Projeto rivista

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Nº151

RIVISTA Levando o Ceará para o Brasil

R$ 10,00

Fortaleza • Ceará • BRASIL

Uma revista com efeitos especiais



Editorial

Levar o Ceará para o cearense Primeiro, levar o Ceará para os cearenses. A nossa história, o Ceará que você não conhece e a geografia, o Ceará que você precisa conhecer. A arte cearense, ontem e hoje. O humor, falado, escrito e desenhado, também de ontem e de hoje. A nossa engenharia, nossa arquitetura, nosso artesanato. Enfim, ajudar todos nós que moramos aqui a conhecer quem fomos para compreender quem somos. Entender o que foi feito para saber o que se deve fazer. Esse panorama geral envolvendo o hoje e o ontem, é uma maneira de descobrirmos a nossa identidade, possibilitando aproveitar o legado das gerações passadas. Nossa historiografia é rica mas os livros não estão ao alcance de to-

dos. Os jornais não são adequados para essa finalidade Uma revista é o que nos parece o veículo mais apropriado para isso. É o veículo ideal para ajudar as pessoas a visualizarem melhor o panorama de sua realidade cultural junto a sua paisagem natural. Segundo, levar esse mesmo Ceará para ser visto pelo Brasil. Nossa força, nossa riqueza, nossas características, nossa musicalidade e nossa língua. Enfim, uma descoberta maior da nossa identidade. É essa a missão de RIVISTA. Levar de forma ilustrada e resumida, (uma leitura atraente), para facilitar a descoberta de nossa identidade como povo, principalmente pela nossa juventude, sobre as quais verterão a seiva das nossas raízes.


Mino o pensador

Um arquiteto sonhador. Construia castelos no ar.

Sumário Barata e companhia p.07

Nós, reis e rainhas p.12

Expediente Realizada por Mino®Produções RIVISTA é uma publicação da Editora Riso.

Flávio Paiva p.07

A Terezinha é ótima - p.8 Os sonhos e a felicidade - p.21 Josué de Castro O desenhista - p.23

CAPA DA EDIÇÃO ANTERIOR

Editor: Hermínio Macêdo Castelo Branco - MINO Produção de Arte: Gláucia Silveira e Francisco Simões Administração: Jocasta Saraiva Publicidade: Socorro das Lajes

A experiência da infância

Editora Riso Fone: (85) 3224.8470 Email: rivistadomino@gmail.com Facebook: rivistadomino

A única revista do mundo com leitura cronometrada.

Tempo de leitura

1h e 20m


QUE É, FÍ DE RAPARIGA!

QUE ACREDITO PIAMENTE, QUERIDA!

E NESSE SEU AMIGO VÉI AÍ METIDO A PERGUNTADOR, EU VOU DAR UM TABEFE TÃO SEGURO QUE ELE VAI PARAR LÁ NO PROGRAMA DO JÔ, PRA FAZER ESSAS PERGUNTAS POR LÁ.

SE ACREDITO? TENHO ATÉ UMA EM CASA. QUER VER?

AÍ-Ó ! TÁ VENDO?

ELVIRA! ELVIRAAA!

O MEU AMIGO AQUI PERGUNTOU SE ACREDITO EM VOCÊ.

- E NUM ACREDITE NÃO, SEU CABRA! DOU-LHE UMA VASSOURADA NA CACURUTA DO QUENGO QUE VOCÊ NUNCA MAIS VAI...

- PERGUNTADOZIM, NÉ? E O QUE FOI QUE VOCÊ RESPONDEU, NOJENTO?

... ATRASAR O PLANO DE SAÚDE, SEU MOLEQUE!

- VOLTE AQUI, CLAUDIONOR! A ELVIRA TÁ SÓ BRINCANDO...

- BRINCANDO UM CACÊTE! VOLTE AQUI, PRA VER UMA COISA!

Mino®produções

ACABEI DE LER PAULO COELHO. ME RESPONDE UMA COISA; VOCÊ ACREDITA EM BRUXAS?

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Uma fábula Minoritária

Barata e companhia

Era uma barata feiosa e repulsiva, como tantas outras baratas. Não gostava de si mesma e vivia resmungando contra a natureza, por que lhe fizera assim. Invejava as borboletas, leves, coloridas, lépidas e fagueiras. Invejava os pirilampos, que são como as estrelas; os maribondos e as abelhas, fortes e ligeiros. Um dia, quando emergia de um esgoto, viu uma fada que ia em busca de uma bela ação para o seu dia. Ao ver a barata, reconheceu no semblante dela o descontentamento natural em que vivia.

A fada perguntou-lhe: – Barata, faz um desejo que eu lhe atenderei. Disse-lhe a barata: – Transforma-me em outro inseto. – Qual inseto desejas ser? Uma formiga, um grilo, um gafanhoto? –Transforma-me numa abelha, pois me atrai a beleza das flores. E a fada girando a varinha... ZÁS! Transformou a barata numa formosa abelhinha. Saindo do seu mundo underground, a barata, agora abelha, ganhou os céus em busca dos

campos, venceu distâncias atrás de jardins. E com as demais abelhas, suas novas companheiras, passou a viver beijando as flores, fazendo mel, fazendo cera, habitando colmeias e construindo favos. Porém, começou a resmungar de novo. Cansada estava de ser abelha, diligente e trabalhadora. Lembrou-se dos tempos de barata, dos velhos lixos, dos sujos monturos, dos escuros esgotos e de seus esconderijos. E quando viu sua velha gangue surgindo para mais um passeio noturno, juntou-se a ela enveredando pelos canos que levavam às instalações de uma enorme cozinha. Ali começaram a andar sobre os pratos e os talheres, sobre o fogão e a geladeira, naquela algazarra costumeira de toda barata. De repente, a luz acendeu, e uma mulher, empunhando um enorme chinelo deu fim à farra das baratas. – Veja, mãe! O que te deu na telha? A senhora não matou só as baratas, matou também uma abelha. – Disse o garoto que a acompanhava. – Coitadinha! É que pensei que fosse uma barata.

Moral:dize-me com quem andas e te direi quem és. 7


Personalidades Personalidadesda daterra terrade do Mino Mino

A TerEzinha é ótima Sabe a Terezinha?

A Terezinha? Conheço, mulher! A Terezinha é ótima.

Lembro-me demais dela no colégio, com a farda imunda, toda isgulepada, roubando a merenda da gente... Era ótima a Terezinha!

A Terezinha é ótima...! Só tinha um defeito: Gostava de namorar com homem casado.

Mentia que doía, inventava viagens, fazia fofoca com a vida de todo mundo. Se lembra dela se agarrando com os rapazes do colégio militar?

Será que deixou de beber? Quando bebia, botava muito boneco, era uma escandeliça... Dizem que ela foi expulsa do colégio por causa disso. Mas era ótima, a Terezinha...!

Eu tenho pra mim que ela saiu do colégio por outro motivo... Lembra daquele dinheiro que sumiu da tesouraria durante o recreio?

Parece que foi ela. Tanto é que, depois de casada, ela foi posta pra fora da repartição por causa de um desfalque. Vi no jornal, querida!

Não poderia ter sido outra Terezinha?

E o retrato? Estampado na primeira página? Tô dizendo isso só pra ti, mulher...

Aí eu disse: Mulher! Que tu não pague as tuas dívidas ou traia o teu marido, tudo bem! Mas isso aí eu sou contra.

Mas, diga aí...o que é que tem a Terezinha? Nada não! Ela só perguntou por ti.

Pois diz pra ela eu mandei um abraço tá? Tão legal, a Terezinha...! É mesmo... A Terezinha é ótima!

Mino®produções

rezinha ótima e isso é uma coisa que Acho a Te A única coisa pode acontecer comrezinha todo mundo. foi quando ela veio que reprovei na Te me dizer que tava de caso com outra mulher...

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BSPAR Incorporações. Paixão em Construir.

CRECI: 5155 Outubro de 2014

Maior do que nossos empreendimentos só mesmo os nossos valores. Transparência, Simplicidade, Qualidade, Responsabilidade socioambiental, Relacionamento e Solidez. Esses são os valores que fazem a BSPAR Incorporações ser reconhecida como uma grife sinônimo de inovação e excelência. Mais do que princípios, eles são a essência do nosso trabalho. Um trabalho feito com paixão.

bspar. com. br

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Na vida, Ê preciso pisar firme andar na linha e calçar bem.


Divagar, seria usar palavras vazias para expressar os pensamentos vagos? E divagando é que se vai ao longe? Segundo aprendí, é devagar que se alcança o distante. No entanto, se você além de divagando, devagar for indo, morosamente andando ou lentamente agindo, ao longe a ao além chegará também. Apressado ou apressadamente, você chegará depressa à perfeição, inimiga confessa da pressa. Muito embora nada disso seja defeito, o que toca mais próximo ao ato perfeito, são as ações corretas, no tempo exato, na hora certa, com segundos e minutos contados. Daí, talvez, seja declinado o azarado, o homem certo no momento errado. A problemática da vida, não pode ser resolvida apenas com a matemática. Problemas, sabemos, não são soluções. Eis aí uma frase feita quase perfeita, se tão grande não fosse sua redundância. O que faz valer o valor do ser, é a sua importância e não a relevância do ter, da riqueza, da posse e a preponderância da matéria sobre o espiritual, o que apenas significaria a essência e a substância da insignificância, em seu aspecto mais primordial. Enfim, são essas, as divagações momentâneas dos meus pensamentos vagos. E folgo em saber que divagar, tal e qual o devagar, também nos leva longe.

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dIVAGANDO...

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Retranca

Nós, reis e rainhas Em algum tempo na história da nossa humanidade, houve tanta realeza. Leia atentamente e veja porque.

Leitor, leitor, não reclame da vida. Leitor, leitor, não se maldiga. Sabe quem você é, leitor amigo, e também você, leitora amiga? Um rei! Uma rainha! Veja tudo o que você tem, veja tudo em volta de si. Tem água encanada, roupa lavada, talher, prato, palito, fósforo, fogão a gás, rádio, televisão... Nem vamos aqui lembrar tudo o que você tem. Veja bem, os reis e as rainhas daqueles tempos, o tal do Luiz XV, ou mesmo o Luiz XVI, até mesmo o grande Alarico, ou ia fazer no mato ou fazia no pinico. Princesas e rainhas também. Não tinham nada do que hoje você tem: um sanitário com descarga, o mais fino papel, banho de bica e de cheiro, água quente e fria só girando a torneira. 12

Nem tinham AM ou FM. Não ouviam, num piscar de olhos, apenas girando um botão de qualquer radinho de pilha, que você pode comprar a preço de bananas. Músicas e canções de todo o mundo que chegam até você, para seu bel prazer. Era só Chopin e Bethoven, Bethoven e Chopin, Chopin e Bethoven. Napoleão, Alexandre, Gengis Kham queriam ter o mundo que a televisão traz num segundo até você. Sim, você, leitor, o verdadeiro conquistador. O califa de Bagdá, que andava de camelo e de cavalo, com todo porte de atleta, não tinha uma bicicleta. Ciro e Nabucodonosor, Ramsés e Xerxes nunca possuíram sequer um fusquinha para darem umas voltinhas e tirar um sarro com suas

rainhas. Cleópatra, a esplendorosa rainha, escovava os dentes com folhas, pois não tinha pasta, e seus filhos, príncipes do Nilo, não conheciam Kolynos. Ela própria tomava banho com leite de cabra ou de jumenta, pois não havia shampoo nem sabonete de menta com a variedade que se tem hoje em dia. Rainhas belíssimas, importantíssimas, mas que ficavam irritadíssimas naqueles dias por falta de absorventes. Nas margens de todos os rios, do Tigre, do Eufrates, do Nilo, do Amarelo, legiões de mulheres acocoradas lavavam e estendiam suas roupas. E hoje você, bem vestida leitora, faz isso com uma simples lavadora prática e automática ou em a uma lavanderia.


PRA ONDE VAIS, PRÍNCIPE NICO?

SAIR POR AÍ! ESSE PALÁCIO É UM TÉDIO...

Coitados, eram só reis e rainhas. Que nada tinham, um simples rádio de pilha não possuíam. Carlos Magno nem alicate, já que seu apelido era Martelo. Nem uma TV pequena em preto e branco possuía Franco, o rei dos francos. Ar condicionado ou calefação interna nem todos os Eduardos que reinaram na Inglaterra. Vitória e Elizabeth faziam xixi no urinol, e a grande Catarina fazia numa latrina quando o inverno era russo e não podia ir pros matos - como faziam as princesas todas daquele tempo. E você aí reclamando, de tudo, dos preços altos. Mas nem precisa dar um salto e já está no supermer-

O GÁS TÁ ACABANDO, AS PILHAS DO CONTROLE DA TV TÃO FRACAS, A VITAMINA DA JUCINEIDE ACABOU, A RAÇÃO DO REX TAMBÉM. E TRAGA O HOME PRA AJEITAR A PARABÓLICA QUE HOJE NÃO QUERO PERDER A NOVELA DAS OITO.

cado, na sua verdadeira majestade, reinando com um cartão, com cheque para 60 dias, com iguarias que rei nenhum daquele tempo provaria. Rei é você, leitor. Homem de hoje, desse tempo, capaz de visitar o mundo com um pouco de dinheiro, que um rei daquele tempo, por maior que fosse seu tesouro, tal coisa não podia, por não ser o mundo ainda todo conhecido. Rei e rainha, vocês. Que nobreza, essa nossa! Seja rico ou seja pobre, temos coisas ricas e nobres em nossas mãos. Tempo maravilhoso, tempo do automático, dos botões, dos controles remotos, do rádio, do computa-

dor, do cinema, da televisão. Somos reis e rainhas e não sabemos. Por isso maldizemos os tempos atuais. Portanto, caro amigo, não reclame dos preços altos. Esse mundo é mesmo caro e muitos pagaram caro para ele chegar até aqui onde chegou. Deixe de lado as reclamações, a avareza, a picuinha. Lembre-se que você é rei, não se esqueça que você é rainha da mais nobre nobreza. Com o circo e o pão a que tem direito e com seu cartão de crédito, nesse grande e vasto mundo, em que todo mundo, seja lá quem for, seja lá quem venha a ser, também é rei ou rainha, como você.

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Faรงa sua reserva:

(85)4012-3000 beachpark.com.br

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*

Nelson Mandela Nelson Rolihlahla Mandela foi um líder rebelde e, posteriormente, presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento anti-apartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia. Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em

troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk. Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS.

Mito - Tradição, que sob forma alegórica, repassa fatos naturais históricos ou filosóficos. Pequena cidade no Japão. Revenda Mitsubishi, do grupo Rolim.

OS MITOS


Ser pressoa

A experiência da infância Flávio Paiva

H

á um quando no nosso viver em que, por meio do brincar, mais facilmente nos deslocamos das presenças tangíveis para nos apropriarmos do princípio da realidade. Esse quando, naturalmente praticado na infância, não é bem uma época, um período, uma duração qualquer, mas a experiência da nossa matrícula como pessoa no espaço, no tempo e no mundo social. Isso só acontece porque contamos com a linguagem do brincar e sua potência transacional como idioma da cultura da criança. Meninas e meninos conversam com o mundo exterior por representações na brincadeira conjunta do corpo, da alma e do ambiente. Tudo sem regras, sem intenção, sem finalidade racional. Brincando, dialogam com o desconhecido, aliviam ansiedades e projetam um modo de vida pessoal. Por ser ação, brincar é verbo. A brincadeira é o seu substantivo. Sem brincar o indivíduo pode crescer como ser humano, mas somente brincando torna-se pessoa de fato. Ser humano é espécie; ser pessoa é cultura. É pelo brincar que a criança se revela gente de maneira plena. 16

Na circunstância que for, através da brincadeira, ela inventa a oportunidade de existir. Brincadeira é imagem em movimento; brincar, imaginação “concreta”. Pelo brincar e pela brincadeira as crianças de qualquer lugar do mundo estabelecem identificações umas com as outras, inclusive com a fauna e a flora. Sentem-se parte da cultura e da natureza. Comunicam-se por animismo e por trocas de gestos, olhares e performances lúdicas. Os bichos falam sem precisar das nossas palavras, porque sabem a língua do brincar, além de demonstrarem sentimentos e de terem habilidades sociais. A criança brinca com

o animal de estimação como brinca com um brinquedo. Nesse processo de descoberta, ao relacionar-se com uma boneca acha que ela sente fome; quando tenta desmontar um bichinho de estimação não percebe que ele sente dor. A narrativa do brincar está associada ao universo de vivências da criança, à literatura a que tem acesso, à música que escuta, aos lugares por onde anda, ao que vê, ao que toca, ao que cheira e ao que saboreia. No que fala sozinha, ela conta a história das significações intelectuais, das interpretações emocionais e das sensações cotidianamente processadas na intimidade dos seus pensamentos e sentimentos. A experiência da infância é um inventar de coisas enxergadas pela sua credulidade no jogo de exploração da noção do si, como parte do meio social, ambiental e espiritual. E o brincar é o idioma universal que transforma o ser humano em pessoa para a sua adaptação à rica, vigorosa e desafiante complexidade do mundo.


Ser pressoa

A experiência da infância Flávio Paiva

H

á um quando no nosso viver em que, por meio do brincar, mais facilmente nos deslocamos das presenças tangíveis para nos apropriarmos do princípio da realidade. Esse quando, naturalmente praticado na infância, não é bem uma época, um período, uma duração qualquer, mas a experiência da nossa matrícula como pessoa no espaço, no tempo e no mundo social. Isso só acontece porque contamos com a linguagem do brincar e sua potência transacional como idioma da cultura da criança. Meninas e meninos conversam com o mundo exterior por representações na brincadeira conjunta do corpo, da alma e do ambiente. Tudo sem regras, sem intenção, sem finalidade racional. Brincando, dialogam com o desconhecido, aliviam ansiedades e projetam um modo de vida pessoal. Por ser ação, brincar é verbo. A brincadeira é o seu substantivo. Sem brincar o indivíduo pode crescer como ser humano, mas somente brincando torna-se pessoa de fato. Ser humano é espécie; ser pessoa é cultura. É pelo brincar que a criança se revela gente de maneira plena.

Na circunstância que for, através da brincadeira, ela inventa a oportunidade de existir. Brincadeira é imagem em movimento; brincar, imaginação “concreta”. Pelo brincar e pela brincadeira as crianças de qualquer lugar do mundo estabelecem identificações umas com as outras, inclusive com a fauna e a flora. Sentem-se parte da cultura e da natureza. Comunicam-se por animismo e por trocas de gestos, olhares e performances lúdicas. Os bichos falam sem precisar das nossas palavras, porque sabem a língua do brincar, além de demonstrarem sentimentos e de terem habilidades sociais. A criança brinca com

o animal de estimação como brinca com um brinquedo. Nesse processo de descoberta, ao relacionar-se com uma boneca acha que ela sente fome; quando tenta desmontar um bichinho de estimação não percebe que ele sente dor. A narrativa do brincar está associada ao universo de vivências da criança, à literatura a que tem acesso, à música que escuta, aos lugares por onde anda, ao que vê, ao que toca, ao que cheira e ao que saboreia. No que fala sozinha, ela conta a história das significações intelectuais, das interpretações emocionais e das sensações cotidianamente processadas na intimidade dos seus pensamentos e sentimentos. A experiência da infância é um inventar de coisas enxergadas pela sua credulidade no jogo de exploração da noção do si, como parte do meio social, ambiental e espiritual. E o brincar é o idioma universal que transforma o ser humano em pessoa para a sua adaptação à rica, vigorosa e desafiante complexidade do mundo.

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Analisando....

Os sonhos e a felicidade Josué de Castro

Doutor e Professor de Psiquiatria, Psicologia Médica e Medicina Psicossomática

O

sonho é a expressão maior na vida das pessoas. Um meio de comunicação através do inconsciente que se utiliza de símbolos, segundo Carl Jung (O Homem e seus símbolos). Sigmund Freud partiu dos sonhos para a investigação do inconsciente descobrindo manifestações eróticas representadas pelos símbolos fálicos. O arquétipo dos sonhos são representações adquiridas ou herdadas se constituindo essencialmente a representação de um desejo. Crianças sonham com brinquedos que desejam. Quando o desejo é reprimido conseguem se expressar através de símbolos. Sonhos recorrentes quando uma pessoa repete sempre o mesmo sonho para compensar algum trauma ou deficiência durante a existência. Sonhos podem se constituir eventos especiais. Sonhos como previsão. Algumas vezes advertem o caminho da desilusão afetiva. Sonhos da vida se mesclando com os pensamentos em busca de um ideal, ou um grande objetivo. Sonhos do amor. Para INGENIEROS, o impulso do espírito no sentido da perfeição. Da realização profissional e espiritual. O sonho tem função compensatória ou complementar. Sublima receios e medos. Promove no inconsciente desejos e realizações reprimidas. Sonhos de uma vida melhor com ideias de felicidade, paz e harmonia com a família. Com significado terapêutico. Sonhos obsessivos, com grande carga emocional podem significar danos na personalidade. Pesadelos, sonhos confusos e perturbadores com desastres, mortes e apneia preocupam. Considera-se insônia a dificuldade para iniciar ou manter o sono. A insônia esta relacionada a desordens da memória, ansiedade, depressão e risco de acidentes. 20

Na insônia primária, encontramos traços genéticos e familiares. Existe também tensão emocional nos estados de estresse (Instituto do Sono – Universidade Federal de São Paulo). E os sonhos românticos de um passado dourado preconizando paz, amor, felicidade? Vamos sonhar dourado com sublimação e romantismo. Os sonhos e os pensamentos nos inspiram a idealizar e conquistar. Sonhos estimulam o estudante, desenvolvem o escritor, inspiram o poeta e iluminam a inteligência do cientista. Todos necessitam sonhar. Com lucidez, harmonia e fé. Sonhos da liberdade, do amor, da fraternidade, do sucesso e da eternidade. Os sonhos conduzem aos grandes e incomparáveis destinos, afirmam os filósofos. Os gênios da humanidade foram eternos sonhadores. Também pensadores ou visionários. E o sonho dos brasileiros? Vamos viver um sonho, especialmente um sonho de criança. Que um dia esta gloriosa e rica nação se transformará em uma sociedade justa e moderna, conquistando direitos iguais e condições humanas de educação, saúde, trabalho e segurança. Justiça social sem mitómanos nem delírios. Ave Brasil. Vamos sonhar com a felicidade e uma vida superior. Só Deus sabe.


Analisando....

Os sonhos e a felicidade Josué de Castro

Doutor e Professor de Psiquiatria, Psicologia Médica e Medicina Psicossomática

O sonho é a expressão maior na vida das pessoas. Um meio de comunicação através do inconsciente que se utiliza de símbolos, segundo Carl Jung (O Homem e seus símbolos). Sigmund Freud partiu dos sonhos para a investigação do inconsciente descobrindo manifestações eróticas representadas pelos símbolos fálicos. O arquétipo dos sonhos são representações adquiridas ou herdadas se constituindo essencialmente a representação de um desejo. Crianças sonham com brinquedos que desejam. Quando o desejo é reprimido conseguem se expressar através de símbolos. Sonhos recorrentes quando uma pessoa repete sempre o mesmo sonho para compensar algum trauma ou deficiência durante a existência. Sonhos podem se constituir eventos especiais. Sonhos como previsão. Algumas vezes advertem o caminho da desilusão afetiva. Sonhos da vida se mesclando com os pensamentos em busca de um ideal, ou um grande objetivo. Sonhos do amor. Para INGENIEROS, o impulso do espírito no sentido da perfeição. Da realização profissional e espiritual. O sonho tem função compensatória ou complementar. Sublima receios e medos. Promove no inconsciente desejos e realizações reprimidas. Sonhos de uma vida melhor com ideias de felicidade, paz e harmonia com a família. Com significado terapêutico. Sonhos obsessivos, com grande carga emocional podem significar danos na personalidade. Pesadelos, sonhos confusos e perturbadores com desastres, mortes e apneia preocupam. Considera-se insônia a dificuldade para iniciar ou manter o sono. A insônia esta relacionada a desordens

da memória, ansiedade, depressão e risco de acidentes. Na insônia primária, encontramos traços genéticos e familiares. Existe também tensão emocional nos estados de estresse (Instituto do Sono – Universidade Federal de São Paulo). E os sonhos românticos de um passado dourado preconizando paz, amor, felicidade? Vamos sonhar dourado com sublimação e romantismo. Os sonhos e os pensamentos nos inspiram a idealizar e conquistar. Sonhos estimulam o estudante, desenvolvem o escritor, inspiram o poeta e iluminam a inteligência do cientista. Todos necessitam sonhar. Com lucidez, harmonia e fé. Sonhos da liberdade, do amor, da fraternidade, do sucesso e da eternidade. Os sonhos conduzem aos grandes e incomparáveis destinos, afirmam os filósofos. Os gênios da humanidade foram eternos sonhadores. Também pensadores ou visionários. E o sonho dos brasileiros? Vamos viver um sonho, especialmente um sonho de criança. Que um dia esta gloriosa e rica nação se transformará em uma sociedade justa e moderna, conquistando direitos iguais e condições humanas de educação, saúde, trabalho e segurança. Justiça social sem mitómanos nem delírios. Ave Brasil. Vamos sonhar com a felicidade e uma vida superior. Só Deus sabe. 21


Crônica da RIvista

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Escreva aqui sua crônica e publique-a nas redes sociais, com a hashtag #cronicadaRIVISTA. Seu texto será avaliado pelos próprios leitores e você poderá ganhar um kit de livros da Conhecimento Editora.

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Artista

O desenhista Daniel Brandão

O

traço do Daniel Brandão melhora a cada dia. Seu desenho tornou-se abrangente. Vai do lápis ao bico de pena, dos quadrinhos ao cartum, do papel a computação gráfica, do figurativo humano a paisagem, evoluindo de forma vertiginosa. Isso acontece com quem faz da arte de desenhar o seu oficio.

O desenho que retratou a si mesmo e ao seu querido sogro Ricardo Bezerra é primoroso e só falta falar. É bom tê-lo aqui em Rivista. Aliás, Daniel, você está intimado a comparecer mensalmente em nossas páginas. Em boas mãos está o Capitão Rapadura.

Ricardo Bezerra

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Farinha de trigo Finna com vitaminas e minerais. Quem gosta de receber elogios na cozinha sempre utiliza o ingrediente certo. Por isso, Finna está presente no dia a dia de milhares de famílias brasileiras. São vários produtos para deixar as suas receitas mais leves e gostosas. Além disso, a farinha de trigo Finna é rica em vitaminas A, B1, B2, PP, B6 e Zinco.

s Vitaminais e minera

a, B1, B2, PP, B6, Zinco

Pra dar certo, tem que ser Finna. 24


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