A revista de gestão, tecnologias e serviços para o setor da saúde
ESPECIAL
20 ANOS o futuro é agora
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ÍNDICE
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W W W . R E V I S T A F H . C O M . B R 08 – CONEXÃO SAÚDE
CARREIRAS
14 – ENTREVISTA
Grande parte das carreiras em expansão está relacionada à saúde e tecnologia
Confira os destaques do Saúde Web, conteúdos multimídia e interação dos leitores Daniel Kraft, da Singularity University, fala sobre tratamentos personalizados e orgãos sintéticos e como eles precisarão lidar com a privacidade de informações e convergência entre sistemas
SAÚDE PÚBLICA
28 – COMO SERÁ O AMANHÃ?
Parcerias visam identificar demandas da saúde pública e privada no País para guiar os responsáveis por executar as mudanças dos próximos anos
HOSPITAL
36 – DE LEONARDO AO DA VINCI
Robôs cirurgiões já são uma realidade que nem Leonardo da Vinci imaginou
42 – UM NOVO NORTE
20 – PANORAMA
UM SALTO PARA O AMANHÃ CIÊNCIA VERSUS TECNOLOGIAS MÉDICAS, UMA COMBINAÇÃO PROMISSORA
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O que o futuro reserva para a gestão dos hospitais? Como será o relacionamento com o médico e os novo modelo de negócio?
OPERADORA
48 – SAÚDE SUPLEMENTAR, SOLUÇÃO COMPLEMENTAR
Como possibilitar que os usuários tenham atendimento de qualidade sem elevar os custos e manter a sustentabilidade do sistema?
SAÚDE BUSINESS SCHOOL
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53 – GOVERNANÇA DE TI NOS HOSPITAIS
MEDICINA DIAGNÓSTICA
64 – QUEM PROCURA ACHA
Especialista discutem alternativas para evitar o superdiagnóstico
TECNOLOGIA
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68 – O QUE SERÁ, QUE SERÁ
Nos próximos 20 anos, tudo o que hoje se desenha como tecnologias sonhadas pelos hospitais será realidade
INDÚSTRIA
76 – NÃO É FICÇÃO, É MEDICINA
Avanços científicos e tecnológicos prometem mudar a saúde
92 - PROFISSIONAIS DO FUTURO, OPORTUNIDADE PRESENTE
ESPECIAIL
32 – O que pensa Alexandre Kalache sobre os próximos passos do sistema público de saúde 34 – Veja a opinião de Gonçalo Vecina sobre o futuro da saúde pública 62 – José Cechin e Sandro Leal traçam as tendências da saúde suplementar 72 – Quais tecnologias irão assombrar a saúde no futuro, segundo Renato Sabbatini? 79 – Antônio Britto, da Interfarma, fala sobre inovação e ética no futuro do setor farmacêutico 84 – Entidades do segmento de saúde avaliam o que está por vir no setor 88 – As tendências em arquitetura hospitalar por João Carlos Bross
ARTIGOS
26 – ECONOMIA
O futuro da saúde
88 – ESPAÇO JURÍDICO
Clonagem, biotecnologia e as aplicações na saúde dentro de uma visão jurídica
73 – GESTÃO
O futuro da gestão nas instituições de saúde
96 – RH
Binômio para o Sucesso: o futuro da saúde em duas palavras
106 – HOT SPOT
Indecifrável como um almanaque de esportes
ERRATA Na matéria de tecnologia da edição 196, página 57, da Revista FH, a legenda correta da foto é Arnaldo Basile, gerente sênior de marketing Business da TIM
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CONSELHO EDITORIAL ADELSON DE SOUSA, MIGUEL PETRILLI, ALBERTO LEITE E STELA LACHTERMACHER
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COMERCIAL GERENTE &MJ[BOESB 1BJWB Ĺ” FMJ[BOESB QBJWB!JUNJEJB DPN CS Ĺ”
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ILUSTRAÇÕES: DEDÊ PAIVA
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DE LEONARDO AO
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ESPECIAL FH 20 ANOS
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esde o inĂcio da Era Moderna, a sociedade imagina um futuro apoiado pela tecnologia, onde homem e mĂĄquina convivem e dividem funçþes em casa e no trabalho. Tal convĂvio parece nĂŁo estar tĂŁo distante quanto se imagina, ao menos para alguns setores, como o de saĂşde, por exemplo, que jĂĄ conta com modelos de robĂ´s cirurgiĂľes. O mais comum e utilizado em larga escala por instituiçþes de saĂşde ĂŠ o da Vinci, produzido pela Intuitive Surgical Inc.. Seu nome foi inspirado no primeiro pensador a elaborar estudos sobre a anatomia humana, o gĂŞnio renascentista Leonardo Da Vinci. Utilizado pela primeira vez em 1997, na BĂŠlgica, o que antes era ficção cientĂfica hoje se tornou uma realidade. Grande parte dos hospitais em paĂses da Europa, Estados Unidos e JapĂŁo jĂĄ possuem ao menos um robĂ´ cirurgiĂŁo por unidade de saĂşde. Em entrevista exclusiva Ă FH, o presidente da Denbar Robotics e ex-astronauta da NASA, Dan Barry, afirma que a robĂłtica estĂĄ avançando exponencialmente Ă medida que aumentam o poder computacional e a velocidade das conexĂľes que permitem uma mobilidade cada vez maior de mĂĄquinas inteligentes. “Definitivamente, a cirurgia robĂłtica ĂŠ o futuro das cirurgias, estĂĄ evoluindo e mudarĂĄ a medicina dos prĂłximos 10 anos.â€? As reduçþes considerĂĄveis nos custos de sensores 3D e os novos algoritmos de processamento de imagens possibilitam aos robĂ´s e seus usuĂĄrios uma conscientização maior do meio ambiente em que as mĂĄquinas estĂŁo inseridas e sistemas cada vez mais avançados. “JĂĄ estĂŁo em fase de estudo, os procedimentos feitos somente com robĂ´s, onde ninguĂŠm tocarĂĄ no pacienteâ€?. Barry afirma, tambĂŠm, que a utilização dessas mĂĄquinas nĂŁo se restringirĂĄ apenas ao centro cirĂşrgico, mas Ă prĂĄtica assistencial com robĂ´s enfermeiros.
COMO É O CENTRO CIRÚRGICO
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HOSPITAL
NO BRASIL Por aqui, este cenĂĄrio ĂŠ um pouco diferente. O primeiro procedimento robĂłtico foi realizado pelo Hospital SĂrio LibanĂŞs (HSL) apenas em 2008. Atualmente, o PaĂs conta com cinco robĂ´s cirurgiĂľes, sendo dois no HSL, um no Hospital Israelita Albert Einstein, um no Hospital AlemĂŁo Oswaldo Cruz e um no Instituto do Câncer (Inca)- Ăşnica instituição pĂşblica brasileira a utilizĂĄ-lo. O gerente mĂŠdico do centro cirĂşrgico do HSL, Sergio Arap, tambĂŠm acredita na popularização do uso de robĂ´s em cirurgias por todo o PaĂs, da mesma forma que ocorreu nos Estados Unidos. “LĂĄ o uso de robĂ´s teve um aumento assustador nos Ăşltimos anos. Praticamente todos os hospitais possuem ao menos umâ€?, afirma. Arap avalia que o efeito do marketing desse tipo de tecnologia ĂŠ muito relevante e rentĂĄvel ao hospital, pois os pacientes sĂŁo atraĂdos pela imagem de uma instituição que investe em modernidade e tecnologia, o que causa um aumento no fluxo de pacientes seja para procedimentos realizados com o robĂ´ ou para outros tratamentos. Comparando custos, no Brasil, uma operação realizada com auxĂlio de robĂ´ pode custar atĂŠ R$6 mil a mais do que um procedimento laparoscĂłpico comum. Com algumas cirurgias auxiliadas pelo da Vinci, no currĂculo, Arap acredita que a tendĂŞncia ĂŠ que
no futuro os robĂ´s serĂŁo cada vez menores. “O que vejo para este tipo de equipamento ĂŠ a diminuição, tornando-o mais portĂĄtil e versĂĄtil dentro do centro cirĂşrgico.â€? No SĂrio-LibanĂŞs, o da Vinci jĂĄ atuou em cirurgias torĂĄcicas, cardĂacas, urolĂłgicas, ginecolĂłgicas, pediĂĄtricas, cabeça e pescoço e gĂĄstrica e bariĂĄtrica. Atualmente sĂŁo realizadas cerca de 30 operaçþes por mĂŞs. SĂŁo dois dispositivos, um dedicado exclusivamente Ă capacitação de mĂŠdicos nessa prĂĄtica e outro para operaçþes. Os treinamentos sĂŁo realizados em porcos, o que leva o hospital a ter um biotĂŠrio (lugar onde se conservam animais vivos, para estudos experimentais) para comportar esse tipo de prĂĄtica. CUSTOS De acordo com o diretor para AmĂŠrica Latina do Global Robotics Institute, do Florida Hospital, que possui nove robĂ´s, Kenneth J. Palmer, o custo ĂŠ definitivamente um obstĂĄculo, especialmente para paĂses em desenvolvimento. “JĂĄ vemos uma movimentação de investidores do setor de saĂşde na AmĂŠrica Latina que querem dar o primeiro passo em direção a este tipo de cirurgia, considerada, por eles, minimamente invasiva e futuristaâ€?. “Na Venezuela, um robĂ´ foi adquirido pelo governo e instalado em um hospital pĂşblico, portanto, ofere-
“LĂ NOS ESTADOS UNIDOS O USO DE ROBĂ”S TEVE UM AUMENTO ASSUSTADOR NOS ĂšLTIMOS ANOS. PRATICAMENTE TODOS OS HOSPITAIS POSSUEM AO MENOS UMâ€? SERGIO ARAP, GERENTE MÉDICO DO CENTRO CIRĂšRGICO DO HOSPITAL SĂ?RIO-LIBANĂŠS
EVOLUĂ‡ĂƒO ATRAVÉS DOS TEMPOS $POTJEFSBEP VN EPT QSFDVSTPSFT OP EFTFOWPMWJ NFOUP EF FRVJQBNFOUPT NĂŠEJDPT F QSPDFEJNFO UPT DJSĂ™SHJDPT OP 1BĂŽT P TVQFSJOUFOEFOUF EP )$PS F FY NJOJTUSP EB TBĂ™EF "EJC +BUFOF DPOTJEFSB P BWBOÉP UFDOPMĂ“HJDP OP DBNQP EB TBĂ™EF BMHP RVF OĂˆP QPEF TFS JNQFEJEP 4FHVOEP FMF OB NFEJEB FN RVF TF UFN BDFTTP B EFUFSNJOBEBT UĂŠDOJDBT FOHFOIFJSPT F JOEĂ™TUSJBT EP TFUPS DPNFÉBN B QSPEV[JS FRVJQBNFOUPT RVF SFBMNFOUF QPEFN GB[FS iDPJTBT GBOUĂƒTUJDBTu i" EJTUĂ„ODJB FOUSF B FWPMVĂ‰ĂˆP UFDOPMĂ“HJDB OB ĂŠQPDB RVF JOJDJFJ NJOIB DBSSFJSB OB EĂŠDBEB EF F B BQMJDBĂ‰ĂˆP EF DJSVSHJBT SPCĂ“UJDBT ĂŠ NVJUP HSBOEF " UFDOPMPHJB JODPSQPSBEB OFTTFT SPCĂ”T JODMVFN JNBHFOT USJEJNFOTJPOBJT F TJTUFNBT UP
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ESPECIAL FH 20 ANOS
cer este tipo de cirurgia sem nenhum custo para a população é possível”, diz Palmer. Ao contrário do que muitos pensam o uso dessa tecnologia não se restringe aos hospitais privados. No Rio de Janeiro, o Inca adquiriu sua primeira unidade do da Vinci e já realizou a primeira cirurgia robótica pelo SUS. “Aqui no Inca, temos a missão de avaliar novas tecnologias para o sistema público de saúde, produzir conhecimento e treinar profissionais”, afirma o vice-diretor e coordenador de educação e pesquisa do Inca, Luiz Augusto Maltoni. Mesmo com a aquisição, o vice-diretor ressalta que, especialmente na área oncológica, onde o conhecimento se multiplica a cada dia, o impacto desse tipo de tecnologia será positivo no futuro, mas se aplicado isoladamente, ele será mínimo. “Não existe nenhum tipo de tratamento ou procedimento isolado que trará resultado melhor.” Segundo ele, com o conhecimento que tem sido desenvolvido pela
história natural, em especial, dos tumores e alterações genéticas que foram definidas com o mapeamento do genoma humano e possibilidades de sequenciamento rápido para descobrir onde essas falhas ocorrem, em curto espaço de tempo haverá um impacto muito grande no tratamento oncológico. Tal reflexo contará com um procedimento cirúrgico mais refinado, com menos lesões e tratamentos complementares menos tóxicos e mais toleráveis. Tudo isso aumentará as chances de cura do paciente. FUTURO Para o chefe do departamento de tecnologia do Nicholson Center, instalação no campus da Florida Hospital Celebration Health, nos Estados Unidos, que treina cirurgiões em técnicas minimamente invasiva e robótica, Roger Smith, os robôs cirurgiões estão na vanguarda do desenvolvimento tecnológico. “O da Vinci é um dispositivo incrivelmente bem projetado, em pé de igualdade com os melhores jatos de combate do mundo.” O especialista compara a precisão do dispositivo a de um F-16 – jato de combate de alto desempenho fabricado pela General Dynamics. “O nível de controle que um cirurgião tem com equipamento é semelhante ao experimentado por
um piloto de caça. Há um número de controles e hardwares únicos dentro do robô que conferem ao médico um nível extraordinário de precisão.” Mesmo com tantos avanços, esse dispositivo é limitado pelo nível de tecnologia que estava disponível quando foi concebido. “Dado os avanços em materiais, motores e sensores, os futuros robôs cirúrgicos serão muito menores, mais leves e fáceis de manobrar. No futuro haverá versões que permitirão acoplar o equipamento ao teto do centro cirúrgico ou ligá-lo à mesa cirúrgica”, reforça Smith. Uma das tendências é que em dez anos estes dispositivos terão ¼ ou menos do tamanho e peso dos robôs atuais. “Assim como vimos miniaturização significativa em todos os sistemas eletrônicos e mecânicos, veremos o mesmo fenômeno acontecer com os robôs cirúrgicos. Estas ferramentas estão ainda na sua primeira geração. Podemos esperar algumas melhorias surpreendentes no futuro.”, completa Smith. O Nicholson Center recebeu uma concessão do departamento de Defesa norte -americano, no valor de US$ 4,2 milhões, para o desenvolvimento de práticas em cirurgia robótica e telecirurgia que, possivelmente, será utilizada em hospitais de campanha onde há deficiência de médicos e no campo de batalha.
“ESTAS FERRAMENTAS ESTÃO AINDA NA SUA PRIMEIRA GERAÇÃO. PODEMOS ESPERAR ALGUMAS MELHORIAS SURPREENDENTES NO FUTURO” ROGER SMITH, DO FLORIDA HOSPITAL CELEBRATION HEALTH sua opinião é muito importante // editorialsaude@itmidia.com.br twitter // @saude_web
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