FORNECEDORES
H O S P I TA L A R E S
A REVISTA DE GESTÃO, SERVIÇOS E TECNOLOGIAS PARA O SETOR HOSPITALAR Ano 18 • Edição • 181 • Novembro de 2010
FOME DE QUÊ? Foto: Luciana Areas
Veja as tendências em alimentação para os hospitais
A integração entre as áreas pública e privada de saúde já é fato e parece ser o caminho para a sustentabilidade do setor. Pelo menos é nisso que aposta Sergio Cortês, secretário estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro. Confira os avanços e as oportunidades para os hospitais que querem entrar nesse nicho de negócio
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SERVIÇOS
PÚBLICOS, INTERESSE
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Novembro 2010 - Número 181
Índice
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10 I Entrevista
Andre François, fotógrafo e fundador da ONG ImageMedica, relata as experiências que teve ao longo dos últimos anos retratando a saúde no Brasil e no mundo
14 I .Com
Confira o que foi destaque no portal Saúde Business Web
20 I Raio X
Público com cara de privado: sendo gerido pelo consórcio formado por grupo Vita e Facility, o Hospital da Mulher Heloneida Stuart, no Rio de Janeiro, trouxe um novo conceito de atendimento para a população
24 I Panorama
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Tendência irreversível: como estão os hospitais geridos por meio de parcerias público- privadas e quais as oportunidades de negócios nesse nicho
34 I Artigo
Prontuário do Paciente: Abordagem Jurídica e da Qualidade
36 I Espaço Jurídico Quem paga o Pato?
39 I Saúde Business School
Confira as dicas de nossos consultores sobre Gestão de Pessoas
48 I De olho nos fornecedores
De quem você tem fome: empresas apostam no comfort-food para o segmento hospitalar
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52 I Tecnologia
Diagnóstico à Distância: conheça a estrutura tecnológica por trás dos Sedis
56 I Especial
Papel Estratégico: cresce o número de enfermeiros envolvidos na gestão do hospital. Saiba onde estão as oportunidades
62 I After Hours
O pediatra Alexandre Labes relata a sensação de mergulhar num oceano de paz
64 I Livros 65 I Vitrine
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66 I Artigo RH
O futuro se constrói agora
67 I Carreiras 82 I Hot Spot
Comunicação médica
Erramos: O nome correto do presidente da Medial Saúde é Henning Von Koss (Edição 180 - Mentalidade Enxuta )
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UM NOVO
OLHAR Reportagem: Guilherme Batimarchi – gbatimarchi@itmidia.com.br Edição: Ana Paula Martins - amartins@itmidia.com.br
Fotógrafo há mais de 20 anos, há cinco André François decidiu fazer uma fotografia diferente e que pudesse fazer a diferença. Desde então, registra a rotina de médicos, enfermeiros, pacientes e suas famílias de todas as regiões do Brasil e no exterior. A dedicação ao trabalho rendeu a François e sua ONG, a ImageMagica, três livros documentários sobre a saúde brasileira e o reconhecimento de todo o segmento de saúde sobre suas atividades. Em entrevista à FH, o fotógrafo fala sobre a escolha por retratar a saúde no Brasil e no mundo; diz que o SUS é um modelo a ser aplaudido e enfatiza que o grande desafio é o acesso
FORNECEDORES HOSPITALARES: COMO SURGIU A IMAGEMAGICA E QUAIS SÃO OS TRABALHOS REALIZADOS POR ELA? ANDRÉ FRANÇOIS: A ImageMagica surgiu há 16 anos. Eu sempre quis de alguma maneira pensar em uma fotografia que pudesse fazer a diferença no mundo. Ela foi criada com duas vertentes muito fortes. Uma delas é o trabalho educacional, pois uma boa maneira de mudar o mundo é por meio da educação. Dentro dessa proposta, desenvolvemos projetos nos hospitais com os pacientes e familiares, e equipes de saúde, onde damos câmaras para que de uma forma lúdica se possa mostrar aquela realidade e com isso aumentar a percepção e sensibilidade dos profissionais sobre o trabalho que realizam. Quando uma criança faz uma foto do médico que cuida dela e depois mostra pra ele com a seguinte legenda: “esse doutor mudou a minha vida”, isso mexe de alguma forma com aquele profissional. Esse trabalho tem gerado produtos interessantes como fanzinis, cartões postais e porta-retratos. Paralelo a isto surgiu o núcleo documental da ImageMagica que é a continuação do meu trabalho e o amadurecimento como fotógrafo social. Hoje falamos muito em terceiro setor, mas há 15 anos era raro tocar no assunto ou ouvir estes nomes lindos que damos às atividades relacionadas a ele.
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Nos últimos cinco anos, tenho trabalhado com a saúde por ser um tema que me inspira muito e por ser uma maneira maravilhosa de ver o mundo. Falar de saúde não é só falar de pessoas doentes, mas também sobre qualidade de vida. Eu acho que disponibilizar o trabalho de comunicação e provocar discussões e percepções a respeito da saúde é um trabalho maravilhoso a se fazer. FH: ESTE TRABALHO DOCUMENTAL RESUL TOU NA PUBLICAÇÃO DE ALGUNS LIVROS, TODOS ALERTANDO PARA O CUIDADO EM SAÚDE. QUE RESULTADOS SE ESPERA QUAN DO SE FAZ UMA OBRA DESSAS? FRANÇOIS: Nós já temos três livros publicados sobre saúde, o primeiro deles é o “Cuidar”, que faz um retrato sobre a medicina humanizada no Brasil, o segundo livro aborda a questão do acesso à saúde e se chama “A curva e o caminho” onde mostra o desafio enfrentado pelo brasileiro para ter acesso a um médico, um remédio ou um tratamento. O terceiro livro chamase “Escolher viver” e aborda o desafio que os pacientes renais crônicos têm em encontrar e escolher o tratamento adequado para sua doença. Todos esses trabalhos são distribuídos em hospitais e universidades de todo o Brasil gratuitamente e dis-
poníveis em livrarias a preços acessíveis. A ideia é difundir o material e provocar uma ref lexão na sociedade sobre a realidade dos sistemas de saúde. Quem vai mudar esta realidade são os gestores e as equipes de saúde. Nosso trabalho, aqui na ImageMagica, é provocar a ref lexão sobre esses temas FH: PARTE DE SEU TRABALHO É FEITO FORA DO PAÍS, REGIS TRANDO IMAGENS DE LUGA RES COMO HAITI, CAMBOJA E CANADÁ. QUAL SUA VISÃO SOBRE A SAÚDE NO MUNDO? FRANÇOIS: Em todo o mundo a saúde é uma questão emergencial. Em alguns países mais em outros menos. Desde a África, onde a realidade da saúde é caótica, até os EUA. Tive a oportunidade de estar no Haiti, sete dias após os terremotos que mataram mais de 500 mil pessoas, acompanhando o trabalho das equipes de saúde que prestavam socorro às vítimas.
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ANDRÉ FR ANÇOIS: “O trabalho na saúde não fala apenas sobre doença, mas também sobre qualidade de vida e uma série de outras coisas”
Fotos: André François
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Lá tive a oportunidade de acompanhar novamente o trabalho dos Médicos sem Fronteira, que estavam com hospitais de campanha em Porto Príncipe. Acompanhei também a Cruz Vermelha, visitando seus campos de refugiados; o hospital de campanha da Força Aérea Brasileira, e também a ONG Expedicionários da Saúde, que é de Campinas. No Camboja, a saúde é totalmente paga, você chega no hospital e você vê uma espécie de cardápio, fixado na parede. Se você tiver condições de pagar, você é atendido, se não tiver... Lá existe um sistema público de saúde, mas é algo muito recente e precário. O serviço de ambulância custa em média US$ 450 e o salário médio da população dificilmente chega a US$ 35. É uma situação bem triste. No Canadá, tive a oportunidade de conhecer um hospital na região do círculo polar ártico, e mesmo sendo tão isolado é um lugar onde a saúde funciona muito bem, e caso um paciente precise, no máximo em 24 horas ele tem um avião para fazer o transporte. FH: TENDO EM VISTA ESTES E OUTROS PAÍSES QUE VOCÊ VISITOU, QUAL RELAÇÃO VOCÊ FA RIA COM O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE? FRANÇOIS: Hoje eu diria que o SUS é um sistema lindo na teoria, porém na prática ele está “tentando”. Ainda há muito o que melhorar, mas não podemos
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generalizar. Por exemplo, quando falamos sobre Hepatite, em alguns lugares do Brasil esse problema é bem resolvido, onde existe toda uma infraestrutura adequada para o tratamento com medicamentos que custam de seis a oito mil reais por mês ao longo de um ano de tratamento, e do outro lado do País podemos encontrar uma situação completamente diferente, sem acesso ao medicamento. Eu traduzo isso como uma dificuldade de gestão, mas é algo compreensível, pois o SUS é novo, possui pouco mais de 20 anos e é muito difícil fazer saúde no Brasil. Vou te dar outro exemplo: Quanto custa fazer saúde no Acre? É muito mais caro fazer saúde no Acre do que em São Paulo, Rio Grande do Sul, por faltar estrutura de serviços de saúde. Eu acho que o SUS está no caminho certo e considero ele um dos melhores sistemas de saúde pública do mundo, em tese. Se pegarmos essa teoria e colocarmos em prática aos poucos é um caminho. Quando eu faço um livro desses, mostro a realidade do sistema de saúde. Eu não sou uma pessoa de saúde (profissional da área), meu papel é provocar uma ref lexão, uma discussão nas pessoas que decidem e que detêm o conhecimento técnico para isso. FH: QUAIS OS PRINCIPAIS PROBLEMAS NA SAÚDE QUE VOCÊ ENCONTROU DURANTE
OS TRABALHOS REALIZADO NO BRASIL? FRANÇOIS: Uma das maiores deficiências do sistema de saúde no Brasil, para mim, é dar acesso às pessoas, porque é um desafio no Amazonas e outro em São Paulo. Esse acesso vai desde uma voadeira barco a motor de alumínio utilizado no rio Amazonas – até um médico que te passe uma receita e ele não te explica aquilo direito. Aí o paciente sai do consultório, em alguns casos, com a receita na mão sem entender o que é pra fazer. Esse médico também não tem tempo de explicar, pois ele é pressionado para atender um cota de pessoas por dia, e com o passar do tempo ele vai perdendo a sensibilidade de dar atenção ao paciente. FH: O QUE MAIS TE SURPRE ENDEU DURANTE A PRODU ÇÃO DOS LIVROS E TODAS AS VIAGENS QUE VOCÊ FEZ? FRANÇOIS: O que me surpreen-
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deu foi o SUS em si, a existência dele é fantástica. Eu não trocaria o que temos hoje em saúde no Brasil pelo que existe na saúde dos EUA, porque lá as pessoas não têm esse tipo de assistência. Se eu tivesse que escolher entre pagar a saúde lá ou aqui, eu ficaria com a daqui. Mesmo porque se eu não tiver nenhum tipo de seguro eu estou coberto pelo sistema público de saúde. Para fazer uma boa saúde no SUS a população não pode se acomodar. Se ela não participar, não for proativa e buscar a solução para seu problema de saúde dentro do sistema, ele nunca vai melhorar. FH: AS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS EM UM HOS PITAL PODEM SER BOAS OU RUINS, DEPEN DENDO DA SITUAÇÃO. QUAL FOI A MAIOR LI ÇÃO QUE VOCÊ APRENDEU EM TODOS ESTES ANOS FOTOGRAFANDO SAÚDE? FRANÇOIS: Aprendi que a vida é curta. Simples assim. Acho que, quando participamos do processo de morte de alguém, começamos a entender tudo aquilo que já sabemos sobre o assunto, mas de outra maneira. Se quisermos ter uma boa saúde temos que cuidar dela, nos preocuparmos com alimentação, com a qualidade
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de vida, para que não seja preciso usar o sistema de saúde, independente de onde estejamos. FH: QUAIS OS PRÓXIMOS PROJETOS DA IMAGE MAGICA? FR ANÇOIS: Estamos trabalhando no “Projeto Vida”, um documentário que aborda a promoção de saúde no mundo. Existe um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrando que para cada dólar investido em prevenção se economiza cinco em curativismo. Este é um projeto mundial feito em parceria com várias organizações, como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Médicos Sem Fronteira, ONU e Organização Panamericana de Saúde para tentar entender essa relação no mundo, trazer histórias, situações de curativismo e mostrar que a promoção de saúde, em determinadas situações, poderia ser mais barata e mais eficiente. Esse é um projeto longo, de três anos, mais ou menos, e o objetivo é fazer uma provocação mundial e aprender com outros países. Queremos mostrar o que o mundo está fazendo em termos de promoção à saúde e seus possíveis desafios.
Assista à entrevista no site: http://bit.ly/bfSi5e
e a vida c rta si ples assi
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IAGNÓSTICO À
Guilherme Batimarchi – gbatimarchi@itmidia.com.br
Serviço Estadual de Diagnóstico por Imagem implantado em São Paulo serve de exemplo para todo o País como solução para reduzir custos e tempo na emissão de diagnósticos
Ao entrar em um hospital com algum tipo de problema ou para uma simples consulta, uma das primeiras medidas tomadas pelo médico é submeter o paciente a uma série de exames. Dependendo da infraestrutura da unidade e da urgência do paciente, pode demorar até 20 dias para que um laudo seja emitido em casos de exames como radiografia, tomografia, ressonância, ultrassonografia, mamografia, endoscopia e ecocardiograma. Reduzir o tempo de emissão de laudo de um exame realizado no sistema público de saúde de dias para horas parecia algo distante, mas não impossível. Com esse objetivo, há cerca de um ano, a Organização Social de Saúde (OSS) Associação Congregação Santa Catarina elaborou e apresentou à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo o projeto-piloto do que seria hoje o Serviço Estadual de Diagnóstico por Imagem (Sedi). O serviço, que é inédito no Brasil, foi baseado em um modelo similar encontrado na Espanha e consiste em estabelecer uma central munida por tecnologia e profissionais qualificados que possam receber das unidades públicas de saúde os exames a qualquer hora do dia, laudá-los e devolvê-los à instituição em um curto espaço de tempo. De acordo com a diretora executiva do Sedi I, Miriam Blom, o tempo médio de espera pelos laudos era de 20 dias. Após a implementação do serviço este tempo foi reduzido para menos de quatro horas. “Com a centralização das atividades, podemos realizar um volume muito maior de laudos em um tempo muito menor”, afirma. Segundo Miriam, além da redução de tempo na entrega dos laudos o serviço também proporciona uma desoneração nas operações das unidades de saúde, uma
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vez que todas as instituições contempladas receberam infraestrutura para gerar e transmitir as imagens digitais via internet até os Sedis, eliminando os processos químicos de revelação das radiografias e outros exames que exijam este tipo de trabalho. A parceria feita entre a OSS e o governo do Estado de São Paulo permitiu que fossem criadas três centrais de processamento de exames que, atualmente, são responsáveis pelo fornecimento de aproximadamente 150 mil laudos por mês vindos de todo o estado. “Este serviço surgiu para reduzir custos com materiais, equipe e, principalmente, acelerar a emissão de laudos de pacientes, que são os principais beneficiários do serviço”, completa Miriam. Como nem todos os aparelhos de raio X e mamografias dos hospitais contemplados pelos Sedis I e II forneciam imagens digitais foi necessário que a Fujifilm - empresa escolhida pelas OSS para fornecer a tecnologia necessária para a digitalização das imagens - adaptasse estes equipamentos. A empresa também foi responsável pela implementação de ferramentas responsáveis pela integração do Pacs (Picture Archiving and Communication System), sistema responsável pelo gerenciamento, armazenagem e distribuição dos laudos via web. No interior do Sedi I, toda a infraestrutura de hardware, desde as 22 estações de trabalho até sua central de processamento de dados (CPD), foi fornecida exclusivamente pela HP. Para viabilizar a transmissão das mais de 65 mil imagens mensais fornecidas pelas unidades de saúde até o Sedi I foram instaladas 18 antenas de link de rádio, fornecidas pela WCS, que são responsáveis pelo envio dos dados até a central. Além dos links, a central está implementan-
Assista à entrevista: http://bit.ly/9o02v6
Assista à entrevista: http://bit.ly/aiu4RO
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do uma rede de fibra ótica que conectará as instituições mais distantes ao Sedi I, totalizando 287 Km de cabos. Também equipado com tecnologia Fujifilm e antenas de rádio para a transmissão da imagens diagnósticas, o Sedi II, administrado pelo Seconsi-SP, é equipado com computadores e servidores Dell e processa cerca de XXX laudos por mês. A central, que possui capacidade para processar 1,5 milhão de exames por mês atuará na análise de mais um hospital até dezembro de 2010, aumentando para seis as unidades cobertas pelo serviço do Sedi II. “Estamos apenas aguardando a inauguração do hospital de Franco da Rocha para iniciarmos as operações. Até o final de 2011 esperamos atender outras 14 unidades hospitalares”, informa a gerente técnica do Sedi II, Lilian Mendonça. De acordo com o coordenador de contratos de gestão de serviços de saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Márcio Cidade, o governo desembolsou R$ 34,6 milhões para a realização do projeto, que até o momento contempla 31 unidades de saúde e outras 11 que já estão em processo de adaptação para receber o serviço. “Novos investimentos dependem da avaliação da necessidade em razão do crescimento da demanda. O custeio dessas unidades será feito de acordo com a produção mensal”, completa. Para a realização das obras de infraestrutura e implantação de tecnologia nos Sedis I, II e III o governo estadual investiu em cada centro R$ 11.9 milhões, R$ 16.8 milhões, R$5.9 milhões respectivamente.
demanda e também atender as necessidades de suporte geradas pela central de laudos. “Fornecer a tecnologia é uma coisa, agora manter as unidades funcionando 24h com um tempo de resposta satisfatório requer uma estrutura de serviço e suporte muito fortes e é nisso que a Agfa está apostando neste momento”. Para atender a demanda do Sedi III, a Agfa Healthcare trouxe do Canadá equipamentos de digitalização e ferramentas de RIS/PACS. A solução fornecida pela multinacional permite a expansão no Sedi sem o risco da perda de dados durante uma possível falha. “Além do Canadá, esta tecnologia é empregada no Reino Unido, em diferentes regiões dos Estados Unidos e também é utilizado pelas forças armadas norteamericanas”, completa Miguel. A terceira central de laudos criada no Estado de São Paulo é responsável pela avaliação dos diagnósticos de 25 unidades de saúde, entre elas o Hospital Emílio Ribas, Hospital Regional Sul, Conjunto Hospitalar de Sorocaba, Hospital estadual Pérola Byington.
MIGUEL, DA AGFA: Desafio é garantir a estrutura para o funcionamento ininterrupto do serviço
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GONDO, DA FUJIFILM: Serviço abrirá grandes oportunidades de negócios para a empresa
Com capacidade para realizar 5 milhões de exames por mês - mais que o dobro da atual demanda gerada pelo Estado - a secretaria de saúde não pretende investir na criação de novas unidades do serviço, porém garantiu que até o final de 2012 todas as instituições de saúde estaduais deverão ser beneficiadas com o Sedi. “Os três Sedis devem dar conta de toda a demanda por diagnósticos por imagem do Estado. O próximo passo é a expansão do serviço nas unidades e o aprimoramento dos mecanismos de acompanhamento, avaliação e controle das atividades realizadas por eles” acrescenta Cidade. Segundo o diretor Fujifilm NTD sistemas médicos, Mauro Gondo, a expansão do serviço abrirá grandes oportunidades de negócios para a empresa e todo o setor de diagnóstico por imagem, do profissional de saúde à indústria de equipamentos. “Essa expansão é uma grande oportunidade para o mercado reconhecer quais são as alternativas disponíveis. Por exemplo, grandes empresas como GE, Philips e Siemens não se prontificaram a apresentar soluções desse tipo negócio. Ou seja, estamos falando de um novo modelo no qual a radiologia tanto pública quanto privada começarão a trabalhar dessa maneira, mudando o equilíbrio de força e até financeiro de na prestação de serviços. Essa é a dimensão de um projeto como o Sedi”. O gerente de vendas da divisão de TI da Agfa Healthcare, Robson Miguel, afirma que a empresa conta com técnicos, engenheiros, biomédicos e radiologistas para suprir a futura
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