Edição 306

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GUIA DA FARMÁCIA ANO XXV • Nº306 MAIO DE 2018

PONTO DE VENDA O layout é responsável por todo o caminho que o shopper percorre dentro da loja. Executá-lo da maneira correta é um facilitador da boa experiência de compra

FINALIDADE TERAPÊUTICA Primeiro medicamento brasileiro à base de Cannabis deve ser lançado até o fim do ano no País, reduzindo em até 80% as crises convulsivas provocadas pela epilepsia refratária e reduzindo pela metade o custo do tratamento, hoje calculado em cerca de R$ 4 mil mensais

DEBATE O Brasil ocupa o quarto lugar entre os países que mais buscam dados pela internet, e o próprio Google afirma que saúde é um dos temas mais recorrentes


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EDITORIAL

Contra epilepsia refratária A inclusão dos derivados de canabidiol na lista de plantas e substâncias sob controle especial no Brasil, de acordo com a Portaria 344/98, se deve, em grande parte, pela reivindicação de muitas famílias de pacientes com epilepsia refratária – grau mais crítico da doença –, que atinge cerca de 750 mil pessoas no País, a maioria delas crianças. O medicamento à base do extrato vegetal da Cannabis é capaz de diminuir em até 80% as convulsões – alguns pacientes chegam a ter 50 crises em apenas um único dia. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a liberação de registro de medicamentos à base de Cannabis foi baseada em estudos e informações que comprovaram a eficácia, segurança e qualidade da substância. Até o momento, está permitida a venda de medicamentos registrados na Anvisa que possuam em sua formulação derivados de Cannabis sativa em concentração de no máximo 30 mg de Tetrahidrocannabinol (THC) por mililitro e 30 mg de canabidiol por mililitro. O primeiro medicamento de produção nacional derivado de Cannabis deve ser lançado pela Prati-Donaduzzi, até o final

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Laura Martins EDITOR DE ARTE Junior B. Santos COMERCIAL (EXECUTIVAS DE CONTAS) Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) ASSISTENTE COMERCIAL Mariana Batista Pereira 4

deste ano. A companhia decidiu investir no desenvolvimento de um tratamento para a doença, antes mesmo da Anvisa autorizar a comercialização de produtos derivados de canabinoides no Brasil. Acompanhe a reportagem de capa do Guia da Farmácia desta edição na íntegra e saiba de que forma o produto será apresentado, como age no cérebro e os prós e contras da substância. Outro detalhe importante e que merece ser ressaltado é que o medicamento brasileiro tende a reduzir pela metade os custos, hoje estimados em R$ 4 mil mensais. Veja também que a internet se tornou uma importante ferramenta de informação sobre saúde. O Brasil ocupa o quarto lugar entre os países que mais buscam dados e o próprio Google afirma que saúde é um dos temas mais recorrentes – uma em cada 20 pesquisas feitas na base de dados do site é para obter informação sobre questões relacionadas a doenças ou bem-estar.

Lígia Favoretto Editora-chefe

ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri FINANCEIRO Cláudia Simplício e Fabíola Rocha ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ASSISTENTES DE MARKETING Leonardo Grecco e Noemy Rodrigues MARKETING DIGITAL Kauê Santos

GUIA DA FARMÁCIA MAIO 2018

O primeiro medicamento de produção nacional derivado de Cannabis deve ser lançado pela Prati-Donaduzzi, até o final deste ano

Boa leitura!

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Adriana Bruno, Flávia Corbó, Kathlen Ramos e Laura Martins Revisão Maria Elisa Guedes Colunistas Carlos Zago, Nelson Mussolini e Silvia Osso Diagramação Kátia Prenholato IMPRESSÃO Abril Gráfica CAPA Shutterstock

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.:(11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.

IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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SUMÁRIO #306 MAIO 2018

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E MAIS 42

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DEBATE

A busca sobre doenças tem liderado os rankings de pesquisa do Google, porém, a curiosidade dos pacientes pode levá-los a concluir diagnósticos e tratamentos errôneos

08 > GUIA ON-LINE 10 > ENTREVISTA 16 > ANTENA LIGADA 26 > ATUALIZANDO 32 > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE 70 > EXPANSÃO

ESPECIAL SAÚDE CAPA

48

>

ATUALIDADE

O Brasil está perto de ter o seu primeiro medicamento à base de canabidiol. A Prati-Donaduzzi é pioneira ao usar o ativo – bastante polêmico – para desenvolver um fármaco contra epilepsia refratária

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>

PONTO DE VENDA

Tecnologia, apelos visuais, sensoriais e comerciais fazem cada vez mais parte do varejo. Para oferecer toda a experiência ao cliente, é necessário ter um layout que tenha inteligência de Gerenciamento por Categorias e mobiliário adequado

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MERCADO

Para descobrir novos ativos e medicamentos inovadores e capazes de revolucionar a ciência, é preciso que a indústria farmacêutica invista tempo e recursos em Pesquisa & Desenvolvimento 6

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76 > ALERGIAS RESPIRATÓRIAS 84 > DOR DE CABEÇA 92 > CONSTIPAÇÃO 100 > INCONTINÊNCIA URINÁRIA 106 > HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 112 > GLAUCOMA 118 > TPM 122 126 130 136 142

> PREVENÇÃO > CATEGORIA > OPORTUNIDADE > EVENTO > SEMPRE EM DIA

ARTIGO 36 > VAREJO Silvia Osso 38 > OPINIÃO Nelson Mussolini 40 > PONTO DE VISTA Carlos Zago IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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GUIA ON-LINE INFORMAÇÕES NA INTERNET

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CONTEÚDO NO PORTAL CONSUMO ALARMANTE

A ingestão de antibióticos cresceu 65% nos últimos 15 anos em todo o mundo. Este dado coloca os profissionais de saúde em alerta, devido à resistência de bactérias.

ALERGIAS RESPIRATÓRIAS COMUNS

Entender as diferentes alergias é essencial para orientar corretamente o paciente que chega à farmácia. Rinite e asma são duas das que mais acometem a população.

PREÇOS DE MEDICAMENTOS ATUALIZADOS Farmácias devem ter, obrigatoriamente, a lista de preços disponível para o consumidor. Material é útil, principalmente, após o reajuste anual de preços.

O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS Fazer a gestão de colaboradores, varejo, estoque, projetos e de todo o universo do canal farma é a chave para o varejista ter sucesso em seu negócio.

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Os influenciadores digitais estão conquistando o mundo e a área de saúde não ficaria de fora. Conheça como as redes sociais e os usuários começam a interagir sobre os mais diversos assuntos.

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ENTREVISTA-ABBOTT

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IMAGEM: DIVULGAÇÃO


Inovação de berço LÍDER NO MERCADO DE NUTRIÇÃO, A ABBOTT TEM PRESENÇA DE PESO NÃO SOMENTE NESTE SEGMENTO, MAS EM OUTROS DO MERCADO FARMACÊUTICO

A

POR LAURA MARTINS

A saúde precisa se reinventar e evoluir para que as pessoas tenham cada vez mais bem-estar. Essa é a aposta da Abbott para crescer e desenvolver novos produtos, dispositivos médicos e diagnósticos. A empresa está no Brasil desde 1937 e coloca o País como um de seus protagonistas entre todas as outras nações em que atua. Essa importância é confirmada pelo Centro de Desenvolvimento Farmacêutico, aberto desde o ano passado, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Para falar sobre os principais diferenciais e obstáculos do mercado local, além das inovações e expectativas para os próximos anos, o gerente-geral da Abbott no Brasil, Juan Carlos Gaona, concedeu uma entrevista exclusiva para o Guia da Farmácia. Confira!

Juan Carlos Gaona • A Abbott é uma das primeiras multinacionais do setor de saúde a ter instalações aqui e, hoje, nossos 2.400 colaboradores trabalham para fazer a diferença na vida de milhões de brasileiros, ajudando-os a viver suas vidas de maneira mais plena. Ao longo desses 80 anos de atuação no Brasil, o nosso compromisso tem sido desenvolver produtos e tecnologias inovadoras capazes de mudar a vida das pessoas – em nutrição, diagnósticos, dispositivos médicos e medicamentos de marca –, para que elas possam viver cada vez mais e melhor. O Brasil é um país-chave para a estratégia global da Abbott e nossos investimentos enfatizam o compromisso em longo prazo com o País, como a recente inauguração do nosso Centro de Desenvolvimento Farmacêutico, em 2017, na capital carioca.

Guia da Farmácia • A Abbott chegou ao Brasil em 1937 e, hoje, tem cerca de 2.400 colaboradores. Como foi o crescimento da empresa no País e qual a importância do mercado brasileiro para a empresa?

Guia • Quais são os principais diferenciais e os desafios no Brasil? Gaona • O Brasil é um país de tamanho continental e com características muito diversas e, como mencionei anteriormente, um mercado-chave para estratégia 2018 MAIO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA-ABBOTT

global da companhia. O nosso desafio é manter o crescimento orgânico da Abbott para além dos mercados do Rio de Janeiro e São Paulo e fortalecer ainda mais a nossa presença em cidades menores, onde as demandas por saúde ainda são deficitárias. Dessa forma, podemos entender as necessidades locais e proporcionar aos brasileiros um melhor acesso às nossas soluções médicas inovadoras e, assim, contribuir para o desenvolvimento da saúde brasileira. Guia • Em geral, a Abbott é uma empresa inovadora. Qual a importância desse conceito? Gaona • Nós acreditamos que a inovação é fundamental para a melhoria da saúde, seja por meio de produtos e soluções customizadas para pessoas em países como o Brasil, dispositivos médicos e de diagnósticos de ponta ou pelas nossas marcas reconhecidas de nutrição. Posso exemplificar com os nossos recentes lançamentos no País, como o FreeStyle Libre¹, uma nova tecnologia revolucionária de monitoramento de glicose que livra as pessoas com diabetes das rotineiras picadas nos dedos²; o LacLev, a primeira lactase em comprimidos mastigáveis do mercado brasileiro³ que ajuda as pessoas intolerantes à lactose a consumir produtos lácteos, diminuindo suas restrições alimentares o que, em última análise, melhora sua qualidade de vida; e o Ensure Plus Advance, um suplemento nutricional com base científica que contém fórmula exclusiva com nutrientes para ajudar a reconstituir a perda muscular e recuperar a força e a energia das pessoas. Guia • Um dos focos da Abbott é em nutrição. Quanto essa área representa para a empresa? Gaona • Globalmente, a área representa em torno de 25% das vendas da empresa4, constituída por produtos de nutrição com base científica para pessoas em todos os estágios da vida. No mundo, a Abbott é líder em nutrição adulta e possui a liderança em nutrição infantil em países, como Estados Unidos e outros mercados internacionais5. Guia • Entre os lançamentos de nutrição está o Glucerna 1.5. Como funciona o produto e para qual público está destinado? 12

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Gaona • O Glucerna 1.5 é um alimento hiperproteico com uma mistura de carboidratos de lenta absorção, indicado para pessoas com diabetes tipo 1 e 2, que necessitam manter ou ganhar peso. Os carboidratos de lenta absorção, presentes na fórmula do Glucerna 1.5, são responsáveis por fornecer um fluxo constante de energia para o organismo, resultando numa diminuição de picos glicêmicos e em maior saciedade. Além disso, a proteína é conhecida por ajudar na recuperação da massa muscular, como é o caso dos indivíduos com sarcopenia (perda gradativa de massa magra). Por se tratar de um alimento nutricionalmente equilibrado, rico em calorias e que pode ajudar a manter e prevenir a carência de massa muscular, o Glucerna 1.5 pode ser incluído na dieta diária e ao longo do dia, auxiliando os lanches da tarde, manhã e/ou noite. Guia • Esse não é o primeiro item da Abbott para o controle de glicêmia. Qual a importância de desenvolver produtos para o tratamento do diabetes? Gaona • Entendemos que desenvolver produtos para o tratamento do diabetes é fundamental em um país com mais de 14 milhões de pessoas com a doença, um número menor apenas do que em países, como China, Estados Unidos e Índia 6. Para se ter uma ideia, segundo levantamento do Ministério da Saúde (MS), o número de pessoas diagnosticadas com diabetes cresceu 61,8% nos últimos dez anos7. Porém, acreditamos que, além de produtos, seja necessário o desenvolvimento de soluções que promovam o empoderamento das pessoas sobre os cuidados com a própria saúde e, consequentemente, sobre como o diabetes pode afetar suas vidas. Nesse sentido, como eu mencionei anteriormente, lançamos recentemente, no Brasil, o FreeStyle Libre, uma tecnologia revolucionária para o monitoramento da glicose e que livra a pessoa da rotina diária de picadas no dedo1 para o controle do diabetes, um dos principais desconfortos de quem tem a doença. O produto foi concebido de maneira a facilitar a geração de dados de glicose, mas com a profundidade


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ENTREVISTA-ABBOTT

necessária de uma imagem glicêmica perspicaz. Parte dessa nova abordagem é projetada para mudar a forma como as pessoas com diabetes avaliam seus níveis de glicose e, finalmente, ajudá-las a viver uma vida mais saudável. Além disso, ele também fornece uma visão mais profunda e detalhada para que os médicos possam tomar as melhores decisões clínicas. E, ao fornecer informações tangíveis que afetam o gerenciamento da glicose, como dieta e estilo de vida, o FreeStyle Libre educa e capacita as pessoas para um melhor controle de suas condições e assim minimiza as complicações que o diabetes descontrolado pode causar.

Com isso, vemos que as pessoas com diabetes estão mais preocupadas com o cuidado da própria saúde e que a informação é uma grande aliada. Por isso, o ideal é que os farmacêuticos tenham um bom nível de conhecimento sobre as categorias e os produtos para agregar valor no atendimento ao consumidor. Guia • Quais são os próximos projetos, entre todas as áreas da empresa?

Gaona • Globalmente, estamos empenhados na construção de uma área comercial, de fabricação e de pesquisa e desenvolvimento que garanta Guia • Como os farmacêua nossa proximidade com ticos devem orientar os panossos consumidores. "ENTENDEMOS QUE DESENVOLVER cientes diabéticos no uso de Como se pode ver, temos PRODUTOS PARA O TRATAMENTO DO produtos desse tipo? um mix de negócios diversiDIABETES É FUNDAMENTAL EM UM PAÍS ficados que nos torna uma Gaona • Para as pessoas COM MAIS DE 14 MILHÕES DE PESSOAS das empresas de cuidados com diabetes, a informação para saúde mais globalizaCOM A DOENÇA, UM NÚMERO MENOR das do mundo, com forte é fundamental. Inclusive, em pesquisa realizada pela Abbott atuação em mercados deAPENAS DO QUE EM PAÍSES, COMO e concluída recentemente sosenvolvidos e emergentes, CHINA, ESTADOS UNIDOS E ÍNDIA" bre o Empoderamento do Pae que nos proporciona esciente – importância e desacala e amplitude necessáfios, com 480 homens e mulheres, de capitais de rias para ser uma líder mundial em saúde, além de criar novas oportunidades de mercado. todas as regiões do Brasil, detectamos que a busca por informação fomenta o empoderamento da No Brasil, à medida que a expectativa de vida dos pessoa com diabetes: 42% dos entrevistados acesbrasileiros aumenta, nossa intenção é acompanhásam sites de busca e 33% procuram em sites espe-los em todas as fases da vida, oferecendo soluções cíficos informações sobre a doença, prevenção, trainovadoras e ajudando a contribuir para o desenvoltamento, medicamentos e profissionais de saúde. vimento dos cuidados de saúde no País.

Referências: 1. Produto aprovado em 24 de novembro de 2014 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Registro MS Anvisa: 80146501903. Aprovação Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) 4072-14-9992. 2. Há três circunstâncias nas quais o teste de ponta de dedo é necessário: a) Durante períodos de rápida alteração nos níveis da glicose (a glicose do fluido intersticial pode não refletir com precisão o nível da glicose no sangue); b) Para confirmar uma hipoglicemia ou uma iminente hipoglicemia registrada pelo sensor; c) Quando os sintomas não corresponderem às leituras do sistema flash de monitoramento da glicose. 3. IQVIA PMB MAT (significa Moving Annual Total – em português, Movimento Anual Total). Setembro, 2017. 4. Dados disponíveis no Abbott Reports Fourth-Quarter 2017 Results. 5. IQVIA, Euromonitor, Nielsen and Abbott data. 6. Federação Internacional de Diabetes (FID). Off to the right start. Dia Mundial do Diabetes. Guidebook 2014. Site. [Acessado em abril 2015]. Disponível em http://www.idf.org/sites/default/files/wdd-guidebook-2014-en.pdf. 7. Ministério da Saúde (MS). Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (Vigitel) Brasil 2016. Hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumentam prevalência de diabetes e hipertensão.

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COADJUVANTES DO MERCADO O UNIVERSO FARMACÊUTICO VAI MUITO ALÉM DO VAREJO E DOS LABORATÓRIOS. PARCEIROS DE SEGMENTOS COMPLEMENTARES SÃO ESSENCIAIS PARA QUE TODA A CADEIA DE NEGÓCIOS TENHA SUCESSO POR LAURA MARTINS

SCHOTT PADRONIZA MAQUINÁRIO

A SCHOTT, empresa que fornece embalagem primária de vidro tipo I ou polímero COC para a indústria farmacêutica, anunciou sua plataforma iQ™, que padroniza berço e container das embalagens prontas para encher, como seringas, frascos e carpules, dentro de um único formato de banheira que opera em uma mesma linha de enchimento. Com a nova plataforma, os fabricantes podem envasar vários medicamentos na mesma linha de enchimento com curtos períodos de setup, pois todos os recipientes estão no mesmo tipo de embalagem. Tal medida diminui os esforços com testes, além de melhorar a qualidade da plataforma e acelerar o time to market do produto final. • www.schott.com

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NOVAS FILIAIS EM PLANEJAMENTO

A Ativa Logística oferece transporte pelo modal rodoviário e aéreo e tem a indústria farmacêutica como um dos seus principais mercados. Atualmente, aproximadamente 70% dos produtos transportados pela empresa são perecíveis. Desse total, praticamente 90% são medicamentos. Em 2018, alguns contratos em negociação poderão impulsionar ainda mais a logística dos medicamentos no Centro-Oeste, região onde a companhia pretende abrir filiais em Anápolis (GO) e Brasília (DF), que deverão demandar investimentos da ordem de R$ 30 milhões até 2019, incluindo a compra de caminhões com baús reforçados contra roubo de cargas e a contratação de mais colaboradores. • www.ativalog.com.br IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


UM MILHÃO EM PROGRAMA DE FIDELIDADE

A Farma Ponte, rede de farmácias com 130 lojas no interior de São Paulo, alcançou a marca de um milhão de clientes fidelizados em seu programa de relacionamento. Apesar de a base existir desde 2011, não era estruturada e as informações não eram usadas de maneira estratégica. Por isso, no ano passado, a área de marketing passou a utilizar uma plataforma de inteligência chamada ZoOmBox, da empresa GS, reconstruindo os cadastros existentes e captando novos. A empresa implantou uma comunicação mais personalizada, bem segmentada, em que entrega o melhor benefício de acordo com o perfil de cada cliente. Antes, eram feitas promoções genéricas e, por isso, o consumidor não era tão engajado com a rede. Atualmente, a Farma Ponte oferece descontos exclusivos, campanhas com prêmios diferenciados, pontuação em compras que podem ser convertidas em benefícios e uma gama de serviços farmacêuticos exclusivos para o cliente do cartão. • www.farmaponte.com.br

DROGARIA ARAUJO COMPLETA 112 ANOS

CIMED CRESCE 30%

A Cimed acaba de anunciar crescimento de 30% em unidades vendidas de genéricos nos últimos 12 meses, de acordo com dados da IQVIA, instituto que audita as vendas do varejo farmacêutico no mundo. O objetivo da farmacêutica é seguir com resultados ainda mais positivos do que o mercado, assim como no ano passado, quando incrementou seu faturamento em 25% e chegou a seu primeiro bilhão. • www.grupocimed.com.br

A Drogaria Araujo está comemorando 112 anos e, até o fim do ano, prevê o faturamento de R$ 2,1 bilhões e abertura de mais 32 pontos de venda (PDVs). De acordo com o ranking da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o grupo ocupa a segunda colocação em faturamento por loja e a sétima em faturamento no varejo. A drogaria tem mais de 18 mil itens comercializados, que contemplam as áreas de higiene pessoal, mamãe e bebê, beleza, dermocosméticos, pet shop, fitness, melhor idade, ortopédicos e diets. • www.araujo.com.br

SANOFI RECEBE CERTIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL

A Sanofi mudou de endereço em São Paulo, capital, para um novo escritório em que a sustentabilidade foi um dos principais alicerces. Como resultado, o novo espaço recebeu a certificação LEED Platinum for Commercial Interiors (CI), que avalia o desempenho ambiental de um prédio durante o seu ciclo de vida, da construção até os detalhes finais. Este é o selo de maior reconhecimento internacional e somente sete empresas no mercado brasileiro o possuem e a Sanofi é a primeira no setor farmacêutico a obtê-lo. Para conquistar a certificação, a Sanofi obteve 83 pontos de 110 pontos possíveis, seguindo critérios, como melhoria da qualidade do ar e uso racional de energia. • www.sanofi.com.br MAIO 2018 GUIA DA FARMÁCIA

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MUNDIPHARMA TEM NOVO COUNTRY MANAGER

A Mundipharma Brasil acaba de anunciar seu novo Country Manager da empresa: Hugo Saavedra. O executivo tem ampla experiência no mercado farmacêutico e está na companhia há quatro anos. Recentemente, terminou sua atuação como General Manager na Mundipharma Tailândia. Anteriormente, na matriz em Singapura, ocupou posições estratégicas nas áreas de Marketing e Inovação, onde desenvolveu negócios para Ásia, Oriente Médio e África, bem como América Latina. Entre as suas principais atribuições, está a expansão dos negócios no Brasil, um dos pilares para a estratégia da empresa na região. “Nossa missão é expandir a presença da Mundipharma no Brasil, reforçando a solidez da companhia que tem como missão aliviar substancialmente a dor e melhorar a qualidade de vida da população em que atuamos, além de agregar valor em outras áreas terapêuticas por meio da inovação”, ressalta Saavedra. • www.mundipharma.com.br

SANDOZ REESTRUTURA PORTFÓLIO

A Sandoz estruturou duas novas linhas de visitação médica focadas em Sistema Nervoso Central (SNC) e Cardiologia, com a contratação de 90 profissionais. Desde o início de março último, a nova equipe representará 16 marcas consolidadas no mercado, que antes eram promovidas pela divisão de Medicamentos Inovadores do Grupo Novartis. Os medicamentos que passam a ser promovidos pela Sandoz são: Exelon, Ritalina, Cataflam, Voltaren, Trileptal, Tegretol, Stalevo, Comtan, Diovan, Diovan HCT, Apresolina, Flotac, Codaten, Lamisil, Miflonide e Lescol XL. Com a nova estratégia, a promoção médica é feita pela Sandoz, a comercialização e a distribuição são realizadas pela divisão de Medicamentos Inovadores, mantendo os mesmos processos comerciais e logísticos praticados até o momento. • www.sandoz.com.br

GRUPO DPSP CRIA MARCA PRÓPRIA

O Grupo DPSP (Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo) acaba de lançar sua marca própria, a Ever Care, uma linha de produtos para cuidados essenciais e diários. Em um primeiro momento, a linha apresenta mais de 50 itens de cuidados e assepsia. Entre os primeiros produtos estão: hastes flexíveis, algodão, gel antisséptico, absorvente para seios, gaze estéril, curativos, fita microporosa, água boricada, água oxigenada, oficinais, luvas de látex, soro fisiológico, esparadrapo, ataduras, entre outros. • www.drogariaspacheco.com.br • www.drogariasaopaulo.com.br 20

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HYPERA PHARMA LANÇA CAMPANHA

A Hypermarcas é, agora, Hypera Pharma. Para apresentar a nova marca, a empresa criou uma campanha institucional para mostrar ao consumidor que ele já usa diferentes marcas de medicamentos, suplementos vitamínicos, nutricionais e dermocosméticos do portfólio da companhia. O filme, produzido pela My Agência, traz a assinatura “A Hypera acredita na saúde do nosso Brasil”, com jingle que lista algumas das marcas da companhia. Entre elas, Benegrip, Coristina, Apracur, Doril, Doralgina, Mantecorp Farmasa, Neo Química, Biotônico, Alivium, Zero-Cal, Maracugina, Tamarine, Merthiolate, Gelol, Polaramine, Engov, Epocler e Estomazil. • www.hyperapharma.com.br

BRISTOL-MYERS SQUIBB A FAVOR DA DIVERSIDADE

Pelo terceiro ano seguido, a Bristol-Myers Squibb é eleita uma das melhores empresas para a mulher trabalhar no Brasil. Em 2018, a companhia está na quinta posição na categoria médio porte, segundo o ranking "Melhores Empresas para a Mulher Trabalhar", promovido pelo Great Place to Work (GPTW). A empresa tem políticas de promoção da diversidade que refletem em um predomínio feminino tanto em cargos de liderança, hoje 55% das posições deste nível são ocupadas por mulheres, quanto em outros diversos níveis e cargos, que representam 58% da força de trabalho total da empresa ocupada pelo sexo feminino. • www.bms.com/br

PAGUE MENOS TEM ALTA DE 8,1%

A rede de farmácias Pague Menos abriu 170 novos estabelecimentos no ano passado, sendo 11 em novas cidades, totalizando 1.082 lojas em operação. A receita bruta da empresa aumentou 8,1% em relação a 2016, chegando a R$ 6,3 bilhões e o lucro líquido atingiu R$ 102,8 milhões, alta de 3% no mesmo período. Além disso, o e-commerce da rede foi renovado em 2017, criando uma solução mais simples e direta, que resultou em incremento de 100% de vendas pelo canal. Nas lojas físicas, o foco esteve em aperfeiçoar a operação com um novo formato. Um novo layout está sendo implementado de forma gradual, a fim de melhorar a experiência de compra. • www.paguemenos.com.br

ESPAÇO INTERATIVO EM LOJAS

As redes Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo estão com uma ação para destacar a abertura de lojas e oferecer uma experiência de compras personalizada também no ambiente virtual. Ao longo do ano, todos os locais que estiverem em processo de abertura de uma nova loja passam a apresentar um tapume interativo, com ofertas exclusivas. O primeiro projeto está inserido no condomínio corporativo onde está localizada a sede do Grupo DPSP, na Vila Leopoldina, em São Paulo. No local, o tapume apresenta uma gôndola virtual, que pode ser acessada pelo consumidor de forma simples e rápida. • www.drogariaspacheco.com.br • www.drogariasaopaulo.com.br 22

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EUROFARMA SELECIONA STARTUPS PARA PROGRAMA

A Eurofarma selecionou as 12 startups que participarão do programa Synapsis, realizado em parceria com a Endeavor. A banca de seleção foi realizada após quatro meses de inscrições e mais de 300 projetos recebidos. As escolhidas foram as scale-ups mais conectadas com o futuro e dispostas a fazer parte da transformação do segmento de saúde nas seguintes áreas: Relacionamento com Grupos de Interesse, Ganhos de Eficiência, Inteligência de Mercado e Gestão de Pessoas. As empresas selecionadas terão mentorias com a rede da Endeavor e acesso a empreendedores em estágio de crescimento semelhante. Além disso, terão acesso à rede de relacionamento da Eurofarma, que contempla mais de quatro mil fornecedores, 1.500 clientes ativos (B2B) e mais de 600 mil contatos médicos por mês, abrangendo todas as especialidades. • www.eurofarma.com.br

NATULAB ANUNCIA NOVOS EXECUTIVOS

A Natulab anuncia José Carlos de Lucca como novo diretor de Marketing. Ele possui formação em Administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e tem mais de dez anos de experiência adquirida em indústrias farmacêuticas, com passagens por Medley e Hypermarcas, nas áreas de Planejamento Estratégico, Marketing e Trade Marketing, além de Nielsen e Telefônica. Lucca deixa a Medley, onde atuava como Gerente de Planejamento Estratégico. Roberto Ambrózio Júnior, profissional com graduação em Administração com ênfase em Marketing e pósgraduado em Gestão Estratégica de Negócios pela FGV, assumirá a Diretoria Comercial da companhia. Ambrózio Júnior possui mais de 15 anos de experiência em indústrias farmacêuticas e de consumo, com passagens por Sanofi, Medley, Abbott, Pfizer e Bristol-Myers Squibb, além de Bombril e Colgate Palmolive. Até o momento, ele atuava como Gerente Nacional de Vendas da Sanofi nos canais Farma e Alimentar, junto a rede/distribuidor e atacado. Ivana Marques e Anselmo Silva, que ocupavam, respectivamente, as diretorias de Marketing e Comercial, deixam a companhia para se dedicar a projetos pessoais. • www.natulab.com.br

FEBRAFAR ATINGE DEZ MIL LOJAS PELO BRASIL

O modelo associativista praticado pela Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) mostrou mais uma vez sua força, atingindo, em março último, o número de dez mil lojas integradas às 56 redes associadas. Outro dado relevante é que essas lojas estão presentes em 2.795 municípios e em 25 estados, mais o Distrito Federal. Com isso, pode-se afirmar que as lojas ligadas a Febrafar se encontram em cerca de 50% dos 5.561 municípios brasileiros. “Ponto muito importante a comemorar é que nossas lojas levam aos mais variados municípios brasileiros informações e ferramentas de gestão compatíveis com os grandes centros, possibilitando um grande diferencial para o crescimento dos negócios”, afirma o presidente da Febrafar, Edison Tamascia. O crescimento que ele comenta é facilmente comprovado por números. Segundo dados da IQVIA, enquanto o mercado farmacêutico brasileiro cresceu 12,55% durante todo ano de 2017, as lojas das redes associadas à Febrafar cresceram 18,29%, movimentando um total de R$ 11.544.640.997,00. • www.febrafar.com.br 24

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ATUALIZANDO

AUXÍLIO NA REPOSIÇÃO BEM-ESTAR ESTÁ DIRETAMENTE LIGADO AO QUE SE COME. MAS QUANDO EXISTE UMA DEFICIÊNCIA, OS SUPLEMENTOS SÃO CAPAZES DE AJUDAR AQUELES PACIENTES QUE PRECISAM POR LAURA MARTINS

GLICEMIX® IG SANAVITA

O Glicemix® IG é um modulador glicêmico ingerido junto às refeições ou próximo a elas, composto por um complexo de fibras alimentares, associado à canela e a vitaminas e minerais, que contribuem para a absorção dos carboidratos, sensação de saciedade e modulação da liberação de hormônios relacionados à saúde intestinal. A fórmula de Glicemix® IG auxilia a não proporcionar a elevação de insulina gerada em relação à mesma refeição sem o modulador, ajudando a minimizar o impacto negativo que a ingestão de alimentos de alto Índice Glicêmico (IG) causa no organismo. MS PRODUTO ISENTO DE REGISTRO, CONFORME A RDC 27/10 • www.sanavita.com.br

PANTOGAR® MEN BIOLAB

Pantogar® Men é um suplemento vitamínico mineral com composição exclusiva. Ele auxilia a manutenção da saúde do cabelo e contribui para o crescimento e a vitalidade dos fios. Composto à base de zinco, biotina e vitaminas, o suplemento alimentar também tem em sua formulação antioxidantes, que ajudam a combater os radicais livres produzidos pelo organismo e não possui glúten. Além disso, o produto foi elaborado com Licaps® DUOCAP, tecnologia que garante melhor absorção dos nutrientes. Ele possui uma fase líquida, composta de óleo de semente de uva e óleo de peixe, que auxilia na liberação das vitaminas lipossolúveis da composição, como a D e a K. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 27/10 • www.biolabfarma.com.br 26

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SENSILATTE

PRATI-DONADUZZI

A Prati-Donaduzzi lança no mercado o Sensilatte, alimento funcional que auxilia na digestão da lactose presente nos alimentos. Os comprimidos de Sensilatte possuem tecnologia orodispersível patenteada que dissolve na boca sem a necessidade de ingestão da água. O produto conta com as opções sem sabor e baunilha. Além disso, o blister fracionado permite que o paciente destaque e leve consigo a quantidade necessária. O comprimido permite que o leite volte a fazer parte da dieta dos brasileiros que convivem com a intolerância. MS 6.7323.0001.006-6 • www.pratidonaduzzi.com.br

AMIOBAL®

LABORATÓRIOS BALDACCI

LUTICS ACHÉ

O Aché lançou Lutics (doxazosina) na apresentação comprimidos revestidos de 2 mg e embalagens com 30 unidades. O medicamento, da classe dos alfabloqueadores, é indicado para o tratamento dos Sintomas do Trato Urinário Inferior (STUI) relacionados à Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), condição caracterizada pelo aumento benigno da próstata e redução do fluxo urinário com comprometimento do esvaziamento da bexiga. MS 1.0573.0510.011-3 • www.ache.com.br

Os Laboratórios Baldacci estão relançando Amiobal® (cloridrato de amiodarona), um antiarrítmico para distúrbios graves do ritmo cardíaco, inclusive aqueles resistentes a outras terapêuticas. Amiobal® é indicado para vários tipos de taquicardia, entre eles, taquicardia ventricular sintomática, taquicardia supraventricular sintomática e alterações do ritmo associadas à síndrome de Wolff-Parkinson-White. MS 1.0146.0069 • www.lbaldacci.com.br

ÓLEO MINERAL TEUTO

O laboratório Teuto lança Óleo mineral, medicamento indicado como laxante e também para o uso tópico na terapia de pele ressecada e áspera. Óleo mineral é disponibilizado em embalagem de 100 mL, tendo uso adulto e pediátrico. Deve-se evitar o uso na presença de náuseas, vômitos, dor abdominal, gravidez, dificuldade de deglutição, refluxo gastroesofágico e em pacientes acamados. Para administração em crianças menores de seis anos de idade, o médico deverá ser consultado. MS Medicamento de notificação simplificada RDC 199/06. AFE 1.00370-7 • www.teuto.com.br

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MAXIFOLIN

MARJAN FARMA

MaxiFolin é uma associação composta por L-Metilfolato + Zinco + Vitamina E. O produto é recomendado a todas as mulheres em idade fértil que pretendem engravidar e grávidas até o terceiro mês de gestação. Sua composição contém um ácido fólico que vem em sua forma ativa (mais biodisponível), a vitamina E que age como antioxidante e o zinco que é importante na fertilização. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 27/10 • www.marjan.com.br

ADAPTADOR NASAL DE SORO SONICLEAR

ANDALAN CONFORT DKT DO BRASIL

Os modelos da linha Andalan Confort, do Anticonceptivo Intrauterino (AIU), se diferenciam pelo seu formato em ômega (ferradura), que diminui a possibilidade de expulsão pelo útero. São confeccionados em polietileno estéril radiopaco. Cada modelo se diferencia pela durabilidade, tamanho da superfície e histerometria dos úteros. Cu (Cobre) 250: oferece três anos de proteção e é indicado para mulheres com histerometria maior que 6 cm. Cu (Cobre) 375: oferece cinco anos de proteção e é indicado para mulheres com histerometria maior que 6 cm. Mini Cu (Cobre) 375: oferece cinco anos de proteção. Seu tamanho é especialmente indicado para mulheres nulíparas (que nunca tiveram filhos) ou com histerometria entre 5 cm e 8 cm (úteros menores). MS 10208250036 • www.dkt.com.br

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O Adaptador Nasal de Soro é o mais recente lançamento que a Soniclear coloca no mercado, desenvolvido para administrar dose única de soro (ampolas de 5 a 10 mL) nas narinas, a fim de descongestionar e facilitar a higienização diária das vias nasais. Produzido com silicone atóxico e com bordas lisas, não machuca as narinas durante o procedimento. As suas ranhuras impedem que haja a pressão excessiva do soro no momento da aplicação, contribuindo para o não desperdício. De uso individual e de fácil assepsia, pode ser fervido para evitar contaminação. MS Produto isento de registro no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e no Ministério da Saúde (MS) • www.soniclear.com.br


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A INFLAMAÇÃO DA GARGANTA PODE SER CAUSADA POR DIFERENTES FATORES E SEMPRE É INDICADA A ADMINISTRAÇÃO DE ANTI-INFLAMATÓRIO ASSOCIADO OU NÃO A ANTIBIÓTICO. NÃO SERIA IMPORTANTE NÃO TOMAR NENHUM TIPO DE ANTI-INFLAMATÓRIO, PARA NÃO CORTAR O MECANISMO DE DEFESA NATURAL DO ORGANISMO? PERGUNTA ENVIADA POR CLARA THAIS – GUARAPUAVA (PR)

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A inflamação pode ser considerada como uma resposta fisiológica do organismo ao dano tecidual ou a uma infecção, ou seja, a inflamação faz parte da resposta imune inata do organismo e, por esta razão, não é uma resposta específica, considerando que ocorre de maneira padronizada independentemente do estímulo desencadeador e, para tanto, o processo inflamatório envolve várias células do sistema imune, mediadores moleculares e vasos sanguíneos. Essa agressão pode ser de diferentes origens, como por agentes físicos (cortes, pancadas, traumas, queimaduras), agentes químicos (substâncias irritantes, corrosivas) e biológicos (infecções). Normalmente, a região atingida apresenta-se vermelha, dolorida, inchada e quente. O sistema imunológico também responde enviando células de defesa ao local agredido.

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Para deixar claro o papel da inflamação, podemos dizer que sua função é eliminar a causa, além de coordenar as reações do sistema imune inato, eliminar as células lesadas e/ou os tecidos danificados para restaurar tecidos e funções que foram comprometidos. Nesse sentido, é importante deixar o organismo reagir e desencadear o processo inflamatório, mas nem todos os processos inflamatórios são sem gravidade e nem todas as pessoas estão com o sistema imunológico em condições que permitam uma resposta adequada. Os anti-inflamatórios são divididos em dois grupos: esteroides, derivados de corticoides que inibem as prostaglandinas e proteínas ligadas ao processo inflamatório, e não esteroides, que diminuem o processo inflamatório e a dor. Os quadros inflamatórios surgem quando há um aumento da produção de prostaglandina. A prostaglandina é gerada por meio da ação de uma enzima chamada Ciclooxigenase

IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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MARIA APARECIDA NICOLETTI Farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP)

(COX). Os anti-inflamatórios agem inibindo a ação dessa enzima COX. Sem COX, há menor produção de prostaglandinas e menos estímulo para ocorrer inflamações. Como é a presença da prostaglandina que estimula o surgimento de inflamação, dor e febre, a sua inibição pelos anti-inflamatórios não esteroides acaba tendo efeito analgésico, antipirético e anti-inflamatório. Tanto anti-inflamatórios quanto os antibióticos devem ser prescritos quando houver necessidade em relação à enfermidade em questão. Se a condição de saúde evidencia uma manifestação bacteriana, por exemplo, o antibiótico deverá ser prescrito. Se há uma torção, inflamação em gengiva ou pós-cirúrgica, ou situação semelhante, dependendo do grau apresentado, deverá ser prescrito um anti-inflamatório. Portanto, o quadro clínico apresentado é que vai direcionar a prescrição ou a não necessidade.

Os anti-inflamatórios não são indicados para idosos, grávidas, pacientes com insuficiência renal, cirrose, hipertensão descontrolada, insuficiência cardíaca, pessoas usuárias de álcool, pacientes que tomam varfarina, pacientes com risco de hemorragia ou com história de úlcera péptica/gastrite. A dor de garganta é o principal sintoma das inflamações da faringe e das amígdalas. Desaparece em poucos dias, sem tratamento, e não é preocupante, salvo em caso de infecção bacteriana. Portanto, é preciso ficar atento à duração e intensidade da condição, assim como a outros possíveis sintomas, para se ter certeza de que não se trata de algo mais grave. Embora seja comum e costume passar rapidamente, a dor de garganta merece atenção quando é recorrente. Os medicamentos usados para tratar a dor de garganta dependem da origem da infecção e da gravidade do quadro.

2018 MAIO GUIA DA FARMÁCIA

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VAREJO

A humanização do varejo farma NÃO SOMENTE A TECNOLOGIA ESTÁ MUDANDO A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE, CONSUMIDOR QUER, CADA VEZ MAIS, MELHOR EXPERIÊNCIA DE ATENDIMENTO

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SILVIA OSSO

Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS; LIDERANÇA PARA TODOS; PÍLULAS DE GESTÃO. Para adquirir os livros, acesse: www.lojacontento.com.br E-mail siosso@uol.com.br 36

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Quem conhece pessoas com mais de 60 anos de idade, com certeza, já ouviu histórias de como era o varejo há 50 anos: um contato totalmente pessoal. Tempos em que o Seu Godinho, dono de uma mercearia no centro de São Paulo, fundada em 1888, conhecia toda a clientela pelo nome e a tratava de forma totalmente personalizada. Sabia também: desde os produtos especiais que precisava estocar para satisfazer as necessidades de cada cliente até que tipo de desconto ou venda a prazo era possível fazer. Quem mora em São Paulo conhece a Casa Godinho e sabe que até hoje oferece um atendimento personalizado de excelência aos netos ou bisnetos dos seus primeiros clientes. Por que iniciei o artigo com isso? Porque neste ano na maior feira de varejo do mundo, a National Retail Federation (NRF), muito se falou em tecnologia; mas mais ainda em humanizar o varejo. Quer melhor caso para contar do que uma empresa com atendimento humanizado e de sucesso até hoje depois de 130 anos? Lógico, como estamos no século da informatização, isso é possível graças ao Big Data e a outras tecnologias que permitem conhecer profundamente cada cliente e voltar a personalizar sua experiência de compra e atendimento. A essência do processo está nessa relação pessoal, um a um. Com a introdução do autosserviço há alguns anos, o varejo migrou para um extremo, com relações massificadas e sem individualização. Agora, esse retorno à personalização deve acontecer nos negócios, como, por exemplo: as ofertas e promoções, hoje massificadas, válidas para todos os clientes, devem migrar para promoções/ofer-

tas por grupo de clientes ou um a um. A tecnologia permite personalizar promoções cliente a cliente, selecionando que ofertas cada um deve receber, com base no perfil de compras e preferências. A rede de farmácia americana RiteAid, usa a Inteligência Artificial (IA) para personalizar combinações de ofertas únicas para mais de 12 milhões de clientes. Ao longo do tempo, o sistema apreende as preferências individuais, ou seja: se determinado cliente responde melhor às ofertas enviadas nos aplicativos ou via e-mail e este passa a ser o canal priorizado. Esta tecnologia tornou-se mais barata e logo pode ser realidade para varejistas de porte médio do Brasil. A ferramenta de geolocalização também gera oportunidades para personalização.Ela combina aplicativos de smartphone e tecnologias de microgeolocalização, permitindo ao varejista não só saber o exato momento em que o cliente entra em sua farmácia, como também em que gôndola está. Dessa forma há a interação imediata com ofertas personalizadas de acordo com a área da loja. É possível, por exemplo, que ele receba pelo aplicativo informações sobre que condicionador se adapta ao xampu que está pesquisando, em um clique. Uma experiência personalizada e multicanal. Com tantas inovações, é provável que ninguém tenha a fórmula perfeita para oferecer a experiência completamente personalizada em todos os canais de venda. No entanto, todos estão experimentando a experiência de venda mais pessoal e individualizada. O prêmio para os que conseguirem é a maior fidelidade de seus clientes. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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OPINIÃO

Mordomias nunca mais COM A REFORMA TRABALHISTA, EMPREGADO DEIXA DE SER OBRIGADO A PAGAR TAXA PARA SINDICATOS, CAUSANDO REVOLTA EM ENTIDADES

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NELSON MUSSOLINI Presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) e membro titular do Conselho Nacional de Saúde (CNS) 38

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A reforma trabalhista, após uma longa e árdua batalha, foi promulgada em julho de 2017. Várias questões que atrapalhavam a modernização das relações entre capital e trabalho foram tratadas de forma correta, no âmbito de um debate amplo e democrático. Um ponto essencial dessa reforma foi o fim do imposto sindical, uma das heranças do período ditatorial contra as quais as centrais sindicais sempre lutaram. No entanto, agora, algumas entidades sindicais – de trabalhadores e patronais – estão inconformadas com o fim desse imposto, que alguns insistem em chamar de contribuição, embora compulsório. Ora, quando o governo institui ou quer criar novos tributos, somos contra. Esbravejamos, não queremos “pagar o pato”. Assinamos manifestos, publicamos nossa indignação na imprensa e nas mídias sociais. Revoltamo-nos, pois “o governo nos cobra impostos, mas não nos entrega serviços”. Chegou a hora de os sindicatos de trabalhadores e patronais provarem aos seus representados que fazem jus às contribuições pelos serviços prestados. A regra é clara: quem não presta serviço, não recebe pagamento. Se depois de mais de 70 anos recebendo as benesses do imposto sindical, essas entidades não demostraram aos seus representados que merecem receber os recursos que cobram para defender os legítimos interesses de classe e de setores econômicos, elas realmente merecem sucumbir. De fato, várias entidades classistas preferiram manter os privilégios e regalias de seus dirigentes. Construíram sedes suntuosas, patrocinaram partidos políticos, dedicando-se a atividades que não atendiam às necessidades dos “contribuintes” do

imposto sindical, mas, sim, aos interesses individuais de seus falsos líderes. Na outra ponta, há entidades que, nos últimos dez anos, acordaram para a realidade que se avizinhava. Profissionalizaram-se, passaram a oferecer aos associados uma enorme gama de serviços – de assessorias técnicas e legais a cursos e seminários visando à educação continuada dos seus trabalhadores associados ou dos profissionais de empresas associadas. Assim, existem entidades sindicais cujos associados fazem questão de pagar as contribuições, pois as ações que realizam servem como alavanca para o desenvolvimento da classe e para a defesa intransigente de suas categorias e segmentos econômicos. As entidades sindicais de trabalhadores e patronais precisam ser fortes por si próprias e não graças ao imposto sindical, de duvidosa serventia para a maioria dos empregados e empregadores associados. Por isso, é um absurdo que, por meio de subterfúgios, sindicatos estejam realizando assembleias, com a participação de poucos indivíduos e sem representação coletiva, com o objetivo de criar uma contribuição sindical obrigatória, para ser descontada dos salários de milhares de trabalhadores e pagas por centenas de empresas. Tal prática é inaceitável, imoral e ilegal. Não é mais tolerável que entidades sindicais, profissionais ou patronais sejam parasitas do dinheiro de categorias e segmentos que não representam de forma efetiva. Empresas e trabalhadores têm o direito de se insurgir contra esse tipo de falcatrua, idealizada para defender mordomias. E, se for preciso, devem recorrer ao Poder Judiciário, no sentido de que a modernização das relações de trabalho se torne uma realidade no Brasil. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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PONTO DE VISTA

Você é a pessoa mais indicada para lidar com inovação? SÃO CONSIDERADOS INOVADORES OS PRIMEIROS A APOSTAR EM UM NOVO PRODUTO OU SERVIÇO, CERCA DE 2,5% DO MERCADO TOTAL DE UM ITEM

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CARLOS ZAGO Presidente da Innovster 40

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Inovação parece ser a palavra do momento, todos estão atrás dela, mas poucos sabem como, de fato, fazê-la. Mas quando uma oportunidade de inovar se apresenta, quem será a melhor pessoa na sua empresa para julgar se uma inovação deve ou não ser implementada? Uma comparação entre a cultura de uma empresa em relação à curva de difusão de inovações é a resposta. A curva de difusão da inovação nos explica como a sociedade se comporta com a implementação de novos conceitos ou tecnologias. Os primeiros a adquirir uma inovação são denominados inovadores: representam em torno de 2,5% do mercado total de um produto. Sua decisão é baseada no conhecimento de que há algo novo, sem necessariamente ter todas as informações sobre a inovação. Com o tempo, as pessoas se interessam pela inovação. São os primeiros adeptos: constantemente buscam informações sobre novas tecnologias ou tendências, representando 13,5% do mercado. O próximo grupo representa uma fatia mais significativa do mercado, 34%. É a maioria inicial: só aceita uma inovação que foi testada pelos grupos anteriores e comprovadamente traz resultados satisfatórios. O penúltimo grupo é chamado de maioria tardia: representando outros 34% do mercado. São aqueles que adotam uma inovação apenas depois que mais da metade das pessoas já o fez. Finalmente, o último grupo é o dos atrasados, sendo composto por 16%. Os integrantes desse grupo são aqueles que só compraram um smartphone porque não encontram mais celulares com flip.

Quanto mais à esquerda se está na curva, maior tende a ser o poder aquisitivo e a capacidade de liderança do indivíduo. Então, pode-se dizer que os inovadores e primeiros adeptos devem tomar as decisões relacionadas à inovação nas empresas? A resposta é NÃO. Tudo depende da cultura organizacional da sua empresa e de como ela se posiciona ou pretende se posicionar perante o mercado. Vamos usar o exemplo de seguradoras, empresas que oferecem um serviço bem estabelecido e com grande concorrência. Se a empresa preza pela qualidade dos serviços prestados, pela confiança e pela tradição, qualquer inovação a ser adotada tem de ser totalmente confiável, com cases de sucesso e ROI comprovado. Logo, os melhores para o trabalho estão na maioria inicial e tardia. Já uma seguradora que quer se destacar pelos planos flexíveis, acesso rápido, um site e aplicativos modernos, precisa contar com inovadores e primeiros adeptos, para que tais projetos saiam do papel, mesmo sem todas as informações de mercado de antemão. Em suma, saber se posicionar na curva de difusão de inovação é um primeiro passo para ser honesto com você mesmo, se conhecer melhor e analisar em qual função seu perfil de inovação se encaixa. Portando, basta saber qual é a filosofia da empresa em relação à inovação, que você irá automaticamente saber se o seu perfil é o de um bom decisor na hora de inovar. Montar um time heterogêneo e escutar os perfis mais ligados ao estilo de inovar da empresa pode ser a chave para não deixar passar boas oportunidades de se atingir a disrupção. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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DEBATE

Diagnóstico a um clique O HÁBITO DE PESQUISAR POR SINTOMAS DE DOENÇAS NA INTERNET TORNOU-SE TÃO COMUM QUE ORIGINOU O TERMO “DR. GOOGLE”; A PRÁTICA É VÁLIDA, MAS DEVE SER FEITA COM BOM SENSO, POIS PODE GERAR ALARMES FALSOS OU MASCARAR PROBLEMAS REAIS

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POR FLÁVIA CORBÓ

No começo deste ano, um assunto dominava os noticiários na televisão e as manchetes dos jornais: febre amarela. Assustada, a população fez longas filas em postos de saúde de todo o País a fim de se imunizar contra a doença. Em paralelo, outro importante movimento ocorria, mas de maneira mais discreta. Além de uma procura desenfreada pela

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vacina, os brasileiros fizeram disparar o número de buscas pelo termo “febre amarela” na internet. De acordo com dados do Google, até dia 6 de dezembro de 2017, o volume de pesquisas sobre o vírus oscilava de um e quatro pontos, dentro de uma escala de popularidade que varia de zero a 100. Bastou que a mídia passasse a divulgar o risco do surgimento de uma epidemia, IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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DEBATE

para as palavras “febre amarela” atingirem o nível máximo da análise de popularidade, em 14 de janeiro deste ano. Essa rápida ascensão é uma clara amostra de que a internet se tornou uma importante ferramenta de informação sobre saúde. Essa tendência de comportamento é confirmada por alguns dados oficiais: segundo o relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o Brasil ocupa o quarto lugar entre os países que mais buscam dados pela internet, e o próprio Google afirma que saúde é um dos temas mais recorrentes – uma em cada 20 pesquisas feitas na base de dados do site é para obter informação sobre questões relacionadas a doenças ou bem-estar. “É algo cada vez mais frequente e só deve crescer o número de pacientes que fazem buscas na internet quando têm algum sintoma diferente ou após resultados de exames médicos de rotina, na tentativa de antecipar o que ouvirão de seus médicos, se os resultados estão bons ou ruins. Acredito que os profissionais de saúde já estão mais acostumados com este comportamento”, analisa a gerente médica do Hospital Santa Paula, Dra. Camila Succi.

TERMOS MAIS PESQUISADOS Não são só epidemias ou doenças desconhecidas que surgem com alta frequência entre os termos mais pesquisados. Males mais cotidianos também são tópicos frequentes. De acordo com dados do Doctoralia, plataforma que conecta pacientes e profissionais de saúde, “pólipos do intestino grosso” é o assunto mais buscado entre os brasileiros quando se trata de saúde, seguido de depressão e obesidade. O ranking pode ser confirmado quando comparado aos dados do Google Trends, ferramenta que analisa o volume de buscas de informações no site. A popularidade da pesquisa sobre pólipos se mantém na faixa entre 50 e 100 pontos, desde abril de 2017. No mesmo período, a depressão não ficou abaixo dos 60 pontos em nenhuma ocasião no mesmo período, chegando a alcançar picos máximos em alguns meses avaliados. A liderança desses males nos rankings de pesquisa pode ser explicada quando analisamos a prevalência dessas doenças entre a população brasileira. Pólipos no intestino grosso são uma das condições mais comuns que afetam o intestino e atingem de 15% a 20% da população, segundo o Portal da Sociedade Brasileira de Coloproctologia. Já a depressão afeta 5,8% dos brasileiros, o que equivale a 11,5 milhões de pessoas – o maior índice de depressão da América Latina, segundo a Organização Mundial da 44

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DOENÇAS MAIS PESQUISADAS NA INTERNET 1- Pólipos no intestino grosso. 2- Depressão. 3- Obesidade. 4- Anemia. 5- Gonorreia 6- Fígado gorduroso. 7- Mioma. 8- Doenças das glândulas sudoríparas. 9- Doenças das artérias carótidas. 10- Doença inflamatória pélvica. Fonte: Doctoralia

Saúde (OMS). Por sua vez, a obesidade atinge quase a metade da população brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde (MS).

PERIGOS DO “DR. GOOGLE” A internet é um recurso indispensável no cotidiano da sociedade contemporânea. A ferramenta é utilizada para estudar, trabalhar, reservar viagens, pagar contas, fazer compras, entreter e mais uma série de outras funções. Logo, é natural que também seja aplicada no cuidado com a saúde. De acordo com conselheiro e coordenador do departamento de Comunicação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Dr. Antônio Pereira Filho, não há problemas em recorrer a esse recurso quando surgem dúvidas ou curiosidades. “Já faz alguns anos que isso ocorre. Os pacientes procuram o Google mesmo. De forma geral, não vejo como negativo. É bom, é possível ter informações sobre a doença, o que é, o diagnóstico, os sintomas”. O perigo está no que é feito a partir das informações colhidas na internet. “Muitas pessoas praticam a automedicação em função das respostas obtidas. Outras, que têm uma condição psíquica mais frágil, não suportam lidar com o diagnóstico recebido pelo computador e podem ter uma crise depressiva ao chegar à conclusão de que são portadoras de alguma doença”, alerta o Dr. Pereira Filho. Há, ainda, um agravante, muitas vezes, o diagnóstico é feito a partir de informações errôneas e o sofrimento do paciente é em vão. Ao digitar a palavra “infarto”, por


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DICAS IMPORTANTES Diante de pacientes que têm o hábito de pesquisar informações sobre saúde na internet, o farmacêutico pode orientá-lo como garantir respostas de maior qualidade e precisão: • O site pesquisado deve fornecer quem é o responsável pela informação nele disponibilizado; • Deve conter as informações sobre as credenciais médicas das pessoas que revisaram ou prepararam o material; • Precisa apresentar a opção do leitor contatar a organização ou o responsável pela informação em caso de dúvida (e-mail, telefone); • É importante conferir a data de atualização do site, para checar se as informações são recentes. Onde pesquisar? Deve-se orientar o paciente a buscar informações em sites confiáveis, como de instituições de saúde, sociedades de classe médicas, universidades e hospitais, como: • Ministério da Saúde (www.saude.gov.br). • Sociedade Brasileira de Cardiologia (www.cardiol.br). • Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (www.sboc.org.br). • Sociedade Brasileira de Diabetes (www.diabetes.org.br/publico). Fonte: gerente médica do Hospital Santa Paula, Dra. Camila Succi

exemplo, aparecem aproximadamente 7,7 milhões de resultados em menos de um segundo. Dentro desse volume, há todo tipo de dados, da mais variada qualidade e precisão. “As pessoas normalmente ficam mais atentas ao que encontram de ‘negativo’, aos efeitos colaterais e acabam ficando desesperadas, concluindo que podem ter uma doença grave”, conta a Dra. Camila, do Hospital Santa Paula. Com o imenso volume de informações disponíveis a apenas um clique, também é comum que as pessoas fiquem confusas com o resultado da pesquisa e comecem a fazer exames ou procurar tratamentos desnecessários. “Informações isoladas podem provocar pânico injustificado”, ressalta a Dra. Camila, lembrando que adotar um comportamento oposto a esse é igualmente grave. “Há quem acabe menosprezando seus sintomas e ignore uma doença importante, fazendo automedicação em casa ou tratamento alternativo, atrasando o diagnóstico e o tratamento correto da doença.”

COMO LIDAR A internet e a tecnologia são importantes ferramentas de apoio no cuidado ao paciente, quando bem utilizadas. Não cabe ao profissional de saúde tentar competir ou rejeitar a busca por informações on-line, porque o hábito é 46

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uma realidade consolidada, que traz benefícios, principalmente em um País em que o acesso à saúde é precário e desigual. A atitude ideal do profissional é aprender a lidar com essa nova realidade. “O acesso à informação está mudando a relação com o paciente, que tem agora melhores condições de dialogar e questionar sobre sua saúde, tornando-se mais responsável pelos cuidados. Para acompanhar essa mudança, é preciso manter o estudo contínuo e atualizado. Estudo aliado à arte de ouvir o paciente, a uma boa anamnese e ao exame físico são ingredientes infalíveis para um bom relacionamento. Com o bom diálogo, quem vai preferir somente a pesquisa na internet, não é?”, indaga a Dra. Camila. Outra atitude necessária é orientar o paciente a respeito dos perigos de interpretações erradas e falta de qualidade de muitas das informações disponíveis na internet. “O profissional de saúde deve aconselhar que as pesquisas sejam feitas em sites de sociedades médicas oficiais, que têm dados elucidativos e informações mais precisas”, destaca o Dr. Pereira Filho. “Também é preciso aconselhar a jamais se automedicar, pois mesmo que o diagnóstico on-line esteja correto, o novo medicamento pode provocar alguma interação com outras drogas que o paciente já faz uso.”


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ATUALIDADE

Planta polêmica vira medicamento DESENVOLVENDO UM PRODUTO DERIVADO DA CANNABIS, PRATI-DONADUZZI SE PREPARA PARA LANÇAR O PRIMEIRO TRATAMENTO NACIONAL PARA EPILEPSIA REFRATÁRIA POR FLÁVIA CORBÓ

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Em dezembro de 2016, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atualizou a Portaria 344/98, que traz a lista das plantas e substâncias sob controle especial no Brasil. A mudança foi promovida com o intuito de incluir derivados de canabidiol – um dos princípios ativos presentes na Cannabis, a planta da maconha – na lista de psicotrópicos com venda permitida no Brasil. De acordo com a Anvisa, a liberação de registro de medicamentos à base de Cannabis foi baseada em estudos e informações que comprovaram a eficácia, segurança e qualidade da substância. Até o momento, está permitida a venda de medicamentos registrados na Anvisa que possuam em sua formulação derivados de Cannabis sativa em concentração de no máximo 30 mg de Tetrahidrocannabinol (THC) por mililitro e 30 mg de canabidiol por mililitro. “Caso novos pedidos de registro de medicamento sejam apresentados e sejam comprovadas eficácia, segurança e qualidade de tais produtos, este dispositivo legal pode ser alterado de forma a contemplar novos produtos”, destaca a Anvisa, em resposta enviada por meio da assessoria de imprensa. Dentro dos parâmetros atualmente permitidos, o Mevatyl, indicado para o tratamento clínico de pacientes não responsivos a medicamentos antiespásticos usados nos espasmos da esclerose múltipla, foi o primeiro medicamento registrado no Brasil à base de Cannabis. Apesar de ser comercializado no País, a fabricação ocorre no Reino Unido, pela farmacêutica GW Pharma Limited. O primeiro medicamento de produção nacional derivado de Cannabis deve ser lançado pela PratiDonaduzzi, indústria farmacêutica de capital 100% brasileiro. Há quatro anos, a companhia decidiu investir no desenvolvimento de um tratamento para epilepsia refratária – forma mais severa da doença –, antes mesmo da Anvisa autorizar a comercialização de produtos derivados de canabinoides no Brasil. De acordo com o presidente da Prati-Donaduzzi, Eder Maffissoni, boa parte da disposição de entrar em uma área de regulação recente e ainda polêmica surgiu a partir da observação da necessidade de muitas famílias de pacientes com epilepsia refratária. A doença atinge cerca de 750 mil pessoas no País, a maioria delas crianças. O medicamento a base do extrato vegetal da Cannabis é capaz de

diminuir em até 80% as convulsões – alguns paciente chegam a ter 50 crises em apenas um único dia. Atualmente, não há no Brasil nenhum medicamento derivado de canabidiol disponível para o tratamento de epilepsia refratária. Para obter o produto, é necessário importar de outros países. O gasto mensal como tratamento pode chegar a R$ 4 mil. Devido ao trâmite custoso e burocrático, a maioria dos pacientes que sofrem com a doença não tem acesso ao medicamento. Além da dificuldade de trazer o produto para o Brasil, a segurança não é garantida. Os produtos estrangeiros não são registrados como medicamentos em seus países de origem e, sim, como suplementos. Logo, têm regras de fabricação menos rígidas, não possuem controle de qualidade lote a lote e não passam por estudos de estabilidade para as condições climáticas do Brasil. Devido a esse processo de fabricação pouco controlado, a maioria dos produtos importados não conta com o canabidiol na forma pura. Possuem traços de THC, que é o principal psicoativo da Cannabis que provoca alucinações e inclusive pode causar um efeito contrário ao desejado no tratamento de doenças neurológicas.

INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS O projeto recebeu o investimento de R$ 11 milhões inicialmente, e parte deste valor foi obtida com o aporte da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Desse montante, R$ 3 milhões foram aplicados na construção do Centro de Pesquisas em Canabinoides – primeiro local exclusivo para o estudo dessas substâncias. Apesar da sede da Prati-Donaduzzi estar localizada em Toledo (RS), o prédio foi erguido em Ribeirão Preto (SP), onde atuam os pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). Com experiência de mais de 20 anos no estudo de canabinoides, eles aceitaram traçar uma parceria com a indústria para desenvolver o primeiro medicamento nacional para o controle de crises de epilepsia refratária. Com local e equipe de trabalho definidos, em 2015, se iniciaram os trabalhos de pesquisa do Myalo® – nome escolhido para o produto inovador. Três anos depois, o medicamento se encontra na Fase III (etapa final) dos testes clínicos, em que a droga é administrada em pacientes portadores da doença. Cerca de 2018 MAIO GUIA DA FARMÁCIA

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ATUALIDADE

PRÓS E CONTRAS Aspectos positivos Sob o ponto de vista científico, não se pode ignorar as ações farmacológicas já estudadas e positivas para algumas enfermidades onde os pacientes não respondem satisfatoriamente a outros medicamentos. O canabidiol não apresenta efeitos psicoativos e, portanto, isoladamente, certamente poderá trazer muitos benefícios à melhoria de qualidade de vida de pacientes. Não é sem razão que medicamentos estão sendo desenvolvidos para tal finalidade, além dos já disponíveis no mercado internacional. Confira alguns dos benefícios: • Alívio da dor. • Controle dos movimentos. • Redução de crises de doenças neurológicas. • Melhora na resposta imunológica. • Formação e arquivamento de memórias. Aspectos negativos Seu uso racional e controlado como medicamento já passou por todas as fases de estudos necessárias para o registro e a comercialização e deve ser entendido como uma possibilidade terapêutica viável. No entanto, usuários comuns geralmente consomem a Cannabis em quantidades maiores que as recomendadas para fins terapêuticos, sem qualquer controle sobre o volume de tetrahidrocanabinol (THC), o componente ativo alucinógeno. Nesses casos, os canabinoides podem provocar efeitos nocivos, como: • Dependência. • Alterações cerebrais. • Ser porta de entrada para outras drogas. • Transtornos mentais. • Redução da performance escolar. • Acidentes. • Câncer e doenças pulmonares. Fonte: farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti

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100 crianças foram convocadas como voluntárias da pesquisa. A expectativa é de que os testes terminem ainda no primeiro semestre de 2018. A patente do medicamento já está garantida no Brasil e em mais 12 países, incluindo Estados Unidos, China, Japão e alguns locais da Europa. Já o processo de registro do medicamento na Anvisa poderá ser iniciado somente após a conclusão da pesquisa. “Toda a construção dos estudos clínicos foi feita a quatro mãos com a Agência. Tudo está alinhado com todas as exigências deles, então a tendência é de que a aprovação ocorra um pouco mais rápido. A ideia é estarmos com o produto disponível no mercado até o fim do ano”, espera Maffissoni. Para que o medicamento chegue, enfim, às prateleiras da farmácia, o investimento total da Prati-Donaduzzi deve ultrapassar R$ 30 milhões. Por enquanto, não há negociações para que o Ministério da Saúde (MS) adote o medicamento no rol do Sistema Único de Saúde (SUS), mas a companhia considera a possibilidade. “Imagino que seja uma tendência natural. Sabemos que será pesado para o orçamento do governo, então deve levar um tempo”, pondera Maffissoni.

PROCESSO LONGO E CUSTOSO O caminho para o desenvolvimento do Myalo ® se mostrou desafiador desde o início. Apesar da comercialização de produtos derivados de canabidiol ter sido liberada no Brasil, o plantio da Cannabis é proibido no País, mesmo para fins terapêuticos. Logo, toda a matéria-prima precisa ser importada. “Não é qualquer lugar do mundo em que o cultivo da maconha é permitido. Também são poucas empresas que conseguem obter o nível de pureza do canabidiol de que precisamos. Os equipamentos são caríssimos. Por isso, tivemos de ir buscar um parceiro na Europa”, conta Maffissoni. De acordo com a Anvisa, a liberação do plantio de maconha para fins terapêuticos já está em pauta no Brasil. “Estamos realizando, no momento, discussões preliminares internas sobre o tema em um grupo de trabalho, com vistas a uma proposta de regulamentação. Essa discussão ainda envolverá a criação de um grupo de trabalho com outros órgãos, antes que uma proposta de iniciativa de regulamentação seja apresentada pela Agência. Não


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ATUALIDADE

AÇÃO DO CANABINOIDE NO CÉREBRO • Canabinoides são substâncias derivadas da planta Cannabis sativa capazes de atuar direta ou indiretamente em receptores canabinoides existentes na membrana celular dos neurônios. • Ao se ligar a esses receptores, os canabinoides produzem efeitos ansiolíticos, antipsicóticos, antidepressivos e neuroprotetores. • Com essa atuação direta no cérebro, podem ter efeitos terapêuticos em diversas condições de enfermidade, como: câncer, ansiedade, doenças imunológicas, doenças cardiovasculares, epilepsia, esclerose múltipla, Doença de Parkinson, neuralgia do trigêmeo, enxaqueca, síndrome da dor ardente e dor orofacial persistente.

Substâncias Canabinoides

Fonte: farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti

há maiores detalhes ou previsões possíveis para o momento”, explica o órgão. Enquanto o plantio não é aprovado, o processo de importar a matéria-prima deve encarecer a produção nacional dos medicamentos à base de Cannabis. Mesmo com o medicamento sendo feito no Brasil, o tratamento para epilepsia refratária deve permanecer de alto custo. A estimativa da empresa é de que o gasto mensal fique em torno de R$ 1.800 a R$ 2.500. No entanto, a empresa fabricante já tem uma estratégia para tornar o medicamento mais viável em um médio prazo. “Junto a nossa equipe de especialistas, queremos desenvolver o canabidiol na forma sintética, sem ter de plantar um só pé de maconha. Vamos ter um produto feito somente com a molécula do canabidiol, isento de qualquer outro canabinoide. Um grau de pureza fantástico e segurança farmacêutica assegurada. Isso, sim, vai permitir baratear o preço do medicamento”, revela Maffissoni.

OUTRAS POSSIBILIDADES Diante de tamanho investimento, a Prati-Donaduzzi pretende ir muito além do Myalo ® e de tratamentos 52

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para epilepsia refratária. A intenção da companhia é pesquisar a fundo as propriedades de todos os princípios ativos da Cannabis. A parceria com a USP visa desenvolver outros medicamentos. “Não vamos parar por aqui. Queremos pesquisar outras patologias e outros canabinoides que possam ter efeitos interessantes”, afirma Maffissoni. Estudos já têm evidências concretas de que a molécula pode ser usada para Mal de Parkinson, autismo e câncer. Outras alternativas de tratamentos à base de Cannabis também devem surgir de laboratórios internacionais. A americana Knox Medical apresentou ao MS a proposta de montar uma fábrica de medicamentos derivados de canabidioides no País, mediante investimentos de US$ 20 milhões. O plano inicial da empresa é instalar a unidade produtiva no estado de São Paulo e montar uma plataforma para exportação a outros mercados latino-americanos. Na planta, deverão ser produzidos medicamentos para tratamento de epilepsia e para pacientes terminais de câncer, que devem entrar em estudos clínicos no País em breve.


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PONTO DE VENDA

Experiência proporcionada pelo layout OS CAMINHOS PERCORRIDOS PELO SHOPPER DENTRO DA LOJA DEVEM SER FACILITADOS PELO MOBILIÁRIO, EXPOSIÇÃO E GESTÃO DAS CATEGORIAS, COM O OBJETIVO DE QUE ELE EXPERIMENTE ALGO DIFERENTE E COMPRE CADA VEZ MAIS POR LÍGIA FAVORETTO

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK/FABIANO VIANA


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Tecnologia, apelos visuais, sensoriais e comerciais, esta é uma realidade que passa a fazer parte, cada vez mais, do varejo farmacêutico brasileiro. Para que tudo isso seja aplicado com eficiência, um layout inteligente deve se fazer presente, com mobiliário adequado, gôndolas de comprimentos e alturas ideais para que não haja quebra das categorias e que permitam uma ampla visualização da loja. Toda essa preocupação tem um único objetivo: facilitar a experiência de compra do shopper, criando o fluxo de compra ideal para o aumento do tíquete médio, já que um cliente mais feliz e mais fidelizado gera excelentes resultados. De acordo com o diretor comercial da Metalfarma, Regis Rodero, a empresa trabalha sempre com o conceito de maximizar o retorno financeiro, seja de clientes de lojas independentes ou de grandes redes, garantindo que cada loja tenha 100% do potencial de venda devidamente utilizado. “Farmácia é hoje um segmento que já vende por si só, só que a nossa missão é fazer com que um segmento que já vende, passe a vender muito mais. Isso é o que chamamos de aproveitar todo o potencial.” Algumas premissas básicas precisam ser levadas em consideração quando se fala em aumentar as vendas, como, por exemplo, desenvolver um projeto inovador, com mobiliário conceito, que possibilite a execução do Gerenciamento por Categorias (GC), permitindo um fluxo inteligente e gerador de compra por impulso. A gerente de marketing da Metalfarma, Camila Dalmédico, comenta: “Qual é realmente a diferença entre ter um mobiliário conceitual e um mobiliário comum?”. Ela explica: “O mobiliário conceitual tem uma inteligência por trás, ele é realmente capaz de aumentar o faturamento da loja a partir de três pontos principais: legislação, tendências e hábitos de compra.” No que diz respeito à legislação, Camila diz que existem padrões de medidas e acabamentos específicos que precisam ser seguidos. “É necessário ter bordas de PVC em todos os móveis de madeira, acabamento arredondado, para não deixar quinas à mostra, medidas exclusivas para a ergonomia de um profissional que atua no caixa ou no balcão.” 2018 MAIO GUIA DA FARMÁCIA

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PONTO DE VENDA

As tendências de mercado devem ser focadas no atendimento farmacêutico e os hábitos de compra, estudados. “Para onde o shopper olha primeiro, quais são os estímulos visuais que ele percebe, quais as categorias que geram mais fluxo?” Camila comenta que quando se fala de mobiliário conceito, muita gente pensa que seja algo específico para uma loja ou rede que vai fazer uma loja conceito, mas não é. “Quando analisamos dois módulos de parede, temos, por exemplo, uma categoria infantil. Quando analisamos uma loja, os fechamentos do paredão causam algumas dificuldades no momento de aumentar a compra por impulso, perde-se, praticamente, um módulo de venda, quebra-se a categoria e a subcategoria, visualmente há uma barreira. O shopper está comprando, chegou a um determinado ponto, ele para, não tem a visão completa. Em outro ponto, há uma visualização melhor, por certo, há um melhor GC. Não é o mobiliário que vai fazer aumentar a venda, o mobiliário dá condições para que o GC seja trabalhado e, consequentemente, aumente as vendas.” A especialista enfatiza que quando a gôndola está na altura ideal, o shopper consegue ter a visualização de todas as categorias da loja, fato que desperta a compra por impulso. Outro ponto que é muito importante, para facilitar a jornada do shopper e para gerar compra por impulso, é ter um mobiliário que não engesse a loja. É fundamental ter mobilidade, tirar um módulo para blister do balcão e colocar na parede, caso o layout precise ser refeito. Quando se trabalha com a sugestão de layout ideal, a média de aumento no faturamento é entre 30% e 35%. Em alguns casos, o aumento registrado pode ser de 85%, em 12 meses. “Antes, a reforma de uma loja dava um upgrade, uma melhorada no visual, hoje, ela transforma mesmo. Você tira aquilo e coloca tudo novo porque muda o conceito estratégico”, afirma Rodero. O executivo ressalta que, às vezes, é melhor enxugar o mix de produtos, mas ter uma qualidade visual melhor e uma facilidade de entendimento do GC. “Quando se fala de GC e fluxo de loja, é sobre a colocação ideal dos produtos de maneira que eles conversem um com outro e façam o cliente circular. Ele entra na loja e tem clareza, visualização, 56

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EXISTEM PADRÕES DE MEDIDAS E ACABAMENTOS ESPECÍFICOS QUE PRECISAM SER SEGUIDOS. É NECESSÁRIO TER BORDAS DE PVC EM TODOS OS MÓVEIS DE MADEIRA, ACABAMENTO ARREDONDADO, PARA NÃO DEIXAR QUINAS À MOSTRA, MEDIDAS EXCLUSIVAS PARA A ERGONOMIA DE UM PROFISSIONAL QUE ATUA NO CAIXA OU NO BALCÃO

corredor amplo dentro de uma permissão que ele possa enxergar, inclusive, o rodapé da gôndola.” Para a consultora especializa em varejo farmacêutico, Silvia Osso, a população precisa de oportunidades de redução de qualquer tipo de gastos. “Se ela economiza em um medicamento, por exemplo, compensa podendo gastar com um xampu, um dermocosmético ou um esmalte. E quando ela percebe esse tipo de oportunidade, ela se sente mais confortável, às vezes, até mais feliz. Ela nem sabia que precisava do produto, o ambiente da loja faz com que ela enxergue essa necessidade.”

TRANSFORMAÇÃO CONSTANTE O varejo passa por atualização o tempo todo. É imprescindível dispor, cada vez mais, de um número maior de categorias no sortimento. “Hoje, é preciso ter espaço para Atenção Farmacêutica, espaço para aplicação de vacinas, espaço para o consultório farmacêutico, dentro do conceito de Farmácia Clínica e estes serviços passam a ser categorias, pois é preciso abrir espaço para eles e saber como trabalhá-los. A gente nunca teve uma categoria de tabagismo, ela sempre esteve dentro de Medicamento Isento de Prescrição (MIP), mas ela pode ser trabalhada em separado. O diabético deve ser pensado


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PONTO DE VENDA

de forma única, com um conjunto de produtos e informações para a melhoria de sua qualidade de vida; o hipertenso e o obeso, a mesma coisa.” Silvia relembra que há um ano e meio, o varejo tratava fralda para adultos como fralda geriátrica. “Hoje, a nomenclatura passou a ser descartável adulto, porque existe calcinha, cueca, absorvente, lenço, um monte de coisa para o adulto, não é mais somente para um velhinho.” Ela continua: “Você vai para o Nordeste, em cidades onde a vigilância municipal permite, há a categoria de produtos sem lactose, com 400, 500 itens. Hoje, a velocidade em que os produtos vão entrando e saindo da farmácia influencia muito. Se você não estiver atento às categorias básicas, elas acabam se perdendo e não geram aquilo que interessa, que é a compra por impulso. Às vezes, o consumidor nem sabe da existência de certo item comercializado na farmácia. Quando você separa, o consumidor começa a valorizar”. A especialista conta que a maioria dos produtos de medicamento virou commodities. “Quem compra desodorante, absorvente, também vai poder comprar commodity, então você tem de transformar a farmácia num locallab, que é um trabalho de apresentação do produto e orientação.”

A IMPORTÂNCIA DO CHECKOUT Muitas vezes, a área do checkout das farmácias é negligenciada pelos gestores, que utilizam o espaço apenas para colocar restos de estoque ou produtos “encalhados” nas gôndolas. Esse comportamento é um erro grave. “A área do checkout é fantástica e tem um giro de mercadoria muito bom”, garante a presidente do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa. Os resultados que podem ser obtidos variam muito da estratégia adotada. Em lojas que mantêm apenas uma gôndola na área de saída da loja, os itens de checkout representam, em média, 5% do faturamento total e chegam a adicionar de 15% a 20% do tíquete médio da loja. Já nos pontos de venda (PDVs) que exploram a área massivamente, o percentual pode ser maior. Para conseguir extrair o máximo de rentabilidade da venda no checkout , é preciso fazer uma escolha estratégica do mix e da exposição. De acordo 58

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com o consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, de São Paulo (Sebrae-SP), Gustavo Carrer, mesclar itens com baixa rentabilidade com produtos de margem maior é uma boa alternativa. O sortimento adequado da área de checkout deve ser de produtos típicos de compra por impulso, ou seja, aqueles que não são categorias destino da loja, nem necessidades recorrentes. Essa tática ajuda a aumentar o tíquete médio da loja, já que 17% das compras dos brasileiros são feitas por impulso, provocadas principalmente por questões emocionais, segundo dados da Nielsen. Dessas decisões de última hora, em 22% dos casos, o shopper já sabia que precisava do produto, mas lembrou-se do item apenas dentro da loja, por isso a importância da escolha dos produtos corretos no checkout , que é o local onde ocorre a última chance de conversão. O gerente nacional de trade marketing da Fini, Fabio Alcalá, pontua que quando o shopper circula pela loja, ele não passa necessariamente por todos os corredores, mas pelo checkout , ele vai ter de passar. Neste momento é impactado pelos produtos que não fazem parte de sua cesta de compras ou da categoria destino. É aí que se encontra a oportunidade de converter vendas de itens que aumentam o tíquete médio. O executivo explica que a farmácia pode ser mais bem rentabilizada com a exposição de produtos sazonais, categorias de impulso, como balas, gomas de mascar e chocolates, snacks e bebidas para consumo imediato, de marcas reconhecidas pelo consumidor. “As categorias devem estar bem organizadas e sinalizadas para facilitar o processo de compra e dessa forma converter vendas. Essas categorias têm característica de consumo ‘on the go’, em que o cliente da farmácia consome na hora, dentro do carro ou em algum intervalo de seu dia de trabalho e/ ou estudo. Esses produtos têm baixo desembolso e oferecem uma margem interessante para a farmácia, trazendo rentabilidade, além de conveniência e praticidade para o consumidor que tem uma vida corrida.” Segundo Alcalá, a exposição deve ser bem organizada, separada por categoria e muito bem


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PONTO DE VENDA

ORGANIZAÇÃO DA LOJA - ALGUMAS CATEGORIAS DE MAIOR RENTABILIDADE

Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) • Separar por cores e dentro das cores, por patologias, aí, sim, agrupar os medicamentos. • Mobiliário de aço, que permita flexibilidade e alterações rápidas.

Dermocosméticos • Fechamentos são necessários porque as marcas não gostam de ser expostas umas ao lado das outras. • Tudo deve ser pensado para facilitar a negociação com a indústria. • Espaços disponíveis para a comunicação visual, daqui, saem todas as comunicações visuais, com mobiliário de madeira e iluminação própria com fio de LED.

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Acessórios • É muito importante que eles sejam móveis de aço, flexíveis para a loja. • Clip stricks possibilitam aumentar a área de venda.

Bomboniere • A área de checkout deve ser bem organizada, para facilitar que o consumidor encontre os produtos, provavelmente, ocasionando aumento nas vendas. • O checkout deve ser estruturado com materiais de ponto de venda (PDV) que funcionam como “berços”, para destacar o posicionamento do produto e aumentar a visibilidade de cada categoria ou de uma marca específica. • Como se trata de um estabelecimento de saúde, é recomendável que os produtos que trazem algum benefício para a saúde sejam maioria e tenham destaque. • Outras opções que se encaixam bem no espaço são: blisters de MIPs, chocolates, balas, balas de gelatina, gomas de mascar, barras de cereais e proteína, entre outros.

As fotos são do showroom da Metalfarma, localizado em Americana, (SP).

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PONTO DE VENDA

LAYOUT IDEAL Errado • Obstrução na entrada da loja, com o balcão do caixa dando baixa visibilidade de toda a loja. • Má disposição das gôndolas, ao centro e na vertical, atrapalhando o fluxo. • Medicamentos do mesmo lado do caixa, isto faz com que todas as outras áreas fiquem frias, pois não dá a obrigatoriedade do shopper andar por toda a loja. • Gôndolas altas e um só corpo de gôndola. • Fachada que não identifique o setor farma. • Ortopédicos na porta. • Não trabalhar com perfumaria. Certo • Entrada limpa, que permite toda a visualização da loja. • Caixa sempre do lado oposto da entrada da loja e medicamentos no fundo da loja para gerar uma triangulação de fluxo na loja, fazendo com o shopper, obrigatoriamente, caminhe por todo o estabelecimento. • Gôndolas nas medidas ideais: 1,25 m e mais de um corpo de gôndola, para que fiquem na altura dos olhos e não obstruam a visão do todo. • Trabalhar o paredão da direita com cabelo e beleza, pelo fato de que as mulheres são o público predominante da farmácia e o ser humano tende a olhar para a direita quando entra no ponto de venda (PDV). • Trabalhar infantil e fraldas do lado oposto desse paredão, porque se estamos falando de mulheres, essas mulheres são, possivelmente, mães. • Sempre que possível, trabalhar a área de medicamentos com um intervalo, para que o farmacêutico possa sair do balcão de atendimento e conduzir uma compra dentro da loja. • Trabalhar os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) perto do balcão porque, além de ser a área mais quente, de 100% dos produtos de autosserviço, 40% vêm dos MIPs quando eles são trabalhados fora do balcão. A indústria fala que 70% das lojas no Brasil ainda trabalham com MIP dentro do balcão. Quando o cliente pega o produto na gôndola, ele dá uma margem menor, mas ao mesmo tempo, pega uma quantidade maior, ou seja, é possível provocar a compra. Quando o cliente pede no balcão, há a indicação e a entrega de um único item, ou seja, o cliente compra apenas um. • Conveniência, homem e cestão de ofertas devem estar perto do caixa. • Dividir as outras categorias dentro do restante do espaço físico. Fonte: Metalfarma

sinalizada. O consumidor percorre a gôndola e decide o que vai levar em poucos segundos. “Uma gôndola suja e mal organizada provoca perda de vendas. Sem contar a ausência de etiqueta de preços que pode prejudicar em até 30% o giro de alguns produtos. Se o consumidor não sabe quanto custa, ele prefere não comprar e poucos são os consumidores que perguntam sobre o preço para 64

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o operador de caixa. Para cada um que pergunta, cerca de dez desistiram da compra.”

DETALHES DO ENTORNO A Metalfarma sempre bate na tecla sobre a necessidade de conhecer e estudar o entorno no qual a loja está inserida. Qual a classe social do público-alvo, gênero, hábitos, nível educacional.


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PONTO DE VENDA

O diretor comercial da Metalfarma, Regis Rodero e a gerente de marketing, Camila Dalmédico

“O que isso influencia para nós? Na cor e no acabamento do mobiliário. Uma loja que está em frente a um terminal rodoviário e outra em um lugar de luxo não serão iguais. Na primeira, haverá bastante trabalho de cestão de oferta, panfleto, cores quentes (vermelho, por exemplo). Na segunda, serão utilizadas cores mais claras e acabamento refinado”, pontua Camila. Quando a faixa etária é identificada, aumentam-se as possibilidades de definição do mix . “Saímos de medicamentos e de itens de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) e trabalhamos as categorias foco, extraindo novos potenciais de consumo entre lojas. Uma loja que tem um ir e vir de jovens muito grande precisa ter a categoria de suplementos bem trabalhada. E em uma loja que está inserida em um bairro envelhecido (com população idosa), pode-se montar, por exemplo, uma ponta de gôndola com produtos ortopédicos.”

ATENDIMENTO HUMANIZADO Muito mais do que toda tecnologia vista nos Estados Unidos e na Europa, como realidade aumentada, etiquetas interativas, hoje, o que pega 66

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é a preocupação de trabalhar o marketing “one to one” (um para um). “Chamar o cliente pelo nome, saber sobre sua família, ter todo o CRM (Customer Relationship Management – Gestão de Relacionamento com o Cliente) dele para quando ele for comprar, saber o que ele usa, quando vai acabar, sugerir uma encomenda, etc. Esse relacionamento é muito mais importante do que qualquer tecnologia visual dentro do PDV”, comenta Rodero. De acordo com o empresário, trata-se de um aproveitamento melhor do profissional. “O balconista precisa colocar na cabeça que ele deve ser um atendente que sai do balcão e faz o atendimento também fora dele.” Silvia complementa dizendo que, em todas as pesquisas, nota-se que o cliente tem muita informação na internet, mas é incapaz de se decidir entre dois produtos que são parecidos. “Então, o decisor é a pessoa que atende, tanto no medicamento quanto em outros produtos. Se o batom matte serve para minha boca ou não, o que é melhor para mim. Na verdade, quem decide é o dermoconsultor ou o atendente.”


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MERCADO

Investimento necessário

PARA DESCOBRIR TERAPIAS MEDICAMENTOSAS CAPAZES DE REVOLUCIONAR A CIÊNCIA E A MEDICINA, AS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS PRECISAM GASTAR TEMPO E RECURSOS POR FLÁVIA CORBÓ

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Para que um medicamento chegue às prateleiras das farmácias, um longo – e dispendioso – caminho é percorrido. De cada dez mil moléculas pesquisadas, apenas uma consegue se tornar um medicamento eficaz e seguro para ser comercializado. Para absorver os custos das demais tentativas que não tiveram sucesso, um produto

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GUIA DA FARMÁCIA MAIO 2018

farmacêutico bem-sucedido chega a custar US$ 2,6 bilhões, segundo dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Diante desse montante, todo fabricante de medicamento trabalha para tornar seu produto um blockbuster – como são chamados os campeões de vendas. Um caso clássico de um medicamento de aceitação global é o Viagra (citrato de sildenafila), IMAGEM: SHUTTERSTOCK


lançado pela Pfizer em 1998. Antes de perder a patente, o produto chegou a ter faturamento anual de R$ 1,5 bilhão. Atualmente, no Brasil, são os medicamentos usados para o tratamento de doenças do coração e condições associadas, como diabetes e colesterol alto, que lideram as vendas. Em 2017, o Glifage Xr (cloridrato de metformina), da Merck, foi o medicamento com maior volume de unidades vendidas, seguido de Puran T-4 (levotiroxina sódica), da Sanofi. Os já consagrados Dorflex (dipirona sódica monoidratada, citrato de orfenadrina e cafeína), Buscopan Composto (butilbrometo de escopolamina e dipirona) e Vick Vaporub (cânfora, mentol e eucalipto) aparecem nas seguintes posições do ranking de vendas divulgado pela IQVIA. Para que esses medicamentos se tornassem uma solução buscada por milhões de pacientes, foram necessários, em média, mais de dez anos de pesquisas. Só a primeira etapa dos estudos, antes das fases clínicas, costuma durar pelo menos cinco anos. “Os estudos, muitas vezes, envolvem cientistas, médicos, profissionais de saúde e de outras áreas do conhecimento científico, além de pacientes de várias etnias, em muitos países ao mesmo tempo, até se chegar a medicamentos eficazes e seguros para o consumo”, destaca o presidente executivo da Interfarma, Antônio Britto.

ETAPAS DE PESQUISA A criação de um novo medicamento tem início em um laboratório, por meio do processo de pesquisa de novas moléculas. Aquela que obteve melhor resultado é levada à fase pré-clínica, em que a droga experimental é testada em animais. Apenas 12% das moléculas testadas costumam ser aprovadas para a fase I da pesquisa clínica, em que o potencial medicamento é ministrado em poucas pessoas, para testar a segurança do composto e observar a maneira como ele é absorvido pelo organismo. Caso tenha resultados satisfatórios, a molécula segue para a fase II, em que um número maior de pacientes recebe o tratamento para testar eficácia e dosagem. Por último, na fase III, é preciso testar o tratamento em centenas de pessoas, de diversos países, para garantir a eficácia e a segurança em grupos

TENDÊNCIAS DE MERCADO Hoje, cerca de sete mil medicamentos estão em fase de pesquisa clínica ao redor do mundo. Cerca de 70% deles são os chamados first-in-class, ou seja, medicamentos com tecnologias ou estratégias terapêuticas inéditas. As áreas de câncer e de doenças degenerativas são as que têm ganhado maior investimento por parte da indústria. O maior diferencial é que as novas moléculas em estudo tendem a alcançar tratamentos cada vez mais personalizados. Em agosto de 2017, o Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora americana, aprovou a primeira terapia genética no tratamento contra o câncer. A técnica CAR-T (sigla em inglês para receptor de antígeno quimérico de células T) é capaz de introduzir um anticorpo em células de defesa do organismo do próprio paciente, para que elas reconheçam e ataquem as células cancerosas. À primeira vista, pode-se ter a impressão que terapias personalizadas terão um custo muito elevado para o paciente. No entanto, o diretor da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Pedro Bernardo, avalia a situação por outro ângulo. “Se você consegue ter um diagnóstico e um tratamento mais específico, com medicamentos mais assertivos, o desfecho será melhor e mais rápido. Acho que, no fim, pode sair mais barato do que ficar tentando diferentes medicamentos, até achar a terapia mais adequada.”

distintos. Caso seja aprovado, dá-se início ao processo de submissão às agências reguladoras, para que o medicamento receba o registro e possa ser, enfim, comercializado. 2018 MAIO GUIA DA FARMÁCIA

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EXPANSÃO

Beleza em alta TRABALHAR BEM O SORTIMENTO DE HPC VIROU UM DIFERENCIAL COMPETITIVO DENTRO DO VAREJO FARMACÊUTICO; PLANOGRAMAS DE EXPOSIÇÃO FACILITAM O CAMINHO DOS GESTORES DE PEQUENAS E MÉDIAS LOJAS

A

POR FLÁVIA CORBÓ

A presença de itens de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) nas farmácias começou há cerca de 15 anos, em um movimento natural de extensão dos cuidados com a saúde. No entanto, em 2009, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 44 e vetou a exposição

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GUIA DA FARMÁCIA MAIO 2018

dos Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) na área de autosserviço, os varejistas se viram diante da necessidade de preencher gôndolas e prateleiras que ficaram vazias. Ao mesmo tempo, o País passava por um bom momento econômico, que trouxe o crescimento da renda média familiar, o aumento da expectativa de vida, o fortalecimento da mulher no mercado de trabalho e o IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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EXPANSÃO

surgimento de uma cultura voltada à beleza e ao bem-estar. Atentas à oportunidade, grandes indústrias voltaram os olhos para o mercado brasileiro e passaram a trazer inovação e lançamentos. O quadro era ideal para que o varejo buscasse nos produtos de HPC uma alternativa para manter o negócio sustentável e a loja atrativa. As farmácias promoveram um redesenho nas estratégias, no layout da loja e na exposição de produtos e agora colhem os frutos dessa mudança de comportamento. Hoje em dia, a venda desses itens é de extrema importância para a rentabilidade do varejo farmacêutico. “Cerca de um quarto de todo o faturamento de uma farmácia já está relacionado a esse tipo de produto”, garante o gerente-geral do Close-Up International, Guilherme Alfano. Essa porcentagem pode ser ainda maior em lojas premium, lojas de shopping e lojas onde o mix de produtos é maior. Dentro das grandes redes, por exemplo, a venda dos itens de HPC e conveniência contabilizou R$ 14 bilhões em 2017, o que representa 31% do faturamento total das lojas ligadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e 7% de crescimento em relação a 2016. A expectativa é de que, nos próximos anos, haja um crescimento ainda mais forte desse segmento. “Essa categoria é um termômetro claro da desaceleração no índice de crescimento, mas a recuperação da economia e a retomada do consumo das famílias marcarão novamente uma alta na demanda por itens de bem-estar e conveniência, contribuindo para aumentar a participação das associadas com avanços de dois dígitos”, acredita o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto.

DENTRO DO PDV A categoria de cabelos – xampus, condicionadores, cremes de hidratação, cremes de pentear, entre outros – é a mais vendida entre os consumidores brasileiros. Sabendo disso, a indústria investe em um alto volume de lançamentos e em uma variada gama de subcategorias, que oferecem diferentes soluções ao shopper. Isso também é observado quando se tratam de produtos para pele, corpo, infantis e masculinos. Por fim, o 72

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A INTENÇÃO É DE QUE OS PEQUENO E MÉDIO VAREJOS CRIEM A CULTURA DOS ITENS DE HPC, PERCEBAM A IMPORTÂNCIA DE INVESTIR EM UMA ARRUMAÇÃO DE LOJA E PROCUREM ADEQUAR O MIX AO PÚBLICO DA FARMÁCIA

varejista tem uma quantidade imensa de itens a ser trabalhados dentro de um espaço limitado. Para manter uma loja organizada e clara para o cliente mesmo com tanta oferta, é aconselhável utilizar os conceitos de Gerenciamento por Categorias (GC), que traçam estratégias de execução para cada segmento de produto. “Um PDV com um GC correto é fundamental para melhorar a exposição dos produtos e para estimular a compra, o que acarretará em um aumento das vendas na loja, no entanto, é um desafio que pode ser ainda maior nos pequeno e médio varejos, que, nem sempre, têm essa implementação na lista de prioridades”, afirma o diretor do Instituto Pedro Dias, Pedro Dias.

CASES DE SUCESSO A maneira mais segura e simples de aplicar o GC de forma adequada é seguindo modelos preestabelecidos e que já tenham aderência no varejo. Desde 2016, a ESPM vem desenvolvendo planogramas personalizados para as diferentes regiões do País. “Não adianta traçarmos um plano ‘Brasil’, se Norte e Nordeste têm características muito peculiares de mercado”, conta o sócio proprietário da RPL Lima Consultoria e Treinamento e professor do núcleo de varejo da ESPM, Rogério Lima.


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EXPANSÃO

PARA MANTER UMA LOJA ORGANIZADA E CLARA PARA O CLIENTE MESMO COM TANTA OFERTA, É ACONSELHÁVEL UTILIZAR OS CONCEITOS DE GERENCIAMENTO POR CATEGORIAS O trabalho se iniciou com as categorias de MIPs, infantis e de suplementação, agora, o próximo passo são os itens de HPC. “Por isso, é muito importante os varejistas estarem próximos à indústria e questionarem as informações disponíveis”, afirma Lima. Para as farmácias associadas, a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias 74

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(Febrafar) também oferece orientações quanto à arrumação da loja e à exposição de produtos. A ideia de assistência surgiu a partir de um estudo do Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC), que detectou que o faturamento que as lojas associadas tinham com itens de HPC estava muito abaixo do que era praticado no mercado. “Em média, 37% dos ganhos do varejo vêm de HPC. Na Febrafar, gira em torno de 15% a 17%. Ou seja, há um grande espaço a ser explorado. Começamos, então, a fazer um trabalho de conscientização da importância desse nicho de mercado junto ao gestor de cada rede”, conta o consultor da Febrafar e do IFEPEC, Valdomiro Rodrigues. A intenção é de que os pequenos e médios varejos criem a cultura dos itens de HPC, percebam a importância de investir em uma arrumação de loja e procurem adequar o mix ao público da farmácia. Na outra ponta, a Febrafar trabalha para aproximar a indústria de HPC do associativismo para que as lojas tenham condições de receber um mix mais diversificado.


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ALERGIAS RESPIRATÓRIAS

Temporada de alta com as baixas temperaturas ESPIRROS, CORIZA, TOSSE E MAL-ESTAR SÃO ALGUNS DOS SINTOMAS COMUNS ÀS PATOLOGIAS QUE ACOMETEM O SISTEMA RESPIRATÓRIO DURANTE O OUTONO E O INVERNO. POPULAÇÃO PARTE EM BUSCA DE ALIADOS PARA MINIMIZAR OS SINTOMAS

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POR KATHLEN RAMOS LAURA MARTINS

Ao andar pelas ruas nos dias mais frios, é comum presenciar pessoas espirrando, com tosse ou até escutar reclamações sobre problemas respiratórios. Apesar das doenças também incomodarem pacientes no verão, é no outono e inverno que elas tornam-se alvo de atenção maior. Diversos fatores desencadeiam as alergias respiratórias. De acordo com o alergista do

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Hospital Samaritano Higienópolis, Dr. Marcelo Aun, o maior contato com cobertores e agasalhos, guardados há meses, que acabam virando reservatórios de ácaros, é um dos responsáveis pelo aparecimento do problema. Além disso, o tempo frio diminui a mobilidade dos cílios das vias respiratórias, permitindo o acúmulo de alérgenos e secreções. Por fim, o convívio IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ALERGIAS RESPIRATÓRIAS

em ambientes mais fechados aumenta a inalação de ácaros e a circulação de vírus respiratórios que causam piora dos sintomas daqueles que já sofrem com uma doença alérgica. De acordo com o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Cícero Matsuyama, alguns estudos dizem que a procura pelo pronto atendimento de hospitais gerais ou especializados aumenta em torno de 30% nos meses de outono-inverno, chegando ao pico de 50% nos meses mais frios (julho a setembro).

QUEM SÃO ELAS? Falar sobre alergias respiratórias passa, necessariamente, pelo reconhecimento de cada uma delas. Afinal, apesar de ter sintomas parecidos, cada patologia é diferente e deve ter seu tratamento adequado. “Podemos classificar as alergias respiratórias em altas e baixas. Entre as alergias respiratórias altas, destacam-se as rinites e sinusites alérgicas, acompanhadas ou não de faringites. As baixas são as laringites e as traqueobronquites. As diferenças estão no local de acometimento e nos sintomas decorrentes das afecções, tendo característica principal de gravidade os sintomas provindos do sistema respiratório baixo”, comenta o Dr. Matsuyama. Em geral, a rinite e a asma são as duas doenças mais frequentes. De acordo com a Organização

NÃO SOMENTE PARA TRATAR, MAS PARA EVITAR OS PROBLEMAS, É ESSENCIAL A HIGIENIZAÇÃO NASAL MESMO QUANDO A PESSOA NÃO SOFRE COM AS PATOLOGIAS. ISSO PORQUE A HIDRATAÇÃO É UM DOS FATORES QUE AJUDAM NA PREVENÇÃO DAS ALERGIAS RESPIRATÓRIAS 78

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TIPOS DE ALERGIA Rinite: manifesta-se por crises de espirros, coriza, coceira e entupimento nasal, podendo atingir também os olhos, os ouvidos e a garganta. Asma: se caracteriza por crises de falta de ar, chiado e sensação de aperto no peito, normalmente acompanhados de tosse. Pode manifestar-se de formas diferentes, variando desde sintomas leves e quase imperceptíveis, até crises graves e ameaçadoras. Sinusite: é a complicação mais comum da rinite alérgica. Trata-se de um processo inflamatório, de origem alérgica ou não, que acomete os seios da face causando dor de cabeça, sensação de peso ou pressão facial com movimentos de abaixar e levantar a cabeça, secreção nasal, obstrução nasal, tosse, podendo vir acompanhada de febre. Bronquite alérgica: é somente um nome diferente utilizado para denominar asma. Fonte: Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI)

Mundial da Saúde (OMS), a rinite pode ser considerada a patologia de maior prevalência entre as doenças respiratórias crônicas, acometendo cerca de 20% a 25% da população em geral. Apesar dos sintomas de menor gravidade, está entre as dez razões mais comuns de atendimento primário à saúde. Segundo o estudo ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in Childhood) feito no Brasil, a prevalência média de sintomas relacionados à doença é de 29,6% entre adolescentes e 25,7% entre escolares, colocando o País entre aqueles com as maiores taxas mundiais de prevalência, tanto em asma como em rinite. A asma, por sua vez, acomete aproximadamente 150 milhões de indivíduos em todo o mundo. O


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ALERGIAS RESPIRATÓRIAS

TRATAMENTOS DISPONÍVEIS Cloreto de sódio: a higienização nasal é importante no tratamento das alergias. Deve ser feita com o cloreto de sódio, que pode ser administrado através de diferentes dispositivos.

Bombinhas: conhecido como “bombinha”, o aerossol dosimetrado é uma das formas utilizadas para se fazer chegar a medicação para a asma nos pulmões. Outros dispositivos, como os nebulizadores e os inaladores de “pó seco”, têm a mesma função. Entre os medicamentos usados, estão os corticoides, broncodilatadores ou até a associação de ambos.

Corticoides de uso tópico: nasal para rinite e inalado para asma, são a principal arma no controle das doenças. São eficazes e seguros e permitem reduzir a necessidade de corticoides orais, que causam mais efeitos colaterais.

Fontes: alergologista e imunologista do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Luis Felipe Ensina; e alergista do Hospital Samaritano Higienópolis, Dr. Marcelo Aun

Brasil ocupa a oitava posição mundial em prevalência de asma, variando de 10% a 20%, dependendo da região e da faixa etária consideradas. “Enquanto a rinite provoca sintomas nasais, como coceira, coriza, espirros e obstrução, às vezes acompanhados de coceira no céu da boca, dos olhos e lacrimejamento, a asma provoca sintomas relacionados ao pulmão, como falta de ar, cansaço, chiado no peito e tosse”, diferencia o alergologista e imunologista do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Luis Felipe Ensina. De acordo com o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, os sintomas podem ser sentidos em diferentes lugares do corpo: • Cavidade nasal: obstrução nasal, coriza, lacrimejamento, prurido e espirros. • Cavidade paranasal (seios paranasais): dor na face e de cabeça, sensação de congestão facial, dor próxima do globo ocular. • Faringe (garganta): dor de garganta e prurido com tosse seca. • Laringe: rouquidão e tosse seca rouca. • Traqueia: falta de ar e tosse seca. • Brônquios: chiado no peito, falta de ar e tosse seca. 80

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“O primeiro passo é procurar fazer o diagnóstico correto da doença e da causa dela. De acordo com cada doença e a sua causa, a orientação é totalmente diferente. Por exemplo, para o alérgico a ácaro, uma boa limpeza domiciliar e o uso de pano úmido para higienizar superfícies pode ser muito útil, ao passo que, para alérgicos a gato, a maior parte das proteínas inaladas fica em suspensão no ar e, portanto, as medidas usadas para controle de ácaros não são eficazes”, exemplifica o Dr. Aun.

COMO EVITAR Para deixar de sofrer com as alergias, é preciso que o paciente adote alguns pilares, segundo informa o alergologista do Hospital Sírio-Libanês. São eles: higiene ambiental, evitar o contato com substâncias causadoras da alergia (ácaros, poeira, mofo, pelos de animais e baratas). Isso inclui manter a casa sempre limpa e ventilada, colocar capas impermeáveis no colchão e travesseiro, além das terapias medicamentosas. “Os medicamentos visam controlar a inflamação e diminuir os sintomas. Para a rinite, são usados anti-histamínicos e corticoides nasais; para a asma, bron-


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ALERGIAS RESPIRATÓRIAS

codilatadores, corticoides inalatórios e antileucotrienos; os casos mais graves de asma podem ser tratados ainda com imunobiológicos, que têm uma ação bem específica para cada caso”, comenta. Por fim, as imunoterapias ou vacinas para alergia, por meio de doses pequenas e crescentes da própria substância a qual o indivíduo é alérgico, sejam por via injetável (imunoterapia subcutânea) ou via oral (imunoterapia sublingual), o tratamento visa modificar a resposta imunológica exagerada que existe neste tipo de alergia. Não somente para tratar, mas para evitar os problemas, é essencial a higienização nasal mesmo quando a pessoa não sofre com a alergia. Isso porque a hidratação é um dos fatores que ajudam na prevenção das alergias respiratórias, já que um dos responsáveis pelas doenças é o tempo seco e frio, que prejudica o funcionamento das mucosas nasais. “A higienização é importante, pois ela limpa as cavidades nasais. Seu uso facilita a remoção de secreção, promovendo alívio dos sintomas. No caso das rinites inflamatórias e alérgicas, ela também ajuda a eliminar os alérgenos presentes no muco, atuando na melhora do quadro”, avalia a gerente médica da GSK, Mariana Sasse. Segundo ela, a higienização pode ser realizada livremente, sempre que necessário, ou no mínimo duas vezes ao dia, imediatamente antes do uso do tratamento farmacológico. O mais importante é a ação mecânica de limpeza promovida pelo jato. O princípio ativo ou a concentração adequada deve ser aquela indicada pelo médico. Porém, nem sempre o paciente consegue fugir todo o tempo das alergias respiratórias. É o caso dos filhos de quem têm algum tipo de alergia. Segundo o alergologista do Hospital Sírio-Libanês, quem tem pai ou mãe alérgico, tem 40% de chances de vir a ter uma alergia respiratória. Além disso, a OMS cita alguns outros fatores de risco para o desenvolvimento de doenças respiratórias (não somente alérgicas, mas crônicas): hábito de fumar cigarro ou tabagismo passivo; poluição doméstica; poluição ambiental; alérgenos; e exposição a riscos ocupacionais (como poeira e substâncias químicas). 82

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DOR DE CABEÇA

Ela deixa qualquer um louco! A CEFALEIA ESTÁ PRESENTE EM QUASE TODA A POPULAÇÃO, CAUSANDO DESCONFORTO E INCAPACITANDO OS ACOMETIDOS DE REALIZAREM SUAS ATIVIDADES COTIDIANAS. TER HÁBITOS SAUDÁVEIS E NÃO ABUSAR DE MEDICAMENTOS SÃO ALIADOS NA PREVENÇÃO

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POR LAURA MARTINS

Quase 100% da população já se queixou de dores de cabeça; são 93% dos homens e 99% das mulheres nas estatísticas da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), além de 76% do sexo feminino e 57% do masculino terem ao menos uma ocasião de dor por mês. A alta incidência não é por acaso. De acordo com o neurologista do Centro de Dor e Neuro do Hospital 9 de Julho, Dr. Antônio Galvão, a “quantidade” de dor que uma pessoa sente em um determinado local tem relação direta com a “riqueza” de inervação

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e terminais sensitivos que uma determinada parte do corpo apresenta. “Assim, por exemplo, a sensação táctil mais fina é percebida pela ponta dos dedos das mãos e não pela pele da perna ou pelos lábios, que também são muito sensíveis. Por exemplo, praticamente não sentimos dor na ponta do nariz ou no lóbulo das orelhas. O crânio, em geral, o couro cabeludo e a musculatura da nuca, tem uma rica inervação sensitiva e com muitas terminações dolorosas”, comenta ele. Por isso, a cabeça dói mais que em outros locais do corpo que não são tão

IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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DOR DE CABEÇA

inervados. Além disso, os vasos do crânio apresentam um controle neurovascular diferente dos outros vasos do corpo, com uma neuroquímica específica e que está altamente envolvida na fisiopatogenia da enxaqueca e de outras cefaleias vasculares. Mas além de saber o porquê da dor de cabeça ser tão recorrente, é preciso entender qual problema acomete cada paciente. Segundo a SBC, existem mais de 150 tipos de dor de cabeça, divididos em dois grandes grupos: primárias e secundárias. As primárias são aquelas em que a própria dor é a doença e podem ser muito debilitantes, ainda que a maioria delas não ofereça nenhum risco à vida do acometido. Já as dores secundárias são causadas por outras doenças, sendo as mais comuns: Acidente Vascular Cerebral (AVC), tumores de Sistema Nervoso Central (SNC), trombose venosa cerebral, ruptura de aneurisma e aumento da pressão intracraniana. “Dentro de um pronto-socorro geral, cerca de 90% das pessoas que são atendidas com dor de cabeça apresentam cefaleia primária. A mais comum nesse contexto é a enxaqueca, seguida da cefaleia tensional e da cefaleia em salvas. Entretanto, uma porcentagem importante (em torno de 10%) apresenta uma outra doença que é causadora da dor. Na maioria das vezes, trata-se de doença benigna, como a gripe ou a sinusite, mas pode-se tratar também de doença grave e ameaçadora à vida, como a hemorragia cerebral e a meningite”, alerta o neurologista do Centro de Atenção à Cefaleia do Hospital Samaritano Higienópolis, Dr. Marcio Nattan. A enxaqueca atinge em torno de 15% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apenas no Brasil, são mais de 30 milhões de pessoas.

AS MAIS COMUNS Ao focar somente nas dores de cabeça primárias, são quatro as que mais estão presentes na vida daqueles que sofrem com a patologia, ainda de acordo com a SBC: Enxaqueca: dor pulsátil, de forte intensidade, podendo ser acompanhada de náuseas e vômitos ou intolerância à luz ou ao som. Geralmente unilateral (mas pode ser bilateral) e as crises duram de quatro a 72 horas. Cefaleia do tipo Tensional: a mais frequente no mundo, é caracterizada por dor bilateral ou na parte da frente ou atrás da cabeça, de moderada intensidade, que não piora com esforço e dura de 30 minutos até sete dias. Cefaleia em Salvas: é um tipo de dor intensa, unilateral, que dura de 15 minutos a 3 horas, geralmente no mes86

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QUASE 100% DA POPULAÇÃO JÁ SE QUEIXOU DE DORES DE CABEÇA; SÃO 93% DOS HOMENS E 99% DAS MULHERES, ALÉM DE 76% DO SEXO FEMININO E 57% DO MASCULINO TEREM AO MENOS UMA OCASIÃO DE DOR POR MÊS mo horário (maioria de madrugada) por vários dias seguidos. Além da dor, há lacrimejamento e corrimento nasal no mesmo lado da dor. Cefaleia Crônica Diária: é uma situação que se caracteriza por dores de cabeça em ao menos 15 dias ao mês. É uma evolução de outras formas de dor, que aumentam de frequência gradativamente por uso exagerado de analgésicos para dor. O estresse e a ansiedade são os principais fatores desencadeantes de ambas as doenças e estão presentes na vida de quase todas as pessoas. Mas no caso da enxaqueca, outros agravantes pioram a patologia. Entre os gatilhos mais comuns, segundo o Dr. Nattan, estão: estresse emocional; alterações climáticas; privação ou outros distúrbios do sono; uso de álcool ou tabaco; alguns alimentos, como comidas ricas em gorduras, refrigerantes e chocolates; exposição excessiva à luz ou aos odores intensos; e o período perimenstrual. São os hormônios femininos, inclusive, que causam a maior parte das dores de enxaqueca em mulheres do que em homens. “O hormônio feminino é um fator agravante para a dor. Por isso, também há piora do quadro com o uso de anticoncepcionais. Na cefaleia tensional, não há diferença significativa por sexo”, revela o neurocirurgião do Hospital CEMA, Dr. Joel Teixeira. Por outro lado, o neurologista do Hospital 9 de Julho acredita que, de um modo geral, as mulheres sentem mais dores (e não apenas dor de cabeça) que os homens. Talvez pela prevalência de ansiedade e depressão ser maior entre elas, influenciando em sintomas dolorosos. Segundo ele, a cada três mulheres, um homem sofre de enxaqueca. A cefaleia tensional mostra maior equilíbrio, mas é um pouco mais frequente também entre o público feminino. Já a incomum cefaleia em salvas é mais frequente em homens.


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OS VILÕES DA CEFALEIA • Desidratação: é necessário ingerir líquidos durante todo o dia. • Jejum prolongado: comer de duas em duas horas faz a diferença. • Tensão e nervoso: controlar situações de estresse e ansiedade é fundamental. • Dormir demais ou de menos: ter horário para dormir e acordar e descansar tempo suficiente são essenciais. • Bebida alcoólica: exagerar no consumo de álcool pode causar a dor de cabeça. Fonte: neurologista do Núcleo de Neurologia e Neurociências do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Eduardo Mutarelli

Ter dor nem sempre é normal. O neurologista do Núcleo de Neurologia e Neurociências do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Eduardo Mutarelli, aconselha os pacientes que têm dor regularmente ou quando a dor for mais intensa a buscar um médico. O mesmo acontece quando a pessoa tiver febre, alteração da consciência, sonolência, confusão, vômitos ou se suspeitar de que existe uma doença que está provocando a dor de cabeça.

CONTRA O MAL A prescrição do fármaco correto depende da intensidade, origem, localização da dor, entre outros. Mas, em geral, os analgésicos não opioides são os usados para as dores menos intensas e mais corriqueiras, durante um curto período. Eles possuem propriedades analgésica, antipirética, antitrombótica e anti-inflamatória. Entre os princípios ativos mais comuns estão o ácido acetilsalicílico, ibuprofeno, dipirona sódica e paracetamol. O neurocirurgião do Hospital CEMA diz que os analgésicos comuns e anti-inflamatórios podem ser usados para a maioria dos tipos de dor. Porém, algumas medicações agem para um tipo específico de patologia. Alguns antide88

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pressivos, por exemplo, podem ser usados como medicação profilática para enxaqueca e cefaleia tensional. Ainda que os medicamentos possam ajudar quem está em uma crise, é essencial que haja a orientação correta para o uso dos fármacos. “Todos os portadores de dores de cabeça crônicas devem ser orientados a não abusar de analgésicos (mais do que três comprimidos por semana) porque isso, em longo prazo, piora a cefaleia”, adverte o neurologista do Hospital 9 de Julho. Mais do que tratar, é importante conscientizar o paciente a evitar as dores de cabeça. Para isso, são necessárias algumas mudanças no dia a dia, conforme enumera o Dr. Mutarelli: • Beber líquidos com frequência; • Ter horário para dormir e acordar ao menos seis vezes por semana; • Não dormir nem de mais, nem de menos; • Fazer exercícios físicos ao menos cinco vezes por semana, por 40 minutos; • Comer de duas em duas horas; • Evitar alimentos como queijo curado, salgadinhos, chocolate, embutidos e sais para sabor;


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• Evitar bebidas alcoólicas, principalmente vinho; • Não tomar mais do que três xícaras de café por dia. “Há uma série de medidas possíveis. As principais são: o controle de fatores de risco (emocionais, alterações do sono e obesidade, entre outros). O tratamento adequado de cada crise e o tratamento profilático, quando indicado. Os riscos de se tornar crônica e a transformação em cefaleia quase diária são altos nos pacientes com enxaqueca.”, resume o neurologista do Hospital Samaritano.

SEUS GATILHOS De acordo com a pesquisa A Dor no Cotidiano 2017, realizada por Advil com o apoio do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) Conecta, a maior parte dos entrevistados (82%) disse que o estresse era a principal causa das dores, além da falta de sono (73%). Por isso, o equilíbrio entre a vida pessoal, profissional e familiar, uma boa alimentação, descanso e atividade física adequados são a chave para proteger-se das dores de cabeça. Apesar disso, 63% dos brasileiros dizem que mudar a sua situação é muito difícil. O excesso de trabalho e estudo (61%) e o trânsito (60%) são outros gatilhos que os entrevistados consideram complicados de modificar. A vida moderna, sem dúvidas, revela novos responsáveis pelas dores. Ao menos é o que demonstra a pesquisa O futuro da dor de cabeça, realizada por Neosaldina® e conduzida pela WGSN Mindset. Segundo o estudo, cinco gatilhos são os impulsionadores do incômodo: Ansiedade: cerca de 9,4% da população sofre de ansiedade no Brasil, de acordo com a OMS, sendo o País com mais casos da patologia no mundo. “O transtorno de ansiedade é marcado por sintomas como a dificuldade de concentração, problemas no sono, preocupação excessiva e uso da alimentação como válvula de escape. Também pode causar dores sem justificativa física, como a própria dor de cabeça”, ensina a psicóloga especialista em cefaleias e doutora pelo departamento de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Juliane Peres Mercante. Para combater esse cenário, é importante que o paciente invista em interações sociais que proporcionem calma, espaços que propõem a diminuição da ansiedade e técnicas para relaxar e aprimorar a qualidade do sono. Esgotamento cerebral: em um mundo conectado, o foco torna-se um desafio. Para a diretora da SBC e vice-coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia, Dra. Célia Roesler, a sobrecar90

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ga de informações pode ocasionar esgotamento do cérebro e o aumento do estresse, desencadeando a dor de cabeça. Eles devem ser combatidos por meio de uma aposta em um estilo de vida mais saudável e equilibrado. A dor da pós-verdade: a busca incessante pelo o que é “real” pode criar momentos de estresse e tensão. Ou seja, cada vez mais, as pessoas tratam fatos como opiniões, descartando aqueles que não gostam. Autoexigência: o perfeccionismo constante contribui para o aumento da ansiedade na população. Além disso, a população passa a associar o excesso de atividades e a produtividade ao sucesso pessoal e profissional. “A autoexigência tem relação direta com a alimentação e no fluxo de ‘preciso ser bom em tudo’, o conceito do se alimentar bem é constantemente confundido. Comer saudável contempla consumir o que gostamos e de forma equilibrada. Na falta de algum nutriente, em dietas restritivas ou com o mau funcionamento do intestino e na presença de problemas digestivos, o corpo pode reagir e desencadear uma dor de cabeça”, alerta a nutricionista Marcia Daskal. Barulho 2.0: os ruídos aumentam exponencialmente e, como consequência, a angústia e o estresse pioram. O barulho pode ocasionar distúrbios de sono, estresse e problemas psicológicos.


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CONSTIPAÇÃO

Funcionamento em dia ALIMENTAÇÃO E FALTA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS DA PRISÃO DE VENTRE SEM UMA DOENÇA CAUSADORA. FIBRAS, PROBIÓTICOS E SIMBIÓTICOS AJUDAM AQUELES QUE NÃO CONSEGUEM SE REEDUCAR NO DIA A DIA

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Ter dificuldade para ir ao banheiro é um fantasma que já assombrou muitas pessoas em alguma época da vida. Enquanto alguns pacientes sofrem desse mal em situações específicas, como viagens ou estar fora de casa, outros se queixam regularmente e devem mudar alguns hábitos de vida. Mas para isso, é preciso entender quais os impulsionadores do incômodo. O intestino

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POR LAURA MARTINS

pode ser afetado por diferentes causas, como má alimentação, estresse e sedentarismo. É esta descoberta que inicia o tratamento e a resolução de um problema com diversos nomes: constipação, prisão de ventre, obstipação ou intestino preso são nada mais do que a doença que impede o paciente de ir ao banheiro tranquilamente. “A constipação é uma condição de causa mais frequentemente multifatorial. Estão envolvidos fatores IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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CONSTIPAÇÃO

genéticos, anatômicos, fisiológicos, bioquímicos e hormonais (serotonina intestinal); hábitos alimentares; imobilidade física [por idade avançada, sequela de Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou traumas ortopédicos]; sedentarismo; uso de medicamentos cujo efeito colateral seja obstipação; doenças específicas (por exemplo, megacólon ou Doença de Chagas); lesões do períneo em mulheres, após fórcipe ou parto prolongado; retenção espontânea por não aceitar sanitário fora do domicílio; e diversas outras causas menos frequentes”, comenta o coordenador do Centro de Coloproctologia do Hospital Samaritano Higienópolis, Dr. Alexandre Fonoff. Tantos impulsionadores do problema fazem com que a constipação seja um incômodo comum a muita gente. Em torno de 15% da população se queixa, com aumento significativo da idade, chegando a 50% das pessoas a partir dos 60 a 65 anos. Além disso, existe uma predominância feminina entre os acometidos. Isso acontece porque a variação das concentrações dos hormônios femininos no sangue, no período perto da menopausa e, também, na menopausa, dificulta o funcionamento normal do intestino. Para diagnosticar a doença, são precisos alguns sintomas. De acordo com cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Oswaldo Willian Marques Junior, o diagnóstico é baseado em dois ou mais critérios em 25% das ocorrências, ou seja, ao menos três meses de sintomas nos últimos seis meses. Em resumo, o paciente tem de fazer esforço durante a evacuação, fezes endurecidas, sensação de esvaziação incompleta, sensação de bloqueio retal, ter de fazer manobras para evacuação e uma frequência menor do que três vezes por semana. “Existem pessoas que vão a cada quatro dias ao banheiro e são pacientes normais. Não dá para conceituar apenas isso como a constipação”, revela.

A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO Quando não há uma doença específica que causa a constipação, a alimentação inadequada costuma ser a grande responsável, seja como causa principal, seja como causa secundária e somadora no resultado final. O Dr. Fonoff explica que a dieta balanceada se refere ao fornecimento de nutrientes (gorduras, proteínas e carboidratos), vitaminas, sais minerais, 94

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CONTRA A PRISÃO DE VENTRE Além da alimentação e dos exercícios físicos, a indústria farmacêutica foi capaz de desenvolver produtos que ajudam a diminuir ou acabar com a constipação intestinal. As fibras, os probióticos, prebióticos e os simbióticos facilitam a vida dos pacientes não somente no tratamento, mas na prevenção da patologia. Probióticos: são produtos ou alimentos com alta concentração de lactobacilos e bifidobactérias, bactérias intestinais que aceleram o peristaltismo intestinal, ajudando a propulsão das fezes ao reto. Prebióticos: são carboidratos específicos que alimentam as bactérias probióticas e aumentam a sua função. Simbióticos: associam probióticos aos prebióticos, regulando o peristaltismo intestinal, além de ajudar no incremento de bactérias benéficas, com consequente diminuição das bactérias patogênicas. Fonte: urologista do Núcleo de Urologia do Hospital Vitória, Dr. Fernando Saito

água e fibras vegetais de forma equilibrada e saudável, tanto para a função intestinal quanto para a prevenção de doenças cardiovasculares, metabólicas e de alguns tipos de câncer. A primeira orientação para não sofrer com o problema é ter uma alimentação rica em fibras. “É recomendado o consumo entre 20 g a 30 g por dia. Frutas, vegetais, legumes, carboidratos integrais contêm fibras. O paciente pode acrescentar, também, cereal matinal e farelo de trigo, que são fontes ricas de fibras. Por outro lado, há pacientes que exageram, chegando a comer entre 40 g e 50 g, o que pode causar mais sintomas, principalmente gases”, explica o Dr. Junior. É necessário, também, beber ao menos oito copos de 240 mL água ou outros líquidos saudáveis por dia. Tomar chá quente 30 minutos antes de ir


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CONSTIPAÇÃO

BATALHA DE ALIMENTOS Como a reeducação alimentar é o primeiro passo para quem quer se livrar da constipação intestinal, é necessário entender quais são as comidas indicadas ou a ser evitadas por quem sofre do problema.

ALIMENTOS VILÕES

ALIMENTOS QUE SALVAM

• Excesso de sal. • Carboidratos de rápida absorção (pão branco e farinha branca). • Excesso de fibras. • Junk food. • Gorduras.

• Frutas como: laranja, mexerica, mamão, banana nanica, ameixa preta, abacaxi, abacate, acerola. • Carboidratos integrais. • Água. • Sucos frescos naturais.

Fonte: cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Oswaldo Willian Marques Junior

ao banheiro ajuda a deixar as fezes não tão duras. Comer devagar, mastigar muito bem os alimentos e evitar o consumo de sal e carboidratos de rápida absorção (como o pão branco e a farinha branca) são dicas que ajudam. “Os vilões são os alimentos muito pobres em fibras vegetais, que normalmente passam por industrialização, refinação, descoloração ou coloração e associação de conservantes. Especial atenção para junk foods – alimentos e bebidas cuja concentração de quatro substâncias muito refinadas, como sal, açúcar, farinha de trigo e óleo vegetal (incluindo frituras), é bastante alta”, complementa o coordenador do Hospital Samaritano Higienópolis. O principal aliado da boa alimentação é a prática de exercícios físicos. Qualquer tipo de movimento é melhor do que estar no total sedentarismo. Subir escadas, descer um ponto de ônibus antes do que 96

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o normal, levar o cachorro para passear, são pequenas ações que ajudam o corpo a ser mais saudável. Nos casos onde a reeducação alimentar e a prática de atividades físicas não são o suficiente, o paciente deve associar medicamentos a terapias específicas. Entre os mais utilizados e indicados, estão os laxativos, os probióticos, os procinéticos (que aumentam o peristaltismo intestinal) e as fibras vegetais sintéticas. De acordo com o Manual produzido pela MSD (subsidiária da Merck), existem cinco tipos de laxantes no mercado: Agentes formadores de volume: agem lentamente, criando uma massa fecal macia. São um dos mais seguros para promover a eliminação das fezes e devem ser usados com aumento progressivo da dose para prevenir a impactação. Agentes osmóticos: contêm íons polivantes pouco absorvidos, polímeros ou carboidratos que per-


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ESPECIAL SAÚDE

CONSTIPAÇÃO

manecem no intestino, aumentando a pressão osmótica intraluminal e, consequentemente, escoando água para o intestino. O volume aumentado estimula o peristaltismo, funcionando em cerca de três horas. Catárticos estimulantes ou secretórios: atuam irritando a mucosa intestinal ou estimulando diretamente a submucosa e o plexo mioentérico. Enemas: podem ser usados incluindo água da torneira e soluções hipertônicas preparadas comercialmente. Agentes emolientes: atuam lentamente para amolecer as fezes, facilitando a sua passagem. Porém, não são potentes estimuladores da evacuação. “Existem fisioterapias para a região perineal que melhoram casos de obstipação distal (obstrução de saída) e cirurgias corretivas na região retal para defeitos adquiridos após alguns tipos de parto ou alterações pelo esforço crônico para evacuar”, frisa o Dr. Fonoff.

O LADO EMOCIONAL DO INTESTINO O medo e a vergonha de ir ao banheiro fora de casa são, também, grandes responsáveis pela pri98

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são de ventre. De acordo com a coloproctologista do Centro de Coloproctologia do Hospital Samaritano, Dra. Helly Angela Caram Aguida, os educadores têm grande influência nesse amedrontamento. O problema começa desde pequeno, quando as crianças (principalmente meninas) são ensinadas que a evacuação é algo vergonhoso, que não pode fazer barulho ou ter cheiro, para que as outras pessoas não saibam o que se está fazendo. Quando a pessoa é ensinada que só pode ir ao banheiro dentro de casa e segura a vontade em lugares públicos, as fezes acabam desidratadas. “As fezes chegam ao reto e não podem ser evacuadas. O intestino grosso tem a função de formar o bolo fecal e ressecá-lo, para que não haja diarreia. Então, o intestino continua retendo líquido, ressecando as fezes. Além disso, o reto se contrai e manda o conteúdo um pouco mais para cima, em uma região onde não há percepção da evacuação, então a pessoa perde a vontade. As fezes só voltarão ao reto junto com um novo bolo fecal, mas estarão ressecadas e maiores, dificultando a evacuação”, alerta a especialista.


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INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Sensação de urgência PERDER URINA INVOLUNTARIAMENTE TRAZ CONSEQUÊNCIAS NA VIDA SOCIAL DOS ACOMETIDOS QUE, MUITAS VEZES, NÃO SABEM QUE EXISTEM TRATAMENTOS DISPONÍVEIS PARA O FIM DA DOENÇA. PRODUTOS ABSORVENTES SÃO ALIADOS NA QUALIDADE DE VIDA

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Rir até fazer xixi na calça não é algo normal, apesar da expressão ser. Esse pode ser o indício de uma doença que acomete aproximadamente dez milhões de brasileiros, apesar de ser velada e pouco discutida. A incontinência urinária atinge, principalmente, pacientes com mais de 70 anos de idade. A chance de apresentar o problema após

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POR LAURA MARTINS

essa idade é quatro a cinco vezes maior do que entre 20 e 40 anos da idade, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Além disso, o problema é mais comum em mulheres do que em homens. Cerca de 30% a 40% das mulheres com mais de 40 anos de idade apresentam algum grau da doença. Além disso, um estudo feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Pan-AIMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

INCONTINÊNCIA URINÁRIA

mericana da Saúde (OPAS) em sete países, incluindo o Brasil, concluiu que entre as pessoas de 60 a 74 anos de idade, 9% dos homens e 22% das mulheres já tiveram incontinência urinária. Acima dos 75 anos da idade, a incidência aumenta para 23% nos homens e 36% nas mulheres. A maior ocorrência no público feminino tem um porquê. A uretra da mulher é mais curta, deixando o caminho para a urina percorrer menor, facilitando a perda involuntária. Os partos naturais são, também, um dos principais responsáveis pelo problema. “As mulheres são atingidas por questões inerentes à anatomia dos sistemas urinário e reprodutor. No caso dos homens, fazem parte do grupo de risco aqueles que passaram pela cirurgia para tratamento do câncer de próstata”, compara o urologista do Núcleo de Urologia do Hospital Vitória, Dr. Fernando Saito.

É POSSÍVEL PREVENIR O PROBLEMA? Com hábitos saudáveis, é possível que a doença seja evitada. É necessário que as pessoas realizem atividade física regularmente, além do controle do peso (evitando sobrepeso e obesidade), evitem o tabagismo e tenham avaliação constante com o ginecologista de confiança ou com o especialista urologista, no aparecimento dos primeiros sintomas. Fonte: urologista do Núcleo de Urologia do Hospital Vitória, Dr. Fernando Saito

O QUE É A INCONTINÊNCIA URINÁRIA? O problema é caracterizado basicamente por um sintoma: a impossibilidade de controlar a vontade de urinar e, consequentemente, perder parte ou todo o líquido. O urologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Cesar Nardy, explica que a patologia ocorre quando a pressão na bexiga é maior do que a musculatura presente no sistema urinário consegue segurar, fazendo com que haja um vazamento. Isso pode ocorrer pela deficiência na musculatura ou pelo excesso de pressão na bexiga. Os pacientes podem ser acometidos por quatro diferentes tipos da doença. “A incontinência urinária aos esforços é aquela em que o paciente perde urina quando realiza alguma manobra que aumenta a pressão dentro do abdômen, como tosse, espirro, gargalhada e, nos casos mais graves, quando pega peso, sobe escadas ou levanta-se de uma cadeira”, afirma o urologista da Aliança Instituto de Oncologia, Dr. Rafael Buta. De acordo com o médico, esse caso é muito mais comum nas mulheres e tem como principais fatores de risco, gravidez, obesidade e constipação intestinal. Em homens é incomum, podendo acontecer após operações para tratamento de doenças da próstata. O segundo tipo da patologia é o de “urgência”, como nos casos de bexiga hiperativa, que atinge por volta de 12% de todos os homens e mulheres. A incontinência urinária por urgência é associada 102

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a um desejo súbito e urgente de urinar, que acontece porque a pessoa não consegue chegar ao banheiro a tempo. No caso de quem sofre com a bexiga hiperativa, o músculo detrusor (que forma a bexiga) se contrai involuntariamente, mesmo que ela não esteja cheia. “A sua incidência aumenta muito com a idade, podendo chegar a 80% nas pessoas com mais de 80 anos. Um terço dos pacientes com bexiga hiperativa apresenta, também, incontinência”, aponta o Dr. Buta. Existem, ainda, segundo a SBU, mais dois tipos do problema: Mista: alguns indivíduos têm os dois tipos de incontinência urinária ou sintomas que podem ser dos dois tipos. Paradoxal: ocorre quando a bexiga está extremamente cheia e a perda acontece por uma espécie de transbordamento; o problema, neste caso, é a incapacidade de esvaziamento da bexiga, mas o sintoma é a perda de urina. Além dos tipos de incontinência urinária, o paciente pode sofrer com vários graus do problema. De acordo com a marca Plenitud, são eles: Leve: os escapes acontecem ocasionalmente e em pequena quantidade. Moderado: ocorre com mais frequência e em maior quantidade, chegando a molhar a roupa íntima. Quem sofre de incontinência moderada cos-


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ESPECIAL SAÚDE

INCONTINÊNCIA URINÁRIA

PARA CADA QUAL No caso das pessoas que sofrem com incontinência urinária leve, são indicados produtos menores, como os absorventes urinários, disponíveis nos modelos feminino e masculino. Quando o acometido apresenta mobilidade, podem ser indicados os modelos vestidos como uma roupa íntima, pois imitam uma calcinha ou uma cueca, facilitando o uso do banheiro, além de diminuir o constrangimento do uso de uma fralda tradicional. Já para os pacientes acamados, é aconselhável o uso dos modelos tradicionais de fralda (chamadas, também, de protetores ajustáveis), pois são mais confortáveis para o usuário e facilitam o cuidado prestado pelo familiar ou cuidador. Fonte: TENA

“Há paciente que acaba nem saindo de casa porque acha que está cheirando mal. Outros não procuram tratamento, especialmente os idosos, porque acham que é normal. Porém, cada causa tem o seu tratamento e pode ajudar ao cometido a voltar a ter sua vida de antes”, comenta o Dr. Nardy, da BP.

VIVER SEM ELA tuma já usar algum forro ou produtos para barrar o incômodo vazamento de xixi. Intenso: os escapes tornam-se comuns e em grande quantidade, capazes de gerar vazamentos. Pode causar grande constrangimento e, sem o uso de produtos adequados, fazer a pessoa evitar compromissos e eventos sociais. O diagnóstico da doença é feito de acordo com a história clínica, além de exames de urina com cultura, ultrassom de vias urinárias e da próstata. O médico pode pedir, também, para ser usada uma sonda cheia de soro que, quando o paciente faz esforço, é avaliado se há vazamentos. Além do sintoma físico, a doença é responsável por problemas psicológicos. A falta de controle do próprio corpo faz com que o paciente sinta vergonha e medo de ter algum imprevisto em público, deixando de realizar suas atividades comuns. Para o urologista do Núcleo de Urologia do Hospital Samaritano Higienópolis, Dr. Raphael Moreira, a incontinência – principalmente nos níveis moderado e grave – causa um grande impacto na qualidade da vida das pessoas. 104

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Os tratamentos contra a incontinência urinária são considerados simples. No caso da perda devido à urgência, o paciente pode ter controle da dieta, fazer fisioterapia (para controlar a bexiga) e usar medicamentos anticolinérgicos, que controlam as contrações. Quando os tratamentos simples não funcionam, pode-se utilizar toxina botulínica (botox) dentro da bexiga para controlar as contrações. “Já nos casos de esforço, há a possibilidade de fisioterapia para recuperar a musculatura ou tratamento cirúrgico. Ainda não há medicamentos porque é preciso fortalecer toda a musculatura. Ao menos oito a cada dez mulheres que fazem a cirurgia ficam satisfeitas com o resultado”, frisa o Dr. Moreira. De acordo com o urologista da Aliança Instituto de Oncologia, o objetivo principal dos tratamentos é cessar por completo a incontinência e deixar o paciente “seco”, de forma que não seja mais necessário o uso de absorventes. Caso isso não seja possível, absorventes ou até mesmo clamps penianos (para controlar a incontinência urinária em homens) podem trazer algum conforto.


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HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Lava uma, lava outra... OS VERSOS DA MÚSICA DE ARNALDO ANTUNES REFLETEM DE FORMA LÚDICA A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS COMO UMA FERRAMENTA DE BLOQUEIO DA TRANSMISSÃO DE VÍRUS E BACTÉRIAS. UM CONCEITO QUE PRECISA SER CADA VEZ MAIS DIFUNDIDO EM NOSSA SOCIEDADE

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“A doença vai embora junto com a sujeira; verme, bactéria, mando embora embaixo da torneira; água uma, água outra; água uma (mão), água outra; água uma...” É com esses versos que o compositor Arnaldo Antunes “cantou” a importância da higienização das mãos. Um ato simples, porém capaz de bloquear a transmissão de vírus e bactérias e, consequentemente, a propagação de doenças in-

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POR ADRIANA BRUNO

fecciosas que podem levar os indivíduos a graves casos de gastroenterites e a outras doenças, como parasitoses, diarreias, hepatite A –, além de gripes, conjuntivites, micoses, infecções em cortes e ferimentos, etc. A pele é um verdadeiro reservatório de diversos microrganismos, entre eles, vírus, bactérias e fungos e para entender como as mãos podem, ou não, ser uma ferramenta de transmissão desses microrIMAGEM: SHUTTERSTOCK


ganismos, o infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Ingvar Ludwig, faz a seguinte associação. “Imagine uma pessoa com a mão suja de tinta. Quando ela toca qualquer superfície, parte desse conteúdo fica onde ela tocou. O mesmo vale para vírus e bactérias, só que em uma escala microscópica”, explica. O Dr. Ludwig esclarece que a higienização das mãos é uma das ferramentas mais baratas e eficientes no combate a doenças infecciosas. “O ato de lavar as mãos elimina as bactérias e os vírus, bloqueando o ciclo de transmissão direto e indireto”, reforça. Em outro exemplo simples, a infectologista da clínica Oncotek, Dra. Danielle Grisolia, conta que, por meio das mãos, as pessoas têm contato com o mundo e, neste processo, entram em contato também

com alguns contaminantes ambientais, que podem estar alojados nas mais diversas superfícies. “Imagine uma pessoa resfriada que espirra e cobre a boca com suas mãos. Sem higienizá-las, ela pega a maçaneta de uma porta e acaba por contaminar aquela maçaneta. Uma próxima pessoa que abrir a mesma porta também terá sua mão contaminada e, se não higienizar as mãos, ao tocar em seus olhos, nariz ou mesmo em sua boca, acabará infectada pelos vírus causadores do resfriado do primeiro indivíduo”, esclarece. A infectologista ainda diz que todas as pessoas têm bactérias e fungos que vivem em harmonia no corpo sem causar doenças e estes agentes são chamados de microbiota residente. Normalmente, esses organismos vivem em camadas mais profundas na pele, como na raiz dos pelos (folículos pilosos), nas glândulas da pele ou em algumas mucosas (vaginal, orofaringe, nasal). Há ainda uma série de microrganismos que vivem transitoriamente na superfície do corpo, a chamada microbiota transitória. “Entramos em contato com esses organismos ao pegar em um corrimão de uma escada, ao apertar a mão de um colega de trabalho, ao trocar a fralda de uma criança, ao mexer no lixo de nossas casas, entre tantas outras atividades que desempenhamos na nossa rotina diária. Nos hospitais, o contato com esses agentes se dá ao tocarmos nos pacientes ou em objetos que os cercam”, explica. Segundo ela, a microbiota hospitalar requer um maior grau de atenção, pois, normalmente, tratam-se de agentes que, caso venham a causar doença, são bem mais difíceis de ser tratados. “Essa microbiota transitória é facilmente removida com a higienização das mãos, tenha ela origem hospitalar ou não”, ressalta.

HÁBITO ROTINEIRO Em casa, no trabalho, na escola, em qualquer ambiente, higienizar as mãos deve se tornar parte de uma rotina de cuidados indispensáveis. As mãos devem ser lavadas antes, durante e depois do preparo dos alimentos; antes do contato com a mucosa, como ao colocar uma lente de contato, por exemplo; após a troca de fraldas de um bebê; após tossir; após manipular resíduos como lixo; após usar o banheiro; após o contato com animais; após tocar ou visitar um paciente hospitalizado; entre outros. 2018 MAIO GUIA DA FARMÁCIA

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HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

E para quem possa achar que tudo isso é exagero, vale dizer que, de acordo com a dermatologista Dra. Kaliandra Vanni Cainelli, a higienização das mãos reduz em 40% a contaminação e transmissão de bactérias e vírus, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O fundamental é fazer lavagem com água e sabão, em tempo adequado, em média de 40 a 60 segundos e com método adequado. Segundo a dermatologista, o álcool em gel também é indicado para complementar o processo de higienização das mãos, mas deve ser usado desde que elas não estejam visivelmente sujas. Nesses casos, é preciso lavá-las primeiro e só depois aplicar o produto. Aliás, a chegada do álcool em gel facilitou muito a rotina de higienização das mãos, dada a facilidade de levar o frasquinho na bolsa ou ter um sempre à mão na gaveta do trabalho, por exemplo. Outro produto associado ao tema é o sabonete antibacteriano ou bactericida. De uso comum em ambientes hospitalares, ele também chegou ao consumidor comum. Porém, a Dra. Danielle alerta que seu uso indiscriminado pode trazer prejuízos ao indivíduo. “Assim como temos visto resistência aos antibióticos em geral, o mesmo acontece com esse tipo de sabonete, pelo risco das bactérias desenvolverem, em algum momento, resistência às substâncias bactericidas. A adequada lavagem de mãos com água e sabão comum já cumpre seu papel de reduzir significativamente a microbiota transitória de nossas mãos. E se realizarmos a lavagem de mãos em todos os momentos indicados, este ato por si só já é suficiente para reduzir o risco de adoecimento”, alerta.

NOROVÍRUS E ROTAVÍRUS Causadores de quadros de gastroenterite aguda, esses vírus poderiam ter sua transmissão facilmente bloqueada pela correta e regular higiene das mãos. A médica infectologista e membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia, Dra. Lucy Vasconcelos, explica que o norovírus é um tipo de vírus que pode ser transmitido com a ingestão de alimentos ou bebidas contaminados por ele. “O norovírus é o principal causador de gastroenterite em adultos na América do Norte, sendo responsável por mais de 90% dos surtos. Epidemias localizadas ocorrem quando grupos de indivíduos passam um período de tempo em relativa proximidade física num 11 0

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EM CASA, NO TRABALHO, NA ESCOLA, EM QUALQUER AMBIENTE, HIGIENIZAR AS MÃOS DEVE SE TORNAR PARTE DE UMA ROTINA DE CUIDADOS INDISPENSÁVEIS local confinado, como em cruzeiros, hospitais, restaurantes, escolas, etc. O vírus também pode ser transmitido pelo ar por meio da tosse. Os indivíduos podem permanecer infectados mesmo depois de a diarreia ter cessado”, explica. Segundo o Dr. Ludwig, o norovírus é ainda responsável por 15% a 20% de todo episódio de gastroenterites no Brasil e acomete pessoas de todas as idades. “Em idosos e recém-nascidos, os quadros podem ser mais graves. Recentemente, durante as Olimpíadas de Inverno, tivemos um surto de contaminação por norovírus com centenas de pessoas acometidas”, comenta. No caso do norovírus, além da higienização das mãos, os alimentos também devem passar por esse processo, especialmente os crus, como frutas, verduras e legumes. “Para higienizar os alimentos, é importante deixar as frutas e as verduras de molho em uma bacia com um litro de água e uma colher de sopa de água sanitária ou de hipoclorito de sódio durante 15 minutos e, em seguida, lavar as frutas e as verduras em água potável para retirar o excesso de hipoclorito”, recomenda a Dra. Lucy. Já o rotavírus atinge predominantemente as crianças, já que, com o passar do tempo, o organismo humano adquire imunidade a ele. “Até os três anos de idade, os bebês e as crianças podem ser acometidos por esse vírus que pode evoluir para quadros graves, levando até a morte. O rotavírus é responsável por entre 500 e 800 óbitos no Brasil todos os anos, além de 100 mil casos de infecções e quadros de diarreia profusa, além de vômitos e dor abdominal”, relata o Dr. Ludwig. É comum ainda que adultos que estejam cuidando de crianças acometidas pelo vírus sejam infectados, uma vez que pode haver contato com as fezes da criança durante a troca de fraldas, por exemplo.


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GLAUCOMA

Vilão silencioso PRINCIPAL CAUSA DE CEGUEIRA NO MUNDO, O GLAUCOMA COMEÇA SEM NENHUM SINTOMA. CONSULTA PERIÓDICA AO OFTALMOLOGISTA É ALIADA NO TRATAMENTO E NO CONTROLE DA PATOLOGIA, PRESENTE NA VIDA DE MILHÕES DE BRASILEIROS

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POR LAURA MARTINS

Uma pessoa acima dos 40 anos de idade perde, lentamente, sua visão periférica. Aos poucos, começa a sentir sua vista embaçada até que a sua visão periférica desapareça e, por fim, sua visão total. Essa é a sensação dos acometidos pelo glaucoma, doença silenciosa que, quando sintomática, traz danos irreparáveis.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 65 milhões de pessoas em todo o mundo já foram diagnosticadas com glaucoma. Deste total, 900 mil são brasileiros. Além disso, são registrados 2,4 milhões de novos casos da doença pelo mundo, tornando a patologia a segunda maior causa de cegueira no mundo, perdendo somente para a catarata. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

GLAUCOMA

A estimativa da OMS é de que, até 2020, o glaucoma atinja 80 milhões de pessoas em todo o mundo. Porém, aproximadamente 50% dos acometidos não sabem que são portadores da doença. “O glaucoma é uma doença ocular caracterizada pela lesão das células do nervo óptico, causada por fatores como a pressão ocular aumentada e problemas na microcirculação de sangue e da anatomia da papila óptica, local onde se unem os neurônios visuais que enviam as imagens para o cérebro”, explica o oftalmologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Daniel Brainer. A doença acontece por meio do aumento da produção de uma substância conhecida como humor aquoso, que se acumula na porção anterior do olho ou por uma dificuldade maior na drenagem deste líquido, segundo informa a Hypera Pharma.

COMO ACONTECE De acordo com os dados da Novartis, o diagnóstico da doença passa, necessariamente, pelo entendimento de qual tipo de glaucoma está presente. Existem cinco variações da patologia: • Glaucoma primário de ângulo aberto: os sintomas não são detectáveis até um estágio avançado, a menos que o paciente visite o oftalmologista com regularidade. A pressão intraocular aumenta devagar, devido uma drenagem no líquido ocular menos eficiente que o normal. A córnea se adapta sem apresentar sinais, lesionando o nervo óptico e, consequentemente, provocando uma lenta e progressiva perda da visão. • Glaucoma de pressão normal: é uma forma da doença em que ocorre dano ao nervo óptico, sem elevação da pressão intraocular a níveis superiores do considerado normal. As causas deste tipo de glaucoma ainda são desconhecidas, mas apresentam maiores riscos às pessoas com histórico familiar de glaucoma de pressão normal, pessoas de descendência japonesa e pessoas com histórico de doença cardiovascular. • Glaucoma de ângulo fechado: também conhecido como glaucoma de ângulo estreito, acontece porque o ângulo entre a íris e a córnea é mais estreito do que o normal, dificultando a drenagem do líquido intraocular, causando aumento súbito da pressão dentro do olho. Os sintomas podem incluir dores de cabeça, dor nos olhos, náuseas, arco-íris em torno de luzes à noite e visão muito turva. • Glaucoma congênito: ocorre em bebês e crianças pequenas e é normalmente diagnosticado dentro do primeiro ano de vida. É uma condição rara que pode ser 11 4

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O PAPEL DO FARMACÊUTICO Assim como em outras doenças crônicas, o glaucoma deve ser acompanhado e tratado constantemente pelo paciente. O farmacêutico torna-se o profissional de saúde mais próximo do acometido, uma vez que as visitas à farmácia se tornam constantes entre aqueles que possuem alguma doença crônica. Por isso, cabe à farmácia realizar campanhas de saúde, além de explicar a importância da adesão ao tratamento medicamentoso e dar informações detalhadas sobre os eventuais efeitos adversos aos medicamentos prescritos e necessidades de ajustes posológicos junto ao médico. O farmacêutico promove o correto aconselhamento dos pacientes, além de fornecer informações sobre posologia, interações medicamentosas, cuidados com a doença, higiene e armazenamento dos medicamentos, além de orientar a busca de outros profissionais de saúde quando necessário. Fonte: oftalmologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Daniel Brainer

herdada ou causada pelo desenvolvimento incorreto do sistema de drenagem do olho antes do nascimento. • Glaucoma secundário: refere-se a qualquer caso de glaucoma em que outra doença causa ou contribui para o aumento da pressão intraocular. Pode acontecer como resultado de trauma ocular, inflamação, tumor, uso de medicamentos oculares ou sistêmicos, ou em casos avançados de catarata ou diabetes. “O mais comum e também o mais silencioso é o glaucoma primário de ângulo aberto. Nesse caso, o paciente não apresenta dor ou vermelhidão ocular, apenas baixa de visão progressiva, quando a doença já está muito avançada”, alerta o oftalmologista do Hospital 9 de Julho. Segundo o oftalmologista do Hospital Samaritano Higienópolis, Dr. Marcelo Cavalcante Costa, o glaucoma pode ocorrer em qualquer pessoa, de qualquer faixa etária, mas incide com mais frequência em pacientes acima dos 40 anos de idade. As pessoas com histórico familiar, ou seja, com pais ou avós que tiveram glaucoma, têm risco maior de apresentar a doença.


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ESPECIAL SAÚDE

GLAUCOMA

VITAMINA QUE FORTALECE Para ajudar a prevenir as doenças oculares, incluindo o glaucoma, pode ser recomendada a ingestão de suplementos vitamínicos que acabam com a carência de certos pacientes. Confira algumas das vitaminas que ajudam nesse processo: • Vitaminas B e C: funcionam como antioxidantes, combatendo os danos causados pela exposição à luz azul ou ao sol. • Luteína e zeaxantinas: são consideradas pigmentos maculares e atuam como um filtro, protegendo a macula por meio da diminuição das ondas solares que danificam a retina e inibem a atividade dos radicais livres. • Ômega 3: assim como outros ácidos graxos, ajuda a prevenir a não formação de neovasos na retina. Fontes: oftalmologista do Hospital CEMA, Dr. Minoru Fujii; e oftalmologista do Hospital Samaritano Higienópolis, Dr. Marcelo Cavalcante Costa

“A incidência de pacientes com 40 anos de idade é de 0,67%; com 50 anos de idade, 1,07%; acima dos 70 anos de idade, 6,1%. A incidência aumenta, também, em pessoas negras”, alerta o oftalmologista do Hospital CEMA, Dr. Minoru Fujii.

CUIDADOS QUE AJUDAM O glaucoma não tem cura, mas tem tratamento e controle. O tratamento-padrão atual é dedicado quase exclusivamente para a redução da pressão dos olhos. A abordagem de primeira linha é farmacológica, com uso de colírios. Em casos de resistência à terapia medicamentosa, utilizam-se outros procedimentos, como laser e cirurgia”, diz o Dr. Brainer. De acordo com o Dr. Fujii, entre os colírios utilizados, estão o betabloqueadores (reduzem a pressão intraocular por meio da diminuição da produção do humor aquoso); inibidores da anidrase carbônica (diminuem a secreção do humor aquoso pela inibição da anidrase carbônica no corpo ciliar); alfa-agonistas (diminuem a produção de humor aquoso e aumentam a circulação do líquido pelo disco óptico); e prostaglandinas (diminuem a pressão intraocular por aumentar a drenagem).

ORIENTAÇÕES CORRETAS PARA APLICAÇÃO DO COLÍRIO Como os colírios são os fármacos mais comumente usados, é necessário que o farmacêutico saiba orientar corretamente sobre o seu uso. A Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) tem um passo a passo para ajudar nas instruções: 1. Lavar bem as mãos. 11 6

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2. Puxar suavemente a pálpebra inferior, formando uma bolsa. 3. Instilar uma gota do colírio na bolsa formada. 4. Evitar tocar a ponta do frasco na mão, nos cílios ou na pálpebra. 5. Fechar os olhos suavemente e, com os olhos fechados, ocluir o canal lacrimal por um minuto. 6. Só instilar a segunda gota se tiver certeza de ter errado a primeira gota. 7. Após a utilização, tampar o colírio e bater suavemente a base do frasco sobre a mesa ou outra superfície. Assim, todo o produto escorrerá para dentro do frasco, evitando desperdício na próxima vez que destampar. 8. Se utilizar mais do que um colírio e coincidir o horário de aplicação, aguardar, no mínimo, dez minutos entre eles. Além disso, todos os colírios podem causar efeitos colaterais, como dor, coceira, desconforto, que variam conforme a sensibilidade de cada paciente. Caso a pessoa demonstre algum incômodo, é necessário orientá-la a visitar seu médico para a troca do medicamento, já que interromper o tratamento pode ser bastante prejudicial. “As pessoas podem prevenir o glaucoma realizando avaliações oftalmológicas periódicas (uma vez por ano). Não tem como evitar a instalação dele, mas se o médico detectar a doença em uma fase inicial, pode-se evitar a cegueira. Há medicações que podem provocar o glaucoma também, como a cortisona. Todos os pacientes que fazem uso de medicação que causam glaucoma devem ser avaliados por um oftalmologista”, resume o oftalmologista do Hospital Samaritano Higienópolis.


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TPM

Só elas podem entender ESTIMA-SE QUE 80% DO PÚBLICO FEMININO SOFRA COM OS SINTOMAS DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL, PROBLEMA QUE PODE GERAR DIVERSOS TRANSTORNOS FÍSICOS E EMOCIONAIS POR KATHLEN RAMOS

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Depressão, irritabilidade, agressividade, instabilidade emocional, ansiedade, excesso de apetite, dificuldade de concentração, sonolência, cansaço, dor de cabeça, acne, aumento de peso, sensibilidade das mamas, inchaço... Entre um ciclo menstrual e outro, são muitas as mulheres que podem sofrer alguns desses sintomas exacerbados e, para todos eles, a causa é única: Tensão Pré-Menstrual (TPM). É um problema que pode afetar cerca de 80% das brasileiras, segundo indica a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). “Também conhecida por Síndrome Pré-Menstrual, suas causas estão relacionadas com alterações hormonais durante o período menstrual, interferindo no Sistema Nervoso Central

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(SNC)”, explica o ginecologista do Hospital do Coração (HCor), Dr. Francis Helber. O fato é que esses sintomas, de natureza emocional e/ou física, interferem no bem-estar da mulher que, em muitos casos, fica significantemente comprometido. Algumas, inclusive, podem ter a rotina pessoal prejudicada, o que é um resultado do estresse ou de desentendimentos causados pela variação do humor. “A TPM pode ocasionar uma depreciação da autoimagem da mulher, afetando toda a rotina familiar e o ambiente de trabalho”, constata o ginecologista do Hospital Santa Catarina (SP), Dr. Flávio Tanesi. O especialista do HCor acrescenta, ainda, que todas as dificuldades ocasionadas pelos sintomas também podem culminar numa sensação de frustração e impotência diante do quadro, agravando doenças pré-existentes, como ansiedade, depressão e obesidade. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

TPM

ENTENDA A TPM

MENSTRUAÇÃO DITA AS REGRAS: geralmente, numa média de sete dias antes da menstruação, podem aparecer os sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM), que podem melhorar, sensivelmente, com o início do ciclo menstrual e desaparecer em até dois dias.

O QUE PODE ALIVIAR: existem resultados (não cientificamente comprovados) mostrando que vitamina B6 (piridoxina), vitamina E, cálcio, magnésio e ácido gama linoleico podem ser usados na melhora dos sintomas. Alguns exemplos de alimentos são: iogurte desnatado (cálcio), feijão (magnésio), arroz integral (vitamina B6).

O QUE PODE PIORAR: alguns alimentos podem exacerbar os sintomas, como aqueles que retêm líquidos por alto teor de sódio (refrigerantes diet e enlatados), ou os gordurosos que provocam inflamação crônica, aumentado a dor e irritabilidade (carne vermelha e frituras). Alimentos com cafeína (chá e café) e chocolates, se ingeridos em excesso, podem aumentar a irritabilidade emocional e trazer piora da insônia.

ATIVIDADE FÍSICA É ALIADA: mudanças no estilo vida, como a prática de exercícios físicos, ajudam a aliviar os sintomas por ação dos receptores opioides, beta-endorfínicos e flavonoides neuroativos. Os exercícios também aumentam o metabolismo e melhoram a circulação sanguínea, ajudando a reduzir o edema (inchaço) durante esse período, diminuindo também a ansiedade e melhorando a qualidade do sono.

Fontes: ginecologista do Hospital do Coração (HCor), Dr. Francis Helber; e ginecologista do Hospital Santa Catarina (SP), Dr. Flávio Tanesi

“As mulheres mais suscetíveis à variação hormonal, vivendo sob alto estresse, têm mais chances de desenvolver TPM. Além disso, o ambiente de convívio diário também pode influenciar no aparecimento dos sintomas”, destaca. Em relação à faixa etária que a TPM costuma ser mais ou menos prevalente, os especialistas acreditam que ela tende a ser bastante variável e individualizada, embora os sintomas predominem na fase adulta. “Existem evidências de que tanto a frequência quanto a intensidade dos sintomas aumentam com a idade, principalmente acima dos trinta anos”, analisa o Dr. Helber. 120

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EXISTEM SOLUÇÕES Os tratamentos para TPM devem ser individualizados e direcionados aos sintomas ou ao ciclo menstrual, segundo explica o Dr. Helber. “O uso de antidepressivos para melhora das alterações de humor tem bons resultados. A administração de anticoncepcionais também é uma alternativa, já que essas alterações e interações hormonais são decorrentes do processo de ovulação”, sinaliza. O Dr. Tanesi mostra mais algumas alternativas. “Além dos contraceptivos, existem vários tratamentos, como com: vitamina B6, cálcio e magnésio, ansiolíticos e fitoterápicos”, enumera.


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PREVENÇÃO

Benefícios do cranberry A FRUTA É EFICAZ AO PROTEGER O CORPO DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO. EXTRATO DO ALIMENTO PODE SER ENCONTRADO EM COMPRIMIDOS E SACHÊS

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POR LAURA MARTINS

O nome americanizado cranberry não nega a origem norte-americana da pequena fruta vermelha. Usada não somente como alimento, é velha conhecida da medicina popular para a prevenção de Infecções do Trato Urinário (ITUs). Antigamente, acreditava-se que a ação do cranberry era de tornar a urina mais ácida, matando as bactérias. Entretanto, de acordo com o consultor médico da Herbarium, Dr. Cezar Jones, estudos mostraram que a ação acontece por meio de substâncias chamadas Proantocianidinas A (PAC-A). São elas que evitam que as bactérias se liguem às paredes do trato urinário. “Essa inibição da adesão das bactérias foi comprovada em estudos realizados com a Escherichia

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coli P-fimbriada, a bactéria que mais frequentemente causa infecção urinária”, comenta. Os medicamentos mais usados no tratamento e prevenção das infecções são os antibióticos. O tratamento de uma infecção, em geral, não ultrapassa 14 dias, enquanto a prevenção pode ser feita por um tempo bem maior. Segundo o médico, os antibióticos interferem na flora intestinal, podendo causar importantes alterações do funcionamento digestivo, tais como diarreia, má absorção dos alimentos e constipação. “Estudos realizados e referenciados em bibliografias revelam que o efeito é positivo na prevenção de infecções das vias urinárias, visto que o cranberry contém proantocianidinas. Vale salientar que a utilização da fruta data de centenas de anos pela população nativa americana e peIMAGEM: SHUTTERSTOCK


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PREVENÇÃO

ESTUDOS MOSTRARAM QUE A AÇÃO DO CRANBERRY ACONTECE POR MEIO DE SUBSTÂNCIAS CHAMADAS PROANTOCIANIDINAS A (PAC-A). SÃO ELAS QUE EVITAM QUE AS BACTÉRIAS SE LIGUEM ÀS PAREDES DO TRATO URINÁRIO. ESSA INIBIÇÃO DA ADESÃO DAS BACTÉRIAS FOI COMPROVADA EM ESTUDOS REALIZADOS COM A ESCHERICHIA COLI P-FIMBRIADA, A BACTÉRIA QUE MAIS FREQUENTEMENTE CAUSA INFECÇÃO URINÁRIA los europeus como forma de medicina”, afirma a farmacêutica responsável técnica da Liteé, Helaine de Lima. O consultor médico da Herbarium complementa dizendo que estudos mostram resultados equivalentes entre o cranberry e o trimetoprim (antibiótico) na prevenção do problema. Porém, a quantidade de efeitos adversos foi bem maior com o uso do antibiótico. Portanto, o uso de cranberry na prevenção das ITUs oferece resultados equivalentes aos do antibiótico, mas com perfil de tolerabilidade superior.

QUEM FAZ USO Os benefícios da fruta são mais buscados por mulheres, que sofrem mais com as ITUs. O Dr. Jones explica que elas são mais suscetíveis à doença porque a uretra é curta, permitindo o rápido acesso de bactérias à bexiga. Além disso, a abertura da uretra fica próxima de fontes de bactérias. As taxas de infecção urinária são mais altas em mulheres pós-menopáusicas por diversas causas, entre as mais importantes: prolapso (queda) da bexiga ou do útero, causando esvaziamento incompleto da bexiga; baixa de estrogênio com alterações na flora vaginal; diminuição dos lactobacilos, que são importantes para a manutenção da flora vaginal normal, permitindo a colonização perirretral com bactérias anaeróbicas gram negativas, como a E. coli. Para facilitar a vida dessas pessoas que sofrem com infecções urinárias constantemente, a indústria de suplementos vitamínicos criou cranberry em cápsulas. Atualmente, os pacientes podem encontrar vitaminas apresentadas em cápsulas duras, cápsulas gelatinosas, comprimidos e formulações solúveis. “O uso de cranberry é considerado seguro quando utilizado de forma correta. De maneira inadequada, por exemplo, a utilização em grande quantidade, pode 124

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APRESENTAÇÕES DO CRANBERRY Já foram desenvolvidas diferentes versões do cranberry como suplementação. Na Herbarium, por exemplo, são três apresentações: • Cranberry CR sachê: como não possui a quantidade de PAC-A em somente um sachê, a posologia é de dois ao dia. • Cran-B CR sachê: contém toda a concentração necessária em somente um sachê. • Cran-B CR comprimidos: toda a quantidade de PAC-A concentrada para o uso de dois comprimidos uma vez ao dia. Fonte: Herbarium

ocasionar em quadro diarreico. É contraindicado para pessoas que são alérgicas a algum componente existente na fruta. Os resultados obtidos podem variar de pessoa para pessoa, já que cada organismo é único e reage de uma forma individual”, frisa Helaine. O alimento apresenta, ainda, nutrientes em sua composição, como vitaminas, incluindo vitamina C e A, fibras, sais minerais, assim como a presença de antocianinas, flavonoides, proantocianidinas, taninos condensados, ácido fenólico e quantidades significativas de substâncias antioxidantes. “Por conter vários fitonutrientes em sua composição, o cranberry pode atuar no sistema imunológico pela ação da vitamina C; no trato urinário por conter as proantocianidinas; e proteger contra doenças cardiovasculares devido à presença de substâncias antioxidantes”, revela Helaine.


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CATEGORIA

Bebê a bordo AS FRALDAS SÃO CATEGORIA DESTINO EM FARMÁCIAS E DROGARIAS E PODEM SER, TAMBÉM, A PORTA DE ENTRADA PARA A COMPRA DE OUTROS PRODUTOS, COMO POMADAS CONTRA ASSADURA E LENÇOS UMEDECIDOS POR ADRIANA BRUNO E LAURA MARTINS

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Ao pensar em um produto para bebês, é natural que o primeiro a vir à mente seja a fralda. Não é uma coincidência que o item seja considerado uma categoria destino dentro das farmácias. Mas é preciso ter um completo sortimento de cuidado para bebês a fim de suprir as demandas dos pais. Sem sazonalidade e com um bom fluxo de vendas durante todo o ano, mesmo em tempos de crise, no caso das fraldas, os gastos chegam a representar 12% do orçamento familiar, segundo levantamento da Huggies®. Ou seja, aproveitar a oportunidade de produtos, como lenços umedecidos e pomadas para assaduras, pode aumentar – e muito – o tíquete médio.

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Para a diretora de marketing de cuidados infantis da Huggies®, Patrícia Macedo, o maior desafio é a preocupação de atender às diversas necessidades, com qualidade rigorosa e ingredientes delicados e suaves. “Sabemos que os pais e as mães estão cada vez mais exigentes e atentos às inovações e novas tecnologias que entreguem a melhor qualidade”, comenta. A afirmação é confirmada por uma pesquisa feita pela Mintel e pela Ipsos Observer Brasil que revela que 45% dos pais comprariam produtos recomendados pela família ou amigos e 41% prefeririam comprar produtos de marcas conhecidas. Além disso, 58% dos entrevistados afirmam que, para escolher um produto, é preciso ter aprovação médica; 49% sem cheiro muito forte; e 45% com proteção solar. IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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CATEGORIA

Os shoppers têm aumentado seus gastos com os itens de cuidados de bebês, buscando uma equalização com os benefícios que a compra pode trazer, pois entendem que não devem arriscar com a saúde e os cuidados de seus bebês.

OS BENEFÍCIOS DE CADA ITEM A pele dos bebês é mais sensível do que a de um adulto e, por isso, aspira mais atenção. Se não cuidada corretamente, pode sofrer com irritações e problemas, como brotoejas, dermatites, micoses, hemangiomas ou mesmo assaduras. Para evitar o incômodo, os cuidadores recorrem ao uso de cremes específicos cujas finalidades variam entre prevenção e tratamento. Existem, hoje, no mercado, formulações que atendem a todos os perfis. Para peles sensíveis, secas, irritadiças, enfim, com características muito particulares, a indústria trabalha a todo vapor para aumentar o portfólio com soluções cada vez mais completas. As fraldas descartáveis, por exemplo, são compostas por diferentes substâncias e polímeros sintéticos que conferem as características necessárias para seu uso, em que são utilizados derivados da borracha e do petróleo. Já os cremes para assaduras têm diferentes composições, mas, normalmente, sempre contêm uma substância com ação antimicrobiana e calmante. Entre as substâncias mais presentes, estão a nistatina, o óxido de zinco e a sulfadiazina de prata. A composição de óxido de zinco forma uma barreira protetora contra os fatores causadores de assaduras, enquanto agentes emolientes oferecem cuidado especial à pele delicada do bebê. Há, ainda, formulações cujo agente principal é o óleo de amêndoas que, em conjunto com a vitamina E, auxilia na hidratação da pele. Assim, entre os focos da indústria, está o desenvolvimento de peças com todas as propriedades necessárias, como capacidade de absorção e retenção de líquidos, no caso das fraldas, e que não causem irritação na pele ou propiciem o surgimento de doenças de pele. A gerente de marketing de Dermodex, Mariel Graziano, explica que é comum que, durante as trocas de fraldas, ocorra uma irritação por conta do atrito da pele do bebê com as substâncias, que pode ser evitada e tratada de modo a acabar com a agressão à pele. “Em nossas formulações, há duas substâncias ativas, uma que age eliminando os fungos e outra que cicatriza e protege a pele por meio da formação de uma camada protetora que diminui a fricção entre a pele e as fraldas, 128

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com regressão das assaduras após 24 a 48 horas de tratamento”, ressalta. Porém, muitos pais ainda desconhecem que existem tipos de pomadas específicos para cada momento do cuidado com a pele do bebê, sendo um para uso em todas as trocas de fraldas e outro para as situações em que a assadura já está presente. Por isso, é necessária a orientação correta. “O nosso papel é sempre levar esse conhecimento e mostrar todos os benefícios e ocasiões certas para o uso de cada um desses produtos – oferecendo tratamento e cura eficaz e rápida, além de uma prevenção diária adequada, garantindo a saúde da pele do bebê e trazendo mais tranquilidade para sua rotina”, diz Mariel.

NO PONTO DE VENDA Assim como a indústria tem responsabilidade na educação dos consumidores, o mesmo acontece dentro da loja. Realizar ações como concursos e promoções ajuda a estabelecer um diálogo com o público e a engajá-lo, além de fazê-lo conhecer melhor os produtos disponíveis. Segundo Mariel, por ser uma categoria que apresenta uma grande diversidade de marcas, alguns pontos são fundamentais, como obter uma loja organizada, frentes bem expostas e materiais de ponto de venda (PDV) que evidenciem cada produto e que possam, em um segundo passo, gerar uma dupla exposição com categorias correlatas. “Lenços, pomadas e fraldas são agrupados dentro de uma única categoria de produto. Essa definição acontece porque a interação desses tipos de itens que se dá no momento de compra pelo shopper é muito alta. É interessante que os pais possam encontrar tudo de que precisam em um mesmo lugar”, frisa o gerente do canal farma e indireto da Kimberly-Clark, Renato Desio. Em relação às fraldas, de acordo com a Mind Shopper, elas devem ser organizadas por marca, iniciando o fluxo na gôndola pelos produtos super premium e finalizando pelos itens mais simples. Nos blocos de marca, os produtos devem ser separados por linha e, em cada linha, separados por tamanho e tipo de embalagem. Desio complementa dizendo que é comum que as fraldas apresentem mais agressividade promocional e a venda conjunta com lenços e cremes possibilita aumento do tíquete médio e rentabilidade. Por conta desse cenário, é recomendada a realização de ações promocionais para acelerar o crescimento da categoria.


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OPORTUNIDADE

Uso diário SE TRABALHADO CORRETAMENTE, O FOTOPROTETOR INCREMENTA A CESTA DE HIGIENE & BELEZA DURANTE O ANO TODO POR LAURA MARTINS

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O sol está presente todos os dias. Exatamente por isso, o protetor solar deve estar na vida das pessoas diariamente. Porém, apesar de o seu uso ser necessário durante o ano todo, é normal que a procura pelo item seja mais intensa entre os dias de exposição solar excessiva, como com as idas à praia e à piscina. A gerente de marketing da ISDIN, Fernanda Paes, cita uma pesquisa feita pela Consulfarma e IPUPO Educacional, os dados mostrarm que 65% da população ainda não aplica o filtro solar diariamente e o efeito sazonalidade fica evidente quando analisados os dados de vendas sell out. “Os produtos mais vendidos de proteção solar são os que possuem Fator de Proteção Solar (FPS) mais alto (normalmente acima do FPS 60), pois cada vez mais os consumidores estão se conscientizando de que é muito importante proteger a pele dos diversos danos que os atingem. Com isso, o consumidor tem procurado inovações em

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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OPORTUNIDADE

proteção, como produtos antiluz visível, anti-infravermelho e antipoluição”, comenta a diretora médica da Pierre Fabre (laboratório da AVÈNE), Dra. Ana Coutinho. Exatamente por isso, segundo Fernanda, cresce a procura por itens com múltiplos benefícios, com fórmulas que adicionam ativos anti-idade e antioxidantes e com tecnologias que se adequam às necessidades de diferentes tipos de pele. Os produtos oil control – um dos mais procurados atualmente – possuem substâncias sebo reguladoras (que controlam e reduzem a oleosidade da pele) e, normalmente, são oil free, ou seja, não possuem óleo em sua composição.

ENTENDENDO MELHOR Para a orientação correta do uso de proteção solar, é preciso, primeiro, saber como a formulação do produto é feita. O FPS é o valor obtido quando se divide a dose mínima eritematosa [dose de radiação ultravioleta de tipo B (UVB) necessária para deixar a pele vermelha] em uma pele fotoprotegida por um determinado protetor solar, pela dose mínima eritematosa na mesma pele desprotegida ou sem fotoproteção. “Em outras palavras, o fator de proteção solar representa quanto tempo a mais a pele protegida leva para

OS DIFERENTES TIPOS O sortimento dos fotoprotetores é cada vez maior e a indústria se esforça para atender a todas as demandas dos consumidores. Entre as apresentações disponíveis, estão: • Fluido. • Creme. • Base aquosa. • Base compacta. • Pó. • Gel. • Aerossol/ spray. • Gel creme. Fonte: gerente de marketing da ISDIN, Fernanda Paes

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CATEGORIA DE FOTOPROTEÇÃO É ESSENCIAL PARA AUMENTAR O TRÁFEGO DA LOJA E GERAR COMPRAS DE OUTRAS QUE NÃO ESTAVAM NA LISTA DO CONSUMIDOR ficar vermelha. Por exemplo, se a pele leva cinco minutos para sofrer os efeitos do sol, ao passar um protetor com FPS 15, a pele fica protegida por 15 vezes mais tempo (no caso, 75 minutos)”, exemplifica a diretora médica da Pierre Fabre. Porém, isso não quer dizer que o FPS 60 seja quatro vezes mais poderoso que o FPS 15, mas que ele protege por quatro vezes mais tempo. Além disso, isso pode não ser verdade se a dose aplicada não for a recomendada, que é de 2 mg/cm² de pele. A escolha do FPS correto deve ser feita de acordo com o tipo de pele de cada pessoa. Segundo a gerente de marketing da ISDIN, a classificação feita pelo médico da Escola de Medicina de Harvard, Dr. Thomas B. Fitzpatrick, separa os tons da pele em seis diferentes fototipos, que variam em relação à sensibilidade e formação de eritema (propensão de obter queimaduras solares) e à capacidade de adquirir bronzeado. I – Pele muito sensível ao sol, queima com facilidade, ficando muito vermelha e nunca bronzeia. Indicado o FPS 50+. II – Pele sensível ao sol, queima com facilidade (fica vermelha) e bronzeia pouco. Indicado o FPS 50+. III – Pele com sensibilidade normal ao sol, a pele bronzeia gradualmente, mas, às vezes, fica vermelha. Indicados os FPS 40 a 30. IV – Pele com sensibilidade normal, queima pouco e bronzeia com facilidade. Indicados os FPS 30 a 25. V – Pele pouco sensível, queima raramente e bronzeia bastante. Indicados os FPS 25 a 15. VI – Pele não sensível, nunca queima e é muito pigmentada. Indicado o FPS 15.

ORGANIZAÇÃO DOS PRODUTOS Os itens de proteção solar devem ser separados por segmentos, tendo destaque os de maior valor agregado, como os produtos infantis e faciais. Em


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OPORTUNIDADE

REGRA DA COLHER DE CHÁ PARA FOTOPROTEÇÃO Rosto/cabeça/pescoço 1 colher de chá

Frente e atrás do torso 2 colheres de chá

Braço/antebraço direitos 1 colher de chá

Coxa/perna direitas 2 colheres de chá

Braço/antebraço esquerdos 1 colher de chá

Coxa/perna esquerdas 2 colheres de chá

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

seguida, devem ser feitos os blocos de marca em cada segmento. De acordo com o gerente de produtos da Mind Shopper, Cristiano Samara, nos blocos de marca, são destacadas as linhas com algum tipo de diferencial, como os protetores com bronzeadores e/ou os tipos diferentes de aplicadores, como os produtos em spray ou aerossol. “Na horizontal, do início do fluxo da loja para o fim (início no balcão do farmacêutico para fora), do maior FPS para o menor FPS. Na vertical, de cima para baixo, separados por área de aplicação; na parte de cima até o meio da gôndola, deve estar a categoria de protetores faciais; e do meio para baixo, a categoria de protetores corporais”, complementa Fernanda, da ISDIN. Para a exposição se tornar mais fácil, Samara cita a árvore de decisão do shopper ao comprar um 134

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fotoprotetor: Ocasião de Consumo – Adulto/Infantil – Local do corpo – Fator de Proteção – Marca – Preço. A categoria é essencial para aumentar o tráfego da loja e gerar compras de outras categorias que não estavam na lista do consumidor. Por isso, é extremamente importante que os produtos estejam expostos de forma clara e bem visível. É muito importante, também, ter materiais de ponto de venda (PDV) para dar apoio ao shopper e tirar suas dúvidas. “Outra oportunidade que este período oferece é a possibilidade de educar o consumidor e mostrar a importância dele ter maiores cuidados com a pele não apenas durante o verão, mas todo o ano. Desta forma, é possível diminuir um pouco a alta dependência da sazonalidade e buscar vender a categoria, de forma mais preventiva, o ano todo”, frisa Samara.


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EVENTO

Indústria marca presença SUPERANDO AS EXPECTATIVAS TODOS OS ANOS, A ABRADILAN CONEXÃO FARMA CONTOU COM MAIS DE CEM EXPOSITORES EM TRÊS DIAS DE EVENTO NA CAPITAL PAULISTA

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POR LAURA MARTINS

Em março último, ocorreu a 14ª Abradilan Conexão Farma, no São Paulo Expo, em São Paulo, capital. Mais de cem expositores dos setores farmacêutico, cosmético e bem-estar estiveram presentes no evento. Para o presidente da Associação Brasileira de Distribuição e Logística em Produtos Farmacêuticos (Abradilan), Juliano Vinhal, a cada ano, a feira se consolida como um evento de segmento completo, que une as cadeias do setor, varejo, distribuição e indústria. O crescente número de participantes na feira é um dos indicadores de que a Abradilan Conexão Farma é um dos principais eventos do setor

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farmacêutico. O ponto positivo é confirmado por empresas que apoiam o evento. “A feira da Abradilan é um momento esperado e muito importante, em que conseguimos discutir um pouco sobre o rumo do nosso mercado. Onde encontramos toda a cadeia, a indústria, a distribuição e o varejo, estarmos juntos e discutir um pouco para onde a gente quer ir, quais são as tendências e para onde levaremos o nosso negócio”, comenta o gerente nacional de vendas da EMS, Paulo Francisco Marques Junior. O diretor de marketing da Natulab, Zeca de Lucca, concorda dizendo que é uma feira muito importante, que reúne todos os principais clientes para bater um papo e fazer ações promocionais e lançamentos. A empresa, por IMAGENS: FABIANO VIANA


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EVENTO

exemplo, aproveitou a Copa do Mundo para levar três jogadores de futebol à Abradilan: Vampeta, Zé Maria e Ademir da Guia. Esse relacionamento não é à toa. Para a diretora executiva da Neo Química, Vivian Angiolucci, no momento de reunião na Abradilan, todos podem discutir tudo que deu certo durante todo o ano que passou e discutir o que pode ser feito de diferente no próximo ano para ter mais sucesso. “Nós temos distribuidores em todos os estados do País e isso tem fortalecido muito o nosso relacionamento e a parceria com a Abradilan. Também tem nos propiciado um atendimento de melhor qualidade ao nosso consumidor e ao nosso ponto de venda (PDV) final. Eles têm atendido com rapidez e eficiência, o que nos dá segurança dos produtos com a melhor distribuição possível”, destaca o diretor comercial da Eurofarma, Donino Scherer Neto.

OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS Mas os três dias não são apenas para relacionamento. O VP Managing Director da Medquímica, Ricardo Lourenço, revela que a feira sempre representa um volume de negócios bem significativo. Em 2017, por exemplo, a empresa superou as expectativas de negócios entre 30% a 40%. “Cerca de 80% da nossa demanda é gerada dentro da Abradilan Conexão Farma, por conta de uma grande rede de parceiros e distribuidores. Participar da feira é uma grande oportunidade de negócios e relacionamento. Todos os anos, registramos um crescimento significativo das vendas e, neste ano, esperamos um incremento ainda maior”, avalia o diretor-geral da Sandoz, Mariano De Elizalde. Onde existe relacionamento e negócios há, também, lançamentos de produtos. A Prati-Donaduzzi escolheu a feira para lançar seu primeiro produto patenteado. De acordo com o presidente da companhia, Eder Maffissoni, Sensilatte é um produto que além de resolver o problema de quem tem a intolerância à lactose, traz a inovação de não ser necessário usar água para ser consumido, além de o efeito ser instantâneo. O produto foi patenteado em todo o mundo, não somente no Brasil. “Nós estamos com vários itens para ser lançados este ano e já fizemos, na Abradilan, uma pré-venda com os principais parceiros que visitaram o estande”, comenta a gestora de negócios e relacionamento da Cifarma, Cristina Guimarães. 138

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Atender a novos nichos é um dos motivadores para a criação de produtos. A Omron, por exemplo, foca na marca InalaMax para as classes C e D. De acordo com o CEO da empresa, Wanderley Cunha, o foco é em desenvolver uma marca exclusiva que estará, principalmente, nas regiões de maior concentração deste público. Por outro lado, a companhia está lançando, também, uma linha de inaladores premium. Seus grandes diferenciais são o tamanho (cabe na palma da mão), além de ter o menor ruído entre os inaladores de ar comprimido. “Até pelo estado gripal da pessoa, ela não fica legal, quando você dá um produto que faz muito barulho, acaba incomodando”, comenta Cunha. A Omron levou, também, uma inovação tecnológica ao evento. O LD Mobile é um Veículo Autônomo Inteligente (AIV) projetado para aumentar a produtividade em processos industriais e operações logísticas. Na feira, ele foi usado para interagir com as pessoas e convidá-las a visitar o estande da feira. Dotado de Inteligência Artificial (IA), ele para e desvia das pessoas sem que seja necessário que alguém o controle. Além dos produtos, a indústria aposta em novas apresentações que chamem mais a atenção do cliente. É o caso da Pharlab, que revela suas novas embalagens. Para o presidente do laboratório, Eduardo Martins, os produtos Over The Counter (OTC) estão com nova roupagem e serão lançados aos poucos, durante o ano.

O CRESCENTE NÚMERO DE PARTICIPANTES NA FEIRA É UM DOS INDICADORES DE QUE A ABRADILAN CONEXÃO FARMA É UM DOS PRINCIPAIS EVENTOS DO SETOR FARMACÊUTICO. O PONTO POSITIVO É CONFIRMADO POR EMPRESAS QUE APOIAM O EVENTO


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EVENTO

Merck comemora 350 anos durante o evento

Fini marca presença na Abradilan Conexão Farma 2018

RESULTADOS CONSOLIDADOS Para os expositores do evento, 2018 foi um ano, também, de comemorações. A Merck acaba de comemorar o aniversário de 350 anos. Segundo o diretor comercial CMC & GM da empresa, Edu Lima, é a indústria farmacêutica com maior longevidade no Brasil e é de extrema importância falar sobre isso em uma feira como a Abradilan. “Esse é o primeiro ano que a Biosintética participa da feira com um estande e o resultado foi excepcional. Trouxemos a linha de genéricos para o canal e o nosso objetivo foi estar próximo dos parceiros e clientes do canal de distribuição”, comemora o gerente de marketing de genéricos do Aché, Carlos Roberto dos Santos Júnior. Para o presidente do Conselho Administrativo do Laboratório Teuto, Ítalo Melo, uma das conquistas do Teuto é o crescimento em diferentes linhas de produtos, não somente de genéricos. “Os equivalentes são complementares aos genéricos, mas é importante o equivalente porque é construção de marca, então fideliza e cria confiança entre a marca e o consumidor. É uma opção a mais. É ótimo que o Teuto esteja crescendo tanto em genéricos, mas a gente é cada vez mais uma solução completa de saúde.” É crescente, também, a presença da indústria de Higiene & Beleza (H&B) na Abradilan. A Dailus, com foco em maquiagens e esmaltes, é uma delas. “O canal farma é de extrema importância para a categoria de 140

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maquiagem. A Nielsen coloca o canal com uma representatividade de mais de 50% do mercado. Então, estar presente é muito importante”, comenta o gerente comercial da empresa, Carlos Antonelli. Corrobora com a crescente demanda a Italian Color, que lançou na feira a Donna Professional Color, uma linha de tinturas de cabelo profissionais vendida ao consumidor final. De acordo com o gerente de marketing da companhia, Décio Alcântara, a empresa aposta que esse mercado continuará crescendo e o canal farma será um aliado nos bons resultados. “A Fini percebeu a grande oportunidade de unir o potencial de vendas do canal farma com consumidores mais exigentes, que buscam a combinação de indulgência e funcionalidade. Em setembro de 2015, foi criada uma comissão Farma, unindo as áreas de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), produção, marketing, trade, comercial, supplychain e compliance para juntos buscar a indulgência ideal para esses consumidores”, comenta o gerente executivo Farma da Fini, Daniel Carvalho. É o caso, também, da Linx, empresa especializada em softwares de varejo. “A gente conseguiu um grande objetivo, que era expor as nossas soluções. Tivemos um aumento de portfólio e lançamos, na feira, o Linx Promo, além de contar ao mercado sobre uma nova incorporação. Fizemos a aquisição da ITEC, uma grande empresa de software para farmácias”, salienta o diretor do segmento de farmácias da companhia, Rogério Vieira.


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SEMPRE EM DIA

Sem perder tempo OS PRODUTOS QUE ENTREGAM MAIS DE UMA FUNCIONALIDADE SÃO PRÁTICOS E AJUDAM OS CONSUMIDORES NO SEU DIA A DIA. INDÚSTRIA DESENVOLVE ITENS QUE CAIBAM NA ROTINA PRÁTICA E RÁPIDA DE SEU PÚBLICO POR LAURA MARTINS

PRODUTO MULTIFUNCIONAL

PRATICIDADE PARA OS PAIS

Huggies® está com uma novidade em sua linha de produtos: as toalhas umedecidas Huggies® One & Done. O produto proporciona praticidade com limpeza 3 em 1: seguro para o corpo, as mãos e o rosto, é ideal para ser usado em diferentes momentos, como na hora de comer, depois das brincadeiras e em outros passeios. As novas toalhas têm sistema puxa fácil, que permite tirar uma por vez, facilitando o uso. Além disso, são fabricadas com fibras naturais e uma solução composta por grande quantidade de água, tornando seu uso seguro para a pele dos bebês e das crianças. • www.huggies.com.br

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Salon Line lança o Multy Kids Creme Multifuncional. O produto tem função BB Cream, ou seja, quatro benefícios em um só produto: pré-xampu, condicionador, co-wash e creme para pentear. Indicado para todos os tipos de cabelo, sua formulação é vegana e conta com ingredientes de camomila e extrato de algodão. Além disso, não possui sulfato, petrolato, parabenos, parafina e óleo mineral. • www.salonline.com.br

IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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SEMPRE EM DIA

OGX® CHEGA AO BRASIL PELA JOHNSON & JOHNSON

Primeira marca de haircare da Johnson & Johnson no Brasil, a OGX® traz ao mercado nacional cinco linhas de xampus e condicionadores. As fórmulas promovem uma experiência sensorial olfativa, com uma explosão de fragrâncias, e possuem em sua composição ingredientes exóticos e fórmula livre de parabenos, com blend único de surfactantes mais suaves. Os produtos possuem ingredientes naturais, como leite de coco, óleo de abacate, manteiga de cacau e óleo de argan vindo diretamente do Marrocos. Com conceito sustentável, os frascos dos produtos possuem design icônico e eco-friendly: embalagens são recicladas.

RESTAURAÇÃO CELULAR

O PhysioLift Precision é um preenchedor de rugas e sulcos (com ação de tratamento das marcas do tempo, reduzindo a incidência e melhorando a aparência da pele). Unindo Ascofilline™ (ativo high-tech com ação reestruturante, que devolve a firmeza à pele); mono-oligômeros de ácido hialurônico (promovem ação preenchedora); e retinaldeído em concentração máxima (faz a renovação celular), o produto deixa a pele mais jovem, lisa e luminosa. • www.eau-thermale-avene.com.br

• www.jnjbrasil.com.br

CONTRA MOSQUITOS

O Aché Laboratórios apresenta sua linha de repelentes: Effex. À base de icaridina, seu efeito tem duração de até 13 horas. O produto é eficaz contra os mosquitos transmissores de doenças, formando uma “nuvem” em torno da área aplicada. A linha possui três versões: Baby (recomendado para gestantes e crianças a partir de seis meses de idade, contém 20% de icaridina); Family (indicado para adultos e crianças a partir de dois anos de idade, contém 20% de icaridina); Ultra (ideal para adultos e adolescentes a partir de 12 anos de idade, possui 30% de icaridina). • www.ache.com.br

AUTOESTIMA DE VOLTA

Uma pesquisa revelou que mais da metade das mulheres têm problemas com axilas escurecidas. Pensando nelas, Dove amplia seu portfólio de antitranspirantes femininos com o lançamento da Linha Serum Aclarant. A nova linha é composta por duas variantes: “Renovador”, recomendada para as mulheres que têm axilas escurecidas pela depilação, e “Hipoalergênico”, pensada para as consumidoras que, além de terem as axilas escurecidas, também possuem pele sensível. Além de o produto ter o creme hidratante já conhecido na fórmula de Dove, o Serum é composto pelo 12HSA, conhecido por contribuir com a renovação celular; e pela vitamina B3, que ajuda a evitar que a pele da axila volte a escurecer. • www.dove.com.br

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INSTITUCIONAL – ABRADILAN

O custo do dinheiro no Brasil

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www.abradilan.com.br

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Os bancos comerciais que operam no Brasil dificultam o desenvolvimento das empresas de várias formas. Primeiro, oferecem crédito muito caro – o mais caro do mundo – ao empresário que, uma vez endividado, dificilmente conseguirá sobreviver ileso. Segundo, o custo das transações bancárias – e não há empresa que possa tocar negócios sem elas – também é alto. Terceiro, o crédito é ainda mais caro para os consumidores, inibindo o consumo de bens que demandem financiamento ou comprometendo parcela importante da renda para pagar juros do crédito pessoal. Quarto, tudo isso junto reduz o consumo, as vendas, os lucros e os investimentos dos setores não bancários, o emprego, a renda, o consumo e assim sucessivamente. Não resta dúvida, a redução dos juros e demais custos bancários é fundamental para o crescimento da economia. A função do sistema financeiro é intermediar as relações entre os agen-

tes econômicos em suas operações e assim contribuir para o desenvolvimento econômico nacional. O problema começa quando diversos indicadores mostram que os bancos conseguem lucros tão elevados às custas dos demais setores da economia e, por isso mesmo, sufocam o crescimento dos negócios. Estudo contratado pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) em 2017 à consultoria Accenture mostra que as taxas cobradas pelos bancos brasileiros são as maiores do mundo em uma lista de doze países. A situação é tão calamitosa que a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) iniciou uma campanha para a redução dos custos bancários. Usando dados do Banco Central (BC), fez a seguinte simulação para ilustrar o poder dos bancos em retirar recursos da economia: uma aplicação de R$ 100,00 em caderneta de poupança, há 10 anos, teria, hoje, R$ 198,03; o uso R$ 100,00 do cheque especial,

há dez anos, hoje, “renderia” dívida de R$ 4.394.136,97! A concentração forma um tipo de mercado chamando oligopólio, pois, aproximadamente, seis bancos detêm mais de 80% das transações. Quando isso acontece, essas empresas impõem seu preço ao consumidor que, sem alternativa, paga. Os juros e demais taxas são os preços dos produtos bancários, e todos nós, empresários e consumidores, estamos pagando preço de oligopólio. O BC vem tentando levar os bancos a reduzir spreads, tanto por meio de diminuir custos para os bancos (redução dos depósitos compulsórios, por exemplo), como sensibilizá-los para explorar menos os demais setores econômicos. “Trabalhando com serenidade num ambiente de inflação e juros básicos (Selic) baixos, tenho certeza de que vamos avançar consideravelmente (na redução dos spreads)”, diz o ministro Ilan Goldfajn, presidente do BC, (Valor, 10/4/2018).

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