Espaço Aberto - Edição 56

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Nº56 – ABR./JUN. DE 2016

45 PENSAR NO FUTURO, SEM ESQUECER NOSSA HISTÓRIA Completando 45 anos, o HCPA homenageia as pessoas que por aqui passaram e as que estão ajudando a construir o futuro

P.12 HORA DE RENOVAR O SELO DA JCI Chegou o momento de mostrar que o cuidado seguro ao paciente é nossa marca

P.26 O HOSPITAL MAIS LEMBRADO EM PORTO ALEGRE Pela décima vez, o Clínicas vence o Top of Mind


ÍNDICE

ENSINO

6

INTEGRANDO AS ATIVIDADES DE ENSINO Pensado e desejado há anos, Grupo de Ensino (Gens) é criado para organizar e dar suporte nesse importante pilar do HCPA

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INOVAÇÃO

NOVOS VOOS, NOVAS PERSPECTIVAS Ibis surge para trabalhar com inovação, entendida como o produto de ações transformadoras dos sistemas sociais e econômicos

4 INSTITUCIONAL 9 ATUALIZAÇÃO 10 ASSISTÊNCIA 12 QUALIDADE E SEGURANÇA 16 REPORTAGEM ESPECIAL 20 ENSINO 22 PESQUISA 24 MEMÓRIA 25 EVENTOS 26 RECONHECIMENTO 27 TECNOLOGIA 28 CURTAS 30 CULTURA 31 MURAL DE RECADOS EXPEDIENTE HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE (HCPA) Rua Ramiro Barcelos, 2.350 - CEP 90035-903 Porto Alegre/RS - www.hcpa.edu.br

TECNOLOGIA

O AGHUSE É NOSSO Registro do Inpi formaliza a titularidade dos direitos autorais do sistema de informática que é desenvolvido há mais de 30 anos no Clínicas

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ADMINISTRAÇÃO CENTRAL Presidente: Amarilio Vieira de Macedo Neto Vice-presidente Médica: Nadine Clausell Vice-presidente Administrativo: Jorge Luis Bajerski Coordenadora do Grupo de Enfermagem: Ana Maria Müller de Magalhães Coordenador do Grupo de Pesquisa e Pós-graduação: Eduardo Pandolfi Passos ESPAÇO ABERTO Publicação da Coordenadoria de Comunicação do HCPA Coordenadora Responsável: Elisa Kopplin Ferraretto Reg. prof. 6784/ RS Jornalista: Camila Schäfer Estagiária de Jornalismo: Caroline Proença Fantineli Fotógrafo: Clóvis Prates Projeto Gráfico e Diagramação: Guilherme Mendes Pereira


INSTITUCIONAL

UM NOVO OLHAR SOBRE OS DADOS DO HCPA INSTITUIÇÃO PLANEJA IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE GOVERNANÇA DE DADOS (GD)

No workshop, gestores e diversas lideranças do HCPA puderam conhecer e debater o assunto

Manejando todos os dias um imenso conjunto de dados e

cialidades, técnicas, tecnologias, medicamentos, insumos,

com sólida experiência no seu processamento através da tec-

custos, indicadores de qualidade... Na pesquisa, os dados

nologia da informação, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre

falam de projetos, recursos, participantes, referências, pu-

(HCPA) prepara-se para mais um salto de qualidade nesta

blicações e muito mais, enquanto no ensino abrangem

área. A instituição planeja implementar um sistema de Go-

alunos, professores, disciplinas, conteúdos, salas de aula,

vernança de Dados (GD), tendência mundial entre as grandes

preceptorias e assim por diante. Não dá para esquecer dos

empresas que trabalham com o que se denomina big data,

dados de gestão – faturamento, investimentos, receitas e

ou metadados. Mas o que, exatamente, significa isto?

despesas etc. – nem daqueles relacionados às informações

Quem conhece a diversidade e a complexidade das

de interesse público, transparência e imagem institucional.

atividades do HCPA tem ideia do imenso volume de da-

Por trás de tudo isso, estão as pessoas que fazem o dia a

dos nelas envolvidos. Na assistência, eles dizem respeito, só

dia da instituição – e , é claro, seus dados: cadastro, folha

para citar alguns exemplos, a pacientes, patologias, espe-

de pagamento, perfis, registro da frequência, desempenho

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profissional... Cada dado pode ser utilizado sozinho ou

A criação de um Gabinete de Governança de Dados

relacionado com outro, ou outros, em um número inter-

(GGD), sugere a consultora, deve ajudar a orientar o debate

minável de combinações possíveis. É a soma de tudo isto

sobre estas questões, com ampla participação da comuni-

que se denomina big data – um grande volume de dados

dade interna. "A GD é a gestão conjunta de políticas, pro-

impactantes nas ações e resultados de uma organização.

cessos, pessoas e tecnologias que visa estruturar e adminis-

O desafio da atualidade, pelo mundo afora, é saber o

trar os ativos de informação", explica Sílvia, deixando claro

que fazer com tantos dados, como gerenciá-los adequada-

que não se trata apenas de utilizar recursos de tecnologia

mente para que se transformem em conhecimentos úteis

da informação, mas de somar estes e diversos outros recur-

para a empresa, seus colaboradores e a sociedade. A fim de

sos "para produzir informação de alta qualidade, detalhada,

aprimorar este processo no HCPA, a Administração Central

oportuna e relevante para um grande número de finalidades

contou, nos primeiros meses de 2016, com a consultoria

e usuários". O GGD, portanto, deverá atuar na definição de

de Sílvia Delgado Olabarriaga, professora do Departamento

responsabilidades e regramentos para acesso, guarda, inte-

de Epidemiologia Clínica, Bioestatística e Bioinformática do

gralidade, confidencialidade e propriedade dos dados.

Centro Médico-acadêmico da Universidade de Amsterdã

"A introdução da GD vai possibilitar a gestão pública

(Holanda). Como assessora extraplano da Presidência, fo-

baseada em dados, qualificando ainda mais o processo de

cou seu trabalho no uso da tecnologia da informação e na

tomada de decisões”, enfatiza o presidente Amarilio Vieira

pesquisa biomédica. Sílvia teve a missão de mapear o uso

de Macedo Neto. Para viabilizar a iniciativa, Amarilio já vem

de dados no Clínicas, procurando entender em que estado

buscando a parceria de outros profissionais, como a profes-

a instituição se encontra e ajudar a trilhar os caminhos para

sora Suzi Alves Camey, diretora do Instituto de Matemática

melhorias. Em março, coordenou um workshop em que os

da Ufrgs, que há anos presta consultoria para o hospital

gestores e diversas lideranças do hospital puderam conhe-

na área de uso de dados e estatística em pesquisa. Suzi

cer melhor e debater o assunto.

foi oficialmente convidada pelo presidente para assumir o

Sílvia constatou que os dados disponíveis no

GGD, enquanto Sílvia continuará com a relação de parceria

HCPA são muitos, utilizados para as finalidades mais

com o hospital diretamente do Centro Médico-acadêmico

variadas e distribuídos em diferentes sistemas. Também

da Universidade de Amsterdã.

avaliou que a instituição deve começar a evoluir para o aprimoramento do gerenciamento destes dados. Tal desafio implica em refletir sobre diferentes questões: é agregado valor aos dados disponíveis no hospital, de forma a se transformarem em conhecimento? O que garante a integridade dos dados? Quem controla e garante o acesso a eles? Que mecanismos existem para monitorar o cumprimento das regras de segurança? E quem tem responsabilidade e autoridade para responder a perguntas sobre dados no HCPA?

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INOVAÇÃO

NOVOS VOOS, NOV IBIS SURGE PARA TRABALHAR COM INOVAÇÃO, ENTENDIDA COMO O PRODUTO DE AÇÕES

A visão de um íbis sobrevoando as margens do Nilo era,

Mas houve ainda uma coincidência: as iniciais do nome

para os antigos egípcios, sinal de boas novas. A ave, acre-

do empreendimento – Instituto Brasileiro de Inovação em

ditavam eles, vinha anunciar a chegada das cheias, que

Saúde – formam justamente a sigla Ibis. Nada melhor para

fertilizavam a terra para o plantio de novas culturas e

denominar uma entidade que nasceu com o objetivo de

abundante colheita. Por isto, era adorada como um sím-

converter conhecimentos latentes em agentes de mu-

bolo de sabedoria – tanto que Thoth, deus da ciência, era

danças, prenunciando novas perspectivas. De inovar para

representado com a cabeça de um íbis. Esta simbologia

transformar realidades. "O Ibis surge para trabalhar com

já bastaria para que o pássaro fosse escolhido como mar-

inovação, entendida como o produto de ações transfor-

ca visual de um novo projeto estratégico em desenvolvi-

madoras dos sistemas sociais e econômicos", destaca o

mento no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

presidente do HCPA, Amarilio Vieira de Macedo Neto.

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VAS PERSPECTIVAS TRANSFORMADORAS DOS SISTEMAS SOCIAIS E ECONÔMICOS Instituição de referência e excelência em assis-

zidos por ela, e também da expertise acumulada pelos

tência, ensino, pesquisa e gestão, o HCPA vive todos

profissionais na prática assistencial, para o cotidiano

os dias o desafio de manter esta condição construída

dos cidadãos, melhorando sua qualidade de vida.

ao longo de 45 anos. Faz parte deste esforço a busca

A inovação, acrescenta Elizabeth, também ne-

permanente de novos diferenciais, novas frentes de

cessita de sustentabilidade. É preciso andar na velo-

atuação. Dentro deste espírito, em 2013 foi criado o

cidade do mercado para que haja competitividade.

Escritório de Inovação em Saúde (EIS), com a missão

Como fazer isto dentro de uma empresa pública, em

de estimular que os conhecimentos produzidos ultra-

que a agilidade e a autonomia – condições essenciais

passem as fronteiras da instituição, transformados em

à inovação – são relativas? A resposta veio no voo do

produtos e serviços disponibilizados no mercado e,

Ibis, anunciando um cenário onde será possível plan-

assim, compartilhados com a sociedade. "Isto é ino-

tar cada vez melhor e colher cada vez mais. A criação

vação: conhecimento com valor agregado", sintetiza

do Instituto foi aprovada pela Administração Central

Elizabeth Obino Cirne-Lima, responsável pelo EIS. Não

e referendada pelo Conselho Diretor em maio, com o

se trata, portanto, de desenvolver pesquisas, mas de

formato de uma associação. Uma pessoa jurídica – o

possibilitar a transposição dos conhecimentos produ-

HCPA – e três pessoas físicas – Elizabeth Cirne-Lima,

Elizabeth Cirne-Lima, Jairo Gonçalves, presidente Amarilio e Jorge Guimarães assinam termo de criação do Ibis

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INOVAÇÃO

Jorge Guimarães e Jairo Henrique Gonçalves – formam

poderão aplicar seus conhecimentos e experiências partici-

o núcleo inicial da entidade, que possui característi-

pando de projetos voltados à inovação, a exemplo do que

cas similares às de uma empresa privada, como auto-

ocorre na pesquisa. Ao mesmo tempo, como o HCPA é um

nomia para investimentos e gestão de pessoas, mas

dos associados, sua infraestrutura poderá ser utilizada nas

sem visar à distribuição de lucro. Outra peculiaridade

atividades, o que trará dividendos ao hospital. Tudo em um

é a possibilidade de estabelecimento de parcerias com

ambiente multiprofissional de parceria.

empresas privadas para captação de investimentos.

Curiosamente, este ambiente faz lembrar uma ou-

"Vamos poder viabilizar desde o desenvolvimento do

tra ave: a curicaca. Nos campos do Rio Grande do Sul, ela

protótipo de um equipamento médico até sua comer-

gosta de alojar-se nas árvores mais próximas às sedes das

cialização no mercado", exemplifica Fernanda dos

fazendas e alimenta-se de insetos e répteis nocivos ao ser

Santos de Oliveira, assistente do EIS. Em uma próxima

humano. Por isto, é vista como um símbolo de parceria.

etapa, a intenção é que o Ibis se transforme em uma

Também poderia ser, portanto, a marca visual do Ibis do

organização social, credenciando-se para recebimento

HCPA. E de fato o é, pois as coincidências continuam:

também de investimentos públicos, através de contra-

curicaca é o nome dado ao Ibis na América do Sul.

tos de gestão para fins específicos. O principal foco de atuação neste momento inicial está na área de Engenharia Biomédica, na qual o Clínicas

MISSÃO INTERNACIONAL

possui ampla tradição. Nos últimos anos, mais de 30 patentes foram registradas e dois produtos desenvolvidos, chegando ao mercado. Um deles é o stent traquiobrônquico, criado pelos professores Rogério Gastal Xavier e Amarilio Vieira de Macedo Neto e pelo engenheiro biomédico Paulo Sanches para utilização em cirurgias pulmonares, incrementando as chances e a qualidade de vida de portadores de doenças pulmonares graves. O outro é o Chiripá, dispositivo de segurança para pacientes que não possuem autonomia para permanecer sentados, inventado pela enfermeira Lígia Pegoraro. Futuramente, o Ibis não utilizará recursos financeiros e de pessoal do hospital. "Será uma forma de a empresa pública HCPA crescer, com um braço independente se ocupando do cenário diferenciado e pujante da inovação em saúde”, comemora Elizabeth Cirne-Lima. O empreendimento, por outro lado, abrirá novas oportunidades a professores e alunos da Universidade Federal do Rio Grande do

A longo prazo, o Ibis deverá contar com a construção de um parque tecnológico que concentrará indústrias, serviços e núcleos de pesquisa voltados à inovação. Este é o modelo adotado em centros visitados por missões do hospital nos últimos anos, para prospecção de ideias em inovação, como Cingapura, Cleveland (EUA) e República Tcheca. Nesta última, um grupo foi conhecer, em abril deste ano, projeto que está recebendo fortes investimentos da Comunidade Econômica Europeia para a criação de um novo centro de inovação na área biomédica.

Sul (Ufrgs), pesquisadores e funcionários do hospital, que

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ATUALIZAÇÃO

UPGRADE DA SOLUÇÃO DE IMAGENS MÉDICAS EQUIPES ASSISTENCIAIS VÃO PODER CONTAR COM MAIS RECURSOS E MAIOR AGILIDADE

Quando se fala em tecnologia, cinco anos já são suficientes para que equipamentos e programas se tornem obsoletos. Assim aconteceu com a solução de imagens que o hospital utiliza. A tecnologia adquirida em 2009 já precisava ser renovada. Por isso, a partir da metade de julho, todos vão poder contar com uma solução mais atual. O upgrade envolve tanto hardware quanto software e vai proporcionar aos usuários mais recursos e maior agilidade no acesso às imagens. Em termos de hardware, haverá renovação do parque tecnológico do datacenter, com servidores novos, além de um novo e moderno storage para arquivamento dos exames, procedimentos e cirurgias que geram imagens. Com isso, aumenta-se a performance e a segurança de dados. As estações de diagnóstico utilizadas pelos radiologistas também serão trocadas por novas,

de última geração. Já em relação aos softwares, serão utilizadas as últimas versões disponíveis no mercado, que oferecem mais recursos aos usuários. A grande mudança para as equipes assistenciais será o visualizador de imagens acessado pelo AGHUse, que ficará melhor e mais rápido. Hoje, é necessário ter um programa instalado no computador para abrir as imagens. Com a nova solução, o visualizador será web e independente de browser, o que torna muito mais rápido o acesso. Para que todos se adaptem à novidade, será oferecido treinamento aos radiologistas e a alguns usuárioschave, responsáveis por disseminar e capacitar as equipes assistenciais. Da mesma forma, o Serviço de Física Médica e Radioproteção está disponível para tirar dúvidas e programar treinamentos. Os interessados podem procurar o Serviço, antes ou depois do upgrade, no ramal 8557.

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ASSISTÊNCIA

MAIS QUALIDADE DE V INICIATIVA OFERECE SÉRIE DE EXERCÍCIOS FÍSICOS E ACOMPANHAMENTO PARA PACIENTES DO PROGRAMA DE CIRURGIA BARIÁTRICA E DA UBS

Duas vezes por semana, pacientes do Programa de Cirurgia Bariátrica e da Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Cecília reúnem-se para praticar atividades físicas. O projeto, que iniciou em agosto de 2015, mobiliza cerca de 30 participantes por aula, que dispõem de acompanhamento e supervisão por parte da profissional de Educação Física, Emilian Rejane Marcon. Iniciativa pioneira dentro de um hospital universitário, o desenvolvimento deu-se a partir de uma experiência realizada pela professora em seu doutorado. "Uma pesquisa mostrou que a prática de exercícios, mesmo com intensidade leve e curta duração, trouxe muitos benefícios aos pacientes bariátricos. Baseados nisso, iniciamos o projeto", ressalta Rejane.

O principal objetivo dessa iniciativa é que a prática de exercícios vire um hábito, especialmente para os pacientes da cirurgia bariátrica. Como uma grande quantidade deles mora em outros municípios do Rio Grande do Sul, alguns recebem, uma vez por mês, um programa de exercícios personalizados para ser realizado em casa. Atualmente, os encontros acontecem nas segundas e quintas-feiras, no salão da Associação de Servidores do HCPA (Ashclin). As aulas têm duração de 60 minutos e estimulam o senso coletivo, com práticas em grupo e danças. Todos os encaminhamentos são feitos via Sistema Único de Saúde (SUS). Confira o depoimento de algumas participantes:

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VIDA

Iniciati va part iu

de exp eriênc ia reali zada p or Reja ne em seu do utorad o

Eu estou aqui para aprender a me exercitar. Quero tentar emagrecer com os exercícios e, depois que fizer a cirurgia, continuar no projeto. ANACLEIA BRUM, COSTUREIRA, INTEGRA O PROGRAMA DE CIRURGIA BARIÁTRICA.

Essa iniciativa é muito boa. Antes eu não tinha tanta facilidade para caminhar, e sentia dores na coluna também. Com alongamento, não tem o que não passe.

Eu sempre fui muito sedentária, então achei que não ia conseguir. Ir a uma academia não é a minha praia, mas aqui eu me encontrei.

CAMILA TAVARES, APOSENTADA, PARTICIPA DO PROJETO DESDE AGOSTO DE 2015.

SANDRA LEAL, APOSENTADA, FEZ A CIRURGIA BARIÁTRICA HÁ TRÊS ANOS.

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QUALIDADE E SEGURANÇA

HORA DE RENOVAR O SELO DA JCI CHEGOU O MOMENTO DE CONFIRMAR O COMPROMISSO COM O CUIDADO SEGURO AO PACIENTE E MOSTRAR MAIS UMA VEZ QUE FAZER PARTE DE UMA INSTITUIÇÃO QUE PREZA POR ISSO É MOTIVO DE ORGULHO Há três anos, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre

ao paciente é gratificante e que fazer parte de uma insti-

(HCPA) comemorava o fato de ter sido o primeiro hos-

tuição que preza por isso é motivo de orgulho.

pital do Brasil e o terceiro da América do Sul a possuir a

Ao mesmo tempo em que o selo da JCI é uma es-

Acreditação Internacional, pela Joint Comission Interna-

pécie de “certificado de qualidade” para os pacientes,

tional (JCI), como centro médico acadêmico. Desde lá,

ela também conta pontos para as próprias conquistas da

a instituição vem aprimorando seus processos, padroni-

instituição e de seus colaboradores. Nos últimos anos,

zando documentos, realizando treinamentos e campa-

muitos projetos estratégicos para o hospital receberam

nhas educativas no intuito de manter e incentivar boas

atenção especial do Governo Federal por este entender

práticas para garantir a segurança do paciente. Graças

que se tratava de iniciativa de uma instituição diferencia-

ao empenho de todos, o selo foi conquistado e muito

da. Mesmo recentemente, em um contexto econômico-

comemorado em 2013. Nos anos seguintes, as avalia-

-financeiro adverso, com maior dificuldade na obtenção

ções de manutenção realizadas pelo Consórcio Brasileiro

de recursos, a Acreditação Internacional favorece a con-

de Acreditação (CBA), além de serem positivas, reafirma-

tinuidade da análise e debate de projetos.

ram pontos muito importantes para a comunidade do

Cada processo, cada rotina, cada documento é cons-

HCPA: que nossa gente se empenha permanentemente

truído e mantido por pessoas. Por isso, elas são tão im-

para que o hospital seja cada vez melhor e mais seguro

portantes nessa busca por um hospital cada vez melhor e

e que não há adversidade ou crise que faça esmorecer a

referência no que faz. Sempre que um colaborador segue

dedicação e o orgulho institucional.

os padrões de segurança, além de proteger o paciente, ele

Agora chegou o momento de mostrar que a co-

está protegendo a si mesmo e mantendo um ambiente se-

munidade continua unida e empenhada em manter os

guro também para seus colegas. Por isso, fique atento aos

padrões internacionais de qualidade e segurança. Em

padrões que listamos a seguir para que nossa instituição

dezembro, a JCI retorna ao hospital para a reacreditação

continue sendo motivo de orgulho para quem trabalha

e será a oportunidade de mostrar que o trabalho de cada

aqui e para quem utiliza seus serviços! Será, mais uma vez,

um é feito com excelência e rigor, que o cuidado seguro

um trabalho árduo, porém, extremamente gratificante.

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IDENTIFICAR CORRETAMENTE PACIENTES (META 1)

Os identificadores do paciente dentro do hospital são seu nome completo e número de prontuário, presentes na pulseira de identificação. Os profissionais do hospital devem, ao chamar pacientes, sempre usar seu nome completo e conferir os dados da pulseira, comparando-os com os dados presentes nos rótulos e documentos envolvidos no cuidado que está sendo prestado ao paciente. Isto deve ocorrer, obrigatoriamente, antes de: administrar medicamentos, sangue e hemocomponentes; coletar exames de sangue ou outras amostras; procedimentos invasivos; e administrar dieta restritiva. Mesmo que já se conheça o paciente, sua identificação deve ser conferida. Esta ação diminui o risco de erros de paciente ou de medicação.

SEGURANÇA DAS INSTALAÇÕES Embora o cotidiano dos profissionais seja marcado, muitas vezes, por urgências, não se pode descuidar de ações aparentemente simples, mas que são fundamentais para a segurança de todos. As portas de acesso restrito devem permanecer fechadas, especialmente em unidades com crianças e/ou pacientes psiquiátricos: isto garante entrada e saída das instalações apenas por pessoas devidamente autorizadas.

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QUALIDADE E SEGURANÇA

CURSOS DE CAPACITAÇÃO Todos os profissionais assistenciais devem realizar os treinamentos previstos, principalmente em Reanimação Cardiorrespiratória e em Qualificação para Sedação.

A assistência qualificada e segura aos pacientes passa pelo treinamento de toda a equipe médica e de Enfermagem para a atuação em caso de parada cardiorrespiratória dentro do hospital. Meta institucional e requisito para a Acreditação Internacional, a capacitação em Suporte de Vida vale por dois anos e cabe a cada profissional revalidá-la após este período. Os profissionais da assistência devem acessar o Portal EAD e verificar quais os cursos de Suporte de Vida disponíveis para suas áreas de atuação. Após o EAD, é preciso marcar a aula prática complementar. Outro curso fundamental para médicos e residentes do HCPA é a Qualificação para Sedação, que tem como objetivo capacitar os profissionais para a prática de sedação leve e moderada. O curso está dividido em cinco módulos: princípios básicos de sedação segura; medicamentos para sedação; complicações relacionadas à sedação; manejo da via aérea do paciente adulto; e manejo da via aérea do paciente pediátrico.

REGISTROS EM PRONTUÁRIO Os prontuários clínicos devem refletir e facilitar a integração e a coordenação do cuidado ao paciente, com o registro sistemático dos resultados das discussões de equipe multidisciplinar, ou rounds, que impliquem em decisões para o planejamento do cuidado. Além disso, é fundamental que estejam presentes informações necessárias antes de procedimentos cirúrgicos, bem como o plano terapêutico dos pacientes e termos de consentimento devidamente preenchidos.

Nos casos de transferências do paciente para outras unidades, o registro deve ser completo, permitindo que os outros profissionais possam dar continuidade ao cuidado e sequência ao plano terapêutico. As avaliações e reavaliações, no momento em que acontecem, devem estar registradas. Esta é a maneira mais efetiva e correta de comunicação entre as equipes. Ao solicitar exames que requeiram interpretação, devem ser registradas as informações clínicas adequadas para auxiliar nos laudos.

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REDUZIR O RISCO DE DANOS AOS PACIENTES RESULTANTES DE QUEDAS (META 6)

Para diminuir a lesão decorrente de quedas, todos os pacientes são avaliados e reavaliados quanto ao risco de que elas ocorram. Pacientes com risco são identificados com pulseiras de cor amarela e recebem medidas de prevenção. A avaliação do risco é feita pelo enfermeiro, que aplica a Escala de Morse (em pacientes adultos) e ficha de avaliação do risco para quedas (em pacientes pediátricos). Nos pacientes internados no 4º Norte, 4º Sul, 7º Sul e Unidade de Internação em Adição da UAA, são aplicados critérios adicionais à Escala de Morse, para detecção do risco para quedas relacionadas a determinados medicamentos.

As principais medidas preventivas para pacientes com risco para quedas são: • manutenção das grades da cama elevadas e da cama baixa; • estímulo para presença de acompanhante 24 horas; • colocação da campainha ao alcance do paciente, para chamada de auxílio; • transporte seguro em cadeira de rodas ou maca com grade elevada; • deambulação sempre acompanhados. Quando necessário, ofertar muletas ou andadores para a deambulação auxiliada; • ambiente livre de obstáculos; • educação dos familiares e do paciente sobre seu risco de quedas, e como diminuir este risco. Todo paciente menor de três anos é considerado com risco de quedas. Todos os pacientes são considerados de risco para quedas quando internados nas unidades CTI adulto, Utip, UTI Neonatal, UBC, CCA, Urpa, UCC, Hemodinâmica, UCO, UV e UIO (para recém-nascidos). Estes pacientes não utilizam a pulseira amarela, pois as medidas preventivas devem ser implementadas para todos.

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REPORTAGEM ESPECIAL

PENSAR NO FU ESQUECER NO COMPLETANDO 45 ANOS DE EXISTÊNCIA, O HCPA HOMENAGEIA AS PESSOAS QUE POR AQUI PASSARAM E AQUELAS QUE ESTÃO ESCREVENDO NOVAS PÁGINAS DESSA HISTÓRIA

Q

uando o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) passou a utilizar o slogan “construindo o futuro da saúde”, a ideia era, além de retratar este momento de ampliação da instituição, também reforçar seu compromisso com um futuro melhor para a saúde pública. No entanto, para que esse cenário seja possível lá na frente, são necessárias bases sólidas, construídas no passado e reforçadas no presente. Por isso, no ano em que se completam 45 anos da publicação do estatuto do Clínicas no Diário Oficial da União – documento considerado a “certidão de nascimento” do hospital – nada mais justo do que prestar uma homenagem àquelas pessoas que ajudaram a traçar essa história de sucesso e também àquelas que estão dedicando seu trabalho na construção do futuro da saúde.

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UTURO, SEM OSSA HISTÓRIA PESSOAS QUE AJUDARAM A CONSTRUIR A HISTÓRIA DO HCPA COMPROMETIMENTO

Possuidor do cartão-ponto 2806, José De Marco de Carvalho – o famoso Zé da Gráfica – acredita que, em 40 anos de serviços prestados ao hospital, seu maior legado foi o comprometimento e muito trabalho. Ele, que entrou na instituição como secretário, finalizou sua carreira como chefe da Gráfica graças ao futebol. “Naquela época, a gente tinha um time e aí o chefe da Gráfica me convidou pra trabalhar lá. Acabei ficando só uns seis meses como secretário. O resto da minha carreira foi todo entre as impressoras”, conta. Zé chegou a pegar a transição da gráfica manual para a digital e também alguns períodos não tão bons. “O hospital passou por um momento de crise, certa vez. Muita gente estava indo embora, com boas propostas da iniciativa privada. Eu também fui convidado por uma grande empresa e cogitei deixar o HCPA, mas segui na instituição. Foi minha sorte, porque depois disso o Clínicas só melhorou e eu não tive mais motivos para sair – exceto quando me aposentei (risos)."

ÉTICA E RESPEITO Maria Lucia Rodrigues Falk, que sempre se baseou nos pilares ética e respeito, pode dizer que, em 35 anos de HCPA, seu legado foram as práticas humanizadoras, os bons relacionamentos e o auxílio na criação de uma cultura para a qualidade e segurança do paciente. Contratada como enfermeira noturna, nos anos 1980, Lucia finalizou sua carreira como coordenadora de Enfermagem na Unidade Álvaro Alvim. “Estive lá desde o primeiro dia de funcionamento e até antes disso. Primeiro, auxiliamos na construção do espaço físico. Depois, na definição dos processos, na seleção dos profissionais que iriam para lá. Foi um trabalho não só técnico, mas também de entender o que as pessoas queriam, o que elas buscavam.” Prova de que o cultivo de bons relacionamentos deu seus frutos é que Lucia conheceu seu esposo no hospital e uma das coisas que ela admite que mais sente falta são os vínculos afetivos. “Fiz meus melhores amigos aqui e hoje só guardo as lembranças boas.” Para os profissionais que estão ingressando no hospital, ela aconselha: “é uma chance para crescer como pessoa, então façam o melhor hoje, com aquilo que se tem. Não deixem para amanhã".

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REPORTAGEM ESPECIAL

DEDICAÇÃO Desde a época de estudante ele já circulava pelos corredores do HCPA. Luiz Fernando

Bopp Müller, professor da Dermatologia, continua dando aula mesmo aposentado, ensinando e compartilhando seu legado com os alunos. “Eu me orgulho muito dessa instituição, por isso continuo vindo aqui. Considero o HCPA praticamente minha segunda casa, porque frequento essa instituição desde estudante, quando acompanhava meu tio Clóvis Bopp, o primeiro professor da Dermatologia. Até os procedimentos que preciso fazer, faço aqui, porque confio nos profissionais.” O vínculo formal de Müller com o Clínicas aconteceu em agosto de 1973. Com essa experiência e dedicação, o professor aconselha: “quem tem a sorte de fazer uma residência e seguir aqui precisa valorizar a oportunidade. Este é um hospital de primeira linha, com excelentes profissionais. É uma chance de aprendizado".

RESPONSABILIDADE Ser portadora do cartão-ponto número 25 e uma das

pessoas que praticamente abriram as portas do HCPA não é pra qualquer um. Além disso, seguir trabalhando depois dos 70 anos é algo digno de homenagem. Maria Joeci Sperk – a Jô – tem orgulho de dizer que vestiu a camiseta. “Vim pra cá como secretária quando não tinha nem uma cadeira pra sentar. Na época da montagem, trabalhávamos até quase meia noite, pra deixar tudo funcionando.” Com 46 anos de casa, Jô viu algumas pessoas passarem pela instituição e outras alçarem grandes voos. “Conheci a professora Nadine e o professor Amarilio quando eles eram residentes. Ainda hoje lembro quando a Nadine assumiu e me disse ‘Jô, puxa minha orelha se eu for mal’.” Fazendo parte da Comissão de Residência Médica (Coreme) por mais de 30 anos, a secretária já deu muito puxão de orelha nos residentes, mas também fez muitas amizades. “O que mais sinto falta são dos meus amigos. Se eu não estivesse passando por problemas de saúde na família, teria trabalhado mais um pouco antes de me aposentar. Já me familiarizei em casa, mas ainda não tive tempo para pensar que parei."

PESSOAS QUE ESTÃO CONSTRUINDO O FUTURO GRATIDÃO Agradecer todos os dias por estar trabalhando: essa é a filosofia de Marcos Santos da

Silva, que há mais de um ano veio da Bahia para trabalhar na obra de expansão. Esse é o quinto hospital que ele ajuda a construir e, mesmo enfrentando os desafios de morar em outra cidade, o almoxarife não se deixa abater. “Minha família ficou na Bahia, mas penso que sozinho a gente nunca está. Tenho meus colegas de trabalho e felizmente posso viajar todo o mês de volta para casa, pra matar a saudade.” Ainda que a família de sangue esteja a milhares de quilômetros de distância, Silva não esquece aqueles que praticamente são sua família em Porto Alegre. Prova disso é que, sempre que volta de viagem, ele traz na mala cocadas e fitinhas do Senhor do Bom Fim, que presenteia aos colegas de trabalho. De fala tranquila e olhar sereno, o almoxarife, aos 30 anos, afirma que esta é uma das maiores obras de que já participou. “Eu considero uma vitória. Saber que um dia vou poder dizer ‘eu trabalhei aqui, dei um pouco do meu suor’. Como dizem, é fazer o bem sem olhar a quem."

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CORAGEM A crise assolava fortemente seu país, a Espanha. Na construção civil, o número de novas edificações foi caindo, enquanto as taxas de desemprego foram aumentando. Ao mesmo tempo, do outro lado do oceano, um país se mostrava muito promissor, graças à chegada de um evento esportivo mundial: a Copa. Nesse momento, Ricardo Mirón Follente não teve dúvidas sobre o caminho a seguir. “Eu só ouvia coisas boas sobre o Brasil, e aí pensei: ‘por que não arriscar?’ Meu seguro desemprego valia quatro vezes mais aqui do que na Espanha.” Casado com uma brasileira, o espanhol desembarcou em Porto Alegre para trabalhar na Arena do Grêmio, há alguns anos. Hoje, Follente atua como encarregado de hidráulica nos anexos. Essa é a primeira obra hospitalar de que ele participa, aqui no Brasil. “O que me deixa mais orgulhoso de trabalhar em grandes construções é saber que elas vão ficar para a história e beneficiar muitas pessoas."

DETERMINAÇÃO Ver uma mulher em um canteiro de obras pode parecer incomum para algumas pessoas, mesmo que elas estejam conquistando cada vez mais espaço em setores que até então eram predominantemente masculinos. Nos anexos, uma personagem que chama a atenção é Dalvana Fraga, que coordena uma equipe com mais de 30 homens. “Já enfrentei preconceito no início da carreira como técnica em edificações, há seis anos, mas hoje não enfrento mais. Acho que porque ainda existem poucas mulheres no canteiro. Geralmente elas ficam nos escritórios.” Neta de um mestre de obras, desde criança Dalvana já acompanhava o avô nas obras residenciais em que ele atuava. “Naquela época era muito comum levar a família para o canteiro. Eu passava muito tempo por lá. Acabei me habituando e pegando gosto pela construção civil. Pra quem trabalha na área, a expansão do Clínicas é uma referência. Todo mundo quer trabalhar aqui.”

EXPERIÊNCIA Há 57 anos na construção civil, Pedro Nancy Domingues já ajudou a erguer muitas das edificações que hoje vemos em Porto Alegre. Nascido em Cachoeira do Sul, o carpinteiro desembarcou na capital em 1959 e logo em seguida fez parte de uma grande obra: a do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Passando das oito décadas de vida, hoje o carpinteiro trabalha nas obras dos anexos. E nem pensa em parar de trabalhar. “Não tenho tempo”, é o que ele diz quando perguntado sobre aproveitar a aposentadoria, já concedida há dez anos. “Quando terminar a obra aqui, acho que vou sair da construção. De repente trabalhar como vigilante, porteiro, alguma coisa assim. Eu gosto de trabalhar. Até quando estou fora da obra eu trabalho, construindo minha casa.” Depois de tantos anos no ramo, o carpinteiro considera a ampliação do Clínicas uma obra de arte, que ele ajudou a construir e foi vendo crescer. “Fico feliz em saber que o hospital vai ajudar muita gente. No futuro, vou passar por aqui e dizer que ajudei a construir mais um pedaço.”

TÉCNICA Ele foi uma das primeiras pessoas que desembarcaram em Porto Alegre para dar início às obras de expansão do hospital, esse que seria um dos maiores desafios de sua carreira. Aos 31 anos, o gerente geral do contrato, engenheiro Diego Barros Inácio, já passou por outras duas obras hospitalares, mas nenhuma com a magnitude dos anexos. “É uma experiência inigualável. Acho que todo mundo que tem a oportunidade de passar por um projeto como esse acaba agregando valor ao seu currículo. É uma escola pra todos.” O carioca, que já passou por vários estados brasileiros, admite que enfrentou algumas dificuldades nas obras dos anexos, especialmente com a expectativa de não saber quando os trabalhos iniciariam, devido às aprovações em diversas instâncias. Mesmo com as dificuldades, Inácio exalta a ampliação do Clínicas. “É um privilégio trabalhar em um projeto onde o objetivo final é entregar benefício à saúde. Estradas, edifícios, barragens, todos têm o seu valor, mas a obra hospitalar tem um apelo diferente. É o local onde salvam vidas.”

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ENSINO

MESTRADO PROFISSIONAL EM PESQUISA CLÍNICA INSTITUIÇÃO LANÇA CURSO E REFORÇA SEU COMPROMISSO COM A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS E A GERAÇÃO DE CONHECIMENTOS O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), que ao

A falta desses profissionais é um dos gargalos para o

longo dos anos conquistou o reconhecimento como

crescimento e qualificação da pesquisa clínica brasi-

referência em assistência, ensino e pesquisa, reforça

leira”, explica Leila Beltrami Moreira, coordenadora

agora seu compromisso com a formação de profissio-

do curso.

nais e a geração de conhecimentos. Foi lançado em

De acordo com Rosane Schlatter, assessora do

maio o Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica, ide-

Grupo de Pesquisa e Pós-graduação (GPPG), o Mestra-

alizado no HCPA, em parceria com a Empresa Brasilei-

do Profissional em Pesquisa Clínica do HCPA terá seu

ra de Serviços Hospitalares (Ebserh).

corpo docente formado por profissionais e pesquisa-

Esta primeira edição pretende capacitar cerca

dores experientes e qualificados, com posição de des-

de 30 profissionais, entre o público externo, empre-

taque no hospital e renome em suas áreas. Primeiro na

gados públicos ou servidores que atuem nos Hospi-

região Sul, o programa também apoiará a Rede Nacio-

tais Universitários Federais da Ebserh e funcionários

nal de Pesquisa Clínica do Ministério da Saúde, desen-

do HCPA. Com atividades teóricas e práticas, o mes-

volvendo métodos de gestão e avaliação de projetos de

trado vai formar profissionais com sólidos conheci-

pesquisa clínica em instituições de saúde.

mentos no desenvolvimento e condução de ensaios clínicos, em todas as suas etapas, habilitando-os para atuação tanto em empresas privadas quanto em instituições públicas. “Com essa perspectiva, o curso prioriza projetos de desenvolvimento pragmáticos, que foquem em problemas reais e resultem em soluções para os desafios encontrados nas instituições de origem dos candidatos. Diferente do mestrado acadêmico, o mestrado profissional tem foco eminentemente prático. Esse enfoque é inovador porque, diferente do mestrado strictu sensu, ele busca capa-

Leila Beltrami e Rosane Schlatter estão à frente do mestrado

citação técnica nos aspectos executivos da pesquisa.

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INTEGRANDO AS ATIVIDADES DE ENSINO PENSADO E DESEJADO HÁ ANOS, GRUPO DE ENSINO (GENS) É CRIADO PARA ORGANIZAR E DAR SUPORTE NESSE IMPORTANTE PILAR DO HCPA Desde sua origem, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) tem como um de seus pilares o ensino e a missão de formar profissionais que vão fazer a diferença no futuro, contribuindo de modo decisivo para a sociedade. Dessa forma, todo o ano, milhares de alunos do ensino técnico, graduação, extensão, residências e pós-graduação (lato e stricto sensu) realizam suas atividades teóricas e práticas na instituição. Para organizar e dar suporte a estas atividades, que só crescem a cada novo período, foi criado e aprovado pelo Conselho Diretor do HCPA o Grupo de Ensino (Gens). Coordenado pelo professor Geraldo Sidiomar da Silva Duarte, o grupo terá o mesmo status que o Grupo de Enfermagem (Genf) e o Grupo de Pesquisa e Pós-graduação (GPPG). “A criação do Gens vem sendo desejada há anos, porque algumas atividades e programas estavam sob responsabilidade de diferentes setores no hospital. Com o Professor Sidiomar será Gens, a ideia é integrar essas atividades e normatizá-las, além de otimizar o uso de o coordenador do Gens recursos”, explica o professor. Para a estruturação do Grupo de Ensino, foi necessário fazer um levantamento de todas as atividades realizadas no hospital. Dessa forma, ficou definido que o Gens cuidará das atividades de ensino técnico, graduação, extensão e pós-graduação (lato e stricto sensu). Já a Coordenadoria de Gestão de Pessoas (CGP) ficará responsável pelas atividades de qualificação dos profissionais vinculados ao HCPA e pelo Programa Jovem Aprendiz. A estrutura do Gens será composta por um Colegiado de Ensino (CE), responsável pela elaboração das políticas e ações no âmbito das atividades de ensino acadêmico realizadas no HCPA. O CE dará apoio ao coordenador e está diretamente ligado a ele, assim como a Comissão de Residência Médica (Coreme), a Comissão de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde (Coremu) e a Comissão de Estágios. Além disso, serão criados três novos serviços de apoio, que poderão auxiliar as comissões. “Já conseguimos a aprovação da Administração Central e do Conselho Diretor. Agora estamos na fase de formalização, finalizando o regimento do Gens e outros documentos. Felizmente, as atividades já funcionam bem hoje. O que fizemos foi organizá-las”, finaliza Sidiomar.

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PESQUISA

EXCELÊNCIA EM PE HOSPITAL TEM SEIS INSTITUTOS NACIONAIS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA RECOMENDADOS PELO

Reconhecido como polo de produção de conhecimento,

impulsionam a contínua identificação do HCPA como

o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) recebeu,

centro de excelência em pesquisa”, ressalta o coorde-

no mês de maio, a confirmação de que está no caminho

nador do Grupo de Pesquisa e Pós-graduação, professor

certo em relação à pesquisa. Seis Institutos Nacionais de

Eduardo Pandolfi Passos.

Ciência e Tecnologia (INCT) sediados no Clínicas receberam

O Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tec-

recomendação da análise de mérito técnico-científico para

nologia busca mobilizar e agregar, de forma articulada,

financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento

os melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da

Científico e Tecnológico (CNPq). As propostas estão entre

ciência e em áreas estratégicas para o desenvolvimento sus-

as 252 aprovadas pelo órgão, que agora aguardam defini-

tentável do país. Até a metade de julho será desenvolvida

ção sobre o cofinanciamento.

pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),

Juntos, HCPA e Universidade Federal do Rio Gran-

por intermédio do CNPq, negociação com as instituições

de do Sul (Ufrgs) tiveram 13 propostas recomendadas

parceiras (Capes, Finep e Fundações de Amparo à Pesquisa)

quanto ao mérito. “O Grupo de Pesquisa e Pós-gradua-

para cofinanciamento das propostas.

ção compartilha este excelente retorno positivo e para-

Confira como a notícia foi recebida pelos pesquisa-

beniza os responsáveis pelos institutos. Acreditamos na

dores do HCPA e quais os institutos que receberam a reco-

importância dos INCTs como um dos instrumentos que

mendação quanto ao mérito:

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ESQUISA CNPQ QUANTO AO MÉRITO

Recebemos com muito entusiasmo a notícia. Como tivemos uma boa classificação, acreditamos que haverá um apoio por parte das agências financiadoras. O número de INCTs aprovados é um indicador claro da força do HCPA e também do investimento que vem sendo feito para reforçar os grupos de pesquisa aqui estabelecidos. Mesmo que o financiamento não se concretize ou que demore a ser liberado, o Inagemp continuará sua trajetória dentro do Clínicas, uma vez que consideramos este projeto cientificamente justificado, socialmente necessário, e de caráter permanente. ROBERTO GIUGLIANI - INCT EM GENÉTICA MÉDICA POPULACIONAL (INAGEMP)

Vivemos um momento no país em que tudo é imprevisível. Sou positivo, mas também pé no chão, por isso coloco como algo ainda incerto. Caso a verba não saia, não existe possibilidade de viabilizar o instituto como um todo. No entanto, há a possibilidade de se buscar alternativas para alguns projetos. WOLNEI CAUMO - INCT EM NEUROMODULAÇÃO TRANSLACIONAL

A aprovação muito nos honra, seja por termos sido aceitos por pares como líderes da proposta, bem como por trazer para o Clínicas essa ampla visibilidade. Brevemente, conversaremos com líderes das instituições envolvidas para verificar o apoio a ser dado. Nesse momento, estamos dando continuidade aos projetos que já possuem financiamento. Quando sair a definição sobre o financiamento, vamos detalhar prioridades de atuação. SANDRA CRISTINA PEREIRA COSTA FUCHS INCT EM PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇA CARDIOVASCULAR (PREVER)

Estamos confiantes de que alguma verba virá, porque ficamos bem colocados na classificação final. Se não for o total que pedimos, será o momento de avaliarmos os projetos para adequação ao montante disponível. Temos alguma verba até o final do ano, o que nos garantiu uma prorrogação até dezembro. Além disso, também buscamos alternativas junto às Fundações de Amparo à Pesquisa (Fap), no Rio Grande do Sul representada pela Fapergs. CARISI ANNE POLANCZYK - INCT EM AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE (IATS)

Penso que, considerando o atual momento, é uma excelente notícia ter seis INCTs sediados aqui entre os aprovados por mérito. Isso reflete a vitalidade da pesquisa que é realizada e o apoio que o Clínicas oferece aos seus pesquisadores. Olhando a lista dos aprovados do HCPA, percebemos que eles podem garantir uma infraestrutura mínima junto ao hospital e se mobilizar em conjunto para buscar financiamentos parciais. Acho que o HCPA é uma instituição reconhecida e que os INCTs têm boas chances de conseguir esses recursos. POLI MARA SPRITZER - INCT EM HORMÔNIOS E SAÚDE DA MULHER (HSM)

Essa é a melhor notícia que um pesquisador pode receber. É a cereja do bolo, digamos, uma vez que se trata de um dos maiores incentivos de fomento do país. A questão do financiamento ficou aberta e a constituição do instituto, em si, necessita dessa verba. No entanto, pensamos que será possível desenvolver alguns projetos buscando verbas alternativas. AFONSO BARTH - INCT EM PESQUISAS EM RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS (INPRA)

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UM OLHAR SOBRE O PASSADO

MEMÓRIA VIVA SITE TRAZ OS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS DO HOSPITAL DE CLÍNICAS, ALÉM DE UM ACERVO DE FOTOS E VÍDEOS

Primeir a cirur gia, em 1973

em dos, terna in s te acien iros p Prime

Em 2011, quando o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) completou 40 anos, foi inaugurado o Memorial do HCPA, um espaço onde é resgatada a trajetória da instituição desde a década de 1930, quando sua construção era apenas um sonho de professores da Faculdade de Medicina. Agora, como parte das comemorações de 45 anos, será lançado um site com a história do hospital e um acervo de fotos e vídeos. O lançamento da página fará parte da programação de aniversário de 45 anos do HCPA, que inicia no dia 17 de julho e segue até o dia 22. Construído com base nos materiais de acervo do Clínicas, o site trará os principais momentos históricos, fotos, vídeos institucionais antigos, depoimentos de pessoas que passaram pela instituição e informações sobre o Memorial. A história do Hospital de Clínicas foi - e ainda é construída por muitas mãos. Por isso, o site está aberto para sugestões e envio de materiais pela comunidade. Se você possui alguma foto, vídeo histórico ou depoimento interessante sobre a história do HCPA, envie um e-mail para comunicacao@hcpa.edu.br.

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Lança ment o da

1972

pedra funda ment al

1970 década de Prédio na

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EVENTOS

27ª SEMANA DA ENFERMAGEM TEMA DESTE ANO RESGATOU A HISTÓRIA DA PROFISSÃO

No mês de maio, aconteceu a 27ª edição da Semana de Enfermagem do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O tema escolhido, no ano em que a especialidade completa seus 30 anos na instituição, foi Resgatando Histórias e Construindo a Profissão, adaptado a partir da temática estabelecida pela Associação Brasileira de Enfermagem, História da Enfermagem. Além da troca de saberes, o evento contou com palestras, cursos, uma exposição com painéis dos Serviços de Enfermagem do HCPA e o tradicional Espaço da Alma. Na abertura, realizada no Espaço Cultural do HCPA, a coordenadora da Semana, professora Ivana Karl, aproveitou o momento para agradecer o apoio da equipe. "Nós só conseguimos fazer com que essa semana seja maravilhosa com a união e a parceria recebidos da Enfermagem." Assim como em outras edições, a programação contou com o Espaço da Alma, coordenado pela enfermeira Marcia

Weissheimer, onde foram realizas sessões de reiki, biodança e arteterapia, entre outras. A enfermeira Claudia Conceição dos Santos participou de algumas atividades e falou sobre a importância do espaço: “esse é o momento em que o profissional consegue parar e cuidar de si mesmo. Aqui conseguimos pensar em como estamos espiritualmente e como lidamos com as situações diárias". Dentro das comemorações em alusão ao Dia do Enfermeiro (12 de maio) e do Auxiliar e Técnico de Enfermagem (20 de maio), o HCPA ainda esteve envolvido em ações promovidas pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren), como a apresentação do trabalho da Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas (CPTF) no Parque da Redenção e um concurso literário, que premiou as enfermeiras Silvete Schneider (1º lugar) e Beatriz Guaragna (2º lugar). No dia 12, a entidade ainda visitou o HCPA com sua unidade móvel para prestação de serviços.

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RECONHECIMENTO

O HOSPITAL MAIS LEMBRADO EM PORTO ALEGRE PELA DÉCIMA VEZ, O CLÍNICAS VENCE O TOP OF MIND E CONSOLIDA-SE COMO REFERÊNCIA EM SAÚDE Novamente o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) é o hospital mais lembrado na capital do estado. Pela décima vez, a instituição conquistou o Top of Mind, a mais tradicional pesquisa de lembrança espontânea de marcas, que chegou à sua 26ª edição em 2016. No levantamento, realizado pelo Grupo Amanhã em conjunto com a Segmento Pesquisas, os pesquisadores perguntam aos cidadãos: "Quando eu falo em... qual é a primeira marca que você lembra?". Na categoria hospital, o Clínicas foi o mais lembrado. Em segundo lugar, ficou o Hospital Mãe de Deus; em terceiro, a Santa Casa de Misericórdia; e, em quarto lugar, o Hospital Nossa Senhora da Conceição. A categoria foi incluída nas últimas 16 edições e o HCPA foi o mais lembrado em dez delas. A pesquisa se baseou em 600 entrevistas junto a pessoas de ambos os sexos, com idade entre 16 e 65 anos e moradoras de diferentes bairros da capital. Os dados foram coletados entre fevereiro e março deste ano e a premiação aconteceu no dia 31 de maio.

Os anos em que o HCPA foi o mais lembrado: 2000 2001 2002 2003 2004

2009 2010 2012 2013 2016

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TECNOLOGIA

O AGHUSE É NOSSO REGISTRO NO INPI FORMALIZA A TITULARIDADE DOS DIREITOS AUTORAIS DO SISTEMA DE INFORMÁTICA QUE É DESENVOLVIDO HÁ MAIS DE 30 ANOS NO CLÍNICAS

O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) emitiu

são alguns exemplos. Assim, o sistema específico do HCPA

em maio o certificado de registro do AGHUse - Aplicativos

passou a se chamar AGHUse e foi registrado com a Licença

para Gestão Hospitalar. O registro formaliza a titularidade

Pública Geral (GPL), que define o sistema como um patri-

dos direitos autorais do sistema de informática que é de-

mônio público, de código aberto, que pode ser utilizado

senvolvido há mais de 30 anos no Hospital de Clínicas de

por toda a sociedade. Isso significa uma possibilidade de

Porto Alegre (HCPA), pela Coordenadoria de Gestão da

avanço na informatização dos hospitais.

Tecnologia da Informação (CGTI).

O próximo passo agora é a criação de uma Comu-

Desenvolvido com software livre no âmbito do pro-

nidade de Desenvolvedores através do Portal do Software

jeto AGHU do Ministério da Educação (MEC), o sistema

Público do Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-

teve como objetivo inicial a transferência do modelo de

tão. O objetivo é otimizar o uso de recursos financeiros e

gestão hospitalar informatizado do Clínicas para o demais

de tecnologia da informação, por meio da cooperação de

hospitais universitários federais. Em 2014, o AGHU passou

diversas organizações na manutenção e constante moder-

também a ser utilizado no HCPA, substituindo o antigo

nização dos sistemas. Esta comunidade de desenvolvedo-

AGHWeb. Para isso, o sistema ganhou ainda mais recur-

res está em formação, através da assinatura de termos de

sos e funcionalidades necessárias para informatização de

cooperação, o que já ocorreu com a Universidade Estadual

hospitais de grande porte. O suporte a processos auditados

de Campinas (Unicamp) e a Força Aérea Brasileira (FAB).

pela Joint Comission International (JCI) e a informatização

Atualmente, o AGHU está em uso em mais de 35 hospitais

da Unidade Básica de Saúde e dos Consultórios Itinerantes

de todo Brasil, além de outras instituições.

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CURTAS

NOVO HORÁRIO ÚNICO PARA PRESCRIÇÃO MÉDICA No dia 13 de junho, o HCPA passou a adotar um único horário para o vencimento da prescrição médica. O objetivo desta mudança é melhorar a comunicação entre as equipes assistenciais e evitar problemas de falta de prescrição nas transferências internas. O horário limite para prescrição agora é 17h (Nutrição Parenteral Total – horário limite para prescrição: 13h). Após este horário, é feito o aprazamento pela Enfermagem e a validação e dispensação dos medicamentos pela Farmácia. As novas prescrições valem a partir das 19h.

EQUIPE DA EBSERH PARTICIPA DE ATUALIZAÇÃO NO AGHUSE

VISITA DA CEDECONDH À OBRA DE EXPANSÃO A presidência da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre fez uma visita, no dia 3 de maio, à obra de expansão do hospital para verificar o andamento dos trabalhos. Presente na ocasião, a vice-presidente médica, professora Nadine Clausell, falou com o presidente da Cedecondh, Thiago Duarte, sobre os problemas enfrentados na Emergência, que sofre constantemente com a superlotação. Nadine enfatizou que a nova Emergência ficará maior e melhor organizada, mas que a rede de saúde também precisa estar preparada para receber melhor os pacientes. Para Duarte, a ampliação do HCPA representa uma possibilidade de melhoria para essa situação e garantiu que a Câmara de Vereadores seguirá acompanhando as obras.

O Clínicas recebeu, entre os dias 11 e 13 de maio, uma equipe da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) que participou de uma atualização técnica no sistema AGHUse. Os treinamentos foram ministrados pela Coordenadoria de Gestão da Tecnologia de Informação (CGTI) e abordaram os principais avanços de tecnologia e de funcionalidades entre a versão do AGHU atualmente utilizada pela Ebserh (Versão 5) e o AGHUse (Versão 7). Essa capacitação teve também por objetivo preparar as equipes da Ebserh que darão continuidade às implantações do sistema e iniciarão a atualização de versão nos Hospitais Universitários Federais (HUFs) que já utilizam sua versão básica.

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NOVO ESPAÇO DA HOTELARIA No dia 8 de junho foi inaugurado o Espaço da Hotelaria no terceiro andar, uma sala de referência para as atividades desenvolvidas pelas concierges e camareiras que atendem, atualmente, as unidades 3N, 3S e 4S. Participaram da inauguração o vicepresidente administrativo, Jorge Bajerski, e profissionais das equipes de Enfermagem, Nutrição, Convênios e Hotelaria (Higienização, Rouparia, Vigilância e Recepção). “Este espaço possibilitará um atendimento mais ágil e personalizado aos pacientes e familiares, bem como a integração com as equipes assistenciais”, afirmou Denise Severo, coordenadora de Hotelaria.

PROJETO-PILOTO INICIA TESTES COM DROGÔMETROS

II SIMPÓSIO DE BOAS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA E GESTÃO DE PESSOAS

O presidente do Hospital de Clínicas, professor Amarilio Vieira de Macedo Neto, palestrou, no dia 31 de março, no II Simpósio de Boas Práticas de Governança e Gestão de Pessoas, promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O objetivo do evento foi divulgar os bons exemplos em empresas destacadas. Em sua fala, Amarilio primeiro apresentou o hospital, sua estrutura, seu compromisso com a sociedade e como a instituição é considerada modelo de gestão. Em seguida, expôs dados relativos à gestão de pessoas, como benefícios e satisfação dos funcionários. Após, o professor explicou o novo modelo de Gestão por Competências, que passa a valer a partir deste ano, e mencionou alguns prêmios e certificações recebidas pela instituição.

DOENÇAS DA TIREOIDE SÃO ESCLARECIDAS PARA A POPULAÇÃO Em abril, iniciaram os testes com os equipamentos que identificam o uso de drogas em motoristas a partir da saliva (drogômetros). Essa é uma nova etapa do projeto de pesquisa, iniciativa do Centro Colaborador em Álcool e Drogas do HCPA com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Os detalhes do projeto foram apresentados em coletiva à imprensa, realizada no dia 30 de março. Nesta fase, a pesquisa prevê estudos-piloto com o auxílio logístico do Detran/RS e da Polícia Rodoviária Federal, durante as blitze. Os resultados dos testes devem ser divulgados em outubro.

No dia 24 de maio, o HCPA, por meio do Grupo de Tireoide, promoveu a palestra Doenças da Tireoide, com especialistas na área. Voltada a pacientes e familiares, a palestra teve como objetivo melhorar o entendimento das pessoas com relação às doenças dessa glândula. A ação fez parte de uma campanha nacional, liderada pelo Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e integrou atividades da Semana Internacional da Tireoide. Cerca de 60 pessoas participaram da atividade, que durou aproximadamente 45 minutos, com mais 30 minutos para perguntas do público.

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CULTURA

UM LOCAL PARA A CRIATIVIDADE E A INSPIRAÇÃO ESPAÇO CULTURAL ESTIMULA E DÁ VISIBILIDADE ÀS PRODUÇÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS DA COMUNIDADE DO CLÍNICAS

Conhecido por receber, mensalmente, os minissaraus, o Espaço Cultural do Hospital de Clínicas de Porto Alegre vem sendo cada vez mais explorado para outras atividades. Localizado no saguão do segundo andar, ele fomenta a criatividade e a inspiração da comunidade interna, dando visibilidade aos trabalhos realizados aqui, para o público externo. Neste ano, já foram realizadas quatro edições dos minissaraus, que fazem parte do projeto Poesia no HCPA: O Impossível Carinho, além do primeiro concurso de poemas - que recebeu o mesmo nome - e mais duas exposições. A primeira delas, chamada Outros Lugares, é de

autoria do professor Álvaro Merlo e trouxe imagens de diversos lugares do mundo produzidas pelo professor em suas recentes viagens ao exterior. Na exposição, os visitantes foram guiados por estudantes do curso de História da Arte da Ufrgs, que descreveram as condições em que as fotografias foram realizadas e a expografia criada pela professora Katia Pozzer, do Instituto de Artes da Ufrgs. Já em maio, considerado mês da Enfermagem, aconteceu a exposição História da Enfermagem no HCPA , que fez um resgate histórico da profissão na instituição, com painéis dos serviços de Enfermagem do Clínicas produzidos pelos profissionais das equipes.

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MURAL DE RECADOS

Fiquei hospitalizada quatro dias, pelo SUS, e me surpreendi com o atendimento recebido, com a dedicação de todas as enfermeiras. Um grande abraço para a técnica de enfermagem Maria (turno da tarde) e para a enfermeira Aline, ambas do nono andar. Um abraço também para a médica Marina B. Guerra, que esclareceu tudo, nos mínimos detalhes, sobre meu tratamento. Estou fazendo tudo o que você orientou doutora! Se no futuro tiver que fazer alguma intervenção, por favor, que seja no Clínicas! Obrigada a todos. ERIKA DIAS

O meu muito obrigado por toda a dedicação que vi e senti, de todos, desde o pessoal de apoio até o mais graduado médico. Parabéns!

Na minha opinião, não há hospital melhor. Sou paciente desde 1999 e sempre sou bem atendido. Valeu, pessoal! RICARDO PAULO SCHILLING

JAIRO QUESSADA

Gostaria de registrar e elogiar o ótimo atendimento da equipe de Cirurgia Torácica (equipe do prof. Maurício Saueressig) do HCPA. Minha mãe está internada no 6° Norte. Esteve no oitavo também e o atendimento foi sensacional! Todos os profissionais: técnicos, enfermeiros, foram e estão sendo super hospitaleiros, educados e dedicados. Que sirva de exemplo aos presentes e futuros profissionais. Meu imenso agradecimento. JÉSSICA SCOTT

Queria agradecer o atendimento que minha esposa Ionara Vanacor recebeu, nos 11 dias em que esteve internada. O Hospital de Clínicas é um exemplo que deveria ser seguido por todos os hospitais de Porto Alegre, pelo ótimo serviço prestado. Mais uma vez, muito obrigado.

Tive minha filha no Hospital de Clínicas e fui muito bem tratada por todos. Os profissionais foram muito atenciosos comigo e com minha filha. Além disso, ela já precisou fazer exames há alguns meses e a trataram muito bem, teve tudo o que precisou. Adoro este hospital. Parabéns a todos os profissionais!

RICHARD LUZ

JESSICA SILVA

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