Parte integrante do
Especial
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ANO XXII | Nยบ 274 | SETEMBRO DE 2015
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EDITORIAL
Atendimento
de sensibilidade
EXPEDIENTE DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Vivian Lourenço ESTAGIÁRIA DE REDAÇÃO Carine Pessoas
Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe
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EDITOR DE ARTE Junior B. Santos
DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) ASSISTENTE DO COMERCIAL Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri
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ASSISTENTES DE ARTE Flávio Cardamone e Rodolpho A. Lopes
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A maior parte dos idosos brasileiros, cerca de 73,8%, é composta por pessoas entre 60 e 75 anos de idade. A expectativa de vida cresceu significativamente nas últimas décadas. Entre 1980 e 2013, saltou de 62,7 para 73,9 anos, um crescimento real de 11,2 anos. Neste ano, a expectativa de vida subiu para 75 anos, novo acréscimo de pouco mais de um ano. Para se ter ideia, em 1900 a expectativa de vida ao nascer do brasileiro era de 33 anos. A longevidade pode ser apontada com uma das maiores conquistas dos últimos cem anos no País. Entre os motivos para o crescimento do número de idosos no Brasil, estão melhores condições de vida da população em geral, relacionadas principalmente ao aumento da renda registrado na última década, que proporciona maior acesso aos serviços de saúde e a medicamentos, e às campanhas oficiais de vacinação e distribuição de medicamentos. A transição demográfica e epidemiológica no Brasil implica novas formas de cuidado à população idosa e reorganização dos modelos assistenciais existentes. A pergunta que fica aqui é: o País está preparado para isso? As farmácias estão prontas para atender um público que apresenta necessidades tão específicas e está ávido por novidades? De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), mais de 80% dos idosos fazem uso diário de algum tipo de fármaco. O produto é um poderoso processo de intervenção com o objetivo de melhorar o estado de saúde dos pacientes idosos. Vale ressaltar que um quarto dos medicamentos é prescrito para os idosos, que consomem três vezes mais fármacos que os pacientes jovens. Mais do que isso, além de tratar de doenças, o consumidor mais velho está preocupado em ter mais saúde e viver melhor. Assim, este Suplemento Especial Terceira Idade foi preparado para mostrar à cadeia farmacêutica a gama de produtos que podem ser trabalhados para esse público que tem feito das farmácias e drogarias verdadeiras boutiques de saúde. É preciso perceber o valor dos idosos, acolhê-los e oferecer o que o seu o negócio tem de melhor.
DEPARTAMENTO FINANCEIRO Cláudia Simplício e Fabíola Rocha MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ASSISTENTE DE MARKETING E PROJETOS Lyvia Peixoto MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães e Noemy Rodrigues PROJETO GRÁFICO Junior B. Santos COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Marcelo de Valécio Revisão Mônica C. Galati IMRESSÃO Abril
> www.guiadafarmacia.com.br Suplemento Especial Terceira Idade é uma publicação anual da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino São Paulo (SP), CEP 04039-010 Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.
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SUMÁRIO
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18 CONSUMO
28 SAÚDE
O grupo de brasileiros com 60 anos de idade ou mais soma 13% do total de habitantes do País, calculado em 201 milhões de pessoas. Esse número implica alguns desafios, sobretudo nas áreas de saúde e previdência social
A alteração de perfil demográfico deve provocar uma modificação importante nas ações de marketing das empresas. Uma vasta gama de setores será impactada pelas mudanças do mercado consumidor e as empresas terão de entender o que esse público deseja
Com o aumento da longevidade, crescerá igualmente o fator de exposição a doenças crônicas, refletindo em maior incidência e prevalência. Os tratamentos avançam, mas a prevenção é a preocupação dos especialistas
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24 ATENÇÃO FARMACÊUTICA
O envelhecimento requer um planejamento adequado para um mundo com mais idosos. Isso deve envolver vários fatores, como a produção de alimentos, água, energia e todas as questões ambientais que permitam à população viver mais e melhor
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As pessoas idosas usam mais os serviços médico-hospitalares e consomem mais medicamentos. Esse público sênior é exigente, fiel, assíduo e seletivo. Conseguir cativá-lo e ajudá-lo nos tratamentos pode ser um bom negócio
38 BELEZA Envelhecer com saúde e sem descuidar da beleza tem sido uma vertente entre o público da terceira idade. Para satisfazer suas vaidades, há um maior consumo de cosméticos e afins, estimulando na indústria os lançamentos voltados a esses consumidores
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Envelhecimento no Brasil AUMENTO DA POPULAÇÃO DE IDOSOS IMPLICA DESAFIOS AO PAÍS, SOBRETUDO NAS ÁREAS DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA SOCIAL. CONTUDO, SE BEM PLANEJADA, NOVA REALIDADE CRIA OPORTUNIDADES À ECONOMIA, POIS CONSUMIDOR SÊNIOR DEMANDARÁ PRODUTOS E SERVIÇOS ESPECÍFICOS TEXTOS MARCELO DE VALÉCIO FOTOS: SHUTTERSTOCK
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REALIDADE NACIONAL No Brasil, a mudança de perfil acontecerá antes, já em meados da década de 2030. A população mais jovem vem caindo seguidamente nas últimas décadas, enquanto a de idosos sobe, tendência que deve se manter nos próximos anos. Em 2000, 52 milhões de pessoas (30% da população) tinham menos de 14 anos, passando para 47 milhões (23%) neste ano, atingindo 41 milhões (19%) em 2025 e chegando a 28 milhões (13%) em 2060. Poucos países registrarão uma
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inflexão no perfil populacional tão rápida quanto o nosso. Se as projeções estiverem certas, em 2050, o País, que hoje ocupa a 15ª posição em número de idosos no mundo, será o nono. Ou seja, em pouco mais de três décadas, o Brasil passará por uma mudança que a França levou um tempo quatro vezes maior para chegar e terá um contingente de idosos semelhante ao que Japão, Itália e Alemanha, países com mais idosos no mundo, têm hoje. Entre os motivos para o crescimento do número de idosos no Brasil, estão melhores condições de vida da população em geral, relacionado principalmente ao aumento da renda registrado na última década, que proporciona maior acesso aos serviços de saúde e a medicamentos, e às campanhas oficiais de vacinação e distribuição de medicamentos. “O aumento se deve às medidas de combate à desnutrição, à redução da mortalidade materna e infantil, à ampliação do acesso a vacinas e medicamentos gratuitos, à melhoria do atendimento às mães e bebês, ao enfrentamento das doenças crônico-degenerativas, entre outras ações promovidas pelo governo federal em parceria com estados e municípios”, revela a coordenadora de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde (MS), Cristina Hoffman. De acordo com o IBGE, a mortalidade infantil caiu de 20 por mil nascidos, em 2000, para 14 por mil neste ano, devendo chegar a 11 por mil em 2025. Em que pese os dados positivos, a rápida longevidade cobra desafios importantes ao País. “A transição demográfica e epidemiológica no Brasil implica novas formas de cuidado à população idosa e reorganização dos modelos assistenciais existentes”, salienta Cristina. “Exige respostas das políticas sociais, envolvendo estado, sociedade e articulação intersetorial, especialmente no que se refere às políticas de saúde, da assistência social e da previdência social.” Para orientar as
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CADA VEZ MAIS, O MERCADO SE DEFRONTA COM O CLIENTE SÊNIOR, SOBRETUDO O DE FAIXA DE RENDA MAIS ELEVADA, E COMEÇA A PERCEBER SUA CAPACIDADE DE CONSUMO
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De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de brasileiros com 60 anos de idade ou mais soma 13% do total de habitantes do País, calculado em 201 milhões de pessoas. É um contingente de aproximadamente 26,2 milhões, que supera a população do Chile (18 milhões de habitantes) e cresceu muito nos últimos anos. Em 2000, a população idosa era de aproximadamente 15 milhões de indivíduos e representava 8,6% do total. A maior parte dos idosos brasileiros, cerca de 73,8%, é composta por pessoas entre 60 e 75 anos. Também a expectativa de vida cresceu significativamente nas últimas décadas. Entre 1980 e 2013, saltou de 62,7 para 73,9 anos, um crescimento real de 11,2 anos. O avanço foi apontado no Relatório de Desenvolvimento Humano de 2014 e divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Neste ano, a expectativa de vida subiu para 75 anos, novo acréscimo de pouco mais de um ano. Para se ter ideia, em 1900 a expectativa de vida ao nascer do brasileiro era de 33 anos. “Longevidade pode ser apontada com uma das maiores conquistas dos últimos cem anos no País”, afirma o presidente do Centro Internacional de Longevidade (ILC, na sigla em inglês) e diretor do programa de envelhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS), Alexandre Kalache. Se em 1940 o total de idosos representava 4% da população brasileira, em 2025 ele corresponderá a 16% ou 35,4 milhões de habitantes. Desse grupo seis milhões serão de pessoas “muito idosas”, aquelas com mais de 80 anos. O IBGE estima em 77,8 anos a expectativa de vida do brasileiro nos próximos dez anos. Para 2060, ela sobe para 81,2 anos, quando a população mais velha representará pouco mais de um quarto (26%) do total de habitantes do País. É a mesma proporção que faz a OMS para a participação do total de idosos no mundo para 2050. Segundo a entidade, uma pessoa em cada quatro será idosa nos próximos 35 anos. Hoje, perto de 800 milhões de pessoas têm mais de 60 anos. Vale dizer que nesse período haverá mais pessoas idosas do que menores de 15 anos.
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PANORAMA
ações setoriais e intersetoriais no campo de envelhecimento e saúde da pessoa idosa, lembra a executiva, foram elaborados e publicados marcos legais e normativos importantes, como a Política Nacional do Idoso, promulgada em 1994, que prevê a garantia dos direitos sociais à pessoa idosa. Em 2003, o Estatuto do Idoso reafirmou os direitos desses indivíduos, cabendo ao estado garantir atenção integral a essa população, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS). No campo específico da saúde, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, atualizada em 2006, possui como finalidade primordial a recuperação, a manutenção e a promoção da autonomia e da independência das pessoas idosas.
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AUMENTO DA LONGEVIDADE
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O País, de fato, avançou em alguns pontos, como na distribuição de medicamentos para doenças crônicas (hipertensão e diabetes), o que contribuiu para o aumento da longevidade. Contudo, o envelhecimento está ocorrendo em meio a grandes dificuldades socioeconômicas. “O Brasil vive de altos e baixos. Ao longo dos anos, vivemos períodos de grande impulso econômico e outros de quedas acentuadas. Enquanto isso a população passou a viver mais, o que é positivo de um lado e preocupante por outro. Os países desenvolvidos enriqueceram antes de envelhecer. Por exemplo, o Canadá tem o dobro de idosos que o Brasil, mas lá os grandes problemas de infraestrutura, educação e saúde foram resolvidos, enquanto aqui, não”, diz Kalache. Além disso, o executivo destaca que o envelhecimento acontece de forma muito rápida. Se hoje o Canadá tem 24% de idosos, em 2050, terá 30%. Já o Brasil parte de 13% para 30%, no mesmo período. “Os canadenses envelheceram mais devagar e com mais recursos do que os brasileiros estão tendo. Os políticos devem se dar conta do que está acontecendo e não deixar para amanhã para resolver, pois, se a longevidade não for adequadamente planejada, teremos problemas sociais imensos nos próximos 50 anos.” Longevidade em paralelo com desigualdade social elevada representa, sobretudo, um problema para a saúde pública. “Envelhecimento em condições sociais desfavorá-
veis, em que as pessoas têm menos recursos e informação, contribui para o aumento dos casos de doenças crônicas, demências e outras moléstias. A longevidade não vem acompanhada de qualidade de vida. Hoje uma pessoa de 70 anos no Brasil equivale a uma de mais de 80 anos no Canadá”, afirma Kalache. Para reverter esse quadro, no entender do especialista, as autoridades governamentais devem formular uma política voltada aos idosos, considerando as características do seu perfil socioeconômico. “Mas isso ainda está longe de ser atingido. O idoso não está na lista de prioridades do governo. Adoece-se mais porque não se faz tratamento preventivo, a alimentação é desbalanceada, com excesso de açúcar e de sal. Tudo isso contribui para que o idoso e os brasileiros de forma geral tenham menos saúde.” Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Ministério da Saúde, cerca de 40% da população brasileira (57,4 milhões de pessoas) têm uma doença crônica, atingindo principalmente o sexo feminino – 34,4 milhões de mulheres (44,5%) para 23 milhões de homens (33,4%). Os pacientes crônicos respondem por 70% dos custos assistenciais.
CONSULTAS MÉDICAS Também a medicina precisa estar em sintonia com os novos tempos. “Os médicos hoje não têm tempo de atender o idoso como deveria. Mesmo porque as faculdades formam médicos hoje como faziam há 40 anos, com o aprendizado voltado para o cuidado dos jovens adultos ou para saúde infantil. Não se acompanhou a mudança de perfil da sociedade, com idosos vivendo mais e demandando novos cuidados”, revela Kalache. Outro aspecto apontado por ele diz respeito à retaguarda nos atendimentos. “Os pacientes devem ser monitorados, ter um histórico de consultas e tratamentos atualizados. É preciso uma visão de conjunto”, diz o especialista, e vai além. “Adotamos cada vez mais o modelo americano, de fracionamento do corpo humano. Na Europa o modelo é mais inteligente, existe o médico de família que passa a ser o guardião da saúde. Ele acompanha todo
O IBGE ESTIMA EM 77,8 ANOS A EXPECTATIVA DE VIDA DO BRASILEIRO NOS PRÓXIMOS DEZ ANOS. PARA 2060, ELA SOBE PARA 81,2 ANOS, QUANDO A POPULAÇÃO MAIS VELHA REPRESENTARÁ POUCO MAIS DE UM QUARTO DO TOTAL DE HABITANTES DO PAÍS
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o histórico do paciente e, quando necessário, encaminha a um especialista. Aqui, como nos EUA, o paciente vai a vários médicos especialistas, cada um adotando um procedimento. Além de ter um resultado menos eficiente, o custo para o paciente e para o sistema de saúde é muito maior.”
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partir da implantação de polos com infraestrutura e profissionais qualificados. Cristina destaca também as oficinas com a meta de educação permanente e capacitação de profissionais de saúde e outras áreas sobre o processo de envelhecimento, como forma de aprimorar o tratamento do idoso. O fomento a estudos e pesquisas é outra ação estratégica para orientar políticas intersetoriais de cuidados às pessoas mais velhas em situação de vulnerabilidade clínica ou social, considerando inclusive os desafios do envelhecimento populacional para a formulação de políticas sociais. “Podemos destacar, entre os trabalhos apoiados, o Estudo Longitudinal da Saúde e Bem-Estar dos Idosos Brasileiros (ELSI BRASIL) e o Levantamento Censitário nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIS)”, informa.
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Com a finalidade de confrontar os desafios do envelhecimento, o Ministério da Saúde afirma que tem promovido ações importantes em prol do idoso. Entre elas, o lançamento e distribuição do documento “Diretrizes para o cuidado das pessoas idosas no SUS: proposta de modelo de atenção integral”. A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é outro instrumento estratégico com o propósito de qualificar o cuidado à pessoa idosa, para ser usado tanto pelas equipes de saúde em todos os níveis de atenção, quanto pelos idosos, por seus familiares e cuidadores. A caderneta permite o registro e o acompanhamento, pelo período de cinco anos, de informações sobre dados pessoais, sociais e familiares, sobre as condições de saúde do idoso e seus hábitos de vida, identificando suas vulnerabilidades, além de ofertar orientações para o autocuidado. “Ações como o Caderno de Atenção Básica Sobre o Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa oferece subsídios técnicos específicos em relação à saúde da pessoa idosa a fim de facilitar a prática diária dos profissionais que atuam na atenção básica”, explica Cristina Hoffman. O Programa Farmácia Popular garante à população o acesso gratuito a medicamentos que compõem a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais. “É um programa muito importante, pois beneficia principalmente os idosos, no caso das doenças crônicas como hipertensão e diabetes”, observa ela. Outra ação do MS é o Programa Nacional de Imunização, por meio do qual a vacina contra a influenza é oferecida anualmente durante a Campanha Nacional de Imunização do Idoso, visando contribuir para a redução da morbimortalidade por influenza e suas complicações. Já a Atenção Domiciliar, por meio do Programa Melhor em Casa, compreende uma modalidade complementar à atenção básica e substitutiva e complementar às intervenções hospitalares de baixa e média complexidade e aos serviços de urgência e emergência. Segundo a coordenadora do MS, a Atenção Domiciliar tem sido adotada para racionalizar a utilização dos leitos hospitalares, reduzir os custos da assistência e estabelecer uma lógica de cuidado pautada na humanização. Mais uma ação desenvolvida é o Programa Academia da Saúde, que evidencia a importância de assumir modos de vida saudáveis pela população idosa a
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CAMPANHAS ESPECÍFICAS
ANSEIOS E NECESSIDADES Um aspecto a ser considerado, segundo os especialistas, é que nem todo idoso é convalescente ou dependente. Boa parte daqueles com 60 anos ou mais continua ativa, muitos trabalham e não raro sustentam suas famílias, muito comum nas periferias das grandes metrópoles e em cidades menores do interior do País. “Diferentemente do que ocorria em décadas passadas, cada vez mais há idosos que são o principal provedor da família, influenciando, inclusive, nas decisões de compra”, afirma o professor de estratégia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Franco Teixeira. Outros trabalham não por necessidade, mas por acreditarem que têm o que oferecer em termos profissionais. Fazem parte desse grupo profissionais liberais, executivos, especialistas e consultores. Pesquisa realizada pelo Insti-
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PANORAMA RAIO X DOS IDOSOS BRASILEIROS
7,3
Número de aposentados:
milhões são economicamente ativos
17,5
milhões
11,7
Número de idosos no Brasil:
milhões são mulheres
26,2
18,9
14,5
milhões são homens
milhões de pessoas
milhões não são economicamente ativos
Idosos em 2025:
Dos aposentados:
43% IDADE
ganham até um salário mínimo
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26%
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recebem entre um e dois salários
recebe mais de 20 salários
35,4 milhões de pessoas
Gastos do governo federal com aposentadoria e benefícios em 2015: aproximadamente
R$ 400 bilhões
• Do que mais adoecem os idosos? Hipertensão arterial, diabetes, doenças crônicas da coluna, colesterol elevado e depressão. • Do que mais morrem os idosos? Doença isquêmica do coração e complicações decorrentes de quedas. • Fatores que fazem com que o idoso viva mais: alimentação saudável, saúde preventiva e exercícios físicos.
Fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da Saúde e a farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti
PRIORIDADES DO PÚBLICO Assim como outras faixas etárias da população, os idosos têm necessidades específicas. Isso pode ser observado no estudo realizado pela Nielsen em 2013, que teve uma etapa significativa no Brasil, com 500 idosos entrevistados. Os principais resultados revelaram as prioridades após a aposentadoria (veja gráfico). “Com base no estudo, é possível inferir que as preocupações da terceira idade no Brasil estão ligadas à saúde física e mental, bem como a uma velhice ativa e sociável”, revela a professora do curso de Trade Marketing da PósGraduação da ESPM-SP, Tania Zahar Mine. Fonte: Nielsen
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Ficar em forma física e mental
71%
Ter uma alimentação saudável
47%
Ser tratado com respeito/dignidade
45%
Manter uma vida social ativa
42%
Passar tempo com a família
33%
Se manter atualizado com a tecnologia mais recente
30%
Usar o tempo com voluntariado
16%
Continuar empregado após a idade de aposentadoria
13%
Outra
2%
Base: todos que trabalham (códigos 1/2/3/4/5/6/7 na P25) n=489
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de 60 anos responde atualmente por 20% do consumo nacional, ou seja, um quinto da renda do País passa pelas mãos desse grupo. De acordo com a FGV, esse percentual praticamente dobrou em relação à pesquisa realizada em 1992, quando o consumo dos idosos representava 10,8% da renda nacional.
Os idosos demandarão cada vez mais produtos e serviços diferenciados, como saúde, compras, moradia, turismo ou lazer. “Além disso, eles costumam ser mais exigentes com relação à qualidade daquilo que consomem e buscam informações sobre os benefícios oferecidos por bens e serviços”, revela Tania. Cada vez mais, o mercado se defronta com o cliente sênior, sobretudo o de faixa de renda mais elevada, e começa a perceber sua capacidade de consumo. Estudos de mercado globais, como os realizados pela A.T. Kearney (2013), Nielsen (2013), e Euromonitor (2015), sinalizam a mobilização em torno do tema do envelhecimento sob a ótica do mercado. “Os resultados dos estudos internacionais, contudo, demonstram que a grande maioria das empresas ainda necessita se adaptar à onda de consumidores mais velhos”, observa a professora da ESPM-SP. A analista de mercado da Nielsen, Mariana Morais, revela que a maioria dos idosos se sentem frustrados com a falta de conveniências de produtos e das lojas para facilitar sua experiência de compra. “Em termos de produtos, as falhas estão nas embalagens difíceis de manusear e com letras pequenas ou falta de informações, alimentos difíceis de mastigar, produtos pesados ou difíceis de carregar, porções muito grandes. No caso do varejo, as reclamações se referem a lojas escuras, de difícil acesso e mobilidade, prateleiras de acesso dificultado, atendentes mal treinados, falta de serviços de entrega e ausência de locais para descanso nas lojas”, resume Tania, da ESPM-SP. Quem perceber antes o que representa o público idoso do ponto de vista mercadológico poderá obter resultados expressivos. A A.T. Kearney projeta em US$ 15 trilhões o gasto global de consumidores com mais de 60 anos até o fim desta década. No Brasil os números também são expressivos. De acordo com o IBGE, os idosos possuem potencial de consumo de R$ 7,5 bilhões, o dobro da média nacional. “O varejo precisa colocar o consumidor sênior em suas prioridades de negócio, pesquisar mais sobre as insatisfações com relação aos serviços oferecidos e conquistar sua fidelidade, por meio de serviços de qualidade adequados, desde o e-commerce amigável, passando por um Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) especializado, chegando a espaços de descanso nas lojas e serviços de entrega ágeis”, sugere a professora.
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CONSUMO REPRESENTATIVO
13 SETEMBRO
tuto Data Popular revela que 25% dos idosos não vivem somente de aposentadoria e continuam trabalhando. Nos dados compilados em 2013 pelo IBGE, 7,3 milhões de idosos foram classificados como economicamente ativos (30% do total), pertencendo a um grupo de consumidores exigentes. Mesmo na faixa com 70 anos, o percentual é significativo: 18,4% têm atividade remunerada. “É fato que as pessoas estão envelhecendo com mais saúde, mais acesso à tecnologia e mais renda, especialmente nas camadas abastadas da população”, afirma a professora do curso de Trade Marketing da Pós-Graduação da ESPM-SP, Tania Zahar Mine. Ao analisar a representatividade da renda dos mais velhos, constatou-se que, segundo o Data Popular, os rendimentos da população acima de 60 anos somaram R$ 446 bilhões em 2013, representando 21% do total da massa dos rendimentos. “Isso quer dizer que os idosos contribuem mais com os rendimentos do que com sua fatia na população, que é de 13%”, pondera Tania. O total de pessoas com mais
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Futuro impactante
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VIVER MAIS SEMPRE SERÁ POSITIVO. CONTUDO, PREVIDÊNCIA, SAÚDE PÚBLICA E QUALIDADE DE VIDA SÃO QUESTÕES QUE PRECISAM SER EQUALIZADAS PARA GARANTIR PROSPERIDADE AOS IDOSOS
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De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), nos últimos 60 anos, a cada 13 anos, em média, a população cresce um bilhão de indivíduos. No entanto, já foi detectada pelos especialistas tendência de estabilização demográfica global para as próximas décadas. Na maior parte dos países do mundo, com exceção do continente africano, a população não cresce, há inclusive declínio em algumas regiões, caso da Europa, cuja taxa de fecundidade é de 1,5 filho por casal, o que não repõe a população. Estudos da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que o envelhecimento implica desenvolver planejamento adequado para um mundo com mais idosos. Isso envolve analisar a produção de alimentos,
água, energia e todas as questões ambientais relacionadas à produção de resíduos, situações que vão ficar a cargo de uma geração com menos força de trabalho. O estudo “Envelhecimento populacional e o meio ambiente: é possível uma relação harmônica?”, da professora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Islândia Maria Carvalho de Sousa, e das professoras do Departamento de Medicina Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ana Paula de Oliveira Marques e Adriana Falangola Benjamin Bezerra, revela que o envelhecimento tem sido apontado como um dos fatores que agrava o desequilíbrio do meio ambiente, pois gera o aumento da população. “Entretanto, a poluição ambiental não é consequência direta do número FOTO: SHUTTERSTOCK ILUSTRAÇÃO: SHUTTERSTOCK
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Em termos de saúde, as dificuldades dos idosos são diversas. A diretora técnica de saúde do Núcleo de Assistência Farmacêutica do Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia, Maristela Ferreira Catão Carvalho, lembra que essa população apresenta características específicas, por exemplo, a diminuição dos sentidos, como o tato e a visão; alterações nos processos de farmacocinética e farmacodinâmica; e alterações na concentração de substâncias endógenas, como a albumina, que interfere diretamente na farmacocinética do medicamento. “Tais características levam a peculiaridades que devem ser consideradas no tratamento do idoso, como as dificuldades de leitura da receita e da caixa de medicamento, além das alterações do comportamento dos fármacos em seu organismo. Portanto, os profissionais de saúde e as empresas farmacêuticas devem compreender isso para mudar e melhorar o atendimento ao idoso.” A especialista relaciona outros problemas que os idosos enfrentam, entre eles, a disponibilidade de formas farmacêuticas adaptadas àqueles com dificuldade manual (embalagens difíceis de serem manipuladas), disfagia (medicamentos que precisam ser triturados na administração via sonda, podendo perder sua estabilidade e efetividade), deficit visual (dificuldade de ler receita, bulas e medicamentos), medicamentos com baixo limiar terapêutico (como a digoxina, na qual o idoso tende a fracionar o comprimido ao meio, correndo o risco de intoxicação medicamentosa). Para evitar doenças e ter uma boa qualidade de vida, é preciso ter uma alimentação adequada, com a presença de frutas, verduras, leite e vitaminas, além de exercício físico, para aumento da força e da massa muscular. “O envelhecimento inicia no dia do nosso nascimento. Por isso, a forma como educamos nossas novas gerações dirá como será o envelhecimento delas”, salienta a responsável pelas áreas de comércio e marketing da AxisMed, Rachel Santos Moreira Redigolo.
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PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
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de habitantes de um país, mas, sim, do modo de produção e vida da população daquele lugar”, assinala o documento. “Ao mesmo tempo que necessitamos melhorar as políticas para os idosos, é imprescindível a necessidade de melhorar, adequar e fortalecer o ambiente, o ‘nicho ecológico’ de todos.” O estudo cita como exemplo de falta de planejamento a arquitetura das cidades, não amigável ao idoso. “Vemos estruturas arquitetônicas inadequadas para quem está envelhecendo. Estruturas públicas e privadas, meios de transporte coletivos, dentre outros equipamentos sociais, ainda não estão adequados para atender os idosos que os utilizam ou que irão utilizá-los.” Levantamento realizado na cidade do Rio de Janeiro evidenciou que, em relação às desigualdades sociais, não apenas a condição econômica do idoso influenciava sua chance de usar serviços de saúde, como também o local de sua residência. “Mesmo nos países desenvolvidos, mais bem preparados economicamente, essas mudanças geram preocupação. Para o Brasil, com uma desigualdade elevada, pode ser ainda pior”, adverte o presidente do Centro Internacional de Longevidade (ILC, na sigla em inglês) e diretor do programa de envelhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS), Alexandre Kalache. Uma das alternativas para enfrentar o problema é investir em educação, principalmente a básica, como fez a Coréia do Sul, que teve quadro semelhante ao do Brasil de envelhecimento com queda na taxa de natalidade. Isso permitiu que o envelhecimento fosse acompanhado pelo aumento da produtividade nos mais diversos setores. “É preciso investir nos jovens, principalmente em educação, de forma que eles estejam preparados para o futuro em que terão grandes responsabilidades”, afirma. Igualmente, os idosos devem estar preparados para voltar ao mercado de trabalho. “O que não podemos ter, como ocorre hoje, é jovens ‘nem-nem’ (nem trabalham, nem estudam) e idosos também sem oportunidades de trabalho”, diz. Em outra ponta, é imperioso criar condições para que os idosos aposentados possam exercer plenamente sua cidadania. “Melhorando a vida deles, há uma melhora para todos. Por exemplo, um ônibus preparado para atender o idoso é um veículo mais bem equipado para deficientes físicos, grávidas e a população em geral, que terá um equipamento moderno à disposição”, pondera Kalache. “Em termos urbanísticos, as fronteiras serão as cidades age-friendly (amigável ao idoso). E será um movimento visto em toda a sociedade, no comércio e na indústria”, conclui Kalache. Ao contrário dos países europeus, que levaram séculos para envelhecer, o processo de envelhecimento no Brasil ocorre de modo acelerado, apenas em décadas. Segundo
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CENÁRIO
IMPACTO DO ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO NA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Relação jovem/idoso
2
7
pessoas por idoso
pessoas por idoso
394,2
Gasto da Previdência
bilhões
IDADE TERCEIRA
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O ENVELHECIMENTO IMPLICA DESENVOLVER PLANEJAMENTO ADEQUADO PARA UM MUNDO COM MAIS IDOSOS informa a diretora técnica de saúde do Núcleo de Assistência Farmacêutica do Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia, Maristela Ferreira Catão Carvalho, outro motivo de discussões e reflexões é o aumento da expectativa de vida, que não necessariamente ocorrerá de forma bem-sucedida, uma vez que poderemos estar diante de uma população com comorbidades, aumentando a necessidade de recursos financeiros para seu cuidado. O grande desafio, segundo ela, é proporcionar ao idoso maior tempo de autonomia e independência. “Para isso, é necessário pensar em medidas preventivas ao longo da vida do indivíduo, preparando-o desde cedo para lidar com os dilemas encontrados durante o processo de envelhecimento. Somos preparados durante nossa infância e juventude para vivermos a fase adulta, para trabalharmos e constituirmos
1,6
trilhão
6,4%
do PIB
2000
Terceira-idade.indb 16
bilhões
1%
Deficit da Previdência
16
427,5
do PIB
2023
2050
família. No entanto, não temos o preparo para vivermos a fase do envelhecimento”, observa. “Temos de discutir também a tendência da população brasileira em diminuir o número de filhos por casal. Esse fenômeno poderá trazer problemas na previdência e no cuidado ao idoso nas próximas décadas.” Há estudos afirmando que até 2050 o deficit da Previdência Social brasileira vai ter passado de 1% para cerca de 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) por conta do envelhecimento da população e das novas regras de aposentadoria em discussão no Congresso Nacional. Segundo alguns cálculos, nos próximos 35 anos, o gasto da Previdência aumentaria em R$ 1,6 trilhão. Já em 2023, o gasto da Previdência saltaria para R$ 427,5 bilhões, considerando que no ano passado os empenhos somaram R$ 394,2 bilhões. Além disso, quem paga a conta vai diminuir. Em 2000, para cada pessoa com mais de 60 anos, havia cerca de sete pessoas entre 16 e 59 anos. Para 2050, a expectativa é que essa relação caia para menos de duas pessoas por idoso. Some-se a isso o fato de que 30% dos trabalhadores não têm nenhuma cobertura previdenciária. Para minimizar os efeitos do envelhecimento e das regras da aposentadoria, analistas de mercado avaliam que uma das saídas seria ampliar a formalização do mercado de trabalho, o que ajudaria a aumentar as contribuições à Previdência.
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IDADE
CONSUMO
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O que querem os idosos CONSUMIDOR SÊNIOR É CRITERIOSO, INFORMADO E QUALIFICA O ATENDIMENTO QUE RECEBE. ESTABELECER UM VÍNCULO MAIS PRÓXIMO COM ELE, PREMIANDO SUA FIDELIDADE, PODE SER UMA ESTRATÉGIA PROMISSORA NA CONQUISTA DE UM CLIENTE QUE SÓ FAZ CRESCER
FOTOS: SHUTTERSTOCK ILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK
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MUDANÇAS ESTRATÉGICAS Tal mudança de perfil demográfico provocará, segundo os especialistas, alteração importante nas ações de marketing das empresas. Uma vasta gama de setores – do marketing e propaganda das marcas, passando pelas vendas no varejo, finanças, transporte, moradia e chegando aos serviços mais diversos – será impactada pelas alterações do mer-
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cado consumidor. As empresas terão de entender o que quer esse público. A consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso, dá uma pista. “Os clientes idosos experimentam o novo por razões diferentes dos consumidores mais jovens. Em vez de comprar para estar na moda, eles aprovam a novidade que atender a uma necessidade específica e real de consumo.” Outra característica do idoso, segundo a analista de mercado da Nielsen, Mariana Morais, é que seu ciclo de compra é mais rápido e ele vai mais vezes ao ponto de venda. Geralmente, durante a semana, no horário comercial. “Apesar de não gastar mais do que outros públicos, ele está aberto a novidades – 24% das donas de casa com mais de 50 anos, por exemplo, costumam se sentir tentadas a comprar novidades, outras 10% compram novidades quando recomendadas”, diz a analista. “Antigamente, os idosos ficavam revoltados com o espelho e iam se fechando em seu envelhecimento e se afastando da sociedade”, aponta a diretora do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa. “Hoje, há um inconformismo contra o inevitável, incentivado pelas propagandas que visam o consumo de produtos de retardamento do envelhecimento, e isso gerou um novo tipo de idoso, que se cuida e não se deixa acabar simplesmente.” Para a diretora, esse movimento é uma evolução natural de demanda e se assemelha a outros momentos de reformatação do mercado. “Anos atrás, a família toda usava o mesmo sabonete e creme dental. Hoje, separam cada um seus xampus, seus cremes, e há uma profusão de produtos nos banheiros e armários. A oferta cresceu tanto que já não sabemos se estamos atualizados com o que existe.”
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OS IDOSOS COSTUMAM IR, EM MÉDIA, DUAS VEZES POR SEMANA À FARMÁCIA E APRESENTAM UM TÍQUETE MÉDIO DE R$ 60. É O MELHOR CLIENTE DO CANAL
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Nos próximos dez anos, um em cada seis consumidores terá mais de 60 anos de idade no Brasil. Segundo previsões do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse grupo representará um contingente de 35,4 milhões de pessoas – quase a população atual da Califórnia, o estado mais populoso e rico dos Estados Unidos da América (EUA), que soma 37,3 milhões de habitantes. E a tendência é de crescimento. Em 2050, a população mais velha representará pouco mais de um quarto (26%) do total de brasileiros. O perfil demográfico nacional segue tendência global de envelhecimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de dois bilhões de pessoas terão 60 anos ou mais nos próximos 35 anos, representando um quinto do total de habitantes do planeta. Vale dizer que nesse período haverá mais pessoas idosas do que menores de 15 anos. A população brasileira já está de cara nova, mais parecida com a distribuição de países desenvolvidos. Segundo pesquisa realizada pela Nielsen, lares com pessoas acima de 50 anos já representam 38% dos domicílios no Brasil e 40% dos gastos com Fast-Moving Consumer Goods (FMCG), ou melhor, produtos de giro rápido, em uma tradução livre. “É fato que as pessoas estão envelhecendo com mais saúde, mais renda, mais acesso à tecnologia, especialmente nas camadas mais abastadas da população”, salienta a professora do curso de Trade Marketing da Pós-Graduação da ESPM-SP, Tania Zahar Mine. Ao analisar a representatividade da renda dos mais velhos, constatou-se que, segundo o Data Popular, os rendimentos da população com 60 anos ou mais somaram R$ 446 bilhões em 2013, representando 21% do total da massa dos rendimentos. “Isso quer dizer que os idosos contribuem mais com os rendimentos do que com sua fatia na população, que é de 13%”, diz Tania. “Os idosos, como outras faixas etárias da população, possuem suas próprias necessidades de acordo com sua maturidade e experiência de vida.”
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CONSUMO
DEMANDAS DOS IDOSOS
51%
Propaganda que reflita consumidores mais velhos
50%
Rótulos de produtos fáceis de ler
45%
29%
Bancos para descansar
25%
Promoções voltadas às necessidades de famílias menores
25%
Seções mais largas para acessibilidade
44%
23%
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Embalagens de alimentos com porções menores
TERCEIRA
IDADE
Alimentos para dietas com necessidades nutricionais especiais
43%
Prateleiras fáceis de alcançar
20%
Rótulos com informações nutricionais claras
Atendimento ao cliente treinado e cortês
43%
Opções de compras on-line
Embalagens de produtos fáceis de abrir
36%
Assistência com sacolas de compras
16%
10%
Lojas bem iluminadas
34%
Seções exclusivas de produtos voltados aos consumidores idosos Fonte: Nielsen
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COMO OS IDOSOS ENCARAM ESSAS MUDANÇAS? A Nielsen foi atrás, buscando entender os anseios desse público, e realizou a Pesquisa Global Sobre Envelhecimento , que entrevistou mais de 30.000 internautas em 60 países (Brasil incluso). Para a maioria dos entrevistados ao redor do mundo, não ter a autossuficiência necessária para cuidar das necessidades básicas na velhice (58%), a perda da agilidade física (57%) ou da capacidade mental (51%) são alguns dos receios mais frequentes. Entre outras constatações, a principal delas revela que as indústrias estão muito despreparadas para satisfazer as necessidades dos consumidores mais velhos. Faltam produtos para atender às demandas nutricionais específicas. Mais de quatro em cada dez entrevistados não conseguem encontrar alimentos que satisfaçam necessidades especiais de alimentação (45%). Segundo os idosos, embalagens que contenham porções menores de alimentos (44%) ou que tragam informações nutricionais claras nas embalagens (43%) também são pontos não atendidos. Metade dos entrevistados ao redor do mundo critica as embalagens, entre outros motivos, porque
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PÚBLICO DE REPRESENTATIVIDADE De acordo com o vice-presidente sênior de Consumer da Nielsen, Todd Hale, as constatações da pesquisa servem de alerta para fabricantes, varejistas e marqueteiros de que é preciso empreender esforços para alcançar e atender melhor às necessidades dos idosos. “À medida que a população idosa global está aumentando em número, seu poder aquisitivo também está crescendo, pois muitos idosos têm mais tempo para fazer compras e gastar que os consumidores mais jovens”, sustenta Hale, destacando, contudo, que há ainda muito a ser feito para atender bem os idosos. “É um mercado que as empresas estão começando a olhar com outros olhos”, completa a gerente de marketing de Plenitud, da Kimberly-Clark, Carolina Gormezano. “Os idosos possuem necessidades diferentes que precisam ser compreendidas. Nos últimos dois anos, diversas categorias foram criadas pensando em pessoas com
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A população idosa está com a expectativa de aproveitar a vida de maneira saudável e produtiva, aponta o vice-presidente da Prati-Donaduzzi, Eder Maffissoni. “Como indústria, precisamos estar atentos a essa realidade que vem revelando um novo nicho de mercado consumidor, com comportamentos, estilos de vida e necessidades específicas. Temos como desafio desenvolver produtos e serviços que atendam aos anseios desse público”, conclui o executivo. Silvia Osso vê outra característica do consumidor sênior. “O idoso, sobretudo o das classes mais altas, muitas vezes consome de forma denominada consumo compensatório. Como se fosse uma autorrecompensa pelos sacrifícios e economias que teve de fazer durante a vida enquanto tinha que trabalhar duro e criar os filhos. Nesse tipo de consumo, as pessoas se importam menos com o fator preço em suas decisões e mais com a satisfação proporcionada.” De fato, segundo levantamento da A.T. Kearney, com o gasto mundial projetado para atingir US$ 15 trilhões ao ano até o final desta década, a crescente faixa de consumidores maduros terá dinheiro para gastar.
é difícil encontrar rótulos de produtos que sejam fáceis de ler, e 43% têm dificuldade para encontrar aquelas que sejam fáceis de abrir. Também a comunicação tem sido falha com eles. Quarenta e seis por cento dos entrevistados acham a propaganda essencial para conhecer as marcas, outros 23% para ter mais informações, mas eles não se sentem representados na publicidade. Mais da metade (51%) dos que falaram à Nielsen diz que a propaganda não reflete consumidores mais velhos. Outros citam a falta de conveniência nas lojas como dificuldade para as compras.
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COMPORTAMENTO RENOVADO
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CONSUMO
PRINCIPAIS QUEIXAS DOS IDOSOS NO PONTO DE VENDA vagas suficientes para deficientes Aproximadamente um em cada quatro consumidores diz que os varejistas não estão equipados com: bancos para descansar
banheiros para deficientes
25%
prateleiras fáceis de alcançar
23%
23%
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rampas e portas para deficientes
IDADE
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mais de 50 anos, principalmente quando se trata das mulheres”, diz a executiva.
QUALIDADE DE VIDA E LIBERDADE PARA CONSUMIR
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Quase metade dos entrevistados da Nielsen (45%) declara que uma alimentação saudável é a maior preocupação após a aposentadoria. Outras prioridades incluem se manter em forma, física e mental (78%), passar mais tempo com a família (58%) e ter uma vida social ativa (37%). “Cuidar da saúde em todas as idades é uma característica de nossa época. É o ideal sintetizado na expressão ‘qualidade de vida’”, resume o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. “Essa preocupação naturalmente aumenta quando as pessoas envelhecem.” Na lista das categorias que mais vendem e crescem em domicílios com pessoas de 65 anos de idade ou mais, estão medicamentos e vitaminas para o envelhecimento do corpo, constata o estudo da Nielsen. Entretanto, os idosos também querem consumir produtos diversos, como vinhos, alimentação individualizada, cosméticos, e outros itens afins. “O uso de tecnologia pode facilitar muito o aprimoramento do relacionamento entre varejo e consumidor”, acredita Tania, da ESPM-SP. “ E-commerce amigável, atendimento diferenciado para televendas e lojas físicas, serviço especializado ao consumidor, entregas mais ágeis, presença
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em redes sociais, tudo isso pode contribuir para atender melhor o consumidor mais velho. Vale a pena investir nos programas de relacionamento, a fim de estabelecer um vínculo mais próximo com esse público, premiando sua fidelidade.”
ATENDIMENTO DIFERENCIADO Há uma grande faixa entre os 60 e 85 anos de idade que não são dependentes de ninguém e que vem crescendo a passos largos. É preciso preparar os marqueteiros e designers para eles, e treinar os lojistas para atendê-los da melhor forma possível. Isso mudará o mercado. Para fidelizar o idoso, o importante é caprichar no atendimento personalizado, com atenção e cuidados especiais, ensina Silvia Osso. “Atendimento com mais simpatia, gentileza e paciência são correspondidos em vendas”, sustenta a consultora, destacando que os idosos costumam ir, em média, duas vezes por semana à farmácia e apresentam um tíquete médio de R$ 60. “O idoso é o melhor cliente da farmácia. É o que mais faz visitas e o que mais vai consumir a cada ano”, acrescenta Regina. “Isso é uma característica do idoso em vários países”, vai além Mariana, da Nilsen. “De fato, as drogarias sempre estiveram preparadas para atender os idosos, pois tradicionalmente esse público é frequentador da farmácia”, comenta o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia. Da base de 3,5 milhões de clientes das farmácias associadas à entidade, 870 mil (25%) já passaram dos 60 anos.
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ATENÇÃO FARMACÊUTICA
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Comportamento na farmácia EXIGENTE E SELETIVO, PÚBLICO SÊNIOR É TAMBÉM CONSUMIDOR FIEL E DOS MAIS ASSÍDUOS. CONSEGUIR CATIVÁ-LO E AJUDÁ-LO NOS TRATAMENTOS É UM DIFERENCIAL
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O setor farmacista tem à disposição um cliente em potencial muito grande. Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolvida na Região Metropolitana de Belo Horizonte aponta que 72,1% dos idosos consomem medicamentos. “Em todo o mundo, as pessoas da terceira idade usam mais os serviços médico-hospitalares e consomem mais medicamentos. Essa realidade não é diferente no Brasil”, sustenta o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini.
De acordo com o presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter Jorge João, mais de 80% dos idosos fazem uso diário de algum tipo de fármaco. “O produto é um poderoso processo de intervenção com o objetivo de melhorar o estado de saúde dos pacientes idosos. Vale ressaltar que um quarto dos medicamentos é prescrito para os idosos, que consomem três vezes mais fármacos que os jovens”, revela. Contudo, é preciso atenção redobrada nos tratamentos com uso de medicamentos, adverte. “Há um aspecto importante no aumento da expectativa de vida que precisa estar no centro das atenções das autoridades brasileiras. FOTO: SHUTTERSTOCK
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Apesar de o medicamento ter relevância na recuperação da saúde em todas as faixas etárias, é entre os mais velhos que ele precisa de uma atenção muito especial. Os idosos necessitam de assistência farmacêutica plena, tanto no âmbito público, como no privado. Isso porque grande parte dos idosos faz uso de polifarmácia (uso concomitante de vários medicamentos), fato que aumenta o risco de interações medicamentosas indesejáveis, intoxicações, reações adversas, entre outros problemas que, muitas vezes, levam o paciente a buscar o médico para novas consultas, ou até são levados a hospitalizações evitáveis. Cerca de 19% das admissões hospitalares entre pacientes idosos têm origem nas reações adversas a medicamentos”, explica Jorge João, do CFF. Ele frisa ainda que, em pacientes dessa faixa, os efeitos tóxicos dos medicamentos podem acontecer com mais intensidade por causa da diminuição das funções hepática e renal. Associados a outros fatores, como prescrições inadequadas, não observância aos esquemas terapêuticos, alterações fisiológicas, a tendência é que a situação de saúde do idoso se agrave.
HÁBITOS ATUAIS Além de tratar de doenças, o consumidor mais velho está preocupado em não ficar doente. “Cuidar da saúde em todas as idades é uma característica de nossa época. É o ideal sintetizado na expressão 'qualidade de vida'. E essa preocupação naturalmente aumenta quando as pessoas envelhecem, independentemente de haver ou não uma doença associada”, observa Mussolini. “O interessante é que os mais velhos estão procurando atividade física não apenas por prazer e saúde, mas também por vaidade, diferentemente de anos atrás”, acrescenta a consultora especialista em varejo farmacêutico, Silvia Osso, destacando que o treinamento funcional pode ser um
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REALIDADE IDENTIFICADA Os idosos necessitam de produtos e serviços diferenciados de acordo com suas necessidades e vão requerer mais saúde, moradia, turismo, lazer. Para a professora do curso de Trade Marketing da PósGraduação da ESPM-SP, Tania Zahar Mine, eles costumam ser mais exigentes com relação à qualidade daquilo que consomem e buscam informações sobre os benefícios oferecidos pelos bens e serviços. “A grande maioria das empresas ainda necessita se adaptar à onda de consumidores mais velhos. No caso do varejo, as reclamações se referem a lojas escuras, de difícil acesso e mobilidade, prateleiras fora do alcance, atendentes mal treinados e falta de serviços de entrega”, revela a professora. Farmácia já foi sinônimo de doença, mas hoje não é assim. “Há uma gama de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC), dermocosméticos e suplementos, por exemplo, que tornaram as lojas uma boutique de saúde”, acrescenta a diretora do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa, destacando que as empresas não devem apenas adaptar o estoque para atender os idosos. “Primeiramente, não se deve tratá-los como inválidos ou carentes. É preciso perceber o valor dos idosos em todas as fases produtivas, que pode ir dos 65 aos 85 anos de idade, com ou sem saúde. Muitos trabalham até idade avançada. No Brasil, ainda se trata muito mal o idoso. No entanto, as empresas terão de abrir suas portas para esse público, porque dentro de dez anos ele será o consumidor mais rentável do País. Devemos começar a treinar já os colaboradores para atender e respeitar essa grande massa que vem aí”, sublinha Regina. “Esses clientes experimentam o novo por razões diferentes dos consumidores mais jovens. Em vez de experimentarem por estar na moda, eles aprovam o novo produto que atenda a uma necessidade específica e real de consumo”, acrescenta Silvia Osso.
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• Controle do diabetes, por meio da medição da glicemia. • Controle da pressão arterial, com aferição regular. • Imunização, com a aplicação de vacinas. • Aplicação de medicamentos. • Nebulização. • Tratamentos para parar de fumar. • Programas de incentivo para perder peso. • Campanhas para controlar o colesterol.
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TIPOS DE ATENDIMENTO REALIZADOS NA FARMÁCIA
verdadeiro parceiro dos idosos, pois visa desenvolver as qualidades físicas e os movimentos básicos necessários no dia a dia, como força, resistência e equilíbrio. “Mais ativos e muito mais vaidosos, sobretudo aqueles com maior poder aquisitivo, os integrantes da terceira idade também perderam o medo de hospitais, das salas de cirurgias e de agulhas, e fazem de tudo para acabar com os desconfortos estéticos. A maioria quer melhorar a flacidez e retirar os excessos de pele e as rugas”, completa.
PRIORIDADE DE NEGÓCIO O público da terceira idade deve estar na lista de preferências do varejo farmacêutico. “É preciso pesquisar mais
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ATENÇÃO FARMACÊUTICA
IDADE
AS RECLAMAÇÕES SE REFEREM A LOJAS ESCURAS, DE DIFÍCIL ACESSO E MOBILIDADE
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sobre as insatisfações com relação aos serviços oferecidos”, argumenta Tania, da ESPM-SP, para quem a maior dificuldade está na adaptação que as empresas precisam fazer em seus negócios. A conquista e a fidelidade passam por meio de serviços de qualidade adequados às necessidades dos idosos, como e-commerce amigável, serviço de atendimento ao consumidor especializado, espaços de descanso em lojas, serviços de entrega mais ágeis, oferta de produtos adequados e programas de relacionamento. “O uso de tecnologia pode facilitar muito o aprimoramento do relacionamento entre varejo e consumidor”, acredita Tania. “Os varejistas podem ainda, em conjunto com as empresas fornecedoras, estabelecer atividades voltadas à terceira idade. Algumas farmácias já fazem esse tipo de atividade”, revela a professora. Há programas com informações sobre prevenção de doenças e alimentação saudável; patrocínio de atividades físicas, sociais e culturais; serviços de entrega rápida; e programas de relacionamento que valorizem a fidelidade. “A adaptação das lojas é importante para proporcionar um ambiente agradável e prazeroso para o consumo”, diz. Fatores, como acessibilidade, iluminação, disposição das gôndolas, exposição dos produtos e sortimento, são importantes. “Deve-se entender os hábitos de compra dos idosos para fazer as devidas adequações no modelo de atendimento do varejo. Para tanto, é preciso ouvir o consumidor e estar atento ao que ele demanda. Muitas vezes, essas informações estão no próprio negócio e ninguém as utiliza”, comenta Tania.
ATENDIMENTO ESPECÍFICO Idosos das classes A e B+ nessa fase da vida passam a comprar mais produtos para saúde e bem-estar, pois o restante já foi alcançado, lembra Regina, do IEV. “Eles não têm mais gastos com casa, automóvel e filhos, daí podem usufruir o que melhor lhes convém. Podem se cuidar bem.” Já para a população de média e baixa rendas, a conversa é outra, segundo revela a diretora. “Eles, que sofreram mais do que os que trabalharam em
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condições melhores, se aposentam com salários menores. Então, seu padrão de consumo é outro. Essa população depende tremendamente da farmácia para remediar suas dores medianas, pois o Sistema Único de Saúde (SUS) só atende os casos mais graves ou crônicos. A farmácia torna-se seu reduto para alguns cuidados com a saúde”, avalia Regina. Na visão do presidente do Centro Internacional de Longevidade (ILC, na sigla em inglês), Alexandre Kalache, o problema é que os idosos das classes mais baixas são mais propensos a doenças crônicas e demências por conta de uma alimentação pouco saudável. “Um idoso de 70 anos no Brasil equivale a uma pessoa de mais de 80 anos no Canadá. Isso porque sua dieta é rica em pastas, doces e refrigerante e pobre em frutas, legumes e vegetais. Em muitos casos, ele também consumiu ou consome muito álcool. E esse público não está na lista de prioridades do governo federal. Na verdade, faltam políticas sociais para os idosos em todos os níveis de governo”, enfatiza Kalache. Para o executivo, as farmácias não precisam lançar mão de grandes orçamentos para contribuir para o bem-estar dos idosos. “Aprimorar a acessibilidade, oferecer informação e prestar os serviços de Atenção Farmacêutica já ajudam a melhorar a vida dos mais velhos. As farmácias são redutos muito frequentados por idosos, por isso as empresas desse setor poderiam adotar medidas simples, como oferecer bancos de descanso ou banheiros nas lojas. Isso pode não parecer, mas faz uma diferença enorme. Realizamos um trabalho com esse público em Nova Iorque e suas principais queixas estavam relacionadas ao fato de não terem banheiros públicos adequados às suas necessidades nem pontos de descanso. Eles gostam de andar, mas precisam parar mais para descansar, muitos têm incontinência urinária. Outra questão importante é ter pessoas bem treinadas para prestar informações sobre os medicamentos, sobre a forma de seguir o tratamento. Nas farmácias brasileiras, é uma vergonha. Não há quem saiba responder a um questionamento”, sublinha Kalache.
O PAPEL DO FARMACÊUTICO Outra ação importante é qualificar o atendimento, com a efetiva participação do farmacêutico nos procedimentos de orientação e acompanhamento dos pacientes. O farmacêutico tem papel fundamental na garantia de um envelhecimento saudável, segundo Jorge João, do CFF. “É de sua competência fazer a triagem, a prescrição, o acompanhamento
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IDOSO NA FARMÁCIA Medicamentos mais consumidos: anti-hipertensivos, analgésicos, anti-inflamatórios, ansiolíticos, vitamínicos, bem como fármacos para distúrbios do aparelho digestivo, para circulação cerebral e periférica e para distúrbios metabólicos, nutricionais e endócrinos.
Ciclo de compra:
31 dias Tíquete médio:
R$ 50,49
COMO ATENDER BEM O IDOSO No caso do idoso, a primeira atitude que deve ser assumida pelo farmacêutico no atendimento é escutá-lo. “É ouvindo o idoso que o profissional da saúde poderá sentir e perceber nas entrelinhas das informações fornecidas os aspectos necessários para a orientação adequada e a melhoria da qualidade de vida do idoso”, salienta Maria Aparecida. Outro aspecto que a professora ressalta é a serenidade para o atendimento desse público, porque lapsos de memória, repetição de informações, dificuldade de entendimento e locomoção, além de problemas com audição e visão, são características comuns que os mais velhos apresentam. “O idoso precisa de um atendimento diferenciado e os profissionais da saúde precisam
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desenvolver habilidades que promovam uma situação confortável, bem como transmitam confiança na relação estabelecida paciente/usuário do medicamento”, ressalta. Como o idoso, via de regra, é usuário polifarmácia, a estruturação do acompanhamento farmacoterapêutico na farmácia seria providencial e necessária. Assim, o farmacêutico pode acompanhar o uso dos medicamentos com segurança, além de detectar e evitar problemas relacionados aos medicamentos à falta de aderência ao tratamento, captar o aparecimento de sintomas novos ou mesmo avaliar o modo ou via de administração, a posologia, entre tantos outros aspectos benéficos que a relação farmacêutico/usuário de medicamento poderá desencadear. “Como o idoso tem maior tempo disponível, seria interessante a distribuição de cartilhas como parte de projetos visando à educação em saúde com diferentes temas específicos desse grupo. Normalmente, eles são muito receptivos às informações quando colocadas de maneira didática, em letras grandes e de fácil entendimento”, sugere a farmacêutica da USP como medidas que as farmácias poderiam tomar. Para a farmacêutica especializada em marketing de varejo da Ferrara Soluzioni, Tatiana Ferrara Barros, por meio dos serviços farmacêuticos, é possível acompanhar a efetividade da medicação e acompanhar a pressão arterial e glicemia dos idosos. “Uma vez que grande parte dessa população tem diversas doenças, a Atenção Farmacêutica é fundamental. Ela possibilita identificar possíveis interações medicamentosas e reações adversas e acompanhar a efetividade do tratamento. O farmacêutico pode auxiliar o paciente a se organizar, minimizando o esquecimento da administração do medicamento e organizando a rotina do idoso para que fique mais fácil a administração dos medicamentos. Além disso, ao identificar reações adversas o farmacêutico pode realizar intervenções mais rapidamente e contornar o problema.”
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terapêutico, a promoção da adesão ao tratamento, a conciliação dos medicamentos e a orientação sobre seu uso correto, além da aferição da pressão arterial. A assistência farmacêutica deve estar no centro do planejamento que está sendo feito na saúde, com vistas ao bem-estar dos idosos. Estudos provam o impacto positivo da atuação clínica do farmacêutico no controle das doenças que acometem os idosos”, afirma o executivo do CFF. “Atenção Farmacêutica é uma nova filosofia de prática farmacêutica”, acrescenta a farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti. “A ação que caracteriza a prática da Atenção Farmacêutica se dá a partir do acompanhamento farmacoterapêutico e é entendido como o serviço pelo qual o farmacêutico analisa as condições de saúde e tratamento do paciente, com o objetivo de prevenir e resolver problemas da farmacoterapia e garantir que os resultados terapêuticos sejam alcançados, por meio da elaboração de um plano de cuidado e acompanhamento do paciente.”
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Fontes: Nielsen e Universidade Federal do Paraná (UFPR)
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Desafios de uma nação IDADE
EM UMA DÉCADA, O PAÍS TERÁ 16% DA POPULAÇÃO COM MAIS DE 60 ANOS DE IDADE, AUMENTANDO A INCIDÊNCIA DE DOENÇAS CRÔNICAS E COMPLEXAS. TRATAMENTOS AVANÇAM, MAS MEDIDAS PREVENTIVAS SÃO A MAIOR PREOCUPAÇÃO
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Com o aumento da longevidade crescerá igualmente o fator de exposição a doenças, o que implica sua incidência e prevalência, como o surgimento de novos casos de câncer em uma mesma pessoa. Antigamente, ela morria no primeiro. Com o avanço dos tratamentos e com o envelhecimento, a doença pode reaparecer. Haverá também mais pessoas com Alzheimer. Doenças como o herpes zóster, uma complicação tardia do vírus da catapora infantil, podem crescer, uma vez que a população não vivia para ter a moléstia”, afirma o geriatra da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, Dr. Wilson Jacob Filho. O envelhecimento acelerado levará ao aumento de problemas crônicos. De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), três em cada quatro idosos têm alguma doença que exige tratamento por longos períodos. A Organização Mundial de Saúde (OMS), revela que as doenças crônicas já são responsáveis por 58,5% de todas as mortes ocorridas no planeta. No Brasil, elas respondem por 72% das causas de todos os óbitos. Segundo o Datasus, as cinco principais causas de morte no Brasil são as doenças do aparelho circulatório, neoplasias, causas externas (acidentes e violência), disfunções do aparelho respiratório e moléstias infecciosas e parasitárias. Com o envelhecimento populacional, elas ganharão espaço. Dados do IBGE mostram que pouco menos da metade dos idosos (48,9%) brasileiros sofre de mais de uma doença crônica, como hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares, osteoporose, doença pulmonar obstrutiva crônica, demências e câncer. Dores na coluna e artrite ou reumatismo FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO ILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK
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inadequadamente tratadas, implicam perda da qualidade de vida com complicações, muitas vezes, incapacitantes, que provocam sofrimento aos portadores e suas famílias. Segundo especialistas, a adesão a tratamentos prolongados é um desafio, pois requer cuidado ininterrupto e, muitas vezes, de alto custo. Ademais, essas doenças são agravadas com o avançar da idade, quando os indivíduos já estão fora do mercado de trabalho, comprometendo sua renda de forma impactante. “O que se observa é a dificuldade em atingir a população carente para tratar as principais doenças que ocasionarão, no futuro, o AVC e as doenças cardiovasculares. Para essas patologias, há distribuição gratuita de medicamentos, mas ainda falta informar a população”, observa o médico assistente do setor de Ecocardiografia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e cardiologista da Clínica Vivere Sanus, Dr. Daniel Petlik. A prevenção de boa parte das moléstias que acometem os idosos, assim como a redução do ritmo de avanço, depende fortemente de aspectos comportamentais ligados à dieta, aos exercícios físicos e a outros hábitos de vida. Segundo o Ministério da Saúde (MS), 48,5% da população das capitais brasileiras está com excesso de peso e 23,3% é hipertensa. Cerca de 260 mil mortes poderiam ser evitadas todos os anos com uma alimentação adequada. Ainda de acordo com o MS, estudos indicam que 22% das doenças cardíacas, de 10% a 16% dos casos de diabetes tipo 2 e de cânceres de mama, cólon e reto poderiam ser evitados por meio da realização de quantidade suficiente de atividade física. “A prática de exercícios físicos é fundamental para um envelhecimento com qualidade de vida. É o mecanismo promotor de saúde”, sustenta o Dr. Jacob Filho.
PRINCIPAIS DOENÇAS QUE ACOMETEM OS IDOSOS:
também são frequentes e atingem 35,1% e 24,2%, respectivamente, das pessoas na faixa etária dos 60 anos. “Evitar totalmente a ocorrência dessas doenças não é possível, contudo dá para tardar seu aparecimento e diminuir seus efeitos”, afirma o Dr. Jacob Filho. “O controle da hipertensão, por exemplo, reduz os casos de infarto e de Acidente Vascular Cerebral (AVC). O reforço da imunidade diminui a incidência de infecções e de câncer. Da mesma forma, ao se evitar quedas, haverá menos incidências de fraturas e suas consequências”, completa o médico da USP.
CONVIVENDO COM AS PATOLOGIAS Uma vez instaladas, as doenças crônicas acompanham os indivíduos por longo tempo, em geral por toda a vida, requerendo tratamentos progressivamente mais caros. Se
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Hipertensão De acordo com levantamento da OMS, a hipertensão atinge, em média, 40% dos adultos com mais de 25 anos de idade no planeta, o que representa cerca de um bilhão de pessoas. No Brasil, aproximadamente 40% da população acima de 40 anos têm hipertensão, segundo estimativa do IBGE. Entre os idosos com mais de 60 anos, esse índice chega próximo de 60%. A maioria dos casos está relacionada a maus hábitos de alimentação, obesidade e sedentarismo. Na população brasileira, a hipertensão incide em 35% dos homens e 30% das mulheres, o que é semelhante ao índice de outros países. A prevalência aumenta muito com a idade e nos indivíduos de raça negra. Em relação ao sexo, a hipertensão começa mais cedo no homem, a partir dos 35 anos. Na mulher, é mais comum a partir da menopausa, aos 45 anos. A hipertensão é responsável pela morte de aproximadamente 9,4 milhões de pessoas todos os anos. Estão associados à moléstia 45% dos ataques cardíacos e
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OUTRAS MOLÉSTIAS
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• Doen as cardiovascu ares: infarto, angina e insuficiência cardíaca. Todas elas têm como fatores de risco a pouca atividade física (sedentarismo), fumo, diabetes, alta taxa de gordura no sangue (colesterol) e obesidade (gordura). Entre os principais sintomas, estão falta de ar, dor no peito, inchaço e palpitações. A melhor forma de prevenção envolve a prática de atividade física de forma sistemática, não fumar e controlar o peso, o colesterol e o diabetes.
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• cidente ascu ar ere ra : fatores de risco são a hipertensão arterial, fumo, sedentarismo, obesidade e colesterol elevado. Tontura, desmaio, paralisia súbita estão entre os sintomas. Para prevenir o AVC, é preciso praticar atividade física de forma regular e sistemática, não fumar, controlar a pressão arterial, o peso e o colesterol.
• ncer: moléstia que mais preocupa a população em geral e, em particular, os idosos. O câncer tem entre os fatores de risco o fumo, a exposição ao sol, a alimentação inadequada, a obesidade, o alcoolismo e casos na família. Dependendo do tipo de câncer, um dos sintomas mais comuns é o emagrecimento inexplicável. A melhor forma de prevenção é consultar o médico, pelo menos, uma vez por ano para fazer exames, evitar exposição ao sol em excesso e não fumar.
• ro emas de vis o: entre os mais comuns, estão catarata, glaucoma, retinopatia diabética, obstrução venosa retiniana e degeneração macular relacionada à idade. Esses problemas também podem ser secundários a doenças sistêmicas que aparecem com a idade, como diabetes (retinopatia diabética) ou aterosclerose (obstrução venosa).
• neumonia: uma das doenças que mais trazem complicações para os idosos. Entre os fatores de risco, estão gripe, enfisema e bronquite de episódios anteriores, alcoolismo e imobilização na cama. Sintomas são parecidos com a gripe: febre, dor ao respirar, escarro e tosse. Para prevenir a doença, o ideal é praticar atividade física de forma regular e sistemática, ter boa alimentação e vacinar-se contra gripe e pneumonia.
• n sema e ronquite cr nica: fatores de risco são fumo, casos na família e poluição excessiva. Sintomas principais: tosse, falta de ar e escarro. A melhor forma de prevenção é parar de fumar, manter a casa ventilada e aberta ao sol.
Fontes: farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti; e o geriatra do Hospital das Clínicas de São Paulo, Dr. Wilson Jacob Filho
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• erda da audi o: com o envelhecimento, a pessoa começa a apresentar um processo natural de declínio de seus órgãos, incluindo o sistema auditivo. O envelhecimento do ouvido humano é resultado dos efeitos cumulativos de vários fatores externos, como exposição a ruídos, nutrição inadequada, estresse e uso de medicamento, somados ao envelhecimento.
• Disfun o r ti D : diferentemente de uma “falha” ocasional, a doença incapacita o homem, de forma permanente, em ter ou manter uma ereção peniana suficiente para uma relação sexual satisfatória. O problema pode estar associado a outras doenças, entre elas, diabetes, pressão alta, dislipidemia e problemas neurológicos.
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51% dos derrames cerebrais. De forma geral, respondem anualmente pela morte de 17 milhões de pessoas em todos os países e, desse total, perto de 55% dos óbitos estão ligados diretamente a complicações relacionadas à pressão alta.
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Dia etes O diabetes está presente em 6,3% da população adulta, o que representa um universo de 7,5 milhões de brasileiros, boa parte deles idosos. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, 33% da população brasileira dos 60 aos 79 anos têm diabetes ou alguma alteração relacionada à glicose. O não controle do problema pode causar cegueira, amputação de membros, insuficiência renal, derrame cerebral, disfunção erétil, úlcera nos pés, depressão, entre outros males. A doença é classificada em dois tipos. O tipo 1 é o mais grave e ocorre principalmente em crianças e adultos jovens, sendo necessário o tratamento com aplicações de insulina. Corresponde entre 5% a 10% dos casos de diabetes. Já o diabetes tipo 2, que é o mais frequente, está associado à resistência à insulina provocada pela obesidade, sobrepeso e sedentarismo e aparece em indivíduos a partir dos 45 anos de idade. Existem grupos de risco para a doença, entre eles, pessoas com familiares diabéticos, mulheres que tiveram filhos com mais de quatro quilos, portadores de hipertensão e doenças cardiovasculares e aqueles acima do peso. O excesso de peso é uma das maiores causas do diabetes tipo 2, o que exige cuidados ainda maiores com a alimentação e a prática regular de alguma atividade física. Entre os sintomas, estão muita sede e aumento no volume da urina. A prevenção pode ser feita com o controle do peso e da taxa de açúcar no sangue. Dependendo do caso, é necessário o uso de medicamentos. z eimer Entre os fatores de risco, o envelhecimento é o mais conhecido e importante para a forma esporádica da doença de Alzheimer. Segundo a farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti, outros possíveis fatores de risco têm sido estudados: exposição ou ingestão de substâncias tóxicas como álcool, chumbo, alumínio e solventes orgânicos; medicamentos diversos; traumatismo craniano; exposição à radiação; estilo de vida; estresse; infecções; doenças imunológicas; câncer; altos níveis de colesterol e de homocisteína; obesidade; diabetes; e nível educacional. “No entanto, essas pesquisas apresentaram pouco resultado prático até agora”, revela. A doença de Alzheimer é a mais frequente forma de demência entre idosos. É caracterizada por um progressivo e irreversível declínio em certas funções intelectuais como memória,
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SEGUNDO O DATASUS, AS CINCO PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE NO BRASIL SÃO AS DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO, NEOPLASIAS, CAUSAS EXTERNAS, DISFUNÇÕES DO APARELHO RESPIRATÓRIO E MOLÉSTIAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS orientação no tempo e no espaço, pensamento abstrato, aprendizado, capacidade de realizar cálculos simples. Provoca distúrbios de linguagem, da comunicação e da capacidade de realizar as tarefas cotidianas, além da mudança da personalidade e da capacidade de julgamento. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores serão as chances de tratar os sintomas corretamente, retardando a evolução da doença. “Alguns estudos sugerem que manter uma atividade intelectual, como fazer palavras cruzadas, por exemplo, pode reduzir a probabilidade de se adquirir a doença de Alzheimer. Outros afirmam que ser mais escolarizado confere ao paciente maiores recursos intelectuais para contornar as limitações cognitivas típicas da enfermidade”, diz Maria Aparecida. O exercício físico é salutar a todos os indivíduos, porém é uma atividade especialmente indicada para os pacientes com demência. A atividade física bem orientada, que considere as limitações de cada paciente, proporciona boa flexibilidade articular, melhora a circulação e o funcionamento intestinal e consome o excesso de energia, responsável muitas vezes por crises de agitação e agressividade. ar inson Os principais fatores de risco do mal de Parkinson são idade, hereditariedade, gênero (os homens são mais propensos) e exposição às toxinas (herbicidas e pesticidas). Entre os sintomas, há diminuição ou desaparecimento de movimentos automáticos (como piscar); constipação; dificuldade de engolir; babar; equilíbrio e caminhar comprometidos; falta de expressão no rosto (aparência de máscara); dores musculares (mialgia);
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dificuldade para começar ou continuar o movimento, como começar a caminhar ou se levantar de uma cadeira; perda da motricidade fina (a letra pode ficar pequena e difícil de ler, e comer pode se tornar mais difícil); movimentos diminuídos, posição inclinada, músculos rígidos (frequentemente começando nas pernas); tremores que acontecem nos membros em repouso ou ao erguer o braço ou a perna (com o tempo, o tremor pode ser visto na cabeça, nos lábios e nos pés, podendo piorar com o cansaço, excitação ou estresse); presença de roçamento dos dedos indicador e polegar (como o movimento de contar dinheiro); voz para dentro, mais baixa e monótona; e ansiedade, estresse e tensão. Procurar ajuda médica se identificar sintomas relativos
60% dos idosos apresentam de três a quatro doenças crônicas
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Ossos e articulações A perda de minerais, como cálcio, e a deficiência de vitamina D, além do sedentarismo e do hábito de fumar, são fatores que contribuem para o surgimento de doenças relacionadas ao enfraquecimento dos ossos, como a osteoporose, comum em idosos e mulheres na menopausa. Crônica, a doença torna os
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à doença é a principal forma de prevenção. “Os sintomas da doença de Parkinson costumam ser suaves no início, mas é uma doença progressiva e tende a se agravar com o tempo e a levar a complicações mais sérias. Não há cura conhecida para o Parkinson. O objetivo do tratamento é, prioritariamente, controlar os sintomas”, afirma Maria Aparecida.
Levantamento realizado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) indica que os idosos estão vivendo mais, contudo isso não tem sido acompanhado de melhoria das condições de vida, porque convivem por mais tempo com doenças crônicas típicas de sua faixa etária. Em parte, tal fator ocorre pela falta de prevenção ou por não seguir o tratamento de forma correta. Caso fossem desenvolvidas políticas públicas preventivas voltadas à população idosa, a situação poderia ser revertida, dizem os especialistas, e o aumento da longevidade poderia vir acompanhado de qualidade de vida. “Cerca de 60% da população idosa apresenta de três a quatro doenças crônicas, podendo chegar a números mais elevados. Todavia, a presença de doença crônica não define por si a saúde ou não do idoso, uma vez que a maioria deles não apresenta limitações funcionais que impeçam seu autocuidado”, pondera a responsável pelo marketing da AxisMed, Rachel Santos Moreira Redigolo. O farmacêutico tem papel importante nesse caso. “Ele é o profissional que pode acompanhar o uso de medicamentos com segurança, além de poder detectar e evitar problemas relacionados aos medicamentos, observar se há falta de aderência ao tratamento, captar o aparecimento de sintomas novos ou mesmo avaliar o modo ou a via de administração, posologia entre tantos outros aspectos benéficos que a relação farmacêutico/ usuário de medicamento poderá desencadear”, afirma a farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti.
“Culturalmente, a população sente a necessidade de utilizar medicamentos para todos os tipos de doenças, um conceito conhecido como medicalização da sociedade”, destaca a diretora técnica de Saúde do Núcleo de Assistência Farmacêutica do Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia, Maristela Ferreira Catão Carvalho. Nos idosos, há alta prevalência de uso de medicamentos. Em estudo realizado em São Paulo, constatou-se que 92% dos idosos utilizam medicamentos. Desses, 36% apresentam polifarmácia (uso de cinco ou mais medicamentos). “A polifarmácia é vista como um problema de saúde pública, pois pode ocasionar agravos à saúde, uma vez que aumenta a chance da ocorrência de diversos problemas, como reações adversas, não adesão ao tratamento e interação medicamentosa”, diz. “Os laboratórios estão preparados para atender às mais diversas moléstias que acometem os idosos, com drogas novas e aprimoramentos, e o governo tem programa de distribuição gratuita de medicamentos. No entanto, é preciso sensibilizar as autoridades sobre a necessidade da prevenção como estratégia para que o envelhecimento da população brasileira ocorra com qualidade de vida”, adiciona o geriatra do Hospital das Clínicas de São Paulo, Dr. Wilson Jacob Filho. “Há valorização excessiva da doença em detrimento dos cuidados com a saúde. Isso explica porque aumentou o número de cirurgias bariátricas em vez de se enfrentar as causas da obesidade. É melhor não adoecer do que tratar uma enfermidade. Esse é o nosso maior desafio”, finaliza.
36% dos idosos usam de cinco ou mais medicamentos
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ossos tão frágeis que podem se quebrar mesmo sem causa aparente. Há casos em que movimentos corriqueiros, como o tossir, podem resultar em fratura em situações mais severas. No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas sofrem com essa moléstia e 24 milhões terão fraturas a cada ano provocadas pela doença e, como consequência direta das fraturas, 200 mil indivíduos morrerão. As mulheres são as mais suscetíveis à osteoporose: o risco é sete vezes maior, e 40% podem ter algum grau da doença. Enquanto nos homens, um em cada oito pode ser acometido por ela. Não há sintomas, em geral, ela é descoberta pelas complicações (fraturas). As mais comuns em idosos com problemas ósseos são de punho, fêmur e coluna. “Somente uma em cada três pessoas com a doença é diagnosticada e, dessas, somente uma em cada cinco recebe algum tipo de tratamento, com uma taxa anual de aproximadamente 100 mil fraturas de quadril. Dos que sofrem quedas, 50% precisarão de algum tipo de auxílio para caminhar e 25% necessitarão de assistência domiciliar ou internação em casas geriátricas”, revela a responsável pelo Marketing da AxisMed, empresa de gestão de saúde populacional, Rachel Santos Moreira Redigolo. A melhor forma de prevenção é ter uma alimentação equilibrada e rica em cálcio e vitamina D, assim como praticar atividade física de forma regular e sistemática e não fumar. Somente nos casos indicados pelo médico o paciente pode receber suplementação (cálcio e vitaminas). Além dos ossos, as articulações também sofrem com o envelhecimento do corpo. Dois dos problemas mais comuns são artrite e artrose. A artrite é sintoma de um processo inflamatório que pode ocorrer em uma das 68 articulações. Ela se caracteriza por dor aguda, inchaço, vermelhidão, aumento do volume local e limitação da articulação. Manifesta-se, também, em algumas doenças reumatológicas, lúpus, artrite reumatóide, gota, anemia falciforme, entre outras. Já a artrose significa a existência de comprometimento das juntas por processo degenerativo. O sintoma da artrose é a dor mais crônica, com maior tempo de duração, de início insidioso e que melhora muitas vezes somente com repouso e uso de analgésicos, diferente da artrite que, por ser um processo inflamatório agudo, necessita de medicação anti-inflamatória. Também para essas doenças controlar o peso e praticar atividade física adequada são fatores de prevenção. Incontinência urinária Neste caso, existem dois componentes do problema. A incontinência em si e as infecções resultantes. Incontinência urinária é a perda involuntária de urina. Sua gravidade varia entre a pessoa que não consegue segurar a urina ao fazer esforços,
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O diretor de marketing da SCA Brasil, Agustín Londoño, destaca a importância de oferecer produtos com qualidade e segurança
como tossir ou espirrar, e a vontade súbita e forte de urinar que não dá tempo de chegar a um banheiro. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a doença atinge 10 milhões de brasileiros de todas as idades, sendo duas vezes mais comum no sexo feminino e nos idosos. O problema da incontinência é mais comum do que as pessoas conhecem e entendem, como alerta o diretor de marketing da SCA Brasil, Agustín Londoño. "É preciso gerar consciência e hoje as mídias digitais nos ajudam neste processo, assim como o varejo é um canal bem importante também”. Além disso, ela acarreta alto impacto econômico, social, psicológico e médico em quem a possui. Sob esse aspecto, destaca Rachel, a doença pode ser a causa da perda da autoestima, isolamento social, piora do status funcional, dependência de cuidadores, depressão e encaminhamento à instituição de longa permanência. Segundo relata a gerente da marca Plenitud, da KimberlyClark, Carolina Gormezano, até seis anos atrás, o mercado era formado basicamente apenas por fraldas e absorventes pós-operatórios. A entrada de roupa íntima contribuiu muito com as pessoas que buscavam discrição e maneiras práticas de manusear o produto, ajudando-as a manterem-se ativas com dignidade. O outro problema relacionado à incontinência envolve complicações resultantes, como a infecção urinária, que é o ardor ao urinar e vontade frequente de urinar. Deve-se consultar um médico sempre que surgir qualquer sintoma (como ardor) e tratar a infecção e sua causa. Por esses motivos, Londoño, da SCA Brasil, afirma que a empresa entende que, dentro da categoria de incontinência, os melhores itens significam maior economia para as instituições e para as famílias, além de discrição e mais qualidade de vida. “Menos trocas de produto, menos vazamentos, menos problemas de pele, entre outros aspectos que afetam a economia em geral. Por isso, todas as nossas linhas passam por um rigoroso teste de qualidade para proporcionar ao consumidor maior segurança na compra e uso desses produtos”.
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OS IDOSOS QUEREM ESTAR MAIS BONITOS E COM A APARÊNCIA SAUDÁVEL. PARA SATISFAZER SUAS NECESSIDADES, CONSOMEM CADA VEZ MAIS COSMÉTICOS E AFINS, ESTIMULANDO NA INDÚSTRIA OS LANÇAMENTOS VOLTADOS A ELES
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Ao longo dos anos, o consumidor brasileiro mudou bastante. Ficou mais criterioso e, com o aumento da renda registrado na última década, passou a se interessar por cuidar melhor da saúde e da fisionomia. Igualmente, os idosos passaram a surfar nessa onda. Se antes, em boa parte presos às obrigações profissionais e à dedicação para a família, eles não tinham tempo para cuidar da aparência, hoje isso mudou. Cada vez mais, eles estão atentos aos
cuidados com a saúde, a autoestima se elevou e eles não se fazem de rogados quando o assunto é vaidade. “O segmento de beleza é apontado pelo Euromonitor (2015) como um dos mercados relevantes para a terceira idade”, afirma a professora do curso de Trade Marketing da Pós-Graduação da ESPM-SP, Tania Zahar Mine. “Mais ativos e muito mais vaidosos, os integrantes da terceira idade querem melhorar a flacidez e controlar os excessos de pele. Na face, os principais incômodos são as rugas, as bolsas nos olhos, as pálpebras caídas e a flacidez no FOTOS: SHUTTERSTOCK ILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK
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DEMANDA CARACTERÍSTICA Cremes e hidratantes estão entre os itens mais consumidos por idosos. Com o avanço da idade, os sinais do envelhecimento da pele ficam visíveis, pois ela fica mais seca em razão da desidratação, necessitando de hidratantes mais potentes. “A queda da produção de colágeno faz com que haja perda da elasticidade e as rugas e linhas de expressão ficam mais visíveis, aumentando a procura de produtos anti-idade”, revela a farmacêutica responsável pela área de Inteligência de Mercado e Marketing de Produtos do Grupo Natulab, Valnizia Mendes. A redução do número de melanócitos favorece a formação de manchas e sardas, nos cabelos as alterações mais frequentemente observadas são o embranquecimento e a queda, estimulando uma procura maior de cosméticos para coloração e fortalecimento. Nas mulheres os efeitos são acentuados na pele. Elas produzem menos sebo e têm glândulas sebáceas menores do que as dos homens. Com isso, a pele mais seca faz com que seu envelhecimento seja mais precoce e se manifeste com maior intensidade ao longo do tempo. A preocupação com envelhecimento da derme é tão presente que a maioria dos produtos dermocosméticos para esse público está acrescentando em suas formulações substâncias com propriedade anti-idade. São os chamados produtos multifuncionais, com mais de um benefício agregado, sendo
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pescoço. Eles fazem de tudo para acabar com os desconfortos estéticos. Na área de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC), todo tipo de produto, desde assepsia diária até dermocosméticos e maquiagem, também é demandado por esse público”, acrescenta a consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso. Itens relacionados à elevação da qualidade de vida e aos cuidados pessoais passaram a ser incorporados, cada vez mais, na cesta de compras do consumidor sênior. Isso tem estimulado o setor de HPC, que, a cada ano que passa, supre o mercado com milhares de lançamentos. Em média, anualmente são mais de 3.000 novidades, que incluem lançamentos de produtos, fragrâncias, cores e embalagens diferenciadas.
o antienvelhecimento um dos atributos mais importantes. A principal diferença entre a pele dos homens e a das mulheres diz respeito à oleosidade, a qual tem relação direta com a produção hormonal. “Os hormônios masculinos apresentam maior atividade das glândulas sebáceas, deixando a pele mais oleosa e com maior tendência para a propagação de acne”, explica. Assim como a pele, os cabelos também sofrem com os hormônios masculinos, fazendo com que o couro cabeludo também seja mais oleoso, com maior tendência à caspa. Já as rugas masculinas ocorrem mais tarde que as femininas, mas, quando aparecem, são profundas. “O colágeno da pele masculina diminui a uma velocidade constante, enquanto a pele da mulher é afetada mais tarde, especialmente após a menopausa. Nessa altura, a pele feminina perde espessura mais intensamente e de modo mais pronunciado do que a pele masculina”, revela a executiva. A barba também é originária desses hormônios e, quando aparada, podem ocorrer complicações como a dermatite. Outro fator agravante, também ligado aos problemas hormonais, é o aparecimento da calvície. Não por acaso, os principais dermocosméticos demandados pelo público masculino estão associados ao fortalecimento e à prevenção da perda de cabelo, além de produtos para acne, xampus anticaspas, espumas de barbear e produtos antienvelhecimento. Apesar do interesse masculino, as mulheres são as campeãs em relação à saúde dos cabelos, informa a diretora do Departamento de Vendas e Marketing da Maturi, empresa de cosméticos voltada exclusivamente para o público sênior, Rebecca Alonso. Segundo Valnizia, da Natulab, entre os itens multifuncionais, estão os bb creams, os produtos anti-idade, os hidratantes potentes, as maquiagens associadas com fatores de proteção, os clareadores, os cremes para combater rachaduras dos pés e os cremes antivarizes. “Quando se pensa em produtos para idosos, é importante considerar também a embalagem de forma que as letras sejam grandes, as cores bem fáceis de serem diferenciadas, os tipos de materiais não sejam escorregadios e as formas tragam praticidade na abertura do produto”, sugere a executiva. “Assim como algumas indústrias de eletrônicos perceberam que os controles remotos e celulares fáceis de manusear e descomplicados fazem sucesso
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O VAREJO FARMACÊUTICO TEM AUMENTADO MUITO O SORTIMENTO DE COSMÉTICOS EM SUAS LOJAS, FAVORECENDO O IDOSO QUE BUSCA CONVENIÊNCIA E PRATICIDADE EM SUAS COMPRAS
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COMO O PÚBLICO DA TERCEIRA IDADE PODE MANTER A BOA APARÊNCIA
Usando protetor solar, cremes hidratantes e produtos específicos para a idade.
Mantendo postura, a fim de evitar problemas de coluna.
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Tendo alimentação saudável, rica em verduras, legumes e frutas.
ATENÇÃO À PELE
Aos 40 anos: nessa fase a pele começa a ficar mais desidratada. Surgem manchas e vasinhos. O aconselhado é utilizar produtos tópicos que tenham ativos, como ácido retinóico, ácido glicólico, aquaporinas, ácido hialurônico, além das vitaminas C e E e do extrato de café verde (potente antioxidante).
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Cuidando dos dentes.
Aos 50 anos: a pele tende a ficar mais desidratada e também mais flácida. As manchas, rugas e vasinhos são mais intensos. É indicado o uso de produtos tópicos que tenham ativos, como ácido retinóico, ácido glicólico, aquaporine, ácido hialurônico, isoflavonas da soja, além das vitaminas C e E e do extrato de café verde (potente antioxidante).
A partir dos 60 anos: ainda mais desidratada, a pele tende a ficar mais flácida e com sulcos e rugas mais pronunciados. É necessário utilizar produtos tópicos que tenham ativos, como ácido retinóico, ácido glicólico, aquaporine, ácido hialurônico, isoflavonas da soja, além das vitaminas C e E e do extrato de café verde (potente antioxidante). São úteis também os ativos com efeito lifting, como o THPE, um poderoso agente anti-idade que contrai as células da pele.
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com o público idoso, o setor de consumo precisa estar atento também. Muitas embalagens têm letras pequenas e não dão dicas de uso. Os cosméticos têm melhorado, não apresentando tantos problemas, nem causando muitos acidentes de dosagem, como no caso dos medicamentos”, revela a diretora do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa.
OPORTUNIDADES NÍTIDAS O varejo farmacêutico pode se aproveitar da tendência de consumo dos idosos, em boa parte, porque já é um dos maiores canais de vendas de produtos HPC. “Farmácia sempre foi sinônimo de doença, mas, hoje, não é mais assim. Há uma gama de produtos HPC, dermocosméticos e suplementos que tornaram as lojas uma boutique de saúde”, afirma Regina, do IEV. Em grande parte, as drogarias ocuparam o espaço deixado por grandes magazines,
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PRODUTOS RELACIONADOS À ELEVAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E AOS CUIDADOS PESSOAIS PASSARAM A SER INCORPORADOS, CADA VEZ MAIS, NA CESTA DE COMPRAS DO CONSUMIDOR SÊNIOR. ISSO TEM ESTIMULADO O SETOR DE HPC, QUE, A CADA ANO QUE PASSA, SUPRE O MERCADO COM MILHARES DE LANÇAMENTOS que desapareceram nos últimos anos. As lojas de departamento eram as responsáveis por trazer os lançamentos, sobretudo de perfumaria e cosméticos, aos consumidores. Atualmente, quem tem feito isso são as grandes redes de drogarias, em parceria com as indústrias, e as farmácias. Vale lembrar que existem perto de 70 mil drogarias no País, com destaque para a capilaridade do segmento, que atinge todo o território nacional. “O varejo farmacêutico tem aumentado muito o sortimento de cosméticos em suas lojas, favorecendo o idoso que busca conveniência e praticidade em suas compras”, avalia Tania, da ESPM-SP. “Como o segmento é bem complexo, composto por muitas categorias de produtos, é importante estabelecer parcerias com os fornecedores para poder entender mais profundamente as oportunidades e otimizar a oferta de produtos adequados aos mais velhos”, aconselha a professora.
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SERVIÇOS
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HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE SÃO PAULO
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS)
www.axismed.com.br
C
I
P
IBGE
PLENITUD
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF)
ILC BRAZIL
PRATI-DONADUZZI
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA
S
www.cff.org.br
E ESPM
www2.espm.br
IDADE
F
TERCEIRA
www.paho.org/bra
www.clinicaviveresanus.com.br
CLÍNICA VIVERE SANUS
42
www.hcnet.usp.br
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (FCF/USP)
www.fcf.usp.br
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS REDES ASSOCIATIVISTAS E INDEPENDENTES DE FARMÁCIAS (FEBRAFAR)
www.ibge.gov.br www.ilcbrazil.org
www.idpc.org.br
INSTITUTO DE ESTUDOS EM VAREJO (IEV)
http://iev.net.br
INSTITUTO PAULISTA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
www.saude.sp.gov.br/institutopaulista-de-geriatria-e-gerontologiaipgg-jose-ermirio-de-moraes
K KIMBERLY-CLARK
www.febrafar.com.br
www.kimberly-clark.com.br
FERRARA SOLUZIONI
M
www.ferrarasoluzioni.com.br FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (FGV)
http://portal.fgv.br
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ)
http://portal.fiocruz.br/pt-br
G GRUPO NATULAB
www.natulab.com.br
servicos_09_1pag.indd 42
MATURI
www.maturi.com.br MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS)
www.saude.gov.br
N
www.vivaplenitud.com.br www.pratidonaduzzi.com.br
SCA BRASIL
www.scabrasil.com.br SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO (SINDUSFARMA)
www.sindusfarma.org.br
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES
www.diabetes.org.br
U UNIVERSIDADE DE GUARULHOS (UNG)
www.ung.br
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)
www.usp.br
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE)
www.ufpe.br
NATULAB
www.natulab.com.br NIELSEN
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