Edição 245 - Espaço do Conhecimento

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ano Xx • nº 245 abril de 2013

produto consolidado

A Contento desenvolveu o Espaço do Conhecimento, que teve sua primeira edição na Abradilan Farma & HPC 2013. Empresas líderes de mercado estiveram presentes e puderam expor suas marcas dentro de uma farmácia conceito


editorial

Produto consolidado A Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan) realizou nos dias 20, 21 e 22 de março passado a 9ª edição da Abradilan Farma & HPC, no Riocentro Convention Center, na capital carioca. O evento é um dos maiores do setor e se consolida a cada edição por ser uma grande oportunidade para que o canal amplie o leque de contatos e fique por dentro das últimas novidades e tendências. Este ano, o evento teve um mix maior de produtos e serviços e superou os números anteriores. Mas não basta ser o maior, é preciso ser o melhor. Por isso, a associação teve duas grandes inovações. Uma delas foi a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que falou sobre a importância da saúde para o Brasil. Outra grande novidade foi a parceria firmada com a Contento, que realizou pela primeira vez o Espaço do Conhecimento. O principal objetivo foi fornecer informação em tempo real, com a exposição de marcas líderes dentro de uma farmácia

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-chefe Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) assistente de redação Flávia Corbó EDITORas de arte Mariana Sobral e Larissa Lapa Assistente de arte Junior B. Santos DEPARTAMENTO COMERCIAL executivas de contas Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) 4

conceito, palestras com os principais consultores do setor, que discursaram sobre assuntos regulatórios, tributários, debateram sobre liderança, Farmácia Popular e sobre a importância do gerenciamento por categorias. A equipe de redação do Guia da Farmácia esteve presente e registrou todos os acontecimentos, que podem ser conferidos na matéria de capa desta edição, que foi encartada de forma diferenciada para representar a importância e grandiosidade desse produto, que continuará a ser realizado nos próximos anos. Outro destaque fica por conta do reajuste de preços dos medicamentos; a alta máxima deste ano foi de 6,31%. A repórter Flávia Corbó preparou uma reportagem especial e debateu o tema com os principais formadores de opinião do setor. Chegou a hora também de dar início ao SNGPC. Agora, a venda de antibióticos só poderá ser feita mediante registro no sistema. Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe

assistentes do Comercial Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE assinaturas Morgana Rodrigues coordenador DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta Marketing e Projetos Luciana Bandeira

Colaboradores da edição Edição Kathlen Ramos Revisão Maria Stella Valli Textos Egle Leonardi, Kathlen Ramos, Marcelo de Valécio e Raquel Sena Colunistas Amanda Regina Corsini Rossi, Guido Boabaid May, Gustavo Semblano, Rafael D’Andrea, Ricardo Pavanello e Silvia Osso IMPRESSÃO IBEP capa Gabriel Godoy

Uma das grandes inovações do evento foi o Espaço do Conhecimento, iniciativa inédita criada pela Contento

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.

analista de marketing Lyvia Peixoto

guia da farmácia abril 2013

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sumário #245 abril 2013

e mais

96 10 > Entrevista O presidente do laboratório Natulab, Marconi Sampaio, revela com exclusividade ao Guia da Farmácia que encara a comercialização de medicamentos para as classes B, C e D como uma questão filosófica

28 > Atualidade A partir do dia 16 de abril será obrigatória a escrituração eletrônica dos antibióticos. O não cumprimento da norma caracterizará uma infração sanitária. Veja como adequar-se

34 > debate Representantes do setor farmacêutico repercutem o índice de reajuste anual do preço dos medicamentos, divulgado pelo Cmed no início de março

CAPA

espaço do conhecimento Os principais laboratórios farmacêuticos, fabricantes de produtos de higiene e beleza, e correlatos, empresas de cosméticos e logística do País reuniram-se no Rio de Janeiro para participar do Espaço do Conhecimento, que ocorreu durante a 9ª edição da Abradilan Farma & HPC

50 > Oportunidade Antecipar-se às tendências de mercado e investir em novas tecnologias é o melhor caminho para garantir rentabilidade e conseguir driblar a concorrência. Especialistas dão dicas de como ser inovador

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> página da Web > Antena Ligada > Atualizando > memórias > Guia da Farmácia Responde > Carreira > Gestão > Investimento > Mix > Ponto de venda > Atendimento > Comportamento > Sortimento

Caderno Saúde 88 96 102 106 110 113

> Gripes > Lesões musculares > Ansiedade > Fitofotodermatose > artigo > Hipertensão

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> Mercado > Categoria > beleza > evento > Sempre em dia > Serviços

colunas 26 > Varejo Silvia Osso 42 > Consultor Jurídico Gustavo Semblano 48 > Cenário Rafael D`Andrea 74 > Prevenção Amanda Regina Corsini Rossi 87 > Inovação Guido Boabaid May

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gu ia on- l i ne www.guiadafarmacia.com.br Informações exclusivas na internet AL

E CO N TEÚDO

Este selo nos artigos da revista indica conteúdo extra. Acesse o Portal e confira

XT T RA NO POR

Acesse o Portal e confira as informações complementares do conteúdo editorial da revista, além de textos exclusivos a cada edição.

conteúdo extra no portal

beleza jovem As maquiagens minerais são ótima opção para adolescentes, já que não ‘pesam’ na pele, mantendo suas características naturais. Saiba como ajudar essas jovens consumidoras a escolher o produto mais adequado.

de olho nas crianças consumidor viajado A cada ano um número maior de brasileiros têm a oportunidade de viajar para fora do País. Isso faz com que o consumidor passe a exigir o mesmo nível de serviço e atendimento prestado lá fora. Mantenha-se atualizado!

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As taxas de sobrepeso e obesidade infantil aumentam a cada ano, elevando a preocupação das autoridades mundiais para o aumento do risco de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) em crianças e adolescentes. Como ajudar na prevenção?

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o que rola nas redes sociais

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preços de medicamentos vão subir até 6,31%

Aumento foi autorizado pela Cmed

oriente sobre o descarte correto dos medicamentos Dicas importantes podem ser repassadas para os clientes da farmácia

abradilan realiza feira do setor farmacêutico Evento reúne principais representantes do setor

modelo americano funcionará no brasil?

Anvisa não pretende mudar legislação devido à chegada da CVS ao País

Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!

sede de conteúdo

Gostaria de ler ainda mais matérias sobre gestão de farmácia. A concorrência já está acirrada, com milhares de pontos de venda, mas ainda deve piorar. A CVS está chegando ao Brasil e com ela outras empresas estrangeiras deverão vir para cá. Dicas de como se destacar são muito importantes neste momento de expansão do mercado. Obrigada! Denise Freitas, Confins (MG)

perfil do consumidor

Quero parabenizá-los pela matéria sobre a pesquisa do ICTQ, que mostra como o consumidor enxerga a nós, farmacêuticos. Ficamos tão atarefados no dia a dia que não conseguimos ter uma visão ampla das coisas. Foi muito bom saber que somos valorizados, mesmo sabendo que ainda existem inúmeros problemas na profissão. Clóvis Viana, Petrópolis (RJ)

expectativas de mercado

Vai ser interessante ver o que acontecerá com o mercado de distribuição para as farmácias independentes. Pessoalmente, acho que a melhor fórmula para o crescimento no varejo, a partir de uma distribuidora, é um modelo misto entre lojas próprias e franquias. Loja própria funciona muito bem em pontos de alta vendagem ou comportamento padrão de compras. Mas a franqueada complementa esse quadro e permite uma expansão mais rápida. Alvaro Zerkowski, em resposta à nota Ações da Profarma sobem 31% após aquisições, publicada no Facebook do Guia da Farmácia 2013

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entrevista - marconi sampaio, natulab

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Acesso a todos

A Natulab aposta no mercado de fitoterápicos e garante medicamentos e melhoria da saúde à população brasileira

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Por lígia favoretto

Com os negócios voltados para a comercialização de medicamentos para as classes B, C e D, o presidente do laboratório Natulab, Marconi Sampaio, afirma, com exclusividade ao Guia da Farmácia, que se trata de uma questão de filosofia. “Entendemos que é preciso multiplicar a quantidade de farmácias, dividir a renda e beneficiar o maior número possível de pessoas. Os medicamentos isentos de prescrição podem atender as classes C e D a um custo reduzido, favorecendo assim uma fatia da população desprovida de recursos.” O executivo revela ainda que o portfólio previsto é de aproximadamente 80 medicamentos novos para os próximos cinco anos.

Guia da Farmácia • Por que a fitoterapia está ganhando cada vez mais destaque no mercado brasileiro? E por que a Natulab investe nesse segmento? Marconi Sampaio • O segmento de fitoterápicos tem crescido por diversos fatores. Entre eles o nível de controle de qualidade e confiabilidade dos produtos disponibilizados pelos laboratórios de vanguarda como a Natulab, que garante uma utilização segura, eficaz e crescente. Mas nem sempre foi assim. Lembro do início desse processo, em 1999, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi criada, e anunciou que iria estabelecer novas regras para o setor. A Natulab suspendeu, na época, os projetos de fitoterápicos até uma definição por parte do governo. Depois que foram estabelecidas, passamos a produzir fitoterápicos de qualidade; alguns deles hoje são de referência nacional.

Guia • Os fitoterápicos estão se consolidando como uma opção terapêutica rentável, com alta de 12% no mercado, registrada em 2012, crescimento equivalente ao registrado pela indústria farmacêutica e faturamento de US$ 1 bilhão. A Natulab participa dessa fatia com 12 produtos no portfólio, e faturamento de 200% nos últimos três anos. Qual o segredo do sucesso? Marconi • O sucesso da Natulab se deve ao alinhamento de uma política comercial arrojada, plataforma ágil de lançamento de produtos e o desenvolvimento de know-how na área. Nosso sucesso passa ainda por um bom planejamento na gestão, o que dá consistência no processo de crescimento. Temos propostas estratégicas para até 2017, cujas metas estão sendo cumpridas. A 2013 abril guia da farmácia

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entrevista - marconi sampaio, natulab

“Para os próximos anos planejamos estar entre as dez primeiras empresas voltadas para as classes c e d. sei que são segmentos prioritários deste governo, que desenvolveu uma série de programas para essa faixa de renda“ Natulab é hoje uma cadeia integrada que inclui gestão de processos, de registros de novos medicamentos, pesquisa, desenvolvimento de produtos, financeiro, logística e incentivo aos talentos da empresa. Guia • Apesar dos bons resultados, no Brasil apenas 10% da população faz uso de fitoterápicos, enquanto na Europa, por exemplo, 80% da população já aderiu a esse tipo de produto. Quais os principais desafios? Marconi • O crescimento do uso de medicamentos fitoterápicos ainda esbarra na resistência de alguns médicos, que acabam por disseminar esse preconceito a uma fatia da população. Guia • De que forma a Natulab atua para ser inovadora sempre? Marconi • A inovação, em todas as dimensões, é a mola propulsora neste mercado. É preciso inovar na apresentação, nas marcas, processos, produtos e na forma de vender. A Natulab faz um trabalho intenso de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Temos hoje vários fitoterápicos para serem aprovados pela Anvisa. Um dado interessante: existem fitoterápicos já aprovados na Europa que usam plantas brasileiras para melhorar o quadro do mal de Alzheimer. Esse tipo de produto também pode ser desenvolvido no Brasil, basta que se pesquise. Guia • A produção farmacêutica nacional está entre os segmentos que têm conseguido passar ao largo da crise e sustentar crescimento na casa dos dois dígitos. Empresas continuam lançando produtos novos e investindo nos antigos. Quais as principais conquistas da Natulab e expectativas para os próximos anos? Marconi • As principais conquistas da Natulab incluem a formação de um portfólio inteligente e diversificado; consolidar-se como uma empresa conceito em termos de 12

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marca e apresentação; e desenvolver uma prática comercial que atenda às necessidades dos clientes. Para os próximos anos planejamos estar entre as dez primeiras empresas voltadas para as classes C e D. Sei que são segmentos prioritários deste governo, que desenvolve uma série de programas para essa faixa de renda, como o Bolsa Família, o Fome Zero e o Minha Casa, Minha Vida. Guia • O senhor acredita que as licitações com fitoterápicos e a disponibilidade desses medicamentos pelo SUS podem ser uma forma de alavancar o consumo? Marconi • Sem dúvida. As políticas para distribuição de fitoterápicos pelo SUS incluem estratégias como: capacitação dos médicos da rede para prescrição; criação de mementos terapêuticos e unidades de cultivo. Essas abordagens contribuem para a disseminação de conhecimento técnico para os médicos, eliminando dúvidas e preconceitos quanto à eficácia dos fitoterápicos. Guia • A maioria das pessoas busca fitoterápicos com o objetivo de obter maior qualidade de vida. Podemos esperar fitoterápicos para tratamento de doenças complexas? Marconi • Sim, hoje há um crescimento do uso de fitos em doenças crônicas como artrose e tratamento de dores crônicas. Na área de oncologia existem vários medicamentos oriundos de plantas medicinais, produtos para tratamento de infecções urinárias, entre outros. Guia • Qual a grande aposta da Natulab? Marconi • O foco está nas classes B, C e D. A Natulab tem hoje a maior importância para as classes menos favorecidas. É uma questão de filosofia. Entendemos que é preciso multiplicar a quantidade de farmácias, dividir a renda e beneficiar o maior número possível de pessoas. Os medicamentos isentos de prescrição podem atender as classes C e D a um custo reduzido, favorecendo assim uma fatia da população desprovida de recursos. Guia • Quantas drogas a Natulab tem em estudo e quantas estão na fila de aprovação da Anvisa? Qual a estratégia de P&D e lançamentos da Natulab? Marconi • O portfólio previsto é de aproximadamente 80 medicamentos novos para os próximos cinco anos. Todos com o foco na melhoria da qualidade de vida da população, como temos feito ao longo de nossa história. Pesquisamos e desenvolvemos produtos para combater o estresse, a ansiedade a insônia e muitos outros males que afetam a população.


ANTENA LIGADA

Novas apostas Farmacêuticas investem em unidades fabris inovadoras, além de expandirem área de atuação novo comando compras on-line

As farmácias e drogarias de São Paulo contam com um novo canal para comprar medicamentos pela internet. Utilizando o sistema de e-commerce B2B Farma desenvolvido pela Visão Tecnologia, a Distribuidora Elite passa a efetuar negociações comerciais (venda de medicamentos similares e genéricos) com farmácias e drogarias. O Portal também conta com uma série de ferramentas digitais que prometem facilitar o dia a dia da farmácia. São cursos, vídeos, tabelas de preços de medicamentos e outras ferramentas como a Calculadora de ST-IVA. • www.distribuidoraelite.com.br

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Em cerimônia que contou com a presença de autoridades da área da saúde, políticos, lideranças empresariais e dirigentes de entidades setoriais, foi empossada em fevereiro de 2013 a nova diretoria do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), presidida por Cleiton de Castro Marques. Em seu discurso de posse, o executivo disse que, mais do que qualquer outra entidade setorial, o Sindusfarma tem empunhado a bandeira do que chamou de “desenvolvimento sem fronteiras”. • www.sindusfarma.org.br fotos: shutterstock


investimento em pesquisa

selo de aprovação

A Bristol-Myers Squibb (BMS) acaba de receber o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para apresentação subcutânea do medicamento Orencia (abatacepte), que trará mais praticidade e comodidade para os pacientes com artrite reumatoide. O tratamento já é comercializado pela farmacêutica na apresentação intravenosa, que necessita ser administrada mensalmente por um profissional da saúde em uma clínica própria de infusão. Com a apresentação subcutânea, o medicamento poderá ser aplicado pelo próprio paciente uma vez por semana. • www.bristol.com.br

A LEO Pharma A/S, empresa farmacêutica global especializada em dermatologia, assinou um contrato de pesquisa e licença exclusivo com a empresa alemã de biotecnologia 4SC Discovery GmbH, com o objetivo principal de pesquisar, desenvolver e comercializar de maneira conjunta um tratamento oral para doenças de pele inflamatórias como a psoríase. A colaboração tem o potencial para resultar em uma nova e conveniente terapia inovadora para doenças de pele crônicas. Já foi comprovado em modelos pré-clínicos que o composto inovador, atualmente no estágio de desenvolvimento inicial, reduz de maneira significativa, se é que não erradica completamente, os sintomas da psoríase. • www.leo-pharma.com • www.4sc.com

marca premiada

A Colgate consagrou-se como a grande campeã do 1º Prêmio Odonto Magazine, após vencer em duas categorias e destacar-se em mais outras duas. A revista, que faz parte do VP Group, traz mensalmente as principais atualizações do segmento de saúde bucal. Durante o mês de janeiro de 2013, a publicação promoveu uma votação on-line com dentistas de todo o País para identificar as empresas do setor que foram destaques no ano de 2012. Colgate liderou as categorias “Melhor Creme Dental”, com 48% dos votos, e “Melhor Enxaguatório Bucal”, com 51% dos votos. Além disso, a marca também obteve destaque nas categorias de “Melhor Escova Dental” e “Melhor Fita Dental”. • www.colgate.com.br 2013 abril guia da farmácia

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ANTENA LIGADA

pontos de venda premium

A P&G aposta em novo conceito de marketing promocional para apresentar as novidades da companhia. Com as marcas Pantene, Head&Shoulders e Wella Pro Series, a empresa inova no ponto de venda com o Premium Hair Care Materials – molduras, bandejas, faixas de gôndola, stoppers, glorifiers e dy Cross. E para dar continuidade ao relançamento da linha Pantene Pro-V, a marca investe em ilhas promocionais e interativas com tecnologia, luzes e cores, em 13 lojas de todo o Brasil, chamando a atenção não só dos clientes, mas também de quem passa no local. • www.pg.com/pt_BR/

novidades no sus queda de ritmo

O mercado de medicamentos genéricos registrou em 2012 crescimento de 17% no volume de unidades vendidas em comparação a 2011. Foram comercializados 679,6 milhões de unidades frente aos 580,8 milhões registrados no ano anterior. Embora vigoroso, esse foi o menor crescimento em volume da história dos genéricos desde que a categoria chegou ao mercado brasileiro, em 2001. As vendas do setor movimentaram R$11,1 bilhões no ano passado, montante 40,6% superior aos R$ 8,7 bilhões aferidos em 2011. • http://portal.anvisa.gov.br

perfil brasileiro Pesquisa feita pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), em parceria com o Datafolha, em 12 capitais brasileiras sobre o perfil dos consumidores em farmácias particulares, aponta que 68% das 1.611 pessoas entrevistadas têm o hábito de comprar medicamentos genéricos. Outros 25% dos homens e mulheres ouvidos – todos acima dos 18 anos – declararam adquirir os de marca. Entre a classe A, essa taxa subiu para 42%. • http://ictq.com.br 16

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Em um ano, o Ministério da Saúde incluiu 29 medicamentos e procedimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), o que equivale ao dobro da média de incorporações feitas nos últimos seis anos antes da criação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), em 2011. Formada por seis órgãos de saúde, incluindo o Ministério, a Conitec já analisou quatro vezes mais tecnologias do que a média entre 2006 e 2011. Mais de 20% delas foram aprovadas e estarão disponíveis na rede pública ainda no primeiro semestre deste ano. O primeiro dos medicamentos aprovados já começou a ser distribuído aos estados: o oncológico trastuzumabe, usado para tratar o câncer de mama. • www.saude.gov.br


AF_Anúncio_GuiadeFarmácias_Force_mar13.pdf 1 15/03/13 15:58 AF_Anúncio_GuiadeFarmácias_Force_mar13.pdf 1 1 15/03/13 15/03/13 15:58 15:58 AF_Anúncio_GuiadeFarmácias_Force_mar13.pdf AF_Anúncio_GuiadeFarmácias_Force_mar13.pdf

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Mudança de nome Os produtos da linha de similares da Sandoz sob a marca Hexal passam a ter a mesma identidade visual do portfólio dos medicamentos Sandoz, completando assim a transição das marcas que vem ocorrendo no Brasil desde 2005, ano em que a Sandoz adquiriu a Hexal mundialmente como forma de reforçar a sua posição de liderança no mercado global de genéricos. A linha que ainda estava sob a marca Hexal possui em seu portfólio mais de 26 moléculas e 70 apresentações disponíveis. A troca de embalagens e marca vem acontecendo de forma gradual desde novembro de 2012, e estima-se que até o final deste mês todo o processo esteja concluído. • www.sandoz.com.br

projeção de crescimento

Em consequência do aquecimento no setor farmacêutico, distribuidores de medicamentos sócios da Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan) apresentaram um bom desempenho em crescimento no último ano. A preocupação com o aumento da expectativa de vida e com hábitos saudáveis tem levado os brasileiros a aumentar o consumo em farmácias e drogarias. Para 2013 as projeções são otimistas. Segundo pesquisa realizada pela Abradilan, 9,10% dos associados esperam um crescimento de até 10%, acompanhados de 36,40% que acreditam no aumento de 11% a 20% e 24,6% projetam crescimento de 21% a 30%. Além desses, 30,30% dos associados projetam crescimento acima dos 30%. • www.abradilan.com.br 2013 abril guia da farmácia

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negócios conjuntos

A distribuidora de medicamentos Profarma anunciou uma joint-venture com a Nutrilatina para a formação da atacadista Supernova. Com a aliança, a Profarma passa a comercializar com exclusividade os produtos Nutrilatina para o varejo farmacêutico e marca sua entrada em lojas de suplementos alimentares e esportivos, com distribuição exclusiva em quase 1,5 mil lojas de suplementos alimentares e esportivos. A Profarma adquiriu também a Rede Tamoio, de farmácias e drogarias, entrando para o varejo. • www.profarma.com.br • www.nutrilatina.com.br • www.drogariastamoio.com.br

concurso aberto

O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) autorizou a ampliação do número de vagas do concurso público da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de 165 para 314. As vagas de nível superior serão distribuídas entre Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária, com remuneração inicial de R$ 10.019,20, e Analista Administrativo, com remuneração de R$ 9.263,20. • http://portal.anvisa.gov.br

expansão A EMS, indústria farmacêutica localizada em Hortolândia (SP), inaugurou uma nova área de embalagens de medicamentos sólidos na cidade. O empreendimento fica no complexo fabril do laboratório, recebeu R$ 150 milhões em investimentos e gerou 200 empregos diretos. A planta faz parte de um plano de expansão da companhia, cujos recursos previstos até 2014 somam R$ 600 milhões. • www.ems.com.br

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boas expectativas

Após crescer 16,1% em 2012 e atingir o faturamento de R$ 25 bilhões, o setor de farmácias e drogarias tem provado seu potencial, em especial na abertura de lojas. No ano passado, só entre as grandes redes foram contabilizados 4.692 novos pontos de venda, índice 8% maior em relação a 2011, e que pode crescer este ano. Quando se fala no setor como um todo, é esperado um incremento em linha com 2012, mas com viés de alta que pode chegar a 18%. • www.abrafarma.com.br 18

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casa nova

Após realizar um investimento de cerca de R$ 150 milhões, o grupo Hypermarcas inaugurou a expansão da fábrica da Neo Química, em Anápolis (GO). A unidade farmacêutica, uma das maiores da América Latina, agora possui capacidade de produção de cerca de seis bilhões de comprimidos/ ano. Nessa fábrica são produzidos medicamentos isentos de prescrição médica, genéricos e similares. • www.hypermarcas.com.br

Guia de Farmácia.pdf 1 05/03/2013 12:02:45

VITGOLD NO AUTOSSERVIÇO É MAIS SAÚDE NAS MÃOS DO CONSUMIDOR

Os produtos da linha Vitgold, de acordo com a determinação da ANVISA (RDC-44/2009), são registrados como suplementos alimentares (classe de alimentos começando com os numerais 4, 5 e/ou 6), portanto, podem ficar expostos no autoatendimento das farmácias e drogarias ao alcance do consumidor, ao contrário dos medicamentos. PRODUTOS

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Medicamentos Cosméticos Saneantes Alimentos Produtos para Saúde

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Gestantes, nutrizes e crianças até 3 (três) anos, somente devem consumir estes produtos sob orientação do nutricionista ou médico. Consumir os produtos conforme a ingestão diária constante na embalagem. NÃO CONTÉM GLÚTEN

2 0 REDES 1 3 a bDE r iFARMÁCIAS, l guia da farmácia DISPONÍVEIS NAS PRINCIPAIS DROGARIAS E LOJAS DE PRODUTOS NATURAIS.

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atualizando

dispensação

certeira

Medicamentos, suplementos e vitaminas chegam ao mercado com inovação e tecnologia de ponta em benefício da saúde dos brasileiros

Óleo de abacate em cápsulas Nutraway

Medicamento da linha de Sistema Nervoso Central da Sandoz, voltado para o tratamento de episódios de depressão maior com apresentações de 15 mg, 30 mg e 45 mg, todas com 28 comprimidos orodispersíveis, que desintegram rapidamente na cavidade oral e são deglutidos sem a necessidade da administração concomitante de água. O medicamento pode ser encontrado nas versões marca e genérico.

A empresa brasileira NutraWay, especializada em nutracêuticos, produtos naturais e suplementos alimentares, investiu em pesquisas, estudos e tecnologia para apresentar, com exclusividade no Brasil, o óleo de abacate em cápsulas, o que facilita muito a absorção diária dos seus benefícios. O produto é extraído da polpa da fruta madura e da semente, sendo constituído de aproximadamente 60% a 80% de ácidos graxos insaturados, principalmente de ácido oleico, que diminuem risco de doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio.

MS 1.0047.0464 www.sandoz.com

MS 6.2178.0038.001-0 www.nutraway.com.br

Razapina ODT Sandoz

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fotos: divulgação


Rosuvastatina cálcica Medley

Chega ao mercado farmacêutico o genérico da rosuvastatina cálcica, molécula que teve um crescimento na prescrição de 167%, nos últimos cinco anos. O fármaco é indicado para o tratamento da dislipidemia, doença caracterizada pela presença excessiva de colesterol e triglicérides no sangue. Permitindo maior adesão ao tratamento, o medicamento poderá ser comprado a um preço 35% mais acessível que o de referência. MS 1.0181.0636 (10 mg Comp. Rev. com 30) MS 1.0181.0636 (20 mg Comp. Rev. com 30) www.medley.com.br

Kombiglyze XR BristolMyers Squibb e AstraZeneca

Chega ao mercado brasileiro o Kombiglyze XR, que alia saxagliptina e metformina, para o tratamento de pacientes com diabetes tipo 2. O medicamento é o primeiro e, até o momento, único a combinar em um só comprimido a saxagliptina (um inibidor da dipeptidil peptidase -4) e a metformina de ação prolongada (XR) para ser administrado em dose única diária. Essa característica possui um potencial de maior adesão do paciente ao tratamento. MS 1.0180.0403 www.bms.com.br www.astrazeneca.com

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atualizando

Enfagrow

Mead Johnson Nutrition

Composto lácteo enriquecido com DHA chega ao mercado brasileiro: trata-se do composto lácteo Enfagrow, o único que possui altos níveis de DHA em sua formulação, nutriente que favorece o desenvolvimento mental da criança. É indicado até o quinto ano de idade, período em que acontece o ápice do desenvolvimento das funções cognitivas, como a memória, a concentração e a aprendizagem. Fabricado pela Mead Johnson Nutrition, o Enfagrow é um composto lácteo desenvolvido nutricionalmente com vitaminas e minerais e enriquecido com neuronutrientes, MS Registro no Ministério da Agricultura SIF/DIPOA sob nº 0001/NL 0010EC www.meadjohnson.com.br

Kit Matherlly Natulab

Composto pelo Matherlly Gest e DHA, o Kit Matherlly garante a ingestão das principais vitaminas, minerais e ômega 3, indispensáveis para o crescimento e desenvolvimento do bebê durante a gestação. O suplemento vitamínico/ mineral Matherlly Gest possui vitaminas: A, C, D, E, B1, B2, B6, B12, biotina, niacina, ácido fólico e os minerais ferro, selênio e zinco. Não contém açúcar e nem calorias. O Matherlly DHA é um alimento funcional, fonte de ômega 3, que auxilia na capacidade sensorial, cognitiva e motora da criança. MS Produto isento de registro conforme RDC 27/10 www.natulab.com.br

Sun E 1000

Sundown Naturals

Cicatriderm Teuto

Cicatriderm é um gel de silicone, de uso tópico, usado no tratamento de cicatrizes hipertróficas e queloides. O produto, à base de polisiloxanos e dióxido de silicone, é indicado para cicatrizes resultantes de traumas, cirurgias, queimaduras e outros eventos que possam causar lesão à pele. Cicatriderm melhora a aparência das cicatrizes através da redução da vermelhidão, enquanto promove a suavização e nivelamento. MS 80225200014 www.teuto.com.br 22

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O principal antioxidante produzido pelo corpo humano é a vitamina E. No entanto, a sua produção é reduzida com o passar dos anos, sendo necessária a reposição através dos alimentos e da suplementação por cápsulas que mantêm a pele protegida e hidratada. O Sun E 1000 da Sundown Naturals pode ser encontrado nas melhores farmácias e drogarias do País, ao preço sugerido de R$ 67, em embalagem com 50 cápsulas. MS 1.3795.0018.005-8 www.sundownvitaminas.com.br


Tibolona

EMS Genéricos

Acaba de chegar ao mercado mais um produto exclusivo EMS Genéricos, a Tibolona, indicado como terapia hormonal para o alívio das queixas resultantes da menopausa, prevenção da perda óssea e nos casos de ooforectomia. Possui um mercado de 58 milhões de reais e está entre os quinze produtos mais prescritos por ginecologistas. A apresentação EMS Genéricos possui 30 comprimidos, facilitando o tratamento dos pacientes em seu uso contínuo. MS 1.0235.1075.002-2 www.emsgenericos.com.br

Fonte D União Química

A vitamina D pura continua a surpreender a medicina a cada dia com a descoberta de novos efeitos benéficos para o organismo. A novidade da União Química é o suplemento alimentar à base de vitamina D pura, o Font D, que possui uma embalagem moderna e um preço competitivo. É comercializada em frascos com 10 ml e 20 ml. O produto não contém açúcar, e cada gota (1) equivale a 200 UI de vitamina D3 (colecalciferol). Produto isento de registro conforme RDC 27/2010 www.uniaoquimica.com.br

2013 abril guia da farmácia

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atualizando

M&P Dry

Biolab Dermocosméticos

A produção de suor é vital para o funcionamento do organismo, porém, quando excessiva, pode se tornar um problema e interferir na vida social e profissional das pessoas. Buscando soluções para o cuidado dos pacientes, a Biolab Dermocosméticos lança M&P Dry (60 ml), que combina ativos que proporcionam alta eficácia e segurança no combate à sudorese excessiva. O sesquicloridrato de alumínio (20%) é um antitranspirante que reduz a produção do suor das glândulas sudoríparas e o triclosan (0,3%) atua como antisséptico, inibindo a proliferação das bactérias responsáveis pela bromidrose. MS 227630068 www.biolabfarma.com.br

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O modelo Z-46, da Techline, é um Monitor de Pressão Arterial Digital Automático de Pulso de fácil manuseio, que permite que o próprio paciente mantenha um controle sobre sua saúde. Com visor de cristal líquido, munhequeira de fácil ajuste e tamanho pequeno, que infla e desinfla automaticamente, o modelo possui duas zonas de memória, 50 memórias por zona, faz a média das três últimas medições, possui indicador de carga de bateria, data e hora e garantia de dois anos. MS 10410610026 www.techline.com.br 24

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Yes Naturals Mega Detox Lifenergy

Com a perfeita combinação de quatro matérias-primas naturais, o Yes Naturals Mega Detox auxilia o corpo a reencontrar equilíbrio através da limpeza e desintoxicação do organismo, combatendo a ressaca e o malestar. Delicioso tanto gelado quanto natural, tem 0% de açúcar e calorias. MS Produto isento de registro conforme RDC 27/2010 www.lifenergy.com.br

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Durante a prática de exercícios aeróbicos, mulheres que precisam perder gordura localizada na barriga podem contar com a ajuda de produtos para acelerar ainda mais o metabolismo. Um exemplo é o Gel Termogênico Body Care Mezzo (1 kg) desenvolvido a partir de uma combinação de ativos, como cafeína, nicotinato de metila, pró-vitamina B5, silício orgânico e ácido algínico, que diminuem a produção e estocagem das células de gordura e aumentam a circulação sanguínea, entre outros benefícios. MS 2.1239.2724 www.mezzodermocosmeticos.com.br


varejo

Ideias que

promovem vendas As opções de promoção são capazes de alavancar os resultados de farmácias e drogarias

silvia os s o Palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo. É autora dos livros Atender Bem Dá Lucro, Programa Prático de Marketing para Farmácias e Administração de Recursos Humanos para Farmácias E-mail siosso@uol.com.br 26

F

Farmácias precisam cada vez mais atrair clientes e trabalhar adequadamente a promoção de vendas. Devem ser bem divulgadas de forma a atingir seus objetivos. Cuidados devem ser tomados, principalmente o de não prolongar uma campanha, pois o que era para ser um “adicional” passa a ser incorporado ao dia a dia e reduz o impacto causado pela ação. Vamos lembrar, a seguir, algumas ideias: Amostras: miniaturas ou pequenas porções de um produto de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) distribuídas de porta em porta, anexas a outro produto, ou em uma embalagem normal dele mesmo, enviadas pelo correio, encartadas a um anúncio ou distribuídas na loja fazem sucesso e divulgam a marca, o produto, a empresa e o estabelecimento comercial. Aniversário da farmácia: preços ou condições especiais por ocasião do aniversário da loja fazem sucesso. Promova a semana, a quinzena ou o mês. Faça isso apenas uma vez por ano. Brindes: um objeto de pequeno valor (caneta, boné, folhinha, biscoito da sorte, etc.) com o nome da empresa pode despertar o carinho dos clientes. Cooperação com fornecedores: acordos para obter apoio em promoções cooperadas e vantagens adicionais para seus clientes tais como “Dia do Diabético”, “Dia da Hipertensão”. Descontos: redução de preços em forma de saldos, queimas, liquidações, artigos do dia, da semana, ofertas relâmpago, etc. Descontos se mostram muito eficientes como promoção de vendas, mas devem ser tratados com cuidado para não caírem na mesmice. Lembre que a sinalização de preço “de tanto por tanto” é mais bem vista pelo

guia da farmácia abril 2013

cliente do que o desconto de “X%”. Demonstrações: são os melhores contatos do consumidor com o produto porque atingem os sentidos, mas requerem profissionais bem treinados para distribuição de folhetos ou orientações. Calendário promocional: fazer promoções especiais de acordo com o calendário promocional estimula as vendas e traz todo um clima emocional que estimula o ato de comprar. Fidelidade: com fichas, cartelas, tíquetes ou outro meio você controlará o número de vezes que os clientes adquirem produtos ou serviços em sua loja. Depois de determinado número, você oferece uma unidade grátis ou outra vantagem. Grátis: é a palavra mágica, principalmente em promoções. Ofereça algo grátis somente se o cliente tiver a certeza de que está mesmo ganhando algo e que não está pagando de outra forma. Oferta do dia: produtos ou serviços oferecidos por um preço extremamente baixo podem atrair a clientela. Faça isso semanalmente com algum produto “chamariz”. Solidariedade: campanhas em benefício da comunidade ou instituições feitas regularmente atraem consumidores e dão uma excelente imagem à farmácia. “Doe agasalho”, “Ajude os desabrigados”, “Traga um litro de leite e ganhe desconto de 10% na compra do produto ” X “da perfumaria, etc. Vale-brinde: pequena peça colocada junto ou dentro de uma embalagem que, se encontrada pelo cliente, pode lhe render um “prêmio”. As campanhas promocionais do tipo “achou-ganhou” ajudam na formação ou fixação da imagem de sua farmácia e auxiliam a rotação do estoque de produtos. foto: DIVULGAÇãO


atualidade

Chegou o dia A partir de 16 de abril será obrigatória a escrituração eletrônica dos antibióticos. Veja como se adequar ao novo procedimento determinado pela Anvisa

D

Por flávia corbó

Desde o final de 2010 está em vigor a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que determina a retenção de uma via da receita médica no momento da compra de antibióticos em todas as farmácias e drogarias do País. Passados mais de dois anos, a medida já faz parte do cotidiano de farmacêuticos e bal-

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conistas, mas uma nova exigência criada pelo órgão trará mais atribuições aos profissionais no controle da venda dessa categoria de medicamentos. A partir do dia 16 de abril, além da retenção da prescrição médica, será necessário registrar a venda no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). A nova regra deveria ter entrado em vigor três meses antes, mas a data-limite de fotos: shutterstock


atualidade

adequação foi prorrogada pela Anvisa para 16 de abril de 2013, por envolver investimentos, adaptações e desenvolvimento tanto de infraestrutura por parte do órgão, quanto por parte do setor regulado que precisa fazer adaptação dos sistemas ou softwares utilizados pelas farmácias e drogarias que atualmente fazem a escrituração dos medicamentos sujeitos a controle especial. “A intenção é fazer essa transição da maneira mais tranquila possível. Por isso, optamos por prorrogar o prazo inicialmente previsto. Verificamos que tanto a Anvisa quanto os desenvolvedores de softwares precisavam de mais tempo para os testes e ajustes necessários à nova versão do SNGPC”, explicou a gerente de produtos controlados da Anvisa, Márcia Gonçalves de Oliveira.

fique por dentro Para acatar as novas regras estipuladas pela Anvisa, basta seguir algumas recomendações: o

cadastr

• Verifique se os dados no cadastro da Anvisa estão corretos.

• Providencie sistema informatizado para geração dos arquivos XML.

Como proceder? Em funcionamento desde 2007, o SNGPC é atualmente o sistema mais acessado da Anvisa, com média de 15 mil acessos diários, recebendo cerca de oito mil arquivos XML/dia. São 47 mil farmácias e drogarias credenciadas que realizam a escrituração dos medicamentos sujeitos a controle especial, que é atualmente exigida. Mas, ainda assim, há muitas dúvidas em relação à gestão do cadastro. De acordo com a Anvisa, todas as legislações e informações sobre o SNGPC são disponibilizadas na internet, inclusive com passo a passo demonstrando como atualizar o cadastro das empresas e como fazer a escrituração no SNGPC. Para adequarem-se à escrituração eletrônica, os farmacêuticos que já utilizam o SNGPC para escrituração dos medicamentos controlados devem ficar atentos e verificar com o fornecedor de seu software se ele estará preparado para começar a escriturar a movimentação dos antimicrobianos a partir de 16 de abril, prazo estabelecido pela Instrução Normativa nº 1/2013. Já os estabelecimentos que ainda não utilizam o SNGPC devem conferir se os dados de seu cadastro estão corretos na Anvisa e providenciar o sistema informatizado para geração dos arquivos XML, que é o meio de envio de informações para a Anvisa. O não cumprimento da norma caracteriza uma infração sanitária e a empresa poderá sofrer penalidades da mesma maneira que ocorre quando outras infrações sanitárias são verificadas.

Do outro lado do balcão Os principais órgãos representantes do setor farmacêutico são unânimes em apoiar a obrigatoriedade da escri30

guia da farmácia abril 2013

ticos

Antibió

• Farmacêuticos que já utilizam o SNGPC devem checar se o software está preparado para escriturar a movimentação dos antibióticos.

• O passo a passo de como atualizar o cadastro das empresas e como fazer a escrituração no SNGPC está disponível no site: www.anvisa.gov.br/sngpc.

• O não cumprimento da norma caracteriza uma infração sanitária e está sujeito a penalidades. Fonte: Anvisa

turação eletrônica, mas com certas ressalvas. “Sempre defendemos que os medicamentos de prescrição devem seguir uma receita médica. Isso traz segurança tanto para o prescritor quanto para o farmacêutico ou balconista, para o paciente e a própria indústria”, garante o presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. “A grande questão é a capacidade que as farmácias estão tendo para realizar esse trabalho. É preciso verificar se o período de tempo apresentado para adequação é o necessário e possível de ser cumprido”, acrescenta. Essa mesma postura de apoio com cautela é adotada pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafar-


atualidade

a data-limite de adequação foi prorrogada pela Anvisa para 16 de abril de 2013, por envolver investimentos, adaptações e desenvolvimento tanto de infraestrutura por parte do órgão, quanto por parte do setor regulado dades ainda falta a informatização, então essa medida pode representar uma dificuldade muito grande”, alerta Nelson Mussolini. Mas, para a Abrafarma, não são só os pequenos farmacêuticos que têm muito trabalho a fazer para se adequarem às novas exigências de controle na venda de medicamentos. O sistema eletrônico da Anvisa também precisa de reformulações para funcionar de maneira mais satisfatória. “A Agência tem até hoje problemas na gestão do SNGPC, referentes a tamanho de arquivos e outros entraves, mesmo após cinco anos de operação. Então, meu único senão é a dúvida se o sistema suporta essa mudança. Mas, se a Anvisa decidiu prorrogar o prazo para fazer ajustes, isso me dá mais segurança. Acho que o adiamento foi acertado”, opina Mena Barreto.

Expectativas ma). “Quando a Anvisa realizou uma audiência pública para relatar a necessidade da escrituração, a Abrafarma apoiou. Mas o que acontece hoje é que existem empresas que retêm a receita médica e empresas que não a retêm. É como se houvesse dois países: um Brasil que cumpre a legislação e outro que não. O controle deve valer para todos”, afirma o presidente-executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto. A dupla realidade brasileira também é notada quando se compara a infraestrutura das farmácias e drogarias de grandes redes, instaladas em cidades de grande porte, com lojas pequenas espalhadas pelo País. “Ao pensar em farmácias na cidade ou estado de São Paulo, a escrituração eletrônica torna-se uma questão muito simples, porque todos já estão informatizados. Mas também precisamos pensar no Brasil como um todo. Em inúmeras locali32

guia da farmácia abril 2013

A iniciativa de exigir a escrituração eletrônica deve, aos poucos, se estender para outras categorias de medicamentos, como os anti-inflamatórios de tarja vermelha, que hoje em dia são vendidos livremente em muitas farmácias e drogarias brasileiras. Uma prova dessa movimentação é a iniciativa tomada pela Anvisa de criar um grupo de trabalho para discutir o combate à automedicação. Um dos entraves a esse esforço conjunto é o receio de que o maior controle na venda de tarjas vermelhas resultaria na queda no consumo desses medicamentos. Mas experiências anteriores indicam que talvez a preocupação não se justifique. “Em relação aos antibióticos, houve redução a princípio, mas hoje o consumo já está normalizado, com o crescimento da mesma toada do mercado’’, garante Nelson Mussolini.


debate

Reajuste de

até 6,31%

O Conselho de Ministros da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) autorizou alta dos preços a partir do dia 30 de março. Acompanhe a repercussão no mercado Por flávia corbó 34

guia da farmácia abril 2013

O

O mês de março é agitado para o setor farmacêutico. Tradicionalmente, é neste período do ano que o governo federal, por meio do Conselho de Ministros da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), autoriza a alta nos preços de medicamentos. Neste ano, o órgão informou que o reajuste máximo será de 6,31%, a ser aplicado a partir do dia 30 de março, conforme resolução publicada no Diário Oficial da União. O conselho é formado por uma equipe interministerial, liderada pelo Ministério da Saúde, que se apoia em difotos: shutterstock


um modelo de teto de preços calculado com base em um índice, um fator de produtividade, uma parcela de fator de ajuste de preços relativos intrassetor e uma parcela de fator de ajuste de preços relativos entre setores”, informa o texto publicado no Diário Oficial. O valor máximo do reajuste varia entre três faixas diferenciadas de medicamentos. Os índices são definidos segundo o nível de competição dos medicamentos nos mercados, a partir do grau de participação dos genéricos nas vendas. De acordo com especialistas, o dólar estável impede reajustes maiores nos preços dos medicamentos. “Temos trabalhado um câmbio desfavorável para a indústria. O governo deveria reconhecer isso e acrescentar um fator de produtividade para o câmbio. Mas isso não ocorre”, avalia o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto.

Repercussão

ferentes índices econômicos para definir o novo valor. Entre os fatores que compõem a fórmula estão as expectativas de inflação, de ganhos de produtividade das empresas de medicamentos e o preço dos insumos usados na produção dos produtos. Para a inflação, é usado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulado entre março de 2011 e fevereiro de 2012, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O ajuste de preços de medicamentos é baseado em

De forma geral, as instituições representantes do setor farmacêutico não ficaram satisfeitas com o índice máximo apresentado. “Desde 2004 o reajuste vem sendo abaixo da inflação anual. A fórmula respeita um valor teto, que é o IPCA, medido muito mais por índice de consumo do que um impacto no mercado, como o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP)”, avalia o diretor de Acesso da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Pedro Bernardo. Para o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, o reajuste abaixo da inflação não surpreendeu, devido ao histórico dos anos anteriores. “O governo pressiona para que o medicamento vá baixando, então acabou criando uma equação matemática que leva a isso. Não tem uma explicação lógica, mas tem sido assim nos últimos anos”, avalia. De acordo com os executivos da área, o fator que mais pressiona o reajuste para baixo é o de produtividade, estipulado pelo governo. “Como tem acontecido nos últimos anos, o governo aplicou um discutível cálculo de produtividade que reduz o índice de reajuste e prejudica muitas empresas, ao impedi-las de repor o aumento de custos de produção do período”, destaca o presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. “A fórmula desconta essa produtividade, que não necessariamente vai ser atingida. O governo chama de incentivo, para que o setor alcance a produtividade projetada, mas na verdade é muito mais um desafio do que um incentivo. Caso a indústria não atinja, o percentual será descontado do preço e haverá perda de margem de lucro”, avalia Pedro Bernardo. 2013 abril guia da farmácia

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debate

Barreiras da rentabilidade A cada ano que passa a fabricação de um medicamento fica mais cara. Os salários aumentam, os aluguéis são reajustados, os custos de produção crescem. A indústria e o setor farmacêutico, de uma forma geral, sofrem com todo reajuste da cadeia, por isso há a necessidade de redefinir. “Caso não existisse o controle de preços dos medicamentos, a relação preço/consumidor seria livre. O aumento anual é em função desse controle. Como a vida fica cara a cada ano, é justo que o empreendedor seja compensado por isso”, explica Sérgio Mena Barreto. Mas os executivos da área questionam se o reajuste determinado pelo governo é suficiente para suprir esses aumentos de custos. O baixo índice de desemprego no Brasil, por exemplo, é um fator que a cada ano exerce maior pressão sobre o mercado. “Em função de o País estar com um nível muito alto de emprego, há uma enorme demanda por mão de obra. Ano após ano, o setor tem pago aumentos salariais muito acima do índice do IPCA”, ressalta Pedro Bernado. O setor de serviços também representa um custo cada vez maior ao mercado farmacêutico. “Quando um laboratório precisa divulgar o lançamento de um produto ou uma nova tecnologia, ele é obrigado a focar essa divulgação para a classe médica. Para isso, é obrigado a ter uma rede de prestadores de serviço para fazer essa divulgação. Há muito serviço envolvido, que custa um preço acima da inflação”, complementa Bernardo. Para o presidente do Sindusfarma, esse problema é crônico e já ocorre há alguns anos. “Desde 2011, a indústria farmacêutica enfrenta fortes pressões de custo, principalmente com pessoal, insumos e matérias-primas, majoritariamente importadas, cujas cotações internacionais subiram no ano passado e ficaram ainda mais elevadas por causa da desvalorização do real.”

Guerra de preços Apesar de a Cmed ter autorizado o reajuste de até 6,31% nos medicamentos, especialistas acreditam que nenhum fabricante irá aplicar o aumento máximo permitido. Os segmentos que têm autorização para efetuar o reajuste mais elástico são aqueles que possuem maior participação de genéricos, ou seja, enfrentam maior concorrência de preço. A tendência é que haja corte de custos e investimento em aumento de produtividade, ao invés do aumento de preço. “Não há condições de dar esse reajuste máximo. A concorrência é muito forte, existem cada vez mais em-

O ajuste é baseado em um modelo de teto de preços calculado com base em um índice, um fator de produtividade, uma parcela de fator de ajuste de preços relativos intrassetor e uma parcela de fator de ajuste de preços relativos entre os setores

presas atuando com genéricos. Cada molécula e cada princípio ativo são trabalhados por quinze empresas. É uma competição muito forte, as empresas acabam fazendo o possível não mexer no preço, para não perder volume de vendas, nem mercado”, avalia Pedro Bernardo. “Esse fato preocupa o Sindusfarma, pois a continuidade dessa situação vai afetar a saúde financeira das empresas, podendo comprometer o lançamento de produtos e os investimentos necessários ao desenvolvimento de medicamentos inovadores”, complementa Nelson Mussolini. Uma das alternativas vistas pelo setor é a aprovação da PEC nº 115/2011 (Proposta de Emenda à Constituição), que propõe a isenção de impostos sobre medicamentos da linha humana. A medida já foi aplicada pelo governo em produtos de linha branca e automóveis, mas ainda não há previsão de quando chegará ao setor farmacêutico. “Não é o setor que recebe o benefício, é o consumidor. Qualquer redução nos impostos será repassada no preço. Temos solicitado bastante, mas não tivemos respostas”, declara Pedro Bernardo. Mas o presidente da Febrafar, Edison Tamascia, não tem uma visão tão milagrosa da desoneração sobre os medicamentos. “A isenção vai diminuir o preço do produto, caso estejam embutidos nele gastos com impostos, mas da mesma forma será preciso compensar a perda inflacionária natural com o reajuste dos preços.” 2013 abril guia da farmácia

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consultor jurídico

Meandros da

intercambialidade Ação deve ser considerada crime quando praticada por não farmacêutico?

O

Gustavo S e m blano Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Rio de Janeiro (Ascoferj), OAB/RJ 113655 Blog gustavosemblano.blogspot.com E-mail semblano@outlook.com 42

guia da farmácia abril

O medicamento genérico carrega consigo a característica da intercambialidade, mas seu conceito nada fala sobre a figura do profissional que realizará tal ato. A Resolução RDC nº 44/09 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que trata das Boas Práticas Farmacêuticas, não ajuda, pois sua menção no artigo 47 também se omite: Art. 47. A dispensação de medicamentos genéricos, no que tange à intercambialidade, deve ser feita de acordo com o disposto na legislação específica. Então, como encontrar na legislação uma posição, um norte sobre quem pode realizar a intercambialidade do medicamento genérico? O primeiro ponto para uma resposta se dá no Anexo I da Resolução CFF nº 357/01 (Boas Práticas de Farmácia), que afirma que uma das atribuições dos farmacêuticos que respondem pela direção técnica da farmácia ou drogaria é “garantir a seleção de produtos farmacêuticos na intercambialidade, no caso de prescrição pelo nome genérico do medicamento” (art.19, VII). O segundo ponto, mais claro e direto, se encontra no Anexo à Resolução RDC nº 16/07 da Anvisa, que consiste no Regulamento Técnico para Medicamentos Genéricos. Seu item VI trata dos critérios para prescrição e dispensação de medicamentos genéricos e o item 2, que aborda de forma transparente a dispensação, diz textualmente: 2.1. Será permitida ao profissional farmacêutico a substituição do medicamento prescrito pelo medicamento genérico correspondente, salvo restrições expressas pelo profissional prescritor; 2.2. Nesses casos, o profissional farma-

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cêutico deverá indicar a substituição realizada na prescrição, apor seu carimbo a seu nome e número de inscrição do Conselho Regional de Farmácia, datar e assinar; 2.3. Nos casos de prescrição com a Denominação Comum Brasileira (DCB) ou a Denominação Comum Internacional (DCI), somente será permitida a dispensação do medicamento de referência ou de genérico correspondentes; 2.4. É dever do profissional farmacêutico explicar, detalhadamente, a dispensação realizada ao paciente ou usuário bem como fornecer toda a orientação necessária ao consumo racional do medicamento genérico; 2.5. A substituição do genérico deverá pautar-se na relação de medicamentos genéricos registrados pela Anvisa; 2.6. A relação de medicamentos genéricos deverá ser divulgada pela Anvisa por intermédio dos meios de comunicação. Desta forma, posso afirmar que é o farmacêutico, e apenas o farmacêutico, o profissional apto a realizar a intercambialidade dos medicamentos genéricos, não sendo autorizada tal prática por balconistas, gerentes, auxiliares de farmácia, et coetera. Diante de tais fundamentos jurídicos, deve-se salientar que a prática da intercambialidade por não farmacêuticos pode caracterizar o crime de “exercício ilegal da arte farmacêutica’’, previsto no artigo 282 do Código Penal: Art. 282 – Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único – Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. foto: DIVULGAÇãO


memórias

Parabéns

a você

O

O Sincamesp completa 75 anos de atuação como representante legal dos interesses de sua categoria Por lí g i a fav o r etto

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guia da farmácia abril 2013

O Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas e Medicamentos, Correlatos, Perfumarias, Cosméticos e Artigos de Toucador no Estado de São Paulo (Sincamesp) completa 75 anos de existência. A trajetória vai ao encontro da história do Brasil moderno. O Sincamesp tem atuado na defesa dos interesses da categoria junto ao governo e em negociações coletivas, inclusive, com a celebração de convenções coletivas de trabalho específicas para os empregados em empresas atacadistas de drogas, medicamentos, perfumarias, cosméticos, artigos de toucador e correlatos, com diversas entidades representativas da categoria profissional, devidamente registradas junto ao SRTE/SP. Nesses 75 anos mantém a mesma essência ética e ideológica: defender os interesses de sua categoria e trabalhar pelo aprimoramento das empresas e a otimização de seus recursos, sem perder a visão social para o atendimento, em última instância, da saúde pública. O presidente do sindicato, Reinaldo Mastellaro, lembra que os movimentos sindicais, principalmente dos trabalhadores, tomaram força e corpo nos anos 1930. “O Sincamesp foi fundado em 28 de maio de 1938 como organização patronal pronta para fortalecer o debate para o crescimento do atacado farmacêutico junto ao governo e aos trabalhadores. Desde então, batalha para o aperfeiçoamento das normas de trabalho, melhoria das condições de serviço ao atacadista, sejam elas técnicas, regulatórias, tributárias ou setoriais como um todo.” Com isso, o executivo revela ter passado fotos: shutterstock/felipe mariano/divulgação


Nesses 75 anos o sincamesp mantém a mesma essência ética e ideológica: defender os interesses de sua categoria e aprimorar as empresas e a otimização de seus recursos, sem perder a visão social para o atendimento, em última instância, da saúde pública por diversas crises políticas, econômicas e sociais, mas sempre protegendo o setor e conseguindo resultados que o direcionaram para um crescimento sustentável e sólido por toda a história. O presidente considera a diminuição dos impostos sobre medicamentos um dos principais desafios do setor e assunto de prioridade. “Uma das principais reivindicações a que faço questão de dar atenção, como presidente do Sincamesp, é conseguir a redução do ICMS para os medicamentos. Medicamento é um bem essencial e por esse motivo tem o nosso empenho, para melhorar as condições de acesso à população.” Mastellaro revela que alguns estados brasileiros já conseguiram baixar o imposto de 18% para 12%. Como resultado, houve uma melhora na arrecadação, superando os 100%, em apenas um ano. “O que queremos é a isenção total de impostos, mas seguindo por esse mesmo caminho, já é um começo aceitável.” Ele comenta ainda que a enorme carga tributária dos medicamentos chega a 36% e acredita que isso seja algo que deve ser corrigido. “O governo vem sinalizando pelo caminho da redução. A redução no IPI dos carros e da linha branca e mais recentemente a redução do Cofins e PIS na cesta básica nos dão esperança de que finalmente os medicamentos possam chegar a um

patamar tributário aceitável e competitivo. A desoneração tributária não gera perdas aos cofres públicos, ao contrário, economiza recursos para a União.” Do governo o Sincamesp espera maior agilidade na análise de registros e inspeção do setor. “É necessário também investir mais na estruturação desses órgãos para que eles possam Reinaldo Mastellaro, acompanhar o crescimento das presidente do empresas como um todo.” Sincamesp, luta pela isenção total Para os anos vindouros a predo ICMS sobre sidência garante que ficará atenmedicamentos ta ao “fantasma” da inflação. “Esse sim é um problema que pode fazer com que as taxas de juros aumentem, o crédito diminua e, dessa forma, a geração de emprego fique estagnada. Isso prejudicaria muito o comércio, que está aquecido e sustentando boa parte do crescimento econômico. Políticas como corte de gastos públicos, investimento em estruturas e incentivos tributários podem nos ajudar a passar por mais esse problema e retomar o crescimento tão esperado.”

Parceria de sucesso No dia 30 de maio de 1937, o Sincamesp filiou-se à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) e em 10 de julho de 1941 passou a denominar-se Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas e Medicamentos de São Paulo. De acordo com o assessor institucional do Sincamesp para Economia, Mercado e Política em assuntos de atacado e varejo, no ramo de medicamentos e distribuição; diretor da Fecomercio SP desde 2010 atuando no setor de atacado, saúde, política e economia; e diretor do Conselho Atacadista da Fecomercio SP, Erivelton Mastellaro, o Sincamesp sempre figurou como uma das entidades patronais mais éticas da Fecomercio, com uma linha de conduta impecável, sempre atuando de forma conjunta em benefício do desenvolvimento do setor de atacado farmacêutico e estimulando o empreendedorismo paulista. A Fecomercio congrega mais de 155 sindicatos patronais que juntos representam em torno de 13% do PIB paulista. “O apoio da casa nas demandas dos sindicatos tem um peso muito forte 2013 abril guia da farmácia

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memórias

frente ao governo e à opinião pública. A Fecomercio propõe alguns trabalhos e ambos os desenvolvem conjuntamente. A partir de abril, será criado o Comitê da Saúde, presidido pelo Sr. Reinaldo Mastellaro, onde todas as questões relativas à saúde serão estudadas, tanto no âmbito econômico e social quanto no regulatório.”

Parte integrante da história nacional A maior legislação trabalhista do Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), foi instituída durante o governo Vargas. Com a categoria do comércio atacadista de medicamentos organizada e adaptada aos preceitos sindicais, criou-se a oportunidade para negociações trabalhistas legítimas com as novas categorias de empregados que vinham se consolidando. Com todo esse movimento, as empresas atacadistas fundadas e situadas no interior do Estado de São Paulo começaram a se associar em 1980 e, com isso, foi tomada a iniciativa de extensão da base geográfica da representação econômica de origem junto ao Ministério do Trabalho, reconhecido pelo ato apostilado à margem da carta sindical, a legitimidade da iniciativa, passando o mesmo a denominar-se Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas e Medicamentos no Estado de São Paulo (Sincamesp). Com a publicação da Lei nº 5.591, regulamentada pelo Decreto nº 74.170 (Diário Oficial da União de 11 de junho de 1974), a Presidência da República estabeleceu diretrizes sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Como grande número de associados já vinha comercializando produtos das áreas de correlatos, cosméticos, perfumarias e artigos de toucador, sua diretoria entendeu a necessidade da extensão de sua base econômica para esses segmentos. E em 1989 decidiu-se pela extensão de sua base econômica, acrescentando, portanto, as categorias de correlatos, perfumarias, cosméticos e artigos de toucador, requerida ao DRT/SP – processo nº 24440.23.339/89, deferido em 11 de abril de 1990, sob o registro nº 434, conforme texto constante no verso da última folha de seu estatuto, registrado em 24 de maio de 1989, sob o nº 18882, no 6º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Em 22 de novembro de 2000, cumprindo recomen46

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dação da CNC, para se enquadrar no Sistema Confederativo de Representação Sindical do Comércio (Sincomercio), o Sincamesp fez as adaptações recomendadas em seu estatuto, registrado sob o nº 76544 no mesmo cartório, sendo reconhecida a entidade sindical em 28 de agosto de 2001 por meio de certidão emitida pela ConfederaErivelton Mastellaro, ção Nacional do Comércio. assessor institucional do Sincamesp, Em 26 de junho de 2002, o Miacredita que a nistério do Trabalho e Emprego parceria firmada com expediu a certidão referente ao a Fecomercio beneficia registro nº 434/90 constando no assuntos econômicos e regulatórios CNES, covalidando a representação do Sincamesp como: “representante do Comércio Atacadista de Drogas, Medicamentos, Correlatos, Perfumarias, Cosméticos e Artigos de Toucador, com abrangência estadual e base territorial no Estado de São Paulo”. Em janeiro de 2003 o Sincamesp notificou a Federação dos Empregados e o Sindicato dos Empregados no Comércio de São Paulo com o interesse de aderir às convenções coletivas assinadas entre as entidades e a Fecomercio e, em abril de 2004, encaminhou ofício à Federação dos Empregados no Comércio de São Paulo ressaltando sua legitimidade de representação das categorias de drogas, medicamentos, correlatos, perfumarias, cosméticos e artigos de toucador. Em reunião extraordinária, o conselho de representantes dessa federação, por unanimidade, decidiu-se pela abertura de negociações nas convenções coletivas. Em virtude de algumas entidades ainda contestarem essa representação, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) enviou o Ofício nº 254/GAB/SRT/MTE, no qual é expresso o reconhecimento do Sincamesp da categoria econômica do comércio atacadista de drogas, medicamentos, correlatos, perfumarias, cosméticos e artigos de toucador, representação esta ratificada com a emissão da nota Técnica/CGRS/DICNES nº 001/2005, de 1º de setembro de 2005. “Nosso foco é estímulo ao empreendedorismo, a geração de novos postos de trabalho, a maior agilidade nos processos de inspeção e registros com as agências e principalmente a reforma tributária do setor que é, sem dúvida, nossa principal bandeira para 2013”, finaliza Reinaldo Mastellaro.


cenário

Na esquina da

felicidade e da saúde É necessário que haja uma reinvenção de loja para a reversão da perda de participação de mercado

Rafael D’Andrea Diretor da ShopperAge (www. shopperage.com.br) e sóciofundador da Toolbox – Consulting & Metrics (www.toolboxtm.com.br) 48

Q

Quase dois mil varejistas brasileiros estiveram reunidos em janeiro, na cidade de Nova York, para a 102ª NRF (National Retail Federation) – a maior exposição de varejo do mundo. Além de buscarem exemplos práticos e inspiração para usar em suas lojas, puderam trazer na bagagem experiências como a chance de fazer compras na Duane Reade (DR), uma presença marcante em Manhattan. Relativamente pequena para os padrões americanos, a rede de drugstores foi adquirida pela Walgreen’s – a maior cadeia do canal farma dos Estados Unidos – e se reinventou nos últimos anos. Hoje oferece um modelo de “virada de jogo”, especialmente para as drogarias independentes do Brasil. Listei cinco boas práticas, considerando as semelhanças entre as duas realidades, para que as nossas drogarias possam também virar o jogo, explorando novas tendências de consumo e de comportamento de compra dos brasileiros: 1) Saúde, beleza e conveniência. Esses são os três pilares do novo enquadramento comercial das lojas da DR. Seus executivos entenderam que focar o lado bom da vida vende mais porque torna a experiência de compra mais agradável. A DR passou a dar ênfase à beleza, aos hábitos saudáveis e à disponibilidade de produtos de necessidade imediata. Com mudança de leiaute, fluxos e a participação de cada seção no chão de loja, as

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vendas totais cresceram sem perda para os medicamentos com prescrição. 2) Design como diferencial. Segundo pesquisa do Popai, 60% dos shoppers do canal farma entram, compram o que buscam e saem da loja, ignorando outros produtos. É um sinal de que o ambiente não está atraente o suficiente. 3) Surpreender. Com produtos “aspiracionais” e “premium” em categorias já consolidadas. 4) Gerenciamento por categorias aplicado. O segredo é criar uma classificação de produtos que faça sentido ao shopper e utilizar materiais de comunicação explicativos que facilitem a decisão de compra. 5) Estimular a compra de um item não planejado. Isso significa mudar o foco do atendente, de passivo para proativo, com o cuidado de não “empurrar” produtos e sim ajudar com informações (inclusive sobre não medicamentos, compras nas quais os shoppers são mais suscetíveis a mudar de ideia por um produto mais caro e melhor). Apesar de as farmácias e drogarias independentes dominarem as esquinas brasileiras, é necessário que haja uma reinvenção de loja. A execução dessa “virada” promete trazer resultados positivos a partir da premissa de que o shopper é quem tem o poder de eleger a loja do bairro como seu principal destino. foto: DIVULGAÇãO


OPORTUNIDADE

Faça

diferente Ser inovador é uma das armas mais eficientes contra a concorrência. Veja como se antecipar às tendências e saiba aderir às novidades mais relevantes para o consumidor POR Flávia c or bó

S

Será possível criar algo novo, em vez de somente replicar modelos já existentes? Por que as tendências sempre surgem no exterior, como no evento National Retail Federation (NRF), em Nova York? As explicações são as mais variadas possíveis. Para a sócia-diretora de Inteligência de Mercado da GS&MD – Gouvêa de Souza, Cristiane Haase Osso, o primeiro fator que deve ser levado em consideração é o grau de consolidação de setores como o farmacêutico em países mais desenvolvidos economicamente. “Além disso, os consumidores americanos e canadenses, por exemplo, têm um poder aquisitivo maior e uma relação mais madura com o consumo, o que os torna mais exigentes e aptos a escolher o produto ou a marca que lhes entrega mais benefícios”, acredita Cristiane. Apesar da ascensão de 30 milhões de brasileiros para

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fotos: shutterstock


OPORTUNIDADE

novas tendências Veja quais são as novidades mais quentes do momento e leve para a sua loja:

Tecnologias O checkout das lojas está ficando wireless. No exterior, a caixa registradora está sendo substituída por tablets. Cada vendedor carrega um aparelho e conclui a compra do cliente com o uso da tecnologia. Para pagar, o consumidor utiliza o celular.

Sortimento personalizado Muitas lojas dos Estados Unidos resolveram que não se deve mais ter um único sortimento para todas as lojas de uma mesma rede. Cada unidade tem de optar pelos produtos mais adequados ao seu público. Certos itens com boa aceitação em bairros de maior poder aquisitivo podem não ter o mesmo apelo em outras regiões.

Consumidor multicanal O varejista tem de estar disponível em todos os canais, de maneira integrada, com linguagem única. O consumidor atual utiliza mais de um meio para concluir uma compra. Pesquisa preço pela internet, faz experimentação na loja física e busca melhores condições de compra pelo celular. Efetua o pagamento na loja física, mas quer receber o produto em casa.

Suplementos em alta O crescimento da busca por qualidade de vida fez com que os suplementos e vitaminas caíssem nas graças do consumidor. A General Nutrition Centers (GNC), especializada na venda desses produtos, já conta com sete mil lojas espalhadas no exterior. Quem começar a investir nesses produtos agora estará preparado para quando a onda das vitaminas e suplementos desembarcar por aqui. Fonte: Regina Blessa, presidente do Instituto de Estudos em Varejo (IEV)

a classe média, ampliando o mercado de consumo, ainda há um caminho a percorrer até a maturidade desses novos consumidores. “O aumento do poder aquisitivo não necessariamente vem com a maturidade. O consumidor emergente tem poder de escolha maior, mas não possui ainda muita informação.” O pouco incentivo dado à pesquisa no Brasil também é um fator que dificulta o surgimento de inovação de DNA nacional. “O governo não oferece suporte, então as novidades só costumam surgir quando alguém investe dinheiro próprio. Mas grandes mudanças vêm somente de outros países, por52

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que lá fora profissionais trabalham com pesquisa e ganham dinheiro com isso. Aqui, as pessoas têm seus empregos e pesquisam nas horas vagas”, ressalta a presidente do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa.

Sim, é possível inovar Ainda que o ambiente do País não seja favorável à inovação, é possível ter atitudes que estimulem o surgimento de novas ideias e facilitem a antecipação do desejo dos consumidores. A internet é uma fonte inesgotável de informações. Acessar com frequência sites internacionais especializados em tecnologia e varejo é um hábito saudável. “A maioria


OPORTUNIDADE

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vezes vai com pressa, sem dinheiro e com problemas de saúde. É preciso fazê-lo ficar encantado com o atendimento, inovação e exposição diferenciada e prática”, define.

Parceiro de peso

AL

Por ter uma estrutura maior, que conta com áreas de marketing e inteligência de mercado, a indústria farmacêutica e de cosméticos pode ser uma grande aliada no quesito inovação no PDV. Os fabricantes estão constantemente investindo em pesquisas no sentido de entender o comportamento do consumidor, para definir o desenvolvimento de novos produtos e desvendar as próximas tendências de mercado. “A indústria é a grande responsável pela evolução do varejo. Investe em novidades e tem uma visão mais ampla. O varejista deve saber aproveitar as sugestões, os treinamentos, instruções e palestras que sejam oferecidas. Isso é evolução”, ressalta Regina Blessa. Mantendo-se informado, com o olhar aguçado e atento a possíveis parcerias, é possível se antecipar às tendências de mercado e sair à frente da concorrência. “Ter uma loja atualizada é jogar em pé de igualdade com o mercado, é um bem necessário em um ambiente cada vez mais competitivo”, conclui Cristiane Osso.

E CO N TEÚDO

das coisas que observei na NRF 2013, por exemplo, eu já tinha visto há dois anos na internet. A única diferença é que ao viajar para Nova York você pode ver essas ideias ao vivo e na prática”, garante Regina. O exercício diário de observação do mercado, da concorrência, do cliente e, inclusive, de outros segmentos do varejo é também fundamental para se manter alerta às oportunidades e tendências. Um olhar aguçado garante um ponto de venda (PDV) mais assertivo, com sortimento ideal, tecnologias inovadoras e diferencial de atendimento. O mercado internacional deve ser acompanhado de perto, porque tem uma maturidade maior, mas é preciso sempre estar atento às peculiaridades regionais. Nem tudo o que ocorre lá fora tem relevância para o consumidor brasileiro. Mercados de atuações distintas, como calçados, vestuário e automóveis, também podem servir de inspiração. “Players de outros segmentos têm muitos cases de sucesso. É preciso treinar o olhar para enxergar o que está funcionando em outros lugares e verificar se existe a possibilidade de ter aderência ao seu negócio”, diz Cristiane Osso. Todas as inovações devem ser pensadas dentro do conceito de varejo multicanal, que, além da loja física, engloba televendas, internet e operações de logística, para que os consumidores enxerguem todos os canais como uma única unidade. Após definidas as oportunidades de mudanças é hora de transformar essas ideias em soluções simples. “Faça um check list dos principais pontos de melhoria e implante isso de forma perceptível e descomplicada. O consumidor passa pouco tempo dentro das lojas, muitas

XT T RA NO POR

Consumidores brasileiros estão viajando cada vez mais para o exterior. Este fato faz com que eles fiquem mais exigentes. Acompanhe no Portal. www.guiadafarmacia.com.br


Como evitar a ruptura no varejo farmacĂŞutico? 56

guia da farmĂĄcia abril 2013


Ruptura de

estoque

A

Ao detectar qualquer tipo de problema é preciso solucioná-lo para que o cliente encontre o que procura e retorne sempre

A partir desta edição o Guia da Farmárcia, através de consultores especializados no varejo farmacêutico, responderá aos principais questionamentos e dúvidas dos leitores. A primeira pergunta – Como evitar a ruptura no varejo farmacêutico? – é excelente, já que essa situação é muito desagradável para todos os envolvidos no dia a dia do ponto de venda. É realmente desgastante para o consumidor se direcionar a uma farmácia e não encontrar o produto que busca. E para o empresário que acaba de “perder” uma venda e ver todos os esforços para levar o cliente até a loja se desperdiçarem. Para o vendedor também é vergonhoso dizer “não temos o produto que você procura” e perder seus rendimentos.

Equipe comunicativa Ao perceber que um produto está em falta, o líder deve ser avisado. Algumas farmácias utilizam sistemas, caderno de faltas e outros procedimentos para que o departamento responsável seja comunicado. Não permita que a falta do produto permaneça por muito tempo. Independentemente de o cliente haver desistido de comprar ou não.

Gerenciamento do tempo Não é preciso esperar o vendedor para realizar as compras. Utilize as foto: divulgação

m a r c e l o c r i s t i a n r ib eir o

Sócio-diretor da Desenvolva Consultoria e Treinamento www.desenvolvaconsultoria.com.br contato@desenvolvaconsultoria.com.br

ferramentas disponíveis das distribuidoras, como pedido eletrônico, televendas etc. É fundamental otimizar o tempo que as caixas ficam no estoque sem iniciar as operações de conferência, entrada de produtos e consequentemente exposição.

Informatização Realize a curva ABC, verifique estoque mínimo e máximo, análise de falta de mercadorias e o giro.

cooperação dos clientes Ouça o cliente! Ele possui informações valiosas sobre o que não encontra.

Lançamento Esteja na frente da concorrência. Não possuir os lançamentos afeta a imagem da farmácia que não apresenta novidades.

sortimento A farmácia deve sempre estar atenta para apresentar uma segunda opção e não perder a venda.

Conheça sua farmácia Algumas vezes o produto existe mas o cliente não o encontra por estar em um local diferente do comum. Não diga ao cliente que não tem o produto sem antes se certificar. 2013 abril guia da farmácia

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carreira

Executivos

atrás do

balcão

Bons resultados financeiros e a possibilidade de rápida ascensão na carreira vêm atraindo profissionais das mais diversas áreas para o universo varejista Por Flávia Corbó

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A

Até o início da década de 1990, o varejo brasileiro era caracterizado por negócios familiares, muitas vezes gerenciados de forma amadora. Mas a estabilidade econômica alcançada com a criação do Plano Real, em 1994, provocou uma mudança radical neste cenário. O setor se consolidou e passou a demandar uma gestão profissional. Executivos das áreas financeiras e industrial passaram, então, a migrar para o segmento de varejo. De forma gradual, os pequenos empreendimentos familiares foram sendo substituídos por grandes fotos: shutterstock


carreira

Quiz Verifique se você tem o perfil adequado para trabalhar no varejo, caso responda positivamente às seis questões abaixo:

1 2 3 4 5 6

Você suportará os investimentos necessários para iniciar e fazer deslanchar o negócio?

Sua dedicação ao negócio será em tempo integral?

Sua família o apoia nesse investimento?

não

não

não

Você terá tempo disponível para fazer pesquisa, estudar mercado, montar um plano de negócio, participar de treinamento sobre o setor/segmento e somente após estes passos, efetivamente, montar o negócio?

não

Você sabe que trabalhará entre 12 e 16 horas diárias no negócio? Que trabalhará muitas vezes nos domingos e feriados e que suas férias poderão ser de apenas poucos dias/ano?

não

Mesmo assim você se sentirá feliz no ramo de negócio escolhido?

não

Fonte: Sebrae

potências empresariais, com corpo executivo de peso. E o resultado desse amadurecimento do setor pode ser mostrado em números. Dados do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar) mostram que, hoje, 57 companhias varejistas faturam anualmente mais de R$ 1 bilhão no Brasil. E a expectativa é que as cifras se multipliquem ainda mais. A exemplo do ocorrido em 1994, os ventos estão novamente soprando a favor do varejo. Outro bom momento da economia fez com que 30 milhões de brasileiros migrassem das classes D e E para a classe média, provocando uma expansão no mercado de consumo. Esses novos ávidos compradores fizeram o varejo deslanchar, enquanto outros segmentos consolidados da economia patinam. “Em 2012, a indústria retraiu 2,5%, mas o varejo cresceu 8,4% e vem sustentando o crescimento do Brasil”, relata o vice-presidente do Ibevar e diretor da faculdade de varejo da UBS Escola de Negócios, Eduardo Terra. Enquanto na primeira fase de amadurecimento 62

guia da farmácia abril 2013

do varejo os supermercados e as lojas de departamento tiveram maior destaque, agora é a vez da consolidação do canal farma. O pontapé inicial se deu há cerca de dois anos com grandes fusões – Droga Raia e Drogasil; Drogarias São Paulo e Drogarias Pacheco –, segue nos dias de hoje com o crescimento da Pague Menos e da BR Pharma e com a compra da Onofre pela americana CVS. “Nesses dois anos, essas empresas, naturalmente, vêm passando por um movimento de governança corporativa. Seus fundadores acabam integrando conselhos. Essa consolidação e fusões criaram vagas executivas”, avalia Terra. “E por ser um segmento menos consolidado que a indústria e os bancos, por exemplo, as oportunidades de ascensão de carreira são mais rápidas. Novas funções e promoções de profissionais surgem constantemente”, completa.

Empreendedorismo Além dos profissionais que decidem migrar de setor e passam a atuar em grandes companhias varejistas, há aqueles que aproveitam o bom momento vivido pelo varejo para dar voz ao lado empreendedor. O desejo de


carreira

Plano de negócio Para começar, é preciso se organizar, pensar em cada detalhe de como será montado o empreendimento. Para que o plano de negócios seja funcional, deve ser abrangente. Então, é importante que se tomem as seguintes medidas:
 Elaboração de uma pesquisa de mercado sobre os clientes e concorrentes.
 Definição do que será comercializado e em que estrutura.
 Identificação do mercado consumidor e dos concorrentes.
 Identificação dos fornecedores de mercadorias, matériasprimas ou serviços.
 Organização da forma de funcionamento da empresa. Quem manda? Quem fará? Como fará? Que equipamento será necessário? Descrição de cargos e funções, para que a seleção de pessoal identifique as qualificações necessárias.

Implementação. Ultrapassados todos esses passos, é preciso cuidar da documentação e regulamentar a empresa. Fonte: Sebrae

independência e um rápido Retorno sobre o Investimento (ROI) fazem com que muitos assalariados troquem a segurança de um emprego fixo, com expediente em horário comercial, para investir na abertura de um negócio próprio nos mais variados segmentos do varejo. A pesquisa “Doze anos de monitoramento da sobrevivência e mortalidade de empresas” do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP) aponta que entre as empresas constituídas no período 2003-2007, no estado de São Paulo, 33% dos proprietários eram empregados de empresas privadas antes de abrir seu próprio negócio; outros 20% eram autônomos. E o setor mais procurado por esses aventureiros cora64

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josos é o varejo, nos mais diversos segmentos: alimentação no domicílio (mercados, mercadinhos, sacolões), alimentação fora do domicílio (restaurantes e lanchonetes), habitação (materiais de construção e serviços correlatos) e higiene, (cuidados pessoais e cosméticos). Para o consultor de marketing do Sebrae-SP José Carmo Oliveira, a ideia de ter independência pode ser atrativa, mas deve ser estudada com cautela. “A recomendação básica é que o empreendedor faça um autodiagnóstico para verificar se tem perfil para ser um varejista. É preciso fundamentalmente ter vocação para ser empreendedor e possuir


carreira

enquanto na primeira fase de amadurecimento do varejo os supermercados e as lojas de departamento tiveram maior destaque, agora é a vez da consolidação do canal farma

algumas características, como motivação, flexibilidade e espírito de liderança”, aconselha. Também é importante ter em mente que os resultados estão diretamente ligados ao segmento do negócio e seu respectivo potencial de mercado. Entretanto, de maneira geral, um varejo, quando bem executado por meio de um bom plano de negócio, leva acima de 18 meses para começar a obter ROI. Um caminho mais fácil para ingressar no segmento são as franquias, que já contam com projetos estruturados. Mas, para aqueles que preferem seguir sozinhos, o presidente do Ibevar/Provar, Claudio Felisoni de Angelo, dá as coordenadas: “é preciso montar a engenharia financeira do projeto. Saber o tamanho do investimento, escolher o ponto comercial, ter uma ideia de fluxo de caixa, calcular os custos, conhecer o valor do desembolso. Caso não saiba fazer isso, é possível buscar alguém que o faça e se cercar de pessoas que me ajudem a estruturar o plano de negócio”, detalha.

Pedras no caminho Além do perfil adequado, é recomendado estar ciente dos desafios e obstáculos na atuação no varejo antes de embarcar na aventura. Tanto executivos de carreira quanto donos de negócio próprio têm desafios semelhantes a serem enfrentados. “É uma atividade de muito trabalho, 66

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com carga horária que inclui fins de semana. Mesmo que seja um executivo que não trabalha na operação, ele é responsável por um negócio que funciona sete dias por semana. Tem gente que não se adapta a essa rotina”, alerta Eduardo Terra. “Além disso, é preciso gostar de pessoas. Quem gosta de ficar dentro do escritório, e acha que o cliente não devia ligar nunca, não costuma ser bem-sucedido.” Já o consultor do Sebrae-SP, José Carmo Oliveira, acredita que estão no próprio mercado os maiores obstáculos para o profissional que atua no varejo. A globalização não é só de produtos, serviços e concorrentes; é também de estratégias de comercialização. “O consumidor brasileiro tem migrado muito para os EUA e Europa e já compara o varejo nacional com o internacional. Se o varejo on-line não crescer no Brasil, o consumidor brasileiro ampliará as compras internacionais por esse meio”, afirma. Diante das adversidades, Claudio Felisoni aponta a receita para se destacar em meio a esse mercado competitivo: “faça algo de que você goste muito. Caso contrário, não fará bem feito. Sua chance de ter sucesso é muito menor, porque tem muita gente que ama o que faz”.


gestão

Pensando à frente Para que uma empresa progrida, é fundamental investir no crescimento profissional dos funcionários. Aprenda a identificar os colaboradores mais preparados para ocupar novas funções

S

Por Flávia Corbó

Ser gestor é tomar decisões estratégicas diárias. As constantes mudanças de um mercado cada vez mais concorrido exigem atenção, rapidez e assertividade para alcançar o sucesso da organização. Entre delegar tarefas, estudar pontos fracos e fortes da empresa e dividir a atenção entre clientes, fornecedores e concorrência se encontra uma das funções mais delicadas de um administrador: gerir pessoas. 68

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Diferentemente de números, tabelas e planilhas, liderar uma equipe exige tato, jogo de cintura e sexto sentido. E as maiores dúvidas costumam surgir em relação à promoção de um funcionário. Reconhecer o membro da equipe mais preparado e escolher o momento correto para alçá-lo a uma nova função é fundamental para manter o bom andamento dos negócios. Mas como enxergar os sinais em meio à correria cotidiana? fotos: shutterstock


gestão

Plano de carreira Em uma organização de grande porte, estruturar um plano já é uma tarefa delicada, que exige estratégias e métricas. A situação se agrava quando o cenário é uma micro ou pequena empresa, como uma farmácia. Mas ainda que trabalhosa, a tarefa é possível de ser aplicada em ambientes corporativos menores. Siga os passos indicados por especialistas:

Organize funções Na farmácia de pequeno porte, a estrutura hierárquica costuma ser muito desorganizada. Na maior parte dos estabelecimentos, a equipe é dividida entre o dono e os demais funcionários. Mas há muitas funções que podem ser ocupadas em uma loja. “A farmácia pode se organizar em departamentos: gerente, sub-gerente, chefe de contas a pagar, outro de contas a receber, um líder de convênio. Organizando essas funções, o varejista começa a cobrar resultados e medir produtividade. Assim, fica mais fácil avaliar o merecimento de uma promoção”, explica o consultor Marcelo Cristian.

Defina a relação de cargos e salários

Aplique o conhecimento multifuncional

Uma das maneiras de promover um funcionário, mesmo em uma pequena empresa, é estabelecer meios de evoluir dentro de uma mesma função, com as nomenclaturas júnior, sênior e pleno. A partir dessa divisão, é preciso criar uma estrutura de grade salarial e o plano de carreira. “Em dois anos, se o vendedor júnior apresentar um bom trabalho, pode ser elevado a pleno e ter um aumento de 15% do salário, por exemplo. Isso eleva a autoestima e estimula o colaborador”, acredita Alexandre Rangel.

Outro artifício que pode ser utilizado por proprietários de pequenos negócios é estimular os funcionários a obter conhecimentos variados internamente. “As soluções estão dentro da empresa. Um operador de caixa pode cobrir a folga de um vendedor. Ou, se esse caixa tirar férias, o estoquista pode aprender a atuar nessa função. Se o dono tiver a cabeça de treinar essas pessoas, vai ser mais bem servido e, quanto tiver espaço para uma promoção, contará com um leque de funcionários multifuncionais”, detalha Alexandre Rangel.

De acordo com especialistas em recursos humanos (RH), a primeira medida para tornar a promoção de um colaborador uma transição tranquila é não deixar que nenhum membro da equipe se torne insubstituível. É preciso investir no segundo elemento – aquele funcionário que está apto a assumir um cargo superior. “Os departamentos não costumam treinar uma segunda pessoa. Na hora em que o chefe se ausenta – 70

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vai para outro emprego ou é promovido – e não tem um substituto, o setor em que ele estava acaba retrocedendo. É preciso instituir um processo de promoção e de substitutos. Todos os setores devem desenvolver o seu segundo elemento”, aconselha o sócio-fundador da Alliance Coaching, Alexandre Rangel. E para que essa política de treinamento funcione, a recomendação deve partir da alta direção da empre-


gestão

a primeira medida para tornar a promoção de um colaborador uma transição tranquila é não deixar que nenhum membro da equipe se torne insubstituível. É preciso investir no funcionário que está apto a assumir um cargo superior sa. “Normalmente, o gerente tende a se fazer insubstituível, devido ao ego e por ter trabalhado muito para chegar até ali. Isso dificulta o processo de transmissão do conhecimento dele para outro funcionário. Cria-se uma insegurança de que ele pode ser substituído a qualquer momento”, alerta Rangel.

Avaliação profissional Após garantir que os departamentos estarão seguros caso algum membro seja alçado a outra função, é hora de estabelecer métricas de avaliação que ajudem a definir quando um funcionário está pronto para receber uma promoção. Para o consultor da Desenvolva Consultoria e Treinamento, Marcelo Cristian, o problema mais comum dentro das farmácias é a promoção por paternalismo e não por mérito. A prática pode ser muito maléfica para o ambiente da loja. “O dono promove porque o cara é legal, porque é parente ou por ser de confiança. Isso gera problemas com outros funcionários, que sentem que não têm o esforço reconhecido”, detalha Cristian. A maneira mais profissional de realizar essa promoção é mensurar os resultados. Algumas questões básicas podem ajudar na avaliacão: O que o funcionário

agrega à empresa? Ele entrega as atividades nos prazos solicitados e com qualidade? Como ele está se saindo em termos comportamentais, no contato com outras áreas e outros colaboradores? Domina as ferramentas que utiliza no dia a dia? “Um ponto-chave para identificar se um funcionário tem maturidade para ser promovido é quando ele passa a apresentar resultados acima do que se espera do cargo atual. Quando um vendedor começa a se preocupar com planejamento, metas e estrutura do departamento, ele está entregando mais do que a função exige. Os gestos, comportamento e iniciativas mostram que a pessoa já está pronta”, acredita Alexandre Rangel. Quanto tempo de serviço o funcionário deve ter para ser promovido? Neste ponto os especialistas divergem. A consultora sênior da W Pharma, Egle Von Gal, acredita que o período pode variar dependendo da política interna da empresa, mas é preciso respeitar um tempo mínimo de casa. “A pessoa precisa mostrar o trabalho dela. Três meses é o período de experiência. Então, acho difícil promover alguém antes de seis meses. Normalmente, ocorre após um ano”, avalia. Já Alexandre Rangel considera que o tempo de serviço não deve ser um ponto de definição no momento de escolher qual funcionário deve ser promovido. A maturidade, a postura e o conhecimento são fatores mais relevantes. “O momento é circunstancial. Não há uma regra. É olhar para o funcionário e ver que ele está preparado.” Devido a circunstâncias diversas, às vezes o funcionário com menos tempo de casa apresenta melhores condições de ascender dentro da empresa do que aquele que está lá há mais tempo. Para não gerar mal-estar na equipe, a promoção do funcionário mais novo deve ser justificada com critérios objetivos e claros, em um feedback individual e também em equipe. A consultora Egle Von Gal dá um exemplo: “Vou promover tal pessoa, e não aquela outra, por precisar de alguém que fale inglês fluente. Isso tem de ser justificado porque senão você vai ter problemas no dia a dia”, alerta.

A dinâmica do mercado muda constantemente e junto com ela as relações de trabalho. Aprenda a ser um gestor com visão atual. Acesse Ferramentas de Gestão! www.guiadafarmacia.com.br 72

guia da farmácia abril 2013


prevenção

Transporte de

medicamentos termolábeis

M

Seguir as Boas Práticas de Transporte é fundamental em todo o processo logístico, para que sejam garantidas a segurança e a qualidade dos medicamentos

Amanda Regina Corsini Rossi Farmacêutica responsável pela filial da Ativa Logística em Ribeirão Preto (SP) 74

Medicamentos termolábeis são produtos sensíveis a condições extremas de temperatura e a exposição a essas condições pode danificar suas propriedades farmacológicas, e logo seu efeito desejado. Enquadram-se nesse grupo os medicamentos utilizados na cura de doenças crônicas como vacinas, oncológicos, insulinas, entre outros. A etapa logística de armazenagem e transporte de medicamentos termolábeis deve ser rigorosamente monitorada e seguir o sistema de gestão da qualidade definido pelas Boas Práticas de Transporte. O monitoramento da carga termolábil precisa ser realizado pelo farmacêutico em conjunto com os funcionários da operação para garantir que a estabilidade dos medicamentos e o controle das Boas Práticas de Fabricação sejam realizados anteriormente à entrega do medicamento ao usuário final. Sendo assim, a transportadora deve atentar-se aos seguintes fatores: Prazo de entrega X temperatura: a embalagem térmica deve ser entregue dentro do prazo estabelecido pelo embarcador para que não ocorra alguma alteração da temperatura interna do volume que afete a qualidade do medicamento. Atraso, reentrega e devolução: caso o volume de termolábil permaneça no terminal de carga por motivo de força maior, deverá ser guardado devidamente lacrado em sala de ambiente controlado, até sua reentrega ou devolução ao embarcador. Supervisão da operação: é

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importante observar diariamente se ocorre a chegada de produtos termolábeis e se estes sairão em tempo hábil para entrega. O uso de embalagens térmicas qualificadas é hoje comum no mercado porque garante a manutenção da temperatura adequada até o momento final do transporte. Por isso a transportadora deve sempre contatar o cliente (embarcador) para obter essas informações. Todos os medicamentos podem sofrer com temperaturas extremas, porém os mais sensíveis são os que necessitam manter a temperatura entre 8°C e 25°C e de 2°C a 8°C. Fabricante, distribuidor, armazenador e transportador são responsáveis conjuntamente pelo seu acondicionamento adequado, pois as condições de conservação, como a caixa de isopor, o tipo de gelo e o espaço interno, influem diretamente na garantia e na manutenção das propriedades farmacológicas e eficácia de seu uso. Para que esse controle seja seguido, o farmacêutico padroniza e implanta, junto aos envolvidos no processo, a forma mais adequada para transportar e manusear esses medicamentos, treinando e supervisionando as atividades operacionais. Os mesmos cuidados e procedimentos devem ser tomados para a logística reversa dos produtos. Portanto, seguir as Boas Práticas de Transporte é fundamental em todo o processo logístico, para que sejam garantidas a segurança e a qualidade dos medicamentos, principalmente os termolábeis. foto: DIVULGAÇãO


investimento

Plano de previdência:

é melhor ter um Seja qual for a modalidade, pública ou privada, especialistas afirmam que é importante contribuir para garantir uma aposentadoria tranquila POR ma rcel o de valéci o

N

No famoso conto de Esopo, popularizado por La Fontaine, a formiga acumulava e por isso sobreviveu ao inverno rigoroso, ao passo que a cigarra usufruía sem preocupação nos tempos de fartura e acabou tendo de pedir esmola quando a estação fria chegou. Moralismo à parte, por gerações, sempre se ouviu dos mais velhos que se guardasse dinheiro enquanto jovem para ter uma aposentadoria sossegada. Ao longo do tempo, as formas de amealhar recursos para o futuro foram evoluindo, mas a máxima continua atualíssima. “Seja qual for o tipo de aplicação escolhido, o importante é ter uma fonte de recursos para quando o indivíduo parar de trabalhar, seja por idade ou por um problema de saúde”, afirma o consultor sênior de previdência da Mercer Con-

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sultoria, Eduardo Correia. “Todas as pessoas em certo momento da vida perdem sua capacidade laborativa e precisam ter um suporte, sendo que o apoio financeiro é um dos pontos mais críticos”, acrescenta o professor da Fipecafi da Universidade de São Paulo (USP) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e consultor da Conde Consultoria, Newton Conde. Existem atualmente diversos tipos de aplicações com vistas a garantir a aposentadoria, desde os fundos de pensão, muito utilizados nas autarquias e estatais, fundos de investimento, poupança, até planos complementares privados de previdência. Para os trabalhadores do setor privado em geral, basicamente, existem duas modalidades de previdência: social (pública) e privada ou fotos: shutterstock


investimento

pesquise bem antes de contratar um plano de previdência privada Alguns aspectos são importantes para que o investidor faça a melhor escolha. É preciso saber se a instituição é sólida e se ela aplicará com competência os recursos que estão sendo investidos. “É essencial a leitura atenta de todo o regulamento e da proposta de inscrição”, ressalta Nelson Le Cocq, da Susep. O executivo faz ainda outras duas recomendações fundamentais: 1. Devem ser observados os parâmetros a serem adotados pelo plano: Quando da contratação, os fundos de investimento vinculados ao plano podem ser dos seguintes tipos: • Somente títulos públicos de renda fixa; • Renda fixa, crédito privado; • Multimercado, incluindo renda variável. • Durante o período de pagamento das contribuições, verificar a rentabilidade do Fundo de Investimento Especialmente Constituído (FIE) e o carregamento. • Durante a fase de pagamento dos benefícios, observar a tábua biométrica, a taxa de juros, se o plano oferece ou não reversão de excedentes financeiros e qual o percentual de reversão adotado. 2. Contratar um plano de uma entidade devidamente registrada na Susep. Caso queira efetuar simulações de valores, no caso de planos do tipo PGBL ou VGBL, é possível fazê-las no site da própria Susep: http://www.susep.gov.br/ setores-susep/seger/calculo-pgbl-ecalculo-vgbl.

complementar. A previdência social é a em que estão os profissionais com carteira assinada do País, além de trabalhadores rurais e autônomos que optaram por recolher contribuições para o INSS. É um seguro social, administrado pelo governo que tem a finalidade de prover subsistência ao trabalhador quando ele se aposenta. Funciona em regime de caixa: é custeado por repartição, em que os valores descontados dos profissionais em atividade são destinados ao pagamento da população aposentada. “Não podemos esquecer que para usufruir os benefícios da previdência social existem exigências”, lembra Conde. “Se, por exemplo, o benefício pleiteado for o de aposentadoria por tempo de contribuição, o homem dever ter 35 anos de recolhimento e a mulher, 30 anos. Assim, não adianta recolher contribuições por dois ou três anos e exigir benefícios em contrapartida.” Apesar do crônico problema de déficit e do teto relativamente baixo de remuneração, a previdência social continua a ser uma fonte segura de assistência universalizada, não apenas para aposentadoria, mas também por oferecer outros benefícios. “Em que pesem as críticas, a previdência social no Brasil é bem interessante. Precisa ser aperfeiçoada, mas suas condições não são ruins. Tem boa cobertura, acesso e diversos benefícios como auxílio-doença, auxílio-maternidade, pensão por invalidez e por morte e assistência médica”, salienta Eduardo Correia. “Se pudesse aconselhar, diria que vale a pena manter a previdência social, mesmo se o profissional optar por outras formas de economia”, diz Correia. “No enfoque financeiro, previdência social é um dos produtos mais baratos, mesmo porque com a contribuição que se faz há cobertura não só da aposentadoria por tempo de contribuição, mas também de invalidez, pensão, doença, acidentes de trabalho, enfim, tudo está incluso nesse custo. Assim, sempre que puder, recolha pelo máximo possível, pois ela é mais barata do que a previdência privada”, adiciona Conde.

De acordo com os limites Porém, a previdência social tem um limite de cobertura, um teto de pagamento de aposentadoria que hoje está em R$ 4.159. Quem deseja ou precisa de apoio financeiro acima desse valor deve 78

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investimento

contratar um plano de previdência complementar. Enquanto a previdência social é custeada pelo regime de repartição, nos planos privados é pelo sistema de capitalização – o valor do benefício é pago a partir do volume de capital acumulado pelo próprio indivíduo até a idade de aposentadoria. De forma geral, os planos de previdência privada aberta são destinados aos assalariados que desejam receber um valor de aposentadoria superior ao teto máximo da previdência social, aos profissionais autônomos e àqueles que desejam fazer um planejamento tributário, uma vez que, no caso dos planos com cobertura por sobrevivência, o contribuinte pode deduzir até 12% da renda bruta anual, para efeito de pagamento do Imposto de Renda. O benefício fiscal adia o pagamento do IR para o momento do resgate da aplicação. Ou seja, enquanto o poupador está na fase de acumulação de capital, ele não paga o imposto, diferentemente do que acontece quando se aplica num fundo de investimento, em que se recolhe 20% de IR sobre a rentabilidade todo mês. “É uma boa vantagem, pois com o dinheiro economizado o poupador poderá reinvestir o que sobrou e assim garantir uma poupança ainda maior”, diz Eduardo Correia. “Além disso, vale como educação financeira, cria-se o hábito de poupar, uma vez que normalmente os planos penalizam quem saca antes de um determinado prazo”, acrescenta o consultor da Mercer. “O incentivo fiscal é, sem dúvida, uma vantagem atraente dos planos privados de previdência. Mas há também a possibilidade de destinar recursos financeiros aos beneficiários em caso de morte do titular do plano, uma vez que não estão sujeitos a inventário”, destaca o diretor de Autorizações da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Nelson Le Cocq. Essa autarquia é vinculada ao Ministério da Fazenda e responsável pelo controle e fiscalização do mercado

de previdência privada. Segundo os especialistas, poucas são as desvantagens de se aplicar em previdência complementar, a principal delas é ter de destinar uma parcela do orçamento pessoal para um plano. “Não chega a ser uma desvantagem, pois acaba sendo uma troca intertemporal, ou seja, deixa de gastar agora para consumir no futuro”, pondera Correia.

Aporte de investimento Os custos de alguns planos podem ser apontados também como uma desvantagem. As taxas (carregamento e de administração) cobradas pelos gestores são altas, bem maiores do que as dos fundos de investimento. É um ponto em que o investidor deve ficar atento, pois, dependendo da taxa cobrada, as vantagens fiscais se perdem. Segundo Nelson Le Cocq, pela legislação em vigor, o percentual máximo de carregamento que pode ser aplicado às contribuições para os planos de previdência é de 10%. “Entretanto, raramente as empresas trabalham nesse patamar”, diz o diretor da Susep. Isso ocorre pela competitividade que existe no mercado e também porque a taxa de carregamento incide sobre a contribuição, que principalmente no começo do plano não é alta. “As empresas obtêm rentabilidade maior com a taxa de administração, que incide sobre o patrimônio líquido acumulado, e é mais atraente”, diz Eduardo Correia. As taxas de administração seguem normas estabelecidas pela CVM e giram em torno de 1% a 4% ao ano. “É importante pesquisar bem, ver quais bancos têm as melhores taxas, pois a cobrança pode reduzir bastante o valor economizado no final”, adverte Correia. Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e Plano Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) são os principais tipos de planos de previdência privada comercializados no País. Ambos os produtos são praticamente iguais enquanto se está

previdência social e privada: simulação de renda após contribuição PREVIDÊNCIA

INSS

PRIVADA

SALÁRIO

TIPO

CONTRIBUIÇÃO

contribuição teto (4.159) 5 Salários Mínimos (3.390) contribuição teto (4.159) 5 Salários Mínimos (3.390)

autônomo empregado autônomo empregado autônomo empregado autônomo empregado

832 458 678 373 832 458 678 373

* Idades de início de contribuição e de aposentadoria Fonte: Conde Consultoria 80

guia da farmácia abril 2013

BENEFÍCIO 20/65* 4.159 4.159 3.500 3.500 3.824 2.187 3.241 1.783

40/65* 3.605 3.605 2.315 2.315 1.674 920 1.364 750


investimento

na fase de acumulação de recursos. O tratamento é muito parecido com uma conta de investimento, lembra Newton Conde, com taxas de administração, perfis de aplicação (moderado, agressivo, multimercado). Quando na fase de recebimento podem ser escolhidos vários formatos, por exemplo, receber o benefício enquanto viver ou por um tempo predeterminado; pode também ser com reversão em pensão aos dependentes ou não. A grande diferença entre eles está no tratamento tributário, sendo que no PGBL é possível deduzir as contribuições como abatimento no imposto de renda (até 12% de rendimento bruto), mas o benefício será tributado pela tabela progressiva sobre o capital total. No PGBL o valor do benefício é determinado em função do valor acumulado até a data determinada pelo participante para o recebimento da renda e a totalidade do rendimento é repassada ao investidor. “O PGBL é mais indicado para os consumidores que apresentem a declaração de IR anual pelo método completo”, afirma Nelson Le Cocq.

Existem atualmente diversos tipos de aplicações com vistas a garantir a aposentadoria, desde os fundos de pensão, muito utilizados nas autarquias e estatais, fundos de investimento, poupança, até planos complementares privados de previdência

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Já no VGBL não há o benefício da dedução. Em compensação, o investidor só é tributado sobre o ganho das aplicações financeiras quando for resgatar o plano. O VGBL é destinado aos trabalhadores que apresentam declaração de IR pelo método simplificado ou que já atingiram o limite máximo de 12% da renda bruta anual para dedução de previdência privada. Em ambos os planos não há garantia de rendimento mínimo ou de renda futura na aposentadoria, uma vez que o valor do benefício é gerado a partir do montante acumulado até o momento estipulado pelo participante para o recebimento da renda de aposentadoria. O que é possível fazer é uma simulação sob os parâmetros atuais, considerando o perfil de aplicação, feito a partir de uma cesta de aplicações financeiras, com perfis que vão do conservador ao mais agressivo.

Análise criteriosa Quais seriam os riscos de se fazer um plano de previdência privada, tendo em vista que os recursos são aplicados por um longo tempo? Será que existe a possibilidade de perder todo capital investido se, por exemplo, a empresa administradora do plano falir? Como se trata de entidades do mercado financeiro, de fato, existe o risco de insolvência, revela Nelson Le Cocq. “Por essa razão é que existe, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, entidades como a Susep, que são responsáveis pela regulação e fiscalização, visando a manutenção da solvência das empresas.” Newton Conde ressalta que os planos devem ser oferecidos por seguradoras, que têm uma fiscalização rigorosa do governo. “À medida que recebe as contribuições, a seguradora deve aplicar no mercado financeiro de forma pulverizada, ou seja, não pode investir em ações de uma só empresa. Assim,


investimento

dificilmente elas deixam de arcar com os seus compromissos”, explica o professor. “Orientamos os interessados para que apliquem em seguradoras autorizadas no Brasil. Alguns se deixam levar por produtos estrangeiros, em que não se consegue acompanhar para onde vão os recursos. Deve-se tomar cuidado com promessas tentadoras, porque o consumidor pode perder tudo o que aplicou e não terá onde reclamar.” Outra opção que o aplicador tem é a portabilidade do plano. Segundo os especialistas, o processo é muito simples, basta ser solicitado na seguradora e indicar para onde quer remeter o plano que o processo é completado. Não há custos nem riscos e pode ser feito integral ou parcialmente. “Caso julgue conveniente, o consumidor pode levar seus recursos para uma entidade que apresente plano com condições mais atrativas, revela Nelson Le Cocq. Mas o diretor da Susep destaca que os recursos portados são movimentados diretamente entre as entidades cedente e receptora, ficando vedado seu trânsito pelo participante. Caso o investidor tenha de interromper a contribuição por um período, não perde os recursos e poderá voltar a contribuir, uma vez que os planos estão estruturados na modalidade de contribuição variável. Assim, o plano se manterá ativo até o resgate total do saldo acumulado ou até final do período de diferimento – compreendido entre o início de vigência da cobertura por sobrevivência e a data contratualmente prevista para o começo do pagamento do benefício. Em caso de invalidez ou morte do participante durante o período de diferimento, o saldo acumulado até a data do evento será posto à disposição do próprio ou de seu beneficiário, conforme o caso, para recebimento à vista ou sob a forma de renda, não se aplicando período de carência.

Por si só

previdência privada – hipóteses de cálculo Idade de aposentadoria: 65 anos Tipo de renda contratada: renda mensal vitalícia. Tábua Biométrica Adotada: AT-2000M Taxas de juro: 0% e 3% a.a. Montante acumulado R$ 250.000,00 R$ 500.000,00 R$ 1.000.000,00

0%

3%

R$ 1.068,16 R$ 2.136,32 R$ 4.272,63

R$ 1.477,70 R$ 2.955,39 R$ 5.910,78

Obs.: Os dados representam expectativas de renda. Não existem mais planos que definem qual a renda vitalícia que o investidor terá. 84

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Guardar dinheiro por conta própria pode ser uma opção aos planos de previdência social e privada. “Sem dúvida que é uma alternativa, mas nem sempre interessante. As contas de investimento não têm o incentivo fiscal do imposto de renda. Além disso, é um recurso que fica mais fácil de sacar, assim, caso a pessoa não seja controlada, tende a gastar mais depressa. Na previdência privada tem a figura do contrato, é mais difícil sacar os recursos e se consegue visualizar melhor que é uma economia para aposentadoria”, pondera Newton Conde. “Para quem tem disciplina financeira e entende de investimentos, qualquer tipo de aplicação financeira, inclusive poupança, pode ser uma alternativa de longo prazo para garantir um futuro tranquilo. Os planos de previdência, entretanto, além de ajudar o participante a criar a disciplina de poupar para o futuro, possibilitam a dedução de até 12% da renda bruta anual, permitindo um planejamento fiscal de longo prazo que pode gerar ganhos financeiros superiores aos da poupança”, completa Nelson Le Cocq.


inovação

Realidade

N

Nos dias atuais, a grande massa de médicos no mundo ainda atua com base em tentativas de “acerto e erro” na hora da prescrição de medicamentos aos seus pacientes, indicados pelos protocolos médico-hospitalares. Mas desde a descoberta do Genoma Humano, em 1953, cientistas buscam ferramentas para ajudar a diagnosticar corretamente (e individualmente) cada ser humano. No Brasil, isso já é realidade para pacientes das áreas da Cardiologia, Cérebro & Comportamento e Saúde da Mulher. Entender como funcionam os genes gerou um salto histórico à Ciência. E sua evolução científica está abrindo as portas para uma infinidade de novas pesquisas e tecnologias, já transformando radicalmente a vida de milhões de pessoas nos Estados Unidos e, agora, em nosso País. No mundo, mais de 50% das pessoas (um a cada dois pacientes) possuem uma variante genética que altera o modo com que as medicações são metabolizadas ou ativadas. Pacientes com variantes genéticas têm uma probabilidade oito vezes maior de apresentar uma reação adversa ou falta de eficácia para suas medicações prescritas. É aí que entra a Farmacogenética, responsável por estudar o comportamento de medicamentos no corpo. Recentemente chegaram ao Brasil

foto: DIVULGAÇãO

no Brasil sete novos “testes farmacogenéticos”. Por meio da análise de determinados genes, essas modernas ferramentas diagnósticas estão ajudando a identificar o medicamento certo, na dose certa para cardíacos, para quem faz acompanhamentos psiquiátricos e para a análise de estrogênio – importante às mulheres que vão entrar ou estão na menopausa, ajudando a avaliar riscos de câncer de mama. E como funcionam esses testes farmacogenéticos? O código DNA das pessoas pode influenciar na maneira como cada organismo irá responder a determinadas medicações. Por isso há diferenças genéticas que afetam seus atributos físicos, como a altura ou a cor dos olhos, por exemplo. Algumas dessas diferenças de genes também podem afetar a habilidade em responder a medicamentos, seja em relação à sua eficácia e/ou em relação à ocorrência de efeitos colaterais. Com os testes farmacogenéticos podem-se propor alternativas de tratamento assertivas, de modo a aumentar a eficácia da resposta aos medicamentos no menor tempo possível e o êxito dos tratamentos no objetivo de controle/cura de doenças. É a medicina personalizada aportando no Brasil para auxiliar a classe médica a prescrever terapêuticas exclusivas e mais seguras.

Medicação por sequenciamento genético pode propor alternativas de tratamento assertivas, de modo a aumentar a eficácia da resposta no menor tempo possível

Guido Boabaid May Diretor médico da GnTech Tests, é formado em medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especialista em psiquiatria pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

2013 abril guia da farmácia

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gripes e resfriados

O inverno propicia o aparecimento de problemas respiratórios. Gripes e resfriados são os mais comuns. Saiba a diferença entre ambas as doenças Por raque l s e n a

Alta

incidência

A

A chegada do inverno e as mudanças bruscas de temperatura são ameaças para o aparelho respiratório. Trata-se de uma época do ano em que a população fica mais suscetível a contrair gripes e resfriados, devido ao fato de as pessoas permanecerem mais tempo em ambientes fechados com pouca circulação de ar, aglomerados, entre outros. Sério problema de saúde pública, a gripe atinge todos os anos entre 5% e 15% da população mundial, algo em torno de 600 milhões de pessoas. De acordo com estimativas da Organização

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Mundial da Saúde (OMS), a gripe afeta entre 5% e 10% da população adulta e entre 20% e 30% das crianças, provocando entre três e cinco milhões de casos graves e de 250 mil a 500 mil mortes por ano. Em 2012, o vírus A/H1N1 provocou 2.614 internações, contra 181 registradas ao longo de 2011 inteiro. Os estados mais afetados foram Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Ceará. De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, as internações por essa cepa representaram 65,5% das 4.016 causadas pela gripe. fotos: shutterstock


Especial saúde

gripes e resfriados

Um ou outro Apesar de muitos acreditarem que as doenças são semelhantes, há particularidades que diferem uma da outra. Segundo a pneumologista e presidente da comissão de doenças infecciosas da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Mara Figueiredo, o resfriado é uma doença sem gravidade e que dura, aproximadamente quatro dias. Ele se manifesta com sintomas leves como coriza, rinite, espirros e tosse. “É uma doença comum, que pode ser causada por mais de 200 tipos de vírus, sendo que os mais comuns são o rinovírus e em menor escala o coronavírus, o vírus sincical respiratório, o adenovírus e o vírus parainfluenza”, afirma. Por outro lado, a gripe causada pelo vírus Influenza de tipos A, B e C – os dois primeiros são responsáveis pelas epidemias anuais em ambos os hemisférios – é uma infecção viral transmissível que afeta o sistema respiratório (nariz, garganta e pulmões). De acordo com o infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Jacyr Pasternak, a transmissão ocorre pelas gotículas expelidas pelas pessoas infectadas, quando espirram, tossem ou falam. Essas gotículas podem atingir a boca ou nariz das pessoas que estão próximas, contaminando-as. Também se pode contrair a gripe ao tocar uma superfície ou objeto contaminado e levar a mão à boca, olhos e nariz. Crianças, idosos e portadores de doenças crônicas são usualmente os mais acometidos pelo vírus. O período médio de incubação da gripe é de dois dias. O adulto pode transmiti-la um dia antes e cinco após o aparecimento dos sintomas. Em pessoas imunocomprometidas, a disseminação do vírus pode durar semanas ou meses. A gripe se caracteriza tipicamente por apresentar um quadro febril de início súbito. A febre, que usualmente é o sintoma mais importante, pode ser elevada e costuma ser acompanhada de calafrios, dores de cabeça e musculares. Posteriormente surgem os sintomas respiratórios, tais como tosse, garganta inflamada e congestão nasal. Os sintomas duram cerca de dois a cinco dias. “É importante destacar que a infecção pelo vírus Influenza pode, no entanto, ser subclínica ou se manifestar apenas como um resfriado comum. De forma geral, a sintomatologia da gripe provocada pelo H1N1 é a mesma da sazonal. A gravidade pode variar desde quadros leves não febris acometendo as vias aéreas superiores, até casos graves cursando com pneumonia fatal. No entanto, a grande maioria dos casos cursa com uma síndrome gripal, evoluindo sem complicações 90

guia da farmácia abril 2013

oriente seu cliente Algumas dicas são essenciais para evitar a gripe durante o inverno: • Estar com a vacinação em dia; • Higienizar as mãos com frequência; • Evitar ambientes fechados e aglomerados; • Usar lenços descartáveis ao tossir ou espirrar; • Não se automedicar. Fonte: Dr. Jorge Garcia, infectologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão


Especial saúde

gripes e resfriados

diferença entre gripe e resfriado

Agente causador

Gripe

Resfriado

Vírus Influenza

Vários vírus, por exemplo, adenovírus

Início dos sintomas Súbito Calafrios, queda do estado geral, mialgias (dores musculares), dor de Sintomas garganta e tosse

Progressivo

Febre

Normalmente alta

Baixa ou ausente

Grau de exaustão

Importante

Moderado ou leve

Evolução

Uma a duas semanas e comumente evolui com tosse no 4º ou 5º dia, que perdura até duas semanas

Rápida recuperação

Complicações

Graves (exemplo: pneumonia)

Leves ou moderadas

para a cura espontânea”, garante a pneumologista do Hospital Paulistano, Fernanda Baccelli. O diagnóstico, tanto de gripes quanto de resfriados, é essencialmente clínico, realizado em consultório médico por meio de exame físico e de uma conversa com o especialista sobre as queixas do paciente.

Tratamento Para os resfriados não há tratamento específico. De acordo com a infectologista Mara Figueiredo, o mais indicado nesses casos é que o paciente repouse e use agasalhos, que melhoram o bem-estar. Analgésicos e antitérmicos devem ser usados quando prescritos por um médico especialista, para melhorar a dor de cabeça e a febre. “Não se deve utilizar AAS (ácido acetilsalicílico) para evitar complicações , assim como antibióticos – já que esses medicamentos não destroem vírus, valendo ressaltar que não existe evidência científica de que a utilização de vitamina C previna qualquer infecção respiratória.” No caso da gripe, o tratamento pode ser realizado com antivirais a critério médico. Deles se pode lançar mão para reduzir sintomas e complicações, visto que atuam no impedimento da replicação dos vírus. Porém, o método mais eficaz é a vacinação.

Vacinação contra Influenza A vacinação é a forma mais eficaz para a prevenção da gripe. Como o vírus Influenza sofre mutações, a vacina contra a gripe é atualizada anualmente. Por recomendação 92

guia da farmácia abril 2013

Coriza, congestão nasal

da OMS, este ano a vacina vai proteger as pessoas contra as cepas Influenza A/H1N1, A/H3N2 e Influenza B. Indicada para pessoas entre 18 e 59 anos, a vacina deve ser aplicada anualmente, no período do outono. A imunidade surge em 15 dias após a vacinação, deixando, portanto, o indivíduo protegido. De acordo com a pneumologista Fernanda Baccelli, as vacinas contra a gripe são bem toleradas. As reações mais frequentes são as locais, como dor e inchaço. Efeitos colaterais sistêmicos como febre baixa, cefaleia e mialgia ocorrem em menos de 5% dos pacientes, em geral oito a 24 horas após a vacinação. “Em raros casos pode ocorrer anafilaxia, sendo maior o risco para essa reação nos indivíduos com alergia ao ovo.” A campanha de vacinação, promovida pelo governo, começa no dia 15 de abril e estará disponível até o dia 26 nos postos de saúde em todo o País.

Disposição dos medicamentos A RDC 41, publicada em 27/07/12, permite a disposição dos Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) ao alcance dos usuários nas farmácias e drogarias. Considerando que grande parte dos medicamentos utilizados no tratamento de gripes e resfriados é isenta de prescrição, Catarina Gomes, professora da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), aconselha os varejistas a trabalhar a disposição desses medicamentos no ponto de venda. “Esses produtos podem estar dispostos em um local destinado ao tratamento de gripes e res-


Especial saúde

gripes e resfriados

Os medicamentos para o tratamento de gripes e resfriados figuram entre os mais consumidos como automedicação no Brasil

friados, acompanhados de outros itens que também podem ser utilizados pelos usuários na vigência da doença. Com o objetivo, portanto, de agregar na prestação de serviços, podem estar dispostos, junto a esses medicamentos, produtos como lenços de papel; álcool em gel; xaropes e outras preparações fitoterápicas, como balas de própolis e gengibre; pastilhas analgésicas, dentre outros”, detalha.

Automedicação Os medicamentos para o tratamento de gripes e resfriados figuram entre os mais consumidos como automedicação no Brasil. De maneira geral, são utilizados medicamentos para o alívio de sinais e sintomas como, congestão nasal, coriza, febre, cefaleia. “Os mais procurados são aqueles que possuem mais de um princípio ativo, normalmente associados a analgésicos, antitérmicos, anti-histamínicos e descongestionantes”, detalha a farmacêutica e professora do curso de Farmácia e Biomedicina da Universidade do Vale de Itajaí, Ana Paula Veber. Porém, é importante que o paciente reconheça a função desses medicamentos, pois o uso concomitante de medicamentos aumenta proporcionalmente a quantidade de fármacos utilizados o que, em consequência, tam94

guia da farmácia abril 2013

bém eleva o risco de aparecimento de reações adversas. “No caso de medicamentos utilizados no tratamento de gripes e resfriados, os anti-histamínicos podem potencializar o efeito sedativo de depressores do sistema nervoso central, como benzodiazepínicos, opioides e hipnóticos, o que pode acarretar sonolência diurna, não desejada. Os agonistas adrenérgicos podem causar taquicardia e piorar a hipertensão arterial em pacientes com distúrbios cardíacos”, garante a professora das disciplinas assistência farmacêutica e farmacoterapia do curso de Farmácia das FMU, Catarina Gomes Cani. Vale ressaltar que a precaução na utilização do paracetamol em pacientes com insuficiência hepática deve ser respeitada, uma vez que esse fármaco é implicado em grande parte das hepatites medicamentosas. De maneira semelhante, o ácido acetilsalicílico não deve ser utilizado por indivíduos com menos de 12 anos, pela possibilidade de desencadeamento da síndrome de Reye no caso de uma infecção viral instalada. “A síndrome caracteriza-se por um início de sinais e sintomas abruptos e cursa com alterações da função mental, como letargia e confusão, podendo evoluir para convulsões, coma e morte, se não diagnosticada e tratada a tempo”, explica Catarina.


Lesões musculares

Trauma

desportivo o problema tem maior incidência entre os praticantes de atividades físicas. conheça os métodos preventivos e oriente os clientes de sua loja da melhor maneira possível Por raquel sena

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guia da farmácia abril 2013

fotos: shutterstock


Q

Qualquer ser humano está sujeito a ter lesões musculares, para isso não precisa muito, basta um movimento de maneira errada ou excessiva para que os membros corporais corram riscos de sentir uma fisgada em algum ponto. Quem pratica esportes está ainda mais propenso a sofrer lesões do que aqueles que levam uma vida sedentária. Em uma partida de futebol, por exemplo, é comum depararmos com a cena de um jogador sofrendo uma queda ou pancada brusca e saindo de campo com algum tipo de lesão. As lesões são caracterizadas por um dano no tecido muscular, que pode ser um processo inflamatório ou um rompimento da fibra. Elas podem ocorrer devido a uma sobrecarga muscular ou ainda por uso contínuo de determinada musculatura. Segundo o ortopedista, especializado em medicina esportiva, do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Arnaldo Hernandez, a inflamação é a reação genérica de defesa do organismo às agressões, ou seja, qualquer dano ao músculo gera uma inflamação. “As lesões musculares podem ocorrer geralmente por traumas diretos (contusões) ou indiretos (estiramento ou ruptura muscular). Além disso, são separadas entre leve, moderada e grave, a partir dos aspectos clínicos revelados”, explica. De acordo com o presidente do Comitê de Traumatologia Desportiva da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Dr. Benno Ejnisman, existem diversos tipos de lesões que podem ser decorrentes de causas intrínsecas, ou seja, resultantes de fatores individuais e biológicos (nível de condicionamento, desequilíbrio muscular, falha de postura, etc.); ou de causa extrínse-

ca, o que corresponde a fatores externos e do meio ambiente (piso de corrida, equipamento esportivo inadequado, condições climáticas e outros). “Num balanço geral, são esses fatores que levam às lesões. Porém, ressalto que a maioria delas acontece por erro de treinamento, quando a pessoa exerce atividade física a mais do que ela tinha condição de fazer”, garante.

As lesões são caracterizadas por um dano no tecido muscular, que pode ser um processo inflamatório ou um rompimento da fibra. Elas podem ocorrer devido a uma sobrecarga muscular ou ainda por uso contínuo de determinada musculatura

• Possuem coloração branca; • Contração muscular rápida; • Utilizam o anaeróbico como sistema de energia; • Fadigam rapidamente;

Diferenças entre os tipos de fibras musculares As fibras musculares estão localizadas internamente nos músculos. São estruturas cilíndricas, alongadas, alinhadas em toda a extensão dele. Há dois tipos de fibra muscular:

Fibras Tipo I: • Possuem coloração vermelha devido ao grande número de mioglobina e mitocôndrias; • Contração muscular lenta; • Utilizam o aeróbico como sistema de energia; • O oxigênio é sua principal fonte de energia; • São resistentes à fadiga; • São mais apropriadas para exercícios de longa duração.

Fibras Tipo II:

• Predominam em atividades com paradas bruscas, como por exemplo no futebol e em corridas. Fonte: Dr. Benno Ejnisman, presidente do Comitê de Traumatologia Desportiva da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)

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Especial saúde

lesões musculares

Métodos preventivos Para não lesionar o músculo o atleta deve tomar alguns cuidados antes e depois das atividades físicas. Confira: • Avaliação médica antes de iniciar atividade; • Orientação adequada; • Progressão adequada do treino; • Aquecimento; • Hidratação; • Evitar extremos de temperatura; • Vestimenta adequada (roupa e calçado); • Interromper atividade a qualquer sintoma mais intenso; • Não ir até o extremo da fadiga; • Respeitar seus limites. Fonte: Dr. Arnaldo Hernandez, ortopedista, especializado em medicina esportiva, do Hospital Sírio-Libanês

As lesões musculares podem ser evitadas por meio de um bom condicionamento físico, trabalhando-se a força muscular adequadamente O especialista explica que as lesões estão divididas em três graus. No caso de danos musculares que afetaram apenas algumas fibras, sem nenhuma ou mínima perda de força e movimento, é considerada de grau 1). Quando um moderado número de fibras é prejudicado, com evidente perda de função (dificuldade para contrair, por exemplo), é chamado de grau 2 e pode levar de duas a três semanas para haver recuperação. Já a lesão de grau 3 é a mais grave, pois apresenta uma ruptura na 98

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apesar de ser comum encontrar pessoas em farmácias e drogarias em busca de medicamentos que solucionem o problema, não existe um específico que cure uma lesão. os analgésicos são indicados para aliviar as dores; já no caso dos anti-inflamatórios há controvérsias entre especialistas com relação ao uso desse medicamento por longo período estrutura muscular completa e pode demorar até seis semanas de recuperação. As lesões musculares podem ser evitadas por meio de um bom condicionamento físico, aeróbico, trabalhando-se a força muscular adequadamente e mantendo-se um bom alongamento da musculatura esquelética.

minimizando efeitos Ao sofrer uma lesão, o tratamento imediato a ser realizado pelo paciente é o princípio PRICE (Proteção, Repouso, Gelo ou Ice, Compressão e Elevação). Após esses procedimentos, um diagnóstico deve ser realizado por um especialista, que tomará as medidas necessárias de acordo com a análise clínica. “Dependendo do grau da lesão, pode ser preciso realizar a mobilização do membro, indicar medicamentos, tratamentos como fisioterapia e até cirurgias, em casos mais graves”, afirma o Dr. Benno Ejnisman, do SBOT. O especialista ressalta que, apesar de ser comum encontrar pessoas em farmácias e drogarias em busca de medicamentos que solucionem o problema, não existe um específico que cure uma lesão. Os analgésicos são indicados para aliviar as dores; já no caso dos anti-inflamatórios há controvérsias entre especialistas com relação ao uso desse medicamento por longo período. Para o Dr. Benno, eles podem sim melhorar a dor local, mas ao mesmo tempo podem atrasar a recuperação muscular. “Isso de certa forma atrapalha, pois o que queremos é

uma resposta do músculo para realizar o diagnóstico preciso e melhorar, assim, a cicatrização”, completa. Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) podem ser usados para alívio imediato da dor. Eles são normalmente, anti-inflamatórios e analgésicos de uso tópico, com dupla ação. Podem ser apresentados em formato aerosol, pomadas, géis ou bolsa térmicas. 2013 abril guia da farmácia

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ansiedade

Estado temporário

ou permanente

O descontrole emocional causado por acontecimentos ruins ou pela espera de bons momentos atinge a população de forma prejudicial

A

A ansiedade é um quadro emocional temporário que pode acometer qualquer tipo de pessoa, de qualquer faixa etária e gênero, em qualquer etapa da vida. Ela configura-se como uma doença e, se não tratada, afeta a realização dos afazeres simples e comuns do dia a dia, como estudar, trabalhar, cozinhar, cuidar da casa e dos filhos, fazer compras, ou então praticar atividades físicas. Na maioria das vezes, o problema acontece de forma esporádica, mas pode se tornar crônico, se não tratado de maneira adequada. Para o diagnóstico correto, a ansiedade precisa ser avaliada por um profissional especializado: psicólogo ou psiquiatra. Só assim será possível considerar o motivo que desencadeou o

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Por lígia fav o re t to

problema, qual a melhor forma de tratamento a ser sugerida, seja mudanças de rotina ou ingestão de medicamentos. A ansiedade pode se apresentar clinicamente em diversos níveis. Segundo explica o psicólogo Roberto Banaco, ela é um estado corpóreo determinado por acontecimentos externos ao ser humano, na maioria das vezes, por maus acontecimentos. “O problema se caracteriza por sinais do contexto no qual o indivíduo está inserido e que são acompanhados, em geral, de fatos bastante ruins.” O especialista diz que na presença desses sinais o estado emocional se altera. O paciente deixa de fazer o que estava sendo feito, fica alerta a qualquer mudança que ocorra à sua volta, para de realizar uma série de coisas importantes e aumenta a propensão para fugir da situação. foto: shutterstock


Para a psicóloga e diretora do Instituto de Terapia Cognitiva (ITC), Dra. Ana Maria Serra, os transtornos de ansiedade compreendem a ansiedade generalizada, as fobias, o transtorno de pânico, o transtorno obsessivo-compulsivo, a hipocondria e a ansiedade associada à saúde. “Existem várias propostas que explicam a manutenção dos transtornos de ansiedade. Dentre elas está a Terapia Cognitiva (TC), que se baseia na proposição de que as emoções e comportamentos resultam da forma como o indivíduo processa situações ou eventos.” Especialistas revelam que uma atitude que habitualmente não provoca ansiedade nas pessoas, como, por exemplo, entrar em um shopping center, pode ser interpretada como perigosa para um portador de transtorno de ansiedade, pois sugere um problema cardíaco ou a possibilidade de sentir-se mal e não conseguir ser socorrido. O quadro provoca ainda a emoção e comportamentos de busca de segurança e esquiva, como ir a consultas com cardiologistas ou não ir mais sozinho a lugares públicos com bastante gente. Experiências fortes, aversivas, e uma certa sensibilidade natural são as principais combinações de características que podem desencadear a ansiedade. A impossibilidade de fuga dos problemas também é uma característica que costuma estar na raiz do problema. Os sintomas físicos são: taquicardia, elevação da pressão sanguínea, sudorese, tremor e a busca por ausentar-se de uma situação complicada.

Prevenção e tratamento O combate à ansiedade é necessário, já que muitas vezes o paciente deixa de fazer atividades prazerosas e produtivas. “Outra característica importante e que justifica a atenção para com o quadro é que as pessoas portadoras do problema ficam hipervigilantes, ou seja, mostram-se como se aguardassem pela chegada dos problemas de difícil solução, e ficam especialmente atentas aos sintomas físicos que sentem”, comenta Roberto Banaco. Mas nem todos os casos de ansiedade são negativos. A ansiedade pode ser causada pela excitação de fatores e acontecimentos positivos. “Em algumas situações, as promessas de bons acontecimentos geram um estado de excitação, onde todos os outros fenômenos também ocorrem.” Uma das principais consequências da ansiedade é o paciente acreditar ser vítima de quadros mais sérios, como pensar que está tendo um ataque cardíaco e, dessa forma, ter as mesmas reações de uma pessoa que realmente esteja sofrendo o ataque. “Em alguns tipos de transtornos ansiosos, o paciente fica recluso em seu próprio quarto, sentindo-se muito mal se precisar sair de lá”, revela.

opções alternativas Uma das possibilidades de tratamento para casos de ansiedade é a utilização de fórmulas homeopáticas e fitoterápicas. Como a ansiedade tem um forte componente cognitivo, além do distúrbio biológico, as fórmulas alternativas de tratamento, como homeopatia e fitoterapia, que relatam tratar integralmente o indivíduo, têm comprovado sua aplicabilidade. Devido ao fato de não terem os efeitos colaterais habitualmente associados à medicação alopática, essas formas de tratamento facilitam a recuperação do paciente por meio de um componente cognitivo, isto é, o paciente acredita que, medicado, está fazendo algo positivo por sua recuperação, sem, no entanto, experimentar as desvantagens dos tratamentos alopáticos. Fonte: Dra. Ana Maria, psicóloga e diretora do Instituto de Terapia Cognitiva (ITC)

Os transtornos de ansiedade são tradicionalmente tratados através de psicoterapia e medicações. “Em casos mais graves, é necessário fazer uso de medicamentos. Os terapeutas analítico-comportamentais trabalham próximo de médicos psiquiatras que podem assumir essa parte do tratamento”, explica o psicólogo. Ele conta que existem dois tipos de medicação, os ansiolíticos e os antidepressivos. “Os ansiolíticos reduzem bastante os sintomas, mas não tratam o problema em longo prazo. Já os antidepressivos são medicações que tratam da ansiedade.” A coordenadora do curso de Farmácia das Faculdades Oswaldo Cruz, Marisa Veiga, revela que o tratamento farmacológico aplicado a quadros de ansiedade patológica inclui benzodiazepínicos (BZD), buspirona e antidepressivos. Os BZD têm ação ansiolítica imediata e alguns exibem alto poder sedativo; já a buspirona e os antidepressivos possuem uma ação de longo prazo. “É necessário precaução na associação com outros fármacos de ação central, principalmente dos BZD com outros depressores. Além disso, como a maioria desses fármacos é de eliminação hepática, deve-se ter cuidado com pacientes que utilizam substâncias que alteram as frações enzimáticas do fígado ou que possuem disfunção hepática. OS BZD também podem causar dependência física e psíquica.” 2013 abril guia da farmácia

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Fitofotodermatose

Reação

indesejada Algumas substâncias, quando entram em contato com o sol, podem desencadear manchas e queimaduras na pele, conhecidas como fitofotodermatose Por raquel sena

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Limão, açúcar, vodka e gelo. São esses os ingredientes de uma boa caipirinha. Porém, as pessoas precisam ficar atentas ao local onde ela será preparada, pois o suco do limão e o sumo de sua casca têm substâncias que, ativadas pelo sol, podem levar a um quadro de inflamação da pele denominado fitofotodermatose. Trata-se de uma dermatose manifestada por contato com agentes químicos produzidos ou eliminados por plantas e frutas (limão, tangerina, laranja, figo, manga, maracujá, verduras, aipo, coentro, cenoura, erva-doce, salsa, nabo, etc.) que, quando entram em contato com a pele, permanecendo em exposição solar, promovem até queimaduras. De acordo com a dermatologista do Hospital Vitória, Dra. Arcádia Catalina Padilla Leottau, a intensidade da lesão varia conforme a quantidade de substância com que se teve contato, tempo de exposição ao sol e a suscetibilidade da pele. “Na verdade, não é a substância que queima a pele, mas

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fotos: shutterstock


Prevenção Para evitar que essas manchas desagradáveis apareçam, basta seguir algumas recomendações. Oriente os clientes de sua farmácia a:

• Evitar o manuseio de limões e/ou qualquer outro alimento fotossensibilizante • Geralmente estando no sol ou sabendo em quatro a seis que a ele irá se expor. semanas as manchas desaparecem, mas podem surgir novamente em caso de nova exposição.

• Caso as manchas ocorram, o uso do bloqueador solar é inevitável, além disso, o médico deve ser procurado para avaliação. • Caso seja necessário manusear, é preciso lavar muito bem com água e sabão as mãos e local onde houve contato antes de se expor ao sol. Logo em seguida, é imprescindível aplicar o bloqueador solar. Se possível (caso o indivíduo trabalhe com esse tipo de alimento), é importante usar luvas para evitar o contato direto da pele com essas substâncias.

Fonte: Dra. Arcádia Catalina Padilla Leottau, dermatologista do Hospital Vitória

todo o processo que, após ser desencadeado, gera, na grande maioria das vezes, manchas escuras hipercrômicas (mais escuras) pós-traumáticas. Então, após um dano e com ausência de uma proteção solar adequada, a pele sofre a queimadura e fica escura”, conta. Não são apenas as plantas e frutas que desencadeiam a doença. Segundo a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologista (SBD), Dra. Maria Paula Del Nero, cosméticos e medicamentos também podem desencadear uma reação química da substância com a exposição ao sol. A lesão geralmente se inicia um dia após o contato com a pele. Começa com manchas vermelhas, de contornos irregulares, que evoluem para manchas escuras, podendo até formar bolhas. “Com a exposição à luz solar, surge a sensação de prurido (coceira) no local, associada ao aparecimento de bolhas, formando placas de queimaduras e exulceração (ulceração incipiente e superficial), deixando uma cicatriz melânica, na maioria das vezes com a forma de gotículas”, afirma a Dra. Arcádia. As áreas mais atingidas são os membros superiores (mãos e antebraços), porém, também é muito comum o acometimento de membros inferiores (cintura, coxas, pernas e pés) e abdômen. “A mancha aparece logo que melhora a

queimadura e pode permanecer por seis meses”, garante a Dra. Maria Paula.

Alívio possível A intensidade da mancha está relacionada com o tempo de exposição solar e o agente causador da agressão. A fase aguda da doença é uma queimadura. O principal ponto é evitar uma infecção, fazer uso de água boricada e evitar a exposição solar. Para aliviar a dor da queimadura, existem cremes calmantes, como os à base de cortisona. E se o paciente não quiser esperar as manchas desaparecerem naturalmente, existem cremes despigmentantes que podem acelerar a recuperação da pele. Porém, o ideal é procurar um dermatologista para orientações próprias a cada caso. Após o processo de cicatrização, o uso de um bom protetor solar é indicado. Porém, a dermatologista do Hospital Vitória ressalta que mesmo após o tratamento há possibilidade de as manchas aparecerem novamente. “O tratamento de um quadro não cria memória na pele para entender que é fotossensível. Portanto, as manchas podem reaparecer e a queimadura se tornar mais agressiva num próximo quadro”, finaliza. 2013 abril guia da farmácia

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artigo

Arritmia cardíaca

eleva o risco de AVC

O

Fibrilação atrial atinge cerca de 1,5 milhão de pessoas no País e está entre as principais causas de acidente vascular cerebral isquêmico

Dr. ricar d o pavane llo Cardiologista do HCor, em São Paulo 11 0

O Brasil tem um dos índices epidemiológicos mais expressivos em número de mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na América Latina, com mais de 129 mil casos todos os anos. Uma das principais causas deste problema é a fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca que atinge cerca de 1,5 milhão de pessoas no País. No entanto, de acordo com uma pesquisa realizada com 7.000 pessoas em oito capitais brasileiras pela Bayer com o apoio da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), menos de 4% dos brasileiros conseguem relacionar esta condição à ocorrência de um derrame cerebral. Os AVCs causados por fibrilação atrial comprometem de forma significativa a vida e a qualidade de vida, além de representarem um importante ônus para a saúde pública. Esse tipo de arritmia cardíaca é um forte fator de risco independente para Acidente Vascular Cerebral e pode ser a causa direta em até um em cada cinco AVCs isquêmicos (aqueles causados pela obstrução da circulação sanguínea no cérebro). Hoje, podemos afirmar que, de modo geral, as pessoas não estão informadas sobre a arritmia cardíaca, sendo um de seus tipos mais comuns a fibrilação atrial, uma das principais causas de AVC isquêmico. Detectar a existência de algo anormal em relação aos batimentos cardíacos é relativamente simples. É possível indicar o autoexame do pulso, que pode ser feito pelo paciente para ajudá-lo a identificar uma anormalidade no ritmo cardíaco. Esta anormalidade percebida no pulso pode estar relacionada à fibrilação atrial, sobretudo nos indivíduos acima de 70 anos.

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Apenas a terapêutica anticoagulante demonstrou ser capaz de reduzir a mortalidade relacionada à fibrilação atrial. Sendo assim, o uso do tratamento anticoagulante é fundamental em pacientes que já tenham desenvolvido esse tipo de arritmia para evitar suas complicações. O tratamento anticoagulante tradicional feito com antagonistas da vitamina K, como a varfarina, é sabidamente eficaz, porém, com várias complexidades que dificultam a extensão da proteção anticoagulante a todos os pacientes que necessitam desse tratamento. Dentre as limitações conhecidas dos produtos tradicionais, destacam-se as múltiplas interações alimentares e medicamentosas, bem como a necessidade de monitoração laboratorial constante da coagulação. Recentemente, novas opções de tratamento estão ajudando a amenizar o ônus pessoal, clínico e econômico do derrame, além de ampliar a utilização e aderência ao tratamento. Dentre as mais recentes opções no arsenal anticoagulante, a rivaroxabana. Como benefícios advindos dessa nova terapêutica, destacam-se o baixo risco de interações medicamentosas, ausência de restrições alimentares e não necessidade de monitoramento da coagulação sanguínea, considerações importantes para que o tratamento seja mantido por um longo período. Esse agente possui vantagens adicionais no que diz respeito à segurança, uma vez que se associou a menos complicações hemorrágicas graves, como a hemorragia intracraniana e sangramentos fatais, em relação ao tratamento tradicional (varfarina). foto: divulgação


hipertensão

Controle

possível

A Hipertensão Arterial Sistêmica, conhecida popularmente como pressão alta, é uma doença comum e chega a afetar cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo P o r r a q u el sena fotos: shutterstock

A

A hipertensão continua sendo a principal causa de morte e um dos maiores problemas de saúde pública mundial. De acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), ela afeta aproximadamente um bilhão de pessoas em todo o mundo. Devido à escalada da obesidade e ao envelhecimento da população em países desenvolvidos e em desenvolvimento, o impacto global da hipertensão está aumentando e projeta-se que, até 2025, 1,5 milhão de pessoas serão afetadas, 2013 abril guia da farmácia

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Especial saúde

hipertensão

Papel do farmacêutico Diante das regras da RDC 44/09, a tarefa de medir pressão ficou mais fácil para os pacientes. Ao invés de terem de enfrentar filas em hospitais e postos de saúde para realizar o procedimento, poderão utilizar o serviço em farmácias e drogarias. Cabe ao profissional a função de oferecer o serviço e orientar o paciente sobre como e quando o medicamento precisa ser usado. Para Maria Aparecida Nicoletti, os farmacêuticos são fundamentais no processo de tratamento e controle da hipertensão, pois, além de aferir a pressão, podem constatar alguma alteração e orientar o paciente a procurar um atendimento médico para que, se necessário, receba a prescrição medicamentosa. “Eles fazem uma enorme diferença em relação à educação em saúde à população e têm disponível uma ferramenta efetiva e muitas vezes decisiva para a orientação correta do uso de medicamentos, que é a sua interação direta com o paciente. Em conversa com o usuário do medicamento, o profissional poderá captar informações sobre hábitos, características de vida e outros indicativos para alertar quanto aos riscos de hipertensão, já que se trata de uma doença silenciosa e crônica, apontada como a mais prevalente no mundo.” As ações dos farmacêuticos podem (e devem) ser efetuadas durante todo o ano. Também é possível realizar planejamentos especiais para o dia 26 de abril, quando é comemorado o Dia Internacional da Hipertensão. 11 4

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para medir a pressão arterial é necessário usar braçadeira com manguito de tamanho adequado, o paciente deve estar sentado e em repouso por pelo menos cinco minutos. deve-se medir a pressão três vezes e fazer uma média dos valores isto é, aproximadamente um terço da população do planeta. No Brasil, a doença mata 300 mil pessoas anualmente. São 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada dois minutos, revelam dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença multifatorial, caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. De acordo com o cardiologista e especialista em hipertensão do Hospital do Coração (HCor), Celso Amodeo, a pressão arterial é o produto da quantidade de sangue que o coração bomba por minuto (débito cardíaco) vezes a resistência periférica (grau de constrição dos vasos sanguíneos). “Para a pressão se elevar é necessário que um dos dois aumente. O controle desses dois parâmetros é feito pelo sistema nervoso e pelos rins”, explica. Em geral, a elevação da pressão arterial


Especial saúde

hipertensão

No Brasil, a hipertensão mata 300 mil pessoas anualmente. São 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada dois minutos

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blemas. “No caso da hipertensão, há necessidade de uma avaliação criteriosa da situação do paciente, e cada um deverá ter um tratamento individualizado que poderá, inclusive, envolver mais do que um medicamento anti-hipertensivo, considerando as necessidades do estágio no qual a doença se encontra. Esta avaliação deverá ser realizada clinicamente pelo médico embasado por exames laboratoriais, histórico familiar, entre outras informações”, detalha Maria Aparecida. Segundo especialistas, não é fácil se adaptar às necessidades da hipertensão, porém, para os que cumprem o tratamento à risca, o prognóstico é sempre positivo.

E CO N TEÚDO

de de sal e água do organismo e posteriormente a dilatação das artérias, diminuindo dessa forma a resistência vascular e a pressão arterial. • Betabloqueadores: bloqueiam os efeitos do sistema nervoso simpático, o qual pode responder rapidamente ao estresse, elevando a pressão arterial. • Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA): reduzem a pressão arterial por meio da dilatação das artérias. • Antagonistas dos canais de cálcio (ACC): produzem dilatação dos vasos sanguíneos por meio de um mecanismo diferente, especialmente indicado para os indivíduos de raça negra e idosos. Porém, vale ressaltar que, antes de se medicar, é preciso procurar a ajuda de um especialista, a fim de realizar avaliações clínicas. A automedicação é um grande problema para a população leiga, que acredita estar se medicando corretamente, e acarreta um grande problema de saúde pública. Esta situação poderá levar a um agravamento da doença já existente, mascarar outras ou desencadear inúmeros pro-

XT T RA NO POR

Veja mais sobre os perigos da hipertensão no Portal do Guia da Farmácia. www.guiadafarmacia.com.br


Especial saúde

orientações importantes

hipertensão

Infográfico: Mariana Sobral

Por ter, muitas vezes, uma proximidade maior com o paciente, o farmacêutico pode aconselhá-lo, fornecendo dicas de como prevenir e controlar a hipertensão. Confira:

Manter o peso ideal

evitar sal

evitar a ingestão excessiva de álcool

Cessar o tabagismo

aumentar o consumo de frutas e verduras

controlar o estresse

reduzir carnes vermelhas e alimentos ricos em colesterol

praticar atividades físicas regularmente

evitar medicamentos que aumentem a pressão, principalmente descongestionantes nasais e antiinflamatórios

Fonte: Celso Amodeo, cardiologista e especialista em hipertensão do HCor

ocorre de forma lenta e gradual no decorrer de muitos anos, embora existam exceções a esta regra. Com o tempo, e com as características da vida moderna, as pessoas passam a assumir maiores responsabilidades: trabalho, casa, filhos, esposa/marido, entre outras. Além do estresse do cotidiano, especialmente nas grandes cidades, e por questões de comodidade, deixam de adotar bons hábitos de alimentação, passando a consumir produtos industrializados de forma excessiva ou alimentando-se regularmente em fast-foods, que em geral produzem alimentos ricos em sal e gordura. “Estas substâncias, quando em excesso, favorecem o enrijecimento dos vasos sanguíneos

e o acúmulo de líquido corporal, contribuindo para o aumento da pressão. Além disso, pelo menor tempo disponível, atividades como caminhar ou a prática de esportes vão se tornando reduzidas, o que contribui para o sobrepeso e a obesidade”, afirma o docente de Farmacologia do curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, Valter Luiz da Costa Jr. O recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é que sejam consumidos, ao longo do dia, 5 gramas de sal (ou 2 gramas de sódio). Esse valor deve ser dividido em todos os alimentos ingeridos e já inclui o sal presente em diversos ingredientes. Os fatores genéticos (predisposição familiar) também podem causar a doença. ”Filhos e netos de pessoas hi2013 abril guia da farmácia

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Especial saúde

hipertensão

pressão arterial

sistólica

sistólica

diastólica

diastólica

valores ideais

valores normais

De acordo com a diretora científica da Socesp, Fernanda Consolim Colombo, para medir a pressão arterial é necessário usar braçadeira com manguito de tamanho adequado (de acordo com a circunferência do braço), o paciente deve estar sentado e em repouso por pelo menos cinco minutos. Deve-se medir a pressão três vezes, e fazer uma média dos valores. “Os valores ideais são 120/80 mmHg. Até 130/80 são considerados normais, entre 131-139/81-89 podem ser considerados como limítrofe, e os valores iguais ou maiores que 140/90 mmHg já são considerados hipertensão”, detalha.

Prevenção e tratamento sistólica

sistólica

diastólica

diastólica

considerado como limítrofe

considerado hipertensão

*Sistólica: é o maior valor verificado durante a aferição de pressão arterial. *Diastólica: é o menor valor verificado durante a aferição de pressão arterial.

pertensas são mais propensos a desenvolvê-la, no entanto, não se pode afirmar que por ter pais ou avós hipertensos a pessoa obrigatoriamente se tornará hipertensa, visto que o desenvolvimento do problema depende de uma série de fatores, muitos deles relacionados a seus hábitos de vida”, garante.

Como diagnosticar? Normalmente, a pressão arterial é mantida em limites adequados pela ação de vários sistemas de controle. Quando esses sistemas começam a não funcionar de forma adequada, a pressão arterial tende a subir. 11 8

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Geralmente, a hipertensão não tem cura. Se não controlada pode levar ao desenvolvimento de lesões vasculares, o que gera reflexos em diversos órgãos, favorecendo o acidente vascular encefálico, a angina de peito, o infarto do miocárdio, a insuficiência renal, entre outras condições. Porém, quando a causa está muito associada a um estilo de vida inadequado, se o paciente realmente mudar, é possível um excelente controle. O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Assim, os anti-hipertensivos devem não só reduzir a pressão arterial, mas também os eventos cardiovasculares fatais e não fatais, e, se possível, a taxa de mortalidade. De acordo com a farmacêutica responsável pela Farmácia Escola do Departamento de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti, há várias classes de fármacos anti-hipertensivos. Entre eles: • Diuréticos tiazídicos: inicialmente promovem diminuição da quantida-


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Na medida certa Com o aumento de brasileiros hipertensos, cresce a procura por medidores de pressão. Investir na comunicação e exposição é garantia de boas vendas P o r R a qu el Sena fotos: shutterstock

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A categoria de medidores de pressão cresce ano a ano, no mesmo ritmo em que aumenta o número de hipertensos no Brasil. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) – doença multifatorial, caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial – afeta cerca 2013 abril guia da farmácia

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a venda dos produtos dessa categoria traz uma grande oportunidade de aumentar o tíquete médio da farmácia. Hoje o mercado farmacêutico cresce de 7% a 10% e essa categoria de equipamentos para saúde varia entre 20% e 30% de um bilhão de pessoas em todo o mundo, segundo informa a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). Apenas no Brasil, a doença mata 300 mil pessoas anualmente: são 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada dois minutos. Diante de tal cenário, fazer o controle da pressão tornou-se essencial. Antigamente as pessoas tinham por hábito recorrer a hospitais ou farmácias para aferi-la, porém, hoje, os indivíduos fazem o procedimento em suas residências, aumentando, assim, a procura por aparelhos medidores de pressão. Existem no mercado dois modelos: de braço e

nas que o usuário esteja em repouso e siga as orientações técnicas, encontradas no manual do produto. “Respeitá-las e segui-las é sinônimo de precisão”, garante.

Exposição correta Os medidores de pressão são úteis para o controle da pressão do paciente, porém muitas vezes são esquecidos no meio de categorias às quais nem sempre são similares, ou seja, não têm sido trabalhados como merecem no ponto de venda (PDV). “As oportunidades de vendas para esses produtos são muitas e ocorrem todos os dias, basta comparar as vendas em unidades de anti-hipertensivos e o número de vendas de monitores que perceberemos que há muito espaço para crescimento. Uma simples pergunta ao cliente que compra um produto para tratamento da hipertensão arterial faria o varejista perceber o tamanho desse mercado”, detalha Machado. Para o gerente nacional de vendas da Accumed-Glicomed, Ricardo Teixeira, a venda dos produtos dessa categoria traz uma grande oportunidade de aumentar o tíquete médio da farmácia. “Hoje o mercado farmacêutico cresce de 7% a 10% e essa categoria de equipamentos para saúde varia entre 20% e 30%. Diante desses dados, é impossível não acreditar no aumento do faturamento.” Para dar maior visibilidade ao produto no PDV e alavancar as vendas, a gerente de produto da Omron, Márcia Matsunoto, explica que ele deve ser exposto nas gôndolas, em prateleiras visíveis, ou seja, na altura dos olhos do cliente, que assim saberá da existência dele. “Não se pode esquecer a exposição no balcão, pois, além de o consumidor visualizar de perto o produto, tem o balconista à sua frente para sa-

Para dar maior visibilidade ao produto no PDV e alavancar as vendas, o medidor deve ser exposto nas gôndolas, em prateleiras visíveis, ou seja, na altura dos olhos do cliente de pulso. O primeiro se aproxima ao tradicional (aneroide), não possuindo tantas restrições ao uso e sendo mais preciso que a outra versão. O modelo de pulso é considerado mais prático e portátil, porém é preciso seguir as recomendações do fabricante com relação às instruções de uso para não haver distorções no resultado. Por ser uma versão automática, geralmente são os mais procurados pelos consumidores. De acordo com o gerente comercial da Geratherm, Cleber Machado, independentemente do produto, não existe um horário específico para ter uma medição precisa, basta ape124

guia da farmácia abril 2013

O modelo de pulso é considerado mais prático e portátil


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Informações úteis Confira algumas dicas para orientar o cliente na utilização do medidor de pressão:

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Obter a medição sentado ou deitado. Utilizar o aparelho após um período de inércia ou repouso, sem movimentos de agitação ou esforço, dando o tempo para a frequência cardíaca e a pressão estabilizarem. O modelo de pulso deve ser utilizado com o cotovelo apoiado à mesa e o ângulo do pulso deve ficar na mesma altura do coração. Relaxar o braço com a palma da mão para cima. Aguardar pelo menos uma hora antes de medir a pressão arterial caso tenha ingerido uma refeição abundante. Não fumar nem ingerir bebidas alcoólicas antes de medir a pressão arterial. Durante a medição, não se deve falar, nem medir duas ou três vezes no mesmo lugar sem interrupção, para que o fluxo sanguíneo se restabeleça.

Fonte: Ricardo Teixeira, gerente nacional de vendas da Accumed-Glicomed

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mix

Fique atento! Além do uso de medidores de pressão, oriente o consumidor hipertenso a seguir uma alimentação adequada:

• Evitar adoçantes com ciclamato e sacarina sódica; • Reduzir a quantidade de sal, optando por temperos naturais; • Evitar embutidos, conservas, enlatados e defumados; • Evitar o consumo de bebida alcoólica;

antigamente as pessoas tinham por hábito recorrer a hospitais ou farmácias para aferir a pressão arterial, porém, hoje, os indivíduos fazem o procedimento em suas residências, aumentando, assim, a procura por aparelhos medidores nar as dúvidas com relação ao equipamento.” Além do produto para demonstração no balcão, o gerente nacional de vendas da Accumed-Glicomed afirma que o ideal é ter também pelo menos dois modelos na vitrine. “Isso gera a lembrança de estimular o cliente a adquirir o produto e também de chamar a atenção quanto ao hábito de verificação da pressão arterial, recomendado pelos médicos”, garante.

Comunicação essencial

• Optar por carboidratos integrais (arroz, macarrão, pão); • Dar preferência aos alimentos assados ou grelhados; • Evitar bebidas estimulantes (chá preto, café, etc.); • Consumir leite desnatado e a versão light dos derivados; • Evitar consumo excessivo de sódio em alimentos industrializados.

Fonte: Ricardo Teixeira, gerente nacional de vendas da Accumed-Glicomed 128

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Trabalhar a disposição dos produtos no PDV é importante, porém não é o suficiente. É preciso também ter uma comunicação efetiva para gerar boas vendas. De acordo com Márcia, da Omron, o ponto principal a ser desenvolvido é o treinamento da equipe para que esteja apta a indicar o produto de acordo com a necessidade do consumidor. Para Machado, da Geratherm, quando um vendedor fala com convicção sobre um determinado produto, o consumidor se sente mais seguro e tende a comprá-lo. “A orientação deve se iniciar por informações sobre a importância do monitoramento antes mesmo de falar do produto; conscientizar que aferir periodicamente é o que garantirá ao paciente que sua hipertensão arterial está sob controle. É dessa forma que criamos a necessidade de conhecer e ouvir o que o farmacêutico tem para falar do produto.”


mix

Os monitores cardíacos são úteis para o controle da pressão do paciente, porém, não têm sido trabalhados como merecem no ponto de venda Além disso, os produtos também precisam ser mais divulgados nos catálogos e folhetos informativos do estabelecimento.

Campanhas de conscientização O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, comemorado no dia 26 de abril, visa alertar a população a respeito dos perigos causados pela hipertensão arterial. Nesse dia, empresas do setor, em parceria com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), realizam ações com profissionais de saúde, em algumas cidades do País, onde, além de orientar a po130

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pulação sobre o tema, fazem a medição de pressão. Há também a campanha “Eu sou 12 por 8”, criada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para conscientizar a população sobre os benefícios de manter a pressão arterial em níveis adequados e sobre os riscos da hipertensão. A ação também conta com parcerias de indústrias do ramo. A Geratherm, por exemplo, é um dos patrocinadores. “Promovemos campanhas junto aos nossos clientes em datas específicas, realizamos ações sociais juntamente com profissionais de saúde, divulgação nas mídias sociais, e elaboração de materiais impressos para exposição em PDVs”, garante Cleber Machado.


ponto de venda

Gôndolas de

inverno

A

Explorar a sazonalidade significa vender mais, e vender mais é o que todo varejista procura. Para isso é preciso previsão nas compras, além de alocar, nas áreas mais visíveis da loja, produtos que geralmente são procurados na estação P O R e g l e le ona rdi 132

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A sazonalidade é um aspecto muito importante para o varejo. Trata-se de uma oportunidade especial em que é possível explorar as oportunidades de vendas a partir do aumento do consumo por determinados produtos. O período favorece as vendas ao consumidor e o varejo precisa se planejar para explorar todas as peculiaridades da nova temporada, como mix de produtos, comunicação, gestão dos espaços e políticas de preços e promoções. Para o diretor do Grupo Triunfo, Scher Soares, o varejo farmacêutico deve se preparar para a mudança de temperatura antecipando-se ao natural aumento da demanda por determinadas linhas de produtos. “É nefotos: divulgação/shutterstock


ponto de venda

como preparar a gôndola para o outono/inverno A especialista em varejo do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa, dá dicas para deixar a gôndola mais atrativa com produtos da estação: • Separe os produtos por categoria: tosse, resfriados e gripes, nariz, garganta e vitaminas. • Não se esqueça de ter também os aparelhos de nebulização e umidificadores de ar. Nessa época o aumento de vendas desses itens acontece de forma significativa. • Evidencie os produtos: anticaspa, cremes hidratantes e protetores labiais. • Para a ambientação, mantenha as pontas de gôndola com informações sobre lançamentos e seu uso, com motivos de inverno. • Substitua, nas áreas mais promocionais da loja, os protetores solares por xaropes, por exemplo. É só respeitar a sazonalidade nas áreas de maior visibilidade da loja. O resto fica igual. • Em termos de MIPs, mantenha as marcas que o consumidor mais procura. Não adianta se estocar com marcas desconhecidas ou similares baratos. Isso só funciona nas periferias bem carentes. Os produtos de marca desconhecida ou princípios ativos difíceis de decorar só vendem se forem empurrados. Esses podem ficar nas gavetas dos balcões, já que não devem tirar o espaço dos conhecidos e escolhidos pelo público, que os apanha no autosserviço. • Nas categorias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos a sazonalidade tem menor impacto. No segmento, apele mesmo para os cremes hidratantes para cabelo e pele ressecados pelo frio e os xampus anticaspa, que realmente vendem mais no inverno pelo ressecamento do couro cabeludo.

cessário se importar com o aspecto da comunicação e explorar a sazonalidade em si na sua atividade de comunicação. Questões como planejamento de compras associado à gestão do mix de produtos, criação de campanhas e promoções na loja e treinamento de balconistas também são partes importantes do processo de planejamento”, diz o especialista. 134

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Scher explica que o mix deve ser compatível com a demanda sazonal. Ele recomenda analisar o histórico para compreender melhor o perfil do mix da própria loja em períodos sazonais. É importante garantir a presença daqueles produtos que são certeza de procura na prateleira.


o que não pode faltar • MIPs e correlatos: antigripais, analgésicos, antitérmicos, xaropes, descongestionantes, pastilhas, vitaminas C, polivitamínicos, lenços de papel, inaladores, umidificadores etc. • HPC: hidratantes para o corpo, lábios e para mãos, dermocosméticos em geral, dermocosméticos para tratamento facial (anti-idade), xampus anticaspa, além dos itens tradicionais, como tinturas e colorações, xampus, condicionadores, desodorantes, bloqueadores solares etc.

“Do ponto de vista do atendimento ao cliente, é importante privilegiar diversidade e múltiplas opções de escolha, inclusive de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). Do ponto de vista do negócio, é importante privilegiar produtos com alto potencial de estímulo de compra por impulso, além de itens que tenham uma relação giro versus margem atrativa”, destaca o diretor.

A região faz diferença Para o farmacêutico Rodrigo Medeiros Fagundes, o varejista deve estar atento à localidade no Brasil, já que a sazonalidade é de suma importância para o varejo farmacêutico. “Preparar o estoque para o aumento de demanda de alguns produtos e treinar a equipe de atendimento é um diferencial estratégico para que as mudanças de estações climáticas possam agregar no faturamento das farmácias.” Ele explica que para o mix de produtos no período de inverno, principalmente para as regiões do Sul, por exemplo, onde as temperaturas são mais baixas, não podem faltar em estoque: xaropes expectorantes, xaropes antitussígenos, antibióticos, antigripais, descongestionante nasal, antitérmicos, analgésicos e produtos e vitaminas que aumentam o sistema imunológico. “Todos esses medicamentos serão requisitados na farmácia nessa época de baixas temperaturas e grande amplitude térmica, que é peculiar da estação outono/inverno”, ressalta o especialista. Fagundes comenta que as gôndolas de perfumaria devem estar abastecidas com hidratantes corporais por conta do ressecamento que o frio, junto com o banho quente, provoca. Cremes específicos para o rosto ajudam também a amenizar os efeitos da temperatura baixa na pele.

um cliente que vai procurar atendimento no balcão da farmácia por um desconforto causado pela gripe ou resfriado quer ser atendido de forma eficiente e eficaz. logo, treinar o atendente a lidar com esse perfil de público no inverno torna a assistência prestada muito mais profissional Manteiga de cacau para a proteção dos lábios contra rachaduras, lenços de papel de bolso e de caixa, termômetros, bolsas de água quente, tudo isto deve estar exposto nas gôndolas e permitir a compra por procura espontânea.

Planejamento O diretor da Drogaria Marcelo, Marcelo Prado, defende que o varejista deve privilegiar sempre o planejamento. Um dos quesitos que não podem ser esquecidos são os estoques. “É interessante negociar, no mínimo, com um mês de antecedência para não correr o risco de faltar produtos quando a mudança de estação ocorrer. Dessa forma, o lojista terá artigos nas gôndolas com uma política de preços interessante para seu cliente”, enfatiza ele. Também deve haver um planejamento dos espaços físicos da loja. Nas gôndolas é preciso mesclar mercadorias de alta procura naquela época do ano com os itens que a mídia explora. Dessa forma, Prado acredita que o cliente irá se lembrar desses produtos, o que aumenta as vendas por impulso, já que as por necessidade ocorrerão naturalmente. Já Scher Soares, do Grupo Triunfo, ressalta que as gôndolas devem estar bem posicionadas para privilegiar a localização dos artigos por parte do consumidor e o estímulo à compra no caso dos MIPs e itens de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC). “É recomendado dar preferência a ceder espaços maiores para os produtos de maior giro e margem. O varejista deve planejar estratégias de cross merchandising e brand link e explorar o potencial de um produto estimular a compra de ou2013 abril guia da farmácia

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ponto de venda

tros”, ensina o diretor. Ele continua: “Se possível, kits sazonais e condições que estimulem a compra de um kit e que, ao mesmo tempo, resultem em bom retorno para a farmácia devem ser oferecidos”. Ele evidencia que, principalmente em lojas menores (apesar de que em todas as outras também), a gôndola é o espaço nobre. Por isso, deve-se evitar utilizar mal esse espaço, mantendo produtos de baixo valor agregado, baixo giro ou baixa relevância de marca.

Ambientação

aprenda como vender mais O diretor do Grupo Triunfo, Scher Soares, lembra alguns fatores importantes para aquecer as vendas na estação: • Compreenda a dinâmica de conversão da sua loja. As pessoas entram no estabelecimento movidas por algum estímulo. Se elas saem sem comprar, é necessário que você compreenda os motivos e atue para aumentar a conversão de potenciais clientes em clientes. • Seja obcecado no combate à ruptura. Isto é um grande problema para o varejo, e combatêla é uma missão importante. • Seja proativo. Faça negócios e vá buscar clientes fora da farmácia. Isso vale inclusive para lojas de grande movimentação de consumidores. Desde que seja possível de acordo com seu perfil de lojas, elabore campanhas, faça convênios com empresas, visite condomínios, crie e entregue mais e melhores serviços em sua loja. • Treine, treine, treine. Um dos motivos da não conversão é a falta de atitude de vendas dentro da farmácia. Não fique refém apenas da demanda. Capacite seu pessoal para que possa atender bem e vender mais.

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Para Prado, da Drogaria Marcelo, é interessante ter sempre uma loja clean, ou seja, menos poluída possível em termos de ambientação. Ele considera fundamental que a layoutização (setorização) seja muito bem feita. É preciso ter cuidado com displays e materiais de publicidade que, muitas vezes, em vez de ajudar acabam atrapalhando a visualização e deixando a loja apertada e poluída. Nesse ambiente o cliente não se sente à vontade em permanecer mais tempo na loja fazendo compras. “Por isso, esses materiais são importantes, mas quando bem trabalhados. Eles ajudam a venda de produtos, porém o excesso deve ser muito bem administrado”, pondera Prado. O executivo aconselha o varejista a explorar melhor os pontos quentes (locais de maior circulação) da loja, onde devem estar sempre os produtos de alta procura nessa época do ano, atrelados a itens que estão na mídia e os com bons preços. Deve-se também explorar as pontas de gôndolas com artigos de alta demanda. “Vale criar pontos extras na loja com o cross merchandising, onde se busca a venda que não ocorre sozinha. Por exemplo, na seção onde estão os itens de inverno (medicamentos liberados) podemos colocar itens como hidratantes, dilatadores nasais, manteiga de cacau, lenço de papel e outros que possam interessar ao shopper no momento em que ele está comprando o produto principal”, ensina Prado. Em termos de MIPs, o farmacêutico Rodrigo Medeiros Fagundes cita a pesquisa do IMS Healh, de 2012, que diz que 10% da compra do consumidor se dá pela indicação do atendente. Em 2010 esse percentual era de 6%. “Um cliente que vai procurar atendimento no balcão da farmácia por um desconforto causado pela gripe ou resfriado quer ser atendido de forma eficiente e eficaz. Logo, treinar o atendente a lidar com esse perfil de público no inverno torna a assistência prestada muito mais profissional e segura”, finaliza ele.


atendimento

Uma das dermatoses frequentes na população é a acne. Ela manifesta-se de forma mais grave no sexo masculino Por Egl e Le o n ard i

Marcas

hormonais

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fotos: shutterstock


A

A acne é uma doença crônica causada por fatores que levam à obstrução dos folículos pilosos (a abertura desses folículos na superfície da pele é popularmente chamada de poro). Essa obstrução ocorre pelo aumento da produção de queratina, que é estimulada pelo aumento da produção de sebo dentro do folículo, pela infecção por bactérias, principalmente o Propionibacterium acnes (P. acnes) e pela inflamação da pele ao redor. Os principais sinais visíveis nos indivíduos que têm acne são os comedões (cravos) e as pápulas e pústulas (espinhas). Nos casos mais graves podem aparecer lesões maiores que são chamadas de nódulos e cistos. Além das lesões é comum o aumento da oleosidade da pele, que também causa incômodo. Segundo a dermatologista e consultora médica da Galderma, Tatiana Blumetti, o início ocorre mais comumente na puberdade. “Nessa fase há o aumento dos níveis de hormônios sexuais nos meninos e meninas, que levam à maior produção do sebo pelas glândulas sebáceas, principalmente na face e tórax, que são os locais mais comuns de aparecimento da acne”, explica a médica. Por tratar-se de uma doença crônica, ela pode persistir por toda a adolescência e começo da vida adulta, sendo que, em quase metade dos pacientes, o problema não desaparece espontaneamente se não for tratado. De acordo com o dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e gerente médico de Dermatologia do Aché Laboratórios Farmacêuticos, Alexandre Fabris, a acne acomete 95% dos meninos e 83% das meninas com 16 anos de idade. “Na fisiopatologia da acne estão envolvidos a hipersecreção sebácea, hiperqueratinização folicular, aumento da colonização da glândula sebácea pelo P. acnes e inflamação”, ressalta.

como evitar O médico explica que a acne é uma patologia desencadeada principalmente por influência genética, mas também pode acontecer por diversos outros fatores. O aparecimento é precoce, por volta de 11 anos para meninas e de 12 para meninos, com prevalência maior entre os homens.

Orientações para os adolescentes A gerente de trade marketing da Galderma, Débora Schultz, entende que o farmacêutico deve auxiliar o consumidor a encontrar os produtos na gôndola, mas também tem a responsabilidade de orientar o adolescente a procurar um dermatologista, especialmente em casos mais graves de acne. “As orientações sobre a doença ou produtos em geral também podem ser encontrados nos materiais das marcas”, comenta ela. Já o dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e gerente médico de Dermatologia do Aché Laboratórios Farmacêuticos, Alexandre Fabris, diz que o profissional deve recomendar o uso diário de produtos específicos de cuidados da pele oleosa, como sabonetes e matificantes, que controlam o brilho e a oleosidade da pele.

“A prevenção às lesões de acne deve ser feita por meio da limpeza correta da pele, uso de controladores da oleosidade, esfoliantes e ativos direcionados para a melhora da hiperqueratinização folicular”, explica. Ele recomenda o uso de protetores solares livres de óleo, principalmente os que contenham ativos que promovem o controle da oleosidade. Já Tatiana, da Galderma, menciona que não existe prevenção para o surgimento da acne. Porém, os cuidados e tratamento da pele com acne ou com tendência ao problema devem ser instituídos o mais precocemente possível. Isso porque as lesões podem tornar-se progressivamente mais graves e causar prejuízo na qualidade de vida dos adolescentes, já em uma fase psicologicamente difícil, além de poder resultar em cicatrizes de complexo tratamento. Segundo a editora de conteúdo digital da GenommaLab Brasil, detentora da marca Asepxia, María Eugenia Gómez Barbosa, é muito comum encontrar pessoas que sofrem com cravos e espinhas, independentemente da idade, sexo ou condição social. “A acne é uma doença de pele a ser tratada com acompanhamento dermatológico. Já as manifestações como espinhas são decorrentes de fatores como a inflamação das glândulas polissebáceas, queratinização folicular, aumento da produção de sebo e presença de bactérias”, explica a especialista. Com isso, a obstrução dos poros pode apresentar protuberância vermelha, inflamada e infeccionada. 2013 abril guia da farmácia

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atendimento

Recomendação de uso Sabonetes Os produtos mais comumente utilizados para tratar a acne são os sabonetes e higienizadores. Eles podem ser facilmente removidos da pele, com uma menor chance de irritação ou efeito rebote. Pessoas com pele oleosa, sem sinais de irritações e resistente, podem usar variações do produto com maior poder desengordurante. Já os que apresentam acne, mas estão em tratamento, com a pele mais sensibilizada, devem ser orientados a usar itens mais suaves, com ativos emolientes e calmantes na fórmula.

esfoliantes Os esfoliantes removem as células mortas externas da camada mais superficial da cútis. Eles podem melhorar a sensação e o aspecto da pele, trazendo conforto para os usuários. São uma boa escolha para indivíduos com acne com predomínio de comedões (cravos), que não estão fazendo tratamento algum ou que estão fazendo tratamento leve. O produto não deve ser recomendado para pacientes com sinais de irritação, sensibilidade e que estejam com a pele seca.

Para o cuidado normal da pele, deve-se usar o produto pela manhã e à noite, fazendo uma leve massagem, especialmente na zona T.

Seu uso pede que se umedeça a pele e aplique a quantidade suficiente do produto por todo o rosto. Deve-se fazer uma leve massagem por 30 segundos e insistir na região do nariz, testa e queixo, evitando a área dos olhos, para depois enxaguar com abundância.

adstringentes Os adstringentes podem ser usados para a limpeza da pele após sua lavagem com o sabonete adequado. O uso abusivo dessas loções pode causar irritação na pele e, em alguns casos, piorar a acne e a oleosidade por conta do efeito rebote. Alguns sabonetes no mercado também têm a função dos adstringentes, não sendo necessário o uso da loção na sequência. lenços umedecidos Os lenços umedecidos têm uma ação semelhante à dos adstringentes. Eles também podem ser usados na pele acneica com os mesmos cuidados e riscos do uso de loções e tônicos.

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Para o tratamento deve-se umedecer um algodão com a loção adstringente e aplicar no rosto com suaves movimentos circulares e enxaguar. Deve ser usado três vezes ao dia.

O produto deve ser aplicado com uma leve massagem por toda a superfície do rosto e pescoço. É recomendável usá-los pela manhã e à noite (um lenço a cada 12 horas).


Produtos no PDV A categoria de produtos para acne movimentou, aproximadamente, R$ 462 milhões em 2012, dentre medicamentos e cosméticos, segundo a gerente de grupo de produtos da Galderma, Mariucha Castro. Para o melhor gerenciamento dos itens no ponto de venda (PDV), a gerente de trade marketing da Galderma, Débora Schultz, afirma que os produtos devem ser agrupados em uma categoria de Acne para facilitar o trânsito do consumidor na loja. Dentro dessa categoria há duas maneiras de gerenciar: podem-se separar os produtos em higienizadores e tratamento (somente se todas as outras categorias da loja seguirem esse padrão) ou organizar por família e marca. “Na visão da Galderma, o ideal é que toda a família da marca fique agrupada, pois consumidores fiéis terão mais facilidade no momento da busca pela solução do seu problema”, conclui ela.

Ela ressalta que os cravos e espinhas aparecem quando os poros são obstruídos. Em cada poro há uma glândula sebácea que ajuda a lubrificar a pele e a eliminar as células mortas. “Quando essas glândulas produzem lubrificação em excesso, podem resultar na obstrução dos poros e acumular impurezas, bactérias ou células inflamatórias. Esta obstrução é denominada tampão de queratina”, diz.

Como tratar A terapêutica da acne vai depender da gravidade que o paciente apresenta. Ela compreende cuidados gerais com a pele como higienização e hidratação corretas e proteção solar. “O tratamento específico inclui o uso de medicamentos tópicos (aplicados sobre a pele) na forma de cremes e géis e tratamento via oral”, esclarece Tatiana. Ela comenta que os tópicos são realizados com produtos derivados do ácido retinoico (retinoides), que têm ação na inibição da produção da queratina e desobstrução dos poros, além de efeitos na inflamação. Os mais utilizados são os retinoides de primeira geração (como o ácido retinoico, isotretinoína e tretinoína) e os de terceira geração (como o adapaleno). “Além dos retinoides, utilizam-se também antibióticos tópicos (como a clindamicina e a eritromicina) e antimicrobianos (que têm ação

contra o P. acnes como o peróxido de benzoíla)”, ressalta a dermatologista. Nos casos leves, em que há predomínio de comedões (cravos), o tratamento geralmente é feito com medicamentos tópicos à base de retinoides somados aos cuidados diários com a pele. Já nos casos moderados, com presença de pápulas e pústulas (cravos e espinhas), a terapêutica inclui medicamentos tópicos (retinoides e antibióticos tópicos) associados ou não com substâncias via oral, como antibióticos via oral e tratamento hormonal para as mulheres. Na acne grave, com presença de lesões maiores (chamadas de nódulos) e cistos, o tratamento geralmente inclui o uso de medicamentos via oral, como os antibióticos e a isotretinoína oral em casos selecionados. Todos os pacientes em tratamento para acne devem realizar o cuidado básico diário da pele que inclui inicialmente a higienização adequada. Alexandre Fabris, do Aché, lembra que devem ser usados sempre os sabonetes desenvolvidos para a pele oleosa, géis de uso noturno para limpeza e controle da oleosidade da pele, esfoliantes, retinoides tópicos, peróxido de benzoíla, antimicrobianos tópicos e orais e isotretinoína. “Fotoprotetores livres de óleo também são recomendados a todos os pacientes”, destaca ele. 2013 abril guia da farmácia

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comportamento

Meninas superpoderosas A Enquanto na fase adulta as mulheres usam maquiagem para esconder as imperfeições que a pele ganha ao longo dos anos, as adolescentes adotam esse artifício para destacar a personalidade e trazer mais alegria ao visual P o r k at h len r a m os 144

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A menina pequena que antes gostava de maquiar suas bonecas cresce e percebe o que os cosméticos podem fazer para sua própria pele. As primeiras experiências, de modo geral, começam com os produtos de beleza da mãe ou da irmã mais velha, mas logo elas passam a procurar suas próprias maquiagens. E é justamente nesse momento que precisam de ajuda, já que as dúvidas e insegurança sobre a compra dos melhores produtos ou como usá-los são muitas. Portanto, vale a pena ter, nas farmácias, especialistas que possam ajudá-las a chegar ao make-up ideal, com fotos: shutterstock/divulgação


comportamento

itens propícios para seu tipo de pele e que favoreçam a beleza da sua idade. Estar atento às novidades também é fundamental para cativar esse público. “As adolecentes são muito antenadas às tendências. Normalmente querem saber quais cores Alexandre Krizek, estão em alta e quais se do Instituto Krizek, adaptam melhor ao seu revela que o uso das cores pelas tom de pele. Além disadolescentes é livre so, se interessam muito em como usar produtos coloridos para o dia e para as baladas”, avisa a web marketing da Vult Cosméticos, Janaína Idalgo. É fundamental estar atento a essa demanda, já que as jovens se maquiam cada vez mais cedo. “Essa tendência é reflexo do aumento das informações, vídeos e dicas da internet, como blogs de maquiagem, por exemplo. As meninas dessa faixa etária costumam se interessar por itens como lápis para olhos, gloss, blush, batom e máscara para cílios – principalmente quando os itens são coloridos, com tons alegres e descontraídos”, constata Janaína. A indústria aposta nesse mercado, desenvolvendo maquiagens que atendam ao desejo dessas meninas em relação ao seu visual. “Além de ser uma marca jovem e conectada com a moda, a Vult Cosméticos oferece uma grande variedade de cores, além do fator custo-benefício. Como esse público, em sua maioria, ainda não possui fonte de renda própria, busca maquiagens mais acessíveis. Elas são exigentes, querem produtos que ofereçam qualidade e marcas que falem a língua delas”, destaca Janaína. A Revlon também procura se identificar com as jovens. “Emma Stone, uma das embaixadoras da marca, tem um grande apelo com este público, que acessa e interage muito em redes sociais. Dessa forma, atualmente existem alguns canais como Facebook, Twitter e o site brasileiro, para que seja possível se atualizar sobre os lançamentos e as novidades do mundo Revlon”, diz a treinadora da Frajo Internacional de Cosméticos (distribuidora exclusiva da Revlon), Juliene Vieira, salientando que, para 2013, as expectativas são de crescimento da marca e maior foco no público teen. “A 146

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empresa já lançou, nos EUA, uma linha de maquiagem facial voltada para jovens. São bases e pós com uma cobertura mais leve e suave.” Essa linha deve chegar ao Brasil ainda no segundo semestre deste ano.

O que as adolescentes precisam? Assim como já acontece na indústria, as farmácias também podem apostar nesse mercado e um grande aliado, além do sortimento adequado, está na exposição correta desses cosméticos para favorecer as compras. “As maquiagens devem ser organizadas e divididas por categorias. Além disto, folhetos informativos sobre as linhas e modo de aplicação também ajudam no momento da escolha do produto mais adequado”, orienta a gerente de marketing da Revlon, Fernanda Delboni. É fundamental, ainda, investir na venda consultiva. “Com um perfil muito exigente, esse público espera que o atendimento no ponto de venda ofereça dicas a mais do que já en-


abusando das cores De modo geral, as adolescentes podem usar qualquer tipo de cor nos lábios e olhos, mantendo o bom-senso e gosto pessoal. “O uso das cores é livre e não se deve abrir mão do estilo. Elas devem se sentir à vontade para brincar com as cores”, avisa o maquiador, consultor de imagem e diretor-proprietário do Instituto Krizek, Alexandre Krizek, que faz uma única ressalva. “Há uma cor muito ingrata, que pode envelhecer qualquer pessoa que tenha os cabelos claros: o azul celeste. Por isso, aconselho nunca utilizar essa cor, a não ser que queira, propositalmente, parecer mais velha”, adverte. No caso dos lábios, alguns tons se realçam mais com o tipo de pele. “Peles claras ficam ótimas com batons rosados e alaranjados. Já as peles morenas ou negras ficam melhor com os tons de vinho ou marrom”, diz. A treinadora da Frajo Internacional de Cosméticos, Juliene Vieira, também faz recomendações baseadas nas últimas tendências. “Para as jovens, indico tons mais pastéis, como o pêssego e o rosa claro. O azul bebê e o lilás também são ideais, além de estarem na moda.” Olhos As máscaras para cílios são uma grande tendência entre jovens. Vale estar atento ao mix de produtos dessa categoria, já que podem oferecer diversos resultados. “Hoje, temos máscaras incolores, pretas e também despontam as coloridas. Cada uma oferece um acabamento. A incolor apenas penteia e separa os cílios. Já as pretas podem dar volume ou alongar”, enumera Krizek. Já no caso dos delineadores, o cuidado fica para a boa aplicação, que deve acontecer sempre rente à raiz dos cílios. “Incentive-as a treinar em casa o uso desse produto. E, se for ser usado durante o dia, aconselho produtos à prova d’água, para que não escorram”, finaliza o maquiador. Bochechas Para a indicação de blush, que são os produtos que têm a função de deixar o visual mais saudável, o ideal, seja para jovens ou adultos, fica para o tom da pele. “Peles claras podem usar blushes nos tons de pêssego e rosado. Já as morenas devem ficar com os terrosos ou ‘bronzers’”, avisa Krizek, dizendo que o cuidado deve ser redobrado caso a escolha fique para blushes em bastão, mousses ou líquidos, pois podem manchar o rosto, dificultado o efeito esfumado. “Para não errar a aplicação, o ideal é optar pelas versões compactas, que deixam o look mais natural e leve”, ensina o maquiador. Lábios Como as jovens costumam ser mais práticas, o ideal é indicar produtos com essas características. “O gloss vale a pena pela praticidade. Elas também podem aderir a um batom líquido, que oferece o mesmo efeito”, diz Krizek. contraram na internet. Como todas as consumidoras, querem atenção especial e serem ouvidas em todas as suas dúvidas”, avisa a especialista da Vult. “Elas esperam uma linguagem acessível e vendedoras que esclareçam suas dúvidas e satisfaçam suas necessidades”, reforça a maquiadora oficial da Dailus Color, Cibele Sartori. Confira, no Box acima, as orientações da indústria e de maquiadores para a maquiagem e preparação da pele teen.

Escolha dos produtos O que os especialistas apontam é que, nessa idade, qua-

se todas as maquiagens ficam liberadas, mas é preciso saber como usá-las, para não ficarem carregadas demais e envelhecerem. A ideia é que os cosméticos sejam usados para realçar a beleza natural das meninas e deem um toque saudável ao rosto, sem exageros. Dessa forma, o primeiro passo é escolher produtos que não propiciem o desenvolvimento da acne, bastante comum na idade. “Esse problema acontece devido à alteração hormonal, que tem seu pico no começo da adolescência”, explica a dermatologista membro da Sociedade Bra2013 abril guia da farmácia

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comportamento

Ao compor o mix de maquiagens para adolescentes, é importante estar atento às principais demandas desse público, que dá preferência a looks mais coloridos e divertidos. “Os lápis delineadores em tom pastel (rosa antique, verde nostalgia, lilás plissê, amarelo vintage e azul retrô), as máscaras para cílios coloridas (cores laranja e rosa) e os delineadores em gel (destaque para as cores azul e pink), são as que mais estão repercutindo entre o público teenager”, revela a web marketing da Vult Cosméticos, Janaína Idalgo. Na Revlon, os produtos que mais têm agradado ao público teen são os primers Revlon Photoready Primers (primer de textura em gel que auxilia na redução da aparência dos poros e das linhas finas, além de facilitar a aplicação da maquiagem); a base em mousse Revlon Photoready Airbrush Mousse Makeup (livre de óleo, possui textura de mousse e efeito de airbrush, criada para cobrir totalmente as falhas e as imperfeições da pele, que aparecem nas imagens digitais de alta definição), o batom balm Colorburst Lip Butter (formulado à base de manteiga de manga, karité e coco, ativos que proporcionam um aumento de 156% na umidade natural dos lábios); e a máscara para cílios Photoready 3D Mascara (tem um pincel inovador, com uma ponta arredondada que permite alcançar todos os cílios, da raiz às pontas, para uma máxima dimensão, em todos os ângulos). Na Dailus Color, as apostas ficam para produtos como o Lápis Fashion para Olhos (lápis delineadores coloridos); os Pigmentos Dailus PRO (produtos de alta aderência, com texturas diferenciadas entre opacas, peroladas ou com brilhos); Sombra Iluminadora Dailus (tem capacidade de refletir a luz, criando efeito de luminosidade intenso); Glitter (pode ser aplicado nos lábios, corpo, face ou cabelos); e Batom Matte Dailus Color (traz acabamento opaco e cores diferenciadas).

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Antes de começar a maquiagem, é preciso ter alguns cuidados na preparação da pele. E são inúmeros os produtos que podem ser usados nesse momento. Um deles é o adstrinFernanda Delboni, da Revlon, ressalta que gente, que pode ser as adolescentes com aplicado com a pele pele oleosa devem limpa. Ele ajuda a comusar itens oil free ou produtos minerais pletar a limpeza e também tem a função de controlar a oleosidade e fechar os poros. Depois disso, pode-se aplicar o primer facial. “São produtos que contêm difusores ópticos que refletem a luz com o intuito de disfarçar pequenas linhas de expressão e a evidência dos poros. Promovem hidratação não oleosa e contêm silicones que prolongam a durabilidade da maquiagem”, explica a maquiadora oficial da Dailus Color, Cibele Sartori. “Esses produtos fazem com que a maquiagem dure por mais tempo e também ajudam a não deixar a pele com brilho. Alguns já contêm tonalizantes e filtros solares. Podem ser ideais para jovens que querem se maquiar, mas não têm paciência de usar muitos produtos”, acrescenta a Dra. Miriam Sabino. Outro item que pode ser um bom aliado das adolescentes são os corretivos. “Eles podem ser passados exatamente nos pontos da acne, para disfarçar a vermelhidão. Alguns, inclusive, têm ação secativa”, observa a Dra. Miriam. Se a adolescente quiser usar base e pó, existem alguns produtos que podem ter um efeito mais leve e sem prejuízos à pele. “Os pós minerais são os mais indicados na adolescência e as bases podem ser aquelas que já contenham proteção solar”, aconselha a Dra. Maria Paula.

E CO N TEÚDO

sileira de Dermatologia (SBD), Dra. Maria Paula Del Nero. Dessa forma, o ideal é orientar as jovens para a escolha de produtos livres de óleo na formulação. “A indicação fica para os não comedogênicos, que são aqueles que não estimulam a formação de cravos; ou os oil free, desenvolvidos para pessoas com pele oleosa”, orienta a dermatologista com título de especialista pela SBD, Dra. Miriam Sabino de Oliveira. A gerente de marketing da Revlon, Fernanda Delboni, sugere outros produtos propícios para esse tipo de pele. “Além das linhas oil free, indico os produtos minerais e dermatologicamente testados.”

Preparação da pele

AL

os queridinhos das adolescentes

XT T RA NO POR

Confira no Portal outras dicas sobre maquiagens para melhor orientar as consumidoras, como: o que são produtos minerais e como escolher a cor certa. www.guiadafarmacia.com.br


sortimento

Fonte de saúde

e bons negócios

Essencial para diversas reações metabólicas do corpo, a vitamina C é bastante procurada por consumidores que querem reforçar as defesas do organismo. Oriente-os para o uso responsável P o r k at h len r a m os fotos: shutterstock/divulgação

S

Sangramentos (especialmente nas gengivas, pele e articulações), equimoses (mancha escura ou avermelhada, na pele ou nas mucosas), desordens de cicatrização, fraqueza, edemas, depressão, neuropatias e instabilidade vasomotora. Esses são alguns dos sintomas que a falta de vitamina C, também conhecida por ácido ascórbico, pode trazer ao organismo. A deficiência da substância só se manifesta após meses de abstinência; para que não ocorram problemas, existe uma dose de ingestão mínima diária recomendada. “O ideal, em uma dieta comum, é de 70 mg/dia em mulheres e 90 mg/dia em homens. Essas necessidades são aumentadas em idosos, para 120 mg/dia; e fumantes (aumento de 40%)”, orienta a nutróloga do 2013 abril guia da farmácia

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sortimento

Hospital 9 de Julho, Dra. Lourdes Capacci. As doenças relacionadas à deficiência de vitamina C são definidas como escorbuto. Embora os casos sejam raros, a doença é mais vista em idosos que vivem sozinhos, indigentes, alcoolistas e indivíduos com dietas muito restritivas, além de lactentes. Em pediatria é condição infrequente, a não ser quando lactentes ingerem leite evaporado ou fervido, no qual o ácido ascórbico é destruído pelo calor.

Principais fontes De modo geral, o tratamento com ácido ascórbico resolve as manifestações dos sintomas relacionados com a falta da vitamina C e as doses e duração de tratamento precisam ser individualizadas e indicadas pelo médico. As fontes naturais de vitamina C são diversas. “As mais importantes são as frutas cítricas, tomate, batata, couve-flor, brócolis, morangos e espinafre”, diz a Dra. Lourdes. No entanto, em alguns casos, a ingestão de vitamina C precisa ser feita por meio de medicamentos. “A suplementação é necessária quando, devido a alguma doença, o paciente não ingere a quantidade suficiente, por exemplo, quando o indivíduo desenvolve quadro de anorexia nervosa, depressão ou má absorção intestinal”, explica a médica nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Dra. Vivian Suen. Sob a forma de medicamento, a vitamina C está disponível no mercado em fitoterápicos e sintéticos. Nos primeiros, fitoterápicos, a vitamina C é obtida com o uso de matérias-primas vegetais. Já no caso dos sintéticos, o produto é desenvolvido (sintetizado) em laboratórios. “A vantagem na utilização dos fitoterápicos está no menor índice de ocorrência de eventos adversos, pois podem demorar mais a aparecer. Em contrapartida, a terapêutica é mais lenta. Já os sintetizados em laboratórios possuem modificações estruturais na sua molécula que facilitam a absorção, biodisponibilidade e ação. Neste caso, a ocorrência de eventos adversos é mais comum e o aparecimento mais rápido”, pondera o farmacêutico e tutor de Farmácia do Portal Educação, Marcelo Dias.

O que o farmacêutico precisa saber? Apesar de serem medicamentos de venda livre, é importante que os farmacêuticos alertem sobre os efeitos que esses produtos podem trazer aos usuários, especialmente quando não existe uso responsável. “Como todo medicamento, a vitamina C pode acarretar alguns efeitos adversos, que são raros e de pouca intensidade, tais como náuseas, vômitos, diarreias e aumento da diurese (produção de urina pelo rim). O uso prolongado de doses 152

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efervescentes Os comprimidos efervescentes são concebidos para proporcionar efeitos rápidos. “Normalmente, esses comprimidos são preparados por compressão das substâncias ativas com misturas de ácidos orgânicos (como ácido cítrico ou ácido tartárico) e bicarbonato de sódio. Quando um comprimido é colocado em um copo com água, inicia-se uma reação química entre o ácido e o bicarbonato de sódio para formar um sal de sódio do ácido, dióxido de carbono e água. Essa mistura oferece uma efervescência consistente e de evolução controlada”, descreve o tutor de Farmácia do Portal Educação, Marcelo Dias. Por conta dessa composição, a vitamina C efervescente tem uma absorção maior e mais rápida, quando comparada às versões em comprimido, segundo afirma Dias. “Na forma efervescente, dissolve-se o medicamento, deixando-o com uma superfície maior de contato. Com isso, consegue ser absorvido com maior eficiência. Vale lembrar, ainda, que a apresentação da vitamina C deve ser prescrita de acordo com as características do paciente. Por exemplo, para crianças e idosos o ideal são os comprimidos efervescentes, pois trata-se de líquido, fácil de tomar, e tem características organolépticas (sabor e odor) agradáveis. Já para o adulto pode ser utilizado o comprimido normal”, avisa. Devido ao fato de o medicamento efervescente ter uma maior absorção, os cuidados com sua administração precisam ser maiores, para que não ocorram riscos de superdosagens e intoxicação. “Também pelo fato de ocorrer essa absorção em maior grau com maior rapidez pode ocorrer interação com outros medicamentos, substâncias (sais minerais, vitaminas) e alimentos. Para alguns pacientes em particular, como os gastroplastizados, hipertensos, pessoas com problemas estomacais ou intolerantes aos componentes responsáveis pela efervescência, os efervescentes podem ser contraindicados, ou indicados com restrições.

elevadas da substância pode ocasionar escorbuto de rebote (que tem como primeiros sintomas hemorragias nas gengivas, inchaço com pus, dores nas articulações, feridas que não cicatrizam, além de desestabilização dos dentes) e cálculos renais em pacientes com predisposição, aumento da glicose e pedra nos rins. Inclusive pacientes com ácido úrico elevado devem evitar alimentos que contenham vitamina C, pois pode piorar o quadro.” De acordo com o coordenador de graduação em Farmácia da Universidade Anhembi Morumbi, Geraldo Alécio, a administração também não é indicada a pessoas que apresentam hipersensibilidade ao ácido ascórbico e ainda em portadores de hiperoxalúria (insuficiência renal).


atuação da substância A vitamina C é responsável: • pela atividade antioxidante (neutraliza a ação de radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce); • por aumentar a absorção de ferro não heme (tipo de ferro encontrado em vegetais verdes-escuros, como brócolis, couve, escarola, mostarda e rúcula; e nos grãos, como feijão, ervilha e lentilha); • por auxiliar na biossíntese da carnitina (a carnitina é um dos nutrientes responsáveis pela produção de energia do corpo e também colabora na perda de peso e controle dos níveis de colesterol e triglicérides); • na conversão de dopamina a norepinefrina (esse neurotransmissor influencia no humor, ansiedade, sono e alimentação); • pelo metabolismo do colágeno (o colágeno é uma proteína que, dentre outras funções, ajuda na manutenção da saúde da pele, unhas, cabelos e dentes). Fonte: Dra. Vivian Suen, médica nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran)

Por ser uma substância oxidante, o ácido ascórbico, pode interagir nos resultados de exames. “Análises de glicose, ácido úrico, creatinina e sangue oculto podem trazer alterações”, alerta a professora da Anhembi Morumbi, Livia Zaparoli.

Atenção à sazonalidade

A vitamina C também não está imune a interações medicamentosas. “Não é recomendado usar antiácidos junto com a vitamina C, pois podem ocorrer náusea, vômito, diarreia, dor de cabeça, rubor na face, fadiga e perturbação no sono. A vitamina C também pode aumentar os efeitos de anticoagulantes como varfarina, dicumarol e femprocumona, causando sangramentos. Durante o tratamento é preciso evitar o consumo de bebidas cítricas industrializadas e de bebidas alcoólicas. Outra interação importante é relatada com o uso concomitante de vitamina C e indinavir, procedimento que pode reduzir a concentração sérica dessa substância”, alerta, salientando que a interação da vitamina C com alguns ativos pode trazer resultados satisfatórios para os pacientes. “Ela melhora a absorção de ferro, por exemplo. Pacientes que estão tratando a anemia com sulfato ferroso podem tomá-lo junto da vitamina C”, diz.

As vendas de vitamina C pura atingiram 24 milhões de unidades em 2012, alta de 4% em relação a 2011, segundo dados do IMS Health. Ainda de acordo com o instituto, as vendas em valor alcançaram R$ 252 milhões no período, com alta de 13%. “Podemos atribuir esse aumento ao crescimento do mercado geral, uma vez que o Brasil vive um bom momento nesse segmento e a busca do consumidor por produtos a ele relacionados cresce anualmente”, afirma o gerente de trade marketing e treinamentos da Natulab, Kal Rodrigues, acrescentando que, para 2013, a categoria deve crescer acima de 10%. Na EMS, os resultados foram superiores aos registrados no mercado em geral. “O crescimento do poder aquisitivo da sociedade e a evolução do conceito de saúde e bem-estar têm impulsionado o mercado de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), de forma geral. O Energil C apresentou um crescimento de 25% em 2012 em relação ao ano anterior, ou seja, quase o dobro do crescimento da categoria. Hoje, o produto é o quarto colocado no ranking do mercado”, destaca o diretor da EMS Marcas, Luis Fernando Dias, revelando que, neste ano, a intenção da empresa é atingir colocações mais altas e, para tanto, uma das estratégias refere-se ao desenvolvimento de novas embalagens, que irão melhorar a comunicação do produto com o consumidor. 2013 abril guia da farmácia

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sortimento

Para as farmácias, além de acompanhar os números anuais de crescimento, também é fundamental estar atento à sazonalidade desses produtos, que pode trazer oportunidades ao ponto de venda. O IMS revelou que quando comparadas as vendas de junho a setembro (inverno) do ano passado, com os meses de janeiro a março (verão), as vendas em unidades aumentaram 32%. A porcentagem de aumento nas épocas mais frias tem um motivo: “No período de inverno, é comum que o consumidor busque a vitamina C para reforçar seu sistema imunológico e evitar as afecções rotineiras, como gripes e resfriados”, justifica Dias.

Inverno pede destaque nas gôndolas

a gôndola é o local mais adequado para organização da vitamina c. esses produtos precisam ficar com as embalagens voltadas para o consumidor, na altura dos olhos, em quantidade visível, precificada e, de preferência, com materiais de merchandising 154

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No período do inverno, a vitamina C fica em total evidência. Vale, então, aproveitar a oportunidade para incremento de vendas. “Ações que proporcionem informação e melhor visibilidade, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos consumidores, são indispensáveis. Garantir um bom abastecimento, melhorando a exposição e evitando rupturas para os produtos, criação de pontos promocionais com precificação correta e inserção em áreas positivas da loja podem influenciar diretamente na performance das vendas”, diz o gerente de pesquisa e desenvolvimento da Natulab, Olavo Rodrigues. O diretor-executivo da Divisão Farma da Hypermarcas, Walker Lahmann, fornece algumas dicas de exposição para os produtos da marca. “O ideal é expô-los nas chamadas áreas quentes das lojas, onde a visualização é maior: áreas centrais das gôndolas, na altura dos olhos, em pontas de gôndolas, e em áreas de maior circulação. O checkout também é uma área interessante. A Hypermarcas utiliza materiais de ponto de venda como “berços” para auxiliar o posicionamento do produto e aumentar a visibilidade da marca. Durante o período sazonal (inverno), esses itens também podem ser colocados em pontos extras, com o objetivo de auxiliar a busca do consumidor pelo produto”, aconselha. Para o especialista da EMS, a gôndola é o local mais adequado para organização da vitamina C. “Esses produtos precisam ficar com as embalagens voltadas para o consumidor, na altura dos olhos, em quantidade visível, precificada e, de preferência, com materiais de merchandising, como faixa de gôndola, stopper, móbile, entre outros. Outra forma de exposição é o ponto extra: displays que podem ser de chão, de balcão ou de gôndola. Pontas de gôndolas também são locais atrativos”, orienta Luis Fernando Dias.


mercado

Vitaminas

de R$ 2 bilhões As pessoas vivem mais e querem viver melhor e com mais saúde. Esses fatores colocam suplementos como ômega 3, colágeno e cálcio em posição de destaque nas farmácias P o r E g l e Le ona r di foto: shutterstock

A

Alimentos com propriedades funcionais, os nutracêuticos e suplementos alimentares, estão ganhando cada vez mais espaço e importância nas prateleiras e gôndolas no varejo farmacêutico. O aumento do consumo desses produtos é muito importante para o varejo, pois são itens de venda livre. Como são registrados como alimento, não requerem maiores controles de ordem regulatória no ato da venda. Segundo o farmacêutico, gerente de trade marketing e treinamentos da Natulab, Kal Rodrigues, normalmente esses itens são para uso contínuo ou longos períodos, o 2013 abril guia da farmácia

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mercado

Limites diários A ingestão diária recomendada (IDR) de vitaminas está estabelecida pela Resolução de Diretoria Colegiada – RDC 269, de 22 de setembro de 2005. Ela estabelece que a IDR é a quantidade de proteína, vitaminas e minerais que deve ser consumida diariamente para atender às necessidades nutricionais da maior parte dos indivíduos e grupos de pessoas de uma população sadia.

Ômega 3

Colágeno

Cálcio

Possui benefícios conhecidos na redução dos riscos de doenças cardiovasculares, diminuição da resistência à insulina, reduzindo os riscos de Diabetes Mellitus; contribuição no tratamento da obesidade, redução do declínio cognitivo associado ao desenvolvimento cerebral, atuando ainda nos transtornos de humor e depressão e inibição de enzimas relacionadas ao crescimento celular tumoral. O ideal de ômega 3 a ser consumido deve apresentar quantidade de EPA e DHA combinados, em torno de 500 mg ao dia. Sabendo que o ômega 3 de boa qualidade apresenta em torno de 180 mg de EPA e 120 mg de DHA, o consumo de uma a duas cápsulas desse nutriente, com 1.000 mg cada ao dia, garante os benefícios ao organismo.

Apesar de ser produzido por vias endógenas, com o avançar da idade, ocorre uma desorganização no metabolismo do colágeno, reduzindo sua produção e aumentando a degradação dessa proteína. A suplementação do colágeno torna-se importante para manutenção de quantidades adequadas no organismo, retardando o processo de envelhecimento. Portanto, deve-se iniciar a suplementação logo no início da fase adulta. As quantidades indicadas são de duas cápsulas de 500 mg ao dia, sendo que devem ser administradas antes das principais refeições, para que esse colágeno seja direcionado, principalmente, à síntese do tecido epitelial.

Mesmo sabendo da importância desse mineral, a maioria da população brasileira possui baixa ingestão do nutriente na alimentação e, quando sua ingestão é inadequada, o cálcio é retirado das reservas ósseas para manutenção das concentrações séricas. Nesse contexto, a suplementação é necessária para atingir a IDR, que irá manter a homeostase do cálcio no organismo. A absorção e os requerimentos de cálcio variam conforme a faixa etária e as condições clínicas dos indivíduos. A IDR para adultos é de 1.000 mg. Já na velhice, as quantidades diárias recomendadas aumentam em decorrência da perda da massa óssea e a absorção ativa desse mineral declinar-se com o passar da idade.

Fonte: Paluzzi Andrade, nutricionista e coordenadora de pesquisa e desenvolvimento da Naturelife

que faz gerar um ciclo e mantém o cliente presente no ponto de venda (PDV). “Pode-se destacar a importância por conta da margem e valor agregado desses produtos, resultando em aumento da rentabilidade e lucratividade das farmácias e drogarias”, ressalta ele. Polivitamínicos e minerais e os suplementos de cálcio e o ômega 3 são os mais importantes produtos em faturamento da divisão de Suplementos e Alimentos da Natulab. O executivo afirma que eles estão em total evidência no momento, portanto, ações que proporcionem informação e melhor visibilidade são indispensáveis, principalmente com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos consumidores. 158

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“É preciso garantir um bom abastecimento, melhorando a exposição e evitando rupturas. Criação de pontos promocionais com precificação correta e inserção em áreas positivas da loja podem influenciar diretamente na performance de vendas”, revela Rodrigues. Segundo a doutora em ciências dos alimentos e gerente de pesquisa e desenvolvimento da Natulab, Janai Nascimento, vários fatores estão relacionados com o atual momento de crescimento do mercado de alimentos com propriedades funcionais. Pode-se destacar o aumento do consumo pelas classes C e D, a busca por


mercado

Recomendações de cálcio conforme faixas etárias e situações especiais 1.300 1.300

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14-18 anos

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31-50 anos

51-70 anos

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Idade ou grupo

<18 anos

19-50 anos

Gravidez

≤18 anos

19-50 anos

Lactação

Fonte: Paluzzi Andrade, nutricionista e coordenadora de pesquisa e desenvolvimento da Naturelife

melhorias na qualidade de vida e adoção de hábitos saudáveis com foco na prevenção, o envelhecimento da população, o acesso fácil à informação (promovidos principalmente pela popularização da internet) e o aumento da receptividade dos profissionais de saúde por tratamentos que incluem o uso desses suplementos. De acordo com o gerente nacional de vendas do Grupo Nutrilatina, Marcelo Fernandes, apenas no canal farma as vendas de vitaminas superam o volume de R$ 2 bilhões ao ano (PMB IMS MAT dez/12), sendo que os produtos à base de ômega 3, colágeno e cálcio estão entre os mais representativos. “O consumo de vitaminas no Brasil ainda é muito pequeno. É um mercado fragmentado que está começando a ficar estruturado. É uma oportunidade para que a empresa amplie a rede de distribuição nas farmácias e lojas especializadas”, comemora o executivo.

Sortimento Os produtos mais utilizados são os multivitamínicos, cálcio, vitamina C e ômegas, e eles estão entre os mais vendidos na empresa. “A Nutrilatina criou a linha Safe® International Vitamins, que possui uma completa gama de produtos para atender às necessidades diárias de vitaminas. Os embaixadores da marca são os atletas Bernardinho e Fernanda Venturini”, informa Fernandes. 160

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Já o executivo da Natulab, Kal Rodrigues, considera importante que o PDV possua a maior diversidade possível de produtos, nas mais diversas apresentações, principalmente no que diz respeito à quantidade e ao tipo de embalagem em que se apresenta. “Nesse segmento devemos ficar atentos às novidades. A frequência de lançamentos de novos produtos e apresentação é muito intensa”, destaca o executivo.

Indicação de uso Segundo a nutricionista do Grupo Nutrilatina, Michelle Bueno, o uso dos suplementos deve ocorrer para a prevenção ou o tratamento de algum problema. O ômega 3 é um ácido graxo importante para a saúde cerebral (memória e concentração), saúde cardiovascular (melhora do perfil lipídico pela diminuição do colesterol e triglicerídeos) e também possui ação anti-inflamatória. O colágeno é um constituinte do tecido conjuntivo e é indispensável para a sustentação e elasticidade da pele. Além disso, é importante para a saúde das articulações. O cálcio é um mineral fundamental para a saúde de ossos e dentes, e deve estar presente na dieta para o fortalecimento ósseo, prevenção da osteoporose e diminuição dos riscos de fratura. “Evidências recentes têm mostrado que indivíduos acima do peso, quando ajustam o cálcio da dieta, apresentam maior perda de peso”, finaliza a nutricionista.


categoria

Prevenção de valor Consumidores de preservativos masculinos buscam itens personalizados e que ofereçam maior prazer P o r L í g i a Fav or etto fotos: shutterstock

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Na hora de escolher o melhor preservativo para usar durante uma relação sexual, o consumidor brasileiro mostra-se aberto às novidades do mercado e procura por produtos premium. Em valor de vendas, a categoria apresentou crescimento de 9,9% em 2012, de acordo com dados Nielsen, contra 6,5% registrados em 2010. Empresas fabricantes do produto confir2013 abril guia da farmácia

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categoria

Preocupação social As pessoas têm em mente que a Aids não mata mais, mas 34 milhões de pessoas são infectadas todos os anos no mundo inteiro, pelo vírus HIV. Deste total, as mulheres de 18 a 29 anos de idade são as mais contaminadas. Na verdade, o cenário mostra que a resistência ao uso diminuiu, principalmente entre os mais jovens, mas a negligência aumentou bastante. Uma das razões para essa negligência é que a população não teme, como antes, a contaminação pelo HIV, uma vez que existem tratamentos que proporcionam boa qualidade de vida aos pacientes soropositivos. Soma-se a isso a existência da pílula do dia seguinte, que deveria ser usada somente em casos de emergência, mas acaba sendo tratada como método contraceptivo. O Brasil tem os melhores programas de tratamento, mas não tem programas de prevenção. Fontes: DKT do Brasil (Prudence) e Preserv

mam os resultados e revelam suas performances. A Blowtex, por exemplo, vem crescendo, no mínimo, 10% por ano, ao longo dos últimos cinco anos. “Esse crescimento deve ser mantido em 2013, em função de toda a inovação que aplicamos”, diz o gerente de marketing da empresa, Bruno Koudela.

do responsável por 80% das vendas de preservativos, enquanto os outros canais (supermercados, conveniência e internet) somam 20%. Praticamente oito em cada dez consumidores compram o produto em farmácias e drogarias. Apesar do aumento da consciência e da disseminação das informações por meio de campanhas do governo e de Organizações Não Governamentais (ONGs), a população ainda acredita que uma doença sexualmente transmissível ou então uma gravidez indesejada são fatos que nunca irão acontecer, por isso, desprezam a importância do uso. Homens e mulheres acreditam que em uma relação sexual, com preservativo, o prazer é menor e que, com ele, não é possível sentir o calor do corpo do parceiro. Por esse motivo, a indústria lança produtos inovadores, que agregam prazer ao sexo seguro. São itens capazes de despertar a curiosidade das pessoas e, como consequência, estimulam o uso da camisinha. A maioria dos usuários de preservativos não faz compra planejada, só compra quando realmente precisa. Se a farmácia oferece um mix diversificado, acaba despertando a curiosidade do consumidor

homens e mulheres acreditam que em uma relação sexual, com preservativo, o prazer é menor e que, com ele, não é possível sentir o calor do corpo do parceiro. por esse motivo, a indústria lança produtos inovadores, que agregam prazer ao sexo seguro Os dados da DKT Prudence são animadores. “Crescemos em média 23% ao ano, e as expectativas para 2013 são excelentes”, garante a gerente de marketing da DKT do Brasil, Denise Santos. Já a Preserv revela que comercializou em torno de 80 milhões de unidades em 2012 e que seu crescimento é de 10% ao ano. O canal farma é o mais importante para a categoria, sen164

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categoria

Vendas maiores Para alavancar as vendas é preciso: • Manter uma boa administração dos sortimentos. O mercado oferece vasto índice de produtos, com diferentes apelos. A tendência são produtos que ofereçam diferencial de espessura, textura e sabor. • Valorizar a exposição dos produtos. Por causa da extensa variedade de marcas, é preciso garantir que o consumidor identifique as características de cada linha e possa decidir qual atende melhor às suas necessidades. • Além das gôndolas tradicionais, é preciso expor o produto em áreas de checkout, pois a compra muitas vezes é feita por impulso. • Estar atento aos lançamentos. É importante oferecer as novas versões que surgem mensalmente.

os jovens são os maiores consumidores de preservativos, entretanto, com o aumento da oferta de produtos para disfunção erétil, a média de idade do consumidor aumentou um pouco. as mulheres ainda se sentem intimidadas a comprar, mas estão mais conscientes da importância do uso para preservativos diferenciados, e de maior valor agregado, desta forma, o shopper acaba levando mais do que pretendia num primeiro momento. Segundo informa Denise Santos, os jovens são os maiores consumidores de preservativos, entretanto, com o aumento da oferta de produtos para disfunção erétil, a média de idade do consumidor aumentou um pouco. “Poderia ter aumentado mais, mas os homens mais velhos são os mais resistentes ao uso do preservativo.” Ela comenta que as mulheres ainda se sentem intimidadas a comprar, mas estão mais conscientes da importância do uso.

Exposição O varejista deve expor os preservativos próximos aos produtos de higiene pessoal separados por benefício, para facilitar a compra. “Os locais mais indicados são 166

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as áreas masculinas, próximas a aparelhos de barbear, e na área feminina, junto aos absorventes. As mulheres precisam ser levadas em consideração. O varejista deve se atentar a isso e expor o preservativo também em locais onde exista fluxo de mulheres, que são consumidoras em potencial.” O checkout é uma opção para ponto extra desse tipo de produto, já que são recorrentes as compras por impulso. A gerente de marketing da Prudence recomenda fazer uso de materiais promocionais para expor melhor os produtos, manter a gôndola arrumada, separar os produtos por benefícios, facilitando a escolha do consumidor, ter sempre lançamentos, pois esse segmento é repleto de novidades que, além de segurança, sirvam também como acessórios para proporcionar ainda mais prazer, como por exemplo: cores, aromas e sabores. A DKT do Brasil está sempre trabalhando para desenvolver produtos com benefícios agregados, como efeito retardante, efeito Hot ou Ice, ou ainda, preservativos texturizados, o que estimula o uso. Um dos produtos da Preserv é feito com poliuretano, o que aumenta o número de usuários, já que muitas pessoas são alérgicas ao látex. Os produtos são feitos sob medida. A empresa foca o público teen, pois percebe que os corpos do homem e da mulher crescem ao mesmo tempo. A Blowtex aposta em produtos com poliisopropeno – não contém látex natural –, substância que proporciona maior conforto e alta resistência. Sob medida para peles sensíveis, a camisinha é sucesso de vendas em vários países.


beleza

Fase

bela

Durante a gestação, a pele pode sofrer com estrias e manchas. As farmácias têm um importante arsenal para ajudar a evitar esses problemas P o r E g l e Le o na r di

A

A gravidez proporciona uma das mais importantes mudanças na vida de uma mulher. É um projeto de 40 semanas que, para ser muito bem-sucedido, precisa fundamentalmente que ela tome alguns cuidados para que seu corpo esteja saudável e possa suprir o novo ser. Nesse período, ocorre o processo natural de elasticidade intensa da pele, flacidez e aparecimento de estrias e manchas. “Estrias devem ser evitadas e prevenidas com muita dedi168

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cação, pois causam desgosto e desânimo após o parto. A prevenção mais eficaz é não engordar demasiadamente. Não há pele que resista a uma distensão exagerada”, diz a dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, Ligia Kogos. Segundo a médica, as estrias são zonas de pele atrofiada, que aparecem especialmente a partir do fotos: shutterstock/divulgação


beleza

sexto mês de gestação, quando a pele sofre uma grande distensão. A elasticidade atinge o limite de tensão e, logo depois, se rompe como uma meia de náilon que é esticada demais. As estrias da gravidez podem aparecer em qualquer tipo físico, dependendo do aumento de peso e do grau de distensão. “Claro que o abdômen deverá aumentar bastante, mas se não houver aumento de peso desnecessário, a pele poderá aguentar o estiramento sem se romper. Para isso deverá estar bem hidratada e lubrificada”, aconselha Ligia. Ela recomenda o uso de hidratantes potentes, contendo ativos altamente eficientes, como ureia, silicones, colágeno, vitamina E, extratos de avelã, macadâmia, uva, ou amêndoas e lactatos. Os cremes devem ser usados diariamente nas regiões mais críticas, tais como abdômen, busto e lateral das coxas. O gerente nacional de vendas da Biolab Dermocosméticos, Anderson Cardoso Alberto, explica que o mercado constituído com os produtos recomendados por especialistas e dirigidos às gestantes, de 2008 a 2011, cresceu mais de 40% ao ano, tanto em valores como em unidades, segundo números do IMS Health. Ele ressalta que os itens mais procurados pelas futuras mamães são os hidratantes formulados com ativos que tenham propriedades fornecedoras de hidratação intensiva, que suavizem e protejam a pele, prevenindo a formação de estrias. Além disso, há os filtros solares para prevenir o aparecimento de manchas gravídicas, conhecidas também como melasmas. “Elas buscam produtos que, de preferência, tenham sido desenvolvidos especialmente para gestantes e lactantes, não sejam oleosos e tenham aroma suave para não provocar enjoo”, ressalta o executivo. A aposta da Biolab no mercado de cosméticos para gestantes é alta, tanto que a empresa desenvolveu linhas específicas para esse público. A gerente de produto da empresa, Gisele Schaaf Lessa, explica que a linha Materskin foi desenvolvida para o cuidado da pele da gestante e da mamãe. O Materskin Loção, por exemplo, contém óleo de amêndoas doces combinado ao óleo de macadâmia e o de calêndula, que juntos prometem uma hidratação intensa e proporcionam melhor elasticidade da pele, prevenindo a formação de estrias. Já o Materskin FPS 30 foi desenvolvido para a prevenção do surgimento de manchas de gravidez (melasmas). Sua fórmula contém óleo de macadâmia, óleo de calêndula, vitamina E e filtros UVA/ UVB feitos especialmente para a gestante. “Para o pós-parto, a Biolab desenvolveu o Materskin PG, que combate a celulite e reduz medidas. Em sua fórmula o ativo Silanol (silício orgânico biologicamente ativo) con170

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hidratantes potentes, contendo ativos como ureia, silicones, colágeno, vitamina e, extratos de avelã, macadâmia, uva, ou amêndoas e lactatos devem ser usados diariamente nas regiões mais críticas fere atividade lipolítica e anticelulítica, estimula a microcirculação, deixando a pele com aspecto mais saudável e reduzindo medidas”, destaca a executiva.

Óleos amigos O diretor médico da União Química, Miguel Dra. Ligia Kogos, da Giudicissi, destaca que o SBD, recomenda o uso laboratório disponibiliza de hidratantes potentes, contendo ativos para as futuras mamães altamente eficientes, a linha MamyDrat que é durante a gestação uma loção hidratante corporal com óleo de amêndoas doces, óleo de macadâmia e óleo de calêndula. “Ela suaviza e ajuda a manter a elasticidade da pele, evitando ressecamentos e estiramentos que são responsáveis pelas indesejáveis estrias. A loção é hipoalergênica e possui três óleos importantíssimos para a hidratação da pele, pois criam uma barreira que evita a perda de água, prevenindo o ressecamento”, diz o médico. Já a Bayer disponibiliza o Luciara, um creme para a prevenção de estrias na gravidez, que hidrata e potencializa a elasticidade da pele, conforme expli-


beleza

nas prateleiras

Materskin A linha é composta de produtos para prevenir a formação de estrias durante a gestação e protetor solar para evitar manchas comuns nesse período. Para o pós-parto a Biolab desenvolveu uma fórmula que combate a celulite e reduz medidas. A linha é formulada com substâncias como o óleo de amêndoas doces, vitamina E e Silanol.

Luciara Creme criado para prevenir o surgimento de estrias durante a gestação. O produto penetra nas camadas mais profundas e promove hidratação epidérmica, modelando o comportamento dos fibroblastos para sintetizar e liberar colágeno.

Ensolei Para combater o problema da hiperpigmentação – muito comum na gravidez – foi criada a linha Ensolei. O produtos ajudam na redistribuição da melanina, auxiliando no clareamento das marcas já escurecidas. Para pele seca, há cremes que reduzem a irritação, além de promoverem hidratação e proteção contra os raios solares.

MamyDrat Para evitar ressecamento e estimular a elasticidade da pele, a loção hidratante corporal é composta de óleo de amêndoas doces, de calêndula e macadâmia. A combinação dos três óleos cria uma barreira que evita a perda de água e mantém a hidratação do corpo.

Manchas comuns ca o gerente de produtos da Unidade de Saúde Feminina da Bayer, Renato Klein. “Luciara possui ação hidrodual profunda, potencializando a elasticidade da pele e ajudando na prevenção das estrias. O produto penetra nas camadas mais profundas e promove a hidratação epidérmica total por meio dos canais de água formados pelas aquagliceroporinas”, explica o executivo. Ele complementa dizendo que o creme hidrata toda a epiderme, podendo modelar o comportamento dos fibroblastos para sintetizar e liberar o colágeno.

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guia da farmácia abril 2013

No período gestacional há um aumento do risco de hiperpigmentação – surgimento de marcas escurecidas na pele – e o uso de fotoprotetores pode trazer grandes benefícios para as gestantes. Para auxiliar no tratamento dessas marcas escurecidas, a empresa possui o Ensolei Emulsão Uniformizadora FPS 50, que unifica a tonalidade da pele e ajuda na redistribuição da melanina, auxiliando no clareamento desses sinais. Já para as peles ressecadas e com descamações, a marca possui os fotoprotetores Ensolei Fluido Protetor FPS 30 e Fluido Blo-


queador FPS 50. Segundo a empresa, ambos trazem propriedades calmantes que reduzem a irritação, promovem duplo mecanismo de hidratação e alta proteção contra os raios solares e luzes, causadores do envelhecimento cutâneo, além de protegerem o DNA celular. Os produtos contêm ativos que proporcionam sensoriais leves e suaves com hidratação cutânea, acalmando a pele sensível e atenuando os efeitos irritantes da exposição solar. “Esses ativos aumentam a expressão de Filagrina, o que proporciona o acréscimo do fator de hidratação natural da pele. Vale destacar que também são calmantes da pele, porque reduzem a irritação por meio de propriedades anti-inflamatórias e anti-irritantes”, defende o dermatologista e gerente médico de Dermatologia do Aché Laboratórios Farmacêuticos, Alexandre Miguel Fabris.

Gerenciando a categoria Para trabalhar a categoria no ponto de venda (PDV), primeiramente, a gestante deve receber cuidados especiais nessa fase tão importante. “Para isso, a grávida pode utilizar o atendimento preferencial em balcões e caixas. É importante que ela procure seguir as indicações dos farmacêuticos ou dos médicos para a utilização de loções e cremes na pele, e caso haja qualquer irritação, suspenda imediatamente o uso”, alerta Miguel Giudicissi, da União Química. Ele diz que, para o gerenciamento efetivo dessa categoria, as farmácias devem destinar espaços privilegiados nas gôndolas, ao alcance da gestante, com o objetivo de facilitar a visibilidade desses produtos sem causar esforços.

“Muitas mulheres estão propensas a trocar uma marca de cosmético se a experiência for positiva após a experimentação. Se houver a indicação de um farmacêutico, a credibilidade aumenta”, ressalta. Outro quesito que facilita o gerenciamento para esse setor é a correta exposição na gôndola, ponto fundamental para divulgação de uma boa embalagem. Para as gestantes, não basta ter quantidade, um grande volume de produtos, mas qualidade. Esse público busca produtos com diferenciação, e pagam por aquilo que lhes inspire confiança. Para Renato Klein, da Bayer, os itens devem sempre ser alocados nas farmácias nas gôndolas específicas de produtos destinados a esse público. “Essa não é uma categoria fácil de gerenciar. Existem alguns desafios. Entre eles, diversos outros competidores já consagrados e com familiaridade gigantesca”, ressalta ele. A gerente de trade marketing da Biolab Farmacêutica, Ana Cruzato, defende que a disponibilidade da linha de forma completa no PDV deverá trazer maior rentabilidade para o negócio. “Para isso, deve-se sempre expor a linha Mater junto à categoria de dermocosméticos, nunca junto aos simples cosméticos. Esse tipo de exposição errônea não passará a devida credibilidade de tratamento ou prevenção, conforme o propósito da linha”, alerta a executiva. Na gôndola, ou espaço dermo, a linha deve ser exposta também obedecendo a uma ordem cronológica de uso. 2013 abril guia da farmácia

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institucional abradilan

O sucesso da ABRADILAN FARMA & HPC 2013

www.abradilan.com.br

a cada edição demonstramos aos nossos expositores e visitantes que o evento possibilita excelente forma de relacionamento e negócios

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P o r J U L I A N O C U NHA V I NHA L - pr es i de nte do Co n se lh o Di ret iv o d a Abr ad ilan

Quero agradecer a presença de todos que compareceram à Abradilan Farma & HPC 2013. Quero agradecer o empenho de todos os associados, diretores, assessores, equipe Abradilan, e a todos aqueles profissionais que de alguma maneira contribuíram para o sucesso do nosso evento. Agradeço também aos nossos patrocinadores e expositores pela credibilidade demonstrada e por acreditar nos nossos projetos. Nesta 9ª Edição da Abradilan Farma & HPC, tivemos a oportunidade de aprender com as palestras proferidas durante o período de feira.

A Abradilan Farma & HPC vem superando expectativas a cada edição e demonstrando aos nossos expositores e visitantes que o evento possibilita excelente forma de relacionamento e negócios, enriquecido pelo compromisso com a difusão de um conjunto de princípios voltados ao desenvolvimento dos expositores, do setor de distribuição e varejo de produtos farmacêuticos e HPC no Brasil. Diante disso, convido a todos os laboratórios farmacêuticos, as empresas de produtos para saúde, HPC, empresas de serviços para participarem da nossa próxima feira que será realizada

em março de 2014 na cidade de Fortaleza (CE) de 19 a 21 de março. Já temos vários expositores confirmados, tais como: laboratórios farmacêuticos, empresas de produtos para a saúde, empresas de HPC e empresas de serviços. Por isso, não deixem para a última hora, reservem já o seu estande. Espero que todos tenham feito bons negócios e extraído excelente proveito de tudo o que o nosso evento pode oferecer. Muito obrigado a todos pela honrosa presença e espero nos encontrarmos na Abradilan Farma & HPC 2014.

Empresas sócias colaboradoras da Abradilan 174

guia da farmácia abril 2013


institucional FQM - Tanyx

FQM inova com

aparelho que combate a dor Tanyx é um dispositivo que libera pequenas descargas elétricas que estimulam mecanismos fisiológicos analgésicos

A P o r E g l e l e ona r di

Imagem meramente ilustrativa

A Farmoquímica disponibilizou às farmácias nacionais, desde fevereiro deste ano, um novo produto destinado a aliviar a dor: Tanyx. Trata-se de um auxiliar no tratamento de diversos tipos de dor que acelera os resultados, sendo um importante aliado de médicos e fisioterapeutas. De acordo com o gerente do produto, Fernando Martins, Tanyx é um dispositivo portátil e autoaplicável, registrado na Anvisa como produto para a saúde: “É uma versão menor, sem fios e mais fácil de usar do que outros aparelhos de eletroestimulação nervosa transcutânea (TENS). Ele proporciona analgesia praticamente imediata por meio de estímulos elétricos”. O produto foi desenvolvido porque sua utilização constitui um método eficaz sem efeitos colaterais, sendo um aliado no controle da dor. Assim, Tanyx minimiza o tratamento padrão, quando são prescritos diversos medicamentos que podem causar efeitos colaterais e prejuízos em curto e longo prazos. “É um complemento para os tratamentos convencionais no alívio das mais diversas dores, já que acelera os resultados de forma prática e segura. A aplicação deve ser no local da dor ou o mais próximo dela possível”, explica o assessor médico da Farmoquímica, Willians Lorenzatto. O aparelho foi desenvolvido para que qualquer um possa utilizá-lo, sem o auxílio direto do especialista. Quando aplicado sobre a pele, o dispositivo libera pequenas descargas elétricas que esti178

guia da farmácia abril 2013

Como Tanyx age A eletroestimulação nervosa transcutânea convencional (TENS) oferece um modo não invasivo e não medicamentoso de controle ou redução da dor. TENS tem sido usado pela medicina durante várias décadas e há várias explicações de como a aplicação do TENS age. De modo simples, TENS controla a dor interferindo na sua transmissão até o cérebro. O método aumenta a liberação de substâncias químicas naturais de redução da dor, que são produzidas pelo corpo e aumentam a circulação ou o relaxamento muscular. O mecanismo causa uma diminuição da sensibilidade do local. fotos: divulgação


www.fqm.com.br www.herbarium.net

Informações técnicas

Empresas do Grupo FQM Além da Farmoquímica, o Grupo FQM é formado pelo Herbarium e pela INVICTUS. A Farmoquímica é uma indústria voltada majoritariamente para o segmento de prescrição médica há oito décadas, tendo em seu portfólio vários produtos líderes de mercado. Já o Herbarium é referência em fitoterapia no Brasil, com 28 anos de existência e detentor do maior número de fitoterápicos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A INVICTUS é fabricante de alimentos funcionais e probióticos.

mulam mecanismos fisiológicos analgésicos. “A intensidade e a frequência dessas descargas reconhecidamente são eficazes contra a dor e totalmente inócuas”, destaca Lorenzatto. Para melhores resultados recomendam-se aplicações de 20 minutos, duas vezes ao dia, porém podem se estender por mais tempo. “Tanyx está indicado para tratamento da lombalgia, osteoartrite e artrose, tendinite crônica, dorsalgia (dor nas costas), cervicalgia (dor no pescoço) e outras dores musculares crônicas”, segundo o médico.

A Farmoquímica A empresa faz parte do Grupo FQM e é uma indústria farmacêutica que atua nas principais especialidades médi-

• Tanyx tem frequência fixa de 85 Hz e dois padrões de pulso elétrico: contínuo e intermitente. •Três regulagens de intensidade: alta, média e baixa. • Aplicações de 20 minutos, duas vezes ao dia (mas pode ser utilizado por períodos mais longos). • Apresenta uma bateria interna. Ao término dessa bateria o aparelho deve ser descartado. • Para ligar o aparelho, basta pressionar o botão liga/desliga por três segundos. Em seguida, deve-se selecionar a intensidade desejada (L, M ou H) para que a eletroestimulação seja iniciada. • Duração da bateria é de aproximadamente 4 a 6 horas (até 18 sessões). • Cada embalagem possui dois géis que devem ser aderidos ao aparelho, para que o Tanyx seja aplicado pelo próprio paciente. cas, como cardiologia, clínica geral, dermatologia ginecologia e obstetrícia, ortopedia e reumatologia, otorrinolaringologia, pediatria e pneumologia. Essas linhas detêm medicamentos inovadores, obtidos por meio de desenvolvimento local e licenças internacionais exclusivas. Sua fábrica está localizada no Rio de Janeiro (RJ) e ocupa área de 26 mil metros quadrados. No local são produzidos sólidos, líquidos orais, gotas, pomadas, injetáveis e sólidos hormonais. A linha de produtos conta com mais de 40 medicamentos de marca, que atuam em diversos segmentos terapêuticos e estão presentes em mais de 90% das farmácias de todo o Brasil, cuidando assim da saúde desde a infância até a maturidade. 2013 abril guia da farmácia

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evento

Exposição

de sucesso Pela nona vez, a Abradilan conseguiu reunir as principais empresas do setor farmacêutico em um dos eventos mais importantes do mercado Por flávia corbó 180

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Entre os dias 20 e 22 de março, o Rio de Janeiro vivenciou momentos de intensa troca de experiências, conhecimento, networking, assinaturas de contratos e lançamentos de novos produtos no mercado. Os maiores players do setor farmacêutico marcaram presença na Abradilan Farma & HPC 2013, com estratégias diferenciadas para obter destaque entre tantos expositores. A Natulab, por exemplo, chegou à feira com 17 lançamentos, muitos deles da área de suplementos e nutrição esportiva, desenvolvidos pela companhia após a aquisição da Naturelife. fotos: gabriel godoy/luciana bandeira


em geral, o discurso dos expositores presentes na abradilan soa bem positivo. nem os abalos da economia mundial parecem preocupar as empresas que atuam no mercado brasileiro sa. Os lançamentos produzidos a partir desse investimento foram apresentados durante a Abradilan. “Este é um momento único de trocar experiência com clientes e fornecedores, mostrar as novidades da empresa e trazer o que tem de novo no setor para dentro da empresa, para que a gente possa se posicionar cada vez melhor no mercado”, explica o diretor de marketing do Teuto/Pfizer, Ítalo Melo. Já a Germed, fabricante de genéricos pertencente ao grupo EMS, utilizou a presença no evento principalmente para apurar o relacionamento com distribuidores de pontos de venda (PDVs) independentes. “Nas grandes redes, a gente não consegue penetração por conta da blindagem de outros concorrentes, então atuamos nos negócios de médio e pequeno porte. Os distribuidores associados à Abradilan são os que melhor atendem as nossas necessidades”, relata o gerente regional do Rio de Janeiro e Espírito Santo da Germed, Sérgio Pereira Júnior.

Aposta de mercado

“A busca pelo bem-estar e prevenção é de fundamental importância. É um mercado latente, que cresce até mais que os medicamentos. Há um espaço muito grande para crescimento no Brasil e acreditamos que mais pra frente terá a força do mercado de cosméticos”, afirmou o diretor comercial da Natulab, Milton Júnior. A aposta no potencial do setor farmacêutico também foi o que estimulou o Teuto a investir R$ 40 milhões na expansão da fábrica instalada em Anápolis (GO), com o objetivo de dobrar a capacidade produtiva da empre-

Diversas companhias farmacêuticas presentes no evento mostraram que os genéricos são a aposta da vez. Nem mesmo a desaceleração apresentada pelo segmento no ano de 2012 foi capaz de abalar a confiança dos profissionais do setor. “Desde 2000, o mercado vem em uma crescente vertiginosa, mas já era sabido que, em algum momento, esse ritmo alucinante ia diminuir. Quanto mais moléculas são lançadas, menos substâncias novas existem para serem exploradas. Mas a classe C vem crescendo e isso vai aumentar a possibilidade de novos consumidores dos genéricos. Acredito que ainda temos muitos frutos para colher”, avalia o diretor comercial da divisão genéricos da Neo Química, Fernando Marinheiro. A mesma aposta é feita pela Pharlab que, após a fusão com a multinacional Biogaran, reforçou o foco na produção de genéricos. A empresa espera contar com a expertise da companhia francesa para ampliar a gama 2013 abril guia da farmácia

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evento

O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, realizou uma Conferência Magna durante o evento

A editora-chefe do Guia da Farmácia, Lígia Favoretto, entrevistou o palestrante do Espaço do Conhecimento, Marcelo Cristian, da Desenvolva Consultoria e Treinamento

A Medquímica criou um estande animado, com roda de samba, para atrair os visitantes

A Natulab trouxe 17 lançamentos de produtos para a Abradilan Farma & HPC 2013 182

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É um momento único de trocar experiência com clientes e fornecedores, mostrar as novidades da empresa e trazer o que tem de novo no setor para dentro da empresa A Hypermarcas esteve presente tanto com linha de cosméticos como de genéricos e similares

Simuladores de corrida fizeram a diversão dos visitantes do estande do Teuto/Pfizer

de produtos e, com isso, conquistar uma fatia maior do mercado. “O aumento de portfólio é um projeto de médio a longo prazo. Começamos a pensar agora em todas as moléculas que vamos trabalhar daqui a três e seis anos. Temos planos extremamente audaciosos”, garante o diretor comercial da empresa, Bernardo de Castro O investimento em novos lançamentos também é a estratégia adotada pela Germed para fugir da guerra de preços em que se encontra atualmente o mercado de medicamentos. De acordo com Sérgio Pereira Júnior, esse fator é o único que traz preocupação aos executivos da área. “Decidimos que não vamos entrar nessa briga. Existem empresas colocando medicamentos quase de graça nas farmácias, mas tenho certeza de que esses produtos não trazem rentabilidade para a empresa, não se pagam. É só pra ganhar participação de mercado”, critíca o gerente. Polêmicas à parte, em geral, o discurso dos expositores presentes na Abradilan soa bem positivo. Nem os abalos da economia mundial parecem preocupar as empresas que atuam no mercado brasileiro. “Existem outros setores que sentem mais rápido os efeitos de uma crise econômica. O mercado farmacêutico, além de vender um produto essencial, vem apresentando algumas alternativas para a população, em momentos de dificuldades de financeiras. O setor tem uma capacidade de mudança muito rápida, apresenta produtos diferenciados e maneiras de consumo diversas, por isso se abala menos que os outros”, avalia o gerente de marketing do laboratório Catarinense, Paulínio Duarte 2013 abril guia da farmácia

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evento

Cerca de 25 mil pessoas circularam pelo Riocentro nos três dias de evento

Efeito colateral Essa força do mercado farmacêutico acaba beneficiando também outros setores, como o de logística. “Dentre todos os segmentos em que nós atuamos, como confecção e cosméticos, o único que cresceu, ao invés de estacionar ou acompanhar o Produto Interno Bruto (PIB), foi o farma. E, com isso, óbvio que nós crescemos juntos”, revela gerente comercial da divisão Rio de Janeiro da Ativa, Elizabete Freitas. Mas o que é bom poderia ser ainda melhor, não fossem alguns entraves ocasionados pela falta de infraestrutura do País. “A nossa malha rodoviária é muito escassa. O transporte no Brasil não acompanha nunca a evolução vista lá fora. Então, isso dificulta e encarece o nosso frete”, destaca. Menos prejudicado pelas barreiras de transporte, o segmento de correlatos também se beneficia com o fortalecimento do canal farma. “O consumidor cada vez mais entende que consegue encontrar esses produtos na farmácia, então este canal está se consolidando como um ponto de venda importante”, afirma o coordenador de marketing da G-Tech, Pedro Henrique Abreu. Além disso, com a forte regulação de preços dos medicamentos, os correlatos se tornam uma alterna184

guia da farmácia abril 2013

Além de laboratórios, a FlexSide, empresa de mobiliário farmacêutico, participou do evento

tiva para elevar a rentabilidade das lojas. “Os produtos têm um valor agregado muito alto, então isso ajuda muito no faturamento das farmácias. Os correlatos vêm ganhando muito espaço nas prateleiras”, afirma a gerente de marketing da Soniclear, Talita de Almeida.

Saldo final Após três dias de aprendizado, novos contatos e negócios fechados, expositores e visitantes saíram satisfeitos com a participação no evento. “Ao longo dos anos, a feira tem crescido em qualidade. Às vezes pode parecer que não está muito cheia, mas quantidade nem sempre quer dizer qualidade de público. Na Abradilan, as visitas são bem mais qualificadas, a gente vem pra falar de negócio”, declarou o diretor comercial da Pharlab, Bernardo de Castro. O presidente da Abradilan, Juliano Cunha Vinhal, também demonstrou satisfação com o trabalho empreendido. “Tivemos um recorde de público, os expositores ficaram impressionados com o volume de negócios e o Espaço do Conhecimento veio para agregar na parte de HPC, que tanto precisávamos”. E que venha 2014!


sempre em dia

Aposta quente Os tons de batons para o inverno são vinho, roxo e vermelho. Abasteça as gôndolas e comunique a novidade às clientes

Tons de inverno

Para o próximo inverno a aposta está nas cores de batons fortes que transitam pelos tons de vinho, roxo e vermelho. A Verídica It, antenada com as tendências de make-up, possui em sua coleção diversas opções que combinam com os mais variados estilos e ocasiões. Ricos em vitamina E, eles garantem hidratação máxima aos lábios. Além de cobertura perfeita e longa duração. Preço sugerido: R$ 8,50 Na gôndola: maquiagens/checkout Site: www.veridicait.com.br 186

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Elegância na ponta dos dedos Baseado em uma técnica de nail art criada recentemente no Japão, a Super Pérola lança os Nail Blades, kits com esmaltes e fitas metálicas autocolantes. Com esse novo acessório, é possível deixar as unhas com um visual fino e sofisticado, de forma rápida e prática, ideal para a correria do dia a dia. Preço sugerido: R$ 7,00 Na gôndola: esmaltes/checkout Site: www.superperola.com.br fotos: shutterstock/divulgação


sempre em dia

Limpeza diária

Os cuidados com a higiene diária íntima são uma preocupação de toda mulher. Para deixá-la mais segura e protegida, a Muriel desenvolveu um sabonete líquido íntimo. O produto é formulado com aloe vera e ingredientes suaves, que proporcionam uma agradável sensação de conforto e asseguram uma higiene completa e delicada. Preço sugerido: R$ 12,00 Na gôndola: higiene íntima Site: www.muriel.com.br

Esmaltes fashion

Ao criar as cores que estarão em alta na próxima estação, Risqué usou como inspiração o trabalho de estilistas renomados que voltam seus olhares para técnicas tipicamente brasileiras e as unem às tendências mundiais. Os esmaltes da coleção “Brasil por Risqué. Moda” nasceram da mistura entre o tradicional e o sofisticado, em parceria com a Santaconstancia, tecelagem de Costanza Pascolato, ícone da moda nacional. A linha conta com tons acinzentados, marrom, vermelho e roxo. Preço sugerido: R$ 3,10 Na gôndola: esmaltes/checkout Site: www.risque.com.br 188

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De cara nova

A marca de xampu anticaspa head&shoulders traz novidade na comunicação da linha masculina para 2013. As versões head&shoulders Menthol Refrescante e Prevenção Contra Queda para Homem contarão com novas embalagens. Desenvolvida pela agência Nice, a mudança no design, além de estar mais masculina, ressalta o benefício de cada produto. No caso do Menthol Refrescante, a nova embalagem traz elementos da natureza, que destacam a refrescância do produto. Preço sugerido: R$ 10,29 Na gôndola: cabelos Site: www.pg.com/pt_BR/

Da cor do verão A Verídica It desenvolveu o Pó Compacto Iluminador Bronzeador Coleção Rosé, disponível em três cores adequadas a todas as tonalidades de pele. Formulado com vitamina E, possui leve pigmentação com textura ultrafina que proporciona acabamento uniforme e aveludado. O produto é de fácil aplicação, possui boa fixação e age no controle da oleosidade. Preço sugerido: R$ 11,40 Na gôndola: maquiagens Site: www.veridicait.com.br


sempre em dia

Pele dourada o ano todo

Bronzear a pele sem danos e exposição solar é possível. Para isso, a Omnes Perfumes & Cosméticos apresenta sua linha Tahiti Summer Bronze, composta por esfoliante, autobronzeador e hidratante que garantem uma pele bronzeada e uniforme. Os produtos são formulados com os melhores ingredientes e o que há de mais moderno para esse conceito. Uma alternativa segura, rápida e eficaz para quem almeja um tom dourado o ano todo. Preço sugerido: Esfoliante – R$ 25,90, Autobronzeador – R$ 59,90, Hidratante – R$ 26,90 Na gôndola: pele Site: www.omnes.com.br

MAKE DE ESTRELA Contra o brilho

A Vichy lança seu primeiro primer – Normaderm Total Mat – cuidado antibrilho e antiumidade, além de hidratação por 24 horas. Com textura inovadora toque seco, o produto funciona como uma excelente base para maquiagem, agindo no controle de todas as causas do brilho, proporcionando a sensação de uma pele limpa e seca ao longo do dia.

Preço sugerido: R$ 58,90 Na gôndola: dermocosméticos Site: www.vichy.com.br

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A marca Star, jovem e com identidade superfeminina, desenvolveu embalagens e produtos coloridos, lúdicos e divertidos. A linha apresenta mais de 20 itens, como lápis labial, lápis de olho, estojos de brilho para os lábios e de sombras, além de 24 cores de esmalte. Os estojos da marca são portáteis e multifuncionais, em sintonia com o universo fashion, que evidencia a importância das cores e da vivacidade quando o assunto é maquiagem. Preço sugerido: R$ 8,00 (lápis) Na gôndola: pele/maquiagens/checkout Site: www.starcosmeticos.com.br


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