“o inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. existem duas maneiras de não sofrer. a primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. a segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: procurar e reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço” italo calvino, 1972
[croqui] disciplina de projeto arquitetônico, 2017 edifício vertical na região central de maringá . pr
CONTEÚDO
p. 08
BAUHAUS NO BRASIL
p. 28
O PARQUE COMO CAMINHO
p. 44
EIXO PAULISTA
P. 54
outros projetos
BAUHAUS NO BRASIL 1º PRÊMIO concurso internacional de ideias . bauhaus brasil ATERRO DO FLAMENGO . RIO DE JANEIRO . RJ
‘um cantinho, um violão esse amor, uma canção pra fazer feliz a quem se ama muita calma pra pensar e ter tempo pra sonhar da janela vê-se o corcovado o redentor... que lindo!’ CORCOVADO tom jobim, 1960
[1] ISOMÉTRICA GERAL relação do edifício da bauhaus com o museu de arte moderna, o aterro do flamengo e o mar
c
d
e
f
b
a
[2] PLANTA DE SITUAÇÃO a. estacionamentos marina da glória b. monumento aos pracinhas c. museu de arte moderna d. bauhaus brasil e. aeroporto santos dummont f. escola naval . ilha de villegagnon
a
b
c
[3] HIPÓTESE DE PROJETO a. o aterro do flamengo como ganhado do mar b. a constituição de um plano contemporâneo c. partido de projeto e diposições espaciais
[4] MODELO DIGITAL DE ESTUDO elevação para o mar da baía de guanabara
[5] MEMORIAL DE PROJETO
o desafio que se coloca é implantar um campus de arquitetura e design da bauhaus em um sítio de expressiva relevância técnica e paisagística no cenário urbano carioca: o parque do aterro do flamengo, ao lado do museu de arte moderna e do aeroporto santos dummont, junto à baía da guanabara. nesse lugar, cuja construção geográfica desafia o colonizador e contradiz sua própria lógica de ocupação, o horizonte oferece em contrapartida uma esplêndida paisagem natural, fazendo com todos queiram estar ali, construindo juntos a cidade. o projeto se dá a partir do reconhecimento das diferentes camadas do tempo que compõem o território de implantação: o plano primitivo, dos morros; o plano moderno, da construção do aterro; e o plano contemporâneo, proposto pela infiltração e transposição entre os níveis construidos. ... ‘‘o programa de necessidades está distribuído em três níveis, fruto do tratamento topográfico assertivo e da relação de hierarquia estabelecida entre as atividades e funções da escola. o primeiro, junto à orla, confere a escala adequada às atividades ali localizadas. a moradia estudantil, mais resguardada das demais funções, a biblioteca, o auditório e o restaurante estabelecem conexões adequadas às relações cotidianas valorizadas pela escala gregária. o segundo nível, junto ao parque, revela-se como um espaço de recepção. trata-se do acesso franco e desimpedido, não só ao edifício, mas igualmente à paisagem da baia da guanabara: caracteriza-se pela permeabilidade visual e pela fluidez espacial caros à arquitetura brasileira. o terceiro e último, suspenso, abriga as atividades administrativas e de ensino com vista desobstruída tanto para a baía quanto para o parque. o diálogo entre a escola, o mam e o aeroporto é franco e resulta da própria definição do partido arquitetônico baseado na tipologia pavilhonar suspensa: os pórticos em aço conferem o caráter contemporâneo ao edifício e constroem, ao mesmo tempo, a relação histórica entre o passado e o presente.’’ ata do concurso
[6] FICHA TÉCNICA projeto individual . área 15.300,00 m² . fev-maio 2019 programa . educacional . cultural . moradia . serviços softwares . autocad . sketchup . v-ray . photoshop . indesign
[7] ISOMÉTRICAS a. campus bauhaus b. edifício e parque c. base topográfica
[8] COMENTÁRIOS DOS JURADOS
‘‘o diálogo entre a escola, o mam e o aeroporto santos dummont é franco e resulta da própria definição do partido arquitetônico baseado na tipologia pavilhonar suspensa. os pórticos em aço conferem o caráter contemporâneo ao edifício e constroem, ao mesmo tempo, a relação histórica entre o passado e o presente. vale ressaltar o domínio das técnicas de representação gráfica adotadas, em especial na representação dos diagramas, das plantas e do corte, elemento fundamental para a compreensão e entendimento do projeto’’ igor campos . arquiteto estúdio mrgb . brasília . df
< baía de guanabara
relação com a água e o mar
+10.0
jardins
atividades
espaços livres
varanda
praça rebaixada . a acessos | cob
3.60
i. painel móvel de madeira tipo muxarabi; ii. brises horizontais metálicos: varanda + proteção solar e interpéries; iii. elemento vazado de concreto tipo cobogó 15x10x10 cm; iv. clababóia: estrutura metálica + base de concreto + fechamento; v. sistema de captação de águas fluviais: limpeza irrigação; vi. esquadrias metálicas + vidros duplos + bandeira; vii. cobertura técnica: captação de energia solar + climatização;
10.
1
II
+4.32
3
VII
VI
+0.00
-3.24 I
-7.20
[9] CORTE TRANSVERSAL
‘‘os espaços são bem desenhados, trazendo a escala humana para o parque modernista. a valorização da paisagem explora a relação com a água, abrindo a vista para o horizonte; as formas simples, o gabarito, as cores existentes na paisagem (concreto e madeira) não competem com a arquitetura do mam. boa solução da base topográfica e implantação; os volumes suspensos e os elementos vazados trazem leveza ao edifício e homenageiam o mam. a madeira presente, assim como outros elementos naturais faz uma ótima relação com o parque do flamengo e com o brasil. descreve que o projeto possui ótima permeabilidade visual e que os fluxos estão bem resolvidos.’ renata bolliger . índio da costa . rio de janeiro . rj
pedagógicas
moradia estudantil
apoio | praça elevada bertura técnica
.80
3
varanda
varanda . quarto
hall acessos . pátio varanda . quarto
3.60
4.20
1.8
1.8
4.20
1
5
1
1
5
jardim
rua jardel jércolis
manter e reforçar palmeiras existentes
parque do flamengo >
IV
III
V
0
1
2
5
10
[11] PLANTA DO PISO ELEVADO | NÍVEL +4.32
3.60
10.80
7.20
7.20
7.20
14.40
14.40
7.20
7.20
+10.0
+4.32 +0.00
< aeroporto
atelier . aulas
[12] ELEVAÇÃO NORTE | PARQUE DO FLAMENGO
atelier . aulas
7.20
012
14.40
14.40
7.20
7.20
7.20
administração . exposiçoes
14.40
14.40
5
7.20
10
7.20
20
3.60
mam >
sala dos mestres
012
5
10
20
[13] PLANTA DA BASE TOPOGRÁFICA | NÍVEL -3.24
1/2
1
1
2
2
1
+10.0
+4.32 +0.00 -3.24
< mam
jardim
[14] ELEVAÇÃO SUL | BAÍA DA GUANABARA
biblioteca
1
1
2
012
2
1
auditório
1
1
2
2
1
1
5
10
1
centro acadêmico
20
3/2
1/2
restaurante
012
5
10
aeroporto >
20
18
18
18
18
18
18
18
18
18
18
18
18
18 x 18.0 = 3.24
18
18
18
18
18
18
18
18
18 18
18 18
18 18
18 18
18 18
18 18
18
24 x 18.0 = 4.32
18
18 18
18 18
18 18
18 18
18 18
380
153
+9.65
+8.12
+4.32
-3.24
-3.34
10
GRELHA DE SOMBREAMENTO COM BRISES METÁLICOS HORIZONTAIS BARRAS CHATAS EM AÇO GALVANIZADO 100x8 mm
VIGA METÁLIGA LONGITUDINAL PERFIL I P6 1520,40x94,63 mm TRAVAMENTO ENTRE PÓRTICOS
LAJE DE CONCRETO ARMADO PROTENDIDO ACABAMENTO PINTURA HIDROFUGANTE INCOLOR À BASE DE SILANO-SIOXANO
ESTRUTURA VERTICAL DO GUARDA-CORPO, UM POR EIXO A CADA TRÊS PISADAS BARRA QUADRADA 35x35 mm. PINTURA ELETROSTÁTICA COR PRETA
ESTRUTURA SUPERIOR DO GUARDA-CORPO A 90 cm DO EIXO DAS PISADAS BARRA QUADRADA 35x35 mm. PINTURA ELETROSTÁTICA COR PRETA
ESTRUTURA DE FIXAÇÃO DO GUARDA-CORPO CONECTANDO O EIXO DAS PISADAS BARRA QUADRADA 35x35 cm. PINTURA ELETROSTÁTICA COR PRETA
DET. GUARDA-CORPO +0.00
GUARDA-CORPO DE MADEIRA IPÊ BARRAS DE 25x25 mm 150 DE ALTURA, SENDO 110 cm ACIMA DO EIXO DAS PISADAS E 40 cm ABAIXO ESPAÇAMENTO ENTRE BARRAS DE 25 mm
ESCADA HELICOIDAL EM CONCRETO ARMADO ACABAMENTO PINTURA HIDROFUGANTE INCOLOR À BASE DE SILANO-SIOXANO
ESTRUTURA ESCADA PILAR DE CONCRETO APARENTE Ø100 cm ACABAMENTO PINTURA HIDROFUGANTE INCOLOR À BASE DE SILANO-SIOXANO -3.24
[16] BASE TOPOGRÁFICA, VAZIO CENTRAL E BIBLIOTECA
[16] REFERÊNCIAS OU PRECEDENTES
a)
“a urbanização do aterro foi concebida pelo grupo de trabalho com os seguintes critérios: a defesa e o enriquecimento da paisagem e a prestação de um serviço público para o povo carioca de caráter educacional e recreativo. (...) a dificuldade, naturalmente, é dosar e escolher o que é necessário para isso, fazendo o mínimo de arquitetura para não tirar a vista do mar, e não converter os jardins em praças de esportes ou parques de diversões. não esquecer também que, apesar do mar ser a grande atração e o jardim ser uma passagem para o mar, o parque também será usado como tal e deverá ser tratado como um todo em si mesmo.”
b)
carlota de macedo soares, arquiteta e urbanista idealizadadora do projeto do parque do flamengo a) projeto de le corbusier e equipe para o ministério da educação e saúde, no rio de janeiro - rj . 1936 b) projeto de lina bo bardi para o museu à beira do oceano, em são vicente - sp . 1951 c) projeto de affonso eduardo reidy para o museu de arte moderna no rio de janeiro - rj . 1952
c)
O PARQUE COMO CAMINHO 2º PRÊMIO concurso nacional de ideias . parque minhocão ELEVADO JOÃO GOULART . SÃO PAULO . SP
‘‘a cidade de são paulo cresceu por ‘saltação’, de colina em colina, ao longo da margem esquerda do rio tietê...’’ aziz nacib ab’sáber, 1957
‘’fiz a seguinte proposta aos meus amigos de são paulo: (...) de colina em colina, de um pico a outro, vamos implantar uma via horizontal de 45km. e em seguida uma segunda via, formando mais ou menos um ângulo reto.’’ le corbusier, 1929
[1] MEMORIAL DE PROJETO
versão completa do texto aqui
a. geografia e a força do lugar da fundação da cidade histórica de são paulo em 1554 até o final do século xix, a ocupação urbana se limitou ao platô à oeste do rio tamanduateí e às margens do vale do anhagabaú. uma colina-fortaleza protegida geograficamente contra os inimigos e as cheias dos rios por uma parede natural de 20m de altura, vencendo os níveis 725m a 745m. (...) b. o projeto como caminho assim, são definidas novas superfícies para o parque minhocão, compreendendo a conformação geológica e as condições de ocupação urbana dessa região, estabelecendo diretrizes capazes de promover um parque que não se limita apenas aos limites da caixa viária, mas expandese pela urbe, incorporando ao elevado a função de conectar esse espaços e atividades aos novos usos propostos. c. a constituição de uma política de ocupação as praças, largos, ruas e avenidas foram pensadas como parte integrante de um íntegro sistema de espaços livres que qualificam e expandem as possibilidades de atividades e experiências para os usuários da cidade. assim, busca-se estabelecer uma política de ocupação tanto para os espaços privados, através de diretrizes de ocupação que considerem a composição da paisagem e a consolidação da densidade da região com qualidade urbana, quanto para os espaços públicos, que atualmente se encontram desconectados e corrompidos pela estrutura do elevado, incorporando uma degradação inerente às condições de isolamento. d. o caráter do parque urbano a proposta para esse projeto não é baseada em transformar a estrutura pré-existente do minhocão em um jardim, pois a hipótese é constituir um caminho urbano inserido num contexto que o torna único e exclusivo, possível pela resiliência incorporada a essa estrutura. e. projeto como hipótese de investigação no cenário dicôtomico a partir desse exercício, buscamos entender o projeto como instrumento científico de invenção de propostas. por isso, não partimos de uma resposta literal ao cenário dicotômico entre o desmonte ou a consitituição do parque sobre o elevado. o objetivo é contribuir ao debate a partir de uma proposta que busca explorar os limites do que poderia ser realizado, estimulando a constituição de uma cultura de projeto. espera-se, dessa forma, dar um salto interpretativo nas informações que nos foram apresentadas a partir de uma proposta que não parte dos dados, mas do questionamento deles. não se pretende aqui apresentar um resultado pronto e acabado, mas uma hipótese de diálogo inicial. premissas de reconciliação entre a cidade e o minhocão, mas também entre os pares, vizinhos, cidadãos.
[2] FICHA TÉCNICA projeto individual . área 120 ha . jun-jul 2019 programa . parque urbano, projeto urbano, arquitetura da paisagem softwares . autocad . sketchup . v-ray . photoshop . indesign
[3] ESQUEMAS DE PARTIDO
O PARQUE COMO PROGRAMA E O ELEVADO COMO INFRAESTRUTURA RESILIENTE
situação atual
A PERCEPÇÃO DE UMA DICOTÔMIA E A BUSCA PELA SUPERAÇÃO DA SÍNTESE DIÁLÉTICA
‘jardim suspenso’
‘desmonte / bulevar’
HIPÓTESE DE CONSTITUIÇÃO DA CIDADE CONTEMPORÂNEA
cidade ‘aérea’
cota 760 m ‘nova superfície’ superfície urbana entre +760 m e +740 m
espessura do chão entre 8 m - 20 m
cidade ‘enterrada’
parque augusta
praça roosevelt nível 765 - 760 m
ET AP A
rua da consolação
1 av. amaral gurgel nível 760 - 740 m
praça rotary
praça da república
largo do arouche nível 740 - 737 m
largo de sta. cecília nível 737 - 744 m
A ET
PA
2 praça princesa isabel
rua são joão nível 744 - 760 m
avenida angélica
pç. mal. deodoro nível 744 m
mirante av. pacaembu nível 737 m
parque da água branca
ET AP
av. francisco matarazzo nível 744 m
A 3 memorial da américa latina
USO E OCUPAÇÃO tanto do solo quanto das edificações
TECIDO URBANO formado pelas quadras e lotes com os tipos edilícios semelhantes
PLANO URBANO com o sistema viário e o padrão de parcelamento do solo associado
[4] ISOMÉTRICAS CAMADAS MORFOLÓGICAS [5] ESQUEMA: CAMINHO URBANO, NÍVEIS E ETAPAS DE PROJETO
[6] IMPLANTAÇÃO GERAL
0
20
50
100
200
[7] PLANTA TÉRREO: ATUAL x PROPOSTA
rua da consolação
praça roosevelt
faculdade mackenzie
rua maria da borba
vida norturna: ‘borba’
rua cunha horta
novas conexões c. elevado
corte bb nível + 752 m
[8] CORTE AA | EIXO LONGITUDINAL OESTE AV. AMARAL GURGEL
rua major sertório
esquinas com recúos
novos edifícios: esquinas com abertura canal córrego anha
rua general jardim
m recúos anguera
rua marquês de itu
incorporação dos edifícios existentes artacho jurado + andrade morettin
rua santa isabel
ocupação de áreas de interstício novos espaços livres intra-quadra
rua jaguaribe
redução do gabarito equilíbiro do volume construído
largo do arouche tanque do arouche
corte cc nível + 744 m + 780 m
privado
+ 768 m parque
+ 760 m
público + 740 m
[9] PLANTA ELEVADO: ATUAL x PROPOSTA
edifícios privados | lotes adjacentes definição parâmetros urbanísticos
recuo base
calçadão
elevado
calçadão
6m
10 a 12 m
8 a 12 m
10 a 12 m
8m
limites legais parque minhocão trecho av. amaral gurgel . 34 m trecho av. são joão 28 a 30 m
[10] CORTE BB e CC | EIXO TRANSVERSAL AV. AMARAL GURGEL
recuo base 8m
6m
torre habitação 12 a 15 m
áreas livres intra-quadra variável
áreas livres intra-quadra
torre habitação
variável
12 a 15 m
recuo base
calçadão
elevado
calçadão
6m
10 a 12 m
8 a 12 m
10 a 12 m
8m
limites legais parque minhocão trecho av. amaral gurgel . 34 m trecho av. são joão 28 a 30 m
recuo base 8m
6m
torre habitação 12 a 15 m
áreas livres intra-quadra variável
+800.00
+780.00
+768.00
+760.00
rua general jardim
+749.00
+742.00
[11] ELEVAÇÃO OESTE EIXO LONGITUDINAL AV. AMARAL GURGEL
rua marquês de itu
[12] COMENTÁRIOS DO JURI
‘‘a equipe propõe uma interessante transformação do entorno por meio de intervenções ao longo do minhocão, interferindo na cidade. descreve que acha engenhosa a proposta, sendo a que melhor aplica os conceitos urbanísticos. nela, o caminho urbano não interrompe a passagem. destacou que é um projeto que tem ideias e não apenas equipamentos. (...) comentou que a proposta propõe uma reconciliação do minhocão com a cidade.’’ abílio guerra . portal vitruvius e editora romano guerra
‘‘o projeto expressa bem o que pensa a respeito da área, o que está relacionado à necessidade de gestão do entorno e de se evitar a gentrificação. a proposta resolve bem o lugar como passagem, com jardins só na lateral. entende que o minhocão deva ser um lugar de ocupação natural e não de projeto aplicado. (...)
ao seu ver é o projeto mais maduro dentre todos os apresentados.’’ marcio kogan . arquiteto studio mk27
RUA
GEN
ERA
L JA
RDI
M
RUA
MAJ
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ÓRIO
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RU
R OF
EIXO PAULISTA 1º PRÊMIO concurso nacional de ideias . rua do futuro 5º concurso soluções para cidades 2º concurso concrete show EIXO FERROVIÁRIO . SÃO PAULO . SP
[1] MEMORIAL DE PROJETO versão completa do texto aqui
‘’penso numa árvore com uma copa imensa que se abre em ramos para o céu em busca de luz sobre um tronco forte e muito curto. abaixo da linha da terra, a copa imensa parece ter sido espelhada em raízes que de modo idêntico aos galhos da copa se desdobram subterraneamente em busca do que o solo lhe pode oferecer. elas se abrem justo abaixo daquele tronco curto, mas tão curto como se ele coubesse inteiramente na altura nula da linha do horizonte em que céu e terra se tocam. as raízes e os galhos caminham em direção oposta e, importante, simultaneamente. nessa oposição, quem alimenta, ou sustenta, quem? evoco a imagem da árvore para representar nossa relação com a história no momento da ação. o solo em que as raízes se metem é como se fosse o passado. o céu em que os galhos se espalham é o futuro, o tronco curtíssimo comprimido entre uma coisa e outra, é o presente em que agimos.’’ angelo bucci, 2010 a cidade recupera o espaço esse trabalho trata de uma abordagem possível para a reurbanização e estruturação da paisagem ao longo de 16,2 km do leito ferroviário da cidade de são paulo, no trecho compreendido entre o bairro da lapa e o brás, incorporando-o como potente conexão espacial leste-oeste da metrópole. a partir do resgate e reconhecimento desse espaço enquanto eixo estruturador da urbanidade, a proposta do caminho enquanto rua é a de ‘abrir o espaço’ e articular às infraestruturas urbanas adjacentes em consonância com uma composição de paisagem que leve em conta as questões sociais, ambientais e estéticas. (...) o partido a estratégia se configura a partir da escala da paisagem, onde buscase estabelecer um caminho urbano capaz de amparar os fluxos amplos e diversos, apropriações e experiências espaciais democráticas, como que se a partir desse anteparo pudessem se estabelecer novas ideias de urbanidade: onde natureza e cidade se reconciliam para constituir mutuamente o espaço público, cujos desdobramentos escampam o tempo e imaginação.
[2] FICHA TÉCNICA projeto individual . área 210 ha . jun-jul 2019 programa . projeto urbano . desenho urbano . arquitetura da paisagem softwares . autocad . sketchup . photoshop . indesign
[3] ESQUEMAS DE PARTIDO
passado eixo ferroviário como construção da cidade do século xx
presente eixo ferroviário subtilizado e como cicatriz urbana
futuro a rua como infra-estrutura urbana
desdobramentos (...)
[4] ISOMÉTRICA: HIPÓTESE DE CIDADE ‘‘a natureza permeia a cidade, forjando relações entre ela e o ar, o solo, a água e os organismos vivos em seu interior e a sua volta. a crença de que a cidade é uma entidade separada da natureza, e até contrária a ela, dominou a maneira como a cidade é percebida e continua a afetar o modo como ela é construída (...) a cidade precisa ser reconhecida como parte da natureza e ser projetada de acordo com isso.’’ anne spirn, 1995
[5] COMENTÁRIOS DOS JURADOS ‘‘destaca-se a quebra de paradigma de mobilidade existente na proposta, pois ela tira as pistas de circulação [exclusivas de automóveis individuais]. o projeto tem uma perspectiva altamente inovadora para o futuro, que é tratar uma cicatriz urbana e fazer cidade para as pessoas. lembrou que uma cidade do futuro não é necessariamente uma cidade futurista.’’ meli malatesta . arquiteta e urbanista ‘‘a proposta ataca uma escala gigantesca, e que isso é positivo. (...) é a mais completa e usa uma das maiores cicatrizes de são paulo como base para o seu desenvolvimento.’’ lula golveia . superlimão studio
[6] IMPLANTAÇÃO GERAL
córrego
rio tietê
memorial da
água branca
córrego comendador martinelli
estação água branca
rio pinheiros
córrego tiburtino estação lapa
américa latina
córrego
pacaemb
córrego
estação barra funda
água pre
córrego
córrego
parque da
fortunato ferraz
curtume
água branca
o
bu
0
córrego anhaguera
estação julio prestes
o
estação marechal
eta
deodoro
estação da luz
0,1 0,5
córrego da luz
centro histórico
rio tamanduateí
1km
2km
córrego cassandoca
estação brás
estação bresser-mooca
parque córrego sumaré
dom pedro córrego anhagabaú
radial leste
[7] CORTE TRANSVERSAL TIPO arquitetura da infra-estrutura a possibilidade de desenho é uma oportunidade para orientar uma ideia da rua púbica e de espaços livres urbanos qualificados, em que se faz possível amparar as necessidades contemporâneas, entre a principal delas, a constituição da cidade. o desenho urbano se estrutura a partir da seguinte composição, em seções que variam de 75 a 250m, numa estruturação de fluxos concebida a partir do conceito de ‘infiltração urbana’. [8] PERSPECTIVA EIXO METROPOLITANO
15m
edifícios privados definição de parâmetros urbanísticos
eixo local calçada arborização rua compartilhada arborização infra-estrutura subterrânea água, esgoto, elétrica, lógica, drenagem
variável
eixo ambiental calçada arborização canal de drenagem arborização cruzamento pontual entre eixos local e urbano
15m
eixo urbano calçada arborização 2 faixas ivres faixa exclusiva calçada c/ arborização
20m
eixo metrop faixa livre |
possibilidade de trec para áreas livres no nível d
m
politano | trilhos
chos rebaixados s e travessias da rua
15m
os eixos urbanos deverão observar limites de velocidade específicos, permitindo travessias seguras e tranquilas para os pedestres;
variável
os canais e lagoas de retenção ao longo da rua serão elementos que contribuirão para a paisagem e o microclima urbano sistema de wetlands e tratamento das águas em todo o caminho
15m
calçadas e ruas compartilhadas serão revestidas com placas de concreto pré-moldadas, com tecnologia drenante placas 80x80cm
revisão do plano diretor e definição de minutas de lei específicas
ANEXO CASA LACERDA concurso nacional de anteprojeto iab + iphan | out-dez 2019 LAPA. PR
EIXO MONUMENTAL DE MARINGÁ concurso nacional de projetos iab + prefeitura municipal | menção honrosa | ago-out 2018 colaboração escritório vigliecca e associados MARINGÁ. PR
MOBILIÁRIO PARQUE IBIRAPUERA concurso nacional de ideias concurso projetar | dez-jan 2020 SÃO PAULO, SP
CENTRO CÍVICO DE MARINGÁ E MUSEU DA DEMOCRACIA concurso nacional de ideias prêmio cura | jan-jun 2020 MARINGÁ, PR
[croqui] trabalho de conclusão de curso segunada ocupação: exposições . maringá . pr
gbondezan7@gmail.com @gbondezan.arq +55 44 9.9961.6556 2021 . são paulo - sp