Itinerancia da agua subterranea

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I t i ne r a nc i adaa g uas ubt e r r a ne a Umapr opos t ame t odol og i c aepr oj e c t ua l pe l aba c i adeS a nt ’ Ant oni opa r aa mi t i g a ç a odor i s c odei nunda ç oe sedas ubi dada sa g ua ss ubt e r r a ne a

Gug l i e l moRi c c i a r di Pr of . Cr i s t i naDe l g a doHe nr i que s De pa r t a me nt odeI nf or ma ç a oGe og r ac aeCa da s t r o daCa ma r aMuni c i pa l deLi s boa


Itinerancia da agua subterranea

Uma proposta metodologica e projectual pela bacia de Sant’Antonio para a mitigaçao do risco de inundaçoes e da subida das aguas subterranea

Guglielmo Ricciardi Prof. Cristina Delgado Henriques Departamento de Informaçao Geografica e Cadastro da Camara Municipal de Lisboa

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Agradecimento A elaboração deste trabalho, no âmbito de um estágio proporcionado pelo Programa ERASMUS+ Traineeship, só foi possível com o apoio do Departamento de Informação Geográfica e Cadastro da Câmara Municipal de Lisboa e da inestimável colaboração da Arq.ª Ana Luísa Domingos e da Dra. Cláudia Pinto, deste departamento.

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Indice Capítulo 1 Evolução histórica da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António..............................................................................................................9

Capítulo 2 Análise do solo da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António..................................................................................................................29

Capítulo 3 Análise da estrutura ecológica da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António.........................................................................................43

Capítulo 4 Análise dos riscos da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António.............................................................................................................51

Capítulo 5 Análise das caves e das estruturas subterrâneas construídas na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António........................................59

Capítulo 6 A água superficial na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, elementos para a discussão..............................................................77

Bibliografia

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Introdução

O estudo consistiu no desenvolvimento de uma proposta metodológica para a bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, para a mitigação do risco de inundações e, sobretudo, da subida das águas subterrâneas. No início da primeira década do século XXI o sociólogo Ulrich Beck falava da “cidade dos riscos”, afirmando que nas próximas décadas, apesar com o aumento da população nos aglomerados urbanos, os riscos a que a população está sujeita também irão aumentar. Um destes é o risco ambiental, sobretudo nas cidades onde há uma maior concentração de população, mas também devido ao planeamento urbano que descuidou nas últimas décadas a importância do solo, sobre o qual passamos a nossa vida. São muitos os riscos ligados ao ambiente natural nas áreas urbanas, como o risco de movimentos de massa em vertentes, o risco hidrogeológico, o risco de inundações. Neste trabalho escolheu-se de tratar os riscos ligados ao solo para perceber a dinâmica do problema da subida das águas subterrâneas na cidade de Lisboa, tendo como caso de estudo a bacia hidrográfica do Vale de Sant’António. O primeiro problema encontrado foi a falta de dados relativos aos recursos subterrâneos para esta área da cidade, uma vez que não existem para esta bacia hidrográfica pontos de captação de água subterrânea, à semelhança dos que existem na área ocidental e na área norte da cidade de Lisboa. Faltam sobretudo mapas com a identificação dos recursos hídricos subterrâneos como os que foram feitos no estudo de Pinto (2003). Assim, a ideia sobre a qual foi baseado o estudo consiste na pesquisa de toda uma série de elementos que possam ajudar a compreender as dinâmicas dos recursos subterrâneos, através da evolução histórica da ocupação da bacia hidrográfica, da situação actual do tecido construído (com a avaliação das componentes dos edifícios que podem ter interesse para o estudo), a análise do solo, da estrutura ecólogica, e dos elementos ligados ao escoamento da água pluvial em superfície. Todos os elementos analisados estimularam as reflexões sobre o problema avaliado, mas sobretudo apontaram para uma metodologia que pode ser adoptada no estudo dos recursos hídricos subterrâneos ou para a integração dos futuros dados que serão produzidos, ou ainda como etapa de trabalho nas revisões futuras do Plano Director Municipal. Alem disto, há elementos neste trabalho que podem ter interesse para alargar o âmbito dos estudos relativos ao Plano de Drenagem de Lisboa 2016-2030.

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Area do Vale de Sant’António

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Capítulo 1 E v o luç ã o hi stó ri ca da ba ci a hi dr ogr á fi ca do Va l e d e Sa nt' Ant ón i o

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Itinerancia da agua subteranea


1858

Nesta época a área não ocupada por construções correspondia a 83ha, dos 99,5ha da superfície total da bacia hidrográfica. Esta bacia era caracterizada pelo uso do solo maioritariamente agrícola e hortícola e pela existência de caminhos de terra ligando as diversas quintas. São vários os pontos de água existentes nesta época (chafarizes, na maioria dos casos), mas os sistemas de canais ou rios são aqui ausentes, ao contrário de outras áreas da cidade. Nesta época a construção dos edifiícios concentra-se nas áreas centrais da cidade, e na área da frente ribeirinha da Baixa até Belém. Foi, contudo, nesta época que nasceram as ruas que ainda hoje existem nos limites da área de estudo, como a Rua da Penha de França, a Rua dos Sapadores e a Calçada dos Barbadinhos. Os edifícios que já existiam nessa altura são os do Convento de Santos-o-Novo, os junto deste que ficam perto da Rua Recolhimento Lázaro Leitão e no limite superior da bacia na área da Penha de França. edificado

rio Tejo

cemitério

limite da bacia hidrográfica Imagem pictórica da Igreja da Penha de França e da colina na metade do século XIX

hortas

linha de costa

vias pontos de água

Área não ocupada

83 ha área não ocupada 99, 5 ha superfície total da bacia

Mapa de Filipe Folque, 1858

Capítulo 1 I Evolução histórica da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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1910

O levantamento de Silva Pinto mostra que em 1910 a área não ocupada era de 80ha num total de 100ha, portanto a dinâmica de transformação é já clara, ou seja, houve um aumento da área da bacia, devido à expansão dos aterros na frente ribeirinha, e ao mesmo surgiram novas construções, como por exemplo as do Alto do Varejão, na Calçada das Lajes, nos espaços livres ao longo da Rua da Penha de França e a construção da Vila Gadanho. O aterro na frente ribeirinha foi ocupado com a nova ferrovia e com estabelecimentos industriais e portuários. As áreas do fundo do vale, ainda nesta época, são caracterizadas pela existência de hortas cultivadas em terraços. Os pontos de água marcados por Silva Pinto localizamse no fundo do vale, mas são em menor número comparativamente aos identificados na cartografia de Filipe Folque.

edificado

rio Tejo

cemitério

bacia hidrográfica Fotografia da Igreja da Penha de França em 1909 (Fonte: Arquivo Fotográfico da Cidade de Lisboa)

hortas

linha de costa

vias

linha ferroviária

pontos de água

Área não ocupada

80 ha área não ocupada 100 ha superfície total bacia

Evolução da área construída em comparação com o levantamento anterior

Capítulo 1 I Evolução histórica da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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1950

As informações extraídas do mapa de Tinoco mostram o aumento da ocupação do solo pela expansão do Bairro da Penha de França, com o reperfilamento e a abertura da Avenida General Roçadas, da Vila Cândida, do Alto de Eira e do bairro do Alto de São João, bem como com a construção da Avenida Afonso III, em 1933. A área não ocupada diminui até 60,3ha e a área da bacia aumentou, passando a ter os actuais 103ha. Entre 1910 e 1950, os edifícios que foram construídos localizam-se limites esquerdo e direito da bacia hidrográfica, nas áreas mais planas e de planalto. Nas áreas mais baixas da bacia ficavam as hortas e os aterros chegavam até 150m de comprimento.

edificado

rio Tejo

cemitério

bacia hidrográfica Fotografia das obras de construçao do novo bairro da Penha de França no 1944 (Arquivo Fotografico da Cidade de Lisboa)

hortas

linha de costa

vias

linha ferroviária

pontos de água

Área não ocupada

60,3 ha área não ocupada 103 ha superfície total bacia

Evolução da área construída em comparação com o levantamento anterior

Capítulo 1 I Evolução histórica da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Itinerancia da agua subteranea


1970

O extracto da planta da CML mostra que houve uma diminuição da superfície não ocupada até 58ha. Foram acabados os bairros da Penha de França até Sapadores, mantendo ainda hoje esta configuração, e foram construídos prédios de altura elevada entre o cemitério do Alto de São João e a Praça Paiva Couceiro e entre o bairro de moradias da Rua Teixeira Pinto e a Rua Artur Paiva. Com estas últimas edificações os limites da bacia ficaram quase todos construídos e o fundo do vale ainda apresenta áreas naturais. No troço montante do Vale de Sant’António foi construído o primeiro troço da Avenida Mouzinho d’Albuquerque.

edificado

rio Tejo

cemitério

bacia hidrográfica Fotografia das obras de construção do viaduto da Avenida Geral Roçadas no 1964 (Arquivo Fotográfico da Cidade de Lisboa)

hortas

linha de costa

vias

linha ferroviária

Área não ocupada

58 ha área não ocupada 103 ha superfície total bacia

Evolução da área construída em comparação com o levantamento anterior

Capítulo 1 I Evolução histórica da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Itinerancia da agua subteranea


1987

A área construída e representada no levantamento deste ano foi superior a metade da superfície total da bacia. A área não ocupada chega aos 26ha, com uma diminuição significativa em comparação com a situação em 1970. Neste caso, a área que foi mais construída foi a do talude entre a Avenida Mouzinho d’Albuquerque e o bairro do Alto de São João, onde foram construídas uma parte das habitações sociais. Na área central da bacia, sobretudo no vale onde se localiza a Quinta dos Peixinhos, havia muitas barracas, que foram substituídas quando se providenciou habitação social.

edificado

rio Tejo

cemitério

bacia hidrográfica Fotografia aérea histórica da nova Avenida Coronel Eduardo Galhardo em 1987 (Câmara Municipal de Lisboa)

hortas

linha de costa

vias

linha ferroviária

Área não ocupada

26 ha área não ocupada 103 ha superfície total bacia

Evolução da área construída em comparação com o levantamento anterior

Capítulo 1 I Evolução histórica da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Itinerancia da agua subteranea


2000

O ortofotomapa do ano 2000 mostra a construção dos novos prédios na Avenida Coronel Eduardo Galhardo, que ocuparam a área do vale que vai da Penha de França até ao Vale de Sant’António. Termiram-se as construções das habitaçoes sociais e retiraram-se as construções provisórias da Quinta dos Peixinhos. No Alto de Eira foram feitas muitas novas construções e entre 1987 e 2000 ficou terminada a Avenida Mouzinho d’Albquerque. Nesta altura a área não construída diminuiu para os os 20ha constituindo uma variaçao significativa em comparação com 1987.

edificado

rio Tejo

cemitério

bacia hidrográfica Fotografia aérea histórica do vale da Quinta dos Peixinhos em 2000 (Câmara Municipal de Lisboa)

hortas

linha de costa

vias

linha ferroviária

Área não ocupada

20 ha área não ocupada 103 ha superfície total bacia

Evolução da área construída em comparação com o levantamento anterior

Capítulo 1 I Evolução histórica da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Itinerancia da agua subteranea


2010

A situação actual revela que a área não ocupada subiu de 2ha para 22ha, pois na última década foram demolidas as construções no Alto de Eira, portanto hoje, a quinta do Peixinhos e o planalto do Alto do Eira constituem as áreas livres da bacia. Junto a estas áreas livres há também a área livre adjacente ao Alto do Varejão . O fundo do Vale de Sant’António está actualmente impermeabilizado com a Avenida Mouzinho d’Albuquerque.

edificado

rio Tejo

cemitério

bacia hidrográfica Fotografia do vale da Quinta dos Peixinhos em 2015 (Autor)

hortas

linha de costa

vias

linha ferroviária

Área não ocupada

22 ha área não ocupada 103 ha superfície total bacia

Evolução da área construída em comparação com o levantamento anterior

Capítulo 1 I Evolução histórica da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Itinerancia da agua subteranea


Novas construções

Sobre a área livre actual foi aprovado um Plano de Urbanização da EPUL e as previsões indicam uma nova impermeabilização do solo de 10,7ha, portanto a área não ocupada pode chegar aos 12ha. As áreas que ficarão permeáveis serão só algumas partes da Quinta dos Peixinhos e do Alto de Eira.

edificado

rio Tejo

cemitério

bacia hidrográfica Vista aérea do Plano de Urbanização do Vale de Sant’António (Câmara Municipal de Lisboa)

hortas

linha de costa

vias

linha ferroviária

Área não ocupada

12 ha área não ocupada 103 ha superfície total bacia

Evolução da área construída em comparação com o levantamento anterior

Capítulo 1 I Evolução histórica da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Conclusões

Um dos pontos mais relevantes desta análise é a constatação da diminuição de 74% da área não ocupada na bacia desde 1858 até hoje. Nos primeiros tempos, a área ficava fora da cidade antiga e caracterizava-se pela presença de pequenas quintas agrícolas e hortícolas. As hortas concentravam-se no fundo do vale e existiram até 1950, quando a construção de edifícios e abertura de vias as erradicou desta área. A construção inciciou-se, portanto, nas áreas mais altas da bacia, no Bairro da Penha de França e no Alto do São João, e nas décadas seguintes a 1950 as construções chegaram até às áreas mais baixas. Foram construídas também algumas vias em cima das linhas de água. A construção nos declives é uma concepção que deve ser considerada para perceber o tipo de morfologia urbana que constitui a bacia hidrográfica. Nos levantamentos cartográficos de Filipe Folque e de Silva Pinto há muitos pontos de água que seriam utilizados, muito provavelmente, para a agricultura. No levantamento de 1950 estes pontos desapareceram e o aumento de construções (incluindo barracas) no fundo do Vale de Sant’Antonio, na Quinta dos Peixinhos e nas outras areas, é nesta altura expressivo Uma outra questão importante é a alteração da linha de costa, com um ganho de terra ao rio devido à construção de um aterro, para servir o porto e os caminhos-de-ferro, com 150m de comprimento. As propostas já aprovadas, do Plano de Urbanização do Vale de Sant’António prevêem novas construções que farão diminuir o valor de superfície não ocupada para os 12ha. Estas novas construções deveriam ser avaliadas sobretudo do ponto de vista ambiental e da situação geológica e dos recursos hídricos subterrâneos desta bacia.

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Capítulo 2 Aná li se do so l o d a ba ci a hi dr ogr á fi ca do Va l e d e Sa nt' Ant ón i o

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Morfologia

O modelo digital do terreno mostra claramente a estrutura da bacia hidrográfica. A área mais alta corresponde à Rua da Penha da França e Calçada dos Barbadinhos, onde a linha de festo divide esta bacia com a Avenida Almirante Reis e Sant’Apolónia. No limite oposto, localizado no Alto do São João a linha de festo fica entre a cota 80m. e a 60m. A parte central da bacia é caracterizada pelos socalcos, o principal que atravessa a bacia desde Penha de Ffança atè a frente ribeirinha é o do Vale de Sant’Antonio onde foi construida à Avenida Mouzinho d’Albequerque, que se inicia na Praça Paiva Couceiro, com uma cota de 70m e chega até à frente ribeirinha com uma cota de 2m e com um declive médio de 2%. A partir da Avenida General Roçadas iniciam-se os outros 3 vales que vale localizado na Avenida Coronel Eduardo Galhardo, pois o vale da Rua Castelo Branco e no fim o vale da Quinta dos Peixinhos. Este tipo de morfologia tem muita influência no escoamento superficial da água pluvial, mas a morfologia urbana e o tipo de construção dos prédios também têm o seu contributo. 110 m

50 m

edifícios

100 m

40 m

bacia hidrográfica

90 m

30 m

linha costa

80 m

20 m

70 m

10 m

60 m

Modelo Digital do Tereno

Modelo Digital do Tereno em perspectiva

Capítulo 2 I Análise do solo da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Declives

O mapa com a representação dos declives mostra como já foram muitas as construções feitas em áreas com declives superiores a 30%. Estas áreas estão localizadas no meio dos quarteirões do bairro da Penha de França, nos prédio em banda no lado norte da Avenida Coronel Eduardo Galhardo, nos edifícios da Rua General Themudo Barata e nos prédios que estão localizados na encosta entre o Alto de São João e o Vale de Sant’António. Existem áreas com um declive muito elevado que hoje não estão construídas, mas que no futuro poderão ter construção como previsto no Plano de Urbanização do Vale de Sant’António. Estas áreas estão situadas nos taludes da Quinta dos Peixinhos e no Vale de Sant’António, entre as habitações sociais e a Escola Patrício Prazeres.

edifícios

0,0007 %

20 %

bacia hidrográfica

0,0008-5 %

30 %

edifícios área estudo

6-10 %

>40 %

Cortes AA

Cortes BB

Cortes CC

A B A

Cortes DD

C B D C

D E F

E

F

Cortes EE

Cortes FF Capítulo 2 I Análise do solo da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Declives

Estrutura dos declives do fundo do vale

Declives >30% com as áreas construídas

Declives >30% com as propostas do Plano de Urbanização

Capítulo 2 I Análise do solo da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Itinerancia da agua subteranea


Geologia

A geologia da bacia é caracteriza pela presença de formações calcárias de Casal Vistoso na área da Penha de Francça, na maior parte da formação das areias com placuna miocénica e na parte final, no Convento de Santoso-Novo da formação de Areias de Vale de Chelas. O fundo do Vale de Sant’António e a Quinta dos Peixinhos são caracterizados pela presença de solo com origem aluvional.

Fotografia no Alto de Eira (2015)

Fotografia na área baixa do Vale de Sant’António (2015)

Capítulo 2 I Análise do solo da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Permeabilidade

O nível de permeabilidade da bacia é função da formação geológica. A maior parte da bacia tem um nível de permeabilidade média no limite da formação dos Calcários de Musgueira, um nível médio-alto na área da Penha de França e um nível alto no fundo do Vale de Sant’António.

baixa média média-alta alta

Mapa da potencialidade de permeabilidade do solo

Capítulo 2 I Análise do solo da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Conclusões

A estrutura morfológica da bacia é muito clara, no vale de Sant’António confluem três outros vales com dimensões mais pequenas, (o vale da Avenida Coronel Eduardo Galhardo, o vale da Rua Castelo Branco e o vale da Quinta dos Peixinhos. Ests três vales estão rodeados por sistemas pequenos de planalto com uma inclinação no sentido do rio. São muitas as áreas com declives elevados que foram construídas, determinando escavações para os novos prédios. Estes últimos foram construídos na maioria dos casos sobre uma geologia caracterizada pela presença de formações de areia e em algumas áreas com formações dos calcárias. A área do fundo do Vale de Sant’António é caracterizada pela formação de aluviões que determinam um alto nível de permeabilidade, mas as áreas caracterizadas pela formação de areias também têm um bom nível de permeabilidade.

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Capítulo 3 Aná li se da e strutu r a ecol ógi ca da ba ci a hi dr ogr á fi ca do Va l e d e Sa nt’Ant ón i o

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Estrutura ecológica

O fundo do Vale de Sant’António é caracterizado pelo corredor ecológico estruturante até à Avenida Coronel Eduardo Galhardo e no vale da Quinta dos Peixinhos. Nesta última fica também o maior espaço verde consolidado da bacia, classificado pelo PDM, mas até hoje este espaço nunca foi projectado e encontra-se em estado de abandono. Os aumento das construções no século passado fragmentou os espaços verdes e a situação actual revela poucos e pequenos os espaços verdes que estão ao serviço dos cidadãos. As novas construções previstas podem ainda diminuir a área de espaços verdes.

eixo arborizado espaço verde a consolidar

Fotografia da área envolvente ao Convento de Santos-o-Novo (2015)

espaço verde consolidado corredor ecológico estruturante

Fotografia do Jardim Luís Ferreira (2015)

Fotografia da Quinta dos Peixinhos e do Alto de Eira (2015)

Capítulo 3 I Análise da estrutura ecológica da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Estrutura ecológica: Phragmites australis

Como referido na literatura científica, este tipo de vegetação encontrase em locais onde a presença de água é significativa, portanto este pode ser considerado um indicador da existência de água à superfície e no sub-solo. A maior quantidade encontra-se nas áreas ainda livres, como nos taludes da elevação do Alto de Eira, no vale da Quinta dos Peixinhos e no Vale de Sant’António, entre as habitações sociais e a Escola Patrício Prazeres.

Phragmites australis

Phragmite australis na Quinta dos Peixinhos (2015)

linha de costa

Phragmites australis na área envolvente o Convento de Santos-o-Novo (2015)

Phragmites australis na Quinta dos Peixinhos e do Alto de Eira (2015)

Capítulo 3 I Análise da estrutura ecológica da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Conclusões

A estrutura ecológica actual coincide com as áreas que ainda não estão construídas, sobretudo no fundo do vale e nos declives em cima do Vale de Sant’António e na Quinta dos Peixinhos. Existem também áreas cosntruídas na estrutura ecológica, como, por exemplo, na área baixa da bacia, e na parte do vale correspondente à Avenida Coronel Eduardo Galhardo. Estas áreas deveriam ser sujeitas a uma avaliação específica para perceber quais são os pontos e os fragmentos que podem concorrer para a restruturação do tecido ecológico que desapareceu. A identificação da espécie Phragmites australis permitiu concluir que este tipo de vegetação, crescendo num ambiente muito húmido, pode ser considerado um óptimo indicador para o desenvolvimento deste trabalho. A proposta feita pelo Plano de Urbanização do Vale de Sant’António prevê a construção de novos edifícios que podem interferir na estrutura ecológica da cidade. Portanto, também neste caso, o projecto tem que ser confrontado com as alterações decorrentes da sua implementação para não comprometer a funcionalidade desta estrutura.

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Capítulo 4 Aná li se do s ri sc os da ba ci a hi dr ogr á fi ca do Va l e d e Sa nt’Ant ón i o

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Vulnerabilidade às inundações

A vulnerabilidade às inundações é moderada em quase toda a bacia, ao longo das principais linhas de água e no fundo do vale. A única área onde a vulnerabilidade é elevada fica na frente ribeirinha onde passa o caminhode-ferro.

moderada

Rua da Santa Apolónia clasificada com elevado risco as inundações urbana (2015)

elevada muito elevada

Rua da Santa Apolónia e área REFER clasificadas com elevado risco as inundações urbana (2015)

Rua da Santa Apolónia e área REFER clasificadas com elevado risco as inundações urbana (2015)

Capítulo 4 I Análise dos riscos da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Itinerancia da agua subteranea


Vulnerabilidade aos movimentos de massa em vertentes

Há algumas áreas onde a vulnerabilidade aos movimentos de massa em vertentes coincide com a implantação de edifícios, sobretudo em áreas de talude com declives mais acentuados. Nas áreas livres há também vulnerabilidade aos movimentos de massa em vertentes, que é especialmente elevada no talude do Alto de Eira, bem como no local onde foi construído o muro junto da estação de combustível.

moderada

Movimentos de massa em vertentes na Rua Padre Sena de Freitas (2015)

elevada muito elevada

Mapa com comparação entre as novas construções proposta pelo PU e mapa do risco (2015)

Capítulo 4 I Análise dos riscos da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Conclusões Os estudos existentes sobre os riscos de inundação e dos movimentos de massa em vertentes foram feitos com o contributo da proteçao civil, mas pensa-se que seria importante realizar estudos mais detalhados para os diferentes tempos de recorrência de cada evento de precipitação intensa e para os eventos extremos. Contudo, a rapresentação actual mostra que a área de estudo é caracterizada pela moderada vulnerabilidade aos eventos de inundação sobretudo nas áreas de fundo do vale. Para o Plano de Urbanização do Vale de Sant’António foi feito um estudo mais detalhado sobre a variação do caudal com as futuras construções que conclui que estes não irão variar de forma significativa no futuro. O risco de movimentos de massa em vertententes é muito signifcativo nas áreas que ainda não estão construídas, portanto este risco deve ser tido em conta no caso de se vir a construir nestas áreas.

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Capítulo 5 Aná li se da s c a v e s e da s es t r u t u r a s s u bt er r â n ea s con s t r u í da s n a ba ci a hi d ro grá f i c a do Va l e de Sa n t ’ A n t ón i o

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Itinerancia da agua subteranea


Distribução espacial das caves

A maioria das caves estão localizadas nos prédios mais antigos, como acontece no bairro da Penha de França, no bairro do Alto de Sao João e no quarteirão entre a Escola Básica Nuno Gonçalves e a Rua Castelo Branco Saraiva. Existem também caves nos prédios mais recentes, mas em número inferior e principalmente nos edifícios adjacentes à Avenida Coronel Eduardo Galhardo, nos prédios de habitação social localizados na Rua Henrique Barilaro Ruas, na Quinta dos Peixinhos e no fundo da Rua General Justiniano Padrel.

92% das caves são habitáveis 8 % das caves não são habitáveis bacia hidrográfica edificado linha de costa sim não

Mapa da relação entre os declives >30% e as caves que ficam sobre estes

21 % de edifícios com cave 79 % de edifícios sem cave

Caves na Rua Joseph Fiel (2015)

Mapa com a localização das caves nas áreas mais antigas (cizento) da bacia hidrográfica

Capítulo 5 I Análise das caves e das estruturas subterrâneas construídas na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Itinerancia da agua subteranea


Distribuição espacial das subcaves

Todas as subcaves localizam se em prédios que se encontram em áreas de talude com uma diferença de cota elevada, e estes localizam-se sobretudo no Alto de São João e em alguns prédios na Penha de França.

bacia hidrográfica edificado linha de costa

Caves na Rua Joseph Fiel (2015)

sim não

Subcaves no Alto de São João (2015)

Subcaves na Rua General Justiniano Padrel (2015)

Capítulo 5 I Análise das caves e das estruturas subterrâneas construídas na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Itinerancia da agua subteranea


Distribuição espacial das garagens

Há garagens em caves, mas fora da implantação do edifício e há garagens que ficam em subcaves dos edifícios. O primeiro caso encontra-se no bairro da Penha de França, perto de Sapadores e os outros localizam-se nos prédios novos adjacentes à Avenida Coronel Eduardo Galhardo.

bacia hidrográfica edificado linha de costa

Garagem na Rua da Penha de França (2015)

sim não

Garagem na Avenida Coronel Galhardo (2015)

Garagem na Avenida General Roçadas (2015)

Capítulo 5 I Análise das caves e das estruturas subterrâneas construídas na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Distribuição espacial das caves habitáveis

A maioria das caves habitáveis ficam nos bairros mais antigos e localizamse na Penha de França, em quartierões do Alto de São João em prédios de habitação social mais recentes, no alto da Calçada dos Barbadinhos.

bacia hidrográfica edificado linha de costa sim

Cave habitada na Rua Carlos Ribeiro (2015)

não

Cave habitada na Rua da Penha de França (2015)

Cave habitada na Rua Cesário Verde (2015)

Capítulo 5 I Análise das caves e das estruturas subterrâneas construídas na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Itinerancia da agua subteranea


Número de pisos das caves

A maioria das caves tem 1 piso. Os poucos prédios que têm mais de um piso de cave e estão localizados no Alto de São João, onde há uma diferença de cota significativa entre a fachada da frente e a traseira do prédio.

bacia hidrográfica edifícios 1 piso 2 pisos 3 pisos 4 pisos

Cave habitada com 1 piso na Rua Carlos Ribeiro (2015)

linha de costa

Subcave habitada com 2 pisos na Penha de França (2015)

Subcave habitada com 2 pisos na Penha de França (2015)

Capítulo 5 I Análise das caves e das estruturas subterrâneas construídas na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Itinerancia da agua subteranea


Modelo Digital do Terreno com caves

Capítulo 5 I Análise das caves e das estruturas subterrâneas construídas na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Itinerancia da agua subteranea


Tipos de construções

Capítulo 5 I Análise das caves e das estruturas subterrâneas construídas na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António

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Conclusões

Todas as construções com caves podem ter uma relação direta com os recursos hídricos subterrâneos, sobretudo nos casos em que estas são muito profundas. As caves, principalmente as habitáveis, estão localizadas nos bairros mais antigos da bacia, enquanto os novos edificios não tem cave habitável apenas garagem como construção subterrânea. Este facto pode ser muito interessante para a aplicação de políticas de mitigação da subida das águas subterrâneas. Na maioria dos casos levantados as caves ficam nos prédios que foram construídos sobre um desnível, portanto em situações em que os prédios têm duas frentes com cotas diferentes. Esta tipologia arquitectónica é comum na bacia, principalmente no caso em que as subcaves que têm até 4 pisos subterrâneos.

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Capítulo 6 A á gua sup e rf i c i al n a ba ci a hi dr ogr á fi ca do V a l e de Sa n t ’ A n t ón i o, e l e me nto s p a ra u m a di s cu s s ã o

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Permeabilidade

A elaboração do mapa de permeabilidade teve em conta três niveis de permeabilidade: a superfície semipermeável, a permeável e a impermeável. As superfícies semi permeáveis são caracterizadas pela cobertura em calçada que permite um escoamento parcial no solo; as superfícies permeáveis são caracterizadas pela cobertura natural ou em terra e as superfícies impermeáveis caracterizam-se pela implantação de edifícios e pelas ruas com pavimento que não permite a infiltração da água no solo. As superfícies impermeáveis cobrem quase 60% (57,16ha) da superfície total da bacia hidrográfica, a superfície permeável apenas 35,17ha e a superficie semi permeável cobre 11,65ha. O mapa mostra como o bairro da Penha de França fica quase todo numa área impermeável, enquanto a área permeável concentra-se na área central da bacia, nas áreas do Alto de Eira, Alto de Varejão e Quinta dos Peixinhos. Os quarteirões do Alto de São João também se destacam pelo seu nível elevado de impermeabilidade. bacia hidrográfica linha de costa impermeável (57,16 ha) permeável (35,17 ha) semi permeável ( 11,65 ha)

Rua da Penha de França, superfícies impermeável e semi-permeável (2015)

edifícios

Rua Monte António Martins com superfície semi permeável (2015)

Quinta dos Peixinhos superfície permeável (2015)

Capítulo 6 I A água superficial na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, elementos para a discussão

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Sentido de escoamento

O sentido de escoamento da água nas vias permite perceber como funciona a dinâmica da água na superfície. Por exemplo, metade do bairro da Penha de França descarrega na Avenida Coronel Eduardo Galhardo até à área de depressão que fica no fim da Rua Castel Branco. Também esta última rua faz a confluência de todas as àguas na mesma área de depressão. A Avenida Mouzinho d’Albuquerque capta todas as águas das ruas do Alto de São João e uma parte do Alto do Varejão. A outra parte do Alto do Varejão escoa para a Calçada Cruz da Pedra.

bacia hidrográfica linha de costa direçao água pluvial em superfície área plana Calçada dos Barbadinhos sentido no sentido baixo (2015)

Alto de São João, rua plana (2015)

Sub bacias com sentido da agua pluvial em superficie

Capítulo 6 I A água superficial na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, elementos para a discussão

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Distribuição espacial da descarga de água direta na rua

O mapa com a distribuição espacial da descarga de água direta na rua destaca claramente os prédios mais velhos que tinham os colectores das águas pluviais na rua. Esta questão é importante principalmente se há sistemas de drenagem que não funcionam bem podendo aumentar o problema das inundações urbanas. Assim, os prédios do bairro da Penha de França, do Bairro do Alto de São João e os prédios no cimo da Rua Castelo Branco são aqueles que no passado foram construídos com este tipo de sistema, os outros foram projectados com canalização no prédio até ao sistema de drenagem.

bacia hidrográfica edifícios area estudo linha de costa descarga directa da água pluvial na rua descarga de água na Rua da Penha de França (2015)

Processo de descarga da água pluvial directamente na rua

Descarga de água na rua no Alto de São João (2015)

Capítulo 6 I A água superficial na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, elementos para a discussão

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Áreas de depressão natural do terreno e pontos de infiltração

Neste mapa foram representadas as linhas de água da bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, que permitem perceber a influência da morfologia sobre o sentido do escoamento da água. Actualmente existem algumas alterações devido à construção. Além disso foram adicionadas as áreas de depressão natural, que ficam no Jardim Luís Ferreira, no fim da Rua Castelo Branco, no cruzamento entre o Vale de Sant’António e o Vale da Quinta dos Peixinhos e na área plana da frente ribeirinha. Os outros elementos mais interessantes desta análise, são os pontos de máxima acumulação localizados na baixa da bacia, coincidente com a Rua de Santa Apolónia e da Calçada da Cruz de Pedra.

linha de costa área de depressão bacia de infiltração proposta pelo PDM 2012

área de depressão no Jardim Luis Ferreira

ponto de máxima acumulação

Mapa da área de depressão com o tecido construido

área de depressão no vale de Sant’António

Capítulo 6 I A água superficial na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, elementos para a discussão

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Áreas de acumulação e sistema húmido

As áreas encontradas em que há mais acumulação são, como seria de esperar, são as do fundo do vale, que fazem parte do sistema húmido da cidade de Lisboa, e que as futuras transformações urbanas deverão preservar.

bacia hidrográfica linha de costa edifícios efeito do mar PDM 2012 sistema húmido PDM 2012

Sistema húmido da área baixaVale de Sant’António (2015)

curvas de nível (2 m)

Sistema húmido Vale de Sant’António (2015)

Sistema húmido baixa Vale de Sant’António (2015)

Capítulo 6 I A água superficial na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, elementos para a discussão

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Caudal das linhas de água

O mapa mostra o caudal das linhas de água, permitindo perceber quais são as áreas envolvente com um caudal mais elevado e que poderia ser interessante para uma futura estratégia de aproveitamento de água. As linhas de água com mais caudal são as do Vale de Sant’António, da Avenida Coronel Eduardo Galhardo, da Rua Castelo Branco e do vale da Quinta dos Peixinhos. Além disso há também a mesma situação na área da Calçada das Lajes.

bacia hidrográfica linha de costa

caudal das linhas de água entre 2 e 6 m3/dia

modelo digital do terreno

Mapa com a comparação do caudal das linhas de água com o tecido construído

área provável de acumulação de água pluvial na área baixa do Vale de Sant’António (2015)

área provável de acumulação de água pluvial na Quinta dos Peixinhos (2015) Capítulo 6 I A água superficial na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, elementos para a discussão

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Perfil Longitudinal das linhas de água principais

Os perfis são quase todos caracterizados pela impermeabilidade como se pode ver (a cinzento) nos diferentes cortes. O perfil mais “permeável” é o do vale da Quinta dos Peixinhos, e o mais “impermeável” é o do Vale de Sant’António. Os restantes são mais ”impermeáveis” na primeira parte e “permeáveis” no fim, no Vale de Sant’António.

impermeável permeável

Mapa a análise da superfície permeável actual

Rua Castelo Branco Saraiva (2015)

Linha de água permeável na Quinta dos Peixinhos (2015)

Capítulo 6 I A água superficial na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, elementos para a discussão

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Alteração das linhas de água e construção de uma barreira

Este mapa mostra claramente as alterações das linhas de água nesta área. Esta situação vezes é comum em vários fundos de vale da cidade de Lisboa que foram utilizados para a construção de novas ruas permitindo uma circulação mais suave. No caso desta bacia, as linhas de água que foram impermeabilizadas para a construção de novas ruas são as da Aevnida Mouzinho d’Albuquerque, da Avenida Coronel Eduardo Galhardo e da Rua Castelo Branco.

Avenida Coronel Galhardo (2015)

Rua Castelo Branco Saraiva (2015)

Avenida Mouzinho d’Albuquerque (2015)

Capítulo 6 I A água superficial na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, elementos para a discussão

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Áreas com potencial de permeabilidade

Esta análise resultou do cruzamento dos dados da permeabilidade do solo com a geologia e com a ocupação do solo (construído / não construído), para perceber quais são as áreas que podem no futuro ser sujeitas a um projecto de reconfiguração da superfície. Há muitas áreas classificadas como potencialmente permeáveis na Penha de França, ao longo da Avenida General Roçadas, perto da Praça Paiva Couceiro, ao longo da Avenida Mouzinho d’Albuquerque, no Alto do São João e sobretudo na área da frente ribeirinha. Estas áreas podem integrar as áreas que ainda são permeáveis com cobertura de vegetação, mas que no futuro podem ser alvo de novas construções.

bacia hidrográfica áreas potencialmente permeável

Plataforma da frente ribeirinha (2015)

linha de costa

área baixa Vale de Sant’António (2015)

Quinta dos Peixinhos (2015)

Capítulo 6 I A água superficial na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, elementos para a discussão

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Caudal máximo em tempo seco do sistema de drenagem (m3/s)

Capacidade do sistema de drenagem com eventos de precipitação com t=5 anos (m3/s) 96

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Caudal em tempo seco (m3/s)

Capacidade do sistema de drenagem com eventos de precipitação com t= 2 anos (m3/s)


Sistema de drenagem das águas pluviais

Os mapas mostram diferentes elementos que foram representados no Plano de Drenagem da cidade de Lisboa. A bacia é caracterizada por um sistema ramificado que vai descarregar na frente ribeirinha. Estes quatro mapas definem para esta bacia uma situação bastante segura sem grandes problemas de caudais elevados, no sistema de drenagem.

Locais inundados

O estudo feito por Oiveira e Ramos (2002), mostra as inundações na cidade de Lisboa no século passado com a comparação entre todo o século e a primeira parte até aos anos 70 desse século, quando foi construído o sistema de drenagem da cidade. Nesta época registaram-se 1 ou 2 locais de inundação por cada ano e até 1970 foram entre 20 e 39 locais por ano.

Número de ocorências na época 1902-1998 (Oliveira, Ramos, 2002)

Total de inundações na época 1902-1998

Número de ocorências na época 1970 -1998 (Oliveira, Ramos, 2002)

Capítulo 6 I A água superficial na bacia hidrográfica do Vale de Sant’António, elementos para a discussão

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Conclusões

Este capítulo foi elaborado com diferentes tipos de dados que participam todos no processo de análise prévia para a elaboração duma estratégia futura, ou seja, a partir da distribuição das áreas mais impermeáveis, localizadas sobretudo nas áreas mais altas da bacia e na envolvente dos vales, temos a maioria dos prédios antigos que fazem a descarga da água pluvial directamente na rua. Neste caso, se o sistema de drenagem não funcionar bem pode criar problemas de inundação. Para se compreender este processo foi feito o levantamento do sentido de escoamento das águas nas vias para se perceber para onde a água se dirige. A partir das áreas mais elevadas e que estão impermeabilizadas, a água chega através das ruas até aos pontos de depressão natural. Estes pontos estão localizados no cruzamento do vale da Rua Castelo Branco com o da Quinta dos Peixinhos e com o Vale de Sant’António. Esta situação acontece quando as chuvas são de forte intensidade e quando o sistema de drenagem não funciona muito bem. O outro processo está relacionado com as características das linhas de água da bacia e do sistema de drenagem, ou seja, uma vez que as dimensões da bacia são muito pequenas, em comparação com as outras bacias da cidade de Lisboa, o caudal não chega ser muito elevado. Simultaneamente os perfis longitudinais das principais linhas de água mostram que a área não é caracterizada por ter muitas depressões mas sim por declives suaves (à volta dos 2%) que permitem, na maioria das vezes, um escoamento contínuo. Os dados do Plano de Drenagem mostram também como o sistema de drenagem não terá excesso de caudal, e sobretudo a análise histórica mostra como o número dos locais inundados diminuiu muito desde a construção do sistema de drenagem. Algumas inundações foram, contudo registadas ainda na área baixa da bacia na Calçada Cruz da Pedra e na Rua de Santa Apolónia, onde o PDM assinala os pontos de máxima acumulação. Estes últimos dois pontos deverão, portanto, ser sujeitos a uma avaliação mais detalhada.

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Bibliografia

Mateus A. Megacidades: o nosso futuro global. Departamento de Geologia da FCUL, Lisboa, 2008. Oliveira, P. E.; Ramos, C., Inundações na cidade de Lisboa durante o século XX e seus factores agravantes, Finsterra, 74: 33-54, 2002 Pinto, C., Estudo dos Recursos Hídricos Subterrâneos do Concelho de Lisboa – Zona Ocidental. Relatório de Estágio Profissionalizante. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Lisboa, 2003. Secchi, B.; Viganò, P., La ville poreuse, un projet pour le Grand Paris et la Metropole de l’aprese-Kyoto. Paris: MetisPresses, 2011. Silva, C.; Sanches, F.; Marques, J.; Latas, P.; Cardoso, S.; Carvalho, M..R. Caracterização das águas subterrâneas da zona do Lumiar (Concelho de Lisboa). Centro de Geologia da Universidade de Lisboa. Aprh. www.aprh.pt/1e20307/ pdf/14.pdf (Consultado em 10 Maio 2015).

Decreto-Lei n.º 93/90 de 19 de Março (Alteração ao Regime jurídico da Reserva Ecológica Nacional (REN), estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 321/83, de 5 de Julho).

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