GUIA DA FARMÁCIA ANO XXV • Nº313 DEZEMBRO DE 2018
PANORAMA O planejamento estratégico é fundamental para olhar para o futuro prevendo demandas e, a partir disto, organizar, antecipadamente, os recursos da empresa
SAZONAL Da mudança das estações às datas comemorativas, farmácias e drogarias têm, em mãos, um calendário de oportunidades
DICAS PARA VENDER MAIS EM 2019 O canal farma precisa estar preparado para tirar o melhor proveito possível do bom momento que deve chegar nos próximos meses. Estar em sintonia com as demandas do cliente é o ponto de partida. O Guia da Farmácia apresenta uma relação de dez indicações para aumentar a lucratividade no novo ano
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EDITORIAL
Mais e melhor Existe uma previsão de que o novo ano que se aproxima tende a apresentar dias melhores, o que movimenta as análises e a expectativa de economistas. Reformas na Previdência e nos processos políticos são esperadas como forma de desacelerar a crise e retomar o crescimento. Com maior otimismo, a tendência é de que o brasileiro em geral se sinta mais confiante e com maior disposição para consumir. Dessa forma, o varejo farmacêutico precisa estar preparado para tirar o melhor proveito possível desse bom momento. Estar em sintonia com as demandas do cliente é o ponto de partida. As farmácias devem se transformar em verdadeiros pontos de experiência. Para isso, é preciso repensar todas as estratégias de operação da loja, desde o formato e a divulgação da oferta de produtos e serviços, passando pelo layout e atendimento, até os instrumentos de monitoramento e controle das métricas de vendas e estoque. O Guia da Farmácia, para conduzir o leitor, conversou com especialistas em varejo e formulou uma relação de dez dicas para vender mais em 2019. Confira na matéria de capa desta edição.
DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo DIRETORA DE CONTEÚDO Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Laura Martins EDITOR DE ARTE Junior B. Santos COMERCIAL (EXECUTIVAS DE CONTAS) Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br)
Outro destaque fica por conta do planejamento estratégico. Planejar é olhar para o futuro prevendo demandas e, a partir disto, organizar, antecipadamente, os recursos da empresa, formados por capital humano, capital financeiro e produto ou serviço oferecido ao mercado a fim de não perder oportunidades. O planejamento auxilia a companhia a implantar atividades que visam ao desenvolvimento da eficácia, isto é, atender o máximo possível às necessidades dos clientes, gerando vendas e receita. Diante da sua importância, deve nascer junto com a empresa, quando são definidas a visão e missão da organização, as oportunidades e as ameaças, as forças e as fraquezas. Se você ainda não tem um, este é o período exato para elaborá-lo e nós te damos todos os subsídios para isso. O objetivo é que seu novo ano seja o mais produtivo, rentável e lucrativo possível. Boa leitura e boas festas! Lígia Favoretto Diretora de Conteúdo
ASSISTENTE COMERCIAL Mariana Batista Pereira ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri FINANCEIRO Cláudia Simplício e Misleine Brito ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ASSISTENTES DE MARKETING Leonardo Grecco e Noemy Rodrigues
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GUIA DA FARMÁCIA DEZEMBRO 2018
Planejar é olhar para o futuro prevendo demandas e, a partir disto, organizar, antecipadamente, os recursos da empresa
COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Adriana Bruno, Flávia Corbó, Kathlen Ramos e Laura Martins Revisão Cristina Balerini Colunistas Barrett Coakley e Silvia Osso IMPRESSÃO Abril Gráfica CAPA Shutterstock
> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.
IMAGEM: SHUTTERSTOCK
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SUMÁRIO #313 DEZEMBRO 2018
E MAIS 08 > GUIA ON-LINE 10 > ENTREVISTA 16 > ANTENA LIGADA 24 > ATUALIZANDO 30 > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE
ESPECIAL SAÚDE
70 36 > RETROSPECTIVA 2018 Durante 365 dias, o Brasil passou por diversas mudanças, desde o seu cenário político até o alto movimento de fusões e aquisições. Confira o que foi destaque no ano
CAPA
46 > GESTÃO O novo ano já está chegando e, como sempre, as metas são vender mais. Especialistas do mercado dão algumas dicas para que o varejista aumente o seu faturamento em 2019
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>
PANORAMA
Planejamento estratégico auxilia os gestores a pensar no longo prazo de uma organização. Para isso é preciso ter missão, visão, objetivos, metas, criar planos de ação e monitorá-los
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SAZONAL
O calendário sazonal é uma ferramenta importante para o varejo brasileiro, que pode fazer uso de datas comemorativas e da troca de estações para aumentar a venda de determinadas categorias 6
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> > > >
MICOSES TRÂNSITO INTESTINAL ORAL CARE INCONTINÊNCIA URINÁRIA
86 > OPORTUNIDADE 92 > EVENTO 96 > SEMPRE EM DIA
ARTIGOS 32 > VAREJO Silvia Osso 34 > DIGITAL Barrett Coakley
ERRATA A fonte da fala “Descobrimos que as brasileiras querem aumentar a sua autoestima, aflorar a sua feminilidade sem claro, nunca parar a sua vida por causa da condição de incontinência urinária”, pág. 50, do Especial Mulher (edição 311 – outubro 2018), é da gerente de marketing das marcas Bigfral e Moviment – do grupo belga Ontex, Luana Pinto. A fonte correta da fala “Além disso, possui barreiras antivazamento, canais de distribuição e gel superabsorvente, que garante até oito horas de proteção”, pág. 50, do Especial Mulher (edição 311 – outubro 2018), é da diretora de marketing das marcas Bigfral e Moviment, Marina Inserra. Diferente do que publicamos na matéria Vitaminas para elas, pág. 19, do Especial Mulher (edição 311 – outubro 2018), a Pfizer não tem nutracêuticos, mas multivitamínicos.
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GUIA ON-LINE INFORMAÇÕES NA INTERNET
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CONTEÚDO NO PORTAL NOVO CONCEITO
A Ultrafarma acaba de lançar a Ultrafarma Popular, com layout sofisticado, design arrojado e logomarca nas cores preta e amarela. Até o fim do ano, mais de dez lojas serão abertas.
AUTORIZAÇÃO NO MERCADO
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro genérico de cloridrato de oxicodona, indicado para o tratamento de dores moderadas a severas.
OMNICHANNEL NO VAREJO
Convergir todos os canais para melhorar a experiência do cliente nem sempre é tão fácil. Saber como aplicar o conceito é essencial para fazer certo.
O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS Outubro é o mês do balconista, um profissional que cria o elo entre a farmácia e o cliente. Por isso, o Guia da Farmácia fez questão de homenageá-lo.
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As farmácias clínicas estão trazendo de volta atribuições do farmacêutico dentro do varejo. Agora, colaboradores estão mais empoderados e perto dos pacientes.
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ENTREVISTA-FINI
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IMAGEM: ALISSON DEMÉTRIO
A arte de surpreender A PROPOSTA DA FINI BRASIL É ENTREGAR LANÇAMENTOS DE FORMA AGRESSIVA E QUANTITATIVA, TENDO O CONSUMIDOR COMO SEU PRINCIPAL E MAIOR LABORATÓRIO. AS NOVIDADES SÃO DISRUPTIVAS, VERDADEIRAMENTE INOVADORAS E NÃO IMITATIVAS
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POR LÍGIA FAVORETTO
Muitas pessoas estão buscando modificar os hábitos alimentares e adotando um estilo de vida mais saudável. Uma das medidas que tem se destacado é o aumento da procura por alimentos com menor quantidade de gorduras e açúcares. O mercado já compreendeu essa tendência e está investindo cada vez mais em itens que ofereçam benefícios à saúde. Atenta a essas mudanças no comportamento do consumidor e às atribulações da rotina agitada da vida contemporânea, a Fini Brasil decidiu reformular a Linha Bem-Estar, deixando-a inteiramente zero açúcares, mantendo a qualidade, o sabor e a textura das balas Fini aliados a benefícios funcionais. Mas, mais do que oferecer um produto bom para se trabalhar, a empresa investe em um trabalho amplo que envolve o desenvolvimento da categoria de bomboniere como um todo, no varejo farmacêutico, sobretudo no que diz respeito à execução. O diretor de vendas Farma da Fini, Daniel Carvalho, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia e revela, entre outros assuntos, que o foco da empresa para 2019 está no varejo independente e na
distribuição. O executivo faz ainda uma análise dos três anos de atuação da companhia no mercado farmacêutico e anuncia Fini Sun, a bala que bronzeia. Guia da Farmácia • A Linha Bem-Estar da Fini Brasil está no mercado farmacêutico há três anos. Onde estava, onde chegou e o que está por vir? Daniel Carvalho • Estes três anos foram de aprendizado tanto para a Fini quanto para o próprio mercado farmacêutico, no sentido intelectual e de entendimento do que a categoria pode oferecer. Em 2016, apresentamos uma linha ainda com açúcar e com uma pegada de produto para saúde e bem-estar, então isso não fazia muito sentido, mas foi necessário porque a Fini é uma multinacional espanhola e naquele momento o core-business era a bala de gelatina no mundo inteiro, nosso olhar maior era para a indulgência. A gente quer fazer o consumidor feliz, mas entendemos que o aspecto de felicidade passa por outros elementos que hoje agregam o nosso propósito em relação a ele. A Fini entrega o momento surpresa, o momento alegria e também o momento saúde. 2018 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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Então, esses três anos fizeram com que a Fini se adaptasse não só na parte fabril, mas pelo próprio posicionamento da organização. Hoje, nos intitulamos como uma indústria de snacks, não como uma indústria de guloseimas. E quando você olha para snacks, o campo é muito mais abrangente. Acertamos a linha. Acho que a nossa maior sacada nesses três anos foi entender, visual e sensorialmente, o que o consumidor queria. Tivemos um incremento de cor nas embalagens, levamos essa parte lúdica para dentro da farmácia, que é clean por natureza, sem deixar de cuidar do sabor e, principalmente, adaptando a linha com o propósito que a gente tinha determinado, que é levar um momento de prazer com o cuidado da saúde. A linha hoje é inteira zero açúcares. Mas continuamos a ter lançamentos e olhares para outras áreas: acabamos de lançar a primeira bala que bronzeia: Fini Sun. Trata-se de um projeto bem ousado, ainda dentro do guarda-chuva da Linha Bem-Estar. Temos uma bala com betacaroteno, que o uso contínuo vai agregar algum benefício dentro desse contexto. Guia • Como tem sido a aceitação do varejo farmacêutico por bomboniere? Carvalho • As oportunidades são muito maiores do que a gente imaginou. Tivemos uma evolução nestes três anos no varejo, com várias organizações, vários estabelecimentos olhando a categoria de bomboniere. É preciso deixar claro que estamos em um patamar que não adianta dividir a farmácia em duas categorias: medicamento e não medicamento. Isso é muito raso para quando se define a estratégia. Quando olhamos o não medicamento, temos ali várias categorias que já estão na farmácia há mais tempo e são mais maduras, como perfumaria, dermocosméticos, leites infantis. O varejo precisa olhar a bomboniere como uma oportunidade tal qual a perfumaria é. Tivemos evoluções? Sim! O mercado se movimentou? Sim! Olhando a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) no contexto geral, a gente tem 30% dos associados que olham efetivamente como deveriam olhar para bomboniere, não só como uma categoria de oportunidade, mas como categoria estratégica do negócio. Falta evoluir bastante e é isso que me deixa mais desafiado e muito mais motivado, sobretudo quando olho para o pequeno varejo, que não aderiu ainda. A Fini fecha o ano com dois dígitos, somos o maior crescimento dentro da categoria na farmácia. A gente tem um 12
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crescimento tanto de sell-out como de sell-in importantíssimo. Fechamos o ano na 3ª posição no ranking de fabricantes. Isso tudo em uma velocidade extraordinária, o que garante um futuro muito mais promissor. Guia • Qual o caminho para que a categoria de bomboniere tenha o reconhecimento que busca? Carvalho • Vou te dar um exemplo. Ninguém sabe se as pastilhas Vick ou as pastilhas Valda são medicamento ou alimento. Essa dúvida paira no ar. A própria indústria ora intitula o produto como medicamento, ora como alimento; ora por conta dos aspectos regulatórios, ora pela necessidade de ganhar volume e giro. Se posicionadas como alimento, passariam a ter a compra por impulso de forma mais efetiva. A realidade é que o mercado não olhava a bomboniere e continua não olhando como uma categoria estratégica. Mas tivemos a entrada de outros players na linha de snacks que ajudaram a fazer essa revolução de pensamento. Um exemplo é a Fini. Hoje, nós temos 90% de share no Brasil, dados Nielsen, e uma empresa que tem 98% de share no mercado, em qualquer PDV que ela estiver, vai impactar, seja no PDV novo, que nunca comprou Fini, ou no mesmo PDV que ela já atua. Esse consumidor, que é impactado por 90% de share em outros canais, vai entrar na farmácia e vai ver a marca que faz parte da vida dele. A gente precisa oferecer para o consumidor a oportunidade de decisão. Você só disponibiliza a oportunidade de decisão quando você oferece sortimento. Se você não oferece sortimento, você induz a uma compra ou você leva ele para o pior dos cenários, que é não comprar na sua loja e comprar no concorrente. Guia • Você acha que a questão que tem sido muito enfatizada de que a farmácia não é um estabelecimento comercial, mas um estabelecimento de saúde, barra a adesão do varejo farmacêutico à categoria de bomboniere? Carvalho • A farmácia é um lugar de saúde, e eu concordo plenamente com esse conceito. Você vê as farmácias colocando as clínicas para consultas. Prestar esse serviço social ao País é uma estratégia importantíssima. Quando eu falo de bomboniere, eu falo de uma bomboniere própria para a farmácia. Eu concordo que a farmácia não pode virar uma padaria. Porém, a industria de
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alimento evoluiu muito com o snack saudável. A Fini é uma prova disso. Tem outros players no mercado que também têm muitos snacks e guloseimas saudáveis e que podem contribuir com o sortimento da farmácia. Guia • Então a farmácia só deveria vender bomboniere com apelo saudável? Carvalho • Não adianta colocar tudo. Primeiro porque não tem espaço. A gente tem o desafio estrutural da farmácia e isso já foi evidenciado em muitas análises, ou seja, é preciso ser inteligente e estratégico. Levar os produtos corretos para dentro do PDV é o segredo. Às vezes, eu chego no PDV e vejo uma bomboniere que me assusta porque não houve uma estratégia, acaba trabalhando com produtos que não eram para estar na farmácia e tiram a oportunidade de ter itens corretos ali. Então, a Fini desenvolveu, ao longo destes três anos, uma área de inteligência com trade, marketing e comercial, e conta com o apoio de algumas organizações, como a Close-Up International, onde desenvolvemos estudos e visões do que podem dar certo. Guia • A inteligência da indústria deve ser sempre levada em consideração? Carvalho • Aliando a inteligência da indústria, penso que poderíamos ser mais eficientes nas decisões. É uma união de forças, não adianta só a indústria ditar o que ela quer. É lógico que toda indústria quer seu sortimento completo, mas não é assim que funciona, e também não adianta o varejo farmacêutico decidir o que ele quer, sem consultar a indústria. Se nós tivéssemos essa união de forças, o ganho do consumidor/varejo/indústria seria muito maior do que o que nós estamos tendo hoje. A boa notícia é que já começamos a olhar na mesma direção. Mas ainda temos um varejo independente gigante que nos motiva a buscar soluções para ele, porque a hora que a gente tiver o mercado inteiro falando de bomboniere, os nossos planos vão se tornar pequenos para o tamanho da oportunidade. Guia • Como as distribuidoras têm visto a oportunidade de vendas de bomboniere? Carvalho • Para 2019, nosso objetivo será distribuição. Chegar no varejo independente com assistência, não só 14
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com produto. Chegar nesse varejo com inteligência, informação, conteúdo. Levar para esse PDV outros elementos de ganho e não só o faturamento em si. A cadeia de distribuição farmacêutica precisa estar preparada para absorver a demanda que os produtos alimentares vão trazer. A gente precisa ter distribuidores para atender a farmácia e não somente uma categoria. Se eu tenho uma farmácia compradora de medicamento, dermocosméticos, perfumaria, bomboniere, equipamento, por que eu não sou um distribuidor completo? A Fini define para os próximos dois anos uma estratégia profunda com a distribuição. Levaremos produtos de qualidade, serviços de alta performance e execução. Guia • Atualmente, o negócio da bomboniere acontece no checkout, mas se a gente for pensar na categoria de alimentos como um todo, não conseguimos colocar tudo nessa área. Há oportunidade em outros pontos da loja? Carvalho • Há sim. Eu acho que o checkout é uma área de impulsionamento. Definir o que vai estar nele é essencial tanto para o varejo quanto para a indústria. É claro que colocar produtos no checkout, que não estão na lista de compras do consumidor, faz com que ele compre por impulso. Agora, você tem categorias de alimentos com locais bem definidos, o consumidor sabe exatamente para onde se dirigir. Bomboniere, por enquanto, é só no checkout, mas existe uma oportunidade enorme de se realizar venda casada com a categoria de suplementação, por exemplo.
Guia • Como está definida a estratégia de lançamentos da Fini? Além de Fini Sun, o que mais está por vir?
Carvalho • Vem muita surpresa boa por aí, porque a proposta da Fini é surpreender o tempo inteiro o seu consumidor. A ideia é que continuemos esses lançamentos de forma agressiva e quantitativa. Queremos levar ao consumidor lançamentos verdadeiramente inovadores e não imitativos. Vamos atuar fortemente com lançamentos na categoria de gomas de mascar. Gomas de mascar serão o nosso olhar mais forte. Viremos com surpresas logo no primeiro trimestre do ano. Temos também lançamentos na extensão da Linha Bem-Estar e mostraremos tudo isso de uma maneira única na Abradilan Conexão Farma 2019.
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TECNOLOGIA QUE AJUDA A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL ESTÁ PRESENTE NA VIDA DE TODAS AS PESSOAS E É NATURAL QUE O PÚBLICO BUSQUE POR MELHORES EXPERIÊNCIAS DE CONSUMO LIGADAS À INOVAÇÃO. VAREJO FARMACÊUTICO FOCA EM NOVOS SERVIÇOS POR LAURA MARTINS
RECEITA DIGITAL
PAGAMENTO PELO CELULAR
Já não é mais preciso sair com a carteira nem com o cartão de crédito para fazer uma compra na Panvel, em Porto Alegre (RS), já que a rede de farmácias concluiu a instalação do Panvel Go em 110 filiais da capital. Basta ter o Aplicativo (app) instalado no celular e efetuar a compra por meio do aparelho, sem precisar colocar a mão no bolso. A iniciativa é pioneira no setor farmacêutico no País. Após escolher o produto, o cliente abre o app e a opção Panvel Go, que fica no menu principal, à esquerda da tela do telefone. O software OmniPharma, instalado no balcão de atendimento das lojas, faz a conexão com o app do cliente e conclui a compra. A única condição é ter um cadastro com os dados do cartão de crédito no app ou no Panvel.com, o que também pode ser feito na própria loja. • www.panvel.com 16
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Todas as lojas Drogarias Pacheco e Drogarias São Paulo lançaram o software “Sua Receita Digital”, que traz mais agilidade e segurança durante o atendimento, contribuindo para uma melhor experiência de compra para o cliente. Com o “Sua Receita Digital”, o atendente de loja passa a efetuar o tradicional processo de compra do Farmácia Popular – digitalização de documentos, averiguação de assinaturas e preenchimento de questionários de cadastro – apenas uma vez. Todo o histórico do sistema fica arquivado para que possa ser acessado e controlado pelas drogarias, bem como utilizado sempre que necessário, pois os documentos podem ser armazenados e reutilizados, dentro do prazo de validade dos mesmos. Também é possível compartilhar essas informações de maneira fácil e segura com o Ministério da Saúde (MS), que normalmente faz auditoria deste material. O objetivo deste investimento é trazer mais facilidade às pessoas que utilizam o programa. • www.grupodpsp.com.br IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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NO TOPO DO RANKING
A Takeda, farmacêutica com mais de 237 anos de história, foi escolhida como a melhor empresa para se trabalhar no setor farmacêutico pela pesquisa “150 Melhores Empresas para Trabalhar”, realizada pela revista Você S/A em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA). O laboratório está entre as dez principais farmacêuticas do País e possui uma fábrica instalada em território nacional, em Jaguariúna (SP), com mais de 500 colaboradores. A área de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) conta no portfólio com produtos consagrados para dor de cabeça, má digestão e antibactericidas. Na área de prescrição médica, as principais especialidades atendidas pela Takeda são gastroenterologia, cardiometabólica e imunologia, além da oncologia, lançada em 2015. • www.takeda.com/pt-br
MUSEU DA FARMÁCIA
A Drogasil apresentou o Museu do Universo da Farmácia (MUFA), primeiro e único museu da farmácia da América Latina, em uma plataforma 100% virtual. O projeto teve início com a criação do Portal da História da Farmácia, que foi incorporado ao MUFA, reunindo conteúdos históricos voltados para estudantes, historiadores, curiosos e profissionais do mercado. Ao todo, foram investidos, aproximadamente, R$ 1,8 milhão nesta ação. O museu da farmácia está dividido em cinco espaços virtuais de visitação: “Linha do Tempo”, que dá um amplo panorama da história da farmácia no mundo a partir de marcos cronológicos; “Coleções”, área que disponibiliza documentos relacionados à história da saúde, como fotografias inéditas, publicações educativas e coleções de almanaques; “Moléculas da Natureza”, que traz as principais moléculas utilizadas em medicamentos ao longo da história; e, por fim, “Exposição”, que mostra, interativamente, farmácias dos anos de 1820, 1910 e 1950. • www.museudouniversodafarmacia.com.br 18
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TREINAMENTO NA DISNEY
A Aspen Pharma promoveu o primeiro curso internacional exclusivo com o Disney Institute para diretores e gerentes da companhia no Brasil. A subsidiária brasileira finalizou o último ano fiscal com crescimento de 30%, totalizando US$ 110 milhões, a maior performance entre as operações do grupo e seu melhor desempenho em oito anos de atuação no País. Durante uma semana, 25 gestores da Aspen Pharma ficaram imersos em Orlando, nos Estados Unidos, para realizar visitas técnicas e o curso Disney’s Approach to Excellence in Leadership, além de terem a oportunidade de conhecer os segredos de excelência em liderança utilizados pela maior referência mundial no segmento de entretenimento. A viagem aconteceu de 28 de outubro a 4 de novembro último, com o objetivo de contribuir para a qualificação e o desenvolvimento dos líderes da empresa. • www.aspenpharma.com.br
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EXAMES TOXICOLÓGICOS NO CANAL FARMA
O laboratório de análises toxicológicas Maxilabor Diagnósticos se uniu à Pague Menos. Desde o início de outubro último, passaram a oferecer exames toxicológicos em 24 novos pontos aos clientes das salas de atenção farmacêutica ClinicFarmas, da cidade de São Paulo. Esta é a primeira vez que o Maxilabor se une a uma expressiva rede de farmácias e o objetivo é oferecer este exame em todas as unidades no prazo máximo de um ano. Os interessados podem comprar o exame por meio do canal de televendas 0800 1006294 e adquirir um voucher, que deve ser apresentado em uma das ClinicFarmas, da Pague Menos, para realizá-lo. • www.paguemenos.com.br
INOVAÇÃO NO BRASIL
A Pierre Fabre Dermocosméticos anunciou a abertura do Brazilian Innovation Center (BIC), centro de pesquisa e desenvolvimento instalado no Rio de Janeiro (RJ), que será dirigido por Anne-Laure Gaudry, sob a gestão do diretor global de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da empresa, Xavier Ormancey. Com área de 320 m², o BIC foi projetado segundo os padrões técnicos mais avançados da indústria cosmética e contará com aproximadamente 20 pesquisadores e técnicos até 2020. A equipe multidisciplinar da Pierre Fabre trabalhará em colaboração com outros cinco laboratórios, localizados na França e no Japão, além dos 313 colaboradores da filial brasileira. • www.pierre-fabre.com
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EDITORA-CHEFE DO GUIA DA FARMÁCIA É PREMIADA
A editora-chefe do Guia da Farmácia, a jornalista Lígia Favoretto, foi eleita, após pesquisa enviada para 60 mil jornalistas, profissionais de comunicação, marketing e relações públicas, como a melhor jornalista do Brasil no segmento farmacêutico no ano de 2018, pela revista Negócios da Comunicação. O "Prêmio Especialistas do Ano" homenageia os melhores jornalistas especializados do Brasil que atuam em uma determinada área ou setor da economia e que são reconhecidos pelo conhecimento e propriedade com que tratam os assuntos de sua especialidade. “Esse reconhecimento é fruto do trabalho que desenvolvo há 11 anos na Contento Comunicação, sobretudo à frente do Guia da Farmácia. Quando se trabalha arduamente em busca da excelência, o resultado positivo é uma consequência”, diz Lígia. Ela lembra sobre a importância de se fazer jornalismo ético. "O jornalismo ético só acontece apurando e checando, ouvindo diversas opiniões, escrevendo com cuidado e fazendo com que as palavras e frases se encaixem em perfeita harmonia. O principal objetivo é que o leitor possa formar opinião com discernimento. Isso leva tempo e exige muita dedicação." Lígia já havia sido premiada em 2015 e 2017. A jornalista também foi escolhida para entregar o prêmio às melhores farmacêuticas que se relacionam com a imprensa, em setembro último. As eleitas foram: Bayer, Eurofarma e Pfizer. • www.premioespecialistas.com.br
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ESPAÇO DE DESENVOLVIMENTO
A Merck inaugurou o novo M Lab™ Collaboration Center no Brasil, localizado em São Paulo (SP). O espaço servirá como hub para toda a América Latina. No complexo de laboratórios, ao lado de cientistas e especialistas da Merck, serão debatidos problemas desafiadores na aceleração dos processos de desenvolvimento e produção de novas terapias. Com uma área de laboratório de mil m2, o espaço da Merck permite o desenvolvimento de projetos piloto para os clientes receberem suporte em processos, solução de problemas, demonstrações e treinamento prático. Sendo um dos 9 M Labs™ no mundo, o centro permitirá aos clientes e parceiros – como companhias farmacêuticas, governos, mundo acadêmico, órgãos reguladores e associações do setor – explorar novas formas de aumentar a produtividade, melhorar processos e mitigar riscos. • www.merck.com.br
CRESCIMENTO EM EXPANSÃO
OS MELHORES DE HPC
Inovação, empreendedorismo, sustentabilidade e aspectos criativos da concepção do produto, design e comunicação são alguns dos critérios reconhecidos pelo "Prêmio ABIHPEC - Beleza Brasil", cuja cerimônia de premiação foi realizada em 5 de novembro último, na Sala São Paulo, capital paulista. Foram premiados 15 cases em três modalidades: Empresas, Produtos e O Perfumista. Realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), a 6ª edição trouxe para o centro da discussão a transformação que o mercado de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) possibilita, com o conceito “Fundamental é Transformar”. • www.abihpec.org.br 22
GUIA DA FARMÁCIA DEZEMBRO 2018
A Farmarcas vem apresentando ao mercado resultados bastante expressivos no ano de 2018, fatos que são comprovados pelos números. Quando analisados os nove primeiros meses de 2018, o faturamento das lojas da rede cresceu 43,8% em relação ao mesmo período de 2017. Em valor, o faturamento da Farmarcas saltou de R$ 1,004 bilhão para R$ 1,444 bilhão, caminhando para atingir R$ 2 bilhões neste ano. Se for considerado apenas setembro de 2018, comparado com o mesmo mês de 2017, o crescimento foi de 41%. • www.farmarcas.com.br
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FIM DO DESCONFORTO O SISTEMA DIGESTIVO PODE ACARRETAR DIVERSOS INCÔMODOS NO DIA A DIA TANTO PARA ADULTOS QUANTO PARA CRIANÇAS. MEDICAMENTOS CONTRA GASES, PRISÃO DE VENTRE E CÓLICA AUXILIAM TODOS OS PÚBLICOS POR LAURA MARTINS
FLATULIV GENOMMA
Flatuliv é um medicamento que age em dez minutos aliviando os sintomas relacionados ao excesso de gases no aparelho digestivo, que geram desconforto, aumento do volume abdominal, dor e cólicas. O produto é uma opção segura para ser administrada desde o primeiro dia de vida, pois conta com a ação da simeticona, princípio ativo que promove o rompimento das bolhas de ar do intestino e é totalmente eliminado pelo organismo sem ser absorvido. O produto está disponível em gotas, para crianças, e em cápsulas, para adultos. MS Produto isento de registro conforme a RDC 27/10 • www.genommalab.com/br
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GUIA DA FARMÁCIA DEZEMBRO 2018
LACTULONA®
DAIICHI SANKYO
A Daiichi Sankyo apresenta as novas embalagens de Lactulona® (lactulose). O produto é indicado para tratar os sintomas da constipação intestinal (prisão de ventre), não causa dependência, podendo ser utilizado a longo prazo, e é indicado para uso adulto e pediátrico. O medicamento está disponível nas apresentações de sachê (sabor ameixa) e frasco (sabores ameixa e salada de frutas). A embalagem é nova, mas a fórmula continua inalterada. MS 1.0454.0043 • www.daiichisankyo.com.br
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PROPOMAX® CÁPSULAS APIS FLORA
A versão do extrato de própolis em cápsulas oferece facilidade e praticidade de transporte, além da vantagem das cápsulas “mascararem” seu odor e sabor fortes. Consumidores que não podem ingerir álcool também são beneficiados com a nova versão do produto, uma vez que a maioria dos extratos de própolis disponíveis no mercado tem álcool em sua composição. MS 6.4652.0006.002-6 • www.apisflora.com.br
PROTENA ACHÉ
BIFILAC
MANTECORP FARMASA
O laboratório farmacêutico Mantecorp Farmasa trouxe recentemente ao mercado o novo probiótico Bifilac. Ele contém uma combinação exclusiva de microrganismos (Brifidobacterium lactis HN019® e Lactobacillus acidophilus NCFM®) e contribui para o equilíbrio da flora intestinal. O produto está sendo comercializado no formato de cápsulas e deve ser utilizado uma vez ao dia, diariamente. MS 6.6122.0004.001-9 • www.hyperapharma.com.br
O Aché lança Protena, alimento composto por colágeno não hidrolisado tipo II à base de cartilagem de frango, ômega-3 (óleo de peixe DHA/EPA) e vitamina D. A associação conta com colágeno tipo II não hidrolisado, cuja função é contribuir com a integridade da cartilagem; ômega-3, que apresenta atividade antioxidante; e vitamina D, que é essencial para o metabolismo do cálcio no organismo, contribuindo para o aumento da massa mineral óssea. Protena está disponível em embalagens de 30 e 60 cápsulas gelatinosas softgel. É indicado, exclusivamente, para adultos, com a recomendação de uso de uma cápsula ao dia, por via oral. MS 6.5204.0148.001-0 • www.ache.com.br
SINSTIPHAR PHARLAB
A Pharlab acaba de lançar duas apresentações de marca da molécula sinvastatina, sob o nome Sinstiphar. Nas opções de 20 mg ou 40 mg, a caixa contém 30 comprimidos revestidos que atuam no controle e combate do colesterol ruim, reduzindo os riscos de doenças cardiovasculares. MS 1.4107.0111 • www.pharlab.com.br 26
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ATUALIZANDO
ARNICA GEL EXTRA FORTE TEUTO
O Laboratório Teuto disponibiliza ao mercado o mais novo gel para massagem corporal que fornece o extrato mais concentrado das flores de Arnica (Arnica montana) enriquecido com extrato de Castanha do Pará e Castanha da Índia. O produto confere ação refrescante e suavizante da Arnica, além de auxiliar na hidratação e no relaxamento muscular. Também auxilia no tratamento da celulite, flacidez e gordura localizada, contando com uma fórmula dermatologicamente testada com compostos hipoalergênicos. MS 25351.642557/2018-09 • www.teuto.com.br
GASLEV PHARLAB
AZITROMICINA EMS
A linha de antimicrobianos da EMS vai aumentar. A empresa lançou a azitromicina na apresentação suspensão oral 1.500 mg x 37,5 mL, genérico do Astro (Eurofarma). O medicamento é indicado para infecções causadas por organismos suscetíveis; infecções do trato respiratório inferior, incluindo bronquite e pneumonia; infecções da pele e tecidos moles; otite média aguda; e infecções do trato respiratório superior, incluindo sinusite e faringite/tonsilite. MS 1.0235.0560.013-1 • www.ems.com.br
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A Pharlab acaba de incluir mais um produto em seu portfólio do segmento Medicamento Isento de Prescrição (MIP) com o lançamento do Gaslev. Indicado para o alívio rápido de desconfortos abdominais, estufamento e sintomas de estômago pesado causados pelos gases, a caixa vem com dez cápsulas gelatinosas moles, para ação mais rápida. Auxilia também no preparo dos pacientes em exames como endoscopia digestiva e colonoscopia. MS Produto isento de registro conforme a RDC 199/06 AFE nº 1.04107-5 • www.pharlab.com.br
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O QUE DIZ A PORTARIA 344/98 (DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS CONTROLADOS)? QUAIS SÃO OS TIPOS DE RECEITAS E QUANTIDADES A SEREM DISPENSADAS? PERGUNTA ENVIADA POR TATIANA LOPES – SÃO PAULO (SP)
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Por ser um assunto amplo, acredito que o melhor formato seria colocar o conteúdo conforme descrito na Portaria. Desta forma, não daremos oportunidades para interpretações equivocadas. DA RECEITA Art. 52 O formulário da Receita de Controle Especial (ANEXO XVII), válido em todo o Território Nacional, deverá ser preenchido em duas vias, manuscrito, datilografado ou informatizado, apresentando, obrigatoriamente, em destaque em cada uma das vias os dizeres: “1ª via – Retenção da Farmácia ou Drogaria” e “2ª via – Orientação ao Paciente”. § 1º A Receita de Controle Especial deverá estar escrita de forma legível, a quantidade em algarismos arábicos e por extenso, sem emenda ou rasura e terá validade de 30 dias contados a partir da data de sua emissão para medicamentos à base de substâncias constantes das listas “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial) e “C5” (anabolizantes) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações. § 2º A farmácia ou drogaria somente poderá aviar ou dispensar a receita quando todos os itens estiverem devidamente preenchidos. § 3º As farmácias ou drogarias ficarão obrigadas a apresentar dentro do prazo de 72 horas, à Autoridade Sanitária local, as Receitas de Controle Especial procedentes de outras Unidades Federativas, para averiguação e visto.
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§ 4º Somente será permitida a aplicação do fator de equivalência entre as substâncias e seus respectivos derivados (Base/Sal), em prescrições contendo formulações magistrais, sendo necessário que as quantidades correspondentes estejam devidamente identificadas nos rótulos da embalagem primária do medicamento. Art. 53 O aviamento ou dispensação de Receitas de Controle Especial, contendo medicamentos à base de substâncias constantes das listas “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial) e “C5” (anabolizantes) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, em qualquer forma farmacêutica ou apresentação, é privativo de farmácia ou drogaria e somente poderá ser efetuado mediante receita, sendo a “1ª via – Retida no estabelecimento farmacêutico” e a “2ª via – Devolvida ao Paciente”, com o carimbo comprovando o atendimento. Art. 54 A prescrição de medicamentos à base de substâncias antirretrovirais (lista “C4”) só poderá ser feita por médico e será aviada ou dispensada nas farmácias do Sistema Único de Saúde (SUS), em formulário próprio estabelecido pelo programa de DST/AIDS, onde a receita ficará retida. Ao paciente, deverá ser entregue um receituário médico com informações sobre seu tratamento. No caso do medicamento adquirido em farmácias ou drogarias será considerado o previsto no artigo anterior. Parágrafo único. Fica vedada a prescrição de medicamentos à base de substâncias constantes da lista “C4” (antirretrovirais), deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, por médico veterinário ou cirurgiões-dentistas. Art. 55 As receitas que incluam medicamentos à base de substâncias constantes das listas “C1” (outras substâncias sujeitas a
IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
PEDRO DIAS
Diretor do Instituto Pedro Dias
controle especial), “C5” (anabolizantes) e os adendos das listas “A1” (entorpecentes), “A2” e “B1” (psicotrópicos) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, somente poderão ser aviadas quando prescritas por profissionais devidamente habilitados e com os campos descritos abaixo devidamente preenchidos: a) identificação do emitente: impressa em formulário do profissional ou da instituição, contendo o nome e endereço do consultório e/ ou da residência do profissional, nº da inscrição no Conselho Regional e, no caso da instituição, nome e endereço da mesma; b) identificação do usuário: nome e endereço completo do paciente e, no caso de uso veterinário, nome e endereço completos do proprietário e identificação do animal; c) identificação do produto: nome do medicamento ou da substância prescrita sob a forma de Denominação Comum Brasileira (DCB), dosagem ou concentração, forma farmacêutica, quantidade (em algarismos arábicos e por extenso) e posologia; d) data da emissão; e) assinatura do prescritor: quando os dados do profissional estiverem devidamente impressos no cabeçalho da receita, este poderá apenas assiná-la. No caso de o profissional pertencer a uma instituição ou estabelecimento hospitalar, deverá identificar sua assinatura, manualmente de forma legível ou com carimbo, constando a inscrição no Conselho Regional; f) identificação do registro: na receita retida, deverá ser anotado no verso a quantidade aviada e, quando tratar-se de formulações magistrais, também o número do registro da receita no livro correspondente. § 1º As prescrições por cirurgiões-dentistas e médicos veterinários só poderão ser feitas quando para uso odontológico e veterinário, respectivamente. § 2º Em caso de emergência, poderá ser aviada ou dispensada a receita de medicamento à base de substâncias constantes das listas “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, em papel não privativo do profissional ou da instituição, contendo obrigatoriamente: o diagnóstico ou CID, a justificativa do caráter emergencial do atendimento, data, inscrição no Conselho Regional e assinatura devidamente identificada. O estabelecimento que aviar ou dispensar a referida receita deverá anotar a identificação do comprador
e apresentá-la à Autoridade Sanitária do Estado, Município ou Distrito Federal, dentro de 72 horas, para visto. Art. 56 Nos estabelecimentos hospitalares, clínicas médicas e clínicas veterinárias, oficiais ou particulares, os medicamentos à base de substâncias constantes das listas “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial) e “C5” (anabolizantes) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, poderão ser aviados ou dispensados a pacientes internados ou em regime de semi-internato, mediante receita privativa do estabelecimento, subscrita por profissional em exercício no mesmo. Parágrafo único. Para pacientes em tratamento ambulatorial será exigida a Receita de Controle Especial em duas vias, obedecendo ao disposto no artigo 55 deste Regulamento Técnico. Art. 57 A prescrição poderá conter em cada receita no máximo três substâncias constantes da lista “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, ou medicamentos que as contenham. Art. 58 A prescrição de antirretrovirais poderá conter em cada receita no máximo cinco substâncias constantes da lista “C4” (antirretrovirais) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, ou medicamentos que as contenham. Art. 59 A quantidade prescrita de cada substância constante da lista “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial) e “C5” (anabolizantes), deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, ou medicamentos que as contenham, ficará limitada a cinco ampolas e para as demais formas farmacêuticas, a quantidade para o tratamento correspondente a no máximo 60 dias. Parágrafo único. No caso de prescrição de substâncias ou medicamentos antiparkinsonianos e anticonvulsivantes, a quantidade ficará limitada a até seis meses de tratamento. Art. 60 Acima das quantidades previstas nos artigos 57 e 59, o prescritor deverá apresentar justificativa com o CID ou diagnóstico e posologia, datando e assinando as duas vias. Parágrafo único. No caso de formulações magistrais, as formas farmacêuticas deverão conter, no máximo, as concentrações que constam de Literaturas Nacional e Internacional oficialmente reconhecidas (ANEXO XIV). Art. 61 As plantas constantes da lista “E” (plantas que podem originar substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicas) e as substâncias da lista “F” (substâncias de uso proscrito no Brasil) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, não poderão ser objeto de prescrição e manipulação de medicamentos alopáticos e homeopáticos.
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VAREJO
Preparando 2019
C
FAZER PLANOS E ENTENDER COMO O PÚBLICO-ALVO QUER SE RELACIONAR SÃO ESSENCIAIS PARA COMEÇAR O PRÓXIMO ANO COM O PÉ DIREITO
SILVIA OSSO Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS; LIDERANÇA PARA TODOS; PÍLULAS DE GESTÃO. Para adquirir os livros, acesse: www.lojacontento.com.br E-mail siosso@uol.com.br 32
Começo lembrando que o cliente está mudando e o varejo precisa acompanhar este ritmo e mergulhar nestas novas demandas. Vou comentar algumas. A primeira coisa a fazer é parar de acreditar nas sentenças de morte para o varejo. O que está acontecendo é simplesmente uma mudança de paradigmas: os varejistas não podem mais depender exclusivamente de lojas físicas. O varejo precisa começar a tratar os seus clientes como indivíduos de valor, e não como números. Vale lembrar que o e-commerce apresentou um crescimento significativo ao longo de 2018, mesmo em tempos de crise, e tem uma previsão de crescimento de 20%, em 2019. Agora, o desafio é entregar os produtos com a maior rapidez possível. Comunidade: 2019 vai ser o ano da comunidade. Os empreendedores do varejo precisam perceber que há escassez de interações verdadeiramente humanas. O bom varejo precisa estar preparado para preencher este vazio. Já parou para pensar que os seus clientes são pessoas com interesses e valores parecidos? Então por que não criar uma comunidade na qual eles possam interagir? A comunidade de clientes criada pela Starbucks Brasil é um ótimo exemplo: os amantes de café podem se encontrar por meio das redes sociais ou nas próprias cafeterias da rede. O segredo para fazer isso funcionar é criar uma comunidade real onde as pessoas possam conversar umas com as outras. Tecnologia analógica: a tecnologia analógica se refere a experiências que ocorrem na vida real e que devem existir como complementares às ocorridas na realidade virtual. É um conceito que precisa ser adotado por empresas que estão tentando unir o real com o digital. Significa que o varejo físico precisa aprender a construir e a fi-
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delizar o seu público com campanhas virtuais e experiências no mundo real. É claro que a tendência de realidade aumentada e inteligência artificial é real e veio para ficar e transformar nossas vidas. Experiências de compra em lojas físicas: uma loja não deve oferecer apenas produtos, mas sim experiências: quanto maior for o número de boas lembranças, maior será o sucesso. O foco não está mais no número de vendas, mas na hospitalidade da sua marca, na comunidade de clientes e nos eventos voltados para eles. A forma mais eficiente para criar uma experiência de compra realmente memorável é levar a loja virtual para um espaço físico. Como o digital complementa o real, lojas físicas são sucesso garantido e uma das tendências mais fortes para 2019. Aquelas com forte identidade virtual são um prato cheio para fãs das redes sociais: por meio de hashtags e fotos, eles se relacionam com a loja de maneira totalmente nova. Nada é mais valioso do que uma loja repleta de produtos incríveis e povoada por uma equipe de vendedores que conhecem a fundo todos os detalhes de cada cantinho da loja – e que sabem lidar com qualquer tipo de cliente. O mesmo pode ser dito de eventos organizados dentro da própria loja ou por ela, que incentivam as compras e também são divertidos e badalados. O grande desafio da loja física é criar e cultivar experiências verdadeiramente únicas e, simultaneamente, despertar a atenção dos clientes. Isso permite fidelizá-los com produtos e promoções imperdíveis e continuar a surpreendê-los com eventos e outras experiências totalmente personalizadas. Se cuidar destas demandas, estará preparado para qualquer nova tendência. FELIZ 2019! IMAGEM: DIVULGAÇÃO
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DIGITAL
O impacto da IoT e dos wearables na saúde
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TECNOLOGIA AJUDA NO ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES, FACILITANDO OS TRATAMENTOS
BARRETT COAKLEY Gerente de marketing de produtos da ClickSoftware 34
Atualmente, existem mais de 300 mil Aplicativos (apps) no mercado de “health tech”. Tendências tecnológicas como a Internet das Coisas (IoT), videoconferência e dispositivos vestíveis (wearables) estão sendo introduzidas para tornar o desejo de ficar em casa mais real. De acordo com a Gartner, o mercado de wearables tem um crescimento anual estimado de 16,7% e pode atingir US$ 34 bilhões, em 2020. No Brasil, a tendência se confirma, mas ainda a passos lentos. Segundo um recente estudo do Grupo Technos, o consumo anual de relógios inteligentes do brasileiro ainda é quatro vezes menor do que a média mundial de consumo. Por outro lado, a aquisição de smartphones no Brasil é uma das maiores do mundo e o País representa 4,4% de todo o mercado global. Isso mostra uma aderência a tecnologias móveis, mas por enquanto restritas aos telefones inteligentes. O papel dos dispositivos conectados foi evidenciado com o lançamento do novo relógio inteligente da Apple. A versão mais recente do Apple Watch inclui novos recursos de saúde, como um acelerômetro e um giroscópio, que podem detectar quedas bruscas, e um sensor de frequência cardíaca que pode fazer um eletrocardiograma usando um novo app de ECG. Reduzir quedas e re-hospitalizações são o grande foco das empresas de saúde. Calcula-se que os gastos decorrentes de quedas e lesões relacionadas a elas custem bilhões de dólares todos os anos e podem crescer para quase US$ 60 bilhões até 2020, de acordo com o HUD.
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Muitas outras grandes empresas também estão entrando neste mercado. Por exemplo, a varejista de produtos eletrônicos Best Buy adquiriu a GreatCall, uma empresa que desenvolve smartphones, smartwatches, dispositivos de alerta médico e outras tecnologias de alto nível para apoiar e ampliar a independência de idosos. A Amazon também está explorando apps neste mercado por meio de seu dispositivo Alexa. Estes dispositivos conectados, os sensores internos e os dados coletados permitem que os indivíduos mantenham suas vidas independentes com um risco muito menor. Hospitais, profissionais e fabricantes de dispositivos para saúde utilizam a IoT para manter os pacientes conectados remotamente aos provedores e serviços de saúde. Ao rastrear os sinais vitais do paciente e os indicadores de seu estado de saúde através de dispositivos, é possível melhorar os resultados, permitindo que os prestadores atendam a mais pacientes, reduzam as visitas hospitalares e diminuam os custos gerais com a saúde. A ideia é simplificar a gestão de saúde para que o usuário possa continuar vivendo uma vida normal em casa. Em segundo plano, os dispositivos compartilham as leituras com segurança, de modo que qualquer sinal de alerta possa ser captado e qualquer lembrete diário de medicação possa ser enviado proativamente aos pacientes. A tecnologia possibilita não só esse monitoramento, mas também ajuda o usuário a ter uma vida mais saudável, aumentando a expectativa de vida da população. IMAGEM: DIVULGAÇÃO
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Destaques do ano
POLÍTICA E FUTEBOL DOMINARAM AS MANCHETES E OS DEBATES DURANTE BOA PARTE DE 2018, MAS MUITOS OUTROS ACONTECIMENTOS IMPORTANTES FORAM REGISTRADOS, INCLUSIVE NA ÁREA DA SAÚDE
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POR FLÁVIA CORBÓ
Atípico talvez seja o termo que melhor defina como foi 2018 para os brasileiros. Eventos como a Copa do Mundo e as eleições pareceram dividir o ano em dois momentos totalmente distintos. O primeiro semestre foi marcado pelo clima de festa dos jogos da seleção brasileira, apostas sobre quem seria o campeão mundial de futebol e debates sobre o comportamento polêmico do astro Neymar Jr. Bastou o campeonato acabar
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para que toda a atmosfera ganhasse outro tom. Todas as atenções se voltaram para a corrida eleitoral mais polarizada e polêmica da história do País. Além de muito disputadas, as eleições deste ano também foram marcadas por momentos únicos, comprovando as singularidades que permearam os 365 dias de 2018. Primeiro, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o último mês de maio na sede da Polícia Federal, em Curitiba (PR), IMAGENS: SHUTTERSTOCK/LEANDRO FURINI
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tentou até o último instante concorrer à presidência da República. Acabou barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Já o então candidato do Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro, foi vítima de um atentado e levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Apesar de ter passado por duas cirurgias para tratar do ferimento, se recuperou e pode acompanhar de perto a apuração dos votos que acabaram por elegê-lo o próximo presidente do Brasil. O capitão reformado do Exército recebeu 57,8 milhões de votos (55,13%) e derrotou o petista Fernando Haddad no 2° turno. No Congresso, o brasileiro expressou o desejo de mudança. A taxa de renovação na Câmara dos Deputados foi a maior dos últimos vinte anos (53%), enquanto a
do Senado Federal (SF) atingiu recorde histórico de 85% de novos parlamentares entre as 54 vagas disputadas. Além disso, houve aumento no percentual de mulheres e negros eleitos e enfraquecimento de partidos tradicionais. Apesar da política – e o futebol, na primeira metade do ano – terem dominado as manchetes, conversas e manifestações em redes sociais durante boa parte dos 12 meses de 2018, muitos outros acontecimentos importantes foram registrados ao longo do ano – com menor destaque, mas não menos relevância. Para traçar um panorama e propor uma reflexão a respeito do ano que se encerra, o Guia da Farmácia reuniu os principais fatos que marcaram o País e, mais especificamente, o setor da saúde. Confira a seguir:
LANÇAMENTOS DE MEDICAMENTOS* Ao longo de 2018, o investimento das indústrias farmacêuticas em pesquisa e desenvolvimento deu muitos frutos. Com o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vários novos medicamentos chegaram ao mercado para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Dentro do laboratório Teuto, a inovação foi tanta que a empresa foi destaque na Valor 1000, publicação especial do jornal Valor Econômico, conquistando o prêmio Fii Innovation Awards 2018 de produto funcional mais inovador. A premiação escolheu o Flobac Pro como o segundo produto funcional mais inovador. O item, um probiótico à base de Lactobacillus acidophilus, é um alimento funcional que ajuda no equilíbrio da flora intestinal. Já a Sanofi Pasteur recebeu a aprovação de registro de uma nova vacina contra gripe desenvolvida exclusivamente para idosos. Nesta população, a vacina apresentou-se 24,2% mais eficaz na proteção contra a gripe em comparação à vacina contra influenza trivalente aprovada atualmente no Brasil. A EMS também inovou, mas decidiu ir mais longe. Por meio da Brace Pharma – braço de inovação disruptiva (radical) da empresa nos Estados Unidos –, submeteu seu primeiro produto para a aprovação da Food and Drug Administration (FDA). Trata-se do GeNOsyl® Advanced Delivery System (ADS), device portátil de uma nova geração de óxido nítrico inalatório voltado ao tratamento da hipertensão pulmonar resistente em recém-nascidos. Para tratamento de câncer, a novidade é o medicamento Ibrance® (palbociclibe), da Pfizer. O produto é uma terapia inovadora para o tratamento de mulheres com câncer de mama avançado do tipo estrogênio receptor positivo (ER+) e HER2. Já para os portadores de mieloma múltiplo, a Takeda lançou o primeiro inibidor de proteassoma oral usado em combinação com lenalidomina e dexametasona em pacientes com mieloma múltiplo. Entre os genéricos, mais novidades. A Anvisa autorizou a comercialização de quatro medicamentos inéditos no País. Um deles é o entricitabina combinado com fumarato de tenofovir desoproxila, produto que será usado para o tratamento de pessoas com HIV (vírus da imunodeficiência humana). O segundo item é o perindopril erbumina combinado com indapamida, indicado para o tratamento da hipertensão arterial. Outro produto aprovado é o bilastina, usado no tratamento sintomático de rinoconjuntivite alérgica e urticária. Por fim, há o undecilato de testosterona, usado em terapias de reposição de hormônio sexual em homens que apresentam hipogonadismo primário e secundário.
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FUSÕES E AQUISIÇÕES ENTRE INDÚSTRIAS* O envelhecimento da população brasileira e o espaço para o crescimento de mercado tornam o Brasil atrativo aos olhos dos investidores que atuam no segmento de saúde. Estima-se que, até o encerramento de 2018, esse setor movimente aproximadamente R$ 3 bilhões em fusões e aquisições, segundo previsões da OktoFinance para o País. A Biolab, por exemplo, comprou a Actavis Brasil, pertencente ao Grupo Teva. A empresa atua na fabricação, importação e distribuição de medicamentos. Dentre seus ativos, destacam-se a fábrica localizada na cidade do Rio de Janeiro e um portfólio com mais de 30 produtos, entre itens de marca e genéricos. Já a Novamed, pertencente ao Grupo NC (também detentor da EMS), assumiu oficialmente a totalidade dos negócios do laboratório Multilab, em São Jerônimo (RS). O novo controle acionário foi aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), em 22 de junho último. Entre as gigantes multinacionais, também houve muitas mudanças ao longo de 2018. A Bayer, por exemplo, se tornou líder mundial de sementes, fertilizantes e pesticidas após adquirir a gigante americana Monsanto por US$ 63 bilhões, em junho deste ano. Na Novartis, a movimentação foi ainda mais intensa. Primeiro, adquiriu a empresa americana de terapia genética AveXis por US$ 8,7 bilhões e vendeu sua participação na joint venture de medicamentos isentos de prescrição que tinha com a GSK para a própria companhia britânica, por US$ 13 bilhões. Meses depois, adquiriu a Endocyte, uma companhia biofarmacêutica americana especializada em tratamentos para câncer de próstata, por US$ 2,1 bilhões.** Por último, entre as movimentações de maior repercussão, a Boehringer Ingelheim adquiriu todas as ações da Vira Therapeutics, uma empresa biofarmacêutica especializada no desenvolvimento de terapias oncolíticas virais que desenvolveu o vírus da estomatite vesicular com glicoproteína modificada (VSV-GP), em investigação isoladamente e em combinação com outras terapias. O valor total da transação foi de 210 milhões de euros.
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OUTROS FATOS QUE MARCARAM 2018* Marco regulatório Desde julho último, está em vigor o marco regulatório para os suplementos alimentares. Itens como vitaminas e minerais, ômega-3 ou proteína do soro pertencem, agora, a uma nova categoria: suplementos alimentares. De acordo com definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tratase de produtos apresentados em formas farmacêuticas para ingestão oral com o objetivo de suplementar a alimentação com nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos. De modo geral, a iniciativa regulamenta o segmento para que os suplementos sejam compostos apenas por ingredientes reconhecidamente seguros para consumo e compatíveis com seus objetivos. Para isso, a agência criou listas positivas que contemplam 383 ingredientes fontes de nutrientes, substâncias bioativas ou enzimas, 249 aditivos alimentares e 70 coadjuvantes de tecnologia autorizados na composição dos suplementos. Fila zerada No último mês de agosto, a Anvisa anunciou o fim da fila de espera para análise dos pedidos de registro de medicamentos genéricos. Isso aconteceu porque o órgão aumentou a velocidade de avaliação das solicitações e reduziu em 90% o passivo de petições entre abril de 2017 e maio deste ano. No total, 744 pedidos foram analisados no período. Prejuízo ao setor A greve dos caminhoneiros que paralisou o País também afetou o setor farmacêutico. Diversas farmácias e drogarias sofreram com o desabastecimento de produtos essenciais. Considerando apenas as grandes redes do País, 6,3 milhões de unidades deixaram de ser entregues diariamente durante o período de greve. Um dos principais problemas foram os medicamentos termolábeis, que precisam ser mantidos refrigerados e necessitam de temperatura estável até o seu destino final. Momento difícil A Brasil Pharma, uma das maiores empresas de varejo farmacêutico do País, ajuizou pedido de recuperação judicial depois de não conseguir resolver seus problemas financeiros extrajudicialmente. A rede Farmácia Sant’Ana, controlada pela empresa, foi uma das principais prejudicadas por esse processo de declínio. A rede, que já foi uma das maiores da Bahia, fechou 54 dos 60 estabelecimentos que ainda estavam em funcionamento.
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INAUGURAÇÃO DA CVS* No início do segundo semestre, o varejo farmacêutico brasileiro entrou em polvorosa com rumores de que a CVS – há anos dona da rede de farmácias Onofre – finalmente faria uma estreia à altura em território nacional. De fato, no dia 13 de setembro último, a rede americana inaugurou oficialmente a primeira loja no Brasil, localizada na Av. Paulista, 1.257 (esquina com a Rua Pamplona, na capital paulista). O estabelecimento, que antes era uma Drogaria Onofre, foi reinaugurado com o nome Onofre CVS Pharmacy e traz muitos dos atrativos que fizeram a empresa ganhar fama internacional. A loja foi pensada para oferecer uma experiência de compra diferenciada. Totens interativos estão dispostos de maneira estratégia por toda a loja. Há uma estação dedicada ao diabetes, na qual o consumidor responde a uma série de perguntas para identificar aspectos relevantes do tratamento ou prevenção da doença. Já na área da beleza, os totens permitem uma rápida avaliação para identificar o tipo de pele e dão orientação quanto aos cuidados necessários, problemas mais comuns e dicas de produtos. Para oferecer um atendimento mais ágil, o picking dos medicamentos para dispensação é feito por um robô que busca o medicamento na prateleira (que não está mais à vista do cliente) e o entrega em uma bandeja para o farmacêutico. A loja segue ainda a tendência de serviços farmacêuticos e conta com a Onofre Clinic, onde os pacientes podem aferir pressão, medir glicose, fazer acompanhamento de doenças crônicas, realizar exame de bioimpedância, entre outros. Na hora do pagamento, mais inovação. O cliente pode pagar seus produtos em qualquer lugar da loja, junto a atendentes que carregam máquinas de cartão enquanto circulam pelos corredores. Também é possível terminar a compra sem nenhum auxílio, por meio de um self-checkout. “É o templo onde o shopper vai, sem dúvida nenhuma, realizar a melhor experiência de compra da sua vida. A farmácia reúne toda a evolução estratégica de trade markerting com a transformação tecnológica. Une inteligência de mercado e avanços digitais”, define o presidente do Grupo SSP, gerente geral da Enter/Varejo e coordenador do Programa Retail Farma, Paulo Gomes.
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TENDÊNCIAS PARA O VAREJO FARMACÊUTICO* As 24 redes de farmácias e drogarias movimentaram R$ 22,78 bilhões no primeiro semestre de 2018, um crescimento de 7,54% sobre o mesmo período de 2017. O resultado permanece bem acima da média do varejo brasileiro, cuja alta foi de 3,1%, de acordo com o Boa Vista SPC. Os dados são da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e foram compilados pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP). Embora representem 9,2% do total de 76 mil farmácias no País, as redes associadas à entidade concentram mais de 45% do faturamento do setor. Os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) foram os principais responsáveis pelo resultado. Com faturamento superior a R$ 3,5 bilhões, essa categoria teve um avanço de 15,42% e representou 16% das vendas totais. Segundo informa o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, cerca de 60% dos pacientes recorrem a esses medicamentos sob orientação farmacêutica para gerenciar os sintomas do dia a dia. Os consumidores estão se tornando mais proativos em relação ao autocuidado com a saúde. As farmácias estão entrando em uma nova era, de mudanças rápidas provocadas pela Internet das Coisas (IoT), Aplicativos (apps) etc. O foco deve estar na velocidade e habilidade para mudar como fatores competitivos crucias para a manutenção dos negócios no presente e relevância no futuro. Há uma revolução da conectividade. São 240 milhões de celulares, dos quais 138 milhões são usuários de smartphones. Sistemas inteligentes mudarão o mundo: 71% dos shoppers usarão múltiplos canais de compras. Em 2021, cada pessoas estará conectada a sete devices em média. Algumas mudanças rápidas para se pensar: • Uso de imagens e cor; • Sensação de movimento; • Sensação de mais interação: a loja fala com o cliente (sem necessariamente utilizar mais gente); • Interação com a cidade, a cultura e o meio ambiente; • Alinhamento com tendências, bem-estar, vida saudável; • Entrega de maior informação ao cliente; • Negócio de tijolo que se conecta ao virtual e vice-versa; • Investimento em telessaúde; • Farmácia como parte do ecossistema de saúde e bem-estar.
PRIMEIRO MEDICAMENTO BRASILEIRO À BASE DE CANABIDIOL* A Prati-Donaduzzi será o primeiro laboratório a desenvolver produtos à base de Canabidiol (CDB) no Brasil. O pioineiro, com pesquisa iniciada em 2015, é o Myalo® – medicamento indicado para controle de crises de epilepsia refratária, grau mais crítico da doença, cuja incidência é mais comum em crianças. O fármaco é fabricado com Canabidiol de elevado grau de pureza, obtido a partir de extrato vegetal purificado derivado da planta Cannabis. O projeto teve investimento inicial de R$ 11 milhões, parte desse valor com aporte da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Uma das principais partes do investimento foi usada na construção do prédio do Centro de Pesquisas em Canabinoides – primeiro centro exclusivo para essa finalidade no mundo, doado pela Prati-Donaduzzi.
* Fonte: www.guiadafarmacia.com.br ** Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/bayer-conclui-a-compra-da-monsanto-por-us-63-bilhoes.ghtml 44
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Por um 2019 mais próspero A EXPECTATIVA É DE QUE A MUDANÇA DE GOVERNO E A APROVAÇÃO DE REFORMAS IMPULSIONEM A ECONOMIA BRASILEIRA; O VAREJO FARMACÊUTICO PRECISA ESTAR PREPARADO PARA APROVEITAR O BOM MOMENTO QUE SE APROXIMA POR FLÁVIA CORBÓ
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A expectativa por dias melhores movimenta as análises de especialistas em economia. Reformas na Previdência e nos processos políticos são esperadas como forma de desacelerar a crise e retomar o crescimento. Com maior otimismo nas manchetes dos jornais e entre os empresários, a tendência é de que o brasileiro em geral se sinta mais confiante e com maior disposição para consumir.
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O canal farma precisa estar preparado para tirar o melhor proveito possível desse bom momento que deve chegar nos próximos meses. Estar em sintonia com as demandas do cliente é o ponto de partida. As farmácias devem deixar de ser pontos de venda (PDVs) para se transformar em verdadeiros pontos de experiência. Para tal, é preciso repensar todos os pontos da operação da loja, desde o formato e a divulgação da oferta de produtos e serviços, passando pelo layout e IMAGENS: SHUTTERSTOCK
em varejo e formulou uma relação de dez dicas para vender mais em 2019. Confira:
1- TENHA UM VAREJO HÍBRIDO Em um setor tão pulverizado como o ramo de farmácia, o desafio é reter os consumidores PDVs. Seguindo tendências atuais de comportamento de compra, o lojista deve investir em ambientes onde é possível encontrar produtos ou serviços de segmentos complementares. Ou seja, além de medicamentos e produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC), é preciso oferecer serviços diferenciados, como aplicação de vacinas, testes laboratoriais e consulta farmacêutica. Entre as grandes redes, este cenário já é realidade. De acordo com dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o número de farmácias que contam com salas de serviços farmacêuticos quase triplicou entre outubro de 2017 e outubro de 2018, saltando de 605 para 1.670 – um avanço de 176%. Mantendo este ritmo, estes espaços realizarão, até o fim do ano, 2,6 milhões de atendimentos, contra 1,4 milhão registrados em 2017.
2– ALINHE OS CANAIS DE VENDA
atendimento, até os instrumentos de monitoramento e controle das métricas de vendas e estoque. “A loja começa a exercer um papel mais amplo, como um ponto de encontro, de experiência e de relacionamento, não se restringindo mais à venda de produtos baseada na racionalidade e que pressiona a rentabilidade do negócio”, afirma a consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso. Para guiar o leitor a caminho de um ano mais próspero, o Guia da Farmácia conversou com especialistas
O atual consumidor é altamente seletivo e faz uso da tecnologia para tomar decisões de compra. Depois de pesquisar preços e vantagens, ele efetua a compra pelo canal que lhe for mais conveniente, mas há boas chances de que a consulta e a compra sejam feitas on-line. De acordo com pesquisa da Sophia Mind, 88% das mulheres entre 18 e 60 anos de idade consideram a internet fonte de grande importância para buscar esclarecimentos e dicas de uso dos produtos de beleza, além de um bom canal para efetuar a compra dos mesmos em lojas on-line. A 37ª edição do relatório Webshoppers, do Ebit, ainda coloca o setor de saúde, cosméticos e perfumaria em 2º lugar, no volume de vendas totais no comércio on-line do Brasil, atrás somente do mercado de moda e acessórios. “Já não é mais possível separar o mundo físico do digital, pois as pessoas transitam entre eles com naturalidade, e os canais não podem ser vistos como concorrentes. Pode ser que a pessoa esteja dentro da farmácia pesquisando o site da própria farmácia para comparar preços de um produto e ver mais opções sobre ele, como cores e tamanhos”, alerta Silvia. “Quem não percebeu isso está ficando para trás. Precisa haver 2018 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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uma consistência nos canais e a boa experiência precisa ser replicada em todos.”
3- CRIE UM PONTO DE RELACIONAMENTO Como consequência natural da fluidez entre os canais de pesquisa e compra, o PDV está mudando para se tornar um ponto de relacionamento. Isso não significa que a farmácia irá se tornar apenas um showroom, mas indica a necessidade de mudar o perfil de atendimento. Os vendedores não devem ser treinados apenas para vender, mas sim para atender, explicar e tirar dúvidas. Mais do que promotores de venda, devem atuar como facilitadores. Para atingir este comportamento, é preciso selecionar a equipe de vendas com sabedoria. Este tipo de vendedor precisa gostar de gente e gostar de se relacionar. “Investir no treinamento da força de vendas também é fundamental para que todos entendam quais são as estratégias e os processos que devem ser seguidos e quais são as vantagens de seguir todas as orientações. Um time treinado e com clareza do que a companhia necessita está um passo à frente dos concorrentes”, afirma o diretor do Instituto Pedro Dias, Pedro Dias.
TENDÊNCIAS DE CONSUMO PARA 2019 EM SAÚDE E BELEZA • Ofertas de produtos e serviços voltados para saúde e bem-estar como produtos sem glúten, sem lactose, suplementos e complementos alimentares; • Serviços como clínicas farmacêuticas, aplicação de vacinas, testes de laboratório com resultados quase que imediatos; • Orientações de aplicação de produtos de tratamento de pele e maquiagem ou até mesmo de aparelhos elétricos como chapinhas, babyliss ou até inaladores, dentre outros. Fonte: consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso
4- REDUZA PONTOS DE CONTATO INTERMEDIÁRIOS O movimento chamado de ‘no friction’ se caracteriza pelo fim dos intermediários. De acordo com Silvia, em um futuro breve, parte dos vendedores poderão ser substituídos pelo acesso direto do cliente no canal digital ou no contato pelas redes sociais. “Já há em algumas farmácias o uso de totens para informações que dispensam os atendentes. Também existem PDVs com a presença de self-checkout, no qual o cliente pode efetuar o pagamento sem a utilização de caixas para o atender”, destaca.
5– ESTABELEÇA MÉTRICAS Ter uma visão analítica do seu negócio e tomar as decisões com base em fatos e dados são medidas essenciais para a sustentabilidade do negócio em um mercado tão competitivo. “Com a implementação do CRM, o varejista poderá entender o perfil do seu público, bem com os produtos que eles necessitam. Dessa forma, pode-se criar estratégias específicas para cada categoria de lojas”, orienta Dias. 48
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6– FORME PARCERIAS Estabelecer parcerias com os principais fornecedores (distribuidores e indústrias) é essencial para receber informações estratégicas de mercado, como também para ter o suporte necessário para realizar ações de treinamento para a força de vendas e criar ofertas especiais para o consumidor final. “Também é importante se aproximar de instituições que auditam o setor, como IQVIA e Close-up, para ter acesso a informações de mercado, tendências e comportamentos de consumo”, aconselha a professora e conselheira do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR), Teresa Cristina Zanon.
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ERROS NO ATENDIMENTO QUE DEVEM SER ELIMINADOS DA ROTINA DA FARMÁCIA • Falta de investimento na qualificação dos profissionais que trabalham na farmácia, sejam eles na administração ou no PDV. Profissionais mais acolhidos e treinados são mais felizes, vendendo mais e melhor; • Pouca humanização no atendimento, fazendo com que o cliente se sinta um número na farmácia e não “O” cliente; • Ansiedade do vendedor. Em um processo de venda, o vendedor que é ansioso em vender apenas o que é de interesse dele pode impactar de maneira negativa na percepção do consumidor; • Julgamentos dos clientes pela sua aparência, linguagem ou postura dentro do PDV. Ao realizar o julgamento, o vendedor pode perder a oportunidade de realizar uma venda saudável para aquele cliente apenas por ter rotulado que ele não teria condições para realizar uma determinada compra. Fontes: consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso; e diretor do Instituto Pedro Dias, Pedro Dias
“Ter uma profissional com conhecimento, que ofereça informações de uso e saiba indicar quais os produtos mais adequados, sem a intenção de ‘empurrar’ mercadoria, certamente traz um ganho nas vendas. Quando se trata de produtos de beleza, a consumidora só se sente segura de comprar sem orientação se for um item de reposição, que ela já consome”, lembra Tereza.
9- FIDELIZE O CLIENTE
7– NÃO ESQUEÇA: O CLIENTE É REI Estender o tapete vermelho para os clientes deixou de ser iniciativa só do mercado de luxo. Hoje, toda marca precisa oferecer tratamento diferenciado para criar fãs. “Uma boa relação com os clientes se refletirá na vida real e nas redes sociais, aumentando a interação com a empresa e os comentários positivos ou negativos”, aconselha Silvia.
8- OFEREÇA ATENDIMENTO CONSULTIVO Os clientes buscam mais soluções do que produtos. Quem vende maquiagem pode, por exemplo, oferecer uma consultoria sobre como combinar os tons com o tipo de pele ou a ocasião. Para oferecer um bom serviço, é fundamental ter vendedores que não estejam apenas interessados em fazer uma venda e, sim, em estabelecer um relacionamento genuíno com o cliente. 50
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Atingir essa meta em um varejo tão pulverizado é um grande desafio. De acordo com Silvia, o relacionamento deve ser cultivado, garantindo que, em momentos mais convenientes, o cliente estará disposto a voltar para a sua farmácia. “Algo no sentido de: compre de outro, só não se esqueça de mim”, exemplifica. Quando há várias farmácias no mesmo bairro, aquela de apelo mais popular pode ser a ideal quando o interesse é apenas comprar pelo menor preço. “Mas se a opção for um tratamento de mais qualidade, com produtos diferenciados, o cliente sempre irá buscar uma drogaria ‘especial’, que se diferencie das demais”, complementa.
10– PESQUISE A CONCORRÊNCIA Segundo Dias, para manter-se firme em um setor tão concorrido é preciso estudar os concorrentes da região em que o PDV está presente. “Verifique quais estratégias são melhores do que as da sua empresa e cheque quais ações (marketing, comercial e outras) eles realizam e que você pode implementar em sua empresa para ser ainda melhor do que eles.”
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Planejamento estratégico: como elaborar? OS MESES TÊM PASSADO E VOCÊ AINDA NÃO SABE O QUE DESEJA PARA O FUTURO DA SUA LOJA? CONFIRA AS DICAS DOS ESPECIALISTAS OUVIDOS PELO GUIA DA FARMÁCIA PARA CRESCER DE MANEIRA ESTRUTURADA POR KATHLEN RAMOS
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Planejar é olhar para o futuro prevendo demandas e, a partir disto, organizar, antecipadamente, os recursos da empresa, formados por capital humano, capital financeiro e produto ou serviço oferecido ao mercado a fim de não perder oportunidades. “O planejamento auxilia a companhia a implantar atividades que visam ao desenvolvimento da eficácia, isto é, atender o máximo possível às necessidades dos clientes, gerando o máximo possível de vendas e receita”, resume o professor do curso de Administração da ESPM-SP, Alan Kuhar, acrescentando que, depois de estimar o que está por vir, é hora de escolher a estratégia. “A expressão planejamento estratégico é a combinação de eficácia e eficiência, com olhar para o futuro. Este conceito é importante para o gestor conseguir preparar a empresa para atender os clientes, organizando tudo o que tem de maneira a maximizar as vendas e reduzir os custos”, sintetiza. Diante da sua importância, o planejamento estratégico deve nascer junto com a empresa, quando se define a visão e a missão da organização, as oportunidades e as ameaças, as forças e as fraquezas, entre outros parâmetros. “Qualquer negócio precisar ter um propósito, baseado no que se quer e o que será necessário para se chegar lá. Assim, o planejamento estratégico é o norte da companhia”, pondera a professora e conselheira do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR), Teresa Cristina Zanon. Além disso, com o planejamento estratégico, os riscos são reduzidos. “Um gestor sem esse conceito não sabe como começar o negócio. Não sabe como vai se desenvolver e nem onde vai chegar”, alerta a docente do curso de Farmácia da Universidade Anhembi Morumbi, Valéria Antunes. Dentro deste “guarda-chuva”, também está o planejamento anual, que determina quais serão os passos da empresa ao longo dos próximos 12 meses. Neste caso, segundo Kuhar, o trabalho de pensar, desenvolver, escrever e comunicar o que foi projetado demanda, pelo menos, dois meses de maturação. Assim, recomenda-se que o gestor comece a estruturar os planos do negócio em agosto ou setembro para que, antes do fim do ano corrente, seja possível dividir os objetivos do planejamento com os colaboradores, delegando responsabilidades e metas para cada um deles.
PARA QUE TODO O CICLO DE ANÁLISES TRAGA OS RESULTADOS ESPERADOS, TAMBÉM É FUNDAMENTAL QUE O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO APRESENTE METAS REALISTAS
Vale reforçar ainda que uma gestão estratégica não substitui o planejamento. “O planejamento estratégico é o documento que se constrói com os registros dos objetivos traçados. Já a gestão estratégica é um termo que se refere ao estilo do gestor e que deve ser baseada em análises que permitam uma visão geral da organização. Ela deve estar focada nos indicadores mais importantes para cada área”, diferencia a sócia consultora da Blue Numbers, Camila Pacheco.
COLOCANDO NO PAPEL A análise SWOT (em português, F.O.F.A.– Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) deve ser o ponto de partida do planejamento estratégico, de acordo com Teresa. “As forças são todos os pontos positivos e diferenciais da loja. Já as fraquezas podem ser a falta de produtos, o baixo índice de capacitação, entre outras. As oportunidades devem ser previstas observando-se as necessidades e características da região da loja, enquanto as ameaças podem ser analisadas pela performance dos concorrentes diretos e indiretos. Os resultados dessas observações vão indicar quais são as prioridades da loja, que podem indicar para um aumento do mix de produtos ou para uma reforma, por exemplo”, explica, acrescentando que é por meio desta análise que os objetivos da empresa começam a ficar claros. Valéria acrescenta que é neste momento que a empresa precisa definir qual será a missão, os valores e a visão do negócio. “Importante conhecer o mercado a fundo: quais são os fornecedores, o 2018 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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5 PASSOS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 1) Posicionamento e propósito O posicionamento é uma analogia à rota a ser seguida, conhecendo os recursos que estão disponíveis, assim como as dificuldades encontradas. É o grande objetivo que contém uma soma de características capazes de tornar a empresa única e diferenciada no mercado. O propósito é uma analogia à crença da companhia, que inspira os colaboradores a chegarem ao objetivo, superando as dificuldades que estão entre o ponto de partida e o fim do percurso.
2) Objetivos, metas e indicadores Apresentar objetivos mensuráveis, quantificáveis e, principalmente, realistas, que possam ser verificados com indicadores parciais mensais, como faturamento, volume de vendas, quantidade de clientes atendidos, tempo médio de atendimento, satisfação do cliente etc.
3) Apresentação e compartilhamento A informação contida no planejamento estratégico precisa estar disponível para todos os colaboradores e ser formalmente apresentada, a fim de sanar quaisquer dúvidas. O entendimento da informação é a chave para o sucesso da execução. Se cada um sabe o que tem de fazer e qual a rota a ser seguida, reduz-se a possibilidade de erro.
4) Execução Desenvolver um planejamento estratégico e deixá-lo guardado é perda de tempo e de recursos. Se o gestor se dispõe a fazer um bom plano de ação, também precisa ter disposição para executar, verificar, corrigir e aprimorar sua programação.
5) Acompanhamento O relacionamento com fornecedores e clientes pode mudar rapidamente, assim como a concorrência também trabalha para maximizar os resultados. Portanto ajustes trimestrais precisam fazer parte da gestão estratégica, que avalia como o macro e o microambiente mudaram em relação ao planejado, assim como verifica o cumprimento de metas estabelecidas. Todo planejamento estratégico é vivo e deve ser revisitado, a fim de entender se as atividades estão dentro do esperado e quais processos não se ajustaram ao plano desenvolvido. Os acompanhamentos devem ser baseados em métricas rotineiras para facilitar tanto o entendimento por parte dos colaboradores quanto também a avaliação. Fonte: professor do curso de Administração da ESPM-SP, Alan Kuhar
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QUAIS OS TEMAS QUE NÃO PODEM FICAR FORA DA MISSÃO DE UMA FARMÁCIA? • Ética; • Surpreender o cliente com qualidade de atendimento; • Aprimoramento contínuo dos colaboradores; • Crescimento sustentável e duradouro; • Desejo de se destacar no setor; • Honestidade, transparência, comprometimento. Fonte: docente do curso de Farmácia da Universidade Anhembi Morumbi, Valéria Antunes
desconforto, o gestor deve ter em mãos o histórico da empresa, o potencial de crescimento, a avaliação da concorrência, conhecer qual o orçamento disponível para a execução, analisar o macroambiente e, principalmente, dialogar com a equipe, pois é ela que está na rotina da operação. “Sugere-se que para o fechamento do planejamento estratégico um grupo selecionado de colaboradores procure um espaço para a reunião fora do ambiente de trabalho, longe de e-mails e mensagens que possam tomar a atenção”, aconselha Kuhar. Também é relevante dividir os objetivos do planejamento estratégico com os principais fornecedores. “Eles são peças-chave que garantem o ciclo de funcionamento da companhia e devem se organizar para atender às necessidades da empresa, assim como auxiliar na redução dos custos e na customização de serviços, por exemplo”, pondera o especialista da ESPM-SP.
MACRO E MICROAMBIENTE público, como se diferenciar dos concorrentes. Esta análise, quando feita corretamente, faz com que os líderes identifiquem seus pontos fracos e fortes dentro do processo para que estejam aptos a construir um plano de ação”, diz. Para ter uma maior chance de ser executado, um planejamento estratégico também deve ser desdobrado em objetivos, ações e políticas, segundo mostra o consultor empresarial e fundador da Telos Resultados, Luiz Muniz. “Os objetivos são a base para a definição das metas anuais, como o orçamento de vendas e despesas, ou o tempo de estoque e ciclo financeiro. As ações estabelecem quais projetos a serem desenvolvidos serão executados no ano, como, por exemplo, o aumento do espaço físico de uma loja. Já as políticas indicam quais padrões estratégicos (determinações da direção) devem ser seguidos”, esclarece. Para que todo esse ciclo de análises traga os resultados esperados, também é fundamental que o planejamento estratégico apresente metas realistas. Metas exageradas e inatingíveis usualmente são formas de desincentivo à equipe, que trabalhará abaixo de suas qualidades por entender que qualquer esforço será inútil. Neste sentido, a fim de evitar este 56
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O macroambiente é composto por forças que impactam a empresa e que não se consegue mudar. “As seis forças macroambientais são as político-legais, econômicas, tecnológicas, naturais, culturais e demográficas. Estas forças estão em constante alteração, permitindo ao gestor enxergar tendências e como elas afetarão as relações existentes com clientes, fornecedores e concorrentes”, pontua o especialista da ESPM-SP. Para Muniz, acompanhar o cenário externo atual é fundamental na fase de definição do posicionamento. “É neste momento que se entende quais as oportunidades do mercado, baseadas nas características dos clientes a serem atendidos”, sinaliza. Já o microambiente econômico é formado por instituições que impactam e são impactadas pela rotina da empresa. “O microambiente basicamente é composto por clientes, fornecedores e concorrentes. Prever o que os concorrentes vão apresentar ao mercado, avaliar como os fornecedores podem ajudar na atuação da empresa e entender como os clientes se comportarão com as mudanças derivadas tanto do macroambiente como das ofertas dos concorrentes permite olhar para o futuro e antecipar as principais demandas”, finaliza Kuhar.
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De olho no calendário DATAS COMEMORATIVAS E ESTAÇÕES DO ANO SÃO OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS. COM A ESTRUTURAÇÃO DE UM CALENDÁRIO, O VAREJISTA PODE PLANEJAR AÇÕES E PROMOÇÕES QUE MOVIMENTEM A LOJA O ANO INTEIRO
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POR ADRIANA BRUNO
Atuar no varejo requer, entre outras características, muito “jogo de cintura”. Isso porque o consumidor está sempre buscando mais. Mais novidades, produtos, preço, diferenciais, atendimento, benefícios. É um dinamismo que demanda que a loja seja reinventada constantemente. Mas como fazer isso? Como levar para a prática, para o dia a dia do negócio, todo esse dinamismo? Uma das estratégias é focar
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na sazonalidade e no calendário de datas especiais e comemorativas. Algo que não irá exigir mudanças estruturais na loja, mas sim adequações pontuais que se encaixem no momento, o que pode ser uma simples decoração de vitrine, balcão, uma sinalização diferenciada na loja ou a criação de uma ação promocional. Da mudança das estações climáticas às datas que remetam à compra de presentes e lembranças, o canal tem, em mãos, um calendário de oportunidades IMAGENS: SHUTTERSTOCK
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para mostrar ao cliente que ali, naquele ponto de venda (PDV), é possível encontrar a solução não apenas para suas compras de rotina e abastecimento, mas também para aquelas ocasiões especiais. Para o head de eficiência operacional da AGR Consultores, Rodrigo Catani, o calendário sazonal é fundamental para o varejo em todos os países, inclusive no Brasil. “Natal, Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia das Crianças e ‘Black Friday’ são momentos em que varejistas e seus fornecedores preparam ações promocionais, ações de marketing e de comunicação que incentivam a demanda do consumidor e estimulam o aumento das vendas. São oportunidades que não podem ser desperdiçadas”, avalia. Catani ainda destaca que o calendário sazonal já é aproveitado pelo canal farma, porém não em toda a sua potencialidade. Isso pelo fato de a regulamentação brasileira ser muito mais restritiva em relação ao varejo do que a americana, por exemplo. “Para citar apenas um exemplo, ainda estamos vivendo um momento de transição no qual as farmácias estão deixando de ter a imagem associada apenas à compra de medicamentos para o momento em que elas passam a ser verdadeiros centros de saúde e beleza. Essa é uma mudança importante e que já está e continuará direcionando os grandes investimentos e ações das redes de farmácias nos próximos anos, tanto na sua relação com os fornecedores quanto no perfil de contratação de colaboradores, layout e espaço de lojas, entre outros”, comenta. Ele ainda reforça que o calendário promocional pode aumentar muito a venda das categorias nas quais a elasticidade é alta e há dependência da sazonalidade. “No verão, uma ação promocional com protetores solares pode impulsionar muito as vendas, gerando uma antecipação de compra do consumidor. Algumas categorias respondem melhor a promoções do que outras. O varejista precisa conhecer essas métricas, medi-las e tomar decisões que tragam não só o aumento de vendas esperado, mas também rentabilidade. Testar, aprender, errar, ajustar e replicar em escala. Esse é o modelo que precisa ser incorporado ao varejo brasileiro como um todo”, diz Catani. Também é preciso esclarecer que as sazonalidades no canal farma devem ser entendidas de acordo com cada categoria de produto. “Períodos festivos, por exemplo, possuem grande influência sobre as categorias de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), assim como 60
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o clima de inverno possui diante das categorias de vitaminas, e assim por diante. Os períodos de junho/julho e dezembro/janeiro são grandes meses, com características diferentes em razão do clima e das férias. Há uma influência das viagens diante dos ‘kits caseiros’ e também do clima em medicamentos anti-inflamatórios (verão) e anti-histamínicos (inverno)”, comenta a diretora executiva do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR), Patricia Cotti.
ALÉM DAS DATAS Para que seja usado com eficiência e traga o retorno esperado, o calendário não pode se basear apenas no senso comum. “Quando se trata de sazonalidade, entretanto, é preciso ir além destes conceitos, estudando com profundidade o comportamento de compra dos consumidores daquela loja, os itens de produtos mais vendidos dentro de cada período, a cesta mais comum de compra (cesta ampliada), a possibilidade de correlação das vendas, o motivo da busca, entre outros fatores”, explica. Segundo ela, isso pode levar os varejos farmacêuticos a “descobrir” algumas sazonalidades diretas (aumento por si só) ou correlacionadas a uma cesta, que até então não pareciam óbvias, aumentando a receita do período. Patricia ressalta ainda que, com a estruturação do calendário sazonal, o varejista consegue se planejar interna e externamente. Do ponto de vista interno, consegue antecipar negociações de compra, volume de produtos com o fornecedor a fim de evitar rupturas, margens melhores, garantia de entregas, dentre outros. Do ponto de vista externo, há o reforço das campanhas e da comunicação junto aos consumidores, seja em propaganda, seja em loja, com ampliação por meio da criação de kits e treinamento dos vendedores, balconistas e caixas. “Para colocar qualquer ação baseada neste calendário em prática, o primeiro passo é entender o papel de cada categoria diante do canal como um todo, sem considerar necessariamente a sua sazonalidade. A partir disso, é possível entender as mudanças de cada um desses papéis através do tempo e da sazonalidade com as vendas, garantindo o reforço das comunicações. O foco aqui deve ser sempre o pensamento do consumidor e o motivo da escolha do canal e do produto”, orienta. Para ela, esta é a chave. “Algumas categorias que a princípio se mostrem sazonais para o mercado como um todo, diante de uma loja específica que possua um
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consumidor com comportamento diferenciado, atípico, pode não se mostrar válida”, alerta. Conhecer o perfil dos clientes da loja é um dos critérios que devem ser considerados antes de olhar para o calendário. O cofundador da Inteligência360, Olegário Araújo, lembra que lojas podem apresentar desempenhos diferentes em função do perfil dos clientes e da concorrência com outras farmas e outros canais. “As ações promocionais nas lojas precisam ser planejadas inclusive para preparar as equipes para atender melhor e para a comunicação conciliar as diversas mídias. Além das ações promocionais nas lojas, é fundamental integrá-las com outras e considerar a jornada de compras do cliente (antes, durante e depois da compra)”, diz. Araújo também comenta que o calendário associado ao ciclo de vida das categorias, a entrada de novas indústrias e marcas, a segmentação e as novidades dos fornecedores, junto com o comportamento de compras dos consumidores, permitem oferecer o produto certo, na loja certa, na quantidade certa, ao preço certo. “É possível estimar melhor as vendas e investir em estoque com mais precisão.”
PLANEJAMENTO, OBJETIVOS E CRITÉRIOS Nenhuma ação, seja ela de gestão do negócio ou de marketing, nasce do nada. É preciso muito estudo e planejamento e é assim com o trabalho a ser realizado com o calendário promocional do varejo, ou seja, não basta ter as datas em mente, é preciso avaliar e planejar. Catani recomenda que antes de pensar nos critérios, os varejistas do canal farma precisam definir muito bem os objetivos de implementar o calendário promocional. “Feito isso, os critérios são definidos para selecionar os produtos com base no giro e na atratividade para o consumidor. Esse é um erro cometido por alguns varejistas, que selecionam os produtos com base apenas no excesso de estoque e não no interesse do consumidor. O estoque pode ser um critério, mas não pode ser o único. O calendário promocional tem que ser orientado ao consumidor e não direcionado pelo fornecedor ou pelo estoque”, orienta. Para ele, além dos métodos da sazonalidade, deve-se avaliar o perfil da categoria, o giro médio, a elasticidade, a adequação às ações promocionais, o estoque e a negociação com os fornecedores. “Nunca é demais lembrar que o fornecedor deve participar 62
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desta discussão com sugestões, apoio de material de comunicação e, preferencialmente, verbas”, afirma. Vendas nos últimos períodos, inovação em produtos e tendência de procura, intenção de compra e propensão ao consumo como um todo, além da influência do clima, também são critérios a serem considerados ao planejar as campanhas promocionais. “No fim, a identificação simples dos acréscimos em vendas considerando uma boa base histórica é o que faz a diferença e o que se considera mais efetivo na hora da criação das campanhas e ações”, comenta Patrícia. Uma análise criteriosa de campanhas anteriores também é recomendada, principalmente para entender o que deu e o que não deu certo. Além disso, outra recomendação dos especialistas é reunir uma equipe multidisciplinar (comercial, marketing, operação, finanças) para discutir a nova campanha. “O resultado é da companhia. É importante saber o papel que a categoria/segmento/marca tem na empresa/loja. Dependendo de qual seja ele, as ações são diferentes e impactarão o resultado de maneira diferente. Com as definições gerais (áreas de oportunidade de melhoria e diferenciação) estabelecidas, é o momento de falar com os fornecedores para avaliar o que pode ser feito conjuntamente para garantir o sucesso da campanha”, recomenda Araújo. Quanto aos objetivos da ação, eles nem sempre estão diretamente ligados à venda em si. Vale dizer que tudo depende do que for traçado no planejamento. Algumas ações são mais focadas em aumento de vendas, outras em conquista de clientes e outras ainda em fidelização. “O que não se deve esperar é que a mesma ação traga tudo isso ao mesmo tempo”, reforça Catani. Apesar de todos os critérios e planejamento, sempre há um risco de algo não dar certo, portanto o melhor é se cercar de cuidados para evitar que a ação se transforme em uma dor de cabeça. “Um dos principais cuidados é não criar a ação por conta própria, sem conhecer o público, a sua praça e o que o mercado e a concorrência estão fazendo. Quanto mais informações tiver, melhor será a tomada de decisão e o uso assertivo da verba”, recomenda a fundadora da Social Lounge, Mônica Lobenschuss. Para ela, um bom trabalho estratégico de marketing pode gerar campanhas de vendas específicas para cada época do ano,
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DATAS, CATEGORIAS E PERÍODOS COM MAIOR OPORTUNIDADE PARA ALAVANCAR AS VENDAS NO PONTO DE VENDA Verão: protetor solar, repelentes, hidratantes, produtos para cuidados com a pele e os cabelos, protetores labiais; Carnaval: Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), preservativos, tintura para cabelos, isotônicos; Dia Internacional da Mulher: kits presenteáveis com produtos de beleza, dermocosméticos, perfumaria, nutracêuticos; Dia das Mães: produtos para gestantes, hidratantes para o corpo e o rosto, cuidados com os cabelos, produtos para banho; Dia dos Namorados: kits e cestas para banho, cremes para massagear o corpo; Dia dos Pais: produtos para barbear, cuidados com a pele e com os cabelos, perfumaria; Black Friday: aparelhos como aferidores de pressão, nebulizadores e inaladores; itens que estejam em excesso no estoque; Natal: produtos que atendam desde as crianças até os adultos: kits de higiene e cuidados pessoais, perfumaria; Verão: protetor solar, repelentes, hidratantes, produtos para cuidados com a pele e os cabelos, protetores labiais, entre outros; Outono-inverno: hidratantes para o corpo, antigripais, antitérmicos, hidratantes labiais, inaladores, termômetros; Primavera: Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) para alergias, hidratantes, loções, colônias.
não só falando de clima, mas também de datas comemorativas, com ofertas presenteáveis e outras de prevenção. “Assim como o varejo tradicional vende mais no Dia das Mães, dos Namorados, dos Pais, das Crianças e no Natal, o canal farma também pode alavancar a receita nestas datas”, comenta.
NA PRÁTICA Com as farmácias dedicando espaços cada vez maiores para a oferta de produtos destinados ao bem-estar, cuidados pessoais, beleza, dermocosméticos, entre outros, os kits e os combos de produtos são sempre atrativos e despertam a atenção do cliente não apenas pelo uso efetivo dos produtos, mas também pela praticidade de encontrar tudo pronto e embalado. Porém é preciso avaliar com cuidado os itens que entrarão nesta estratégia. Na opinião de Patricia, eles devem ser considerados diante do conceito de cesta de produtos ampliada. “A promoção é válida, porém deve ser vista com cuidado. Se um item já é um item de procura, não há porque baixar ainda mais o preço dele. Óbvio que isso depende do estudo de elasticidade e de demanda daquele produto em razão da época pretendida, mas, em geral, a solução de promoção, se não bem 64
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aplicada, pode aumentar as vendas, mas diminuir os resultados em razão da diminuição de margens”, diz. A comunicação também deve ser facilitada, e este é um diferencial para os pontos de venda (PDVs). “A criação de ilhas, de zonas de intersecção com o consumidor e pontas de gôndola pode se mostrar muito mais efetiva, sem necessariamente ter que baixar os preços dos produtos”, recomenda Patrícia. Ela ainda destaca que entre os ganhos que essas ações trazem ao PDV estão: aumento das vendas de uma categoria, aumento do tíquete médio e da cesta de produtos e ganho de imagem da loja como solução na busca do consumidor, com consequente “fidelização” ou geração de recompra futura. Outra estratégia é combinar diferentes ações, como, por exemplo: desconto simples, leve três e pague dois, sorteios, brindes. “Uma ação promocional que funciona bastante é comprar o produto na farmácia e ganhar a aplicação em um salão de beleza parceiro. Este tipo de ação pode funcionar muito bem para tinturas de cabelo e alisantes capilares, por exemplo”, comenta Catani. Ele ainda afirma que, nestes casos, passa-se a vender a experiência de um novo visual e não somente o produto. “Tem que pensar com a cabeça do consumidor, pensar no que de fato agrega valor”, diz.
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A UMIDADE E A ALTA TEMPERATURA SÃO INGREDIENTES PERFEITOS PARA A PROLIFERAÇÃO DE FUNGOS, QUE PODEM APARECER NÃO SÓ NA PELE, MAS EM MUCOSAS E UNHAS. CUIDADOS BÁSICOS DE HIGIENE E TRATAMENTO TÓPICO ORAL AJUDAM A ELIMINAR O PROBLEMA
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POR LAURA MARTINS
Os meses mais quentes do ano são perfeitos para aproveitar os dias de folga. Mas os aspectos climáticos, como a alta temperatura e a umidade relativa do ar, podem ser prejudiciais para a pele, se não houver certos cuidados. Um dos incômodos que podem surgir são as micoses. Mais comuns em áreas como os dedos dos pés ou a virilha, a doença pode aparecer em qualquer parte do corpo. Os fungos causadores se beneficiam do calor e da umidade, que tendem a
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ser mais frequentes por conta do aumento da frequência em praias e piscinas. De acordo com a dermatologista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo (SP), Dra. Ana Célia Xavier, os casos são mais comuns no verão devido ao calor, que aumenta a transpiração, deixando a pele úmida e quente, facilitando a aderência e a proliferação da doença. “O clima, o uso de roupas de tecidos sintéticos que favorecem a transpiração e a higiene inadequada, além da exposição a ambientes contaminados, facilitam a instalaIMAGENS: SHUTTERSTOCK
ção e a multiplicação dos fungos nesta época do ano”, complementa a gerente de produto da União Química, Flaviana Ferreira. Existem vários tipos de micoses, que têm em comum o ambiente em que os microrganismos responsáveis pela doença se proliferam: quente, úmido e abafado. Em geral, o problema pode ser causado por três grupos de fungos, explica o dermatologista do Hospital Santa Catarina, Dr. Leonardo Abrucio Neto: • Dermatófitos: causados por fungos dos gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. Caracterizam-se por descamação, vermelhidão e coceira. Podem acometer a pele e as unhas; • Leveduras: causados por fungos do gênero Candida. Podem acometer a pele, as unhas, as mucosas vaginal, anal e o pênis; • Fungos dimórficos: causadas por fungos dos gêneros Malassezia e Pityrosporum. Podem causar descamação, coceira e vermelhidão no couro cabeludo (dermatite seborreica) ou manchas vermelhas, brancas ou escuras no tronco (pitiríase versicolor). Nas micoses superficiais, o fungo fica na camada mais externa da pele, ao redor de pelos e unhas, nutrindo-se de queratina. São exemplos de micoses superficiais a pitiríase versicolor (pano branco ou tinea da praia), a tinea inguinal, a tinea dos pés, a candidíase e as onicomicoses. “A pitiríase versicolor é muito comum, especialmente entre jovens, de evolução crônica e recorrente. Indivíduos de pele oleosa são mais suscetíveis a apresentar este tipo de micose, principalmente quando frequentam piscina e praia. A tinea inguinal e dos pés ocorre quando esses locais ficam úmidos e fechados por tempo prolongado. As lesões que surgem nos pés também acontecem mais facilmente entre atletas que vão a academias e clubes”, acrescenta a dermatologista do Hospital Sírio-Libanês, Dra. Luciane F. F. Botelho. A candidíase, causada pela Candida, pode comprometer, isolada ou conjuntamente, a pele, as mucosas e as unhas. É um fungo oportunista, ou seja, algumas situações favorecem seu desenvolvimento, como diabetes, imunodeficiências, uso prolongado de antibióticos ou imunossupressores. Já a onicomicose, diz a Dra. Luciane, é uma infecção que acomete as unhas, sendo mais frequente nas unhas dos pés. Um trauma pode levar ao descolamento da unha, favorecendo a infecção pelo fungo, principalmente em situações de umidade e uso de calçado fechado por longos períodos. “As lesões são, geralmente, anulares, com bordas vermelhas e descamativas, com o centro mais claro. Podem se apresentar também com manchas acastanhadas, bran-
SINTOMAS DA MICOSE Lesões em geral: anulares, com bordas vermelhas e descamativas, com o centro mais claro. Discreta descamação. Pode ter coceira ou não.
Unhas: descoladas, espessas e com coloração amarelada ou esbranquiçada.
Virilha: coceira intensa e vermelhidão.
Sob as mamas: vermelhidão e coceira. Pode se formar uma secreção esbranquiçada e com mau cheiro.
Dedos dos pés: vermelhidão, coceira intensa e pequenos cortes na pele.
Fontes: dermatologista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, Dra. Ana Célia Xavier; dermatologista do Hospital Santa Catarina, Dr. Leonardo Abrucio Neto; e gerente de produto da União Química, Flaviana Ferreira
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MICOSES
cas ou rosadas, com discreta descamação, que podem ou não coçar”, exemplifica a Dra. Ana. Mas os sintomas dependem do local onde a micose ocorre. Entre os dedos dos pés, por exemplo, ocorre vermelhidão, coceira intensa e pequenos cortes na pele (fissuras). Na virilha, geralmente ocorre coceira intensa e vermelhidão, mas sob as mamas, além da vermelhidão e da coceira, pode se formar uma secreção esbranquiçada e com mau cheiro, pois a pele fica macerada. As unhas afetadas são descoladas, espessas e com coloração amarelada ou esbranquiçada.
O CAMINHO DO FUNGO Segundo Flaviana, da União Química, são inúmeras as possibilidades de contágio da doença, sendo as mais comuns: contato direto com a pessoa infectada; compartilhamento de roupas, calçados e itens de uso pessoal, como toalhas de banho e escovas de cabelo. Pode ser contraída, também, ao se andar descalço em locais contaminados, como à beira da piscina ou em vestiários de academias. “O contágio pode acontecer pelo contato com lesões de seres humanos ou com animais contaminados, principalmente cães e gatos. Também pode ocorrer pelo contato com o solo ou com a água de praia e piscinas. Pode surgir nas unhas, por contato com instrumentos de manicure, ou na pele, através de roupas ou contato pessoal”, revela o Dr. Neto. Ainda que existam várias formas de se contagiar, é importante alertar que são precisos fatores favoráveis para a infecção, conforme cita a Dra. Ana: calor, umidade, queda de imunidade ou a presença no suor de um ácido graxo (por determinação genética) em que o fungo possa se proliferar. “Os grupos de risco incluem os diabéticos, indivíduos com câncer, pacientes submetidos a tratamentos com imunossupressores, idosos, obesos e jovens, que não enxugam bem o corpo após tomar banho ou depois de frequentar praias ou piscinas”, alerta o dermatologista do Hospital Santa Catarina.
CURA DA DOENÇA O tratamento correto da micose depende do tipo, localização e extensão da patologia. Mas algumas orientações ajudam todos os pacientes: • Alimentar-se bem e reduzir o estresse, para melhorar a imunidade; • Controlar as doenças associadas; • Evitar banhos muito quentes; • Enxugar bem o corpo, principalmente os pés, as axilas, a virilha e a região genital, após tomar banho ou frequentar praias e piscinas; 68
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• Não ficar muito tempo com trajes de banho molhados; • Trocar as meias diariamente e preferir as de tecido de algodão. Rodiziar calçados e colocá-los para secar ao sol; • Não compartilhar roupas. “O tratamento das micoses pode ser feito com antifúngicos de uso local ou por via oral, sendo que a indicação depende do tipo de micose e de sua extensão. A presença de algumas doenças, como hepatopatias, pode ser uma contraindicação para o uso de medicamentos orais. Portanto, na suspeita de micose, é indicado procurar um médico”, aponta a dermatologista do Hospital Sírio-Libanês, Dra. Luciane. Os antifúngicos tópicos, de acordo com o Dr. Neto, podem se apresentar sob a forma de creme, para infecções na pele; solução ou esmalte, para acometimento ungueal; xampu, para o couro cabeludo; spray, para uso em áreas extensas; ou pó, para uso nos pés, calçados e meias. Os medicamentos externos mais utilizados no tratamento das micoses são do grupo azol (clotrimazol, isoconazol, fenticonazol, oxiconazol, cetoconazol e miconazol). Mas há ainda os antifúngicos tópicos prescritos, como ciclopiroxolamina, terbinafina, nistatina e amorolfina. Nos casos de lesões pouco numerosas e extensas, com poucos sintomas, podem ser empregados apenas os agentes tópicos. “Os antifúngicos sistêmicos são utilizados para casos extensos que não responderam ao tratamento tópico. São fundamentais na tinea capitis (micose do couro cabeludo), em micoses intensas de pele e unhas e nos pacientes imunodeprimidos. Os principais antifúngicos sistêmicos são terbinafina, itraconazol, fluconazol, cetoconazol e griseofulvina”, exemplifica o especialista. Dependendo do local onde a micose se instala, o tratamento pode levar alguns meses. É o caso das micoses que acometem as unhas. Segundo Flaviana, aquelas que estão na matriz das unhas (dos pés ou das mãos) ou em órgãos internos do corpo merecem atenção especial. Na matriz, o tratamento precisa esperar o ciclo de crescimento das unhas que, no caso dos pés, leva cerca de seis meses. “O acometimento da unha pelo fungo pode exigir tratamento prolongado, pois o medicamento aplicado na lâmina ungueal não tem uma boa penetração. Recomendamos, muitas vezes, que o paciente aplique o esmalte antifúngico por um ano”, completa a Dra. Luciane. Por outro lado, as micoses comuns de pele desaparecem rapidamente com o tratamento tópico. Mas, apesar da melhora dos sinais visíveis, é necessário estender o tratamento por mais alguns dias para garantir a eliminação completa dos fungos.
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Auxiliares do funcionamento perfeito FIBRAS E OUTRAS SUBSTÂNCIAS AJUDAM QUEM TEM DIFICULDADE DE IR AO BANHEIRO E RECRIAM UMA ROTINA IMPORTANTE E SAUDÁVEL PARA OS QUE SOFREM COM O PROBLEMA
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POR LAURA MARTINS
Estar fora de casa, viajando ou até no trabalho, são algumas das razões para que algumas pessoas apresentem dificuldades de ir ao banheiro. Motivo de vergonha, a evacuação pode se tornar um problema causado não só pela questão social, mas também por maus hábitos, como alimentação incorreta ou falta de exercícios físicos.
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“A prisão de ventre ocorre, principalmente, como mecanismo de retardo da evacuação devido a experiências dolorosas no ato de evacuar. Estas experiências podem estar relacionadas à má qualidade das fezes (pouco volume ou ressecadas), ou a processos irritativos e inflamatórios na porção terminal do sistema digestório IMAGENS: SHUTTERSTOCK
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(cólon, reto e ânus). Também pode ter correlação com questões psicossociais relacionadas à insegurança no uso de banheiro fora de casa. Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ocasionar a constipação intestinal como efeito adverso”, explica o diretor-adjunto de P&D da Natulab, Olavo Rodrigues. O fator social é um dos responsáveis por fazer a mulher sofrer mais, chegando a ser três vezes mais comum no público feminino do que no masculino. De acordo com a Hypera Pharma, além deste fator, as mulheres apresentam dificuldade maior por conta dos hormônios. Especialmente a progesterona exerce alta influência sobre o intestino. Os hormônios relaxam a musculatura das vísceras intestinais, diminuindo o ritmo de funcionamento do órgão. Além disso, o problema acaba se agravando justamente por motivos hormonais, comenta o gastroenterologista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, Dr. Henrique Perobelli Schleinstein. Principalmente em condições como Tensão Pré-Menstrual (TPM) e menopausa, as mulheres acabam sofrendo mais com alterações na rotina do intestino. Os idosos também merecem atenção especial. Segundo o gastroenterologista da Abbott, Dr. Ricardo Barbuti, eles sofrem com a constipação por vários motivos: pelo excesso de medicamentos, pela falta de força da musculatura abdominal e até pela falta de exercícios. A diminuição do problema acontece através da ingestão diária de fibras e ao consumir bastante água, além de praticar exercícios físicos, manter a regulari-
O IDEAL É QUE A EXPOSIÇÃO DOS REGULADORES INTESTINAIS SEJA CUIDADA COMO QUALQUER OUTRA CATEGORIA, COM ATENÇÃO AO SEU PONTO NATURAL, ALÉM DE DAR VISIBILIDADE EM PONTOS QUENTES E ESTRATÉGICOS E TRABALHAR EXPOSIÇÃO EXTRA EM CATEGORIAS CORRELATAS 72
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SIMBIÓTICOS E PROBIÓTICOS – VOCÊ SABE O QUE SÃO? Probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem um benefício à saúde das pessoas. Prebióticos são ingredientes fermentados seletivos que resultam em mudanças específicas da composição e/ou atividade da microbiota gastrointestinal, conferindo benefícios à saúde. Simbióticos são produtos que contêm probióticos e prebióticos juntos em sua composição, proporcionando benefícios à saúde conferidos por cada um dos seus componentes. Fonte: Hypera Pharma
dade das refeições e evitar o estresse. Mas, se nem isso for o suficiente, alguns produtos disponíveis na farmácia podem ajudar.
AUXÍLIO DISPONÍVEL Para ajudar no bom funcionamento do intestino, existem os reguladores do trânsito intestinal, que englobam diversos produtos como as fibras, por exemplo. Apesar de 78% dos internautas brasileiros afirmarem consumir fibras em sua rotina, somente 37% costumam ingeri-las mais de uma vez ao dia, de acordo com a pesquisa O Consumo de Fibras no Brasil, encomendada pela marca FiberNorm® e conduzida pelo IBOPE Inteligência. Além disso, 74% dos entrevistados sabem qual é o papel das fibras no organismo, mas desse total, 70% desconhecem a diferença entre as solúveis e as insolúveis. “Cada fibra tem a sua importância. As solúveis têm grande capacidade de retenção hídrica, o que ajuda na formação das fezes. Já as insolúveis proporcionam um estímulo mecânico no intestino e aumentam o volume das fezes. A pesquisa mostra que as fibras estão presentes na vida dos brasileiros, mas há falta de conhecimento sobre em quais alimentos encontrá-las e co-
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TRÂNSITO INTESTINAL
BENEFÍCIOS DAS FIBRAS As fibras têm múltiplas funções: podem ajudar na retenção de água nas fezes, aumentar o bolo fecal e gerar uma consistência que facilite a expulsão das fezes, além de servirem como fonte de energia para os microrganismos presentes na microbiota intestinal, trazendo benefícios ao trato digestivo e à saúde como um todo. Por exemplo: As fibras insolúveis ajudam: A melhorar o trânsito intestinal.
mo introduzi-las na dieta”, alerta a gastroenterologista e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dra. Maria do Carmo Friche. Quando consumidas na quantidade adequada, as fibras favorecem o bom funcionamento do intestino. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário deve ser superior a 25 g por dia. Elas podem ser encontradas em alimentos como frutas, hortaliças, vegetais e leguminosas. E elas não são boas somente para regular o funcionamento do intestino. Segundo a Hypera Pharma, as fibras ajudam a prevenir algumas doenças intestinais, como a síndrome do intestino irritável, e contribuem para a redução dos níveis de colesterol, melhor absorção de nutrientes, prevenção de obesidade e redução do risco de doenças arteriais. Porém, há pessoas que apresentam restrições alimentares ou não gostam de certos alimentos, como frutas ou alguns tipos de hortaliças e vegetais. Neste caso, o consumidor pode optar por complementar a necessidade diária com produtos que suplementam as fibras solúveis ou insolúveis. “Elas podem ser consideradas reguladoras do intestino, pois uma dieta rica em fibras faz com que o intestino funcione melhor. Porém é preciso orientar que as fibras absorvem líquidos, então a ingestão de água é essencial, pois o consumo em excesso sem água o suficiente pode fazer o efeito contrário”, diz o gastroenterologista da Abbott. 74
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As fibras solúveis ajudam: • A controlar os níveis de colesterol e de glicose no sangue; • A retardar o esvaziamento gástrico; • A contribuir para a saciedade; • A proteger contra o câncer de intestino. Fontes: diretor-adjunto de P&D da Natulab, Olavo Rodrigues; e gerente de produto da União Química, Flaviana Ferreira
Dentro deste universo, há outros produtos que podem ajudar o paciente. De acordo com a gerente de produto da União Química, Flaviana Ferreira, os reguladores atuam através de diferentes mecanismos de ação, desde os que retêm maior quantidade de água no intestino, aumentando o bolo fecal, como a lactulose, até os que agem diretamente na parede do intestino e os que amolecem as fezes. “A função é sempre facilitar a evacuação. A lactulose, por exemplo, é uma molécula que não é absorvida, chamada de agente osmótico. Ou seja, ela retém a água no intestino, aumentando o bolo fecal e facilitando a evacuação”, explica a executiva. Este é o caso, também, do fitoterápico à base de plantago ovata, que absorve água e a retém nas fezes, impedindo o ressecamento e facilitando a evacuação. O diretor-adjunto da Natulab comenta que a substância forma um gel que não é absorvido, aumentan-
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cuação irritando o intestino. Já os reguladores coordenam o movimento e fazem com que o corpo responda TIPOS DE REGULADORES de maneira fisiológica à evacuação”, alerta o gastrocirurgião da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, As fibras e outros tipos de reguladores do Dr. Bruno Zilberstein. trânsito intestinal podem ser encontrados Exatamente por isso os reguladores em diversas apresentações, como: precisam ser usados todos os dias, pois esses produtos não conseguem resolver definitivamente a função intestinal. O órgão precisa receber o estímulo regulatório de maneira contínua. Atualmente, segundo o médico, os laxantes são prescritos mais como um coadjuvante – quando esse regulador não consegue toda a sua normalidade. O medicamento é usado em última instância, quando todos os outros mecanismos já foram empregados. “As fibras são o melhor mecanismo Cereais de estímulo laxante e de proteção porque elas funcionam como um ‘mata Pó (solúvel em água) borrão’ das substâncias nocivas. Elas se grudam às substâncias ruins e as carregam para fora, além de puxar a água para aumentar o volume do bolo fecal e, quando ele está maior, estimular a sua evacuação”, frisa o médico. Além do uso do regulador intestinal, é necessário que o paciente tenha dieCápsulas ta e ingestão de líquidos adequadas. A constipação crônica é comum, mas também pode ser secundária a condiGomas ções mais sérias. Por isso, se o paciente já mudou os hábitos e mesmo assim não obteve melhora, o ideal é orientádo o volume das fezes, estimulando o trânsito intesti-lo a consultar-se com um médico. nal e aumentando a frequência da evacuação, que se Conforme crescem os lançamentos na categoria gastorna mais fácil. trointestinal, as gôndolas estão ficando mais apertaPara ajudar na evacuação existem também os laxandas e pouco atrativas. De acordo com Flaviana, da União tes estimulantes, com substâncias que estimulam o peQuímica, o ideal é que a exposição dos reguladores intesristaltismo do intestino para que ele tenha mais movitinais seja cuidada como qualquer outra categoria, com mentos que ajudem a evacuação. Porém estes fármaatenção ao seu ponto natural, além de dar visibilidade em cos podem causar mais cólica ou transformar a prisão pontos quentes e estratégicos e trabalhar exposição exde ventre em diarreia. tra em categorias correlatas, tais como: fraldas geriátri“Os reguladores têm princípio ativo melhor do que cas, alimentos funcionais (lácteos, chás, shakes, entre ouos laxantes, porque os laxantes funcionam na maior tros), suplemento de cálcio, produtos para prótese dentáparte dos casos como irritantes: eles provocam a evaria e produtos para gestante. 76
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ORAL CARE
Controle do tártaro e da placa bacteriana UMA BOCA SAUDÁVEL É AQUELA LIVRE DE BACTÉRIAS QUE PODEM CAUSAR PROBLEMAS SÉRIOS E DESAGRADÁVEIS. HIGIENE E PREVENÇÃO SÃO INDISPENSÁVEIS
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POR ADRIANA BRUNO
Um belo sorriso nem sempre é sinônimo de uma boca saudável. Quando a higiene oral não é realizada de maneira eficiente, a saúde bucal pode ser comprometida em função de vários problemas, entre eles a placa bacteriana e o tártaro. A placa bacteriana, também conhecida como biofilme ou placa dental, é uma película pegajosa constituída por bactérias, resíduos alimentares, saliva e açúcares, que se aloja nos dentes e é apontada como causa de cárie e gengivite. “Os microrganismos encontrados nela nem sempre são maléficos, vivendo em harmonia com a cavidade bucal. O problema é seu excesso. Quando acontece o acúmulo de saliva, restos alimentares e microrganismos, o ambiente se torna propício para a fixação e multiplicação dos mesmos. Além disso, as bactérias utilizam o carboidrato dos alimentos e produzem ácido lático, que de-
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teriora o esmalte dos dentes, deixando-os mais propícios ao surgimento da cárie”, explica o diretor e odontologista do Instituto Zahr, Dr. Tarcísio Zahr. A formação de placa bacteriana é um problema odontológico que chega a atingir cerca de 35% da população na faixa etária entre nove e 30 anos, sendo que após os 40 anos esse percentual chega a 60%. A informação é do odontologista e responsável técnico da clínica OdontoCompany de São José do Rio Preto (Redentora), no interior de São Paulo, Dr. Paulo Bolfarini. Ele acrescenta ainda que essa formação é maior nas mulheres, devido a fatores como gestação e questões hormonais como menopausa e ciclo menstrual. “Na realidade, a placa bacteriana sempre está presente na boca, devido ao pH ácido e às bactérias, porém o acúmulo acontece mais rápido ainda quando há falta de higienização adequada. A má higienização da boca está ligada, na maioria das vezes, a esse IMAGEM: SHUTTERSTOCK
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acúmulo, porém ele também pode ocorrer por fatores como diabetes, pressão alta, uso contínuo de medicamentos, entre outros”, explica. A má escovação e o acúmulo da placa bacteriana podem levar ainda a quadros mais complicados, com o surgimento de inflamações como a gengivite, que pode evoluir para um quadro de periodontite. “Quando a gengivite não é tratada, esta resposta inflamatória contra a ‘invasão’ das bactérias leva à destruição progressiva dos tecidos de suporte dos dentes – ligamento periodontal, osso e gengiva. Quando existe essa destruição dos tecidos, estamos perante uma periodontite, que pode ter graus de severidade diferentes, mas que implica uma perda irreversível de estruturas naturais importantes para a saúde dentária”, explica a odontologista e diretora do departamento de Prevenção e Promoção da Saúde da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD), Dra. Helenice Biancalana. De acordo com a especialista, a doença periodontal tem sido regularmente relatada como mais prevalente ou mais grave em homens do que em mulheres, na mesma faixa etária. “No caso das mulheres, um número cada vez maior de estudos relaciona as enfermidades gengivais com uma variedade de problemas que afetam a saúde da mulher. Como a gengivite é uma infecção causada por bactérias, estas podem entrar na corrente sanguínea e tornar-se causa de outras complicações como problemas cardíacos, acidente vascular cerebral (AVC), problemas respiratórios, gengivite gravídica (gestação), entre outros”, diz. A Dra. Helenice relata que pacientes diabéticos com diagnóstico de periodontite, ao receberem tratamento, passam a apresentar melhora no controle da doença. “A não redução do biofilme favorece o desenvolvimento do diabetes avançado”, diz.
DA PLACA AO TÁRTARO Também chamado de cálculo dental, o tártaro é basicamente a calcificação da placa bacteriana, ou seja, quando não adequadamente removido, o biofilme endurece na superfície dos dentes, formando o tártaro. Esse é um problema que, segundo o Dr. Bolfarini, atinge cerca de 65% da população do País. O tártaro pode ainda se formar sob a gengiva e irritar os tecidos dessa região. “Além disso, ele dá à placa bacteriana um espaço maior e mais propício para o seu crescimento, o que também pode levar a problemas mais sérios como cárie, gengivite, problemas periodontais e até à perda do dente”, alerta o Dr. Zahr. O tártaro tem uma co80
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QUATRO PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA PLACA BACTERIANA E DO TÁRTARO 1) Cárie dentária: pequena abertura ou buraco na superfície dos dentes. 2) Gengivite: inflamação e infecção que ocorre nos tecidos que dão sustentação aos dentes, como as gengivas, os ligamentos e o osso alveolar. 3) Periodontite: surge como uma evolução da gengivite que começa a trazer danos irreversíveis como o desgaste dos ossos, da gengiva e das fibras que sustentam os dentes. 4) Perda dos dentes. Fonte: diretor e odontologista do Instituto Zahr, Dr. Tarcísio Zahr
loração amarelada e é muito comum ocorrer sangramento na gengiva de quem está com o problema. “Muitas vezes, ao usar o fio dental, a gengiva de quem está com tártaro sangra e a pessoa acha que é o fio machucando, mas na verdade a gengiva está inflamada e sensível”, explica o especialista. Ele conta ainda que quando o tártaro e a placa são removidos através de uma limpeza profunda realizada pelo dentista, associada a uma boa higiene diária, em poucos dias a gengiva para de sangrar. O tártaro provoca ainda halitose (mau hálito), inchaço e dores na gengiva. “A halitose está relacionada principalmente com a presença de um tipo de placa bacteriana formada sobre a língua, que fica esbranquiçada e fermenta, podendo causar mau cheiro”, conta o Dr. Zahr.
HIGIENE É A BASE DA PREVENÇÃO Higienizar a boca é muito mais do que escovar os dentes. É um processo que deve fazer parte da rotina diária de cuidados. De acordo com a Dra. Helenice, a higiene bucal deve acontecer ao menos três vezes ao dia, sendo que a escovação deve ser feita com creme dental com flúor por no mínimo dois minutos, e sempre após as refeições. Vale lembrar que a escova deve ser trocada no máximo a cada três meses e que as visitas ao dentista devem ocorrer no mínimo a cada seis meses.
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INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Incômodo e urgência PROBLEMA MAIS COMUM ENTRE AS MULHERES E OS IDOSOS, A PERDA INVOLUNTÁRIA DE URINA TEM CURA E SEU TRATAMENTO PODE AJUDAR NÃO SÓ NESTA SITUAÇÃO, MAS A DEVOLVER A VIDA SOCIAL DOS ACOMETIDOS
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POR LAURA MARTINS
Aproximadamente oito milhões de brasileiros sofrem com a incontinência urinária, incômodo presente na vida de pessoas independentemente de sexo, raça ou idade. O problema é caracterizado pela perda involuntária de urina e pode ser causado por diferentes fatores, como a perda da força da musculatura ou pela contração independente da bexiga.
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“A incontinência por esforço ocorre quando a urina escapa ao se fazer esforços como tossir, espirrar, carregar peso, subir escada, entre outros. Já a incontinência por urgência acontece quando a bexiga tem uma necessidade premente de urinar – fatores irritativos na bexiga, como inflamações ou infecções, podem desencadear este tipo de perda. Existem pacientes que têm ambas as perdas e necessitam de exaIMAGENS: SHUTTERSTOCK
mes apropriados para determinar qual delas é a mais importante e qual a necessidade de correção”, explica o urologista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo (SP), Dr. Adriano Cardoso Pinto. No primeiro caso, a incidência é maior entre as mulheres. Isso acontece por causa da anatomia feminina, que apresenta a uretra mais curta e a pel-
FATORES DE RISCO Sexo: a incontinência urinária por esforço acomete mais as mulheres porque elas possuem a uretra mais curta e a pelve mais ampla, fazendo com que a pressão dos órgãos intra-abdominais seja maior sobre a bexiga e o períneo. A gravidez também pode deixar a musculatura do assoalho pélvico mais frágil.
Idade: conforme a idade avança, é mais comum que os músculos que sustentam a bexiga e o músculo esfincteriano, que envolve a bexiga, se tornem mais fracos, aumentando a incidência da incontinência urinária. Além disso, idosos podem ter mais dificuldade de locomoção para chegar ao banheiro.
Obesidade: estudos demonstram que a incidência da incontinência urinária aumenta até 10% para cada quilo por m² de aumento do Índice de Massa Corporal (IMC). Além disso, o sedentarismo ajuda na fraqueza dos músculos da região.
Fontes: urologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dr. Adriano Cardoso Pinto; e urologista do Hospital Santa Catarina, Dr. Renaldo Tsuneo Uemoto
TIPOS DE INCONTINÊNCIA De esforço: acontece por causa da fraqueza dos músculos pélvicos que dão suporte à bexiga ou pela fraqueza ou lesão do esfíncter uretral. Neste caso, o vazamento ocorre quando a pessoa está em uma atividade que força o abdômen, como tossir, dar risada, carregar peso ou até andar. De urgência: resulta quando a bexiga se contrai independentemente da vontade do paciente e, por isso, também é chamada de bexiga hiperativa. A pessoa pode ter a sensação de que precisa correr para o banheiro, mas muitas vezes não consegue chegar a tempo de evitar o escape. Mista: corresponde à combinação das incontinências de esforço e de urgência. Por transbordamento: ocorre quando a bexiga está tão cheia que chega a transbordar. Pode ser causado pelo enfraquecimento do músculo da bexiga ou pela obstrução à saída da urina, como no caso do aumento da próstata. Por isso este tipo de incontinência é mais frequente em homens. Funcional: acontece quando a pessoa não consegue chegar ao banheiro ou não tem acesso a um urinol quando precisa. Neste caso, ainda que o sistema urinário funcione bem, limitações físicas, mentais ou outras circunstâncias impedem que a pessoa use normalmente o banheiro. Fonte: Hospital Sírio-Libanês
ve mais ampla, fazendo com que a pressão dos órgãos seja maior sobre a bexiga e o períneo. Além disso, de acordo com o urologista da BP – A Beneficência Portuguesa, Dr. Cesar Nardi, na gravidez, pode haver sobrecarga da musculatura, aumentando a fragilidade da musculatura do assoalho pélvico, fazendo com que a incontinência urinária de esforço apareça mais facilmente com a idade. 2018 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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ESPECIAL SAÚDE
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
OPÇÕES AO CONSUMIDOR Ambos os produtos – fraldas ou absorventes – são indicados para incontinência urinária, mas com formatos e recomendações distintas. Cada apresentação é específica para diferentes níveis de incontinência. Por exemplo, para pacientes com pequenos escapes de urina ou incontinência leve, é indicado o uso de absorventes específicos para escapes de urina. Já para pessoas com pouca ou nenhuma mobilidade e acamados, o uso de fraldas é indicado, pois além de serem confortáveis, com maior performance e horas de proteção, são mais fáceis de serem colocadas pelo cuidador familiar ou profissional. Pacientes que mantêm uma rotina e vida social ativa procuram por produtos discretos, além de conforto e segurança, e, por isso, a roupa íntima descartável é a mais indicada, pois veste como uma calcinha ou cueca e contribui para manter a vida no ritmo normal. Exposição correta Pesquisas realizadas com o shopper com o objetivo de entender seu hábito de compra mostram que a escolha do produto é baseada principalmente no nível de incontinência urinária: leve, moderada, intensa e severa. A partir disso, é possível que a escolha seja feita entre as opções disponíveis nas gôndolas (absorventes, roupas íntimas e fraldas). Por isso a exposição dos itens da categoria de Cuidado Adulto deve ocorrer de maneira educativa, deixando claro para o consumidor a segmentação de produtos e os níveis de incontinência. Fonte: diretora de marketing das marcas Bigfral e Moviment – do grupo belga Ontex, Marina Inserra
Mas esse não é o único fator de risco para a incontinência urinária. “Idade, sedentarismo, obesidade, multiparidade, falta de assistência médica em partos, cirurgias pélvicas (próstata em homens 84
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e útero em mulheres) estão entre outros fatores de menor relevância”, alerta o urologista do Hospital Santa Catarina, Dr. Reinaldo Tsuneo Uemoto. E a atenção vai além. Dados demonstram que a incidência do problema poderia estar aumentando em todo o mundo. Para o médico, isso acontece por vários fatores: maior longevidade de homens e mulheres; maior número de obesos, pelo consumo de dietas calóricas e sedentarismo; maior acesso aos serviços médicos; aumento de cirurgias pélvicas em homens e mulheres; e o conhecimento da população sobre o problema de perda de urina. Por outro lado, essa pode ser apenas uma “impressão”. “O que ocorre é que mais mulheres estão buscando tratamento. No passado, a perda urinária, principalmente no idoso, era considerada parte do envelhecimento e não se buscava tratamento. Hoje, mais idosos estão ativos e querem uma vida livre de problemas, o que os leva a buscar tratamento para essas patologias”, considera o Dr. Cardoso.
BOA NOTÍCIA Uma das principais missões, não só do médico, mas de todo profissional de saúde, é mostrar aos pacientes que a incontinência urinária tem cura. Ao menos é o que acredita o Dr. Nardi, frisando a importância do tratamento para a vida social do acometido, que acaba deixando de se relacionar com outras pessoas e de sair de casa por ter medo de estar cheirando mal ou por ter que usar fralda ou absorventes íntimos. “O uso de fraldas, absorventes ou roupa íntima é um paliativo, e não um tratamento. É preciso que o paciente e o médico investiguem a causa da perda de urina e tratem o problema, pois quase sempre é curável”, alerta ele. Existem medicamentos que aumentam a capacidade de conter a urina na bexiga, chamados de antimuscarínicos, e os que diminuem a contração vesical, ajudando na perda por urgência. Poucos medicamentos, segundo o Dr. Cardoso, ajudam na perda por esforço. Um deles é a duloxetina, um antidepressivo que funciona em casos iniciais. Além disso, o paciente pode fortalecer a musculatura da região com fisioterapia ou, se for o caso, fazer uma cirurgia. Atualmente, o procedimento coloca uma “tela” na uretra – ou artificial ou uma faixa da pele do abdômen ou da lateral da coxa – para dar apoio e acabar com a incontinência.
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OPORTUNIDADE
Processo inflamatório AS ESPINHAS E OS CRAVOS SURGEM EM DECORRÊNCIA DE UM PROBLEMA: ACNE. ELA TEM INÍCIO NA FASE DA ADOLESCÊNCIA E ACOMPANHA CERCA DE 10% DAS PESSOAS NA VIDA ADULTA. FARMÁCIAS AUXILIAM NO TRATAMENTO E NA PREVENÇÃO
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POR LAURA MARTINS
A saúde da pele se reflete diretamente na autoestima de grande parte das pessoas. Em uma época de inseguranças e transformações, alguns problemas podem surgir no rosto. A adolescência é marcada pela acne, responsável pelo aparecimento de cravos e espinhas, o que pode causar insegurança e, dependendo de seu grau, necessitar de medicamentos para ser tratada.
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“A acne é uma doença caracterizada pela presença de cravos e espinhas que surgem em decorrência de um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos”, resume a dermatologista da Mantecorp Skincare, Dra. Mamy Honda. Ou seja, acontece a obstrução dos poros pelo excesso de sebo produzido e pelo estreitamento e obstrução da abertura do folículo, dando origem aos comedões abertos (cravos pretos) e fechados IMAGENS: SHUTTERSTOCK
(cravos brancos). Estas condições favorecem a proliferação de microrganismos que provocam a inflamação característica das espinhas. De acordo com a dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), Dra. Luciana Gasques, a incidência da acne é mais comum na adolescência porque é quando acontecem as alterações hormonais, tanto nas meninas quanto nos meninos, aumentando a produção de sebo. O problema chega na puberdade, que acontece cada vez mais cedo. É comum notar meninas que iniciam o amadurecimento aos nove ou dez anos de idade, e os meninos mais tardiamente. A acne pode acometer até 96% dos adolescentes, desde um grau leve até grave. Muitas vezes, os cravos são, inclusive, um dos sinais de que a pessoa entrou na puberdade. “Estudos demonstram que combinando a idade e o gênero, existe uma frequência de acne de 61% aos 12 anos de idade e de 83% aos 16 anos, para o sexo feminino; e de 40% aos 12 anos, com aumento para cerca de 95% aos 16 anos, para o sexo masculino. Em 10% dos casos, a acne persiste além dos 25 anos, podendo chegar até os 50 anos”, esclarece a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento de Asepxia, Soraya Baione.
SEM FIM Apesar de serem uma minoria, algumas pessoas podem sofrer com a acne na vida adulta, principalmente as mulheres. Segundo a Dra. Luciana, da SBD e da SBCD, ela acontece primordialmente por causa da síndrome do ovário policístico, uma alteração ovariana em que a pessoa tem cistos no ovário que deixam a taxa hormonal elevada, causando hiperfunção das glândulas sebáceas e a persistência da acne. Quando o problema não é hormonal, pode ser causado pelo estilo de vida, pela alimentação rica em carboidratos e derivados de leite e pela falta de cuidados com a pele. No caso dos homens, a maior incidência acontece por causa da alimentação ou pelo uso de suplementos vitamínicos – muito usados pelos praticantes de esportes. “A acne tem predisposição genética e suas manifestações dependem dos hormônios sexuais. A maior oscilação e possíveis disfunções hormonais femininas (como disfunção menstrual e ovário po-
MEDICAMENTO NECESSÁRIO A acne se divide, em geral, em não-inflamatória (quando predominam comedões fechados e abertos) e inflamatória (que é subclassificada em leve, moderada e grave, de acordo com a presença de pápulas, pústulas, nódulos, pseudocistos, cistos e tratos sinuosos). O acompanhamento de um médico dermatologista é importante para avaliar o grau da acne e para indicar o tratamento específico para cada caso, que pode ser: 1. Tratamento tópico: os produtos, que devem ser aplicados na área afetada, exigem um uso regular e normalmente prolongado. Os principais ingredientes têm ação queratolítica, antimicrobiana e anti-inflamatória. Os mais conhecidos são: peróxido de benzoíla, ácido salicílico, retinoides e enxofre. 2. Tratamentos sistêmicos: quando a acne é moderada, podem ser usados antibióticos orais para diminuir as inflamações. Mas quando é muito grave, deve ser tratada com isotretinoina, que atrofia as glândulas e é considerado um tratamento definitivo. Fontes: dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), Dra. Luciana Gasques; e gerente de pesquisa e desenvolvimento de Asepxia, Soraya Baione
licístico) podem fazer com que a acne persista nas mulheres na vida adulta”, complementa Soraya. Mas, ainda que possa ser um problema recorrente, alguns hábitos podem ajudar a acabar com o incômodo. Segundo a Dra. Mamy, a limpeza adequada da pele e o uso de cosméticos que controlem a oleosidade (com ação queratolítica) ajudam a reduzir o aparecimento de cravos e espinhas. “A limpeza da pele é o primeiro cuidado para ajudar a prevenir e reduzir cravos e espinhas e deve ser feita no mínimo duas vezes ao dia. O ideal é usar pro2018 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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OPORTUNIDADE
AS PRINCIPAIS DÚVIDAS Chocolate e refrigerante causam acne?
O carboidrato causa acne, então, se o refrigerante não for zero, ele causa acne, por ter muito açúcar. Já o chocolate pode ser prejudicial por ser derivado do leite, mas se consumidos aqueles com baixo índice glicêmico e pouco leite, como os 70% ou 80%, não há problema.
Se feito de forma inadequada e com pouca assepsia, espremer a espinha pode aumentar o processo inflamatório da lesão e proliferar os microrganismos causadores da acne. É recomendado fazer este procedimento com um dermatologista ou profissional de estética especializado. Espremer espinhas faz com que elas se proliferem?
Maquiagem causa acne? É importante escolher produtos de maquiagem adequados para a pele oleosa com tendência à acne, dando preferência a produtos que não obstruam os poros, não contenham óleo (oil free) e que não provoquem cravos (não comedogênicos). Um produto de maquiagem com textura mais cremosa e com óleos em sua formulação pode ser comedogênico.
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TIPOS DE LESÕES
Como a higienização da pele deve ser feita? Quais são os produtos que podem ser usados?
A pele oleosa com tendência à acne deve ser limpa pelo menos duas vezes ao dia com sabonetes antiacne líquidos, em barra ou gel, que limpam sem ressecar a pele. O tratamento cosmético para este tipo de pele deve conter agentes que estimulem a renovação celular (ácido salicílico e outros alfa-hidroxiácidos), reduzam a taxa de sebo (PCA de zinco) e tenham ação calmante para reduzir a irritação (alfa-bisabolol) e antimicrobiana (enxofre e melaleuca).
Filtro solar deve ser usado diariamente? Qual a melhor formulação?
A proteção solar é essencial para todos os tipos de pele e ajuda a prevenir o envelhecimento precoce, mas é importante escolher fórmulas livres de óleo, não comedogênicas, que tenham a propriedade de controlar o brilho e, se possível, com ação antiacne. Já existem protetores que ajudam, inclusive, a tratar a acne, reduzindo a oleosidade.
Fontes: dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), Dra. Luciana Gasques; e gerente de pesquisa e desenvolvimento de Asepxia, Soraya Baione
A acne pode causar alguns tipos de lesões, se não for cuidada da maneira correta: Pápulas: bolinhas avermelhadas sem pus; Pústulas: bolhas de pus; Cistos: são várias pústulas juntas que formam uma lesão maior; Comedões: mais conhecidos como cravos, são uma lesão aberta com conteúdo escurecido dentro (queratina). Fonte: dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), Dra. Luciana Gasques
dutos que sejam desengordurantes e adstringentes, de forma equilibrada, pois a lavagem em excesso pode provocar sensibilização ou mesmo efeito ‘rebote’ (maior produção de sebo na pele)”, explica Soraya. É importante também ter uma alimentação saudável, usar protetor solar para pele oleosa e ir regularmente ao dermatologista para receber as orientações corretas para o tipo de pele. Cada pessoa tem que ser analisada para saber quais os melhores produtos para ela. “Alimentos que têm alto nível glicêmico, como carboidrato e açúcares brancos, aumentam a taxa de glicemia e isso é muito ruim para a acne. O paciente deve preferir alimentos integrais, com baixo nível glicêmico, e evitar leites e derivados. Além disso, é preciso evitar lavar o rosto ou tomar banho muito quente, pois isso estimula a pele a produzir mais sebo”, alerta a Dra. Luciana. O tratamento pode variar dependendo do grau da doença: a acne mais leve pode ser tratada só com pomadas, sabonete e protetor solar. Quando um pouco mais grave, às vezes é necessário o uso de antibiótico oral. Se for muito severa, o tratamento é feito com isotretinoína. No caso dos adultos, se há desconfiança de alteração hormonal associada (quando a pessoa ganha muito peso, começa a ter muito pelo, entre outros sintomas), o médico precisa pedir exame de sangue e ultrassom do ovário, porque não adianta só tratar a pele sem tratar a alteração. 2018 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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EVENTO
Os melhores do marketing REALIZADO TODOS OS ANOS PELO SINDUSFARMA, O LUPA DE OURO SELECIONA AS MELHORES CAMPANHAS E PROFISSIONAIS DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA. COM 22 CATEGORIAS, PREMIAÇÃO É UMA DAS MAIS IMPORTANTES DO SETOR POR LAURA MARTINS
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O Prêmio Lupa de Ouro, realizado pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), chegou a sua 42ª edição. Em um evento ocorrido no dia 25 de outubro último, na capital paulista, a celebração homenageou as melhores campanhas e os melhores profissionais de marketing da indústria farmacêutica.
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Segundo o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, o prêmio reúne e seleciona os mais interessantes e eficazes projetos de marketing de medicamentos, apontando as ações que mais se destacaram no ano. “Os projetos que concorrem nas categorias de produtos são avaliados em duas fases. Na primeira, são selecionados três projetos com base em critérios quantitativos IMAGENS: DIVULGAÇÃO
CONFIRA OS VENCEDORES DO 42º LUPA DE OURO: Laboratório
Projeto
Responsável
INTELIGÊNCIA DE MERCADO/PRODUTIVIDADE E EFETIVIDADE Sanofi
Sharp: Acuracidade de Forecast de Lançamentos
Carla Crespo e Francisco Gaia
MARKETING/VENDAS Medley
Daniele Cunha, Mariana Kanki e Fernanda Bassin
Hotel do Sono Medley NON-RETAIL
Novartis
Xolair
Hypera Pharma
Família Benegrip
Eduardo Rainer e Ricardo Russo
MIP Manuel Oliveira
DOENÇAS CARDIOMETABÓLICAS E HIPERTENSÃO Aché
Trezor
Nicholas Dannias
OSTEOMUSCULAR Aché
Revange
Jessica Ritur
SISTEMA NERVOSO CENTRAL EMS
Patz SL
Thais Franco
TRATO ALIMENTAR E METABOLISMO Exeltis
Regenesis
Elisa Kim Neix
DEMAIS CLASSES União Química
Hyabak
Miriam de Souza Pereira
LANÇAMENTO DOENÇAS INFLAMATÓRIAS Aché
Artrogen Duo
Paulo Souza
LANÇAMENTO SAÚDE MASCULINA E FEMININA Mantecorp Farmasa
Ofolato
Renata Cussiol e Raphaela Donato
LANÇAMENTO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Eurofarma
Desve
Frederico Nishimoto
LANÇAMENTO DEMAIS CLASSES Takeda
Dexilant
Leonardo Reis
MADUROS OSTEOMUSCULAR EMS
Toragesic
Camila Garofo
MADUROS SISTEMA CARDIOVASCULAR E SISTEMA RESPIRATÓRIO Aché
Alenia
Ariane Borges
MADUROS SISTEMA NERVOSO CENTRAL Eurofarma
Amato
Frederico Nishimoto
MADUROS TRATO ALIMENTAR E METABOLISMO Mantecorp Farmasa
Peridal
Paula Bergo e Gabriela Izzo
MADUROS DEMAIS CLASSES Sanofi
Puran T4
Rafael Pianca
MELHOR FORÇA DE VENDAS Aché PERFORMANCE EMPRESARIAL GENÉRICOS Grupo NC Farma EXCELÊNCIA EM MARKETING ADALMIRO BAPTISTA Aché
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EVENTO
Prêmio Lupa de Ouro teve público de mais de 800 pessoas
de desempenho. Na fase seguinte, os responsáveis pelos projetos finalistas apresentam seus planos de marketing e execução a um júri formado por três executivos da indústria farmacêutica com ampla experiência nas áreas de Marketing, Inteligência de Mercado e Comercial. Este júri define os premiados. As categorias especiais se baseiam em levantamentos quantitativos e pesquisas qualitativas com médicos e profissionais da indústria”, explica Mussolini. Entre as categorias especiais, duas novas foram adicionadas este ano: Melhor Força de Vendas, vencida pelo Aché, e Performance Empresarial Genéricos, com o Grupo NC Farma como vencedor. Segundo o executivo, o objetivo da criação das novas categorias é o de dar mais visibilidade a duas ações fundamentais no esforço de marketing da indústria farmacêutica que não estavam sendo devidamente valorizadas. Com a categoria Melhor Força de Vendas, o prêmio passa a destacar de forma explícita o trabalho dos propagandistas, pois eles são o elo para que o marketing da indústria farmacêutica chegue aos médicos. Já a categoria Performance Empresarial Genéricos dá relevância ao trabalho de construção de imagem das próprias empresas, pois o marketing neste segmento de mercado é institucional, diferentemente do marketing de produtos que o Lupa de Ouro tradicionalmente contempla. 94
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A jornalista Jacqueline Brazil e o presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini, apresentaram o prêmio
Este ano, 232 projetos, de 33 indústrias farmacêuticas, foram apresentados para as 22 categorias do Lupa de Ouro. Mais de 800 pessoas estiveram presentes à cerimônia, apresentada pela jornalista Jacqueline Brazil, da TV Globo. Após a premiação, os convidados puderam aproveitar o show da cantora Iza. “O Prêmio Lupa de Ouro é considerado a mais importante premiação da indústria farmacêutica no Brasil. E este reconhecimento fica claro no valor que os principais laboratórios farmacêuticos e o setor de maneira geral atribuem à premiação. Este prestígio foi conquistado ao longo do tempo. Ele resulta da seriedade do processo de votação e das seleções criteriosas de projetos e profissionais que o Lupa vem promovendo há 42 anos”, comemora Mussolini.
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SEMPRE EM DIA
Cuidados desde a infância A SAÚDE BUCAL DEPENDE DE UMA BOA HIGIENIZAÇÃO DESDE OS PRIMEIROS MESES DE VIDA. PARA QUE AS CRIANÇAS SE SINTAM MAIS À VONTADE E QUEIRAM ESCOVAR OS DENTES, MARCAS CRIAM PRODUTOS COM SEUS PERSONAGENS PREFERIDOS POR LAURA MARTINS
ESCOVAÇÃO DE SUPER-HERÓI
A Condor se juntou com a Marvel para criar novas versões das escovas dentais Condor Júnior com três super-heróis: Capitão América, Hulk e Homem de Ferro. As escovas possuem cerdas macias, cabos e limpadores de língua emborrachados, além de contarem com um estojo protetor com uma etiqueta adesiva para colocar o nome e outras informações da criança. A linha tem ainda um gel dental com sabor bubble gum e brilho para a escovação ficar mais atrativa. • www.condor.ind.br
MAIS OPÇÕES PARA OS PEQUENOS
A GUM está lançando dois novos géis dentais para o público infantil com embalagens licenciadas de animações da Disney: Elena de Avalor e A Guarda do Leão. Os produtos contêm 1.000 ppm de íon flúor na fórmula, quantidade recomendada pelos especialistas para prevenir as cáries. Eles ainda possuem sabor tutti-frutti, que agrada as crianças e incentiva o hábito da escovação. • www.gumbrand.com
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IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
FIOS SAUDÁVEIS
A Vichy está lançando dois produtos em sua linha capilar: as Super Ampolas Dercos – Energizante & Reequilibrante, feitas para quem precisa de um tratamento fortalecedor ou de uma hidratação profunda. A Super Ampola Energizante é indicada para quem está com os cabelos fracos, ressecados ou quimicamente danificados. O tratamento tem dupla ação: antiquebra e fortalecedora. Ele reconstrói a estrutura do fio de dentro para fora e cria uma barreira protetora contra os danos causados pela escovação, pelas químicas e altas temperaturas. Já o Reequilibrante foi desenvolvido para quem tem cabelos oleosos na raiz e secos nas pontas. O tratamento concentrado hidrata profundamente sem aumentar a oleosidade na raiz, além de ter textura ultraleve, que proporciona leveza e movimento.
CORES DOCES
A coleção Lollipop, da Impala, sugere às mulheres brincar nas unhas com cores que trazem à tona memórias doces, diversão e momentos de fofura. No total, a nova linha possui cinco diferentes cores. São elas: Jujuba de Morango (vermelho cremoso), Pipoca e Caramelo (nude bem claro cremoso), Sorvete de Céu Azul (azul claro cremoso), Merengue Suíço (azul turquesa cremoso) e Geleia de Frutas (rosa claro cremoso). • www.impala.com.br
• www.vichy.com.br
FIM DOS PELOS
Pensando em quem quer ter uma rotina de cuidados ágil, a Cless Conceito desenvolveu o Magic Touch Cless Depil, produto que permite a depilação em casa, de forma prática e sem dor. O mousse depilatório faz efeito em apenas alguns instantes e proporciona uma pele livre de pelos, além de hidratar, deixando-a mais macia, já que contém extratos naturais em sua composição. • www.cless.com.br
NOVAS OPÇÕES
A Daxx acaba de lançar uma linha completa com foco em depilação feminina e masculina, a HigiDepil. A linha conta com: folhas prontas para depilação corporal e facial (possui agentes que tornam a depilação mais confortável e eficaz para todos os tipos de pele), creme depilatório corporal e facial (prático, indolor e suaviza a pele. Contém aloe vera e vitamina E, propriedades altamente hidratantes), cera cremosa para micro-ondas (indicada para todos os tipos de pele, fica pronta em apenas 80 segundos) e mousse depilatório corporal nas versões masculina e feminina (conta com formulação que equilibra a eficiência da depilação e um sensorial hidratante). • www.daxx.com.br 2018 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA
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INSTITUCIONAL – ABRADILAN
Segmento de H&B - para pensar os negócios em 2019
www.abradilan.com.br
P O R M A R I A C R I S T I N A SA N CHES A M OR IM – DIR ETOR A -EXECUTIVA D A ASSO C IAÇ ÃO B RASILEIRA D E D ISTRIB UIÇ ÃO E LO GÍSTIC A D E P R O D U TO S F A R M A C Ê UTICOS ( A BR A DILA N )
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Os dois últimos meses do ano deveriam ser ocupados não apenas com as atividades de controle anual, mas, principalmente, para planejar o próximo período. Métodos de planejamento estratégico são abundantes e relevantes são as informações sobre o mercado para os próximos anos. Uma tendência importante para o varejo farmacêutico é o desempenho do segmento de Higiene e Beleza (H&B). Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o mercado em 2007 era de R$ 19,6 bilhões e, em 2017, mais do que dobrou, alcançando R$ 47,5 bilhões, posicionando nosso País no quarto lugar no ranking mundial, atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão. As causas do sucesso são o aumento da renda feminina; o crescimento da expectativa de vida e as mudanças no que compreendemos como velhice/juventude; a cultura do cuidado com o corpo e com a saúde; e, por fim, o aumento do
consumo masculino. Notem também que são causas enraizadas em profundas modificações da sociedade e, por isso mesmo, resistentes às oscilações da economia. Pesquisa qualitativa desenvolvida junto aos consumidores revelou que 95% julgam os produtos essenciais à qualidade de vida e bem-estar, associados que estão ao benefício intangível de maior autoestima. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em média apenas 1,1% ao ano, o setor de H&B cresceu cerca de 3,8% na última década. A análise do segmento é relevante para o varejo farmacêutico porque, sabemos há anos, mudanças no comportamento do consumidor têm ampliado o papel das farmácias na comercialização destes produtos. Dados da Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) mostram que a venda de não medicamentos somou mais de R$ 14 bilhões, com crescimento de 7%. E neste total, os produtos de H&B representam 32%
em 2018 – R$ 4,5 bilhões aproximadamente (dados de 2017). A venda destes produtos exige práticas diferentes daquelas voltadas para medicamentos. Os produtos são fortemente segmentados, os apelos aos consumidores são uma combinação de mensagens racionais e afetivas, as embalagens precisam ser compatíveis às gôndolas e o espaço no ponto de venda (PDV) é sempre limitado. O uso e o benefício de vários produtos precisam ser ensinados aos consumidores. Conhecer melhor o mercado de H&B e as técnicas necessárias às vendas tem custo, não resta dúvida. Mas eles não são necessariamente incompatíveis com os orçamentos das farmácias independentes e sempre é possível recorrer às associações para que colaborem nos eventos de capacitação e desenvolvimento organizacional. O que não deveria acontecer é as farmácias não participarem ativamente do crescimento do mercado de H&B.
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Inovando para o seu bem-estar.
Indústria Farmacêutica
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Empresas sócias colaboradoras da Abradilan
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