Revista Ciência sem Misterio TCC

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Ciência Sem Mistério

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ENTENDA TUDO SOBRE

EVOLUÇÃO Mesmo nos dias de hoje ainda há muitas pessoas que não entendem essa teoria que é uma das mais bem consolidadas pela ciência, entenda porque evolução não é só uma teoria.

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Ciência sem Mistério / Junho 2016

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EDITORIAL

S

empre estive ligado a arte desde cedo, pois sempre gostei de desenhar e até levo algum jeito para isso, mas com o passar do tempo a ciência também entrou na minha, talvez influenciado por programas dos canais da TV cultura, por um gosto por dinossauros (afinal quem não gosta de dinossauros?), por reflexões próprias de como funcionavam as coisas e mais tarde pela ficção cientifica e suas ideias que fazem a imaginação voar rumo ao infinito, depois de diversos programas e leituras (inclusive fui assinante da revista galileu por alguns anos) vi a oportunidade de fazer um trabalho a respeito desse assunto, e não poderia deixar de passar tal oportunidade mesmo que tivesse que fazer sozinho. Trabalho na área gráfica a muito tempo, mas há alguns anos cansei de tanta mediocridade, com baixo reconhecimento e remuneração, além da insatisfação de fazer diversos materiais promocionais, que em sua maioria vão parar no lixo ou nos bueiros da cidade, e no máximo só contribuem para a expansão da sociedade capitalista, que ao meu ver está errada desde sua base. Por isso me sinto na necessidade de trabalhar em algo que agregue valor de verdade, ou seja, que entregue conhecimento para as pessoas, pois só o conhecimento pode transformar as pessoas a fim de quem sabe um dia, fazer com que a sociedade mude para melhor. Com isso espero um dia poder trabalhar em algo que eu tenha satisfação e que possa contribuir de forma positiva para a sociedade, apesar de não ter esperança de obter o resultado que gostaria (que seria uma sociedade melhor como um todo), ao menos terei feito a minha parte e com muito prazer.

Francisco Hemerson

Ciência

Sem Mistério

Diretor de Arte: Francisco Hemerson Redator chefe: Francisco Hemerson Redator: Francisco Hemerson, Charles Darwin, Jakie Fresco, Francine Lima Arte Final: Francisco Hemerson, Shiori Teshirogue, Nabuhiro Watsuki Diagramação: Francisco Hemerson, Kentaro Miura Ilustração: Francisco Hemerson, Eichiro Oda, Akira Toriyama, Masashi Kishimoto, Tite Kubo, Naoki Urossawa Reporteres: Cassia Santos, Leila Silveira, Paulo Junior, Pablo Picasso, Leonardo, rafael, Michelangelo, Donatello, Splinter, April Onell, Kage Jones, Lois Lane. Estagiarios: Pedro Ferreira, Armando Nogueira, Thiago Silva, Peter Parker, Kuririn,Yancha, Picollo, Tenshinran, Chaos, Mestre Kame, Oolong, Madin Boo, Mr. Satan Pesquisa: Luke Cage, Steve Rogers, Aroldo Souza Assistente de redação: Henrique Ferraz, Franck Heverton, Orlando Bloon, Nicolas Cage, Harry Poter, Pablo Picasso, Leonardo, rafael, Michelangelo, Donatello, Splinter, April Onell, Kage Jones, Lois Lane, Pablo Picasso, Leonardo, rafael, Michelangelo, Donatello, Splinter, April Onell


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SUMÁRIO 10

Capa

Evolução Mesmo nos dias de hoje ainda há muitas pessoas que não entendem essa teoria que é uma das mais bem consolidadas pela ciência, entenda porque evolução não é só uma teoria.

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Ondas Gravitacionais

Economia Baseada em Recursos

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Cosmos

Cientistas brasileiros na equipe que encontrou as ondas gravitacionais de Einstein

A

gravidade é uma das quatro forças fundamentais da natureza, em conjunto com o eletromagnetismo, a força fraca e a força forte. Na física moderna, a descrição mais precisa da gravidade é dada pela teoria geral da relatividade de Einstein, segundo a qual o fenómeno é uma consequência da curvatura espaço-tempo que regula o movimento de objetos inertes. A clássica Lei da gravitação universal de Newton postula que a força da gravidade é diretamente proporcional às massas dos corpos em interação e inversamente propor-

cional ao quadrado da distância entre eles. Esta descrição oferece uma aproximação precisa para a maioria das situações físicas, entre as quais os cálculos de trajetória espacial. Do ponto de vista prático, a atração gravitacional da Terra confere peso aos objetos e faz com que caiam ao chão quando são soltos (como a atração é mútua, a Terra também se move em direção aos objetos, mas apenas por uma ínfima fração). Do ponto de vista cosmológico, a gravidade faz com que a matéria dispersa se aglutine, e que essa matéria aglutinada se mantenha intacta, permitindo dessa forma a ex-

istência de planetas, estrelas, galáxias e a maior parte dos objetos macroscópicos no universo. A gravidade é ainda responsável por manter a Terra e os demais planetas e satélites nas respetivas órbitas, pela formação das marés pela convecção natural, por aquecer o interior de estrelas e planetas em formação e por vários outros fenómenos na Terra e no universo.

A descoberta Um século depois que Albert Einstein previu a existência de ondas gravitacionais, cientistas encontram a comprovação de que essas pequenas ondulações no espaço-tempo realmente estão por aí. Com a ajuda do laboratório LIGO (Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser), fundado em 1992 pelo prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachusets, a equipe responsável pela descoberta identificou um pequeno “ruído” gravitacional pro-

duzido pela colisão de dois buracos negros (um de massa 36 vezes maior que o Sol, outro com massa 29 vezes maior) que estão há cerca de 1,3 bilhões de anos-luz da Terra. A equipe do LIGO contou com centenas de colaboradores, entre eles sete brasileiros, sendo que seis deles são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(INPE), de São José dos Campos, sob a coordenação de Odylio Denys de Aguiar. Cinco dos colaboradores terão seus nomes registrados no ar-

tigo principal, que apresenta as descobertas ao mundo. De acordo com Stephen Hawking, essas observações são de valor inestimável para a ciência. “São a confirmação de muito trabalho teórico, incluindo a Teoria Geral da Relatividade de Einstein, que previu ondas gravitacionais”. Em sua pesquisa, Einstein afirmou que qualquer evento cósmico que cause perturbação no espaço-tempo com força suficiente pode produzir ondulações gravita-


7 cionais que se propagam pelo Espaço. A Terra deveria estar cheia dessas ondas, mas quando elas nos alcançam, já estão muito enfraquecidas. Essa é a primeira vez que cientistas observam uma fusão entre buracos negros. O impacto foi tão poderoso que, em um curto período de tempo, a colisão emitiu mais energia (em forma de ondas gravitacionais) que todas as estrelas do Universo observável nesse mesmo período. Quando o “ruído” é apresentado como som audível, as ondas revelam um som que rapidamente se torna mais agudo, seguido por um “ringdown”, um padrão de radiação do buraco negro que se formou na colisão. De acordo com o sinal, a colisão teria acontecido entre 600 milhões e 1,8 bilhões de anos atrás. Para encontrarem a fonte das ondas gravitacionais, os pesquisadores precisaram triangular um sinal encontrado em diferentes máquinas espalhadas ao redor do mundo. A descoberta é histórica e, muito provavelmente, renderá um prêmio Nobel a seus pesquisadores, entre eles Kip Thorne, astrofísico conhecido por, entre muitos outros projetos, ter colaborado no roteiro do filme

“Interestelar”. Ela também abre um novo campo de pesquisa astronômica com foco em ondas gravitacionais, em que cientistas poderão ouvir as ondas emitidas por objetos espaciais, como supernovas, buracos negros e estrelas de nêutron, para aprender mais sobre eles. “Esse é o primeiro passo em um desenvolvimento ainda maior e mais empolgante”, disse Ilya Mandel, físico teórico da Universidade de Birmingham. De acordo com ele, ondas gravitacionais serão “parte da caixinha de ferramentas que usamos para entender o Universo”.

‘‘Esse é o primeiro passo em um desenvolvimento ainda maior e mais empolgante”, Ilya Mandel,

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Internet

Vlogueiros se unem para criar canal de divulgação científica de qualidade O ScienceVlogs Brasil é uma iniciativa que reúne canais de divulgação científica nacionais. Criada pela Numinalabs, empresa de geração de conteúdo científico responsável pelo hub ScienceBlogs, a versão nacional do projeto funciona como um hub para reunir canais de qualidade, com informação bem apurada, embasamento e sem apelar para pseudociência. Para Pirula, do Canal do Pirula, a ideia é “juntar forçar para reduzir essa ‘onda’ anticiência na internet”, como diz em seu vídeo de apresentação do projeto. De acordo com Rafael Bento Soares, um dos sócios da Numinalabs,

o Science Vlogs (ou #SVBR) deve funcionar, inicialmente, como um selo de qualidade e suporte aos canais associados. “Temos um grupo de discussão no Facebook onde decidimos tudo colaborativamente; todos votam quem quem deve entrar na rede”, explicou. Além disso, cabe à Numinalabs oferecer ajuda para a profissionalização de alguns dos canais, criando pontes entre os produtores do conteúdo e profissionais de edição, designers e hospedagem de sites. Por enquanto, o canal do Youtube oferece playlists com os conteúdos de todos os envolvidos. A longo prazo, o plano é que pelo menos alguns dos colaboradores

façam vídeos especiais para o #SVBR. Atualmente, o Science Vlogs existe em três idiomas: inglês, alemão e, agora, português. Em seu vídeo, Pirula garante que os pontos positivos já estão aparecendo: a iniciativa está encorajando o contato entre produtores de conteúdo, criando assim “maior entrosamento entre os canais”. E para quem tem (ou quer criar) um canal de ciência, uma boa notícia: o grupo deve aceitar novos membros no futuro que devem passar pelo crivo coletivo dos participantes.

Alguns dos canais Participantes do Projeto Canal do Pirulla

Paulo Miranda / Palontologo Canal voltado a ciência, religião e evolução. E comédia também, porque rir ainda é o melhor remédio.

Acesse e sabia mais sobre o projeto http://scienceblogs.com.br/sciencevlogs

Papo de Primata

Peixe Babel

Vídeos de divulgação científica que estimulam o ceticismo científico e a adoção de uma visão racionalista do mundo. Conheça as reflexões de um hominídeo sobre a vida, o universo e tudo mais!

Canal voltado pra explicar de forma acessível temas de uma área pouco explorada na mídia e pouco entendida, a robótica.

Davi Ayrola / Biologo

Camila / Sistemas de Informação


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Nerdologia

Atila / Biólogo e Pesquisador

Todas as quintas-feiras tem videos sobre ciência de forma didática envolvendo a cultura geek.

Minuto psiquico Psicologia

Vídeos curtos sobre psicologia, o universo e tudo o mais!

Eu Ciência

Ciência todo dia

Temas variados, com a tendência a se concentrar em áreas da biologia como evolução e neurociências. Como o nosso cérebro funciona? Como ele é afetado pelo meio a nossa volta? Acesse e descubra!

Um canal totalmente voltado para assuntos que podem ser abordados no cotidiano, mantendo seu cérebro sempre ativo!

Yuri Grecco / Biologo

Pedro / Físico

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EVOLUÇÃO

SEM MISTÉRIO

Mesmo nos dias de hoje ainda há muitas pessoas que não entendem essa teoria que é uma das mais bem consolidadas pela ciência, entenda porque evolução não é só uma teoria.

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O que é a teoria da evolução?

E

volução é o processo constante de mudança que tem vindo a transformar a vida na Terra desde o seu princípio mais simples até à sua diversidade existente. A evolução ocorre através de mudanças nos genes, as “instruções para “construir” os organismos. Quando um ser vivo se reproduz, pequenas mudanças aleatórias nos seus genes fazem com que o seu descendente seja diferente dele próprio. Por vezes estas mudanças aumentam a probabilidade de um descendente sobreviver o tempo suficiente para se reproduzir; e assim, os genes responsáveis por essa característica beneficial são transmitidos aos filhos, tornando-se mais comuns na próxima geração. As mudanças que não ajudam os organismos a se reproduzir poderão tornar-se mais raras ou serão eventualmente eliminadas da população. O aumento ou diminuição da abundância relativa de um gene devida à sua aptidão é chamada de seleção natural. Através da seleção natural, populações de organismos vão mudando lentamente ao longo do tempo à medida que se vão adaptando a mudanças no seu ambiente. A Evolução é a acumulação de mudanças através de sucessivas gerações de organismos que resultam na emergência de novas espécies. Desde a origem da vida, a evolução transformou a primeira espécie (o ancestral comum de todos os seres vivos) num enorme número de espécies diferentes. A teoria da evolução é o alicerce de quase toda a investigação

em biologia e também muito do que se faz em biologia molecular, paleontologia e taxonomia. A biologia evolutiva, o ramo da ciência que estuda a evolução, tem providenciado uma melhor compreensão deste processo. Por exemplo, o estudo efetuado por Gregor Mendel com plantas demonstrou que a fonte de variação entre organismos é hereditária, descobrindo o que agora conhecemos como genética. A descoberta da estrutura molecular do DNA combinada com os avanços no campo da genética populacional levou a uma maior compreensão do modo como as novas espécies se desen-

volvem a partir das formas ancestrais, uma componente importante da evolução conhecida como especiação. A evolução é uma das teorias mais bem sustentadas de toda a ciência e substanciada por uma grande quantidade de evidências científicas, como por exemplo a genética, o resgitros fóssil, estudo geológico da formação da terra, estudo e comparação entre as diversas espécies. Contudo, apesar de a teoria geral ser consensual, continua a haver debate sobre pormenores nos mecanismos de mudança.


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‘‘A evolução é uma das teorias mais bem sustentadas de toda a ciência e substanciada por uma grande quantidade de evidências científicas.’’

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Charles Darwin Em 1859, Charles Darwin (1809–1882) publicou ‘’A Origem das Espécies’’, que enunciou a primeira teoria completa de evolução por seleção natural. Darwin viu a história da vida como uma árvore, com cada ramificação a representar um ancestral comum. As folhas representam espécies modernas e os ramos representam os ancestrais comuns partilhados pelas espécies. Para explicar estas relações, Darwin argumentou que todos os seres vivos estão relacionados e descendem de umas poucas formas ou mesmo só um único ancestral comum, num processo que ele descreveu de “descendência com modificação”. A perspectiva de Darwin foi controversa porque os seres humanos não receberam atenção especial na sua árvore evolutiva: são somente um dos muitos ramos. Apesar de Darwin não ter feito menção a isto explicitamente, o seu amigo e apoiante Thomas Henry Huxley rapidamente apresentou evidências que homens e macacos partilham um ancestral comum. A imprensa da altura interpretou de uma forma errada, dizendo que o homem descendeu de macacos. A explicação de Darwin sobre os mecanismos de evolução baseavam-se na teoria da seleção natural, desenvolvida a partir das seguintes observações: 1. Se todos os indivíduos de uma espécie se reproduzissem com sucesso, a população dessa espécie iria aumentar exponencialmente. 2. Tirando flutuações sazonais, o tamanho das populações tendem a permanecer estáveis

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças” Charles Darwin

3. Os recursos ambientais são limitados. 4. As características encontradas numa população variam bastante. Numa dada espécie, nenhuns indivíduos são exatamente iguais. 5. Muitas das variações encontradas numa população podem ser passadas para a descendência. A partir destas observações, Darwin deduziu que a produção de mais descendentes do que o ambiente pode suportar leva a uma luta pela sobrevivência, com apenas uma pequena

percentagem de sobreviventes em cada geração. Ele notou que a probabilidade de sobrevivência nesta luta não é ao acaso, mas sim dependente da adaptação dos indivíduos ao seu ambiente. Indivíduos bem adaptados irão provavelmente deixar mais descendentes do que os seus competidores menos aptos. Darwin concluiu que a capacidade desigual dos indivíduos sobreviverem e se reproduzirem leva a mudanças graduais na população assim que as características que ajudam o organismo a sobreviver e reproduz-


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ir se acumulam ao longo de gerações e as que inibem a sua sobrevivência e reprodução se perdem. Darwin usou o termo “seleção natural” para descrever este processo. As variações numa população surgem por mutações aleatórias no DNA, mas a seleção natural não é produto do acaso: o ambiente determina a probabilidade de sucesso reprodutivo. O produto final da seleção natural são organismos que estão adaptados ao seu ambiente atual. No entanto, o ambiente está em perma-

nente mudança, mudando as pressões seletivas. A seleção natural não envolve progressão para um objetivo último. A evolução não progride necessariamente para formas de vida mais complexas, mais inteligentes ou mais sofisticadas. Por exemplo, pulgas (parasitas sem asas) descendem de um ancestral alado de mosca-escorpião, e cobras-cega são lagartos que já não precisam de membros. Os organismos são simplesmente o produto de variações que falham ou tem sucesso,

dependendo das condições ambientais da altura. Na verdade, quando o ambiente muda, muitas espécies não se conseguem adaptar e extinguem-se. Apesar de ter públicado o livro a origem das espécies, outras pessoas do meio acadêmico também já estavam pensando em ideias próximas ao de Darwin, e com o passar dos anos, outras evidênicas foram surgindo, colaborando cada vez mais com a sua teoria.

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A contribuição de Mendel: hereditariedade A teoria da seleção natural de Darwin lançou a fundação para a teoria evolutiva moderna. No entanto, faltava uma explicação adequada para a fonte de variação nas populações. Como muitos dos seus antecessores, Darwin deduziu incorretamente que as características hereditárias eram produto do ambiente, assumindo que as características adquiridas durante a vida de um organismo podem ser passadas à descendência (por exemplo, girafas esticam-se para alcançar folhas nos ramos mais altos e dão origem a descendentes com pescoços mais compridos). Este conceito errado (da herança dos caracteres adquiridos) ficou conhecido como Lamarckismo, em honra de um dos seus principais proponentes, Jean-Baptiste Lamarck (1744–1829). Contudo, a sugestão que estruturas corporais usadas frequentemente tornam-se mais desenvolvidas, enquanto que estruturas não usadas deterioram-se, não é suportada por qualquer evidências. A informação em falta necessária para explicar o surgimento de novas características em descendentes foi fornecido pelo trabalho pioneiro em genética de Gregor Mendel (1822–1884). As experiências de Mendel em cruzamentos de ervilhas demonstraram que a hereditariedade

funciona baralhando e recombinando “fatores” (o que agora conhecemos como genes) durante a reprodução sexual. Os genes são as unidades básicas de hereditariedade nos seres vivos. Eles contêm a informação biológica que dirige o desenvolvimento físico e o comportamento do organismo É este baralhar do código genético que assegura que não há dois indivíduos que sejam cópias exatas um do outro. A fusão da teoria de Darwin com a compreensão da hereditariedade levou a uma compreensão clara dos mecanismos que provocam evolução. Evidências descobertas pela ciência a favor da evolução incluem fósseis, estruturas homólogas, e semelhanças a nível molecular entre o DNA das espécies.


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O Archaeopteryx era uma criatura antiga que possuía as características típicas de um réptil, mas no entanto possuía também penas semelhantes às aves.

O registro fóssil Investigação no campo da paleontologia, o estudo dos fósseis, apoia a ideia que todas as criaturas vivas são aparentadas. Os fósseis fornecem provas que mudanças nos organismos acumuladas durantes longos períodos de tempo (milhões de anos) levaram à diversidade de formas de vida que vemos hoje. Um fóssil por si revela a estrutura do organismo e a relação entre espécies atuais e extintas, permitindo aos paleontologistas construir a árvore genealógica de todas as formas de vida da Terra. A paleontologia moderna começou com o trabalho de Georges Cuvier (1769-1832). Cuvier notou que, em rochas sedimentares, cada camada contém um grupo específico de fósseis. As camadas mais profundas, que ele conjecturou serem mais velhas, continham formas de vida mais simples. Ele também notou que várias formas de vida já não existem atualmente. Cuvier propôs o conceito de “catastrofismo”, que explica o registo fóssil em luz da visão teológica do seu tempo. O catastrofismo proponha

que catástrofes teriam ocorrido em algumas áreas ao longo da história da Terra. Estas áreas seriam depois repovoadas por espécies que migravam de locais vizinhos. Atualmente, muitos fósseis foram já descobertos e identificados. Estes fósseis servem como um registo cronológico da evolução. O registo fóssil também apresenta exemplos de espécies de transição que demostram

ligações ancestrais entre formas de vida atuais e passadas. Um desses fósseis de transição é a ‘’Archaeopteryx’’, uma criatura antiga que possuía as características típicas de um réptil, mas no entanto possuía também penas semelhantes às aves. A consequência desta descoberta é que os répteis e as aves atuais originaram de um ancestral comum.

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Outras Evidências sobre a teoria Taxonomia Taxonomia é o ramo da biologia que dá nomes e classifica todas as coisas vivas. Os cientistas usam semelhanças morfológicas e genéticas para os ajudarem a categorizar as formas de vida baseada em relações ancestrais. Por exemplo, orangotangos, gorilas, chimpanzés e humanos pertencem todos ao mesmo grupo taxonómico denominado família – neste caso a família chama-se Hominidae. Estes animais estão agrupados por causa de semelhanças na morfologia que derivam de um ancestral comum (as chamadas “homologias”). Fortes evidências a favor da evolução provêm da análise de estruturas “homólogas” em espécies diferentes que já não realizam a mesma tarefa. Um exemplo é o antebraço de mamíferos. O antebraço dos humanos, gatos, baleias e morcegos tem todos estruturas ósseas marcadamente semelhantes. No entanto, cada um dos antebraços destas quatro espécies realiza uma tarefa diferente. Os mesmos ossos que formam as asas de uma ave, que são usadas para voar, também formam as barbatanas duma baleia, que são usadas para nadar. Tal “design” faz pouco sentido se as estruturas não estão relacionadas e construídas separadamente para aquela função particular. A teoria da evolução explica estas estruturas homólogas: to-

dos os quatro animais partilham um ancestral comum, e cada um sofreu alterações ao longo de muitas gerações. Estas mudanças de estrutura produziram antebraços adaptados a tarefas diferentes. Darwin descreveu estas mudanças de morfologia como “descendência com modificação”

Embriologia Em alguns casos, a comparação de estruturas anatómicas nos embriões de duas ou mais espécies demonstra a existência de um an-

cestral comum que não era óbvio na comparação entre formas adultas. Tais homologias podem ter sido perdidas ou adquirido funções diferentes à medida que o embrião se desenvolve. Por exemplo, parte da base da classificação do grupo dos Vertebrados (que inclui os humanos), é a presença de uma cauda (que se estende depois do ânus) e fendas branquiais na faringe; ambos aparecem durante algum estádio de desenvolvimento mas não são sempre óbvios na forma adulta. Nos humanos, por exemplo, a fendas branquiais desenvolvem-se na trompa de


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Estruturas vestigiais Homologia também inclui um grupo único de estruturas partilhadas denominadas “estruturas vestigiais”. “Vestigial” refere-se a partes anatómicas que têm utilidade mínima, se é que tem alguma, para os animais que as possuem. Estas estruturas aparentemente ilógicas são resquícios de órgãos que desempenhavam um papel importante nas formas ancestrais. Por exemplo, as baleias ainda possuem pequenos ossos da perna vestigiais que parecem ser o que resta das pernas que os seus antecessores usavam para andar em terra. O Homem também têm muitos órgãos vestigiais, incluindo músculos da orelha, os dentes do siso, o apêndice, os ossos da cauda e pelos do corpo.

Evolução convergente

Eustáquio e a cauda degenera durante o desenvolvimento embrionário. Devido às semelhanças morfológicas presentes nos embriões de diferentes espécies durante o desenvolvimento, chegou-se a assumir que os organismos recapitulavam a sua história evolutiva como embriões – por exemplo, embriões humanos passariam por uma fase anfíbia e depois réptil antes de completar o seu desenvolvimento como adultos. Tal recapitulação, resumida por “a ontogenia recapitula a filogenia”, não é apoiada por nenhuma evidência científica. O que acon-

tece de facto é que as primeiras fases são semelhantes em vários grupos de organismos. - por exemplo, uma bola oca de células nos animais, que depois se diferencia. Nas fases inicial, por exemplo, todos os vertebrados são extremamente semelhantes, mas não se assemelham exatamente com nenhuma espécie ancestral. Assim que o desenvolvimento progride, cada vez mais características típicas da espécie emergem do padrão básico.

No entanto, comparações anatómicas podem ser enganadoras; nem todas as semelhanças anatómicas indicam uma relação próxima. Organismos que partilham ambientes semelhantes podem desenvolver características físicas semelhantes; um processo chamado de “evolução convergente”. Por exemplo, a forma do corpo dos tubarões e dos golfinhos é muito semelhante, no entanto, os dois animais só são vagamente aparentados – os tubarões são peixes e os golfinhos são mamíferos. Estas semelhanças resultam de as duas populações terem sido submetidas à mesma pressão seletiva. Dentro de ambos os grupos, mudanças que beneficiavam a natação teriam sido favorecidas. Assim, ao longo do tempo, elas desenvolveram morfologias semelhantes, apesar de não serem muito aparentadas. Ciência sem Mistério / Junho 2016


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“O homem ainda traz em sua estrutura física a marca indelével de sua origem primitiva.” Charles Darwin


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mitos que muitas pessoas ainda acreditam sobre a evolução.

1° Erro O homem veio do macaco Essa dúvida permeia uma grande quantidade de mentes criacionistas. Deve-se ficar claro que a Teoria da Evolução (TE) jamais disse que evoluímos dos chimpanzés e gorilas atuais. Os macacos na verdade, pertencem ao género Macaca, enquanto os homens pertencem ao gênero Hominidae. Eles não são descendentes um do outro, mas são descendentes de um primata comum, que não era nem macaco nem homem. Esse ancestral primata dividiu-se em dois ramos, um para o Macaca, e outro para o Hominidae.

2° Erro As espécies são obrigadas a evoluir Exemplos: “Porque é que o macaco não evoluiu?”; “Por que as amebas não evoluíram?” A idéia errada de que as espécies são obrigadas a evoluir também é muito comum. Para início de conversa, nenhuma espécie sabe que tem que evoluir. A evolução não segue um rumo, não tem um caminho definido. Ela não diz “Oh, as coisas estão difíceis por aqui, vamos evoluír para ver se tudo melhora um pouco…” Não. A evolução só ocorre

por imposição do meio. É a mudança do meio em que vivem que pode fazer as espécies evoluírem. Ninguém pode reclamar que as amebas não evoluiram em elefantes, porque elas foram bem sucedidas enquanto amebas, no ambiente em que viviam. Os próprios organismos unicelulares actuais são seres extremamente bem adaptados ao seu ambiente, e comparação de bactérias ou amebas com seres mais simples, que se desenvolveram no mar há eras atrás, é extremamente errada. As bactérias possuem uma capacidade impressionante de adaptação. Como exemplo: nos anos 70, no Japão, uma nova espécie de bactéria capaz de digerir Nylon surgiu de dejetos industriais; algo que surpreendeu até mesmo os maiores especialistas em evolução. Isso é o resultado de bilhões de anos de evolução bioquímica, bactérias não são exatamente “seres primitivos que precisam evoluir para formas mais complexas”; elas já são bastante sofisticadas, e o facto de serem seres unicelulares capazes de se multiplicarem rapidamente, e se adaptarem rapidamente, confere uma grande vantagem evolutiva; de modo que não faz sentido perder essas características em prol de pura complexidade. Não há uma pressão evolutiva que favoreça esse tipo de mudança. A mutação e seleção natural trabalham de forma a modificar as espécies, tornando-as mais adaptadas ao meio. Não se trata de ganhar alguma habilidade específica como inteligência, mas sim, de ser bem sucedido no meio em que vive, e assim transmitir seus genes para a prole. Logo, uma característica como a inteligência mais avançada dos humanos, ou a capacidade de camufla-

gem de uma lula (muito mais sofisticada que qualquer outra espécie) são peculiaridades dessas espécies, e não o objetivo final da evolução, que é algo bem menos específico. Macacos modernos são precisam de inteligência humana para sobreviver assim como humanos não precisam de uma camuflagem como a lula.

3° Erro Ao evoluir, a espécie original desaparece Exemplo: “Se o homem veio do macaco, porque é que ainda existem macacos?” Outro engano muito comum. Apesar da idéia inicial errada (que o homem veio do macaco), mesmo assim o surgimento de uma nova espécie não implica necessariamente no desaparecimento da espécie anterior (apesar de acontecer na maioria das vezes). O que ocorre é uma divisão de um grupo de animais, por motivos diversos, e cada grupo segue a sua linhagem evolutiva independente. Mas não significa necessariamente que uma vai sobrepor a outra. Duas populações de uma mesma espécie podem evoluir e tornarem-se duas espécies diferentes, se não houver contato entre esses grupos. Mutações ocorridas numa população que sejam benéficas para a espécie aumentaram a sua proporção no “pool” genético, tornarar-se-ão dominantes. Com o tempo várias mutações acumularam diferenças entre Ciência sem Mistério / Junho 2016


22 Capa os dois grupos, de forma que aquilo que antes eram duas populações de uma mesma espécie tornam-se duas espécies diferentes.

4° Erro Evolução significa melhoria Exemplo: “Os organismos que estão preservados no ambar são virtualmente parecidos com os de hoje! Porém maiores! Não teria ocorrido uma involução em vez da evolução?” Essa é a idéia extremamente errada de que evolução é sinônimo de melhoria. Para começar, a própria definição de melhoria já é complicada, pois que tipo de habilidade é melhor que outra? Um tamanho maior pode ser um problema se você está tentando se esconder, mas pode ser uma vantagem se como objectivo for caçar um predador. A evolução não funciona deste modo, pois não existe uma escale do que é bom e do que não é. Logo, uma habilidade que a princípio é “boa”, pode ser perdida se atrapalhar a sobrevivencia. Mais um exemplo, olhos são quase essenciais se um animal viver na floresta, mas não inúteis em cavernas e fossas abissais. O conceito de “utilidade” é relativo, logo, evolução não significa necessariamente melhoria. Repetindo, a evolução não segue um rumo, um caminho definido, ela é uma força que age de forma a tornar a espécie mais bem adaptada ao ambiente, o que não necessariamente significa torná-la mais sofisticada ou complexa.

5° Erro Mistura de Teorias Exemplo: “A Evolução diz que tudo surgiu a partir do nada.”

Extremamente comum. A evolução não se trata sobre a origem da vida, nem sequer da origem do universo. É como dizer que para aprender a conduzir um carro é necessário saber como ele foi montado. O mesmo ocorre com as teorias. Para a teoria da evolução, não importa como surgiu a vida, se foi um deus qualquer, ou se foi o acaso, se foram aliens… O que importa é que, se existe vida, ela evoluiu! Mesmo assim, a teoria do big bang jamais disse que tudo surgiu do nada. É apenas o modelo que explica o processo de expansão inicial do universo; seja qual for a origem da matéria (energia negra, está noutro post). “mas ate é uma teoria incompleta por não explicar a origem da vida!” Incompleta? Não existe algo como uma teoria que explica tudo. A ciencia não funciona assim. Ela funciona porque podemos separar fenómenos diversos, e estudá-los de forma individual. Quando Kepler formulou as suas leis do movimento planetário, ele era incapaz de explicar o porque das órbitas dos planetas seguiram as suas leis, a gravidade ainda não era entendida. Mas nem por isso ele estava errado. Newton resolveu esse problema, com a teoria da gravidade ele foi capaz de explicar como funcionava a mecanica celeste, e por tabela; explicar a razão das leis do movimento planetário serem como são. Mas mesmo Newton tinha lacunas. Ele não podia explicar o queera a gravidade com exactidão ou porque é que a gravidade é uma propriedade natural da matéria. Um grande “furo” por assim dizer; mas nem por isso a teoria da gravidade e suas equações

estavam erradas. Einstein resolveu esse problema, e hoje os físicos tentam descobrir um modo de encaixar a Relatividade de Einstein com o mundo subatomico da mecanica quantica. Agora vejamos: dizer que a TE está errada porque não explica a origem da vida é um erro tão grosseiro quanto dizer que a teoria da gravidade está errada porque não explica a causa da própria gravidade, ou que Einstein esteja errado porque ele não conseguiu encaixar suas descobertas com a mecanica quantica. Ora; podemos entender como funciona a gravidade, mesmo sem saber o que causa ela; podemos

“O homem, em sua arrogância, pensa de si mesmo como uma grande obra, merecedora da intervenção de uma divindade.” Charles Darwin

observar os fenomenos da relatividade, mesmo que a relatividade tenha problemas com a mecanica quantica. E certamente as leis de Kepler não estavam erradas porque ele não entendia a causa delas. Nenhuma teoria explica tudo. A TE não é uma teoria sobre a origem da vida, assim como a gravidade não é uma teoria sobre a sua própria causa. O que dá confiabilidade a uma teoria é a existência de evidencias que a favorecem, e a sua capacidade de prever fenomenos, à observação de dados na natureza que confirmem seus conceitos.


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Projeto Vênus e a Economia Baseada em Recursos. Apesar de todo avanço que tivemos até hoje, velhos problemas persistem e novos problemas relacionados ao meio ambiente surgem e se intessificam a cada dia, se você fizer uma análise, no fim todos eles se originam por meio do nosso sistema economico atual, afinal, pode um planeta finito, proferir recursos num sistema que precisa crescer infinitamente? talvez a solução de todos os problemas do mundo esteja em sua base, sendo assim, a hora de rever nosso estilo de vida chegou.

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Projecto Vênus foi fundado na ideia de que a pobreza, o crime, a corrupção e a guerra são causadas pelas neuroses e escassez criadas pelo sistema económico vigente, que é orientado ao lucro e que reprime o progresso de tecnologias benéficas à sociedade. Fresco teoriza que a progressão da tecnologia, se esta fosse continuada para além do limite do que é lucrativo, fará com que mais recursos estejam disponíveis para mais pessoas, produzindo uma abundância de produtos e materiais. Esta abundância reduziria a tendência humana actual para a independência, corrupção e ganância, dando alas para as pessoas se ajudarem entre si. Fresco acredita que o sistema monetário e os processos associados a ele, tal como a venda do próprio trabalho e a competição, são danosas à sociedade e limitam o verdadeiro potencial da maioria das pessoas. Ele

diz que as suas ideias beneficiarão um número máximo de pessoas. Ele afirma que as suas ideias originaram-se nos seus anos de formação que foram durante a Grande Depressão. Fundamental para o projecto é a eliminação da economia vigente baseada em dinheiro, em favor de uma economia baseada em recursos. Uma economia baseada em recursos é um sistema onde todos os bens e serviços estão disponíveis sem o uso de dinheiro, crédito, escambo ou qualquer outro sistema de débito ou servidão. Todos os recursos tornam-se patrimônio comum de todos os habitantes, não de apenas uns poucos selecionados. A premissa sobre a qual esse sistema é baseado é a de que a Terra seja abundante em recursos; nossa prática de racionamento de recursos através de métodos monetários é irrelevante e contraproducente à nossa sobrevivência. A sociedade moderna tem acesso à tecnologias de ponta e pode

disponibilizar comida, vestimenta, moradia e assistência médica; atualizar nosso sistema educacional; e desenvolver um suprimento ilimitado de energia renovável e não-poluente. Através da provisão de uma economia projetada de forma eficiente, todos podem desfrutar de um elevadíssimo padrão de vida com todas as amenidades de uma sociedade altamente tecnológica. Uma economia baseada em recursos usaria os recursos existentes da terra e do mar, o equipamento físico, indústrias etc. para engrandecer a vida de toda a população. Numa economia baseada em recursos no lugar de dinheiro, poderíamos facilmente produzir todas as necessidades biológicas e fornecer um elevado padrão de vida para todos. Considere os seguintes exemplos: No início da Segunda Guerra Mundial os EUA tinha apenas cerca de 600 aviões de combate de primeira Ciência sem Mistério / Junho 2016


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classe. Nós rapidamente superamos esse suprimento limitado ao produzirmos mais de 90 mil aeronaves por ano. A questão no início da Segunda Guerra Mundial era: “nós temos os fundos suficientes para produzir os utensílios de guerra precisos?”. A resposta era: “não. Não possuímos dinheiro, nem ouro o bastante; mas temos recursos de sobra”. Foram os recursos disponíveis que possibilitaram aos EUA que alcançassem a alta produção e eficiência precisos para vencer a guerra. Infelizmente, isso é somente considerado em tempos de guerra. Numa economia baseada em recursos, todos as recursos são tidos como patrimônio comum a todas as pessoas do planeta Terra, de forma a eventualmente transcender a necessidade de fronteiras artificiais que separam as pessoas. Esse é o imperativo unificador. Devemos enfatizar que esta abordagem para um governo global não tem absolutamente nada em comum com os presentes objetivos da elite de formar um governo mundial dirigida por ela e pelas grandes corporações. Nossa visão de globalização

autoriza todas as pessoas do planeta a ser as melhores que puderem, não a viver sobre submissão abjeta de um corpo governamental corporativo. Nossas propostas não só contribuiriam para o bem-estar das pessoas, como também forneceriam a informação necessária para que elas participem em qualquer área de sua competência. O sucesso seria medido pela satisfação das atividades individuais em vez da aquisição de riqueza, propriedade e poder. No momento, temos recursos materiais suficientes para prover um altíssimo padrão de vida para todos os habitantes da Terra. Apenas quando a população excede a capacidade de sustentação da terra é que muitos problemas como a ganância, o crime e a violência emergem. Ao superarmos a escassez, a maioria dos crimes e até as prisões da sociedade de hoje não seriam mais necessários. Uma economia baseada em recursos possibilitaria o uso da tecnologia para superar a escassez de recursos ao aplicar fontes renováveis de energia,

informatizar e automatizar a manufatura e o inventário, projetar cidades seguras e energeticamente eficientes e sistemas avançados de transporte, providenciar um serviço de saúde universal e uma educação mais relevante e, sobretudo, ao gerar um novo sistema de incentivo baseado na preocupação humana e ambiental. Muitas pes-


27 soas acreditam que hoje exista muita tecnologia no mundo, e que essa tecnologia é a principal causa de nossa poluição ambiental. Não é esse o caso. É o abuso e o desuso da tecnologia que deve ser a nossa principal preocupação. Numa sociedade mais humana, em vez de as máquinas substituírem as pessoas elas reduziriam a jornada de trabalho, aumentariam a disponibilidade de bens e serviços, e prolongariam o período de descanso. Se usarmos novas tecnologias para elevar o padrão de vida de todas as pessoas, então a infusão da tecnologia mecânica deixaria de ser uma ameaça. Uma economia mundial baseada em recursos também envolveria esforços completos para o desenvolvimento de novas fontes de energia, limpas e renováveis: geotérmica; de fusão controlada; solar; fotoelétrica; eólica, das ondas e das marés; e até combustível dos oceanos. Nós eventualmente seríamos capazes de possuir energia em quantidade ilimitada que poderia impulsionar a civilização por milênios. Uma economia baseada em recursos também deve se comprometer com o replanejamento de nossas cidades, sistemas de transporte e indústrias, permitindo que eles sejam energeticamente eficientes,

limpos, e que sirvam de forma conveniente às necessidades de todas as pessoas. No que mais um economia baseada em recursos implicaria? A tecnologia, inteligente e eficientemente aplicada, economiza energia, reduz o desperdício e proporciona mais tempo livre. Com um inventário automatizado numa escala global, podemos manter um equilíbrio entre a produção e distribuição. Somente alimentos nutritivos e saudáveis estariam disponíveis e a obsolescência planejada seria desnecessária e inexistente numa economia baseada em recursos. Ao nos livrarmos da necessidade de profissões baseadas no sistema monetário, como por exemplo advogados, banqueiros, vendedores de seguro, equipes de marketing e publicidade, vendedores e corretores de valores, uma quantidade considerável de desperdício será eliminada. Quantias respeitáveis de energia também seriam poupadas ao se eliminar a duplicação de produtos competitivos como ferramentas, talheres, panelas frigideiras e aspiradores de pó. É bom poder escolher. Mas no lugar de centenas de diferentes fábricas e toda a papelada e pessoal necessários à produção de produtos similares, apenas uma pequena parcela da mais alta qualidade seria necessária para servir à população inteira. Nossa única deficiência é a falta de pensamento criativo e inteligência em nós mesmos e nos nossos líderes eleitos para resolver esses problemas. O recurso mais valioso e inexplorado hoje é a engenhosidade humana. Com a eliminação da dívida, o medo de se perder o emprego deixará de ser uma ameaça. Essa segurança, combinada à educação sobre como se relacionar com os outros de um modo muito mais significativo, poderiam reduzir consideravelmente tanto o estresse mental como o físico e deixar-nos livre para explorar e desenvolver nossas habi-

‘‘Somente quando a ciência e a tecnologia são usadas com preocupação humana em um mundo no qual os recursos da terra são declarados como bem comum de todos os povos da Terra é que podemos dizer verdadeiramente que existe vida inteligente em nosso planeta’’ lidades. Se a ideia de se eliminar o dinheiro ainda incomoda você, considere isto: se um grupo de pessoas com ouro, diamantes e dinheiro ficassem presos em uma ilha desprovida de recursos como comida, ar e água limpos, a riqueza deles seria irrelevante a sua sobrevivência. Somente quando os recursos são escassos é que o dinheiro pode ser usado para controlar sua distribuição. Não se pode, por exemplo, vender o ar que respiramos ou a água que flui abundante da nascente de uma montanha. Apesar do ar e da água serem valiosos, quando abundantes, eles não podem ser vendidos. O dinheiro só é importante em uma sociedade quando certos recursos para a sobrevivência devem ser racionados e as pessoas aceitam o dinheiro como meio de troca para recursos escassos. O dinheiro é uma convenção social, um acordo por assim dizer. Ele não é um recurso natural nem representa um. Ele não é necessário à sobrevivência, a menos que tenhamos sido condicionados a aceitá-lo como tal. Ciência sem Mistério / Junho 2016


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Dúvidas frequentes para com o projeto. Quais são alguns dos efeitos prejudiciais do sistema monetário? Existem muitas desvantagens de usar esse velho método de troca para bens e serviços. Nós iremos considerar aqui apenas alguns e deixar você aumentar esta lista por si mesmo. - O dinheiro é apenas uma interferência entre o que uma pessoa precisa e o que ela pode obter. Não é de dinheiro que as pessoas precisam, é de acesso aos recursos. - O uso de dinheiro resulta em estratificação social e elitismo baseados primeiramente em disparidades econômicas. - As pessoas não são iguais sem iguais poderes de compra. - A maioria das pessoas são escravas de empregos dos quais não gostam porque precisam de dinheiro. - Há uma tremenda corrupção, ganância, crime, fraude e muito mais por causa da necessidade de dinheiro. - A maioria das leis são decretadas em benefício das corporações, que tem dinheiro suficiente para praticar lobby, ou persuadir oficiais do governo a criarem leis que servem aos seus interesses. - Aqueles que controlam o poder aquisitivo possuem maior influência. - O dinheiro é usado para controlar o comportamento daqueles com poder de compra limitado. - Bens como alimentos são às vezes

destruídos para manter os preços altos; quando as coisas são escassas os preços sobem. - Há um tremendo desperdício de material e abuso dos recursos disponíveis nas mudanças superficiais no design de produtos da moda todo ano a fim de se criar mercados contínuos para os fabricantes. - Há uma tremenda degradação ambiental devido ao custo elevado de métodos melhores de tratamento de lixo. - A Terra está sendo saqueada por lucro. - Os benefícios da tecnologia são somente distribuídos para aqueles com poder de compra suficiente. - E o mais importante, quando o fator principal da corporação é o lucro, as decisões em todas as áreas são feitas não em benefício das pessoas e do meio ambiente, mas primariamente para a aquisição de riqueza, propriedade e poder.

Não haveria resistência por parte dos ricos e poderosos? Dizer que os ricos e poderosos resistiriam a tal sociedade em muitos casos é verdade, no entanto se eles continuarem a usar automação em suas indústrias, já que é necessário a fim de competirem, milhões de pessoas serão substituídas por máquinas. Isso não só inclui trabalhos em linha de montagem, mas também médicos, engenheiros, arquitetos e semelhan-

tes. Enquanto eles perdem seu poder de compra por demWissão ou por perda dos empregos, a própria indústria que depende deste dinheiro, agora inexistente, não poderá mais funcionar. Isto trará o fim do desgastado sistema monetário. Não é questão de eles desistirem de suas indústrias, mas a sua ganância as tornará obsoletas. Somente quando a ciência e a tecnologia são usadas com preocupação humana em um mundo no qual os recursos da terra são declarados como bem comum de todos os povos da Terra é que podemos dizer verdadeiramente que existe vida inteligente em nosso planeta.

Como seria o colapso do sistema atual? Governo e indústria continuarão a transferir cada vez mais a responsabilidade de tomar decisões às máquinas inteligentes. As máquinas de hoje lidam com trilhões de bits de informação por segundo, muito mais do que o alcançado por qualquer número de políticos ou pessoas da indústria que tomam decisões. Elas também podem reunir e designar informação em constante atualização. O outro lado dessa tendência é que muitas pessoas serão substituídas; não teremos mais o poder de compra necessário para sustentar um sistema monetário que endivida a população e governos. Conforme o antigo sistema


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O que são Ecopolos?

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copolos são considerados Ecocidades. São assentamentos humanos que respeitam o ambiente natural e seus ciclos, usam o mínimo de recursos não renováveis, mantendo seus resíduos e poluição em níveis baixos e controlados. Os ecopolos possuem baixo impacto ambiental, pois estabelece em seu funcionamento formas de produzir mais energia do que consome, maximizando a economia de recursos e fomentando uma nova estrutura socioeconômica dentro de um novo paradigma. Sua economia se baseia nos preceitos da Economia Criativa e Solidária, na intensa utilização do trabalho e das atividades produtivas locais. Seus edifícios fazem bom uso do sol, vento e da chuva. Os alimentos e bens em geral são produzidos e adquiridos localmente. Os deslo-

monetário começa a dispensar mais e mais pessoas por conta de sua dependência em automação, essas pessoas deixarão de respeitar a autoridade da indústria. O padrão de vida em todas as nações industrializadas, o equilíbrio entre trabalho e interesse familiar, tornam-se impossíveis de ser mantidos para a maioria das pessoas dispensadas pela automação. À medida que a inteligência artificial avança, máquinas serão cada vez mais usadas em tarefas de complexas decisões na indústria, governo e assuntos militares. Isto não significa uma dominação por máquinas. Será, no entanto, uma gradual transferência no processo de tomada de decisões para máquinas inteligentes como um próximo passo na evolução social.

camentos são primariamente a pé, de bicicleta ou em veículos elétricos autônomos, sendo as viagens mais longas efetuadas principalmente em transportes públicos coletivos. Ecocidades fomentam a biodiversidade

e preservam o habitat natural e, não menos importante, oferecem aos seus residentes uma excelente qualidade de vida. saiba mais em: http:// aliancaluz.wix.com/lightalliance

Muitas pessoas acreditam que os líderes governamentais trazem mudanças com uma profunda preocupação com o bem-estar dos seus cidadãos. Isto está longe de ser verdade. As mudanças na sociedade não surgiram de alterações na educação ou no lar. Todos os sistemas de governo estabelecidos tendem a preservar e manter seus próprios interesses e continuação da sua base de poder. As verdadeiras forças responsáveis pela mudança têm mais a ver com imprevistos, eventos externos ou pressões biossociais que alteram fisicamente o nosso ambiente social e estabelece regras. Por exemplo, a infusão de máquinas e processos que substituem as pessoas e eliminam os seus meios de ganhar a vida, efeitos

naturais de seca, enchentes, tempestades e terremotos, catástrofes de oscilações econômicas causadas pelo homem ou ameaça de algumas nações hostis.

O que seria feito com as cidades antigas? A maioria das cidades antigas seria demolida e seus recursos minerados. Elas são ineficientes demais para serem mantidas. Algumas cidades serão reservadas como cidades-museus.

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Que tipo de mudança você espera na arquitetura? Acabar com a poluição e o desperdício mantendo-se um elevado padrão de vida exigirá mudanças profundas no modo como planejamos as cidades e gerimos as relações humanas. Embora alguns defendam a modificação das cidades existentes

e gastem muito tempo e recursos tentando atualizá-las, eu considero tais tentativas inadequadas. A modificação traz consigo um alto preço em dólares e a sustentação dos recursos. Modificar e construir em cima do que temos significa apoiar a velha infraestrutura e os requisitos energéticos, um alto custo de operação e manutenção desta, ineficiência geral, e efeitos prejudiciais aos ocupantes. É menos custoso construir cidades novas da estaca zero do que restaurar e manter as antigas, da mes-

ma forma que é mais eficiente usar métodos de produção modernos do que atualizar as fábricas obsoletas. As cidades circulares multi-dimensionais e inovadoras que proponho usam os mais sofisticados recursos e técnicas de construção. O arranjo circular geometricamente elegante, cercado por parques e jardins, é projetado para operar com o mínimo de gasto de energia enquanto obtém o mais alto padrão de vida possível. A cidade usaria tecnologia totalmente limpa em

PROJETO PERMACASA CASAS PARA ESTUDO E PRÁTICA DE UMA VIDA MAIS SAUDÁVEL

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Projeto PERMACASA é uma rede de casas com espaço de interação entre pessoas, criação, permacultura, tecnologias sustentáveis, novos paradigmas humanos, música, risadas, bate-papo, terapias, encontros, reuniões e projetos diversos da OSCIP Associação Aliança Luz. São casas urbanas em transformação constante,

semanalmente transformadas pela energia da Permacultura, do Amor, do Voluntariado, da Doação, da Participação e de diversas Alianças entre projetos, ideias e ações. O núcleo PermaCasa Vila Viva, sediado anteriormente no bairro da Mooca-SP encontra-se em transição para uma nova localidade. Caso queira participar do projeto, sugerir

uma nova localidade, ser um morador e / ou gestor da iniciativa PermaCasa, entre em contato conosco em aliancaluz@aliancaluz.org. Novos Núcleos podem ser abertos em qualquer região, bastam seguir os regimentos e estatutos da OSCIP AAL e ter gestor morador responsável. Esta experiência vai mudar a sua vida e das casas ao seu redor.


31 harmonia com a ecologia local. Quando vemos uma cidade como um bioma que cresce e se adapta, e requer energia, comida, água, sistemas de coleta e tratamento de lixo e artérias para o transporte de bens e de pessoas, nossas ideias sobre o espaço e a permanência mudam dramaticamente. Nossos atuais padrões de crescimento aleatórios refletem o espaço disponível e o acesso em vez do planejamento coesivo. Combinar elementos urbanos de

um modo predeterminado conserva energia e provê acesso fácil a todas as porções da cidade. Os elementos prefabricados constituintes da cidade seriam projetados para permitir modificações quando necessárias. À medida que materiais mais novos surgem, o design da cidade pode ser continuamente melhorado, mantendo-se ao mesmo tempo novos progressos tecnológicos e estruturais, e os padrões humanos em evolução.Todos os sistemas seriam de natureza emergente e

construídos para possibilitar a latitude máxima na acomodação de mudanças. Isso permitiria que a cidade funcionasse como um organismo em evolução integrado em vez de uma estrutura estática. O projeto e desenvolvimento dessas novas cidades enfatizam a restauração e proteção do meio ambiente: a meu ver, a tecnologia sem preocupação humana não tem sentido.

SISTEMAS DE AQUAPONIA URBANA

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quaponia é a criação de peixes integrada ao cultivo de plantas, de forma simbiótica as plantas usam as sobras e escretos dos peixes, limpando novamente a água para os mesmos, temos a produção de plantas e peixes sem descarte de água e com nutrientes cada vez mais abundantes no sistema durante o passar do tempo. Não há necessidade de terra, o cultivo é feito em argila expandida/brita/fibra vegetal - economia e preservação ambiental, cultivo local em quintais e distribuição local na própria cidade. Nossa Multicooperativa Equilibrium (OSCIP Associação Aliança Luz) já está comercializando a tecnologia aqui no país, uma entidade sem fins lucrativos e com a finalidade

de ofertar um novo paradigma socioeconômico. Há uma eficácia de até 40% no cultivo em aquaponia, todo sistema é 100% orgânico, uma vez que

qualquer sintético ou químico tóxico mataria os peixes, este sistema é, DE FATO, orgânico... para mais informações: aliancaluz@aliancaluz.org

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Existe um custo preliminar desse tipo de complexo? Ele é mais barato ou não? É muito menos custoso construir cidades sustentáveis inteiras, mesmo no sistema monetário de hoje, porque nós projetamos apenas um oitavo da cidade circular e a reproduzimos e por causa dos outros métodos eficientes de construção já mencionados.

Qual o papel da família? Atualmente maridos e esposas trabalham. A economia monetária está desconstituindo o seio familiar e o cuidado às crianças. Os pais tem pouco tempo para passar com seus filhos e sofrem constante estresse por ter que pagar por remédios, seguros, educação e um estilo de vida cada vez mais caro. Neste aspecto, esta nova civilização pode trazer grandes benefícios. Menos tempo com trabalho dará a oportunidade dos membros da família passarem mais tempo uns com os outros. O livre acesso aos bens e serviços fará do lar um lugar agradável, sem o estresse econômico que traz tanto sofrimento à família. “Quanto melhor a qualidade de vida das crianças, mais rica é a vida e o futuro das nações”. Jacques Fresco - On The Edge interview As pessoas serão mais felizes neste tipo de sociedade? Talvez não seja felicidade o que procuramos. Felicidade é um conceito relativo à individualidade de cada um,

existem infinitas maneiras de se alcançar este estado de espírito. Nós procuramos criar uma sociedade onde as pessoas sejam livres para escolher seu estilo de vida, atividades, desenvolver seus potenciais e perseguir sonhos sem a intervenção de um governo ou restrições financeiras. Uma economia baseada em recursos providenciaria centros de arte, de música, de cinema, etc. e a oportunidade de pessoas retornarem a um ambiente educacional, permitindo que elas busquem seus interesses. Embora possamos nos sentir economicamente seguros, ainda enfrentaremos grandes desafios que nos incentivarão a usar nossa inteligência e criatividade.

Qual o enfoque dos profissionais que conduzirão essa nova sociedade? Muitas das profissões comuns de hoje serão eventualmente extintas. Com o ritmo atual de mudanças, um grande número de ocupações se tornará obsoleto e desaparecerá. Numa sociedade que aplica uma abordagem sistêmica, estas profissões serão substituídas por times interdisciplinares – analistas de sistemas, programadores de computador, pesquisadores e todos que conectam o mundo numa vasta rede de comunicações. Nós temos a habilidade e conhecimento para aplicar times interdisciplinares aos problemas. No

“Numa economia baseada em recursos no lugar de dinheiro, poderíamos facilmente produzir todas as necessidades biológicas e fornecer um elevado padrão de vida para todos.”

entanto, apenas em tempos de guerra e emergências nacionais nós alocamos esses times para ajudar a encontrar uma solução para problemas sociais. Se mobilizarmos os mesmos recursos para os problemas sociais como fazemos em tempos de guerra, efeitos benéficos em grande escala podem ser alcançados em um curto período de tempo. Isso pode ser facilmente alcançado utilizando muitas de nossas universidades para formação de pessoal para melhor determinar os métodos alternativos para resolver esses problemas. Esse caminho pode ser uma importante fase inicial para definir os parâmetros do futuro de toda civilização. O processo de alterações sociais deve permitir a mudança de condições para continuamente atualizar os parâmetros do projeto e para a infusão de novas tecnologias em uma cultura emergente. Times projetistas utilizando computadores socialmente integrados podem ser automaticamente informados sobre qualquer mudança.

Haverá um governo? Em relação à necessidade de um governo, haverá apenas durante a transição de uma sociedade monetária para uma economia computadorizada baseada em recursos. Seria necessário utilizar os serviços de analistas de sistemas, engenheiros, programadores de computador, etc. Eles não irão ditar as políticas ou ter qualquer outra vantagem em relação às outras pessoas. O trabalho deles será direcionar a restauração do meio-ambiente às condições naturais. Eles também irão planejar a maneira mais eficiente e econômica de gerenciar o transporte, agricultura, planejamento de cidades e produção. Eles também estarão sempre no processo de modificação e melhoramento para ajustar as necessidades de uma civilização em constante mudança. Não há fronteiras finai


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Cidade da Nova Zelândia tem banco que usa o tempo como moeda de negócios

O banco de tempo de Lyttelton foi inaugurado em 2005 e já conta com 800 integrantes.

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yttelton é uma cidade portuária na Nova Zelândia. Além de suas belas paisagens, o local tem um diferencial: um banco de tempo. O negócio social permite que os moradores façam negociações tendo o tempo como moeda de troca. O banco de tempo de Lyttelton foi inaugurado em 2005 e criado por Margaret Jefferies, com base em um conceito criado pelo professor norte-americano Edgar Cahn. A ferramenta ajuda a conectar pessoas, incentivar o voluntariado, promover o senso de comunidade e ainda permitir que as pessoas obtenham serviços, sem que seja necessário usar dinheiro para obtê-los. Usar o tempo como moeda tem provocado grandes mudanças

na cidade neozelandesa. Cinco anos após a criação do banco, a cidade de Christchurch, nos arredores de Lyttelton, sofreu um grande terremoto. Após o desastre, a quantidade de pessoas envolvidas e dispostas a doarem tempo para ajudarem na reconstrução e resgate das cidades cresceu absurdamente. Logo após o terremoto, os 400 membros do banco já somavam mais de 30 mil horas de crédito. Atualmente, já são 800 pessoas integrando essa rede de trocas de serviços e voluntariado. Todas as iniciativas têm o mesmo peso. Assim, não importa se o tempo foi gasto em um jardim ou cuidando de uma criança, o crédito de horas é exatamente o mesmo do que foi gasto. Em entrevista ao The Guardian, o pesquisador e membro do con-

selho do TimeBanks EUA, Chris Gray, explicou que a ferramenta tem inúmeros benefícios e é o formato de uma economia do futuro. “A troca de habilidade e conhecimentos promove relacionamentos de confiança e reciprocidade”, informou o cientista. Para ele, esses são itens fundamentais para o fortalecimento e crescimento das comunidades. Os bancos de tempo são alternativas excelentes também para auxiliar o governo a suprir necessidades de serviços, principalmente diante dos desafios do futuro, com a expectativa de problemas consequentes das mudanças climáticas e dificuldades econômicas e sociais.

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Admirável mundo novo Bem resumidamente, o Projeto Venus é uma organização que propõe um plano factível de ação para a mudança social; um que trabalha por uma civilização global pacífica e sustentável. Ele delineia uma alternativa para lutar por uma situação na qual os direitos humanos não são proclamações em papéis, mas também um modo de vida. O Projeto Venus apresenta uma visão não de como o mundo será, mas como ele pode ser se aplicarmos o que já sabemos a fim de alcançar uma nova civilização mundial sustentável. Ele clama por um replanejamento honesto de nossa cultura na qual os velhos problemas de guerras, pobreza, fome, dívida e sofrimento humano desnecessário são vistos não apenas como evitáveis, mas como totalmente inaceitáveis. Qualquer resultado inferior resultará numa continuação do mesmo catálogo de prob-

lemas encontrado no mundo de hoje. O Projeto Venus apresenta uma visão alternativa para uma civilização mundial sustentável diferente de qualquer sistema político, econômico ou social que já tenha existido. Ele visiona um tempo no futuro próximo quando o dinheiro, a política, o interesse nacionalista foram deixados para trás. Embora essa visão possa parecer idealista, ela é baseada em anos de estudo e pesquisa experimental. Ela abarca o gambito da educação, transporte e fontes limpas de energia para sistemas urbanos completos. Muitas pessoas acreditam que seja necessário um senso mais elevado de padrões éticos e ratificação de leis internacionais e tratados para garantir uma sociedade global sustentável. Mesmo se as pessoas mais éticas do mundo fossem eleitas ao cargo público, sem recursos suficientes

nós continuaríamos com os mesmo problemas que temos hoje. Enquanto poucas nações controlarem a maioria dos recursos mundiais e o lucro for o ponto principal, o mesmo ciclo de eventos prevalecerá. À medida que os desafios globais e a informação científica proliferam-se, as nações e as pessoas enfrentam ameaças comuns que transcendem as fronteiras nacionais. Superpopulação, falta de energia, aquecimento global, poluição ambiental, escassez de água, catástrofe atômica, o alastramento de doenças incontroláveis e o deslocamento tecnológico de pessoas por máquinas ameaçam cada um de nós. Embora muitas pessoas se dedicam a aliviar essas condições, nossos problemas sociais e ambientais permanecerão insuperáveis enquanto poucas nações poderosas e interesses financeiros controlarem e consumirem a maio-


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“Com a aplicação inteligente e humana da ciência e da tecnologia, os habitantes do planeta Terra podem juntos conduzir e moldar o futuro enquanto protegem o meio ambiente.”

ria dos recursos mundiais e o sistema monetário predominar. Se nós realmente quisermos pôr um fim nos atuais problemas internacionais e sociais, devemos declarar a Terra e todos os seus recursos como patrimônio comum a todas as pessoas do mundo. A Terra é abundante em recursos. Nossa prática de racionamento de recursos através do controle monetário não é mais relevante e é contraprodutiva à nossa sobrevivência. Hoje temos tecnologias altamente avançadas, mas nosso sistema econômico e social não se adaptou às nossas capacidades tecnológicas. Nós poderíamos facilmente criar um

mundo da abundância para todos, livre da servidão e da dívida e baseada na capacidade de sustentação dos recursos terrestres. Com a aplicação inteligente e humana da ciência e da tecnologia, os habitantes do planeta Terra podem juntos conduzir e moldar o futuro enquanto protegem o meio ambiente. Não temos dinheiro o bastante para alcançar esses fins, mas temos recursos de sobra. É por isso que defendemos uma economia baseada em recursos.

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36 Tecnologia

O DINHEIRO DO FUTURO?

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ousadas na Itália, restaurantes em Nova York, voos de parapente na Croácia e calcinhas usadas em vários países (tem gosto pra tudo): todas essas coisas podem ser compradas com bitcoins, espécie de moeda virtual aceita por centenas de estabelecimentos do mundo todo. E como o euro só vale para fazer compras na União Europeia e a nakfa só é aceita nos armazéns da Eritreia, o bitcoin cria uma ideia relativamente inédita de país sem fronteiras. Uma moeda (qualquer moeda, digital ou de latão) só tem valor se as pessoas confiarem nela. Se todo mundo acredita que um pedaço de papel azul estampado com um peixe da família dos serranídeos vale R$ 100, então vale. Tradicionalmente, é o Estado o responsável por criar, implantar e assegurar a validade das moedas (o que é feito principalmente pela cobrança de impostos, que só podem ser pagos com a moeda oficial). Depois, o dinheiro é repassado aos bancos, e, só então, às pessoas e às empresas. Pois que um grupo de nerds ligeiramente descontentes com esse sistema resolveu criar um outro, que anulasse integralmente a interferência dos bancos e governos. “Eu simplesmente gosto da ideia de um sistema monetário descentralizado, que não é controlado por burocratas, banqueiros ou políticos”, explica o líder do projeto de desenvolvimento do bitcoin, Gavin Andresen. Para fazer isso, eles desenvolveram uma economia completamente virtual. É como se todo o sistema monetário ficasse restrito às transações feitas por home banking: o dinheiro é

transferido de uma conta para outra e nós sabemos que ele foi transferido porque os números da nossa conta ficaram maiores ou menores. Não precisamos ter contato com nenhuma pilha de notas de R$ 100 para acreditar que a transferência foi feita de fato. O conceito do bitcoin foi criado no final de 2008 por um obscuro programador identificado apenas como Satoshi Nakamoto, nome tão comum no Japão quanto João da Silva é no Brasil (e, por isso mesmo, acredita-se que esse não seja o real nome dele - ou dela). A ideia era permitir transações financeiras diretamente entre duas pessoas, sem a necessidade da intermediação de um banco ou de um sistema de pagamento online, como o PayPal. Isso resultaria primeiramente em taxas mais baratas, já que, quando um banco calcula sua tarifa sobre transferências, ele já prevê a cobertura das fraudes consideradas inevitáveis (e aí os bons clientes pagam mais para compensar os maus). Além disso, também seriam eliminados todos os custos relativos à impressão, transporte e distribuição do dinheiro físico.

Como Funciona? Para ter acesso aos bitcoins, é necessário fazer o download de uma espécie de carteira digital. Ela cumpre o papel de conta corrente. As primeiras moedas geralmente são adquiridas nas casas de câmbio virtuais, sites que trocam bitcoins por dinheiro tradicional. Depois, se Fulano quiser comprar alguma coisa que Beltrano esteja vendendo em troca de bitcoins, passa suas moedas para a carteira

digital dele. É como uma transferência entre contas. Cada conta tem um endereço (na forma de uma sequência de letras e números). Se eu vendo uma bicicleta para você por bitcoins, você entra na sua carteira digital (a que instalou no seu computador), digita o endereço da minha (já que eu também baixei o programa) e faz o depósito. Pronto. Se um site de comércio eletrônico aceita bitcoins como pagamento, por exemplo, vai estar lá o endereço da carteira digital dele. Simples. Essa foi a parte básica do nosso tutorial. Agora vamos entrar um pouco na avançada. Para funcionar como moeda, o bitcoin precisa obedecer a dois critérios básicos. O primeiro é ser algo que muita gente queira. Bom, como não faltou quem gostasse da ideia de brincar com uma moeda que não tem governo nenhum por trás, esse critério foi atendido. Começaram a aparecer pessoas vendendo produtos reais em troca de bitcoins, só pela graça de possuir bitcoins. Agora, o critério 2: uma moeda precisa ser mantida como um recurso relativamente escasso. Só assim ela mantém seu valor. O ouro, por exemplo, é escasso. E por isso mesmo “vale ouro”. É isso que o bitcoin quer valer. Como? Mantendo-se como um recurso escasso, ué. O sistema por trás do bitcoin prevê que o máximo de moeda circulando será de 21 milhões de unidades (por enquanto, existem cerca de 7 milhões - o equivalente a pouco mais de US$ 30 milhões). Os responsáveis por colocar moeda nova no mercado são os usuários que cedem a capacidade de seus computadores via internet para manter o sistema funcionando. Na prática, o sistema fabrica din-


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heiro novo e distribui para esses usuários. Por enquanto, eles ganham, juntos, até 50 bitcoins (BTCs, pela sigla oficial) de 10 em 10 minutos, mas essa quantia irá diminuindo gradativamente até bater em zero (o que deve acontecer por volta de 2035). Essa foi a forma encontrada para controlar a inflação, manter o valor da moeda estável. Deu certo. Na época do lançamento, 1 BTC equivalia a poucos centavos de dólar. Em junho deste ano, chegou a valer US$ 30

- uma valorização de (pausa dramática) quase 30 000%. Quem tinha comprado US$ 1 em bitcoins agora podia vender a mesma quantidade de BTCs por US$ 3 mil. Apesar de ter saído do papel ainda em 2009, foi apenas durante um discurso feito nesse ano que a moeda ganhou notoriedade. No início de junho, o senador americano Charles Schumer foi ao Congresso dizer que bitcoins estavam sendo usados para a compra de drogas. Mas, com seu depoimento, ele apenas chamou mais a

atenção para o assunto (poucos meses antes, o mesmo Schumer resolveu pedir ao Congresso que proibisse o Fuzz Alert, um aplicativo para smartphone que avisava os motoristas da presença de controladores de velocidade. O número de downloads duplicou em poucos dias). “Logo depois que ele falou (ainda que mal) sobre o bitcoin, muitas pessoas começaram a comprar por curiosidade nos Estados Unidos, aí o preço subiu e juntou um monte de gente pra minerar”,

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38 Tecnologia explica Leandro César, administrador e um dos principais fomentadores da moeda no Brasil. Na segunda-feira, 6 de junho, um dia depois do discurso de Schumer, 1 BTC valia US$ 8. Quando o mercado abriu na manhã de sexta, dia 10, já valia US$ 28. Uma valorização de 250% em uma semana. Isso se a semana encerrasse na sexta de manhã, claro. Ao meio-dia dessa mesma sexta-feira, 1 BTC inexplicavelmente passou a valer apenas US$ 20. “Como tinha muita gente minerando, o mercado ficou cheio de bitcoins, então os preços caíram e os especuladores saíram correndo para vender”, conta César. Ele explica que o fato de o sistema ser automatizado não garante estabilidade: “Ninguém prevê a demanda, só a oferta. Ainda que só saia um bloco de 50 BTCs a cada 10 minutos, se um site de câmbio muito importante for invadido, a demanda pela moeda pode cair bruscamente”. O exemplo do site invadido não foi escolhido por acaso. Exatamente duas semanas depois da manifestação de Schumer, um auditor da MT Gox, o maior site de troca de bitcoins por dinheiro (existem vários), teve seu computador invadido. Os hackers tiveram acesso aos dados de mais de 60 mil contas, escolheram uma das mais polpudas e tentaram vender tudo que tinha nela. Foram impedidos porque havia um limite de 1 000 BTCs por dia, mas mesmo essa venda fez com que o valor da moeda despencasse de US$ 17,50 para alguns centavos. Como apenas uma conta tinha sido comprometida, a MT Gox conseguiu anular todas as transações feitas depois do ataque e restaurou o preço de US$ 17,50. A principal crítica feita ao sistema era que, se alguma coisa acontecesse com o dinheiro dos usuários (e muitas coisas estavam acontecendo), eles não teriam a quem recorrer. Pois que no final de julho uma falha no sistema fez com que outro site de trocas, o Bitomat, perdesse

todos os bitcoins dos seus usuários. Evaporaram 17 mil BTCs, ou US$ 220 mil. Era a prova prática de que os críticos tinham razão: não havia a quem pedir socorro. “Quando isso aconteceu, achei que ia acabar tudo”, lembra Leandro. Quase acabou: o valor dos bitcoins caiu a praticamente zero. O mercado estava congelado.

E agora?

Surpreendentemente, a MT Gox, aquela mesma que tinha sofrido com ataques cerca de um mês antes, resolveu incorporar a Bitomat e indenizou todos os prejudicados. Mas mesmo essa intervenção não elevou o bitcoin ao patamar dos bons tempos - até o fechamento desta edição 1 BTC flutuva entre US$ 4 e US$ 5. “O valor do bitcoin hoje depende muito de o quão confiantes os especuladores estão de que a moeda se confirme como um meio importante de pagar por coisas no futuro. Isso faz com que esse valor seja muito volátil, e isso é ruim porque um preço volátil torna difícil que os comerciantes aceitem a moeda como pagamento”, explica Andersen. Mesmo assim, hoje centenas de estabelecimentos aceitam bitcoins - a grande maioria sites de comércio eletrônico, mas que vendem de tudo.

Andersen, porém, não tem ambições muito maiores para a moeda. “Eu gostaria que o bitcoin ficasse `chato¿ - só um outro jeito de pagar por coisas online e que fosse tão fácil de usar quanto um cartão de crédito ou o PayPal são hoje”, completa. Isso significa, basicamente, que o bitcoin até pode continuar existindo como método de pagamento alternativo ao dinheiro, mas nunca chegará a substituí-lo. A opinião vai ao encontro do que pensa Leandro César: “Não acredito que ele vá tomar o lugar do dinheiro tradicional. Deve se tornar uma moeda B, não uma moeda A”. Mas que ninguém duvide do BTC - ou da próxima moeda “de brinquedo” que aparecer. Quando se trata de futurologia em economia, convém não acreditar em todas as previsões. Ainda em 1999, o antropólogo Weatherford destilava seu pessimismo em relação a um certo sistema “ilusório” de transferências: “O conceito largamente debatido de o indivíduo realizar transações financeiras pelo computador doméstico usando linhas telefônicas demonstrou ser muito mais ilusório do que os tecnófilos e futuristas haviam previsto”. É. Às vezes os futuristas acertam.


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