ano Xx • nº 246 maio de 2013
Invasão Estrangeira
A chegada dos EUA ao varejo farmacêutico brasileiro aconteceu por meio da aquisição de 80% das ações da Drogaria Onofre pela rede norte-americana CVS Caremark. O negócio está estimado em R$ 670 milhões
editorial
Foi dada a largada Depois de diversos questionamentos e período de silêncio, a compra de 80% da Drogaria Onofre, pela americana CVS Caremark, aconteceu. A tão esperada chegada estrangeira ao mercado de varejo farmacêutico brasileiro foi anunciada no último mês de fevereiro. O negócio estimado em R$ 670 milhões é tido como o pontapé inicial para que outras empresas estrangeiras entrem no mercado nacional. A CVS Caremark é uma gigante americana que no ano passado obteve lucro líquido de US$ 7,5 bilhões. As vendas da empresa bateram a casa de US$ 123,1 bilhões no país no período. O valor foi 15% superior aos números de 2011, apesar da crise que ainda assola os Estados Unidos. A entrada desse novo player no mercado brasileiro deve trazer modernização, já que a CVS é referência mundial em design, produtos e serviços. Nesse modelo, medicamento é só um detalhe. Biscoitos, sucos, refrigerantes, souvenirs, moletons, camisetas, material de limpeza e até produtos eletrônicos, como máquinas fotográficas, celulares e
DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-chefe Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) assistente de redação Flávia Corbó EDITORas de arte Mariana Sobral e Larissa Lapa Assistente de arte Junior B. Santos DEPARTAMENTO COMERCIAL executivas de contas Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) 4
televisores, podem ser adquiridos nessas lojas, contudo, o modelo norte-americano esbarra em sérias restrições sanitárias no Brasil. O momento é de grande expectativa, o que tem feito com que muitos varejistas repensem seu posicionamento e forma de atuação, até que se veja, de fato, o que mudará e o que continuará como está. Acompanhe as opiniões de diversos especialistas do mercado sobre o assunto na matéria de capa desta edição e não fique para trás. A onda de fusões e aquisições pode estar entrando num novo patamar. O Aché está na mira dos grandes grupos de investimento e pode ser o próximo negócio a ser fechado no Brasil. O repórter Rodrigo Rodrigues acompanhou de perto essa movimentação e apresenta todas as especulações na matéria Xadrez mercadológico. Você poderá ainda ler sobre a evolução do e-commerce, conferir o ranking da Abrafarma, uma pesquisa inédita sobre o perfil do consumidor, entre outros assuntos. Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe
coordenador DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri
Colaboradores da edição Revisão Maria Stella Valli Textos Egle Leonardi, Kathlen Ramos, Marcelo de Valécio, Raquel Sena e Rodrigo Rodrigues Colunistas Carlos Eduardo Gouvêa, Gustavo Semblano, Luiz Fernando Sambugaro, Rafael D’Andrea, Silvia Osso e Vivian Schivartche
DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício
IMPRESSÃO IBEP
ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta
capa Shutterstock
assistentes do Comercial Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE assinaturas Morgana Rodrigues
Marketing e Projetos Luciana Bandeira
O negócio estimado em R$ 670 milhões é tido como o pontapé inicial para que outras empresas estrangeiras entrem no mercado nacional
> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.
analista de marketing Lyvia Peixoto
guia da farmácia maio 2013
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sumário #246 maio 2013
e mais
176 28 > atualidade As possibilidades de oferta para a venda do Aché Laboratórios geraram a expectativa de uma nova onda de fusões entre os fabricantes de medicamentos no Brasil
40 > Retrospectiva Mapa de fusões e aquisições mostra a movimentação do mercado farmacêutico brasileiro nos últimos anos
50 > tendência CAPA
A compra da Onofre pela rede americana CVS Caremark pode trazer mudanças ao varejo nacional. Especialistas debatem sobre o futuro do setor
08 12 16 22 64 76 96 103
> guia on-line > entrevista > Antena Ligada > Atualizando > Guia da Farmácia Responde > consumo > conjuntura > mercado
Caderno Saúde 113 120 123 130 140 146
> alergias respiratórias > artigo > avc > saúde ocular > Dislipidemia > insuficiência cardíaca
155 161 166 170 176 180 186 192 198 202 210
> Ponto de venda > Categoria – Mips > Categoria – polivitamínicos > pele > beleza > categoria – esfoliação > sortimento > oportunidade > Mix > sempre em dia > Serviços
colunas
68 > pesquisa Estudo realizado pelo Datafolha/ICTQ revela o perfil dos compradores de farmácias e drogarias no Brasil
90 > evolução O comércio eletrônico é uma realidade. Quem ainda não embarcou no mundo de compras virtual precisa preparar-se ou ficará para trás
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26 > Varejo Silvia Osso 38 > Cenário Rafael D’Andrea 48 > prevenção Luiz Fernando Sambugaro 86 > regulatório Carlos Eduardo Gouvêa 89 > Consultor Jurídico Gustavo Semblano
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Males do coração Saiba como funciona o marca-passo, aparelho criado para regular o ritmo cardíaco por meio de estímulos elétricos.
Medicamento não é doce Saúde ocular Conheça dados da prevalência de doenças da visão na população brasileira. É possível prevenir-se?
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Mesmo sendo vendidos sem receita médica, os MIPs ainda representam riscos de interação medicamentosa e devem ser tomados de acordo com as orientações do fabricante.
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o que rola nas redes sociais
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medicamentos terão código de barras inteligente
Medida é considerada arma contra falsificação
Reajuste de medicamentos. Sua farmácia já está atualizada? Consumidor deve ser informado sobre reajuste dos medicamentos e é obrigação da farmácia manter a lista atualizada
sua opinião é muito importante para nós Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!
para trás do balcão
Eu não acredito. É um retrocesso da Anvisa. Medicamentos, mesmo sem prescrição, não são presente nem roupa, que devem ficar expostos. Isso só é bom para as redes que vendem seus produtos como se fossem bananas. Medicamento tem de ser vendido junto com instruções. Marcelo Eduardo Borges Rodrigues em resposta à nota Venda de medicamentos sem receita fora do balcão divide opiniões, publicada no Facebook do Guia da Farmácia
farmácia on-line
Adorei o post! Usar a internet a favor da empresa na relação com o público-alvo não somente é uma ferramenta útil, como é agradável aos olhos do cliente, afinal, ele ganha voz diante da empresa, sentindo-se importante e tendo cada vez mais vontade de atuar diretamente no relacionamento com ela. Artmix Web em resposta à matéria Comunicação Digital, publicada no Portal do Guia da Farmácia
orgulho da profissão
Anti-inflamatórios na mira da receita
Finalmente encontrei um espaço para falar a esse respeito. É um absurdo o que andam fazendo com o profissional farmacêutico que trabalha no comércio varejista nos últimos anos. Colocam o farmacêutico como um simples balconista, sem falar do caixa. Ele não tem uma área reservada para a realização das suas atividades profissionais – caso algum cliente precise falar com ele, terá de fazê-lo no balcão na frente de todos. As universidades deveriam preparar o farmacêutico para atuar no segmento varejista e a legislação deveria impor que este profissional tivesse um local reservado para prestar atenção e Assistência Farmacêutica. Ana Lucia Ribeiro em resposta à matéria Reconhecimento Profissional, publicada no Portal do Guia da Farmácia 2013
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entrevista - eduardo de almeida salles terra, ibevar
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fotos: fotos: felipe DIVULGAÇão mariano
Tendências
internacionais O evento NRF – National Retail Federation –, realizado anualmente em Nova York, dita as regras de atuação para o varejo mundial Por lígia favoretto
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Diante de um mundo que se globaliza em velocidade assustadora, é preciso correr atrás e analisar quando e como investir. As possibilidades de atuação são diversas. A pedida do momento, ou melhor, dos consumidores é a integração entre canais. O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar), Eduardo de Almeida Salles Terra, fala com exclusividade ao Guia da Farmácia sobre a chegada do Omni Channel.
Guia da Farmácia • Por que a NRF se torna tão importante para o Brasil? As tendências sempre serão buscadas no exterior ou hoje o Brasil já é formador de suas próprias tendências? Eduardo de Almeida Salles Terra • A gente não pode deixar de lembrar que o mundo se globalizou e se globalizou de uma forma muito intensa, então é um erro a gente achar que precisa ter um evento 2013 maio guia da farmácia
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como estão hoje. O Omni Channel é o nome que foi dado, Omni vem do latim, significando todos, e Channel do inglês canais, para que se implante uma atuação multicanal, de forma única e integrada. Guia • Na prática, por que não se faz isso? Terra • Cada canal tem uma realidade. A Amazon, por exemplo, trabalha com 25 milhões de itens, o Walmart com 80 mil itens. Como vou integrar o sortimento de uma loja física com a virtual? O custos da internet muitas vezes são inferiores aos da loja. Como vou ter o mesmo preço? Se há diversidade de itens entre um canal e outro, como vou trocar um produto comprado pela internet, na loja física? O desafio é justamente fazer esses ajustes. Talvez eu não possa ter os 25 milhões de itens na loja, mas eu posso dar acesso a eles. Na loja física você pode ter acesso ao ambiente virtual da empresa. Você compra na loja física o que existe na internet para retirar depois, pagando na loja normalmente. Guia • O consumidor reconhece essa diferença entre canais ou ele quer simplesmente ser atendido? Terra • Cada vez menos ele entende que são coisas diferentes e ele não deixa de ter razão. Ele diz o seguinte: não é a Raia Drogasil, não é a Pague Menos, não é Ultrafarma? Então quero meu problema resolvido. Uma solução seria colocar um nome diferente para canais de internet,
por exemplo. Só que, nesse caso, se perderia todo o investimento de marketing. Guia • Você sente que o varejo farmacêutico quer fazer esse tipo de ajuste? Terra • Ele quer fazer, está desesperado. Ele vê consolidação, grandes grupos se formando, fusões, aquisições e internacionalização, como a chegada da CVS. Então o médio está olhando e pensando: a CVS vai chegar aqui e impor seu modelo de negócio. Acredito que esteja todo mundo correndo atrás; se alguém ficar acomodado, estará errado. As pessoas precisam sair na frente, correr rumo ao objetivo. Guia • As farmácias brasileiras querem mesmo ser iguais aos pontos de venda americanos, tão falados, admirados e tidos como exemplo? Terra • Não. Os executivos buscam o que há de melhor em cada lugar. Não vejo nenhuma luz indicando que o varejo farmacêutico no Brasil se globalizará e chegará um dia a ser igual a esses modelos. A única certeza que a gente tem hoje é que as mudanças acontecem em uma velocidade impressionante. Quem não estiver atento a elas ficará para trás rapidamente. Antes, as coisas mudavam a cada dez anos; hoje, elas acontecem todos os anos. É preciso saber quando investir. Nem antes, nem depois. 2013 maio guia da farmácia
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entrevista - eduardo de almeida salles terra, ibevar
brasileiro para falar de Brasil. Precisamos, sim, ter eventos brasileiros para falar das especificidades do País. Os temas de lá são pertinentes para cá, tanto que este ano, dos 27 mil participantes, cerca de 1.500 eram brasileiros e este é um número que dá quase um evento à parte. Outra coisa importante é que existe o evento confinamento, ou seja, 1.500 representantes brasileiros reunidos em uma cidade possibilitam encontros, convivências e trocas, ações que formam um subproduto. Eu consigo conversar com pessoas lá que aqui eu não consigo o ano inteiro. Se o evento fosse em São Paulo, as pessoas se dispersariam. Existe esse efeito e esse é um fenômeno mundial. Os palestrantes são cada vez mais globais e na questão tecnologia, que é um dos vetores fortes, as principais empresas lançam suas novidades lá. Guia • Quem são os brasileiros que vão a esse evento? O que eles aprendem e aplicam aqui? Terra • Eu posso te dizer que são os líderes formadores de opinião. Dos 1.500, 1.000 são turistas, pessoas que ganharam um prêmio de um fornecedor, que nunca tinham ido antes para os EUA, e provavelmente esse grupo está mais a passeio. Mas você tem pelo menos 200 pessoas, que são donos ou executivos de primeira linha das empresas de varejo. Então, é possível influenciar quem está na liderança. Por exemplo, das 100 maiores empresas de varejo do Brasil, mais da metade estava representada por alguém. Guia • Quem tem adaptado as tendências para cá? Só os grandes ou os pequenos e médios varejistas também? Terra • Algumas das tendências, que têm a ver com grandes investimentos, como tecnologias, de fato começam nas grandes e vão descendo para os pequenos. Por exemplo, com a tecnologia da informação, é possível usar dados de clientes para promover ações no ponto de venda; claro que quem tem estrutura menor tem menos condições. A Retail Analytics é a parte analítica das informações para o varejo. O exemplo mais conhecido para isso é o da fralda com cerveja, da 7-Eleven. Quando começaram a monitorar quem é o cliente e quais são os tíquetes, eles descobriram que a partir das 17h00 havia pico de vendas de fraldas. Cruzando as informações para identificar quem era o cliente, descobriu-se que eram homens, recém-pais, que saindo do trabalho recebiam um telefonema da esposa pedindo para comprar fraldas. Ao entender quem era esse público, viram que é um público que toma muita cerveja em casa, porque não pode sair, só que não comprava a cerveja nessa loja, daí veio a ideia 14
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‘‘Os executivos buscam o que há de melhor em cada lugar. não vejo nenhuma luz indicando que o varejo farmacêutico no brasil se globalizará e chegará um dia a ser igual aos modelos americanos’’ de fazer promoções com cerveja perto das gôndolas de fraldas; as vendas explodiram. Quantas situações idênticas existem no ponto de venda e estão escondidas? Esse é um exemplo que está além do óbvio, queijo ralado com macarrão, ou fraldas com o lencinho umedecido. Essas oportunidades existem e se tornam tendências porque se consegue elevar o negócio, ter uma penetração junto ao cliente usando para isso apenas informação. Guia • O principal objetivo é que o varejista tenha um banco de dados e saiba quem é o consumidor? Terra • E as ferramentas de análise. Não adianta ter as informações se não tiver como analisar. Independentemente de investir na ferramenta, é preciso tratar com disciplina e responsabilidade os dados sobre tíquetes e cadastro dos clientes, para que quando as ferramentas estiverem disponíveis, seja possível trabalhar. Guia • O que é o Omni Channel? Terra • O Omni Channel foi o nome mais citado na NRF. Ele existe? Não existe? É uma tendência que, diferente de muitas coisas, nasce do consumidor. Os canais ficaram fáceis, com celular, computador, tudo, além das lojas. Você pode comprar um xampu através de um catálogo, da internet, de uma loja; você também pode pedir pelo telefone. O problema é que quando a mesma empresa, com a mesma marca, começa a atuar em mais de um desses canais, existe a estranheza diante da diferença de preços e sortimento. O consumidor se questiona: por que lá encontro esse produto e aqui não? Por que comprei aqui e não posso trocar lá? Por que a promoção só vale para internet? Políticas comerciais diferentes entre canais e o crescimento do e-commerce, que é quando isso ficou mais acentuado, começaram a ser discutidas. Quando se trata da mesma marca, com a mesma proposta, os canais não podem estar tão pouco integrados,
ANTENA LIGADA
Reduções registradas As vendas da sibutramina caíram mais de 70% no País, desde a proibição da Anvisa. Agora, Agência anuncia que a droga deve permanecer no mercado
Em baixa
Nos últimos três anos, as vendas da sibutramina caíram mais de 70% no País. Desde a última restrição de acesso à droga, em vigor desde dezembro de 2011, a redução chegou a 41,5%. Nesse período, o impacto mais significativo foi na virada de 2011 para 2012. De dezembro para janeiro, a venda teve queda de 33%, mostra relatório do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). Em abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou parecer da área técnica com a opinião de que a sibutramina deve permanecer no mercado. • www.sindusfarmacomunica.org.br • http://portal.anvisa.gov.br 16
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Corte tributário
As indústrias farmacêuticas localizadas no Estado de São Paulo passaram a ter a redução da carga tributária de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 7% para a solução parenteral, comumente chamada de soro. Trata-se de nutrição que complementa ou substitui a alimentação oral. A medida também beneficia indiretamente os fornecedores das matérias-primas que compõem o produto. Há 21 substâncias químicas, como água, glicose, cálcio e vitaminas, que compõem a solução parenteral. • www.fazenda.gov.br fotos: shutterstock
Não Nãodeixe deixefaltar faltarna nasua sua Não deixe faltar na sua Não deixeafaltar na sua farmácia farmácia tecnologia farmácia aatecnologia tecnologia farmácia a tecnologia única no única nomonitoramento monitoramento única no monitoramento 11 única do no monitoramento Diabetes. doDiabetes. Diabetes.11 do do Diabetes.
custo reduzido
A África do Sul, o país com mais soropositivos do mundo, lançou um novo programa de distribuição de medicamentos antirretrovirais (ARV), mais baratos, e que reduzem o número de pílulas prescritas por dia. A principal notícia é que o tratamento passou de três pílulas diárias para apenas uma e, além disso, custa cerca de 9 dólares. A África do Sul conta com mais de seis milhões de soropositivos, um recorde absoluto no mundo. Esse programa é resultado de um acordo entre os laboratórios farmacêuticos Aspen Pharmcare, Cipla Medpro e Mylan Pharmaceuticals. • www.aspenpharma.com • www.ciplamedpro.co.za • www.mylan.com
negócios conjuntos para o Tarja vermelha
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) montou um grupo de trabalho para propor medidas que ampliem o controle sobre a venda dos chamados medicamentos de tarja vermelha, que exigem a apresentação da receita médica na hora da compra. A restrição nem sempre é respeitada nas farmácias e drogarias. Quando não há exigência de retenção da receita, como ocorre com os antibióticos há cerca de três anos, dificilmente os vendedores pedem a prescrição médica. • http://portal.anvisa.gov.br
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SISTEMA MONITORAMENTO GLICOSE SISTEMADE MONITORAMENTODA GLICOSESANGUÍNEA SANGUÍNEA SISTEMA DEDEMONITORAMENTO DADAGLICOSE SANGUÍNEA 1. EXCLUSIVO SISTEMA DE DISCOS COM TIRAS EMBALADAS INDIVIDUALMENTE 1. EXCLUSIVO 2. SISTEMA DEUSUÁRIO DISCOS COM TIRAS EMBALADAS INDIVIDUALMENTE SISTEMA MONITORAMENTO DAEMBALADAS GLICOSE GUIADEDO MONITOR BREEZEINDIVIDUALMENTE 2SANGUÍNEA 1. EXCLUSIVODE SISTEMA COMDO TIRAS 2. GUIADISCOS DO USUÁRIO DO MONITOR BREEZE 2
3. HTTP://WWW.ARTHRITIS.ORG/RESOURCES/EASE-OF-USE-NEW/HEALTH-AND2. GUIA DO USUÁRIO DO MONITOR BREEZE 2 3. HTTP://WWW.ARTHRITIS.ORG/RESOURCES/EASE-OF-USE-NEW/HEALTH-ANDEXCLUSIVO SISTEMA DEWELLNESS/BREEZE2-METER/ DISCOS COM TIRAS EMBALADAS INDIVIDUALMENTE 3.1.HTTP://WWW.ARTHRITIS.ORG/RESOURCES/EASE-OF-USE-NEW/HEALTH-AND2 0 1 3 m WELLNESS/BREEZE2-METER/ aio guia da farmácia 17 2. GUIA DO USUÁRIO DO MONITOR BREEZE 2 WELLNESS/BREEZE2-METER/ 3. HTTP://WWW.ARTHRITIS.ORG/RESOURCES/EASE-OF-USE-NEW/HEALTH-ANDWELLNESS/BREEZE2-METER/
Agilidade em patentes O governo vai acelerar a análise de patentes de medicamentos que mais pesam nas contas públicas. Resolução do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) que será publicada nos próximos dias trará uma nova regra que permite a análise prioritária de produtos, equipamentos, processos e medicamentos considerados prioritários pelo Ministério da Saúde. O tratamento diferenciado não se limitará a pedidos feitos pelo ministério. Grupos ou pessoas interessadas também poderão requisitar um caminho mais rápido de análise, mas apenas para produtos e medicamentos relacionados ao tratamento do câncer, doenças negligenciadas e aids. • www.inpi.gov.br • www.saude.gov.br Guia de Farmácia copy.pdf 1 04/02/2013 09:50:01 GuiaGuia de Farmácia copy.pdf 1 04/02/2013 09:50:01 de Farmácia copy.pdf 1 04/02/2013 09:50:01
Resultado positivo
A farmacêutica União Química encerrou 2012 com lucro líquido de R$ 31,729 milhões, aumento de 10,8% em relação a 2011. A receita bruta foi de R$ 571,438 milhões, alta de 20,53% sobre o ano anterior. O Ebitda foi de R$ 75,095 milhões, 4% menor em relação a 2011. Em 2012, a empresa concluiu a participação de 25% na Bionovis, joint-venture que inclui os laboratórios Aché, EMS e Hypermarcas. • www.uniaoquimica.com.br
Guia de Farmácia copy.pdf 1 04/02/2013 09:50:01
PRODUTOS PRODUTOS PRODUTOS Medicamentos PRODUTOS Cosméticos Medicamentos Medicamentos Saneantes Cosméticos Cosméticos Medicamentos Alimentos Saneantes Saneantes Cosméticos Produtos para Saúde Alimentos Alimentos Saneantes Produtos parapara Saúde Produtos Saúde Alimentos Produtos para Saúde
Os produtos da linha Vitgold, Os produtos da da linha Vitgold, produtos linha Vitgold, deOs acordo com a determinação deOs acordo com a determinação de acordo com a determinação produtos da linha Vitgold, da ANVISA (RDC44/2009), da da ANVISA 44/2009), ANVISA (RDC44/2009), de acordo com(RDCa determinação são registrados como suplementos sãosão registrados como suplementos registrados como suplementos da ANVISA (RDC44/2009), alimentares (classe de alimentos alimentares (classe de alimentos alimentares (classe de alimentos são registrados como suplementos começando com os numerais 4, 5 começando com os os numerais 4, ficar 54, 5 começando com alimentares (classe denumerais alimentos e/ou 6), portanto, podem e/ou 6), portanto, podem ficar e/ou 6), portanto, podem começando com os autoatendimento numerais 4, ficar 5 expostos no expostos no autoatendimento expostos no autoatendimento e/ou 6),das portanto, podem ficar farmácias e drogarias das farmácias e drogarias das farmácias e drogarias expostos no autoatendimento ao alcance do consumidor, ao ao ao alcance dodos consumidor, ao ao alcance do consumidor, das farmácias e drogarias contrário medicamentos. contrário dos medicamentos. contráriododos medicamentos. ao alcance consumidor, ao contrário dos medicamentos.
C C C M M Y Y CM CM MY MY CY
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PREFIXO ANVISA PREFIXO PREFIXO ANVISA ANVISA 1 PREFIXO 1 12 ANVISA 2 32 134,5 3ou 6 1 ou 4,5 24,5 ou 6ou86 318ou 8 1 ou 4,5 ou 6 1 ou 8
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CONHEÇA NOSSA LINHA COMPLETA. CONHEÇA NOSSA LINHA COMPLETA. CONHEÇA NOSSA LINHA COMPLETA. CONHEÇA NOSSA LINHA COMPLETA.
Gestantes, nutrizes e crianças até 3 (três) anos, somente devem consumir estes produtos do3 nutricionista ou médico. Consumir os Gestantes, nutrizes e sob crianças até 3até (três) anos,anos, somente devemdevem consumir Gestantes, nutrizes e orientação crianças (três) somente consumir produtos conforme a do ingestão diária constante embalagem. estes estes produtos sob orientação nutricionista ou médico. Consumir os os produtos sob orientação do nutricionista ou na médico. Consumir Gestantes, nutrizes e crianças até 3 (três) anos, somente devem consumir produtos conforme a ingestão diária constante na embalagem. NÃO CONTÉM GLÚTEN produtos conforme a ingestão diária constante na embalagem. estes produtos sob orientação do CONTÉM nutricionista ou médico. Consumir os NÃO NÃO CONTÉM GLÚTEN GLÚTEN produtos conforme a ingestão diária constante na embalagem. NÃO CONTÉM GLÚTEN
DISPONÍVEIS NAS PRINCIPAIS REDES DE FARMÁCIAS, DISPONÍVEIS NASNAS PRINCIPAIS DE DE FARMÁCIAS, DISPONÍVEIS PRINCIPAIS REDES FARMÁCIAS, 2 0 1 3 m a i o g u i a d a f a r m á c i a DROGARIAS E LOJAS DEREDES PRODUTOS NATURAIS. DROGARIAS E LOJAS DE DE PRODUTOS DROGARIAS E LOJAS PRODUTOS NATURAIS. DISPONÍVEIS NAS PRINCIPAIS REDES DENATURAIS. FARMÁCIAS, DROGARIAS E LOJAS DE PRODUTOS NATURAIS.
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ANTENA LIGADA
Mão no bolso
O comércio de medicamentos deve movimentar R$ 70 bilhões este ano, 12% a mais do que em 2012, de acordo com pesquisa do Ibope. O gasto por brasileiro deverá ser de R$ 430,92. A classe C é responsável por quase metade de tudo o que é consumido no País, com um potencial de consumo de R$ 32 bilhões, 45% do total. Já a classe B deve gastar R$ 24 bilhões neste ano, enquanto o estimado para as classes D/E é R$ 8,6 bilhões e para a classe A, R$ 6,6 bilhões. Ao analisar o consumo de medicamentos por região, o estudo mostra que o Sudeste tem o maior potencial de consumo, com 52% (R$ 37 bilhões), seguido pelas regiões Sul (16% ou R$ 12 bilhões) e Nordeste (18% ou R$ 13 bilhões). • www.ibope.com.br
Investimento no Brasil O conglomerado alemão Bayer quer reforçar sua posição no segmento farmacêutico no Brasil, fortalecendo a posição nos segmentos de saúde da mulher e nas áreas de cardiologia. Em 2013, a companhia investirá R$ 152 milhões no País. Os aportes serão destinados à divisão de medicamentos e aos negócios químico e agrícola (defensivos e sementes), importantes áreas de atuação da companhia no Brasil. • www.bayer.com.br C C M
evento por vir
A Andorinha Distribuidora de Medicamentos com sede na cidade de Valinhos realizaraá, nos dias 23 e 24 de maio deste ano, um super evento corporativo. Denominado Expo Management Andorinha, o evento foi idealizado para se tornar referência em excelência na gestão de empresas. A Expo Management contará com Ciclo de Palestras sobre temas da atualidade do mercado farmacêutico, praça temática e boulevard, área de convivência e feira de negócios. Um encontro de alto nível, com muita descontração e entretenimento, construído para que os clientes e parceiros da Andorinha possam conhecer as tendências e os caminhos para superar os desafios corporativos dos próximos anos. E o mais importante, com muitas oportunidades de negócio. • www.andorinhamed.com.br/expo 18
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outras normas
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou os termos da Resolução RDC 17/13, que estabelece os critérios relativos à concessão, renovação, cancelamento a pedido, alteração, retificação de publicação e recurso administrativo contra o indeferimento de Autorização de Funcionamento (AFE) e de Autorização Especial (AE) de farmácias e drogarias. A norma visa reconhecer que os municípios já fazem sua inspeção, tornando o processo mais rápido e colocando prazos definidos por parte da Anvisa a esses estabelecimentos que, muitas vezes, ficavam esperando a análise de documentos na própria Agência. • http://portal.anvisa.gov.br
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ANTENA LIGADA
Chegada triunfal
A Droga Raia marcou sua entrada no mercado de Goiânia (GO) com a abertura de 12 lojas de uma só vez. As lojas foram embrulhadas para presente até o momento da abertura, comemorada com ações como distribuição de pipoca, doces e sorvete para o público. A empresa está de olho no potencial de crescimento do Estado de Goiás, cujo Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,8% em 2012, com destaque para o comércio varejista local, que aumentou as vendas em 8,8%, segundo dados do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB). • www.drogaraia.com.br
Planos de expansão A Brazil Pharma abrirá cerca de cem lojas neste ano – o número excederá o de 96 lojas abertas em 2012. Segundo o presidente da holding de farmácias, André Sá, a empresa fará um esforço para reduzir o investimento por loja de R$ 700 mil para R$ 650 mil. O executivo também projeta menores investimentos com reformas e centros de distribuição neste ano. Já a rede de farmácias Raia Drogasil deve abrir 130 lojas neste ano, informou o presidente da empresa, Cláudio Roberto Ely, durante teleconferência para comentar os resultados do quarto trimestre. • www.brph.com.br • www.raiadrogasil.com.br
Medicamento democrático
O senador Pedro Taques (PDT-MT) quer combater o oligopólio e outras práticas anticoncorrenciais na fixação dos preços dos medicamentos no Brasil. Por meio de Projeto de Lei (PLS 102/2013), o parlamentar propõe alterações na norma (Lei nº 10.742/2003) que define a regulação para o setor farmacêutico. Segundo o parlamentar, a proposta aprimora os mecanismos de estímulo à oferta de medicamentos e previne abusos que possam cercear o cidadão no direito fundamental à vida. • www.senado.gov.br 20
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Mudança de estratégia
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu que o órgão apenas analisará patentes em duas situações: quando a molécula do processo de patente for análoga a produtos que já foram proibidos no País ou nos casos de substâncias que possam se transformar em medicamentos considerados estratégicos para a saúde pública. Nos demais pedidos, o processo será remetido diretamente para o Inpi, ao qual caberá toda a análise. • http://portal.anvisa.gov.br
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Apoio
necessário Abasteça o estoque da farmácia com as melhores opções de tratamento e suplementação disponíveis no mercado
Suportes Ortopédicos 3M FUTUROTM
A linha 3M FuturoTM acaba de chegar ao Brasil trazendo expertise e reconhecimento global ao segmento de suportes ortopédicos. A partir deste ano, o consumidor encontrará nas farmácias de todo o País produtos inéditos, como o suporte para punho com ajuste preciso. Devido à tecnologia inovadora, o produto ajuda a aliviar a dor, proporcionando uma combinação ideal de suporte, conforto e ajuste em tratamentos diversos, como os de artrite, entorses, tendinites, distensões, pós-cirúrgico, entre outros. MS 80284939095 www.3mfuturo.com.br
Revange Aché
Chegou ao mercado uma nova alternativa para combater dores moderadas a severas de caráter agudo, subagudo e crônico. Revange, a associação de tramadol e paracetamol do Aché Laboratórios, apresenta, em dose fixa, rápida ação, longa duração, além de efeito analgésico multimodal eficaz e bem tolerado. O medicamento está disponível em doses únicas, em embalagens de 10 e 20 comprimidos, com o menor custo da categoria, a fim de garantir maior aderência dos pacientes. MS 1.0573.0440 www.ache.com.br
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fotos: divulgação
Lady Slim Stick smart life
O Lady Slim Stick é um kit composto por dois produtos complementares para serem tomados em dois momentos diferentes do dia: de dia e à noite. O produto da Smart Life visa o emagrecimento saudável, a diminuição da retenção de líquido e da vontade de comer, e a desintoxicação do corpo. Por ser composto de ingredientes naturais vegetais (extratos) com uma série de estudos científicos relacionados à diminuição de apetite, aumento do metabolismo corporal e diminuição da retenção de líquido, contribui para as ações dessas atividades de forma saudável e prática, resultando consequentemente na perda de peso.
Meloxicam Teuto
O Laboratório Teuto, pioneiro na fabricação de medicamentos genéricos, disponibiliza ao mercado mais uma concentração do genérico Meloxicam. O medicamento é utilizado para o alívio da dor e diminuição da inflamação, sendo indicado no tratamento sintomático da artrite reumatoide e no tratamento sintomático de osteoartrites dolorosas (artroses, doenças degenerativas das articulações). MS 1.0370.0530.010-4 www.teuto.com.br
MS Isento de registro de acordo com a RDC 27/10 www.smartlife.com.br
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Visomat Handy IV Incoterm Soluções
A Incoterm Soluções em Medição apresenta o novo Visomat Handy IV para pulso. Mais moderno, o item é usado para medir a pressão arterial. Com tecnologia alemã, além das características tradicionais, o modelo possui detector de arritmia cardíaca e sinalizador de pressão arterial, que segue as normas da Organização Mundial da Saúde (OMS). O produto também detecta a pressão diferencial, ou seja, a diferença entre a pressão alta e a baixa.
Yes Beauty Lifenergy
Todas as mulheres querem cabelos, pele e unhas mais fortes e bonitos. Por isso, a Lifenergy apresenta o Yes Beauty. O produto traz todo o benefício dos peptídeos bioativos de colágeno do Verisol – uma das marcas de colágeno mais respeitadas do mundo – em um poderoso, saboroso e prático shot sabor morango. MS Isento de registro de acordo com RDC 27/10 www.lifenergy.com.br
MS 10343200019 www.incoterm.com.br
Ginkgo Vital
Prati-Donaduzzi
VASTIGMA Nova Química
Está nas farmácias de todo o Brasil a partir de agora Vastigma, rivastigmina, em embalagens contendo 30 capsulas de 1,5 mg; 3,0 mg; 4,5 mg ou 6 mg, para o tratamento de demência, principalmente doença de Alzheimer, uma das afecções mais comuns com o aumento da longevidade do ser humano. O preço acessível permite a prescrição de forma mais simples que o produto de referência, sem a necessidade de incluí-lo na burocracia do sistema de alto custo e com a vantagem de poder ser adquirido em qualquer farmácia. MS 1.3569.0644.029-7(6 mg) MS 1.3569.0644.005-1 (1,5 mg) MS 1.3569.0644.013-0 (3 mg) MS 1.3569.0644.021-1 (4,5 mg) www.novaquimicafarma.com.br 24
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A Prati-Donaduzzi lança no mercado o seu primeiro medicamento fitoterápico: o Ginkgo Vital. O produto utiliza em sua composição o extrato seco de Ginkgo Biloba padronizado com 24% de ginkgoflavonoides e 6% de terpenolactonas. Este tipo de padronização do extrato assegura que o medicamento exerça de fato a ação farmacológica proposta. O Ginkgo Vital apresenta um conjunto de propriedades farmacológicas, como redução dos distúrbios circulatórios e de equilíbrio, maior rendimento da atenção, aumento da concentração e intensificação da memória. MS 1.2568.0236.017-7 (80 mg comp. rev. c/ 30) MS 1.2568.0236.018-5 (80 mg comp. rev. c/ 60) MS 1.2568.0236.027-4 (120 mg comp. rev. c/ 30) www.pratidonaduzzi.com.br
AF_Anúncio_GuiadeFarmácias_Force_mar13.pdf
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15/03/13
Equaliv Óleo de Linhaça equaliv
A Equaliv desenvolveu o Equaliv Óleo de Linhaça, cápsulas com 1.000 mg de óleo de linhaça para auxiliar a manter uma pele bonita e saudável. Fonte rica em ácidos graxos essenciais como ômega 3, ômega 6, ômega 9 e vitamina E, de ação antioxidante, além de ligninas, composto fitoquímico que age no equilíbrio hormonal. MS 6.2582.0007.001-8 www.equaliv.com.br
DêViter Naturelife
Mais uma vez preocupada com a saúde e qualidade de vida dos brasileiros, a Naturelife Ind. e Com. de Alimentos lança no mercado o DêViter (Suplemento de Vitamina D), produto que oferece em apenas uma gota a sua ingestão diária de Vitamina D (200UI). O produto promove a absorção de cálcio (após a exposição à luz solar), essencial para o desenvolvimento normal dos ossos e dentes, ajuda na prevenção da osteoporose e auxilia na tonicidade muscular. MS Isento de registro de acordo com a RDC 27/10 www.naturelife.ind.br 2013 maio guia da farmácia
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varejo
Atendimento Existe um padrão mínimo de atendimento que todo farmacista deve adotar para tentar ser uma referência no mercado
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silvia os s o Palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo. É autora dos livros Atender Bem Dá Lucro, Programa Prático de Marketing para Farmácias e Administração de Recursos Humanos para Farmácias E-mail siosso@uol.com.br 26
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Nota 10
Há anos falo sobre atendimento e a cada dia me convenço de que ainda falta muito para que façamos um trabalho que realmente conquiste a fidelidade do cliente. Sua farmácia consegue fazer diariamente muitas vendas, mas será que conquista o cliente? Sem mais nem menos, por conta de uma atitude descompensada, indiferente ou de desprezo de um colaborador, perde o cliente em quem tanto investiu para conquistar? Não se espante. Isso acontece com mais frequência do que se imagina, todos os dias, em todos os lugares, portanto, é necessário parar para repensar o atendimento de sua empresa. Cada cliente tem uma cultura, uma linguagem e uma história de vida muito diferente da sua e da de seus funcionários. Portanto, para cada atendimento é preciso uma abordagem apropriada ao estilo do cliente, o que vai depender muito da sua percepção e de treinamento incessante. Lembre-se: você também é cliente, por vezes exigente, chato e difícil, e, quanto maior a sua consciência e a de seus funcionários sobre isso, maior a percepção necessária para melhorar a maneira de atender os clientes. De maneira geral, o atendimento satisfatório já não é mais aceitável. Os clientes estão mais exigentes, menos fiéis, mais atentos, portanto, é necessário caminhar um quilômetro extra e ir além da concorrência para agradá-los. Como fazer isso? Simples. Depende exclusivamente de você e de seus colaboradores seguirem à risca os conselhos a seguir: Não interrompa: suporte, do início ao fim, o desabafo do cliente, afinal, se ele
está com você, é porque tem interesse no seu produto ou serviço, ou então, comprou algo que não correspondeu à sua expectativa inicial. Não tenha preconceitos: o preconceito distorce o que você ouve, portanto, ouça sem prejulgar; o que está em jogo é o dinheiro do cliente e não a roupa que ele veste ou como ele fala. Seja simples: o cliente não é tolo, mas tem uma história diferente da sua; a linguagem adequada a cada situação e a cada cliente faz toda diferença. Assuma a responsabilidade: entenda, de uma vez por todas, que quem se propõe a empreender, ganhar dinheiro, atender o público deve assumir a responsabilidade por todos os problemas gerados pelo seu negócio. Reposicione as pessoas: não imagine que seus colaboradores estejam tão comprometidos com o atendimento quanto você; se as coisas não estão indo bem, promova reuniões frequentes de alinhamento e, se isso não resolver, substitua para evitar um mal maior. Se ainda assim não resolver, seja prático: livre-se dos ineficientes. Seja flexível: para atender a necessidades específicas dos clientes, vá além dos procedimentos da empresa quando necessário; o importante é resolver o problema do cliente. Eleve o padrão: o atendimento nota 10 será possível somente quando sua empresa adotá-lo por meio de política comercial, normas e procedimentos bem definidos, além do treinamento, que nunca deve deixar de existir. Pense nisso, aja diferente e verá quantos clientes estarão ao seu lado! foto: DIVULGAÇãO
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Xadrez
mercadológico foi aberta a oferta para compra do Aché laboratórios. movimentação aumenta as expectativas do mercado para uma nova onda de fusões entre os fabricantes de medicamentos no Brasil, num negócio estimado em mais de R$ 12 bilhões
A
Por Rodrigo R odrigues
A onda de fusões e aquisições que assolou o mercado farmacêutico brasileiro nos últimos anos pode estar entrando num novo patamar, segundo especulações que rondam as bolsas de aposta no setor. Considerado a joia da coroa do que restou dos laboratórios genuinamente brasileiros, o Aché está na mira dos grandes grupos de investimento e pode ser o próximo negócio a ser fechado no Brasil.
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De acordo com as informações, o grupo BTG Pactual e Hypermarcas já apresentaram propostas de compra da companhia para as famílias controladoras do negócio, assim como Pfizer, Novartis, Tevas e Abbott Laboratórios. Fontes do mercado farmacêutico afirmam que o negócio estaria sendo apreciado com um valor estimado de cerca de R$ 12 bilhões, há quem diga que as ofertas chegaram a R$ 14 bilhões, e a escolha de um novo dono só estaria dependendo de um acordo entre as famílias controladoras do Aché, que fotos: shutterstock
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estão supostamente divergindo mais uma vez sobre a possibilidade de venda e sobre o valor das propostas apresentadas pelos interessados. Essas especulações começaram em fevereiro deste ano, quando o presidente da empresa, José Ricardo Mendes da Silva, renunciou ao cargo, alegando problemas pessoais. Ao invés de contratar um novo executivo, contudo, a companhia decidiu nomear um comitê gestor para geri-la, dando indícios de que um novo grupo poderia assumir os negócios.
Histórico interessante O Aché Laboratórios existe desde 1966 e fechou o ano de 2012 com um lucro líquido de R$ 380,7 milhões, resultado 11% maior que o do ano anterior, apesar da crise internacional e do “PIBinho” brasileiro. A companhia é controlada pelas famílias Dellape Baptista, Siaulys e Depieri e tem um histórico de brigas e disputas que foram notícia até nas páginas policiais, desde 2001. Algumas das ações ainda correm na Justiça, mas o racha entre os controladores continua e, segundo fontes do mercado, estaria dificultando o fechamento de uma proposta robusta para a venda dos ativos da empresa, que ano passado registrou uma receita operacional líquida de R$ 1,6 bilhão. Procurado pelo Guia da Farmácia, o Aché Laboratórios reitera que “não está à venda” e lembra que desde 2007 há boatos sobre a possível negociação da empresa com concorrentes. Pelo sim ou pelo não, o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Eduardo de Almeida Salles Terra, acredita realmente no movimento de venda do Aché e no interesse dos concorrentes em adquirir a empresa, que é a nona maior do mercado brasileiro. Segundo Terra, depois da primeira onda de fusões e aquisições a partir de 2005, o Brasil deve passar agora por uma nova onda de consolidação. “A primeira fase desse processo se deu porque muitos laboratórios pequenos e médios, que trabalhavam com muita informalidade, foram se adequando às novas leis e realidade do mercado. Essa adequação tirou a vantagem competitiva que eles tinham e seus controladores fica30
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depois da primeira onda de fusões e aquisições o Brasil deve passar agora por uma nova onda de consolidação. A primeira fase desse processo se deu porque muitos laboratórios, que trabalhavam com informalidade, foram se adequando às novas leis e realidade do mercado ram mais abertos a negociação. Foi uma fase de arrumação que coincide com o aumento do poder aquisitivo no Brasil e a maior disposição dos laboratórios grandes de expandirem os negócios”, explica Terra. “A nova fase que pode se iniciar com a venda do Aché deve ser um período de consolidação, já que as empresas agora buscam maior participação no mercado, aumento de market share e ampliação do portfólio de atuação”, aponta o executivo, que também é diretor da Faculdade de Varejo da UBS (União Business School).
Ações brasileiras A primeira onda de fusões no mercado nacional começou justamente com o Aché Laboratórios, que comprou em 2005 o Biosintética por R$ 600 milhões e puxou a fila para outros negócios milionários no setor. A onda de movimentação que o Aché pode puxar agora é também motivada pelo interesse dos estrangeiros no mercado nacional, que vem crescendo em volume de vendas acima da média mundial. Em 2005, o volume de vendas do varejo farma-
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cêutico brasileiro somava R$ 25 bilhões. Já em 2012 esse valor superou a marca de R$ 43 bilhões e deve chegar aos R$ 87 bilhões até 2017, segundo estudos amplamente divulgados. “Num mercado em franca expansão como o brasileiro, é natural que essas fusões e aquisições aconteçam de tempos em tempos. No mundo todo o mercado farmacêutico passa por rearranjos semelhantes. Com o crescimento do consumo dos brasileiros, as empresas internacionais estão ainda mais voltadas para o nosso País”, declara o professor do Programa de Administração do Varejo (Provar), da FIA-USP, Nuno Martins Dias Fouto. Para Eduardo Terra, do Ibevar, é consenso na indústria farmacêutica que o ganho de escala é a forma mais eficaz de contrair lucros e divulgar os produtos na mídia. Por isso, os laboratórios têm buscado incremento de marcas e produtos para solidificar o portfólio. Nesse ponto, o Aché torna-se uma ótima opção, já que a maioria de seus produtos se constitui de marcas próprias e a receita de genéricos na empresa vem crescendo significativamente. O portfólio do Aché é um dos mais diversificados do mercado e possui mais de 280 marcas, em 695 apresentações de medicamentos sob prescrição, genéricos e Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), carro-chefe de sucesso da empresa. Ao todo são mais de 132 classes terapêuticas e 17 especialidades médicas atendidas por ela. Com esse currículo, Eduardo Terra, do Ibevar, diz que não se espanta com o interesse tão forte das empresas em adquirir o laboratório. “Num mercado extremamente midiático como são os MIPs, que dependem de propaganda de massa na televisão, rádios e jornais, o Aché é case de sucesso e acrescentaria muito aos planos de qualquer empresa interessada em aumentar participação de mercado. Não é à toa que todos estão em cima da empresa”, referencia. 32
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Fusões – Geração 2.0
Num mercado em franca expansão, é natural que essas fusões e aquisições aconteçam
Na opinião do CEO da Capital Invest, Néstor Casado, essa nova pressão por fusões e aquisições entre fabricantes de medicamentos se dá neste momento porque o mercado brasileiro ainda não está significativamente maduro e internacionalizado. Ele lembra que das 20 maiores fabricantes de medicamentos no Brasil, 12 são estrangeiras e ao menos oito já fizeram alguma aquisição ou fusão desde a entrada no País. “O que estamos enxergando neste momento são multinacionais médias que procuram expandir sua atuação no Brasil via aquisição, com o intuito de adquirir capacidades de importação, fabricação, registro, distribuição e marketing, para conseguir comercializar com êxito produtos que já distribuem em outros países”, analisa Casado. A Capital Invest é uma consultoria na área de fusões e aquisições que existe há sete anos no Brasil. Esse tipo de assessoria se diferencia dos grandes bancos e se caracteriza como uma consultoria mais personalizada e focada nos processos e sinergia da companhia colocada à venda, ajudando o dono a encontrar a melhor opção de venda entre as várias propostas recebidas. Segundo Néstor Casado, o CEO da empresa, o Brasil continua atraindo investidores externos porque está comparativamente melhor em termos de risco/retorno do que outros países do globo. “No passado, investimentos na Europa ou nos EUA eram sinônimos de baixo risco e baixo investimento. Agora isso não está claro. A China não é uma democracia, a Rússia e a Índia são democracias, porém vários pontos precisam ser superados para diminuir a percepção de risco dos investidores. Na comparação, o Brasil ainda ‘sai bem na foto’”, diz o executivo.
atualidade
Na opinião de Casado, o interesse dos estrangeiros e das outras campanhias no setor de saúde não para de crescer justamente pelos números de crescimento do segmento no País. Embora a grande onda de aquisições e fusões tenha se dado entre 2010 e 2011, o executivo acredita que esses grandes negócios ainda vão continuar acontecendo no Brasil em 2013 e 2014. Ele explica que nos últimos cinco anos, os gastos dos brasileiros com saúde cresceram em média 15% ao ano, devido não apenas ao crescimento da renda per capita, como ainda a uma distribuição mais equilibrada da renda. Nesse período, 44 milhões de brasileiros, das classes D e E, subiram de patamar para a classe C. Adicionalmente, a diminuição da taxa de desemprego puxou o consumo da saúde pelo crescimento dos planos de saúde privados. E esse crescimento ainda foi turbinado pelo aumento do salário mínimo. De acordo com os números da Capital Invest, o brasileiro gastava em média, em 2002-2003, R$ 38,16 em medicamentos. Já entre 2008 e 2009, passou a gastar R$ 74,74. Quase o dobro do valor. “O potencial de crescimento é enorme, comparado ao consumo per capita nos EUA que é 12 vezes maior. No Japão, oito vezes o consumo do brasileiro. Também a população maior de 60 anos deverá passar de 14 milhões de brasileiros do ano 2000, para cerca de 30 milhões em 2020. Quase o dobro. Qualquer investidor estrangeiro que analisar estes números e compará-los com outros países terá interesse no Brasil”, defende o executivo. Para o professor Nuno Fouto, do Provar, o potencial de crescimento do mercado brasileiro pode promover uma internacionalização do mercado de saúde maior do que já se viu até aqui. O que para ele é considerado “normal e esperado”. “Superamos o período de desconfianças e de insegurança jurídica. Mesmo com crescimento econômico considerado modesto entre os Brics, os estrangeiros estão mais propensos a entrar no País. E a indústria de medicamentos é o que temos de mais promissor em curto prazo”, aponta o especialista.
Bênção do BNDES Sobre a compra do Aché Laboratórios, todos os supostos envolvidos negam que estejam negociando a 34
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das 20 maiores fabricantes de medicamentos no Brasil, 12 são estrangeiras e ao menos oito já fizeram alguma aquisição ou fusão desde a entrada no País aquisição da empresa e se recusam a comentar o assunto. Fontes do mercado dizem, contudo, que o banco de investimentos Lazard foi contratado para intermediar esse processo e encontrar a melhor proposta para a companhia. Porém, a situação de disputa entre as famílias controladoras teria afastado a GlaxoSmithKline do negócio, pois a empresa não quis ser usada como “piloto” de acordo com o publicado pela revista Exame. O que se sabe, contudo, é que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) seria o grande incentivador da criação de uma gigante farmacêutica brasileira e o catalisador da possível união entre Aché e Hypermarcas ou até Aché e EMS. O primeiro passo para isso foi dado quando o BNDES estimulou e financiou a criação da Bionovis, anunciada recentemente como joint-venture entre Aché, EMS, Hypermarcas e União Química para investir em pesquisa biotecnológica. A chamada “superfarmacêutica” está recebendo recursos do banco através de uma linha de crédito de cerca de R$ 1 bilhão para financiar a pesquisa e produção no mercado de biomedicamentos, que são feitos a partir de organismos vivos como bactérias e leveduras, usados no tratamento de doenças como diabetes, câncer, doenças autoimunes, entre outras. Todos os anos a importação desses medicamentos causa um déficit estimado na balança
Essa nova pressão por fusões e aquisições entre fabricantes de medicamentos se dá neste momento porque o mercado brasileiro ainda não está significativamente maduro e internacionalizado
comercial brasileira de cerca de US$ 5 bilhões. O grande comprador desses medicamentos geralmente é o Sistema Único de Saúde (SUS). Ao incentivar a criação da joint-venture que será liderada pela Hypermarcas, o governo quer diminuir o impacto nas contas do País, priorizar a compra de medicamentos brasileiros, e tornar o Brasil, de quebra, player mundial desse mercado, que fatura anualmente R$ 160 bilhões, segundo a Organização Mundial do Comércio. Ao fazer esse movimento, o BNDES aproximou as farmacêuticas brasileiras e aprofundou as relações entre esses players para a junção com o Aché Laboratórios, segundo fontes do governo. “A compra do Aché por outro laboratório brasileiro é considerada dentro do governo como favas contadas e algo iminente”, diz um senador do PT que prefere manter o anonimato.
O que está por vir? No meio de tantas especulações, a pergunta que se faz é sobre qual será o impacto desse movimento no mercado varejista e para o consumidor final, caso essa nova parceria realmente ocorra. Na opinião de Eduardo Terra, vice-presidente do Ibevar, a curto e médio
prazo é “pouco ou quase nada”. De acordo com o executivo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está muito atento a qualquer movimento que possa caracterizar infração no livre direito de escolha dos brasileiros e na formação de cartéis que possam influenciar o preço final dos medicamentos. Em relação ao mercado varejista, Terra afirma que a junção dos laboratórios não vai diminuir a influência que o distribuidor tem na formação do preço final dos medicamentos para os varejistas. “O desafio logístico ainda é o grande gargalo do mercado de medicamentos e deixa o distribuidor com o poder de barganha maior do que o fabricante na negociação com os lojistas. Talvez, se a CVS resolver implantar no Brasil um distribuidor próprio como ocorre nos EUA e como a Panvel ou a Pacheco tinham por aqui, a relação direta de preços entre varejo e fabricante possa mudar algo no mercado. Mas por enquanto isso ainda está muito distante. E uma virtual união do Aché com qualquer dos laboratórios não trará grandes mudanças”, prevê Terra. 2013 maio guia da farmácia
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cenário
Crescimento
da economia
A
Resultados brasileiros trazem novos desafios ao canal farma. a concorrência fica acirrada e as necessidades do shopper exigem velocidade de conveniência
Rafael D’Andrea Diretor da ShopperAge (www. shopperage.com.br) e sóciofundador da Toolbox – Consulting & Metrics (www.toolboxtm.com.br) 38
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A previsão para este ano de que o varejo brasileiro, incluindo o canal farma, irá crescer dois dígitos reflete-se em novos desafios para o setor. Empresas estruturadas em redes deverão investir e a expectativa é de otimismo com a continuidade da expansão do consumo e a redução do desemprego. Neste cenário, farmácias e drogarias enfrentarão uma competição ainda mais acirrada com as grandes redes e com isso aumentará o número de pontos de venda e haverá ainda a necessidade de se adequar aos novos padrões de consumo originados da mudança de hábitos da população. Essa transformação social irá impactar o jeito como as pessoas compram. Cito três movimentos que influenciarão a forma de atender às necessidades desses shoppers e orientações de planejamento do canal farma para os próximos anos: Envelhecimento da população. Até 2026 mais de 20 milhões de brasileiros entrarão na faixa dos 40 anos, aumentando a venda total de medicamentos – passa a ser fundamental possuir gôndolas acessíveis e boa iluminação, dedicar maior atenção ao material do PDV para a orientação aos clientes (semelhante ao encontrado na web, com descrição, usos, preços, procedência e promoções) e oferecer promoção de produtos e medicamentos que sejam relevantes para a população com mais de 40 anos. Maior número de mulheres economicamente ativas, com incremento
de vendas de cosméticos e produtos para bebês. O canal farma deverá oferecer opções de itens premium e compreender o universo feminino, principalmente nas categorias de cosméticos, esmaltes e cuidados para a pele, bem como aumentar o espaço e o portfólio de produtos para cuidados com bebês. Avanço do acesso à informação via web, responsável por impactar a forma de as pessoas comprarem. Cada vez mais os shoppers pesquisam preços e a descrição dos produtos em sites para posteriormente se dirigir às lojas físicas (ou farão isso durante a compra, utilizando seus smartphones, tendência que começa a ganhar força no Brasil) – segundo pesquisa do Popai. Além do preço, os dois principais atributos de escolha da loja são o atendimento e a localização. A presença do farmacêutico, a fila reduzida, estacionamento, delivery, website de consulta e abrir 24 horas são diferenciais cada vez mais valorizados. Em um contexto de competição acirrada pelo mercado de produtos idênticos e de compra frequente, o serviço acaba se tornando a única opção de diferenciação possível entre drogarias e farmácias concorrentes. Por isso, treinar os atendentes será um importante fator de destaque em relação às grandes redes. E tirar o atendimento de trás do balcão para ir ao encontro dos clientes significará prestar real auxílio ao processo de compra. O shopper precisa, cada vez mais, de velocidade e conveniência em sua compra. foto: DIVULGAÇãO
retrospectiva
Corrida
pelo lucro
Confira o mapa das fusões e aquisições registradas no Brasil na última década e saiba como ficou o novo rearranjo do mercado após a chegada dos estrangeiros P o r r o d r ig o r o dr i g u es 40
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F
Fusões e aquisições não são exclusividade do mercado farmacêutico brasileiro e acontecem corriqueiramente ao redor do mundo. Alguns especialistas observam que a cada década uma onda de consolidação acontece no setor em escala mundial, mudando a correlação de forças entre os players internacionais. Basta lembrar que em 1980 a SmithKline Beckman se fundiu com a Beecham. No mesmo fotos: shutterstock
retrospectiva
Ranking nacional das redes de farmácias Rede
Faturamento 2011
Número de lojas
Raia/Drogasil
R$ 4,6 bilhões
776
Drogasil SP/ Pacheco
R$ 4,4 bilhões
720
Pague Menos
R$ 2,7 bilhões
489
Brazil Pharma
R$ 2,5 bilhões
737
Panvel
R$ 1,7 bilhões
284
Drogarias Araújo
R$ 918,7 milhões
105
Drogarias Nissei
R$ 840 milhões
203
Drogaria Catarinense
R$ 557 milhões
47
CVS Caremark/ Onofre
R$ 450 milhões
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Fonte: Ibevar
período, a Bristol-Myers se uniu à Squibb e a American Home Products se juntou à American Cyanamid. Mais tarde, em 1995, a Wellcome foi comprada pela Glaxo, enquanto a Pharmacia se uniu à Upjohn, enquanto nascia um ano depois a Novartis, resultado da fusão entre Ciba-Geigy e a Sandoz, que deram origem à terceira maior farmacêutica do mundo. No mesmo período a Roche comprou a alemã Boehringer Mannheim e a Glaxo resolveu abocanhar também a SmithKline, logo depois de se juntar à Wellcome. Na década seguinte, em 2004, a Sanofi-Synthélabo comprou a Aventis e, mais tarde, entre 2008 e 2009, a Pfizer adquiriu a Wyeth e a Merck Sharp & Dohme incorporou a Schering-Plough. Essas fusões todas transformaram fabricantes regionais em gigantes mundiais no campo farmacêutico. A expectativa é que a nova onda de aquisições no Brasil também possa transformar as fabricantes brasileiras em players mundiais, com capacidade de exportação e produção nacional de medicamentos, pesquisa e desenvolvimento. Entretanto, a iminente aquisição do Aché não deve ter a capacidade de elevar o possível comprador a esse patamar. Segundo o CEO da Capital Invest, Néstor Casado, a anexação da companhia seria interes42
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retrospectiva
mapa de fusões e aquisições
2005
outubro • O Aché compra o laboratório Biosintética por R$ 600 milhões, dando o pontapé inicial para uma corrida de compra e venda como nunca havia sido registrada nesse segmento no Brasil.
2008/ 2009
junho (2008) • A Hypermarcas adquire a Farmasa por R$ 675,2 milhões. dezembro (2009) • A mesma empresa desembolsa R$ 1,3 bilhão para abocanhar a Neo Química.
2010
junho • A Drogaria São Paulo compra as 72 lojas da rede Drogão, concentradas principalmente em shopping centers, iniciando um processo de fusões e aquisições no setor. O negócio foi estimado em R$ 250 milhões. outubro • O laboratório norte-americano Pfizer adquire 40% das ações do brasileiro Teuto, buscando aumento de portfólio na fabricação de medicamentos genéricos. O negócio exigiu o desembolso de R$ 400 milhões por parte da Pfizer e o contrato prevê que o Teuto só poderá se desfazer dos outros 60% das ações apenas em 2015. A parceria fez com que o faturamento do Teuto crescesse 38% só no primeiro ano de sinergia, atingindo R$ 379 milhões. dezembro • Dona de um portfólio de lentes de contato e tecnologia avançada para os olhos, a Novartis comprou a Alcon, líder global no segmento de produtos oftalmológicos, por US$12,9 bilhões, no maior negócio registrado no Brasil até então. • Depois de adquirir a Farmasa e a Neo Química, a Hypermarcas anuncia investimento de R$ 2,5 bilhões para anexar a Mantecorp aos seus negócios e se tornar a maior empresa brasileira do setor, na maior transação desse tipo feita por uma empresa nacional.
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fevereiro • A gigante farmacêutica francesa Sanofi-Aventis anuncia a compra da companhia de biotecnologia norte-americana Genzyme, por US$ 20,1 bilhões. maio • A japonesa Takeda, que só atuava na Europa e Ásia, confirma a compra do laboratório suíço Nycomed no Brasil pelo montante de U$ 14 bilhões e expande de vez os negócios para os mercados emergentes. A Nycomed era dona de marcas fortes no Brasil, como Eparema, Neosaldina, Dramin e Nebacetin. agosto • As empresas Raia e Drogasil resolvem se unir e formar a maior rede de varejo farmacêutico do Brasil, hoje com 761 lojas no País e R$ 4,6 bilhões em faturamento anual. • Depois de adquirir a rede Drogão, as drogarias São Paulo e Pacheco anunciam fusão de operações e criam a DPSP, uma empresa com 720 lojas em todo o território brasileiro e a segunda maior do segmento de varejo farmacêutico. dezembro • O Aché, que já tinha adquirido a Biosintética, anuncia parceria com a inglesa Oxford Pharmascience para lançar a marca própria de dermocosméticos Profuse.
2011
fevereiro • A Merck anuncia a criação de uma joint-venture com a Supera Farma para comercializar produtos farmacêuticos inovadores e genéricos no Brasil. A companhia terá 51% na joint-venture por meio de uma subsidiária. Cristália e Eurofarma ficaram com 49% do negócio anunciado até então. • Na mesma época, a americana Valeant comprou o laboratório paulista Probiótica por cerca de R$ 150 milhões, já entrando como líder no mercado de nutrição esportiva no Brasil. • Também em fevereiro, a Brazil Pharma compra a rede de farmácias Sant’Ana, da Bahia, por R$ 347 milhões e põe fim a uma maratona de aquisições de redes médias que começou em dezembro de 2009. maio • Um ano depois de desembolsar U$ 14 bilhões na compra da Nycomed, a Takeda volta a surpreender e adquire o laboratório Multilab por R$ 540 milhões, entrando agora no mercado de genéricos.
2012
janeiro • A distribuidora Profarma adquire as redes de farmácias brasileiras Drogasmil e Farmalife por R$ 87 milhões. As duas bandeiras estavam nas mãos da mexicana Casa Saba, que deixou o País. A empresa adquiriu também 50% da rede Tamoios. fevereiro • Três semanas depois de comprar a Drogasmil e a Farmalife, a Profarma anuncia a criação de uma joint-venture com a Nutrilatina para distribuir e vender os produtos da linha Diet Shake no País. A atacadista Supernova nasceu com 35% das ações para a Profarma e outros 35% para a Nutrilatina. • A rede norte-americana CVS Caremark compra as 44 lojas da drogaria Onofre, numa transação avaliada em R$ 670 milhões. • Numa associação inédita entre os laboratórios brasileiros EMS, Hypermarcas, União Química e Aché, é anunciado o superlaboratório Bionovis, que nasce com o objetivo de produzir medicamentos biológicos legitimamente brasileiros.
2013
2013 maio a da farmácia
45
retrospectiva
Para qualquer laboratório com presença ou pelo menos interesse no mercado brasileiro, a aquisição o posicionaria na liderança em segmentos-chave, que de outra forma poderia levar décadas ser obtida sante para o grupo comprador ganhar em sinergia e capacidade de investimento no mercado brasileiro. “Para qualquer laboratório com presença ou pelo menos interesse no mercado brasileiro, a aquisição o posicionaria na liderança em segmentos-chave, que de outra forma poderia levar décadas para ser obtida. Seria uma lógica similar à da aquisição da Medley pela Sanofi-Aventis (quarto laboratório por vendas antes da aquisição), que levou a SanofiAventis/Medley a uma posição de liderança em vendas no Brasil, e ainda no segmento de genéricos. Entretanto, não é apenas a simples conquista de uma posição de liderança a que conta. O Aché tem know-how, experiência e relacionamentos cultivados ao longo de várias décadas, que seriam cruciais para a expansão das receitas de qualquer dessas empresas, pois facilitariam áreas tais como distribuição, propaganda, registro, etc., o que é conhecido no mundo dos negócios como ‘sinergias’”, analisa Casado. O executivo da Capital Invest acredita que a tendên46
guia da farmácia maio 2013
A tendência das empresas é querer cia das empresas é querer alcançar maior alcançar maior participação participação a a cada período, chegando a cada período uma concentração tal qual o segmento de genéricos, onde apenas quatro empresas são responsáveis por 80% das vendas no Brasil, numa área que cresce mais de 20% a cada ano. O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Eduardo de Almeida Salles Terra, não acredita, contudo, que essa concentração se dará a médio prazo no Brasil. “Em nenhum mercado do mundo existe concentração muito grande de empresas fabricantes. A fabricação de medicamentos, pelo resultado final, é bastante lucrativa e chega a um determinado limite que seus acionistas não querem abrir mão do potencial de ganhos futuros numa venda”, aponta.
prevenção
Lições da vida Ações preventivas, geralmente, não são consideradas prioridade e cada item não incluído no projeto de execução eleva os riscos
N
Luiz Fernando Sambugaro Diretor de comunicação da Gunnebo Gateway Brasil (www. gateway-security.com.br), líder nacional em soluções tecnológicas para a proteção eletrônica de mercadorias no varejo e uma das maiores companhias do mundo na área de segurança 48
guia da farmácia maio 2013
Neste artigo, tomo a liberdade de propor uma profunda reflexão sobre muitas questões cotidianas a que não damos atenção ou cujas potenciais consequências não avaliamos. Ações preventivas, geralmente, não são consideradas prioridade e cada item não incluído no projeto de execução eleva os riscos. E por que não, já que existem projetos a serem seguidos, padrões de acessibilidade, normas construtivas e preventivas para incêndio, inundações, furtos, assaltos, acidentes operacionais e quebra de produção? 1) Se não houver respeito às normas técnicas, estabelecidas pela imensa experiência coletiva de quem as emite, não importa se por pressa na abertura de uma loja, uma igreja ou qualquer outro estabelecimento, mais cedo ou mais tarde, um dano é previsto e não haverá dinheiro suficiente para pagar a perda. Necessariamente, os funcionários devem ser treinados para agir de forma adequada e totalmente responsável tanto na abordagem de uma ação de furto na farmácia como nos casos de acidentes mais graves, roubo de carga ou assalto à loja. Ressalte-se também a qualidade dos equipamentos de proteção, a escolha de fornecedor idôneo e com o devido suporte técnico, bem como a correta atualização dos extintores de incêndio ou das câmeras de vigilância. Às vezes,
somos forçados ou tentados a buscar caminhos e alternativas que facilitem atingir os objetivos econômicos. E, nesse “atalho”, normalmente, são desconsiderados os riscos potenciais que acarretam prejuízo maior no futuro. 2) Se você, empreendedor ou gestor do segmento de farmácias e drogarias, acessar o Google e fizer uma busca por “prevenção e perdas”, vai ficar horrorizado com as dezenas de páginas com notícias ou cenas, extraídas de sistemas inteligentes de segurança, de assaltos e furtos registrados. A maioria nem aparece nessa pesquisa na internet, pois várias delas não são denunciadas. O furto interno, principalmente, poderia ser evitado se a prevenção fosse regra. As milhares de unidades de mercadorias furtadas em uma rede comercial justificam o investimento na prevenção, pois a ganância de hoje pode ser a perda de amanhã. Vale uma reflexão sobre isso. O momento é de investimentos, fusões, ampliação de linhas de produtos e, como conhecido pelos participantes do mais recente Big Retail Show, da National Retail Federation (NRF), em Nova York, redes de drugstores norte-americanas já vendem alimentos. Proteja o seu patrimônio, invista em prevenção, cumpra as normas e evite o peso na consciência ou a redução do saldo da conta bancária. foto: DIVULGAÇãO
tendência
Pontapé inicial
A compra da Onofre pelo grupo americano CVS Caremark pode alterar o mercado brasileiro. As mudanças serão para todo o segmento e também para os pequenos empresários P o r Ro d r i g o R o dr i g u es 50
guia da farmácia maio 2013
D
Demorou, mas finalmente aconteceu. A tão esperada chegada estrangeira ao mercado de varejo farmacêutico brasileiro foi anunciada no último mês de fevereiro, através da aquisição de 80% das ações da Drogaria Onofre pela rede norte-americana CVS Caremark. O negócio estimado em R$ 670 milhões ainda deixa a família Arede, ex-dona da rede, em posição estratégica dentro da companhia, porque junto com a aquisição a CVS acertou o passe dos irmãos Ricardo e Marcos Arede, que continuam liderando a empresa. fotos: shutterstock/divulgação
O negócio é tido como pontapé inicial para que outras empresas estrangeiras também entrem no mercado nacional neste momento de crescimento. A CVS Caremark é uma gigante americana que no ano passado obteve lucro líquido de US$ 7,5 bilhões. As vendas da empresa bateram a casa de US$ 123,1 bilhões no país no período. O valor foi 15% superior aos números de 2011, apesar da crise que ainda assola os Estados Unidos. A marca CVS figura anualmente no ranking das maiores empresas varejistas do mundo, realizado pela consultoria Interbrand. Em 2013 a companhia ocupa a quinta colocação entre mais de 200 empresas mundiais analisadas, com valor de mercado superior a US$ 15 bilhões. Segundo o professor do Programa de Administração do Varejo (Provar), da FIA-USP, Nuno Martins Dias Fouto, a entrada desse novo player deve trazer mais modernização ao mercado
Porém, o grande diferencial da CVS está no que eles chamam de “MinuteClinic”, que são clínicas rápidas instaladas dentro das próprias farmácias ou ao lado delas, onde o cliente pode ter acesso a serviços médicos como curativos, tratamento de lesões, infecções de garganta, bexiga ou ouvido, entre outras enfermidades comuns ao dia a dia familiar. Nessas unidades existem enfermeiros e médicos que examinam e prescrevem medicamentos para os pacientes, que compram dentro da própria loja os produtos de que necessitam. Na “MinuteClinic” o médico é autorizado a prescrever e aplicar vacinas contra pneumonia, hepatite, coqueluche, influenza, etc. É possível também fazer exames simples de pressão, diabetes e tabagismo, além de existir uma rede de laboratórios associados para fornecimento de resultados rápidos de exames como de sangue e urina. “É um modelo que, se chegar ao Brasil, será uma revolução”, diz o professor Nuno Fouto. Apesar do entusiasmo, contudo, o modelo norte-americano esbarra em sérias restrições sanitárias no Brasil. Os serviços de atenção farmacêutica estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda são limitados no País e só contemplam aplicação de injetáveis, aferição de pressão e curativos superficiais. Em muitos estados não é possível nem a venda de alimentos e produtos fora do catálogo de saúde. Venda de eletrônicos, roupas e produtos de limpeza é quase uma utopia por aqui, se seguidas as determinações da Anvisa de forma correta. Essas restrições são apontadas por alguns especialistas como a razão pela qual as farmácias estrangeiras demoraram a chegar ao Brasil. “Havia um quadro de incertezas e instabilidade jurídica que se estabilizou de quatro ou cinco anos para cá, despertando maior interesse dos estrangeiros, que há tempos já ‘namoravam’ o nosso mercado, pelo tamanho do crescimento, apesar das sucessivas crises”, avalia Fouto. O consultor e sócio-diretor do Instituto Bulla de Goiânia (GO), Cadri Awad, diz que o baixo crescimento do mercado norte-americano, as reformas de saúde do governo Obama e a recente aquisição da Boots europeia pela concorrente Walgreens contribuíram para a tomada de decisão da CVS em aportar no Brasil. Mas ele concorda que a robustez do mercado interno brasileiro é, sem dúvida, a luz que fez brilhar os olhos interessados
o baixo crescimento do mercado norteamericano, as reformas de saúde do governo obama e a recente aquisição da boots europeia pela concorrente da cvs contribuíram para a entrada no brasil brasileiro, já que a CVS é referência em design, produtos e serviços para todas as farmácias do mundo. “É uma empresa muito profissional e com forte presença nos EUA, principalmente nos grandes centros urbanos. As lojas são organizadas, modernas e com serviços que hoje não são oferecidos aqui. Devem servir de referência para as concorrentes brasileiras, caso adotem o modelo americano no Brasil”, avalia. Com cerca de 7.400 lojas espalhadas por 46 estados norte-americanos, a CVS gaba-se de ter uma unidade a cada três milhas de distância da casa de um cidadão americano em 75% do território nacional. O diferencial da rede é a enorme quantidade de cosméticos e artigos de beleza, além da oferta de produtos que transformam as lojas numa espécie de minimercados que fazem concorrência direta com gigantes como Walmart em determinados segmentos. No modelo americano, medicamento é um mero detalhe do mix oferecido aos clientes. Biscoitos, sucos, refrigerantes, souvenirs, moletons, camisetas, material de limpeza e até produtos eletrônicos, como máquinas fotográficas, celulares e televisores, podem ser adquiridos nessas lojas. Em Nova York, por exemplo, é possível encontrar saladas, frios e até sanduíches para consumo rápido nas gôndolas dessas farmácias. Serviços postais e revelação de fotos também são muito procurados nas lojas.
2013 maio guia da farmácia
51
tendência
importante saber cvs mercado farmacêutico
Obteve lucro líquido de US$ 7,5 bilhões em 2012. As vendas da empresa bateram a casa de US$ 123,1 bilhões nos EUA. O valor foi 15% superior aos números de 2011.
2012
2011
cresceu cerca de 4%
cresceu cerca de 3,7%
movimentação no mercado
A companhia ocupa a quinta colocação entre mais de 200 empresas mundiais analisadas, com valor de mercado superior a US$ 15 bilhões. Com cerca de 7.400 lojas espalhadas por 46 estados norte-americanos, a CVS gaba-se de ter uma unidade a cada três milhas de distância da casa de um cidadão americano em 75% do território nacional.
US$ 287 bilhões anuais
CVS chegou em terras brasileiras
mercado farmacêutico
onofre
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2012
2011
cresceu cerca de 16%
cresceu cerca de 21%
movimentação no mercado
até 2017
R$ 45 bilhões anuais
deve evoluir para R$ 87 bilhões anuais
guia da farmácia maio 2013
A Onofre é a nona maior rede de farmácias do Brasil, 44 lojas espalhadas por cinco estados Faturamento anual de R$ 450 milhões. Possui a melhor receita por metro quadrado do setor varejista de farmácia. Cada ponto fatura anualmente cerca de R$ 10 milhões, enquanto na Raia Drogasil, a maior do setor, esse valor chega a ser 40% menor nas suas 776 lojas espalhadas pelo Brasil.
Infográfico Larissa Lapa
O MERCADO AMERICANO EM NÚMEROS DE 2012 REDES
ESTIMATIVA DE VENDA DE MEDICAMENTOS COM RECEITA
PARTICIPAÇÃO NO MERCADO
CVS Corporation
US$ 43,7 bilhões
15,8%
CVS Pharmacy Services
US$ 19,4 bilhões
7,0%
Walgreens Company
US$ 42,8 bilhões
15,5%
Express Scripts, Inc
US$ 32,9 bilhões
11,9%
Walmart Stores, Inc
US$ 17,9 bilhões
6,5%
Rite Aid Corporation
US$ 17,7 bilhões
6,4%
The Kroger Company
US$ 7,5 bilhões
2,7%
Safeway, Inc.
US$ 3,9 bilhões
1,4%
UnitedHealth
US$ 3,5 bilhões
1,3%
Target Corporation
US$ 3,1 bilhões
1,1%
Sears Holding Corporation
US$ 2,3 bilhões
0,8%
Supervalu Inc.
US$ 2,2 bilhões
0,8%
Outras redes menores juntas
US$ 35,4 bilhões
12,8%
Farmácias independentes
US$ 44,2 bilhões
16,0%
Total
US$ 276,5 bilhões
100,0%
Fonte: Drug Channels Institute – Estimated 2012, divulgado em janeiro de 2013
VENDA DE MEDICAMENTOS NO BRASIL / 2011-2012 2011
2012
VARIAÇÃO (%)
Vendas
R$ 21.606.674.304
R$ 25.066.448.864
16,01
Vendas de medicamentos
R$ 14.979.395.443
R$ 17.268.024.362
15,27
Vendas de não medicamentos
R$ 6.627.278.861
R$ 7.798.424.502
17,67
Clientes atendidos
687.820.671
738.851.800
7,41
Unidades vendidas
1.813.026.083
1.932.634.019
6,59
Total de lojas
4.331
4.692
8,33
Total de colaboradores
94.228
102.905
9,10
Total de colaboradores – farmacêuticos
9.557
11.997
25,53
Fonte: Abrafarma – Banco de Dados FIA/USP
2013 MAIO GUIA DA FARMÁCIA
55
tendência
dos gringos: “O mercado americano ainda não se recuperou como se gostaria da crise e vem exibindo taxas de crescimento pequenas. A fusão entre Boots e Walgreens teve alguma influência na decisão da CVS em entrar no Brasil, porque fusões sempre geram diversas reações dentro de um mercado. Mas as altas taxas de crescimento do varejo farmacêutico brasileiro foram de fato o verdadeiro atrativo para a chegada da CVS ao País”, analisa.
Resultados apurados De fato, a diferença de mercados é um fator gritante na comparação entre Estados Unidos e Brasil. Enquanto aqui o mercado de varejo farmacêutico cresceu cerca de 16% em 2012, segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), no país de Barack Obama esse avanço foi de apenas 4%, de acordo com as estimativas de várias consultorias como Drug Channels Institute (DCI) e IBIS World (os números oficiais de 2012 ainda não foram divulgados). Em 2011, o mercado norte-americano avançou 3,7%, segundo dados do IMS Health. No Brasil esse valor foi de 21%, indica a Abrafarma. Claro que, na comparação de mercados, os Estados Unidos têm público interno muito mais acentuado. Enquanto o mercado brasileiro movimenta cerca de R$ 45 bilhões anuais, nos EUA esse valor é de aproximadamente US$ 287 bilhões. Mas, como vários estudos já indicam, até 2017 o nosso mercado deve evoluir para R$ 87 bilhões anuais, o que mostra um vigor invejado por norte-americanos e europeus. Contudo, a dúvida que despertou no mercado brasileiro é por que os americanos escolheram a Onofre para começar as operações no Brasil, quando todos esperavam que os estrangeiros entrassem fazendo barulho e comprando redes mais robustas? A Onofre é a oitava maior rede de farmácias do Brasil, com 44 lojas espalhadas por cinco estados e faturamento anual de R$ 450 milhões. Ou seja, perto das operações da matriz americana, não faz nem cócegas nas contas da companhia. Mas a resposta a essa pergunta foi dada pelo próprio CEO da CVS nos EUA, Larry Merlo, que durante conferência para a imprensa internacional declarou que a compra da Onofre “é como colocar o dedo na água do mercado brasileiro”. De acordo com o executivo, o “mercado brasi56
guia da farmácia maio 2013
A Onofre é a nona maior rede de farmácias do Brasil, com 44 lojas espalhadas por cinco estados e faturamento anual de R$ 450 milhões
Algumas especulações do mercado dão conta de que a primeira medida que o plano de expansão da CVS no Brasil deve adotar é a instalação de centros de distribuição próprios para melhorar a logística da rede e baratear a cadeia a longo prazo, elevando as margens de lucro
leiro é ainda altamente fragmentado” e, por isso, a estratégia adotada pela companhia é de “conhecer o mercado brasileiro no primeiro momento”. Merlo se disse convicto da estratégia adotada para entrada no Brasil, porque vê “grandes oportunidades de crescimento no País”. O CEO da CVS deixou claro que, apesar da modesta operação inicial no Brasil, o objetivo é liderar o mercado nacional. “Parece bastante receptivo a redes de farmácias e é fragmentado. Existem muitos competidores, mas o primeiro colocado não tem mais do que 10% de participação. Nos Estados
tendência
Unidos, sempre buscamos estar entre os três maiores do mercado. Nossa meta é manter esse padrão no Brasil”, avisou Merlo. De acordo com o professor Nuno Fouto, a escolha da Onofre se deu pela similaridade que a marca brasileira tem com a dos Estados Unidos. Para ele, o estilo da Onofre de ter “poucas, mas grandes e ren-
to no Brasil os pequenos ou independentes detêm quase 50% do mercado, nos Estados Unidos esse valor não ultrapassa os 20%. Os números mostram uma diversidade que os americanos não estão acostumados a enfrentar. Além disso, o mercado brasileiro ainda tem de lidar com a informalidade das farmácias que não recolhem impostos e até vendem medicamentos oriundos de roubos e assaltos, a alta carga tributária e até as margens de lucro cada vez mais apertadas. “As redes estrangeiras que tentaram entrar no Brasil até hoje não obtiveram sucesso. Neste momento a Casa Saba, que tem uma grande operação no México e é um dos maiores grupos farmacêuticos mundiais, com ações na bolsa de valores americana, retirou-se do Brasil por não se adaptar ao nosso mercado. Não é uma tarefa fácil entrar em outro país, outra cultura e se adaptar. Aqui nosso varejo ainda é muito fragmentado, ainda existem muitos subterfúgios fiscais, muita informalidade. Enfim, é preciso entender de Brasil e normalmente os gringos não entendem”, avalia o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia. De fato, a aquisição das redes Drogasmil e Farmalife pela empresa mexicana Casa Saba, maior distribuidor de medicamentos da América Latina, pode ser considerada a primeira incursão estrangeira no mercado brasileiro. O negócio fechado em 2008 custou cerca de US$ 115 milhões (R$ 185 milhões) na época. Após cinco anos de atuação no Brasil, contudo, o grupo mexicano anunciou a saída do País, amargando um prejuízo estimado em quase R$ 100 milhões. As duas redes foram adquiridas pela também distribuidora Profarma, dos empresários Manoel e Sammy Birmarcker, que abocanhou as 85 lojas da rede pela bagatela de R$ 87 milhões (cerca de US$ 43 milhões). A justificativa dos mexicanos é que o grupo se concentraria em novas aquisições no México e no Chile, onde têm fatia expressiva do mercado. Mas nos bastidores o que se comenta é que o grupo esperava lucros mais robustos e rápidos ao longo desse período, o que acabou não acontecendo. “Não dá para ficarmos caindo de quatro por movimentos tão irrisórios como esse (da CVS). Mande eles colocarem uma loja do meu lado e vamos ver quem é mais ágil na competitividade. A CVS é só mais um concorrente, assim como a Raia Drogasil, Pacheco/São Paulo, Panvel, Nissei, Famavip, Agafar-
em terras tupiniquins, as quatro grandes redes farmacêuticas controlam apenas 25% do mercado nacional. já nos eua, esse percentual é de 60%. enquanto no brasil os pequenos ou independentes detêm quase 50% do mercado, nos eua esse valor não ultrapassa os 20% táveis lojas” despertou a cobiça dos americanos. “Entre as redes brasileiras, a Onofre tem um layout muito parecido com o dos americanos, tem oferta de produtos e serviços de beleza muito diversa e parecida com a deles, além de ser altamente rentável entre as demais”, avaliou. Segundo o Instituto Euromonitor, a Onofre possui a melhor receita por metro quadrado do setor varejista de farmácia. Cada ponto fatura anualmente cerca de R$ 10 milhões, enquanto na Raia Drogasil, a maior do setor, esse valor chega a ser 40% menor nas suas 776 lojas espalhadas pelo Brasil. O próprio CEO da CVS concorda com a afirmação: “A Onofre é uma rede de franquias de alta qualidade e inovadora. Percebemos isso na parte de gerenciamento de produtos e também no comércio eletrônico. Estamos convictos de ter escolhido o parceiro certo para a estreia no Brasil”, disse Larry Merlo à imprensa brasileira.
Entraves nacionais Embora esteja convicto do sucesso da operação no Brasil, o presidente mundial da CVS tem mais desafios que dividendos para enfrentar no País. Em terras tupiniquins, as quatro grandes redes farmacêuticas controlam apenas 25% do mercado nacional. Já nos Estados Unidos, esse percentual é de 60%. Enquan58
guia da farmácia maio 2013
tendência
ma, e vai ter de lutar por espaço (e contra problemas), como todos os outros”, diz o representante da Febrafar. A opinião da Febrafar se coaduna com a do presidente da Associação dos Farmacêuticos Proprietários de Farmácias do Brasil (AFPFB) e do grupo Farma & Farma, Rinaldo Ferreira. Segundo ele, a CVS não vai conseguir ficar alheia aos problemas da legislação sanitária brasileira e das leis que regem as finanças do setor, que dificultam a vida dos proprietários: “A legislação sanitária brasileira, as resoluções da Anvisa, legislação tributária e demais legislações e normatizações formam uma colcha de retalhos que permite diferentes interpretações e consequentes disputas judiciais. Estes fatos causam instabilidades que dificultam a administração centralizada, principalmente para quem não conhece a realidade nacional e as diferenças entre os estados e até de um município para outro”, explica o executivo. Por tudo isso, a vida dos estrangeiros que aportam no Brasil não deve ser o mar de rosas que se vende aos quatro cantos. Mas uma outra pergunta que o mercado vem se fazendo é sobre as mudanças que a chegada da CVS deve causar aos pequenos. Sobre o impacto desse movimento da CVS no Brasil, os dirigentes procurados pelo Guia da Farmácia foram unânimes em afirmar que não há motivos para se preocupar. Na visão deles, os americanos devem passar por um longo período de maturação que não deve interferir na dinâmica do mercado. “Essas mudanças exigirão dos pequenos e independentes maior nível de profissionalização, bem como adoção de gestão de alta performance. A concentração no mercado continuará a crescer, mas não podemos esquecer que ele dobrará de tamanho nos próximos quatro anos. Portanto, os pequenos e independentes ainda terão muitas oportunidades se investirem em PDVs mais modernos, layout funcional, mix de produtos, mas acima de tudo, em um grande nível de administração com mensuração dos resultados financeiros de suas empresas, para que promovam a tomada de decisão tão necessária ao crescimento do negócio”, detalha o consultor Cadri Awad, do Instituto Bulla. Na avaliação de Rinaldo Ferreira, da AFPFB e do Grupo Farma & Farma, no curto prazo a CVS mudará o referencial de loja no Brasil, sem impactar em redução ainda mais drástica das margens de lucro ou descontos concedidos. “Logo que as lojas da CVS começarem a se firmar no mercado, elas poderão ser um novo referencial para aqueles que tentaram imitar alguns de seus conceitos. Porém, a competitividade do mercado brasileiro cresceu nos últimos anos e vai continuar crescendo com ou sem grupos estrangeiros”, diz Ferreira. 60
guia da farmácia maio 2013
tendência
Implicações Para o mercado brasileiro • O conhecimento e experiência da CVS pode abrir alguns mercados potenciais em benefícios para a saúde, especialmente para grandes empresas no estado de São Paulo que oferecem cobertura estendida para funcionários. • A experiência da CVS com ExtraCare será uma oportunidade, uma vez que os programas de fidelidade no Brasil não têm a mesma popularidade vista nos EUA. • O mercado de saúde e beleza é significativo e linhas estendidas da CVS, como os produtos de marca própria, poderão capitalizar sobre esta tendência e abrir o mercado para novas possibilidades de merchandising. • Suplementos de saúde também estão se expandindo, apesar de apresentarem preços locais altos. A compra de uma empresa maior em uma base internacional pode proporcionar um grande benefício aos consumidores. • O mercado de MIPs é mais difícil de julgar porque as regras de merchandisng mudam gradualmente. A CVS pode influenciar a forma de gerenciamento da categoria, para dar maior peso aos produtos. • Além disso, a experiência CVS com MIPs de marca própria poderia ajudar a redefinir a categoria no Brasil, embora a aplicação dependa do governo. • É de se esperar que a mudança virá no tamanho das lojas, provavelmente, duplicar ou triplicar a área física para absorver as novas áreas de categorias competitivas Para a CVS • Para a CVS significa ter uma abordagem lenta e constante que está em linha com o seu método de disciplina financeira. É uma forma de a CVS testar o território, começando a sentir o mercado brasileiro, ao compartilhar as melhores práticas e desenvolvimento de planos de expansão inteligentes. • A CVS pode se beneficiar dessa aquisição no curto prazo de alguns dos pontos fortes da Onofre no Brasil, apesar das diferenças de canal observadas em cada uma delas. Fonte: Julio Gomes, diretor de consultoria da Kantar Retail South America
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guia da farmácia maio 2013
antes de se fundir com a walgreens, executivos da boots também circularam pelo brasil e demonstraram muito interesse nos ativos da brazil pharma e da pague menos. a porteira está aberta Estimativas positivas Algumas especulações do mercado dão conta de que a primeira medida que o plano de expansão da CVS no Brasil deve adotar é a instalação de centros de distribuição próprios para melhorar a logística da rede e baratear a cadeia a longo prazo, elevando as margens de lucro. Entretanto, o que se fala é que esse plano vai depender dos primeiros resultados que a empresa tiver em solo brasileiro e na disposição de outras bandeiras que decidam se fundir à bandeira norte-americana. Espera-se também que o movimento da CVS acelere o processo de entrada da Walgreens no País. O próprio presidente-executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, já admitiu que participou de uma reunião com executivos da empresa nos Estados Unidos, mostrando os números e alertando para a realidade brasileira. O encontro aconteceu no último mês de outubro e, segundo Barreto, os executivos gostaram do que viram. “Eles podem comprar algum player nacional ou mesmo abrir unidades da marca aqui”, comentou o executivo no evento da BM&F Bovespa ano passado. Mena acredita ainda que uma grande operadora estrangeira possa inaugurar de duas a três mil lojas no Brasil, caso seja necessário. Antes de se fundir com a Walgreens, executivos da Boots também circularam pelo Brasil e demonstraram muito interesse nos ativos da Brazil Pharma e da Pague Menos. Procuradas, ambas negam qualquer contato com empresas estrangeiras ou intenção de negociar seus ativos. Para o professor Nuno Fouto, contudo, novos desembarques no Brasil são só questão de tempo: “A porteira está aberta. A aquisição pela CVS é um marco porque mostra que as desconfianças já se dissiparam e o que se enxerga agora são as possibilidades de mais ou menos lucros”, conclui.
Qual a importância do líder na farmácia? 64
guia da farmácia maio 2013
m a r c e l o c r i s t i a n r ib eir o
Por que
Sócio-diretor da Desenvolva Consultoria e Treinamento www.desenvolvaconsultoria.com.br contato@desenvolvaconsultoria.com.br
liderar?
Todas as organizações precisam de bons líderes para o melhor desenvolvimento de seu potencial
foto: divulgação
J
Já ouviu o ditado “O olho do dono é que engorda o porco”? Esse adágio popular traduz muito mais do que acompanhar a execução do trabalho ou mesmo fiscalizar se não estão lesando a empresa. Esse conceito traduz muito mais que dependência do proprietário da empresa, onde todas as ações seriam realizadas se ele estivesse presente. Muitas coisas mudaram na gestão de pessoas, mas um ponto que não muda nunca é a necessidade de liderança nas operações de uma organização e/ou ajuntamento de pessoas. Todos precisamos de líderes para desenvolver nosso potencial, de forma que não se desperdicem recursos. Seja na vida pessoal, profissional, social. Tudo funciona com líderes. “As únicas coisas que acontecem naturalmente dentro de uma empresa são atritos, confusão e má performance. Todas as outras coisas são resultados de LIDERANÇA”, segundo Peter Drucker. Deixar uma farmácia sem liderança
em cada departamento é ter uma farmácia onde manda quem pode mais. Esse que pode mais, muitas vezes, é o mais velho de casa, o que é parente do dono, o que é amigo do dono e muitas vezes ele não possui as competências corretas para liderar a equipe. O líder orienta a equipe para a prática de resultados. Com a liderança, a comunicação flui levando todos à prática comum e os resultados são alcançados através da divisão de tarefas. Os ruídos na comunicação e seus desgastes diminuem pela presença do gerente da loja. Por existir esse líder, um porta-voz de soluções dentro da farmácia. Com a liderança, a farmácia funciona melhor. As tarefas são desempenhadas sem retrabalhos e perda de performance. Os departamentos da farmácia se conectam com mais perfeição. E devemos lembrar que o cliente sempre é mais bem atendido. As dúvidas são sanadas e o bom atendimento sempre impressiona. 2013 maio guia da farmácia
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pesquisa
Perfil do consumidor
A maior parcela dos compradores de farmácias e drogarias é do público feminino, exerce atividade remunerada e pertence à classe C
C
Por lígia favoretto
Cinquenta e cinco por cento dos compradores de farmácias e drogarias são do sexo feminino e possuem em média 41 anos de idade. Os consumidores do sexo masculino somam 45%. A evidenciação deste dado foi revelada pela pesquisa Perfil do Consumidor de Medicamentos no Brasil 2013, realizada pelo Datafolha/ICTQ – Pós-Graduação para Farmacêuticos. De acordo com o diretor executivo do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade Industrial
68
guia da farmácia maio 2013
(ICTQ), Marcus Vinícius de Andrade, os índices apontam para um perfil muito peculiar e devem trazer à tona novas reflexões, além de impor um desafio extra aos dispensadores de medicamentos, pois faz-se necessária a maior capacitação dos atendentes e farmacêuticos para o atendimento adequado a essa clientela, de maneira customizada, gerando maior satisfação e fidelização. Fato que aponta para uma nova forma de realização da Atenção Farmacêutica. “Os estabelecimentos que estiverem atentos a esse perfil com certeza terão condições de atuarem de maneira mais competitiva junto aos concorrentes.” foto: shutterstock
pesquisa
A farmacêutica responsável pela Farmácia Escola, do departamento de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti, comenta que a maior presença feminina em farmácias e drogarias, dentro do cenário brasileiro, se dá pela responsabilidade do cuidado da família. “Podemos entender, então, que na verdade as mulheres constituem grande parte da população ativa que trabalha e que aproveita o final de expediente profissional para as devidas aquisições.” Os medicamentos prevalecem como produto mais comprado, todavia, é possível vislumbrar uma tendência crescente para o consumo de itens de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC), sendo isso mais evidente nas cidades de Curitiba (PR), Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Maria Aparecida lembra que o fato de termos atualmente um crescente consumo de itens relacionados à higiene e beleza tem algumas razões, como, por exemplo, as drogarias estarem mais estruturadas e com uma oferta de produtos diferenciados para vários tipos de necessidades. “A racionalização de tempo, particularmente em cidades de médio e grande porte está cada vez mais presente, então, o fato de as pessoas terem disponibilidade de aquisição de outros itens fundamentais da vida cotidiana colabora para que esse consumo seja crescente pela facilidade de se encontrar compartilhado em um mesmo espaço.” Dentre as praças (cidades) avaliadas pela pesquisa, Goiânia, no estado de Goiás, é a que apresenta a maior concentração de mulheres compradoras, com 60%; já o público masculino apresenta-se com maior evidência em Manaus.
Níveis de escolaridade A pesquisa mostra que 43% dos consumidores brasileiros têm grau de escolaridade médio; 34% tem nível fundamental e 23% superior, ou seja, o nível médio corresponde à maior parte da população. Salvador é a cidade que detém o maior número de compradores de nível médio, com 57%; Recife tem a maior concentração de compradores com nível fundamental, 43%; já São Paulo e Curitiba são as praças de maior presença de compradores com nível superior, com 28% cada. Marcus Vinícius de Andrade, do ICTQ, diz que a escolaridade pode ou não impactar o acesso às informações sobre o uso racional de medicamentos. “Isso não pode ser baseado exclusivamente no grau de escolaridade. Em alguns estados brasileiros, até médicos duvidam do medicamento genérico, por exemplo, por falta de conhecimento e informação.” O executivo acredita que um conjunto de fatores promovem consumidores bem informados. Dentre ele, a presença de um 70
guia da farmácia maio 2013
O Brasil é uma nação classe c. somos um país emergente onde 27 milhões de pessoas, em 2011, deixaram as classes d e e para se enquadrarem na classificação econômica c, transformando-a na maior fatia socioeconômica da atualidade. convergindo com este dado, o estudo traz em seu conteúdo a informação de que 94% dos brasileiros consomem medicamentos, sendo a maioria pertencentes à classe c farmacêutico, na farmácia que faz questão de abordar e orientar o consumidor de medicamentos. “Apesar de muitos profissionais da saúde, principalmente médicos, optarem pela prescrição de medicamentos de marca, um conjunto de ações efetivas propostas pela Ministério da Saúde, em parceria com as indústrias de medicamentos genéricos e a atuação do profissional farmacêutico, vem proporcionando ao consumidor um maior esclarecimento acerca da efetividade dos medicamentos genéricos.” Para ele, a soma desses esforços traz ao consumidor o benefício de poder adquirir medicamentos de qualidade a preços mais acessíveis, reduzindo os gastos com medicamentos e espelhando uma tendência já vista em muitos países desenvolvidos. A especialista da USP e da UnG, Maria Aparecida Nicoletti, ressalta que há inúmeras publicações científicas que evidenciam que muitos usuários de medicamentos não seguem o tratamento indicado, por falta de informação, ou seja, o número de administrações, quantidade do medicamento e período prescrito, muitas vezes, são traduzidos por um insucesso terapêutico. “O que se evidencia com frequência é a situação na qual o paciente percebe uma melhora de sua condição de saúde, e por conta própria acredita que poderá parar com a medicação, sem nenhum comprometimento para o problema de saúde apresentado. Em outros casos, o paciente resolve aumentar a dose e como consequência tem um quadro de agravamen-
pesquisa
Perfil dos compradores em farmácia
52 48 55 45
Manaus
Belém 57 43 Recife
54 46
Salvador
Base São Paulo
320
Rio de janeiro
210
belo horizonte
110
curitiba
110
porto alegre
107
salvador
108
fortaleza
110
54 46
recife
111
Curitiba
goiânia
102
campo grande
112
56 44
belém
108
Porto Alegre
manaus
103
TOTAL
1611
60 40
Goiânia 53 47
to de reações adversas. Enfim, há também os que se preocupam em seguir corretamente as orientações estabelecidas pelo profissional da saúde, entretanto, a educação em saúde deve ser uma prática a ser exercida constantemente com as pessoas, considerando que grande parte da população ainda desconhece noções básicas sobre administração de medicamentos.” Ela diz que infelizmente a população brasileira não tem ainda uma condição satisfatória de conhecimento a respeito dos problemas de saúde, e normalmente as pessoas não conhecem nem o seu próprio corpo. “É comum o questionamento do usuário do medicamento sobre a prescrição. Isso demonstra uma falha grave no sistema, entretanto, a dispensação ativa possibilita a interação direta do profissional farmacêutico com o usuário do medicamentos, permitindo que as lacunas de desconhecimento sobre a 72
Belo Horizonte
Campo Grande
Fonte: Datafolha/ICTQ – PósGraduação para Farmacêuticos
guia da farmácia maio 2013
55 45
55 45
São Paulo
55 45
Rio de Janeiro
Sexo Feminino Masculino
doença e o medicamento sejam sanadas.” A população com disponibilidade de acesso ao desenvolvimento tecnológico apresenta algum diferencial em relação a conhecimento, mas não necessariamente relacionado ao uso racional de medicamentos. Maria Aparecida lembra que é preciso entender que uma parcela da população brasileira ainda não é alfabetizada ou apresenta muita deficiência na leitura, não conseguindo, inclusive, diferenciar um medicamento do outro. “O Brasil, por suas dimensões continentais, apresenta extremos em relação à formação e acesso à informação.”
Rentabilidade influenciadora A média de renda familiar (soma da renda de todos os membros da família) obteve índices de até cinco salários mínimos, que correspondem a R$ 3.053,00, (salário mí-
pesquisa
perfil dos compradores em farmácia
Até R$ 1.244
de R$ 1.245 até R$ 1.866
de R$ 1.867 até R$ 3.110
R$ 3.111 até R$ 6.220
R$ 6.221 até R$ 12.440
R$ 12.441 ou mais
Média (em R$)
Recusa/ não sabe
base
Total
33
22
20
13
6
2
3014
5
1611
São Paulo
27
17
23
16
5
3
3441
8
320
Rio de Janeiro
28
25
19
10
12
3
3510
4
210
Belo Horizonte
31
20
19
15
7
2
3095
6
110
Curitiba
21
32
21
16
7
1
2980
2
110
Porto Alegre
28
19
22
20
7
3
3414
2
107
salvador
51
20
15
5
4
0
2037
5
108
fortaleza
48
32
9
5
3
1
2052
2
110
recife
49
23
11
11
4
2
2449
1
111
goiânia
28
22
28
15
4
0
2566
2
102
campo grande
32
26
26
13
1
1
2412
1
112
belém
52
19
12
10
4
1
2413
2
108
manaus
44
17
21
13
3
1
2448
1
103
Fonte: Datafolha/ICTQ – Pós-Graduação para Farmacêuticos
classificação econômica
5%
39%
48%
8%
Classe A
Classe B
Classe C
Classe D/E
Fonte: Datafolha/ICTQ – Pós-Graduação para Farmacêuticos
nimo de R$ 622,00 – base de janeiro de 2012). 32,5% recebem até dois salários, 22% de dois a três, 20% de três a cinco, 13% de cinco a dez, 6% de dez a vinte, 2% mais de vinte e 4% se recusou a falar ou não sabia. Um outro estudo, realizado em setembro de 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que os gastos das famílias brasileiras com a compra de medicamentos correspondem a 48% de sua despesa média mensal familiar. A revelação de números como esses, apresentados pelo ICTQ e pelo IBGE, permite um conhecimento mais profundo sobre as proporções que o brasileiro destina da sua renda à compra de medicamentos. “É revolucionador, pois, pela primeira vez, se conhece a renda familiar dos consumidores de medicamen74
guia da farmácia maio 2013
tos e o quanto dessa renda está destinado ao consumo em farmácias e drogarias”, enfatiza Marcus Vinícius. O executivo explica que os índices sugerem que os consumidores que possuem maior renda (classe A) são os que mais consomem e os que vão às drogarias com uma maior frequência (56% semanalmente ou quinzenalmente), contudo, esses consumidores, da classe A, não representam a maior parcela da população – somam apenas 5% dos entrevistados. “O Brasil é uma nação classe C. Somos um país emergente onde 27 milhões de pessoas, em 2011, deixaram as classes D e E para se enquadrarem na classificação econômica C, transformando-a na maior fatia socioeconômica da atualidade. Convergindo com este dado, o estudo traz em seu conteúdo a informação de que 94% dos brasileiros consomem medicamentos, sendo a maioria pertencente à classe C.” Setenta por cento dos compradores da farmácia têm atividade remunerada e 30% não. “Enquadram-se neste índice os aposentados, estudantes, donas de casa, os beneficiados com medicamentos gratuitos no Farmácia Popular etc. A renda destes é proveniente de fontes outras que não o exercício de atividade profissional remunerada diretamente, o que não os desqualifica como consumidores.”
consumo
Raio-x do desembolso Institutos de pesquisas investigam a fundo a vida do brasileiro e mostram quem é esse consumidor que, mesmo endividado, não abre mão das regalias conquistadas nos tempos de aceleração econômica Por Flávia Corbó
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guia da farmácia maio 2013
fotos: shutterstock
O
O consumidor brasileiro é muito mais feliz hoje do que há dez anos. Entre 2002 e 2012, o desemprego caiu quase pela metade. Ao mesmo tempo, a renda familiar per capita da classe média passou de R$ 558 para R$ 658. O acesso ao crédito foi facilitado e hoje já soma 54% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Nos últimos seis anos, 19 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza e, atualmente, a classe média já representa 44% da população geral. A combinação desses fatores fez com que o índice de confiança do consumidor fosse às alturas. Com o bolso cheio como nunca e a autoestima elevada, os brasileiros foram às compras. E agora com direito à escolha de marca e maior qualidade. Apesar de o pagamento das contas e a alimentação ainda serem prioridades no momento de definir como a renda familiar será utilizada, os gastos terciários, que incluem lazer, viagens e automóveis, vêm crescendo – hoje representam 30% dos gastos da família brasileira, segundo
estatísticas divulgadas pelo Ministério da Fazenda. A cesta Nielsen, que contempla mais de 130 categorias, cresceu 30% em dez anos e hoje representa 8,2% do PIB. Após períodos de alta, como o registrado após a saída da crise econômica de 2008, a cesta passou por períodos de estabilidade. Ao longo de dez anos, a média de crescimento foi de 2,8%. Entre os anos de 2011 e 2012, as categorias que mais cresceram foram: perecíveis, bebidas não alcoólicas e higiene e beleza. Esta última categoria não apresenta picos de consumo, mantendo o crescimento sempre muito próximo à média, mas é a que apresenta mais consistência, mesmo em momentos de crise.
Má notícia O consumidor brasileiro atingiu um novo patamar. Mas a consequência dessa euforia desenfreada logo bateu à porta, atendendo pelo nome de inadimplência. De acordo com dados do Banco Central, a inadimplência cresceu mais de 50% entre 2002 e 2012. O consumidor atual possui 44% da sua renda comprometida com dívidas e não consegue honrar todas elas. Segundo dados revelados no estudo Consumer Insights 2012 da Kantar Worldpanel, diante deste cenário o consumi2013 maio guia da farmácia
77
consumo
Quem é o consumidor Brasileiro?
Família com três a cinco componentes Prefere buscar informações sobre higiene e beleza em tabloides de loja e internet e televisão
Rendimento aproximado de R$ 2.600
Importa-se com as marcas dos produtos e escolhe pela referência/preço
Chefe de família e dona de casa com cerca de nove anos de escolaridade
Multicanal diversifica o PDV, de acordo com benefícios financeiros Fonte: Nielsen
dor colocou o pé no freio. O consumo familiar, que desde 2009 vinha sendo o responsável por alavancar os índices da economia, sofreu uma desaceleração. Mas entenda: isso não significou que os brasileiros deixaram de comprar. Houve apenas uma modificação nos hábitos de compra. “O bolso está mais apertado, porque agora que o consumidor conseguiu atingir um patamar de consumo ele quer lutar para mantê-lo. É o momento de racionalizar a compra para manter esse status adquirido”, explica o analista de mercado da Nielsen, Carlos Gouveia. E a tática encontrada pelo brasileiro foi a seguinte: diminuir as visitas aos pontos de venda (PDVs), diversificar sempre que necessário, em busca do melhor preço e promoções atrativas para manter o nível de compras, sem desequilibrar o orçamento. 78
guia da farmácia maio 2013
Boa notícia Essa busca por praticidade, economia de tempo e preços atrativos fez com que as farmácias e drogarias ganhassem importância em meio a outros canais de compra. Enquanto os hipermercados e supermercados sofreram uma ligeira desaceleração entre 2012 e 2011, as farmácias cresceram 10,5% em volume no ano passado, contra 4,3% em 2011. “Esse canal possui preços mais competitivos em 49% dos produtos, quando comparado ao autosserviço. E esses itens são, em média,13% mas baratos”, revela o analista de mercado da Nielsen, Marcelo Fazio. A predileção pelos baixos preços de boa parte das categorias vendidas na farmácia comprova uma constatação feita pela Nielsen na pesquisa “Mudanças no Mercado Brasileiro 2013”: preço é a variável fundamental para a escolha do consumidor. Dentre a média dos países da América Latina, o
consumo
tipos de promoção A embalagem como forma de expressão para dar acesso. O acesso da classe popular levou o mercado a novas opções.
pague 1 leve 2
+ – big pack
promoção
sustentável
monoporção
Atração das embalagens econômicas
Mais por menos
Refil
Produtos de consumo rápido
+ 30% foi a contribuição para o crescimento da categoria. Ex.: cereal tradicional
+ 42% de crescimento em promoções leve mais e pague menos. Ex.: papel higiênico
Nova opção de embalagens (refil), contribuindo para o crescimento da categoria. Ex.: sabonete (refil)
+ 36% de crescimento de monoporções, contribuindo para o crescimento da categoria. Ex.: bolos prontos
Fonte: Kantar Worldpanel
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guia da farmácia maio 2013
consumo
o ano de 2012 foi marcado pela sofisticação da cesta de compras, principalmente nas classes d e e. com isso, concluise que o brasileiro, para não abrir mão dessa conquista e com bolso mais comprometido, optou por ir menos às compras povo brasileiro é 83% mais suscetível a efetuar ou desistir de uma compra devido ao valor. Diante desta realidade, cabe ao varejista perceber que o segredo da fidelização do consumidor está nas promoções atrativas. O estudo da Kantar Worldpanel observou o uso das embalagens promocionais dos produtos como ferramenta para o acesso a novas categorias. Foram quatro formatos diferenciados que apresentaram percentuais elevados de crescimento de penetração: Embalagens econômicas, que cresceram 30% (ex.: cereais matinais), promoções mais por menos, que cresceram 42% (ex.: papel higiênico), monoporções, que cresceram 36% (ex.: bolos prontos) e refis sustentáveis, que são uma nova categoria monitorada (ex.: sabonete líquido). “O ano de 2012 foi marcado pela sofisticação da 82
guia da farmácia maio 2013
cesta de compras, principalmente nas classes D e E. Com isso, podemos concluir que o brasileiro, para não abrir mão dessa conquista e com bolso mais comprometido, optou por ir menos às compras, escolhendo embalagens maiores ou mais econômicas de itens com valor agregado que já têm espaço garantido em sua despensa”, resume a diretora comercial da Kantar Worldpanel no Brasil, Christine Pereira. “A promoção é janela para que o consumidor possa experimentar marcas diferentes e aspiracionais. Para conquistá-lo, é fundamental dar acesso à experimentação”, complementa Marcelo Fazio, da Nielsen.
Principais responsáveis As classes D e E foram as que mais contribuíram para o consumo de bens não duráveis no País em 2012, enquanto as classes A, B e C puxaram para baixo o número de itens adqui-
consumo
evolução no valor desembolsado
Classes a/b
Classe c
Classes d/e
9% 5%
4%
3%
0 -4%
unidade
-4%
valor
Fonte: Nielsen
O bolso está mais apertado, porque o consumidor conseguiu atingir um patamar e quer lutar para mantêlo. a tática encontrada foi diversificar os pontos de venda em busca de melhores preços ridos e tiveram um tímido crescimento no valor desembolsado. Um dos fatores que mais impulsionaram os brasileiros de menor poder aquisitivo a irem às compras foi o maior acesso ao crédito. Com mais dinheiro disponível, houve um fenômeno de sofisticação do consumo. As classes D e E passaram a buscar produtos de maior valor agregado. Ao observar os cinco itens que mais cresceram no carrinho de compras das classes D e E, encontramos: detergente líquido para roupa, bolo pronto, suco pronto, leite aromatizado e antisséptico bucal. Para facilitar a visualização do cenário atual, a 84
guia da farmácia maio 2013
Nielsen dividiu as categorias do mercado em dois grupos: Trade Up – categorias em que o valor agregado é reconhecido como diferencial – e Trade Down – categorias em que qualidade não importa tanto quanto o preço e onde o consumidor busca economizar. Hoje em dia, 51% das categorias são de Trade Up, o que representa um crescimento de 9,6% comparado a 2011. Os produtos que se encaixam neste nicho foram responsáveis por 75% do crescimento da cesta Nielsen. E quem mais contribuiu para a elevação das categorias Trade Up? As classes C, com 13,7% a mais de gastos, e a D/E com 15,1%. “A missão desse consumidor é manter o bem-estar já adquirido, sendo assim, o desafio não é de crescimento em volume, mas de manutenção das escolhas”, finaliza Marcelo Fazio.
Regulatório
Medidas
anunciadas
E
Anvisa pode agilizar entrada de novos produtos para saúde no País. processos devem ficar mais práticos e menos burocráticos
Carlos Eduardo Gouvêa Presidente da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS) e Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) 86
guia da farmácia maio 2013
Em abril deste ano, fez três anos que entrou em vigor a RDC 25/10, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), norma que obrigou as empresas fornecedoras de produtos para saúde a apresentarem junto à Agência, no momento da solicitação ou revalidação do registro do produto, a Certificação de Boas Práticas de Fabricação. Para obter esse certificado, as empresas, inclusive aquelas situadas fora do Brasil, devem ser inspecionadas por técnicos. Desde então, as empresas do setor enfrentam uma longa fila de espera na Anvisa para a realização das inspeções. Sem falar também de outros produtos cuja regulação está a cargo da Agência, que enfrentam a demora para o deferimento de registro, de Autorização de Funcionamento etc. Contudo, este cenário parece prestes a mudar, caso sejam implantadas várias medidas anunciadas pela Agência. Uma medida anunciada pela Anvisa, e que poderá minimizar o gargalo, é a contratação de 314 novos servidores. A iniciativa dobra a capacidade da Agência para a inspeção de laboratórios e a análise de registro de medicamentos e produtos, insumos e produtos para a saúde. Juntamente com essa medida, a alteração do Decreto que impedia a utilização de servidores estaduais e municipais pertencentes ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária também deve permitir, pouco a pouco, que se agreguem mais profissionais capacitados para a realização das inspeções. Vale ressaltar ainda o anúncio fei-
to pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no dia 18 de março de 2013, sobre a adoção, pela Anvisa, de um conjunto de medidas para modernizar a análise do registro de novos produtos e dar mais rapidez ao processo. As ações – que fazem parte da segunda fase do Contrato de Gestão pactuado com o Ministério da Saúde – devem melhorar a capacidade operacional da Agência, reduzir o tempo de aprovação de produtos, desburocratizar processos e eliminar custos para empresários, microempreendedores e agricultores familiares. Também está em estudo a reformulação na legislação atual – Decreto nº 74.094/77 – para simplificar e desburocratizar os procedimentos de registros de produtos da Anvisa, como medicamentos e insumos farmacêuticos, entre outros produtos. As alterações na legislação poderão ocorrer por meio de Projeto de Lei (PL) ou Medida Provisória. Entre as propostas, está a permissão para que a Anvisa reconheça auditorias e inspeções internacionais realizadas por outras agências e organismos certificadores. Isso poderia reduzir em cerca de 70% as 600 inspeções anualmente realizadas pela Agência em outros países, sem criar fragilidade sanitária. Diante das iniciativas apresentadas, se colocadas em prática em seu conjunto, já é possível vislumbrar um quadro mais animador e afastar o temor de um apagão tecnológico na área de produtos para a saúde. foto: DIVULGAÇãO
consultor jurídico
Os antimicrobianos
se transformaram
M
em controlados?
Medicamento é o produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Dentre os mais variados, destacam-se dois que se encontram enfatizados pela mídia em decorrência da normatização que lhes vem sendo feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): os antimicrobianos e os controlados. Mas, o que um tem a ver com o outro? Este questionamento vem sendo reiteradamente feito por empresários do setor, bem como pelos próprios farmacêuticos, tudo por força do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). Em 2007 foi publicada pela Anvisa a RDC 27/07 tratando do SNGPC, com o objetivo de se ter um controle mais confiável das substâncias sujeitas a controle especial e dos medicamentos que as contêm. Para uma drogaria ou uma farmácia que não manipula fórmulas magistrais nem oficinais, é imprescindível que conste a atividade de dispensação de controlados em sua Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE), como exige o inciso I do parágrafo 1º do artigo 17 da RDC 17/13. Já para as farmácias que manipulam tais fórmulas, é condição apresentar a Autorização Especial (AE) – art.18, RDC 17/13 – contemplando a possibilidade da manipulação de controlados. Em 2010 a Anvisa iniciou seu plano de
foto: DIVULGAÇãO
fazer um maior controle sobre os antimicrobianos por meio da RDC 44/10, substituída pela RDC 20/11. As dúvidas que ensejaram esta matéria surgiram por causa da redação do artigo 13 da RDC 20/11: Art. 13. A Anvisa publicará, no prazo de 180 dias contados da publicação desta Resolução, o cronograma para o credenciamento e escrituração da movimentação de compra e venda dos medicamentos objeto desta Resolução no SNGPC, conforme estabelecido na RDC 27/07 ou na que vier a substituí-la. Esta “outra” norma acima mencionada foi a Instrução Normativa nº 7/11 da Anvisa, que definiu os prazos para adequação dos sistemas informatizados do SNGPC para a escrituração eletrônica dos antimicrobianos. Recentemente (precisamente no dia 16/01/2013), a Anvisa atualizou a Instrução Normativa nº 7/11 por meio da Instrução Normativa nº 1/13, alterando apenas os artigos 2º, 5º e 6º daquela norma. Todavia, nenhuma, absolutamente nenhuma norma emanada pela Anvisa até agora “transforma” os medicamentos antimicrobianos em medicamentos controlados. Desta forma e como somente os medicamentos controlados exigem a AFE e a AE, especificando essa atividade, não há que se falar em antimicrobianos terem se “transformado” em controlados a partir de 16/04/2013.
SNGPC pode ser o principal responsável pela mudança e nova forma de atuação do canal farma
Gu s tav o S emb l ano Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Rio de Janeiro (Ascoferj), OAB/RJ 113655 Blog gustavosemblano.blogspot.com E-mail semblano@outlook.com
2013 maio guia da farmácia
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evolução
Faça
seu login Há quem veja o comércio eletrônico como um bicho de sete cabeças difícil de ser enfrentado, mas é hora de perder o medo e mergulhar neste universo. A compra pela internet já é uma realidade consolidada no País
E
Por Flávia Corbó
Em uma palestra voltada à inovação no varejo farmacêutico, a menção ao termo e-commerce causou estranheza em boa parte da plateia. Ainda que muitos daqueles varejistas tivessem um
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guia da farmácia maio 2013
smartphone do bolso, o domínio que possuem da internet na palma da mão não se estende aos negócios, principalmente quando se trata de farmácias e drogarias pequenas ou independentes. “Muitas pessoas acham que o comércio eletrônico é uma coisa fotos: shutterstock
você sabia?
Responsabilidades à vista
70,9 milhões
42
milhões
48% Linha do tempo
Acompanhe a evolução do e-commerce no Brasil
1990 2000
No final da década o comércio eletrônico era a grande promessa do momento. Muitas empresas investiram, mas de maneira amadora e com pouco conhecimento. Boa parte das promessas não vingaram. Apenas as grandes empresas conseguiram manter-se on-line.
2004
Com maior conhecimento sobre a dinâmica do universo on-line, as empresas voltaram a investir no comércio eletrônico, desta vez com sucesso.
2008
Consolidação do comércio eletrônico. Desde 2004, Brasil apresentou uma curva muito acentuada de crescimento.
2009
Entre 2009 e 2013, houve uma desaceleração, mas ainda com evolução ano a ano.
2013
Cenário consolidado. Empresas já sabem lidar com as redes sociais, estão ganhando dinheiro e tentando ações diferentes, inovadoras.
de pessoas têm acesso à rede em casa ou no local de trabalho de pessoas realizaram compras pela internet em 2012
são membros da classe média
22,5
de brasileiros gastaram 22,5 bilhões de reais em compras pela internet no ano passado
13%
é o total comercializado pela categoria de saúde, beleza e medicamentos, a segunda em volume de vendas
4º
4º maior mercado de e-commerce do mundo em 2016 será a posição do Brasil
bilhões
Reconheça o terreno É preciso tatear o mercado para entender a dinâmica e descobrir quais são os desafios de atuar nele: Reconheça o terreno Comece a realizar testes para entender como é esse ambiente, que pode não ser fácil em um primeiro contato.
Incubação de ideias Imagine o que você pode fazer de diferente. Explore possibilidades, investigue oportunidades de novos negócios. Decida o que pretende vender e avalie a concorrência.
Plano de ação Uma vez definida qual será a sua atuação dentro da internet, inicie seu planejamento. Calcule a velocidade e os custos necessários para que você possa se conduzir para esse ambiente.
Mão na massa É hora da parte prática: é preciso adquirir uma plataforma de comércio eletrônico, definir a logística, planejar a segurança do transporte de mercadoria e investir na divulgação.
Fonte: coordenador do Centro de Tecnologia e Informação Aplicada (GVcia) da Escolha de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp), o professor Alberto Luiz Albertin Fontes: e-bit, UOL e Data Popular 2013 maio guia da farmácia
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evolução
não adianta fechar os olhos e fingir que desconhece a importância do canal de compras que ganhou o mundo. os números falam por si e não deixam dúvida de que o comércio eletrônico veio para ficar distante. Oportunidade tem para todo mundo. O e-commerce já é realidade”, ressalta o coordenador do Centro de Tecnologia e Informação Aplicada (GVcia) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp), professor Alberto Luiz Albertin. O fato é: não adianta fugir, fechar os olhos e fingir que desconhece a importância deste canal de compras que ganhou o mundo e também o Brasil. Os números falam por si e não deixam dúvida de que o comércio eletrônico veio para ficar. Mais de 42 milhões de pessoas compraram pela internet em 2012 no País, movimentando 22,5 bilhões de reais – 20% a mais em comparação ao ano anterior, segundo dados divulgados pelo e-bit, empresa que consolida dados do e-commerce nacional. “Quem ainda não está nesse ambiente vai ter de entrar mais adiante. É melhor se antecipar do que ter de ser obrigado a fazê-lo. Pode ser que um grande player do mercado force seus parceiros a aderirem ao comércio eletrônico, porque ele tem interesse nisso. Então, os menores vão ter de entrar também.” Outro alerta aos varejistas que ainda estão presos ao mundo off-line: entre os segmentos que mais crescem no ambiente de compras virtual estão “Saúde, Beleza e Medicamentos”, juntamente com “Moda e Acessórios” e “Casa e Decoração”. “Cada vez mais o e-commerce vem quebrando fronteiras e o do setor farma é um deles, mesmo com restrições de produtos controlados”, diz o professor de MBA em Gestão e Marketing Digital da ESPM, Alexandre Marquesi. 94
guia da farmácia maio 2013
atenção! Fique atento às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a respeito do comércio eletrônico de medicamentos, estabelecida pela RDC 44/09. Veja algumas das exigências: • Somente farmácias e drogarias abertas ao público, com farmacêutico responsável presente durante todo o horário de funcionamento, podem realizar a dispensação de medicamentos solicitados por meio remoto, como telefone, fax e internet. • É imprescindível a apresentação e a avaliação da receita pelo farmacêutico para a dispensação de medicamentos sujeitos à prescrição, solicitados por meio remoto. • É vedada a comercialização de medicamentos sujeitos a controle especial solicitados por meio remoto. • O local onde se encontram armazenados os estoques de medicamentos para dispensação solicitada por meio remoto deverá necessariamente ser uma farmácia ou drogaria aberta ao público nos termos da legislação vigente. • O pedido pela internet deve ser feito por meio do endereço eletrônico do estabelecimento ou da respectiva rede de farmácia ou drogaria. O site deverá usar o domínio “.com.br”. Fonte: Anvisa
Curva ascendente As primeiras tentativas de se implantar o comércio eletrônico no Brasil ocorreram no início dos anos 1990, mas por conta de amadorismo e falta de conhecimento, muitas empresas fracassaram na tentativa, restando apenas as grandes companhias. A partir de 2004, veio uma segunda onda virtual, agora com mais preparo e domínio do ambiente. “Até 2008 tivemos uma curva muito acentuada de crescimento, depois a curva perdeu ritmo, como nunca vi em outros países. Agora, a curva desacelerou um pouco, porque não dá para manter aquele ritmo, mas continua com índices de crescimento. A cada ano evoluímos mais”, relata Alberto Luiz. Um fator que mostra que o Brasil segue crescendo no mundo virtual são os dados de penetração da internet banda larga em domicílios com acesso à internet. De acordo com os dados do
melhores do e-commerce brasileiro (março 2013) Confira o ranking das lojas on-line melhor conceituadas, de acordo com a certificação e-bit, que mede a satisfação dos consumidores: As melhores avaliadas posição
1º 2º 3º
Empresa Wine.com.br Livraria da Travessa Zelo Casa e Decoração
Avaliações Entrega no site no prazo +10.000
93%
+10.000
95%
+10.000
93%
As mais indicadas para amigos
Empresa Loja Vida e Cor Casa e Decoração Livraria da Travessa Onofre
Ibope Nielsen Online, atualmente, 70,9 milhões de pessoas têm acesso à rede em casa ou no local de trabalho. Em agosto de 2011, o grupo era de 61,2 milhões. Assim como na maioria dos setores de consumo, é a classe C a grande impulsionadora dos negócios on-line. Dentre os compradores, 48% são membros da classe média, com renda familiar entre mil e três mil reais, de acordo com dados do Data Popular. Preços competitivos e ofertas promocionais também fazem sucesso tanto no ambiente virtual como no físico. Cerca de 54% de todos os pedidos (66,7 milhões) feitos em 2012 foram realizados com a oferta de “frete grátis”.
Na prática Atentos às oportunidades que o setor farmacêutico tem na internet, empresários e executivos do ramo se uniram a Márcio Kumruiam, criador e presidente do site de venda de artigos esportivos Netshoes, para lançar a Netfarma, uma farmácia on-line, em novembro de 2012. Para o diretor-presidente da companhia, José Roberto Corrales, a Netfarma não compete diretamente com o varejo tradicional, pois é um canal de vendas complementar. “Uma das vantagens da loja em relação a uma unidade física é que não há limitação de espaço. Para a indústria, há o atrativo de poder lançar produtos em todo o País, de forma rápida”, opina.
As melhoras em entrega no prazo
Avaliações Entrega no site no prazo
Empresa
Avaliações Entrega no site no prazo
+10.000
96%
Loja Vida e Cor Casa e Decoração
+10.000
96%
+10.000
95%
Onofre
+100.00
95%
+100.000
95%
KaBuM!
+100.00
95%
Outro exemplo bem-sucedido em comércio eletrônico no setor farmacêutico é a Ultrafarma. A empresa entrou na área há oito anos, quando a prática de se fazer compras de medicamentos pela internet ainda era pouco usual, mas a aposta mostrou-se certeira. Hoje, a loja virtual da empresa recebe cerca de três milhões de acessos por mês. “Para a Ultrafarma o e-commerce é essencial, pois representa a maior fatia do faturamento. Nossa estratégia é o princípio da facilidade, preços baixos, ofertas, promoções e total segurança no momento da compra”, conta o diretor de TI/e-commerce da Ultrafarma, Marcos José Menezes dos Santos. Mas não são somente as grandes redes que podem se beneficiar das vendas on-line, segundo o professor da FGV, Alberto Luiz. O ambiente virtual oferece vantagens de custo aos pequenos negócios e a possibilidade de disputarem espaço com os conglomerados, o que já é mais difícil em um ambiente físico. “Você tem mais facilidade de controle de estoque, menos custos com ativos físicos e ganhos operacionais. Além disso, grandes redes entram em todos os bairros e negócios menores acabam sendo desprivilegiados, mas, em um ambiente digital, essa loja pode estar próxima a uma série de oportunidades. Atualmente, o e-commerce rende à maioria das empresas quase 25% do faturamento, mas estima-se que chegará a 90%. 2013 maio guia da farmácia
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conjuntura
No topo
do pódio
O crescimento da importância do mercado farmacêutico para a economia do País pode ser mensurado anualmente com a divulgação do ranking da Abrafarma P o r f l á v i a c or b ó
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guia da farmácia maio 2013
A
As grandes redes de farmácias no Brasil controlam 50% do mercado nacional, com apenas sete mil dos 58 mil pontos de venda (PDVs) espalhados pelo País, de acordo com dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que contraria o índice de 25% defendido por boa parte das instituições que estudam o setor farmacêutico. Em 2017, segundo projeções do IMS Health, o domínio deve ser correspondente a 70%. O potencial de rentabilidade e competitividade dessas lojas, apontado pelas estatísticas, é confirmado ano a ano com a divulgação do ranking da Abrafarma – órgão ao qual 40% das redes brasileiras são associadas. Desde 2011, quando Droga Raia e Drogasil anunciaram a fusão, o grupo se mantém na primeira foto: shutterstock
conjuntura
posição, tanto em faturamento quanto em número de lojas. Especialistas apontam diferentes motivos que levaram a rede a obter resultado tão eficaz, apesar de a junção ainda ser recente. “Ocupar o topo no ranking é sem dúvida um indicador de sucesso. Duas causas contribuem para isso: a primeira é a sinergia que havia entre as redes antes da fusão e a segunda é a forma como está sendo conduzida essa união”, avalia o diretor de pesquisa do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (Cpdec), Rodnei Domingues. O poder de expansão do número de lojas é a maior razão apontada pelo presidente do Instituto Provar/Ibevar, Cláudio Felisoni D’Angelo. “A sinergia e junção de objetivos foi muito acertada na possibilidade de promover iniciativas que aumentem a possibilidade de espalhamento. Além disso, Drogasil e Droga Raia já tinham histórico de administração profissional. Creio que isso tenha impactado nos resultados”, analisa. O presidente-executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, acredita que a aparente sintonia
entre Droga Raia e Drogasil é o que irá garantir a liderança da rede ainda por muito tempo. “As duas empresas tinham operações parecidas conceitualmente. A fusão foi uma fórmula acertada. Acho que essa movimentação entre as grandes vai se manter a mesma, não haverá muitas mudanças, mesmo com outras fusões. Esses processos demoram para se consolidar.”
Casamento profissional Essa dificuldade em “acertar os ponteiros” quando duas empresas resolvem passar a operar juntas po de ser notada na análise da queda de performance no ranking que a Drogaria São Paulo registrou após unir-se à Drogaria Pacheco. Nos anos anteriores à fusão, anunciada em agosto de 2011, a empresa vinha ocupando a primeira colocação da lista anual. À época, a fusão se anunciou como a maior empresa varejista de produtos farmacêuticos e sétima maior rede de varejo do País, com receita bruta combinada de R$ 4,4 bilhões nos 12 meses encerrados em junho de 2011, 691 lojas e presença em cinco estados brasileiros. Mas, dois anos depois, ocupa a terceira colocação, perdendo
Ranking Abrafarma – faturamento Somatório de vendas – 12 meses – Até Dezembro de 2012
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2011
2012
EMPRESA
UF
3/4
1
Raia Drogasil
SP
1
2
Pague Menos
CE
2
3
São Paulo
SP
5
4
Pacheco
RJ
7
5
Big Ben
PA
6
6
Araújo
MG
8
7
Panvel
RS
9
8
Nissei
PR
10
9
Onofre
SP
11
10
Imifarma
PA
13
11
Mais Econômica
RS
15
12
Rosário
DF
12
13
Santana
BA
14
14
Walmart
SP
17
15
Venâncio
RJ
guia da farmácia maio 2013
2011
2012
EMPRESA
UF
18
16
Drogal
SP
19
17
Angélica
CE
20
18
Drogão Super
SP
16
19
Drogasmil
RJ
21
20
Indiana
PA
–
21
Guararapes
MG
23
22
Permanente
RS
22
23
A Nossa Drogaria
PR
24
24
São Bento
SP
25
25
Moderna
PA
26
26
Santa Lúcia
RS
28
27
Redepharma
DF
27
28
Minas Brasil
BA
29
29
Vale Verde
SP
conjuntura
inclusive para a Pague Menos, que não se aliou a ninguém. Brasil é relevante Mais uma vez, a opinião para mercados sobre o que teria ofuscado o emergentes crescimento após a fusão é divergente. “A Raia e a Drogasil iniciaram o processo de fusão antes, então tiveram uma vantagem na integração, no movimento de abertura de lojas. A parte mais difícil é combinar as regras e talvez eles tenham sido mais ágeis nesse processo. Não é demérito da outra companhia”, ressalta Sergio Mena Barreto. “Fusão é que nem casamento”, complementa Cláudio Felisoni, ao lembrar que o processo leva tempo e depende tanto de questões objetivas como de distribuição de lojas, e também das características particulares dos gestores. “O posicionamento menos efetivo da São Paulo/Pacheco talvez demonstre mais dificuldade nesse processo de fusão. É complexo.” Para Rodnei Domingues, conquistar o primeiro lugar no ranking de faturamento ou do número de lojas não é o principal indicador de desempenho. O que deve ser conquistado é o melhor lucro. “Se de um lado alguns sinais demonstram que a fusão da Drogaria São Paulo com a Pacheco (DPSP) foi mais tensa do que o da Raia com a Drogasil, considerando as manifestações de desagrado publicadas por funcionários em sites especializados em reclamações, de outro lado, os dados de mercado mostram que o desempenho é satisfatório.” De acordo com o jornal Valor Econômico, índices de 2012 mostraram que o resultado parcial de margem líquida das Drogarias DPSP foi de 1,14%, índice maior que o de 0,8% da Drogasil Raia. “Mas é importante considerar que as duas fusões ainda são recentes e esses números não permitem uma análise consistente. Por essa razão, é muito cedo para saber qual das fusões foi mais bem sucedida”, garante Rodnei.
Internacionalização do setor Apesar de os especialistas concordarem que o ranking Abrafarma não deve sofrer alterações significativas a curto prazo, a compra de 80% da Drogaria Onofre pela rede americana CVS, maior empresa do varejo de medicamentos do mundo, 100
guia da farmácia maio 2013
conquistar o primeiro lugar no ranking de faturamento ou do número de lojas não é o principal indicador de desempenho. o que deve ser conquistado é o melhor lucro com faturamento de US$ 123 bilhões, e dona da segunda maior rede de farmácias dos Estados Unidos, com 7,3 mil lojas, já provoca especulações. Atualmente, a Onofre ocupa a 8ª posição no ranking, mas a médio prazo a situação deve mudar. Para Rodnei Domingues, a consequência mais impactante que a chegada da CVS deve provocar em solo brasileiro é a internacionalização do setor. “É muito provável que a presença da CVS atrairá outros investidores e redes estrangeiras. Como essas redes negociam de forma mais agressiva com a indústria, é esperado que a postura das novas empresas torne-se mais dura nas relações com o setor”, acredita. Essa mudança de atitude deve refletir também dentro das organizações, conforme observado por Felisoni. “Acho que o mercado ficará mais aguerrido. O setor farmacêutico ainda não foi impactado por operações internacionais, como já aconteceu entre outras áreas, principalmente com os supermercados. As redes vão estar mais preocupadas com a gestão.” O presidente-executivo da Abrafarma também acredita que a internacionalização deve ser o caminho do setor, já que o Brasil configura-se como um dos mercados mais atraentes do mundo. “A Europa está em declínio, o Japão estável e os Estados Unidos vêm crescendo entre 1% e 4%, enquanto o mercado brasileiro apresenta índices de 17%. Temo um histórico de baixo acesso ao consumo, mas a estabilidade da economia fez com que se criasse espaço para crescer”, afirma. A relevância do Brasil para os negócios do setor farmacêutico já foi notada pelo IMS Health, que colocou o País em uma categoria especial de “mercados emergentes”, juntamente com China, Rússia, Índia e México. E mesmo dentro deste nicho, o Brasil apresenta vantagens em relação aos demais. “A média de renda per capita ainda é muito baixa na China, Rússia e Índia. No México, há um problema muito grave de narcotráfico que impede a evolução. O que resta é o Brasil”, opina Sergio Mena Barreto.
mercado
Nova fronteira
farmacêutica Biofármacos são a grande aposta da indústria de medicamentos, sobretudo para o tratamento de doenças mais complexas. Anvisa concede primeiro registro para produção nacional de um biológico
P
Por Marcelo de Valécio
Produzidos a partir de organismos vivos que interagem com proteínas humanas, os medicamentos biológicos (anticorpos monoclonais) têm sido chamados de medicamentos do futuro pela comunidade científica e pelos players farmacêuticos globais. Sobretudo por serem os mais indicados para
fotos: shutterstock
tratamento terapêutico de doenças graves como câncer, esclerose múltipla, artrite reumatoide, entre outras moléstias. Com mais eficácia terapêutica, por conta de um novo tipo de tratamento, individualizado, os medicamentos biológicos ganham espaço nas decisões médicas. “O desenvolvimento de drogas pela via da moderna biotec2013 maio guia da farmácia
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mercado
nologia permite a produção de moléculas complexas, impossíveis de serem obtidas por via sintética e o melhor exemplo são os anticorpos monoclonais”, observa o consultor em medicina farmacêutica Valdair Pinto. “Sendo produtos naturais, os medicamentos biológicos tendem a ter menos efeitos colaterais”, acrescenta o cientista britânico e ex-diretor científico do Instituto Ludwig de Pesquisas sobre o Câncer, Andrew Simpson, atual CEO da Orygen Biotecnologia. “Além disso, os anticorpos, moléculas grandes e complexas, têm capacidade de interferir com processos biológicos com uma precisão não possível com medicamentos mais simples e, assim, tratar doenças que até agora estavam além do alcance de medicina tradicional.” Desenvolver medicamentos biológicos vem se tornando também a grande aposta comercial da indústria farmacêutica mundial. Ainda que o segmento represente menos de 20% do mercado total e cerca de 1% do total das vendas do setor, cresce a uma velocidade cinco vezes maior do que a indústria farmacêutica tradicional e movimenta cerca de US$ 160 bilhões anuais. Segundo especialistas, em pouco mais de uma década, os medicamentos biológicos devem responder por boa parte da produção farmacêutica global.
desenvolver medicamentos biológicos vem se tornando também a grande aposta comercial da indústria farmacêutica mundial. ainda que o segmento represente menos de 20% do mercado total e cerca de 1% do total das vendas do setor, cresce a uma velocidade cinco vezes maior do que a indústria farmacêutica tradicional e movimenta cerca de US$ 160 bilhões anuais O crescimento estimado até 2015 atinge 80%. Outros estudos preveem que, a partir de 2014, produtos biotecnológicos passem a representar 50% dos fármacos mais vendidos em todo o mundo. Dos dez medicamentos de maior valor de negócio no mundo, em 2016, oito serão biológicos, garantem analistas internacionais.
Diferenças entre biológicos e biossimilares Curiosamente chamados de medicamentos do futuro, os biofármacos são conhecidos há mais de dois séculos pela medicina – as vacinas são os exemplos mais emblemáticos. Porém, de uma década para cá, a indústria farmacêutica resolveu apostar em uma nova abordagem para esses medicamentos obtidos a partir de células vivas, desenvolvendo drogas capazes de agir praticamente de forma individualizada em determinados tratamentos, ampliando as possibilidades de cura e minimizando efeitos colaterais. São os anticorpos monoclonais, que atendem especialmente doenças raras e complexas, como diversos tipos de câncer, e oferecem tratamento melhor para doenças crônicas, como artrite reumatoide. Diferenciam-se dos medicamentos sintéticos, que são obtidos somente por métodos químicos, sem necessidade de engenharia genética ou grandes aparelhos para produção industrial. Já as “cópias”, uma espécie de “genérico” do medicamento biológico inovador, são chamadas de biossimilares. O termo genérico, contudo, é impreciso e impróprio para designar o biossimilar, uma vez que genéricos são cópias químicas exatas de medicamentos tradicionais, enquanto para os produtos biológicos não é possível fazer uma cópia idêntica. Assim, as reproduções dos produtos biológicos poderão ser similares, mas nunca serão idênticas ao produto original. Vale observar ainda que os biossimilares exigem testes clínicos como os biológicos em que se baseiam, uma vez que os resultados do processo de crescimento de células vivas manipuladas em laboratório podem ser diferentes. Já a Anvisa não utiliza a terminologia genérico nem biossimilar. Para a agência, existem duas categorias de produtos biológicos no Brasil: os medicamentos inovadores, denominados biológicos novos, e as cópias, classificadas como biológicos apenas. Segundo ela, o conceito de bioequivalência não se aplica ao medicamento de origem biológica, sendo que cada um é tratado como um medicamento único.
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principais fabricantes Sócios
Previsão de lançamento
Investimento
Produtos
R$ 500 milhões
Biológicos e biossimilares
Investimento
Produtos
Previsão de lançamento
R$ 500 milhões
Biológicos e biossimilares
2016/2017
Aché BIONOVIS
EMS Hypermarcas
2016
União Química
Sócios Biolab ORYGEN Cristália Eurofarma
Realidade brasileira O Brasil, que de certa forma perdeu o passo da química fina décadas atrás, não quer ficar para trás agora, com a biotecnologia farmacêutica. “Há vontade manifesta do governo em apoiar projetos de desenvolvimento de medicamentos biológicos no País”, revela o presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. “Para isso, as autoridades sinalizam que darão preferência para compras de medicamentos produzidos no País, de forma que a indústria ganhe escala, atraindo as empresas para produzir localmente. Essa margem de preferência por determinado período é fundamental para alavancar os projetos. Vale destacar também que não importa se o capital é nacional ou estrangeiro, mas que seja feito no Brasil”, arremata Mussolini. Segundo fontes de mercado, o País importa cerca de R$ 10 bilhões por ano em biomedicamentos, sendo que cerca de 60% desse montante é desembolsado diretamente pelo governo federal, para abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS). Basicamente, existem no Brasil três grandes áreas de investimentos não excludentes entre si a serem exploradas – o desenvolvimento de novos produtos biológicos, o desenvolvi2013 maio guia da farmácia
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mercado
mento e a aprovação de biossimilares (espécie de cópia de produtos já existentes) e plantas de manufatura de produtos biotecnológicos. O movimento em prol de produção local já vem se configurando no País. Grandes indústrias instaladas no Brasil se uniram e formaram dois grupos para atuar na área. De um lado, Aché, EMS, União Química e Hypermarcas formaram uma joint-venture e criaram a Bionovis. Cada um tem 25% da nova companhia. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá ser financiador da Bionovis, que exigirá investimentos de R$ 500 milhões. Ainda não foi divulgado onde será instalada a primeira fábrica da Bionovis, mas a empresa já obteve da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o registro do primeiro medicamento biológico a ser produzido totalmente no Brasil – o Etanercepte, produto indicado ao tratamento da artrite reumatoide, espondilite anquilosante e psoríase. A companhia obteve autorização para desenvolvimento do produto e tem entre seis meses e um ano para completar os estudos e obter o registro definitivo, que permitirá sua produção no País. De acordo com o diretor-presidente da Bionovis, Odnir Finotti, no primeiro momento a empresa vai importar a droga. “Temos até três anos para estar produzindo no Brasil, mas acreditamos que a fabricação local deva acontecer antes disso”, diz o executivo. A Bionovis produzirá inicialmente medicamentos biológicos de comparação (biossimilares), mas a meta é investir em inovação. 108
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“Em um cenário de até dez anos deveremos estar produzindo biofármacos inovadores. Para isso, estamos investindo em transferência de tecnologia, equipamentos e em mão de obra especializada”, revela Finotti. A empresa está repatriando brasileiros formados em biotecnologia que atuam no exterior e também estrangeiros para formar as primeiras equipes. “Atualmente, quem se forma em biotecnologia está atuando na área de petróleo ou na Embrapa, uma vez que a área de biotecnologia farmacêutica é nova no País. Acreditamos que, com o desenvolvimento dessa área, será mais fácil encontrar profissionais. Além do que ajudaremos na formação de novos profissionais também”, salienta Finotti. Atualmente, o Etanercepte é oferecido gratuitamente por meio do programa de alto custo do Ministério da Saúde (MS). Produzido pela Boehringer Ingelheim, da Alemanha, sob o nome comercial de Enbrel, desde 2006 é importado e ofertado no SUS. Com a expiração da patente do medicamento, ocorrida no ano passado, será possível produzir cópias aproximadas do biofármaco. A concessão de registro na Anvisa é parte da estratégia do governo de transferência tecnológica do medicamento, via Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP), que será realizada entre a Bionovis e os laboratórios públicos
mercado
Instituto Vital Brasil e Biomanguinhos – Fiocruz. Segundo o MS, em 2012, foram gastos R$ 364 milhões na compra do medicamento. O MS estima que o medicamento 100% nacional deverá custar, em cinco anos, 50% menos do que o importado, gerando economia de R$ 726 milhões ao governo no período. Na verdade, quase todos os medicamentos biológicos consumidos no Brasil são pagos pelo governo para uso no SUS, uma vez que são voltados a doenças complexas que não respondem a tratamentos convencionais e que custam caro, impossibilitando os pacientes de arcarem sozinhos com os custos. O governo espera com os estímulos à produção nacional reduzir os gastos com os medicamentos de alto custo, que chegam a representar 30% do total investido na compra de produtos.
Novo interesse Outra empresa criada para investir no setor de biofármacos no Brasil é a Orygen Biotecnologia, formada pelos laboratórios Eurofarma, Cristália e Biolab (o Libbs também fazia parte da sociedade, mas deixou a joint-venture em fevereiro deste ano). Com a decisão do laboratório Libbs, os acionistas resultantes passaram a deter 33,33% de participação cada um na Orygen. Assim como a Bionovis, a Orygen também investirá aproximadamente R$ 500 milhões para construir a fábrica e iniciar a produção de medicamentos. A expectativa é que os primeiros medicamentos produzidos pela Orygen estejam disponíveis no mercado entre 2016 e 2017. Inicialmente, a Orygen está
biológicos requer altos investimentos em plantas de produção situadas em parques biotecnológicos, fazendo com que tais medicamentos tenham seu valor elevado. Normalmente eles custam de 50 a 1.000 vezes mais do que os medicamentos sintéticos. Na maioria das vezes, são necessários dez anos de pesquisa para que um novo produto chegue ao mercado. “A produção desse tipo de medicamento exige investimento várias vezes mais elevados para seu desenvolvimento e as chances de não sucesso em testes são maiores do que os tratamentos convencionais”, afirma Andrew Simpson. Os biofármacos possuem estruturas moleculares complexas e processos de produção específicos, que contemplam métodos analíticos e testes pré-clínicos. As moléculas são desenvolvidas em situações especiais e seguem processo rigoroso de acompanhamento. Estima-se que com o fim das patentes dos biológicos inovadores e a produção de medicamentos biossimilares o custo dos tratamentos com biofármacos possa cair entre 10% e 20%, permitindo o acesso de mais pacientes a eles e reduzindo o impacto financeiro para o sistema público de saúde. “Os custos deverão diminuir a partir do momento em que houver maior competição entre as empresas e democratização das tecnologias envolvidas no processo”, completa Simpson. Atualmente há 18 pedidos de registro de medicamentos biológicos aguardando análise pela Anvisa.
Pela complexidade envolvida, a produção de medicamentos biológicos requer altos investimentos em plantas de produção situadas em parques biotecnológicos, fazendo com que tais medicamentos tenham seu valor elevado focada na pesquisa, produção e comercialização de medicamentos monoclonais para tratamento de alguns tipos de câncer e doenças como artrite reumatoide. A primeira leva de medicamentos será composta de biossimilares. “No futuro, com o desenvolvimento da empresa e de cientistas brasileiros, a Orygen poderá produzir anticorpos monoclonais inovadores”, afirma Andrew Simpson, CEO da companhia. Pela complexidade envolvida, a produção de medicamentos 11 0
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alergias respiratórias
Aproxima-se a temporada
de crises alérgicas
Clima seco e confinamento de pessoas em locais sem ventilação são alguns dos fatores que potencializam a incidência de alergias sazonais. Entenda as causas e a evolução no tratamento Por kathle n ramo s
E
Estima-se que aproximadamente 30% da população mundial sofra com algum tipo de alergia respiratória e, de acordo com o infectologista do Lavoisier Medicina Diagnóstica, Dr. Alberto Chebabo, a resposta alérgica é uma rea-
fotos: shutterstock/divulgação/sergio zacchi
ção de hipersensibilidade do organismo quando pessoas propensas entram em contato com agentes desencadeantes chamados alérgenos. “Cerca de 20% da população sofre de algum tipo de alergia. As formas alérgicas mais comuns são a asma (bronquite alérgica 2013 maio guia da farmácia
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Especial saúde
alergias respiratórias
mito ou verdade: corticoides prejudicam o coração? Os corticoides constituem a classe de medicamentos mais efetiva para o controle das alergias respiratórias em geral. No entanto, ouve-se falar, popularmente, que eles podem prejudicar o coração. Mas, de acordo com médicos, problemas com esses medicamentos podem aparecer apenas quando não são usados com o devido acompanhamento, já que, hoje, mostram-se bastante seguros. “Os corticoides utilizados em doses inalatórias são bastante seguros, com poucos efeitos colaterais, que surgem apenas se usados durante muito tempo em doses elevadas”, afirma o pneumologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Alexandre Kawassaki. De acordo com especialistas, os maiores riscos estão ligados à administração desses medicamentos de forma sistêmica, seja como comprimidos ou injetáveis. “Nesses casos, existe a possibilidade de efeitos colaterais, dependendo da dose e do tempo de uso (principalmente acima de 14 dias)”, explica, salientando que, nessas situações, podem-se observar efeitos como pressão alta, elevação da glicose no sangue, ganho de peso, crescimento de pelos no rosto, gastrite, úlceras de estômago, osteoporose, pele fina, estrias, alteração da menstruação, catarata, glaucoma e aumento da chance de infecções. “Os pacientes que usam corticoide por via oral em doses elevadas e por tempo prolongado podem desenvolver hipertensão arterial, obesidade e Diabetes Mellitus, que estão associados a doenças cardíacas. Nesses casos podemos dizer que os corticoides podem prejudicar o coração indiretamente”, considera o pneumologista do Hospital 9 de Julho. Portanto, é fundamental passar por uma avaliação médica antes do uso de corticoides. “Só o médico pode controlar a dosagem e o tempo de uso desses medicamentos e afastar riscos ao paciente”, alerta a Dra. Ana Castro, do Hospital Sírio-Libanês. 11 4
guia da farmácia maio 2013
ou bronquite asmática), a rinite alérgica e as alergias cutâneas”, destaca o especialista. As reclamações nos postos de saúde tendem a aumentar no período do inverno e esse cenário é justificáDra. Brianna vel, especialmente Nicoletti, do Hospital Alvorada, diz que os pela diminuição da principais alérgenos umidade relativa são os inaláveis do ar e pelo fato de as pessoas deixarem as janelas fechadas por longo período, o que reduz a ventilação e aumenta a presença de alérgenos e de vírus no ambiente. “Tanto a temperatura fria pode ocasionar exacerbação respiratória nos indivíduos suscetíveis, principalmente nos portadores de asma e rinite, como é nessa época do ano que ocorrem as epidemias de gripe, que contribuem para a intensificação dos quadros respiratórios. Muitos pacientes que têm doenças respiratórias em geral passam o ano sem sintomas porque a doença é leve, mas no inverno há uma descompensação clínica”, afirma o pneumologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Alexandre Kawassaki. Durante a estação mais fria do ano, os quadros virais, como as gripes, acometem muitas pessoas. Nessa temporada, crianças e idosos merecem cuidados especiais, já que se encontram no grupo de risco. “No caso das crianças de zero a dois anos de idade, ainda estão em fase de reconhecimento imunológico. Como a doença está presente pela primeira vez no organismo, os anticorpos ainda estão sendo formados. Já no caso dos idosos, o sistema imunológico tende a ser mais fragilizado, especialmente naqueles que já apresentam doenças como diabetes, problemas pulmonares ou cardíacos”, explica a especialista em alergia e imunologia do Núcleo Avançado do Tórax do Hospital Sírio-Libanês, Dra. Ana Paula Beltran Moschione Castro. As causas do desenvolvimento de doenças respiratórias alérgicas estão ligadas a fatores
Especial saúde
alergias respiratórias
a grande revolução do tratamento da asma e da rinite foi a introdução dos corticoides inalatórios e nasais, broncodilatadores de longa ação e antialérgicos que não causam sonolência, que auxiliaram muito no controle dessas doenças
A mortalidade por asma
genéticos e ambientais, segundo afirma a alergista do Hospital Alvorada, Dra. Brianna Nicoletti. E existe um grupo de alérgenos que se destaca entre os desencadeadores desses problemas. “O destaque fica para os alérgenos inaláveis, como ácaros domésticos (encontrados na poeira doméstica), fungos, pólens, antígenos de barata (encontrados na poluição) e pelos de animais (gatos e cachorros, por exemplo)”, afirma.
Número de casos aumenta, mas tratamentos são mais eficazes Nos últimos 50 anos houve crescimento na prevalência e na gravidade das doenças alérgicas, principalmente em crianças e em épocas do ano como o inverno. “Possivelmente isso esteja relacionado a alterações ambientais, como poluição intra e extradomiciliar e mudanças do estilo de vida, com uma maior permanência em ambientes fechados e climatizados. A exposição cada vez maior e mais precoce acarreta sensibilização e sintomas mesmo em crianças de baixa idade”, considera a especialista do Hospital Alvorada. Já a Dra. Ana Paula, do Hospital Sírio-Libanês, lembra que não há uma resposta única para os motivos desse aumento, mas o que se diz é que as doenças alérgicas são genéticas. “E hoje, os altos índices de poluição, o cigarro e o estilo de alimentação fazem com que esse gene se desenvolva mais.” 11 6
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O quadro – que reúne os sintomas mais graves das alergias respiratórias – continua crescendo no mundo. Só no Brasil, a asma atinge aproximadamente seis pessoas por dia, segundo afirma a Dra. Brianna. “Uma pesquisa patrocinada pela Organização Mundial de Alergia mostra que uma das causas desse aumento é a falha na comunicação entre médicos e pacientes. Sem ter consciência da gravidade do problema e de como se tratar, o paciente acaba vivendo em meio a crises, melhoras e recaídas. Um estudo feito em 11 países da América Latina, entre eles o Brasil, publicado na revista Salud Pública, da Organização Panamericana da Saúde, aponta o resultado dessa situação: 97,6% das pessoas que sofrem de alergias respiratórias lidam de forma incorreta com a doença e costumam procurar ajuda médica somente em momentos de crise”, constata a médica. Mas, ao passo que o número de casos cresce, aumenta também a evolução farmacológica para o controle desse tipo de doenças. “O tratamento das alergias respiratórias avançou muito nos últimos anos e o enfoque atual está na prevenção. Ela requer o uso diário de anti-inflamatórios (corticoides tópicos) ou em casos extremos, como uma asma grave, corticoides sistêmicos e até imunossupressores (como ciclosporina) e anticorpos monoclonais anti-imunoglobulina E (Omalizumabe)”, explica. O pneumologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Alexandre Kawassaki, ressalta que a grande revolução do tratamento da asma e da rinite foi a introdução dos corticoides inalatórios e nasais, broncodilatadores de longa ação e antialérgicos que não causam sonolência, que auxiliaram muito no controle dessas doenças.
Patologias de maior incidência A bronquite é uma inflamação dos brônquios, que pode ser classificada como aguda ou crônica. “Os sintomas começam com coriza, cansaço, calafrios, dor nas costas, dores musculares, febre discreta e dor de garganta. No início, surge uma tosse seca e, após um ou dois dias, começa a expectoração de pequenas quantidades de secreção esbranquiçada ou amarelada. A seguir, elas começam a ser eliminadas em maior volume e com a coloração amarelada ou esverdeada. Febre alta que pode persistir por várias semanas e dificuldade respiratória são sintomas comuns”, descreve a otorrinolaringologista, otoneurologista e mestre em clínica cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães. Na maior parte das vezes a bronquite tem cura, porém, idosos, tabagistas, indivíduos com doenças cardíacas ou pulmonares crônicas (como a asma) precisam tomar um cuidado maior, para que não se torne crônica. Já a asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. “Em
indivíduos suscetíveis, origina a falta de ar e aperto torácico principalmente à noite ou no início da manhã, dificuldade em respirar, ruído ao respirar (chiado), sensação de que o ar não chega até aos pulmões e ansiedade”, enumera a especialista. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia – Regional São Paulo (Asbai-SP), Dr. Clóvis Eduardo Santos Galvão, cerca de 90% das causas das doenças são alérgicas e as mudanças de temperatura podem piorar o quadro. “O ar seco, típico do inverno, aliado ao fato de as pessoas usarem casacos guardados há muito tempo, sem lavar ou expor ao sol, são fatores que podem desencadear crises”, avisa. A rinite é a irritação e inflamação, de modo crônico ou agudo, da mucosa nasal. “Sessenta por cento das causas da rinite são alérgicas e ela provoca, dentre outros sintomas, nariz escorrendo e coçando e espirros”, destaca o Dr. Galvão, acrescentando que, dentre outras origens, a rinite também pode ser infecciosa, anatômica e vasomotora. Por ser bastante comum, por ve-
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Especial saúde
alergias respiratórias
principais interações medicamentosas com glicocorticoides* • O risco de ulceração gastrintestinal ou hemorragia pode ser aumentado quando outros anti-inflamatórios (analgésicos e antitérmicos) são utilizados concomitantemente aos glicocorticoides. • Os glicocorticoides podem aumentar as concentrações de glicose no sangue. Um ajuste de dose pode ser necessário quando houver o uso de hipoglicemiantes orais ou de insulina. • Os estrogênios (contraceptivos orais) podem alterar o metabolismo dos glicocorticoides, levando à diminuição de sua depuração, aumentando a meia-vida de eliminação, efeitos terapêuticos e a toxicidade dos glicocorticoides. O ajuste de dose dos glicocorticoides pode ser requerido durante e após o uso concomitante com estrogênios. • O uso conjunto de diuréticos depletores de potássio com glicocorticoides pode resultar em hipocalemia (concentração sérica de potássio abaixo do normal). A monitoração da concentração de potássio sérico e função cardíaca é recomendada. *grupo de fármacos utilizados como imunossupressores e anti-inflamatórios, bastante usados em quadros alérgicos. Fonte: professora do curso de Farmácia da Universidade Anhembi Morumbi, Maria Tereza Santos
zes os acometidos não a tratam com a devida importância, o que pode desencadear outras complicações, como sinusite, ou até mesmo comprometimento da qualidade de vida. “Sem o devido tratamento, a rinite pode interferir no sono, diminuir a produtividade e a concentração. Em crianças, pode até trazer problemas na dentição”, alerta o presidente da Asbai-SP. De acordo com a Dra. Rita Guimarães, o tratamento depende do que originou a doença e do diagnóstico do médico. “Se a rinite tiver causa alérgica, por exemplo, o que se pode fazer é afastar o indivíduo daquilo que lhe dá alergia e manter o nariz sempre muito limpo, recorrendo a lavagens nasais”, afirma. Já a sinusite é uma inflamação das mucosas dos seios da face, região formada ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos. “De forma geral, se dá por conta de uma rinite mal tratada. Os sintomas, aliás, são parecidos com os da rinite, somados a dor de cabeça, especialmente acima dos olhos ou maçãs do rosto, febre e congestão nasal”, 11 8
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alerta o Dr. Galvão, dizendo que o tratamento é feito à base de antibióticos. “De modo geral, a secreção nasal é de cor amarelada e espessa e o paciente também apresenta tosse, que piora durante a noite”, acrescenta a otorrinolaringologista Rita Guimarães, salientando que o tratamento inclui antibióticos, antialérgicos ou antifúngicos. Por fim, a gripe é uma infecção viral, causada usualmente pelo vírus Influenza, que gera sintomas como febre, coriza, tosse, cefaleia, sensação de mal-estar e inflamação do revestimento do nariz e das vias aéreas. Febre e dores no corpo também são comuns. Já o resfriado pode ser causado por diversos tipos de vírus e o que o diferencia da gripe é a intensidade dos sintomas. “A gripe traz os sintomas de forma mais intensa e os acometidos tendem a ficar prostrados ou acamados. Os tratamentos, tanto para a gripe quanto para resfriados, são sintomáticos, portanto, se o paciente tem febre, receitam-se antitérmicos, se reclama de nariz entupido, prescrevem-se descongestionantes nasais, e assim por diante...”, explica o Dr. Galvão.
artigo
Câncer de mama Somente dois em cada dez nódulos são associados a tumores malignos
Vi vian Sch i v artch e Especialista em diagnóstico da mama, médica radiologista do CDB Premium – pertencente ao Centro de Diagnósticos Brasil Site: www.cdb.com.br 120
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A rigor, as pessoas deveriam abrir os resultados de exames somente na presença do médico solicitante. Mas, como isso não é regra, muitas mulheres perdem o controle diante de um laudo que aponta a presença de um nódulo na mama. De acordo com a American Cancer Society, a boa notícia é que cerca de 80% das alterações submetidas à biópsia por agulha (mamotomia) são consideradas benignas. Guiada por ultrassom ou estereotaxia (mamografia), a biópsia percutânea resulta na remoção de uma amostra do tecido para que seja realizado um exame histológico, que apontará se as alterações celulares são benignas ou malignas. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no ano passado, em cada grupo de 100 mil mulheres, 52 foram diagnosticadas com câncer de mama. Nas regiões Sudeste e Sul a incidência da doença foi maior: 69/100 mil e 65/100 mil, respectivamente. O rastreamento mamográfico deve começar aos 40 anos. Entretanto, é importante estar sempre alerta porque há mulheres que notam o aparecimento de um nódulo no seio antes disso. Somente dois em cada dez dos nódulos diagnosticados por métodos de imagem são associados a tumo-
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res malignos. Mesmo nesses casos, as chances de cura são promissoras. Hoje em dia, as pacientes contam com recursos diagnósticos de ponta. Durante a mamotomia, faz-se a biópsia de nódulos de até 1,5 cm ou calcificações muito pequenas agrupadas nas mamas. O procedimento, que é guiado pela estereotaxia (mamografia), ultrassom, ou por ressonância magnética, é realizado em clínica ou ambulatório, dispensa internação, faz uso de anestesia local – sendo indolor – e praticamente não deixa nenhuma cicatriz na paciente, retirando bastante material da lesão. Vale ressaltar que a mamotomia é indicada para nódulos ou lesões não palpáveis, encontrados nos exames de screening (imagem). Até poucos anos atrás, a mulher era submetida a um procedimento cirúrgico para retirar a lesão e analisar se o nódulo era benigno ou maligno. A paciente permanecia internada por dois ou três dias e ainda ficava com cicatriz. Ou seja, a maioria das mulheres nessas condições sofria desnecessariamente. A mamotomia, que é realizada na maior parte das clínicas das grandes cidades, é um método diagnóstico preciso, facilita a vida da paciente e não deixa marcas – nem físicas, nem emocionais. foto: divulgação
Acidente vascular cerebral
Risco
silencioso O AVC é uma das principais causas de morte no Brasil, porém desconhecido ainda por grande parte da população. Saiba como identificar a doença e ajude os pacientes da farmácia com informações preventivas
O P o r r a qu el sena
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de morte entre adultos no Brasil. De acordo o neurologista do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Tarso Ardoni, a incidência no País está em torno de 150 casos para cada 100 mil habitantes todos os anos. Na América Latina, os dados demonstram uma incidência entre 35 e 180 casos para cada 100 mil. O AVC, conhecido popularmente como “derrame cerebral”, pode ser definido como um dano a uma ou mais regiões do encéfalo que se apresenta frequentemente como um déficit neurológico focal, de instalação
fotos: shutterstock
súbita e que é decorrente de uma doença vascular. Segundo o neurologista do Hospital Paulistano, Gustavo Kuster, há dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico. “O isquêmico é a obstrução de um vaso cerebral, que proporciona falta de oxigenação (isquemia), levando à morte dos neurônios. Já o hemorrágico é a ruptura em um vaso, causando extravasamento de sangue para dentro do cérebro”, explica. Homens, negros e idosos se enquadram no grupo de maior risco para o AVC, mas existem outros fatores que desencadeiam o problema. O diretor de Promoção da 2013 maio guia da farmácia
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Especial saúde
Acidente vascular cerebral
Entenda como ocorre o AVC Isquêmico (80% dos casos)
Hemorrágico (20% dos casos)
Ocorre quando um vaso sanguíneo que fornece sangue ao cérebro é bloqueado por um coágulo de sangue, levando ao entupimento dos vasos por conta de uma trombose ou embolia, ou ainda é decorrente de uma redução no fluxo sanguíneo cerebral difuso causado, por exemplo, por uma insuficiência cardíaca grave ou pressão arterial baixa.
É decorrente do rompimento de vasos sanguíneos cerebrais que pode ocorrer dentro do tecido cerebral ou externo ao tecido cerebral, isto é, o sangue se acumula entre a parte interna do crânio e o cérebro.
Fonte: Dr. Alberto Andrade de Mello, neurologista do Hospital São Camilo de São Paulo
Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Dr. Carlos Alberto Machado, conta que a hipertensão, diabetes, tabagismo, sedentarismo, obesidade e colesterol elevado são alguns dos fatores no caso do AVC isquêmico. “Além disso, as pessoas que possuem um histórico familiar ou artéria defeituosa tendem a ser mais propensas a ter o problema”. No caso do AVC hemorrágico, o neurologista do Hospital São Camilo de São Paulo, Dr. Alberto Andrade de Mello, afirma que os principais fatores de risco são pressão alta e idade avançada. 124
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Formas de manifestação O AVC manifesta-se de modo diferente em cada paciente, pois depende do tipo e tamanho da área do cérebro acometida. Segundo o Dr. Mello, o indivíduo acometido pode apresentar sintomas como fraqueza em parte ou metade do corpo, na musculatura da face com desvio da rima bucal, dificuldade para falar ou articular as palavras, perda da sensibilidade em parte ou metade do corpo ou face, perda da coordenação motora, dificuldade para caminhar e alteração visual. Tudo isso pode ocorrer de forma isolada ou associadamente.
Especial saúde
Acidente Vascular Cerebral
Sinais de alerta para o AVC • Perda de força e de sensibilidade; • Dificuldade visual; • Dificuldade de fala e compreensão; • Confusão mental; • Desequilíbrio e falta de coordenação motora; • Cefaleia (dor de cabeça) intensa. Fonte: Gustavo Kuster, neurologista do Hospital Paulistano
O diagnóstico da doença é clínico, ou seja, feito pela história do paciente e por um exame neurológico, seguido de exames de neuroimagem, tais como tomografia computadorizada e ressonância magnética de crânio, que ajudam a corroborar o diagnóstico e fazer a pronta distinção entre o AVC isquêmico e o hemorrágico.
Tratamento e prevenção O tratamento pode ser dividido em duas fases: aguda e de prevenção secundária. “No caso do AVC isquêmico, indivíduos que são socorridos e levados ao ambiente hospitalar em até quatro horas e meia a partir da instalação dos sintomas podem se beneficiar, em muitos casos, do uso de 128
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medicação por via venosa que pode ajudar a dissolver o coágulo que obstruiu a artéria”, explica o Dr. Tarso Tardoni, do Sírio-Libanês. Já a prevenção secundária tem por objetivo minimizar o risco de ocorrência de novos AVCs e dependerá da causa. O médico é quem deverá analisar cada caso individualmente e, se necessário, poderá prescrever o uso de ácido acetilsalicílico, clopidogrel ou anticoagulante. No caso do AVC hemorrágico, o tratamento baseia-se em admissão hospitalar e monitoramento de potenciais complicações, tais como aumento da pressão intracraniana e crises convulsivas. “Em alguns casos, drenagem cirúrgica do sangramento intracraniano pode ser necessária”, afirma. De acordo com o Dr. Alberto Andrade, do Hospital São Camilo de São Paulo, de forma geral, as medidas para evitar um novo evento são o uso de antiplaquetários ou anticoagulantes, controle rigoroso da pressão arterial, diabetes, colesterol, fazer atividade física, reduzir o peso, alimentação saudável e suspender o uso de cigarro. Com relação ao processo de reabilitação, o médico explica que deve ser iniciado de forma precoce, para todos os pacientes com AVC. Esse método envolve fisioterapia motora, fonoaudiologia (disfagia e linguagem), psicologia, nutrição, acompanhamento médico e de enfermeiros especializados.
olhos
De olhos bem abertos
Aproveite a chegada do Dia Nacional da Saúde ocular celebrado em 7 de maio – e informe-se sobre as doenças mais comuns que afetam a visão Por Flávia Corbó
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Q
Quando se pensa em problema de visão, geralmente, a imagem de uma senhora com óculos e dificuldade para executar tarefas cotidianas vem à mente. Mas a verdade é que as doenças dos olhos podem se manifestar quando o indivíduo ainda é criança e acompanhá-lo até a vida adulta. Pesquisas revelam que uma a cada cinco crianças apresenta problemas de visão, segundo a FioCruz. A maior dificuldade está em perceber o problema, já que os pequenos não possuem parâmetros para saber se enxergam bem ou mal. Dores de cabeça frequentes, dificuldade de leitura, sensibilidade exagerada à luz e excesso do movimento de piscar os olhos podem ser sinais de que há algo errado. “Os sintomas significam sofrimento no mecanismo de foco do olho e devem ser investigados para determinação da causa específica. Um único sintoma pode ser sinal de mais de uma doença”, ressalta o oftalmologista da Faculdade de Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), Eduardo Salvia De Lucca. Entre os problemas que podem surgir já durante a infância estão a miopia e o astigmatismo. Ambos provocam a distorção e desfoque dos objetos observados, mas possuem causas diferentes. A miopia é um distúrbio visual que afeta a focalização da imagem antes que esta chegue à retina. Uma pessoa míope consegue ver objetos próximos com nitidez, mas os distantes são visualizados como se estivessem embaçados. Um dos sintomas que podemos considerar como o primeiro de um olho míope é a má visão ao longe, estando a visão ao perto salvaguardada. Já o astigmatismo pode ser explicado pela dificuldade de enxergar nítido tanto de longe quanto de perto. Todos os objetos – próximos ou distantes – ficam distorcidos. O problema é causado pelo formato irregular da córnea ou do cristalino e a imagem se apresenta em vários focos que se encontram
Você já ouviu falar em Luteína? A luteína é uma proteína que ao acumular-se na retina exerce proteção contra a radiação ultravioleta e os radicais livres. Essa proteção é de extrema importância para prevenir uma doença crônica conhecida como degeneração macular, principal causa de deficiência visual na terceira idade. “O corpo humano não fabrica essa proteína, portanto devemos ingeri-la na alimentação. Alimentos pigmentados e verduras verdeescuras, como couve, brócolis, espinafre e agrião, são importantes fontes”, relata o Dr. Eduardo Salvia De Lucca. Mas não é fácil atingir o consumo recomendado de 5 mg a 6 mg de luteína por dia; mesmo com uma alimentação equilibrada, é necessária a ingestão de uma travessa grande de espinafres frescos para alcançar esses valores. É por isso que a suplementação de luteína é altamente recomendada, não apenas na terceira idade, já que os efeitos dos radicais livres são cumulativos. Mas não são apenas os olhos que se beneficiam de uma suplementação de luteína. Como a proteína ingerida também é armazenada na pele, pesquisas sugerem que esse carotenoide é importante para a manutenção de uma pele saudável. Em um estudo recente, 10 mg de luteína por dia aumentaram a hidratação da pele, sua elasticidade e conteúdo de lipídios. “Quanto à segurança de uso, estudos indicam que doses de até 2 mg/kg de peso não causaram efeitos colaterais detectáveis, o que significa que um adulto de 70 kg poderia ingerir até 140 mg de luteína por dia, comprovando a inexistência de riscos à saúde nas doses recomendadas”, orienta o Dr. Sérgio Crivelin. em eixos diferenciados. “Uma córnea normal é redonda e lisa. Nos casos de astigmatismo, a curvatura da córnea é mais ovalada, como uma bola de futebol americano. Este desajuste faz com que a luz se refrate por vários pontos da retina em vez de se focar em apenas um”, explica o oftalmologista do Hospital CEMA, Dr. Sérgio Crivelin. 2013 maio guia da farmácia
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Especial saúde
olhos
estudo da sociedade brasileira de retina e vítreo revelou que apenas 23% dos entrevistados consultam um oftalmologista uma vez por ano e 11% nunca estiveram num desses consultórios Embora o astigmatismo brando possa ser assintomático, astigmatismos mais intensos podem causar sintomas como visão borrada, astenopia, fadiga ou dores de cabeça.
Na vida adulta Após os 40 anos, é comum a queixa do “braço curto”. Na tentativa de encontrar o melhor foco para a leitura, a pessoa vai afastando o livro ou revista, até que percebe que não há mais solução. A resposta mais comum para a dificuldade é de que se trata de presbiopia, popularmente conhecida como vista cansada – perda natural e progressiva da capacidade do olho em focalizar objetos de perto e de longe. Os principais sintomas são: desconforto nos olhos
durante a leitura, impossibilidade de focalizar os objetos que se encontram mais próximos durante períodos prolongados, as letras impressas só são reconhecidas quando mantidas suficientemente afastadas dos olhos, dores de cabeça, os olhos ficam cansados e, principalmente, a vista é desfocada. Apesar de a presbiopia ser o problema mais comum que afeta a visão com o avançar da idade, há outras doenças graves que também são mais presentes em adultos e idosos. A idade avançada também é um fator que colabora para o surgimento da catarata, patologia que consiste na opacidade parcial ou total do cristalino ou de sua cápsula. Tipicamente apresenta-se como embaçamento visual progressivo que pode levar a cegueira ou visão subnormal. Além da velhice, outros fatores podem desencadear essa doença, como traumatismo, Diabetes mellitus, uveítes e uso incorreto de medicamentos. “Atualmente, a técnica cirúrgica mais moderna para o tratamento da catarata consiste na remoção do cristalino por microfragmentação e aspiração do núcleo, num processo chamado Faco-emulsificação, e posterior implante de uma lente intraocular”, detalha o Dr. Sérgio Crivelin.
Sinais mais comuns Conheça os sintomas relacionados a doenças oculares e o que eles podem representar: • Dor de cabeça: hipermetropia, astigmatismo, miopia e presbiopia. • Deformação das imagens: astigmatismo, Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). • Visão dupla: estrabismo, tumores de orbita, fratura de órbita, alterações neurológicas e miogênicas. • Lacrimejamento: obstrução das vias lacrimais. • Pupila esbranquiçada: catarata. • Pontos negros e luminosos: possíveis sintomas precedentes do descolamento do vítreo e também descolamento da retina. • Dor aguda no olho: glaucoma agudo. Fonte: Hospital CEMA
Quando se fala em doenças da visão, a hereditariedade pode também ser um fator determinante. Este é o caso do glaucoma, enfermidade que leva à cegueira, assintomática, com lesão do nervo óptico, perda do campo visual e alteração da pressão intraocular.
Problema desconhecido Um estudo inédito realizado pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, apoiado pela Bayer, com mais de quatro mil pessoas, entre homens e mulheres acima de 35 anos, residentes em cinco capitais brasileiras, revelou que 79% dos entrevistados nunca ouviram falar em Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). O dado preocupa profissionais da área de oftalmologia, já que a doença é a maior causa de cegueira após os 65 anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a DMRI úmida – pior estágio da doença – atinge 30 milhões de pessoas ao redor do mundo, representando 7,8% de todos os casos de cegueira e 50% dos casos de perda de visão em países industrializados. As projeções da OMS duplicam esta cifra para o ano de 2020, na medida em que a tendência mundial é o envelhecimento da população. Pela frequência com que os brasileiros vão ao oftalmologista, a previsão deve se concretizar. O mesmo estudo da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo revelou que apenas 23% dos entrevistados consultam um oftalmologista uma vez por ano e 11% nunca estiveram num desses consultórios. As informações ganham ainda mais gravidade se
considerarmos que, apesar da baixa frequência de visitas ao oftalmologista, 71% dos participantes do estudo tenham declarado ter algum problema de visão, sendo que 55% dessas pessoas não souberam especificar qual seria este problema. Dentre os que explicaram a sua condição, a catarata foi a doença mais citada (16%) e a DMRI pontuou apenas 3%.
O que é? A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) afeta a mácula, parte da retina onde a percepção visual é mais nítida e detalhada. Nos seus estágios iniciais os sintomas são reduzidos e não chamam a atenção. O sinal mais claro da progressão da doença é a distorção das imagens ou a formação de um ponto negro central. A DMRI é uma doença relacionada ao envelhecimento, pois ocorre a partir da oxidação dos tecidos. Esse processo ocasiona o aumento de produção de uma substância chamada VEGF, responsável pela formação e permeabilidade dos vasos sanguíneos. Em quantidades normais, a VEGF é fundamental para o bom desenvolvimento do organismo, mas quando produzida em excesso danifica os fotorreceptores encarregados de levar as imagens captadas pela retina para o cérebro. A área atingida chama-se mácula – daí o nome da patologia. Apesar de ocupar apenas 3% da retina, a mácula é responsável pela visão central e pela definição de detalhes e cores. Quando seu funcionamento é danificado, a visão fica embaçada, com uma man2013 maio guia da farmácia
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olhos
cha escura na parte central. “O idoso passa a ter dificuldade de realizar atividades básicas e de praticar hobbies comuns à idade. Sem contar que a chance de tropeçar e sofrer uma queda aumenta muito. Ele se torna dependente de terceiros, o que muitas vezes acarreta quadros de depressão”, descreve o professor-associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dr. Walter Takahashi.
O que causa?
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Tratamento Até 30 anos atrás, a cegueira causada pela DMRI era irreversível. Os primeiros tratamentos surgiram apenas em 1993, com o desenvolvimento do uso de laser. Mas, apesar de eliminar a doença, a mácula também era prejudicada pela técnica. Somente em 2005 o tratamento se sofisticou, com o surgimento de terapias anti-VEGF. Esta tecnologia consiste em drogas injetadas dentro do olho (no vítreo), que impedem que a VEGF se ligue aos fotorreceptores e prejudiquem a transferência de imagens ao cérebro. O tratamento bloqueia o estímulo ao crescimento de novos vasos sanguíneos anormais na retina, fazendo diminuir a perda de fluido (o edema) e o sangramento, salvando desta forma a visão.
E CO N TEÚDO
Há fatores de risco da DMRI que não podem ser controlados, como envelhecimento e presença de membros da família com a doença, mas boa parte das causas poderia ser evitada com uma qualidade de vida maior. A obesidade e a hipertensão arterial aumentam o risco de desenvolver a patologia, assim como uma dieta pobre em alimentos antioxidantes. Mas o grande vilão da DMRI é o tabagismo. Estudos revelam que os fumantes são duas vezes mais propensos a desenvolver o problema, já que as toxinas presentes no cigarro aumentam o estresse oxidativo da retina, promovendo maior vasculopatia e consequente hipóxia, ou seja, falta de oxigenação, fazendo surgirem novos vasos sanguíneos anormais sob a mácula. Apesar de comprovado o quão perigosa é a relação entre cigarro e DMRI, o estudo da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo revelou que 54% dos entrevistados des-
conheciam esse fator de risco e não associaram o fumo à perda de visão. Outros fatores de risco também foram ignorados: apenas 10% citaram diabetes, 10% pressão alta e 9% aumento da pressão ocular, enquanto 26% não sabiam citar nenhum.
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Especial saúde
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Conheça dados sobre a prevalência de doenças da visão no Brasil. www.guiadafarmacia.com.br
dislipidemia
Presente
no organismo Existem dois tipos de transporte que carregam pelo corpo o bom e o mau colesterol. Veja o que é essa substância e seus efeitos no organismo P o r l í g i a fav o r etto 140
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O colesterol é um tipo de gordura (lipídio) encontrada e produzida naturalmente no corpo humano. A substância é um componente estrutural das membranas celulares em todo o corpo e está presente no cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração. O organismo usa o colesterol para produzir vários hormônios, vitamina D e ácidos biliares que ajudam na digestão das gorduras. Como é insolúvel em água, é insolúvel também
Especial saúde
no sangue, precisando de mecanismos que o transportem pela corrente sanguínea. Durante o transporte, ele liga-se a diversos tipos de lipoproteínas, classificadas de acordo com sua densidade. As principais usadas para diagnóstico e transporte dos níveis de colesterol são a LDL (de baixa densidade – Low Density Lipoproteins ) e a de alta densidade (HDL – High Density Lipoproteins). A diferença entre elas é que a primeira, LDL, promove o depósito da gordura (colesterol) nas paredes das artérias, enquanto a segunda (HDL) é capaz de absorver os cristais de colesterol, que começam a ser depositados nas paredes arteriais/veias. De acordo com dados da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), o colesterol é um tipo de gordura produzida no organismo que possui várias funções. Não existem diferentes tipos de colesterol, bom ou ruim, mas diferentes tipos de transporte que o carregam pelo corpo. Em baixos teores, a substância não faz mal algum e até ajuda em alguns processos normais do organismo. O que de fato atrapalha é o excesso de colesterol, conhecido como hipercolesterolemia. Quando uma pessoa consome altos níveis de gordura saturada, acaba por prejudicar a permanência de proteínas HDL. “O excesso dessa gordura, que é a gordura sólida presente em alguns alimentos, diminui a capacidade do organismo de retirar o excesso de colesterol, porque também diminui a frequência de HDL no organismo. Dessa forma, quem ingere alimentos carregados de gordura saturada em alta escala atrapalha a função e a frequência de HDL e, consequentemente, favorece a atividade do LDL, que deposita a mesma gordura (já denominada de colesterol) nas artérias. A Socesp revela que cerca de 77 milhões de brasileiros sofrem de dislipidemia – a alta incidência de colesterol no sangue. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ingestão diária da substância deve ser inferior a 300 mg para a população em geral, e menor que 200 mg para pessoas com histórico de doenças cardiovasculares. O colesterol é tão combatido pelos cardiologistas porque seu acúmulo obstrui as artérias coronárias, impedindo que o sangue chegue ao coração. Como consequência, o órgão infarta. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde indicam que as doenças cardiovasculares são responsá-
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Risco aumentado Os alimentos que possuem gordura saturada transformam-se em colesterol, e este é acumulado nas paredes das artérias. Se esse depósito ocorre nas artérias coronárias, existe a chance de ocorrer angina (dor no peito) e infarto do miocárdio. Quando o acúmulo acontece nas artérias cerebrais, pode provocar acidente vascular cerebral (derrame), o que faz com que o alto índice de colesterol seja determinante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Apesar disso, na maioria das vezes, a má alimentação e o consequente alto índice da substância não são os únicos vilões para o desencadeamento de doenças cardiovasculares. Geralmente, a presença elevada de LDL está ligada a outros fatores de risco, como o cigarro, o diabetes e a pressão alta. Fonte: Dra. Ana Maria, psicóloga e diretora do Instituto de Terapia Cognitiva (ITC)
veis por 33% dos óbitos no Brasil. Com isso, o controle das taxas de colesterol no organismo torna-se fundamental para a prevenção dessas enfermidades. Os casos mostram que 75% dos derrames são causados pela obstrução das artérias do pescoço por placas de colesterol. Outra consequência do acúmulo da substância é a formação de aneurismas. As artérias dilatam e podem se romper, causando hemorragias, muitas vezes, fatais. Farmacêuticos e balconsitas podem e devem orientar os pacientes da farmácia, recomendar que verifiquem o histórico familiar de doença cardíaca ou de níveis elevados de colesterol no sangue, pois o diagnóstico e tratamento precoce auxiliam na prevenção. É importante ainda orientá-los em relação aos alimentos que devem ser evitados, além do controle da ingestão de carnes vermelhas, que são ricas em gorduras e contribuem para a elevação do mau colesterol. 2013 maio guia da farmácia
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dislipidemia
Alimentos do bem e do mal Tanto o colesterol bom quanto o ruim fazem parte do nosso organismo. Os 70% de colesterol que circulam pelo sangue são sintetizados pelo organismo e os outros 30% vêm da alimentação. Por isso, manter uma dieta equilibrada é fundamental. Confira a lista de alimentos que ajudam amenizar o colesterol e quais representam riscos à saúde. Oriente os pacientes da farmácia: Alimentos que ajudam a reduzir o colesterol • Salsão • Couve-de-bruxelas • Bagaço da laranja • Ameixa preta • Couve-flor • Mamão • Amora • Damasco • Mandioca • Azeite de oliva • Ervilha • Pão integral • Aveia • Farelo de aveia • Pera • Cenoura • Farelo de trigo • Pêssego • Cereais integrais • Feijão • Quiabo • Cevada • Figo • Verduras
Comportamento decisivo Para quem quer mudar um quadro desfavorável de colesterol ou quer manter a saúde em dia, é estritamente necessário saber desenvolver e manter um estilo de vida saudável, em que as atividades físicas estejam presentes e os hábitos ruins, como fumar, sejam evitados. A mudança na alimentação também é essencial. O 144
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Alimentos ricos em colesterol • Bacon • Chantilly • Ovas de peixes • Biscoitos amanteigados • Doces cremosos • Pele de aves • Camarão • Queijos amarelos • Carnes vermelhas com gordura • Gema de ovo • Sorvetes cremosos • Creme de leite • Lagosta
indivíduo que quer apresentar melhores índices de colesterol pode optar por alimentos vegetais, que não possuem a substância, já que ela só é produzida nos sistemas animais. Além disso, pode mudar o cardápio e incluir frango sem pele e peixe. Isso tudo associado à perda de peso e realização de exercícios físicos.
insuficiência cardíaca
Fraquezas do coração Cerca de 25% das internações do SUS ocorridas por problemas cardiovasculares apresentam quadro de insuficiência cardíaca. Conheça as causas e sintomas que provocam o mal funcionamento do coração
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Por flávia corbó
Cansaço, inchaço e falta de ar ao realizar tarefas rotineiras e que exigem o mínimo de esforço físico, como tomar banho ou trocar de roupa, são os principais sintomas dos pacientes que sofrem de insuficiência cardíaca (IC). Em casos mais avançados, os sinais podem surgir mesmo em repouso, o que provoca uma limitação severa das atividades co-
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tidianas. Ao contrário do que muitos pensam, a insuficiência cardíaca não é uma doença e, sim, uma condição provocada tanto por causas congênitas como adquiridas. No Brasil, diversos levantamentos epidemiológicos foram realizados com o objetivo de avaliar as causas mais frequentes do problema, observando-se variações regionais importantes. Entre as causas mais rofotos: shutterstock
Especial saúde
insuficiência cardíaca
classificação padrão Em termos gerais, utiliza-se uma nomenclatura padronizada de sintomas, que é a Classificação Internacional Funcional para a Insuficiência Cardíaca, definida pela New York Heart Association, considerando quatro graus: • Assintomático e sem limitações. • Limitação Física para atividades rotineiras e sintomas leves. • Limitação física para atividades mais simples (ex: tomar banho, trocar de roupas, fazer higiene pessoal). • Presença de sintomas em repouso e limitação severa para atividades. 148
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tineiras observadas no País estão a Doença de Chagas (em áreas onde este mal tem característica endêmica), a hipertensão arterial, as doenças valvulares, a Doença Isquêmica do Coração e as miocardiopatias de diversas origens. “É muito importante tentar identificar a causa da insuficiência cardíaca, uma vez que, essa doença é evolutiva e pode ser secundária a fatores que podem ser controlados, por exemplo, a Hipertensão Arterial, Isquemia Cardíaca, as disfunções tireoidianas, alterações valvulares, anemia, ingestão de álcool, entre outros”, ressalta o gerente médico da Franquia Cardiometabólica do Aché Laboratórios, Antônio Carlos Amedeo Vattimo. A insuficiência cardíaca é caracterizada pela dificuldade do coração em bombear o sangue que che-
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insuficiência cardíaca
grupo de medicamentos Os principais fármacos orais indicados para o tratamento de IC são: • Inibidores de Enzima de Conversão da Angiotensina (IECAs): ex: enalapril, captopril. • Bloqueadores dos receptores AT1 de Angiotensina II (BRAs): valsaratana, losartana, candesartana. • Beta-bloqueadores: carvedilol, metoprolol, nebivolol, bisoprolol. • Antagonistas da aldosterona: espironolactona. • Vasodilatadores: Hidralazina e nitratos. • Diuréticos. • Inotrópicos: Digoxina. • Outros medicamentos: ivabradina.
ga ao órgão transportado pelos vasos sanguíneos. Em um organismo em bom funcionamento, o sangue chega ao átrio direito, de onde segue para o ventrículo direito, que tem a função de bombeá-lo para os pulmões. Já oxigenado, o sangue vai para o átrio esquerdo, em seguida para o ventrículo esquerdo, para então ser bombeado pelo pulsar do coração de volta aos vasos sanguíneos. “Nos casos de insuficiência cardíaca, o coração apresenta um déficit na capacidade de bombear, então começa a acumular sangue no pulmão e no ventrículo esquerdo. Isso é o que provoca a falta de ar, cansaço, deixa as veias saltadas e provoca inchaço nas pernas e outras partes do corpo”, detalha o diretor do Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA) da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), Dr. Silas dos Santos Galvão Filho. Não há dados epidemiológicos globais de incidência de IC no Brasil, mas é possível se basear em dados do SUS relativos ao número de hospitalizações por insuficiência cardíaca no País, os quais in150
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dicam um total de 1.156.136 hospitalizações por ano devidas a doenças cardiovasculares, das quais cerca de 25% tiveram a insuficiência cardíaca como causa. Além disso, entre os pacientes com mais de 60 anos, a IC é a principal causa de internação.
Tratamento Todo o paciente portador de IC deve ter orientações para um tratamento que envolve medidas não farmacológicas (restrição de ingestão de sal e líquidos, controle de peso, exercícios de reabilitação) e, de acordo com critérios clínicos, são instituídos também medicamentos para seu tratamento. “Entre os mais comuns, estão aqueles que aumentam a capacidade de contração e outros que diminuem o volume do sangue, diuréticos e vasos dilatadores”, explica Dr. Silas. Um das novidades no tratamento é uma marca nova marca de valsartana (BRAVAN), um dos poucos tipos de Bloqueadores dos receptores AT1 de Angiotensina que tem indicação para uso nessa patologia. Os benefícios específicos da valsartana para
insuficiência cardíaca
Nos casos de insuficiência cardíaca, o coração apresenta um déficit na capacidade de bombear, então começa a acumular sangue no pulmão e no ventrículo esquerdo. isso é o que provoca a falta de ar, cansaço, deixa as veias saltadas e provoca inchaço pelo corpo
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O avanço da medicina provoca um cenário paradoxal quando se fala em insuficiência cardíaca. A medida que as técnicas e medicamentos para tratar de doenças cardiovasculares vão se aprimorando, um número menor de pacientes morre e é cada vez mais possível conviver com a patologia. Mas ainda assim, aquele coração é comprometido. Ou seja, quanto mais se avança no tratamento e na sobrevida, o número de pacientes com insuficiência cardíaca aumenta. “Não podemos esquecer também que a expectativa de vida da população brasileira aumentou e tende a aumentar ainda mais e, consequentemente, o número de idosos cresce progressivamente. Isto fará com que o número de portadores de IC e outras doenças cardiovasculares aumente progressivamente”, ressalta Dr. Antonio Carlos. Devido a este crescimento inevitável, o investimento em medicamentos capazes de controlar as principais problemas cardiovasculares, como a hipertensão arterial, a doença arterial coronariana e a insuficiência cardíaca é fundamental, não apenas para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados, reduzir a ocorrência de complicações e a mortalidade, mas também – analisando-se sob o âmbito de Saúde Pública – é fundamental para reduzir as taxas de hospitalizações e de morbi-mortalidade decorrentes dessas. Mas além dos medicamentos e técnicas avançadas da medicina, a prevenção também exerce um grande papel no combate à insuficiência cardíaca. Para evitar que se apresente um problema cardiovascular que leve a esse quadro, é preciso tomar algumas precauções que muitos conhecem, mas nem sempre aplicam. “Prevenir é cuidar do coração e afastar fatores de risco como sedentarismo, tabagismo, alcoolismo, obesidade, taxa de gordura no sangue e diabetes. Procurar fazer avaliações anuais, a partir dos 30 anos, também é de extrema importância.”
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os pacientes com IC foram comprovados em um ensaio clínico randomizado denominado The Valsartan Heart Failure Trial (Val-HeFT). Esse estudo incluiu mais de 5.000 pacientes adultos que estavam sob tratamento otimizado para IC e foram alocados de maneira duplo-cega para receber valsartana ou placebo. “Após uma média de 27 meses, observou-se que a valsartana promoveu uma significativa redução de risco adicional de 13,3% na avaliação combinada da mortalidade por todas as causas e morbidade cardiovascular dos pacientes, além de melhorar a qualidade de vida e reduzir o número de internações”, relata dr. Antônio Carlos. Já para casos específicos em que a causa da insuficiência cardíaca é uma falta de sincronia entre os ventrículos - que devem ser ativados simultaneamente - um dos tratamentos mais difundidos é a aplicação de um marca-passo. Originalmente, o aparelho foi idealizado para restabelecer o ritmo cardíaco, mas observou-se que pacientes que tinham esse descompasso entre os ventrículos, prejudicial ao bombeamento do sangue, também poderiam ser beneficiados com a técnica. “O marca-passo estimula a movimentação biventricular simultânea e harmônica. Os primeiros trabalhos foram realizados em 2000, quando conseguimos tirar alguns pacientes da fila de espera do transplante e controlar a insuficiência cardíaca utilizando a técnica – hoje já bem difundida”, explica Dr. Silas.
Aumento da incidência
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Especial saúde
XT T RA NO POR
Entenda como funciona o marcapasso, aparelho criado para restabelecer o ritmo cardíaco. www.guiadafarmacia.com.br
ponto de venda
Garanta
mais lucros
Com a queda da intenção de consumo, o varejo precisa se renovar, elaborar novas estratégias de vendas. criar promoções pode ser uma alternativa P o r r a qu el sena fotos: shutterstock/LUCIANA BANDeira
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A intenção de consumo das famílias brasileiras recuou 4,3% em março deste ano, em comparação a fevereiro e 9% em relação ao mesmo período de 2012. O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), mostra que, apesar de os juros para o consumidor permanecerem nos menores níveis históricos, as famílias estão mais cautelosas para contrair novas dívidas, devido aos recentes aumentos 2013 maio guia da farmácia
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ponto de venda
cada categoria deve ter promoções que não sejam conflitantes para que possam atingir o efeito desejado. sobrepor muitas promoções na mesma seção acaba induzindo os compradores à dúvida e estimulando os clientes que só compram aquilo que estiver em oferta de preços e possíveis impactos no emprego. Diante desses números, todo esforço do varejo para vender mais e ampliar seus lucros é válido. Realizar promoções no ponto de venda (PDV) pode ser uma das táticas, porém não basta colocar em prática uma boa ideia; é preciso planejá-la bem e avaliar custos e despesas. De acordo com o VP de mercado de Agências do Popai Brasil, Rafael D’Andrea, as promoções que funcionam são aquelas que oferecem valor ao cliente. Para isso elas devem dar vantagens que são superiores ao custo pago pelo produto. “No ponto de venda a comunicação das marcas acontece com clientes que buscam desde preço baixo até conveniência, além de bem-estar e conforto.” As promoções devem atender às expectativas dos shoppers com relação ao formato da loja. Entendendo as barreiras de
compra da categoria é possível quebrá-las e, portanto, incrementar as vendas. “No caso da compra de produtos para hair care, por exemplo, a quantidade e a variedades de itens é tão grande que, em geral, a criação de combos que facilitem a decisão é bem vista”, exemplifica D’Andrea.
Como atrair o cliente?
A comunicação é essencial para divulgar as promoções disponíveis na loja e, apesar de para muitos parecer ser uma tarefa fácil, é preciso cuidado. “Toda promoção tem de ter destaque na loja. Ela deve permear todo o ponto de venda, começando na rua e terminando no checkout. Além disso, a linguagem tem de ser fácil e rápida, o consumidor precisa entender o benefício de comprar aquele produto no primeiro contato”, garante a gerente de planejamento da DIA Comunicação, Caru Andrade. Na opinião da especialista em varejo do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa, é importante também investir na divulgação nas vitrines. “Muitas farmácias fazem promoções com preços ínfimos que quase não é possível visualizar. Isso não é certo, promoção significa barulho visual.” A utilização de materiais de PDV dos fabricantes é a prática mais comum no autosserviço, entretanto, especialistas afirmam que, em lojas onde há o atendimento de balcão, nada pode superar a simples menção da promoção para o cliente pelo atendente. “Esse ato é bem visto pelos shoppers, que se sentem valorizados, e não custa nada para a loja.
aplicabilidade de ambientação • Utilizar contrastes para destacar as promoções. • Escolher janelas promocionais em gôndolas para destacar os itens nas prateleiras. • Dispor de displays de ofertas e o uso de luz aplicada aos produtos em promoção. • Dependendo da categoria, localizar os itens promocionais próximos à saída ou dos caixas, pois com isso aumenta a conversão de shoppers que não haviam planejado comprar a categoria.
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produto promocional na loja Exemplo: protetor solar gôndola
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Aviso na entrada da loja sobre a promoção de protetores. 2
Comunicar o cliente sobre a importância de se ter um protetor solar.
Além disso, é uma prática que aproxima o público e melhora o relacionamento com a farmácia”, garante D’Andrea.
Mix de produtos Determinar os produtos que entrarão no mix da loja é de extrema importância para não confundir o cliente. Cada categoria deve ter promoções que não sejam conflitantes para que possam atingir o efeito desejado. Sobrepor muitas promoções na mesma seção acaba induzindo os compradores à dúvida e estimulando os clientes que só compram aquilo que estiver em oferta. Para Caru Andrade, da DIA Comunicação, o mix varia de acordo com o tamanho da loja, formato, posicionamento, etc. Porém, de uma maneira geral, o varejista deve sempre levar em consideração o seu público, ficar atento às datas promocionais e a fatores como estoque, validade dos 158
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Utilizar exposição em gôndolas e se possível também em um ponto extra. 4
No caminho do caixa colocar mais produtos, se possível packs (pague 2 e leve 3), e comunicar ao cliente que estão em promoção.
produtos e situação da concorrência. Escolher promoções que têm alto O varejista deve impacto em tráfego e imagem da sempre levar em loja (itens destino de alto giro, como consideração o seu público fraldas) e também trazem alta margem é fundamental para aumentar os lucros no final do mês. “Evidentemente que em termos percentuais a margem de lucro irá cair, mas ela será compensada pela margem de contribuição financeira adicional. Quando um varejista coloca promoções que se canibalizam ele constrói uma imagem de loja barateira, porém destrói valor ao não conseguir compensar a queda de margem percentual com o aumento do giro total”, garante Rafael D’Andrea, da Popai Brasil. Por isso, é fundamental pensar no planejamento promocional mensal antes de qualquer ação.
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A bola da vez Os Medicamentos Isentos de Prescrição voltaram a ter destaque após a revisão da RDC 44/09. Agora, com a chegada do inverno, a categoria merece ganhar ainda mais atenção do varejista Por Flávia Corbó
fotos: luciana bandeira/leandro kendy
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Quando o calor se despede para dar lugar a temperaturas mais frias, uma série de rituais típicos do outono e inverno se iniciam. É hora de comprar casacos novos ou tirar do armário aqueles que passaram os últimos meses escondidos. Bota, cachecol e, para os mais friorentos, até luvas. O guarda-roupa muda, mas, mesmo com bom aquecimento, é difícil escapar dos grandes vilões das estações geladas: a gripe e o resfriado. Mas enquanto muita gente reclama dos sintomas desagradáveis – espirro, tosse, dor no corpo – há quem comemore. Para o mercado de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), os períodos frios do ano significam crescimento de vendas. Em uma média geral, a comercia2013 maio guia da farmácia
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lização desse grupo de medicamentos representa cerca de 34% do faturamento das indústrias e 38% do volume de vendas. Entre os meses de abril e agosto, este valor tende a ganhar importância. De acordo com estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), no outono e inverno as vendas costumam crescer em torno de 15% a 20%. “O crescimento varia muito de ano para ano, dependendo dos surtos de viroses e gripes. Ano retrasado e passado, por exemplo, houve um aumento grande devido aos surtos de gripe suína. Agora em 2013, talvez o desempenho não seja tão bom”, avalia o diretor de relações institucionais da Abimip, Dr. Aurélio Saez. Enquanto instituições como o IMS Health preveem um crescimento na casa de dois dígitos, em torno de 10% e 11%, a Abimip defende outra visão. “Os últimos quatro anos foram excepcionais para o mercado farmacêutico, com crescimento muito acima da média histórica. Para 2013, não se está esperando tanto. Ainda vai haver um crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB) e da economia em geral, mas acreditamos que não vá passar de um dígito.” Apesar do constante ingresso de novos consumidores, oriundos das classes C e D, no mercado farmacêutico, outros vilões impedem que o setor siga voando alto, como crise econômica na Europa, PIB brasileiro de 2012 abaixo de 1%,
Apostando no potencial do A rentabilidade produto, a empresa irá invesdos MIPs varia de tir em campanhas para mudar acordo com o tipo de sortimento o posicionamento da marca e da loja aumentar o nível de conhecimento do produto. “Apesar de ser líder, ele não tinha sido trabalhado até agora com uma campanha direta ao consumidor. O produto alcançou a liderança muito mais no boca a boca, no trabalho dentro do PDV, do que por procura espontânea. A marca ainda tem um conhecimento baixo”, analisa a diretora de marketing OTC da Takeda, Laís Rosin. Outra fabricante que acredita no potencial dos MIPs é a Hypermarcas. A estratégia da empresa para obter destaque nesse segmento concorrido é investir em pesquisas de mercado para acompanhar as mudanças e exigências do setor, identificar novos nichos de oportunidades e, principalmente, para reconhecer o que o consumidor busca. Em suas investigações, a companhia detectou o crescimento do interesse do brasileiro por embalagens mais econômicas. Diante da constatação, criou uma nova apresentação de seu antigripal Benegrip e lançou a caixa de 20 comprimidos, além do tradicional blíster com seis compridos. “Nosso objetivo é atender às diferentes necessidades dos consumidores, oferecendo uma embalagem ainda mais econômica. Investimos também constantemente em lançamentos”, detalha o diretor-executivo da Divisão Farma da Hypermarcas, Walker Lahmann, que ressalta que a divulgação dos produtos será feita com a participação de nomes de peso, como o ex-jogador Ronaldo, a atriz Giovanna Antonelli e o cantor Leonardo. O objetivo é atrair a atenção do consumidor.
a organização dessa categoria é essencial para que o consumidor entenda que existem diferenças entre substâncias e apresentações. ao posicionar os antigripais dentro da loja, é imprescindível que eles estejam expostos em um local privilegiado com as expectativas nada animadoras para 2013, e a consequente queda de investimentos. Ainda diante dessas variáveis, o laboratório farmacêutico Takeda está no time dos otimistas. Os MIPs já representam mais de 40% do portfólio da marca e as expectativas são de expansão. O motivo é a aquisição da Multilab, responsável pela produção do Multigrip, antigripal líder no mercado brasileiro. 162
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De volta aos holofotes Uma das razões para as indústrias estarem dispostas a investir em lançamentos e campanhas de marketing da categoria de MIPs é a revisão da RDC 44/09, que proibia a exposição desses itens nas gôndolas de livre acesso. Com a ação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os MIPs retornaram aos espaços de
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A importância dos MIPs para o rendimento das farmácias e drogarias varia muito de acordo com o tipo de 164
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Exposição
sortimento da loja, que engloba uma série de outros produtos além dos medicamentos. Unidades que preferem dar ênfase a produtos de beleza e perfumaria não têm nos MIPs uma grande fonte de rendimento. Já em uma farmácia menor, que foca a venda de medicamentos, essa categoria pode representar até 35% do faturamento total. Mas, independentemente do perfil da loja, é certo que o outono e o inverno são as épocas certeiras para dar destaque à exposição da categoria. Os principais medicamentos vendidos nesse período são os antigripais, uma vez que as temperaturas baixas fazem com que gripes e resfriados ocorram com maior frequência. A organização dessa categoria é essencial para que o consumidor entenda que existem diferenças entre substâncias e apresentações. Ao posicionar os antigripais dentro da loja, é imprescindível que eles estejam expostos em um local privilegiado. O ideal é aproveitar as chamadas áreas quentes das lojas, onde a visualização é maior: áreas centrais das gôndolas, na altura dos olhos, em pontas de gôndolas e em áreas de maior circulação. “O checkout também é uma área bem interessante. A Hypermarcas utiliza materiais de ponto de venda como “berços” para auxiliar o posicionamento do produto e aumentar a visibilidade da marca. Quanto mais organizada a categoria, mais fácil o consumidor encontrará os produtos e, provavelmente, haverá aumento nas vendas”, revela Walker Lahmann.
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autosserviço, mais acessados pelos consumidores. A revisão do artigo 10 da RDC 44/09 criou a RDC 41/12. Segundo a nova norma, os MIPs devem ficar em área destinada aos correlatos. “A categoria vem ganhando importância no varejo, voltou a ocupar os espaços de exposição de antes e há expectativa do lançamento de novas substâncias, a partir de uma revisão nos processos da Anvisa. Além disso, há a entrada de novos players, o que mantém o mercado aquecido”, acredita o diretor da unidade de negócios de OTC da Takeda, Eduardo Martins. Mas nem tudo são flores. No período em que os MIPs ficaram restritos atrás do balcão, as gôndolas foram sendo ocupadas por outras categorias, como cosméticos e produtos de cuidado pessoal. “Esses espaços são vendidos por um período determinado. Não se pode retirá-los, mesmo com o retorno dos MIPs. Isso vai ser um processo lento, na medida em que forem vencendo esses contratos. Hoje, a maioria das farmácias coloca esses medicamentos em cima do balcão mesmo, com diferentes displays. Acho que somente daqui a uns anos o modelo anterior, com gôndolas exclusivas para medicamentos, vai voltar”, destaca o Dr. Aurélio Saez, da Abimip. Ainda assim, os fabricantes seguem seguros. “A revisão da RDC não teve realmente um resposta imediata, porque as lojas já haviam se adaptado. Mas vejo uma tendência gradual de retorno a esse espaço, porque o consumidor procura, pede e o autosserviço facilita a rotina das farmácias. É natural que volte a ocorrer, talvez com um espaço mais restrito. Vai exigir um gerenciamento por categorias, com menos marcas”, pondera Eduardo Martins.
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Mesmo sendo vendidos sem receita, os MIPs podem representar risco de interação medicamentosa. Fique atento! www.guiadafarmacia.com.br
categoria - polivitamínicos
Energia precisa A falta de tempo para hábitos saudáveis impulsiona o mercado brasileiro de vitaminas e polivitamínicos P o r R o d r i g o R odr i g u es 166
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A rotina tumultuada da maioria dos brasileiros faz com que cada vez mais a alimentação perca qualidade, ou seja, faz com que as pessoas deixem de ingerir nutrientes fundamentais para o funcionamento de uma série de funções do organismo. A sociedade está ficando com o metabolismo desequilibrado; isso pode ser notado pelo cansaço, irritabilidade, falta de concentração, depressão e maior suscetibilidade a infecções, bem como dificuldade para a recuperação em caso de doenças. Essa falta de tempo para hábitos saudáveis impulsiona o mercado brasileiro de vitaminas e polivitamínicos. A categoria movimenta em torno de US$ 215 milhões segundo dados do IMS Health. foto: shutterstock
para todas as idades. É comum encontrar nas farmácias e drogarias linhas desenvolvidas especialmente para idosos ou mesmo para crianças. No entanto, os farmacêuticos devem tomar cuidado na hora de vender produtos para o consumo de menores de 12 anos. Recomenda-se que se respeite a capacidade das crianças de ingerir comprimidos, o que em geral ocorre só a partir dos oito anos de idade. A mesma recomendação é válida para gestante, idosos e portadores de doenças crônicas. A nutróloga Márcia de Castro alerta para os riscos do uso indiscriminado e exagerado desses suplementos alimentares. As pessoas jamais devem substituir uma refeição balanceada por produtos químicos. “O uso frequente deve ter acompanhamento de especialistas, sobretudo se houver necessidade de reposição de uma vitamina específica no organismo do paciente.”Certos nutrientes são absorvidos pelo corpo de acordo com a necessidade orgânica de reposição. Se o paciente faz uso indiscriminado do suplemento, o organismo não conseguirá absorver essas vitaminas.
A dieta equilibrada tem papel fundamental para uma vida saudável, para o bem-estar e para a redução do risco de doenças. Nesse ponto, os polivitamínicos exercem papel central na reposição desses nutrientes O Brasil vem ganhando muitos consumidores a cada ano, os quais são incentivados ao consumo e à qualidade de vida por influência da mídia ou da cultura do bem-estar vigente no mundo. O Grupo Cimed explica que os suplementos alimentares são complementos das necessidades da população para o bom funcionamento do organismo. Não só o estresse, mas várias outras anomalias podem ser equilibradas com esses ingredientes alimentares. Eles atuam diretamente na fonte da deficiência do organismo para o equilíbrio natural das substâncias necessárias à saúde. A Wyeth Consumer Healthcare lembra que a falta de nutrientes tem gerado vários momentos de estresse entre os brasileiros, sendo também derivada dos hábitos alimentares da vida moderna. Atualmente há uma oferta e um consumo cada vez maiores de alimentos menos nutritivos no mercado, e a eles recorrem as pessoas em função do ritmo de vida acelerado e da falta de tempo para o preparo das refeições. A dieta equilibrada tem papel fundamental para uma vida saudável, para o bem-estar e para a redução do risco de doenças. Nesse ponto, os polivitamínicos exercem papel central na reposição desses nutrientes.
Consumo entre gêneros De acordo com o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), as mulheres consomem mais vitaminas do que os homens no Brasil. Elas respondem por 75% do mercado consumidor, especialmente na idade entre 20 e 39 anos. Segundo o órgão do governo federal, os homens, nessa faixa etária, representam 51% do mercado de vitaminas. A população com idade entre 40 e 54 anos é responsável por 21% dos produtos consumidos. Apesar disso, o mercado farmacêutico oferece produtos
Nas gôndolas Pesquisas feitas entre os consumidores de produtos vitamínicos e multivitamínicos apontam que 47% dos shoppers da categoria não notam o lugar de exposição desses produtos nas gôndolas. A maioria desses consumidores compra pedindo ajuda de atendentes ou dirigindo-se diretamente ao balcão. Pensando nisso, o varejista deve sinalizar bem as prateleiras e organizar os produtos por categorias e subcategorias, deixando sempre espaço para as marcas líderes e as que também apresentam melhor custo-benefício ou tenham maior potencial de vendas. O ideal é que estejam sempre na ponta de gôndola, para ficarem mais expostos e visíveis aos consumidores. Outra dica importante é garantir pontos extras ou displays espalhados pela loja, para alertar os compradores sobre a oportunidade e divulgar promoções exclusivas. 2013 maio guia da farmácia
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Prática diária Os benefícios da limpeza e hidratação regular são uma pele viçosa, sem lesões e pronta para encarar os agressores do dia a dia P o r L í g i a Fav o r etto
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Limpar a pele do rosto adequadamente é um dos meios de prevenir o envelhecimento precoce, surgimento de manchas e produção da acne. Essa prática deve ser diária e, para isso, existem diversos produtos que garantem a remoção das impurezas, controle da oleosidade e até hidratação. Para prestar o melhor atendimento possível dentro do ponto de venda, o ideal é saber a função de cada item, para explicar como agem em cada tipo de pele: normal, seca, oleosa ou mista. A cientista da Johnson & Johnson, Paula Dantas, explica que uma correta higienização da pele do rosto faz com que sujeiras como resíduo de maquiagem, poluição e oleosidade sejam fotos: shutterstock
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prática indispensável O mercado brasileiro de produtos para a pele vem crescendo nos últimos anos e assumindo uma posição de destaque no cenário nacional. O segmento movimenta cerca de US$ 3,7 bilhões, conforme dados do Instituto Euromonitor. Em geral, a procura por hidratantes representa 5% da demanda do mercado dermatológico ao longo do ano, de acordo com o IMS Health, mas os itens que cuidam da hidratação da pele envolvem também óleos corporais, dermocosméticos e protetores labiais. Com a chegada das estações mais frias, as vendas da categoria tendem a subir, já que a baixa temperatura e os banhos quentes agridem a camada natural da pele, composta de gordura e água responsável pela hidratação. Por isso, o uso de cosméticos que ajudam a restabelecer as substâncias perdidas durante os dias mais frios do ano é maior entre os consumidores, segundo informa o trade marketing, da BDF Nivea Brasil. A gerência de SkinCeuticals, da L´Oréal explica que as vendas aumentam no inverno. O item é procurado para evitar o desconforto causado pelo ressecamento e também porque a perda de hidratação implica em perda de defesas da pele.Assim é preciso dar um tratamento especial a ela. Re-hidratando a pele, a barreira hidrolipídica será reestabelecida, trazendo proteção e conforto. Por esse motivo, durante o inverno, o mix de cosméticos deve ser adaptado, já que há uma mudança da cesta de compras dos produtos do segmento de higiene pessoal e cosméticos, que se altera tanto pelas novas necessidades do consumidor quanto pelas tendências. O gerente geral da Futura Biotech, Wagner Falci, informa que as vendas de hidratantes na empresa representam 15% no verão e 24% no inverno. “A expectativa de aumento de vendas no período é sempre de 20%.” Os hidratantes que oferecem ação mais profunda, para resolver o problema das pelas ressecadas, secas e extrassecas são os que têm maior saída. A cada estação a indústria de cosméticos apresenta lançamentos. Multifuncionalidade é um dos novos atrativos para o consumidor, por exemplo: hidratantes que bronzeiam, combatem a celulite e flacidez ao mesmo tempo. “A procura é maior também por hidratantes corporais de rápida absorção e livre de fragrâncias. Em relação aos hidratantes faciais, observa-se a tendência de busca por praticidade e que contemplem filtro solar, hidratante e antioxidante”, observa a dermatologista da Galderma, Dra. Danielle Nascimento. A médica diz ainda que destacamse também produtos de higienização e fotoproteção, isso porque as rotinas de cuidados com a pele são fundamentais ao longo do ano todo.
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o tipo de pele deve ser avaliado antes da indicação de qualquer produto. peles muito secas, por exemplo, devem ser lavadas com agentes de limpeza mais suaves removidas. “Uma boa limpeza ajuda a prevenir a formação da acne e a diminuir a oleosidade. Além disso, ao lavar o rosto com esfoliantes suaves, as células mortas são eliminadas, ajudando a pele a se renovar.” A especialista explica ainda que ao lavar o rosto, as próprias mãos fazem uma massagem, o que auxilia na circulação e proporciona maior oxigenação da pele de dentro para fora. Essa deve ser uma prática diária. Paula recomenda lavar a face no mínimo duas vezes ao dia com produtos adequados, salvo raras exceções em que a pele é extremamente seca e sensível. “Neste caso, o número de lavagens pode ser reduzido. Mas em um país tropical como o Brasil, a rotina inclui, sim, lavar o rosto no mínimo duas vezes ao dia.” O tipo de pele deve ser avaliado antes da indicação de qualquer produto. Peles muito secas devem ser lavadas com agentes de limpeza mais suaves. No caso das oleosas, mistas e normais os produtos indicados podem ser sabonetes líquidos com ingredientes que previnem a formação da acne e ainda profundos esfoliantes que ajudam a limpar os poros de forma mais efetiva. “Em geral, um bom produto de limpeza na forma de sabonete líquido ou barra tem uma associação de ingredientes surfactantes (compostos caracterizados pela capacidade de alterar as propriedades superficiais e interfaciais de um líquido) que formam espuma. Quando em contato com a água e uma leve massagem no rosto, esses ingredientes conseguem remover a oleosidade da pele.” Além disso, a cientista comenta que uma formulação de limpeza ainda possui ativos que previnem a acne, que tratam e, ainda, ingredientes para deixar a fórmula cheirosa – fragrância –, colorida e segura para uso diário. As opções disponíveis para higienização da pele do rosto são: sabonetes em barra e líquido, adstringentes, tônicos, cleansers (produtos que removem maquiagens e impurezas) e esfoliantes. Os produtos esfoliantes, por exemplo, são feitos em geral com uma fórmula de agentes surfactantes associados a esferas que ajudam a limpar os poros. “A massagem mecânica dessas esferas em contato com a pele ajuda a tirar a oleosidade dos poros. Os tônicos e adstringentes são compostos por fórmulas líquidas com baixa vis174
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Rotina de higienização No ponto de venda, os profissionais de atendimento podem fornecer as seguintes dicas às consumidoras: • Lavar a pele com sabonete adequado. • Remover impurezas profundas com adstringentes e tônicos para manter a firmeza e ocluir os poros. • Hidratar adequadamente as peles sensíveis. • Aplicar princípios ativos de tratamentos, como vitamina C e posterior aplicação de filtro solar. • À noite, após limpar e tonificar a pele, é possível utilizar ativos contendo ácidos como o glicólico, azelaico, retinoico e kójico, dentre outros que tenham a proposta de uniformizar a pele e estimular o colágeno. • Quando já existe alguma patologia como acne, dematite atópica ou rosácea, princípios ativos específicos podem ser usados nesse período. • Creme na área dos olhos e pescoço podem ser usados após higienização e tonificação tanto pela manhã como pela noite, sem esquecer o protetor solar. Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia – regional São Paulo (SBD-SP)
cosidade e devem ser aplicados com algodão, possuem ingredientes que ajudam a fechar os poros e, além disso, removem qualquer resíduo que tenha ficado depois da limpeza com o sabonete.” A executiva da Johnson & Johnson acrescenta que em contato com a pele esses produtos emulsionam a gordura, removendo-a por conta dos ingredientes ativos, além de prevenir a formação da acne. Em geral, os produtos são classificados por tipo de pele, ou seja, existem em variadas formas para todos os tipos de pele. Um tônico pode ser formulado tanto para uma pele oleosa quanto para uma pele seca, o que difere são os ingredientes selecionados para cada uma delas. “O importante é seguir uma rotina de limpeza incluindo o gel, sabonete líquido de limpeza, leite de limpeza ou sabonete em barra de limpeza e o tônico ou adstringente em seguida. Em todas as rotinas, é recomendável o uso de esfoliante; dependendo do tipo de pele e do tipo de esfoliante, pode ser usado diariamente também. Após a limpeza nunca se deve esquecer de hidratar e proteger a pele com o filtro solar.
beleza
Sempre
jovem
A mulher brasileira deseja ter uma pele lisa, sem marcas de expressão. Saiba como atrair as consumidoras e disponibilizar os anti-idade da forma correta
P
Por lígia favoretto
Produtos anti-idade fazem parte da categoria de dermocosméticos e são comercializados o ano todo, com alguma variação, para mais, no outono e inverno, quando as mulheres passam a procurar os tratamentos cutâneos, seja para corrigir uma linha de expressão ou uma ruga mais profunda. Segundo informa o médico dermatologista do Aché Laboratórios, Dr. Alexandre Fabris, entre os 20 e 30 anos de idade, a pele feminina começa a perder mais água,
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sendo necessário o uso de produtos hidratantes. A aplicação desses cosméticos na região dos olhos geralmente tem sua melhor indicação após os 25 anos de idade, como os antioxidantes e renovadores celulares. “Muitas mulheres procuram espontaneamente pelos produtos que melhor atenderão suas demandas, sobretudo quando viram algum anúncio na mídia ou quando alguma amiga comentou; outras chegam ao ponto de venda com uma recomendação dermatolófotos: shutterstock
beleza
Produtos com alta concentração de retinol, por exemplo, devem ser utilizados no inverno, com aplicação de filtro solar por volta de dez minutos após. o ativo é fotossensibilizante e a exposição ao sol pode provocar danos gica. Neste caso, já passaram por avaliação médica”, explica. O tratamento anti-idade pode começar na fase preventiva, desde jovem, com o uso adequado de hidratantes e protetores solares, mas geralmente as mulheres se preocupam mais quando surgem os primeiros sinais de expressão. Para o gerente-geral da Futura Biotech, Wagner Falci, isso depende do grau de preocupação de cada pessoa. “Algumas adotam uma postura preventiva e recorrem a orientação médica; outras buscam informações por conta própria.” De acordo com a gerência de SkinCeuticals, da L’Oréal, o início do uso de produto anti-idade varia bastante, já que o envelhecimento acontece de forma diferente em cada pessoa. No passado, o mais comum era fazer uso de produtos anti-idade apenas após o aparecimento de rugas e manchas, com o objetivo de correção. Hoje, é possível também atuar na prevenção dos sinais de envelhecimento, usando, por exemplo, produtos antioxidantes com efeito retardante. Por isso, conscientes da necessidade dos cuidados com pele, homens e mulheres estão iniciando o uso de produtos dessa categoria cada vez mais cedo. A marca comenta que como o canal farma evoluiu significativamente nos últimos anos, atualmente as consumidoras já veem esses estabelecimentos como um local de bem-estar e que pode ser frequentado sempre, em busca de novidades. Muitas têm o hábito de ir às farmácias com regularidade para conhecer os produtos. É importante que o ponto de venda oriente sua equipe sobre os riscos do câncer de pele, mas é possível também treiná-la para aproveitar ao máximo a presença da consumidora na loja e indicar itens multifuncionais que ofereçam anti-idade, clareamento e proteção em um único cosmético. O executivo da Futura Biotech ressalta que é bom identificar o tipo de pele, o objetivo a ser alcançado e a disposição para investir no tratamento, já que existem produtos 178
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para todos os bolsos. Os anti-idade podem ser apresentados em creme, pomada, gel, sérum ou em bases fluidas. Especialistas informam que os mais procurados têm sido os fluidos, que apresentam cosmética leve e eficaz. Produtos com alta concentração de retinol, por exemplo, devem ser utilizados no inverno, com aplicação de filtro solar por volta de dez minutos após, uma vez que o ativo é fotossensibilizante (deixa a pele mais sensível e a exposição ao sol pode provocar danos).
Na loja Criar espaços dedicados aos produtos cosméticos e preparar os atendentes especialmente para essa categoria são a base de um bom gerenciamento. O gerente-geral da Futura Biotech, Wagner Falci, sugere dispor os produtos agrupados por marca e não por categoria. “Isso torna a consulta mais prática para as consumidoras. Uma área tranquila permite conhecer as novidades com mais calma, para que elas tenham acesso às informações do produto, como composição, indicação, tipo de pele, modo de uso e cuidados especiais.” Espaços mais amplos e com visual mais leve (clean) permitem à consumidora um momento só dela. O executivo lembra que o ato da compra de um cosmético é um momento especial para a mulher e deve ser tratado como tal pelo ponto de venda. “O ideal é manter uma área exclusiva, mas é possível também criar um ponto extra na categoria do produto. Por exemplo, se uma determinada marca possui um antitranspirante ou um xampu, esses produtos podem estar expostos na área especial e também na categoria do produto.”
categoria – esfoliação
O poder do esfoliante produtos específicos são RESPONSÁVEIS POR remover as células mortas da pele P O R E G L E LEO NA R DI
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C
Com a chegada do inverno, a pele tende a ficar mais ressecada e a descamar. O gerente-geral da Futura Biotech, Wagner Falci, é taxativo ao afirmar que a pele sofre danos, devido aos banhos mais quentes e pela baixa umidade do ar. “A primeira recomendação é evitar essa exposição”, alerta o executivo. Ele acrescenta que, uma vez que a pele já tenha sofrido danos, o recomendável é hidratação abundante com produtos específicos para cada tipo de pele. fotos: shutterstock
categoria – esfoliação
DUAS FASES DO TRATAMENTO A esfoliação elimina células mortas e torna a pele mais macia e sedosa. Propicia a renovação celular, que estimula a síntese de colágeno e facilita a absorção de produtos de tratamento aplicados posteriormente. Por isso, esfoliar deve fazer parte do ritual de beleza. A esfoliação deve ser feita na face e no corpo. Ela pode ser química – feita por meio de ácidos que descamam a pele – ou mecânica. A vantagem do processo mecânico é ser menos agressivo e poder ser feito em casa. Ele age por meio de partículas que, por abrasão, retiram as células mortas da superfície da cútis. Existem vários tipos de partículas que devem ser escolhidas pelo seu tamanho, de acordo com a área do corpo a ser trabalhada, podendo ser mais ou menos agressivas. Os agentes abrasivos podem estar presentes em sabonetes em barra, sabonetes líquidos, loções hidratantes, géis etc. Fonte: Bril Cosméticos
Segundo a dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, Ligia Kogos, quando há descuido, a pele tende a se tornar opaca e ressecada. Ligia comenta que alguns produtos podem ajudar a superar essa fase crítica e atenuar o desconforto e constrangimento, como as loções corporais hidratantes, que aliviam o problema, e se apresentam em poderosos hidratantes que abreviam o período de ressecamento e corrigem as manchas esbranquiçadas que aparecem nos braços, por exemplo.
possomas”, exemplifica a médica. O gerente-geral da Futura Biotech, Wagner Falci, ressalta que a esfoliação deve ser feita com muito cuidado para não aumentar as lesões que a pele tenha sofrido. A escolha do método deve ser de acordo com o tipo de pele. Caso ela seja naturalmente sensível, o uso de cremes com esfoliação leve ou sabonetes é o mais indicado. “A hidratação após o processo de esfoliação é fortemente recomendável, mas o ideal seria utilizar um hidratante adequado, visto que os óleos corporais não são indicados para todas as peles”, comenta o executivo. Ele defende que, basicamente, deve-se iniciar o processo com a limpeza da área a ser esfoliada, preferencialmente com um sabonete adequado para a pessoa. Em seguida vem a esfoliação e depois a hidratação. Lembrando sempre de respeitar um intervalo mínimo para não danificar a pele. De acordo com a farmacêutica da indústria Granado, Simone Nascimento, para recuperar essa pele ressecada pode-se esfoliar uma vez por semana (ou no máximo duas) para favorecer a renovação celular, mas a hidratação precisa ser diária. É prudente ter cuidado com o excesso de esfoliantes que costumam ressecar a pele. A especialista faz um alerta: “A esfoliação só é indicada para renovar a cútis que está descamando”.
a esfoliação só é indicada para renovar a cútis que está descamando. depois são mais recomendados os cremes ou loções hidratantes Se a pele estiver ressecada e descamando, o melhor é massagear durante o banho com um produto esfoliante leve para a pele ir se soltando. Para isso podem-se usar sabonetes ou cremes esfoliantes. Depois é preciso hidratar bem o local. “Os pacientes devem fazer uso de ingredientes hidratantes, como ureia, alantoína, pantenol, aloe vera, óleo de uva, óleo de macadâmia, óleo de avelã, lactato, ceramidas, dimeticones ou silicones, vitamina E e li182
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categoria – esfoliação
alguns produtos podem ajudar a atenuar o desconforto do ressecamento, como as loções corporais e os poderosos hidratantes Simone explica que podem ser usados cremes ou sabonetes, mas os sabonetes costumam ressecar mais a pele que os cremes. “Depois de esfoliar, para uma melhor hidratação, são mais recomendados os cremes ou loções hidratantes. Os óleos são mais emolientes (amaciam a pele) que os hidratantes propriamente ditos. O poder de hidratação é muito menor que o de uma emulsão (cremes ou loções)”, compara ela. A dica da especialista da Granado é esfoliar a pele uma a duas vezes na semana, remover com água e, em seguida, hidratar. Vale lembrar que a hidratação mais eficaz é aquela feita em até três minutos após o banho, com a pele ainda úmida.
NOVIDADES Os cremes e sabonetes esfoliantes são encontrados em abundância no mercado. A Nivea lançou, em sua linha Visage, os Lenços Esfoliantes 3 em 1, que removem a maquiagem, limpam e esfoliam a pele do rosto. Com duas texturas, o produto funciona de um lado como um removedor de impurezas e da maquiagem – inclusive à prova d’água –, enquanto o lado esfoliante remove células mortas e controla a oleosidade da pele. 184
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Essa linha também compõe o Visage Gel Esfoliante que promove uma esfoliação suave, sem agredir a pele. Há ainda o esfoliante corporal, que é rico em ingredientes emolientes. O creme tem partículas de pérolas azuis com vitamina E que promovem a esfoliação e estimulam a renovação celular. Já a Bril Cosméticos, detentora das marcas Ecologie, Natural Pro, Aquatress e Raízes, promete lançar, em março de 2013, a linha Ecologie Corpo, com sabonetes líquidos, em barra e loção hidratante. A marca já oferece o Sabonete Esfoliante Revigorante de Pêssego, cuja ação esfoliante do pó de caroço de damasco promove a renovação e revigora o local. É indicado para o corpo, as mãos e os pés. E o rosto não deve ser esquecido, já que também precisa ter sua pele renovada. A linha Ecologie Face oferece produtos de tratamento completo para essa região. A marca recomenda que seja usado um demaquilante com fórmula contendo tensoativos suaves. Em seguida ela indica o sabonete líquido hidratante facial ou espuma de limpeza facial. O terceiro passo é feito com o gel esfoliante facial, cuja fórmula revitalizante promove limpeza, sem ressecar. Para finalizar o processo, usa-se o tônico facial, equilibrando o pH da pele. A Futura Biotech tem alguns produtos que se enquadram nessa categoria: Omera Hidratante Facial e Corporal, Gel de Limpeza Facial KlinActiv, Tônico Facial KlinActiv e o Sabonete Corporal KlinActiv.
sortimento consumo
Livre de bactérias H
a categoria de sabonetes antibacterianos já representa 14% das vendas do mercado brasileiro. Esta é uma grande oportunidade para trabalhar melhor com o produto no ponto de venda P o r R a q u el Sena 186
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Higienizar as mãos frequentemente é uma das principais formas de evitar o surgimento de inúmeras doenças. São as mãos que ajudam os indivíduos em todas as tarefas, inclusive na preparação dos alimentos. Por isso, conscientizar a população sobre a importância de higienizá-las é o mote das principais marcas de sabonetes. Esse mercado está aquecido e em pleno crescimento. De acordo com dados divulgados pela Nielsen, trata-se de um segmento com 99% de penetração no Brasil. A categoria de fotos: shutterstock
sortimento
orientações aos clientes
de higiene e de lavar as mãos para evitar doenças, o que de certa forma torna-se uma grande oportunidade para que farmácias e drogarias trabalhem melhor com esse produto no ponto de venda e alavanquem as vendas.
Conscientização
1. Molhe as mãos com água e aplique o sabonete.
4. Entrelace as mãos e esfregue bem os espaços entre os dedos.
2. Ensaboe as 3. Esfregue a palma mãos, esfregando de uma das mãos uma na outra. nas costas da outra, entrelaçando os dedos, e vice-versa.
5. Enxague bem as mãos com água.
6. Seque as mãos com papel toalha e o utilize para fechar a torneira.
sabonetes antibacterianos é uma das que mais crescem. Ela representa hoje 14% das vendas de sabonetes (barras e líquidos) no País. Segundo a gerente de marketing de Lifebuoy, Denise Door, globalmente esse segmento chega a 30%. Pesquisa da Nielsen revela que apenas de janeiro a junho de 2012 foram vendidos mais de R$ 282 mil de sabonetes antissépticos e antibacterianos, um crescimento de 19,8% comparado com o mesmo período de 2011.
Fase de peso O surto da gripe A no Brasil em 2009, provocada pelo vírus H1N1 – conhecida como gripe suína – foi de certa forma responsável pelo aumento da demanda não só dessa categoria como também do álcool em gel, que na época passou a ser recomendado oficialmente como fator de prevenção contra a doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde do Brasil. Devido à recomendação, farmácias e drogarias chegaram até a ficar sem o produto por conta da grande procura. Apesar de o surto ter acabado, cada vez mais as pessoas estão se conscientizando sobre a importância dos hábitos 188
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No Brasil, a Lifebuoy vem promovendo a conscientização da população desde sua entrada no País, em julho de 2010, com diversas ações. Em 2012 a marca lançou a campanha “Contra dez doenças, uma proteção avançada” e desenvolveu uma importante parceria com a Pastoral da Criança com o objetivo de falar com as comunidades carentes, que mais necessitam de informações sobre a importância de lavar as mãos para evitar doenças. Outra iniciativa foi o lançamento do Dia Mundial de Lavar as Mãos (Global Handwashing Day), comemorado globalmente no dia 15 de outubro. O desafio do evento é mobilizar as pessoas a adotarem esse costume e erradicar doenças causadas pela falta de higiene. Em 2012, mais de cinco milhões de pessoas foram impactadas com as campanhas relacionadas. Além disso, a data contribuiu para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio que visam reduzir em dois terços o índice de morte entre crianças menores de cinco anos, até 2015.
Produtos premium A economia brasileira leva o consumidor a buscar melhores produtos. Com isso, é normal que os fabricantes tragam tendências, novidades ou melhorias em seus produtos. Dados da Kantar Worldpanel, revelam que hoje a população se permite gastar mais para sentir-se bem e tem o dinheiro no bolso para isso. A Unilever investe para oferecer, em cada lançamento, componentes e fórmulas que possuam maior valor agregado, como fragrâncias diferenciadas e únicas, hidratantes mais intensos ou maior proteção para a pele, pois acredita no potencial de mercado e no enorme benefício que esses produtos oferecem aos consumidores. “Por isso, a companhia procura validar os lançamentos por meio de pesquisas e tecnologias inovadoras, além de ingredientes e fragrâncias diferenciados. São sabonetes líquidos que combinam óleos aromáticos hidratantes e perfumes diferenciados para tornar o momento do banho único e prazeroso, além de limpar e hidratar a pele.”
Cada vez mais as pessoas estão se conscientizando sobre a importância dos hábitos de higiene e de lavar as mãos para evitar doenças, o que de certa forma tornase uma grande oportunidade para que as farmácias e drogarias trabalhem melhor com esse produto Organização das gôndolas De acordo com Denise, da Lifebuoy, a categoria de antibacterianos deve ser trabalhada de maneira diferenciada no PDV, criando um espaço exclusivo para esses produtos que oferecem o benefício adicional de proteção contra germes e bactérias. “A seção de higiene é muito procurada pelos consumidores. Dessa maneira, o ideal é que o ambiente seja atrativo, com iluminação indireta, sinalização das seções e tudo mais que possa transformá-lo em um local acolhedor, gerando um momento de compra agradável. A organização das prateleiras é fundamental, devendo ficar claro para o consumidor o segmento antibacteriano na gôndola, tanto na parte de barras quanto na de líquidos”, explica. Com relação à comunicação, a executiva afirma que uma série de atividades podem ser realizadas em todos os canais para comunicar os benefícios do produto aos clientes. “Podem-se realizar ações com promotoras, com o intuito de aproximar o consumidor da marca, trocas de brindes para gerar experimentação e ações táticas nas lojas com materiais de visibilidade e packs promocionais.” A Unilever recomenda que os sabonetes sejam expostos da seguinte forma: primeiro, separar a categoria entre barras e líquidos, sendo que líquidos devem abrir o fluxo. Os sabonetes líquidos são divididos entre mãos e corpo e os sabonetes em barra são segmentados da seguinte maneira: comum, perfumado, infantil, glicerinado, antibacteriano, beleza e cuidados especiais. Outros elementos também são importantes na visão do shopper, como predominância de cores claras, sobretudo o branco, pois ressalta o colorido das embalagens; iluminação suave sobre cada prateleira; pratelei-
ras mais baixas, que reforçam a boa visualização e acesso aos produtos; e comunicação adequada com indicações das categorias e seções. Além disso, alguns pontos são essenciais: • Correto sortimento de produtos; • Portfólio adequado para o perfil de consumidores do ponto de venda; • Posicionamento do produto na gôndola com destaque/ valorização de produtos de maior valor agregado e de maior giro; • Aumento do número de frentes para produtos de maior valor agregado nas gôndolas. A Reckitt Benckiser (RB) diz que esse segmento ainda não faz parte da compra planejada e nem mesmo da cesta habitual de compras da maioria dos consumidores. Por isso, recomenda aos varejistas que posicionem os sabonetes líquidos antibacterianos ao lado dos em barra, já que estes últimos trazem maior fluxo de consumidores para a categoria e os sabonetes líquidos oferecem melhores margens. “Recomendamos também, que sejam posicionados, em outras categorias correlatas, como cuidados com bebês/crianças.” 2013 maio guia da farmácia
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oportunidade
Bebê Investir em um espaço diferenciado para alocar os produtos de uso infantil é essencial para ampliar a rentabilidade destas categorias e vencer a disputa com o canal alimentar P o r f l á v i a c o r b ó e lí g i a fav o r etto 192
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vip P
Potenciais consumidoras das categorias de produtos para bebês, as mães desejam entrar no ponto de venda (PDV) e encontrar, de maneira fácil e rápida, os produtos de que necessitam. A preferência é por lojas de que proporcionem uma experiência de compra agradável e diferenciada. As gerentes de categoria de Huggies Turma da Mônica, marca Kimberly-Clark, Ana Bandle e Ornella Guzfotos: shutterstock/luciana bandeira
oportunidade
divisão dos produtos A categoria de produtos de higiene e beleza infantil engloba diversas tarefas, que consequentemente têm seus produtos específicos: BANHO: produtos para cabelo (xampu, condicionador, creme para pentear etc) e sabonete em barra e líquido. PÓS-BANHO: loção e óleo hidratante, colônia, gel para cabelo, repelente e protetor solar para bebê. TROCA DE FRALDA: creme contra assaduras, higienizadores, talco e lenço umedecido. FRALDAS: recém nascido, P, M e G. ESPECÍFICOS: hastes flexíveis, algodão e absorvente e pomadas para os seios. HIGIENE BUCAL: escova de dente infantil e creme dental infantil. Fonte: Johnson & Johnson
zo, revelam que a procura pelos canais farma e alimentar divide as mães. “Elas veem vantagens nos dois, dependendo do momento. No canal farma, são compras mais rápidas, com atendimento presente. No canal alimentar, existe a vantagem de oferecer um maior sortimento e promoções diferenciadas.” Preço e promoção são fatores influentes que podem estimular uma troca de ponto de venda ou de marca, mas, segundo especialista, para vencer esta competição acirrada com os supermercados, vale mesmo investir na ambientalização da loja. O ideal é criar o chamado “Cantinho do Bebê”, com layout diferenciado, sinalizando as etapas da rotina de cuidados com o bebê. Para a categoria infantil, a mãe é, em geral, a responsável pela compra. Mas a presença de crianças no ato é um fator de influência, pois elas interagem com os itens no ponto de venda. Segundo informam as gerentes da Kimberly-Clark, esta interação é ainda maior em ambientes tematizados que possuem uma identidade comum às crianças. “Em geral, quanto mais velhas, maior é o poder de decisão em relação a esta categoria de produto. Personagens passam a ter grande apelo no momento da escolha, pois as crianças se identificam com o que assistem na televisão. Mas vale ressaltar que os pais ainda determinam quais produtos podem ou não ser escolhidos.” 194
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Além do óbvio As fraldas são as grandes responsáveis pelas vendas no universo infantil, já que fazem parte de uma categoria considerada destino, ou seja, o shopper vai à loja especialmente para adquirir aquele produto. Mas os resultados podem ser ainda melhores quando os varejistas conseguem atrair o consumidor de fraldas para outras categorias, alavancando as vendas como um todo. “Fralda é um produto de uso diário intenso, portanto, é o principal gerador de tráfego e responsável pelo volume de vendas da categoria. Porém, para agregar valor é necessário dar visibilidade e trabalhar as demais categorias infantis”, garante a gerente de gerenciamento por categorias da Johnson & Johnson, Patrícia Gimenes. Categorias de higiene da pele e dos cabelos também estão relacionadas ao cuidado da mãe para com seu filho, portanto, apostar em produtos incrementais pode aumentar a cesta de compras e a lucratividade da loja. “Recomenda-se agrupar diversos segmentos de cuidado com o bebê, como higiene, alimentação e diversão”, pontua Patricia. A executiva diz ainda que, além disso, deve-se ter a gôndola devidamente organizada para facilitar a loca-
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As fraldas são as grandes responsáveis pelas vendas no universo infantil, mas os resultados podem ser ainda melhores quando os varejistas conseguem atrair o consumidor para outras categorias
lização dos produtos e incentivar a interação do shopper com as novidades e com os produtos de diferentes categorias. “Uma dica interessante é incorporar produtos para os cuidados da gestante, como óleos, hidratantes, protetores de seio e pomada para rachadura.”
Sortimento Variedade e sortimento são requisitos que as mães buscam em uma compra de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) para crianças. O sortimento deve ser adequado ao perfil do público da loja, considerando também o tamanho do estabelecimento. “O foco deve ser nas principais marcas da categoria, privilegiando as extensões de linha em detrimento de um grande número de marcas. Isso significa que é melhor ter poucas marcas que atuem em vários segmentos (xampu, condicionador, sabonete, colônia, lavanda, etc.) do que ter muitas marcas e uma em cada segmento diferente. Esta tática passa ao shopper a sensação de loja completa”, explica a gerente de marketing da Phisalia, Francis Canterucci. Além disso, o relacionamento do shopper com a categoria ilustra todo o envolvimento emocional que a mãe tem com a criança, por isso, a grande preocupação na hora da compra está relacionada à qualidade do produto, o que está fortemente associado à marca. Para a mãe, marcas tradicionais e que transmitem qualidade dão maior segurança ao bebê. 196
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Exposição
A preferência Patrícia Gimenes diz que, é por lojas que além disso, os varejistas deproporcionem uma experiência de vem ter as gôndolas devidacompra agradável mente organizadas para facilitar a localização dos produtos e incentivar a interação do shopper com as novidades. As fraldas devem ser expostas no final do corredor/fluxo da categoria, logo após higiene e cuidado infantil. Próximos a esta categoria, devem ficar localizadas as categorias de banho e pós-banho infantil, formando a rotina de higiene do bebê. A forma mais eficiente de organização dos produtos é agrupá-los verticalmente em blocos de marcas, uma vez que a marca é o primeiro fator que a mãe procura dentro do ponto de venda. “Deve-se separar os produtos de acordo com a sua marca e, dentro deste grupo, de acordo com a performance – o produto de maior rentabilidade deve abrir a gôndola e, em seguida e em ordem decrescente de acordo com a performance, as outras versões do produto da mesma marca”, explica a gerente de gerenciamento por categorias da Procter & Gamble, Elaine Rocha.
mix
Oportunidade
de negócio A procura por produtos considerados de cuidados tópicos é diária em farmácias e drogarias. Dispor de itens inovadores é o segredo para alavancar as vendas P o r r a q u e l sena 198
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Ter uma caixa de primeiros socorros em casa é indispensável para qualquer família. O kit deve estar sempre completo e acessível, principalmente quando se tem crianças no domicílio. Produtos como curativos, antissépticos, algodão, hastes flexíveis, gaze, entre outros, tornam-se itens essenciais e não devem faltar. De acordo o gestor comercial da Bellacotton, Fábio Faria, o mercado de cuidados pessoais faturou, em 2011, R$ 29 bilhões e, em 2020, a expectativa é de que atinja R$ 78 bilhões. É uma grande oporfotos: shutterstock
mix
para aumentar o tíquete médio, o ideal é ter produtos de maior valor agregado, pois se o consumidor estiver comprando a linha de curativos básicos e se deparar com um modelo diferenciado como, por exemplo, um curativo à prova d’água, o lojista estará, de certa forma, induzindo o cliente a conhecer o novo tunidade para que farmácias e drogarias invistam e aumentem seu faturamento. Para conseguir tal feito, é preciso ter uma visão inovadora, ou seja, incluir novos produtos ao mix da loja, visitar a concorrência e feiras para se atualizar e ter na área de vendas aquilo que o mercado deseja. “A farmácia deixou de ser um ponto de venda somente de medicamentos; hoje são verdadeiras lojas de cosméticos e serviços e, por isso, é importante ter produtos que diversifiquem o mix de vendas e atraiam mais clientes”, diz Faria. A gerente de produto da área de cuidados pessoais da 3M, Maria Camila Gallo, concorda e acrescenta: “Apesar de crescer apenas cerca de 5% a 6% ao ano, categoria de primeiros socorros é muito importante em termos de lucratividade para as farmácias. As margens de lucro que se aplicam em medicamentos são baixas, já a área de primeiros socorros é entregue ao varejista com uma margem bem maior”. O grande número de concorrentes e variedade de produtos tem tornado a briga por espaço cada vez mais acirrada, porém, de acordo com Fábio Faria, para ter um mix diferenciado e inovador, precisa-se analisar a capacidade de armazenagem e giro de acordo com o tamanho de cada negócio. Para aumentar o tíquete médio, o ideal é ter produtos de maior valor agregado, pois se o consumidor estiver comprando a linha de curativos básicos e se deparar com um modelo diferenciado como, por exemplo, um curativo à prova d’água, o lojista estará, de certa forma, induzindo o cliente a conhecer o novo. “É essencial disponibilizar aos clientes produtos mais inovadores, pois, se o varejista continuar vendendo, por exemplo, o curativo básico, ninguém se interessará”, conta Maria Camila. 200
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Informações fundamentais A comunicação também é importante e faz a diferença. Para o responsável pela área de marketing da Apolo (empresa fabricante de algodão e hastes flexíveis), Coaracy Badaró Junior, é preciso organização no ponto de venda. “Ter um ambiente clean, manter as gôndolas organizadas com os produtos em evidência na altura dos olhos e de fácil acesso às mãos, identificar o segmento no topo da gôndola chamam a atenção do cliente e, consequentemente, induzem à compra”, afirma. Outra dica da executiva Maria Camila é a realização de cross merchandising em outras categorias que complementam e tenham afinidade com o produto. “Por exemplo, um protetor para os pés que inicialmente é colocado na seção de primeiros socorros também pode estar na de pédicos com um clip strip. É uma forma de chamar a atenção do cliente que vai até essa seção à procura de lixas, palmilha, esmaltes e se depara com esse produto. Se interessar, já o leva para casa”, explica a executiva. A utilização de combos também é válida. Podem ser realizados tentando-se alavancar ou lançar um novo produto. O varejista pode, por exemplo, oferecer ao cliente promoções como “Compre 2 leve 3” ou “Compre duas hastes flexíveis e ganhe um curativo”. “Os produtos nas gôndolas se bem expostos e seguindo o cronograma são capazes de chamar a atenção do consumidor sim, mas é sempre muito importante o time de merchandising (promotores) estar na loja e organizar essa gôndola para ajudar na exposição. Com isso, o sucesso nas vendas é garantido”, diz Maria Camila, da 3M.
sempre em dia
Glamour
à vista
A chegada da nova estação faz com que marcas lancem novidades para beleza e bem-estar. Fique de olho nos lançamentos que estarão nas prateleiras deste inverno
Unhas da estação
Para a coleção de inverno, a Granado lança o Dueto de Esmaltes inspirado em divas da música. O kit, com edição limitada, vem em uma linda latinha de metal com ilustração da pin-up símbolo da linha Pink cantando. As cores têm uma pegada rock: a Chrissie é um tom de prata com glitter; e a Cyndi é um azul fechado com um leve efeito metalizado. Os esmaltes são enriquecidos com Vitamina E, cálcio e proteína da seda. Eles fortalecem as unhas, deixandoas saudáveis e protegidas, e evitam a quebra e a descamação. Preço sugerido: R$ 34,00 Na gôndola: esmaltes/checkout Site: www.granado.com.br 202
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brilho e hidratação
Sensação do momento, o Óleo de Ojon, também conhecido como milagre caribenho, chega aos sprays da Charming! O Spray de Brilho Ojon Charming auxilia na restauração de cabelos danificados, ressecados ou que tenham passado por processos químicos, além de oferecer brilho intenso e hidratação profunda sem pesar nos fios. O produto ainda possui ação antiumidade e ajuda a manter o efeito desejado por muito mais tempo, podendo ser aplicado nos cabelos secos, úmidos ou para proteção contra o calor de secadores e chapinhas, além de acelerar o processo de escovação. Preço sugerido: R$ 29,98 – 400 ml, R$ 24,26 – 200 ml Na gôndola: cabelos Site: www.cless.com.br fotos: shutterstock/divulgação
sempre em dia
Esmaltes fashion Algodão em quadrados
Recentemente, a Bellacotton trouxe para o mercado o algodão em quadrados duoface com tecnologia Water Jet que garante maior resistência multidirecional ao produto e está presente, ainda, nos discos de algodão da marca catarinense. O produto possui dois lados distintos ideais para maquiar e limpar a pele com conforto e praticidade. Preço sugerido: R$ 7,40 e R$ 9,90 Na gôndola: pele/maquiagens Site: www.bellacotton.com.br
A nova linha de esmaltes da B.U., intitulada Oceânica, foi inspirada na mitologia grega, no mar Mediterrâneo onde reinava Poseidon, deus supremo do mar. Entre as cores estão: azul, Mediterrâneo, coral, Doris e pink, Sereia – cores intensas e cremosas –, além do Poseidon, um metálico duocromático que brilha nos tons de roxo e rosa. Preço sugerido: Mediterrâneo – R$ 7,00, Sereia – R$ 7,00, Doris – R$ 7,00, Poseidon – R$ 10,00 Na gôndola: esmaltes/checkout Site: www.sejabu.com.br
Limpeza profunda
Cabelos fortes
A Vult Cosmética lança o Leave-in Force Action especialmente para os cabelos fracos e quebradiços. O produto foi desenvolvido com tecnologia enriquecida com Bio Restore, um concentrado de aminoácidos associados à Bio-Cisteína, composto capaz de penetrar no córtex capilar para auxílio com a reposição proteica dos fios. Além de promover força, resistência e brilho inigualáveis, o Leave-in também é termoativado, o que possibilita a finalização com escova ou chapinha.
Preço sugerido: R$ 21,00 Na gôndola: cabelos Site: www.vult.com.br
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Com o intuito de atender às necessidades de peles muito oleosas e acneicas, que demandam uma maior eficácia, a marca acaba de desenvolver, especialmente para o Brasil, o Effaclar Gel Concentrado. O mais novo produto da linha é hipoalergênico e promove uma significativa limpeza da pele oleosa e acneica, com eficácia duradoura no controle de oleosidade, sem agressão. Sua fórmula, enriquecida com água termal de La Roche-Posay, tem a combinação de três princípios ativos. Os 0,05 de LHA com 2% de Ácido Salicílico ajudam no processo de cicatrização. Já a concentração de 0,2% de Gluconato de Zinco age na ação antibacteriana e seborreguladora. Preço sugerido: R$ 24,90 – 60 ml, R$ 41,90 – 150 ml Na gôndola: dermocosméticos Site: www.laroche-posay.com.br
sempre em dia
Olhar destacado Muitas mulheres almejam aparentar ter olhos maiores para mostrar um olhar mais realçado e atraente. Com esse propósito, a Verídica It desenvolveu o Lápis Retrátil de Olhos Branco. O item é bem versátil. Sua formulação conta com alta cobertura, boa pigmentação, textura macia e cremosa. Produto à prova d’ água que permite facilidade e suavidade na aplicação. Preço sugerido: R$ 10,00 Na gôndola: maquiagens Site: http://veridicait.com.br
Depilar prático
A BIC, que democratizou o barbear com a fabricação do primeiro aparelho descartável no mundo, entra no mercado de sistemas e lança seu primeiro barbeador recarregável masculino do mundo: o BIC Flex 4. A novidade possui quatro lâminas independentes e flexíveis que se ajustam ao contorno da pele e proporcionam um barbear muito mais suave. Além disso, tem cabeça móvel que acompanha o formato do rosto, um cabo ergonômico emborrachado e fita lubrificante de Aloe Vera e Vitamina E, garantindo um deslizar suave e mais hidratação à pele. Preço sugerido: Aparelho - R$ 12,80, Refil com 2 unidades – R$ 15,30, Refil com 4 unidades - R$ 26,90 Na gôndola: depilatórios Site: www.bicworld.com
Efeito 3D
PhotoReady 3D Volume é a nova máscara para cílios da Revlon, mais um item da linha PhotoReady. A máscara tem um pincel inovador, com uma ponta arredondada que permite alcançar todos os cílios, da raiz às pontas, para uma máxima dimensão, em todos os ângulos. Sua proposta é trazer cílios bastante alongados em efeito 3D.
Preço médio: R$ 49,90 Na gôndola: maquiagens Site: www.revlon.com
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Praticidade e beleza
A proposta da linha de maquiagem Phebo é de oferecer produtos em diferentes texturas e formas de aplicar, para atender da melhor forma aos variados gostos, tipos de pele e idades. Os lançamentos da linha são Pó facial mineral, Blush em pó e Pó iluminador. As embalagens são superpráticas e vêm com esponja aplicadora e espelho. Preço sugerido: Pó Facial Mineral Phebo – R$ 95,00 Blush em Pó Phebo - R$ 67, 00 Pó Iluminador Phebo - R$ 67,00 Na gôndola: maquiagens Site: www.phebo.com.br
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Pele jovem
livre de óleo
Pensando no tratamento da acne e da pele oleosa, Cetaphil lança a linha Dermacontrol. O primeiro a chegar às gôndolas é o Cetaphil Dermacontrol Espuma de Limpeza. A fórmula exclusiva conta com agentes matificantes que ajudam a controlar o brilho da pele. O produto também contem gluconato de zinco, que ajuda na regulação da produção do sebo e suaviza a pele.
A Ada Tina lança a emulsão anti-idade Bio-IDB IO, formulada com exclusiva idebenona bioativa, um dos antioxidantes mais potentes do mundo – mais forte que a vitamina C e a E. Após o contato com a pele, a substância é ativada e promove ultraproteção antioxidante, protegendo dos danos causados pelo estresse oxidativo e aumentando a concentração de colágeno na pele. Resultado: melhor aparência em 15 dias. Preço sugerido: R$ 203,00 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.adatina.com
Preço sugerido: R$ 96,00 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.cetaphil.com.br
De cara nova
A Mahogany apresenta ao mercado a sua nova linha “M Makeup”, com a coleção “Colors Festival”, que alia o poder dos ingredientes que atuam na proteção da pele à textura das cores, para uma aparência de olhos e lábios lindos, sedutores e alinhados às tendências de mercado internacional. A coleção “Festival of Colors” é composta pelos itens “queridinhos das mulheres”: batom, máscara para cílios e lápis delineadores. Preço sugerido: Batom Hidratante com filtro solar – R$ 26,00, Máscara para Cílios Volume – R$ 38,00, Lápis Delineador para Olhos com Esfumador – R$ 32,00 Na gôndola: maquiagens Site: www.mahogany.com.br 208
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Cabelos dourados
Os benefícios e funcionalidades do creme de pentear são inúmeros. Para cabelos claros, a OX lançou o Creme para Pentear OX Plants Iluminador, que combina a poderosa Bio Queratina com a pureza dos Extratos Naturais. Enquanto a fórmula cosmética penetra nas fibras, o exclusivo Extrato Concentrado de Girassol modela e ilumina naturalmente a cor dos fios.
Preço sugerido: R$ 10,99 Na gôndola: cabelos Site: www.flora.com.br
serviços #
g
3M
A Abimip www.abimip.org.br Abrafarma www.abrafarma.com.br Aché Laboratórios www.ache.com.br Anvisa http://portal.anvisa.gov.br Asbai-SP www.sbai.org.br
b bayer www.bayer.com.br Bellacotton www.bellacotton.com.br
C CEMA www.cemahospital.com.br Cpdec www.cpdec.com.br CVS Caremark www.caremark.com
Galderma www.galderma.com.br GenommaLab www.genommalab.com.br Geratherm www.geratherm.com.br Granado www.granado.com.br grupo cimed www.grupocimed.com.br GS&MD www.gsmd.com.br
h Hospital 9 de Julho www.hospital9dejulho.com.br Hospital Alvorada www.hospitalalvorada.com.br Hospital cema www.cemahospital.com.br Hospital Paulistano www.hospitalpaulistano.com.br Hospital São Camilo www.saocamilo.com Hospital Sírio-Libanês www.hospitalsiriolibanes.org.br Hypermarcas www.hypermarcas.com.br
i
d datafolha http://datafolha.folhauol.com.br DCI www.dci.com Dia Comunicação www.diacm.com.br Drogaria Onofre www.onofre.com.br Drogaria São Paulo www.drogariasaopaulo.com.br Drogarias Pacheco www.drogariaspacheco.com.br
e e-bit www.ebit.com.br
Ibis World www.ibisworld.com Ibevar www.ibevar.org.br ictq www.ictq.com.br IEV www.iev.net.br IMS Health www.imshealth.com Instituto Bulla www.institutoadtec.com.br Instituto Euromonitor www.euromonitor.com Int www.int.gov.br Itc http://itcbr.com
f Fecomercio www.fecomercio.com.br Febrafar www.febrafar.com.br FIA-USP www.fia.com.br Futura Biotech www.futurabiotech.com.br
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j Johnson & Johnson www.jnjbrasil.com.br
k Kantar Worldpanel www.kantarworldpanel.com kimberly clark www.kimberly-clark.com.br
l Lavoisier Medicina Diagnóstica www.lavoisier.com.br lifebuoy www.lifebuoy.com
m ministério da saúde www.saude.gov.br Multilab www.multilab.com.br
n néstor casado capital invest group www.capitalinvest-group.com netfarma www.netfarma.com.br Nielsen http://br.nielsen.com nivea www.nivea.com.br
o oms www.who.int onofre www.onofre.com.br Organização Panamericana da Saúde www.opas.org.br
p p&g www.pg.com/pt_BR phisalia www.phisalia.com.br Popai www.popaibrasil.com.br PUC-CAMP www.puc-campinas.edu.br
r Raia Drogasil www.raiadrogasil.com.br reckitt benckiser www.rb.com/br
s SBC www.cardiol.br SBD www.sbd.org.br socesp www.socesp.org.br
t Takeda www.takedabrasil.com/br/takeda
u UFPR www.ufpr.br ultrafarma www.ultrafarma.com.br ung www.ung.br unilever www.unilever.com.br usp www.usp.br
w Walgreens www.walgreens.com Walmart www.walmart.com Wyeth www.wyeth.com.br