraiu diversos outros empresários do ramo e mensalmente ele recebe outros varejistas interessados em adotar o modelo em suas cidades. “Vem gente de todos os lugares do Brasil. Esperamos que o boca a boca e a satisfação dos clientes possam nos ajudar ainda mais. Em 15 anos de mercado, não pensei que viveria um momento tão otimista como agora. Nada como dar


um passo correto e sem medo”, desabafa. Até o ano de 2017, as projeções do mercado indicam que o setor de varejo farmacêutico deverá dobrar de tamanho, atingindo R$ 87 bilhões em volume de vendas. Na opinião dos especialistas esse crescimento deve atrair novos players ao mercado, deve

to estratégico se quiser surfar nesse período positivo. O momento de mudar é agora e é preciso ter sensibilidade e acompanhamento para isso”, diz o consultor Cadri Awad. Na opinião de Silvia, o reposicionamento inclui mudanças de vários aspectos, como arquitetura interna e externa, estoque, gestão de categorias, informatização, gestão de pessoas, estratégias de markeas oportunidades estão postas e os varejistas precisam ting, dentre outros. desenvolver a estratégia mais singular para o seu negócio, “O que não pode é parar no tempo. É acompanhando detalhadamente as contas da empresa e a quase necessário se evolução dos números, com dedicação e profissionalismo reinventar o tempo todo”, diz ela. acomodar bandeiras estrangeiras e, principalmente, Cadri Awad compartilha a opinião e diz que as oportuatrair novos empreendedores do setor que sonham nidades estão postas e os varejistas precisam desenvolver com o negócio próprio. “É um momento único via estratégia mais singular para o seu negócio, acompavido pelo Brasil. Ninguém sabe quanto tempo vai nhando detalhadamente as contas da empresa e a evoludurar, uma década, duas. Fato é que o pequeno e ção dos números, com dedicação e profissionalismo. “Não médio empresário precisa investir e ter planejamense pode perder o bonde da história”, sentencia ele. 2012 outubro guia da farmácia

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CONSULTOR JURÍDICO

O CRF e os

honorários advocatícios

CASO O DEPARTAMENTO JURÍDICO DO CRF ESTEJA COBRANDO ALÉM DAQUELES FIXADOS PELO JUIZ E/OU EXIJA O PAGAMENTO DIRETAMENTE A SEUS INTEGRANTES, PROCURE O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

GUSTAVO S E MBLANO Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Rio de Janeiro (Ascoferj), OAB/RJ 113655 E-mail gustavo@semblano.com.br 52

O

O Conselho Regional de Farmácia (CRF) é considerado uma autarquia especial, com o principal objetivo de fiscalizar o exercício da atividade profissional do farmacêutico e dos estabelecimentos onde este irá cumprir suas funções. Desta forma, o CRF se submete às regras de direito público, sem margem para optar se cumpre ou não a legislação, sendo obrigado a cumpri-la. As anuidades cobradas pelo CRF possuem natureza de tributos e, assim, caso não pagas podem ser cobradas judicialmente por um tipo de processo chamado de Execução Fiscal. Logo no início do processo o juiz fixa honorários advocatícios ao Departamento Jurídico, órgão onde atuam os advogados e assessores jurídicos daquela autarquia. De qualquer forma, é necessário esclarecer dois pontos: os advogados e assessores jurídicos do CRF somente podem cobrar honorários advocatícios fixados pelo juiz (nada além disso) e estes honorários não podem ser pagos diretamente a eles, mas, sim, ao próprio Conselho, que se incumbe de distribuir aos integrantes de seu Departamento Jurídico. É somente assim que o CRF poderá ter controle dos valores recebidos pelos integrantes do Departamento Jurídico; um excelente exemplo de organização e transparência nesse sentido se encontra na Delibe-

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ração nº 1.327/11 do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio Grande do Sul. Esta informação se faz relevante pelas notícias de alguns excessos que vêm ocorrendo e possui fundamento no artigo 3º da Resolução CFF 489/08, a seguir transcrito: Art. 3º: É garantida a transação fiscal nos processos executivos fiscais com trâmite definido pela Lei Federal nº 6.830/80, devendo ser remetido o termo de transação para o juízo federal competente, para fins da respectiva homologação judicial após o seu devido cumprimento. Parágrafo Único: Nas transações administrativas fiscais não são devidos honorários advocatícios de qualquer espécie, exceto naquelas referentes a processos já ajuizados, cujo valor se limitará àquele fixado pelo Juiz, devendo fazer parte do valor transacionado para o devido repasse ao advogado, procurador ou assessor jurídico. Assim, caso o Departamento Jurídico do Conselho Regional de Farmácia esteja cobrando honorários advocatícios além daqueles fixados pelo juiz e/ou exija o pagamento diretamente a seus integrantes, procure o Ministério Público Federal (http://www.pgr.mpf.gov.br//conheca-o-mpf/procuradores-e-procuradorias/ prs) de sua cidade e denuncie. FOTO: DIVULGAÇÃO


CONJUNTURA

A pujança do

mercado farmacêutico AS PREVISÕES POSITIVAS PARA O SETOR INDICAM CRESCIMENTO DE 86% NAS VENDAS DE MEDICAMENTOS ACUMULADAS ATÉ 2017, COM MÉDIA ANUAL DE 13%

E

POR EGLE LEONARDI

Embora a crise econômica mundial tenha abalado fortemente algumas das maiores economias do mundo, o Brasil atravessa um período de estabilidade, e vem ganhando posições no panorama mundial. Há previsões bastante otimistas que colocam o País na quinta posição no ranking das maiores potências econômicas do mundo até 2017. Essa foi uma das previsões reveladas no 2º Encontro da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), que acon-

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teceu em setembro, em São Paulo (SP), e reuniu cerca de 300 representantes das redes associadas à entidade e outros players do mercado farmacêutico nacional. Na ocasião foram abordados assuntos relativos ao mercado que envolvem desde a indústria até a cadeia de distribuição e o setor varejista. Temas como a economia brasileira e suas repercussões no comércio de medicamentos, as projeções de venda e de distribuição e o perfil de consumo foram amplamente discutidos. FOTOS: SHUTTERSTOCK


CONJUNTURA

A Febrafar tem trabalhado fortemente o conceito do associativismo junto às redes nacionais. Comprar melhor, negociar diretamente com a indústria, estruturar centros de distribuição, utilizar estratégias de marketing de peso que possam fortalecer as marcas das pequenas empresas e seus produtos são metas que todos os empresários buscam. A diferença é que os grandes empreendimentos têm condições de atingi-las de maneira rápida e isolada. Ao agir sozinhos, os negócios de menor porte enfrentam maiores dificuldades para alcançar objetivos que tornem suas empresas mais competitivas e rentáveis. Entretanto, quando pensam e agem coletivamente, ganham força, representatividade e maiores lucros. A federação, que foi fundada em 2000 com 16 associadas, já engloba um universo com 38 redes, que somam 6.870 lojas. Sua capilaridade atinge 20 Estados mais o Distrito Federal – mais de 1.500 municípios. O professor do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (CPDEC), Rodnei Domin-

este ano com a moeda a R$ 2,02; em 2013 ela custará R$ 2,41 e em 2017 deverá valer cerca de R$ 3,60. As reservas brasileiras passarão dos atuais US$ 355 bilhões para US$ 700 bilhões. Já a dívida pública em relação ao PIB, em 2012 fechará em 35,5%, em 2013 será de 34,2%, em 2015 será de 30,1% e a projeção para 2017 é de 24,6%. O risco Brasil teve uma evolução surpreendente, já que em 2002 era de 2.400 pontos. Em 2008 passou para 260 e em 2012 chegou a 190. A previsão de Domingues para 2017 é de que o risco Brasil atinja o patamar de 70 pontos. “O desafio aqui é a entrada acelerada de dólares no mercado e, por isso, o País precisará de políticas agressivas para conter a flutuação da moeda”, alerta ele. O PIB apresentará crescimento de 2,1%, em 2012, para 4,3% em 2013 e possivelmente 4,8% em 2017. Na razão oposta, a taxa de juros cai dos

EM CINCO ANOS O BRASIL SERÁ A 5ª ECONOMIA MUNDIAL E, COM ISSO, CERTAMENTE IRÁ ATRAIR INVESTIDORES. O MUNDO VAI DEMANDAR ALIMENTO E RECURSOS NATURAIS E O PAÍS TEM CONDIÇÕES DE ATENDER A ESSES REQUISITOS ATÉ 2017 gues, durante o evento da Febrafar proferiu palestra e desenhou um cenário consistente sobre a economia brasileira e o comércio varejista de medicamentos até 2017, cujas projeções foram baseadas em estudos realizados pelo CPDEC e outras entidades do setor.

BRASIL NO CENÁRIO MUNDIAL “Em cinco anos o Brasil será a 5ª economia mundial e, com isso, certamente irá atrair investidores. O mundo vai demandar alimento e recursos naturais e o País tem condições de atender a esses requisitos até 2017”, diz o professor. As exportações passarão dos atuais US$ 300 bilhões (2012) para US$ 600 bilhões em 2017. O País exporta 47% de produtos básicos, 14% de semi-industrializados e 39% de industrializados. “Exportaremos em 2017 40% de produtos básicos (commodities ), 30% de itens semi-industrializados e 30% de produtos industrializados”, prevê ele. Com relação à variação do dólar, devemos fechar 56

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7,2% em 2012, para 6,2% em 2013 e 5,5% em cinco anos. A inflação, por sua vez, terá variação de 5,1% neste ano para 4,2% no ano que vem e 4,5% em 2017. O aumento do PIB entre 2012 e 2017 será de 20% a 25%. Em termos da população brasileira, que figura com 190 milhões de habitantes atualmente, esse volume deverá atingir a casa dos 215 milhões em cinco anos. Com isso a população vai envelhecendo, mas o País ainda será considerado um local de jovens, já que a idade média passará de 28,8 anos (em 2010) para 31,2 anos em 2015, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto estima ainda que até 2050 a idade média do brasileiro chegue a 46,2 anos. Já o índice de desemprego, de acordo com o IBGE, tende a cair. Deverá fechar 2012 com 6% e chegar a 2017 com 5,5%. Entretanto a falta de mão de obra qualificada continuará persistindo.


CONJUNTURA

OS REFLEXOS DESSAS PREVISÕES DE MERCADO NO SETOR FARMACÊUTICO SERÃO VISÍVEIS, PRIMEIRAMENTE NO CRESCIMENTO DAS VENDAS DE MEDICAMENTOS ATÉ 2017: EM VOLUME SERÃO 86%, ACUMULADOS DE 2012 ATÉ 2017, COM MÉDIA ANUAL DE 13%. JÁ EM RECEITA SERÃO 76%, ACUMULADOS NOS PRÓXIMOS CINCO ANOS, COM MÉDIA ANUAL DE 12% Para vislumbrar melhor a migração das classes mais baixas e o aumento do poder aquisitivo, o especialista mostra a tabela do IBGE, com indicativos de migração dos indivíduos entre as classes indicadas e o desaparecimento gradual da miséria, o que coloca no mercado mais consumidores: A classe A-1 passará dos atuais 2% para 3% em 2017, A-2 mudará de 5% para 6%. A classe B aumentará de 15% para 17%. A classe C crescerá de 54% para 56% e a classe E sofrerá decréscimo dos atuais 24% para 18% nos próximos cinco anos. O otimismo de Domingues fica por conta também da carga tributária, que deverá passar de 34% em 2012 para 23,2% em cinco anos.

COMÉRCIO VAREJISTA Os reflexos dessas previsões de mercado no setor farmacêutico serão visíveis, primeiramente, no crescimento das vendas de medicamentos até 2017: em volume serão 86%, acumulados de 2012 até 2017, com média anual de 13%. Já em receita serão 76%, acumulados nos próximos cinco anos, com média anual de 12%. O segmento de perfumaria perceberá crescimento, em volume, de 101%, com média anual de 15%. Em receita, essa ascensão será de 93%, com média anual de 14%. O crescimento será maior nas cidades de até 500 mil habitantes e nas periferias das grandes cidades. “Vale lembrar que o crescimento das vendas verifica58

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do de acordo com a classe social se dará em 62% nas classes B e C e 38% nas demais classificações nos próximos cinco anos”, aponta o professor. Em termos de perfil do consumidor, 26% das vendas de medicamentos serão realizadas para idosos e 73% das vendas de perfumaria serão realizadas para mulheres da classe C. Os meios eletrônicos terão destaque até 2017, já que 33% das vendas serão realizadas pela internet, telefone e outros meios baseados em tecnologia. Além disso, os maiores crescimentos das vendas das farmácias serão motivados por estes canais.

TENDÊNCIAS “É importante o varejo prestar atenção às novas práticas que despontam no mercado, como o sistema de desconto progressivo, que gera descontos especiais em troca da venda de todos os medicamentos consumidos no mês, no trimestre ou no semestre, por toda a família”, ressalta Domingues. Além disso, os players devem se preparar para o crescimento das grandes redes, das farmácias ligadas aos supermercados, aos preços cada vez mais baixos e à farmácia popular. Quanto às ameaças, ficam por conta do crescimento do nível de endividamento em 2012.


CONJUNTURA

Para farmácias com faturamento acima de R$ 150 mil, aumento de 13%; faturamento entre R$ 61 e 149 mil, aumento de 24%; e abaixo de R$ 60 mil, aumento de 75% (neste patamar 65% possuem dívidas acima de 150% do faturamento). Outras ameaças são a redução de 9% na margem bruta em medicamentos até 2017 e o aumento no número de farmácias (crescimento do número de habitantes por farmácia). “Quem quiser vencer deverá aproveitar as oportunidades do negócio, que estão nas cidades pequenas e na periferia, com consumidores acima de 60 anos, nos programas de fidelização e sistemas de desconto progressivo e nas margens mais atraentes nas categorias de não medicamentos”, avisa o especialista, que ressalta outro ponto fundamental: a importância do mix . O professor finaliza com este exemplo: 20% a mais na oferta de desodorantes, xampus, condicionadores, escovas de dente e creme dental significam para o lojista a conquista de 25% de margem nas vendas. Isso sem aumentar o estoque, somente o número de itens. Portanto, o sortimento correto e adequado ao perfil da loja é o que irá alavancar os negócios.

VISÃO GLOBAL Já o diretor comercial e de serviços de consultoria do IMS Health, Paulo Paiva, falou no encontro com os representantes das redes associadas à Febrafar sobre as perspectivas do mercado farmacêutico. Ele prevê que o mercado global deve crescer mais de 5% em 2012 e deverá ultrapassar US$ 1 trilhão até 2016. Apesar disso, os genéricos é que ganharão participação nos próximos quatro anos, impulsionados pelos altos volumes em mercados emergentes. O ranking global de países continuará mudando e o Brasil será o quarto mercado mundial de medicamentos até 2016. Os países mais desenvolvidos já têm condições ideais e neles o consumo não aumentará, pois o acesso aos medicamentos já está garantido, diferente do que acontece no Brasil, cujas mudanças se darão pelo crescimento desse acesso. O diretor acredita que as grandes corporações crescerão abaixo do mercado. A América Latina cresceu algo entre 7% e 8% nos últimos cinco anos. Em valores, 14% em termos nominais e 7% em termos reais. O Brasil representa 43% desse contexto. Na perspectiva regional, nos últimos cinco anos, os players locais capturaram 8% de share do mercado retail. No ranking da América Latina, figuram dois players nacionais. Por ordem: Sanofi-Aventis, Novartis, EMS (lo60

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cal), Pfizer, Bayer, MSD e Hypermarcas (local). No Brasil o crescimento foi de 5% nos últimos 12 meses após desconto, e esse desconto médio atinge 32% nos produtos de marca e, quanto mais genéricos e similares, maior o desconto. “O mix de volume deverá continuar migrando para genéricos e marca. A queda de patentes continuará impactando o cenário até 2017. O que fará o mercado crescer é o mix correto e os serviços adequados. Comprar mal é a situação mais crítica do varejo farmacêutico”, destaca o executivo. O especialista prevê ainda que a farmácia popular deve seguir impulsionando volumes e valores e alterando o sortimento competitivo. As grandes redes deverão continuar a crescer. As redes de mercado ficarão iguais e as farmácias pequenas tendem a perder participação. Outros fatores deverão movimentar os canais, como o aumento da concorrência (abertura de novas lojas).


sustentabilidade

Processo de A incineração é útil para o descarte de medicamentos, entretanto, gera resíduos ao meio ambiente. A quantidade a ser descartada e consequentemente incinerada deve diminuir P o r l í g i a fav or etto 62

guia da farmácia outubro 2012

redução

C

Como forma final de destruição das sobras de medicamentos ou medicamentos vencidos, a incineração é uma prática muito útil. Até o momento aceitável e ideal, por eliminar o produto, sem que ele retorne ao meio ambiente de maneira degradante. Por outro lado, gera resíduos e lança poluentes na atmosfera, muitos deles ainda não identificados. foto: shutterstock


sustentabilidade

o que é incineração A incineração é um processo de destruição térmica realizado sob alta temperatura – 900Cº a 1200Cº com tempo de residência controlada – e utilizado para tratamento de resíduos de alta periculosidade, ou que necessitam de destruição completa e segura. Ocorre a decomposição térmica via oxidação à alta temperatura da parcela orgânica dos resíduos, transformando-a em uma fase gasosa e outra sólida, reduzindo o volume, o peso e as características de periculosidade dos resíduos. As regulamentações para empresas de incineração, aprovadas pelas autoridades reguladoras federais e estaduais, objetivam garantir que o projeto, operação, testes e manutenção destes sistemas proporcionem a máxima segurança e risco mínimo para a área circundante e seus habitantes. A principal vantagem é que o processo realmente destrói a maioria dos resíduos ao invés de apenas descartar ou armazená-lo, reduzindo em quase 90% o volume de resíduo gerado. Fontes: Maria Aparecida Nicoletti, da USP e UnG, e Joe Roseman, da BHS

A consciência da utilização e produção somente do necessário é uma filosofia em pauta, que deve prevalecer. O objetivo é que se diminua a quantidade de resíduos a serem descartados e consequentemente incinerados. O grande problema é saber produzir e não saber dar a destinação final adequada. De acordo com o pesquisador e coordenador da BHS (Brasil Health Service), idealizadora do projeto Descarte Consciente e da máquina coletora Ecomed, Joe Roseman, é muito difícil dizer o que é certo e o que é errado fazer no âmbito do descarte de medicamentos, sobretudo quando não existem leis e ações regulatórias no Brasil, apenas possibilidades para a livre iniciativa. “O que é correto fazer não existe; o que existe são ações conjuntas que devem ser tomadas. Há mais empresas particulares interessadas, buscando caminhos contundentes para resolver, para ajudar a equacionar o problema, do que a iniciativa governamental. É preciso fomentar os estudos, ter laboratórios com condições de observação, ações que possibilitem o entendimento de como tudo funciona.” 64

guia da farmácia outubro 2012

Roseman comenta que a incineração não é 100% ideal. “Ela gera resíduos, consome oxigênio, mas não existe uma ‘bala de prata’, uma solução única. Se vamos construir um resíduo que terá consumo de oxigênio, para ser destruído, e vamos gerar outros gases, significa que não temos a solução ecologicamente correta.” Um incinerador reduz milhões de toneladas de resíduos orgânicos, altamente tóxicos, em 5,6% do volume que ele ocupava em sua forma inicial. Gera furanos, gases que vão chegar a qualquer quadrante do planeta. “O ar é dinâmico e está aí para todos. O planeta é um organismo vivo e, como tal, ele adoece e pode ter, analogicamente, os mesmos ‘cânceres’ que nós, humanos, estamos sujeitos a ter.” Roseman completa: “É inegável que a incineração reduz o impacto destes contaminantes no meio ambiente”. O executivo diz ainda que não sabe quanto tempo se vai levar para chegar a uma solução alternativa. “A incineração, nos padrões atuais, é realmente a mais adequada, para redução de volume de contaminantes e até mesmo, em muitos casos, para minimizar a própria incidência de doenças. Porque, na verdade, um material altamente tóxico pode contaminar milhões de pessoas e quando ele está reduzido, em enorme escala, diminui-se a probabilidade de contaminação.” Ele afirma que não dá para protelar e esperar os resultados de estudos de longo prazo para que se definam as melhores alternativas. Segundo o cientista, é melhor começar alguma coisa e ir aprimorando na medida em que se toma mais conhecimento do problema como um todo. “Iniciar, de alguma forma, é melhor do que esperar dominar completamente o tema para partir para alguma ação.” Canais competentes para legislar sobre isso são os que cuidam de legislação, ou seja, não detêm o conhecimento acadêmico do problema, fato que leva ao dilema: quem está certo? O estudo desta empresa aqui? Ou o daquela empresa lá? “Isso vai gerando um empurra-empurra, uma perda de tempo inestimável”, lamenta Roseman, que diz ainda: “Não existem laboratórios no Brasil disponíveis para os testes necessários; os espectômetros são ultrapassados. A leitura de concentrações na água e no ar são medições extremamente precisas e não se tem como fazer aqui. Reitero que este continua sendo um tema tão importante quanto obscuro, visto que dificilmente se consegue visitação às unidades de incineração instaladas no Brasil”.

Investimento e conscientização Existe o desejo do entendimento pleno dos processos, mas não há investimento, nem educação do ponto de vis-


sustentabilidade

etapas do processo

Combustão: a incineração de resíduos envolve a aplicação de processos de combustão, sob condições controladas, para converter materiais residuais à cinza mineral inerte e gases. O três “Ts” de combustão (temperatura, turbulência e tempo de residência) devem estar presentes juntamente com o oxigênio suficiente para que a reação ocorra.

Temperatura: a mistura de queima (ar, resíduos, e de combustível) deve ser elevada para uma temperatura suficiente capaz de destruir todos os componentes orgânicos. O fluxo de ar de combustão é reduzido ao nível mínimo necessário que fornece o oxigênio para o combustível de apoio (gás, óleo, carvão) e os resíduos combustíveis sem formar elevados níveis de hidrocarbonetos não queimados, além de CO. Isto irá aumentar a temperatura para o nível necessário para uma boa combustão.

Turbulência: refere-se à mistura constante de combustível, o oxigênio de resíduos.

Tempo de residência: é o tempo de exposição às temperaturas de combustão. Este é um fator vital para garantir a completa destruição dos resíduos incinerados, que nem sempre são seguidos. O oxigênio deve estar disponível na zona de combustão.

Fonte: Joe Roseman, da BHS

ta de campanhas para conscientização. Joe Roseman aponta que a maioria das pessoas ainda vive em lugares com fossa séptica, os famosos sumidouros, sem sistema de saneamento. “Se as pessoas jogam os medicamentos no lixo comum e este vai para uma fossa séptica, imagine onde esses resíduos vão parar. Não estamos falando de 17 milhões de habitantes nas cidades de São Paulo, nem de oito milhões no Rio de Janeiro, estamos falando de mais de 90 milhões que moram nessas condições.” O cientista considera que os estudos existentes são enfáticos. Há constatação da presença dos fármacos em várias águas. De acordo com as proporções, alguns resíduos podem ser encontrados na água em PPT, que são partes por trilhão, mas já foram encontrados resíduos em PPB (partes por bilhão). “A diluição de determinados fármacos, ou agentes químicos, produz efeitos adversos para a 66

guia da farmácia outubro 2012

vida, seja ela humana, orgânica, animal ou vegetal.” Independentemente do que se venha a fazer para descobrir uma alternativa para o tratamento do resíduo medicamentoso, é fato que a água do planeta está comprometida, é preciso purificá-la. Roseman ressalta que, ao se tratar a água, vários problemas serão eliminados. “O governo precisa se conscientizar, do ponto de vista social e econômico. Quando se tem uma água melhor, evita-se que muitas pessoas adoeçam ou tenham a manifestação de efeitos dos agentes químicos, o que afasta também enormes gastos por parte do Sistema Único de Saúde (SUS).” A água é uma ocorrência de nível universal extremamente rara, ela precisa ser preservada desses agentes. 100% da população gera entraves dos excrementos prejudiciais e isso precisa ser levado em consideração. O organismo não retém grande parte dos princípios ativos, o que eleva ainda mais a necessidade de tratamento. A farmacêutica responsável pela Farmácia Escola do de-


sustentabilidade

partamento de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti, ressalta que fármacos excretados pelo organismo caem no meio ambiente como metabólitos hidrolisados ou inalterados. Isso significa que se forem eliminados na forma conjugada poderão ser facilmente clivados e desta maneira se transformarem em substâncias ativas nos esgotos domésticos que seguirão para o esgoto bruto, e daí para as estações de tratamento de esgoto, que, empregando os tratamentos convencionais, não resultarão na inativação desses compostos, ou seja, permanecerão ativos. “A taxa de excreção da forma inalterada depende do fármaco, da dose e do indivíduo. De modo geral, de 40% a 90% da dose administrada é excretada em sua forma original e a maior parte dos fármacos chega às estações de tratamento de esgoto. Os estrogênios sintéticos, por exemplo, constituem uma classe de fármacos intensamente discutida, considerando os possíveis efeitos adversos correspondentes por interferirem no desenvolvimento e reprodução de organismos aquáticos, além de estarem relacionados ao desenvolvimento de vários tipos de cânceres em humanos.” Joe Roseman lembra ainda que existe o problema dos lixões e aterros. Ele comenta: “Fala-se em terminar com os lixões no Brasil e fazer os aterros sanitários, que deveriam ser banidos. Precisamos ter mais incineradores porque, assim, a quantidade de resíduos seria minimizada, e produziríamos menos gases letais.” Para cada milhar de tonelada de resíduo contaminante que é incinerado, geram-se 250 gramas de um material tóxico. “Diante da incompetência humana científica de encontrar uma alternativa 100% ecológica, a incineração é uma alternativa muito boa. Se ela pode reduzir o nível de contaminantes, então é o que devemos fazer, em vez de estocar. O aterro é um estoque que está sujeito a vazamentos, a corrosão, a um descontrole de substâncias estocadas; daqui a 100 anos vão esquecer o que havia naquele lugar; uma empreiteira vai comprar o terreno, vai construir e tudo vai explodir, porque aquele subsolo está cheio de gás metano e ninguém sabia.” Maria Aparecida Nicoletti lembra que, em algumas usinas, a queima da incineração é direcionada 68

guia da farmácia outubro 2012

tipos de incineradores Incineradores são usados para destruir resíduos sólidos, lodos, líquidos e alcatrões. Dependendo das características físicas, químicas dos resíduos e o tratamento de que necessitam, processos diferentes de incineração serão aplicados. Sólidos, lodos e alcatrões são incinerados em fornos de soleira fixa e rotativa. Os líquidos podem também ser queimados nestes sistemas e utilizados como combustível de suporte. Em muitas plantas, onde os líquidos são os resíduos primários, os incineradores de injeção de líquido são utilizados. Caldeiras, fornos de processo, fornos de cimento e fornos agregados leves também utilizam energia disponível a partir de resíduos líquidos e queimam resíduos líquidos, bem como os combustíveis fósseis (gás natural e petróleo). Fonte: Joe Roseman, da BHS

de modo a transformar o calor liberado em energia elétrica. “O processo de incineração é financeiramente elevado e exige que a liberação de gases altamente poluentes decorrentes da emissão do material incinerado seja submetida a filtros, antes de serem colocados na atmosfera.” Ela revela que os poluentes dos gases de chaminé muitas vezes também estão presentes nos demais resíduos. Tais compostos incluem dioxinas, bifenilas policloradas (PCBs), naftalenos policlorados, benzenos clorados, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs), inúmeros compostos orgânicos voláteis (VOCs), e metais pesados como chumbo, cádmio e mercúrio. “Vários desses compostos são muito resistentes à degradação no meio ambiente, acumulam-se nos tecidos de organismo vivos e apresentam toxicidade. A preocupação com o que vai ser gerado na atmosfera ou permanecerá nas cinzas deverá ser estudada para evitar os problemas de saúde relacionados à emissão dos poluentes, como câncer, alterações no sistema endócrino, etc.” A professora conta que já foi detectada em países europeus a presença de dioxinas acima dos limites em leite produzido nas vizinhanças de incineradores. “As cinzas geradas provenientes do material incinerado são normalmente adicionadas ao asfalto ou então ao cimento. Entretanto, é preciso salientar que embora a incineração diminua substancialmente o volume do material descartado, esse processo gera resíduo, porém, em menor quantidade.” O especialista Joe Roseman considera que o ideal seria encontrar uma forma de transformar o resíduo químico em


sustentabilidade

esquema de incineração do tipo kiln Abaixo você tem um esquema de incineração do tipo Kiln, que é o ideal para o tratamento de resíduos. À saída superior direita, apesar de não aparecerem, devem ser instaladas as torres de captação de gases, que atualmente conseguem reter 98% dos gases resultantes de uma incineração. Note que nem todos os incineradores no Brasil estão equipados em total conformidade com as normas seguidas pelos principais países que incineram da forma mais completa possível.

H2O, CO2, P2O2, SO2, N2, O2, Cl2, HCl 1.800 – 2.200º F

Ar, gás e óleo Agentes químicos C, H, O, N, Cl, P, S

Gases provenientes da queima

Ar

1.400 – 1.800º F

Combustível

CO2, O2, HC

Lodo

NO, SO3, HCl, N3, CO, Cl2, P2O2, H2O

Cinzas Ar Fonte: Joe Roseman, da BHS

70

guia da farmácia outubro 2012

AL

cedimento é muito caro. “Então o que eles fazem? Mesmo sem ser correto, jogam no lixão, que acumula resíduos hospitalares, domésticos e isso tudo vai penetrando no solo. Tudo o que envolve agente contaminante orgânico ou virótico é o que deveria ser incinerado.” A instalação de incineradores exige extremo cuidado e não permite a existência de famílias vivendo ao redor; um distanciamento físico bastante grande se faz necessário, é como se fosse uma usina nuclear. Ocupam, em média, uma área física de mil metros quadrados, mas a distância que as pessoas têm de ter desse incinerador, sem correr o risco de inalação inadequada dos gases, fica em torno de um raio de dois quilômetros, segundo informações de Roseman.

E CO N TEÚDO

material biodegradável. Obtendo-se êxito nesse tópico, o resíduo seria colocado em áreas insípidas para uma análise de que tipo de geração de vida ele poderia proporcionar, e se seria saudável, diante dos padrões humanos. Dessa forma, o ciclo ecológico seria fechado: produzindo, curando e transformando o residual de forma que ele retornasse à natureza. “Toda engenharia química deveria conceber a reversibilidade das moléculas que produzem, o que é muito custoso. Buscam-se os caminhos e no afã de encontrar soluções geram-se subprodutos, sem condições de reversão. É muito difícil pensar que um laboratório não tenha conhecimento do que pode ser feito, que não tenha ainda talvez encontrado as soluções”, diz. O ser humano sempre sofrerá consequências para as quais ele não tem distanciamento temporal suficiente. Ele ressalta que a maioria dos municípios do Brasil não tem acesso a incineradores, existem poucos (20 no máximo, no País todo) e todo o pro-

XT T RA NO POR

Acompanhe no Portal a lei do Rio Grande do Sul que obriga o recolhimento das sobras de medicamentos da população, além da iniciativa do Hospital das Clínicas de São Paulo, para o descarte correto. www.guiadafarmacia.com.br


varejo

Descarte de

medicamentos

Os FARMACÊUTICOS E a POPULAÇÃO nesse processo complexo do destino correto de sobra e produtos vencidos

Dr . Eugê ni o M uniz

Gerente de Relacionamento do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) em Recife/ PE e Diretor Secretário-Geral do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Pernambuco (CRF-PE). Site www.ictq.com.br 72

A

Atualmente, no Brasil, não existe legislação específica sobre o descarte dos medicamentos em poder da população, embora existam, no Legislativo, discussões acerca do Programa Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), desde 1991. A RDC 44/2009 tem, no seu artigo 93, a permissão para as farmácias e drogarias participarem de programas de coletas de medicamentos descartados pelas comunidades – contudo, não se trata da responsabilidade compartilhada por todos na cadeia farmacêutica. A Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010 (Decreto 7.404, de 23 de dezembro do mesmo ano), instituiu a “Política Nacional de Resíduos Sólidos”, criou o “Comitê Interministerial” para implementação da lei e o “Comitê Orientador para Implantação do Sistema de Logística Reversa”. Com o desenvolvimento dos debates, formaram-se os Grupos de Trabalhos Temáticos, em que o tema “Medicamentos” está sob a coordenação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A questão é que a discussão cresce sobre qual deve ser o destino dado aos medicamentos que não são usados pela população, visto que envolve uma cadeia farmacêutica complexa que inclui os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e a própria população, que deverá iniciar o processo reverso da cadeia. E é nessa hora que implantar a logística reversa de medicamentos requer a participação efetiva das duas pontas da cadeia: os fabricantes e a população. A situação atual, em que a falta de informação promove o descarte inadequado de resíduos químicos farmacêuticos, está gerando graves danos à natureza, além de risco de in-

guia da farmácia outubro 2012

toxicação de pessoas que utilizam os medicamentos descartados no lixo comum. As chamadas “farmácias domésticas”, com seus resíduos de tratamento, são atualmente uma das grandes responsáveis pela automedicação, pelos medicamentos vencidos e pelas intoxicações medicamentosas. Segundo dados publicados pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), os medicamentos ocupam a primeira posição entre os três principais agentes causadores de intoxicação em seres humanos desde 1996. Em 2007, foram responsáveis por 30,3% dos casos registrados (dados de 2009). Todo esse processo tem uma importância intangível para o futuro do planeta e para a continuidade da raça humana. Como cidadãos, temos de nos colocar dentro do processo e ser agentes transformadores; já como farmacêuticos, somos o elo mais forte da cadeia logística do medicamento. Estamos frente a frente com os consumidores na última etapa de acesso aos medicamentos. Somos, também, os profissionais que validam toda a cadeia de medicamentos. É assim que garantimos a qualidade física e das informações prestadas ao paciente, o que culmina no uso correto e racional. Podemos verificar, na prática profissional farmacêutica, que não ocorre o compartilhamento de responsabilidade quanto ao descarte final de fármacos. Ademais, o descarte feito pela população é inadequado no pós-consumo, seja ele alopático, homeopático ou fitoterápico. Portanto, em diversos debates sobre esse tema, é ressaltado que um dos maiores desafios será a mudança cultural da população no descartar dos medicamentos em locais adequados. Tal conquista irá puxar o processo da logística reversa. foto: DIVULGAÇãO


epidemia mundial Os casos de obesidade crescem em ritmo acelerado. Essa tendência também está presente no Brasil, que ocupa a 19ª posição no ranking masculino e a 15ª no feminino


obesidade

A obesidade é um problema de saúde pública. As pessoas comem demais, em quantidade, e erradamente em qualidade, além de se exercitarem pouco ou nada. É preciso mudar o comportamento dos brasileiros P o r L í g i a fav o r etto

Acima do ideal

N

Não importa a idade, raça, sexo ou formação, os casos de obesidade crescem de forma galopante, ou seja, a doença é uma epidemia mundial em constante avanço. Essa tendência também está presente no Brasil, que ocupa a 19ª posição no ranking mundial de obesidade masculina e 15ª na feminina, segundo dados da revista médica The Lancet . A obesidade é um desequilíbrio nutricional com ou sem relação a distúrbios genéticos ou endócrino-metabólicos que provocam o acúmulo locali-

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guia da farmácia outubro 2012

zado ou generalizado de tecidos gordurosos. O padrão internacional utilizado para avaliar o grau de obesidade do indivíduo é o Índice de Massa Corporal (IMC), que pode ser obtido pela fórmula IMC = peso/altura2. Nos últimos seis anos, o excesso de peso e a obesidade aumentaram no Brasil. É o que aponta o levantamento de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), realizado pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP). De acordo foto: shutterstock


com o estudo, a proporção de pessoas acima do peso no País avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%. O aumento das porcentagens de pessoas obesas e com excesso de peso atinge tanto a população masculina quanto a feminina. Em 2006, 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres estavam acima do peso ideal. Agora, as proporções subiram para 52,6% e 44,7%, respectivamente. O problema do excesso de peso entre os homens começa cedo. Entre os 18 e 24 anos de idade, 29,4% já estão com o IMC maior ou superior a 25 kg/m 2, ou seja, acima do peso ideal. Já a proporção em homens com diferença etária de apenas 10 anos (idades entre 25 e 34 anos) quase dobra, atingindo 55% da população masculina. Na faixa etária de 35 a 45 anos, a porcentagem alcança 63% dos homens brasileiros. O envelhecimento também tem forte influência nos indicativos femininos. Um quarto das mulheres entre 18 e 24 anos está acima do peso (25,4%). A proporção aumenta 14 pontos percentuais na próxima faixa etária (25 a 34 anos de idade), atingindo 39,9% das mulheres, e mais que dobra entre as brasileiras de 45 a 54 anos (55,9%). O aumento exponencial dos percentuais de obesidade em curto espaço de tempo também assusta. Se entre os homens de 18 a 24 anos apenas 6,3% são obesos, entre os de 25 a 34 anos a frequência de obesidade quase triplica (17,2%). Considerando somente a população feminina, há um aumento de cerca de 6% a cada diferença etária de 10 anos, até chegar aos 55 anos. Entre as brasileiras com idade entre os 18 e 24 anos, 6,9% são obesas. O percentual quase dobra entre as mulheres de 25 a 34 anos (12,4%) e quase triplica (17,1%) entre 35 a 44 anos. A frequência de obesidade se mantém estável após os 45 anos de idade, porém em um patamar elevado, atingindo cerca de um quarto das mulheres.

Fator de risco Para o diagnóstico médico, alguns exames são necessários, como histórico médico e familiar, avaliação antropométrica (peso, altura, medida de cintura e IMC), avaliação física, avaliação psicológica, inventário alimentar, exame laboratorial do perfil metabólico, avaliação cardiometabólica, avaliação de hormônios,

envelhecimento x obesidade

¼

das mulheres

está acima do peso 25,4%

entre os 18 e 24 anos

está acima do peso

+14 pontos

39,9% entre os 25 e 34 anos

está acima do peso

+14 pontos

55,9% entre os 45 e 54 anos

aumento a cada

de 6%

10 anos até os 55 anos 6,9%

de 18 a 24 anos Infográfico: Mariana Sobral 2012 outubro guia da farmácia

77


Especial saúde

obesidade

Evolução da frequência de obesidade * p < 0,05 18 16 14 12 10

11

13 13

14

15

16

14 14 13 14 11

16 11 12

13

14

16 16

2006 2007 2008 2009 2010 2011

8 6 4 2 0 % Total*

Masculino*

Feminino*

Fonte: Vigitel 2006 a 2011

marcadores tumorais, perfil bioquímico, se necessário: biompedância, calorimetria indireta, ultrassom de tireoide, ecografia de abdômen e polissonografia. Um levantamento realizado pela Comissão de Prevenção e Tratamento da Obesidade no Brasil, da Associação Médica Brasileira (AMB), listou mais de 65 problemas associados à obesidade nas mais diversas especialidades. Além de ter ligação direta com o surgimento e evolução de outras doenças, dificuldades na realização de procedimentos e tratamento de outras morbidades. Ela apresenta altos riscos para a saúde e tem forte relação com níveis de gordura e açúcar no sangue, excesso de colesterol e casos de pré-diabetes. Pessoas obesas também têm mais chance de sofrer com problemas cardiovasculares, principalmente isquêmicos (infarto, trombose, embolia e arteriosclerose), além de problemas ortopédicos, asma, apneia do sono, alguns tipos de câncer, esteatose hepática e distúrbios psicológicos. Diante dessa constatação, o Dr. Rogério Toledo Junior, médico gastroenterologista, sócio titular da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), representante da AMB com a Comissão de Obesidade – Prevenção e Combate no Brasil, diz que a abordagem da obesidade não deve ser no âmbito da estética. “As pessoas não têm ciência de que este problema pode desencadear tantos outros. Devemos trabalhar o lado preventivo de forma multidisciplinar. Falta empenho. Obesidade é uma doença e precisa ser tratada como tal.” O especialista revela que para que um tratamento tenha efeito, o primeiro passo é fazer com que o pa80

guia da farmácia outubro 2012

ciente assuma sua real condição, já que só assim os objetivos poderão ser alcançados. Junior comenta que todos precisam ser ajudados. “Perder peso não é fácil, requer empenho multidisciplinar e a grande maioria das pessoas não tem acesso a isso.” Ele ressalta que muitas vezes a informação chega de forma errada, porque cuidar do peso e contar calorias não é cultural. “Aqui se fala muito, se escreve pouco e quase nada se lê. Emagrecer não dá Ibope, mas culinária, pratos elaborados, sim. O Brasil precisa de suporte social para que as pessoas tenham direito à informação correta e não às armadilhas da dieta.” Atualmente existem muitas opções de cardápios e alimentos promissores, mas nem sempre o que funciona para um funcionará para outro. “As pessoas devem ser tratadas de forma individualizada, por isso temos uma impressão digital única. Nem sempre queijo branco é bom, muitas vezes uma salada caesar com suco de uva é mais calórica do que bife com batata frita e cerveja. Barrinhas de cereais são ameaçadoras, a melhor carne é a de porco, a pior é a de frango e nem todo peixe é inocente. Comer de três em três horas é uma licença para engordar.” O médico complementa: “As pessoas não comem direito, é preciso criar o hábito de contar calorias. Os brasileiros precisam saber fazer isso; assim, quando estiverem em qualquer lugar do planeta terão total controle do que comem. A saúde é dependente de comportamentos: quanto maior informação houver, maiores serão as condições de aplicação.”


obesidade

Um agravante:

vida sedentária

A população masculina se exercita mais que a população feminina. O sedentarismo aumenta de acordo com o aumento da faixa etária

O

Por Lígia favoretto

O relatório do Ministério da Saúde também apresenta dados sobre a prática de atividades físicas. Os homens são mais ativos: 39,6% se exercitam regularmente. Entre as mulheres, a frequência é de 22,4%. O percentual de homens sedentários no Brasil passou de 16%, em 2009, para 14,1%, em 2011. Em 2009, 16% dos homens foram classificados como fisicamente inativos. No entanto, a tendência percebida é de aumento de sedentários com o aumento da faixa etária. Se 60,1% dos homens entre os 18 e 24 anos praticam exercícios como forma de lazer, este percentual se reduz para menos da metade aos 65 anos (27,5%). Na população feminina, as proporções são semelhantes em todas as faixas etárias, variando entre 24,6% (entre 25 e 45

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guia da farmácia outubro 2012

anos) e 18,9% (maiores de 65 anos). 42,1% da população com mais de 12 anos de estudo pratica algum tipo de atividade física. O percentual diminui para menos de um quarto da população (24%) para quem estudou até oito anos. A frequência de exercícios físicos no horário de lazer entre mulheres com mais de 12 anos de estudo é o único indicador da população feminina que figura acima da média nacional (33,9%). O Dr. Rogério Toledo Junior lembra que as pessoas, em geral, preferem o que é mais fácil e prático e sentem muita preguiça. “É sempre mais fácil arrumar uma desculpa para não ir à academia que está paga, procurar efeitos rápidos em fórmulas medicamentosas ou ainda, e mais grave, partir para a cirurgia bariátrica. As mordaças não devem ser colocadas internamente, mas do lado de fora, pois é possível.” foto: shutterstock


Especial saúde

obesidade

Evolução da frequência de inatividade física 2009 * p < 0,05

16,5 16,0 15,5 15,0 14,5

2010

2011

16,0

15,6

15,3

15,0 14,2

14,0 13,5 13,0 12,5 12,0

14,0

14,1 13,6

13,9

% Fonte: Vigitel 2006 a 2011

Total

Israel Adolfo, nutricionista do esporte, especialista em Fisiologia do Exercício e Treinamento Desportivo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que perder peso não significa vitória. Vitória é perder gordura. “Dietas que limitam o consumo de carboidratos fazem perder peso, não exclusivamente em gordura, mas também fazem perder massa muscular, o que no final das contas pode levar o paciente a ficar percentualmente até mais gordo. “O melhor método é aliar conceitos de fisiologia da obesidade, alimentação saudável e exercícios físicos regulares.” Ele explica que as bases de uma alimentação saudável são as mesmas para todos os casos. “A especificidade está em adequar esses conceitos à vida do paciente, atendendo suas necessidades particulares como, por exemplo, pouco tempo disponível para atividade física, impossibilidade de fazer lanches que demandem muito tempo, alteração de perfil lipídico e ou glicemia, entre outras.” Adolfo comenta ainda que crianças que passaram fome durante o período de gestação terão probabilidade aumentada de serem obesas. “Se a criança chora, as mães oferecem peito ou mamadeira; ainda temos enraizado em nossa cultura que o bebê que está gordinho está saudável.” Outro aspecto apontado pelo especialista é que uma das formas de compensar a ausência afetiva do dia a dia é levar o filho comer onde ele mais gosta, e normalmente isso é o fast-food. “Quando se percebe, a criança ou adolescente já está com sobrepeso ou obesidade. Os principais culpados pela obesidade infantil e adulta são os cuidadores, mais especificamente, pais e avós.” O Dr. Junior, da FBG e da AMB, complementa dizendo que superalimentando um bebê nos primeiros me84

guia da farmácia outubro 2012

Masculino*

Feminino

perder peso não significa vitória. vitória é perder gordura. dietas que limitam o consumo excessivo de carboidratos fazem perder peso, não exclusivamente gordura, mas também fazem perder massa muscular, o que no final das contas pode levar o paciente a ficar percentualmente até mais gordo ses, a mãe bem intencionada pode criar na criança uma predisposição irremediável para a obesidade. Essa é uma forma de se aumentar o número e o tamanho das células adiposas do organismo. E a quantidade de células nunca diminui, por mais milagroso que seja o regime. Elas podem se reduzir em tamanho, mas continuam famintas e propensas a recuperar o volume anterior ao menor descuido. Aliado a isso, a modernidade trouxe o videogame, o computador, o controle remoto, a crescente violência, etc. Israel Adolfo, da Unifesp, diz que isto faz com que as pessoas fiquem cada vez mais dentro de casa e consequentemente se exercitem menos. Várias pesquisas demonstram que pessoas sedentárias alimentam-se mal, em maiores quantidades e fazem escolha de alimentos mais calóricos e com alto teor de gorduras e sódio.


obesidade

Tratamento eficaz Medidas preventivas acarretam grande economia em saúde. Além de reduzir doenças crônicas frequentemente encontradas em pacientes obesos, também colaboram para uma melhor qualidade tanto no aspecto físico quanto mental P o r L í g i a fav o r etto 86

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O

O tratamento da obesidade envolve uma mudança de estilo de vida e é complexo e multidisciplinar. Existem diversas dietas que ajudam na perda de peso. O mais importante é que o balanço energético (relação entre calorias consumidas e gastas) seja negativo. As medidas preventivas e de tratamento do sobrepeso, impedindo que o quadro do paciente se configure em obesidade, têm suma importância para a precaução de diversas outras enfermidades. Além disso, o tratamento da obesidade acarretará grande economia em saúde, posto que além de reduzir doenças crônicas frequentemente encontradas em pacientes com a doença, também colabora para uma melhor qualidade tanto no aspecto físico quando mental. O nutricionista Israel Adolfo diz que para determinar fotos: shutterstock


Especial saúde

obesidade

as medidas preventivas e de tratamento do sobrepeso, impedindo que o quadro do paciente se configure em obesidade, têm suma importância para a precaução de diversas outras enfermidades

Sibutramina A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tirou do mercado, em 2011, os inibidores de apetite mais vendidos no Brasil, como a anfepramona (dietilpropiona), femproporex, manzindol (derivado tricíclico, não anfetamínico). O único ainda permitido é a sibutramina. A sibutramina é um inibidor da recaptação da serotonina e da noradrenalina nas terminações nervosas do Sistema Nervoso Central (SNC). Esta ação tem efeitos sacietógenos e anorexígenos respectivamente. É eficaz em melhorar parâmetros da síndrome metabólica, como glicemia de jejum, triglicérides e HDLc. Foi estudada tanto em obesos quanto em obesos com comorbidades. Os pacientes diabéticos também se beneficiam com o uso da medicação. É eficaz ainda no tratamento da obesidade, do sobrepeso e dos componentes da síndrome metabólica, desde que haja perda de peso, e deve ser utilizada em conjunto com aconselhamento nutricional e incentivo à prática de atividade física. É contraindicada em pacientes com história de doença arteriocoronariana, acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório, arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial periférica ou hipertensão não controlada (acima de 145/90 mmHg), pois leva a aumento de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) não fatal e Acidente Vascular Cerebral (AVC) não fatal. Não há evidências de contraindicação da sibutramina para diabéticos tipo 2 sem quadro clínico da doença coronariana e/ou diabético tipo 2 sem doença cardiovascular. Os efeitos adversos podem ser boca seca, obstipação, cefaleia e insônia, que ocorrem em 10% a 20% dos casos. Sintomas como irritabilidade, ansiedade, náuseas e taquicardia são menos frequentes. Não há evidências de que cause anormalidades valvulares ou hipertensão pulmonar. Ainda há controvérsias no uso da sibutramina em relação às modificações da pressão arterial, pois promove variações médicas de -1,6 a +5,6 mmHg na pressão. Fonte: Dr. Rogério Toledo Junior, da FBG e AMB

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quanto tempo leva um tratamento, o ideal é submeter o paciente a uma avaliação de composição corporal. “A partir daí saberemos quanto em gordura precisaremos eliminar para que o indivíduo volte aos padrões normais. Diante destes dados, faz-se um planejamento de quantos meses serão necessários para a eliminação da gordura.” Ele pontua que quanto maior a rigidez, maior o percentual de desistência. Quanto maior o esforço, menor o tempo para chegar ao objetivo, quanto maior o passo inicial, maior pode ser a decepção do objetivo não alcançado. De acordo com o Dr. Rogério Toledo Junior, o tratamento medicamentoso é indicado quando houver falha do tratamento não farmacológico, em pacientes com: IMC igual ou superior a 30 kg/m2; com IMC igual ou superior a 25 kg/m2, associado a outros fatores de risco, como a hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, hiperlipidemia, apneia do sono, osteoartrose, gota, entre outras; ou com circunferência abdominal maior ou igual a 102 cm (homens) e 88 cm (mulheres). “Nenhum método surtirá efeito se o próprio paciente não se decidir realmente a emagrecer. Existem os que necessitam de tratamento, os obesos e os que se encontram acima do peso, ligeira ou acentuadamente e por isso se cuidam. E, finalmente, vem a classe dos que não têm problema de gordura, mas se incorporam aos fiéis das dietas, por mera preocupação estética ou porque estão possuídos, apesar de magros, pelo medo de engordar. Os gordos são pessoas que comem demais, em quantidade, e erradamente em qualidade, além de se exercitarem pouco ou nada. É preciso mudar o comportamento alimentar dos brasileiros das grandes cidades. Hereditários são os hábitos alimentares. Arriscado é manter um peso sempre acima do ideal.” Alguns pesquisadores acreditam, por outro lado, que as pessoas engordam por conhecerem os sinais internos de fome. Em vez disso, regulam-se por estímulos externos, como a visão da comida ou o horário convencionado das refeições. A maioria dos gordos ingere alimentos sem qualquer critério de seleção e sempre em grandes quantidades. O problema de excesso de peso está em uma equação em que G (gordura) é igual a C (comida) menos E (exercício).


Especial saúde

obesidade

tratamento medicamentoso É indicado quando houver falha do tratamento não farmacológico, em pacientes com: IMC igual ou superior a 30 kg/m2; com IMC igual ou superior a 25 kg/m2, associado a outros fatores de risco, como a hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, hiperlipidemia, apneia do sono, osteoartrose, gota, entre outras; ou com circunferência abdominal maior ou igual a 102 cm (homens) e 88 cm (mulheres).

fatores de risco

IMC

(peso

altura2)

= ou > a 30 kg/m2 Fonte: Dr. Rogério Toledo Junior, da FBG e AMB Infográfico: Agatha C. Sanvidor

hipertensão arterial diabetes mellitus tipo 2 hiperlipidemia apneia do sono osteoartrose circunferência abdominal

> ou = a 102 cm

Junior considera que diante os novos conceitos da endocrinologia, a obesidade não passa de um vício; 99% dos casos não estão ligados a qualquer motivo de origem endocrinológica.

Prevenção farmacêutica O profissional farmacêutico desempenha um papel fundamental na adesão do paciente ao tratamento da obesidade, pois ele é capaz de desenvolver o seguimento farmacoterapêutico, acompanhar o uso correto dos medicamentos, discutir sobre hábitos saudáveis de vida e de alimentação, realizar exames de glicemia e colesterol capilar e sanar suas dúvidas sobre os exames bioquímicos. Além disso, o profissional pode identificar problemas que estejam relacionados ao consumo de determinados medicamentos para discuti-los com o médico e, consequentemente, minimizar ou até mesmo evitar futuras reações adversas ou interações medicamentosas. Para o coordenador do curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, de São Paulo (SP), prof. Alexandro Macedo Silva, o farmacêutico agregará apoio à equipe multiprofissional no tratamento da obesidade, por estar mais próximo ao paciente e acessível na consulta sobre dúvidas da doença e tratamento. “Os profissionais podem acompanhar o paciente por meio de en90

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IMC

(peso

altura2)

= ou > a 25 kg/m2

> ou = a 88 cm

contros nos quais sejam sanadas as dúvidas, relatados os problemas com o uso do medicamento. O melhor horário de administrar o medicamento ou a identificação de problemas de posologia e reações adversas podem ser indicados pelo farmacêutico, que também pode comunicar e solucionar tais problemas com o médico.” Com esse tipo de acompanhamento, o profissional consegue verificar se o paciente faz uso de outros medicamentos que possam ter interações com aqueles usados para o tratamento da obesidade. Isso porque, muitas vezes, o paciente não relata ao médico todos os medicamentos de que está fazendo uso. Dessa forma, Silva explica que é possível evitar a automedicação e possíveis interações medicamentosas que comprometam o tratamento proposto. “Farmácias e drogarias podem auxiliar na prevenção da obesidade. As campanhas devem ter como foco a qualidade de vida, com destaques para a importância da atividade física, da alimentação saudável e do uso correto de medicamentos. Deve-se orientar que a doença é combatida com mudanças de hábitos e não simplesmente com medicamentos e a não automedicação também deve ser abordada. Dependendo do grau de obesidade, deve-se sempre indicar a consulta a um médico ou nutricionista.” O professor acredita que se podem indicar alguns suple-


Especial saúde

obesidade

mentos alimentares ou fitoterápicos de venda livre, mas o resultado esperado só será alcançado com atividade física e alimentação balanceada. “Não há milagres.”

Obesidade e os inibidores de apetite

E CO N TEÚDO

AL

O consumo desenfreado de medicamentos aumenta quando são publicadas pela mídia notícias de produtos ditos milagrosos. Tanto na ingestão de um alimento ou planta medicinal, as pessoas não pensam nas consequências sobre a sua saúde em longo prazo. A grande maioria deseja emagrecer rápido e por definitivo. “Só se perde peso com a prática de atividades físicas e a educação alimentar adequada”, revela o professor Alexandro Macedo Silva, do Centro Universitário São Camilo. O profissional ressalta que o ato de emagrecer deve estar associado à mudança de hábito de vida e alimentar e não ao consumo do medicamento. “Salvo exceções e dependendo da doença, os medicamentos não devem ser tomados de forma contínua, principalmente os reguladores de apetite, que atuam diretamente no sistema nervoso. Em longo prazo, o paciente pode desenvolver problemas relacionados ao seu consumo. Além do mais, como nesses casos os pacientes não mudaram seus hábitos de vida e alimentação, ao suspenderem o medicamento, voltarão a engordar. Os medicamentos que controlam o apetite devem ser usados em pacientes com obesidade grau 2 ou mórbida, a fim de ajudar a controlar a ingestão de alimentos.” De qualquer forma, Silva lembra que tal tratamento medicamentoso deve estar associado à educação alimentar e à prática de atividades físicas, respectivamente orientadas pelo nutricionista e educador físico, para que se emagreça com qualidade de vida. “Quando o paciente atingir o IMC desejado, retira-se o medicamento e, assim, ele conseguirá manter o seu peso em função das mudanças de hábitos adquiridas durante o tratamento.” O professor garante que o uso indiscriminado de controladores de apetite pode acarretar sérios problemas na saúde do paciente, gerando gastos, ou seja, o que é indicado para resolver um problema de saúde resultará em outro com consequências mais graves.

XT T RA NO POR

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Confira no Portal as trocas de alimentos que podem ser sugeridas aos pacientes obesos de sua farmácia. Iniciativas simples trazem grandes resultados. www.guiadafarmacia.com.br


aparelho gastrointestinal

Alimentação

em risco

Mitos e verdades sobre como os alimentos interferem (ou não) na piora ou no aparecimento de problemas do aparelho gastrointestinal, dos quais a Síndrome do Intestino Irritável é um exemplo. como o farmacêutico Por Ludmi ll a paz i an deve lidar com o atendimento do público

C

Certamente, toda pessoa ouviu pelo menos uma vez na vida uma tese sobre algum tipo de alimento que gera consequências diretas ao sistema gastrointestinal, positivas ou negativas. Em geral, os citados como possíveis vilões são itens como leite e derivados, grãos e embutidos – e, como alimentos saudáveis, as fibras, por exemplo.

fotos: shutterstock

Segundo a crença popular, o primeiro tipo poderia facilitar algum tipo de evento indesejado pelo paciente, como a Síndrome do Intestino Irritável e o segundo, a correta digestão. Porém, como avaliar o que é mito e o que é verdade? Confira, a seguir, um levantamento realizado pelo Guia da Farmácia com especialistas da área da saúde e mantenha seus consumidores informados: 2012 outubro guia da farmácia

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Especial saúde

aparelho gastrointestinal

O que é a Síndrome do Intestino Irritável A má alimentação, os hábitos comuns à rotina atual e o estresse são cada vez mais comuns entre os brasileiros, mas o que muito não sabem é que essa rotina desordenada pode ocasionar diversos problemas fisiológicos. A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma dessas patologias, muitas vezes confundida com crises gástricas e/ou virais, por conta das manifestações sintomáticas. Caracterizada por dores abdominais em cólicas, sensação de distensão (inchaço) abdominal, constipação, diarreia e sensação de evacuação incompleta, a SII é uma desordem funcional comum que causa grande desconforto após a alimentação. “A Síndrome do Intestino Irritável é uma alteração da motilidade (movimentação) do tubo digestivo, caracterizada clinicamente por anormalidade do hábito intestinal (constipação e/ ou diarreia) e dor abdominal, na ausência de doença orgânica demonstrável”, esclarece o médico nutrólogo da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Fernando Bahdur Chueire. Segundo especialistas, as causas da SII não são bem conhecidas, sendo que, a partir de certo momento, a pessoa passa a apresentar os sintomas característicos. “Acredita-se que o desenvolvimento da Síndrome do Intestino Irritável tem início quando algo perturba o funcionamento normal do intestino, mas ainda não sabemos o que dispara a disfunção, podendo ser uma combinação de fatores, incluindo estresse, flutuações hormonais, perturbações bioquímicas e, possivelmente, sensibilidade a certos alimentos”, pontua o gastroenterologista, cirurgião do aparelho digestivo e coordenador cirúrgico do prontosocorro do Hospital Bandeirantes, Ricardo Portieri.

1. Uma pessoa que apresenta algum tipo de predisposição para problemas no aparelho gastrointestinal deve ser mais cuidadosa com a alimentação em geral? O diretor de cirurgia abdominal do Hospital A. C. Camargo, Dr. Felipe José Fernandez Coimbra, avalia que sim. “E as recomendações são muitas. De uma maneira geral, elas devem tentar comer sempre de forma fracionada, em pequenas quantidades – ou seja, comer mais vezes porções menores”, ensina. Para a gastroenterologista do Hospital Nove de Julho, Dra. Paula Volpe, cada paciente pode ter sintomas próprios, assim como manifestações diferentes como dor epigástrica, queimação, refluxo e diarreia – e, desta forma, os alimentos serão evitados ou indicados conforme o relato do paciente. De uma forma geral, é benéfico para estes perfis de pacientes tomarem cuidados com alimentos ácidos e com o café, assim como o chocolate, chá preto e chá mate, refrigerantes, comidas muito temperadas ou condimentos. 96

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Quem concorda com a tese é o farmacêutico e coordenador do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, de São Paulo (SP), prof. Alexsandro Macedo Silva: “às vezes, o mal-estar pode estar relacionado tanto ao consumo de um alimento quanto a um grupo de alimentos”. Confira, abaixo, outros alimentos que podem provocar mal-estares gastrointestinais: • Produtos que contêm cafeína – como chocolates e chás; • Bebidas alcoólicas; • Alimentos ricos em gorduras.

2. Existem alimentos específicos que devem ser consumidos com atenção ou evitados para controlar os casos? Depende do perfil do paciente. “Se ele apresenta diarreia, por exemplo, recomenda-se a restrição de leite e derivados, assim como de alimentos gordurosos e laxativos”, salienta a Dra. Paula, que completa, porém, que as manifestações gastrointestinais são individuais, portanto não existe regra. “A pimenta, por exemplo, pode não ser tolerada por vários pacientes e inócua para outros. Em geral, em perfis de pacientes com hemorroidas ou gastrites a pimenta é bem desconfortável.” Recomenda-se, então, o controle das gorduras e das


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aparelho gastrointestinal

frituras e a ingestão de grandes quantidades de alimentos numa única refeição, como lembrado pelo Dr. Felipe. “Acontece que os citados podem causar aumento da acidez gástrica ou prejudicar a sua digestão quando a dieta for rica em gordura. Em certos pacientes, esses alimentos ricos em gordura podem, inclusive, causar esteatorreia”, define o farmacêutico Alexsandro Macedo Silva. Enquanto isso, outros alimentos, ricos em carboidratos fermentáveis e com fibras solúveis, podem causar desconforto abdominal, em função da produção de gás excessiva.

3. As fibras favorecem a digestão? Sim. “As fibras são de grande valia para o bom funcionamento intestinal, já que elas removem substâncias do tipo radicais livres e outras impurezas do organismo”, define a Dra. Paula Volpe. As fibras podem ser encontradas em verduras, frutas, legumes e folhas. Porém, segundo a gastroenterologista do Hospital Nove de Julho, em todas as situações é necessária a ingestão de água para que as fibras funcionem adequadamente.

tes, leite, doces e combinações como feijão com arroz, brócolis e couve-flor, exemplos de alimentos saudáveis, mas que formam mais gases. “A flatulência também pode ser provocada por alimentos como repolho, espinafre, pimentão, cebolas, pão, ameixas e damasco”, completa Alexsandro Macedo Silva.

5. O farmacêutico pode colaborar de maneira expressiva para a melhora do paciente? Certamente. O farmacêutico pode ajudar o paciente a identificar a causa do problema, ou seja, o alimento. O ideal seria orientar que se deve evitar esses alimentos ou diminuir o consumo. “Caso o paciente tenha consumido alimentos ricos em gordura, a ingestão de fibras e alcachofra, associada ao consumo de água ao longo do dia pode ajudar a amenizar o quadro”, avalia Silva. Para aqueles que se queixam de desconfortos abdominais provenientes de gases, Alexsandro recomenda a indicação de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) que diminuam a tensão superficial dos líquidos digestivos, para romper as bolhas de gases que provocam tais sintomas. Já aos intolerantes à lactose a orientação é evitar o consumo de leite e produtos lácteos não maturados. “Seria útil ingerir probióticos, pois esses micro-organismos ajudam a metabolizar a lactose”, orienta Silva. Pacientes que apresentam sintomas de hiperacidez, por sua vez, podem obter benefícios com tratamentos à base de antiácidos locais – desde que ingeridos com controle. “O consumo em excesso desses antiácidos pode causar constipação intestinal, além de comprometer a absorção de fármacos”, conclui o farmacêutico. No ponto de venda, o profissional pode ainda recomendar, por exemplo, alimentação rica em fibras, baixa ingestão de gorduras e carboidratos. O Dr. Coimbra passa outras dicas: “é positivo estabelecer um intervalo de duas horas entre a refeição e a hora de ir deitar, uma alimentação rica em verduras e frutas frescas, evitar o consumo exacerbado de carne vermelha e de alimentos e vegetais em conserva, assim como daqueles ricos em sal”.

Pacientes que apresentam sintomas de hiperacidez podem obter benefícios com tratamentos à base de antiácidos locais – desde que ingeridos com controle. o consumo em excesso pode causar constipação intestinal, além de comprometer a absorção de fármacos Na opinião do Dr. Coimbra, as fibras exercem o papel de retardar a absorção de gordura e de favorecer os movimentos intestinais. “Elas, então, evitam a obstrução intestinal e acabam tendo outro importante papel: o de saciar a fome e de preencher o espaço de alimentos de alta caloria”, ensina.

4. Alguns alimentos favorecem naturalmente a formação de gases? Sim. Todos os grãos podem provocar a formação de gases, assim também como alguns carboidratos e gorduras. Quem sofre com o problema, então, deve evitá-los, assim como bebidas gasosas, como refrigeran98

guia da farmácia outubro 2012


artigo

Desafios da doença

A

A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) estima que existam 10 milhões de brasileiros com algum tipo de disfunção renal. No entanto, a maioria destas pessoas desconhece a sua condição, principalmente porque essa é uma doença assintomática. Por ser uma condição silenciosa, a maioria das pessoas só procura o médico quando está no estágio mais grave da doença, com os rins paralisados, anemia e insuficiência cardíaca. Esse problema recorrente de diagnóstico tardio faz com que os pacientes iniciem o tratamento em salas de emergências de hospitais, onde a hemodiálise é o único método disponível. Diante deste cenário, podemos considerar a doença renal crônica como problema de saúde pública, visto que é uma doença comum (acomete 8% da população) e crescente (o número de pacientes em diálise cresce cerca de 7% ao ano). Outro agravante é que apenas uma pequena parcela da população acometida recebe acompanhamento devido à falta de programas de rastreamento. Para se ter uma ideia, nos últimos 10 anos, o número de pacientes em diálise cresceu 115% (de 42.695 para 92.091). Em 2010, foram registrados 18.972 novos pacientes em diálise. Este número representa 20% do total dos pacientes em tratamento. A expectativa é de que este número cresça proporcionalmente ao aumento do número de casos de pessoas diabéticas e hipertensas.

foto: DIVULGAÇãO

renal crônica Em relação ao acesso, o tratamento da doença renal crônica no Brasil ainda é precário especialmente pela inexistência de uma política de atenção integrada e falta de um programa nacional de rastreamento e detecção. Apesar de a rede de atenção terciária (clínicas de diálise) estar estruturada, não existe uma rede de atendimento ao paciente renal em estágios mais precoces. É preciso que se crie uma rede ambulatorial de nefrologia, relacionada intimamente com a atenção primária, para que pacientes com insuficiência renal sejam diagnosticados precocemente e recebam tratamento adequado para a prevenção da progressão da doença. Neste caso, seriam reduzidas as complicações, acarretando menor número de internações e de taxas de mortalidade. Uma opção de terapia é a diálise peritoneal (DP), que permite aos pacientes manter uma vida mais próxima do normal, pois o tratamento pode ser feito em casa, possibilitando que trabalhem, façam suas viagens e mantenham suas atividades do dia a dia. A DP é uma terapia mais prática e fisiológica. Além disso, naqueles pacientes que têm uma função renal residual (ainda com certa diurese), preserva essa função por mais tempo. No entanto, apesar de ser equivalente à hemodiálise do ponto de vista clinico, a DP só é utilizada em 10% dos pacientes brasileiros. Dentre as principais razões para não estimular este tratamento, destacam-se o fato de muitas clínicas não terem o tratamento disponível e a questão do reembolso inadequado para essa terapia por parte do SUS.

O tratamento no Brasil ainda é precário especialmente pela inexistência de uma política de atenção integrada e falta de um programa nacional de rastreamento e detecção

Roberto pecoits-filho Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia; coordenador do Comitê de Jovens Nefrologistas e membro do Comitê de Publicações da Sociedade Internacional de Nefrologia; coordenador do Capítulo Latino-Americano da Sociedade Internacional de Diálise Peritoneal

2012 outubro guia da farmácia

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viroses e verminoses

Doenças

subnotificadas

Falta de saneamento básico, condições precárias de higiene e aglomerado de pessoas propiciam o surgimento de problemas desencadeados por vírus e vermes. Brasil atua no combate P o r L í g i a Fav o r etto

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S

Sintomas como vômitos, náuseas, dor abdominal em cólica e aumento da frequência de evacuação, com redução da consistência das fezes, são indicativos de doenças virais ou contaminação por vermes de diversas espécies. Virose é uma denominação dada a qualquer doença causada por um vírus. Não há uma forma de contaminação comum. Algumas têm transmissão identificada por via respiratória, fecal-oral, contato com sangue e sexual. Outras se manifestam por um vírus específico, por exemplo, a catapora, causada pelo vírus varicella-zoster, e ainda há as que surgem em decorrência de demais vírus, com dengue, gripe, resfriado e herpes. As viroses gastrointestinais assustam e não têm causa identificável. De acordo com a infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Dra. Claudia Mello, este tipo de virose é uma das doenças que acofotos: shutterstock


Especial saúde

viroses e verminoses

tipos de virose AGENTES

GRUPO ETÁRIO DOS CASOS

MODO DE TRANSMISSÃO E PRINCIPAIS FONTES

Rotavírus grupo A

Crianças pequenas

Fecal-oral, nosocomial*, alimento, água, pessoa a pessoa

Rotavírus grupo B

Crianças e adultos

Fecal-oral, água, pessoa a pessoa

Rotavírus grupo C

Crianças e adultos

Fecal-oral

Norwalk

Crianças maiores e adultos

Fecal-oral, alimento, água, pessoa a pessoa

Fonte: Dra. Claudia Mello, infectologista do Complexto Hospitalar Edmundo Vasconcelos *infecção hospitalar

metem o aparelho digestório. “Se considerarmos somente as diarreias causadas por vírus, a principal forma de transmissão é a fecal-oral, que pode ocorrer através da ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados (utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares), transmissão pessoa a pessoa (mãos contaminadas e gotículas de saliva) ou de animais para as pessoas.” A médica explica que o rotavírus e o norovírus são os vírus que figuram entre os principais causadores de gastroenterites. Eles pertencem a famílias distintas e têm ligeiras diferenças quanto à

e sangue. Podem ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, são autolimitadas, com duração de dois a 14 dias. As formas variam desde leves até graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição.” O diretor médico da Santa Casa de São Paulo, Dr. Stanley Nigro, acrescenta que o rotavírus e o norovírus são vírus da família dos enterovírus causadores de diarreia em crianças e adultos respectivamente, sendo mais comuns no verão. Geralmente o tratamento de uma gastroenterite viral consiste em avaliar se há necessidade de correção da desidratação e estabelecer qual seria a via para esta correção (oral ou intravenosa). A Dra. Claudia comenta que é preciso avaliar se existe algum desequilíbrio eletrolítico, que também deve ser corrigido, e administrar medicamentos que aliviem os sintomas e não prejudiquem a evolução da doença. “Não se pode esquecer do combate à desnutrição e da prevenção das complicações.” A partir do momento em que um membro da família está contaminado, todos os outros podem se contaminar também, já que os objetos são de uso comum e as mãos são o principal agente transmissor. De acordo com a infectologista, para evitar a contaminação da família toda, a melhor forma é higienizar as mãos, que devem ser lavadas com água e

fazer uso de medicamento para vermes uma vez ao ano é mito. eles não devem ser usados indiscriminadamente, pois mascaram a verminose e podem trazer complicações para os pacientes, além de causarem a resistência medicamentosa e intoxicação faixa etária acometida e as principais formas de transmissão. “A manifestação predominante das gastroenterites virais é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco 102

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Especial saúde

viroses e verminoses

esquistossomose

indivíduo contaminado

fezes com ovos embrionados

(2 a 15 minutos) (re) contaminação pela pele e/ou mucosa

sobrevivência até 3 dias na água cercárias

ciclo de contaminação

até vários dias

ovos arrastados pelas águas superficiais para um corpo aquático

após 1 a 3 meses

luz e temperaturas adequadas

miracídios

hospedeiro intermediário

sobrevivência 6 a 20 horas

Fonte: Ministério da Saúde

sabão após o uso do banheiro e antes de manipular água ou alimentos. O tratamento envolve hidratação, medicamentos e uma dieta restritiva a alimentos calóricos e com alto teor de gordura. Ela ressalta que no canal farma, farmacêuticos e balconistas podem, em geral, orientar os pacientes quanto a um tratamento sintomático de viroses simples. “Analgésico para quem tem dor, antiemético para quem tem náuseas, etc. Se os sintomas persistirem, um médico deverá ser consultado.” Ela ressalta que existem diversos antivirais. A indicação é feita de acordo com cada tipo de vírus e a manifestação clínica apresentada. “Não 104

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há um tratamento unificado e geral.” De acordo com o Dr. Stanley Nigro, este tipo de virose pode evoluir para quadros de desidratação intensa, ocasionando colapso vascular. No entanto, esta situação é mais rara. “Outra condição, também rara, mas que pode acontecer, é o acometimento de outros órgãos como, por exemplo, o sistema nervoso central, ocasionando meningite asséptica.”

Comuns na população brasileira Outro problema recorrente e que também acomete o aparelho digestório são as verminoses. Doenças causadas por vermes, parasitas intra e extraintestinais. As


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viroses e verminoses

mais comuns são o Ascaris (popularmente conhecida por lombriga), o Oxiurus, o Trichuris, a Giárdia e a Amebíase. A professora doutora médica-chefe do Laboratório de Parasitologia DLC – do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), Vera Castilho, diz que a contaminação pelos parasitas citados acima é através da forma fecal-oral. Parasitas (ovos ou cistos) nos alimentos, em frutas, e mesmo na água, na areia ou na terra. Algumas verminoses podem ser transmitidas através da penetração na pele, como a esquistossomose. “A ausência ou precariedade de saneamento básico estão diretamente relacionadas ao contágio por verminoses. Ainda há muita incidência e constata-se muita subnotificação das parasitoses.” A Dra. Claudia Mello, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, relata que de acordo com as características anatômicas, os vermes podem ser divididos em dois grupos diferentes: A) Os nematelmintos, entre eles a lombriga (Ascaris lumbricoides), o ancilostoma (que provoca o amarelão), os oxiúros e as filárias. B) Os platelmintos (as tênias causadoras de doenças como a solitária e a cisticercose e os esquitossomos, por exemplo). “Os sintomas variam de acordo com a verminose em questão, como doença diarreica aguda, desnutrição, atraso no desenvolvimento infantil, anemia, problemas respiratórios e convulsões.” Segundo dados do Ministério da Saúde, a esquistossomose apresenta prevalência elevada e vem expandindo sua área de ocorrência. A ascaridíase (lombriga) pode acometer o pulmão em uma forma chamada Síndrome de Loffler. Este mesmo verme pode levar a problemas de desnutrição na infância, acarretando atraso do desenvolvimento. O Ministério da Saúde informa que as parasitoses intestinais mais comuns na população brasileira e que causam maiores impactos na saúde pública são a esquistossomose mansoni, a ascaridíase, a tricuríase e a ancilostomíase. A esquistossomose mansoni causada pelo Schistosoma mansoni é doença grave, transmitida por caramujos aquáticos do gênero Biomphalaria. A doença é endêmica em 19 estados 106

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incidência de vermes no brasil

191.880 portadores de esquistossomose 75.010 parasitados com Ascaris lumbricoides 40.445 com Trichuris trichuiria Fonte: Ministério da Saúde

brasileiros com maior intensidade nas regiões Nordeste e Sudeste do País. No período de 2000 a 2010, foi realizada uma média de 2.164.470 exames de fezes, o que resultou na detecção de 119.586 casos positivos. Neste mesmo período foi registrada uma média de 524 óbitos causados pela esquistossomose. Em 2011, foram realizados 1.035.0000 exames, em que foram detectados e tratados 50.603 portadores de S. mansoni. A prevenção consiste em evitar o contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros intermediários infectados. O tratamento para os casos simples é domiciliar, com Praziquantel distribuído gratuitamente na rede pública de saúde. Os casos graves requerem internação hospitalar e tratamento cirúrgico. As helmintíases transmitidas pelo solo mais comuns são causadas pelo Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiuria e os ancilostomídeos Ancylostoma duodenale e Necator americano que são responsáveis por uma série de alterações no estado de saúde dos portadores, podendo levá-los ao óbito. Em crianças eles afetam a situação de nutrição e os processos cognitivos, causando complicações que exigem intervenção cirúrgica. O homem adquire a ascaridíase e a tricuríase ingerindo água ou alimentos contaminados com os ovos embrionários destes parasitas, ou no caso da ancilostomíase também com a penetração das larvas infectantes, presentes no ambiente, pela pele. A prevenção consiste em cultivar hábitos de higiene como a lavagem das mãos e dos alimentos como frutas e verduras antes do consumo, além do uso de calçados. Também é importante o provimento de água potável e saneamento domiciliar e ambiental. De acordo com o Ministério da Saúde, não existem dados da prevalência das geo-helmintíases no Brasil, mas sabe-se que elas estão disseminadas por todo o território nacional, principalmente nos bolsões de pobreza, onde a população


Especial saúde

viroses e verminoses

que tem o objetivo de melhorar a condição de vida dos mais pobres para romper barreiras sociais, políticas, econômicas e culturais que segregam pessoas e regiões.

Possíveis complicações

local não dispõe de adequadas condições de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Estima-se que a prevalência do País varia entre 2% e 36%, em municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e 70% em escolares. Os inquéritos realizados no período de 2000 a 2012 nos estados endêmicos para esquistossomose detectaram 191.880 portadores de geo-helmintos. Em 2011, foram 75.010 parasitados com Ascaris lumbricoides, 40.445 com Trichuris trichiuria e 36.169 com ancilostomídeos. O Ministério da Saúde está formulando estratégias para a implantação do controle das geo-helmintíases em áreas prioritárias, que consiste no tratamento preventivo, com carbamato de metil N-(5-propilsulfanil-3H-benzoimidal-2-il), de crianças de 7 a 14 anos residentes em localidades com altas prevalências. Com o objetivo de conhecer a prevalência atual da esquistossomose mansoni, no Brasil, o MS está realizando um inquérito nacional em que serão analisadas amostras de fezes de 222.474 crianças com idades entre sete e 14 anos, residentes em 542 municípios das 27 unidades federadas. O resultado servirá para subsidiar a formulação de políticas de saúde. Outra iniciativa é a inclusão de intervenções para a ampliação de diagnóstico e tratamento para esquistossomose e geo-helmintíases, doenças que contribuem para a manutenção da pobreza, no Plano Brasil Sem Miséria, do governo federal, 108

guia da farmácia outubro 2012

As verminoses podem evoluir para quadros mais graves. A Dra. Vera Castilho lembra que um caso de verminose pode desencadear problemas mais graves como a neurocisticercose, causada pela ingestão dos ovos de Taenia, e há os que vão desenvolver cisticercos no cérebro e em outros tecidos do corpo no homem, a esquistossomose, que pode causar ascite (barriga d’água), ao Strongyloides stercoralis, que causa a estrongiloidíase, podendo evoluir para óbito em pacientes imunodeficientes ao se submeterem a pulsoterapia. “Existem casos de pessoas que vivem em condições precárias de higiene e saneamento e nunca são contaminadas, mas são minoria. A resposta imunológica a uma infecção por vermes não é homogênea e alguns podem desenvolver resistência. Para prevenir recomenda-se realizar exames protoparasitológicos de fezes de seis em seis meses. Ao lado de muita incidência, existe subnotificação das parasitoses.”

o papel do farmacêutico A especialista afirma que fazer uso de medicamento para vermes uma vez ao ano é mito. Eles não devem ser usados indiscriminadamente, pois mascaram a verminose e podem trazer complicações para os pacientes, além de causarem a resistência medicamentosa e intoxicação em vários níveis que dependem da quantidade e frequência da utilização. “Os farmacêuticos podem sempre orientar o paciente a fazer o exame de fezes na rede pública ou particular, para que receba a medicação correta para a verminose e para que não se perca o dado epidemiológico.” O tratamento depende do tipo de verminose em questão. ”Para ascaridíase, por exemplo, o tratamento é feito com carbamato de metil N-(5-propilsulfanil-3H-benzoimidal-2-il) e para esquistossomose o tratamento é feito com Praziquantel. Existem alguns medicamentos que agem contra diversos tipos de vermes.” Ela complementa: “Os antimicrobianos (incluindo vermífugos) devem sempre ser prescritos por um médico. O ideal é sempre tentar obter um diagnóstico preciso de qual o verme que deverá ser tratado para poder haver a orientação da medicação mais adequada. O paciente que faz uso de outras medicações deve sempre informar este dado.”


coração

Falhas

no compasso População desconhece as causas e consequências das doenças do coração P o r t â n i a long a r esi

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E

Embora as doenças do coração sejam hoje a principal causa de morte no Brasil, mais de 70% dos brasileiros acreditam que as principais as causas de óbito sejam o câncer, tabagismo ou acidente de trânsito. Apenas 13% relacionam ao Acidente Vascular Cerebral. Esses dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela Bayer HealthCare Pharmaceuticals com o apoio da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A falta de informação e o desconhecimento das causas e consequências das doenças do coração são hoje um agravante e um obstáculo para reverter índices alarmantes. Quando questionados sobre as principais causas de um derrame cerebral, a pressão alta liderou a opinião dos entrevistados, somando 33%. A obesidade também foi apontada como causa por 26% dos entrevistados, seguidos por colesterol (16%) e síndrome metabólica (10%). “Os resultados dessa pesquisa demonstram uma necessidade urgente de maior conscientização da população brasileira sobre saúde cardiovascular e seus fatores de risco, especificamente no que diz respeito à arritmia cardíaca – tendo a fibrilação atrial grande foto: shutterstock


Especial saúde

coração

fibrilação atrial é uma das principais causas do avc

A fibrilação atrial é hoje a taquicardia mais frequente no consultório dos cardiologistas. Trata-se de um ritmo irregular proveniente dos átrios. Sua prevalência aumenta com o avançar da idade, atingindo mais de 10% dos idosos acima de 70 anos e pacientes portadores de doença cardíaca. Os sintomas mais comuns são palpitação, fadiga, cansaço aos esforços, falta de ar, desmaios, tonteira, dor no peito. O surgimento da fibrilação atrial pode piorar algumas doenças já existentes como a doença coronariana (aumentando os episódios de angina) ou a insuficiência cardíaca - “coração crescido” (aumentando a falta de ar e o inchaço). A fibrilação atrial também é responsável por promover a formação de coágulos no coração que se desprendem e levam ao entupimento das artérias (embolização) em diversas partes do corpo. Esse entupimento pode causar um acidente vascular cerebral (AVC, trombose), se obstruir uma artéria no cérebro, ou trombose em outros locais (rim, intestino, braços, pernas). A chance de um portador de fibrilação atrial ter um AVC é cinco a sete vezes maior do que a população normal. Fonte: Diretrizes Brasileiras de Fibrilação Atrial

destaque nesse contexto – e suas consequências, sendo a mais relevante o AVC”, pontua o cardiologista, presidente da SBC, Jadelson Andrade. O especialista alerta que mesmo com o avanço dos tratamentos do coração, ainda assim as doenças coronárias persistem como um dos principais fatores de morte. Do ponto de vista epidemiológico, daqui a 20 anos, se não for feito nada, o Brasil será o campeão mundial de morte por coração. Universalmente são seis fatores de risco da fibrilação 11 2

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atrial: pressão alta não controlada; obesidade, sedentarismo; colesterol; tabagismo e diabetes. “Precisamos de fato fazer chegar à população a existência desses fatores que são a causa. Em todos os países onde programas bem coordenados sobre como evitar esses fatores de risco houve uma queda da mortalidade por coração. O Brasil precisa entrar nesta rota”, reforça o presidente da SBC. Os AVCs causados por fibrilação atrial comprometem de forma significativa a qualidade de vida, além de representar um importante ônus da saúde pública. Este tipo de


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coração

arritmia cardíaca é um forte fator de risco independente para acidente vascular cerebral e representa cerca de um em cada cinco AVCs isquêmicos. O paciente com fibrilação atrial tem cinco vezes mais probabilidade de ter um AVC em comparação com a população em geral e, além disso, a fibrilação atrial não diagnosticada previamente é uma causa provável de muitos derrames de origem desconhecida. Na pesquisa, 71% dos entrevistados disseram não saber o que é fibrilação atrial e apenas 16% dos entrevistados souberam relacioná-la a um tipo de arritmia cardíaca. Os pacientes que têm AVC decorrente de fibrilação atrial têm mais lesão cerebral e sequelas do que aqueles que têm AVC causado por outros motivos. Sabe-se que o risco de acidente vascular cerebral em pacientes com fibrilação atrial aumenta com a idade e com a adição de outros fatores de risco (por exemplo, a pressão arterial alta, acidente vascular

aferir regularmente a pulsação cardíaca e fazer o exame de eletrocardiograma de repouso são muito importantes para melhorar a detecção desse tipo de arritmia. Campanhas para aumentar a conscientização sobre os primeiros sinais de fibrilação atrial, problemas associados e a importância de se detectar anormalidades no ritmo cardíaco poderiam ajudar a diminuir a incidência de derrames no País, logo, reduzindo custos com o tratamento de pessoas acometidas pelo AVC.

Tratamento Alguns fatores contribuem para o surgimento da fibrilação atrial, como a genética e o processo natural do envelhecimento. Para evitar o problema, de acordo com a Sociedade Europeia de Cardiologia e também com as Diretrizes Brasileiras de Cardiologia sobre fibrilação atrial, apenas a terapêutica anticoagulante demonstrou ser capaz de reduzir a mortalidade relacionada a esse problema. Os anticoagulantes foram desenvolvidos para evitar a coagulação e têm sido usados por mais de 70 anos para prevenir e tratar coágulos sanguíneos potencialmente perigosos. O primeiro medicamento usado foi a Heparina, um injetável lançado na década de 1930 e ainda é usada para a prevenção e tratamento do tromboembolismo venoso Os primeiros anticoagulantes orais foram os antogonistas da Vitamina K, como a varfarina, lançados na década de 1940. Um medicamento eficaz, mas que apresenta múltiplas interações alimentares e medicamentosas, bem como a necessidade de monitoração laboratorial constante da coagulação. Um dos pilares do tratamento atual é a heparina de baixo peso molecular, um injetável lançado na década de 1980, a enoxaparina. Fruto de um investimento de US$ 2 bilhões em pesquisa, a Bayer lançou o Xarelto (rivaroxabana), um novo anticoagulante oral recentemente aprovado no Brasil para a redução do risco de AVC e embolia sistêmica em pacientes com fibrilação atrial. “Este lançamento é tão importante para o mercado e para a saúde pública no mundo que o comparamos com a Aspirina no portfólio da Bayer. É um marco para o mercado farmacêutico mundial”, analisa o presidente do grupo Bayer no Brasil, Theo van der Loo. O novo medicamento oferece os benefícios de baixa interação medicamentosa, nenhuma interação alimentar e não necessita de monitoramento de coagulação sanguínea, considerações importantes para um tratamento que deve ser mantido por um longo período.

A fibrilação atrial é geralmente uma condição pouco diagnosticada, normalmente sendo identificada após um derrame cerebral cerebral anterior e diabetes). Entre os fatores de risco para desenvolver a arritmia, 32% não souberam apontar nenhuma causa específica, enquanto 16% relacionam à obesidade e 15% ao sedentarismo. O estresse e o fumo também foram citados por 13% e 10%, respectivamente. Ainda 3% indicaram que a fibrilação atrial pode ocorrer após um AVC. “As consequências de um derrame podem arrasar a vida não só do paciente, como também a dos familiares e cuidadores. A maioria dos sobreviventes necessita de ajuda e tratamento por longo prazo”, diz o Dr. Jadelson. Em termos econômicos, no Brasil calculou-se que os gastos com assistência na hospitalização inicial de pacientes com derrame em âmbito nacional são de aproximadamente US$ 450 milhões.

Prevenção A fibrilação atrial é geralmente uma condição pouco diagnosticada, não sendo raro que a mesma seja identificada apenas após a ocorrência de sua complicação mais grave, ou seja, após um derrame cerebral. No entanto, procedimentos simples e baratos, como 11 4

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ansiedade

Diversos níveis

a ansiedade é um quadro temporário e pode acometer qualquer indivíduo, em qualquer etapa da vida. uma das possibilidades de tratamento é a utilização de fórmulas homeopáticas e fitoterápicas Por Ludmi ll a pazian

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A ansiedade, além de ser um quadro momentâneo que pode atingir qualquer pessoa – e costuma acontecer em algum momento da vida –, é uma doença que, se não tratada, afeta diretamente o dia a dia do paciente e o cumprimento de tarefas básicas da rotina. Porém, para ser diagnosticada

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corretamente – e diferenciada de casos esporádicos – a ansiedade precisa ser avaliada por um profissional especializado: o psicólogo ou o psiquiatra. Só assim é possível considerar o motivo que desencadeou o problema e a melhor forma de tratamento, seja por mudanças de rotina ou até por ingestão de medicamentos. fotos: shutterstock


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ansiedade

Para a coordenadora do curso de Farmácia das Faculdades Oswaldo Cruz, Marisa Veiga, a ansiedade pode se apresentar clinicamente em vários níveis. “Muitas pessoas apresentam episódios de ansiedade, mas só um médico pode fazer uma avaliação conclusiva se é um quadro patológico ou não. E é com base nessa avaliação que ele pode prescrever o tratamento, de acordo com o quadro apresentado pelo paciente”, considera. “Ansiedade é um estado corpóreo determinado por acontecimentos externos a nós, na maior parte das vezes, maus acontecimentos”, ensina o psicólogo Roberto Banaco. Ela se caracteriza por detectarmos sinais no contexto em que estamos e que são acompanhados em geral de algo bastante ruim. Então, na presença desse sinal, nosso estado se altera: paramos de fazer o que estávamos fazendo, ficamos alertas a quaisquer mudanças que ocorrem à nossa volta, deixamos de fazer uma série de coisas importantes e aumenta nossa propensão para fugir da situação. A psicóloga e diretora do Instituto de Terapia Cognitiva (ITC), Dra. Ana Maria Serra, completa: “os transtornos de ansiedade compreendem a ansiedade generalizada, as fobias, o transtorno de pânico, o transtorno obsessivo-compulsivo, a hipocondria e a ansiedade associada à saúde. Há várias propostas que explicam a manutenção dos transtornos de ansiedade. Dentre elas, está a Terapia Cognitiva (TC), que se baseia na proposição de que as emoções e comportamentos resultam da forma como o indivíduo processa situações ou eventos. Uma atitude que habitualmente não provoca ansiedade

homeopáticos ou fitoterápicos? Para a professora e coordenadora do curso de Farmácia das Faculdades Oswaldo Cruz, Marisa Veiga, os medicamentos fitoterápicos – quando utilizados para tratar ansiedade – possuem mecanismos de ação bem definidos e, portanto, podem apresentar ação sedativa e ansiolítica. Já os homeopáticos, ainda de acordo com a professora, têm um aspecto diferente e visam o tratamento do paciente como um todo. “A escolha dos medicamentos, porém, depende de uma série de avaliações e sua ação ocorreria em longo prazo”, considera. Saiba mais sobre cada classe de medicamentos e instrua seus clientes no ponto de venda: • Fitoterápicos: são preparações farmacêuticas industrializadas cujos princípios ativos são derivados de plantas medicinais, ou seja, derivados exclusivos da droga vegetal. • Homeopáticos: são aqueles medicamentos preparados a partir de substâncias extraídas da natureza, seja de origem mineral, vegetal ou animal. Segundo a professora, para que a substância seja usada como medicamento homeopático, é necessário prévio conhecimento de suas ações no homem.

sozinho ao shopping ”. Experiências fortes, aversivas, e uma certa sensibilidade natural são as principais combinações de características que podem desencadear a ansiedade. A impossibilidade de fuga dos problemas também é uma característica que costuma estar na raiz do problema. Os sintomas físicos da ansiedade são a taquicardia, a elevação na pressão sanguínea, a sudorese, o tremor e a busca pela fuga da situação. O combate à ansiedade é necessário, já que muitas vezes o paciente deixa de fazer atividades prazerosas e produtivas que fazia antes devido ao problema. “Outra característica importante e que justifica a atenção para com o quadro é que as pessoas que sofrem de ansiedade ficam hipervigilantes, ou seja, se mostram como se aguardassem por problemas, e ficam especialmente atentas aos sintomas físicos que sentem”, elucida o Dr. Banaco. Porém, nem todo caso de ansiedade é negativo. Em contrapartida, a ansiedade em alguns casos pode

O combate à ansiedade é necessário, já que muitas vezes o paciente deixa de fazer atividades prazerosas e produtivas que fazia antes devido ao problema nas pessoas em geral, como entrar em um shopping center, no portador de um transtorno de ansiedade pode ser interpretada como perigosa, pois sugere um problema cardíaco ou a possibilidade de sentir-se mal e não ser socorrido por ninguém. O quadro provoca ainda a emoção, ansiedade e comportamentos de busca de segurança e esquiva, como procurar um cardiologista ou não mais ir 11 8

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ansiedade

esta é considerada uma ansiedade boa, embora nessa situação, com exceção da fuga, todos os outros fenômenos listados também ocorram.

O que o mal pode desencadear e como tratar

em alguns casos bastante graves, é necessária a medicação. os terapeutas analítico-comportamentais trabalham bem proximamente a médicos psiquiatras que podem assumir essa parte medicamentosa do tratamento ser causada pela excitação de fatores e acontecimentos positivos: “normalmente, a ansiedade é resultado de maus acontecimentos, mas em algumas situações as promessas de bons acontecimentos geram um estado de excitação o qual algumas pessoas também denominam de ansiedade. Todavia, 120

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“Quando experimentam ansiedade frente a eventos falsamente avaliados como perigosos, pacientes ansiosos acreditam que estão efetivamente sob a ameaça de dano psicológico, físico ou social, a si ou a outros significativos”, opina a Dra. Ana Maria. Uma das principais consequências da ansiedade é o paciente acreditar ser vítima de outros quadros mais sérios, como pensar que está tendo um ataque cardíaco e, dessa forma, tem as mesmas sensações de uma pessoa que está realmente sofrendo o ataque. Se frequente, o mal pode tornar as pessoas improdutivas e com comportamentos evitativos – tanto de situações públicas quanto sociais. “Em alguns tipos de transtornos ansiosos, o paciente fica recluso em seu próprio quarto, sentindo-se muito mal se tiver de sair de lá”, considera o Dr. Banaco. Por estes e outros fatores, o tratamento dos quadros de ansiedade é essencial. Os transtornos de ansiedade são tradicionalmente tratados através de psicoterapia e por meio do uso de medicações. “Em alguns casos bastante graves, é necessária a medicação. Os terapeutas analítico-comportamentais trabalham bem proximamente a médicos psiquiatras que podem assumir essa parte medicamentosa do tratamento”, avalia o Dr. Roberto. “Genericamente, existem dois tipos de medicação, que recebem dois nomes específicos: os ansiolíticos e os antidepressivos. Os ansiolíticos reduzem bastante os sintomas, mas não tratam o problema em longo prazo. Já os antidepressivos, embora tenham recebido e serem reconhecidos por esse nome, são medicações que tratam da ansiedade”, completa o Dr. Roberto. A farmacêutica Marisa Veiga completa: “o tratamento farmacológico aplicado a quadros de ansiedade patológica inclui benzodiazepínicos (BZD), buspirona e antidepressivos. Os BZD têm ação ansiolítica imediata e alguns exibem alto poder sedativo; já a buspirona e antidepressivos possuem uma ação a longo prazo”. É fundamental que – antes do tratamento – se estude o motivo do problema. “É importante avaliar em que contexto a ansiedade está inserida, pois ela


Especial saúde

ansiedade

pode ser secundária a um outro quadro, como a depressão. Neste caso, por exemplo, os BZD serão utilizados para alivio do quadro em associação aos antidepressivos que tratarão efetivamente o problema primário do paciente”, ressalta a farmacêutica. Para o Dr. Banaco, atualmente, a terapia analítico-comportamental tem se mostrado uma boa forma de encaminhamento para os transtornos de ansiedade. “Nela, os terapeutas se utilizam de técnicas potentes para auxiliar no tratamento do problema, bem como organizam os comportamentos das pessoas acometidas pelo transtorno para se reerguerem na vida”, elucida. Por se tratar, em geral, de medicamentos que podem apresentar contraindicações e efeitos adversos relevantes, os medicamentos que tratam da ansiedade costumam ser controlados. Para Marisa Veiga, esse controle é essencial porque as interações das fórmulas são muito diferenciadas e, consequentemente, deve haver orientações específicas para cada paciente de acordo com o tratamento aplicado. No ponto de venda, o farmacêutico pode – e deve – orientar o paciente sobre a importância do tratamento seguido corretamente e, principalmente, sobre os cuidados necessários durante a ingestão dos medicamentos. Cada fórmula possui suas características, mas algo comum a todos (os medicamentos), porém, é que eles não devem ser associados a bebidas alcoólicas.“É necessário precaução na associação com outros fármacos de ação central, principalmente dos BZD com outros depressores. Além disso, como a maioria destes fármacos é de eliminação hepática, deve haver cuidado em pacientes que utilizam substâncias que alteram as frações enzimáticas do fígado ou que possuem disfunção hepática. Os BZD também podem causar dependência física e psíquica.” 122

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opções terapêuticas Uma das possibilidades de tratamento para casos de ansiedade é a utilização de fórmulas homeopáticas e fitoterápicas. Segundo a Dra. Ana Maria Serra, como a ansiedade tem um forte componente cognitivo, além do distúrbio biológico, as fórmulas alternativas de tratamento, como homeopatia e fitoterapia, que relatam tratar integralmente o indivíduo, têm comprovado sua aplicabilidade. Devido ao fato de não terem os efeitos colaterais habitualmente associados à medicação alopática, essas formas de tratamento facilitam a recuperação do paciente por meio de um componente cognitivo, isto é, o paciente acredita que, medicado, está fazendo algo positivo por sua recuperação, sem, no entanto, experimentar as desvantagens dos tratamentos alopáticos. Diante do caso, o médico é o profissional mais adequado para indicar a possibilidade do tratamento à base das fórmulas. “Apenas os médicos são capazes de decidir por quais medicações o paciente seria mais bem auxiliado no enfrentamento de seu sofrimento. Porém, ele (paciente) obviamente poderá escolher o seu médico, e que seja aquele que lhe ofereça o maior conforto e confiança”, considera o Dr. Roberto. Se o paciente preferir outras formas de tratamento, sem ser a alopática, a homeopatia e a fitoterapia podem ser uma alternativa. “Tendo feito a consulta com seu médico, o paciente deve seguir as suas prescrições à risca, evitando mexer por si só nas doses prescritas, o que acontece às vezes por acreditar que os medicamentos são ‘fortes’. Se houver alguma dúvida ou desconforto, ele deve imediatamente voltar a consultar seu médico”, recomenda.


ansiedade

Caminho natural

contra a ansiedade

Saiba como atuam a homeopatia e a fitoterapia contra a ansiedade e as vantagens de oferecer opções naturais no ponto de venda

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Por Ludmi ll a pazian

A ansiedade é um quadro esporádico comum na vida de quase todas as pessoas, sendo desencadeada ou não por fatores externos ou emocionais. Porém, existem alguns perfis de pacientes que se deparam constantemente com os sintomas desse problema, sendo necessária

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a adoção de algum tratamento para controlá-lo, já que, se frequente, costuma atrapalhar o cumprimento adequado das tarefas da rotina. A gerente médica de Aché, Olga Chameh, observa que muitos estudos apontam que, para ser ansioso, basta ter participação ativa na sociedade. “Os princifotos: shutterstock


Fórmula por fórmula Muitas vezes, os consumidores têm dúvidas quanto à atuação de cada medicamento, inclusive sobre suas diferenças em relação às outras fórmulas disponíveis no ponto de venda. Confira, a seguir, quais plantas podem ser utilizadas contra a ansiedade e quais suas respostas no organismo.

Kava Kava Destina-se ao tratamento sintomático de estágios leves a moderados de ansiedade e insônia.

Valeriana Indicada como sedativo moderado, como agente promotor do sono e no tratamento dos distúrbios do sono associados à ansiedade.

Fontes: Herbarium e Aché

pais sintomas da ansiedade são a fadiga, a insônia, a tensão e a irritabilidade. O perfil do paciente que busca o produto, então, pode ser encontrado em grande parte da população.” Hoje em dia o tratamento para diversos quadros, como a ansiedade, pode vir na forma de opções mais naturais – e, consequentemente, consideradas menos “agressivas” pelos consumidores ­­­­–, como a fitoterapia e a homeopatia. Segundo o diretor-geral da Boiron para o Brasil, Ricardo Ferreira, existem diversos tipos de medicamentos da ansiedade, alguns tendo ação no sistema nervoso central, inclusive. “Contudo, esses medicamentos podem apresentar uma infinidade de efeitos colaterais, muitas vezes mais prejudiciais ao paciente do que o próprio benefício do tratamento, além do risco de causar dependência. Em contrapartida, os homeopáticos são feitos a partir de substâncias retiradas da natureza (vegetal, mineral, animal) e, devido à sua dose mínima diluída, não existem relatos de efeitos colaterais”, avalia o profissional, que completa: “os ativos dos medicamentos contra ansiedade ajudam o organismo a enfrentar melhor e com rapidez as situações estressantes, ao mesmo tempo que contribuem com restabelecimento do equilíbrio do sistema nervoso, ajudando-o a dominar as reações do estresse.” Além da homeopatia, outra opção de tratamento mais ‘natural’ é a fitoterapia. O ponto positivo das

Maracujá Indicado para tratar estados de irritabilidade, agitação nervosa, insônia e desordens da ansiedade, prolongando o período de saúde.

Passiflora incarnata É altamente recomendado no tratamento de quadros de ansiedade leve a moderada. Atua no sistema nervoso central do indivíduo, produzindo o efeito sedativo desejado.

fórmulas naturais é claro: por se tratar de soluções menos “agressivas” ao organismo, apresentam menor incidência de efeitos colaterais, assim como de reações adversas, além de não terem grande número de contraindicações. “Por tudo isso, seu uso contínuo é favorecido em comparação ao medicamento sintético”, avalia a gerente de marketing do Herbarium, Célia Regina Dias von Linsingen. A gerente médica do Aché observa que nos últimos anos tem havido uma tendência mundial para a identificação de produtos de origem natural devido ao fator segurança. “Esses medicamentos possuem uma ação que propicia a redução natural da ansiedade e de seus sintomas, restabelecendo o equilíbrio natural do paciente”, opina. Assim como acontece em todos os medicamentos, os fitoterápicos devem oferecer garantia de qualidade, ter efeitos terapêuticos comprovados, composição padronizada e segurança de uso para a população. “No tratamento contra a ansiedade, os fitoterápicos atuam no sistema nervoso central, exercendo um efeito calmante e melhorando a qualidade do sono”, ensina a gerente de marketing do Herbarium. “O fitoterápico é muito procurado no ponto de venda por aqueles pacientes que têm consciência do benefício do uso contínuo do fitoterápico em comparação ao sintético”, reforça Célia. 2012 outubro guia da farmácia

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olho seco

Lágrimas que

favorecem

Responsável pela umidificação do olho, o que evita atrito entre as pálpebras e o globo ocular, O sistema de defesa da superfície está contido na lágrima. Em sua ausência, existem opções artificiais

C

Coceira, vermelhidão, queimação e sensação de “areia nos olhos” podem ser sintomas da Síndrome do Olho Seco, mal que pode ser definido como a diminuição, modificação ou ausência dos constituintes da lágrima, causada por alterações sistêmicas, hormonais, medicamentosas, ambientais ou a combinação de algumas dessas. Apesar de a principal característica do quadro ser o ressecamento da área, geralmente, o primeiro sintoma é o lacrimejamento – que se torna mais frequente ao amanhecer e ao anoitecer. De acordo com a oftalmologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Erika Silvino Rodrigues, o tratamento, variado e complexo, deve avaliar o que causou o desequilíbrio na formulação e produção da lágrima – sendo, portanto, individualizado para cada caso. Em geral, podem ser utilizadas lágrimas artificiais das mais variadas composições, anti-inflamatórios tópicos e orais (e hormonais e não hormonais), imunossupressores e até oclusão dos orifícios de drenagem das lágrimas. Além disso, a oftalmologista do Hospital São Luís e diretora da In Sight Oftalmologia, Dra. Daniella Fairbanks, explica que a suplementação com ácidos graxos essenciais (como o ômega 3) presentes nos peixes como salmão e sardinha e no óleo de linhaça são medidas in-

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guia da farmácia outubro 2012

Por ludmilla paz i an

dicadas para quase todos os pacientes. A lágrima tem função primordial na saúde ocular. Ela é responsável pela umidificação do olho, o que evita atrito entre as pálpebras e o globo ocular. O sistema de defesa da superfície ocular está contido nela. “Ela possui várias funções, como o transporte de oxigênio para algumas partes do olho, o de criar uma superfície lisa na frente do órgão promovendo uma melhor visão e o de limpeza da área.” Muitas vezes, é comum que pacientes com algum tipo de irritação ou ardência na área dos olhos se automediquem com colírios. No entanto, a prática pode acarretar algumas consequências sérias à saúde do paciente. “A maioria dessas formulações (dos colírios de venda livre) possui substâncias com atividade vasoconstritora, como o cloridrato de nafazolina, cujo uso abusivo pode trazer complicações em curto e em longo prazo”, afirma a coordenadora do Curso de Farmácia das Faculdades Oswaldo Cruz, Marisa Veiga. O uso abusivo de fórmulas vasoconstritoras ainda pode desencadear efeito rebote, que favorece por sua vez a vermelhidão ocular. E, em casos mais sérios, pode ainda aumentar a chance de catarata. foto: shutterstock


amamentação

Para um (tranquilo)

momento singular Não só para alimentar o bebê: a amamentação é importante para estreitar laços entre a mãe e a criança. Mas, para que esse período seja pleno para ambos, algumas medidas preventivas podem ser recomendadas

M

Por camila guesa

Muito além da simples alimentação física, o ato de amamentar é o momento em que ocorre uma poderosa fonte de comunicação e fortalecimento do vínculo que se estabelece entre mãe e criança no nascimento. Através do contato físico, do calor materno e da troca de olhares entre ambos é que se cria todo um clima no qual o bebê recebe o afeto e alimento da mãe. Para a criança, o leite materno traz benefícios imunológicos e nutricionais não encontrados em nenhum outro alimento. E, por compartilhar

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desses nutrientes, a mãe precisa se preparar durante a gestação e no período de amamentação para ter carga nutricional suficiente para ela e para seu filho, e para evitar dores e complicações com o corpo/mamas que podem traumatizar mãe e bebê. De um modo geral, as orientações para que a mulher se prepare para este momento são dadas pelo obstetra no momento do diagnóstico da gestação, mas, como profissional da saúde que convive com a mulher/consumidora, é sempre válido o farmacêutico compartilhar informações valiosas para auxiliá-la nesse processo. fotos: shutterstock


Especial saúde

amamentação

Alimentação No período da amamentação, há um aumento das necessidades energéticas da mulher em função do grande gasto calórico para a produção do leite. Sabe-se, por exemplo, que quanto mais uma mulher amamenta, mais leite ela produz, mas tudo pode ser (e é) influenciado pela alimentação. “A ingestão de doses adequadas de líquido (água, sucos naturais etc.) é fundamental para a gestação como um todo, garantindo o pleno desenvolvimento fetal e o funcionamento do organismo materno”, afirma o ginecologista obstetra, assessor médico de Ginecologia e Obstetrícia da Biolab Farmacêutica, Ricardo Mazzei. Estima-se, portanto, que devam ser ingeridos cerca de dois a três litros de água por dia, levando em consideração o líquido presente nos alimentos. Na escolha das vitaminas e minerais que devem constar no cardápio semanal da grávida, o destaque fica por conta dos ácidos fólico e ascórbico, vitaminas B6,

que visam à preparação dela para a amamentação. Sob influência de hormônios, elas crescem e aumentam muito o seu tamanho e volume, fazendo com que a pele estique”, diz o gerente médico da área de Saúde Feminina da Bayer HealthCare. Dr. Luiz Steffen. O preparo das mamas deve ocorrer durante a gestação, com orientação do médico que a acompanha, mas, pelo farmacêutico, vale o reforço de algumas dicas. “Na verdade, as antigas recomendações de provocar atrito para fortalecer os mamilos e evitar as rachaduras atualmente são desaconselhadas, pois podem apenas provocar lesões no mamilo. O melhor preparo que pode ser feito é manter a qualidade da pele através de boa ingestão de líquidos e da utilização de cremes específicos”, recomenda o médico consultor de ginecologia da União Química, Dr. Francisco Siervo Neto. “A hidratação ajuda a manter essas propriedades e por este motivo é fundamental uma adequada ingestão hídrica. Vale lembrar que durante a gravidez, a

Em farmácias e drogarias, o sortimento para grávidas deve oferecer hidratantes hipoalergênicos, não esfoliantes e emulsificantes que garantam uma boa hidratação da pele A, D, E, K, cálcio, fósforo, ferro, zinco, cobre, sódio, magnésio, flúor e iodo, que podem ser encontrados em dieta diversificada, sob orientação nutricional, incluindo cereais, produtos integrais, frutas, legumes, verduras, laticínios e carnes. O farmacêutico pode também não só indicar alimentos que podem ser ingeridos, mas alertar para os que devem ser evitados. Deve-se afastar a ingestão de grandes quantidades de café, chá preto, chocolate, alimentos com corante, alimentos light e adoçantes; não exagerar também em temperos de odor forte, como o alho; não fumar e nem fazer uso de bebidas alcóolicas; ingerir frequentemente peixe e, evitar automedicação, pois algumas drogas podem ser transmitidas para o leite.

Preparando o corpo Mas, de todas as transformações que o corpo sofre durante e pós-gestação, a pele é o que mais preocupa as mulheres. “Nosso corpo todo é revestido por um órgão a que nem sempre damos a devida atenção: a pele. As mamas não são diferentes. A pele cobre toda a glândula e, neste período em especial, sofre alterações 132

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pele é muito mais exigida”, pondera o gerente médico da Bayer HealthCare. É importante ressaltar que existem produtos para serem utilizados nas mamas com a finalidade de prevenção de estrias e outros especialmente indicados para serem utilizados nos mamilos para prevenção de rachaduras e fissuras mamilares. Neste último caso, outro fator de fundamental importância para a prevenção é o correto posicionamento da boca do bebê no momento da amamentação, evitando a pega somente do mamilo e sim ocupando o máximo possível da aréola. A grávida deve procurar sempre descansar e dormir o máximo possível, já que o estresse é uma interferência importante para a diminuição da produção de leite.

Manutenção da rotina Dr. Ricardo Mazzei lembra que os cuidados de higiene com a mama não diferem do restante do corpo. Para higienização local, Luiz Steffen lembra “a boa e velha água e sabão”. A utilização de um sabonete adequado, hidratante, em quantidade certa é suficiente, devendo-se poupar a aplicação de sabonete sobre o mamilo e


Especial saúde

amamentação

Auxiliares nutricionais Conheça as vitaminas e minerais importantes para a gestante e oriente as clientes sobre em que alimentos encontrá-los: Vitamina A - Propicia o crescimento de ossos, pele, cabelos e dentes. Fontes: vegetais verde-escuros, frutas e legumes amarelos, alaranjados e avermelhados. Vitamina B12 – Promove o desenvolvimento normal das células vermelhas, da medula óssea, dos intestinos e do sistema nervoso. Fontes: fígado, rins, carne magra, peixe, leite, ovos, moluscos. Vitamina C - Contribui para a saúde de dentes e gengivas, auxilia na absorção do ferro e é necessária para a produção de colágeno. Fontes: acerola, kiwi, caju, goiaba, frutas cítricas, morango, abacaxi, tomate, couve-flor, batata. Vitamina E - Evita a anemia e auxilia na metabolização das gorduras. Fontes: cereais integrais, germe de trigo, soja, óleos vegetais, brócolis, couve-de-bruxelas, espinafre, ovo, castanha-do-pará. Cálcio - Forma e mantém os ossos saudáveis, atua no mecanismo de coagulação do sangue, além de controlar impulsos nervosos e as contrações musculares. Fontes: leite, laticínios, brócolis, ostras, tofu, feijão, nozes, amendoim. Potássio - Regulação dos batimentos cardíacos, controle dos impulsos nervosos e contrações musculares. Fontes: tomate, banana, frutas cítricas, castanha, sardinha, espinafre, cereais integrais. Fonte: Laboratório Roche

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Vitamina B6 - Atua no metabolismo dos aminoácidos (componentes das proteínas) e assimilação de proteínas, gorduras e carboidratos. Fontes: fígado, arenque, salmão, nozes, amendoim, germe de trigo, banana, uva, cenoura, ervilhas, carnes, levedo de cerveja, cereais integrais. Ácido fólico - Atua na síntese de DNA e regula o desenvolvimento de células nervosas no embrião e no feto. Fontes: fígado, vegetais de folhas verdes, amêndoas, amendoim, cereais integrais, soja, carne. Vitamina D - Regula o metabolismo do cálcio e do fosfato, essenciais para a formação de ossos e dentes sadios. Previne o raquitismo. Fontes: óleo de fígado de bacalhau, ovos, fígado e manteiga; necessita de luz solar para ser sintetizada, a partir do calciferol, uma proteína existente no organismo. Vitamina k - Atua na coagulação do sangue, prevenindo hemorragias e sangramento internos. Fontes: vegetais de folhas verdes, cereais, laticínios, carnes Ferro - Atua na formação da hemoglobina (pigmento do glóbulo vermelho que transporta o oxigênio para os tecidos). Fontes: fígado, gema de ovo, ostra, nozes, feijão, aveia, carne, aspargo.


Para consumidoras que pintam os cabelos ou fazem alguma química, o farmacêutico deve alertar que somente produtos isentos de amônia podem ser utilizados nesta fase, sempre sob orientação médica. O ideal é consultar o obstetra e levar ao conhecimento dele todas as substâncias contidas no esmalte, perfumes e outros cosméticos a aréola. “O uso excessivo de sabonete nesta área é responsável pelo aparecimento de irritações e lesões descamativas muito incômodas, além de viabilizar o aparecimento de fissuras por ocasião da amamentação”, completa o profissional da Biolab. “Em especial no período da amamentação, recomenda-se evitar sabonetes com muito perfume, pois podem causar irritação e também afastar o bebê do seio.” Em farmácias e drogarias, o sortimento para grávidas deve oferecer hidratantes hipoalergênicos, não esfoliantes e emulsificantes que garantam uma boa hidratação da pele. “Quanto aos mamilos, recomenda-se evitar a hidratação, pois, neste caso, o que se deseja é uma pele mais espessa e natural para que o risco de fissuras mamárias seja menor, sendo a limpeza com sabonetes suficiente”, indica a dermatologista e consultora da Biolab Dermocosméticos, Aline Fortuna Magalhães. Para consumidoras que pintam os cabelos ou fazem alguma química, o farmacêutico deve alertar que somente produtos isentos de amônia podem ser utilizados nesta fase, sempre sob orientação médica. “O ideal é consultar o obstetra e levar ao conhecimento dele todas as substâncias contidas no esmalte, perfumes e outros cosméticos, a fim de esclarecer os que podem e não podem ser usados, indica o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli Borges Filho. “A grávida pode realizar todas as atividades as quais estava habituada a fazer, desde que não tragam prejuízo para a sua gravidez. Dirigir está liberado desde que não tenha nenhuma contraindicação. Dançar também, porém com sapatos confortáveis e evitando movimentos bruscos. De preferência, os ritmos mais lentos que exi-

gem menos esforço físico”, pontua. As atividades físicas estão liberadas, menos as de impacto, lembrando que o ideal é a grávida não se sentir cansada nem ofegante durante a atividade. Para viagens, o obstetra deve ser consultado antes, pois somente ele poderá liberá-la para viagens longas, levando em conta em qual semana de gestação a mulher está. “Evitar emoções muito fortes também é importante nessa fase. Tudo o que a gestante sente passa para o feto e ele também sente. Portanto, emoções negativas poderão gerar sensações ruins ao seu bebê”, alerta. 2012 outubro guia da farmácia

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beleza

Cosméticos

na gravidez

“Cantinho da mamãe” em farmácias e drogarias ajuda a impulsionar produtos direcionados para o período, aumentando o tíquete médio do ponto de venda

A

Por camila guesa

As oscilações hormonais motivadas pela gravidez e período de amamentação provocam alterações no corpo e pele que deixam as mulheres confusas. Ao mesmo tempo que ficam com a pele do rosto revigorada, o cabelo cai e quebra constantemente. E este paradoxo varia de uma mulher para outra, assim como suas necessidades no período de gestação e pós-gestação. Para a gerente de produtos da Payot, Aparecida Martins, a segurança é primordial na venda e uso de produtos na gravidez. “Os ativos, de origem natural, vegetal e mesmo os tecnológicos, precisam ser muito bem testados e pesquisados para proporcionarem ex-

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trema hidratação e proteção neste período no qual a pele sofre tantas variações drásticas e rápidas”, diz. Segundo a IMS Health, o mercado de produtos recomendados para grávidas por especialistas cresceu mais de 40% ao ano, tanto em valores como em unidades, de 2008 a 2011. A categoria de produtos indicados para gestação e pós-gestação ainda é recente, mas com alto potencial de crescimento. “O mercado de produtos para gestantes cresceu, e muito, pois as mulheres estão mais bem informadas e conscientes de que se pode ter filhos e manter a pele saudável; gestações programadas nas quais os cuidados fotos: shutterstock


beleza

com o corpo estão inclusos; mais empresas desenvolvendo linhas de produtos específicos para gestantes, visando atender esse segmento seletivo e exigente, que não se importa em pagar mais por produtos de qualidade”, opina Aparecida Martins.

Procura certa Os benefícios esperados são sempre os mesmos: proteção contra a formação de estrias, principalmente na barriga, hidratação, suavidade, fácil espalhabilidade, rápida absorção, fragrância agradável e suave, ou então, nenhuma fragrância. Proteção do rosto com filtros solares adequados para prevenção das indesejáveis manchas escuras. Mas vale o alerta: precaução nunca é demais. “Isto porque alguns ativos podem penetrar além da superfície da pele causando alguns problemas durante a gestação. Dentre eles estão os cremes que têm como essência a cânfora, a ureia (em altas concentrações) e/ou o chumbo”, exemplifica o dermatologista Fernando Passos de Freitas. “A ureia, por exemplo, em percentagens maiores, consegue ultrapassar a barreira da placenta, o que pode acarretar complicações na formação do bebê”, alerta. Por isso, hoje a indústria farmacêutica e as empresas de cosmetologia desenvolvem produtos específicos para cada situação. “Esse avanço possibilita uma infinidade de opções que melhoram não só a pele, mas também cabelos e unhas. Além de não comprometerem a saúde do bebê”, diz o dermatologista Fernando Freitas. Os cuidados devem ser redobrados nos primeiros três meses de gestação, devendo a consumidora preferir, portanto, os dermatológicos naturais. Tratamentos para rugas, manchas e celulites devem ser evitados, a não ser que o médico ou um dermatologista indique uma solução específica, pois existem substâncias de determinados produtos que acabam provocando mudanças até no leite materno.

Num mesmo lugar Apesar das restrições, é grande a variedade de produtos para gestante e eles devem fazer parte do sortimento de farmácias e drogarias. Pouco comum em drogarias e farmácias, o “cantinho da mamãe” pode ser feito de forma simples, através de uma categorização da exposição desses produtos correlatamente. Folhetos informativos sobre os cuidados com a pele da gestante expostos e em displays com testers fornecidos pela indústria também diferenciam o atendimento e ajudam a cliente na decisão de levar o produto. Como nessa fase as mulheres têm tendência ao desenvolvimento de estrias, o óleo de amêndoas é um que não pode faltar no ponto de venda. Protetores solares também devem ser posicionados no “cantinho da mamãe”. Na composição do mix, deve-se levar em conta quais são as 140

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marcas de produtos recomendados pela classe médica, considerando os indicados para todas as fases da gestante, pós-gestação e do bebê. “Por exemplo, os hidratantes corporais para prevenir estrias, redutores de medidas e combate a celulite, o creme protetor e reparador de mamilos, filtro solar para gestante, xampu para queda de cabelo (muito comum no pós-parto), o hidratante infantil, o creme para prevenir assaduras, o sabonete e xampu infantil, o óleo de banho, talco e diversos outros produtos que podemos aproveitar em um cross merchandising”, enumera a gerente de produto da Biolab Dermocosméticos, Gisele Schaaf Lessa. Na exposição, os produtos devem ser posicionados pensando-se na facilidade de acesso pela cliente. “O ideal seria expor em prateleiras a meia altura – lembrando que ela terá dificuldade para se abaixar e alcançar um produto ao nível do chão, como também terá dificuldade de visualizar e pegar produto que esteja exposto num ponto muito alto”, reforça. Os produtos devem estar m evidência junto com os itens para gestantes e vitaminas usadas no pré-natal, para que a gestante pense no preparo das mamas antes do parto. Outros que não podem faltar são produtos para retirar leite, absorventes mamários, conchas, hidratantes, cremes e pomadas contra rachaduras (especial para grávidas) e sabonetes neutros.


categoria

Longevidade segura Problemas decorrentes do envelhecimento da população, como a incontinência urinária, geram boas oportunidades de venda às farmácias e drogarias

A

Po r Camila Guesa e L íg ia Favoretto

A população idosa cresce exponencialmente no Brasil. Com aumento significativo da longevidade, a terceira idade desponta como um dos segmentos de consumo de maior potencial para os próximos anos. Essa tendência só cresce, já que a expectativa de vida para 2050, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 81 anos. Além de exigentes, estão propensos às condições específicas que os atinge, conforme o avançar da idade. Problemas como variações na pressão arterial, fragilidade dos ossos e incontinência urinária podem surgir, esta última, aparecendo entre 80% e 84% da população idosa mundial. Dessa forma, o uso de fraldas geriátricas acaba se tornando indispensável, em alguma fase do envelhecimento. Os varejistas precisar ter cautela e delicadeza para não causar constrangimento. A fralda geriátrica é um item que pesa no orçamento. Segurança e conforto são fundamentais para o shopper, além disso, o fator preço é o que faz com que os consumidores busquem sempre a melhor relação custo X benefício. De acordo com o grupo Incofral, detentor da marca Adultcare, neste segmento, a baixa qualidade do produto, em geral, não é perdoada, pois um vazamento da fralda gera grande constrangimento ao usuário. A empresa revela que mais de 70% das pessoas que efetuam a compra não são os próprios usuários, mas parentes 142

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próximos, como filhos, cônjuges ou ainda enfermeiros/cuidadores, mas o usuário tem poder de opinião, daí a grande fidelidade à marca no segmento. A Biofral ressalta a importância de nunca perguntar se o produto é ou não para a pessoa que está sendo abordada. Segundo informa a empresa, o contato deve ser técnico, explorando os diferenciais do produto e, principalmente, os benefícios para o usuário. Na exposição, é importante deixar a categoria de fraldas geriátricas em uma área de menor movimento, com pacotes e informações acessíveis, para que o shopper não tenha de buscar informações complementares dentro da loja. Toda a comunicação deve explorar aspectos de plenitude e bem-estar. As indústrias fabricantes estão sempre inovando, com o objetivo de oferecer produtos de alta qualidade. A Roger do Brasil, por exemplo, apresenta novas embalagens da linha Big Roger para o público adulto. O design inovador é mais justo e moderno. A embalagem apresenta informações importantes para o usuário, como seu tamanho (M, G e XG), benefícios, instruções de uso e linguagem nos idiomas inglês e espanhol. A marca apresenta fraldas descartáveis com embalagens intituladas Plus, Mega Plus, Soft e Mega Soft. Outra oportunidade para farmácias e drogarias é oferecer absorventes geriátricos para uso adulto, indicados para pessoas que foram recém-operadas, para mulheres que estão com sangramento natural pós-parto e também para incontinência urinária de forma mais leve. foto: shutterstock


ponto de venda

Itens

indispensáveis Farmácias e drogarias representam hoje 41% das vendas da categoria de fraldas e lenços umedecidos. Conheça o perfil do shopper e ofereça experiência de compra diferenciada

O

O comportamento de compra da categoria infantil é um reflexo das diferentes experiências que as mães têm com a maternidade. Compradoras dos itens, optam por qualidade e se fidelizam às marcas, independentemente do canal. O shopper prefere lojas que proporcionem uma experiência de compra agradável e prática. As gerentes de categoria de Huggies Turma da Mônica, marca Kimberly-Clark, Ana Bandle e Ornella Guzzo, revelam que a compra hoje está mais balanceada entre os canais farma e alimentar. “A mãe vê vantagens nos dois, dependendo do momento. No canal farma, são compras mais rápidas, com atendimento presente. No canal alimentar, existe a vantagem de oferecer um maior sortimento e

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Por lígia fav o re t to

perfil do shopper A experiência com a maternidade determina o comportamento de compra. Recém-mãe: quando são mães pela primeira vez e/ ou quando o bebê ainda está nos primeiros anos, as mulheres são inseguras – analisam cuidadosamente os produtos e são criteriosas com a escolha da marca. Mãe experiente: a familiaridade com os produtos proporciona maior confiança para a mãe, que se permite experimentar novos produtos e incrementar a cesta de compras. Fonte: Patrícia Gimenes, da Johnson & Johnson

foto: shutterstock


ponto de venda

números das categorias • Farmácias e drogarias representam, hoje, 41% das vendas da categoria de fraldas e lenços umedecidos. • Mercado em 2011 X 2010: cresceu 3% em volume e 8% em valor. • A importância da categoria de wipes (lenços umedecidos) dentro do mercado nacional de cuidados infantis representa 45,6%. Esta categoria cresceu, em média, no ano móvel (maio 2011 – maio 2012), 27%. Fontes: Kimberly-Clark, Johnson & Johnson e Nielsen

promoções diferenciadas.” De acordo com as executivas, cada categoria apresenta critérios que são determinantes no ato da compra de um produto. No caso de fraldas e lenços umedecidos, para os pais, o critério de escolha é o desempenho (qualidade). Em seguida, a marca (dentro do tipo escolhido, há sempre uma preferida e uma alternativa à altura, que pode substituir em caso de custo alto ou ausência momentânea). Além disso, preço e promoção são fatores influentes que podem estimular uma troca de ponto de venda ou de marca. Para aquisição de fraldas, por exemplo, farmácias e drogarias ainda são consideradas convenientes e importantes fontes de informação para as mães, que consideram a escolha dos produtos para seus bebês um momento de total prazer. Para a gerente de gerenciamento por categorias da Johnson & Johnson, Patrícia Gimenes, o canal farma é o lugar onde elas podem adquirir conhecimento das novidades e estreitar o vínculo com a categoria. As mães esperam variedade e qualidade no serviço e da fralda, absorção e conforto. Ana Bandle lembra que as fraldas são categoria destino, atraindo as consumidoras para o ponto de venda (PDV) e gerando fluxo. “No canal farma, para fraldas, a consumidora faz mais reposição do que abastecimento.” Ela explica ainda que as mães têm até três opções de fraldas que aceitam comprar; se não acham essas três, costumam buscar em outro estabelecimento. Ornella Guzzo ressalta que o varejista deve ter o mix apropriado para cada tamanho de loja, sempre priorizando a presença de todos os tamanhos de fraldas, pri146

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meiro critério de decisão de compra da mãe. “O ideal é separar a categoria de acordo com os segmentos (performance e preço). Os produtos mais estratégicos devem ficar em prateleiras privilegiadas, de fácil acesso ao shopper. É importante facilitar o momento da compra, separando os tamanhos das fraldas e pacotes.” As especialistas consideram que por ser geradora de tráfego, a fralda infantil tem um papel muito importante para alavancar a venda dos demais produtos. Com isso, o incentivo de compra por impulso pode ser explorado. “Uma dica é a exposição de categorias complementares, como lenços umedecidos, creme preventivo de assaduras, sabonete líquido, dentre outras categorias, próximas de fraldas. “Se expostos juntos, acabam movimentando também a venda desses produtos.” Patrícia Gimenes, da Johnson & Johnson, pontua que a consumidora realiza compras da categoria duas vezes por mês, sendo grande parte das compras (90%) planejada e feita para repor um produto que acabou. “Desta forma, sabemos que quando o shopper sai da gôndola sem comprar produto algum é porque não chegou à loja com intenção de comprá-lo.”

Exposição Por ser uma categoria geradora de tráfego, as fraldas devem ser expostas no final do corredor/fluxo da categoria, logo após higiene e cuidado infantil. Dentro da categoria, a forma mais eficiente de organização dos produtos é agrupá-los verticalmente em blocos de marcas, uma vez que a marca é o primeiro fator que a mãe procura dentro do ponto de venda. “Devem-se separar os produtos de acordo com a sua marca e, dentro deste grupo, de acordo com a performance – o produto de maior desempenho deve abrir a gôndola e em seguida e em ordem decrescente de acordo com a performance as outras versões do produto da mesma marca”, explica Elaine Rocha, gerente de gerenciamento por categorias, da Procter & Gamble. É válido destacar que o tamanho (P, M, G, XG) não é uma escolha e sim uma necessidade, portanto, a loja deve oferecer dentro do mix todos os tamanhos de fraldas. A gerente de marketing da Phisalia, Francis Canterucci, recomenda que a idade seja levada em consideração. “Primeiro os produtos destinados ao público de zero a dois anos (considerando o fluxo corredor) e na sequência, acima de dois anos. “Os produtos para troca de fraldas como lenços umedecidos devem ser agrupados por conveniência de uso e perto das fraldas.”


ponto de venda

Categorias

complementares

Produtos de higiene que envolvem a rotina de banho e pós-banho são itens incrementais que podem aumentar a cesta de compra e a lucratividade do negócio P o r l í g i a fav o r etto

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O

O universo infantil vai além de fraldas e lenços umedecidos. Categorias de higiene da pele e dos cabelos também estão relacionadas ao cuidado da mãe para com seu filho, portanto, apostar em produtos incrementais pode aumentar a cesta de compras e a lucratividade da loja. Desta forma, para melhorar a performance, é recomendado criar uma experiência de compra agradável, ou seja, um ambiente diferenciado, onde o shopper possa encontrar marcas de confiança com variedade de produtos. Neste espaço diferenciado, muitas vezes chamado de “Cantinho do Bebê”, recomenda-se agrupar diversos segmentos de cuidados, como higiene, alimentação e diversão, e trabalhar o layout deste espaço sinalizando as rotinas do bebê com materiais de ambientação. A gerente de gerenciamento por categorias da Johnson & Johnson, Patrícia Gimenes, diz que, além disso, os varejistas devem ter as gôndolas devidamente organizafotos: shutterstock/divulgação


ponto de venda

divisão dos produtos A categoria de produtos de higiene e beleza infantil engloba diversas tarefas, que consequentemente têm seus produtos específicos: BANHO: produtos para cabelo (xampu, condicionador, creme para pentear etc) e sabonete em barra e líquido. PÓS-BANHO: loção e óleo hidratante, colônia, gel para cabelo, repelente e protetor solar para bebê. TROCA DE FRALDA: creme contra assaduras, higienizadores, talco e lenço umedecido. FRALDAS: recém-nascido, P, M e G. ESPECÍFICOS: hastes flexíveis, algodão e absorvente e pomadas para os seios. HIGIENE BUCAL: escova de dente infantil e creme dental infantil. Fonte: Johnson & Johnson

das para facilitar a localização dos produtos e incentivar a interação do shopper com as novidades. Para a categoria cuidado infantil, a mãe é, em geral, a responsável pela compra. A presença de crianças no ato é um fator de influência, pois elas interagem com os itens no ponto de venda. Segundo informam as gerentes de categoria de Huggies Turma da Mônica, marca Kimberly-Clark, Ana Bandle e Ornella Guzzo, esta interação é ainda maior em ambientes tematizados que possuem uma identidade comum às crianças. “Em geral, quanto mais velhas, maior é o poder de decisão em relação à categoria de produto. Personagens passam a ter grande apelo no momento da escolha, pois as crianças se identificam com o que veem na televisão. Mas vale ressaltar que são os pais que ainda determinam quais produtos podem ou não ser escolhidos.” A gerente de marketing da Phisalia, Francis Canterucci, acrescenta que, apesar de muitas vezes ceder às solicitações da criança, a mãe opta por marcas já previamente aprovadas. “As marcas selecionadas por ela são de produtos que transmitem qualidade e com testes que garantem sua segurança e eficácia. A partir daí, fatores como fragrância, embalagem, contexto, tradição, benefícios concretos, argumentos racionais e preços passam a ser avaliados. Com exceção de situações extremamente focadas, na sua grande maioria, a mãe determina um pool de marcas que ela conhece e em que confia. A partir dessas marcas, seleciona sua compra 150

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dentro da loja em que ela está. Caso a loja não ofereça essas marcas, ela irá procurar em outro ponto de venda.” Variedade e sortimento são requisitos que as mães buscam em uma compra de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) para crianças. O sortimento deve ser adequado ao perfil do públiFrancis Canterucci, da co da loja, considerando tamPhisalia, diz que as mães bém o tamanho do estabeleoptam por marcas já previamente aprovadas cimento. “O foco deve ser nas principais marcas da categoria, privilegiando as extensões de linha em detrimento de um grande número de marcas. Isso significa que é preferível ter poucas marcas que atuem em vários segmentos (xampu, condicionador, sabonete, colônia, lavanda, etc.) a ter muitas marcas e uma em cada segmento diferente. Esta tática passa ao shopper a sensação de loja completa.” A executiva diz ainda que mães buscam custo X benefício e promoções, mas qualidade no serviço, sortimento completo e ambiente de loja diferenciado são os grandes diferenciais de um ponto de venda. “Esta combinação traduz a necessidade do cliente, portanto, gera satisfação de compra e lealdade à seção da loja, além de alavancar vendas por impulso e a compra de produtos incrementais. “Uma dica interessante é incorporar produtos para os cuidados da gestante, como óleos, hidratantes, protetores de seio e pomada para rachadura.”

Organização da loja As gerentes de categoria de Huggies Turma da Mônica, marca Kimberly-Clark, Ana Bandle e Ornella Guzzo, revelam que a localização ideal das categorias de banho e pós-banho infantil é próxima das categorias de fraldas e wipes, formando a rotina de higiene do bebê. Em relação à exposição, o mais indicado é separar a gôndola em pós-banho e banho. “A linha pós-banho é mais rentável e, por isso, deve ficar em exposição privilegiada, próxima à altura dos olhos. O fluxo de exposição das versões geralmente é na seguinte ordem: suave, versão 2x1, camomila e soluções específicas, como por exemplo, linha cacheados. Além disso, expor as marcas blocadas é outro fator que auxilia o shopper no momento da compra, com isso, a escolha da categoria e da versão se torna também mais clara”, diz Ana. A executiva exemplifica: solução cabelo – xampu, condicionador e spray.


ponto de venda

exposição De acordo com as rotinas do bebê, recomenda-se separar os produtos em dois grupos: pós-banho+banho e específicos+troca.

Pós-Banho + Banho

produtos com cores mais fortes, formatos diferenciados ou com personagens conhecidos

2 ou + anos

0 a 2 anos

organizar por idades e, em seguida, por marcas

+$$$

pós-banho

-$

organizar por idades e, em seguida, por marcas

+$$$

banho

embalagens com imagens de bebê, bichinhos vestindo fraldas ou com palavra baby/bebê

pós-banho

óleo, loção, colônia, repelente, protetor solar e cabelos

-$

banho

óleo, loção, colônia, repelente, protetor solar e cabelos sabonetes

gel/creme/condicionador/xampu

troca + específicos específicos

troca

lenços umedecidos

Absorvente para seios/pomada para seios/hastes flexíveis/algodão

higienizadores/creme contra assaduras/talco

lenços grossos lenços finos

pocket (até 65 unidades)/rotina (de 65 a 200 unidades)/estoque (acima de 200 unidades) Fonte: Johnson & Johnson

Diferencial em cabelos As categorias xampus, condicionadores, cremes de tratamento e para pentear são itens cuja penetração aumenta ano a ano. Acompanhando a evolução destas categorias, do mercado de produtos de higiene infantil, e a oportunidade de crescimento da área de perfumaria do canal farma torna-se obrigatório para a drogaria o oferecimento dessas categorias para o atendimento ao consumidor final. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal Perfumaria e Cosméticos (Abih-pec), a categoria xampu infantil em 2011 apresentou um crescimento de 3,7% em volume e 6,3% em valor e a categoria condicionador cresceu 5,7% em volume e 14,2% em valor, ou seja, resultados que demonstram o 152

guia da farmácia OUTUBRO 2012

mercado aquecido e a importância das categorias. A gerente de marketing da Phisalia, Francis Canterucci, comenta que xampus e condicionadores já são considerados itens de rotina de compra dentro de 60% das famílias brasileiras com crianças de até 12 anos. De acordo com a especialista, outros itens, complementares do banho, são estimulados. “Sabonete e creme para pentear também recebem este impulso. As categorias pós-xampu, que englobam os cremes de tratamento e cremes para pentear, passam a ser utilizadas a partir dos três anos. São categorias em crescimento e já passaram a ser utilizadas com frequência pelas mães, em meninos e meninas. A Phisalia foi a primeira empresa a introduzir a categoria creme para pentear destinado ao público infantil.”


MIX

Incidências

da estação

Categorias típicas devem fazer parte do sortimento de farmácias e drogarias. A sazonalidade do verão propicia negócios rentáveis

N

Por Lígia favoretto

Nas estações mais quentes do ano, os hábitos da população mudam e consequentemente o comportamento de consumo também. A alta exposição ao sol, água de piscina e mar, vento e areia faz com que as pessoas busquem por itens de proteção, hidratação e tratamento. Dispor de um mix completo, seguro e eficaz pode ser a alternativa para garantir vendas lucrativas no período.

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guia da farmácia outubro 2012

Farmácias e drogarias devem pensar em cada categoria individualmente, bem como nos correlatos da ocasião de consumo, responsáveis por alavancar as vendas. Mudanças na loja se fazem necessárias. Lançamentos que estão vinculados à chegada da nova estação devem ir para a frente do estabelecimento, o que é um chamariz para que o consumidor perceba que há novidades. fotos: shutterstock/ felipe mariano/divulgação


MIX

No caso dos protetores solares, como são as grandes “estrelas” do verão, a exposição em pontas de gôndola também é muito interessante

É preciso definir quais são os produtos que têm mais apelo e relevância para o público-alvo. Fotoprotetores, hidratantes corporais, géis pós-sol, bronzeadores, cremes para tratamento dos cabelos, tinturas e coloração, repelentes, esmaltes e absorventes internos são algumas das categorias imprescindíveis, já que o verão inspira cuidados com a pele e com os cabelos. De acordo com o diretor-geral da Divisão de Cosmética Ativa da L’Oréal, Délio de Oliveira, os produtos de cuidados básicos do rosto, como sabonetes para limpeza, tônicos e demaquilantes, além dos fotoprotetores, são os mais procurados pelas consumidoras brasileiras. “Elas estão cada vez mais abertas a experimentar novos produtos e demandam por essas novidades. No entanto, nesses meses que antecedem o verão percebemos um crescimento na procura por cremes que ajudam a combater a gordura localizada e a celulite.” O executivo comenta que os fotoprotetores merecem destaque no ponto de venda. Nesta estação, a incidência de raios UV atinge um alto grau e por isso é preciso redobrar os cui156

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dados. “Vale lembrar que a radiação UV é a principal responsável por diversos danos na pele, como: câncer, fotoenvelhecimento (rugas e manchas) e agrava diversas patologias. Além disso, tratamentos para o corpo também ganham exposição diferenciada.” Oliveira lembra que é fundamental realizar uma boa previsão de vendas baseada em dados dos anos anteriores e expectativas de retorno. Segundo informa, esses dados determinam o abastecimento do ponto de venda. “Outro ponto a ressaltar é a arrumação e disposição dos produtos nas prateleiras; eles devem ser colocados de forma visível, organizados por marca e categoria.” Ele recomenda gôndolas que ficam no caminho para o balcão de medicamentos, que são os corredores de alto fluxo. “No caso dos protetores solares, como são as grandes ‘estrelas’ do verão, a exposição em pontas de gôndola também é muito interessante”, diz. A gerente de gerenciamento por categorias da Johnson & Johnson, Patrícia Gimenes, considera importante todo o preparo do ponto de venda para se conectar com a estação, não só no que diz respeito à praia, mas a tudo o que é feito ao ar livre. “As mulheres desejam muito uma pele bonita com bronzeado uniforme o ano todo, por isso, não usam os protetores e hidratantes somente no verão, mas antes, durante e depois. A pele é trabalhada em todas as estações, para não se perder tempo.” A definição do mix, durante esta sazonalidade, depende muito da região na qual a loja está e para que região o shopper vai no verão. “Se vai, por exemplo, para um local onde haja mosquitos e pernilongos, o cliente não deixará de comprar repelente. Se vai ficar muito tempo exposto ao sol, com certeza, poderá comprar um creme pós-sol.” A executiva comenta sobre uma categoria que passou a ganhar cada vez mais importância: a de absorventes internos. “A mulher não quer deixar de fazer nada que a estação propicia por estar menstruada; ela deseja aproveitar todos os momentos de lazer com segurança, dessa forma, o absorvente interno se encaixa muito bem, ou seja, elas compram itens para o dia a dia, para exposição intensa, para uso pessoal e da família toda.” Ela ressalta que os dermocosméticos fazem parte da rotina de uso diário e envolvem proteção de rosto, pescoço e mãos. Normalmente, os fatores de proteção são mais fortes e os valores mais altos, já que envolvem benefícios agregados. “Os dermocosméticos podem ter o grande movimento do verão, com maior


MIX

é preciso definir quais são os produtos que têm mais apelo e relevância para o público-alvo. fotoprotetores, hidratantes corporais, géis pós-sol, bronzeadores, cremes para tratamento dos cabelos, tinturas e coloração, repelentes, esmaltes e absorventes internos são algumas das categorias imprescindíveis rendimento, melhor custo X benefício e ações conjugadas. Este é o melhor momento para o varejo trabalhar com eles.” A executiva afirma que os protetores devem ser oferecidos em diversos fatores de proteção, para adultos e kids. “Uma apresentação que tem sido muito procurada é o aerossol (spray). Os consumidores gostam de jogar o produto no corpo todo, em abundância, gostam das novidades, mas há aqueles que preferem as versões mais tradicionais.” Ela complementa: “Uma nova tendência para este verão são as embalagens tamanho família. Elas caíram no gosto dos brasileiros, trazem economia, sobretudo para quem faz uso de protetor solar, item que deve ser reaplicado várias vezes durante o dia”.

Cabelos bem cuidados O dano causado aos cabelos, no verão, é bem maior do que em outras estações. Por esse motivo, os produtos precisam garantir um tratamento de maior intensidade, com proteção e hidratação. De acordo com informações de Seda, marca da Unilever, os cuidados com os cabelos sempre foram uma preocupação das mulheres. Nos últimos anos, elas se tornaram ainda mais exigentes, escolhendo criteriosamente os produtos que levarão para casa, buscando os mais específicos para cada tipo de fios. Elas se preocupam demais com o resultado do cabelo, pois é a moldura do rosto. Segundo pesquisas de hábitos e atitudes, realizadas pela L’Oréal, 64% da população brasileira lava o cabelo no mínimo três vezes por semana, dentre elas 31% lavam no mínimo sete vezes ou mais. O Brasil é o segundo maior mercado de cabelos do mundo, em volume de categoria, perdendo apenas para os Estados Unidos. A demanda por produtos que protejam e tratem os cabelos danificados pelos efeitos nocivos do verão aumenta aproximadamente 20% no período, segundo informações da Procter & Gamble. Dispor de um mix completo, seguro e eficaz pode ser a alternativa para garantir vendas lucrativas. A Unilever apresenta uma sugestão: trabalhar com ilhas temáticas e pontos extras com produtos de verão e reparação. Além disso, orienta os varejistas para que melhor atendam às consumidoras, através da exposição das subcategorias e diver158

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sas variantes (apresentações) o que, de acordo com a empresa, é garantia de uma experiência de compra mais favorável. A Procter & Gamble recomenda disponibilizar xampu e condicionador juntos. Mais de 75% das consumidoras têm o hábito de comprar xampus Patrícia Gimenes, da e condicionadores da J&J, diz que uma nova mesma marca. É recotendência para este mendado disponibilizar verão são as embalagens tamanho família as máscaras de tratamento, creme de pentear e tratamento noturno e as ampolas, que têm bastante procura e aumentam a lucratividade. Há também um pico de venda na categoria de coloração, já que as mulheres querem ficar impecáveis para as festas de fim de ano.

Abastecimento A gerente de gerenciamento por categorias da Johnson & Johnson, Patrícia Gimenes, lembra que o plano de ação para os pontos de venda deve ser feito com antecedência. “Todas as lojas precisam estar abastecidas com as tendências e com o que é hábito de consumo daquele estabelecimento.” Os varejistas nunca devem achar que nada muda de um ano para o outro. Lançamentos sempre acontecem, além de renovações de linhas e apresentações de novas versões. “Eles precisam testar para ver o que se adapta ao público-alvo. Não precisa ter tudo em todas as lojas, mas nas principais”, comenta. Ela recomenda que os consumidores sejam lembrados o tempo todo que é verão. Cabe aos empresários cuidar do sortimento, da exposição, dos pontos extras e da comunicação. “Fazendo isso, muita coisa estará resolvida para que os resultados sejam os melhores possíveis.”


oral care

Sorriso alinhado

Confira como o conceito de gerenciamento por categorias pode ser uma ferramenta eficaz para alavancar as vendas de oral care em farmácias e drogarias P o r l u d mi lla pa zi a n

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O

O principal papel do gerenciamento por categorias é produzir conhecimento e expertise do shopper para os clientes atendidos, desenvolver as estratégias, táticas e as soluções de compra embasadas em pesquisas e análises do mercado. “Na Johnson & Johnson acreditamos que a prática possui o papel estratégico de facilitar a compra do shopper, criando um ambiente mais prazeroso e, por outro lado, desenvolver e rentabilizar a categoria para o varejo e indústria”, opina a gerente de Gerenciamento por categorias da empresa, Patrícia Gimenes. A técnica auxilia em algumas questões fundamentais do varejista, entre elas a de facilitar a reposição da mercadoria. “Com uma boa gestão por categorias ocorre de uma maneira mais adequada – o que promove por sua vez uma lógica de itens que giram mais ou menos”, explica o gerente de marketing da Unidade de Negócios da Consumer HealthCare da Sanofi, Mauricio de Oliveira. “Para finalizar, a prática auxilia na lógica do consumidor, foto: shutterstock


oral care

que olha a gôndola de forma mais coerente, o que, muitas vezes, evita deixar o cliente perdido na loja solicitando um atendente para explicar onde estão os produtos que procura”, completa Oliveira. Para deixar consumidores e varejistas com sorrisos alinhados, essa ferramenta deve ser aplicada. Um dos primeiros passos para implantar o GC em oral care é escolher corretamente o sortimento de produtos. “O varejista deve possuir produtos que representem soluções diferentes, ou seja, funções específicas e, além disso, que apresentem diversos preços e performances para garantir que todos os compradores consigam satisfazer suas necessidades”, alerta a diretora de marketing de Oral-B, Danielle Panissa. A Procter & Gamble recomenda que o varejo trabalhe o regime completo das marcas para que toda a solução em saúde bucal seja oferecida aos consumidores. “Isto

benefício. Os especialistas recomendam que, de maneira geral, a categoria de higiene bucal esteja organizada dentro da seção de higiene pessoal, na qual as compras são rotineiras para, assim, alavancar as vendas e fazer surgir a necessidade no shopper. Também é recomendável organizar os produtos segundo as marcas, linhas e benefícios. “Deve-se, então, separar por creme dental, escova dental, fio dental e antisséptico. O último (antisséptico) deve ficar mais acima, na altura dos olhos do consumidor, para que sua compra seja incentivada”, define a profissional. Segundo a Colgate, a categoria de enxaguantes bucais ainda apresenta uma baixa penetração nos lares – sendo, portanto, uma divisão que possui alto potencial de crescimento seja pela conquista de novos consumidores seja pelo aumento do consumo médio. Devido à complexidade da categoria e os diferentes papéis estratégicos que cada subcategoria possui, é recomendado organizar a gôndola de acordo com o racional de decisão do consumidor. Esta exposição visa facilitar a compra, aumentar a visibilidade dos diferentes segmenuma boa exposição dos produtos traz para tos e de produtos de maior valor agregado. a loja benefícios claros, como uma maior Confira, abaixo, seis dicas de exposição dadas garantia de que o cliente saia satisfeito com por Patrícia Gimenes: • O primeiro passo é separar os produa sua compra, uma vez que a organização tos por subcategorias, organizando-os na seguinte ordem no sentido do fluxo do corda gôndola facilita achar a solução que redor: antisséptico bucal – fios e escovas – procura, seja em termos de preço ou função creme dental; • É positivo dar maior visibilidade para ané, o ponto de venda deve trabalhar suas ações promotissépticos e escovas, pois são subcategorias que possuem mecionais e de comunicação, incentivando o uso do fio dennor lembrança e planejamento de compra, mas que completal e do antisséptico, além do tradicional, escova + crementam a cesta de compras da categoria, alavancando a lume dental”, avalia Danielle. cratividade da seção; Na opinião de Patrícia Gimenez, da J&J, uma gestão por • É recomendado expor os cremes dentais no final do fluxo categorias ideal no segmento de oral care é aquela que (gôndolas inferiores ou no último módulo), pois são os geradores faz com que as táticas de sortimento e exposição auxiliem de tráfego da categoria; na definição dos itens que serão comercializados no vare• Dentro de cada subcategoria, separar os produtos por marjo e quais são os adequados a um determinado perfil de ca, da de maior valor agregado para a de menor; consumidor. “Tudo isso otimiza a gestão da cadeia de su• Nas subcategorias de antissépticos, cremes e fios, dentro de primentos, organiza a localização dos produtos no ponto cada marca os itens devem ser organizados por benefícios; de venda para que o shopper encontre o que precisa em • No caso das escovas dentais, dê destaque para as de atribumenos tempo, de forma prática e rápida”, orienta. tos diferenciados.

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E CO N TEÚDO

Uma boa exposição dos produtos traz para a loja benefícios claros, como uma maior garantia de que o cliente saia satisfeito com a sua compra. Para a diretora de marketing de Oral-B, Danielle Panissa, uma boa exposição dos produtos é capaz de sugerir e incentivar a venda de linhas completas, com um mesmo

AL

Visualização essencial

XT T RA NO POR

A correta exposição dos produtos de higiene bucal no ponto de venda é responsável por alavancar as vendas da categoria. www.guiadafarmacia.com.br


institucional abradilan

Qualificação,

www.abradilan.com.br

capacitação e aperfeiçoamento

A importância de funcionários aptos nas distribuidoras de medicamentos P o r J U L I A N O C U NHA V I NHA L - p r es i de nte do Co n se lh o Di ret iv o d a Abr a d ilan

A

As mudanças decorrentes dos novos paradigmas do mundo do trabalho obrigaram os setores de uma forma geral e em especial o setor de distribuição de medicamentos a promoverem qualificação, capacitação e aperfeiçoamento de seus funcionários, objetivando a formação de quadros profissionais para servir com mais qualidade os seus clientes internos e externos. Diante disso, a Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan) vem se empenhando para proporcionar e incentivar as empresas associadas a investir, cada vez mais, na qualificação dos gestores e dos colaboradores das

empresas associadas. Estudos revelam que, nas organizações em que ocorre a implantação de uma política de capacitação e reconhecimento ao mérito funcional, o nível educacional avança rápido. Quando uma organização não considera o know-how de seus colaboradores, ela simplesmente deixa de estimular os potenciais talentos, contribuindo para que se transformem em profissionais estagnados. Para que uma distribuidora de medicamentos se torne mais competitiva, é primordial a criação de um ambiente mais desafiador e estimulante, em que os colaboradores se sintam responsá-

veis pelos resultados que a empresa possa atingir. E isso se torna possível de ser alcançado com a capacitação e valorização dos colaboradores. A legitimação da qualificação profissional originou um novo olhar sobre a concepção e percepção dos associados Abradilan e seus colaboradores, fazendo com que eles se destaquem para a sua empresa, bem como reafirmem a assertiva de que melhorar os serviços prestados às farmácias e drogarias está totalmente atrelado à contínua qualidade do atendimento prestado e ao entendimento do papel dos distribuidores de medicamentos e seus colaborares.

Empresas sócias colaboradoras da Abradilan 164

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institucional indústria

MEDICAL CORPORATION

www.nipro.com.br

Nipro tem inovação em seu DNA Com novo escritório de vendas e marketing estabelecido em São Paulo, a empresa se aproxima do varejo farmacêutico com sua linha de produtos e serviços para o mercado de diabetes

A

Po r Eg l e l e o na r d i

A Nipro Medical Corporation do Brasil é a mais nova empresa do Grupo Nipro. A companhia vai atuar no mercado de diabetes. A Nipro Mundial tem diversos mercados: renal, diabetes, hospitalar, laboratório, cardiovascular e endovascular. Suas 23 fábricas estão localizadas no Japão, Estados Unidos, França, Bélgica, Tailândia, China, Índia, Indonésia e Taiwan, além do Brasil. Atualmente a companhia possui no País uma linha de produtos contendo monitor de glicemia (glicosímetro) e suas tiras. A Nipro Mundial é uma empresa que tem em seu DNA a pesquisa e a inovação”, comenta o coordenador de marketing e responsável técnico da Nipro Medical Corporation do Brasil, Daniel Carvalho. A empresa implementa importantes ações de marketing para dar suporte à comercialização de seus produtos nessa fase de iniciação no mercado de diabetes. Para isso desenvolve ações de visitação médica e de trade marketing junto aos principais players, participando de eventos e congressos médicos e do varejo. 166

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As ações periódicas de marketing aplicadas ao canal farma estão sendo planejadas para detectar os índices de glicemia, utilizando campanhas educacionais e abordando temas como a doença e os principais cuidados para garantir a melhor qualidade de vida de seus portadores. A Nipro está no Brasil desde 1995 no segmento hospitalar. E a decisão de montar um escritório em São Paulo, exclusivamente para a linha de diabetes, é uma forma de expandir a presença da marca Nipro no mercado e colocar seus profissionais mais próximos dos principais hospitais e centros de saúde do País, afim de contribuir com os pacientes de diabetes em serviços e produtos de qualidade. “A abertura do novo escritório também faz parte da estratégia global da Nipro Corporation, que nos últimos anos tem investido continuamente em seu crescimento mundial”, ressalta o executivo. foto: divulgação


evento – EXPOGG

Expansão consolidada A Expo Grupo Galindo se consolida como a maior Feira do Segmento Farma do Nordeste. Um evento voltado 100% para vendas, estreitando relacionamento entre indústria e varejo P O R P E D R O DA M ATTA ( M K T G R U PO G A LI NDO) 168

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O Grupo Galindo comemorou em dose dupla este ano de 2012 com o grande sucesso da 4ª Edição EXPOGG – Feira de Medicamentos e Correlatos e 30 anos da Galindo Distribuidora (PE). Circularam em Porto de Galinhas, Ipojuca – PE, aproximadamente 3.200 visitantes no evento EXPO Grupo Galindo, que aconteceu nos dia 24 e 25 de agosto de 2012 no Enotel Resort & Spa. Em meio a um belo cenário, Grandes Marcas da Indústria estiveram em contato direto com clientes que desfrutaram de fotos: divulgação


evento – EXPOGG

Na 4ª edição da EXPOGG, varejistas e indústria puderam fechar bons negócios com grandes ofertas

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lazer, parceria, bons negócios e prêmios. Grandes equipes da Indústria se pronunciaram diante do resultado e grandiosidade do evento: • “Foi uma excelente oportunidade de nos aproximarmos em meio a 2.000 farmácias, gerando bons negócios com grandes ofertas em todos os estados que estiveram representados (AL/RN/PE/PB/SE).” – Equipe Neo Química Smart. • “Hoje a Expo Grupo Galindo se consolida como maior Feira do Segmento Farma do Nordeste. Um evento voltado 100% para vendas, estreitando relacionamento entre indústria e varejo.” – Tiago Fernando da Silva, Gerente Regional de Vendas NE – Laboratório Multilab. • “Desde o primeiro evento tínhamos a certeza de que seria um referencial na região NNE.” – Equipe Sandoz. A feira em seu novo formato agregou valores trazendo Estandes de serviço em uma área exclusiva, onde os visitantes puderam ver novidades e ao mesmo tempo trazê-las a sua farmácia. Um dos estandes, Parceiro em Ações Sociais do Grupo Galindo presente no evento, foi o Mercado do Bem. Organização Não Governamental (ONG), tem por objetivo principal oferecer à sociedade em geral um novo canal de doações, voltado para a ajuda financeira às entidades de assistência social localizadas no Estado de Pernambuco. As palestras ministradas pelo Dr. Marco Aurélio Pereira (Coordenador Geral de Gestão – DAF/ SCTIE/ MS) e pelo Sr. Marcelo Cristian – Diretor da Desenvolva Consultoria), em temas oportunos e esclarecedores como FARMÁCIA POPULAR do BRASIL e “As oportunidades com o crescimento da classe C e D para o varejo farmacêutico”, tiraram dúvidas e geraram questionamentos dos ouvintes que lotaram a sala no momento das palestras. Oportunidades de investimento bem-vindas aos lojistas (farmacistas) fazem aumentar a cada ano o crescimento da feira. Neste 2012 houve uma média de crescimento de 45% em relação ao evento anterior, superando as expectativas da indústria e Distribuidoras do Grupo. Ao final do evento, o Grupo Galindo anunciou a expansão de seus negócios com mais uma Unidade (CD) no grandioso Estado da Bahia e aproveitou para confirmar a próxima edição entre os presentes. A 5ª Edição já está marcada no calendário de toda a indústria e varejistas. De acordo com o Diretor Executivo Ivanilton Galindo, a 5ª Edição da EXPO Grupo Galindo será realizada no mais novo centro de convenções da Paraíba.


evento – investing in brazilian healthcare

Do Brasil

para o mundo

Para facilitar investimentos bem sucedidos no setor de saúde brasileiro, a Infocast traz de volta a Nova York a segunda edição do Investing in Brazilian Healthcare

A

A economia brasileira continua a superar outros países das Américas e da Europa e é alvo para o investimento estrangeiro na América do Sul. Com a sua classe média em ascensão e o aumento do número de idosos, a demanda por cuidados de saúde de melhor qualidade está impulsionando o crescimento, que se mantém na casa de dois dígitos. O sistema de saúde pública é altamente dependente de contratos com o setor privado e oferece uma oportunidade de investimento atraente para os empresários globais. Assim, o encontro passa a ser vital para que haja melhor compreensão sobre os impactos da paisagem em constante mudança regulatória e as peculiaridades do sistema de saúde brasileiro. Em 2012, o Summit será composto de dois eventos especiais: Fórum Executivo: o regime de regulamentação da saúde brasileira irá fornecer informações detalhadas sobre as várias agências reguladoras, suas jurisdições e as últimas alterações legislativas que afetam o setor da saúde. Para as empresas que estão pensando em investir, expandir ou estabelecer joint ventures no próspero setor de saúde do Brasil.

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Investing in Brazilian HealthCare: será novamente o local para se obter uma análise aprofundada dos cuidados da saúde mais promissores e lucrativos, e dos setores de vida e ciências no País, incluindo farmacêuticos, hospitais, clínicas e laboratórios de diagnóstico, saúde bucal, aparelhos e equipamentos médicos, seguro de saúde, farmácia e muito mais. Altos executivos de empresas líderes do Brasil, de saúde e especialistas do mercado, irão fornecer informações valiosas sobre as mais recentes oportunidades de investimento, tendências do mercado e peculiaridades, e casos de sucesso de investimentos. Financiers incluindo private equity e investidores de capital de risco, provedores de capital e outros key players estarão à disposição para oferecer suas perspectivas sobre o setor de saúde brasileiro, incluindo as tendências de transações e avaliações, em que segmentos do setor os investidores estão interessados, bem como as condições de financiamento para os negócios da saúde. Para mais informações, acesse: www.infocastevents.com

serviço De 28 a 30 de novembro de 2012 New York, NY


sempre em dia

Sensibilidade controlada Sem ardência, irritação ou coceira, produtos garantem cuidados específicos à pele das mulheres brasileiras, com eficácia e proteção

Peles sensíveis

A SkinCeuticals traz para o Brasil mais um produto. O Physical Fusion UV Defense é ideal para peles sensibilizadas por tratamentos estéticos (como peelings, lasers e ácidos), o fotoprotetor alia alto nível de proteção contra os raios UVB e UVA (tem FPS 50 e PPD 21) a uma fórmula 100% física, sem parabenos e com cor de base universal. As consumidoras devem utilizá-lo diariamente, pela manhã. Tem ação “agite e aplique” para garantir distribuição uniforme dos ativos e máxima eficácia de proteção. • www.skinceuticals.com.br

Ativos orgânicos

A Buona Vita está lançando mundialmente Sensitive Organics, primeira linha de dermocosméticos profissionais e home care, que atua diretamente nas reações indesejadas ocasionadas pela sensibilidade. Os produtos Sensitive Organics contêm o multifuncional, exclusivo e inovador HDNR System, que hidrata, dessensibiliza, nutre, recupera, revitaliza e rejuvenesce a pele, promovendo sensação imediata de alívio. Além disso, todos os dermocosméticos da linha possuem a certificação IBD, de produtos naturais e com ativos orgânicos. • www.buonavita.com.br

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fotos: shutterstock/divulgação


sempre em dia

Protetores para acne

A pele com acne necessita de cuidados especiais. Pensando nisso, a Moderm desenvolveu uma linha de tratamento. Sua fórmula, de rápida absorção e textura leve, conta com o complexo antiacne Moderm: ácido salicílico e silício ativo, que ajudam na desobstrução dos poros e controle da oleosidade. Uma nova opção é o protetor solar da Moderm para pele mista e oleosa. Há também o protetor com base, que permite que a mulher se maqueie e se proteja do sol ao mesmo tempo. • www.modermlab.com

Emulsão com vitamina C

Demaquiante bifásico

Apresentar uma pele jovem, sem manchas e rugas é o grande desafio de homens e mulheres que desejam retardar os sinais do envelhecimento. Por isso, a ADA TINA lança Emulsão Facial com Exclusiva Vitamina C. De acordo com a empresa fabricante, o produto é à base de vitamina C, que promove o aumento da produção de colágeno, possui ação clareadora e é efetivo contra o fotoenvelhecimento. Usar cremes ou loções à base de vitamina C, portanto, é ótimo para conseguir uma pele lisinha, hidratada e sem manchas.

O Demaquiante Bifásico de L´Oréal Paris é indicado para todos os tipos de pele e retira a maquiagem à prova d’água, inclusive as mais difíceis, sem deixar efeito oleoso. Para isso, o produto conta com tecnologia especial que age de duas formas: a parte mais escura, rica em óleos suaves, retira com eficácia toda a maquiagem, mesmo máscaras à prova d’água; a parte clara, uma suave loção, proporciona uma agradável sensação de frescor. Testado oftalmologicamente, o Demaquiante Bifásico é recomendado inclusive para mulheres com olhos sensíveis e usuárias de lente de contato.

• www.adatina.com

• www.loreal.com.br

Clareamento da pele

Clariderm Clear é um dermocosmético clareador desenvolvido pela multinacional farmacêutica Stiefel, uma empresa GSK, recomendado para clarear a pele, por conta da exposição solar sem fotoproteção, ou no período pós-gravidez. Segundo estudo clínico, a fórmula de Clariderm Clear possui equivalência de resultados com hidroquinona 2%, com melhor tolerabilidade cutânea. Os primeiros resultados foram percebidos a partir da segunda semana de uso. Trata-se de um dermocosmético em loção fluida oil-free que não provoca cravos e é indicada para todos os tipos de pele. • www.clariderm.com.br 176

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serviços

A

d

Abafarma www.abafarma.com.br Abradilan www.abradilan.com.br Abrafarma www.abrafarma.com.br Abran www.abran.org.br aché www.ache.com.br Aspen Pharma www.aspenpharma.com/brsite Associação Médica Brasileira www.amb.org.br

b

desenvolva consultoria e treinamento www.desenvolvaconsultoria.com.br

e ETCo www.etco.org.br

f

Big Roger www.bbfraldas.com.br

pfizer www.pfizer.com.br

IMS Health www.imshealth.com Incofral www.adultcare.com.br

instituto de terapia cognitiva www.itc.br.com

GlaxoSmithKline www.gsk.com.br

H herbarium www.herbarium.net

Biolab www.biolabfarma.com.br

Hospital AC Camargo www.accamargo.org.br

boiron www.boiron.com.br

Hospital Bandeirantes www.hospitalbandeirantes.com.br

Centro Universitário São Camilo http://saocamilo-sp.br

Imperial College de Londres www3.imperial.ac.uk

Febrafar www.febrafar.com.br

Biofral www.biofral.com.br

c

Payot www.payot.com.br

Interfarma www.interfarma.org.br

Federação Brasileira de Gastroenterologia www.fbg.org.br

hospital das clínicas (FM-USP) www.hcnet.usp.br Hospital Nove de Julho www.hospital9dejulho.com.br

complexo hospitalar edmundo vasconcelos www.hospitaledmundovasconcelos.com.br CPDEC www.cpdec.com.br

P

IBGE www.ibge.gov.br

faculdade oswaldo cruz www.oswaldocruz.br

G

Bayer HealthCare www.bayerhealthcare.com.br

i

J Johnson & Johnson www.jnjbrasil.com.br

L lilly www.lilly.com.br L’oréal www.loreal.com.br

M Mendonça Barros Associados www.mbassociados.com.br Ministério da Saúde www.saude.gov.br

n novartis www.novartis.com.br

O Oral-B www.oralb.com.br

Phisalia www.phisalia.com.br Procter & Gamble www.pg.com PSDB/SC http://psdb-sc.org.br PUC-SP www.pucsp.br

R Roche www.roche.com.br

S santa casa de são paulo www.santacasasp.org.br Secretaria da Fazenda do Paraná www.fazenda.pr.gov.br Senado Federal www.senado.gov.br Sindusfarma www.sindusfarma.org.br sociedade brasileira de cardiologia www.cardiol.br

U União Química www.uniaoquimica.com.br UnG www.ung.br Unifesp www.unifesp.br USP www5.usp.br

V Valor Econômico www.valor.com.br

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