Nº58 / OUT. - DEZ. DE 2016
RESULTADOS COMPARTILHADOS E NOVAS PERSPECTIVAS Professor Amarilio Vieira de Macedo Neto despede-se e professora Nadine Clausell assume a presidência do HCPA P.12
P.28
CLÍNICAS RECEBE PRÊMIO MÉRITO BRASIL TCU destacou instituições com melhor desempenho em governança pública
DISTINÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO Evento completou dez anos e homenageou mais de 200 funcionários
ÍNDICE
ASSISTÊNCIA
ESTUDO RESILIENT SERÁ COORDENADO PELO HCPA
10
Por meio dele, Ministério da Saúde vai avaliar se novo tratamento para o AVC é custo-efetivo para o SUS
12
RECONHECIMENTO
CLÍNICAS RECEBE PRÊMIO MÉRITO BRASIL Distinção do TCU destacou instituições com melhor desempenho em governança pública
2 RESPONSABILIDADE SOCIAL
PROJETO ENSINA LIBRAS AOS ALUNOS DA CRECHE
25
Pais e professores já conseguem perceber os resultados positivos da proposta
4 GESTÃO 7 QUALIDADE E SEGURANÇA 8 INSTITUCIONAL 9 INOVAÇÃO 14 CULTURA 16 REPORTAGEM ESPECIAL 22 PESQUISA 24 RESPONSABILIDADE AMBIENTAL 26 MEMÓRIA 27 TECNOLOGIA 28 EVENTOS 30 CURTAS EXPEDIENTE HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE (HCPA) Rua Ramiro Barcelos, 2.350 - CEP 90035-903 Porto Alegre/RS - www.hcpa.edu.br ADMINISTRAÇÃO CENTRAL Até 18/12/2016 Presidente: Amarilio Vieira de Macedo Neto Vice-presidente Médica: Nadine Clausell Vice-presidente Administrativo: Jorge Luis Bajerski Coord. do Genf: Ana Maria M. de Magalhães Coord. do GPPG: Eduardo Pandolfi Passos Após 19/12/2016 Presidente: Nadine Clausell Vice-presidente Médico: Milton Berger Vice-presidente Administrativo: Jorge Luis Bajerski Coord. do Genf: Ninon Girardon da Rosa Coord. do GPPG: Patricia Ashton-Prolla Coord. do Gens: José Geraldo L. Ramos ESPAÇO ABERTO Publicação da Coordenadoria de Comunicação do HCPA Coordenadora Responsável: Elisa Kopplin Ferraretto Reg. prof. 6784/ RS Jornalistas: Camila Schäfer e Raquel Schneider Estagiária de Jornalismo: Caroline Proença Fantineli Fotógrafo: Clóvis Prates Projeto Gráfico e Diagramação: Guilherme Mendes Pereira
GESTÃO
GARANTINDO UM SERVIÇO MELHOR PARA A SOCIEDADE CADA VEZ MAIS EXIGIDOS NA LEGISLAÇÃO, PROGRAMAS DE COMPLIANCE E GESTÃO DE RISCOS DEVEM SER DESENVOLVIDOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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Compliance e gestão de riscos são assuntos frequentes,
ternos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia
há muitos anos, nas empresas privadas. No entanto,
de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de
com os recentes escândalos de corrupção envolvendo
ética e de conduta, políticas e diretrizes com objetivo
estatais e com a entrada em vigor da Lei 13.303/2016
de detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e
(a chamada “lei de responsabilidade das estatais”),
atos ilícitos praticados contra a administração pública,
cada vez mais os gestores públicos têm se preocupa-
nacional ou estrangeira”.
do com estes temas, ainda incipientes no setor. Mas,
Em posição de destaque, o Hospital de Clínicas de
afinal, o que são estes termos e como eles podem e
Porto Alegre (HCPA) já possui algumas iniciativas nessa
devem ser aplicados em nosso dia a dia? Em outubro, o
área, como a auditoria interna independente, a segre-
HCPA promoveu um simpósio com especialistas na área
gação de funções, as comissões de Gestão de Risco em
e o tema foi explanado para a comunidade.
Tecnologia da Informação e Assistencial, o Serviço de
Dos anos 1990 para cá, diversos países passa-
Informação ao Cidadão (SIC), as comissões de ética (pú-
ram a se interessar pelo tema da corrupção, o que
blica, médica e de enfermagem), a Ouvidoria, o Grupo
deu origem às convenções internacionais da Orga-
Qualis e os recentes grupos criados para elaboração do
nização dos Estados Americanos (OEA - 1996), da
Código de Conduta e sobre o impacto da Lei 13.303.
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
De acordo com o Guia de Implantação de Programa de
Econômico (OCDE - 1997) e da Organização das Na-
Integridade nas Empresas Estatais, elaborado pela CGU,
ções Unidas (ONU - 2003). O Brasil, como signatário
aquelas empresas que ainda não possuem um programa
desses documentos, vem se esforçando para imple-
de integridade, mas dispõem de algumas medidas já im-
mentar seus dispositivos, mas também desenvolveu
plantadas, podem aperfeiçoá-lo e implantar as demais
algumas legislações baseadas neles. É o caso da Lei
atividades, instrumentos e processos gradativamente.
12.846/2013 (chamada de Lei Anticorrupção), do De-
Algumas etapas já foram cumpridas pelo Clíni-
creto 8.420/2015 e da Lei 13.303/2016. De acordo
cas no sentido de implantar sua estrutura de gestão
com Jerri Coelho, analista de finanças e controle da
de riscos e compliance. O grupo de trabalho, criado
Controladoria Geral da União (CGU), todos exigem
para aprofundamento do tema e proposição de ações,
elementos de governança que se encaixam em pro-
apresentou em dezembro à Administração Central
gramas de integridade corporativa - ou compliance -,
(AC) a proposta de criação de uma Coordenadoria de
por isso a relevância do assunto no momento atual.
Gestão de Riscos e Compliance, estrutura diretamente
Segundo o Decreto 8.420/2015, “programa de
ligada à Presidência. A proposta está sendo analisada
integridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídi-
com mais profundidade pelos membros da AC e sua
ca, no conjunto de mecanismos e procedimentos in-
aprovação será discutida em uma próxima reunião.
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GESTÃO
Conforme explica Coelho, cada programa é cons-
possam causar problemas no futuro, ou seja, é um ins-
truído para atender às necessidades da empresa, obser-
trumento de prevenção, mas ela também é rica porque
vando suas características e riscos da área de negócio.
retroalimenta os processos e decisões da organização.”
“Não há fórmula pronta para compliance. Ela precisa
Para Márcia, a gestão de riscos é um projeto que
vir de dentro da instituição, a partir de discussões inter-
precisa ser institucionalizado, ou seja, é necessário envol-
nas. Importante lembrar que todo esse processo preci-
ver todas as áreas, especialmente aquelas que executam
sa ser documentado, pois a seriedade do programa de
os processos. “Pesquisas dos Estados Unidos mostraram
integridade depende do seu processo de construção”,
que o nível de êxito é maior quando as áreas participam
disse. Segundo o analista, para além do cumprimento
e conhecem o programa de gestão de riscos”, explica.
da lei, a implementação de programas de compliance
No Brasil, diversas instituições estabeleceram
traz para as empresas ganhos periféricos, como o apri-
boas práticas de governança e gestão de riscos. O Tri-
moramento do processo de gestão, o mapeamento de
bunal de Contas da União (TCU), por exemplo, a par-
processos e a identificação de pontos críticos.
tir de 2010, começou a solicitar que os relatórios de gestão descrevessem um pouco mais o ambiente de controle. Desde então, o órgão tem solicitado gestão de riscos em áreas específicas dentro da organização, como Licitações e Tecnologia da Informação, porque percebe que são áreas com risco grande. “O mundo passa por uma crise ética, econômica e moral e o cidadão espera uma prestação de serviços de melhor qualidade, mais transparente. Se na iniciativa privada o foco é o lucro, na pública deve ser oferecer mais serviços à sociedade”, reforça Márcia. É importante ressaltar que gestão de riscos e auditoria com base em riscos são coisas diferentes. A auditoria precisa trabalhar com uma matriz de riscos e deve ser guiada por ela, mas o responsável pela gestão de riscos é o gestor e não o auditor. “A auditoria vai
GESTÃO DE RISCOS
dar um forte apoio e suporte, mas não é quem faz
Considerada espinha dorsal da governança e complian-
gestão de riscos.”
ce, a gestão de riscos, segundo Márcia da Rosa Pereira, gerente de auditoria interna do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), também traz ganhos para a instituição. “Mais do que uma mera formalidade legal, fazer gestão de riscos é aprimorar a gestão, é estruturar o
PARA SABER MAIS Guia de Implantação de Programa de Integridade nas Empresas Estatais, elaborado pela CGU - www.goo.gl/yrd9Gp
compliance. É olhar processos e identificar riscos que
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QUALIDADE E SEGURANÇA
REACREDITAÇÃO INTERNACIONAL PROFISSIONAIS COMPROMETIDOS E MOBILIZADOS NA BUSCA PELO RECONHECIMENTO A dedicação dos profissionais do Hospital de Clínicas se fez presente em mais uma etapa fundamental da história da instituição: o comprometimento com o processo de Reacreditação Internacional aconteceu de forma intensa e contou com a participação das mais diversas áreas da instituição. Os avaliadores estiveram no hospital entre os dias 5 e 9 de dezembro. O trabalho de qualidade e segurança é permanente ao longo de todo o ano, mas algumas ações reforçaram a mobilização pela manutenção do selo que atesta a qualidade e segurança do trabalho no HCPA. Em novembro, foram realizadas reuniões semanais entre o presidente Amarilio Vieira de Macedo Neto e outros integrantes da Administração Central, membros do Qualis e representantes de diversas áreas do hospital. Nestas ocasiões, profissionais, residentes e estudantes falaram sobre suas experiências, dúvidas e sugestões. Na manhã do dia 22, um encontro com os consultores do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) reuniu a comunidade interna no Auditório José Baldi e, entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, um ponto de mobilização deu destaque à troca de informações e dicas antes da realização da avaliação. No final de dezembro, o HCPA recebeu o relatório de avaliação da Joint Commission International, que apontou vários avanços em relação à primeira avaliação, feita em 2013. Entretanto, mesmo com as melhorias, alguns itens foram pontuados como não conformes ou parcialmente conformes e, por este motivo, o hospital passará por uma avaliação focal, em data a ser definida. “Com a mesma dedicação que recebemos os avaliadores em dezembro, vamos nos preparar para esta nova etapa. As melhorias feitas a partir de agora certamente vão contribuir para tornar o nosso hospital ainda melhor. Vamos além, então, mais uma vez”, incentiva a coordenadora do Grupo Qualis, Helena Barreto dos Santos.
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INSTITUCIONAL
SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES CLÍNICAS FOI O PRIMEIRO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO A ADERIR AO SEI, SISTEMA DE GESTÃO DE PROCESSOS E DOCUMENTOS DESENVOLVIDO PELO TRF4
Considerado um dos hospitais mais informatizados do
iniciativa com o intuito de construir uma infraestrutura
país, o Hospital de Clínicas aderiu ao Sistema Eletrônico
pública de processos e documentos administrativos ele-
de Informações (SEI), desenvolvido pelo Tribunal Regio-
trônicos. Coordenado pelo Ministério do Planejamento,
nal Federal da 4ª Região (TRF4 – RS, SC e PR). Com isso,
Orçamento e Gestão, o PEN introduz práticas inovadoras
o HCPA se tornou o primeiro hospital universitário do
no setor público – elimina o uso de papel como suporte
país e a quarta estatal a aderir ao sistema.
físico para documentos institucionais e disponibiliza in-
O SEI é um sistema de gestão de processos e do-
formações em tempo real.
cumentos eletrônicos, com interface amigável e práticas
Atualmente, quase cem órgãos já implantaram ou
inovadoras de trabalho, como portabilidade, acesso re-
estão em fase de implantação do SEI. Com a cessão gra-
moto e tramitação em múltiplas unidades. De sistema
tuita, ganha-se em economia do dinheiro público, uma
eletrônico da Justiça Federal da 4ª Região, ele passou a
vez que as instituições que o adotam não precisam mais
ser considerado projeto estratégico para toda a adminis-
de grandes investimentos em soluções de mercado que,
tração pública, amparando-se em premissas relevantes e
não raro, não solucionam suas demandas.
atuais, como a inovação, a economia do dinheiro públi-
O Acordo de Cooperação Técnica e o Plano de
co, a transparência administrativa, o compartilhamento
Trabalho foram assinados eletronicamente no dia 24 de
do conhecimento produzido e a sustentabilidade.
outubro pelo presidente do HCPA, professor Amarilio
Cedido gratuitamente às instituições, o SEI foi es-
Vieira de Macedo Neto, e pelo secretário de Gestão do
colhido como a solução de processo eletrônico no âm-
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Gleis-
bito do projeto Processo Eletrônico Nacional (PEN), uma
son Cardoso Rubin.
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INOVAÇÃO
EQUIPAMENTO INÉDITO POSSIBILITA DIAGNÓSTICOS SEM CIRURGIAS PROCEDIMENTOS COM O APARELHO MAIS AVANÇADO DE EBUS OCORRERAM EM OUTUBRO Integrantes das equipes de Cirurgia Torácica, Patologia Clínica, Pneumologia, Anestesia e Citopatologia do Hospital de Clínicas realizaram dois procedimentos inéditos com a modalidade mais avançada que existe do equipamento Ebus (sigla em inglês para “ecobroncoscopia”), no dia 26 de outubro. Trata-se de um recurso para o diagnóstico de patologias inflamatórias, infecciosas e neoplasias intratorácicas (suspeitas de câncer) tais como sarcoidose, tuberculose, câncer de pulmão, de mama e linfomas, por exemplo. O procedimento, minimamente invasivo e ambulatorial, substitui a necessidade de cirurgia, reduzindo a praticamente zero os riscos para o paciente e eliminando a necessidade de internações. “Foi o primeiro uso desta versão do aparelho na América do Sul. Trata-se do que existe de mais moderno na área, com imagens em alta resolução que permitem diagnósticos precisos e seguros e, em determinados casos, até mesmo o tratamento”, detalha o chefe do Serviço de Cirurgia Torácica,
Mauricio Saueressig. Segundo ele, a presença de profissionais da área da Patologia foi fundamental para qualificar o procedimento. “A análise imediata pelo patologista, em sala, das amostras citológicas coletadas através do Ebus promoveu uma grande oportunidade de integração multidisciplinar centrada no paciente”, detalha. Além disso, o diagnóstico no mesmo momento do exame possibilita a otimização do início de tratamento. Participaram da ação integrantes do Serviço de Cirurgia Torácica (professor Maurício Saueressig e médicos Alexandre Moreschi, Luiz Felipe Araújo, Guilherme Oliveira, Douglas Caldeira e Camila Greggianin); da Patologia Clínica (professora Jane Ulbrich); da Unidade de Citologia (bióloga Izeti Pacheco) e do Serviço de Pneumologia (professor Hugo Oliveira e residente Rui Dorneles), além da anestesista Larissa Schultz. A aquisição do aparelho foi contemplada em edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e aguarda recursos para a efetiva implantação.
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ASSISTÊNCIA
ESTUDO RESILIENT S PELO CLÍNICAS
Cristine Rochol/PMPA
POR MEIO DELE, MINISTÉRIO DA SAÚDE VAI AVALIAR SE NOVO TRATAMENTO PARA O AVC É CUSTO-EFETIVO PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
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SERÁ COORDENADO A cada ano, 17 milhões de pessoas têm um Acidente
SOBRE O ESTUDO
Vascular Cerebral (AVC) no mundo, 6,5 milhões morrem
O Estudo Resilient abrangerá 16 centros do país (três no Rio
e 26 milhões vivem com incapacidade permanente. Por
Grande do Sul) e terá duração de cerca de dois anos. Para
ser a principal causa de incapacidade, o AVC precisa ser
que sua execução seja possível, o atendimento e encami-
identificado e tratado rapidamente para que o paciente
nhamento dos pacientes com AVC na região teve que ser
tenha menos sequelas. Já é comprovado que o atendi-
reorganizado por meio do Projeto de Regulação da Rede de
mento especializado em Unidade de AVC aumenta a
AVC Porto Alegre – Metropolitana. Utilizando um aplicativo
chance de boa recuperação em 14%. Já o tratamento
para smartphone (chamado Fast-ED), que foi validado pelo
trombolítico, que desentope a circulação cerebral (hoje
HCPA no Brasil, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgên-
oferecido pelo Sistema Único de Saúde - SUS) quando
cia (Samu) vai reconhecer o paciente com AVC e, através
utilizado em até quatro horas e meia do início dos sinto-
de um escore, o aplicativo vai indicar o centro mais adequa-
mas, aumenta as chances em até 30%.
do para o caso (mais simples ou de maior complexidade). A
No entanto, um novo tratamento (por cateterismo
partir daí, o caso é encaminhado para os smartphones da
cerebral), quando utilizado em até oito horas, aumenta as
equipe do Centro de AVC escolhido, que está toda conecta-
chances em mais de 50%. Para saber se este tratamento é
da (sistema Join) e ciente de que o paciente está a caminho
exequível e custo-efetivo para o SUS, o Hospital de Clínicas
(com acompanhamento da ambulância por GPS), tornando
de Porto Alegre (HCPA) vai coordenar o Estudo Resilient,
mais rápido o atendimento assim que ele chegar.
realizado no país inteiro e financiado pelo Ministério da
Este mesmo sistema que conecta a equipe do Centro
Saúde. O lançamento do estudo e do Projeto de Regulação
de AVC será implantado em hospitais menores, sem neu-
da Rede de AVC Porto Alegre – Metropolitana aconteceu
rologistas e sem o tratamento, para possibilitar a discussão
no dia 21 de outubro, na Prefeitura. O evento fez parte
de casos e visualização da tomografia em tempo real e com
de uma grande parceria público-privada entre HCPA, se-
alta definição por neurologistas especializados em AVC do
cretarias Municipal e Estadual de Saúde, Rede Brasil AVC e
Hospital Moinhos de Vento. Esses médicos definirão se o
Hospital Moinhos de Vento.
paciente precisa ser transferido para um Centro de AVC ou
O HCPA, de maneira pioneira, oferece o tratamento trombolítico aos seus pacientes desde 2006, mas o SUS só
se pode ser atendido no local, e qual o melhor tratamento para o caso.
passou a cobri-lo em 2012. O pioneirismo na área também
Para o bom funcionamento do projeto, o Samu, as
é da região de Porto Alegre e Região Metropolitana, que
Unidades de Pronto Atendimento, as Unidades Básicas de
foi a primeira do país a implementar a linha de cuidado
Saúde, os Centros de AVC e todos os hospitais da região
de AVC e atualmente é a que possui mais centros de AVC
que acolhem pacientes com AVC receberão uma capacita-
habilitados pelo Ministério da Saúde (15 centros dos 46).
ção no sistema.
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RECONHECIMENTO
CLÍNICAS RECEBE PRÊ DISTINÇÃO DO TCU DESTACOU INSTITUIÇÕES COM MELHOR DESEMPENHO EM GOVERNANÇA PÚBLICA O Hospital de Clínicas de Porto Alegre recebeu, no dia
tinção apontou três órgãos da administração direta,
29 de novembro, em Brasília, o Prêmio Mérito Brasil de
três órgãos da administração indireta e cinco muni-
Governança e Gestão Públicas. Entre mais de 7,7 mil
cípios. As instituições foram escolhidas com base no
órgãos públicos avaliados pelo Tribunal de Contas da
Índice Geral de Governança (IGG), criado pelo TCU. O
União (TCU), a instituição foi uma das seis agraciadas
IGG fornece aos gestores subsídios para que as ações
com a distinção, que reconhece as melhores práticas
governamentais se tornem mais efetivas e os gastos
em liderança, estratégia e controle. A cerimônia contou
públicos sejam otimizados, transformando-se em mais
com a participação do presidente da República, Michel Temer; do presidente do Senado, Renan Calheiros; dos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, da Educação, Mendonça Filho, e da Saúde, Ricardo Barros; do presidente do TCU, ministro Aroldo Cedraz; e do ministro do TCU José Augusto Nardes. "Este é o prêmio mais importante nos 45 anos de história do HCPA, pois é resultado de uma avaliação rigorosa que reconhece a excelência do Clínicas e dá grande visibilidade à instituição", comemora o presidente Amarilio Vieira de Macedo Neto. A distinção foi entregue pelo coordenador geral do prêmio, José Augusto Nardes, e pelo procurador do Ministério Público Federal junto ao TCU, Paulo Bugarin. "O Clínicas foi muito elogiado e o presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, mais uma vez, demonstrou grande apreço e reconhecimento a nossa instituição", relata o presidente do HCPA, que, após receber o prêmio no palco, cumprimentou o ministro da Educação e a secretária executiva e representante do Ministério da Educação no Conselho Diretor do HCPA, Maria Helena Guimarães de Castro. Criada para incentivar uma mudança de cultura na aplicação de recursos federais e motivar o aperfeiçoamento dos serviços prestados à sociedade, a dis-
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ÊMIO MÉRITO BRASIL resultados para a população, com produtos e serviços
que a liderança foi o fator chave para a sustentação dos
de maior qualidade.
sistemas de governança e cultura e a execução continu-
As instituições foram avaliadas conforme três me-
ada da estratégia no hospital.
canismos de governança: liderança, estratégia e con-
Os outros cinco premiados foram o Ministério da
trole. O HCPA teve desempenho equilibrado nas três
Educação, o Departamento de Engenharia e Construção
dimensões, com excelência na implementação de estra-
do Exército, a Caixa Econômica Federal, o Banco Central
tégia e de gestão de riscos. Além disso, o TCU avaliou
e o Banco do Nordeste.
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CULTURA
EXPOSIÇÃO NOVOS RUMOS: TRAJETÓRIAS E MARCAS MOSTRA ARTÍSTICA REUNIU TRABALHOS DE COLEGAS SOBRE SUA EXPERIÊNCIA NO HCPA
Em seu cotidiano, as pessoas ajudam a construir a identi-
do da ação. “Olhar para estas trajetórias reforça, em to-
dade da instituição em que trabalham e, ao longo deste
dos nós, o orgulho de fazer parte desta casa”, salientou.
percurso, também têm suas vidas tocadas pelas expe-
Participaram da exposição Arno Eisen, Margareth
riências por que passam. Entre os dias 22 e 24 de no-
Druzian de Castro, Diane Panke dos Santos, Ana Bea-
vembro, a exposição Novos Rumos: Trajetórias e Marcas
triz Francisco, Nícia Maria Romano de Medeiros Bastos,
mostrou de forma artística a representação da trajetória
Margery Bohrer Zanetello, Jorge Luis Soares Santos,
profissional de funcionários participantes do Programa
Dulce Daise Guimarães Santos, Aurea Teresinha Souza
Novos Rumos. “Após um percurso permeado de signi-
de Paula, Marcia Flores de Casco, Maria Buratto Souto,
ficado, indagamos: qual a principal marca ao longo da
Christina Matzenhacher Bittar e Paulo Caetano Negrini.
sua trajetória no HCPA? Essas marcas é o que procuramos capturar”, explica a consultora da Coordenadoria
TRADUÇÃO DE VIVÊNCIAS
de Gestão de Pessoas, Carla Woyciekoski.
Através de uma escultura, o técnico em manutenção ní-
Na cerimônia de lançamento da mostra, realiza-
vel III Arno Eisen procurou sintetizar seu sentimento so-
da no dia 22 de novembro, a vice-presidente médica do
bre os 20 anos de dedicação ao hospital. “Tentei traçar
hospital, professora Nadine Clausell, destacou o resulta-
um paralelo entre meu trabalho e o lazer. A mensagem
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principal que pretendo transmitir é a de gostar do que se faz”, conta. A nutricionista do Controle de Qualidade Margareth Druzian de Castro colocou em um cartaz depoimentos de seus colegas sobre a sua atuação. “Foi muito interessante avaliar todo este tempo através de conversas com as pessoas e ter um retorno sobre a marca que deixamos de nosso trabalho”, relata ela, que está há 26 anos no Clínicas. Para a chefe do Serviço Administrativo de Oncologia, Áurea Souza de Paula, a mostra foi uma oportunidade de reviver as experiências acumuladas em 37 anos de vivência na instituição. “Eu tracei uma linha do tempo e foi algo bem emocionante, pois percebi que faço parte da história do hospital. Quando comecei, tudo era feito de forma manual, as pessoas tinham até medo dos computadores quando foram implantados. Notei que cresci junto com o hospital. Tudo o que conquistei foi graças ao meu trabalho aqui”, afirma, agradecida.
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REPORTAGEM ESPECIAL
RESULTADOS CO E NOVAS PERSPE PROFESSOR AMARILIO VIEIRA DE MACEDO NETO DESPEDE-SE E PROFESSORA NADINE CLAUSELL ASSUME A PRESIDÊNCIA DO HCPA
U
m hospital que reverencia seu passado e trabalha pelo futuro: esta tem sido a marca do Clínicas ao longo de sua existência - e os últimos oito anos não foram diferentes. À frente da presidência da instituição desde 2008, o professor Amarilio Vieira de Macedo Neto encerrou, em 2016, o segundo mandato. Quem o sucede no cargo é a professora Nadine Clausell, empossada no dia 19 de dezembro e que comandará a instituição pelos próximos quatro anos.
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OMPARTILHADOS ECTIVAS CELEBRAÇÃO DE CONQUISTAS CONJUNTAS
ve. Conseguimos manter uma comunidade unida e, por isso, vencedora”, sentenciou na ocasião.
O resgate de momentos marcantes da gestão do profes-
Durante a apresentação, registros fotográficos
sor Amarilio foi realizado em encontro intitulado Com-
evidenciaram conquistas como a decisão judicial que
partilhando Resultados, no dia 18 de novembro. “Faço,
confirmou o modelo de funcionamento do Clínicas
aqui, o papel de narrador dos fatos que construímos jun-
- e, pela sua importância, foi considerada pelo profes-
tos ao longo destas duas gestões. Gostaria que todos se
sor como “a segunda certidão de nascimento do hospi-
sentissem representados e percebessem a importância
tal”. Da mesma forma, foi destaque o protagonismo do
que tiveram em todas as conquistas que o hospital obte-
hospital em relação à criação da Empresa Brasileira de
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REPORTAGEM ESPECIAL
Serviços Hospitalares (Ebserh) e no desenvolvimento
brada através de ações como a construção do Centro
e implantação do Aplicativo de Gestão para Hospitais
Integrado de Tecnologia da Informação (Citi), o início
Universitários (AGHU) nos hospitais universitários e
da cirurgia robótica e a criação do Instituto Brasi-
outras instituições de todo o país. A inovação foi lem-
leiro de Inovação em Saúde (Ibis). Outros destaques foram ações na área do ensino, como o Programa de Acolhimento, formaturas e criação de mestrados profissionais; o início das operações da Unidade Álvaro Alvim. Outro ponto alto foram as conquistas para os funcionários, tais como o programa de aposentadoria complementar; missões difíceis, como a mobilização em relação à epidemia de Gripe A e a atuação no episódio da tragédia de Santa Maria. Já a obra de ampliação do hospital, que foi iniciada em 2014, recebeu destaque através de um vídeo, que apresentou a evolução dos trabalhos.
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Para que o atendimento nos novos prédios tenha o máximo de qualidade e segurança, há investimentos significativos em tecnologia - especialmente no Anexo I, destinado ao atendimento de alta complexidade a pacientes críticos. O novo Bloco Cirúrgico, por exemplo, vai contar com condicionamento fan filter, que proporciona renovação completa do ar, reduzindo o acúmulo de partículas e garantindo um ambiente asséptico para a realização dos Pela sua atuação, o professor recebeu, através de
procedimentos. O sistema de ar-condicionado será indi-
depoimentos em vídeo, agradecimentos de diversas pes-
vidualizado por leito no Centro de Tratamento Intensivo
soas - entre elas, o ex-ministro da Educação José Henrique
(CTI) e por área na Emergência, facilitando a logística e
Paim Fernandes, que destacou a parceria realizada para
as manutenções. Outro diferencial é a instalação de uma
a implantação da Ebserh. “Foi muito importante contar
estação específica que permitirá o tratamento de água ul-
com o apoio do Clínicas na pessoa do professor Amarilio
trapura para a Hemodiálise.
para os avanços conquistados nos diversos hospitais universitários do país”, apontou. O professor encerrou a apresentação aplaudido de pé pelo público que acompanhava o evento.
CONSTRUINDO O FUTURO DA SAÚDE Entre os símbolos da contínua evolução do hospital estão justamente as obras de expansão: iniciadas em 2014, elas devem ampliar a área física do Clínicas em 70%. O andamento do projeto foi apresentado durante coletiva de imprensa realizada no dia 24 de novembro, data em que os jornalistas, acompanhados pelo professor Amarilio
O QUE SE APRESENTA NO HORIZONTE
e pelo engenheiro responsável pela obra, Fernando Mar-
Nos dias 28 e 29 de novembro, a comunidade interna
tins, realizaram uma visitação aos espaços.
confirmou a escolha pela chapa 1 para a presidência do
Com mais da metade da obra concluída, a previsão
HCPA. O resultado foi homologado pelo conselho dire-
de entrega é dezembro de 2018. “Toda a estrutura foi
tor do HCPA e, posteriormente, pelo Conselho Universi-
pensada para atender às necessidades de um hospital que
tário e pelo reitor da Universidade Federal do Rio Grande
atua nas áreas de assistência, ensino e pesquisa, com di-
do Sul (Ufrgs). A professora Nadine Clausell tomou posse
ferenciais que se traduzem em melhor atendimento para
no dia 19 de dezembro junto dos demais integrantes da
os pacientes”, afirmou o professor Amarilio na ocasião.
Administração Central: Milton Berger, vice-presidente
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REPORTAGEM ESPECIAL
Hospital de ClÃnicas de Porto Alegre / 58 / Outubro - Dezembro / 2016
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Médico; Jorge Bajerski, vice-presidente Administrati-
cuidar dos pacientes, fazer pesquisa e ensinar. Para o futu-
vo; Ninon Girardon da Rosa, coordenadora do Grupo
ro, os planos são qualificar a assistência, concluir as obras
de Enfermagem; Patricia Ashton-Prolla, coordenadora
e projetos iniciados na gestão anterior, investir ainda mais
do Grupo de Pesquisa e Pós-graduação; e José Geral-
em inovação, buscar parcerias e incentivar novos talentos.
do Ramos, coordenador do Grupo de Ensino. “Tudo o
“O HCPA se beneficiou muito do perfil visionário, ousado
que já conquistamos tem muitos rostos. Nós queremos
e otimista do professor Amarilio. Agora, vamos precisar de
reafirmar o compromisso de seguir trabalhando e fazer
criatividade e comprometimento, porque estamos em um
com que nossa gestão seja marcada pela participação,
período de incertezas e, apesar de sermos modelo, sempre
transparência, credibilidade e o compromisso de que va-
há o que ser aprimorado. Não é uma obra acabada.”
mos seguir com os avanços no hospital, mesmo diante de cenários adversos”, afirmou a professora.
Nadine, que em 2017 completará 20 anos de docência, também fez um resgate de sua gestão como vice-
Após a nomeação de Nadine, realizada pelo reitor da
-presidente médica do HCPA e dos avanços realizados na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Rui Vi-
instituição. “O conhecimento que adquiri foi único, devido
cente Oppermann, e assinatura do termo de posse, a nova
às pessoas que conheci. Aprendi a valorizar cada um no
presidente reafirmou os objetivos de sua trajetória até aqui:
seu papel.”
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PESQUISA
ESTUDO MOSTRA QUE NÃO HÁ RELAÇÃO ENTRE CAFEÍNA E ARRITMIAS CARDÍACAS PESQUISADORES ANALISARAM O EFEITO AGUDO EM 51 PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E IDADE MÉDIA DE 60 ANOS
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A afirmativa já virou consenso nos consultórios médicos:
teira, com o objetivo de avaliar se a cafeína poderia
paciente com arritmia deve evitar a cafeína. No entanto,
acarretar riscos na realização de exercícios físicos. Na
uma pesquisa realizada no Hospital de Clínicas de Porto
semana seguinte, os grupos foram invertidos. Ao final
Alegre (HCPA) desmitificou esta relação, que até então era
dos testes clínicos, os pesquisadores não constataram
controversa, inclusive na literatura sobre o assunto.
aumento das arritmias em nenhum dos grupos, inde-
Para chegar a este resultado, os pesquisadores analisaram 51 pacientes com insuficiência cardíaca e
pendente do momento – seja em repouso ou durante os exercícios.
idade média de 60 anos, durante cerca de dois anos.
De acordo com os autores, até hoje poucos es-
Todos receberam café descafeinado, mas metade do
tudos avaliaram o efeito de altas doses de cafeína em
grupo ingeriu cápsulas de cafeína (o equivalente a cin-
pacientes de alto risco de arritmia, ou seja, não existiam
co expressos) e a outra metade consumiu placebo. As
evidências sólidas para limitar o consumo da substân-
doses eram consumidas em intervalos de uma hora,
cia. "Bebidas ricas em cafeína têm sido relacionadas a
com monitoramento contínuo por meio de eletrocar-
diversos sintomas cardíacos, como palpitações, taqui-
diograma. Uma hora após a última dose, os pacientes
cardia ou batimentos irregulares. No entanto, perce-
foram encaminhados a um teste de esforço em es-
bemos que havia muito mito e pouco estudo, então fomos atrás de respostas. Nosso estudo mostrou que o consumo de cafeína, a curto prazo e em quantidades moderadas, é seguro mesmo nos pacientes com alto risco de arritmias", afirma o professor Luis Eduardo Rohde, chefe do Serviço de Cardiologia do HCPA e um dos autores da pesquisa. O estudo foi co-orientado pelo professor Leandro Zimerman, chefe do Grupo de Arritmias e Eletrofisiologia do HCPA, que enfatiza: "a segurança em longo prazo ainda não está bem estabelecida". O artigo completo foi publicado no Jama Internal Medicine, um dos periódicos de maior destaque na área, e teve grande repercussão na imprensa nacional e internacional.
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RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
MAIS INCENTIVO PARA OS CICLISTAS Com o objetivo de encorajar práticas sustentáveis e suprir a demanda por espaços para guarda de bicicletas, o Hospital de Clínicas ampliou o bicicletário para funcionários. Agora, os ciclistas podem contar com 26 novas vagas, instaladas na entrada Sul.
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RESPONSABILIDADE SOCIAL
PROJETO ENSINA LIBRAS AOS ALUNOS DA CRECHE PAIS E PROFESSORES JÁ CONSEGUEM PERCEBER OS RESULTADOS POSITIVOS DA PROPOSTA
Para promover a inclusão social desde cedo, a Creche do Hospital de Clínicas de Porto Alegre oferece aos alunos das turmas dos maternais e jardins o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (Libras). O projeto iniciou em 2015, quando a pedagoga Vanine Maria Castilhos Bastos participou do curso promovido pela Coordenadoria de Gestão de Pessoas (CGP), com o objetivo de compartilhar essa língua com as crianças e suas famílias. Desde então, toda a semana as turmas têm um momento durante a rotina para desenvolver a aprendizagem. “Hoje, o projeto já é uma realidade na Creche e alcançou com sucesso seu objetivo, que é preparar as crianças para a inclusão social, proporcionando a comunicação com pessoas surdas”, afirma a chefe da Seção de Creche, Marylise Bender Garcia.
Durante as aulas, são utilizadas palavras que fazem parte do cotidiano da Creche, músicas infantis e brincadeiras interativas, todas realizadas através da língua de sinais. “Observamos que os resultados começaram a aparecer a partir do relato das próprias crianças e de seus pais. Alguns deles nos contaram, por exemplo, que enquanto estavam passeando, seus filhos buscavam a comunicação com pessoas surdas, o que os deixou surpresos”, disse Vanine. De acordo com a pedagoga, o interesse dos alunos é visível nas aulas, em que eles se mostram participativos e perguntam sobre palavras e frases em Libras. “Certamente a Creche continuará desenvolvendo este projeto, pois o retorno das crianças é muito significativo, bem como sua capacidade de aprendizado”, finaliza Marylise.
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MEMÓRIA
OLHAR SOBRE O PASSADO Em 2016, o Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas completou 35 anos. A data foi celebrada com a realização de evento no dia 10 de dezembro que, além de debater temas da área, também realizou um resgate da trajetória do setor. Esta foto, de 1988, registra a realização da I Jornada de Erros Inatos do Metabolismo. Nela, estão presentes Abilio Baeta Neves, que presidia a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul; o então presidente do HCPA, Carlos César de Albuquerque; e Roberto Giugliani, hoje chefe do Serviço de Genética Médica do Clínicas.
PARTICIPE! Você também pode contribuir com este espaço: basta enviar a sugestão de foto junto da descrição do momento a que ela se refere para o e-mail comunicacao@hcpa.edu.br, com o assunto “Foto para o Espaço Aberto”.
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TECNOLOGIA
NOVO APARELHO DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA REDUZ TEMPO DE EXAMES HOSPITAL DE CLÍNICAS CONTA COM EQUIPAMENTO ÚNICO NO ESTADO QUE AMPLIARÁ NÚMERO DE ATENDIMENTOS
Duração do tempo de exame reduzida pela metade, economia de recursos e mais qualidade nos resultados: estas são as características do novo aparelho de ressonância magnética adquirido pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que entrou em atividade no dia 22 de novembro. A máquina 3 Tesla abre uma nova perspectiva para os pacientes que aguardam por um exame de ressonância magnética pelo SUS. O equipamento, único no estado, é o mais completo na área e oferece o que há de mais avançado no segmento de diagnóstico, proporcionando exames de melhor qualidade e 50% mais rápidos. Em função de suas características técnicas, também é
possível reduzir pela metade a dose de contraste utilizada (substância injetada na veia do paciente para avaliar as lesões durante o exame). Outro diferencial está na amplitude do túnel, que possibilita a realização de exames em pessoas de até 250kg (a capacidade da máquina utilizada até então era de, no máximo, 150kg). O conforto para os pacientes vai além dos aspectos técnicos: a sala de exames conta com painel e iluminação diferenciada. “Estes estímulos lúdicos são importantes especialmente para proporcionar melhor comodidade para os pacientes pediátricos”, ressalta a chefe da Unidade de Ressonância Magnética, Juliana Avila Duarte.
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EVENTOS
DISTINÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO
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Palmas, sorrisos, torcida dos colegas, amigos e familiares: o clima de festa marcou, novamente, a Distinção por Tempo de Serviço. A tradicional cerimônia, em 2016, completou dez anos de realização e homenageou mais de 200 funcionários do hospital. Na tarde de 21 de novembro, os colegas que chegaram aos 25 anos de casa receberam seu reconhecimento. Já no dia 22, foi a vez dos profissionais que completaram 30, 35 e 40 anos de trabalho. “A Administração Central sente muito orgulho por celebrar com vocês esta data. Temos o sucesso que temos por causa da dedicação de todos que estão aqui, que fazem do hospital uma extensão de suas casas e de suas famílias”, afirmou o presidente do HCPA, professor Amarilio Vieira de Macedo Neto.
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CURTAS
HOMENAGEM A MÉDICOS COLOMBIANOS Para demonstrar o agradecimento à Colômbia pela manifestação de apoio e solidariedade em relação à tragédia aérea envolvendo o time da Chapecoense, o Hospital de Clínicas homenageou, no dia 12 de dezembro, os médicos colombianos que realizam Cursos de Capacitação e Aperfeiçoamento Profissional (Piccap) na instituição. “A tragédia e as manifestações de apoio nunca serão esquecidas, então nada mais justo que mostrar nosso agradecimento homenageando esses médicos que vieram complementar sua formação aqui”, disse o presidente do hospital, professor Amarilio Vieira de Macedo Neto. Receberam os certificados os colombianos que estão se capacitando nos Serviços de Medicina Interna, Cirurgia Plástica, Ginecologia e Obstetrícia, Hematologia Clínica, Nefrologia, Pediatria e Pneumologia. Ao final da cerimônia, o aluno do décimo semestre da Faculdade de Medicina da Ufrgs, Lucas Di Marco tocou, entre outras músicas, o hino da Colômbia no piano.
TÉCNICA INÉDITA PARA TRATAMENTO DO REFLUXO Em outubro, o Clínicas tornou-se o primeiro hospital público do Brasil a fazer o implante de um marcapasso no esfíncter esofágico para tratamento do refluxo gastroesofágico (DRGE). A Terapia por Estimulação Elétrica do Esfíncter Esofágico Inferior - EndoStim, que chegou recentemente ao Brasil, funciona de forma similar ao marcapasso cardíaco, estimulando eletricamente o esfíncter, uma válvula que se abre para dar passagem aos alimentos e se fecha, imediatamente, para impedir que o suco gástrico atinja o esôfago. Nos pacientes com DRGE, o esfíncter funciona de maneira ineficiente. O procedimento é indicado para pessoas que não conseguiram resolver o problema do refluxo apenas com medicamentos, mas também não têm indicação cirúrgica. “O tratamento estimula o esfíncter a se contrair, fazendo com que o refluxo não ocorra. Os trabalhos clínicos sobre o EndoStim demonstram que 90% dos pacientes que fizeram a implantação não tomam mais nenhuma medicação”, afirma o chefe do Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo do HCPA, professor Richard Gurski. No HCPA, quem recebeu o primeiro marcapasso foi uma paciente do Sistema Único de Saúde (SUS). Por ser uma tecnologia nova, o EndoStim ainda não está disponível no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e nem pelo SUS – o material utilizado no Clínicas foi doado pela fabricante.
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ACOLHIMENTO AOS ALUNOS DO 9º SEMESTRE DE MEDICINA
Os alunos do 9º semestre da Faculdade de Medicina da Ufrgs participaram da cerimônia de acolhimento que foi realizada no dia 30 de novembro, no auditório José Baldi. Na ocasião, os alunos receberam orientações indispensáveis a suas atividades na instituição, em áreas como qualidade e segurança na assistência hospitalar, higiene de mãos, prontuário eletrônico, privacidade e postura profissional. Ao final, também houve a entrega dos crachás para atuação na instituição.
REESTRUTURAÇÃO DA CENTRAL DE MISTURAS INTRAVENOSAS A entrega da reestruturação da Central de Misturas Intravenosas (CMIV) aconteceu no dia 11 de outubro, na Sala 160, uma vez que a área é controlada e deve ser evitada a circulação de grande número de pessoas. Além da substituição de equipamentos e passadores, foram realizadas melhorias na climatização e pressão nos espaços. Na área limpa, onde acontece a preparação dos medicamentos, o teto, o piso e as paredes foram trocados. O ambiente também conta agora com novas salas de manipulação de quimioterapia, conferência e paramentação.
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CURTAS
PROFESSORA DO HCPA INTEGRA COMITÊ INTERNACIONAL EM PESQUISA DO CÂNCER
CLÍNICAS ENTRE AS EMPRESAS MAIS INOVADORAS EM TI O Hospital de Clínicas de Porto Alegre conquistou a 56ª posição entre as empresas que mais inovaram no uso de Tecnologia da Informação (TI) no ano de 2016. A IT Mídia realizou, pelo 16º ano consecutivo, o prêmio As 100+ Inovadoras no Uso de TI. Em parceria com a PwC e consultores de mercado, foram inscritos 185 cases válidos e avaliados em 20 diferentes categorias. O prêmio visa destacar as cem empresas que mais inovaram pelo uso da tecnologia aplicada aos negócios, demonstrando, assim, sua importância e preocupação com a melhoria contínua das atividades da empresa em território nacional.
SIPAT A coordenadora do Laboratório de Medicina Genômica do Centro de Pesquisa Experimental do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e professora do Serviço de Genética Médica do HCPA e Departamento de Genética da Ufrgs. Patrícia Ashton-Prolla foi convidada pela American Association of Cancer Research (AACR) para integrar o Subcomitê Regional para a América Latina da instituição. Este comitê de 14 cientistas latino-americanos será responsável por fazer recomendações a respeito da pesquisa na área do câncer no contexto da região e por sugerir à AACR a criação e desenvolvimento de programas e iniciativas com base nas necessidades locais. A AACR conta com a participação de mais de 30 mil membros associados, incluindo cientistas, pesquisadores e profissionais de destaque e especializados na área de 107 países, que atuam de forma multidisciplinar para promover avanços de estudos e pesquisas na área de câncer.
Com programação voltada à segurança no trabalho, mas também à qualidade de vida e bem-estar, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat) deste ano foi integrada com a Unidade Álvaro Alvim (UAA). Além de apresentação do Coral do HCPA, a semana contou com uma série de palestras sobre assuntos como direito previdenciário, direito de família e benefícios previdenciários e ofereceu atividades como teatro, música, reiki, yoga e biodanza.
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REMODELAÇÃO DO SERVIÇO DE PATOLOGIA Foi inaugurada oficialmente, no dia 29 de setembro, a remodelação do Serviço de Patologia, que agora está mais moderno, funcional, seguro. Além da remodelação, a incorporação das imagens do Serviço no prontuário eletrônico também foi uma conquista celebrada na cerimônia de inauguração. “Este avanço não só permite a informação precisa, direta e o controle de qualidade, como consolida a prática da multidisciplinaridade, característica marcante de nosso hospital”, disse a chefe do Serviço de Patologia, Jane Maria Ulbrich. As melhorias no Serviço incluem automação da imuno-histoquímica e da coloração de rotina e apoio 24 horas aos transplantes, entre outros.
NOVA DIRETORIA DA FUNDAÇÃO MÉDICA DO RS
A cerimônia de posse da nova diretoria da Fundação Médica do Rio Grande do Sul - Gestão 2016-2018 foi realizada no dia 1º de dezembro. A presidência da entidade passa a ser exercida por Fernando Grilo Gomes, o primeiro professor aposentado a exercer o cargo. Com 42 anos de docência e experiência em diferentes cargos de coordenação, ele afirma que tem como objetivo dar continuidade aos avanços já consolidados pela instituição. “A intenção é fortalecer o apoio da Fundação ao hospital e à Universidade Federal do Rio Grande do Sul nos diversos projetos desenvolvidos”, aponta, destacando que um dos desafios que se apresenta está no incentivo à inovação tecnológica. Gomes assume a gestão no lugar do professor Marcelo Zubaran Goldani, que realizou a prestação de contas e afirmou que a vivência foi positiva. “É uma experiência pela qual todos os professores que tiverem oportunidade devem passar, pois qualifica a nossa visão sobre a universidade e sobre o Hospital de Clínicas”, aponta.
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