Xicofran Jazz a 360º
© 2016 EDIÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE OEIRAS
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Jazz a 360º - Xicofran
A magia da arte
The magic of art
Uma das características que mais me apaixona na arte é a capacidade de se transmutar, de nos levar para longe, para outros lugares, para outras vivências. Olhamos e de repente estamos numa determinada paisagem, estamos a sentir determinada sensação; estamos a ver para além daquele lugar. E esta exposição é o melhor exemplo disso mesmo. Olhamos a tela e ela mexe-se, ela transmite música, e quase que juramos ouvir um Miles Davis, enquanto deambulamos de tela em tela (confesso que até me sinto a bambalear de quadro em quadro). XICOFRAN expõe no Centro Cultural Palácio do Egipto, no coração de Oeiras, e ao nos oferecer esta mancha pictórica, oferece-a envolta num género de banda sonora, num misto de artes em que uma alimenta a outra, em que a pintura se segreda na música e a música vive através da pintura. Pode-se olhar e vê-se, mas o nosso olhar obriga-nos a criar, quase que imediatamente, um som, ou melhor, uma cadência de sons, de música. Um movimento. E uma luz que não deixa ninguém indiferente. XICOFRAN é considerado um dos grandes talentos no mundo artístico da sua geração e percebe-se imediatamente porquê. Com vários prémios nacionais e internacionais, faltava a Oeiras esta exposição, esta mostra que nos consolida como um município atento à arte e facilitador no acesso imediato a toda e qualquer cultura. Acredito que o artista quando expõe quer estabelecer um certo diálogo com quem o observa. Por isso, olhem, avaliem, perscrutem, sintam e acima de tudo deixem-se envolver por esta arte, por esta musicalidade.
One of the features that passionate me more in art is the capacity of transmuting, leading us far away to other places, to other experiences. We look and suddenly we are in a particular landscape, we are feeling a certain sensation; we see beyond that place. And this exhibition is the best example of this. We look at the canvas and it stirs, it passes on music, and we almost swear of hearing a Miles Davis while rambling from canvasses to canvasses (I must confess that I almost feel waddling from painting to painting). XICOFRAN exposes in Egypt Palace Cultural Center in the heart of Oeiras, and offering us this pictorial spot, wrapped in a kind of soundtrack, in a mix of arts in which one feeds the other, in which the paint whispers in music and music lives through the painting. One can look and see, but our look obliges us to create, almost immediately, a sound, or rather a cadence of sounds, of music. A motion. And a light that leaves no one indifferent. XICOFRAN is considered one of the great talents in the artistic world of his generation and one sees immediately why. With several national and international awards, it lacked to Oeiras this exhibition, this show that consolidates us as a municipality attentive to art and enabler of immediate access to each and every culture. I believe that the artist when exposing wants to establish some dialogue with the beholder. So, look, evaluate, explore, feel and above all let this art, this musicality take over you.
A Vereadora da Cultura Marlene Rodrigues
Jazz a 360º - Xicofran
XicoFran
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Fico muito feliz por ser o ‘padrinho’ deste pintor, no que à sua presença no Palácio do Egipto diz respeito, uma vez que este ex-libris do concelho de Oeiras é o palco ideal para “ouvirmos jazz através das suas telas”. Estamos em presença de uma grande orquestra pictórica, onde brilha o swing das Big Bands e o intimismo sincopado do piano primordial de Earl Hines a levar-nos até aos grandes momentos de fusão do fim do século passado e onde nós, portugueses, junto com o fado, uma espécie de blues caucasiano, contribuímos para o deleite musical através de, entre outros, Mário Laginha, Maria João, Maria Viana ou Jacinta. Os músicos de jazz fazem parte de um panteão muito especial na história da música. As representações plásticas dos seus intérpretes feitas pelo XicoFran fazem-nos, ao serem reconhecidos, associá-los ao seu som particular: qualquer imagem com o Armstrong, Davis, Fitzgerald, Gershwin, Bernstein, etc., liga-nos imediatamente à sua música. Como em tudo na vida, há músicos mais persistentes que outros na caminhada individual para a inscrição pública e para a memória colectiva. Esses verdadeiros ícones de popularidade são mundialmente conhecidos, não só pela imparável máquina de divulgação cultural americana, leia-se propaganda, mas sobretudo por proporcionarem momentos de êxtase ao melómano que gosta deste género musical. O jazz trouxe uma liberdade de expressão única no panorama artístico mundial. Foi dado ao músico/intérprete a possibilidade de variar sobre um tema ou mesmo improvisar entre os acordes conhecidos de determinada composição, quer nas actuações ao vivo quer em registos de estúdio, elevando a tradicional forma popular musical da pergunta e resposta a momentos sublimes. Este acontecimento, único porque irrepetível, sublinha estados de espírito, evidencia sentimentos e valoriza o virtuosismo, criando pontes emocionais entre os elementos da banda e o público em geral. É fantástico notar que as suas origens aparecem em movimentos sociais confrangedores para a nossa espécie, como foi o caso da escravatura. Revelaram-se aqui os expedientes e as estratégias de sobrevivência intrínsecas ao ser humano, intuindo que seria a música a tábua de salvação para a clausura. Inventaram assim uma forma cúmplice de nos unirmos ao próximo, condição sine qua non da nossa espécie, embora muitos ainda ajam como se assim não fosse. Os Blues e o jazz, nascidos na mesma adversidade, abriram-nos as portas de África, fundindo civilizações milenares com democracias. Proporcionam uma libertação para os seus intérpretes e uma viagem interior para quem os ouve, graças a estarmos perante uma música dirigida mais pela batuta do coração, do que pelo coro dos neurónios. Mas o que aqui nos traz é a pintura inspirada no jazz e não o jazz propriamente dito, embora neste caso em particular, ambos se cruzem. Esta temática só é bem-sucedida quando o pintor se envolve com os acordes que o inspiram, unindo a técnica à emoção e fazendo-as tocar em sintonia. Nem todos o conseguem como o XicoFran: presentemente, ele é mesmo único neste capítulo. Por muito que se tente usar uma só das características atrás anunciadas, o resultado nunca é satisfatório, pois não liberta o espectador para receber o eco da obra, limpa da censura estética do observador, requisito obrigatório da partilha para quem não aceita o facilitismo dos tempos actuais como desculpa de modernidade. Estamos rodeados de mediocridade e oportunismo, o que não é o caso desta mostra. Conheci o XicoFran no atelier do saudoso Ernesto Neves, em Sintra, ainda numa época em que havia projectos de mecenato particular, e onde a pintura e a escultura eram as eleitas. Também já não está entre nós outro dos meus amigos, o pintor Rui Azevedo, mas aqui evocado por direito próprio, visto ser um dos poucos a fazer-nos entrar nas suas telas de ambientes musicais e delas não termos vontade de sair: o XicoFran também o faz. Esta união de disciplinas diferentes, como são a pintura e a música, mais do que se completarem, valorizam-se. Só que às vezes, um mais um não são dois… Se escutar o “So what” do Miles Davis, preferencialmente num dia de chuva, com uma pintura em que o XicoFran o retrata, consigo ver as bátegas de água a desfazerem-se no seu trompete, salpicando de cores o meu cinzento ritmo interno e fazendo-me brotar um arco-íris da alma. Quando isso acontece, desligo a aparelhagem e continuo a ouvir; fecho os olhos e ainda vejo. Obrigado XicoFran, por tão bem fazeres o que fazes! Luís Vieira-Baptista, pintor (www.luisvieira-baptista.net)
XicoFran I am very pleased to be the godfather of this painter as far as his presence at the Palácio do Egipto is concerned. This symbol of the municipality of Oeiras is the perfect stage to “listen to jazz through its canvases”. Here we may appreciate a big pictorial orchestra where the Big Bands swing shines, as well as the syncopated intimism of Earl Hines’ primary piano. This takes us to the big moments of fusion at the end of last century, where the Portuguese with their Fado, a kind of Caucasian Blues, contributed to musical enjoyment through Mário Laginha, Maria João, Maria Viana or Jacinta, among others. Jazz musicians are part of a very special pantheon in the history of music. Through the visual representations of their performers designed by XicoFran we are able to recognise them and associate them to their particular sound: any image of Armstrong, Davis, Fitzgerald, Gershwin, Bernstein, etc. connects us immediately with their music. As with everything else in life some musicians are more persistent than others in their individual journey towards public acknowledgment and collective memory. Those true popularity symbols are known world-wide, not only due to the obstinate American cultural disclosure machine, i.e. propaganda, but mostly because they provide moments of pleasure to the lovers of this musical genre. Jazz brought a unique freedom of expression into the world art scene. The musician/ performer had the possibility to make variations on a theme or even to improvise between known chords of a given composition, both live and in a recording studio. Thus, the traditional folk music form of question - answer was elevated to sublime moments. This result is unique because it cannot be repeated and emphasizes states of mind, shows feelings and values virtuosity, creating emotional bridges between the elements of the band and the audience in general. It is quite interesting to realize that its origins emerged in social movements which are distressing for our species, such as slavery. Under harsh living conditions man’s resourcefulness and survival strategies emerged, perceiving music as salvation for their imprisonment. Thus, they invented a way for us to get together as partners, which is characteristic of mankind, although there are still lots of people that act as if it was not so. Blues and jazz originated from the same adversity and introduced Africa to us, merging ancient civilizations with democracies. These music genres provide freedom for their performers and an inner journey for those listening to them, as this music is guided more by the baton of the heart than by the choir of the brain cells. But what bring us here is painting inspired by jazz and not jazz itself, although, in this particular case, they both overlap. This theme is only fully accomplished when the painter is involved with the chords that inspire him, joining technique and emotions making them play in harmony. Not everyone can do this as XicoFran does: currently he is in fact the only one in this field. As much as one tries to use only one of the aforementioned characteristics, the result is never satisfying, since it does not free the spectator in order to receive the echo of the work of art, clear from the aesthetic censorship of the observer, mandatory requirement of sharing for those which do not accept effortlessness of present times as an excuse for modernism. We are surrounded by mediocrity and opportunism, which is not the case of this exhibition. I met XicoFran in the atelier of our late Ernesto Neves, in Sintra, yet at a time when there were private sponsorship projects and when painting and sculpture were selected to be sponsored. The painter Rui Azevedo, another friend of mine who is no longer among the living, but who is here remembered through his own merit, as he is one of the few who makes us enter the musical ambience of his canvases and lose our will to leave: XicoFran does that as well. Painting and music are two different arts which, through their union, become more complete and valued. But sometimes things are not what they seem… If I listen to “So what” from Miles Davis, preferably on a rainy day, looking at a painting where he is portrayed by XicoFran, I can see pouring water down his trumpet which will sprinkle my inner grey rhythm with colours and generate a rainbow in my soul. When that happens, I turn off the device and I can still listen to it, I close my eyes and I can still see it. Thank you XicoFran for doing so well what you do! Luís Vieira-Baptista, painter (www.luisvieira-baptista.net)
O CROMATISMO DO JAZZ: 90 ANOS A DESAFIAR AS TELAS
Jazz a 360º - Xicofran
De Stuart Carvalhais e Almada Negreiros a XicoFran
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Recuemos, por um instante que seja, até aos anos 20, a Idade do jazz-band, como lhe chamou António Ferro, mimetizando a célebre jazz age de F. Scott Fitzgerald. Quando ainda mal se ouviam os primeiros ecos do jazz em Portugal, alguns dos mais notáveis jovens artistas plásticos e ilustradores captaram-lhe a alma, sentiram-lhe o ritmo, adivinharam-lhe as cores e logo o plasmaram nas telas e nas páginas da Imprensa. Essa elite estética foi, porventura, a primeira a ver no jazz mais do que uma “música infernal”. Mais até do que a materialização sonora da “hora preta”, termo que o cronista Fernando Pamplona utilizou para enquadrar na revista ABC a emergência de um género musical em que declarava sentir “a voz das árvores e dos macacos, a voz ébria, ruidosa, do sertão”. Não foi, porém, sequer original. Antes dele já o escritor Ferreira de Castro olhara para o neófito como uma “música de selvagens, donde se levitam gritos de desbravadores de selvas, onde há mãos que rufam tambores como nos batuques africanos, mãos negras que tangem peles de veado distendidas sobre troncos ocos”. Tudo para o autor de A Selva declarar que “o jazz-band não tem a suave harmonia das músicas clássicas”. Preconceitos à parte, nada senão a plasticidade do jazz e dos seus cultores parece ter interessado aos mestres da pintura que com ele contactaram nos nightclubs da Lisboa dos anos 20. No Bristol Club terá António Soares encontrado inspiração para “O charleston”, um óleo sobre tela datado de 1926. Para aquele mesmo club, trabalhava o jovem Stuart Carvalhais, que em 1925 pintou um guache sobre cartão cujo protagonista era um quarteto de músicos negros que, vestidos de vermelho e branco, acompanhavam um cantor branco vestido de preto… E depois, Almada Negreiros, que levou o jazz consigo para Madrid, onde o fixou para a posteridade num dos 12 painéis de estuque pintado que concebeu para a fachada e para o hall do prestigiado cinema San Carlos. A estética do jazz apelou também aos ilustradores que davam então vida às capas e às páginas das principais revistas e jornais da época, como o ABC, A Situação, Domingo Ilustrado, Ilustração, Ilustração Portuguesa e O Século. Desenharam-no, satirizaram-no até, artistas como Stuart Carvalhais, Jorge Barradas, Bernardo Marques, Emmerico Nunes e Rodolfo. Indirectamente, XicoFran é, como poucos, herdeiro de todo este contexto plástico. Mas se o objecto artístico é similar, a leitura que dele fazemos é, contudo, radicalmente diferente. De facto, o jazz que surge nas telas de XicoFran já não é “esse nojento ‘batuque’ de pretos, esse ‘jazz’ infernal que em nós tudo movimenta e enerva, que tresanda a sensualismo o mais grosseiro”, como o descreveu Molho de Faria na década de trinta. Pelo contrário, é um jazz legitimado, porque no entretanto feito alta cultura pela intelectualidade europeia e pela UNESCO, que em 2011 lhe dedicou um dia internacional. Foi esse jazz que conquistou, a partir de 2007, um lugar de destaque na obra de XicoFran, artista que se recusou, doravante, a ser um mero passageiro em trânsito. E não o podia ser pois envolveu-se artística e pessoalmente no universo do jazz, desenvolvendo amizades com músicos, com produtores e com promotores, nomeadamente o autor deste texto, que em Março de 2007 o entrevistou para o blogue Jazz no País do Improviso!, introduzindo-o na comunidade do jazz. Pleno de fogo e de fôlego criativo, munido dos seus cavaletes, das suas tintas, dos seus pincéis e de muitas telas, e animado por uma confessa comunhão musical, XicoFran seguiu no encalço do jazz, encontrando-o, um pouco por todo o país. Tomou-lhe a perspectiva em festivais, em concertos e em exposições, pintando-o ao vivo ou em atelier, e ilustrando livros e projectos. Acabou mesmo por introduzi-lo também na azulejaria. Não foi, portanto, preciso muito tempo para que ambos se tornassem praticamente indissociáveis – talvez até sinónimos – pois o traço distinto de XicoFran capta, como poucos, os movimentos e a idiossincrasia do denominado “som da surpresa”, constituindo um convite à fruição de um género musical que mudou o panorama das artes do século XX. E assim, gradualmente, e sem outra nomeação ou investidura oficial que não o mérito próprio, XicoFran transformou-se num verdadeiro embaixador do jazz manifestado em cor e em forma. A sua já vasta obra honra e actualiza no presente o trabalho dos mestres que o precederam na longa história de mais de 90 anos de amor cromático entre o jazz e as artes plásticas. Na exposição no Palácio do Egipto, que creio ser a mais ambiciosa mostra individual nacional dedicada ao jazz, encontram-se presentes os maiores vultos deste género musical, desde Louis Armstrong a Miles Davis, passando pelas vozes de Ella Fitzgerald e de Betty Carter. Sublinhe-se, sobretudo, a inovação introduzida por XicoFran, ao expor aquela que é uma das maiores telas jamais dedicadas ao jazz, em cujos cerca de 10 metros de comprimento cabem, sob o título “Encontros prováveis e improváveis do jazz”, vários ícones do jazz, incluindo músicos que tocaram juntos e outros que XicoFran congrega pela primeira vez. Vejam-se também a tela interactiva – que debita som quando detecta movimento dos visitantes –, o cadeirão gigante rotativo pintado por XicoFran e, ainda, o manequim, cujas peças de vestuário têm igualmente a assinatura do artista. Em face do exposto, é de louvar, portanto, a acção cultural de XicoFran. Através dele, em parte, o jazz – essa gigante tela humanista e modernista que começou a desenhar-se no início do século passado – vai-se reinventando e perpetuando de geração em geração. Em parte, também, vai-se pendurando nos muitos lares anónimos, onde se instala como se fosse (e é-o) uma janela aberta que, da consciência mais esclarecida do presente, fita um passado que importa recordar em benefício de uma humanidade futura mais fraterna, solidária e consciente. E em parte, ainda, o jazz pode continuar a transpirar – para os que o vêem e sentem na tela – os valores da linguagem universal, inclusiva e dialogante que é. João Moreira dos Santos
THE COLOURS OF JAZZ: 90 YEARS DEFYING CANVAS From Stuart Carvalhais and Almada Negreiros to XicoFran Let’s travel back in time briefly to the 20s, the Jazz-Band Age, as it was named by António Ferro, in homage to the famous jazz age of F. Scott Fitzgerald. When the first echoes of jazz were barely heard in Portugal, some of the most remarkable young visual artists and illustrators captured its soul, felt its rhythm, imagined its colours and represented it on canvas and the printing press. This aesthetic elite was probably the first to perceive jazz as more than „devil‘s music“. Even more than the sound materialization of the „black hour“, term that reporter Fernando Pamplona used to introduce in the magazine ABC the emergence of a music genre in which he declared to feel “the voice of trees and monkeys, the intoxicated, noisy voice of the Sertão (hinterland of Brazil)”. However, that was not even original. Prior to him the writer Ferreira de Castro had already perceived this innovation as “music of wild people, uttering shouts of jungle explorers, hands playing their drums as African drumbeats, black hands touching deer skins stretched on hollow trunks”. All this so that the author of The Jungle could declare that the “jazz band does not have the soft harmony of classical music”. Putting prejudices aside, only jazz’s plasticity and its followers seemed to have appealed to the masters of painting who connected with jazz in the nightclubs of Lisbon in the 20’s. António Soares is likely to have found his inspiration for “The Charleston”, oil on canvas, dated from 1926, at the Briston Club. The young Stuart Carvalhais also worked for this club. In 1925 he painted a gouache on cardboard whose central character was a quartet of black musicians dressed in red and white, supporting a white singer dressed in black... And later, Almada Negreiros, took jazz to Madrid, where he captured it for posterity in one of the 12 panels of painted plaster he designed for the façade and for the hall of the notorious San Carlos cinema. Jazz’s aesthetic also appealed to the illustrators who brought it to life on the covers and pages of the main magazines and newspapers of those days, such as ABC, A Situação, Domingo Ilustrado, Ilustração, Ilustração Portuguesa and O Século. Artists such Stuart Carvalhais, Jorge Barradas, Bernardo Marques, Emmerico Nunes and Rodolfo designed and even satirized it. XicoFran is, like very few, the heir to this visual heritage. But even though the object is similar, our reading is completely different. Jazz reproduced in XicoFran’s canvas is no longer “that disgusting drumming of blacks, that “devil‘s jazz” moving everything about us and getting on our nerves, reeking the coarsest sensuality”, as it was described by Molho de Faria in the 30’s. On the contrary, it is a legitimised jazz because in the meantime it was acknowledged as high culture by the European scholars and by UNESCO, which in 2011 officially designated April 30 as International Jazz Day. From 2007 onwards, jazz assumed an outstanding position in the work of XicoFran. Henceforth the artist refused to be a mere passer-by. That could never happen since he involved himself both personally and artistically in the jazz universe. He became friendly with musicians, producers and promoters - including the author of the present text - who interviewed him in March 2007 for his blog Jazz in the Country of Improvisation! introducing him to the jazz community. XicoFran, filled with the fire of his artistic genius and creative breath, holding his easels, paints, brushes and many canvases, and animated by the musical community, followed on the footsteps of jazz, discovering it scattered across the country. He found his inspiration at festivals, concerts and exhibitions, then painting it live and in his atelier, and illustrating books and projects. Later, he also used it in decorative tiles. It has not taken long for the two to become almost inseparable – maybe even synonyms – since XicoFran’s distinct brushstroke captures, as few do, the movements and the idiosyncrasy of the so-called “sound of surprise”, constituting an invitation to the fruition of a musical genre that changed the landscape of the arts of the twentieth century. This is how XicoFran gradually, and through his own merit, became the unofficial jazz ambassador, revealing the source of his inspiration in colour and shape. His vast work honours and updates the work of the masters who preceded him in a long history of more than 90 years of chromatic love between jazz and the visual arts. In the exhibition at the Egyptian Palace, which I believe is the most ambitious national individual show dedicated to jazz, we may find the biggest icons of this musical genre, from Louis Armstrong to Miles Davis, and the voices of Ella Fitzgerald and Betty Carter. I would like to emphasize, above all, the innovation introduced by XicoFran, exhibiting one of the largest canvas ever dedicated to jazz, which is 10 meters long. This canvas entitled “Probable and improbable encounters of Jazz”, reunites various icons of jazz including musicians who played together and others that XicoFran brings together for the first time. Also worth pointing out is the interactive screen – which makes sound when detecting the movement of the visitors – the gigantic rotating chair painted by XicoFran, and also the mannequin, whose garments also have the signature of the artist. In summary, XicoFran’s cultural contribution has been outstanding. He has been instrumental in reinventing and perpetuating a significant humanist and modernist dynamic which began in the last century. His work, hanging in many ordinary homes, also offers an open window from one of the most enlightened perspectives of the present, to review a past worthy of remembrance for the benefit of a future humanity, one more fraternal, united and aware. For those who see it and feel it on canvas, jazz may continue to convey the values of its unique language - universal, inclusive and engaging. João Moreira dos Santos
Jazz a 360° O título da exposição não podia ser mais feliz! Tecnicamente existem vários momentos na exposição, que nos levam a ter com alguma facilidade essa perceção dos 360º. Mas, para mim, é um título que vai muito para além dos elementos técnicos, pois que intrinsecamente quase resume a minha vida artística nos últimos 15 anos, ou seja, uma viragem de vida e de atitude de 360°. A maioria dos artistas vive quase angustiada no dia-a-dia, ano após ano, à procura do tema de referência para o desenvolvimento da sua obra. Por vezes isso quase tão ou mais difícil, do que encontrar o seu próprio estilo ou a sua identidade, pois só encontrando essa referência, é que poderá encontrar motivação para desenvolver o trabalho pretendido, e sentir-se com total equilíbrio com o seu Eu. Muitos artistas nunca chegam encontrar essa referência, ou seja, o seu tema! É uma procura ingrata! É algo que vem da alma e que não se consegue explicar. É a procura insaciável da própria procura. Relativamente ao meu percurso deu-se algo sui generis e gostaria de partilhá-lo com todos. Na verdade, foi o próprio tema que me encontrou, ou melhor, foi o Jazz que me encontrou! Sentia sentir uma certa ansiedade por pintar algo que andasse à volta do mundo da música, pois é algo de que sempre gostei muito, que mexe com o meu estado de espírito e o meu bem-estar, corre-me nas veias, fazendo parte da minha estrutura e equilíbrio. Quis passar para a tela desde cedo toda esta paixão pela vibração do som, da harmonia, e da própria silhueta dos músicos. Mas confesso, que nunca fez parte da minha escolha especificamente o Jazz. Como a vida é feita de partilhas, não só materiais mas essencialmente sensoriais, sou testemunha em como uma partilha de um sentimento pode alterar para sempre a forma de pensar ou de agir.
Jazz a 360º - Xicofran
Assim foi comigo. Quando pintei pela primeira vez um tema de jazz e comecei a fazer as primeiras exposições, não poderia imaginar, que quase de imediato estaria rodeado de verdadeiros apaixonados por essa temática, entre os quais historiadores, jornalistas e músicos que me incentivaram desde sempre a continuar a desenvolver o tema do Jazz. Não posso de deixar de referir os nomes mais importantes que contribuíram para toda esta viragem de 360° no meu percurso. Sendo esta exposição a minha maior exposição individual de jazz é o momento certo para agradecer e mencionar as pessoas que foram muito importantes para o caminho percorrido. Também lhes dedico esta exposição, pois retrata todas as vivências, partilhas, gostos, estilos, opções e parcerias. Com grande orgulho passo, pois, a mencionar e agradecer a alguns deles que contribuíram para que o nome Xicofran seja hoje uma referência como o pintor do Jazz.
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João Moreira dos Santos foi uma das primeiras pessoas a acreditar no meu trabalho mal teve conhecimento do meu trabalho, convidando-me para uma entrevista para o seu blogue. Na altura era o blogue mais solicitado de jazz na Península Ibérica. Foi também o João que um dia me apresentou a cantora de Jazz Maria Viana, uma das nossas maiores referências da história do Jazz em Portugal. A empatia entre nós foi tão grande e genuína que essa parceria se materializou no livro dos 30 anos de carreira da Maria Viana para o qual tive a honra de fazer as ilustrações. E é por todas estas sinergias e partilhas de vida e de emoções que tenho grande orgulho e regozijo pelo facto de o João ter escrito um dos textos para o catálogo desta exposição, no Palácio do Egipto. Não menos importante foi o papel do meu amigo e grande Mestre Luís Vieira Batista, cujas palavras de aconselhamento e sabedoria (juntamente com o saudoso Mestre Ernesto Neves) sempre respeitei, e que está para esta exposição como um Padrinho. Sinto também um enorme privilégio pelo Luís ter escrito o prefácio deste catálogo. Durante o meu percurso artístico dei mais valor à partilha que tive com estas pessoas do que aos prémios ganhos, ou às várias menções honrosas, representações em Portugal e no estrangeiro, ou mesmo diversas críticas favoráveis. As ligações de amizade e de trabalho em que privei com alguns Mestres têm valor a nível do crescimento artístico e essencialmente a nível pessoal. Neste contexto, não podia deixar de referir o Mestre António Inverno. O Mestre, com a sua humildade e sabedoria, passou-me as mais importantes técnicas e conhecimentos, que até hoje não deixo de empregar nas minhas obras, nomeadamente o equilíbrio das telas e os magníficos pontos de Luz. Não me posso esquecer quando o António Inverno vivia em Serpa, no Alentejo, e eu fui vários fins-desemana para o seu ateliê onde ficávamos a pintar em conjunto. Por vezes eu ficava apenas a apreciar e a beber toda a sua técnica, a sua Arte e a sua experiência de vida. Foram vivências que nunca esquecerei e me marcarão para todo o sempre. Com este meu desabafo quis demonstrar que todo o percurso de luta e de trabalho pessoal, só foi possível com a força que a vida me deu colocando no meu caminho um grupo de pessoas que contribuiu para que esta viagem fosse aliciante e eu tivesse vontade de me superar a mim próprio. Esta exposição demonstra o empenho, a luta persistente, a constante procura de conhecimento e de um tema (o jazz). Pictoricamente consegui ganhar o respeito e consideração de todos, embora nem todos sejam apaixonados pelo jazz. O meu maior orgulho como artista é sentir que as minhas telas são parte de mim e passam a fazer parte de quem as aprecia. Em suma, agradeço a todos os que de uma forma direta ou indireta tiveram o seu cunho de participação para que esta exposição se concretizasse e que fizeram e fazem parte de toda esta grande viragem de 360°. Agradeço à minha representante e curadora desta exposição, Olga e Sousa pelo seu grande trabalho e empenho, ao Paulo Amorim, ao António Morais e ao Carlos Morais, ao Palácio do Egipto, nomeadamente a todos os intervenientes na preparação e montagem da exposição, à minha família, em particular à minha esposa Elga Fernandes e à minha Princesinha inspiradora Francisca e ainda a todos os patrocinadores que acreditaram no projeto. Bem hajam, até Jazz. Xicofran
Jazz at 360° The title of the exhibition couldn’t have been better chosen! First of all, technically there are various moments at the exhibition which easily give us a 360º view. Moreover, as far as I am concerned, it is a title that goes beyond technical elements. This title ultimately summarizes my life as an artist in the last 15 years. This means that there was a 360º shift in my life and attitude. It is common knowledge that most artists live almost distressed in day-to-day, year after year, looking for a reference theme (Leitmotiv) for the development of their work. This can be as difficult, or even more difficult, than finding their own style or identity, since only when they find that reference is it possible for them to find motivation to develop the work they want, and feel a complete balance with their inner self. Many artists never find that reference, their theme! This is a challenging quest! It is one that comes from the soul. There is something unique in my life journey which I would like to share. In fact, it was the theme that found me and not the opposite! It was “Jazz” that actually found me when I felt the need to paint in association with the world of music. This brings us once more to the “theme”. I have always loved music. Music touches my state of mind and my wellbeing, it runs through my veins, becoming part of my structure and balance. Since early in my life I always wanted to express on canvas this intrinsic passion of sound vibe, of harmony, and of the musician’s silhouette. However, I must confess, Jazz was not my particular choice. And as life is about sharing, not only material but essentially a sensory experience, I realized that sharing a feeling can change forever your way of thinking or acting. This is how it happened to me. When I painted for the first time a Jazz theme and made my first exhibitions I could never imagine that almost immediately I would be surrounded by true lovers of this theme, namely historians, journalists, musicians etc. who have encouraged me to keep on developing the jazz theme. I have to mention the most important names which contributed to the 360º shift in my life journey. This exhibition is the right moment to thank and mention the people that were very important for the entire journey. The exhibition also belongs to them, as it depicts a history of experiences, sharing, tastes, styles, options and partnerships. I am really proud to mention and thank some of them. One of the first persons to believe in my work was João Moreira dos Santos, who as soon as he knew about my work interviewed me for his blog, which was then the most famous jazz blog in the Iberian Peninsula. One day João introduced me to the jazz singer Maria Viana, one of our biggest references in the jazz history in Portugal. We shared such genuine empathy. This later flowered in the book celebrating Maria Viana’s 30 year career for which I had the honour of creating the illustrations. On account of all these synergies and sharing life and emotions, I am very proud and happy that João wrote one of the texts for the catalogue of this exhibition held in the Egyptian Palace, actually my biggest individual exhibition so far. There is another person, no less important, whose words of advice and wisdom I have always respected. I am referring to my friend and great master Luís Vieira Batista, who is like a godfather to this exhibition as he has always encouraged me (together with the late Master Ernesto Neves) with his wise words. I am also honoured because Luís wrote the preface of the catalogue. I was lucky during my artistic journey to meet these people. For me this has a greater value than the prizes I have won, the several honourable mentions I received, the several representations in Portugal and abroad, or even the various positive critiques. Friendship and work connections I had with some masters have a value that lies at the level of artistic growth and essentially at the personal level. I cannot forget Master António Inverno. This humble and wise master passed on to me important techniques and knowledge, which I still use in my work today, such as the balance of canvas or the magnificent points of light. I will never forget when António Inverno was living in Serpa, Alentejo, and I spent several week-ends in his Atelier where we painted together. Sometimes I just stood there appreciating and learning all his technique, his art and life experience. I will always remember these experiences and they will mark me forever. By sharing my own personal journey I also wanted to show that our entire struggle in life and personal work can only be possible with the support of the people life gives us. It is a complete team that follows a path which is not easy, but at the same time attractive and always making us want to overcome ourselves. This exhibition shows all the commitment, persistent struggle and ongoing quest for knowledge and a theme (jazz) which not everyone is in love with, but pictorially I have been able to gain the respect and consideration of all. My biggest pride as an artist is to feel that I have managed to pass something from me to my admirers. In summary, I wish to thank all who directly or indirectly contributed to make this exhibition possible and who are also part of this big 360º shift. I am grateful to the Curator of the Exhibition, Olga e Sousa for her great work and commitment, to Paulo Amorim, to António Morais and to Carlos Morais, the members of the Egyptian Palace which participated and assisted in the exhibition organization, and to all sponsors who believed in the project and ultimately, and most important, I am especially grateful to my family, more specifically to my wife Elga Fernandes and my inspiring princess Francisca. Thank you very much, until Jazz! Xicofran
centro cultural palácio do egipto 10
Jazz a 360º - Xicofran
Sonny Rollins, 2016, acrílico e pastel de óleo s/ tela, 150x100cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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La Fiesta Chick Corea, 2016, acrílico e pastel de óleo s / tela, 130x130cm
Betty Carter, 2014, acrílico e pastel de óleo s / tela, 120x100cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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Charles Mingus, 2016, acrílico e pastel de óleo s / tela, 160x120cm
Au Privave, Charlie Parker, 2016, acrílico e pastel de óleo s / tela, 130x130cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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Chet Becker, 2016, acrílico e pastel de óleo s / tela, 160x120cm
Earl Hines, 2016, acrílico e pastel de óleo s / tela, 100x200cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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Ella Fitzgerald, 2014, acrílico e pastel de óleo s / tela, 120x100cm
Dueto do Jazz (díptico), 2014, acrílico e pastel de óleo s / tela, 90x60cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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John Coltrane, 2016, acrílico e pastel de óleo s / tela, 140x40cm
Miles Davis, 2016, acrílico e pastel de óleo s / tela, 150x100cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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Encontros prováveis e improváveis do Jazz - Louis Armstrong & Ella Fitzgerald, 2015-16, acrílico e pastel de óleo s / tela, 170x870cm Encontros prováveis e improváveis do Jazz - Ray Charles & John Coltrane, 2015-16, acrílico e pastel de óleo s / tela, 170x870cm Encontros prováveis e improváveis do Jazz - Miles Davis & Charlie Haden, 2015-16, acrílico e pastel de óleo s / tela, 170x870cm
Encontros prováveis e improváveis do Jazz - Billie Holiday & Sarah Vaughan & Bill Evans, 2015-16, acrílico e pastel de óleo s / tela, 170x870cm Encontros prováveis e improváveis do Jazz - Chet Baker & Ben Webster, 2015-16, acrílico e pastel de óleo s / tela, 170x870cm Encontros prováveis e improváveis do Jazz - Aretha Franklin & Keith Jarrett, 2015-16, acrílico e pastel de óleo s / tela, 170x870cm Encontros prováveis e improváveis do Jazz - Art Blakey & Ray Brown, 2015-16, acrílico e pastel de óleo s / tela, 170x870cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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Miles, 2014, acrílico e pastel de óleo s / tela, 60x30cm
O Palco e o Miles, 2016, acrílico e pastel de óleo s/ tela, 150x90cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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Lee Allen, 2016, acrílico e pastel de óleo s / tela, 140x40cm
Tributo ao Contrabaixo (díptico), 2016, acrílico e pastel de óleo s/ tela, 280x175cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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Em Solo com o Jazz, 2014, acrílico e pastel de óleo s / tela, 200x120cm
Painel do Jazz (díptico), 2014, acrílico e pastel de óleo s/ tela, 240x120cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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Lado a Lado, 2014, acrílico e pastel de óleo s/ tela, 50x50cm
Festa do Jazz, 2015, acrílico e pastel de óleo s/ tela, 200x120cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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Jazz Style, 2014, acrílico e pastel de óleo s/ tela, 60x30cm
Night of Solo Jazz, 2015, acrílico s/ tela, 100x100cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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Jazz I, 2015, acrílico e pastel de óleo s/ papel, 65x55cm
Jazz II, 2015, acrílico e pastel de óleo s / papel, 65x55cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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Free Jazz Off (díptico), 2015, acrílico e pastel de óleo s / tela, 240x120cm
Cadeirão Laskasas Designer Jazz, by Xicofran, 2016, acrílico e pastel de óleo s / tela, 110x80x150cm
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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Cadeirão Laskasas Designer Jazz, by Xicofran, 2016, acrílico e pastel de óleo s / tela, 110x80x150cm
Francisco Fernandes assina como XicoFran. É considerado como um dos grandes talentos no mundo artístico da sua geração. Conhecido como o “Pintor do Jazz”, nasceu em Luanda, Angola, em 1969. Concluiu o curso Superior de Design de Interiores na Escola Superior de Artes Decorativas (ESAD), em 1994. Durante este período, iniciou a sua participação em várias exposições e concursos de pintura. Em 2002 quis o destino que XicoFran se cruzasse com António Inverno. O Mestre com a sua humildade e sabedoria passou para XicoFran as mais importantes técnicas e conhecimentos, que XicoFran até hoje não deixa de empregar nas suas obras, nomeadamente o equilíbrio das telas e os magníficos pontos de Luz. XicoFran coloca na ponta dos dedos toda a sua paixão pelas coisas mais simples do quotidiano, criando verdadeiras obras-primas que suscitam ao mais puro do nosso subconsciente, uma intensa curiosidade que culmina, sempre, com um incontrolável sorriso. Uma das características mais marcantes e reconhecida na sua pintura é a forma como consegue representar o movimento preconizado pela silhueta de um músico, mais concretamente do músico de Jazz, transpondo para a tela o arrastamento dos gestos e toda a vibração dos instrumentos, temática que domina com um cunho muito pessoal e muito característico e cuja técnica e traço são já reconhecidos mundialmente. Com um futuro promissor e um passado inolvidável, XicoFran tem já obras pertencentes ao espólio de diversos amantes de arte em Portugal e no estrangeiro. O seu talento tem vindo a ser reconhecido com vários prémios nacionais e internacionais, sendo de louvar que, com base no continuado e sistemático trabalho que tem vindo a desenvolver, se tenha imposto como uma forte e consolidada presença no mundo artístico.
Francisco Fernandes signs his paintings XicoFran. He is considered to be one of the greatest talents of his generation in the art world. Known as “the jazz painter”, he was born in Luanda, Angola, in 1969. In 1994, he graduated from “Escola Superior de Artes Decorativas (ESAD)” with a degree in Interior Design. During this time, he took part in several exhibitions and painting competitions. In 2002 XicoFran was lucky to cross paths with António Inverno. This humble and wise master passed on important techniques and knowledge, which XicoFran still uses in his work today, such as the balance of his canvas and the magnificent points of light. When XicoFran paints, he is able to show all his passion for the simple things of everyday life, creating masterpieces that rise from a pure place in consciousness, arousing an intense curiosity that leads to an inevitable smile. One of the most important and well-known characteristics of his work is the way this artist portraits the movement of a musician’s silhouette, especially that of a Jazz musician, showing, in his canvas, the dragging of the movements and the vibration of the instruments. This is a theme that the artist masters and his technique and brush strokes are renowned throughout the world. XicoFran has a promising future and already an outstanding past. His work is part of private collections owned by art lovers in Portugal and abroad. His talent has been recognised with several awards, both national and international. Through hard work and determination, he has secured a preeminent place in the art world.
Jazz a 360º - Xicofran
Principais Exposições Individuais (Main Individual Exhibitions)
centro cultural palácio do egipto
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2004: Pintura Jazz, Galeria Hiper Quadro, Lisboa; Pintura Lisboa, Galeria Passe Partout, Oeiras. 2005: Pintura Jazz, Hotel Costa da Caparica; Pintura Jazz, Galeria Moldurarte, Setúbal; Pintura Jazz, Hotel Capela das Artes, Alcantarilha. 2007: Espaço Cultural, Galeria de Arte na Junta de Freguesia de Charneca de Caparica; Pintura Jazz, Hotel Oriental, Portimão; Pintura Jazz, Galeria Óptica, Conde Barão, Lisboa; Pintura Jazz, Cine Teatro Alcobaça; Pintura Lisboa, Galeria “Sala Atlântico” no Parque de Santa Marta, Ericeira. 2008: Pintura Jazz, “Tríplice… de Prazer” no espaço de Lazer “ O Montado”, Lisboa; Participação da cantora de jazz Maria Viana e o Grupo de jazz “Trio da Corda”; Pintura Jazz, na Galeria Arc 16, Faro 2009: Pintura Jazz, Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís, no âmbito dos 80 anos do Jazz, Cascais; Pintura Jazz, Centro Cultural de Sines “JAZZ”, Comemorações dos 30 anos de carreira de Maria Viana; Pintura Jazz, na Caixa Central do Credito Agrícola Lisboa; Pintura Jazz, Auditório Eunice Muñoz, Cascais; Pintura Jazz, “Jazz”, Teatro Municipal São Luís, Lisboa; Pintura Jazz, “Jazz” no Festival Jazz, Lagoa; Pintura Jazz “Momentos de Jazz”, Câmara Municipal de Odemira; Pintura Jazz “JAZZ” no Hotel Dunas Douradas Resort, Quinta do Lago; Pintura Jazz, Centro Cultural de Cascais, no âmbito dos 80 anos do Jazz em Cascais, com participação da cantora de jazz Maria Viana. 2010: Pintura Jazz, “Jazz” na Mercedes Comercial, Estoril; Pintura Jazz, “Jazz” Casino do Estoril, comemorações dos 30 anos de carreira da cantora de Jazz Maria Viana; Pintura Jazz, “Jazz”, Teatro da Mala Posta, comemorações dos 30 anos de carreira da cantora de Jazz Maria Viana; Lisboa Pintura, “Lisboa”, Livraria Buchholz, Lisboa; Pintura Jazz, “JAZZ” Festival Jazz, Lagoa. 2011: Pintura Jazz, Jam Session, Associação Cultural, Cascais; Pintura Lisboa, Clube Residencial São Miguel Lisboa, Cooperativa de Solidariedade Social; Pintura Jazz, “Festa do Jazz”, Galeria Arte, Estoril. Atuações ao vivo de Maria Viana e Pat Escobar, acompanhadas com o guitarrista João Maló, tributo a Josephine Baker; Pintura Jazz, na Sede da Fundação Min-Arifa, Tavira; Pintura Jazz, no âmbito da divulgação de “Recycle Swing”, cantora de Jazz Jacinta, Livraria Buchholz, Lisboa; Pintura Jazz, “JAZZ” Museu Municipal de Resende; Pintura Jazz, “ Silhuetas do JAZZ”, Viva Marinha Hotel & Suites Quinta da Marinha. 2012: Pintura Jazz, “Free Jazz Off”, Galeria Luís Madureira, Sintra. Momento musical: Maria Viana, João Maló e Francisco Brito; Centro Nacional da Cultura, comemorações do primeiro “Dia Internacional do Jazz”, evento promovido por JNPDI e o CNC, participação do representante da UNESCO em Portugal, Dr. António Pedro Barbas Homem, e de Guilherme d’Oliveira Martins (presidente do CNC), António José de Barros Veloso (médico e músico amador de jazz), João Almeida (diretor da Antena 2) e João Moreira dos Santos; Pintura Jazz, “Urban Jazz”, Fontana Park Hotel, Lisboa. Momento musical Hot Clube de Portugal; Pintura Jazz, “Cool Jazz”, Tribeca Jazz Club-Porto, com a cantora Isabel Ventura. 2013: Pintura Jazz “Silk Club Lisboa”. Momento musical da cantora de Jazz, Maria Viana; Pintura Jazz “Hot Jazz” no espaço PT (Portugal Telecom), Lisboa, intervenção ao vivo do Músico de Jazz Ricardo Toscano; Pintura Jazz “Jazz” na Livraria Europa América, Lisboa; Pinturas Jazz e artista convidado para o debate sobre o Jazz, tendo como convidado especial o grande crítico de Jazz João Moreira dos Santos. Evento inserido nas comemorações do dia Internacional do Jazz, FNAC Cascais; Pintura Jazz no “Espaço “Q” Quadras Soltas, Porto; Pintura Jazz, “Jazz” na Casa “Tricana”, Cascais; Pintura Jazz, “HOT JAZZ”, Festival Jazz Sesc Amplifica, Bossa & Jazz, Palácio Quintadinha em Petrópolis, Brasil. 2014: Pintura Jazz “JAZZ FREE”, Galeria de Arte Contemporânea do espaço Lisbon Hill’s; Pintura Jazz “All in Jazz…” Museu Casa Santa Maria Cascais, inserida nas comemorações dos 650 anos da Vila de Cascais; Livraria Municipal, Lisboa, sobre Lisboa; Pintura Jazz Pavilhão de Portugal, Parque das Nações “Samsung”; Pintura Jazz “O século do Jazz” no Espaço ARTSPACE, João Carvalho Torres Novas, Alcanena. 2015: Pintura Jazz “Je suis Jazz…”, Galeria CNAP (Clube Nacional de Artes Plásticas); Pintura Jazz “Vibrações do Jazz”, Fundação Marquês Pombal, Palácio dos Aciprestes, Linda-a-Velha; Pintura Jazz, Centro de Cultura e Desporto do Credito Agrícola Mútuo. 2016: Pintura Jazz, Cascais Jazz Club; Pintura Jazz “Jazz a 360º”, Centro Cultural Palácio do Egipto, Oeiras
Principais Exposições Coletivas (Main Collective Exhibitions) 2000: Exposição com Mestre António Inverno, Museu do Arroz, Salvaterra de Magos. 2001: Exposição com Mestre António Inverno, Câmara Municipal de Setúbal; Centro Cultural de Santarém. 2006: Galeria Jorge Pereira de Sampaio, Alcobaça; Feira das Artes de Setúbal; Espaço Artes no Hospital da Luz; Artista do Mês, Passe Partout Amoreiras. 2007: XicoFran e Mestre António Inverno, Arte Galeria, Terreiro do Paço, Lisboa; Paróquia da Nossa Senhora dos Navegantes, Parque das Nações, Lisboa. 2008: Edição do livro dos 100 Pintores de Arte Contemporânea (First Gallery); Centro Cultural de Vendas Novas; Ciclo Artístico e Cultural Artur Bual, Campo Maior; Artista convidado para elaboração de uma Obra para entrega à Diva do Jazz Norte-americano Sheila Jordan no Centro Cultural de Belém, no âmbito da comemoração dos 5 anos do blogue de Jazz “JNPDI” (João Moreira dos Santos); Homenagem ao Mestre António Inverno na Galeria Espaço Mais em Aljezur; Galeria Municipal de Vila Verde de Ficalho, Beja; Homenagem a Artur Bual na galeria Espaço Mais, Aljezur.
2009: Feira Internacional Arte Algarve, Loulé; Espaço de Artes do Hospital da Luz, Lisboa; Caixa Central do Crédito Agrícola Lisboa (Artistas do Círculo Artístico e Cultural Artur Bual); “Através do Fado”, Centro Cultural de Cascais com a Pintora Polaca Mariola Landowska, comemorações dos 10 anos da morte da Diva do Fado, Amália Rodrigues. Atuação do fadista Jorge Fernando acompanhado pelo Divertimento Ensemble, quarteto de cordas constituído por músicos de origem polaca; Exposição no Edifício S. Pedro, Sines: DDACO, Xicofran, Esmeralda Fetahu e Salomé; Galeria Municipal de Vila Verde de Ficalho, Beja; “Um fim de tarde em Angola”, Galeria de Arte Contemporânea LM Sintra; Espaço de Arte Marina Cruz Lisboa (Artistas do Círculo Artístico e Cultural Artur Bual); Museu da Água, Coimbra; Aula Magna da Universidade de Coimbra (obras Premiadas da I Bienal do concurso Internacional de Pintura da Fundação Rotaria Portuguesa); Teatro da Comuna, Lisboa. 2010: “Fest´Art”, Caixa Central do Credito Agrícola Lisboa; Lançamento do Livro de Arte “Questionarte”, Novo Hotel, Lisboa; Galeria de Arte - MI Lisboa; Feira Internacional Arte Algarve no Pavilhão Arade; “The ART HAUT-RHIN ALSACE 2010 in France”, Feira Internacional Arte, França; “Fernando Pessoa”, Galeria Santo António, Monchique; Portela (Galeria Óscares) inserida no Círculo Artístico e Cultural Artur Bual; Inauguração da Galeria Santo António Câmara de Monchique em associação com a Arte Divina Associação Cultural (Xicofran e Cony Welcker). 2012: “Memórias”, artista convidado com a temática “Arte da Vila”, Câmara Municipal de Cascais; Pintura e Escultura, Museu de Arte Moderna, Sintra; Art Exhibition, Museu do Trajo, São Brás de Alportel; Centro Cultural de Belém, Feira de Arte e Antiguidades, Artista convidado e representado pela Galeria CB Concept Art; “Off Topic Art”, Marina de Cascais; “Circularte”, Centro Municipal de Cultura de Ponta Delgada, Círculo Artístico e Cultural Artur Bual; III Feira d’arte Contemporânea da Amadora pelo Círculo Artístico e Cultural Artur Bual; Círculo Artístico Artur Bual, Consulado Português em Paris; “Circularte”, pelo Círculo Artístico Artur Bual no Centro Municipal de Cultura de Ponta Delgada, Açores; Novo Hotel, participação e lançamento do Livro Próspero International Art Book (INSAT); Galeria AMG, Amora Seixal; “O Touro pelos Cornos”, Centro Cultural de Samora Correia; Pintura Jazz, Museu da Música, Lisboa, Xicofran, Jorge Bandeira e António Morais Momento Musical Maria Anadon e Victor Zamora; 2º Salão Internacional de Arte na Galeria Vieira Portuense, Porto; Inauguração da Galeria CB Concept Art, Carcavelos; Exposição Mertolarte, Câmara Municipal de Mértola, grupo Artístico Artur Bual; Círculo Artur Bual, Vila Alda-casa do Eléctrico de Sintra; “Galeria NT” Montijo, inauguração da Revista de Arte “ Novos Talentos”. 2011: Casa da Juventude da Galiza, Centro Galego de Lisboa; Galeria “Artemotion” Lisboa; XVII Galeria Aberta, Galeria dos Escudeiros, casa do Governador Santa Casa da Misericórdia de Beja; A ACLAL – Academia de Letras e Artes Lusófonas em associação com a GALERIA ART3 Rio Tinto, Gondomar; “17.ª Exposição Internacional de Artes Plásticas de Vendas Novas”, no Auditório Municipal de Vendas Novas; Galeria Aberta “1ª Arte na Casa”, Ganha o 1º prémio menção honrosa de ouro “ARTSHOW”, EXPOESTE, Caldas da Rainha; “ALCARTE 2011”, Câmara Municipal de Alcochete; “Arte perl a Pau”, Centro Cívico de Barcelona, Barcelona; Galeria de Arte da Madeira João Paulo II, 73 Artistas convidados para criar uma obra a partir de um dos 73 livros que compõem a Bíblia; “Círculo Artístico e Cultural Artur Bual”, Aljezur; 50 Anos 50 Quadros, Exposição Comemorativa dos 50 Anos da Amnistia Internacional (Grupo 19), Vivenda Alda, Sintra; Pintura e escultura dos artistas do círculo Artur Bual, teatro Eduardo Brazão Bombarral; 3.ª Bienal de Culturas Lusófonas, Odivelas; ARTSHOW, FIL Lisboa; Exposição comemorativa de Josephine Baker, artista convidado, Teatro da Trindade, Lisboa. 2013: Galerie 30 Cannes (França), Exposition – Vente, thème la Musique; Gallery Center, Amoreiras Shopping Center; “Arte Cascais”, Casa Santa Maria Cascais; Galeria Arte Portuguesa em Tróia; “ARTEÉKNUSUNE”, comemorações do dia Internacional da Mulher, Fórum Cultural de Alcochete; IV Feira d’arte Contemporânea da Amadora pelo Círculo Artístico e Cultural Artur Bual; “Dialoghi Mediterranei”, Museo Arbereshe di Frascineto elementi di storia del costume, Itália. 2014: 4ª Exposição Internacional de Artes e Letras – CONINTER- Conselho Internacional dos Académicos de Ciências, Letras e Artes, Galeria Mutualidades de Coimbra; Atelier da Pintora Polaca Mariola Landowska, em Encontro de Artistas III, Paço d’Arcos; “CREATIVE ‘14”, Fundação Marquês de Pombal, Linda-a-Velha; “Homenagem a Mestre Bual”, artista convidado, Galeria Municipal (Casa da Cultura), Alcanena; Palácio do Infantado, Samora Correia, inserida no “Festival de Gastronomia da Lezíria Ribatejana”; Galeria de Arte Junta de Freguesia do Estoril; 2º Salão Internacional de Artes e Letras do Estoril, evento do CONINTER e CONAHCLA; III Salão de Desenho INVENT´ARTE 2014, no Instituto Português do Desporto e Juventude no Parque das Nações; Palácio do Infantado, Samora Correia, “Liberdade 40 anos 40 Artistas”; “Italians and International Artists” Prima mostra internazionale del 2014 di Emotions of the World, Galleria Rosso Tiziano di Piacenza Milano; 1ª Exposição Internacional de Artes & Letras Do Coninter, Conselho Internacional dos Académicos de Ciências, Letras e Artes, Forum Cultural Transfronteiriço do Alandroal; Evocação do 40º aniversário do 25 de Abril, Galeria Municipal Artur Bual, Câmara da Amadora; “Mertolarte” Casa das Artes Mário Elias, Câmara Municipal de Mértola; Exposição Internacional de Pintura “Luso – Galaicos” no I.P.D.J. (Instituto Português do Desporto e Juventude), Viana do Castelo. 2015: Representado pela Galeria CNAP (Clube Nacional de Artes Plásticas) na IX Edição do VERA World Fine Art Festival 2015, Cordoaria Nacional, Lisboa; “ Le Carroussel du Louvre Paris”, no Louvre salon Profissional D ÁRT Contemporain; Festival FIL IN 2015, Dia do Artista Plástico (Métis Eventos); Invent’Arte Colinas, IV Salão de Desenho Invent’Arte, Comando do Regimento Cavalaria 3, Casa Sargentos do Regimento de Cavalaria 3, Estremoz; “MESTRIUM ‘15 - 5ª Exposição Internacional de Artes e Letras” Pintura, Escultura, Desenho, Fotografia, Literatura, Poesia, Galeria Municipal Morgados da Predicosa, Aveiro; 6ª Exposição Internacional de Artes e Letras, Galeria Guntilanis, Vila Praia de Âncora, Caminha; Palácio dos Aciprestes, Fundação Marques de Pombal, Linda-a-Velha.
Jazz a 360º - Xicofran centro cultural palácio do egipto
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FICHA TÉCNICA Edição Município de Oeiras Iniciativa e organização Município de Oeiras © Design Núcleo Criativo, Inigo Pereira Curadoria: Olga e Sousa Traduções Filomena Martins e Ivone Grilo Torres (CMO - Gabinete de Comunicação) Cadeirão Laskasas Fotos “Cadeirão” © Artur Santos Torres - CEO Sonho Óptico Impressão 250 exemplares Depósito Legal ISBN Data da Edição Setembro de 2016
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Jazz a 360º - Xicofran