Aula 01 contexto histórico saúde x doença

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Curso Técnico em Enfermagem – I Módulo: Aula 01 Contexto Histórico Natural das Doenças Prof. Hamilton F. Nobrega


Saúde X Doença

Contexto histórico naturas das doenças

Fatores determinantes das doenças


História Natural das Doenças  É o nome dado ao conjunto de processos interativos

entre o agente, o meio ambiente e o suscetível, que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte” (Leavell & Clark, 1976).  Dois

períodos sequenciados: patogênico e Período patogênico

Período

pré-



AGENTE

MEIO AMBIENTE

INDIVIDUO


Saúde X Doença  “Saúde é o estado de ausência da doença”

 “Doença é a falta ou perturbação da saúde”  “Saúde é o estado do indivíduo cujas funções

orgânicas, físicas e mentais permaneçam normais”  “Saúde é um completo bem-estar físico mental e

social e, não meramente a ausência de doença” (OMS, 1948)


Processo Saúde x Doença

...é o conjunto de relações e variáveis que

produzem e condicionam o estado de saúde e doença de uma população, que varia nos diferentes momentos históricos e do desenvolvimento científico da humanidade”.


Pré-História: Concepção mágico-religiosa

Cena de parto pintada pelo homem préhistórico na serra da Capivara no Piauí www.biblio.ufpe.br/libvirt/ serido/expo.htm

Desrespeito a um “tabu”

Doença

Castigo dos deuses Feitiço nocivo

Ataque de um espírito do mal

Impureza humana


Antiguidade

Demônios Espíritos do mal

A doença dentro de uma visão mágica do mundo. Os demônios e espíritos malignos, talvez mobilizados por um inimigo ou por castigo, vitimavam o doente, podendo levá-lo até à morte.

A cura do doente caberia ao feiticeiro ou xamã, tendo o poder de convocar espíritos capazes de erradicar o mal.


Antiguidade

Assírios

Hebreus Caldeus

• Observações empíricas relacionadas ao surgimento de doenças • Função curativa de plantas e recursos naturais

mesmo caráter religioso

O homem não participa ativamente do processo


Antiguidade

Insetos Hindus

Doença

astros

Desequilíbrio entre os elementos do organismo humano, ocasionado pelas influências do ambiente físico - astros, clima, insetos,...

Clima


Antiguidade Chineses - Medicina Tradicional Chinesa causas externas

Desequilíbrio entre os princípios yin e yang, o que levaria a um desequilíbrio dos elementos, com o consequente aparecimento da doença. Restabelecimento da saúde

Este conceito perde o caráter mágico e religioso predominante na ideia anterior e naturaliza a causação, onde o homem atua ativamente no processo de doença e cura.

Acupuntura

Reequilíbrio da energia interna Do-in


Antiguidade

Grécia

Davam à saúde o significado de harmonia entre os quatro elementos que compõem o corpo humano água, terra , ar e fogo.

Os quatro elementos

A saúde seria o estado de isonomia entre os mesmos e a doença seria a dismonia


Antiguidade Hipócrates enriqueceu as concepções de saúde e doença através da prática clínica e de cuidadosas observações da natureza, ressaltando a importância do ambiente físico na causalidade das doenças.

Revelou uma visão epidemiológica do problema saúde-doença através dos registros de diversos casos clínicos. Observações não se limitavam ao paciente em si, mas ao seu ambiente.

"Dos ares, das águas e dos lugares"

Hipócrates – “Pai da medicina”

discute fatores ambientais ligados à doença, defendendo um conceito ecológico e multicausal de saúde-doença que envolve as reações do homem às agressões provenientes do seu ambiente natural.


Antiguidade Malária = “maus ares” Malária (descrita por Hipócrates)

os maus ares que proviam dos pântanos

Miasmas


Idade Média (500 d.C. - 1500 d.C.) Era das Trevas - Uma época de pestilências As epidemias eram o castigo divino para os pecados do mundo ou resultavam da ação de inimigos A doença era vista como purificação Uma forma de atingir a graça divina, que incluía, desde que merecida, a cura.


Idade Média (500 d.C. - 1500 d.C.) Ações de Saúde na Idade Média Prática da quarentena Prática do isolamento Separação dos doentes de seus contatos habituais visando defender as pessoas sadias. Surgem os primeiros hospitais, os hospícios ou asilos, nos quais os pacientes recebiam mais conforto espiritual que tratamento adequado. A ineficácia dos procedimentos mágicos ou religiosos era compensada com a caridade.


Renascimento (Séc. VXI e XVII) O crescente número de epidemias na Europa, faz retornar preocupações com a causalidade das doenças infecciosas, tornando-se mais evidente a noção de contágio entre os homens

Retomados experimentos e observações anatômicas. A prática médica ainda era rudimentar. A Lição de Anatomia do Dr. Ruysch Jan van Neck em 1863

Aula de Anatomia do Dr. Tulpe. Rembrandt


Renascimento (Séc. VXI e XVII)

Período de transição Práticas esotéricas X Avanço do pensamento científico Predomina a ideia do fator externo que penetra no organismo e este é visto como receptáculo de doenças.

TEORIA DO CONTÁGIO Girolamo Fracastoro (1478-1553)


Século XVIII Consolidou-se a prática clínica Estudos voltados para seus sinais e sintomas, propiciando a abordagem do particular e do individual. No final deste século, após a Revolução Francesa Aumenta a urbanização dos países europeus e ascende o sistema fabril Aparece

Explicação social na causalidade das doenças Relacionada com as condições de vida e trabalho das populações


Século XVIII (Final) Descobertas bacteriológicas na metade do século XIX

Ideia das partículas externas que podem provocar o aparecimento de doenças

concepções sociais dão lugar ao agente etiológico

Louis Pasteur (1822-1895)

Terreno fértil para o desenvolvimento industrial, com a produção de fármacos e imunizantes.


Século XVIII (Final)

PARADIGMA BIOLOGICISTA Conceito de unicausalidade

cada doença tem o seu agente etiológico


Século XX (Início) Teoria ecológica de doenças infeciosas demonstrando

interação do agente com o hospedeiro

As redes multicausais suplantam a unicausalidade Modelo ecológico multicausal


Fatores determinantes da doença  Endógenos: são inerentes ao organismo e estabelecem

a receptividade do organismo.  Herança genética  Anatomia e fisiologia do individuo  Estilo de vida  Exógenos: fatores que dizem respeito ao ambiente. 

Determinantes:  Biológico

 Físico

 Social


Fatores determinantes da doença  Fatores Biológicos:  Incluem diferentes espécies de vertebrados e invertebrados –

favorecendo ou prejudicando o processo de doença.  Algumas espécies de vertebrados podem desempenhar o papel

de reservatórios assintomáticos, favorecendo a transmissão da doença para população de maior suscetibilidade.  Ex: Os morcegos, para a raiva e os roedores, para a leptospirose.  Algumas situações o agente necessita da interação de diferentes espécies de hospedeiros vertebrados para completar seus ciclos vitais EX: Taenia solium (suíno e homem)


Determinantes ambientais  Fatores Físicos e químicos:  Manifestam-se com igual intensidade, tanto com relação ao

agente como ao hospedeiro e respectivos vetores, favorecendo ou desfavorecendo a atuação desses no processo da doença.  Fatores Climáticos:  Mais

importantes determinantes físicos dos padrões de ocorrência de doenças. Afetam os hospedeiros, as populações de vetores e de agentes biológicos de doenças, parasitas, quando estão em vida livre. Podem acarretar agravos a saúde de animais jovens e recém-nascidos, por serem sensíveis ao frio, ao calor e à desidratação.


Fatores Sócio-econômico- culturais  Interferência do homem nas interações do ecossistema – Determinante

da doença.  O homem pode prevenir ou controlar situações potencialmente

perigosas introduzindo no momento oportuno, utilização de drogas, vacinas, controle de movimentação de animais e produtos, sacrifício, quarentena, etc.  O homem também pode influenciar a frequência da ocorrência das

doenças dos animais, zoonoses, introduzindo ou disseminando seus agentes nas propriedades onde transita, como visitante, como comerciante, empregado, veterinário e outros.  O homem também é responsável pela degradação do ecossistema se

tornando a fonte principal poluidora.


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