Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
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Reduzindo o Risco de Contrair Câncer
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Comprometidos com a Caridade
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Deus Criou o Descanso
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IGREJA
EM
AÇÃO
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D I G I TA L M E N T E
Editorial........................ 3
ARTIGO
DE
Notícias do Mundo 3 Imagens & Notícias
Janela
7 Belarus por Dentro
Visão Mundial
8 Trabalhando Juntos em Busca de Consenso
C A PA
O Poder da Esperança Por Adrian Bocaneanu ...... 16 Para suprir as necessidades de hoje, a mensagem precisa ter algo de extraordinário. DEVOCIONAL
A Incrível Dimensão do Amor
Por Lawrence G. Downing ......................................................... .12 João 3:16 é um texto bem conhecido. Não nos detenhamos, porém, à simplicidade dessa verdade profunda.
SAÚDE
Reduzindo o Risco de Contrair Câncer ......... 11 Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless PERGUNTAS
BÍBLICAS
Libertos! ..................... 26 Por Angel Manuel Rodríguez
VIDA
ADVENTISTA
Dos Lábios de Bebês Por César Antonio González.............. 14 Aprendendo a valorizar as coisas que não têm preço. CRENÇAS
FUNDAMENTAIS
A Criação Faz Sentido Por Graeme Loftus ......................... 20 Como a crença na criação de Deus afeta nossa maneira de apreciá-la.
ESTUDO
BÍBLICO
Quando Deus Criou o Descanso .................... 27 Por Mark A. Finley INTERCÂMBIO
ESPÍRITO
DE
PROFECIA
Vivendo como o Povo da Esperança
Por Ellen G. White ...................................................................... 22
MUNDIAL
29 Cartas 30 O Lugar de Oração 31 Intercâmbio de Idéias
Nosso passado, presente e futuro estão em segurança. HERANÇA
ADVENTISTA
Comprometidos com a Caridade
O Lugar das Pessoas ........................ 32
Por Adriel D. Chilson .................................................................. 24 Kate Lindsay abriu caminho para gerações de jovens adventistas.
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 4, nº 2, Fevereiro 2008.
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Tradução: Sonete Magalhães Costa
Church W em rks Ação A Igreja Editorial Grandes Cidades, Grande Visão
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singularidade da minha agenda de viagem levou-me a três das maiores cidades do mundo nos últimos 18 dias. São Paulo, Seul e Nova Iorque são, agora, instantâneos que vêm e vão. O sentido de urgência de cada metrópole está se apagando da memória. Além dos sabores, das cores, dos sons vibrantes de cada uma, enquanto viajo de trem em direção à minha casa, me lembro do tamanho e da densidade que quase entorpecem os sentidos: as gigantes e famosas favelas de São Paulo, o amontoado das torres com dez mil apartamentos suburbanos em Seul, os quintais impessoais de Nova Iorque. Quem dirá a essas pessoas que o Salvador as amou e viveu para elas? Quem trará Sua morte à vida, imprimindo em 30 milhões de mentes a necessidade de estarem bem com Deus? Quem penetrará os condomínios fechados, os altos portões trancados, as vizinhanças onde há ausência de muros e de
amizade, nos subúrbios onde milhões só aceitam o que vem através das telas da televisão e do computador? Mais do que nunca, necessitamos de imaginação adventista. Nosso testemunho deve chegar onde nossos pés não têm permissão para ir. Nossa obrigação de contar ao mundo não diminui porque não podemos dizê-lo pessoalmente. Não podemos nos atrever a sacudir, de nossos pés, o pó de nenhuma das grandes cidades até que possamos nos ajoelhar aos pés dAquele que está para voltar. Jesus chorou sobre Jerusalém, cidade repleta de pessoas que Ele amava. Agora, como nunca, é tempo de os adventistas chorarem e implorarem perante o Senhor pelas grandes cidades do nosso mundo. Devemos clamar por maior visão, por mais imaginação para testemunharmos e para não desistirmos quando os resultados parecem escassos e pequenos. “Dê-me a Escócia ou morrerei”, John Knox implorava ao Senhor, há 450 anos. Hoje, semelhante audácia deve tomar conta daqueles que levam a presente mensagem de Deus sobre reforma e restauração. “Dá-me essas cidades, mesmo que morramos no processo,” sussurram, de joelhos, os santos de Deus. Essa é uma oração e uma promessa que Ele não pode deixar de atender. — Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO BRASIL: Coleta de Alimentos Bate Novo Recorde Nacional Mutirão de Natal recolhe cerca de um terço de alimentos a mais do que o esperado; pastor Paulsen agradece aos voluntários. ■ No Brasil, uma celebração nacional do Natal provocou lágrimas e gritos de alegria de voluntários e celebridades durante a programação final da iniciativa de ajuda aos necessitados, promovida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. “Hoje, conseguimos nosso alvo e quebramos nosso recorde de 2.500 toneladas de alimentos para os necessitados, recolhidos no ano passado. Neste ano, coletamos 3.200 toneladas”, anunciou Sérgio Azevedo, criador do “Mutirão
Esquerda: ELOGIO: Geraldo Alckmim, ex-governador do estado de São Paulo, e sua esposa, Lu, elogiou Sérgio Azevedo, que criou do Mutirão de Natal há 14 anos. O projeto, em 2007, levantou 3.200 toneladas de alimentos para ajudar os necessitados no Brasil. Acima: COMPAIXÃO: O presidente da Igreja Adventista mundial, pastor Jan Paulsen, que compareceu à igreja de Botafogo, no Rio de Janeiro, agradeceu aos voluntários e membros da igreja pela “compaixão” e comprometimento no serviço pela comunidade. As palavras de Paulsen foram traduzidas por Williams Costa Jr., à esquerda, diretor associado do departamento de Comunicação da Associação Geral. P H O T O S
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A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO de Natal,” projeto que há 14 anos reúne milhares de voluntários em igrejas adventistas locais, em várias cidades importantes da América do Sul. O evento foi transmitido, ao vivo, para uma audiência internacional pelo “Hope Channel” (TV Novo Tempo e Nuevo Tiempo para a América do Sul) diretamente da Igreja Adventista de Botafogo, no Rio de Janeiro. A celebração das atividades sociais de comunidades espalhadas pelo país envolveu equipes de voluntários das congregações locais, competindo em três áreas: apresentação de uma pequena peça de Natal, escolha de um projeto social na comunidade local e coleta de alimentos para a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra). Para julgar essas três atividades, um júri foi formado por líderes da comunidade, representantes do governo, empresários, artistas conhecidos, além de líderes da igreja. Entre os jurados estava o presidente mundial da igreja, pastor Jan Paulsen. “Estamos celebrando, hoje, um empreendimento maravilhoso”, disse Paulsen sobre o Mutirão de Natal. “É um testemunho do poder do trabalho conjunto, compartilhando a visão de tornar melhor nossa comunidade.”
“Para nós, a maior recompensa é ver o sorriso no rosto de famílias inteiras, especialmente das crianças que recebem esse alimento”, disse Benivaldo Ramos, líder de equipe na igreja adventista de Botafogo. “Para algumas famílias, pode ser o único alimento de qualidade a que eles têm acesso durante todo o ano. Nosso prêmio é proporcionar-lhes um natal sem fome.” O júri reconheceu o projeto de saúde comunitária realizado nas favelas Babilônia e Chapéu da Mangueira, no Rio de Janeiro. A iniciativa foi lançada e desenvolvida nos últimos meses, promovendo nutrição e melhoria na qualidade de vida. O Coral Jovem do Rio, com a participação de crianças da famosa favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, apresentou um projeto de responsabilidade social de crianças alcançando outras crianças. “Essas crianças mudaram a vida da nossa equipe”, disse um dos representantes. As apresentações encontraram eco nas palavras do pastor Paulsen, quando recomendou à igreja: “Cristianismo sem compaixão é vazio. Sem compaixão profunda, a compaixão motivadora de nosso Senhor, nossa religião não é nada. O cristianismo mais efetivo é aquele que está mais familiarizado com a vizinhança da sua rua do que com seus amigos da igreja”, disse ele.
De cima para baixo: CORAL: Um coral, incluindo membros do Coral Jovem do Rio e crianças da favela da Rocinha, apresentou-se na celebração do dia 15 de dezembro, transmitida para todo o mundo pela rede de TV da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Hope Channel. Celebridades nacionais participaram da iniciativa brasileira da Igreja Adventista para angariar doações de alimentos. R A J M U N D
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A celebração, transmitida ao vivo, recebeu várias declarações de ajuda, promessas de doação e apoio para o projeto. Sérgio Azevedo, mentor do programa, apresentou os jurados, convidando-os a compartilhar suas impressões sobre o evento. Geraldo Alckmin, ex-governador do estado de São Paulo e candidato a presidente em eleições recentes, acompanhado de sua esposa, Lu, disse que a iniciativa adventista do sétimo dia é um exemplo de liderança contra a pobreza no Brasil. Também participou o empresário e filantropo Milton Afonso. Um contingente de estrelas do cinema, teatro, incluindo a atriz e comediante da televisão, Helga Nemeczk, foi efusivamente recebido pelo público. Helga não conteve as lágrimas ao dar seu testemunho que incluiu uma canção de Natal à capela. Ela admitiu ter pertencido à Igreja adventista quando criança e disse estar orgulhosa de “sua” igreja por se posicionar em favor dos pobres. O Mutirão de Natal deste ano contou com a presença de líderes da igreja de vários países da América do Sul, como Peru, Argentina e Equador. Líderes da ex-União Soviética também participaram. “Queremos ver como podemos implantar essa visão em nossa igreja”, disse Gullermo E. Biaggi, tesoureiro da Igreja na região Euro-Asiática, com sede em Moscou. O pastor Pausen disse que seu desejo é que a iniciativa “ganhe força de modo a alcançar vidas em todas as partes do mundo.” —Rajmund Dabrowski, diretor de comunicação da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.
REPÚBLICA DOMINICANA: Adventistas Reúnem-se com Presidente da Nação ■ Líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia reuniram-se recentemente com o presidente da República Dominicana, Leonel Fernández, para discutir o trabalho da Igreja na ilha e ao redor do mundo. O encontro privado, de uma hora
NOTÍCIAS DO MUNDO
O Projeto Adote uma Clínica cria parceria entre Igrejas Adventistas e as
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Parceria cria expectativa de reabilitar as instalações de tratamento de saúde na região Elizabeth Lechleitner,
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de duração, no Palácio Nacional, foi o primeiro entre líderes nacionais e uma organização religiosa não católica romana, disseram os líderes adventistas. Silvestre González, secretário executivo da Igreja na República Dominicana, disse: “Tivemos a oportunidade de falar com o presidente Fernández e mostrarlhe o trabalho da Igreja Adventista, que consiste em educar os jovens, fortalecer as famílias, servir à comunidade e prestar serviço médico”. Esse país tem mais de 9 milhões de habitantes e ocupa a metade da Ilha Espanhola. O Haiti é seu vizinho próximo na ilha. O presidente Fernández agradeceu aos nove líderes da igreja pelo encontro. “Estamos tão ocupados com nosso trabalho que, às vezes, falhamos em ver que há grupos de valor, como o de vocês, que podem fazer tanto pela sociedade e em benefício de outros”, disse ele. Cesário Acevedo, presidente da igreja na República Dominicana, dirigiu palavras de encorajamento a Fernández e ofereceu uma oração pelo líder e seu governo. A Igreja Adventista, com mais de 239.000 membros naquele país, opera 97 escolas de ensino fundamental e médio, uma universidade, seis estações de rádio e um hospital. —Libna Stevens, Divisão Interamericana, com Adventist News Network (ANN).
editora assistente, Adventist News Network (ANN)
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Clínica Kukuku, centro de saúde adventista do sétimo dia isolado nas Ilhas Salomão, é o pioneira de uma nova iniciativa do Departamento do Ministério de Saúde Adventista, no Sul do Pacífico. Cinco anos atrás, a clínica, mal equipada e com poucos funcionários, recebeu recursos dos membros da igreja adventista de Hillview, em Morisset, New South Wales, Austrália. Hoje, a clínica é limpa, eficiente e contribui plenamente para o trabalho médico evangelístico na região. Ao contrário do que ocorre na Clínica Kukuku, está comprovado que a maioria das 54 clínicas de saúde administradas pela Igreja Adventista do Sétimo Dia no sul do Pacífico têm mais necessidade de tratamento de emergência que os próprios pacientes. Os diretores de saúde da igreja local descobriram, durante um período de avaliação de três meses no início de 2007, que 70% dessas clínicas não têm equipamento médico para verificar a pressão arterial. Com o objetivo de revitalizar esses centros médicos, os diretores de saúde adventistas estão lançando o “Adote uma Clínica”, um programa que faz parceria entre as igrejas adventistas na Austrália e Nova Zelândia e as clínicas da região, que vão desde cabanas na mata até edifícios modernos. Cont inua na próx ima pág ina
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Sul do Pacífico
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Clínicas do
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ENCONTRO: O presidente da República Dominicana, Leonel Fernández Reina, segundo da esquerda para a direita, reúne-se com líderes da Igreja Adventista, no Palácio Nacional, no dia 22 de novembro de 2007, para conhecer o trabalho da Igreja no país e ao redor do mundo. Da esquerda para a direita: Moisés Javier, tesoureiro da igreja na República Dominicana; Cesário Acevedo, presidente da igreja na região e Silvestre González, secretário executivo.
LOCAÇÃO ESSENCIAL: Departamentais de Saúde locais dizem que a Clínica Kukuku, administrada pela igreja nas Ilhas Salomão, é o principal centro médico das regiões isoladas, em parte por causa de 5 anos de apoio da Igreja Adventista de Hillview, em Morisset, New South Wales, Austrália. Os líderes da Igreja na região planejaram o projeto Adote uma Clínica, tendo como modelo a parceria entre a Igreja Hillview e a Clínica Kukuku.
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A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO edifícios ou material adequado. Os funcionários lutam contra os cupins, a ferrugem e, geralmente, vivem em casas em pior estado que a própria clínica em que trabalham, observa Duffy. Alguns dizem que os consertos e a manutenção das clínicas ficam sob a responsabilidade dos moradores da vila que a clínica atende. Landless diz que a maioria dos indígenas da região trabalha para o próprio sustento, e mesmo fazendo o que pode, não conseguem manter as clínicas. Devido à pobreza e ao desemprego na região, ele diz que a auto-suficiência das clínicas não é viável e que o projeto Adote uma Clínica soa como um “relacionamento duradouro”. De cima para baixo: CLÍNICA FEITA Em Tumbolbil, localizada na região À MÃO: Na Vila de Tumbolbil, na Nova alta da Nova Guiné, uma clínica consGuiné, os moradores da vila, equipatruída pelos moradores da vila, equipados apenas com machados e outras dos apenas com machados, espera por ferramentas de mão, construíram a recursos para a aquisição dos móveis e clínica que, como muitas outras na reequipamentos médicos. gião, aguarda recursos para reformas Com o tempo, cada igreja deverá doar de mil a 40 mil dólares americanos e suprimentos médicos vindos da parceria com o projeto Adote uma Clínica. para reformar uma clínica, estima Duffy. “Isso não quer dizer que a igreja precisa POUCOS SUPRIMENTOS: Seguindo ser rica, mas que esteja focada na misuma avaliação de três meses, oficiais são”, diz Landless. “Quando a igreja tira de saúde no Sul do Pacífico determinaram que o foco de si mesma, o senso de missão 70% das clínicas da região são tão carentes desabrocha.” que o pessoal da equipe não tem equipamento Duffy também espera que os benemédico para averiguar a pressão arterial. fícios do Adote uma Clínica se reflitam nas congregações. “As igrejas, com muita F O T O S : C O R T E S I A D A S O U T H PA C I F I C D I V I S I O N facilidade, se tornam mais congregacioáreas remotas da região sul do Pacífico, depende dessas clínicas nalistas, preocupadas apenas com o que acontece dentro da própria igreja, mas o projeto ‘Adote uma Clínica’ lhes dá uma locais para cuidar da saúde, fazer imunizações e tratamentos visão mais abrangente de missão.” de emergência. Entretanto, a maioria das clínicas não tem eletricidade ou água corrente, sem falar nos suprimentos necessáAté agora, a resposta ao projeto tem sido “excelente”, diz rios para tratar a malária e doenças aquáticas que se propagam Duffy. Ele espera que o suporte moral resultante dessas parcerias entre clínicas e igrejas acabe sendo tão valioso quanto dide forma desenfreada na região. As vilas que não possuem um centro médico encaram mais nheiro. Duffy continua dizendo que os moradores das vilas, em ilhas remotas, sempre se sentem isolados do mundo da igreja. um desafio: o custo da viagem, de canoa, para chegar a uma O Adote uma Clínica vai deixar bem claro que “eles não estão clínica, geralmente excede o orçamento anual das famílias, diz Trevor Oliver, membro da igreja adventista de Hillview. Ele diz esquecidos, e que fazem parte da grande família da igreja”. Em Hillview, os membros esperam que a embarcação, que a maioria das ilhas é muito pequena para comportar uma de aproximadamente 17 metros de comprimento, que estão pista de vôo, tornando a viagem por vias fluviais o único meio transformando em clínica móvel, aumente o senso de conectide chegar a um centro médico, por mais rudimentar que seja. “Como igreja, sempre tivemos orgulho do trabalho feito na vidade. Até dezembro, o barco vai prover cuidado médico para as ilhas na Província Oeste das Ilhas Salomão, a leste da Nova área de saúde, mas nem sempre conseguimos acompanhar o crescimento da igreja no sentido de manter nossas instalações”, Guiné e ao nordeste da Austrália, onde existem apenas algumas clínicas. Oliver prevê que surgirão outras clínicas móveis, disse Landless. similares a essa. A maioria dessas clínicas recebe um subsídio básico do Duffy diz que a sede da igreja, na região do Sul do Pacífico, governo, como remédios e o salário do pessoal, diz Jonathan está distribuindo DVDs sobre o projeto Adote uma Clínica Duffy, diretor do ministério da saúde adventista no sul do Pacífico. A ajuda não é suficiente para a manutenção de para cada igreja da área.
“O que mais me impressionou foram a perseverança e o compromisso demonstrados pelos funcionários dessas clínicas carentes, que não têm condições de possuir sequer um estetoscópio”, disse o Dr. Peter Landless, diretor associado do Ministério da Saúde Adventista mundial, em visita recente ao sul do Pacífico. “Muitos, na mesma situação, teriam dito: ‘Sabe de uma coisa? Não agüentamos mais. Vamos embora’. Mas essas pessoas permanecem firmes, e o projeto os enche de esperança.” Oitenta a noventa por cento da população que mora nas
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JANELA A V O K
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Comprimido entre os mares Báltico e Negro, Belarus foi estabelecido pelos eslavos orientais durante o sexto século. Os eslavos orientais uniram forças com os eslavos bálticos e escandinavos para formar Kievan Rus. Essa comunidade primitiva, politicamente organizada, reinou sobre a região por cerca de 400 anos. Após a queda de Kevan Rus, Belarus foi dividido entre vários países vizinhos, principalmente pela Rússia e Polônia. Por um ano, de 1918 a 1919, Belarus foi um país independente, mas finalmente passou a fazer parte da República Socialista da União Soviética (USSR). Em 1945, Belarus e Rússia tornaram-se membros das Nações Unidas. Quando o comunismo soviético caiu em 1991, Belarus declarou-se um país independente, tornando-se república presidencialista. Por muito tempo, os russos viveram em Belarus, mas foi após o fim da II Guerra Mundial que os russos se mudaram em massa para a região. A maioria dos russos se integrou na sociedade bielorrussa, mas mantiveram sua língua e cultura nacional. O russo é considerado hoje uma das línguas oficiais de Belarus. Essa nação faz fronteira ao leste com a Rússia, a oeste com a Polônia, ao sul com a Ucrânia e ao norte com Letônia e Lituânia.
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Por Hans Olson
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Belarus por Dentro
A posição estratégica de Belarus entre a Europa e a Ásia, bem como suas fronteiras com grandes planícies e difícil defesa fizeram do país um campo de batalha comum em tempos de guerra. Segundo algumas fontes, pelo menos um quarto da população do país morreu na II Guerra Mundial. Hoje, o país é considerado economicamente estável, mas ainda depende grandemente da Rússia para adquirir matéria-prima e óleo para produzir seu maior produto de exportação: produtos agrícolas e manufaturados. A catástrofe de Chernobyl, em 1986, na vizinha Ucrânia, cobriu Belarus com entulhos radioativos e tóxicos. Mais de 20 anos depois, cerca de 20% dos bielorrussos ainda vivem em áreas com radiação acima dos níveis considerados seguros. A catástrofe continua a afetar o país e seu senso de moralidade. Como resultado, o povo voltou-se para a religião como forma de conforto. Quando o comunismo caiu, muitos ex-membros do partido e pessoas sem religião retornaram à fé de seus antepassados: Ortodoxa Russa ou Católica Romana. Nessa cultura, as chamadas religiões minoritárias lutam para ganhar terreno. Os adventistas enfrentaram vários tipos de opressão, incluindo in-
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cêndios e ameaças contra a segurança pessoal dos pastores. Segundo os primeiros relatórios policiais abertos ao público, em 1990, nas bibliotecas de São Petersburgo czarista, em 1906 havia uma igreja adventista em Minsk, com 14 membros e outra em Mogilyev, com 17 membros. Mas o primeiro grupo adventista oficial de Belarus foi organizado em 1925, em Zhoekino, uma vila na região de Brest. Em cinco anos, Belarus tinha um total de seis igrejas e 215 adventistas. Em 1960, cerca de 550 adventistas viviam em Belarus, mas a igreja estava longe de ser oficialmente organizada, o que aconteceu, finalmente, em 1990. Hoje, a Igreja Adventista cresce vagarosamente em Belarus, com aproximadamente cinco mil membros em 83 igrejas e grupos. A Associação de Belarus faz parte da Divisão Euro-Asiática. Para mais informações sobre a missão adventista em Belarus e em qualquer parte do mundo, visite o site www.GlobalMission.org.
BELARUS Capital Línguas Oficiais População Grupos Étnicos Religião
Minsk Bielorusso e Russo 9.7 milhões Bielorusso, 81%; Russo, 11%; Polonês, 4%; desconhecidos, 4% Ortodoxa Oriental, 80%; outras religiões majoritárias (Católica Romana, Protestante, Judaica e Muçulmana), 20%
Membros adventistas Adventistas por habitantes
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A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL
em untos J
Trabalhando Busca de
Consenso
Os desafios da missão ao redor do mundo, a estrutura organizacional da Igreja financiando o evangelismo na Janela 10/40 e a postura da Igreja em relação à coabitação e convivência entre pessoas do mesmo sexo – foram algumas das questões consideradas por 300 líderes da Igreja, de todas as partes do mundo, que se reuniram recentemente na Associação Geral. Em conversa com o editor da Adventist World, Bill Knott, o presidente da Igreja Mundial, Jan Paulsen, discutiu algumas das decisões mais importantes do Concílio de 2007 e reflete sobre o significado desse evento anual.
Bill Knott: Pastor Paulsen, o que faz desse Concílio Anual um evento importante para a Igreja? Jan Paulsen: Essa é uma ocasião única na vida da nossa Igreja global. É a época do ano em que a liderança da Igreja, de todas as partes do mundo, de todos os países onde temos representatividade, se reúne. Esta é uma reunião de aconselhamento, planejamento, de aceitar as declarações e decidir como compartilhar nossos recursos. É um processo de consulta e de procura pelo consenso. Mas a missão da Igreja nunca pára. Por isso, trabalhamos em função de decisões com espírito de respeito uns para com os outros e com sensibilidade para ver como nossas ações impactarão o campo da missão. Os membros da comissão em sua maioria são eleitos, podendo ser líderes de igreja ou administradores de instituições dela. Existe, porém, um número de pastores de igreja que não fazem parte desse grupo por não terem sido eleitos. Como igreja, estamos dizendo: “Precisamos ouvir, diretamente, aqueles que nutrem as nossas congregações.” Por isso, incluímos um número significativo de membros leigos, vindos de todas as Divisões do mundo; queremos que sua voz seja ouvida claramente.
Então, este não é apenas um evento “magistral”? Não é. Não é um show. Somos muito enfáticos nos quesitos abertura e honestidade, e com abrangência mais ampla possí-
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vel, no sentido do envolvimento da igreja na hora de fazer as decisões.
Fiquei impressionado com o fato de que quando uma decisão está uniformemente dividida, os membros da Comissão parecem dizer: “Se estamos divididos neste ponto, ainda não estamos prontos para tomar essa decisão.” Houve acordo, mesmo quando os dois lados diferiram, no sentido de parar, repensar, reformular e ver se poderíamos emergir com alguma coisa melhor? Exatamente. Achei maravilhoso esse espírito. Fiquei muito satisfeito quando um indivíduo, que tinha grande preocupação sobre a formulação de uma proposta, foi capaz de se pronunciar e os ajustes necessários foram feitos. Um tempo depois ele voltou ao microfone e disse: “É isso que eu amo na minha Igreja. Podemos ser abertos, apoiamos uns aos outros e trabalhamos juntos para encontrar um meio de seguir adiante.” Acho que isso diz alguma coisa sobre o espírito do nosso trabalho. As questões não são sempre fáceis. Um item discutido
Há alguns anos, decidimos mudar o horário do Concílio Anual para sempre começarmos celebrando o sábado juntos. E isso não é meramente uma “introdução” ao Concílio Anual. Nosso primeiro e mais importante item na “agenda” é a adoração a Deus. Depois, no domingo de manhã, reservamos um tempo para ver a agenda missionária da Igreja. Desde 2005, colocamos nosso foco na iniciativa: “Diga ao Mundo”. Gastamos tempo avaliando nosso trabalho: ouvimos relatórios e estatísticas, levando em conta os desafios. Começando cada Concílio Anual com o culto de sábado e com o foco na missão, construímos uma base para tudo o que está por vir. É nossa intenção que tudo o que o Comitê Executivo faça seja moldado e impulsionado pelo mandato espiritual da Igreja. R A J M U N D
D A B R O W S K I
nesse Concílio Anual foi relativo a como nós, igreja, nos relacionamos com aqueles que optam por um estilo de vida que contraria nossos valores. Para alguns, essas questões são difíceis até mesmo de serem discutidas: a coabitação; o que constitui um casamento; aqueles que estabelecem relacionamentos com parceiros do mesmo sexo. [Veja “Salvaguardando a Missão em Mudança de ambientes sociais” www.adventist. org/beliefs/other_documents/safeguarding.html Temos que lembrar que a igreja existe no mundo; não podemos sair dele. Encontraremos muitos pontos de vista diferentes, muitas coisas de que talvez não gostemos. Nesse Concílio Anual, precisávamos encontrar uma linguagem que levasse os mesmos padrões para todas as culturas e para cada parte da igreja mundial. Isso tudo deve ser feito de maneira sensível à vontade de Deus e à fragilidade humana. O processo de voto dessa declaração se tornou um exemplo típico da nossa igreja mundial, que engloba diferenças culturais enormes, frente a uma questão delicada e achando um meio de expressar um entendimento mútuo.
E isso, de certo modo, é a igreja em seu melhor momento. É um exemplo de deixar para trás um processo estritamente democrático e aderir ao processo que reflita a natureza da Igreja como uma entidade liderada pelo Espírito Santo. Você pode ganhar um voto, mas ao mesmo tempo, estragar a unidade. Sim. Nesse Concílio Anual, estamos fazendo uma coisa que nenhuma outra igreja faz. Quando tomamos decisões sobre questões essenciais – sejam elas políticas, posições declaradas ou a partilha de recursos – chegamos a um acordo como uma família mundial. Nós oramos juntos e lemos os documentos de autoridade maior – a Bíblia, os escritos de Ellen White – e ouvimos ao nosso próprio coração. Assim, ficamos firmes onde estamos como Igreja global.
Talvez, no passado, alguns tenham sentido que o Concílio Anual tenha sido impulsionado principalmente por questões financeiras. O senhor, porém, está dizendo que essa nova agenda reflete as nossas preocupações mais básicas, a missão, e que as finanças da Igreja têm o seu lugar apenas para apoiar essa agenda? Sim! Durante o Concílio Anual e as reuniões pré-Concílio, que acontecem com a liderança dividida em grupos, constantemente perguntamos: Como temos certeza de que o modo como usamos nossos recursos tem a Missão como prioridade? Esse ano ocorreu uma situação inusitada. A Igreja recebeu uma grande soma de dinheiro – fundos que foram doados especificamente para o trabalho missionário da Igreja. Como esses recursos devem ser usados? Estamos agora no processo de consultar uns aos outros nas diferentes divisões da Igreja mundial, para desenvolver uma lista de atividades missionárias essenciais. Uso a palavra “essencial” porque não estamos pensando em “novidades”, ou seja, em algo para ser tentado por um tempo, e que, depois, seja descontinuado. Estamos falando sobre o que é por falta de uma expressão melhor, o “feijão com arroz” da missão da Igreja; coisas que fomos chamados para fazer. Temos que ser mais eficientes para alcançar a Janela 10/40 (região geográfica que se estende do Oeste da África, passando pelo Oriente Médio, até a Ásia). Temos que desenvolver os recursos que nos permitirão chegar a essas regiões onde poucas pessoas ouviram sobre Cristo. Existem, ainda, outros lugares, fora da Janela 10/40, onde estamos deixando a desejar. Eu incluiria nessa lista as grandes cidades do mundo, onde reside mais de 50% da população mundial e onde a Igreja não tem presença muito forte.
Há uma expressão, usada pelo pastor Bob Lemon (tesoureiro da Associação Geral), relacionada a esses fundos: “Eles irão impulsionar a missão da igreja por meia geração a mais.” Eu pedi para que explicasse melhor, e ele Fevereiro 2008 | Adventist World
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A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL disse: “Há alguns planos feitos por nossas comissões que levariam, talvez, entre 7 a 10 anos para se realizarem. Agora, porém, se tornaram possíveis, em muito menos tempo.” Enquanto o senhor ouvia os líderes durante o Concílio Anual, sentiu que há mais esperança por causa dessa possibilidade? Sim, com certeza, em toda parte do campo mundial. Esses recursos serão utilizados na Missão Global da igreja, e
a missão? Que estruturas servirão melhor à igreja onde estamos?” Essa é uma mudança de paradigma muito significativa, as necessidades da igreja guiarão a estrutura. É importante lembrar que existem dois pontos estruturais que permanecerão: de um lado, está a congregação com base na congregação circunscrita, e do outro, a ligação com a família da igreja global, as divisões e a Associação Geral. A despeito de como a igreja se defina localmente, nunca se deve esquecer que pertence a uma estrutura maior, global.
Parece que essas novas orientações permitem maior flexibilidade às comissões para determinar o uso desses recursos. Imagino que uma das forças a dar esse impulso é o desejo de reservar mais recursos para a missão.
espero, nos próximos anos, avançar com o número de atividades essenciais que expandirão e aumentarão o impacto da missão ao redor do mundo. Esses dízimos chegaram a nós como uma expressão da fidelidade a Deus de alguém, e ao usarmos esses recursos, demonstraremos a mesma fidelidade.
O Concílio Anual também votou, por uma maioria esmagadora, algumas recomendações que parecem ter amplas repercussões na estrutura da Igreja. Qual é o significado disso? Essa é uma mudança importante em nossa maneira de pensar. Historicamente, definimos a estrutura da Igreja de maneira inflexível. As bases foram fixadas e tudo muito bem definido: igreja local, associação, união, as divisões e a Associação Geral. Onde estiver, temos que entrar em um desses “espaços pré-definidos”. Enquanto não acabarmos com esses espaços pré-definidos, estamos dizendo para a liderança da igreja: Examine as suas necessidades, seus recursos, sua capacidade, a missão à sua frente e o que faz sentido dentro dos seus limites, tanto de nacionalidade, como de língua ou cultura. Então pergunte a si mesmo: “Qual é a melhor maneira de eu contribuir com
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Sim, sem dúvida alguma. Os leigos de muitos países têm dito: “Temos que aliviar o fardo de tanta estrutura administrativa. Precisamos de mais pastores. Nossos recursos não são suficientes. O número de membros é pequeno e parece não estar crescendo. Podemos tentar de outra maneira?” Reunir as igrejas é uma alternativa que pode servir a igreja muito bem nessas áreas. No Concílio Anual, confirmamos essa alternativa e fizemos planejamentos específicos nessa direção. O novo princípio de flexibilidade, entretanto, vai além disso: as divisões, agora, têm a habilidade de fazer arranjos estruturais que atendam a outras necessidades locais. Em áreas onde o crescimento do número de membros da igreja é muito acelerado, como em algumas partes da America Latina ou da África, os líderes da igreja podem desejar fazer uma supervisão local, antes que o território esteja pronto para encaixar-se nos espaços pré-definidos. Uma vez que a área estiver estabelecida e madura, e exista infra-estrutura, poderá, então, ser usada uma das categorias regulares da estrutura. O que a igreja está dizendo é: Considere as necessidades da igreja – sem perder de vista a missão e a unidade da igreja – considere sua capacidade de recursos e deixe que esse seja o critério para a estrutura administrativa já formada.
Pergunta final: O que aconteceria com a igreja se não existisse um Concílio Anual? Não consigo, nem mesmo imaginar, como essa igreja poderia funcionar como uma família global, se não viéssemos constantemente ao redor da mesa. Se isso não acontecesse, a igreja, como uma comunidade mundial, rapidamente se desintegraria. O Concílio Anual representa a partilha de nossos recursos, planejamento e diretrizes. É o momento, a cada ano, onde nos reconectamos como igreja global, quando nos comprometemos a compartilhar a visão da missão que Deus nos confiou.
Reduzindo o de Contrair
RCsco âncer ■
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Existem regras para reduzir o risco de contrair câncer? ua pergunta é bem atual – e a resposta é sim. No fim do mês de outubro de 2007, o Fundo de Pesquisas sobre o Câncer (FPC) liberou um relatório muito importante sobre esse assunto.* Dos que já foram publicados, esse é o mais simples de ser compreendido, relacionando o câncer com dieta, atividade física (exercício) e peso do corpo. Sete mil pesquisas foram analisadas e usadas como base de dados. O quadro formado pelo relatório foi composto por 21 cientistas de renome internacional. Entre os observadores oficiais do processo e avanço do relatório, estavam a UNICEF e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Manter o peso corporal em níveis saudáveis é uma das coisas mais importantes para prevenir o câncer. Há evidências convincentes de que pelo menos seis diferentes tipos de câncer estão relacionados com a gordura do corpo. Isso inclui câncer do intestino (câncer do cólon e reto) e o câncer de mama manifesto após a menopausa. A recomendação do FPC é que se deve manter o menor peso possível dentro de uma escala saudável e evitar ganhar peso através da vida adulta. Quem estiver acima do peso, deve providenciar sua redução. Esse é um comprometimento para toda a vida e, muitas vezes, uma luta! Sabemos isso por nossa própria experiência. A seguir, outras descobertas importantes do FPC: ■ Carnes processadas aumentam o risco de câncer de cólon e reto.
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Há fortes evidências de que a carne vermelha causa câncer de cólon e reto. O FPC recomenda que o consumo de carne vermelha, por pessoa, não ultrapasse 500 gramas (peso após cozimento) por semana. O aleitamento materno é fortemente recomendado. Recomenda-se às mães que amamentem os bebês por seis meses. Depois desse período, devem continuar amamentando como parte do esquema alimentar do bebê (complementação). O aleitamento materno ajuda a proteger a mãe contra o câncer de mama e, provavelmente, protege a criança contra obesidade mais tarde na vida. Suplementos nutricionais não são recomendados para prevenção do câncer. Anteriormente, já compartilhamos estudos que mostram que certas substâncias, como o beta caroteno, quando ingeridas como suplemento, podem aumentar a incidência de câncer. A evidência de que o álcool causa câncer é mais forte agora do que no passado. Isso enfatiza mais um – entre os já conhecidos – riscos causados pelo álcool à saúde. Dá ainda uma diferente perspectiva à recomendação que alguns fazem de que se deve tomar uma taça de vinho, ao dia, para melhorar a saúde do coração. Ora, uma taça de vinho, diariamente, é suficiente para causar um crescimento significativo no câncer de mama em mulheres, na menopausa! O exercício e o controle de peso são capazes de incrementar a saúde cardíaca e proteger contra o câncer. Por que, então, correr o risco de consumir álcool, que vicia, e está provado ser cancerígeno (agente causador de câncer) e afetar a capacidade de julgamento e escolha? Outras recomendações para a preven-
S A Ú D E
N O
M U N D O
Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless ção do câncer: ■ Seja fisicamente ativo por, pelo menos, 30 minutos ao dia. Qualquer tipo de atividade conta. Quanto mais fizer, melhor. ■ Evite bebidas açucaradas e alimentos processados com alto teor de açúcar e gordura, e pobres em fibras. ■ Consuma mais vegetais, frutas, grãos integrais e legumes. ■ Limite o consumo de alimentos salgados e alimentos processados com sal. ■ Após o tratamento contra o câncer, os pacientes devem seguir as regras de sua prevenção. ■ Nunca masque, fume ou aspire tabaco. Essas recomendações estão de acordo com os conselhos de Ellen White, recebidos em 1863, durante uma visão sobre saúde. Esses mesmos princípios foram confirmados pelos Estudos da Saúde Adventista da Universidade de Loma Linda e que, agora, são formuladas como guia de prevenção ao redor do mundo. É importante notar que há variadas causas de câncer. Medidas preventivas retardam e modificam esses outros fatores, mas não garantem uma vida livre de câncer enquanto vivermos neste mundo. *www.wcrf-uk.org/research_science/recommendations.lasso
Allan R. Handysides, M.B.,
Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento de Saúde da Associação Geral.
Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., diretor executivo do ICPA e diretor associado do Ministério da Saúde. Fevereiro 2008 | Adventist World
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A Incrível
Dimensão do
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Por Lawrence G. Downing
João 3:16. Esse é, provavelmente, o texto mais conhecido em toda a Bíblia: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” O texto a seguir é uma simples reflexão desta conhecidíssima passagem da Bíblia: “Porque Deus Amou”
O amor que se mantém reservado faz pouco por outras pessoas. O amor passivo pode oferecer conforto quando está por perto, mas o verdadeiro amor, o amor que vem de Deus, é diferente. O amor encontrado em João 3:16 é um amor profundo, mas que vem à tona e se manifesta. É um amor consciente e responsável. A dinâmica do amor de Deus foi evidenciada em uma Pessoa, em horário específico, em local determinado, para um fim específico. “Que Deu”
Deus deu Seu Filho. “Isso é incrível!” escreveu o poeta. É incrível que Deus quisesse dar! Não alcançamos o sentido de se tomar a decisão de deixar os lugares celestes para compartilhar conosco a vida na Terra. Como isso aconteceu? Não temos paralelos para comparar e compreender o que foi a encarnação. Há apenas uma resposta: Deus é amor – ágape em grego. Que amor poderoso! O destino do nosso mundo depende desse amor. Quando ele nos preenche e nos envolve, temos coragem e fé para enfrentar o amanhã e todos os amanhãs seguintes. O amor define o caráter de Deus. Deus deu. Nós recebemos. Nesse presente há vida, agora e para todo o sempre. “Seu Filho Unigênito”
A pessoa de Deus é um mistério: Pai, Filho e Espírito Santo! Não há palavras ou metáforas, ou frases elaboradas, ou exercício mental capazes de tornar compreensíveis os pensamentos de Deus. O Filho unigênito de Deus, Seu único Filho – como podemos colocar em nossa mente minúscula a noção de que um Ser eterno tem um Filho eterno? Explique, se você
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O texto mais conhecido da puder. O que vem antes de para sempre? O que vem depois de eternamente? No princípio era o Verbo (a palavra) e o Verbo era Deus (Jo 1:1). Deus deu esse Verbo para o nosso mundo. Nosso conhecimento e compreensão são baseados em relacionamentos entre coisas já existentes. Uma coisa está relacionada ou segue a outra. Sabemos que quando um interruptor envia o circuito elétrico para uma lâmpada, o resultado é luz. Quando apertamos o botão, já temos idéia do que vai acontecer. Conhecemos as leis elementares que governam tal processo. Os elétrons não são estranhos para nós. Agora, como podemos encontrar palavras ou definições acerca da declaração que proclama que Deus deu Seu único Filho? Nossa lógica termina antes de seu princípio. “Todo Aquele que nEle Crer”
Crer! Apenas crer. A raiz de crer é confiar. Assim, essa é uma declaração de confiança. E quais são os limites da sua confiança? Imagine que uma pessoa na rua venha até você e diga que ela tem no bolso um cheque de um milhão de reais, o qual lhe foi dado, diz ele, por um estranho. Esse estranho diz que está disposto a endossar esse valor em seu favor, não dando nem uma razão para tal generosidade. Diz apenas que você
mais pecar.” Ou então: “Todo aquele que crer e viver o tipo de vida que todo cristão deve viver.” Não, Jesus simplesmente diz: “Todo aquele”. Isso significa qualquer um – qualquer um e todos os que nEle crerem. A graça é tão simples assim, tão acessível? Não. Não temos permissão para viver qualquer tipo de vida que nos convenha. A declaração de João 3:16 é uma afirmação de causa, uma afirmação de processo. Somos salvos pela fé, por nossa crença, nossa confiança em Jesus Cristo. Ponto final! Não se pode acrescentar nada a essa afirmação. Qualquer alteração será repelida. Precisamos aceitá-la como é: Deus amou o mundo e Suas criaturas de tal maneira que escolheu dar Seu Filho, de modo que qualquer pessoa que decidir acreditar receberá a vida eterna. Pense nessa promessa como um bônus de Deus.
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“Não Pereça, mas Tenha a Vida Eterna”
Bíblia reúne todo esse amor. parece uma boa pessoa; então, lhe dá o cheque devidamente endossado. Qual seria sua reação? Você correria ao banco para sacar o dinheiro? Um cheque de um milhão de reais recebido de um estranho provavelmente exceda nossos limites de confiança. Imagine, porém, que um amigo lhe dê um cheque de dez reais, qual é o limite de confiança entre você e essa pessoa? Seria necessário um teste de confiança para depositar esse cheque? O sistema de confiança do qual falamos em João 3:16 não envolve dinheiro, obviamente. O assunto aqui é vida – a sua e a minha. E a questão é: Qual é o limite da sua confiança? Quão extensa é a minha confiança? Você confia, você crê que Deus salvará Simão Pedro ou o apóstolo João? E o que falar de Moisés e Abraão? Você crê que Maria, mãe de Jesus, estará no Céu? Se você não tem nenhuma dúvida sobre esse assunto, então por que não? E você será incluído no reino de Deus? O texto em questão nos convida a aceitar que Deus, em Seu amor, nos deu Seu Filho, para que você e eu fôssemos cidadãos do Céu. A integridade de Deus está em jogo. É um contrato, mas sem complicação legal; pelo contrário, é uma declaração simples e direta: “Todo aquele que nEle crer”. Ele não diz: “Todo aquele que crer e prometer nunca I L U S T R A Ç Ã O : J O H N S T E E L . U S A D O C O M P E R M I S S Ã O PA C I F I C P R E S S P U B L I S H I N G A S S O C I AT I O N
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Temos aqui duas palavras exclusivas: perecer e vida. Não podemos ter vida e, ao mesmo tempo, perecer. De tudo que sabemos sobre os planos e propósitos de Deus para Sua criação, perecer não estava no plano original. Fomos criados com vida e tudo o que era necessário para mantê-la. Sabemos, porém, o que deu errado. Temos a noção de como a corrente de vida foi quebrada, mas saber exatamente como tudo isso aconteceu é algo mais complexo. Sabemos, entretanto que, no momento em que os planos de Deus para a raça humana se desviaram do original, no momento em que nossos primeiros pais escolheram violar a ordem explícita de seu Criador e seguir seu próprio caminho – naquele momento, surgiu um novo fator: perecer tornou-se realidade. Antes, a idéia de perecer era apenas uma opção remota. Separar-se da fonte de vida é perecer. Mas Deus estava preparado, com o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. Agora, é possível ter vida outra vez. O texto não estende um convite. Antes, é uma coleção de declarações descrevendo, nominalmente, o que Deus fez. Aprendemos porque a ação foi tomada e conhecemos os resultados. A essa ação chamamos de ‘o grande plano de salvação de Deus!’ “Pois Deus amou [...] de tal maneira, que deu.”
Lawrence G. Downing, quando escreveu
esse artigo, servia como pastor da Igreja Memorial Ellen White, em Los Angeles, California. Hoje, é professor no Instituto Internacional Adventista de Estudos Avançados (AIIAS), nas Filipinas.
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nclinei-me em direção à janela, empurrando o passageiro ao meu lado, num esforço para ter um vislumbre da costa de Honduras, que se aproximava. A vista é maravilhosa – montanhas verde-esmeralda emergem das águas caribenhas num tom azul claro; as encostas das montanhas são cobertas de árvores frutíferas e cortadas por rios que correm preguiçosamente entre moradias cobertas de sapé. Uma hora mais tarde, estávamos saindo da cidade de San Pedro Sula em direção à pequena cidade de Santa Bárbara, na região nordeste do país. Após várias horas balançando nas estradas através das montanhas, a bordo de um ônibus escolar, chegamos ao El Hogar de Niños (O Lar das Crianças), mantido pelo REACH International, Inc., uma organização de ajuda humanitária, com sede em Berrien Springs, Michigan, Estados Unidos, cujo objetivo é ajudar crianças. El Hogar é um lugar modesto, próximo à estrada principal da cidade, localizado na encosta de uma colina rodeada de montanhas. Construída como uma grande fazenda, a estrutura de blocos de concreto abriga quase 50 crianças entre 7 e 18 anos de idade. Estive lá, com outros membros da igreja que freqüento – Igreja Adventista Hispana de Washington, em Silver Springs, Marydand, nos Estados Unidos – para ajudar a construir quartos adicionais e fazer outros trabalhos de grande necessidade na manutenção das instalações. Enquanto caminhava por uma poeirenta estrada ladeada por palmeiras, a qual liga a estrada principal ao complexo, não tinha idéia de como esse lugar mudaria minha vida. El Hogar teve seu início com sete crianças, há 12 anos, quando o diretor Nelson Rodríguez reconheceu essa tremenda necessidade, ao retornar ao seu país natal, após seis anos nos Estados Unidos. Ainda hoje, a cada mês, muitos bebês são abandonados no hospital local, por mães que não têm condições de criá-los. No início, Rodríguez concentrava-se nas necessidades imediatas das crianças: alimento, roupa e outras necessidades básicas. Mas quando elas começaram a crescer, ele detectou outra necessidade essencial: educação. Sem encontrar uma escola primária que se ajustasse ao orçamento, decidiu fundar sua própria escola, logo abaixo da colina, perto de El Hogar. A escola, agora, provê educação acessível para a região e serve cerca de 200 estudantes. À medida que as crianças progrediram nos estudos, uma escola de segundo grau foi aberta em uma propriedade do governo, abandonada, localizada na redondeza. Atualmente, 150 alunos estão matriculados e a escola continua a expandir-se.
César Antonio González é o coordenador de iniciativas para o Ministério de Voluntariado da Divisão Norte-Americana.
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Por César Antonio González
Há cerca de dois anos, a escola secundária criou um curso de auxiliar de enfermagem. Rodríguez, enfermeiro alto padrão, especializado em anestesia, coordenou a iniciativa para oferecer opção de carreira aos estudantes mais velhos, quando deixarem El Hogar, o que é requerido por lei ao completarem 18 anos de idade. Em abril de 2008, haverá a primeira formatura de enfermeiros. Rodríguez, porém, não conseguiu parar com El Hogar e três escolas. “As pessoas nos pediam continuamente para cuidar de suas crianças por apenas dois dias, mas não tínhamos estrutura para isso”, diz ele. Então, após conseguirem uma licença para utilizarem outra propriedade sem uso do governo, Rodríguez fundou uma creche na cidade. Por incrível que pareça, todos os dias, às 10h30 da manhã, as crianças começam a chegar à creche, a maioria das quais, sozinhas. A equipe cuida delas, alimenta e ensina-lhes o alfabeto e os números. As crianças também brincam juntas, aprendem canções e ouvem histórias da Bíblia. No fim da tarde, voltam para casa. Ver uma criança de 5 anos de idade vagueando sozinha entre as colinas, é uma experiência de que não me esquecerei tão cedo. Com uma taxa de desemprego de 40%, têm muita sorte os pais que estão empregados, os quais estão agradecidos por ter um lugar onde deixar seus filhos bem cuidados. El Hogar é, ao mesmo tempo, o lugar mais feliz e mais triste onde já estive em minha vida. Uma criança pode encontrar refúgio por um dos três motivos seguintes: precisa ser órfã, abandonada ou abusada. Por isso, pode-se pensar que El Hogar é um lugar triste, mas a realidade está longe disso. Há uma energia difícil de ser descrita. A vida ali parece pura e poderosa, desprovida de distrações e compromissos superficiais. Eu vivi enquanto estive lá. Enquanto conversava com as crianças, era comum ouvir sobre os tristes acontecimentos da vida que as levaram ao El Hogar: pais mortos em acidentes ou por assaltan-
Viagem missionária a Honduras proporciona visão mais próxima de Deus.
G R A C E E C É S A R P O R F O T O S
De cima para baixo: LOUVANDO A DEUS: Ao louvarem durante o culto, tem-se a impressão de que as crianças esquecem as tragédias de sua vida e cantam como se compreendessem que Deus é seu bem mais precioso. RAZÃO PARA SACRIFÍCIO: O lar abriga quase 50 crianças entre 7 e 18 anos de idade.
G O N Z Á L E Z
bês
tes, mães envolvidas em prostituição, incapazes de cuidar dos filhos; crianças mais velhas, de casamentos anteriores, abandonadas após novo casamento; ou por motivos piores ainda. Mas o bem que El Hogar está fazendo é visível em cada rosto. Em minha primeira noite ali, encontrei Manuel, ou melhor, ele chamou minha atenção. Eu estava sentado em uma cadeira de balanço, ocupado com minhas coisas, quando ele chegou e sentou-se ao meu lado, com se fôssemos velhos amigos ou como se eu fosse uma mobília. Ele falou um pouco e saiu. Mais tarde, soube como Manuel chegou ao El Hogar. Foi abandonado na creche, quando bebê, muito doente, quase morto. Érica Russell, uma voluntária americana que trabalhava no orfanato, assumiu o desafio de cuidar de Manuel, dia e noite, até sua recuperação. Hoje, Manuel é mais desenvolvido e precoce que a maioria das crianças; freqüentemente pode ser visto subindo na árvore mais próxima. Cuidar de tantas crianças e alimentá-las é um grande desafio encarado por um pequeno, mas dedicado grupo, liderado pelas irmãs Maria José e Maria Jesus Hernandez, da Espanha. Cuidar de cada criança custa apenas vinte dólares por semana. As crianças não ficam ociosas. Há tanto trabalho a ser feito, que gastam grande parte do tempo cumprindo tarefas. Os meninos, nas tardes quentes, trabalham no campo, onde plantam vegetais para complementar o suprimento de alimentos. As meninas fazem a maior parte do trabalho de limpeza e de lavanderia. As crianças ainda limpam a escola, após as aulas, ajudam na cozinha e lavam uma pilha interminável de louças, após cada refeição. Freqüentemente me lembro de uma garotinha cujo trabalho era puxar um carrinho de mão, cheio de roupas molhadas, da lavanderia até a ladeira, para dependurálas no varal para secar. Ela forçava os bracinhos, mas em seu rosto sempre havia um sorriso. O espírito dessas crianças parece inabalável. Nas duas semanas que permaneci ali, nunca presenciei uma briga, nem mesmo uma discussão. Faziam seu trabalho sem reclamar. Partilhavam tudo o que tinham, e os mais fortes cuidavam dos mais fracos. A lembrança mais querida para mim, entretanto, é o culto vespertino. Ouvir aquelas crianças cantarem foi um ponto alto na minha vida espiritual. Irradiavam uma alegria raramente vista e difícil de ser descrita. Tem-se a impressão de que esquecem toda a tragédia da vida enquanto louvam, e cantam como se entendessem que Deus é sua posse mais preciosa. Céu e Terra estavam próximos um do outro. Não foi apenas um privilégio, mas um prazer dedicar-me a essas crianças. Será que eu também sou precioso aos olhos de Jesus e que Ele tem o mesmo sentimento em relação ao Seu sacrifício por mim? Para entrar em contato com El Hogar de Niños, escreva para o diretor Nelson Rodríguez, no seguinte endereço: nar@hondutel.hn
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Jesus Não é um Alarmista
A seguir está o resumo do sermão pregado pelo autor, durante o Concílio Anual da Associação Geral, Silver Spring, Maryland, nos Estados Unidos, em outubro de 2007. – Os Editores
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uando compartilhou com Seus discípulos a mensagem profética registrada em Mateus 24 e 25, Jesus tinha total consciência dos trágicos eventos que pouco tempo depois viriam sobre Ele. Também expressou Sua preocupação pelo futuro de Sua amada igreja em um mundo em desintegração. Surpreendentemente, porém, Ele parecia menosprezar esses movimentos catastróficos e solicitou a Seus seguidores que não ficassem obcecados por eles. Contra esse cenário desalentador, Ele levantou Sua voz duas vezes em tons triunfantes, quando nos dá a segurança da completa vitória do evangelho: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo” (24:14), diz Ele; e irá produzir grande colheita ao redor do mundo, reunida pelos anjos “de uma a outra extremidade dos céus” (24:30, 31).
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Vejo certo padrão no capítulo 24 de Mateus. Jesus começa com uma advertência que expressa Sua inquietação pela igreja. Ele fala como o Pastor de Seu amado rebanho: “Vede que ninguém vos engane” (verso 4). Aí, Ele cita alguns dos perigos que a igreja enfrentaria após Seu retorno para o Pai: falsos messias, guerras e rumores de guerra, fome e terremotos. Jesus, porém, parece minimizar a importância desses eventos como indicadores proféticos de Seu iminente retorno. Parece estar dizendo: “Assim serão os eventos da história; não são sinais do fim,” como o verso 6 é parafraseado na versão bíblica The Message (A Mensagem). Jesus, então, chega mais perto de Sua igreja e fala primeiro de tempos difíceis que virão sobre ela. O Campeão do amor tem o coração partido ao concluir que “o amor se esfriará de quase todos” (verso 12). Já nos versos 13 e 14 Ele faz duas predições surpreendentemente positivas a respeito da firmeza e do evangelismo. (Retornaremos a esses versos mais adiante.) Um pouco mais tarde Jesus parece recomeçar advertindo a igreja contra falsos cristos (verso 23). Ele fala de um
da
Por Adrian Bocaneanu
tempo de tribulação sem precedente e ainda informa que esse tempo será abreviado (versos 21, 22). Descreve, ainda, as circunstâncias da Sua verdadeira vinda (versos 27-30) e alcança o clímax de Sua mensagem profética no verso 31, como um eco do que disse no verso 14. Nesse verso Ele disse que o evangelho será pregado em todo o mundo, e agora sabemos que, como resultado, teremos uma colheita mundial, que “Seus eleitos” serão reunidos “de uma a outra extremidade do céu”! Que palavras estranhas e maravilhosas foram proferidas por Ele, no Monte das Oliveiras! Rejeitado e desprezado (como Ele era) pelos líderes da nação e, logo à Sua frente, o sofrimento de uma morte vexatória! “Ele enviará Seus anjos.” Eles são dEle, pois Ele mesmo é Deus. A voz como de trombeta no Monte Sinai era excessivamente alta. Quanto mais alto e mais terrível será o som da trombeta que despertará os mortos, convocando mortos e vivos diante do Seu trono! Os anjos são Seus; os eleitos são Seus. São de Cristo, comprados pelo Seu precioso sangue, Seus, porque foram feitos “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai” (1Pe 1:2), e doados ao
a único Filho. Eles são dEle, e ninguém pode arrancá-los de Suas mãos. Seus anjos irão reuni-los dos quatro cantos. Nenhum deles se perderá, onde quer que estejam, nos lugares mais remotos da Terra ou deitados em tumbas há muito esquecidas. Os anjos irão reuni-los a todos – tanto nas cabanas como nos palácios, nas cidades abarrotadas da Ásia e no altiplano da América do Sul; nos centros de aprendizado sofisticados da Europa Ocidental e América do Norte e nas choupanas dos refugiados de guerra. Os anjos levarão cada um dos eleitos de Deus a salvo para o Senhor que os amou e morreu por eles, em quem creram e a quem amaram e confiaram até a morte. Predições Emocionantes
Voltemos aos versos 13 e 14. Aqui temos, lado a lado, duas predições gloriosas dessa mensagem de Cristo para o fim dos tempos: uma se refere à firmeza dos Seus seguidores e a segunda, à universalidade da proclamação do evangelho. Estão juntas porque são correlatas. Paciência inabalável e perseverante lealdade a Cristo são necessárias para
a proclamação da mensagem do evangelho. Quem são aqueles que resistirão a todos os ataques à sua fé e amor? O que os torna tão inabaláveis? São eles fortes por natureza, desafiadores e insensíveis diante da dor física e da angústia emocional? Provavelmente, não! Ao contrário, isso ocorre porque eles têm esperança, confiaram nas promessas do Salvador e fizeram delas o centro de sua vida. Fico surpreso quando vejo como o Evangelho tem progredido com o apoio da tecnologia. Pregamos que, no fim dos tempos, “muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará” (Dn 12:4). E os resultados são impressionantes. Transportes modernos por preços acessíveis, trabalhos de imigração, paz em locais conhecidos como permanentemente problemáticos, comunicação digital e relativa prosperidade em lugares sem história de auto-suficiência. Tudo isso estimula jovens e velhos a irem a todos os lugares, dos mais conhecidos até os territórios mais inacessíveis.
gurou na Romênia. Um dia antes de minha viagem para Washington, DC, o líder jovem de minha igreja começou a preparar uma viagem missionária para a África, no ano seguinte. Saímos de nosso isolamento e enxergamos o mundo como nosso campo missionário. Nessa comissão, temos um membro leigo, bastante jovem, vindo da Romênia. Ele é um estudante de odontologia e já participou de três projetos médico-missionários nas Américas do Sul e Central. Um grupo de 30 jovens acabou de chegar do Quênia e, entre eles, um casal de alunos do ensino médio e faculdade, a esposa do presidente da união romena e toda a família do tesoureiro. Não consigo descrever quão feliz me sinto quando vejo, a cada dia, milhares de lares sendo adicionadas à nossa lista de espectadores potenciais
Adrian Bocaneanu é
O que Deus Tem Feito
Tenho o privilégio de trabalhar como pastor de igreja e também para o canal de televisão que a igreja inau-
Euro-Africana.
diretor do Hope Channel (Canal da Esperança) na Romênia e pastor de uma igreja local na Divisão
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da Speranta TV , o mais novo membro da família Hope Channel (Canal da Esperança). Estamos atingindo, agora, cerca de 2 milhões de lares por cabo e DTH*, sem mencionar a Internet. Em cinco meses, houve 1.2 milhões de visitas ao nosso website, onde a TV pode ser acessada ao vivo. É inacreditável! Começamos a usar a tecnologia de satélite há apenas alguns anos (com a Rede 96 e 98, e com o projeto ATOS 2000, do programa Está Escrito, em Bucareste, Romênia), e agora, poucos anos depois, temos uma programação romena, de 24 horas, 7 dias por semana, atingindo milhares de lares na Europa! Outro dia, um de nossos técnicos estava ligando para uma empresa para encomendar um produto. Quando forneceu seu endereço eletrônico, o homem perguntou: “É verdade? Você trabalha na Speranta TV? Eu gosto muito desse canal. Parabéns!” Acabo de receber uma mensagem de um telespectador que, a princípio, ficou tão zangado pelo fato de sua companhia de
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TV a cabo ter acrescentado nosso canal à sua programação que resolveu ligar para lá e pedir que ele fosse retirado. Eles não o fizeram e, agora, esse mesmo telespectador estava escrevendo para dizer que gosta muito de nós! O que está acontecendo na Romênia é apenas uma pequena parte desse trabalho em crescimento ao redor do mundo – tudo com o mesmo propósito: o evangelho a todo mundo, o mais rápido possível. Mais que no passado, essa é a geração da esperança. O que antes parecia ser uma missão impossível, está se cumprindo agora. Para tal povo Jesus disse: “Em verdade vos digo que não passará esta geração, sem que tudo isto aconteça” (Lc 21:32). Não Pelo Poder da Tecnologia
Entretanto, não obterá sucesso quem possuir a melhor tecnologia ou quem administrar de modo mais eficiente os recursos financeiros. O evangelho será pregado a todo mundo, disse Jesus, por aqueles que perseverarem. E o único modo de perseverar inabalável é com esperança. Por vezes, o testemunho do povo da esperança vem de forma inesperada, sob o disfarce de aparente fraqueza e
derrota. O impacto sobre as pessoas é, muitas vezes, trazido à luz do dia apenas depois de longos atrasos, como é evidenciado pela história, a seguir, extraída, na íntegra, do jornal romeno de maior circulação no país. A história, escrita por um jornalista que nunca conheci, foi publicada no início de 2007, num momento em que o país debatia violentamente algumas questões relacionadas com a liberdade religiosa e a remoção dos ícones ortodoxos das salas de aulas romenas. Intitulada “Perdoe-me , Beatrice!”, a história correu como segue: “Cerca de vinte e cinco anos atrás, eu era um garoto da sétima série em um bairro de trabalhadores de Bucareste. Tinha uma colega de classe chamada Beatrice. Ela era pequena, linda e inteligente. Ela sentava na segunda carteira da fila do meio. Era a melhor da classe. Não falava sem permissão e vestia-se de acordo com as normas. Em resumo, era a criança dos sonhos, comparado ao resto de nós, barulhentos, mal educados e rebeldes. “Para toda a classe, Beatrice era um mistério. Todos nós sentíamos uma forte inveja dela. Naquela época, era inadmissível para uma criança em
O evangelho será pregado a todo mundo por aqueles que perseverarem. E a única razão para perseverar e permanecer inabalável é a esperança. idade escolar perder um dia inteiro de aulas, a cada semana. Além de perder todas as aulas, aos sábados, Beatrice saía antes do término das aulas na sexta-feira. Todos nós tínhamos aulas à tarde, e quando se aproximava o pôrdo-sol, ela reunia seus pertences e desaparecia. Era como Cinderela saindo do baile, às pressas, antes da meia noite. “Beatrice era filha de médicos e sua família fazia parte da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Todos os sábados ela recebia falta às aulas, sem justa causa. O diretor da escola e outros membros da administração freqüentemente solicitavam a presença de seus pais na escola, onde eram acusados, humilhados e maltratados. A própria Beatrice, em todas as reuniões da escola, era questionada, criticada, censurada e desprezada por causa de sua fé. “Numa sexta-feira à tarde, tivemos uma aula de História. Quase no fim, cinco minutos antes do recreio, a professora sugeriu à classe que impedíssemos que Beatrice fosse embora. ‘É hora de colocarmos um ponto final a esse tratamento especial’, disse ela. ‘Vou pedir que seus colegas a mantenham na classe e vou permanecer aqui até que o próximo professor chegue.’
“Beatrice, sem se intimidar com o tratamento, começou silenciosamente a recolher seus pertences. A professora desafiou a classe a impedi-la. Alguns dos garotos, eu inclusive, corremos para frente da porta para mantê-la fechada. Outros a rodearam tentando convencê-la a desistir. Beatrice sentouse em sua carteira. Após alguns minutos ouvindo nossos insultos, ela tapou os ouvidos, como para se proteger e começou a chorar. As lágrimas rolavam pela face como dois riachos em busca da luz do dia. Ficamos chocados e sem ação. Houve um silêncio absoluto, como se, ao mesmo tempo, toda a classe recebesse uma visão. Todos estávamos envergonhados de nós mesmos. “Sem dar a mínima atenção aos protestos de nossa professora, todos voltamos aos nossos lugares, humildes e penitentes. Beatrice saiu com as lágrimas ainda rolando pelo seu lindo rosto. Acima de nós, pairava apenas o ícone permitido nas escolas durante aqueles anos – destacando o Camarada Nicolae Ceausescu. “Daquele dia em diante, Beatrice não teve mais problemas quando chegava a hora de deixar a escola. Desenvolvemos uma misteriosa solida-
riedade. Até a ajudávamos a sair: nós a cercávamos e saíamos com ela pelo corredor para evitar que os professores a vissem partir. Compartilhávamos nossas anotações das aulas de sábado com ela e até assoprávamos alguma coisa nas provas, embora ela nunca precisasse disso. Dois anos mais tarde, ela e sua família emigraram. Desde então, eu não soube mais nada sobre aquela menina. “Numa sociedade normal, se houver apenas uma escola com apenas um estudante proveniente de família que professa outra fé, uma atitude deve ser tomada fora das salas de aula. Se não for assim, muitas outras crianças voltarão a viver a dolorosa história de Beatrice.” Veja, esse homem estava falando 25 anos mais tarde. Seu encontro na escola, aos 12 ou 13 anos de idade, com uma adolescente adventista, guardadora do sábado, mudou sua compreensão e deu a ele, anos depois, a coragem moral de tomar uma posição impopular. Um encontro emocional com uma cristã fiel, que testemunhava de sua fé, iniciou um processo que, finalmente, produziu frutos. Construindo Esperança
Nossa missão – nosso principal desafio – é construir tais testemunhas de esperança. Elas são o nosso mais precioso bem, valem cada hora que gastamos com elas, valem cada sermão estusiasmado que pregamos para elas, valem cada treinamento que preparamos para elas e valem qualquer sacrifício que façamos para instruí-las e equipá-las. Todos os recursos da igreja não são nada sem as pessoas com essa esperança, preparadas para resistir até o fim. Não é demasiado gastarmos todos os recursos da igreja para construir pessoas com tal esperança. Elas constituem o mais precioso segredo guardado no exército do Senhor – inabaláveis, imbatíveis, irresistíveis e insubstituíveis. Pessoas de esperança! Fazemos parte desse grupo? *Direto aos Lares, também conhecido como DBS – Direct Broadcast Satellite.
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riação C Faz Sentido NÚMERO 6
Por Graeme Loftus
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pós a formatura no Colégio de Cristo, Cambridge, onde se preparou para ser um ministro, Charles Darwin, em 1831, zarpou, como passageiro, a bordo do H.M.S. Beagle, para uma direção que impactaria o mundo. Sua viagem de cinco anos levou-o à costa ocidental da América do Sul, onde observou várias espécies de animais exóticos e desconhecidos. Um par de criaturas, em particular, os tentilhões de Galápagos, chamou a atenção de Darwin. Ele estudou os animais, coletou amostras e observou que tinham bicos de vários tamanhos e formatos. A observação dessas variações foi a inspiração para o desenvolvimento da sua teoria das origens. Darwin voltou à Inglaterra em 1836 e, em 1842, começou a rascunhar seu livro: A Origem das Espécies pela Seleção Natural, ou a Preservação das Raças
A Criação
Favorecidas na Luta pela Vida (conhecido simplesmente como A Origem das Espécies), publicado em 1859. Logo após a publicação de seu livro, Darwin correspondeu-se, por longo período, com seu colega, Asa Gray, falando sobre suas dúvidas e perplexidades em relação ao resultado final da evolução: “Tenho consciência de que estou em uma confusão absolutamente desesperada”, ele confessa. “Não consigo pensar que o mundo, como o vemos, é o resultado do acaso, e, no entanto, não posso olhar para cada coisa, em separado, como resultado de uma concepção.” (www.darwinproject.ac.uk/ darwinletters/calendar/entry-2998.html) A confusão de Darwin surgiu quando tentou conectar tudo o que observou nas maravilhas do mundo natural com a desarmonia existente paralelamente a essa beleza. Ao observar toda força destrutiva, escolheu rejeitar a
Deus é o Criador de todas as coisas e revelou, nas Escrituras, a autêntica importância da Sua atividade criadora. Em seis dias fez o Senhor “os céus e a terra” e todas as coisas que nela vivem, e descansou no sétimo dia dessa primeira semana. Assim, Ele estabeleceu o sábado como memorial perpétuo ao completar Sua obra criativa. O primeiro homem e a primeira mulher foram feitos à imagem de Deus como coração da criação, e foi dado a eles o domínio sobre o mundo e a responsabilidade de cuidar dele. Quando o mundo foi concluído, “eis que era muito bom”, e declarava a glória de Deus. (Gn 1; 2; Êx 20:8-11; Sl 19:1-6; 33:6, 9; 104; Hb 11:3.)
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Deus em lugar de investigar, na Bíblia, uma interpretação para aquelas distorções no mundo criado. Cada um de nós enfrenta esse mesmo dilema enquanto lutamos para compreender as origens. Não podemos evitar perguntas como: “De onde vim?” “Como cheguei até aqui?” e, “Como dar sentido à minha existência?” Finalmente, Darwin adotou a teoria ateísta das origens. Em outras palavras, ele eliminou Deus do cenário. Como nenhum de nós estava lá para testemunhar pessoalmente como tudo começou, temos que examinar as evidências disponíveis e decidir por nós mesmos. Hipóteses da Evolução
A evolução baseia-se em determinados pressupostos, delineados, como a seguir, pelo Dr. G. A. Kerkut, da Universidade de Southampton, na Inglaterra (Implicações da Evolução [Pergamon, 1960): ■ Nenhum elemento sem vida deu origem à matéria viva. ■ Essa geração espontânea ocorreu apenas uma vez. ■ Vírus, bactérias, plantas e animais estão todos interligados. ■ Os organismos unicelulares deram origem a organismos multicelulares. ■ Todos os organismos invertebrados estão relacionados. ■ Todos os organismos invertebrados deram origem aos vertebrados. ■ Os peixes deram origem aos anfíbios, que deram origem aos répteis, que
a seguir originaram os pássaros e finalmente os mamíferos. Deixo os leitores tirarem suas próprias conclusões sobre a probabilidade de essas hipóteses terem, realmente, ocorrido. A Bíblia, no entanto, dá-nos fortes evidências que nos ajudam a tirar outras conclusões a respeito de nossas origens. O apóstolo Paulo diz, com razão, que todos os seres humanos conhecem algo de Deus pela natureza, mesmo quando não têm conhecimento das Escrituras: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder, como também a Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Rm 1:20). Podemos não conhecer tudo a respeito de Deus por meio do estudo da natureza, diz Paulo, mas há duas coisas que podemos descobrir sobre Suas qualidades invisíveis. A primeira é que Ele é eternamente poderoso e a outra, Ele é divino. Darwin pode não ter escolhido associar o poder que rege a sua “seleção natural” com o Deus da Bíblia, mas ele ainda a descreve como eterna, em termos equivalentes e divinos em sua essência. Em certo sentido, Sua divindade foi ignorada. A Bíblia declara, sem desculpas, a verdadeira natureza do Deus “desconhecido”: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo Ele Senhor do Céu e da Terra [...] Pois Ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais, de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da Terra [...] ‘Pois nEle vivemos, e nos movemos, e existimos,’ [...] Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um Varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-O dentre os mortos” (At 17:24-31). Poder Criativo em Jesus
A questão das origens é decidida
pelo fato de aceitarmos ou não a ressurreição de Jesus e Sua reivindicação de ser o Criador de tudo o que existe e, como tal, nosso Senhor (veja Jo 1:13, 14). Quando, no evangelho de João, Jesus é chamado de “Palavra”, que nunca teve um princípio, o Único, que é tanto Deus como o Pai e que criou tudo o que existe, temos que decidir se essa é uma afirmação autêntica ou um delírio. A história da criação, no Gênesis, descreve a Palavra chamando as coisas à existência com a repetição de: “E disse Deus...” afirmando que tudo o que existe não existia e, de repente, passou a existir.
que refletisse a destruição que confundiu Darwin. Todos os animais, todas as plantas e todos os aspectos do planeta recém-criado refletiam a glória de Deus e Seu benevolente propósito para com Suas criaturas. Somente depois de a humanidade ter rejeitado a palavra do doador da vida, Jesus, seu Criador, foi que apareceram os cardos sobre a terra e tudo o mais foi amaldiçoado (veja Gn 3:1-16). Essa compreensão nos ajuda a concluir que faz sentido o estado atual da Terra e tudo que há nela. Mas esse mesmo Senhor criativo, que originalmente falou ao mundo e tudo se fez, diz: “Pois eis que Eu crio novos céus e nova terra” (Is 65:17).
“Não
consigo pensar que o mundo, como vemos, é resultado do acaso” —Charles Darwin
Há uma qualidade intangível na natureza das palavras ditas por Cristo que, intrinsecamente, trouxe vida. Na presença de um homem que estivera morto por quatro dias e cujo corpo estava em decomposição, Jesus chamou com alta voz: “ ‘Lázaro, vem para fora!’ [e] Saiu aquele que estivera morto” (Jo 11:43 e 44). Alguém disse que, se Jesus não tivesse limitado Sua ordem a Lázaro, todos os mortos nas sepulturas teriam ressuscitado com Suas palavras.
Até lá, escreve o apóstolo Paulo, “a ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus.” Toda a criação geme, diz ele, “e está com dores de parto até agora”, aguardando “a nossa adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8:19-23). Jesus é tão bom quanto Sua palavra. *Este artigo é uma versão resumida (e ligeiramente editada) do original publicado na revista The Signs of the Times (Austrália), em setembro de 2005. Usado com permissão.
O que Darwin Viu Não foi Sempre Assim
Até mesmo uma leitura casual do relato de Gênesis sobre a criação revela o coração de Deus em relação às Suas criaturas e à criação: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn 1:31). Não havia nada na criação
Graeme Loftus é pastor adventista do sétimo dia aposentado e mora em Charlestown, New South Wales, Austrália. Fevereiro 2008 | Adventist World
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Cristo disse a Seus seguidores: “Vós sois a luz do mundo.” Que assim brilhe a sua luz, clara, em raios constantes. Não se envolva em nuvem de escuridão. Não suspeite dos outros. Represente o caráter de Cristo com boas obras. Quando for tentado a ceder ao desânimo, olhe para Jesus e fale com Ele. Seu irmão mais velho nunca cometeu um engano. Ele julgará com justiça e o guiará pelo caminho certo. Deus não Se agrada de ver Seus filhos envoltos em sombras e tristezas. Seu braço é poderoso para salvar a todos os que se lançarem sobre Ele. Deseja que sejamos alegres, mas não levianos. Ele diz a cada um de nós: “Segundo é santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento.” É o desejo de Deus que sejamos felizes e deseja colocar em nossos lábios um novo canto de louvor a nosso Deus. Quer que tenhamos em nosso coração uma melodia para Ele.
A esperança é colocada diante de nós. E que esperança é essa? A esperança de vida eterna. O Redentor não Se satisfará com nada menos, e a nossa parte é, pela fé nEle, mantermos viva a esperança. Se participarmos com Ele de Seus sofrimentos, seremos participantes com Ele da glória que Lhe será concedida; com Seus méritos comprou perdão e imortalidade para cada alma que perece no pecado. Essa esperança é âncora segura e firme para a alma. Nossa confiança na esperança, adquirida em nosso favor pela expiação e intercessão de Cristo, é o que nos mantém firmes e inabaláveis em cada momento do conflito. Com tal esperança diante de nós, daremos nós a Satanás a chance de lançar sombras sobre nosso caminho e assim eclipsar nossa visão do futuro? Cristo valoriza o ser humano com um valor muito além do que qualquer ser humano possa computar. Encorajemos, porém, a fé. Tiremos os olhos
Vivendo como oPovo da Nossa esperança de vida eterna está centrada em Cristo. Sobre isso, Paulo declara: “Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do Seu propósito, Se interpôs com juramento, para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos, nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde Jesus, como precursor, entrou por nós.” (Hb 6:17-20)
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de nós mesmos. A fé e a esperança não devem estar centradas no eu. Devem penetrar além do véu, onde devemos entrar. Devem falar do bendito e glorioso aparecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Somos expostos a grande perigo moral e, se confiarmos em nós mesmos, perdendo a visão do alto, naufragaremos na fé. A esperança, ao penetrar através do véu, é âncora segura e firme para a alma. Assim, a alma agitada se torna ancorada em Cristo. Em meio ao mar de tentações, não será lançada contra as rochas ou afogada no
redemoinho. Seu barco atravessará a tempestade. É desejo do Senhor que as almas, ao serem tentadas, permaneçam firmes e inabaláveis, sempre abundantes no serviço do Senhor. Cristo disse a Pedro, enquanto este afundava no mar: “Por que duvidaste?” Freqüentemente, à semelhança de Pedro, desonramos a Deus com nossa falta de fé. Para permanecermos firmes, o infinito poder está à nossa disposição. Olhando para Jesus, é nosso privilégio dizer corajosa, mas humildemente: O Senhor é meu ajudador; minha força não será abalada. Minha vida está ligada à vida de Cristo. Porque Ele vive, também tenho vida. Feche a porta da descrença em seu coração e deixe-a aberta para o Convidado divino. Ponha de lado toda ansiedade e lamentação, pois são armadilhas do inimigo. Façamos uma promessa perante Deus e diante dos anjos celestes de
Esp Por Ellen G. White
que não iremos desonrar nosso Criador compartilhando trevas e descrença ao pronunciarmos palavras de desencorajamento e dúvida. Que toda palavra, cada linha escrita esteja cheia de encorajamento e fé resoluta. Se vivermos a fé, falaremos sobre ela. Não pense que Jesus é o Salvador apenas de seu irmão. Ele é seu Salvador pessoal. Se nutrir esse precioso pensamento, irá dissipar as nuvens do desânimo e da melancolia e fará, em sua alma, uma melodia para Deus. É seu privilégio triunfar em Deus. É nosso privilégio levar outros a compreender
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que sua única esperança está em Deus e correr para o Seu refúgio. “Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento.” Que sua alma permaneça em Deus. Somos salvos pela fé em Cristo. Dia a dia, essa verdade se torna uma infinita fonte de conforto para aqueles que a compreendem. Cada ato de consagração a Deus nos traz alegria, pois, ao apreciarmos a luz que Ele nos concede, mais e maior luz virá. Devemos eliminar o espírito de lamentação e abrir o coração para os raios brilhantes do Sol da justiça. Há
paz na submissão perfeita. A paz segue a graça. Elas trabalham em perfeita harmonia e são multiplicadas. Quando a mão da fé segura a mão de Cristo, a expressão do coração é: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a Sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos Céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no
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perança
último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.” (1Pd 1:3-9). Abra a janela de sua alma em direção ao Céu e deixe entrar os raios do Sol da justiça. Não reclame. Não olhe para o lado escuro. Deixe a paz de Deus reinar em sua alma. Assim, receberá força para suportar todo tipo de sofrimento e se regozijará por ter a graça para suportar. Louve ao Senhor; fale de Sua bondade; compartilhe o Seu poder. Suavize a atmosfera que circunda sua alma. Não desonre a Deus com palavras de lamen-
Nossa certeza de vida eterna está centrada em Jesus. tação. Louve-O com seu coração, em sua alma e com sua voz. Olhe para o lado brilhante da vida. Louve Aquele que é a saúde do seu semblante e que é seu Deus.
Este artigo, escrito quando Ellen G. White exercia seu ministério na Austrália, foi editado pela primeira vez na Bible Echo (O Eco da Bíblia), em 24 de setembro de 1900. Os Adventistas do Sétimo Dia crêem que Ellen G. White exerceu o dom profético bíblico por mais de 70 anos de ministério público.
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“Thomas! Os cachorros estão latindo! Olhe um lobo! Ai, o meu bebê!”gritou Katherine. Agarrando um forcado (garfo de lavoura), Thomas seguiu sua esposa para onde sua filhinha dormia. Naquela manhã, os pais haviam embrulhado a pequena Katie, colocaram-na deitada na grama e ordenaram aos seus dois cães, fiéis, para manterem guarda, enquanto trabalhavam, a uma pequena distância, empilhando feno. Uma enorme cabeça de lobo emergiu da floresta para desafiar os cães, que o detiveram. “Obrigada, meu Deus! Ela poderia ter sido devorada!” regozijava-se a mãe. Os Lindsays haviam recém-emigrado da Escócia para explorar uma floresta, na região central de Wisconsin, perto do Lago Mendota. Eles construíram uma sólida cabana de proteção contra lobos, ursos e o intenso inverno de Wisconsin. Enquanto Katie crescia, ela não apenas cuidava dos seus sete irmãos e irmãs mais novos, como ainda ajudava nos trabalhos da fazenda. Desde que aprendeu a ler, desenvolveu um insaciável gosto pelos livros. Freqüentar uma pequena escola significava uma caminhada de mais de seis quilômetros através da floresta com seus ruídos lúgubres. Mas os livros e a escola eram sua vida. Sua escrivaninha havia sido feita de um tronco partido ao meio, com o lado mais liso para cima. Seu lápis era uma longa vara pontuda e sua primeira lousa, o terreno nivelado em frente à escola. Após ler um livro sobre Florence Nightingale, ela começou a pensar em enfermagem como profissão. “A Senhora da Lâmpada,” como era conhecida, havia gastado intermináveis horas cuidando compassivamente dos soldados feridos na guerra da Criméia. Katie lembrava-se da morte de quatro de seus irmãos mais novos, acometidos de enfermidades infantis. Se tão somente soubesse o que fazer para salvá-los! Em novembro de 1859, o Pastor Isaac Sanborn escolheu Hundred Mile Grove, ao nordeste de Madison, para realizar sua próxima série de conferências. O trem onde viajava foi bloqueado por uma tempestade de neve. Ele simplesmente tomou sua bagagem e caminhou pela neve profunda, perguntando pelo endereço da escola para, em seguida, anunciar as reuniões à noite. Entre seu público estava a família Lindsay e seus vizinhos, os Rankins, com suas oito filhas de cabelo vermelho. Katie e sua família aceitaram os ensinamentos adventistas, fundamentados na Bíblia. Quando um lugar para as reuniões se tornou necessário, Thomas Lindsay ofereceu meio acre de terra e seu vizinho Alexander Rankin fez o mesmo. Logo, surgiu uma igreja na divisa das duas propriedades. Ela se tornou conhecida como a igreja das Cem Milhas e permaneceu ali por cerca de um século. Um dia Katie entrou na cozinha, agitando com entusiasmo o mais recente jornal da igreja: Revista do Segundo Advento e O Arauto do Sábado. “Veja! Aqui diz que em Battle Creek foi aberto um pequeno hospital chamado Instituto da Reforma da Saúde do Oeste. É para lá que devo ir para aprender como
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Comprometidos com a
Caridade A primeira médica adventista nos ensina uma lição de determinação. Por Adriel D. Chilson
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ajudar pessoas doentes. Eu realmente gostaria de fazer esse tipo de trabalho. Poderia tornar-me uma enfermeira e, quem sabe, até uma médica!” Katie era determinada e encontraria um meio de ir para Battle Creek de qualquer modo. Seu desejo de ajudar os doentes não poderia ser abafado. Alguns meses depois, Katie Lindsay deixou a casa em direção ao Instituto de Reforma da Saúde. Tirar o pó, esfregar, passar pano no chão foram seus primeiros trabalhos e não eram nem um pouco interessantes, mas ela estava onde queria estar. Ali, na atmosfera hospitalar, estavam alguns pacientes com quem poderia compartilhar compaixão e um professor-doutor, de quem poderia aprender muito. Estranhamente, ela não conseguia encontrar uma enfermeira formada. Decidiu, então, que um dia seria uma enfermeira e continuaria estudando. Katie tinha ouvido sobre o número crescente de institutos de “curas pela água”, onde os pacientes eram grandemente beneficiados pelo tratamento com hidroterapia em lugar de envenenar-se com as costumeiras drogas. Um dos mais preeminentes era dirigido pelo Dr. Thatcher Trail, em Florence Heighs, Nova Jérsei. Assim que conseguiu economizar alguns dólares, ela partiu em busca de um curso de enfermagem de dois anos no hospital do Dr. Trail. Retornando a Battle Creek, no outono de 1869, trabalhou fervorosamente como enfermeira, mas nunca perdeu de vista seu alvo de estudar medicina. Quando o Centro Médico Universitário, em Ann Arbor, abriu as portas para estudantes do sexo feminino, Katie matriculou-se para estudar medicina. Não foi sem reservas que permitiram estudantes do sexo feminino em Ann Arbor, logo rotulada de: “A experiência duvidosa”. As alunas universitárias eram vistas com curiosidade pelos cidadãos dessa pequena cidade. Eram discriminadas, ridicularizadas e vaiadas. As pensões hesitavam em admiti-las. Nas ruas, Katie e suas colegas eram alertadas para as muitas observações propositadamente destinadas aos seus ouvidos: “A mente feminina não consegue compreender assuntos profissionais.” “Sob pressão vão perder a saúde.” “Isso é pura loucura.” “A instituição será arruinada, pois a força da opinião pública, em breve, anulará a permissão.” Finalmente, em 1875, o dia glorioso chegou e Katie recebeu seu diploma em Medicina pela Universidade de Michigan. Ela retornou ao instituto de Battle Creek (agora denominado Sanatório Médico e Cirúrgico de Battle Creek) como médica em tempo integral da equipe chefiada pelo Dr. J. H. Kellogg. A doutora Lindsay foi nomeada chefe do Departamento de Obstetrícia e Pediatria. Enquanto trabalhava ali, sacrificou o conforto de um lar, dormindo em um quarto ao lado do escritório, para estar disponível para chamadas noturnas. Ela raramente usava o elevador porque considerava mais saudável subir as escadas. Enfatizava com veemência o uso de remédios naturais. Era grande advogada do ar fresco e janelas abertas à noite, assim como de grandes quantidades de água tanto para beber como para banhar-se.
Através de seus persistentes esforços, foi inaugurada uma escola de enfermagem. Os livros de texto eram panfletos compilados de suas extensivas anotações. Considerava a pontualidade uma virtude e esperava que todo aluno também fosse pontual. Com freqüência, era vista entre as aulas carregando um grande despertador em uma mão e um caderno de chamadas, na outra... A filosofia de enfermagem da doutora Lindsay foi expressa em seu discurso de formatura, em novembro de 1891: “É lamentável que o mundo não tenha reconhecido mais cedo que esse trabalho exige cuidadoso estudo e preparo. Assim como foi ensinado que, por intuição, a mulher sabe o que é necessário para a função de mãe, chegou-se à conclusão de que uma mulher, por intuição, pode ser enfermeira. Apenas recentemente foi descoberto que a profissão de enfermagem exige educação e minucioso cuidado, de maneira que a mente mais culta pode encontrar nela o exercício de todas as faculdades. “O enfermeiro deveria lembrar-se de que cada quarto com doentes é um campo para esforço missionário. A consolação da religião nunca é tão preciosa como quando alguém está doente, sofrendo, e quando, talvez, vai perdendo as coisas dessa vida. Ninguém mais está tão intimamente aliado ao sofredor que o enfermeiro. O ministro e o médico podem fazer visitas periódicas, mas não podem manter um relacionamento tão próximo e confidencial como o de enfermeiro/paciente. “Lembre-se, cada um de vocês, de que seu trabalho missionário é fazer o bem para os seus companheiros, curar os doentes e aliviar o sofrimento. Dessa maneira, estará seguindo, diretamente, os passos do Mestre.”* Em 1895, a doutora Lindsay aceitou um chamado para ajudar a equipe médica e de enfermagem no Sanatório Claremont, na África do Sul. Seu conhecimento e habilidades foram logo reconhecidos pelos melhores médicos da Cidade do Cabo, que freqüentemente a consultavam. Quando retornou aos Estados Unidos, quatro anos mais tarde, trabalhou na equipe do Sanatório Colorado, em Boulder. A doutora Lindsay descansou no Senhor em março de 1923, no coração das Montanhas Rochosas, que tanto amava. *Kathryn Jensen Nelson, Katie Lindsay, M.D., pp. 111, 112.
Este artigo foi adaptado do livro, They Had a World to Win (Eles Tinham o Mundo Para Conquistar, por Adriel D. Chilson (copyright © 2001 pela Review and Herald Publishing Association. Usado com permissão). O autor, descendente de Ellen e Tiago White, foi, por mais de 50 anos, pastor adventista e evangelista. Para mais informações sobre esse livro e outros artigos que relatam a história dos pioneiros adventistas, visite a página www.reviewandherald.com.
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P E R G U N TA S B Í B L I C A S
P E R G U N T A : Não consigo encontrar uma passagem bíblica afirmando que Cristo sofreu pelos nossos pecados. Como dar base bíblica a essa afirmação?
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Antigo Testamento, compreendemos que esse texto significa que Cristo assumiu total responsabilidade e penalidade de nossos pecados para que fôssemos libertos de ambos. 2. Ele foi feito pecado: De acordo com Paulo, em 2 Coríntios 5:21, Deus “O fez pecado por nós; para que, nEle, fôssemos feitos justiça de Deus.” A primeira coisa a ser considerada é que Cristo Se tornou pecado vicariamente por nós; o que significa que mesmo sendo Ele inocente não conhecia o pecado e não merecia morrer – foi feito pecado por nós. Segundo, na Bíblia a palavra usada para pecado não apenas indica o pecado cometido, mas também as conseqüências, ou penalidades que resultam do pecado. Após Caim ter matado Abel, o Senhor lhe deu a penalidade por seu pecado e Caim exclamou: “É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo” (ver Gn 4:13). De modo que, quando é dito que Cristo Se tornou pecado por nós, a ênfase não é tanto nos atos pecaminosos, mas na culpa, a conseqüência, a punição pelos nossos pecados. Essa idéia é ainda mais clara se traduzirmos a frase “O fez pecado” como “O fez oferta pelo pecado”. No Antigo Testamento, a oferta pelo pecado carregava o pecado dos israelitas e morria no lugar do pecador, recebia a penalidade pelo pecado. 3. Tornou-Se maldição: Paulo escreveu: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se Ele próprio maldição em nosso lugar”(Gl 3:13). Essa passagem contém algumas idéias que necessitam de um breve comentário: Primeiro, a violação da lei traz com ela uma penalidade específica, denominada aqui, como “maldição”. Segundo, é considerada uma reivindicação válida que necessitava de negociação. Os seres humanos precisavam ser libertados dessa maldição. Terceiro, o requisito legal da lei foi cumprido por Jesus, que tomou sobre Si a maldição, o resultado, a penalidade pela nossa violação da lei, e assim, nos redimiu. Nosso castigo, como pecadores, caiu sobre Cristo, nosso substituto. Espero que esta explicação seja útil para sua experiência cristã.
sta pergunta e muitas outras de natureza similar relacionadas à obra de Cristo por nós, sugerem que o significado da morte de Cristo continua sendo um ponto importante de discussão na igreja e que, em alguns casos, pode causar divisão. Para responder detalhadamente à sua pergunta, seria necessário um cuidadoso estudo da natureza do pecado, suas conseqüências e examinar como Cristo lidou com o problema do pecado. Assim, discutirei apenas as três principais idéias que apóiam a afirmação de que Jesus sofreu a penalidade dos nossos pecados. Por 1. Ele levou os nossos Angel Manuel pecados: A frase “levou os Rodríguez pecados” é importante no Antigo Testamento, especialmente nos textos sobre os serviços do santuário. Por exemplo: quem amaldiçoar a Deus “levará sobre si o seu pecado” (Lv 24:15); quem testemunhar um crime e não denunciá-lo “levará a sua iniqüidade”(veja Lv 5:1); quem age desafiadoramente contra o Senhor “sua iniqüidade será sobre ela”(Nm 15:31). A frase é uma declaração legal que identifica o pecador como responsável pelo pecado cometido. Nesse caso, o pecado é considerado e descrito como um fardo pesado que esmaga o indivíduo, a não ser que algo ou alguém o liberte desse peso mortal. A frase significa ser responsável pelo pecado cometido e sujeito às suas conseqüências ou penalidades. Em muitos casos, a penalidade é a morte imposta por um agente humano ou divino (Ex 28:43; Lv 22:9; 19:8). Há casos em que uma pessoa assume o pecado dos pecadores, de maneira que remove e liberta-os da penalidade. O exemplo mais importante disso é encontrado em Isaías 53, a profecia da experiência do trabalho do Servo do Senhor, o Messias. O Servo suportou os pecados do povo e foi esmagado por eles (versos 4-6, 10-12). Em outras palavras, Ele assumiu a responsabilidade dos pecados do povo e sofreu a sua penalidade. Esse mesmo texto é aplicado a Jesus no Novo Testamento. A epístola aos Hebreus afirma com clareza que Cristo “tendo-Se oferecido uma vez para sempre para Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral. tirar os pecados de muitos” (Hb 9:28). No contexto do
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Criou o
Descanso Por Mark A. Finley
O descanso é parte do círculo de vida de Deus. Não fomos criados para trabalhar sem parar. Nosso corpo funciona muito melhor quando temos a oportunidade de descansar. Mas o descanso não é só para nosso corpo. Você já se deitou e tentou dormir com alguma preocupação o incomodando? Se você se preocupa com freqüência, o sono não vem e você não descansa. Na lição de hoje, descobriremos como experimentar o descanso total, tanto para nossa mente como para nosso corpo.
1. Como Deus ilustrou a importância do descanso na criação? O que Ele mesmo fez? Leia o texto abaixo e escreva sua resposta no espaço em branco. “E, havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito”(Gn 2:2). Na criação, Deus revelou a importância do descanso ao no sétimo dia de toda Sua
2.
Era o propósito de Deus que o descanso do sábado fosse apenas para Ele? Leia o texto abaixo e circule duas palavras que indicam o propósito de Deus para Seu povo no sábado. “E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera”(Gn 2:3).
Era propósito de Deus que todos os seres criados recebessem força espiritual, mental e física a cada sábado. Ele santificou esse dia e o separou, abençoando-o de modo especial. Assim como Deus “ficou restaurado” quando descansou no sábado (Ex 31:17), há uma restauração especial para cada um de nós nesse dia.
3. Que duas descrições do sábado foram dadas por Moisés? Leia o texto abaixo e preencha o espaço em branco. “Seis dias trabalhareis, mas o sétimo será o sábado do descanso solene, santa convocação; nenhuma obra fareis; é sábado do SENHOR em todas as vossas moradas” (Lv 23:3) a. O sábado é dia de
e de
.
b. O que é santa convocação?
.
Note a relação entre santa convocação e descanso. Cada sábado, ao adorarmos o Criador do universo, buscamos Seu amor e cuidado. Honramos Aquele que nos criou e encontramos completo descanso nEle. Fevereiro 2008 | Adventist World
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4.
Qual é a origem da força física, mental e espiritual? Quem é a sua fonte? Leia os versos abaixo e preencha os espaços em branco. “Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranqüilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes” (Is 30:15). “Descansa no Senhor e espera nEle” (Sl 37:7). Encontramos força quando
e
no Senhor.
O sábado nos leva a encontrar descanso nAquele que nos fez. Ele nos convida a voltar às nossas raízes. Cada sábado é uma oportunidade de encontrarmos o real centro da vida em nosso Criador.
5. O quarto mandamento recomenda: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Ex 20:8). Em sua opinião, por que Deus estabeleceu esse mandamento? Leia o texto abaixo e responda. “Porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a Terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou”(Ex 20:11). Deus deu o mandamento do sábado para
6.
Por que muitos do povo de Deus, no Antigo Testamento, nunca experimentaram o “verdadeiro descanso” de Deus? Leia o texto abaixo e escreva sua resposta. “Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade” (Hb 3:19)
É necessário ter fé em Jesus como nosso Criador e Redentor, para realmente guardarmos o sábado. Assim como descansamos na criação completa, descansamos na redenção completa. Descansamos, também, por antecipação da nova criação que acontecerá com a segunda vinda de Jesus.
7.
Como o livro de Hebreus descreve o convite de Deus a cada um de nós? Leia o texto abaixo e preencha os espaços em branco. “Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das Suas” (Hb 4:9, 10). Deus nos convida a
nEle.
O estudo bíblico do próximo mês,
“Um Sinal do Verdadeiro Culto”,
examinará como a lealdade a Deus está relacionada ao sábado. 28
Adventist World | Fevereiro 2008
Intercâmbio Mundial C A R TA S Alegria Perante Nós
A Colômbia por Dentro
Mais uma Pergunta
Nunca conseguiria agradecer o suficiente pelo fato de vocês terem recolocado na revista o artigo, escrito há 100 anos, por Ellen G White: “A Alegria Colocada Diante de Nós” (Adventist World, novembro de 2007). De todos os artigos que eu li durante o ano, esse está entre os de maior relevância para o cristão atual.
Esta é apenas uma nota para informá-los o quanto apreciamos receber a revista Adventist World todos os meses. Depois de lê-la, dou para o meu filho John. Somos originalmente das Ilhas Costeiras de Honduras, América Central. Nasci e fui criado em Oakridge, Ratan; meu pai era de Guanaja e minha primeira esposa, de Utila. Por essa razão, tenho certa ligação com os lugares mencionados no artigo “A Colômbia por Dentro”, na página 10 da edição de outubro. Chamou-me a atenção o fato relatado no artigo sobre as pessoas que foram ao Panamá e morreram de febre amarela em Boca del Toro. Existe um livro chamado Rei da Tempestade, de Jewel Parilla, que relata a história de como a mensagem adventista chegou às Ilhas Costeiras
Uma pergunta me veio à mente depois de ler o artigo de Angel Manuel Rodríguez: “Por que Lúcifer?” (Julho de 2007). Minha pergunta: Pode Deus (sendo Deus) também escolher não saber o resultado final quando Ele cria outro ser, se esta for Sua vontade?
Melvin Christian Oregon, Estados Unidos O Grande Mistério do Cristianismo
Quero agradecer a cuidadosa explanação de Angel Manuel Rodriguez sobre a natureza humana de Cristo (veja “O Grande Mistério do Cristianismo,” novembro 2007). Como pessoas de fé, precisamos ter uma apreciação maior por mistérios e verdades paradoxais. A verdade da natureza divina e humana de Jesus é um mistério muito profundo para ser explicado por talentos intelectuais. Deveríamos abordá-la em atitude de admiração. Podemos gastar toda a nossa energia debatendo sobre uma ou outra natureza quando, na realidade, as duas naturezas não estão tão distatntes uma da outra. A condescendência que vem de Deus encontra o potencial divino de humanidade na pessoa de Jesus Cristo. O epítome do divino é tornar-se humano e o epítome do humano é refletir o divino. Obrigado pela ênfase no mistério. Isso me ajuda a lembrar de quão pequeno é meu lugar no universo.
Kris Bryant Oklahoma, Estados Unidos
Mitchell O. Tatum Texas, Estados Unidos Ajuda Espiritual
Sou um dos leitores da Adventist World desde sua primeira edição em 2005. Sou membro do Adote um Ministro Internacional (Adopt a Minister Internacional AaMI), sob os cuidados da Sra. Reva Lachica Moore. Atualmente trabalho como pastor na Igreja Adventista de Pato-o. Quero agradecer, de coração, a Adventist World. Essa revista me anima a aprender mais e me ajuda a resolver assuntos controversos sobre a nossa crença. Especialmente quando li a coluna de perguntas bíblicas “Imagens do Espírito Santo,” escrita por Angel Manuel Rodriguez (p. 26, setembro de 2007). Minha mente foi elevada! Essa revista me ajuda a estudar mais enquanto pastoreio o rebanho de Deus. Que Ele os abençoe!
J. Bartel Califórnia, Estados Unidos Repete para Mim
Fiquei muito feliz por encontrar na Adventist World um artigo que fala a pais como eu. Refiro-me ao artigo “Mamãe, repete para mim”, de Heather-Dawn Small (dezembro de 2006). Esse artigo me deu muita força. Tenho pensado muito na importância de falar sobre Jesus aos nossos filhos, do mesmo modo que a Heather costumava fazer. Apesar de o filho ter morrido, o casal, com certeza, vai reencontrá-lo na Terra Prometida, onde não haverá mais lágrimas. Precisamos de mais artigos assim, porque somos realmente abençoados por essa mensagem inspiradora e maravilhosa. Que Deus abençoe a Adventist World pelo trabalho que tem realizado, servindo tantas almas ao redor do mundo.
Mukuka Mutale Mercy Katete, Lusaka, Zâmbia
Reynante Chavez Pato-o, Odiongan, Romblon, Filipinas
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Intercâmbio Mundial C A R TA S Trabalho Maravilhoso
Quero agradecer pelo trabalho maravilhoso que a revista Adventist World está realizando. Que Deus os abençoe por isso. Quanto custaria receber várias cópias da revista? Seria uma ajuda imensa para o meu ministério pessoal de evangelismo.
Lawrence Ike Alozie Onitsha, Nigéria A Revista Adventist World é distribuída gratuitamente para os membros da igreja. Nossa sugestão ao leitor e a outros com a mesma dúvida é que entrem em contato com a União ou Divisão Adventista do Sétimo Dia na sua região do mundo.
Estamos muito agradecidos a Deus por saber que a revista está satisfazendo essa necessidade tão importante. — Os Editores Gosto muito da Adventist World. É gratificante ver que jovens adultos têm voz ativa na igreja (veja, por exemplo, a seção A Igreja em Ação – outubro de 2007). Eles foram para o exterior, como voluntários, para trabalhar em projetos especiais e para aprender a amar ao Senhor através do serviço. Foi exatamente assim que eu comecei. Hoje, aos 90 anos de idade, já participei de mais de 20 viagens missionárias com o Maranatha e SAGE.
Obrigado por nos proporcionar um periódico tão informativo. Deus abençoe Seu trabalho!
Marguerite K. Anderson Washington, United States Correção
Na seção Janela, na página 7 da edição de novembro de 2007: A China é geograficamente o quarto maior país do mundo. Cartas para o Editor – Envie para: letters@adventistworld.org As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
O LUGAR DE ORAÇÃO Por favor, orem pela Cecília. Ela foi diagnosticada com câncer de mama e está com dores muito fortes. Os médicos deram pouca esperança de recuperação. Existem várias coisas que ela ainda gostaria de fazer para o Senhor, como dar estudos bíblicos e iniciar uma igreja numa área de difícil acesso para a mensagem.
pois esse tipo de cirurgia é muito dispendioso e minha família não pode pagar. Porém, uma organização resolveu me ajudar. Há, entretanto, muitos prérequisitos a serem cumpridos, por isso, necessito da ajuda de Deus para fazer tudo o que for preciso.
Sheryll, Filipinas
Marty, Tanzânia Tenho tentado de várias maneiras arrepender-me dos meus pecados, mas nenhuma mudança ocorre em minha vida. O problema não é com Deus, é a minha fé que está muito fraca. Por favor, orem para o Senhor me ajudar.
Jantap, via e-mail Necessito de ajuda financeira para completar meus estudos. Por favor, orem por mim.
Denis, Quênia Tenho 19 anos e sofro de problemas cardíacos desde os 6 meses de idade. Por favor, orem por mim, para que eu consiga terminar os pré-requisitos e ter a chance de passar pela cirurgia sem custo. Tenho esperado por muito tempo,
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Adventist World | Fevereiro 2008
Minha empresa, que lida com internet, está quase falindo. As contas estão se empilhando, e continuo sem conseguir pagar os empréstimos do banco. Às vezes, fico profundamente deprimido. Por favor, orem com convicção para que o Senhor Se lembre de mim, com um trabalho estável e permanente, aumento de clientes e um milagre financeiro.
Caretta, Jamaica Trabalho em uma grande organização na qual, muitas vezes, o trabalho dos meus colegas acaba caindo sobre meus ombros. Não posso perguntar por que fui designada para o trabalho, ou sequer procurar um treinamento apropriado para lidar com a função; eles esperam que eu, simplesmente, saiba como fazer o serviço. Cada vez que peço promoção
dentro da organização, recebo resposta negativa, embora esteja qualificada para tanto. (Esses são apenas alguns dos problemas que eu enfrento.) Tenho orado para que Deus me mostre um jeito positivo de me livrar dessas situações, mas preciso que outros orem comigo. Tenho pedido a Ele para fortalecer minha fé, e para mostrar a Sua mão no meu local de trabalho. Por favor, unam-se a mim nessa corrente de oração.
Judith, Inglaterra Por favor, orem para que eu consiga trabalhar em período integral no meu trabalho, e que Deus me use para ser testemunha para outros. Sei que Deus tem muitas maneiras de responder às orações e que Ele me guie de maneira que eu possa ver para onde Ele está me dirigindo.
Lynn, Estados Unidos Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.
INTERCÂMBIO DE IDÉIAS
Nos
Ombros do
Papai
Este mês, uma leitora compartilha seus pensamentos sobre o ponto de vista de Deus. “Tu és a fonte da vida, e, por causa da Tua luz, nós vemos a luz” (Sl 36:9, NVLH). Nosso filho mais velho ia participar, pela primeira vez, de um desfile com seu uniforme da banda! Seu irmão mais novo, Daniel, não podia esperar para vê-lo marchando. Assim, nos posicionamos ao longo da rua. Muito antes de começar o desfile, as calçadas estavam apinhadas de gente e segurei bem firme a mão do meu filhinho. O H E L M U T G E V E R T som de um tambor encheu o ar. “O desfile vai começar!” gritei. Alguém puxou meu casaco. Quando olhei para baixo, vi meu Daniel em lágrimas. “Não consigo ver”, disse ele, soluçando. De onde ele estava, tudo o que podia ver eram pernas e casacos. Meu esposo o colocou rapidamente nos ombros. Agora, acima da multidão, a visão do Daniel estava desimpedida. Ele podia ver tudo o que passava pela rua, tudo o que estava acontecendo e o que aconteceria. Ao longo da vida, geralmente fico frustrada porque só consigo ver o que está na minha frente, e minha visão é limitada, distorcida. Quando grito por ajuda, meu Pai do Céu me ergue em Seus ombros para que eu veja as coisas do Seu ponto de vista. Quando estou em Seus ombros, sou lembrada de que Ele vê tanto o fim quanto o princípio. Ele está no controle – posso confiar nEle o meu hoje, mais uma vez. Nada escapa ao Seu olhar. Lembremo-nos de agradecer a Deus por Sua boa vontade em nos colocar em Seus ombros.
—Barbara Croce, Creekside, Pensilvânia, Estados Unidos
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.
Editor Adventist World é uma publicação dos Adventistas do Sétimo Dia, editada pela Igreja Adventista na Coréia e pela Associação Geral. Editor Administrativo Bill Knott Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Robert E. Kyte, assessor jurídico Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson; Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk Editor-Chefe Bill Knott Editores em Silver Spring, Maryland Roy Adams (editor associado), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coréia Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan Editor Online Carlos Medley Coordenadora Técnica Merle Poirier Assistente Executiva de Redação Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Alfredo Garcia-Marenko Atendimento ao Leitor Merle Poirier Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen, Bill Tymeson Consultores Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Laurie J. Evans, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, Paul S. Ratsara, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Ulrich W. Frikart, D. Ronald Watts, Bertil A. Wiklander Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638
E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos. Vol. 4, No. 2
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Q U E
L U G A R
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O Lugar Das
HUI SANG CHO
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“Eu amo o que faço”, disse Leah Adams, de Tampa, Flórida, Estados Unidos, sobre o seu trabalho voluntário do Instituto Adventista do Sétimo Dia de Línguas, na Coréia do Sul. “A oportunidade que tive de plantar a semente da verdade nos estudantes e de ser um exemplo vivo do poder e fidelidade de Deus, é maravilhoso!” Desde abril de 2007, Leah está ajudando no instituto de línguas. Embora seu trabalho principal seja lecionar inglês, como segunda língua, e religião, ela e outros voluntários fazem muito mais que isso para ajudar os alunos a ter uma oportunidade de desenvolver um relacionamento com Cristo. “Fazemos o culto de pôr-do-sol às sextas-feiras e, aos sábados pela manhã, temos reuniões que ajudam os alunos a desenvolver seu inglês usando material cristão adventista”, diz Leah. Ela se sente completamente abençoada pelo fato de Deus ter permitido que servisse na Coréia do Sul, e planeja permanecer ali até abril de 2008. Se você tem interesse em ler histórias sobre outros voluntários adventistas ao redor do mundo, ou deseja saber mais sobre como participar no programa de voluntariado, visite a página da Internet, www.adventistvolunteers.org. Leah (direita) posa com amigos no Instituto de Línguas.
K I M O T H O
AS E D W A R D
PESS
VID A A D VE NT ISTA Os alunos da minha classe, entre a sexta e oitava séries, estavam estudando a doutrina da salvação pela fé. Durante o processo de discussão, revisamos as crenças das religiões mais importantes do mundo, salientando que todas tinham maneiras de se salvar, mas não tinham um Salvador. Um garoto da oitava série fez uma observação sábia: “Eles têm um Salvador sim. Só não sabem disso ainda.” —Anita Whitney, Deltona, Florida, Estados Unidos
FRA SE
D O
MÊ S
“Minha tragédia foi a estratégia de Deus.” —Bhaju Ram Shrestha, o primeiro adventista do sétimo dia no Nepal, quando compartilhava seu testemunho com outros adventistas em 2007.
R ES P O S TA : O prédio, ainda em construção, é o Kangu Adventista do Sétimo Dia, próximo a Kutus, no Quênia. O projeto de construção dessa igreja foi iniciado pela senhora Kari Lill Sandholt e seu genro Thomas Samsing, em conjunto com a igreja da Associação Este Norueguesa.