ano XIx • nº 233 abril de 2012
vitória paulista A Assembleia Legislativa de São Paulo aprova a lei que restabelece a venda dos MIPs ao alcance do consumidor em farmácias do Estado
atendimento
Apoio essencial Para conviver bem com a hipertensão, paciente precisa manter o peso considerado saudável, tentar controlar o estresse, reservando tempo para o lazer e conduzindo as preocupações com tranquilidade. Farmacêutico ajuda, e muito, nestas metas
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Por Camila guesa
Viver com uma doença crônica é uma lição de cuidados diários para mantê-la sob controle e com a saúde em dia. É uma tarefa a mais a ser inserida na rotina diária, que resultará na melhora da qualidade de vida e no prolongamento desta. E, quando se fala em Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), que figura entre as maiores causas de óbitos no Brasil e no mundo, esses cuidados devem ser multiplicados; por isso, toda ajuda é bem-vinda e aqui entram os farmacêuticos que, como profissionais da saúde, podem e devem auxiliar pacientes com essa doença. “A hipertensão arterial é a elevação da pressão que o sangue exerce sobre as artérias do corpo ao ser impulsionado pelo coração e circular através delas”, esclarece o cardiologista presidente do Departamento de Hi-
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pertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Weimar Sebba Barroso. Por ser uma doença multifatorial, uma abordagem multiprofissional é fundamental para seu adequado tratamento e controle, no qual diversos profissionais da saúde devem ser envolvidos no diagnóstico, acompanhamento e aconselhamento desses pacientes, visto que a prevenção é o melhor remédio para evitar o mal e/ou conseguir viver bem com ele. Para isso, basta manter hábitos saudáveis, não consumir álcool em excesso, perder peso e fazer atividades físicas regularmente. “O papel do farmacêutico é interagir com o médico na detecção precoce da hipertensão e demonstrando possíveis problemas relacionados com o uso de medicamento, que possam estar sendo responsáveis pela ineficácia do tratamento; além de orientar em relação a atividades e alimentações que favoreçam este controle da hipertensão”, pondera a farmacêutica clínica do Hospital Nove de Julho, Cristiane Masselli Rodrigues. fotos: shutterstock/divulgação
atendimento
Na prática Amaziles Monteiro da Silveira, 69, moradora de João Monlevade (MG) e que participa de um programa de atenção farmacêutica na Farmácia Central, na mesma cidade, comenta: “É como se a gente estivesse indo ao médico porque o farmacêutico dá orientações, pergunta se alguma coisa está nos incomodando e a gente vai desabafando. Com isso e o conhecimento deles, passamos a saber mais sobre a doença e conseguimos conversar mais abertamente para que eles possam descobrir qualquer alteração que pode ocorrer com a
O papel do farmacêutico é interagir com o médico na detecção precoce da hipertensão e demonstrando possíveis problemas relacionados com o uso de medicamento, que possam estar sendo responsáveis pela ineficácia do tratamento gente por causa da doença”, diz. Segundo a farmacêutica Jane G. Lage, responsável por esse atendimento na farmácia mineira, a região é muito carente de informação em relação à doença e seus detalhes, tais como alimentação e o que pode e o que não é recomendável fazer por conta da enfermidade etc. “Na nossa região, somos pioneiros em atenção farmacêutica para hipertensos e, por isso, viramos referência, visto que é um serviço aberto e sem custo para os acompanhados, que são ou não clientes da farmácia”, explica. Atualmente com 27 pacientes cadastrados, e outros não fixos, sendo cerca de 80% com mais de 60 anos, a Farmácia Central faz um trabalho de acompanhamento no qual a abordagem começa no balcão quando os clientes buscam produtos (medicamentos e correlatos) para hipertensão e é oferecido o serviço. “Pegamos telefone e outros contatos e agendamos o primeiro atendimento no qual ele tem de levar as receitas médicas e últimos exames feitos. De posse desses dados, fazemos uma 144
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Amaziles Monteiro da Silveira, de João Monlevade (MG), participa do programa de atenção farmacêutica na Farmácia Central. Nas fotos, ela e a farmacêutica Jane G. Lage, responsável pelo atendimento
ficha-cadastro que contém informações sobre alimentação (tipo e quantidade), se faz atividade física, histórico familiar, outras doenças”, explica Jane. Para atender esses clientes, a Farmácia Central conta com uma salinha reservada na qual faz cerca de 50 agendamentos por mês. São dadas pequenas palestras para os clientes, oferecidos panfletos esclarecedores e todo tipo de informação que auxilie os hipertensos. “A principal dificuldade que vemos é a questão da mudança de hábito desses pacientes, que é complicada, porque muitos hipertensos são fumantes, por exemplo. Mas trabalhamos fortemente com conscientização, a fim de banir os hábitos prejudiciais”, exemplifica. Dona Amaziles confessa que dá preferência à Central em relação a outros estabelecimentos porque entre o preço e o atendimento, ela valoriza mais o acompanhamento que recebe. “A cada 15 dias vou à reunião com a Jane, a Vicentina (psicóloga) e as meninas e, lá, a gente mede minha pressão, a glicose e conversamos um pouco sobre o meu dia a dia. É um auxílio que tenho de alguém que é tão estudado quanto um médico.”
atendimento
A PromoFarma, de São Paulo (SP), presta serviços voltados à hipertensão com objetivo de proporcionar informações, controle e comodidade aos clientes
Serviço benéfico Criada em 1964, a PromoFarma, de São Paulo (SP), passou a trabalhar, em 2011, com serviços farmacêuticos voltados à hipertensão, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a aferição de parâmetros fisiológicos na drogaria. “Para nós, significa proporcionar informações, controle e comodidade com atenção e seriedade aos nossos clientes”, afirma a farmacêutica responsável, Janaína Gomes Machado da Costa. Para oferecer este tipo de serviço, a profissional explica que o estabelecimento precisa do alvará da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), que permite a realização dos serviços farmacêuticos, além de local apropriado, formulários específicos para acompanhamento dos parâmetros, aparelho para aferição de pressão devidamente calibrado e profissionais (farmacêuticos e atendentes) treinados. “Os clientes possuem um prontuário onde são anotadas informações pessoais, como idade, sexo, medicamento e as últimas aferições para o acompanhamento e, mediante essas informações, podemos orientá-los quanto ao uso da medicação e hábitos saudáveis para obtermos melhores resultados no tratamento”, pontua Janaína. Com esse tratamento, a profissional revela que a PromoFarma consegue um aumento na aderência dos pacientes ao tratamento, além de estreitar a relação com seus clientes, garantindo satisfação e fidelização. A cliente da PromoFarma Claudia de Britto Gonzales comprova. “Descobri que era hipertensa quando em junho do ano passado, mais ou menos, comecei a sentir fortes dores de cabeça, mal-estar e dormência no maxilar e fui ao PromoFarma. Depois que contei o que estava sentindo, elas mediram minha pressão, e estava bem alta (19/12) e, por isso, já indicaram 146
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Hipertensão e a Obesidade É sabido que a HAS e o excesso de peso estão intimamente ligados, sendo que há estimativas que apontam a prevalência de hipertensão cerca de 50% maior nos indivíduos obesos. De acordo com o cardiologista presidente do Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Weimar Sebba Barroso, a obesidade é um dos fatores de risco envolvidos para o desenvolvimento da HAS, visto que quanto maior a quantidade de gordura no corpo, maior a resistência à passagem do sangue pelos vasos. “Mas é importante ressaltar que este não é o único fator de risco; o indivíduo pode apresentar outros fatores e tornar-se hipertenso sem que seja obeso”, ressalta.
que eu fosse a um pronto-socorro, onde me encaminharam para o cardiologista e iniciei o tratamento”, conta. Claudia diz é possível viver bem com a hipertensão desde que se monitore no sentido de fazer o controle corretamente e se sigam as orientações dos profissionais que acompanham cada paciente. “Faço caminhada de duas a três vezes por semana e evito aborrecimentos e alimentações inadequadas e, conforme orientação do médico e da farmacêutica da PromoFarma, tomo minha medicação corretamente, medindo sempre minha pressão. Isso me ajuda a ter uma vida saudável.” Segundo Claudia, a aferição é feita, quase sempre, na farmácia, que fica próxima a sua casa e trabalho. “As meninas já conhecem o meu caso e me ajudam sempre que preciso, seja para indicar atividades ou medir minha pressão – costumo ir à farmácia três vezes por semana.”
atendimento
A Rede Extrafarma, de Belém do Pará, oferece ao paciente uma oportunidade de acompanhamento dos resultados do tratamento e sugere intervenções
Para o bem do cliente Fundada em 1997, a Extrafarma, de Belém do Pará, tem um projeto para realização da atenção farmacêutica em suas lojas onde já existe o Espaço do Diabético e Hipertenso, com implantação prevista para este ano. “Hoje, já oferecermos nestes espaços os serviços farmacêuticos, onde o profissional realiza aferição de pressão arterial, aplicação de injetáveis e verificação de glicemia capilar, além de orientar e tirar as dúvidas dos farmacêuticos. A ideia é que esses espaços sejam posteriormente utilizados para a prática do acompanhamento farmacoterapêutico”, aponta a coordenadora farmacêutica da Rede Extrafarma/Imifarma, Krysthyanne Andrade. Com isso, a rede pretende oferecer ao paciente uma oportunidade de acompanhamento dos resultados do seu tratamento e sugerir intervenções para que ocorra uma melhora da sua qualidade de vida. “Percebemos que o cliente que recebe o cuidado farmacêutico tem a oportunidade de ter dúvidas sobre suas angústias e sobre a patologia sanadas, o que favorece o fortalecimento da relação cliente e empresa, visto que os serviços oferecidos, hoje em dia, podem pesar na escolha do cliente”, ressalta Krysthyanne. Entre os questionamentos mais comuns, estão: qual o melhor horário de tomada, a possibilidade 148
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Dicas de alimentação adequada para hipertensos • Reduzir a quantidade de sal, optando por temperos naturais; • Evitar os adoçantes com ciclamato e sacarina sódica; • Evitar embutidos, conservas, enlatados, defumados; • Optar por carboidratos integrais (arroz, macarrão, pão); • Dar preferência a alimentos assados ou grelhados; • Utilizar alimentos ricos em potássio e magnésio; • Evitar bebidas estimulantes (chá-preto, café, chá mate); • Consumir leite desnatado e a versão light dos derivados; • Evitar consumo excessivo de sódio em alimentos industrializados. Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão
de interações com outros medicamentos e alimentos e como utilizar os monitores de glicemia ou de PA indicados pelo médico para acompanhamento domiciliar. “Como temos lojas em bairros dos mais variados perfis sociais, os clientes acabam encontrando em nossa rede uma alternativa de acompanhamento de seu estado de saúde”, finaliza a farmacêutica da Extrafarma.
atualidade
Assembleia Legislativa de São Paulo aprova lei que restabelece a venda dos MIPs ao alcance do consumidor nas farmácias, dando novo fôlego à queda de braço com a Anvisa em favor da revisão da proibição P o r r o d r i g o r o d ri g u es
Vitória regional
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Pouco mais de dois anos depois de entrar em vigor em território nacional, a RDC 44/99 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sofreu mais um duro revés no último mês de março. É que os deputados estaduais de São Paulo aprovaram a lei 14.708/2012, que assegura às farmácias e drogarias paulistas o direito de manterem os Medicamentos Isentos de Prescrição Médica (MIPs) ao alcance dos consumidores, a exemplo do que já ocorreu no Rio de Janeiro. O projeto de autoria do deputado Antonio
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Salim Curiati (PP) já havia sido aprovado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) em 2010, mas foi vetado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em 2011. Entretanto, um acordo de líderes partidários na Alesp garantiu os votos necessários para derrubar o veto do governador, assegurando por unanimidade a efetivação da proposta, publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo no último dia 16 de março. Com a nova lei em vigor, farmácias e drogarias de todos os 645 municípios de São Paulo podem voltar a oferecer os MIPs nas gôndolas e balcões, à disposição dos consumidores. A aprovação do projeto foi comemorada pelas entidades do fotos: victor almeida/divulgação
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setor de varejo farmacêutico, que já recomendaram a readaptação dos associados à nova realidade. “As iniciativas de São Paulo e Rio mostram que a sociedade brasileira não concorda com a posição da Anvisa. É sintoma de que talvez certas iniciativas da Agência estejam em desacordo com o que pensa a população, representada por seus deputados. Temos pesquisas do Ibope nas quais 75% das pessoas se posicionaram contra tais restrições”, argumenta o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto. Como o Estado de São Paulo representa cerca de 50% das vendas de medicamentos no País, segundo dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), a expectativa do setor é que a abertura promovida por São Paulo e Rio estimule a adoção de medidas semelhantes em outros Estados. “É uma prática consagrada. O consumidor, sem intervenção de terceiros, pode escolher o produto que irá adquirir. Em tese (essa decisão) também reduzirá os custos da farmácia, uma vez que poderá ampliar o auto-
Com a nova lei em vigor, farmácias e drogarias de todos os 645 municípios de São Paulo podem voltar a oferecer os MIPs nas gôndolas e balcões, à disposição dos consumidores. A aprovação do projeto foi comemorada pelas entidades do setor de varejo farmacêutico, que já recomendaram a readaptação dos associados à nova realidade atendimento”, comemora o vice-presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini. “Pode ser que, permanecendo a restrição em nível nacional, outras iniciativas surjam. Assim ocorreu por exemplo com a venda de produtos de conveniência. Praticamente hoje todos os Estados – e até alguns municípios – editaram legislações a esse respeito”, pontua Sérgio Mena Barreto. Para o autor da proposta aprovada na Alesp, a entrada em vigor da nova lei desafoga o sistema de saúde e faz jus às reivindicações dos paulistas, que reclamavam da exigência de solicitar no balcão os medicamentos cotidianos e de uso corriqueiro. “Não tinha cabimento ter de enfrentar filas para tomar uma aspirina. A população estava sofrendo e o Legislativo não podia fechar 34
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os olhos para tal necessidade”, conta o deputado Salim Curiati, que é médico sanitarista de profissão. “Faltou sensibilidade à Anvisa na hora de baixar a tal norma”, completa. Mais cauteloso, o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, diz que é precipitado achar que a aprovação da nova lei em São Paulo signifique o sepultamento final da RDC 44/99 e abertura de precedente para todo o Brasil. “Ainda é cedo para fazer qualquer previsão. Se observarmos o que ocorreu quando tiramos da área de circulação os MIPs, em cumprimento à RDC 44, veremos que não houve diminuição das vendas. Ou seja, tirar os produtos de circulação não causou nenhum impacto significativo e não acho que voltar o produto vá alterar a dinâmica atual. Isso é uma decisão local. Vejo pouca influência de uma decisão estadual em outras unidades federativas”, observa.
O consumidor, sem intervenção de terceiros, pode escolher o produto que irá adquirir
Apesar da cautela, a Febrafar comunicou a todas as 34 redes associadas à entidade a nova brecha da legislação estadual paulista, emitindo parecer técnico que avaliza a viabilidade da lei aprovada pelos deputados estaduais de São Paulo. “As resoluções da Anvisa não possuem força normativa superior a uma lei e jamais poderão se sobrepor à competência suplementar dos Estados”, diz o parecer jurídico da entidade, que no último ano foi responsável pelo faturamento de R$ 1,059 bilhão na região Sudeste do País. A Febrafar tem 1.352 pontos de venda na região. Procurada, a Anvisa limitou-se a afirmar, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se pronunciará sobre o assunto, até que o mérito da constitucionalidade e do poder de regulação da Agência sejam julgados em definitivo pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Nos bastidores, contudo, a Anvisa avalia as leis aprovadas nos Estados como inconstitucionais e espera que o julgamento do STF possa avalizar os poderes de regulação do órgão através de suas resoluções, sobrepondo-se às normas estaduais. Desde janeiro, a Anvisa assumiu a revisão da RDC 44/09 ao formar um grupo de trabalho para analisar a regulamentação sobre MIPs. Fato é que, da queda de braço, o farmacêutico é quem deve ganhar importância e ser ator principal da ribalta.
Os MIPs representam cerca de 25% das vendas do mercado farmacêutico brasileiro, que fatura anualmente R$ 42 bilhões, segundo dados da Abrafarma. O presidente da entidade concorda que o mérito da questão tenha de ser definido definitivamente pelo STF, mas diz que os órgãos de representação precisam fazer uma leitura da nova realidade e das diversas liminares emitidas pelo Poder Judiciário em favor do setor varejista de medicamentos. “Não vou avaliar o mérito da questão constitucional, pois isso cabe ao STF. Mas há algo simbólico e profundo a ser analisado. A Abrafarma posicionou-se claramente contrária ao mover a ação judicial contra a Instruções Normativas 09 e 10 da RDC 44/09. Por sinal, a sentença, publicada há poucas semanas, nos desobriga de cumprir as restrições. Além do Poder Legislativo, o Poder Judiciário também é contra tais excessos (da Anvisa)”, avalia Mena Barreto. “Não podemos sacrificar uma comunidade inteira em favor de uma norma a que a maior parte é contrária. Não há nada de inconstitucional na nossa proposta. A Anvisa tem de respeitar o poder democrático do Legislativo, que é o poder que de fato emana da vontade da sociedade”, rebate o deputado Salim Curiati. Também contrária a certos pontos da RDC 44, a Febrafar ingressou na Justiça contra a norma e não teve a mesma sorte da Abrafarma. O juiz que julgou o processo da entidade deu ganho de causa à Anvisa, obrigando os associados de todo o País a se adequarem às normas. “É um direito constitucional da Anvisa questionar judicialmente a decisão e é por isso que temos três poderes, cabendo ao Judiciário arbitrar quando não existe consenso nos outros poderes. O juiz que julgou nossa interpelação judicial entendeu que estávamos obrigados a cumprir a determinação da Anvisa, diferentemente de outros juízes que tiveram entendimento contrário. Portanto, mesmo sendo contra a decisão da Anvisa nós estamos cumprindo o que determina a RDC 44”, conta Tamascia, presidente da Febrafar. Concordando ou não com as normas da Anvisa, as entidades são consensuais em dizer que a nova realidade oriunda da aprovação da recente lei em São Paulo é positiva para o setor e traz ganhos na queda de braço sobre o assunto. A polêmica, contudo, está longe de se encerrar, analisam as entidades. O Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) divulgou nota de repúdio à publicação da Lei nº 14.708, de 15/03/2012, aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Para o CRF-SP, trata-se de um verdadeiro ato de insensibilidade com a saúde de milhões de paulistas, que vai inclusive contra normas propostas pela própria Anvisa e a práticas usuais em países desenvolvidos. Em nota, ele ressalta que o fato de um medicamento ser isento de prescrição não significa que seu uso não represente riscos. 2012 abril guia da farmácia
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Cenário
Em constante evolução Laboratórios comemoram os resultados de 2011 e anunciam os investimentos para 2012, além da entrada em outros segmentos. O objetivo é atingir participações maiores e oferecer novas opções de tratamento P o r l í g i a f av o r e t to 46
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De acordo com dados do IMS Health, o mercado farmacêutico brasileiro fechou 2011 com o valor aproximado de R$ 38 bilhões e, até fevereiro de 2012, o número é de R$ 44 bilhões, ou seja, o crescimento do mercado em 2011 foi de 19,84% e nos primeiros dois meses do ano foi de 17,98% (uma porcentagem menor em relação à média de crescimento anual). Em unidades, foram comercializados cerca de 2,1 bilhões, em 2011. No início deste ano, houve um pequeno crescimento: 2,3 bilhões (valor aproximado). Dessa forma, 2011 cresceu 16,87% em relação a 2010. No que diz respeito a unidades comercializadas e nos dois primeiros meses de 2012, registra crescimento de 12,18%. Nos últimos anos, diversas indústrias farmacêuticas uniram suas forças em fusões e aquisições; outras decidiram explorar novos segmentos, ingressando em mercados jamais explorados. Esta dinâmica movimenta milhões e faz com que alguns laboratórios se tornem verdadeiros gigantes, o que possibilita uma concorrência cada vez mais acirrada. A tendência tende a continuar. As indústrias farmacêuticas crescem no mesmo ritmo da evolufotos: shutterstock
ção total do mercado, com algumas variações para menos ou para mais, como é o caso do laboratório de Genéricos EMS que superou, e muito, a média anual. A empresa atingiu R$ 4,7 bilhões em faturamento, um crescimento de 38% em relação a 2010, o dobro do mercado. “Em unidades comercializadas, atingiu 297,7 milhões, um aumento de aproximadamente 25%”, revela o diretor de marketing da Divisão EMS Genéricos, Marco Miguel. Sua capacidade produtiva é de 480 milhões de unidades/ano e, atualmente, de cada 100 medicamentos vendidos no Brasil, 12 já têm a marca EMS. O executivo pontua que 6% do faturamento anual é destinado à Pesquisa & Desenvolvimento. “As inovações criadas pelo P&D já geraram 60 patentes da EMS em todo o mundo.” No ano passado, a companhia anunciou um investimento de R$ 600 milhões na construção de mais três fábricas, em Manaus (AM), onde as obras já foram iniciadas, em Brasília (DF) e em Jaguariúna (SP), além da construção, que se encontra em fase avançada, de uma nova unidade de embalagens na própria sede da EMS em Hortolândia.
Esta dinâmica lância Sanitária (Anvisa) medicamentos possibilita uma concorrência cada biológicos biossimilares de alta complexivez mais acirrada dade, como os anticorpos monoclonais. De olho nesse segmento, o laboratório também realiza investimentos em parcerias para o licenciamento e produção dos biofármacos, tendo já assinado contratos de transferência tecnológica com China e Coreia do Sul.
Fusões e aquisições lucrativas Em abril de 2011, a Novartis anunciou sua fusão com a Alcon (empresa especializada em soluções para a visão), ação que está em linha com o objetivo da empresa de atender às necessidades de saúde da população, por meio da diversificação de seu portfólio. De acordo com o presidente do Grupo Novartis, Alexsander Triebnigg, a união dessas empresas possibilita que ambas tenham portfólios complementares e que compartilhem o comprometimento com a inovação. “Queremos atender às significativas necessidades ainda existentes com o objetivo final de prevenir a cegueira e tratar as doenças da visão. Por meio da fusão, a Alcon se tornou a segunda divisão da Novartis com operações em 75 países.” O executivo revela que a principal estratégia de crescimento da empresa tem como base o portfólio de produtos estrategicamente diversificados. Nesse sentido, Triebnigg explica que a fusão da Alcon possibilitou incrementar de forma significativa o portfólio de cuidados com os olhos, representando uma nova e importante plataforma de crescimento para o Grupo. “A Alcon já está entregando sólidos resultados. Globalmente, em 2011, as vendas da divisão cresceram 7% em relação ao ano anterior, tendo sido responsável por 17% das vendas totais do Grupo.” A Alcon manteve o seu nome, passando a ser a divisão de cuidados com os olhos do Grupo Novartis. Os negócios da CIBA Vision, unidade da Novartis que era a segunda fabricante de lentes de contato, foram integrados à Alcon. Não houve interferência em seu processo produtivo. De acordo com o presidente do Grupo, as forças de vendas permaneceram especializadas e dedicadas a cada um dos segmentos de negócio. “O aumento na escala, por ter se tornado uma única divisão, permite à Alcon melhorar o atendimento aos clientes. Os produtos da CIBA Vision, por exem-
Em unidades, foram comercializados cerca de 2,1 bilhões, em 2011. No início deste ano, houve um pequeno crescimento: 2,3 bilhões (valor aproximado). Dessa forma, 2011 cresceu 16,87% em relação a 2010. No que diz respeito a unidades comercializadas e nos dois primeiros meses de 2012, registra crescimento de 12,18% Lançou, no mesmo ano, pelo menos 200 apresentações de produtos. Miguel comenta que a empresa foi a primeira a disponibilizar ao mercado, entre outros medicamentos, a valsartana (princípio ativo do Diovan) e a rosuvastatina (princípio ativo do Crestor). “Repetiu a ousadia e agilidade de 2010, quando já havia colocado, pioneiramente, no mercado brasileiro, a sildenafila, atorvastatina e olanzapina.” Este ano, o P&D deve iniciar 50 novos projetos de medicamentos anualmente. A EMS também segue na aposta dos medicamentos biológicos, considerados o futuro da indústria farmacêutica. Aliás, foi a primeira empresa brasileira a submeter à Agência Nacional de Vigi-
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novo laboratório Foi anunciado no último dia 23 de março, pelos laboratórios farmacêuticos Aché, EMS, Hypermarcas e União Química, a criação do laboratório BioNovis, que tem como foco a pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e comercialização de medicamentos biotecnológicos. A presidência da empresa será do executivo Odnir Finotti, com vasta experiência no setor farmacêutico. Está previsto um investimento de R$ 500 milhões nos próximos cinco anos, e cada parceiro tem participação acionária equivalente a 25% do capital inicial da nova empresa. Segundo Finotti, a criação da empresa confirma o fortalecimento da indústria farmacêutica brasileira e comprova o empreendedorismo e a capacidade de inovação das companhias nacionais. “Hoje, o País dá um importante passo para competir globalmente no mercado de medicamentos biotecnológicos, de alto valor agregado e complexidade”, explica.
plo, podem se beneficiar da força de vendas da Alcon em mercados anteriormente atendidos por distribuidores terceirizados.” Fusões e aquisições fazem parte também da estratégia comercial da Pfizer, que tem como um de seus principais objetivos ampliar seu portfólio e o alcance da população aos seus medicamentos, o que faz com que a empresa esteja sempre atenta a novas oportunidades. Para o diretor de planejamento e novos negócios da Pfizer Brasil, Gustavo Petito, há muitos benefícios obtidos com fusões e aquisições no segmento farmacêutico. No caso da Pfizer, há dois exemplos importantes: a aquisição do laboratório Wyeth, em 2009, e a aquisição parcial do laboratório Teuto (40%), em 2010. “Para 2012, a Pfizer deve continuar a atuar fortemente nos mercados emergentes, sendo que o Brasil está entre os países selecionados como prioridade. Por isso, a empresa planeja lançamentos de medicamentos de marca e genéricos, além de continuar trabalhando os produtos já existentes em seu portfólio, inclusive os chamados estabelecidos, ou seja, marcas consagradas que já tiveram suas patentes vencidas”. O executivo ressalta também que o contínuo investimento em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos, principalmente para necessidades não atendidas, bem como em parcerias e aquisições, sejam elas locais ou glo48
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bais. “Em 2012 pretendemos investir cerca de US$ 7 bilhões globalmente na descoberta de novos produtos.” O faturamento da Pfizer Brasil em 2011 foi de R$ 4 bilhões somando os resultados de Saúde Humana (farma e consumo), Saúde Animal e exportações, o que representa um crescimento de 14% em relação a 2010. Os recursos destinados para pesquisa e desenvolvimento somam cerca de US$ 9 bilhões anuais globalmente. “De acordo com estimativas da IMS Prognosis, o mercado farmacêutico brasileiro apresentará crescimento de 10% ao ano nos próximos dois anos. E a Pfizer pretende acompanhar esse crescimento e tem grande interesse em ampliar e potencializar sua atuação no Brasil, que é uma das prioridades para a empresa, por conta do seu tamanho e desse potencial de crescimento para os próximos anos.” Com base em sua estratégia de inovação, a Novartis realizou o lançamento de diversos produtos que ajudaram a proteger e tratar mais de 1,1 bilhão de pacientes em 2011. Entre eles, o Omnitrope (somatropina), da Sandoz (segunda maior fabricante mundial de genéricos do mundo, que pertence ao Grupo). Este é o primeiro medicamento biológico da marca no Brasil. “A novidade marcou a entrada da Sandoz no segmento biofarmacêutico do País. O Omnitrope é um hormônio de crescimento injetável, indicado para o tratamento do distúrbio do crescimento em crianças, caracterizado pela produção insuficiente do hormônio de crescimento (GH). Ao entrar no segmento biofarmacêutico, a Sandoz reafirma
Cenário
sua visão de oferecer acesso a medicamentos de alta qualidade”, afirma. Triebnigg revela que, em 2011, as operações do Grupo atingiram vendas líquidas de US$ 58,6 bilhões. “As vendas da empresa cresceram 16% em relação a 2010. Nesse contexto, o Brasil se fortaleceu como um país estratégico para a empresa e temos expectativa de crescimento considerando o amplo portfólio de produtos no mercado brasileiro, os recentes lançamentos e as inovações previstas para 2012.”
Novas oportunidades Outra movimentação de mercado que traz resultados satisfatórios é a entrada de laboratórios tradicionais em novos nichos, como dermocosméticos, nutracêuticos e suplementação esportiva. O Aché ingressou no mercado de nutricosméticos por meio da parceria com o laboratório inglês Oxford Pharmascience e lançou sua linha própria de dermocosméticos Profuse; apresentou ao mercado o primeiro probiótico em cápsulas Prolive; foi o primeiro laboratório a ter similar do montelucaste de sódio e pioneiro no lançamento de Rhodiola no Brasil, com o Fisioton. No início de 2011 entrou em operação a nova área de fabricação de supositórios. Esta ampliação resultou de um plano de investimentos alinhado ao planejamento estratégico de longo prazo, com aportes de mais de R$ 267 milhões, dos quais cerca de R$ 21 milhões foram aplicados em 2011. Em fevereiro deste ano, anunciou o lançamento de Inellare, o primeiro nutracêutico do Aché. Suplemento de cálcio e vitamina D em forma de tablete masti-
Outra movimentação de mercado que traz resultados satisfatórios é a entrada de laboratórios tradicionais em novos nichos, como dermocosméticos, nutracêuticos e suplementação 50
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gável, único no Brasil, é indicado para pessoas que necessitam da suplementação de cálcio e vitamina D – como gestantes, mulheres na menopausa e crianças próximas da puberdade. Possui dissolução mais rápida pelo organismo do que os comprimidos de cálcio disponíveis no mercado e pode ser ingerido a qualquer momento do dia, tornando-se um importante aliado na prevenção da osteoporose. Em 2011, o laboratório obteve crescimento de 11% na receita líquida, que foi de R$ 1,39 bilhão, e 15% no lucro líquido frente a 2010. O portfólio do Aché conta com mais de 260 marcas, comercializadas em 605 apresentações, abrangendo 129 classes terapêuticas e atendendo às necessidades de 20 especialidades médicas. No ano passado foram investidos R$ 11 milhões em novos maquinários para a área industrial de Guarulhos. Com os ganhos de produtividade conquistados e os investimentos em equipamentos e instalações, a redução dos custos unitários de produção foi de 6%. Já na planta de São Paulo (especializada em genéricos), foram investidos R$ 10,5 milhões em novas máquinas.
Em expansão No início deste ano, a Valeant anunciou a compra da Probiótica (empresa especializada na produção de suplementos esportivos). A business development da Valeant no Brasil, Marília Mello, diz que o mercado de nutrição esportiva no Brasil está em plena expansão e acredita que terá crescimento acelerado nos próximos anos. Com essa aquisição, a Valeant passa a ser líder do mercado de nutrição esportiva, que movimenta R$ 300 milhões por ano. “Nosso objetivo é aumentar a participação de mercado com novas linhas de produtos, combinando todas as necessidades dos praticantes de atividades físicas.” A executiva comenta que a negociação foi ágil e que foram investidos R$ 150 milhões. As empresas continuam atuando de forma independente. Hoje pertencem ao grupo quatro empresas, todas com suas marcas independentes: Valeant (produtos de prescrição de dermatologistas, psiquiatras e neurologistas); Delta e Bunker genéricos e similiares com presença maciça nas farmácias de todo o Brasil e, agora, a Probiótica, líder no varejo de nutrição. “Existem pontos convergentes cuja sinergia e conhecimento contribuirão para o crescimento de todas as empresas e a consolidação do Grupo Valeant no Brasil, como uma importante indústria no setor de saúde.” Marília diz ainda que quando se fala de nutrição esportiva, fala-se de uma parte do mercado de OTC. “O mercado total de OTC fatura em torno de R$ 9 bilhões no Brasil. Portanto, ele já é uma realidade no varejo farmacêutico. Alguns produtos da linha atual têm maior afinidade com o canal farma. Será preciso adaptação, criatividade e inovação.”
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mercado farmacêutico total CRESCIMENTO TOTAL DO CANAL FARMA EM REAIS (R$) 19,84
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CRESCIMENTO TOTAL DO CANAL FARMA EM UNIDADES 20% 16,87 15% 10%
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Fontes: IMS Intelligence Applied
A Valeant está receptiva na identificação de novas oportunidades. Hoje a empresa representa 3% do faturamento global do Grupo. “Nossa meta é chegar a 7% até 2015, seja através de aquisição de empresas, participação ou aquisição de produtos. Recentemente a Valeant adquiriu da Novartis o Zaditen.
MAIS Uma nova joint venture A MSD anuncia uma joint venture (associação de empresas) inédita no mercado nacional, com a Supera Farma Laboratórios S.A., empresa criada conjuntamente por Eurofarma e Cristália em 2011. O acordo prevê a gestão compartilhada de uma nova empresa com foco na promoção e comercialização de medicamentos estabelecidos, referência e inovadores. A empresa, que nascerá com aproximadamente 30 produtos em seu portfólio e cerca de 400 colaboradores, manterá o nome Supera e pretende dobrar a sua força de vendas para estar entre as 10 maiores do mer52
guia da farmácia abril 2012
cado farmacêutico nacional em cinco anos, faturando por volta de US$ 500 milhões em 2017. A nova empresa, que deverá se chamar Supera RX Medicamentos Ltda., incluirá produtos dos laboratórios Eurofarma, Cristália e MSD em seu port-fólio. A MSD participará com 51% e a Supera Farma, com 49% (destes, 50% da Eurofarma e 50% do Cristália). “Esta joint venture possibilitará à MSD ampliar o acesso de um número muito maior de pacientes a medicamentos inovadores e é um passo importante na nossa estratégia de crescimento”, afirma o CEO mundial da MSD, Kenneth C. Frazier, “A Supera combinará inovação e conhecimento local e global em uma poderosa iniciativa que se afirma como uma peça-chave na execução de nossa estratégia para mercados emergentes”, acrescenta Kevin Ali, presidente de Mercados Emergentes da MSD. Segundo José Bastos, diretor-presidente da MSD no Brasil, “a nova companhia combinará o portfólio de produtos da Supera Farma e sua expertise em promoção e distribuição de medicamentos com a experiência da MSD em pesquisa e desenvolvimento de terapias inovadoras”.
conjuntura
Resultados apurados As maiores redes do País movimentaram R$ 20,48 bilhões em 2011. Fusões e aquisições alteram ranking em faturamento e número de lojas. As vendas foram impulsionadas por não medicamentos e genéricos
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Por lígia favoretto
Após um ano das primeiras fusões anunciadas entre redes de farmácias e drogarias no Brasil, os resultados apurados são positivos, o que faz com que o setor amadureça e perceba a importância desta movimentação para a economia nacional. Os primeiros resultados aparecem no ranking encomendado à Fundação Instituto de Administração (FIA-USP), pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). O Grupo Raia Drogasil é o primeiro colocado em faturamento e em número de lojas. Em seguida aparece o Grupo Drogaria São Paulo/
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Pacheco. A Farmácias Pague Menos aparece na terceira posição em faturamento, mas quando as redes são avaliadas individualmente, permanece na liderança, e o Grupo BR Pharma (composto pelas redes Big Ben, Farmais, Guararapes, Mais Econômica, Rosário e Sant’ana) ocupa o quarto lugar em vendas e terceiro em relação ao número de lojas. A tendência é de que cada vez mais as farmácias se juntem em grandes redes. O professor e diretor do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (CPDEC), Rodnei Domingues, especialista no comércio varejista de medicamentos, acredita que fusões e aquisições continuarão acontecendo nos próximos anos. No que diz respeito ao potencial financeiro para isso, ele afirma que fotos: shutterstock/divulgação
quanto mais lojas e quanto maior o faturamento de uma rede, maior será o lucro. “Esse fundamento é o principal atrativo para a concretização de fusões e aquisições, independentemente do tamanho das empresas envolvidas. O principal ganho é no lucro, resultante da escala, que aumenta o poder de compra e com isso melhora as condições comerciais e os descontos.” Ele comenta que a melhoria dos resultados decorrentes de uma fusão poderá ser rápida ou demorada, dependendo da capacidade de gestão dos executivos da nova empresa em fazer as mudanças necessárias que irão garantir as vantagens. Domingues enfatiza que esta tendência tende a se espalhar entre redes varejistas intermediárias em breve. “Muitas movimentações e negociações já se iniciaram especialmente na região Sudeste.” O presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, diz que ainda que não existam tantas empresas preparadas para essa movimentação, enquanto houver grupos organizados e prontos, do ponto de vista fiscal, para serem incorporados, outras negociações irão ocorrer. “Isso pode ser comprovado pelo que vimos acontecer com as aquisições feitas pela BR Pharma. O objetivo é demarcar território e se tornar atrativo do ponto de vista dos
O crescimento Araújo, Modesto Araújo. Ele afirma que é orgânico se dá improvável que a drogaria compre outra sobretudo nas lojas empresa. A maior parte das redes tem que têm um limite de faturamento unidades de no máximo 100 metros quadrados, por isso, prefere continuar crescendo por meio da abertura de lojas. Para 2012, o plano é inaugurar 20 novos pontos de venda. Outro executivo que descarta qualquer possibilidade de participar da dinâmica de fusões e aquisições é Deusmar Queirós, presidente da Pague Menos. O professor Domingues conta que o crescimento orgânico se dá sobretudo nas lojas que têm um limite de faturamento. “Muitas lojas existentes não possuem os requisitos necessários para se tornar um ótimo ponto de venda. Assim sendo, é melhor abrir uma nova loja do que investir em uma loja existente.” O especialista explica que atualmente as lojas classificadas como “de baixo custo” têm um grande potencial. “Essas lojas exigem baixo investimento, entre R$ 120 mil e R$ 200 mil, enquanto para montar uma loja sofisticada visando atender um público mais exigente o investimento varia entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões.”
Resultados consolidados As vendas nas grandes redes apresentaram evolução de dois dígitos no balanço divulgado pela Abrafarma. Somando o terceiro trimestre de 2011, o faturamento total das associadas ultrapassou os R$ 14,9 bilhões no ano passado, uma porcentagem de 19,4% superior aos nove meses de 2010. “Neste período foi vendido 1,24 bilhão de unidades. O número de clientes cresceu 12,4%, chegando a 465,2 milhões e a venda de não medicamentos avançou 27,7%”, revela o presidente-executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto. Em 2011, o movimento nas 29 grandes redes associadas à entidade superou R$ 20,48 bilhões, 20,4% a mais do que no ano anterior. O destaque fica para as altas taxas percentuais dos genéricos (26,91%) e dos não medicamentos (28,61%). “A comercialização de não medicamentos chegou a R$ 6,15 bilhões e a comercialização de genéricos ultrapassou R$ 2,25 bilhões. O resultado reflete o perfil do consumidor, que aposta no genérico pelo fator preço e enxerga nas farmácias e drogarias um centro de conveniência. Já os medicamentos registraram
As vendas nas grandes redes apresentaram evolução de dois dígitos. Somando o terceiro trimestre de 2011, o faturamento total das associadas ultrapassou os R$ 14,9 bilhões no ano passado investidores.” O executivo lembra que, nos casos das fusões, nenhuma empresa precisa fazer investimento financeiro, pois há uma união de recursos. “No processo de aquisição, certamente temos muitos empresários com capital disponível para isso, ainda que seja inflacionado.” Mesmo diante deste cenário, há quem prefira continuar crescendo apenas de forma orgânica, com a abertura constante de novas lojas. “Uma empresa só é vendida quando está com problemas e este não é nosso caso”, diz o presidente da Drogaria
2012 abril guia da farmácia
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conjuntura
R$ 14,33 bilhões, um aumento de 17,19%.” Outro destaque fica por conta do programa “Aqui tem Farmácia Popular”. As vendas cresceram 123,40% e o número de clientes atendidos registrou incremento de 11,53%. “O objetivo de facilitar acesso a medicamentos vem dando resultado, uma vez que esta ótima iniciativa voltou a receber investimentos da união ao programa e no abastecimento das unidades, para cobrir outras lacunas na saúde pública”, comenta. No geral, mais de 632 milhões de atendimentos foram registrados, com 1,6 bilhão de unidades comercializadas para brasileiros de todos os estados e do Distrito Federal.
Levantamento apurado A fusão entre Raia e Drogasil, anunciada em agosto de 2011, criou uma empresa com faturamento anual estimado de R$ 4,1 bi, que lidera o ranking farmacêutico. Já a cearense Pague Menos, ex-líder, caiu para a 3ª posição; o 2º lugar é ocupado pela empresa resultante da fusão entre Drogarias São Paulo e Pacheco, que também aconteceu em agosto passado. As companhias tiveram faturamento conjunto de R$ 4,4 bilhões, mas o levantamento da Abrafarma considera a empresa como a segunda maior do setor. A quarta posição em faturamento é ocupada pela Brazil Pharma, rede controlada pelo BTG Pactual. Quando analisado o número de lojas, a Brazil Pharma surge como a terceira maior rede do País, atrás de Raia Drogasil e da parceria entre a Drogaria São Paulo e a Pacheco. A maior novidade é a inversão de posição entre Raia e Pacheco. Por número de lojas, a segunda posição é ocupada pela Raia, seguida por Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco. No associativismo, Edison Tamascia, da Febrafar, garante que os resultados foram ótimos. “Crescemos na mesma proporção do mercado, ou seja, tivemos um crescimento orgânico na ordem de 15%, portanto, bastante satisfatório.” Ele diz que o bom momento está relacionado ao cenário atual de nosso País. O Brasil, de modo geral, passa, sobretudo pelo aumento do poder aquisitivo, do nível de emprego, da inflação controlada, da distribuição de renda. “O faturamento das farmácias e drogarias associadas às 34 redes integradas à Febrafar chegou a R$ 3,460 bilhões em dezembro de 2011, 7,5% do registrado pelo mercado no ano passado, se38
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gundo levantamento do IMS Health.” Em número de pontos de venda, a comunidade Febrafar já congrega 5.750 lojas, ou seja, 8,7% do total de estabelecimentos do varejo farmacêutico nacional. As associadas nordestinas reúnem o maior número de PDVs (2.921) da comunidade associativista, representando Edison Tamascia, da Febrafar, revela que 19,1% do total de farmácias o faturamento das e drogarias da região (15.320). farmácias associadas Se somadas, as redes do Suchegou a R$ 3,460 bilhões em 2011 deste perfazem o segundo maior número de lojas da entidade, 1.352 unidades. O terceiro lugar fica com as associações sulistas, responsáveis por um total de 1.287 lojas (10,4%) do total de farmácias e drogarias da região, que abriga 12.372 PDVs. No Centro-Oeste, as associadas à federação prestam serviços a 187 das 6.593 lojas da região. No Norte, a representatividade também é tímiSérgio Mena Barreto, da Abrafarma, afirma da – apenas três das 4.173 que, em 2011, o farmácias da região são asmovimento nas 29 sociadas a uma das redes redes superou R$ 20,48 bilhões integradas à Febrafar, o que, segundo Tamascia, é a comprovação de que há grandes oportunidades para a expansão do associativismo em todo o território nacional.
Expectativas para o futuro Em um mercado que já atingiu R$ 46 bilhões ao ano, e que deverá dobrar até 2015, as grandes redes brigam para ampliar o leque de itens comercializados. Esses estabelecimentos oferecem, hoje, o autosserviço e uma série de outras mercadorias de conveniência. Mas as leis federais e estaduais dificultam a atuação. “A população quer sim uma farmácia que venda produtos de conveniência, que recarregue seu celular, caso contrário, o cliente fica refém do que o balconista disser, sem falar que o preço médio ficou mais caro.” O presidente-executivo da Abrafarma afirma que se a farmácia tem uma limitação física atrás do balcão, não
conjuntura
Ranking Abrafarma 2012 – Faturamento lojas individuais (sem fusÕes) 2011 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2010 1 2 3 5 4 6 8 7 9 11 10 12
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vai incorporar novos produtos ao mix e toma a decisão no lugar do consumidor. Ele lembra que redes maiores trabalham melhor o estoque e as promoções. “Isso não significa que as pequenas desaparecerão. Nos EUA, as oito grandes redes respondem por 70% do mercado. Já no Brasil, país com 65 mil farmácias em operação, oito mil respondem por 51%.” O professor Rodnei Domingues, do CPDEC, diz que as lojas independentes não estão e não estarão preparadas para a consolidação do mercado, por isso perderão participação. “As redes estão parcialmente preparadas, o que falta e continuará faltando a elas é mão de obra qualificada. Por es40
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Empresa Pague Menos São Paulo Drogasil Raia Pacheco Araújo Big Ben Panvel Nissei Onofre Imifarma Sant’Ana
UF CE SP SP SP RJ MG PA RS PR SP PA BA
Mais Econômica
RS
Walmart Rosário Drogasmil Venâncio Drogal Angélica Drogacenter Indiana
SP DF RJ RJ SP AM SP MG
A Nossa Drogaria
RJ
Permanente São Bento Moderna Santa Lúcia Minas Brasil Redepharma Vale Verde
AL MS RJ ES MG PB PR
sas razões, o segmento atrairá empresários varejistas brasileiros de outros segmentos e empresários estrangeiros a formarem novas redes.” Segundo ele, a competitividade está baseada em facilidade de acesso (proximidade do consumidor, estacionamento), disponibilidade de produto (ter o que o cliente procura), bom atendimento (rapidez e cordialidade) e na percepção que o consumidor tem de um bom preço. “O cliente percebe que a farmácia tem um bom preço não porque ela vende todos os produtos com preços mais baixos que os concorrentes, mas porque ela tem uma política de preços que faz com que os produtos que ele deseja pagar têm um custo menor e, portanto, devem ser adquiridos nessa farmácia.”
Ranking Abrafarma 2012 – Número de lojas individuais (sem fusÕes) 2011 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 171 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
2010 1 2 5 3 4 6 7 8 9 13 11 10 12 17 14 15 16 19 18 20 21 22 23 24 25 26
As farmácias não estão vendendo menos medicamentos; elas estão vendendo mais produtos de higiene, perfumaria e cosméticos. Domingues acredita que essa tendência deve continuar porque esses produtos proporcionam um lucro maior. “É comum o consumidor ir à farmácia comprar um medicamento e ser atraído para adquirir outro produto. Essa compra normalmente é por impulso e o consumidor não faz comparação de preços. Os melhores empresários do setor não querem apenas aumentar as vendas dos medicamentos; querem, também, vender cada vez mais os outros produtos.” Edison Tamascia, da Febrafar, é enfático ao afirmar que, sem sobra de dúvidas, o preço ainda é
Empresa Pague Menos Raia Drogasil São Paulo Pacheco Walmart Panvel Nissei Mais Econômica Imifarma Big Ben Rosário Sant’Ana Araújo Drogasmil São Bento Drogal Drogacenter Permanente Indiana Angélica Moderna Onofre Redepharma Santa Lúcia Vale Verde Minas Brasil A Nossa Drogaria Venâncio
UF CE SP SP SP RJ SP RS PR RS PA PA DF BA MG RJ MS SP SP AL MG AM RJ SP PB ES PR MG RJ RJ
um dos maiores diferenciais competitivos e continuará sendo. “Trata-se de uma equação matemática que é: Custo do Produto + Custo da Gestão + Lucro. Portanto, a competitividade passa pela gestão de custo, ou seja, quem não gerenciar custo não terá condições de vender barato e por consequência não vai competir em pé de igualdade.” Para prosperar no mercado, Domingues aponta que grandes redes e independentes devem aumentar o número de lojas e o volume de negócios pela internet. “O maior crescimento do comércio varejista de medicamentos vai acontecer na periferia das grandes cidades e nas cidades pequenas. É aí que estão concentradas as oportunidades de crescimento do setor com lojas que ofereçam produtos para a classe C.” 2012 abril guia da farmácia
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conjuntura
Ranking Abrafarma 2012 – Faturamento grupos econômicos (com fusões) 2011 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
2010 2 1 3 4 5 6 7 9 8 10 11 12 14 13 15 17 16 18 21 19 20 22 23 24
Movimentação ininterrupta Em janeiro deste ano, a Pague Menos assinou o protocolo de intenções com o governo de Goiás para a construção de um centro de distribuição (CD) em Hidrolândia, região metropolitana de Goiânia. Com investimentos de R$ 50 milhões, a unidade será a maior do varejo farmacêutico na América Latina, com aproximadamente 50 mil m2 de área construída em um terreno com cerca de 150 mil m2. A nova central abastecerá os pontos de venda nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. A expectativa é movimentar R$ 1,5 bilhão ao ano e gerar 400 empregos diretos. Este será o segundo CD da rede, que em 2008 inaugurou uma unidade de distribuição a apenas dois quilômetros de Fortaleza (CE), nas proximidades da zona portuária. Única varejista presente nos 26 estados da Federação e no Distrito Federal, conta hoje com mais de 497 lojas e mais de 13,5 mil colaboradores que 42
guia da farmácia abril 2012
Empresa Raia/Drogasil DSP/Pacheco Pague Menos BR Pharma Araújo Panvel Nissei Onofre Imifarma Walmart Drogasmil Venâncio Drogal Angélica Drogacenter Indiana A Nossa Drogaria Permanente São Bento Moderna Santa Lúcia Minas Brasil Redepharma Vale Verde
UF SP SP/RJ CE BR MG RS PR SP PA SP RJ RJ SP AM SP MG RJ AL MS RJ ES MG PB PR
atuam em cerca de 200 municípios. A companhia, que atua no varejo farmacêutico com duas bandeiras, Droga Raia e Drogasil, fechou o ano de 2011 com 776 lojas em nove estados. A Raia Drogasil inaugurou 99 lojas em 2011 e pretende abrir 130 lojas somente em 2012. “Um patamar que demonstra um forte potencial de crescimento e que nos permitirá consolidar a liderança no mercado brasileiro de drogarias”, destaca Eugênio De Zagottis, vice-presidente de relações com investidores e de planejamento corporativo da Raia Drogasil. A nova tendência chegou a Cuiabá. Em fevereiro a Droga Panda vendeu cinco lojas para a Raia Drogasil. A aquisição movimentou cerca de R$ 4,9 milhões. O assessor jurídico da Droga Panda, Euclides Ribeiro, explica que a rede está em recuperação judicial. “A negociação foi concretizada por meio de alienação com autorização judicial. Essa foi uma solução bem construída e aceita pelo mercado, pois manteve todos os postos de trabalho.” A Drogasil anunciou que vai abrir, neste ano, as primeiras
conjuntura
Ranking Abrafarma 2012 – Número de lojas grupos econômicos (com fusões) 2011 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
2010 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 14 11 12 13 16 15 17 18 19 20 21 22 23 24
unidades nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia. Ao menos 11 lojas serão inauguradas nesses locais até o fim do ano. “Temos expectativas muito positivas para esses mercados. Ao concluir a operação, estaremos posicionados em um total de 12 unidades da federação, que representam 84,2% do mercado farmacêutico no Brasil”, diz De Zagottis. As novas lojas na Bahia marcam a entrada da Raia Drogasil no Nordeste. É a continuação de um ciclo natural. O investimento médio para a abertura de uma loja Drogasil é de R$ 1,1 milhão. Em junho do ano passado, A BR Pharma captou R$ 414 milhões em uma oferta primária. Até dezembro de 2011 já havia utilizado 70% dos recursos nas aquisições das redes de drogarias Estrela Galindo, da Bahia, e Big Ben, espalhada pela região Norte. Neste ano, comprou a Sant’Ana, maior rede de Salvador, por R$ 347 milhões. O negócio a transformou na terceira maior varejista de farmácias no País, em 44
guia da farmácia abril 2012
Empresa Raia/Drogasil DSP/Pacheco BR Pharma Pague Menos Walmart Panvel Nissei Imifarma Araujo Drogasmil São Bento Drogal Drogacenter Permanente Indiana Angélica Moderna Onofre Redepharma Santa Lúcia Vale Verde Minas Brasil A Nossa Drogaria Venâncio
UF SP SP/RJ BR CE SP RS PR PA MG RJ MS SP SP AL MG AM RJ SP PB ES PR MG RJ RJ
número de pontos próprios e faturamento bruto. Também em fevereiro, a empresa realizou uma captação de R$ 250 milhões em debêntures (título de crédito representativo de empréstimo). Dentro do time de compradores estão também três grupos internacionais: as americanas CVS e Walgreens e a inglesa Boots – todas com faturamento superior a 20 bilhões de dólares. Executivos das três redes estiveram no Brasil em 2011 e conversaram com a Nissei. Sérgio Maeoka, presidente da rede, revela que em janeiro recebeu uma equipe da Boots, mas afirma que só vende se pintar uma grande proposta. A rede de farmácias Nissei mantém o ritmo de investimentos em 2012 e inaugurou, em fevereiro deste ano, uma loja em Pinhais, no Paraná. A nova loja conta com um espaço de 113 m2. Para Maeoka, a inauguração de mais uma unidade no município de Pinhais reforça o compromisso da Nissei em ampliar a sua oferta de serviços e produtos essenciais para o bem-estar da comunidade. “Nosso objetivo até 2015 é estar em todos os municípios do Paraná com mais de 70 mil habitantes.”
gripes e resfriados
Típicos da
estação
O inverno propicia o aparecimento de gripes e resfriados. As duas doenças são parecidas, mas têm suas especificidades
A
Por lígia favoretto
As condições ambientais típicas do inverno determinam a proliferação de gripes e resfriados nesta estação. Estas doenças são infecciosas e transmissíveis, especialmente através de espirros e tosse, ou seja, tudo começa pelo nariz e pela boca, portas de entrada dos vírus respiratórios.
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fotos: shutterstock
Especial saúde
gripes e resfriados
sintomas que diferenciam a gripe do resfriado comum Sintomas
Gripe
Resfriado
Início
Súbito
Gradual
Febre elevada e persistente
Sim
Incomum
Tosse produtiva -
Sim
Tosse seca
Sim
-
Cafaleia
Sim
Incomum
Mialgia
Sim
-
Fadiga, mal-estar Sim
-
Espirros, obstrução nasal Dor de Sim garganta
Sim Sim
Dor torácica
Sim
Sim
Dor no peito
Comum
Leve
Complicações
Pneumonia Sinusite
Fonte: Unifesp
Embora o contágio, os sintomas e o tratamento sejam semelhantes, as duas comorbidades diferem quanto ao agente causador e à intensidade dos sintomas, maiores na gripe. O vírus da gripe é o Influenza (A e B) e o do resfriado comum é o Rinovírus. De acordo com a presidente da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), Rosana Richtmann, os sintomas da gripe são normalmente mais graves, com febre alta, dor no corpo, indisposição geral, inapetência (falta de apetite), coriza, tosse e espirros. “O quadro de resfriado comum é bem mais leve, com tosse e espirros, coriza, geralmente afebril ou subfebril (temperatura menor de 37,7ºC).” A médica explica que a principal diferença no quadro clínico é a presença de febre na gripe além da intensa dor no corpo. Para o tratamento do resfriado são usados medicamentos sintomáticos, que diminuem a tosse, e descongestionantes nasais. “Em relação à gripe, se estabelecido o diagnóstico de certeza (pesquisa do vírus Influenza na secreção de nasofaringe), pode ser tratada com antiviral específico, especialmente nos pacientes com fatores de risco para doença mais grave. Mas o método mais eficaz é a vacina.” 11 4
guia da farmácia abril 2012
A gripe Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a gripe atinge todos os anos cerca de 600 milhões de pessoas ao redor do mundo – entre 5% e 10% da população adulta e entre 20% e 30% das crianças, e provoca de 250 mil a 500 mil mortes e milhões de internações. Em média, um em cada dez adultos e uma em cada três crianças são afetados pelo vírus, sendo que cerca de 100 milhões de pessoas são infectadas a cada ano no hemisfério norte durante os meses de inverno. Neste período, 5% a 10% da população em geral é afetada. Segundo informa a professora e coordenadora do setor de viroses respiratórias da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dra. Nancy Bellei, a gripe tem registro sazonal entre os meses de abril e setembro, no hemisfério sul, e de dezembro a março, no hemisfério norte. “Durante esses períodos, a chance de um paciente apresentando febre e tosse estar infectado é de 87%.” De acordo com a médica, o período de incubação varia: de um a quatro dias, surgem os primeiros sintomas. “O paciente pode permanecer apenas com febre por período de até 36 horas de intensa prostração; a partir daí, iniciam-se os sintomas respiratórios. A febre elevada de início súbito é muito sugestiva de Influenza. A tosse e a fadiga podem persistir até duas semanas após o término da febre.”
a principal diferença no quadro clínico de gripes e resfriados é a presença de febre na gripe além da intensa dor no corpo. para o tratamento do resfriado são usados medicamentos sintomáticos A Dra. Nancy lembra que a gripe também pode causar apenas quadros leves, como rinite e faringite, e em alguns pacientes pode ser assintomática. “Nas crianças podem ocorrer dor abdominal, vômitos, diarreia e complicações como crupe, bronquiolite e otite média aguda. Em idosos, é comum a evolução mais insidiosa, com febre baixa ou ausente, confusão mental e fraqueza.” Ela afirma que a doença pode ser potencialmente gra-
Especial saúde
gripes e resfriados
vacinação contra influenza Embora a OMS recomende, de forma geral, a imunização com a vacina inativada a partir dos 50 anos de idade, limite etário variável, dependendo da epidemiologia da gripe em cada país, além dos profissionais de saúde e/ ou contactantes domiciliares de pacientes com potencial risco de infecção complicada, também devem ser vacinados os cuidadores domésticos, voluntários e crianças em domicílios de pacientes de alto risco; hoje, a vacina é recomendada a partir dos seis meses de idade, já que é a forma mais eficaz e econômica de prevenção do Influenza sazonal e pandêmico, capaz de reduzir a morbidade e mortalidade. A Dra. Isabella Ballalai, da SBIm, comenta que a população só acredita naquilo que vê, por isso, quando aconteceu a pandemia da gripe A (H1N1), em 2009, muitas pessoas quiseram se imunizar. “Somente o pânico ou a obrigatoriedade faz com que as pessoas se previnam.” Ela diz que as pessoas precisam se vacinar também nos períodos sazonais e não só nos períodos pandêmicos, sobretudo quando grande número de jovens trabalhadores são atingidos. “Muitas pessoas usam máscara, o que protege, mas esquecem-se de que a transmissão acontece também pelas mãos.” Os especialistas garantem que a vacina é segura. É feita com o vírus morto e hoje já existe a trivalente, que atua contra as duas cepas da gripe sazonal mais a H1N1.
ve para os pacientes dos grupos de risco: as crianças menores de cinco anos de idade, as gestantes, os idosos e os pacientes crônicos, como os diabéticos, cardiopatas e asmáticos. “As complicações mais frequentes, diretamente relacionadas ao vírus Influenza A ou B, são a bronquite, a pneumonia e a otite média. Qualquer pessoa é suscetível à infecção e a eventuais complicações, porém, em pacientes de risco, a exacerbação da doença de base e a pneumonia viral ou bacteriana secundária podem levar à hospitalização e ao óbito.” Prova disso é o fato de complicações cardíacas ocorrerem em 20% dos pacientes hospitalizados por Influenza e em 35% naqueles com pneumonia associada a essa doença. A Dra. Nancy revela que já se constatou que as mortes por causa cardíaca, vascular ou neurológica também aumentam nos períodos de maior 11 6
guia da farmácia abril 2012
circulação do vírus da gripe. A gripe pode causar problemas econômicos graves, como perda de dias de trabalho ou escola, queda da produtividade e gastos com medicamentos. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam que, por ano, ocorrem dois milhões de casos de acidentes e doenças relacionados ao trabalho, um quinto deles, letais, que afetam 4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. A diretora da Associação Brasileira de Imunizações (SBIm), Dra. Isabella Ballalai, diz que do total de casos, 600 mil são decorrentes de doenças infecto-contagiosas como a gripe, uma das principais causas de absenteísmo (dias de trabalho perdidos) e presenteísmo (queda de produtividade de pessoas que trabalham doentes). “A OIT calcula em US$ 180 bilhões as perdas causadas pelo presenteísmo por ano.”
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gripes e resfriados
métodos preventivos Farmacêuticos e balconistas podem ensinar aos clientes alguns hábitos que previnem gripes e resfriados: • Procurar isolar-se das outras pessoas, de forma a diminuir o contágio; • Espirrar e tossir contra o braço e não na mão; • Lavar as mãos após contato com superfícies; • Antissepsia das mãos com álcool em gel; • Usar lenços descartáveis, não utilizados previamente, e descartá-los em locais apropriados; • Não permanecer em ambientes com poeira excessiva e com umidade antiga com mofo; • Evitar aglomerações; • Manter ambientes de convívio e transporte bem ventilados; • Ter acompanhamento médico. As pessoas que vivem sozinhas, especialmente os idosos, devem pedir a alguém que lhes telefone, duas vezes por dia, para saber se estão bem e devem: • Descansar; • Ingerir muitos líquidos (água, sucos); • Manter uma alimentação balanceada; • Evitar expor-se a mudanças bruscas de temperatura; • Garantir a umidificação do ambiente (bacia com água, umidificadores, inalação); • Procurar o especialista, se for portador de doença crônica, para instruções específicas; • Evitar uso de derivados de ácido acetilsalicílico. Os sintomas são semelhantes aos da dengue; • Não tomar antibióticos sem aconselhamento médico. Fonte: Dr. Hassan Ahmed Yassine Neto, pneumologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos
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Especial saúde
gripes e resfriados
os hábitos relacionados com o frio, além da má higiene, favorecem o aparecimento e transmissão das bactérias e vírus existentes no ar. ambientes fechados, sem ventilação, apresentando aglomerados de pessoas contaminadas com as outras não contaminadas favorecem a PROLIFERAÇÃO de gripes e resfriados Dinâmica biológica dos vírus O movimento dos vírus Influenza A e B é peculiar a cada um. O vírus A sofre maior taxa de mutação e também circula em outras espécies, como aves, suínos e, eventualmente, cepas de espécies diferentes sofrem rearranjos genéticos e recombinações, resultando em vírus novo para a espécie humana, o que pode acarretar pandemia. “Este mecanismo determinou o surgimento do vírus A (H1N1), pandêmico de origem suína, reconhecido pela OMS, em 2009. Até então, circulavam no mundo os subtipos de Influenza A (H3N2) e A (H1Ne), além dos B”, comenta a Dra. Isabella. Em decorrência da pandemia, o Ministério da Saúde passou a notificar, a partir de 2010, apenas os casos de internação por Síndorme Respiratória Aguda Grave (SRAG), caracterizada por febre, tosse e falta de ar. Em 2011, foram notificados 4.944 casos, dos quais 181 para o vírus Influenza A (H1Na), a maioria nos Estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Dos 181 casos de pessoas internadas com diagnóstico positivo para a gripe A (H1N1), 11,6% resultaram em mortes, a maioria na região Sul. “Esse índice de 11% de mortalidade para qualquer doença é muito elevado, o que reforça a necessidade de vacinação”, afirma. Outra peculiaridade observada em 2011 foi o surgimento de um surto de gripe no sertão do Ceará, no calor do mês de novembro. Iniciado no município de Pedra Branca, o surto de alastrou por cidades vizinhas até chegar a Fortaleza, provocando 24 casos confirmados para a gripe A (H1N1). A médica da Unifesp, Dra. Nancy, acha impossível prever o comportamento da temporada da gripe em 2012 no Brasil. “Se for semelhante à do hemisfério norte, as pessoas continuarão relaxando quanto à vacinação, o que aumentará a circulação de vários tipos de vírus.” Por isso, ela entende ser importante intensificar a vacinação, não apenas nos grupos de risco.
O resfriado Diversos vírus respiratórios circulam ao mesmo tempo, ainda que haja sazonalidade característica para alguns deles, e que, clinicamente, sejam de difícil diagnóstico. A 120
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maioria dos pacientes se confunde com os sintomas, o que dificulta saber a real incidência. Ela ressalta que vários agentes virais podem causar o resfriado. Os mais encontrados são os Rinovírus A, B e C (com mais de 100 sorotipos – e estes ainda não diagnosticados por meio de testes rápidos). “A doença é mais transmitida pelo contato manual de indivíduos infectados, direta ou indiretamente. É assim que o vírus atinge o sítio de entrada: nariz e olhos.” Segundo a médica, a infecção inicia-se na nasofaringe posterior (adenoides) e os sintomas de obstrução nasal, rinorreia e dor de garganta ocorrem de oito a dez horas após o início da infecção, com intensidade máxima em um a três dias. “Os anti-histamínicos têm maior efeito em diminuir espirros e rinorreia, já os inibidores de prostaglandinas atuam sobre os sintomas gerais de cefaleia, dor de garganta, febre e mialgia. A maior parte dos casos de resfriados não apresenta febre elevada, porém, observa-se que o Rinovírus era o agente mais prevalente durante o período epidêmico para Influenza e que, em metade dos casos, a apresentação clínica era de síndrome gripal.” Ela lembra que casos de resfriado podem apresentar febre de início, em geral baixa e não prolongada, durante dias, como a febre causada pelo Influenza.
Sazonalidade de gripes e resfriados Os hábitos relacionados com o frio, além da má higiene, favorecem o aparecimento, proliferação e transmissão das bactérias e vírus existentes no ar. Ambientes fechados, sem ventilação, apresentando aglomerados de pessoas contaminadas com as outras não contaminadas favorecem a proliferação de gripes e resfriados. Neste período, a Dra. Rosana Richtmann, da SPI, recomenda que as pessoas evitem contato direto com outros indivíduos doentes (a transmissão ocorre durante cinco dias a partir do início do quadro clínico), higienizem frequentemente as mãos (com álcool gel ou água e sabão), usem lenços de papel para tossir e, principalmente no caso da gripe, se imunizem com a vacina.
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Marcas renovadas Laboratórios investem em novas apresentações de medicamentos maduros, fortalecem a marca e garantem bons resultados P o r Tâ n i a L o n g a r esi
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De um lado, a pressão de genéricos e dos similares. Do outro, pesquisas com custos cada vez mais altos e com riscos elevados do projeto de uma nova molécula que pode não chegar ao fim. Para escapar dessa encruzilhada, laboratórios investem em novas apresentações de medicamentos maduros. “Há um grau de incerteza sobre o investimento em novos medicamentos, o que gera uma espécie de crise de inovação. Atualmente, apostar nas marcas fortes é estratégico para a indústria farmacêutica”, acredita o gerente de produto – Dramin, da Nycomed, Luiz Marcelo Siqueira. O número de lançamentos de medicamentos inovadores vem caindo ano a ano. Segundo pesquisa da Deloitte, o investimento da indústria farmacêutica em pesquisa no fotos: shutterstock
indústria
car parcerias locais para investir em inovação no mundo caiu 29% em 2011 em relação ao O medicamento ano anterior. O estudo também revela que País. Enquanto isso, dá um tratamento inteligenmaduro carrega o estigma da marca é alta a mortalidade dos projetos em sua te aos medicamentos maduros.” consagrada fase final. No período analisado, o número Para o executivo da Nycomed, a marca continua sendo importante para os laboratórios. “A tendênmédio de produtos na última etapa de desencia é inovar dentro da própria molécula, lançando novas volvimento de cada empresa caiu de 23 para 18, enquanto o custo aumentou cerca de 20%. O viceapresentações, embalagens, dosagens, uma variação farmacotécnica da molécula”, analisa Siqueira. Líder no seg-presidente executivo do Sindicado das Indústrias mento, o medicamento Dramin é comercializado há 51 Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Sindusfarma), anos e, nos últimos tempos, vem passando por uma série Nelson Mussolini, não vê crise de inovação. “Atude transformações. “Buscando atender melhor à necessialmente os setores regulatórios estão mais exigendade do consumidor, lançamos a versão gotas e mais retes e o nível de conhecimento é muito maior, o que centemente o Dramin capsgel. Ao promover uma marca agiliza a descoberta de contraindicação. A tendênmadura, quanto mais elaborada for a transformação farcia é a pesquisa ficar mais cara, mas não diminuir”, macotécnica do produto, mais competitivo se torna.” analisa. Para o executivo, mesmo com a concorrênO medicamento maduro carrega o estigma da marca cia dos genéricos, que impacta na rentabilidade consagrada: de um lado é positivo, por ser conhecido da dos medicamentos referência, os laboratórios sabem população; do outro, enfraquece o receituário. Com a fórque vale a pena trabalhar com margens menores e mula diferente, o profissional médico passa a enxergar o investir na divulgação de produtos maduros. “Esse produto como uma nova opção terapêutica, valorizando movimento faz parte de um ciclo.” mais a marca. “Acreditamos que variações do mesmo tema “Não há crise. O cenário é positivo para a pesquitrazem energia nova para a marca. Esse é um bom caminho”, observa o executivo da Nycomed. Os medicamentos maduros representam um dos segmentos de mais rápido crescimento no mercado farmacêutico mundial e correspondem a aproximadamente 60% do mercado brasileiro. Na Pfizer eles fazem parte da estrutura sa de novas moléculas.” A afirmação é de Antonio de atuação da Unidade de Negócios Produtos Estabelecidos. É Britto, presidente executivo da Interfarma. “Os proesta unidade que promove os produtos maduros, que são jetos estão focados em doenças complexas, o que é um desafio. Acreditamos que as pesquisas manmedicamentos consagrados e já consolidados no mercado. terão seu ritmo, mas ficarão mais caras. A cada 10 “Se por um lado a Pfizer oferece medicamentos de inovação mil estudos, apenas uma nova molécula é lançada. voltados a doenças complexas, de outro, a companhia dispõe Isso faz com que o custo de novos medicamentos também dos produtos estabelecidos, essenciais para o traseja mais alto, algo em torno de 800 milhões de tamento de uma série de doenças”, lembra Adilson Montaneira, diretor da Unidade de Negócios Produtos Estabeledólares, uma vez que carrega o investimento daquecidos da Pfizer Brasil. les que não vingaram”, detalha Britto. A indústria Neste ambiente de muita pressão e mudanças, em que compromete de 12% a 15% da pesquisa. Se o setor o número de marcas e produtos aumenta dia após dia, os farma no mundo tem negócios em torno de 900 medicamentos maduros precisam cada vez mais assumir o bilhões de dólares, o volume destinado a pesquisa papel de provedores de informações e serviços para coné de 100 bilhões de dólares. Para o executivo, o sumidores, farmácias e profissionais de saúde. “Os medisetor vive uma entressafra de pipeline. “Observamos que as empresas globais estão empenhadas em buscamentos maduros, mais do que nunca, devem utilizar toda
Neste ambiente de muita pressão e mudanças, em que o número de marcas e produtos aumenta dia após dia, os medicamentos maduros precisam cada vez mais assumir o papel de provedores de informações e serviços para consumidores, farmácias e profissionais de saúde
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os medicamentos maduros representam um dos segmentos de mais rápido crescimento no mercado farmacêutico mundial e correspondem a aproximadamente 60% do mercado brasileiro a sua história e experiência para ajudar os consumidores em suas decisões relacionadas à saúde, auxiliar a cadeia de distribuição de medicamentos a melhorar a prestação de serviço e o gerenciamento de categorias e, sem dúvida, devem continuar a promover o conhecimento científico com profissionais de saúde”, pontua o gerente da linha de produtos Boehringer Ingelheim, Vinícius Santos. A Bayer HealthCare continua inovando e trazendo lançamentos ao mercado a cada ano. Neste momento, por exemplo, está lançando Xarelto®, uma molécula revolucionária na indicação de SPAF e VTE. Investe aproximadamente 15% de sua receita global em Pesquisa e Desenvolvimento. Além do compromisso com pesquisas em novas abordagens terapêuticas e desenvolvimento clínico de outros princípios ativos, também atualiza apresentações e posologias de produtos já comercializados. Esse desenvolvimento que acompanha os produtos objetiva a identificação de potenciais adicionais de um determinado princípio ativo em outras áreas de indicação, ampliando assim sua gama de aplicação. Isso inclui o aprimoramento de fórmulas e formas de administração já existentes.
Na prática Com relação aos medicamentos maduros, o trabalho da Pfizer é focado na promoção médica de algumas marcas, fortalecendo o ciclo de vida do produto. Um exemplo é o Viagra. Mesmo após o vencimento da patente do produto, a Pfizer não deixou de investir na promoção do medicamento. A redução de pre68
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ços e lançamento da apresentação de um comprimido Viagra é um exemplo de atividade da companhia para potencializar a atuação desses produtos no segmento. “Por outro lado, a Pfizer possui um pipeline robusto e vem conduzindo suas pesquisas em algumas áreas, tais como dor, biológicos e oncologia, e com isso deverá incrementar e agilizar os estudos clínicos, principalmente para aquelas moléculas em fases finais. Para 2012, a companhia pretende investir US$ 7,0 bilhões globalmente”, revela Montaneira. Já a Bayer está investindo bastante na expansão de marcas consolidadas, como é o caso do Bepantol, com o lançamento das linhas Derma, Baby, e Solução (para os cabelos), de Levitra, que passou a contar com a versão Levitra ODT (orodispersivel) apresentada em comprimidos que se dissolvem rapidamente na boca, sem a necessidade de água e com sabor de menta, e de Aspirina com sabor morango. “Não há dúvidas de que a inovação deva fazer parte da gestão de marcas maduras. Inovação não só nos produtos e em novas formas de apresentação, mas também na forma de se relacionar com profissionais de saúde, com quem consome estas marcas, e ainda com os profissionais do ponto de venda. Neste sentido, a Boehringer realiza um programa que leva informações atualizadas sobre diversos produtos e patologias a milhares de balconistas e farmacêuticos de todo o Brasil”, detalha Santos. Há um ano, o Ponstan (ácido mefenâmico) ganhou uma nova embalagem, mais moderna, que demonstra a preocupação da Pfizer em relação às mudanças da sociedade. O medicamento, um dos mais vendidos do Brasil para tratamento de dismenorreia primária (cólica menstrual), passou a ter caixa com novo layout na cor rosa, que se
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aproxima do público jovem feminino. Seu blíster também ganhou novo formato e acondiciona 24 comprimidos de 500 mg em cartelas, na cor laranja, com formato de flor. “A mudança de embalagens de produtos tradicionais como o Ponstan, que está há 40 anos no mercado, é necessária para acompanhar a trajetória dos próprios pacientes. Essas alterações também são significativas, pois dificultam a falsificação de medicamentos”, observa o executivo da Pfizer. Há 60 anos no mercado, a marca Buscopan, da Boehringer, também recebeu investimentos nos últimos anos. “É um bom exemplo de marca madura que continua fortemente na ativa. Mesmo com tanto tempo de mercado, a marca continua se expandindo e intensificando a comunicação com consumidores. Uma marca como Buscopan tem o papel fundamental de utilizar os melhores meios de comunicação para ajudar os consumidores no tratamento de dores e desconfortos abdominais”, revela. Investir em transformações farmacotécnicas de medicamentos maduros é uma forma de aumentar o
ta uma evolução no segmento de tratamentos para disfunção erétil. “No Brasil esta formulação é absolutamente inédita entre os medicamentos para disfunção erétil. Nós continuamos investindo em produtos maduros com o intuito de aumentar o portfólio e oferecer cada vez mais opções de tratamento aos nossos pacientes”, afirma Santos. Investir em novas apresentações é uma forma importante de proporcionar a consumidores e profissionais de saúde mais opções de tratamento. “Novamente, este é o papel das marcas maduras”, enfatiza o executivo da Boehringer.
No ponto de venda Para Rogério Lima, gerente de trade marketing da Boehringer Ingelheim, o desenvolvimento de uma estratégia 360° é fundamental. Primeiramente, a execução de merchandising no PDV ajuda a ativá-la na mente do consumidor. Displays no balcão são um ótimo exemplo que reflete este tema. “Além disso, a negociação com o PDV deve promover uma rentabilidade interessante e atraente ao farmacista. Afinal, o varejo, por sua origem, tem seus indicadores de rentabilidade cada vez mais apurados e monitorados. Não podemos nos esquecer também da equipe que fica atrás do balcão.
Não só o farmacêutico, mas também o balconista precisam saber as características de toda a linha. um trabalho eficiente nestes três pilares é fundamental para o sucesso das estratégias dos medicamentos maduros acesso ao medicamento, oferecer opções mais adequadas ao tratamento e bolso do consumidor, tornar a linha mais competitiva e até mesmo mais segura. “Motrin (ibuprofeno), por exemplo, ganhou recentemente nova apresentação e está disponível em embalagem com 12 comprimidos de 600 mg cada. A apresentação do produto foi reformulada para atender com a mesma qualidade pacientes que precisam de tratamentos curtos, como os que sofrem com febres e dores agudas. Assim, a companhia proporciona a mesma qualidade Pfizer, num tratamento de custo reduzido – cerca de R$ 1,02 por comprimido (R$ 12,33 a caixa com 12 unidades)”, detalha Montaneira. A Bayer acredita que sempre haverá espaço para medicamentos que ofereçam elementos que os diferenciem dos seus concorrentes. O lançamento de Levitra ODT é um exemplo disso. O medicamento, com sua formulação que dissolve na boca, represen70
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Não só o farmacêutico, conhecedor máximo dos medicamentos no PDV, mas também o balconista precisam saber muito bem as características de toda a linha. Portanto, um trabalho eficiente nestes três pilares é fundamental para o sucesso das estratégias dos medicamentos maduros”, explica Lima. Para a Nycomed, mesmo com medicamentos maduros que já têm um histórico no mercado, investir em visitação médica é tão importante quanto ação no PDV. Oferecemos treinamento dirigido aos farmacêuticos. Também nos preocupamos com o estoque da farmácia ou drogaria com o objetivo de evitar a ruptura do produto. “Gradualmente, espero que as inovações sejam as grandes estrelas do mercado”, revela Siqueira. Já a Pfizer confia na força de suas marcas, investe na promoção de seus medicamentos maduros e em estratégias de negócios diferenciadas, como o reposicionamento e a diminuição de preços de alguns produtos.
lesões musculares
Trauma direto
As lesões musculares causam edemas, dor, inflamação recorrente, além de contraturas. O tratamento pode ser feito com anti-inflamatórios, compressas locais, repouso Por lígia favoretto e, em casos mais graves, cirurgia
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Quedas, pancadas e torções são acidentes que podem desencadear lesões musculares quando há impacto direto e dano na estrutura. Existem também os mecanismos indiretos, como estiramentos e entorses, nos quais as fibras são prejudicadas pela ação mecânica sem um agente causador específico. As lesões musculares são as mais frequentes dentre as atividades físicas competitivas, podendo variar desde uma simples contusão até uma lesão muito grave, com ruptura musculotendínea. Uma das principais causas é a sobrecarga pelo exercício intenso ou em condições de fadiga. As lesões podem ocorrer em qualquer faixa etária, principalmente porque nos últimos anos tem aumentado muito o número de praticantes de atividades físicas. Em jovens, são mais comuns lesões nos chamados “atletas de fim de semana”, ou seja, praticantes ocasionais de exercícios físicos. Em ido-
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prevenção das lesões musculares A prevenção baseia-se em três pilares vitais à saúde do atleta amador ou profissional: Alongamento: apesar de existir muita controvérsia sobre o real benefício do alongamento, estes são eficazes visto que sua ação benéfica funciona também como um tipo de aquecimento. Aquecimento: este é sem dúvida extremamente benéfico, pois um músculo aquecido está mais bem protegido que um músculo frio. Fadiga: a receita para se ter uma lesão muscular é forçar o músculo que está cansado, que não teve uma boa noite de sono ou que está intoxicado com drogas, como o álcool. Fonte: Dr. Lafayette Lage, especialista em medicina desportiva e membro titular da SBOT fotos: shutterstock
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lesões musculares
níveis de estiramento e contusões A atual classificação das lesões musculares separa as lesões entre leve, moderada e grave a partir dos aspectos clínicos revelados. Estiramento e contusão leve (grau I): representam uma lesão de apenas algumas fibras musculares com pequeno edema e desconforto, acompanhados de nenhuma ou mínima perda de força e restrição de movimentos. Apesar de a dor não causar incapacidade funcional significativa, a manutenção do atleta em atividade não é recomendada, devido ao grande risco de aumentar a extensão da lesão. Estiramento e contusão leve (grau II): provocam um dano maior ao músculo com evidente perda de função (habilidade para contrair). É possível palpá-lo em um pequeno defeito muscular, ou gap, no sítio da lesão, e ocorre a formação de um discreto hematoma local com eventual ecmose dentro de dois a três dias. A evolução para a cicatrização costuma durar de duas a três semanas e, ao redor de um mês, o paciente pode retornar à atividade física de forma lenta e cuidadosa. Estiramento e contusão grave (grau III): uma lesão estendendo-se por toda a seção transversa do músculo e resultando em virtualmente completa perda de função muscular e dor intensa. A falha na estrutura muscular é evidente, e a equimose costuma ser extensa, situando-se muitas vezes distante ao local da ruptura. O tempo de cicatrização desta lesão varia de quatro a seis semanas. Este tipo de lesão necessita de reabilitação intensa e por períodos longos de até três a quatro meses. O paciente pode permanecer com algum grau de dor por meses após a ocorrência e tratamento da lesão. Fonte: Dr. Lafayette Lage, especialista em medicina desportiva e membro titular da SBOT
sos, as lesões são mais comuns nos que iniciam um programa de condicionamento sem orientação profissional. De acordo com o especialista em medicina desportiva e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Dr. Lafayette Lage, a lesão 124
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As lesões da fibra muscular pode ocorrer no musculares tipo corpo do músculo, na transição contusão e distensões tendem a ter boas músculo X tendão, ou somente chances de no tendão (“corda” que faz o recuperação osso se movimentar). “As lesões ocorrem em estado de fadiga do músculo, que, cansado, acumula toxinas e tem menor irrigação. Isso acontece normalmente em pessoas que se exercitam com o corpo cansado, sem fazer alongamento, sem se aquecer e sem respeitar os limites do próprio corpo, praticando atividades em excesso.” As lesões podem ser classificadas em traumas diretos (contusões – trauma do músculo) ou traumas indiretos (estiramentos ou distensões – ruptura de fibras da musculatura), necrose e feridas abertas (causadas por agentes lacerantes que rompem inclusive a pele). Além disso, são separadas entre leves, moderadas e graves, a partir dos aspectos clínicos revelados. A gerente médica da Franquia Músculo-Esquelética do Aché, Eliana Ogassavara Setani, explica que quando se trata de lesão muscular tipo estiramento ou distensão é sempre importante frisar que o condicionamento global do indivíduo é importante, sendo o alongamento muscular e o aquecimento pré-atividade física itens imprescindíveis para se prevenir possíveis lesões no âmbito esportivo e recreativo. “Há uma maior probabilidade de ocorrer lesão em atletas que atuam de maneira profissional ou em pessoas que praticam atividade esportiva com maior risco de contato físico ou traumas. Porém, quando consideramos lesões como o estiramento muscular ou distensão, quanto melhor o condicionamento e capacidade de alongamento, menores serão as chances de ocorrência das lesões. Pessoas descondicionadas, se submetidas a esforço demasiado de forma súbita, terão maior chance de lesão, sobretudo com o envelhecimento associado.” A médica diz ainda que, de maneira geral, as lesões musculares tipo contusão e distensões mais cotidianas tendem a ter boas chances de recuperação, poucas vezes deixando sequelas consideráveis, no entanto, a gravidade da lesão deve ser avaliada para que o tratamento adequado possa ser administrado. “Se tratadas, as lesões têm uma chance muito maior de recuperação, próxima dos 100%. Os pacientes também devem compreender que a gravidade da lesão acarreta diferentes tempos de recuperação, assim como diferentes abordagens terapêuticas.” Quando negligenciadas, qualquer tipo de lesão pode
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lesões musculares
causas diversificadas Existem diversos tipos de lesões musculares. Elas podem ser divididas em lesões decorrentes de causas intrínsecas e extrínsecas. Causas extrínsecas: quando um agente atua de maneira inesperada sobre o músculo, vencendo sua resistência, ocorre a lesão popularmente chamada de contusão. A lesão se agrava quando o objeto agressor encontra, simultaneamente, o músculo em estado de contração. Causas intrínsecas: entre elas destacam-se as câimbras, contraturas musculares, estiramentos e rupturas musculares. As câimbras e contraturas musculares são disfunções musculares sem lesão anatômica das fibras e relacionadas a vários fatores, sendo o mais importante deles a fadiga muscular. As câimbras musculares são contrações voluntárias que se tornam permanentes e que regridem quando há o alongamento da musculatura atingida. A contratura muscular caracteriza-se pelo aparecimento de espasmos musculares tônicos que desencadeiam dor muscular à palpação, causando edema e deformidade focal do músculo, geralmente por fadiga da musculatura ou hipersolicitação de fibras musculares pouco preparadas. A ruptura muscular total é também causada pela falta de sinergismo muscular ou uma forçaresistência de grande intensidade, observando-se deformidade, dores intensas e impotência funcional. Fonte: Fernando Martins, gerente de produto da linha músculo-esquelética da FQM
levar a complicações. As lesões musculares não são uma exceção. As contusões ou estiramentos tratados de forma caseira, sem respeitar o período de repouso ou cuidados específicos, podem causar lesões mais severas ou estados dolorosos cronificados. No caso de ruptura grave do músculo, podem ocorrer deformidades permanentes ou atrofia da região acometida, com impotência funcional permanente e dor crônica. 126
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Prevenção e tratamento A maioria das lesões é causada por traumas externos que produzem lacerações ou contusões musculares, provocando alterações do metabolismo celular muscular. O gerente de produto da linha músculo-esquelética da FQM, Fernando Martins, pontua que, quando ocorre uma lesão, há um processo de cicatrização e recuperação das fibras musculares. “A cicatrização do múscu-
lo esquelético segue uma ordem constante, sem alterações importantes conforme a causa. Três fases ocorrem neste processo: destruição, reparo e remodelação.” O Dr. Lage ressalta que no processo de regeneração muscular existem duas etapas. A primeira delas é a inflamação local secundária, seguida da degeneração e necrose de fibras musculares. “É necessário minimizar o processo inflamatório com o uso de gelo e de medicação, além do repouso relativo. Após 48 horas, células da limpeza do material estragado (macrófagos) entram em ação e novas células musculares (células miogênicas) começam a surgir iniciando o processo de regeneração (segunda etapa).” Segundo informa o executivo da FQM, o tratamento imediato padrão para a lesão músculo-esquelética é o princípio PRICE (Proteção, Repouso, Gelo ou Ice, Compressão e Elevação). “Justifica-se o uso deste princípio por ser prático, visto que as cinco medidas têm por objetivo minimizar o sangramento do sítio da lesão. Após este tratamento imediato, novas medidas podem ser tomadas pelo médico do paciente e incluem mobilização do membro, compressas externas, analgésicos e anti-inflamatórios, relaxantes musculares, fisioterapia e, em casos extremos, cirurgia.” Os medicamentos anti-inflamatórios atuam aliviando a dor, o edema e a inflamação. Muitos pacientes chegam às farmácias e drogarias buscando alternativas rápidas e acabam se automedicando. Segundo informa a Dra. Eliana, do Aché, farmacêutico e balconistas devem orientar os clientes a buscarem ajuda médica. Caso o paciente já tenha passado por consulta, devem auxiliá-lo no uso do medicamento prescrito pelo especialista, seguindo a prescrição, como horários, doses e duração do tratamento. O laboratório disponibiliza diclofenaco em aerossol. Trata-se de um anti-inflamatório local, não hormonal, cuja ação se deve aos bloqueios da síntese de prostaglandinas, substâncias-chave do processo inflamatório. “A forma em spray destina-se aos casos nos quais se deseja uma abordagem localizada da ação anti-inflamatória. Sendo assim, é indicada nos casos de contusão muscular aguda. Exemplos: contusões e entorses em atividades esportivas. Quando a ação anti-inflamatória desejada precisa ter ação sistêmica, esta apresentação não é adequada”, diz o gerente de produto Biofenac Aerossol, Rodolfo Basano. A FQM aposta no clonixinato de lisina, um anti-inflamatório oral de ação predominantemente analgésica, com perfil de tolerabilidade gástrica e rápido início de ação associado à ciclobenzaprina, relaxante muscular de ação central que reduz o espasmo muscular sem ação direta sobre
movimento de risco Localização das lesões mais frequentes durante a prática de esporte, no exemplo, futebol:
cabeça e coluna cervical 1,9% ombro 1,5% braço 3,3%
coluna 3,9% quadril 10,2% bacia 0,4% coxa 34,5% coxa posterior 1,8% joelho 11,8%
tornozelo 17,6% pé 6,9%
quem mais se machuca 60% meio de campo, centroavante e ponta quem menos se machuca 8% goleiro
Fonte: SBOT
50% das lesões são causadas por trauma direto (pancadas) 40% são distensões musculares jogadoras se machucam de 2 a 9 vezes mais que os homens
o músculo, com isso, sem interferência na força muscular. O princípio ativo atua inibindo a cascata inflamatória e consequente produção de prostaglandinas, responsáveis pela dor, edema, hiperemia e calor da musculatura acometida. A ciclobenzaprina age na medula, no sistema nervoso central, reduzindo o tônus muscular e, com isso, o espasmo muscular associado. Como métodos preventivos, diversas medidas podem ser tomadas, dentre as principais estão alongar e aquecer os músculos antes e depois de atividades físicas, usar calçados adequados, manter boa hidratação e alimentação. 2012 abril guia da farmácia
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pesquisa
Canal em destaque
Consumidor busca em farmácias e drogarias produtos mais sofisticados de higiene pessoal e beleza. Setor ganha destaque e registra crescimento acima da média do varejo P o r tâ n i a l o n g a r esi
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Com mais dinheiro no bolso, bem informado e preocupado com as questões relacionadas ao bem-estar, consumidor brasileiro muda seu perfil de compra. A pesquisa da Nielsen Mudanças no Mercado Brasileiro de 2012 revela que houve uma ampliação da oferta de produtos de maior valor agregado e que trazem benefícios ao usuário. A boa notícia é que farmácias e drogarias vêm ganhando a preferência do shopper. Para analisar o comportamento do consumidor no canal farma, a Nielsen divulgou dados exclusivos para o Guia da Farmácia. Nas vendas das categorias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPC), farmácias e drogarias aumentam a participação frente aos supermercados (autosserviço). Em 2011, autosserviço registrou um crescimento nominal de 8,4% em relação ao ano anterior. No mesmo período, o canal farma teve um incremento de 9,1%. E são as redes de drogarias que sustentaram esse bom índice de vendas de produtos de higiene pessoal e beleza. Do total das vendas de HPC no varejo, o crescimento das cadeias foi de 14%, já das farmácias independentes, 4,7%. “Essa diferença entre redes e farmácias independentes está diretamente ligada ao sortimento. Com um consumidor mais exigente e com mais renda, a foto: shutterstock
busca é por produtos diferenciados, facilmente encontrados em cadeias de drogarias”, explica a coordenadora de atendimento do varejo da Nielsen, Fernanda Nakazaki. Os dados do estudo exclusivo Retratos do Canal Farma 2012 confirmam uma tendência do varejo: o shopper é multicanal. “Mas, embora realize suas compras em diferentes canais (supermercados, farmácias, perfumaria ou porta a porta), ele tem muito claro o que buscar em cada tipo de loja”, alerta o diretor de varejo da Nielsen, Olegário Araújo. Cabe a cada segmento do varejo buscar sua vocação para sobressair frente à concorrência. “O arriscado é cumprir o mesmo papel dos demais canais. É preciso entender os atributos do ponto de venda. O consumidor olha os canais como complementares”, observa. Ao analisar o mix e o desempenho dos itens de HPC em redes de drogarias e supermercados, dados da Nielsen comprovam que, em relação ao sortimento, no canal farma 55% do mix é formado por marcas premium, um índice duas vezes superior ao registrado no autosserviço. As categorias de HPC também são 58% mais competitivas em comparação ao canal supermercado, ou seja, apresentam preços melhores. “O consumidor procura lojas com sortimento mais amplo. Lojas de redes têm espaço e dedicam atendimento especializado na venda de higiene pessoal e beleza”, detalha Fernanda. As regiões de destaques no incremento das vendas de HPC em farmácias e drogarias são Grande São Paulo (14,4%), interior de São Paulo (13,8%), Sul (11,7%) e Nordeste (9,2%). No geral, oito categorias contribuíram com 80% do resultado do canal farma. São elas: bronzeadores, fraldas, pós-xampu, creme para pele, sabonetes, tinturas, desodorantes e xampu. Dessas oito, desodorantes, fraldas e tinturas cresceram abaixo da média do setor, mas aparecem como destaques devido ao grande volume comercializado. Já as categorias absorventes higiênicos, cremes para assadura e modificadores de cabelo apresentaram retração e perderam mercado para o autosserviço e perfumaria. Com um mix de higiene e beleza diferenciado, farmácias e drogarias conquistaram 10% a mais de consumidores em 2011 em relação ao ano anterior, o que representa 1,6 milhão de consumidores a mais em 2011. Nesse período, os clientes do canal também gastaram 12% a mais. O índice de shoppers mais assíduos (que realizam recompra) também aumentou e chegou a 72% no período analisado.
hpc no varejo O canal farma apresentou o maior crescimento impulsionado pelas lojas de redes
Autosserviço ∆ 8,4%
Farma/Perfumaria ∆ 9,6%
% Contribuição para o Crescimento
Redes Farmácias 21%
Perfumaria 23%
Farma Independente 21%
Tradicional ∆ 2,4%
Redes x independentes O itens de destaque em redes e farmácias independentes são bem diferentes. Enquanto nas cadeias de farmácias e drogarias as categorias que apresentam o maior destaque são bronzeadores, fraldas, cremes para pele, desodorantes, sabonete, xampu, lenço umedecido e pós-xampu, nas farmácias independentes a tintura é a grande fortaleza. Faz todo sentido, pois o consumidor das redes é formado pelo público de classe média e alta, o que justifica a busca por produtos premium. Já boa parte dos consumidores das independentes é for-
Cesta de Higiene e Beleza – % Importância 2011, Variação Nominal 2011 vs 2010 e Contribuição para o Crescimento Valor Fonte: Nielsen/Retail Index
2012 abril guia da farmácia
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pesquisa
destaques de peso das categorias no canal farma Oito categorias responderam por cerca de 80% do crescimento do canal. Já três categorias apresentaram retração.
Aumentaram a participação • Higiene e Beleza: 9,1% • Bronzeador: 19,8% • Fralda descartável: 8,6% • Pós-xampu: 12,9 • Cremes para pele: 13,7% • Sabonete: 12,9% • Tintura e rejuvenescedor para cabelos: 8,6% • Desodorante: 6,5% • Xampu: 9,9%
–
Diminuiram a participação • Absorvente higiênico: -2,9% • Creme para assadura: -1,1% • Modificador de cabelo: -4,0%
+
Fonte: Nielsen – Retratos do Canal Farma 2012
mada pela população das classes média e de baixa renda, um público que opta por realizar tratamentos de beleza na própria residência. Ao analisar o peso de cada categoria entre os diferentes canais do segmento farma, creme para pele é bem explorado nas redes, com 10,9% de crescimento, enquanto nas independentes o índice é de 3,5%. “Se o consumidor busca praticidade e valor agregado, sabe que encontrará em grandes drogarias”, exemplifica Fernanda. Se o objetivo for encontrar um sortimento amplo de HPC, o local escolhido será uma perfumaria. Já o porta a porta continua representando um grande concorrente para o canal, pois reúne produtos exclusivos, muita conveniência e atendimento único. Hoje, a cada 100 lares, 70 compram pelo menos um item no porta a porta; 60 em farmácias e 44 em perfumaria. Para se ter ideia da dimensão da importância do canal porta a porta, basta lembrar que ele é responsável por 76% das vendas do total da categoria de cremes para a face. O desempenho da categoria de higiene oral é uma prova de que o consumidor tem muita clareza do papel de cada canal de compra. Em supermercados e cash carry (atacarejo), o shopper busca por produtos básicos, enquanto nas farmácias a preferência é por cremes dentais que agregam funções, como os clareadores. 60
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Ter acesso a esses dados é importante para planejar como posicionar a farmácia ou drogaria perante seus concorrentes. “É preciso ter claro que esse consumidor está mais exigente e muito menos tolerante. Caso não encontrem o produto desejado no ponto de venda, mudam de loja, isso num total de 33% deles”, alerta Araújo. No Nordeste, o consumidor é ainda mais infiel à loja. “O índice de fidelidade à marca no Nordeste chega a 47%, bem acima da média Brasil. Mas se o shopper não encontra o produto desejado, troca de loja”, detalha. A dica para o varejista do canal farma é manter um bom sortimento e opções de marca dentro da loja, revisando o estoque frequentemente. Araújo acredita que o setor necessita melhorar sua produtividade. “É preciso ter o produto certo, na hora certa e no lugar certo. Mais do que nunca trabalhar com o nível de estoque adequado passa a ser fundamental, nem mais, nem menos. Para ser sustentável do ponto de vista financeiro isso é fundamental.” A melhoria de produtividade e gestão passa, necessariamente, por um investimento em tecnologia. “E não adianta ter tecnologia moderna se o cadastro é ruim; tem de usar corretamente o código de barras, não permitir, por exemplo, que a operadora registre dois produtos com mesmo preço em um único código de barras. Uma atitude simples e até corriqueira do responsável pelo caixa pode resultar em uma falha no estoque. Há espaços para melhorar, como investir em atendimento e procurar aumentar a produtividade para ter mais rentabilidade”, conclui Olegário Araújo.
Ponto de venda
Margens
danificadas
Produtos vencidos, furtos e erros operacionais estão entre os principais problemas das perdas do varejo brasileiro
D
De tudo o que o varejo brasileiro fatura, 1,75% vai para o ralo. Esse é o resultado da pesquisa Identificação e Mensuração das Perdas do Varejo Brasileiro, realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). Se o índice for aplicado ao faturamento total do setor, é possível afirmar que o montante das perdas no Brasil equivale ao faturamento de uma grande rede de hipermercados, algo em torno de R$ 16.400 milhões. A pesquisa envolveu mais de 2.500 lojas
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Por tânia longaresi
dos segmentos farma, material de construção, supermercado, entre outros. As perdas das farmácias e drogarias ficaram abaixo da média do setor. A forma diferenciada de vendas assistidas e o investimento nas categorias de higiene pessoal e beleza são alguns dos fatores que explicam o baixo índice do canal farma. Entre as principais causas das perdas estão quebra operacional (32%); furto externo (20%); furto interno (16%); erros administrativos (14%) e fornecedores (9%). A principal causa do problema (quebra operacional) aponta que 28% são devidos a produtos com validade vencida; 21%, a produtos danificados por clientes; 21%, a produtos dafotos: shutterstock
Ponto de venda
causas de perdas
9%
20%
32%
16%
9%
14%
furto externo furto interno erros administrativos fornecedores quebra operacional outros ajustes Fontes: Ibevar/Felisoni Consultores Associados/Provar nificados por colaboradores; e 13%, a embalagens vazias cujo conteúdo foi furtado ou violado. Medicamentos ocupam o primeiro lugar da lista de produtos furtados. Entre os 12 produtos mais roubados, destacam-se também itens de higiene pessoal e cosméticos; aparelhos de barbear, protetores solares e desodorantes.
A pesquisa Na amostra, o maior número de lojas é de farmácias e drogarias, com 1.267 unidades (49%), seguido por supermercados com 849 pontos de venda (33%). Do total, 40% das lojas pesquisadas ficam na região Sudeste, 28% no Nordeste, 22% no Sul, 8% no Centro-Oeste e 2% no Norte. No comparativo entre os segmentos, supermercados foram os que apresentaram o maior índice de perdas, com 2,26%, ficando acima da média do varejo como um todo. Farmácias e drogarias apresentaram o menor índice, apenas 0,52% do faturamento líquido, e material de construção ficou 74
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próximo da média, com 1,81%. A pesquisa levantou quais as principais medidas adotadas pelas empresas em prevenção de perdas. Entre os equipamentos mais utilizados, 68% das lojas usam o alarme de segurança, seguido por sistema de aprovação de cheques e sistema de gravação digital, ambos com 52%. O investimento em equipamentos de segurança difere muito entre os diferentes ramos do varejo. Ele é mais elevado nas farmácias e drogarias e mais baixo nos supermercados, com 0,33% e 0,04% do faturamento líquido investido em equipamentos, respectivamente. A média de investimento do varejo em equipamentos é de 0,15% do faturamento líquido. Em relação aos programas adotados na prevenção de perdas, o treinamento de colaboradores é o mais utilizado pelas empresas que participaram da pesquisa. 39% delas afirmaram usar esse método para prevenir perdas. A segunda ação mais usada é a introdução de processos mais cuidadosos no recrutamento e seleção, com 30%, seguido por elaboração e divulgação de uma política de prevenção de perdas, com 25%. Outras ações bastante usadas são: comunicação de prevenção de perdas, como mural de avisos e jornais (24%); participação nos lucros e remuneração variável atrelada aos resultados de perdas (20%) e concursos de redução de perdas com premiações (16%) e telefone de denúncias (12%). A média do valor investido nesses programas é de apenas 0,008% do faturamento líquido. Esse número varia entre os segmentos. Farmácias e drogarias, por exemplo, investem abaixo da média do setor, com apenas 0,004% do faturamento líquido em programas de prevenção de perdas. Do orçamento total destinado à prevenção de perdas, 44% vai para equipes terceirizadas. Equipamentos são o destino de 30% do orçamento total da área. Salários próprios têm destinado a eles 17% do orçamento. Uma das soluções mais adotadas pelas empresas pesquisadas é o controle do inventário (92%); controle das operações de troca (80%) e controle de operações de desconto (76%). Mesmo sendo um problema que diminui a lucratividade da empresa, somente 41% registram quando pegam flagrantes de furto na loja. Esse índice em farmácias e drogarias é maior, 67%.
Perdas em farmácias Com o objetivo de avaliar as causas e os impactos das perdas no faturamento total de uma loja, o Ibevar, em parceria com o Provar e a Nielsen, realizou um estudo de-
Ponto de venda
Produtos mais furtados
15,5%
5,8% 4,9% 3,9% energéticos
protetores solares
lâminas de barbear
hpc
Medicamentos
4,9%
desodorantes
5,8%
Fontes: Ibevar/Felisoni Consultores Associados/Provar
talhado em uma rede de farmácias e drogarias presente no município de São Paulo. A rede, da qual o nome não foi revelado, possui 83 lojas na região. O canal farma é hoje o segmento que apresenta o menor índice de perdas do setor varejista. As características da sua operação contribuem para esse resultado. “O setor investe na venda assistida e tem como estratégia entregar cestas de com-
índice de perdas. “Isto não quer dizer que a rotatividade deva ser valorizada, mas sim que o processo de seleção necessita ser mais eficiente”, alerta Felisoni. Ao analisar as perdas no total do varejo, medicamento é apontado como o produto mais furtado. Quanto maior o foco e número de medicamentos comercializados, maior o índice de perdas. Já as farmácias e drogarias que investem na ampliação do mix de produtos de higiene pessoal e beleza acabam, simultaneamente, reduzindo o índice de perdas. “Lojas que investem em perfumaria costumam ter mais funcionários dedicados à venda assistida, o que acaba inibindo furtos dentro da loja”, explica Felisoni. Outras variantes são a média de clientes da loja em um mês e o número de checkouts. Nos dois casos, quanto maiores forem, maior a probabilidade de perdas. Em relação às perdas financeiras em farmácias, o estudo aponta que fraudes com cheques estão entre os principais problemas seguidos por fraudes com cartões de crédito e diferenças de caixa.
Lojas que investem em perfumaria costumam ter mais funcionários dedicados à venda assistida, o que acaba inibindo furtos dentro da loja pras aos clientes. Uma abordagem simples, mas com resultados preventivos”, observa o diretor do Ibevar, Claudio Felisoni. O estudo de caso na rede de farmácias chegou à conclusão de que quanto maior o tempo médio de experiência do total de funcionários da loja, maior o 76
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