GUIA DA FARMÁCIA QUEM ESTÁ NA SUA LOJA? São diversos os tipos de públicos que podem frequentar a farmácia. Para alcançar a fidelização e a preferência pelo seu estabelecimento, é preciso estar atento ao perfil específico de cada um dos clientes
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ANO XXVI • Nº316 MARÇO DE 2019
PELE Manchas, rugas e marcas de expressão são preocupações conhecidas entre aqueles que olham as prateleiras de dermocosméticos. Produtos atuam de forma preventiva e corretiva
EXPANSÃO É importante que, mesmo frente aos números mais consistentes da economia, a ampliação dos negócios seja feita com cautela
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Você conhece
EDITORIAL
seu cliente?
Na tentativa de fidelizar ou alcançar a preferência do shopper, são muitos os empresários do ramo varejista que desejam estar cada vez mais atentos ao perfil dos consumidores. Claro que idade ou gênero não determina, necessariamente, um comportamento, mas podem-se detectar alguns hábitos e atitudes de compras bastante presentes, especialmente quando as compras são direcionadas ao setor de Higiene & Beleza (H&B). O público feminino, por exemplo, gosta de fazer compras e considera essa uma jornada prazerosa. As mulheres tendem a ser mais investigadoras, críticas e mais facilmente envolvidas pela atmosfera de loja. Para encantá-las, o modo mais efetivo é estimular o lado emocional por meio do envolvimento com os sentidos: provar, tocar, cheirar... Buscam lojas bonitas, organizadas, com sortimento adequado às suas necessidades e ao seu estilo de vida. Já os homens tendem a percorrer menos corredores do que as mulheres. Eles são, predominantemente, uma espécie de caçadores na loja. Sabem exatamente o que querem e vão diretamente ao
DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo DIRETORA DE CONTEÚDO Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Carine Pessoas EDITOR DE ARTE Junior B. Santos COMERCIAL (EXECUTIVAS DE CONTAS) Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br)
IMAGEM: SHUTTERSTOCK
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seu destino, sem ler muito. São mais assertivos e usam menos tempo para ficar comparando ou fazendo análises na hora da compra. Portanto tendem a ser mais fiéis, tendo um repertório de marcas ou versões de sua preferência. Diante dessas peculiaridades, a reportagem de capa desta edição mostra que é preciso conhecer a fundo o perfil do seu público, para determinar estratégias certeiras, que serão convertidas em vendas. Há ainda particularidades definidas para os clientes idosos, adolescentes e crianças. Outro destaque fica por conta da retomada gradativa da economia brasileira. O novo cenário faz com que os investidores passem a enxergar o Brasil com bons olhos novamente. O momento parece propício para a expansão dos negócios, com o aumento de portfólio ou abertura de novas unidades, mas a recomendação é de cautela.
Homens, mulheres, adolescentes, idosos... cada perfil determina um comportamento de compra diferente do outro. É preciso detectar hábitos e atitudes para saber como encantar a todos
Boa leitura! Lígia Favoretto Diretora de Conteúdo
ASSISTENTE COMERCIAL Mariana Batista Pereira
ASSISTENTES DE MARKETING Leonardo Grecco e Noemy Rodrigues
ASSINATURAS Morgana Rodrigues
COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Adriana Bruno, Carine Pessoas, Flávia Corbó, Kathlen Ramos e Laura Martins Revisão Cristina Balerini Colunistas Pedro Dias e Silvia Osso
COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri FINANCEIRO Cláudia Simplício e Misleine Brito ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira
IMPRESSÃO Abril Gráfica CAPA Shutterstock
> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.
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E MAIS CAPA
32 > PONTO DE VENDA Para entender o que o cliente deseja, antecipar suas demandas e encantá-lo a ponto de que ocorra a fidelização, é preciso conhecê-lo a fundo. Veja o perfil de alguns deles e prepare a estratégia da farmácia para o melhor atendimento
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EXPANSÃO
O Índice de Confiança do Consumidor aumentou 12% em dezembro de 2018 em relação ao mesmo período do ano anterior. Diante deste cenário, é natural que alguns varejistas comecem a pensar em expansão. Mesmo diante dos números mais consistentes da economia, a ampliação dos negócios pede cautela
80 > PELE Maior órgão do corpo, não é por acaso que a pele seja uma das preocupações mais recorrentes. A farmácia deve estar atenta às tendências deste segmento para ter um bom sortimento de dermocosméticos 4
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GUIA DA FARMÁCIA MARÇO 2019
06 > GUIA ON-LINE 08 > ENTREVISTA 12 > ANTENA LIGADA 20 > ATUALIZANDO 24 > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE
ESPECIAL SAÚDE 46 52 58 62 70
74 86 94 102
> HIPERTENSÃO > CEFALEIA E ENXAQUECA > CONSTIPAÇÃO > DEPRESSÃO > RESSECAMENTO VAGINAL
> OPORTUNIDADE > CATEGORIA > EVENTO > SEMPRE EM DIA
ARTIGOS 28 > VAREJO Silvia Osso 30 > GESTÃO Pedro Dias IMAGEM: SHUTTERSTOCK
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GUIA ON-LINE INFORMAÇÕES NA INTERNET
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CONTEÚDO NO PORTAL NOVAS OPORTUNIDADES
Para celebrar o Dia do Farmacêutico, uma das profissões mais antigas do mundo e que continua desempenhando um papel muito importante na sociedade, a Droga Raia e a Drogasil anunciaram mais de 700 vagas para farmacêuticos em 22 estados ao longo de 2019.
OFERTA ESPECIAL
A Ultrafarma anunciou mais um “Dia do Ultra Descontão”. A nova edição da megapromoção aconteceu no último dia 11 de fevereiro. Os consumidores tiveram uma nova oportunidade de conhecer os superdescontos em medicamentos, vitaminas e produtos para a saúde e beleza.
TAXA PREOCUPANTE
A alteração glicêmica é uma realidade para mais de 10% dos 43.615 colaboradores de 233 empresas de todo o País. Vale lembrar que o distúrbio pode ser um indício de pré-diabetes que, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), já acomete 40 milhões de brasileiros.
O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS O processo inflamatório A adolescência é marcada pela acne, responsável pelo aparecimento de cravos e espinhas, o que pode causar insegurança e, dependendo de seu grau, necessitar de medicamentos para ser tratada.
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Anvisa registra novos genéricos no mercado A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu registro a dois novos genéricos: a daptomicina 500 mg e o valerato de estradiol 2 mg. Os registros contribuem efetivamente para o aumento do acesso da população a medicamentos, um vez que o medicamento genérico deve ser, no mínimo, 35% mais barato. IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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ENTREVISTA-GUM
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Oportunidade em benefícios adicionais O BRASIL É O PAÍS COM O MAIOR NÚMERO DE DENTISTAS NO MUNDO E COM UM MERCADO DE ORAL CARE ESTIMADO EM MAIS DE US$ 2 BILHÕES. LINHAS COM BENEFÍCIOS ADICIONAIS ESTÃO EM ALTA E GARANTEM BONS RESULTADOS
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POR LAURA MARTINS E LÍGIA FAVORETTO
Lançada há 50 anos nos Estados Unidos, a GUM® é a principal marca de cuidado bucal da Sunstar, empresa de origem japonesa, sediada na Suíça, que está presente em mais de 90 países ao redor do mundo e é reconhecida pela fabricação e distribuição de produtos inovadores para saúde bucal. No Brasil desde 2014, o portfólio GUM® conta com linhas diferenciadas para cuidado bucal diário e especializado. A marca atua em quatro categorias: limpeza interdental e nas linhas ortodôntica, adulta e infantil, e seus produtos podem ser encontrados nos principais mercados e farmácias do País. Na América Latina, a Sunstar possui ainda operação direta no México, Argentina e Colômbia, além de ampla distribuição nos demais países em que atua. O presidente da Sunstar Brasil, empresa que detém a marca GUM®, Luiz Augusto Tavares, concedeu uma entrevista ao Guia da Farmácia e revelou que as farmácias são um canal que muitas vezes está à frente nas categorias de personal care, com
produtos inovadores, o que faz com que haja desenvolvimento da categoria e aumento do tíquete médio. Guia da Farmácia • A GUM® está no Brasil desde 2014. Por que a empresa decidiu vir para o País e como aconteceu este processo? Luiz Augusto Tavares • O Brasil é um País gigante, com mais de 200 milhões de habitantes, com uma grande oportunidade de negócio. O hábito de cuidar dos dentes é bastante desenvolvido. Para se ter uma ideia, é o País com o maior número de dentistas no mundo e com um mercado de oral care estimado em mais de US$ 2 bilhões. No entanto, apesar de ser um segmento bastante desenvolvido, existe uma grande oportunidade de crescimento. Quando olhamos para os hábitos de higiene bucal do brasileiro, sabemos que o de escovar os dentes é bastante disseminado, porém outros hábitos tão importantes quanto ainda não estão tão presentes no dia a dia das pessoas, como é o caso da limpeza interdental. Isso casou muito com 2019 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA
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a proposta da GUM® de trazer uma visão mais holística para o cuidado com a saúde bucal. A marca possui linhas diferenciadas em seu portfólio, como é o caso das alternativas ao fio dental, como os flossers (fio dental com haste) e os soft picks (palito dental flexível com ponta de borracha), que trazem mais benefícios ao consumidor, praticidade para a limpeza interdental e novidade para o mercado. Guia • Além do Brasil, a companhia possui operação direta no México, Argentina e Colômbia. Qual a importância da América Latina e o papel do Brasil dentro desta região? Tavares • A América Latina ainda apresenta espaço para desenvolvimento de hábitos de higiene bucal, como mencionei. Por isso existe uma grande oportunidade de crescimento, principalmente para as categorias inovadoras, como é o caso da categoria de limpeza interdental. Em 2017, a GUM® foi responsável por 11% do crescimento do faturamento da Sunstar na América Latina. Para este ano, a marca projeta um crescimento ainda maior na região, mantendo a trajetória de expansão contínua observada nos últimos anos. Guia • A história da empresa é feita de diferentes inovações na área de higiene bucal. Como é o processo de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da GUM®? Tavares • A marca possui um centro de P&D, localizado em Chicago, Estados Unidos, no qual trabalha com líderes clínicos, acadêmicos e científicos para a realização de diversos estudos para projetar, fabricar e distribuir produtos inovadores de alta qualidade para cuidar da saúde oral e que sejam clínica e cientificamente relevantes para o consumidor. Guia • A marca atua em quatro categorias: limpeza interdental e nas linhas ortodôntica, adulta e infantil. Qual a fatia de negócios de cada uma delas e seus principais diferenciais? Tavares • Todas as categorias em que atuamos possuem um papel importante em oferecer uma solução completa para o cuidado com a saúde bucal, atendendo diferentes necessidades. A categoria de limpeza interdental traz alternativas ao fio dental, oferecendo muito mais praticidade ao consumidor. Já a categoria 10
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ortodôntica oferece uma solução completa para as pessoas que usam aparelho, desde fios dentais específicos até cera ortodôntica, a única do mercado com propriedade cicatrizante. A linha infantil traz produtos inovadores, com uma ótima equação de valor, e é aliada dos pais no ensino do hábito correto de higiene bucal das crianças. Dentro do portfólio temos as escovas Light, que piscam por 60 segundos, tempo ideal de escovação. Além de serem educativas, elas são apresentadas em diferentes versões, explorando personagens como: Procurando Dory, a princesa Elena de Avalor e a Guarda do Leão, spin-off do Rei Leão. A categoria adulta traz produtos diferenciados e vem com grandes novidades para este ano. Guia • Na linha infantil, a GUM® sempre busca licenciamentos para o desenvolvimento de produtos com personagens infantis. Como os desenhos influenciam a compra dos itens? Tavares • Produtos licenciados ajudam a incentivar as crianças a manter os hábitos de higiene bucal de forma divertida e didática, contribuindo para a missão da GUM® de melhorar os cuidados com a saúde bucal e saúde holística como um todo. Além disso, o fato de ter personagens licenciados ajuda a trazer mais relevância para inovações para o público infantil. Hoje, no portfólio, temos a licença dos personagens Procurando Dory, da princesa Elena de Avalor e a Guarda do Leão. Guia • Como os produtos de oral care devem ser trabalhados no canal farma? Tavares • A farmácia é um canal que muitas vezes está à frente nas categorias de personal care, com produtos inovadores. Esses produtos, em primeiro lugar, atendem aos consumidores que buscam por novidades. Além disso, atendem também ao varejista, pois são produtos que desenvolvem a categoria e ajudam a aumentar o tíquete médio do canal. No entanto, para garantir que ambas as necessidades sejam atendidas, é importante analisar as propostas e a qualidade dos produtos ofertados. Linhas de produtos mais inovadores, como os flossers (fio dental com haste), os soft picks (palito dental flexível com hastes de borracha) e as escovas infantis que piscam, são excelentes nesse sentido, pois trazem novidades, oferecem benefícios adicionais ao consumidor e alavancam vendas para os varejistas.
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APOSTA NO CONHECIMENTO
O SETOR FARMACÊUTICO TEM INVESTIDO EM NOVAS TECNOLOGIAS E NA CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS EM BUSCA DE UM CRESCIMENTO CONTÍNUO POR CARINE PESSOAS
PROGRAMA VISITE BEM
Por meio do programa Visite Bem, o Laboratório Teuto abre as portas para que clientes, parceiros, profissionais e estudantes da área de saúde de todo o Brasil conheçam de perto o processo produtivo da companhia. Farmácias independentes também podem realizar a visita em grupo. No caso das redes, geralmente esse grupo já é fechado previamente com a organização. Em ambos os casos, o número de visitantes por edição não pode ultrapassar 40 pessoas. Somente em 2018, foram promovidas 35 edições com mais de 900 visitantes, chegando a cerca de 27 mil pessoas atendidas desde o início do projeto. • www.teuto.com.br 12
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SINDUSFARMA ABRE CURSO PELA TERCEIRA VEZ
O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) abriu inscrições para a terceira turma do curso “Acesso de Medicamentos e Farmacoeconomia no Sistema de Saúde Brasileiro”. O programa tem o objetivo de qualificar profissionais da indústria farmacêutica na elaboração de estratégias de acesso no planejamento de marketing nos mercados de saúde público e privado. Ministrado por renomados executivos da indústria, o curso – pioneiro nesta abordagem – teve início no dia 22 de fevereiro último, com realização sempre às sextas-feiras. • www.sindusfarma.org.br IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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FASE DE CRESCIMENTO
Nos primeiros 11 meses de 2018, as vendas de medicamentos e não medicamentos contabilizaram R$ 5,2 bilhões – – alta de 11,8% em relação ao mesmo período de 2017, quando geraram R$ 4,6 bilhões. Os dados são da consultoria IQVIA e encomendados pela Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), entidade que reúne 143 empresas distribuidoras de medicamentos e produtos de higiene, beleza e nutrição. De acordo com o mesmo levantamento, somente em novembro do ano passado as vendas totalizaram R$ 467,7 milhões – um crescimento de 10,5% quando comparadas a novembro de 2017, período em que somaram R$ 423,3 milhões. • www.iqvia.com • www.abradilan.com.br
ENCONTRO DE FARMACÊUTICOS
A 13ª edição do Encontro Paulista de Farmacêuticos, promovido pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) reuniu, no dia 18 de janeiro último, em São Paulo, mais de 450 farmacêuticos para debater como empreender de maneira competitiva na era da tecnologia. Cinco palestrantes mostraram o quanto é fundamental o profissional estar inserido nesse novo cenário de inovações que diferenciam e dão segurança aos serviços prestados. Os temas abordados foram: empreendendo de forma competitiva na era da tecnologia, saúde 4.0, uso seguro de medicamentos, jornada do consumidor e prescrição eletrônica. • www.crfsp.org.br
SISTEMA PROMISSOR
O Grupo Elfa, composto por empresas varejistas e distribuidoras de medicamentos, juntamente com o laboratório farmacêutico Sanofi, resolveu investir em um modal de transporte que vem revolucionando o mercado de logística brasileiro: entregas por drones. Em parceria com a SMX, empresa especializada em desenvolver sistemas aéreos não tripulados, o serviço está em fase de testes e promete ser uma grande revolução no mercado de saúde. O diretor de operações do Grupo Elfa, Igor Spreafico, afirma que investir nessa tecnologia é de extrema importância e será um ganho para todo o País. “Esse novo modal vai trazer mais agilidade e segurança. Entregar o produto íntegro e na temperatura correta, por exemplo, será um dos grandes diferenciais nesse novo sistema”, diz. • grupoelfa.com.br • www.sanofi.com.br • www.smxti.com.br 2019 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA
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ANO FAVORÁVEL
A Abbott anunciou os resultados financeiros do quarto trimestre e do ano fiscal encerrado em 31 de dezembro de 2018. Divulgou também perspectivas financeiras para 2019. Em todo o ano de 2018, as vendas mundiais de US$ 30,6 bilhões cresceram 11,6%. As vendas mundiais no quarto trimestre, de US$ 7,8 bilhões, aumentaram 2,3%. Em 2018, a empresa gerou forte fluxo de caixa operacional e pagou mais de US$ 8 bilhões em dívidas, devolveu US$ 2 bilhões aos acionistas na forma de dividendos e, em dezembro, anunciou um aumento de 14,3% em seu dividendo ordinário trimestral. Segundo o balanço da empresa, 2018 foi um ano positivo para a Abbott. • www.abbottbrasil.com.br
WALMART ROMPE COM CVS
A CVS Health anunciou que o Walmart optou por deixar as redes comerciais de gerenciamento de benefícios de farmácia e de farmácias gerenciadas do Medicaid. Essa transição deve priorizar o atendimento ao paciente e, como tal, a CVS Caremark solicitou que o Walmart continuasse a preencher prescrições como uma farmácia participante da rede até 30 de abril de 2019. Essa transição não afeta a participação do Walmart no CVS Caremark Medicare. Além disso, a divisão Sam’s Club do Walmart permanece nas redes de farmácias da CVS Caremark. A rescisão do Walmart das redes comerciais de varejo da CVS Caremark e Managed Medicaid não deve ter um impacto material nos resultados financeiros da empresa em 2019. • cvshealth.com • www.walmart.com.br
GSK EM EXPANSÃO
A GlaxoSmithKline (GSK) anunciou que completou com sucesso a aquisição da Tesaro, uma empresa focada em oncologia com sede em Waltham, Massachusetts (EUA), por aproximadamente US$ 5,1 bilhões. A transação fortalece significativamente o negócio farmacêutico da GSK, acelerando a construção do pipeline e da capacidade comercial da GSK em oncologia. “Tanto a GSK quanto a Tesaro são motivadas pelo foco nos pacientes e pelo profundo desejo de desenvolver medicamentos verdadeiramente transformadores que possam melhorar e prolongar suas vidas. A aquisição da Tesaro fortalece significativamente nosso canal de oncologia e traz novas capacidades e conhecimentos científicos que aumentarão o ritmo e a escala em que podemos ajudar pacientes com câncer”, disse o diretor científico e presidente de pesquisa e desenvolvimento da GSK, Hal Barron. • br.gsk.com/pt-br • www.tesarobio.com 16
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ROCHE ANUNCIA CRESCIMENTO
A Roche anunciou o crescimento de 7% nas vendas do grupo em 2018, atingindo 56,8 bilhões de francos suíços. No Brasil, a divisão farmacêutica cresceu 10% em relação ao ano anterior, com faturamento de R$ 3,4 bilhões, sendo 32% das vendas no setor público e 68% no sistema privado. O crescimento adveio do portfólio de inovação no País, estimulado, em grande parte, pela terapia contra o câncer de mama metastático, Perjeta® (pertuzumabe), que cresceu 51% no mercado privado, e em estratégias públicas regionais. • www.roche.com.br
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AUMENTO DA LUCRATIVIDADE
A Johnson & Johnson anunciou que suas vendas mundiais em 2018 totalizaram US$ 81,6 bilhões – um aumento de 6,7% em relação a 2017. As principais conclusões do relatório de lucros anuais recém-divulgado também relatam que as vendas mundiais ao consumidor foram de US$ 13,9 bilhões, as vendas de dispositivos médicos mundiais somaram US$ 27 bilhões, as vendas mundiais de produtos farmacêuticos atingiram US$ 40,7 bilhões e, mais notavelmente, as vendas farmacêuticas da empresa cresceram 12,4%. “A Johnson & Johnson alcançou mais um ano de forte crescimento operacional de 6,3% e alcançou o 35º ano consecutivo de crescimento ajustado nos lucros operacionais em 9,8%, em 2018. Isso pode ser atribuído ao acelerado desempenho de vendas em cada um dos nossos negócios, onde também alavancamos nossa escala em toda a empresa para melhorar as margens”, disse o presidente e CEO da empresa, Alex Gorsky. • www.jnjbrasil.com.br
MUDANÇA NO VISUAL
Para comunicar claramente seus negócios e posicionamento para os próximos anos, a Cimed lançou neste início de ano uma nova identidade visual. A reformulação vem ao encontro da necessidade de atualização da marca e padronização da comunicação da companhia. A modernidade da empresa é refletida no novo logo, slogan e hashtags institucionais. “Junto com a reformulação da marca, elaboramos nosso manifesto, que transmite nossa paixão e propósitos em atender aos anseios, às vontades e necessidades de nossos clientes e parceiros”, comenta o diretor de arte e criação da Cimed, Erich Shibata. • www.grupocimed.com.br
SANDOZ BRASIL TEM NOVA DIRETORA DE ASSUNTOS REGULATÓRIOS
A Sandoz, divisão de genéricos e biossimilares da Novartis, anuncia nova diretora de Assuntos Regulatórios, a executiva Vanessa Schiavo. Com ampla experiência na área, Vanessa atuou em grandes empresas como Aché, Eurofarma, Pfizer e, mais recentemente, Libbs Farmacêutica, onde trabalhou como head de Assuntos Regulatórios. Ela é formada em Farmácia-Bioquímica pela Universidade de São Paulo (USP) e possui MBA em Propaganda e Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). • www.sandoz.com.br 2019 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA
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ATUALIZANDO
BEM-ESTAR CONSTANTE COM A BUSCA IRRESTRITA POR SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA, AS FARMACÊUTICAS TÊM INVESTIDO EM ALIADOS QUE PROPORCIONEM CONFORTO E RESULTADOS MAIS RÁPIDOS AOS SEUS CONSUMIDORES POR CARINE PESSOAS
LINHA FITNESS SCHRAIBER
A Schraiber possui uma linha focada no bem-estar que conta com a lecitina de soja, que permite que as gorduras passem pelas paredes arteriais, prevenindo a formação de depósitos de gorduras nos vasos sanguíneos; com o óleo de coco, que possui ação antioxidante devido à presença da vitamina E, do ômega-6 e do ômega-9, podendo substituir os demais óleos de cozinha; com a cápsula Stilim, composta por óleo de cártamo e picolinato de cromo, substâncias que, associadas a uma alimentação saudável e à prática de exercícios físicos, podem contribuir com a melhora da composição corporal (perda de peso e ganho de massa muscular) e das concentrações de lipídios e glicose sanguínea; e com o psyllium, uma fibra solúvel que ajuda a manter a boa forma e o bem-estar. MS 6.2358.0147.001-1 (Lecitina) MS 6.6969.0002.001-1 (Óleo de coco) MS 6.6969.0009.001-1 (Stilim) MS 6.2358.0078.00-7 (Psyllium) • schraiberhomeopatia.com.br
LUVIS S GENOM
A Genom, divisão da União Química Farmacêutica Nacional, acaba de lançar Luvis S, um suplemento vitamínico que auxilia a prevenção da Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). O produto possui os mesmos benefícios de Luvis, mas agora com uma cápsula bem menor, o que facilita a deglutição, além de possuir uma formulação exclusiva que combina luteína 10 mg, zeaxantina 2 mg, ômega-3, mirtilo, semente de uva, vitaminas e minerais, componentes fundamentais para a manutenção da saúde ocular. Disponível nas apresentações com 30 e 60 cápsulas gelatinosas, o produto é zero açúcar e sem glúten. MS 6.6325.0028.002-8 • www.genom.com.br 20
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PROPOVIT BIONATUS
A Bionatus acaba de aumentar a sua linha de produtos de mel e derivados com o lançamento do Propovit Extrato de Própolis em Cápsulas. Devido ao grande número de ingredientes ativos presentes, como flavonoides, ácidos fenólicos, terpenos e óleos essenciais, o extrato de própolis é utilizado por seus efeitos terapêuticos, principalmente pela ação estimulante sobre o sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo. Suas propriedades ainda incluem ações antioxidante, antimicrobiana e anti-inflamatória. A caixa contém 60 cápsulas. O benefício deste novo formato é que, ao contrário do extrato de própolis líquido, ele não apresenta odor ou sabor intenso, tornando o consumo mais fácil e prático, além de não conter álcool em sua fórmula. Recomenda-se a ingestão do produto duas vezes ao dia e ele deve ser indicado somente para adultos. MS Produto isento de registro conforme RDC 27/10 • www.bionatus.com.br
PROCTFIS H®
UNIÃO QUÍMICA
A União Química acaba de lançar Proctfis H® com dez aplicadores, um medicamento indicado para tratamento das hemorroidas, fissuras anais, proctites e eczemas anais. Com tripla ação (analgésica, anti-inflamatória e antipruriginosa), Proctfis H® alivia o desconforto na região afetada em poucos minutos após a aplicação. Sua nova apresentação facilita o uso, oferecendo maior comodidade e minimizando qualquer risco de contaminação. MS Medicamento de notificação simplificada RDC 199/06 AFE nº: 1.00497-7 • www.uniaoquimica.com.br
CALSUPRE D® TEUTO
Calsupre D® é o mais novo lançamento do Laboratório Teuto. Sendo apresentado como suplemento vitamínico e mineral, o medicamento auxilia a prevenção do raquitismo e a prevenção e o tratamento auxiliar da perda de minerais ósseos pré e pós-menopausa. Em uma apresentação de 15 comprimidos, o produto traz a associação de carbonato de cálcio com a vitamina D, sendo indicado tanto para adultos quanto para crianças. Não é indicado em casos de: hipercalcemia, hipervitaminose D, hipersensibilidade ao colecalciferol, ao ergocalciferol ou aos metabólitos da vitamina D. MS Medicamento de notificação simplificada RDC 199/06 AFE nº: 1.00370-7 • www.teuto.com.br
FIBERNORM® TAKEDA
As fibras alimentares atuam diretamente na manutenção da saúde e no bom funcionamento do intestino. Suas grandes fontes, presentes no dia a dia, acabam sendo os tradicionais arroz e feijão. Porém algumas pessoas podem apresentar restrições alimentares ou até mesmo não gostar de certos alimentos, como frutas ou alguns tipos de hortaliças e vegetais. Pensando nisso, a Takeda desenvolveu o FiberNorm®, um mix exclusivo de sete fibras solúveis e insolúveis. Com ele é possível complementar a necessidade de fibras diariamente. MS Produto isento de registro conforme RDC 27/10 • www.takeda.com
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GOSTARIA DE SABER SE HÁ IMPEDIMENTOS POR PARTE DE ÓRGÃOS REGULADORES PARA A VENDA DE DOCES, SORVETES, PILHAS E OUTROS PRODUTOS NA FARMÁCIA PERGUNTA ENVIADA POR ALCIDES MITSUHO – BAURU (SP)
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O Conselho Federal de Farmácia (CRF) ou qualquer outro órgão de fiscalização sanitária não deve te autuar ou negar alvarás ou licenças por incluir nas atividades da farmácia a venda de doces, sorvetes, pilhas etc. O inciso XII do Artigo 24º da Constituição Federal estabelece que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente proteção e defesa da saúde. Observando o § 1° do citado artigo, que determina que no âmbito da legislação concorrente a competência da União se limitará a estabelecer normas gerais, e a Lei Federal nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, foi recepcionada como tal, ou seja, como norma geral, necessitando da competência suplementar dos Estados, conforme advertido pelo § 2° do indigitado artigo 24º. O inciso XI do Artigo 4º da Lei Federal nº 5.991/73 define drogaria como estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais. Estes, por sua vez, estão definidos no inciso IV, do mesmo dispositivo, como “substância, produto, aparelho e acessório não enquadrado nos conceitos anteriores, cujo uso ou aplicação esteja ligado à defesa e proteção da saúde individual ou coletiva, à higiene pessoal ou de ambiente, ou a fins diagnósticos e analíticos, os cosméticos e perfumarias, e, ainda, os dietéticos, óticos, de acústica médica, odontológicos e veterinários”. O § 1° do Artigo 5º da mesma lei prescreve que o comércio de determinados correlatos, tais como aparelhos
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e acessórios, produtos utilizados para fins diagnósticos e analíticos, odontológicos, veterinários, de higiene pessoal ou de ambiente, cosméticos e perfumes, exercido por estabelecimentos especializados, poderá ser extensivo às farmácias e drogarias, observado o disposto em lei federal e na supletiva dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. Dessa forma, o Estado de São Paulo editou a Lei nº 12.623, de 25 de junho de 2007, que estabelece: Artigo 1º – O comércio de artigos de conveniência em farmácias e drogarias deverá observar rigorosos critérios de segurança, higiene e embalagem, de modo a proporcionar segurança ao consumidor. Parágrafo único – Consideram-se artigos de conveniência, entre outros, para os fins desta lei: 1 – Filmes fotográficos; 2 – Leite em pó; 3 – Pilhas; 4 – Meias elásticas; 5 – Colas; 6 – Cartões telefônicos; 7 – Cosméticos; 8 – Isqueiros; 9 – Água mineral; 10 – Produtos de higiene pessoal; 11 – Bebidas lácteas; 12 – Produtos dietéticos; 13 – Repelentes elétricos; 14 – Cereais matinais;
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FLÁVIO MENDES BENINCASA
Advogado da Benincasa & Santos – Sociedade de Advogados
15 – Balas, doces e barras de cereais; 16 – Mel; 17 – Produtos ortopédicos; 18 – Artigos para bebê; 19 – Produtos de higienização de ambientes. Assim, não há contradição entre as legislações federal e estadual diante da previsão constitucional à competência concorrente e supletiva do Estado no regramento da atividade farmacêutica, no ramo de “drugstores”. A ausência de proibição para comercialização de artigos de conveniência pelas drogarias, como as citadas na pergunta, e a competência estadual para indicar os produtos, já foram decididas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.093/SP: “Ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo governador do Estado de São Paulo. Lei Estadual nº 12.623/2007. Disciplina do comércio de artigos de conveniência em farmácias e drogarias. Usurpação da competência da União. Improcedência. A Lei Federal 5.991/73, ao dispor sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, destinou a farmácias e drogarias a exclusividade na comercialização de tais produtos sem proibir, contudo, a oferta de artigos de conveniência. A mera disciplina acerca dos produtos de conveniência que também podem ser comercializados em tais estabelecimentos não extrapola a competência supletiva estadual. O Plenário desta Corte já enfrentou a questão ao
julgamento de ações diretas de inconstitucionalidade propostas pelo Procurador-Geral da República contra diversas leis estaduais – que também disciplinavam a comercialização de artigos de conveniência em farmácias e drogarias –, concluindo pela constitucionalidade das normas impugnadas, seja pela natureza – comércio local –, seja pelo legítimo exercício da competência suplementar dos legisladores estaduais no campo da defesa da saúde – a que se refere o Art. 24º, inciso XII, da Constituição da República –, seja pela desproporcionalidade da limitação ao exercício da livre iniciativa requerida. Às agências reguladoras não compete legislar, e sim promover a normatização dos setores cuja regulação lhes foi legalmente incumbida. A norma regulatória deve se compatibilizar com a ordem legal, integrar a espécie normativa primária, adaptando e especificando o seu conteúdo, e não a substituir ao inovar na criação de direitos e obrigações. Em espaço que se revela qualitativamente diferente daquele em que é exercida a competência legiferante, a competência regulatória é, no entanto, conformada pela ordem constitucional e legal vigente. As normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que extrapolem sua competência normativa – como é o caso da proibição de comércio de artigos de conveniência em farmácias e drogarias – não se revelam aptas a obstar a atividade legiferante dos entes federados. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.” (Rel. Min. Rosa Weber – J. em 24.09.2014).” Dessa forma, salvo interpretação equivocada dos órgãos fiscalizatórios, a sua empresa poderá incluir nas atividades da farmácia a venda de doces, sorvetes e pilhas.
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VAREJO
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Tecnologia e humanização
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COM TANTAS INOVAÇÕES, É PROVÁVEL QUE NINGUÉM TENHA A FÓRMULA PERFEITA PARA OFERECER A EXPERIÊNCIA COMPLETAMENTE PERSONALIZADA EM TODOS OS CANAIS DE VENDA
SILVIA OSSO Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS; LIDERANÇA PARA TODOS; PÍLULAS DE GESTÃO. Para adquirir os livros, acesse: www.lojacontento.com.br E-mail siosso@uol.com.br 28
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Quem conhece pessoas com mais de 60 anos de idade com certeza já ouviu histórias de como era o varejo 50 anos atrás: um contato totalmente pessoal. Por que iniciei o artigo fazendo este questionamento? Porque mais uma vez neste ano, na maior feira de varejo do mundo, a NRF Retail’s Big Show, muito se falou em tecnologia, mas mais ainda em humanizar o varejo. Como estamos no século da informatização, conhecer profundamente cada cliente e voltar a personalizar sua experiência de compra é possível graças ao Big Data e a outras tecnologias, mas a essência do processo está na relação pessoal, um a um. Com a introdução do autosserviço há alguns anos, o varejo migrou para um extremo, com relações massificadas e sem individualização. Agora, esse retorno à personalização deve acontecer nos negócios. Por exemplo: as ofertas e promoções, hoje massificadas, válidas para todos os clientes, devem migrar para promoções/ofertas por grupo de clientes ou um a um. A tecnologia permite personalizar promoções cliente a cliente, selecionando quais ofertas cada um deve receber, com base no perfil de compras e preferências. A rede de farmácias americana Rite Aid usa a inteligência artificial para personalizar combinações de ofertas únicas para mais de 12 milhões de clientes. Ao
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longo do tempo, o sistema apreende as preferências individuais, ou seja, se determinado cliente responde melhor às ofertas enviadas por Aplicativos (apps) ou via e-mail, e este passa a ser o canal priorizado. Esta tecnologia tornou-se mais barata e agora pode ser realidade para varejistas do Brasil. A ferramenta de geolocalização também gera oportunidades para personalização. Ela combina apps de smartphone e tecnologias de microgeolocalização, permitindo ao varejista não só saber o exato momento em que o cliente entra em sua farmácia como também em qual gôndola está. Dessa forma, há a interação imediata com ofertas personalizadas de acordo com a área da loja. É possível, por exemplo, que ele receba pelo app, em um clique, informações sobre qual condicionador se adapta ao xampu que está pesquisando. Uma experiência personalizada e multicanal. Com tantas inovações, é provável que ninguém tenha a fórmula perfeita para oferecer a experiência completamente personalizada em todos os canais de venda. No entanto todos estão experimentando a experiência de venda mais pessoal e individualizada. O prêmio para os que conseguirem é a maior fidelidade de seus clientes. Não duvido que os vencedores sejam os que melhor conseguirem promover a experiência de venda/compra humanizada. IMAGEM: DIVULGAÇÃO
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GESTÃO
Convenção de vendas é importante para a sua farmácia?
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TRATA-SE DE UM MOMENTO DE OXIGENAR A EQUIPE, MENSURAR O CONHECIMENTO ATUAL DO TIME E TRAZER NOVOS CONTEÚDOS COM APLICABILIDADE PARA A FARMÁCIA
PEDRO DIAS Consultor de empresas, palestrante, autor do livro “Pílulas de Gestão”, atua na área de Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas em todo Brasil. Diretor do Instituto Pedro Dias – consultoria empresarial e coaching. E-mail: pedro@ institutopedrodias.com.br 30
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A realização de uma convenção de vendas é uma ação criteriosamente pensada, principalmente nas indústrias farmacêuticas, para o alinhamento das estratégias e ações a serem realizadas durante todo o ano corrente. O varejo farmacêutico tem percebido a importância de reunir todo o seu time de vendas e tem implementado cada vez mais essas ações para alinhar as estratégias, desenvolver competências e melhorar a performance dos seus times. Todos nós sabemos que no varejo farmacêutico tudo acontece na mesma hora, no mesmo tempo, e nem sempre os gestores e times de vendas têm tempo suficiente para organizar seus pensamentos, planejar as ações e executá-las com precisão, e isso os coloca no “piloto automático”. No meu ponto de vista, equipes que estão no “piloto automático” não param para repensar as estratégias, analisar suas ações e ver se estão sendo produtivas ou não, e isso traz diversos impactos negativos para a companhia e, por estarem no automático, elas não percebem isso. Se você farmacista não tem essa ação como estratégica para a sua farmácia, pode ser que essa seja uma das causas para a perda de espaço no mercado para os seus concorrentes. Para o farmacista que já tem no seu DNA, na sua cultura, o treinamento e desenvolvimento de pessoas, e
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ainda não faz convenção de vendas, pense nessa possibilidade, converse com o seu departamento de Recursos Humanos (RH) ou Desenvolvimento Organizacional (DO). E para aquele farmacista que já realiza esses encontros, faça uma reflexão sobre o que pode ser ainda melhor, para que todos saiam colocando tudo em prática após a convenção. Eu acredito que a convenção é um momento de oxigenar a equipe, mensurar o conhecimento atual do time, trazer novos conteúdos com aplicabilidade para a farmácia, alinhar novos processos e novas estratégias para a sustentabilidade do negócio. Não enxergue a convenção como mais um custo para a sua empresa. Interprete essa ação como um investimento, pois nesse momento você estará com o que há de mais importante para o seu negócio: as pessoas. Sem elas, a sua empresa não consegue promover todas as experiências exigidas pelos seus clientes e pelo próprio mercado. De nada adianta você cobrar mais vendas, melhorar o atendimento, melhorar o tíquete médio e aumentar o faturamento se você não percebe e não dá oportunidades de desenvolvimento para os seus colaboradores. Lembre-se: são pessoas que movem o seu negócio! Tenha uma boa convenção de vendas! IMAGEM: DIVULGAÇÃO
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PONTO DE VENDA
Perfis específicos AS MULHERES PRIORIZAM A EXPERIÊNCIA; OS HOMENS, A PRATICIDADE; OS ADOLESCENTES, A CONEXÃO; E OS IDOSOS, A EMPATIA. ACOMPANHE, A SEGUIR, OS VALORES QUE ENCANTAM OS CLIENTES EM SUAS RESPECTIVAS JORNADAS DE COMPRAS
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POR KATHLEN RAMOS
Escolher o mix de produtos correto, gerenciar as categorias na gôndola, adotar bons fornecedores, ter preços competitivos, proporcionar atendimento capacitado, acompanhar tendências. Quando um varejista está no mercado, são muitas as preocupações a fim de atingir bons resultados. Mas de nada adianta dominar todas essas estratégias quando o consumidor não está no topo de todas elas. Para entender o que o cliente deseja, antecipar suas demandas e encantá-lo a ponto de que ocorra a fidelização, é preciso conhecê-lo a fundo. E esta não é uma tarefa fácil. Afinal, podem circular, numa mesma loja, públicos de diferentes sexos, idades e objetivos em uma determinada compra. Conheça o perfil de alguns
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deles e prepare a estratégia da farmácia para o melhor atendimento.
QUER AGRADAR AOS HOMENS? SEJA ÁGIL Objetividade é uma característica classicamente incorporada no perfil dos homens e essa particularidade os acompanha no varejo. “O homem sabe o que quer e vai diretamente ao seu destino, sem ler muito. É mais assertivo e usa menos tempo para ficar comparando ou fazendo análises na hora da compra. Portanto tende a ser mais fiel, tendo um repertório de marcas ou versões de sua preferência”, analisa o especialista em varejo da consultoria Inteligência360, Olegário IMAGENS: SHUTTERSTOCK
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PONTO DE VENDA
Araújo, comparando esse público a uma espécie de caçadores no ponto de venda (PDV). A pesquisa “Shopper, Supermercado e Promoção: um ecossistema essencial para as marcas durante a crise”, desenvolvida em 2016 pela Agência 96, indica justamente para esse perfil. Segundo o estudo, 52% dos homens que moram sozinhos levam uma lista de compras para a loja (número que salta para 60% entre os maduros) e 85% deles seguem aquilo que foi estabelecido no planejamento. A consultora de shopper marketing na MC15 Envirosell, Luiza Brittes, também reforça o desejo de praticidade do público masculino. “Dentro das lojas, é mais difícil ver um homem interagindo com um produto sem a intenção de compra. Desta forma, a taxa de conversão tende a ser maior entre eles”, acrescenta. A objetividade masculina também precisa se traduzir no ambiente de compras, com lojas organizadas e bem sinalizadas, onde é possível encontrar, com facilidade, aquilo que se procura. “Pela praticidade, produtos sem preço ou exposição inadequada podem fazer o homem abandonar o PDV,” alerta o especialista da Inteligência360.
OPORTUNIDADES NO UNIVERSO MASCULINO • Ter lojas organizadas e bem sinalizadas; • Oferecer todos os produtos corretamente precificados; • Entre os itens de Higiene & Beleza (H&B), há uma ampla chance de aumentar as vendas entre o público masculino. Uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) ao Instituto Qualibest, realizada em 2016, identificou que 45% dos entrevistados declararam-se supervaidosos, o que abre uma oportunidade para sejam criados espaços específicos para eles no PDV, explorando artigos para barbear, perfumes e desodorantes masculinos, entre outros, como cuidados para a pele e proteção solar.
QUER AGRADAR ÀS MULHERES? PROMOVA EXPERIÊNCIAS Enquanto os homens querem que a experiência de compras seja mais objetiva, as mulheres gostam de explorar os ambientes e não são tão pragmáticas. Tanto que a mesma pesquisa da Agência 96 mostra que das mulheres que 34
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moram sozinhas, 73% levam lista de compras aos estabelecimentos, mas apenas 64% seguem à risca o que foi proposto. Na perspectiva da professora de ShopperMkt do Retail Lab ESPM, Bia Cavalvante, para encantá-las, o modo mais efetivo é estimular o lado emocional por meio do envolvimento com os sentidos: provar, tocar, cheirar. “Elas gostam de serviços que agreguem conteúdo e de informação relevante. Geralmente, buscam um envolvimento no PDV que vá além da razão e traga benefícios objetivos, mas também de estado de espírito. Procuram por lojas bonitas, organizadas, com sortimento adequado às suas necessidades e estilo de vida”, descreve. Embora sejam mais abertas a experiências no PDV, elas também apreciam lojas que facilitem a prática da compra. Afinal, muitas mulheres têm jornada tripla, com trabalho, estudo e cuidados com o lar, e precisam simplificar a rotina diária. “Deve-se pensar sempre em alternativas para a organização da loja e em oferecer soluções que facilitem a compra, como filas mais rápidas. A compra de rotina de categorias de menor envolvimento pode ficar mais simples (mais organizada) e a compra de categorias mais envolventes pode ganhar uma experiência mais prazerosa, prezando pela experimentação e informação sobre produtos e novidades”, afirma Luiza.
OPORTUNIDADES NO UNIVERSO FEMININO • Diante da vida atribulada da mulher moderna, que gosta de fazer suas compras, mas têm pouco tempo para tal, vale simplificar alguns processos da loja, como evitar filas, ter atendimento disponível e capacitado, além de fazer o básico bem-feito, contemplando o mix correto, a precificação e as técnicas de gerenciamento por categorias; • O público feminino geralmente gosta de fazer compras de H&B, considerando essa uma jornada prazerosa. Portanto é interessante trabalhar os elementos sensoriais, trazendo para o estabelecimento todo o carinho e cuidado que há quando elas usam o produto em casa; • Muitas vezes, o PDV leva o shopper para a parte racional, focando muito em preços e promoções, mas há oportunidade em trazer um pouco mais do lado emocional das categorias, considerando elementos de bem-estar, autoestima e satisfação em se cuidar.
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PONTO DE VENDA
QUER AGRADAR AOS JOVENS? SEJA CONECTADO Um estudo realizado pela IBM em parceria com a National Retail Federation com a geração Z (nome dado aos nascidos entre 1995 e 2005), mostra que 93% do público entre 13 e 21 anos de idade influencia nas decisões de compra da família. A pesquisa também identificou que a geração sabe transitar facilmente entre os mundos digital e físico, que os jovens escolhem uma marca pela qualidade e que a experiência de loja é importante, bem como a responsabilidade social e ecológica. Sabe-se ainda que esse público é bastante engajado com o universo digital e faz uso desses canais, via redes sociais, para mostrar o que gostaram ou não nas suas jornadas de compras. São marcados pelo senso crítico e exigência. “Os jovens têm uma consciência social maior e estão mais preocupados com sustentabilidade, desperdícios e transparência. Por estarem mais conectados, seus elogios ou críticas ao PDV são publicados com intensidade maior”, sinaliza Araújo. O público adolescente também tende a apreciar a discrição e aprecia lojas que facilitam a jornada individual. “Este público valoriza o autoatendimento e, muitas vezes, não deseja conversar com o atendente. Gosta de ambientes onde há interação com tecnologia e prestigia lojas com wi-fi grátis, por exemplo, ou com músicas direcionadas ao seu perfil”, conclui a especialista da MC15 Envirosell.
OPORTUNIDADES COM O PÚBLICO JOVEM • Caso a loja já tenha site ou redes sociais, é fundamental que esses canais prezem pela boa comunicação e se complementem. O lojista pode oferecer a possibilidade de compra pelas redes sociais (botão “compre agora”), comprar pela internet e retirar na loja (no armário da loja ou no atendimento), uso do telefone celular na loja para melhor entender os produtos (escaneando o código de barras ou oferecendo informações com QR Code) e campanhas alinhadas nos ambientes físico e digital; • Oferecer facilidades, como wi-fi gratuito, costuma atraí-los; • Proporcionar uma loja com autosserviço bem desenvolvido, a fim de que consigam finalizar suas compras sem a ajuda de atendentes. 36
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QUER AGRADAR AOS IDOSOS? SEJA EMPÁTICO O público idoso é importantíssimo para o varejo. Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela, por exemplo, que 43% dos brasileiros acima de 60 anos de idade são os principais responsáveis pelo pagamento de contas e despesas da casa. Mas para encantá-los é fundamental que o atendimento no PDV seja empático com algumas barreiras que esse público pode enfrentar na hora da compra, como andar, enxergar ou ouvir. “Os preços e outras informações devem estar em fontes com tamanhos suficientes para que estas pessoas consigam enxergar. Se possível, disponibilize uma lupa nessas gôndolas para facilitar a experiência dessas pessoas”, sugere Araújo. Da mesma forma, as categorias que ficam expostas em prateleiras inferiores tornam o acesso para o idoso mais difícil, pela dificuldade em agachar. Outros pontos que podem ser melhorados são a comunicação visual, que deve ser nítida, com contrastes de cores; a iluminação, sempre clara; e a área de checkout e atendimento, que pode ter um espaço com cadeiras.
OPORTUNIDADES COM A TERCEIRA IDADE • Como o Brasil é um país que está envelhecendo, trabalhar o negócio com foco na longevidade é uma grande oportunidade. Vale, assim, oferecer produtos e categorias como vitaminas e nutracêuticos dirigidos a esse público; • Deixar o ambiente da loja adequado aos mais sêniores em relação ao alcance dos produtos, espaços para mobilidade e iluminação; • Atendimento e relacionamento são palavras de ordem, já que eles gostam de conversar e serem ouvidos; • Vale repensar as formas de exposição para facilitar o alcance de alguns produtos. Em higiene bucal, por exemplo, onde costuma-se alocar o enxaguatório nas prateleiras superiores (na altura dos olhos ou pouco acima), o fio dental e as escovas de dente em gancheiras intermediárias, e o creme dental em prateleiras inferiores, pode-se dificultar o alcance dos idosos.
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PONTO DE VENDA
VALE A PENA AGRADAR ÀS CRIANÇAS? A resposta é: sim. Assim como mães e pais estão ficando mais informados, seus filhos também estão, segundo aponta o estudo Meet the Parents, desenvolvido pelo Facebook. O levantamento indica que uma criança exerce uma influência significativa sobre as decisões de compra das famílias. E à medida que a criança cresce, também cresce o conhecimento dela, se tornando especialista de fato em certas categorias. Mais de 50% dos pais em todo o mundo dizem que o filho tem mais impacto nas decisões de compra do que a família. E 50% acreditam que ouvem o filho mais do que os pais os ouviam. “As crianças deixaram de ser coadjuvantes nos processos de consumo para se tornarem grandes influenciadoras. Pesquisas indicam que mais de 30% dos brasileiros gastam mais do que o planejado por causa dos filhos”, afirma a fundadora da Connect Shopper e consultora de varejo e shopper marketing, Fátima Merlin. Entretanto nem sempre o que agrada às crianças é a compra mais adequada. “Para produtos de H&B, as mães querem produtos e marcas confiáveis. Já as crianças, muitas vezes, escolhem considerando os aspectos visuais da embalagem”, afirma Luiza. Assim, o grande 38
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desafio para o shopper está em relacionar a qualidade com o desejo de diversão dos pequenos.
OPORTUNIDADES COM O PÚBLICO INFANTIL • Uma grande inovação no varejo é ter produtos para crianças agrupados, criando o “mundo da criança” – agrupando categorias como higiene oral, xampu, protetores solares, repelentes etc. Isso pode gerar uma diferenciação e atratividade, estimulando a compra de produtos antes não planejados; • As lojas também podem utilizar alguns estímulos no PDV capazes de remeter ao universo infantil, como ambientes mais coloridos e elementos lúdicos; • Se a loja oferece produtos para bebês, devese pensar se há espaço suficiente para os carrinhos nos corredores; • Outro ponto importante é deixar o ambiente seguro para as crianças pequenas transitarem e interagirem sem riscos.
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EXPANSÃO
Hora de ampliar as fronteiras APARENTE CALMARIA ENTRE O MERCADO E O NOVO GOVERNO FAZ COM QUE O ESPÍRITO DE RETOMADA DO CRESCIMENTO ESTEJA MAIS LATENTE ENTRE OS VAREJISTAS DO PAÍS. TALVEZ ESTE SEJA O MOMENTO ADEQUADO PARA EXPANDIR OS NEGÓCIOS
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POR KATHLEN RAMOS
A “dança das cadeiras” no Planalto, que ocorreu nas últimas eleições, trouxe uma nova esperança e espírito de renascimento ao País. Uma das provas desse cenário está no Índice de Confiança do Consumidor, que, embora ainda abaixo do esperado, aumentou 12% em dezembro de 2018 em relação ao mesmo período do ano anterior, ao alcançar 45,8 pontos, segundo dados da Confederação Nacional de
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Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Os comerciantes também estão mais confiantes. Segundo dados do Índice de Confiança do Empresário do Comércio, divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), este indicador alcançou 115,5 pontos em dezembro último – uma alta de 5,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior –, consolidando o melhor dezembro dos últimos cinco anos. IMAGENS: SHUTTERSTOCK
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EXPANSÃO
Indicadores como esses, somados a tantos outros, como inflação controlada e câmbio estável, fazem com que a guinada do País comece, de fato, a sair do papel em 2019. “Devemos ter uma retomada gradativa, mas, sem dúvida, o otimismo é muito grande. O novo cenário econômico e de crescimento da transparência no País faz os investidores passarem a enxergar o Brasil com bons olhos novamente. Com mais investimentos, aumentam os postos de trabalho, algo fundamental para o crescimento”, analisa o consultor do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), escritório de Barretos, Marcelo de Souza Santos. A professora e consultora do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), Teresa Cristina Zanon, vê que 2019 deve ser um ano de grandes oportunidades. “O Brasil visualizou diversos setores que cresceram mesmo com a crise, como o farmacêutico. Então, imagine em um cenário de estabilidade como seria. As empresas privadas apostaram em investimento e em enxugar custos por muito tempo, mas chegou a hora de pensar em crescimento”, aconselha.
ENTUSIASMO COM PARCIMÔNIA Diante desse momento de esperança do mercado, é natural que alguns varejistas comecem a pensar em expansão. Mas é importante que mesmo frente aos números mais consistentes da economia, a ampliação dos negócios seja feita com cautela. “Não há como ter certeza de que é a hora certa para expandir. Ações estratégicas, como expansão das operações, são apostas. Essas apostas são baseadas em indícios. O conjunto de indícios fortes nos dá segurança para investir”, considera o coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, David Kallás. A segurança comentada pelo especialista pode vir de maneira mais consistente com um bom plano de negócios. “Na medida em que se planeja abrir uma nova unidade, avaliando público, ponto comercial e outras variáveis, é possível fazer uma previsão de faturamento e em quanto tempo o investimento pode ser recuperado”, aponta Santos, do Sebrae-SP. Quando os cálculos são feitos e a decisão de expandir chega, outra preocupação deve ser a de manter a qualidade, caso a ideia de expansão aponte para uma nova filial. “É preciso estabelecer processos e padrões, treinar muito bem as lideranças, automatizar o que for passível de ser automatizado e dar foco na boa experiência do cliente”, indica o especialista do Insper. Teresa Cristina, do Ibevar, reforça a importância da capacitação nesse momento. “Não adianta abrir três ou quatro lojas sem recrutar e capacitar bem os funcionários. Não adianta ter uma loja linda e manter 42
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QUAIS ASPECTOS CONSIDERAR NA ESCOLHA DE UMA NOVA UNIDADE? 1) Analisar o fluxo de pessoas; 2) Verificar a renda média do público do entorno do estabelecimento; 3) Pesquisar a presença de concorrentes; 4) Ponderar o custo do ponto; 5) Checar a segurança do local; 6) Observar o acesso da mão de obra; 7) Avaliar se o ponto comercial está próximo ao público que se pretende atingir; 8) Considerar a capacidade de gestão; 9) Avaliar se a demanda da região ainda não foi atendida. Para tanto, fazer uma pesquisa geográfica para constatar se há saturação de negócios do ramo na área; 10) Ter em mente que não adianta investir por investir. O empresário precisa estar com a parte financeira saudável para tanto. Fontes: coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, David Kallás; consultor do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), escritório de Barretos, Marcelo de Souza Santos; professor do Núcleo de Estudos e Negócios do Varejo da ESPM, Roberto Nascimento; e professora e consultora do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), Teresa Cristina Zanon
ótimo relacionamento com a indústria, se os funcionários não estão aptos para o atendimento e gestão. No caso de uma nova unidade, vale lembrar que não adianta ter só uma pessoa à frente do negócio apenas porque ela é de confiança. Ela também precisa ser capacitada”, alerta. Somada à importância de manter a qualidade, é fundamental considerar que cada nova unidade do negócio precisa ser diferente da outra, segundo alerta o professor do Núcleo de Estudos e Negócios do Varejo da ESPM, Roberto Nascimento. “Cada unidade precisa de mix, preços e atendimento diferenciados, pois o público de cada região tem classes sociais e demandas diferentes”, adverte.
OPORTUNIDADES À VISTA Se a ideia é abrir uma nova farmácia, vê-se números positivos para quem deseja apostar no setor. As redes de
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EXPANSÃO
CUIDADOS NA HORA DA TOMADA DE CRÉDITO PARA A EXPANSÃO 1º) Identificar a necessidade de crédito É importante ter claros o valor do financiamento e a finalidade do recurso pretendido (compra de máquinas, de equipamentos, de matéria-prima, de aumento da estrutura física etc.). 3º) Analisar os fatores de restrição É fundamental estar com todos os fatores de restrição (situação legal, garantias, capital próprio etc.) adequados às exigências das instituições financeiras.
4º) Elaborar o plano de negócios O interessado terá de mostrar ao banco que o projeto é financeiramente viável. A melhor ferramenta para fazer isso é o plano de negócios. Algumas instituições financeiras solicitam que o estudo da viabilidade do projeto seja realizado com uma ferramenta da própria instituição.
2º) Buscar informações e escolher a instituição financeira Checar informações sobre as linhas de financiamento que melhor se enquadram nas necessidades de crédito identificadas no 1º passo e quais instituições financeiras operam com tais linhas. As condições (custos, prazos, limites etc.) podem variar bastante de banco para banco.
5º) Efetuar o pedido de financiamento O interessado deve se dirigir até à instituição financeira e apresentar ao gerente de pessoa jurídica a documentação necessária, as garantias solicitadas e o plano de negócios, mostrando a viabilidade do projeto. Após esses procedimentos, a instituição financeira analisará o projeto e retornará informando a liberação ou restrição ao financiamento. Vale entrar em contato com o banco onde já se é cliente e avaliar as condições oferecidas.
Fonte: Portal do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
farmácias e drogarias representadas pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) movimentaram R$ 22,78 bilhões no primeiro semestre de 2018, um crescimento de 7,54% sobre os primeiros seis meses de 2017. No mesmo período, o faturamento das redes associadas à Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) cresceu 19%. “Estamos diante de um cenário de cresci44
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mento da população idosa, o que, sem dúvida, favorece o negócio da farmácia, já que essas pessoas dependem mais de medicamentos. Além disso, recentemente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou alguns exames e vacinação nessas lojas, o que traz um novo nicho para aquelas que acompanham a inovação. Isso sem contar as oportunidades na área de cosméticos”, comenta o especialista do Sebrae-SP.
GUIA DA FARMÁCIA MARÇO 2019
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HIPERTENSÃO
Uma doença de 36 milhões de acometidos CAUSADA POR DIVERSOS FATORES, A PRESSÃO ALTA PODE SER AVALIADA E CONTROLADA DENTRO DA FARMÁCIA. QUANDO CRÔNICA, PRECISA DE CUIDADOS ESPECIAIS DURANTE A VIDA TODA POR LAURA MARTINS
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Um cano obstruído faz com que a água precise de mais fluxo para passar por ele. Essa é, basicamente, uma explicação simplificada para o que é a hipertensão. A doença, também conhecida como pressão alta, acontece quando existe um aumento da pressão dentro dos vasos sanguíneos, causada principalmente pela obstrução deles. “A hipertensão arterial é uma doença crônica que se caracteriza por um aumento da pressão arterial acima de 140 mmHg para a pressão sistólica e 90 mmHg para a pressão
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diastólica, segundo os critérios da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)”, explica o cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, Dr. André Luppe. Para diagnosticar a doença, é preciso medir a pressão em um lugar tranquilo. O cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Rodrigo Noronha, explica que não adianta aferir em um momento de estresse. A medida da pressão arterial é feita com o paciente sentado, em ambiente tranquilo. Se a pressão estiver acima de 140 mmHg por 90 mmHg, é considerada alta. IMAGENS: SHUTTERSTOCK
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HIPERTENSÃO
Além disso, medir apenas uma vez a pressão não faz com que a hipertensão seja diagnosticada. Às vezes, são necessárias duas ou três medidas em momentos diferentes. “Em estudos recentes, provou-se que pacientes com pressão arterial de 120 mmHg têm menos eventos cardiovasculares do que aqueles com 140 mmHg ou mais. Ou seja, um bom controle da pressão arterial traz um impacto nos eventos cardíacos”, alerta o médico. A pressão mais baixa só se torna um problema se o paciente começa a ter sintomas como: sensação de como se a pilha estivesse acabando, falta de consciência, tontura e dificuldade de fala. Já a pressão alta pode causar muitos problemas. De acordo com o Dr. Noronha, a hipertensão é uma das principais causas de comorbidades cardiovasculares e a maior causa de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Além disso, como acomete todos os vasos, pode afetar o coração, causando infarto e dificuldade de o coração bombear o sangue. Pode levar, ainda, à doença renal e a alterações visuais. “Existem dois tipos básicos de hipertensão arterial, baseados nos mecanismos que levam à doença: a primária (ou essencial) e a secundária. Na hipertensão arterial primária ou essencial, a predisposição genética está associada a alguns fatores de risco, como obesidade, alto consumo de sal, sedentarismo, etilismo, idade avançada e etnia. Já na hipertensão arterial secundária, a doença ocorre como consequência de uma outra patologia ou condição que eleve a pressão arterial, como o uso de drogas ilícitas, uso de algumas medicações, doenças renais e endocrinológicas, obstruções das artérias renais e apneia obstrutiva do sono”, comenta o Dr. Luppe. Quando a doença é causada por fatores internos, como hereditariedade, idade ou raça, o tratamento da hipertensão deve ser feito de maneira contínua, pois ela não tem cura. Mas quando a causa são alguns fatores externos, o problema ainda pode ter solução. É o caso, por exemplo, de pacientes extremamente obesos. De acordo com o Dr. Noronha, quando somente essa é a causa da hipertensão, com um controle de peso adequado, atividades físicas e hábitos saudáveis, alguns pacientes deixam de ser hipertensos. Porém a orientação de tomar ou não um medicamento sempre deve ser feita pelo médico.
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CAMPANHAS DE PREVENÇÃO O programa “Hipertensão em Dia”, da Assistência Farmacêutica Avançada [desenvolvido pela Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma)], visa à orientação sanitária individual, à elaboração de um perfil farmacoterapêutico, à vigilância farmacológica e ao acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes. O farmacêutico deve realizar uma avaliação global do controle pressórico e dos fatores de risco cardiovascular do paciente. Após a avaliação, pacientes sob tratamento anti-hipertensivo podem aderir ao programa de acompanhamento, onde são feitas avaliações periódicas e orientação continuada sobre a adesão ao tratamento, uso correto de medicamentos e mudanças no estilo de vida. Para o cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Rodrigo Noronha, fazer campanhas é um ponto-chave do trabalho com o paciente, pois a farmácia é o lugar onde a pessoa vai comprar sua medicação. As informações sobre o estilo de vida são extremamente importantes para que haja um impacto positivo no controle. Elas também são essenciais na manutenção do tratamento, porque muitos pacientes acham que estão curados e abandonam os medicamentos. Por isso uma campanha associada ao tratamento da hipertensão para conscientizar o paciente é muito importante.
No Brasil, estima-se que a hipertensão acometa:
32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos e
60% dos idosos.
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HIPERTENSÃO
TRATAMENTO E PREVENÇÃO A pressão alta deve ser evitada durante a vida toda, pois é uma consequência do que foi feito durante os anos anteriores. As pessoas que se mantêm saudáveis ao longo dos anos têm menos chances de desenvolver a doença. “Em indivíduos com mais de 40 anos de idade ou com algum fator de risco para hipertensão, recomenda-se avaliação médica anualmente. Como medidas preventivas, aplicáveis a todas as pessoas, recomendam-se hábitos de vida saudáveis, prática de atividades físicas regulares, redução da obesidade e sobrepeso, abandono do tabagismo, evitar o consumo de bebidas alcoólicas em excesso e redução do consumo de sódio”, cita o Dr. Luppe. Com relação ao sal, uma dieta com mais de 3 g de sódio por dia aumenta o risco de hipertensão. Por isso recomenda-se estar atento ao teor de sódio dos alimentos industrializados e evitar ao máximo o consumo daqueles com teores acima da média. A quantidade de sal colocada no preparo das refeições deve ser reduzida e deve-se evitar o saleiro à mesa. Uma vez que o paciente apresente valores alterados de pressão, o médico prosseguirá com uma investigação clínica buscando outros fatores de risco cardiovascular e possíveis complicações da hipertensão sobre o organismo, os quais indicarão a melhor forma de tratamento. Em caso de hipertensão arterial secundária, o controle passa também pelo tratamento da condição que a originou. “O tratamento medicamentoso também é muito importante. Existem vários fármacos seguros, de várias classes, que devem ser utilizados de forma contínua. A doença não tem cura, tem tratamento”, frisa o cardiologista da BP. Entre os medicamentos disponíveis estão os diuréticos, que eliminam o sódio e a água; os inibidores da enzima conversora da angiotensina, também indicados em outras situações, como em insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio; os bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II; entre outros. As medidas para o tratamento em crianças são parecidas com aquelas utilizadas em adultos – mudanças de estilo de vida e tratamento medicamentoso são as opções. De acordo com o cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, 50
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PARA A VIDA TODA A hipertensão é uma doença crônica que exige tratamento contínuo. O paciente hipertenso deve ser acompanhado periodicamente para o controle adequado da sua pressão, ajuste da medicação, avaliação clínico-laboratorial para outras doenças e complicações cardiovasculares. Fonte: cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, Dr. André Luppe
com o aumento da obesidade em crianças e adolescentes, o risco de hipertensão nessas faixas etárias se elevou. É importante enfatizar a educação de hábitos de vida saudáveis o quanto antes, principalmente com relação à alimentação, devido à exposição a altos níveis de sódio em dietas industrializadas. Adquirir o hábito de ler o rótulo e ensinar as crianças a fazê-lo deve ser estimulado.
DENTRO DO MAPA No Brasil, estima-se que 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos e mais de 60% dos idosos sofram com a hipertensão, contribuindo direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular, segundo os Arquivos Brasileiros de Cardiologia – desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Ainda segundo o documento, existe uma associação direta e linear entre o envelhecimento e a prevalência da doença, relacionada ao aumento da expectativa de vida da população brasileira – atualmente de 72,9 anos – e ao crescimento da população de idosos com 60 anos de idade ou mais na última década. “A proporção da doença na população vem se mantendo constante, porém, com o aumento populacional e seu envelhecimento, o número de indivíduos doentes vem aumentando. As doenças cardiovasculares são hoje a principal causa de morte no mundo, sendo que a hipertensão arterial contribui direta ou indiretamente para 50% das mortes
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HIPERTENSÃO
AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL Para saber se um paciente está hipertenso, é preciso ter alguns cuidados na hora de aferir a pressão:
• Deixar o paciente em repouso de três a cinco minutos em ambiente calmo.
Posicionamento: • O braço deve estar na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membro;
• Orientar o paciente a não conversar durante a medição.
Certificar-se de que o paciente não: • Está com a bexiga cheia; • Praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; • Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; • Fumou nos 30 minutos anteriores.
• O paciente deve estar sentado, com as pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado.
• Medir a pressão na posição de pé, após três minutos, nos diabéticos idosos e em outras situações em que a hipotensão ortostática possa ser frequente ou suspeitada.
Fonte: Arquivos Brasileiros de Cardiologia – desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)
por esse tipo de doença. Este dado preocupa bastante, principalmente por tratar-se de uma doença que cursa com poucos ou nenhum sintoma”, frisa o Dr. Luppe. A última diretriz da SBC estima um predomínio da doença em homens, com uma prevalência no se-
xo masculino em torno de 40,1%, contra 32,2% no feminino. Além disso, de acordo com a faixa etária, a chance de desenvolver a doença entre os 18 e 29 anos é de 2,8%; dos 30 aos 59 anos, de 20,6%; dos 60 aos 64 anos, sobe para 44,4%; de 65 a 74 anos, é de 52,7%; e alcança 55% após os 75 anos. 2019 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA
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Recorrentes, impactantes e perturbadoras COM MAIS DE 150 CLASSIFICAÇÕES, A DOR DE CABEÇA PODE APARECER EM UMA ÉPOCA ESPECÍFICA OU SE TORNAR CRÔNICA. A ALTA PROCURA POR MEDICAMENTOS ANALGÉSICOS EXIGE ORIENTAÇÃO CORRETA EM FARMÁCIAS E DROGARIAS
P POR LAURA MARTINS
Presente no cotidiano de praticamente todas as pessoas ao menos uma vez na vida, as dores de cabeça causam bastante desconforto, seja em um episódio isolado ou quando se tornam crônicas. Mas saber qual tipo de dor acomete uma pessoa pode não ser tão simples assim. Existem mais de 150 tipos de cefaleias, que podem ser agrupadas em primárias ou secundárias. De acordo com o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, Dr. Sandro Luiz de Andrade Matas, as secundárias são aquelas que não dependem de fenômenos externos, como, por exemplo, traumatismos cranianos, meningites, tumores cerebrais, disfunção da articulação temporomandibular (ATM), doenças sistêmicas,
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entre outros fenômenos. As primárias são basicamente: enxaqueca, cefaleia tensional e cefaleia em salvas.
INCIDÊNCIA FREQUENTE Entre os quatro principais tipos, a mais comum é a enxaqueca, também chamada de migrânea. É uma doença mais frequente em mulheres, caracterizada por dor em latejamento ou pulsátil, de intensidade variável (muitas vezes leves, mas algumas crises necessitam de internação para analgesia), acompanhada de náuseas, vômitos, fonofobia (aversão a barulhos e sons altos), fotofobia (aversão à luminosidade), sensação de tontura e zumbidos. Algumas vezes, podem ocorrer sintomas de dez a 15 minutos antes da dor. Na maioria das vezes, são sintomas visuais, com manchas escuras ou IMAGENS: SHUTTERSTOCK
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cintilantes coloridas, mas podem se manifestar como “formigamentos” na face, nas mãos etc.
INCÔMODO CONSTANTE “A cefaleia tensional é uma dor mais contínua, em aperto, localizada nas regiões occipital (parte posterior do crânio) e temporal, bilateralmente. Não há fono nem fotofobia, náuseas ou vômitos. A duração da dor é mais prolongada, geralmente menos intensa, pior no final do dia”, explica o médico.
OCORRÊNCIA PONTUAL A cefaleia em salvas é rara, ocorrendo em surtos rápidos de dor lancinante (por pontadas, picadas, fisgadas internas), geralmente retro-ocular, unilateralmente, (alguns pacientes relatam que a dor é semelhante a um espeto em brasa atrás do globo ocular), com várias crises de 20 a 30 segundos por 30 a 40 minutos. Por motivo ainda não elucidado, as crises preferencialmente ocorrem no período noturno. O neurologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Júlio Pereira, explica que tanto a enxaqueca quanto a cefaleia tensional são dores que têm controle, e não cura. Normalmente, os pacientes queixam-se de ter uma crise por mês, ainda que outras pessoas possam sofrer ainda mais – pode chegar a seis ou oito crises no mesmo período. O mais importante do tratamento, segundo ele, é conseguir diminuir tanto o número de crises quanto a intensidade delas. No caso da enxaqueca, em específico, o paciente precisa observar o que faz a sua dor piorar. “Existem muitos fatores de gatilho para a enxaqueca – – estresse, dormir pouco, alguns alimentos (vinho, cerveja, café). Tem pessoas que tomam café e a dor melhora, enquanto outras apresentam piora. É preciso notar quando teve dor e se teve algum gatilho. As mulheres, no período menstrual, costumam ficar bem o mês todo, até dois ou três dias antes de menstruar”, diz ele.
OS MAIS ACOMETIDOS Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), o Estudo Epidemiológico Nacional da Enxaqueca avaliou mais de 3.800 pessoas e revelou que a população brasileira tem incidência de 15,2% de enxaqueca, 13% de cefaleia tensional e 6,9% de cefaleia crônica diária. 54
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TAXAS DE INCIDÊNCIA ENTRE A POPULAÇÃO BRASILEIRA
15,2% enxaqueca
13%
cefaleia tensional
6,9%
cefaleia crônica diária Fonte: Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC)
Oriunda ou própria
“A enxaqueca é cosmopolita, dos grandes atingindo 18% da população mun- centros urbanos, dial. É mais comum em mulheres grandes cidades. em relação aos homens, incide em adultos e adultos jovens, podendo ocorrer também na infância. Tanto a intensidade das crises como a frequência tendem a diminuir com o avançar da idade. Pessoas propensas, em atividades mais estressantes, têm mais risco de desenvolver um número maior de crises”, afirma o Dr. Matas. Em contrapartida, a cefaleia em salvas ocorre mais em homens do que em mulheres. A cefaleia tensional, segundo a Classificação Internacional de Cefaleias, 3ª edição, é bastante comum, com prevalência ao longo da vida da população geral entre 30% a 78%, em diferentes estudos. Uma pesquisa realizada pelo IBOPE CONECTA em parceria com Advil revelou que a dor de cabeça e a enxaqueca são as dores que mais incomodam, citadas por 65% dos entrevistados, seguidas de dor nas costas (41%) e dor muscular (40%). Em geral, foram as mulheres que mais reclamaram de cefaleia. A incidência de dores aumenta, também, nos meses mais quentes do ano. As altas temperaturas ajudam a manifestar o problema. “Crises de dor de cabeça e en-
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FÁRMACOS UTILIZADOS Como existem diversos tipos de dores de cabeça, nem sempre os mesmos medicamentos são usados para todas as crises. São exemplos de tratamentos para as dores em geral: • Ácido acetilsalicílico: utilizado em cefaleias, dores musculoesqueléticas, transitórias, dismenorreia e hipertemia em adultos. • Ibuprofeno: utilizado em febre e dores leves e moderadas associadas a gripes e resfriados, dor de garganta, dor de cabeça, dor de dente, dor nas costas, cólicas menstruais, dores musculares e outras. • Dipirona: indicada para aliviar a dor e abaixar a febre, já que possui efeito analgésico e antipirético. Já para as crises de enxaqueca e dores mais fortes, podem ser usados: • Medicamentos combinados: o ácido acetilsalicílico, paracetamol ou ambos são combinados com cafeína ou com um sedativo em um único medicamento. As associações podem ser mais eficazes do que os analgésicos sozinhos. • Toxina botulínica A: seu uso foi aprovado em 2011 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para prevenir as crises de enxaqueca crônica. Injetada nas fibras musculares e no tecido subcutâneo de pontos específicos da cabeça, do pescoço e na porção mais alta do tronco, a toxina botulínica interrompe a transmissão do sintoma doloroso pelo Sistema Nervoso Central (SNC). • Anticonvulsivantes, antidepressivos e medicamentos para pressão arterial: são usados de forma profilática, já que a enxaqueca tem relação com os vasos sanguíneos. Como a enxaqueca é comum, foi possível atestar a melhora dos sintomas em pacientes que sofriam com outra doença e, ao tomar o medicamento, se sentiram melhor. Fontes: neurologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Júlio Pereira; e farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti
xaqueca podem comprometer muito mais do que o descanso no período de férias e favorecer a ocorrência de acidentes domésticos ou mesmo de trânsito, já que desorientam e tiram a capacidade de concentração do indivíduo”, explica o neurologista do HCor, Dr. Mauro Atra. Em sua maioria, a desidratação é o principal motivo para dores de cabeça no período, pois a falta de líquido no organismo causa um sério desequilíbrio no processo de entrada e saída de sódio e potássio das células. A claridade solar também pode ser um problema. “A maior parte dos pacientes com enxaqueca sofre de fotofobia. Isso os torna extremamente sensíveis à luz”, comenta o neurologista.
TRATAMENTOS DISPONÍVEIS Sendo tão comuns, é óbvio que muita gente vá à farmácia em busca de medicamentos que possam ajudar a aliviar as dores de cabeça. A farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti, explica que se a intensidade 56
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da dor for de leve a moderada, normalmente, são administrados analgésicos ou anti-inflamatórios não esteroides para enxaqueca com ou sem aura. No caso de crises de dores de cabeça, são utilizados analgésicos, anti-inflamatórios (agem diretamente no processo inflamatório e também apresentam ação analgésica), ergotaminas (vasoconstrição) e triptanos (agem diretamente nos receptores de serotonina). Mas, no caso de dor de cabeça crônica, ainda pode ser considerada a situação de profilaxia. Ou seja, para prevenir ou inibir os episódios de crise. Para isso, os medicamentos mais utilizados são os antidepressivos, neuromoduladores e betabloqueadores. O grande problema, para o médico da BP, é que a maioria da população não sabe que esse tratamento profilático existe. A incidência do tratamento ainda é muito baixa. “Os medicamentos funcionam de maneiras diferentes. Ainda não se sabe o que causa a enxaqueca, mas existem diversas teorias. Usamos medicações que foram descobertas para outra doença e que controlaram a enxaqueca, como anticonvulsivantes, antidepressivo ou para pressão arterial”, frisa ele.
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CONSTIPAÇÃO
Organismo preguiçoso FATORES HORMONAIS E EMOCIONAIS CARACTERÍSTICOS DAS MULHERES PODEM PROVOCAR MAU FUNCIONAMENTO DO INTESTINO POR FLÁVIA CORBÓ E LAURA MARTINS
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Quando o andamento natural do organismo é interrompido, o corpo logo responde. Dores, mal-estar, irritabilidade, distensão abdominal e alterações de sono podem se manifestar quando há um quadro de constipação. A dificuldade de manter a regularidade do intestino é muito comum entre mulheres devido a problemas combinados, que envolvem questões físicas, hormonais, emocionais e até culturais. Entre as causas fisiológicas, muitos processos do corpo feminino podem provocar constipação intestinal, como o ciclo menstrual, a lactação, a gestação e a menopausa. “Os hormônios sexuais femininos influenciam o peristaltismo, ou seja, o movimento natural do intestino que empurra o alimento ao longo do tubo digestivo e, para algumas mulheres, ele pode ficar mais ‘preguiçoso’ nessas fases da vida”, explica a médica nutróloga, Dra. Cristiane Molon.
CÉREBRO É DETERMINANTE Fatores emocionais também afetam diretamente o sistema digestório, porque há uma conexão en58
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tre o Sistema Nervoso Central (SNC) e o entérico (localizado no intestino). O intestino tem cerca de 500 milhões de neurônios e aloja trilhões de bactérias, boa parte delas envolvida em processos importantes ao organismo. “É uma quantidade de neurônios menor do que a do cérebro, mas é em número suficiente para formar um sistema nervoso próprio, responsável por coordenar a liberação de inúmeras substâncias digestivas e os movimentos que estimulam o bolo fecal a ir embora”, conta a Dra. Cristiane. “Por isso o intestino é chamado de segundo cérebro”, complementa. Apesar de serem circuitos independentes, o cérebro e o intestino se “comunicam”. Os neurônios intestinais são responsáveis pela produção de 90% da serotonina – molécula relacionada ao bem-estar. Esse neurotransmissor é importante para o bom funcionamento do intestino, bem como exerce um efeito sistêmico. A serotonina é só um dos mais de 30 mensageiros químicos produzidos no ventre. Essas substâncias são encarregadas de transmitir informações e estabelecer comunicação eficiente entre o intestino e o cérebro. “Essa ‘conversa’ acontece diretamente por meio do nervo vago, estrutura que passa pelo tórax e liga o sistema IMAGENS: SHUTTERSTOCK
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AUXILIARES NO BOM FUNCIONAMENTO DO INTESTINO O paciente acometido pela constipação pode optar por complementar a alimentação diária com produtos que suplementam as fibras solúveis ou insolúveis. “Elas podem ser consideradas reguladoras do intestino, pois uma dieta rica em fibras faz com que o intestino funcione melhor. Porém é preciso orientar que as fibras absorvem líquidos, então a ingestão de água é essencial, pois o consumo em excesso sem água o suficiente pode fazer o efeito contrário”, diz o gastroenterologista da Abbott, Dr. Ricardo Barbuti. Dentro deste universo, há outros produtos que podem ajudar o paciente. De acordo com a gerente de produto da União Química, Flaviana Ferreira, os reguladores atuam através de diferentes mecanismos de ação, desde os que retêm maior quantidade de água no intestino, aumentando o bolo fecal, como a lactulose, até os que agem diretamente na parede do intestino e os que amolecem as fezes. A função é sempre facilitar a evacuação. A lactulose, por exemplo, é uma molécula que não é absorvida, chamada de agente osmótico. Ou seja, ela retém a água no intestino, aumentando o bolo fecal e facilitando a evacuação. “Os reguladores coordenam o movimento e fazem com que o corpo responda de maneira fisiológica à evacuação”, alerta o gastrocirurgião da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Bruno Zilberstein. Exatamente por isso os reguladores precisam ser usados todos os dias, pois o produto não consegue resolver definitivamente a função intestinal. O órgão precisa receber o estímulo regulatório continuadamente. “As fibras são o melhor mecanismo de estímulo laxante e de proteção porque elas funcionam como um ‘mata-borrão’ das substâncias nocivas. Elas se grudam às substâncias ruins e as carregam para fora, além de puxar a água para aumentar o volume do bolo fecal e, quando ele está maior, estimular a sua evacuação”, frisa o especialista.
gastrointestinal à cabeça. O nervo vago é uma via de mão dupla: assim como o abdômen manda mensagens para o cérebro, o inverso também ocorre”, descreve a Dra. Cristiane. É devido a essa ponte de comunicação que, diante de uma situação de estresse, é comum ter a sensação de frio
na barriga ou vontade de ir ao banheiro. Ansiedade, tristeza e depressão também podem afetar o movimento e as contrações do trato gastrointestinal, causando inflamação ou deixando o intestino mais suscetível à infecção.
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CONSTIPAÇÃO
POSSÍVEIS ORIGENS DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
Emocional • Ansiedade; • Tristeza; • Depressão; • Mudanças na rotina; • Viagens; • Vontade de evacuar fora de casa; • Vergonha de evacuar na proximidade de outras pessoas.
Hormonal • Ciclo menstrual; • Lactação; • Gestação; • Menopausa.
Fontes: médica nutróloga, Dra. Cristiane Molon; e clínico geral e diretor da Clínica Ser Integral, Dr. Roberto Debski
DIETAS E VERGONHA Outra grande influência é a alimentação. Bebidas açucaradas, alimentos industrializados pobres em fibras e o consumo excessivo de café podem piorar o bom funcionamento do intestino. A ingestão de alimentos com farinha de trigo também pode ser prejudicial, porque provoca fermentação do intestino, dificultando as idas ao banheiro. Por fim, a constipação pode ainda estar ligada a questões culturais. Muitas mulheres sentem vergonha de evacuar fora de casa, o que acaba provocando ou agravando os casos de constipação.
SOLUÇÕES E TRATAMENTOS Existem diversas medidas que podem ser tomadas para estimular o bom funcionamento do intestino. A prática regular de exercícios é uma delas, pois estimu60
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Física • Sedentarismo; • Baixo consumo de fibras e água; • Intolerâncias alimentares; • Parasitose; • Doenças inflamatórias intestinais; • Hipotireoidismo.
la o peristaltismo. A ingestão de água também é fundamental para evitar o ressecamento das fezes. “A alimentação deve ser rica em fibras solúveis e insolúveis, que estão presentes em frutas, legumes, verduras, grãos e hortaliças, e pobre em produtos refinados e industrializados”, afirma o clínico geral e diretor da Clínica Ser Integral, Dr. Roberto de Debski. Quando o paciente tem alguma intolerância ou restrição alimentar que dificulte a ingestão diária recomendada de fibras, pode-se recorrer à suplementação. Geralmente, disponíveis em pós solúveis ou cápsulas, os produtos existentes no mercado são formulados com fibras prebióticas, que favorecem o crescimento das bactérias boas no intestino, promovendo o equilíbrio da flora intestinal e o funcionamento regular do intestino. Outra medida importante é aprender a respeitar o intestino e não inibir o reflexo evacuatório.
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DEPRESSÃO
Depressão: a doença do futuro vira realidade CONSIDERADA UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA E PRINCIPAL CAUSA DE INCAPACIDADE HUMANA, DOENÇA JÁ É CLASSIFICADA PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE COMO UM DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS DA HUMANIDADE POR KATHLEN RAMOS
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Tristeza, baixa autoestima, sensação de inutilidade, sentimento de culpa e presença constante de pensamentos negativos. Esses são alguns sintomas que podem acusar a depressão, mas que, infelizmente, nem sempre são notados pelos acometidos ou pelos que estão ao seu redor. Esse cenário faz com que, em todo o
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mundo, menos da metade dos pacientes deprimidos receba tratamento, segundo informa a Organização Mundial da Saúde (OMS). A OMS também alerta que, de forma global, mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão. Nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, os números são assustadores. “Dados do reIMAGENS: SHUTTERSTOCK
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DEPRESSÃO
latório da OMS divulgado em 2017 apontam que, no Brasil, existem mais de 11,5 milhões de pessoas com depressão, o que representa cerca de 5,8% da população”, indica o médico psiquiatra e gerente médico da Eurofarma, Dr. André Wolter, salientando que a doença será a maior causa de afastamentos e faltas no trabalho nos próximos anos. A depressão é vista, atualmente, como uma doença multifatorial e, como tal, tem várias causas, conforme explica o médico psiquiatra do Hospital Santa Cruz, Dr. André Nakamura. “Fatores genéticos, ambientais, sociofamiliares, bioquímicos, hormonais e psicológicos podem, de forma conjunta e em maior ou menor amplitude, provocar o surgimento dos quadros depressivos. Assim, um histórico de depressão na família, situações como luto ou eventos traumáticos podem servir de gatilho para que um indivíduo venha a desenvolver um quadro depressivo”, diz. A doença pode atingir todas as pessoas, não importa a idade, raça, sexo ou renda. Segundo o Dr. Nakamura, estima-se que até 18% da população mundial terá, ao menos, um episódio depressivo durante a vida. Porém a depressão acomete mais as mulheres, pelo maior risco de variações hormonais; é mais comum entre pessoas de 20 a 30 anos; e mais prevalente entre aqueles com maior vulnerabilidade social e menor grau de estudo. “Indivíduos com doenças clínicas crônicas ou que fazem uso contínuo de álcool ou substâncias ilícitas também são mais suscetíveis à doença”, acrescenta o médico.
A IMPORTÂNCIA DA EMPATIA De acordo com dados da Federação Mundial para a Saúde Mental, mais de 70% dos indivíduos com depressão não falam ou conversam sobre a doença porque sentem vergonha de serem julgados e têm receio de sofrer preconceito. Portanto abraçar a empatia é, hoje, uma das formas de reverter quadros de ansiedade e depressão generalizados. “Muitos sentem vergonha de expor o que estão sentindo. Há a vontade de falar sobre suas dores ou problemas, mas têm medo de serem considerados fracos. Esse comportamento tem relação com a qualidade das interações. As pessoas estão hiperconectadas pelas redes sociais, mas não cultivam relações reais. O vínculo com o outro é extremamente importante”, comenta o coordenador da Assistência Clínica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas 64
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SINTOMAS DA DEPRESSÃO • • • • • • • • • • • •
Tristeza na maior parte dos dias; Perda do prazer nas atividades; Pensamentos de culpa e de morte; Alterações do sono e apetite; Fadiga; Inquietação ou agitação psicomotora; Piora de concentração e memória; Falta de capacidade de sentir prazer; Perda ou ganho de peso; Sentimento de ruína e desesperança; Falta de perspectiva de futuro; Cansaço crônico.
Vale lembrar que os sintomas devem durar pelo menos duas semanas. Fontes: médico psiquiatra do Hospital Santa Cruz, Dr. André Nakamura; e diretor médico-científico da EMS, Dr. Roberto Amazonas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Dr. Táki Cordás. Segundo a presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Dra. Carmita Abdo, entender que a depressão é uma doença é o primeiro passo para buscar ajuda e receber o diagnóstico. “A depressão é provocada por um desequilíbrio químico no cérebro, o qual vai necessitar de algumas medidas terapêuticas para voltar ao seu funcionamento normal. Saber disso é extremamente útil, tanto para o deprimido quanto para as pessoas próximas. O paciente deixa de se culpar, favorecendo que familiares e amigos encarem a depressão numa perspectiva mais solidária”, explica. Assim, fazer terapia, dormir bem e praticar atividades físicas fazem parte do tratamento para quem foi diagnosticado com depressão, mas a ajuda externa também é importante. “Quando há a percepção de que outra pessoa está sendo empática, há mais conforto para compartilhar sentimentos e angústias. Esta dinâmica de falar e ser ouvido é muito importante em casos de depressão. Toda pessoa com
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ESPECIAL SAÚDE
DEPRESSÃO
COMO OS ANTIDEPRESSIVOS AGEM?
ATUAÇÃO NO CÉREBRO Os antidepressivos vão atuar em substâncias químicas no cérebro, chamadas neurotransmissores. São a serotonina, a noradrenalina e a dopamina, sendo a serotonina a principal delas. Hoje, existem mais de 30 antidepressivos no mercado, sendo que os mais modernos são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) e os inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina, chamados de duais1. O escitalopram, por exemplo, da família dos ISRSs, atua mais sobre o neurotransmissor serotonina, enquanto a bupropiona atua, principalmente, sobre a noradrenalina e a dopamina2.
OS ANTIDEPRESSIVOS PRECISAM SER USADOS POR TODA A VIDA? Pode-se dizer que existe uma gradação de manutenção do medicamento. Caso o paciente tenha um único episódio depressivo, deverá fazer manutenção do tratamento durante um ano e há um risco de 50% de retorno da doença. Caso tenha um segundo episódio depressivo, deverá fazer de dois a três anos de manutenção e o risco de retorno é de 60% a 70%. Caso tenha um terceiro episódio, será necessário fazer a manutenção como se faz para diabetes e hipertensão, por exemplo4.
EXISTEM CHANCES DE CURA? A depressão pode ser considerada curada se todos os sintomas desaparecerem completamente e não surgirem novamente após um intervalo de seis meses. Porém existe a chance de um novo episódio depressivo se instalar mesmo quando um anterior já remitiu completamente3.
Medicamentos que podem causar dependência são os da classe dos benzodiazepínicos, conhecidos popularmente como “faixa preta”. Se utilizados de forma inadequada ou por períodos superiores a três meses, a dependência pode ser uma consequência3.
Os antidepressivos, de uma forma geral, que possuem tarja vermelha, não têm potencial de dependência e são medicamentos seguros de serem tomados a longo prazo3.
Fontes: 1. médico psiquiatra e gerente médico da Eurofarma, Dr. André Wolter; 2. diretor médico-científico da EMS Dr. Roberto Amazonas; 3. médico psiquiatra do Hospital Santa Cruz, Dr. André Nakamura; 4. coordenador da Assistência Clínica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Dr. Táki Cordás 66
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DEPRESSÃO
A DOENÇA DO SÉCULO Relatório global lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o número de casos de depressão aumentou 18% entre 2005 e 2015. Para o coordenador da Assistência Clínica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Dr. Táki Cordás, há duas razões para esta incidência aumentar ao longo dos anos. A primeira delas é o diagnóstico. “Antigamente, os quadros de depressão mais reconhecidos eram os mais graves. Hoje, o melhor reconhecimento faz com que possamos fazer o diagnóstico de depressões leves, moderadas e crônicas, as chamadas distimias, que antes eram confundidas com dupla personalidade. Da mesma maneira, eventos da vida, estresse, álcool, drogas, doenças infecciosas e medicações usadas na prática médica também podem desencadear um quadro depressivo”, comenta. Diante dessa realidade, a depressão é considerada um problema de saúde pública e principal causa de incapacidade humana. Nos próximos anos será motivo de grandes pesquisas e mais discussões. “Segundo a OMS, os transtornos depressivos foram a terceira principal causa de ‘carga de doença’* no mundo em 2004 e passarão a ser a primeira até 2030”, comenta o diretor médico-científico da EMS, Dr. Roberto Amazonas. A adesão às recomendações médicas após o diagnóstico também é preocupante. “O tratamento para um episódio depressivo deve ser feito por seis a 12 meses. Em casos graves e/ou recorrentes, esse tempo pode ser estendido e o paciente pode ter de usar medicação por muitos anos. Entretanto, como o tratamento é prolongado, a adesão tende a ser baixa com o passar do tempo. O percentual de adesão varia muito entre os medicamentos utilizados, estudos e populações, chegando próximo de 50%, em média, em seis meses de tratamento”, adverte o Dr. Amazonas. *O termo “carga de doença” refere-se aos desdobramentos de uma determinada condição na perda da saúde em sentido amplo, abrangendo indicadores como mortalidade e incapacidade advindas da doença ou de suas sequelas, demonstrando o impacto psicossocial que aquela doença tem na população.
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depressão tem a necessidade de ser ouvida e poder falar sobre sua dor”, reforça a especilaista. A Dra. Camita afirma que a prática da empatia é fundamental, pois o deprimido precisa ser ouvido e, mais do que isso, compreendido. A empatia é o elo entre o paciente e aqueles que podem ajudá-lo. Para que isso ocorra, as pessoas próximas devem ser capazes de identificar os sinais de depressão e perceber o sofrimento a partir da perspectiva de quem está doente. “O deprimido, principalmente em estado grave, não enxerga saída para a sua situação. Por isso o apoio externo é tão importante. São as outras pessoas que sinalizarão novos caminhos, entre os quais a ajuda profissional”, afirma a médica.
CAMPANHA INÉDITA Nesse contexto, a Medley, unidade de negócios responsável por genéricos e similares da Sanofi, apresentou uma campanha nacional de conscientização sobre a depressão a partir de uma perspectiva inovadora: a empatia. Com o mote #PodeContar, o movimento leva informações sob uma abordagem mobilizadora e com embasamento científico. O objetivo é estimular a quebra do paradigma da doença relacionado aos seus estigmas e preconceitos. “Estamos apostando em experiência de marca, no âmbito real e digital, para propor mudanças de comportamento à população, apresentando tratamentos não farmacológicos e promovendo o bem-estar e a saúde”, conclui a gerente de branding da Medley, Daniele Cunha. Com essa proposta, a campanha tem várias iniciativas. Entre elas, a concepção da plataforma #PodeContar, disponível em coletivopodecontar.com.br. No site, são publicados conteúdos relevantes, segmentados entre páginas com informações para quem precisa de ajuda e quem está disposto a ajudar, como depoimentos de quem passou pelo tratamento, diferenças entre depressão e ansiedade, textos sobre a doença, além da importância da empatia. Com a curadoria da Medley, especialistas no assunto, como a Dra. Carmita e o Dr. Cordás, além de influenciadores digitais, elaboram conteúdos relevantes sobre assuntos relacionados à depressão e à empatia para diversas plataformas, como podcasts.
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RESSECAMENTO VAGINAL
Problema íntimo CERCA DE 70% DAS MULHERES QUE SOFREM COM A SECURA NÃO BUSCAM TRATAMENTO. APESAR DE SER UM TEMA DELICADO PARA ELAS, O INCÔMODO PODE SER FACILMENTE SOLUCIONADO POR KATHLEN RAMOS E LAURA MARTINS
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Em alguns momentos da vida, a mulher pode sofrer pela diminuição da lubrificação íntima, problema caracterizado como ressecamento ou secura vaginal. O quadro ocorre devido ao desequilíbrio hormonal que atinge, diretamente, a mucosa local, segundo explica o ginecologista do Centro Médico Portomed – Unidade Paulista, Dr. Omar Abussamra.“Há uma redução da ‘película de muco’ que recobre todas as paredes vaginais e que leva a uma perda de trofismo, reduzindo sua umidade e elasticidade”, descreve. São diversos os motivos que podem levar a esse quadro, sendo que um dos principais é a queda na produção do estrogênio (hormônio feminino) pelo
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organismo. Isso se soma ainda a diversas outras causas. “Menopausa, período pós-parto e tratamento oncológico são os principais fatores causadores do ressecamento”, enumera o vice-presidente da Associação Brasileira de Climatério (SOBRAC), Dr. Luciano de Melo Pompei. A lubrificação natural é importante não só para a vida sexual saudável, mas para proteger a região. A secreção vaginal contém água, albumina, leucócitos e mantém o pH vaginal ácido, entre 3,8 e 4,2. “As principais funções são lubrificar e proteger a mucosa vaginal, facilitar a penetração durante o ato sexual e preservar a mulher contra infecções”, afirma a ginecologista, obstetra e mastologista do Hospital Sírio-Libanês, Dra. Leila Domingues de Oliveira Corrêa. IMAGEM: SHUTTERSTOCK
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RESSECAMENTO VAGINAL
TEMA DELICADO Por afetar diretamente a vida sexual das mulheres, o ressecamento vaginal pode ser um grande problema na vida a dois. O desconforto durante a relação sexual leva a mulher a perder o prazer. O problema é agravado pelo número de pacientes que não buscam auxílio. A ginecologista e coordenadora da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, Dra. Bárbara Murayama, considera que cerca de 70% das mulheres não procuram ajuda médica. Algumas delas acreditam que seus sintomas são uma parte esperada e necessária do processo de envelhecimento; outras, por crenças culturais, religiosas e sociais, o que também pode desempenhar um papel importante para que se sintam desconfortáveis ao discutir preocupações relacionadas ao tema. “Vale lembrar que a atividade sexual regular tende a melhorar tanto o ressecamento como os sintomas de desconforto na relação e sua prática deve ser estimulada. Podemos utilizar, em alguns casos específicos, dilatadores vaginais, principalmente se há o desejo de manter relações sexuais e com contraindicações ao uso de estrogênios tópicos”, aconselha a Dra. Leila. O ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Sérgio Podgaec, alerta para a necessidade da não simplificação do assunto. Segundo ele, o ressecamento vaginal pode não só incomodar a vida sexual da mulher como pode ter reflexo em outros fatores da vida pessoal dela, assim como no seu relacionamento e na vida social.
É POSSÍVEL TRATAR Além da dor, o ressecamento vaginal também é causa de constrangimento entre as mulheres, fazendo com que muitas possam sofrer sem a busca de ajuda médica. Entretanto, com o tratamento devido, os resultados podem ser bastante rápidos e efetivos. O Dr. Abussamra diz que uma das opções pode ser o uso de cremes ou óvulos vaginais de estrógeno, pois melhoram o atrofismo, aumentam a elasticidade e melhoram o pH, prevenindo infecções. Também podem ser utilizados hidratantes locais à base de água, pois não contêm hormônio e, basicamente, hidratam a mucosa vaginal, e lubrificantes, que aliviam as dores durante a relação sexual e devem ser usados apenas neste momento, como forma de prevenir a ocorrência de lesões na região. “O ideal é que a mulher procure um médico para realizar o tratamento adequado e que este não tenha contraindi72
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MITOS E VERDADES SOBRE O ASSUNTO • Camisinha pode causar ressecamento? DEPENDE. O preservativo pode causar alergia, por isso a mulher pode sentir coceira e acabar aumentando a frequência de higiene, o que causa o ressecamento. • Mulheres com ressecamento deixam de ter prazer sexual? MITO. Com o tratamento adequado, é possível manter uma vida sexual normal. • Estresse é um fator que acarreta o ressecamento vaginal? VERDADE. É um fator que pode causar o ressecamento. Normalmente, o que causa mesmo o problema é a baixa do estrógeno, mas o estresse pode ser um dos agentes que potencializam o ressecamento. • A maior parte das mulheres após a menopausa terá ressecamento vaginal? VERDADE. Quinze por cento das mulheres, nos primeiros anos. Depois de certo tempo, a maior parte sofrerá com o problema. Fontes: farmacêutica da DKT Brasil, Amanda Santos; médica ginecologista e coordenadora da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, Dra. Bárbara Murayama; e médica ginecologista, obstetra e mastologista do Hospital Sírio-Libanês, Dra. Leila Domingues de Oliveira Corrêa
cações. Cabe lembrar que as consultas de rotina também são muito importantes para manter a saúde em dia e prevenir doenças”, ressalta. A farmacêutica da DKT Brasil, Amanda Santos, frisa que os géis lubrificantes à base de água também são compatíveis com o uso de preservativos. “Eles são especialmente desenvolvidos para ser semelhantes à lubrificação natural, causando mais conforto para a mulher”, finaliza. Apesar de ser um problema comum, alguns detalhes podem ajudar a evitá-lo. É preciso manter os cuidados com a região íntima de forma adequada e ir ao ginecologista com frequência.
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Engrenagens do corpo AS VITAMINAS C E D SÃO ESSENCIAIS PARA O SISTEMA IMUNOLÓGICO, PREVENINDO O ENVELHECIMENTO E ALGUMAS DOENÇAS. PORÉM GRANDE PARTE DA POPULAÇÃO SOFRE DE CARÊNCIA DESSAS SUBSTÂNCIAS. PARA ISSO, DIFERENTES FORMAS DE SUPLEMENTAÇÃO ESTÃO DISPONÍVEIS NAS FARMÁCIAS POR ADRIANA BRUNO E LAURA MARTINS
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Se fosse possível fazer uma receita de um corpo perfeitamente saudável, seriam necessários inúmeros ingredientes. Encontradas principalmente nos alimentos, mas também em outros locais, como no sol, as vitaminas seriam o elemento principal. Com nomenclaturas específicas, elas são substâncias que o corpo não consegue produzir sozinho – por isso dependem de fatores externos – e desempenham funções no desenvolvimento e metabolismo do organismo. A mais conhecida – e uma das mais presentes nas prateleiras da farmácia – é a vitamina C, importante para o sistema imunológico e para evitar o envelhecimento. Não menos importate, mas menos conhecida, há a vitamina D, a famosa vitamina do sol.
CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS Descoberta em 1932 pelo cientista e bioquímico húngaro Albert Szent-Gyöygy, a vitamina C é uma vitamina hidrossolúvel e termolábil. Não pode ser sintetizada pelos seres humanos, sendo obtida apenas pela alimentação ou suplementação. Ela é indispensável para o organismo. “Suas funções são antioxidantes, ou seja, auxiliam no combate aos radicais livres; na síntese de catecolaminas [(são solúveis em água e entre elas estão incluídas a epinefrina (adrenalina), a norepinefrina (noradrenalina), e a dopamina, que são produzidas a partir de fenilalanina e tirosina)]; previnem o escorbuto 74
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(doença desencadeada pela carência de vitamina C no organismo. Seus sintomas são sangramento e inflamação gengival com consequente perda dos dentes, inflamação e dor nas articulações, queda de cabelos, entre outros); fortalecem o sistema imunológico, prevenindo infecções; são fundamentais na preservação das paredes dos vasos sanguíneos e é essenciais para a formação de colágeno”, diz a nutricionista do Grupo São Cristóvão Saúde, Cintya Bassi. Apesar de tão importante, muita gente tem deficiência da vitamina, causada principalmente pela alimentação inadequada. Não é difícil encontrá-la nas refeições do dia a dia, já que está presente principalmente em frutas e hortaliças como acerola, limão, kiwi, morango, laranja, pimentão e brócolis. O problema pode ocorrer, também, quando há algum fator que impeça sua absorção, mesmo com uma dieta equilibrada. A coordenadora de nutrição do Hospital Santa Catarina, Regina Stikan Carrijo, cita ainda outros motivos que podem causar a deficiência de vitaminas: tabagismo, medicamentos, obesidade e alterações metabólicas.
PRESENTE NO SOL A vitamina D regula a absorção e a excreção de cálcio, sobretudo quando sua obtenção é baixa. Ela atua aumentando a absorção de cálcio no intestino e diminuindo a sua excreção pela urina. “A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel que pode ser adquirida através da alimentação, mas principalmente através da exposição da pele aos raios ultravioleta (UV). Sua principal função é manter a estabilidade do cálcio. Sem a vitamina, apenas uma parte pequena do cálcio seria absorvida. Além disso, é importante para a absorção do fósforo, para a saúde óssea e dos dentes, além de auxiliar o fortalecimento dos sistemas imunológico e cardiovascular”, explica Cintya. Ela não é importante somente para a saúde óssea em crianças e adultos, mas também traz outros benefícios à saúde, incluindo a redução do risco de doenças crônicas, como as cardiovasculares, câncer e doenças autoimunes. Segundo a gerente médica do Aché Laboratórios, Dra. Ive Franca, na gestação, a suplementação com vitamina D pode reduzir o risco de parto prematuro (nascimento do bebê antes da 37ª semana de gestação) e de o bebê nascer com menos de 2,5 kg. É possível que ela atue também na redução do risco de as gestantes terem pressão alta. Fabricada na pele e sob a exposição solar, a vitamina D é posteriormente ativada em duas etapas: a primeira no fígado e a última nos rins. “Apenas essa forma ativada nos rins exerce função biológica. A vitamina D ativa estimula a 76
NA PRATELEIRA A vitamina D produzida em laboratório pode ser apresentada de três maneiras: líquida, cápsula ou comprimido. A líquida possui absorção mais rápida, ou seja, terá efeito em menor tempo, se comparada aos suplementos sólidos. É preciso consumir acima de 30 nanogramas por mililitro para não caracterizar deficiência. Já a vitamina C é encontrada em cápsulas, gomas mastigáveis ou efervescentes. É importante atentar-se porque ela pode vir com uma concentração de açúcar, por isso é preciso atenção na escolha da vitamina para pessoas diabéticas. A recomendação varia de 75 mg a 90 mg para adultos homens e, para as mulheres, de 60 mg a 75 mg. Fontes: nutricionista da RTM Nutrition, Rafael Prado; e diretor comercial e de marketing da Althaia/Equaliv, Ricardo Ferrari
absorção de cálcio no intestino e isto é essencial para manter níveis normais do mineral no sangue e também para a mineralização do osso”, frisa o ginecologista e coordenador científico de Ginecologia da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), Dr. Luciano de Melo Pompei. A vitamina D, em sua maior parte, ocorre por produção endógena e aproximadamente 20% por alimentação. Porém, explica a Dra. Regina, como a sua ativação necessita de exposição ao sol e grande parte das pessoas trabalha em ambientes fechados, não é raro encontrar níveis de vitamina D insuficientes na população. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) incentiva a exposição direta de áreas cobertas, como pernas, costas, barriga ou palmas das mãos e plantas dos pés, por cinco a dez minutos todos os dias, a fim de sintetizar a vitamina D sem sobrecarregar as áreas cronicamente expostas ao sol. Por outro lado, expor o corpo à radiação solar pode trazer malefícios, como o desenvolvimento do câncer de pele, queimaduras solares, catarata, degeneração da retina, manchas, alterações na espessura e enrugamento da pele. “O uso de fotoprotetores previne esses e outros efeitos danosos da radiação ultravioleta (UV) e, por esse motivo, é recomendado pela SBD. Mesmo filtros solares fracos [Fator
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Representatividade em vendas de Vitamina C Jan’14 a Dez’14
Jan’15 a Dez’15
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Jan’17 a Dez’17
Jan’18 a Dez’18
UNIDADES
31.486.644
34.793.983
37.437.565
41.343.486
46.601.275
Valores R$
R$ 362.451.584,91
R$ 405.650.523,98
R$ 467.800.496,06
R$ 532.860.107,48
R$ 629.871.126,27
Representatividade em vendas de Vitamina D (considerando vitaminas A e D e molécula Colecalciferol) Jan’14 a Dez’14
Jan’15 a Dez’15
Jan’16 a Dez’16
Jan’17 a Dez’17
Jan’18 a Dez’18
UNIDADES
7.449.388
7.072.310
6.595.038
6.117.555
5.922.383
Valores R$
R$ 221.340.174,17
R$ 208.294.285,85
R$ 194.712.397,73
R$ 192.234.756,88
R$ 183.144.645,76
Fonte: IQVIA, auditoria de mercado PM Mix, base de Dez’18, métrica em R$ a preço consumidor (histórico máximo possível) e em unidades de consumo, total Brasil, em anos móveis (acumulado de 12 meses)
de Proteção Solar (FPS) 8] bloqueiam em 95% a capacidade do seu corpo de gerar vitamina D. É por isso que o uso constante de protetores solares provoca deficiência crítica da substância”, diz a Dra. Ive. Na vida adulta, o principal problema oriundo da falta de vitamina D é a osteoporose. A vitamina é importante para a saúde da mulher em diversas fases da vida, mas especialmente no período pós-menopausa, pois embora a osteoporose afete ambos os sexos, elas são as que mais sofrem um declínio substancial de massa óssea e mudanças na arquitetura óssea.
ENTRE AS DUAS As vitaminas C e D não estão ligadas diretamente, mas se associam no fortalecimento do sistema imunológico. De acordo com a nutricionista do Grupo São Cristóvão Saúde, a vitamina D age principalmente na diferenciação e ativação dos linfócitos e no aumento do número de células T, que são as células de defesa. Além disso, sua deficiência tem sido associada a um aumento na incidência de doenças autoimunes. “Já a vitamina C é encontrada em alta concentração nas células imunes, que são protegidas pela sua atividade antioxidante, que evita danos causados pelos radicais livres. Ela também auxilia a produção de fagócitos e citocinas e a proliferação de linfócitos T”, comenta ela. Além disso, alguns estudos tentam provar que a vitamina C pode prevenir alguns cânceres, assim como a vitamina D poderia ajudar a prevenir o câncer de colo do útero. Esse é
mais um caso, segundo a nutróloga da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Maria de Lourdes.
SUPLEMENTAÇÃO NECESSÁRIA Seja pela alimentação não balanceada ou pela falta de exposição solar, existem pacientes que precisam de suplementação vitamínica para voltar a ter níveis saudáveis de uma das substâncias. Os suplementos são cada vez mais indicados, sendo que cerca de um terço dos adultos toma algum tipo de vitamina e metade dos idosos também. Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos (Abiad) em sete capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Brasília, Fortaleza e Porto Alegre), em 54% dos lares alguém da família consome algum tipo de vitamina ou suplemento alimentar. Além disso, os suplementos mais consumidos no País são os multivitamínicos, seguidos dos ácidos graxos (especialmente o ômega-3), minerais (principalmente o cálcio) e vitaminas específicas (sendo a vitamina C a campeã). Entre aqueles que possuem a indicação de suplementação, há uma grande gama de produtos na farmácia e cabe ao atendente ajudar na escolha correta. A vitamina C, por exemplo, pode ser encontrada na forma de cápsulas, gomas de mascar e efervescentes. Já a vitamina D pode ser encontrada de três diferentes maneiras: líquida, cápsulas ou comprimido, sendo que a apresentação líquida possui efeito em tempo menor, se comparada aos suplementos sólidos. 2019 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA
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Marcas de uma vida toda OS CUIDADOS COM A CÚTIS DESDE A JUVENTUDE SÃO OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS PELA BOA APARÊNCIA MESMO DEPOIS DE 20 OU ATÉ 40 ANOS. DERMOCOSMÉTICOS AJUDAM A PREVENIR E A TRATAR O ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
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POR LAURA MARTINS
Maior órgão do corpo, não é por acaso que a pele seja uma das principais preocupações conforme o tempo passa. Exposta diariamente ao sol, à poluição e diretamente ligada aos hábitos, a cútis acaba sentindo – e mostrando – o quanto, e como, uma pessoa está vivendo. Manchas, rugas e marcas de expressão são preocupações conhecidas nos consultórios dermatoló-
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gicos e entre aqueles que olham as prateleiras de dermocosméticos. Por isso é essencial conhecer os principais incômodos e saber como tratá-los e preveni-los. As rítides, mais conhecidas como marcas de expressão, são linhas que aparecem entre a musculatura da face devido à movimentação recorrente para realizar as expressões faciais. A dermatologista IMAGENS: SHUTTERSTOCK
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membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), Dra. Luciana Gasques, explica que as marcas, quando não tratadas, evoluem para rítides estáticas (quando a paciente está em repouso, sem fazer nenhuma movimentação) e, posteriormente, para sulcos e marcas profundas.
INCÔMODOS APARENTES Um problema constante são as rugas, que também são agravadas pela flacidez da pele e pela queda das bolsas de gordura do rosto, além do afinamento ósseo e da frouxidão da musculatura – inevitáveis com o envelhecimento. “Já as manchas têm diversas causas, a maioria delas agravadas pelo sol. Podem ser melasma, melanoses solares, queratoses seborreicas, entre outras. O dermatologista deve examinar e diagnosticar exatamente o subtipo, pois os tratamentos são distintos”, diz a especialista. O CEO da Nupill, Roberto Vaz, complementa afirmando que manchas ou melasmas são provocados por ações externas. Não há uma causa definida, mas muitas vezes esta condição está relacionada ao uso de anticoncepcionais, gravidez e, principalmente, à exposição solar. O fator desencadeante é a exposição à luz ultravioleta e à luz sensível. Além disso, a predisposição genética também influencia o surgimento desta condição. As manchas de acne, por exemplo, são aquelas que aparecem após a cicatrização de espinhas. Juntando o processo inflamatório da acne com a tendência própria do paciente de produzir melanina na pele, acaba se formando uma pigmentação pós-inflamatória. Elas podem ser de cor roxa, vermelha ou até marrom; os melanomas, por sua vez, são manchas de diversos tamanhos, cores e texturas que manifestam o câncer de pele. É o tipo mais raro e grave da doença. Esta marca pode surgir de repente ou a partir de uma pinta ou sinal antigo e, assim, se transformar no tumor. “As sardas (ou efélides) são manchas que surgem em quem tem predisposição genética e, especialmente, em quem tem sensibilidade ao sol. São pequenas marcas pigmentadas, avermelhadas ou marrons claras, que surgem geralmente em indivíduos de pele clara e ruiva, principalmente de fototipos mais baixos. Elas costumam aparecer aos dois ou 82
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CADA UM NO SEU LUGAR A farmácia deve estar atenta para ter um bom sortimento de dermocosméticos para limpeza da pele que atenda aos vários tipos, como as secas, sensíveis, mistas e oleosas, além de considerar as necessidades de cada cliente. Os higienizadores indicados para pele oleosa merecem maior diversificação de apresentações, uma vez que a pele oleosa acomete a maior parte da população brasileira e, como são artigos com maior tendência de compra espontânea, podem ter uma saída mais frequente. Além disso, os produtos podem ser trabalhados por necessidade de uso: rosto, colo e pescoço, mãos e corpo. Recomenda-se também que os produtos da mesma linha sejam posicionados juntos, para incentivar a compra de cuidados completos. Fontes: L’Oréal; e CEO da Nupill, Roberto Vaz
três anos de idade, aumentando durante a adolescência e, muitas vezes, sumindo parcialmente na maturidade”, informa a Divisão Cosmética Ativa L’Oréal. Por fim, a melanose solar é aquela marca escura que se agrava na pele por conta do acúmulo de danos solares ao longo dos anos. Estas manchas podem surgir no corpo inteiro, principalmente nas regiões mais expostas (colo, braços, rosto e mãos) e, normalmente, se manifestam a partir dos 40 ou 50 anos de idade.
CRONOLOGIA DA PELE As linhas de expressão, de acordo com Vaz, podem aparecer por volta dos 20 anos de idade, precisamente nos locais em que o rosto é mais expressivo, como ao redor da boca, na testa e no canto dos olhos. Com o passar do tempo, o problema pode se intensificar, pois existe a diminuição da fabricação dos ativos de sustentação da pele: o colágeno e a elastina. A falta de hábitos saudáveis também
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TENDÊNCIA PARA REJUVENESCER Ideais para ocasiões especiais, festas e eventos, alguns dermocosméticos apresentam ação parecida com a da toxina botulínica, de efeito imediato, podendo durar até oito horas, se aplicados corretamente, e devem ser utilizados na região em volta dos lábios, olhos e testa, para garantir um efeito tensor imediato. São popularmente conhecidos por proporcionarem o “efeito Cinderela”. O ácido hialurônico também é um poderoso aliado, já que renova a pele, reduz rugas, linhas de expressão e hidrata. Fonte: Fonte:Nupill CEO da Nupill, Roberto Vaz
contribui para a perda destes componentes mais rapidamente. A indicação de uso é de cremes que possuam em sua formulação ativos que penetram na segunda camada da pele e reponham a elastina e o colágeno. Contra as manchas, a melhor forma de prevenção é a proteção solar o mais cedo possível. O uso de bloqueadores deve ser diário, ainda que o dia esteja nublado ou chuvoso. “Como o melasma pigmenta também com a luz visível, os filtros solares comuns não protegem totalmente as pessoas com melasma. Por isso devem-se associar à fotoproteção filtros físicos, que protegem da luz visível. Outra medida importante é a reaplicação do filtro solar, para manter a proteção adequada durante todo o dia”, alerta o executivo da Nupill. A partir dos 45 anos de idade, em média, o envelhecimento cutâneo torna-se mais evidente. Isto ocorre em função da chegada da menopausa e da diminuição da síntese do hormônio desidroepiandrosterona (DHEA). A menopausa ocorre, em média, por volta dos 50 anos. E algumas de suas consequências são, de acordo com a Divisão Cosmética Ativa L’Oréal: redução da renovação celular, comprometimento da 84
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função da barreira da pele e queda da síntese de colágeno, elastina e glicosaminoglicanas (GAGs). Juntos, estes fenômenos ocasionam o aumento da flacidez e das rugas, ressecamento e aspecto heterogêneo da superfície da pele, além do surgimento de manchas. As glândulas sebáceas têm seu estímulo reduzido e isso contribui ainda mais para o ressecamento da pele. Já a queda do DHEA começa a ocorrer entre os 20 e os 25 anos de idade. Algumas das consequências são a redução da síntese de colágeno, com perda da densidade e da elasticidade da pele, agravando ainda mais os sinais da menopausa.
BOAS ESCOLHAS Para ajudar a prevenir e tratar cada um dos problemas, a indústria estuda e desenvolve dermocosméticos para todos os tipos de pele. Ao contrário dos cosméticos, que atuam apenas nas camadas mais superficiais e ajudam a cobrir manchas, disfarçar a acne ou hidratar a pele superficialmente, os dermocosméticos agem nas camadas mais profundas. Eles possuem ativos com variadas funções. Desta forma, um único produto pode hidratar e tratar cicatrizes de acne, manchas e rugas, por exemplo, porque possui substâncias ativas com eficácia comprovada. Além disso, são capazes de prevenir todos esses sinais, complementa. Os produtos podem ser usados durante todo o ano, sempre respeitando as recomendações de uso de cada um. “O ideal é que, logo pela manhã, a pessoa use o protetor solar e o reaplique a cada três ou quatro horas. Por outro lado, tratamentos com ácidos são mais indicados para serem usados à noite, quando a pele está mais suscetível à penetração dos ativos dos dermocosméticos, e também porque podem causar fotossensibilidade”, frisa a Divisão Cosmética Ativa L’Oréal. Mas, ainda que não haja um período mais indicado que outro para os tratamentos cutâneos, no outono e no inverno há menor exposição ao sol e é mais fácil cuidar melhor da pele. Existe uma pequena sazonalidade de consumo nesta época. O mercado de tratamento facial tem melhor performance tanto nos consultórios quanto nos pontos de venda (PDVs).
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Em pequenas doses AINDA QUE ALGUMAS PESSOAS NÃO ACREDITEM EM SEU RESULTADO, O MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO PODE TRATAR DIVERSAS DOENÇAS. SE BEM TRABALHADO EM FARMÁCIAS E DROGARIAS, TEM POSSIBILIDADE DE AUMENTAR FLUXO E LUCRO
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POR ADRIANA BRUNO E LAURA MARTINS
Fruto de muitas discussões entre profissionais da saúde e cientistas, a homeopatia é um conceito de tratamento que tem como base a administração de doses mínimas de um medicamento para evitar intoxicação e fazer com que a reação a ele seja orgânica. A palavra homeopatia tem origem no grego homoispathos, sendo homóis = semelhante e pathos = sofrimento, doença. Criada pelo médico alemão Samuel Hahnemann, em 1796, a homeopatia é fundamentada na Lei dos Semelhantes (Hipócrates – ano 450 a.C.). O pesquisador acreditava que os semelhantes se curariam pelos semelhantes. Ou seja, para tratar um paciente, é necessário aplicar um medicamento que, se apli-
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cado a alguém sadio, produz os mesmos sintomas apresentados pelo doente. Os tratamentos chegaram ao Brasil somente 44 anos depois (em 1840), trazidos pelos franceses. Porém seu reconhecimento como uma especialidade médica aconteceu em 1980 pela Associação Médica Brasileira (AMB) e, no ano seguinte, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). De acordo com o farmacêutico homeopata proprietário e farmacêutico responsável da Anjo da Guarda Farmácia de Manipulação e Homeopatia, Jamar Tejada Dziedzinski, o medicamento homeopático é um tratamento menos agressivo que atua por meio de estímulo energético e não por efeito químico de drogas. Por isso o homeopático industrializado vendido em farmácias pode ter menor probabilidade de intoxicação do que um medicamento alopático (tradicional). As homeopatias mais buscadas são as para evitar hematomas pós-cirúrgicos e para tratar as consequências da vida agitada dos tempos atuais, como: insônia, estresse, ansiedade, irritação, entre outros. Mas é possível encontrar também antiácidos, laxantes, suplementos dietéticos, profiláticos de cárie, analgésicos não narcóticos e uma série de outros produtos.
FARMACÊUTICO NO CENTRO Como a maior parte dos medicamentos homeopáticos industrializados disponíveis é para tratamento de problemas físicos (dores, constipação, prisão de ventre, febre) – e não para tratamento psicológico, que precisaria de terapia e diagnóstico individualizados, feitos por um profissional médico ou farmacêutico homeopata –, a anamnese deve ser a mesma que se faria com um medicamento alopático. A secretária-geral da Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB), Rosana Mara Ceribelli Nechar, cita a Resolução nº 634, de 14 de dezembro de 2016, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), para frisar a importância da orientação correta. De acordo com o artigo 11, cabe ao farmacêutico informar, aconselhar e orientar o usuário quanto ao consumo racional de medicamentos homeopáticos, inclusive no tocante à eventual interação com outros medicamentos e alimentos, o reconhecimento de possíveis reações e as condições de conservação, guarda e descarte de medicamentos. 88
As farmácias que também manipulam os medicamentos homeopáticos precisam de atenção. O artigo 12 diz que na comercialização de medicamentos homeopáticos manipulados cabe ao farmacêutico homeopata desenvolver todas as ações e serviços relacionados à dispensação de medicamentos homeopáticos. “Dispensação é um dos componentes mais importantes da Assistência Farmacêutica, portanto o farmacêutico deve prestar orientação de qualidade, necessária e indispensável aos pacientes, assegurando o Uso Racional dos Medicamentos (URM) manipulados ou mesmo industrializados”, diz Rosana. Para trabalhar melhor a categoria no ponto de venda (PDV), o gerente nacional de vendas da Boiron no Brasil, Gian Cruz, é necessário seguir ao menos quatro dicas: treinar a equipe para conhecer a indicação do medicamento homeopático; ter um espaço determinado para a categoria; aplicar preços alinhados; e ter variedade adequada de produtos à disposição do cliente. Se está aumentando o número de homeopatias no Brasil, é sinal que o número de pacientes também é expressivo, levando o canal farma a uma potencial abertura de espaço para esses medicamentos, ampliando o número de PDVs em que possam ser encontrados. “Hoje em dia, as farmácias especializadas dominam esse mercado, mas com o aumento da procura, abre-se um leque de oportunidades para as farmácias convencionais. Além disso, como os medicamentos costumam ter indicação para tratar distúrbios comuns do dia a dia, o giro de estoque é seguro”, comenta Cruz.
ORIENTAÇÕES IMPORTANTES Além disso, segundo Dziedzinski, o profissional deve orientar o cliente para o correto manuseio da homeopatia, como, por exemplo: • Deve-se evitar manusear o medicamento. Se ele vier na forma de glóbulos, a quantidade necessária deve ser colocada na tampa do frasco e, em seguida, ser virada na boca; • Se o medicamento for líquido, nunca encostar o conta-gotas na língua; • Manter o medicamento longe de odores fortes e outros ambientes, como essências, perfumes, pro-
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MITOS X VERDADES Homeopatia realmente funciona? Por mais que existam profissionais que discordem do método homeopático, é sabido e visto na parte clínica uma infinidade de casos de sucesso. Há pessoas que acreditam que a homeopatia é um placebo que só funciona por causa da fé depositada pelo paciente, mas casos como os de bebês demonstram que isso não é verdade, já que eles não teriam como “crer” no resultado.
Por que o resultado dos medicamentos homeopáticos é mais demorado? Na verdade, quanto mais desequilibrada a “energia vital” do paciente em tratamento homeopático, maior a demora.
Homeopatia pode curar doenças? Sim. Hoje são vistos casos onde profissionais realizam tratamentos homeopáticos até para a cura do câncer, para amenizar os efeitos da quimioterapia ou o estado emocional do paciente, que acaba ficando imunodeprimido.
Só as crianças usam? Muitas pessoas acreditam que o tratamento só dê resultados em crianças, mas isso acontece porque elas têm a energia vital mais equilibrada, menos intoxicada. Há pessoas que percebem a resposta no mesmo momento que inicia o tratamento.
Fonte: farmacêutico homeopata proprietário e farmacêutico responsável da Anjo da Guarda Farmácia de Manipulação e Homeopatia, Jamar Tejada Dziedzinski
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dutos de limpeza, micro-ondas, computador, celular, luz do sol etc.; • Recomenda-se não ingerir qualquer tipo de alimento 15 minutos antes e depois de tomar o medicamento; • O medicamento não deve ser misturado com chá, suco, leite ou alimento. Se necessário, diluir somente em água; • Se for ingerido próximo da escovação dentária, isso deve ocorrer dez minutos antes ou meia hora depois, porque a menta e os odores fortes podem anular os efeitos da homeopatia; • Medicamentos solicitados via telefone precisam ser conferidos com a receita antes de ser usados; • Entre uma medicação e outra fazer um intervalo de 15 a 30 minutos; • Manter o medicamento homeopático fora do alcance das crianças e animais domésticos – as crianças adoram os glóbulos. Apesar de muitos pacientes acharem que pelo fato de os medicamentos homeopáticos serem naturais não há nenhum problema em usá-los, o ideal é que haja orientação de um profissional farmacêutico. A homeopatia, quando prescrita de maneira errônea, pode causar efeitos colaterais. 92
AS HOMEOPATIAS MAIS BUSCADAS SÃO AS PARA EVITAR HEMATOMAS PÓS-CIRÚRGICOS E PARA TRATAR AS CONSEQUÊNCIAS DA VIDA AGITADA DOS TEMPOS ATUAIS, COMO: INSÔNIA, ESTRESSE, ANSIEDADE, IRRITAÇÃO, ENTRE OUTROS. PROFILÁTICOS DE CÁRIE, ANALGÉSICOS NÃO NARCÓTICOS E UMA SÉRIE DE OUTROS PRODUTOS
“Assim, o farmacêutico pode garantir o uso correto, oriundo de indicação compatível com as necessidades de tratamento, na dosagem adequada às demandas de cada paciente e com tempo de tratamento definido, além das orientações sobre as condições ideais de armazenamento e de descarte ambiental adequado”, finaliza Rosana.
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Dez insights que ficam para as farmácias pós-NRF
TERMINADO AQUELE QUE É CONSIDERADO O MAIOR EVENTO DE VAREJO DO MUNDO, CONFIRA QUAIS SÃO AS TEORIAS QUE O VAREJO FARMACÊUTICO PODE COLOCAR EM PRÁTICA POR KATHLEN RAMOS 94
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Realizada nos Estados Unidos entre os dias 13 e 15 de janeiro de 2019, a NRF – Retail’s Big Show, o mais importante evento de varejo do mundo, dita as principais tendências, tecnologias e soluções que devem ser destaque no setor. Especialistas brasileiros da área costumam percorrer a feira com suas delegações e fazer visitas técnicas nas principais avenidas de Nova York a fim de acompanhar IMAGENS: SHUTTERSTOCK
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o que tem sido feito de novo pelo varejo local e que pode ser aplicado nacionalmente. Acompanhe alguns dos principais insights que podem ser aplicados ao canal farma. 1. Do ponto de venda (PDV) para o ponto de experiência (PDX) Entre as tendências apontadas no encontro está a transformação do PDV em algo que tem sido definido como PDX, que incorpora novas funções e atividades. Segundo os especialistas do Grupo GS&Gouvêa de Souza, que promoveram, no início de fevereiro, em São Paulo, o evento Retail Trends Pós NRF 2019, esse conceito vai além da venda de produtos, transformando a loja em um ponto de experiências, educação, informação, relacionamento, alimentação, orientação, serviços, entretenimento, lazer, e até compras. De acordo com os consultores, a reinvenção da loja é fator crítico em um cenário onde a hiperconveniência tende a crescer de forma explosiva, favorecendo os canais digitais.
FARMÁCIA E SAÚDE: TENDÊNCIAS PARA 2025 APONTADAS NO PÓS-NRF 1. Consolidação do mercado As redes e associações devem representar 1/3 do mercado, reduzindo-se o número de farmácias independentes. 2. Serviços As farmácias devem se transformar em centros de serviços de saúde – com clínicas, exames laboratoriais, óticos – e de beleza. 3. Legislação mais flexível Prevê-se a oferta de novos segmentos de produtos (como alimentos) e lojas se comportando como centros de conveniência. 4. Marcas próprias Categorias foco desempenharão um papel estratégico, representando de 5% a 10% dos negócios.
2. Lojas como ponto de distribuição Uma das tendências apontadas na NRF que vem ganhando forma é o uso dos PDVs físicos como espécies de centros de distribuição das vendas on-line. Esta é uma iniciativa para reduzir os custos do frete e as dificuldades logísticas para a entrega e também para atender à necessidade do consumidor de retirar o produto na hora e local que lhe for mais conveniente. “A farmácia tem um potencial muito grande de se adaptar a esse modelo, já que tem uma capilaridade absurda”, comenta o sócio-diretor da GS&Consult, do Grupo GS&Gouvêa de Souza, Alexandre van Beeck. E ao passo que as lojas físicas se tornam pontos de distribuição, todo o trabalho de redução de estoque, defendido até aqui, pode cair por terra, dando lugar a novos conceitos.
modelos de negócio é o desafio recorrente para todas as organizações, especialmente as que atuam no consumo, pela crescente, irreversível e constante mutação dos “omniconsumidores”.
3. Necessidade rápida de transformação O Retail Trends Pós NRF também destacou que a velocidade e a inovação se tornam desatualizadas muito rapidamente pela transformação radical global que não poupa empresas e negócios que não têm no seu DNA e cultura a autotransformação permanente como mantra. A NRF evidenciou, assim, que a necessidade de buscar novos significados e
4. Era dos dados A importância dos dados também foi reforçada. Os consultores comentaram que primeiro foram os dados; depois as informações tratadas; depois seu uso em caráter analítico, na sequência,seu uso em caráter preditivo e mais recentemente, a possibilidade de uso para antecipar demandas não verbalizadas ou ainda reconhecidas. Em todo o processo,
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5. Concorrência Laboratórios farmacêuticos devem ir direto ao consumidor, acirrando a competitividade. Fonte: evento RetailTrends Pós NRF, organizado pelos especialistas do Grupo GS&Gouvêa de Souza
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migrou-se gradativamente do uso da inteligência humana para, agora, o uso cada vez mais disseminado da inteligência artificial. “O uso de dados é o futuro”, acrescentou a diretora executiva do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), Patricia Cotti, durante o evento da instituição, também sobre pós-NRF. Segundo ela, só com o conhecimento sobre o shopper, identificando suas preferências, é possível melhorar a experiência de compras, agregando valor real ao processo de venda. Além disso, o consumidor quer, hoje, saber a origem dos produtos que consome, procedência, ingredientes, e tudo isso está relacionado com uma boa análise de dados. 5. Aplicação do omnichannel No evento pós-NRF do Ibevar, Patricia trouxe algumas reflexões sobre o omnichannel, conceito que defende a integração entre os mundos físico e virtual. Entretanto a integração, no caso das empresas já existentes, pode ser tão traumática que, muitas vezes, conforme comenta a especialista, seria mais fácil criar uma terceira empresa, uma nova marca, considerando esse conceito. Ainda sobre a tentativa de trazer a mesma experiência no canal físico e no canal virtual, segundo Patricia, o comércio eletrônico das farmácias brasileiras ainda tem muito a se desenvolver. “Geralmente, o que vemos é um catálogo de produtos praticamente estático no e-commerce desses 98
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canais, com preço e descrição dos produtos apenas. As perfumarias, hoje, proporcionam uma experiência melhor nesse sentido”, acrescenta, destacando que o fortalecimento dos smartphones também pode trazer uma experiência. “Comprar via Aplicativo (app) dentro da loja física, e receber as compras em casa, em pouco tempo, já é realidade em alguns varejos pelo mundo.” 6. Valorização dos colaboradores Valorizar somente os clientes não é o suficiente para se ter sucesso. Segundo Patricia comentou no evento, a valorização dos colaboradores das empresas também foi um tema bastante abordado durante a NRF Retail’s Big Show. Especialistas defendem que só quando os funcionários se sentem reconhecidos o sucesso é possível. Diversas empresas têm investido na qualificação do time e para que este esteja cada vez mais envolvido com os negócios da empresa. Há, ainda, movimentos para valorizar as pessoas por trás da marca, e não apenas os produtos. “É preciso ouvir os colaboradores, independentemente de seus cargos, etnias, classes sociais e outros aspectos. É preciso empoderá-los. A diversidade é a riqueza para operar nesse mundo que muda muito”, disse o sócio-fundador da consultoria empresarial Inteligência360, Olegário Araújo. Segundo ele, essa realidade também traz um novo desafio para os líderes que, nesse universo volátil e de transformações tão rápidas, precisam ter ciência
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de que não têm respostas para tudo e de que não podem fazer tudo sozinhos. “Eles precisam da colaboração da equipe e de todo o ecossistema”, analisa. Os colaboradores também ganharam um novo olhar ao passo em que o atendimento tem sido cada vez mais valorizado na experiência de compras. “Não adianta ter uma loja eficiente e com muitas tecnologias, se não há pessoas atendendo bem”, adverte van Beeck. 7. Advento dos marketplaces Patricia comentou sobre o sucesso e advento dos marketplaces, que têm se consagrado por alguns modelos pelo mundo, marcados por grandes empresas. O do Alibaba (conhecido no Brasil por AliExpress) se apresenta como plataforma de dados para fazer negócios; a JD.com, plataforma chinesa, se destaca pela entrega rápida; e a Amazon, que se define como varejista e tem os marketplaces como espécie de correntes dentro da sua plataforma. Aqui no Brasil, conforme analisou a especialista do Ibevar, os marketplaces ainda são muito vistos como forma de oferecer uma solução completa para o cliente, com um maior mix de produtos, e ainda se espera para ver qual caminho esse segmento deve tomar por aqui. 8. Adoção de tecnologias É natural que, durante uma visita pela NRF, muitos varejistas estejam em busca de tecnologias de última geração para aplicar ao negócio e otimizar os processos. Entretanto o que os consultores reforçam é que as tecnologias precisam ser um meio para se conseguir resultados, e não um fim. Portanto vale ter cuidado e estratégia na hora de adotá-las. “É comum pessoas no varejo comprando tecnologia porque está na moda ou porque o concorrente a adotou. Mas muitas vezes não pensam se aquela solução é, de fato, boa para o cliente e para o seu negócio”, alerta Araújo. Mas escolhendo as ferramentas corretas, os resultados podem ser bastante satisfatórios. “À medida em que transformo processos manuais em digitais, tenho mais possibilidade de agilizar processos e conquistar dados preciosos. É possível ter um bom cadastro e otimizar a interação com o fornecedor. Vimos muitos robôs na automação dos processos, em busca de melhoria operacional”, exemplifica Araújo. Patrícia comenta algumas formas de aplicação. “Em nossas visitas técnicas, 100
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UMA DAS TENDÊNCIAS APONTADAS NA NRF QUE VEM GANHANDO FORMA É O USO DOS PONTOS DE VENDA FÍSICOS COMO ESPÉCIES DE CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO DAS VENDAS ON-LINE. ESTA É UMA INICIATIVA PARA REDUZIR OS CUSTOS DO FRETE E AS DIFICULDADES LOGÍSTICAS PARA A ENTREGA E TAMBÉM PARA ATENDER À NECESSIDADE DO CONSUMIDOR DE RETIRAR O PRODUTO NA HORA E LOCAL QUE LHE FOR MAIS CONVENIENTE vimos exemplos de perfumarias usando soluções tecnológicas para reconhecer o cliente e, assim, ser mais assertivas na consultoria de compra”, mostra. 9. Lojas como prestação de serviços A prestação de serviços dentro do varejo ganha cada vez mais corpo quando a ideia é melhorar a experiência do compras do consumidor. Nesse sentido, as farmácias podem se adaptar perfeitamente a esse perfil. “Dentro das farmácias, o que vemos são os serviços clínicos e, para o futuro, prevemos uma ampliação dessas ofertas, como soluções óticas e parcerias com laboratórios ou clínicas médicas”, prevê van Beeck. 10. Marcas próprias A mesma fortaleza que as marcas próprias constituíram no setor de alimentação também tende a ser verificada em outras áreas do varejo, segundo apontaram algumas tendências da NRF. Nesse sentido, as farmácias devem ficar de olho nesse mercado. “O advento da crise econômica fez com que os consumidores passassem a experimentar mais esses artigos e este é um trabalho que tem dado bons resultados no médio prazo. Redes norte-americanas, como a CVS, já têm uma extensa linha de marcas próprias”, aponta o sócio-diretor da GS&Consult.
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SEMPRE EM DIA
Atenção para os fios PRIORIDADE PARA AS CONSUMIDORAS, OS CUIDADOS COM OS CABELOS DEMANDAM MAIS VISITAS AO PONTO DE VENDA. PENSANDO NISSO, AS EMPRESAS TÊM INVESTIDO MUITO EM PRODUTOS ESPECÍFICOS DESTE SEGMENTO POR CARINE PESSOAS
FOCO NOS LOIROS
A Amend lança a linha de produtos Luxe Creations Blonde Care, para tratar os cabelos loiros danificados e ressecados por processos químicos. Os ativos da fórmula não deixam que a água interna saia dos fios, mantendo-os hidratados por muito mais tempo, sendo ideais contra o ressecamento. Eles também recuperam os cabelos que tiveram sua estrutura comprometida após processos químicos, como na descoloração dos fios. A linha conta com xampu, condicionador, leave-in, máscara revitalizadora e fluido reconstrutor. • www.amend.com.br
MAIS HIDRATAÇÃO
Pensando em oferecer uma opção ainda mais eficaz na hidratação e nutrição capilar, a Bio Extratus Cosméticos Naturais traz para o mercado a Linha Umectante com Óleo de Coco. O ativo, um verdadeiro queridinho das consumidoras, possui muitos benefícios. Formada por cinco itens, a linha tem formulação vegana com fragrância moderna e envolvente. Ela é ideal para combater e prevenir os principais sinais da desidratação, como a perda de brilho e a rigidez dos cabelos. • bioextratus.com.br
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SEMPRE EM DIA
NOVIDADE INSPIRADA NO PROJETO TAMAR
As escovas de dentes devem ser armazenadas em lugar adequado, para proteger e evitar o contato das cerdas com sujidades do ambiente. Pensando nisso, a Curaprox apresenta sua nova linha de porta-escovas inspirada no Projeto Tamar. Disponível nas cores rosa, amarelo e azul, o flipper em formato de tartaruga consegue armazenar todos os modelos de escovas. “Todos que adquirirem esta edição dos porta-escovas poderão visitar gratuitamente uma das instalações do Projeto Tamar, sendo que cada embalagem equivale a um ingresso”, explica o cirurgião-dentista e doutor pela Universidade de São Paulo (USP), Dr. Hugo Lewgoy. • www.curaden.com.br
VIVA O VERÃO
O verão é considerado uma das estações mais animadas do ano. Pensando nisso, a Vult traz para o mercado a nova coleção de esmaltes Viva o Verão, desenvolvida com um mix de cores vibrantes e brilhantes. Todos os esmaltes possuem fórmula exclusiva e patenteada, enriquecida com extratos de algas marinhas, um ativo rico em oligoelementos como cálcio e magnésio, fundamentais para unhas saudáveis. Além disso, é importante lembrar que eles são 5Free, ou seja, são livres de formaldeído, tolueno, DBP (dibutilftalato), resina de formaldeído e cânfora, substâncias que podem causar alergias. • www.vult.com.br
PROTEÇÃO E PRATICIDADE
CUIDADO ÍNTIMO
A Protex desenvolveu uma nova embalagem, edição limitada, para se conectar ainda mais com o público feminino. O frasco floral do produto poderá ser encontrado nas fragrâncias Delicate Care e Fresh Equilibrium, ambas na versão de 200 mL. Composto por fragrância e textura delicadas e já conhecidas pelas consumidoras, o sabonete líquido edição floral é responsável por equilibrar o pH da região íntima e proporcionar a sensação prolongada de frescor e bem-estar diário. • www.protex-soap.com.br
Para atender às necessidades específicas de seus consumidores, a Mantecorp Skincare apresenta dois novos produtos que chegam para integrar a sua tradicional linha de fotoproteção: Episol Color Pó Compacto FPS 50 e Episol Sec FPS 60 com cor. O primeiro chega para oferecer mais opções de cobertura para os diferentes tons de pele das brasileiras em cinco novas tonalidades. O segundo é a extensão da linha Sec, o protetor indicado para pele oleosa que agora possui cor suave com efeito natural, uniformizando o tom da pele. Ideal para quem prefere produtos com mais de uma função, garantindo praticidade e mais tempo para outras atividades do dia a dia. • www.mantecorpskincare.com.br
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INSTITUCIONAL – ABRADILAN
As datas comemorativas e as vendas no varejo farmacêutico
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PO R M A R I A C R I STIN A A M OR IM – DIR ETOR A -EXECUTIVA D A ASSO C IAÇ ÃO B RASILEIRA D E D ISTRIB UIÇ ÃO E LO GÍSTIC A D E PRO D UTO S F A R M A C Ê U T I C O S ( A BR A DILA N )
Obter a atenção é cada vez mais difícil, afinal, tudo e todos investem muito dinheiro para capturá-la. Se, de um lado, as novidades são atraentes, de outro o apelo dos conteúdos sedimentados no senso comum é muito forte; poucos consumidores resistem. Por isso os produtos “datados”, como chocolates na Páscoa e perfumes no Dia dos Namorados, têm aumento de vendas em abril e junho, respectivamente. As datas comemorativas são oportunidades de vendas, mas devem ser planejadas. Para ampliar as vendas, a Coca-Cola criou, em 1911, o velhinho de roupas vermelhas, botas pretas e barba longa, associando-o às referências religiosas do Ocidente. O Papai Noel é um apelo simbólico extraordinário – mesmo os não cristãos dificilmente resistem às compras especiais que ele anuncia. Os shopping centers começam a campanha natalina em setembro, apos-
tando tanto na atratividade da decoração quanto nos consumidores que compram presentes antecipadamente. Vale o mesmo para o apelo às relações entre filhos, mães e pais, adultos e crianças, namorados – o Dia das Mães é a segunda data mais importante para as vendas; em primeiro, é claro, está o Natal. O apelo ao verão ou ao inverno, às férias ou a volta às aulas, ao carnaval, ou a preços muito baixos, também funciona. Trata-se de atingir necessidades simbólicas que se materializam em produtos para o cuidado com o corpo, entre tantos outros. E devia ser natural das diversas ações de marketing a criatividade. Em tempos de dietas hipocalóricas (quem não gostaria de perder peso?), por que não perfumes ao invés de chocolates durante a Páscoa? Também vale explorar a oferta de informação relevante ao consumidor, ensinando como evitar problemas mais frequentes durante
certas festas coletivas (consumo excessivo de álcool, prática de sexo não seguro, por exemplo), sem necessariamente associá-las a produtos específicos. O varejo farmacêutico, à medida que diversifica a oferta de produtos nas linhas de higiene, beleza, nutrição e não medicamentos, desfruta de muitas possibilidades de aproveitamento do calendário comemorativo. Vale olhar à volta para os demais negócios varejistas, o quanto e como trabalham: kits de produtos, propaganda, preços promocionais, layout e decoração da loja, Aplicativos (apps) para celular etc. Por que somos sensíveis às compras associadas a essas datas? Ora, porque há um movimento geral pressionando o significado delas em cada um de nós. A propensão para gastar é maior, as vendas de produtos específicos aumentam. O namorado, o filho, a mãe e o pai comprarão algo associado à data, na sua loja ou na do outro.
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