Um dia, no lindo paĂs das cores...
O amarelo acordou triste e cansado Cansado de ser amarelo claro...
...cansado de ser amarelo escuro.
O azul cansado de ser cĂŠu, de vez em quando fugia...
...deixando o cĂŠu cinza, em invernoso dia.
O verde despertou enjoado. – Ser verde todo tempo tambÊm cansa.
...mesmo sendo vende esperanรงa.
Sou um verde cansado por viver sempre assim esverdeado!
O vermelho ficou rubro de raiva e inveja das outras cores amenas. NĂŁo queria ser vermelho apenas...
Ser vermelho ĂŠ bom... mas cansei de ser batom.
O laranja também. Não quero mais ser laranja...
AGORA EU QUERO SER...
...um sapoti, belo, bronzeado e moreno.
O lilás, o roxo, o cor-de-rosa, também estavam insatisfeitos. Por não serem cores primárias, não se sentiam perfeitos.
Sem falar no marrom, que vivia sonhando em mudar de tom, pois cansado de ser cor, s贸 pensava em ser som.
Quero ser um BLUE!
Pra vencer o tédio e a insatisfação, começaram a se paquerar e vejam no que deu... O amarelo e o vermelho se beijaram
e viraram laranja.
o azul e o amarelo se abraรงaram...
E ficaram verde.
Dava tudo na mesma... Por mais que a gente tente, nenhuma cor consegue ser diferente.
Comeรงaram entรฃo a discutir, a brigar...
Sou o verde, sou importante. Faรงo bem aos olhos de quem me olha.
Sou uma cor princesa pois sou nobre por natureza.
Verde sou e verde estou, em quase todo lugar.
Sou o verde oce창nico, sou o verde, a cor do mar.
Sou o verde que um poeta cantou: Verde que te quero verde. Verde vento. Verdes ramas. O barco em cima do mar e o cavalo na montanha. Com a sombra na cintura ela sonha em seu balcão, verde carne, pelo verde, com olhos de fria prata. Verde que te quero verde. Por sob a lua gitana, as coisas a estão mirando e ela não pode mirá-las. Trecho de Romance Sonâmbulo, de Garcia Lorca.
Sou o azul, a cor do céu, do céu que cobre a terra inteira.
A terra é azul!
Iuri Gagarin, astronauta russo.
Sou o azul da bandeira.
R P O E G R M E E S D S R O O
E foi a mim que um extraordinรกrio pintor uma fase de seu trabalho dedicou.
Pablo Picasso
Moça em camisa Período azul Pablo Picasso
Esqueceram o vermelho? A cor preferida? Sou a cor do sangue, a cor da vida. Sou a cor das revoluçþes.
Sou a cor da grande torcida.
Mengooooooo!
Olhem para mim. Sou a cor mais bela. Sou a cor amarela, a rainha da aquarela.
Sou a cor do ouro, a mais rica. Sou a cor do sol, a mais clara.
Este pintor me amava e s贸 com amarelo muitas coisas pintava.
Vincent van Gogh
Veja os GIRASSﾃ的S, que quadro belo. Feito quase todo com o AMARELO.
Quadro Girassﾃｳis
E assim as cores discutiam.
E foram uma a uma...
... deixando a paisagem.
O verde deixou a terra.
O azul deixou o cĂŠu...
... e o amarelo deixou o sol...
... sem luz.
E sabem o que aconteceu?
ESCURECEU
E tudo ficou negro como em tempos de guerra.
Sem felicidade e sem amor, o preto ĂŠ a ausĂŞncia de cor.
Ou seria ele a cor da escuridĂŁo?
Ent達o, apavoradas, as cores voltaram a se unir. E vejam que maravilha...
transformaram-se no branco.
Que é de todas as cores a junção.
E foi essa a raz達o de ter sido escolhido o branco a cor da
PAZ...
...por ser a cor da UNIﾃグ.
Hermínio Macêdo Castelo Branco – MINO Desenhista, artista plástico, cartunista, programador visual, projetista gráfico, poeta bissexto, livre pensador, autor de histórias, fábulas e contos infantis, ilustrador e publicitário. Iniciou sua vida profissional no jornal O POVO. Ilustrou notícias ao vivo, na TV Ceará (Repórter Cruzeiro), fato inédito na televisão brasileira e participou da seção de humor da revista O CRUZEIRO (O Centavo). Produz, semanalmente, a página de humor The Mino Times no jornal Diário do Nordeste e edita a RIVISTA, por meio da Editora Riso, de sua propriedade. Criador do personagem Capitão Rapadura, o primeiro super-herói cearense, publicou livros infantis, dentre os quais se destaca O Pequeno Planeta Perdido, em parceria com Ziraldo. Participou do grupo de cartunistas autores das vinhetas de humor (PLIM! PLIM!) da Rede Globo de Televisão e é o autor do grande mural TERRA DA LUZ, no aeroporto Pinto Martins, retratando histórias e aspectos culturais da terra cearense.