Revista Adventist World - Janeiro 2008

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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia

Jane iro 2008

Cr ança Uma

os

Gu a á

8 Compartilhando Responsabilidade e Confiança

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Atrás das Grades

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Vivendo Nossa Crença


Jane iro 2008 A

IGREJA

EM

AÇÃO

Editorial........................ 3 Notícias do Mundo 3 Imagens & Notícias

Janela

7 A Tailândia por Dentro

Visão Mundial

8 Compartilhando Responsabilidade e Confiança

ARTIGO

DE

C A PA

Uma Criança os Guiará

Por Wilona Karimabadi .............................................................. 16 Pode-se ver que são crianças, mas sua mensagem não é nada infantil. DEVOCIONAL

Preparando-me para Cultivar Maçãs

Por D. Reid McCrary................................................................... 12 O que devemos saber antes de tentar cultivar o fruto do Espírito. VIDA

ADVENTISTA

Atrás das Grades Por George Uba ........................................ 14 Os adventistas da Romênia têm uma perspectiva singular do que significa “libertar os cativos”. CRENÇAS

FUNDAMENTAIS

O Que é Ser Cristão? Por Robert K. McIver ........................ 20 É necessário apenas um momento para nos tornarmos cristãos, e a vida inteira para sermos realmente cristãos. ESPÍRITO

DE

SAÚDE

Cistite Intersticial ..... 11 Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless PERGUNTAS

BÍBLICAS

Amor em Todas as Direções ................. 26 Por Angel Manuel Rodríguez ESTUDO

BÍBLICO

Jesus: O Conquistador Poderoso ..................... 27 Por Mark A. Finley INTERCÂMBIO

MUNDIAL

29 Cartas 30 O Lugar de Oração 31 Intercâmbio de Idéias

O Lugar das Pessoas ........................ 32

PROFECIA

Vivendo Nossa Crença Por Ellen G. White......................... 22

Tradução: Sonete Magalhães Costa

SERVIÇO

Sendo as Mãos de Deus Por Jill Walker Gonzalez .............. 24 Um novo e audacioso programa envia pessoas onde elas realmente são necessárias.

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 4, nº 1, Janeiro de 2008.

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Capa: PREGAÇÃO PODEROSA: Kevin e Dailyn Patiño pregam e cantam sobre o evangelho há anos, e eles ainda estão na escola primária.


A Igreja em Ação Editorial Aquele que Está no Centro

H

á aproximadamente 90 anos, o poeta irlandês William Butler Yeats lamentou o caos absoluto de um mundo manchado pelo pecado. No poema místico intitulado “A Segunda Vinda”, Yeats anunciou: “Tudo desmorona; o centro não pode suportar.” A declaração de Yeats foi uma das frases mais famosas de seu tempo. Era tanto a afirmação de fatos como uma profecia do século mais anárquico e violento que o mundo conheceu. Esse mundo carente de uma crença central e organizada em um Deus bom, com sua força centrífuga natural dos corpos em movimento, atira pessoas, grupos, culturas e sociedades em impetuosas e violentas colisões. “As torrentes de sangue são liberadas”, diz Yeats em desespero, “e em toda parte é submerso o rito da inocência.” Os cristãos, de um modo geral e especificamente os adventistas, enxergam a vida através de lentes totalmente diferentes. Embora tenhamos de concordar que o mundo está enlou-

quecendo com orgulho, lascívia, cobiça e violência – todos os chamados “pecados mortais” – afirmamos que existe uma força coesiva no centro de todas as coisas, a qual preserva os elementos de racionalidade e bondade que ainda existem no mundo. “Ele [Cristo] é antes de todas as coisas”, o apóstolo Paulo escreveu em um hino que só Cristo poderia ter inspirado: “Nele, tudo subsiste” (Cl 1:17). O simples fato de nos reunirmos para adorar o Senhor ressurreto é um testemunho de Seu poder coesivo – na Sua igreja e em todo o mundo. O divino desejo que sentimos de encontrar outros cristãos para com eles aprender e orar, é um testemunho de Sua autoridade sobre as forças de certa forma caóticas que ameaçam nossa paz. A presença do povo remanescente no mundo – os 15 milhões que somos – como povo de esperança e comunidade de fé, relembra ao mundo em desespero que não fomos destinados a um fim inexpressivo. Por meio do poder dAquele que sustenta todas as coisas, incluindo Sua preciosa igreja, podemos viver com alegria e confiança, enquanto esperamos pela Segunda Vinda. Elevamos um hino na noite de gemidos de um mundo perdido: Cristo sustém todas as coisas. Cristo, o centro, sustém Seu povo com tenacidade grandiosa e amorável.

—Bill Knott

NOTÍCIAS DO MUNDO Barry Oliver é Eleito Líder Adventista no Sul do Pacífico conhecido como “the San”. Evans era conhecido como forte patrono por usar a tecnologia moderna para cumprir a missão da igreja, principalmente da televisão via satélite e a vídeoconferência. Oliver serviu a Igreja Adventista do Sétimo Dia do sul do Pacífico como pastor, evangelista, professor e administrador. É casado com Julie, que é professora e tem três filhos. Oliver nasceu em lar adventista em Goulburn, New South Wales. Freqüentou o Avondale College, escola de terceiro grau da igreja, onde cursou teologia. Em 1973, a família Oliver aceitou o chamado para pastorear a igreja em Queensland. Cuidaram de igrejas em

N AT H A N

■ Líderes da Comissão Diretiva da Divisão do Sul do Pacífico (DSP) elegeram Barry Oliver, atual secretário geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia no sul do Pacífico, como o novo presidente da região. Laurie Evans, presidente da DSP desde 1998, anunciou sua jubilação na reunião de 13 de novembro de 2007. Durante seu mandato como presidente, Evans promoveu uma reorganização dos recursos (reduzindo o número de administradores para cortar despesas). Dirigiu também a reestruturação legal na incorporação do Sanitarium Health Food Company (Companhia de Alimentos Saudáveis) e o Hospital Adventista de Sidney,

B R O W N / R E C O R D

Lawrence Tanabose, um ilhéu, é o novo secretário geral

ORANDO JUNTOS: Da esquerda para direita, Barry Oliver, Lawrence Tanabose, Laurie Evans, presidente jubilado da DPS, e Jan Paulsen, presidente da igreja mundial, durante reuniões administrativas nas quais Oliver foi eleito presidente da DSP, e Tanabose, secretário-geral da divisão. Janeiro 2008 | Adventist World

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A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO Maryborough e Hervey Bay, ao sul de Brisbane e na Darling Downs durante os cinco anos seguintes. Foi ordenado ao ministério em 1976. Foi chamado para trabalhar como supervisor distrital, evangelista e capelão universitário em Port Moresby, distrito de Papua-Nova Guiné, no fim de 1978. Foi transferido para Rabaul, como presidente da Missão da Nova Bretânha/Nova Irlanda, após um ano. Cinco anos mais tarde, Oliver foi admitido no corpo docente do Avondale, onde completou seu mestrado em religião. Mudou-se, com sua família, para a Universidade Andrews, em Michigan, Estados Unidos, no fim de 1985, onde cursou o doutorado em Ministério Pastoral, focalizando a estrutura organizacional adventista. Retornou a Avondale, onde permaneceu por mais nove anos e desenvolveu um programa de treinamento ministerial, baseado no campo, integrando a teoria com a prática. Foi, ainda, pioneiro no treinamento de evangelistas que ajudaram a preparar centenas de pessoas para o batismo. Oliver foi eleito secretário geral da Divisão do Sul do Pacífico em 1997. Serviu por 10 anos como segundo oficial para a igreja naquela região. Como autor reconhecido, Oliver escreveu mais de 100 artigos para os periódicos da igreja, incluindo artigos de capa para as revistas Adventist Review e Adventist World. Substituindo Oliver como secretário geral, Lawrence Tanabose tornou-se o primeiro ilhéu do Pacífico a ser escolhido como administrador da Igreja Adventista do Sétimo Dia no sul do Pacífico. Atual presidente da União Missão Trans-Pacífico (UMTP), Tanabose e sua esposa, Rosina, servem a Igreja Adventista desde 1974. Foi eleito presidente da UMTP em 2005. Aproximadamente 90 mil membros da igreja residem na região, que inclui países como Fiji, Tonga, Kiribati, Vanuatu e as Ilhas Salomão.

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Em seu primeiro ano como presidente, Tanabose dirigiu a formação e uma única estrutura administrativa para a igreja nas Ilhas Salomão. Anteriormente, havia na ilha três missões: Missão Oriental das Ilhas Salomão, Missão do Malaita e Missão Ocidental das Ilhas Salomão, que atendiam os 34.387 membros das 417 igrejas organizadas e grupos do país. Tanabose, 54, nasceu em PapuaNova Guiné e é filho de pais missionários, das Ilhas Salomão. Serviu a igreja como instrutor bíblico, pastor, evangelista do campo, departamental e secretário geral na UMTP. Trabalhou como representante da Igreja Adventista para os governos de Vanuatu, Ilhas Salomão e Fiji. É formado em administração e tem doutorado em teologia. Ele e sua esposa têm uma filha e três filhos. Conhecido por sua paixão pelo evangelismo e o desejo de levar pessoas a Cristo, Tanabose ainda prega, regularmente, em campanhas evangelísticas. Jan Paulsen, presidente da igreja mundial, dirigiu a nomeação dos administradores da igreja. Um presidente de divisão é também vice-presidente da Associação Geral (AG) e, como tal, a recomendação da comissão diretiva da DPS é submetida à ratificação da comissão diretiva da AG. Paulsen expressou sua apreciação pela liderança de Evans: “Trabalhamos bem de perto e sempre apreciei a experiência e participação criativa de Laurie no trabalho da igreja global”, disse. “A meu ver, ele fez um bom trabalho nesta divisão. “Estou, também, extremamente satisfeito com a recomendação que nos chega agora”, disse Paulsen, ao cumprimentar Oliver por sua nomeação. Oliver disse: “Sempre me senti feliz e satisfeito em trabalhar onde Deus me coloca, mesmo que o lugar e as atividades sejam diferentes.” Ele compartilhou a reação de sua esposa, Julie, à notícia de sua nomeação pelos membros da comissão. “Ela me

disse que ‘sempre cremos que onde o Senhor nos chamasse e o que pedisse que fizéssemos, Ele nos ajudaria a realizar o trabalho. E agora não vai ser diferente’. Conto com suas orações e orarei por vocês também.” Oliver disse que está entusiasmado com as possibilidades e, particularmente, com o povo da igreja no sul do Pacífico. “Temos que continuar fazendo bem as coisas como fizemos até aqui e descobrir novas maneiras de fazer o que não fizemos e o que deveríamos ter feito”, comenta ele. “Quero que a igreja esteja aberta e pronta para seguir na direção para onde Deus está nos guiando. Gostaria de ver a igreja utilizando todo o seu potencial, usando sua diversidade e vários talentos para que, juntos, cumpramos a missão.” – Por Melody Tan, diretor de Comunicação da Divisão do Sul do Pacífico (DSP), e Nathan Brown, editor/Record.

HOLANDA: Aumenta o Número de Membros e Novos Líderes são Eleitos em Reuniões de Fim de Ano. ■ Wim Altink, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia em The Hague, Holanda, é o novo presidente da igreja naquele país, que é uma das nações mais seculares da era “pós-moderna”, na Europa. Por muito tempo pastor distrital, Altink é o sucessor de Reinder Bruinsma, líder veterano da igreja, que decidiu se aposentar. Foram anunciadas mais duas mudanças na liderança: Gerard Frenk, que serviu como diretor do Departamento de Escola Sabatina e secretário ministerial por 15 anos, é o novo secretário geral, enquanto J. Andre Amsen foi eleito tesoureiro. Durante os últimos cinco anos, o número de membros da Igreja na Holanda cresceu quase cinco por cento por meio de batismo, não por imigração, anunciaram os líderes da igreja local durante as reuniões dos líderes. O número total de membros chega a aproximadamente 5 mil nessa nação de 16,6 milhões de pessoas.


BATISMO NO MAR DO NORTE: Wim Altink, à esquerda, batiza jovem de 17 anos nas águas geladas do Mar do Norte, em março de 2004. Por muito tempo pastor distrital, Altink é agora o presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Holanda. A R Q U I V O

F O T O G R Á F I C O

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para comunicação interna como para treinamento. No fim da cerimônia, Bruinsma referiu-se brevemente às palavras de Moisés ditas ao seu sucessor sobre como confiar no apoio irrestrito de Deus. Altink estimulou os delegados a concentrar-se na importância da comunidade da igreja como uma força na restauração do mundo. – Equipe da AW, com reportagem da União Holandesa A W

O item-chave foi a adoção de um relatório sobre a “Unidade na Diversidade da Igreja Adventista Holandesa”. O documento passou por intenso processo preparatório com o objetivo de servir como diretriz que mostra como o diálogo construtivo pode ser útil em meio à considerável diversidade em pontos de vista teológicos e éticos. Nos últimos anos, a igreja holandesa tornou-se multicultural e multiétnica. A liderança da igreja motivou seus membros a enfrentar tais desafios com uma abordagem proativa, identificando as possibilidades de estimular o crescimento e enriquecimento mútuo. Dezesseis recomendações foram processadas pela comissão de planejamento e aprovadas pelo fórum de 170 delegados. As recomendações cobriam uma grande variedade de assuntos, desde o evangelismo e trabalho com os jovens até a inovação do uso da Internet, tanto

POLÔNIA: Adventistas se Unem a Outros Protestantes Denunciando Ataques a Martinho Lutero ■ Líderes protestantes de uma das maiores cidades polonesas condenaram uma campanha com cartazes denunciando Martinho Lutero, o líder protestante alemão do século XVI, como blasfemo e herege, segundo reportagem publicada na revista Notícias Ecumênicas Internacionais (NEI). “O que aconteceria se alguém dependurasse cartazes nas paredes de uma igreja católica acusando o Papa João Paulo II de blasfemo e herege? Ou a ‘Maomé de herege’, em uma mesquita?” pergunta Mariusz Maikowski, pastor da igreja adventista do sétimo dia em Lublin, no leste da Polônia. “Essas são ações ilegais (na Polônia); entretanto, a justiça local não se pronunciou”, disse Maikowski na revista Notícias Ecumêmicas Internacionais. Cartazes diziam: “A blasfêmia e heresia de Marinho Lutero”, e estampavam

APOIANDO A REFORMA: Mariusz Maikowski, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Lublin, leste da Polônia, expressou a preocupação de centenas de protestantes do país, sobre a recente campanha publicitária comparando o reformador Martinho Lutero com o diabo. Segundo ele, a campanha foi “chocante” e “altamente ofensiva”. F O T O

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A D V E N T I S TA

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a figura do diabo cochichando ao ouvido do reformador protestante. Os cartazes foram expostos em toda a cidade de Lublin, para anunciar as conferências de Ryszard Mozgol, oficial do Instituto da Memória Nacional da Polônia, instituição encarregada dos relatórios da polícia secreta do país na era pós-comunista. As conferências foram realizadas nos dias 15 e 31 de outubro, no 490° aniversário da Reforma Protestante de Lutero, e foram planejadas pela Organização Polonesa Monarquista. Fundado em 1989, o grupo alega ter alguns milhares de membros e busca estabelecer um “Estado Católico” na Polônia. Dos 38 milhões de habitantes da Polônia, 95% são católicos. “É chocante e inacreditável que retratos de Martinho Lutero como anti-cristo ainda apareçam em pleno século XXI”, disse Maikowski à revista. Maikowski disse ainda que a campanha “causou ofensa profunda” às comunidades protestantes e ortodoxas de Lublin. Disse também que o promotor público local deveria abrir uma investigação. O Rev. Dariusz Chwastek, pastor luterano de Lublin, descreveu os cartazes como “altamente ofensivos”. Chwastek, administrador da paróquia da Santa Trindade em Lublin, disse: “Penso que muito sangue foi derramado e muitas fogueiras foram acesas, para que reiniciemos essa disputa, tantos séculos depois.” O presidente da organização monarquista, Lukasz Kluska, se negou a pedir desculpas e foi citado pelo jornal polonês Dziennik Wschodni como tendo dito que os representantes da igreja minoritária deveriam ter apresentado sua opinião durante as conferências. A igreja adventista central de Varsóvia foi a única igreja protestante, no país, a organizar uma comemoração pelos 490 anos do Movimento da Reforma, informa a igreja na Polônia. – Por Jonathan Luxmoore, Notícias Ecumênicas Internacionais, com equipe da Rede Adventista de Notícia (ANN)

N O T Í C I A

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A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO

cuba:

Dedicação do Templo

“Casa

de Luz”

Presidente Mundial da Igreja Visita a Ilha e Divisão Realiza Reuniões.

Por Rajmund Dabrowski, diretor do Departamento de Comunicação da Associação Geral, escrito por Buey Arriba, Cuba

Esquerda: LOTADO: Mais de 500 pessoas ocupam os assentos disponíveis e se espremem junto das janelas, durante a dedicação da Casa de Luz em Buey Arriba, dia 4 de novembro. A casa de culto é uma das muitas em Cuba, as quais servem como casa pastoral e templo. Direita: DIÁLOGO EM CUBA: Durante sua visita de quatro dias a Cuba, o presidente da Igreja Adventista mundial, pastor Jan Paulsen, dialogou com Daniel Fontaine, presidente da igreja adventista na ilha, sobre a posição da igreja no país, que, no mês de novembro, sediou reuniões da administração regional pela primeira vez em 62 anos. R A J M U N D

D A B R O W S K I / A D V E N T I S T

Quando os oficiais da igreja e convidados se uniram à multidão de 500 pessoas para a inauguração da nova casa de culto em Buey Arriba, Raul Alvarez recebeu calorosos aplausos. Pastor recentemente jubilado, Alvarez foi recebido como herói por sua contribuição para com a congregação adventista do sétimo dia que, no domingo, 4 de novembro, dedicou oficialmente um novo santuário. Anteriormente conselheiro político dos líderes da revolução cubana no início dos anos 60, Alvarez abraçou a mensagem adventista e respondeu a um chamado diferente. Até recentemente, serviu como presidente da igreja na região. Alvarez retornou faz pouco tempo a uma cidade, ao pé da montanha, a sudeste da Sierra Maestra, em Cuba, para celebrar a vitória da graça de Deus. Na cerimônia de corte da fita inaugural, junto a centenas de outras pessoas, Alvarez não conseguiu esconder a emoção. Os anos gastos tentando construir um santuário, com recursos limitados, culminaram na noite daquele domingo em abraços emocionados e lágrimas de alegria. Denominada “Casa de Luz de Buey Arriba”, a igreja – uma casa pastoral cuja sala de estar acomoda 200 membros sentados – foi inaugurada em grande estilo. As pesadas chuvas que caíram no dia da celebração atrasaram a chegada dos líderes vindos dos Estados Unidos – da organização Voluntários Internacionais Maranata (VIM) – responsáveis pela construção do templo, e dos oficiais da igreja adventista. Quando chegaram, às 18 horas, já estavam duas horas atrasados para a cerimônia. Uma multidão de mais de 500 pessoas, porém, lotava o local construído para 250 pessoas apenas. Laura Noble, do VIM, se lembra de quando visitou a casa de culto de Buey Arriba, há alguns anos. Em suas muitas viagens, esse foi um dos lugares onde realmente ficou assustada. O telhado era feito com telhas bem pesadas, sobre um madeiramento no qual as vigas eram presas, em cada junção, com apenas um prego. Pior ainda, ela se lembra, cada viga estava infestada de cupins.

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N E W S

N E T W O R K

Segundo Adalberto Gonzalez, pastor da igreja, a necessidade de uma nova casa de culto tornou-se ainda maior quando a congregação cresceu para 200 pessoas. Mas, em lugar de aprovar os planos da construção de uma nova igreja, o governo cubano estendeu a permissão para construir a “Casa de Luz”. A Casa de Luz Maranata serve de casa pastoral e como casa de culto. “Mas é suspeitamente parecida com uma igreja!” disse Noble. Após a cerimônia de dedicação, dez pessoas foram batizadas. Daniel Fonatine, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Cuba, expressou sua gratidão pela Casa de Luz em Buey Arriba. “Para nós é muito significativo. Pelo menos podemos ter um lugar, uma luz, onde as pessoas podem ir em busca da paz e esperança que só Jesus Cristo pode dar. Estamos também muito gratos ao nosso país por permitir que tivéssemos um lugar como esse”, disse ele. Em Havana, a igreja adventista local deu as boas-vindas a Jan Paulsen, presidente da Igreja Adventista mundial. No dia 2 de novembro, sexta-feira, Paulsen uniu-se aos 80 delegados da igreja na região da Divisão Interamericana (DIA) que foram participar do concílio anual de sua comissão diretiva. Caridad Diego, diretora de Assuntos Religiosos do Governo de Cuba, recebeu Paulsen no aeroporto de Havana. Ao falar no culto de sábado no templo adventista de Víbora, em Havana, Paulsen disse aos ouvintes: “Sinto a força de seu comprometimento e espiritualidade. Há tanto fervor! “Esta visita a Cuba é muito significativa, especialmente para a igreja e o governo”, disse Israel Leito, presidente da igreja na Divisão Interamericana. Segundo fontes da própria igreja, embora Cuba seja um dos 15 maiores territórios da região, não sediou nenhuma reunião da comissão diretiva da igreja nos últimos 62 anos. No meio dos anos 40, por dois anos, a Divisão Interamericana teve sua sede em Cuba. Com mais de três milhões de membros, espalhados por 36 países, essa divisão representa a maior região da igreja adventista mundial.


JANELA

A

R I C K

M c E D W A R D

Ta lândia por Dentro Tailândia é uma nação com beleza natural, rica em cultura e uma herança religiosa peculiar. Os habitantes da “Terra do Sorriso” são conhecidos por seu calor, hospitalidade e gentileza. A Tailândia é a única nação a sudeste da Ásia que nunca foi colonizada pelo poder europeu. Foi governada pela dinastia Chakri desde 1782, embora em 1932 o país tenha se tornado uma monarquia constitucional. No ano de 2007, o rei Bhumibol Adulyadej completou seu sexagésimo ano de reinado. Embora ele não dirija os problemas do dia-a-dia do governo, o povo o respeita e estima. A despeito de a maioria dos tailandeses serem budistas, outros grupos de pessoas vivem no país. O sul da Tailândia é predominantemente muçulmano. Nos últimos anos, essa região tem experimentado muita violência pela tensão entre vários grupos. O governo atual tem negociado a paz para a região com os líderes dos grupos do sul. O maior grupo de minoria étnica na Tailândia é o thaichinês, mas eles são muito importantes nos negócios da nação. Estima-se que 49% dos residentes de Bangkok sejam parcialmente descendentes dos chineses. Outro grupo inclui os Hmong, Shan, Khmer, Karen, Mien, Akka, Lahu e outros grupos tribais que habitam os limites do norte do país. O trabalho dos missionários é mais efetivo entre esses grupos, enquanto a maioria étnica Thai continua difícil de ser alcançada pelo evangelho, pois é fiel à sua herança budista. Os Adventistas na Tailândia

O primeiro pioneiro adventista, R. A. Caldwell, chegou à Tailândia

TAILÂNDIA Capital Línguas Religiões População Membros Adventistas Proporção Pastores Igrejas e grupos

Bangkok Thai, inglês e dialetos étnicos regionais Budistas 94,6%; Muçulmanos 4,6%; Cristãos 0,7% 65 milhões 11.555 1 adventista para 5.625 habitantes 35 ordenados, 34 licenciados 40 igrejas organizadas, 81 grupos

F O T O S :

A

em 1906 para distribuir nossa literatura. Após mais de 10 anos, chegaram outros colportores e descobriram grupos de guardadores do sábado em Bangkok. Um empresário chinês, Tan Thiam Tsua, estabeleceu-se em Bangkok e ajudou a fundar a primeira igreja adventista do país, que, a princípio, cresceu entre os chineses que moravam na cidade. A Missão Adventista da Tailândia foi organizada em 1919 pelas famílias missionárias de E. L. Longway e Forrest A. Pratt. O desenvolvimento das instituições adventistas foi muito importante para o crescimento da igreja na Tailândia. O Colégio Missionário oferece um curso de quatro anos, com certificado, tanto em thai como em inglês, e agora oferece também um mestrado. Há várias escolas de ensino fundamental e médio em funcionamento em várias partes do país, além da dinâmica escola de inglês em Bangkok. Há ainda dois hospitais: Hospital Adventista de Bangkok e Hospital Missão Phuket. A Missão opera uma fábrica de alimentos saudáveis que fabrica e distribui vários produtos. Logo depois do tsunami de dezembro de 2004, a ADRA/Tailândia e o Hospital Missão Phuket desempenharam papéis importantes nos esforços de recuperação do país. Um dos maiores desafios da Missão está na região de Bangkok, onde apenas sete igrejas organizadas têm mais de 10 milhões de pessoas para evangelizar. Em 2006, vários centros comunitários foram abertos para ensinar inglês aos residentes das redondezas. Cada um desses centros tem uma equipe formada por um professor de inglês estrangeiro e um implantador de igrejas tailandês. Hoje, mais de 11 mil membros de igreja servem a Deus na Tailândia. A Missão Tailandesa, em convênio com o Ministério de Missão Global e outros ministérios, iniciou 81 novas congregações ou grupos em toda a nação. As novas congregações, com o esforço evangelístico dos membros, instituições e igrejas, indicam um futuro brilhante para a igreja na Tailândia, com a esperança na eternidade. Preparado por Rick McEdward, diretor de Missão Adventista, Divisão do Sul do Pacífico.

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A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL

compartilhando

Responsabilidade e

Confiança

Esta é uma adaptação do sermão do Pastor Jan Paulsen, presidente da Associação Geral, proferido no sábado, 13 de outubro, no Concílio Anual (reunião dos líderes de todas as divisões da igreja mundial).

O

apóstolo Paulo confrontou-se com um dilema que ele mesmo descreve em 1 Coríntios 8 a 10. Trata-se do dilema que todo líder da igreja enfrenta, não importa se é pastor distrital ou administrador. Um dilema que atinge frontalmente a unidade da igreja. A questão diante de Paulo era: que conselho dar às pessoas sobre comer ou não carne oferecida aos ídolos? Sua conclusão foi: “A comida, porém, não nos torna aceitáveis diante de Deus; não seremos piores se não comermos, nem melhores se comermos” (1Co 8:8 NVI). E completa – e aqui está o ponto crítico – dizendo que se o exercício da minha liberdade causa dano a alguém, está errado e não está em harmonia com a vontade de Cristo. A prática do amor e cuidado pelos outros deve ser pautada pelo exercício da minha liberdade e pelas escolhas que faço. Esse princípio bíblico deve definir as ações de todos os que exercem liderança na igreja. “Todas as coisas me são lícitas”, diz Paulo, “mas nem todas edificam.” E acrescenta: “Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem” (1Co 10:23, 24). Então conclui dizendo: “Sede meus imitadores, como também sou de Cristo” (1Co 11:1). É claro que, para Paulo, não se trata de um assunto sobre alimentação. O alimento é apenas uma ilustração. O assunto é: Quais são os valores que dirigem suas ações e decisões? Sua resposta é clara: consideração e deferência. Ou seja, renunciar a direitos em vez de reivindicá-los. É perguntar: Se eu fizer isso – e está no meu direito fazê-lo –, qual será o impacto sobre os outros? É o reconhecimento genuíno de que nosso dever para com os outros é mais importante do que para

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conosco. Essa passagem consiste em descobrir o que significa ser parte de algo maior que qualquer um de nós e nossas comunidades. É um princípio muito importante para nós, como igreja mundial. Permita-me destacar alguns pensamentos que podem ser extraídos desse texto. 1. Aprendendo a confiar. É bom ser capaz de partilhar recursos e, ao mesmo tempo, delegar o controle. Sem confiança, não podemos funcionar como igreja. Você e eu temos áreas de responsabilidade delimitadas. Façamos o nosso melhor em nossa área e confiemos em outros para cuidar da vida e da missão da igreja onde estão. Todos teremos que prestar conta de nosso procedimento, se não nesta vida, na por vir, com certeza. 2. Aceitando as diferenças. As palavras de Paulo nos aconselham também a aceitar quem é diferente de nós e de nossa maneira de pensar. “Aceitação” não significa, necessariamente, assumir algo como meu, mas não impor sua importância sobre os que vivem em diferentes circunstâncias e culturas. Não somos filhos da mesma cultura, mas compartilhamos dos mesmos laços de família. Estamos ligados pela unidade e temos que confiar que todos nós faremos o que é correto. 3. Compreendendo o essencial. Esse texto nos aconselha a sermos sensíveis ao que está no coração da fé adventista e ao que não está; que não elevemos excessivamente nosso ponto de vista particular, e o imponhamos a outros; que não superestimemos o valor de nossa cultura ao relacionar-nos com outros. 4. Cultivar os laços familiares. Um ponto fundamental desse texto está relacionado ao cultivo dos laços que nos mantêm unidos como “família”. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é assim. Você apóia essa família por causa de seu amor e lealdade para com o Senhor e Seu povo, mas não apóia os que têm a tendência de pensar que foram


Comprometimento com a Unidade

S A N D R A

B L A C K M E R

A igreja é única. Não é apenas uma idéia de Deus, mas uma comunidade de alto valor para Ele. Ellen White escreveu: “Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto sobre que Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção.”* A igreja é profundamente amada por Deus. É �o cenário de Sua graça e Ele tem firme compromisso com ela. A mensagem da Escritura, da pena de Ellen White e de nossa própria história, confirma que Deus quer que Sua igreja permaneça unida. De tempos em tempos, surgem problemas que testam nosso comprometimento com a unidade. É aí que o compartilhamento da confiança e da responsabilidade sinaliza o caminho para frente.

“chamados” para dar declarações judiciosas e mensagens de crítica negativa que se tornam uma ofensa ao Senhor e aborrecimento para a igreja e seus líderes. Esse é um hábito perigoso, por ser prejudicial e destrutivo para a igreja como família. 5. Representando a Cristo e Seus valores. Tudo que faço, diz Paulo, quero que seja aprovado por Cristo. Embora eu seja livre, me faço de escravo, disciplino a mim mesmo pela causa do evangelho e por Seu povo. Em tudo que faço, diz Paulo, faço “para ganhar tantos quantos seja possível”, de tal maneira que a voz de Cristo e Seu amor pela igreja sejam constrangedores e claros. O conceito de responsabilidade e confiança compartilhado por Cristo e pela unidade da igreja define a liderança adventista. A igreja está longe de ser uma comunidade perfeita. Mas é o povo de Deus, o corpo de Cristo, e cuidar da igreja é um ato de adoração. Seja qual for sua esfera de responsabilidade, sempre haverá a tentação de assumir responsabilidades delegadas a outros, ou desafios interessantes que não se recusaria a assumir. Você pode ser solicitado a intervir em algo que esteja acontecendo em algum lugar na igreja mundial. Você pode envolverse profundamente, achando que tem a solução. Meu conselho é: “Não faça isso!” Provavelmente você não percebeu o quadro completo. Freqüentemente, recebo o que chamo de “10% das histórias” – mas é nos 90% do que não me contaram que encontramos a verdadeira causa do problema. Mantenha seu foco, portanto, no trabalho para o qual foi chamado. Deixe que outros lidem com as responsabilidades confiadas a eles. Se, no fim, tiverem êxito ou fracasso, terão que responder ao Senhor, como cada um de nós. O que você faz como líder de igreja, faça pelo amor ao Senhor e pelo Seu povo, faça com integridade e mantenha seu coração limpo, pois a meu ver é isso que o Senhor espera de nós.

Crenças Compartilhadas

Não conheço nada com maior potencial para dividir a igreja que a Teologia. Sempre foi assim. Alguns de vocês, que estudam a história da igreja, devem se lembrar de que, muitos séculos atrás, houve uma controvérsia que dividiu a igreja do Oriente da igreja do Ocidente. Constantinopla separou-se de Roma, a Igreja Ortodoxa, do Cristianismo ocidental. O âmago do problema ficou conhecido como a controvérsia do “Filioque”. O problema tinha que ver com a procedência do Espírito Santo após a ascensão de Cristo. Os cristãos do Oriente diziam que o Espírito Santo procedia do Pai, enquanto a igreja do Ocidente adicionava “e do Filho”. E a igreja foi dividida. Como adventistas do sétimo dia, temos forte convicção a respeito das doutrinas e da Teologia. Isso não deveria surpreender-nos, pois está relacionado às nossas raízes e à nossa compreensão do assunto. Tem que ver com escatologia e com o fato de preparar um povo para estar pronto para o retorno de Cristo. Digo a todos os líderes da igreja: Temos 28 crenças fundamentais que mantêm a unidade do cerne de nossa identidade em termos de fé e doutrina. Isso resiste a qualquer tendência de desestabilizar uma delas para transformá-la em nova doutrina que possa dividir a comunidade global dos adventistas do sétimo dia! Hoje estamos crescendo tão rapidamente como igreja mundial que, para mim, é importante que tenhamos as 28 crenças fundamentais, como declaradas, bem compreendidas e aceitas por todos os novos membros que estão se unindo a nós. Esse é um desafio monumental. O maravilhoso fato de estarmos crescendo rapidamente ao redor do globo é também nosso grande desafio, e não podemos distrair-nos.

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A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL Encontrando um Consenso

Há ainda desafios como o tão discutido assunto do papel da mulher no ministério. Esta é uma preocupação que vem à tona de tempos em tempos, tanto em minhas conversas com jovens como durante uma recente conversa, televisionada, com um grupo de pastores da América do Norte. Alguns perguntaram: “Temos que continuar falando sobre isso?” Parece-me que sim. Podemos inclusive achar que deveríamos ter lidado com o problema de maneira diferente, desde o princípio. Entretanto, aconselhamo-nos como uma família mundial e chegamos a uma conclusão. Houve decisões a respeito, das quais todos participaram e não podemos nos desviar delas, dizendo: “Eu não gosto disso! Não importa o que os outros digam, vou corrigir no meu território o que, a meu ver, é um

áreas: coabitação, casamento e relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Essa já é uma controvérsia entre a sociedade e a igreja. As leis impactarão, cada vez mais, nossa conduta como igreja e talvez em assuntos trabalhistas e na maneira como administramos nossas instituições. Posso antever tensão entre o fato de, por um lado, sermos justos com todos e não atrair litígio, e por outro, permanecermos firmes aos valores bíblicos importantes. Somos um povo que respeita as leis, em qualquer país somos cidadãos obedientes; mas a obediência a Deus é prioritária. É importante não perdermos isso de vista quando os valores dos dois mundos diferentes colidirem. Mesmo quando isso acontecer e as coisas se tornarem difíceis, temos que nos perguntar: Como cumpriremos nossa missão em um mundo imperfeito, repleto de valores sociais e legais que não podemos aceitar? Em tal cenário, creio que precisamos nos lembrar de que somos chamados para cumprir a missão em um mundo dominado pelo pecado. Em alguns casos, as leis do país podem restringir nossa reação pública com o que não compactuamos. Isso é difícil, mas assim é o mundo em que vivemos e não podemos sair dele. É onde fomos colocados para cumprir nossa missão.

Como cumpriremos nossa missão em um mundo imperfeito, repleto de valores sociais e legais que não podemos aceitar? engano.” Não funciona assim na igreja. Antes de tomarmos um novo caminho, especialmente quando se trata de um ponto difícil e, potencialmente, divisor, deve haver amplo consenso entre a liderança, disposição para ouvir uns aos outros e para concluir que chegou o momento de pensar de maneira diferente. A grande preocupação de muitas mulheres que se sentem chamadas ao ministério, e que possuem formação profissional para tanto, não é a ordenação, mas apenas o fato de serem admitidas e ter a oportunidade de trabalhar no ministério. As igrejas locais são relutantes e as associações encontram dificuldade para empregá-las. Essa é, em minha opinião, uma grande falha. Os jovens, tanto homens quanto mulheres, devem aceitar o chamado que Deus colocou em seu coração. Vamos necessitar de todos para concluir nossa missão e sermos recebidos por Deus na eternidade. A Missão e um Mundo Imperfeito

A sociedade secular e a igreja fazem parte do mesmo mundo, mas são divididas por valores muito importantes. A sociedade, porém, irá testar nossa conduta em algumas dessas

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Obediência

O que é, então, realmente importante quando tudo é dito e feito a nós, individual e pessoalmente e também como líderes desta igreja que cremos ser a comunidade de Deus nos últimos dias da história da Terra? Se tivesse que me expressar em apenas uma palavra, provavelmente usaria a palavra “obediência” – obediência a Deus. Porque obediência expressa o lado prático da fé; seu ponto de referência é sempre alguém ou alguma coisa fora da minha pessoa. Não há outra maneira de expressar fé. Como os dirigentes da igreja deveriam reagir a questões difíceis? Como deveríamos tomar decisões quando as conseqüências podem ser incertas ou imprevisíveis? Se, após termos discutido o assunto, orado por ele, nossa mente estiver em paz com o que acreditamos ser correto, é importante que a perspectiva das conseqüências incertas não nos impeça de avançar. Se você tem certeza do que é correto, vá em frente. Não seja político. Conserve limpo seu coração. Seja auto-crítico em relação a potenciais conflitos de interesses e só faça o que sabe ser correto. Você vai dormir melhor, pois fez o máximo para ser leal e obediente a Deus. Neste mundo incerto, de futuro incerto, esta é, creio eu, a única atitude segura que um líder da igreja pode assumir. *Atos dos Apóstolos, p. 12


S A Ú D E

N O

M U N D O

Cistite Intersticial

Recebi de meu médico o diagnóstico de cistite intersticial, a qual tem me causado muitos problemas. Vocês têm algum conselho que me ajude? cistite intersticial (CI) é uma inflamação crônica da bexiga, que continua sendo um enigma no campo da urologia. Estudos sobre sua epidemiologia e sintomas trouxeram algum esclarecimento, mas a questão principal sobre sua causa ainda não foi identificada. Pessoas que têm história de CI na família, por exemplo, apresentam grande potencial para desenvolver a doença, assim como aqueles que ‘urinaram na cama’ após os cinco anos de idade, têm grande possibilidade de adquiri-la. A CI ocorre predominantemente em mulheres. É caracterizada por problemas na bexiga, necessidade e incontinência urinária, além de dor no baixo abdome. A princípio, as pessoas são diagnosticadas como recorrentes de infecção do trato urinário, mas tal diagnóstico requer cultura da urina, não apenas o exame comum. Se a cultura não é realizada, pode-se não obter o diagnóstico correto. Estudos recentes sobre a CI têm levado os médicos a crer que esse é um problema mais comum do que imaginavam. De cada grupo de 1.000 pacientes, 200 apresentam algum grau da doença. Ela é freqüentemente associada a outros sintomas como a síndrome de irritação intestinal e a vulvovaginite, nas mulheres (ou dor). Acredita-se que quando há dor prolongada, necessidade e disfunções na bexiga, tanto mais difícil será obter a cura. Existe um mecanismo pelo qual a dor crônica sensibiliza os nervos da medula espinal, aumentando sua atividade e refletindo em outros órgãos da região,

A

Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

causando irritabilidade e dor. Cerca de 80% dos pacientes com CI desenvolvem irritabilidade nos músculos da pelve, conhecido como ‘levantador do ânus’. Essa irritação pode tornar-se espasmódica, interferindo na função sexual. Os músculos podem estar tensos à apalpação, dando aos médicos a sensação de faixas estiradas. Quanto mais tempo o paciente demorar em iniciar o tratamento, mais difícil será obter um bom resultado. Muitas pessoas são beneficiadas pela mudança na dieta e na ingestão de líquidos. Condimentos, ácidos e grande ingestão de cítricos podem irritar a bexiga. Cafeína e café são também elementos irritantes para a bexiga em muitos portadores da síndrome. Alguns reduzem a ingestão de líquidos no desejo de diminuír a freqüência da diurese, mas isso aumenta a concentração de substâncias irritantes na urina. O controle da diurese permite avaliar quantas vezes a pessoa, de fato, urina nas 24 horas (o que normalmente acontece oito vezes, na média). Administrar a CI nem sempre é fácil, pois requer paciência e disciplina. O primeiro passo é modificar a dieta e controlar o consumo de água. Uma dieta mais alcalina, como a vegetariana, é mais benéfica. É muito importante, também, que seu médico tenha certeza do diagnóstico. É provável que ele solicite alguns exames, que podem incluir um questionário, instilação de cloreto de potássio na bexiga e até uma solução anestésica. A citoscopia

é usada como o principal exame para o diagnóstico, embora seja eficiente para confirmar casos crônicos, pode não detectar a doença em seu início, quando melhor responde ao tratamento. O tratamento previne a elevação dos níveis de dor, como também limita a zona de desconforto. Geralmente, é utilizada uma medicação chamada amitriptilina em pequenas doses. Outra medicação que ajuda a tornar a parede da bexiga menos permeável a irritantes, é o polissulfeto de pentosano. Esta, porém, pode levar semanas para fazer efeito. Medicações mio-relaxantes (relaxantes musculares) podem ser usadas para relaxar os músculos da pélvis, e ainda para dissimular a alta freqüência elétrica, o que geralmente reduz bastante a dor e o desconforto. Freqüentemente, requer-se uma equipe composta por ginecologistas, urologistas, fisioterapeutas, nutricionistas e enfermeiros para se obter melhores resultados.

Allan R. Handysides, M.B., Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento de Saúde da Associação Geral. Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor executivo da ICPA e diretor associado dos Ministérios da Saúde. Janeiro 2008 | Adventist World

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D E V O C I O N A L

prepar a nd o- m e pa r a

Cultivar

Maçãs Por D. Reid McCrary

Essa experiência me ensinou algumas coisas sobre as pessoas.

Neste artigo, vários termos e expressões podem ser peculiares aos Estados Unidos. Acreditamos, porém, que os leitores não terão dificuldade em relacioná-los à sua experiência, não importando em que parte do mundo vivam. — Os Editores

M

inha esposa e eu desejávamos plantar um pequeno pomar em nosso quintal. Por isso, pesquisamos nos catálogos não apenas as qualidades de vários tipos de frutas, como também os vários tipos de uma mesma fruta. Como nosso espaço era limitado, resolvemos plantar apenas

D. Reid McCrary e sua

esposa, Marilyn, se aposentaram após muitos anos de serviço como professores em pequenas escolas da Associação Norte do Pacífico. Residem nas colinas de Orofino, Idaho (Estados Unidos).

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duas macieiras e uma ameixeira. Foi nesse ponto que nossa diversão começou. Ao ler todos aqueles catálogos e livros sobre pomar, mergulhamos numa multidão de opções. O que, a princípio, parecia algo para ser decidido facilmente, em cinco minutos tornou-se um labirinto de possibilidades. Uma Maçã é uma Maçã? Na Realidade, Não.

De repente, descobrimos que existem mais de duas dúzias de variedades de maçãs, das quais conhecíamos menos de cinco, como a “Red Delicious, Jonathan e Winesap.” Nunca antes havíamos ouvido falar na maioria dos outros tipos, como “Holland, North Spy e Buckley Giant”. Pensei que a escolha ainda seria simples. Seria, apenas, escolher uma das maçãs que conhecíamos desde pequenos e desfrutarmos dos frutos. Mas não é bem assim. Devo acrescentar que crescemos ignorando que vivíamos na

(chamada) área da zona 17. Mas agora vivemos na área da zona 1 (ou seria zona 2?). Tínhamos que decidir, ainda, quando gostaríamos de comer as maçãs: se em junho, julho, agosto ou mais tarde. Além disso, podíamos optar entre maçãs vermelhas, vermelho-escuro, verdes, verdes com listras vermelhas ou vermelhas com listras verdes. De que tamanho deveriam ser? Do tamanho de maçã para lanche, ou bem grande, suficiente para duas pessoas? Tínhamos que decidir ainda se gostaríamos que fossem doces ou ácidas, crocantes ou macias. Iríamos usá-las em tortas para o almoço de sábado? Em purê de maçã? Iríamos desidratá-las para usá-las nos presentes de Natal? Ou queríamos, simplesmente, comer nossas maçãs colhidas da árvore? Qual o tipo de maçãs seria mais resistente para guardarmos no porão durante o inverno? Para tomar nossa decisão final, tínhamos de considerar mais de uma dúzia de diferentes características em cada maçã. Todas eram maçãs, claro,

R A C H E L

K I R K

/

M O D I F I C A D O

D I G I TA L M E N T E


mas cada uma delas assimilava de maneira diferente a luz do sol, água e os nutrientes de maneira que isso as tornava distintas em cor, sabor, utilidade, etc. Aprendemos, então, que existem milhares de diferentes variedades de maçãs. Após termos tomado tão significativa (e erudita) decisão, percebemos que nem havíamos começado a pesquisar sobre peras e ameixas. Para “pomicultores” novatos, essa não era uma decisão fácil. Mesmo sabendo que nossa decisão teria sido muito mais fácil se tivéssemos apenas uma opção de maçã, estou grato pela imensa variedade que Deus nos oferece. Agora Posso Ver Melhor

Após essa aventura de perplexidade mental pelos catálogos de cultivo de pomar, pude compreender, mais claro que nunca antes, a diversidade do “fruto do Espírito” descrita em Gálatas 5:22 e 23. O apóstolo diz: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio...” Se tivéssemos que pesquisar o catálogo do Pomicultor celestial e examinássemos, atentamente, as variedades de amor por Ele listadas (sem mencionar alegria, paz, paciência, etc.), creio que encontraríamos uma variedade igual à dos seres humanos que vivem ou já viveram na Terra. Para escolher as maçãs, tivemos que

considerar o clima, formato, tamanho, sabor, data de maturação, cor, textura, resistência a pragas, necessidade de polinização e uso. É o fato de levarmos em consideração “clima”, “sabor”, “resistência a pragas”, “uso”, etc., o que faz de nós o que somos, com as ilimitadas possibilidades de combinações. Todos os fatores descritos a seguir (há ainda muitos, muitos mais) ajudam a moldar nossa individualidade. 1. O Clima. Em que país você cresceu? Era democrático? Comunista? Facista? Você viveu em época de crise econômica ou de prosperidade? Sua família era grande ou pequena? Com pais separados ou com ambos os pais? Que tipo de irmãos e irmãs você tem? Que lugar você ocupa na família – primeiro filho, do meio, caçula? Você viveu em ambiente violento ou amoroso? 2. Sabor. Sua cultura era reservada ou expressiva? Cresceu em lar cristão? Qual a sua nacionalidade? Você cresceu em lar “racista” ou seu lar foi vítima de racismo e discriminação? Qual é seu vínculo cultural? Seu tipo de personalidade? De que gosta e de que não gosta? Qual é seu temperamento? 3. Resistência a Doenças. Quais as tendências herdadas ou cultivadas você tem para o mal? Com que defeitos você nasceu? Que problemas de saúde você herdou? 4. Uso. Quanta habilidade, talento e educação você recebeu?

Onde você cresceu? Em uma grande ou pequena família? Com pais separados ou com ambos os pais? Seus pais eram rudes ou gentis?

Na verdade, são necessários computadores celestes para registrar tudo isso. Por essa experiência, cheguei à conclusão de que se sou uma maçã transparente, quem sou eu para dizer à ‘Granny Smith’ que ela demora muito para amadurecer? Ou se sou uma ‘Gravenstein’(cujo sabor é potencializado sob calor e pressão e liberado quando transformado em purê de maçã), como posso criticar a ‘Red June’ que, por natureza, é boa para se comer fresca? Como posso criticá-la por ser muito macia para agüentar o calor? Ou, talvez, sou uma ‘Jonathan’, que não necessita de polinização. Será que isso me dá o direito de criticar a ‘McIntosh’ só porque precisa de uma ajuda extra? Respeitando Nossas Diferenças

Tudo isso me lembra o capítulo no livro A Ciência do Bom Viver, intitulado “Em Contato com os Outros” (p. 483): “Todas as relações sociais exigem o exercício do domínio próprio, paciência e simpatia. Diferimos tanto uns dos outros em disposições, hábitos e educação, que variam entre si nossas maneiras de ver as coisas. Julgamos diferentemente. Nossa compreensão da verdade, nossas idéias em relação à conduta de vida não são idênticas sob todos os pontos de vista. Não há duas pessoas cuja experiência seja igual em cada particular. As provas de uma não são as provas de outra. Os deveres que para uma se apresentam como leves, são para outra mais difíceis e inquietantes .” Isso, também, dá um novo significado para o texto do salmo 87:6: “O Senhor, ao registrar os povos, dirá: Este nasceu lá.” Enquanto vivemos nos “pomares” da sociedade, todos nós recebemos a mesma luz do sol, a mesma água, os mesmos nutrientes. Mas a maneira singular como aproveitamos tudo isso faz de nós expressões peculiares do fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.

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V I D A

A D V E N T I S T A

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inguém está fora do alcance de Deus, mesmo os que estão na prisão pelo fato de terem roubado, assassinado e abusado de outros. Eles também são de inestimável valor para nosso Pai celestial e somos instruídos, em Mateus 25, a não negligenciá-los (veja versos 31 a 46). A igreja adventista na Romênia está levando a sério essa incumbência. O Início

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Atrás das

rades G

D A

U N I Ã O

R O M E N A

Por George Uba

C O R T E S I A

Após a queda do comunismo em 1989, a União Romena da Igreja Adventista do Sétimo Dia fundou uma instituição para o ministério nos cárceres: Serviço Humanitário nas Prisões (SHP). Tanto pastores como membros voluntários leigos são dedicados à missão e estão levando a mensagem aos prisioneiros que cumprem sentença nas prisões romenas. O pastor adventista Lucian Cristescu, pioneiro do projeto SHP e coordenador do programa nas seis associações da união, centenas de voluntários e indivíduos comprometidos com a missão nos Estados Unidos, participam do florescente projeto e lhe dão apoio. Primeiro os coordenadores e voluntários entregam Bíblias aos prisioneiros, seguida do livro O Desejado de Todas as Nações e outros livros impressos especialmente para esse fim. Milhares de livros já foram distribuídos nas prisões. O programa evolui à medida que recebe apoio financeiro. Desde que o pastor Lucien foi nomeado diretor e coordenador do SHP na União Romena, em 2005, o número de voluntários aumentou de 450 para 1.200. O Serviço Humanitário nas Prisões é reconhecido como uma das organizações humanitárias mais expressivas da Romênia. De um total de 44 presídios e cinco hospitais penitenciários existentes hoje naquele país, o SHP funciona em 42 presídios e dois hospitais penitenciários. Os coordenadores das seis filiais do SHP nas seis associações

Um adventista romeno destaca ministério nas prisões.


De cima para baixo: MÃES ORGULHOSAS: Ministério adventista em prisões da Romênia cria oportunidades para que mães prisioneiras falem com os filhos – para algumas delas, isso ocorre pela primeira vez muitos anos depois. PRESENTEANDO: Mães presas dão presentes singelos a seus filhos durante período de visitação.

da união reúnem-se regularmente com os departamentais de Escola Sabatina e Ministério Pessoal da União Romena para planejar e desenvolver projetos que supram as necessidades dos prisioneiros. Projetos em Funcionamento

Um empreendimento arrojado, que já está em seu estágio final de desenvolvimento, desafia as igrejas locais a “adotar” uma prisão e suprir as várias necessidades de seus prisioneiros e administradores. Adotar uma prisão inclui dar palestras sobre saúde, cursos de capacitação profissional, seminários sobre como deixar de fumar e estudos bíblicos. O SHP criou também um curso bíblico por correspondência que atualmente possui mais de 1.500 alunos. Os organizadores esperam dobrar esse número em 2008. O esforço intenso está resultando em vidas transformadas e prisioneiros aceitando Jesus como seu Amigo e Salvador. Nos últimos meses, 13 presos foram batizados, nove dos quais cumprem prisão perpétua. Mais de 200 outros já expressaram o desejo de ser batizados. Centenas de membros da igreja escrevem cartas para os prisioneiros das 42 penitenciárias. As muitas visitas geralmente desenvolvem forte amizade e lhes dão apoio espiritual e emocional. Unindo as Famílias

Os coordenadores do SHP compreendem a importância de manter o relacionamento entre os prisioneiros e seus filhos. “Durante as reuniões com as mu-

lheres do presídio de Moldávia, enquanto estudavam sobre a família,” diz Mihai Enea, diretor assistente do SHP na Associação de Moldávia, freqüentemente surgia a pergunta: ‘Será que ainda sou mãe?’ “Devolvíamos a pergunta: ‘O que a faz crer que você não é mais mãe?’ A resposta, geralmente entre lágrimas, era: ‘Que tipo de mãe sou eu se meus filhos estão crescendo em orfanatos ou com outras famílias? Eu mereço minha sentença, mas que culpa têm meus filhos? Não os vejo há anos... Será que ainda se lembram de mim? Quais são seus sentimentos a meu respeito?’” Enea diz que muitas vezes pergunta a si mesmo o que Jesus faria se estivesse em seu lugar. “Muitas vezes tenho feito essa pergunta ao Senhor, em minhas orações pessoais,” diz ele. “Mas tenho certeza de uma coisa – essas mães merecem uma segunda chance.” Por isso, ele e outros coordenadores organizaram visitas dos filhos às suas mães na prisão. Enea descreve a parceria da Penitenciária de Botosani com o Departamento de Proteção à Criança no projeto que enfatiza as necessidades das famílias dos prisioneiros. Após identificar as prisioneiras que não têm visto os filhos por muito tempo, os coordenadores do SHP organizam uma visita. Enea relembra claramente a experiência. “Não podemos nos esquecer do momento em que as crianças [...] que foram adotadas por diferentes famílias e em diferentes países, se encontraram (com suas mães) pela primeira vez em três ou quatro anos”, diz ele. “Quando as mães entraram no salão e viram seus filhos, foi um momento dramático. Elas choravam e não sabiam qual dos filhos abraçar primeiro.” Embora quase todas as famílias estivessem muito felizes por poderem ver uns aos outros, nem todos os encontros eram alegres. Um garoto de 14 anos de idade, chamado Ionut, disse que não queria falar com sua mãe. Ela tentou oferecerlhe um presente, mas ele se recusou a aceitá-lo e perguntou: “Por que você

me abandonou? Por que tive que ser criado por estranhos?” São desafios como esses que levam o SHP a ajudar as famílias na solução de seus problemas. Expandindo a Visão

O SHP está organizando um centro de reintegração social em Buciumeni, no município de Dambovita. O local será equipado para acomodar 16 pessoas, por um período de mais de seis meses. Os colaboradores do centro social irão prestar apoio na recuperação emocional e espiritual dos prisioneiros libertados e introduzidos na sociedade e apoiarão ex-presidiários que não têm família ou abrigo na reintegração social e profissional. Em conjunto com esse projeto, o SHP tem planos de desenvolver outro centro em uma propriedade doada em Targsor, município de Dambovita, para reintegração social de ex-prisidiárias. Resultados Animadores

É animador ver ex-presidiários que, agora, compartilham seu amor por Jesus com outros, servindo como voluntários no SHP, sendo donos de seu próprio negócio, oficiais de igreja, assistentes sociais e ajudando em outras áreas. Somos todos “prisioneiros” neste mundo, mas muito em breve, quando Jesus vier para nos levar para o Céu com Ele, encontraremos nossos queridos outra vez. As mães verão seus filhos. Os filhos correrão para suas mães e pais. Mas, até lá, nós da União Romena estamos fazendo o que está ao nosso alcance para oferecer esperança e alegria aos que estão atrás das grades.

George Uba é diretor do

Departamento de Escola Sabatina e do Ministério Pessoal da União Romena.

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A R T I G O D E C A PA

A

o subir ao púlpito, o pregador ora silenciosamente, enquanto se prepara para dar a mensagem à congregação expectante. A cantora, à sua frente, é sua irmã e preparou os ouvintes por meio da música. Ele está pronto. Cumprimenta o auditório com entusiasmo e vigor, com um belo sorriso nos lábios, enquanto observa a multidão. Com a Bíblia na mão, comprometido mentalmente com a mensagem e com o zelo pela Palavra de Deus no coração, ele começa. Prega com entusiasmo, poder e convicção. Agita a Palavra com ênfase, movimenta-se com energia, proclama o evangelho com paixão sem precedente. A multidão está nitidamente emocionada e o apelo, no fim do sermão, é muito bem aceito. Esse pregador tem tocado poderosamente o coração das pessoas com a mensagem de Cristo. Está inflamado com o fogo do Senhor. Esse pregador tem sete anos de idade. O cenário acima está longe de ser uma ficção; ao contrário, é apenas um vislumbre da vida de um verdadeiro pregador-mirim – Kevin Patiño. Com apenas 7 anos de idade, Kevin já prega há algum tempo. É filho de Edgar Patiño, pastor da Divisão Interamericana, que mora e trabalha no México. Kevin e sua irmã de seis anos de idade, Dailyn, são extremamente ativos em seu ministério para o Senhor, pregando e cantando em locais grandes e pequenos através do território de sua divisão. O Início

Como é que essas duas crianças que acabaram de entrar na escola se envolveram com a pregação? Essa é uma atividade que, para ser assumida, requer geralmente anos de estudo e experiência. Será que essas crianças iniciaram esse trabalho por aventura? Ou foi, realmente, um chamado de Deus? Desde seus primeiros anos de vida, Kevin e Dailyn sempre participaram ativamente em sua classe da Escola Sabatina, decorando perfeitamente os versos e hinos. Seus professores perceberam e reconheceram que eles possuíam algo muito especial. Como resultado, Kevin foi convidado para fazer seu primeiro sermão no programa do dia das crianças. O pastor Edgar Patiño diz: “Minha esposa e eu começamos a preparar o Kevin e a Dailyn, mas o que não sabíamos era que, na realidade, o Senhor estava preparando um ministério especial para eles. Quando iniciamos nosso trabalho com eles para aquela ocasião, percebemos que ambos aprendiam muito rapidamente. Dailyn estava com apenas 2 anos de idade e Kevin, 3. Não encontramos limitação alguma por causa da idade, para o que poderiam fazer. Na verdade, eles ainda não sabiam ler. Para eles, não havia nada mais divertido do que participar das atividades da igreja.”

Wilona Karimabadi é editora chefe e dire-

tora de marketing da KidsView, revista para crianças.

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Cr an Uma

Gu

os


ança Gu a á A Palavra de Deus é proclamada de maneira incomum. Por Wilona Karimabadi

Esquerda: FAMÍLIA PATIÑO: Jogly, Edgar, Dailyn e Kevin. Direita: Kevin e Dailyn Patiño pregam e cantam a Palavra anos antes de entrarem na escola.

O programa do dia das crianças deveria ter uma audiência de mais de 250 pessoas. Os Patiños decidiram que seria melhor se Kevin tivesse a oportunidade de pregar em outro lugar, antes desse evento. O pastor distrital foi consultado e, alegremente, convidou Kevin para falar numa reunião com 150 pessoas. Kevin acabara de completar 4 anos de idade e sua irmã Dailyn, apenas 3. “Como pais, estávamos muito preocupados com a expectativa da congregação,” disse o pastor Patiño. “As pessoas perguntavam como uma criança tão pequena iria pregar. Os adultos esperam que as crianças recitem alguns versos bíblicos e outras coisas de memória, mas não era isso. O Espírito Santo estava no comando e, quando Kevin terminou o sermão de 25 minutos, na hora do apelo toda a igreja se levantou e foi à frente, alguns chorando, outros louvando a Deus pelo que haviam acabado de ouvir.” É evidente que Kevin e Dailyn Patiño estão desenvolvendo uma obra especial para o Senhor. “Como pais, nunca imaginamos que essa apresentação fosse causar tal impacto na igreja,” acrescenta o pai. Mas a notícia logo chegou a outras congregações adventistas em todo o Panamá, onde a família morava na ocasião. A notícia da pregação de Kevin e Dailyn havia se espalhado e, quando chegou a data do programa do dia das crianças, os membros da congregação esperavam ansiosos pelos pregadores mirins. À Semelhança de Samuel

Talento à parte, como Kevin Patiño reconheceu que estava realmente recebendo um chamado do Senhor para ser pregador? Por que agora e não depois de formado em Teologia? O pastor Patiño e a esposa, Jogly, oraram e jejuaram para saber a vontade de Deus sobre esse ministério e se era próprio para seus filhos. “Eu sempre quis fazer o que meu pai faz, queria imitá-lo, pois assistia a suas pregações e conferências. Meu grande desejo era fazer a mesma coisa”, diz Kevin. “Um dia, uma coisa muito especial aconteceu. Às onze e meia da noite eu estava dormindo, mas meus pais estavam orando sobre o assunto, como haviam feito por mais de seis meses. Eles nunca pediram para ter filhos que pregassem, embora sempre observassem minha irmã e eu brincando de pastor e cantora. Meu pai dissera que, de repente, ouviu uma voz dizendo: ‘Kevin pregará.’ Ele se virou e olhou para minha mãe para perguntar se ela havia dito alguma coisa, mas continuou orando. Outra vez, a voz disse: ‘Kevin pregará.’ Ele foi ao meu quarto, me acordou e disse: ‘Kevin, você quer pregar?’Eu respondi: ‘Claro!’ Então ele me levou para a varanda e me explicou tudo o que estava acontecendo. “Meu pai disse: ‘Kevin, o Senhor está chamando você para pregar’”, disse ele. “Para dizer a verdade, eu não compreendi e perguntei a Deus se Ele havia me chamado como chamou Samuel. Naquela mesma hora, levantamos os braços e entregamos tudo o que tínhamos ao Senhor. Então, pregar tornou-se minha missão e mostrar que meu pai não estava inventando isso, mas que Deus havia me chamado. Quando preguei aquele primeiro sermão, a igreja estava lotada e o Espírito Santo confirmou que meu pai não estava inventando coisas.”

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Dom

Seu FilhoTem o

Pregar? de

POR BARAKA MUGANDA

Baraka Muganda, diretor do Ministério Jovem da Associação Geral, tem tido o privilégio de conhecer e trabalhar com pregadores mirins, ao redor do mundo. A seguir, ele dá algumas sugestões simples para identificar esse dom em uma criança, e como reconhecer e estimular o ministério da palavra. — OS EDITORES n É imprescindível que os pais criem, em casa, um ambiente

que ajude a criança a identificar e desenvolver o raro dom da pregação. n Os pais têm um papel muito importante no desenvolvimento de pregadores mirins, ao demonstrar seu amor pela Palavra de Deus e ao tomar tempo, durante o culto em família, para ler histórias da Bíblia e outros livros de histórias sagradas. Devem pedir às crianças que recitem algumas das principais histórias/conceitos. Enquanto recitam, pode ser observada a habilidade da criança para tal atividade, além de oferecer ajuda para desenvolver as habilidades de falar em público, assim como ajudá-la a fazer da Bíblia algo real em sua vida. Comece com as histórias simples dos evangelhos, introduzindo aos poucos as mais complexas. n Conte histórias que você sabe de memória. Quanto mais seu filho ouvir você, mais tentará imitá-lo. n A oração é o alicerce para o sucesso do desenvolvimento dos talentos que Deus deu às crianças. Ore com e por elas, de maneira que reconheçam e apreciem esse dom, à medida que crescem. n Ao participarem dessa nobre experiência, a vida espiritual das crianças é nutrida e amadurecida. Os pais desempenham um papel importantíssimo. n Pela maneira como conduzem o tempo dedicado ao culto familiar, os pais se tornam professores de homilética de seus filhos. É em casa, na hora do culto, o melhor lugar para reconhecer e cultivar o talento das crianças. A Bíblia diz que pela contemplação somos transformados (veja 2Co 3:18); quanto mais as crianças observarem seus pais contando histórias e falando sobre Jesus, mais desejarão imitá-los. Meus pais foram muito importantes na minha vida; sua influência foi tão impactante que me ajudou a responder ao chamado de Deus para o ministério.

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A irmãzinha Dailyn, usando diferentes talentos na ocasião, não foi excluída do chamado ao ministério. Ela diz: “No início do nosso ministério, eu apenas cantava. Minha mãe era o meu maior exemplo. Ela canta muito bem e, como eu, canta desde bem pequena. Então eu também cantava. Quando tinha 3 anos de idade e meu irmão 4, fizemos nosso primeiro programa com música e sermão, chamado: ‘Jesus, Nosso Amigo Verdadeiro’. “Quando completei 5 anos, decidi que também queria pregar. Dentro de mim, senti que poderia fazê-lo, e louvo a Deus, pois estou pregando!”acrescentou Dailyn. “Eu sei que o Senhor também me chamou, embora não tenha feito comigo exatamente igual ao que fez com a vida do Kevin. Ele permitiu que eu me apaixonasse por isso e hoje me sinto extremamente feliz de servir nosso Senhor.” Espalhando as Boas Novas

Desde aquele primeiro programa no dia das crianças, no Panamá, o ministério da pregação dos pequenos Patinõs tem crescido constantemente. Definitivamente, não foi fácil, uma vez que as pessoas têm dificuldade para acreditar que crianças possam dar uma mensagem séria pela pregação. Lentamente, porém, pela graça de Deus, as portas continuam a se abrir para a família. O que começou como um programa especial para crianças, transformou-se num ministério internacional, e os Patiños viajam por toda a Divisão Interamericana, pregando e cantando sobre a salvação. Preparar os sermões e pregá-los para as congregações não é tarefa fácil – mesmo para os adultos. Como, então, essas crianças preparam suas mensagens? A família constitui um time de cinco, contando com o Espírito Santo como a força maior por trás dos sermões, uma vez que é Ele quem os ajuda a preparar as mensagens, treina e converte os corações. Segundo, é o pastor Patiño quem escreve os sermões, após bastante tempo gasto com o Senhor, em oração. Entra em ação aí um componente único no processo de preparação. Jogly, a mãe das crianças, transforma os textos dos sermões em desenhos. Kevin e Dailyn não decoram os sermões, mas usam os esboços para, em sua mente, dar vida aos tópicos. Os sermões, normalmente, têm a duração de 25 a 30 minutos, fazendo com que uma mensagem, às vezes, contenha de 200 a 300 diferentes desenhos, todos feitos a mão pela mãe. Segundo o pastor Patiño, “eu contribuo com os sermões, mas Kevin e Dailyn nem sempre pregam tudo o que escrevo. No princípio, isso era um desafio para mim, uma vez que, especialmente o Kevin, nem sempre gostava do que eu escrevia para ele. Como pastor, estudei teologia, homilética, hermenêutica e exegese bíblica, mas um dia cheguei à conclusão de que precisava do treinamento do Espírito Santo, em lugar de somente o preparo acadêmico. Então, Kevin e eu oramos juntos, pedindo a Deus para nos ajudar a combinar nossas idéias de maneira que fosse possível organizar um sermão adequado para o Kevin, e Ele nos respondeu imediatamente. Desde aquele momento, toda vez que vou preparar um sermão, chamo o Kevin e lhe faço perguntas. Oramos juntos e pronto! Preparo sermões que são adequados para ele.”


Mas o que realmente significa para uma criança ficar em pé, em frente a uma multidão de pessoas muito mais velhas do que ela e pregar? O que passa pela mente de Kevin e Dailyn? Kevin diz: “Há um texto na Bíblia que se tornou um de nossos versos preferidos. Está em 1 Coríntios 9:16: ‘Se anuncio o evangelho, não tenho do que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!’” Essa é, realmente, sua responsabilidade no ministério. “Muitas vezes, quando estamos lá na frente, com pequena ou grande audiência, sinto algo especial que me leva a dizer coisas que não estão no esboço do sermão e, às vezes, digo coisas que não sei por que estou dizendo. Mas elas tocam a vida das pessoas e as levam a tomar a decisão para o batismo.” Ainda Crianças

A despeito de Kevin e Dailyn estarem envolvidos num trabalho de ‘gente grande’, ninguém se esqueça de que são crianças ainda. “Em 2005, estávamos fazendo uma série evangelistica na Colômbia, para mais de 5.000 pessoas. Era sábado à tarde, e tínhamos cantado e pregado. No dia seguinte, demos uma entrevista na emissora local. O pastor que conduziu a entrevista perguntou: ‘Kevin, do que você mais gostou no evento de ontem?’ E eu lhe respondi: ‘Havia muitas crianças para brincar!.’ Digo isso porque muitos se esquecem de que ainda somos crianças. Quando estamos ao púlpito, podemos parecer adultos porque o Senhor opera milagres em nós. Mas nosso coração ainda é jovem,”Kevin e Dailyn disseram. Kevin e Dailyn são educados e encorajados na vida diária como muitas crianças. Sua mãe, Jogly, não trabalha fora e leva muito a sério a tarefa de cuidar de suas crianças, participando com eles dos cultos matutinos e vespertinos; estando disponível para responder suas perguntas, alimentando-os com alimento nutritivo e saudável e colocando-os na cama na hora, enquanto os ajuda a lembrar-se de que são, acima de tudo, filhos queridos do Deus vivo. Jogly diz: “Toda sexta-feira

à noite, não importa o que esteja acontecendo ou onde estejamos, é a noite da família, que as crianças chamam de ‘Mota’. Nessa noite especial, dormimos juntos na mesma cama, bem apertados, mas ninguém se importa. Gostamos disso! Cremos que fazendo coisas como essas, mantemos as crianças felizes e encorajadas.” Pequenos Vasos, Poderosas Vozes

Crianças que têm o dom de pregar estão provando ter habilidade para esse magnífico trabalho de disseminar o evangelho. Como mostra o ministério de Kevin e Dailyn Patiño, o Senhor opera maravilhas com indivíduos – jovens e não tão jovens – quando colocam a vida completamente em Suas mãos. Kevin e Dailyn declaram ter três alvos para seu ministério: “1. Sonhamos em lotar grandes estádios e batizar muitas pessoas; 2. Queremos ser apóstolos Paulos modernos, pregadores fiéis à Palavra de Deus; 3. Queremos continuar viajando o mundo todo levando a mensagem da segunda vinda de Jesus.” Baraka Muganda, diretor do Ministério Jovem da Associação Geral, que viu os irmãos Patiños em ação, diz: “Eu comparo pregadores mirins a gigantes que dormem em nossa igreja. Essas crianças estão prontas para participar da missão da igreja se lhes dermos oportunidade. Têm a mente tão aguçada e aprendem muito rápido. Eles acreditam nos ensinamentos da Bíblia e estão prontos e desejosos de compartilhar com os outros, sem nenhum temor. São arrojados para defender aquilo em que acreditam. Estou muito impressionado com o conhecimento bíblico que possuem. Ouvimos adultos perguntando a si mesmos: ‘Se essas crianças são tão inspiradas pela Palavra de Deus, então deve haver alguma coisa especial nesse livro.’” Certamente, há algo especial. Os Patiños aceitam perguntas sobre seu ministério e podem ser contatados pelo seguinte endereço eletrônico: creciendoenvalores@yahoo.es ou edgarpatino20@hotmail.com

crianças no discipulado:

Jesus

Ensinando e Capacitando para POR WILONA KARIMABADI Em 2002, Don MacLafferty, pastor e líder do ministério infantil e dos adolescentes, iniciou um projeto singular, apenas para crianças. Freqüentemente preparados para o batismo com uma porção de doutrinas, as crianças, geralmente, têm que descobrir, como caminhar na vida cristã, por elas mesmas. Nem sempre são criadas

oportunidades para usarem seus talentos individuais, ou ainda, encontrar pessoas que estejam dispostas a ajudá-las. Esses padrões, porém, estão mudando no Centro de Discipulado para Crianças da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Collegeadale, Tennessee, Estados Unidos. Segundo sua página na Internet, “o propósito

do centro é encaminhar as crianças para serem discípulos fiéis e que produzam frutos para Jesus Cristo.” Essa missão é realizada de várias maneiras, uma das quais, ajudando a cada criança a descobrir seus dons e paixão pelo ministério e equipá-la para compartilhá-lo agora — em seus lares, escolas e igrejas. Isso inclui pregando, cantando e muito, muito mais. As congregações, comunidades e famílias são encorajadas a descobrir como o ministério do discipulado para Jesus pode realizar maravilhas ao ser desenvolvido entre suas crianças. Para mais informações, acesse www.thekidscenter.org.

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C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

Ser Cr stão?

NÚMERO 10

O Que é A resposta depende totalmente do grau de confiança que temos em Jesus.

O que é ser cristão? Essa pergunta é muito importante, pois muitas pessoas abandonaram o cristianismo por não compreenderem o que significa ser cristão. O assunto me interessa muito porque, entre essas pessoas, estão amigos meus. Antes de tudo, precisamos voltar ao processo de como nos tornamos cristãos e examinar como isso acontece. Tornando-se Cristão

Geralmente somos levados ao cristianismo pela combinação da experiência e do conhecimento. Nossa experiência como não-cristãos é muito triste. Quando examinamos como é nossa vida, separados de Deus, percebemos nela muitas coisas das quais não gostamos. Poderíamos aceitar certa porção de indolência e descaso como parte de nossa condição humana, mas o problema vai além. Às vezes, agimos de tal modo que só pode ser descrito como ‘do mal’. Fazemos coisas que sabemos estarem erradas, prejudicando a nós mesmos e a outras pessoas. Pior ainda quando tentamos melhorar e percebemos que não podemos, sequer, mudar nossos atos e motivos. Queremos ser diferentes, e não importa quanto nos esforcemos, sempre falhamos. Para nosso horror, descobrimos que nossa condição, na descrição bíblica, está correta. Todos somos pecadores (Ro 3:9-18). Essa é a nossa experiência. A verdade que aprendemos da Bíblia (nosso conhecimento) torna, ao mesmo tempo, as coisas ainda piores, mas nos dá esperança. Torna as coisas piores porque a Bíblia afirma que Deus é justo e todo pecado diante dEle resulta em morte. Não apenas isso, aprendemos também que Deus irá voltar para dar a recompensa que cada um mere-

Robert K. McIver é conferencista, veterano em estudos bíblicos no Avondale College, New South Wales, Austrália.

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Por Robert K. McIver

ce, tanto aos que estarão vivos quanto aos que estiverem mortos (Ap 19:11, 12). Sendo assim, as conseqüências dos nossos maus atos nos seguirão além da tumba! A Bíblia, porém, nos dá esperança. Encontramos essa esperança em Jesus, que, sendo Deus, Se tornou humano (Fl 2:5-11); embora sem pecado, aceitou nosso castigo ao morrer na cruz por nossos pecados (Gl 1:3, 4; Cl 2:14; 1Jo 2:2; 2Co 5:21). A Bíblia também nos assegura que podemos ser salvos dos nossos pecados se crermos em Jesus e O aceitarmos como nosso Salvador e Senhor (Ro 10:9 e 10; At 16:31). Em outras palavras, me torno cristão quando reconheço meus atos e aceito a salvação oferecida por Jesus. Então faço a oração que Deus sempre ouve: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!” (Lc 18:13, NTLH). O que significa tornar-se cristão? Uma vez que a pessoa aceita o perdão que Jesus oferece, há um sentimento de alívio, alegria e paz (Ro 5:1; 14:17). Não estamos mais condenados a viver sob a escravidão do pecado (Ro 6:17, 19), mas podemos ser livres em Cristo. Tudo isso é verdade, mas descobrimos que algumas coisas não são como esperávamos. Descobrimos que, enquanto novos impulsos tomam nossa vida, alguns dos velhos ainda permanecem e criam uma aparente contradição, pois, afinal de contas, nos tornamos cristãos exatamente para escapar do poder do pecado! Mas o cristianismo realmente dos dá poder para vencer – para vencer o pecado? Ou o cristianismo é baseado em uma mentira? Não, não é baseado em mentira; mas essas perguntas são importantes porque, ao reconhecemos quão profundo é nosso problema com o pecado, ficamos desanimamos e por isso muitos novos cristãos desanimam. Como, então, o cristão maduro se relaciona com o pecado em sua vida? Quero abordar essa questão por dois aspectos: o teológico e o prático. Pecado em minha Vida? Uma Resposta Teológica

A resposta teológica para essa questão está atrelada à maneira como os cristãos crêem no tempo do fim. Eles esperam, com ansiedade, o retorno de Jesus à Terra para colocar um


ponto final na história do pecado. Os mortos ressuscitarão, os maus serão destruídos e todas as coisas serão refeitas de modo que a perfeita vontade de Deus será refletida no mundo. Então, morte e pecado não existirão mais (Ap 21:4). Com a vinda de Jesus (primeira), porém, chegarão as bênçãos de uma nova era. Se crermos nEle, passaremos da morte para a vida (Jo 5:24); na verdade, podemos ter vida eterna agora (Jo 3:16-18). A ressurreição e a vida eterna fazem parte das bênçãos do Céu, e como cristãos, podemos desfrutá-las agora. Esse prazer, entretanto, é uma antecipação das bênçãos futuras. Quando Paulo explica por que o cristão não deseja mais pecar, ele o faz tendo em vista o batismo. Quando somos batizados,

mortos para o pecado e vivos para Jesus. Os cristãos são filhos da esperança; eles estão em Cristo. Pecado em Minha Vida? Uma Resposta Prática

Se o cristianismo não trouxer mudança para a vida dos crentes, então estaria baseado numa falsidade que poucos aceitariam. Na realidade, para cada cristão hipócrita podem existir dois ou três que, a cada dia, se tornam mais semelhantes ao seu Senhor – sendo amáveis, gentis, atenciosos e verdadeiros. Entretanto, o problema do pecado permanece na vida, até mesmo dos melhores cristãos. Em minha opinião, a resposta depende do ponto de vista de quem observa. Se observado de fora, pode-se ver que Jesus trouxe mudanças dramáticas na vida das pessoas e que, mesmo permanecendo humanos, o caráter vai se tornando mais e mais semelhante ao de Cristo. Mas se perguntarmos a essas mesmas pessoas como é a sua experiência de estar cada vez mais perto do Senhor, provavelmente responderão que à medida que percebem quão pecadores realmente são, sentem muito mais necessidade de dependerem de Jesus. Não sei como tem sido sua experiência como cristão, mas a minha tem sido um processo contínuo de aprendizado no qual, longe de Jesus, não consigo deixar de pecar. Na verdade, quanto mais conheço a mim mesmo, mais reconheço minha necessidade de Jesus. Então, o que realmente é ser um cristão? É baseado na razão que aceitamos o cristianismo: sem Jesus, estamos perdidos. Ao crescermos como cristãos, crescemos em nossa dependência de Cristo. Ao aceitarmos em nossa vida a real vida nova que Jesus nos dá, experimentaremos as bênçãos do porvir, aqui e agora; e desfrutaremos paz, aceitação e alegria.

Os cristãos são filhos da esperança; eles estão em Cristo. unimo-nos a Cristo em Sua morte (Ro 6:4 e 5). Ele diz, então, que devemos nos considerar mortos para o pecado e vivos para Jesus (Ro 6:11). Para Paulo, esse é o segredo de ser cristão. Ainda vivemos neste mundo com a natureza pecaminosa em nós, mas devemos viver de acordo com a nova realidade disponível por meio de Jesus. Continuamos sendo filhos de Adão, mas como cristãos, temos nova realidade dominando nossa vida. Podemos viver as bênçãos do porvir, agora mesmo, se nos considerarmos

A

Experiência da

Salvação

Em Seu infinito amor e misericórdia, Deus fez de Cristo (que não conheceu pecado) pecado por nós, para que nEle pudéssemos ser justiça de Deus. Guiados pelo Espírito Santo, sentimos nossa necessidade, reconhecemos nossa condição pecaminosa, nos arrependemos de nossas transgressões e exercitamos a fé em Jesus,

Senhor e Cristo, como Substituto e Exemplo. A fé que aceita a salvação vem por meio do poder divino da Palavra, sendo um presente da graça de Deus. Por meio de Cristo, somos justificados, adotados como filhos e filhas de Deus e libertados do senhorio do pecado. Por meio do Espírito, nascemos de novo e somos santificados; o

Espírito renova nossa mente, escreve a lei de amor de Deus em nosso coração e nos dá o poder para vivermos uma vida santa. Permanecendo nEle, nós nos tornamos participantes da natureza divina e temos a certeza da salvação agora e no julgamento (2Co 5:17-21; Jo 3:16; Gl 1:4; 4:4-7; Tt 3:3-7; Jo 16:8; Gl 3:13, 14; 1Pe 2:21, 22; Rm 10:17; Lc 17:5; Mc 9:23, 24; Ef 2:5-10; Ro 3:21-26; Jo 1:13, 14; Rm 8:14-17; Gl 3:26; Jo 3:3-8; 1Pe 1:23; Rm 12:2; Hb 8:7-12; Ez 36:25-27; 2Pe 1:3, 4; Rm 8:1-4; 5:6-10).

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E S P Í R I T O

D E

P R O F E C I A

V vendo Nossa

rença C

Por Ellen G. White

Estão as pessoas vendo a Cristo em

S

er um cristão significa ser semelhante a Cristo e seguir o Salvador. Seguir implica obediência. Nenhum soldado segue seu líder a não ser que lhe obedeça. Seguir significa imitar. “Aprendei de Mim”, diz o grande Professor para os que adotaram o nome de cristão. Mantenha os olhos fixos no Modelo. Faça todas as coisas para Sua glória e pelo amor dedicado por Ele. O cristão é a luz do mundo e a única bíblia que muitos podem ler. É por meio dos cristãos que a humanidade vê a Deus. Quão cuidadosos devem ser aqueles que adotaram o nome de cristãos. Muitos dos que professam ser cristãos, porém, crucificam novamente o Filho de Deus e O expõem ao vexame. Falham, ainda, em corrigir os erros mostrados pelo espelho divino,

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representando miseravelmente a Cristo perante o mundo. Anjos escondem o rosto com tristeza. O mundo reconhece os que não são o que professam ser e desviam-se dos impostores. Os cristãos estão sob o comando de Cristo ou sob o controle do inimigo. Sua influência pode ser de vida para vida ou de morte para morte. Podem exercer um bem extraordinário ou um mal incalculável. Os filhos de Cristo foram redimidos do cativeiro de Satanás e devem permanecer sob a bandeira ensangüentada do Príncipe Emanuel, trabalhando com desprendimento e fidelidade para Aquele que os comprou. Devem sempre lembrar-se das palavras: “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” Quando assumiram o nome de cristãos, juraram

para si mesmos ser verdadeiros para com Deus. Estão ligados a Ele e Seus anjos, em relação familiar, porque Jesus os libertou da tirania opressora. Suas ações, em todos os aspectos, devem ser de tal forma que os torne santos. Abandonando tudo que é impróprio, devem viver vida nova e santa. Agindo assim, mostram que merecem a confiança sagrada, colocada sobre eles; mostram que nasceram de novo, não da carne, mas do Espírito, que não mais vivem para si, mas para Deus, a quem pertencem e servem. Paulo diz: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo.” Como bravos e verdadeiros


O evangelho é a voz do dever e a voz

T H O M A S

K A R U V E L I L

de Deus.

Seus Seguidores? soldados, os cristãos devem obedecer às ordens de seu Capitão, pois fizeram juramento sagrado de portar-se bem. Devem esforçar-se com determinação para superar qualquer coisa que os impeça de cumprir sua alta e santa decisão. Mente e corpo devem ser tratados com grande respeito, pois são de Cristo. Dia a dia devem ser aperfeiçoados para que, ao serem observados pelos anjos, seja revelado que Cristo não morreu em vão. Quem assume o nome de cristão promete preparar-se nesta vida para a vida no reino de Deus. Tome a vida de Cristo como modelo. Mantenha os olhos na eternidade. Aja com princípios de justiça, que, com refinada influência, restaurará no homem a imagem moral de Deus. Quando, pela fé, adotamos os princípios que são a expressão da

vida de Cristo, a alma torna-se fonte a jorrar para a vida eterna. A alma transborda com as riquezas da graça de Cristo e refrigera outras almas. Desta forma, o agente humano mostra estar cumprindo o juramento feito. Assim, pode trabalhar em parceria com Cristo, mostrando ao mundo o que significa ser cristão. O evangelho é a voz do dever e a voz de Deus. O significado de falhar em obedecer aos princípios pode ser visto na história de Satanás que, por sua desobediência, foi eliminado do Céu. Os mais altos dons concedidos a uma criatura, foram conferidos a Satanás, o querubim cobridor. Antes de cair, era um ser glorioso, ocupando a posição mais próxima de Cristo nas cortes celestes. Mas, ao procurar ser igual a Deus, trouxe sobre si mesmo ruína irreparável. Com tal lição diante de nós, escondamo-nos em Cristo. Ele é a fonte de toda sabedoria e poder. Contemple na cruz do Calvário a garantia de nossa salvação. Contemple o Salvador entregando Sua vida por nós para que sejamos cristãos. Aqueles que vivem a vida do cristão estão lutando contra a mentira do diabo – o homem não consegue guardar a lei de Deus. Podemos nós duvidar do resultado desse conflito? Deus vive, Deus reina e está operando milagres diariamente. “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e lascívia.” Diante do Universo, mostram que estão tentando viver as palavras: “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o

que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, [...] seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” “Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” − é o fruto da árvore do cristão, e a árvore que possui apenas folhas, a vida que apenas aparenta, deve secar pela maldição de Deus, mesmo que, embora sem frutos, exiba exuberante folhagem diante do Salvador. Que Deus nos ajude a ser verdadeiros cristãos, coerentes hoje, coerentes amanhã, corretos nas ações, gentis nas palavras e de pensamentos puros. O verdadeiro cristão vive a vida de Cristo. Em todo procedimento, eleva a bandeira da cruz. Quando é mal compreendido, não se ofende, mas procura aplainar o seu caminho. É amável, solícito e paciente. Examina-se cuidadosamente, para que nem em atos ou em palavras negue ao seu Senhor. Escolhe as veredas de Deus. Ministra aos outros, com desprendimento, todos os dias de sua vida. Sua luz é brilhante e silencia as línguas da contenda. Dia a dia, ignorando a si próprio, vive vasta e sublime experiência diante de homens e de anjos. Mostra o que o evangelho pode fazer pelos seres humanos caídos.

Esse artigo foi publicado, pela primeira vez, na revista Sings of the Times, de 10 de julho de 1901. Os adventistas do sétimo dia crêem que Ellen G. White exerceu o dom de profecia bíblico durante mais de 70 anos de ministério público.

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S E R V I Ç O

“Por que não haveriam de os membros de uma igreja, ou de várias pequenas igrejas, unir-se para manter um missionário em campos estrangeiros?” perguntou Ellen White (Obreiros Evangélicos, p. 466). A família Radoi precisava de ajuda. O esposo, esposa e oito filhos pequenos moravam em uma pequena vila romena, num quarto de uma casa velha, diz Cristian Modan, diretor de jovens na Romênia e assistente do programa de voluntariado. Pior ainda, a casa estava inabitável. “Não havia janelas e o forro estava gotejando”, diz Modan. “Por causa disso, duas das crianças estavam muito doentes. O pai contraiu tuberculose e não podia trabalhar, restando à mãe encontrar trabalho, todos os dias, onde fosse possível.” Essa foi a rotina diária da família Radoi até que um grupo de voluntários romenos se reuniu para ajudar. Por meio de campanhas para angariar dinheiro, diz Modan, “os voluntários levantaram 6.000 euros e compraram uma casa para aquela família.” Quem são esses voluntários capazes de fazer tal diferença na vida dessa família romena? Trata-se de um pequeno grupo, de várias partes do mundo, que participa do programa “Suas Mãos”, um Serviço de Voluntariado Adventista, uma iniciativa que procura estimular os voluntários a servir como as mãos de Deus a um mundo necessitado. Nascido da Necessidade

Criado no fim de 2006, o projeto “Suas Mãos” foi inspirado pelo Espírito Santo e pela premente necessidade de voluntários em todo o mundo, mas especialmente em lugares como Camarões e Costa do Marfim, na África Ocidental, informa Vernon Parmenter, diretor do Centro Adventista de Voluntariado da Associação Geral. Com a ajuda de uma comissão especial, Parmenter conseguiu fazer do projeto uma ferramenta abrangente. A idéia original para o projeto “Suas Mãos” era que igrejas e organizações em países desenvolvidos patrocinassem

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s e rv i n d o c o m o

ãos MDeus de

Por Jill Walker Gonzalez

Adventistas servem a outros ao redor do mundo, em nome de Deus.

voluntários para ajudar países de alémmar com projetos missionários específicos e de longo prazo. Todas as despesas deveriam ser pagas pela igreja ou instituição patrocinadora, de maneira que a organização que chamasse o missionário voluntário o recebesse sem nenhum custo. Isso é o ideal para as organizações que precisam de ajuda de voluntários, mas não têm como mantê-los. Quando o “Suas Mãos” foi apresentado na Nigéria, foi imediatamente bem aceito, mas de forma um pouco diferente. Gideon C. Nwaogwugwu, presidente da União Missão Nigéria Oriental (ENUM), diz que, pelo fato de raramente irem missionários à Nigéria, “decidimos que não necessitávamos de missionários de outros países. Já tínhamos missionários aqui em nossas igrejas”. Com isso em mente, a ENUM iniciou um programa onde as igrejas nigerianas patrocinam voluntários nigerianos do “Suas Mãos” para que ajudassem projetos em seu país. Houve um grande avanço como resultado da contribuição dos voluntários do projeto “Suas Mãos” nigeriano. N.

John Enang, coordenador do voluntariado para a Divisão África Ocidental (DAO) relata que um total de 177 pessoas foram batizadas como resultado do projeto assumido pelos voluntários do “Suas Mãos”. Um desses projetos foi uma série evangelística no final do ano passado, em Okoita, Nigéria. Na realidade, a história começa muito antes da campanha. Bassey Udoh, secretário executivo da ENUM, relata que muitos meses antes de começar a série evangelística, oito voluntários do “Suas Mãos” foram enviados para Okoita. “Eles percorreram a cidade dando estudos bíblicos e fazendo amizade com as pessoas”, diz ele. Quando começaram as reuniões, as pessoas daquela cidade, segundo Udoh, “eram muito resistentes à mensagem adventista”, mas agora pareciam prontas para ouvir o que o pregador tinha a dizer. “Mais de 300 pessoas compareceram todos os dias”, afirma Udoh. “Nunca tínhamos conseguido, em nosso território, esse tipo de freqüência, mesmo em lugares onde temos forte presença adventista. Muitos já estão demonstrando interesse pelo batismo.”


Abaixo: EXPANSÃO DO MUNDO ADVENTISTA: Novos conversos, em Okoita, Nigéria, mostram seu certificado de batismo e cópias da Adventist World. Eles foram batizados após uma campanha evangelística dirigida pelos voluntários do “Suas Mãos”.

Acima: UM PRÉDIO MELHOR: No quarto da antiga casa onde a família Radoi morava, os voluntários preparam a mudança para um lugar melhor e mais adequado.

C O R I N A

O Próximo Passo

Ao observar o que estava acontecendo na Nigéria, Parmenter sentiu-se impressionado a repensar a estratégia do programa. Ele concluiu que os voluntários do “Suas Mãos” não precisam ir apenas de países desenvolvidos para países não desenvolvidos; poderiam ser patrocinados por seu próprio país e pela divisão. É isso que está acontecendo não só na Nigéria e Romênia, mas também em outros países. “Suas Mãos” começou bem na Divisão Euro-Asiática (DEA). Segundo Michael Kaminsky, coordenador do voluntariado e secretário executivo da DEA, têm chegado relatórios animadores do programa “Suas Mãos” de todas as partes da divisão. Os voluntários do “Suas Mãos” em Belarus introduziram a mensagem adventista do sétimo dia em 25 lugares diferentes, informa Kaminsky, e como resultado, 33 pessoas foram batizadas. Kaminsky relata a história de um voluntário do “Suas Mãos” de Moldávia: “Na vila de Kishkaren, da Moldávia, Yeshanu Konstantin foi convidado por uma família pentecostal para ir à sua

igreja. Konstantin logo fez amizade com o pastor daquela comunidade e foi convidado para pregar ali. Em seu sermão, Konstantin usou o material do Seminário do Apocalipse. Os membros da igreja ouviram com muita atenção e tentaram anotar cada palavra dita por ele. Uma senhora estava tão interessada na mensagem que pediu a Konstatin para dirigir um Seminário do Apocalipse para sua família. É claro que Konstantin aceitou e como resultado toda a família uniu-se à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Yeshanu Konstantin é apenas um dos que, por meio do programa “Suas Mãos”, estão fazendo um grandioso trabalho – o trabalho das mãos de Deus. Mais Oportunidades

Outros, ao redor do mundo, estão se dispondo a dedicar os talentos para fazer o trabalho do “Suas Mãos”. Embora o programa seja relativamente novo, a liderança já iniciou atividades relacionadas ao projeto em cinco divisões e, como resultado, já está havendo uma grande colheita. Após alguns meses somente, pelo menos 224 pessoas

R U S Z A

E

M A D A L I N

V O I N E A

foram batizadas, e isso é apenas o começo. Outras divisões, como a Divisão Ásia Pacífico Norte (APN), estáo planejando e estruturando um projeto “Suas Mãos” próprio. Se os voluntários do “Suas Mãos” procedem de seu próprio território ou de outras divisões, é o Espírito Santo quem os guiará para servir em número cada vez maior. Seu trabalho fala por eles; só podemos imaginar o que aconteceria se muitos mais se comprometessem, pelo poder do Espírito Santo, a pregar o evangelho. Para saber mais sobre o programa “Suas Mãos”, visite o site: hishands. adventist.org. Ali, as divisões podem obter a informação de como divulgar suas necessidades, e as igrejas/instituições como adotar um projeto.

Jill Walker Gonzalez é

coordenadora assistente do Serviço Voluntário Adventista.

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P E R G U N TA S B Í B L I C A S

PERGUNTA:Que

simbolismo bíblico é associado às quatro direções dos pontos cardiais?

tas viajavam para adorar no templo, eles seguiam em direção ao oeste e tinham o sol nascendo por detrás deles. Esse movimento para o oeste começou com Abrão, quando deixou A bússola na Bíblia é rica de significado. Conhecer seu o leste e foi para Canaã, a oeste, em obediência a Deus (Gn simbolismo ajuda a interpretar alguns textos bíblicos. Geral11:31). Esse é um símbolo da bênção divina. Quando os eximente nos orientamos olhando pelo norte. No mundo antilados foram libertados de seus inimigos, no leste, viajaram go, o ponto de orientação era o leste. O leste estava à frente em direção ao oeste, para a terra de Israel. Naquela jornada, deles, o oeste atrás, o sul à direita e o norte à esquerda. O o próprio Deus viajou com eles (Ez 43:2-5). futuro não estava à frente, mas atrás, ou seja, era invisível. 3. O Norte: Os estudantes da Bíblia sugerem que o norte 1. O Leste: A importância do leste como o ponto princi- é o símbolo do permanente ou do eterno, talvez porque as pal de orientação pode estar relacionado ao nascer do sol e à estrelas polares são visíveis, permanentemente, no céu. Esse é sua importância na religião dos povos da antiguidade, no o lugar da habitação de Deus (Is 14:13) e de onde Sua glória Oriente. Na Bíblia, seu procede (Jo 37:22) com simbolismo aparece, pela bênçãos ou juízos (Ez primeira vez, em Gênesis. 1:4). Ele é o verdadeiro O Jardim do Éden estava Rei do Norte. localizado no leste (Gn O representante do 2:8) e sua entrada também norte pela mão esquerda, estava no lado este (capíporém, é ainda símbolo tulo 3:24). Após pecarem, de desastre. O inimigo Adão e Eva deixaram o do povo de Deus veio jardim e seguiram para o do norte (Jr 1:14, 15; Ez leste (capítulo 3:24). Esse 38:6), trazendo destruimovimento em direção ção. De certo modo, o ao leste continua com Cão inimigo era o falso rei do (capítulo 4:16) e culmina norte que tentou usurpar Por com o movimento da raça a imagem de Deus e é, Angel Manuel Rodríguez humana em direção ao lesfinalmente, destruído te (capítulo 11:2-4). pelo Senhor (Sf 2:12; Dn Nesse contexto, o leste 11:21-45). é simbolicamente ambiva4. O Sul: O sul é, lente. O jardim colocado ali simbolizava proteção e seguranprimariamente, um símbolo negativo. Mas o fato de ser ça. Após o pecado, quando se tornou a direção do exílio, ele representado pela mão direita o torna positivo também. representava a condição de alienação de Deus. Esse também É negativo porque ao sul de Israel estava o deserto, região era o local do deserto, de onde vinham ventos destrutivos, onde a vida não prospera (Is 30:6). Ao sul estava o Egito, ameaçando a vida (Sl 48:7; Ez 27:26). Para o profeta, o leste que se opôs ao poder de Deus e oprimiu Seu povo. Mas ao simbolizava o exílio em Babilônia e a presença salvadora de sul estava o lugar onde Deus apareceu a Moisés, foi com ele Deus. Ele viajou para Babilônia e, finalmente, redimiu Seu ao Egito, libertou Seu povo e apareceu a eles no Monte Sinai povo (Ez 10:18, 19; 11:22, 23). O leste tornou-se o lugar (e.g., Dt 33:2). onde Deus agiu em favor de Seu povo, levando a salvação A natureza ambivalente dos símbolos das direções dos (cf Ap 16:12). quatro pontos cardeais parece estar baseada no fato de 2. O Oeste: O oeste simboliza tanto os elementos positi- que o mal foi concebido para estar presente em todos os vos como os negativos. A oeste das terras estava o mar, repre- lugares, e que a presença salvadora de Deus sempre esteve sentando o mal e a morte (Dn 7:2,3). Na realidade, o termo acessível ao Seu povo, de um lado a outro do mundo “mar”, freqüentemente se refere ao oeste (Nm 3:23). É ainda (Sl 139:7-12). De certa forma, eles apontam para além dos o lugar de trevas, pois é onde o sol se põe (Sl 104:19,20). pontos cardeais, apontam para o conflito cósmico entre o O significado positivo é sua associação com o tabernácubem e o mal. lo/templo israelita. Embora estivesse de frente para o leste, para se ter acesso a ele era necessário seguir em direção ao oeste. Nesse sentido, o oeste indicava a direção da unidade Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas com Deus; o retorno ao Jardim do Éden. Quando os israeliBíblicas da Associação Geral.

Amor em Todas as

Direções

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JOesus:

E S T U D O

B Í B L I C O

Conquistador Poderoso Por Mark A. Finley

Nosso planeta transformou-se num campo de batalha. Em todos os lugares, ao nosso redor, há uma luta entre o bem e o mal, a batalha cósmica entre Cristo e Satanás. Através dos séculos, Jesus sempre venceu Satanás. Em alguns períodos, tinha-se a impressão de que os poderes do inferno haviam triunfado, mas Jesus está trabalhando, constantemente, para realizar Seu propósito.

1. Como o apóstolo Paulo descreve a realidade desse combate espiritual? Leia o texto e responda nas linhas abaixo.

“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6:12). Nossa luta espiritual é contra: a. b. c.

2. Onde começou esse conflito? Leia o texto abaixo e preencha os espaços em branco.

“Houve peleja no Céu. Miguel e os Seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos” (Ap 12:7). A primeira guerra teve seu início no

.

Lúcifer, um ser perfeito e de brilho fascinante, rebelou-se contra Deus e semeou sementes de rebelião no Universo. A razão da existência de guerras na Terra é porque houve primeiro uma guerra no Céu.

3. Que palavras, do livro de Apocalipse, advertem o povo deste mundo sobre a batalha cósmica em que todos nós estamos envolvidos? Leia o texto abaixo e preencha os espaços em branco.

“Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da Terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12).

“ até vós, cheio de

ó céus e vós, os que neles habitais. Ai da Terra e do mar, pois o diabo desceu ,

.”

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4. Por que Jesus veio a este mundo? Leia o texto abaixo e circule a resposta correta. “Para isto Se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1Jo 3:8).

5. Como Jesus destruiu as obras do diabo? Leia o texto abaixo e resposta às perguntas. “Aquele que não conheceu pecado Ele O fez pecado por nós; para que, nEle, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). a. Alguma vez Jesus cometeu pecado?

SIM

NÃO

b. Jesus tornou-Se pecado por nós?

SIM

NÃO

c. Uma vez que Jesus Se tornou pecado por nós, o que podemos receber dEle?

Jesus viveu uma vida perfeita, vida sem pecado. Ele enfrentou tentações lideradas pelo próprio Satanás e derrotou o mal em nosso favor. Por Sua morte, assumiu, na cruz, a culpa e a vergonha de nossos pecados. Por Sua morte, recebemos vida.

6. O que nosso Senhor prometeu a todo aquele que O aceitar? Leia o texto e preencha os espaços em branco.

“Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no Seu nome” (Jo 1:12). Aceitar a Jesus é tornar-se

.

Jesus é um poderoso conquistador. Sua morte resgatou-nos do domínio de Satanás e nos dá autoridade para nos tornar filhos de Deus.

7. Qual é a promessa de Deus para Seus filhos? Leia o texto e preencha os espaços em branco.

“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5:4).

Por intermédio de Jesus, podemos ser

.

A vitória sobre o poder de Satanás só vem através

.

O Apocalipse, último livro da Bíblia, descreve os filhos de Deus como vencedores no fim dos tempos (Ap 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21). No conflito final da Terra, o Cordeiro (Jesus) domina o dragão (Satanás) (Ap 17:14). Ao longo do livro do Apocalipse, o povo de Deus é vitorioso. Satanás não tem poder sobre ele. Essa é a maravilhosa, a inacreditável notícia: por meio de Jesus, todas as cadeias do diabo foram quebradas. Por meio de Jesus, somos vitoriosos.

No próximo mês, exploraremos ainda mais as promessas de Deus para crescermos na vida cristã. 28

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Intercâmbio Mundial C A R TA S Cultura da Celebridade

Estou escrevendo sobre o artigo “A Cultura da Celebridade”, por David N. Marshall, na Adventist World de outubro de 2007. Muito obrigado por esse artigo tão oportuno. O fascínio do “estrelato” é excessivo, hoje, em nossa sociedade. Infelizmente, isso atingiu a igreja. Ellen White, de fato, declarou em tom enérgico: “Ergo minha voz de advertência contra louvar ou lisonjear os pastores. Vejo o mal, o terrível mal dessa atitude. Nunca, nunca falem palavras de louvor diretamente aos pastores. Exaltem a Deus. Respeitem um pastor fiel, reconheçam suas responsabilidades e busquem aliviá-las se possível, mas não o elogiem, porque Satanás está vigilante para fazer ele mesmo essa espécie de trabalho.” (Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 474). Isso não quer dizer que, de tempos em tempos, não devamos dizer ao pastor que seus comentários nos ajudaram em nossa jornada. Em relação à afirmação de Marshall de que “a exaltação inapropriada não é um problema do pregador [...] O problema está nas atitudes dos ouvintes em relação ao pregador”, deixe-me acrescentar que, algumas vezes, o pregador tem sua parcela de culpa. Como pastor, tenho consciência de me guardar contra essa mentalidade enquanto permaneço no sagrado trabalho. Preciso ser sempre cuidadoso, para que ao falar não leve a congregação a agir de maneira que a atenção seja para a minha pessoa e não para Cristo.

Por favor, espero que, ao ressaltar esse ponto, não lance sombra de dúvida sobre minha apreciação pela perspectiva poderosa e singular de Marshall em seu artigo.

Dave Moench Washington, Estados Unidos Acabo de ler o capítulo de O Desejado de Todas as Nações, intitulado: “É Necessário que Ele Cresça”, e o artigo de David N. Marshall me ajudou a aplicar tais princípios a mim mesma. Avaliei meu entusiasmo na presença de dois de nossos “grandes adventistas”, e lembreime de como me senti e de como agi. Senti-me acusada e culpada. João Batista teve que lembrar seus seguidores que Jesus é quem deveria ser exaltado, não ele. Não era culpa de João Batista que o povo o estava idolatrando, mas ele, gentilmente, redirecionou a adoração para Jesus. Obrigada por redirecionar-me a Ele também.

Kathy Loewen Oregon, Estados Unidos Um Concerto, Três Garotas e Um Pregador

Gostaria de comentar o artigo “Um Concerto de Rock, Três Garotas e um Pregador”, de Mark Finley (Adventist World de setembro de 2007). Como Finley conclui seu artigo, também creio que “servimos a um grande Deus que, às vezes, não entendemos o modo como age”. A Bíblia está repleta de histórias verdadeiras do povo de Deus que nEle

confiou e, finalmente, foi recompensado. Quem poderia crer que José se tornaria o grande governador e primeiro-ministro do Egito, após seus irmãos tê-lo vendido aos ismaelitas, e estes a Potifar? De lá, como escravo, José foi lançado na prisão. Mas Deus estava com ele; e em tudo o que fazia, era guiado pelo Todopoderoso, a quem também servimos agora no tempo do fim. A paixão e a missão de José não são diferentes das que alimentamos. Se analisarmos sua vida tumultuada, concluiremos que ele foi bem-sucedido em todos os testes e provações que bravamente enfrentou. Ele foi recompensado no fm por causa de sua integridade como homem de Deus.

Larry R. Valorozo New York, Estados Unidos A Mensagem Certa, na Hora Certa

Muito obrigado por ministrar através da Adventist World. Bom trabalho! Ela nos mostra como está o ministério em várias partes do mundo, embora meu maior interesse esteja nas experiências do ministério em áreas não alcançadas. Por essa razão, permita-me enviar um especial muito obrigado pela edição de setembro de 2006, para: Gary Swanson (diretor associado de Escola Sabatina e Ministério Pessoal da Associação Geral) pelo artigo “O Caminho para a Luz”; a Betina Krause (assistente especial da presidência para a Igreja Adventista do Sétimo Dia mundial) pelo movimento de

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Intercâmbio Mundial C A R TA S implantação de igrejas em áreas não alcançadas e pela experiência de Abraham Henry, mencionada em “Conte ao Mundo”; e a Míriam Taylor, que, com seu artigo “Guarde Meus Pés”, me fez pensar. Todos esses artigos foram uma bênção especial, inclusive porque a revista é raramente recebida aqui (ou chega atrasada). Orem por nós enquanto oramos por vocês.

Geoffrey Lwokyaza Jinja, Uganda Todos São Dotados

Minhas saudações, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Estou escrevendo sobre o artigo da Adventist World, na edição de fevereiro de 2006: “Somos Todos Dotados”, por Ellen White. Quão bom seria se mais cristãos desejassem

crescer na Palavra de Deus, como descrito pela Sra. White! Seria uma ajuda na missão de ganhar almas. Esses cristãos seriam de grande benefício ao cultivar seus diferentes dons para ajudar a construir o reino de Deus. Estou feliz por ter acesso a tal revista e creio que muitos dos que separam tempo para lê-la saberão o que é estar em Cristo e viver para Ele, porque as coisas deste mundo não têm valor, se não temos Jesus. Que Deus os abençoe por nos transmitir essa mensagem. Permaneçam firmes!

O. O. Obafemi Via E-mail Mensagens de Gratidão

Gostaria de agradecer-lhes por oferecer conhecimento necessário (nas páginas

da Adventist World) para o fortalecimento de minhas crenças espirituais.

Sherwin Sollano Filipinas Para mim, é uma grande bênção ter a revista Adventist World on line (www. adventistworld.org). Muito obrigada pelo bom trabalho.

Marlene Bacchus Maryland, Estados Unidos

Cartas para o Editor – Envie para: letters@adventistworld.org As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.

O LUGAR DE ORAÇÃO Nossa igreja local está atravessando uma fase de desunião interna. Por favor, orem por nós. Orem também por mim para que eu possa alcançar meus objetivos de vida.

Phalula, via e-mail Orem para que eu consiga um emprego e seja fortalecido na fé.

Zachary, Quênia Por dias melhores. No lugar onde moro, existe um conflito entre os cristãos e os adoradores de ídolos. Em junho passado, houve um festival “Ibono”, durante o qual homens e mulheres não podem ver uns aos outros. Decidimos mudar o horário de nosso culto para que pudéssemos nos reunir, como igreja. Infelizmente, os adoradores de ídolos descobriram nosso novo horário e invadiram nosso pequeno salão, destruindo portas, janelas

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e o teto. Alguns de nossos irmãos foram feridos. Somos muito poucos para enfrentá-los, por isso deixamos tudo nas mãos de Deus. Por favor, orem para que descubramos uma forma de reconstruir nosso salão. Muito obrigado.

John, Nigéria Sinto que estou perdendo a esperança. Por favor, orem para que eu consiga ajuda para freqüentar um colégio adventista. Quero estudar teologia.

Asa, Quênia Por favor, orem para que Deus cure minha mãe.

Dan, Uganda Por favor, orem por minha amiga que está com problemas de visão, câncer de mama, já com metástase nos ossos.

Marjorie, Filipinas

Os negócios de meu esposo não estão indo bem. Passei por um aborto, no início do ano. Por favor, orem para que nossa situação financeira melhore e que minha gravidez atual transcorra sem complicações.

Nancy, Zâmbia Por favor, unam-se a mim em oração por meus filhos. Precisamos encontrar a escola certa para eles no próximo ano. Muito Obrigada.

Sara, Estados Unidos

Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.


“Eis que cedo venho…”

INTERCÂMBIO DE IDÉIAS

Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

Como Participar

do

Intercâmbio

O

Intercâmbio Mundial desta revista é para você e também a seu respeito, caro leitor. Sua participação nesta coluna da Adventist World será muito bemvinda nas seguintes seções:

Editor Administrativo Bill Knott Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Robert E. Kyte, assessor jurídico Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson; Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk Editor-Chefe Bill Knott

Vamos Orar - envie para: oracao@adventistword.org

Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão resumidas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Cartas para o Editor – envie para: cartas@adventistworld.org

As cartas devem comentar algum assunto publicado na revista Adventist World; devem ser escritas com clareza e ao ponto, com máximo de 250 palavras. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas; nem todas, porém, serão divulgadas. O Lugar das Pessoas (contra capa) – enviar para: marank@gc. adventist.org

Esta é uma coluna com assuntos de todo o mundo; são pequenas porções do cotidiano que fará com que o leitor pense, sorria e desfrute da família adventista. Esperamos participações breves nas seguintes seções: ■ Frases (ou citações profundas e espontâneas) ■ Que Lugar é Esse? (Fotos, com alta qualidade, dos membros de igreja de todo mundo) ■ Conheça Seu Vizinho (Fotos, com alta qualidade, acompanhadas de pequena biografia de membros recém-batizados, adventistas engajados em serviço comunitário, na formação de pequenos grupos ou novas maneiras de partilhar o evangelho. Máximo de 100 palavras). Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou envie para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.

Envie sua participação e desfrute do

Editor Adventist World é uma publicação dos Adventistas do Sétimo Dia, editada pela Igreja Adventista na Coréia e pela Associação Geral.

Intercâmbio!

Editores em Silver Spring, Maryland Roy Adams (editor associado), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coréia Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan Editor Online Carlos Medley Coordenadora Técnica Merle Poirier Assistente Executiva de Redação Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Alfredo Garcia-Marenko Atendimento ao Leitor Merle Poirier Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen, Bill Tymeson Consultores Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Laurie J. Evans, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, Paul S. Ratsara, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Ulrich W. Frikart, D. Ronald Watts, Bertil A. Wiklander Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos. Vol. 4, No.1

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Q U E

—Winfield Scott, Branson, Missouri (EUA)

F R A S E

D O

N E W S

AS

EST I L O D E V I D A AD V E N T I S TA Enquanto trabalhava no Museu Titanic, em Branson, Missouri (EUA), tinha a oportunidade de falar com muitos turistas. Geralmente iniciava a conversação perguntando ao visitante onde ele morava. A resposta mais freqüente era a cidade, o estado, ou uma combinação dos dois. Um dia, um senhor idoso passou pela minha seção e eu perguntei: — De onde o senhor é? Sua resposta me pegou de surpresa. Ele disse: — Do Céu! Estou aqui só de passagem. Não tive o que responder a não ser: — Amém, meu irmão! Que maneira simples de testemunhar sobre as “boas novas” da vida eterna com nosso Pai! Encorajo a cada membro de nossa igreja mundial a adotar esse método quando alguém perguntar de onde você é. Garanto que muitos, ao ouvir essa resposta, vão parar para pensar de “onde” realmente são.

E S S E ?

A D V E N T I S T

PESS

É

N E T W O R K

O Lugar Das

L U G A R

B E M - V I N D O A O “L U G A R D A S P E S S O A S” , N O A N O N O V O ! Convidamos os leitores de todas as partes do mundo a fazer desta página o seu lugar especial. Envie fotos de lugares interessantes de sua região para a seção “Que Lugar é Esse?”. Queremos encorajá-lo também a se apresentar ou apresentar um líder ou membro leigo de sua igreja, ou ainda, apresentar um membro recém-batizado para sua família mundial, enviando foto e sua apresentação para a seção “Conheça Seu Vizinho”. Se você não puder enviar a foto e a apresentação, por favor, pense em uma frase interessante ou em algum fato humorístico ou inspirador sobre a vida adventista em sua igreja. Sua contribuição para a seção “O Lugar das Pessoas” pode encorajar e inspirar seus irmãos e irmãs ao redor do mundo a crescer em Cristo e a partilhar sua fé e alegria em Jesus, de um modo como nunca imaginaram antes. Apresente-se à sua família mundial em “O Lugar das Pessoas”! Envie seu e-mail para: peoplesplace@adventistworld.org; ou envie um fax para: 1-301-680-6637. Você ainda pode escrever para: Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA

M Ê S

“A semente semeada por muitos anos está dando frutos. Isso, porém, não deve nos levar a uma atitude de auto-satisfação e contentamento. Agora é o tempo de estarmos mais atentos e ativos do que nunca.” —Pastor Matthew A. Bediako, Concílio Anual de 2007 RESP O S TA : No Brasil, jovens dialogam com o pastor Jan Paulsen, presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, no programa “Let’s Talk”, realizado no dia 23 de abril de 2006, em São Paulo.


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