O Colarinho

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Bauru | Fevereiro de 2014

Aprecie O Colarinho, mas com informação Dia quente no trabalho e você mal pode esperar pelo fim do expediente para ir ao bar tomar uma gelada com os amigos. Dia de jogo do Brasileirão e você está fazendo as contas para ir ao supermercado se abastecer com latinhas. Fim daquela prova desafiante na faculdade e você já está pensando no sabor da cerveja. São situações fáceis de se identificar, especialmente no Brasil. Mesmo os que não bebem têm, ou já tiveram, proximidade e são familiares com ela de alguma forma. A cerveja pode ser chamada de verdadeira instituição nacional e foi pensando em você, leitor que também é apreciador do produto, que se concebeu O Colarinho. Por que a cerveja é tão querida no país? Responder esta questão envolve a contextualização de diversos fatores. Em primeiro lugar porque somos um país tropical que frequentemente atravessa períodos de altas temperaturas. Como as cervejas mais consumidas por aqui são feitas para serem servidas geladas, tornam-se escolha apropriada aos que desejam se refrescar. Também pesa na balança um fator histórico: desde os registros das civilizações mais antigas é possível notar referências ao consumo do álcool. A cerveja, com baixo teor alcoólico e efeitos benéficos, tornou-se uma bebida social por excelência. Além disso, a preferência pela bebida em ocasiões de celebração ou descontração já tornou-se praticamente cultural. Recente pesquisa do Ibope encomendada pela CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja) mostra que 64% dos entrevistados escolhem a cerveja para comemorar os bons momentos - acima do espumante, vinho e as bebidas destiladas. Há quem argumente

que, pela tradição, é a cachaça que ocupa o primeiro lugar na preferência nacional. Mas é só olhar para as mesas de bar, geladeiras e coolers do país para notar a predominância da “loira” em relação a “branquinha”. Uma explicação provável é a de que o alto teor alcoólico da cachaça dificulta a transformação de seu consumo em rotina social e os efeitos da bebida destilada não combinam com o clima tropical tanto quanto os da cerveja. Até na economia a bebida já está sacramentada. De acordo com a mesma CervBrasil, o setor cervejeiro recolhe anualmente R$ 19 bi em tributos, emprega 1,7 mi de pessoas e responde por 1,7% do PIB nacional. Da agricultura ao varejo, a área está em constante desenvolvimento e contribui largamente com a expansão de outros setores estratégicos. Entretanto, não pode deixar de ser citado o outro lado da moeda. A cerveja, quando consumida em excesso, traz notáveis malefícios à saúde, sendo responsável por uma série de doenças e complicações, e à segurança, causando inúmeros acidentes de trânsito e desvios de comportamento. Mais importante do que reconhecer seu peso na cultura e economia nacionais é conscientizar para seu consumo controlado e parcimonioso. É essencial lembrar que vender cerveja para menor de 18 anos é crime e possui consequências negativas para a sociedade. Além de consumo consciente, responsável. É assim que O Colarinho quer se dirigir a você, leitor. A proposta é de agradáveis minutos de leitura, com conteúdo leve e atrativo que vai te deixar salivando por um copo, mas sem esconder as polêmicas e as facetas obscuras do assunto.

Boa Leitura

Quer experimentar, filho? João Victor Belline Sim, você já ouviu essa frase. Seja aquele tio, algum dos seus pais ou algum conhecido da família que, em determinado instante, normalmente bem antes de você ter os ideais 18 anos para ter esse direito, lhe ofereceu o primeiro gole de cerveja. Tendo aceitado de supetão ou não, se você está lendo esse suplemento, em algum momento você degustou o "suco de cevada". Basicamente qualquer criança ou adolescente não se familiariza com o sabor dessa bebida. A lembrança daquele sabor amargo provavelmente está presente em você, mesmo que tenha sido apenas na primeira vez. Mas o que quero destacar é que, num certo momento, a cerveja é aceita por você. Sabor, temperatura, o ato de beber, passam a fazer parte da sua rotina. Para alguns, é ainda antes da maioridade, e para outros, a faculdade é o marco dessa aceitação, mas enfim, isso é muito variável. Neste instante, então, está consolidada a convenção social. Certas situações levarão você a ter a vontade, se não necessidade, de beber cerveja. Isso pode acontecer por influência externa, como o círculo social

ou mesmo o ramo propagandista, ou interna, quando seu próprio psicológico, influenciado por lembranças e experiências, o levará a se render a uma geladinha. Como você perceberá lendo todo o conteúdo informativo deste suplemento, a cerveja tem seus pontos favoráveis e contraditórios. Entretanto, ela é amplamente aceita em, praticamente, qualquer círculo social do território brasileiro. Mas, como? Ou por quê?

É inegável que a cerveja é uma droga social

Na verdade, eu julgo que seria muita pretensão responder isso e, ainda mais, com uma única resposta completa. Ainda assim, há fatores que devem ser frisados e que, sem dúvidas, contribuem muito para a consolidação desta bebida. Primeiramente, é inegável que a cerveja é uma droga social. Desde tempos muito remotos, como no Antigo Egito, já há registros de como a loirinha já unia pessoas. Se levarmos para o lado mais técnico da

questão, por ser alcoólica, a bebida causa desinibição. Entretanto, isso não explica porque a birra é tão bem aceita. Então, partimos para o segundo fator. A cerveja é um produto totalmente acessível e adaptável. É possível conseguir uma bebida com um ou, para os mais assíduos, por mais de centenas de reais. Mais que isso, você pode escolher entre diversos tipos que variam cor, consistência, sabor e composição. Ou seja, sempre haverá uma cerveja adequada à sua necessidade ou vontade. Enfim, esta é uma questão grande e que envolve preferências e quereres, fatores complicados de serem analisados. O que não há dúvidas é que tal discussão daria uma ótima conversa de mesa de bar, daquelas que levam horas e não cansam os envolvidos. Para entender a problemática, o melhor mesmo é preparar aquela geladíssima e se entregar à convenção social. Escolha a sua companheira preferida, uma loirinha trincando, uma ruiva encorpada, aquela morena doce ou, se preferir, todas, e se renda, meu amigo. Brinde a essa maravilha do mundo antigo, do mundo moderno e do mundo contemporâneo. Ave, cerveja!


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Caminhos da cerveja no Brasil Dos primórdios à atualidade: um rápido giro pela história da queridinha dos brasileiros A partir de 2006 os núCamila Valente DaDo Bier e a paulista Colorado. A última, sediada em Ribeirão meros começaram a aumentar O Brasil é o terceiro Preto, ficou conhecida, mesmo e, atualmente, o maior registro maior produtor de cerveja do entre o público não especializa- de cervejarias pelo Mapa foi no mundo, atrás apenas dos Esta- do, devido a suas receitas que ano de 2012, com 31 novos prodos Unidos e da China. A pro- utilizam produtos tipicamente dutores autorizados. Hoje são dução nacional é de cerca de brasileiros, como café, castanha 232 fábricas e 2.657 chopps e cervejas certificados pelo mi13 bilhões de litros por ano e o do pará e rapadura. consumo fica na casa dos 60 litros ao ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil). A primeira notícia de que se tem registro sobre a fabricação da cerveja no país ocorreu no Rio de Janeiro, no ano de 1836, com a Cervejaria Brazileira. Já os primeiros registros do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em relação ao número de cervejarias autorizadas, foi em 1974, mostrando apenas quatro fábricas em todo o país. No caso das cervejas artesanais, os registros datam de 1995. Daí surgiram as duas que são atualmente pioneiras do movimento artesanal: a gaúcha O vasto mundo da cerveja: das tradicionais às artesanais

Sorvete da Skol

nistério. Consequentemente, a produção e o consumo também cresceram. Nos últimos cinco anos, considerando-se apenas produtos de alto valor agregado, como alimentos processados e algumas bebidas, a cerveja foi Getty Images um daqueles que teve maior crescimento no consumo. Apesar disso, em 2013, os brasileiros consumiram, em média, uma latinha de cerveja a menos por mês. Isso se deu devido ao aumento do endividamento das famílias, à alta no preço do produto, desde o segundo semestre de 2012, e à Lei Seca. Gigantes como a líder Ambev, Grupo Petrópolis, Kirin Brasil e Cervejaria Heineken estão passando por um período delicado, nunca antes vivenciado na história. O desafio agora é retomar o consumo positivo sem, com isso, aumentar o preço da cerveja e causar ainda mais prejuízos.

Em março de 2013 a Skol lançou seu sorvete de cerveja, que causou polêmica, pois a propaganda poderia despertar a atenção do público infanto-juvenil.

Milk Shake de Cerveja Em 2012 um restaurante americano criou o milk shake de cerveja que é feito de sorvete de creme, cerveja e caramelo.

Comerciais de cerveja deixam mulheres menos inteligentes Uma pesquisa feita pela Associação Americana de Psicologia afirmou que a capacidade mental das mulheres fica obstruída quando submetidas a pensar sobre seus corpos. É a ideia de mulher-objeto que muitas propagandas de cerveja passam.

Brasileiro prefere Ambev, aponta pesquisa Proprietária de Brahma, Skol e Antarctica domina cerca de 70% do mercado Mauricio Daniel e Henrique Cézar

por parte da Ambev dificulta a atuação das cervejarias concor O brasileiro continua rentes e exige uma dinâmica de preferindo os produtos da inovações e investimentos. Ambev. É o que apontam as reApós liderar o mercado norcentes pesquisas que colocam destino por mais de dez anos, a a maior cervejaria da América Nova Schin perdeu o posto para Latina como controladora de a Skol, obrigando a empresa a 68% do mercado cervejeiro lançar uma nova marca espenacional. cialmente para a região, a cer A Companhia de Beveja No Grau, para recuperar bidas das Américas (Ambev) mercado. Após ser adquirida conta com números que reflepela coreana Kirin, formando a tem a dimensão econômica da Brasil Kirin, o grupo, também indústria da cerveja no Brasil. detentor das marcas Devassa e Com 34 fábricas, 59 centros Glacial, voltou a brigar pelo sede distribuição e mais de um gundo lugar de preferência do milhão de pontos de venda, a consumidor. O Grupo Petrópolis, controlador das marcas Itaipava e Crystal, também tem ampliado os investimentos e até 2020 pretende estar em todo o país. Outra cervejaria que vem aumentando suas perspectivas no mercado nacional é a Heineken, tradicional no continente europeu e que cada vez mais ganha a simpatia dos brasileiros. Além de investir em eventos, a empresa recentemente adquiriu a Kaiser, com o intuiuto de retormar o prestígio de meados da década Em 1915, a cervejaria Brahma não chegava nem perto do grupo que se tornou de 1980.

Acervo Felipe Kuhn Braun

empresa emprega cerca de 45 mil funcionários e todas as etapas de produção chegam a envolver seis milhões de pessoas. Com lucro líquido de R$ 10,5 bilhões em 2012, é hoje a maior empresa do Brasil, superando a Vale e a própria Petrobras, e a cervejaria que mais lucra em todo o mundo. Ao todo, são 17 marcas de cerveja, entre elas as líderes Brahma, Skol e Antarctica. A Ambev nasceu em 1999 após a fusão entre Antarctica e Brahma, pertencendo desde 2004 à companhia de bebidas belga-brasileira AB InBev. O forte domínio do mercado

DISPUTA DESIGUAL

Participação de mercado das 4 principais cervejarias no Brasil

Ambev (68%)

Antarctica, Bohemia, Brahma, Budweiser, Caracu, Kronenbier, Original, Quilmes, Skol, Stella Artois

Grupo Petrópolis (11,3%)

Itaipava, Crystal, Lokal, Black Princess, Petra, Weltenburger Klaster

Brasil Kirin (10,7%) Devassa, Glacial, Nova Schin, Baden Baden, Eisenbahn

Heineken (8,6%)

Heineken, Kaiser, Bavaria, Summer, Sol

Revista Veja, 2013


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Na linha de produção

Conheça um pouco mais sobre o processo de fabricação da cerveja

bierwin.com.br

Higor Boconcelo Em seguida, a mistura resultan- tâncias nocivas sejam esterilite é filtrada, quando são separa- zadas, impedindo uma série de Quem nunca se pergun- das cascas e bagaços do líquido, infecções. Durante a ebulição é tou, enquanto aprecia uma boa que passa a ser chamado de adicionado ao mosto o lúpulo, cerveja, qual caminho ela fez mosto, já apresentando a cor de um vegetal de origem europeia, cultivado no Brasil unicamente para chegar até a mesa? Mesmo cerveja nesta etapa. Seguindo com a fabrica- para a fabricação de cerveja. É que aparentemente simples, o processo de produção da cerve- ção, o mosto é levado à fervura, responsável por dar amargor e ja é trabalhoso, podendo variar que pode durar entre 15 e 120 aroma ao líquido, ingrediente em diversas maneiras ao redor minutos. Esse processo garante cuja variação caracteriza diverque as bactérias e demais subs- sos tipos da bebida. do planeta. Parte inicial do processo, a água deve ser tratada especialmente para a fabricação da bebida, de forma que se enquadre em um padrão exigente de qualidade. Em seguida vem o malte, mais comumente o da cevada, fonte de amido da cerveja, que fornece o material fermentável e determina o sabor de cada bebida. Outros tipos de amido, tais como milho, arroz, trigo, aveia e centeio também podem ser utilizados. O malte, então, é moído e adicionado à água para que a formação de enzimas se inicie, a fim de que as cadeias de amido sejam quebradas em cadeias Segundo a revista Exame, o Brasil é o 3° maior produtor de cerveja do menores de glicose e maltose. mundo, com 13 bilhões de litros produzidos por ano

Calma, tem pra todo mundo

A decantação acontece logo após a fervura – é o momento em que as proteínas coaguladas até aqui se depositam no fundo do recipiente de produção, deixando o mosto pronto para ser retirado e resfriado, em uma temperatura entre 7 e 12 graus. Em seguida, é adicionada à mistura a levedura, microorganismo responsável pela fermentação da cerveja, processo seguinte da fabricação. Etapa com a maior variabilidade na produção, a fermentação pode ocorrer em tanques de diversos tipos e formatos, bem como variar a duração do processo, período estimado entre 2 e 20 dias, dependendo da cerveja que está sendo fabricada. Durante essa pausa, os açúcares do mosto são consumidos pela levedura, sendo transformados em álcool e gás carbônico. Os tanques possuem temperatura restritamente controlada entre 8 e 15 graus, garantindo uma fermentação sempre homogênea. Fermentado, o que era

mosto passa a ser cerveja verde. A próxima etapa então é a maturação, que acontece em temperaturas baixas (zero graus ou menor), por um período que varia de alguns dias a semanas. A levedura continua agindo na superfície do líquido e, ao término do processo, é separada por decantação ou flotação. Também é incorporado ao líquido mais gás carbônico, e da mistura são retirados também alguns gases que possam ter restado da fermentação. Rumando para a finalização, a cerveja é novamente filtrada e, se necessário, gaseificada, para que, enfim, se torne como a que conhecemos por aí. Segue para o envasamento, sendo depositada com o máximo de cuidado nas respectivas embalagens comerciais, evitando a entrada de oxigênio. Por fim é pasteurizada, garantindo estabilidade ao produto que será armazenado até chegar às mãos do consumidor – o que, com toda certeza, não costuma demorar.

Lúpulo, teor alcoólico e armazenamento definem a cerveja certa para cada paladar Vários detalhes podem diferenciar uma cerveja da outra. São vários os tipos da bebida ao redor do planeta, cujos aspectos levados em consideração para a classificação podem

ALES

ser cor, aparência, aroma, sabor, sensação, força e gravidade. Porém, a divisão mais simples que é feita entre as cervejas diz respeito à fermentação, sendo as de alta fermentação denomina-

das Ales, e as de baixa fermentação, mais populares ao redor do globo, denominadas Lagers. Confira algumas das mais conhecidas – e nem todas tem O Colarinho. Experimente!

entre um castanho-avermelhado a castanho escuro e a espuma deverá ser creme e não muito duradoura.

Altbier - castanha, oriunda da Alemanha. Bem balanceada e delicada, com boa presença de frutas, grande equilíbrio entre malte e lúpulo e uma presença mediana de gás.

Cream Ale - aspecto claro e límpido, de corpo leve, forte presença de gás e com pouca ou nenhuma sensação de lúpulo quer no aroma, quer no sabor, o que faz com que tenham uma acidez média a reduzida.

Amber Ale - podem variar desde produtos sem grande interesse e caramelizados, a cervejas como uma boa quantidade e balanço entre malte e lúpulo.

English Pale Ale - não são muito claras, apresentando uma cor entre o dourado e que pode ir até ao âmbar ou acobreado. Grande presença de malte, apesar das características amargas e secas do lúpulo também estarem presentes.

American Pale Ale - claras, que vão desde o amarelo dourado até à cor de cobre. Estilo definido pelo lúpulo de origem americana, transmitindo um forte aroma à cerveja bem como uma relativa acidez. American Strong Ale - abrangente, engloba cervejas fortes com volume alcoólico superior a 7%. Oriundas dos EUA. Alto teor de lúpulo. Baltic Porter - estilo muito complexo, especialmente o sabor, com presença de chocolate e malte torrado, elaborado com lúpulo continental e malte de Viena ou de Munique. cerveja não muito pesada devido a uma boa presença de gás. Belgian Ale - Podem ir de um amarelo dourado até à cor de cobre, boa presença de frutas, malte e especiarias tanto no aroma como no sabor. espuma branca, cremosa e não muito duradoura. Brown Ale - bastante sabor, forte presença de lúpulo. A cor varia

Irish Red Ale - suaves, equilibradas e leves. início adocicado, segue-se o sabor típico do malte e um fim com cereais torrados, o que lhe dá uma caráter seco. A sua cor avermelhada é obtida através da junção de malte de cevada, sendo que por vezes se utiliza milho, arroz ou mesmo açúcar para suavizar o produto final. A presença de gás não é elevada, bem como a do álcool: entre 4% e 6% ABV Mild Ale - Ligeiramente maltada e com pouco sabor e aroma a lúpulo, estas cervejas são castanho-escuras e possuem pouco gás bem como pouca espuma. Milk/Sweet Stout - origem inglesa, historicamente conhecido como Milk ou Cream, devido à utilização de lactose como adoçante, é de cor bastante escura, tendencialmente doce e possui um sabor com um toque a cereais torrados, o que faz com pareça um expresso açucarado. Old Ale – inglesa, é assim designada por passar por um processo de envelhecimento após a primeira fermentação. Encorpada e complexa. Getty Images

LAGERS

American Dark Lager/All-Malt Lager - cor escura proveniente da junção de malte e por vezes de caramelo, sendo que, em princípio, as All-Malt apenas utilizam malte na sua concepção, enquanto que as Dark Lager podem ter a junção de outros cereais. Leves e com bastante gás. Um pouco doces. American Macro Lager - Leves, claras, gaseificadas e aguadas. Não muito amargas, médio-baixo teor de álcool, pouco sabor e aroma. Bock - substancialmente mais forte do que uma lager, mais robusta, com uma maior presença de malte e mais escura, podendo chegar a tonalidades castanhas. O volume de álcool varia entre 5,5% e 7,5%, sendo que o grande destaque vai para a sua suavidade, transmitida não só pelo malte como também pelo tempo de armazenamento Bohemian Pilsen - cor amarela clara a dourada, pouco amarga devido ao intenso uso de lúpulo e com aroma e sabor um pouco frutados ou mesmo florais. Classic German Pilsner/Pils - As pilsen de origem alemã dividem-se em dois grandes grupos: as do norte e as do sul. No geral, são cervejas amarelo-claro, transparentes, espuma branca e pouco persistente, com sabor de lúpulo e, por vezes, a frutos e ervas. Eisbock - tipo mais forte de Bock. sabor mais concentrado e rico em malte, o que lhe dá uma certa doçura, necessária para equilibrar com o acentuado teor de álcool, que chega a ascender aos 8%. A cor pode variar entre o castanho-avermelhado e o preto. Pilsen - O tipo das brasileiras! Pálidas, amarelas e com presença de lúpulo quer no aroma, quer no sabor. O teor alcoólico varia entre 4,0% e 5,5%. Premium Lager - cor dourada ou mesmo acobreada e possuem um forte sabor dado pelo malte e pelo lúpulo. O álcool costuma variar entre 4,5% e 5,5% e têm menos gás do que uma pilsen comum. Rauchbier - escura, alemã, um pouco tostada. O volume de álcool varia entre os 4% e os 7%.


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Colonização alemã propicia a instalação de indústrias cervejeiras e da cultura germânica no sul do país Acervo Felipe Kuhn Braun

Beatriz Vital São Leopoldo, em 25 de julho de 1824, foi o ponto de chegada dos primeiros alemães que desembarcaram no Brasil. Em suas bagagens, roupas, suprimentos e um vasto conhecimento em relação a bebidas milenares, como a cerveja e o vinho. Após enfrentarem diversas dificuldades de adaptação, nos anos 1840 e 1850, os imigrantes iniciaram o processo de industrialização no setor que conhecemos hoje como cervejaria. De acordo com o jornalista e historiador de cultura alemã Felipe Kuhn Braun, “Georg Heinrich Ritter torna-se o primeiro cervejeiro oficial do Rio Grande do Sul, ao fundar sua cervejaria na cidade de Linha Nova, nos anos 1850”. Ele defende que falta historiografia e reconhecimento de que foram os alemães que começaram esse processo no sul do país.

Certamente, a cultura cervejeira atual do Brasil é uma forte marca da imigração alemã

Certamente, a cultura cervejeira atual do Brasil é uma forte marca da imigração alemã, no entanto, Felipe ressalta que a Alemanha também abrigava uma forte tradição de vinho, bebida associada hoje, no Brasil, muito mais à Itália, França, entre outros países. Porque há, então, esta tendência de elevarmos as cervejas alemãs como as melhores? Ben Otten, estu-

Fernando de Andrade, 28 anos, Consultor de Seguros Oktoberfest Blumenau 2013, SC – Brasil

Cervejaria HRitter (1897) – No período das grandes guerras, muitas indústrias alemãs foram queimadas e a cerveja deixou de ser produzida por um longo período. dante alemão e residente de Munique, comenta que “a única coisa especial e comum entre as cervejas da Alemanha é o orgulho, conhecido como ‘Reinheitsgebot’”. O ‘Reinheitsgebot’, ou ‘ Lei da Pureza da Cerveja’ constituiu um dos mais antigos decretos alimentares da Europa. Promulgada pelo duque alemão Guilherme IV da Baviera, em 23 de abril de 1516, a lei instituiu que a cerveja deveria ser fabricada apenas com água, malte de cevada e lúpulo. Ben complementa citando que essa importância revela-se nos rótulos

e propagandas de cerveja que trazem o escrito ‘Gebraut nach deutschem Reinheitsgebot’, que significa ‘ Fabricado em concordância com a Lei da Pureza da Cerveja’. ‘Também os rótulos, muitas vezes, mostram monges, que, na historia popular, foram os primeiros a fazer a cerveja do tipo conhecido hoje’, conclui o alemão. A partir deste decreto e da colonização deu-se a fama das cervejas alemãs no Brasil e juntamente a isso, cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina experimentaram e vi-

Cultura cervejeira alemã se espalha pelo país por meio de festivais ano de 1984. Pamela Griebner, relata que os divertidos desfiles em carros alegóricos e as danças e músicas típicas alemãs foram implementados a fim de aumentar a auto estima da po-

pulação, além de movimentar a economia da cidade através da comercialização das cervejas artesanais. Felipe Braun confirma a informação e ainda acrescenta que o Oktoberfest surgiu

No ano de 2013, o Oktoberfest Blumenau recebeu 451.523 pessoas, que consumiram, ao todo, 531.159,2 litros de chopp

Marcelo Martins

Um evento que conta com cerca de três mil pessoas em sua organização e um público médio de cinco mil pessoas, além de gerar duas mil vagas de empregos temporários e aumentar em 10,7 % o faturamento do comércio da cidade de Blumenau. Estes são dados do Oktoberfest, o maior festival alemão das Américas e o segundo maior do mundo. O Oktoberfest Blumenau ocorre anualmente no Parque Vila Germânica, local usado para feiras, exposições, congressos e espetáculos na cidade. Sabe-se que a cerveja é o principal item desse tipo de festival, que, ao trazer dança, música e gastronomia alemã, busca resgatar a cultura germânica trazida junto à colonização do sul do país. O curioso, no entanto, é que o Oktoberfest de Blumenau surgiu em decorrência de uma grande enchente que devastou a cidade no

A Oktoberfest não se resume à cerveja. Claro que é o carro chefe, mas tem dentro disso muito de gastronomia e influência alemã. Além das danças e de mostrar um pessoal sempre feliz. Não precisa amar cerveja para ir à festa e se divertir, precisa apenas gostar de comida, música boa e de aprender sobre novos modos”

venciam até hoje arquitetura, a gastronomia e os costumes germânicos. Pamela Griebner, descendente alemã e polonesa é moradora de Blumenau comenta que tudo isso é uma herança: “não conheço nenhum descendente que não tenha ao menos experimentado um bom chopp, além do mais, a cerveja veio junto com toda a arquitetura trazida pelos imigrantes. Aqui, o consumo de cervejas é feito em bares pelas cidades, nos bares também anexos às próprias fabricas, e é claro, principalmente nos festivais”. como uma recriação da tradição, muito mais por uma questão de necessidade comercial e financeira do que pela tentativa de resgatar a cultura alemã, que ficou muito restrita a algumas pessoas. Festivais como o Oktoberfest se espalharam por todo o Brasil, e os colonizadores europeus comemoram suas tradições em diversos festivais como Sommerfest, Fenarreco, Marejada, Festa do Imigrante, Festa Pomerana, entre outros, mas, de acordo com Ivone Lemke, Diretora de Eventos e Operações do Parque Vila Germânica, “o que diferencia a nossa (Oktoberfest) das demais não é apenas a festa em si, mas sim todo o conjunto de fatores: praticamos e vivemos tradições dos nossos colonizadores diariamente, a arquitetura blumenauense é muito germânica, assim como a culinária, os grupos folclóricos, os clubes de caça e tiro.” Ela ressalta que a Oktoberfest de Munique é a base e referência para o festival de Blumenal, que traz desfiles, bandas alemãs, danças folclóricas e o Concurso dos Tomadores de Chopp de Metro.

“Fui à Oktoberfest com a intenção de conhecer o festival, a cultura alemã, e a diversidade de chopps que fabricam por lá. Achei muito interessante, pois, ao contrário do que muitos pensam, é uma festa familiar. Mesmo sendo fortemente associada ao consumo de chopp e cerveja, você vê muitas crianças na festa, não vi nenhum tipo de briga, a grande maioria vestida à caráter, e organização incrível comparada a eventos que estamos acostumados aqui em São Paulo. A cidade se mobiliza para fazer a festa Rodrigo Borges, 28 anos, Bancário Oktoberfest Blumenau 2013, SC Brasil

A festa toma conta da cidade! São três ou quatro fins de semana entre setembro e outubro e a cidade fica lotada de turistas e de alemães que vão pra lá, porque realmente é algo bem tradicional pra eles. Dentro da festa, eles têm de tudo. Várias barracas com comidas típicas, brinquedos de parque de diversões etc. Mas o mais legal mesmo é ir às tendas de cerveja. Nas tendas, o esquema é assim: você só bebe cerveja se estiver sentado. Então, tem que chegar muito cedo pra conseguir um lugar. Eles começam a servir às 12h, e são sempre aquelas mulheres vestidas tipicamente que levam a cerveja pra você, segurando várias canecas. Fora isso, tem bandas tocando músicas típicas e essas barracas também servem comidas tradicionais. Se não me engano, são 12 tendas, cada uma de uma cervejaria bem tradicional da Alemanha. O pessoal é muito simpático, fica todo mundo em clima de festa, brindam o tempo todo com o ‘Prost!’(Saúde)” Amanda Tavares, 24 anos, Estudante Oktoberfest Munique 2013, Alemanha


Curiosidades não faltam na trajetória da cerveja Vitor Rodrigues e Tiago Pavini A história de amor entre o brasileiro e a cerveja não passa nem perto de ser algo novo. Em meados de 1641, na cidade de Recife, o mestre cervejeiro Dirck Dicx implantava a primeira cervejaria do continente americano. A atitude foi tomada a mando do holandês Maurício de Nassau, enviado da West India Company como governador das terras de Pernambuco. Além de afinidade com a cerveja, o brasileiro também vem mostrando desenvoltura na hora de produzi-la. As marcas nacionais por vezes concorrem ombro-a-ombro com marcas tradicionais, o que aconteceu, por exemplo, nas premiações de 2009 do European Beer Star Awards, que elege anualmente as melhores cervejas do mundo, conquistadas pelas nacionais Eisenbahn (Ouro para a versão Dunkel, na categoria German Style Scharzbier, além da Prata para a versão Weinzenbock na categoria Weizenbock Dunkel), Baden Baden Stout (Bronze na categoria Dry Stout) e Bamberg (Prata na categoria Smoked Beer). A cerveja ou chopp é a bebida alcoólica mais consumida anualmente pelos brasileiros quando analisadas dose a dose. De todas as doses anuais consumidas por brasileiros adultos dos dois gêneros, de qualquer idade e região do país, em torno de 61% são de cerveja ou chopp, 25% de vinho, 12% destilados e 2% as bebidas ice. Entre os destilados, a cachaça é a bebida

mais consumida, seguida pelo whisky, vodka e o rum. A produção, comercialização e, além de tudo, a cultura da cerveja é rica de história e curiosidades no mundo inteiro. É dito, por exemplo, que na Idade Média consumia-se mais o líquido dourado que a própria água. A motivação era a existência de vasta contaminação desta última, causada pelo mau saneamento básico da época. Outra lenda da cerveja, Andre, o Gigante, podia beber 119 cervejas em 6 horas, fato que para pessoas comuns é muito improvável antes de causar uma intoxicação alcoólica. Andre tinha 2,24 metros de altura e pesava em torno de 230 kg. Nos anos 20, nos Estados Unidos da América, ocorreu uma proibição de consumo, venda, importação e distribuição de álcool. O dia negro da instauração do novo regulamento foi 17 de janeiro de 1920. Dali em diante, os americanos ficaram sem consumir álcool legalmente por um período de 13 anos, 10 meses, 19 dias, 17 horas, 32 minutos e 30 segundos. Os 13 anos ficaram marcados por uma alta taxa de venda ilegal que é conhecida até hoje por “The

Noble Experiment”. O “experimento” foi o período chave para que surgissem cada vez mais grupos do submundo. Uma das grandes figuras que bailaram sobre o governo na época foi o famoso gângster Alphonse Gabriel Capone, conhecido como Al Capone - eternizado na voz de Raul Seixas. Após o término do período e da liberação do álcool, o então presidente americano Franklin Delano Roosevelt declarou sua famosa frase: “O que a América precisa agora é um drink”. A primeira civilização a produzir cerveja foi a dos babilônios e a punição para quem produzisse um lote ruim era o afogamento no próprio. Os vikings acreditavam que uma cabra esperaria por eles em Valhalla (denominação de “paraíso” viking) que forneceria um suprimento ilimitado de cerveja. Em 1814, uma ruptura em um tanque de fermentação causou uma “tsunami de cerveja” em Paris. Com um volume aproximado de 1400000 litros (ou 1,4 milhões de litros), o “fenômeno” destruiu duas casas e matou 9 pessoas. Estas são algumas das histórias que rondam a cevada e não apenas

“A cerveja é a prova de que Deus nos ama e nos quer ver felizes.”

“A cerveja, se bebida com moderação, torna a pessoa mais dócil, alegra o espírito e promove a saúde”

Benjamim Franklin, fundador dos EUA

Thomas Jefferson, ex-presidente americano

LINHA DO TEMPO DA CERVEJA NO BRASIL XIX a I I V CerX s o l urge a irro da S u c 0 8 Sé no ba c 70 e

, Dé Bavaria iras e a i m r i a r j p e v as P). a surgemrodução expe) ooca (S M 0 3 Paulist c a C c p i S t Dé ( c m r e o l s, c nvil Anta a, no fábrica al desde Joi é publidada a elo e Cer vejSP). n u F e t (RJ) de G ca ( rcio imen ábrica a Água Bran s r té Petrópolisal “O Commeeira F ê d n a l d a ho prim o jorn h bairro ao ada do cado n de janeiro” aação de o Josepca ç í - Cheg io de Nassau igo u s c e o i t i r s ma gran do R sobre fabr Mauríc que traz con veja - O imir dá origem à a i c l í i t s , r o l a i e n r Bras brica de c llige no B erial Vi ahma. p cer veja m I uma fá ntada. oa a o Br io Clar eiR undad Nacional, f m É e desmo m – sce pri Déc 40 de Cer veja 90 - Na aracu. Foi a érica ega aote, c h é c D a a c j ) i C J e r m v R ria aA - A cer efinitivamen real Fáb Petrópolis ( cer veja eja escura d d a m . i l l i e a í i s v am Bra hem ra cer . om a f oão ge a Boer veja pior u S junto c uesa (Dom J Latina c 50 a c é é g , u D . t ) e r t ia po en a famíl Oficialmo Brasil. IV e su neira d


Bauru | Fevereiro de 2014 tornam esta saborosíssima ou interessante, mas formam uma aura em torno de toda a história do líquido amarelo. A República Checa é o país que mais consome cerveja per capita no mundo (208.1 doses de cerveja por pessoa por ano), seguida de Alemanha, Áustria e Irlanda. A Bélgica é o país que produz as melhores cervejas, seguida de Alemanha e Estados Unidos, segundo a European Beer Star. De acordo com o gerente de marketing Edson Carvalho, que trabalha para um dos portais renomados no assunto, Mestre Cervejeiro, as diferenças entre a produção industrial e artesanal são basicamente a diferença de tecnologia e a habilidade envolvida, já que em ambos os ingredientes e o processo são os mesmos. A cerveja, além de fazer relaxar e dar ao trabalhador tudo o que ele precisa após um longo dia de labuta, já serviu de salário. Os trabalhadores das pirâmides no Egito recebiam como pagamento 4 litros de cerveja por dia. A bebida, como colocada em nosso contexto hoje, oferece um bom argumento que se alia àqueles que defendem a legalização da maconha: O lúpulo (Humulus lupulus), um dos ingredientes da cerveja, pertence à família Cannabaceae, da qual também faz parte, entre outras, a maconha (Cannabis sativa). Grandes personalidades, como o primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington, têm ou tiveram

sua própria cervejaria em casa. Isso mostra o bom gosto e bons momentos propiciados pela cerveja mesmo àqueles que podem beber de qualquer fonte. No planeta todo, não se encontra cerveja com teor alcoólico acima de 67,5%, alcançado pela Brewmeister Snake Venom. Também na Terra, 0,7% da população mundial (algo que gira em torno de 50 milhões de pessoas) está bêbado a qualquer momento. Além de esplêndida, a cerveja também já foi usada para ajudar os mais necessitados. Com certo malabarismo, já foram produzidos 250 fardos do líquido no espaço. A Sapporo Space Barley é vendida por meio de sistema de loteria por um valor de 10000 yen (aprox. 110 dólares), somente para o Japão. Os fundos arrecadados com a venda vão para caridade. Finalizando seu caráter histórico e cultural, a cervejaria Guiness marcou época ao apoiar tropas britânicas e irlandesas, fosse com educação, manutenção de empregos para os convocados ou outros fatores simbólicos, como oferecer uma garrafa de cerveja a cada um daqueles que lutaram na guerra. As curiosidades não acabam por aqui, na verdade, elas não acabariam nunca. A cerveja é rodeada por mitos e histórias interessantíssimas e características de uma lenda. Além de popular e saborosa, ela têm caráter histórico A bebida milenar só se populariza. Se for dirigir não beba, um brinde à saideira!

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Do fundo do nosso quintal

Cervejarias artesanais ganham espaço no Brasil Para quem gosta de uma boa cerveja, o acesso à ela não se restringe apenas nas grandes indústrias e distribuidoras. As cervejas artesanais estão ganhando cada vez mais espaço no cenário nacional. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja, as vendas aumentaram 79% entre os anos de 2008 a 2011. Existem 2 tipos de cervejeiros artesanais. O primeiro é o cervejeiro caseiro, que produz sua cerveja em pequena escala para consumo próprio e a venda do produto não é legalizada. O outro tipo são os microcervejeiros, que fabricam e vendem suas cervejas. Nos últimos anos, o número de microcervejarias profissionais aumentou consideravelmente, atingindo cerca de 250 cervejarias registradas, segundo o Ministério da Agricultura. Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar de maior produtor mundial de cerveja. Cada brasileiro consome em média 65 litros de cerveja por ano. A ACERVA (Associação dos Cervejeiros Artesanais) está presente hoje em 9 estados brasileiros, sendo que todos os estados das regiões sul e sudeste são inte-

grantes da associação, além dos estados do Goiás e da Bahia. João Sperb é diretor para assuntos técnicos na ACERVA de Santa Catarina e diz que não há muita diferença entre a cerveja artesanal e a cerveja industrial na hora da confecção. “A cerveja industrial e artesanal, na sua essência, são muito parecidas em relação ao processo de produção. Porém, os objetivos de cada uma são diferentes”. Enquanto a cerveja industrial visa principalmente o lucro e o alto giro de produtos, a cerveja artesanal tem como principal objetivo a qualidade do produto. “Para obter os valores de mercado, as cervejas industriais devem utilizar matéria prima de baixa qualidade, reduzindo características essenciais, principalmente o sabor”, diz João. Segundo ele, as cervejas artesanais possuem um toque humano, um ajuste impossível com uma produção automatizada. Mas o termo utilizado para a designação das cervejas artesanais não é reconhecido, como afirma Bernardo Couto, jornalista e cervejeiro caseiro. Ele também é fundador do site Homini Lupulo, um espaço de discussão sobre a cultura da

cerveja, e faz um alerta: “É importante registrar que este termo ‘artesanal’ não é regulamentado no Brasil no mercado de cervejas. Então, no Ministério da Agricultura só há uma categoria de cervejaria, que enquadra da maior à menor do país.” Bernardo ainda fala sobre a importância de fazer cerveja em casa e propagar essa cultura. “Hoje a cerveja é vista como um produto industrializado e padronizado, e muita gente se espanta quando se fala que é possível fazer cerveja de forma caseira. Mas o real espanto deveria ser com a produção em escala industrial. Então, façam cerveja em casa!” A cervejaria artesanal que é considerada a mais antiga do país está localizada em Santa Catarina, na cidade de Canoinhas. A Cervejaria Canoinhense foi fundada em 1908, e está sob os cuidados da família Loeffler há mais de cinco gerações. O bacana é que a cerveja é produzida atualmente do mesmo modo em que era produzida quando foi fundada, dando um sabor especial aos quatro tipos de produtos criados no local.

“Eu sou muito crente nas pessoas. Se houver “Era um homem “Eu daria toda a minha verdade, podemos superar todas as crises nacionais. sábio aquele que fama por segurança e uma O principal são os fatos reais e a cerveja.” inventou a cerveja.” cerveja inglesa.” Abraham Lincoln, ex-presidente americano que aboliu a escravidão

X X o l u Séc

a ntarctic A o p u Gr ria. e 20 a Bavá Déc 10a a Cer vejari a Cer vejariama compr hma compra ermania), u - A Bra bara (antes Go país. Guana is antigas d ato (Sindic das ma V R E C I SIND ção da Cer veja). a i r r vejaria C e c a a 0 g d 6 i t e n ela ria Déc 50 al da Indúst rio da mais a adquirido p Nacion trole acioná ia Bohemia é - O cons, a Cer vejar tica Paulista. do Paí nhia Antarc ja em a cer ve Compa r i e m i r ap es. l lança lha de Flandr o k S A e 80 com fo Déc 70 Brasil, feita de lata doe a Kaiser. eiros Cursos - Nasc m-se os prim Brasil. - Inicia a Caseira no Cer vej

Platão, filósofo grego

r veja eira ce m i r p ança a rctica l Kronenbier. ável pela a t n A -A ns l, a Déc 90 ool do Brasi rópolis, respo a primeira c sem ál o Grupo Pet r ystal. Esta é g par - Su e Itaipava e C il. a Com o e a t a s j s a i e l r ã cer v nha” do B rctica Pau a criaç m a i a c t d i n a n A u s “sel panhia ma com mérica - A Comr vejaria Brahebidas das A ambas. e nhia C panhia de B da fusão de o da C mV), resultante (AMBE

Wiiliam Shakespeare, escritor inglês

fonte:cervejando.com

Século XXI - Após 9 meses de um jetória, em março de a longa traticiado o que todos 2000 é no“AMBEV nasce com aguardavam: empresa de bebida o a 5ª maior s do mundo”. - Fundação da ACER ção dos Cervejeiros VA (Associanos estados de RJ, Artesanais) SP, MG, RS e SC - O grupo holandês anuncia a compra daHeineken dona da Kaiser no BrFemsa, asil.


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Herói ou vilão?

Afinal, a cerveja faz bem ou mal para o nosso organismo? Giovanna Cornelio Como qualquer outra bebida alcoólica, a cerveja pode ser o grande vilão da história. Feita a partir da mistura de água com uma fonte de amido, levedura e lúpulo, a bebida contém carboidratos, açúcares e álcool em diferentes concentrações, de acordo com a produção, no entanto é uma bebida leve. O que determina se a cerveja vai ser o remédio ou o veneno é a quantia ingerida. A nutricionista Carolina Reis Bustamante confirma a veracidade dos mitos sobre a cerveja engordar e causar a tão famosa “barriga de chopp”, não exatamente porque a bebida é calórica, mas sim porque quem bebe não para na primeira latinha. “A cerveja pode levar ao ganho de peso, em especial na região abdominal, por ser fonte de carboidrato e de álcool. As calorias provenientes do álcool são chamadas de ‘calorias vazias’ pois não fornecem nutrientes. Como a cerveja é uma bebida mais leve, é muito comum a ingestão de inúmeras latinhas do produto de uma só vez. Para se ter uma ideia, uma lata possui 150kcal e as pessoas facilmente consomem cinco latinhas ou mais, o que equivale a pelo menos 750kcal. Assim, esse excesso de carboidratos será armazenado na forma de gordura”, afirmou.

A cerveja pode levar ao ganho de peso, em especial na região abdominal, por ser fonte de carboidrato e de álcool”

estudando esse tema e as pesquisas já provaram, com seus resultados, que o consumo diário de uma caneca de cerveja pode evitar complicações cardíacas, combater a osteoporose e CAROLINA REIS BUSTAMANTE a diabetes. O estudo intitulado Nutricionista “Beer & Calories: A Scientific Review”, divulgado pelo Daily Além de engordar, o Mail, revelou que beber cerconsumo exagerado da cerveja, assim como de qualquer outra bebida alcoólica, sobrecarrega As doo fígado e pode causar doenças enças em todo o sistema digestório. Juliana de Barros, endocrinoassocialogista, pontua que as doenças das ao vão depender do tipo de bebida ingerida, da idade e funconsucionamento do organismo do invíduo. “O fígado é o principal mo abusivo de álcool responsável pela metabolizasão hepatite alcólica, ção do álcool em acetaldeído e, por isso, é um dos órgãos mais esteatose hepática afetados com o abuso crônico (fígado gorduroso), da substância. As doenças associadas ao consumo abusivo de cirrose hepática, gasálcool são hepatite alcólica, esteatose hepática (fígado gordutrite, pancreatite, úlroso), cirrose hepática, gastrite, pancreatite, úlceras gástricas e ceras gástricas e dislidislipidemia (aumento do co- pidemia (aumento do lesterol e frações)”, falou. colesterol e frações)” Se por um lado o consumo excessivo pode levar ao coma e à morte, a moderação JULIANA BARROS pode evitar problemas. Muitos Médica Endocrinologista institutos internacionais vêm

veja reduz em 31% o risco de ter uma doença cardíaca e uma pesquisa feita pela Universidade de Extremadura, em Cáceres, na Espanha, constatou que mulheres que bebiam cerveja regularmente tinham melhor densidade óssea. Os efeitos positivos da cerveja no nosso organismo encontrados pelas pesquisas são possíveis porque a cerveja, como fala a nutricionista Carolina, “é fonte de vitaminas do complexo B, em especial ácido fólico, vitamina B6 e B12, que são vitaminas importantes para o bom funcionamento do organismo. Também é rica em flavonóides provenientes do malte e do lúpulo”.

O que determina se a cerveja vai ser o remédio ou o veneno é a quantia ingerida

A OMS (Organização Mundial da Sáude) recomenda que o consumo de álcool não seja maior que 30 gramas por dia e, como uma latinha de cerveja tem cerca de 17 gramas, o desafio então fica em resistir e parar na primeira loirinha.

Por que ficamos de ressaca? A bebedeira causa uma intoxicação em nosso organismo. As náuseas típicas são provocadas pelo acetaldeído, produzido durante a metabolização do álcool, que é altamente tóxico. Além disso, nosso corpo também sofre hipoglicemia, desidratação e sobrecarga em vários órgaos para absorver e metabolizar todo o álcool ingerido. Não existe remédio que cure a ressaca. Quando ela vier, beba bastante água, sucos, isotônicos e alimente-se de comidas leves. Para evitá-la, coma antes e durante a ingestão de bebidas alcoólicas, medida importante para retardar a absorção do ácool.

Orientais são os primeiros a cair Os orientais, ou aqueles com ascendência, têm menos aldeído desidrogenase no organismo. Essa enzima dificulta a eliminação do acetaldeido. Além de uma resistência menor ao álcool, a deficiência da enzima ainda provoca o blushing, uma vermelhidão no rosto. Isso não quer dizer que os orientais não aguentem grandes bebedeiras.


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Cerveja na adolescência pode causar dependência e levar a outras drogas Mesmo sendo alcoólica, bebida é socialmente aceita e malefícios aos jovens consumidores ficam em segundo plano Henrique Cézar A falta de uma fiscalização rígida, fortes interesses econômicos e o comportamento da sociedade em relação ao tema têm ofuscado um grave problema brasileiro: a cada dia que passa os adolescentes estão começando a ingerir bebida alcoólica mais cedo. Mesmo a legislação sendo clara e proibindo a comercialização e o consumo de cerveja para menores de 18 anos, é rotina nas ruas e casas brasileiras jovens consumirem álcool, ignorando os riscos aos quais estão expostos, entre eles desenvolver a dependência e fazer uso de outras substâncias químicas. Segundo o 1º Levantamento Nacional sobre os padrões de consumo de álcool na População Brasileira, elaborado pela Secretaria Nacional Antidrogas em 2007, o início do consumo de álcool por adolescentes entre 14 e 17 anos acontece, em média, aos 13,9 anos. A mesma pesquisa aponta que mais da metade, 52%, das doses consumidas por eles é de cerveja. Não bastasse os malefícios já conhecidos causados pelo álcool, intensificados na adolescência, diversos especialistas acreditam que a cerveja, a bebida alcoólica mais consumida pelos jovens, pode ser uma verdadeira “porta de entrada” para outras drogas. “Disso ninguém tem dúvida. Uma das evidências mais consistentes na

vulnerabilidade seriam acentuados e adolescentes que apresentassem a variação genética poderiam chegar ao consumo em excesso de maneira mais rápida, passando a procurar outras substâncias para satisfazer suas necessidades. Além de porta de entrada para outras drogas, o consumo de cerveja por menores de idade normalmente leva à dependência. “Um artigo publicado há pouco tempo no Pediatrics mostrou que a exposição precoce à bebida alcoólica na adolescência aumenta muito a probabilidade da pessoa tornar-se dependente”, afirma Laranjeira. O médico explica ainda que expor o cérebro em formação à bebida alcoólica faz com que o jovem passe a valorizar a reação da substância e a use com regularidade. literatura médica é que o uso de álcool antes dos 16, 17 anos aumenta muito o risco de experimentar maconha e, depois, partir para outras drogas”, ressalta Ronaldo Ramos Laranjeira, médico psiquiatra, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo e responsável pelo Programa Recomeço, do Governo de São Paulo. Para a Drª. Fabiane Moraes de Siqueira, médica integrante do Centro de Formação e Estudos Terapêuticos de Família, na fase da adolescência é

quando o indivíduo ainda não concluiu sua formação e é vulnerável, podendo a cerveja agir como facilitador na aceitação de outras substâncias. Essa situação pode ainda ser agravada em algumas pessoas. De acordo com pesquisadores da Universidade de King’s College, de Londres, a variação de um determinado gene poderia ser responsável por uma chamada predisposição ao consumo de substâncias responsáveis por proporcionar sensações de prazer. Desta forma, os efeitos provocados pela

TOMANDO UMA COM DR. RONALDO LARANJEIRA

“Metade da população brasileira não bebe cerveja”

O Colarinho: A falta de fiscalização é a causa do alto consumo de cerveja por jovens? Dr. Ronaldo Laranjeira: A Ambev é hoje a maior empresa do Brasil. Ela ficou maior que a própria Petrobrás. Isso

ocorreu com a grande ampliação do mercado de cerveja no país. Atualmente você tem um milhão de pontos de venda de cerveja. E não existe nenhuma restrição à venda para menores de idade. É por isso que os adolescentes no Brasil são o grupo que mais tem aumentando o consumo, especialmente as meninas. OC: Quais as consequências dessa fragilidade? RL: Existe toda uma estratégia das empresas em aumentar a venda, especialmente para adolescentes, e isso tem uma repercussão muito importante. Quanto mais cedo se começa o consumo de bebidas alcoólicas na adolescência, maior será a chance de partir para outras drogas como a maconha, a cocaína e o crack. OC: Como restringir o consumo de cerveja entre adolescentes? RL: Primeiro deve-se restringir a propaganda nos meios de comunicação. Segundo, ter

restrição pesada aos pontos de venda, no sentido de não permitir a venda de bebidas alcoólicas aos menores.

OC: O Brasil errou ao alterar a lei e permitir a venda de cerveja nos estádios na Copa? RL: Um dos maiores crimes realizados. Mas pior que a FIFA é o próprio ministro dos Esportes [Aldo Rebelo] que está defendendo abertamente que, não apenas nos estádios da Copa, mas em todos os estádios do Brasil, será permitida a venda de bebidas alcoólicas. É um ministro totalmente irresponsável e que não vê o quanto o Brasil foi poupado de violência com a restrição.

OC: É verdade que no Brasil a maioria da população bebe cerveja? RL: Metade da população brasileira não bebe cerveja. Dados da nossa pesquisa da Universidade Federal de São Paulo mostram que 60% das mulheres não bebem e 35% dos homens

Fiscalização e Opção da sociedade Especialistas acreditam que a mudança do atual cenário é complexa. Além de uma fiscalização mais rigorosa sobre os pontos de venda, seria necessária uma mudança de comportamento das famílias e o enfrentamento dos interesses das empresas que lucram milhões com a indústria da cerveja. O Ministério Público do Estado de São Paulo lançou no final de outubro do ano passado uma campanha para alterar a legislação e estabelecer novas restrições à publicidade de cervejas. Enquanto assinaturas para um abaixo assinado são coletadas, entidades como a ONG Viva a Vida continuam trabalhando na prevenção através de palestras em escolas. O principal alerta é que o caminho das drogas pode ser um percurso sem volta e, por mais que a sociedade não acredite, o consumo de cerveja na adolescência é capaz de dar o primeiro passo.

não bebem. O que dá no geral cultura brasileira. A maioria mais ou menos 50% da popula- das pessoas se sente ofendida ção brasileira não bebendo. em ver as propagandas, de ter seus filhos sendo educaOC: O que explica então índi- dos pelo álcool na televisão. ces tão altos de consumo? O problema é que o lobby da RL: Os que bebem mais, em indústria do álcool é muito torno de 20%, são os responsá- poderoso no Governo Federal e veis por consumir 80% de todo no próprio Congresso. o álcool que é vendido no Brasil. Então, infelizmente, você OC: Existe uma solução para tem 20% das pessoas consuisso? mindo 80% de toda a cerveja. RL: Quando a sociedade se manifestar de uma forma mais OC: A sociedade brasileira poderosa eu acho que os polítideseja mudar seus hábicos vão ter que mudar essa tos para restringir o atitude de conivência consumo de cerveja com a indústria do por menores? álcool. (HC) RL: Se você fizesse um plebiscito, por exemplo, veríamos que um número substancial de pessoas seria absolutamente contrária a esse grande domínio da indústria de cerveja na

Luis Kawaguti/BBC

É o que afirma um dos maiores especialistas em dependência química no Brasil, Dr. Ronaldo Ramos Laranjeira. Médico psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo, foi um dos coordenadores do 1º Levantamento Nacional sobre os padrões de consumo de álcool na População Brasileira, elaborado pelo Governo Federal em 2007. Em entrevista exclusiva ao O Colarinho, Laranjeira aponta as consequências da falta de fiscalização na venda de cerveja para menores de idade, critica o Governo Federal na decisão de permitir a comercialização de bebidas nos estádios da Copa do Mundo e ressalta o forte lobby da indústria cervejeira no Congresso Nacional.

Socialmente aceita Diante dos riscos que o álcool pode causar na adolescência, diversas entidades e especialistas focam-se no fato da cerveja ser aceita e difundida na sociedade, contando com reforço dos meios de comunicação e da publicidade. Com mais de 10 anos de trabalhos prestados e formada por ex-dependentes químicos, a ONG Viva a Vida já mediou árduos debates em busca de propostas para restringir o consumo de álcool entre menores. Em meados de 2010, um projeto para limitar o horário de funcionamento de bares foi

aprovado na cidade de Socorro, interior de São Paulo, mas a lei não foi colocada em prática por pressão de empresários. Drª Fabiane ressalta os riscos na forma como as famílias tratam a questão do álcool dentro das próprias casas. “Quando eu tenho dentro da família a predisposição para o álcool, eu tenho uma tendência maior de utilizar a bebida como recurso de fuga dos meus problemas”, explica. Referência na recuperação de dependentes químicos, Pe. Haroldo Rahm, fundador do Instituto Padre Haroldo, é enfático ao afirmar que existe um abuso dos meios de comunicação. “A televisão é um guia da maneira como pensamos. Precisamos tomar cuidado. Temos discutido muito esse tema com grupos em Brasília e em breve teremos resultados”, afirma.


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O incrível universo das propagandas de cerveja Qual é a primeira coisa que vem à sua mente quando o assunto é cerveja? Futebol? Amigos? Mulheres? O casamento do João? Seja o que for, você associou a imagem da cerveja com elementos que as diversas propagandas da bebida transmitem para o público. Afinal, a associação geralmente segue este padrão: o Brasil é o país do futebol. Partidas de futebol são assistidas em bares com os amigos, tomando cerveja e escutando sertanejo universitário. Por fim, a cerveja dá aquele empurrãozinho para conquistar aquela gatinha que ficou de olho em você durante o jogo, e o resultado é que o cidadão passa a acreditar que foi graças à “breja”. Cerca de 66,7 litros de cerveja são consumidos ao ano pelos brasileiros, e grande parte desse consumo é influenciado pelas propagandas. A maioria delas se dá em um ambiente descontraído, com pessoas bonitas e amigos se divertindo ao som do sertanejo universitário. Um exemplo recente é a Trilogia Sertaneja da Crystal, com as campanhas “Casamento do João”, de Munhoz & Mariano, “Caixa D’Água”, de Marcos & Belutti, e “Himalaia”, de João Neto & Frederico. Desde o lançamento, em dezembro do ano pas-

A vulgarização da figura feminina nas propagandas da Devassa sado, a campanha vem fazendo muito sucesso.

A questão é: como os publicitários fazem para atingir o

sucesso? Partindo do princípio, o momento da criação de um comercial é mais difícil do que aparenta ser. Antes do brainstorm, o publicitário analisa as diretrizes do cliente, ou seja, o que pode e o que não pode ser usado. A partir do ponto em que os direcionamentos estratégicos estão bem definidos, as possibilidades de ideias são infinitas. “Com bom planejamento, vem a criatividade”, afirma o publicitário Bruno D’Angelo, head of digital da empresa New Content de São Paulo. Ele também explica o motivo do grande investimento em propaganda: “A competição é grande, a comunicação serve exatamente para diferenciar o produto em uma comodity”. Sobre o impacto social causado pelas propagandas, Bruno acredita que o principal é a influência aos menores de idade. Ele esclarece a presença da figura do “mulherão” na grande maioria das propagandas de cerveja e qual a relação entre bebida e mulher: “Principalmente porque o público alvo é o masculino. A relação entre estes dois elementos é a busca do prazer, do sucesso e da boa vida. Claro, com o tempo isto tem sido controlado, mas ainda é um traço da cultura brasileira”. Já Rafael Andrade, assistente de planejamento da Agência

Agência Budweiser

Camila Valente

Agência Devassa

Com grande poder de persuasão, o marketing cervejeiro contribui para o aumento do consumo e a movimentação da economia

Budweiser prova que é possível emplacar propagandas sem a presença de mulheres África de São Paulo, cita um caso onde existiu a proibição da vulgarização da figura feminina: “O da Devassa com a Paris Hilton, no qual ela se exibia para um fotógrafo em outro prédio, dançando de modo sensual com uma lata de cerveja da marca”. O mais interessante nisso é que, indagados a respeito da propaganda que teria marcado mais a história da cerveja, Bruno citou a “Wassup”, da Budweiser americana, e Rafael a da “Tartaruga da Brahma”, ou seja, ambos sem a presença de mulheres.

“Uma garrafa de rock’n roll, por favor!” Mauricio Daniel estão as bem-sucedidas Colorado, Bamberg e Dortmund. A proposta pode sur Pensar em um show de rock quase que automatica- gir da banda ou da cervejaria, mente traz à mente o consumo mas na maioria dos casos existe de cerveja. Trata-se de uma as- um intermediário responsável sociação praticamente natural, pela “ponte”. Esse é o trabalho estabelecida há muitos anos. A de Mauricio Montoro, sócio da atitude, o despojamento, os va- distribuidora Bushido Brazil. lores contestadores, os ambien- “Basicamente, pago royalties tes pequenos e lotados, tudo para as bandas e juntos definicombina com a bebida. Sendo mos estilos de cervejas”, expliassim, é possível arriscar a afir- ca Mauricio, que é responsável mação de que parte considerá- por dezenas de rótulos como vel dos fãs do estilo possuem Korzus, Raimundos, Matanza e uma conexão íntima com a cul- Claustrofobia. tura cervejeira. Aproveitando-se da Cerveja “metálica” A bebida é familiar aos união tradicional, surgiu re- centemente uma tendência in- fãs do rock e suas vertentes, mas ternacional: o lançamento de está ainda mais ligada ao heavy cervejas com rótulos especiais metal. Foi a oportunidade que o dedicados às bandas. Exemplos Claustrofobia, grupo do interior não faltam e aumentam sem pa- paulista de thrash metal (gênerada. Já possuem cervejas per- ro calcado em alta velocidade e sonalizadas artistas como AC/ peso das músicas), percebeu e DC, Motörhead, Iron Maiden, aproveitou. Em parceria com a Pearl Jam e Kiss. No Brasil, a microcervejaria Dortmund, lanonda chegou e já originou rótu- çou um rótulo especial que leva los dos Titãs, Sepultura, Velhas o seu nome. Para Alexandre de Orio, Virgens, Nenhum de Nós e An- guitarrista da banda, “o mundo gra, entre muitos outros. Enquanto as bandas es- do rock e do metal é regado a trangeiras normalmente se as- cerveja” e confessa achar “essociam à grandes marcas, com tranho que empresas grandes ampla distribuição, os roquei- e famosas ainda não tenham se ros do Brasil criaram relações aprofundado nesse nicho”. Alexandre conta que a com microcervejarias, normal- mente artesanais. Entre elas, banda já tinha interesse há al-

Raphael Pinotti

Bandas e microcervejarias apostam em união, criando rótulos especiais de cerveja gum tempo na ideia, mas foi quando a Bushido Brazil apareceu com a proposta que o plano saiu do papel: “obviamente nós curtimos a proposta e começamos todo o trabalho”. Já a definição da bebida em si foi um processo naturalmente mais cervejaria. O guitarrista comenta que “no início a ideia seria uma pilsen, porém acabou ficando uma witbier, que é de trigo e de origem belga”. A cerveja tem um toque cítrico, graças à adição de coentro e casca de laranja. Sobre o público-alvo do produto, Alexandre afirma que “os fãs curtiram a iniciativa e estão consumindo”.

Uma relação ganha-ganha O saldo final na associação entre as cervejarias e as bandas normalmente é um benefício mútuo. Nas palavras da publicitária Rosana Zana, “a cervejaria pode vender mais e a banda pode permanecer mais nas graças do público”. Explica também que a iniciativa funciona com um contrato de imagem (os já citados royalties) e com edições limitadas, pois “esse tipo de ação deve ser sempre rentável e com prazo de validade”. Rosana confirma o esperado: “certamente serão aqueles que acompanham a banda os

Alexandre de Orio acredita na relação natural entre cerveja e rock principais consumidores”. Os números, a adesão e o entusiasmo dos envolvidos

indicam que a moda veio pra ficar. O próximo pedido para o garçom será rock ‘n roll.


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Lei Seca altera comportamento dos brasileiros

Acidentes de trânsito são a principal causa para o endurecimento da legislação Vitor Rodrigues

cial que efetuou a abordagem, o que pode parecer subjetivo demais. "Apesar de o indivíduo não ser obrigado a produzir provas contra si mesmo, a Constituição brasileira atual permite que outras ferramentas sejam utilizadas para justificar medidas administrativas", diz o advogado Carlos Neves.

Ele ainda afirma que o Brasil é um país que necessita de uma lei reguladora e que esta se adequa à sociedade brasileira. O Brasil gasta, aproximadamente, R$ 8 bi ao ano na guerra contra as imprudências no trânsito. Cerca de 40 mil pessoas morrem todos os anos nas estradas, e 40% dos aciden-

40% dos acidentes são causados pela combinação álcool-direção

Getty Images

A lei 11.705 é a resposta dada pelo governo brasileiro a um dos grandes problemas do país: as mortes no trânsito. Promulgada em 2008, a medida vem mudando o quadro de um país que luta para sair da dramática quinta colocação em mortes no trânsito, atrás apenas de Índia, China, Estados Unidos e Rússia. Desde sua instauração até os dias de hoje, a Lei Seca, como é conhecida, se tornou ainda mais severa com uma modificação de 2012. Antes, quem fosse pego ao volante após consumir um teor alcoólico equivalente a três latas de cerveja (uma concentração de álcool de 0,6 grama por litro de sangue) seria submetido a uma multa de R$957,70. Hoje, um motorista que for flagrado dirigindo após o consumo de qualquer dose alcoólica perde a carta, paga uma multa no valor de R$1915,40 e, em alguns casos, pode pegar de seis meses a três anos de detenção. De acordo com a socióloga Lúcia Lodo, 35 anos, as

constantes mudanças que vêm deixando a Lei Seca mais dura exercem influência sobre a visão das pessoas com relação à bebida e fazem com que estas mudem seus hábitos. Segundo ela, quando um cidadão percebe que se for pego bêbado ao volante terá que desembolsar dois mil reais, a lei passa a ter teor prático. "É impossível negar as mudanças que os brasileiros vêm abraçando. Cada vez mais ouvimos por aí sobre voltar de táxi ou conversas sobre o motorista da vez, isso não existia há alguns anos. Hoje o brasileiro procura diversão mais perto de casa, já para poder voltar a pé. Por consciência ou medo, as mudanças estão aí e fazem toda a diferença", finaliza Lúcia. A principal mudança proporcionada pela lei seca em relação à legislação anterior é o fato de, atualmente, as autoridades possuírem instrumentos concretos para a medição da embriaguez - como o bafómetro, depoimentos ou vídeos. Antes, o motorista era julgado embrigado ou não de acordo com as percepções do poli-

tes são causados pela combinação álcool-direção. Essa é também a principal causa de morte de crianças entre um e 14 anos. Em países como Espanha e Portugal, negar a realização do teste do bafômetro é considerado crime e tem como consequência detenção de seis meses a um ano. Já nos Estados Unidos, os motoristas são submetidos a se equilibrarem em uma perna ou andar em linha reta. Quem não passa nos testes ou recusa o bafômetro vai para a delegacia. Com as mudanças ocorridas no ano de 2012, a Lei Seca ganha extensa aplicação, uma vez que, hoje, qualquer motorista pode ser autuado através de provas como depoimentos dos policiais envolvidos, testemunhas, relatórios médicos ou vídeos. Apesar de todo o debate, uma sociedade tantas vezes ousada como a nossa não pode ser deixada livre para decidir o que quer ou não fazer. Todos sabemos que o ser humano por vezes é inconsequente, só não podemos deixar que a inconsequência de uns afete terceiros.

Cerveja estará presente nos estádios da Copa

Venda é proibida desde 2008; Lei Geral “passará por cima” da soberania nacional Tiago Pavini Em 2014, o Brasil voltará a sediar uma Copa do Mundo de futebol (a última vez havia sido no ano de 1950). Mas o que vem chamando a atenção dos brasileiros e até causando indignação em muitos é a Lei Geral da Copa, em especial o item em que libera a comercialização de bebidas alcoólicas dentro dos estádios brasileiros no período dos eventos FIFA. Durante a Copa das Confederações, a cerveja foi vendida nos estádios, e a história se repetirá na Copa do Mundo. No Brasil, a venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios em partidas de futebol é proibida desde 2008 por acordos entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e órgãos de justiça. O Estatuto do Torcedor

(lei federal sancionada em 2003) também é utilizado para validar a proibição da bebida, mas o artigo 13-A, inciso II, do Estatuto diz que estão vetados “objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência”, ou seja, a cerveja não é citada. “O estatuto do torcedor não proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas. O que proíbe a comercialização de bebidas nos estádios brasileiros são leis estaduais e municipais, além do Protocolo de Intenções celebrado entre a CBF e o CNPG (Conselho Nacional dos Procuradores Gerais), órgão do ministério público”, diz Luiz Felipe Santoro, advogado e autor do livro “Lei Geral da Copa comentada”. Mesmo sendo proibida a venda de cerveja nos estádios, não é difícil encontrar placas publicitárias oferecendo a bebida dentro dos locais. A Lei Geral da Copa foi aprovada em

2012 pelo Congresso Nacional, mas as exigências da FIFA já eram conhecidas desde 2007, ano em que o Brasil foi escolhido como país sede. Até porque, se o país não se adequa às exigências da entidade máxima do futebol, a sede é transferida para outro lugar. “A FIFA fez uma série de exigências e o Brasil concordou de livre e espontânea vontade com todas elas. Se o país não quisesse atender tais exigências poderia simplesmente desistir de organizar a Copa do Mundo antes mesmo da candidatura”, diz Santoro.

Pra quem brigar, que se aplique o Estatuto do Torcedor. Essa conta da violência não pode ser atribuída à cerveja”

LUIZ FELIPE, advogado e autor do livro “Lei Geral da Copa comentada” Movimento Pela Volta da Cerveja aos Estádios A principal causa da proibição da cerveja nos estádios foi para diminuir a violência. No entanto, há quem defenda que a cerveja não é a causa

Câmara dos Deputados

de conflitos, argumento fortalecido após a briga generalizada entre torcedores vascaínos e atleticanos no jogo da última rodada do campeonato brasileiro de 2013. “Alguns defensores da proibição arbitrária e anticonstitucional dizem que em jogos de seleções não há brigas, mas apenas em jogos de agremiações locais. Ora, se o problema é ‘clubístico’, por que atribuir à cerveja o papel de vilã?”, defende Diego Souza, criador do Movimento Pela Volta da Cerveja aos Estádios, fundado em 2013 em Curitiba. O Movimento defende a volta apenas da cerveja aos estádios, por esta não ter um teor alcoólico muito alto. “Hoje em dia vários torcedores ficam tomando bebidas alcoólicas muito mais fortes fora dos estádios até entrarem completamente foras de si próximo do horário da partida, causando tumultos e incomodando famílias”. Luiz Felipe Santoro é defensor da volta da cerveja aos estádios e também afirma que não se pode atribuir a violência à cerveja. “Temos que combater a violência nos estádios, esteja ela ligada à bebida alcoólica ou não. O problema não é a bebida em si, é quem não sabe fazer o uso dela. Se a cerveja é liberada nos shows, discotecas, nos bares, restaurantes e rodeios, por que só no futebol é proibida?” De fato, as brigas em es-

Vicente Cândido da Silva foi o relator da Lei Geral da Copa, sancionada em 2012. Atualmente, ele é deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Vice-Presidente da região metropolitana e ABCD da Federação Paulista de Futebol e conselheiro do Sport Club Corinthians Paulista.

tádios de futebol diminuíram sensivelmente após a proibição da cerveja nos estádios. No entanto, é importante ressaltar que a média de público no campeonato brasileiro de 2007, um ano antes da proibição, foi de

Alguns defensores da Lei Geral da Copa dizem que em jogos de seleções não há brigas, elas acontecem apenas entre agremiações locais. Se o problema é ‘clubístico’, por que atribuir à cerveja o papel de vilã?”

DIEGO SOUZA, criador do Movimento Pela Volta da Cerveja aos Estádios 17.500 pagantes por jogo. Após 2008, a média dificilmente ultrapassa 15.000 torcedores por partida.

Portal da Copa e das Olimpíadas

A venda de cerveja apenas durante a Copa serve para beneficiar as patrocinadoras da FIFA, as únicas marcas autorizadas dentro dos estádios. O Mundial é um grande negócio, e o Brasil quando aceita hospedar o campeonato se submete às exigências da FIFA.


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Bauru | Fevereiro de 2014

Bebendo cerveja de qualidade mundo afora O Colarinho proporciona roteiro com combinações interessantes de se degustar Dessa forma, aqui vai um pequeno guia com alJoão Victor Belline gumas cervejas que com certeza merecem ser degus Depois de tanto conteúdo sobre a bebida tadas. Além disso, para fazer uma lista como essa, são preferida do povo brasileiro, não há dúvidas de que necessárias muitas informações e, se elas são conflia vontade de tomar uma cerveja deve estar gigante. tantes, limitadas ou duvidosas, foram descartadas. Melhor do que isso é tomar uma bela cerveja. Entre- Enfatizando mais uma vez: não se trata de uma lista tanto, não é possível mensurar o que, ou qual, seria das melhores cervejas, mas de uma boa seleção, que leva em consideração a tradição, a qualidade e fatos a melhor delas.

Amsterdam Maximator (Holanda) Produzida pela cervejaria Grolsch, essa holandesa tem coloração dourada e uma espuma consistente. O teor alcoólico é de 11,6%, o que pode deixar o conjunto forte demais, mas isso não é, necessariamente, um problema.

Budweiser (Estados Unidos) Essa é conhecida dos brasileiros e isso é fácil de explicar. A Bud, como é chamada, é a cerveja mais vendida atualmente no mundo. Seu processo de produção é mais demorado que o das concorrentes, algo em torno de 30 dias.

Colorado Indica (Brasil) Fabricada em Ribeirão Preto, essa é representante brasileira na lista. Produzida com quantidades consideráveis de lúpulo inglês, malte tostado e convencional e rapadura, essa cerveja visa relembrar as receitas antigas.

Quilmes Cristal (Argentina) Há anos essa é a cerveja mais vendida em terras argentinas. Um belo exemplar de lager beer, honesta, digamos assim, diferente dos exemplares brasileiros, cheios de milho. Deixando a tradicional rixa de lado: viva essa argentina!

Guinness Draught (Irlanda) Essa cerveja, produzida em Dublin, é um dos orgulhos do povo irlandês. A mais famosa representante do tipo stout possui coloração negra e é muito densa, assim como sua espuma. Uma peculiaridade é a carbonação muito baixa, o que a faz parecer "choca".

Westvleteren XII (Bélgica) Essa cerveja é produzida por monges da abadia de Saint Sixtus e só pode ser comprada no local e sob diversas condições, como não revendê-la, por exemplo. Sua garrafa é preta, sem rótulo e com a tampa amarela. Os ingredientes são fermento, lúpulo, malte, caramelo, água e açúcar, somente.

Laurentina Preta (Moçambique) Premiada como Melhor Cerveja Preta da África no "African Beer Awards", essa cerveja é a representante africana da lista. Ela é feita a partir de quatro tipos de malte, além de açúcar refinado e extrato de óleo de lúpulo. Interessante que ela é a única cerveja escura de Moçambique.

curiosos. Também, a diversidade dos países foi levada em conta, para fornecer um conteúdo amplo. Assim, para qualquer canto que você vá ao mundo, é possível provar uma cerveja de qualidade. Ela pode até não ser exatamente a sua preferida, talvez você nem goste, mas são rótulos que valem, no mínimo, como experiência, bagagem para que se possa falar com autoridade.

Fuller's London Pride (Inglaterra) Essa cerveja do tipo Ale Premium é encorpada e, segundo a divulgação, é ideal para acompanhar carnes e grelhados em geral. Além disso, é a marca que lidera a venda no Reino Unido, entre as do tipo Premium.

Sapporo Premium (Japão) Homônima da cidade em que é produzida, a Sapporo é leve e refrescante. Ainda assim, não perde o tom marcante, característicos do tipo Premium. O curioso é que seu processo de fabricação pode ser acompanhado no Museu e Jardim da Cerveja, em Sapporo.

Pilsner Urquell (República Tcheca) Produzida na cidade de Plzen, a noventa quilômetros da capital Praga, ela é a primeira pilsen do mundo, nome dado em alusão à cidade de origem. Apesar da evolução na produção desde o século XIX, um teste cego garante a qualidade do produto final moderno comparado à versão tradicional.

Paulaner Original (Alemanha) Essa cerveja é a alemã mais vendida do mundo. Produzida na capital da Alemanha, Munique, ela possui tom dourado e baixa fermentação. Segundo a divulgação da marca, ela é "parte integrante da região da Baviera". fonte:cervejando.com


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