ano XX • nº 252 novembro de 2013
O CÉU É O LIMITE A posição da indústria farmacêutica brasileira vai ganhar ainda mais destaque. Para 2016, a previsão é que o País ocupe a 4ª colocação, atrás apenas dos EUA, China e Japão. O faturamento de 2013 deve fechar em R$ 54 bilhões
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EDITORIAL
Expansão notória Nos últimos anos, o Brasil sobreviveu, de forma razoável, a duas grandes crises financeiras no cenário internacional – a de 2008 e 2009, que teve como ator principal os EUA e, mais recentemente, de 2011 a 2013, tendo a Europa como protagonista. Agora, o que se vê é a alta do dólar, que gera incertezas quanto ao futuro de investimentos, importação e exportação de matéria-prima. Contudo, isso não impede que alguns setores se sobressaiam e cresçam muito mais e de forma sustentada. No ramo industrial, quem tem se destacado, sobretudo na última década, é o setor farmacêutico, com crescimento recorrente de dois dígitos. Entre 2003 e 2011, o Brasil passou da décima para a sexta posição no mercado farmacêutico mundial. A posição da indústria farmacêutica brasileira no cenário internacional vai ganhar ainda mais destaque nos próximos anos. Para 2016, a previsão é que o País ocupe a quarta colocação, atrás apenas dos EUA, China e Japão. O setor manteve o mesmo ritmo de atividade do ano anterior e deve faturar ao redor de R$ 54 bilhões em 2013. Acompanhe na íntegra a matéria de capa desta edição, que revela ainda projeções e estratégias dos principais fabricantes para 2014.
DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Flávia Corbó EDITORA DE ARTE Larissa Lapa ASSISTENTES DE ARTE Junior B. Santos e Rodolpho A. Lopes DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) 4
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Diante de tal movimentação, os resultados das redes de farmácias não poderia ser diferente. Com apenas 7,14% das lojas instaladas em território nacional, somente as redes ligadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) já têm 36% do total de vendas do mercado. Quando somadas as outras redes e às cadeias de supermercados, passam a representar 53% do varejo. Segundo estudos do IMS Health, há uma tendência de concentração, e isso só deve aumentar. Cada vez mais, as farmácias independentes encontram novas dificuldades para se manter competitivas diante no nível de profissionalização e poder de capital dos grandes conglomerados. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (Cpdec), com 267 farmácias independentes e 148 filiadas a redes associativistas, descobriu-se que, em média, duas farmácias são fechadas com a chegada de uma grande rede e 56% perdem até 50% do faturamento. Acompanhe toda esse movimento e decida os rumos do seu negócio. Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe
ASSISTENTES DO COMERCIAL Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ANALISTA DE MARKETING Lyvia Peixoto
GUIA DA FARMÁCIA NOVEMBRO 2013
MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães Noemy Rodrigues COLABORADORES DA EDIÇÃO Revisão Helder Profeta Textos Adriana Bruno, Egle Leonardi, Kathlen Ramos, Marcelo de Valécio, Rodrigo Rodrigues e Vivian Lourenço Colunistas Antonio Carlos Lopes, Gustavo Semblano, Jefferson Silva, Ricardo Pavanello e Silvia Osso. Diagramação Rita Jacob
No ramo industrial, quem tem se destacado, sobretudo na última década, é o setor farmacêutico, com crescimento recorrente de dois dígitos. Entre 2003 e 2011, o Brasil passou da décima para a sexta posição no mercado farmacêutico mundial
> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.
IMPRESSÃO Abril Gráfica CAPA Shutterstock FOTO: SHUTTERSTOCK
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SUMÁRIO #252 NOVEMBRO 2013
E MAIS
38 44 > CENÁRIO Em vigor há sete meses, a escrituração eletrônica obrigatória dos antibióticos não reduziu a compra de medicamentos e já foi assimilada pelo consumidor
50 > EXPANSÃO CAPA
Na contramão da desaquecida economia mundial, a indústria farmacêutica brasileira deve fechar o ano com alta de dois dígitos e ganhar ainda mais destaque nos próximos anos
58 > NEGÓCIOS Estudos realizados pelo IMS Health e Cpdec apontam as principais tendências do varejo farmacêutico e investigam quais estratégias de negócios têm obtido maior sucesso
66 > PANORAMA Especialistas debatem a influência das grandes redes farmacêuticas no mercado e quais os fatores que contribuem e prejudicam os planos de expansão agressiva da categoria
102 > FINANÇAS O final de ano é a época perfeita para avaliar o desempenho financeiro da loja e iniciar o planejamento para os meses a seguir
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GUIA ON-LINE ENTREVISTA ANTENA LIGADA ATUALIZANDO GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE ATUALIDADE PESQUISA DEBATE GESTÃO PDV TREINAMENTO ESTRUTURA CASE MARKETING
CADERNO SAÚDE 132 140 148 158 162 164
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DENGUE DIABETES DOR ROTAVÍRUS ARTIGO MICOSES
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COLUNAS 22 > VAREJO Silvia Osso 35 > CONSULTOR JURÍDICO Gustavo Semblano 74 > COMPETITIVIDADE Jefferson Silva 90 > OPINIÃO Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes ERRATA O valor correto do produto Dettol No-Touch, publicado na edição 251, seção Sempre em Dia, pág. 208, é R$ 39,90.
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DE OLHO NAS TENDÊNCIAS Institutos ligados ao varejo liberam, com frequência, dados sobre o setor que podem ajudar o gestor a traçar os melhores rumos para o seu negócio.
ALÉM DO NATAL As festas de fim de ano são muito rentáveis para o comércio, mas, no caso de farmácias, outra grande oportunidade são as férias. Estar preparado é fundamental. 8
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POTÊNCIA COMERCIAL
Conheça os pontos fortes das grandes redes do varejo farmacêutico e saiba como elas crescem com tamanha agressividade. FOTOS: SHUTTERSTOCK
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O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS
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SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!
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FARMÁCIAS NÃO SERÃO OBRIGADAS A PRESCREVER MEDICAMENTOS
INDICAÇÃO FARMACÊUTICA
MAIS DE 1 MILHÃO ADEREM À AÇÃO CONTRA IMPOSTO
E a “empurroterapia“ que é feita por “profissionais” de balcão? Ou as trocas de receituário por similares bonificados? São temas interessantes para se discutir também. Silvio Boppré, em resposta à nota “Farmácias não serão obrigadas a prescrever medicamentos”, publicada na página do Facebook do Guia da Farmácia, no dia 9 de outubro
VALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO
Sou farmacêutico e, com base em minha grade curricular, eu poderia prescrever qualquer medicamento, inclusive os que necessitam de retenção de receita. Leonardo Aperibense, em resposta à nota “Febrafar é contrária à prescrição farmacêutica”, publicada na página do Facebook do Guia da Farmácia, no dia 10 de outubro
ANVISA SUSPENDE PRINCÍPIO ATIVO DEXTROMETORFANO
NOVAS REGRAS PARA PATENTES
EXCESSO DE DESCONTOS
Graças a essa palhaçada de descontos é que temos essa absurda tributação sobre medicamentos no País! Isso é ridículo. Rodrigo Negrão, em resposta à nota “Cartão pré-pago dará descontos em medicamentos”, publicada na página do Facebook do Guia da Farmácia, no dia 3 de outubro
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PARCERIAS
E AQUISIÇÕES VISANDO A EXPANSÃO DO MERCADO FARMACÊUTICO E, PRINCIPALMENTE, O AUMENTO DA PRODUÇÃO NACIONAL DE MEDICAMENTOS, EMPRESAS PROMOVEM ACORDOS E AQUISIÇÕES COM O GOVERNO E OUTRAS COMPANHIAS NOVA CONCORRÊNCIA
O grupo Ultra fechou a compra da rede paraense de drogarias Extrafarma, em operação de R$ 1 bilhão, realizada por meio de uma troca de ações: o Ultra passou a deter 100% das ações da Imifarma Produtos Farmacêuticos e Cosméticos, empresa dona da marca Extrafarma, enquanto os atuais sócios da Imifarma receberam 2,9% das ações da Ultrapar. Com a compra, o grupo pretende usar parte de seus pontos de revenda – mais de 10 mil, distribuídos entre 6,5 mil postos de gasolina Ipiranga e 4 mil de revenda de gás de cozinha da Ultragaz – para expandir em todo País a rede da Extrafarma, cuja marca será mantida. • www.brph.com.br 16
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COMPRA CONCLUÍDA
A distribuidora de medicamentos Profarma anunciou a participação de 40% da Prodiet Farmacêutica, sem revelar o valor da operação. Em 2011, a empresa já havia comprado 60% da Prodiet por meio de um aporte primário de R$ 8 milhões e aquisição secundária de R$ 18 milhões. Desta vez, a Profarma não informou o preço da fatia remanescente da companhia, dizendo apenas que a transação foi fechada por um múltiplo de 5,6 vezes a relação entre o valor da empresa e seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estimado para 2014. • www.profarma.com.br • www.prodietfarmaceutica.com.br FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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COMÉRCIO ILEGAL
O tráfico de medicamentos falsificados se tornou um novo negócio muito lucrativo, muito mais do que o das drogas. Segundo o Center for Medicine in the Public Interest, a venda de medicamentos falsos aumentou 90% entre 2005 e 2010, para atingir US$ 75 bilhões. A atividade seria de 10 a 25 vezes mais rentável do que o tráfico de drogas. De acordo com a Aliança Europeia para os Medicamentos Seguros, 62% das cápsulas compradas pela internet em 2011 eram falsificadas. Nos países desenvolvidos, apenas 1% dos medicamentos são falsificados. • www.cmpi.or
PROFISSIONAIS REUNIDOS
Entre os dia 5 e 8 de outubro, os principais players do mercado farmacêutico e cosmético do Brasil se reuniram no Farma Show, ocorrido em São Paulo. O evento juntou em um mesmo espaço uma área de exposição e salas de palestras que apresentaram aos visitantes tendências nacionais e internacionais do setor. O evento aconteceu simultaneamente ao XVII Congresso Paulista de Farmacêuticos, que recebeu mais de 3 mil inscritos nessa edição, segundo o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP). • www.i forma roup.com.br • www.crf p.or .br co re o
UNIÃO DE GIGANTES
A Netfarma aliou-se à Telefônica Vivo, na divisão de negócios eHealth Selfcare, para firmar parceria que prevê a comercialização de produtos para saúde e beleza por meio do e-commerce Vivo Netfarma. A aliança possibilitará a difusão de suas ofertas de dermocosméticos, suplementos alimentares, produtos de saúde, fitness, higiene, perfumaria e beleza. Por outro lado, o serviço Vivo Netfarma é o mais novo passo da divisão Vivo eHealth Sefcare para fortalecer sua estratégia de entrega de serviços de saúde digital para os clientes. • www. etfarma.com.br • www.te efo ica.com.br
INVESTIMENTO EM PESQUISA
O laboratório Natulab investe em pesquisa e desenvolvimento de fitoterápicos e lança produtos inovadores nessa área. O portfólio da companhia tem 18 produtos, que combatem patologias variadas. O laboratório tem uma das linhas de fitos mais eficazes e rentáveis do mercado farmacêutico. Só em 2013, a companhia colocou no mercado cinco novos produtos e promete aumentar esse número ainda este ano. “Temos fitoterápicos reconhecidamente seguros e eficazes. A população tem buscado por terapias menos agressivas destinadas ao atendimento primário à saúde”, diz o presidente do Grupo Natulab, Marconi Sampaio. • www. atu ab.com.br 18
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ABAIXO À TRIBUTAÇÃO
A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) criaram uma iniciativa que pretende reunir 10 milhões de assinaturas pela desoneração de tributos sobre medicamentos. Os cadernos foram distribuídos em 6 mil estabelecimentos farmacêuticos de todo País. Logo nos primeiros dias, a campanha Sem Imposto, Tem Remédio já tinha acumulado mais de 1 milhão de assinaturas. • www.abrafarma.com.br • www.i terfarma.or .br
PERDA PARA O SETOR
O executivo da Neoquímica Atilio Marchiori morreu no dia 13 de outubro e foi sepultado no Cemitério da Paz, em São Paulo. Marchiori integrou o Conselho Editorial do Guia da Farmácia e, atualmente, ocupava o cargo de diretor de projetos especiais do núcleo farma da Hypermarcas.
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MULTINACIONAL FARMACÊUTICA
O laboratório Mundipharma, fabricante de medicamentos para dor crônica, acaba de inaugurar um escritório no Brasil. A empresa pretende lançar, nos próximos cinco anos, 15 novos medicamentos no mercado brasileiro. As drogas serão produzidas nas fábricas que a companhia possui na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e em Cambridge, na Inglaterra. Até 2018, a companhia projeta ter entre 12% e 15% do mercado. • http mu dipharma.com.br
OUTRA DESISTÊNCIA
O superlaboratório Orygen, criado em maio do ano passado para produzir medicamentos biotecnológicos (feitos com células vivas), considerados estratégicos pelo governo federal, teve sua segunda baixa. Dessa vez, foi a farmacêutica Cristália que deixou a joint-venture. No começo deste ano, o laboratório Libbs anunciou sua saída. Restam agora Biolab e Eurofarma. As empresas passam a ter 50% de participação cada uma. Elas confirmaram que continuarão com a estratégia inicial, que inclui aporte de cerca de R$ 500 milhões na construção de uma fábrica. • www. cri ta ia.com.br • www. ibb .com.br
PATENTES EM DESTAQUE
Os especialistas que redigiram a proposta de reformade Lei de Patentes e o deputado Newton Lima (PT-SP), autor do projeto de lei, defendem que o governo suspenda a concessão de novas patentes para software e dê mais poder ao Grupo Interministerial de Propriedade Intelectual (Gipi), órgão encarregado de padronizar o entendimento do governo federal sobre a aplicação e interpretação da Lei de Patentes. A ideia é que as recomendações tenham efeito vinculativo e subordinem a ação de outros órgãos de governo, como o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi). • www.de e o ime to. o .br • www.i pi. o .br 20
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CONTROLE DE RASTREABILIDADE
A GS1 Brasil-Associação Brasileira de Automação incorporou o número do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em seus padrões globais de automação. Este número é parte da Identificação Única do Medicamento (IMU), que é uma espécie de RG dos medicamentos, correspondente a cada unidade a ser comercializada no território brasileiro. Agora, a Agência acerta os últimos detalhes para a implantação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), que define os procedimentos para garantir a rastreabilidade de medicamentos em todo o País. • www. br.or • http porta .a i a. o .br
OPERAÇÃO UNIFICADA
A Brasil Pharma contratou a IBM para centralizar o data center e, assim, otimizar as operações e oferecer maior suporte às lojas por meio de uma infraestrutura que acomode o crescimento da empresa. O projeto visa a centralização das operações de data center no IBM Command Center, em Hortolândia (SP). Antes, a Brasil Pharma adotava centros de dados independentes e distribuídos para acomodar a extensa rede de farmácias. • www.brph.com.br
VENDA RECORDE A Pfizer Consumer Healthcare homenageou a Ultrafarma pelo recorde nacional de vendas do Centrum Select. Desenvolvido pelo laboratório, o produto é direcionado para pessoas acima de 50 anos, um dos principais públicos da rede de farmácias. Estiveram presentes para prestigiar a ocasião o diretor comercial da Pfizer Consumer Healthcare, Rodrigo Bravo, e a nova contratada da programação Ultrafarma, Íris Stefanelli, que entrevistou os empresários para uma matéria especial. • •
EXPANSÃO EM VISTA
Dez novos medicamentos de referência devem ter suas patentes vencidas até o final deste ano, aponta levantamento da Associação das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). Esses produtos movimentaram uma receita de cerca de R$ 760 milhões nos últimos 12 meses no varejo farmacêutico brasileiro. Com o vencimento das patentes, a expectativa do setor é de, pelo menos, dobrar o consumo dos medicamentos. • www.pro e erico .or .br
FASE DIFÍCIL
A fabricante de medicamentos Eli Lilly, que tenta se recuperar do fim de patentes de seus medicamentos, pretende cortar custos para alcançar suas metas financeiras até 2014, que recompraria US$ 5 bilhões de suas ações. Devido a um crescimento mais lento em mercados emergentes e a desvalorização do iene japonês, os resultados foram afetados. O cenário piora em 2014, quando o sucesso de vendas Evista, para osteoporose, perderá proteção de patente. • www. i .com.br 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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VAREJO
As vésperas do
final do ano
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SER CRIATIVO, TER BONS ARGUMENTOS E APRESENTAR OPÇÕES INTERESSANTES E PERSONALIZADAS FAZ TODA A DIFERENÇA E TORNA O PROCESSO DE COMPRA MAIS PRAZEROSO
SILVIA O S S O Palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo. É autora dos livros Atender Bem Dá Lucro, Programa Prático de Marketing para Farmácias e Administração de Recursos Humanos para Farmácias E-mail siosso@uol.com.br 22
A maioria dos noticiários e das pesquisas feitas no País afirma que o quarto trimestre deve apresentar fraco desempenho para o varejo. As notícias revelam que a expectativa de compra para o período é a mais baixa registrada nos últimos sete anos. Um conjunto de fatores combinados está reduzindo as vendas deste final de ano, como a massa real de salários, o volume de crédito no mercado, a taxa de juros, a inflação, o comprometimento de renda e a inadimplência, todos têm afetado muito o ânimo de compra. Assim, a tendência é de forte desaceleração do consumo, mesmo com os incentivos de final do ano, como o pagamento do 13º salário. Apesar destes resultados, as vendas no varejo devem fechar o ano com crescimento, ainda que com um ritmo menor. Em 2013, a expectativa é de um aumento de 4% em relação ao ano passado, queda de 3,8 pontos percentuais em relação ao crescimento de 7,8% em 2012 ante 2011. Considerando essas afirmativas, é necessário reagir e virar o jogo. Ainda dá tempo! Estamos no mês de novembro, garantir que as vendas acompanhem este ritmo é um grande desafio, especialmente para as farmácias e drogarias. A área de compras já deve ter cuidado dos estoques que precisam estar bem e adequadamente abastecidos. A demanda exige planejamento e estrutura, portanto, ficar atento às movimentações do mercado e traçar estratégias de acordo com a realidade do setor é importante. As decorações em clima natalino são essenciais nesse período e já devem estar prontas. As farmácias e drogarias precisam
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preparar suas vitrines com adereços, cores temáticas e buscar meios de atrair a atenção dos clientes para suas lojas, já que a concorrência o tem feito com muita competência. Como o fluxo de pessoas será maior nas próximas semanas e haverá mais produtos a serem oferecidos, é preciso se destacar para conseguir conquistar um maior número de consumidores. As embalagens para presente também devem ter sido providenciadas para que os clientes saiam com os seus produtos já adquiridos embalados no clima de Natal. É sempre importante lembrar que o atendimento ao cliente é primordial para uma negociação assertiva. Ajudá-los a satisfazerem necessidades é o papel fundamental dos profissionais da área de vendas e de toda a empresa. Ser criativo, ter bons argumentos e apresentar opções interessantes e personalizadas faz toda a diferença e torna o processo de compra mais prazeroso. Ainda que o cliente entre na farmácia atrás de itens baratos, mostre os outros de valores superiores. Isso fará com que ele conheça a variedade dos produtos que são oferecidos. As facilidades no pagamento são outro item de extrema importância, pois há mais procura de presentes e as compras são numerosas, resultando na busca por parcelamento. Preparar-se para oferecer essa possibilidade é essencial. Por fim, é bom lembrar que dar estímulos aos vendedores é o principal caminho para bons resultados. Façam campanhas com metas saudáveis. Treine-os para elevar o tíquete médio. Neste final de ano – e sempre – mostre a variedade que sua farmácia ou drogaria tem e estimule o cliente a escolher a sua loja. FOTO: DIVULGAÇÃO
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INOVAÇÃO
CONSTANTE ALÉM DE TRAZER AOS CONSUMIDORES NOVIDADES EM TRATAMENTOS DIVERSOS, A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA TAMBÉM REFORMULA LINHAS PARA MELHORAR A PERFORMANCE DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS JÁ CONHECIDOS
NEPEZIL
ASPEN PHARMA
FLEBLIV (PINUS PINASTER)
Mais um medicamento passa a fazer parte da linha SNC da Aspen Pharma, o Nepezil. Com o lançamento, a companhia tem por objetivo oferecer um medicamento de primeira linha no tratamento da doença de Alzheimer a um custo acessível, democratizando o acesso da população à saúde. Nepezil é 82% mais barato que o medicamento referência. O medicamento permite administração em dose única diária de 5 mg ou 10 mg, proporcionando comodidade posológica ao paciente.
O Flebliv é um medicamento fitoterápico à base do extrato do Pinus pinaster , conhecido popularmente como pinho marítimo. As substâncias presentes na casca da planta possuem propriedades antioxidantes naturais, além de serem muito eficazes no tratamento das doenças circulatórias. Com apresentação de 50 mg em 30 comprimidos, o medicamento da Natulab alivia o inchaço nos membros superiores, as câimbras e a sensação de peso nas pernas.
MS 1.3764.0127 www.aspenpharma.com.br
MS 138410058 www.natulab.com.br
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MAXFORT NATURELIFE
O Maxfort é um suplemento mineral à base de sulfato ferroso e fósforo, que será relançado pelo Grupo Natulab, por meio da Naturelife Suplementos Alimentares. O produto, com apresentação de 240 ml e sabor guaraná, é indicado como auxiliar no tratamento de anemias e em casos em que há a necessidade de reposição dos níveis sanguíneos de fósforo e ferro. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 27/10 www.naturelife.ind.br
COLLAGEN MAX NATU BELL
Além do uso de cosméticos adequados, é preciso investir também na alimentação e na suplementação de nutrientes para garantir a força e a beleza do corpo. Pensando nisso, o Grupo Natu Bell aposta nas cápsulas gelatinosas Collagen Max – únicas no mercado com este formato –, que combinam colágeno com vitamina C e óleo de girassol, para garantir elasticidade e firmeza à pele e aos cabelos. MS 6.6569.0038.001-9 www.gruponatubell.com.br
ACCU-CHEK ACTIVE ROCHE DIAGNÓSTICA
CHÁ VERDE FOLLIUM TEUTO
O Chá Verde Follium é um pó para preparo de bebida à base de chá verde, rico em substâncias antioxidantes, vitaminas e minerais, os quais ajudam na perda de medidas e no envelhecimento precoce da pele. O produto, que não possui glúten nem açúcar, está disponível na forma de pó em caixas com 25 sachês de 10 g cada, no sabor abacaxi com hortelã. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 27/10 www.teuto.com.br
Já está disponível a nova geração do Accu-chek Active, o monitor de glicemia mais vendido do mundo. O novo sistema apresenta novo design e recursos para monitorar com mais agilidade os valores de taxa glicêmica dos diabéticos. A tecnologia inclui visor e áudio, marcadores de refeição e cabo USB, que permite ao paciente conectar o equipamento em computador e salvar os dados. MS 10287411023 www.roche.com.br 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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POLISENG MULHER TEUTO
Chega ao mercado farmacêutico o Poliseng Mulher, um suplemento vitamínico e mineral destinado a mulheres em idade fértil. As vitaminas e sais minerais, presentes no produto, suprem as necessidades específicas do organismo feminino, permitem uma adequada nutrição dos sistemas biológicos envolvidos na regulação dos hormônios do ciclo feminino e dos neurotransmissores que atuam no controle das variações de humor e estresse psicológico durante a tensão pré-menstrual. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 273/05 www.teuto.com.br
TARFIC POMADA (TACROLIMO MONOIDRATADO) LIBBS
Acaba de ser lançado o Tarfic pomada (Tacrolimo monoidratado), medicamento para dermatite atópica, doença inflamatória de pele que afeta principalmente crianças entre 2 e 14 anos de idade. Disponível em embalagens de 10 g e 30 g, Tarfic chega às farmácias com preço até 44% menor que as pomadas da mesma classe existentes atualmente para tratar o problema, garantindo maior acesso aos pacientes. MS 1.0033.0160 www.libbs.com.br 28
LEIBA
UNIÃO QUÍMICA U UÍMICA
A grande novidade da União Química é o relançamento da tradicional marca Leiba, que volta ao mercado trazendo novas apresentações. O probiótico à base de 200 milhões de microrganismos vivos, o Lactobacillus acidophilus liofilizado que compõe Leiba, contribui para a restauração da flora intestinal. A família Leiba pode ser encontrada em três apresentações: 12 cápsulas, 6 sachês (1 g) e zero açúcar e sabor laranja. MS 6.6325.0001.001-2 (Cápsula) MS 6.6325.0004.001-9 (Sachê) MS 6.6325.0003.001-3 (Comprimido Mastigável OD) www.uniaoquimica.com.br
ARNICA GEL HERBARIUM
Diante da grande demanda, chega ao mercado uma nova apresentação de Arnica Gel, com 50 g, ideal para famílias maiores. Além disso, a empresa decidiu revitalizar o produto já em linha com uma nova embalagem e identidade visual. O gel de arnica é indicado para o tratamento de contusões, hematomas e manchas escuras decorrentes da infiltração do sangue. MS 1.1860.0093.004-1 www.herbarium.net
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DESOL APSEN
A Apsen anuncia o lançamento de DeSOL, suplemento de vitamina D (calciferol), com aroma agradável e adocicado de doce de leite, isento de açúcar em sua formulação, podendo ser consumido por diabéticos. DeSOL é apresentado em gotas, nas versões 10 ml e 20 ml. Cada gota contém 200 UI de vitamina D, que possui a função biológica de manter os níveis plasmáticos de cálcio e fósforo, auxiliando na absorção de cálcio pelo organismo. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.apsen.com.br
CALDÊ K2
MARJAN FARMA
Pensando em oligonutrientes importantes para a saúde óssea, a Marjan Farma desenvolveu CALDÊ K2, um suplemento vitamínico-mineral com formulação inovadora e diferenciada que combina a vitamina K2 ao cálcio citrato malato e à vitamina D, um novo conceito de suplementação cálcica que chegou para revolucionar as opções do mercado. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.marjan.com.br
Procure Procure no no seu seu distribuidor. distribuidor. www.bravir.com.br www.bravir.com.br 31 3355.1555 31 3355.1555
Evite exposição ao sol entre 10h e 16h 2e9 use sempre protetor solar labial Evite exposição ao sol entre 10he corporal. e 16h e use sempre protetor solar labial e corporal.
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COMO IMPLANTAR UM SISTEMA DE TELE ATENDIMENTO NO CANAL FARMA? 30
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bons resultados
NÃO BASTA DISPOR DE VENDAS POR TELEFONE, É PRECISO AGREGAR VALOR
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Inicialmente vamos discutir sobre o que é um sistema de teleatendimento, pois, se estivermos falando de venda por telefone, a grande parte das farmácias pelo Brasil já utiliza o sistema de teleantendimento. Isso é, vender produtos pelo telefone. No entanto, o que vemos é a falta de um teleatendimento profissional. É importante dizer que a simples combinação do uso do telefone aliado ao computador e atendente não deve ser caracterizada como um teleatendimento de qualidade, e sim um simples atendimento telefônico sem todo o valor agregado de padronização e integração de um televendas com objetivos que vão bem além de um atendimento telefônico. O problema diante dessa situação é que ainda existem atrasos na entrega, distorção quanto a quem atender, isso é, balcão ou telefone? O entregador, além das responsabilidades que tem, também faz o serviço de banco e assuntos particulares do proprietário.
Problemas diante de um sistema não profissional • Clientes presenciais não são bem atendidos. • Não existem metas de venda. • Falta de mensuração de resultados. • Erros nas entregas. • Caixas não conferem. • Problemas com medicamentos dispensados erroneamente. • Insatisfação do cliente. • Entregadores não treinados. Para implantar um sistema de tele-atendimento profissional, algumas ações devem ser levadas em conta: • Ser tratado como uma nova unidade de negócio. • Liderança no setor treinada especificamente para isso. • Profissionais treinados especificamente para a atuação. • Atuação e gerenciamento através de indicadores. • Estrutura física. • Atenção e estudo quanto às leis trabalhistas que regem o setor. • Bom sistema gerencial (software); • Gerenciamento de custos.
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CONSULTOR JURÍDICO
Prescrição farmacêutica à luz do direito brasileiro
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Muitos me perguntam: “Mas agora pode o farmacêutico prescrever?“ Até cerca de 15 anos atrás, quando se falava em “princípio da legalidade”, pensava-se que somente uma lei feita por parlamentares (deputados e senadores) poderia trazer obrigações, proibições ou autorizar a prática de determinados atos, como por exemplo, a Lei Federal 5.991/73. Atualmente, no entanto, em decorrência de um moderno princípio do direito administrativo chamado de delegificação ou deslegalização, aceita-se que os parlamentares elaborem leis que autorizem às agências reguladoras, autarquias e órgãos públicos que a criação de normas com finalidade complementar, também chamadas de normas secundárias ou atos administrativos-normativos. O poder legislativo brasileiro, cumprindo sua função de legislar, editou a Lei Federal 3.820/60, criando o Conselho Federal de Farmácia (CFF) e os Conselhos Regionais de Farmácia, (CRFs), a qual diz, textualmente, na alínea “m” de seu artigo 6º: São atribuições do Conselho Federal: expedir resoluções, definindo ou modificando atribuições ou competência dos profissionais de farmácia, conforme as necessidades futuras. Posto isso, não se pode negar que o CFF pode normatizar (criar normas) as atribuições dos profissionais de farmácia, dentre outros, os farmacêuticos. FOTO: DIVULGAÇÃO
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O artigo 5º da nova Resolução CFF 586/13 diz claramente que o “farmacêutico poderá realizar a prescrição de medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais – alopáticos ou dinamizados –, plantas medicinais, drogas vegetais e outras categorias ou relações de medicamentos que venham a ser aprovadas pelo órgão sanitário federal para prescrição do farmacêutico“. A recente Lei do Ato Médico, consubstanciada na Lei Federal 12.842/13, trata, em seu artigo 4º, das atividades privativas do médico, mas diz, em seu parágrafo 7º, que serão resguardadas as competências próprias da profissão de farmacêutico. Ademais, a parte que limitava a realização de diagnóstico nosológico e a prescrição terapêutica aos médicos (artigo 4º, inciso I, Lei 12.842/13) foi vetada pela Presidência da República (Mensagem 287/13). Assim, respondo que, à luz da atual legislação brasileira, o farmacêutico pode, sim, prescrever nos limites estabelecidos pela Resolução CFF 586/13. Dúvidas, não tenho, todavia, de que somente o Poder Judiciário dará a palavra final sobre o assunto, uma vez que o Conselho Federal de Medicina (CFM) não gostou nem um pouco desta novidade.
O DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DO DIA 26/9/2013 TROUXE UMA DAS MAIS POLÊMICAS NOVIDADES NA ÁREA DA SAÚDE: A RESOLUÇÃO 586/13 DO CFF
G U S TAV O S E M BL ANO Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional Estado do Rio de Janeiro. Atualmente cursa a pós-graduação em direito da farmácia e do medicamento na Faculdade de Direito de Coimbra (Portugal)
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Por uma bula
mais clara
RESOLUÇÃO DA ANVISA A RESPEITO DE NOVAS NORMAS DE BULAS E EMBALAGENS DE MEDICAMENTOS FOI PUBLICADA HÁ TRÊS ANOS E AINDA HÁ MUITOS PRODUTOS SENDO COMERCIALIZADOS FORA DO PADRÃO ESTABELECIDO POR FLÁVIA CORBÓ
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Nos exames de rotina feitos no oftalmologista não seria má ideia incluir o teste de ler uma bula de medicamento. As letras miúdas são um desafio para a mais perfeita visão, que dirá para aqueles que já necessitam da ajuda dos óculos. E enxergar as pequenas letras nem sempre significa compreender a mensagem, recheada de termos técnicos desconhecidos pela população leiga. Após anos de queixas recorrentes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou resoluções que determinam novos padrões para as bulas, embalagens e frases de alerta dos medicamentos. A principal dessas novas regulamentações – RDC 47/09 – foi implantada há três anos. O prazo de adequação das empresas já expirou, mas, segundo pesquisa publicada em abril deste ano pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), há ainda diversas bulas fora no novo padrão exigido. O acompanhamento do assunto pelo órgão já vem de longa data. Em 2008, portanto antes das resoluções que promoviam mudanças, o Instituto realizou uma pesquisa FOTOS: SHUTTERSTOCK
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com 19 medicamentos de diferentes classes terapêuticas e constatou que eles traziam informações confusas e técnicas, além de não informar importantes alertas. Diante do problema, o Idec enviou suas considerações à consulta pública que, mais tarde, resultou na RDC 47/09. Passado o prazo de adequação dessa nova resolução, o Idec decidiu realizar uma nova verificação, iniciada no início deste ano. Seguindo regras da Anvisa na época, que determinava que as novas bulas deveriam ser aprovadas pelo órgão sanitário, em seguida publicadas no bulário eletrônico, para, então, dentro de 180 dias, serem adequadas à bula impressa, a pesquisa deu-se início pelo bulário eletrônico. Mesmo após três anos desde a promulgação da RDC 47/09, no início de 2013 haviam apenas 313 publicadas no bulário eletrônico. A maior delas eram referente a fitoterápicos e homeopáticos. Dentre os 94 alopáticos, o órgão selecionou 19 medicamentos de diferentes classes terapêuticas, a exemplo do que havia sido feito em 2008. Dois desses produtos acabaram sendo excluídos da análise porque a data de publicação no bulário eletrônico estava errada, o que significava que os fabricantes ainda estavam dentro do prazo de 180 dias para a adequação.
PESQUISA Feita a seleção inicial, a bula impressa de 17 medicamentos alopáticos passaram pela análise do Idec, que levou em consideração as normas determinas pela RDC 47/09 e outras duas regulamentações criadas em torno do mesmo período pela Anvisa. “A RDC 71/09 fala a respeito de embalagens e a RDC 60/12 trata da inclusão de frases de alerta nas bulas e nos rótulos. Essas resluções não foram revogadas, mas a Anvisa, para estabelecer um pouco mais de confusão, prorrogou prazo de adequação. Na prática, a regra está lá, mas não há prazo final para as empresas se enquadrarem”, explica o gerente técnico do Idec, Carlos Thadeu de Oliveira. De acordo com a Anvisa, essas prorrogações de prazo foram realizadas porque “foi identificada a necessidade de correção e adequação de alguns dispositivos da RDC 71/09 para garantir sua aplicabilidade nas linhas de embalagens. Tais correções estão estão contempladas na nova resolução de rótulos a ser publicada até meados de 2013”. Quanto à RDC 60/12, o órgão afirma que a resolução foi publicada “para possibilitar que as alteracões de rótulos sejam realizadas por meio de notificação, podendo ser implementada independentemente da Anvisa, para dar celeridade às atualizações e disponibilização dos rótulos para a população”.
NOVA BULA: CONFIRA ALGUMAS DAS PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS DAS REGULAMENTAÇÕES • A fonte do texto deve ser imes Ne oman com tamanho mínimo 10 pt (pontos), com espaçamento simples entreletras, texto com espaçamento entrelinhas de no mínimo 11 pt (pontos), colunas de texto com no mínimo 50 mm (cinquenta milímetros) de largura, ter o texto alinhado à esquerda ou centralizado, caixa alta e negrito para destacar os itens de bula. • As bulas devem ser disponibili adas em papel branco com letras pretas, de forma que, quando a bula estiver sobre uma superfície, a visualização da impressão na outra face não interfira na leitura. • Para o paciente as bulas devem conter os itens relativos às partes de identificação do medicamento, informações ao paciente e dizeres legais e seus textos devem ser organizados em forma de perguntas e respostas, ser claros e objetivos. • ambém devem ter informaç es relativas a todas as apresentações comercializadas do medicamento, independentemente das formas farmacêuticas, vias de administração e concentrações. Fonte: Anvisa
RESULTADOS Concluída a análise do Idec, descobriu-se que apenas 6 dos 17 medicamentos analisados cumpriam o que as duas novas resoluções traziam. As empresas restantes se defenderam dizendo que não estavam ilegais, porque as duas RDCs tinham tido seus prazos suspensos. “Mas, de qualquer maneira, a RDC 47/10 já estava valendo. E apenas cinco medicamentos estavam totalmente adequados”, ressalta Oliveira, do Idec. Três apresentam bulas no formato antigo, totalmente irregular, e os outros nove, embora tivessem adotado o novo padrão, não cumpriam todas as regras estabelecidas. Ao serem notificadas pelo Idec, as empresas alegaram que, diante da enorme quantidade de bulas para serem aprovadoas, a Anvisa estava demorando para publicá-las no bulário eletrônico, o que impedia que as mudanças fossem repassadas às bulas impressas. Diante das acusações de lentidão, o Idec enviou uma notificação à Anvisa no mês de março, antes de publicação da pesquisa, e obteve retorno somente seis meses depois. Nessa resposta oficial enviada no mês de setembro, o órgão admite estar enfrentando dificuldades para aprovar as alterações e adequações das bulas. “As petições 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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COM LIMITAÇÕES DA FORÇA DE TRABALHO E COM FERRAMENTAS LIMITADAS DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO, O TRATAMENTO DA DEMANDA DE BULAS VEM SENDO TRATADO NUM RITMO ALÉM DO NECESSÁRIO PARA A RESPOSTA À POPULAÇÃO EM UM MÉDIO PRAZO de adequação foram protocoladas na Anvisa até janeiro de 2011. Este universo de petições foi incorporado às demais atividades de rotina. Porém, com limitações da força de trabalho e com ferramentas limitadas de gestão de informação, o tratamento da demanda de bulas vem sendo tratado num ritmo além do necessário para a resposta à população em um médio prazo.” Para conceder maior agilidade a esse processo, a Anvisa afirma que tomou algumas medidas, como o desenvolvimento do Sistema de Bulas para o gerenciamento da informação, o estabelecimento de parcerias com universidades por meio do Projeto Bulas para validação do conteúdo e linguagem das bulas e recrutamento de pessoas por meio de concurso público para recompor o quadro técnico. De acordo com o Idec, o órgão também decidu mudar algumas regras referentes ao processo de autorização das bulas. Agora, as empresas necessitam de autorização prévia para a publicação no bulário eletrônico. Os fabricantes podem disponibilizar a bula no sistema, para depois o documento sofrer análise. Entre as informações
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que podem ser notificadas à Anvisa, sendo permitida a imediata publicação estão dados relacionados à segurança, como contraindicações, precauções, advertências, reações adversas, superdosagem etc.
PERIGOS As melhorias nas bulas dos medicamentos são importantes porque trazem um conteúdo de relevância tanto para o profissional de farmácia quanto para o consumidor. “Para o farmacêutico, o conteúdo é essencial no momento de dar orientações, informar a dosagem, a posologia e identificar possíveis interações medicamentosas”, afirma o coordenador do curso de farmácia do Centro Universitário São Camilo, Alexsandro Macedo Silva. Dada a importância do conteúdo, o professor acredita que os farmacêuticos devem aconselhar os clientes a sempre ler as bulas, mesmo daqueles medicamentos de consumo já habitual. “É sempe bom fazer a leitura, mesmo que você já conheça o produto, pois podem ter sido descobertas reações novas, possíveis interações. O laboratório sempre atualiza essas informações quando necessário.”
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PRODUTOS AVALIADOS Medicamentos
Status durante a pesquisa, entre março e abril
Status atual, segundo Anvisa
Glucovance (Merck) Tratamento de diabetes Glibeta (Torrent) Tratamento de diabetes Prozac (Eli Lilly) Antidepressivo Bonviva (Roche) Tratamento de osteoporose Clenil Compositum HFA (Chiesi) Broncodilatador e anti-inflamatório Allexofedrin D (EMS) Antialérgico Engov (Cosmed) Alívio de sintomas de ressaca alcoólica Belara (Janssen-Cilag) Anticoncepcional Vivacor (Astrazeneca) Controle de colesterol Crestor (Astrazeneca) Controle de colesterol Allegra D (Sanofi-Aventis) Antialérgico Fluticaps (Biosintética) Tratamento de asma Transpulmin (Aché) Expectorante Dramin B6 (Nycomed) Alívio de enjoo, tonturas e vômito Valtrex (GlaxoSmithKline – GSK) Antiviral Maalox (Sanofi-Aventis) Tratamento de azia e flatulência Buscoduo (Boehringer Ingelheim) Analgésico Adequada Inadequada Foi encaminhada para análise técnica Encaminhada para averiguação de possível infração Não informou
Descumpre pelo menos um item do regulamento, omitindo informações importantes que podem colocar em risco a saúde do usuário Descumpre pelo menos um item do regulamento, mas sem implicação de risco à saúde do usuário
Fontes: Idec e Anvisa
Por ser utilizada tanto por leigos quanto profissionais, a bula não sofrerá nenhuma perda de conteúdo com a adequação às regulamentacões. A bula profissional permanence na versão impressa, vindo logo na sequência da bula simplificada ao consumidor. 42
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“Ninguém perde nada, a intenção da norma foi trazer mais clareza para o paciente. Antes, muitas informações sobre reações adversas e outras indicações, como idade mínima, não eram divulgadas”, detalha Oliveira, do Idec.
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CENÁRIO
Registro de antibióticos
não altera vendas OBRIGATORIEDADE DE REGISTRAR A COMERCIALIZAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS DISCIPLINOU O CONSUMIDOR, MAS NÃO REDUZIU O COMÉRCIO DO MEDICAMENTO P O R M A R C ELO DE V A LÉC I O
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Desde abril deste ano, a escrituração eletrônica dos antibióticos é obrigatória para todas as farmácias e drogarias do País. Isso significa que todas as entradas e saídas de antibióticos devem ser registradas no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), que é operado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A determinação já estava prevista na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 44/10, que tornou obriFOTOS: SHUTTERSTOCK
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gatória a venda de antibióticos com retenção da receita – exigência que começou a valer no final de 2010. A nova determinação de incluir no SNGPC complementou a medida inicial, em mais uma atitude para controlar as vendas de antimicrobianos. Segundo a Anvisa, ainda não há um balanço sobre os resultados da aplicação das novas regras, pois a escrituração obrigatória não chegou a completar um ano. “De acordo com a IN 1/2013, o prazo para o envio começou a valer no dia 16 de abril de 2013, portanto, pouco tempo para se fazer uma análise de impacto”, diz em nota a Agência, destacando que o prazo de adesão das farmácias foi prorrogado (começaria inicialmente em janeiro) para garantir que a participação dos estabelecimentos ocorresse sem problemas. “Para as farmácias de rede, sob o ponto de vista operacional, não houve nenhuma dificuldade”, afirma o presidente-executivo da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto. “Porém, o SNGPC estava absolutamente despreparado para a nova demanda, tanto que o sistema ficou fora do ar por diversos dias, apesar de a Anvisa ter garantido que isso não ocorreria”, diz o executivo. A Anvisa revela que não existem estatísticas acerca de falhas de adesão ao sistema ou dados sobre autuações às farmácias, pois estas são feitas pelas vigilâncias sanitárias locais. O órgão afirma que também não tem informações sobre o que resultou da medida na prática, em termos de redução do consumo de antibióticos ou aumento do número de consultas médicas no Sistema Único de Saúde (SUS) por conta do maior controle do medicamento.Também o Ministério da Saúde revela não ter estatísticas que relacionem aumento do atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) às medidas de controle de antibióticos. O que se pode considerar é que, desde que o controle de antibióticos foi implantado, em novembro de 2010, a venda de antimicrobianos oscilou negativamente por um tempo e voltou a se recuperar. Caiu de 9,12 milhões de unidades, registradas em novembro de
A ANVISA REVELA QUE NÃO EXISTEM ESTATÍSTICAS ACERCA DE FALHAS DE ADESÃO AO SISTEMA OU DADOS SOBRE AUTUAÇÕES ÀS FARMÁCIAS, POIS ESTAS SÃO FEITAS PELAS VIGILÂNCIAS SANITÁRIAS LOCAIS 2010, para 6,88 milhões no mês seguinte, uma redução superior a 32%. Essa queda imediata permaneceu durante os seis meses seguintes, quando o segmento começou a se recuperar. Passado esse período, porém, o crescimento da saída de antibióticos foi maior que o total do mercado, segundo levantamento do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). “Após uma pequena oscilação no mês em que a medida entrou em vigor, logo o consumo voltou ao patamar anterior”, afirma o presidente-executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, lembrando que um levantamento feito pelo sindicato, com base nos dados da consultoria IMS Health, comprovou que a venda de antibióticos nas farmácias e drogarias tem se mantido estável nos últimos dois anos. “Em dezembro de 2010 foram vendidas 6,8 milhões de caixas, equivalentes a 3,7% do mercado total. Já em fevereiro deste ano, as vendas atingiram 7,2 milhões de embalagens, equivalentes a 3,6% do mercado. Ou seja, esses dados demonstram que ninguém toma medicamento se não precisa”, pondera Mussolini. De acordo com levantamento da IMS Health já em 2012 a venda de antibióticos voltava ao mesmo patamar registrado antes da resolução da Anvisa – com os volumes similares ao período pré-retenção de receita. De acordo com analistas do IMS Health, talvez esse 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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SEGUNDO O IMS, 40% DOS MEDICAMENTOS CONSUMIDOS NO BRASIL SÃO ANTIBIÓTICOS. PARA A COORDENAÇÃO DO SNGPC, O PONTO POSITIVO DO CONTROLE DE VENDAS É QUE ELE PROVOCOU UMA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR resultado demonstre que a venda sem receita de antibióticos não era tão alta como se imaginava. Também não foi registrada migração do consumidor para outra classe de medicamentos. “Quando a Anvisa passou a exigir a retenção de receitas de antibióticos, muitos médicos e farmacêuticos acreditavam que as pessoas trocariam os antibióticos por anti-inflamatórios, mas isso não se confirmou. O levantamento da IMS Health apurou que as vendas de anti-inflamatórios têm ficado em torno de 5% do mercado total desde então”, diz Mussolini.
MUDANÇA COMPORTAMENTAL Segundo o IMS, 40% dos medicamentos consumidos no Brasil são antibióticos. Para a coordenação do SNGPC, o ponto positivo do controle de vendas é que ele provocou uma mudança de comportamento do consumidor. A atitude da Anvisa chamou a atenção da sociedade para o risco do uso incorreto de antibióticos e vem provocando uma mudança cultural, em que a cobrança da receita para a venda de antibióticos é uma realidade e colabora para reduzir os riscos da resistência microbiana. Até a entrada dos antibióticos, o SNGPC monitorava apenas medicamentos de controle especial (psicotrópicos). “Certamente, a exigência de receita obrigou muitos consumidores que antes se automedicavam a procurar médicos”, faz coro Mussolini. “Essa mudança de hábito é bem-vinda, pois toda venda 46
ANTIBIÓTICOS NO SNGPC A escrituração eletrônica dos antimicrobianos é obrigatória desde o início do ano para as farmácias e drogarias do País. Na prática, significa que todas as entradas e saídas de antibióticos tem de ser registradas no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), operado pela Anvisa desde 2008. SNGPC é o sistema pelo qual os órgãos de vigilância sanitária controlam os procedimentos de movimentação de compra (entrada) e venda (saída) de medicamentos controlados em farmácias e drogarias. Até a entrada dos antibióticos, o SNGPC monitorava apenas medicamentos de controle especial – como os psicotrópicos. Porém, em relação a outros produtos controlados, segundo a Anvisa, não é necessário separar os antibióticos de outros medicamentos, tampouco de trancá-los em armários específicos. Os dados a serem incluídos no SNGPC são os do paciente que vai utilizar os antibióticos. Já o responsável pela inserção dos dados no sistema é o farmacêutico. Ele pode fazer o envio das informações de uma vez por dia até uma vez por semana. Para estabelecimentos que trabalham com grande volumes de vendas, o envio uma vez por dia pode ser mais prático e evitar arquivos muito grandes, avalia a coordenação do SNGPC. de medicamento tarjado deve ser feita mediante a apresentação da receita prescrita por um profissional habilitado. Além disso, é inegável que o SNGPC propicia um maior controle da dispensação de medicamentos. Mas é preciso destacar o fato de que o brasileiro não costuma abusar da automedicação. Tanto assim que a obrigatoriedade da prescrição não alterou significativamente o consumo de antibióticos”, explica o presidente do Sindusfarma. Em termos de adaptação das empresas ao sistema de controle do SNGPC não houve grandes problemas, segundo as empresas envolvidas. “As drogarias já faziam o controle e envio dos produtos da Portaria 344 (psicotrópicos), o que houve foi uma demanda maior por conta dos antibióticos”, revela Rogério Lopes Júnior, do Conselho de Ética da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar). A crítica do executivo é que esses processos de controle tiram o foco principal do profissional farmacêutico, que é atender aos pacientes, para tratar da trâmites burocráticos. “Na Holanda, o farmacêutico recebe do Estado para tratar disso”, diz Lopes
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Júnior. O grande impacto, sob o ponto de vista prático, na visão de Sergio Toda mudança Mena Barreto, ocorre no aumento gera de início algumas da burocracia e as filas na farmácia. alterações “Hoje o consumidor é bastante afetado pelas necessidades impostas pelo sistema, o que nos leva a crer que é necessário repensar toda a lógica do formato de receituário no Brasil. Estamos no limite da exigência burocrática, e não se pensa em absolutamente nada, sob o ponto de vista estratégico e de futuro, a respeito de mudanças como receituário eletrônico, sistemas de refil e outros que venham a mudar essa lógica”, diz o presidente da Abrafarma. “Há também o crescente afastamento do farmacêutico do cliente. Cada vez mais se empurra o profissional para o fundo da farmácia, em processos que envolvem digitação de receitas e outros. Assim, cada vez menos o profissional está disponível para atender o usuário, que é o que realmente importa”, completa o executivo. “Para nós, as maiores dificuldades envolveram as mudanças que tivemos que fazer nas operações”, revela o diretor presidente da Ultrafarma, Hermínio Tavares. “É claro que também ocorreram custos associados a essa medida, nomeadamente os que estão ligados ao processamento administrativo do controle exigido pela Anvisa.” Para o empresário, aparentemente não houve aumento linear de consultas ao médico, mas uma elevação do uso de medicamentos paliativos. “Do ponto de vista do aumento do controle do medicamento a medida da Anvisa foi positiva. Toda mudança gera de início algumas alterações, nesse caso, foi uma adaptação cultural à usual compra sem receita. No entanto, tanto pacientes, como comerciantes se adaptaram à regulamentação e, de certa forma, hoje o atendimento está normal”, avalia o diretor-executivo da Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma), Jorge Froes de Aguilar. Para a Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan), houve, no início, uma queda no volume de vendas dos antibióticos, mas elas logo voltaram à normalidade. “O mais importante é que as pessoas começaram a ter mais consciência no tocante ao uso dos antibióticos e estão de alguma forma consultando mais os médicos”, opina o diretor-executivo da Abradilan, Geraldo Monteiro. 48
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Crescimento acima do PIB APESAR DO DESAQUECIMENTO DA ECONOMIA, SETOR DEVE FECHAR O ANO COM ALTA DE DOIS DÍGITOS E MANTÉM OTIMISMO PARA 2014
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POR MARCELO DE VALÉCIO
De acordo com projeções recentes do Fundo Monetário Internacional, o Brasil deverá fechar o ano com crescimento de 2,5% no Produto Interno Bruto (PIB), mesmo patamar previsto para 2014 – contudo, menor do que a estimativa anterior do fundo, que previa elevação de 3,2% para o ano que vem. Se essas previsões se confirmarem, o País terá a menor taxa de crescimento entre os emergentes China, Índia, Rússia, África do Sul e México. Embora também esses países tenham tido suas previsões
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de crescimento reduzidas para 2014. O novo cenário menos favorável a eles se deve a problemas regulatórios, de infraestrutura e desajustes fiscais não resolvidos, e ao arrefecimento dos estímulos à economia implementado pelos países desenvolvidos, principalmente pelos EUA, para enfrentar a crise iniciada em 2008. O FED (banco central norte-americano) tem sinalizado inclusive que os juros por lá devem subir, o que fez recentemente o dólar disparar em vários países. FOTOS: SHUTTERSTOCK
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Esse novo cenário global, em que os emergentes perdem fôlego, pegou o Brasil no contrapé, fazendo com que nossos gargalos – problemas na infraesturtura e logística, exportações em baixa, inflação mais alta – se sobressaíssem. A inflação perto do teto da meta (6,5%) obrigou o Banco Central (BC) brasileiro a promover seguidas elevações (cinco até agora) da taxa básica de juros (Selic), que atingiu 9,5% e pode chegar a 10% na próxima reunião do Copom, o que pode comprometer ainda mais o crescimento da economia. Já o dólar – que chegou perto de R$ 2,45 e perdeu fôlego com ações do BC, ficando na casa dos R$ 2,20 – ainda preocupa, pois se caírem os estímulos do governo norte-americano (que inundou o mundo de dólares), a tendência é que ele se valorize, pressione a inflação, reduza o consumo e torne mais caro a compra de insumos e de máquinas pelas empresas brasileiras. Nesse contexto, crescer 2,5% este ano não será de todo mal. “Nos últimos anos o Brasil sobreviveu, de forma razoável, a duas grandes crises financeiras no cenário internacional – a de 2008 e 2009, que teve como ator principal os EUA e, mais recentemente, entre 2011 e 2013, tendo a Europa como protagonista. Diante de cenários mais recentes, não afirmo que o pior já passou. Fatores como crédito e consumo são muito influentes no humor da economia brasileira. De modo geral, o cenário econômico nacional aponta para perspectivas positivas, e a oscilação que sentimos não demonstra um mercado nervoso ou incerto para os investidores”, avalia o diretor-executivo do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), Marcus Vinícius Andrade. Segundo o executivo, as medidas que o governo vem tomando para controle da inflação, como a elevação da Selic, estão gerando melhora nos indicadores, mesmo que proporcionem uma letargia na atividade industrial. “Quem espera uma crise no País ou quem imagina um crescimento substancial apostará errado. Não teremos nem uma coisa nem outra”, acrescenta o professor de pós-graduação e pesquisador associado do FGV-Saúde, da Fundação Getúlio Vargas, Wilson Rezende. “No curto prazo, não há crise no horizonte nem um período mais virtuoso. Teremos um crescimento modesto, na casa dos 2,5%. Por alguns anos será assim.” Para Rezende, o País mantém, dessa forma, média histórica tímida de crescimento com alguns picos. “O chamado voo de galinha continua como uma boa metáfora
ENTRE 2003 E 2011, O BRASIL PASSOU DA DÉCIMA PARA A SEXTA POSIÇÃO NO MERCADO FARMACÊUTICO MUNDIAL. SEGUNDO PROJEÇÃO DO IMS HEALTH, A POSIÇÃO DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA BRASILEIRA NO CENÁRIO INTERNACIONAL VAI GANHAR AINDA MAIS DESTAQUE NOS PRÓXIMOS ANOS. PARA 2016, A PREVISÃO É QUE O PAÍS OCUPE A QUARTA COLOCAÇÃO, ATRÁS DOS EUA, CHINA E JAPÃO para a economia brasileira. Mesmo durante o chamado milagre econômico (início dos anos 1970), quando o País registrou crescimento de dois dígitos, este não se sustentou. Nos últimos 40 anos, a média de crescimento oscila entre 2% e 3%”, observa o professor. Contudo, isso não impede que alguns setores se sobressaiam e cresçam muito mais e de forma sustentada. Entre eles, o agronegócio e o segmento de serviços. Já no ramo industrial quem tem se destacado, sobretudo na última década, é o setor farmacêutico, com crescimento recorrente de dois dígitos. Entre 2003 e 2011, o Brasil passou da décima para a sexta posição no mercado farmacêutico mundial. Segundo projeção do IMS Health, a posição da indústria farmacêutica brasileira no cenário internacional vai ganhar ainda mais destaque nos próximos anos. Para 2016, a previsão é que o País ocupe a quarta colocação, atrás apenas dos EUA , China e Japão. “Esse cenário oferece as projeções mais otimistas possíveis para a indústria farmacêutica brasileira”, acredita Marcus Vinicius Andrade.
REPRESENTATIVIDADE DE UM ANO BOM A queda de 10,7% da produção em julho pode ser considerada um ponto fora da curva para a indústria farmacêutica brasileira. “Dois mil e treze foi um ano bom. O setor manteve o mesmo ritmo de atividade do ano 2013 SNOVEMBROGUIA DA FARMÁCIA
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anterior e deve fechar com um índice de crescimento de dois dígitos (entre 10% e 12%), em linha com a tendência dos últimos anos. A indústria farmacêutica deve faturar ao redor de R$ 54 bilhões em 2013”, afirma o presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. Segundo o executivo, a indústria farmacêutica mantém-se otimista em relação às perspectivas da economia brasileira em 2014 e nos anos vindouros. “O processo de inclusão ao mercado de milhões de consumidores das classes C, D e E perdura e deve continuar por um bom tempo. Esse quadro reforça as perspectivas favoráveis para o setor. Vide as grandes e recentes aquisições e fusões no varejo farmacêutico.” “No geral, 2013 tem registrado aumento nas vendas apesar da queda ocorrida em julho. Tivemos ao longo do ano inaugurações de plantas fabris de larga produção, o que aumenta o poder produtivo farmacêutico no País”, revela o presidente-executivo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), Henrique Uchió Tada. Contudo, o executivo ressalta a preocupação com a elevação da moeda norte-americana. “A alta do dólar influencia os custos para aquisição de matéria52
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-prima, uma vez que 85% dos princípios ativos usados na produção de medicamentos no País são importados. Com o dólar elevado fica mais caro importar os insumos farmacêuticos”, diz Tada. A mesma avaliação pode ser feita para aquisição dos equipamentos e máquinas utilizados na produção de medicamentos, visto que a maioria é de fabricação estrangeira. Nelson Mussolini concorda que o dólar elevado preocupa, mas vê saída no próprio mercado brasileiro. “O aumento da cotação do dólar é sempre preocupante para uma indústria importadora de matérias-primas, mas os planos das empresas são de médio e longo prazo. Por isso, eventuais variações cambiais não afetam diretamente as decisões estratégicas. Vale a percepção de que o mercado tem potencial de crescimento”, diz. Essa é, segundo ele, a razão dos expressivos investimentos que grandes empresas nacionais e internacionais têm feito no mercado farmacêutico brasileiro nos últimos anos. “Nosso maior problema, hoje, são as pressões causadas pelo aumento dos custos, quer em razão dos reajustes salariais, acima dos aumentos dos preços, que ainda são controlados e fixados pelo governo, quer pelo aumento real do preço dos insumos, acima, inclusive da inflação.”
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CRISE CONTROLADA “A realidade do mercado farmacêutico não vivencia crise na indústria, mesmo com as oscilações do dólar e o risco de inflação”, acredita Marcus Vinicius Andrade. “Ao contrário, as projeções são as mais otimistas possíveis. Observamos algumas movimentações de fusão e aquisição, além de grupos estrangeiros chegando em terras nacionais. De acordo com o estudo do ICTQ/Datafolha, intitulado Saúde, Medicalização e Qualidade de Vida, realizado em 132 municípios, atualmente 18% dos brasileiros com idade acima dos 18 anos têm o hábito de consumir analgésicos regularmente. E as projeções desse consumo são de crescimento, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do País. Essa pesquisa revelou ainda que, atualmente, 54% (73,8 milhões) dos brasileiros têm o hábito de tomar algum medicamento regularmente (de vitaminas a antidepressivos). A maior taxa de consumo regular de medicamentos é encontrada entre as mulheres (65%) e entre os mais velhos, com 60 anos ou mais (79%). O estudo aponta ainda que o consumo regular de medicamentos está associado ao poder aquisitivo do entrevistado, sendo mais expressivo na classe A (63%) e entre os que possuem renda superior a dez salários mínimos (64%). De acordo com Marcus Vinicius Andrade, três fatores são os principais responsáveis pelo crescimento da indústria farmacêutica acima da média nacional no Brasil nos últimos anos: ascensão da classe C, que elevou o poder de consumo em mais de 50% dos brasileiros; envelhecimento da população que, cada vez mais, busca por qualidade de vida frente à falta de infraestrutura médico-hospitalar no Brasil; e mudanças no âmbito regulatório, que colocam os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) ao alcance dos pacientes e dos consumidores. “Alguns gargalos, como falta de profissionais qualificados, ainda podem ser uma ameaça ao desenvolvimento do setor, no entanto, há outras possibilidades que sinalizam oportunidades de crescimento no médio prazo, principalmente para as indústrias brasileiras, como a revisão da lei das patentes”, aponta Andrade. “O setor é alavancado por emprego e renda, no contexto de um país que incorporou cerca de 25 milhões de pessoas ao mercado de consumo na última década, o Brasil viveu e ainda vive um período especialmente propício neste aspecto”, revela Nelson Mussolini. Com mais um ano de pleno emprego e renda estável em 2013, a indústria farmacêutica se beneficiou, mas também viu problemas. “A exemplo de 2012, a queda de rentabilidade afetou o setor. Houve variação cambial, o reajuste salarial de 8,5% foi bem superior à inflação do período e os preços das tarifas e in54
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O SETOR É ALAVANCADO POR EMPREGO E RENDA, NO CONTEXTO DE UM PAÍS QUE INCORPOROU CERCA DE 25 MILHÕES DE PESSOAS AO MERCADO DE CONSUMO NA ÚLTIMA DÉCADA, O BRASIL VIVEU E AINDA VIVE UM PERÍODO ESPECIALMENTE PROPÍCIO NESTE ASPECTO. COM MAIS UM ANO DE PLENO EMPREGO E RENDA ESTÁVEL EM 2013, A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA SE BENEFICIOU, MAS TAMBÉM VIU PROBLEMAS sumos subiram. Tudo isso influiu diretamente nos custos da indústria farmacêutica, pressionando o caixa das empresas e achatando a rentabilidade”, diz Mussolini, que, contudo, mantém o otimismo. “Vislumbramos um cenário em que o mercado farmacêutico continue a crescer de forma sustentada, tendo em vista a estabilidade nas taxas de emprego, o crescimento da nova classe média e a continuidade do processo de ampliação do poder de compra dos brasileiros. Some-se a isso a ampliação do acesso da população aos planos de saúde privados e aos serviços de assistência médica em geral e as mudanças no perfil demográfico do País, que vê aumentar o contingente de pessoas da terceira idade. Essa dinâmica promete alavancar o consumo de medicamentos. Em outras palavras, a melhoria das condições socioeconômicas da população brasileira oferece excelentes oportunidades de crescimento para o nosso negócio.” Num horizonte mais largo, na visão do presidente do Sindusfarma, a indústria farmacêutica fará investimentos para suprir a forte demanda do mercado interno por produtos inovadores, genéricos e genéricos de marca, ampliando paralelamente as exportações para outros países, para os quais o setor já vende cerca de US$ 2 bilhões. “A indústria da saúde, que inclui também outros segmentos além da produção de remédios, como serviços hospitalares, varejo farmacêutico, planos de saúde, é a que mais cresce no mundo. Se, por exemplo, o PIB crescer 3%, o setor de serviços avança 4,5% e a indústria de saúde, 6%. No Brasil, a realidade não é diferente. Vamos acompanhar esse boom global”, avalia o professor da FGV, Wilson Rezende.
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INDÚSTRIA SEGUE APOSTANDO NO PAÍS “O mercado brasileiro tem fôlego e espaço para crescer, o que é diferente do mercado europeu que está saturado”, revela Henrique Uchió Tada, presidente da Alanac. “A ampliação e inauguração de fábricas exercem fator preponderante no bom momento que as empresas farmacêuticas se encontram, mas principalmente pelo poder de compra do Estado e do mercado brasileiro, que tem espaço para crescer muito mais, visto que o acesso a medicamentos pela população não atinge a sua totalidade”, analisa. Nos últimos anos, o setor de saúde em geral e a indústria farmacêutica em particular têm crescido bem acima da média nacional. Esse cenário deverá se manter no curto (2014) e médio prazo (cinco anos), na avaliação do presidente do Grupo Cimed, João Adibe. Segundo o empresário, a alta do dólar diminuiu a rentabilidade e a margem de lucros, mas a empresa buscou alternativas. “Com todos os desafios mantemos o crescimento médio dos últimos anos e devemos fechar 2013 com elevação de 36%, influenciado pelos lançamentos e pelas campanhas de vendas que realizamos ao longo do ano”, diz Adibe. 56
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Presente em 40 países e com faturamento na casa dos R$ 6 bilhões, a EMS também tem vivenciado crescimento exponencial. Em 2012, atingiu 27% de alta. Segundo o presidente da empresa em entrevista recente, o laboratório tem dobrado de tamanho a cada três anos. Quem também tem obtido resultados expressivos é o Teuto, da Pfizer, que foi a empresa que mais cresceu em valor em agosto, segundo levantamento feito pelo IMS Health do Brasil. A pesquisa mostrou que a companhia cresceu 78,9% em relação a agosto de 2012 em unidades produzidas, ganhou três posições no ranking e é a quarta maior do País no segmento. No mercado farmacêutico total, o Teuto está entre os dez primeiros em unidades produzidas e em valor. Já a japonesa Takeda tem crescido no Brasil à base de aquisições. Em pouco mais de quatro anos, conseguiu se fixar no ranking dos dez maiores laboratórios, com faturamento acima de R$ 800 milhões. Sua primeira ação de peso para ganhar mercado no País foi a aquisição da Nycomed, que permitiu sua entrada na área de MIPs, e mais recentemente, da Multilab, entrando no setor de genéricos. A União Química prevê ampliar em mais de 10% o portfólio de produtos até 2014, quando projeta passar de 600 para 670 medicamentos em carteira. Os lançamentos serão nas áreas hospitalar, de oftalmologia e de saúde animal. Para 30 produtos que chegarão ao mercado até dezembro próximo, foram investidos R$ 20 milhões. Em 2014, chegarão outros 40 medicamentos. A meta é elevar o faturamento bruto em 26% com o aumento das vendas, principalmente na linha de medicamentos com prescrição médica. As multinacionais também estão de olho no Brasil. Aportou recentemente no País a Mundipharma, fabricante de medicamentos para dor crônica. O laboratório pretende lançar, em cinco anos, de 15 a 17 medicamentos no mercado brasileiro. Inicialmente, as drogas serão importadas de suas fábricas dos EUA e da Inglaterra. Oncologia, doenças respiratórias, artrite e MIP serão outros nichos de atuação da multinacional. Até 2018, a companhia projeta ter entre 12% e 15% do mercado brasileiro. Quem também chegou a pouco tempo e quer fazer do Brasil seu quarto mercado (hoje é o 20º) é o laboratório UCB, que adquiriu a brasileira Meizler Biopharma. Três medicamentos da companhia estão em análise na Anvisa, dois para epilepsia e um para combate à doença de Parkinson, com expectativa de lançá-los em 2014. Importados, esses medicamentos devem ser produzidos no Brasil ao longo dos próximos anos.
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NEGÓCIOS
Caminho de
tendências
IMS HEALTH E CPDEC INVESTIGAM O SETOR E TRAZEM DADOS FUNDAMENTAIS PARA GESTÃO NOS PRÓXIMOS ANOS P OR FLÁ V I A C OR B Ó
A
Ainda que de uma maneira geral o setor farmacêutico no Brasil apresente números positivos, com crescimento muito mais expressivo que outros setores tradicionais da economia no País, os desafios do dia a dia de um empresário do ramo seguem presentes, exigindo uma gestão cada vez mais profissional. Mas, se por um lado, a forte concorrência e uma guerra de preços acirrada podem desanimar o varejista, por outro lado, perspectivas futuras mostram que é hora de persistir no ramo, pois os bons frutos devem se multiplicar nos próximos anos. Um cenário favorável se desenha no horizonte devido a uma conjunção de fatores, segundo estudos realizados pelo IMS Health. O mais forte deles é o envelhecimento da população brasileira. Até 2050, o perfil etário da América
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Latina se assemelhará ao de mercados maduros, com mais de 150 milhões de pessoas com mais de 50 anos. Esse cenário resultará em um aumento de doenças relacionadas à idade e ao estilo de vida urbano, que exigem o uso de medicamento contínuo. Logo, os gastos com saúde devem crescer e se equiparar a grandes mercados, como o americano e europeu. Os recursos dispensados à saúde no Brasil, tanto pelo governo quanto por pagadores privados, já aumentaram muito na última década. De acordo com o IMS Health, em 2000, a média de gastos per capita era de US$ 502. Em 2009, esse valor já havia atingido US$ 1.028, apresentando um aumento de 105%. “Embora o crescimento seja impressionante, o gasto per capita ainda é muito baixo quando comparado a mercados maduros, como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido”, ressalta o sênior principal, Consulting & FOTOS: SHUTTERSTOCK
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Services do IMS Health Brasil, Mauricio Cepeda. Nos Estados Unidos, o gasto per capita com saúde passou de US$ 4.703 para US$ 8.362 no mesmo período. Para o analista, os dados não devem ser vistos de maneira desanimadora, mas com otimismo, pois indicam o quanto há para se explorar dentro de países em desenvolvimento como Brasil. Outra oportunidade de crescimento do setor farmacêutico escora-se na melhoria da economia brasileira, com consequente aumento da renda da população. “O Brasil, assim como os outros países da América Latina, ainda tem uma característica marcante de que o varejo é pago pelo paciente, e não pelo governo”, destaca Cepeda. Este fator faz com que a tributação e a renda tenham impacto direto no consumo de medicamentos no País. Enquanto famílias brasileiras da classe D e E gastam apenas U$S 242 com saúde no ano, os membros da classe A e B chegam a destinar US$ 1.001 nessa cesta. “E a classe C, por ser a mais numerosa, é a que representa o maior poder de compra atualmente. Por isso, vemos tantas empresas querendo conquistar essa fatia de mercado”, afirma.
PODER CONCENTRADO No setor da indústria, a presença de concorrência estrangeira já é um fator conhecido. Já no varejo, a novidade chegou há pouco, com a aquisição da Onofre pela gigante americana CVS Caremark, que ainda provoca receios. Mas, segundo o IMS Health, não há razão para preocupação. Empresas locais, com portfólios mais adequados ao perfil do crescimento, têm se expandido de forma mais acelerada. Em 2009, companhias de capital nacional representavam 39% do mercado. Hoje, já somam 50%. “Esse estreitamento do poder das multinacionais é nítido em toda a América Latina, mas, principalmente, no Brasil é bem marcante. Só não é maior que na Argentina, onde há um grande protecionismo”, explica o executivo. Mas mesmo dentro do mercado nacional, as ameaças e obstáculos são diversos. Para os pequenos e médios varejista, as atenções estão sempre voltadas ao movimento das grandes redes, que vêm avançando com agressividade em todo o território brasileiro. Somente as redes associadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), representam 36% das vendas, com apenas 7% do total de lojas. Para identificar as ações que uma farmácia precisa tomar para ser competitiva e tornar-se uma sobrevivente em meio à selva da concorrência do vare-
jo brasileiro, a Federação Brasileiras das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar) encomendou uma pesquisa ao Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (Cpdec). “A intenção inicial era fazer um levantamento para saber qual o impacto da abertura de loja de uma grande rede na região de influência e um estudo para identificar as principais estratégias de defesa que garantiam a competitividade das farmácias que não sofreram perdas”, explica o professor do Cpdec, Rodnei Domingues. Na primeira parte do estudo, pesquisadores visitaram lojas em todo o Brasil – 267 farmácias independentes e 148 filiadas a redes associativistas – e observaram as principais estratégias adotadas por cada uma. Em seguida, foram utilizados critérios pré-estabelecidos para a identificação e a validação dos dados obtidos. Após o encerramento da fase preliminar, a principal conclusão encontrada foi que, em média, duas farmácias são fechadas com a chegada de uma grande rede, 56% têm perdas no faturamento de até 50%, mas algumas não sofreram impacto e outras chegam, inclusive, a apresentar crescimento.
ESTRATÉGIA DE JOGO De acordo com o estudo, os principais motivos que levaram as lojas a encerrarem suas atividades foi a falta de
CATEGORIZAÇÃO IMPORTANTE • MAGNIFICENTES: aquelas que querem ser admiradas pela sofisticação do layout externo, pelas luxuosas instalações, por sua localização em regiões de alto poder aquisitivo e pela comercialização de produtos de alto valor percebido. • NOTÁVEIS: aquelas que querem ser percebidas pela moderna aparência externa, pelas instalações novas, por sua localização em regiões de grande movimento, pelo programa de fidelidade disponibilizado ao cliente e pelos preços e margens por compensação. • ATRATIVAS: aquelas que querem ser acessíveis, devido à aparência chamativa, instalações práticas, preços competitivos e custos operacionais reduzidos. • ASSISTENCIALISTAS: aquelas que querem ser um apoio à saúde, pois focam nos serviços e na orientação ao cidadão, oferecem atendimento e acompanhamento personalizado e tornam-se referência na comunidade local.
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NEGÓCIOS
O MERCADO PASSA POR IMPORTANTES TRANSFORMAÇÕES QUE IRÃO DITAR OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES FUTURAS Maior
Aumento da renda
Aumento no controle de preços
Licenciamento compulsório Liberação DTC
Aumento da cobertura de planos privados
Limitação de categorias vendidas em farmácias Switch RX para MIP
Provável impacto no mercado farmacêutico
Médicos em farmácias
Implantação de PDPs Introdução de biossimilares Incorporações do SUS
Redução dos impostos Maior controle no receituário
Consolidação dos provedores de saúde
Consolidação/ expansão de redes
Aumento do uso HEOR
Novos competidores Expansão de marcas próprias
0,2
MIP retornar para trás do balcão
Queda de patentes
Envelhecimento
Farmácia Popular
Associoativismo independente
Fusões
Bioequivalência 2014
0
Menor
Probabilidade de ocorrer nos próximos 3 a 5 anos
Maior impacto no mercado mundial
Maior impacto no mercado de varejo
controle de estoque, o descontrole do fluxo de caixa, a ausência de estratégias de captação e retenção de clientes e a política de preços inadequada. Outro fator constatado é que nenhuma dessas lojas que se viram obrigadas a fechar as portas era filiada ao associativismo. Além disso, as farmácias que seguem esse modelo de gestão registraram uma menor queda de faturamento. Do total de entrevistados, 56% delas relataram redução dos lucros com a chegada de uma grande rede, sendo que apenas 7% deles eram associativistas. “Quando iniciamos nossos estudos, não tínhamos pensado em analisar a competitividade das farmácias que funcionam no modelo associativista, mas acabamos identificando que elas não tinham sofrido muito impacto. O motivo é que essas farmácias possuem um direcionamento estratégico melhor do que as independentes em geral”, explica Domingues.
CATEGORIAS DEFINIDAS Diante do desempenho superior das farmácias com essa característica em comum, decidiu-se ampliar a pes60
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Maior
Ambos mercados impactados
quisa e investigar quais eram as estratégias de mercado que garantiam a sobrevivência e o bom desempenho de uma farmácia. A partir dos dados coletados nas entrevistas da etapa anterior, o Cpdec definiu cinco categorias que representam todos os tipos de gestão existentes no varejo farmacêutico brasileiro. A primeira categoria de destaque são as farmácias irresolutas, caracterizadas pela ausência de uma estratégia de negócios, com gestão hesitante, sem política de preços, fachada deteriorada e instalações ultrapassadas. De acordo com o Cpdec, esse tipo de farmácia existe em todo o Brasil, mas, nas cidades mais carentes e nas periferias dos grandes centros, elas aparecem em maior quantidade. Ainda que exijam muita dedicação e certo investimento, a missão de tornar uma farmácia irresoluta em um negócio competitivo não é impossível. Segundo Rodnei Domingues, o caminho é adotar práticas de gestão mais eficazes. Mas para isso é necessário que o proprietário seja um empreendedor e queira melhorar seu negócio. “A maioria dos proprietários dessas far-
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NEGÓCIOS
MIL FARMÁCIAS NOVAS NO ÚLTIMO ANO – A PARTICIPAÇÃO ENTRE REDES E INDEPENDENTES SE ACOMODA Redes
Share de redes e independentes (R$ Bi PPP) Lojas (mil) 65,8
67,2
68,2
7,9 (1 2% )
8,8 (1 3% )
9,5 (1 4% )
Mercado total (R$ PPP) 28,7
29,5
58,4 (87%)
2012
33,9
4,0
3,7
55,4%
58,7%
55,9%
53,2%
45,6%
44,7%
44,6%
41,3%
44,1%
46,8%
2012
58,7 (8 6%)
2013
2011
2012
Referência
2013
4,3
55,3%
12,5
2011
Genéricos
54,4%
2011 57,9 (88%)
Independentes
12,6
2013
Marca 13,9
12,2
13,2
15,7
56,7%
58,2%
58,9%
50,6%
52,3%
52,8%
43,3%
41,8%
41,1%
49,4%
47,7%
47,2%
2011
2012
2013
2011
2012
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Fonte: Estudos de distribuição IMS, abr/2013 Nota: PPP = preço de lista menos descontos em nota fiscal fornecidos pelos distribuidores as farmácias
O MERCADO HOJE É MAIS PULVERIZADO QUE HÁ 5 ANOS, PORÉM A CONCENTRAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO DE FARMÁCIAS EM CATEGORIAS PERMANECE Insulinas DPP4 Fraldas adultos Glicosímetros Fórmulas infantis Proteção solar Anti-idade Curativos Disfunção erétil Multivitamínicos Tireoide Genéricos Referência Anticoncepcionais Mercado total Analgésicos MIP
2007/2008
2.400
2012/2013
3.069 3.519 3.731 4.523 5.206 5.391 7.380
9.681 10.152
5.302 8.100
10.480
8.364
10.948 12.462
6.200
14.123 12.700
15.027
10.800
16.541 15.800
11.600
17.602 19.232
Fonte: Estudos de distribuição IMS, realizados entre 2012 e 2013 Nota: Análise busca ser direcional, e não exata, uma vez que a definição de mercados em 2008/08 vs. 2012/13 nem sempre é idêntica para o mesmo mercado nos diferentes períodos
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QUEDA NO FATURAMENTO DECORRENTE DA ABERTURA DE NOVA LOJA 30
Farmácias %
25 Queda no faturamento
20 15 10 5
%
0 até 5
5 - 10
11 - 20
21 - 30
31 - 40
41 - 50
mais de 50
48,1% = queda > 20% 72,1% = queda > 10% Farmácias das redes associadas = queda < 5%
CATEGORIAS DE FARMÁCIAS SEM ESTRATÉGIA
IRRESOLUTAS
COM ESTRATÉGIA
MAGNIFICENTES NOTÁVEIS ATRATIVAS ASSISTENCIALISTAS
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE FARMÁCIAS (MIL) 2011
2012
2013
VAR
INDEPENDENTES
52,3
51,1
50,8
- 3%
REDES
7,9
8,8
9,5
+ 21%
ASSOCIADAS FEBRAFAR
5,6
7,2
7,8
+ 40%
O NÚMERO TOTAL DE LOJAS SE ESTABILIZOU E O FATURAMENTO POR LOJA CRESCEU
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ESTRATÉGIAS VENCEDORAS
Confira novos dados do mercado que ajudam a definir os rumos do setor.
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Entre os modelos de gestão competitivos com grandes redes, o Cpdec identificou quatro tipos predominantes. As farmácias magnificentes investem em uma aparência externa sofisticada, com instalações luxuosas e costumam estar localizadas em regiões de alto poder aquisitivo. Fachada moderna e instalações de qualidade também são características das farmácias notáveis, mas com o diferencial de que investem em programas de fidelidade e trabalham com uma política de preços e margens por compensação. Dentre as estratégias de negócio voltadas à classe C, foi identificada a farmácia atrativa. Neste modelo, procura-se apresentar preços competitivos e custos operacionais reduzidos. “Esta é a categoria que mais cresce atualmente. Ainda tem muito espaço e demanda para farmácias que queiram adotar uma estratégia de baixo custo operacional, que permita praticar preços atraentes ao consumidor”, aposta Rodnei Domingues.
Por fim, o Cpdec identificou as farmácias assistencialistas, que buscam ser um apoio a saúde. Com atendimento personalizado, esse tipo de loja tem foco nos serviços e na orientação para tornar-se referência na comunidade. “A escolha da estratégia de negócio a ser adotada deve depender da localização e da capacidade da loja. Quando você tem a possibilidade de trabalhar com grandes volumes, por exemplo, pode seguir um comportamento mais voltado para preço. Já em um bairro de periferia, você acaba tendo que trabalhar como agente da comunidade”, define o presidente da Febrafar, Edison Tamascia. Mas, independentemente do modelo adotado, o executivo acredita que a conclusão apresentada pelo estudo é que a farmácia que possui estratégia não precisa ficar preocupada. “O que mata a farmácia é não fazer a lição de casa. A grande rede não é o grande problema”, sentencia.
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mácias não está interessado em adotar novas práticas para melhorar seu negócio. Estão acomodados e conformados com os resultados, mesmo quando não são satisfatórios”, afirma.
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www.guiadafarmacia.com.br
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HOMEOPATIA PANORAMA
Negócio de gente grande JÁ COM MAIS DE 50% DO VAREJO FARMACÊUTICO, AS GRANDES REDES CONTINUAM AVANÇANDO DE MANEIRA AGRESSIVA E DITAM AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PARA O SETOR
O
POR FLÁVIA CORBÓ
O desempenho das grandes redes de farmácias do varejo brasileiro é notório e causa forte impacto no andamento de todo o setor. Com apenas 7,14% das lojas instaladas em território nacional, somente as redes ligadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) já têm 36% do total de vendas do mercado. Quando somadas as outras redes e às cadeias de supermercados, passam a representar 53% do varejo. Segundo estudos do IMS Health, há uma tendência de concentração, e isso só deve aumentar. Um dos movimentos mais recentes que comprovam essa maré de crescimento das redes foi a compra da Extrafarma – oitava maior do País em número de lojas e a nona em faturamento – pelo Grupo Ultra, detentor da Ultragaz e dos postos de
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gasolina Ipiranga. A operação de R$ 1 bilhão foi realizada por meio de uma troca de ações: o Grupo Ultra passou a deter 100% das ações Extrafarma, enquanto os atuais sócios da Imifarma receberam 2,9% das ações da Ultrapar. Cada vez mais, as farmácias independentes encontram novas dificuldades para se manter competitivas diante no nível de profissionalização e poder de capital dos grandes conglomerados. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (Cpdec) com 267 farmácias independentes e 148 filiadas a redes associativistas, descobriu-se que, em média, duas farmácias são fechadas com a chegada de uma grande rede e 56% perdem até 50% do faturamento. “As grandes redes têm inúmeras vantagens, como escala, maior acesso a informações sobre mercado, poder de negociação de preço, gerenciamento mais FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO/FÁBIA MERCADANTE
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PANORAMA
CONSUMIDOR IMPULSIONA OS CANAIS FARMA E C&C 1% 0,2%
T. CESTA HIPERMERCADOS SUPERMERCADOS
BAR
-1,2% 2,2% 1,2%
Alcança
31,7%
-0,4% 1%
dos lares brasileiros
-0,9%
2011 x 2010 2012 x 2011
0,1% 4,3% 10,5% Variação de volume - anos fechados base: 131 categorias de produto - Total Brasil - Fonte: Nielsen / Retail Index Variação de valor - semestre - base: 126 categorias de produto - Total Brasil Fonte: Nielsen / Cash&Carry Scantrack / Penetração - T. Brasil - Nielsen / Homescan
profissional”, enumera o presidente do Instituto Brasileira de Varejo (Ibevar), Claudio Felisoni D’Angelo. Diante de tantos diferencias competitivos, o presidente da Abraframa, Sergio Mena Barreto, acredita que só exista uma maneira das farmácias independentes conseguirem competir com sucesso diante de uma grande rede. “A loja deve focar no mercado local e ser a melhor farmácia do bairro em que está. Ter os clientes cadastrados, saber o histórico do paciente, não deixar faltar o produto nem ter ruptura. Se ela é a melhor operação local, ganha da gente. Porque a rede, por princípio, é mais impessoal, pois atende muito mais gente”, afirma. E preenchendo essa lacuna de atendimento mais próximo e personalizado ao consumidor, é possível sobreviver, como mostram as 50 mil farmácias independentes que operam atualmente nos Estados Unidos, um mercado ainda mais agressivo do que o brasileiro. “Lá a pressão das redes é muito maior do que aqui. O Walgreens, por exemplo, vende R$ 70 bilhões por ano”, relembra Mena Barreto.
NOVOS CONCORRENTES Um novo modelo operacional de farmácia vem ganhando terreno sem parecer se intimidar com o poder das grandes redes. Para muitos especialistas, as chamadas farmácias populares, que investem em lojas com baixo
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no 2º semestre de 2012 (vs. 1º semestre de 2012)
1%
FARMA
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16,6%
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MINIMERCADOS TRADICIONAL
Cash & Carry cresceu
2,9%
custo operacional e preços extremamente competitivos, são uma das tendências mais promissoras do momento, pois se encaixa com a ascensão da classe C e atende ao tamanho do poder de consumo desses milhões de pessoas. A Abrafarma afirma ver com bons olhos este modelo de gestão, pois traz aumento do acesso da população aos medicamentos, mas faz algumas ressalvas. “Se a loja do modelo popular está seguindo as regras do jogo, paga os impostos, vende produtos são de origem conhecida, remunera os empregados como deveria e consegue sobreviver dessa forma, tudo bem. Só temos que nos preocupar se a gestão for informal demais. Aí começa a gerar problemas passivo sanitários, trabalhistas e cria-se uma concorrência desleal”, alerta o executivo. Sem sombra de dúvidas, o mote impulsionador desses modelos é preço, mas a gestão também é competitiva. O diretor-administrativo das drogarias UltraPopular, Paulo Roberto Oliveira da Costa, revela que o preço é muito competitivo, chega a ser até agressivo. “Normalmente é o melhor preço da cidade, mas a concorrência ganha com um modelo de gestão refinada. Essa farmácia deve ser uma farmácia de custo baixo, ou seja, o nível de gerenciamento é totalmente diferente daquilo que um farmacista tradicional está acostumado a ter ou fazer.” Ele explica que, com custos operacionais reduzidos, o modelo
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PANORAMA
ABRAFARMA VERSUS TOTAL MERCADO EM REAIS Rank 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
Nome Grupo Raia Drogasil DSP / Drogão / Drogarias Pacheco Farmácias Pague Menos Panvel Farmácias Nissei Drogaria Araújo Big Ben Imifarma Santana Grupo Rosário / Nova Distrital Venâncio Drog. M. Econômica Walmart Drogaria Onofre Drogal Drogaria Angélica Drogão Super Farmácia Indiana / Irmãos Mattar Drogasmil / CSB Drogaria S/A Fcias Guararapes Farma Ponte Drogaria Moderna Farmácia Permanente Drogaria São Bento Redepharma A Nossa Drogaria Santa Lúcia Drogaria Minas Brasil Farmácia Vale Verde
consegue oferecer descontos agressivos e o gerenciamento financeiro refinado permite uma gestão bem azeitada. Outra tendência apontada por especialistas é a chegada de redes estrangeiras ao País. Estima-se que o primeiro movimento tomado pela CVS Caremark na compra da Onofre seja o início de uma série. Mas, ainda que movimentem muito mais dinheiro do que as farmácias de modelo popular, as redes estrangeiras parecem causar menos preocupação. “Os gringos que têm que ter medo do brasileiro. O operador local conhece muito melhor o negócio que qualquer estrangeiro. Até mesmo por isso, a CVS comprou a Onofre e manteve à frente da operação os irmãos Arede”, destaca Mena Barreto. 70
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Independentes
47,6%
Redes da Abrafarma
39,9% Outras redes
12,6% Fonte: Estudo de Distribuição
O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Mercado e Consumo (Ibevar) e diretor da UBS Escola de Negócios, Eduardo Terra, também vê com tranquilidade essa primeira chegada de uma empresa estrangeira ao varejo brasileiro. “Como ela veio por meio da Onofre, acho que o impacto não será tão grande, porque já sabemos o que a Onofre faz. Além disso, há diversos entraves regulatórios no Brasil que impedem que a CVS seja a mesma que é lá fora. Então, não a vejo como grande potência em um curto prazo. Mas para médio e longo prazo, é um ponto de observação”, analisa. Para ambos os especialistas, as redes estrangeiras podem, inclusive, trazer benefícios ao varejo brasileiro, pois
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têm experiência de outros mercados, acesso à tecnologia e vivências de situações que ainda não fazem parte da realidade do País. Nos Estados Unidos, por exemplo, 95% do que a CVS vende é pago por terceiros – governo, plano de saúde – e não pelo cidadão. “O estrangeiro tem essa expertise que nós não temos. Como fazer para implantar um sisEduardo Terra, do Ibevar, vê a chegada tema desse no Brasil para de redes estrangeiras fazer com que o plano de com tranquilidade saúde possa custear o medicamento e o governo tenha uma plano de assistência universal?”, questiona Sergio Mena Barreto, da Abrafarma.
POLÊMICAS NO AR Um dos benefícios que podem ser obtidos com a chegada de redes estrangeiras ao Brasil é obter uma nova visão e depoimentos embasados sobre algumas questões que rondam o varejo farmacêutico. Um delas é a respeito da prescrição farmacêutica, recentemente, regulamentada por meio da Resolução 586/13, do Conselho Federal de Farmácia (CFF). De acordo com Mena Barreto, a medida ainda é tímida, mas ajuda aproximar o Brasil de mercados mais maduros, onde o papel do farmacêutico é muito mais amplo e aproveitado pela população. Nos Estados Unidos, por exemplo, caso um paciente chegue à farmácia se queixando de efeitos colaterais desagradáveis devido ao uso de polimedicação, o farmacêutico é autorizado a mudar a dosagem de algum medicamento ou, inclusive, orientar que um deles deixe de ser ministrado. Também dentro das farmácias americanas é possível renovar receitas de medicamentos contínuos, sem a necessidade de visitar o médico. “Prescrever Medicamento Isento de Prescrição (MIP) para mim é chover no molhado, mas, mesmo assim, é importante. Hoje, o cidadão chega à loja querendo uma orientação e o farmacêutico não tem coragem de indicar, mesmo sendo MIP. A resolução vem para fortalecer a figura do farmacêutico”, apoia Mena Barreto. “Se, a partir da resolução do CFF, você começar a dar ao farmacêutico o papel que ele deveria ter, ele servirá como proteção tanto do médico quanto do paciente. Aqui a gente não faz Atenção Farmacêutica como deveria, porque tem todo esse problema do legal, da pressão do médico”, complementa.
PARA COMPETIR COM UMA GRANDE REDE, AS INDEPENDENTES DEVEM FOCAR NO MERCADO LOCAL E SER A MELHOR FARMÁCIA DO BAIRRO EM QUE ESTÃO Já Cláudio Felisoni de Ângelo, presidente do Ibevar, enxerga a prescrição farmacêutica como uma medida que trará tanto pontos positivos quanto outros de atenção. “Vai exigir que se coloque pessoas mais preparadas na farmácia, pois o uso de medicamentos deve respeitar aspectos rigorosos. Mas, ao mesmo tempo, é uma oportunidade de aproximação com o consumidor.” A interferência de redes estrangeiras também pode servir para exercer pressão sob outro assunto, de interesse tanto de redes quanto de independentes: a venda de produtos de conveniência dentro do espaço das farmácias. Mundo afora a prática é comum e indica que a convivência entre produtos de saúde com outros artigos alheios pode não ser prejudicial como defendem as autoridades brasileiras. “Eles têm toda uma experiência de anos e depoimentos de como esses produtos são importantes para aumentar a receita da farmácia. Tenho dito para o Conselho Federal de Farmácia (CFF): Como por lá um farmacêutico ganha US$ 10 mil e aqui ganha US$ 1 mil? Se você tiver uma loja que vende mais produtos com melhor margem, você não teria condição de pagar melhores salários?”, questiona Mena Barreto.
A HORA DO HPC A preocupação com a venda de outros artigos em farmácias pode ser explicada pela queda de rendimento na venda de medicamentos. O varejo continua apresentando números expressivos de crescimento, mas, atualmente, os responsáveis pelos bons números são, basicamente, os produtos de higiene e beleza, incluindo os dermocosméticos e produtos premium, de valor agregado alto. Até agosto deste ano, as vendas das
Paulo Roberto Oliveira da Costa, das drogarias UltraPopular, afirma que a rede ganha em preço e gestão refinada
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PANORAMA
Farmácia MS+GO+DF INT.RJ+MG+ES INT.SP NORDESTE SUL
Penetração +11,3 p.p. +7,2 p.p. +6,8 p.p. +5,5 p.p. +1,3 p.p.
Fonte: Nielsen - Painel de Domicílios - SHOPPER VISIONS Ano móvel: março 2011 a março 2012 vs. março 2012 a março 2013
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N T E Ú DO
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Enquanto 2013 o ano não foi favorável à venda dos medicamentos, os próximos anos devem ser diferentes. Dez novos produtos de referência, que movimentaram cerca de R$ 760 milhões nos últimos 12 meses, terão suas patentes vencidas até o final deste ano, segundo a Associação das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). Com isso, a expectativa do setor é de, pelo menos, dobrar o consumo dos medicamentos – o que representará uma receita de cerca de R$ 1 bilhão e uma expansão de 10% da indústria de genéricos. “As patentes vão caindo e isso gera mais adesão ao tratamento. Se o medicamento cai para um nível mais barato, o consumidor substitui mesmo. É 40% mais barato, no mínimo, então faz toda a diferença para quem vai utilizar todo dia. Acredito que já sentiremos o reflexo dessas quedas de patente no ano que vem”, aposta Mena Barreto. Mas antes que essa injeção de ânimo chegue, a Abrafarma espera melhorar os índices de venda de medicamentos ainda neste ano. Entre outubro e dezembro, a expectativa é que se alcance um crescimento de 13% a 14%. “Os outros números são todos bons, alinhados com o que a gente pensou. A única nota negativa é a queda do e-commerce, que caiu 2% nos primeiros sete meses do ano. Acho que a resposta a isso é o crescimento de 17% dos não medicamentos. Para esses produtos, a pessoa prefere ir à loja ver as novidades e experimentar”, analisa Mena Barreto.
Conhecer a fundo os pontos fortes e fracos das grandes redes pode ser uma estratégia de negócios.
CO
associadas à Abrafarma cresceram 12,88%, sendo 10,70% em medicamentos e 17,87% não medicamento. “É um crescimento sensacional. Qual o setor da economia que está conseguindo crescer 17% ao ano?”, reflete Mena Barreto. Uma das explicações para a queda no desempenho da venda de medicamentos, segundo o executivo, é a alta da inflação em setores essenciais, como o de alimentos, em que o consumidor não pode deixar de gastar. Mas por que a inflação não impactou da mesma forma os produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC)? “O crescimento dessa categoria de produtos é consequência da dilatação da classe média brasileira, que passou a ter renda para investir em cuidados pessoais. Esses produtos passam a fazer parte da cesta mensal, enquanto medicamentos variam, pois dependem das condições clínicas das pessoas”, explica Felisoni, do Ibevar. Nesse cenário, de preocupação com a beleza e bem-estar, a mulher passa a exercer um papel fundamental dentro da farmácia, de acordo com Mena Barreto. “Nosso negócio é basicamente voltado para o público feminino. Cerca de 70% das vendas diretas são feitas a mulheres e os 30% dos homens que vão à farmácia foram manSergio Mena Barreto, da Abrafarma, espera que dados lá por elas. Ou seja, a queda das patentes 100% do poder de decialavanque o consumo de são é feminino”, acredita. medicamentos “E a menina que encontra
A REVIRAVOLTA DOS MEDICAMENTOS
AL
REGIÕES QUE SE DESTACAM PELOS GANHOS DE PENETRAÇÃO
aquele xampu que dá certo para o seu cabelo não deixa mais de usá-lo. Passa a comprá-lo mensalmente, por isso esse tipo de produto sofre menos.” Mesmo diante de um crescimento tão expressivo, o professor Eduardo Terra, do Ibevar, aconselha cautela aos varejistas no momento de investir no sortimento de HPC. “O medicamento continua sendo o gerador de fluxo dentro de uma farmácia. Acho que lojas que investirem demais em perfumaria podem até acabar perdendo o foco. O consumidor ainda pensa na farmácia como um local que vende medicamento, em que também é possível comprar perfumaria. É uma tendência, mas deve ser explorada com bastante cuidado.”
R A N O P OR
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COMPETITIVIDADE
Em terra de cego,
quem tem um olho é rei
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PARA QUE O CONSUMIDOR MUDE A ESCOLHA DE COMPRA DAQUI PARA LÁ, OPORTUNIDADE É QUE NÃO FALTA, BASTA UM PISCAR DE OLHOS
JEFFERSON SILVA Gerente de Homescan da Nielsen 74
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Não é novidade para ninguém que estamos vivenciando um cenário ímpar no Brasil: nossa estrela econômica no cenário mundial segue brilhando, porém com menor intensidade. Ao analisarmos a evolução das cestas de consumo Nielsen desde o ano passado, nota-se claramente que categorias de acesso, juntamente com as que trabalharam o trade up, foram as alavancas do crescimento. Recentemente, porém, em um cenário de emprego quase pleno, o endividamento e a inflação (leve, mas existente) que se acumularam nos últimos anos restringiram a renda disponível do brasileiro para consumo. Entretanto, engana-se quem pensa que nesse cenário o consumidor dará um passo atrás, reduzindo seu consumo: ele abriu um olho e se sentiu rei. Estudos Nielsen mostram que as principais conquistas de consumo dos últimos anos encantaram nossos consumidores e não serão largadas: ele pode até consumir em menores quantidades tudo aquilo que sempre almejou e recentemente provou, porém abdicar totalmente não. Com esse panorama positivo, certamente o canal farma oferece alguns diferenciais importantes para o shopper (como mix diferenciado, sortimento direcionado, conveniência e experiência de compra), sendo o único canal que cresce tanto em volume quanto em faturamento neste ano. Porém não devemos fechar os olhos: 97% dos shoppers da cesta de higiene e beleza são multicanais e os 3% exclusivos restantes não são de farma, são de supermercados. Assim, para que o consumidor mude a escolha de compra daqui para lá, oportunidade é que não falta, basta um piscar de olhos. 2013
Então, vamos refletir juntos: qual a expectativa que o shopper tem do canal farma? E qual a experiência que ele realmente vivencia? Se matematicamente pudermos dividir a experiência pela expectativa, teremos a satisfação. Considerando que expectativa para este canal é acima da média pelos atributos já citados, as próximas perguntas são: eu, como peça fundamental do canal farma, conheço o perfil sócio-demográfico e atitudinal do meu shopper? Qual a real necessidade que ele tem ao decidir por uma farmácia? Por que ele decide entrar na minha loja? Ao entrar, ele encontra o que busca? Como varejista do canal farma, eu agrego valor às suas compras? Eu gero uma experiência de compra realmente agradável ou ele entra e compra apressadamente mesmo sem ter realmente pressa? Em tempos de Facebook, ele clicaria “Curtir” em mim e não nos concorrentes? São muitas as perguntas e nem sempre as respostas estão tão claras assim, há que se buscar as respostas com qualidade e confiabilidade. Seja qual for a opção de conhecimento do shopper, entender e aplicar tais fatores são essenciais para gerar lealdade dele no canal farma. Do contrário, você estará apenas atendendo uma necessidade de consumo imediata, mas sem fidelização. Se o dito popular faz sentido quando avaliamos a atual situação do consumo no Brasil, com consumidores conhecendo e aproveitando o boom do consumo, o canal farma pode representar o poder máximo, com dois olhos. E bem abertos! Mas é preciso utilizá-los para enxergar de verdade seu shopper, entender quem ele é, como se comporta e o que realmente busca... E você, quanto seus olhos estão realmente abertos? FOTO: DIVULGAÇÃO
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PESQUISA
Consumo regular
APROXIMADAMENTE 73,8 MILHÕES DE BRASILEIROS FAZ USO DE MEDICAMENTOS SEM PRESCRIÇÃO MÉDICA. P O R L Í G I A FAV OR ETTO
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A primeira etapa da pesquisa Saúde, Medicalização e Qualidade de Vida, realizada pelo Datafolha/ICTQ – Pós-Graduação para Farmacêuticos, tem como objetivo conhecer os medicamentos mais utilizados pela população brasileira e as doenças que mais causam medo. A investigação sobre o consumo regular de medicamentos foi feita de forma estimulada, com a apresentação de um cartão contendo os principais tipo de medicamentos: 27 tipos. Com base nesse cartão, os entrevistados foram convidados a especificar quais tipos de medicamentos costumam tomar regularmente. Pouco mais da metade da população declarou consumir algum medicamento regularmente, ou seja, 54%, o que corresponde a 73,8 milhões de pes-
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soas. 46% declarou não consumir nenhum produto de forma regular. Os analgésicos (18%) e anti-hipertensivos (15%) são os mais consumidos pelos brasileiros. Na sequência aparecem: anticoncepcionais (7%), anti-inflamatórios (6%), vitaminas (6%). Medicamentos para colesterol e antidepressivos com 5%, calmantes, antialérgicos, medicamentos contra diabetes e relaxantes musculares com 4%. De acordo com o diretor executivo do ICTQ, Marcus Vinícius Andrade, ao perceber que a sociedade brasileira está envelhecendo gradualmente e, ao mesmo tempo, sendo confrontada pela falta de infraestrutura médico-hospitalar e a ausência de qualidade em serviços de saúde em todo o País, este estudo vem sendo realizado com o FOTOS: SHUTTERSTOCK
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lidade de vida por meio dos medicamentos. “O mais surpreendente é verificar que 18% da população faz uso de analgésicos sem prescrição de um profissional de saúde: médico, farmacêutico ou odontólogo.”
QUESTIONAMENTO PRECISO
objetivo principal de evidenciar e mapear processos de medicalização por parte de uma parcela da população que busca por uma relativa saúde e qualidade de vida dos medicamentos. “Diversas matérias em jornais de grande circulação no Brasil, citam que o País está entre os cinco maiores consumidores de medicamentos no mundo em termos de volume de vendas. No entanto, nosso estudo não mapeia o volume, mas sim, o percentual que chega a proporção de 54% dos brasileiros. Ainda não existem estudos similares em outros países para efeitos de comparação e estabelecimento de um ranking. O executivo revela que este estudo é inédito no Brasil e revela que mais da metade da população sofre de alguma doença e busca saúde e relativa qua-
A pesquisa estimulou 25 tipos e/ou classes terapêuticas de medicamentos através de um cartão de resposta, onde o entrevistado tinha a possibilidade de sinalizar os medicamentos de uso regular e contínuo nos últimos 12 meses. Quando o entrevistado não encontrava o tipo de medicamentos utilizado regularmente, o mesmo tinha oportunidade de escrever qual medicamento usava em um campo especial do cartão. Andrade comenta que, na análise dos resultados, foram considerados somente os tipos de medicamentos citados por, no mínimo, 1% da amostra total de 1.923 entrevistados em 132 municípios brasileiros - resultando em 27 tipos de medicamentos. “Analgésicos e anti-hipertensivos ocupam a liderança na lista dos medicamentos consumidos regularmente. Num segundo plano foram citados os anticoncepcionais, anti-inflamatórios e vitaminas. Observamos que os tipos de medicamentos que ocupam a liderança no consumo regular são principalmente classificados como isentos de prescrição ou classificados como venda sob prescrição médica (tarja vermelha) sem controle especial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).” Os outros medicamentos não relacionados no ranking que foram citados como de uso regular pelas consumidores são: medicamentos para tireoide, diuréticos, antitérmicos, antienvelhecimento (cremes, cosméticos), broncodilatadores, medicamentos para estômago (gastrite/úlcera), antirreumático (contra reumatismo), anticoagulantes, descongestionantes nasal, medicamento para coração (arritmia), corticoides/corticosteroides, dermatológicos e emagrecedores/inibidores de apetite.
UTILIZAÇÃO DESENFREADA O perfil dos consumidores de analgésicos englobam a maioria do sexo feminino, da classe A, com idade principalmente entre 25 e 44 anos dos ensinos médio e superior. No que diz respeito aos anti-hipertensivos, o perfil muda, já que os consumidores potenciais são os idosos, acima de 60 anos. “Praticamente 50% da população com esta ida2013 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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PESQUISA
METODOLOGIA Técnica: Pesquisa quantitativa, com abordagem pessoal em pontos de fluxo populacional, mediante aplicação de questionário estruturado. O desenho amostral foi elaborado com base em informações do Censo 2010 (IBGE) e contempla os seguintes estágios: • Estratificação por unidade federativa e porte dos municípios. • Sorteio dos municípios. • Sorteio do ponto onde ser reali ada a pesquisa. • Seleção do entrevistado utili ando cota de sexo e idade. A c ecagem foi pessoal (in loco e também telef nica (posterior à coleta de dados cobrindo no mínimo 20% do material de cada pesquisador.
Universo: • População brasileira com
anos ou mais (
• A população brasileira a partir de do feminino.
.
.
abitantes pertencente a todas as classes econ micas.
anos est dividida equilibradamente entre os sexos com leve predomin ncia
• A amostra é representativa das diversas faixas et rias. A média situa se em •
são ovens até
anos
•
t m entre
anos e
•
possuem
e
anos.
anos ou mais.
A classe C compõe metade da amostra. Se tem em cada de entrevistados tem renda familiar mensal até
sal rios mínimos.
da amostra é formada por pessoas economicamente ativas com destaque para o assalariados registados.
Amostra: Foram reali adas . entrevistas por todo Brasil distribuídas em municípios de forma a representar as regi es do País. A margem de erro m xima para esta amostra é de pontos percentuais para mais ou para menos dentro de um nível de confiança de .
Data de campo: As entrevistas foram reali adas entre os dais
e
de abril de
.
Distribuição da amostra: norte centro oeste nordeste sudeste sul Sendo que
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região metropolitana e
interior
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MEDICAMENTOS CONSUMIDOS REGULARMENTE Projeção (aproximada)* Em %
ANTI-HIPERTENSIVOS
ANTICONCEPCIONAIS
ANTI-INFLAMATÓRIOS
VITAMINAS
REMÉDIO PARA COLESTEROL
ANTIDEPRESSIVOS
CALMANTES
ANTIALÉRGICOS
MEDICAMENTOS CONTRA DIABETES
RELAXANTES MUSCULARES
15% 7% 6% 6% 5% 5% 4% 4% 4% 4% 4%
Em milhões
20,5 Mi 9,6 Mi 8,2 Mi 8,2 Mi 6,8 Mi 6,8 Mi 5,5 Mi 5,5 Mi 5,5 Mi 5,5 Mi 5,5 Mi
* População brasileira, a partir de 18 anos: 136.734.056 habitantes (Fonte: Censo 2010/ Estimativa 2012).
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PESQUISA
MEDICAMENTOS CONSUMIDOS REGULARMENTE Consumo regular de medicamentos Pouco mais da metade da população brasileira declarou consumir algum medicamento regularmente
Não consome Consome
54%
46%
Projeção (aproximada)* :
*População brasileira, 18 anos ou mais: 136.734.056 habitantes (Fonte: Censo 2010/Estimativa 2012) Fonte: Você consome ou toma algum destes medicamentos REGULARMENTE? Mais algum?/ P.1A Você consome/toma algum outro tipo de medicamento que não esteja neste cartão?/ P.1C Esse medicamento que você consome regularmente é para o quê? Base: Total da amostra - 1.923 entrevistas
de usa regularmente medicamentos anti-hipertensivos. Há de se considerar também o fato de que a hipertensão em muitas vezes é silenciosa. Logo, muitos com idade abaixo dos 60 aos podem ter a doença sem a consciência da necessidade de tratamento e cuidados relacionados.” Este estudo traz à tona um assunto polêmico e muito discutido: a automedicação, ou seja, o consumo desenfreado de medicamentos . “Existe sim um consumo preocupante de analgésicos quando observamos os percentuais da população que fazem uso regular deste tipo de medicamento - 18% representa uma população de 24,6 milhões de brasileiros”, explica Andrade, que diz ainda que os analgésicos, em sua maioria, são classificados como isentos de prescrição. “No entanto, no meu ponto de vista, esta classificação é o mesmo que dizer à sociedade produto de uso comum - consumam o quanto e da forma que quiserem. Temos ciência de que, qualquer medicamento, por mais simples que seja, não pode ser considerado um produto para uso sem controle e responsabilidade técnica ampara82
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da por um profissional da saúde.” O cerne da questão de automedicação no Brasil evidenciada em diversos estudos do ICTQ - está na falta de profissionais de saúde, em quantidade, qualificados para trabalhar em uma sociedade que hoje é emergente, tem maior poder de consumo, está envelhecendo e consequentemente buscando uma qualidade de vida também através da medicalização. O executivo acredita que, infelizmente, as políticas de saúde de ontem não se prepararam para o hoje. “A Anvisa sabe disso e acredito que por isso chega ao extremo de deixar alguns medicamentos ao alcance do paciente. Afinal, é fato que não temos médicos e nem farmacêuticos o suficiente para prescrever medicamentos para 54% da população brasileira que hoje consome algum tipo de medicamentos regularmente. Nós estamos falando de aproximadamente 73,8 milhões de brasileiros.”
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DEBATE
Medida
equivocada A CHEGADA DE MÉDICOS ESTRANGEIROS NO BRASIL PREOCUPA E GERA DÚVIDAS EM RELAÇÃO À FORMA DE ATUAÇÃO ESTABELECIDA. POPULAÇÃO MOSTRA-SE CONTRÁRIA P O R L Í G I A FAV O R ETTO
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Sessenta e sete por cento da população não concorda com a importação de médicos estrangeiros para o Brasil, é o que revela uma pesquisa feita pelo Instituo de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), cedido com exclusividade ao Guia da Farmácia. As pessoas não acreditam que a ação pode resolver os problemas de saúde existentes no País. Apenas 33% acredita que a medida facilitaria. Dos que não concordam, 36% são do sexo feminino e 31% do masculino, e a maioria tem entre 26 e 40 anos de idade, com renda de até três salários mínimos. Os problemas de saúde e falta de médicos no Brasil é nítida, e não é de hoje. Contudo, parece FOTOS: SHUTTERSTOCK
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que a saúde realmente passa longe das prioridades governamentais brasileiras e que as medidas adotadas não sejam as mais adequadas às necessidades de uma população que se depara diariamente com planos de saúde caros, filas enormes nas Unidades Básicas de Saúde, falta de leitos em hospitais e falta de profissionais, o que gera longas esperas por atendimento médico. Mas, diante deste cenário, por que os brasileiros mostram-se tão resistentes quanto à chegada de médicos estrangeiros? Segundo informa o diretor-executivo do ICTQ, Marcus Vinícius Andrade, além do receio dos brasileiros em relação ao desconhecimento da língua portuguesa por parte dos médicos estrangeiros, o posicionamento da sociedade contrária à importação de médicos está principalmente fundamentada no noticiário diário de saúde no Brasil de que não há infraestrutura hospitalar no País. “Faltam hospitais, equipamentos médicos, medicamentos em farmácias hospitalares, em suma, faltam meios para o exercício da medicina no Brasil. A pergunta que o brasileiro se faz é: ‘Onde e como médicos brasileiros ou estrangeiros vão solucionar os problemas da saúde pública?’ A população está consciente de que há um subfinanciamento nas políticas de saúde pública”. O executivo ressalta que a mídia repete constantemente os números: 400 mil médicos para 200 milhões de habitantes. “Logo observamos que não há desiquilíbrio de proporção, e sim de distribuição. Um outro ponto observado pela população através da mídia: 700 mil jovens brasileiros prestam vestibular todo ano querendo fazer medicina, no entanto é ofertado em todo o País somente 16 mil vagas. A partir dessas análises, faz-se muito sentido os cartazes nas ruas pedindo investimentos em saúde e educação”. A diretora da Faculdade de Medicina da Unesp, campus Botucatu, Dra. Silvana Artiolli Schellini, não acredita que a população seja contrária. “A população está, sim, aprovando a vinda dos médicos estrangeiros. Principalmente a classe menos favorecida pensa que agora todos os problemas estão solucionados. Quanto à prescrição farmacêutica, também acredito que a população não é contrária. É prática corrente o indivíduo ir à farmácia tentando obter uma prescrição de medicamento. Não há como negar.” A especialista diz ainda que sempre houve automedicação e medicações vendidas em farmácias sem prescrição médica. No entanto,
ALÉM DO RECEIO DOS BRASILEIROS EM RELAÇÃO AO DESCONHECIMENTO DA LÍNGUA PORTUGUESA POR PARTE DOS MÉDICOS ESTRANGEIROS, O POSICIONAMENTO DA SOCIEDADE CONTRÁRIA À IMPORTAÇÃO DE MÉDICOS ESTÁ PRINCIPALMENTE FUNDAMENTADA NO NOTICIÁRIO DIÁRIO DE SAÚDE NO BRASIL DE QUE NÃO HÁ INFRAESTRUTURA HOSPITALAR NO PAÍS conforme as escolas superiores de farmácia formaram seus profissionais e se tornou obrigatória a presença de farmacêuticos nos estabelecimentos comerciais, “sem dúvida houve melhor estrutura para o atendimento ao público. Dessa forma, tirando-se as afecções mais simples, talvez o farmacêutico não tenha condições de fazer diagnóstico de doenças complexas para instituir o tratamento apenas conversando com o paciente. Lembro que nos EUA há enfermeiras que, em pequenos munícipios ou em zonas rurais, possuem autorização para prescrever alguns medicamentos, mas é necessária a supervisão de um médico que pode estar a distância. Talvez nesse mesmo sistema, a prescrição pudesse ser útil e segura, tanto para o farmacêutico quanto para o paciente”.
INSATISFAÇÃO DA CLASSE No que diz respeito à insatisfação por parte dos médicos brasileiros, a Dra. Silvana comenta que talvez o conceito não fosse errado. “A forma com que foi feita é que promove todo o desconforto da classe médica com relação ao assunto. A vinda dos médicos não tem outro propósito que não o político. Se houvesse mesmo a preocupação com a saúde da população, as coisas teriam sido feitas de forma organizada, estruturada, com a possibilidade de se criar uma infraestrutura física para albergar os serviços de saúde que receberiam os profissionais, 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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DEBATE
IMPORTAÇÃO DE MÉDICOS Você concorda com a “importação” de médicos para o Brasil? Resolveria seus problemas de saúde? Não concorda
Concorda
33%
67%
BELO HORIZONTE
BRASÍLIA
CAMPO GRANDE
CURITIBA
FLORIANÓPOLIS
FORTALEZA
GOIÂNIA
JOÃO PESSOA
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MANAUS
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RECIFE
RIO DE JANEIRO
SALVADOR
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Importação de médicos
TOTAL
ARACAJU
CIDADES
Importação de médicos
18 A 25 ANOS
26 A 40 ANOS
41 A 59 ANOS
60 OU + ANOS
ATÉ 3 SAL. MÍN
3 A 5 SAL. MÍN
5 A 10 SAL. MÍN
+ 10 SAL. MÍN
NÃO SABE / RECUSA
FUNDAMENTAL
MÉDIO
SUPERIOR
ESCOLARIDADE
FEMININO
RENDA
MASCULINO
IDADE
TOTAL
GÊNERO
CONCORDA
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Fonte: ICTQ Pesquisas e Pós-Graduação, 2013. 2.650 entrevistas.
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DEBATE
pensando na assistência médica de forma universal (melhorando também os hospitais, o gargalo da assistência). Não há as equipes formadas que o ministro Alexandre Padilha anuncia, nas quais faltam apenas o médico.” A importação de médicos é feita por muitos países. A Austrália, há alguns anos, interessou-se em receber médicos brasileiros. O Canadá tem um sistema interessante de inclusão de médicos estrangeiros. A Dra. Silvana comenta que, acredita que, para o país que recebe este profissional, possa haver um ganho, na medida que o investimento na formação deste profissional foi feito por outro país. “No entanto, em nenhum lugar do mundo o médico estrangeiro não passa por testes para verificação de competência. Há médicos brasileiros atuando nos EUA. Mas eles ficam quase que o mesmo número de anos dispendidos na graduação brasileira (seis anos) fazendo novos treinamentos e exames antes de iniciar a atuação na prática médica. O mesmo ocorre na Europa.” Quanto a se ter outros profissionais para aliviar a demanda, ela afirma que é preciso observar melhor o que falta. “Há falta de profissionais e infraestrutura para atendimento no nível secundário e terciário. E para este tipo de complexidade há necessidade mesmo de médicos. Os que estão sendo importados não exercerão atividade nesse nível. Quando eles estiverem atendendo um indivíduo nas Unidades Básicas de Saúde, terão 88
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dúvidas que só se dissiparão com a realização de exames mais específicos, muitos dos quais são feitos em hospitais, o que vai agravar ainda mais a situação deles.” O problema vai muito além do âmbito ambulatorial. A prescrição de um antibiótico, por exemplo, é preocupante. “Como fica a prescrição? O farmacêutico poderá vender a medicação sem que a receita traga o registro do médico?”, questiona a Dra. Silvana.
ALTERNATIVAS POSSÍVEIS No caso da Atenção Básica, há que se ter a atuação de equipes multiprofissionais. O Brasil está participando do treinamento destas equipes e haverá crescimento rápido deste tipo de ação. Vale ressaltar que nestas equipes sempre cabe o farmacêutico. Além disso, a infraestrutura física e de recursos humanos deve ser revitalizada como um todo, no nível primário, secundário e terciário. “O médico não teme a formação de equipes multidisciplinares. Todos sabem o papel desta equipe na melhoria da vida das pessoas. Com relação ao médico estrangeiro, o nosso receio tem a ver com o populismo, a falta de planejamento e a possibilidade da população ficar exposta a profissionais sem competência para praticar a medicina. O melhor remédio é o tempo. Ele dirá. Infelizmente a população sofrerá as consequência desta medida paliativa e eleitoreira.”
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OPINIÃO
Farmacêutico trata sintoma,
médico trata doente
A
NÃO SE PODE TRATAR UMA ENFERMIDADE SIMPLESMENTE POR SEMELHANÇA, E SIM COM PROFUNDOS CONHECIMENTOS
PROF. DR. ANTONIO CARLOS LOPES Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica 90
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A Resolução 585, publicada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) em 25 de setembro é, ao contrário do que vem se falando, muito mais do que um problema médico, uma questão social. Ela inclui, entre as atribuições dos farmacêuticos, a prescrição de medicamentos que não necessitam de receita médica. Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que não negamos a importância deste profissional no âmbito da sua atividade. Porém, dois aspectos fundamentais devem ser abordados. Se a prescrição é autorizada quando não há necessidade de receita, o paciente mesmo tem autonomia para ir à farmácia e comprar o medicamento que deseja, não precisa do farmacêutico para isso. Em segundo lugar, podemos afirmar que se trata de uma situação equiparada à automedicação, considerando que a droga será ministrada com base apenas em sintomas e sinais. E isso não é fundamento suficiente para prescrição de medicamentos. O farmacêutico não tem formação para diagnosticar doença, atribuição exclusiva do médico. Não se pode tratar uma enfermidade simplesmente por semelhança, e sim com profundos conhecimentos baseados nas suas características epidemiológicas, etiopatogênicas e fisiopatológicas. Dor de cabeça não é doença, cólica também não, muito menos coriza. Mas, atrás dessas manifestações, o indivíduo pode ter hemorragia, pneumonia e outras complicações graves. Dor abdominal que pode caracterizar simples gastroenterite, por vezes, é indício de uma enfermidade muito mais séria, como a apendicite. Sendo assim, a prescrição baseada apenas em sintomas e sinais pode retardar e mascarar 2013
o diagnóstico, colocando em perigo a vida do doente. Além disso, não se pode menosprezar efeitos colaterais importantes das drogas e sua interação com demais medicamentos em uso, além de poder complicar doenças pré-existentes. Nesses casos, um tratamento, que seria domiciliar, pode acabar gerando internações prolongadas, com mais riscos à saúde. Aquela pneumonia que estava no início e poderia ser facilmente tratada em casa, poderá exigir hospitalização. E aí entramos naqueles outros problemas já bem conhecidos da população brasileira, como a falta de leitos em hospitais, prontos-socorros lotados, enfim, uma situação que atravessa a barreira da delimitação de atividades de uma ou outra classe profissional, agravando o já crítico problema social. Aguardar pelo diagnóstico médico, no final, é muito menos grave do que a ansiedade de buscar a cura com quem não tem competência para prescrever um tratamento adequado. É preciso que se resgate o Sistema Único de Saúde (SUS). O farmacêutico é um profissional da área da saúde extremamente importante na função que vinha exercendo até o momento. Mas o direito e o dever de prescrever medicamentos são do médico. E isso ele faz a partir do diagnóstico da doença, e não de sintomas e sinais. Este é um dos princípios básicos, aprendido e repetido ao longo de todo o curso médico: diagnóstico adequado é fundamental para o sucesso do tratamento e deve ser levado a sério. A partir deste princípio vem outro, de que as doenças, mesmo quando simples, devem ser tratadas com a devida seriedade, para seguirem sendo simples. FOTO: DIVULGAÇÃO
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GESTÃO
Segredos da
boa liderança SER UM MAU LÍDER TRAZ CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS PARA OS NEGÓCIOS E ELEVA OS RISCOS DE SAÚDE DOS EMPREGADOS. APRENDA A OUVIR A EQUIPE E A EXTRAIR DELA BONS RESULTADOS P O R R O D R I G O RO DR I G U ES
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Escolher bem os empregados na hora da contratação é meio caminho andado para a vida longa de qualquer empresa, especialmente no comércio. Mas, muito além da boa escolha do balconista, do farmacêutico ou do auxiliar de loja que atenderão os clientes, o comerciante precisa saber escolher a pessoa que vai liderar os empregados na sua ausência. Entre consultores, empresários e palestrantes, é unânime a percepção de que um mau chefe prejudica o bom andamento dos negócios. No que diz respeito às finanças, ele pode prejudicar a saúde dos empregados, trazendo malefícios invisíveis ao comerciante. Estudo realizado na Suécia aponta que ter um bom chefe diminui a probabilidade do empreFOTOS: SHUTTERSTOCK
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gado desenvolver um infarto em até 20% ao longo dos 365 dias do ano. A pesquisa gerenciada pelo Instituto Karolinska acompanhou 3.122 profissionais de diversas áreas e também apurou que os empregados que trabalham num ambiente de trabalho pesado e com pressão além do suportável têm o potencial de infarto elevado em até 39% ao longo de quatro anos de trabalho na mesma situação. No Brasil, um estudo feito pelo International Stress Management Association (Isma) revelou que 47% dos profissionais entrevistados admitiram ter reações agressivas aos arroubos de autoritarismo do chefe, enquanto outros 78% dizem sentir mais cansaço após uma semana de trabalho exposta a pressão do chefe. O mais grave na pesquisa é que 89% dos trabalhadores ouvidos pelo Isma admitem ter dores musculares e de cabeça frequentemente após uma jornada de traba-
papel do bom gestor é explicar a importância dele para o andamento do ponto de venda e mostrar que, se ele não fizer o que lhe é atribuído, vai atrapalhar todo o negócio e também os colegas. Num ambiente de abertura e diálogo, os próprios colegas de trabalho monitoram e ajudam, na medida do possível, aquele que está mais em apuros, excluindo o chefe de broncas desnecessárias”, explica o consultor e pesquisador da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), Eduardo Freitas. Para Freitas, a “liberdade criativa” é o peso fundamental da balança que determina a satisfação do empregado e o bom clima de trabalho dentro de uma empresa. O consultor alerta que, em muitas cidades, o deslocamento do trabalhador até o local de trabalho é uma epopeia (conjunto de acontecimentos) digna de maratonistas olímpicos, no qual o empregado enfrenta trânsito, transporte lotado, greves, entre outros desafios. “O atraso é normal em qualquer empresa do mundo. O bom chefe tenta entender e escutar as dificuldades do empregado antes de dar broncas, mesmo que os atrasos sejam recorrentes. No mundo ideal, ele tenta realocar pessoas e rearranjar horários para mostrar que a empresa também se esforça para ajudá-lo. O cara que já distribui bronca vai ter um empregado de cara amarrada e pressionado nas oito horas seguintes, quando ele vai trabalhar chateado e desmotivado. É possível o trabalho dele render alguma coisa assim?”, questiona o pesquisador da Unesp.
O FUNCIONÁRIO PRECISA SE SENTIR PARTE DA ENGRENAGEM DA LOJA. O PAPEL DO BOM GESTOR É EXPLICAR A IMPORTÂNCIA DELE E MOSTRAR QUE, SE ELE NÃO FIZER O QUE LHE É ATRIBUÍDO, VAI ATRAPALHAR TODO O NEGÓCIO lho com maus chefes. “A ciência tem agora comprovado o que os livros de liderança há tempos já constataram: a pressão desmedida e a falta de diálogo no ambiente de trabalho atrapalham a produtividade e geram perdas financeiras para as empresas”, lembra o diretor e proprietário da Qualivar Consultoria, empresa especializada no gerenciamento de empresas varejistas, Ricardo Bicov. “Muitas empresas já descobriram que o empregado que falta muito e tem problemas de saúde frequentemente pode ter por trás um chefe que não tem formação suficiente para gerenciar uma equipe e extrair o melhor dela. O empregado que falta ou pede licença prejudica o atendimento e obriga a contratação de folguista emergencial, afetando a principal ponta do comércio, que é o contato com o cliente”, diz Bicov.
POSTURA IDEAL De acordo com os especialistas consultados pelo Guia da Farmácia, o bom líder não é aquele que grita, faz marcação serrada ou monitora o comportamento do empregado como uma mãe que tem uma criança recém-nascida. O segredo, segundo eles, está na liberdade e na responsabilidade que se dá ao empregado. “O funcionário precisa se sentir parte da engrenagem da loja. O
AFASTAMENTO OCASIONADO Segundo dados do Ministério da Previdência Social, o número de empregados afastados por motivo de doença cresceu cerca de 28% nos últimos dois anos no País. Os motivos estão 70% das vezes relacionados ao estresses e a alta carga horária nas empresas. Os setores bancário e comercial são tidos com um dos que mais têm casos de incidência dessas doenças nos trabalhadores. No levantamento feito pelo instituto Isma no Brasil mostra ainda que quase a metade dos entrevistados (46%) que disseram ser submetidos a ambiente de estresse no trabalho admitiram o uso de medicamento para superar o problema, enquanto outros 38% disseram fazer uso frequente de bebidas alcoólicas para lidar com o controle emocional decorrente do ambiente de trabalho. “O papel do coordenador, gerente ou supervisor é extrair o que há de melhor do empregado, não aumentar a insatisfação”, alerta Ricardo Bicov. “Trabalhador desmotivado é um ralo de escoamento de ganhos que não interessa para nenhuma das partes, nem patrão nem empregado”, completa. 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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O número de empregados afastados por motivo de doença cresceu cerca de % nos últimos dois anos no País
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MANUAL DO LÍDER POSITIVO E DE SUCESSO • uça os empregados. • Este a acessível. • Estimule a criatividade comprometimento e participação. • Elogie o trabal o quando necess rio. • Críticas sem gritos e em particular. • Aprenda a dar feedback a cada funcionário individualmente. • espeite escalas plant es e oras extras. • Comunique a equipe sempre que ouver mudanças repentinas. • elegue tarefas. • Identifique a abilidade de cada empregado e seus limites.
METAS ESTIMULANTES Por conta da alta concorrência e das baixas margens, é comum hoje no setor de varejo farmacêutico e no comércio em geral a mensuração de metas para os empregados. A prática já existe em diversos outros setores, como o bancário, por exemplo, e já foi alvo até da Justiça do Trabalho, que deu ganho de causa a empregados obrigados a oferecer serviços aos clientes, sob pena de constrangimento entre os pares. No setor farmacêutico, grandes redes já trabalham com esse tipo de meta, principalmente para venda de perfumaria e produtos de higiene pessoal e beleza. Nessas lojas, o funcionário, às vezes, é obrigado é oferecer o tempo todo produtos para o cliente que vai até o ponto de venda, apenas para comprar um analgésico, por exemplo. O problema, contudo, não está nas metas ou no oferecimento, mas sim na pressão que os superiores colocam no empregado para que os objetivos sejam atingidos. Por mais que o esforço seja reconhecido por muitas empresas, que pagam bônus para as lojas que mais vendem ao final do período estipulado, há uma pressão que pode se tronar um problema para o bom andamento das atividades da loja. “O gerente ou supervisor é tão ou mais cobrado que o empregado para atingir o que a matriz 94
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estipula. Mas, muitas vezes, o bom líder segura para si a responsabilidade, trabalhando a motivação, e não o medo”, explica Eduardo Freitas. “Dizer aos empregados: ‘gente, vamos trabalhar juntos pra tentarmos ganhar aquela grana maior no final do ano?’ é bem diferente de dizer ‘nós precisamos bater a meta custe o que custar’. Todo mundo se sente motivado em saber que o benefício é para todos e que o final do mês pode ser mais tranquilo, com o possível bônus. A equipe trabalha em conjunto e todos se ajudam”, indica o consultor. É comum observar no comércio o gerente que só observa pelas câmeras o movimento da loja e analisa se o empregado está cumprindo o protocolo de vendas, chamando atenção a cada três minutos se não houve o procedimento correto. O feedback, entretanto, tem que ser reservado, com critério e ao final de um período ou jornada. “O puxão de orelha na frente dos clientes ou dos colegas é só mais um motivo para reduzir a autoestima do funcionário e o desapego dele ao trabalho conjunto”, avisa a professora do Núcleo de Estudos do Varejo da ESPM, Heloisa Omine. Ela lembra que muitas vezes a deficiência do gerente ou gestor está na própria formação. Não é raro no comércio o trabalhador que vai galgando degraus na escala de trabalho, chegando até mesmo a gerente, sem ter a formação necessária. “A alta rotatividade e o tempo longo de casa coloca o empregado na linha de frente das substituições, sem que ele tenha adquirido a formação necessária para comandar uma equipe”, comenta. Na opinião dos especialistas, o segredo é investir em capacitação também dos gerentes, que muitas vezes são esquecidos em virtude do foco no aumento das vendas. É necessário, segundo eles, a reciclagem e preparação desses líderes uma ou duas vezes por ano. “Investimento humano não é gasto. É retorno. Os prejuízos que o boca a boca podem causar numa situação extrema dentro da loja é maior que qualquer curso de reciclagem”, avalia Eduardo Freitas.
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PONTO INVESTIMENTO DE VENDA
Tenha um Natal
mais rentável ENQUANTO TODO O COMÉRCIO COLHE OS FRUTOS DA ÉPOCA MAIS LUCRATIVA DO ANO, O VAREJO FARMACÊUTICO NÃO TEM PORQUE FICAR DE FORA. COM AMBIENTAÇÃO, EXPOSIÇÃO E SORTIMENTO BEM TRABALHADOS TAMBÉM É POSSÍVEL GANHAR POR FLÁVIA CORBÓ
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O Natal é quase uma unanimidade. O período de festas deixa o ambiente mais alegre e as pessoas mais relaxadas. Para os lojistas de shopping e comércio de rua então, essa é a melhor época do ano. Corredores e calçadas ficam apinhadas de gente disposta a gastar dinheiro para presentear parentes e amigos, se arrumar e realizar a festa em casa. Mas, de acordo com especialistas, é possível fazer deste momento do ano um período de rentabiliade acima da média também nas farmácias. Para isso, não basta cruzar os braços e esperar que o movimento da loja aumente apenas porque é final de ano. Por não ser um ponto tradicional de compras de presentes, é preciso arregaçar as mangas. FOTO: SHUTTERSTOCK
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“Por falta de investimento dos farmacistas na decoração e treinamento da equipe para vender mais é que as farmácias perdem muitos clientes para a concorrência no mês do Natal. Aqueles que investem colhem excelentes resultados”, garante a consultora de varejo Silvia Osso. Eletrônicos, roupas, calçados e artigos para a casa são algumas das lembranças preferidas dos consumidores na época de final de ano. Mas, dentro das farmácias, existem excelentes opções no setor de perfumaria, que acabam sendo pouco exploradas pelos varejistas. “Oportunidades não faltam, mas é preciso ter planejamento e pocurar junto aos fornececedores soluções que sejam atrativas ao consumidor”, indica o diretor-geral da UBS e vice-presidente do Ibevar, Eduardo Terra. O percentual de aumento da lucratividade de uma farmácia neste período vai depender de algumas variáveis. Uma loja que não prepara nenhuma estratégia específica pode lucrar até 20% a mais, somente porque é Natal. No entanto, aquele varejista que estimular as pessoas a comprarem mais por meio de promoções e ambientação pode ganhar 70% a mais do que a média do ano. “Principalmente se a farmácia estiver localizada no interior, onde existem poucas opções de loja e baixa concorrência. A farmácia torna-se, então, uma boa opção”, destaca a presidente do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa.
AMBIENTAÇÃO TÍPICA O primeiro passo para garantir maior rentabilidade de uma farmácia no período de festas é fazer com que o consumidor se sinta ambientado quando adentrar à loja. Enquanto todo o comércio está enfeitado, aquelas lojas que permanecerem com o mesmo layout e decoração, certamente irão parecer menos atrativas aos olhos do cliente, que não as enxergará como um possível ponto de compra de presentes. “Os lojistas precisam compreender que a imagem é que vende. Se as lojas não são atraentes, como podem estimular o desejo de comprar?”, indaga Silvia Osso. Para remeter a esse clima natalino, vale explorar todos os pontos de exposição da loja, inclusive aqueles que, em farmácias, não costumam ser aproveitados, como os vidros da fachada. Para os varejistas dispostos a inovar e chamar a atenção do consumidor, esse espaço pode se tornar muito mais que um vidro de proteção, e ser utilizado como vitrine. As pontas de gôndola são outro espa-
PREPARA! Tenha em mente o Natal, as férias e o verão e monte o sortimento adequado: • Lançamentos de PC. • Novidades anunciadas na mídia. • Itens especiais de Natal. • Produtos de maior valor agregado. • Cesta de verão e férias como protetores solares, repelentes, hidratantes e cremes pós-sol. • Produtos específicos para cada faixa et ria. ço nobre da loja, que, se bem exploradas, podem colaborar para o aumento da rentablidade da loja. “Dipirona ninguém compra a mais porque é Natal. Então não é hora de priorizar esse tipo de exposição. Nas gôndolas de frente para a rua e entrada da loja, procure expor produtos atraentes, lançamentos e itens de alto valor agregado que podem se tornar um presente legal”, orienta. De acordo com a especialista, este é o melhor momento para expandir a exposição dos produtos de Higiene, Perfumaria e Cosméticos (HPC), em detrimento de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), por exemplo. “Posso entrar na farmácia a procura de um produto que eu preciso, como um medicamento. Mas, a partir do momento que estou dentro da loja e vejo algo que me atraia, eu vou compar. Mesmo que pudesse encontrar em outro local, como shopping ou supermercado. As pessoas não querem perder tempo, não vão deixar para comprar em outra oportunidade”, complementa
QUE PRESENTES? Por não ser um ponto tradicional de compras natalinas, uma ambienteção atrativa fará com que a loja seja percebida de forma diferente que o usual. A mesma coisa vale para os presentes. A partir do momento que são expostos kits com sugestões de lembranças, o gatilho foi disparado. “Dessa forma dou ideias ao consumidor, porque tem muita coisa que ele não enxerga sozinho, que não pensaria em comprar como presente. A loja dá uma mãozinha e, assim, melhora as vendas”, acredita Regina Blessa. 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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PONTO DE VENDA
EXPLORE AS POSSIBILIDADES DENTRO DA FARMÁCIA Entrada e saída
1- Vidros da fachada
4 - Caixa
1- Vidros da fachada
Gôndola
Gôndola
Gôndola
3 - Prateleiras em destaque, com kits de presentes
5 - Funcionário
2- Ponta de gôndola
1 - Vidros da fachada: este espaço pode ser explorado como uma vitrine. Com o comércio todo enfeitado, a farmácia também deve tornar-se mais atrativa. 2 - Ponta de gôndola: no final de ano, os produtos de destaque devem ser os de higiene, perfumaria e cosméticos (HPC), pois são opções de presentes. 3 - Prateleiras em destaque, com kits de presentes: para que o consuidor veja a farmácia como um ponto para compra de presentes, invista em kits. 4 - Caixa: o décimo terceiro salário e o clima de festa deixam o consumidor disposto a gastar mais. Crie uma política de facilitação do pagamento e promoções ligadas ao cartão da loja. 5 - Funcionário: para que as estratégias de aumento de venda no final do ano sejam bem-sucedidas, os colaboradores devem ser treinados a oferecer os produtos em destaque. 98
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PONTO DE VENDA
A possibilidade de sortimento a ser explorado nesta época do ano é bem ampla. Produtos para crianças, adultos e idosos podem ser trabalhados, desde um simples xampu infantil, passando por estojos de maquiagem para as adolescentes até cremes anti-idade para idosos. É o momento também de explorar a cesta de produtos ligados ao verão e às férias, como protetores solares, repelentes, hidratantes e cremes pós-sol. Quando as sugestões são apresentadas em kits, a possibilidade de sucesso é ainda maior. “No Brasil, os kits são bem vistos. O que precisa ser melhorado são as embalagens ou locais onde os kits são montados. Na concorrência há muitas ideias para isso. Os farmacistas não investem nesse tipo de cuidado e perdem dinheiro”, ressalta Silvia Osso. Para definir de que maneira e com quais itens um kit deve ser feito, vale ficar ligado aos lançamentos, acompanhar a mídia, as promoções natalinas, explorar itens de maior valor agregado. Na hora de decidir a embalagem do kit, é preciso prestar atenção a detalhes importantes, como o embrulho. Normalmente, a opção mais comum adotada pelas farmácias é papel celofane e amarrado com um laço. Apesar de ter um visual atrativo, dessa forma, o consumidor não tem como saber quais os itens contidos dentro do kit. “É preciso deixar bem claro o valor total, quais os produtos têm ali dentro e dar algumas informações sobre esses itens. Deixe pelo menos um kit aberto para facilitar a visualização e a interação do consumidor”, aconselha Regina Blessa. Outra fator essencial para garantir a atratividade de um kit de presentes dentro de uma farmácia é o preço. Para oferecer promoções vantajosas, é preciso programar-se e negociar com os fornecedores com antecedência de, no mínimo, três meses. “Discuta as oportunidades, os lançamentos de maior expectativa para o verão e Natal e, depois definido o sortimento, execute a compra de forma estratégica”, alinha Fábio Gallo, da FGV. Essa conversa com o fornecedor deve ser iniciada em outubro, pois, em seguida, ainda será preciso fechar os pedidos, para começar a recebê-los no começo de dezembro, no máximo.
DICAS IMPORTANTES De nada adianta investir em uma ambientação especial, adquirir um sortimento estratégico e definir kits de presente, se a equipe de colaboradores da farmácia não for integrada 100
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POR FALTA DE INVESTIMENTO DOS FARMACISTAS NA DECORAÇÃO E TREINAMENTO DA EQUIPE PARA VENDER MAIS É QUE AS FARMÁCIAS PERDEM MUITOS CLIENTES PARA A CONCORRÊNCIA NO MÊS DO NATAL. AQUELES QUE INVESTEM COLHEM EXCELENTES RESULTADOS ao momento especial por qual passará a loja no período de festas. “É fundamental ir treinando os funcionários para que aumentem o tíquete médio da loja, oferecendo mais produtos ou explorando a exposição adequada de produtos-chave na loja”, alerta Silvia Osso. O varejista também deve ter em mente que, no final de ano, o consumidor está com o bolso mais cheio, devido ao recebimento do décimo terceiro. E, ainda que a farmácia não seja o alvo principal dos gastos desse período, há sempre a possibilidade de aumentar os ganhos da loja. “Como o consumidor recebe um pouco mais, aquele que não estiver endividado, faz mais compras mesmo. A farmácia acaba sendo o local onde ele vai buscar produtos para se embelezar e melhorar a aperência”, destaca Regina Blessa. Por isso, na época de festas de fim de ano, é importante oferecer facilidades e prazos de pagamentos mais alongados ou vendas facilitadas pelo cartão de crédito ou da própria loja, levando sempre em conta que, devido a forte concorrência do varejo farmacêutico no Brasil, políticas de preço devem ser trabalhadas durante o ano todo, e não somente em datas especiais. “Mas, caso seja de política da loja não anunciar as vantagens de preço, no Natal seria uma boa época para explorar esse diferencial”, finaliza.
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FINANÇAS
Bolso
consciente TER TOTAL CONTROLE SOBRE A SAÚDE FINANCEIRA DA FARMÁCIA É ESSENCIAL PARA AVALIAR O DESEMPENHO DO NEGÓCIO AO LONGO DO ANO E PLANEJAR UM CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL PARA O PERÍODO A SEGUIR POR FLÁVIA CORBÓ
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O final de ano é geralmente associado ao período de festas e férias. Mas, para os proprietários de empresas próprias, também é o momento de avaliar o desempenho dos negócios após 12 meses de trabalho. Esse retrospecto é importante e necessário, mas só poderá ser feito adequadamente se o controle a respeito das finanças tiver sido levado a sério ao longo de todo o ano. O ideal é que, por menor que seja o empreendimento, o movimento de caixa seja apurado e controlado diariamente. Já o balanço patrimonial e a demonstração de resultados deveriam ser avaliados mensalmente. “Nos dias atuais, a apuração do lucro ou dos resultados uma vez FOTOS: SHUTTERSTOCK
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ao ano é um período muito longo, principalmente para o pequeno empresário. Essa apuração deveria ser minimamente trimestral ou, idealmente, mensalmente”, opina o diretor-executivo da Intelligentsia Corporativa e consultor associado da Ynner, Antonio Marques. Depois de colhidas e registradas essas informações referentes ao dia a dia da farmácia, será possível realizar um balanço com uma visão mais macro. Mesmo que o empreendimento tenha sido inaugurado no meio do ano, por exemplo, as análises devem ser feitas em concordância com o término do ano civil, pois o desempenho pode variar muito mês a mês devido à sazonalidade. “Dependendo do tamanho do negócio, é possível manter este controle com ferramentas mais simples, como panilhas de Excel. Mas, se for viável adquirir um software que opere estoques e dê baixa nos produtos conforme são passados pelo caixa, melhor. Farmácia não pode ser um negócio amador”, aconselha o professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), Fábio Gallo. Independentemente do período a ser analisado, o conceito mais importante que deve ser apreendido pelo gestor é a respeito da diferença entre lucro e geração de caixa. O lucro é o resultado do faturamento menos todos os custos e despesas. A geração de caixa é o resultado de todos os recebimentos menos todos os pagamentos. Já o faturamento é uma venda que nem sempre representa recebimento do dinheiro. “Caso tenha sido vendido um medicamento para um cliente e foi dado um prazo de 30 dias para ele pagar, houve o faturamento, mas o recebimento do dinheiro não se realizou. Naquele mês, será reconhecido que houve um faturamento, custos do produto vendido e o lucro referente àquela venda, mas a geração de caixa somente ocorrerá no mês seguinte”, detalha Antonio Marques.
RESULTADOS INSATISFATÓRIOS SÃO GERALMENTE ASSOCIADOS A FATORES TAIS COMO PRECIFICAÇÃO ERRÔNEA DOS PRODUTOS, DESCONTOS EXAGERADOS, CUSTOS FIXOS ALTOS, DESPESAS FIXAS ALTAS, ALTO ENDIVIDAMENTO, ENTRE OUTROS NA PONTA DO LÁPIS Para que se tenha uma noção mais clara dos ganhos de uma farmácia, um caminho simples é identificar todas as receitas e despesas, de preferência extratificadas por tipo e por grau de importância. Quais são os principais gastos da farmácia? Compra de medicamento, em seguida folha de pagamento, depois energia elétrica? Depois de todos os itens organizados, é possível verificar onde se está gastando a mais ou a menos. “Essa prática é chamada de análise horizontal, que permite checar, conta a conta, se há alguma despesa subindo muito, fugindo de média. O ideal é que esse levantamento seja feito mês a mês”, indica Fábio Gallo. Há ainda uma maneira mais correta de fazer esta comparação, que seria transformar o valor do primeiro mês em base cem e indexar os outros valores todos em relação àquela base – dividindo um pelo outro. “Seja feito dessa forma ou pelo valor nominal, os dados formarão um gráfico de evolução. Então, é possível enxergar se o gasto com energia começou num patamar e subiu muito, por exemplo. A ideia é fazer a análise se houve um aumento devido a alguma sazonalidade ou se tem algo que está mesmo chamando a atenção e merece ser corrigido.” 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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FINANÇAS
Dentro da economia, também é possível se utilizar da análise vertical de receitas e despesas. Dessa maneira, o gestor deve levantar o total de gastos e estipular o percentual que cada conta representa dentro do montante final. “Vamos supor que uma farmácia tenha R$ 10 mil de gastos por mês. Com folha de pagamento são dispendidos 24% desse total. No mês seguinte, percebo, por meio deste cálculo, que o percentual subiu para 27%, porque paguei férias a um funcionário. Mas, ao longo do tempo, vai crescendo, e o valor atinge a casa dos 35%, por exemplo, algo aconteceu. De repente foi contratada muita gente ou os salários estão supervalorizados”, explica Fábio Gallo. Outra maneira muito utilizada para calcular o nível de rentabilidade – que pode ser mensal ou o consolidado do ano – é fazer a relação do lucro líquido com a receita líquida, isso é, divide-se o lucro líquido do período pelo faturamento e multiplica-se o resultado por cem. “Ou seja, uma farmácia com faturamento, no mês, de R$ 120 mil e lucro líquido de R$ 20 mil. Neste caso, a rentabilidade líquida seria de 16,7%, (20/120 x 100)”, exemplifica Antonio Marques. Em todos os casos citados acima, caso haja dúvidas se os resultados obtidos são satisfatórios ou não, é válido pesquisar o mercado. Associações e institutos que investiguem o setor farmacêutico costumam divulgar dados sobre o percentual de crescimento do varejo, aumento de volume de vendas e faturamento. Observar o desempenho da concorrência também pode ser um parâmetro de avaliação a ser utilizado.
SEPARANDO GASTOS Além de controle e cálculos, um gestor deve seguir algumas regras básicas para garantir o sucesso do negócio. Uma das mais importantes, e defendida com unanimidade entre os especialitas em finanças, é nunca misturar despesas pessoais com as do negócio próprio. “Vejo muito empresário falando que a loja dele não dá dinheiro, rende apenas 1%. Mas, ao analisar mais de perto, é a loja quem paga o aluguel da casa dele, que paga a comida da semana. Aí, ele já não sabe quanto esta gastando em pessoa física e jurídica. Os bolsos devem ser distintos’’, defende Fábio Gallo. Um fator que deve ser levado em consideração quando se trata do bolso jurídico do negócio é o valor do aluguel. Mesmo que o imóvel seja 104
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ESTEJA ATENTO Destacam-se os seguintes fatores críticos de avaliação de desempenho de um negócio em um período qualquer – mês, trimestre, semestre ou ano: a) Qual é a margem de contribuição líquida média por produto ou categorias de produtos? b) Qual foi o lucro líquido e a margem de rentabilidade líquida? c) Qual foi a geração de caixa? d) Qual é a necessidade de capital de giro? e) Qual é o ciclo operacional de caixa médio?
de propriedade do dono da farmácia, o valor referente ao que seria a locação do imóvel deve ser descontado pelo dono mensalmente. “Além disso, na folha de pagamento, deve estar estipulado também o salário dele, o chamado pro-labore”, defende o sócio-diretor da Desenvolva Consultoria e Treinamento, Luiz Antônio de Lima. “E caso ele tenha mais de uma farmácia, esse salário deve ser dividido entre as unidades.” Outra regra que deve ser mantida em mente é a necessidade de separar gastos (despesas e custos) de investimentos. A compra de um carro, um ar-condicionado, novas prateleiras etc. são exemplos de investimentos no imobilizado. Esses investimentos são contemplados no fluxo de caixa, mas não entram na demonstração de resultados. O investimento é necessariamente um gasto que é realizado visando retornos futuros. “Nesse sentido, é bom ressaltar que todo o lado esquerdo do balanço (os chamados ativos ou bens e direitos) deve ser considerado investimento”, alerta Antonio Marques. Mede-se o retorno pela relação do lucro líquido com o total dos ativos, vale dizer, divide-se o lucro líquido do período pelo total dos ativos e, em seguida, multiplica-se o resultado por cem. Exemplificando: seja o caso da farmácia com lucro líquido de R$ 20 mil no mês e ativos totais de R$ 600 mil. Neste caso, o retorno mensal seria de 3,3% ao mês. O retorno dos ativos, conforme calculado acima, é, portanto, uma excelente medida de referência
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FINANÇAS
EM MUITOS CASOS, O QUE TEM MATADO AS EMPRESAS É ESSA FALTA DE LIQUIDEZ NOS DIAS ATUAIS, A LITERATURA É FARTA EM APONTAR QUE AS PESSOAS DITAS RICAS TÊM O HÁBITO DE POUPAR A QUALQUER CUSTO
FAÇA AS CONTAS Rentabilidade:
renda – o custo = margem da mercadoria bruta margem – despesa bruta fixa
= lucro
para avaliar o desempenho do negócio. Medido em termos anuais, pode ser comparado com várias alternativas no mercado, principalmente no mercado financeiro. Uma aplicação financeira que ofereça, por exemplo, 1% ao mês resultará num retorno anual de composto de 12,7%. No Brasil, os negócios pequenos, atuando principalmente no varejo, deveriam oferecer retornos entre 20% e 30% ao ano, devido aos riscos do negócio.
DIAGNÓSTICO RUIM E depois de tantos cálculos, o que fazer caso o resultado obtido esteja abaixo do esperado? Em primeiro lugar, é preciso identificar onde está o problema. Na análise horizontal e vertical, é possível enxergar se alguma das despesas saiu da curva média e puxou o desempenho para baixo. Mas há outras diversas variáveis que podem prejudicar o desempenho da farmácia. “Resultados insatisfatórios são geralmente associados a fatores tais como precificação errônea dos produtos, descontos exagerados, custos fixos altos, despesas fixas altas, alto endividamento, giro baixo dos estoques, períodos alongados de recebimentos dos clientes, entre outros. O empresário deve avaliar frequentemente quais desses itens estão afetando os resultados do seu negócio”, lista Antonio Marques. A falta de planejamento e de reserva financeira para executar melhorias também podem ser um empecilho para o crescimento dos negócios. Poupar é sempre necessário, no entanto, os especialistas divergem em relação à quantia que deve ser guardada. Para Fábio Gallo, é preciso definir que melhorias devem ser implementadas e em quanto tempo, para, então, calcular o montante que será necessário poupar para pôr o plano em ação. 106
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Caso a tributação seja calculada pelo Simples Nacional, este já é o lucro total. Caso contrário, é ainda preciso subtrair o imposto de renda para se obter a rentabilidade líquida. Relação do lucro líquido com a receita líquida: lucro líquido do período faturamento x 100
Já Antonio Marques acredita que a reserva de caixa deve cobrir pelo menos parte das necessidades de capital de giro da empresa para garantir a sobrevivência do empreendimento. “Em muitos casos, o que tem matado as empresas é essa falta de liquidez. Sabe-se que a Babilônia foi o país mais rico da história do homem, em termos relativos. Naquele país, naquela época, todos na população tinham o hábito de guardar entre 10% e 20% dos seus rendimentos. Também nos dias atuais, a literatura é farta em apontar que as pessoas ditas ricas têm o hábito de poupar a qualquer custo”, filosofa.
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TREINAMENTO
Desenvolvimento
contínuo
A CONTENTO PRODUZ CONTEÚDO CUSTOMIZADO PARA CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DO VAREJO FARMACÊUTICO EM PARCERIA COM A INDÚSTRIA P O R L Í G I A FAV O R ETTO
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A necessidade de especialização é uma constante no mercado farmacêutico. O crescimento do setor e a concorrência cada vez mais acirrada exigem profissionais mais bem preparados para encarar os desafios impostos naturalmente pela movimentação acelerada tanto da indústria quanto do varejo. Dessa forma, oferecer treinamento através de conteúdo de qualidade é uma ação que ganha espaço e, acima de tudo, investimento por parte dos fabricantes aos seus clientes. Sempre tão distantes um do outro, indústria e varejo passaram a buscar alternativas de aproximação. No mercado farmacêutico, estreitar relacionamentos é uma atitude fundamental. Nessa ligação todos saem ganhando, já que o valor adquirido com a troca de experiências é inestimável. FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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TREINAMENTO
Hoje em dia, a indústria consegue chegar ao ponto de venda prestando um serviço diferenciado. Na proposta de parceira, clientes em potencial são beneficiados com treinamentos customizados, o que agrega valor ao cliente com conteúdo, um dos principais objetivos. Oferecer treinamento é uma ação promocional dentro das ferramentas estratégicas de marketing de uma empresa. A intenção é clara: levar conteúdo aos funcionários de farmácias e drogarias, sejam eles balconistas, farmacêuticos, consultores de vendas, caixas, gerentes, gestores e até mesmo os proprietários. Diante da tendência, a Contento Comunicação, produtora do Guia da Farmácia há mais de 20 anos, especializou-se e oferece agora treinamentos ao varejo farmacêutico em parceria com as principais indústrias que atuam no mercado brasileiro. De acordo com o diretor da empresa, Gustavo Godoy, treinamento constante é imprescindível em qualquer setor e mais ainda no de saúde e beleza, principalmente devido ao grande potencial de crescimento e à profissionalização qualificada das companhias. “A realização dos treinamentos permite à Contento estender de forma didática e acadêmica todo o conteúdo transmitido através de nossas revistas, possibilitando ainda aprofundar assuntos relativos às áreas relacionadas à gestão e aos profissionais que atuam no setor.” A Contento passou a ter expertise em treinamento há mais de quatro anos, em função da demanda do mercado, e hoje possui um departamento exclusivo para essa finalidade. Além de customizar produtos em parceria com a indústria, fornece treinamentos próprios, como o Treina PDV Farma, que é um treinamento a distância dirigido aos gestores e profissionais do varejo farmacêutico, que, além de agregar a entrega de material impresso, utiliza como elo o trabalho da força de vendas de diversos distribuidores de medicamentos em vários Estados do Brasil. “Já o treinamento de Logística Farmacêutica, que será lançado ainda neste ano pela Contento, é um treinamento a distância dirigido aos profissionais ligados ao setor de logística das empresas atacadis11 0
A CONTENTO PASSOU A TER EXPERTISE EM TREINAMENTO HÁ MAIS DE QUATRO ANOS, EM FUNÇÃO DA DEMANDA DO MERCADO, E HOJE POSSUI UM DEPARTAMENTO EXCLUSIVO PARA ESSA FINALIDADE. ALÉM DE CUSTOMIZAR PRODUTOS EM PARCERIA COM A INDÚSTRIA, FORNECE TREINAMENTOS PRÓPRIOS tas, distribuidoras, operadores logísticos, transportadoras e redes de farmácias, entretanto, diferencia-se por ter todas as suas aulas ministradas por professores renomados, gravadas em estúdio e disponibilizadas juntamente com material de apoio no site do curso.” Godoy explica que o formato on-line cresceu nos últimos anos e tende a se ampliar rapidamente nos próximos, devido à facilidade de horário e local a que permite o aluno fazer as aulas. Mas é importante ressaltar que o treinamento a distância exige técnicas diferenciadas que permitam ao aluno assimilar e reter o conhecimento adquirido. “Por isso, o trabalho da Contento, desde o princípio, foi o de empreender esforços para adquirir know-how necessário para atingir o nível de excelência e qualidade exigido pelo mercado.”
PARCERIAS DE SUCESSO Mais do que nunca, o pequeno varejista precisa empreender esforços para incrementar e organizar o ponto de venda em função do crescimento das grandes redes e da concorrência como um todo, mas, acima disso, tornam-se fundamentais a qualificação e profissionalização dos colaboradores que lá trabalham, seja na gestão do negócio, seja no atendimento ao consumidor. Gustavo Godoy conta que os temas são definidos juntamente com consultores e professores com experiência no dia a dia e nas principais necessidades do segmento em que o treinamento é foca-
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do. “Seja para o gestor, balconista, dermoconsultor, farmacêutico ou qualquer outro colaborador da loja. Nossa equipe produz, com base nos assuntos escolhidos, um material didático que na maioria das vezes conta com exemplos práticos.” Ele explica que qualquer treinamento que vise o aprimoramento e atualização dos colaboradores objetivando o crescimento do negócio é totalmente válido, sendo que a empresa patrocinadora que propicia essa oportunidade ao cliente ganha diretamente no fortalecimento de sua imagem e das suas marcas. “O varejo tem respondido positivamente aos treinamentos e constantemente temos recebido solicitações de empresas que não tiveram a oportunidade de participar de algum já realizado, mas que gostariam de participar nos próximos que a Contento fizer.” A Novartis realiza, em parceira com a Contento, o projeto webcursos – Seu Atendimento Vale Mais – que tem como principal objetivo levar conteúdo, formar e certificar os profissionais, incluindo balconistas, atendentes e farmacêuticos. Com a iniciativa, a empresa visa contribuir com a capacitação do segmento farmacêutico e possibilitar que os profissionais ofereçam o melhor atendimento aos seus clientes. A gerente de trade marketing da Divisão Farmacêutica da Novartis, Fabiane Rossi, diz que os treinamentos para o varejo farmacêutico são de extrema relevância, visto que não existem muitas possibilidades de formação no segmento, além da graduação em farmácia. “Além disso, acreditamos que os treinamentos oferecidos pela Novartis são complementares às iniciativas do varejo na capacitação e no desenvolvimento de seus profissionais.” Segundo explica a executiva, os treinamentos seguem a linha estratégica da Novartis de estar cada dia mais próxima dos pontos de venda (PDVs). Para isso foi criado o programa Seu Conhecimento Vale Mais, uma iniciativa que faz parte do portfólio do programa de adesão ao tratamento Vale Mais Saúde e que traz possibilidade de desenvolvimento aos funcionários dos PDVs. “Esses treinamentos, além de capacitá-los, agregam valor à marca Novartis junto a este importante público.” O laboratório investe através de parceiros já reconhecidos no mercado, ao disponibilizar excelentes cursos gratuitos direcionados ao segmento. “Na minha opinião, não há a melhor forma. Exitem diferen11 2
OS TREINAMENTOS AJUDAM OS VENDEDORES A TER ENCONTROS MAIS EFETIVOS COM O CLIENTE, ENTENDENDO AS MOTIVAÇÕES DE COMPRA DELES E OS HÁBITOS E COSTUMES, AUXILIANDO-OS A ESCOLHER A MELHOR SOLUÇÃO QUE ATENDA SEUS PROBLEMAS tes frentes de aproximação da indústria com o varejo, e o que buscamos na Novartis é atender a todas elas com excelência.” Dessa forma, Fabiane explica que o formato on-line foi escolhido por ser acessível e ilimitado, no sentido de que todos os profissionais que tenham interesse e disponibilidade possam desenvolver suas carreiras. “Neste ano, trouxemos a novidade chamada Seu conhecimento Vale Mais, uma plataforma para promover o desenvolvimento do varejo com uma série de cinco webcursos certificados desenvolvidos pelo Guia da Farmácia e disponibilizados exclusivamente pela Novartis a todos os gerentes, farmacêuticos, balconistas, caixas e estoquistas que desejarem. São tratados assuntos como planejamento, atendimento ao cliente, promoção de venda, entre outros em um site interativo e de fácil acesso. Os temas escolhidos para o primeiro ciclo são de interesse para as diferentes atividades realizadas no PDV, oferecendo oportunidade para que todos os funcionários dos PDVs possam participar de um ou mais cursos. Os temas já disponíveis são: dispensação, fidelização, planejamento, fluxo de caixa, plano de carreira.” A EMS também atua de forma a auxiliar no desenvolvimento profissional dos farmacêuticos que atuam com foco em classes terapêuticas relacionadas ao sistema nervoso central (SNC), visando uma atendimento de excelência aos pacientes, o que está alinhado ao posicionamento institucional da marca EMS e com os pilares regulatórios da Portaria 344 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em conjunto com as orientações e prescrições médicas, o correto atendimento profissional pode auxiliar os pacientes que, em
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PRODUTOS DESENVOLVIDOS PELA CONTENTO
muitos casos, podem precisar de uma atenção especial do farmacêutico. De acordo com diretor de marketing da EMS Genéricos, Carlos Nahum, o formato impresso do SNC em Foco com complemento on-line foi escolhido para facilitar o dia a dia do farmacêutico, que terá a possibilidade de ser orientado por meio do módulo impresso e também por matérias disponibilizadas na internet. Além disso, aqueles que se cadastrarem no site poderão acessar um conteúdo adicional relacionado ao tema, para ampliar seus conhecimentos em Atenção Farmacêutica. “Os temas tratam sobre aspectos da Portaria 344, com orientações sobre a importância do cuidado com os diferentes tipos de receitas, bem como sobre o controle desses documentos, além de abordar a Atenção Farmacêutica com foco nas classes terapêuticas ligadas ao SNC.” Há cinco anos a EMS investe em estratégias de suporte técnico aos farmacêuticos. A empresa acredita que o bom serviço prestado pelo varejo é fundamental para que a população possa ter acesso a medicamentos de qualidade recebendo atendimento de excelência nas farmácias. “A Contento foi escolhida devido ao seu profissionalismo e know-how do mercado farmacêutico. A empresa tem demonstrado compreender a realidade do varejo e é versátil na maneira de conduzir projetos inovadores.” Na visão da Sandoz, os treinamentos ajudam os vendedores a ter encontros mais efetivos com o cliente, entendendo as motivações de compra deles e os hábitos e costumes, auxiliando-os a escolher a melhor solução que atenda seus problemas. Uma pessoa mais capacitada consegue responder de forma mais acertada aos questionamentos dos clientes. Ao mesmo 11 4
tempo, é uma forma de fortalecer o relacionamento entre a empresa e o cliente através da motivação pelo aprendizado. “Os treinamentos desenvolvidos ao longo deste ano nos deram a possibilidade de estar mais perto das farmácias, mostrando os medicamentos que a companhia possui para ajudar os pacientes e os valores e pilares da nossa companhia”, revela o assistente de marketing de produtos da linha de genéricos e similares, Osmar Rodrigues Junior. De acordo com o executivo, os treinamentos, com certeza, são uma das melhores formas, pois agregam valor para o pessoal de farmácias que absorve conhecimentos da indústria. “É uma forma de criar um relacionamento mais duradouro com os clientes.” A Sandoz optou pelo formato impresso, são minifascículos publicados bimestralmente em cinco edições. “Mesmo que hoje a maioria das coisas sejam em formato digital, o formato impresso é a forma mais tradicional. Todos os meses o Guia da Farmácia envia vários materiais diferentes dentro do pacote, e achamos que as pessoas gostariam de abrir e ver todas as novidades. O formato impresso dá a possibilidade para o cliente de guardar o treinamento e deixar ele em um lugar acessível.” Ao longo de 2013, o laboratório abordou temas relacionados com cardio, metabolismo, antifúngicos, analgésicos, saúde masculina, doenças musculares, entre outros. “Escolhemos esses temas porque a Sandoz oferece medicamentos que podem ajudar o paciente a resolver ou melhorar esses problemas de saúde.”
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Prestação
de serviços A INFORMATIZAÇÃO DE TODO O OPERACIONAL DE UMA FARMÁCIA É ESSENCIAL PARA MANTER-SE COMPETITIVO E CONECTADO À VELOCIDADE DE MUDANÇAS DO SETOR POR FLÁVIA CORBÓ
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O dinamismo do mercado e a agressiva concorrência não permitem mais espaço para amadorismo dentro do varejo farmacêutico. Mesmo lojas pequenas e independentes devem estar antenadas às tendências e investir na profissionalização de seus processos internos. Na Era Digital isso significa estar conectado. Uma boa interação com o ambiente virtual garante maior agilidade, precisão e condições de competição em meio à selva do mercado. FOTOS: SHUTTERSTOCK/ DIVULGAÇÃO
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ATUALMENTE, SÃO DISPONIBILIZADAS MAIS DE 16 MIL APRESENTAÇÕES NO GUIA DIGITAL. TER ACESSO A ESSE MONTANTE DE INFORMAÇÃO TORNA-SE MAIS SIMPLES QUANDO DISPONÍVEL NA REDE DE COMPUTADORES UTILIZADO NA FARMÁCIA sobre princípios ativos, fazer buscas pelo código de barras e descobrir quais os medicamentos oferecidos por determinado laboratório. O sistema informa, inclusive, os valores dos impostos sobre o preço sugerido de acordo com o Estado selecionado pelo usuário. “O Guia Digital é uma ferramenta de uso diário, essencial para aumentar a eficiência das lojas no atendimento e para que os profissionais do varejo tenham sempre em mãos todas as informações atualizadas sobre os medicamentos comercializados no País”, explica o diretor da Contento, Vinícius Dall’Ovo. Atualmente, são disponibilizadas mais de 16 mil apresentações no Guia Digital. Ter acesso a esse montante de informação torna-se mais simples quando disponível na rede de computadores utilizado na farmácia. Pelo menos duas vezes por mês esses dados são atualizados, para evitar erros e prejuízos no momento de oferecer preços e descontos ao consumidor. No menu “Novos e Alterados”, por exemplo, encontra-se uma tabela com todos os medicamentos que tiveram alguma alteração recente, como redução, aumento de preço ou ainda produtos novos no mercado.
QUEM USA Diante desta tendência – hoje já consolidada – o Guia da Farmácia decidiu, em 2010, levar a lista de preços ao universo on-line. Além da relação que chega mensalmente às mãos dos assinantes, percebeu-se a necessidade de oferecer uma ferramenta mais coerente com a demanda dos dias atuais. Desde então, a relação completa e atualizada dos medicamentos vendidos no País pode ser checada tanto fisicamente quanto virtualmente. Também monitorado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Guia Digital permite ao varejista consultar apresentações e preços dos medicamentos, dados
Mesmo vindo de uma família empreendedora, que atua em diferentes segmentos do varejo, o proprietário da MB Farmácias, Éder Fernandez, encontrou dificuldades quando assumiu o segmento farmacêutico das empresas da família no lugar da irmã no início de 2012. Responsável pelo comando de oito farmácias espalhadas entre as cidades de Ijui, São Luiz Gonzaga e São Borges, todas no Rio Grande do Sul, o empresário assustou-se com a chegada abrupta de grandes redes à região. “No começo perdemos um pouco de faturamento e chegamos a pensar que teríamos que sair do ramo”, relembra. A política agressiva de desconto praticada por essas redes era uma ameaça e obrigou o empresário a mudar a estratégia de negociação de preços. 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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Dentro das lojas MB Farmácias, o Guia Digital é a ferramenta utilizada para consulta de produtos, pesquisa de princípio ativo, checagem de laboratórios e também para fornecer informações do código de barras 11 8
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“A concorrência é forte e temos de nos manter competitivos. Com isso, tivemos que adotar também uma prática de desconto junto ao consumidor”, conta. E para que a negociação de preço fosse mais ágil, mas ao mesmo tempo responsável, sem trazer prejuízos financeiros para as farmácias, Fernandez decidiu adotar o Guia Digital dentro das uniMarco Antonio Almeida dades que gerencia. Loureiro, da Comercial Hoje, as atualizações de Mostaert Ltda., diz que preço das farmácias são todecidiu aperfeiçoar o das baseadas nas relações sistema operacional fornecidas pelo Guia Digital. “Importo diretamente do Guia da Farmácia os arquivos com os preços, aí meu sistema interno lê o arquivo e faz a comparação entre os preços da loja e os do Guia. Mantenho os valores 100% atualizados em cima dos preços do Guia da Farmácia, depois pratico os descontos direto no balcão”, explica. Dentro das lojas da MB Farmácias, a ferramenta on-line ainda é utilizada para a consulta de produtos, pesquisa de princípio ativo, checagem de laboratórios e também para fornecer informações do código de barras, quando surge algum problema no momento de importar um Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF). Os recursos do Guia Digital se encaixaram tão bem dentro dos processos das lojas que hoje a lista impressa não é utilizada com tanta frequência. A opção por dar preferência aos dados on-line foi garantir a atualizadade das informações. Os funcionários costumavam deixar a lista impressa por longos períodos no balcão e acabavam, juntamente com os clientes, consultando o preço em uma lista desatualizada. Diante do problema, a nova rotina adotada é: assim que abrir a farmácia, acessar o Guia Digital e deixá-lo aberto nos computadores para que as consultas sejam feitas por esse canal. Para Fernandez, o Guia Digital representa uma maneira de manter-se competitivo e fazendo frente à concorrência: “Nos dá agilidade e confiança, porque meu sistema lê o código de barras do arquivo do Guia e já se equipara aos meus dados internos, então não existe a possibilidade de ter um preço errado”, afirma. Já a distribuidora Comercial Mostaert, situada em Recife (PE), atua no mercado de medicamentos hospitalares e oncológicos desde 1980. Apesar do foco dos negócios estar nos mercados do Norte e Nordeste, a em-
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presa tem alcance nacional e trabalha tanto com parceiros públicos quanto privados. Nos últimos anos, viu-se obrigada a investir no crescimento e no aprimoramento da estrutura física e da força de trabalho para suportar o peso da concorrência. “Participamos de muitos pregões eletrônicos, nos quais concorremos com o Brasil todo, e Recife é um dos locais onde mais enfrentamos concorrentes. Hoje a região é o segundo maior polo de medicamentos do Brasil”, afirma gerente de licitação da Comercial Mostaert Ltda., Marco Antonio Almeida Loureiro. Diante desse cenário, a empresa decidiu aperfeiçoar o quadro de funcionários, o sistema operacional e criar parceria com novos laboratórios para ampliar o leque de produtos. A medida deu certo e hoje a empresa cresce 20% e 22% ao ano. Dentro das melhorias operacionais, uma das ferramentas adotadas foi o Guia Digital. Há cerca de três anos, por meio de um informativo enviado junto à lista impressa, a empresa tomou conhecimento do recurso e decidiu investir, já que coincidia com o processo de expansão e profissionalização enfrentado naquele momento. Hoje, o Guia Digital é utilizado, principalmente, pela força de vendas, em processos de licitação e de cotação, consultar preços e verificar lançamentos. “São muitos medicamentos e muita coisa não dá para saber de cabeça. Digitar o nome do produto e já obter as informações facilita muito na hora de negociar com nossos fornecedores”, garante Loureiro. Trabalhando no ramo desde 2002, o gerente sabe que qualquer ganho de agilidade é suficiente para melhorar os processos internos e trazer mais ganhos aos negócios. “Tempo é dinheiro. E, hoje, não perdemos mais tanto tempo para fazer as mesmas atividades de antes. Quando temos algum problema de acesso à internet ou ao sistema, faz muita falta no nosso dia a dia.” Mas mesmo com a adoção do Guia Digital, o material impresso ainda é aproveitado pela distribuidora. Apesar de dentro da empresa, o conteúdo impresso já não é muito utilizado, eles aproveitam para Rosângela Gomes da repassar a lista para os Silva Santos, da Drogaria clientes. “Eles também preCollares, revela que sua cisam de informação atualoja melhorou com a facilidade do Guia Digital lizada e acesso aos preços dos medicamentos.” 120
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http://www.guiadafarmaciadigital.com.br
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A Drogaria Collares utiliza o Guia Digital no momento de dar entrada em novas mercadorias 122
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A experiência de Rosângela Gomes da Silva Santos com varejo farmacêutico já dura 16 anos. Ainda na década de 1990, ela inaugurou a Drogaria Collares, na cidade de Belford Roxo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Pela obrigatoriedade de manter um farmacêutico responsável na loja, a empresária decidiu fazer faculdade e, assim, atuar de maneira mais efetiva dentro da sua loja. A tática deu certo. Hoje, a farmácia conta com seis funcionários e, mais importante, com a confiança dos moradores da região. “Eu gosto muito mesmo do atendimento ao público, de tirar dúvida, de conversar com as pessoas. Como é uma farmácia de bairro, todo mundo me conhece e, às vezes, acabo virando até psicóloga. O cliente vem porque quer partilhar problemas, então vamos muito além da venda”, conta. Para Rosângela, essa proximidade do consumidor é o maior trunfo das lojas independentes em relação às grandes redes, onde o processo de compra é impessoal. “Lá o consumidor entra, pega a mercadoria, paga e vai embora. Pronto. Para não perder o contato próximo é que não penso em abrir outra unidade”, revela. Focada em aprimorar o atendimento à sua já fiel clientela, a empresária realizou algumas mudanças na loja no ano passado. Em termos de processos internos, uma das principais melhorias foi obtida com a adoção do Guia Digital. “Nos ajuda muito na hora de dar entrada em uma mercadoria, para verificar uma medicação que a gente não tem na loja”, conta. Mas, para Rosângela, a adoção aos recursos tecnológicos deve ser feito aos poucos. A consulta física aos preços ainda se mostra imprescindível em algumas ocasiões. “Mantemos a lista impressa para os dias em que estamos sem acesso à internet, mas a digital é mais prática. Além disso, também gosto de receber a revista que vem junto, ajuda na gestão do dia a dia”, completa. A preocupação da empresária com o ambiente físico também se mostra na reforma da drogaria, finalizada em abril deste ano. Com letreiro novo e um convidativo no jardim na entrada da loja, os resultados não tardaram a aparecer. De acordo com Rosângela, o faturamento aumentou cerca de 30% desde que as mudanças foram implementadas. E, dentro da loja nova, a empresária farmacêutica comemora a resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que autoriza a prescrição de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). “Eu acho que isso vai me aproximar do consumidor e trará relevância maior à profissão, vamos ser mais valorizados. Em muitos países já é assim.”
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Progresso rápido COM POUCO MAIS DE UM ANO DE ATUAÇÃO, OS RESULTADOS DA ULTRAPOPULAR DOBRAM
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POR LÍGIA FAVORETTO
O modelo de gestão de negócios adotado pela rede UltraPopular conta com uma eficiente estrutura funcional. A central administrativa, sediada em São Paulo, acompanha todos os processos e oferece total suporte a todas as lojas, desde a concepção do projeto até pleno funcionamento de cada unidade. Sob o slogan “Quem é a maior, tem o preço menor”, a UltraPopular permite aos empresários do grupo associativista a obtenção de vantagens competitivas e maior lucratividade por meio de um gerenciamento sistemático de custos, prática de descontos e criação de imagem de preço baixo, permitindo à população o acesso a medicamentos com os preços mais baratos do Brasil e possibilitando a todas as pessoas a continuidade de seus tratamentos. Além de disporem de manuais de orientação (normas, procedimentos e marketing, por exemplo), elas seguem padronização visual (layout interno e externo),
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contam com equipe de colaboradores uniformizada e iniciam as operações com um vasto mix de produtos. Vale salientar que, ao aderirem à marca UltraPopular, os empresários recebem treinamento sobre o posicionamento da rede, mix de produtos e diversos processos gerenciais, dentre os quais a realização dos lançamentos de dados no sistema PAI (Painel de Aferição de Indicadores), ferramenta disponibilizada pela Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar) que aponta indicadores de eficiência do sistema operacional e financeiro da loja fundamentais para o proprietário ter uma visão estratégia do estabelecimento. Segundo levantamento do IMS Health, observa-se que o ambiente no varejo brasileiro deve permanecer bastante dinâmico nos próximos anos. E as redes independentes já estão buscando diferentes tipos de modelos para obter maior eficiência em seus modelos de negócio. Idealizada como uma alternativa para os empresários ligados às redes associadas à Febrafar, a caracterização popular FOTOS: DIVULGAÇÃO
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cedeu espaço à modernidade. A própria dinâmica de mercado e o novo perfil de consumo contribuíram para que a rede de Drogarias UltraPopular se reposicionasse no varejo. “Sem dúvida, o nosso atual conceito de loja popular está atrelado somente à ausência da prestação de serviços e à competitividade conquistada devido à dispensação de medicamentos a preços mais baixos que a concorrência – fato este que colaborou para que atraíssemos, indistintamente, clientes de todas as classes econômicas”, justifica o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.
RESULTADOS APURADOS Atualmente com 130 lojas (mais do que o dobro do registrado no ano passado) integradas a 25 redes associadas à Febrafar e atuação em 55 municípios, a rede de drogarias UltraPopular vem ganhando cada vez mais espaço no varejo farmacêutico brasileiro. A central administrativa está sediada em São Paulo e é composta por dez funcionários de diversas áreas. As drogarias empregam cerca de 500 profissionais, ao todo. O diretor-administrativo das drogarias UltraPopular, Paulo Roberto Oliveira da Costa, revela que o faturamento líquido foi de R$ 7,6 milhões em toda a rede no mês de setembro. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, as vendas líquidas totalizaram aproximadamente R$ 50 milhões.
São 96 lojas abertas e 34 lojas em fase de montagem, totalizando 130 unidades
“Atualmente, nossas lojas atendem clientes de 11 Estados (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins, São Paulo) mais o Distrito Federal.” Segundo ele, são 96 lojas abertas e 34 lojas em fase de montagem, totalizando 130 unidades. “Dessa forma, cumprimos a meta que traçamos no início do ano, que previa esse resultado até dezembro de 2013.” O executivo conta que eles estão posicionados para liderar em preço. Logo, na região onde atua, seu principal concorrente será a rede ou algum líder local (independente) que se posicione de forma semelhante. “Em regiões onde não há uma farmácia com foco em preço, a UltraPopular ocupa um mercado potencial inicialmente inexistente, mas que é latente. Assim, é possível que o mercado como um todo sinta o impacto provocado pela entrada da UltraPopular, pois, em geral, está mais fragmentado, principalmente em cidades menores.” O modelo está em franco crescimento e, segundo Costa, é difícil estimar quando se estabilizará e que fatia do mercado absorverá. Contudo, ele ressalta que é certo que ainda há muito espaço para crescer. “Há anos existe um conceito de que o que atrai mais o consumidor brasileiro é o atendimento, e não o preço. Contudo, pesquisas de mercado revelam que o perfil do consumidor vem mudando, e que grande parcela dos clientes é sim atraída a uma determinada farmácia muito mais pela possibilidade de comprar medicamentos mais baratos do que pelo atendimento prestado.” Mesmo sendo um modelo popular, que investe no consumidor que procura o melhor preço da região, que prefere adquirir medicamentos nas farmácias que lhes ofereçam maior economia, sabe-se que preço não é o único fator de decisão. “O consumidor brasileiro também realiza suas compras levando em consideração outros critério que, de acordo com a situação, podem prevalecer. Sem dúvida alguma, as farmácias que se posicionarem estrategicamente bem, em outros nichos, propondo-se a fazer benfeito o dever de casa, especializando-se nisso e tendo plena noção de que tipo de consumidor estão atendendo, certamente preservarão o seu mercado, pois há clientes dispostos a outras experiências de compra. Em contrapartida, Costa afirma que as farmácias sem posicionamento claro e definido tendem a ser as mais afetadas por qualquer modelo profissional e com estratégia comercial bem elaborada. 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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Aparência
é tudo A EMBALAGEM É UMA FERRAMENTA DE COMUNICAÇÃO NO PONTO DE VENDA. LEVA INFORMAÇÕES SOBRE A MARCA, AGREGA VALOR E TEM O PODER DE VENDER OU NÃO UM PRODUTO P O R A D R I ANA B R U NO
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Muito mais do que um frasco capaz de armazenar um cosmético ou um produto de higiene pessoal, a embalagem ganha status de ferramenta de comunicação e, por isso, as indústrias vêm investindo cada vez mais em design moderno, com o objetivo de destacar seu produto em gôndola, transmitir a imagem da marca e o valor que se quer agregar ao item. “A embalagem faz parte dos materiais de comunicação de um ponto de venda, como displays, woobler, stopper, enFOTOS: SHUTTERSTOCK/ DIVULGAÇÃO
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ASSIM COMO O NOME DO PRODUTO, DO FABRICANTE, A MARCA, O LOGO, O FORMATO E A COR, O DESIGN DA EMBALAGEM TAMBÉM ATUA COMO UM COMPLEMENTO AO QUE ESTÁ DENTRO DELA tre outros. Em segmentos como o de cosméticos e higiene pessoal, elas são fundamentais, pois transmitem ao consumidor a inovação, a tecnologia, os benefícios aportados no produto, criando o vínculo de credibilidade quanto ao toque, à consistência, ao resultado que aquele produto é capaz de gerar”, destaca a sócia-diretora da R2E, arquitetura de varejo, e professora da pós-graduação da ESPM, Heloísa Omine. Do outro lado da gôndola, o consumidor espera encontrar sempre o melhor produto e valoriza também a sua embalagem. A gerente de design da P&G Brasil, Cristiana Tavares, destaca que a embalagem é a ferramenta primária de sedução. Em um produto cosmético, funcionalidade e estética são igualmente importantes. “Na relação que se dá no ponto de venda, como em qualquer primeiro contato, o aspecto estético do design é o que captura o olhar e gera encantamento. A partir daí, seu aspecto funcional, responsável pela compreensão clara e direta dos benefícios, e, de maneira secundária, modo de usar e composição são o que vão apoiar a decisão de compra. Um equilíbrio entre os aspectos racional e emocional é o que garante o sucesso do produto. Outro aspecto importante a ser considerado é a dualidade identidade/diferenciação com relação à concorrência. Pender para um ou outro extremo ou, ainda, achar a dose certa e o equilíbrio é consequência da estratégia de posicionamento da marca”, avalia. Na opinião do gerente sênior de embalagens da Johnson & Johnson para a América Latina, Carlos Souto, as embalagens devem oferecer dois pontos complementares quando em contato com o consumidor: o primeiro é ligado à manutenção da segurança e qualidade do produto, os dois sempre devem ser mantidos integralmente. O segundo ponto diz res-
peito à relação do consumidor com o produto, quem faz essa ponte é a embalagem, é ela quem estabelece a qualidade no momento de consumo. “Uma embalagem ruim pode comprometer um produto de boa qualidade, mas uma embalagem boa pode potencializar esse momento, criando uma experiência superior”, diz. As embalagens também têm a função de transmitir ao consumidor as diferenças entre as inúmeras marcas e produtos existentes no mercado. Segundo o diretor de desenvolvimento de embalagens para a América Latina da L’Oréal, Carlos Lopes, é por meio delas que são informados, ao consumidor e ao ponto de venda, os principais dados referentes ao produto, bem como seu posicionamento, estampado na identidade visual. “Ela também deve imprimir o poder aspiracional, que poderá ser decisivo no ato da compra. Outro ponto importante é que, atualmente, as empresas precisam diferenciar-se da concorrência e obter custos competitivos. Para isso, empregamos materiais alternativos e inovadores, além de utilizar tecnologias de ponta para diminuir o impacto ambiental e possibilitar o desenvolvimento sustentável. É bom lembrar, ainda, que a embalagem tem o papel de proteger o produto durante a cadeia logística de distribuição”, comenta. O executivo ainda destaca que a L’Oréal tem a preocupação de conservar as características iniciais da fórmula de seus produtos em todas as embalagens produzidas. “Além disso, é necessário ser atrativa e é imprescindível facilitar o manuseio e utilização”, diz.
CONSTRUÍDA PARA VENDER A embalagem de um produto, seja ele de qualquer categoria ou segmento, é pensada, planejada, desenvolvida, desenhada para vender, seja a marca, a imagem da empresa ou o produto propriamente dito. Uma boa embalagem contempla elementos que irão variar de acordo com o produto, perfil do público e até mesmo com o ponto de venda. O diretor de produção e tecnologia da Indústria da Imagem Design, Fabrizio Libânio, ressalta que não existe uma receita de sucesso, porém algumas análises são fundamentais, como, por exemplo, conhecer o produto embalado e quem irá comprá-lo. “Também é preciso conhecer o canal em que o produto será vendido, como é esse ambiente, o cenário, os concorrentes, o layout da gôndola e como o produto deverá se comportar para ser visto e ganhar destaque. Não 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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AS EMBALAGENS TAMBÉM TÊM A FUNÇÃO DE TRANSMITIR AO CONSUMIDOR AS DIFERENÇAS ENTRE AS INÚMERAS MARCAS E PRODUTOS EXISTENTES NO MERCADO. É POR MEIO DELAS QUE SÃO INFORMADOS, AO CONSUMIDOR E AO PONTO DE VENDA, OS PRINCIPAIS DADOS REFERENTES AO PRODUTO, BEM COMO SEU POSICIONAMENTO, ESTAMPADO NA IDENTIDADE VISUAL podemos nos esquecer de um ponto importante que é adequar a embalagem às legislações pertinentes ao tipo de produto embalado”, diz Libânio, que acrescenta ainda que, a cada mês, vários novos produtos são lançados, e atrair a atenção do consumidor torna-se fundamental. “É nesse ponto que o design de embalagem atua, dando ‘cara’ ao produto, de forma a seduzir o consumidor, despertando desejo de compra e recompra de um item. A embalagem não é 100%, mas, muitas vezes, ela é praticamente tudo que um consumidor tem para avaliar de um produto antes da compra, por isso, se não for atrativa, se não seduzir, pode não vender, pois o consumidor tem que acreditar”, avalia. Para Heloísa Omine, um bom design de embalagem é aquele que traduz a marca e o produto. Portanto, o uso das cores institucionais, o uso do logotipo para facilitar a identificação e o reconhecimento, além de trazer algo que o diferencie frente à concorrência, ou melhor, o formato, a maneira de usar o produto são características de diferenciação. “Quando a embalagem traduz as informações que o consumidor recebeu, comunicando com clareza, e captura a atenção do consumidor na prateleira, com certeza ela consegue converter, pois passa a ser percebida pelo consumidor como solução ou, até mesmo, por gerar curiosidade e consequente vontade de experimentar, ou seja, ela consegue seduzir o consumidor”, completa. 128
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UMA EXTENSÃO DO PRODUTO Assim como o nome do produto, do fabricante, a marca, o logo, o formato e a cor, o design da embalagem também atua como um complemento ao que está dentro dela. É uma espécie de RG daquele produto. Mesmo de longe, ao olhar a gôndola, o consumidor identifica o xampu, o condicionador, o hidratante, da marca X ou Y. E as indústrias de beleza não medem esforços para desenvolver embalagens cada vez mais atrativas e marcantes. Cristina Tavares, da P&G Brasil, destaca que a empresa sempre considera o contexto das categorias ao pensar a embalagem de seus produtos. Para ela, o universo da beleza requer forte investimento e estratégia no design. “Materiais, acabamentos, formas e inovações de todo o tipo. O universo sensorial captura a atenção do consumidor. Além disso, é preciso ser consistente para construir uma relação de confiança. Mudar de cara e de cor o tempo todo não ajuda. Branding é fundamental”, diz. Ela ainda acrescenta que as embalagens da empresa buscam transmitir sua história, sua proposta como marca, seus ingredientes, seus benefícios. “Mas é necessário que tudo isso faça sentido com o que o consumidor está buscando. É um universo complexo, onde é preciso analisar e considerar muitas variantes. Diferentes mercados, diferentes contextos e concorrentes, diferentes consumidores. Por isso, é difícil o balanço entre considerar essas diferenças e particularidades e, ainda assim, respeitar a história e a ‘personalidade’ do produto. Uma marca que muda constantemente de identidade perde força e passa a não se relacionar mais com seu público. A familiaridade gera confiança, e confiança gera conforto em uma relação”, diz. Além do design, o material também é importante, e Carlos Lopes, da L’Oréal, destaca que a empresa sempre investe em pesquisa de novos processos e matéria-prima para embalagem. “Devemos sempre buscar o melhor custo vs. benefício adequado à categoria do produto em questão. Vamos ressaltar alguns: temos uma resina ambientalmente sustentável, proveniente da cana-de-açúcar, que já está disponível no mercado. Outra novidade é o polipropileno com aditivo clarificante, conhecido como PP LUZZ, que confere boa qualidade de transparência e brilho à embalagem final. Enquanto o PET é a matéria-prima de embalagem em diversos países, no Brasil, a L’Oréal utilizou o polipropileno com aditivo clarificante e foi possível alcançar boa qualidade de brilho e transparência. O resultado foi uma maior rapidez na produção, menor custo e maior preocupação com o meio ambiente. O tempo de desenvolvimento foi reduzido de oito para três me-
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EMBALAGENS VENCEDORAS Categoria embalagem de cosméticos e cuidados pessoais
Prata: Coleção de esmaltes Pink – Casa Granado
Bronze: Linha Panvel Spa – Panvel Farmácias
Categoria design estrutural – funcionalidade
Prata: Agecare Olhos – Mantecorp (Hypermarcas) Fonte: EmbalagemMarca
ses, garantindo agilidade na distribuição do produto ao mercado”, conta. Tão importante quanto o produto, a embalagem também pode declinar uma venda. “Principalmente se ela gera insegurança no consumidor. Alguns designs procuram ser tão inovadores que o consumidor fica com receio de não saber como manusear ou com a sensação de fragilidade. Nesses casos, o consumidor prefere não correr riscos. Mas o varejista também deve estar atento a embalagens avariadas, nesse caso o problema é de conservação”, alerta Heloísa Omine. Como a embalagem tem a capacidade de potencializar ou não a qualidade do produto, transformando o momento de compra em consumo, Carlos Souto, da Johnson & Johnson, recomenda ao varejo favorecer aquelas marcas que, de fato, respeitam seus consumidores. “Isso pode ser comprovado com a carga adequada de informações que é colocada ou não à disposição dos consumidores, além, é claro, da qualidade e tecnologia utilizada”, orienta. Manter a integridade das embalagens no ponto de venda também é fundamental, como destaca Cristiana 130
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Tavares, da P&G Brasil. “Fatores físicos, como deformação, dificuldade no pegar e na interação ou na compreensão da forma de uso do produto, podem inibir uma compra. No entanto, sofisticação, beleza, design inteligente e estratégico podem gerar experimentação e trade-up. O consumidor se permite testar produtos de maior valor agregado dentro de uma mesma linha de produtos incrementando a margem nas vendas”, diz. Ela finaliza afirmando que o espaço, a forma e a comunicação dos materiais de ponto de venda são tão importantes quanto a embalagem. “A experiência de compra é rica e completa quando é encantadora, interativa e consistente. O que conta também é a navegação na gôndola e se ela se dá de maneira fluida e fácil, assim como a compreensão da diversidade de marcas e das características inerentes a cada produto. É claro que buscamos valorizar nossas marcas, mas, antes de tudo, buscamos facilitar e incrementar a experiência de compra dos consumidores. Por isso, sempre que possível, oferecemos uma abordagem completa da categoria ou departamento para contextualizar e explicar de maneira adequada e compreensível cada produto”, diz.
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Alvo único O PERÍODO DE MAIOR ATENÇÃO VAI DE DEZEMBRO A MAIO, E O PRINCIPAL PAPEL DO FARMACÊUTICO É RECONHECER SE ESTÁ EM UMA REGIÃO EPIDÊMICA OU ENDÊMICA PARA REDOBRAR AS PRECAUÇÕES NA ORIENTAÇÃO P O R V I VI A N LOU R ENÇ O
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A queda nos casos de dengue em 2013 não pode ser motivo para o descuido na prevenção, principalmente nos meses mais chuvosos, quando o acúmulo de água pode virar criadouro do mosquito Aedes aegypti , único transmissor. A dengue é uma doença viral, transmitida pela picada do mosquito e que mais rapidamente se espalha no mundo. Nos últimos 50 anos, a incidência aumentou 30 vezes com crescimento da expansão geográfica para novos países, e na presente década, para pequenas cidades e áreas rurais. O Ministério da Saúde estima que 50 milhões de casos de infecção por dengue FOTOS: SHUTTERSTOCK
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ocorram anualmente e que, aproximadamente, 2,5 bilhões de pessoas vivam em países onde a doença é endêmica. Na região das Américas, a dengue tem se disseminado com surtos cíclicos que ocorrem de três a cinco anos. O maior surto ocorreu em 2002, com mais de 1 milhão de casos notificados. No Brasil, a primeira epidemia ocorreu entre os anos de 1981 e 1982, em Boa Vista (RR), causada pelos sorotipos 1 e 4. Em 1986, ocorreram epidemias, atingindo o Rio de Janeiro e algumas capitais da região Nordeste. Desde então, a dengue vem ocorrendo no Brasil de forma continuada, intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a introdução de novos sorotipos em áreas anteriormente ilesas ou com a alteração do sorotipo predominante. Atualmente, circulam no País os quatro tipos da doença. Levantamento do Ministério da Saúde aponta que no acumulado do ano (janeiro a setembro), foram notificados 1.046.584 milhão de casos. Porém, nenhum município encontra-se em epidemia de dengue. A incidência global do País é de 754 casos por 100 mil habitantes. A região Sudeste é tida como a de maior incidência da doença (64,1%), seguida das regiões Centro-Oeste (18,4%), Nordeste (9,3%), Sul (4,9%) e Norte (3,3%). Minas Gerais (2.191,8), São Paulo (1.313,6) e Rio de Janeiro (534,8) são os Estados com maior incidência. Em 2012, foram registrados 521 mil casos, com 254 óbitos. Até setembro deste ano, foram registrados no Brasil 528 óbitos.
DESCRIÇÃO DA DOENÇA O vírus da dengue começa a circular no sangue de uma pessoa infectada geralmente um dia antes do aparecimento da febre e fica alojado até o sexto dia da doença. O período de incubação no homem varia de quatro a dez dias, sendo que, em média, o mais comum é de cinco a seis dias. Após esse período, surgem os sintomas. A infectologista do Hospital Samaritano de São Paulo, Dra. Bianca Grassi de Miranda, explica que a dengue geralmente se apresenta na forma de um quadro febril de início abrupto, com cefaleia, dor retro134
O Ministério da Saúde estima que milhões de casos de infecção por dengue ocorram anualmente e que, aproximadamente, bilhões de pessoas vivam em países onde a doença é endêmica
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cular, náuseas, vômitos e diarreia pouco abundante. “Pode aparecer também exantema (erupção cutânea) pelo corpo após alguns dias de evolução, com ou sem prurido associado.” O quadro de febre não tem duração superior a sete dias. “Em alguns casos, pode haver dor na barriga e vômitos. Nos quadros mais graves de dengue, pode haver sangramentos, tontura, desmaio e queda de pressão, que podem, inclusive, demandar internação em UTI”, ressalta a infectologista do Hospital 9 de Julho, Dra. Sumire Sakabe. O Ministério da Saúde alerta que alguns sinais demonstram que o quadro pode estar se agravando. Eles são chamados de sinais de alarme: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosa ou hemorragias importantes, sonolência e/ou irritabilidade, diminuição da diurese, diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia, queda abrupta de plaquetas e desconforto respiratório. Os exames realizados para identificar qual o vírus que está causando a doença são variados, e as técnicas mais empregadas são isolamento viral, PCR (reação em cadeia da polimerase, sendo resultado da pesquisa de genoma do vírus da dengue), NS1 (proteína presente durante a fase inicial da infecção, em altas concentrações, no soro de pacientes infectados) sorologia IgM (o teste tem a capacidade de detectar anticorpos anti-IgM em praticamente 80% dos pacientes com cinco dias de doença e por volta de 93% dos pacientes com seis a dez dias
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de doença e 99% entre 10 e 20 dias). As amostras para cada exame são colhidas em diferentes fases da doença.
PRINCIPAIS FORMAS DE TRATAMENTO E PREVENÇÃO O Ministério da Saúde informa que não existem medidas de controle específicas, uma vez que não se dispõe de nenhuma vacina ou drogas antivirais. A infectologista do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica, Dra. Maria Lavinea Novis de Figueiredo, revela que há vacinas em estudo ainda não liberadas para aplicação na população em massa. “Há testes em humanos, nos quais não houve notificação de eventos adversos. A maior dificuldade em desenvolver a vacina para dengue é a necessidade que aquela tenha imunidade contra os quatro tipos de vírus da dengue.” Atualmente, o único elo vulnerável da cadeia epidemiológica da dengue é o mosquito. Assim, o controle está centrado na redução da densidade vetorial, como, por exemplo, mantendo o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros. Para evitar o contágio com a dengue, os infectologistas garantem que a prevenção ainda é a melhor saída. “Evitar a dengue é não permitir a existência de locais onde o mosquito transmissor possa se reproduzir. Desse modo, o ideal é combater os focos de acúmulo de água limpa. Não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, pneus velhos, vasos de plantas, garrafas, caixas d’água, latões, sacos plásticos, entre outros”, explica Dra. Maria Lavinea. Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia quando os mosquitos são mais ativos proporcionam alguma proteção às picadas dos vetores da dengue e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Os repelentes podem ser aplicados na pele exposta ou nas roupas, porém eles devem conter DEET, IR3535 ou Icaridin. Para redução das picadas por mosquitos em ambientes fechados, recomenda-se o uso de inseticidas doméstico em aerossol, espiral ou vaporizador. Instalação de estruturas de proteção, como tela em janelas e portas, também podem reduzir as picadas. A infectologista do Hospital Samaritano, Dra. Bianca, explica que nos casos de dengue, o tratamento é basicamente sintomático. “Repouso, antitérmicos e analgésicos e hidratação. A hidratação adequada é a medida mais importante.” Além de repouso, medicamentos também podem ser prescritos pelo médico. “São utilizados analgésicos comuns, devendo-se evitar anti-inflamatórios não hormonais
MEDICAMENTOS TAMBÉM PODEM SER PRESCRITOS PELO MÉDICO. SÃO UTILIZADOS ANALGÉSICOS COMUNS, DEVENDO-SE EVITAR ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO HORMONAIS OU MEDICAMENTOS À BASE DE ÁCIDO ACETILSALICÍLICO, POIS PODEM AUMENTAR O RISCO DE SANGRAMENTO ou medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, pois podem aumentar o risco de sangramento”, ressalta a Dra. Sumire Sakabe, do Hospital 9 de Julho.
TIPOS DE DENGUE Atualmente foram descobertas quatro variações da doença. A apresentação clínica da dengue é basicamente a mesma, independentemente do sorotipo do vírus em questão (são quatro sorotipos). “Porém, em infecções subsequentes, os casos podem ser progressivamente mais graves, pela hipersensibilização do sistema imunológico”, explica a Dra. Bianca. A Dra. Sumire Sakabe, infectologista do Hospital 9 de Julho, diz que não há como distinguir os quatro subtipos de dengue sem o uso de testes de laboratório especializado. “Os sintomas são os mesmos, muito embora haja estudos que sugerem haver diferença na virulência a depender de características genéticas de cada tipo de dengue.” Nesses casos, é importante saber que uma mesma pessoa que já teve dengue pode se infectar novamente por outro tipo diferente do anterior. Quando isso acontece, há um risco maior de formas graves. Ou seja, na vida, a pessoa pode contrair dengue por até quatro vezes.
CONSCIENTIZANDO O CONSUMIDOR A orientação do farmacêutico é fundamental em caso de suspeita de dengue, já que há diversos com2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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ALERTAS DE PREVENÇÃO
Medicamentos proibidos em casos de suspeita de dengue são compostos por ácido acetilsalicílico ou anti-inflamatórios não hormonais (diclofenaco e ibuprofeno).
Em ambientes fechados, recomendar o uso de inseticidas domésticos em aerossol, espiral ou vaporizador.
Os repelentes podem ser aplicados na pele exposta ou nas roupas, porém eles devem conter DEET, IR3535 ou Icaridin.
Não acumular água limpa em latas, copos plásticos, pneus, vasos de plantas, garrafas, caixas d’água, latões, sacos plásticos, entre outros.
Instalar estruturas de proteção no domicílio, como tela em janelas e portas, também pode reduzir as picadas.
PRINCIPAIS SINTOMAS
FEBRE
CEFALEIA
DOR RETROCULAR
NÁUSEAS
VÔMITOS
DIARREIA
SINAIS DE QUE A DOENÇA SE AGRAVOU • Dor abdominal intensa e contínua • Vômitos persistentes • Queda abrupta de plaquetas 136
• Sangramento de mucosa ou hemorragias importantes • Sonolência e/ou irritabilidade
• Diminuição da diurese • Hipotermia • Desconforto respiratório
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A região Sudeste tem a maior incidência da doença
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Em 2012, foram registrados
de pessoas vivem em países onde a dengue é endêmica
mil casos, com
Até o mês de setembro, foram registrados no Brasil
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Seguida das regiões Centro-Oeste
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Nas Américas, o maior surto ocorreu em 2002, com mais de
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de casos notificados
O Brasil tem cerca de mil farmácias que poderiam praticar educação sanitária
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postos nos medicamentos que podem agravar o quadro. De acordo com dados recentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Conselho Federal de Farmácia (CFF), o Brasil tem cerca de 83 mil farmácias que poderiam praticar educação sanitária. “Afinal, uma farmácia é um estabelecimento de saúde. Além disso, a farmácia poderia ainda ter um papel fundamental como espaço de prevenção – não apenas de dengue mas também de outras doenças, promovendo saúde a serviço da população”, explica o docente do curso de farmácia da Universidade Anhembi Morumbi, Dirceu Raposo de Mello. 138
(64,1%) (18,4%) (9,3%) (4,9%) (3,3%)
De acordo com o especialista, o primeiro passo é reconhecer se a localidade está em uma região epidêmica ou endêmica. Ao saber disso, é necessário redobrar as precauções na prescrição. Por exemplo, é preciso entender que o paciente que se queixa de sintomas que se assemelham a uma gripe pode estar, na verdade, com indícios de um caso de dengue. “Além do contato com o farmacêutico, cartazes informando sobre a doença deveriam estar presentes (ou fixados) permanentemente nesses estabelecimentos de saúde.” Para Dirceu, a melhor maneira de alertar e conscientizar o consumidor é abordar o assunto, falando diretamente com o paciente. “O mercado de varejo deve se preocupar em promover o contato do farmacêutico com paciente. Do ponto de vista sanitário, ainda é preciso saber o que o paciente sente, questioná-lo. Dessa forma, evita-se que ele simplesmente pegue o medicamento na prateleira, sem um atendimento prévio. Por outro ponto de vista, as pessoas também precisam e devem falar com a equipe da farmácia.”
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DIABETES DIABETES
Uma doença
em elevação A INCIDÊNCIA DA PATOLOGIA VEM AUMENTANDO NO DECORRER DOS ANOS DEVIDO AOS HÁBITOS DE VIDA DA POPULAÇÃO. FARMÁCIAS INVESTEM EM LOCAIS EXCLUSIVOS PARA ATENDER À DEMANDA
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POR VIV IAN LOURENÇO
O diabetes é uma doença que está em constante elevação. Segundo dados do Atlas da Federação Internacional de Diabetes, há no mundo, 371 milhões de pessoas portadoras de diabetes com idade entre 20 e 79 anos. Informações da ADJ Diabetes Brasil revelam que o número de pessoas portadoras de diabetes é crescente em todos os países. “Estima-se que 50% das pessoas portadoras de diabetes desconhecem esta condição. O Brasil tem 13,4 milhões de portadores. Isso corresponde a, aproximadamente, 6,5% da população entre 20 e 79 anos de idade”, conta a endocrinologista da ADJ Diabetes Brasil, Dra. Lidiane Indiani. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, uma pessoa morre a cada hora no Estado vítima de complicações do
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diabetes, em média. Foram 9.562 óbitos pela doença registrados em 2012, 5% a menos que no ano anterior. Também no ano passado houve 21.981 internações por diabetes em hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo. A situação do País com relação ao diabetes não difere muito de outras nações, segundo informa o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes regional Rio de Janeiro, Dr. João Regis Carneiro. “Há países que tem até 80% da população diabética. Há muitos fatores que contribuem para esse quadro, como o excesso de peso: países com população mais obesa têm mais casos de diabetes.” Nas últimas décadas, a obesidade dobrou em vários países. No Brasil, os casos começaram a aumentar na década de 1980. “Sedentarismo e maus hábitos alimentares são as principais causas. A comida saudável ainda é muito mais cara do que a não saudável”, explica Dr. Carneiro. FOTOS: SHUTTERSTOCK
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O PACIENTE DIABÉTICO VAI À FARMÁCIA ATÉ QUATRO VEZES MAIS; ELE É RESPONSÁVEL POR UM TÍQUETE MÉDIO 30% MAIOR QUE OS OUTROS CONSUMIDORES, PODENDO REPRESENTAR UM GASTO MENSAL, NA MÉDIA, DE R$ 400 NO ESTABELECIMENTO Como é uma doença associada aos hábitos de vida modernos, há uma perspectiva de aumento da sua incidência. “Devemos nos preparar para um cenário complicado, principalmente pelas doenças secundárias, que têm tratamento caro”, revela. A estimativa do presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes regional Rio de Janeiro é que, em 2015, haja 380 milhões de pessoas diabéticas, sendo que o Brasil pularia da 7ª colocação para o 4º país com mais casos no mundo.
TIPOS DE DIABETES A doença pode se manifestar de diversas formas, porém, o diabetes tipo 1 e o tipo 2 são os mais comuns. “No diabetes tipo 1, que é uma doença autoimune (produção de anticorpos contra pâncreas), ocorre uma destruição de todo o órgão, por isso, há necessidade de insulina desde o início do quadro. Já no diabetes tipo 2, normalmente associado ao excesso de peso e ao que chamamos de resistência insulínica (dificuldade de ação da insulina), há uma disfunção do pâncreas, levando-se meses/anos para a falência total”, explica a endocrinologista, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Dra. Claudia Chang. A endocrinologista do Hospital 9 de Julho, Dra. Roberta Frota, ressalta que ainda há outros tipos da doença, como o diabetes gestacional, que é aquele diagnosticado durante a gravidez e que, muitas vezes melhora após o parto. “Existem formas menos frequentes mais recentemente descritas, como LADA (diabetes tipo 1 em adultos), MODY (mutação genética), que são tipos mais raros de diabetes.” O tipo 1 se inicia de forma abrupta e acomete principalmente crianças e adolescentes. De origem genética (autoimune), faz com que o pâncreas perca totalmente a capacidade de produzir insulina. “O tipo 2 tem início insidioso, muitas vezes demora anos pra ser diagnosticado, ocorre geralmente em adultos que estão acima do peso e os sintomas iniciais são mais brandos do que no tipo 1”, comenta a Dra. Roberta. Pela falta de atenção aos primeiros sinais do diabetes, o diagnóstico do tipo 2 geralmente é realizado
apenas em campanhas de prevenção e checkup médico. “Ou seja, a pessoa quase não tem sintomas no início da doença”, avalia. Para a mudança do cenário da elevação da incidência do diabetes, é preciso trabalhar em cima do grupo de risco. “Pessoas de 35 anos a 40 anos, com histórico na família e acima do peso, estão nesse grupo. Atenção especial também aos hipertensos, sedentários e os que possuem má alimentação”, comenta o Dr. Regis Carneiro. O aumento da obesidade nas crianças também é um indicativo dos hábitos não saudáveis de vida. “Isso vai engrossar as estatísticas, principalmente na faixa dos 5 aos 9 anos, quando o aumento da obesidade é maior”, ressalta o presidente da Sociedade. De acordo com o médico, esse quadro de risco pode ser alterado com atividades físicas, mudança de hábitos alimentares, controle do peso, exames periódicos e a correta utilização dos medicamentos, em caso de doenças que podem levar ao diabetes. “É preciso um olhar atento para se afastar do risco”, alerta.
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PROBLEMAS SECUNDÁRIOS O grande problema do diabetes são as complicações que ocorrem a longo prazo, quando há o descontrole da doença. “A nossa dificuldade, normalmente, é que, embora os pacientes com elevação da glicose no sangue possam ter sintomas como excesso de sede e de urina, na grande maioria dos casos, não sentem nada”, explica a Dra. Claudia Chang.
A endocrinologista Dra. Roberta Frota alerta que, infelizmente, existe uma discrepância muito grande entre o que o paciente deve fazer para se cuidar e o que realmente faz. “O ideal é ter uma dieta balanceada, com restrição de carboidratos complexos (doces, bolos, etc.), associada à prática de exercícios físicos, bons hábitos (não fumar, não exagerar em álcool), manter o peso adequado e usar a medicação corretamente (que vai variar de caso para caso)”. Independentemente do tipo, a medida mais importante consiste em uma alimentação balanceada e com ingestão controlada de carboidratos (açúcares), além da prática de exercícios físicos regulares. “A monitorização e o controle da glicemia capilar (ponta de dedo) auxilia muito o endocrinologista no manejo do tratamento”, ressalta a Dra. Claudia. Para o tratamento do diabetes tipo 2 há um arsenal grande de medicações que agem em diferentes locais. “Tanto para o paciente diabético tipo 2, cuja função do pâncreas está muito ruim, quanto para os pacientes com diabetes tipo 1, temos vários tipos de insulinas com diferentes tempos e formas de ação”, finaliza a endocrinologista.
DESDE QUE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS FARMACÊUTICOS, INCLUSIVE A MEDIÇÃO DE GLICEMIA, FOI REGULAMENTADA EM 2009 PELA RDC 44, OS PACIENTES TÊM A POSSIBILIDADE DE FAZER O MONITORAMENTO CONSTANTE EM FARMÁCIAS E DROGARIAS As complicações decorrentes e mais comuns podem ser: infarto do coração (IAM) ou derrame (AVC); alteração nos olhos (retinopatia diabética), podendo levar até a perda da visão (cegueira); alteração nos rins (nefropatia diabética), podendo levar à insuficiência renal com necessidade de diálise e alteração no sistema nervoso (resultando na redução da sensibilidade, úlceras, disfunção erétil nos homens, entre outros), sendo que a doença é a causa mais comum de amputações de membros inferiores. “Por outro lado, se há o tratamento e a monitorizarão adequados, a redução de risco é muito significativa”, reforça.
ESPECIFICIDADES DO DIABÉTICO A vida de quem possui diabetes é como a vida de qualquer outra pessoa. Porém, a patologia exige do paciente algumas mudanças de hábitos e um pouco mais de disciplina. Cuidados estes que todas as pessoas deveriam tomar para ter uma vida mais saudável. A qualidade de vida do diabético depende muito do paciente, de acordo com o médico Dr. João Regis Carneiro. “É preciso ter um hábito de vida semelhante ao do grupo que não é de risco. Além de seguir as orientações nutricionais e medicamentosas de acordo com o prescrito. A expectativa de vida do paciente diabético está diretamente relacionada com os hábitos de vida.” 142
ESTRUTURA EXCLUSIVA O diabético acaba se tornando um cliente fiel das farmácias e drogarias e sente a necessidade de um atendimento diferenciado. “O paciente diabético vai à farmácia até quatro vezes mais; ele é responsável por um tíquete médio 30% maior que os outros consumidores, podendo representar um gasto mensal, na média, de R$ 400 no estabelecimento”, ressalta a diretora da Lifescan, a divisão de Diabetes da Johnson & Johnson Medical, Ana Paula Almeida. De acordo com o proprietário da Diabetic Center, Luiz Carlos Henrique, desde que a prestação de serviços farmacêuticos, inclusive a medição de glicemia, foi regulamentada em 2009 pela RDC 44, os pacientes têm a possibilidade de fazer o monitoramento constante em farmácias e drogarias. “Poucas são as farmácias que se preocupam em oferecer um serviço diferenciado. Existe muita falha de conduta, e é preocupante, já que o paciente tem mais contato com o farmacêutico do que com o próprio médico.” Sendo assim, o consumidor com diabetes tem a maior frequência de visitas na farmácia em relação a outras patologias, assim como também tem o maior gasto. “Os
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DIABETES
NÚMEROS ALARMANTES Há no mundo,
de pessoas portadoras de diabetes com idade entre
O Brasil tem
de portadores. Isso corresponde a, aproximadamente,
Uma pessoa morre a cada hora no Estado vítima de complicações do diabetes, em média.
Foram
Também no ano passado houve
internações por diabetes em hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo.
óbitos pela doença registrados em 2012,
Estima-se que
a menos que no ano anterior.
das pessoas portadoras de diabetes desconhecem esta condição.
da população entre
anos de idade.
monitores e tiras de glicemia proporcionam alta rentabilidade para os PDVs, pois são produtos de alto valor agregado. Por serem categorias destino, o consumidor vai em busca desses produtos e, consequentemente, adquire outros insumos”, avalia a gerente de produto da Diabetes Care da Bayer HealthCare, Patrícia Gaillard. Por esses motivos, os estabelecimentos estão investindo em áreas exclusivas para o atendimento dos diabéticos. “Direcionar o paciente a esses espaços diferenciados para que sejam atendidos por atendentes com treinamento específico, tornará a vida do diabético mais fácil e permitirá que a farmácia vá além da venda de medicamentos ao oferecer um serviço de alto nível que fideliza o consumidor”, conta. De acordo com Ana Paula, da Lifescan, pesquisas revelam que o diabético vai à farmácia com o intuito de obter mais informações da doença, por isso a necessidade do atendimento diferenciado. “É o local que ele tem para tirar todas as dúvidas. Uma equipe bem informada é um diferencial, já que atrai uma clientela fixa.” O gerente de Produto – Varejo & Consumidor, da Roche Diagnóstica, Leonardo Bia, explica que o primeiro passo para criar esses espaços é garantir a capacitação 144
dos profissionais que estão atendendo o público. Ser uma fonte de informação é parte vital do relacionamento com o paciente. “Outro ponto importante é garantir que o sortimento oferecido atenda todas as necessidades do consumidor e, por último, é importante segregar uma área de atendimento confortável e reservada, onde o consumidor tenha privacidade para expor suas dúvidas.” A farmácia não precisa ter necessariamente uma linha exclusiva para atender o diabético. “Porém, não pode deixar faltar nada e também não precisa ser um espaço muito grande. O fundamental é o treinamento dos funcionários e a constante atualização”, recomenda Luiz Carlos, da Diabetic Center. Muitas vezes, o paciente diabético é carente de informações básicas, como por exemplo, sobre quantas vezes deve fazer a medição de glicemia, como fazer a contagem de carboidratos na sua dieta ou como ter uma vida equilibrada e hábitos saudáveis. “Esses profissionais precisam compreender melhor as necessidades desses pacientes e proporcionar um atendimento mais personalizado”, ressalta a executiva da Bayer. Além dos dados sobre a patologia é muito importante investir em ferramentas que consigam
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ALÉM DA OFERTA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS DIET, DIVERSIDADE DE GLICOSÍMETROS E DE MEDICAMENTOS, AS FARMÁCIAS E DROGARIAS PODEM OFERECER O SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA ATIVA, ORIENTANDO SEUS CLIENTES E RESOLVENDO AS SUAS DIFICULDADES acompanhar a evolução do tratamento, esse modelo de informação permite também incluir os médicos como usuários ativos do PDV. “Uma maneira de estruturar o mix de produtos é eleger um líder de categoria que consiga analisar os dados de mix, sell-out e potencial de brick, para assim definir o sortimento correto”, constata Leonardo, da Roche. Já que o diabetes é uma doença abrangente, o PDV precisa pensar não apenas no tratamento da doença mas também pensar nos cuidados de outras enfermidades comumente associadas ao diabetes. “Como medicamentos para colesterol, pressão alta, retinopatia e cuidados para os pés, além de alimentos diet, como chocolates, biscoitos e balas”, destaca Patrícia, da Bayer. A divisão de Diabetes da Johnson & Johnson Medical implantou, em setembro, um modelo de atendimento voltado para o diabético em três farmácias de Fortaleza (CE). “O programa é voltado nos 4 Cs: checar (toda a linha para a medição da glicemia); consumir (disposição de produtos diet, light etc.); cuidar (produtos de higiene oral, para pele etc.) e controlar (caneta de insulina, publicações)”, detalha Ana Paula. O projeto inclui, além do espaço de gôndolas onde o consumidor encontra todos os produtos relacionados com os 4 Cs, o treinamento dos funcionários. “Desde como é a doença, as necessidades até os produtos etc., a carência de informação ainda é muito grande”, finaliza Ana Paula. 146
O PAPEL DO ESTABELECIMENTO As farmácias e drogarias podem ajudar muito as pessoas com diabetes. “Além da oferta de produtos alimentícios diet, diversidade de glicosímetros e de medicamentos, as farmácias e drogarias podem oferecer o serviço de assistência farmacêutica ativa, orientando seus clientes e resolvendo as suas dificuldades”, observa a farmacêutica voluntária da ADJ Diabetes Brasil, Simone Bier. E essa contribuição pode até ser mais abrangente e beneficiar toda a comunidade local com a promoção de educação em saúde, como a oferta de palestras sobre diabetes e campanhas de monitoramento de glicemia com orientação. O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes regional Rio de Janeiro, Dr. João Regis Carneiro, ressalta que a abordagem do farmacêutico deve ser realizada de forma individual. “Ele deve somar, ajudando na manutenção dos hábitos, alertando sobre os cuidados com a interação medicamentosa.” Para os pacientes diabéticos que usam insulina, a atenção deve ser redobrada. “Há uma série de informações importantes sobre insulina, como conservação, aplicação correta, tipos de insulina etc. Em relação às drogas orais, pode orientar sobre horários melhores de uso, conservação, evitar substituições inadequadas etc.”, finaliza a endocrinologista do Hospital 9 de Julho, Dra. Roberta Frota.
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Diversas manifestações,
um único objetivo
SEJA SOB FORMA AGUDA OU CRÔNICA, A DOR É UMA IMPORTANTE ALIADA DO ORGANISMO, SINALIZANDO QUE ALGO ESTÁ ERRADO. CONHEÇA OS ESTÁGIOS E TRATAMENTOS PARA CADA CASO POR KATHLEN RAMO S
U
“Uma experiência sensorial e emocional desagradável que é associada a lesões reais ou potenciais, ou descrita em termos de tais lesões. A dor é sempre subjetiva e cada indivíduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiências.” Essa é a definição usada pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) para definir o problema. O neurocirurgião responsável pelo Grupo de Controle de Dor do Hospital São Camilo de São Paulo, Dr. Alexandre Walter de Campos, reforça que nem sempre dor está relacionada a um dano
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tecidual real. “Ela ocorre após uma lesão tecidual acidental ou provocada (no caso das cirurgias) ou pode também existir sem a presença de uma lesão tecidual observável”, diz. Mesmo considerada subjetiva por especialistas, é indiscutível que a dor mostra-se como um sinal de alerta fundamental do corpo, avisando que algo pode estar errado. Aliás, na medicina, a dor tem sido incluída como quinto sinal vital básico, junto com temperatura corporal, pulso ou frequência cardíaca, pressão arterial e frequência respiratória. “A dor sinaliza que algo não se encontra bem em nosso organismo e que merece uma atenção especial. Ela pode ser por uma agressão ao tecido ou nervo, por exemplo. Quando a agressão ocorre, imediatamente existe liberação de uma série de substâncias que irão desencadear a dor em diferentes intensidades”, explica o fundador e responsável pelo Serviço de Terapia da Dor do Serviço Médico de Anestesia no Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), Dr. Mauricio Nunes Nogueira. De acordo com Amaury Guerrero, gerente-geral da Mundipharma no Brasil, empresa que investe maciçamente em medicamentos para o tratamento da dor, esse problema, sem dúvida, está entre as principais causas de busca por atendimento médico. “Pacientes com dores crônicas não controladas, por exemplo, acabam necessitando de avaliação médica mais frequente. A dor ainda é subtratada no nosso País, por isso há espaço para que os profissionais recebam mais informação científica sobre o tema”, acredita Guerrero, alertando, ainda, sobre os prejuízos da automedicação: “Os riscos são inúmeros, já que o paciente pode não estar sendo tratado da maneira mais adequada, o que causa um atraso do diagnóstico correto.” O Dr. Alexandre Walter de Campos, do São Camilo, também acredita que, não só no Brasil mas também no mundo a dor é inadequadamente tratada. “É muito comum as pessoas se automedicarem ou procurarem ajuda de conhecidos para se orientar sobre algum analgésico no caso de dores agudas de leve ou até moderada intensidade. Já no caso das dores crônicas, existe um subdiagnóstico e um tratamento ineficaz pelos serviços de saúde, pois, como a dor é subjetiva, muitos serviços de atendimento interpretam a queixa dolorosa crônica como
MEDICAMENTOS COM PROPRIEDADE ANALGÉSICA, PRODUZIDOS EM ESCALA INDUSTRIAL, TORNARAM-SE DISPONÍVEIS AO PÚBLICO A PARTIR DO SÉCULO 19. ENTRE OS PRIMEIROS COMPOSTOS PRODUZIDOS, PODE-SE CITAR A ASPIRINA E O PARACETAMOL, COM EFICÁCIA ANALGÉSICA MENOR SE COMPARADOS A ANALGÉSICOS INTRODUZIDOS POSTERIORMENTE NO MERCADO, COMO TRIPTANOS, ERGOTAMINA OU ISOMETEPTENO sendo relacionada a questões de ordem psicológica ou psiquiátrica, não a valorizando”, lamenta.
TRATAMENTO VARIA DE ACORDO COM INTENSIDADE E ETIOLOGIA Existe uma escala analgésica feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para orientar os profissionais no tratamento de dor. “Nesta escala, cada degrau corresponde a um nível de intensidade de dor e determina quais as drogas analgésicas são indicadas para tratar cada estágio”, explica o Dr. Mauricio Nunes, do HAOC, acrescentando que são quatro “degraus” para o tratamento da dor: • Primeiro degrau (dores fracas): nesses casos são utilizados analgésicos comuns, como dipirona, paracetamol e anti-inflamatórios, somados a adjuvantes, como gabapentina, pregabalina, carbamazepina e amitriptilina. • Segundo degrau (dores moderadas): são usados opiáceos fracos e anti-inflamatórios, somados aos adjuvantes. • Terceiro degrau (dores fortes): indicação para opiáceos fortes, anti-inflamatórios e adjuvantes. • Quarto degrau (casos de difícil controle, seja pela dor persistente, mesmo após medicação, ou em função dos efeitos colaterais provocados 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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pela própria dor): tratamento da dor com procedimentos invasivos (nesse caso, o tratamento varia de acordo com o histórico do paciente e o grau da dor). O vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), Dr. Durval Campos Kraychete, acrescenta, ainda, que o tratamento da dor é multifatorial, multidisciplinar e depende da etiologia. “Se a dor tiver caráter nociceptivo (dor somática ou visceral), utilizamos anti-inflamatórios, analgésicos simples, opioides e adjuvantes (corticoides, neurolépticos, relaxantes musculares). Tudo isso associado a recursos não farmacológicos, com fisioterapia, exercícios físicos e acupuntura (eletroterapia e terapia manual). Por outro lado, para dor neuropática (dor por lesão ou doença do sistema nervoso somato-lenitivo), o tratamento é com anticonvulcionantes, antidepressivos, anestesias locais tópicas e adjuvantes. Além disso, é possível utilizar técnicas intervencionistas, caso as medidas falhem ou como complemento de técnica”, descreve. E, felizmente, a evolução para os medicamentos dirigidos ao tratamento da dor é bastante considerável. O diretor-executivo de assuntos científicos da Takeda, Dr. Marcelo Freire, comprova esse desenvolvimento usando como exemplo o progresso nos medicamentos para dor de cabeça. “Medicamentos com propriedade analgésica, produzidos em escala industrial, tornaram-se disponíveis ao público a partir do século 19. Entre os primeiros compostos produzidos, podemos citar a aspirina e o paracetamol, com eficácia analgésica menor se comparados a analgésicos introduzidos posteriormente no mercado, como triptanos, ergotamina ou isometepteno”, destaca. A associação de fármacos, como o isometepteno com a dipirona e a cafeína, é outra evolução ao tratamento da dor de cabeça, já que, assim, o medicamento pode agir em diferentes mecanismos causadores do problema.
OS RISCOS DAS DORES SÚBITAS • Dores de início súbito e caráter visceral podem sugerir doença cardíaca, como a angina. • Dores torácicas e abdominais com alterações de função respiratória, circulatória e digestiva devem obviamente ser investigadas com urgência, podendo indicar doença grave e de alto risco. • Dores noturnas frequentes sugerem processos inflamatórios. Se apresentarem intensidade crescente, demandam investigação urgente para processos invasivos tumorais. • Dores vertebrais súbitas e intensas em idosos sugerem fraturas por osteoporose e devem ser avaliadas imediatamente. • Cefaleias intensas acompanhadas de alterações neurológicas devem ser investigadas, igualmente, com urgência, com investigação para tumores ou acidentes vasculares.
DOR CRÔNICA X DOR AGUDA Segundo definição da SBED, dor aguda é aquela que se manifesta transitoriamente (durante alguns minutos a algumas semanas), associada a lesões em tecidos ou órgãos. De modo geral, ela é ocasionada por inflamação, infecção, traumatismo ou outras causas. Normalmente, desaparece quando a causa é 152
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RAIO-X DA DOR 1. As mulheres relatam maior incidência de dor que os homens. 2. A dor de maior incidência na população brasileira é na coluna lombar e torácica. 3. Acima dos 65 anos, cerca de 50% das pessoas relatam algum tipo de dor. 4. De acordo com os estudos da SBED – 2013, a dor crônica afeta, em média, 40% dos brasileiros, um número que varia de acordo com cada região do País. A dor crônica afeta de 20% a 30% da população mundial. 5. Noventa e cinco por cento das pessoas vão ter, pelo menos, um episódio de dor de cabeça na vida, e 85% de dor nas costas. 6. Um estudo conduzido por Queiroz e colaboradores estimou que, no Brasil, ao ano, aproximadamente, 72% da população sofra por dor de cabeça. Mundialmente, inclusive no Brasil, admite-se que 95% das pessoas têm ou terão um episódio de cefaleia ao longo da vida.
corretamente diagnosticada e quando o tratamento recomendado pelo especialista é seguido corretamente pelo paciente. Já as dores crônicas acometem o paciente por um período mais longo. “Uma dor torna-se crônica quando persiste por mais de três a seis meses. Um dos principais fatores evitáveis para que uma dor aguda não se torne crônica é seu tratamento adequado”, explica o neurocirurgião do Hospital São Camilo de São Paulo, Dr. Alexandre Campos.
OS MAIS PREJUDICADOS De modo geral, as mulheres sofrem mais de dores crônicas, e a causa é multifatorial, segundo explica o fisiatra e titular da equipe de medicina de reabilitação do Hospital do Coração (HCor), Dr. Gilson Tanaka Shinzato. “Diferenças anatômicas predispõem as mulheres a alguns tipos de lesões, como os desgastes patelofemorais (devido aos joelhos naturalmente valgos, com angulação para dentro), e as bursites, acompanhadas das tendinites glúteas, 154
devido à geometria do quadril e fêmur”, descreve, reforçando que a maior prevalência de tireoidite e hipotireoidismo expõe a mulher a uma maior incidência de dores musculares. Além disso, na menopausa, a mulher fica exposta à osteoporose e às fraturas por insuficiência. O próprio estilo de vida da mulher moderna também faz com que esteja mais suscetível a dor. “A sobrecarga postural e de trabalho é agravada pela dupla ou tripla jornada, com afazeres domésticos e o cuidado com os filhos, aumentando muito a carga sobre o esqueleto. O padrão de sono fragmentado e não reparador, muitas vezes adquirido no período de amamentação, também impedem o relaxamento muscular e a produção dos neurotransmissores moduladores da dor e da estabilidade emocional”, comprova o especialista do HCor. E seja mulher ou homem, pacientes acometidos por dor crônica, quando não tratados adequadamente, podem perder, e muito, em qualidade de vida. De
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MESMO CONSIDERADA SUBJETIVA POR ESPECIALISTAS, É INDISCUTÍVEL QUE A DOR MOSTRA-SE COMO UM SINAL DE ALERTA FUNDAMENTAL DO CORPO, AVISANDO QUE ALGO PODE ESTAR ERRADO. ALIÁS, NA MEDICINA, A DOR TEM SIDO INCLUÍDA COMO QUINTO SINAL VITAL BÁSICO, JUNTO COM TEMPERATURA CORPORAL, PULSO OU FREQUÊNCIA CARDÍACA, PRESSÃO ARTERIAL E FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
acordo com o Dr. Gilson Shinzato, o afastamento do trabalho e suas repercussões econômicas, o isolamento social e familiar e a perda de perspectivas prejudicam muito o paciente com dor crônica. “A falta de compreensão e apoio no ambiente de trabalho, em casa e mesmo dos profissionais da saúde provocam a retração do paciente, que se sente envergonhado e culpado pela sua dor. E a falta de diagnósticos adequados e a classificação errônea de quadros de origem orgânica, como distúrbios psicossomáticos, agravam seu isolamento”, lamenta o médico do HCor.
ATENÇÃO PARA A DISPENSAÇÃO DE MORFINA A morfina, de modo geral, é indicada tanto para pacientes passaram por uma cirurgia, fratura ou ferimento (no qual a substância será usada em curto espaço de tempo) quanto para pacientes com queimaduras ou câncer, por exemplo, que precisam da substância para uso contínuo. Em ambos os casos, a morfina é usada justamente porque o paciente sofre por dor aguda e os analgésicos tradicionais já não surtam o efeito esperado. No entanto, por vezes, vê-se receio, tanto dos médicos quanto dos
pacientes, em relação ao uso desse medicamento. “Dentre os motivos para essa reticência está o fato de que a morfina pode causar reações adversas, efeitos tóxicos e dependência física e química, por se tratar de um analgésico narcótico”, explica o coordenador do curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo – SP, Prof. Alexsandro Macedo. As farmácias que comercializam morfina obedecem a uma legislação que impõe fiscalização rígida, dessa forma, encontrar um estabelecimento que venda essa substância não é tarefa fácil. No entanto, para as farmácias que trabalham com essa droga, é importante seguir a legislação vigente, no caso do controle das receitas, e também acompanhar o paciente usuário. “O farmacêutico deverá verificar, em tempo, as possíveis interações medicamentosas, reações adversas ou efeitos tóxicos. Além disso, deve orientar o uso racional, especialmente em pacientes idosos que fazem uso de vários medicamentos. Aliás, o farmacêutico deve lembrar que o uso não é indicado no caso de depressão do sistema central, crise de asma brônquica, insuficiência cardíaca secundária, doença pulmonar obstrutiva crônica, arritmias cardíacas, aumento da pressão intracraniana, lesões cerebrais, tumor cerebral e desordens convulsivas”, finaliza Macedo. 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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ROTAVÍRUS
Um grande
vilão
PREVALENTE EM TODAS AS ÉPOCAS DO ANO, DOENÇA LEVA À INFECÇÃO INTESTINAL E TEM A DESIDRATAÇÃO COMO PRINCIPAL FATOR DE COMPLICAÇÕES
A
POR KATHLEN R AMOS
As gastroenterites representam um dos mais expressivos problemas de saúde pública em todo o mundo. E os rotavírus, particularmente, são considerados os mais importantes agentes de diarreia grave na infância. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), estima-se que, no mundo, a cada ano, ocorram 125 milhões de quadros diarreicos associados a esses vírus, os quais resultam, com base em estimativas conservadoras, em 418 mil a 520 mil óbitos, sendo que 85% deles nas regiões menos desenvolvidas do
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planeta. Tais cifras refletem 20% da mortalidade global por doença diarreica e 5% do total de óbitos entre crianças com idades inferiores a 5 anos. Entre 2006 e 2012, no Brasil, foram notificados 9.812 casos suspeitos de rotavírus, sendo 2.347 confirmados, o que representa uma positividade de 23,9%. Diante desse cenário, é importante que farmacêuticos entendam o que esse vírus pode causar, bem como os cuidados que o paciente precisa ter em casos de desidratação. O rotavírus é reconhecido como uma doença diarreica aguda causada por um vírus (RNA vírus da faFOTOS: SHUTTERSTOCK
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mília dos Reoviridae, do gênero Rotavírus). “Existem sete sorotipos diferentes de rotavírus, mas somente três deles infectam o homem e causam gastrenterite aguda. O principal sintoma é a diarreia, com fezes líquidas que podem se dar em vários episódios por dia. Além disso, esse sintoma pode vir associado a febre, vômito e coriza”, descreve a infectologista do laboratório Delboni Auriemo, Dra. Maria Lavinea Figueiredo. Segundo a especialista, normalmente a doença é autolimitada, podendo durar de quatro a oito dias. O quadro varia do mais leve àqueles com desidratação mais importantes. Por conta dos diversos episódios de diarreia, é importante que os pacientes estejam atentos ao grau da desidratação. “Nos casos mais graves, entre os sintomas podem-se citar a pressão baixa, aumento da frequência do coração, sonolência, diminuição da urina e boca seca”, alerta o infectologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Renato Grinbaum. A professora da disciplina de Infectologia Pediátrica da Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM), Prof.ª Sandra de Oliveira Campos, lembra que a desidratação grave sem o tratamento adequado pode levar ao óbito. “A falta intensa de água no organismo é uma das principais causas da insuficiência renal, provocada pela falta de volume de líquido no corpo”, adverte.
FORMAS DE PREVENÇÃO Pessoas com diarreia causadas pelo rotavírus devem higienizar suas mãos sempre que forem ao banheiro. O cuidado deve ser o mesmo no caso dos cuidadores de crianças infectadas. “A mãe do paciente, quando for cuidar do filho, deve ter as mãos higienizadas com muita frequência para evitar a transmissão de doenças, incluindo antes do contato com mucosas, após ir ao banheiro, quando chegar em casa, após contato direto com pessoa com quadro de diarreia, entre outros. Esta é a medida mais eficiente. E, para a higienização, o uso de sabão comum é suficiente”, lembra o infectologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, salientando que outra medida importante é evitar a ingestão de líquidos, cremes ou sorvetes, por exemplo, de procedência desconhecida ou duvidosa. Também é importante estar atendo à higienização dos alimentos. “Deve-se lavar as mãos antes de se manipular alimentos e manter limpos os utensílios de cozinha.
Frutas, verduras e legumes podem ser higienizadas com uma pequena solução de vinagre misturadas à água”, acrescenta a infectologista do laboratório Delboni Auriemo, Dra. Maria Lavinea Figueiredo. Outra forma de prevenção se dá por meio da vacinação. “A vacina para o rotavírus protege contra as complicações decorrentes da infecção causada por esse vírus e, caso a doença venha a aparecer, já que são diversos sorotipos, o quadro tende a ser mais leve, com menor perda de líquido”, afirma a Prof.ª Sandra Campos, da Unifesp/EPM. Segundo o MS, essa vacina é indicada para bebês e a vacinação se dá em duas doses, sendo a primeira aos 2 meses e a segunda aos 4 meses de idade. A vacina rotavírus é administrada exclusivamente por via oral e não se deve repetir a administração da dose quando a criança regurgitar, vomitar, cuspir, ou se a vacina for administrada fora dos prazos recomendados.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Não há como se diferenciar, clinicamente, um quadro de infecção intestinal do rotavírus. “Para que haja um diagnóstico conclusivo, é necessário um teste laboratorial, feito por meio das fezes do paciente.” De modo geral, segundo o infectologista da Beneficência Portuguesa, por ser uma doença autolimitada, ela tende a se resolver naturalmente, não sendo necessário o uso de medicação. “O tratamento visa evitar as complicações da diarreia, como a desidratação grave e a perda de sais. É feito com hidratação pelo soro caseiro, nas formas leves, e com hidratação venosa, nos casos graves. Medicamentos para tratamento de diarreias, incluindo probióticos, possuem eficácia nula ou pequena, não sendo justificados. Antibióticos podem prolongar o quadro de diarreia, e não agem sobre o vírus”, alerta o Dr. Renato Grinbaum. 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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milhões
de quadros diarreicos associados ao rotavírus, os quais resultam, com base em estimativas conservadoras, em 418 mil a 520 mil óbitos, sendo 85% deles nas regiões menos desenvolvidas do planeta.
A maioria das infecções concentra-se na faixa de
Tais cifras refletem
20% da mortalidade global por doença diarreica e
5% do total de óbitos entre crianças com idades inferiores a 5 anos.
Entre 2006 e 2012, foram notificados 9.812 casos suspeitos de rotavírus, sendo 2.347 confirmados, o que representa uma positividade de
23,9% Taxas variáveis quanto à prevalência do rotavírus entre crianças menores de 6 anos, em geral, são de
12% a 42%
6 a 24 meses
Os mesmos estudos também referem que, na população até os 4 anos, a quase totalidade dos indivíduos já teve algum episódio de diarreia por rotavírus.
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS O rotavírus pode se dar em quaisquer épocas do ano. Durante o inverno, a aglomeração de pessoas em ambientes fechados favorece a disseminação da doença. No verão, que por vezes também culmina no ar seco, aliado ao fato de coincidir com o período de festas (que leva a grandes aglomerações e ingestão de alimentos fora de casa, mais propensos à contaminação), os casos também podem ocorrer. A maioria dos estudos realizados no Brasil, segundo o MS, determinou taxas variáveis quanto à prevalência do rotavírus entre crianças menores de 6 anos, e, em geral, a frequência variou de 12% a 42%. Os mesmos estudos também referem que, na população até os 4 anos, a quase totalidade dos indivíduos já teve algum episódio de diarreia por rotavírus. A maioria das infecções concentra-se na 160
faixa de 6 a 24 meses. De acordo com a infectologista do laboratório Delboni Auriemo, Dra. Maria Lavinea Figueiredo, as crianças estão mais suscetíveis ao rotavírus. “Além do sistema imunológico em formação, pode-se justificar a suscetibilidade pelo contato que as crianças têm com outras, seja por brinquedos ou saliva, por exemplo, o que facilita a transmissão”, justifica. Ainda segundo levantamento do MS, as reinfecções nos adultos ocorrem com relativa frequência e destacam-se alguns grupos com particular risco, como viajantes de países desenvolvidos em visita às regiões tropicais; pais de crianças com diarreia por rotavírus; indivíduos que trabalham em unidades pediátricas e creches; além de idosos e comunidades isoladas. Estima-se que um terço dos adultos se infectem em caso de transmissão intrafamiliar.
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ARTIGO
Hipertensão arterial
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COMO PREVENIR UMA DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
DR . R IC AR DO PAVANE LLO Supervisor do setor de cardiologia clínica do Hospital do Coração (HCor) 162
O coração é um órgão vital e suscetível ao impacto de fatores de risco como a hipertensão arterial. Até 1 bilhão de pessoas no mundo podem ser portadores da doença. No Brasil, entre os adultos com mais de 18 anos, 23% das mulheres e 20% dos homens sofrem de hipertensão arterial, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A hipertensão arterial é uma doença crônica e se caracteriza pelos elevados níveis de pressão sanguínea nas artérias. Essa condição exige um esforço maior do coração para que o sangue circule corretamente pelo corpo, o que é prejudicial para o paciente e pode provocar doenças mais sérias, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio e insuficiência renal. Existem duas formas de apresentação da doença: hipertensão arterial essencial e hipertensão arterial secundária. A essencial é o tipo mais comum, correspondendo a mais de 90% dos casos diagnosticados, e tem caráter genético, podendo ser agravada por fatores de risco já conhecidos, como obesidade, diabetes,
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além do sedentarismo e estresse. Consumo excessivo de sal e bebidas alcoólicas também pode contribuir para o agravamento da doença. Já a secundária é rara e aparece principalmente em decorrência de doenças das artérias renais ou do próprio rim. O grande problema é que a hipertensão arterial é “silenciosa” e acaba sendo diagnosticada por conta de alterações nos órgãos-alvo da doença, como cérebro, coração e rins. Entre os sintomas estão dor de cabeça, tontura e, em casos mais sérios, o próprio AVC. Quando relacionada ao coração, o paciente pode apresentar desde dor no peito e insuficiência cardíaca até o próprio infarto; já nos rins, os sintomas manifestam-se por meio de quadros de inchaço e diminuição do volume urinário. Devido à característica de ser uma doença silenciosa e de caráter progressivo de poucos sintomas, é recomendado que a população faça consultas regulares, para que os fatores de risco sejam reconhecidos e estejam sempre controlados e o diagnóstico não seja realizado tardiamente, após a ocorrência de algo mais grave. FOTO: DIVULGAÇÃO
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MICOSES
Um problema de
contaminação
CERCA DE 90% DA POPULAÇÃO TERÁ A DOENÇA PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA. PELE, UNHAS E CABELOS SÃO AS ÁREAS MAIS ATINGIDAS PELOS FUNGOS, QUE ESTÃO PRESENTES NO SOLO E NA PRÓPRIA PELE HUMANA
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Manchas brancas ou vermelhas que causam coceiras em áreas de dobras, como axilas, virilhas ou entre os dedos das mãos e pés, podem ser micoses. Esta é uma doença produzida por fungos e pode ser classificada como superficial ou profunda. O tratamento é prolongado e deve ser seguido à risca, para evitar o reaparecimento ou o contagio para outras pessoas. A dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Tatiana Jerez, explica que a micose é caracterizada pela pele avermelhada e descamada, que causa coceira. “Nas dobras, há o aparecimento da massa esbranquiçada. Isso acontece em todas as regiões do corpo que podem apresentar umidade.”
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POR VIV IAN LOURE N ÇO
Nas micoses superficiais, a pele, unhas e cabelos são agredidos, dando origem a dermatofitose, pitiríase versicolor, candidíase cutânea, onicomicose, entre outras. “Nas micoses profundas, os órgãos internos são atingidos. Os fungos causadores são os organismos encontrados no ambiente em que vivemos. Pessoas, animais, roupas contaminadas e a superfície terrestre são locais onde podemos encontrá-los”, ressalta a dermatologista da Clínica Belle Santé, Dra. Helua Mussa Gazi. A incidência da micose está diretamente relacionada com pacientes que estão com as defesas do organismo deficientes. “Os bebês são mais predispostos justamente por esse motivo. Nos adultos, os pés e a virilha são as áreas mais atingidas”, explica a Dra. Tatiana. FOTO: SHUTTERSTOCK
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Os fungos responsáveis pelas micoses superficiais dão preferência a locais úmidos e quentes, onde encontrem as condições propícias para o seu desenvolvimento. “Entretanto, outros fatores colaboram para o desenvolvimento das micoses, como diabetes, depressão e Aids”, diz a Dra. Helua. O mesmo acontece com o uso de medicamentos, como os antibióticos e imunossupressores, utilizados no tratamento de infecções bacterianas e câncer, respectivamente. “Pessoas submetidas a estresse continuado também são alvos fáceis dos agentes fúngicos. Este fato acontece face às repercussões metabólicas ocorridas no sistema imunológico”, destaca a dermatologista.
PREVENÇÃO NECESSÁRIA A melhor maneira de evitar o aparecimento da micose é tendo atenção com as áreas úmidas do corpo. “As dobras devem ser bem secas, principalmente a virilha e embaixo da mama. Pode até mesmo usar o secador de cabelo ou usar polvilho ou talco para garantir que não tenha umidade”, detalha a Dra. Tatiana. Além disso, os dermatologistas recomendam que, nos meses quentes, os pacientes não fiquem com a roupa de banho molhada. “É importante também evitar o uso de sapatos fechados por períodos de tempo muito prolongado. Os calçados que proporcionem maior ventilação são melhores. Sempre aconselho que as pessoas tenham outro par de meias no ambiente de trabalho, pois, no meio do período, é possível trocá-las e assim evitar a umidade”, aconselha a Dra. Helua. O ideal é nunca usar o mesmo par dois dias seguidos. “Os indivíduos podem usar também produtos a base de lisofórmio, em spray, para limpar os calçados e o piso do banheiro, que é um agente contaminador”, recomenda a Dra. Tatiana.
ORIENTAÇÃO AOS CLIENTES É importante que eles: • Tenham bons cuidados de higiene. • antenham o corpo limpo e seco. • Evitem andar descalços em pisos úmidos ou públicos. • sem roupas íntimas e meias de algodão. • ão façam uso do mesmo calçado por dois dias seguidos.
CATEGORIA DOS ANTIMICÓTICOS Os antimicóticos ou antifúngicos são agentes que previnem ou inibem a proliferação dos fungos ou, ainda, os destroem. “Dizendo melhor, é um agente que previne o aumento da célula dos fungos ou até mesmo destruí-los”, esclarece Dra. Helua. Os agentes antifúngicos são classificados em várias categorias: agentes antifúngicos sistêmicos, para tratamento de infecções sistêmicas ou, ainda, para o uso de agentes antifúngicos orais, e agentes antifúngicos tópicos, para casos mucocutâneos. Outra medida de prevenção é nunca compartilhar objetos pessoais: toalhas, sapatos, roupas intimas etc. “Em piscinas, saunas e academias de ginástica, é preciso andar calçado, porque estes ambientes favorecem a transmissão das micoses”, alerta a Dra. Helua.
FORMAS DE TRATAMENTO Dependendo do caso, o uso de produtos tópicos, como cremes, loções ou xampus é suficiente. “No caso de lesões mais exacerbadas ou micose nas unhas, faz-se necessário o uso de antifúngicos orais, e o tempo de tratamento é prolongado”, ressalta a dermatologista da Clinica Belle Santé. O tratamento dura de 20 a 30 dias, podendo chegar a 60 dias, dependendo da gravidade. “O importante é que os pacientes façam uso da medicação pelo tempo prescrito, para evitar o contágio ou o reaparecimento. Há muitos casos de pessoas que percebem que estão melhorando e descuidam”, destaca a dermatologista e membro da SBD, Dra. Tatiana Jerez. Por causa do tempo prolongado do tratamento, o recomendado é que o farmacêutico oriente o paciente a seguir a prescrição à risca, principalmente na quantidade de vezes que a medicação deve ser aplicada ou utilizada. “Sempre ressaltar as medidas de higiene, já que, sem esses cuidados, não há interrupção do ciclo de contágio pelo fungo”, diz. Além de seguir as recomendações profiláticas, a Dra. Helua ressalta que, no caso de micose das unhas, deve-se alertar para o uso de espátulas e o uso da lixa, que não deve ser a mesma para as unhas sadias e doentes. 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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PDV
preparado LOJISTAS DEVEM COMEÇAR A PLANEJAR O SORTIMENTO DE PRODUTOS DESTINADOS ÀS FÉRIAS E ÀS VIAGENS DE FINAL DE ANO P O R P O R EG LE LEONA R DI
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Apesar de o Brasil apresentar um clima tropical na maior parte de suas regiões, oficialmente a estação mais quente do ano só terá início no final de dezembro. Com a temporada do calor, chegam as férias e a família se organiza para aproveitar o recesso escolar em praias e no campo. Por conta disso, o período aquece as vendas dos produtos típicos da estação, como protetor solar, pós-sol, bronzeador, repelentes, energéticos, depilatórios, xampus, hidratantes, alguns medicamentos, entre outros. Com foco nesses itens, o ponto de FOTOS: FELIPE MARIANO/ SHUTTERSTOCK
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venda (PDV) deve planejar, desde já, essas categorias privilegiando a exposição, atendimento personalizado e os lançamentos. Neste período do ano, a diretora da Only Merchandising, Regina Blessa, explica que é fundamental o consumidor ir até a farmácia e se prevenir dos contratempos, adquirindo qualquer medicamento que nem sempre se encontra com facilidade, além de medicamentos ocasionais para dor de cabeça, dor nas costas durante esportes, enxaquecas, ressacas, indisposições estomacais ou diarreias. “Além disso, é preciso garantir o conforto da família com protetores solares, bronzeadores, cremes hidratantes, repelentes de insetos, xampu e condicionador em pequenos tamanhos para viagem, creme dental, lenços refrescantes para crianças, isotônicos para o trajeto de carro e uma minifarmácia com ataduras, curativos e desinfetantes de machucados”, fala a especialista. Já a consultora de varejo, especializada no setor farmacêutico, Silvia Osso, ressalta que é preciso identificar os problemas mais comuns da temporada em cada região. De modo geral, ela lista, por ordem de ocorrência, em primeiro lugar as queimaduras de sol, seguidas por indisposição estomacal, picadas de insetos e pequenas alergias. O importante é saber para onde vai: interior (hotel fazenda), litoral ou exterior. Para cada local deve-se montar uma nécessaire diferente. Regina comenta que no Brasil ainda não se encontram embalagens pequenas para viagem em vários tipos de produtos, que são comercializados mais facilmente no exterior. Ela acredita que, devido às limitações dos aeroportos e do tamanho das nécessaires, as embalagens de líquidos e cremes para viagem deveriam ser mais bem exploradas pelos fabricantes nacionais. 168
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SOLUÇÕES COMPLETAS A consultora da Smollan Group do Brasil, Luciana Barreto, explica que para ofertar essas soluções é preciso entender as necessidades do consumidor e disponibilizar o pacote completo. Isso facilita a compra e aumenta as vendas. Vale um alerta: é fundamental pensar também nas soluções para o shopper. Isso quer dizer que se deve focar na pessoa que compra os produtos (e não apenas naquelas que estão em casa e irão consumir os itens). Para todos esses casos, vale montar embalagens contendo produtos para cada necessidade:
Na praia ou piscina: oferecer kits com protetor solar, protetor labial, acessórios para prender os cabelos (neste caso, pode-se alocá-las também nos displays e nos checkouts). Não esquecer os lenços umedecidos, muito úteis na praia, especialmente quando há crianças por perto. Depois da praia: manter kits contendo xampu, condicionador, pós-sol e hidratante facial e corporal.
Durante a temporada: (é comum as mulheres irem a uma temporada de praia com as unhas esmaltadas, e alguns protetores solares retiram esses esmaltes) – oferecer kits com acetona, algodão e base de unha. Deve-se manter também itens depilatórios. Campo: ofertar kits contendo protetor solar e repelente.
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O PERÍODO AQUECE AS VENDAS DOS PRODUTOS TÍPICOS DA ESTAÇÃO, COMO PROTETOR SOLAR, PÓS-SOL, BRONZEADOR, REPELENTES, ENERGÉTICOS, DEPILATÓRIOS, XAMPUS, HIDRATANTES, ALGUNS MEDICAMENTOS, ENTRE OUTROS NA LOJA
AQUEÇA AS VENDAS NA ESTAÇÃO Alguns fatores ajudam o lojista a vender mais no período sazonal das férias de verão. São pequenas atitudes estratégicas que levam o cliente para dentro da loja e aumentam o tíquete médio. Quem dá as dicas é o diretor do Grupo Triunfo, Scher Soares. • buscar clientes fora da lo a e faça negócios. Seja proativo. Isso vale, inclusive, para pontos de grande movimentação de clientes. Desde que seja possível e adequado ao perfil da loja, crie campanhas, faça convênios com empresas, visite condomínios, crie e entregue mais e melhores serviços em sua loja. • Compreenda a din mica de conversão do ponto de venda. As pessoas entram no estabelecimento movidas por algum estímulo. Se elas saem sem comprar, é necessário que se compreenda os motivos e atue para aumentar a conversão de potenciais clientes efetivos. • Se a obcecado no combate à ruptura que é um grande problema para o vare o. Combat la é uma missão importante, especialmente no verão. • m dos motivos da não conversão é a falta de atitude de vendas dentro do estabelecimento. Não fique refém apenas da demanda. Treine o pessoal para que se possa atender bem e vender mais.
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“Para trabalhar melhor a ocasião, as farmácias devem oferecer os itens de verão na vitrine e nas pontas de gôndola. Elas precisam também observar o que a indústria tem a oferecer e dar ideias para que montem kits de viagem ou de férias. O PDV pode também montar seus próprios kits”, sugere. Já Silvia Osso recomenda exibir esses produtos em uma ponta de gôndola com o indicativo: “Vai viajar? Sua farmacinha está completa? “Neste local pode oferecer um kit com os produtos básicos. “Além disso, nos lugares onde o produto está em seu ponto natural, pode-se colocar uma sinalização lembrando que o item vai sair em férias junto com o clientes.” No entanto, para fazer qualquer ação, o mais importante é conhecer e entender o consumidor da loja. Nesse quesito, a consultora da Smollan Group do Brasil, Luciana Barreto, é enfática: “Existem várias formas de fazer essa análise. A mais simples é mesmo observando o que os shoppers compram, em qual horário isso acontece com maior frequência, em quais dias da semana, são mais mulheres ou homens, as pessoas entram acompanhadas ou sozinhas, para quem esses shoppers compram etc.” Depois de traçar o perfil desse shopper e mapear o cenário, deve-se partir para o planejamento do mix de verão, sempre pensando em oferecer soluções completas para as necessidades encontradas. “Acertar o mix de produtos é essencial. É por meio dessa assertividade que o equilíbrio chega ao ponto de venda, e isso só é possível se o varejista conhecer o perfil do shopper”, destaca Luciana. É preciso facilitar a compra. Essa é a estratégia de verão. Para aproveitar, o lojista deve fazer também um cross merchandising, agregando uma venda casada nas prateleiras principais.
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Preparando a pele para o verão OS CONSUMIDORES DEVEM CUIDAR DA PELE ANTES DE ENFRENTAR O CALOR DA ESTAÇÃO. PARA ISSO, VALEM ALGUMAS DICAS QUE FAZEM TODA A DIFERENÇA QUANDO O ASSUNTO INCLUI HIDRATAÇÃO E PROTEÇÃO POR EGLE LEONARDI
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O verão está quase chegando e o calor promete oferecer uma temporada com praia, piscina e muito sol. Para aproveitar plenamente a estação e não correr riscos de danificar a pele, alguns cuidados básicos devem ser preservados. “O preparo deve ser feito pensando que a pele receberá uma dose maior de radiação UV. Dessa forma, evitamos o uso de produtos ácidos que causem descamação, limitamos o uso de esfoliantes para uma vez por semana e usamos a hidratação para manter o nível de água na pele, já que o sol também leva ao ressecamento”, explica o dermatologista da Clínica Volpe de São Paulo, Jardis Volpe. A dica da farmacêutica da Galena, Alexandra Lemos, é caprichar na hidratação da pele, tanto na face quanto no corpo, duas vezes ao dia, já que, devido ao calor excessivo, é comum vários banhos diários. Além disso, o lazer em piscinas e praias facilita o ressecamento da pele. “O uso do protetor solar é imprescindível para resguardar a cútis da agressão causada pelo sol e evitar o envelhecimento motivado pelos raios ultravioletas. Também é importantíssimo lembrar que as pessoas que fizeram tratamentos incluindo procedimentos para manchas e melasmas no inverno devem tomar cuidado ainda maior com a exposição, aplicando o protetor a cada duas horas, para que mantenham o tratamento, já que o melasma pode voltar com facilidade nesta época do ano”, comenta Alexandra. A dermatologista Silvia Zimbres lembra que para se bronzear a pessoa não precisa se queimar. Queimaduras repetidas ao longo dos anos podem levar ao câncer e devem ser evitadas. “Entre 10h e 16h aumenta muito o ultravioleta B, causador das queimaduras solares, portanto, nesse horário, é preciso proteção, sempre! Já o ultravioleta A, o mesmo usado nas câmaras de bronzeamento, não causa queimaduras, mas bronzeia. Está disponível antes das 10h e após as 16h em grande intensidade. No entanto, lembre-se de que esta radiação, além de envelhecer a pele precocemente, causando manchas e rugas, também predispõe ao surgimento do câncer”, alerta a especialista.
ALGUNS PRODUTOS SÃO IMPRESCINDÍVEIS PARA AS NÉCESSAIRES DE VERÃO, COMO OS HIDRATANTES COM SENSORIAL LEVE, FLUIDO E REFRESCANTE QUE FACILITAM A APLICAÇÃO, MAS QUE CONTENHAM ATIVOS PODEROSOS QUE RETÊM A ÁGUA NA PELE Expor a cútis ao sol em demasia é um risco que pode trazer consequências sérias futuramente. Silvia ressalta que nunca se deve tentar adquirir a cor de um verão inteiro no primeiro dia de férias. A pessoa deve entender que o bronzeado só vai começar a aparecer entre 48h e 72h após a primeira exposição solar. “Este é o tempo necessário para que a melanina (pigmento que dá cor à pele) seja produzida e liberada pelas células. É um processo gradual e não adianta exagerar no sol para tentar apressá-lo. Além disso, é indispensável o uso de cremes hidratantes, pois a pele perde muita água, e de uma alimentação leve e rica em vitamina A”, fala a dermatologista.
O QUE NÃO PODE FALTAR Alguns produtos são imprescindíveis para as nécessaires de verão, como os hidratantes com sensorial leve, fluido e refrescante que facilitam a aplicação, mas que contenham ativos poderosos que retêm a água na pele, aplicados duas vezes ao dia. Alexandra afirma que as fórmulas para a face e pescoço devem conter hidratantes, clareadores de uso diurno, moduladores da renovação celular e antioxidantes, este último pode ser incorporado em hidratantes e FPS. Já os antioxidantes são benéficos para diminuir os efeitos deletérios que são causados pelo sol. A farmacêutica lembra que, devido aos raios solares, se não houver um cuidado bastante intenso, há facilidade de aumentar a queratinização da pele, como consequência haverá uma cútis áspera e com pouca luminosidade. Como no verão não é indicado o uso de ácidos, vale utilizar produtos que estimulem a renovação, mas com efeitos menos agressivos se comparados aos ácidos. 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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O CONSUMIDOR DA FARMÁCIA PRECISA SABER: • Nunca lave o rosto com sabonete antes de entrar na piscina, pois isso dá uma quebrada na película protetora da pele, que fica mais exposta. • A alimentação é muito importante para o bem-estar da pele. No entanto, é preciso lembrar de consumir alimentos que mantenham a sua emulsão epicutânea natural, que é essa pequena oleosidade protetora. Por isso, o paciente deve receber a suplementação com três gramas de ômega 3, com altas concentrações de DHA e EPA (verificar embalagem). • Antes de entrar na piscina com cloro use produtos à base de lipossomos e ceramidas. O lipossomo encapsula as células, impedindo o contato delas com o cloro. As ceramidas retêm a água do corpo, o que também funciona como uma película de proteção. Há a preferência por aquaporinas, que abrem os canais de água da pele, aumentando o seu fluxo. • muito importante tirar da c tis toda a sensação de cloro. O ideal é limpá-la em algodão embebido com loção tônica sem álcool. Às vezes, pode-se usar demaquilante, pois tem um pouquinho de óleo e ajuda a limpar também os poros, antes de lavar o rosto, logo ao sair da praia ou da piscina. O protetor solar resistente à água também entra bastante nos poros, por isso é importante limpar bem a pele. • Como a rea dos ol os é muito fina ela tende mais a secar e enrugar. Então, é importante fazer compressa nos olhos para hidratá-la. Faça uma compressa de chá de camomila, que tem altos teores de substâncias calmantes, uma vez ou duas por semana, durante 15 minutos. • utra dica importante é fa er uso de m scaras hidratantes, pelo menos uma vez por semana, na esteticista ou com o dermatologista. O dermatologista tem um poderoso arsenal para isso: o Vital Light. Trata-se de um hidratante injetável, à base de ácido hialurônico de baixa densidade, realizado com microagulhadinhas em toda a pele. Realiza-se três sessões, uma por mês, logo no início do verão. Como a agulha é muito fina, raramente ficam arroxeados. Fonte: Jardis Volpe, dermatologista da Clínica Volpe de São Paulo
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É importante a dermoconsultora conhecer algumas dicas que farão toda a diferença para que a consumidora possa curtir o verão sem danificar tanto a pele e os cabelos. A dermatologista Silvia Zimbres aconselha que as consumidoras se acostumem a usar um leave-in nos cabelos com filtro solar, que vai formar uma película nos fios e vai protegê-los do sol, do sal e do vento. “As mulheres devem repetir o procedimento sempre que molharem os cabelos, não importando se eles secarão naturalmente ou com secador”, destaca. Caso a mulher não tenha progressiva nos cabelos, o uso semanal de um xampu antirresíduos garante a remoção de restos de cloro e sal no couro cabeludo. Tomar uma ducha logo após sair da água do mar ou da piscina evita o acúmulo de sal e cloro nos fios. No que diz respeito às manchas cutâneas provocadas pelo sol, estas podem ser combatidas e controladas via protetor solar, que não só evita o aparecimento de novas manchas mas também impede manchas clarinhas e sardas de escurecerem. “Já as manchas escuras causadas pelo limão e outras frutas ácidas são chamadas de fitofotodermatose. Essas frutas não devem entrar contato com a pele se a pessoas estiver tomando sol mas, caso aconteça, é importante lavar a região imediatamente com água e sabonete”, alerta Silvia. Durante o verão, a pele fica naturalmente mais oleosa, facilitando o aparecimento de acne. Por isso, é preciso higienizar, tonificar e hidratar o rosto com cosméticos específicos antes da chegada da estação, o que evita o acúmulo de células mortas e de substâncias que podem entupir os poros, que se fecham com o suor causando aumento da oleosidade. “Só o uso de um bloqueador solar certo pode prevenir o aparecimento de acne. Os consumidores precisam escolher uma opção própria para o seu tipo de pele e aplicação destinada ao rosto, uma região mais sensível ao surgimento de acne”, finaliza a dermatologista.
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A CATEGORIA DE ITENS PARA REMOÇÃO DE PELOS APRESENTA PRODUTOS EM CERA, GEL, CREME E LÂMINAS, QUE JUNTOS REPRESENTAM FATURAMENTO IMPORTANTE PARA O PONTO DE VENDA
O POR EGLE LEONARDI
O mercado de produtos depilatórios, incluindo lâminas femininas, é de mais de R$ 290 milhões em 2012 e o canal farma representa 27% do total de vendas da categoria (Nielsen Retail Index ago/2013). De acordo com a gerente de marketing da Veet, Samantha Biagi, o mercado de remoção de pelos femininos não é sazonal, o que varia são os métodos escolhidos pelas consumidoras para a remoção dos pelos. “Enquanto no verão há maior uso de cremes e lâminas, pois as mulheres têm mais urgência em se depilar (devido ao uso frequente de saia,
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biquínis, shorts e viagens à praia) e não podem esperar o crescimento dos pelos, no inverno as ceras são as mais vendidas”, explica Samantha. Ela complementa dizendo que isso não significa que o inverno seja um período de baixa venda para o mercado, ainda mais no Brasil, em que há temperaturas amenas na menor parte do País. “Uma boa exposição do portfólio correto, com a inclusão de ceras frias, é fundamental para atender a esta demanda”, defende a executiva. A diretora Comercial da Depilart, Nilva Esper, também não acredita em sazonalidade, uma vez que a depilação não visa apenas resultados imediatos e a maioria das pessoas realiza a ação frequentemente. FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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“Uma das principais vantagens da depilação é o enfraquecimento do fio, e isso só acontece com a continuidade da retirada dos pelos, seja com cera ou creme depilatório. Obviamente que, em épocas mais frias, a frequência da depilação diminui, mas nunca deixa de ser feita. Por exemplo, o que no verão acontece a cada 20 dias, dependendo do método utilizado, no inverno passa a ser feita uma vez por mês.”
Já Tatiana, da DepiRoll, defende a praticidade de seus cremes e loções, pois podem ser aplicados pelas próprias consumidoras a cada sete dias. “As folhas, lenços prontos e refis roll-on devem ser utilizados a cada 20 dias e têm como principal vantagem a remoção pela raiz”, ressalta a executiva. Samantha, da Veet, defende que o creme depilatório é um método prático e rápido que depila sem dor e sem cortes. Além de ser elaborado com ingredientes hidratantes, que deixam a pele macia e hidratada, a sensação de pele lisinha dura até duas vezes mais do que na depilação com lâminas. “Existem produtos específicos para cada tipo de pele, que trazem ingredientes voltados para melhores resultados e maior hidratação (como óleos essenciais e manteiga de karité)”, lembra. Suas ceras removem os pelos pela raiz e proporcionam um resultado que dura até quatro semanas. A cera fria é extremamente prática e pode ser feita em qualquer lugar, removendo até mesmo os pelos mais curtos (a partir de 1,5 mm). Já a cera quente dilata os poros, facilitando a remoção do pelos e anestesiando um pouco o local durante a retirada da cera. “É muito importante observar que tipo de ingredientes cada fabricante utiliza em seu produto. As ceras quentes solúveis em água, por exemplo (Veet Cera Oriental), têm sido um grande sucesso devido à facilidade de remoção com água, o que facilita a utilização da consumidora em casa”, destaca Samantha. Já Juliana, da Gillete Venus, argumenta que a depilação com lâminas é o método mais prático dentre todas as opções atuais. Prova disso é porcentagem de mulheres brasileiras que se depilam com lâmina, cerca de 90%, o que representa 49 milhões de brasileiras. Ela explica que, em geral, as mulheres aproveitam a hora do banho para remover os pelos das diversas áreas do corpo, o que acaba poupando o seu tempo, além de ser um método mais econômico e indolor. “No caso de Venus, os aparelhos foram desenvolvidos especialmente para atender às necessidades do corpo feminino, o que proporciona uma depilação mais suave e confortável para as mulheres”, afirma. Vale lembrar que apenas o mercado de lâminas para mulheres movimenta cerca de R$ 208 milhões por ano (Nielsen Retail Index, ago/2013). Juliana comenta que em outubro foi lançado o Gillette Venus Malibu, que é o primeiro aparelho de
O MERCADO DE PRODUTOS DEPILATÓRIOS, INCLUINDO LÂMINAS FEMININAS, É DE MAIS DE R$ 290 MILHÕES EM 2012, E O CANAL FARMA REPRESENTA 27% DO TOTAL DE VENDAS DA CATEGORIA A executiva defende que, no alto verão, o fato de deixar os produtos bem visíveis pode alavancar as vendas, porque a procura é espontânea. Montar ilhas de produtos, com layout atrativo e panfletos informativos, também auxilia o consumidor a encontrar o produto. A gerente de marketing de Gillette Venus, Juliana Moretti, destaca que durante o verão o consumo de lâminas tende a aumentar, pois as mulheres costumam a expor mais o corpo e, portanto, acabam se depilando com maior frequência. Para se preparar para a sazonalidade, recomenda-se que o lojista garanta o estoque necessário, além de maximizar a visibilidade dos produtos em loja. “Por isso, a Gillette Venus é uma marca de beleza recomendada tanto para os lojistas quanto para as consumidoras, pois permite às mulheres ficarem com pernas lisas e prontas a qualquer momento”, fala.
EFICÁCIA COMPROVADA Nilva, da Depilart, explica que todos os métodos de depilação da empresa são eficazes, pois o uso constante afina os pelos. Tudo depende da preferência do consumidor. As ceras extraem o pelo pela raiz e o crescimento é mais demorado. “No caso do creme depilatório, o pelo é diluído e não retirado pela raiz. O processo é totalmente indolor, mas os pelos crescem com mais rapidez. Sua aplicação é mais prática e rápida, mas o consumidor precisa estar atento ao tempo de ação do produto”, comenta.
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VITRINE DE PRODUTOS Depilart: todos os métodos de depilação da empresa fazem com que o uso constante afine os pelos. Tudo depende da preferência do consumidor. As ceras extraem o pelo pela raiz e o crescimento é mais demorado. No caso do creme depilatório, o pelo é diluído e não retirado pela raiz. O processo é totalmente indolor, mas os pelos crescem com mais rapidez. Sua aplicação é mais prática e rápida, mas o consumidor precisa estar atento ao tempo de ação do produto.
Depil Bella Kit Cera Hidrossolúvel Camomila: entre outros produtos, a empresa oferece este kit que contém uma espátula, uma cera hidrossolúvel camomila, 20 lenços em fibra natural e um gel corporal pós-depilação.
Gillette Venus Malibu: é o primeiro aparelho de lâminas a conter o aroma de brisa do mar no cabo. O produto tem a cor laranja e traz os mesmos atributos que já consagraram Gillette Venus: cabo ergonômico emborrachado que acompanha o contorno do corpo da mulher, três lâminas montadas individualmente e inseridas em uma cabeça móvel e arredondada, com uma suave almofada de proteção, para um depilar mais rente e suave em apenas uma passada, e fita lubrificante Indicator, com aloe vera e vitamina E, que desbota, indicando o momento de troca do aparelho.
Veet: apresenta o creme depilatório como um método prático e rápido que depila sem dor e sem cortes. Além de ser elaborado com ingredientes hidratantes, que deixam a pele macia e hidratada, a sensação de pele lisinha dura até duas vezes mais do que na depilação com lâminas. Existem produtos específicos para cada tipo de pele, que trazem ingredientes voltados para melhores resultados e maior hidratação (como óleos essenciais e manteiga de karité).
Depiroll: defende a praticidade de seus cremes e loções, pois podem ser aplicados pelas próprias consumidoras a cada sete dias. As folhas, lenços prontos e refis roll-on devem ser utilizados a cada 20 dias e têm como principal vantagem a remoção pela raiz. Trabalha com as linhas de produto (peles sensíveis – Linha Sensitive DepiRoll, hidratação – Linha Hydrate DepiRoll e cuidados para a pele – Linha SPA Care DepiRoll) e pelo menos um item de cada segmento: cremes, lenços, folhas e refis roll-on.
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AS FARMÁCIAS VÊM GANHANDO DESTAQUE COM A VENDA DE CREMES DEPILATÓRIOS, CERAS FRIAS E LÂMINAS, UMA VEZ QUE VEM AUMENTANDO A DEMANDA DO PÚBLICO FEMININO POR OPÇÕES PRÁTICAS DE DEPILAÇÃO PARA SEREM FEITAS FORA DO SALÃO lâminas a conter o aroma de brisa do mar no cabo. O produto tem a cor laranja e traz os mesmos atributos que já consagraram Gillette Venus: cabo ergonômico emborrachado que acompanha o contorno do corpo da mulher, três lâminas montadas individualmente e inseridas em uma cabeça móvel e arredondada, com uma suave almofada de proteção, para um depilar mais rente e suave em apenas uma passada, e fita lubrificante Indicator, com aloe vera e vitamina E, que desbota, indicando o momento de troca do aparelho.
EXPOSIÇÃO RECOMENDADA Para os players do setor, as farmácias e drogarias têm um papel de extrema importância, já que na última década passou a ser considerado importante canal de distribuição de cosméticos e produtos de higiene. Por conta disso, esses estabelecimentos devem cuidar da exposição para facilitar a busca do consumidor. Segundo Samantha, da Veet, a farmácia responde por quase um terço das vendas feitas nesse mercado. Cada vez mais, o canal se torna um centro de compras de produtos de higiene pessoal, fazendo parte da rotina de beleza da mulher. A gerente explica que no segmento profissional (depiladoras de salão e clínicas de estética), a perfumaria ainda tem grande relevância, com maior foco em ceras e produtos de volume e baixo desembolso. “Porém, no segmento focado ao consumidor final, as farmácias vêm ganhando destaque com a venda de cremes depilatórios, ceras frias e lâminas, uma vez que vem aumentando a demanda do público feminino por opções práticas de depilação para serem feitas fora do salão”, afirma. A opinião da executiva com relação à exposição é que, idealmente, a categoria de remoção de pelos femininos (depilatórios e lâminas) deve ficar exposta em um único bloco, próximo à higiene pessoal. 180
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“O que ocorre atualmente é que, devido ao reduzido espaço disponível em gôndola, a categoria fica em diferentes seções, variando de loja para loja. Isso dificulta sua identificação por parte do consumidor, inibindo as vendas”, alerta. Além disso, ela ressalta que outro ponto importante nessa categoria é investir em materiais de PDV que sejam educativos, auxiliando a consumidora a escolher dentre os diversos métodos e variantes existentes. Tatiana, da DepiRoll, defende que os depilatórios devem ficar ao lado das lâminas. É indicado expor duas a três linhas de produto (peles sensíveis – Linha Sensitive DepiRoll, hidratação – Linha Hydrate DepiRoll e cuidados para a pele – Linha SPA Care DepiRoll) e pelo menos um item de cada segmento: cremes, lenços, folhas e refis roll-on. Na alta estação, ela aconselha manter a linha de depilatórios ao lado de protetores, uma vez que o consumo dessa categoria é alto no verão.
LÂMINAS SEMPRE “No Brasil, 70% das mulheres que usam lâminas utilizam a versão masculina. Por isso Gillette Venus deve estar bastante visível na gôndola de lâminas masculinas para que elas tenham a opção de uma Gillette desenhada especialmente para as mulheres”, ressalta Juliana, da Gillette Venus. Ela acrescenta que, além disso, as brasileiras tendem a utilizar diferentes métodos depilatórios dependendo da área do corpo, por isso, Gillette Venus também deve estar na seção de depilatórios femininos, junto com os demais produtos, como ceras e cremes. “Dentro do PDV, deve-se expor as lâminas Gillette Venus próximas a outros produtos de beleza, o que tende também a melhorar as vendas, pois aumenta a probabilidade de compra cruzada. Além disso, o checkout é outro lugar estratégico para Gillette Venus, já que é onde ocorrem as compras por impulso”, finaliza a especialista.
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Colorindo o verão CADA VEZ MAIS ESSENCIAIS NA CESTA DE BELEZA DAS MULHERES, OS ESMALTES PRECISAM GANHAR DESTAQUE NO PDV. CONFIRA COMO FICAR POR DENTRO DAS TENDÊNCIAS E AS MELHORES SOLUÇÕES DE MIX E EXPOSIÇÃO P O R K AT H LEN RA M OS
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Há algum tempo, o uso dos esmaltes tinha a única função de manter as unhas arrumadas, sempre com bastante delicadeza, sem o intuito de que chamassem a atenção. Portanto, as cores eram muito discretas, variando entre o rosa e o branco perolados. As mais ousadas ainda arriscavam o vermelho mais fechado. Hoje, o cenário é outro. Mais do que ajudar as mulheres a deixar as unhas em ordem, os esmaltes se tornaram um acessório da moda. Com tons mais vibrantes, diversos acabamentos e até finalização artística, as unhas se tornaram uma expressão de personalidade. “Para as brasileiras, o esmalte já é considerado um item fundamental do seu look diário. Assim, ter as unhas benfeitas vai além do ritual de higiene. É uma questão estética. Hoje em dia, muitas mulheres utilizam o esmalte para representar seu humor e suas vontades“, descreve a gerente de produto de Colorama, Renata Valente. FOTO: FELIPE MARIANO
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ESTAÇÃO DÁ O TOM Com a proximidade do verão, os tons mais vibrantes passam a fazer parte das tendências, inclusive para esmaltes. Segundo Soraia, da Mundial Impala, laranja, vermelho, rosa salmão, tons de verde e azul ficarão em alta. “A aposta é o contraste do colorido com cores neutras”, afirma. De acordo com Renata, da Colorama, para a estação primavera/verão 2014, as tendências ficam para o brilho e esmaltes cintilante ou com alta concentração de glitter. “Para as cores, as consumidoras devem usar e abusar dos tons quentes que beiram o neon, mas sem chegar lá, como rosas puros e abertos, e laranjas iluminados. A próxima estação também traz um lado mais discreto, puxando para os tons de vinho, rosado e trazendo de volta os brancos”, revela. Os nudes também devem ficar em alta, segundo indica Daniella Brilha, de Risqué. “Os nudes ganharam mais força que nunca e foram lembrados por grandes estilistas nas semanas internacionais de moda, voltando às ruas e passarelas do País com versões charmosas para quem quer sair do óbvio. Como o branquinho e o vermelho tradicional, o nude é um clássico que é revisitado com frequência. Além disso, a variedade de tons de nude faz com que a cor fuja do básico e esteja sempre entre os queridinhos das consumidoras”, diz a especialista, acrescentando que a Nail Art (unha artística) também continua com força e deve permanecer na próxima estação.
Ter várias cores de esmaltes sempre à mão, aliás, já é um novo hábito entre as população feminina. “Há mulheres que têm verdadeira paixão por cores e, por isso, até colecionam os esmaltes”, comenta a gerente de marketing da Mundial Impala, Soraia Arraes. Além do costume de ter vários deles em casa, outros hábitos relacionados à cutelaria têm mudado no universo feminino, demonstrando o crescimento da importância do cuidado e beleza das unhas. Uma pesquisa da TNS Research International, encomendada pela Mundial Impala, revelou que a maioria das mulheres ainda faz as unhas uma vez por semana (56%), mas há um crescimento entre as que já fazem as unhas duas vezes por semana, somando 8% delas. Ainda de acordo com o levantamento, a fre184
NO PEQUENO E MÉDIO VAREJO E NO FARMA INDEPENDENTE, O IDEAL SERIA A INTRODUÇÃO DOS PRINCIPAIS ITENS DAS COLEÇÕES, POIS A COMPRA POR IMPULSO DESTES ITENS É BEM MAIOR DO QUE OS ITENS REGULARES DA CATEGORIA E PODE COMPENSAR O ESFORÇO OPERACIONAL quência com que se faz o pé, na maioria dos casos, é de uma vez a cada 15 dias (45%), mas 26% fazem o pé uma vez por semana. Segundo Soraia, as cores mais pedidas têm sido o vermelho, rosa e branco, embora essa não seja uma regra. “O esmalte é muito democrático e, por isso, as mulheres exploram a criatividade e emoções por meio das cores, o que garante produções que refletem sua personalidade e estado de espírito.”
MANTENHA O PDV ATUALIZADO Com tantas novas opções que surgem no mercado, é comum as farmácias encontrarem dificuldades de manter o mix sempre abastecido as últimas linhas da indústria. Para vencer esse desafio, é fundamental que os responsáveis pelo abastecimento observem o comportamento do mercado e do público em relação às tendências da estação. E as informações podem ser obtidas pelo perfil da marcas nas redes sociais, bem como revistas de beleza ou sites oficiais dos fabricantes. Deter esse conhecimento é fundamental, já que as mulheres não abrem mão das novidades. “Os lançamentos são sempre desejados. Por isso a importância de as lojas estarem atualizadas com as últimas novidades e, também, os clássicos que nunca saem de moda”, adverte a diretora de marketing da Risqué, Daniella Brilha. A introdução ou não de coleções de cores dependerá do esforço operacional do varejo, pois requer cadastramentos e descadastramentos durante o ano todo, conforme explica a gerente de produto de Colorama, Renata Valente. “No pequeno e médio varejo e no farma independente, o ideal seria a introdução dos principais itens das coleções, pois a compra por impulso destes itens é bem maior do que os itens regulares da categoria e pode compensar o esforço operacional”, avisa.
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NA GÔNDOLA As marcas podem ser expostas na vertical, sempre partindo das premium para as de menor valor no sentido do fluxo do corredor. Já as cores podem ser organizadas das mais claras para as mais escuras, na altura dos olhos da consumidora, para que ela possa manuseá-los.
Vale lembrar, ainda, que o sortimento deve levar em consideração a segmentação da categoria. Portanto, não podem faltar bases destinadas à preparação das unhas, os esmaltes em si em todas as duas diversas variações e efeitos, bem como os finalizadores, que vem sob forma de óleo ou spray. E não se esqueça de oferecer uma solução completa ao consumidor. “As vendas adicionais de itens como lixas, produtos para pés e mãos, alicates, unhas postiças e adesivos geram um lucro incrível”, lembra a palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo Silvia Osso.
EXPOSIÇÃO ATRATIVA Outro ponto importante para a categoria está na manutenção de gôndolas visualmente atrativas e que ofereçam uma solução completa de compras ao consumidor, conforme orienta a gerente de marketing da Mundial Impala, Soraia Arraes. “Em relação às cores de esmaltes, a organização é fundamental, seja por escala de tons, seja por tema de coleção. Caso os itens fiquem expostos em gôndolas, deverão ficar em uma altura que permita ao consumidor uma boa visualização, facilitando a interação com o item. E próximo aos esmaltes deverão ficar os complementos e acessórios”,
descreve. A especialista de Colorama mostra a melhor estrutura para marcas e cores. “As marcas podem ser expostas na vertical, sempre partindo das premium para as de menor valor no sentido do fluxo do corredor. Já as cores podem ser organizadas das mais claras para as mais escuras”, ensina. A diretora de marketing Risqué, Daniella Brilha, aconselha que os esmaltes fiquem posicionados ao lado dos produtos de beleza, como maquiagens. Ainda segundo a especialista, os produtos também podem ser expostos em pontos diferenciados, além do natural. “Eles podem estar posicionados em pontos extras próximos ao checkout, para incentivar a compra por impulso”, diz. A consultora Silvia Osso adverte que os esmaltes nunca devem estar em vitrines fechadas. “A consumidora gosta de comparar preços, cores e pegar os produtos. Portanto, o contato com a categoria é fundamental. Aliás, não existe necessidade de vitrines, já que o índice de furtos é pequeno”, avisa, acrescentando que, ao calcular o preço de venda, os farmacistas já devem colocar uma porcentagem a mais que significa o adicional de furto, tampa meio aberta e quebra, embora sejam poucos os casos. 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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À prova de testes CONHEÇA O QUE A INDÚSTRIA OFERECE HOJE PARA O AUTOMONITORAMENTO DA SAÚDE E CONFIRA COMO GARANTIR BOAS VENDAS COM A CATEGORIA P O R K AT H LEN R A M OS
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Monitorar a glicemia e a pressão arterial, realizar testes de gravidez, verificar se a mulher está próxima ao período da menopausa. Essas são algumas das avaliações que o consumidor pode fazer sem a necessidade de ir a um hospital, posto de saúde ou farmácia. As opções de aparelhos de autotestes já são diversas no mercado e mostram-se bastante eficazes, além de toda a comodidade de dispensar o deslocamento do paciente. Com tantos benefícios, é natural que esse mercado se torne cada vez mais representativo. De acordo com o diretor comercial da União Química, Paulo César Marques, a categoria de autotestes para FOTOS: SHUTTERSTOCK
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NOVAS TECNOLOGIAS Os novos autotestes que surgem no mercado são cada vez mais eficazes e práticos para uso. No caso dos aparelhos de glicemia, por exemplo, agora eles contam com tecnologia que não necessita mais de uma calibração prévia do consumidor antes do uso. “Nosso medidor de Glicose G-TECH Free popularizou no mercado o conceito de medidor de glicose No Code, no qual não é necessário uma prévia codificação do medidor ao se utilizar uma nova caixa de tiras. Este sistema possui uma série de vantagens, principalmente em relação à segurança, pois, ao codificar errado ou esquecer de fazer a codificação, o usuário pode ter uma variação de até 40% nos resultados dos níveis de açúcar no sangue, e estudos indicam que um em cada seis usuários esquece ou faz essa codificação equivocada. Quando se trabalha com um medidor No Code, acaba-se com este problema”, explica o gerente de marketing Accumed – Glicomed, Pedro Henrique Abreu. Os monitores de pressão também se mostram extremante intuitivos para uso, sendo também bastante práticos e portáveis. Um dos grandes avanços para esses aparelhos está nos sensores, capazes de detectar a pressão sanguínea do paciente. Muitos deles são clinicamente validados, comprovando sua precisão. Algumas marcas também oferecem “manguitos inteligentes”, assim o aparelho pode inflar e desinflar ao nível ideal para cada pessoa, proporcionando máximo conforto. A precisão dos autotestes de gravidez também é praticamente total. “Em 2013, a Linha Confirme aumentou a sensibilidade de seus testes para 99,6%, aumentando, ainda mais, a segurança de suas clientes”, destaca a diretora da Linha Confirme, Dra. Carolina Ynterian. Além disso, muitos do resultados são apresentados aos usuários em apenas 40 segundos.
gravidez movimentou R$ 2,5 milhões em 2012, alta de 10% em relação a 2011. “O crescimento está atribuído ao aumento de PDVs atingidos e também do número de ponto de vendas e ao crescimento do mercado”, diz o especialista, salientando que, para este ano, espera-se um crescimento de 15%. Pode-se verificar o mesmo potencial na categoria de autotestes de glicemia. “O mercado de monitores de glicemia cresceu 66% entre 2011 e 2012, e as previsões indicam que a alta deve continuar na casa de dois dígitos até o fim de 2013. A Bayer cresceu 47% nos últimos anos no volume total de tiras, um percentual acima de seus principais concorrentes (dados PMB 12-13)”, revela a gerente de produto da Diabetes Care da Bayer HealthCare, Patrícia Gaillard.
Para o gerente de inteligência de mercado da Roche Diagnóstica, Henrique Zorn, um dos principais motivos para o resultado dessa categoria está no próprio crescimento da incidência de diabetes no Brasil e no mundo, que já é considerada uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), apesar de não ser uma patologia transmissível/contagiante. “Mundialmente, segundo a OMS, existem cerca de 350 milhões de pessoas com diabetes. No Brasil, de acordo com estimativas da Roche, são cerca de 12 milhões de diabéticos, sendo que aproximadamente metade deles não sabe que possui a doença. A outra principal razão para o crescimento do mercado é a lenta, mas importante, conscientização das pessoas sobre suas condições e tratamento. A pessoa com diabetes não pode ser curada, mas pode levar uma vida plena e saudável se seguir as orientações médicas e controlar bem os níveis de glicose no sangue. Pesquisas mostram que uma boa parte das pessoas com diabetes ainda não segue as diretrizes de controle glicêmico recomendadas por seus médicos, o que representa um grande potencial de crescimento de mercado”, destaca o especialista. A categoria de monitores de pressão arterial também mostra-se bastante promissora, segundo avalia o 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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diretor operacional da Omron no Brasil, Wanderley Cunha. “Somente as vendas de monitores de pressão digitais em 2012 contabilizaram cerca de 2 milhões de unidades. Anualmente, esse mercado tem crescido por volta de 12% a 15% nos últimos cinco anos, e a familiaridade com o produto, associada com a acompanhamento residencial da pressão arterial, tem sido a agente motivadora para esse crescimento. E, para este ano, as expectativas de crescimento continuam as mesmas, contudo a Omron deverá crescer mais que o dobro, considerando nossa estratégia de distribuição e penetração do mercado”, prevê.
VISIBILIDADE NO PDV É FUNDAMENTAL Como não precisam de receita médica, os autotestes podem ser expostos nas gôndolas ao alcance do consumidor, o que é uma vantagem para aqueles que querem interagir e comparar produtos. A indicação dos balconistas, acompanhada por orientações de uso, também é fundamental para as vendas desses produtos. “Uma boa disposição ou a indicação do balconista são determinantes para que o consumidor busque nosso produto”, afirma Paulo César Marques, da União Química, acrescentando que, na árvore de decisão de compras, o quesito principal para a escolha de autotestes, de modo geral, é a indicação de alguém que já tenha usado o produto. 188
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Especialistas do setor apontam que na categoria de testes para gravidez ou menopausa, esses produtos devem estar localizados próximos aos produtos de higiene íntima. E como para essa categoria muitas mulheres procuram por auxílio do farmacêutico, elas também podem estar atrás do balcão, com acesso fácil do atendimento. A visibilidade também deve ser grande para os monitores de glicemia, já que, segundo a executiva da Bayer, diabetes é uma categoria destino, levando o consumidor ao ponto de venda. “Essa categoria é muito atrativa ao PDV, uma vez que o paciente diabético possui um alto tíquete médio em suas compras e, geralmente, adquire outros produtos relacionados ao cuidado com a sua saúde, tais como insulina, medicamentos orais, algodão, agulhas, álcool gel, creme para pés, entre outros”, enumera a especialista. Patrícia acrescenta, ainda, que a categoria de testes para diabetes deve ser tratada de forma similar às de OTCs e bens de consumo e, por isso, deve ser exposta fora do balcão. “O ideal é que os monitores e tiras de glicemia estejam agrupados por marca, seguindo o planograma para facilitar a escolha do consumidor. O abastecimento correto da gôndola também é um ponto-chave, pois, caso a disponibilidade de estoque seja muito baixa, haverá problemas de ruptura, fazendo com que o consumidor não encontre o produto desejado e, devido a isso, mude de PDV”, alerta.
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Os produtos para diabetes, ao lado dos monitores, também podem estar agrupados num espaço único para esse público – o Espaço Diabetes –, modelo que já é adotado por diversas farmácias. O mesmo pode acontecer com os produtos que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes com hipertensão. Aliás, dependendo do mix oferecido no PDV, essas gôndolas podem trazer diversas soluções. “Sugerimos que a linha de healthcare e cuidados pessoais fiquem juntas, pois elas têm uma inter-relação, como, por exemplo, as balanças digitais, monitores de pressão arterial, massageadores, termômetros digitais, bem como a escova dental a pilha”, orienta o supervisor de marketing da Techline, Leandro Neves. E mesmo que a farmácia sofra por furtos da categoria, não se deve manter os produtos apenas atrás do balcão. “O consumidor tem de ver o produto, tocá-lo e, em algumas vezes, até testá-lo. Por isso, quanto mais a mostra e nos olhos do consumidor, maior será a venda por impulso. Para evitar furtos, nas gôndolas do autosserviço podem ser colocadas caixas vazias desses itens. Nesses casos, nossos promotores disponibilizam essas embalagens para as farmácias que são visitadas. Também é importante que os produtos estejam devidamente precificados e que o pagamento seja, se possível, parcelado”, aconselha o diretor operacional da Omron no Brasil, Wanderley Cunha.
CAPACITE O ATENDIMENTO PARA GARANTIR BOAS VENDAS O modo de utilização dos autotestes ainda gera muitas dúvidas do consumidor. Portanto, para garantir boas vendas, além de boa exposição, é fundamental que farmacêuticos e balconistas estejam preparados a sanar as dúvidas de uso e obtenção de resultados. “As características apresentadas nos produtos são muitas, porém o consumidor não sabe usá-las. Além disso, a posição correta de se usar um aparelho de pressão depende do aparelho”, exemplifica Cunha, sobre os monitores de pressão. O mesmo acontece como os testes de glicemia e com os de gravidez, já que as mulheres querem saber o grau de precisão do produto quando realizam o teste. No caso dos testes de menopausa, também é importante explicar o que esse produto é capaz de detectar. “O Confirme Menopausa detecta o hormônio folículo estimulante (FSH) na urina, indicando uma alteração hormonal característica no início do climatério, processo que pode ser rápido ou durar anos e que culminará na menopausa da mulher. Vale lembrar às consumidoras que a mulher está na meno190
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pausa quando passa um ano sem menstruar”, descreve a diretora da Linha Confirme, Dra. Carolina Ynterian. Portanto, seja qual for o teste, o primeiro passo é garantir a capacitação dos profissionais que estão atendendo o público. “Ser uma fonte de informação é parte vital do relacionamento com o paciente. Também é importante segregar uma área de atendimento confortável e reservada, onde o consumidor tenha privacidade para expor suas dúvidas”, orienta o gerente de Produto – Varejo & Consumidor, da Roche Diagnóstica, Leonardo Bia.
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Opção
terapêutica COM O CONSUMIDOR MAIS ATENTO E INFORMADO, A BUSCA DE NOVAS SOLUÇÕES POR MEDICAMENTOS EFICAZES E SEGUROS SE TORNOU UMA CONSTANTE. COM ISSO, A HOMEOPATIA, EM DESTAQUE NAS GÔNDOLAS, PODE VIRAR UMA REALIDADE P O R V I V I A N LOU R ENÇ O
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Homeopatia é uma palavra que significa “a cura pelos semelhantes”. Essa especialidade foi criada pelo médico alemão Samuel Hahnemann, no final do século 18. Ele foi o responsável por desenvolver a técnica farmacêutica que permitiu aplicar substâncias capazes de produzir sintomas semelhantes aos que o doente manifestava, mas em doses infinitesimais, quando o paciente passaria a desenvolver uma reação orgânica curativa. “Este método está no princípio da homeopatia, que é a utilização da lei da semelhança na cura dos pacientes”, explica a diretora farmacêutica da Boiron para o Brasil, Maria Isabel de Almeida Prado.
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A GRANDE DIFERENÇA ESTÁ NAS BASES TERAPÊUTICAS DAS DUAS CORRENTES: A ALOPATIA ESTÁ FUNDAMENTADA NA AÇÃO QUE AS SUBSTÂNCIAS EXERCEM SOBRE O ORGANISMO E A HOMEOPATIA ESTÁ CALCADA NA REAÇÃO ORGÂNICA, DESPERTADA PELAS DOSES MÍNIMAS HOMEOPÁTICAS
Dessa forma, qualquer substância, de qualquer natureza, pode ser utilizada como medicamento homeopático. Existem produtos de origem vegetal, animal ou mineral, natural ou sintético na lista de matérias-primas deste tipo de medicamento. Os medicamentos homeopáticos seguem procedimentos específicos de preparação. Eles são diluídos e dinamizados segundo uma escala, que pode ser centesimal, decimal ou cinquenta-milesimal. “O importante, para compreender o medicamento homeopático, é apontar a razão desta diluição, que produz esses medicamentos em doses infinitesimais”, ressalta Maria Isabel. “Eles são produzidos conforme as Regras da Farmacopeia Homeopática Brasileira e o Manual de Normas Técnicas para Farmácia Homeopática Brasileira”, explica a farmacêutica responsável Schraiber, Tsilia Schraibman.
HOMEOPÁTICOS X ALOPÁTICOS A principal diferença entre os medicamentos, segundo Tsilia, está no fato de os homeopáticos seguirem, além das Regras de Preparação Farmacêutica,
um procedimento de diluição e dinamização descrito nos Manuais Técnicos. As regras de preparação dos medicamentos em geral são ditadas pelas Boas Práticas de Fabricação e Controle de Qualidade e monitoradas pelas agências de vigilância sanitária. De acordo com a diretora farmacêutica da Boiron, não há diferença no rigor empregado na preparação dos homeopáticos, muito pelo contrário, por se tratar de medicamentos altamente diluídos, cada passo é extremamente delicado e requer cuidados de preparação e monitoração muito acurados. “A grande diferença está nas bases terapêuticas das duas correntes: a alopatia está fundamentada na ação que as substâncias exercem sobre o organismo e a homeopatia está calcada na reação orgânica, despertada pelas doses mínimas homeopáticas”, ressalta Maria Isabel.
RESISTÊNCIA À PRÁTICA De acordo com o pediatra e homeopata, Dr. Moises Chencinski, uma das “acusações” que a homeopatia recebe constantemente é sobre seu efeito placebo. “Ou seja, o paciente se identifica com o médico homeopata, que o escuta na consulta, fala tanto sobre seus problemas quanto da melhora, não pelo efeito do medicamento, mas sim pelo efeito psicológico do atendimento.” Os médicos (alopatas ou homeopatas) são formados nas mesmas faculdades de medicina, aprendem a fazer as consultas da mesma forma, têm o mesmo acesso ao mesmo paciente com os mesmos problemas. O efeito placebo não é uma exclusividade do homeopata, esclarece o Dr. Chenciski.
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O alopata também utiliza trabalhos científicos para comprovar a ação de um determinado medicamento, passando a utilizá-lo com eficiência e segurança. “Assim, durante a consulta, o paciente recebe seu efeito placebo tanto de um quanto de outro médico, desde que esse escute, de fato, seus problemas”, ressalta o Dr. Chencinski. “No Brasil, a homeopatia é reconhecida como especialidade médica por parte do Conselho Federal de Medicina e, comparativamente com outros países, ela vem sendo cada vez mais uma opção para médicos e consumidores, por todas as vantagens e benefícios que apresenta”, revela a diretora farmacêutica da Boiron. Um método que a farmacêutica responsável Schraiber, Tsilia Schraibman, propõe para essa quebra de barreiras é a divulgação dos estudos existentes e dos casos de cura e melhoria nos pacientes que foram tratados pela homeopatia. “No Brasil ela tem se destacado como uma medicina alternativa, e os profissionais de saúde, tendo apoio governamental e incentivos nos postos de saúde e hospitais, possibilitaram o crescimento da homeopatia ao grande público”, explica Tsilia. “Não se trata de uma medicina passiva, mas ativa, compartilhada, responsável. Menos agressiva e mais eficaz. É uma medicina preventiva que resulta em adultos saudáveis e conscientes de sua integração com a natureza”, explica o médico homeopata.
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Dr. Chencinski ressalta que, muitas vezes, o paciente vai ao consultório buscando tratar sua doença (alergia, insônia, indigestão, ansiedade etc.) e se surpreende com “uma melhora de sua qualidade de vida, equilíbrio, harmonia, foco, consciência e disciplina”. Os profissionais alertam que, de forma alguma, exclui-se a validade e a necessidade de outros tipos de tratamentos (nutricionais, físicos, psicológicos e até medicamentosos, como a fitoterapia e a alopatia). De acordo com Maria Isabel, cabe ao profissional de saúde prestar esclarecimentos e sanar todas as dúvidas na hora da dispensação. “Principalmente na farmácia, o farmacêutico é o profissional de saúde mais próximo do paciente, e este tem um papel fundamental na transmissão desse conceito.” Para isso o profissional necessita ter um conhecimento mínimo sobre homeopatia, sobre patologias e sobre os próprios medicamentos homeopáticos. “A Boiron vem capacitando os profissionais da farmácia num atendimento mais próximo do paciente, em linha com as grandes tendências mundiais. O consumidor é mais atento, mais informado e busca por si só soluções terapêuticas eficazes e seguras.”
UM MERCADO QUE CRESCE Apesar da resistência, o mercado de medicamentos homeopáticos está ganhando espaço. “A importância e a representatividade são crescentes e quem demanda é
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EVOLUÇÃO
A COMERCIALIZAÇÃO DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS SE DÁ EXATAMENTE DA MESMA FORMA COMO OS MEDICAMENTOS ALOPÁTICOS, OU SEJA, EXISTEM MEDICAMENTOS DE PRESCRIÇÃO MÉDICA OBRIGATÓRIA (TARJA VERMELHA), QUE DEVEM ESTAR LOCALIZADOS ATRÁS DO BALCÃO. EXISTEM MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO (MIPS) QUE PODEM E DEVEM ESTAR LOCALIZADOS NA ZONA DE LIVRE ACESSO AO CONSUMIDOR o consumidor. Da mesma forma que os medicamentos fitoterápicos conquistaram o seu espaço no varejo e nas drogarias, a homeopatia também vem conquistando o seu lugar, através de medicamentos industrializados eficazes e seguros”, ressalta Maria Isabel, da Boiron. Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, mercados considerados mais maduros, a homeopatia nas gôndolas em lugar de destaque já é uma realidade. “Alguns dos nossos medicamentos figuram hoje entre os mais vendidos do mercado, precisamente por todas essas vantagens e benefícios que aportam ao consumidor e ao profissional de saúde.” A farmacêutica responsável Schraiber explica que o uso dos medicamentos homeopáticos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são usados para tratar casos em que não há mais eficácia da medicina tradicional. “Lembrando que esses medicamentos precisam de receita, que são prescritas pelos médicos homeopatas, utilizando-se produtos existentes no mercado.”
INVESTINDO NA CATEGORIA Uma das maneiras de aumentar as vendas dos medicamentos homeopáticos nas farmácias e drogarias
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é trabalhar diretamente com o médico, já que é ele quem faz a prescrição. “Também é preciso trabalhar no ponto de venda, através de materiais de informação ao consumidor, para quebrar possíveis preconceitos ou barreiras. Outro método eficaz são ações de formação realizadas junto do profissional de saúde na farmácia”, explica a diretora farmacêutica da Boiron, Maria Isabel de Almeida Prado. A comercialização dos medicamentos homeopáticos se dá exatamente da mesma forma como os medicamentos alopáticos, ou seja, existem medicamentos de prescrição médica obrigatória (tarja vermelha), que devem estar localizados atrás do balcão. “Existem Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) que podem e devem estar localizados na zona de livre acesso ao consumidor”, ressalta Maria Isabel. A grande vantagem dos medicamentos homeopáticos reside no fato de não possuírem efeitos colaterais nem qualquer contraindicação. A diretora farmacêutica da Boiron lembra que o ideal é que os medicamentos homeopáticos estejam localizados junto com os demais da mesma classe terapêutica ou, ainda, estar numa seção própria de homeopatia ou junto com os fitoterápicos, permitindo assim uma maior visibilidade para o consumidor.
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SOCIAL
Farmácia Amiga
da Criança
AÇÃO DO CRF-CE PROMOVE A IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO ENTRE POPULAÇÃO DA COMUNIDADE. FARMACÊUTICO É A PONTE DE INTEGRAÇÃO
O
O projeto Farmácia Amiga da Criança tem como objetivo incentivar o aleitamento materno, aumentar as doações aos bancos de leite humano (BLH) e realizar formação a profissionais de saúde para que promovam o leite materno como alimento exclusivo até os 6 meses de idade e esclareçam as vantagens deste ato de amor à população.
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A proposta é fazer do farmacêutico a ponte de integração entre a informação sobre o aleitamento materno e a população. Assegurar o aleitamento materno significa conscientizar a futura mamãe e seu círculo social de que o leite materno é o alimento mais completo para um bebê, repleto de nutrientes e carinho. FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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ASSEGURAR O ALEITAMENTO MATERNO SIGNIFICA CONSCIENTIZAR A FUTURA MAMÃE E SEU CÍRCULO SOCIAL DE QUE O LEITE MATERNO É O ALIMENTO MAIS COMPLETO PARA UM BEBÊ, REPLETO DE NUTRIENTES E CARINHO ALEITAMENTO MATERNO Você sabia que o leite materno possui todos os nutrientes que uma criança precisa para crescer forte e saudável? O leite materno é um alimento completo porque: • Contém vitaminas minerais gorduras aç cares proteínas todos apropriados para o organismo do beb . • Possui muitas subst ncias nutritivas e de defesa (anticorpos que não se encontram no leite de vaca e nen um outro leite. • est pronto para o consumo a qualquer ora do dia ou da noite. • Est na temperatura ideal e totalmente equilibrado para as necessidades do beb . • produ ido pelo organismo da mãe especialmente para o est mago da criança portanto de mais f cil digestão.
BENEFÍCIOS PARA O BEBÊ iversas pesquisas reali adas no mundo inteiro comprovam que: • s beb s que mamam adoecem menos. em menos alergias diarreia pneumonia infecção de ouvido e muitas outras doenças. • ar a mama a uda na prevenção de defeitos na oclusão (fec amento dos dentes diminui a incid ncia de c ries e problemas na fala. • A amamentação como um ato de amor e carin o fa o beb sentir se querido e seguro. • Beb s que foram amamentados apresentam mel or crescimento e desenvolvimento. rabal os científicos apontam que essas crianças são mais inteligentes.
SAIBA MAIS Farm cia Amiga da Criança é desenvolvido pelo Consel o egional de Farm cia do Estado do Cear (C F CE por meio da Comissão écnica de Farm cia Comunit ria em parceira com o BL da aternidade Escol a Assis C ateaunbriand e a Secretaria de Sa de do Estado. .amamentartudodebom.com.br
VANTAGEM PARA A MÃE A amamentação é uma via de mão dupla tanto tra benefícios para o beb quanto para mãe. A mãe que dá o peito: • Fortalece os laços afetivos e favorece o prolongamento da amamentação. • Amamentar logo que o beb nasce diminui o sangramento da mãe ap s o parto e fa o tero voltar mais r pido ao taman o normal. • As mães que dão a mama por maior tempo t m menor risco de c nceres de mama e ov rios. • econ mico e pr tico. • As mães que amamentam voltam a forma física mais rapidamente. 2013 NOVEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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INSTITUCIONAL – ABRADILAN
Departamento
www.abradilan.com.br
de compra
A IMPORTÂNCIA DESTE SETOR PARA FARMÁCIAS E DROGARIAS
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P O R J ON Y S OU SA , PR ES I DENTE DO C O NSELH O DIRETIVO ABRA DILAN
No mundo globalizado e informatizado em que as empresas vivem, cada vez mais nota-se a importância da utilização de novas tecnologias de compras e da implantação de técnicas mais vantajosas que busquem a integração entre clientes e fornecedores, para melhorar a qualidade de serviços e/ou produtos. Agora que as facilidades de comunicação estão cada vez mais presentes em todo o mundo, as empresas podem adquirir tecnologia, bens e informações com maior facilidade, apenas acessando um sistema informatizado. No entanto, aspectos como a localização geográfica e a atuação em conjunto também representam facilidades quando se fala na aquisição de
produtos ou matérias-primas, o que significa também maior poder de barganha e maior competitividade no mercado. As farmácias e/ou drogarias no Brasil vêm-se transformando nos últimos anos em um negócio de alta tecnologia, no qual a preocupação principal dos gestores empresariais é captar as necessidades dos consumidores e satisfazer suas necessidades de forma mais adequada e diferenciada que a de seus concorrentes. A gestão de compras é uma atividade fundamental para o bom gerenciamento das empresas e que influencia diretamente nos seus estoques e no relacionamento com os clientes, estando também relacionada à competitividade e ao sucesso
da organização. Para que isso aconteça, é necessário conhecer exatamente como esse sistema funciona. Tendo-se em vista a competitividade em alta no varejo farmacêutico no Brasil e com a eminente vinda de mais algumas competidoras internacionais, vê-se cada vez mais a necessidade de uma boa gestão da área de compras, em especial das farmácias e drogarias independentes, mostrando, assim, que a gestão de compras num fluxo bem organizado e informatizado, juntamente com a qualificação dos compradores, pode ser um diferencial para que eles consigam reduzir seus custos e se manter competitivo no mercado.
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VERÃO
CHEGANDO OS TERMÔMETROS COMEÇAM A SUBIR, E AS MARCAS DE PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS APRESENTAM AO MERCADO OS LANÇAMENTOS VOLTADOS PARA OS DIAS MAIS QUENTES DO ANO
PELE PRONTA
Para eliminar o aspecto brilhante da pele e deixá-la mais bonita durante a época mais quente do ano, a Neutrogena traz a poderosa fórmula do Deep Clean Grapefruit, que contém beta-hidróxido, penetrando nos poros, removendo 99% das impurezas e a oleosidade. Esse alto poder de limpeza combinado com o extrato natural de Grapefruit, reconhecido por sua fragrância e que deixa uma agradável sensação de frescor, faz com que a pele fique limpa e fresquinha, todos os dias. Preço sugerido: R$ 11,68 – 80 g R$ 21,90 – 150 g Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.neutrogena.com.br 202
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PROTEÇÃO GARANTIDA
A Farmax expande a sua linha de proteção solar e acaba de lançar o Protetor Solar FPS 50 Oil Free Sunless. O produto oferece proteção contra os raios UVA e UVB e contém vitamina E, um forte aliado no combate à formação de radicais livres, prevenindo o envelhecimento precoce da pele ocasionado pela exposição excessiva aos raios solares. Preço sugerido: R$ 35 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.farmax.ind.br FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃOK
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SEMPRE EM DIA
LINHA RENOVADA
A marca de sabonetes Alma de Flores, presente no portfólio da Menphis há 64 anos, lança duas novas versões de fragrâncias. A Sky Dreams e Love & Sweet se diferenciam do restante da linha, pois conferem um toque moderno e, ao mesmo tempo, retrô. Os sabonetes hidratantes apresentam silicone, que propicia espuma cremosa e cria um filme protetor sobre a pele. Preço sugerido: R$ 2,30 Na gôndola: pele/sabonetes/checkout Site: www.almadeflores.com.br
COURO CABELUDO SAUDÁVEL Vichy traz ao Brasil o novo xampu Dercos Anticaspa Couro Cabeludo Sensível, para um cuidado que agrega eficácia anticaspa, cosmeticidade para os fios e melhora o estado do couro cabeludo. Sua fórmula, sem sulfato, favorece a ação do produto no local e limita a proliferação do fungo. O produto diminui a caspa sem agredir a fibra capilar e acalma o couro cabeludo sensível, suavizando a coceira a partir da primeira aplicação. Preço sugerido: R$ 53,90 Na gôndola: cabelos Site: www.vichy.com.br
PROTEÇÃO PERSONALIZADA
Os papais e mamães sabem que há diferenças na hora de trocar fraldas de meninas e de meninos. Pensando nisso, a Kimberly-Clark lançou a fralda descartável Huggies Turma da Mônica Supreme Care, que pussui atributos exclusivos para cada gênero. Para as meninas, a área de absorção fica localizada no centro da fralda e no caso dos meninos fica localizada na parte frontal, o que acelera a absorção do fluxo nas áreas de maior exigência. Preço sugerido: R$ 23,90 - 20 fraldas descartáveis Na gôndola: bebês/checkout Site: www.huggiesturmadamonica.com.br 204
CUIDADO ÍNTIMO
A DKT, dona da marca de preservativos Prudence, agora investe em uma nova linha focada na saúde da mulher, com o lançamento da Prudence Íntima – Lenços Umedecidos. Testados ginecologicamente, os lenços possuem pH balanceado e não irritam a pele da região vaginal. Com ação relaxante de camomila, os ativos higênicos proporcionam sensação de frescor e bem-estar. Preço sugerido: de R$ 6,50 a R$ 8 Na gôndola: femininos/checkout Site: www.dkt.com.br
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SEMPRE EM DIA
SABOR NATURAL
Chega ao mercado o Finn 10% Stévia. O adoçante é composto pela substância natural extraída da planta Stévia Rebaudiana por meio de um processo artesanal, o que garante a qualidade e naturalidade do produto final. O produto pode ser usado para controlar as calorias da dieta, contribuindo para uma perda de peso saudável, além de auxiliar no controle do diabetes. Preço sugerido: R$ 11,90 Na gôndola: diet/light/checkout Site: www.finn.com.br
HIDRATAÇÃO PROFUNDA
A Amend se inspirou na tradição dos óleos milenares dos Andes, Taiti e Egito e criou a Coleção Millenar Oil Segredos do Mundo, desenvolvida com óleos exóticos que revelam os segredos dos cabelos sedutores. São três versões: Óleo de Monoi, Óleo de Moringa e Óleo de Inchi, para diferentes tipos e condições dos cabelos. Preço sugerido: R$ 33,42 Na gôndola: cabelos Site: www.amend.com.br
HIGIENE GARANTIDA
Para tornar a hora de lavar as mãos muito mais divertida, Dettol No-Touch é equipado com um sensor de movimento automático. A simples aproximação das mãos ativa o dispenser com a quantidade exata do sabonete, evitando o contato e o desperdício do produto. O kit contém um Dettol No-Touch, quatro pilhas AA e um refil de sabonete líquido com 250 ml nas fragrâncias Chá Verde e Gengibre, Grapefrut e Pepino. Preço sugerido: R$ 39,90 Na gôndola: sabonetes/checkout Site: www.dettol.com.br 206
PERNAS ARRASADORAS
Já está está à disposição das brasileiras a nova versão de Gillette Venus: Malibu, na cor laranja e com aroma inspirado na “brisa do mar”. Os aparelhos descartáveis possuem três lâminas montadas individualmente e inseridas em uma cabeça móvel e arredondada, com uma suave almofada de proteção para um depilar mais rente e suave em apenas uma passada. Possui fita lubrificante Indicator, com aloe vera e vitamina E, que desbota, indicando o momento certo para a troca do aparelho. Preço sugerido: R$ 17,99 Na gôndola: lâminas/depilatórios Site: www.gillettevenus.com.br
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SEMPRE EM DIA
ROSTO DE BONECA
LIVRE DE ODOR
Vodol, marca líder no mercado de micoses e frieiras, acaba de lançar a exclusiva apresentação aerossol. É o primeiro nitrato de miconazol do mercado nesta versão prática e moderna. Fácil de aplicar e com fragrância suave, Vodol Prevent elimina os odores da transpiração e mantém os pés secos, frescos e limpos, além de ser hipoalergênico.
Manter a pele sempre hidratada não é uma tarefa fácil. Diante disso, a Germed Pharma acaba de lançar o Hydracell, um produto que oferece hidratação intensa e prolongada por 24 horas. Inovador, graças ao conjunto de ativos funcionais disponíveis na sua formulação, é o único no mercado que de fato oferece uma hidratação completa tanto para o rosto quanto para o corpo. Preço sugerido: R$ 53 – 120 ml R$ 60 – 200 ml Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.germedpharma.com.br
Preço sugerido: a consultar Na gôndola: cuidados podológicos Site: www.vodol.com.br
INSPIRAÇÃO ARTÍSTICA
Características de diferentes movimentos artísticos foram reunidas para compor a Coleção Artistas dos Esmaltes Fortalecedores Granado: a suavidade do impressionismo, a ousadia do abstrato e a vibração do moderno. Os nomes das cores fazem uma homenagem a pintoras que, além de musas, inspiraram o mundo das artes plásticas: Mary, Cecília, Lavínia, Joan, Georgia, Anita e Frida. O branco translúcido, tons pastéis, violeta e vermelho-cereja compõem uma paleta diversificada e feminina. Preço sugerido: R$ 17 (cada unidade) Na gôndola: cutelaria/checkout Site: www.granado.com.br
LINHA RENOVADA
A Sanifill aprimorou o mix de produtos e apresenta ao mercado sua linha de antissépticos bucais com fórmulas renovadas e escovas ultraprofissionais e ortodônticas com novas embalagens e funcionalidades. Os produtos foram desenvolvidos especialmente para auxiliar na manutenção da saúde oral de forma completa e suave. Preço sugerido: a consultar Na gôndola: oral care Site: www.sanifill.com.br
Obs.: Os preços sugeridos são informados pela indústria fabricante de cada produto. 208
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SERVIÇOS A
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ABAFARMA http://abafarma.com.br ABRADILAN www.abradilan.com.br ABRAFARMA www.abrafarma.com.br ACCUMED – GLICOMED www.glicomed.com.br ALANAC www.alanac.org.br ANVISA http://portal.anvisa.gov.br
B BANCO CENTRAL www.bcb.gov.br BAYER HEALTHCARE www.bayerhealthcare.com.br BOIRON www.boiron.com.br
C CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO www.saocamilo-sp.br CFF www.cff.org.br CLÍNICA BELLE SANTÉ www.clinicabellesante.com.br CLÍNICA VOLPE DE SÃO PAULO www.clinicavolpe.com COLORAMA www.coloramaesmaltes.com.br CONFIRME www.confirme.com.br CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO CEARÁ www.crfce.org.br CPDEC www.cpdec.com.br CVS CAREMARK www.caremark.com
D DATAFOLHA http://datafolha.folha.uol.com.br DELBONI AURIEMO MEDICINA DIAGNÓSTICA www.delboniauriemo.com.br DEPILART www.depilart.com.br DEPIROLL www.depiroll.com.br DESENVOLVA CONSULTORIA E TREINAMENTO www.desenvolvaconsultoria.com.br DROGARIAS ULTRAPOPULAR www.drogariasultrapopular.com.br
EMS www.ems.com.br ESPM www.espm.br EXTRAFARMA www.extrafarma.com.br
F FARMÁCIA AMIGA DA CRIANÇA www.fmb.unesp.br FEBRAFAR www.febrafar.com.br FED www.federalreserve.gov FGV-EAESP http://eaesp.fgvsp.br FGV-SAÚDE http://gvsaude.fgv.br FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL www.imf.org
G GALENA www.galena.com.br GILLETTE VENUS www.gillettevenus.com.br GRUPO CIMED www.grupocimed.com.br GRUPO TRIUNFO www.grupotriunfo.com GRUPO ULTRA www.ultra.com.br
H HOSPITAL 9 DE JULHO www.hospital9dejulho.com.br HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ www.hospitalalemao.org.br HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA www.beneficencia.org.br HOSPITAL DO CORAÇÃO www.hcor.com.br HOSPITAL SÃO CAMILO DE SÃO PAULO www.saocamilo.com HOSPITAL SAMARITANO DE SÃO PAULO www.samaritano.org.br
I IASP www.iasp.br IBEVAR www.ibevar.org.br ICTQ www.ictq.com.br
IDEC www.idec.org.br IEV www.iev.net.br IMS HEALTH www.imshealth.com INDUSTRIA DA IMAGEM DESIGN www.designdeembalagens.com.br INTELLIGENTSIA CORPORATIVA http://intelligentsia.adm.br INSTITUTO KAROLINSKA www.karolinska.se ISMA www.isma.org.uk
J JOHNSON & JOHNSON www.jnjbrasil.com.br
L L’ORÉAL www.loreal.com.br
M MATERNIDADE ESCOLA ASSIS CHATEAUNBRIAND www.meac.ufc.br MEIZLER BIOPHARMA www.meizler.com.br MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL www.mpas.gov.br MINISTÉRIO DA SAÚDE www.saude.gov.br MULTILAB www.multilab.com.br MUNDIAL IMPALA www.impala.com.br MUNDIPHARMA http://mundipharma.com.br
N NIELSEN www.nielsen.com/br/pt NOVARTIS www.novartis.com.br NYCOMED www.nycomed.com.br
O ONLY MERCHANDISING www.blessa.com.br ONOFRE www.onofre.com.br
P P&G www.pg.com/pt_br PFIZER www.pfizer.com.br
PRÓ GENÉRICOS www.progenericos.org.br
Q QUALIVAR CONSULTORIA http://qualivar.com.br
R RISQUÉ www.risque.com.br ROCHE DIAGNÓSTICA www.roche.com.br
S SANDOZ www.sandoz.com.br SBD www.sbd.org.br SBED www.dor.org.br SCHRAIBER www.schraiber.com.br SINDUSFARMA www.sindusfarma.org.br SMOLLAN GROUP DO BRASIL www.smollan.co.za
T TAKEDA www.takedabrasil.com TECHLINE www.techline.com.br TEUTO www.teuto.com.br
U UBS ESCOLA DE NEGÓCIOS www.ubs.edu.br ULTRAFARMA www.ultrafarma.com.br UNESP www.unesp.br UNIFESP www.unifesp.br UNIÃO QUÍMICA www.uniaoquimica.com.br UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI www.anhembi.br
V VEET www.veet.com.br
W WALGREENS www.walgreens.com
Y YNNER www.ynner.com.br
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