Edição 262 - Saúde nas eleições

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ano XXi • nº 262 setembro de 2014 00262 9 771809 576003

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PROMESSAS

POLÍTICAS

As três coligações com maior intenção de votos à Presidência da República apresentam suas propostas para área da saúde. Os principais temas estão relacionados ao SUS e podem definir o nome de quem ocupará o cargo em janeiro de 2015 CAPA262.indd 175

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EDITORIAL

Propostas para a saúde Há dois meses das eleições mais disputadas da última década, o Brasil vivenciou um trágico acontecimento. Eduardo Campos, jovem líder e político visionário, morreu no dia 13 de agosto em um acidente de avião. Até então ele era um dos mais promissores candidatos à Presidência da República, embora ocupasse o terceiro lugar nas intenções de votos. Tudo indica que Marina Silva será sua substituta, até a data de fechamento desta edição (18/08) o anúncio oficial não havia acontecido. Caso o nome dela se confirme, o cenário tende a mudar completamente. Recente pesquisa do Datafolha revela a entrada de Marina na disputa com 21% das intenções de voto. Ela largaria em 2º lugar, um ponto à frente de Aécio Neves. A ex-ministra tem um desempenho que afasta a chance de a eleição ser resolvida no primeiro turno. Já na simulação de um segundo turno, ela fica com 47% das intenções de voto, contra 43% da atual presidente. O Guia da Farmácia checou as diretrizes da área da saúde para o Programa de Governo das três coligações com maior intenção de votos. Como esperado, as principais propostas estão relacionadas ao Sistema Único de Saúde

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Flávia Corbó EDITOR DE ARTE Junior B. Santos ASSISTENTES DE ARTE Rodolpho A. Lopes e Flávio Cardamone DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) 4

Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe

ASSISTENTES DO COMERCIAL Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta

MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães Noemy Rodrigues COLABORADORES DA EDIÇÃO Revisão Maria Elisa Guedes Textos Claudia Manzzano, Egle Leonardi, Marcelo de Valécio, Raquel Sena, Tassia Rocha e Vivian Lourenço Colunistas Bruno Vieira, Eduardo Chvaicer, Gustavo Semblano, João Claudio Monteiro Marcondes, Tatiana Ferrara e Valter Pieracciani

MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira

IMPRESSÃO Abril Gráfica

ANALISTA DE MARKETING Lyvia Peixoto

CAPA Shutterstock

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(SUS), mas eles apresentam ideias que vão um pouco além do Sistema. Nenhum deles ousa descartá-lo, da mesma forma que ninguém ousa dizer que está ótimo. Assuntos como o Programa Mais Médicos, Farmácia Popular, repasses, financiamento e acesso a medicamentos foram discutidos. Conheça as promessas feitas. O objetivo é que você tenha um direcionamento para a escolha de seu voto e uma breve noção do que pode esperar para a saúde da população nos próximos quatro anos. Outro destaque fica por conta da confiabilidade que as pessoas têm no profissional farmacêutico. Ele é apontado como o quinto com maior índice de confiança do brasileiro, segundo pesquisa global do instituto alemão GFK Verein. Veja também que a Lei 13.021 foi sancionada pela Presidência da República. Ela enquadra as farmácias como estabelecimentos de saúde e trata das atividades farmacêuticas a ser exercidas, principalmente a prestação de serviços, fato que muda a atuação do varejo.

Conheça as promessas feitas. O objetivo é que você tenha um direcionamento para a escolha de seu voto e uma breve noção do que pode esperar para a saúde da população nos próximos quatro anos

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.

FOTO: SHUTTERSTOCK

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SUMÁRIO #262 SETEMBRO 2014

E MAIS

90 50 > ECONOMIA A revisão da lista de substâncias isentas de PIS/Cofins trouxe à tona a discussão a respeito das altas taxas tributárias embutidas nos medicamentos

58 > DEBATE CAPA

A saúde é o que mais preocupa o brasileiro, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha. Por isso, candidatos à presidência investem em diretrizes amplas para o setor

70 > PESQUISA Mais de 90% dos brasileiros fazem compras em farmácias. A expectativa é de que a lei que torna os estabelecimentos verdadeiros pontos de assistência à saúde imponha ainda mais relevância ao varejo farmacêutico

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APARELHO GASTROINTESTINAL CORAÇÃO HIPERTENSÃO

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TECNOLOGIA CONSUMO MIX CATEGORIA TENDÊNCIA EVENTO SEMPRE EM DIA SERVIÇOS

COLUNAS >

A profissão de farmacêutico é apontada como a quinta com maior índice de confiança do brasileiro, segundo pesquisa global do instituto alemão GFK Verein

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96 > ATENDIMENTO

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A falsificação de receitas pode trazer sérios riscos à saúde da população. Compete ao farmacêutico observar todos os detalhes possíveis para evitar uma venda ilegal

GUIA ON-LINE ENTREVISTA ANTENA LIGADA ATUALIZANDO GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE ATUALIDADE BALANÇO PONTO DE VENDA PERSPECTIVA VAREJO

ESPECIAL SAÚDE

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80 > CARREIRA

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CONCORRÊNCIA João Claudio Monteiro Marcondes SHOPPER Bruno Vieira COMPETITIVIDADE Valter Pieracciani CENÁRIO Eduardo Chvaicer INTERNACIONAL Tatiana Ferrara CONSULTOR JURÍDICO Gustavo Semblano

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GU IA ON- L I NE WWW.GUIADAFARMACIA.COM.BR INFORMAÇÕES EXCLUSIVAS NA INTERNET AL

E CO N TEÚDO

ESTE SELO NOS ARTIGOS DA REVISTA INDICA CONTEÚDO EXTRA. ACESSE O PORTAL E CONFIRA

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Acesse o Portal e confira as informações complementares do conteúdo editorial da revista, além de textos exclusivos a cada edição.

CONTEÚDO EXTRA NO PORTAL (A PARTIR DO DIA 15 DE CADA MÊS) SETOR UNIDO Varejo e indústria articularam movimentos conjuntos na tentativa de desonerar os tributos dos medicamentos.

REFLEXO IMEDIATO A queda do índice de confiança do consumidor já está refletindo nas vendas do varejo em datas especiais.

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PRATO CONSCIENTE Existem alimentos capazes de combater as doenças cardiovasculares. Consumi-los pode salvar vidas. Conheça-os e oriente seus clientes.

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O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS

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SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!

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CRF E CFF ESCLARECEM POSSÍVEIS DÚVIDAS SOBRE A NOVA LEI 13.021/14 E MP 653/14

CONTROLE DA ATUAÇÃO

Acho que isso é para evitar que pequenas drogarias possam abrir tendo apenas um responsável técnico registrado e não o farmacêutico. Beatriz Silva Oliveira, em resposta à nota Lei que obriga presença de farmacêutico nas drogarias entra em vigor em setembro, publicada no dia 12/08, no Facebook do Guia da Farmácia

DADO ALARMANTE ANVISA PROÍBE COMERCIALIZAÇÃO DE EMAGRECEDOR EM CÁPSULAS

Isso é preocupante. Provavelmente a maioria dos usuários está fazendo uso indevido desse fármaco. Cleiton Pereira Alves, em resposta à nota Brasil registra aumento de 775% no consumo de Ritalina em dez anos, publicada no dia 12/08, no Facebook do Guia da Farmácia

PARABÉNS À INICIATIVA LEI QUE OBRIGA PRESENÇA DE FARMACÊUTICO NAS DROGARIAS ENTRA EM VIGOR EM SETEMBRO

MINISTÉRIO LANÇA REGRAS PARA PARCERIAS NO SETOR DA SAÚDE

Está ótimo o aplicativo! Acho que vocês podiam adicionar no futuro a classe à qual o medicamento pertence e outras características. Maria Eduarda Dornelas, em resposta à nota Que tal ter uma lista de mais de 17.000 medicamentos na palma da mão?, publicada no dia 18/07 no Facebook do Guia da Farmácia

PERGUNTE E NÓS RESPONDEREMOS! Se você tem dúvidas ou qualquer tipo de curiosidade sobre o mercado, empresas ou sobre suas atribuições, escreva para nós! Nossos colunistas estão de plantão para atendê-lo na seção Guia da Farmácia Responde. Veja mais na pág. 34.

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ENTREVISTA - SANDOZ

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Meta ambiciosa O DIRETOR-GERAL DA SANDOZ BRASIL QUER COLOCAR O LABORATÓRIO ENTRE OS PRINCIPAIS FABRICANTES DE GENÉRICOS NO PAÍS P O R F L ÁV I A C O R B Ó

S

Segunda maior fabricante de medicamentos genéricos do mundo, a Sandoz deseja conquistar a mesma representatividade no Brasil, onde ainda ocupa a décima posição entre os laboratórios fabricantes de genéricos. Para dar conta dessa missão, em março deste ano, André Brázay assumiu a direção-geral da Sandoz Brasil. Brasileiro, é formado em Engenharia Química pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e em Finanças pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia, o executivo revela os caminhos possíveis para tornar real sua vontade. Confira.

Guia da Farmácia • Uma das maiores preocupações da Sandoz é produzir medicamentos de alta qualidade, acessíveis a qualquer pessoa, em qualquer lugar, ou seja, os esforços estão voltados para que o acesso global cresça. Como fazer isso? André Brázay • O medicamento deve ser bom por desenho. Quando é desenvolvido de uma

forma correta e colocado no mercado, após ser submetido ao controle de agências regulatórias, que o avaliam seriamente, trata-se de um medicamento bom. Mas depois de provada sua qualidade, é preciso garantir uma produção com regularidade e controles sólidos e específicos. Isso demanda estrutura. Os sistemas devem garantir qualidade em todos os lotes, em todos os países, durante todos os anos de fabricação. A Sandoz produz medicamentos em 45 países. Temos dezenas de fábricas espalhadas pelo mundo e mantemos o mesmo sistema de qualidade e desenvolvimento de produção. Isso é algo de que nos orgulhamos. O medicamento da Sandoz será aprovado em qualquer lugar e será o melhor que o paciente poderá tomar em qualquer parte do mundo. Guia • Manter qualidade e preço competitivo é o grande desafio da Sandoz atualmente? Brázay • Qualidade tem custo. Alguns países, que não têm uma rotina de inspeção de fábricas 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA - SANDOZ

rigorosa, acabam dando espaço para que plantas mal estruturadas funcionem sem que a qualidade ao longo do processo de fabricação seja garantida. Daí, surgem as críticas de que os genéricos não são bons. O genérico que é feito de acordo com as normas nacionais e internacionais, em fábricas que são inspecionadas regularmente, com altos standards de sistemas de gestão e qualidade é bom. Quando se fala de medicamento de qualidade a um preço acessível, é preciso ter a consciência de que aquele medicamento necessita ser produzido em uma fábrica que respeita altos padrões de produção. Guia • No primeiro semestre deste ano, a eficácia dos medicamentos genéricos foi debatida numa audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor. Para esclarecer as críticas, o deputado Sérgio Brito, do Partido Social Democrático da Bahia (PSD-BA), apresentou uma Proposta de Fiscalização e Controle para saber o que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está fazendo para garantir a qualidade e a segurança dos medicamentos disponibilizados no mercado brasileiro. O que você pensa sobre esses questionamentos? Brázay • Eu acho o receio justificável não apenas para os genéricos, mas para medicamentos de forma geral. Porém, entendo que a falta de informação e conhecimento sobre o processo de produção, especificamente do medicamento genérico, gera dúvidas e desconfiança de que o produto não terá o efeito esperado. A Anvisa fez um excelente trabalho nos últimos anos para chegar onde chegamos. As exigências estão lá, os decretos existem, e cabe às empresas cumprirem as regras. Guia • O mercado de medicamentos genéricos continua sendo interessante? Por que a Sandoz pretende continuar investindo nesse segmento? Brázay • O mercado de genéricos é muito interessante. Não só interessante, como desafiador. No mundo, ainda existem bilhões de pessoas que não têm acesso a medicamentos básicos, então há possibilidade de crescimento. Aqui no Brasil, o mercado tem evoluído significativamente há cerca de 15 anos, em níveis muitos altos, porque há uma camada da população que 14

passou a ter acesso ao médico e poder de compra de medicamentos. Nenhum outro mercado pode se gabar de ter crescido a essa velocidade. Há 30 anos, muita gente era mal atendida. Isso tem mudado e continuamos em um processo de evolução. Guia • Vemos uma estagnação no mercado, já que não temos muitas patentes para cair nos próximos anos, mas a Sandoz diz que vai além dos medicamentos genéricos tradicionais, encontrando drogas pragmáticas e inovadoras. Como ser inovador e lançar moléculas exclusivas? Brázay • Das grandes patentes para doenças mais comuns, que são aquelas de atendimento primário – hipertensão, diabetes, dor, problemas gástricos –, realmente não há mais nenhuma patente para cair. Existem algumas menores de alguns tratamentos mais sofisticados para algumas dessas doenças. O que falta é começarem a surgir alternativas aos medicamentos de doenças não tão corriqueiras, do atendimento secundário, hospitalar, principalmente, câncer e doenças autoimunes. São medicamentos que hoje custam muito caro e que ainda não existe um genérico ou um biossimilar no mercado que tenha a mesma qualidade, segurança e eficácia, a um preço competitivo. O grande diferencial da Sandoz é que nós temos essa tecnologia, pois pertencemos ao Grupo Novartis, que está na ponta de desenvolvimento de tecnologias de inovação. Guia • Existem diversas aquisições no histórico da Sandoz, como: Lek, Sabex, Hexal, Eon Labs, Ebewe Pharma, Oried Therapeuticals e Fougera Pharmaceuticals. De que forma esse tipo de ação beneficia os negócios brasileiros? Brázay • Encontrar o modelo de negócios ideal e o melhor portfólio de produtos é uma necessidade. A Sandoz comprou algumas empresas e cada uma delas atendeu a um objetivo específico. Quando compramos a Lek, conseguimos entrar no mercado da Europa Central e Oriental. Na compra da Hexal, o objetivo era nos tornarmos competitivos dentro da Europa Ocidental. A indústria de genéricos precisa ter volume, portanto, o tamanho de portfólio e a penetração de mercado são importantes para ser competitiva. Então, a tendência de consolidação existe e vai existir. Acho que todas as empresas desse mercado estão constantemente

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buscando oportunidades. Já no mercado farmacêutico inovador, é um pouco diferente. A empresa desenvolve um produto para uma doença muito específica e, enquanto a patente existir, ela consegue se manter vendendo aquele produto para um nicho de mercado e realizar pesquisas para novos lançamentos. Guia • Em 2013, a Sandoz produziu mais de 1 bilhão de comprimidos e 60 milhões de embalagens, sendo que 80% atendem ao mercado nacional. Quais os resultados esperados para 2014? Brázay • A nossa fábrica tem capacidade para produzir bem mais que isso, sem a necessidade de investimento. O meu objetivo é chegar ao máximo da capacidade instalada rapidamente e, se possível, passar a discutir investimentos adicionais. Para isso, nós temos de “vender o Brasil”. Fazer com que o pessoal de fora entenda nosso mercado interno. Nós tivemos mudanças de direção nos últimos seis anos e não conseguimos passar para nossa casa matriz a dimensão e complexidade do mercado farmacêutico brasileiro. No mundo, somos a segunda maior de genéricos. No Brasil, ainda estamos sub-representados, então queremos chegar aos cinco primeiros e, em algum dia, brigar entre os três maiores. É isso que queremos e independentemente da produção local. A Sandoz possui fábricas no mundo todo, com capacidade produtiva e qualidade de primeiro nível que podem suportar esta nossa ambição.

Guia • O senhor acredita que o consumo de medicamentos tende a crescer? Por quê? Brázay • Sim. Há uma camada da população que passou a ter acesso ao médico e aumentou o poder de compra de medicamentos. Além disso, a expectativa de vida dos brasileiros vem aumentando, o que significa uma mudança do perfil da população, com pessoas com mais idade e que consomem mais medicamentos. Na maioria dos países desenvolvidos o governo subsidia o acesso ao medicamento para o paciente. Aqui, estamos evoluindo, mas ainda não chegamos neste patamar. Temos algumas questões que precisam ser amplamente discutidas e mais profundamente avaliadas em toda a cadeia em prol do paciente. Hoje, aqui no Brasil, o paciente arca com 40% do preço do medicamento por conta dos impostos. Guia • Qual a importância do varejo farmacêutico para a Sandoz e de que forma a empresa se relaciona com ele? Brázay • O mercado de genéricos está muito mais ligado ao varejo do que o mercado de produtos inovadores. Para nós, o varejo é a forma de fazer chegar nosso produto ao paciente. Precisamos de um parceiro que entenda a importância de se levar um medicamento seguro ao consumidor. Felizmente, há muitos distribuidores e farmácias com quem podemos ter essa conversa. Temos esse objetivo em comum, com foco no paciente. Guia • Em que aspectos o Brasil precisa avançar para ter uma população mais bem assistida no que diz respeito à saúde? Brázay • Fazer com que a população tenha acesso ao médico e que ele tenha infraestrutura para oferecer atendimento é o primeiro passo. Em seguida, o médico precisa de medicamentos para poder trabalhar. E é aí que entra o papel da farmácia. Eu tenho esperanças de que, com os aprendizados que o governo tem tido com programas como o Mais Médicos, seja ampliada a oferta de bons médicos e a infraestrutura. O médico precisa de tempo para atender e entender os pacientes, além de poder prescrever medicamentos que possam ser acessíveis com auxílio do governo e da indústria farmacêutica. 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ANTENA LIGADA

NEGOCIAÇÕES DO

MERCADO

EM BUSCA DE INOVAÇÃO, NOVAS PARCERIAS REDEFINEM O SETOR FARMACÊUTICO NO PAÍS. LABORATÓRIOS ANUNCIAM ACORDOS E PREVEEM EXPANSÃO DE LINHAS DE PRODUTOS E VENDA DE MEDICAMENTOS POR TASSIA ROCHA

ATIVIDADE CONJUNTA

O Laboratório Catarinense e o Laboratório Minancora fecharam uma parceria para fazer história no mercado farmacêutico. Desde fevereiro de 2014, os produtos Minancora passaram a ser distribuídos e comercializados em todo o território nacional pelo Laboratório Catarinense, acordo que prevê crescimento nas vendas e expansão da linha. Reuniram os 99 anos de experiência da Minancora aos 69 anos do Laboratório Catarinense que tem 90 produtos no portfólio, entre eles, marcas reconhecidas nacionalmente como, Melagrião, Figatil, Sadol, Catuama, linha Catarinense Nutrição e agora com a linha de cosméticos e a tradicional Minancora. • www.minancora.com.br • www.labcat.com.br 18

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ACORDO DE COOPERAÇÃO TECNOLÓGICA

A Orygen, joint venture entre os laboratórios nacionais Biolab e Eurofarma, fechou uma parceria com a multinacional americana Pfizer para transferência de tecnologia e desenvolvimento de medicamentos biossimilares ao tratamento de doenças complexas, como câncer e artrites. Com esse acordo, que já foi submetido ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Orygen deverá tirar do papel seu projeto, de cerca R$ 500 milhões, para a construção de uma fábrica a fim de nacionalizar a produção desses medicamentos. • www.biolabfarma.com.br • www.eurofarma.com.br FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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SUPERANDO EXPECTATIVAS

A Bristol-Myers Squibb divulgou resultados trimestrais melhores que o esperado, ajudada por controles de custos e fortes vendas de seu medicamento para prevenção de coágulos sanguíneos Eliquis e do tratamento para o melanoma Yervoy. A farmacêutica norte-americana divulgou em julho deste ano que teve lucro de 333 milhões de dólares, ou 0,20 dólar por ação, no segundo trimestre, ante 536 milhões de dólares, ou 0,32 dólar por ação, no mesmo período do ano anterior. • www.bristol.com.br

CASA NOVA

A União Química, um dos maiores laboratórios farmacêuticos do País, está de casa nova. O local escolhido é o Cidade Jardim Corporate Center. Localizado na Marginal Pinheiros, principal eixo corporativo de São Paulo, o prédio também abriga as multinacionais Hypermarcas e Sankyo. A nova sede vai ocupar uma área de 1.800 m2. A mudança faz parte do plano de expansão da companhia que recentemente comprou uma fábrica da suíça Novartis. Com quatro unidades industriais, pretende faturar R$ 850 milhões este ano. • www.uniaoquimica.com.br

PESQUISA CLÍNICA RESULTADOS TRIMESTRAIS

A Johnson & Johnson divulgou resultados trimestrais muito mais fortes que o esperado, impulsionados por fortes vendas de novos medicamentos que exigem receita, incluindo sua droga Olysio para a hepatite C. A diversificada companhia de saúde disse, no mês de julho deste ano, que teve lucro de 4,33 bilhões de dólares, ou 1,51 dólar por ação, no segundo trimestre. No mesmo período do ano anterior, o resultado havia sido de 3,83 bilhões de dólares, ou 1,33 dólar por papel, quando a companhia contabilizou encargos por litígios e uma aquisição. • www.jnjbrasil.com.br

Investimentos em saúde pública, tratamentos avançados, parcerias científicas, geração de empregos, desenvolvimento de novas tecnologias e atualização profissional são algumas das oportunidades perdidas pelo Brasil por causa de sua lentidão nas aprovações na pesquisa clínica. Dados levantados pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) mostram que a burocracia impediu o Brasil de participar de 112 estudos clínicos multicêntricos iniciados em 2013, muitos dos quais sobre doenças letais, como câncer e diabetes. Os maiores prejudicados foram os cerca de 3.700 pacientes que perderam a oportunidade de experimentar novas possibilidades dentro desses protocolos de pesquisa. • www.interfarma.org.br 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ANTENA LIGADA

IMPOSTO REDUZIDO A Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduziu o Imposto de Importação incidente sobre dez itens, entre eles, insumos para medicamentos, como dimetilanina, usada em medicamento para emagrecimento, por exemplo, insumos para defensivos agrícolas, como monoisopropilamina, além de alguns tipos de chapas e folhas de alumínio e placas metálicas. Segundo o documento, fica alterada para 2% a alíquota do imposto sobre dimetilamina; monoisopropilamina e seus sais; isocianato de 3,4-diclorofenila; copolímeros de cloreto de vinila e acetato de vinila; e policarbonato na forma de pó ou flocos. •

FERRAMENTA ESTRATÉGICA NOVA DIRETORA

Renata Soares da Costa é a nova diretora de Recursos Humanos da Biolab Farmacêutica. Com mais de 20 anos de experiência na área, a executiva chega à companhia após atuação em empresas nacionais e multinacionais, tendo como principais responsabilidades estabelecer políticas e estratégias corporativas ligadas a pessoas. • www.biolabfarma.com.br 22

“As revistas Guia da Farmácia e HPC Essencial são fundamentais para desenvolver treinamentos junto à equipe”, afirma o farmacêutico e sócio diretor da Desenvolva Consultoria e Treinamento, Marcelo Cristian Ribeiro. Segundo ele, na Rede São Paulo em Maringá (PR), tanto a revista quanto os suplementos são utilizados como material de apoio aos treinamentos. “Em junho deste ano, recebemos o Suplemento Especial Layout e Arquitetura de Lojas que foi distribuído às consultoras de loja e aos responsáveis pelo Gerenciamento por Categorias e Merchandising”. Para os gerentes, as informações sobre mercado, que o Guia da Farmácia fornece, são essenciais para a melhoria dos negócios. “Geralmente, elaboro questionários baseados nas matérias das publicações, também, utilizamos como valorização dos profissionais os livros publicados pela Contento. Os participantes são premiados com os exemplares, caso apresentem um bom desempenho”, finaliza. • www.guiadafarmacia.com.br • www.hpcessencial.com.br •

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LABORATÓRIOS ESTRANGEIROS

A visibilidade da indústria farmacêutica brasileira no mercado global tem atraído mais parcerias entre laboratórios nacionais e estrangeiros interessados em garantir sua entrada no País. Na Eurofarma, os licenciamentos, uma das modalidades mais frequentes de parceria, respondem por 10% do faturamento das vendas totais da companhia no Brasil. • www.eurofarma.com.br

APROVAÇÃO DOS GENÉRICOS Desde 2000, o Brasil concede registro para medicamentos genéricos. Eles têm a mesma substância ativa e fórmula dos medicamentos originais, são autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e fiscalizados da mesma forma que os de marca. Nas farmácias, o consumidor encontra mais de 21 mil apresentações diferentes de genéricos. Eles são obrigados, por lei, a custar no mínimo 35% menos do que os de marca. No primeiro semestre deste ano, a eficácia dos medicamentos genéricos foi debatida numa audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor. Se por um lado os genéricos caíram no gosto popular, principalmente, por causa dos preços mais baixos, por outro, a classe médica tem questionado a eficácia desses medicamentos. Para esclarecer essas críticas, o deputado Sérgio Brito (PSD-BA) apresentou uma Proposta de Fiscalização e Controle para saber o que a Anvisa está fazendo para garantir a qualidade e a segurança dos medicamentos disponibilizados no mercado brasileiro. Essa proposta está sendo analisada pela Comissão de Defesa do Consumidor. • http://portal.anvisa.gov.br 24

LEITURA RECOMENDADA

A complexa relação entre indústria-varejo e consumidores é abordada de forma inovadora no livro Meu cliente não voltou e agora?, escrito pela especialista em estratégias de consumo e sócia fundadora da Connect Shopper, Fátima Merlin. A obra propõe uma interação com o leitor por meio de testes e comparações que podem ajudar nas questões práticas de seu dia a dia. Além da parte teórica, o livro traz casos reais, com depoimentos e pontos de vista de especialistas em varejo e empresários de sucesso, que apresentam situações para reflexões importantes aos seus pares. Voltado aos empresários varejistas, atacadistas e de todo o comércio, é também direcionado a dirigentes e executivos da indústria e a estudantes de administração, entre outros cursos correlatos. • www.connect-shopper.com.br

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O CLIMA SECO, FREQUENTE EM DIVERSAS CIDADES DO PAÍS NESTA ÉPOCA DO ANO, FAZ COM QUE OS CONSUMIDORES APRESENTEM QUADROS DE CONSTIPAÇÃO. PENSANDO NISSO, A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA DISPONIBILIZA MEDICAMENTOS QUE ATUAM NA CAUSA DO PROBLEMA POR TASSIA ROCHA

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A Genom Oftalmologia, Divisão da União Química Farmacêutica apresenta o lançamento da nova apresentação de Cetrolac®, trata-se de Cetrolac MD, cada frasco contém 10 mL. O produto é uma solução oftálmica estéril, que cada 1 mL da solução contém trometamol cetorolaco 4 mg. Este lançamento da Genom é recomendado para o tratamento da redução da dor, sensação de corpo estranho nos olhos, fotofobia, ardência e lacrimejamento dos olhos após cirurgia refrativa da córnea. Cetrolac® MD é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade anteriormente demonstrada a qualquer um dos componentes da fórmula. Venda Sob Prescrição Médica. MS 1.0497.1286 www.uniaoquimica.com.br

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Chega ao mercado a Voxx Maltodextrina, carboidrato complexo, proveniente da conversão enzimática do amido do milho com absorção gradativa e lenta. A ação esperada desse suplemento é aumento da energia, mais disposição durante o treino e aumento da resistência e da performance em exercícios de longa duração. Disponível nos sabores refrescantes de guaraná e tangerina, Voxx Maltodextrina tem alto grau de pureza, contém carboidratos complexos, além de ser isento de sucralose, adoçante feito a partir do açúcar. Deve ser consumida uma porção de 32 g (duas colheres de sopa) aproximadamente 30 minutos antes do treino ou conforme orientação de um especialista MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.voxxsuplementos.com.br

VENOCUR® FIT

CALMINEX ICE BAG

Grande parte da população, sobretudo a feminina, é atingida por dores ou sensação de peso nas pernas. Para aliviar esses sintomas, característicos da Insuficiência Venosa Crônica (IVC), a Abbott, empresa global de cuidados para saúde, lança Venocur®Fit, medicamento fitoterápico (via oral) à base de castanha-da-índia que possui ação anti-inflamatória, antiedematosa e venotônica (que aumenta a tonicidade das veias), levando a uma importante melhora na qualidade de vida em todos os estágios da doença venosa crônica. MS 1.0553.0357 www.abbott.com

Pensando em contribuir com uma prática tranquila e agradável para iniciantes e até corredores profissionais, Calminex, produto para alívio de dores musculares, inchaço, traumas e pancadas, sugere produtos que podem ser utilizados após a atividade, caso o corredor tenha algum incômodo. MS 1.0093.0175 www.calminex.com.br

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2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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BARRAS DE CEREAL CLARICURE CREME

NATURELIFE

A Cifarma lança no mercado o Claricure Creme, produto facial inovador que atua na redução e na prevenção de rugas e linhas de expressão. O produto possui efeito clareador e proporciona firmeza e tonificação à pele. É dermatologicamente testado, não comedogênico e absorvido rapidamente. O creme possui benefícios visivelmente percebidos e sua eficácia é comprovada por meio de estudos específicos, com resultados satisfatórios que variam de 78% a 100%. Claricure Creme é apresentado em bisnaga de 60 g. MS 25351.48858/2013-11 www.cifarma.com.br

O Grupo Natulab lançou, por meio da Naturelife Suplementos Alimentares, novas barras de cereal. O produto é uma ótima opção para um lanche rápido e saudável. Com apenas 74 calorias, elas são feitas com cereais integrais, contêm fibras que aumentam a saciedade de fome e melhoram a flora intestinal. Estão disponíveis nos sabores banana, aveia e mel; banana com cobertura de chocolate; morango com cobertura de chocolate; e castanha com cobertura de chocolate. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.naturelifenutricao.com.br

RELCOR®

MARESIS® JATO FORTE

A Biolab Farmacêutica, líder no mercado de medicamentos sob prescrição na área de cardiologia e focada em pesquisa, desenvolvimento e inovação, oferece em seu portfólio Relcor®, fitoesteróis de soja em cápsulas gelatinosas moles, de fácil ingestão, que reduz os níveis de colesterol ruim em até 15%. “Os fitoesteróis representam uma medicação segura e eficaz, com praticamente nenhum efeito colateral, e podem ser utilizados de forma isolada ou associados a tratamentos com estatinas para quem necessita de redução ainda maior nos níveis de colesterol”, informa a Dra. Egle Costa Oppi, diretora médica da Biolab. MS 6.2582.0024.001-0 www.biolabfarma.com.br

O novo fluidificante e descongestionante nasal em jato forte é indicado para o pós-operatório nasal, como de Desvio de Septo, Sinusites Crônicas e Alergias. Maresis® Jato Forte promove uma lavagem nasal efetiva, removendo crostas e resíduos dessas patologias. Com duas intensidades de jato contínuo e direcionado, Maresis® Jato Forte vem com dois bicos removíveis e higienizáveis e embalagem com 100 mL de Cloreto de Sódio 0,9%. MS Medicamento de notificação simplificada RDC Anvisa Nº199/2006. AFE Nº 1.00390.6. www.fqm.com.br

CIFARMA

BIOLAB

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FQM

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VOXX WHEY ISOLADA

DK2 CAL

Voxx Whey Isolada, a proteína isolada do leite, é a de mais alto valor biológico. Com o apetite das células do organismo no pós-treino e as propriedades da rápida biodisponibilidade do produto, seu uso faz com que a recuperação e os ganhos musculares sejam completos. Além disso, é hiperproteico e contém aminoácidos essenciais, ajudando no processo de definição muscular. Disponível nos sabores morango, chocolate e baunilha, Voxx Whey Isolada tem 55 g de proteína por porção e não contém gordura, açúcar e lactose. Dessa forma, pode ser utilizada por quem tem intolerância à substância e também por quem busca emagrecer e definir os músculos. É indicada para homens e mulheres. Devendo ser consumida até 15 minutos após o treino e/ou entre as refeições ou seguindo as orientações do médico e nutricionista. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.voxxsuplementos.com.br

A osteoporose tem uma prevalência alta na população adulta, principalmente em mulheres em fase de menopausa e pacientes idosos. Com uma fórmula inovadora, o DK2CAL é composto por colecalciferol (vitamina D), menaquinona (vitamina K2) e carbonato de cálcio, sendo um grande aliado no tratamento e prevenção da perda óssea. A vitamina K2 atua no metabolismo ósseo, ajudando a desenvolver e manter os ossos maduros sadios, também inibindo a calcificação dos vasos sanguíneos. Já disponível em embalagem com 60 comprimidos, agora pode ser encontrado também em embalagens contendo 30 sachês com grânulos efervescentes com agradável sabor laranja. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.uniaoquimica.com.br

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DEXA-CITONEURIN® NFF MERCK S/A

Dexa-Citoneurin® NFF está de volta. A novidade é a substituição do acetato pelo fosfato de dexametasona dando origem ao sufixo NFF que significa Nova Fórmula Fosfato. Dexa-Citoneurin® NFF mantém as mesmas características de eficácia, indicação e posologia de Dexa-Citoneurin. A exclusiva formulação do potente anti-inflamatório dexametasona com as vitaminas B1, B6 e B12, possibilita o alívio rápido da dor em processos reumáticos e traumáticos e proporciona uma completa ação neurorregeneradora e antiálgica no tratamento dos sinais e sintomas de neuropatias inflamatórias. Outra novidade em Dexa-Citoneurin® NFF são as ampolas mais resistentes, agrupando a dexametasona e a vitamina B12 em uma ampola e as vitaminas B1 e B6 em outra. A apresentação na dose correta da prescrição médica, comparada aos concorrentes, é outro grande benefício para o paciente, que conta com o tratamento completo com apenas um original, além da posologia mais cômoda: uma injeção a cada dois ou três dias. MS 1.0089.0378.002-0 www.merckgroup.com

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7 LEITE DE MAGNÉSIA ASPEN PHARMA

Para auxiliar no tratamento da prisão de ventre ocasional, azia e problemas de digestão, a Aspen Pharma apresenta o Leite de Magnésia de Phillips. Composto basicamente por hidróxido de magnésio, o produto age estimulando a liberação da colecistoquinina, um dos principais hormônios que controlam o processo de digestão. Além disso, o produto pode ser utilizado com segurança por adultos e crianças maiores de 2 anos. MS 1.0107.0144 www.aspenpharma.com.br 32

AT farm ace far

NUTRIGER GERMED PHARMA

A queda dos cabelos é uma das queixas mais frequentes nos consultórios de dermatologia do Brasil. Cabelos bonitos é o desejo de quase todas as mulheres e refletem saúde, resistência e brilho. Dieta balanceada à base de vitaminas, minerais e outros nutrientes é essencial para manter os cabelos fortes e bonitos. No entanto, com a rotina diária, nem sempre é possível manter uma alimentação equilibrada. Pensando nisso, a Germed Pharma, em parceria com o laboratório italiano MonteResearch, desenvolveu o Nutriger Nutrire, um moderno, prático e eficiente aliado para o fortalecimento dos cabelos e controle da queda. MS 5.7949.0679.001-8 www.germedpharma.com.br

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PLENIT® GEYER

A Geyer Medicamentos, há mais de 80 anos atuando no desenvolvimento e fabricação de medicamentos, em 2014, mudou a embalagem do seu Suplemento Vitamínico-Mineral voltado para gestantes. O Plenit®, produto com formulação desenvolvida especialmente para atender às necessidades específicas da gestante brasileira, de acordo com os índices preconizados pelo índice de Ingestão Diária Recomendada (IDR), é uma minicápsula em gel, proporcionando maior adesão da paciente ao tratamento e reduzindo os riscos de náuseas neste período. Sua formulação, por não conter Kcal, não interfere no peso da gestante. Vendido na apresentação contendo 30 minicápsulas gelatinosas. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 SAC 0800 604 0075

PYLORITRAT® e PYLORITRAT® IBP TEUTO

O Laboratório Teuto relança no mercado dois produtos de sucesso de seu portfólio: Pyloritrat® e Pyloritrat® IBP. Ambos medicamentos possuem as substâncias Lansoprazol, Claritromicina e Amoxicilina como princípios ativos e são utilizados como associações no tratamento de úlcera péptica na presença de Helicobacter pilori e na redução dos riscos de recorrência de úlcera duodenal. A Amoxicilina e a Claritromicina agem na erradicação da bactéria responsável pela infecção e o Lansoprazol age na diminuição da secreção de ácido no estômago. Pyloritrat® está disponível em embalagem contendo 7 blísteres com 2 cápsulas de lansoprazol 30 mg, 2 comprimidos revestidos de claritromicina 500 mg e 4 cápsulas de amoxicilina 500 mg, enquanto que o Pyloritrat® IBP está disponível em embalagem com os 7 blísteres mais 28 cápsulas de lansoprazol 30 mg. MS 1.0370.0365.004-3 (Pyloritrat® ) MS1.0370.0365.003-5 (Pyloritrat® IBP) www.teuto.com.br

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TRABALHEI EM FARMÁCIA HOSPITALAR E PRETENDO FAZER CURSO TÉCNICO EM FARMÁCIA. GOSTARIA DE SABER SE TEREI RETORNO PROFISSIONAL, PORQUE NA MAIORIA DOS CASOS, VEJO QUE OS ATENDENTES NÃO TÊM ESSA FORMAÇÃO. 34

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A qualificação é importante e neces necessária, para qualquer área profissional. Na área hospitalar, não é diferente, espe especialmente devido à crescente complexi complexidade desse ambiente (o hospital), que exige que os profissionais que ingressam na área possuam, ao menos, um conhecimento básico de sua estrutura e dos serviços que compõem as atividades da rotina hospitalar. Com relação ao curso Técnico em Farmácia, no momento de uma seleção, quando se for decidir entre o candidato que não possui a qualificação e aquele que tem a formação técnica, sem dúvida, o segundo será o beneficiado. O curso fornece ao aluno conhecimentos que o habilitam a atuar em diferentes segmentos da área farmacêutica, como as farmácias e drogarias, setor magistral (manipulação), farmácia hospitalar, distribuidoras de medicamentos, ambulatórios [como as Unidades Básicas de Saúde (UBS)], e indústria farmacêutica. O egresso do curso Técnico em Farmácia irá atuar nesses segmentos sob orientação e supervisão do farmacêutico, pois a responsabilidade técnica é prerrogativa desse profissional [de acordo com a Lei 5991/73, a Resolução 577/2013 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), e especificamente para a área hospitalar, Resolução 300/1997, também do CFF]. Muitos alunos do curso Técnico o procuram para buscar a qualificação necessária ao mercado de trabalho, e outros são encaminhados ao curso por suas empresas, que determinam a necessidade da formação para o desempenho da atividade profissional.

V E R A L Ú C I A PIV EL L O Farmacêutica bioquímica, mestranda pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP)

Na nossa experiência prática, vemos uma grande procura por parte dos alunos que já estão ou pretendem a área hospitalar, seguidos da área magistral. Os alunos que atuam em outros segmentos completam a procura pelo curso. A expansão do segmento farmacêutico no Brasil, o redirecionamento das atividades puramente comerciais (como o atual modelo de farmácias e drogarias) para a provisão de serviços farmacêuticos, e as muitas determinações legais exigidas no setor, aumentam a demanda por profissionais bem preparados para atuar como colaboradores diretos do farmacêutico. O técnico qualificado é o profissional que pode desempenhar as atividades que cada vez se tornam mais complexas: sua formação compõe-se das disciplinas básicas de Anatomia, Fisiologia, Microbiologia, Parasitologia e noções de Química, e avança para os componentes necessários à rotina que irá desempenhar profissionalmente, como o preparo de fórmulas magistrais, farmacologia, farmácia hospitalar, produção farmacêutica, noções de legislação e de administração, voltadas à área. À leitora que nos endereçou a pergunta, e que não vê (segundo ela mesma coloca) essa formação na maioria das farmácias, para atendentes e balconistas, o curso será um diferencial, a fim de que ela exerça sua atividade com qualidade e segurança: só não pode deixar de buscar, sempre, aperfeiçoar-se, valorizando assim sua atuação profissional, num mercado cada vez mais competitivo. 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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CONCORRÊNCIA

Ritmo desleal

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FABRICANTES DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS TÊM ASSISTIDO AO SURGIMENTO DE PRÁTICAS COMERCIAIS QUE, SOB A JUSTIFICATIVA DE SER TÃO SOMENTE AGRESSIVAS, APROXIMAM-SE DA ILEGALIDADE, COM EVIDENTES PREJUÍZOS

JOÃO CLAUDIO MONTEIRO Advogado de Rocha e Barcellos Advogados 36

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A indústria farmacêutica brasileira é hoje uma das maiores do mundo. De fato, a empresa IMS Health, líder na obtenção e análise de dados do setor, recentemente estimou que o País poderá se tornar o 6º maior mercado global de medicamentos até 2015. É inegável que a introdução dos genéricos e similares contribuiu significativamente para o crescimento do segmento. Em um país em que a renda média da população ainda se distancia daquela observada na Europa e nos Estados Unidos, o preço do medicamento é um dos critérios de maior peso na escolha do consumidor. Entretanto, a recente revolução operada pelos genéricos e similares não se fez totalmente desacompanhada de contratempos, sobretudo no campo da concorrência entre os laboratórios. Ao lado dos inegáveis efeitos benéficos que os genéricos e similares trouxeram aos consumidores de baixa renda, a indústria tem assistido ao surgimento de práticas comerciais que, sob a justificativa de ser tão somente agressivas, aproximam-se da ilegalidade, com evidentes prejuízos à concorrência. Assim, por exemplo, há tão poucos registros de fabricantes de genéricos e similares que, não se limitando à reprodução da fórmula do medicamento de referência, também copiam seus principais elementos de marketing, em violação à legislação brasileira. De fato, a autorização para a cópia da fórmula do medicamento de referência não se estende aos demais elementos de marketing usados para conquistar o reconhecimento do consumidor, tais como embalagens, frascos, blísteres e outros componentes do chamado “dress code”. 2014

Há ainda laboratórios que invocam uma suposta função social de sua atividade como justificativa constitucional para eventuais semelhanças entre os elementos de marketing do genérico de sua fabricação e os elementos correspondentes do medicamento de referência. Alegam que o próprio Estado chancelaria tal semelhança, visando promover o produto sem marca, que é mais barato e acessível ao consumidor. Até mesmo uma suposta função social da propriedade de patente, de matiz constitucional, chegou a ser invocada para reforçar o argumento. Por óbvio, não se ignora aqui a existência de peculiaridades do setor que devem ser observadas quando se analisa se determinado medicamento genérico ou similar reproduz ou não o marketing do produto de referência. Não constitui ilícito, por exemplo, a eventual semelhança entre nomes se esta decorre do fato de que os produtos utilizam o mesmo insumo em sua composição. Não se pode admitir, contudo, que as peculiaridades da indústria sejam utilizadas como salvo conduto para eventuais condutas desleais, envolvendo genéricos e similares, sobretudo quando, muito além do nome, o seu fabricante imita a embalagem, a rotulagem ou a publicidade do medicamento de referência. Felizmente, não só o judiciário, mas entidades ligadas ao mercado, quando acionados, atuam com sucesso para cessar os ilícitos e obter reparações. A atuação dessas e de outras instituições, incluindo da própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), revela-se, assim, essencial para a correção de desequilíbrios e a preservação de um ambiente concorrencial saudável e ético, imprescindível para o futuro desenvolvimento do setor. FOTO: DIVULGAÇÃO

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ATUALIDADE

Bolso desconfiado CONSUMIDORES ESTÃO PREOCUPADOS COM OS RUMOS DA ECONOMIA BRASILEIRA E O VAREJO JÁ SENTE OS REFLEXOS DA FALTA DE ÂNIMO PARA COMPRAR

O POR FLÁVIA CORBÓ

O consumidor médio pode não entender a fundo conceitos da economia, mas é o primeiro a perceber quando as coisas não vão bem. Assim que os preços nas gôndolas começam a subir, ele já fica atento e traça estratégias de compra para se manter dentro do orçamento, sem deixar de adquirir itens considerados essenciais. Diante deste cenário de escolha, alguns setores costumam ser prejudicados, pois são os primeiros a ser cortados da lista de compras. Neste momento de decisão, o varejo farmacêutico tende a sofrer menos impacto. Saúde e cuidados pessoais são itens cada vez mais valorizados pelo brasileiro. Uma vez conquistado o poder de compra dessas categorias, a tendência é de que não se volte atrás. O consumidor pode pesquisar melhor os preços, pensar em custo-benefício, experimentar novas marcas, mas não abre mão de certos prazeres adquiridos. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Programa de Administração do Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), em parceria com a Felisoni Consultores Associados, são os bens duráveis que sofrem mais com as oscilações econômicas. Entre julho e agosto de 2014, o índice de consumidores que pretendiam efetuar uma compra era de 46,6%, cerca de 6,6% menor do que o registrado no segundo trimestre de 2014, em que se verificou 53,2%.

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Na comparação com o mesmo período do ano passado – medição que leva em conta atividades sazonais do varejo –, o índice de intenção de compra sofreu uma retração de 3,8%, já que, no terceiro trimestre de 2013, 50,4% dos entrevistados sinalizavam o plano de adquirir pelo menos um item de uma das mesmas categorias de bens duráveis pesquisadas. No segundo trimestre de 2014, os itens que serão (conta ainda não está fechada) mais adquiridos pelos paulistanos que participaram da pesquisa do Provar são: imóveis com 125%, vestuário e calçados, com 20,8%, viagens e turismo, com 12,8%, e eletroeletrônicos, com 9%. As categorias que registraram variações positivas são móveis (40,2%) e eletroportáteis (35,5%). Entre as maiores variações negativas, ficaram cine e foto (-36,6%), imóveis (-25,9%) e automóveis (-19,0%). “Isso vai ao encontro da dinâmica de sazonalidade. A compra de roupas tende a aumentar no inverno. Férias impulsionam as viagens e o turismo. Quanto aos eletroeletrônicos, tivemos o período da Copa, onde se aumentou a compra de televisões”, explica o coordenador de estudos e pesquisas do Provar, prof. Dr. Marcos R. Luppe. Os resultados do levantamento reforçam a ideia da forte desaceleração do consumo em 2014. A constatação é ainda comprovada pela queda das intenções de compras também na internet. O indicador ficou em 84,7%, apresentando uma nova queda de 1% para este terceiro trimestre de 2014 FOTO: SHUTTERSTOCK

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INTENÇÃO DE COMPRA NA INTERNET 89,9%

88,3% 86,3%

86,4%

85,8%

86,7%

90,3%

88,3%

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83,9%

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76,5% 3o Tri/2011

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Fonte: Provar

em relação ao segundo trimestre deste ano (85,7%). Entre os itens com maior intenção de compras no e-commerce estão telefonia e celulares (28,6%), informática (26,6%) e eletroeletrônicos (25,3%).

Na tentativa de conter a alta da inflação, o governo foi aumentando as taxas juros, que se transformaram em outra barreira entre o consumidor e o desejo de adquirir novos bens. Um dos reflexos dessa política econômica foi a depreciação na intenção de uso de crediário, que registrou queda de 3,8% no segundo trimestre do ano. “A única faixa populacional que segue buscando crédito é aquela que ganha até um salário mínimo. Enquanto em 2011, representava apenas 11% dos interessados em obtenção de crédito, hoje já soma 22,8%”, revela o head da área de Analytics da Serasa Experian, Julio Guedes. O nível de endividamento também é outro fator que mina a procura por crédito no Brasil. Ainda que não esteja tão alto quanto em 2012, quando atingiu crescimento de 10,1%, já é maior que do ano passado. Em 2013, o índice de endividamento do brasileiro registrou 6,7%, em 2014, já marca 8,7%. Segundo a análise do Provar, a manutenção do comprometimento de renda associada à elevação dos juros é responsável pelo aumento real e projetado da inadimplência. Para aquelas famílias endividadas, a situação tende a se complicar. Depois de anos de crescimento, a renda disponível

CAUSAS E EFEITOS O nível de intenção pesquisado pelo Provar é o mais baixo entre os terceiros trimestres desde 2002, quando se verificou o patamar de 21,9%. Os motivos para tamanho desânimo por parte do consumidor podem ser explicados por uma conjunção de fatores. O principal deles é a inflação, pois é o item que afeta mais diretamente o bolso do consumidor. Por mais que as ações do Banco Central estejam começando a surtir efeitos e o índice tenha se estabilizado, foram oito meses consecutivos de alta, o suficiente para deixar a população com o bolso mais enxuto. “E ainda temos de levar em consideração que o índice divulgado pelo governo é uma coisa. Na vida real, os impactos são maiores, principalmente no setor de serviços, como alimentação fora de casa e cabeleireiro”, destaca Luppe.

QUAL É O ÂNIMO? INTENÇÃO DE COMPRA NO VAREJO 78,0% 72,4%

60,6% 58,0% 53,8%

56,0%

56,8%

59,2% 53,2%

50,4% 46,8%

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49,6% 46,6%

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Fonte: Provar 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ATUALIDADE

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS EMPRESÁRIOS DO COMÉRCIO (2011 A 2014) 135 130 125

Índice

2011 120

2012

115

2013

110

2014

105 100 jan.

fev.

mar.

abr.

mai.

jun.

jul.

ago.

set.

out.

nov.

dez.

Fonte: Confederação Nacional do Comércio

FUTURO PRÓXIMO

NTEÚDO

XT

E

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Desânimo do consumidor reflete nas vendas de datas festivas.

CO

O ano de 2014 está sendo marcado por incertezas. Primeiro, temia-se qual seria a repercussão da Copa do Mundo de futebol para a rentabilidade do varejo. No segundo semestre, o terreno segue instável com a proximidade das eleições, que historicamente é uma variável importante, levada em conta no momento de traçar estratégias de negócio. Esses fatores abalaram não só o ânimo dos consumidores, como a confiança dos empresários do comércio. Descontados os efeitos sazonais, a queda de 1,4% foi a maior registrada desde o início do estudo em 2011, segundo a pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio, realizado pela Confederação Nacional do Comércio. As intenções de investimentos também registraram recuos de 1,4%. Em relação a maio de 2013, houve retração de 9,0%, a maior desde julho de 2012. O momento é de espera. Os empresários aguardam os resultados das eleições para promoverem ajustes nos planos de investimento e expansão. “A Dilma não conseguiu manter o mesmo bom desempenho econômico obtido pelo Lula, as coisas não andaram, as reformas necessárias

não ocorreram. Existe o receio de que se ela permanecer por mais quatro anos, o cenário seja o mesmo, mas é muito difícil prever. Não há garantia de que os outros candidatos tomem as medidas necessárias, ou que tenham apoio da maioria do Congresso, caso sejam eleitos.” Independente do vencedor nas urnas, o fato é que se o cenário econômico permanecer o mesmo, as empresas irão revisar planos de investimentos. E as perspectivas futuras não são animadoras quando se enumera todos as reformas que o País necessita para melhorar a capacidade produtiva. Além da maior taxa de juros do mundo, ainda existe uma carga tributária excessiva, há uma deficiência crônica em infraestrutura e logística. E não são só os problemas internos que trazem incertezas para os empresários brasileiros. Há receio de quanto a declaração de moratória do governo Argentino irá impactar a instabilidade da América do Sul nos próximos anos. “Isso cria uma instabilidade muito grande. Não atinge diretamente a economia brasileira, mas empresas que têm negócios lá na Argentina e possuem parte do faturamento atrelado as exportações serão afetadas.”

AL

das famílias – o montante que resta depois de todos os gastos – manteve-se praticamente inalterada. A geração de novos empregos também se encontra estagnada. “Essa conjuntura de fatores acaba impactando a confiança do consumidor e as perspectivas para o futuro. O impacto negativo no varejo é direto”, reflete Luppe.

RA N O POR

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BALANÇO

O varejo depois

da Copa

NÃO É SÓ DENTRO DE CAMPO QUE O MAIOR EVENTO ESPORTIVO DO MUNDO CAUSA ALVOROÇO. A CHEGADA DE MILHARES DE TURISTAS E A MUDANÇA DE ROTINA DO CONSUMIDOR GERARAM IMPACTOS NO COMÉRCIO

A

POR FLÁVIA CORBÓ

A realização da Copa do Mundo de Futebol da Fifa no Brasil gerou muita expectativa, mas não só por parte dos torcedores brasileiros apaixonados pelo esporte. O mundo dos negócios também aguardava ansiosamente os frutos que seriam gerados com a realização do evento e a chegada de milhares de turistas. As projeções anunciadas pelo governo eram vultosas e animadoras. O número de turistas que visitaram as cidades sedes para acompanhar os jogos realmente surpreendeu. O Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) esperava receber 600 mil visitantes estrangeiros durante todo o torneio. No entanto, em junho deste ano, antes do encerramento do campeonato, já havia sido registrada a vinda de 692 mil turistas de 203 nacionalidades. 42

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Esperava-se que entre os gastos de torcedores brasileiros e estrangeiros a Copa do Mundo injetasse mais de R$ 25 bilhões na economia das 12 cidades sedes. Estimativas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) indicavam que cerca de 43 mil micro e pequenas empresas faturariam mais de R$ 500 milhões adicionais até o fim da competição. Os números finais do rendimento que o evento trouxe ao empresariado brasileiro ainda estão sendo computados, mas o fato é que não foi só no placar do jogo que a Copa do Mundo não terminou como o esperado. “Alguns setores se deram bem, mas outros se decepcionaram. Devido aos vários feriados criados em dias de jogos, o varejo, em geral, andou de lado”, analisa o diretor do Núcleo de FOTOS: SHUTTERSTOCK

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Estudos e Pesquisas Econômicas da GS&MD – Gouvêa de Souza, Eduardo Yamashita. O ramo de artigos esportivos e alimentos conseguiu superar as expectativas. Já o de eletroeletrônicos surpreendeu negativamente. Conforme o esperado, as vendas de aparelhos de televisão cresceram, no entanto, o tíquete médio caiu. Os segmentos mais prejudicados com o evento foram vestuário, material de construção e lojas de departamentos. “Com o consumidor fora da rua, não há venda. Nos dias de jogos, os shoppings e as calçadas ficavam completamente vazios”, relembra.

SETOR FARMACÊUTICO Por apresentarem um crescimento acima da maioria dos setores da economia, tanto a indústria como o varejo farmacêutico sentiram os impactos da realização de uma Copa do Mundo no Brasil, mas conseguiram manter um bom patamar de crescimento. Em junho deste ano, as vendas de medicamentos apresentaram recuo de 6,9% em relação ao mês de maio deste ano, totalizando 251,5 milhões de unidades. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o índice representa um crescimento de 7%.

Paulo (Sindusfarma), em receita, as vendas das indústrias farmacêuticas alcançaram R$ 5,3 bilhões, 6,3% abaixo do resultado de maio deste ano. No primeiro semestre, contudo, o faturamento bruto das indústrias somou R$ 30,964 bilhões – alta de 13,2%. No varejo, o cenário é semelhante. Houve queda, mas os níveis de crescimento seguiram acima da média nacional. As grandes redes de farmácias do País cresceram mais no primeiro semestre deste ano do que no mesmo período de 2013, de acordo com dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Com um faturamento de R$ 15,6 bilhões, o setor avançou 13,69%. Nos seis primeiros meses de 2013, a elevação havia atingido 12,04%. A comercialização de medicamentos, que representam 67% do mercado, teve alta de 12,34% no período, com um faturamento de cerca de R$ 10 bilhões. A linha de itens de beleza e higiene pessoal foi a que mais se expandiu: 16,5%. O segmento de não medicamentos detém 32% do mercado e, sozinho, registrou uma receita superior a R$ 5 bilhões no primeiro semestre. Na rede Pague Menos, terceiro maior grupo de varejo farmacêutico do País, as vendas em junho deste ano apresentaram queda entre 5% e 6% nas lojas. Nos dias em que uma capital sediava um jogo do Brasil e era decretado feriado, as vendas nas lojas da região chegaram a cair 50%. Mesmo assim, a redução nas vendas foi menor do que os 10% antes projetados. O maior impacto foi sentido pelas redes menores e independentes. A Sare Drogarias, por exemplo, divulgou uma queda de 10% nos cinco primeiros meses do ano em seu volume de negócios, devido ao calendário com menos dias úteis, além da Copa do Mundo. Enquanto as líderes do setor conseguiram manter o nível de crescimento, a empresa precisou baixar a projeção de crescimento de 30% para 10% no ano.

EM MEIO A ESSE PERÍODO DE TURBULÊNCIA, O PAÍS SE PREPARA PARA OUTRO TESTE DE FOGO DAQUI A QUATRO ANOS: OS JOGOS OLÍMPICOS. POR SER CONCENTRADOS APENAS NO RIO DE JANEIRO, A PREVISÃO É DE QUE OS IMPACTOS NA ECONOMIA SEJAM MENORES O medicamento genérico foi a categoria que melhor se sustentou, mesmo assim, houve um recuo de 8% no mês de junho deste ano. No acumulado dos primeiros seis meses de 2014, as vendas do segmento cresceram 11,5% em unidades, segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). A expectativa para o ano era crescer 20% em volume, mas, analisando o desempenho do setor nesse período, a estimativa foi revista para 15% de expansão. Com queda nas vendas das farmácias, a indústria também sentiu os reflexos da mudança do comportamento do consumidor durante a Copa. Segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São

COMPORTAMENTO ATÍPICO A queda nas vendas de medicamentos já era esperada. Segundo levantamento da Novartis, com dados auditados pelo IMS Health, a demanda por medicamentos para o tratamento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, caiu nas últimas três Copas do Mundo nos países 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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BALANÇO

que sediaram os jogos (Japão/Coreia, Alemanha e África do Sul). No Brasil, não foi diferente. “Quando se analisa o mercado de medicamentos de prescrição, por exemplo, entre o mês de junho de 2014 comparado com maio do mesmo ano, houve uma queda de 5,7%, segundo a IMS Health”, revela o diretor de unidade de negócio da Novartis, Ricardo Maykot. Considerando que, no Brasil, 22,7% da população adulta tem hipertensão e 5,6% é portadora de diabetes – segundo dados de 2012 do Ministério da Saúde –, uma redução de apenas 1% no consumo de medicamentos para hipertensão resulta em uma perda de R$ 5 milhões para as empresas fabricantes. Além de prejuízo financeiro, essa queda no consumo pode trazer riscos à saúde dos pacientes portadores de doenças crônicas. A interrupção da rotina de medicação pode levar a complicações no quadro clínico. Um estudo baseado em dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e publicado na revista Arquivos Brasileiros de Cardiologia identificou um aumento de 30% dos infartos durante jogos da Copa do Mundo quando comparado com dias normais. Durante os jogos de 2006, na Alemanha, um levantamento realizado pelo Cardiovascular Events During World Cup Soccer também identificou um risco de infarto 3,26 vezes maior em dias de jogos do Mundial. E nesse teste do coração, as mulheres ganham de goleada. Das vítimas, 71,5% eram homens. Mas não é só a Copa que atrapalha a rotina de cuidados com a saúde. Qualquer data que faça o paciente sair da rotina representa um alerta. “A adesão ao tratamento de doenças crônicas é um grande desafio. Isso porque demanda uma mudança não só no comportamento das pessoas, mas também na continuidade das recomendações médicas. Nos períodos de férias e festas, muitos pacientes podem adotar hábitos diferentes dos recomendados e deixar de se tratar por esquecimento”, destaca Maykot.

OUTROS EMPECILHOS A goleada que a Seleção Brasileira de Futebol levou diante da Alemanha pode ter abalado os ânimos do brasileiro, mas há outras questões mais sérias que influem o comportamento da população e refletem na queda do desempenho do varejo em geral. A proximidade das eleições e temas, como alta inflação, retração na geração de emprego e desaceleração da renda do trabalhador, vêm tirando o sono de muita gente. 46

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“O que temos acompanhado é que há uma crise na confiança do consumidor. E esse fator é um dos principais direcionadores de consumo. Se o consumidor está confiante, ele tende a adquirir mais bens e realizar mais compras a prazo”, analisa Yamashita, da Gouvêa de Souza. Em meio a esse período de turbulência, o País se prepara para outro teste de fogo daqui a quatro anos: os Jogos Olímpicos. Por ser concentrados apenas no Rio de Janeiro, a previsão é de que os impactos na economia sejam menores. “O que a gente observa é que não há grandes mudanças de comportamento durante a Olimpíada, a não ser na cidade sede, onde é preciso ter planejamento. Possíveis feriados e fechamentos de ruas requerem atenção e mudança de logística.”

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SHOPPER

O desafio de atender e entender o consumidor multicanal

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PARA UM MELHOR DIRECIONAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO FARMA, É PRECISO ESTAR ATENTO ÀS PECULIARIDADES DE CADA REGIÃO, BEM COMO AOS DIFERENTES ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DO CANAL

BRUNO VIEIRA Analista de mercado da Nielsen 48

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Com as transformações no ambiente de consumo brasileiro dos últimos anos, para melhor entender e atender seus consumidores, é fundamental que os varejistas tenham uma visão 360° dos shoppers de suas lojas. As mudanças sociais e econômicas dos últimos anos, alinhadas ao aumento de diferentes formatos de canais, permitiram o surgimento de um novo consumidor, o consumidor multicanal. Apesar da relação custo/benefício e variedade de produtos serem fatores importantes, preço e promoção ainda são os atributos mais valorizados pelos shoppers no momento da escolha das lojas. Quando comparado com a média da América Latina, o brasileiro é 29% mais sensível a preços. No entanto, apesar do atual cenário de endividamento e pela procura por preços baixos, consumidores também buscam por marcas e segmentos de maior valor agregado, especialmente nas categorias de Higiene e Beleza (H&B). Nos últimos 10 anos, a cesta de H&B apresentou crescimento superior ao total das auditadas pela Nielsen, sendo influenciada também pelo desenvolvimento do canal farma, que apresentou um crescimento de 2,6% em volume em 2013. Entre as ações para atrair seus shoppers, o canal propicia experiência diferenciada e, quando comparado seu sortimento 2014

ao dos autosserviços, 49% dos itens exclusivos são premium. Além de oferecer um sortimento mais sofisticado, o canal farma também se destaca por oferecer diferentes opções de embalagens. Um exemplo são as de menor desembolso, que propiciam a compra de produtos de maior qualidade, ainda que em menor proporção. Há também os apelos relacionados à economia, o que atende à busca dos consumidores por embalagens promocionais ou econômicas, onde o ganho em valor acontece pela compra de grandes quantidades. Esta expansão de lojas também impulsionou o crescimento do canal farma. Apenas em 2013, conquistou mais de 1,5 milhão de novos lares compradores, sendo que mais de um milhão eram consumidores do nível socioeconômico médio. Entre as regiões, os estágios de desenvolvimento do canal farma são diferentes. O Nordeste apresenta o menor gasto médio dos compradores no canal, sendo impactado pela grande presença de outros canais, como o porta a porta e o pequeno varejo. Por outro lado, a proximidade do farma com os consumidores da Grande Rio de Janeiro (93% dos lares da região compraram no canal em 2013) propicia o maior gasto médio com as categorias de H&B do canal no País. FOTO: DIVULGAÇÃO

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ECONOMIA

O preço

da saúde ENQUANTO A MAIORIA DOS PAÍSES SUBSIDIA PELO MENOS PARTE DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA POPULAÇÃO, NO BRASIL, O CIDADÃO PAGA ALTAS TAXAS TRIBUTÁRIAS AO GOVERNO PARA TRATAR PROBLEMAS DE SAÚDE POR FLÁVIA CORBÓ

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Um estudo realizado em Londres, pelo pesquisador e professor de políticas de saúde do Imperial College, Nick Bosanquet, constatou o que o bolso da população já sentia aqui no Brasil. Em um comparativo com 38 nações, o País é recordista no nível de tributação sobre os medicamentos de referência vendidos nas farmácias e drogarias. Na época do estudo, realizado em 2012, o somatório das alíquotas de impostos federais e estaduais incidentes sobre o produto era de 28%, três vezes maior que a média obtida entre os países do estudo. Alguns locais, como Canadá, México e Reino Unido, têm alíquota zero sobre os produtos. Caso o estudo fosse atualizado, possivelmente a discrepância estaria maior, já que, atualmente, estima-se que a carga tributária sobre os

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medicamentos já representa, em média, 33% do preço total pago pelo consumidor brasileiro. Além de revelar uma alta taxação, o percentual mostra uma distorção na maneira como a saúde é tratada pelo governo brasileiro. Em países desenvolvidos, medicamentos são reembolsados pelo Estado ou pelos planos de saúde pagos pelas empresas – se não na totalidade, em boa parte do custo total. Já no mercado farmacêutico brasileiro, 71,4% do desembolso é realizado diretamente pela população, segundo dados do IMS Health. “Entendemos que os medicamentos deveriam ser totalmente desonerados, assim como ocorre com livros e papéis destinados à impressão deles. O governo deveria se preocupar mais com os direitos previstos na Constituição, como saúde, educação e alimentação. O Brasil, infelizmente, tem uma política tributária que inviabiliza que todos tenham essas garantias. FOTOS: SHUTTERSTOCK

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POR SABER DA COMPLEXIDADE QUE UMA REFORMA TRIBUTÁRIA EXIGE, AS ENTIDADES FOCAM SEUS ESFORÇOS NA DESONERAÇÃO DO ICMS DOS MEDICAMENTOS. CADA ESTADO É LIVRE PARA DEFINIR O PERCENTUAL DO TRIBUTO, QUE VARIA ENTRE 12% A 19% PELO BRASIL AFORA Medicamento não tem como ser mais essencial”, opina o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), João Eloi Olenike. Há tempos, entidades ligadas à saúde e à produção de medicamentos fazem essa reivindicação. Durante a campanha eleitoral de 2006, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) e as demais entidades representativas da indústria farmacêutica entregaram um documento aos candidatos à Presidência da República, no qual formalmente propunham a redução da carga tributária dos medicamentos. Até hoje, pouco foi feito, mas a discussão a respeito da tributação dos medicamentos voltou à tona no mês de julho deste ano quando o governo federal atualizou a lista de itens isentos da cobrança dos impostos Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Com as 174 substâncias que foram incluídas na chamada “lista positiva”, mais de mil itens ficam isentos das duas taxas. A relação atualizada dos itens isentos está no link http://portal.anvisa.gov.br/wps/s/r/cut9 De acordo com o Ministério da Saúde, em conjunto com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), os produtos beneficiados foram escolhidos por meio de critérios que levam em consideração patologias crônicas e degenerativas, os programas de saúde do governo instituídos por meio de

políticas públicas e a essencialidade dos medicamentos para a população. O presidente-executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, levanta a discussão do quão relevante é a lista para o consumidor no momento da compra no balcão da farmácia. “A maioria dos produtos beneficiados é aquela em que o governo tem uma grande participação na compra. Ajuda a população porque o governo irá disponibilizar mais medicamentos, já que irá obtê-los a menor custo. Mas para o comprador de medicamento, não vai fazer diferença. Não influencia na dinâmica do mercado.” Para o diretor de acesso da Interfarma, Pedro Bernardo, a iniciativa foi boa, mas a lista dos medicamentos beneficiados poderia obedecer a critérios mais simples, para que a atualização fosse menos trabalhosa e complicada para todo mundo. “Em 2000, foi criada a Lei 10.147, que falava que os produtos com prescrição teriam direito à isenção dos impostos federais. Em vez de incluir automaticamente todos os medicamentos que se encaixavam nesta categoria – tarja amarela e vermelha –, foi elaborada uma lista. O problema é que, em um mercado com a dimensão e dinamismo como o farmacêutico, a atualização dessa lista é algo muito trabalhoso, sempre deixa algo de importante de fora. Ou porque se esqueceram de colocar, ou porque são produtos novos.” Há sete anos, essa relação não era revisada e, de acordo com Bernardo, a versão recentemente lançada já está desatualizada, pois se baseia em um pedido enviado à Receita Federal em 2009. “Há situações equivocadas. O Cialis recebeu desoneração, enquanto o Viagra, que tem a mesma indicação, ficou de fora, por exemplo. Isso gera problema de concorrência. Não há isonomia no tratamento.” A Interfarma já elaborou uma lista de 200 itens que devem ser revistos e incluídos.

OUTRAS MEDIDAS Ainda que haja certas controvérsias, a iniciativa do governo federal agradou às entidades do setor farmacêutico, mas todas garantem que a briga por preços mais justos dos medicamentos ainda está longe de ser ganha. Isso porque, mesmo com a isenção do PIS/ Cofins, a carga tributária ainda é excessiva, pois envolve diversas outras taxas, como: imposto de importação; tributos sobre a folha de pagamentos; tributos sobre o lucro; outras taxas e tributos diversos. 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ECONOMIA

Por saber da complexidade que uma reforma tributária exige, as entidades focam seus esforços na desoneração do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) dos medicamentos. Cada estado é livre para definir o percentual do tributo, que varia entre 12% a 19% pelo Brasil afora. De acordo com um estudo do IBPT, uma redução na alíquota de ICMS seria o principal meio da redução no preço final dos medicamentos, já que o imposto é responsável por 57,2% de toda a tributação. No início do ano, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), receberam um caderno com assinaturas de mais de 2,6 milhões de pessoas que querem a redução de impostos sobre medicamentos no País. O abaixo-assinado é resultado da campanha “Sem imposto, tem remédio”, criado em outubro do ano passado pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e pela Interfarma, que coletou as assinaturas pela internet e em listas distribuídas em seis mil farmácias do Brasil. A iniciativa resultou na criação de uma Comissão Especial na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). O grupo tem como objetivo compilar as diversas proposições que tramitam na Casa com intuito de formular políticas públicas que ofereçam maior acesso da população, sobretudo de baixa renda, aos medicamentos. A discussão deve ir longe, pois a proposta da redução da alíquota de ICMS esbarra em questões econômicas. Os estados temem os efeitos que uma desoneração tributária acarretaria aos cofres públicos. Pelos cálculos do IBPT, se a alíquota de ICMS caísse para 12%, os estados deixariam de arrecadar R$ 1,42 bilhão. No entanto, o Instituto garante que a receita não cairia de fato. Seria compensada pelo crescimento de arrecadação decorrente do aumento do consumo e da diminuição da informalidade e da sonegação, estimulada pela adoção do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) (Contábil e Fiscal) e da Nota Fiscal Eletrônica. 52

O IBPT comprova a teoria em números. Em oito estados pesquisados – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco e Goiás – a arrecadação do ICMS dos medicamentos cresceu 85,16% em termos nominais e 46,89% em termos reais (descontada a inflação) entre 2006 e 2010. A receita subiu de R$ 4,36 bilhões para R$ 8,08 bilhões. Nesse mesmo período, a participação do ICMS dos medicamentos no Produto Interno Bruto (PIB) cresceu de 0,18% para 0,22%. O cenário demonstra que a redução e unificação da alíquota de ICMS é viável, pois não afeta a arrecadação em termos reais.

CASE DE SUCESSO O estado do Paraná saiu na frente quanto às iniciativas de redução dos impostos sobre os medicamentos. Em 2009, uma minirreforma tributária, instituída pela Lei nº 16.016/08, reduziu a alíquota de ICMS do setor de medicamentos de 18% para 12%. A expectativa do governo estadual, na época da redução, era tornar o medicamento mais acessível à população, de forma que houvesse uma redução no preço final do produto em torno de 8%. De acordo com um levantamento feito pelo IBPT realizado em farmácias e drogarias da região, a estratégia deu certo. A redução do ICMS provocou uma efetiva baixa nos preços dos medicamentos, sem que houvesse queda de arrecadação. No ano anterior à adoção da alíquota de 12%, o Paraná arrecadou R$ 76 milhões com o ICMS dos medicamentos. Em 2010, esse montante atingiu R$ 178 milhões. Ao que tudo indica, a redução do imposto foi benéfica tanto para a população quanto para o estado, pois a arrecadação de ICMS do setor de medicamentos cresceu 106% em um ano. O governo paulista deu os primeiros passos para uma maior flexibilidade na cobrança do imposto, mas ainda de maneira tímida. Em julho deste ano, oito substâncias tiveram o ICMS reduzido de 18% para 7%. A medida deve resultar em queda de até 10% no preço de alguns

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ECONOMIA

TAXAS REAIS Comparativo de carga tributária Medicamentos de uso humano Sal

33,87%

15,05%

Ovos

20,59%

Carne bovina

17,47%

Arroz e feijão

17,24%

Farinha de trigo

17,34%

Leite

18,65%

ICMS tem as seguintes alíquotas nominais internas: São Paulo

18%

Minas Gerais

18%

Rio de Janeiro Rio Grande do Sul Paraná

Os impostos, taxas e contribuições sobre os medicamentos são: • PIS e Cofins; • Imposto de importação; • Tributos sobre a folha de pagamentos; • Tributos sobre o lucro; • Outras taxas e tributos diversos.

19% 17% 12%

Santa Catarina

17%

Pernambuco

17%

Goiás

17%

Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT)

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países não tributam medicamentos nessa proporção porque têm um entendimento de que não se tributa a saúde das pessoas. É um bem maior, além de ser fundamental para que elas trabalhem mais, sejam mais produtivas. O Brasil está precisando muito de ganho de produtividade, isso gera crescimento do PIB e da arrecadação. O País ganha muito mais com pessoas saudáveis, do que com cidadãos internados com uma doença que poderia ter sido prevenida com o uso de um medicamento a preço acessível.”

Veja como varejo e indústria estão se articulando na luta da desoneração dos medicamentos. AL

E CO N TEÚDO

medicamentos. Ao contrário do governo federal, que deu prioridade a medicamentos de prescrição, a iniciativa visou itens de uso popular, como tylenol, resfenol, Advil e o contraceptivo levonorgestel. Entre as oito substâncias, também estão o antibiótico amoxicilina com clavulanato e princípios ativos usados no tratamento de asma, artrose e convulsões. “A redução do imposto federal já atinge 1.645 itens, já São Paulo criou uma lista com oito substâncias. Gostaríamos muito de saber o critério dessa escolha. Paracetamol está na lista, mas não incluíram dipirona, ácido acetilsalicílico e outros produtos semelhantes”, questiona Bernardo, da Interfarma. Para o diretor, a maior falha dos governos quanto à desoneração do ICMS dos medicamentos está na falta de visão da realidade do mercado. Além de perder empresas que preferem migrar para outros estados com alíquotas menores, a alta tributação causa efeitos indiretos na produtividade. “Os outros

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COMPETITIVIDADE

A reengenharia das farmácias no Brasil

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UMA ESTRATÉGIA PARA ENFRENTAR A TRÍPLICE REVOLUÇÃO DO VAREJO DE MEDICAMENTOS

Três profundas mudanças batem à porta do varejo farmcêutico, mas apenas uma pequena parte dos empresários se deu conta disto. Cada uma dessas tendências, isoladamente, já poderia ser considerada por si só uma revolução. Bem, vamos ao detalhamento de cada uma delas.

A REVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA

A primeira revolução é o impacto da tecnologia. No que diz respeito às drogas, avanços incríveis vêm se consolidando. Além das novas gerações de medicamentos biológicos, a nanotecnologia e o crescimento rápido dos conhecimentos científicos vêm mexendo pesadamente com as áreas de inovação dos grandes laboratórios. Investimentos maciços em uma corrida desenfreada pela inovação marcam o setor, e são esses medicamentos – se é que é assim que continuarão a se chamar – que a sua farmácia do futuro terá de vender. Ainda no que se refere à tecnologia, agora aplicada ao jeito de fazer varejo, a nuvem armazenará bancos de dados dos pacientes. Assim, as receitas poderão ser enviadas eletronicamente, o que abre a possibilidade de amplificar a troca de informações entre médicos, farmácias, vigilância e pacientes.

A REVOLUÇÃO DO SIGNIFICADO

VALTER PIERACCIANI Sócio fundador da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas 56

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De um lado, o Estado tende a regular os estabelecimentos em uma suposta tentativa de proteger os interesses e a saúde dos cidadãos. Isso empurraria as farmácias para o modelo europeu. Do outro, estabelecimentos querem fazer negócios e buscam resultados; para 2014

tanto, esforçam-se para maximizar o fluxo de pessoas e o valor do tíquete médio de suas lojas. Pendem para o modelo americano, vendendo de ovos de Páscoa a corticoides sem receita. O paciente, que estará se habituando a um ou a outro modelo de farmácia, também terá de se haver com o significado dos medicamentos, o qual também está mudando radicalmente. O que antes se chamava simplesmente medicamento, hoje pode ser definido como alimento, suplemento, complemento e assim por diante. Pelo menos para boa parte dos produtos de qualquer farmácia em que entremos. Pensem nos medicamentos para disfunção erétil. O que são? Qual é o significado deles?

A REVOLUÇÃO DA TIPOLOGIA DE ITENS Por fim, a terceira revolução é a de mercado, com a convivência entre medicamentos inovadores ou genuínos versus os similares versus os genéricos e, naturalmente, as diferentes táticas comerciais que esta enorme multiplicidade de itens irá requerer. Refiro-me às políticas de preço e aos descontos, ao posicionamento e às escolhas de cada laboratório e, por conseguinte, às estratégias de produtos de cada farmácia. O difícil de tudo isso é que não há certo ou errado. São cenários e realidades diferentes. Todos válidos. Há uma só resposta comum, capaz de fazer frente a todas essas indefinições. E ela é: é preciso ter uma estratégia. Em outras palavras, não podemos ser meros passageiros nesse veículo em trajetória incerta. FOTO: DIVULGAÇÃO

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DEBATE

A saúde para os

presidenciáveis

CANDIDATOS PROCURAM CONVENCER COM DIRETRIZES AMPLAS NA ÁREA DE SAÚDE, SEMPRE COM OLHOS VOLTADOS PARA O SUS POR CLAUDIA MANZZANO

A

A saúde é o que mais preocupa o brasileiro, segundo revela pesquisa do Datafolha publicada em março deste ano. Quarenta e cinco por cento dos entrevistados acreditam que este é o principal problema do País. Independente de ideologia ou partido político, nenhum can-

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didato à presidência ousa descartar o Sistema Único de Saúde, famigerado SUS, da mesma forma que ninguém ousa dizer que está ótimo. Amparado por um conceito ampliado de saúde, o SUS foi criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira e é um dos maiores sistemas públicos de FOTOS: SHUTTERSTOCK/EBCAGÊNCIA BRASIL

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saúde no mundo, abrange desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos. Não há um sistema com essa complexidade em nenhum país com o tamanho e a população do Brasil. Além do mais, o SUS é referência para muitos países que pretendem garantir acesso integral, universal e gratuito para seus cidadãos. Da mesma forma que é a base do sistema de saúde do Brasil. O Guia da Farmácia checou as diretrizes da área da saúde para o Programa de Governo das três coligações com maior intenção de votos segundo as pesquistas eleitorais. Como esperado, as principais propostas estão relacionadas ao SUS, mas elas aprensentam ideias que vão um pouco além do Sistema.

SUS NOS ÚLTIMOS ANOS Como atual presidente da República, Dilma Rousseff, candidata da coligação “Com a força do povo”, destaca que a melhoria das condições de saúde nos últimos anos é consequência da expansão de ações e serviços garantidos pelo SUS e pelo crescimento econômico, além da implementação de políticas sociais de combate à pobreza, e pelo aumento do acesso a esgoto e água tratada. As políticas públicas adotadas nos últimos 12 anos de governo petista garantiram, segundo dados da campanha, atendimento a 6,8 milhões de pessoas por mês no Programa Aqui Tem Farmácia Popular; acesso de 50 milhões de pessoas, em 3,8 mil municípios, ao Mais Médicos; atendimento a 73% da população com o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu); acesso de 80 milhões de pessoas à atenção de saúde bucal pelo Programa Brasil Sorridente; além do apoio do governo federal aos municípios na construção, ampliação e reforma de equipamentos de saúde, como as mais de mil Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os mais de 26 mil postos de saúde. A coligação que estava ocupando o terceiro lugar nas pesquisas, “Unidos pelo Brasil”, que até en†ão tinha o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto no dia 13 de agosto, como candidato pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), contesta os gastos. Ele dizia que, em 2000, o governo federal era responsável por 59,8% do custeio das despesas de saúde. Em 2011, essa porcentagem foi reduzida a 45,4%. Com isso, decresceu o número de leitos por habitante. A União é o principal financiador da saúde pública

INTENÇÕES DE VOTO Segundo pesquisa de intenção de voto do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), divulgada no dia 7 de agosto deste ano, Eduardo Campos tinha 9% das intenções de voto, atrás de Dilma, com 38%, e Aécio, com 23%. A tragédia muda o cenário das eleições mais concorridas em mais de uma década. Ao entrar na disputa pela Presidência da República (a candidatura de Marina Silva está para ser confirmada oficialmente no dia 20 de agosto. Esta edição do Guia da Farmácia foi fechada no dia 18 de agosto), a possível substituta de Eduardo Campos, que até então era sua vice, ingressa com 21% das intenções de voto. Segundo o Datafolha, ela largaria em 2º lugar, um ponto à frente de Aécio Neves. A ex-ministra tem um desempenho que afasta a chance de a eleição ser resolvida no primeiro turno. Já na simulação de segundo turno, Marina fica com 47% das intenções de voto, contra 43% da atual presidente. Fonte: Portal G1, Datafolha, Uol e www.politicalivre.com.br

no País. Historicamente, metade dos gastos é feita pelo governo federal, a outra fica por conta dos estados e municípios. A Emenda Constitucional nº 29 estabelece que os gastos da União devem ser iguais ao do ano anterior, corrigidos pela variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB).

SUS PARA OS PRÓXIMOS ANOS Em continuação ao programa que desenvolveu, Dilma reafirma o compromisso com o fortalecimento e aprimoramento do SUS. O tucano Aécio Neves, candidato da coligação “Muda Brasil”, garante que fortalecer o SUS será a permanente prioridade do governo na área de saúde caso seja eleito. Para ele, a baixa remuneração pela prestação de serviços, seja das redes pública, filantrópica ou privada complementar, precisa 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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DEBATE

A MUDANÇA INESPERADA O até então candidato a presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), o exgovernador de Pernambuco, Eduardo Campos, morreu no dia 13 de agosto, após a queda do jato em que viajava em um bairro residencial em Santos, no litoral paulista. O avião decolou do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para o pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave. O avião caiu no quintal de uma casa abandonada, no bairro do Boqueirão. Os destroços atingiram outras residências vizinhas. Campos tinha uma programação de campanha em Santos naquele dia. “Estivemos juntos, pela última vez, no enterro do nosso querido Ariano Suassuna. Conversamos como amigos. Sempre tivemos claro que nossas eventuais divergências políticas sempre seriam menores que o respeito mútuo característico de nossa convivência”, afirmou a presidente Dilma em nota oficial. “O Brasil perde um dos seus mais talentosos políticos, que sempre lutou com idealismo por aquilo em que acreditava. A perda é irreparável e incompreensível”, declarou Aécio. Campos deixou o governo de Pernambuco em abril deste ano para concorrer à Presidência da República. Ele começou na vida política aos 21 anos. Foi deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e governou Pernambuco por dois mandatos. No ano passado, fechou um acordo com a ex-senadora Marina Silva que não conseguiu registrar na Justiça Eleitoral o partido Rede Sustentabilidade a tempo de concorrer à eleição presidencial. Pelo acordo, Marina e integrantes da Rede ingressaram no PSB, e ela se tornou candidata à vice na chapa de Campos. O PSB afirmou em nota que o Brasil perdeu um “jovem e promissor estadista”. “Não é só Pernambuco e sua gente que perdem seu líder; não é só o PSB que perde seu líder. É o Brasil que perde um jovem e promissor estadista”, diz a nota. Fonte: Portal G1

ser rediscutida com urgência, porque causa ineficiências e compromete a qualidade assistencial. O candidato Eduardo Campos afirmava que existem enormes problemas de gestão do sistema de seguridade, de qualidade na prestação de serviços, e do subfinanciamento dessas políticas. A preocupação dele também era com relação à transição demográfica do País, em que a grande quantidade de jovens, a estabilização do crescimento e as tendências de envelhecimento resultarão em inúmeros reflexos no sistema de seguridade e na garantia de bem-estar para a sua população. Por isso, ele também propunha a regulação de serviços de níveis distintos de complexidade, a pactuação entre níveis de governo, as relações com os serviços suplementares de saúde (iniciativa privada) e com os profissionais de saúde. 60

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Outra preocupação era a de que havia uma tendência de reprodução no setor público da realidade hoje verificada no setor privado, em que predominam especialização, procedimentos de média e alta tecnologia, alto custo de intervenção. Portanto, pretendia, caso eleito, reorientar e integrar políticas setoriais capazes de promover a saúde e a melhoria da qualidade de vida; priorizar investimentos em programas e projetos para promoção da saúde e prevenção de doenças, apoiados por planos articulados com outros setores (educação, meio ambiente, etc.) para atuar nas causas e ir além das consequências; e organizar a cadeia produtiva dos serviços de saúde, a partir da reorientação da formação dos profissionais de área, equilibrando a proporção entre generalistas e especialistas e entre os serviços de Atenção Básica e de Alta Complexidade.

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ATENDIMENTO EFICIENTE Embora a candidata Dilma afirme que já melhorou o atendimento básico com as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), ela devte ampliar a rede destinada ao atendimento de emergências de baixa e média gravidade. Assim como ressalta o fortalecimento e a universalização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No atendimento especializado, Dilma quer a extensão das redes dessa área com a qualificação dos serviços hospitalares. 62

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•Perfil•

Uma das grandes polêmicas da área da saúde no governo Dilma foi o Programa Mais Médicos. A ideia era sanar o problema da falta de médicos em regiões afastadas – como o interior do País e bairros periféricos de grandes cidades – com médicos de países em que “sobram” estes profissionais. A grande atração do Programa é que o médico não precisa fazer o exame Revalida, prova teórica e prática tanto específicas da área quanto da língua portuguesa, e chegaria com emprego garantido em um posto definido pelo governo. Por meio de uma parceria com o governo cubano, foram os médicos da ilha caribenha que acabaram por ocupar essas vagas em massa. A candidata Dilma afirma que deve expandir o Programa Mais Médicos no caso de um segundo mandato. Já Aécio declarou que os cubanos têm prazo de validade no Brasil. Ele diz que vai criar a Carreira Nacional de Médicos, uma reivindicação antiga da classe médica, que quer concurso público e plano de carreira para a categoria. Mas Aécio ainda não dá detalhes de como vai ser o programa. Por outro lado, suas diretrizes também incluem a oferta de cursos preparatórios a médicos estrangeiros para permitir a realização do exame Revalida e aprimorar o Programa Mais Médicos, com padronização de remuneração.

AÉCIO NEVES

MAIS MÉDICOS Neto do ex-presidente Tancredo Neves e do ex-deputado federal Tristão da Cunha, Aécio Neves já nasceu na política. Seu berço foi em Minas Gerais, onde nasceu, em 1960. Ali passou a infância, especialmente nas cidades de Cláudio e São João del-Rei. Com 10 anos, se mudou para o Rio de Janeiro. A cidade de Cláudio está sendo cenário de uma polêmica que pode manchar sua imagem de governador honesto. Ali, quando ainda ocupava o Palácio Tiradentes, Aécio mandou fazer um aeroporto, reformando uma antiga pista de terra, em área desapropriada de um tio-avô. A família dele tem fazenda a seis quilômetros do aeroporto, mas ele disse que fez a obra para atender a uma demanda da comunidade local. No entanto, a pista não tem autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para funcionar. Além do aeroporto de Cláudio, Aécio reconheceu ter usado outra pista, em Montezuma, outra cidade de Minas Gerais. A pista foi construída na década de 1980 e reformada durante o governo de Aécio Neves. Na região, fica uma fazenda que ele herdou do pai. Essa pista também não tem homologação da Anac. Ainda jovem, acompanhou o avô Tancredo no governo de Minas, na campanha Diretas Já e na campanha de Tancredo à Presidência da República. Em sua primeira eleição, em 1986, elegeu-se deputado federal com 236 mil votos e teve a oportunidade de participar da elaboração da Constituição de 1988. Aécio foi reeleito deputado federal por mais três mandatos consecutivos. Como presidente da Câmara dos Deputados, criou o Conselho de Ética e implementou o Código de Ética e Decoro Parlamentar. Nesse período, nasceu sua primeira filha, Gabriela, fruto do seu primeiro casamento com a advogada Andréa Falcão. Em 2002, Aécio se candidatou ao governo de Minas Gerais e foi o primeiro governador do estado eleito em primeiro turno. Seu primeiro governo foi marcado pelo Choque de Gestão, programa que reorganizou o estado e as contas públicas com objetivo de investir mais na ampliação e melhoria dos serviços públicos para o cidadão. Ele também tomou uma das medidas mais populares de um governador: reduziu seu próprio salário quase pela metade. Em 2006, concorreu à reeleição e novamente se reelegeu em primeiro turno, com nova votação recorde: 77% dos votos válidos. Em 2010, Aécio foi eleito senador. Entre seus projetos, está o que torna o Bolsa Família um programa de estado e que amplia as garantias dos beneficiários do programa. Em 2013, foi eleito presidente nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e se casou com Letícia Weber. Em junho de 2014, eles se tornaram pais de Julia e Bernardo. Candidato da coligação: “Muda Brasil” – Presidente: Aécio Neves (PSDB), Vice: Aloysio Nunes (PSDB); PSDB, Democratas, PEN, PMN, PTB, PTC, PTN, PtdoB, Solidariedade

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Na saúde básica, Aécio destaca o fortalecimento e a ampliação do Programa Saúde da Família (PSF) para todo o território nacional, qualificando e ampliando a sua cobertura, incorporando mais profissionais e profissões, estruturando-o como porta de entrada do SUS e garantindo que este atenda a todas as necessidades de promoção, prevenção e atenção básica. E para atendimentos mais específicos, Aécio diz que vai construir 500 centros de atendimentos especializados caso ganhe mais votos em outubro próximo. A proposta é de que cada unidade tenha um médico para fazer diagnóstico inicial do paciente, realizar exames e entregar eventuais medicamentos. Sem a necessidade de seguir para hospital. Já para o PSB, a atenção básica de saúde deve ser efetivamente universalizada e a única porta de entrada dos serviços de saúde, exceto pelas emergências médicas. Mas esse preceito requer um enorme esforço de organização dos serviços, inclusive no sentido de articular unidades de diferentes níveis de complexidade entre si. O objetivo é ter a atenção básica como eixo estruturante da organização e articulação de ações, como condição para o acesso àqueles de complexidades mais altas, exceto pelas emergências médicas. O Programa da Saúde na Família também era foco de Campos, visando estimular seu potencial humanizador do cuidado no atendimento, assim como promover a formação de profissionais de saúde nesse sentido, com prioridade para médicos generalistas, enfermeiros, assistentes sociais e agentes comunitários. Inclui-se nesse âmbito, a promoção da alimentação saudável, com a inserção dos profissionais de nutrição nas equipes de apoio do PSF/Unidades Básicas de Saúde.

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA A tecnologia também está presente nas diretrizes de Aécio do PSB. Para ele, o Cartão-Cidadão da Saúde, em articulação com o Cadastro Nacional Único, dará a garantia de acesso a qualquer brasileiro a uma saúde pública ou privada. Para dar certo, acredita que é preciso forte investimento público em tecnologia da informação, permitindo a gestão dos serviços de saúde, desen2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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•Perfil•

DILMA ROUSSEFF

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Seu sobrenome não era conhecido na política, mas ganhou a confiança de Luiz Inácio Lula da Silva que a elegeu sua sucessora. Dessa forma, Dilma Rousseff se tornou a primeira mulher presidente do Brasil. Nascida em 14 de dezembro de 1947, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, é filha de um imigrante búlgaro com uma professora brasileira. Aos 16 anos, Dilma inicia sua vida política, integrando organizações de combate ao regime militar. Atua junto com seu então marido, advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, na luta armada em movimentos revolucionários como o Comando de Libertação Nacional (Colina) e o Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). E por esta militância fica presa por três anos e é torturada. Ao sair da prisão, se muda para Porto Alegre, onde estuda Economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1976, Dilma dá à luz a filha Paula Rousseff Araújo. Com o marido, ajuda a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Rio Grande do Sul. Em 1986, o então prefeito da capital gaúcha, Alceu Collares, escolhe Dilma para ocupar o cargo de secretária da Fazenda. Em 1993, com a eleição de Alceu Collares para o governo do Rio Grande do Sul, torna-se secretária de Energia, Minas e Comunicação do estado. Somente em 2000, filia-se ao Partido dos Trabalhadores (PT). Dois anos depois, Dilma é convidada a participar da equipe de transição entre os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Lula (2003-2010). Com a posse de Lula, torna-se ministra de Minas e Energia. Entre 2003 e 2005, comanda a criação do chamado marco regulatório para as práticas em Minas e Energia. Além disso, preside o Conselho de Administração da Petrobras, introduz o biodiesel na matriz energética brasileira e cria o programa Luz para Todos. Em 2005, com a saída de Zé Dirceu do governo, Lula escolhe Dilma para ocupar a chefia da Casa Civil. A ministra assume a direção de programas estratégicos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida. Em 2006 deu aval para a compra pela Petrobras de uma refinaria de petróleo em Pasadena, Texas (EUA). Negócio que viria a se tornar seu calcanhar de aquiles para a imagem de boa gestora. Existem suspeitas de superfaturamento na compra e prejuízo de mais de 1 bilhão para os cofres públicos. Candidata da coligação: “Com a força do povo” – Presidente: Dilma Rousseff (PT), Vice: Michel Temer (PMDB); PT, PMDB, PR, PRB, PROS, PDT, PCdoB, PP, PSD.

volvendo e implantando centrais de agendamentos vinculados à atenção primária, incluindo as internações hospitalares e a telemedicina como porta de 64

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acesso dos profissionais de saúde nas regiões mais distantes a uma contínua assistência técnica, tele-consultas, telemonitoramentos, avaliação e solução

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REPASSES IMPORTANTES O candidato tucano garante que é essencial o aumento dos recursos para a saúde e que, se ganhar, isto acontecerá de duas fontes principais: do crescimento do financiamento público e do aumento da eficiência na gestão das políticas do setor. Aécio conclui que o novo modelo de gestão da saúde se baseará na criação de redes assistenciais integradas de saúde, que permitirão o melhor uso possível dos recursos de saúde – públicos, privados e filantrópicos – no nível de cada região. Campos pretendia aumentar os gastos federais com ações e serviços públicos de saúde tendo como base a Receita Corrente Bruta (RBC) da União. Ele também apoiava e queria levar adiante o projeto de lei de iniciativa popular “Saúde +10”, que assegura o repasse 66

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•Perfil•

para problemas de diagnóstico e tratamento a distância. Campos se restringia a pontuar que o investimento em tecnologia da informação e comunicação vai modernizar o trabalho das equipes do Programa Saúde da Família junto a indivíduos, famílias e comunidades. Ainda que não conste nada nas diretrizes da atual presidente sobre tecnologia da informação, vale ressaltar que o Datasus, criado em 2011, é o sistema de tecnologia da informação do SUS atualmente. Esse sistema permite que todos os dados de pacientes e procedimentos estejam em uma mesma base de dados e que o governo federal tenha informação para melhoramento de políticas públicas.

MARINA SILVA

DEBATE

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Marina Silva nasceu em Rio Branco, capital do estado do Acre, em 8 de fevereiro de 1958. Descendente de africanos e portugueses, foi registrada com o nome de Maria Osmarina Silva de Souza, sendo filha do seringueiro Pedro Augusto da Silva e de Maria Augusta da Silva. Em Rio Branco, seu primeiro trabalho foi de empregada doméstica, abandonando seu plano inicial de ser freira. Ao longo de sua adolescência e juventude, Marina Silva teve inúmeros problemas de saúde, tais como malária, contaminação por mercúrio e leishmaniose. Seu primeiro casamento ocorreu em 1980, resultando em dois filhos: Shalon e Danilo. A união terminou em 1985. No ano seguinte, em 1986, casou-se com Fábio Vaz de Lima. Desse casamento, que dura até hoje, Marina teve Moara e Mayara. Apesar de ter sido educada no catolicismo, professa o cristianismo evangélico desde 1997, sendo membro da Assembleia de Deus. Analfabeta, Marina foi matriculada no Mobral, alfabetizando-se aos dezesseis anos. É formada em História, pela Universidade Federal do Acre. Mais tarde, fez especialização em Teoria Psicanalítica na Universidade de Brasília (UnG) e em Psicopedagogia na Universidade Católica de Brasília (UcB). Ingressou no Partido Revolucionário Comunista [PRC, organização marxista que se abrigava no Partido dos Trabalhadores (PT), então sob o comando do deputado José Genoíno]. Foi professora na rede de ensino secundário e engajou-se no movimento sindical. Foi companheira de luta de Chico Mendes e com ele fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Acre, em 1985. Em 1986, filiou-se ao PT e candidatou-se a deputada federal. Em 1988, foi a vereadora mais votada do município de Rio Branco, conquistando a única vaga da esquerda na Câmara Municipal. Depois disso foi deputada e senadora. Foi ainda secretária nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores. Em 2003, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, foi nomeada ministra do Meio Ambiente. Em dezembro de 2006, foi acusada de atrasar licenças ambientais para a realização de obras de infraestrutura, e declarou que não estava disposta a flexibilizar a gestão da pasta para permanecer no governo. Em 13 de maior de 2008, cinco dia após o lançamento do Plano Amazônia (PAS), cuja administração foi atribuída a Roberto Mangabeira Unger, Marina entregou sua carta de demissão. Em 11 de junho de 2010, anunciou oficialmente sua candidatura à Presidência da República, ocasião na qual afirmou pretender ser a primeira mulher, negra e de origem pobre a governar o Brasil. Obteve 19,33% dos votos válidos, ocupando assim, o terceiro lugar na disputa que seguiu para o segundo turno entre Dilma Rousseff e José Serra. Em outubro de 2013, após ter o registro do seu partido negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marina abdica de sua candidatura à presidente e resolve se aliar ao PSB e a Eduardo Campos. Após a morte de Eduardo Campos, tudo indica que Marina Silva será sua substituta, lançando-se candidata à Presidência do Brasil.

efetivo e integral de 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde pública brasileira. E para isso funcionar, propunha reverter a incidência da Desvinculação de Receitas da União (DRU) no orçamento da Seguridade Social. Essa ferramenta serve basicamente para aumentar a flexibilidade a fim de que o governo use os recursos do orçamento nas despesas que considerar de maior prioridade.

MEDICAMENTOS NAS PROMESSAS Os três presidenciáveis com maior intenção de votos não investiram muito de suas diretrizes para expressar suas políticas na área de medicamentos. Dilma se restringe a afirmar que pretende ampliar o acesso. Campos desejava ampliar a capacidade de prevenção da Vigilância Epidemiológica, visando evitar o excesso de gastos em medicamentos. Aécio, herdeiro político do presidente Fernando Henrique Cardoso, que implementou a categoria de Genéricos no País, quer a retomada desta política dando apoio aos laboratórios oficiais na produção destes medicamentos, como forma de reduzir o custo e aumentar o acesso da população a medicamentos. Ele também cita o fortalecimento e ampliação do complexo produtivo da saúde no Brasil, investindo no desenvolvimento de uma política de ciência, tecnologia e inovação e no fortalecimento da indústria farmacêutica nacional e dos laboratórios farmacêuticos oficiais. Caso a candidatura de Marina Silva seja confirmada, as diretrizes de Eduardo Campos para a saúde deverão ser mantidas. 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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CENÁRIO

Se vamos viver mais, como vamos viver?

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PARA QUEM FICA A RESPONSABILIDADE DE CUIDAR DOS IDOSOS DA FAMÍLIA? QUARENTA POR CENTO DOS CUIDADORES DE IDOSOS DOENTES SÃO PESSOAS IDOSAS TAMBÉM

EDUARDO CHVAICER Empresário e máster franqueado da Right at Home (www.rahbrasil.com.br) no Brasil, líder mundial em cuidados com idosos em domicílio 68

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Sabemos que o envelhecimento da população já está acontecendo, pois as famílias têm menos filhos e estão preocupadas cada vez mais com a vida profissional. Se estamos envelhecendo, como vamos viver? Quem cuidará de nós ou ainda, quem cuidará do próprio familiar cuidador? Uma pesquisa realizada recentemente pela Universidade de São Paulo (USP) constatou que 40% das pessoas que cuidam de idosos doentes são também idosas e, principalmente, mulheres. Elas assumem esse papel, pois não querem atrapalhar a vida profissional ou pessoal dos seus filhos, não pedem ajuda e, assim, agregam funções que muitas vezes são dolorosas e desgastantes. E o impacto na saúde do cuidador idoso é enorme. Com uma carga maior de estresse, ele está mais propenso a ter problemas físicos e psicológicos do que a população idosa em geral. Percebemos que, por causa do desgaste, ele acaba negligenciando a saúde do outro, não por querer, mas pelas condições e estruturas em que se encontra. Só em São Paulo vivem 1,4 milhão de idosos acima de 60% (12% da popu2014

lação). A maioria tem duas doenças ou mais (80%). Entre 80 e 90 anos, 20% deles apresentam algum tipo de demência, a partir dos 90 anos, esse número é de 40% e pode piorar. Imagine ter de cuidar do marido que não tem nenhuma recordação? Acreditem, é triste e doloroso, pois os idosos com demência esquecem e voltam a ser crianças e essa realidade é dura demais para quem não tem preparo profissional e psicológico. Assim, é fundamental a ajuda de um cuidador profissional. Quando não existe a figura dessa pessoa qualificada para a função, quem assume a responsabilidade de cuidar do idoso tende a sofrer calado e pode ficar com depressão, fadiga, frustração, além de reduzir o convívio social e diminuir a autoestima. Pode até se tornar intolerante e amargo, distanciando-se da pessoa cuidada e da família. Em casos extremos, pode morrer antes mesmo do idoso cuidado. Por isso, todos os idosos precisam de carinho e atenção. Reflita e veja como pode ajudá-los para tornar o dia a dia deles mais ameno, tranquilo e o mais importante: feliz! FOTO: DIVULGAÇÃO

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PESQUISA

94% dos brasileiros

fazem compras em farmácias ESSE UNIVERSO SERÁ FORTEMENTE AFETADO PELA LEI 13.021, PUBLICADA EM AGOSTO DESTE ANO, QUE RECONHECE A FARMÁCIA COMO UM ESTABELECIMENTO DE SAÚDE

D

POR EGLE LEONARDI

De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ), em parceria com o Datafolha, 94% dos brasileiros declaram realizar compras em farmácias e drogarias. 70

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O estudo é intitulado Perfil dos Consumidores de Medicamentos no Brasil e tem como objetivo aprender e compreender o comportamento da população brasileira no hábito de consumo de medicamentos. FOTO: SHUTTERSTOCK

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“Esse resultado – 94% – tem importante representatividade para o setor neste momento. Essa população consumidora de medicamentos e outros produtos em farmácias certamente será impactada pela Lei 13.021, de 8 de agosto de 2014, que torna obrigatória a presença de um farmacêutico em drogarias, durante todo o horário de funcionamento”, fala o diretor de pesquisa do ICTQ, Marcus Vinicius de Andrade. Com a norma, as farmácias deixarão de ser apenas estabelecimentos comerciais e passarão à condição de prestadoras de serviços de assistência à saúde. Segundo o Censo Demográfico Farmacêutico 2014 do ICTQ, atualmente, no Brasil, há 76.483 estabelecimentos registrados como drogarias ou farmácias. O estudo mostra ainda que há 176.963 profissionais farmacêuticos. Com base no último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há um farmacêutico para cada 2 mil habitantes. Por esse levantamento, que foi realizado junto à população em 12 capitais brasileiras, 79% dos entrevistados consideram a presença do farmacêutico na farmácia muito importante e 16% acham que é importante, somando 95% dos que acreditam ser fundamental a presença do farmacêutico nos pontos de venda. Ainda para 90%, esse profissional é importante na manutenção da saúde. Para a presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfar-GO) e vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO), Lorena Baía, o dado revela que a sociedade passa a ter uma percepção do papel do farmacêutico como profissional de saúde que está em uma das pontas do serviço, prestando atendimento à população, seja em farmácias, hospitais, postos de saúde, laboratórios e em programas de atenção básica. Dentro do universo pesquisado, 16% já percebem a farmácia como estabelecimento de saúde,

conforme prevê a Lei 13.021/14. Outros 31% a veem como minimercado, 25% como loja de conveniência e 28% como loja de cosméticos. “De acordo com a pesquisa, apesar de as farmácias venderem uma série de produtos, os medicamentos que continuam chamando mais a atenção do consumidor são também os mais consumidos. A nova lei também restringe o rol de produtos que podem ser vendidos nas drogarias, apesar de o texto não detalhar quais produtos devem ter restrições de venda”, destaca Andrade. Lorena também comemora a publicação da lei e acredita que o índice de 16% que já percebem a farmácia como estabelecimento de saúde, segundo a pesquisa do ICTQ, irá aumentar. “A beleza dessa batalha que encampamos, e que reflete a importância da nossa profissão, é que a luta não foi apenas corporativa. Ela resultou na valorização da categoria, que só se efetiva com a garantia do direito da sociedade a ter o acesso ao medicamento mediante a orientação de um farmacêutico habilitado, com condições sanitárias adequadas”, comenta ela, que acredita que, com a transformação das farmácias em estabelecimento de saúde, os interesses comerciais não vão mais se sobrepor à defesa da saúde pública. “Acredito que essa percepção vai se ampliar cada vez mais”, dispara. O estudo do ICTQ mostra o universo de produtos que mais chamam a atenção do consumidor nas farmácias e drogarias: medicamentos ou remédios, com 52%; cosméticos ou produtos de beleza, 27%; produtos de higiene pessoal, 17%; alimentos, 2%; e bebidas,1%.

PROGRAMAS EM FARMÁCIAS No início de 2014, o ICTQ realizou uma pesquisa intitulada Ações que Poderiam Melhorar a Área da Saúde, por

METODOLOGIA DA PESQUISA A pesquisa Perfil dos Consumidores de Medicamentos no Brasil é quantitativa, com abordagem pessoal e individual dos entrevistados, e foi feita em pontos de fluxo populacional, mediante aplicação de questionário. Foram realizadas, em 2013, 1.611 entrevistas distribuídas em 12 capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Recife, Goiânia, Campo Grande, Belém e Manaus.

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REALIDADE DO PAÍS

76.483 176.963

estabelecimentos registrados como drogarias ou farmácias

registros de profissionais farmacêuticos

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farmacêutico para cada 02 mil habitantes

Fonte: ICTQ

NO QUE DIZ RESPEITO À PRESENÇA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NO ESTABELECIMENTO, A POPULAÇÃO CONSIDERA

79

%

muito importante

16 = 95 %

%

importante

Fonte: ICTQ

meio da qual se verificou que 29% da população brasileira aponta que uma das ações e medidas que poderiam ser tomadas pelos próximos governos, para a melhoria da saúde pública, é a criação de programas sistematizados de prevenção à saúde. O mais importante é que 25% da população (37,2 milhões de brasileiros) indica a necessidade desses programas de prevenção da saúde especificamente dentro das farmácias. Segundo o professor de Pós-Graduação do ICTQ, Leonardo Doro Pires, esses dados demonstram a percepção da sociedade brasileira sobre o papel que as farmácias e drogarias possuem na assistência básica à saúde: a farmácia é o ponto de atendimento mais disponível e menos burocratizado. Com a ineficiência do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, que em tese possui o princípio constitucional da universalidade de acesso, grande parte da população enfrenta muita dificuldade para usufruir da atenção básica formal ou precisa recorrer a um plano de saúde suplementar para ter esse serviço disponível. “Podemos 74

dizer que a porta de entrada do SUS, a atenção básica, está emperrada. Com toda a capilaridade que as mais de 76 mil farmácias têm, parece óbvio que precisamos utilizar essa estrutura para lubrificar as portas da assistência básica e colocar definitivamente a farmácia e o farmacêutico como agentes de intervenção primária na saúde”, fala Pires. Ele defende que a Lei 13.021/14 dá o primeiro passo nessa direção. De acordo com Andrade, o artigo 3º dessa lei diz textualmente que farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva. “Esse texto dará embasamento para iniciarmos a descaracterização da farmácia como ambiente destinado ao varejo de medicamentos e a projetarmos como um estabelecimento voltado para a prestação de serviços em saúde”, fala ele. Lorena ressalta que a lei consolida a autonomia técnica do farmacêutico, já que o proprietário da farmácia não poderá desautorizar ou desconsiderar as

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PESQUISA

O QUE DIZ A LEI A Lei 13.021 foi sancionada pela Presidência da República em 8 de agosto de 2104, mas foi publicada, juntamente com a Medida Provisória 653/2014 (que dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas) no Diário Oficial da União, edição de 11 de agosto de 2014. A Lei enquadra as farmácias como estabelecimentos de saúde e trata das atividades farmacêuticas a ser exercidas, principalmente a prestação de serviços como medição de pressão, glicemia, aplicação de soros e vacinas e outros serviços. Ela diz que cabe ao farmacêutico notificar os profissionais de saúde, órgãos sanitários e o laboratório industrial sobre efeitos colaterais, reações adversas, intoxicações e dependência de medicamentos. A nova lei prevê ainda que as farmácias devem ter instalações adequadas sob o aspecto sanitário, devendo ainda ter equipamentos necessários à conservação de imunobiológicos. Dispõe, ainda, sobre a obrigatoriedade da presença do profissional farmacêutico nos estabelecimentos farmacêuticos, contudo, a Medida Provisória (MP) 653/14, abre exceção para as empresas enquadradas na Lei Geral do Simples (Lei 123/2006), permitindo a aplicação do disposto no artigo 15 da Lei 5991/1973, para as farmácias que se caracterizam como microempresas e empresas de pequeno porte. A Lei 13.021/14 entrará em vigor de 45 dias após sua publicação. Segundo a presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfar-GO) e vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO), Lorena Baía, a MP inclui um parágrafo único no artigo 6º da nova Lei Federal, determinando que se aplique, às microempresas e empresas de pequeno porte, o artigo 15 da Lei Federal nº 5.991/73, a antiga legislação que regia a atividade pelos Conselhos de Farmácia e, portanto, mantém a obrigatoriedade do profissional durante todo o horário de funcionamento. A Lei 13.021/14 determina, no artigo 5º, que não foi modificado pela Medida Provisória, que: “no âmbito da assistência farmacêutica, as farmácias de qualquer natureza requerem, obrigatoriamente, para seu funcionamento, a responsabilidade e assistência técnica de farmacêutico habilitado na forma da lei”.

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DENTRO DO UNIVERSO PESQUISADO, 16% JÁ PERCEBEM A FARMÁCIA COMO ESTABELECIMENTO DE SAÚDE, CONFORME PREVÊ A LEI 13.021/14. OUTROS 31% A VEEM COMO MINIMERCADO, 25% COMO LOJA DE CONVENIÊNCIA E 28% COMO LOJA DE COSMÉTICOS orientações técnicas emitidas pelo profissional formado em Farmácia. “Outro destaque importante é a responsabilidade solidária do proprietário e farmacêutico para a promoção do uso racional de medicamentos”, diz ela. Já para Pires, deriva desse novo conceito a obrigatoriedade, na forma de lei, da presença do farmacêutico durante todo horário de funcionamento da farmácia: “Estamos presenciando uma transformação profunda na farmácia brasileira, na qual está ocorrendo a oficialização do que já vem sendo praticado por grande parte da população brasileira, ou seja, a atuação das farmácias como canal de atenção primária à saúde”. A pesquisa do ICTQ descobriu que 16% da população já percebe a farmácia como estabelecimento de saúde. Para Pires, a obrigatoriedade da presença do profissional farmacêutico durante todo o tempo de funcionamento da farmácia, fato que não era percebido em algumas regiões do Brasil, permitirá ao farmacêutico, por meio de suas práticas, ampliar ainda mais essa percepção da população sobre a farmácia brasileira. “Afinal, a farmácia só será percebida como um estabelecimento de saúde à medida que o farmacêutico se apresentar, de forma definitiva, como um profissional da saúde”, comenta o professor. Além disso, percebe-se nas grandes redes uma mudança estratégica, em que passarão por uma reformulação de seus layouts de loja e pelo oferecimento sistematizado de serviços farmacêuticos. Ele defende que essas empresas não demorarão a perceber que o oferecimento de serviços de saúde efetivos é a principal forma de diferenciação do seu negócio, que atualmente se restringe à queda de braço pela prática do menor preço.

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INTERNACIONAL

Carreira em

ascensão

N

AS OPORTUNIDADES DES DE TRABALHO NO VAREJO SÃO INÚMERAS. SETOR ETOR É EXTREMAMENTE ÁGIL E DINÂMICO, PROPORCIONANDO AOS FUNCIONÁRIOS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO E CRESCIMENTO

TAT IANA FE RRARA Farmacêutica e consultora do Guia da Farmácia para a NRF 2015 78

art-internacional 78

No varejo dos Estados Unidos, nota-se que os funcionários permanecem por muito tempo na mesma empresa, chegando a ter 10, 20 e até 30 anos de trabalho. Durante a última edição da Retail Big Show, promovida pela National Retail Federation (NRF), entre 12 e 15 de janeiro, em Nova York, tive a oportunidade de conversar com muitos gestores e vendedores de empresas do varejo americano. Grande parte deles afirmou estar feliz com os postos que ocupa e com a empresa onde trabalha. Isto faz com que o atendimento seja muito diferenciado. Ao entrar nas lojas em Nova York, é possível perceber que os funcionários que atendem os clientes possuem algumas características, como: gostar do relacionamento com pessoas, boa comunicação, conhecimentos sobre os produtos e técnicas de vendas. No Brasil, o varejo oferece diversas oportunidades de trabalho e é o setor que mais emprega no País. Porém, há muitos estereótipos negativos associados ao varejo, como jornadas de trabalho longas e irregulares, além de baixos salários. Há dois lados da moeda aqui: um deles é que o varejo realmente não consegue ter programas eficientes para diminuir a rotatividade dos

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funcionários; do outro lado, há uma grande dificuldade em encontrar pessoas com as características fundamentais para trabalhar no varejo. Para um profissional atingir sucesso em sua carreira no varejo, é preciso desenvolver e aplicar algumas habilidades imprescindíveis. Essas habilidades são: flexibilidade, gostar de pessoas, determinação, vontade de aprender e, principalmente, a capacidade de encarar desafios. O setor necessitará cada vez mais de equipes mais profissionais, pois o cliente está mais exigente. Fica o questionamento: como poderíamos trazer para o Brasil esse tipo de características e o que desenvolve esse espírito no funcionário? Atualmente, existem muitas formas de desenvolvimento de carreira no setor. A probabilidade de ganhar uma posição gerencial e responsabilidades, que levariam anos para se obter em outro setor, é muito alta. Acredito sinceramente que é possível aprender muito sobre como criar carreiras atrativas e reter os funcionários de bom desempenho com o varejo norte-americano. Venha visitar a NRF conosco e conheça as formas diferentes de gestão de pessoas! FOTOS: DIVULGAÇÃO/SHUTTERSTOCK

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CARREIRA

Reconhecimento

notório

A PROFISSÃO DE FARMACÊUTICO É APONTADA COMO A QUINTA COM MAIOR ÍNDICE DE CONFIANÇA DO BRASILEIRO, SEGUNDO PESQUISA GLOBAL DO INSTITUTO ALEMÃO GFK VEREIN POR ADRIANA BRUNO

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Você já parou para pensar quanto do seu dia a dia depende de outras pessoas? De profissionais de outras áreas? Desde o motorista de táxi, o vendedor de loja, o professor, o policial, o bancário e, claro, o farmacêutico. Para que todas as engrenagens que movem a sociedade funcionem, tanto na esfera privada, como nas relações comerciais e pro-

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fissionais, é preciso que haja certo nível de confiança nas ações e no próprio trabalho desses tantos profissionais que estão diretamente envolvidos em nosso cotidiano. E para conhecer o quanto esses profissionais são confiáveis na visão da sociedade, o instituto alemão GFK Verein realizou, no primeiro semestre deste ano, um estudo global intitulado In Trust Professions 2014. FOTOS: SHUTTERSTOCK/RAQUEL SCAFF GIUNTI/DIVULGAÇÃO

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O estudo foi feito em 25 países, como África do Sul, Argentina, Brasil, Estados Unidos, Suíça, Japão, Espanha, Turquia, Índia, entre outros. O processo de seleção se concentrou em 32 profissões presentes nos 25 países analisados. Foram entrevistadas 28 mil pessoas, levando em conta critérios, como idade, por exemplo. De acordo com a GFK Verein, o ranking de confiança mundial é liderado por profissionais que são essenciais para o funcionamento básico da economia e da sociedade e que devem ser capazes de ser invocados, especialmente em situações de emergência e outras circunstâncias excepcionais: bombeiros, paramédicos, técnicos e médicos, mas também pilotos e artesãos. A pesquisa abordou questionamentos, como: as mulheres são mais confiantes do que os homens? Para a Alemanha e vários outros países europeus, parece que as mulheres têm mais confiança em toda uma série de profissões: incluindo padres, prefeitos e funcionários públicos, bem como de mercado e de opinião, pesquisadores e assistentes bancários, mas também atores e apresentadores de TV. Homens, por outro lado, tendem a confiar mais nas profissões técnicas, como engenheiros, especialistas em informática e arquitetos, mas também atletas profissionais. O estudo apontou que os bombeiros são os profissionais mais confiáveis, não apenas no Brasil. No País, o índice dos bombeiros foi de 92% e o índice global, 90%. Em 15 dos 25 países considerados, eles receberam a maioria dos votos, seguidos por enfermeiros, médicos, professores e farmacêuticos. Em quase todos os países, os políticos são os menos confiáveis e figuraram em último lugar no ranking tanto global quanto do Brasil. O Brasil, por sua vez, com uma classificação média de 56% na comparação global entre os países, está na extremidade inferior de ordem de classificação com a menor confiança e Argentina e Japão dividem a posição com o nosso País. Já na África do

PROFISSÕES MAIS CONFIÁVEIS NO BRASIL 1. Bombeiro 92%. 2. Professor 82%. 3. Paramédico 81%. 4. Piloto 80%. 5. Farmacêutico 76%. 6. Enfermeiro 72%. 7. Arquiteto 72%. 8. Médico 66%. 9. Jornalista 66%. 10. Engenheiro e técnico 64%. 11. Soldado 61%. 12. Juiz 59%. 13. Motorista de táxi 57%. 14. Ator 57%. 15. Condutor de trem ou metrô 56%. 16. Especialista em computador e software 56%. 17. Artesão 55%. 18. Fazendeiro 55%. 19. Publicitário 53%. 20. Profissional de pesquisa de opinião de mercado/pesquisador 53%. 21. Vendedor 53%. 22. Padre/pastor 50%. 23. Atleta/jogador de futebol 49%. 24. Apresentador de televisão 48%. 25. Funcionário público 48%. 26. Bancário/funcionário do setor bancário 46%. 27. Policial 44%. 28. Empreendedor 42%. 29. Advogado 41%. 30. Agente de seguros 30%. 31. Prefeito 14%. 32. Político 6%. Fonte: GFK Verein – In Trust Professions 2014

Sul, Índia e no Canadá, a confiança em todos os grupos profissionais é alta. Ainda de acordo com o GFK Verein, além do nível médio de confiança em cada país, também foram calculados índices individuais em grupos profissionais em todos os países 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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CARREIRA

Nome: Maria Antonieta Scaff Giunti de Araújo Idade: 40 anos Tempo de profissão: 17 anos Área de atuação: Farmacêutica Drogaria Universidade em que se formou: Universidade Federal de Alfenas (Unifal) Expectativa com relação à carreira: Consolidar cada vez mais a confiança dos clientes/pacientes, por meio de um relacionamento de qualidade baseado em conhecimento, atendimento personalizado e solicitude Onde trabalha atualmente: Proprietária e responsável técnica na Drogaria Americana em Tapiratiba (SP) Sobre a profissão: É muito promissora, a indústria farmacêutica e cosmética cresceu muito na última década e hoje é um dos setores com melhores perspectivas em termos de mercado de trabalho

lidando na sociedade a percepção de que o farmacêutico é um profissional de saúde essencial e que a sua presença na farmácia é fundamental. Ainda de acordo com declarações da entidade, isso nem sempre foi assim. “Consideramos que essa mudança na percepção se deve em grande parte a um debate amplo que vem sendo travado sobre o papel do medicamento e do farmacêutico. Também, porque muitas vezes o contato da população com um profissional de saúde se dá, primeiramente, e em alguns casos, exclusivamente, na farmácia. Por isso, a indicação de quinto lugar no ranking mundial e nacional demonstra que a população busca cada dia mais esse profissional. E o tem como referência quando o assunto é sua saúde. Entre os cinco mais confiáveis, estamos ao lado dos colegas bombeiros, médicos, enfermeiros, e professores. Temos tudo para crescer ainda mais neste índice de confiança com a sanção, pela presidente Dilma Rousseff, da Lei 13.021 que dispõe da farmácia como estabelecimento de saúde”, declara a entidade. Na opinião do presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ), Marcus Athila, em um mundo em que a confiança nas prá-

que participaram da pesquisa. Os resultados foram ponderados de acordo com o número de habitantes.

FARMACÊUTICOS OCUPAM A QUINTA POSIÇÃO NA PESQUISA Toda e qualquer profissão tem seus desafios, mas trabalhar com saúde, com o bem-estar de outras pessoas exige um nível de competência que vai além da formação, do conhecimento. Há muito que se ouve falar que o farmacêutico, principalmente aquele de bairro, estabelecido no mesmo local há anos, é praticamente o “médico da família”. Isso porque o que se dá é uma relação de confiança, de certa cumplicidade entre quem passa por problemas ou dificuldades com saúde, com aquele que pode lhe ajudar a entender sua medicação, orientar como tomá-la, por que tomá-la, dar uma atenção diferenciada. Esses elementos, aliados aos serviços de atenção farmacêutica e à própria capacitação profissional, colocaram o farmacêutico na quinta posição no estudo In Trust Professions 2014, com 76% no Brasil e 87% na média global. Para a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), o resultado da pesquisa é positivo, uma vez que demonstra que vai se conso82

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CURIOSIDADE O estudo revelou que, durante a Copa das Confederações, em junho de 2013, o uso da força policial durante protestos da população fez com que o índice de confiança do brasileiro nessa categoria fosse de 44%, colocando os policiais na 27ª posição do ranking. Outras categorias que apresentaram baixo desempenho foram advogados, prefeitos e funcionários públicos. Já a classe política, esta teve os piores resultados em todo o mundo, ficando em último lugar nos 25 países. No Brasil, os políticos alcançaram índice de 6% de confiabilidade. Já os professores chegaram perto do resultado dos bombeiros, ocupando o segundo lugar com 82%. Médicos, paramédicos, enfermeiros, jornalistas também figuram entre as dez profissões com maior credibilidade.

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ticas profissionais é quase escassa, os farmacêuticos estão privilegiados numa escala internacional. “Esse grau de confiabilidade se dá pela facilidade de acesso da população a esse profissional de saúde. Hoje, o farmacêutico passa a ser visto como alguém que pode promover a qualidade de vida do paciente e desempenha um papel de suma importância na sociedade brasileira. Importante destacar que a orientação do farmacêutico não se restringe apenas às orientações específicas sobre medicamentos, mas se estende à orientação preventiva relacionada a hábitos de higiene e cuidados com a saúde. O farmacêutico não é apenas tecnicista, ele é um educador em saúde. Ele cria uma relação de confiança com o paciente e certamente este volta ao estabelecimento para receber orientações”, diz. Ainda segundo Athila, o farmacêutico precisa se mostrar mais para a sociedade, participando de campanhas de saúde e, principalmente, estar mais atuante nas instituições de saúde e no trabalho das equipes multidisciplinares, interagindo assim com outros profissionais de saúde.

ATUAÇÃO REAL Os resultados também repercutiram entre profissionais da área. Para a farmacêutica e proprietária da Drogaria Americana de Tapiratiba, município a 290 km da capital paulista, Maria Antonieta Scaff Giunti de Araújo, a qualificação e o conhecimento técnico são diferenciais percebidos pelo público e que justificam a posição de destaque da profissão do ranking da GFK Verein. “Com conhecimento técnico/científico e habilidades para a promoção da saúde na sociedade, o farmacêutico é, entre os profissionais da saúde, o mais acessível à população. Ao entrar em uma farmácia, dificilmente o cliente se deparará com longas filas, como as encontradas nos hospitais públicos. O farmacêutico não cobra consulta e está disponível nas farmácias e nas drogarias para que o paciente receba o medicamento adequado à sua necessidade, na dose correta, durante o tempo necessário e no menor custo possível”, diz. Os resultados da pesquisa também mostram que o farmacêutico construiu, ao longo dos anos, um relacionamento com a população e que está desempenhando seu papel de forma positiva. “A confiança é tão delicada quanto um cristal. Confiança 84

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leva muito tempo para construir, mas basta um erro para destruir. O que constrói confiança é um relacionamento. E cada farmacêutico tem uma responsabilidade vital para que esse resultado se mantenha ou até melhore, como na Turquia onde foi a profissão de maior confiança da população. Acredito que alguns atributos fazem com que o profissional crie esse laço com o cliente, como a transparência, pois o farmacêutico se preocupa verdadeiramente com o bem-estar do cliente e não simplesmente com a comercialização do medicamento”, diz a consultora e proprietária da Ferrara Soluzioni Consultoria, Assessoria e Treinamentos, Tatiana Ferrara Bastos. Para ela, o resultado do estudo é uma oportunidade excelente para o profissional mostrar que é por meio de ética e compromisso com as pessoas que atendimento e orientações fornecidas pelo farmacêutico são capazes de criar laços com os nossos clientes, fidelizando-os. Na opinião do farmacêutico da Rede Bem Drogarias, Eduardo de Oliveira D’Angelo, o quinto lugar na pesquisa representa um avanço, considerando que, em épocas passadas, a figura do profissional farmacêutico era pouco reconhecida, mas ainda é preciso

Nome: Eduardo de Oliveira D’Angelo Idade: 37 anos Tempo de Profissão: 16 anos Área de Atuação: Gestão em Drogarias Universidade em que se formou: Universidade Paulista (Unip) Expectativa com relação à carreira: Crescimento profissional Onde trabalha atualmente: Rede Bem Drogarias de São José do Rio Preto (SP) Sobre a profissão: Satisfeito por poder utilizar e aplicar todo o meu conhecimento técnico e científico para cuidar dos clientes

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PROFISSIONAIS MAIS CONFIÁVEIS NO MUNDO 1. Bombeiros 90%. 2. Enfermeiros 89%. 3. Médicos 89%. 4. Professores 88%. 5. Farmacêuticos 87%. 6. Fazendeiros 86%. 7. Soldados 85%. 8. Paramédicos 84%. 9. Engenheiros/técnicos 84%. 10. Pilotos 83%. 11. Arquitetos 78%. 12. Artesãos 77%. 13. Condutores de metrô 76%. 14. Especialistas em computador e software 75%. 15. Juízes 71%. 16. Profissionais do setor bancário 69%. 17. Vendedores do varejo 67%. 18. Funcionários públicos 67%. 19. Apresentadores de TV 66%. 20. Padres e pastores 64%. 21. Pesquisadores 64%. 22. Jornalistas 64% 23. Motoristas de táxi 63%. 24. Atletas profissionais/jogadores de futebol 63%. 25. Atores 61%. 26. Empreendedores 61%. 27. Advogados 61%. 28. Policiais 59%. 29. Publicitários 56%. 30. Prefeitos 53%. 31. Agentes de seguros 48%. 32. Políticos 31%. Fonte: GFK Verein – In Trust Professions 2014

evoluir. “Existe ainda longo caminho a ser percorrido para se obter um reconhecimento pleno da atividade farmacêutica. Cito como exemplo a Medicina que só pode ser exercida com eficácia quando a gestão dos medicamentos é eficiente e, somente quando a estrutura com a atenção

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CARREIRA

Nome: Gislene Mara Oliveira de Magalhães Idade: 44 anos Tempo de profissão: 3 anos Área de atuação: Farmacêutica Drogaria Expectativa com relação à carreira: Crescente valorização e a capacidade de fazer a diferença, atingindo os objetivos traçados Onde se formou: Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) Onde trabalha: D’avo Farma, São Paulo (SP) Sobre a profissão: O objetivo profissional deve ser alcançado a cada dia e devemos levar em conta que ainda existe um abismo no que diz respeito à verdadeira valorização do profissional por empresários e clientes

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à saúde aceitar o farmacêutico como membro vital da equipe de saúde. Ressalto que se torna fundamental entender que o farmacêutico não tem a prerrogativa ou autoridade no que diz respeito ao uso dos medicamentos. Para se adquirir a total confiança do consumidor, é imprescindível que assuma seu papel na plenitude da palavra, se comprometendo e aplicando as orientações por meio de seus conhecimentos e habilidades técnicas junto à população”, comenta. O aumento no nível de conhecimento sobre a legislação vigente e exigência do consumidor brasileiro são uns dos motivos que vêm impulsionando a melhora no atendimento do farmacêutico, na opinião da farmacêutica da D’avó Farma, situada em Itaquera, zona leste de São Paulo, capital, Gislene Mara Oliveira de Magalhães. “A área farmacêutica necessita de profissionais especializados atualizados que possam unir a parte técnica com a humanitária e isso tem de ser muito benfeito na atenção e assistência farmacêutica, onde um conjunto de ações visa à eficácia, à segurança e ao uso racional dos medicamentos”, relata.

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PONTO DE VENDA

Especificação por cores HÁ EMBALAGENS COM TARJA VERMELHA, COM E SEM RETENÇÃO DE RECEITA, COM TARJA PRETA E AMARELA. ESSES ELEMENTOS IDENTIFICAM A CATEGORIA DOS MEDICAMENTOS E A FORMA COMO DEVEM SER DISPENSADOS POR EGLE LEONARDI

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A maioria dos usuários de medicamentos não sabe, ou tem pouco conhecimento, sobre o que significam as cores das tarjas apresentadas nas embalagens. E o pior: não compram os medicamentos tarjados de acordo com a categoria (ou cor) de sua tarja. A outra ponta dessa polêmica esbarra na dispensação: as farmácias respeitam a lei referente à comercialização desses itens de acordo com a cor de sua tarja? “É fundamental o cumprimento da legislação, que é muito clara a respeito do que dispensar e quais as documentações necessárias para se dispensar um medicamento cujo fármaco conste da Portaria 344 e suas atualizações, bem como dos demais medicamentos”, fala a Farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola, do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti. Ela acrescenta, dizendo que as pessoas estão culturalmente acostumadas à automedicação, pela facilidade na resolução mais rápida do problema e morosidade do atendimento no sistema público. “Por outro lado, os estabelecimentos querem comercializar o maior número possível de unidades. É muito comum as empresas estabelecerem metas de venda de unidades aos dispensadores”, ressalta ela. Para a professora, a maioria dos usuários não entende o significado das tarjas e, também, normalmente não lhes é explicado o que cada uma delas significa em relação ao âmbito legal da dispensação. Os medicamentos são classificados de acordo com o grau de risco e a tarja (ou sua ausência) significa justamente isso. Já o farmacêutico e professor especialista em Assuntos Regulatórios do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ), Vitor Brandão, acredita que boa parte dos consumidores entende o significado das tarjas presentes nos medicamentos, mas o que o preocupa é se, de fato, os consumidores entendem os riscos associados ao uso dos medicamentos. “Nesse ponto, acredito que a maior parte não tenha a real noção dos males que o uso incorreto de medicamentos pode causar”, fala ele. De modo geral, é fundamental diferenciar as categorias dos medicamentos. A tarja vermelha sem retenção da receita representa que os medicamentos são vendidos mediante a apresentação da receita. Na embalagem com tarja vermelha, está impresso venda sob prescrição médica. “Estes medicamentos têm contraindicações e podem provocar efeitos colaterais graves. Entretanto, geralmente não se verifica a dispensação com a solicitação da prescrição”, fala a professora.

Os itens com tarja vermelha com retenção da receita são os medicamentos que necessitam que o estabelecimento fique com o documento, conhecidos como medicamentos psicotrópicos e só podem ser vendidos com receituário especial de cor branca. Na tarja vermelha, está impresso venda sob prescrição médica – só pode ser vendido com retenção de receita. “Essa categoria exige registro do medicamento dispensado, então a solicitação da prescrição se torna frequente”, diz Maria Aparecida. Os medicamentos com tarja preta são os que exercem ação sedativa ou que ativam o sistema nervoso central, portanto, também fazem parte dos chamados psicotrópicos. Só podem ser vendidos com receituário especial de cor azul. Na tarja, vem impresso venda sob prescrição médica – o abuso deste medicamento pode causar dependência. A sua dispensação também exige registro do medicamento dispensado, então a solicitação da prescrição se torna imprescindível. Os não tarjados, também conhecidos como Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) ou OTC (do inglês, Over the Counter, que significa sobre o balcão), têm sua venda livre. São medicamentos com poucos efeitos colaterais ou contraindicações, desde que usados corretamente e sem abusos. “Daí a necessidade de orientação do farmacêutico para sua administração com segurança. São medicamentos utilizados para o tratamento de sintomas ou males menores, como: resfriados, azia, má digestão, dor de dente, pé de atleta e outros”, destaca a professora. A tarja amarela deve constar na embalagem dos medicamentos genéricos e deve conter a inscrição Medicamento Genérico, em letra de cor azul. Essa categoria também é classificada quanto ao grau de risco, ou seja, poderá ser MIP, com a tarja vermelha sem retenção de receita, com tarja vermelha com retenção de receita, ou com tarja preta. A tarja amarela somente indica que é um medicamento genérico, e a legislação quanto à dispensação e ao registro de medicamentos contendo substância sujeita ao controle

OS MEDICAMENTOS DE TARJA VERMELHA COM OS DIZERES VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA TÊM A VENDA LIVRE NAS FARMÁCIAS, OU SEJA, QUALQUER CONSUMIDOR CONSEGUE ADQUIRI-LOS SEM APRESENTAÇÃO DE RECEITA 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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PONTO DE VENDA

ENTENDA MELHOR Tarja vermelha sem retenção da receita: medicamentos são vendidos mediante a apresentação da receita. A farmácia não precisa ficar com o B A SO A VEND O MÉDIC documento. IÇÃ

Tarja vermelha com retenção da receita: medicamentos que necessitam que o estabelecimento fique com o documento, conhecidos como medicamentos psicotrópicos e só podem ser vendidos com receituário especial de cor branca. A farmácia deve reter o documento.

CR PRES

V PRES ENDA SOB CRIÇÃ O MÉ DICA

Não tarjados: também conhecidos como Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) ou OTC (do inglês, Over the Counter, que significa sobre o balcão), têm sua venda livre.

Tarja amarela: deve constar na embalagem dos medicamentos genéricos e deve conter a inscrição Medicamento Genérico, em letra de cor azul. Essa categoria também é classificada quanto ao grau de risco, ou seja, poderá ser MIP, com a tarja vermelha sem retenção de receita, com tarja vermelha com retenção de receita, ou com tarja preta. A tarja amarela somente indica que é um medicamento genérico.

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MEDICAMENTO

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VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA

Tarja preta: são os que exercem ação sedativa ou que ativam o sistema nervoso central, portanto, também fazem parte dos chamados psicotrópicos. Só podem ser vendidos com receituário especial de cor azul. A farmácia deve reter o documento.

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TO AMEN MEDIC R I C O

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GENÉ

B A SO A VEND O MÉDIC CRIÇÃ STE PRES BUSO DE ODE OA TO P CIA AMEN ÊN MEDIC R DEPEND A CAUS

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EDIC G E N AMENTO ÉRIC O

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PONTO DE VENDA especial constante na Portaria 344 é a mesma que deve ser seguida por todos os medicamentos.

USO INCORRETO O exemplo mais clássico de utilização indevida de medicamentos é o dos itens com tarja vermelha, sem retenção de receita. “Para esse tipo de medicamento, sabemos que, apesar de não haver acesso direto ao consumidor, como é o caso dos MIPs, qualquer um pode comprá-los facilmente sem prescrição médica, o que pode representar risco à saúde do paciente.” Brandão lamenta o fato de ainda existir a venda de medicamentos que deveria ocorrer somente com retenção da receita (conforme a Portaria 344/98 e suas atualizações, e a RDC 20/11), mas que são vendidos livremente. Obviamente não se pode generalizar e dizer que todo estabelecimento realiza essa prática, mas, certamente, num país com as dimensões do Brasil, a atividade ainda ocorre. Os medicamentos de tarja vermelha com os dizeres venda sob prescrição médica têm a venda livre nas farmácias, ou seja, qualquer consumidor consegue adquiri-los sem apresentação de receita, entretanto, com os demais produtos tarjados, esta prática é bem mais difícil de acontecer devido ao controle do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). “Para mudar essa realidade, em primeiro lugar, precisamos entender que devido à dificuldade de acesso a um médico, principalmente no sistema público de saúde, a farmácia acaba, muitas vezes, servindo como um posto de saúde para os pacientes”, fala Brandão. Assim, a prática de adquirir medicamentos de venda sob prescrição médica sem apresentação de receita é necessária. Ele afirma que, se todo paciente com uma inflamação de garganta precisasse sempre de uma receita para adquirir um anti-inflamatório, possivelmente ele ficaria sem tratamento devido às dificuldades para se conseguir uma consulta médica, principalmente pelo sistema público de saúde. “Com isso, vemos que o problema não é necessariamente de como a venda é realizada, mas como todo o sistema funciona”, ressalta ele. Para mudar essa realidade, segundo o professor, primeiramente deveria haver uma mudança no sistema de atendimento de saúde, garantindo a realização de consultas médicas dentro de um prazo viável. Em segundo lugar, precisaria ser feito um trabalho de conscientização da população quanto ao uso correto de medicamentos. Em terceiro, seria preciso manter fiscalização efetiva no ponto de venda, para garantir que os produtos fossem dispensados de maneira correta.

PROBLEMA SISTÊMICO A professora Maria Aparecida concorda com Brandão: “O nosso Sistema Unificado de Saúde não consegue ab94

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O QUE DIZ A LEI O não cumprimento da legislação em relação aos medicamentos contendo substâncias sujeitas ao controle especial (Portaria 344 e suas atualizações) se configura em tráfico de drogas, que terá como consequência a caracterização de Infração Criminal. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibiliza algumas inspeções realizadas em seu site (http://portal.anvisa. gov.br) sobre as operações desenvolvidas em cooperação com o Ministério da Justiça, como, por exemplo, a operação Fênix, com a evidenciação de inúmeras infrações cometidas pelas empresas deste segmento. Ações executadas em desacordo com a legislação relacionadas a medicamentos contendo substâncias sujeitas a controle especial. inciso I, IV, XI e XII

Lei nº 11.343/2006 art. 31,33,35,38,66 ‘’tráfico de drogas’’

sorver em tempo satisfatório toda a demanda solicitada, o que se configura em um grande problema”. Ela diz que, por outro lado, a população precisa ter o que se denomina educação em saúde para ter discernimento, inclusive, de quando há necessidade da busca pelo médico. Para ela, há necessidade de que a população leia a bula e esteja atenta ao aparecimento de novos sintomas ou mesmo à intensificação dos já existentes. É preciso orientação para que a população leiga também saiba fazer notificações de eventos adversos, além de inúmeros outros aspectos vinculados à eficácia e segurança do medicamento. “Na nossa realidade, muitas vezes, se verifica a dispensação de medicamentos sem qualquer orientação ou, mesmo, sem a apresentação da prescrição, contrariando a regulação desse segmento. Melhoramos a atuação nas duas últimas décadas, mas ainda estamos muito aquém do que deveria ser praticado. As farmácias devem ser consideradas estabelecimentos de saúde”, defende a professora.

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ATENDIMENTO

Mais do que um simples papel COMPETE AO FARMACÊUTICO E À EQUIPE DE ATENDENTES E BALCONISTAS SOB A SUA SUPERVISÃO OBSERVAREM TODOS OS DETALHES POSSÍVEIS, PRINCIPALMENTE QUANTO À IDENTIFICAÇÃO DO MÉDICO QUE PRESCREVEU, DO PACIENTE E DO MEDICAMENTO PRESCRITO, NO SENTIDO DE DETECTAR EVENTUAIS FRAUDES NAS RECEITAS P O R V I V I A N LOU R ENÇ O

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Muitos consumidores desconhecem o risco da compra de medicamentos sem a prescrição médica. Vários recorrem ao famoso jeitinho brasileiro para driblar as leis e assim conseguir o que precisam, muitas vezes, recorrem à falsificação. O que poucas pessoas sabem – ou ignoram – é que há graves riscos à saúde nessa atitude. Os clientes não falsificam receitas somente para a compra de anabolizantes, por exemplo, uma prática muito comum dos adeptos de atividades físicas; todo o tipo de medicamento que exige a apresentação da receita médica está sujeito a ser comprado ilegalmente. E como evitar que a população se prejudique com essa prática, além de alertá-la para os riscos ao qual está sujeita? De acordo com a professora do curso de Farmácia da Universidade Cruzeiro do Sul, Luciane Faria, em primeiro lugar, o estabelecimento deve ter, em período integral de funcionamento, um profissional farmacêutico que, segundo a legislação farmacêutica, saberá identificar uma receita falsificada. “O profissional deverá verificar a legitimidade de acordo com as informações imprescindíveis na Notificação de Receita para medicamentos da Portaria 344/98.” O professor de pós-graduação no Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação do Mercado Farmacêutico (ICTQ), Dr. Lincoln Cardoso, explica que a falsificação de prescrições médicas ocorre, geralmente, nos casos de medicamentos sujeitos a algum tipo de controle por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esses medicamentos devem ser prescritos por meio de “Receitas de Controle Especial” ou por “Notificações de Receita” que são impressos padronizados pela Anvisa e, no caso do segundo tipo, só podem ser emitidos após autorização expedida pela Vigilância Sanitária local, além de serem identificados por um número de série. “Assim, o farmacêutico, ao se atentar a esses critérios, já está agindo no sentido de confirmar a autenticidade desses documentos”, relata o Dr. Cardoso.

COMO OCORRE A FALSIFICAÇÃO De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), há casos de criminosos que “clonam” os dados pessoais e utilizam nome, número do Conselho Regional de Medicina (CRM) e até falsificam documentos de médicos com registro ativo no Cremesp. Alguns já chegaram a ser contratados por serviços de saúde. Também há aqueles que atuam em falsos “consultórios” particulares ou na venda de atestados médicos (geralmente para justificar dispensa em trabalho) e na venda de receitas médicas (geralmente de medicamentos de uso controlado). Porém, segundo o Conselho, há outras formas do exercício ilegal da medicina, em que os farmacêuticos precisam ser informados: médicos em situação irregular, a exemplo de estrangeiros ou brasileiros formados em Medicina no exterior que exercem a profissão sem ter cumprido as exigências

legais de revalidação de diploma estrangeiro pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Além de casos de curandeirismo e charlatanismo; casos de outros profissionais, sem graduação em Medicina, que são denunciados por executar atos privativos dos médicos, a exemplo da prescrição de medicamentos; médicos registrados no Cremesp que são coniventes com a atuação de falso médico, ou fornecem seus dados e/ou documentos pessoais para a atuação de um profissional irregular. Essas pessoas mal-intencionadas, segundo o Dr. Cardoso, do ICTQ, promovem a falsificação desses documentos por diversos métodos de impressão, seja por equipamentos caseiros ou mesmo por meio de gráficas clandestinas ou irregulares. Após a impressão desses “formulários”, os falsificadores buscam obter informações de algum médico, como o nome completo, sua especialidade médica e seu respectivo número de registro junto ao CRM da jurisdição. De porte dessas informações, podem facilmente fabricar carimbos falsos, assim como falsificar assinaturas, apondo a data que lhes aprouver em seu crime. Diante dessa ação ousada e meticulosa dos falsificadores, é realmente muito difícil a detecção de uma prescrição fraudulenta bem elaborada. “Compete ao farmacêutico e à equipe de atendentes e balconistas sob a sua supervisão observarem todos os detalhes possíveis, principalmente quanto à identificação do médico que prescreveu, do paciente e do medicamento prescrito, no sentido de detectar eventuais fraudes”, alerta o professor do ICTQ. Muitas vezes, o conhecimento do padrão de prescrição, e até mesmo da caligrafia usual, dos médicos que atendem na região da farmácia ou drogaria, contribui para a avaliação da receita. Porém, é importante ressaltar que muitas vezes a fraude é muito bem elaborada, tornando muito difícil sua detecção.

COMO PROCEDER Em caso de fraude, o ocorrido deve ser denunciado à polícia e à Vigilância Sanitária da cidade, que vão investigar quem são os responsáveis diretos e indiretos pela falsificação, orienta Luciane, da Universidade Cruzeiro do Sul. Não é possível acusar imediatamente a farmácia ou a drogaria que às vezes também foram vítimas de criminosos falsificadores. A falsificação de receitas médicas se enquadra no Decreto Lei nº 2.848 de 7 de dezembro de 1940, Art. 298 – Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro. Com pena de reclusão, de um a cinco anos, e multa. O professor do ICTQ salienta que, para toda suspeita de receita médica falsificada, deve haver procedimento, ou seja, ser documentado pelo farmacêutico e, preferencialmente, acompanhado da prescrição fraudada ou de uma cópia fidedigna desta. As farmácias e drogarias, enquanto estabelecimentos 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ATENDIMENTO

O QUE DIZ A PORTARIA N.º 344, DE 12 DE MAIO DE 1998: Art. 52 O formulário da Receita de Controle Especial (ANEXO XVII), válido em todo o Território Nacional, deverá ser preenchido em 2 (duas) vias, manuscrito, datilografado ou informatizado, apresentando, obrigatoriamente, em destaque em cada uma das vias os dizeres: “1ª via – Retenção da Farmácia ou Drogaria” e “2ª via – Orientação ao Paciente”. § 1º A Receita de Controle Especial deverá estar escrita de forma legível, a quantidade em algarismos arábicos e por extenso, sem emenda ou rasura e terá validade de 30 (trinta) dias contados a partir da data de sua emissão para medicamentos à base de substâncias constantes das listas “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial) e “C5” (anabolizantes) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações. § 2º A farmácia ou drogaria somente poderá aviar ou dispensar a receita quando todos os itens estiverem devidamente preenchidos. § 3º As farmácias ou drogarias ficarão obrigadas a apresentar dentro do prazo de 72 (setenta e duas) horas, à Autoridade Sanitária local, as Receitas de Controle Especial procedentes de outras Unidades Federativas, para averiguação e visto. Art. 55 As receitas que incluam medicamentos à base de substâncias constantes das listas “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial), “C5” (anabolizantes) e os adendos das listas “A1” (entorpecentes), “A2” e “B1” (psicotrópicos) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, somente poderão ser aviadas quando prescritas por profissionais devidamente habilitados e com os campos descritos abaixo devidamente preenchidos: a) identificação do emitente: impresso em formulário do profissional ou da instituição, contendo o nome e endereço do consultório e/ ou da residência do profissional, n.º da inscrição no Conselho Regional e no caso da instituição, nome e endereço da mesma; b) identificação do usuário: nome e endereço completo do paciente, e no caso de uso veterinário, nome e endereço completo do proprietário e identificação do animal; c) nome do medicamento ou da substância prescrita sob a forma de Denominação Comum Brasileira (DCB), dosagem ou concentração, forma farmacêutica, quantidade (em algarismos arábicos e por extenso) e posologia; d) data da emissão; e) assinatura do prescritor: quando os dados do profissional estiverem devidamente impressos no cabeçalho da receita, este poderá apenas assiná-la. No caso de o profissional pertencer a uma instituição ou estabelecimento hospitalar, deverá identificar sua assinatura, manualmente de forma legível ou com carimbo, constando a inscrição no Conselho Regional; f) identificação do registro: na receita retida, deverá ser anotado no verso, a quantidade aviada e, quando tratar-se de formulações magistrais, também o número do registro da receita no livro correspondente. Art. 57 A prescrição poderá conter em cada receita, no máximo, 3 (três) substâncias constantes da lista “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, ou medicamentos que as contenham. Art. 58 A prescrição de antirretrovirais poderá conter em cada receita, no máximo, 5 (cinco) substâncias constantes da lista “C4” (antirretrovirais) deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, ou medicamentos que as contenham. Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

de saúde, não devem, em hipótese alguma, atender a uma prescrição suspeita de fraude, por mais que o comprador insista. “Se necessário, em alguns casos, a polícia deve ser chamada prontamente”, orienta o Dr. Cardoso.

MEDICAMENTOS MAIS VISADOS Os grupos de medicamentos que geralmente são alvo das falsificações são aqueles sujeitos a algum tipo de controle, devido à maior dificuldade de se obter uma receita ou notificação por meio de um médico. Esses grupos incluem: medicamentos psicoativos sujeitos a controle especial pela Portaria-MS nº 344/1998, como psicotrópicos (ansiolíticos benzodiazepínicos e antidepressivos, por exemplo), medicamentos antimicrobianos de uso oral (antibióticos) e 98

os anabolizantes hormonais, sendo estes últimos muito negociados no mercado negro das academias e por atletas que buscam resultados rápidos de desenvolvimento muscular e ganho de massa corporal. Não existem dados estatísticos que abordam a ocorrência de receitas falsificadas. Entretanto, o Dr. Cardoso explica que, em grandes centros, como na capital paulista, por exemplo, podem-se conseguir com certa facilidade prescrições falsificadas diversas, por valores que variam de R$ 30,00 a R$ 60,00, em média. “Vale ressaltar que, muitas vezes, o farmacêutico tem condições de perceber a falsificação e, nestes casos, tem a responsabilidade de tomar as medidas cabíveis, em cumprimento ao seu código de ética profissional.”

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Nova era TANTO NA VIDA COTIDIANA QUANTO NO UNIVERSO DOS NEGÓCIOS, É IMPOSSÍVEL PENSAR O MUNDO SEM OS ADVENTOS DA TECNOLOGIA. QUEM SE RECUSA A ACEITAR OS NOVOS TEMPOS CORRE O RISCO DE TORNAR-SE OBSOLETO POR FLÁVI A CO RBÓ

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Há quem ainda resista, mas não há mais como fugir. A tecnologia já está presente em todas as esferas da vida cotidiana. No mundo corporativo, não poderia ser diferente. Hoje, o desenvolvimento e poder de competitividade de uma empresa, seja ela pequena, média ou grande, estão diretamente ligados aos investimentos em tecnologia e ao aproveitamento que se faz das inúmeras ferramentas disponíveis no mercado. Agilidade, mobilidade e eficácia são alguns dos benefícios trazidos pelas soluções tecnológicas, que se tornaram um investimento estratégico para o sucesso dos negócios de hoje em dia. Um estudo desenvolvido pela consultoria Gartner aponta que os gastos das companhias brasileiras com tecnologia alcançarão US$ 129,7 bilhões em 2014, um aumento de 3,6% em relação a 2013. Desse montante, US$ 22,4 bilhões correspondem às despesas com computadores, tablets e impressoras e US$ 21,2 bilhões aos serviços de Tecnologia da Informação (TI). Para o varejista médio brasileiro, destinar montantes significativos aos recursos tecnológicos pode parecer fora da realidade, tanto pelo tamanho do gasto como pela desconfiança de quão efetivo será o retorno de tal investimento. No entanto, exemplos aplicados em outros países de mercados mais maduros já mostram que esse é o melhor caminho a seguir para quem deseja permanecer relevante em um cenário cada vez mais dinâmico e mutante. A tecnologia tem se mostrado a maneira mais eficaz para uma marca angariar fãs, consumidores engajados, que serão fundamentais para a propagação dos benefícios de um produto. Também está escorada nos recursos tecnológicos a sobrevivência das lojas físicas, hoje tão ameaçadas pelo crescimento do acesso à internet e do comércio on-line. “A loja física não vai morrer, mas precisa mudar de objetivo”, ressalta a gerente de marketing e comercial da NL – Suporte à Gestão, Grasiela Scheid Tesser. “É preciso oferecer uma experiência de compra incrível. O cliente tem de sentir que pertence à loja, para, assim, ter o desejo de retornar”. Para dar conta desta missão, recorre-se a novidades tecnológicas.

EXEMPLOS PRÁTICOS À primeira vista, as lojas da Hointer – rede do varejo de vestuário norte-americano – são iguais a tantas outras. As roupas ficam dispostas em araras para que o consumidor possa observá-las. As novidades se iniciam quando o cliente escolhe a peça que mais lhe agrada. Em vez de levá-la ao provador, ele utiliza o smartphone para ‘scanear’ o QR code – espécie de código de barras – fixado na etiqueta 102

NO BRASIL, A MULTICANALIDADE AINDA É POUCO TRABALHADA, PORQUE É PRECISO APRIMORAR AS FERRAMENTAS QUE TRAÇAM O PERFIL DO CLIENTE. SEM CONHECÊ-LO, NÃO É POSSÍVEL IDENTIFICAR EM QUE CANAIS GOSTARIA DE SER CONTATADO de todos os produtos. O sistema da loja lê a informação e indica para qual provador o cliente deve se dirigir. Ao chegar ao espaço recomendado, o cliente encontra a peça escolhida pronta para ser provada. Caso deseje comprá-la, o pagamento pode ser efetuado pelo celular, pois a peça já está adicionada ao carrinho virtual de compras. Quando não há interesse em levar o produto, basta colocá-lo em uma cesta situada dentro do provador e a mercadoria é retirada, automaticamente, do carrinho virtual. Outro dispositivo eletrônico que vem revolucionando o setor de varejo e serviços nos Estados Unidos é o chamado Beacon. Quando instalado em um restaurante, por exemplo, o aparelho consegue se conectar com o bluetooth do celular do cliente e identificar a chegada dele ao estabelecimento. No momento em que o consumidor se senta à mesa, já recebe pelo aparelho móvel o cardápio do restaurante e consegue, inclusive, realizar o pedido com um simples toque na tela. Aplicativos de celular também são ótimas ferramentas para tornar a experiência de compra um ato diferenciado. Uma rede de supermercados norte-americana investiu em um recurso que se comunica com a geladeira do cliente. O app consegue identificar os produtos que precisam ser repostos e envia pelo celular uma lista de itens de compra assim que o consumidor entra no supermercado.

MULTICANALIDADE É A TENDÊNCIA Apesar dos exemplos citados serem, por enquanto, realidade em mercados estrangeiros e de outros tipos de varejo, eles não devem ser descartados, pois mostram claramente uma das mais fortes tendências do varejo atual: a convergência de canais. Não importa o tamanho da empresa, nem o ramo de atuação, o fato é que o varejista precisa traçar estratégias para se fazer presente em todos

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os pontos de contato, pois os consumidores atuais são ativos em todos eles. Enquanto trabalha, boa parte dos brasileiros está conectada a uma rede social, confere o extrato bancário pelo celular, se comunica com amigos por aplicativos de mensagem instantânea. No momento de lazer, não é diferente. Há quem não consiga almoçar sem dar check-in no Foursquare ou postar foto do prato do Instagram. O tão sagrado horário da novela também sofreu impactos. Não basta mais assistir, é preciso fazer comentários em tempo real no Twitter ou Facebook, além de acompanhar o que os amigos estão pensando a respeito do mesmo programa. Desde que a internet e os smartphones tornaram-se mais acessíveis no Brasil, esse comportamento multicanal tornou-se rotina de grande parte das pessoas. Até o final de 2013, a venda desses aparelhos havia atingido 36,5 milhões no País – um crescimento de 123% se comparado ao ano anterior, segundo o IDC (em inglês, International Data Corporation). Esses números demonstram como o consumidor está cada vez mais conectado, e não somente para enviar e-mails, trocar mensagens ou baixar apps, mas também para interagir com marcas. Considerando que o número de canais para alcançar o consumidor é cada vez maior, investir em estratégias multitelas pode ser a chave para o sucesso de uma empresa. “Todo ponto de contato precisa ser um ponto de venda”, opina Grasiela. Principalmente no Brasil, onde esta tendência de pluralidade de canais é ainda mais forte do que em países com economia mais desenvolvida. Segundo uma pesquisa do Google Brasil, 30 milhões de brasileiros utilizam três telas ao mesmo tempo, diariamente. Para se ter uma dimensão do potencial no mercado brasileiro, na França, o grupo de internautas multitelas é de 19 milhões de pessoas, enquanto no Reino Unido, somam 16 milhões.

CENÁRIO NACIONAL No Brasil, o conceito de multicanalidade ainda é pouco trabalhado, porque é preciso aprimorar as ferramentas que traçam o perfil do cliente. Sem conhecê-lo a fundo, não é possível identificar em que canais ele está presente e gostaria de ser contatado. Apesar do uso da tecnologia no varejo brasileiro não estar no mesmo patamar de mercados mais desenvolvidos, já existem diversas ferramentas eficazes à disposição dos empresários que desejam incrementar seus negócios, conhecer melhor o perfil dos seus clientes e obter resultados mais vantajosos que os da concorrência. No entanto, quando se trata, principalmente, de varejo físico, as opções disponíveis são subutilizadas. 104

“Sempre ouvimos que no varejo on-line se conhece tudo do cliente, a que horas ele entra no site, quanto tempo ele navega, os produtos que ele olhou, quais ele comprou. Para isso, são feitos vários estudos e análises. E quando vamos à loja física, o que a gente sabe? Quem comprou. No máximo, que horas. Esse conhecimento todo que existe na esfera virtual precisa chegar ao físico, para que o cliente continue frequentando as lojas”, destaca a diretora-geral da Virtual Gate, Heloísa Cranchi. O grande trunfo dos ambientes físicos perante os virtuais é o atendimento presencial. Foi pensando na quantidade de informações que um cliente fornece, de maneira natural, ao circular pelas gôndolas, que a Virtual Gate desenvolveu uma solução para medição de fluxo de pessoas. “Com uma tecnologia de captura de imagem, conseguimos contar

GOVERNO ON-LINE A tecnologia é um caminho sem volta para os negócios. Prova dessa tendência são os projetos do governo federal, como o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Iniciada em 2007, a medida se propõe a informatizar a troca de informações entre o governo e seus contribuintes, estabelecendo um relacionamento mais transparente e seguro. Neste ano, a modernização alcança a área trabalhista e trará vantagens a todos os envolvidos: empresa, governo e, principalmente, os trabalhadores. Com o eSocial, todos os dados trabalhistas, previdenciários e fiscais relativos a empregados e empregadores serão registrados, obrigatoriamente, em um único sistema. O processo de cadastro das informações seguirá o calendário estipulado pelo governo e deve ser conduzido a partir de 2015 para grandes e médias empresas. “Após a implantação do programa, a troca de informações entre empresas e governo se tornará mais simples e desburocratizada, permitindo ao governo comparar o que foi cadastrado e apontar possíveis erros de forma mais rápida. Em 2012, uma fiscalização da Receita Federal em 1% das companhias nacionais apontou que deixaram de recolher R$ 4 bilhões por divergências de dados. É um cenário que não pode mais existir”, revela o diretor da NFe do Brasil, empresa especializada em inteligência fiscal eletrônica, Marco Antonio Zanini.

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quantos clientes entram na loja e em qual horário. Em seguida, fazemos análises quantitativas e qualitativas para entender o perfil do consumidor, descobrir os picos de movimento, se a equipe de atendimento é suficiente em todos os horários e em que momentos a taxa de conversão aumenta ou diminui”, explica a executiva. Outra ferramenta desenvolvida pela empresa é chamada Hotzone. Sensores instalados no ponto de venda são capazes de definir as áreas quentes e frias da loja. As informações captadas são, então, cruzadas com as taxas de venda. “Consigo ver que existem áreas de grande movimento, mas em que não se vende nada. A partir da identificação dos problemas, ajudamos os clientes a buscar soluções. O que será que está acontecendo? Meu mix de produtos não está adequado? Devo mudar o planograma?”, exemplifica Heloísa. Feito o diagnóstico do problema, o varejista não precisa dispender de mais nenhum recurso para efetuar as adequações necessárias. As soluções dependem apenas de reestruturações na dinâmica da própria loja, como redistribuição do quadro de funcionários ou redirecionamento de verba de marketing. De acordo com a diretora-geral da Virtual Gate, as soluções tecnológicas podem ser adotadas por qualquer varejo, mesmo os de pequeno e médio porte. “É viável, temos desde clientes que possuem apenas uma loja, até redes com mais de 300 unidades”, garante. Independente do porte da empresa, os resultados se mostram satisfatórios. Em média, há um aumento de 10% no faturamento, mas, em certos momentos, o rendimento chega a duplicar. Para que a tecnologia dê o resultado esperado, é preciso saber trabalhar bem todas as informações que ela forne106

ce. Pensando justamente na quantidade de dados com que uma empresa tem de lidar diariamente, a Interplayers desenvolveu dois softwares – PharmaLink Analytics e o PharmaLink Intelligence – capazes de aglutinar e filtrar os dados mais relevantes para cada tipo de negócios. Captar tendências e oportunidades é um movimento vital para a tomada de decisões rápidas, cada vez mais exigidas com o atual dinamismo do mercado. “A ideia é de que essas soluções ajudem a lidar com todas as informações ao nosso redor, que ficam depositadas em diferentes compartimentos de uma empresa. É preciso ter um lugar onde seja possível enxergar esse universo e colher os dados relevantes”, explica o presidente da Interplayers, Fernando Cascardo. As informações colhidas por essas ferramentas vão desde fontes estruturadas, como índices de mercado, relatórios de desempenho da empresa e base de dados de parceiros, até opiniões vindas das redes sociais a respeito do atendimento ou produto da companhia. “Essas soluções permitem que esses dados estejam disponíveis para leitura em dispositivos móveis, que podem ser consultados a qualquer momento e de maneira mais visual, ao invés de inúmeros relatórios longos acumulados em cima da mesa”, explica Cascardo. O compilado de informações pode ser compartilhado entre indústria e varejo, para que sejam discutidas em conjunto. “Posso mostrar ao meu cliente qual a população domiciliar em volta de determinado ponto de venda, para indicar quais os potenciais a ser explorados. Por exemplo, o número de clínicas médicas instaladas na região, o percentual de mulheres moradoras dos arredores. Isso traz elementos para que a farmácia se insira melhor no ambiente em que atua.”

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Credibilidade assegurada CRESCE O NÚMERO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS QUE INVESTEM EM MARCAS PRÓPRIAS, O QUE GERA AUMENTO DO TÍQUETE MÉDIO DA LOJA E A FIDELIZAÇÃO DO CONSUMIDOR, JÁ QUE OS PRODUTOS CHEGAM A SER 15% MAIS BARATOS

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POR VIVIAN LOURENÇO

O que mais o consumidor procura em um estabelecimento comercial, principalmente relacionado à saúde, está diretamente ligado à qualidade, confiança e bom atendimento aliados a um bom preço. Esses são alguns dos quesitos que pesam na hora de escolher comprar em determinado local. Como o shopper geralmente prefere fazer as suas compras em um único estabelecimento, as farmácias e drogarias viram na comercialização de marcas próprias um mercado promissor, que gera fidelização. De acordo com dados da Associação Brasileira de Marcas Próprias (Abmapro), as categorias de higiene e beleza apresentaram o maior ganho de participação em marcas próprias e os consumidores brasileiros são aqueles que valorizam mais a qualidade e a confiança do que o preço. A venda de marcas próprias teve origem na Europa, região que trabalhou fortemente com a inserção desse tipo de produto durante as últimas cinco décadas. O primeiro país a produzir e comercializar produtos de marcas próprias foi a França, nos anos

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50, seguida da Inglaterra na década de 1960. Desde então, outros países foram aderindo ao negócio, estendendo-se até à América. No continente europeu, o setor apresenta-se bem consolidado, chegando a ter uma alta participação de mercado em diversos países. A Suíça é que lidera a participação em todo o mundo, representando uma marca de 48%. No Brasil, as marcas próprias tiveram início com os “produtos genéricos” nos anos 70, como explica a presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias (Abmapro), Neide Montesano. Essa foi chamada a 1ª Geração das Marcas Próprias. Não possuíam marca e eram comercializados pelo nome da categoria, sem qualquer diferenciação e preocupação com qualidade. Na década de 1980, os varejistas e atacadistas começaram a estampar marca nos produtos, criando uma linha capaz de competir com as tradicionais, com produtos que começavam a ganhar identidade. Essa foi a 2ª Geração das Marcas Próprias, ainda sem grandes preocupações com qualidade e verdadeira construção de marca. Já na década de 1990, com a chegada de novas bandeiras do varejo mundial ao Brasil, a marca própria foi se desenvolvendo como uma nova forma de diferenciação e FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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competição do varejo, sendo referência para o atacado no mercado. Aumentaram-se os investimentos em qualidade, entretanto, o maior diferencial continuou a ser o preço. No final dos anos 90, houve uma explosão do crescimento das marcas próprias e o conceito se expandiu por todo o País. A influência internacional, a estabilidade econômica, o Código de Defesa do Consumidor, entre outros efeitos, acarretaram uma nova postura dos vários segmentos da sociedade em relação a aspectos, como qualidade, embalagem, preço e valor agregado. Dessa maneira, o Brasil entrava definitivamente na 3ª Geração das Marcas Próprias, a geração Me Too. A partir de 2004, nasce a 4ª Geração de Marcas Próprias, também chamada de geração valor, que tem como foco agregar novos conceitos ao produto ou serviço, que estejam claros à vista do consumidor, como atributos ligados à inovação, ao bem-estar, à sustentabilidade, entre outros.

PERSPECTIVAS DE MERCADO A tendência, como analisa a presidente da Abmapro, é de crescimento, sendo que o canal farma está tendendo para o mesmo caminho dos supermercados. “Com a concorrência do Walmart no País, por exemplo, outros players começaram a se adaptar”, completa. Um exemplo disso, segundo Neide, é a compra da Onofre pela CVS, o que fará com que o cenário atual de farmácias que comercializam marcas próprias seja modificado. “Agora, a Onofre terá 50% de produtos de marca própria com essa compra. Hoje, a Panvel é a maior em sortimento no setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC)”, destaca a presidente. Outro motivo que faz as empresas investirem, de acordo com a farmacêutica da Intermediação de Negócios Ltda. – Assifarma, Giovanna Dimitrov, é que não há despesas da venda entre a fábrica e o varejo, pois o produto já está vendido. Isso geralmente faz os custos baixarem (de 10% a 30%). Sem falar da falta de concorrência da marca própria. Se o produto só é encontrado naquela empresa, não existe uma comparação de preços com a mesma marca. A quebra da resistência do shopper pela marca própria do estabelecimento também influencia para o crescente investimento. “Não há mais esse problema, ainda mais pela queda do preço”, completa Neide, da Abmapro. Além disso, com o aumento da inflação, a marca própria se fortalece, pois não sofre tantos reajustes no preço, fazendo com que o consumidor economize e mantenha seu poder aquisitivo sem abrir mão de comprar os produtos 11 0

É FUNDAMENTAL TER QUALIDADE, JÁ QUE O CONSUMIDOR NÃO ACEITA MAIS MARCA PRÓPRIA POPULARESCA (BARATA E RUIM) E O ESTABELECIMENTO CORRE O RISCO DE PREJUDICAR SUA IMAGEM desejados. ”Aproximadamente 48% do faturamento da loja é advindo da marca própria”, enaltece Neide. O Brasil está apenas começando neste mercado e tem muito para crescer e aprender, aponta Giovanna. “As empresas de varejo, às quais presto consultoria, dobram as vendas desses itens a cada ano e, para 2014, estamos trabalhando para um crescimento de 125% na compra de marca própria.”

COMO TRABALHAR O maior desafio ao trabalhar com marcas próprias, segundo os especialistas, é a comunicação no ponto de venda (PDV). “Mas esse é um desafio de qualquer produto, por exemplo: o consumidor compra sem saber que é uma marca própria da rede e vai descobrir quando precisar comprar o mesmo produto em outro estabelecimento e não o encontrar”, aponta Neide. Para Giovanna, a marca própria é um “mundo” à parte no varejo. Se não for feito de forma profissional, fica “perdido” na loja. Uma das estratégias usadas é investir no endomarketing. “O produto deve ser conhecido dentro da empresa para ser ‘vendido’ corretamente a seus clientes. Outra sugestão é investir em campanhas de vendas e treinamentos”, orienta. Iniciar por categorias relevantes no mix da loja e onde possa haver reconhecimento de marca pelos consumidores é o primeiro passo, de acordo com o diretor de consultoria da GS&MD – Gouvêa de Souza, Luiz Alexandre de Paula Machado. Depois, expandir. Por exemplo, iniciar por xampus, condicionadores, etc. é uma estratégia perigosa, pois os grandes fabricantes investem muito dinheiro para divulgar e lançar esse tipo de produto. E se a rede não tiver esse mesmo apetite, dificilmente o consumidor migrará das suas habituais marcas de consumo. “A equipe da loja é o elemento ativador dessa estratégia. É a ela que consegue no corpo a corpo mostrar os benefícios dos produtos e converter para uma imagem de diferenciação em relação à concorrência”, completa Machado.

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A Ultrafarma enxerga as marcas próprias como forma de fidelizar o cliente

A Pague Menos deseja atrair clientes, oferecendo produtos de fabricação exclusiva

QUEM JÁ INVESTIU A estratégia de desenvolvimento de marcas próprias é motivada principalmente pela oportunidade deixada pelas indústrias que trabalham predominantemente sua distribuição junto aos varejistas multimarcas. Ao longo dos anos, as farmácias estão ganhando espaço e visibilidade com um bom canal de distribuição de produtos de higiene e beleza. Nada mais natural que aproveitar esse reconhecimento e gerar ganhos adicionais ao varejo. Na esteira, novas categorias surgem para ocupar esse espaço e disputa pelo bolso do consumidor. A rede Panvel, de acordo com Machado, é um ótimo exemplo disso. Investiu em desenvolvimento de produto e marketing para cobrir as lacunas deixadas pelas grandes indústrias. Outra rede que investe em marcas próprias é a Ultrafarma. Segundo o gerente comercial da Rahda, empresa do Grupo Ultrafarma, Marcelo Barriento, essa é uma tendência mundial, na América do Norte, Europa e Japão, onde as principais redes de varejo possuem marca própria. É uma forma de fidelizar o cliente e ter algo diferente dos concorrentes. Também é uma oportunidade de rentabilizar melhor a empresa.

“O que é fundamental é você conhecer bem e atender o seu público, se seu cliente está disposto a pagar por um produto com maior valor agregado, faz sentido”, destaca Barriento. A fidelização também é apontada pelo gerente de compras especiais da Pague Menos, Francisco José Barros, como o diferencial. “Nós decidimos investir em marcas próprias, porque acreditamos que, dessa forma, fidelizamos nossos clientes. Os produtos próprios fazem com que o cliente venha até a Pague Menos para adquiri-los, pois não os encontrarão em nenhum outro lugar.” Nos Estados Unidos pode-se observar uma participação da marca própria no mercado em geral de 17%, e na Suíça e Reino Unido chega a inacreditáveis 48% e 42% respectivamente. Na Europa, o índice médio subiu praticamente 1% ao ano de 2000 a 2010 em valor, segundo a Nielsen. Já no mercado farmacêutico do Brasil, a representatividade é de 5,4%. “Em busca de um diferencial em suas lojas, muitos estão investindo no ponto de venda, em serviços especiais e em produtos marca própria que só são encontrados nas lojas que são detentoras das marcas e produtos. Encarando esse mercado com seriedade, buscando qualidade, o cliente perceberá valor nesta categoria e isto 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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VAREJO

A Farma Ponte possui uma linha de produtos de marca própria com mais de 250 SKUs. Estratégia reduz custos

tornará possível oferecer um diferencial e, então, finalmente, fidelizar o cliente à farmácia”, constata o diretor da Rede Farma Ponte, Marcos Eduardo Caramanti. O mercado de marca própria busca oferecer melhores preços em relação aos produtos da loja, o que favorece a venda dos produtos. Outro ponto importante é que o cliente vai até a loja procurar um produto específico da rede e, muitas vezes, é estimulado a levar outros itens. É fundamental ter qualidade, já que o consumidor, segundo as redes de farmácias e drogarias, não aceita mais marca própria popularesca (barata e ruim) e o estabelecimento corre o risco de prejudicar a imagem da empresa. “A escolha deve ser sempre do cliente, você não pode acabar com o mix da categoria onde atua com sua marca e não oferecer escolha ao consumidor”, aponta Barriento da Rahda. Primeiramente, é necessário investir tempo em desenvolvimento, muito trabalho humano de pesquisa no desenvolvimento, que vai desde criação e registro da marca, criação de embalagem, benchmarking, target, público-alvo, fornecedor de matéria-prima, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre outros. Em segundo lugar, o investimento se dá na quantidade mínima de embalagem e de produto acabado 11 2

junto com as indústrias que fazem a terceirização. Essas empresas estão acostumadas a fornecer seus produtos em grande escala e ainda não se adaptaram ao fornecimento em menores quantidades. A Pague Menos começou investindo em produtos de primeiros socorros e de perfumaria. “Atualmente, temos 780 itens próprios. Entre perfumaria, primeiros socorros, higiene, linha infantil, fitoterápicos e fitness”, descreve Barros. Para o gerente comercial da Rahda, quem não conseguir atender às premissas de qualidade, competitividade, comunicação, escala (volume), opção de escolha ao cliente, dificilmente terá sucesso. “No varejo farmacêutico, existem poucas empresas trabalhando marca própria profissionalmente, a maioria ainda está dando os primeiros passos.” Para a Farma Ponte, pelo fato do produto de marca própria sair da indústria e ir diretamente para o varejo, os custos do produto são reduzidos. Com essa lucratividade, é possível desenvolver produtos diferenciados, num preço menor para o cliente. “A rede possui também uma linha de produtos de marcas próprias com mais de 250 SKUs, são itens diferenciados, com um alto índice de recompra pelos nossos clientes”, finaliza o gerente de marketing da Rede Farma Ponte, Ricardo Silveira Leite.

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APARELHO GASTROINTESTINAL

Tudo em perfeita harmonia

O TUBO DIGESTIVO É CONSIDERADO O SEGUNDO CÉREBRO DO CORPO, SENDO RESPONSÁVEL PELA ABSORÇÃO E DIGESTÃO DOS NUTRIENTES. SEU FUNCIONAMENTO PLENO É ESSENCIAL PARA A MANUTENÇÃO DA SAÚDE P O R V I VI A N LOU R ENÇ O

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Uma alimentação balanceada é um dos passos para uma digestão tranquila e consequentemente uma absorção de nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo. Os hábitos saudáveis de alimentação fazem com que esse processo seja mais bem executado pelo corpo humano, porém não são os únicos responsáveis pelo bom funcionamento do sistema digestivo. O aparelho digestivo tem início na boca e término no ânus. Se houver qualquer problema em toda a sua extensão, pode acarretar ao paciente males que vão de dores, chegando até mesmo ao extremo da perda de função digestiva. Ele é composto por boca, esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso e órgãos/glândulas acessórias: fígado, pâncreas, glândulas salivares. Cada parte tem sua especialidade e função de modo a atingir o objetivo final. Impulsiona os alimentos por ondas peristálticas que são o produto de contrações e relaxamentos dos segmentos

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adjacentes, respeitados tempos e funções de cada parte do trânsito. O aparelho digestivo de um adulto tem cerca de 30 metros de comprimento. Como função, o aparelho gastrointestinal é responsável por receber e processar os alimentos, de modo que se transformem em nutrientes e deixá-los passar, na medida do necessário, para dentro do organismo. “Ele precisa funcionar plenamente para absorver e diferir os nutrientes. Qualquer problema pode modificar a rotina do paciente”, ressalta o doutor em Gastroenterologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutor pela Universidade de Londres, Dr. Eduardo André. Isso não inclui apenas alimento, mas também água e sais minerais. Esses nutrientes são indispensáveis para a manutenção dos mais diversos papéis desempenhados pelo metabolismo do corpo, desde o crescimento, no caso de crianças e adolescentes, até a produção de hormônios e células de defesa. De certa maneira, pode-se dizer que todos os órgãos dependem dessa função, complementa o gastroenterologista, médico-cirurgião e presidente do FOTOS: SHUTTERSTOCK

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ESPECIAL SAÚDE

APARELHO GASTROINTESTINAL

Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e do Núcleo de Robótica da Associação Paulista de Medicina (APM), Dr. Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo.

PRINCIPAIS ENFERMIDADES Por ser muito extenso e possuir de 6 a 9 metros de comprimento, o aparelho gastrointestinal pode sofrer diversos problemas, que vão desde dores em qualquer parte, até a perda da função primordial de digestão e absorção dos alimentos. Acredita-se que cerca de 20% da população brasileira apresente algum distúrbio relacionado com o aparelho gastrointestinal. Os primeiros sintomas de alerta são dor ou desconforto para engolir, dor na parte alta do abdômen e/ou sensação de má digestão, náuseas, vômitos, diarreia e prisão de ventre. De longe, os distúrbios do funcionamento, ou seja, da motilidade, estão entre os mais prevalentes. Dispepsia não ulcerosa e Síndrome do Intestino Irritável são os transtornos mais comuns na prática clínica de qualquer médico, sendo que as doenças que mais acometem o sistema são as diarreias que possuem diversas causas e que podem ser motivadas por alimentação ou doenças. O Dr. Macedo salienta que o processo de digestão seguido pela absorção dos mais diversos tipos de nutrientes, como proteínas, gorduras e carboidratos, bem como água, vitaminas e sais minerais, são as principais funções do aparelho digestivo. “A formação e eliminação das fezes como produto da digestão também é uma função muito importante e deve ser sempre lembrada.” Por isso, é estritamente importante manter o aparelho em sua plena funcionalidade. Qualquer situação que atrapalhe ou interrompa esse processo de digestão, absorção ou formação de fezes pode ser considerada um problema. Diversas alterações na primeira porção do aparelho gastrointestinal, como gastrite, doença do refluxo gastroesofágico e pedras na vesícula biliar, entre outras, podem comprometer o processo de digestão. “Quadros de diarreia crônica e intolerância alimentar comprometem a absorção de nutrientes. Um problema muito comum é a obstipação intestinal que é a dificuldade para eliminação de fezes”, destaca. Além disso, o Dr. André completa explicando que a ação de engolir e evacuar é sincronizada. “Se o intestino funciona bem, mantém o bem-estar e impede os outros problemas de digestão, como gases, estufamento e indigestão.” 11 6

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ELAS SOFREM MAIS As mulheres são as maiores prejudicadas quando o assunto é intestino preguiçoso. De acordo com o doutor em Gastroenterologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutor pela Universidade de Londres, Dr. Eduardo André, esse é um problema mais social do que de gênero. “Ainda é um tabu para a mulher ir ao banheiro fora de casa, pois ela enfrenta fila, sujeira, etc. e dentro de casa, há a falta de tempo.” Por motivos sociais e culturais, muitas mulheres evitam o reflexo evacuatório em diversas ocasiões e, às vezes, abusam de laxantes irritativos que deveriam ser usados apenas em ocasiões especiais. A longo prazo, várias delas acabam tornando-se obstipadas.

QUEBRA DA SINCRONIZAÇÃO Quando uma das etapas fica alterada, o processo todo é comprometido. “Se o paciente inicia um quadro de gastrite, refluxo gastroesofágico, pode ter dificuldade para se alimentar e consequentemente poderá apresentar uma redução no número de evacuações. De outro modo, o paciente com obstipação intestinal pode evoluir com quadro de distensão abdominal com diminuição do apetite”, completa o médico do Albert Einstein. Para evitar que o intestino pare de funcionar, o especialista alerta ser necessário escolher os alimentos certos em cada refeição, montando uma dieta balanceada, com proteínas, carboidratos, gorduras e fibras alimentares na proporção adequada, que é o primeiro passo para um intestino saudável. Beber bastante água entre as refeições é muito importante. “O modo que as pessoas se alimentam também é essencial: comer devagar, evitando ingerir líquido durante as refeições é o ideal. Quando o paciente apresenta dificuldade para evacuar, alguns produtos podem auxiliar”, salienta o Dr. Macedo.

IMPORTÂNCIA DAS FIBRAS Quando o intestino não vai bem, além do desconforto na região abdominal, aparecem o inchaço na barriga e o mau humor. Como o trânsito intestinal não funcionou direito para eliminar as toxinas, a pele sofre também – fica 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

APARELHO GASTROINTESTINAL

ALGUMAS DOENÇAS COMUNS DO APARELHO GASTROINTESTINAL • Diarreia: se caracteriza por contrações musculares, muito rápidas, que movem o conteúdo do intestino e não há tempo suficiente para que a água seja absorvida antes de as fezes serem empurradas para fora do corpo. • Constipação: o conteúdo do intestino grosso não se move rápido o suficiente e os resíduos permanecem no organismo, desde que a água em excesso seja removida e as fezes tornem-se rígidas. • Síndrome do Intestino Irritável (SII): é um distúrbio intestinal comum que afeta o cólon. Quando os músculos do cólon não funcionam normalmente, uma pessoa pode sentir a dor abdominal, distensão abdominal, constipação e diarreia, que podem ser sinais da síndrome. • Gastrites e úlceras pépticas: uma bactéria chamada Helicobacter pylori, ou o uso crônico de certos medicamentos, enfraquecem a camada protetora da mucosa do estômago e do duodeno, permitindo que o ácido passe para o revestimento sensível. Isso pode irritar e inflamar as paredes do estômago (uma condição conhecida como gastrite) ou causar úlceras pépticas, que são feridas ou buracos que se formam no revestimento do estômago ou do duodeno e causam dor ou sangramento. • Doença inflamatória intestinal (IBD): é uma inflamação crônica dos intestinos. Existem dois tipos principais: a colite ulcerosa, que normalmente afeta apenas o reto e o intestino grosso, e a Doença de Crohn, que pode afetar todo o trato gastrointestinal da boca ao ânus.

opaca e sem vitalidade. Por isso, o importante aliado nessa batalha contra a prisão de ventre é o consumo de fibras. Consumir poucas fibras vegetais e pouca água a longo prazo pode levar à formação de fezes mais secas e dificuldade para evacuar. Nesse caso, o uso de produtos, como fibras vegetais ou sintéticas e óleos minerais, pode ser eficiente. Em alguns casos também são prescritos probióticos, orientam os especialistas. 11 8

A primeira recomendação para melhorar o bom funcionamento do aparelho digestivo no paciente com obstipação crônica, segundo Dr. Macedo, é o aumento da ingestão hídrica e do consumo de fibras vegetais. Se as orientações de dieta não são eficazes, tentamos fibras sintéticas e óleos minerais. Além disso, o Dr. André, da USP, orienta que os hábitos saudáveis podem melhorar o quadro. A dieta balanceada deve conter de 25 g a 30 g de fibras por dia, o que produzirá no paciente um bolo fecal de 100 g a 200 g. “É necessário ainda estimular o intestino, beber dois litros de água por dia e praticar exercícios físicos.” Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 68% da população brasileira consome quantidades de fibras abaixo desse valor por dia. As fibras agem absorvendo e retendo grandes volumes de água. A distensão mecânica causada pelo bolo fecal aumentado estimula o movimento do intestino e a passagem das fezes. É importante ressaltar que o consumo de água é essencial para que as fibras tenham efeito desejado. Com uma rotina corrida e os fast-foods e alimentos congelados na prateleira do supermercado, muitos pacientes se afastam de uma alimentação balanceada e saudável. Quem sofre com essa displicência é o organismo. Por isso, muitas empresas investem em fibras em diversos formatos: pó, gomas e inseridas dentro dos próprios medicamentos. “A fibra é muito importante, mas depende de cada caso. Por exemplo, uma pessoa que não evacua há sete dias não pode só fazer uso das fibras”, alerta Dr. André. Elas são recomendadas apenas para os casos de intestino preguiçoso. Além disso, as fibras podem contribuir para o controle dos níveis de colesterol, auxiliam o funcionamento intestinal, ajudam na sensação de saciedade prolongada, o que pode contribuir para a diminuição do apetite. “Existem dois tipos de fibras: as solúveis (por exemplo, frutas, verduras, aveia, feijão, lentilha) e as insolúveis (farelo de trigo, cereais, arroz e pão integrais), cada uma com funções diferentes, mas ambas atuando no trato gastrintestinal, promovendo bom funcionamento e melhora do fluxo digestivo”, comenta a farmacêutica Luisa Saldanha. A eficácia dessas fibras é comprovada quando elas trabalham juntas. Essa sinergia eficiente ajuda na prevenção de doenças no sistema cardiovascular e gastrointestinal, além de estimular o bom funcionamento do sistema imunológico e o metabolismo energético.

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CORAÇÃO

Batidas

da vida O AVANÇO DA SAÚDE AINDA NÃO FOI CAPAZ DE COMBATER UM DOS GRANDES VILÕES DA SOCIEDADE ATUAL: AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES. MESMO COM RECURSOS DA CIÊNCIA E INFORMAÇÃO, AINDA MORREM 320 MIL BRASILEIROS TODOS OS ANOS

A P O R F L ÁV I A C OR B Ó

A doença que o brasileiro mais teme é o câncer. Uma pesquisa do Instituto Oncoguia, em parceira com o Datafolha, revelou que 59% da população acredita que tumores malignos são a principal causa de morte no Brasil. Os índices revelam um desconhecimento a respeito de outras doenças muito mais perigosas, já que, em realidade, a grande causa de morte dos brasileiros (31%) são as complicações no aparelho circulatório. O câncer ocupa, na verdade, a segunda colocação, responsável por 17% dos óbitos, seguido de causas externas (13%), como acidentes de carro ou violência. Ou seja, essas duas causas

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somadas não atingem o índice de incidência de doenças do aparelho circulatório, que fazem 320 mil vítimas todos os anos no Brasil. No mundo, os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) somam 7 milhões de mortes anuais. Devido aos números alarmantes, em 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU) convocou uma reunião para debater o tema e fez com que os países integrantes da entidade se comprometessem a diminuir em 2% ao ano a incidência de doenças cardiovasculares até 2022. Desde 1945, quando a ONU foi criada, somente outras duas reuniões da área da saúde tinham sido convocadas. FOTOS: SHUTTERSTOCK

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PESSOAS COM NÍVEL SOCIOECONÔMICO MAIS BAIXO AINDA TÊM ACESSO DIFÍCIL AO SERVIÇO DE SAÚDE, POR ISSO O TRATAMENTO DESSA EPIDEMIA DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES DEVERIA SER COMBATIDO A PARTIR DE UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR

“Em 1980, para erradicar a poliomielite e, em 2000, para tentar controlar a epidemia de AIDS”, conta o cardiologista da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Dr. Carlos Alberto Machado. Além de uma preocupação com o bem-estar da população, o combate às doenças do aparelho circulatório também envolve razões econômicas. “A população está envelhecendo. Estima-se que, em 2050, teremos mais de 100 milhões de pessoas com mais de 50 anos. Se não tratarmos do problema agora, o número de doentes só tende a crescer e não haverá sistema de saúde capaz de atender à demanda e pagar a conta.”

HISTÓRICO PECULIAR Para entender como a saúde da população alcançou esses índices preocupantes no trato do aparelho circulatório, é preciso voltar um pouco no tempo. Antes da criação de antibióticos e da implantação de uma infraestrutura de saneamento básico, a grande maioria das pessoas morria devido a doenças infecciosas. Com o avanço da medicina e a migração da população rural para os centros urbanos, os problemas de saúde mais

recorrentes mudaram. Hoje em dia, a grande vilã são as doenças crônicas. Cerca de 80% da população mundial vive em grandes cidades, em um ritmo de vida acelerado, em que se acumulam tarefas, vive-se de forma dependente da comodidade da tecnologia e passa-se a boa parte dos momentos de lazer em casa, muitas vezes por receio da violência. Todos esses aspectos fazem com que os cidadãos se exercitem menos e comam mais, de forma desregrada e desbalanceada. “Antigamente, as crianças iam a pé para a escola, jogavam bola na rua, empinavam pipa. Hoje, passam de quatro a seis horas jogando no celular, assistindo à televisão. Para ir à escola, ou vão com os pais ou de transporte escolar. Quase não se exercitam mais”, alerta o Dr. Machado, lembrando que uma criança obesa tem grandes chances de ser um adulto fora do peso e com doenças crônicas. A possibilidade se agrava se os pais também forem obesos. De acordo com o pediatra da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), Dr. Sérgio Eiji Furuta, se um dos pais é obeso, as chances da criança também vir a ser é de 40% a 50%. Se o casal for obeso, esse percentual sobe para 80%. A Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2013), realizada pelo Ministério da Saúde, mostra que estamos bem próximos dessa realidade. Pelo menos 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal, destes, 17,5% são obesos. A proporção de obesos entre homens e mulheres é a mesma: 17,5%. No entanto, em relação ao excesso de peso, os homens acumulam percentuais mais expressivos, 54,7% contra 47,4% das mulheres. O estudo também aponta um avanço do diabetes no País. O percentual de pessoas diagnosticadas com a doença passou de 5,5% para 6,9% de 2006 para 2013. 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

CORAÇÃO

FUNÇÃO PROFISSIONAL Como o farmacêutico pode ajudar no combate aos problemas do coração? Farmacêuticos são profissionais de saúde e, portanto, devem estar envolvidos nas políticas de combate às doenças cardiovasculares. A aprovação do projeto de lei substitutivo do PL 4385/94, que visa regulamentar os serviços de atenção farmacêutica, vem ao encontro desse raciocínio e busca mudar um paradigma. “Existe uma cultura no Brasil de que o papel da farmácia é só vender medicamento, enquanto ela deveria ser transformada em uma unidade da saúde”, acredita o cardiologista da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Dr. Carlos Alberto Machado. “Além de vender, os farmacêuticos deveriam monitorar pressão, medir glicemia e manter contato direto com médicos.” A abordagem multidisciplinar ajuda a aumentar a adesão às medidas de prevenção e ao tratamento medicamentoso. Outras possíveis medidas que poderiam ser adotadas dentro da farmácia é a capacitação do profissional para identificar paciente de risco e a distribuição de cartilhas informativas entre os consumidores.

A pesquisa mostrou ainda que o diabetes é mais comum entre as mulheres (7,2%) do que em homens (6,5%). Os hábitos modernos também acarretam na alta incidência de quadros de hipertensão. Uma em cada quatro pessoas adultas sofre do problema, ou seja, estima-se que atinja, no mínimo, 25% da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil. Todas essas doenças são fatores de risco para o desenvolvimento de complicações no sistema circulatório. Sozinha, a pressão alta é responsável por 40% dos infartos e 80% dos derrames, segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). “A ação degenerativa do envelhecimento, estresse, obesidade, sedentarismo levam ao depósito de gordura nas artérias e à formação de lesões obstrutivas que impedem a passagem do sangue e a irrigação de órgãos vitais”, explica o cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração (HCor), Dr. Daniel Magnoni. 122

Os fatores de risco tendem a aumentar entre os 50 e 70 anos de idade, mas jovens também estão sujeitos a complicações. E quanto mais novo o paciente, maior a chance do problema ser fatal. Cerca de 40% das pessoas que sofrem infarto não chegam com vida ao hospital. “Boa parte das vítimas inclusas nesse percentual é de jovens, pois nessa idade a doença não costuma apresentar sintomas, o que impede o tratamento e um atendimento mais rápido.” Para evitar ser pego de surpresa, os médicos recomendam a realização de um checkup anual. Estar atento a possíveis sinais de que há algo errado também pode ajudar na prevenção. “Sintomas de cansaço excessivo, arritmia, hipertensão, alterações nos níveis de glicemia são alguns pontos de cuidado”, enumera o Dr. Magnoni.

COMO REVERTER? Mais da metade das mortes em decorrência de problemas no coração poderia ser prevenida se fosse feito um diagnóstico precoce e um tratamento adequado, segundo informa a SBC. E por que não são? Para o Dr. Machado, falta colocar em prática um plano de enfrentamento das doenças crônicas, que deve ser baseado em quatro pontos principais: controle da obesidade, aumento do exercício físico, cessação do tabagismo e controle do consumo de álcool. “Essas medidas são comuns para o enfrentamento de todas as principais causas de morte dos brasileiros, doenças cardiovasculares, câncer e acidentes.” Outro ponto a ser trabalhado é o acesso à informação. De acordo com o Ministério da Saúde, o avanço das doenças crônicas está relacionado à melhoria do acesso à atenção básica, mas os próprios dados colhidos

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ESPECIAL SAÚDE

CORAÇÃO

EXTREMIDADES CORONARIANAS

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A atividade do coração consiste na alternância da contração (sístole) e do relaxamento (diástole) das paredes musculares das aurículas e ventrículos 1. Veia cava superior 2. Aorta 3. Artéria pulmonar 4. Átrio direito 5. Átrio esquerdo 6. Válvula mitral 7. Ventrículo inferior direito 8. Ventrículo esquerdo 9. Veia cava

PROTOCOLO DE TRATAMENTO Conheça os fármacos mais utilizados no tratamento de problemas no aparelho circulatório: • statinas: usadas na redução dos níveis de colesterol. • nti inflamatórios: ajudam a afinar o sangue e facilitam a circulação. • Ins linas: necessárias para o controle da glicemia. • ç es não medicamentosas: combater o sedentarismo, o tabagismo, a má alimentação e o excesso de peso.

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CORAÇÃO

MAIS DA METADE DAS MORTES EM DECORRÊNCIA DE PROBLEMAS NO CORAÇÃO PODERIA SER PREVENIDA SE FOSSE FEITO UM DIAGNÓSTICO PRECOCE E UM TRATAMENTO ADEQUADO

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BOAS NOTÍCIAS Ainda que a luta contra os problemas do coração esteja só no começo, já é possível notar melhora em alguns dos maus hábitos dos brasileiros. A parcela da população brasileira acima de 18 anos que fuma caiu 28% nos últimos oito anos. Segundo o Vigitel 2013, 11,3% da população brasileira fuma, enquanto que, em 2006, o índice era de 15,7%. O estudo também revela a redução na frequência de fumantes passivos no domicílio, que passou de 12,7%, em 2009, para 10,2%, em 2013 e, no local de trabalho, o índice passou de 12,1% para 9,8%. Quanto à obesidade, o levantamento revela que, pela primeira vez em oito anos consecutivos, o percentual de excesso de peso e de obesidade se manteve estável no País. Os resultados do estudo cessam a média de crescimento de 1,3 ponto percentual ao ano que vinha sendo registrada desde a primeira edição, realizada em 2006 – quando a proporção de pessoas acima do peso era de 42,6% e a de obesos era de 11,8%.

E CO N TEÚDO

pela entidade apontam que a escolaridade é um item fundamental no cuidado com a saúde, principalmente entre o público feminino. O percentual de excesso de peso entre as mulheres com até oito anos de estudo é de 58,3%. Já entre as mulheres com escolaridade de no mínimo 12 anos, esse percentual cai para 36,6%. A prevalência de obesidade também cai pela metade entre esses dois grupos de mulheres, atingindo 24,4% e 11,8%, respectivamente. “Pessoas com nível socioeconômico mais baixo ainda têm acesso difícil ao serviço de saúde, por isso acho que o tratamento dessa epidemia de doenças cardiovasculares deveria ser combatido a partir de uma abordagem multidisciplinar. Todos os profissionais de saúde têm de trabalhar juntos, são saberes diferentes que se complementam”, opina o Dr. Machado, incentivando a participação dos profissionais de farmácia nesse enfrentamento. Uma das iniciativas mais conhecidas no combate à epidemia de doenças cardiovasculares é o Dia Mundial do Coração, celebrado todo dia 29 de setembro. A ideia é de que a data movimente notícias na mídia e ajude a disseminar informações vitais para o combate a esse mal dos tempos atuais. Entre os pontos mais abordados pelos profissionais de saúde envolvidos na campanha, está o cuidado com a alimentação. A rotina moderna refletiu diretamente nos hábitos alimentares do brasileiro. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mostrou que o consumo de cereais e leguminosas sofreu uma das maiores quedas na média das aquisições – 20,5% e 19,4%, respectivamente. Já o grupo de alimentos preparados e misturas industriais, por sua vez, apesar de

apresentar quantidades médias adquiridas bem inferiores aos outros grupos alimentares, teve, proporcionalmente, o maior aumento relativo (37%). O percentual vai contra todas as recomendações médicas. “É importante evitar a dose extra de gordura e calorias que vêm com os lanches e guloseimas que comemos ao longo do dia ou nos minutos que antecedem o sono”, diz o Dr. Magnoni. “Para isso, é preciso trocar a ingestão de doces industrializados, refrigerantes, salgados e sanduíches gordurosos, por exemplo, por frutas, cereais, bebidas naturais com pouco açúcar ou por água, em intervalos de três em três horas, pelo menos”. Uma dieta mais saudável para o coração inclui substâncias como fibras, Ômega 3 e antioxidantes, no café, almoço e jantar. “A redução do consumo de sal também é uma das melhores ações em prevenção”, complementa.

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HIPERTENSÃO

Controle inevitável ESTIMA-SE QUE CERCA DE 25% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA TENHA A PRESSÃO ARTERIAL ELEVADA. ESSA É UMA DOENÇA QUE CHEGA A MATAR 9,4 MILHÕES DE PESSOAS TODOS OS ANOS NO MUNDO P O R E G L E LEO NA R DI , M A R C ELO DE V A LÉC I O E VIVIAN LOURENÇO

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Considerada pela classe médica um dos maiores fatores de risco à saúde, a elevação da pressão arterial é um mal que atinge cada vez mais pacientes no mundo todo. Ela é uma das causas do Acidente Vascular Cerebral (AVC), além das doenças do coração, diabetes e doenças renais. De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, determinadas pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), pesquisas populacionais, realizadas nos últimos 20 anos, descobriram uma prevalência do problema acima de 30% no País, o que pode representar quase 58 milhões de indivíduos. Segundo o Vigitel 2011 (levantamento Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças

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Crônicas por Inquérito Telefônico), a hipertensão arterial atinge 22,7% da população adulta brasileira. O diagnóstico em mulheres (25,4%) é mais comum do que entre os homens (19,5%). A frequência com que a doença avança é diferente de acordo com a idade, segundo o Ministério da Saúde. Se entre 18 e 24 anos, apenas 5,4% da população relatou ter sido diagnosticada hipertensa, aos 55 anos, a proporção é 10 vezes maior, atingindo mais da metade da população estudada (50,5%). A partir dos 65 anos, a mesma condição é observada em 59,7% dos brasileiros. A maior frequência de diagnóstico em mulheres ocorre em todas as faixas etárias. A capital com menor proporção de pessoas com hipertensão arterial é Palmas (12,9%), enquanto a maior FOTOS: SHUTTERSTOCK

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ESPECIAL SAÚDE

HIPERTENSÃO

O HIPERTENSO É UM PACIENTE QUE FARÁ USO FREQUENTE DA FARMÁCIA, POR ISSO, PROMOVER UM ATENDIMENTO DIFERENCIADO, ESCLARECENDO AS DÚVIDAS E DANDO ORIENTAÇÃO PODE TRAZER A FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE frequência foi encontrada no Rio de Janeiro (29,8%), onde é maior a proporção de idosos. As doenças cardiovasculares de forma geral matam anualmente 17 milhões de pessoas em todos os países, sendo que, deste total, perto de 55% dos óbitos estão ligados diretamente a complicações relacionadas à pressão alta. Por esses dados, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera hipertensão um grave problema de saúde pública global e particularmente alarmante nos países emergentes ou em desenvolvimento, pois aproximadamente 80% das mortes causadas por problemas cardíacos relacionados à hipertensão ocorreram nestas regiões.

PROBLEMA COMPORTAMENTAL O sal em excesso contribui para a retenção de líquidos, aumentando o volume e a pressão do sangue. Ele é bombeado com mais força, agride o revestimento dos vasos, provoca pequenas cicatrizes e contribui para o entupimento das artérias “A população brasileira consome, em média, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 12 gramas de sal por dia, o dobro do que é recomendado como uma quantidade saudável, e isso aumentou muito nos últimos anos devido ao maior consumo de alimentos industrializados. Pessoas mais idosas, obesas, diabéticas, alcoólatras e sedentárias têm mais chance de ter a doença”, salienta o coordenador do Centro de Hipertensão Arterial do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Luiz Bortolotto. Além disso, o médico explica que há o fator genético, já que pessoas com pais e parentes diretos com pressão alta têm mais propensão a ter a doença. 130

Mas o sal em excesso não é o único fator que desencadeia a hipertensão. Há outros riscos, como a falta de atividade física associada à dieta inadequada, favorecendo o aparecimento da doença. A alimentação rica em gordura, que provoca aterosclerose, uso de medicamentos (principalmente anti-inflamatórios) e consumo de drogas ilícitas. A hipertensão aumenta ao longo dos anos devido aos fatores de risco. “Em 2006, era de aproximadamente 20% e atualmente é de 25%. Isso ocorre, pois tem aumentado a exposição da população aos fatores de risco para a afecção”, ressalta o cardiologista do Lavoisier Medicina Diagnóstica, Dr. Rafael Munerato. A hipertensão não dá sintomas nas suas fases iniciais. Somente em fases avançadas da doença, quando já ocorreram lesões de órgãos-alvo, os pacientes tornam-se sintomáticos. Ou seja, a população não deve aguardar aparecimento de sintomas para se preocupar com o problema.

MECANISMO DO MAL Infelizmente não há um vilão único causador da hipertensão. A doença ocorre quando há uma pressão muito forte do sangue contra as paredes das artérias. Assim, uma pessoa é considerada hipertensa quando a sua pressão arterial estiver maior ou igual a 140/90 mmHg (em milímetros de mercúrio) ou 14 por 9 cmHg (em centímetros de mercúrio). Para essa consideração, os dados devem ser medidos várias vezes, de forma correta, com aparelhos calibrados e por profissional capacitado.

CONTROLE QUE VALE A VIDA A questão da falta de controle da pressão arterial, em muitos casos, vai além da vontade do próprio paciente. A pressão arterial é a tensão exercida pelo sangue dentro dos vasos sanguíneos, a partir da força proveniente dos batimentos cardíacos. Quanto mais sangue for bombeado do coração por minuto, maior será esse valor, que tem duas escalas: máxima (sistólica) e mínima (diastólica). O estreitamento das artérias aumenta a necessidade de o coração bombear com mais força para impulsionar o sangue e recebê-lo de volta. Como consequência, a hipertensão dilata o coração e danifica as artérias. Pressão sistólica está relacionada à força de bombeamento do coração e diastólica, à dos vasos sanguíneos periféricos (abdome, braços e pernas).

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ESPECIAL SAÚDE

HIPERTENSÃO

A HIPERTENSÃO AUMENTA AO LONGO DOS ANOS DEVIDO AOS FATORES DE RISCO. EM 2006, ERA DE APROXIMADAMENTE 20% E ATUALMENTE É DE 25%. ISSO OCORRE, POIS TEM AUMENTADO A EXPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO AOS FATORES DE RISCO PARA A AFECÇÃO Os valores de pressão podem variar instantaneamente, dependendo do estado da pessoa no momento – se está em repouso, em atividade, estressada. O valor considerado normal é quando, em repouso, o máximo atinge até 120 mmHg e o mínimo fica na faixa de 80 mmHg – popularmente conhecido como 12/8. Abaixo de 9/5, a pressão é considerada baixa, mas não é uma doença, apesar de poder causar indisposição, náusea, tontura e até desmaio. Tempos atrás, se dizia que era mais perigoso a pressão diastólica mais elevada do que a sistólica, mas isso mudou. Acima de 13,5/8,5 os números já são considerados altos. São valores que se convencionou classificar como de alerta porque aumentam os riscos de problemas mais graves, como o infarto. Mas, para ser considerados hipertensão, os valores devem ser persistentes. Medindo-se várias vezes, em circunstâncias diferentes, 132

sempre em repouso, a pressão se mantendo elevada é indício do problema, dizem os especialistas.

ATENÇÃO FARMACÊUTICA AOS HIPERTENSOS O hipertenso é um paciente que fará uso frequente da farmácia, por isso, promover um atendimento diferenciado, esclarecendo as dúvidas e dando orientação pode trazer a fidelização do cliente. “Esta ‘relação terapêutica’ fundamentada em educação em saúde deve ser o diferencial no atendimento ao indivíduo”, explica a farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti. Quanto aos equipamentos que possam ser utilizados no controle da hipertensão, é importante que sejam

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ESPECIAL SAÚDE

HIPERTENSÃO

O FARMACÊUTICO PODERÁ COLABORAR DE VÁRIAS MANEIRAS: • Promovendo educação em sa de com a divulgação de informaç es importantes sobre a hipertensão arterial; • erando interesse da população uanto mudança de h bitos e sua import ncia na prevenção detecção e cuidado da hipertensão; • eali ando campanhas contra tabagismo com exemplos reais da condição de sa de das pessoas; al m de outras. Fonte: farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti

calibrados e que o paciente tenha um treinamento adequado para a sua utilização, além da conscientização do registro das medições. “No ponto de atendimento das farmácias e drogarias, é necessário um trabalho minucioso para que se saiba a real condição de entendimento do indivíduo, quais informações serão necessárias, além do estabelecimento de como serão transmitidas, objetivando a segurança do paciente e a eficácia do medicamento. A dispensação de medicamentos está associada ao serviço farmacêutico diretamente dirigido ao usuário.” Normalmente, os Conselhos Regionais elaboram cartilhas, folders e outros materiais para orientação da 134

população e os disponibilizam às farmácias e drogarias. Além desse material, o site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também dispõe de muito material a respeito de educação em saúde. A profissional explica que outra ação que gera ótimos resultados é o desenvolvimento de atenção farmacêutica voltado à hipertensão com a prática do seguimento farmacoterapêutico dos usuários de medicamentos. Dessa maneira, o farmacêutico consegue monitorar como o desfecho terapêutico está acontecendo e qual é o grau de interação do paciente com a adesão ao tratamento dentro da proposta terapêutica indicada. “Na verdade, a grande diferença em relação à conscientização é o contato direto do farmacêutico com o usuário de medicamento, considerando que cada paciente tem necessidades individuais, o que torna a atuação do farmacêutico uma ação de abrangência única no preenchimento das lacunas de falta de informação do indivíduo.” Esta atuação precisa ser cada vez mais intensificada na dispensação de medicamentos para que a educação em saúde seja uma prática disponibilizada como rotina nas farmácias e drogarias e, desta maneira, possa contribuir para o entendimento da população quanto ao uso racional de medicamentos.

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TECNOLOGIA

Medidas ajustadas

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Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), atualmente, a doença atinge em média 30% da população brasileira, chegando a mais de 50% na terceira idade e está presente em 5% das crianças e dos adolescentes no Brasil. Ela é responsável por 40% dos infartos, 80% dos Acidentes Vascular Cerebral (AVCs) e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. 136

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COM UMA ROTINA INTENSA DE TRABALHO E MAUS HÁBITOS ALIMENTARES, ALÉM DO SEDENTARISMO, O GRUPO DE RISCO DE PESSOAS HIPERTENSAS É CADA VEZ MAIOR. PENSANDO NISSO, A INDÚSTRIA OFERECE APARELHOS QUE ATUAM NO CONTROLE DAS TAXAS POR TASSIA R OCHA E RAQUE L S E N A

Por ser um problema que atinge cada vez mais a população, consumidores estão optando por ter em casa monitores de pressão portáteis que permitem o controle preciso das taxas. Atualmente, há uma grande variedade desses produtos disponíveis no ponto de venda, eles são de fácil utilização e apresentam resultados rápidos e seguros. FOTO: SHUTTERSTOCK

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TECNOLOGIA

Os monitores de pressão são produtos essenciais, necessários em qualquer farmácia, justamente por tratarem de questões de saúde, como pressão arterial e problemas cardíacos. De acordo com a gerente de Marketing e Vendas da Incoterm – Soluções em Medição, Ana Paula Marquioretto, com o crescimento de pessoas hipertensas ou que estão prevenindo questões cardíacas ou de pressão arterial, a utilização desses produtos é essencial e nisto vêm o desenvolvimento e investimento de produtos que atendam às necessidades desses clientes. “A hipertensão é uma doença silenciosa, quando o paciente percebe algum sintoma, já poderá estar com ela desenvolvida ou ainda muitas vezes só tem atenção a esse fato quando sofre um AVC ou outra reação grave”, afirma. Os medidores de pressão devem ser usados por todos, para prevenir doenças, por isso, adotar hábitos como o acompanhamento diário com uso do produto e visitas periódicas ao cardiologista é fundamental.

DESTAQUE NO PDV Normalmente, os produtos devem estar próximos um dos outros, com certo destaque, tanto para os modelos de braço, quanto aos de pulso. O ideal é que estejam também junto com produtos e medicações que tratem de pressão arterial e cuidados similares. O papel do farmacêutico deve ser o de oferecer e ressaltar as necessidades do produto aos seus clientes e destacar os benefícios que o item oferece. Para dar maior visibilidade ao produto no PDV e alavancar as vendas, a gerente de produto da Omron, Márcia Matsunoto, explica que ele deve ser exposto nas gôndolas, em prateleiras visíveis, ou seja, na altura dos olhos do cliente, que assim saberá da existência dele. “Não se pode esquecer da exposição no balcão, pois, além de o consumidor visualizar de perto o produto, tem o balconista à sua frente para sanar as dúvidas com relação ao equipamento.” Muitas vezes, o varejista não expõe o produto no ponto de venda, mesmo sendo muito rentável e cada vez mais procurado, o que faz com que o consumidor não o visualize. Segundo o gerente nacional de vendas da Accumed-Glicomed, Ricardo Teixeira, a venda dos produtos dessa categoria traz uma grande oportunidade de aumentar 138

o tíquete médio da farmácia. “Hoje o mercado farmacêutico cresce de 7% a 10% e essa categoria de equipamentos para saúde varia entre 20% e 30%. Diante desses dados, é impossível não acreditar no aumento do faturamento.” Além do produto para demonstração no balcão, Teixeira afirma que o ideal é ter também pelo menos dois modelos na vitrine. Isso gera a lembrança de estimular o cliente a adquirir o produto e também de chamar a atenção quanto ao hábito de verificação da pressão arterial, recomendado pelos médicos. “Os medidores têm um alto valor em comparação a medicamentos em geral. Por isso, o ideal é fazer a exposição somente das embalagens nas gôndolas e sempre deixar um monitor de cada modelo para demonstração do funcionamento. Recomendamos que, sempre antes da compra, o balconista realize um teste com o consumidor e recomende que ele preencha o certificado de garantia que vem com o aparelho”, informa o gerente Nacional de Vendas da MedLevensohn, Paulo Sampaio. O executivo aconselha ao profissional de farmácia que os monitores de pulso sejam recomendados para os consumidores em geral, que desejam aferir sua pressão em casa, no trabalho, etc. “São bem portáteis e acessíveis”, afirma. Para os médicos, mas que também são clientes de farmácias, ele indica os monitores automáticos de

O FARMACÊUTICO DEVE INFORMAR SOBRE PRODUTOS DE QUALIDADE QUE CONTAM COM O SELO DO INMETRO E PRODUTOS QUE SIGAM AS NORMAS DE FABRICAÇÃO, ORIENTANDO PARA O TIPO DE MONITOR DENTRO DE CADA NECESSIDADE E PREFERÊNCIA DO CLIENTE

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TECNOLOGIA

ORIENTAÇÃO AO CONSUMIDOR Eles devem: • Fazer a medição sentados, de preferência no braço esquerdo. Com os pés encostados no piso e as costas na cadeira, ajustando a braçadeira confortavelmente. • A parte superior do medidor deve estar aproximadamente um centímetro abaixo da palma da mão (modelo de pulso), colocar o cotovelo sobre a mesa. Utilizar o estojo como apoio para o braço, isso vai ajudar para que a braçadeira esteja na mesma altura do coração. • Descansar no mínimo de 5 a 10 minutos antes de realizar a medição. Durante a medição, recomenda-se estar com as pernas descruzadas, não falar, não movimentar o medidor, pois isto pode influenciar no resultado. • Ter em mente que a pressão arterial varia naturalmente de tempos em tempos e também é afetada por diversos fatores, como cigarro, consumo de álcool, uso de medicamentos e atividades físicas. • Sempre consultar o médico e jamais fazer o uso de medicação sem consulta prévia. • Utilizar um produto de qualidade e com todos os requisitos de qualidade, normas e certificações em dia, pois para cuidar da saúde, não se devem medir esforços. Fonte: gerente de Marketing e Vendas da Incoterm – Soluções em Medição, Ana Paula Marquioretto

mesa. “Em nossa linha, temos inclusive o modelo Mesa Azul (faz medição de Pré-Eclâmpsia) e o MAM que faz três medições, fornecendo a média. Os modelos da linha prata têm tecnologia PAD e são de altíssima precisão”, informa. Já para os profissionais de enfermagem, ele indica os modelos semiautomáticos. Ele sinaliza que é muito importante que o varejista tenha em mente que se trata de um produto voltado para a prevenção e de forte valor agregado ao seu negócio. “Toda farmácia deve ter monitores de pressão disponíveis para os seus clientes”, finaliza. Quando um vendedor fala com convicção sobre um determinado produto, o consumidor se sente mais seguro e tende a levar o produto. “Esse é o grande diferencial das farmácias em relação ao comércio virtual. A possibilidade de explicar e instruir o cliente sobre os itens e diferenciais do produto de forma direta faz com que muitos clientes ainda prefiram comprar produtos de saúde em lojas e farmácias especializadas. Os pontos mais abordados são: como operar o monitor de pressão, garantia e funções de memória”, afirma o gerente de vendas da Controller Comércio e Serviços, Ramom Bertotti.

ORIENTAÇÃO AO CONSUMIDOR O farmacêutico deve informar sobre produtos de qualidade que contam com o selo do Instituto Nacional de 140

Metrologia, Qualidade e Tecnologia Consumidores (Inmetro) e produtos que sigam estão optando por ter em casa as normas, orientando para o monitores de tipo de monitor dentro de cada pressão portáteis necessidade e preferência do cliente. “Também é fundamental atentar-se para a forma da medição, pois o cliente deverá estar relaxado, mantendo-se sem falar e em uma posição correta; todas estas informações são imprescindíveis para que o paciente tenha uma aferição precisa. De acordo com o gerente comercial da Geratherm, Cleber Machado, quando um vendedor fala com convicção sobre um determinado produto, o consumidor se sente mais seguro e tende a comprá-lo. “A orientação deve se iniciar por informações sobre a importância do monitoramento antes mesmo de falar do produto; conscientizar que aferir periodicamente é o que garantirá ao paciente que sua hipertensão arterial está sob controle. É dessa forma que criamos a necessidade de conhecer e ouvir o que o farmacêutico tem para falar do produto.” Vale lembrar, que o selo do Inmetro é uma certificação de qualidade, comprovando que o aparelho está dentro das normas de legislação, garantindo segurança e precisão de resultados. É fundamental que o consumidor peça por produtos com essa certificação.

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CONSUMO

De olho

no mercado

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POR ESTÉTICA OU NECESSIDADE, A CATEGORIA DE VISION CARE CRESCE A CADA ANO NO PAÍS. PRODUTOS PARA A MANUTENÇÃO E CUIDADOS COM AS LENTES DE CONTATOS SÃO ITENS INDISPENSÁVEIS NO PONTO DE VENDA

Segundo a Sociedade Brasileira de Lentes de Contato e Córnea (Soblec), estima-se que 1% da população use lentes de contato, isto representa cerca de 2 milhões de pessoas. Mas existe um mercado potencial de 5 milhões, que são usuários de óculos e que podem vir a fazer uso do produto. Os jovens são os maiores consumidores de lentes, sendo 60% mulheres e 40% homens. Embora sejam muitos os usuários de lentes de contato e produtos de higienização, os shoppers desta categoria desconhecem informações necessárias para o manuseio e armazenamento e precisam obter mais orientação no momento da compra. São muitas dúvidas de como usar cada item, por isso, o profissional de farmácia precisa estar preparado. As lentes são um importante recurso ótico para a correção das diversas ametropias (miopia, hipermetropia, astigmatismo, presbiopia ou vista cansada). Podem ser produzidas com diversos materiais, o

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POR TASSIA ROCHA

que acaba diferenciando a qualidade de visão e conforto proporcionados. Têm também função terapêutica no tratamento de algumas doenças oculares e pós-procedimentos cirúrgicos. Existem ainda as lentes cosméticas, que mudam a cor dos olhos com naturalidade. De acordo com o diretor da unidade de negócio Vision Care da Alcon, Guilherme Pimentel, o uso das lentes sofre interferências de fatores fisiológicos (da própria lágrima) e também ambientais, portanto, para manter a saúde ocular, elas devem ser usadas corretamente de acordo com os critérios de descarte dos fabricantes e devem passar pelo processo de limpeza com os produtos adequados para esta finalidade. “Hoje, os fabricantes facilitaram muito os cuidados com as lentes, já que anos atrás eram necessários vários produtos e agora uma única solução cumpre as etapas de limpeza, remoção de proteínas, desinfecção, conservação no estojo e hidratação prolongada”, afirma Pimentel. Por terem uma íntima relação com os olhos, as lentes de contato devem estar sempre limpas e intactas (livres FOTOS: SHUTTERSTOCK/FELIPE MARIANO

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CONSUMO

de rasgos, sujeiras, corpos estranhos). Para isso, é importante que se respeite o tempo correto de descarte do produto e os cuidados diários com desinfecção e limpeza. “Existem lentes que devem ser descartadas diariamente, em 1 semana, em 2 semanas, em 1 mês ou em 1 ano”, afirma a gerente médica da Johnson & Johnson Vision Care, Dra. Wania Freire.

COMO ESCOLHER O primeiro passo é um exame oftalmológico. É importante fazer uma adaptação correta, com a orientação do oftalmologista, para aprender todos os detalhes e cuidados necessários. Com uma adaptação benfeita, o consumidor vai se sentir cada vez mais seguro para começar a usar as lentes de contato. A importância da manutenção e do armazenamento das lentes é fundamental para se obter sucesso e manter a

RECOMENDAÇÕES DE USO Cumprir as instruções do oftalmologista e dos fabricantes, obedecendo ao período de uso, de descarte e de manutenção com o produto correto, são orientações fundamentais que o consumidor também pode encontrar no ponto de venda. Veja a seguir: • tili ar soluç es multiuso tanto na limpe a quanto no enxágue das lentes e do estojo; • riccionar as lentes para eliminar completamente os depósitos; • ão usar soro fisiol gico ou gua; • etirar as lentes antes de remover a maquiagem e quando usar spray no cabelo; • Colocar as lentes sempre antes de fazer a maquiagem; • uardar o esto o em ambiente seco e limpo; • Trocar o esto o a cada uatro meses; • espeitar o pra o de validade das lentes; • amais dormir com lentes mesmo as liberadas para uso noturno; • Interromper o uso a ual uer desconforto ocular e procurar o oftalmologista; • etirar as lentes durante viagens aéreas por mais de três horas; • ão entrar no mar ou piscina usando lentes. Fonte: farmacêutico do setor de lançamentos do Laboratório Teuto, Thiago Lobo Matos

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ORGANIZAÇÃO DE LOJA llergan em parceria com o etail ab (Laboratório Experimental de Varejo da ESPM), lançou uma nova categoria no varejo farmacêutico denominada de “saúde dos olhos” para melhor atender aos consumidores e contribuir com as vendas. Segundo o gerente de Trade ar eting da Allergan, Pierre Costa, pesquisas apresentadas no CBFarma 2014 demonstram que as redes que possuem o modelo de gestão por categorias vendem cerca de 20% a mais se comparado com lojas que não trabalham desta forma. Ele informa que a iniciativa visa reunir esforços entre indústria e varejo para prestar melhores serviços aos consumidores no que diz respeito a produtos voltados à saúde ocular, como as lágrimas artificiais, produtos para limpeza de lentes de contato, produtos para higiene do rosto, entre outros. Segundo Costa, o canal de produtos voltados aos cuidados com os olhos precisava reagir e se espelhar no canal alimentar, que já trabalha com a divisão do setor em categorias como estratégia de vendas e fidelização. “O gerenciamento de compras do consumidor ajuda a transformar informações em facilidades nos canais de venda, distribuindo os produtos de forma correlacionada nas gôndolas e prateleiras, organizadas em categorias e subcategorias”, complementa.

continuidade de seu uso, já que as complicações oculares devido à falta de obediência dos usuários e ao período de troca, em conjunto com a ausência de motivação, estão entre as principais causas da desistência do paciente. A escolha de produtos para a conservação das lentes é essencial para a saúde dos olhos. Segundo o analista de Marketing da Bausch+Lomb, Fernando Chadi, a escolha do higienizador depende do tipo de lente que o usuário utiliza, ou seja, há soluções específicas para lentes gelatinosas e para lentes rígidas. Elas se diferenciam entre si em relação ao seu pH, seus agentes de limpeza e ao conforto proporcionado.

LENTES EM VEZ DE ÓCULOS Segundo informa Pimentel, da Alcon, com as lentes de contato, o usuário tem maior campo visual, mais liberdade para praticar esportes, o que fica limitado

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CONSUMO

COMPOSIÇÃO DOS HIGIENIZADORES Para cumprir o seu papel em relação à limpeza e manutenção das lentes de contato, as soluções devem conter produtos com diferentes funções: Surfactantes: limpeza da lente de contato. Desinfectantes: ação antimicrobiana. Preservativos: evitam contaminação do frasco após aberto. Agentes quelantes: depósitos de cálcio na superfície da lente de contato. Agentes de tonicidade: fazem com que a condição isotônica da solução se assemelhe à tonicidade da lágrima (NaCl). Agentes umectantes: melhoram o contato da lente de contato com o olho (ácido hialurônico, tearglyde). Enzimas: incidência de depósitos proteicos. Agentes iônicos: prevenção de depósitos. Com a intenção de unir essas funções, foram criadas as “soluções multipropósito” que agregam em sua formulação diferentes componentes, permitindo o uso de um único produto. É importante a orientação do oftalmologista quanto ao produto adequado a ser usado para cada tipo de lente de contato. Fonte: gerente médica da Johnson & Johnson Vision Care, Dra. Wania Freire

com o uso de óculos, além da estética. “Com as lentes cosméticas, o indivíduo ainda pode brincar e ter a cor de olho que desejar naquele dia, de acordo com sua roupa ou maquiagem, por exemplo. Hoje, o consumidor pode contar com as lentes de contato em todas as etapas de sua vida, até a idade madura, quando os indesejáveis óculos para leitura são necessários”, afirma. Ele informa que, fazendo uma conta rápida, se 1% da população usa lentes, seriam perto de 2 milhões de usuários que deveriam consumir pelo menos 6 frascos grandes de solução por ano”, completa. De acordo com Pimentel, os dados de mercado mostram que anualmente o usuário compra apenas de 2 a 3 frascos de higienizadores, portanto está usando produtos que não são indicados para esta finalidade, como o soro fisiológico, que não tem ação de limpeza e desinfecção, ou reutiliza a solução que ficou no estojo depois de uma noite toda agindo na lente. O 146

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Os consumidores de soluções de limpeza para lentes de contato têm um tíquete médio alto, por isso vale a pena ter este tipo de produto bem exposto na gôndola e com estoque adequado

não cumprimento dessas instruções pode levar muitos usuários a desistir de usarem suas lentes.

EXPOSIÇÃO NO PDV As farmácias ainda não têm uma área dedicada aos produtos de cuidados com a visão que poderiam dar um maior destaque a essa categoria. “Implementar um projeto de gerenciamento desta nova categoria aqui no Brasil é o nosso grande desafio e já começamos este trabalho com uma equipe especializada em alguns pontos de venda”, informa o diretor da Alcon. Ele acrescenta que, em cada farmácia, os produtos ficam em um lugar diferente e a ideia é que o consumidor entre na loja e saiba onde encontrá-los. “Os consumidores de soluções de limpeza para lentes de contato têm um tíquete médio alto, por isso vale a pena ter este tipo de produto bem exposto na gôndola e com estoque adequado”, completa. O ponto de venda precisa estar preparado para essa demanda e o constante crescimento da categoria. O setor é rentável e os números comprovam. De acordo com o gerente de Marketing da Johnson & Johnson Vision Care, Caio Vicentini, o mercado tem crescido em torno de 10% ao ano, devido a fatores como o aumento do poder aquisitivo do brasileiro e à evolução econômica deste mercado emergente. “Há uma maior disseminação dos benefícios das lentes de contato como, por exemplo, praticidade, fácil adaptação, melhora da visão periférica – que faz com que este mercado se aqueça.” Outro item que não pode ser esquecido pelos varejistas são os colírios que atuam como lubrificantes dos olhos, desenvolvidos especialmente para os usuários de lente de contato. Existe um específico para cada necessidade e são diferentes dos colírios usados para o tratamento de alguma enfermidade.

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VAREJO CONSULTOR JURÍDICO

Resolução

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O NOVO PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO DOS CRFS. PROFISSIONAIS DEVEM SE INTEIRAR PARA EVITAR INFRAÇÕES

GUSTAVO S E M BLANO Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, cursa pós-graduação em Direito da Farmácia e do Medicamento na Faculdade de Direito de Coimbra (Portugal) 148

Após um ano em vigor, a Resolução CFF nº 579/13, que tratava do procedimento de fiscalização dos Conselhos Regionais de Farmácias (CRFs) foi revogada, sendo substituída pela recente Resolução CFF nº 600/14 Trata-se de norma que tanto empresários do varejo, do atacado, da indústria e dos laboratórios de análises clínicas, quanto os farmacêuticos, devem ter conhecimento, evitando autuações e facilitando suas defesas em caso de eventuais lavraturas de Termos de Intimação e/ou Autos de Infração. A Resolução contém nada menos do que 19 anexos, sendo em sua maioria formulários padronizados, minudenciando tudo sobre o assunto “fiscalização profissional”, havendo alguns dirigidos apenas aos fiscais dos CRFs, outros ao setor regulado e, ainda, outros destinados a todos. Discrimino um a um os Anexos: • An – Regulamento de Fiscalização dos Conselhos Regionais de Farmácia. • An – Diretrizes para o Plano Anual de Fiscalização. • An – Instruções para Preenchimento do Relatório de Atividade Fiscal. • An – Formulário-Padrão para o Plano Anual de Fiscalização. • An – Formulário-Padrão para o Relatório Anual de Fiscalização. • An – Formulário-Padrão para a Declaração de Outras Atividades. • An – Formulário-Padrão para a Solicitação de Responsabilidade Técnica. • An – Formulário-Padrão pa-

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ra o Termo de Inspeção, Termo de Intimação e Auto de Infração. • An – Formulário-Padrão para a Notificação de Multa. • An – Formulário-Padrão para a Declaração Obrigatória de Baixa de Responsabilidade Técnica. • An – Modelo de Identidade Funcional de Farmacêutico Fiscal. • An – Modelo de Colete e Carteira de Identificação Funcional para o Farmacêutico Fiscal. • An – Formulário-Padrão para a Ficha de Verificação do Exercício Ético-Profissional na Farmácia e Drogaria. • An – Formulário-Padrão para a Ficha de Verificação do Exercício Ético-Profissional na Farmácia de Manipulação. • An – Formulário-Padrão para a Ficha de Verificação do Exercício Ético-Profissional na Farmácia Hospitalar. • An – Formulário-Padrão para a Ficha de Verificação do Exercício Ético-Profissional na Farmácia Pública. • An – Formulário-Padrão para a Ficha de Verificação do Exercício Ético-Profissional na Distribuidora. • An – Formulário-Padrão para a Ficha de Verificação do Exercício Ético-Profissional no Laboratório de Análises Clínicas. • An – Formulário-Padrão para a Ficha de Verificação do Exercício Ético-Profissional na Indústria.

CERTIDÃO DE REGULARIDADE TÉCNICA Uma das novidades diz respeito à CerFOTO: DIVULGAÇÃO

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CFF 600/14 tidão de Regularidade Técnica, que agora não pode ser expedida para estabelecimentos cuja carga horária de assistência técnica for insuficiente à requerida na legislação (art.3º, § 2º, Resolução CFF nº 600/14), como, por exemplo, as farmácias e drogarias, que necessitam ter a assistência técnica de um farmacêutico por todo o horário de funcionamento (art.15, Lei Federal nº 5.991/73). Dessa forma, os CRFs estão legitimados a não expedir a Certidão de Regularidade Técnica a farmácias e drogarias que, por exemplo, funcionarem aos domingos sem a presença física de farmacêuticos, algo ainda bastante comum no País.

FARMACÊUTICOS FISCAIS: CARTEIRA DE IDENTIFICAÇÃO FUNCIONAL, IDENTIDADE FUNCIONAL E COLETE A Resolução CFF nº 600/14 instituiu aos farmacêuticos fiscais a carteira de identificação funcional (art.7º e Anexo XII), a identidade funcional (art.7º e Anexo XI) e o Colete (art.7º e Anexo XII), salientando que a utilização do colete é uma opção do próprio fiscal, não sendo obrigado a utilizá-lo (art.7º, § 2º).

VICE-PRESIDÊNCIA DOS CRFS A gerência, a chefia, a coordenação ou a supervisão do Setor de Fiscalização é subordinada necessariamente ao vice-presidente do CRF (art.2º, § 2º, Anexo I).

LIMITE DE ESTABELECIMENTOS POR FISCAL E CNH Um farmacêutico fiscal não pode ter mais do que seiscentos estabelecimentos sob sua fiscalização durante o ano (art.2º, § 3º, Anexo I), além de possuir obrigatoriamente a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no mínimo para a categoria B (art.3º, V, Anexo I).

REMUNERAÇÃO COM BASE NO NÚMERO DE TERMOS DE INSPEÇÃO EMITIDOS Como forma de aferir a produtividade, o farmacêutico fiscal pode ser remunerado pela quantidade de Termos de Inspeção emitidos, mas jamais pelos Termos de Intimação, Autos de Infração e multas decorrentes, tudo isto após a regulamentação devida (art.3º, VI, Anexo I).

PROIBIÇÃO DE ADENTRAR EM ASPECTOS SANITÁRIOS Muito embora ainda existam diversos farmacêuticos fiscais dos CRFs querendo aferir aspectos sanitários em farmácias, drogarias e distribuidoras, esta conduta não é nem jamais foi permitida, nem pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), sobretudo pelo fato de que a fiscalização exercida pelos Conselhos Regionais de Farmácia deve se ater apenas a aspectos profissionais. Por tal razão, é ressaltado que é “vedado aos farmacêuticos fiscais lavrarem autuações, bem como ao setor de fiscalização lavrar notificações e multas, exceto as previstas na legislação profissional pertinente ao campo de atuação dos Conselhos de Farmácia” (art.9º, Anexo I), salientando que as “infrações de natureza sanitária ou quaisquer outras deverão ser anotadas e encaminhadas por ato do presidente do CRD ou por delegação expressa, às autoridades competentes” (art.9º, parágrafo único, Anexo I).

FARMACÊUTICO AUSENTE: AUTUAÇÃO IMEDIATA Como não se admite que em um estabelecimento farmacêutico funcione sem farmacêutico presente (art.13, Anexo I e art.15, Lei Federal nº 5.991/73), o farmacêutico fiscal do CRF pode autuar imediatamente o estabelecimento (art.22, Anexo I), lavrando o devido Auto de Infração (art.5º, III) e oportunizando o exercício do direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório por meio da apresentação de defesa ou impugnação em até cinco dias (art.6º, V, Resolução CFF nº 566/12). 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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Diversão para os pequenos,

lucro para o varejista

PRODUTOS LICENCIADOS CHAMAM A ATENÇÃO PRINCIPALMENTE DAS CRIANÇAS QUE ENCONTRAM NO CUIDADO COM A HIGIENE PESSOAL UM MOMENTO DE ALEGRIA. AS MÃES PROCURAM POR PERSONAGENS QUE ESTÃO EM ALTA POR VIVIAN LOURENÇO

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Se os filhos vão logo escolhendo os produtos com seus personagens prediletos, os pais pensam primeiramente na qualidade que eles oferecem e nos benefícios que podem agregar, principalmente quando o assunto é higiene pessoal. Reunir a diversão e a qualidade em um mesmo produto foi a saída encontrada por muitas empresas para

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conquistar tanto o shopper quanto o consumidor, que neste caso não são a mesma pessoa. Os produtos licenciados vieram justamente com a premissa de unir esses dois públicos. Além de garantir a fidelização, para o varejista, é seguro investir em personagens, principalmente os clássicos. “Eles, em sua maioria, FOTOS: SHUTTERSTOCK/FELIPE MARIANO/DIVULGAÇÃO

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Buscar têm seu público definido, proporcionam segurança nos fundamental nessa escolha”, como licenciamento investimentos de desenvolvimento de produtos especíplementa o gerente da Belliz. pode proporcionar um diferencial ficos e contribuem para alavancar vendas e abrir novos de mercado negócios”, explica a gerente de marketing da Betulla OPÇÃO FUNDAMENTADA Cosméticos, Juliana Furtado. O encantamento do público infanAlém desses fatores, a gerente de produto da Phisalia, til que faz apelo aos pais pela compra é Lígia Sposito, destaca que a marca costuma investir em apenas uma das vantagens em investir em produtos licenças que tenham a credibilidade dos pais e o carisma licenciados, como destaca Juliana, da Betulla. das crianças, já que são elas que influenciam a compra. “As licenças clássicas têm bastante credibilidade das “Ou seja, a Phisalia é uma empresa focada no desenmães (que são quem decide a compra), pois, em sua volvimento de produtos infantis e infanto-juvenis, que grande maioria, vivenciaram a marca quando eram tem como princípio desenvolver produtos cosméticos crianças”, ressalta Lígia, da Phisalia. de qualidade com toda a segurança que a mãe necesNo entanto, a parte de investimentos e planos futusita; logo procuramos também licenças que nos transros para essa marca não é tão grande quanto aquelas mitam credibilidade e, principalmente, as que trazem que estão em evidência, que são chamadas de oporconfiança às mães”, complementa Lígia. tunidade. Essas por sua vez, são licenças que têm altos Qualquer produto pode ser licenciado e esta práaportes por parte dos licenciados, estão no auge de tica está se tornando cada vez mais presente em todas suas marcas, possuem mais possibilidades de estar na mídia e o plano de negócios é mais promissor. as categorias de consumo, principalmente no canal farma. E para o gerente de marketing da empresa Belliz “O licenciamento é uma excelente arma de marketing Company, Marcelo Omi, esse é um retorno de uma e vendas e se diferencia na disputa do competitivo merexperiência que teve há mais de dez anos, quando a cado e agrega valor aos produtos (desde que bem exeempresa agregou em seu portfólio de produtos marcutado)”, orienta Omi, da Belliz. cas, como: Disney, Mauricio de Sousa e Looney Tunes. Os varejistas que apostam em um produto licenciado Algumas empresas preferem consolidar a marca pródevem saber a princípio se a licença em questão está pria para depois investir em produtos licenciados, já em evidência, já que as mães procuram por personaque os esforços ficam direcionados na promoção de gens que estão em alta (em filmes, desenhos na TV, um tipo específico. “Hoje, após consolidarmos nossas aplicativos, brinquedos, entre outros), pois vendo tudo marcas, entendemos que buscar novamente o licenciaisso é que as crianças realizam suas escolhas. mento poderia nos proporcionar um diferencial no mercado, além de também agregar ainda mais valor aos nossos produtos”, destaca Omi. Para isso, é necessário analisar com bastante cuidado quais marcas e personagens podem trazer benefícios tanto ao varejista, quanto à indústria. A estratégia geralmente é focada na escolha da melhor propriedade para o público e canal e desenvolvimento de um bom produto, que explore bem o universo lúdico trabalhado pela licença. A vantagem do licenciamento de personagens é que a credibilidade pode durar muito tempo, além de a criança reconhecer o produto instantaneamente, fazendo com que haja valorização. “O apoio de marketing do detentor da licença para ampliar a visibilidade do personagem também foi As mães buscam atender aos desejos dos pequenos, comprando embalagens diferenciadas e inovadoras 152

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QUALQUER PRODUTO PODE SER LICENCIADO E ESTA PRÁTICA ESTÁ SE TORNANDO CADA VEZ MAIS PRESENTE EM TODAS AS CATEGORIAS DE CONSUMO, PRINCIPALMENTE NO CANAL FARMA. PARA ISSO, É NECESSÁRIO ANALISAR COM BASTANTE CUIDADO QUAIS MARCAS E PERSONAGENS PODEM TRAZER BENEFÍCIOS TANTO AO VAREJISTA, QUANTO À INDÚSTRIA A vantagem do licenciamento de personagens é que a credibilidade pode durar muito tempo, além de a criança reconhecer o produto instantaneamente, fazendo com que haja valorização

“O varejista que souber aproveitar o momento certo da licença terá bons resultados em sua loja”, analisa Lígia. Além disso, a marca Belliz complementa dizendo que o produto licenciado aumenta o giro, assim como a lucratividade, pois, em muitos casos, um produto licenciado pode ter uma margem maior de lucro.

COMO EXPOR CORRETAMENTE Como o principal público-alvo desses produtos são as crianças, que influenciam diretamente a decisão de compra dos pais, a gerente de marketing da Betulla Cosméticos recomenda que os itens estejam expostos nas gôndolas, até um metro do chão, na altura dos olhos das crianças. Além disso, é aconselhável, segundo o gerente da Belliz, fazer uso de displays expositores com os mesmos personagens dos produtos para chamar mais atenção, além de possibilitar a exposição de todos os produtos da linha em um mesmo espaço de venda. A utilização de cartazes, banners, sinalização de chão e outras peças de ponto de venda também auxiliam na divulgação. Sempre que possível, deve-se expor toda a linha unida, para que a mãe se identifique com determinada marca (além do personagem) e compre mais de um item pela conveniência. 154

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“A Phisalia, que hoje trabalha com duas excelentes licenças, Transformers e Patati Patatá, sempre procura oferecer auxílio ao varejo na divulgação de suas linhas com materiais de ponto de venda (PDV), campanhas focadas e ações promocionais, desta forma, a parceria fica mais forte e interessante”, orienta Lígia. Assim, e em muitos casos, os produtos licenciados possuem atrativos diferentes de funcionalidade para, por exemplo, imitar ações ou características do desenho animado. Normalmente, o produto licenciado chega às lojas com um preço, no mínimo, 30% maior que um produto similar sem licença. O varejo deve observar também, se tiver oportunidade, como é o desempenho da licença em outras categorias, ou seja, como a venda do licenciado se comporta. Esse pode ser um bom indício para saber se o produto está ou não indo bem e se representa ou não uma boa oportunidade para o seu negócio. O cuidado básico, como ressalta o gerente de marketing da empresa Belliz Company, é seguir as regras que uma marca licenciada exige, como a correta exposição dos produtos, não criar peças próprias de divulgação, pois isso pode ferir os direitos da licença. Como as crianças estão a cada dia mais interessadas e atentas, e novos personagens surgem a todo o momento, a categoria é bombardeada por novidades. As mães buscam atender aos desejos dos pequenos, comprando embalagens diferenciadas e inovadoras que irão agradá-los e tornar o banho mais prazeroso.

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CATEGORIA

Mercado em crescimento DENTRO DE UM CENÁRIO BASTANTE COMPETITIVO, O NICHO DE ORAL CARE CONTINUA CRESCENDO. O PONTO DE VENDA PRECISA ESTAR ATENDO ÀS NOVIDADES E OFERECER DIFERENTES MARCAS E PREÇOS

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POR TASSIA ROCHA

O segmento de cuidados bucais no Brasil tem muito potencial de crescimento. O consumidor brasileiro valoriza o sorriso bonito e uma boca saudável. E quanto mais a indústria oferece soluções para atingir esses resultados, há maior incidência de consumo. Segundo o gerente de marketing de produtos para saúde e bem-estar da Philips, Rodrigo Ribeiro, existem várias maneiras para atingir o consumidor. Mas ele acredita que o ponto de venda é sempre muito importante, pois parte significativa das compras acaba sendo decidida nele. “Ter informações sobre lançamentos e novidades nesse momento faz com que o consumidor preste atenção e absorva melhor a informação. Outros meios relevantes hoje são a internet e as redes sociais. Quando alguém gosta de um produto novo, essa pessoa compartilha a novidade com toda sua rede”, aponta.

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Segundo Ribeiro, é cada vez mais comum a busca por soluções práticas e inovadoras. Produtos para clareamento, controle do mau hálito e para facilitar a higiene bucal ganham cada vez mais destaque no mercado ao longo do tempo. Pensando na necessidade do brasileiro e no mercado bastante competitivo, a indústria de oral care oferece constantes lançamentos para atrair o público. A diretora de marketing de Oral-B, Poliana Sousa, informa que, atualmente, existem no mercado de cuidados bucais três relevantes grupos de consumidores: os que escolhem seus produtos com foco em saúde, aqueles que priorizam os que promovam sensação de hálito fresco e os que escolhem de acordo com os benefícios estéticos que o produto oferece. “Os produtos da nova linha Oral-B Complete combinados, além de prolongarem em até cinco vezes a sensação de refrescância, garantem também remoção de manchas, limpeza profunda, prevenção de cáries e tártaro, como também cuidados com as gengivas”, explica. FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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CATEGORIA

NOVIDADES DISPONÍVEIS NO MERCADO 1. Slim Soft Black, da Colgate Com um visual moderno e inovador, a Slim Soft Black proporciona uma limpeza delicada e seis vezes mais profunda, penetrando e removendo os resíduos de comida em espaços estreitos entre os dentes e ao longo da linha da gengiva. A novidade pode ser encontrada na versão promocional Slim Soft 2x1 disponível nos principais pontos de venda do Brasil.

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2. Fio dental Sanifill Kids (25 m) Dupla camada de cera que facilita a inserção entre os dentes, promovendo uma sensação agradável e confortável. Seu sabor é de tutti frutti. 3. Creme Dental Orgânico, da Suavetex Livre de corantes e conservantes artificiais, este creme foi especialmente formulado para ajudar as pessoas que optam por produtos mais saudáveis e naturais. Outro diferencial que merece destaque são os extratos orgânicos (certificados pela ECOCERT) de Camomila, Chá Branco e Semente de Uva. Além disto, o novo Creme Dental Orgânico e Natural é 100% cruelty-free (não realiza testes em animais) e vegano (isento de ingredientes de origem animal em sua composição).

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4. Antisséptico Bucal Oral-B Complete Ação Duradoura Ajuda a manter uma sensação de refrescância por até cinco vezes mais tempo. O enxague diário com 20 mL do produto, por 30 segundos, duas vezes ao dia, precedido pela escovação com a escova e o creme dental Oral-B Complete Ação Duradoura, elimina os germes que causam o mau hálito e mantém a sensação de dentes limpos e protegidos por muito mais tempo. Disponível no sabor menta duradoura e em embalagens de 250 mL, 500 mL e 750 mL. 5. Cepacol Menta, da Sanofi Boca limpa e refrescante. A ação antisséptica e antibacteriana de Cepacol Menta ajuda a combater os germes causadores de cáries, placa bacteriana e mau hálito, deixando sua boca mais saudável.

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6. Sonicare FlexCare Platinum HX9110/02, da Philips Projetada para proporcionar uma limpeza mais profunda entre os dentes, a Sonicare FlexCare Platinum remove até sete vezes mais placa bacteriana entre os dentes do que uma escova comum, graças à tecnologia sônica, que garante mais escovações em dois minutos do que em um mês com uma escova manual. A escova apresenta um mecanismo exclusivo que dinamiza a ação de limpeza por meio de movimentos velozes capazes de direcionarem o fluido entre e atrás dos dentes, e ao longo da linha da gengiva. 7. Creme Dental Oral-B Complete Ação Duradoura Foi desenvolvido a partir de uma tecnologia que prolonga até cinco vezes a sensação de refrescância. Sua fórmula remove manchas superficiais, clareando os dentes. Além de manter um hálito fresco duradouro, pois elimina os germes que causam o mau hálito, o creme traz benefícios como prevenção de cáries e tártaro. Disponível no sabor menta duradoura.

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8. Colgate Sensitive Pro-Alívio™ O produto, que auxilia na prevenção do problema bucal mais comum entre os brasileiros, a sensibilidade, possui a exclusiva tecnologia Pro-Argin™, que previne a perda de minerais do esmalte, preenchendo os canais expostos dos dentes causadores da sensibilidade. 9. Curaprox Ultra Soft A composição da escova é extremamente segura para os jovens. Ela contém um cabo octogonal e resistente, que facilita a escovação em um ângulo de 45 graus, além de absorver pressões excessivas durante o ato da escovação, que é muito comum entre os jovens. Além disso, as cerdas são do tipo ultramacias e possuem uma ação seletiva sobre a placa bacteriana.

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CATEGORIA

INFORMAÇÕES CORRETAS AJUDAM NAS VENDAS O consumidor nem sempre compra um único item de cuidados com a saúde da boca quando está no ponto de venda. É preciso estar atento às necessidades do cliente e indicar produtos para complementar o processo de limpeza. Saiba como ajudá-lo. Algumas informações são imprescindíveis, como: • anter a boca sempre higieni ada. • scovar os dentes ap s as refeiç es muitas pessoas acham que escovar três vezes ao dia já é o necessário, isso é errado. • preciso limpar a l ngua sempre pois ela produz uma camada branca na superfície chamada de saburra lingual. É o acúmulo de resíduos e células mortas que geram gases e isso faz com que o mau hálito esteja presente. • fundamental a utili ação de um limpador de língua. Ele remove até 90% da saburra, o paciente deve colocá-lo até o fim da língua e arrastá-lo até a ponta, fazendo movimentos por pelo menos 10 vezes e sem muita força. • O uso do fio dental tamb m essencial para prevenir doenças bucais, porém a utilização deve ser com mãos leves para não machucar a gengiva. Fonte: odontólogo, especialista em Periodontia e Implantodontia, Rogério Penna Costa

CONSUMIDOR ORIENTADO Quando se fala de escovas e aparelhos para higiene bucal, é importante que o consumidor consiga entender todos os benefícios dos produtos. “Sugerimos que exista sempre um exemplar para ser manuseado e demonstrado. Assim, é possível entender os benefícios das escovas”, aconselha Ribeiro, da Philips. Saber se o cliente possui alguma alergia, se já utilizou o produto antes e principalmente se é indicado por um dentista, também são orientações importantes no momento da compra. uitas pessoas fa em o uso de certos produtos indevidamente, outras por indicações de amigos ou parentes. 160

É CADA VEZ MAIS COMUM A BUSCA POR SOLUÇÕES PRÁTICAS E INOVADORAS. PRODUTOS PARA CLAREAMENTO, CONTROLE DO MAU HÁLITO E PARA FACILITAR A HIGIENE BUCAL GANHAM CADA VEZ MAIS DESTAQUE NO MERCADO AO LONGO DO TEMPO É preciso alertar que nem sempre o produto utilizado por algum conhecido poderá trazer o mesmo resultado para quem deseja iniciar o uso. “Com o avanço das tecnologias, muitas opções estão acessíveis no mercado, isso pode ser um problema, caso o paciente faça o uso por conta própria”, alerta o odontólogo, especialista em Periodontia e Implantodontia, Rogério Penna Costa. Ele informa que todo produto possui seu prazo de validade, assim como os tratamentos bucais. “Quando é receitado ao paciente que se faça uso de algum produto, como um creme dental específico para ajudar na recuperação ou um enxaguante bucal, sempre é por certo tempo”, explica Costa. Para o especialista, os produtos para recuperação de alguma cirurgia ou outro procedimento têm pouca durabilidade, em outros casos, que não seja por cirurgia, o paciente pode trocar o produto quando este já tenha sido utilizado por muito tempo e não esteja dando o efeito desejado.

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TENDÊNCIA

O poder das cápsulas de beleza A CATEGORIA DE NUTRICOSMÉTICOS POSSUI PRODUTOS PARA DIFERENTES NECESSIDADES. COM POUCO MAIS DE CINCO ANOS NO BRASIL, TEM CRESCIMENTO SUPERIOR A 50% AO ANO NO VOLUME DE VENDAS E CHEGA À MARCA DE R$ 240 MILHÕES APENAS NO CANAL FARMA POR VIVIAN LOURENÇO

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COM MAIS CONSUMIDORES TENDO ACESSO À INFORMAÇÃO SOBRE O PRODUTO, A TENDÊNCIA É HAVER UMA DEMANDA CRESCENTE. OS NUTRICOSMÉTICOS SÃO DE ALTO VALOR AGREGADO E COLABORAM PARA AUMENTAR O TÍQUETE MÉDIO DO PONTO DE VENDA

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Seja verão ou inverno, as consumidoras estão sempre em busca de soluções para manter a pele saudável, evitar o aparecimento das marcas de expressão, conservar o bronzeado, evitar a queda de cabelos, fortalecer unhas ou ainda se livrar das celulites e perder peso. A fim de oferecer sempre as melhores alternativas às consumidoras ávidas por novidades, a indústria investe nos nutricosméticos, que são cápsulas que contêm

formulações que agem de dentro para fora do organismo, como, por exemplo, nas camadas mais profundas da derme, onde cremes e loções não conseguem agir. As pílulas possuem uma associação de vitaminas, minerais, carotenoides e flavonoides, entre outras substâncias, que possuem a missão de combater as carências nutricionais, a oxidação dos tecidos e estimular as funções da pele para restaurar a beleza do corpo e do rosto. “De modo geral, nós dermatologistas, consideramos como um recurso interessante. Trata-se de um conceito de beleza interiorizado, que associa a boa condição da pele com saúde para melhorar a aparência. Em tese, eles oferecem minerais e vitaminas em uma fórmula química que permite uma melhor absorção pelo organismo, quando comparados aos suplementos tradicionais”, destaca a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Carolina Marçon. Atualmente, de acordo com as indústrias do sortimento, o segmento possui produtos para diferentes necessidades: luminosidade, hidratação, anti-idade, anticelulite, cuidados com o cabelo e proteção solar, entre outras. Cada um desses grupos trabalha com formulações específicas. “Temos cerca de 30 marcas no mercado nacional e este número cresce cada vez mais. Os mais comuns são os antienvelhecimento, os que prolongam o bronzeado e os que tratam dos cabelos, além, é claro, dos emagrecedores”, explica a gerente da Nutracom, Mariana Espindola. Segundo a diretora-geral da Innéov no Brasil, Júlia Séve, a marca disponibiliza quatro tipos de nutricosméticos. “Para tratar a queda de cabelo, fortalecer as unhas frágeis; reduzir rugas, linhas finas e melhorar a firmeza da pele; fortalecer as defesas imunológicas e antioxidantes da pele, protegendo-a dos efeitos nocivos da exposição solar; e para os cuidados com a dermatite seborreica do couro cabeludo e face.” 2014 SETEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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TENDÊNCIA

É importante que a categoria de nutricosméticos esteja próxima à área de dermocosméticos e, quando possível, em um espaço diferenciado e destinada apenas a esse tipo de produto

OS MAIS PEDIDOS A farmacologista e consultora na área farmacêutica, Karina Ruiz, diz que os itens mais procurados são aqueles que auxiliam no tratamento do envelhecimento da face, no tratamento das manchas e da gordura localizada ou ainda para o combate da celulite. Os seus componentes nutricionais ativos atuam em funções metabólicas capazes de otimizar funções orgânicas, melhorando a fase de beleza relacionada ao objetivo da composição. A gerente de marketing da FQM Derma, Cinara Oliveira, ressalta que as consumidoras procuram muito os produtos para auxiliar no fortalecimento dos cabelos e unhas. Essa, segundo a profissional, é uma queixa muito frequente, tanto entre as mulheres como os homens. Além disso, com o acesso cada vez maior das classes B e C a produtos de beleza e com o aumento da expectativa de vida da população, a preocupação com o envelhecimento da pele vem se tornando maior para as mulheres brasileiras. A explicação para a maior venda dos nutricosméticos voltados ao antienvelhecimento é dada pela gerente de marketing da Nutracom. “O grande público são as mulheres de classes A e B, na faixa dos 30 a 50 anos, por isso que a maior demanda está associada 164

TRATA-SE DE UM CONCEITO DE BELEZA INTERIORIZADO, QUE ASSOCIA A BOA CONDIÇÃO DA PELE COM SAÚDE PARA MELHORAR A APARÊNCIA. EM TESE, ELES OFERECEM MINERAIS E VITAMINAS EM UMA FÓRMULA QUÍMICA QUE PERMITE UMA MELHOR ABSORÇÃO PELO ORGANISMO ao emagrecimento ou à ação anticelulite, porém já existe uma camada da população brasileira que faz o uso contínuo de algumas formulações para pele, cabelos e unhas.” Por isso, hoje a marca trabalha com funcionais que apresentam até 300% em crescimento de faturamento ao ano. As maiores demandas estão concentradas nos antioxidantes – licopeno e ômega 3 e nos emagrecedores – chia e coco.

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TENDÊNCIA

CONSUMO CONSTANTE Os nutricosméticos não são considerados produtos sazonais, mas percebe-se que, no período que antecede o verão, o consumo aumenta, pois as pessoas passam a ficar mais preocupadas com a beleza. “O betacaroteno, por exemplo, que potencializa o bronzeado, é bastante utilizado nas formulações”, explica Mariana. Porém, Júlia da Innéov, explica que alguns nutricosméticos têm as vendas elevadas em determinadas épocas do ano, como, por exemplo, a dermatite seborreica, que está mais presente nos meses frios. Os nutricosméticos que preparam a pele para a exposição ao sol são utilizados também no inverno, durante o período dos tratamentos clareadores da pele.

ORIENTAÇÃO NO PONTO DE VENDA Com pouco mais de 5 anos no Brasil, o mercado de nutricosméticos torna-se cada vez mais relevante. Há um crescimento superior a 50% ao ano no volume de vendas, e a categoria chega à marca de R$ 240 milhões apenas no canal farma. Atualmente, são oferecidas mais de 80 referências de 15 laboratórios diferentes, com preço médio atrativo ao consumidor. Com mais consumidores tendo acesso à informação sobre o produto, a tendência é haver uma demanda crescente. Os nutricosméticos são de alto valor agregado e colaboram para aumentar o tíquete médio do ponto de venda (PDV). A correta visibilidade aliada a materiais no ponto de venda são a chave para alavancar o recrutamento de novos consumidores na farmácia. Para isso, é importante que a categoria de nutricosméticos esteja próxima à área de dermocosméticos e, quando possível, em uma área diferenciada e destinada apenas a esse tipo de produto.

O GRANDE PÚBLICO SÃO AS MULHERES DE CLASSES A E B, NA FAIXA DOS 30 A 50 ANOS, POR ISSO QUE A MAIOR DEMANDA ESTÁ ASSOCIADA AO EMAGRECIMENTO OU À AÇÃO ANTICELULITE 166

São Uma das formas de incrementar oferecidas mais de 15 as vendas está em criar o chamado referências de cross-selling. Um bom exemplo é 80 laboratórios expor os nutricosméticos para queda capilar e contra caspa com os xampus antiqueda e anticaspa; assim como expor os que preparam a pele para a exposição solar, com os filtros solares, etc., orientam as empresas do setor. Outro fator importante para alavancar as vendas é ter um profissional que conheça alguns conceitos básicos e que diferencie os nutricosméticos de vitaminas, além de saber e entender que a demanda principal chega por meio dos dermatologistas ou de clientes que os querem utilizar, pois foram impactados por alguma mídia (em especial notas, reportagens de jornais e revistas). Nesse sentido, é fundamental explicar ao consumidor que os especialistas de saúde garantem que os nutricosméticos podem ser tomados por tempo indeterminado. As empresas orientam que os produtos devem estar ao alcance do consumidor, com boa exposição e materiais informativos. “Com o crescimento de espaço para produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) nas farmácias, muitas já trabalham gôndolas específicas para este fim, se não dividem espaço com vitaminas e suplementos”, relata Mariana da Nutricom. Os farmacêuticos e balconistas ainda precisam de treinamentos sobre essa categoria, pois é um pouco complexa. São produtos que têm alto valor agregado. Por isso que investir em espaços diferenciados, com foco em nutricosméticos, para sinalizar a categoria, em treinamento de qualificação da equipe interna de dermoconsultoras e possuir um mix de produtos adequados favorecem o atendimento da compra, seja ela por meio da receita médica ou espontânea.

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EVENTO

6ª Expo Galindo reúne varejistas do Nordeste em Maceió EVENTO TEM O PROPÓSITO DE DISSEMINAR INFORMAÇÕES E CRIAR OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS NA REGIÃO

D POR FLÁVIA CORBÓ

Desde 2009, a Expo Galindo escolhe uma cidade do Nordeste para reunir varejistas, laboratórios e fabricantes de cosméticos que atuam na região. A 6ª edição da feira de oportunidades ocorreu entre os dias 8 e 9 de agosto deste ano, pela primeira vez em Maceió, no estado de Alagoas. O Centro de Convenções Ruth Cardoso abrigou 40 expositores, que receberam a visita de mais de 1,5 mil participantes. Com parcerias com entidades renomadas do setor da Indústria e do Comércio, como Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), além dos estandes, os visitantes puderam acompanhar palestras a respeito de tendências e atualidades do varejo farmacêutico.

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“Dessa forma, o evento trabalha em sinergia, para disseminar informações e alavancar conhecimentos, competências, mercados e recursos, visando atingir resultados que contribuam para o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas de toda a cadeia farmacêutica do Nordeste”, destaca o gerente de suprimentos do Grupo Galindo, Genivaldo Júnior. Entre os palestrantes convidados, estava o diretor da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), Geraldo Monteiro, que abordou o tema Gestão de Farmácias e Drogarias – As recentes e importantes transformações. “Tratei de assuntos como a importância do pequeno varejista encontrar seu diferencial de negócio, para poder competir com as grandes redes. Não é o tamanho que determina o sucesso e, sim, a competência.” FOTOS: DIVULGAÇÃO

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EVENTO

EMPRESAS PARTICIPANTES:

O evento reuniu estandes de expositores, palestras, rodadas de negócios e sorteio de prêmios

A 6ª EDIÇÃO DA EXPO GALINDO TEVE 40 EXPOSITORES E 1,5 MIL VISITANTES EM MACEIÓ (AL) Outros aspectos relevantes para a gestão das distribuidoras também foram abordados durante o evento. O diretor do grupo Buzzatos, Renato Diniz, mostrou aos participantes como o layout pode ter impacto no faturamento de uma farmácia. Aspectos tecnológicos, grandes diferenciais de competividade atualmente não ficaram de fora. O gerente comercial da Trier tratou de como o uso da Tecnologia da Informação (TI) pode ser aplicado em prol da gestão no mercado farma. Além de conhecimento, os participantes concorreram a chances de sair do evento com muito mais. Durante a Expo Galindo, foram sorteados diversos prêmios para estimular a participação de todos nas palestras e na exposição. Carros, caminhonetes, motos e viagens foram alguns dos prêmios oferecidos aos convidados. Criado em 2009 pelo Grupo Galindo, o evento surgiu com o intuito de difundir conhecimento, promover 170

Actavis Brasterápica Dorja Ecohus ECS Eros Fecomercio (AL) Geolab Germed Globo G-Tech Investmarcas Kimberly Clark Kley Hertz Lapon Linear Stands Medley Medquímica Merck

Mercur Moph Natulab Nova Química Neoquímica Pacto Prati-Donaduzzi Rabelo Sandoz Sebrae Sieg Sincofarma (AL) Takeda/Multilab Te Guarani Tecnicare Trier Vitamed Vivo Zydus

um ambiente diferenciado de negócios para os empresários e farmacistas de pequeno porte, por meio de rodadas de negócios, exposições, palestras e cursos. “Nossa intenção é disseminar os produtos e serviços do setor à sociedade, estimular os prestadores de serviços do comércio e empresários do segmento e consequentemente movimentar a economia do setor no Nordeste”, relata Júnior. Para o executivo, esse tipo de evento é fundamental para promover negócios e estimular a competitividade das micro e pequenas empresas do setor, fomentando poder de compra, por meio das empresas expositoras. “Trabalhando o aprimoramento dos processos produtivos por meio da troca de conhecimento, é possível obter qualidade na prestação de serviço e nos produto ofertados.” Além disso, eventos fora dos grandes centros também são excelentes oportunidades para promover o aquecimento da economia local. “Muitas vezes, os pequenos varejistas dessas regiões não têm tanto acesso à informação. Esse tipo de iniciativa, além de gerar oportunidades de negócios, ajuda a agregar novos conhecimentos”, opina Monteiro.

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SEMPRE EM DIA

MADEIXAS EM ALTA O MERCADO BRASILEIRO DE PRODUTOS PARA CABELO NÃO PARA DE CRESCER. A INDÚSTRIA LANÇA ITENS DIVERSIFICADOS, CAPAZES DE CONQUISTAR A CABEÇA DAS CONSUMIDORAS QUE NÃO MEDEM ESFORÇOS PARA OBTER FIOS SAUDÁVEIS, HIDRATADOS E BRILHOSOS POR TASSIA ROCHA

INTENSIDADE DA COR PROTEÇÃO NA MEDIDA

Para ajudar as mulheres a conquistar cabelos mais bonitos, sedosos e nutridos, acaba de chegar ao mercado brasileiro o Dove Pure Care Dry Oil. O produto utiliza as propriedades dos óleos naturais de coco, girassol e amêndoa doce, combinados com infusão de óleo de macadâmia africana, óleo de romã e silicones para cuidar dos fios, sem deixá-los oleosos.

Preço sugerido: R$ 40,00 Na gôndola: cabelos Site: www.dove.com.br 172

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As brasileiras já conhecem a alta performance da fórmula de Koleston, resistente à água, que penetra profundamente na fibra capilar, fazendo com que o pigmento fique 100% retido no fio, assegurando intensidade e duração da cor por até 6 semanas. Agora, com o Reativador de Cor de Koleston, as consumidoras poderão tornar melhor a experiência de colorir os cabelos, contando com uma cor mais intensa, brilho e condicionamento dos fios. Preço sugerido: Kit Koleston (todas as nuances) – R$ 16,99 Kit Koleston (Vermelhos Especiais – nuances: 5546, 6646, 7744) – R$ 21,25 Kit Koleston (Kit Mechas) – R$ 23,40 Na gôndola: cabelos/tintura e coloração Site: www.koleston.com.br FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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SEMPRE EM DIA

ESPUMA DE HIGIENIZAÇÃO

UNHAS MARCANTES

Risqué Rebu permanece no top dos 10 esmaltes de mais sucesso da marca e mantém seu posto com muita versatilidade. Ele é ideal para dar uma cobertura mais vermelha para as fãs de unhas poderosas e mais escuras e também pode ser usado como base para combinações mais abertas. Confira abaixo algumas opções de misturinhas: Risqué Maçã do Amor + Risqué Rebu, Risqué La Boheme + Risqué Rebu, Risqué Dara + Risqué Rebu, Risqué Preto Sépia + Risqué Rebu, Risqué Gabriela + Risqué Rebu.

O novo higienizador Cetaphil Foam Espuma de Limpeza chega ao mercado com uma composição diferenciada e exclusiva que limpa e hidrata as peles normais e sensíveis de forma suave e sem causar ressecamento. De uso diário, o novo produto Cetaphil é uma emulsão com ação limpadora e emoliente que proporciona a sensação de maciez após a higienização. Além de beneficiar a saúde da pele, a espuma de limpeza possui uma grande vantagem: é prática e fácil de levar para qualquer lugar. É um item essencial para acompanhar as atividades da vida diária dentro da bolsa, no nécessaire e no kit de viagem. Além disso, sua fórmula é livre de fragrância, é hipoalergênica e não comedogênica. Preço sugerido: R$ 42,00 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.cetaphil.com.br

Preço sugerido: R$ 2,75 Na gôndola: cutelaria/checkout Site: www.risque.com.br

CUIDADOS FEMININOS

Monange, uma das principais marcas de hidratantes no Brasil, foi a fundo em pesquisas e desenvolveu uma nova linha de desodorantes com ação antitranspirante que protege as mulheres por até 48 horas e as auxilia nas tarefas do dia a dia. São quatro diferentes fragrâncias que combinam com as essências dos hidratantes da marca, além da versão sem perfume. Preço sugerido: R$ 6,90 Na gôndola: pele/desodorantes Site: www.monange.com.br 174

PELE LIMPA

Chega às principais farmácias do Brasil, o Normaderm Nuit Detox. O produto possui a combinação de Perlita e partículas que absorvem a oleosidade produzida à noite. Sua composição também contém Esperulina + LHA+ Hepes + ácido salicílico, ativos que reduzem as impurezas, os radicais livres, bactérias e células mortas. A combinação dessa tecnologia purificadora e desintoxicante garante uma pele limpa, com poros menos visíveis e redução da oleosidade. O produto tem textura refrescante, leve e é oil free. Preço sugerido: R$ 89,90 Na gôndola: dermocosméticos Site: www.vichy.com.br

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SEMPRE EM DIA

CORPO MASCULINO

LIMPEZA PROFUNDA

Dermotivin Scrub possui microesferas esfoliantes, limpa profundamente, remove impurezas e desobstrui os poros. Como resultado, proporciona uma pele mais uniforme, deixando uma agradável sensação de limpeza e ajudando a prevenir cravos e espinhas. A esfoliação, em geral, pode ser feita no rosto, colo e costas. Pode ser realizada antes da depilação e em pessoas que têm tendência a pelos encravados e também em regiões do corpo que costumam ter a pele mais grossa, como joelhos, cotovelos e calcanhares. Produto não comedogênico. Preço sugerido: Cremoso 60 g – R$ 54,00 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.galderma.com.br

CÍLIOS POSTIÇOS

Para algumas mulheres, aplicar os cílios postiços não é tarefa das mais fáceis, tanto que muitas nem tentam e perdem a oportunidade de dar um up no olhar. Pensando nisso, a marca Belliz lança a Linha de Cílios Postiços Autoadesivos que dispensa o uso de cola, trazendo toda a praticidade que a consumidora busca na hora de usar o acessório como complemento de um make impecável. O segredo está na “tira adesiva” que garante a fixação dos cílios por um dia inteiro, sem nenhuma complicação e com a vantagem de não deixar resíduos de cola, conferindo um aspecto mais natural. Preço sugerido: R$ 17,80 Na gôndola: maquiagem Site: www.belliz.com.br

Sempre disposta a continuar oferecendo o melhor para o homem, a Gillette aceitou o desafio de desenhar e criar um produto que possibilitasse a remoção dos pelos do corpo com confiança absoluta. Sendo assim, o novo Gillette Body é o primeiro aparelho criado exclusivamente para a superfície do corpo masculino, o que garante o ato de raspar os pelos com maior facilidade e segurança – mesmo em áreas mais sensíveis ou difíceis, como axilas, peito, ombros, virilha, cabeça e costas. Preço sugerido: R$ 15,90 Na gôndola: cuidados masculinos/ lâminas/checkout Site: www.pg.com/pt_BR/

FORÇA GARANTIDA

Para melhorar a resistência dos fios, a Phytoervas apresenta a linha Antiqueda que garante até 80% menos queda. Sua fórmula possui Bétula Natural, uma planta utilizada contra a queda dos fios que tem ação adstringente, tonificante, estimulante, antiqueda e anticaspa, além de controlar a oleosidade do couro cabeludo. Composta por xampu, condicionador e tônico, a linha possui o exclusivo PhytoComplex, um complexo de cereais integrais de linho, trigo e quinoa desenvolvido pela Phytoervas para nutrição, restauração e ação contra o envelhecimento dos cabelos. Os produtos são livres de sal, sulfato, corantes e parabenos. Preço sugerido: Xampu – R$ 13,00 Condicionador – R$ 14,00 Na gôndola: cabelos Site: www.phytoervas.com.br

Obs.: Os preços sugeridos são informados pela indústria fabricante de cada produto. 176

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SERVIÇOS

A

F

ABMAPRO www.abmapro.org.br

FENAFAR www.fenafar.org.br

ABRADILAN www.abradilan.com.br

FECOMERCIO www.fecomercio.com.br

ABRAFARMA www.abrafarma.com.br ACCUMED-GLICOMED www.glicomed.com.br

FERRARA SOLUZIONI CONSULTORIA, ASSESSORIA E TREINAMENTOS http://ferrarasoluzioni.com.br

ALCON www.alcon.com

FGV http://portal.fgv.br

ALLERGAN www.allergan.com.br

FQM DERMA www.fqmderma.com.br

ANVISA http://portal.anvisa.gov.br

FURP-SP www.furp.sp.gov.br

APM www.apm.org.br ASSIFARMA www.assifarma.com.br

G GARTNER www.gartner.com GERATHERM www.geratherm.com.br

B

J JOHNSON & JOHNSON www.jnjbrasil.com.br

M MEC http://mec.gov.br MINISTÉRIO DA SAÚDE www.saude.gov.br

N NFE DO BRASIL www.nfedobrasil.com.br NIELSEN www.nielsen.com/br/pt NL www.nl.com.br NOVARTIS www.novartis.com.br NUTRACOM www.grupocimed.com.br

BAUSCH+LOMB www.bausch.com.br

GFK www.gfk.com/br

BETULLA COSMÉTICOS www.betulla.com.br

GS&MD – GOUVÊA DE SOUZA www.gsmd.com.br

BELLIZ COMPANY www.belliz.com.br

GRUPO GALINDO www.grupogalindo.com.br

OMRON http://omron.com.br

BIOLAB www.biolabfarma.com.br

GRUPO ULTRAFARMA www.ultrafarma.com.br

OMS www.paho.org/bra

BG&H www.bgh.com.br

H HOINTER www.hointer.com

C CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO www.cnc.org.br COLGATE www.colgate.com.br CONTROLLER COMÉRCIO E SERVIÇOS www.controller-sc.com.br CRF-GO www.crfgo.org.br CRF-RJ http://crf-rj.org.br

D DATAFOLHA http://datafolha.folha.uol.com.br

E

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN www.einstein.br

I

O

ORAL-B www.oralb.com/brazil ORGÂNICO NATURAL www.organicoenatural.com

P PAGUE MENOS http://loja.paguemenos.com.br PANVEL http://panvel.com

R REDE BEM DROGARIAS www.redebemdrogarias.com.br REDE FARMA PONTE http:// farmaponte.com.br RICAM CONSULTORIA www.ricamconsultoria.com.br

S SANDOZ www.sandoz.com.br SANIFILL http://sanifill.com.br SANOFI www.sanofi.com.br SBC www.cardiol.br SBD www.sbd.org.br SBH www.sbh.org.br SEBRAE www.sebraesp.com.br SERASA EXPERIAN www.serasaexperian.com.br SINDUSFARMA www.sindusfarma.org.br SINFAR-GO www.sinfargo.org.br SOBLEC www.soblec.com.br

T TEUTO www.teuto.com.br TRIER www.triersistemas.com.br

U

IBGE www.ibge.gov.br

PHILIPS www.philips.com.br

ICTQ www.ictq.com.br

PHISALIA http://phisalia.com.br

IDC www.idc.com

PRÓ GENÉRICOS www.progenericos.org.br

IMS HEALTH www.imshealth.com

PROVAR http://provar.org

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL www.cruzeirodosul.edu.br

INCOTERM www.incoterm.com.br

PSB www.psb40.org.br

UNIVERSIDADE DE YALE www.yale.edu

INMETRO www.inmetro.gov.br

PSDB www.psdb.org.br

USP www5.usp.br

INNÉOV www.inneov.com.br

PT www.pt.org.br

EMBRATUR www.embratur.gov.br

INSTITUTO ONCOGUIA www.oncoguia.org.br

EMS www.ems.com.br

INTERPLAYERS http://interplayers.com.br

UNIÃO QUÍMICA www.uniaoquimica.com.br UNIFESP www.unifesp.br

V VIRTUAL GATE www.virtualgate.com.br

EUROFARMA www.eurofarma.com.br 178

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