Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
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Realização do
Sonho de uma Mãe
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Minhas Pedras do Jordão
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Editorial ....................... 3
ARTIGO
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Realização do Sonho de uma Mãe
Por Samuel Neves ........................................................................ 16 O caminho de cada cristão é singular. Só uma coisa nos é comum: Jesus caminhando ao nosso lado.
Notícias do Mundo 3 Imagens e Notícias
Janela
7 Cuba por Dentro
Visão Mundial
8 Novos Ares Ecumênicos
SAÚDE
Reduzindo o Risco de um Ataque Cardíaco ..................... 11 Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless PERGUNTAS
DEVOCIONAL
Minhas Pedras do Jordão Por Stephen Dunbar ................ 12 O que podemos aprender de nosso encontro com Cristo? VIDA
ADVENTISTA
Fé a Toda Prova no País do Tsunami
Por Caroline V. Katemba Tobing ................................................. 14 Um dos desastres naturais mais devastadores desta década não conseguiu desanimá-los no cumprimento da missão.
BÍBLICAS
Lutando Contra a Violência .................. 26 Por Angel Manuel Rodríguez ESTUDO
BÍBLICO
Jesus e o Sábado ......... 27 Por Mark A. Finley INTERCÂMBIO
MUNDIAL
Vida, Morte e Ressurreição de Cristo
29 Cartas 30 O Lugar de Oração 31 Intercâmbio de Idéias
Nossa principal esperança está fundamentada no maior evento da história.
O Lugar das Pessoas ........................ 32
CRENÇAS
FUNDAMENTAIS
Por Elias B. de Souza ................................................................... 20
ESPÍRITO
DE
PROFECIA
Mensagen Para Nosso Tempo Por Ellen G. White ........... 22 Onde está ancorada a sua esperança? HERANÇA
ADVENTISTA
A Última Moeda Por Arthur W. Spalding ............................. 24 Foram todos os nossos pioneiros heróis da fé? Ou apenas aparentavam ser?
Capa: Quando se formou pelo Newbold College, em 2004, Samuel Neves era a própria realização do sonho e resposta às orações de sua mãe. Hoje, vive cada dia com a certeza de que nasceu por um milagre e foi especialmente separado para Deus. Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 4, nº 4, Abril 2008.
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A Igreja em Ação Editorial Multidão Incontável “Creio que não teremos um bom público hoje”, diz o presidente da Associação, enquanto esperamos o início do culto. “Geralmente, a essa altura, temos mais gente no auditório. Acho que o motivo é uma das alternativas abaixo” – e ele escolhe pelo menos uma delas: “O tempo está tão ruim hoje;” “Há outro grande evento, e muitos de nossos membros estão participando;” “Os jovens estão tendo um concerto/filme/representação/ treinamento;” “Não tivemos tempo para divulgar este culto.” Eu sorri, pois já estive na mesma situação e conheço todo tipo de explicações embaraçosas, ou seja, a razão pela qual o público que esperávamos não apareceu. Mas o presidente não sabe, ou não terei tempo para lhe dizer, que isso realmente não importa: público expressivo, todos os assentos ocupados, hinos cantados com entusiasmo ou murmurados por uns poucos fiéis. Isso é um culto, não um evento político, não um evento para ser medido pelos costumeiros instrumentos humanos:
números, volume e amplitude. Em uma hora de culto, os fiéis comparecem para manter diálogo com seu Senhor, o que, muitas vezes, é mais prejudicado do que facilitado quando milhares estão reunidos. Na hora do culto, não nos atrevemos a interagir com a Palavra do Senhor, de maneira pessoal e ungida pelo Espírito, em virtude da segurança de que nos imbuímos ao participar de eventos grandes ou populares. O Cristo a quem adoramos promete estar presente não importa se haja apenas dois ou três reunidos em Seu nome. Embora tenha pregado a milhares de pessoas e tenha Se compadecido de grandes multidões, Jesus sempre mostrou preferência por encontros pequenos e particulares. Ele não Se envergonha de pequenos públicos, e Seu poder não se limita a uma escala de valores baseada em números. Seu amor é tão terno, Sua graça é tão maravilhosa quando dez ou vinte aprendem sobre ela, como quando estádios inteiros cantam em Seu louvor. Se você adora a Deus na companhia de poucas pessoas, à semelhança de milhares de adventistas ao redor do mundo, alegre-se e pare de justificar-se. Você já tem todo o público que precisa. “E será que, antes que clamem, Eu responderei; estando eles ainda falando, Eu os ouvirei” (Is 65:24). — Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO Auditores da Igreja Reúnem-se na Tailândia
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Adventista do Sétimo Dia mundial em ordem é prioridade máxima para os funcionários do Departamento de Auditoria da Associação Geral (DAAG). Mais de 400 pessoas, incluindo auditores, suas famílias e convidados especiais compareceram ao recente encontro educacional, em Chiang Mai, Tailândia, um local, segundo os organizadores, que se orgulha de oferecer acomodação de primeira classe, com excelentes instalações para eventos, por um preço extraordinariamente razoável. O encontro foi importante, segundo o vice-presidente geral da igreja mun-
dial, Lowell Cooper, pois foi a “primeira vez” que um grande número dos membros da comissão do DAAG teve a oportunidade de se reunir, com a presença de muitos auditores da igreja. Por causa do crescimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia em todos os países, os auditores do DAAG estão presentes em cada uma das 13 regiões mundiais da denominação. “O seminário propiciou uma oportunidade única para convivência e crescimento profissional à equipe mundial de auditoria”, disse Cooper. “Foi enfatizado que o DAAG é também um ministério da igreja.”
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■ Manter as finanças da Igreja
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ANFITRIÃO DO ENCONTRO: Paul Douglas, diretor do Departamento de Auditoria da Associação Geral, fala no segundo encontro internacional do DAAG em Chiang Mai, Tailândia.
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profissional como pessoalmente, para servirmos nossos clientes”, disse Norbert Zens, diretor associado do DAAG na região euro-africana, após o encontro. Foi complementado por Kim Tae-Sung, diretor associado do DAAG, sediado na Coréia: “Foi maravilhoso conversar com nossos colegas de todas as partes do mundo, compreendendo que somos um em Cristo e que somos todos filhos de Deus.” Organizado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia em 1977, o DAAG realiza auditorias financeiras estruturalmente independentes, revisa operações de crédito e cumprimento das praxes em mais de 2.500 organizações denominacionais ao redor do mundo, com uma base de ativos estimados em vinte bilhões de dólares americanos. Com uma equipe de aproximadamente duzentos profissionais altamente qualificados, operando em quarenta países, o DAAG se propõe a oferecer auditoria da melhor qualidade pelo melhor valor econômico. —Reportagem do DAAG, com equipe da AW
Pastor Paulsen Incentiva Jovens a Envolver-se nas Igrejas Locais ■ O envolvimento na congregação local é a melhor maneira de impactar a comunidade global dos adventistas do sétimo dia, disse o Pr. Jan Paulsen, presidente da igreja mundial a dois grupos de jovens reunidos para o primeiro programa Let’s Talk (Vamos Conversar), transmitido da Ásia. Incentivando a participação, tanto nas atividades da igreja como na espiritualidade pessoal, Paulsen respondeu às perguntas de jovens profissionais da região leste da Ásia. A pergunta: “O que fazer para que o Adventismo, uma religião com raízes predominantemente ocidentais, seja relevante na Ásia?”, surgiu logo no início do programa transmitido, ao vivo, no dia 10 de fevereiro, da cidade de Hong Kong. O grupo presente incluía jovens da China (continente), Hong Kong e Taiwan.
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Paul Douglas, recentemente eleito diretor do DAAG, expressou seu reconhecimento às esposas e filhos que, a cada dia, fazem sacrifício significativo para apoiar o ministério para o qual cada um dos auditores foi chamado. Também agradeceu a contribuição de Eric Korff, que acaba de se aposentar do cargo de diretor do DAAG, e desafiou cada auditor a abraçar o tema do encontro: “Servindo com Excelência!” Douglas afirmou que cada auditor deve abraçar o compromisso global do DAAG de servir com eficiência, desenvolvendo sua aptidão com a atitude certa. O encontro, que durou uma semana, foi idealizado para proporcionar alimento espiritual, desenvolvimento profissional, bem como interação social entre colegas de todo o mundo. Para alimentá-los espiritualmente, Robert J. Kloosterhuis, ex-vice-presidente da igreja mundial, compartilhou mensagens espirituais adaptadas para os participantes da área de negócios. Para o desenvolvimento profissional, foram apresentadas 32 horas de educação contínua direcionada para a compreensão e aplicação da ética, atualizações de normas de auditoria, revisões das Normas e Metodologia de Auditoria do DAAG, questões relacionadas com fraude, dicas e ferramentas para falar em público, habilidades essenciais para liderança e excelência no serviço. Em reconhecimento pelo trabalho dedicado dos auditores, foi oferecido um banquete, durante o qual se destacou a estabilidade de serviço individual dos auditores, a qual varia entre 5 e 25 anos. Lowell Cooper, Robert Lemon, tesoureiro da Associação Geral, bem como Jack Krogstad, presidente da comissão administrativa do DAAG, prestaram homenagem especial aos que se distinguiram nessa área e agradeceram o excelente serviço e sacrifício que fizeram, tanto para Deus como para os adventistas do sétimo dia. “Estou muito agradecido pela oportunidade oferecida de crescermos tanto
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NOTÍCIAS DO MUNDO
Jovens, vindos do Camboja até Bangladesh, reúnem-se em Manila, nas Filipinas, para o primeiro programa Let’s Talk realizado na região leste da Ásia, no dia 7 de fevereiro.
“Você não pode tirar as pessoas da [sua] cultura”, disse Paulsen, que usava na ocasião uma roupa típica chinesa para ocasiões formais. “A igreja precisa encontrar meios significativos para alcançar as pessoas na sua própria cultura. Os valores ensinados por Deus devem ter significado em qualquer ambiente cultural.” Os participantes, tanto do programa transmitido de Hong Kong, como do programa similar realizado em Manila, nas Filipinas, no dia 7 de fevereiro, inquiriram Paulsen sobre casamento, divórcio e a realidade do solteiro. Paulsen, citando seus 52 anos de casado, enfatizou a importância de escolher, com sabedoria, o companheiro da vida e de participar de aconselhamentos pré-nupciais. Uma vez que o casamento é um “compromisso, não uma experiência”, Paulsen disse que a alternativa de “morar junto” não é aceitável como desculpa para diminuir os índices de divórcio. Paulsen prosseguiu com o tema sobre compromisso, agora em relação à lealdade a Deus, respondendo a várias perguntas sobre a observância do sábado, para o grupo de Manila. Quando um estudante de Mianmar disse que alguns exames, em escolas públicas, são aplicados somente aos sábados, Paulsen mencionou o trabalho desenvolvido pelo Departamento de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da igreja contra a discriminação religiosa. Outro estudante perguntou se é errado dar uma “escorregada” na guarda
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Mais de 600 mil quenianos são membros da igreja. Por Elizabeth Lechleitner, diretora assistente da Rede Adventista de Notícias
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Diz Líder Regional da Igreja
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Recuperação do Quênia,
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nquanto o Quênia se digladia com a violência resultante da disputa pela reeleição do presidente Mwai Kibari, um líder adventista do sétimo dia diz que os mais de 600 mil membros que formam a forte comunidade adventista naquele país são politizados e bem posicionaLEVANDO PAZ: O pasdos para influenciar os esforços de reconciliação. tor Geoffrey Mbwana, Geoffrey Mbwana, líder da Igreja Adventista na Áfripresidente da igreja ca Centro-Oriental, cuja sede está localizada em Nairóbi, adventista na região falou recentemente à Rede Adventista de Notícias sobre a África Centro-Oriental, campanha da igreja no Quênia visando a recrutar pastores e líderes adventistas para pregar sobre perdão e respeito diz que os membros pela vida, tanto do púlpito como nas mesas de negociapodem ajudar a levar ção. “Somente quando os adventistas são fiéis aos valores a paz ao Quênia. cristãos, acima da lealdade tribal”, diz ele, “a igreja pode evitar situação semelhante à violência tribal de 1994 e os assassinatos em massa na vizinha Ruanda.” A despeito dos desafios em relação à segurança, Mbwana diz que os adventistas estão ajudando as pessoas atingidas. Os membros das igrejas estão organizando cultos, aos sábados, nos campos de refugiados e distribuindo alimentos, roupas e outros suprimentos básicos para os desabrigados. F O T O
do sábado para conseguir um favor de um professor ou um chefe. “Não fazemos concessões em relação ao sábado, por nada”, disse Paulsen. Quando os jovens confiam em Deus, podem também confiar em seu “julgamento correto e bons propósitos”, salientou Paulsen durante os dois programas. “Veja, você sabe o que é certo”, disse ele em resposta a uma pergunta sobre música, filmes e outras escolhas na área de entretenimento. Foi quando compartilhou como ele próprio escolhe as músicas para o seu iPod: “Essa música é respeitável? Comunica uma mensagem de Deus? Pode ser usada para unir uma comunidade de crentes?” Se não, melhor não “batizá-la”, disse ele. Várias perguntas giraram em torno das atividades apropriadas para os adventistas. Será que deveríamos apoiar algum político ou concorrer a algum cargo eletivo? Devemos nos associar a outras denominações? E praticar esportes? O “sim” do pastor Paulsen a cada pergunta foi seguido da advertência de que nada pode interferir no nosso compromisso com Cristo. Se, algum dia, você concorrer a uma eleição, “não confunda o programa de trabalho do Estado com a missão da igreja”. “Saiba quem você é e não comprometa sua identidade”, disse Paulsen, aconselhando os jovens a não se isolarem na comunidade adventista. “Cristo disse: ‘Vamos ao encontro das pessoas.’ Não fique isolado! Vá com convicção, com a certeza de quem você é e do bem que pode oferecer”, disse. Quando um participante do Camboja, cuja família morreu no genocídio de Pol Pot, perguntou se Deus vai levar para o Céu as pessoas que não tiveram a oportunidade de aceitar a Jesus, Paulsen assegurou que a “generosidade” de Deus vai muito além da compreensão humana. “Você pode se alegrar porque Deus mesmo responderá a todas as suas dúvidas.”—por Elizabeth Lechleitner, Rede Adventista de Notícias, com a equipe da AR.
Rede Adventista de Notícias: O atual ministro da Educação do Quênia, Sam Ongeri, é adventista do sétimo dia, assim como vários juízes e figuras importantes da nação. Podem os adventistas usar seu cargo público de maneira a influenciar as opiniões em direção à reconciliação? Geoffrey Mbwana: Sim. O professor Ongeri estava entre os quatro líderes apontados recentemente pelo presidente Kibaki, para representar seu partido nas negociações com Kofi Annan. Lembro-me muito bem da primeira reunião, a qual, por sinal, foi televisionada. Annan estava pronto para começar, quando o Prof. Ongeri solicitou educadamente que iniciassem as negociações com uma prece. Então, foi solicitado que ele fizesse a oração, o que certamente foi uma contribuição muito positiva. Não há envolvimento político, ou seja, perigo de que a fidelidade política possa eclipsar a lealdade cristã? Temos gente em ambos os lados [da disputa política]. Você sabe, eles são nacionalistas e participam na vida política do país. Temos membros adventistas no parlamento. O Prof. Ongeri foi nomeado pelo presidente Kibaki. Nossos membros são ativos no cenário político da nação. O que acontece com a população em geral, afeta nosso povo. Esperamos que eles continuem a compreender que a vida é mais importante do que facções políticas e o lado para o qual pendemos. Estamos pedindo ao nosso povo para mostrar que faz diferença tornar-se cristão (adventista) em momentos como esse.
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A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO O que dizer da comunidade adventista como um todo? Está a população adventista do Quênia polarizada em relação ao conflito? Existe a possibilidade de o país tornar-se como Ruanda, com adventistas lutando contra adventistas? No momento, acho que não é esse o caso. Mesmo assim, se as questões em jogo não forem corrigidas e sanadas, infelizmente terão potencial para se transformar em um grande problema. Mas estamos visitando as congregações. Tivemos várias reuniões com os pastores de diferentes regiões, incluindo as áreas mais violentas. Pregamos a irmandade e a reconciliação, o amor e o respeito pela vida do outro, o perdão e a paz.
preconceito, a ministrar a todos os grupos de pessoas e mostrarlhes amor e bondade. Essa mensagem é bem recebida. Além disso, muitas igrejas prestam serviço voluntário, como aconselhamento para crianças e para os desabrigados. Alguns voluntários de nossas igrejas cuidam das crianças órfãs nos campos, e todas as nossas igrejas, até agora, estão ativas coletando alimentos, roupas e fazendo as entregas – alguns, por meio da ADRA, e outros diretamente nos campos de refugiados. Não são apenas uma ou duas pessoas trabalhando. Cada pastor e líder de igreja tem se esforçado para pregar a reconciliação, tentando sanar qualquer problema local que possa surgir.
Até que ponto a população adventista do Quênia foi atingida pela violência? Até agora, não temos notícia de que nenhum adventista perdeu a vida. É um tanto difícil conseguir informação. Por isso, não podemos afirmar com certeza. Entretanto, em termos da infra-estrutura da igreja, uma guarita de segurança noturna (na Universidade do Oriente Africano, em Baraton) quase foi queimada, casas de alguns professores da universidade foram destruídas e uma de nossas escolas foi quase totalmente queimada. Os membros de nossa igreja têm sido muito mais afetados pela violência. Muitos deles ficaram desabrigados e estão em campos de refugiados. Em Eldoret, na região oeste do Quênia, em um dos campos de refugiados, quase 300 membros da igreja adventista reúnem-se para o culto, a cada sábado, e há muitos outros adventistas em diferentes campos, que temos visitado de tempos em tempos.
Qual é a reação a esses esforços? Em lugares onde já atuamos, as pessoas responderam positivamente. Estou falando sobre os adventistas, naturalmente. Todas as vezes que falamos com eles, disseram: “Essa é a mensagem de que estávamos precisando.” Em alguns desses lugares remotos e perigosos, os adventistas nos disseram: “Não imaginávamos que o senhor viria tão longe, arriscando a vida por nós.” Ficaram felizes e animados em ver seus líderes e ouvir a mensagem deles.
Existe algum modo de convencer os adventistas de etnias opostas a perdoar uns aos outros, nesse clima de tanta rivalidade étnica? Basicamente, apelamos para suas convicções espirituais, porque todos nós temos o mesmo sangue por meio de Jesus Cristo. Temos diferenças étnicas, mas elas não são importantes. O que importa é que fazemos parte da mesma família. Jesus valorizou de tal modo a vida que deu Seu próprio sangue para que tenhamos vida. Portanto, em vez de derramar o sangue de alguém, devemos estar ao seu lado para apoiar. Esse é o espírito de Jesus Cristo. Estamos tentando guiá-los para além dos seus sentimentos étnicos, ou seja, abraçar os poderosos valores cristãos e viver de acordo com tais padrões. Ideologicamente, soa bem. Mas como vocês traduzem esses conselhos em resultados concretos? Umas das coisas que ministramos às pessoas de diferentes grupos éticos, em muitos campos de refugiados, é a necessidade de alcançar o outro lado com atos de bondade, porque temos gente de ambos os lados dessas facções étnicas que estão sendo afetadas negativamente e, no momento, precisam de ajuda. Temos, portanto, encorajado nossas igrejas a oferecer ajuda, sem
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O senhor acha que essa mensagem está influenciando esferas além da comunidade adventista? Acredito que sim. Manifestamos o desejo de nos reunir com os líderes de cada lado da disputa política, embora não tenhamos ainda condições para tal. Apesar de os resultados não serem tão expressivos, uma vez que não podemos ir a certos lugares por questão de segurança – cremos que tem causado um impacto positivo e pode contribuir na restauração das feridas e caminhar na direção da reconciliação. Ontem fui convidado para falar em uma reunião interdenominacional, a qual seria televisionada, mas, por alguma razão, foi adiada. Esse, porém, é o tipo de evento do qual estávamos ansiosos para participar. Em nossas igrejas, já vemos pessoas se reunindo e dizendo: “Sim, precisamos amar uns aos outros; precisamos esquecer essas diferenças.” Os membros de nossa igreja, ao redor do mundo, estão preocupados com a situação do Quênia. Há alguma coisa mais que o senhor gostaria que soubessem? Agradeço muito aos membros da igreja em Nairóbi e em todo o país, bem como aos adventistas de todo o mundo por doarem tempo e recursos para ajudar as pessoas que precisam de ajuda agora. Agradeço aos nossos jovens que trabalham voluntariamente para a ADRA na distribuição de roupas e alimentos, pois nossa maior necessidade é desse espírito cristão. Temos recebido grande apoio dos adventistas, ao redor do mundo, na forma de conselhos e orações. E quando estávamos evacuando nossos funcionários da universidade e do nosso hospital, recebemos muito apoio da Associação Geral. Os líderes estiveram conosco diariamente.
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Cuba
Por Dentro Por Hans Olson, do escritório da missão adventista
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ento e cinqüenta quilômetros é a distância que separa Cuba dos Estados Unidos, na costa do estado da Flórida. Sendo o único país comunista no hemisfério ocidental, Cuba tem tido relações tumultuosas com os Estados Unidos desde os anos 60. Cerca de 11 milhões de pessoas vivem nesse país caribenho, constituído por um arquipélago. Já foi considerado como o destino mais popular para o período de férias, mas o país tem sido reprimido econômica e socialmente nos últimos 50 anos. Cristóvão Colombo, durante sua famosa exploração do “Novo Mundo”, conquistou Cuba para a Espanha, em 1492. Ao longo dos séculos seguintes, muitos escravos africanos foram levados para Cuba para trabalhar nas plantações de café e cana-de-açúcar. Navios espanhóis, vindos da América Central e do Sul, aportaram em Cuba, em seu caminho para a Europa, fazendo da cidade de Havana um importante porto para o Império Espanhol. Embora brevemente ocupada pelos britânicos, a ilha permaneceu como uma colônia espanhola até 1868, quando declarou sua independência. Enquanto a maioria das outras colônias do “Novo Mundo” procurou e conseguiu sua independência muito mais cedo, Cuba permaneceu leal, talvez por causa do valor de suas exportações para a Europa e sua preocupação com a influência dos Estados Unidos na região. A Espanha continuou a controlar Cuba até 1895, quando uma revolução liderada por José Julián Martí,com intervenção dos Estados Unidos,resultou no estabelecimento da República de Cuba. Até o presente governo tomar posse em 1959, Cuba era o
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O Adventismo em Cuba
A visita a Cuba, de W. A. Spicer, secretário da Comissão de Missões da Associação Geral, no inverno de 1902, e os artigos subseqüentes da Review and Herald (Revista Adventista), impulsionaram os primeiros missionários adventistas a começar com a colportagem e o trabalho médico missionário no outono de 1903. Alguns anos depois, a igreja adventista organizou, oficialmente, a Missão Cubana. Em 1905, a primeira congregação foi organizada num subúrbio próximo a Havana. Os primeiros cubanos a se tornarem adventistas do sétimo dia foram Pedro Cruz e Manuel Ávila. Cruz conheceu missionários adventistas, leu sua literatura e convidou seu amigo Ávila para acompanhá-lo às reuniões. Os dois foram batizados em 18 de maio de 1907. Naquele ano, mais oito pessoas foram batizadas. Em 1935, o programa de rádio La Voz del Atalaya começou a ser transmitido fora de Havana, com Miguel Vasquez como locutor. Em 1942, o departamento de rádio da Associação Geral nomeou Bráulio Pérez Marcio, que começou a preparar e gravar programas em espanhol, transmitidos pela estação de rádio CMQ, por todo o Caribe. Apesar de essas transmissões de rádio não haverem continuado, uma escola bíblica por correspondência funciona até hoje. A Igreja Adventista teve 40 escolas primárias na ilha, até todas as escolas particulares serem banidas em 1961. O Seminário Adventista Cubano ainda funciona, mas as matrículas diminuíram significativamente desde o início dos anos 60. Em 1994, aproximadamente 11 mil adventistas viviam em Cuba. Apenas seis anos depois, a igreja havia dobrado esse número, chegando a 23 mil membros. Hoje, a Igreja Adventista em Cuba continua a crescer, com expansão das instalações de muitas congregações. Para saber mais sobre a Igreja Adventista em Cuba, assista ao DVD da Missão Adventista, deste trimestre, ou visite www.AdventistMission.org. U.S.
Capital Idioma oficial Religiões
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Cuba
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Havana Espanhol Cristianismo (Catolicismo Romano e Protestantismo), Judeus, Santería (prática sincretista afro-cubana) População 11.2 milhões Membros adventistas 26.000 Adventistas per capta 1 para 430
maior produtor de açúcar do mundo. Mas diversos embargos comerciais, desde a metade do século vinte, têm limitado a economia de Cuba. A exportação de tabaco e açúcar continua muito importante para a economia da nação.
Haiti
George Town
Haiti
Jamaica
Kingston
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A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL
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ovos ares sopram em terrenos cristãos, com a capacidade de transformar o movimento ecumênico. Qual deve ser a posição dos adventistas do sétimo dia em relação ao assunto, considerando seu profundo interesse na evolução dos eventos finais? Nos dias 6 a 9 de novembro de 2007, líderes cristãos representando mais de 70 nações reuniram-se em Limuru, no Quênia. Esse grupo, extremamente diverso, unido sob a chancela do Fórum Cristão Global (FCG), participou de uma reunião sem precedentes, nos tempos modernos. Pela primeira vez, pentecostais e evangélicos reuniram-se com católicos, protestantes e representantes das igrejas instituídas da África. Muitos dos presentes aclamaram a reunião como histórica. Certamente foi um evento único, até o momento. O encontro em Limuru ocorreu na noite do sexagésimo aniversário do Concílio Mundial das Igrejas (CMI). Muitas mudanças aconteceram no mundo cristão desde 1948, quando o CMI foi criado com a esperança de uni-los: ■ O centro de gravidade mudou-se para o sul. A Europa e os Estados Unidos não definem mais o ritmo dos acontecimenros. O cristianismo cresce rapidamentos na África e na Ásia, mas está estagnado na região onde nasceu. Hoje em dia, estima-se que a região sul do globo tenha quatro vezes o número de cristãos que há no norte (ou Ocidente). O número de missionários que trabalham no Sul já ultrapassa o número de seu equivalente, no Ocidente. Indo pouco além dos números, porém, deve-se notar uma mudança ainda mais importante. O cristianismo
William G. Johnsson é
assistente do presidente nas relações interdenominacionais para os Adventistas do Sétimo Dia.
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Novos
Ares cumên cos E Por William G. Johnsson
Será que o Fórum Cristão Global unirá as igrejas?
do “Sul” é mais conservador do que a maioria das igrejas que constituem a representatividade principal do CMI. Atribui mais autoridade às Escrituras; tem uma compreensão mais holística do mundo natural e sobrenatural e dá um valor mais destacado ao Espírito Santo, tanto na doutrina como na experiência pessoal. ■ O Movimento Evangélico, sem levar em conta as correntes denominacionais, tem se tornado uma força global. Evangélicos, independentemente de denominação, estão unidos na crença da confiabilidade da Bíblia, da obra expiatória de Cristo por Sua morte na cruz, da necessidade da conversão, do evangelismo e da segunda vinda de Cristo. A Aliança Evangélica Mundial conta com 420 milhões de cristãos em sua congregação. ■ Os pentecostais estão crescendo em ritmo ainda mais frenético. Em sua manifestação moderna, o movimento começou como um fenômeno cristão marginalizado na Los Angeles de 1904. Iniciado como um movimento de reavivamento, que atraía os mais pobres e desprezados pela sociedade, a denominação pentecostal espalhou-se por todo o mundo. Sem estrutura organizacional, centraliza-se na congregação, enfatizando a experiência pessoal com o Espírito Santo. Por ser difícil encontrar uma definição clara do que constitui um pen-
tecostal, as estimativas da força mundial desse movimento variam amplamente; no entanto, observadores em geral concordam que os pentecostais carismáticos já chegam a mais de 500 milhões ao redor do mundo. ■ No continente africano o cristianismo se expandiu. Muitas igrejas nativas têm se levantado em torno de figuras carismáticas. Algumas dessas igrejas, geralmente conhecidas como Igrejas Africanas Instituídas, têm congregações que vão além das fronteiras nacionais, chegando até mesmo à Europa e América. Oferecendo uma religião de celebração, eles usam os símbolos, a música e a dança que refletem a cultura africana. Provavelmente, 100 milhões de cristãos pertencem às Igrejas Africanas Instituídas. Essas mudanças permearam amplamente o CMI. Muitos evangélicos se desencantaram por causa da mudança brusca em prol de ações políticas e sociais tomadas pelo CMI, na Assembléia de 1968, em Uppsala, na Suécia. Pentecostais, inicialmente desacreditados pelas igrejas principais, tornaram-se hostis ao movimento ecumênico representado pelo CMI. Finalmente, as novas igrejas africanas e o CMI geralmente encontram poucos pontos em comum. Hoje em dia, 60 anos após sua fundação, o CMI procura um senso de direção. Seu orçamento e pessoal foram
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Acima: UNIDOS EM ORAÇÃO: Cultos vibrantes e excelente interação pessoal foram destaque no Fórum Cristão Global em Limuru, Quênia. À direita: AMPLA REPRESENTAÇÃO: Os representantes do Fórum Cristão Global incluíam delegados do Exército da Salvação, Assembléia de Deus, Igreja Ortodoxa da América, Concílio Mundial de Igrejas, Concílio Pontífice para a Promoção da Unidade Cristã e Associação de Comunicadores Cristãos.
Desde 1948, quando o Concílio Mundial de Igrejas foi formado, grandes mudanças ocorreram no mundo cristão.
drasticamente reduzidos, se comparados aos de vinte anos atrás. Falhou na tentativa de atrair grupos representando números consideráveis de cristãos. Embora tenham feito esforços fervorosos, os membros de suas igrejas não conseguiram dar o passo mais elementar, que é aceitar um ao outro à mesa de Cristo. Com tal história pregressa, o conceito do Fórum Cristão Global(FCG) nasceu em 1998. Rubert van Beck, que serviu ao CMI por vários anos, mesmo aposentado, trabalhou os nove anos seguintes planejando e organizando a reunião que, finalmente, foi realizada em Limuru, em novembro passado. Van Beck foi assessorado por um comitê diretivo, envolvendo várias tradições. Mel Robeck, professor de História da Igreja no Seminário Fuller da Califórnia, e também pentecostal, foi peça-chave, persuadindo muitos líderes pentecostais a participar do FCG. As idéias do FCG foram, antes de tudo, testadas em reuniões regionais pelo mundo. O comitê de direção concluiu que a única maneira de deixar os pentecostais à vontade para participar seria assegurar-lhes que seriam, junto com os evangélicos, pelo menos 50% dos presentes. E isso ocorreu exatamente assim, em Limuru. Os pentecostais eram o grupo mais representativo e desempenharam papel importante em sessões de plenário e grupos de debate. Os dois artigos de maior relevância apresentados em plenário vieram de acadêmicos pentecostais. O FCG durou quatro dias em Limuru, a 19 km de Nairóbi, em um resort que pertence ao Concílio Nacional de Igrejas do Quênia. O CMI e seus patrocinadores arcaram com a maior parte
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A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL das despesas do evento. Muitos daqueles que compareceram tiveram as despesas pagas pelos organizadores. Três adventistas participaram: John Graz, Relações Públicas e Diretor de Liberdade Religiosa da Associação Geral; John Kakembo, Diretor Ministerial da Divisão CentroOeste Africana, sediada em Nairóbi, e William G. Johnson, autor deste artigo. A finalidade declarada do FCG era “criar um espaço aberto onde representantes de um vasto leque de igrejas cristãs e organizações interdenominacionais
tradição, era poderoso e emocionante. Nesses grupos, as barreiras denominacionais vieram abaixo, resultando num clima de boa vontade entre todos, nos dias que se seguiram. O FCG gastou seu último dia e meio avaliando o que foi debatido e tentando determinar o padrão e direção a serem seguidos. Os participantes expressaram muita gratidão pelo evento, que foi considerado um avanço, e pediram para que as estruturas fossem reduzidas ao mínimo. O FCG quer evitar tornar-se uma
O modo como os adventistas se relacionarão com essa mudança de ares deve ser determinado com muita cautela. que confessam o Deus triúno e Jesus Cristo como perfeito em Sua divindade e humanidade, pudessem reunir-se para compartilhar o respeito mútuo e para analisar e debater, em conjunto, desafios comuns”. Ao contrário de reuniões ecumênicas do passado, das quais participei, no FCG, o elemento afetivo (emocional) desempenhou uma parte significativa. Os cultos de adoração, com exceção dos conduzidos pela Igreja Ortodoxa, eram bem animados. Os africanos deram um sabor todo especial ao encontro. Para muitos, o ponto alto ocorreu no primeiro dia. Todos os participantes entraram em grupos de 30, pré-selecionados, e pessoa por pessoa gastou cerca de 15 minutos relatando seu testemunho pessoal na jornada com Jesus Cristo. O elemento comum do chamado e intervenção divina, independente da
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nova organização, e o processo continuará em níveis regionais e locais. O comitê que planejou o FCG será reformulado e ampliado para dirigir o processo. Os desdobramentos futuros determinarão se acontecerá outra reunião global. A maioria dos participantes em Limuru saiu entusiasmada. Todos se sentiram parte de algo especial, se não histórico. Será o FCG visto como o divisor de águas, onde o CMI e o velho ecumenismo acabaram, e onde nasceu um novo e imprevisível ecumenismo? Só o tempo dirá. A maneira com que os adventistas deverão se relacionar com essa mudança de ares deve ser determinada com cautela. Nunca fomos membros do CMI e sempre mantivemos distância da organização abraçada pelo ecumenismo. Para nós, o senso da missão para todo
o mundo, divinamente ordenada, não pode ser enfraquecido ou comprometido pela ligação orgânica com outras organizações cristãs. Não somos juízes. Simplesmente colocamos o foco em nossa missão e deixamos que outros respondam ao Senhor pelo seu chamado. Também desejamos a unidade de todos os crentes, conforme orou o nosso Senhor, um pouco antes de morrer na cruz. Mas unidade com base em quê? E a que preço? Para nós, a unidade cristã só pode vir por crenças compartilhadas, baseadas na Bíblia. Nossa compreensão histórico-profética faz com que desconfiemos das coligações cristãs. Muitas vezes, o resultado tem sido coação de consciência, e Apocalipse 13 adverte que tal fato aconteceria pouco antes da volta de Cristo. Aplaudimos homens e mulheres de boa conduta em qualquer lugar. Por 80 anos, a política de trabalho da nossa igreja tem sido: “Reconhecemos as organizações que exaltam a Cristo perante os homens como parte do plano divino de evangelização do mundo, e temos em alta estima homens e mulheres cristãos, de outras denominações, que estão comprometidos em ganhar almas para Cristo.” Participamos de debates teológicos com outras igrejas, procurando compreender e ser compreendidos. Onde seja possível, unimo-nos em movimentos como liberdade religiosa e ajuda aos necessitados, assim como Ellen White fez, em seus dias, juntando-se a outras denominações na luta contra o tráfico de álcool. Adoramos, alegremente, com outros cristãos, orando por eles e com eles, incluindo seus ministros. Nesse aspecto, os adventistas estão bem à frente das igrejas do CMI: nós abrimos a mesa do Senhor a todos os que se apresentam perante Ele, independente da denominação. Esse é o tipo de ecumenismo – e apenas esse – do qual nos sentimos livres para participar.
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Reduzindo o Risco de um
Ataque Cardíaco Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless
Minha mãe tem apenas 50 anos de idade e acabou de sofrer um ataque cardíaco. Estamos preocupados porque ela parecia ser muito saudável. Meu irmão e eu temos 27 e 24 anos, respectivamente. Esse fato significa que corremos risco? ssa é uma boa pergunta para você fazer ao seu médico. O British Medical Journal (Jornal Médico Britânico) relatou, na edição de 8 de setembro de 2007, que a avaliação dos membros da família pode ser importante. Um estudo realizado em 130 mil famílias com um ou mais membros portadores de doença cardíaca documentada, mostra que eles representam 70 % dos participantes do estudo com início precoce de ataques cardíacos e 80 % dos acidentes vasculares cerebrais, também prematuros. Eles representam, entretanto, apenas 14% da população geral. Isso significa que a predisposição familiar a doenças cardíacas é um fator importante. As pesquisas estimam que mais de 50% dos ataques cardíacos poderiam ser evitados com tratamento apropriado. Na primeira avaliação, seu médico pesquisará os fatores de risco. Quais são seus níveis de colesterol, peso, pressão arterial e estilo de vida; se você pratica exercício físico, quanto de gordura e que proporção de gordura saturada compõe sua dieta; se come castanhas e ácidos graxos ômega 3. Embora sua mãe, provavelmente, esteja sendo medicada, a melhor coisa a fazer é submetê-la a um tratamento de reabilitação cardíaca. A Harvard Heart Letter recomenda que, se um paciente foi vítima de ataque cardíaco, sofreu uma angioplastia com implantação de “bypass” ou substituição de válvula, recebeu um transplante de coração ou so-
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fre de angina estável, em qualquer desses casos, deve ser submetido à reabilitação cardíaca. Os seguros de saúde geralmente cobrem o custo de tal tratamento. O estilo de vida promovido pelo Ministério de Saúde Adventista reduzirá, também, o risco de ataque cardíaco. Entretanto, só você pode optar pelo que é certo. Tenho fibrose uterina. Desisti da cirurgia com medo de que uma histerectomia fosse necessária, pois quero ter filhos. Tenho 33 anos de idade. Qual seu conselho? fibrose são massas musculares que se desenvolvem, predominantemente no útero, as quais, em sua maior parte, são tumores benignos. Elas interferem no fluxo sanguíneo através do útero e, freqüentemente, tornam intenso o fluxo menstrual. Podem interferir na fertilidade e, eventualmente, causar interrupção da gravidez. A fibrose varia no tamanho, de quase indetectável (tumores do tamanho de um amendoim), a tumores tão grandes quanto uma bola de futebol. Quando grandes, podem causar pressão e dor, assim como distensão abdominal. Técnicas recentes e avançadas permitem aos ginecologistas e laparoscopistas a utilização de um novo leque de possibilidades de abordar a fibrose. Muitas mulheres levam a gravidez a termo, com sucesso, apesar da fibrose, embora a gravidez esteja associada ao seu rápido crescimento e à degeneração do centro da fibrose chamada “degeneração vermelha”, que pode ser muito dolorosa. Pequenas fibroses que se projetam para o interior da cavidade uterina ou logo abaixo da superfície do endométrio (revestimento), podem, às vezes, ser removidas por meio do estereoscópio, que é um pequeno telescópio introduzido através da cérvix.
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Quando a cirurgia tem por fim remover a fibrose por um processo chamado miomectomia, a paciente é sempre advertida de que a histerectomia pode tornar-se uma necessidade urgente. Isso acontece porque, em raros casos, o sangramento se torna incontrolável ou quando a fibrose é tão numerosa que resta pouco tecido para a reconstrução do útero. Na prática, entretanto, o uso de soluções vasoconstritoras injetadas ao redor da fibrose, minimiza o sangramento. Ora, como as fibroses, quase sempre, são detectadas quando ainda pequenas, é muito menor o risco de a histerectomia tornar-se necessária. Talvez, com 33 anos de idade, um dos maiores perigos para ter filhos é a rápida passagem do tempo e o declínio da fertilidade. Meu conselho é que você tente a gravidez tão logo que seja apropriada para sua situação. Problemas de fertilidade requerem identificação urgente. Se existe a hipótese de a fibrose ser a causa da infertilidade, você deve considerar seriamente a remoção. Muitas mulheres ou seus médicos adiam, para descobrir, tarde demais, que a idade as deixou sem filhos. Recomendamos que procure um ginecologista interessado, que leve a sério seu desejo de ser mãe.
Allan R. Handysides, M.B.,
Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento do Ministério da Saúde da Associação Geral.
Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor executivo do ICPA e diretor associado do Ministério da Saúde. Abril 2008 | Adventist World
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ltimamente tenho pensado no rio Jordão. Não sobre o rio Jordão espiritual, atravessado por fiéis que viveram antes de mim e que agora esperam pela “terra prometida” celestial. Não tenho pensado no Jordão dos tempos modernos, com tantos problemas militares e potencial político. Nem sequer tenho meditado no grande Jordão, causador de muitos problemas de logística ao Israel do Antigo Testamento. De fato, não tenho contemplado o Jordão literal. Na verdade, são as pedras. Aquelas pedras do Jordão. Problemas de Segunda Geração
Escondida no quarto capítulo do
livro de Josué, encontra-se a história daquela linda e emocionante manhã, quando toda a segunda geração dos filhos de Israel caminhava, compassadamente, atrás “da arca do Senhor, do Senhor de toda a Terra” (Js 3:11). Durante 40 longos anos, aqueles filhos de escravos fugitivos começaram a perder a esperança, à medida que seus sonhos se desvaneciam. Embora, durante todo o tempo em que caminharam pelo deserto, seus sapatos e roupas não se estragaram, o cereal do café da manhã nunca tenha faltado e mananciais de águas sempre surgiram onde quer que acampassem, eles falharam em enxergar o óbvio. Apesar de possuírem mais gado e uma moeda mais
forte que a da maioria das outras nações do seu tempo e em virtude de estarem protegidos do calor diurno pela nuvem que os cobria e conduzidos pelo fogo na escuridão da noite, eles perderam seu respeito e admiração pelos milagres do diaa- dia. O Mar Vermelho agora era apenas uma história da experiência de seus antepassados, a segunda estrofe do cântico de Moisés, ou seja, uma história. Eles não participaram daquele acontecimento. Aquele incrível milagre, que para eles e para as nações vizinhas era uma prova do poder do seu Deus, transformou-se em artigo de segunda mão (veja Josué 2:10). Com a recente morte de Moisés (Dt 34:8), a nova geração de israelitas havia
Pedras Por Stephen Dunbar
Minhas
do
Jordão
Como filhos de gerações distantes dos nossos pioneiros espirituais, precisamos parar para uma avaliação.
S H A R L E N E
J A C K S O N
/ M O D I F I C A D A D I G I TA L M E N T E
Enquanto alguns decidem abandonar a experiência de nossos pioneiros, muitos ainda param e perguntam: “O que significam essas pedras?” presenciado a perda de quase todos os indivíduos que “atravessaram o mar sobre terra seca”. A velha geração viu as carruagens, os cavalos e seus cavaleiros submergirem nas praias do leste do Mar Vermelho. Embora, mais tarde, tenham abertamente se rebelado contra o Deus que os libertou, a visão da destruição do exército egípcio nunca deveria ser removida da tela de sua mente. Essa, porém, era a nova geração, sem lembranças tangíveis do que seus pais haviam visto. Nenhuma roda de carruagem havia sido retirada das ruínas. Nenhum capacete egípcio foi colocado em um museu de vitórias. Nem mesmo algumas poucas pedras que lembrassem o Mar Vermelho. Assim, o “poderoso braço” foi se apagando gradualmente da memória, escapando da visão. Uma Demonstração Atual
Agora, bem a tempo, Deus, mais uma vez, revelaria Seu “braço poderoso” para uma nova geração de seguidores, que cresceu insensível aos milagres (Js. 1:10, 11; 3:5, 10). As águas do Jordão, como as do Mar Vermelho, seriam movidas diante de seus olhos para abrir uma estrada seca e larga que os levaria à margem oposta do rio (Js 3:17). Esses filhos, como seus pais haviam feito, empurrariam, puxariam e carregariam todos seus pertences para o outro lado (Js. 1:11). Essa geração, como a geração anterior, emergiria na vegetação de um território desconhecido (Js 3:4). Essa travessia, porém, seria diferente. Diferente por causa das pedras. Aquelas pedras do Jordão seriam içadas da parte mais profunda do rio – como se tivessem sido tiradas do meio da experiência pessoal que tiveram com Deus naquele dia (Js 4:3). Para eles, cada
pedra seria um memorial do que o seu Deus havia feito, embora o significado daquelas pedras não terminasse em celebração de um acontecimento da história, mas indicaria aquilo que o seu Deus ainda faria. Ajoelhando diante do altar construído com as pedras do Jordão, a segunda geração de israelitas abriria os braços de leste a oeste, mostrando para a terceira e quarta gerações de israelitas, os milagres do passado e as promessas para o futuro (Js 4:21-24).
para derrubar os altares e cobrir as pedras, muitos ainda param e perguntam: “O que significam essas pedras?” Para cada pessoa a resposta é singular, embora seja a mesma. Elas testificam de nossa experiência com um Salvador que fielmente tem provado ser verdadeiro e cujas promessas são reais. A promessa de Deus é que, embora permaneçamos numa fé antiga, Ele fará novas coisas para e por meio de nós (Jr 31:33; Ez 20:12; At 1:8).
Minhas Pedras do Jordão
Como alguém que ainda procura um significado para aquelas pedras, ajoelho-me com outros homens e mulheres, conselheiros da fé, que abrem os braços entre o passado e o futuro, contando-me dos muitos Jordões dos quais retiraram suas pedras. Reconheço, porém, que a experiência deles ao atravessar seus Jordões nunca pode tomar o lugar da minha própria travessia. Foi na travessia do meu Jordão, pela demonstração do amor de Deus, que escolhi lembrar que desejo acreditar e que estou compelido a seguir em frente nessa fé. Eu continuo a remover pedra após pedra de cada experiência com Cristo, de maneira que, quando outros se aproximam de mim e vêem meu altar, posso compartilhar com eles o significado das minhas pedras, as pedras que tirei do Jordão.
Por isso, tenho pensado nas pedras que minha igreja deixou para mim. Nosso legado de vida saudável, nossos hospitais, escolas, instituições que cuidam dos necessitados – todos me lembram dos sonhos e experiências que outros tiveram, não apenas cultivando uma denominação, mas compartilhando uma mensagem singular e incrível de esperança e liberdade. Contemplo, junto com muitos outros, as pedras da história da nossa Igreja Adventista e imagino se é simplesmente uma história, o segundo verso do hino “Fé de Nossos Pais”. Será que vale a pena manter nossa posição em relação às profecias? E a compreensão sobre o julgamento: deveria ser tão importante para nós? Não é a mesma coisa observar o sábado no primeiro dia da semana como no sétimo? Não deveríamos misturar nossas doutrinas e crenças com as doutrinas e crenças de outras religiões em nome da tolerância? Pergunto-me se as pedras do Jordão de nossa igreja foram cobertas por ervas daninhas e, para muitos, a visão do “braço poderoso” de Deus está esmaecendo. Ou será que nós, como a segunda geração de israelitas, simplesmente nos tornamos insensíveis aos milagres? Enquanto alguns escolheram abandonar a experiência de nossos pioneiros
Tornando Pessoal
Quando escreveu esse texto, o canadense Stephen Dunbar era estudante de biologia marinha, na pós-graduação da Universidade Central de Queensland, em Queensland, Austrália.
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f é a t o d a p r o va n o Os cristãos do adventistas
Tsunami
Por Caroline V. Katemba Tobing
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País
lguns meses depois de a costa asiática ser atingida pelo tsunami, professores e funcionários da Universitas Advent Indonesia (Universidade Adventista da Indonésia) em Java, visitaram, em julho de 2006, a região de Pangandaran, Indonésia, uma das áreas mais atingidas por ondas de três metros de altura. O grupo viu o resultado da devastação e destruição e visitou muitos moradores da cidade, para ouvir suas histórias. Além de relatarem as tragédias, sofrimento e tristezas, muitos membros da igreja adventista reconheceram a proteção e o cuidado de Deus e como a mensagem do evangelho tem se espalhado naquela área. Martaatmadjas
O missionário voluntário Sumarsono* e Tri Murti Ningsih “Fien” Martaatmadja chegaram a Pangandaran em março de 2004. O secretário da Associação de Java, Sutrisno Tjakrapawira, fez os arranjos para que o esforço missionário do casal fosse parte do programa Pioneiros de Missão Global, coordenado por Tjakrapawira. O alvo dos Martaatmadjas era compartilhar a mensagem de Jesus numa região sem presença adventista – objetivo não muito fácil de ser alcançado. “O primeiro passo e o mais importante [para compartilhar o evangelho] é fazer amizade com o povo e misturar-se com ele”, disse Sumarsono. “Se alguém está doente, vamos visitá-lo, levando remédio. Se não há remédio, levamos fruta, alimento e outros itens para ajudá-lo. Também oramos com as pessoas necessitadas porque cremos que há poder na oração.” Sumarsono e Fien disseram que citam versos do Alcorão referentes ao sábado e a outras doutrinas de crenças em comum que encontraram. Em seguida, explicam mais profundamente essas crenças, baseadas nas Escrituras. Como resultado desse método simples, já no primeiro ano, dez pessoas aceitaram a Jesus como seu Salvador. Os novos conversos uniram-se aos Martaatmadjas em sua missão de compartilhar o evangelho e, em três anos, 80 pessoas foram batizadas. Não é sem sacrifício que aquela área está sendo evangelizada. “Todas as coisas que doamos – medicamento, alimento
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compartilham sua fé em meio a terríveis dificuldades
e outros itens – saem do meu bolso”, explica Sumarsono. Embora ele e sua família se sintam felizes por doar o que podem para ganhar algumas almas para Cristo, os recursos são escassos. A família Martaatmadja – marido, esposa e duas filhas – vive com um salário aproximado de apenas R$ 87 por mês. Sumarsono diz que muito mais pessoas em Pangandaran estão abertas para aprender de Jesus, mas a falta de apoio financeiro retarda o trabalho. Apesar dos desafios financeiros, os Martaatmadjas estão avançando em outras áreas. O casal tem feito amizade com os moradores de Karanganyar, uma vila localizada a 20 quilômetros de onde vivem. Eles falam do breve retorno de Cristo. Sumarsono e Fien viajam primeiro de ônibus, depois de barco para chegar à vila, e até agora, 70 pessoas foram batizadas ali. Surjo e Saiti
O casal recém-batizado, Surjo e Saiti, ganhava a vida vendendo alimento perto da praia em Pangandaran. Eles tinham uma pequena barraca onde vendiam coco, macarrão, rujak (salada tradicional), sucos e outros itens. Sua barraca era um lugar popular, tornando-os comerciantes bem sucedidos. O fato de estarem progredindo deixou os vizinhos curiosos, os quais procuraram saber qual era o segredo do sucesso. “Eles perguntaram quando tínhamos usado o talismã ou amuleto que estava trazendo tantas pessoas à nossa barraca”, disse Surjo. Assim, o casal convidou os vizinhos para sua pequena loja e revelou o “segredo”. “Quando entraram, peguei minha pequena Bíblia, abri e li alguns versos”, explicou Surjo. “Falei a eles sobre a Bíblia, a qual contém vida em suas palavras. Disse que era esse o segredo do sucesso da nossa barraca. A Bíblia me fortalece e ilumina. É Jesus Cristo que faz minha barraca prosperar.” Após aceitar a mensagem adventista e selar seu compromisso com Cristo, por meio do batismo, o casal começou a separar, fielmente, o dízimo do Senhor. Eles mantinham o dízimo separado do dinheiro da barraca. Começaram a perceber quão mais abundantemente Deus os havia abençoado depois
tinham tanta força que a barraca ficou rodando até ficarmos muito tontos.” Nesses momentos de desespero, clamaram ao Senhor: “Deus, não suportaremos essa dor por muito tempo mais. Ainda queremos viver para Te servir e compartilhar o Teu evangelho com as pessoas ao nosso redor. Por favor, ajudanos!” eles oraram. Imediatamente, após orarem, outra onda muito forte atingiu a barraca e quebrou-a em duas partes. O casal foi separado um do outro. Finalmente, uma parte da estrutura, junto com Surjo, foi lançada no segundo andar de um hotel. A outra metade, com Saiti, aterrissou também no segundo andar, mas de outro hotel. Sua barraca estava destruída e o dinheiro perdido, mas o marido e a esposa estavam salvos. Surjo e Saiti crêem que Deus poupou a vida deles. “Estamos vivos porque pedimos ajuda a Deus e Ele ouviu nossa oração”, diz Surjo. Udins
De cima para baixo: CRENTES: Sumarsono Martaatmadja e sua esposa, Fien (fileira de trás), os primeiros a chegar em Pangandaran, como missionários, em 2004. Estão acompanhados de alguns dos 80 crentes adventistas que vieram a conhecer Jesus por meio do evangelismo na área, iniciado pelos Martaatmadjas. A Sra. Udin (segunda da direita), recém-conversa, sai de casa às três horas da manhã, todo sábado, e viaja cinco horas até Pangandaran, para assistir ao culto. CASA DE REUNIÃO: Os adventistas, em Pangandaran, reúnem-se para adorar sob uma lona em frente à casa de um membro.
de se tornarem dizimistas. Logo, os Surjos começaram a pensar em expandir seu negócio. Foi quando o tsunami veio. “Quando o segurança da praia alertou a todos para abandonarem o local por causa da grande onda que estava chegando, começamos a correr”, disse Surjo. “Então nos lembramos do dinheiro que economizamos para construir uma nova barraca e a oferta que daríamos no sábado. Nós voltamos para pegá-lo.” Mas antes que pudessem escapar novamente, a onda do tsunami os alcançou, tirando-os do chão com barraca e tudo. O casal, preso na barraca, sentia que estava sendo carregado pela onda e jogado de um lado para o outro pela força violenta da água. “Estávamos com tanto medo!”, lembra Surjo. “Sentíamos que não iríamos resistir por muito tempo, pois as ondas T O D A S
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O casal Udin também se uniu à igreja adventista. Esposo e esposa eram fervorosos em sua nova fé. O Sr. Udi, infelizmente, faleceu. Sua esposa, porém, com 56 anos de idade, continua comprometida no serviço do Senhor e de Sua igreja. Para freqüentar os cultos de sábado, a Sra. Udin sai de sua casa às três horas da manhã para fazer a longa caminhada de cinco horas até Pangandaran. Ela anda cinco quilômetros para tomar o transporte público e troca de ônibus três vezes antes de chegar ao local onde os adventistas se reúnem. Ela trabalha a semana toda para ganhar apenas o suficiente para o transporte que a leva para encontrar-se com os crentes adventistas a cada sábado. “Sempre levo uma lanterna comigo porque ainda está escuro quando saio para a estrada, sozinha, de madrugada”, diz Udin. “Nunca, porém, perdi um culto aos sábados.” Os adventistas de Pangandaran ainda não têm uma igreja para se reunir aos sábados. Às vezes, alugam uma sala de hotel e outras vezes fazem o culto na casa dos irmãos. A falta de acomodação, porém, não apaga a chama de sua fé e o zelo de contar a outros sobre o Jesus a quem amam e servem. Apesar das tragédias, tribulações e experiências tristes, os membros da igreja na Indonésia continuam a adorar e testemunhar do seu Senhor. Sua missão é levar a mensagem do evangelho aos outros, para que muito mais pessoas venham a conhecer o Deus vivo. *Após ser escrito este artigo, Sumarsono morreu tragicamente em um acidente de carro. Sua esposa, Fien, continua a testemunhar do Senhor em Pangandaran e espera, ansiosa, pelo dia do retorno de Jesus à Terra para se encontrar outra vez com seu querido esposo.
K AT E M B A T O B I N G
Caroline V. Katemba Tobing, Ph.D., é diretora do Departamento de Inglês e professora na Universidade Adventista da Indonésia, em Bandung, Java, Indonésia.
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S A M U E L
N E V E S
À direita: MUSA DE SEUS SONHOS: Samuel e Amy conheceram-se no colégio de ensino médio. Ficaram distantes um do outro quando ele voltou para o Brasil e uniram-se pelo casamento quando ele retornou à Inglaterra. Abaixo: Newbold College, alma máter do autor.
Realização do
Sonho Mãe
do uma
Nasci por um milagre, recebi o nome de Samuel e esta é minha história.
C O R T E S I A
Por Samuel Neves
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eus é semelhante a um fabricante de relógios. Criou o mundo e não tem mais nenhum relacionamento com ele.” É o que alegam os deístas. O deísmo defende que Deus não Se importou com Sua criação e, conseqüentemente, não tinha planos para a humanidade. Entretanto, de tempos em tempos, surge uma história que desafia a coincidência e revela um Deus real e presente. Meu nome é Samuel Neves e esta é minha história.
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Mudança de Rumo para Mamãe
Regina era uma fiel católica que vivia no sul do Brasil. Após casar-se com Nerocy, coronel aposentado, por muitos anos tentou ter um filho. Infelizmente, todos os exames médicos mostraram que a gravidez era impossível. Nesse mesmo período, Regina começou a receber estudos bíblicos de uma família adventista da vizinhança. Quando descobriu a história de Ana (em 1 Samuel 1 e 2), identificouse imediatamente com ela. Daquele dia em diante, a oração de Regina passou a ser: “Meu Deus, se me deres um filho, vou me unir a esse movimento adventista e vou dedicá-lo ao Teu ministério, de todo coração, assim como fez Ana.” A princípio, nada aconteceu. Após três semanas, porém, suas orações tornaram-se mais freqüentes até o grande dia em que descobriu que estava grávida! Ainda seguindo o exemplo de Ana, ela daria ao seu filho o nome de Samuel, que em hebraico significa “Deus me ouviu”. Poucos meses depois, eu nasci. Entretanto, nem tudo estava bem. Logo após meu nascimento, os médicos descobriram que uma de minhas pernas era mais curta que a outra. Isso significava que eu teria que usar aparelho ortopédico até os 19 anos de idade. Quando minha mãe soube a verdade, adiou por sete dias a cirurgia, contra a indicação médica, e foi ao melhor lugar que conhecia: sua nova família adventista do sétimo dia. Após uma semana de jejum e oração com a igreja, mamãe levou-me para ser examinado novamente. Ela sempre me disse que esse foi um dos momentos mais terríveis de sua vida. Mais uma vez,
Deus agiu. Não havia nenhuma explicação para o fato de eu estar completamente curado. Logo após esse incidente, mamãe e papai entregaram a vida a Cristo por meio do batismo e, poucos anos mais tarde, assim como na história de Ana, Deus deu aos meus pais outra criança: minha querida irmã Sara. Grande Desapontamento
Minha criação refletia meu chamado. Eu sabia, desde pequeno, que Deus havia me chamado para ser um pastor. Meus primeiros anos foram moldados para esse propósito e mamãe gastava boa parte do dia me ensinando a Bíblia e contando como Deus chamou outros para também servi-Lo. Eu sabia o que queria, e nada no mundo mudaria minha convicção de me tornar um ministro do Altíssimo. A adolescência chegou. Por alguma razão, meu pai se convenceu de que eu deveria ser um diplomata. Ele sempre foi uma pessoa de autoridade em nosso estado, inclusive conseguindo aposentar-se aos 40 anos de idade – fato, até hoje, incomum. No entanto, sempre sonhara tornar-se diplomata. Outro problema pelo fato de eu desejar ser pastor, para meu pai, era o baixo salário. De algum modo, ele conseguiu me convencer de abandonar meu chamado para seguir a carreira diplomática. Na época, eu tinha 13 anos de idade. Enquanto isso, minha mãe foi impressionada por Deus a enviar-me para o exterior. Ela entendeu isso como sendo sua vez de enviar Samuel a Eli e, assim, começou sua busca por internatos na Inglaterra. Ouviu sobre o Newbold College e, como era época da assembléia da Associação Geral de 1995, em Utrecht, Holanda, pensou ser uma boa oportunidade para conhecer o Newbold College e outras escolas. Assim, nós quatro partimos para o que se tornou a viagem mais incrível de nossa vida: quatro brasileiros, um carro, 21 dias e 11 países! Nosso entusiasmo começou ao visitarmos o estande do Newbold, na Associação Geral, seguido de um desa-
pontamento quase insuportável. Minha mãe não pôde segurar as lágrimas quando meu pai traduziu o que um representante do Newbold dizia: eu era muito novo para estudar naquela escola e que não havia nenhuma outra escola que pudesse me aceitar. Lembro-me, claramente, como sua fé foi abalada. Por várias horas, tudo o que ouvíamos era: “Deus me disse que você estudaria na Inglaterra; Deus me disse que você estudaria na Inglaterra; Deus me disse que você estudaria na Inglaterra.” E isso se repetiu pelos dois dias seguintes. De Mal a Pior
Os últimos três dias de nossa viagem transformaram-se rapidamente de felizes para tristes e, em seguida, desesperadores. Tínhamos deixado a visita à Inglaterra como última parte de nossa viagem. Em nosso plano, Londres e o Newbold ficariam por último, pois logo após tomaríamos o navio de volta para a Bélgica e, em seguida, voaríamos para o Brasil. Visitamos todos os lugares em Londres, mas decidimos não ir ao Newbold, uma vez que ali não havia lugar para mim. Aquela última sexta-feira amanheceu nublada. Por isso, resolvemos tomar o navio e partir direto para a Bélgica. Mas, de repente, meu pai mudou de idéia. Tinha o desejo inflexível de ir ao Palácio de Buckingham assistir à troca da guarda às 11 horas da manhã. O problema é que outras cinco mil pessoas tiveram a mesma idéia. Sem nenhum lugar para estacionar, ele me disse para descer do carro e filmar para que, pelo menos, pudesse assistir em casa. Desci e comecei a filmar enquanto ele dava voltas ao redor do palácio. Quando completou a segunda volta e eu ainda não havia terminado minha filmagem, minha mãe e irmã desceram para tentar me encontrar. Grande erro! Ele disse à minha mãe que iria estacionar o carro e voltaria
Samuel Neves
é pastor da Igreja Adventista Holloway, em Londres, Inglaterra.
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Desespero Ainda Maior
Quando chegamos à embaixada brasileira, havia ali apenas três pessoas. Quando lhes contamos nossa história e após pagar o táxi, um funcionário chamado Marcus levou-nos a todos os hospitais e delegacias da área e, finalmente, para um hotel perto de sua casa. Minha mãe ficou mais e mais desesperada quando não encontramos meu pai em
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para nos encontrar. Entretanto, o único estacionamento que conhecíamos ficava do outro lado de Londres. Esperamos a cerimônia terminar e todas as pessoas irem embora. Lá pelas duas da tarde, começamos a ficar muito preocupados, pois papai ainda não havia retornado para nos encontrar. (Naquela época, papai estava com 77 anos de idade e, realmente, não havia se adaptado dirigindo no lado “errado” das ruas. Dirigir do lado esquerdo não era fácil para ele.) Pelos padrões anteriores de direção de meu pai, eu já sabia que ele nunca iria encontrar o estacionamento sozinho, para depois voltar e nos encontrar. Pelas três da tarde, sugeri à minha mãe que eu pegasse um ônibus e fosse ao estacionamento ver se ele estava lá. A princípio, ela disse não! Já havia perdido o esposo e não estava disposta a autorizar seu filho, de 13 anos, a atravessar Londres com as 5 libras que tínhamos. Finalmente, após convencê-la, pedi algumas informações e tomei o ônibus certo para o shopping center, para onde meu pai havia se dirigido. Mas ele não estava lá. Milagrosamente, consegui voltar ao Palácio de Buckingkam. Meu pai não havia retornado e minha mãe e irmã estavam chorando desesperadamente. Tentei convencê-las de que tudo daria certo – afinal, é assim que sempre acontece nos filmes! Lá pelas 5 da tarde, já era hora de tomar alguma atitude. Encontramos um policial e arrisquei as palavras: “Brasil, família, perdido, pai, carro, estacionamento, ir, perdido, ajuda, Brasil.” O policial nos olhou friamente, como sempre, e simplesmente chamou um táxi. Eu estava super empolgado – tudo estava acontecendo, exatamente, como nos filmes!
De cima para baixo, em sentido horário: REUNIÃO: Em junho de 2004, nove anos após a aventura em Londres, a família Neves (irmã Sara, Samuel, Mãe e Pai) reúnem-se (fora da Torre de Londres) para relembrar como Deus os dirigiu. Papai Neves estava com 87 anos de idade. PRIMEIRO PASSO: Esse desbravador rechonchudo cresceria para realizar as aspirações de sua mãe de vê-lo como líder da igreja que ela aceitou. SEM PRESSA: Sendo a mulher de oração que é, Regina Neves, entretanto, sabia como relaxar, soltando o cabelo e usando um chapéu engraçado, numa loja de brinquedos, em Londres.
todos os lugares possíveis. A essa altura, já havíamos perdido o navio para a Bélgica (que já estava pago) e, conseqüentemente, nosso vôo de volta para o Brasil. Tínhamos os passaportes; meu pai, o dinheiro, de modo que nenhum de nós podia ir a lugar algum. Nossos cartões de crédito estavam próximos do limite, e não tínhamos mais dinheiro para comprar outras quatro passagens de retorno ao Brasil. Minha mãe chorou e orou a noite toda e minha irmã e eu choramos até dormir. Nossas opções haviam se esgotado, mas felizmente, as de Deus, não!
cou para o único lugar que tínhamos em comum: Newbold College. Mas como iria chegar lá? Ele começou sua aventura pedindo a um bêbado na rua que o dirigisse até Bracknell (onde está localizado o colégio). Às 8 da manhã do dia seguinte, o impossível, mais uma vez, provou ser possível pela providência de Deus: papai chegou ao Newbold College! Já no campus, ele se encontrou com o irmão Oliveira, um professor brasileiro que morava perto do colégio havia muitos anos. Papai conseguiu ligar para a companhia aérea na Bélgica e tentar
Minha mãe perdeu imediatamente o apetite, mas um raio de esperança, mais uma vez, aqueceu seu coração. A Grande Reviravolta
No dia seguinte, fomos tomar o café da manhã e tentamos comer alguma coisa. Quando estávamos retornando ao nosso quarto, o telefone público do saguão do hotel começou a tocar. Imediatamente, minha mãe olhou para mim e disse: – Sam, pode atender o telefone, porque é seu pai. Eu tinha consciência da impossibilidade de isso acontecer, mas não pude resistir à autoridade com que minha mãe havia ordenado. – Alô! – eu disse. – Ah... por favor... família Brasil... foi a resposta do outro lado. Não pude resistir às lágrimas quando ouvi meu pai arriscando o que sabia de inglês para tentar nos encontrar. O seu lado da história era tão incrível quanto o nosso. Ele, finalmente, encontrou o “abençoado” estacionamento às 7 da noite, esperando que estivéssemos lá. Ele pensou que havia dito à minha mãe e irmã para me encontrar (onde estava filmando), e que tomássemos um ônibus para encontrá-lo no tal estacionamento. Quando ele se convenceu de que não estávamos lá, sua mente de militar indi-
trocar nosso vôo. Da Bélgica ele recebeu a grande notícia de que o Consulado Brasileiro, em Londres, havia encontrado sua família e que estavam num hotel. Foi assim que sua ligação chegou até nós. Marcus (do consulado) encontrou uma Igreja Adventista do Sétimo Dia, que enviou um membro para nos levar até o Newbold College. Entrar nos portões do colégio e ver o pequeno carro vermelho que meu pai alugara foi um dos melhores momentos de minha vida. Logo minha mãe entendeu as razões por trás de tudo o que aconteceu. O irmão Oliveira, após ouvir toda nossa história, e enquanto servia um delicioso almoço em sua casa, disse: “Realmente, Sam é muito novo para o Newbold, mas há uma outra escola...” Minha mãe perdeu imediatamente o apetite, mas um raio de esperança, mais uma vez, aqueceu seu coração. Ele continuou: “... chamada Stanborough School e não é muito longe daqui. Certamente, eles podem aceitá-lo.” O sonho estava vivo mais uma vez. Obstáculo Final
Ao voltarmos para o Brasil, nos informamos de todos os pormenores e requisitos daquela escola e, mais uma
vez, caímos na realidade. O estipêndio era muito caro e a única alternativa para eu estudar lá seria vender nossa casa. Meu pai foi terminantemente contra essa idéia. Ele não queria vender a casa e não queria ficar longe de mim. (Papai e eu éramos bons amigos. Íamos juntos a todos os lugares, mesmo com meus colegas de escola. Ele não suportava nem mesmo a idéia de me perder.) Isso significava que os joelhos de minha mãe encontrariam o chão com mais freqüência. De repente, papai concordou com a venda da casa, mas com a condição de eu estudar para me tornar um diplomata. Concordei com ele e, embora mamãe não concordasse, ela viu nisso uma maneira de Deus trabalhar no coração do coronel. Poucas semanas mais tarde, nossa pequena mansão se foi e eu estava matriculado como aluno da Stanborough Secondary School em Watford, Inglaterra. Cheguei à escola no dia 28 de novembro de 1995, com a missão de aprender inglês e tornar-me um diplomata. Foi numa sexta-feira à noite, uns três meses mais tarde, que um amigo, Jonathan Ferreira, me disse: “Sam, não existe nada que você possa ser na vida, a não ser um pastor.” Ele não conhecia minha história. Algo aconteceu dentro de mim, que não sei explicar, mas, desde aquela noite, nunca desisti da minha decisão de seguir o chamado para ser um ministro. Quando terminei meus estudos na Stanborough School, voltei ao Brasil e completei a graduação em Teologia, no ano de 2004. Naquele mesmo ano, fui chamado pela Associação do Sul da Inglaterra para ser pastor em Londres. Casei-me, então, com minha namoradinha da adolescência, Amy, que conheci quando estudava na Stanborough School. A Associação para a qual trabalhava patrocinou meu curso de mestrado em teologia, e hoje sou o pastor jovem da Igreja Adventista Holloway, ao norte de Londres. Não tenho a menor idéia do que me aguarda no futuro, mas de uma coisa, pelo menos, estou certo: “Deus sabe, exatamente, para onde devo ir e como me levar até lá.” É só isso o que realmente importa.
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NÚMERO 9
vida, morte e ressurreição
Cristo de
Por Elias Brasil de Souza
Três princípios da fé cristã
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tualmente, a mídia popular e o mundo acadêmico dão atenção especial a Jesus. Filmes, documentários para televisão, revistas, artigos de jornais têm-se tornado veículos de debate e de divulgação de assuntos relacionados a Jesus, como Sua paixão, Sua tumba e Sua família. Infelizmente, muitos desses esforços para compreendê-Lo foram amplamente realizados por mero interesse acadêmico ou pela curiosidade popular, sob o ponto de vista cético. Para os adventistas do sétimo dia, porém, Jesus não é um mero objeto de pesquisa acadêmica ou de simples curiosidade. Com efeito, Ele está no centro da mensagem adventista, com Sua obra para resgatar a criação caída. Não é de admirar que uma de nossas crenças fundamentais trate da vida, morte e ressurreição de Cristo. Desfazendo o Estrago
Na realidade, a vida, morte e ressurreição de Jesus são três dimensões interligadas da obra de nosso Salvador e do plano da salvação. Ao vir a este mundo e trilhar o caminho antes trilhado por Seus antepassados, Cristo viveu uma vida de perfeita obediência à lei de Deus, demonstrando em Seus relacionamentos e atitudes para com as pessoas o perfeito e infinito amor do Pai (Hb 4:15). O Senhor desfez no deserto o que Adão e Eva haviam feito no Jardim do Éden. Apesar de ter sido tentado por Satanás, após 40 dias de jejum, Jesus permaneceu fiel e leal à Palavra de Deus (Mt 4:1-11; Mc 1:12,
Elias Brasil de Souza é diretor do Seminário
Teológico Adventista do Sétimo Dia do Instituto Adventista do Nordeste (IAENE), em Cachoeira, BA, Brasil.
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13; Lc 4:1-13). Ao personificar o novo Israel, Cristo também obteve vitória, onde Israel havia falhado (note Sua resposta a Satanás, ao citar a passagem de Deuteronômio a respeito da infidelidade de Israel no deserto). Isso não são apenas reflexões teológicas; são boas novas! A vitória de Cristo e Sua vida de perfeita obediência são creditadas a favor daqueles que O aceitam como Salvador (Rm 5:19; Hb 5:6-10). Ellen G. White afirma que “A obediência dinâmica de Cristo cobre o crente pecador com a justiça exigida pela lei.”1 Assim, a perfeita obediência oferecida por Cristo em Sua jornada terrestre foi tão essencial para o plano da salvação, como foi Sua morte na cruz e Sua ressurreição ao terceiro dia. Antes e acima de tudo, Cristo é nosso Salvador (uma vez que Sua vida é imputada ao pecador pelo ato da justificação). Não devemos negligenciar o fato de que a vida de obediência de Cristo se torna um exemplo a ser seguido (veja 1Co 11:1; Ef 5:1, 2; Fp 2:5-8). Assim sendo, seguir Seu exemplo tornase a maior evidência de nossa salvação e avanço em direção à santificação. Significado da Cruz
A vida de perfeita obediência ao Pai capacitou Jesus a oferecer-Se como o Cordeiro de Deus, sem pecado, que veio para tirar o pecado do mundo. Seu sacrifício no Calvário resultou na expiação substitutiva e reconciliação com Deus, em nosso favor (Gl 3:13; Rm 5:9). A cruz tornou-se, diante de todo o Universo, a suprema expressão da infinita sabedoria, amor e perdão de Deus. Como Martinho Lutero expressou tão bem: “Ele fez de Sua justiça a minha justiça e do meu pecado o Seu pecado. Se Ele assumiu o meu pecado como sendo Seu, e este já não é mais meu, estou livre. Se Ele fez da Sua justiça a minha justiça, agora sou justo como Ele é. Meu pecado não pode
devorá-Lo, pois é tragado pela insondável profundidade da Sua justiça, uma vez que Ele mesmo é Deus e santo para sempre.”2 A morte de Cristo na cruz é mais do que um evento histórico do passado. O que Paulo disse sobre Cristo é significativo, não do Jesus que foi crucificado, mas de Jesus, O crucificado: “Nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus” (1Co 1:23, 24). João, o revelador, olhou “e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto” (Ap 5:6). Os persistentes efeitos da morte de Cristo na cruz não fornecem apenas aceitação e perdão para os pecadores arrependidos, mas também afetam, positivamente, toda a raça humana. De acordo com Ellen White, “mesmo esta vida terrestre devemos à morte de Cristo. O pão que comemos é o preço de Seu corpo quebrantado. A água que bebemos é comparada com Seu derramado sangue. Nunca alguém, seja santo ou pecador, toma seu alimento diário, que não seja nutrido pelo corpo e pelo sangue de Cristo. A cruz do Calvário acha-se estampada em cada pão. Reflete-se em toda fonte de água.”3 Sua Ressurreição é Fundamental
Tão importante e indispensável quanto possa ser a morte de Cristo, não teria cumprido seu propósito sem o evento histórico da ressurreição. “A ressurreição de Cristo dentre os mortos foi o selo do Pai na missão de Cristo. Foi uma expressão pública de Sua completa satisfação por Sua obra expiatória. Ele aceitou o sacrifício de Jesus em nosso favor. Foi tudo o que Deus exigia de perfeito e completo.”4 O fato de Jesus ressuscitar corpo-
ralmente dentre os mortos, não apenas legitimou e validou Sua morte, mas também justificou Suas afirmações relativas à Sua natureza e missão, enquanto esteve na Terra. Por meio da ressurreição, Jesus venceu a morte, derrotou as forças do mal e obteve justiça por nós (Rm 4:24). Sua ressurreição tornou-se uma promessa de nossa futura imortalidade (1Co 15), a força motriz para caminharmos “em novidade de vida” (Rm 6:4) e a prova de um futuro julgamento (At 17:31). A ressurreição é tão importante que o apóstolo Paulo deposita sobre ela toda a integridade da mensagem cristã ao afirmar que “se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé”(1Co 15:14). Assim, como diz Raoul Dederen: “Nossa pregação, nossa fé e nossa salvação não têm valor sem a ressurreição de Cristo. Nela temos a promessa da consumação do plano redentor de Deus.”5 Em resumo, a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo são três dimensões harmoniosas, interconectadas e inseparáveis da obra e plano de redenção de nosso Salvador, como Senhor, Redentor e Sumo Sacerdote. Ao viver uma vida perfeita, Jesus foi qualificado para ser Senhor para os crentes. Por Sua morte substitutiva na cruz, Ele cumpriu os tipos precursores do livro de Hebreus e tornou-Se nosso Redentor. Ao terceiro dia, ressuscitou dentre os mortos e ascendeu ao Céu, onde agora intercede a nosso favor, como Sumo Sacerdote, no santuário celestial. Filhos e Filhas de Deus, p. 240. Luther’s Works, vol. 25: Lectures on Romans, ed. Jaroslav Jan Pelikan, Hilton C. Oswald, and Helmut T. Lehmann (Saint Louis: Concordia Publishing House, 1972), 25:188. 3 O Desejado de Todas as Nações, p. 660. 4 Nossa Alta Vocação, p. 118. 5 Handbook of Seventh-day Adventist Theology, electronic ed., Logos Library System; Commentary Reference Series (Hagerstown, Md.: Review and Herald Publishing Association, 2001, © 2000), p. 186. 1 2
Vida, Morte e Ressurreição
cristo
Na vida de Cristo, de perfeita obediência à vontade do Pai, e em Seu sofrimento, morte e ressurreição, Deus proveu o único meio de expiação dos pecados dos homens, de modo que os que aceitam essa expiação pela fé possam ter vida eterna, e toda a criação compreenda melhor o infinito e santo amor do Criador. Essa expiação perfeita vindica a justiça da lei de Deus e a benignidade de Seu caráter; pois ela não somente condena o nosso pecado, mas também garante nosso perdão. A morte de Cristo é substituinte e expiatória, reconciliadora e transformadora. A ressurreição de Cristo proclama a vitória de Deus sobre as forças do mal, e assegura a vitória final sobre o pecado e a morte para os que aceitam a expiação. Ela declara a soberania de Jesus Cristo, diante do qual se dobrará todo joelho, no Céu a na Terra. (Jo 3:16; Is 53; 1Pe 2:21, 22; 1Co 15:3, 4, 20-22; 2Co 5:14, 15, 19-21; Rm 1:4; 3:25; 4:25; 8:3, 4; 1Jo 2:2; 4:10; Cl 2:15; Fp 2:6-11.)
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e há um tempo em que precisamos de fé e esclarecimento espiritual, é agora. Os que perseveram em oração e lêem as Escrituras diariamente, com o desejo sincero de conhecer e praticar a vontade de Deus, não serão desiludidos pelas decepções causadas por Satanás. O Senhor ajudará aqueles que se posicionam em favor de Sua verdade. Muitos que vêem a luz não aceitarão, temendo confiar no Senhor. Jesus diz: “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por an-
Mensagen Para Dando a Jesus nossas melhores afeições, santas aspirações e serviço completo. Por Ellen G. White
sioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer um deles” (Mt 6:25-29).
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Nosso
Tempo O grande Mestre Artista provê para as maravilhas da natureza. Dá o delicado colorido às flores. Se Ele faz tanto por uma simples flor, “que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?” “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas
coisas vos serão acrescentadas.”
O Cuidado de Deus por Nós
Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito para morrer e, assim, redimir o homem do poder de Satanás. Não irá Ele, então, cuidar do homem, criado à Sua ima-
gem? Nosso Pai celestial não abandona os filhos que põem sua confiança nEle e descansam em Suas promessas. Ele compreende cada circunstância de nossa vida. Vê e sabe a nossa condição. Conhece todas as nossas tristezas e pesares. Conhece-nos pelo nome e sensibiliza-Se com nossas enfermidades. Como nós, Ele foi tentado em todos os aspectos e sabe como socorrer aos que são tentados. Jesus é nosso Ajudador e cuidará dos que nEle confiam. Desenvolvendo Nossa Confiança
Deus nos tem confiado talentos individuais, que devemos desenvolver mediante uso. Temos muitos motivos para glorificá-Lo. Em tudo que somos, devemos demonstrar nossa lealdade para com Ele. Nosso poder não nos foi concedido simplesmente para empregá-lo em nosso benefício. Deve ser utilizado para determinados fins, para
se modo, entenderemos o que Ele fez por nós, sentindo alegria, bem como sincero desejo de fazer algo para mostrar o nosso amor por Jesus. Esse tipo de procedimento pode se tornar um hábito em nossa vida. Não vamos questionar ao obedecer, mas seguiremos a luz e faremos as obras de Cristo. Não avaliaremos conveniências nem vantagens temporais, se formos obedientes. Os que amam a Jesus amarão e obedecerão a todos os Seus mandamentos. Examinarão profundamente a Bíblia e conhecerão toda a doutrina. Somente a verdade irá satisfazê-los, pois são representantes de Cristo na Terra. Permanecendo Firmes
Cristo declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida.” Seus seguidores devem permanecer o mais próximo possível dEle. Não podemos falar como Ele falou; entretanto, devemos imitá-Lo, pois Ele é nosso modelo. Não devemos
Devemos viver para agradar a Jesus e, assim, nossa fé e confiança nEle serão fortalecidas dia a dia. amar a Deus, acima de tudo, e ao nosso próximo como a nós mesmos. Os princípios cristãos devem ser incorporados à nossa vida e experiência. Devemos viver nossa vida hoje, pela fé no Filho de Deus. Devemos viver para agradar a Jesus e, assim, nossa fé e confiança nEle serão fortalecidas dia a dia. Des-
erguer falsas luzes, não introduzir heresias na verdade. Cumpre-nos estar certos de que cada posição que tomamos deve ser amparada pela Palavra de Deus. Queremos a verdade completa, imaculada e não poluída pelos costumes, opiniões e máximas do mundo. Queremos a verdade com todas as suas exi-
gências. A aceitação da verdade envolve cruz. Jesus, porém, deu a vida como sacrifício por nós, e não daremos a Ele todo afeto, santas aspirações e serviço completo? Devemos aceitar o jugo de Cristo, levantar o Seu fardo, mas a Majestade do Céu declara que Seu jugo é suave e Seu fardo, leve. Devemos evitar o lado altruísta da religião? Devemos evitar o auto-sacrifício e hesitar em abandonar o mundo e suas atrações? Uma vez que Cristo fez tanto por nós, seremos apenas ouvintes e não praticantes de Suas palavras? Negaremos, por meio da indiferença e de uma vida inativa, nossa fé, tornando-nos vergonha para Aquele que nos chamou de irmãos? Futuro vitorioso
Ninguém entrará na Cidade Santa, o paraíso de Deus, a não ser como vencedor – quem se afasta do mundo, mantém-se na defesa da “fé que uma vez foi entregue aos santos”, combate o bom combate da fé, “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que Lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus”. Portanto, trabalhemos desinteressadamente como Cristo, para levar pessoas ao conhecimento da verdade. Todo coração, corpo, alma e força são necessários nesse trabalho, e se trabalharmos com fidelidade, independentemente dos aplausos e censuras do mundo, nós ouviremos o “bem está” da Majestade do Céu e receberemos a coroa, os louros da vitória e o linho branco que representa a justiça dos santos.
Esse artigo foi extraído de sua primeira edição na revista Advent Review and Sabbath Herald, hoje Adventist Review, de 25 de agosto de 1885. Os adventistas do sétimo dia crêem que Ellen G. White exerceu o dom profético bíblico durante mais de 70 anos de ministério público.
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Última Moeda
[Em Fairhaven, Massachusetts], veio morar, com menos de um ano de idade, o menino José Bates. “Quando menido, em idade escolar”, diz Bates, “meu grande desejo era ser marinheiro.” De fato, em 1807, com quinze anos de idade, zarpou, em sua primeira viagem à Inglaterra. Na viagem, ele caiu no mar e, ao lado do navio, nadava sereno, ignorando o tubarão que os seguira por dias. [...] Dois anos depois, ele viajou capturado por piratas dinamarqueses. [...] Ao escapar da prisão, chegou à Inglaterra, e por cinco anos serviu como prisioneiro em navios de combate do Rei George, na Guerra de 1812. Mais tarde, tornou-se capitão e chegou a ser sócio de navios, e assim construiu sua modesta fortuna de doze mil dólares, para, em seguida, aposentar-se. Converteu-se na solidão, a bordo de seu navio e, depois de abandonar seus maus hábitos de beber, fumar e blasfemar, ele se tornou um modelo de reforma da saúde para um povo e uma causa, embora não soubesse disso ainda. Foi no ano de 1828 que José Bates voltou para casa e deixou o mar, retornando de uma viagem à América do Sul, após vinte e um anos, desde o momento em que navegou pela primeira vez como grumete. Prudence, sua esposa, era fiel e devotada, uma típica esposa de capitãode- mar, esperando seu retorno de longas viagens, e em seu caso, feliz, mas nunca desapontada, na esperança de vê-lo outra vez. Ela colocara uma Bíblia no baú do navio, junto com outros livros devocionais que o levaram ao seu Salvador. Quando aportou em terra firme, antes de sua última viagem, uniu-se à igreja dela e foi batizado. Seu pai, já idoso e triste, observou que ele já havia sido batizado em sua própria igreja – a congregacional – quando era bebê. Mas disse José: “A Bíblia diz: ‘Creia e seja batizado’, e na época eu era muito novo para crer.” Em 1831, ele ajudou a construir a casa de reuniões cristãs, pela qual manteve seu interesse até que uma rápida sucessão de eventos mudou seus planos, quando a mensagem do Segundo Advento o alcançou, em 1839. Ficamos ao lado de sua antiga casa em Fairhaven, refletindo sobre o passado. Naquele dia de verão de 1846, imaginamos o capitão Bates sentado perto de sua escrivaninha, começando a escrever seu “livro” (um panfleto de 48 páginas) The Seventh-day Sabbath a Perpetual Sign (O Sábado do Séti-
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Por Arthur W. Spalding
Uma história da vida de José Bates, o mais antigo dos três fundadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
mo Dia, um Sinal Perpétuo), quando foi interrompido por sua esposa pedindo que trouxesse farinha suficiente para terminar o que estava preparando. Ele tinha somente uma moeda no bolso, a única que sobrara de sua fortuna. – José – disse a esposa, vindo da cozinha. – Não tenho farinha suficiente para terminar o pão. – Não tem? E quanto de farinha precisa? – Ah! Dois quilos – ela disse. – Tudo bem! Em seguida, levantou-se e saiu; comprou os dois quilos de farinha de trigo, voltou e deixou o pacote sobre a mesa da cozinha, enquanto a esposa se ausentara por algum tempo. Mas imediatamente ela estava, mais uma vez, à sua porta, suspeitando de algo que, esperava, não fosse verdade. – José, de onde veio essa farinha de trigo? – Comprei. Não é quanto você queria? – Sim, mas você, capitão José Bates, um homem que navegou com cargas no valor de milhares de dólares, sai para trazer apenas dois quilos de farinha de trigo? – Querida, para comprar esses dois quilos de farinha, gastei o último dinheiro que tinha. Sim, era verdade! Prudence Bates era uma esposa devotada. Ela havia concordado que seu esposo gastasse seu
Querida, para comprar esses dois quilos de farinha, gastei o último dinheiro que tinha.
dinheiro na causa da Segunda Vinda de Cristo, pois estava ao seu lado nessa crença. Entretanto, ao perceber que sua fortuna minguava, temia perguntar quanto ainda possuíam. Mas agora ela sabia. Além disso, já havia quatro anos que ela não compartilhava a nova verdade do sábado com ele. Durante aquele período, ele costumava levá-la à sua igreja cristã, aos domingos, voltar para casa e, após o culto, retornar para buscá-la. Em 1850, ela o acompanhou, aceitando a mensagem do terceiro anjo e, por vinte anos, até sua morte, foi uma fiel guardadora do sábado e cristã devotada. Mas, então, seu avental voou para seus olhos, enquanto as lágrimas rolavam e ela, soluçando, perguntava: – O que vamos fazer agora? – Vou escrever um livro sobre o sábado e distribuir em todos os lugares, para levar a verdade ao povo – disse ele. – Sim, mas de que vamos viver? – Ah, o Senhor proverá. – Sim, o Senhor proverá! É isso o que você sempre diz. – E saiu, entre soluços e lágrimas. José trocou suas lides de esposo para as de apóstolo, e começou a escrever. Após meia hora, ele sentiu-se impressionado a ir ao correio em busca de uma carta que continha dinheiro. Ele foi, encontrou a carta com uma nota de dez dólares, vinda de um senhor que dizia ter sido impressionado de que o José Bates estava precisando de dinheiro. Com essa quantia de dinheiro, comprou um bom suprimento para sua casa, e pediu que o entregassem à esposa, para surpreendê-la. Quando ele retornou para casa, ela estava muito admirada e ansiosa por saber de onde havia vindo tudo aquilo. – Oh! – disse ele. – O Senhor enviou. – O que você quer dizer com “O Senhor enviou”? – Querida – disse ele. – Leia essa carta e verá como o Senhor provê. Prudence Bates leu e teve outra crise de choro. Dessa vez, porém, por um motivo diferente. E a mensagem do sábado foi adiante, por todo o mundo. Hoje, 600 mil crentes, em todo o mundo, são resultado parcial daquela mensagem. José Bates gastou sua última moeda como um ato de fé de que ele era um servo de Jehovah-jirah, o Senhor que proveria. E ele não creu em vão.
Arthur W. Spalding (1877-1953) foi educador,
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autor e editor adventista, muito admirado. Essa história foi extraída do livro Footprints of the Pioneers (Nas Pegadas dos Pioneiros), publicado em 1947, após ele ter visitado os principais lugares da história adventista na Nova Inglaterra. De um princípio tão humilde, a 600 mil crentes referidos por Spalding, a igreja chegou a mais de 15 milhões de membros hoje.
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P E R G U N TA S B Í B L I C A S
Ao ler Mateus 5:39: “A qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra”, perguntei a mim mesmo: Será que devo agir desse modo?
alguns casos, oferecer a outra face pode ser um ato desafiador, provocador de mais violência. Nossa resposta natural ao insulto ou a um ataque é a retaliação. Jesus disse que deveríamos oferecer a outra face. Isso significa que os cristãos deveriam abandonar seu direito à retaliação, ou seja, a violência freada pela renúncia ao direito legal de “revidar”. A violência enho uma pergunta para você: Por que não? A ordem é tem de acabar e temos um papel a desempenhar na realizaincomum, radicalmente diferente daquilo que esperação desse objetivo. A segunda ilustração é: caso uma pessoa mos. Vai contra a natureza daquilo que consideramos não consiga pagar um débito, é requerido que entregue sua ser valioso e não aprovado pela sabedoria popular. Estamos túnica. A lei permitia que tomasse a túnica como penhor pela sempre preocupados com vandívida (Êx 22:26, 27). Mas tagens pessoais e a aplicação esse não parece ser o caso de uma retribuição legalmenaqui. O indivíduo é objeto te adequada. Aqui Jesus nos de abuso social – quais são as surpreende com o inesperaopções? Jesus diz: “Entregue, do, o antinatural. Analisemos inclusive, sua roupa íntima!” a passagem em seu contexto A idéia é não haver retaliação cultural. sob nenhuma circunstância, 1. Problema da Violência: mesmo que isso signifique Mateus 5:38-43 faz parte de profunda humilhação. um longo discurso que aborda A terceira ilustração é o comportamento esperado extraída do serviço militar. por parte dos que pertencem Os soldados romanos forçaao reino de Deus (Mt 5:1-7 e vam ocasionalmente civis a 29). Essa peça literária, singuexecutarem certas tarefas (Mt lar, começa com uma antítese: 27:32). A reação natural do “Ouvistes o que foi dito: Olho judeu seria resistir ao opresPor Angel Manuel Rodríguez por olho, dente por dente. Eu, sor, mas Jesus ordenou a Seus porém, vos digo: não resistais seguidores a fazer o inimagiao perverso; mas, a qualquer nável: Vá com ele não apenas que te ferir na face direita, vola exigência de uma milha, ta-lhe também a outra” (Mt 5:38,39). Jesus está Se referindo mas duas milhas; para usar a situação como oportunidade de à lei de retaliação no Antigo Testamento (Êx 21:24; Lv 24:20; serviço, não de retaliação. Dt 19:21). A intenção dessa lei era impor limites ao desejo hu3. Atitude Proativa: O terceiro exemplo é muito positivo, mano de revanche, introduzindo o princípio de equivalência; inferindo que devemos evitar nos tornar objetos de violência, o castigo deveria ser proporcional ao crime. Não era permiagindo pacificamente. Devemos fazer tudo que pudermos para tido a ninguém matar uma família inteira pelo fato de que dar aos necessitados e emprestar aos que talvez não consigam alguém da família matou um de seus membros. pagar de volta (Mt 5:42). Essas são algumas das maneiras de Jesus elevou a lei a um nível mais alto, revelando seu provencer a violência na sociedade e na nossa vida. É assim que o pósito final, ou seja, eliminar a violência. A eliminação da vio- amor age. lência na sociedade começa com os seguidores de Cristo. Ele Isso significa que não apenas devemos evitar situações de radicalizou Sua oposição à violência, dizendo: “não resistais violência, mas fugir delas. Jesus não quer que nos tornemos ao perverso”. O verbo “resistir” significa “colocar-se contra” ou vítimas por pensarmos assim. Por exemplo, se seu cônjuge “opor-se”, de modo confrontador. Quando cristãos se tornam é agressivo, você tem que continuar nessa situação, tem que o objeto de ação do mal, espera-se que não reajam de igual “oferecer a outra face”. O ciclo de violência pode ser quebrado modo. Esse é um tipo de resistência passiva; resistir ao mal se não houver retaliação, por servir aos outros e fugindo de sem retaliação. um ambiente violento. 2. Oposição à Violência: Jesus, então, passou a ilustrar o Seja proativo. Ofereça a outra face. que estava querendo dizer. Ele deu três exemplos. Atente para o primeiro: “a qualquer que te ferir na face direita, voltalhe também a outra.” A referência do ato de afronta é a um Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral. murro de mão fechada, não apenas uma agressão física. Em P E R G U N TA :
T
Lutando Contra a
Violência
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E S T U D O
B Í B L I C O
Jesus e o ábado S
Por Mark A. Finley
Algumas pessoas acreditam que Jesus veio para abolir o sábado. O oposto é verdade. Jesus não veio para acabar com a lei, veio para cumpri-la (veja Mt 5:17). Cumprir significa dar sentido. Jesus não veio para abolir o sábado. Ele veio dar-lhe sentido. Os líderes judeus de Seu tempo impuseram restrições desnecessárias sobre o sábado, que se tornou um fardo; o sábado era, freqüentemente, um jugo, uma prisão. Jesus veio para livrar o sábado das práticas absurdas, para que pudesse brilhar com toda a sua beleza. Ele revelou em Sua vida e ensinamentos que o sábado é um presente de amor. Na lição de hoje, examinaremos o sábado por uma nova perspectiva, e descobriremos o precioso presente de amor oferecido por Cristo.
1. Qual era a prática comum de Jesus no sábado? Leia o texto abaixo e escreva a resposta, com suas próprias palavras, no espaço em branco. “Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o Seu costume, e levantouSe para ler”(Lc 4:16).
A prática de Jesus-Seu costume era, a cada sábado, ir adorar o Seu Pai celestial. O sábado é, antes de tudo, um dia de adoração e louvor. O sábado é uma celebração do Deus de bondade, misericórdia e amor. É um lembrete semanal do Seu amor por nós.
2. Por que os fariseus criticavam os discípulos de Jesus por suas práticas ao guardarem
o sábado? Circule a resposta no texto abaixo.
“Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os Seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-Lhe: Eis que os Teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado” (Mt 12:1, 2).
3. Como Jesus respondeu às críticas dos fariseus? Leia o texto e escreva a resposta com suas palavras. “Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do homem é senhor do sábado” (Mt 12:7, 8).
Essa experiência revela, claramente, que o objetivo do Senhor do sábado, Jesus, é satisfazer as necessidades de Seu povo. O sábado não é um dia de prisão, mas um dia de misericórdia e compaixão. Abril 2008 | Adventist World
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4. Os fariseus também condenaram Jesus por curar, no sábado, o homem que tinha a mão mirrada. O que Jesus respondeu a eles? “Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem” (Mt 12:12).
5. Que princípio você pode descobrir em sua própria vida, baseado nesse texto? Escreva o que você pensa.
6. Que conselho deu Jesus aos discípulos, em relação ao sábado, no sermão sobre o fim dos tempos, em Mateus 24? “Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado; porque nesse tempo haverá grande tribulação”(Mt 24:20, 21). Jesus instruiu Seus discípulos a orarem para que sua fuga da destruição de Jerusalém, comandada por Tito, general romano em 70 d.C., não acontecesse no sábado. Por quê?
Servimos a um Senhor amoroso e compassivo. Ele deseja que cada sábado seja um dia de adoração, louvor e comunhão. O sábado é um dia de misericórdia e atos de bondade.
7. Como a morte de Jesus testifica da importância do sábado bíblico?
“Então, se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento” (Lc 23:56). Os seguidores de Jesus, mais próximos,
no
de acordo com o
A cruz fala de descanso, não de trabalho. Ela fala de deixarmos nossos fardos, não de carregá-los. Aqueles que seguiam Jesus mais de perto, descansaram no sábado como um exemplo de seu descanso no amor de Jesus.
8. Qual é o convite de Jesus a cada um de nós? Circule as duas palavras-chave, no texto abaixo.
“Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mt ll:28).
O divino convite de nosso Senhor é ir a Jesus, descansar e adorar. NEle encontramos descanso para os anseios mais profundos de nosso coração. Para Jesus, o sábado era um dia de descanso no cuidado e misericórdia do Pai, um dia para testemunhar do miraculoso poder restaurador de Deus. Era um dia para refletir a Palavra e as obras de Deus. É Seu desejo que, a cada sábado, sintamos Seu amor, vivamos em Sua graça e descansemos no Seu cuidado.
Ainda não esgotamos o assunto sobre o sábado. No próximo mês, examinaremos como os discípulos de Jesus observavam o sábado. 28
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Intercâmbio Mundial C A R TA S Uma Criança os Guiará
Meu comentário é sobre a matéria de capa: “Uma Criança os Guiará” (dezembro de 2008). Além de ser uma história linda e comovente, por se tratar de crianças muito bem educadas, penso que ela vai muito além. A mensagem da matéria, de certa forma, me fez refletir na responsabilidade que o Senhor nos delega. Pensando em como Deus capacitou Dailyn e Kevin, percebi o quanto estou aquém de meu dever para com a obra maravilhosa que o Senhor me deu. Apesar de ser adventista desde criança e cantar sempre na igreja, depois de ler o artigo me senti impelido a pregar o evangelho a outras pessoas através do trabalho missionário. Já formei uma dupla missionária. Espero em Deus que Ele me capacite e, através do Espírito Santo, consiga almas para o Senhor. Que Deus continue abençoando cada dia mais a vida da família Patiño! Obrigado à revista pela grande iniciativa.
Zierley Rojard Itamaraju, Bahia, Brasil Estou impressionado com o artigo de capa, escrito por Wilona Karimabadi, “Uma Criança os Guiará” e “Discipulado Infantil: Ensinando e Capacitando Pequenos Discípulos para Jesus”. São muito inspiradores e educativos.
Admiro o ministério de Karimabadi, através da revista Kids View. Que as bênçãos de Deus estejam sobre ela, sua família e seu ministério!
Shelvan Arunan Ohio, Estados Unidos Kata Rangoso
Na seção Notícias do Mundo da Adventist World (janeiro de 2008, p. 3), Melody Tan e Nathan Brown declararam que “Lawrence Tanabose é o primeiro ilhéu do Pacífico a tornar-se um administrador da Igreja Adventista do Sétimo Dia no sul do Pacífico” (p. 4). Será que o povo daquela região já se esqueceu da maravilhosa contribuição de Kata Rangoso, presidente da Missão Ocidental das Ilhas Salomão, no período de 1953 a 1957? Se a resposta for positiva, então, a Adventist World deveria publicar um artigo, tão logo seja possível, sobre a sua surpreendente vida.
Brian E. Strayer Michigan, Estados Unidos Amor em Todas as Direções
Escrevo sobre a coluna Perguntas Bíblicas (janeiro de 2008), “Amor em Todas as Direções”, por Angel Manuel Rodríguez. Apreciei a explanação detalhada do simbolismo bíblico associado aos quatro pontos cardeais. Para mim, durante toda a vida, as quatro direções estavam associadas a experiências pessoais. O leste: tocando ao piano o hino “De joelhos, partamos pão juntos ... quando caio de joelhos com meu rosto em direção ao sol nascente...” Sempre apreciei um lindo nascer de sol. O oeste: o pôr-do-sol que me dá a meteorologia do dia seguinte e a direção de onde vem o sereno.
O sul: de onde sopram os ventos quentes e de onde vêm as violentas tempestades que temos que enfrentar escondidos no porão. O norte: é minha direção preferida. Quando era escoteiro, usei minha bússola para ganhar uma medalha de honra em orientação. Foi ali que aprendi sobre o magnetismo do Pólo Norte, girando a bússola para o norte. É nessa direção que posso olhar, à noite, para o lado norte da Constelação de Ório, de onde nosso Salvador virá e dará um fim ao “conflito cósmico entre o bem e o mal”.
Richard Cook Oregon, Estados Unidos Outra Forma de Vitamina B12
Na seção Saúde Mundial da Adventist World de dezembro de 2007, mencionamos a forma injetável, de aplicação mensal, da vitamina B12. Fomos lembrados por um de nossos leitores médicos que existe disponível uma forma sublingual (para ser absorvida em baixo da língua) de vitamina B12. Essa forma evita tanto as injeções como as dificuldades de absorção intestinal das pessoas com anemia perniciosa. É uma boa opção de terapia de manutenção, onde há disponibilidade desse medicamento.
Drs. Allan R. Handysides e Peter N. Landless Associação Geral, Silver Spring, Maryland, Estados Unidos
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Intercâmbio Mundial C A R TA S Estamos Combatendo o Bom Combate?
O artigo “Estamos Combatendo o Bom Combate?”, escrito por Ramani Kurian, na edição de outubro de 2007, revela que “bons adventistas” aceitaram a fé sem pensar nessas palavras duas vezes. O jargão é familiar e bem aceito. Ele fala ao coração daqueles que desejam “fazer as coisas certas” para serem salvos. Levanto, porém, a bandeira vermelha. O artigo começa assim: “Qual é o propósito dessa luta? Vivemos em um mundo em que o grande conflito entre o bem e o mal continua. Somos protagonistas dessa batalha, e ninguém está fora dela. [...] Estamos do lado de Jesus ou de Lúcifer? [...] Veja as qualidades dos justos…” Isso soa muito adventista, até que somos lembrados sobre o que realmente é o grande conflito e nosso papel específico nesse drama.
Um lembrete: Essa luta é entre o dragão e Miguel (Ap 12:7) e teve início “no Céu”. Essa batalha começou antes até de a Terra e seus habitantes terem sido criados, e não terminará até a Terra ser destruída. Nosso comportamento ou escolhas não afetam o resultado dessa guerra. Nossa luta é apenas a boa batalha da fé em relação à nossa salvação (2Tm 4:7), não é o grande conflito. É pela graça que somos salvos pela fé. É mais difícil crer nas palavras de Jesus em João 3:16 do que acreditar que temos o poder de afetar nossa própria salvação, com Jesus fazendo a diferença onde não podemos. Essa é uma crença popular adventista que necessita de fé verdadeira para aceitá-la. Nesse contexto, pergunto: Estamos combatendo o bom combate?
Lucy Cisneros Ohio, Estados Unidos
Tenho Sido Abençoada
Saudações em nosso Senhor Jesus Cristo. Estou escrevendo apenas para elogiar o trabalho que estão fazendo para nosso Senhor. Aprecio muito a revista Adventist World. Tenho de admitir que Deus me tem abençoado através de Sua Palavra, e estou sendo inspirada pelas histórias de mudança de vida, de outras pessoas, publicadas nessa revista. Oro para que Deus continue dirigindo sua trajetória.
Margaret Mukwemba Chomba, Zâmbia
Cartas para o Editor – Envie para: letters@adventistworld.org As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
O LUGAR DE ORAÇÃO Por favor, orem por minha mãe, que foi acometida de câncer e está piorando a cada dia. Recebi uma cópia dessa revista e achei muito interessante. Prossigam nesse bom trabalho. Estou orando por vocês.
Sofro com uma dor constante, há 71 anos, e agora tive a oportunidade de receber um tratamento que pode me ajudar. Orem para que esse tratamento seja eficaz.
Robert, Estados Unidos
Chadd, Estados Unidos Pretendo fazer o curso de Direito, no próximo ano, para ampliar minha carreira profissional, servir melhor às pessoas e, mais importante, para a glória de Deus. Por favor, orem para que o Senhor providencie os recursos: físicos, mentais, financeiros e, acima de tudo, espirituais. Orem, também, por uma promoção no meu trabalho.
Peter, Filipinas Quero ser fiel ao evangelismo e cursar um mestrado em teologia. Por favor, orem para que eu consiga uma bolsa de estudos.
Mosisa, Etiópia
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Por favor, orem por minha filha que pretende se casar. Orem para que ela conheça e faça a vontade de Deus, de maneira que nada seja feito fora da vontade dEle.
Anyieni, via e-mail Orem para que eu consiga o dinheiro de que preciso para terminar o último semestre de minha faculdade e que, neste ano, permaneça ativamente envolvido no ministério, crescendo em minha vida espiritual.
Lloyd, Zimbábue Unida Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.
“Eis que cedo venho…”
O
Fundamento da
Neste mês, uma leitora nos conta como sua fé foi fortalecida durante um período de dificuldade.
O
Fé
distrito de Merrywood é uma pequena comunidade rural, no oeste da Jamaica, no Caribe. No início dos anos 70, quando a maioria de seus habitantes freqüentava a igreja, havia apenas uma família adventista do sétimo dia. Como filha de pais presbiterianos, fiéis, era-me permitido ir à igreja com essa família pelo fato de termos desenvolvido grande amizade. Assim, por cerca de cinco anos, eu freqüentava a igreja, tanto aos sábados como aos domingos, mas sempre aguardava o sábado com mais interesse. Com onze anos de idade, decidi ir à igreja apenas aos sábados. Após orar por minha decisão, falei desse meu desejo com o pastor da igreja adventista, que providenciou um encontro com meus pais. Após ouvirem calmamente o pastor, para meu espanto e alegria, minha mãe respondeu: “Se esta é a decisão da Tessa, creio que ela compreende o que está fazendo e não vou impedi-la.” Meu pai também concordou. Assim, fui batizada na igreja adventista do sétimo dia. Após meu batismo, passei a fazer parte do Clube de Desbravadores, entrei num coral de adultos e também participei ativamente na Escola Sabatina e no Departamento de Jovens. Um ano mais tarde, minha mãe e meu irmão mais velho foram batizados na igreja. Embora meu pai permanecesse na sua fé presbiteriana, apoiava e até visitava nossa igreja quando eu participava de programas especiais. As provações vieram ao meu encontro quando, de repente, aos 15 anos de idade e cursando o ensino médio, me confrontei com exames obrigatórios de laboratório de Física, aos sábados. Essas provas eram necessárias para passar no exame de nível ordinário, de Física. A princípio, fiquei apavorada. Quando se converteu, minha mãe compreendia minha situação, mas agora duvidava do apoio de meu pai. Nada deveria comprometer minha educação. Àquela altura, entretanto, eu sabia que não deveria haver concessão em relação a Deus e à Sua lei (Êx 20). Depois de ler 1 Pedro 5:7, invoquei o Senhor, com oração sincera, colocando toda minha ansiedade em Suas mãos. Sem dizer aos meus pais, informei ao professor de Física que não iria às aulas aos sábados, por causa de minha fé. Disse a ele, também, que o Deus a quem obedecia garantiria meu sucesso. Nos meses seguintes, concentrei minhas energias estudando todos os procedimentos de um laboratório de Física e, sem realizar nenhuma das experiências, sentei-me para o exame, nove meses mais tarde. Durante a prova, meu professor estava visivelmente ansioso por minha causa e parecia estar confuso com minha tranqüilidade. Três meses depois, chegou o veredicto: fui aprovada! Eu estava mais feliz pela providência de Deus do que pelo fato de ter passado. Mais de duas décadas se passaram e continuo a tirar forças dessa experiência. Quando as tormentas da vida me assolam, à semelhança de Jó, olho para “os dias do meu vigor” (Jó 29:4), quando Deus me dirigiu, com Sua luz, através da escuridão. Ele diz: “Mas Eu me lembrarei da aliança que fiz contigo nos dias da tua mocidade e estabelecerei contigo uma aliança eterna” (Ez 16:60).
— Tessa Fennell-Swaby escreve do Brooklyn, Nova Iorque, Estados Unidos.
A N I S S A T H O M P S O N
INTERCÂMBIO DE IDÉIAS
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte. Editor Administrativo Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Robert E. Kyte, assessor jurídico Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson; Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk Editor-Chefe Bill Knott Editores em Silver Spring, Maryland Roy Adams (editor associado), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coréia Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan Editor Online Carlos Medley Coordenadora Técnica Merle Poirier Assistente Executiva de Redação Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Alfredo Garcia-Marenko Atendimento ao Leitor Merle Poirier Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen, Bill Tymeson Consultores Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Laurie J. Evans, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, Paul S. Ratsara, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Ulrich W. Frikart, D. Ronald Watts, Bertil A. Wiklander Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638
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S E U V I Z I N H O Meu nome é Desne Louw. Sou uma jovem de 21 anos e trabalho na Holanda como au pair (trabalho remunerado e estudo fora de seu país) por um ano. Pertenço à Igreja Adventista do Sétimo Dia de Square Hill Park em Kimberley, África do Sul. Agora que estou na Holanda, freqüento uma igreja em Haarlem. Lembro-me de meu primeiro sábado aqui na igreja de Haarlem, como se fosse ontem. Eu me sentei, olhando para tantos rostos amáveis e felizes. Comecei a chorar porque não estava na igreja de minha cidade natal. Quando os membros da igreja souberam que eu era da África do Sul, esforçaram-se ao máximo para ser amigáveis. A maioria dos membros me convidou para ir à sua casa, oferecendo ajuda ou simplesmente o seu tempo para conversar comigo. Não tem sido fácil estar tão P E N S A M E N T O
D O
longe de casa. Quando cheguei, eu não tinha ninguém para conversar, não tinha amigos; só Deus. Mas Ele fez coisas maravilhosas por mim. Comecei a fazer amizades no grupo jovem de Haarlem. Uma dessas amizades é a de Sabina Clark. Deus a colocou em minha vida num momento de necessidade. Ela viu que meu hinário era em inglês e, a partir desse ponto, nos tornamos boas amigas. Almoçamos juntas aos sábados e dialogamos sobre a bondade de Deus. Já faz alguns meses que comecei a freqüentar a igreja de Haarlem, e sinto que conheci uma nova família. A igreja é uma família querida, sempre unida. Eles continuam se esforçando para me fazer sentir em casa. Encontrei uma igreja onde posso conversar sobre qualquer coisa. Deus me guiou até essa congregação e me fez lembrar que é muito importante dar o primeiro passo e envolver-me com a igreja. Quando voltar para casa, levarei essas importantes lições comigo.
MÊS
“A juventude adventista não se recusa a ouvir a Palavra de Deus. Ela é contra pregadores desinteressantes, desanimados, que pregam mensagens sem vida.” — Baraka Muganda, durante o II Congresso Mundial de Jovens e Serviço Comunitário em Taipé, Taiwan, em 5 de janeiro de 2008. R ES PO S TA : Em um dos estados do nordeste da Índia, o lago Loktak é o maior lago de água doce do país. Os anéis de grama verde são pantanosos e flutuam no lago. Ali, as pessoas aproveitam para pescar.