Edição 307 - Maturidade bem-vinda

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GUIA DA FARMÁCIA ANO XXV • Nº307 JUNHO DE 2018

DEBATE Com a justificativa de eliminar distorções de preços pagos por medicamentos do Programa Farmácia Popular do Brasil, o governo federal fez adequações nos valores de repasse

PELE O inverno faz com que cresça a demanda por hidratantes de alta potência a fim de se evitar a aspereza, lesões e doenças cutâneas

MATURIDADE BEM-VINDA A quantidade de idosos vem aumentando rapidamente. O Brasil é o país com a mais alta taxa de envelhecimento da população do planeta. A expectativa de vida também está maior, hoje ela é de 78 anos. Isso demanda nova forma de diálogo com os consumidores


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EDITORIAL

O renascimento de uma geração Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – referentes ao quarto trimestre de 2017 –, apontam que o Brasil tem mais de 31 milhões de pessoas acima dos 60 anos de idade, o que representa 15,1% da população do País. Grande parte desse público está concentrada no estado de São Paulo, que registra 7,3 milhões de idosos entre a sua população. Ainda de acordo com projeções baseadas nos dados do IBGE, quase 20% da população terá 60 anos de idade ou mais até 2030 e até 2050, espera-se que o número de idosos aumente em 30%. O Brasil é o país com a mais alta taxa de envelhecimento da população do planeta. A expectativa de vida também vem aumentando. Hoje, ela é de 78 anos. Na matéria de capa desta edição do Guia da Farmácia, podemos observar que os idosos querem ser ouvidos. Enquanto redefinem o papel que têm na sociedade, eles estão buscando maneiras de levar uma vida ativa, moderna, significativa e independente. Com os idosos desempenhando um papel ainda

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Laura Martins EDITOR DE ARTE Junior B. Santos ESTAGIÁRIA DE ARTE Sara Helena COMERCIAL (EXECUTIVAS DE CONTAS) Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) 4

mais significativo, as marcas precisarão encontrar maneiras de incluí-los em seu diálogo com os consumidores. A figura do idoso acamado e incapacitado sai de cena e abre espaço para um público cheio de desejos, ativo e que sabe o que quer. Outro destaque desta edição fica por conta do Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB), que, com a justificativa de eliminar distorções de preços pagos por medicamentos, o governo federal fez adequações nos valores repassados às unidades que fazem parte do Programa. A medida – publicada na Portaria 739/12 e que começou a valer em 30 de abril último – é resultado de um estudo com base no Sistema de Acompanhamento de Mercado de Medicamentos (Sammed), o qual aponta que os valores pagos pela pasta em 20 medicamentos estavam defasados. Veja o que muda, de fato, e a economia prevista, até então tida como satisfatória.

Lígia Favoretto Editora-chefe

ASSISTENTE COMERCIAL Mariana Batista Pereira ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri FINANCEIRO Cláudia Simplício e Fabíola Rocha ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ASSISTENTES DE MARKETING Leonardo Grecco e Noemy Rodrigues

GUIA DA FARMÁCIA JUNHO 2018

A figura do idoso acamado e incapacitado sai de cena e abre espaço para um público cheio de desejos, ativo e que sabe o que quer

Boa leitura!

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Adriana Bruno, Kathlen Ramos, Flávia Corbó, Laura Martins e Renata Martorelli Revisão Maria Elisa Guedes Colunistas Rogério Vieira e Silvia Osso IMPRESSÃO Abril Gráfica CAPA Shutterstock

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.:(11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.

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SUMÁRIO #307 JUNHO 2018

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DEBATE

O Programa Farmácia Popular do Brasil está sendo reformulado e poderá ter redução nos repasses. Entenda o que muda e o porquê da decisão do Ministério da Saúde

E MAIS 08 > GUIA ON-LINE 10 > ENTREVISTA 16 > ANTENA LIGADA 22 > ATUALIZANDO 28 > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE

44 > PESQUISA A produção dos medicamentos do Brasil crescerá 6,5% a cada ano até 2021. Esse é um dos pontos de destaque de um estudo realizado pela EMIS Insights

CAPA

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ESPECIAL SAÚDE 66 > 72 > 78 > 84 >

DOR NO PESCOÇO UNHAS FRÁGEIS GARGANTA E OUVIDO TOSSE

ESPECIAL TERCEIRA IDADE

Um dos principais públicos do canal farma, os idosos não são mais os “velhinhos acometidos” de antigamente. Conheça mais sobre o perfil dessa nova geração para atendê-la melhor

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> PELE > CATEGORIA > EVENTO > SEMPRE EM DIA

ARTIGO 90

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SORTIMENTO

A chegada do clima seco faz com que as doenças respiratórias estejam mais presentes na vida do paciente. Esse é o principal impulsionador do crescimento das vendas de inaladores, umidificadores de ar e higienizadores nasais 6

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30 > VAREJO Silvia Osso 35 > DIGITAL Rogério Vieira

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GUIA ON-LINE INFORMAÇÕES NA INTERNET

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CONTEÚDO NO PORTAL ÁLCOOL X MEDICAMENTO

Uma das grandes dúvidas dos pacientes ao ser medicado é sobre o efeito da bebida alcoólica misturada ao fármaco. Entenda as principais alterações para a orientação correta.

DORES ESTOMACAIS

Incômodos na região abdominal são comuns e levam muita gente à farmácia. Identificar os diferentes tipos de dores, é essencial para auxiliar os paciêntes.

DIFERENÇAS DA DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA O Aedes aegypti é transmissor de três doenças bastante conhecidas: dengue, zika e chikungunya. Porém, apesar de parecidas, cada patologia tem suas características e sintomas.

O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS Após a Lei 13.021/14 e a regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cresce o número de Farmácias Clínicas em todo o País.

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O farmacêutico tem responsabilidades muito além do atendimento ao cliente. Entenda mais sobre todas as atividades clínicas e não clínicas do profissional no varejo farmacêutico.

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ENTREVISTA-KANTAR WORLDPANEL

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Cuidado com as promoções! PESQUISA DA KANTAR WORLDPANEL REVELA QUE O VOLUME DE PRODUTOS VENDIDOS COM DESCONTOS ACIMA DO IDEAL PODE CHEGAR A 63% EM ALGUMAS CATEGORIAS NO VAREJO BRASILEIRO POR FLÁVIA CORBÓ

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Não é segredo que o brasileiro adora uma promoção. Sabendo disso, os varejistas costumam encher as lojas de produtos em oferta. De acordo com uma pesquisa elaborada pela Kantar Worldpanel, o Brasil é o país que mais oferece desconto aos consumidores. O problema é que muitos se concentram apenas em descontos de preço, em vez de explorar alternativas junto aos fornecedores, como multipacks e embalagens promocionais. Muitas vezes, por erro de cálculo, perdem o controle e acabam tomando prejuízo – estima-se que 63% dos itens são vendidos com desconto acima do ideal. Para falar sobre como ofertar sem perder, o gerente de shopper e retail da empresa, Thiago Oliveira, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia. Confira!

Thiago Oliveira • A promoção sempre existiu e sempre fez parte da rotina de compras do brasileiro. Já é natural que isso aconteça. Quando buscamos informações, vemos que é recorrente que, pelo menos, a cada quatro ocasiões de compra, um produto esteja em promoção. Porém, o que ocorreu é que, nos últimos anos, tivemos uma queda de renda das pessoas, desemprego e todas essas condições econômicas fizeram com que a indústria e o varejo buscassem alguma forma de crescimento. Aí, o ritmo de promoções acelerou muito. Pelo menos nos últimos três anos, o faturamento em promoção cresce o dobro do que cresce nas vendas regulares, por isso chegamos a um patamar muito maior do que o visto na Europa e na América do Norte. Estamos hoje no mesmo nível que a Argentina, que tem inflação galopante há anos.

Guia da Farmácia • O Brasil é o país com o maior volume de produtos promocionados à disposição do consumidor. Por que chegamos a esse patamar?

Guia • Quais os riscos de ter um volume excessivo de ofertas oferecidas ao consumidor? Oliveira • Existe um dado que mostra claramente o quanto é feito de promoção desnecessária: as 2018 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA-KANTAR WORLDPANEL

pessoas só percebem 25% de todas as ofertas que estão sendo realizadas hoje no varejo. Se pensarmos como consumidor, passada uma semana, ou mesmo um dia, não nos lembramos das promoções que vimos. Algumas categorias são tão promocionadas, como, por exemplo, enxaguatório bucal, que ninguém mais percebe quando está escrito que a embalagem entrega 25 mL a mais. Não é visto como promoção, aquilo já é considerado regular.

acostumado a levar, só estamos jogando o tíquete médio da categoria para baixo. Itens que têm uma frequência de compra menor, uma penetração menor ou em que há um espaço de crescimento poderiam ser incentivadas a ter promoção, não categorias básicas, campeãs de vendas. O desconto deve ser usado em categorias que ainda precisam se expandir. Ao ser exploradas, podem começar a fazer parte da lista de compra das pessoas.

Guia • Existe um percentual adequado de itens promocionados que uma loja deve ter?

Guia • Os produtos de Higiene & Beleza (H&B) são os que apresentam maior percentual de equívoco no tamanho do desconto. Por quê?

Oliveira • Existe uma média máxima que deveria se dar de descontos entre produtos. Em todas as categorias, o máximo deveria ser de 20% sob o preço regular do produto. E hoje, a média já ultrapassou 25%. Ou seja, o desconto mínimo já está acima do ideal. Em algumas categorias, já chegam a 30%, 40%, 50%. Existem vários níveis de promoção, dependendo da cesta e da categoria. Considerando o que é percebido de fato pelo consumidor, o desconto total da loja poderia ser quatro vezes menor do que é hoje. Ofertas excessivas podem gerar ruptura. Devido aos descontos muito agressivos, o varejista acaba estocando itens muito concentrados e deixa de vender outros produtos importantes. Existem vários pontos da operação que vão ser onerados pelo excesso de promoção. Guia • Além do excesso de produtos promocionais, o volume de itens vendidos com descontos acima do ideal pode chegar a 63% em algumas categorias de produtos. Que tipo de prejuízo isso traz para o varejo brasileiro? Oliveira • No fim das contas, boa parte das vendas seria realizada mesmo sem o desconto de preço. Existem muitos produtos que já estão regularmente na lista de compras das pessoas, mas se cria uma promoção para que elas levem em maior quantidade. No entanto, se essa quantidade comprada não for muito maior do que o consumidor já estava

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Oliveira • O primeiro ponto é porque os varejistas forçam os maiores parceiros de negócios a trazer sempre promoções, sem olhar qual o motivo, qual a mecânica ideal, qual a melhor forma de trabalhar. O varejista força esse movimento promocional, mas, na sequência, não se preocupa em saber a melhor maneira de trabalhar ou entender o objetivo final da promoção. O objetivo deve ser sempre desenvolver a categoria, mas muitos usam apenas para atrair mais gente para a loja. Isso simplesmente faz com que as pessoas tenham mais lugares para comprar e troquem mais de marca, mas não faz com que elas comprem mais. É uma visão imediatista. Do ponto de vista estratégico, ele não enxerga quais categorias que merecem ser incentivadas. Guia • Qual a maneira correta de calcular descontos? Há uma regra?

Oliveira • O desconto ideal deve ser realizado até o limite em que ele deixe de ser incremental ao faturamento. Se o desconto em uma categoria faz com as pessoas adquiram uma marca mais cara ou aumentem o volume de consumo, se gerar faturamento adicional para a categoria, ainda faz sentido. No momento em que o ganho se torna estável ou começa a ter redução de venda incremental, se aumentamos o nível de promoção, estamos jogando o faturamento da categoria para baixo.


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ENTREVISTA-KANTAR WORLDPANEL

Guia • Existem categorias em que o desconto surte mais efeito e outras em que passa despercebido pelos consumidores?

Oliveira • Quanto mais básicos os itens, mais saturado está o nível de promoção. Quando menos desenvolvida a categoria – menor frequência e menor penetração –, mais espaço. Sabonete é um bom exemplo. Se olharmos os itens básicos, já estão saturados. Mas quando entramos em itens mais específicos, como sabonetes antibacterianos e antiacne, que costumam ser mais caros, ainda há espaço para promocionar de maneira rentável. Guia • Desconto de preço não é a única alternativa promocional. Que tipo de outras promoções tem boa aceitação?

Oliveira • Para chegar em qual a melhor dinâmica, deveria se enxergar qual o comportamento de compra da categoria. Se as pessoas já consomem dois cremes dentais por mês e fazemos uma promoção de "leve dois por um", estamos nos equivocando, porque vamos manter o mesmo consumo. Agora, se montarmos um pack com três ou quatro unidades, temos chance de desenvolver essa categoria. Em geral, multipacks têm maior chance de sucesso. Podem ser da mesma categoria, ou com itens diferentes, como xampu, condicionador e creme para pentear. Depois, vêm promoções de "leve mais e pague menos" com produtos que as pessoas já compram, mas têm a possibilidade de aumentar o volume de consumo. Também é uma boa alternativa. Desconto de preço é, de fato, o que gera menos incremental de venda. Guia • Mesmo com um alto volume de promoção, o brasileiro ainda se sente atraído? Ou o desconto acaba virando banal? Oliveira • De maneira geral, o que as pessoas têm como um dos atrativos para ir ao ponto de venda (PDV), é ter acesso a alguma oferta ou promoção. 14

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"OFERTAS EXCESSIVAS PODEM GERAR RUPTURA. DEVIDO AOS DESCONTOS MUITO AGRESSIVOS, O VAREJISTA ACABA ESTOCANDO ITENS MUITO CONCENTRADOS AE DEIXA DE VENDER OUTROS PRODUTOS IMPORTANTES"

Porém, ao entrar na loja, as pessoas já têm em mente as marcas que vão comprar, as categorias que vão buscar. Levando isso em conta, a promoção pode levar o consumidor a comprar algum outro item dentro de uma categoria que ele já buscava ou vai fazer com que ele troque de marca. Mas a promoção dificilmente vai fazer com que as pessoas levem itens pelos quais não tinham um interesse prévio ou nunca tenham tido nenhum contato. Promoção é um atrativo, mas se já estou acostumado a levar um xampu de uma linha profissional, que tem qualidade superior, não adianta ter um desconto agressivo em uma linha básica. Guia • Então, mesmo que a promoção estimule a compra por impulso, ela não é capaz de fazer o consumidor levar algo que ele já não consome?

Oliveira • Fizemos uma árvore de decisão multiuso, que investiga o racional de compras do consumidor. Promoção, preço e marcas de baixo custo aparecem como o último nível da árvore. Primeiro as pessoas compram pensando na finalidade do produto, depois avaliam a marca, o cheiro, o tamanho. A definição de marca de baixo preço e promocionada aparece no último nível. As pessoas podem dizer que compram pela promoção, mas elas estão muito mais preocupadas se o produto está dentro das marcas que elas consomem, qual fragrância terá e, por último, se está em promoção ou não. Uma coisa é o que as pessoas respondem antes de entrar no PDV e outra é o que elas realmente compram.


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INDÚSTRIA INOVADORA

O MERCADO DA SAÚDE ESTÁ EM CONSTANTE EVOLUÇÃO. PARA MELHORAR A SAÚDE E O BEM-ESTAR DE SEUS PACIENTES, AS FARMACÊUTICAS INVESTEM NO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS POR LAURA MARTINS

MEDICAMENTOS DA BOEHRINGER INGELHEIM

A Boehringer Ingelheim acabou de anunciar que sua estratégia de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e seu atual pipeline têm o potencial para desenvolver 15 novos medicamentos para aprovação até 2025, demonstrando que a implantação da estratégia de investir mais de 20 bilhões de euros em P&D na área de saúde humana tem sido bem-sucedida. Para apoiar e complementar sua estratégia, a empresa está aumentando o seu foco em colaborações e expandindo sua comunidade de parceiros externos que, atualmente, é composta por mais de 70 parceiros em universidades, instituições científicas e companhias de biotecnologia. • www.boehringer-ingelheim.com.br

GEOLAB INVESTE EM FÁBRICA

A Geolab investirá R$ 290 milhões nos próximos cinco anos no crescimento da unidade e no desenvolvimento de novos produtos. Com a injeção de recursos, a companhia pretende ampliar sua participação no mercado farmacêutico brasileiro e aumentar em 42% seu market share até 2022. Hoje, a farmacêutica ocupa a 13ª posição no ranking nacional de indústrias farmacêuticas em relação a unidades vendidas para farmácias, segundo a IQVIA. A expectativa é de que os investimentos econômicos possibilitem a consolidação da Geolab entre as dez principais empresas. • www.geolab.com.br 16

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NOVARTIS RENOVA COMPROMISSO CONTRA A MALÁRIA

A Novartis se comprometeu por cinco anos a lutar contra a malária em conjunto com a sétima iniciativa multilateral na Conferência da Malária e na Reunião de Cúpula dos Chefes de Governo da Commonwealth. A empresa divulgou, também, a nova pesquisa africana sobre o progresso e os desafios remanescentes para as metas de eliminação da malária até 2030, juntamente com o Elimination 8, programa de eliminação da malária em oito países africanos. No período, o laboratório farmacêutico investirá mais de US$ 100 milhões para avançar na pesquisa e no desenvolvimento da próxima geração de tratamentos para combater a emergente resistência à artemisinina e a outros antimaláricos usados atualmente. • www.novartis.com.br

FEBRAFAR ATINGE DEZ MIL LOJAS

A Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) atingiu, em março de 2018, o número de dez mil estabelecimentos integrados às 56 redes associadas. As lojas estão presentes em 2.795 cidades e em 25 estados, mais o Distrito Federal. Durante todo o ano de 2017, as lojas das redes associadas à Febrafar cresceram 18,29%, movimentando um total de R$ 11.544.640.997,00. Já o mercado farmacêutico brasileiro teve alta de 12,55%, segundo a IQVIA. • www.febrafar.com.br

APLICATIVO PARA MELHORES PREÇOS

Com o Farmazap, é possível comparar os valores dos produtos em milhares de farmácias on-line pelo País e que entregam em domicílio. O usuário pode pesquisar, também, por genéricos e similares, para que o consumidor economize. A plataforma tem as principais redes de farmácias cadastradas e mais de 25 mil itens à venda, o aplicativo indica em tempo real onde comprar mais barato. Após uma fase de testes e de ajustes da demanda no mercado de Recife (PE), o aplicativo desembarca em São Paulo (SP). Entre as farmácias já cadastradas estão Onofre, Drogasil, Droga Raia, Drogaria São Paulo, Drogarias Pacheco, Wall-Mart, Carrefour e NetFarma. • www.farmazap.com.br

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ANTENA LIGADA

PARCERIA INÉDITA CONTRA CÂNCER INFANTO-JUVENIL

O câncer infanto-juvenil é considerado a principal causa de morte entre crianças e adolescentes. Só perde para acidentes domésticos, que se configura em primeiro lugar. Pensando nisso, o laboratório sul-africano Aspen Pharma e o Instituto Ronald McDonald fecharam uma parceria em prol dos acometidos. A partir deste mês, diversas atividades serão desenvolvidas pela farmacêutica ao longo do ano para engajar seus funcionários com a causa e difundir mais informações sobre o câncer infanto-juvenil no País. Estiveram presentes, o CEO da Aspen Pharma no Brasil, Alexandre França; e o superintendente do Instituto Ronald McDonald, Francisco Neves. Neves fundou o Instituto em 1994 após perder um filho, em 1991, por leucemia. Ele ressaltou que o Instituto não é mantido pelo McDonald's, são coisas totalmente distintas. "O McDonald's é um parceiro. O negócio dele é vender hambúrguer, o meu é salvar vidas", disse. França lembrou que ações sociais fazem parte do DNA da Aspen mundialmente e que essa nova parceria envolve uma grande causa, que é difundir o combate ao câncer infantojuvenil e gerar conscientização do diagnóstico precoce por meio de diversas iniciativas que envolvem os colaboradores. "As atividades que vamos desenvolver este ano não só ajudam a manter o Instituto financeiramente, como também estimulam a propagação do tema e do trabalho desenvolvido em prol de crianças e adolescentes com a doença." O executivo entregou um cheque de R$ 45 mil ao Instituto. A parceria foi anunciada na capital carioca no restaurante CT Boucherie, do renomado chefe francês, Claude Troisgros, do canal GNT. Ele preparou um menu especial para a ocasião. A editora-chefe do Guia da Farmácia, Lígia Favoretto, viajou ao Rio de Janeiro, para cobrir o evento, a convite da Aspen Pharma. • www.aspenpharma.com.br

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VACINAÇÃO CONTRA GRIPE

A Drogasil, localizada na Rua Pamplona, 1.792, na capital paulista, oferece a aplicação de dois tipos de vacina contra a gripe, a quadrivalente (Fluquadri) e a Trivalente (Influenza). Agora, a Droga Raia também oferece o serviço na unidade da Rua São Jorge, 300, no centro de Florianópolis (SC). Diferente da rede pública, as farmácias podem vacinar todas as pessoas acima de dez anos de idade. Um dos diferenciais é o valor da imunização, que tem preço médio 32% menor do que o encontrado em clínicas e laboratórios. A quadrivalente sai por R$ 98,00 e a trivalente, por R$ 88,00. Para que elas sejam aplicadas, o paciente tem de solicitar o serviço diretamente no balcão e o farmacêutico realizará o procedimento. Caso o cliente não tenha carteirinha, esta será fornecida pelas lojas, que também aplicam vacinas contra hepatite B, herpes zoster e HPV. • www.drogasil.com.br

GAM É PREMIADA

O ano de 2018 tem sido muito especial para a GAM. A empresa completou 50 anos no dia 1º de abril e, a partir de então, passou a utilizar sua nova identidade visual. A GAM é uma empresa que constantemente está em busca de novos desafios para oferecer as melhores soluções. Mudar é imprescindível para poder progredir. Em vista disso, a GAM aprimorou sua percepção e fortaleceu sua essência com uma identidade visual que mostra personalidade e fortalece o posicionamento da marca. O que move a GAM é a missão de ser o elo entre a indústria e o varejo, ser a melhor empresa em serviços de distribuição, prezando por valores, como trabalho, honestidade, organização, criatividade e persistência. Está no DNA da GAM ser ágil, determinada, prestativa, eficaz e confiável. E, de fato, no dia a dia, a GAM não mede esforços para fazer tudo isso acontecer na prática. Em razão disso, a empresa fica contente em compartilhar mais uma conquista: recebeu, da Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores (ABAD), o prêmio de “Maior Atacadista e Distribuidor do Estado de Santa Catarina”, conforme Pesquisa Nielsen. • www.gam.com.br


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EM PERFEITO FUNCIONAMENTO O INTESTINO É UMA DAS PARTES DO CORPO QUE MAIS PODEM CAUSAR INCÔMODO NO DIA A DIA DO PACIENTE. PARA ALIVIAR OS MALES, A INDÚSTRIA FOCA EM PRODUTOS INOVADORES POR LAURA MARTINS

FLOBAC PRO® TEUTO

O Laboratório Teuto lança no mercado brasileiro o Flobac Pro®, um probiótico que contribui para o equilíbrio intestinal, com a tecnologia DRcaps. Tendo em sua composição Lactobacillus acidophilus, com um bilhão de culturas ativas, o produto é um alimento funcional que conta com a tecnologia DRcaps responsável por acarretar comodidades, como a redução de potenciais odores desagradáveis e resistência ao ácido estomacal, dando a certeza de uma absorção intestinal completa sendo de matéria 100% vegetal. MS 6.7129.0008.001.1 • www.teuto.com.br

TAMARINE GELEIA ZERO ADIÇÃO DE AÇÚCARES HYPERA PHARMA

Tamarine lança a versão Geleia zero adição de açúcares. O novo produto, que substitui no mercado a versão com açúcar, agora é adoçado com sucralose – adoçante com dulçor semelhante ao do açúcar e que não deixa residual amargo. O produto é um medicamento fitoterápico para intestino preso com sabor ameixa, o que torna mais fácil sua ingestão e é ideal para quem não gosta de ingerir comprimidos. Tamarine Geleia zero adição de açúcares tem tempo de ação previsível, age entre oito e dez horas e pode ser utilizado por homens, mulheres, diabéticos, crianças a partir de 12 anos de idade e gestantes, de acordo com orientação médica. MS 1.7817.0023 • www.tamarine.com.br

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LACTPREV NATULAB

A Natulab acaba de lançar Lactprev – indicado para indivíduos que possuem Intolerância à Lactose (IL) ou que apresentam deficiência na produção da lactase. O produto ajuda a evitar desconfortos gastrintestinais, como flatulência, inchaço, cólicas e diarreia, após a ingestão de leite e derivados. MS 6.6339.0034.001-8 • www.natulab.com.br

POSICOR® BIOLAB

ESPIRONOLACTONA GEOLAB

A Geolab lança em sua linha de produtos a espironolactona, medicamento para hipertensão essencial; distúrbios edematosos; edema idiopático; hipertensão maligna; profilaxia da hipopotassemia e hipomagnesemia; diagnóstico e tratamento do hiperaldosteronismo primário. Disponível em duas apresentações: 25 mg – caixa com 30 comprimidos e 50 mg – caixa com 30 comprimidos. MS 1.5423.0266 • www.geolab.com.br

A Biolab Farmacêutica lança Posicor®, medicamento composto por ezetimiba, que auxilia o processo de redução dos níveis de colesterol. O medicamento inibe de forma seletiva a absorção de colesterol no intestino e reduz os níveis de colesterol total, LDL-C e triglicérides no sangue. A ezetimiba, quando associada a uma estatina, possibilita diminuição adicional nos níveis de colesterol e apresenta menos efeitos colaterais do que quando comparada à estatina em monoterapia. MS 1.0974.0234 • www.biolab.com.br

COLÁGENO TIPO II SANAVITA

Pensando em promover a saúde das articulações de forma prática, a Sanavita acaba de lançar o Colágeno tipo II, em cápsulas, não desnaturado, extraído da cartilagem do frango e associado a um complexo de vitaminas e antioxidantes que potencializa a sua ação e aumenta os benefícios. O produto contribui para o aumento da mobilidade, flexibilidade e redução de processos inflamatórios que agridem o tecido cartilaginoso. Ajuda, também, a diminuir os possíveis sintomas decorrentes das doenças articulares, como inchaços e dores. MS 671530031001-9 • www.sanavita.com.br

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CONFIRME® SEMANAS GRAVIDEZ CONFIRME

O Confirme® Semanas Gravidez é um imunoensaio para detecção do hormônio Gonadotrofina Coriônica (hCG) em urina. A detecção semiquantitativa do hormônio hCG na urina permite a detecção precoce da gravidez em mulheres. O número de semanas de gravidez pode ser estimado pela leitura visual do teste. MS 80049120106 • www.confirme.com.br

CATIVA ACHÉ

AEROGLÓS® AEROGLÓS®

O Aeroglós®, um novo conceito de antiassaduras, é um produto que une a proteção completa (vitaminas A, E e óleo de amêndoas) com a aplicação suave de um spray contínuo. Mais prático e rápido, o Aeroglós® rende até quatro vezes mais que a pomada tradicional. E para aumentar a distribuição no mercado, é possível encontrá-lo nas farmácias da rede Drogaria Iguatemi, além da venda on-line em seu e-commerce. MS 23.351.021695/2016-12 • www.aeroglos.com.br

Sintetizado pelo organismo, o colágeno é uma proteína que confere resistência e elasticidade às cartilagens, fortalecendo os músculos, os ossos, os tendões, os ligamentos, a pele e os vasos sanguíneos. Fonte natural de vitamina C, o fruto da rosa silvestre é rico nesse nutriente utilizado para a síntese do colágeno. Originária do Oriente, a planta é utilizada desde a Idade Média, sendo usada em suplementos alimentares. O nutracêutico Cativa, do Aché Laboratórios, é preparado a partir do fruto moído, triturado e seco da rosa silvestre. A apresentação em sachê permite que o produto seja consumido junto com iogurtes, vitaminas e outros alimentos. MS 5.6381.0325.001-0 • www.ache.com.br

MELOXICAM GEOLAB

A Geolab lança em sua linha de produtos o meloxicam, para o tratamento sintomático da artrite reumatoide e osteoartrites dolorosas (artroses, doenças degenerativas das articulações). O produto está disponível em duas apresentações: 7,5 mg (caixa com 10 comprimidos) e 15 mg (caixa com 10 comprimidos). MS 1.5423. 0233 • www.geolab.com.br 26

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EM UMA FERIDA ÚMIDA E COM EXSUDATO, O CURATIVO PODE SER FEITO COM QUAL FORMA FARMACÊUTICA SEMISSÓLIDA? CREME, LOÇÃO OU POMADA? DE ACORDO COM A FORMA FARMACÊUTICA, SUA ABSORÇÃO É MAIS RÁPIDA OU LENTA? PERGUNTA ENVIADA POR FERNANDA SILVA – GUARULHOS (SP)

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O tratamento das feridas cutâneas inclui métodos clínicos e cirúrgicos, sendo o curativo um dos tratamentos clínicos mais frequentemente utilizados. É importante salientar que a escolha do curativo a ser utilizado deve ser baseada no conhecimento das bases fisiopatológicas da cicatrização e da reparação tecidual, sem nunca esquecer o quadro sistêmico do paciente. As feridas podem ser agudas ou crônicas, de acordo com o tempo de reparação tissular. Também podem ser classificadas de acordo com a causa, presença ou ausência de microrganismos, presença ou ausência de ruptura no tecido superficial (abertas ou fechadas). As feridas crônicas são aquelas que apresentam um processo de cicatrização complicado por processos infecciosos em decorrência de outras doenças existentes (úlcera de pressão, pé diabético, úlcera varicosa). Há muitos fatores que interferem no processo de cicatrização como, por exemplo, infec-

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ção, oxigenação, alimentação e hidratação, higienização, sono, idade, doenças presentes, fármacos (corticosteroides, quimioterápicos, radioterápicos), drogas (nicotina), presença de hemorragia, localização, profundidade, entre outros. O curativo, como função básica, evita a contaminação da ferida e absorve a secreção. Curativos mais tecnológicos podem ter outras funções como possibilidade de trocas gasosas e drenagem das secreções, promover uma rápida regeneração da pele e manter a área da lesão úmida para proteger terminações nervosas e proporcionar o alívio imediato da dor. O tratamento de feridas cutâneas é dinâmico e é dependente da evolução das fases da reparação tecidual, sendo, assim, importante ressaltar que não existem curativos ideais para tratar toda e qualquer ferida. Não é possível generalizar um procedimento sem que se faça uma avaliação para se estabelecer o curativo mais adequado e, cabe o profissional da saúde fazer a me-

IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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BAIXE O APP QR CODE OU ENVIE SUA PERGUNTA DIRETAMENTE NO E-MAIL: COMUNICACAO@CONTENTO.COM.BR NÓS RESPONDEMOS!

MARIA APARECIDA NICOLETTI Farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP)

lhor escolha, considerando as características apresentadas e pelas condições do paciente. Em relação às formas farmacêuticas e quanto à permeabilidade através da pele, a composição da formulação é importante para se avaliar o grau a ser atingido porque as formas farmacêuticas creme, loção ou pomada podem ter ou não, em sua constituição, promotores de absorção e matérias-primas que apresentam capacidade de penetrabilidade diferentes, dependendo de sua origem (sendo que as matérias-primas de origem animal apresentam maior penetrabilidade, seguidas das de origem vegetal e as de origem mineral) e devem ser selecionadas dependendo da localização do problema (quais camadas atingidas), ou seja, para problemas mais superficiais ou mais profundos. Para feridas, os cremes são formas farmacêuticas que apresentam maior consistência e, portanto, a espalhabilidade ficará dificultada. Já as pomadas cicatrizantes, que apresentam consistência mole, podem

ajudar no processo de cicatrização de vários tipos de feridas, entretanto, dependendo da origem da ferida, há um tipo específico de pomada e o profissional da saúde é quem deverá avaliar qual deles será o mais indicado para a ferida em questão. A avaliação é uma parte fundamental do processo de tratamento das lesões da pele, pois só o diagnóstico preciso do tipo e estágio da lesão vai permitir a correta tomada de decisão sobre as medidas a ser implementadas e os recursos que serão utilizados. Portanto, deve-se manter a umidade na interface do curativo, remover o excesso de exsudação, permitir troca gasosa, fornecer isolamento térmico, se constituir em barreira para proteção contra os microrganismos, não deixar resíduos no leito da ferida e permitir a retirada sem provocar trauma. Saliente-se, entretanto, que dependendo da situação da ferida, poderá ser necessária utilização de mais de um tipo de curativo durante a cicatrização.

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VAREJO

A força da decisão do consumidor UM SIMPLES ATENDIMENTO PODE SER VISTO COMO UMA GRANDE EXPERIÊNCIA E FAZ TODA A DIFERENÇA AO SHOPPER

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SILVIA OSSO

Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS; LIDERANÇA PARA TODOS; PÍLULAS DE GESTÃO. Para adquirir os livros, acesse: www.lojacontento.com.br E-mail siosso@uol.com.br 30

Cada vez mais as empresas estão investindo na Experiência do Consumidor. Com certeza, a tecnologia pode e deve ser aliada e de grande ajuda nesse processo, mas será que é apenas isso? Vivo repetindo que não é fácil surpreender o consumidor, até porque não o conhecemos o suficiente para isso; mas existem várias técnicas de abordagem que podem ajudar a decidir a favor do cliente. Uma delas é entrar no “mundo” do shopper. Descobrir pontos a ser explorados, gostos, hábitos, hobbies, filhos… Entrevistá-lo, fazer perguntas abertas, deixando o consumidor se sentir à vontade e falar a respeito do tema. E, principalmente, saber escutar, esse é o ponto principal! Identificar as necessidades não reconhecidas é o segundo passo. Fazê-lo refletir, perceber situações em que ele veja que a sua necessidade pode ser atendida. Isso é fundamental para iniciar seu encantamento! Despertar o desejo, em formas de perguntas, como ele entende que a sua necessidade por existir pode ser suprida. Demonstrar que existe solução para aquela “necessidade” que ele mencionou nas respostas. Apresentar essas soluções é o passo seguinte, mostrando que está bem próximo de solucionar essa dificuldade ou desejo apresentado. E, por fim, declarar os benefícios, há uma solução para a “preocupação” dele. Apresentar o serviço ou o produto, com todos os seus atributos e vantagens, obtendo a percepção do consumidor. Isso tudo alinhado com a simplicidade, a transparência na negociação e, principal-

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mente, o conhecimento, pode transformar aquela oportunidade em uma grande venda. Outra forma para aproximar o todo poderoso cliente é a aplicabilidade do conceito dos novos formatos de loja para surpreendê-lo, criando uma experiência única e desenvolvendo um laço com a marca também é importante. Lojas sem caixa, telas de customização, eventos presenciais, sinalização educativa, venda por aplicativos na loja, espaços de experiência, entrega e devolução por “locker” são, enfim, algumas das novidades e possibilidades que podem ser oferecidas. Isso cada vez mais fará parte da evolução das lojas para deixarem de ser pontos de venda (PDVs) para se tornarem um ponto de experiência. É a tecnologia auxiliando as empresas a fazer o consumidor ter um ponto de referência para suas compras. A tecnologia vem apoiando muito essa relação; vem permitindo entender a jornada do consumidor por meio do histórico digital, como o perfil de aplicativos baixados, sites visitados, locais rastreados, pesquisas de produtos feitos, reconhecimento facial, entre outros. Esses dados, transformados em informação, se tornam grandes aliados da venda e da aproximação com os clientes. Lembre-se sempre de que a tecnologia tem a seu favor muitas facilidades, mas o capital humano ainda é o diferencial da relação. É nessa hora da relação com os colaboradores que o consumidor mostra as suas preferências e força. Ele decide! Faça a diferença na relação humana e na tecnologia: seu consumidor vai agradecer! IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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INSTITUCIONAL – BAYER

Coceira, para que te quero? A INFECÇÃO VAGINAL AINDA É TABU NA SOCIEDADE E, MUITAS VEZES, O TEMA É VISTO COM PRECONCEITO E, ERRONEAMENTE, ASSOCIADO À FALTA DE HIGIENE OU A DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

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A infecção vaginal é mais comum do que se pode imaginar, e qualquer mulher pode sofrer de infecções vaginais. A coceira é um dos principais sintomas da Candidíase e, normalmente, é o fator mais crítico para as mulheres. Uma infecção vaginal é causada pela presença e/ou proliferação de fungos ou bactérias na região vaginal. Entre as infecções vaginais, a mais frequente é a causada pelo fungo Candida albicans, chamada de Candidíase. Para prevenir a infecção vaginal causada por fungos e evitar que estes episódios se tornem frequentes, é importante seguir algumas recomendações. Veja abaixo algumas delas:

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TENSÃO PODE PREJUDICAR A SAÚDE ÍNTIMA O estresse é uma resposta do corpo às situações de pressão e cansaço extremos e pode se manifestar por meio de dores de cabeça, insônia, alterações de apetite, quadros de ansiedade e queda da imunidade. Essa última compromete todo o organismo ao deixá-lo exposto a doenças oportunistas, como a Candidíase. Mas como manter a calma diante de uma vida tão corrida? • Dormir bem. Ter uma boa noite de sono faz toda a diferença, por isso, é importante que os pacientes repousem ao menos oito horas por dia. • Manter uma alimentação saudável, ingerindo alimentos frescos e ricos em nutrientes. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


• Praticar exercícios físicos regularmente, pois eles também fortalecem as defesas do organismo, além de propiciar sensação de relaxamento por conta da liberação de endorfina, hormônio que gera a sensação de prazer. Além de adotar esses hábitos, é importante refletir sobre as causas do estresse, procurar atividades relaxantes, como caminhada, meditação e yoga. Caso o problema persista, procure ajuda médica para investigar as causas do estresse.

HIGIENE ÍNTIMA ADEQUADA Os sabonetes comuns, e outros produtos para banho, muitas vezes, incluem ingredientes que podem irritar a região íntima e, por isso, é recomendado usar um produto de higiene especialmente desenvolvido para esta região.

RELAÇÃO SEXUAL E CANDIDÍASE Lembre-se: a Candidíase não é uma doença sexualmente transmissível¹,pois o fungo Candida sp já faz parte da flora vaginal. No entanto, se você mantém relações sexuais durante a infecção, a Candidíase pode ser transmitida entre parceiros. Vale lembrar que os homens, assim como as mulheres, também podem ter Candidíase.

CALÇA APERTADA CAI BEM. MAS SERÁ QUE FAZ BEM? 3 Quanto mais justa a roupa, maior é a temperatura e umidade da região íntima. E esse é o ambiente ideal para a proliferação de fungos e bactérias que podem levar ao desequilíbrio da flora vaginal, resultando em infecções como a Candidíase. Roupas mais leves possibilitam a transpiração da pele, como saias, vestidos, calças largas, bermudas e shorts, além de elegantes e estilosas, ajudam na saúde íntima das mulheres.

SINTOMAS2 Os sintomas incomodam e podem variar de uma mulher para outra, mas os mais comuns são: • Coceira vaginal. • Corrimento vaginal branco e espesso. • Irritação e queimação vaginal. • Vermelhidão na área da vulva e da vagina. • Ardência ao urinar.

CALCINHA DE ALGODÃO: MELHOR AMIGA 3 Calcinhas de algodão, além de serem muito mais confortáveis, absorvem as secreções naturais no tecido e permitem que a pele respire, com isso, evitam o aumento da umidade e da temperatura da região. Apesar das calcinhas de algodão não terem modelos muito atrativas, é possível inovar, escolhendo opções com cores e estampas diferentes para o seu dia a dia. Modelos de tecido sintético, de renda e até mesmo fio dental também podem ser usados, mas na rotina, oriente as clientes a darem preferência às calcinhas de algodão.

TRATAMENTO Embora possa ser desconfortável, a boa notícia é que a Candidíase leve e moderada pode ser facilmente tratada com produtos à base de clotrimazol que não necessitam de receita médica. Antigamente, os tratamentos da Candidíase eram apenas com o uso de cremes antifúngicos ou medicamentos antimicóticos. Atualmente, no mercado, existem medicamentos mais modernos, como em forma de comprimido vaginal, que precisam de apenas uma aplicação.

Fonte: Site Gino-Canesten® (www.ginocanesten.com.br), patrocinado por Gino-Canesten® Referências: ¹ FFPRHC and BASHH Guidance (January 2006) J FamPlannReprod Health Care 2006: 32(1). ²Sobel J. Lancet. 2007. 369: 1961. ³Mardh, P. et al. International Journal of STD & AIDS 2002; 13: 522 – 539. L.BR.COM.04.2018.9926 2018 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA

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DIGITAL

Tecnologia ajuda farmácias a fidelizar consumidores

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Fidelizar clientes sempre foi um desafio no mercado brasileiro. E quando o assunto é farmácias, o cenário não é diferente. Como o número de drogarias vem aumentando, a concorrência fica mais acirrada, tornando o processo de fidelização ainda mais difícil. Uma das ferramentas centrais – os programas de fidelidade – tem se mostrado essencial para o sucesso até mesmo das farmácias de bairro ou de pequenas cidades. Bastante flexíveis, esses programas podem ser implementados em diversos formatos e níveis de complexidade, desde um sistema de pontuação que dá direito a brindes a um que ofereça melhores condições de pagamento para medicamentos de uso contínuo, por exemplo. Mas certamente há uma coisa que todos os programas de fidelidade bem-sucedidos têm em comum: o profundo conhecimento do público-alvo. Na prática, deve ser capaz de relacionar as preferências dos clientes e criar benefícios minimamente personalizados, usando informações, como sexo, idade, grau de instrução, frequência e histórico de compra, endereço e outras variáveis. A boa notícia é que os softwares modernos auxiliam os donos de farmácias a atingir mais facilmente esse objetivo, por mapearem com baixo esforço os pontos de contato enIMAGEM: DIVULGAÇÃO

tre o cliente e a farmácia e cruzarem informações facilmente. E o melhor de tudo: os clientes afirmam que gostam desse tipo de ação. Uma recente pesquisa do Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC) mapeou a opinião dos consumidores sobre os programas de fidelidade e mostrou que 56% dos consumidores valorizam esses programas no caso de drogarias. E se bem implementados, esses programas trazem benefícios para ambos os lados: para a farmácia, com o aumento do tíquete médio e captura de informações sobre os seus clientes e para os consumidores, com os descontos e ofertas individualizados. Com a tecnologia disponível hoje, é possível implantar programas eficientes, controlar o retorno com indicadores de performance e ampliar muito a chance de rentabilizar as iniciativas de fidelização. É a tecnologia empoderando as farmácias com programas que permitem oferecer uma experiência de compra personalizada para cada grupo de clientes, organizar ofertas e descontos. É a oportunidade única de oferecer o produto certo para o cliente ideal no momento perfeito. É certamente uma receita com grandes chances de sucesso e que toda farmácia moderna deveria seguir.

NA PRÁTICA, UM BOM PROGRAMA DEVE SER CAPAZ DE RELACIONAR AS PREFERÊNCIAS DOS CLIENTES E CRIAR BENEFÍCIOS MINIMAMENTE PERSONALIZADOS

ROGÉRIO VIEIRA Diretor do Segmento Farma da Linx

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DEBATE

A polêmica dos repasses GOVERNO FEDERAL REDUZ VALORES TRANSFERIDOS AO PROGRAMA AQUI TEM FARMÁCIA POPULAR, MAS NEGA QUE FARMÁCIAS PARTICIPANTES TERÃO PREJUÍZOS COM A PROPOSTA. EM CONTRAPARTIDA, ASSOCIAÇÕES DO SETOR TEMEM QUE MUDANÇAS INVIABILIZEM A AÇÃO

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POR KATHLEN RAMOS

Com a justificativa de eliminar distorções de preços pagos por medicamentos do Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB), o governo federal fez adequações nos valores repassados às unidades que fazem parte do Programa. A medida – publicada na Portaria 739/12 e que começou a valer em 30 de abril último – é resultado de um estudo com base no Sistema de Acompanhamento de Mercado de Medicamentos (Sammed), o qual aponta que os valores pagos pela pasta em 20 medicamentos estavam defasados. Argumenta-se, por exemplo, que alguns produtos estavam com valores mais de 200% acima do mercado. Anteriormente, eram obedecidas as regras da Câmara de Regulação do Mercado

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de Medicamentos (CMED), mas estima-se que, neste modelo, somente em 2017, os gastos com o Programa totalizaram R$ 300 milhões a mais do que o previsto. Nesse sentido, a proposta do governo federal foi a garantia de uma margem de 40% às unidades credenciadas, ou seja, de praticamente R$ 1 bilhão. Para o Ministério da Saúde (MS), o reajuste deve gerar uma economia de até R$ 80 milhões ao ano, valor que será integralmente revertido em mais acesso aos serviços e produtos da saúde. Para os usuários de medicamentos, promete-se que não haverá nenhuma mudança, já que os mesmos permanecerão retirando o seu produto gratuitamente. A medida recém-anunciada também considera um novo sistema de monitoramento para combater as irregularidades na execução do PFPB. Estima-se que as IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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DEBATE

fraudes nessa ação podem representar cerca de 10% dos custos, contabilizando cerca de R$ 2,8 bilhões. Em 2016, das auditorias realizadas pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (DENASUS), cerca de 40% tiveram relação com o Programa e em apenas uma farmácia não foi detectada irregularidade. Os processos indicaram devolução de quase R$ 60 milhões aos cofres públicos devido às dispensações impróprias de medicamentos.

VISÃO DE QUEM É CONTRA Atualmente, as farmácias particulares participantes do Programa, por meio do Programa Aqui Tem Farmácia Popular, contribuem para cobrir as lacunas da rede pública na distribuição de medicamentos aos municípios brasileiros. Esses estabelecimentos recebem um reembolso do governo a cada unidade de medicamento dispensada, com base em uma tabela de valores regulamentada na CMED. Porém, a redução do reembolso inviabiliza o acordo, na visão do presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto. “Os preços sugeridos pelo governo, e que preveem redução de até 60%, não compensam os custos. As farmácias não conseguirão receber menos do que pagam para a indústria”, afirma. “O PFPB é considerado, pelo próprio poder público e por avaliações feitas em todo o País, o mais bem-sucedido projeto de saúde pública do Brasil. Mas sem reajustes no valor de referência desde que foi criado e, agora, com o corte proposto, o Programa tende à extinção. É lamentável”, acrescenta. A Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) também prevê que o impacto dessas medidas deve ser bastante negativo para as farmácias participantes e que esse novo modelo torne o Programa Aqui Tem Farmácia Popular desinteressante ao mercado. “O governo desconsiderou diversos pontos nessa mudança, como a baixa representatividade da venda em valores (menos que 3% da venda total do mercado); o baixo estímulo comercial em razão das pequenas margens de ganho em valores para várias apresentações liberadas para atendimento do Programa; a margem negativa para alguns produtos, que pode levar parte das farmácias a não adquiri-los e, com isto, gerar ruptura no atendimento dos consumidores; além 38

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REGRAS DIFERENCIADAS PARA A INSULINA Diferentemente dos outros medicamentos, o total de repasse das insulinas será calculado pelo preço pago atualmente pelo Ministério da Saúde (MS) nas compras públicas. O valor será de R$ 10,50 adicionado 40% de margem de lucro para as drogarias e o Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) do estado. Atualmente, as insulinas dispensadas pelo Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB), que são as mesmas distribuídas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), têm valor 152% maior do que as adquiridas de forma centralizada pela pasta. Com a medida, a economia para os cofres públicos pode chegar a mais de R$ 100 milhões por ano, sendo que não haverá ônus para o usuário.

do tíquete médio de venda pouco atrativo, representando apenas um terço de um tíquete médio normal de uma farmácia”, enumera o presidente da entidade e também da Farmacas, Edison Tamascia. O executivo da Febrafar afirma, ainda, que não há garantia de redução ou mesmo de manutenção dos atuais níveis de tributação dos produtos do Programa, e há ausência de variável de correção de preços, de acordo com a legislação vigente para o setor (atual tabela de preços de referência vem sendo deflacionada na maioria dos produtos ao longo dos anos, desde 2009). Para Tamascia, outro ponto crítico é o alto custo para manutenção do Programa dentro das farmácias, com tempo dispendido e complexidade da ação. “Deve-se considerar o tempo dispendido para atendimento de cada consumidor no Programa (em média, três vezes maior que o atendimento regular), o alto custo para a guarda e manutenção dos documentos físicos em arquivos pelo período de cinco anos e o custo com aquisição de scanners por terminal de vendas para digitalização das receitas”, conclui. Assim como a Abrafarma e a Febrafar, outras entidades acreditam que essas novas medidas podem


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DEBATE

PANORAMA DO FARMÁCIA POPULAR Avaliação positiva: o Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) é considerado, pelo próprio governo e pelas avaliações feitas em todo o País, como o mais bem-sucedido programa de saúde pública nacional, fato importante em um momento em que são recorrentes as insatisfações e críticas ao atendimento da população. Desde a criação, já atendeu mais de 43 milhões de brasileiros, o equivalente a cerca de 20% da população do País. A iniciativa já está presente em 80% do Brasil, ou seja, em 4.463 municípios. Ao todo, são disponibilizados 42 produtos, sendo que 26 deles gratuitamente e o restante com descontos que chegam a 90%.

Farmácias participantes: atualmente, em torno de 31 mil unidades estão ativas no Programa. Estima-se que haja outras 50 mil que desejam ingressar no PFPB, o que garante que, caso as unidades atuais não se adequem às novas regras, as demais podem ser autorizadas a ocupar a distribuição dos medicamentos.

Número de usuários: em média, por mês, o Programa beneficia em torno de 9,8 milhões de pessoas, principalmente àquelas com 60 anos de idade ou mais, que representam cinco milhões do total. A maior parte dos pacientes atendidos (nove milhões) acessa medicamentos de forma gratuita e os mais dispensados são para tratamento de hipertensão (7,2 milhões) e diabetes (três milhões). Estima-se que o Programa atrai cerca de dez milhões de usuários para os estabelecimentos privados. Novos credenciamentos: farmácias privadas de alguns municípios poderão se credenciar ao Programa Aqui Tem Farmácia Popular. São eles: Atalaia e Delmiro Gouveia (AL); Parintins e São Gabriel da Cachoeira (AM); Aquiraz (CE); Buriticupu, Cururupu, Lago da Pedra, Vargem Grande e Zé Doca (MA); Curuça, Iguapé-Mirim, Monte Alegre, Portel, Santana do Araguaia e Viseu (PA); Ouricuri (PE); e Nossa Senhora da Glória (SE). Fonte: Ministério da Saúde (MS)

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DEBATE

inviabilizar o Programa Aqui Tem Farmácia Popular, especialmente em farmácias de menor porte. O diretor de acesso da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Pedro Bernardo, afirma que, nessas lojas, o mix de produtos ofertado é reduzido e, dependendo do porte e/ou da localização do estabelecimento, os impactos poderão ser maiores, inclusive pelo fato de a receita originada pela dispensação desses medicamentos ser proporcionalmente maior quando comparada com estabelecimentos de médio ou grande porte. “Desde a implantação da gratuidade no Programa Aqui Tem Farmácia Popular para oferta de medicamentos de hipertensão, diabetes e asma, muitos municípios deixaram de dispensá-los por meio de farmácias das Unidades Básicas de Saúde (UBSs)”, pondera o executivo, prevendo que, caso as farmácias que participam do Programa não consigam se adequar às novas regras do MS, o principal prejuízo pode recair sobre o paciente. “Os maiores prejudicados serão os acometidos por doenças crônicas, como asma, diabetes e hipertensão arterial que, com a interrupção do acesso regular aos medicamentos, poderão voltar às internações por agravos das morbidades, elevando os custos de saúde no sistema público”, diz. O presidente da Febrafar também teme pelo prejuízo aos usuários. “Um dos principais resultados que poderão ser gerados por essa medida é a ruptura no fornecimento de alguns medicamentos, em função do prejuízo que as farmácias terão. Assim, um grande prejudicado também será o consumidor, que não terá o produto de que necessita. Na verdade, com essa mudança, todos saem perdendo, até mesmo o governo, que não percebe que está enfraquecendo um de seus principais programas de prevenção de saúde”, diz. Nesse sentido, representantes da cadeia farmacêutica entendem que o Programa Aqui tem Farmácia Popular pode ser aperfeiçoado e propõem discussão entre as partes. “O MS decidiu criar, em 30 de janeiro último, um grupo de trabalho para analisar melhorias. Até agora, esse grupo jamais foi reunido”, critica Barreto.

VISÃO DE QUEM É FAVORÁVEL “Acreditamos que o impacto está mais direcionado a comentários do que financeiro”, analisa o CEO da MSD Consultoria Pharmaceutica, Márcio Duque. 42

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“Se levarmos em consideração que hoje temos 31 mil farmácias em atividade no PFPB para um investimento no ano passado de R$ 2,7 milhões, temos um valor médio de R$ 7.158,06 por farmácia conveniada, ou seja, acreditamos que o impacto financeiro criado não seja elevado, pois, segundo pesquisas, o valor agregado ao convênio ao Programa não deve ultrapassar 20% do faturamento da farmácia”, justifica, acrescentando que as farmácias participantes do Programa Aqui Tem Farmácia Popular também têm o benefício de atrair novos clientes à loja, os quais podem agregar compras que vão além dos medicamentos participantes da ação. Para o executivo da MSD, outro grande benefício das mudanças virá em relação à redução de fraudes identificadas pela equipe da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE). “Têm sido identificados vários estabelecimentos que supostamente entregam medicamentos e não existe sua devida comprovação de compras de produtos. Hoje, são mais de três mil lojas nessa situação, em que as devoluções ultrapassam milhões de reais”, pondera o especialista. Em relação ao receio de algumas entidades sobre a inviabilização do Programa para algumas farmácias, Duque crê que não há riscos. “É importante verificar que, como dissemos anteriormente, as farmácias vendem para o Programa praticamente com o preço cheio, ou com margens elevadas. Por exemplo, a Losartana, que é adquirida por R$ 0,85 e vendida por R$ 9,00, tem uma margem exagerada. Nenhum outro item tem uma margem dessas. Diminuí-la não pode inviabilizar um negócio que já oferece descontos quando a venda não acontece no Programa Aqui Tem Farmácia Popular”, argumenta. O CEO da MSD também reforça que a venda dos medicamentos, especialmente aqueles conhecidos como éticos (que têm venda com prescrição médica), deixam uma margem de lucro baixíssima para as lojas, e que o lucro maior deve vir dos correlatos. “O segmento de correlatos é onde está concentrado o maior ganho do estabelecimento farmacêutico. Hoje, se estima que apenas 30% das vendas dessas lojas estejam concentradas em medicamentos, trazendo, assim, pouca significância na redução de valores estabelecidos na nova tabela do PFPB”, considera Duque.


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PESQUISA

A indústria em foco ANÁLISE DA EMIS INSIGHTS APONTA QUE O BRASIL DEVE SE TORNAR O QUINTO MAIOR MERCADO FARMACÊUTICO DO MUNDO ATÉ 2022, SUPERANDO A FRANÇA

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POR ADRIANA BRUNO

O Brasil está, ao poucos, deixando para trás a maior crise econômica de sua história. Desde 2014, o País vive um verdadeiro “salve-se quem puder” com taxas crescentes de desemprego, quedas bruscas e importantes no poder de compra do consumidor e consequente queda nas receitas da indústria, do comércio e do setor de serviços. Embora imprescindível, o setor farmacêutico não passou ileso por esse processo. Um estudo divulgado em janeiro deste ano pela EMIS Insights – empresa que fornece informações estratégicas de empresas, setores e países dos mercados emergentes –, batizado de Brazil Pharma and Healthcare Sector 2017/2021, apontou, entre outros, que a in-

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dústria farmacêutica foi uma das mais afetadas pela recessão econômica no Brasil no período 2015-2016. “Os laboratórios enfrentaram uma desaceleração do mercado doméstico, menor demanda no exterior e intensificação da concorrência, que provocaram um aumento dos estoques e dos descontos médios praticados”, avalia o editor da EMIS Insights na América Latina, Svetoslav Mladenov. Segundo ele, do lado da oferta, o desempenho da indústria foi impactado negativamente pelo aumento dos custos de produção, principalmente da eletricidade e dos insumos importados, devido à desvalorização de 32% do real frente ao dólar em 2015. “O aumento da carga tributária sobre os medicamentos, que já é a mais alta do mundo, juntamente com os reajustes de preços dos medicamentos abaiIMAGENS: SHUTTERSTOCK


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PESQUISA

xo da inflação em 2015 e 2017, foram fatores adicionais que comprimiram as margens do lucro”, diz. O estudo da EMIS Insight revelou ainda que os laboratórios no País responderam a esse cenário com medidas para aumentar a eficiência operacional e obter economias de escala por meio de crescimento orgânico, fusões e aquisições, e internacionalização de suas operações. “Por outro lado, algumas empresas decidiram adiar planos de investimento e colocar ativos à venda, o que desencadeou um intenso processo de reestruturação da indústria. No entanto, a EMIS Insights avalia que esse processo é positivo, pois oferece oportunidades para os laboratórios nacionais acumularem capacidades tecnológicas, ganharem economias de escala e diversificarem seu portfólio com produtos inovadores, como medicamentos biológicos e vacinas. Além disso, vai contribuir para o aumento da competitividade dos produtos nacionais no mercado internacional”, afirma Mladenov. Em 2017, o Brasil exportou produtos farmacêuticos por 1,2 bilhão de dólares, uma alta de 3,6% frente ao ano anterior, com os principais destinos das exportações sendo os Estados Unidos, a Dinamarca, a França e os países da América Latina.

MUDANÇA DE RITMO O mercado farmacêutico no Brasil tem desacelerado, aparentemente, desde o princípio de 2017. Fato que foi atribuído à lenta recuperação do poder de compra das famílias e aos apertados gastos públicos com medicamentos. “Um fator adicional foi o baixo reajuste de preço dos medicamentos aprovado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) de 2,6%, em março de 2017. Ao mesmo tempo, os produtores de medicamentos no País continuaram a oferecer descontos comerciais altos, de 40,6% em média, em um cenário de estoques elevados e alto poder de barganha das redes de farmácias, reduzindo ainda mais as margens de lucro”, comenta Mladenov. Segundo ele, em 2017, as vendas de medicamentos no mercado brasileiro, com base no preço de compra da farmácia (PPP), aumentaram 11,8% para R$ 56,9 bilhões, de acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). 46

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EM 2017, O BRASIL EXPORTOU PRODUTOS FARMACÊUTICOS POR

US$ 1,2 BILHÃO, UMA ALTA DE

3,6% FRENTE AO ANO ANTERIOR, COM OS PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES SENDO OS ESTADOS UNIDOS, A DINAMARCA, A FRANÇA E OS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA

Em unidades, o mercado subiu apenas 6,1%, abaixo do crescimento de 8,7% em 2016. “O mercado continuou a desacelerar no primeiro trimestre de 2018, com as vendas de medicamentos crescendo 8,6% em receita e apenas 3,6% em unidades. “A EMIS Insights estima que o mercado continue a enfraquecer até o fim do ano, dado o baixo reajuste de preço dos medicamentos aprovado pela CMED de 2,4% em março de 2018, que ficou abaixo da inflação pelo segundo ano consecutivo, e a maior incerteza sobre as eleições de outubro próximo”, avalia Mladenov.


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PESQUISA

SUBINDO NO RANKING Apesar da crise e com vendas estimadas em US$ 33,1 bilhões em 2017 (com base nos preços fábrica), o Brasil subiu duas posições no ranking global, tornando-se o sexto maior mercado farmacêutico do mundo, atrás dos Estados Unidos, da China, do Japão, da Alemanha e da França, segundo a IQVIA. Além disso, conforme a pesquisa, espera-se que as vendas de medicamentos no País continuem a crescer a uma taxa anual composta entre 5% e 8% no período 2018-2022, bem acima do aumento dos gastos globais com medicamentos. “Como resultado, o Brasil deve se tornar o quinto maior mercado farmacêutico do mundo até 2022, superando a França”, afirma Mladenov. Ainda de acordo com a pesquisa, ao mesmo tempo em que o País ganhou posições no ranking global, as vendas de medicamentos genéricos também cresceram 15,7% (dados do Sindusfarma). “Em unidades, as vendas subiram 11,7%, atingindo uma participação de 32% do mercado farmacêutico. Isso se deve ao seu preço competitivo (são pelo menos 35% mais baratos que os medicamentos de referência, de acordo com a lei), ao aumento do número de classes terapêuticas e à maior confiança do consumidor em medicamentos genéricos”, acredita. Segundo ele, fatores adicionais foram as políticas do governo para fomentar as vendas de genéricos e ampliar o acesso ao tratamento médico para a população de baixa renda (por exemplo, o Programa Farmácia Popular do Brasil ) e para apoiar a indústria farmacêutica nacional, que é em grande parte voltada à produção desse tipo de medicamentos. “No primeiro trimestre de 2018, os genéricos continuaram sendo o principal motor do mercado, com aumento anual das vendas de 12,6% e 6,8% em receita e em unidades, respectivamente”, diz. O Brazil Pharma and Healthcare Sector 2017/2021 apontou ainda que os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), incluindo dermocosméticos, foram outro segmento relativamente protegido da desaceleração do mercado. Algumas das razões destacadas para esse resultado são: a crescente conscientização da população sobre sua saúde; o lançamento de novos produtos, como alimentos funcionais e nutracêuticos; a cultura da automedica48

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ção no Brasil; e a contínua expansão das modernas redes de farmácias. Em termos de medicamentos prescritos, a EMIS Insights também destaca o crescimento robusto das vendas de medicamentos biológicos, produzidos a partir de moléculas mais complexas (material genético ou alteração de genes) para o tratamento de doenças crônicas e câncer. “Isso é apoiado pela acelerada mudança do perfil epidemiológico do País, pelo envelhecimento da população e pela crescente incidência de doenças crônicas não transmissíveis”, explica Mladenov.

DESAFIOS A SUPERAR Quando se fala em vendas, a pesquisa aponta que vários segmentos apresentam potencial de crescimento. A EMIS Insights estima que a demanda in-

APESAR DA CRISE E COM VENDAS ESTIMADAS EM

US$ 33,1 BILHÕES EM 2017 (COM BASE NOS PREÇOS FÁBRICA), O BRASIL SUBIU DUAS POSIÇÕES NO RANKING GLOBAL, TORNANDO-SE O

6º MAIOR

MERCADO FARMACÊUTICO DO MUNDO


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PESQUISA

terna por medicamentos de referência permaneça forte, dadas as rápidas mudanças nos perfis demográfico e epidemiológico do País. Não obstante, os medicamentos genéricos continuarão sendo o principal motor do mercado, devido ao seu preço competitivo, às medidas para contenção das despesas do governo e ao vencimento de patentes de vários medicamentos essenciais até 2020. “Também existem oportunidades de crescimento em alguns segmentos de MIPs de nicho, como suplementos dietéticos, nutracêuticos, probióticos e dermocosméticos, em consonância com a crescente conscientização da população sobre sua saúde”, destaca Mladenov. Ainda falando em oportunidades, em termos de produção, além dos medicamentos genéricos, em que o Brasil tem uma clara vantagem competitiva, a indústria farmacêutica nacional tem potencial significativo para diversificar seu portfólio com produtos inovadores, como medicamentos biológicos, vacinas e produtos biossimilares. “Também existem fortes oportunidades de investimento no desenvolvimento do parque industrial de farmoquímicos, dada a alta dependência de importações de ingredientes farmacêuticos ativos (API)”, avalia Mladenov. Para ele, cabe destacar que o Brasil continua sendo altamente dependente das importações de insumos farmacêuticos e produtos acabados para atender às necessidades de sua base industrial e população. Segundo a EMIS Insights, em 2017, as importações de produtos farmacêuticos no País atingiram 6,6 bilhões de dólares, uma alta de 2,6% em relação ao ano anterior.

OPORTUNIDADES IDENTIFICADAS A transição demográfica e epidemiológica que o País vive inclui a demanda por medicamentos mais sofisticados, produtos biotecnológicos e vacinas. “Isso cria desafios significativos para a indústria farmacêutica nacional, que é voltada à produção de medicamentos genéricos. Por outro lado, essa transição também oferece novas oportunidades. Nos últimos dois anos, vários laboratórios no País anunciaram planos de investimento em pesquisa e desenvolvimento e em produção de produtos inovadores, como antibióticos, vacinas, biossimilares e medicamentos biotecnológicos”, diz Mladenov. 50

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O editor da EMIS cita exemplos de laboratórios que vêm investindo em suas operações como o Aché Laboratórios Farmacêuticos, que está construindo uma nova planta de R$ 500 milhões no estado de Pernambuco; além da Cimed Indústria Farmacêutica, que está fazendo um investimento de R$ 100 milhões em uma nova planta de medicamentos genéricos, similares e MIPs, incluindo dermocosméticos, em Minas Gerais. Outro exemplo citado no estudo é o da Eurofarma Laboratórios que planeja investir R$ 600 milhões em uma nova fábrica de antibióticos, enquanto a Biolab Farmacêutica vai construir um novo complexo industrial de R$ 450 milhões. “A Hypera Pharma também está considerando expandir suas operações com uma nova planta de R$ 500 milhões em Goiás”, afirma Mladenov. Para ele, a especialização da indústria nacional na produção de medicamentos com alto valor agregado também é apoiada pelo programa Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Ministério da Saúde (MS), uma iniciativa público-privada que visa promover a transferência de tecnologia, fortalecer a base de produção doméstica e reduzir a dependência das importações de produtos farmacêuticos.

PRODUTO NACIONAL Entre todas as análises apresentadas no estudo, uma das que mais chamam a atenção é o fato de que os brasileiros estão comprando cada vez mais medicamentos produzidos no País, o que sugere uma alta confiança na qualidade do parque industrial nacional, especialmente para a produção de medicamentos genéricos. “Cabe destacar que, entre 2003 e 2017, a participação dos laboratórios de capital nacional no mercado farmacêutico no País subiu de 33,6% para 47,6%”, diz Mladenov. Ele afirma que, em termos de unidades, a tendência de substituição de medicamentos estrangeiros com produtos de origem nacional é ainda mais evidente (aumento de 37,5% em 2003 para 65,3% em 2017). “Isso foi apoiado pelo aumento robusto das vendas de medicamentos genéricos, uma vez que as empresas nacionais são amplamente especializadas na produção deste tipo de medicamentos. Além


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PESQUISA

NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2018, OS

GENÉRICOS

CONTINUARAM SENDO O PRINCIPAL MOTOR DO MERCADO, COM AUMENTO ANUAL DAS VENDAS DE

12,6% E 6,8% EM RECEITA E EM UNIDADES, RESPECTIVAMENTE

disso, a EMIS Insights espera que as empresas brasileiras continuem elevando sua participação de mercado graças à contínua expansão da sua capacidade de inovação e de produção”, comenta. O estudo ainda conclui que a indústria farmacêutica do Brasil apresenta forte potencial de crescimento. De acordo com a EMIS Insights, as mudanças rápidas nos perfis demográfico e epidemiológico do País, combinadas com a recuperação econômica e a melhoria do mercado de trabalho, vão incentivar a demanda interna por medicamentos. “Do lado da oferta, a reestruturação da indústria desencadeou um processo de redução de linhas de produção ineficientes e de diversificação do portfólio de produtos com medicamentos com alto valor agregado”, analisa Mladenov. 52

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Segundo ele, como resultado, estima-se que os laboratórios brasileiros aumentem gradualmente suas posições competitivas na produção de produtos mais complexos. De acordo com a EMIS Insights, a produção de medicamentos no Brasil vai aumentar a uma taxa de crescimento anual composta de 6,6% em termos de valor no período 2017-2021, apoiada, principalmente, pela transição da indústria nacional para produtos com maior valor agregado. Adicionalmente, as vendas dos laboratórios no País vão subir a uma taxa de crescimento anual composta de 5,3% no mesmo período, favorecidas tanto pela maior demanda interna quanto pela internacionalização das suas operações. “Os laboratórios nacionais vão continuar a expandir suas posições internacionais por meio de crescimento orgânico e aquisições. Embora os principais mercados-alvo sejam os países da América Latina, vários laboratórios brasileiros conseguiram entrar em mercados maduros, altamente competitivos, como os Estados Unidos, o Canadá e a França, oferecendo medicamentos inovadores”, analisa Mladenov. A EMIS Insights estima que as exportações de produtos farmacêuticos do Brasil vão subir a uma taxa de crescimento anual composta de 3,3% e 1,9% em volume e valor, respectivamente, no período 2017-2021. Por outro lado, vários fatores estruturais continuarão a dificultar a competitividade da indústria farmacêutica brasileira no mercado internacional, como a elevada carga tributária, a alta burocracia e as deficiências na infraestrutura nacional de transporte. “Como a transição da indústria farmacêutica nacional para produtos com maior valor agregado levará tempo para se materializar, o Brasil continuará a depender de importações de produtos farmacêuticos no médio prazo”, afirma Mladenov. Ainda segundo a EMIS Insights, as importações de produtos farmacêuticos vão subir a uma taxa de crescimento anual composta de 8,2% e 2,1% em volume e valor, respectivamente, no período 2017-2021, impulsionadas principalmente pela alta demanda por medicamentos inovadores não produzidos no País. “Consequentemente, o déficit comercial em produtos farmacêuticos permanecerá alto, entre cinco bilhões e seis bilhões de dólares por ano”, finaliza Mladenov.


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Especial Terceira Idade

Gente que sabe o quer ECONOMICAMENTE ATIVA, A POPULAÇÃO COM IDADE ACIMA DOS 60 ANOS DEMANDA QUE O MERCADO SE ADAPTE ÀS SUAS NECESSIDADES, NÃO SOMENTE NA OFERTA DE PRODUTOS, COMO TAMBÉM NO ATENDIMENTO E NOS SERVIÇOS

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POR ADRIANA BRUNO

Dizem que os anos trazem experiência, maturidade, a certeza do que se quis um dia e do que se quer para o futuro. Nada mais revelador que sentar-se ao lado de alguém que já passou dos 60 anos de idade e ouvir histórias e experiências. E está aí algo que o mercado, a indústria e o varejo precisam correr para fazer. Ouvir os consumidores maduros significa abrir um leque de oportunidades para atender bem a essa crescente e importante parcela da população brasileira. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – referentes ao quarto trimestre de 2017 –, apontam que o Brasil tem mais de 31 milhões de pessoas acima dos 60 anos de idade, o que representa 15,1% da população do País.

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Grande parte desse público está concentrada no estado de São Paulo, que registra 7,3 milhões de idosos entre a sua população. Ainda de acordo com projeções baseadas nos dados do IBGE, quase 20% da população terá 60 anos de idade ou mais até 2030 e até 2050, espera-se que o número de idosos aumente em 30%. Em 2030, a parte da população com mais de 60 anos de idade será maior do que a de crianças menores de 14 anos de idade. “Com os idosos desempenhando um papel ainda mais significativo na sociedade, as marcas precisarão encontrar maneiras de incluí-los em seu diálogo com os consumidores”, diz a analista de tendências na Mintel, Graciana Méndez. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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Especial Terceira Idade Segundo ela, os idosos querem ser ouvidos. Enquanto redefinem o papel que têm na sociedade, eles estão buscando maneiras de levar uma vida ativa, moderna, significativa e independente. “O aumento da expectativa de vida certamente está trazendo um novo cenário para o Brasil e mudando a percepção das pessoas quanto ao envelhecimento. Grupos demográficos mais velhos desafiam as expectativas sociais, exigindo que suas vozes sejam ouvidas e esperando espaços que apoiem seus interesses”, afirma. Uma pesquisa realizada pela Mintel (Relatório de Farmácias 2018) revelou que, para 85% dos brasileiros, as farmácias deveriam ter programas de fidelidade específicos para os idosos. Nos Estados Unidos, o Elderly Pharmaceutical Insurance Coverage (EPIC) é um programa do estado de Nova York para ajudar os idosos com mais de 65 anos de idade com medicamentos. Administrado pelo Departamento de Saúde, o programa oferece benefícios aos clientes, que podem se inscrever a qualquer momento do ano, mas devem esperar admissão. “Incentivos desse tipo entre farmácias ou empresas farmacêuticas com o governo brasileiro vão se tornar imprescindíveis, já que a população está envelhecendo. Além disso, 34% dos brasileiros com 55 anos de idade ou mais afirmam que programas de

fidelidade com descontos generosos seriam um incentivo para comprar mais em farmácias”, comenta a especialista sênior de Beleza e Cuidados Pessoais, da Mintel, Juliana Martins.

UMA NOVA GERAÇÃO DE MADUROS A quantidade de idosos vem aumentando rapidamente. O Brasil é o país com a mais alta taxa de envelhecimento da população do planeta. A expectativa de vida também vem aumentando. Hoje, ela é de 78 anos. As pessoas com mais idade não querem mais depender da família. Na medida do possível, preferem morar sozinhas (ou com o cônjuge) e cuidar de si. “Por fim, as pessoas querem se manter produtivas até onde for possível (por produtivas entenda-se trabalhando, dando aula, escrevendo ou fazendo qualquer outra coisa útil). Ou seja, o País está cada vez mais velho, as pessoas de idade são cada vez mais presentes e notadas em todos os lugares e os idosos querem se manter integrados na sociedade”, comenta o sócio diretor do Observatório da Longevidade, Fabio Nogueira. Segundo Nogueira, pesquisas mostram que os brasileiros procuram se aposentar o mais cedo possível, mas muitos continuam a trabalhar depois para aumentar os rendimentos.

COISAS DA IDADE Os idosos brasileiros, assim como aqueles de outros países em desenvolvimento e desenvolvidos, apresentam uma carga crescente de doenças crônicas, degenerativas, relacionadas ao envelhecimento. Entre essas doenças, destacam-se os cânceres, as doenças cardiovasculares e as demências. Fato que também os leva com mais frequência às farmácias e drogarias em busca de medicação de rotina usada para o controle das patologias. “Esse controle, muitas vezes, é um processo contínuo diante da ausência de perspectiva de cura, como no caso de diabetes mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, doença de Alzheimer e doença de Parkinson. Dessa forma, passam a ser muito utilizados os anti-hipertensivos, os medicamentos para controle de risco cardiovascular [Ácido Acetilsalicílico (AAS) e estatinas], os hipoglicemiantes, os diuréticos e os inibidores da anticolinesterase. Outro grupo de medicamentos de uso contínuo bastante utilizado pela população idosa é o dos antidepressivos”, afirma o geriatra do Hospital Sírio Libanês, Dr. Pedro Kallas Curiati. Ainda segundo o médico, há um processo de conscientização das particularidades do idoso e da necessidade de um cuidado especializado, com expansão dos campos de atuação da Geriatria e da Gerontologia. “Há ainda muitos idosos que procuram atendimento depois de décadas sem acompanhamento médico, mas é possível acreditar que isto deverá diminuir com o tempo”, diz.

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Especial Terceira Idade PERFIL 50+ 1) Mais da metade dos maduros dizem faltar produtos e serviços voltados para a sua idade. 2) Entre aquilo que mais sentem falta, destacam-se cursos livres, roupas e alimentos específicos. 3) A TV paga é o serviço que mais compram, mas isto varia de acordo com a faixa etária. 4) Para quem tem entre 50 e 59 anos de idade, serviços de entretenimento, como Spotify e Netflix, são os mais acessados. Já para quem possui mais de 60 de idade, os serviços mais consumidos são os de mobilidade e saúde. 5) Os maiores gastos pessoais são com alimentação e plano de saúde. E depois de gastar com a casa, gastam consigo mesmos. 6) A maioria dos 50+ tem casa própria e vive com mais uma pessoa, em geral cônjuge, e é responsável por suas próprias compras. 7) Eles já se informam, pesquisam sobre produtos e compram pela internet. 8) Em sua maioria, são aposentados, mas isso não quer dizer que estejam parados. Os maduros se mantêm ativos e ocupados em trabalhos flexíveis e ajudando sua família.

HÁBITOS DE CONSUMO • 89% são responsáveis pela compra da casa de Higiene & Beleza (H&B) (sabonete, creme dental, produtos para cuidados com os cabelos, desodorante, etc.). • 88%, por alimentos básicos. • 87%, por produtos de limpeza, como sabão em pó e água sanitária. • 86%, por hortifrúti. • 83%, por utilidades domésticas, cama, mesa, banho. • 83%, por alimentos complementares.

ONDE E COM O QUE GASTAM? • 67% contratam salão de beleza, manicure e similares.

• 53% têm plano de saúde particular.

• 46% do orçamento é gasto com alimentação. •

31% gastam com serviço de táxi.

• 6% do orçamento é gasto com farmácia e medicamentos. Fonte: Estudo Hábitos dos 50+ , realizado pela Mindminers & Hype 60+

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CONECTADOS Como os 50+ se mantêm informados: • 85% declararam usar sites de notícias.

• 83%, redes sociais.

• 68%, TV por assinatura.

• 59%, TV aberta. • 42%, rádio.

39%, blogs. • 26%, jornal impresso. •

ONDE PESQUISAM • 85%, Google ou outro buscador.

• 83%, sites especializados.

• 68%, amigos, conhecidos e familiares.

• 59%, lojas on-line.

• 42%, sites de comparação de preços.

• 39%, lojas físicas.

• 26%, redes sociais.

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Especial Terceira Idade COM OS IDOSOS DESEMPENHANDO UM PAPEL AINDA MAIS SIGNIFICATIVO NA SOCIEDADE, AS MARCAS PRECISARÃO ENCONTRAR MANEIRAS DE INCLUÍLOS EM SEU DIÁLOGO COM OS CONSUMIDORES

“Uma pesquisa recém-concluída pelo Observatório da Longevidade junto a 500 pessoas com mais de 60 anos de idade apontou que 27% delas ainda não se aposentaram, 3% estão procurando emprego e 20% delas exercem algum tipo de atividade profissional, mesmo que de maneira informal ou em tempo parcial”, diz. A outra metade da amostra está aposentada e não exerce qualquer atividade complementar. Quanto mais alta a faixa de renda, menor a propensão a continuar trabalhando.

NOVOS DESEJOS E NECESSIDADES Aquela máxima de “quando eu aposentar, vou começar a aproveitar a vida” é mesmo uma realidade para parte dos idosos brasileiros. O estudo intitulado Hábitos dos 50+, realizado pela Mindminers & Hype 60+, entre os dias 16 e 31 de janeiro deste ano, com 863 respondentes, mostrou que as mulheres na maturidade vivem uma fase de liberdade. Passeiam com as amigas, fazem trabalho voluntário, se divertem na academia e não param em casa. Em geral, são mais ativas que os homens, o que reflete no número de respondentes no estudo – 82% contra 18% de respondentes do sexo masculino. O estudo ainda apontou que esse público reserva 2% de seu orçamento para gastos com viagens e passeios. Além de serem ansiosos por fazer cursos livres, por exemplo. A pesquisa também revelou que 57% dos respondentes disseram sentir falta de produtos e serviços voltados para a sua idade e entre os tipos de produtos, beleza (xampu, cosméticos e maquiagem) responde por 60

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30%; alimentos para necessidades específicas, diet, sem glúten, etc., por 42%. Idosos com poder aquisitivo maior mostram que se sentem mais inclinados a gastar dinheiro consigo próprios do que economizar em nome dos filhos e dos netos. “Mais ativos e muito mais vaidosos, os integrantes da terceira idade perderam o medo de hospitais, salas de cirurgias e de agulhas. Eles fazem de tudo para acabar com os desconfortos estéticos e, inclusive, se submetem a vários procedimentos cirúrgicos. Cuidam de adquirir suplementos, dermocosméticos e outros que lhes tragam bem-estar e aparência renovada”, conta a consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso. Ela conta que as pessoas com mais de 60 anos de idade estão procurando atividade física não apenas por prazer e saúde, mas também por vaidade, diferente de anos atrás. “O treinamento funcional pode ser um verdadeiro parceiro dos idosos, pois visa desenvolver as qualidades físicas e os movimentos básicos necessários do dia a dia, como força, resistência, equilíbrio, os atos de sentar e levantar, andar, correr, carregar, empurrar, puxar, etc. Mais do que ajudar quem está na terceira idade a manter a forma, o treino funcional é saúde e contribui para que o idoso se sinta bem e confiante”, diz. Segundo a especialista, a maioria dos clientes dessa faixa etária quer melhorar a flacidez e retirar os excessos de pele. “Na face, os principais incômodos são rugas, bolsas nos olhos, pálpebras caídas e flacidez no pescoço. Se há pouca alteração na pele, optam até por mini lifting”, revela.

MÍDIA DIRIGIDA A pesquisa realizada pela Mintel revelou que cerca de três em dez (28%) consumidores brasileiros de 55 anos de idade ou mais gostam de ter alguém para mostrar como usar os aparelhos que compraram numa loja (por exemplo: laptop). “Os idosos certamente estão esperando mais apoio para se manterem atualizados. Eles podem precisar de ajuda com simples tarefas on-line que se tornaram parte da rotina da maioria das pessoas: a pesquisa da Mintel mostra que 73% dos consumidores de 55 anos de idade ou mais dizem que o processo de compra virtual é muito complicado, enquanto 25% do mesmo grupo demográfico alega que compraria mais produtos tecnológicos se eles fossem mais fáceis de usar”, comenta Graciana, da Mintel.


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Especial Terceira Idade TECNOLOGIA E BEM-ESTAR

CURVA DO ENVELHECIMENTO Com o aumento da expectativa de vida e o declínio das taxas de natalidade, a população idosa passou a representar uma parcela maior e crescente da população total no Brasil e no mundo. De acordo com a Agência Americana de Inteligência [Central Intelligence Agency (CIA)], em 2017, a população mundial estimada com idade superior ou igual a 65 anos de idade atingiu 8,68%. Apesar de mais proeminente em nações desenvolvidas, essa transição demográfica também ocorre de maneira dramática em nações em desenvolvimento, com projeção de um bilhão de idosos no mundo em 2030, correspondendo em torno de 12% da população mundial, 22% da população dos países de alta renda e 11% da população dos países de renda média. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de fecundidade no Brasil era de 2,4 em 2000, foi de 1,67 em 2017 e poderá cair para 1,51 até 2030, enquanto que a expectativa de vida ao nascer era de 69,83 anos em 2000, foi de 75,99 anos em 2017 e poderá atingir 78,64 anos até 2030. Esses dados refletem no crescimento da fração de indivíduos idosos na população, que aumentou de 5,61% em 2000 para 8,46% em 2017, com expectativa de atingir 13,44% em 2030. No mesmo período, é esperada a redução da população jovem com idade até 14 anos de 30,04% em 2000 para 17,59% em 2030. Fonte: geriatra do Hospital Sírio Libanês, Dr. Pedro Kallas Curiati

Celulares, tablets, laptops têm espaço garantido na cesta de compras do novo idoso brasileiro. Mas não é só isso. De acordo com a Mintel, 26% dos consumidores idosos brasileiros tentam cuidar de si mesmos, como de suas peles e de seus cabelos. “Como muitos continuam a trabalhar após a aposentadoria, eles buscam tanto a moda, como os produtos de beleza para acompanharem seu estilo de vida ativo. E o estilo de vida é realmente ativo. Estamos vendo cada vez mais academias de ginástica dedicadas aos maiores de 50 anos de idade”, relata Graciana. Segundo ela, a Mintel vê que uma das apostas do mercado de beleza é trabalhar alguns nichos, como diferentes grupos demográficos. “Com o envelhecimento da população, torna-se essencial que marcas desenvolvam produtos voltados somente a esses consumidores já que, assim como a pele, os fios também sofrem danos ao longo dos anos e acabam se fragilizando”, comenta. O idoso de poder aquisitivo mais alto, muitas vezes, consome de forma denominada de consumo compensatório. É uma maneira de autorrecompensa pelos sacrifícios e economias que tiveram de fazer durante a vida enquanto tinham de trabalhar e criar os filhos. Nesse tipo de consumo, as pessoas se importam menos com o fator preço em suas decisões e mais com a satisfação proporcionada. “Esse grupo está cada vez mais vaidoso. Isto é diretamente refletido na busca por estar na moda e se sentir incluído. Desejam aparentar mais juventude”, diz Silvia. Em relação aos medicamentos, apesar dos problemas com saúde pública, a assistência médica está se tornando mais especializada, principalmente com o crescimento das clínicas particulares que atendem a preços populares. “Lembro que o Brasil é um dos poucos países que oferecem assistência médica [pelo Sistema Único de Saúde (SUS)] gratuita e que, por meio da Farmácia Popular do Brasil, entrega gratuitamente via farmácias medicamentos gratuitos para inúmeras pessoas”, relata.

CANAL FARMA É O MAIS PREPARADO “As pessoas estão aguardando por representações mais autênticas da diversidade brasileira e os idosos fazem parte dessa discussão e de fato, de acordo com a Mintel, 13% dos consumidores dizem que os anúncios deveriam representar a diversidade no Brasil”, explica a executiva da Mintel. 62

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As farmácias são a base das compras do público da terceira idade, já que têm afinidade com elas e com seus funcionários. “Gentileza gera gentileza. Eles compram onde são bem atendidos”, comenta Silvia. Para ela, o varejo está totalmente capacitado para atender o idoso e já o faz com maestria há anos. A população brasileira, desde a que tem um excelen-


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Especial Terceira Idade

te plano de saúde até a que tem de ser atendida pelo SUS, vai à farmácia para “se consultar”: querem saber para que serve o medicamento, como tomar, de que forma usar, etc. “É no ponto de venda (PDV) que a consulta se realiza. Isso é cultural no Brasil. O idoso prefere atendimento personalizado e não gosta muito de procurar produtos em gôndolas, mesmo que estas estejam adaptadas para as suas necessidades, e a maioria das farmácias corresponde com esse tipo de atendimento individualizado porque sabe que gera vendas maiores”, diz. O professor de marketing do Insper, Silvio Laban, afirma que, para melhorar o atendimento, o varejo precisa entender quem é esse público e quais as suas necessidades. “O idoso demanda atendimento mais atencioso e focado. Há muitos idosos que podem e devem ser atendidos de forma mais dinâmica, mas também há de se levar em conta aqueles com dificuldades motoras e visuais, ou seja, questões relativas à idade”, orienta. Para ele, as farmácias efetivamente são o canal de compras preferido pelos idosos, tanto em função do atendimento, como da facilidade em se encontrar os produtos que procura. “A própria organização do autosserviço pode ser mais complicada para o idoso, especialmente se ele não estiver familiarizado com a loja. Além disso, na farmácia, ele pode fazer perguntas sobre os produtos que está comprando”, explica. Em relação à escolha das farmácias, eles preferem lojas claras, bem iluminadas e com conforto térmico. Na layoutização e exposição de produtos, são necessárias algumas adaptações não específicas aos idosos, mas às exigências do mercado: produtos limpos, bem expostos, agrupados por categorias e subgrupos. “A precificação com etiquetas ‘de perfil’ bastante legível e à frente de cada produto é indispensável para as escolhas, tanto de idosos como dos demais consumidores”, orienta Silvia. Ela destaca ainda que é preciso considerar a acessibilidade ao uso de meios eletrônicos, comunicação via celular e outros. “Há um grande número de idosos antenados nas mídias sociais e que crescerá no decorrer dos anos. Os idosos querem dicas de saúde; cuidados com a pele; maquiagem; alimentação; novidades de todo o tipo e isto pode acontecer por meio de palestras, workshops, ou até orientações face to face. É dessa forma que as farmácias têm pensado em fi64

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delizar os idosos: atendendo a suas necessidades, um a um”, completa. Vale lembrar que, para os mais idosos e doentes acamados, há o consumo de hidratantes para a pele do corpo, descartáveis adultos, cremes para assaduras e lenços próprios para a higiene do idoso. Portanto, o mix de produtos trabalhado pelo canal deve contemplar todos os perfis desse público. De modo geral, o varejo é ponto de sociabilização para pessoas da terceira idade. Elas vão ao PDV não apenas para comprar, mas para passar o tempo e conversar com as demais pessoas. “Uma loja de departamentos ou um hipermercado são vistos como espaços de lazer. Nos Estados Unidos, as pesquisas têm indicado que a pessoa mais velha aprecia quando o vendedor a reconhece, chama pelo nome e indica produtos que possam ser de seu interesse. Isso é percebido como ‘atenção pessoal’ e o idoso a reconhece aceitando pagar mais pelo produto”, afirma Nogueira, do Observatório da Longevidade. Segundo ele, no Brasil, as pesquisas indicam que o cliente aceita pagar mais por qualidade, mas não foram feitos estudos ainda para entender melhor o que o cliente entende por “qualidade”.


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DOR NO PESCOÇO

Desconforto notável A CERVICALGIA, OU DOR NO PESCOÇO, TEM INÚMERAS CAUSAS, SENDO PARTE DELAS RELACIONADA À MÁ POSTURA DURANTE ATIVIDADES ROTINEIRAS E POR TEMPO PROLONGADO, COMO USAR O SMARTPHONE, POR EXEMPLO POR ADRIANA BRUNO

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As queixas de cervicalgia, a popular dor no pescoço, são mais comuns do que se imagina. Um trabalho desenvolvido pela Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), em 2017, revelou que a associação de dor de cabeça e de pescoço apresentava prevalência de 19% em uma população brasileira de indivíduos entre 18 e 75 anos de idade.

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Além disso, em trabalhos publicados em algumas cidades (capitais do Sul, Sudoeste e do Nordeste), em pessoas na faixa etária entre 35 e 66 anos, encontrou-se uma prevalência média de 21,1% da queixa de cervicalgia, independentemente da causa. “Publicações internacionais sugerem ainda que a prevalência de dores no pescoço vem apresentando continuadamente uma elevação progressiva e que IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

DOR NO PESCOÇO

se situa em um patamar atual em torno dos 20%. Essa prevalência é aumentada entre as mulheres, os mais idosos, os menos cultos, os fumantes, os obesos e entre as pessoas casadas ou que vivem como tal”, comenta o neurocirurgião e diretor científico da SBED, Dr. José Oswaldo de Oliveira Junior. Segundo ele, o problema pode apresentar causas diversas: biomecânicas; inflamatórias; infecciosas; neoplásicas (câncer); metabólicas ou relacionadas a doenças sistêmicas, psicogênicas, referidas ao pescoço (mas originadas de estímulos em estruturas não cervicais, ou seja, distantes do local da queixa). “Algumas delas são: doenças da coluna, torcicolo, artrite, artrose, hérnia de disco, amigdalite ou meningite”, diz o médico.

CINCO DICAS PARA EVITAR A DOR COM O USO DO SMARTPHONE. ORIENTE OS CLIENTES! 1. Usar o aparelho o mais próximo possível da altura dos olhos. Evitar a inclinação da cabeça. 2. Se estiver sentado, apoiar os braços e relaxar também os ombros. 3. Manter a coluna com maior apoio possível. 4. Fazer pausas a cada hora. Evitar a fadiga muscular e dos olhos. 5. Alongar-se pela manhã e no fim do dia. Evitar levar o aparelho para cama. Relaxar!

DOR TECNOLÓGICA Em fevereiro deste ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma pesquisa mostrando que o Brasil já tem 116 milhões de usuários de internet. Os dados referem-se a uma amostragem feita até o fim de 2016 e revelam ainda que os celulares são os dispositivos preferidos para acessar a internet por 94,6% dos entrevistados. Ao mesmo tempo em que o maior acesso abre as fronteiras para o conhecimento e o relacionamento profissional e interpessoal, também abre as portas para o agravamento das dores no pescoço. Segundo o ortopedista da Clínica Ludens de Campinas (SP), Dr. Wilisson Ribeiro Filho, o fato de passar muito tempo usando os aparelhos acaba submetendo as pessoas a posições de desequilíbrio muscular, o que gera dor e desconforto. “Quando há a flexão da coluna cervical e a cabeça é projetada para frente, o peso da mesma deixa de se apoiar no eixo ósseo da coluna e exige da musculatura da cervical que faça o trabalho de sustentação contra a gravidade. Esses movimentos podem ser feitos; porém, como as pessoas passam horas nestas posições, isso pode gerar fadiga da musculatura e dor”, explica. A dor pode variar em intensidade e abrangência desde um peso fraco e localizado, com sensação de cansaço, até uma dor mais forte e espalhada para toda região cervical que pode incluir um ou ambos os ombros. “A dor pode ou não dificultar tarefas e, em alguns casos, impossibilitar a realização das mesmas. Pode mesmo impedir as atividades laborais. Muitos 68

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Fonte: fisioterapeuta da Clínica Ludens de Campinas (SP), Aline Vasconcellos Caporalli

desenvolvem enrijecimento do pescoço e a incapacidade de rotação da cabeça para um ou ambos os lados”, diz o Dr. Oliveira Junior. Ainda segundo o ortopedista e traumatologista da Clínica Proattiva, Dr. Lucas Alvarez, a característica da dor no pescoço é variável, podendo ser em queimação, sensação de peso, irradiada, cefaleia e até mesmo aguda excruciante, levando o indivíduo a recorrer à analgesia venosa nas emergências médicas. O ortopedista diz que algumas medidas podem ser tomadas para evitar tal problema. “O primeiro passo é diminuindo o tempo de uso desses aparelhos, que podem trazer repercussões até mesmo que não osteomusculares. Aumentar o intervalo de uso ajuda a relaxar a musculatura que é muito exigida. Também é importante corrigir a posição para diminuir o estresse sobre a coluna cervical, com


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ESPECIAL SAÚDE

DOR NO PESCOÇO

menos flexão e mantendo a cabeça no mesmo eixo de toda a coluna”, orienta. “Na fase aguda da dor, é importante lançarmos mão do tratamento medicamentoso com analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares, podendo associar calor e medicamentos tópicos para alcançarmos o alívio dos sintomas e observarmos a necessidade de continuidade da investigação diagnóstica. Caso identificada alguma alteração estrutural, há necessidade de avaliar qual o melhor tratamento a ser seguido”, comenta o Dr. Alvarez. Vale reforçar que o desconforto doloroso está relacionado à postura do usuário. Boa parte das pessoas passa o dia com a adoção da postura com a cabeça baixa, os olhos fixos no celular e os dedos deslizando sobre a tela, alternando entre os aplicativos e interagindo com as redes sociais, às vezes, até telefonando. “No equilíbrio, um indivíduo em posição ‘neutra’, o peso da cabeça de uma pessoa adulta equivale a cinco quilos (variando 500 gramas para cima ou para baixo). Quando inclinada para baixo, o pescoço passa a sustentar um peso maior, que pode chegar a valores extremos de 27 quilos”, diz o Dr. Oliveira Junior. Ele esclarece ainda que, em 2017, GUSTAFSSON* e colaboradores, publicaram dados colhidos, durante cinco anos, de uma população de adultos jovens. O objetivo dos pesquisadores foi avaliar o impacto da digitação em celulares. “O estudo mostrou que, após um ano de seu início, houve uma grande taxa de queixas de cervicalgia persistente e sensação de dormência em membros superiores. Os sintomas permaneceram durante os cinco anos de acompanhamento”, conta o médico. Aplicativos instalados nos principais sistemas operacionais permitem mensurar o tempo gasto em cada aplicativo e possibilitam, por acesso direto ao próprio usuário e também por modo remoto (às operadoras e aos fabricantes), a obtenção de informações a respeito. “No Brasil, o usuário gasta em média 280 minutos (mais de quatro horas e meia) ligado (ou on-line) nos celulares todos os dias”, afirma o neurocirurgião.

Além das alterações posturais, o usuário pode ter outros fatores etiológicos ou predisponentes para cervicalgia que, em conjunto, podem interagir e induzir quadros mais graves. O fisioterapeuta Veraldo José Varsone alerta que as recomendações para uma boa ergonomia da cabeça em relação à visualização das telas, seja de um celular, tablet ou notebook, começam pela distância em que o indivíduo deve estar do aparelho. “Entre a visão e a cabeça, deve haver uma distância de pelo menos 30 centímetros. O correto é estar com a cabeça e coluna eretas e alinhadas, independentemente do indivíduo estar em pé ou sentado. Além disso, o queixo deve estar encaixado e o olhar fixo para frente”, recomenda. Segundo ele, o ideal é utilizar uma mesa de apoio com 15 graus de inclinação ao usar os eletrônicos. “Esses problemas tornaram-se muito comuns aos jovens que usam eletrônicos de forma exacerbada, e quando as dores começam, se não houver uma mudança no comportamento, o quadro pode evoluir para desde uma hérnia de disco até lesões com sequelas nas mãos, nos punhos, dedos, antebraços e ombros”, alerta Varsone.

*GUSTAFSSON, Ewa et al. Texting on mobile phones and musculoskeletal disorders in young adults: A five-year cohort study. Applied Ergonomics, v. 58, p.208-214, jan. 2017. Elsevier BV. 70

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UNHAS FRÁGEIS

Fracas, opacas e quebradiças UNHAS FRÁGEIS PODEM INDICAR OUTROS PROBLEMAS QUE MERECEM ATENÇÃO. A CONDIÇÃO AFETA QUASE 20% DA POPULAÇÃO GERAL, SENDO MAIS COMUM EM MULHERES E IDOSOS

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POR RENATA MARTORELLI

As unhas são constituídas basicamente de queratina, responsável pelo crescimento delas, mas para que cresçam saudáveis, é necessária uma grande variedade de vitaminas, minerais e aminoácidos. Segundo a médica especialista em dermatologia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Giselle Sanches, não há apenas uma causa para unhas frágeis, geralmente é um somatório de fatores. “Os mais comuns são a deficiência de vitaminas gerada por má alimentação, algumas doenças crônicas, como diabetes, alterações na tireoide e anemia, e ações do dia a dia que contribuem para o enfraquecimento das unhas.”

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De acordo com a dermatologista da rede de hospitais São Camilo, de São Paulo, e membro da SBD, Dra. Ana Célia Xavier, unhas frágeis também podem ser provocadas por alteração hormonal, carencial ou após recuperação de procedimentos cirúrgicos ou enfermidades. “Pessoas com alterações emocionais, em que a alimentação não ocorre regularmente, também apresentam o mesmo sintoma.” Unha frágil é um dos primeiros sinais de que algo está faltando. “O organismo trabalha por ‘ordem’ de prioridades, ou seja, as unhas não são de extrema importância para a sobrevivência, portanto, quando em situações de déficit, principalmente de vitaminas, minerais e/ou proteínas, ele vai priorizar as funções de maior importância. Mais esIMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

UNHAS FRÁGEIS

pecificamente, unhas frágeis podem ser sinal de deficiência de cálcio, ferro, zinco, selênio, complexo B ou proteínas. Esse problema ainda pode estar relacionado com alguma alergia ou hipersensibilidade alimentar, uma vez que, neste caso, há uma alteração da permeabilidade intestinal e consequente dificuldade aumentada na absorção de nutrientes provenientes da alimentação”, revela a nutricionista especialista em Clínica Funcional, Esportiva Funcional e Antropometrista ISAK nível 2, Michelle Cecchin.

QUEM SOFRE COM O PROBLEMA? A síndrome de fragilidade ungueal pode atingir diversos públicos, mas as mulheres apresentam maior comprometimento pelo uso constante de produtos que causam ressecamento nas unhas. “Os removedores de esmalte podem provocar degranulação das camadas superficiais das unhas, levando ao aparecimento de pequenas manchas. O processo natural de envelhecimento também contribui com a fragilidade das unhas por meio de desidratação, o que coloca os idosos em um grupo de maior vulnerabilidade para o problema. Pacientes que realizaram cirurgia bariátrica e mulheres no pós-parto também costumam procurar o atendimento nutricional com esse tipo de queixa”, explica a nutricionista especialista em Nutrição Clínica Preventiva, Renata Giudice de Oliveira Lewis. Já a nutricionista e fitoterapeuta, Mariana Freire, afirma que, normalmente, adultos e idosos, incluindo homens e mulheres, podem vir a ter unhas frágeis, já que após os 30 anos de idade há uma redução no metabolismo basal, consecutivamente uma menor produção de queratina e colágeno. “As mulheres que entram na menopausa também podem sentir mudança na qualidade das unhas”, diz. A condição afeta quase 20% da população geral, sendo mais comum em mulheres: estas sofrem de fragilidade das unhas com frequência bem maior do que os homens, com uma proporção de 1,6 a 1,7 mulheres para cada homem afetado. “As mulheres estão sob maior risco, de forma geral, por acabarem se expondo mais às tarefas domésticas (uso de detergente, álcool, saponáceo), além das alterações hormonais típicas de cada fase da vida (pós-parto, pós-menopausa). Os idosos também têm maior risco de desenvolver unhas frágeis, pelo próprio envelhecimento fisiológico, mas também por muitas vezes apresentarem carências nutricionais ou usarem medicações que podem interferir no crescimento das unhas (anti-hipertensivos e 74

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anticonvulsivantes, por exemplo)”, explica a diretora da Unidade de Negócios Dermatologia do Aché Laboratórios Farmacêuticos, Mônica Branco.

ASPECTOS E CAUSAS Os principais sinais do problema são unhas finas e que descamam com facilidade, têm aspecto poroso e apresentam manchas e irregularidades, além de ficarem mais vulneráveis ao ataque de fungos. “Geralmente, há descamação das unhas em duas ou mais camadas, elas apresentam aqueles risquinhos ou manchinhas irregulares próximo da raiz ou ficam muito quebradiças”, explica a Dra. Giselle. Como as causas das unhas fracas são várias, cada paciente desenvolve o trauma de acordo com as condições a que está exposto. “As unhas são anexos da pele, formadas por camadas de queratina; então, quando há carência de vitaminas ou proteínas, as unhas ficam menos resistentes às agressões sofridas por sabão, acetona, esmalte, retirada de cutículas”, diz.

QUANDO PROCURAR AJUDA? É importante que os pacientes busquem ajuda a partir do momento em que forem detectadas quaisquer características de unhas frágeis, como descamação ou estarem quebradiças. Buscar um diagnóstico com um dermatologista para realizar um tratamento correto e completo é imprescindível. “Quando o problema persistir, é recomendada a ajuda de um nutricionista juntamente ao dermatologista. Além disso, outros sinais, como queda de cabelo e descamação de pele, podem juntos indicar carência nutricional”, diz Mariana. Já Michelle explica ser necessária uma avaliação mais completa, inclusive por meio de exames laboratoriais, quando o problema se torna crônico ou recorrente, assim será possível fazer o ajuste por meio da alimentação e, quando necessário, suplementação de forma individualizada. Dietas muito restritivas, falta de hidratação e alimentação desregrada também devem ser consideradas como fatores de risco para a fragilidade das unhas.

SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS: ALIADOS IMPORTANTES Os suplementos podem compensar ou atenuar eventuais carências nutricionais promovidas por síndromes de má absorção, pós-operatório de cirurgia bariátri-


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ESPECIAL SAÚDE

UNHAS FRÁGEIS

CAUSAS EMOCIONAIS X ALIMENTAÇÃO Quando se está preocupado ou estressado, o sistema imunológico cai e algumas alterações no corpo são sentidas. “Uma pele saudável, assim como uma unha saudável, está associada a fazer atividades físicas prazerosas, ter uma alimentação leve e fresca e adotar um estilo de vida mais saudável. Essas recomendações servem para todos”, orienta a médica especialista em dermatologia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Giselle Sanches. Há uma grande relação entre problemas emocionais e o aparecimento de unhas frágeis. Segundo a nutricionista especialista em Clínica Funcional, Esportiva Funcional e Antropometrista ISAK nível 2, Michelle Cecchin, ansiedade ou compulsão alimentar são um dos fatores. “O paciente tem a tendência de buscar por alimentos mais açucarados, que são muito pobres em nutrientes e vão ainda provocar mudança na microbiota e permeabilidade intestinal, dificultando o correto aproveitamento do pouco nutriente que ainda vem proveniente da alimentação. Outro ponto importante é o estresse. Nos casos de estresse crônico, o organismo passa a ter uma demanda maior de nutrientes antioxidantes justamente para ajudar a reduzir os danos causados por esse sentimento, por consequência, se a demanda passa a ser maior e a oferta diminui, os níveis desses tão importantes nutrientes passam a ficar cada vez mais reduzidos”, explica.

ca ou outras situações que cursam com uma alimentação inadequada. “Buscar uma avaliação detalhada dos hábitos alimentares e orientar a inclusão de fontes naturais de vitaminas e minerais também devem ser sempre a prioridade, porém, especialmente no caso do ferro, é fundamental suplementar, a fim de que os níveis adequados sejam atingidos rapidamente. Um grupo com risco aumentado e que deve ter a atenção dos profissionais é o público vegetariano e vegano. É fundamental estar atento ao consumo alimentar desses pacientes, a fim de oferecer os nutrientes de forma suficiente. Ferro, zinco, vitamina B12, aminoácidos essenciais, vitamina A e outros nutrientes podem não estar presentes em quantidades adequadas nesse grupo populacional. Estudos demonstram que o uso de biotina por seis a 12 meses oferece melhora das condições das unhas e pode ser suplementado por um nutricionista”, revela Renata. Usar óleos e base fortalecedora que contenham cálcio, amêndoa ou cravo-da-índia na composição, a concentração correta do formol e a biotina oral, e manter as unhas hidratadas ajudam a fortalecer as unhas fracas. “Aumentar o consumo de vitaminas, proteínas e minerais, como leite, ovo, vegetais escuros pode ajudar a deixar as unhas mais fortes e bonitas. Isso acontece porque os alimentos são ricos em vitamina A, B5, ferro, proteína e cálcio e ajudam a repor o que estiver faltando no organismo. Como médica, não recomendo o consumo de su76

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plementos vitamínicos por conta própria, pois alguns casos de unhas fracas podem estar associados a problemas de saúde mais graves”, orienta a Dra. Giselle. Entre as opções de disponíveis no mercado, suplemento vitamínico oral à base de biotina (vitamina B7 ou H), indicado para o tratamento e fortalecimento geral das unhas até à síndrome das unhas frágeis. “A biotina pode ser sintetizada pela flora intestinal e também está presente nos alimentos. Ela é encontrada em uma variedade de alimentos, principalmente de origem vegetal: amendoim, farelo de trigo, amêndoa, proteína de soja e farelo de aveia apresentam maiores concentrações. O processamento e a conservação dos alimentos podem reduzir sua concentração. Entre outras funções, a biotina é um estimulante da queratinização, o que justificaria seu uso na reestruturação da saúde e da força das unhas, além de beneficiar também a saúde dos cabelos”, revela Mônica. Muitos são os nutracêuticos que contêm biotina em sua formulação, porém nutracêuticos só podem ter no máximo 30 microgramas de biotina. Para que ela tenha a ação desejada, deve estar na dose de 2,5 mg. “Somente nessa quantidade, ela tem ação cientificamente comprovada no crescimento e aumento da espessura da lâmina ungueal. Untral é o único suplemento à base de biotina disponível nessa dose e é registrado como medicamento específico”, explica.


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GARGANTA E OUVIDO

Conexões doloridas AS INFECÇÕES QUE ACOMETEM OS SISTEMAS RESPIRATÓRIO E AUDITIVO ESTÃO RELACIONADAS E PODEM SE TORNAR MAIS GRAVES SE NÃO BEM CUIDADAS. ANTI-INFLAMATÓRIOS E ANALGÉSICOS FAZEM PARTE DO TRATAMENTO

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POR LAURA MARTINS

Pequenos canais ligam a garganta, o nariz e o ouvido. Ainda que essa não seja uma lembrança do dia a dia, ao ter uma infecção em uma dessas regiões, fica clara – principalmente com a dor e o incômodo – a ligação entre eles. Uma dor de garganta pode, por exemplo, ser a responsável por uma infecção no ouvido.

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O sufixo “ite” entre doenças significa inflamação. Crônicas ou não, as doenças que acometem o sistema respiratório e auditivo podem causar dor e incômodo, se não forem bem tratadas. Entender a diferença entre cada uma delas e como cuidar delas é essencial na orientação correta. “Basicamente, não existem diferenças ao pensar nos agentes causadores dessas doenças, que poIMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

GARGANTA E OUVIDO

dem ser os vírus ou as bactérias, sem se esquecer dos fungos que causam as micoses, principalmente, no conduto auditivo externo”, revela o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Cícero Matsuyama. Porém, apesar dos causadores serem os mesmos, sintomas e tratamentos dependem de qual parte do corpo foi acometida. É aí que entra a importância de saber a diferença entre as infecções mais comuns. As principais doenças de garganta são as rinofaringites, as laringites e as amigdalites. Ou seja, cada uma delas significa a inflamação em alguma parte do sistema respiratório: faringe, laringe ou amígdalas. Elas causam dor local, dificuldade de deglutição, febre, mal-estar, dores musculares e dor para se alimentar (por conta da passagem do alimento). “A laringite já é um pouco diferente porque ela leva à rouquidão. Uma das características de quem tem a patologia é a tosse. Ainda que os acometidos pela amigdalite e pela faringite também possam ter tosse, a dor local é o sintoma em maior evidência”, comenta o otorrinolaringologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Danilo Anunciatto Sguillar. Já as patologias que acometem o ouvido são as otites, que podem ser externas ou médias. As médias estão mais relacionadas ao inverno e as externas mais ao verão. Isso porque as otites externas acontecem, normalmente, pelo excesso de água no ouvido, comum quando as pessoas passam muito tempo em piscinas ou no mar, sendo consideradas doença “de nadador”. Já as otites médias acontecem, principalmente, a partir de uma sinusite ou uma rinofaringite. A interligação entre a garganta, o nariz e os ouvidos faz com que o acúmulo de secreção corra para o ouvido médio, acumulando-se na região. “Um dos nervos responsáveis pela sensibilidade da garganta inerva, também, o conduto auditivo externo, por isso, uma pessoa tem dor de ouvido, principalmente na deglutição, quando está acometida por uma inflamação de garganta”, complementa o Dr. Matsuyama.

UM VILÃO CHAMADO INVERNO De acordo com o otorrinolaringologista do Hospital Santa Catarina, Dr. José Carlos Burlamaqui, na época de inverno, quando a temperatura está instável e o ar seco, o muco fica muito espesso e acaba ficando nos seios do rosto, piorando os quadros das infecções. 80

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O PAPEL DO FARMACÊUTICO Gripes e resfriados são causados por vírus respiratórios e a sua manifestação clínica pode ser a dor de garganta, o que pode gerar as amigdalites virais. Se não cuidadas, podem evoluir para quadros bacterianos ou para as otites médias. De uma forma geral, o quadro apresenta febre, tosse, constipação, além das dores de garganta ou ouvido. Fonte: otorrinolaringologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Danilo Anunciatto Sguillar

“As pessoas que mais sofrem são aquelas que, imunologicamente, são mais suscetíveis, crianças pequenas e as pessoas mais velhas. Acometidos por diabetes, em sua forma muito grave, submetidos a implantes, HIV positivo com carga viral alta e obesos são outros grupos de risco”, comenta ele.

COMO EVITAR O PROBLEMA A transmissão dos vírus é feita por meio das secreções das tosses e dos espirros. Portanto, lavar as mãos corretamente e frequentemente é essencial para não transmitir ou contrair as doenças. Além disso, ao espirrar ou tossir, é necessário proteger a boca e o nariz com lenços ou com a parte interna do braço. “O fator imunológico está diretamente ligado às patologias. Um quadro que começa com uma amigdalite e vira bacteriano pode ocorrer por alguns motivos, como dormir pouco, se alimentar mal, o que gera uma piora do quadro. Para evitar isso, é aconselhável que o paciente beba bastante água, durma sempre no mesmo horário, alimente-se bem e tenha um estilo de vida saudável como um todo. Além disso, evitar o contato com pessoas doentes e manter os lugares arejados são atitudes que ajudam”, comenta o otorrinolaringologista da BP. O médico explica, ainda, que os ditos populares também podem estar corretos. Dormir e sair de casa com o cabelo molhado, tomar friagem e andar descalço são exemplos de maneiras de resfriar o corpo,


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ESPECIAL SAÚDE

GARGANTA E OUVIDO

AS CONEXÕES ENTRE A GARGANTA E O OUVIDO Ouvido interno

Passagem da garganta

Passagem nasal

Fonte: otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Cícero Matsuyama

fazendo a imunidade oscilar. Com isso, crescem as chances do corpo ser acometido por uma doença. Quando a pessoa já está infectada, analgésicos e antitérmicos ajudam a diminuir o incômodo. Existem, também, dois tipos de anti-inflamatórios: não hormonais e hormonais. O primeiro são os mais comuns, como o ibuprofeno e a nimesulida. Já os hormonais são os corticoides. É possível tratar as infecções de garganta e ouvido de cunho viral com os dois tipos de medicamentos. “Os quadros inflamatórios surgem quando há um aumento da produção de prostaglandina. A prostaglandina é gerada por meio da ação de uma enzima chamada Ciclooxigenase (COX). Os anti-inflamatórios agem inibindo a ação da COX. Sem COX, 82

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há menor produção de prostaglandinas e menos estímulos para ocorrer inflamações”, ensina a farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti. Por outro lado, o otorrinolaringologista do Hospital CEMA alerta para o uso de anti-inflamatórios sem prescrição médica, que pode ser extremamente perigoso. A primeira orientação para as pessoas acometidas deve ser a utilização de analgésicos (dipirona ou paracetamol), pois essas afecções são autolimitadas, devendo melhorar em aproximadamente cinco dias. No caso de infecções bacterianas, é necessária a prescrição médica de antibióticos. De acordo com a farmacêutica, essas são algumas das principais classes disponíveis no mercado: • Betalactâmicos: têm como mecanismo de ação a inibição da síntese da parede celular bacteriana. • Antibióticos que alteram a topoisomerase: interferem na ação da enzima topoisomerase II no superenovelamento do DNA bacteriano, não permitindo sua transição ou replicação. • Polimixinas: agem alterando os fosfolipídios da membrana celular da bactéria. • Glicopeptídeos: agem inibindo a síntese da parede celular bacteriana. “As imunizações preconizadas na rede pública ou privada têm ajudado muito na prevenção das possíveis complicações, porém a procura pela assistência médica adequada e especializada, nos casos da não melhora após alguns dias da instalação da doença, se faz necessária para um bom restabelecimento corporal dos pacientes”, alerta o otorrinolaringologista do Hospital CEMA. A orientação pela procura de um médico deve ser feita quando o paciente reclama de dores persistentes no ouvido e garganta que levem à dificuldade de deglutição, quando houver dificuldade de abrir a boca, dificuldade respiratória ou apresentar febre muito alta. Os quadros arrastados, que duram mais de cinco a sete dias, merecem atenção especial. É preocupante quando não há melhora ou há piora ou um quadro que tem uma leve melhora e afunda novamente. Nesse momento, a doença pode ser bacteriana, necessitando de uma avaliação médica.


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TOSSE

Sintoma alarmante PARTE DE DIVERSAS DOENÇAS, A TOSSE É UMA DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE IDAS AOS CONSULTÓRIOS MÉDICOS. MAS PARA QUE SEJA TRATADA DE MANEIRA CORRETA, É PRECISO ENTENDER QUAIS SÃO AS SUAS CARACTERÍSTICAS

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POR LAURA MARTINS

Ainda que a tosse seja um sintoma e não uma doença, ela é uma das principais causas de reclamações em consultórios médicos. Ela é, basicamente, um mecanismo de defesa do organismo para a remoção de corpo estranho das vias aéreas e está associada não somente a doenças infecciosas, mas também com alergias e quadros crônicos. O som característico é devido à passagem de ar com velocidade pelas cordas vocais. A contração da musculatura do tórax e abdômen aumenta a compressão pulmonar, expulsando o ar rapidamente pelas vias aéreas superiores.

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“A tosse é um sintoma de um processo patológico. Ocorre por diversas razões e em diferentes doenças, variando de um simples resfriado ou processo alérgico até quadros mais graves. Entre as principais, podem-se destacar: refluxo laringo-faríngeo, rinossinusite, doenças pulmonares, como asma, pneumonia, tuberculose ou tumores”, cita o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Marcelo Mello. Mas para que o tratamento seja feito de maneira correta, é necessário perceber qual tipo de tosse acomete o paciente: seca ou produtiva. De acordo com o médico do Núcleo Científico do Aché, Dr. Mauro Luís de Mello Ferreira, quando seca, não existe elimiIMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

TOSSE

nação de secreções e produtiva quando ocorre eliminação de catarro. “O catarro é uma mistura de muco, detritos e células expelidas pelos pulmões. Ele pode ser claro, amarelado, esverdeado ou apresentar estrias de sangue, dependendo da causa da tosse”, comenta ele. Mas apesar da diferença parecer fácil de ser percebida, nem sempre isto acontece. O pneumologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. José Rodrigues Pereira, alerta que, muitas vezes, o paciente confunde ambas as tosses por não conseguir expelir a secreção. Quando isso acontece, é por meio do exame físico e conversando com o profissional de saúde que a tosse produtiva é descoberta. “A tosse seca pode se manifestar após o contato com poeira, fumaça de cigarro, mudança de temperatura, sendo desencadeada por processo alérgico e relacionada aos quadros de asma e rinite. Nos casos de refluxo laringo-faríngeo, onde a inflamação da laringe é ocasionada pelo retorno do ácido do estômago, gera pigarro, rouquidão e sensação de bola na garganta ao engolir, estando ou não associada à azia e queimação”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA. Já nos quadros infecciosos, além da congestão nasal, espirros e mal-estar, a resposta do organismo é o aumento da produção de muco e secreção na via respiratória. São exemplos de doenças que apresentam a tosse produtiva, a gripe, o resfriado e a sinusite. Na presença de febre alta com falta de ar, suspeita-se de pneumonia. Já na tuberculose, a tosse produtiva é persistente por mais de três semanas com escarros sanguinolentos, sudorese noturna e emagrecimento. A tosse pode ser classificada, ainda, como aguda ou crônica. No primeiro caso, o problema dura até três semanas, enquanto quem tem tosse crônica sofre por mais de três semanas. Quando os problemas são gripes, resfriados ou infecções das vias aéreas superiores, ela geralmente é aguda. O médico do Núcleo Médico Científico do Aché frisa que, em casos de hiper-reatividade brônquica, doenças de refluxo gastrintestinal ou gotejamento pós-nasal, a tosse tende a se tornar crônica. No caso da tosse estar presente há mais de três semanas sem um motivo aparente, um médico deve ser consultado. 86

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INVESTIGAÇÃO A FUNDO Apesar de a tosse ser um sintoma comum a muitas doenças que não demandam uma procura por profissionais de saúde em um primeiro momento, como gripes e resfriados, ela também pode ser sinal de alerta. Quando o paciente evolui em dias ou semanas com uma tosse cada vez mais incomodativa ou se ela começa seca e se torna produtiva, um médico deve ser consultado. O mesmo acontece se a secreção estiver escurecida, com sangue ou má cheirosa. Entre os sintomas que acompanham a tosse e merecem atenção, estão febre, indisposição, dor no peito ou qualquer outro quadro que demonstre somente piora ao passar dos dias. Fonte: pneumologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. José Rodrigues Pereira

“Os sinais de alerta para pessoas com tosse são falta de ar, expectoração com sangue, perda de peso e febre persistente por mais de uma semana. Por isso, fatores de risco para HIV ou tuberculose devem ser avaliados”, complementa.

COMBATE AO PROBLEMA Algumas medidas simples podem ajudar a controlar e prevenir a tosse. Um dos primeiros pontos é a hidratação. Beber água ajuda a combater a tosse seca, além de facilitar a expectoração do muco quando presente. O paciente deve focar em líquidos quentes, como chás, que trazem alívio sintomático. “É necessário manter o ambiente bem ventilado. Evitar o uso de cortinas, tapetes e carpetes e fazer, regularmente, a limpeza de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores. Usar umidificadores nos períodos com baixa umidade do ar, evitar fumar e lavar as mãos com frequência para evitar a disseminação de vírus e de outras infecções”, frisa o otorrinolaringologista do Hospital CEMA.


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ESPECIAL SAÚDE

TOSSE

TOSSE SECA X PRODUTIVA

Um dos medicamentos mais buscados por pessoas que sofrem com a tosse são os xaropes. Com o seu princípio ativo na forma líquida, eles devem ser indicados de acordo com o tipo de tosse presente. Xaropes para tosse produtiva: são mucolíticos, ou seja, deixam o muco mais fluido para que a secreção possa ser expelida com mais facilidade.

Xaropes para tosse seca: têm efeito antitussígeno e miorrelaxante, atuando nos receptores periféricos do trato respiratório ou central, melhorando a ventilação pulmonar e diminuindo a vontade de tossir.

Fontes: pneumologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. José Rodrigues Pereira; e otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Marcelo Mello

Há casos em que somente deitar faz com que a tosse piore. O pneumologista da BP cita, por exemplo, a tosse como sintoma do refluxo gástrico que, quando a pessoa deita, facilita com que o suco gástrico “vaze”, piorando a tosse. O problema piora, também, quando o paciente tem catarro no brônquio, pois ao deitar de lado, é mais fácil para o corpo expelir a secreção, aumentando a tosse. Nesses casos, o paciente pode usar mais travesseiros para ficar em uma posição mais sentada e, assim, diminuir o incômodo.

MEDICAMENTOS QUE AUXILIAM Existem diferentes fármacos que ajudam a diminuir a tosse, independente de ser seca ou produtiva. O médico do Núcleo Médico Científico do Aché frisa que o problema, geralmente, não deve ser totalmente suprimido, devido à importante função que desempenha na expectoração e na limpeza das vias aéreas. “Para as tosses secas, utilizam-se os chamados antitussígenos, medicamentos que agem inibindo o reflexo da tosse, reduzindo a frequência e a intensidade. Nos casos de tosses produtivas, podem ser usados os chamados expectorantes, que têm como objetivo fluidificar as secreções, facilitando a 88

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sua eliminação, como também reduzindo frequência e intensidade”, explica. Entre os antitussígenos, estão incluídos os opiáceos, o dextrometorfano, a dropropizana e a levodropropizina. Os dois primeiros agem inibindo o centro de tosse no cérebro e, por isso, podem promover efeitos adversos desagradáveis. Já os dois últimos diminuem o reflexo da tosse por meio da redução da excitabilidade dos receptores na traqueia e nos brônquicos, apresentando uma discreta ação antialérgica, além de promover o relaxamento da musculatura dos brônquios e melhorar a ventilação pulmonar. Os expectorantes (ou mucolíticos) favorecem o desprendimento do muco, tornando as secreções brônquicas mais finas e fáceis de ser eliminadas. Entre eles, os mais conhecidos são N-aceltilcisteina e guaifenesina. Os medicamentos são encontrados, normalmente, sob a forma de xarope ou pastilhas. “Os xaropes contêm o princípio ativo na forma líquida, possuem ação sistêmica e têm efeito mais duradouro. Geralmente, são mais indicados para as crianças, que têm maior dificuldade em engolir comprimidos. As pastilhas são sólidas, adocicadas e com sabores e indicadas para uso tópico, promovem o alívio local”, complementa o otorrinolaringologista do Hospital CEMA.


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Respiração saudável INALADORES, UMIDIFICADORES DE AR E HIGIENIZADORES NASAIS AJUDAM PACIENTES A COMBATER DOENÇAS RESPIRATÓRIAS, MAIS COMUNS NOS MESES MAIS FRIOS E SECOS DO ANO. DEMANDA DESSES ITENS AUMENTA EM CERCA DE 50% NESTA ÉPOCA POR ADRIANA BRUNO, KATHLEN RAMOS E LAURA MARTINS

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


e higienizadores nasais. Mas ainda que eles sejam aliados na saúde respiratória, é necessário entender como cada um deles funciona e como podem atender corretamente cada paciente.

HIGIENIZAÇÃO NASAL

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A baixa umidade relativa do ar, companheira dos meses mais frios no Brasil, faz com que poeira, bactérias e vírus permaneçam em suspensão no ambiente, deixando a mucosa nasal mais suscetível a doenças. “Uma mucosa desidratada tem mais predisposição a se contaminar e, portanto, desencadear um quadro alérgico ou uma infecção, fazendo com que os casos de rinite, sinusite, faringite e bronquite se tornem mais frequentes exatamente nestes períodos”, sinaliza o otorrinolaringologista do Hospital e Maternidade Ribeirão Pires, da Rede D’Or São Luiz, Dr. Dilson Sebastião da Silva. Para evitar as doenças ou diminuir o incômodo das mesmas, cresce a busca por inaladores, umidificadores de ar

Quando o sistema respiratório está em processo inflamatório, os vasos sanguíneos do nariz se dilatam e aumentam a permeabilidade, iniciando a produção da secreção mais conhecida como coriza, explica a assessoria de imprensa de Rinosoro. Um dos sintomas comuns, nesse caso, é a obstrução nasal. Nesses casos, a higiene torna-se essencial. “Esse processo é importante, pois limpa as cavidade nasais. Seu uso facilita a remoção de secreções, promovendo alívio dos sintomas. No caso das rinites inflamatórias e alérgicas, a higienização também ajuda a eliminar os alérgenos presentes no muco, atuando, assim, na melhora do quadro”, comenta a gerente médica da GSK, Dra. Mariana Sasse. O Dr. Silva complementa dizendo que o procedimento é capaz de aliviar a respiração, fazendo com que se possa respirar melhor e diminuir a exposição aos alérgenos. Em casos extremos, a higienização deve ser feita a cada duas ou quatro horas, ou de acordo com a necessidade intrínseca de cada pessoa. De acordo com Rinosoro, o hábito da lavagem nasal pode levar à melhora significativa da qualidade do sono, da respiração, da garganta seca, da tosse e na proteção contra doenças respiratórias.

INALADORES Problemas como tosse, resfriados, rinite, sinusite e outros se agravam no inverno. Para diminuir o problema, o uso de inaladores/nebulizadores é essencial. “O produto serve para uso individual. Ele produz uma névoa fina para aliviar as vias respiratórias de irritações e ajuda a transportar determinados medicamentos aos pulmões e brônquios, provocando um tratamento mais eficaz”, explica o diretor executivo da Incoterm, Andreas Weimer. Os inaladores podem ser usados em quadros de afecções inflamatórias agudas e crônicas das vias aéreas de formas diversas. De acordo com o CEO e presidente da Omron Healthcare Brasil, Wanderley Cunha, os inaladores são fundamentais para a transformação de medicamentos líquidos em vapor, possibilitando a chegada dos medicamentos aos pulmões e, consequentemente, sua eficácia na absorção pelos brônquios e bronquíolos. 2018 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA

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PARA CADA UM Diferentes tipos de produtos estão disponíveis no mercado. A diversidade pode confundir o consumidor, que precisa da orientação correta para escolher o item que melhor atende às suas necessidades. HIGIENIZADORES NASAIS Conta-gotas: pode ser usado para bebês em função da fisiologia nasal dos pequenos. Essa apresentação possui conservantes para evitar a contaminação.

Seringas: existem alguns fatores a ser avaliados, principalmente pelo risco de machucar a mucosa, podendo causar sangramentos e lesões graves. Além disso, deve-se ter cuidado com soluções que ficam abertas para ser usadas por vários dias consecutivos. As soluções devem ser armazenadas sob refrigeração e as instruções do fabricante devem ser seguidas para que não se contaminem com fungos ou outros agentes.

Spray de jato contínuo: é o método mais moderno. Além de não possuir conservantes, o dispositivo fornece a quantidade necessária de solução para descongestionar, limpar e fluidificar o epitélio respiratório. Ele propicia que o jato da solução seja aplicado de forma contínua, suave e em qualquer posição.

UMIDIFICADORES DE AR Seu princípio de funcionamento é por meio de um sistema de geração ultrassônica, silencioso. Utiliza um cristal de piezoelétrico, que imerso em um reservatório de água, vibra a uma frequência muito alta (cerca de 1,6 milhões de oscilações por segundo), gerando uma fina e homogênea névoa de vapor de água fria e inodora. A escolha do equipamento deve ser feita de acordo com a capacidade de água e o tempo de funcionamento.

INALADORES Jato de ar comprimido: utiliza o ar comprimido para gerar a névoa, que forma aerossóis por meio da passagem da solução por um pequeno orifício, que levará à queda brusca da sua pressão e ao grande aumento da velocidade, formando aerossóis de vários tamanhos. Ultrassônico tipo Mesh: possui uma malha de metal com mil a sete mil furos a laser e, sendo vibrada a uma frequência ultrassônica superior a 140 kHz, transformando líquidos em névoa com partículas com tamanho ideal para o medicamento chegar até os alvéolos pulmonares.

Fontes: diretora da unidade de negócio MIP do Aché, Marcia Braga; e diretor executivo da Incoterm, Andreas Weimer

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O QUE ACONTECE DENTRO DO NARIZ? O nariz é uma as principais portas de entrada para vírus, bactérias e fungos, além de partículas de poluição. O organismo conta com seu mecanismo de defesa, mas o frio deixa as pessoas mais vulneráveis e suscetíveis a doenças respiratórias. Veja o que acontece dentro do nariz nessas situações e saiba como orientar a prevenção e combate de infecções:

Nariz saudável A mucosa que reveste a cavidade nasal é dotada de milhões de cílios, que compõem uma espécie de tapete protetor. As impurezas respiradas ficam presas no muco nasal e são varridas pelos cílios, que batem para o fundo do nariz, a fim de eliminá-las.

Nariz doente Quando a secreção nasal resseca, devido à poluição e ao ar seco, os cílios nasais têm dificuldade em remover o muco, que fica cada vez mais espesso. Assim, alérgenos e microrganismos nocivos ficam presos, causando gripes, resfriados, rinites e sinusites.

Combate Para aliviar os sintomas dessas doenças, recomenda-se a intensificação das lavagens nasais com soluções salinas. Elas ajudam a fluidificar o muco, arrastando a “sujeira” para o fundo do nariz. No dia a dia, o hábito também tem a função de prevenir doenças respiratórias.

Fonte: Libbs

“O Brasil é o maior mercado global de inaladores por conta das variações climáticas, questões culturais e a venda sem prescrição médica. As doenças virais, como gripes e resfriados, são os principais fatores para o aumento da demanda nestes meses, somando-se as doenças respiratórias e alergias”, completa Cunha. A gerente de marketing da Soniclear, Talita Almeida, frisa as principais características para que um produto seja eficiente. O inalador precisa oferecer uma inalação rápida, transformar o medicamento em micropartículas para oferecer um alívio rápido da crise respiratória e atribuir conforto e comodidade durante o uso. 96

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UMIDIFICADORES DE AR Esses aparelhos fazem com que a mucosa da árvore respiratória se torne mais úmida, facilitando, ao muco natural, reter as partículas em suspensão no ar, diminuindo seus efeitos deletérios sobre o organismo. Weimer esclarece que o umidificador serve para equilibrar a umidade do ar em ambientes fechados. Para manter um local confortável e saudável, recomenda-se uma Umidade Relativa (UR) do ar entre 40% e 70%. Valores abaixo dos 40% causam o ressecamento das mucosas. “Os umidificadores de ar podem e devem ser usados por pacientes alérgicos, pois facilitam sua respiração


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e a limpeza da mucosa respiratória, pois aumentam a UR do ar”, complementa o especialista do Hospital e Maternidade Ribeirão Pires. Porém, é preciso ter cautela, evitando usá-los nos quartos o dia inteiro, porque podem aumentar demais a umidade, favorecendo o crescimento de fungos.

OPORTUNIDADES NO PDV Trabalhar as três categorias corretamente é essencial para ter sucesso de vendas nos meses mais secos do ano. De acordo com a diretora da unidade de negócio MIP do Aché, Marcia Braga, 50% do volume de vendas do mercado de higienizadores nasais está concentrado entre abril e agosto. Nos últimos cinco anos, o crescimento do mercado total foi de 5%. Se colocar somente os produtos de jato contínuo, o aumento foi de 31% no período. Quando os higienizadores não precisam de indicação médica, como os à base de cloreto de sódio, devem ser expostos fora do balcão, na seção de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). Eles podem ser alocados na categoria de descongestionantes nasais, com todas as apresentações e principais marcas do mercado. Como a congestão nasal pode ser sintoma de diversas doenças, podem estar ao lado de medicamentos antigripais, antitérmicos, analgésicos e antialérgicos. “Ter uma gôndola organizada e com comunicação adequada auxilia o shopper a localizar e identificar com maior rapidez o produto desejado. Tendo uma melhor experiência de compra, há maior chance de o consumidor aumentar a fidelização a esse ponto de venda (PDV). Como a categoria de higiene nasal sofre grande influência da sazonalidade, é fundamental ter atenção aos estoques e às ações de merchandising”, comenta a executiva. Por ter embalagens maiores, a recomendação é expor os produtos na primeira prateleira da gôndola, pois, em geral, não cabem nas demais prateleiras devido à altura. Por ter diversos produtos e formas farmacêuticas, sua organização deve seguir uma sequência lógica para o shopper: divisão entre apresentações (hipertônico, gotas, nebulizador, spray e jato contínuo). “Claro que a sazonalidade ainda é muito importante para a categoria de inaladores e umidificadores. Somente em inaladores, vendem-se até 40% mais produtos, porém são itens que apresentam venda considerável o ano todo”, 98

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QUANDO O SISTEMA RESPIRATÓRIO ESTÁ EM PROCESSO INFLAMATÓRIO, OS VASOS SANGUÍNEOS DO NARIZ SE DILATAM E AUMENTAM A PERMEABILIDADE, INICIANDO A PRODUÇÃO DA SECREÇÃO MAIS CONHECIDA COMO CORIZA explica o gerente de marketing da Accumed-Glicomed, Pedro Henrique Abreu. O diretor executivo da Incoterm complementa dizendo que é interessante que esses itens estejam no autosserviço, checkout ou balcão. Quanto maior o número de peças disponíveis, melhor a influência e a segurança de compra. A gerente de marketing da Soniclear ressalta que os produtos devem sempre estar expostos nos locais onde mais circulam os consumidores, sendo nos balcões de atendimento onde os produtos são facilmente visualizados e, se for possível, o produto fora da embalagem e em mostruário para o shopper perceber a demonstração do funcionamento. Pontos extras de exposição são altamente recomendados, especialmente durante a sazonalidade. Assim, em período de picos de vendas, eles podem ser alocados em cima do balcão, próximo aos medicamentos de doenças respiratórias, pilhas e ilhas promocionais na seção infantil ou pontas de gôndolas sazonais. Além disso, Weimer frisa que a orientação do atendente no estabelecimento pode influenciar muito na decisão da compra. Ele precisa dominar as informações sobre os produtos para que a abordagem seja clara, precisa e confiável. “Para oferecer um bom atendimento, os profissionais da farmácia precisam entender a necessidade do consumidor e conhecer o funcionamento e as características principais dos inaladores e umidificadores, sabendo a diferença de cada modelo, para indicar o aparelho que melhor atenda às necessidades e expectativas desse consumidor e com isto fidelizar este cliente à farmácia”, finaliza Talita.


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PELE

Frio que desidrata AS ESTAÇÕES DE OUTONO E INVERNO PEDEM ATENÇÃO À SAÚDE CUTÂNEA. NÃO É UMA COINCIDÊNCIA QUE O FLUXO DE CLIENTES COMPRANDO HIDRATANTES CHEGUE A AUMENTAR 30% NO PONTO DE VENDA NESTA ÉPOCA DO ANO, JÁ QUE BUSCAM HIDRATAÇÃO INTENSA

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POR LAURA MARTINS

Assim como as altas temperaturas, quando os termômetros batem graus abaixo da média, o corpo sente. Não somente as doenças respiratórias marcam presença neste momento, mas o maior órgão do corpo também é influenciado. A pele torna-se mais áspera, menos hidratada e pode apresentar lesões e doenças cutâneas. E ainda que pareça que percamos mais água no verão, a cútis pede um cuidado especial para reidratá-la e deixá-la saudável novamente. “Durante o inverno, a pele tem a tendência a ficar mais ressecada, tanto pelo fato da umidade relativa do ar estar diminuída, como pelo aumento da temperatura do banho. Esses são dois motivos pelos quais a hidratação deve ser

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mais intensa nesta época do ano”, comenta o gerente de trade marketing da Theraskin, Alexandre Braga. Ele explica que a umidade relativa do ar influencia na taxa de água livre no extrato córneo. Os ventos secos do inverno diminuem o conteúdo hídrico da pele, alterando sua função protetora. A pele ressecada fica mais suscetível a coçar e, com isto, sofrer pequenos machucados que podem ser a porta de entrada para algumas bactérias e causar infecções na pele. De acordo com o coordenador do departamento de oncologia cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dr. Pedro Dantas, a hidratação correta é importante para que a pele mantenha suas funções e aparência. Uma pele desidratada, além IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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PELE

do aspecto estético mais enrugado, pode aumentar o risco de infecções, ficar mais frágil e até dificultar o controle da temperatura do corpo. Reconhecer quando a pele está desidratada não é difícil. Ela costuma ser áspera ao toque, sem viço, podendo ter um aspecto apergaminhado e, por vezes, até descamado na sua superfície. É esse incômodo que leva grande parte das pessoas a buscar por produtos que previnam ou diminuam estes sintomas. “Hidratantes apresentam diversas consistências, que variam de gel a loção e são apresentados em cremes ou pomadas. Têm diversos componentes, como ácido hialurônico, ureia, pantenol, silicone, entre outros, que melhoram a hidratação e a proteção da pele. Já os óleos corporais têm as propriedades de formar uma camada que reduz a perda de água e deixar a pele com toque mais aveludado”, esclarece a clínica geral do Hospital Santa Catarina, Dra. Thais Hissami Inoue Lima.

INFINIDADE DE APRESENTAÇÕES A orientação correta sobre a escolha do hidratante passa, necessariamente, pelo estudo do tipo de pele do consumidor. Se a cútis é oleosa, os produtos em forma de loções ou com toque mais seco são mais indicados para o corpo e em forma de gel ou oil-free, para o rosto. Já quem sofre com pele seca deve usar cremes mais espessos, os que tenham manteiga ou óleos na composição ou balms. De acordo com a diretora médica da Pierre Fabre Brasil (laboratório da Avène), Dra. Ana Coutinho, a ideia de o hidrante ser um creme pesado que deixa a pele pegajosa e brilhante se tornou algo antigo. Atualmente, o item pode se apresentar de diferentes formas, de acordo com a necessidade da pele e da área de aplicação. As loções fluidas, por exemplo, são leves e fáceis de espalhar, com sensorial sedoso e rápida absorção e são indicadas para uso diário. Os cremes, normalmente, possuem um sensorial mais aveludado e fórmulas com maior viscosidade, ricas em ceras e agentes emolientes, preferidas em regiões de climas mais frios. Já os leites corporais são apresentações extremamente líquidas e associadas com refrescância. Os balms são loções cremosas, fáceis de espalhar como as loções, mas com sensorial cremoso sobre a pele, geralmente ricos em ativos emolientes. “Para a hidratação da pele da face, além dos produtos multifuncionais que estão em todos os 102

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POR DENTRO DOS HIDRATANTES DE ALTA POTÊNCIA Existem, hoje, no mercado, diferentes tipos de hidratantes: os dermocosméticos, com formulações mais sofisticadas e estudos clínicos, e os mais comuns que fornecem uma hidratação mais superficial. Os hidratantes mais completos atuam na recuperação da barreira cutânea e na sua função protetora, aumentam o aporte de água das camadas mais profundas da pele e repõem substâncias que participam do fator de hidratação natural. Para isso, as formulações precisam ser compostas por ingredientes com ação emoliente, umectante e lipídeos. Entre os emolientes mais conhecidos estão os óleos vegetais, como a semente de uva ou borragem, a lanolina, os triglicérides do ácido cáprico e i caorílico. Entre os umectantes mais conhecidos, estão a glicerina, o ácido hialurônico e a ureia. Já os principais lipídeos são as ceramidas, os ácidos graxos e os colesteróis. Fonte: gerente de trade marketing da Theraskin, Alexandre Braga

lugares; séruns, géis e géis cremes que hidratam a pele e oferecem texturas inovadoras como ‘water breaking’ (sensação de partículas de água sobre a pele quando aplicado o produto), com rápida absorção por 24 horas, são grandes lançamentos atuais que possibilitam a aplicação do hidratante, filtro solar e, ainda, da maquiagem”, frisa a Dra. Ana. Ainda que exista a procura, também, por óleos corporais, nem sempre eles são o suficiente para melhorar a hidratação da pele. Os óleos têm a função de filme, ficando em cima da primeira camada da pele. Ou seja, eles servem para diminuir a perda da água, como uma barreira. “A maioria dos óleos tem um efeito indireto na hidratação da pele. Eles acabam evitando a evaporação da água absorvida após os banhos, por isso a importância do uso de óleos e hidratantes imediatamente após o banho”, revela o Dr. Dantas.


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PELE

NA ROTINA DO CONSUMIDOR O tempo de início de percepção do resultado da hidratação depende do produto utilizado. Os dermocosméticos considerados hidratantes de tratamento têm efeitos importantes já em três dias de uso.

Os produtos devem ser usados preferencialmente após o banho.

A reaplicação deve ser feita de acordo com o modo de uso do fabricante ou orientação médica. Já existem hidratantes com eficácia de 24 horas.

Fonte: gerente de trade marketing da Theraskin, Alexandre Braga

DENTRO DA FARMÁCIA A venda de hidratantes aumenta consideravelmente no inverno. Entre julho e setembro, os meses mais frios do ano, há um crescimento médio de 30% no volume de vendas da categoria. “Em 2017, nesse período, o mercado obteve alta de 14% no volume de vendas. Para 2018, a expectativa é ainda maior, tendo em vista a diversificação de produtos e o lançamento que atendem, cada vez mais, às necessidades diferentes de hidratação e sensibilidade”, comenta Braga, da Theraskin. Para que a farmácia aproveite a sazonalidade, é necessário que o estabelecimento esteja preparado para receber seus clientes com o mix correto e organizado. De acordo com a gerente de trade marketing da Divisão Cosmética Ativa da L’Oréal, Juliana Valeriano, algumas das ações que podem ser feitas são trabalhar as pontas de gôndolas, ações promocionais, explorar pontos extras e garantir a experimentação das texturas por meio de testadores e amostras que facilitem 104

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o consumidor a encontrar o melhor produto para o seu tipo de pele. O gerente de Theraskin complementa dizendo que revisar o planograma da loja faz toda a diferença para produtos sazonais. Como a procura pela categoria aumenta no inverno, deixar esses produtos em uma gôndola bem localizada e na altura dos olhos contribui muito para o crescimento das vendas. “Produtos com finalidade hidratante, principalmente os cremes e as loções, ainda vendem muito por meio do sensorial, uma vez que as principais queixas dos consumidores são a textura do produto e o perfume. Portanto, uma ação que pode ajudar muito no incremento de vendas é a disponibilidade de provadores na farmácia”, frisa ele. Além disso, é necessário treinar a equipe para atender o público que está cada vez mais bem informado. Ou seja, o mais importante é que a farmácia mostre para os clientes que tem uma variedade de produtos, preços e benefícios que atende à sua necessidade.


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CATEGORIA

Ativos para o crescimento ESTIMULADA PELA VAIDADE DAS BRASILEIRAS, PELO INÍCIO DA RETOMADA ECONÔMICA DO PAÍS E TAMBÉM PELO MAIOR INTERESSE DOS HOMENS COM A APARÊNCIA, CATEGORIA DE CUIDADOS COM OS CABELOS GANHA FORÇA NO BRASIL POR KATHLEN RAMOS

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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O setor da beleza, que inclui, entre outros, o mercado de hair care, tem o costume de se comportar melhor do que outros ramos em períodos de instabilidade econômica e são muitos os fatores que contribuem com essa realidade. “Esse mercado se adapta mais rapidamente à crise porque os produtos/serviços entregam valor agregado e ninguém deixa de se cuidar. E além das mulheres, que são as grandes impulsionadoras das compras do setor, agora também temos os homens, cada vez mais preocupados com a aparência”, constatou o diretor-geral da Hair Brasil, Jeferson Santos. A importância que a população nacional dá para a beleza e os cabelos pode ser comprovada por pesquisas do setor. Um levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgado no segundo semestre de 2016, mostrou, por exemplo, que seis em cada dez (62,7%) brasileiros consideram-se pessoas vaidosas e preocupadas com sua aparência e 65,7% concordam com a ideia de que cuidar de beleza não é luxo, mas uma necessidade. Há, inclusive, uma parcela considerável de consumidores que reconhece exagerar nesse tipo de gasto, colocando em risco a saúde financeira: quase um quarto (23,4%) dos consumidores brasileiros assume o hábito de gastar mais do que efetivamente pode com cuidados estéticos. Quando procurou identificar quais eram os produtos ou serviços que os entrevistados tinham a intenção de adquirir nos próximos três meses para cuidar da aparência, o estudo constatou que os cosméticos estão em primeiro lugar do ranking, com mais da metade das citações (50,7%), seguidos por roupas, calçados e acessórios (43,9%) e por cuidados com o cabelo, unha, barba e pelos (42,3%).

TINTURA E COLORAÇÃO De acordo com a gerente de desenvolvimento de Coloração, da divisão de produtos de grande público da L’Oréal, Delane D’Azevedo, os gastos dos brasileiros com tinturas e colorações, por exemplo, mostram-se altos e frequentes, variando de canal para canal. “Nas perfumarias, a média é de R$ 19,33 por mês; nas drogarias, R$ 21,05; e nos supermercados, R$ 18,88”, sinaliza. Outros dados da Kantar Worldpanel, fornecidos pela Coty, revelam que um lar consome, em média,

O PAPEL DOS PÓS-XAMPUS Máscaras capilares: são direcionadas para hidratação, nutrição ou reconstrução que, em alguns casos, já podem ter tempo de ação de três minutos. A máscara também tem a função de formar um escudo protetor que cobre o cabelo da raiz às pontas, nutrindo os fios ao mesmo tempo em que oferece uma hidratação profunda. A rotina de uso pode ser repetida de duas a três vezes por semana. Leave-ins/cremes para pentear: finalizadores com objetivo de atenuar o frizz, dar forma a cabelos com texturas e preparar os fios para receber o calor de secadores e pranchas. Sobre a aplicação, basta borrifar o produto no cabelo limpo – após o uso do xampu – e não é preciso enxaguar. Ampolas de tratamento: têm o poder de reparar cada fio danificado pelos processos químicos, dando brilho e fortificando os cabelos. Além de reduzirem o frizz, retêm a umidade e dão proteção ativa contra a perda de queratina, resultando em fios mais hidratados, fortes e saudáveis. As ampolas devem ser aplicadas no cabelo ainda úmido, começando do meio até as pontas, deixando-as agir por, aproximadamente, três minutos. Sérum finalizador: líquido oleoso que tem a finalidade de formar película protetora sobre o fio, protegendo os cabelos e acentuando o brilho. Fontes: Embelleze e P&G

cerca de R$ 50,32 em coloração por ano (fechamento 2017), valor 11% maior que o ano anterior. “Os produtos mais consumidos, em valor, são os kits de coloração permanente. Em volume, temos um grande destaque para o formato coloração minikit (kit econômico)”, acrescenta a diretora de marketing de Coty Consumer Beauty, Regiane Bueno.

XAMPU E CONDICIONADOR Já a frequência de compra das linhas de xampus e condicionadores, por exemplo, é relativamente alta, pois os consumidores adquirem esses produtos uma vez por mês, no mínimo. 2018 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA

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CATEGORIA

NA ROTINA DO CONSUMIDOR XAMPUS E PÓS-XAMPUS 1. Organizar as categorias com blocos de marcas bem definidos, e entre as marcas, a ordem de performance deve ser do “melhor para o bom”. Na categoria de cabelos, por exemplo, a gôndola deveria iniciar com os itens com maior preço por mL, e seguir assim, até a marca em que valor por mL seja o mais baixo da categoria. 2. No caso de tratamentos para o cabelo, vale focar naqueles que entregam fórmula mais concentrada. Assim, a sugestão de organização dentro das marcas seria seguindo os seguintes passos: 1) Xampu; 2) Condicionador; 3) Máscara; e 4) Ampolas e/ou outros tratamentos. 3. Como a categoria de pós-xampu é a que mais cresce no Brasil, apesar de xampu ser o segmento com maior penetração, é importante manter as linhas próximas para que uma possa impulsionar a outra. TINTURAS E COLORAÇÕES 1. Deve-se alocar a categoria próxima aos itens de cuidados com os cabelos e agrupá-la por segmento: iniciar o corredor com as colorações semipermanente/tonalizantes, expor as colorações permanentes e, por fim, os descolorantes. O segmento de raízes, novidade no mercado, deve estar bem ao lado dos produtos de coloração permanente, mas separado por marca. 2. Outro passo importante é organizar as nuances por ordem numérica crescente, da esquerda para direita. No topo da gôndola, devem ficar as nuances especiais e retoques de raiz em spray, devido ao valor agregado que possuem. 3. Nessa categoria, a indicação fica por agrupar as marcas de acordo com a performance, iniciando a exposição pelas mais premium e de maior valor agregado, até chegar aos produtos básicos e minikits (kits econômicos). Fontes: Coty Consumer Beauty, L’Oréal e P&G

“O segmento de maior penetração é o xampu, porém, a categoria de pós-xampu é a que mais cresce no Brasil. Por isso, as lojas devem garantir abastecimento e sortimento corretos da categoria, isto é, 45% do volume em xampus e 55% em pós-xampus (divididos em 35% condicionador e 20% tratamentos)”, sugere a gerente de marketing das marcas de hair care da P&G, Isabella Zakzuk.

DESTAQUE PARA AS FARMÁCIAS O canal farma é altamente reconhecido por ser especializado e essa característica tem se fortalecido entre os consumidores. Afinal, esses espaços recebem os lançamentos e as marcas mais premiuns no mercado e, por isso, são considerados como vitrines. 108

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“A tendência é de que a representatividade das farmácias no segmento de beleza aumente, pois a consumidora brasileira, cada dia mais, busca comprar esses produtos em locais especializados e onde tenha a oportunidade de aproveitar um momento para pensar em si mesma, desfrutando de uma experiência diferenciada e única”, comenta a executiva. Uma prova da representatividade dessas lojas se dá na categoria de coloração. Delane, da L’Oréal, indica, por exemplo, que as farmácias constituem o canal de vendas com a segunda maior importância. O fundamento básico para que essas lojas possam potencializar as vendas da categoria é um sortimento completo. “Um grande erro que pode prejudicar as vendas é a não disponibilidade de cores.


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CATEGORIA

Cerca de 80% das consumidoras se dirigem a outra loja caso não encontrem a nuance que procuram”, alerta. Dados da Coty apontam, ainda, que as farmácias independentes representam em torno de 26% das vendas, enquanto as redes refletem 9%.

APELO NATURAL Os produtos com ingredientes naturais têm crescido no País, inclusive entre as colorações. De acordo com dados do relatório divulgado pela Mintel, fornecidos pela Coty, 41% dos compradores de itens de beleza estão interessados em uma seção mais ampla de produtos com ingredientes naturais nos canais de compra.

“As indústrias estão se movimentando para atender esse público. A Coty se antecipou e o tonalizante Soft Color já possui os ingredientes naturais mais buscados pelas consumidoras: óleo de coco e mel em seu condicionador do kit desde 2016”, exemplifica Regiane. Isabella lembra outros ativos com base natural que despontam na categoria. “Podemos citar, por exemplo, óleo de semente de jojoba australiano, considerado excelente para nutrir, amaciar e restaurar os fios; aloe vera, que tem ganhado a preferência do público a cada dia, proporcionando hidratação intensa aliada a muita força e brilho para as madeixas; e alga marinha australiana, rica em minerais e vitaminas essenciais para a saúde e beleza dos cabelos”, demonstra.

AS CORES DO OUTONO-INVERNO 2018

LOIROS: a tendência para o loiro fica para os tons mais dourados, por conta de sua versatilidade. Como ele está entre o médio e o escuro, pode ser adaptado para várias tonalidades de pele. O loiro também deve despontar com mechas mais claras e um toque acinzentado, que deixa o visual fresh.

CASTANHOS: o castanho também vai ter tons mais claros puxados para o dourado ou para os tons levemente acobreados. Outro tom de castanho que deve ser destaque é o clássico chocolate, que combina com todos os tipos de pele. O castanho-mel estará igualmente em alta.

Fontes: Coty Consumer Beauty, Koleston e L’Oréal

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RUIVOS: os vermelhos quentes, puxados para o cobre, devem ser destaque; bem como a cor borgonha, que fica entre o marsala e o vinho, e vem conquistando, principalmente, as morenas e negras.

PRETOS: os pretos ganham mais suavidade, com nuances puxadas para os tons amadeirados.


AS NECESSIDADES DE CADA FIO SECOS/CRESPOS Esse tipo de fio merece mais cuidados. Portanto, é importante que a lavagem não agrida as madeixas. O ideal, assim, é o uso de xampus suaves ou dos novos low poos (métodos de lavagem com menos ativos químicos). O uso de condicionadores é essencial nesses casos e o produto deve ser aplicado no fim da lavagem, em pequena quantidade, e nas pontas do cabelo, apenas evitar o uso no couro cabeludo. Ativos oleosos e silicones também são indicados. OLEOSOS Nessas condições, as lavagens são menos prejudiciais e a aposta deve ser em produtos específicos para essas características. Em regiões mais úmidas, pode-se lavar os cabelos todos os dias. O uso de condicionadores deve ser evitado. Um bom aliado para esses fios podem ser os xampus secos, ideais para tirar a oleosidade do cabelo e, de quebra, dar volume e textura, sobretudo no dia em que se decide não lavá-lo. TINGIDOS Processos químicos de tintura no cabelo requerem cuidados especiais. Mesmo com os cabelos hidratados e cuidados, a tintura capilar tende a trazer alguns problemas aos usuários, como o ressecamento do cabelo, pois a tinta altera as propriedades da queratina, que é um protetor natural dos fios. Além disso, segundo estudos, é prejudicial ao couro cabeludo deixar a tintura agir por mais tempo do que o prescrito; fazer misturas caseiras; e utilizar itens não indicados pelo fabricante durante o preparo. Devese evitar a imersão prolongada em água, evitar lavagens frequentes e usar protetores nas pontas, para evitar os danos progressivos.

Fontes: Biotec Dermocosméticos, Portal da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Portal Seda e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

2018 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA

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EVENTO

Revolução digital A CHEGADA DA TECNOLOGIA, COMBINADA COM A EXIGÊNCIA DO CONSUMIDOR, FEZ COM QUE O VAREJO ENTRASSE EM SEU QUARTO MOMENTO. PARA NÃO FICAR PARA TRÁS, É NECESSÁRIO ESTUDAR PLATAFORMAS E ENTENDER QUAL A MELHOR ESCOLHA PARA O NEGÓCIO

A

POR LAURA MARTINS

Assim como outros setores do varejo, as farmácias estão se reinventando conforme a tecnologia avança. As novas exigências do consumidor, combinadas com as possibilidades abertas por novos recursos, faz com que o mercado de consumo seja visto com novos olhos. Especialistas colocam o varejo em quatro diferentes fases: 1.0 Massificação – era o momento de produzir produtos e vendê-los para quem quisesse comprá-los. Não existia a preocupação com a satisfação do cliente, o foco estava na alta produção.

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2.0 Relacionamento – as empresas começaram a olhar para o cliente com outros olhos. O foco estava em conquistar e reter seus consumidores. 3.0 Causas – novas preocupações com o meio ambiente, empoderamento do consumidor, engajamento social entram nas pautas das companhias. E, agora, vivencia-se o momento do Varejo 4.0, chamado de Disrupção Digital. Os serviços ganham espaço em um momento em que as pessoas preferem pagar para usar do que para ter. Além disso, o ambiente do ponto de venda (PDV) deve criar uma experiência diferenciada e os clientes precisam ser o centro de tudo o que é pensado. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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EVENTO

Entre algumas das tendências desse novo momento, algumas das mais discutidas no National Retail Federation (NRF), o maior evento de varejo do mundo, estão as compras on-line. Mas a experiência de compra não está somente em receber os produtos em casa. Mais da metade (53%) dos consumidores se interessam por comprar on-line e buscar seus itens na própria loja. “A transformação digital do varejo não é só colocar um e-commerce, mas transformar a empresa para multiplicar seus ganhos”, frisa o cofundador e CEO da Pandora Digital e professor da ESPM, prof. Alexandre Marquesi. Ou seja, essa revolução tem de ter aplicabilidade. Tem de ajudar no operacional, na rentabilidade ou na experiência do cliente. Do contrário, torna-se somente um investimento em tecnologia sem que haja resultado. Nesse sentido, um dos outros destaques vistos é a possibilidade dos clientes falarem com a “máquina”. Ou seja, cresce a importância de ter uma assistência virtual que possa ajudá-los em suas dúvidas e que os atendam não importa a hora do dia. A cada dez consumidores, quatro se interessam por esse tipo de atendimento. Focar em experiência do cliente deve ser prioridade. De acordo com o prof. Marquesi, o consumidor está mais impaciente, conhecedor de produtos e com grande poder de escolha, criando grandes expectativas em cima do varejo. Para que essas expectativas sejam atendidas, é necessário que a jornada do consumidor seja construída com informações. Não é à toa que o Big Data seja uma das tecnologias mais comentadas. Usar os dados disponíveis para conhecer melhor o shopper e atendê-lo melhor já é um dos principais diferenciais. Ao conhecê-lo, é possível, por exemplo, lembrá-lo de comprar certo produto de uso contínuo ou dar descontos personalizados de acordo com o seu perfil. O professor da ESPM cita alguns aspectos que podem ser beneficiados com a ajuda de tecnologias disruptivas: • Minimizar hand-offs (desconexões entre áreas) que podem resultar em desconexões de processos; • Reduzir trabalho em lote; • Substituir sistemas, telas e relatórios que não são analisados; 11 6

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• Eliminar gargalos e restrições de capacidade que criam filas; • Diminuir variação para aumentar a eficiência e usar menos recursos; • Compreender o custo de execução e priorizar as melhorias que se quer; • Desenhar em torno das interações com o cliente e caminhos feitos por ele; • Redesenhar antes de implementar com a adoção de novas tecnologias; • Potencializar o valor dos trabalhadores. “O varejista tem de pensar em omnichannel e levar experiências consistentes com os clientes em todos os canais em que atua. Além disso, precisa pensar em interfaces para os seus processos, criando decisões automatizadas”, frisa. Por outro lado, é necessário que cada varejista entenda quais são as plataformas que melhor são trabalhadas e que podem realmente ajudá-lo a ter um negócio mais bem-sucedido, já que a fórmula não é a mesma para todos. Todas essas informações foram apresentadas e discutidas durante o evento: 2018 Ano de Transformação Digital com CRM, que faz parte da grade de programação do Retail Farma Brasil Workshops, da ESPM, realizado em parceria com a Enter/SSP.


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SEMPRE EM DIA

Homens também se cuidam O MERCADO MASCULINO DE HIGIENE & BELEZA (H&B) ESTÁ EM PLENO CRESCIMENTO, PROMOVENDO O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ESPECÍFICOS PARA ESSE PÚBLICO POR LAURA MARTINS

BARBA BEM CUIDADA

Grecin está com uma nova linha masculina: Best Beard, com três produtos para a barba: xampu, condicionador e óleo. Combinando ingredientes naturais, como aloe vera, pantenol, aveia, camomila e óleo de jojoba, os itens limpam, fortalecem e disciplinam a barba. O xampu Best Face & Beard é um gel de limpeza para toda a área do rosto, enquanto o condicionador acalma e hidrata a pele, condicionando os pelos. Já o óleo condiciona o pelo, com textura leve e não gordurosa, não obstrui os poros e deixa a barba mais macia. • www.grecin.com.br

ESPECÍFICO PARA ELES

Praticidade na hora de remover os pelos indesejáveis é o que os homens desejam cada vez mais. Por isso, a DEPIL BELLA desenvolveu novos produtos da linha masculina. São eles: Creme Depilatório Corporal Depil Homme® (contém extrato de aloe vera, manteiga de karité e D-Pantenol. Elimina os pelos rente à raiz, em uma única aplicação); Gel de Barbear Depil Homme® (possui lubrificantes que promovem o deslizar da lâmina de forma suave, rente e sem atritos com a pele); Gel Corporal Depil Homme® (restabelece a epiderme e proporciona agradável sensação calmante e hidratante durante a aplicação). • www.depilbella.com.br

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


LIMPEZA FACIAL

LIVRE DE ALERGIAS

A Vult apresenta ao mercado sua primeira linha de esmaltes 5Free, ou seja, livre de formaldeído, tolueno, Dibutilftalato (DBP), resina de formaldeído e cânfora. Para dar start à nova linha, a empresa selecionou 24 esmaltes de sua linha tradicional. Cores como Meu Vermelho, Cereja Flor, Panqueca Doce, Determinada, Partiu Balada, Puro Nude, entre outras, serão comercializadas com a nova fórmula. • www.vult.com.br

Para facilitar os hábitos de limpeza da pele, Acnase apresenta o Mousse Facial. O item elimina o brilho do rosto e realiza a limpeza dos poros, deixando uma sensação de refrescância e hidratação, prevenindo o surgimento de cravos e espinhas. Além disso, o produto mantém a pele lisa por causa de seus agentes de limpeza que deixam o rosto limpo e livre de impurezas. • www.acnase.com.br

MÁSCARAS PARA A PELE

Auxiliando no cuidado da cútis, Ricca apresenta uma linha completa composta por 11 produtos que estimulam os sentidos e proporcionam experiência de uso diversa e prática, quer seja pelas fragrâncias ou pelas texturas – geleia, creme ou pedaços de chá verde. São cinco opções em tecido (Ricca Detox Total, Ricca Up Real!, Ricca Iluminou Geral!, Ricca Bubble Help e Ricca Keep Calm e Xô Canseira), duas em creme (Ricca Dá-lhe Lama e Ricca BFF Best Face Forever), uma em geleia (Ricca Bom Dia Diva!), além de duas máscaras adesivas (Ricca Faixa Preta Contra os Cravos! e Ricca Cadê a espinha que tava aqui?) e uma máscara peel-off (Ricca 1, 2, 3 Adeus Cravos!). • www.bellizcompany.com.br

UNHAS ALÉM DO ESPAÇO

Passado, presente e futuro são traduzidos na nova coleção de esmaltes da Impala. Com cinco cores, a marca buscou referências no espaço com imagens futuristas e a sensação do desconhecido, além do gênero de ficção científica dos anos 60. As cores são: Interestelar (azul-escuro cremoso); Astronave (vermelho-escarlate cremoso); Paradoxo (violeta cremoso); Pixels (cinza-metálico fundido com glitter multicolorido que cria efeito holográfico); e Robótica (marrom-claro cremoso). • www.impala.com.br

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SEMPRE EM DIA

VITAMINA C COMO BENEFÍCIO BEBÊS REPAGINADOS

A Mustela® acaba de renovar seu portfólio, aprimorando as embalagens da linha Bebê, trazendo mais naturalidade às formulações dos produtos. Entre os itens estão aqueles da “Hora do Banho”: Mustela® Gel Lavante (gel de limpeza sem sabão que limpa suavemente a pele e o couro cabeludo delicado do bebê); Mustela® Gentle Shampoo (indicado para lavar o cabelo fino e delicado do bebê desde o nascimento); Mustela® Shampoo Recém-Nascido (com textura de espuma, o xampu é indicado para recémnascidos, que têm um couro cabeludo muito delicado).

A vitamina C tornou-se comum em formulações de produtos dermocosméticos por combater os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce, além de estimular a formação de colágeno, que deixa a pele cada vez mais firme. Usando essa formulação, o Ivy C®, da Mantecorp Skincare, é um gel antiidade que tem a vitamina C nanoencapsulada associada ao ácido hialurônico, que tem alto poder de hidratação e ultraesferas de retinol, que promovem a renovação celular e estimulam a produção de colágeno. • www.mantecorpskincare.com.br

• www.mustela.com.br

COLORAÇÃO QUE LIMPA

Colgate Total 12 Saúde Visível é um creme dental que contém uma espuma que muda de branco para azul enquanto limpa e protege toda a boca. O produto foi desenvolvido para que o consumidor veja e sinta a saúde bucal. O novo creme dental protege o esmalte do dente e a gengiva enquanto combate as cáries, as placas, o tártaro e o mau hálito. • www.colgate.com.br

HIDRATAÇÃO PARA TODOS OS FIOS

A Nazca Cosméticos acaba de lançar uma nova linha de hidratantes para cabelos, aumentando a variedade da família Nazca Origem®. Os produtos são livres de substâncias, como parabenos, petrolatos, parafina, óleo mineral e silicone. Os lançamentos são compostos por seis variações inspiradas em receitas caseiras que oferecem excelentes resultados. São eles: O que a banana tem: criado para cabelos danificados; Nossa saudosa babosa: indicado para cabelos ressecados e sem vida; Olha a receitinha: combina amido de milho e leite de coco e é indicado para quem busca um cabelo sem frizz; Prepara que lá vem bomba: ajuda a recuperar os fios e a renovar a força; Cacheados, tá tudo liberado: conta com óleo de coco 100% vegetal para os cachos; Essa maionese é turbinada: elimina o aspecto ressecado e auxilia no desembaraço dos fios. • www.nazca.com.br

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INSTITUCIONAL – ABRADILAN

Qual é a taxa de câmbio ideal para o Brasil?

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www.abradilan.com.br

P O R M A R I A C R I S T I N A SA N CHES A M OR IM – DIR ETOR A EXECUTIVA D A ASSO C IAÇ ÃO B RASILEIRA D E D ISTRIB UIÇ ÃO E LO GÍSTIC A D E PRO D UTO S F A R M A C Ê U T I C O S ( A B RA DILA N ) , ECON OM ISTA , P R OF ESSOR A TITULAR D A PO NTIFÍC IA UNIVERSID AD E C ATÓ LIC A D E SÃO PAULO (PUC /SP)

As variações na taxa de câmbio entre real e dólar afetam todos os negócios. Os aumentos recentes do dólar frente à nossa moeda trarão custos mais altos para o varejo farmacêutico na reposição dos estoques dos produtos importados [principalmente no segmento de Higiene & Beleza (H&B)] e em menor escala com os medicamentos, pois grande parte destes têm preços regulamentados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Em contrapartida, os produtos nacionais estarão mais competitivos. Mas afinal de contas, a desvalorização do real é boa ou má? Vejamos. A taxa de câmbio é um valor que expressa o preço de uma determinada moeda relativamente à outra, por exemplo, quantos reais são necessários para comprar um euro, ou um dólar, etc. O valor da taxa é dado em parte pelo porte da economia de origem da moeda, por movimentos especulativos dos mercados financeiros

nacional e internacional e, por fim, pela atuação dos bancos centrais. A taxa “ideal” depende dos aspectos que se considere na análise. Quando o dólar sobe frente ao real, perdem os que têm dívidas em dólar, os importadores, as empresas nacionais que consomem muita matéria-prima do estrangeiro, os consumidores de produtos do exterior e há o risco de algum aumento nas expectativas de inflação. Em contrapartida, ganham os exportadores, as indústrias e o turismo – os primeiros por receber em dólar, ter custos em reais e preços mais competitivos no exterior; os segundos e terceiro porque os produtos importados (viagens, inclusive) encarecem, tornando os nacionais mais competitivos. Quando aumentam exportações e produção nacional de bens e serviços, há mais empregos, mais consumo e mais desenvolvimento econômico em nosso País. Por esse motivo, os paí-

ses com políticas de desenvolvimento devem operar com câmbio desvalorizado, isto é, dólar caro. Essa é, por exemplo, a opção da China há mais de quatro décadas. Nesse mundo de relativismos, há uma certeza: oscilações súbitas da taxa de câmbio são ruins, o crescimento econômico precisa de estabilidade cambial. Por esse motivo, os bancos centrais acumulam um estoque de moedas estrangeiras e títulos do governo americano para comprar ou vender e tentar manter a estabilidade da taxa de câmbio. O varejo farmacêutico pode enfrentar custos mais elevados para reposição do estoque tanto quanto comercializar produtos importados, cuja demanda tende a ser menor. Se o real se estabilizar em um nível, mas desvalorizado por longo período, haverá mais demanda pelos produtos nacionais, e valeria avaliar estratégias de compras.

GUIA DA FARMÁCIA

Inovando para o seu bem-estar.

Indústria Farmacêutica

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Empresas sócias colaboradoras da Abradilan


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