Suplemento Especial - Suplementação e Vitaminas

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ESPECIAL

Pa rte i n te g r a n te do a n o x x | n º 252 | n o vem b r o de 2 0 1 3

SUPLEMENTAÇÃO

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OPORTUNIDADE

SUPLEMENTAÇÃO NA DIETA E NOS

RESULTADOS SUPLEMENTOS ALIMENTARES/ESPORTIVOS E VITAMINAS CHEGAM A REPRESENTAR 25% DO FATURAMENTO DAS FARMÁCIAS E TRAZEM GANHOS QUE PODEM CHEGAR A 60% SOBRE O VALOR DE REVENDA Textos Kathlen Ramos

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iretamente relacionados com saúde, beleza e bem-estar, os suplementos alimentares/ esportivos e vitaminas são considerados a categoria do futuro, já que se enquadram, perfeitamente, aos novos objetivos da população em geral. “O grande foco de crescimento desses produtos está vinculado à qualidade de vida. A cada dia as pessoas estão mais preocupadas com saúde e bem-estar e este é um ponto forte e positivo para suplementos e vitaminas”, considera o diretor comercial da Midway, Júlio Colle. Somada e interligada a essa preocupação com hábitos saudáveis está o crescimento da prática esportiva no País. Essa tendência é reforçada pelo destaque do Brasil em grandes eventos do setor, como a Copa do Mundo, em 2014, e Olimpíada, em 2016, o que também pode ser positivo para o aumento do consumo dessas categorias. “O Brasil está ‘na moda’, e as principais competições esportivas do mundo serão aqui realizadas. Com certeza isto é um incentivo e gerador de um maior número de consumidores para estas categorias”, considera o gerente nacional de vendas da Nutrilatina, Marcelo Fernandes. Embora a categoria ainda esteja ganhando força no mercado brasileiro quando comparado com os resultados obtivos nos EUA – onde a penetração desses produtos chega a atingir 60% dos lares –, os resultados 6 ESPECIAL SUPLEMENTAÇÃO E VITAMINAS | NOV 2013

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da indústria por aqui se mostram extremamente promissores. “De acordo com dados do IMS Health, apenas o mercado de vitaminas, com mais de 1,3 mil SKUs, movimentou R$ 2,3 bilhões em 2012, com crescimento de 15,1% em relação a 2011”, revela Fernandes, acrescentando que, com o esclarecimento da população e a busca por melhorias na qualidade de vida, a categoria de suplementos e vitaminas deve manter a taxa de crescimento anual superior a dois dígitos nos próximos cinco anos. Dados também do IMS, divulgados por Centrum, apontam que a categoria de multivitamínicos movimentou mais de R$ 400 milhões em valor e 15 milhões de unidades em volume em 2012. “Em relação a 2011, o crescimento em valor foi de 9% e de 13% em unidades”, calcula a gerente de marketing Centrum, Bruna Fausto. A gerente de produto de Pharmaton, Joyce Aquino, projeta resultados bastante positivos para 2013. “A expectativa que tínhamos para este ano está sendo superada. A categoria de multivitamínicos cresce a uma taxa de 15%, quando imaginávamos algo em torno de 12%. Apostamos no alto interesse do varejo nos multivitamínicos em trabalhar melhor a visibilidade e exposição nos PDVs, dada a possibilidade de aumento do tíquete médio e rentabilidade atrativa da categoria”, visualiza a especialista. Bruna Fausto acredita, inclusive, FOTOS SHUTTERSTOCK

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que esse crescimento deve continu- Faturamento do mercado de vitaminas e suplementos ar não só em 2013 mas também nos Mat. 12/2011 Mat. 12/2012 Variação Classe terapêutica anos seguintes. “Temos um potencial (milhões) (milhões) (%) de crescimento enorme. A expectaPolivitamínicos com minerais R$ 674,1 0 R$ 733,50 +8,81 tiva é que o segmento quadruplique Vitamina C, inclusive associada a minerais R$ 268,60 R$ 301,70 +12,3 nos próximos cinco anos. As prinVitamina B1 e associações R$ 99,60 R$ 121,60 +22 cipais apostas de Pfizer estarão na Complexo B R$ 74,10 R$ 78,90 +6,4 especificidade. Hoje a empresa tem Vitaminas A e D, incluindo associação de ambas R$ 53,80 R$ 99,90 +85,6 um alto investimento em produtos Outras vitaminas R$ 42 R$ 48,60 +15,71 adequados às necessidades do conPolivitamínicos puros R$ 30,20 R$ 43,50 +44 sumidor”, revela Bruna. Aliás, trazer produtos cada vez mais específicos Suplementos proteicos R$ 24,20 R$ 40,90 +69 para as necessidades do consumiVitamina B12 pura R$ 12,20 R$ 5,30 -56,5 dor deve ser uma tendência para a Outros suplementos minerais R$ 10,40 R$ 15,10 +45,1 categoria. “Recentemente, Centrum Fonte: IMS Health lançou o primeiro multivitamínico com mas, hoje, nas próprias embalagens, muitas indústrias níveis adequados de vitaminas e minerais para homens e mulheres. Centrum Homem contém níveis ajustados já tentam reverter esse fato, esclarecendo que são ‘zepara garantir a saúde muscular do homem com níveis ro caloria’. Os mitos ainda existem, mas parecem estar mais altos de magnésio, vitamina D, K e B6. Já Centrum menos fortes do que antes. Somado a isso, vê-se o aumento do poder aquisitivo da população, que também Mulher contém níveis mais altos de ferro, ácido fólico e cálcio, importante para toda mulher”, revela Bruna. reflete nos resultados da categoria”, conclui. O presidente da Federação Brasileira das Redes Outra grande vantagem é que, por serem classificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária Associativistas de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, considera que as oportunidades de crescimento aumen(Anvisa) na categoria de alimentos, esses produtos tam na medida em que os brasileiros passam a conhecer têm o preço liberado. mais a categoria. “Há pouco tempo, a categoria era tratada como medicamento. Além disso, muitos acreditavam Farmácias apostam nesse mercado que esses produtos poderiam levar ao aumento de peso, No canal farma, as margens de lucros com suplementos e vitaminas são bastante convidativas. “No mercado ainda existe uma variação muito grande de markup para esta categoria, podendo a chegar ate 60%”, revela Júlio Colle, da Midway. A gerente de marketing Centrum, Bruna Fausto, afirma, ainda, que a relevância da categoria nas farmácias é bastante grande no universo de produtos isentos de prescrição. “As vitaminas são ‘top 3’ do mercado de OTCs, tanto em 1) Redoxon BCN (Bayer Consumo) valor quanto em unidades. Vale reforçar, ainda, que segundo pesquisas do IMS, a categoria de suplementos 2) Cewin (Sanofi Avents) alimentares/esportivos e vitaminas representa 25% do 3) Cenevit (Legrand) faturamento das farmácias. 4) Redoxon Zinco (Bayer Consumo) Atentas a esses números expressivos, algumas lojas 5) Complexo B (EMS Pharma) já desenvolvem trabalhos especiais com esses pro6) Centrum NF (Pfizer Consulmer) dutos. As farmácias que saíram na frente já criaram o 7) Cebion (Merck Serono) Espaço Fitness em seus estabelecimentos e já colhem 8) Vitergyl C (Cifarma) frutos em seu faturamento. Aliás, os suplementos são, 9) Glucerna (Abbott) hoje, uma realidade dentro do canal farma. Muitos con10) Energil C (EMS Pharma) sumidores criaram o hábito de comprar em farmácias pela facilidade na hora da compra, formas de pagaFonte: IMS Health/Ranking mento e pela própria conveniência. Mat. 6/2013 – unidades

mais vendidos do Brasil

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Público infantil é destaque

Na categoria de complementos alimentares, o público infantil é o grande destaque, o que aponta um direcionamento importante para as farmácias. “Ano passado fizemos uma pesquisa com mães brasileiras e identificamos que 33% das mães entrevistadas apontaram que seus filhos são comedores seletivos, ou seja, excluem determinados grupos de alimentos, como verduras e legumes, pulam refeições, comem muito pouco, entre outros. Infelizmente, algumas carências nutricionais ainda fazem parte da realidade de nossas crianças, e, em alguns desses casos, o nutricionista indica um complemento alimentar. Com base nessa percepção, acreditamos que este mercado tem

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Fontes: Para vitaminas e emagrecedores, PMB IMS MAT dez/2012. Para suplementos, Euromonitor mai/2012. Todos os dados foram fornecidos pela Nutrilatina

excelente oportunidade de crescimento”, prevê a diretora de marketing da Mead Johnson Nutrition, Daniela Degani. Para as farmácias, a rentabilidade com esses produtos também tende a ser alta. “A categoria de complementos é a mais rentável ao considerar os modificadores de leite atrelados à nutrição infantil. Uma lata de Sustagen equivale à, aproximadamente, 15 latas de um achocolatado comum em rentabilidade. Além disso, fideliza as mães de classe A/B, público com alto poder de consumo ao ponto de venda”, pondera Daniela. Dados do IMS Health revelam que as formulações pediátricas movimentaram, em 2012, R$ 372 milhões em valor e 16,3 milhões de unidades em volume, alta de 42% e 24,42%, respectivamente, em relação a 2011.

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Indústria

ainda existem

obstáculos Déficit de matéria-prima para a composição dos produtos, falta de mão de obra qualificada e escassez de fornecedores são alguns dos desafios que a indústria de suplementos e vitaminas precisa vencer

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ssim como acontece em muitos setores da indústria farmacêutica, a área de suplementação e vitaminas também enfrenta alguns obstáculos que dificultam a maior prosperidade do segmento no País. O primeiro deles é o déficit de matérias-primas para a composição dos produtos. “Buscamos ingredientes diferenciados, muitas vezes com ação funcional, que são tendência nos estudos científicos. No entanto, na maioria dos casos, temos de trazer esses insumos de fora, porque dificilmente são oferecidos no Brasil. Dessa forma, nos resta importar e a preços altos, pois priorizamos insumos de qualidade. Em algumas situações, ficamos presos a um único fornecedor”, relata a PhD em nutrição, coordenadora do Centro de Pesquisas e gerente de P&D da Sanavita, Dra. Andréa Dario Frias. Segundo a especialista, outro problema 10 especial suplementação e vitaminas | nov 2013

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que intimida os investidores brasileiros no desenvolvimento e oferta de novos ingredientes é a forte concorrência de insumos chineses. “Eles nem sempre são de boa qualidade, mas apresentam preços atrativos. Esperamos que esse cenário se altere ao longo dos anos e possamos, em breve, fazer bons negócios com parceiros nacionais”, projeta. Outro problema em se trabalhar com matérias-primas importadas, hoje, está na oscilação do dólar. A moeda norte-americana já acumula valorização superior a 10% no ano frente ao real. “Existe uma grande porcentagem de matérias-primas importadas para a produção de suplementos no Brasil, com isso toda categoria sofre com a variação de dólar”, diz o diretor comercial da Midway, Júlio Colle.

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Déficit de mão de obra Outro desafio que precisa ser vencido no setor de suplementação e vitaminas é o déficit de mão de obra utilizada nas fábricas, durante o desenvolvimento dos produtos. Mas esse já é um problema que prejudica o crescimento do País como um todo. Segundo a pesquisa Escassez de Talentos 2013, desenvolvida pela empresa especializada em recursos humanos ManpowerGroup, dos 40 mil empregadores (presentes em 42 países) que participaram da pesquisa, mais de um em cada três relataram dificuldade em preencher vagas como resultado de uma falta de candidatos adequados. E, pelo segundo ano consecutivo, as faltas de talentos mais graves foram relatadas no Japão (85%) e no Brasil (68%). E, quando perguntados os principais fatores que contribuíram para a escassez de talentos que enfrentam, a maior parte dos empregadores (34%) respondeu que o maior percentual se deu pela falta de competências técnicas específicas (ou hard skills) necessárias para uma determinada função, seguida por uma simples falta de candidatos (32%). A pesquisa apontou, ainda, que, para os empregadores brasileiros, a escassez de talentos está mais associada à rotatividade de empregados. A especialista da Sanavita acredita que, embora o cenário de déficit de mão de obra tenha melhorado no Brasil ao longo dos anos, esse problema ainda é uma realidade que persiste no País. “Para cargos mais altos, de supervisores e gerentes, por exemplo, conseguimos bons profissionais. No entanto, ainda temos dificuldade na contratação de colaboradores para cargos operacionais, como os de produção e logística. Observamos que a desqualificação desses trabalhadores é um reflexo de graves problemas estruturais nos modelos educacionais adotados, que formam pessoas despreparadas para encarar os desafios e a nova realidade econômica do Brasil”, acredita. A pesquisa da ManpowerGroup também revelou que, entre os empregadores que utilizam o foco nas pessoas para resolver lacunas de habilidade, a maior parte oferece treinamento e oportunidades de desenvolvimento para o pessoal que já trabalha na empresa (23%). A Sanavita segue nessa linha. “Para contornar esse problema, investimos na capacitação profissional de nossos colaboradores, oferecendo treinamentos constantes e cursos específicos que ajudam a desenvolver novos conhecimentos e habilidades”, conta a Dra. Andréa.

Entraves na liberação Outro grande problema enfrentado pela indústria nacional é a liberação de produtos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na visão da gerente de P&D da Sanavita, Dra. Andréa Dario Frias. “A Agência possui regras que limitam ou impedem a comercialização de suplementos com determinados ingredientes, já avaliados e utilizados em outros países. No entanto, isso não a tem impedido de liberar a venda de suplementos importados, contendo essas mesmas substâncias”, argumenta. Outro ponto de entrave, na visão da executiva, é que muitos suplementos importados possuem níveis de nutrientes que ultrapassam a ingestão diária recomendada (IDR) por porção estabelecida pela Anvisa, o que torna a competição ainda mais desleal. “A indústria brasileira é obrigada a seguir tal regra. Neste caso, os níveis de nutrientes em suplementos nacionais não podem ultrapassar 100% da IDR”, diz, ponderando que, neste ano, há um movimento favorável da Agência no sentido de atualizar o panorama normativo que rege a indústria da suplementação nutricional. “Esperamos que as normas existentes sejam atualizadas o mais rápido possível, e que os consumidores brasileiros possam ter acesso a uma maior variedade de produtos diferenciados, assim como já ocorre nos Estados Unidos e países da Europa e Ásia”, espera a especialista da Sanativa. O diretor de marketing da Atlhetica Nutrition, Eduardo Mondini, lembra que a quantidade de fornecedores e matérias-primas vem melhorando gradativamente, mas ainda existe demanda por mais fornecedores, como, por exemplo, o de embalagens. “As empresas no Brasil têm condições de produzir suplementos inovadores e de qualidade, entretanto, existe uma grande dificuldade de se obter registros, o que faz com o Brasil não tenha a oferta de suplementos nutricionais que os profissionais de saúde buscam e os consumidores necessitam.”

Tendências internacionais são fortes no segmento Em outros continentes, como o europeu e o norte-americano, de acordo com as fabricantes brasileiras, existe mais facilidade na liberação de novas substâncias, bem como mais incentivo a pesquisas. Por isso que, no Brasil, as tendências internacionais estão tão presentes nesse segmento, sobretudo no que diz respeito a fabricação, formulações, embalagens e apresentação. “Hoje, a maioria das pesquisas acontece em outros países, especialmente Estados Unidos, Canadá e países europeus e asiáticos, considerados referências em suplementação alimentar. Nesses países existe um maior incentivo para a pesquisa nov 2013 | especial suplementação e vitaminas 11

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Indústria

400% nos últimos três anos. A nossa principal aposta é trazer produtos com propostas inovadoras, formulações diferenciadas, embalagens mais práticas e criativas. Este é um mercado muito dinâmico que exige que as marcas busquem inovar e se renovar”, conclui.

Grande potencial local para criação de novas fórmulas

e os trâmites para registro e deferimento de uma determinada substância ou alimento são mais rápidos. Por aqui, o processo para avaliação de um ingrediente ou um novo alimento é muito demorado, e o risco de indeferimento é grande. Sendo assim, existe uma tendência em seguir o que está acontecendo lá fora”, justifica Dra. Andréa Frias, acrescentando que a empresa possui um Centro de Pesquisas, formado por especialistas, mestres e doutores, que acompanha, diariamente, a publicação de novos estudos na área e participa de eventos nacionais e internacionais, com o objetivo de conhecer as principais tendências desse mercado. Além disso, a companhia também conduz os próprios estudos com os produtos que desenvolvem em importantes universidades e instituições de pesquisas do Brasil, como USP, Unicamp, Unifesp, entre outras. “As fórmulas dos nossos suplementos seguem à risca as concentrações indicadas na literatura científica para substâncias com ações fisiológicas/metabólicas, e, muitas vezes, deixamos de lucrar e investir em tendências, por não encontrarmos evidências científicas que comprovem os benefícios, como aconteceu recentemente com o óleo de coco, divulgado pelo mercado como um alimento emagrecedor”, reforça. A Biolab também acredita na importância no acompanhamento de estudos sobre o setor. “Mantemos uma busca contínua por importantes publicações científicas, visando prospectar e acompanhar as tendências mundiais e antever as tendências do mercado brasileiro”, conta o gerente de produtos de marketing da Biolab Farmacêutica, Roni Moreira. Para a gerente de produtos Nutracom, empresa do Grupo Cimed, Mariana Espindola, também é importante inovar. “O segmento de nutrição funcional em geral, seja ela nutrição esportiva, cosmética, substitutos de refeição e vitaminas, é um setor que tende a crescer bastante. Hoje, trabalhamos com segmentos de mercado que apresentaram crescimento de até

Mesmo com todos os entraves encontrados pela indústria, na visão de especialistas do setor, o Brasil tem, sim, grande potencial para o desenvolvimento de novas fórmulas. Aliás, algumas empresas nacionais contam com centros de pesquisas muito capacitados, aptos a desenvolver estudos experimentais e clínicos. “Somos referência na área e uma das pioneiras no Brasil a ter seus produtos testados por grandes instituições de pesquisas, com trabalhos publicados em periódicos internacionais como Maturitas, Journal of Medicinal Food, entre outros”, destaca a especialista da Sanavita. A Biolab também acredita no potencial do País. “O Brasil deu um importante salto em tecnologia nos últimos anos, e a Biolab acompanha este desenvolvimento. Mantemos um importante centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação e, para tal, destinamos 10% do nosso faturamento. Além disso, dedicamos mais de cem profissionais exclusivamente à inovação. Isso sem contar nossas unidades fabris, altamente desenvolvidas”, conta o gerente de produtos de marketing da Biolab Farmacêutica, responsável por Vitaminerals Plus, Roni Moreira. Com relação ao potencial para fabricação, a especialista da Sanavita acredita que o Brasil tem muito a crescer nessa área. “Ainda existe uma dificuldade em encontrar empresas confiáveis que apresentem tecnologia adequada para a fabricação de determinados alimentos e certos tipos de embalagens. A planta da Sanavita, por exemplo, é apta a produzir pó ou flocos. Quando pensamos em diversificar com uma forma de apresentação diferente, como um gel ou tablete, por exemplo, não encontramos parceiros qualificados que possam contribuir com essa empreitada. Para embalagens, igualmente, já que muitas vezes precisamos de tecnologia de fora para conseguir o que desejamos”, finaliza.

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atendimento

segredo do sucesso

Diante de tantas dúvidas e mitos que envolvem o uso de suplementos e vitaminas, para garantir bons resultados com a categoria, é essencial que as farmácias invistam na capacitação dos profissionais da loja

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ão ou mais importante quanto fornecer uma boa exposição e sortimento adequado ao perfil dos consumidores da loja é garantir um bom atendimento. E na categoria de suplementação e vitaminas essa importância cresce, tendo em vista a quantidade de dúvidas, ou até desconhecimento. 14 especial suplementação e vitaminas | nov 2013

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Também é papel do atendimento farmacêutico realizar as devidas orientações de uso desses produtos, avisando sobre possíveis efeitos colaterais ou alertando sobre interações medicamentosas. “Normalmente, os suplementos são classificados como alimentos, então são tidos

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como naturais, o que não quer dizer que não precisem de orientação para ser consumidos”, adverte a nutricionista do Herbarium, Natana Martins. Para o gerente de produtos de marketing da Biolab Farmacêutica, responsável por Vitaminerals Plus, Roni Moreira, a suplementação vitamínico-mineral é tratada comumente no Brasil como algo simples e sem riscos. Dessa forma, as farmácias devem realizar um atendimento que não contemple apenas os benefícios mas também os cuidados de uso. “O farmacêutico deve advertir que os excessos ou doses insuficientes têm seus riscos, seja por não atender às expectativas do médico que prescreveu um determinado produto, seja pelo uso indiscriminado, do paciente, por substâncias que podem trazer consequências inesperadas”, diz. E, apesar de essa categoria ter tantas substâncias específicas e apelos envolvidos, muitas vezes, o profissional da farmácia não tem um entendimento adequado e conhecimento técnico sobre o assunto, conforme alega a PhD em nutrição, coordenadora do Centro de Pesquisas e gerente de P&D da Sanavita, Dra. Andréa Dario Frias. “Nesses casos, o consumidor se sente desamparado. A figura do balconista é imprescindível para garantir boas vendas e um bom atendimento a esses consumidores”, considera.

Farmácias já enxergam o valor do bom atendimento Gradativamente, as farmácias passam a enxergar o potencial desse mercado e investem em atendimento especializado. Afinal, é difícil um consumidor ir ao PDV e comprar um produto que desconhece, sentindo-se inseguro para o uso. “O processo de compra desse tipo de produto é quase consultivo, pois, quando a pessoa busca um suplemento, ela não busca um produto, e, sim, um resultado. Por isso, ela quer saber, exatamente, o que, como e quando consumir para alcançar o seu objetivo”, analisa a gerente de produtos da Nutracom, empresa do Grupo Cimed, Mariana Espindola. Nesse sentido, algumas farmácias pelo País começam a se destacar com vendas aliadas à consultoria. “A Drogaria Araújo, por exemplo, tem um corredor específico para o segmento, além de disponibilizar uma nutricionista no setor, para que os consumidores entendam como usar os produtos e serem informados sobre os benefícios de cada um deles”, conta o gerente comercial da Sanavita, Fábio Bonfim. E ter um atendimento como esse pode ser a chave para bons resultados com a categoria e fator de diferenciação no

Gradativamente, as farmácias passam a enxergar o potencial desse merCado e investEM em atendimento especializado. afinal, é difícil um consumidor ir ao pdv e comprar um produto que desconhece, sentindo-se inseguro para o uso

mercado. “A procura por suplementos vitamínicos, em sua maioria, não surge de uma prescrição médica, e, sim, de uma troca de informação entre as pessoas ou mídia, principalmente quando nos referirmos aos suplementos com fins para melhora nos esportes. Um grande diferencial é a farmácia e drogaria saberem bem dos produtos para melhor orientar o cliente”, avalia a pediatra e nefrologista pediátrica formada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e consultora médica da Marjan, Dra. Helena Dias Meziara Nogueira. As farmácias também podem realizar parcerias para conquistar a capacitação de seus colaboradores. “Muitas indústrias, como a Sanavita, podem ser parceiras das farmácias, fornecendo treinamentos e capacitação a esses colaboradores”, diz Bonfim. O Herbarium também desenvolve um programa de treinamento aos profissionais das farmácias. “Os treinamentos incluem a linha de suplementos, trabalhando a função dos seus ativos e buscando capacitar esses profissionais para os mais variados questionamentos”, conta Natana Martins. Até mesmo as distribuidoras podem ser parceiras nessa capacitação. “A Andorinha tem o serviço que denominamos de Caravana do Conhecimento, no qual oferecemos treinamentos da categoria para o varejo farmacêutico. Podemos apoiar com as informações sobre os principais desafios do varejo e as oportunidades”, descreve o gerente de marketing da Andorinha Distribuidora, Aurélio Schweitzer.

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atendimento

Dúvidas dos consumidores Ao contrário do que acontece nas lojas especializadas em suplementos e vitaminas, que costumam receber consumidores com conhecimento sobre a categoria, nas farmácias, os clientes demandam por informações mais básicas. “Diferentemente dos bodyshops, o consumidor da farmácia é normalmente caracterizado por um público mais massificado, que é iniciante no consumo de suplementos, ou pessoas que não se sentem confortáveis para comprar esses produtos em lojas especializadas. Dessa forma, a farmácia faz bem o papel de agregar credibilidade a esse tipo de produto”, constata a gerente de produtos Nutracom, Mariana Espindola. Segundo ela, os consumidores do canal farma, normalmente, ainda não estão acostumados a investir um volume correspondente ao tíquete médio de uma loja especializada (que gira em torno de R$ 400 até R$ 800), então eles buscam uma suplementação mais básica e regular. “Por conta do perfil desses clientes, é extremamente necessário que haja na farmácia um especialista ou materiais capazes de informar qual o principal benefício e resultados que o produto pode oferecer. As informações de como e quando consumir já estão nos rótulos do produto”, esclarece Mariana. Confira, a seguir, algumas dúvidas frequentes: 1) Pessoas com dieta vegana podem precisar de que tipo de suplemento? Por não se alimentarem de nada que tenha origem animal, elas podem precisar de reposição da vitamina B12. Vale procurar a orientação de um especialista para constatar essa necessidade. 2) Quais as vitaminas que as mulheres podem precisar no período da gravidez? E os bebês, após o nascimento? Gestantes devem ficar atentas à suplementação de ácido fólico (uma vitamina do complexo B). A falta dessa substância pode causar um problema no feto, denominado espinha bífida. Recém-nascidos, que são exclusivamente amamentados e não tomam sol, também podem precisar de reposição de vitamina D. 3) Qual a suplementação ideal para atletas de alta performance? Atletas com carga pesada de treinamento precisam de avaliação médica, uma vez que o metabolismo mais acelerado pode exigir uma quantidade maior de vitaminas do que aquelas encontradas na alimentação. É importante que se faça a ingestão apenas das vitaminas necessárias. 4) quais produtos devem ser ingeridos para emagrecer, ganhar massa e ter mais performance durante os treinos? Para cada objetivo é recomendado um mix de produtos diferentes, normalmente para antes, durante e depois do treino, com o objetivo de dar um suporte completo para o praticante. 5) É possível engordar com o uso desses produtos? Por conta das imagens que a maioria das marcas utiliza para promover esses produtos, os consumidores do canal farmacêutico se sentem repelidos por atletas muito grandes e musculosos, tendo medo de consumir e terem resultados radicais. Mas isso não acontece. A rotina desses profissionais é muito diferente de um atleta amador ou um praticante de atividade física regular. 6) Esses produtos são apenas para homens? O que uma mulher pode consumir? Todos os produtos são indicados para ambos os sexos, e o consumo está muito mais ligado ao objetivo que a pessoa tem. Diferentemente do anabolizante, o suplemento não tem efeito de alterar o tom de voz ou alterações no corpo. Fontes: Biolab Farmacêutica (Vitaminerals Plus) e Nutracom (empresa do Grupo Cimed)

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Atendimento além do PDV Papel das farmácias na informação Com uma expectativa de vida cada vez maior e sabendo que a alimentação tem papel importantíssimo na saúde, o brasileiro tem se interessado por produtos que possam prevenir doenças e aumentar a longevidade. Nesse cenário, de acordo com a Dra. Andréa Frias, da Sanavita, um dos papéis mais importantes das farmácias, e que neste século deverá ganhar destaque, é o de atuar como disseminadoras da prevenção. “Nesse aspecto, os suplementos em geral podem ser grandes aliados, pois muitos deles ajudam a reduzir o risco de doenças, fortalecer a massa magra, controlar o peso, retardar o envelhecimento, entre outros benefícios”, acrescenta a especialista. Na percepção de Roni Moreira, da Biolab, o consumidor mudou seu perfil e busca, cada vez mais, informações além do consultório médico. Portanto, cabe ao farmacêutico manter-se atualizado e por dentro das novas demandas. “É papel das farmácias entender as expectativas desse novo consumidor, bem como conhecer os diversos produtos, suas fórmulas, tecnologias e doses diversas”, considera. Aliás, nessa categoria, é comum o consumidor solicitar por esses produtos sem receita médica. Nesse caso, a presença do farmacêutico como agente esclarecedor é extremamente importante. “Quando o cliente chega sem uma prescrição, é necessário entender sua neces-

As farmácias podem estender o seu atendimento além do perímetro das suas lojas e, com isso, fortalecer sua marca e conquistar novos clientes. Uma boa estratégia é o desenvolvimento de parcerias com academias, que detêm um grande número de usuários desses produtos. Afinal, quando um professor de academia ou personal trainer indica um suplemento e não cita uma farmácia, é muito provável que o aluno busque esses produtos em lojas especializadas.

sidade para orientar sobre um produto mais adequado: um polivitamínico inespecífico, somente para reposição, ou um polivitamínico específico, indicado para uma necessidade especial, por exemplo”, mostra a consultora médica da Marjan, Dra. Helena Nogueira. E, quando o farmacêutico notar que o consumidor precisa de uma suplementação medicamentosa, com doses mais altas de um determinado nutriente, o ideal é orientá-lo a buscar um médico. nov 2013 | especial suplementação e vitaminas 17

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Desafios

diferenças esclarecidas A confusão dos consumidores entre suplementos e esteroides anabólicos é algo bastante comum, o que pode prejudicar as vendas dos suplementos

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os Estados Unidos, o consumo de suplementos é algo corriqueiro e natural, mas, no Brasil, há certa resistência, causada, principalmente, pela falta de informação, afinal, muitos ainda confundem suplementos com anabolizantes. De acordo com a nutricionista esportiva da Probiótica Laboratórios, uma empresa do Grupo Valeant Brasil, Érica Zago, até mesmo o termo anabolizante é utilizado de forma incorreta. “É fundamental não confundir o termo anabolizante com esteroides anabólicos. Anabolismo é síntese, construção. Por exemplo, quando estamos alimentados, estamos em estado anabólico. Os esteroides anabólicos são medicamentos, sob a forma de hormônios ou precursores hormonais, que podem ser utilizados em casos de disfunções hormonais ou diversas situações patológicas”, esclarece.

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suplementos Principais normas para embalagem e rótulo de suplementos alimentares Os dizeres de rotulagem dos produtos enquadrados nas categorias de suplementos vitamínicos e minerais, alimentos para atletas, novos alimentos, alimentos com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde e substâncias bioativas isoladas e probióticos devem estar de acordo com os critérios da Resolução RDC 259/02 (Rotulagem Geral de Alimentos), da Resolução RDC Anvisa 360/03 (Rotulagem Nutricional de Alimentos) e do regulamento técnico específico de cada categoria. • Em linhas gerais, os rótulos devem conter: a denominação de venda do produto, indicando a verdadeira natureza e as características do alimento; a lista de ingredientes; conteúdo líquido; identificação da origem; nome ou razão social do importador, no caso de alimentos importados; identificação do lote; prazo de validade; instruções sobre o preparo e uso do alimento, quando necessário. Deve trazer, ainda, a tabela de informação nutricional, conforme disposições da RDC 360/03. • Produtos da área de alimentos não podem veicular propriedades medicamentosas ou terapêuticas. Nos rótulos, também não podem constar imagens e/ou expressões que induzam o consumidor a engano quanto a propriedades e/ou efeitos que não possuam ou não possam ser demonstrados referentes a perda de peso, ganho ou definição de massa muscular e similares; imagens e/ ou expressões que façam referências a hormônios e outras substâncias farmacológicas e/ou do metabolismo. As expressões “anabolizantes”, “hipertrofia muscular”, “massa muscular”, “queima de gorduras”, “fat-burners”, “aumento da capacidade sexual”, “anticatabólico”, “anabólico”, equivalentes ou similares, também são proibidas.

x anabolizantes Principais normas para embalagem e rótulo de anabolizantes • De acordo com o art. 83, da Portaria 344, de 12 de maio de 1998, os rótulos de embalagens dos medicamentos à base de substâncias constantes das listas C5 (anabolizantes) deverão ter uma faixa horizontal de cor vermelha abrangendo todos os seus lados, na altura do terço médio e com largura não inferior a um terço da largura do maior lado da face maior. • A Portaria 344, de 12 de maio de 1998, também estabelece que nas bulas e rótulos desses medicamentos devem constar, obrigatoriamente, em destaque e em letras de corpo maior do que o texto, as expressões: “Venda sob prescrição médica” e “Só pode ser vendido com retenção da receita”. • A Anvisa, por meio da RDC 71, de 22 de dezembro de 2009, também estabelece a obrigatoriedade de apresentação do nome do medicamento em Braille nas caixas. • As informações impressas nas caixas e cartuchos (número do lote, data de validade e data de fabricação) terão que aparecer em tintas coloridas. • Os rótulos deverão trazer ainda alertas sobre cuidados de conservação alterados após o preparado do medicamento ou tempo de validade reduzido após sua abertura. • As empresas só poderão utilizar figuras nas embalagens se tiverem alguma finalidade de auxiliar no uso do medicamento. Outras figuras, que possam causar confusão ao paciente e ao profissional de saúde ou induzir ao uso inadequado do produto, não estão permitidas. • Também se exige o detalhamento da idade mínima para uso do medicamento. Quando o medicamento for aprovado no registro para uso pediátrico, passará a ser exigida a inclusão das frases “USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE ____” e “USO PEDIÁTRICO ACIMA DE ____”, indicando a idade mínima, em meses ou anos.

Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

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Desafios

Entenda as principais diferenças Esteroides anabólicos

Suplementos alimentares

O que são?

Medicamentos, hormônios ou precursores hormonais

Alimentos formulados a fim de atender necessidades nutricionais específicas

Quais são as indicações?

Deficiências hormonais

Suprir as necessidades nutricionais

Quais são as contraindicações?

São contraindicados para qualquer indivíduo que não tenha deficiência hormonal, como lesões nos testículos ou ovários

Pessoas cujas necessidades nutricionais estejam sendo satisfatoriamente supridas pela dieta não teriam necessidade de utilizar suplemento, a menos aqueles que sejam recursos ergogênicos, como creatina, cafeína e até alguns aminoácidos

Quais são os possíveis efeitos colaterais e adversos?

Tumores, diabetes, dislipidemia, hipertensão, desenvolvimento de mamas nos homens, aumento de pelos em mulheres, engrossamento da voz, entre muitos outros. Pode-se, ainda, perder a capacidade de procriação. O uso a longo prazo pode trazer, também, doenças no fígado, como câncer

Não há, desde que a dieta e a suplementação estejam suprindo as necessidades nutricionais

Quem produz?

Indústria farmacêutica

Indústria alimentícia

Qual a composição básica?

Hormônios

Carboidratos, proteínas, vitaminas, minerais

Precisam de receita médica?

Sim

Não

Como são classificados pela Anvisa?

Medicamentos com necessidade de prescrição

Alimentos isentos da obrigatoriedade de registro

Onde podem ser adquiridos pelo consumidor?

Drogarias

Lojas especializadas e drogarias

Fontes: médico endocrinologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e professor titular de endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC, Dr. Fadlo Fraige, e nutricionista esportiva da Probiótica Laboratórios, Érica Zago

E, de fato, a ideia da possibilidade de os suplementos alimentares disporem substâncias proibidas, como esteroides anabólicos, contribui para que haja certa rejeição dos consumidores em geral. “Infelizmente esta categoria ainda se confunde muito

com anabolizantes ou mesmo medicamentos, tornando os consumidores bastante inseguros com relação a qual produto ou marca consumir”, considera a gerente de produtos Nutracom, empresa do Grupo Cimed, Mariana Espindola.

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PRODUTO

O que são e para

que servem? Entenda os benefícios que vitaminas e suplementos alimentares podem trazer ao organismo e oriente o consumidor da forma correta durante o atendimento

C

ompostos orgânicos presentes na alimentação, as vitaminas são fundamentais para o funcionamento do metabolismo do corpo. Sua disfunção pode levar a doenças graves, por isso é fundamental ter uma dieta equilibrada. Quando não é possível, essa reposição pode ser feita via suplementação, com vitaminas sintéticas. “Atualmente, podemos encontrar suplementos de fibras, vitaminas, minerais, aminoácidos, carboidratos, proteínas, prebióticos, probióticos, enzimas digestivas e óleos, que são destinados para estados fisiológicos específicos, estados patológicos e alte22 especial suplementação e vitaminas | nov 2013

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rações metabólicas”, descreve a mestre na área de nutrição e pediatria pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM) e coordenadora científica dos cursos de nutrição clínica funcional e nutrição esportiva funcional da VP Consultoria Nutricional/Divisão Ensino e Pesquisa, Valéria Paschoal. A nutricionista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Cristiane Oliveira, mostra exemplos práticos de como a ausência de vitaminas pode ser prejudicial e, por vezes, ocasionar doenças graves. “O prolongamento da deficiência de vitamina A resulta no prejuízo parcial ou total da visão; a falta de vitamina C pode fotos shutterstock

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PRODUTO Benefícios individualizados

A seguir, acompanhe qual o papel de algumas vitaminas, suplementos alimentares, bem como os riscos de uso inadequado. Composto 1. Glutamina

2. Termogênicos e queimadores de gordura

3. BCAA

4. Óxido nítrico

5. Creatinina

6. Ácido linolênico (ômega 3)

Características É indicada para tratar desordens do trato gastrintestinal e pode ser utilizada para melhora da função imunológica e tratamento da desnutrição proteica. Contudo, a glutamina pode ser contraindicada para pacientes com câncer, por ser um potente substrato para o crescimento e proliferação de células tumorais. São compostos por substâncias que elevam a temperatura do organismo, aceleram o metabolismo e, assim, favorecem a perda de peso. Os compostos mais conhecidos que promovem esses efeitos são cafeína, chá verde, taurina, ácido linoleico conjugado, entre outros. O consumo dessas substâncias, quando usado em excesso ou por pessoas sensíveis, pode desencadear agitação, insônia, taquicardia, tremor, dor de cabeça e desconforto gastrintestinal. São aminoácidos ramificados essenciais (não são sintetizados pelo organismo), representados pela valina, leucina e isoleucina. São conhecidos por serem fontes de energia muscular e desempenham papel essencial no crescimento e desenvolvimento animal, além de servirem como precursores para a síntese de glutamina e alanina. Entretanto, há evidências de que altas concentrações de BCAA podem causar neurotoxicidade. O óxido nítrico é sintetizado pelo organismo e não pode ser obtido diretamente por meio de suplementos. Dessa forma, alguns estudiosos têm avaliado os efeitos da suplementação dos precursores do óxido nítrico – como arginina, magnésio e resveratrol –, devido ao seu possível efeito vasodilatador, o que poderia auxiliar na redução da pressão arterial e prevenção de aterosclerose, além de melhorar o desempenho de atletas. É sintetizada a partir de três aminoácidos – arginina, glicina e metionina – e é produzida endogenamente pelo fígado, rins e pâncreas. Sua suplementação pode aumentar a expressão de genes responsáveis pela síntese de proteína muscular e hipertrofia. Alguns estudos abordam que o excesso pode causar desconforto gastrointestinal. Outros efeitos relatados são asma, paralisia muscular, intolerância ao calor, câimbras e desidratação. O ácido graxo poli-insaturado ômega 3 pode ser obtido por meio de suplementos como óleo de peixe e óleo de linhaça. São indicados para a prevenção e tratamento de desordens cardiovasculares, neurológicas, diabete mellitus, câncer, obesidade, síndrome metabólica, entre outras doenças orgânicas, devido a sua ação anti-inflamatória. Uso não é recomendado no período que antecede cirurgias, por ter interação com anticoagulantes.

7. Suplementos a base de carboidratos

A maltodextrina, dextrose, waxy maize são exemplos desses suplementos indicados, de modo geral, a atletas. Verificou-se que a suplementação com carboidratos pode causar desconforto gástrico e intestinal, caso seja feita de forma inadequada e sem o auxílio de especialistas.

8. Whey Protein

Indicado para doenças catabólicas, desnutrição, idoso e também muito utilizado para prática de atividades físicas. Age estimulando a liberação de hormônios anabólicos que levam à síntese proteica e, consequentemente, aumentam a massa muscular. Consumir em excesso pode causar sobrecarga renal.

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Composto

Características

9. Meal replacement powders (MRPs)

Suplementos com a finalidade de substituir uma refeição. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esses produtos devem ser utilizados apenas por atletas de alta performance, com necessidades energéticas aumentadas, ou atletas que não conseguem ter acesso a alimentos que compõem uma dieta equilibrada, como montanhistas. Não devem ser utilizados pelo resto da população, pois não contêm todos os nutrientes necessários a uma alimentação saudável.

10. Suplementos à base de proteína e soja

São indicados, especialmente, para pacientes com doenças crônicas, como diabetes, insuficiência renal e doenças cardiovasculares. São usados para complementar a dieta, pois têm um perfil de aminoácidos melhor comparável com as proteínas de origem animal. Além disso, agem na otimização do metabolismo lipídico, redução do acúmulo de tecido adiposo, redução da dislipidemia, melhora da resistência à insulina e aumento da saciedade. Como qualquer suplemento proteico, pode causar sobrecarga renal.

11. Hipercalóricos

12. Cafeína

São indicados para pessoas com necessidades calóricas individuais aumentadas. Um suplemento é considerado hipercalórico quando a densidade calórica for maior que um, ou seja, fornecendo uma grande quantidade de calorias em pequenos volumes. Exemplo: fornecer 300 kcal em 125 ml. Esse tipo de suplemento, se consumido em excesso, pode favorecer o sobrepeso e levar a dislipidemia e resistência periférica à insulina, devido a sua concentração. É considerada um termogênico que apresenta ação estimulante e aumenta a temperatura corporal durante o exercício físico, sem apresentar qualquer valor nutricional. A principal indicação é para uso em atividades aeróbicas, com o intuito de reduzir a fadiga. Consumido em excesso pode levar a hiperatividade, insônia, taquicardia, hipertensão, além de ser irritante para mucosa gástrica. Não deve ser usado por cardiopatas ou em casos de gastrite.

13. Energéticos

Têm como principal característica a presença de substâncias que estimulam o sistema nervoso central. São compostos por taurina, inositol, cafeína, vitaminas do complexo B, vitamina C, sacarose, glicose, glucoronalactona, entre outros. Estudos relatam sintomas de ansiedade grave com o consumo excessivo crônico (de seis a oito porções por dia) que desaparecem após descontinuar o uso. Não devem ser associados a bebidas alcoólicas.

14. Suplementos alimentares infantis

São indicados para crianças maiores de 1 ano com hiporexia (falta de apetite); para casos de baixa aceitação e intolerâncias específicas, como exemplo à lactose e ao glúten; vegetarianas; ou alérgicas. Nesses casos, os suplementos podem reduzir os riscos de deficiência no crescimento ou do desenvolvimento infantil. Vale lembrar que não devem substituir as refeições, mas completar as necessidades nutricionais das crianças.

15. Suplementação para doentes em estágio terminal 16. Ácido fólico

São desenvolvidas para proporcionar conforto (alívio dos sintomas e melhor qualidade de vida) ao paciente. Podem ser indicados complexos vitamínicos, suplementos hipercalóricos ou proteicos, a fim de complementar uma alimentação basal, visto que esses pacientes possuem o catabolismo (metabolismo destrutivo) intenso e hiporexia. Também conhecida como vitamina B9, é muito importante nas fases de crescimento e desenvolvimento do corpo. Essa vitamina participa da formação e multiplicação de todas as células, incluindo as sanguíneas e as de defesa, e da formação de proteínas. Sua deficiência pode gerar malformações fetais, como os defeitos de fechamento do tubo neural, e distúrbios do crescimento, até anemias e problemas relacionados ao sistema gastrointestinal.

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PRODUTO Composto 17. Vitamina A

18. Magnésio

19. Cálcio

20. Vitamina C (ácido ascórbido)

21. Ferro

22.Vitamina D

23. Potássio

24. Vitamina E

25. Vitamina B12

26. Vitamina K

Características É benéfica para a visão, crescimento, desenvolvimento ósseo, imunidade e fertilidade. Sua falta no organismo pode culminar em cegueira noturna, problemas na pele, úlcera na córnea, perda do apetite, deficiência no crescimento e perda do paladar. No entanto, quando em excesso, pode causar alteração nas membranas, náusea, vômito, cefaleia, fadiga e perda de cabelo. Atua com o cálcio na contração muscular e propagação do impulso nervoso. Alteração de humor e retenção hídrica são os sintomas mais comuns com a redução do magnésio no organismo. Age na formação óssea e dos dentes, dessa forma, sua falta pode culminar em doenças como osteopenia e osteoporose. Sabe-se, ainda, que, em excesso, pode gerar hipercalcemia e calcificação óssea e dos tecidos moles. Protege o sistema imunológico e aumenta a resistência do organismo, prevenindo e reduzindo a gravidade e a duração de doenças como gripes e resfriados. Também favorece a absorção do ferro e é essencial para a produção do colágeno (fibras proteicas que formam os tecidos). Atua, ainda, como antioxidante, protegendo as células e tecidos dos radicais livres. Sua ausência pode causar problemas como escorbuto e, em excesso, pode gerar diarreia ou cálculo renal. Atua principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para as células do corpo. Ele reduz o nascimento de bebês prematuros e com baixo peso; reduz o risco de morte materna no parto e no pós-parto; melhora a capacidade de aprendizagem da criança e a resistência às infecções; e age para o crescimento saudável. Sua deficiência pode causar desde a depleção do ferro, sem comprometimentos orgânicos, até a anemia. Produzido pela pele a partir da exposição solar, é um hormônio que atua, diretamente, na absorção do cálcio pelo organismo. É um dos maiores aliados na prevenção da osteoporose e age na prevenção de raquitismo e osteomalacia. Na opinião dos especialistas, a melhor forma de prevenir a osteoporose é a reposição da vitamina via oral, com indicação médica. Em excesso, pode culminar em problemas como calcificação óssea, cálculo renal e constipação. Está relacionado com a função dos nervos, contração muscular, pressão sanguínea e com a função cardíaca. Sabe-se que uma dieta pobre em potássio e rica em sódio pode ser um dos fatores desencadeantes de elevada pressão arterial. Protege os tecidos do corpo e tem a capacidade de fazer uma espécie de “limpeza” dos radicais livres, que destroem as membranas celulares e causam diversos danos à saúde, como o envelhecimento precoce, artrite, câncer e doenças cardiovasculares. É indispensável na formação do sangue; previne problemas cardíacos e derrame cerebral; age na manutenção do sistema nervoso e na formação de células vermelhas do sangue. Sua deficiência pode gerar anemia perniciosa, cujos sintomas são alterações neurológicas, progressivas e mortais com ausência de tratamento; fraqueza; convulsões e dano irreversível no tecido parietal gástrico; afta na boca. Em casos avançados, leva à confusão mental, torpor e até o coma. O papel mais conhecido da vitamina K está relacionado com a sua ação no processo de coagulação sanguínea. Ela é fundamental para síntese hepática de proteínas envolvidas nesse processo, como os fatores II (pró-trombina), VII, IX e X (fatores de coagulação) e as proteínas C, S e Z (inibidoras da coagulação).

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Composto 27. Polivitamínicos

Características Têm a função de corrigir possíveis deficiências nutricionais quando o indivíduo deixa de se alimentar corretamente ou possui doenças crônicas, como câncer, diabetes e alcoolismo, em que a necessidade de vitaminas é maior. A liberdade para a ingestão desses suplementos não é total, pois o excesso pode trazer problemas para o organismo, já que ele vai ter de trabalhar mais para eliminar os compostos excedentes.

28. Suplementos para mulheres na menopausa

Alguns suplementos fitoestrogênios são conhecidos por gerar alívio relativamente moderado aos sintomas da menopausa (devem ser usados com recomendação médica). Esses suplementos incluem isoflavonas de soja, red clover (Trifolium pratense), black cohosh (Cimicifuga racemosa) e yam (inhame selvagem, Dioscorea villosa). Pesquisa norte-americana também confirma a eficácia dos suplementos de cálcio e vitamina D após a menopausa, quando utilizados em conjunto com a terapia hormonal.

29. Suplementos para gestantes

Suprem as novas demandas de energia que surgem com a necessidade de auxiliar no desenvolvimento do bebê e nas mudanças que ocorrem no corpo feminino. Entre elas, a formação da placenta, aumento de tamanho do útero e do volume sanguíneo. Ainda que com a alimentação adequada, é comum os médicos receitarem às gestantes um suplemento vitamínico, o qual atua em conjunto com os nutrientes absorvidos na comida. O ácido fólico é um exemplo.

30. Suplementos para vegetarianos

31. Suplementos para idosos

Não devem ser consumidos aleatoriamente ou sem necessidade. Somente se constatada carência de algum nutriente no organismo, com as doses indicadas por um médico. As vitaminas do complexo B, principalmente a vitamina B12, são as mais difíceis de serem conseguidas nessa dieta. Essa vitamina é importante para manter os nervos saudáveis, incluindo o nervo óptico que transmite os sinais dos olhos para o cérebro. Entre os vários grupos etários, os idosos são os que apresentam mais carências vitamínicas. Com a dificuldade que eles têm em ingerir alguns alimentos, há uma carência de quase todos os nutrientes, inclusive das vitaminas D e B12. A absorção do cálcio também diminui com a idade, mas é contraindicada em pacientes com história de cálculos renais de cálcio, hiperparatireoidismo primário, sarcoidose e nos com hipercalciúria renal. Assim, a dosagem do suplemento precisa ter indicação médica.

32. Shakes

Trazem quantidades equilibradas de macro e micronutrientes (proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais) e baixo teor calórico. Eles vêm em formato de bebidas desprovidas de açúcar, compostos por vitaminas e minerais e são reconhecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como alimentos para redução de peso. Ao substituir duas refeições principais pelo shake (café da manhã e jantar), garantese uma ingestão completa de nutrientes, porém com baixo teor de calorias.

33. Nutricosméticos

Os nutriconcentrados de beleza ou nutricosméticos são alimentos funcionais que trazem benefícios de saúde e beleza, como melhorar a qualidade da pele, cabelos e unhas. Eles têm em sua composição vitaminas, minerais, oligoelementos, extratos vegetais, entre outros ativos que ativam os mecanismos naturais do organismo, como, por exemplo, os mecanismos de combate aos radicais livres (que aceleram o envelhecimento da pele).

34. Complementos nutricionais

São alimentos enriquecidos com vitaminas e minerais, desenvolvidos para complementar a alimentação. Ajudam adultos e crianças que não ingerem a quantidade e variedade adequadas de nutrientes diariamente. Esses produtos não substituem uma refeição. Os complementos alimentares contêm grande variedade de vitaminas e minerais, como ferro, zinco e vitamina C, que agem, respectivamente, na prevenção da anemia, na manutenção do apetite e na imunidade. nov 2013 | especial suplementação e vitaminas 27

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PRODUTO causar o escorbuto, que gera, dentre outros sintomas, sensação de fraqueza, dores musculares e articulares; e a falta de vitaminas do complexo B pode levar à pelagra, que provoca vermelhidão, espessamento e descamação da pele e também pode levar a lesões nas mucosas, principalmente a intestinal, ou a desordens neurológicas”, descreve. Também merecem atenção os casos de ‘fome oculta’, conforme afirma a nutricionista formada pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em fisiologia do exercício pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM), Erika

Romano. “A ‘fome oculta’ é a deficiência de alguns nutrientes que são protetores do bom funcionamento do organismo. O grande problema é que a maioria das deficiências nutricionais é silenciosa, necessitando de prevenção e cuidados para que não se chegue a quadros piores de carências nutricionais”, alerta.

ATUANDO PREVENTIVAMENTE

Alguns produtos agem para suprir essas deficiências, como os multivitamínicos ou polivitamínicos. “Eles são complementos alimentares que fornecem vitaminas (e minerais) para complementar a alimentação quando a ingestão alimentar está insuficiente. São indicados para a recuperação e manutenção do estado nutricional”, descreve Erika. Esses produtos também podem agir como preventivos para algumas doenças. Segundo dados fornecidos pela Pfizer, detentora do multivitamínico Centrum, um estudo clínico realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard acompanhou mais de 10 mil médicos durante 12 anos, avaliando o impacto na saúde do uso contínuo de multivitamínicos. A pesquisa concluiu que o consumo diário apontou uma redução estatisticamente significativa de 8% na ocorrência de todos os tipos de câncer. No entanto, para que se faça o melhor uso desses produtos, o ideal é que se procure o especialista recomende o que é ideal para cada indivíduo.

COMPLEMENTOS NUTRICIONAIS VS. SUPLEMENTOS ALIMENTARES

O suplemento alimentar é a oferta de um ou mais micro ou macronutrientes, utilizados de forma suplementar, conforme explica a nutricionista do Hospital Santa Marcelina, Priscila Aparecida da Silva. “Eles ultrapassam as recomendações nutricionais diárias para um indivíduo, podendo agir com ganho de massa muscular ou recuperação de uma carência nutricional. Encontramos a apresentação de pó, cápsula, chá, sachês, entre outros”, explica. Já o complemento nutricional é a oferta de um ou mais micro ou macronutrientes, porém utilizados para atingir as recomendações nutricionais, não ultrapassá-las. A nutricionista do Santa Marcelina fornece alguns exemplos. “Temos pacientes inapetentes, que não atingem as necessidades nutricionais diárias, ou atletas de alta performance, que, somente com a alimentação, não conseguem atingir a meta nutricional. 28 ESPECIAL SUPLEMENTAÇÃO E VITAMINAS | NOV 2013

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ponto de venda

Explore o

autosserviço Deixar vitaminas e suplementos livres de prescrição ao alcance do consumidor, em gôndolas de destaque, é essencial para alcançar bons resultados com a categoria 30 especial suplementação e vitaminas | nov 2013

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á pouco tempo, o segmento de saúde e bem-estar em farmácias era limitado às linhas de diets, lights e fibras. Com a entrada dos suplementos vitamínicos e esportivos no varejo farma, torna-se necessário aumentar o espaço em gôndola para a categoria, que ganhou novos integrantes. No entanto, nem sempre esse trabalho é realizado de forma estratégica, restando, a esses novos produtos, locais sem visibilidade, muitas vezes atrás do balcão, e espaços limitados. Fotos melina menconi/divulgação

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ponto de venda

EXPOSIÇÃO de livre acesso Como grande parte dos suplementos vendidos no País são considerados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como alimentos, o primeiro passo é alocá-los nas gôndolas ao alcance do consumidor. “O ideal é que as vitaminas e suplementos alimentares fiquem no autosserviço, junto aos shakes e emagrecedores. Eles devem ter espaço próprio e devidamente sinalizado”, orienta o gerente nacional de vendas da Nutrilatina, Marcelo Fernandes. De acordo com a gerente de produto de Pharmaton, Joyce Aquino, no caso dos multivitamínicos, como eles são caracterizados por compras planejadas, é importante que o shopper possa interagir com os produtos para conhecer seus benefícios. “O autosserviço permite interação, faz com que a categoria seja encontrada mais facilmente e gera uma lembrança de compra, no caso dos já usuários de multivitamínicos”, avisa.

ordem alfabética A organização ordem alfabética não é recomendada, já que ela não segue a lógica de compras do consumidor. “Embora seja mais fácil para a reposição do produto pela equipe da farmácia, sob a ótica do shopper, essa não é a lógica utilizada para encontrar a marca favorita. Por esse motivo, as prateleiras mais visíveis devem concentrar os produtos de maior representatividade e mais procurados”, orienta a gerente de produto de Pharmaton, Joyce Aquino.

SINALIZAÇÃO E BENEFÍCIOS CLAROS O próximo passo é proporcionar gôndolas bem sinalizadas (geralmente identificadas como saúde e bem-estar) e que os produtos estejam distribuídos de modo que facilite a experiência de compras do shopper. “Indicamos que as gôndolas sejam organizadas entre mix beauty (produtos com colágeno e outros que podem ajudar na saúde da pele e articulações), linha slim (com emagrecedores, shakes, chás e fibras), bem-estar (com produtos que amenizam sintomas de doenças, como gripes e resfriados, vitaminas e produtos para relaxamento do corpo), linha clinical (encapsulados e complexos vitamínicos) e diets e lights”, orienta o gerente comercial da Sanavita, Fábio Bonfim. É importante, ainda, que esses itens estejam sempre próximos, já que os consumidores tendem a adquirir mais de um produto de uma ou mais categorias para atingir seus objetivos. No caso dos multivitamínicos e vitaminas, vale a regra da divisão por subcategorias, organizando-os

entre vitamina C, demais monovitaminas, multivitamínicos, conforme orienta Joyce Aquino. Pensar no perfil do consumidor também é importante no momento da disposição dos produtos nas prateleiras. “As farmácias poderiam facilitar a identificação dos produtos, organizando-os em suas respectivas categorias (crianças, diabéticos, idosos, perda de peso, musculação etc.), com os preços afixados”, aconselha o gerente-geral da divisão nutricional da Abbott, Wilton França.

COMPLEMENTOS ALIMENTARES Nessa categoria de produtos, deve-se dispor os produtos nas gôndolas de acordo com a árvore de decisão do consumidor, segundo afirma a diretora de marketing da Mead Johnson Nutrition, Daniela Degani. “Os critérios de escolha são subsegmento (benefício), marca, tamanho e sabor”, detalha a es-

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PLANOGRAMAS SUGERIDOS FARMÁCIAS DE GRANDE PORTE SAÚDE E BEM-ESTAR REPOSITOR ENERGÉTICO

TERMOGÊNICO

RECUPERAÇÃO

PRÉ-TREINO

EMAGRECEDOR

BLOQUEADOR DE GORDURA

POLIVITAMÍNICO

RECUPERAÇÃO

PROTEÍNAS

HIPERCALÓRICO

DIET LIGHT E SHAKES

VITAMINAS

SUPLEMENTOS

EMAGRECEDORES

FARMÁCIAS DE PEQUENO PORTE SAÚDE E BEM-ESTAR

PRÉ-TREINO

REPOSITOR ENERGÉTICO

RECUPERAÇÃO

BLOQUEADOR DE GORDURA

EMAGRECEDOR

PROTEÍNAS HIPERCALÓRICO

POLIVITAMÍNICO

DIET LIGHT E SHAKES

VITAMINAS

SUPLEMENTOS

EMAGRECEDORES

Fonte: Nutrilatina

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ponto de venda

O que o shopper privilegia • Boa oferta de produtos. • Exposição que facilite a experiência de compras. • Consultoria no PDV. • Preços competitivos. • Marcas reconhecidas, seja por indicação, seja porque foram utilizadas anteriormente. • Eficácia do produto. • Prescrição médica e de nutricionistas.

pecialista, acrescentando que esses produtos podem estar dispostos próximos a categorias relacionadas à nutrição (como leites de crescimento, fórmulas infantis, suplementos), sempre respeitando critérios de faixa etária do consumidor ao ordená-los como nutrição infantil, adulta e terceira idade.

Atenção às rupturas Além de aplicar a exposição correta, também é importante evitar rupturas nas gôndolas. “Uma pesquisa de mercado realizada pela Liberman Research Group (2012) apontou que nossos consumidores são muito leais às nossas marcas. Por exemplo: se 82% dos consumidores de Ensure® não encontrassem nossos produtos na prateleira, eles procurariam em outra loja”, adverte Wilton França, da Abbott. A diretora de marketing da Mead Johnson Nutrition, Daniela Degani, também acredita na importância da atenção aos estoques. “As farmácias são um canal destino para categorias de complementos e fórmulas infantis. Uma mãe tem uma compra média de 1 kg de produto por ida a farmácias, por isso é importante manter estoques que respeitem essa dinâmica”, finaliza.

MERCHANDISING EM PROL DAS VENDAS Considerada uma poderosa ferramenta do marketing, o merchandising pode ser definido como técnicas ou ações desenvolvidas no PDV com o objetivo de gerar informação e visibilidade aos produtos. Dessa forma, são capazes de motivar as compras. “Merchandising é uma poderosa ferramenta para ajudar os consumidores na decisão de compra. Segundo pesquisa Popai de 2012, empresas que aproveitam estas ferramentas podem ter um aumento em suas vendas de até 20%”, destaca o gerente-geral da divisão nutricional da Abbott, Wilton França. Dentro da categoria de suplementos e vitaminas, essa estratégia pode ser usada com sucesso. “Os suplementos, vitaminas e emagrecedores são liberados pela Anvisa e podem ser inseridos em encartes, mídias de revistas, exposição e demais modelos de negócios de cada farmácia. Isso deve ser aproveitado uma vez que esta categoria leva para os PDVs um novo consumidor”, aponta o gerente nacional de vendas da Nutrilatina, Marcelo Fernandes.

Além disso, dependendo do espaço da farmácia, é interessante trabalhar esses produtos em pontos extras e trazer, nas gôndolas, materiais informativos e, por vezes, lúdicos, que possam informar o consumidor sobre a categoria, conforme afirma o gerente comercial da Sanavita, Fábio Bonfim. Para ele, a informação é algo indispensável para essa categoria, dessa forma, além de jornais de ofertas, outros veículos que mostrem os benefícios e funcionalidade de suplementos e vitaminas também podem ser valiosos. “Vemos, como fator de sucesso, revistas desenvolvidas pelas farmácias com o tema espaço saúde, na quais falam de saúde, e não de doenças. Esses canais de comunicação são extremamente favoráveis para a categoria”, finaliza Bonfim.

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shopper

Conhecimento restrito Embora os brasileiros reconheçam que as vitaminas são importantes para o bom funcionamento do organismo, ainda existem muitos mitos em torno desses produtos. Fique atento ao perfil dos consumidores

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ara comercializar suplementos e vitaminas, é essencial que as farmácias conheçam o seu público-alvo. E, de modo geral, pode-se afirmar que, diferentemente do que acontece nos EUA, por aqui não existe o costume de usar esses produtos de forma preventiva, embora esse cenário esteja mudando. “O brasileiro costuma usar suplementos e vitaminas mais de forma reparadora. O conceito da necessidade de ingestão de vitaminas de forma preventiva existe no Brasil, mas está muito ligada ao consumo de alimentos saudáveis ou como suplementos nos momentos em que este consumo é indevido, como, por exemplo, em uma dieta restritiva (pessoas que comem pouco) ou seletiva (pessoas que não comem frutas, legumes, verduras ou carne). Mas nota-se que o uso preventivo vem tomando força a cada dia, junto à população consumidora leiga, devido à preocupação com a saúde e com o envelhecimento saudável. Tanto que vemos muitas pessoas tomando de oito a dez comprimidos diariamente em busca de um equilíbrio do corpo e rejuvenescimento”, avalia a pediatra e nefrologista pediátrica formada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e consultora médica da Marjan, Dra. Helena Dias Meziara Nogueira. Embora o uso de forma preventiva seja pouco disseminado, os consumidores brasileiros têm entendimento de que as vitaminas são importantes para o bom funcionamento do organismo, crescimento adequado e manutenção da vida. “Dia-

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Jovens são destaque no consumo Antes utilizados por pessoas acima dos 40 anos que se julgavam estressados ou doentes, agora a tendência de consumo de polivitamínicos mudou. Destacam-se entre os usuários os jovens que procuram mais disposição de praticar esportes, que se preocupam com dieta e hábitos saudáveis e tentam conciliar a vida agitada com a alimentação correta. Perfil de usuário:

riamente ouve-se falar: ‘coma mais fruta para ficar saudável, porque tem muita vitamina e mineral’ ou ‘uma alimentação equilibrada é muito importante como fonte desses micronutrientes’”, exemplifica a Dra. Helena. No entanto, ainda se conhece pouco sobre a importância de cada uma das vitaminas e sobre o uso delas em forma de suplementação, e não somente por meio da dieta. O médico, nutrólogo e fundador da Integralmédica Suplementos Nutricionais, Dr. Euclésio Bragança, também afirma que, no Brasil, não há uma compreensão boa sobre o assunto. Segundo ele, muitos confundem vitaminas e minerais com os demais suplementos, que formam uma ampla gama de produtos incluindo nutracêuticos ou alimentos funcionais, suplementos nutricionais esportivos, suplementos fitoterápicos etc. “Como as vitaminas e os minerais chegaram primeiro na memória do consumidor, este costuma chegar à farmácia e pedir ‘uma vitamina’ para isso ou aquilo, sem fazer distinção entre eles”, comenta. No entanto, esse cenário vem mudando ao longo dos anos. “Com a chegada das mídias sociais e a globalização com a cultura americana, que já tem este conceito mais arraigado em seu dia a dia, a procura por esses produtos vem crescendo e a curiosidade e conhecimento da necessidade da ingestão deles também”, avalia a consultora médica da Marjan.

40,7% 59,3% masculino

feminino

Faixa etária que mais consome:

27,6% de 20 a 24 anos

24 % de 55 a 64 anos

Fontes: Target Group IndexBr – jul/2011-fev/2012 e Farmácia Walmart

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As principais deficiências

50% 80% 81% 99%

não consomem a quantidade necessária de vitamina A.

não consomem a quantidade necessária de vitamina C.

não consomem a quantidade necessária de vitamina K.

não consomem as quantidades necessárias das vitaminas D e E.

Fonte: Pesquisa Brazos, feita em 2011 pela Unifesp, fornecida pela Farmácia Walmart

Vitaminas não engordam Aqui no Brasil, outro grande desafio da indústria e dos varejistas está em desmistificar o fato de que as vitaminas e suplementos se resumem a produtos que agem apenas para estimular o apetite. “Muitos brasileiros têm receio de que o uso de vitaminas possa levar ao aumento do peso, principalmente quando falamos de vitamina B12. Mas os estudos não comprovam essa relação direta entre uso da B12 e ganho de peso. O que temos é que, quando existe um déficit de algumas vitaminas no corpo, o indivíduo fica sem apetite e, quando esse déficit é sanado, o apetite volta. Se não fizer uma dieta equilibrada, ao recuperar a vontade de comer, pode haver um ganho de peso. Portanto, a culpa não é da vitamina, e sim do erro alimentar”, mostra a Dra. Helena. De acordo com o fundador da Integralmédica, uma das explicações para esse pensamento de que vitaminas podem levar ao ganho de peso é a visão que os brasileiros têm dos americanos. “Sabemos que os americanos consomem muita vitamina sintética e, paralelamente, sofrem com o excesso de peso. Mas fato é que, vitaminas e minerais não fornecem calorias e, portanto, não podem ser os culpados por isso diretamente”, esclarece. O gerente-geral da Divisão Nutricional da Abbott, Wilton França, fornece um exemplo prático. “Algo tão típico na nossa dieta, como um pedaço de pão com margarina e um copo de leite com chocolate contêm 470 kcal (48 g de carboidrato, 14 g de proteína e 12 g de lipídeos). Em contrapartida, um copo de um dos suplementos alimentares da Abbott fornece apenas 230 kcal (32 g de carboidratos, 8,5 g de proteínas e 7,4 g de lipídeos), tornando-se uma opção de lanche mais saudável. É claro que, se os consumidores não mudarem seus hábitos – alimentação e exercícios – e simplesmente adicionarem um suplemento nutricional em suas dietas, vão acabar consumindo mais calorias e, consequentemente, ganhando peso”, argumenta.

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Pesquisas apontam o conceito dos brasileiros sobre vitaminas A pesquisa de mercado Uso e Atitudes Suplementos Nutricionais, realizada pela Abbott, em junho de 2013, em parceria com o Instituto Resulta CNP, detectou que, em geral, os consumidores veem suplementos nutricionais como produtos capazes de fornecer uma alimentação balanceada para o corpo, oferecendo nutrientes percebidos como necessário para uma vida saudável e ativa. Para alguns deles, os suplementos nutricionais podem substituir uma refeição, enquanto as vitaminas não são vistas como “naturais”, uma vez que não excluem a necessidade de alimentação nem trazem a sensação de saciedade. Esse levantamento também detectou que ainda há confusão entre os conceitos de suplementos, complementos e vitaminas. A gerente de produto de Pharmaton, Joyce Aquino, revelou, ainda, que levantamentos de mercado apontam que dois em cada dez brasileiros consomem alguma vitamina ao longo do ano, entretanto ainda existem alguns mitos sobre o consumo de multivitamínicos no Brasil. “Cinquenta por cento das pessoas acreditam que é necessária receita médica para consumir esta categoria. Além disso, dois terços dos consumidores acreditam que não podem ingerir um multivitamínico por um longo período”, afirma.

Estados Unidos: consumo rotineiro de vitaminas Nos EUA, a cultura de vitaminas e suplementos é bastante sólida. “Esses produtos são muito mais utilizados e comprados diretamente na gôndola. O FDA (órgão americano regulador dessa categoria) é muito mais permissível do que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em utilizar dosagens mais altas nos produtos e associar fitoterápicos às vitaminas”, avalia a Dra. Helena Nogueira, da Marjan. Além do aspecto cultural, no mercado norte-americano, o grande número de lojas especializadas é outro diferencial em relação ao consumo. “Nesses estabelecimentos se encontram muitos profissionais especializados nesses produtos”, comenta o Dr. Euclésio Bragança, da Integralmédica. Já no Brasil é forte o conceito de que a vitamina deve ser consumida nos alimentos, mas o uso de suplementos está crescendo cada vez mais. “Este crescimento se deve muito por influência da cultura americana e pelo aumento de situações em que o uso se faz necessário, como, por exemplo, o aumento de dietas restritivas em programas nutricionais para controle de obesidade e cirurgia bariátrica, bem como para melhoria de performance física nos atletas e frequentadores de academias”, acredita a especialista da Marjan. O fundador da Integralmédica também acredita numa mudança de cenário brasileiro. “À medida que mais profissionais tenham interesse por esta especialidade, e que os estabelecimentos se organizam para ter um atendimento exclusivo, prestigiando os profissionais envolvidos, como educador físico e nutricionista principalmente, a tendência é termos um mercado interessante, em todos os sentidos e com consciência de consumo”, prevê.

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legislação

atenção

às normas

Confira os suplementos alimentares permitidos e proibidos para vendas no País e os regulamentos técnicos que estabelecem critérios de classificação, indicação, composição e rotulagem

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ílula natural para emagrecimento”, “Promove o ganho de massa muscular” ou “Combate o envelhecimento da pele”. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mensagens como essas são cada vez mais comuns em produtos comercializados como “suplementos alimentares” e chamam a atenção de consumidores que procuram, de maneira rápida e fácil, perder peso, ganhar massa muscular, melhorar a aparência ou mesmo obter outros benefícios à saúde. No entanto, além de não cumprirem as promessas anunciadas, esses produtos podem causar danos graves por conter ingredientes e substâncias que não são seguros ou que não podem ser consumidos sem acompanhamento médico. “Muitos desses produtos não estão regularizados e são comercializados irregularmente”, constata a gerente-geral de alimentos da Anvisa, Denise Resende. A Agência alerta que produtos da área de alimentos não podem conter hormônios, substâncias medicamentosas ou às quais se atribuam indicações terapêuticas, fitoterápicos 42 especial suplementação e vitaminas | nov 2013

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isolados ou associados, substâncias estimulantes e substâncias consideradas como doping pela Agência Mundial Antidoping (WADA, sigla em inglês). As farmácias devem, então, estar atentas a alguns sinais na rotulagem e publicidade que auxiliam na identificação de produtos que não estão regularizados no Brasil. Confira algumas irregularidades: • Promessas milagrosas e de ação rápida, como “Perca 5 kg em 1 semana!”. • Indicações de propriedades ou benefícios cosméticos, como redução de rugas, de celulite, melhora da pele etc. • Indicações terapêuticas ou medicamentosas, como cura de doenças, tratamento de diabetes, artrites, emagrecimento etc. • Uso de imagens e/ou expressões que façam referências ou menção a hormônios e outras substâncias farmacológicas. • Produtos rotulados única e exclusivamente em língua estrangeira.

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• Uso de fotos de pessoas hipermusculosas ou que façam alusão à perda de peso. • Uso de panfletos e folders para divulgar as alegações do produto, como estratégia para burlar a fiscalização.

O que diz a legislação De acordo com a Anvisa, os produtos popularmente conhecidos e comercializados como suplementos alimentares podem ser classificados em diferentes categorias de alimentos, dependendo de sua natureza, composição e finalidade de uso: suplementos vitamínicos e minerais; alimentos para atletas; novos alimentos; alimentos com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde; e substâncias bioativas isoladas e probióticos. Os suplementos vitamínicos e/ou minerais enquadrados como alimentos são regulamentados pela Portaria SVS/MS 32/98 e servem para complementar com vitaminas e minerais a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos em que sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente ou quando a dieta requerer suplementação. A Anvisa determina que esses produtos devam conter, no mínimo, 25% e, no máximo, até 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) de vitaminas e/ou minerais, na porção diária indicada pelo fabricante, não podendo substituir os alimentos nem ser considerados como dieta exclusiva. Caso o conteúdo de vitaminas e/ou minerais contido na formulação ultrapasse o limite máximo estabelecido (100% da IDR de vitaminas e/ou minerais, na porção diária indicada pelo fabricante), o produto não pode ser enquadrado na área de alimentos. Vale lembrar que a legislação sanitária brasileira não prevê a categoria “suplemento alimentar”. Assim, os produtos apresentados em formatos farmacêuticos fabricados no País ou importados devem ser regularizados como medicamentos ou alimentos de acordo com sua composição e finalidade de uso. Quando comercializados como alimentos, esses produtos, geralmente, têm obrigatoriedade de registro junto à Anvisa, segundo determinação da RDC 27/10, e podem ser en-

venda proibida no País Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio da Rede de Autoridades em Inocuidade de Alimentos (Infosan), alertou que vários países têm identificado efeitos adversos associados ao consumo da substância dimethylamylamine (DMAA). “O DMAA é um estimulante usado, principalmente, no auxílio ao emagrecimento, aumento do rendimento atlético e como droga de abuso. Seu uso estava se tornando cada vez mais prevalente entre os adultos jovens. Essa substância tem efeitos estimulantes sobre o sistema nervoso central e pode causar dependência, além de outros efeitos adversos. No Brasil, o comércio de suplementos alimentares com DMAA também é proibido”, esclarece o ministrante do Conselho Regional de Farmácia, do Estado de São Paulo (CRF-SP), Dr. André Luis Rotolo Silva.

quadrados nas categorias de novos alimentos, alimentos com alegações de propriedade funcional ou substâncias bioativas isoladas, conforme o caso. Alimentos em cápsulas e comprimidos também são permitidos para produtos das categorias de suplementos vitamínicos e/ou minerais e alimentos para atletas, as quais estão, atualmente, isentas da obrigatoriedade de registro junto à Anvisa. A dispensa de registro, todavia, não exime a empresa de cumprir com os requisitos de composição e qualidade estabelecidos pelos respectivos regulamentos técnicos. nov 2013 | especial suplementação e vitaminas 43

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cases

sucesso na prática

Farmácias de todas as regiões do País já enxergam o potencial de suplementos e vitaminas e gerenciam a categoria de forma estratégica e criativa. Confira alguns exemplos

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e nada adianta investir na categoria de suplementos alimentares, esportivos, vitaminas ou multivitamínicos se o varejo não prestar atendimento especializado e não souber apresentar os produtos de forma correta. Veja a seguir alguns exemplos de quem já faz:

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Fotos shutterstock/divulgação/melina menconi

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Um dos grandes destaques da Farmácia Solução, de Pitangui (MG), está na categoria de suplementos alimentares e vitaminas

CRIATIVIDADE E INICIATIVA

A Farmácia Solução, integrante da rede Entrefarma (associação que congrega 123 farmácias mineiras) e também afiliada à Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), está há 27 anos no município de Pitangui (MG). Atuando como farmácia e manipulação, hoje um dos grandes destaques do negócio, está na categoria de suplementos alimentares e vitaminas. “Essa categoria chega a representar 17% do faturamento total da loja e cresce dia a dia”, revela o sócio-proprietário da Farmácia Solução e diretor da Entrefarma, Eduardo Lobato Campos Oliveira. O executivo acredita que a Solução aproveita as oportunidades de crescimento com essas linhas de produtos, já que cresce num mercado onde há muita demanda e no qual poucas farmácias desempenham um bom trabalho. “Apesar de as farmácias contabilizarem uma rentabilidade que, por vezes, chega a ser superior a 40% com a categoria, são poucas as que trabalham bem com esses produtos”, considera Oliveira. Uma das preocupações da Farmácia Solução com a categoria está na escolha do mix, que sempre é selecionado atendendo à demanda dos consumidores da loja. “No nosso espaço, ganham destaque os polivitamínicos, revitalizantes, além de suplementos e vitaminas que ajudam a reduzir o cansaço físico e mental”, conta Oliveira, salientando que, além

do sortimento correto, a Solução também aposta em treinamentos, para que os colaboradores entendam e saibam explicar aos consumidores os benefícios de cada item. “Muitos têm receio de comprar esses produtos porque acreditam que o suplemento pode ser um anabolizante ou porque acham que podem engordar. Portanto, ter um atendimento capacitado para esclarecer essas dúvidas é fundamental para a categoria. Afinal, a maioria das compras se dá por indicação do farmacêutico. São poucos os casos nos quais o consumidor procura produtos dessa linha com receita médica”, constata. Para potencializar ainda mais as vendas do segmento, Oliveira também aposta na exposição privilegiada. “Todo o nosso mix de suplementos e vitaminas fica logo na entrada da loja. E procuramos setorizar as gôndolas de acordo com os benefícios que os produtos trazem, para que os consumidores possam encontrar facilmente o que buscam”, conta. A Farmácia Solução também procura inovar, promovendo ações fora do ponto de venda (PDV) com o intuito de atrair novos clientes. “Recentemente, montamos uma tenda na porta de uma academia e, nesse espaço, um personal trainer mostrava quais os benefícios de algumas vitaminas e suplementos. Também oferecemos sachês para que os visitantes pudessem experimentar os produtos. Embora não tenhamos mensurado o retorno do evento, temos certeza de que os maiores ganhos foram em fidelização e fortalecimento da nossa marca nessa categoria”, finaliza Eduardo Oliveira. NOV 2013 | ESPECIAL SUPLEMENTAÇÃO E VITAMINAS 45

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cases ações específicas e parcerias com a indústria A Rede Drogal, que está há 78 anos no mercado farmacêutico, possui 95 lojas em 37 cidades do interior de São Paulo. Até dezembro, a expectativa é inaugurar a centésima filial. E, em muitas delas, os suplementos e vitaminas têm papel de destaque. “Essa categoria oferece melhora na qualidade de vida e bem-estar dos nossos clientes. Também transmite a segurança de um produto confiável. A linha está na rede há três anos, e o crescimento é contínuo”, afirma o coordenador de marketing da Rede Drogal, Alex Camargo. Segundo ele, os consumidores que compram suplementos na Rede Drogal são clientes que estão começando uma atividade física ou aderiram à prática moderada e querem melhorar sua dieta. “Normalmente, as primeiras compras vêm por meio de prescrição de um médico ou nutricionista. Depois, o cliente passa a fazer apenas acompanhamento e, alcançando bons resultados, volta a comprar o produto”, diz. Para atrair o consumidor e também melhorar a experiência de compras, a exposição dessa linha de produtos é considerada estratégica, e os trabalhos são desenvolvidos de acordo com o espaço dos estabelecimentos. “Em algumas lojas, foi criada uma seção específica para suplementos. Já nas lojas onde o espaço físico não é suficiente, a seção se agrega a produtos voltados para a saúde, como adoçantes, chás e alimentos dietéticos. Além disso, sempre estudamos um ponto estratégico para a exposição, seja ao lado das balanças, seja em um campo de visão do cliente”, conta Camargo. Para fortalecer os resultados do PDV, a Rede Drogal também desenvolve ações diferenciadas, como corridas, aulas em academias, treinamentos aos funcionários e campanhas para os clientes. Em uma delas, realizada em dezembro do ano passado, a Rede Drogal, em parceria com a Midway International Labs, trouxe, a Piracicaba (SP), o lutador de MMA Rodrigo Minotauro e o fisiculturista José Carlos Santos. No Salão de Festas da Creche Ada Dedini Ometto, o peso-pesado do UFC falou sobre disciplina e determinação, mostrando a importância dos objetivos para conquistar uma carreira vencedora. Já José Carlos Santos, atleta oito vezes campeão do mundo, ministrou o workshop “Suplementos e seus benefícios”. Fechado ao público, o evento reuniu cerca de 450 participantes, vindos de academias

O sócio-proprietário da Farmácia Solução e diretor da Entrefarma, Eduardo Lobato Campos de Oliveira, revela que a categoria chega a representar 17% do faturamento total da loja

de Piracicaba e cidades da região. “O evento, voltado aos formadores de opinião e clientes, foi um sucesso”, comemora o coordenador de marketing da Rede Drogal. Aliás, com grandes parcerias como a da Midway, a Rede Drogal conquista know-how, seja para a composição do mix, a fim de organizar o PDV e treinamentos, seja para o desenvolvimento de ações estratégicas. “A Midway é uma grande parceira da Rede Drogal, com degustações de produtos, brindes e campanhas para os clientes. Traz profissionais capacitados para darem treinamentos aos funcionários que estão no PDV e está sempre disposta a ajudar em novos projetos. Tudo isso tem acrescentado muito para o desenvolvimento da categoria”, destaca Camargo. Para complementar o trabalho dentro da Drogal, as lojas também apostam na capacitação dos colaboradores para garantir boas vendas e bom atendimento ao consumidor. “Temos uma promotora que é responsável pelo desenvolvimento específico da linha dentro da rede. Também criamos o projeto do padrinho de suplementos, no qual escolhemos dois funcionários por loja, que recebem treinamentos específicos e estão sempre prontos para esclarecer as dúvidas dos clientes”, finaliza Alex Camargo.

exposição em cestões A rede de farmácias Super Popular entrou recentemente no mercado paulista. Até agora, com quatro lojas

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cases localizadas em Hortolândia (matriz), Bragança Paulista e Monte Mor, os estabelecimentos estão no interior do Estado entre cinco meses e um ano. De acordo com o sócio-proprietário da Super Popular, Thales Jardim Portes, os suplementos alimentares e vitaminas desempenham um papel de cada vez mais destaque nessas farmácias. “A loja de Bragança Paulista foi a primeira a trabalhar com esse mix de produtos, já que aproveitamos a oportunidade de a farmácia estar localizada sob uma academia. Vimos que a experiência por lá foi bastante positiva, então decidimos trazer os suplementos e vitaminas para as demais unidades. E, felizmente, notamos que, mesmo as outras lojas não estando próximas às academias, o resultado tem sido igualmente favorável”, comemora Portes. Segundo o executivo, de modo geral, os consumidores da Super Popular buscam esses produtos mesmo sem receituário médico. “Embora as informações sobre suplementos e vitaminas tenham se disseminado cada vez mais, especialmente por conta da internet, muitos brasileiros ainda desconhecem a função desses produtos. Dessa forma, na hora da compra, é fundamental que os atendentes das farmácias estejam bem treinados e preparados para esclarecer as dúvidas dos consumidores. E é nisso que apostamos. Assim, com esse foco, desenvolvemos treinamentos e contamos com a parceria da indústria”, avisa Portes. O modelo de exposição desenvolvido pela Farmácia Super Popular é diferenciado, já que, além das gôndolas para vitaminas e da exposição desses produtos no balcão, ao alcance do consumidor, as lojas praticam a exposição em cestões de grande visibilidade. “Expomos esses produtos em cestões com volume bem alto de produtos, para chamar a atenção dos consumidores”, conta o sócio-proprietário. Dentre os produtos mais procurados da categoria na Farmácia Super Popular estão itens voltados para perda de peso, os suplementos dirigidos a atletas e alguns específicos, como o ômega 3 e o óleo de coco. Para potencializar as vendas, somados aos treinamentos e exposição de destaque, a empresa também desenvolve panfletos promocionais divulgando esses produtos. “Não temos pesquisas que mostrem quantos porcento as

vendas dos itens anunciados aumentam, mas vemos que muitos consumidores vêm até nossas lojas com o tabloide em mãos, procurando as ofertas publicadas”, destaca o empresário. E ainda acrescenta que, hoje, a rentabilidade média com a categoria é de, em média, 30%, e que esses produtos representam entre 3,5% e 4% do faturamento total das lojas.

espaço exclusivo com nutricionistas A rede de farmácias Big Ben está no mercado há 19 anos, sendo há dois anos uma das plataformas de negócio pertencente ao Grupo Brasil Pharma. Hoje, são 246 lojas distribuídas no Norte e Nordeste do Brasil, nos Estados do Pará, Amapá, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Ceará,

Em algumas lojas da Rede Drogal foi criada uma seção específica para suplementos

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Paraíba e Alagoas. A gerente de marketing da rede Big Ben, Leci Brito, considera que as vendas e o consumo de suplementos nutricionais está cada vez mais inserido no cotidiano das pessoas, abrindo maior espaço para a sua comercialização. “Percebemos o aumento da frequência de consumidores nas lojas de suplementos nutricionais e buscamos sempre atender à demanda crescente do mercado. O aumento do número de academias, associado ao aumento da oferta de suplementos nutricionais, foi a grande motivação para que nos especializássemos mais”, diz. Com foco nesse mercado promissor, a Big Ben atua de forma estratégica com suplementos e vitaminas. “Possuímos, nas grandes lojas, um espaço especializado denominado NUTRIR BEM, onde o cliente encontra ajuda para conhecer, entender e escolher o suplemento ideal, por meio de orientação nutricional profissional gratuita. Esse espaço existe há três anos e, por se tratar se um serviço diferenciado, notamos uma demanda crescente na procura pelos produtos de suplementação. Isso nos possibilitou a fidelização de nossos clientes e conquista de novos consumidores”, conta Leci. Aliás, para a Big Ben, a disseminação de conhecimento sobre a categoria no PDV é fundamental. “Hoje, existem muitas informações disponíveis na internet, mas nem todas são confiáveis. Por isso, é preciso que conceitos e conteúdos verdadeiros sobre suplementos nutricionais sejam disseminados em ambientes onde se encontre um grupo-alvo para a utilização. Por isso que disponibilizamos, nos nossos grandes pontos de vendas, profissionais treinados que possam fornecer a informação correta para os consumidores”, justifica a gerente de marketing. O sortimento também é importante para a Big Ben, que faz questão de oferecer marcas tradicionais e reconhecidas nas prateleiras. “Disponibilizamos os melhores suplementos nutricionais, nacionais e importados. Universal, EAS, Labrada, Hammer, GU, Probiótica, NeoNutri, Midway e Atlhetica, todas registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estão entre as marcas que fazem parte do nosso mix”, enumera Leci.

O sócio-proprietário da Super Popular, Thales Jardim Portes, afirma que os suplementos alimentares e vitaminas desempenham um papel de cada vez mais destaque nessas farmácias

Ações promocionais também são desenvolvidas nas lojas. É exemplo a Semana da Suplementação Big Ben, realizada recentemente em toda a rede. “No período da ação, os produtos ficaram com preços imbatíveis. Dentro da estratégia comercial, desenvolvemos um plano de comunicação, utilizando-se de comerciais em TV, comunicação visual, marketing digital e diversas ferramentas para divulgar as ações em lojas”, descreve a especialista, acrescentando que a indústria participa de estratégias comerciais da rede e investe no plano de comunicação da Big Ben, como forma de alcançar melhores resultados em vendas. Hoje, os suplementos representam cerca de 17% do faturamento atingido na classe de alimentos vendidos na rede. nov 2013 | especial suplementação e vitaminas 49

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Serviços A

Abbott www.abbott.com Agência Mundial Antidoping www.wada-ama.org Andorinha Distribuidora www.andorinhamed.com.br Anvisa http://portal.anvisa.gov.br Athletica Nutrition www.athleticanutrition.com.br

B

Beneficência Portuguesa de São Paulo http://hospital.beneficencia.org.br Biolab www.biolabfarma.com.br Brasil Pharma www.brph.com.br

C

Centro Universitário São Camilo www.saocamilo-sp.br Centrum www.centrum.com.br CRF-SP www.crfsp.org.br

D

Drogaria Araújo www.araujo.com.br Drogarias Big Ben www.drogariasbigben.com.br

E

Entrefarma www.entrefarma.com.br

F

Faculdade de Medicina de Harvard http://hms.harvard.edu Faculdade de Medicina do ABC www.fmabc.br

Faculdade de Saúde Pública da USP www.fsp.usp.br Farmácia Solução (37) 3271-4171 Farmácia Super Popular http://farmaciasuperpopular.com.br

Mead Johnson Nutrition www.meadjohnson.com.br Midway www.midwaylabs.com.br

N

FDA www.fda.gov

Nutracom www.grupocimed.com.br/ nutracom-consumo.php

Febrafar www.febrafar.com.br

Nutrilatina www.nutrilatina.com.br

G

O

Grupo Cimed www.grupocimed.com.br Grupo Valeant Brasil http://valeant.com.br

H

OMS www.who.int

P

Pfizer www.pfizer.com.br

Herbarium www.herbarium.net

Pharmaton www.pharmaton.com.br

Hospital Santa Marcelina www.santamarcelina.org

Probiótica Laboratórios www.probiotica.com.br

Hospital São Camilo www.saocamilo.com

I

IMS Health www.imshealth.com Infosan www.infosan.com.br Instituto Resulta CNP www.resultacnp.com Integralmédica Suplementos Nutricionais www.integralmedica.com.br

R

Rede Drogal www.drogal.com.br

S

Sanavita www.sanavita.com.br

U

Unifesp www.unifesp.br

L

V

M

W

Liberman Research www.liebermanresearch.com

ManpowerGroup www.manpowergroup.com.br

VP Consultoria Nutricional www.vponline.com.br

Walmart www.walmart.com.br

Marjan www.marjan.com.br

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