Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
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Receita para a Liberdade
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Ellen White e a Bíblia
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Esperança Além da Cruz
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IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial ....................... 3 Notícias do Mundo
3 Notícias & Imagens
Janela
7 O México por Dentro
Visão Mundial
8 A Associação Geral é Necessária?
ARTIGO
DE
C A PA
SAÚDE
E Houve Luz
por Bill Knott............................................................................... 16
Doença Cilíaca ........... 11
Tudo começou, há 160 anos, com uma visão.
Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless
DEVOCIONAL
PERGUNTAS
Lições da Fábrica de Vasos por Keisha McKenzie ............. 12
A Nova Aliança de Hebreus ................. 26
Quando devem ser maleáveis e quando devem ser firmes. VIDA
Por Angel Manuel Rodríguez
ADVENTISTA
Habilitando Deficientes na Mongólia
por Sally Lam-Phoon .................................................................. 14 Ministério de evangelismo na Mongólia alcança marginalizados. CRENÇAS
Receita para a Liberdade por Gabriel E. Maurer ............... 20 Somente quando fazemos o que é certo, somos realmente livres. O
ESPÍRITO
ESTUDO
BÍBLICO
Esperança Além da Cruz ....................... 27 Por Mark A. Finley
FUNDAMENTAIS
DESCOBRINDO
BÍBLICAS
DE
PROFECIA
Ellen White e a Bíblia por Denis Fortin .............................. 22 Qual é a relação entre a Bíblia e os escritos de Ellen White? SERVIÇO
Além das Fronteiras por Rick Kajiura ................................. 24 O Movimento Missionário Pioneiro na Ásia está derrubando barreiras e propagando a Palavra.
INTERCÂMBIO
MUNDIAL
29 Cartas 30 O Lugar de Oração 31 Intercâmbio de Idéias
O Lugar das Pessoas ........................ 32 CAPA: A visão dada a Ellen White em novembro de 1848 foi a inspiração para o início do “pequeno jornal” que seria como “torrentes de luz que circundavam o mundo”.
Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 4, nº 11, novembro de 2008.
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www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação EDITORIAL Todo Dom Perfeito “E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do Seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4:11-13). apóstolo Paulo, certa ocasião, lembrou os cristãos de que não lhe faltavam qualificações para orgulhar-se: homem, benjamita, fariseu, etc. Mas, Paulo, mesmo sendo famoso, definiu a comunhão com Cristo como um lugar onde não existe judeu ou grego, escravo ou livre, macho ou fêmea (Gl 3:28). A nova comunidade criada após a morte e ressurreição de Jesus não deveria, e não deve, assemelhar-se às estruturas sociais e políticas de um mundo pecaminoso. O corpo de Cristo, Sua igreja, não é apenas um aperfeiçoamento do que já existiu, e sim uma criação nova e genuína. Pelo ato de dar dons espirituais a Sua igreja, Jesus procurou mudar nossa compreensão do que significa “vivermos unidos”. Novas posições – evangelista, pastor, professor, aquele que cura, o hospitaleiro – substituirão os cargos anteriormente conquistados através de privilégios, poder, raça ou nacionalidade.
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Por que, então, queridos amigos, ainda nos orgulhamos daquilo que as Escrituras dizem ser nossa vergonha? Ansiamos por vantagens “à nossa altura”: esperamos o momento propício até que “algum dos nossos” assuma uma posição mais elevada. Nós defendemos a bandeira de nossa nação. Falamos de coligações políticas, de votação, como se o Espírito dirigisse todos os americanos ou zambianos a tomar as mesmas decisões. Hoje é o dia de nos levantarmos para a maturidade pela qual Jesus orou pelo Seu povo. Da próxima vez que ouvir essa conversa de status construído sobre linguagem, cultura, raça ou nação, testemunhe a favor da nova comunidade de Cristo onde você vive e adora. Fale mais de “dons” em vez de “direitos”, de formas para melhor servir ao invés de posição. Desafie seus amigos a fazer o mesmo. À medida que crescemos em todas as coisas perante Ele, que é a Cabeça do corpo, aprenderemos que “Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir, é o ideal de Deus para com Seus filhos” (Educação, p. 18). Aquela grande e incontável multidão reunida junto ao trono do Pai incluirá, apenas, aqueles que permitem que os dons perfeitos do Senhor transcendam todas as demais qualificações humanas. — Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO tória da educação adventista no país. “A Igreja Adventista em Cuba está convicta de que, com o reconhecimento, nosso seminário pode cumprir melhor sua função, uma vez que temos nosso próprio programa de estudo, de acordo com as necessidades de nosso país e nossas igrejas”, disse Esther Diaz de Guerrero, presidente do Seminário Teológico Adventista. “Nosso coração está cheio de alegria e gratidão.” Com o fechamento do Colégio Adventista do Sétimo Dia das Antilhas, em 1967, um pequeno seminário foi criado nos escritórios da União Cubana,
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em Cuba, comemorou recentemente o reconhecimento do Seminário Teológico Adventista, em Havana, durante a cerimônia anual de graduação. Pela primeira vez, em 38 anos, o seminário graduou os estudantes de teologia com reconhecimento independente. Nos anos anteriores, o seminário funcionou como uma extensão da Universidade de Montemorelos, no México. No fim do ano passado, a Associação Adventista de Seminários de Cuba recebeu plena autorização, o que foi considerado importante marco na his-
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■ A Igreja Adventista do Sétimo Dia,
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Cuba: Seminário Adventista Celebra Reconhecimento
RECONHECIMENTO: Daniel Fontaine (esquerda), presidente do seminário em Cuba, exibe o certificado de reconhecimento entregue por Luís Schulz, diretor-associado do Departamento de Educação da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
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A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO em Havana, em 1970. Como resultado do trabalho dos Voluntários Internacionais Maranata, o seminário mudou-se para um prédio próprio. De 1987 a 2006, funcionou como Colégio das Antilhas, hoje Universidade Adventista Antilhana, situada em Porto Rico. “Essa foi a instituição que mais tempo esperou para ser reconhecida em nosso território”, disse Moisés Velazquez, diretor do Departamento de Educação da Igreja para a América Central. “Por vários anos, trabalharam arduamente para receber o reconhecimento, por causa das limitações na estrutura física, do corpo docente, biblioteca, especificações do laboratório de informática e outros prerrequisitos necessários para o pleno reconhecimento”, ele disse. Com uma igreja em crescimento e com mais de 29 mil membros, o seminário, que a cada ano forma homens e mulheres no bacharelado em teologia, propicia uma expressiva força de trabalho de pastores e obreiros bíblicos comprometidos na pregação do evangelho na ilha. Luís Schulz, diretor-associado do Departamento de Educação da Associação Geral, falou aos formandos durante a cerimônia de graduação, concedendo o certificado de reconhecimento a Diaz Guerrero. —Reportagem de Libna Stevens, Divisão Interamericana, com equipe da AW
Radialistas Aprendem com Líderes de Rádio Mundial Adventista ■ Mais de 60 delegados da Igreja Adventista do Sétimo Dia das Américas do Sul e Central reuniram-se para um simpósio sobre rádio, patrocinado pela Rádio Mundial Adventista (AWR), braço da missão radiofônica da Igreja
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SIMPÓSIO: Técnicos e administradores do ministério do rádio nas Américas do Sul e Central participaram de importante simpósio realizado na Universidade Adventista de Montemorelos, México, patrocinado pela Rádio Mundial Adventista.
Adventista. O simpósio foi realizado no fim de agosto, no campus da Universidade Adventista de Montemorelos, no México. O simpósio, que durou cinco dias, permitiu intercâmbio entre técnicos de rádio, programadores e líderes de igreja, os quais estão mais unidos no cumprimento da missão da igreja por meio do ministério radiofônico. Administradores de rádio e técnicos atualizaram-se em tecnologias e habilidades operacionais, bem como no uso de ferramentas criativas na operação das estações de rádio, disseram os organizadores. O simpósio também destacou as estratégias que a igreja usa na Janela 10/40 por meio de satélite, ondas curtas, AM, FM e tecnologias da Internet. Entre os palestrantes, estavam Benjamin Schoun, presidente da AWR, Dowell Chow, vice-presidente de finanças, e Greg Scott, vice-presidente da AWR. “Esse simpósio, que é oferecido com poucos anos de intervalo, ajuda a AWR a manter contato com as estações de rádio locais e com os produtores dessas divisões”, diz Schoun, presidente da AWR. “É também uma oportunidade importante para que os vários funcionários trabalhem uns com os
outros. A AWR, no momento, não opera diretamente nessa região, mas apoiamos o centro de mídia da Divisão Sul-Americana e mantemos relação com muitas estações. Esse encontro é um meio de todos colaborarem para o fortalecimento do ministério do rádio.” O maior grupo era composto por 30 delegados da Venezuela-Antilhas (Divisão Interamericana), onde há mais de 40 estações de rádio pertencentes à igreja. Mariana Carreno, de 4 anos de idade, estava no grupo. Ela lidera um programa infantil na Venezuela. Estabelecida em 1971, a AWR transmite, todos os dias, milhares de horas de programas em 75 idiomas. As pessoas, ao redor do mundo, sintonizam a AWR via AM/FM e ondas curtas de rádio, Internet e pelo site www.awr.org. —Reportagem de Libna Stevens, Divisão Interamericana, com equipe da AR.
Campanha Ajuda Projeto da ADRA no Sudeste da Ásia ■ Durante duas semanas, alunos, pais, professores e membros da Igreja Adventista participaram de um encontro anual para apoiar projetos desenvolvidos pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assis-
NOTÍCIAS DO MUNDO
América do Sul é
Impactada pelo Maior Evangelismo Realizado em um só Dia Milhões de revistas chegam a favelas, ruas e a presidentes de três nações Por Mark A. Kellner, editor de notícias, com reportagem de Edson Rosa, Márcia Ebinger e Magdiel Perez, Divisão Sul-Americana.
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o dia 6 de setembro, os adventistas do sétimo dia, na América do Sul, uniram-se no que pode ser considerado um recorde para o evangelismo de um dia, para distribuir, por todo o continente, cerca de 50 milhões de revistas e folhetos enfatizando a necessidade de se viver com esperança. Os presidentes do Brasil, Bolívia e Equador também receberam a revista, entregue por adventistas. “Simplesmente não posso permanecer calado sobre o que está acontecendo em nossa igreja na América do Sul”, informou o pastor Erton Köhler, presidente da Divisão Sul-Americana, à liderança da Associação Geral. “Em tudo isso vemos que, quando os membros percebem que pensamos grande, quando vêem que a igreja realiza grandes coisas para difundir o evangelho, quando percebem que eles podem fazer muito com pouco, todos se envolvem no trabalho missionário. Essa foi uma das maiores lições que aprendemos com nosso povo.” A iniciativa de um milhão e setecentos mil dólares americanos tinha o objetivo de engajar a quase totalidade dos dois milhões e seiscentos mil adventistas da América do Sul no evangelismo em suas comunidades. As revistas e folhetos anunciavam sites da internet com estudos bíblicos, tanto
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tenciais (ADRA), na Noruega. Neste ano, um projeto no sudeste da Ásia será beneficiado pelos recursos arrecadados por esses voluntários – em particular, para a prevenção do tráfico humano, especialmente no Camboja e norte da Tailândia. A escola da igreja de Rosendal angariou aproximadamente 9 mil dólares na noite da campanha e as outras escolas da igreja não estão muito atrás. Alunos e professores do Tyrifjord Videregaende Skole, escola adventista de ensino médio na Noruega, até agora conseguiram quase 50 mil dólares e ainda não terminaram a campanha. “Nossos alunos simplesmente não querem terminar a campanha”, diz John Gamborg, professor e organizador. “Eles querem gastar seu tempo livre na campanha, além dos dois dias designados para esse fim.” “As escolas e igrejas estão criando uma boa imagem com essa iniciativa”, diz Gry A. Haugen, da ADRA da Noruega. “Fazem disso um evento, servindo almoço, jantar e viajando muitos quilômetros. Essas coisas deixam boas memórias em nossas crianças e, acredito, são muito importantes. Na verdade, estamos nos ajudando ao ajudarmos aos outros.” Stephen Cooper, recentemente nomeado diretor da ADRA na Divisão Trans-Européia (DTE), visitou a Noruega durante a campanha. “Durante o tempo que passei na Noruega, tive a oportunidade de presenciar todo o movimento da campanha. Fiquei impressionado ao ver o entusiasmo e a dedicação dos alunos ao arrecadar fundos para os menos favorecidos. A ADRA na Noruega é um bom exemplo de como essa campanha pode ser realizada.” – Equipe de notícias da DTE
RECEPÇÃO PRESIDENCIAL: No dia 5 de setembro, Odacyr Amorim, adventista do sétimo dia e também prefeito da cidade de Petrolina, no estado de Pernambuco, presenteou o presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, com uma cópia da edição em português da revista Viva com Esperança. Lula foi um dos três presidentes de república a receber pessoalmente a revista.
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A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO em espanhol como em português. As publicações foram traduzidas para doze línguas diferentes das usadas em ambos os sites. Também foram disponibilizadas cópias impressas em braile, para cegos, e uma edição especial, para deficientes auditivos. A TV Novo Tempo (emissora da igreja) transmitiu um sermão, ao vivo, em espanhol e português, além de várias reportagens sobre a iniciativa em todo território sul-americano. Como continuidade ao projeto, as igrejas planejaram um culto especial para visitantes, no domingo, 13 de setembro. A marca do evento foi um marketing criativo. Na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, um cartaz de aproximadamente cinco metros de altura foi pendurado na lateral de um prédio de apartamentos, na região de ruas importantes e da linha do trem. Em todo o continente, ônibus foram decorados com decalques especiais com a frase “Viva com Esperança”, dando aos milhões de pedestres e passageiros a oportunidade de ver a mensagem. Foram afixados dez mil outdoors nas principais cidades do continente. Milhares de obreiros e membros adventistas colocaram adesivos em seus carros, criando outdoors ambulantes. O título da revista especial distribuía é: Viva com Esperança. Os temas dos artigos tratam de assuntos relacionados ao povo da América do Sul: traumas emocionais, problemas familiares, crises sociais, corrupção, questões ecológicas e morte. Cada artigo oferece conselhos sobre como lidar com esses problemas, levando os leitores à Bíblia e apresentando a volta de Jesus como a solução. O artigo final da revista fala sobre a “maior esperança”, apresentando a volta de Cristo. Cópias da revista ou encartes relacionados a ela foram inseridos em 2,5 milhões de cópias de jornais na América do Sul. No estado de São Paulo, Brasil, 271 mil desses itens foram inseridos em jornais; na região central, que inclui os estados de Goiás, Tocantins e o Distrito Federal, 111 mil; nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, 574 mil; na região nordeste, 88 mil e em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, 708 mil. No Equador, foram feitas 575 mil inserções; na Bolívia, 40 mil e na Argentina e Uruguai, 18 mil. O presidente da Bolívia, Evo Morales, recebeu um exemplar da revista Viva com Esperança, durante sua visita à cidade de Cochabamba, no dia 5 de setembro, quando foi comemorado o centenário da igreja. Morales falou da necessidade de os bolivianos terem esperança, vida honesta e de trabalhar por um futuro melhor. Nesse mesmo dia, Odacyr Amorim, um adventista do sétimo dia que é prefeito da cidade de Petrolina, no estado de Pernambuco, presenteou o presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, com uma cópia da revista. Amorim explicou ao presidente o motivo da campanha. Rafael Correa, presidente do Equador, recebeu uma cópia
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Da esquerda para a direita: EVANGELIZANDO PASSAGEIROS: Um cartaz majestoso, em Brasília, compartilha a mensagem de esperança com milhões de passageiros. NAS ALTURAS: No ar rarefeito de Machu Picchu, um jovem leva “Esperança” a turistas e alpinistas. F O T O S :
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da revista, em seu gabinete, em Quito, capital do país, das mãos do pastor distrital, Santiago Ayala. Por toda a América do Sul, grupos de adventistas invadiram ruas e bairros para distribuir a publicação com a mensagem de que Deus ama cada pessoa e cuida de todos. A mensagem foi levada desde favelas até bairros nobres. Uma das iniciativas mais inovadoras foi levada a efeito no sistema presidiário do estado do Paraná. Membros da igreja central de Curitiba entraram em contato com a administração do presídio e receberam permissão para entregar 18 mil revistas aos presidiários. No vulcão de Villarrica, sul do Chile, os adventistas escalaram 230 metros para levar a mensagem aos moradores de Pucón e territórios circunvizinhos. Na Bolívia, alunos e funcionários da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) escolheram as rodovias e estradas secundárias: 45 mil adventistas distribuíram mais de 300 mil exemplares da revista. Visitaram hospitais, orfanatos, praças, asilos, quatro quartéis do exército boliviano, entidades financeiras, aeroportos, mercados, parques e avenidas importantes. A campanha “Viva com Esperança” ultrapassou as fronteiras da América do Sul. Em Kakegawa, município de Shizuoka, Japão, a Igreja Adventista Brasileira local trabalhou para alcançar outros brasileiros da área. Um total de 2.300 revistas foi entregue a brasileiros e outros latino-americanos. Os membros da América do Sul sentiram-se motivados. Dylma de Los Angeles, de Porto Velho, RO, disse: “Não quero mais viver sem levar esperança a outros.” Outro disse: “A Igreja Adventista do Sétimo Dia não será mais a mesma: será a igreja de antes e depois de 6 de setembro.” —Com reportagem adicional da Rede Adventista de Notícias
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ESTADOS UNIDOS
México por Dentro
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Por Hans Olson
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ocalizado na América Central, entre os Estados Unidos e Belize, o México é um local próprio para férias, com dois litorais – do Caribe, a leste, e do Pacífico, a oeste. É o décimo primeiro país mais populoso e o de maior população de fala espanhola do mundo. Sua capital, a Cidade do México, é a terceira área urbana mais populosa do mundo. Embora o espanhol seja a língua oficial do México, cerca de 16% da população fala apenas um dos dialetos indígenas encontrados em todo o país. O que hoje é o México foi território de três avançadas civilizações ameríndias: Maias, Toltecas e Astecas. Acredita-se que essas civilizações desenvolveram sua própria agricultura, cultivavam milho e estudavam matemática e astronomia. Em 1519, exploradores e colonizadores espanhóis fundaram Nova Espanha que, por três séculos, foi colônia espanhola. Durante esse tempo, o catolicismo romano cresceu no país. Gradualmente, a Espanha colocou a maior parte do controle do país nas mãos da Igreja Católica. Em 1810, o
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MÉXICO
Gulf of Mexico
North Pacific Ocean Mexico
Bahia de Campeche BELIZE GUATEMALA Golfo de Tehuantepec EL SALVADOR
MÉXICO Capital: Língua Oficial: Religião:
População: Membros adventistas: População adventista per capita:
Cidade do México Espanhol Católico Romana – 76.5%; Protestantes – 6.3%; Pentecostal – 1.4%; Testemunhas de Jeová – 1.1%; outras – 3.8%; inespecíficas – 13.8%; nenhuma – 3.1% 108 milhões* 575.247* 1:188*
*Arquivos e Estatísticas da Sede da Associação Geral, 144° Relatório Estatístico Anual. México declarou sua independência da Espanha, detonando uma guerra de onze anos, que criou o Primeiro Império Mexicano, de curta duração. Em 1857, a constituição tirou o controle da Igreja Católica sobre o governo do estado. Em 1929, Plutarco Elías Calles fundou o que se tornou o Partido Revolucionário Institucional (PRI). Esse partido governou o México pelos setenta anos seguintes. A desvalorização do peso, moeda mexicana, nos anos 1990, empurrou o país para a pior recessão econômica em mais de 50 anos. Hoje, a nação continua sua impressionante recuperação, embora haja freqüentes problemas com desemprego, baixos salários e desigualdade na distribuição de renda. Em 2000, Vicente Fox, do Partido de Ação Nacional (PAN), derrotou o candidato do PRI pela primeira vez desde 1929, na maior eleição livre da história do México, segundo alguns analistas. Adventistas no México
O trabalho da Igreja Adventista no México teve início em 1891, quando o alfaiate americano, S. Marchisio, vendeu algumas cópias do
livro O Grande Conflito na Cidade do México. Dois anos mais tarde, um grupo de missionários fundou o Sanatório de Guadalajara, primeiro projeto médicomissionário fora dos Estados Unidos. No mesmo ano, foi organizada a primeira igreja adventista mexicana, em Guadalajara, como parte da missão médica. Em apenas uma década, o trabalho da Igreja Adventista espalhou-se por mais sete cidades, com aproximadamente setenta membros. A Igreja Adventista, hoje, tem mais de 500 mil membros em todo o país, embora, em algumas regiões do México, haja muitas pessoas que ainda não foram alcançadas pela mensagem adventista. A proporção de adventistas para cada habitante na Cidade do México e arredores é de um para mil. Muitos adventistas no México não têm um prédio permanente para o culto. Por essa razão, parte da oferta do Décimo Terceiro Sábado do segundo trimestre de 2008 foi designada para ajudar a construção de 28 igrejas na União Mexicana Inter-Oceânica. Para saber sobre o trabalho da Igreja Adventista do Sétimo Dia no México, visite: www.AdventistMission.org
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Associação Geral é Jan Paulsen, presidente da Associação Geral, em recente conversa com o editor da Adventist World, Bill Knott, falou sobre o objetivo e futuro da sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. KNOTT: Imagine-se sentado em um estúdio de televisão
em que o repórter pergunte: “Diga-me, por que sua igreja necessita de uma Associação Geral?” PAULSEN: A estrutura da igreja deve ser sempre um agente funcional. Por isso, a pergunta mais importante para iniciarmos é: “O que precisamos realizar?” Eu sugeriria dois objetivos amplos: funções essenciais na administração da igreja e unidade na missão. Cremos que, desde o início, Deus deseja que esta igreja seja uma família unida; não uma igreja regional e, certamente, não congregacional. Primeiro, somos fiéis ao modelo de Deus para nós, como comunidade global integrada, que compartilha a fé, os recursos e a identidade. Segundo, sempre deixamos bem claro que somos um movimento missionário. É assim que nos definimos. Para mim, é inconcebível que a igreja possa se manter unida, como uma comunidade global dotada da mesma habilidade de maximizar os recursos para a missão, se não houver uma Associação Geral – uma estrutura mundial que ajude a manter essa unidade. A estrutura da igreja deve servir tanto à unidade como à missão e, se não fizer isso, vamos mudá-la! É importante que, periodicamente, façamos uma avaliação. Entretanto, a última grande reestruturação da igreja aconteceu há mais de um século. É verdade. Temos outro fator interno, em nossa igreja, que funciona como um freio para mudanças, e está relacionado tanto à história como à teologia. Temos os que dizem:
Jan Paulsen é presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
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“Deus nos dirigiu nesta direção [estrutura]. Ela funcionou bem no passado. Não vamos modificar o que Deus nos deu.” A essa altura da discussão, muitas pessoas se levantam e saem. No entanto, nem Deus, nem as pessoas permanecem estáticos. Portanto, devemos estar prontos para perguntar a nós mesmos se a obediência a Deus significa concessões e formalidades ou objetivos e identidade. Sugiro que seja a última.
Tem sido sugerido que, à medida que a igreja cresce, a melhor maneira de preservar sua unidade é racionalizar a Associação Geral, reduzindo sua função a consultoria, facilitando sua ação. Qual é sua resposta? Tenho muita simpatia pela idéia de “enxugar”. Isso tem que ver com nossa habilidade de nos engajar em criterioso autoexame, perguntando: Essa é a melhor maneira de usar nossos recursos? As estruturas que criamos há décadas ainda são efetivas para cumprir a missão hoje? Será que, à medida que a igreja cresce, habilidades profissionais e dons espirituais estão disponíveis em nossas igrejas, em todos os lugares? Admitimos que a igreja local é mais capaz de definir o que significa ser uma igreja em seu lugar e em sua cultura? Nossos membros leigos também exigem que sejamos prudentes; que sejamos abertos e honestos sobre o modo como estamos usando os recursos da igreja. No processo de racionalização, precisamos ter certeza de que não estamos comprometendo os componentes que nos mantêm unidos como igreja. Um tipo de organização “excessivamente diplomática”, que apenas facilita discussões, seria ineficaz. Temos que ser específicos sobre o que precisamos fazer aqui para o bem da unidade e missão da igreja. A Associação Geral deve assumir um peso significativo nas questões relativas a valores globais e de identidade.
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sária? A Associação Geral é muito grande? Sim, penso que sim. Será que podemos, ou devemos reduzi-la? Também penso que sim. Houve um tempo em que éramos a fonte principal de todos os tipos de diferentes idéias e programas para a igreja mundial. Não o somos mais. Em minha opinião, é arrogância de minha parte dizer a você, que está do outro lado do mundo, como as coisas devem ser feitas em detalhes. É possível que digam: “A Associação Geral (AG) localiza-se nos Estados Unidos, o que faz com que seus empregados sejam predominantemente de lá. Sendo assim, pode a AG realmente servir, de modo representativo, a nossa igreja, que está se tornando cada vez mais complexa? Bem, a Associação Geral tem que estar em algum lugar. A pergunta deve ser: Onde há estabilidade, tanto política como financeira? Onde faz mais sentido que ela esteja? Evidentemente, não há igualdade de estabilidade em outras partes do mundo. Há, ainda, outros fatores históricos que devemos levar em conta. A América do Norte sempre foi grande provedora de recursos para a missão, o que tem sido uma bênção maravilhosa para a igreja. Sim, a equipe de apoio (da Associação Geral) é composta, em sua maioria, de pessoas daqui – essa é uma realidade das leis de imigração e outros fatores sobre os quais não temos quase nenhum controle. Entretanto, quando falamos de líderes eleitos, tem havido aumento significativo, nos últimos anos, de líderes vindos de outros lugares do mundo para trabalhar na Associação Geral. As mudanças têm sido rápidas? Precisa-se de duas décadas antes que haja mudanças significativas na liderança, o que reflete o padrão de crescimento da igreja no mundo. Portanto, existe um período de tempo – período em que a liderança local está amadurecendo e tornando-se mais pre-
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parada para ocupar um lugar na liderança internacional da igreja. Essas mudanças, porém, ocorrerão inevitavelmente. Creio que, em futuro não muito distante, o presidente da Associação Geral possa vir de países em desenvolvimento, refletindo o tremendo crescimento de nossa igreja na América Latina, África e partes da Ásia. O membro comum provavelmente ilustraria sua compreensão do funcionamento da igreja desenhando a clássica pirâmide, onde toda a autoridade flui de cima para baixo. Eles podem presumir que até mesmo o pastor local recebe ordens de cima. Essa é uma descrição correta da realidade da igreja?
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Talvez, alguns aspectos, nessa descrição, sejam verdadeiros. Não sei como poderíamos agir do outra forma. Há certas decisões que são tomadas aqui na Associação Geral – uso de recursos, definição de certos valores ou iniciativas que precisam ser lançados para a igreja mundial. Temos um escritório da Missão Adventista cuja responsabilidade é engajar-se na missão global. De certo modo, essas coisas podem ser vistas no modelo “de cima para baixo”. Mas, na verdade, estão lá para ajudar a igreja a captar a visão dessas coisas e para que veja como pode encontrar solução em nível local.
A igreja deve estender seus direitos de propriedade e responsabilidade a todos os membros. É importante que os membros da comunidade adventista falem algo que se pareça com a Igreja Adventista, para que não tenham a idéia de estar sendo atados a algo que não tenham permissão para olhar ou tocar. A igreja deve estender seus direitos de propriedade e responsabilidade a todos os membros. Às vezes, as pessoas falam comigo sobre diferentes assuntos e perguntam: “O que a igreja planeja fazer?” E eu respondo: “Por que está me perguntando? A igreja é você!” A igreja, entretanto, está crescendo e tornando-se complexa. À medida que um milhão de membros se tornarem cinqüenta milhões, e à medida que dez milhões de dólares gastos em um ano se tornarem quinhentos milhões, a complexidade mostrará a necessidade de tomar decisões claras. Isso quer dizer que fóruns de discussão serão definidos, haverá consultoria adequada e serão tomadas decisões necessárias. O senhor falou, há pouco, sobre a concessão de mais autonomia à administração da igreja local. Alguns temem que qualquer descentralização venha pôr em risco a unidade teológica da igreja. Aqui chegamos à questão central sobre a identidade adventista: Quais são os valores e crenças que nos definem como igreja mundial? E não apenas os valores teológicos, mas também aqueles que pertencem ao mundo da moralidade e da ética. Temos 28 crenças fundamentais – 28 até agora – e elas não estão sendo “refeitas” em nenhuma parte do mundo. Desse modo, é formado um corpo significativo da identidade de valores que defendemos, e faremos o nosso melhor para assegurar que a igreja, em todo o mundo, o aceite e se mantenha leal e ele.
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Não podemos trabalhar “controlando” a mente de outros seres humanos. Um controle duro, mentalidade bélica – uma abordagem de “vamos esmagá-los” – geralmente não funciona com pessoas e, certamente, não funciona dentro da igreja! Isso, porém, não significa que não faremos todo o possível para defender a integridade da igreja quando certos problemas surgirem – seja numa instituição de ensino superior, ou pelo desenvolvimento de um estilo peculiar de culto. É importante que essas coisas sejam levantadas com os líderes da igreja responsáveis por esses lugares; e isso acontece com freqüência. Penso, porém, que também precisamos aceitar o fato de que a obediência a Deus pode ser expressa de diferentes formas em diferentes culturas. Às vezes, é difícil falar sobre isso. Uma dúzia de mulheres africanas pode ir à igreja levando suas cestas, movendo-se ao ritmo da música, cantando: “Não tenho outros deuses...”. Há algumas realidades culturais, formas de expressão, que não podem ser tiradas das pessoas; nem mesmo o Senhor pede isso. O senhor, então, está apelando por um contínuo ato de fé, de confiança uns nos outros, pois Deus está agindo tanto no senhor, como em mim. Estou. Para mim, o fato de confiarmos uns nos outros é de importância vital. Vejo pessoas demonstrarem paixão pela igreja e fidelidade a Deus de um modo diferente do meu. Mas servem a Deus, e seu testemunho é eficaz. Esses temas são amplos: estrutura da igreja, unidade e missão. Muito mais poderia ser dito além dos limites de um diálogo como este. São questões dinâmicas, às quais precisamos voltar mais vezes, com o objetivo de ver para onde o Senhor nos levará.
Doença Celíaca
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Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless
Ao investigar uma anemia crônica, minha médica descobriu que sofro de doença celíaca. Ela se baseou em exames de sangue e disse que é causada por má absorção de alimentos. Mas não estou abaixo do peso. Na verdade, sou o que meu esposo chama de roliça agradável. A médica me passou uma dieta sem glúten, o que não vai ser nada engraçado. Vocês acham que ela pode estar enganada?
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doença celíaca é uma enfermidade muito interessante, que está sendo diagnosticada com mais freqüência pela existência de exames de sangue que detectam anticorpos específicos da doença. A doença celíaca é singular entre as doenças auto-imunes (i.e., o corpo cria anticorpos que atacam seu próprio tecido), pois a reação é desencadeada por uma substância chamada glúten. A maioria dos adventistas conhece o glúten como um substituto da carne, de consistência elástica, feita de farinha de glúten. Glúten, porém, é uma proteína complexa encontrada principalmente no trigo, mas também está presente na cevada e no centeio. É rico nos aminoácidos, glutamina e prolina. Há um componente no glúten que é solúvel no álcool, chamado gliadina, que não se quebra facilmente, de modo que pequenas quantidades podem ser absorvidas. É contra essas frações de gliadina que os anticorpos são criados, provocando uma inflamação. Os anticorpos atacam a gliadina, mas como a substância é ligada por células à parede do intestino, como resultado essas células deterioram-se pelo processo inflamatório. As pessoas portadoras da doença celíaca têm propensão genética à enfermidade. Quando alguém tem o problema, alimentos e nutrientes podem ser mal absorvidos, inclusive o ferro. A doença apresenta ampla escala de gravidade. Algumas crianças podem ter sérios sintomas como diarréia, distensão abdominal, perda de peso, tornozelos C R I S
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inchados, irritabilidade e mau humor. As fezes podem conter muita gordura não absorvida com odor forte e desagradável. Crianças com tais sintomas não crescem nem se desenvolvem adequadamente. Os adultos também podem, subitamente, desenvolver tal quadro, talvez seguido de uma gastrenterite, e já vimos homens bem nutridos transformarem-se na sombra do que eram antes. Felizmente, nem todos os casos são assim dramáticos e o seu parece ser uma forma suave da doença. A cura, porém, é a mesma para todos: evitar produtos em que haja trigo, centeio e cevada. Isso pode parecer fácil, mas não é. Você vai precisar estudar para descobrir o que pode ou não pode comer. A enfermidade, hoje, é conhecida e muitos fabricantes de alimentos estão desenvolvendo produtos sem glúten. A falha em eliminar completamente o glúten da dieta causa menos problemas que bons resultados. Em crianças, o crescimento é diretamente afetado. O diagnóstico é completado por uma biópsia duodenal. Se você ainda não fez esse exame, seu médico pode providenciá-lo facilmente – e não é doloroso. Como há o componente genético na doença, os membros da família que apresentarem sinais de crescimento lento, desenvolvimento inadequado ou anemia (como no seu caso) ou mesmo um vago distúrbio intestinal, são candidatos ao rastreamento.
Homens bem nutridos transformam-se na sombra do que eram antes. Allan R. Handysides, M.B.,
Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento de Saúde da Associação Geral (AG).
Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor executivo da ICPA e diretor associado do Departamento de Saúde da AG.
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Lições da Metáfora antiga, porém rica de significado para hoje
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o longo de toda a Escritura, profetas e pregadores pintam retratos de Deus. Davi, Ezequiel, João e Paulo descrevem nosso Senhor como pastor, enquanto Jesus descreve Deus como alguém que semeia e cuida de vinhas. Por ter sido uma nação de pastores e agricultores, Israel compreendeu essas figuras, as quais mostravam Deus agindo por meio de Seu povo. A Bíblia também descreve Deus como oleiro – metáfora que exploramos muito pouco. Isaías disse: “Ó Senhor, Tu és nosso Pai, nós somos o barro, e Tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das Tuas mãos” (Is 64:8). Em Jeremias, Deus adverte Seus filhos errantes: “Como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na Minha mão, ó casa de Israel” (Jr 18:6). Essa imagem, que falou claramente na antiguidade, pode ainda falar a nós, hoje, não importa o lugar em que vivemos. Quando a metáfora do vaso é usada na Bíblia, na maioria das vezes ela se encaixa em duas categorias: (a) o julgamento dos ímpios e (b) a restauração dos justos. Quando Deus anuncia Seu julgamento, Ele destrói o pote de barro, às vezes, despedaçando-o no chão: “Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro” (Sl 2:9). Entretanto, o processo de restauração de Deus assemelha-se à criação de um vaso de barro. Em Jeremias 18, Deus, o Oleiro, está ativo em Seu propósito. Ele está na roda de oleiro, fazendo do barro um vaso. Deus disse a Jeremias: “Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as Minhas palavras” (Jr 18:2). Ao visitar a casa de um oleiro, com Jeremias, também podemos aprender as lições que Deus quer nos ensinar.
(Jo 7:37-39). Esse Espírito, segundo Paulo, promove a unidade entre o povo de Deus: “Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:3). À medida que o Espírito é concedido aos crentes, “Ele faz com que transcendam preconceitos humanos de cultura, raça, sexo, cor, nacionalidade e condição social”.2 O Espírito nos une. A primeira lição que tiramos da casa do oleiro é que necessitamos da água do Espírito, que nos torna maleáveis, a fim de sermos usados por Deus.
Lição 1. Necessidade do Espírito Santo
Lição 2: Ainda não somos vasos.
Um dicionário bíblico explica que o barro se torna “incrivelmente maleável à medida que se lhe adiciona água, e mais rijo quando a mistura seca”. Sua natureza é transformada quando tocada pela água.1 As partículas de barro não se unirão sem a água e, se não ficarem ligadas, o oleiro não pode moldá-las. A água – agente que amacia e une – representa o Espírito Santo. Quando Jesus afirma que “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba”, João nos diz que o Mestre “disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nEle cressem”
A Bíblia nos chama de barro e, embora haja uma similaridade química entre o barro e o vaso, as Escrituras fazem clara distinção (teológica) entre os dois. Podemos ter a aparência de um vaso quando o barro é manipulado, assim como o próprio barro é um vaso em desenvolvimento. O vaso, por si mesmo, não endurece ou se recicla. Quando o vaso era mal manipulado e rachava, os oleiros da antiguidade ajuntavam os cacos e os colocavam em um local próprio, semelhante ao lugar em que Jó se assentou enquanto coçava suas feridas (Jó 2:8). O Vale de Hinom, do lado de fora de
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Jerusalém, era um desses locais, onde toda a cidade colocava os entulhos, inclusive, vasos quebrados. Foi ali que Deus levou Jeremias. Como lição para Judá (e para nós), Deus joga o vaso de barro no monte de entulhos, não apenas desprezando-o, mas destruindo-o. Quando Jeremias, obediente à ordem de Deus, quebra o vaso de barro, Ele explica: “Deste modo quebrarei Eu este povo e esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, que não pode mais refazer-se”, nem com fita adesiva, superbonder ou qualquer outro agente humano. O vaso está em cacos. O “teste” acabou. Tal como o vaso de barro de Jeremias, cada um de nós está entre dois futuros. Ou seremos esmiuçados em algum Vale de Hinom ou nos tornaremos vasos perfeitos, criados para ser usados por Deus em Sua casa – ambos de caráter eterno: destruição ou serviço (Ml 4:1; Jo 14:2 , 3). Deus, nosso Oleiro, em breve completará em nós Sua obra criadora e terminará o tempo de modelagem. Assim, a segunda lição que tiramos é que ainda não somos vasos: somos barro nas mãos de Deus. Enquanto podemos ser moldados, Deus, nosso Oleiro, continua trabalhando conosco, em nós, e dentro de nós, moldando e construindo “segundo bem Lhe parecer” (Jr 18:4) Lição 3: Devemos passar pelo fogo.
Para criar um vaso, os antigos oleiros tiravam o barro da terra, jogavam no chão e pisavam nele (Is 41:25). Em seguida, amaciavam o barro com água até formar uma pasta. Pegavam, então, o barro amassado e jogavam com força no centro da roda de oleiro, um disco plano, montado horizontalmente em uma barra vertical (Jr 18:3). Girando a roda e segurando o barro com os dedos e palma da mão, a manipulação do oleiro moldava o vaso. Mesmo estando moldado, o vaso novo não endurecia com a luz do sol. Mesmo que endurecesse, trincaria e quebraria quando o enchessem com líquido. Por essa razão, os antigos oleiros colocavam seu produto no forno, uma fornalha especial que facilmente chega a 1400° C. Após ser pisado, amassado, socado e rodar em velocidade vertiginosa, o barro, finalmente, era assado em um forno bem quente.
Essa não é uma experiência prazerosa e relaxante. Mas é isso que enfrentamos como barro. As “fornalhas” da vida – dívida e divórcio, decadência e desordem, dor e morte – atingem a todos. Ellen White disse: “O fato de sermos chamados a suportar a prova mostra que o Senhor Jesus vê em nós alguma coisa de precioso que deseja desenvolver. [...] Não lança pedras sem valor na Sua fornalha. É o minério precioso que Ele depura.”3 Por meio de nossas “fornalhas”, participamos dos sofrimentos de Cristo “para que também, quando a Sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria” (1Pe 4:12, 13 – NVI). Lição 4: Quanto mais quente a fornalha, mais fino o vaso
Embora a porcelana seja lisa, colorida e brilhante, trinca facilmente se for assada em baixas temperaturas. Tal vaso não tem força interior necessária para resistir à pressão ou a trabalhos mais pesados. Vasos de pedra, muito mais duros e fortes, suportam fornos duas vezes mais quentes. A porcelana, porém, assada entre 1000 e 1400 graus centígrados, é um utensílio mais caro e mais fino. O Oleiro, entretanto, não requer que nenhum de Seus vasos suporte temperaturas elevadas arbitrariamente. Na verdade, tipos diferentes de vasos requerem diferentes tipos de calor, e na casa do Grande Oleiro, nenhum vaso recebe mais calor do que necessita. Mesmo assim, a “fornalha” ainda é necessária para produzir um vaso fino, e o produto dessa grande “dor” é a porcelana, cuja característica é “cantar” quando golpeada. Como João Huss e Jerônimo, que cantaram na fogueira, ou Paulo e Silas, na prisão de Filipos, os cristãos são porcelanas humanas. Dia após dia, pela ação do Espírito, os fiéis desenvolvem um eco, a total rejeição da vingança, a capacidade de amar sob pressão. A porcelana ainda tem uma segunda característica: quando colocada perto de uma fonte de luz, reflete seu brilho. Do mesmo modo, após passarmos pelo fogo, refletimos a luz de Cristo nas trevas deste mundo (Mt 5:16). Em Sua roda, através do Espírito Santo, o Grande Oleiro pode moldar você. Ele o vê, não como “barro estragado”, mas como fina porcelana. Ele promete restaurá-lo porque “Aquele que os chama é fiel, e fará isso” (1Ts 5:24 – NVI). Deus, o Oleiro, está esperando por você em Sua casa. Você irá ao Seu encontro? 1. Dicionário Bíblico Adventista, v. 5, p. 214. 2. E. D. Nichol. ed., Comentário Bíblico Adventista, v. 6, p. 1021; cf. Crenças Adventistas do Sétimo Dia, p. 175. 3. Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 471. 4. White, O Grande Conflito, p. 109-115; Atos 16:26.
Keisha McKenzie escreve de Mandeville, Jamaica.
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e maneira geral, a sociedade considera os deficientes como fardos pesados ou seres inúteis. Entretanto, a médica Sainbileg Jigmeddoo, 46 anos, que ficou muda e paralítica após cirurgia do cérebro, lembra a todos que “Deus escolheu [...] o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte” (1Co 1:27, NVI). “Ele realmente pode usar qualquer um para servi-Lo”, diz ela. Sainbileg queria iniciar um centro de treinamento para deficientes em uma pequena cidade da Mongólia, chamada Selenge Khotol. Ela entrou em contato com os administradores do hospital local e apresentou uma proposta escrita do seu projeto. Levou dois anos para que, finalmente, a idéia
História de Sainbileg
Sainbileg é formada pela Universidade de Medicina da Mongólia. Seu esposo é formado pela escola militar e tem bom emprego no exército. O casal tem duas filhas e Sainbileg descreve como “felizes” os primeiros oito anos de seu casamento. Mas, à medida que o tempo transcorria e ela se estabelecia profissionalmente como médica, seu relacionamento com o esposo mudou. Ele começou a maltratá-la tanto física como emocionalmente. Os maus-tratos tornaram-se tão severos que Sainbeileg concluiu que abandonar o marido era a única maneira de ela e as filhas estarem seguras. Elas se mudaram para a província de Selenge, localizada cerca de 800 km de Ulaanbaatar, capital da Mongólia. Mas a vida não era fácil. Por
Habilitando Deficientes na
Mongólia Por Sally Lam-Phoon
tomasse corpo, mas o projeto agora avança, sob o guardachuva do Departamento do Ministério da Mulher da Missão da Mongólia. Ele é patrocinado não apenas pelo Ministério da Mulher, mas também pelo Hospital Selenge e pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA). Os seminários têm como objetivos prioritários vencer os desafios enfrentados pelas mulheres − problemas de saúde, pobreza, abuso, oportunidades de trabalho, acesso ao computador – e têm ajudado muitas pessoas, principalmente os deficientes. As aulas propiciam oportunidades para numerosos estudos bíblicos e um grupo de dezesseis pessoas reúne-se todos os sábados no Hospital Selenge. Cinco delas já foram batizadas. Os que trabalham com o projeto contribuem para suprir necessidades básicas como roupas, remédios e sementes para o projeto de embelezamento da comunidade. Além disso, iniciaram um programa de bolsas de estudo para crianças deficientes. Um dos aspectos mais interessantes desse projeto é o fato de que ele não foi criado por uma comissão de associação ou divisão, mas pela visão e tenacidade de uma mulher que já passou por muitas dificuldades e provas.
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De cima para baixo: TRABALHANDO JUNTOS: Pessoas deficientes colocam em prática as habilidades aprendidas no centro de treinamento em Selenge Khotol. APRENDENDO HABILIDADES PARA GANHAR DINHEIRO: Grupo de deficientes que aprenderam a fazer bolsas durante o curso oferecido pelo Projeto Para Deficientes, dirigido pelos adventistas, posa para foto. C O R T E S I A
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causa das limitações financeiras, Sainbileg e as filhas moravam numa casa pequena, dividindo o quarto com outra família. As coisas, porém, começaram a melhorar quando ela conseguiu trabalho no posto de saúde do município e comprou um apartamento. Um dia, enquanto conversava com o diretor clínico do hospital, ela desmaiou no escritório dele. Os exames mostraram que ela necessitava de uma cirurgia no cérebro por causa de um problema decorrente das várias vezes em que foi brutalmente espancada pelo marido. Mas, em vez de ajudá-la, a cirurgia causou mudez e paralisia do lado direito. Incapacitada para trabalhar e sem nenhum recurso financeiro, Sainbileg foi obrigada a vender o apartamento para pagar a cirurgia, enviar as filhas para morar com parentes e se mudar para a província de Darkhan, onde moraria com o irmão. Um dia, enquanto assistia a um programa de televisão, viu a propaganda de uma campanha evangelística dirigida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ela decidiu assistir às reuniões. Ali ela conheceu Sukhbaatar Enkhbaatar, líder adventista que, não apenas ouviu com interesse sua história, mas fez o que pôde para ajudá-la. Ele a apresentou a Otgooloi, jovem senhora que começou a ensiná-la a escrever com a mão esquerda. Otgooloi encorajou Sainbileg oferecendo-lhe esperança: “Irmã, não fique desapontada; lembre-se de que tem um futuro brilhante.” Sainbileg começou a estudar a Bíblia, aceitou Jesus e foi batizada em 2004. “A vida ganhou um novo sentido para mim”, diz ela. Pouco depois, ela descobriu um centro de treinamento para deficientes em Ulaanbaatar, onde encontrou ajuda para sua reabilitação. Aprendeu a digitar no computador, fazer pão, costurar e viver um estilo de vida saudável. “Os poucos meses que fiquei em Ulaanbaatar me deixaram animada”, diz Sainbileg, “e fui motivada a compartilhar minha experiência de cura com outros deficientes.” Com base em sua própria experiência, começou a escrever a proposta de um projeto para ajudar outras mulheres deficientes. Estava muito animada quando mostrou seu plano, e orava todos os dias a fim de que Deus a usasse para ministrar a outros. Ela não tinha idéia de como ou onde iniciar o projeto, mas continuou orando e planejando – mas nada acontecia. A idéia parecia muito boa no papel, mas Sainbileg não sabia como iniciá-la. Em agosto de 2006, o Departamento do Ministério da Mulher da Mongólia organizou um retiro para mulheres. Com a ajuda de amigos, Sainbileg pôde participar, chegando ao local numa cadeira de rodas. “O tema do retiro – ‘Toque um coração; conte ao mundo’ – me causou alegria”, diz Sainbileg. “Fiquei convencida de que Deus estava me falando para compartilhar a idéia do meu projeto com os palestrantes: Chek Yat, diretora de Educação da Divisão, e Sally Phoon, diretora do Ministério da Mulher.”
No fim da semana seguinte, as três mulheres tiveram um encontro com a diretora do Ministério da Mulher da Missão da Mongólia, Cleidi Kuhn, em Ulaanbaatar. “Eu tinha certeza de que minhas orações estavam sendo atendidas”, diz Sainbileg. Naquela reunião, todos decidiram apoiar o plano como um projeto do Ministério da Mulher da Mongólia, o qual foi denominado “Projeto Para Deficientes”. Quando expôs o conceito do projeto com Byambanyam Yansansuren, diretor de um hospital governamental em Selenge Khotol, Sainbileg tinha a idéia de desenvolvê-lo ali. O diretor ofereceu duas salas do hospital para a implantação do projeto e muitas pessoas, como enfermeiras, médicos, cabeleireiros e outros, se engajaram nele. A cerimônia de inauguração do “Mini Centro do Deficente” foi realizada em janeiro de 2007 e presta ajuda a cerca de quarenta famílias. “Se entregarmos tudo a Deus, Ele proverá os meios enquanto crermos em Sua força e poder”, diz Sainbileg. Programa Hoje
Desde sua inauguração, o centro oferece vários cursos para capacitar o deficiente a sustentar-se. Entre outras coisas, eles aprenderam a fazer sacos, bolsas, bordados e a trabalhar no computador. Infelizmente, em maio de 2007, Sainbileg foi hospitalizada outra vez. Desde essa época, uma enfermeira amiga administra o projeto. As pessoas que freqüentam as aulas mostram muito interesse na verdade adventista e estudam para aprender mais sobre Jesus Cristo. O Projeto Para Pessoas Deficientes continua a crescer e a desenvolver-se em sua missão de servir os deficientes da comunidade. Já há planos de expandir o projeto para prestar assistência médica, em parceria com a ADRA e o departamento de saúde local; o planejamento e o início de um projeto contra a pobreza, com abertura de pequenas empresas, mais uma vez, em parceria com a ADRA e com organizações não governamentais e, mais importante, oferecer apoio espiritual à igreja com o auxílio do Departamento Ministerial da Missão da Mongólia. O Departamento do Ministério da Mulher supervisiona o projeto e líderes locais cuidam da rotina diária. Sainbileg é apenas uma pessoa, mas, pelo poder de Deus, viu seu sonho de prestar serviço ao deficiente tornar-se realidade em sua comunidade.
Sally Lam-Phoon é diretora dos Ministérios da Mulher, Criança e Família e coordenadora da AFAM para a Divisão Ásia-Pacífico Norte, em Goyang City, Coréia. Novembro 2008 | Adventist World
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■ Entre uma pilha de ofertas de cartões de crédito indesejados e de propagandas das lojas da cidade de Fênix, ela procura pela figura familiar do globo, na caixa do correio. Sim, lá está ela e logo um sorriso enfeita seu rosto. Mas é a última página que quer ver primeiro. “Que lugar é esse?” lê em voz alta, ob-
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■ Nenhum cirurgião é tão exigente com seu bisturi. Ele manuseia o canivete, um milímetro por vez, enquanto encaderna, cuidando para não cortar as páginas em ambos os lados. Uma cópia do Estudo Bíblico. Entretanto, são necessárias mais trinta. Ao meio-dia, ele pedala sua antiga bicicleta em direção a uma gráfica em Soweto. Ali, num ritual que se repete mensalmente, entrega as preciosas páginas para o dono da gráfica. Momentos mais tarde, trinta cópias completas do “Celebrando o Sábado” serão levadas, num saco plástico, até o culto de oração da terça-feira à noite. “Ó Pai”, ora ele, enquanto pedala pelas ruas apinhadas de gente, “sou o desfecho de uma visão. Ajuda-me a ser digno.”
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E Houve Por Bill Knott
servando a fotografia de um grupo de crentes do lado de fora de uma igreja feita de blocos. África? Caribe? Nigéria, decide, lembrando-se do prazer que sente com esse pequeno exercício mensal, mesmo quando não acerta. Lentamente vira a revista para ler a resposta embaixo da foto: “Na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Mashayamvura, no
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Uma visão, uma missão e a história desta revista Zimbábue, África, confraternização dos membros após o culto, do lado de fora da igreja.” “Ó Jesus”, ela ora ao olhar seus irmãos adventistas que vivem a mais de 16 mil quilômetros de distância, “abençoa esses amados. Que permaneçam fiéis.” ■ O papelzinho com o endereço do
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Web site precisa esperar até o fim de suas doze horas de trabalho. Visitar tal site no computador de um escritório causaria, certamente, uma advertência ou pior que isso. “Você vai adorar”, murmurou Xingjuan, enquanto colocava o papelzinho em seu bolso na hora do almoço. “Leia o artigo ‘Reavivando
o Dom’, em nada menos que em mandarim! Deus também lhe deu um dom – e é mais do que negociar na Bolsa de Valores de Xangai! “Querido Deus,” ele ora silenciosamente, enquanto símbolos das ações cruzam pela tela do computador, “mantém-me fiel ao Teu chamado para que eu tenha coragem de dar meu testemunho no sábado.” ■ A viagem de balsa entre S. Tomé e S. João é aproveitada para sua meditação diária. Caminho a Cristo, a lição da Escola Sabatina, um exemplar bem manuseado da Adventist World – que ela guarda em sua mochila de couro, de estimação. O brilho do sol dança sobre a água azul-esverdeada, enquanto ela pensa sobre “O Maior Milagre”. “A mensagem de perdão,” reflete consigo mesma, olhando em volta para os outros passageiros, imaginando quem necessita mais dela. “Vou deixá-la aqui”, finalmente decide, abandoando sua revista Adventist World para qualquer um que ocupasse o mesmo assento naquela noite. “Não deixe que eu seja o ponto final dessa visão”, murmura, enquanto se debruça contra o apoio I M A G E N S : C O R T E S I A D O C E N T R O D E W H I T E E A R Q U I V O S D A R E V I E W A N D
do telhado. “Faze com que alguém leia, querido Deus. Faze com que alguém leia.”
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ão há como quantificar uma visão, nem sequer um meio para medir completamente seu impacto duradouro. Mas os adventistas do sétimo dia de todo o mundo estão aprendendo a apreciar a parte que desempenham no desdobramento da mensagem da verdade e da unidade dada por Deus. Milhões de crentes, separados pela distância, língua e experiência, são agora unidos por uma revista que lhes chega às mãos. Desde a primeira década da organização da Igreja, nunca houve um momento como este: cerca de dois terços de seus 15 milhões de membros batizados têm acesso a um exemplar de sua principal publicação – Adventist World. Lançada há pouco mais de três anos, em setembro de 2005, a Adventist World é o resultado de uma visão profética articulada, pela primeira vez, há 160 anos, completados neste mês. Em novembro de 1848, Ellen Harmon White, mocinha frágil já
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reconhecida como veículo especial da revelação divina por dezenas de adventistas guardadores do sábado, recebeu uma visão quando visitava a casa de Otis Nichols, em Dorchester, Massachusetts. Seu esposo, Tiago, pregador adventista e organizador dos antigos mileritas, agora dispersos, o capitão José Bates e um pequeno grupo de espectadores ouviram a descrição dada por ela sobre o progresso da verdade adventista ao redor do mundo. Bates, capitão jubilado, sentou-se com um lápis na mão para anotar porções do que ouviram Ellen White dizer enquanto estava em visão. Essas anotações foram incluídas no panfleto de autoria de Bates, O Selo do Deus Vivo. “Ela está vindo! – Surge como o Sol que nasce. Como o Sol, a princípio frio, mas que aquece à medida que envia seus raios. Quando essa verdade chegou, continha pequena luz que agora está aumentando. – Que poder têm esses raios!1 “Sim, publica as coisas que tens visto e ouvido e as bênçãos de Deus estarão presentes. Vê! Está subindo com força e o brilho torna-se mais e mais brilhante.”2 Emergindo de seu vislumbre em face do progresso da verdade de Deus, Ellen White dirigiu-se ao marido com instruções vindas diretamente do Céu: “Tenho uma mensagem para ti. Deves começar a publicar um pequeno jornal e mandá-lo ao povo. Seja pequeno a princípio; mas, lendo-o o povo, mandar-te-ão meios com que imprimi-lo, e alcançará bom êxito desde o princípio. Deste pequeno começo foime mostrado assemelhar-se a torrentes de luz que circundavam o mundo.”3 Tiago e Ellen tiveram que esperar mais oito meses para reunir os recursos a fim de imprimir o pequeno jornal, a princípio intitulado The Present Truth (A Verdade Presente), mas que logo adotou o nome de Advent Review and Sabbath Herald (Revista Adventista e Arauto do Sábado). Em julho de 1849, Tiago contratou uma gráfica em Meddletown, Connecticut, para imprimir mil cópias da incipiente revista, financiando
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a primeira edição, em parte, com dinheiro de trabalho na lavoura. Quando ele trouxe as páginas para a casa em que o jovem casal morava, era preciso orar e trabalhar mais: “As preciosas páginas impressas foram trazidas para a casa onde um grupo de interessados estava reunido e colocadas no chão. Ajoelhamo-nos em redor dos papéis e com coração humilde e muitas lágrimas, suplicamos ao Senhor que deixasse Suas bênçãos caírem sobre aquelas mensageiras da verdade, impressas. “Quando dobramos as revistas e meu esposo embrulhou e endereçou as cópias para todos quantos supôs que as leriam, colocou-as em um saco e levou, a pé, até o correio de Middletown.”4 A revista rapidamente se tornou o elo de união entre os adventistas guardadores do sábado espalhados ao longo do nordeste dos Estados Unidos. Os artigos concentravam-se nas profecias do Segundo Advento de Cristo, tema que havia galvanizado o movimento milerita nas décadas de 1830 e 1840, a doutrina bíblica do sábado do sétimo dia e a verdade sobre o ministério de Jesus como sumo sacerdote no santuário celestial. As primeiras edições continham material devocional, relatórios de atividades evangelísticas e cartas de correspondentes da igreja local.
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Os escritórios da editora da Review (revista) mudavam junto com os White, cujas viagens, num intervalo de quatro anos, os levaram de Connecticut para o Maine, passando por vários lugares no estado de Nova Iorque. A revista cresceu tanto em tamanho e circulação que atraiu um pequeno grupo de jovens dedicados que escreviam, editavam, imprimiam e distribuíam o periódico. Um desses jovens editores, Urias Smith, que finalmente trabalhou como membro da equipe editorial por cerca de 50 anos, descreveu o desafio de aparar as bordas das páginas com um canivete: “Fazíamos bolhas nas mãos”, escreveu ele, “... mas, freqüentemente, os panfletos não apresentavam metade da exatidão e simetria das verdades que ensinavam.”5 Em 1855, um grupo de adventistas leigos financiou a mudança da Review para uma nova sede em Battle Creek, Michigan, Estados Unidos, onde ela se desenvolveu por mais meio século. Por esse tempo, tornou-se uma revista semanal, que continuou seu ministério especial para aqueles aos quais se refere como “rebanho disperso” – os adventistas guardadores do sábado espalhados por todos os estados do Norte da jovem república. Quando a crise da escravatura americana empurrava os Estados
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Você está ligado meio da Unidos para a terrível guerra civil, os editores da Review aconselharam o governo nacional a adotar a conduta correta, abolindo a escravatura africana, instituição com 200 anos de idade, e incitava desobediência ativa às leis do governo que proibiam dar assistência a escravos foragidos. No coração do conflito que ceifou 600 mil vidas, a Review tornou-se o foco da discussão sobre a organização de 3.500 pessoas que agora se denominava “Adventistas do Sétimo Dia”. Em maio de 1863, a primeira reunião da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia foi devidamente relatada nas páginas da mesma revista, que tanto fez para que aquele dia fosse uma realidade. Cópias da Review, de outros panfletos e livros adventistas publicados em Battle Creek, em pouco tempo estavam circulando no Canadá, na Europa e, em 1863, chegaram à África Ocidental. Hannah More, missionária da Nova Inglaterra que recebeu a revista intermitentemente por um veleiro, escreveu
da Libéria para a redação da revista em janeiro de 1863: “Seu povo pode agora considerar que vocês têm sinceros adventistas do sétimo dia aqui, aguardando, como vocês, o bendito aparecimento dAquele a quem amamos e adoramos, para sempre o objeto de nosso culto.”6 Quando os adventistas foram empurrados com a população para o Oeste, em direção à Califórnia, nos anos 1860, à Europa nos anos 1870, à Austrália nos anos 1880 e à Ásia e Ilhas do Pacífico Sul, na última década do século XIX, levaram consigo cópias da Review − era o único meio de contato à medida que os crentes se espalhavam para todas as regiões do globo. Novas revistas em francês, sueco, alemão, espanhol, português e coreano surgiram numa variedade de regiões e línguas
membros no século XX, a revista que moldou o movimento adventista, desde seu início, continua centrando suas crenças nos ensinos da Bíblia, cristianismo prático e na bendita esperança da breve vinda de Jesus. E continua assim. Trinta e seis vezes ao ano, três semanas por mês, a Adventist Review coloca o melhor do pensamento adventista impresso em suas páginas e na Internet, atraindo mais de 150 mil leitores por mês. Assuntos atuais, notícias de última hora, artigos fortalecedores da fé e estudos bíblicos preenchem as páginas de uma das revistas religiosas mais antigas do mundo, publicada ininterruptamente. (Para mais informação, visite www. adventistreview.org.) Impressionante é que, em 2007, os líderes da Igreja reconheceram que
a milhões de crentes por revista que está em suas mãos. com as três mensagens angélicas encontrando corações receptivos em cada cultura. Quando o fogo devastou o mundialmente famoso Sanatório de Battle Creek e os escritórios da Review and Herald, surgiu um movimento para que a sede da Igreja fosse estabelecida em Washington, D.C. Na primeira década do século XX, a Review rapidamente se estabeleceu como a revista que mantinha unido o “rebanho disperso”. Dezenas de milhares de adventistas aprenderam a confiar na revista que coerentemente transmitia as verdades históricas que fundamentaram esse movimento. Semanalmente, reportagens documentaram o aumento do alcance das missões adventistas e o crescimento da Igreja. Ao longo das duas Guerras Mundiais, de uma dúzia de crises globais, dez anos de depressão econômica mundial, surgimento e queda do Comunismo no mundo, surgimento de novas nações em antigas colônias e o crescimento trinta vezes maior dos
havia a necessidade de um maior alcance para ajudar a unir o “rebanho disperso”, hoje informalmente calculado em cerca de 25 milhões de homens, mulheres e crianças na família mundial adventista. A cada ano, mais de um milhão de pessoas se unem a essa comunidade de fé: cerca de dois terços dos adventistas do sétimo dia no mundo fazem parte desse movimento há 12 anos ou menos. O que manterá o recém-converso na Ucrânia comprometido e orando pelos adventistas estabelecidos há muito tempo em Buenos Aires ou São Paulo? Como as centenas de milhares de novos membros da Igreja no sul da África conhecerão a história e o futuro desse povo? No início de 2004, o presidente da Associação Geral, Jan Paulsen, incentivou William Johnsson, editor da Adventist Review, a encabeçar um projeto para ampliar em larga escala o alcance e impacto de uma revista para um movimento de rápida expansão. Um processo de dezoito meses de estudo, planejamento e pesquisa
levou ao lançamento desta revista – Adventist World – em setembro de 2005. Legalmente distinto da revistamãe, Adventist Review, e fundamentada em um relacionamento especial com a Igreja Adventista da Coréia, a Adventist World leva adiante a ordem da visão, primeiramente dada a Ellen White, há 160 anos, completados neste mês. Hoje, cerca de dois milhões de cópias desta revista espalham-se ao redor do mundo, cada mês, impressas por sete casas publicadoras nos Estados Unidos, Coréia, Indonésia, Austrália, Argentina e Brasil. A Adventist World é publicada em sete línguas: inglês, espanhol, francês, português, coreano, bahasa (indonésio) e chinês (na Internet). (Para todas as edições da Internet, visite www.adventistworld. org.) Estão sendo consideradas edições em outras línguas, algumas apenas para a Internet, para os próximos anos. Uma rede de distribuição global, controlada pelo escritório central da editora, em Silver Spring, Maryland (Estados Unidos), envia a Adventist World a 143 países, por avião, navio, correio, entrega especial, de bicicleta e de mão em mão. Sempre que olhamos para trás, para o início de qualquer projeto global, costumamos dizer: “Ninguém jamais poderia imaginar isso.” De fato, talvez seja apenas o que a mensageira de Deus viu, há 160 anos: uma comunidade mundial de fé, unida pelos “raios de luz”. E você também, leitor, é um pequeno ponto nesse progresso, propriedade de Cristo, Seu remanescente fiel. Seja qual for a língua em que ler esta mensagem, seja qual for a cultura e nação em que vive e adora, você está ligado a milhões de crentes por meio da revista que está em suas mãos. Quando orar, agradeça ao Senhor a visão que o alcançou. Então, não deixe de pedir a Ele graça para falar a outros a respeito dessa luz. Arthur L. White, Ellen G. White: The Early Years 1827-1862 (Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publishing Association, 1985), p. 150, 151. 2 Ibid., p. 151. 3 Ellen G. White, O Colportor-Evangelista (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1997), p. 1. 4 Ellen G. White, Life Sketches of Ellen G. White (Mountain View, Califórnia: Pacific Press Publishing Association, 1915), p. 126. 5 Urias Smith, General Conference Bulletin, 29 de outubro, 1889. 6 The Advent Review and Sabbath Herald, 29 de março, 1864. 1
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Receita para a
Por Gabriel E. Maurer
liberdade A Lei de Deus é a melhor coisa em nossa vida
“Se os pais não educam, os filhos têm pouca chance na vida.” Esse título chamou minha atenção quando eu visitava uma das minhas livrarias preferidas em Berna. Para sentir mais liberdade na vida, as crianças necessitam de limites claros, diz o autor Peter Angst, especialista em família. A melhor maneira de ajudar os filhos a encarar os desafios de uma sociedade pós-moderna na busca de valores e direção, é dar-lhes normas, regras claras para a vida. A liberdade deriva dos limites pessoalmente adotados. Esse princípio se aplica, também, à experiência cristã. Em Sua graça, Deus estabeleceu como importantes a liberdade e a crescente perspectiva para os seres humanos. E para que isso fosse assegurado, determinou limites claros por meio dos Dez Mandamentos. É fascinante perceber como Deus supriu essa grande necessidade humana. Enquanto as livrarias estão abarrotadas com volumes sobre lei pública, Deus governa o mundo inteiro com dez mandamentos. E Jesus, o Salvador-Criador, os resume em dois princípios: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Gabriel Maurer é secretário-executivo da Divisão Euro-Africana, com sede em Berna, Suíça.
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Por meio de Sua lei, Deus nos abre uma janela para a liberdade – uma questão controversa, para muitos. Portanto, um sistema que restringe nossa vida e comportamento pode ser considerado essencial para a liberdade? A Bíblia fala contra a mentira. Desse modo, cria limites muito claros para nossa vida e comportamento. Isso significa que nossa estratégia para alcançar determinados alvos nunca pode incluir falsidade, desonestidade, traição ou qualquer método do gênero. Em certas situações, pode parecer que é desvantagem ser honesto. A intenção de Deus, porém, é que os limites sejam “janelas para a liberdade”. Assunto em Debate
Lembro-me de ter entrado, certo dia, na sala de aula e encontrado meus alunos estranhamente quietos. Logo descobri por quê. Era inverno e uma janela havia sido quebrada. Os alunos se entreolhavam com suspeita, e a tensão foi crescendo até que, de repente, um aluno se levantou e confessou: “Eu fiz isso. Desculpe!” No mesmo instante, a atmosfera mudou completamente. Rostos relaxados, a criatividade começou a funcionar e, em segundos, os alunos desenvolveram um plano estratégico: Vamos todos contribuir para consertar a janela. As lágrimas dominaram o aluno honesto e ele aprendeu uma importante lição para a vida: a honestidade gera confiança, cria solidariedade e dá a sensação de liberdade interior.
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Esses princípios são aplicáveis a todos os mandamentos. Ter respeito pelos pais desenvolve a habilidade de agir com autoridade. Ser fiel ao cônjuge desenvolve habilidades sociais e emocionais que contribuem, significantemente, para a felicidade. Respeitar a propriedade emocional e social dos outros (os últimos cinco mandamentos) cria a atmosfera necessária para relações humanas saudáveis. Para Nossa Proteção
Numa sociedade em busca de rumo, os valores e normas bíblicos oferecem ajuda significativa. O próprio Deus determinou os valores que devem reger nossos relacionamentos com Ele e com nossos semelhantes – valores de amor, respeito e humilde autoconfiança. O amor é o fundamento. O amor a Deus e aos nossos semelhantes é o reconhecimento do fato de que, tanto nós como os outros, somos obras-primas do Criador. Como qualquer outra obra de arte, os Dez Mandamentos têm as digitais de seu Autor. Eles são uma expressão do caráter de Deus, destinados a nos dar uma vida de alegria, felicidade e propósito. Como as leis de trânsito (contra as quais às vezes nos rebelamos), os mandamentos foram estabelecidos para a nossa proteção e segurança. Os mandamentos são para todos os povos, mas é importante notar seu valor para o povo de Israel, para quem (como povo), pela primeira vez, foram audivelmente concedidos.
Quando deixaram o Egito, os israelitas não haviam desenvolvido ainda uma identidade corporativa unificada. Porém, suas raízes comuns em Abraão – o alvo comum para chegar a Canaã, e, mais importante, o sistema comum de normas contido nos Dez Mandamentos – contribuíram para que os israelitas se transformassem numa comunidade viável. Para um povo peregrino, aquele sistema comum de valores e normas foi decisivo para preservar a identidade e impedir sua dissolução. Respeitar a Deus, adorá-Lo, dar a Ele o direito exclusivo da vida e celebrar o dia de repouso do Criador, foi uma experiência que transformou um bando de individualistas numa nação admirada, respeitada e temida. Essas considerações são importantes no contexto moderno de migração internacional e intercontinental. Também são importantes para os que viajam para o reino vindouro de Deus. Os mandamentos são uma bússola moral numa era de relativismo. O Espírito Santo, por meio da lei de Deus, nos convence do pecado, dando-nos o senso de total impotência. Nas palavras de uma declaração adventista: “A lei de Deus é um instrumento pelo qual o Espírito nos chama ao arrependimento.” Mudança Positiva
Como uma reação à tendência humana de suspeitar de tudo que começa com “Não”, no Sermão da Montanha Jesus realça a lei num contexto positivo. E dois aspectos vêm à tona: 1. Tudo procede do coração. As palavras da lei não são o mais importante, Jesus disse. Ao contrário, é o espírito da lei. Indo mais longe, Ele enfatiza que até nossos pensamentos – o estado de nossa mente e espírito – contribuem para uma vida que pode confirmar ou confrontar a lei de Deus. “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu
irmão, será réu de juízo’’ Mt 5:21, 2). Desse modo, Ele procura transformar as dez “proibições” em dez opções significativas para a vida. 2. Ação positiva para a vida. Jesus nos mostra, no Sermão da Montanha, como a lei de Deus pode melhorar nossa vida imediatamente. Não espere que os outros o tratem gentilmente, Ele disse. Não espere que os outros o tratem com respeito. Ao contrário, determine essa qualidade de relacionameto por sua própria iniciativa: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.’’ As dez “proibições”, portanto, tornaram-se dez perspectivas infinitas. Às vezes, é necessário desprezar os pais, o cônjuge ou os amigos. Deus lhe dá melhor condição para ajustar tais relacionamentos. Nós é quem devemos criar o contexto de respeito mútuo, honestidade e fidelidade ao nos relacionarmos com as pessoas ao nosso redor. Outro Exemplo
A lei de Deus é a melhor coisa para a nossa vida, por assim dizer. Estáva-
mos falando sobre o sétimo mandamento, numa aula de religião para o ensino médio, quando, de repente, uma jovem, que aparentemente não tinha o menor interesse pelas “regras de Deus”, nos desafiou: “O senhor realmente acha que uma coisa tão antiquada se aplica aos nossos dias?” Imediatamente surgiu uma discussão interessante, cujo final me surpreendeu. Após quase uma hora de discussão com os alunos, a jovem chegou à seguinte conclusão: “Acho que descobri o ponto: Eu tenho um namorado e, às vezes, tenho medo de que outra garota simplesmente o tome de mim. Pensando no futuro, quando eu for casada, seria uma tremenda catástrofe perder o marido que amo. Deus nos deu essas regras que, se levadas a sério, podem nos livrar do medo, nos dar confiança em nossos relacionamentos futuros e protegem a nós e aos nossos queridos de uma vida irreal sem regras. Acho que será muito bom para mim adotar essas regras. Na verdade, a lei de Deus é a melhor coisa para a nossa vida.”
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Os grandes princípios da lei de Deus estão incorporados nos Dez Mandamentos e exemplificados na vida de Cristo. Expressam o amor, a vontade e o propósito de Deus sobre a conduta e as relações humanas e são obrigatórios a todas as pessoas em todas as épocas. Esses preceitos constituem a base do concerto de Deus com Seu povo e a norma do julgamento de Deus. Por meio da atuação do Espírito Santo, eles apontam para o pecado e despertam o senso da necessidade de um Salvador. A salvação é inteiramente pela graça, e não pelas obras, mas seu fruto é a obediência aos Mandamentos. Essa obediência desenvolve o caráter cristão e resulta numa sensação de bem-estar. É uma evidência de nosso amor ao Senhor e de nosso interesse pelos nossos semelhantes. A obediência da fé demonstra o poder de Cristo para transformar vidas e fortalece, portanto, o testemunho cristão. (Êx 20:1-17; Sl 40:7, 8; Mt 22:36-40; Dt 28:1-14; Mt 5:17-20; Hb 8:8-10; Jo 15:7-10; Ef 2:8-10; 1Jo 5:3; Rm 8:3, 4; Sl 19:7-14.)
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“A Adventist World, desde seu lançamento em setembro de 2005, publica em cada edição uma seleção dos escritos de Ellen G. White. Pelos próximos dois anos, serão publicados neste espaço, em meses alternados, artigos especiais sobre o dom de profecia bíblico, para ajudar os adventistas do sétimo dia, no mundo inteiro, a apreciar e aprender mais sobre o dom especial de Deus para Seu povo remanescente. A seção “Descobrindo o Espírito de Profecia” incluirá análise dos ensinos bíblicos sobre os dons espirituais, artigos práticos sobre a aplicação desses conhecimentos à vida cotidiana e métodos úteis para partilhar a riqueza desse dom com os amigos e vizinhos.” Por mais de um século, o dom profético de Ellen White tem sido uma bênção para a Igreja Adventista do Sétimo Dia e para aqueles que leram seus escritos. São muitos os benefícios advindos de seguir seus conselhos, os quais continuam a moldar positivamente a Igreja Adventista. De fato, muitos adventistas afirmam que, se não fosse pela voz profética e conselhos de Ellen White, a Igreja não seria a mesma, hoje. Muita gente, entretanto, questiona a relação entre os escritos de Ellen White e a Bíblia. Os adventistas afirmam ser um povo que crê na Bíblia e que baseia suas doutrinas e práticas nas Escrituras e nelas somente. Como relacionamos essa afirmação aos escritos de Ellen White? Para ajudar a compreender a conexão entre esses dois pontos, alisemos o que ela disse sobre sua inspiração e a relação entre seus escritos e a Bíblia. Natureza da Inspiração
A inspiração e o ministério de Ellen White se assemelham, de muitas maneiras, à descrição da inspiração e ministério dos profetas bíblicos. Durante os tempos bíblicos, os profetas recebiam revelações de Deus, as quais eram transmitidas ao povo. Eles eram porta-vozes de Deus (Am 3:7; 2Cr 36:15). Às vezes, recebiam sonhos ou visões nos quais Deus lhes mostrava os eventos que ocorreriam no futuro (por exemplo, Daniel 2:19), mas, às vezes, eram guiados pelo Espírito Santo para escrever um relatório de eventos já ocorridos (por exemplo, Lucas 1:1,4). Suas mensagens eram comunicadas tanto por escrito (Jr 36:2) como oralmente (1Rs 17:1). Ellen White confirmava o trabalho dos profetas bíblicos e cria que eles eram guiados pelo Espírito Santo. “As verdades reveladas são dadas por inspiração de Deus (2Tim. 3:16); acham-se, contudo, expressas em palavras de homens”, escreveu ela na introdução do livro O Grande Conflito. “O Ser
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é reitor e professor de teologia no Seminário Adventista do Sétimo Dia da Universidade Andrews em Berrien Springs, Michigan, Estados Unidos.
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Ellen W As verdades bíblicas são ampliadas pela “luz menor” Por Denis Fortin
infinito, por meio de Seu Santo Espírito, derramou luz no entendimento e no coração de Seus servos.”1 Ela cria, também, que Deus guiava seu ministério profético do mesmo modo que guiou os profetas bíblicos, e que sua inspiração não era diferente da inspiração que eles receberam.2 Em 1882, ela comentou: “Não escrevo um artigo sequer, na revista, expressando meras idéias minhas. Correspondem ao que Deus me revelou em visão – os preciosos raios de luz que brilham do trono.”3 “Tenho fé em Deus”, escreveu ela a G. A. Irwin, em 1902: “Ele trabalha em minha mão direita e esquerda. Enquanto escrevo sobre assuntos importantes, Ele está ao meu lado, ajudando-me. Ele define meu trabalho antes de mim, e quando estou perplexa buscando uma palavra que melhor expresse meu pensamento, Ele a coloca de forma clara e distinta em minha mente. Sinto que todas as vezes que pergunto, estando eu ainda falando, Ele responde: ‘Estou aqui’.”4 Relação com a Bíblia
Embora Ellen White afirmasse ser inspirada, nunca declarou que seus escritos tinham a mesma função das Escrituras. De fato, durante todos os longos anos de seu ministério, nunca deixou de afirmar ser a Bíblia sua única fonte de crença e orientação para a vida cristã; ela via seus escritos como um guia, ou uma “luz menor” para ajudar as pessoas a compreenderem o valor das verdades bíblicas.5 Em seu primeiro livro, publicado em 1851, ela escreveu esse comentário importante: “Recomendo-vos, caro leitor, a Palavra de Deus como regra de vossa fé e prática. Por essa Palavra seremos julgados. Nela, Deus prometeu dar visões nos ‘últimos dias’ [referindo-se ao seu ministério profético]; não para uma nova regra de fé, mas para conforto do Seu povo e para corrigir os que se desviam da verdade bíblica.”6 Em 1911, ela esclareceu ainda mais a relação entre seus escritos e a Bíblia: “O Espírito [referindo-se aos dons espirituais dados à igreja e, em particular, ao dom de profecia a ela concedido] não foi dado – nem nunca o
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ıblia B poderia ser – a fim de sobrepor-Se à Escritura; pois esta explicitamente declara ser ela mesma a norma pela qual todo ensino e experiência devem ser aferidos.”7 Um conceito útil para nos ajudar a entender o papel dos escritos de Ellen White em relação à Bíblia é comparar seu ministério profético ao dos escritores não canônicos dos tempos bíblicos. A Bíblia relata que vários profetas foram chamados por Deus para proclamar mensagens específicas ao Seu povo e essas mensagens nunca foram adicionadas ao texto canônico da Bíblia. Profetas como Semaías (2Cr 12:15) e Jeú (2Cr 20:34) escreveram livros que não foram preservados. Por alguma razão, por nós desconhecida, Deus não achou necessário preservar esses escritos nos livros da Bíblia. No entanto, cremos que esses profetas foram tão inspirados pelo Espírito Santo quanto outros profetas cujos escritos estão na Bíblia. O ministério e escritos de Ellen White, portanto, podem ser compreendidos de modo semelhante aos escritos desses escritores não canônicos. Tanto os escritos dela, como os deles, tinham o objetivo de atingir um tempo e um público específicos e não houve necessidade de incluí-los na Bíblia. Os primeiros adventistas também lutaram para compreender a relação entre a Bíblia e os escritos de Ellen White.
Em 1874, um dos pioneiros de nossa igreja, George I. Butler, resumiu sua compreensão sobre o assunto, num artigo da The Advent Review and Sabbath Herald (Revista Adventista e Arauto do Sábado). Ele declarou: “Eles [os escritos de Ellen White] nos conduzem às Escrituras como a grande fonte de instrução verdadeira e ao exemplo de Cristo como o padrão verdadeiro. Eles nunca pretenderam tomar o lugar da Bíblia, mas, simplesmente, ser um dos dons espirituais dados à igreja por seu divino Senhor e como tal, deve ter seu próprio valor.”9 Os adventistas do sétimo dia hoje continuam a ser grandemente beneficiados pelos escritos de Ellen White como fonte de conselhos inspirados para o viver diário no tempo do fim, e por seu convite, para fazer da Bíblia a única fonte de nossas crenças cristãs. O Grande Conflito, p. 7. Ver Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 148. Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 67. 4 Carta 127, 1902, publicada em Manuscript Releases, v. 2, p. 156, 157. 5 The Advent Review and Sabbath Herald, 20 de janeiro de 1903. 6 Primeiros Escritos, p. 78. 7 O Grande Conflito, p. 7; ver também Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 192, 193. 8 O Grande Conflito, p. 8. 9 The Advent Review and Herald of the Sabbath, 9 de junho de 1874. 1 2 3
Para
Estudo Adicional:
1. Ellen White, na introdução de seus livros O Grande Conflito (p. V-xii) e Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 15-39, reflete com clareza sua visão a respeito do trabalho dos profetas bíblicos em seu próprio trabalho.
2. O documento “Dez Afirmações e Dez Negações” é útil, também, para a compreensão da inspiração dos escritos de Ellen White e sua relação com a Bíblia: www.whiteestate.org/issues/scripsda.html.
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s igrejas adventistas do sétimo dia do Norte da Ásia estão atendendo ao chamado para a missão. Ali ainda existem vastos territórios não alcançados pelo evangelho. Países como a China, Mongólia e Japão têm relativamente poucos adventistas em comparação com sua população total. A Igreja Adventista está enviando plantadores de igreja a todo o território da Divisão Ásia-Pacífico Norte, como parte do Movimento Missionário Pioneiro (MMP). Patrocinados por doadores da Missão Global, esses dedicados plantadores de igrejas deixam seus lares para começar novos grupos de fiéis em outros países. Hoje, há pastores do MMP, com suas famílias, espalhados por todo o norte da Ásia, levando a mensagem de amor e esperança a muitas pessoas. Bem-vindos
O pastor do MMP Hyung Taek Lim e sua família chegaram a Taiwan há três anos. Depois de ter estudado o Mandarim por um ano, começou a procurar um lugar para as reuniões. Ele se encontrou com Achou Chen, membro da igreja adventista do sétimo dia, que o informou sobre uma loja que havia sido fechada no piso térreo do prédio onde morava. O pastor Lim gostou do local, que logo foi alugado para iniciar sua nova igreja. O que a Sra. Chen não lhe havia dito é que seu esposo havia deixado de ir à igreja por ser muito longe. Quando ela lhe perguntou quando iria à igreja outra vez, ele disse: “Quando houver uma igreja neste prédio.” Quando jovem, a Sra. Chen havia sido uma plantadora de igrejas. Ela ainda tem o coração na missão. “Estudei no Hospital Adventista de Taiwan”, disse ela. “Eles ensinam a verificar a pressão arterial e a compartilhar a mensagem de saúde. Como voluntária, verifico a pressão arterial das pessoas que vão ao parque, segunda, quarta e sexta-feira. “Quando estava caminhando no parque, vi uma senhora ajudando pessoas, verificando, gratuitamente, a pressão arterial. Uni-me a ela e começamos a conversar. Ela falou de Cristo comigo e disse que havia uma igreja na redondeza. Assim, convidou-me para ir à igreja e eu fui.” Negócio Familiar
A Sra. Hwang procurava respostas. Um ano antes, ela perdera o esposo, vítima de ataque cardíaco, e agora estava se recuperando de uma cirurgia no coração.
Rick Kajiura é diretor de Comunicação na sede da Missão Adventista.
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Por Rick Kajiura
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Fronte Um movimento crescente toca e leva o evangelho a muitas
“Durante esse tempo, eu estava muito mal emocionalmente, diz ela. “Foi um período muito difícil.” Não muito antes, a Sra. Hwang estudara a Bíblia com o pastor Lim, junto com vários de seus irmãos e irmãs. “Nove de seus parentes estão freqüentando a igreja”, diz o pastor Lim. “Oro para que os outros três sejam levados para a igreja, junto com os outros membros de sua família.” Os Hwang estão convencidos de que foi Deus quem chamou sua família para que pregassem o evangelho à sua família. Um dos irmãos, Hwang Hao Chu, é policial aposentado. “Conheci o pastor Lim e ele me levou às suas visitas e reuniões evangelísticas. O pastor Lim era um pastor muito entusiasmado.” Hwang Hao Chu voltou à escola. Estuda no Colégio Adventista de Taiwan, para ser pastor. Os irmãos e irmãs Hwang falaram de sua nova fé a seus filhos e cônjuges. Hoje, 15 membros dessa família freqüentam a igreja e recebem estudos bíblicos. Resultado
Não muito longe do Colégio Adventista de Taiwan, outro pastor do MMP e sua esposa estão evangelizando sua comunidade. Jong Kab Lim formou-se em fisioterapia antes de se tornar pastor. Hoje, sua esposa dá aulas de culinária e saúde e o pastor Lim faz massagens terapêuticas. Já abriram uma sala, no piso superior, para as reuniões. In Sun Hong foi a primeira pessoa a ser batizada em Taiwan por meio do ministério de um pastor do MMP. Embora freqüentasse uma igreja adventista e tenha enviado seus
ıras corações pessoas
filhos para estudar em escolas adventistas, ainda não havia sido batizada. Era a única coreana na cidade em que morava com seu esposo tailandês. Ficou muito feliz quando soube que, não apenas uma, mas cinco famílias coreanas haviam se mudado para a região. Os pastores do MMP estavam estudando a língua chinesa antes de começar o trabalho. Um deles, Woon Song Choi, ofereceu-se para estudar a Bíblia com In Sun. Depois, pediu que ela traduzisse os sermões durante uma série evangelística. Foi difícil persuadi-la, mas ela finalmente concordou. Pouco tempo depois, foi batizada. “Toda vez que pensava em meu futuro, ficava preocupada”, diz ela. “Porém, desde que me uni à igreja, a preocupação se foi e uma doce paz encheu meu coração.” Hoje, In Sun traduz as reuniões e cultos para o coordenador do MMP para a Associação de Taiwan. Mas ela o faz como trabalho de amor: doa tudo o que recebe para o programa MMP. Conseqüências Involuntárias
Na Mongólia, há outro pastor do MMP compartilhando sua fé em Ulaanbaatar. Uma das pessoas a quem ele falou sobre Jesus é um jovem chamado Joy. Hoje, Joy trabalha no Centro Adventista do Sétimo Dia de Línguas, supervisionando o laboratório de linguagem. Após chegar à Mongólia, o pastor Park contratou um gráfico para fazer alguns livretos para uma série evangelística. Ele se encontrou com um jovem que trabalhava para uma gráfica e o convidou para ir à igreja. O jovem atendeu ao convite e pareceu ter gostado. S E D E
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Da Esquerda para Direita: DE POLICIAL A PASTOR: O policial aposentado Hwang Haochu (centro) está estudando para ser um ministro, graças ao testemunho de Achou Chen e do Pastor Hyung Taeklim. APRENDENDO A LINGUAGEM DO AMOR: Hong Insun (direita) ensinou os pastores coreanos a falar chinês que em troca, lhe ensinaram sobre Jesus. Desde que foi batizada, Hong é coordenadora do MMP para a Associação de Taiwan Abaixo: MINISTÉRIO DA SAÚDE: Achou Chen (direita) usa a instrução que recebeu no Hospital Adventista para verificar pressão arterial, gratuitamente, no parque. Foi ali que conheceu a Sra. Hwang, que, mais tarde, levou seis de nove parentes seus a freqüentar a igreja.
Quando os livretos ficaram prontos, o pastor Park não ficou contente com a qualidade do trabalho e pediu que o serviço fosse refeito. O que ele não sabia é que seu pedido fez com que o jovem Joy perdesse o emprego. O pastor Park percebeu que Joy parou de ir à igreja. Depois de procurar o motivo, descobriu por quê. Alguma coisa na atitude daquele jovem impressionara o pastor Park. “Mesmo tendo ido à igreja por apenas uma semana, quando pedi se ele poderia me ajudar na distribuição de convites para as nossas reuniões, ele disse sim, e fizemos o trabalho juntos.” Mais tarde, o pastor ofereceu a Joy um trabalho da escola de línguas. Hoje, ele dirige o programa de evangelismo jovem. Os jovens da igreja e da comunidade reúnem-se, regularmente, para jogar futebol e outros esportes, usando uniformes que levam o nome adventista. Eles gostam tanto desse tempo juntos que jogam futebol até quando o frio é intenso. “O pastor Park nos trata como Jesus tratava as pessoas: com misericórdia”, diz Joy. “Embora eu tenha cometido um grande erro, o pastor Park demonstrou bondade e misericórdia, como Jesus fazia. Da Coréia para Taiwan e Japão, de Taiwan para o Japão, da Coréia para a Mongólia, e muito mais, os pastores do MMP estão pregam o evangelho em novos países e comunidades. Com a mensagem de esperança e amor, eles tocam corações e fazem sua parte para falar ao mundo sobre Jesus. Para mais informação sobre como ajudar a Missão Adventista, visite www.AdventistMission.org.
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2. Hebreus Anula a Lei: Pode-se argumentar que não devemos restringir o verbo “escreverei”, limitando-o ao Decálogo, pois, talvez, ele esteja sendo usado de modo amplo. Porém, a única coisa que devemos interpretar na passagem é sse texto não declara explicitamente o conteúdo da o que ela diz e a ligação que faz com outras partes da Bíblia. “lei”, mas a terminologia usada no contexto imediato Examinemos, então, o uso do termo “lei” no resto do livro e a visão da lei apresentada ao longo da carta aos de Hebreus. Hebreus fornecem uma resposta à sua pergunta. ExamineHá ali uma lei que o apóstolo crê que foi “abolida” mos ambas. (Hb 7:18), não porque era má, mas porque era somente “a 1. A Lei em Hebreus 8:10: O verso cita Jeremias 31:33, o sombra dos bens futuros” (Hb 7:18). Essa era a lei sacerdotal único lugar, no Antigo Testamento, em que a “nova aliança” referente às restrições do sacerdócio para os descendentes é mencionada. De acordo com a nova aliança, o Senhor de Levi (cp 7:5, 16, 18), com promete: “Porei as Minhas rituais de purificação (cp leis no seu entendimento, e 9:10) por meio do sangue de em seu coração as escreverei” animais (cp 9:22). Uma vez (Hb 8:10). Atentemos para que essas leis foram “abolialgumas coisas. das” por meio do sacrifício Primeiro, não há referência e do trabalho sacerdotal de a uma nova lei. Diz somente Jesus, elas não podem fazer “Minhas leis”, sugerindo que parte das leis escritas no coseu significado estava claro ração daqueles que aceitam a para o leitor entendido. O que nova aliança. é novo é que, sob a nova alian3. Hebreus Confirma a ça, a lei será colocada no coraLei: Hebreus reafirma a lei, ção e na mente das pessoas. particularmente os mandaSegundo, é explicitamente Por mentos encontrados no Dedeclarado que Deus escreverá Angel Manuel Rodríguez cálogo, indicando que ainda Suas leis no coração humano. são válidos na comunidade É impossível não perceber a da nova aliança. O autor referência à entrega dos Dez declara que “aos adúlteros, Deus os julgará” (cp 13:4), que Mandamentos no Sinai: “e [Deus] escreveu nas tábuas as precisamos adorar a Deus (cp 12:28) e chama seus leitores a palavras da aliança, os dez mandamentos” (Êx 34:28). Elas ser obedientes à vontade de Deus para eles (cp 10:36). Há até foram escritas “pelo dedo de Deus” (31:18). Essas tábuas fouma referência ao sábado do sétimo dia (cp 4:4) e ao fato de ram chamadas de “as tábuas da aliança” (Dt 9:9,15), e pode-se Deus ter descansado e que “ainda resta um repouso sabático chamar de lei da aliança que foi colocada dentro da “arca da para o povo de Deus” (cp 4:9, NVI). Isso nos mostra que aliança” (Dt 10:8). Na nova aliança, o Senhor escreverá a mesHebreus estabelece uma diferença entre os Dez Mandamenma lei da aliança no coração humano. Ela será incorporada, tos como a lei da nova aliança e os mandamentos da antiga tornando-se parte da vida do crente. aliança, referentes às leis sacerdotais. Terceiro, o plural “leis”, usado apenas em Hebreus 8:10 A coisa mais importante nesta discussão, talvez, é que a e 10:16, não se refere a uma diversidade de leis do Antigo lei deve ser assimilada, moldando nosso caráter e ações. Ela Testamento, mas ao conteúdo do Decálogo. No texto de não é um fardo, mas uma alegre expressão do nosso relacioJeremias 31:34 e em Hebreus, o termo “lei” está no singular, namento e compromisso com Deus; uma aliança instituída mas a tradução grega do Antigo Testamento usada pelo por meio do gracioso sangue de Jesus. apóstolo está no plural. O plural foi empregado porque a lei inscrita nas tábuas consistia em uma lista de leis específicas – os dez mandamentos (cf Êx 34:28). Baseados nessa evidência, podemos concluir que o escritor bíblico tinha em mente o Decálogo ao citar a lei Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral. da nova aliança. P E R G U N T A : Hebreus
8:10 fala de uma nova aliança e de leis. Qual é o conteúdo dessas leis?
E
A Nova
Aliança de
Hebreus
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E S T U D O
B Í B L I C O
Esperança Além da
Cruz
Por Mark A. Finley
A maioria das pessoas tem medo da morte. A Bíblia diz que, pelo pavor da morte, os seres humanos sem Cristo são “sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2:15). Para muitos, a morte é uma viagem ao desconhecido. Jesus, porém, livra do medo da morte os que nEle crêem. Ele entrou no domínio da morte e o conquistou. Ele enfrentou a morte e saiu vitorioso. Na lição deste mês, estudaremos como a vitória de Jesus sobre a sepultura nos dá esperança em face da morte.
1. Que certeza Jesus nos dá para enfrentarmos a morte?
“Eu sou o primeiro e o último e Aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1:17, 18). Descreva, em suas palavras, o significado de Jesus ter as “chaves da morte e do inferno”.
2. Jesus, o Filho de Deus, sempre existiu com Deus, o Pai, na eternidade. Que palavra descreve a autoridade de Jesus sobre a vida e a morte? Escreva sua resposta no espaço em branco. “Ninguém a tira [a vida] de Mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la” (Jo 10:18). Jesus tem
sobre a Sua e a nossa vida e morte.
Como Jesus existiu com o Pai por toda a eternidade, Ele nunca teve início nem fim, possui vida eterna em Si mesmo. Ele é vida (ver Jo 1:1-4; Ap 1:8).
3. Como Jesus tranqüilizou Marta após a morte de seu irmão Lázaro? Escreva sua resposta no espaço em branco. “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11:25).
Jesus disse que Ele é a
ea
4. A maioria dos judeus do tempo de Jesus cria na vida após a morte. O que Marta cria
sobre a ressurreição? Quando ela pensava que isso aconteceria?
“Eu sei, replicou Marta, que ele [Lázaro] há de ressurgir na ressurreição, no último dia” (Jo 11:24). Marta cria que se encontraria com seu irmão no
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5. Como Jesus demonstrou Seu poder sobre a morte naquele mesmo dia?
“E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir”(Jo 11:43, 44). Jesus revelou Seu poder sobre a morte, ao ressuscitar Lázaro da
.
6. Em que podemos basear nossa esperança quando enfrentamos a inevitabilidade da morte? Responda nos espaços em branco.
“E, se o Espírito dAquele que, dentre os mortos, ressuscitou a Jesus habita em vós, Aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo Seu Espírito que em vós habita” (Rm 8:11). Aquele que ressuscitou
da
dará, também,
aos seus corpos mortais.
A ressurreição de nosso Senhor nos enche de grande esperança ao enfrentarmos a morte. Uma vez que Jesus ressuscitou e venceu a morte, nós também podemos aguardar, com fé, por meio do mesmo poder que ressuscitou Jesus.
7. Segundo o apóstolo Paulo, quando ocorrerá a ressurreição? Escreva sua resposta no espaço em branco.
“Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1Ts 4:15, 16). Os mortos ressuscitarão ao som da
de Deus.
8. Que grande promessa se cumprirá quando o povo de Deus ressuscitar? Escreva sua resposta nas linhas abaixo.
“E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória” (1Co 15:54). Tragada foi a
na
Não precisamos temer a morte. Ela já foi vencida. Jesus enfrentou a morte na cruz e venceu-a por meio da ressurreição. Quando Ele vier outra vez, receberemos na realidade o que hoje recebemos pela fé. Em Jesus, a vitória sobre a sepultura já foi ganha.
O estudo bíblico do próximo mês será “A Realidade da Ressurreição”.
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Intercâmbio Mundial C A R TA S
Mianmar por Dentro
O artigo “Mianmar por Dentro”, de Hans Olson, na Adventist World de agosto de 2008, me chamou muito a atenção. Trabalhei 17 anos como missionário em Burma (como era conhecido na época) e gostaria de fazer uma pequena correção na afirmação feita por Olson: “Após a guerra, os missionários estrangeiros retornaram até 1962, quando a junta militar assumiu Mianmar. [Foi essa a data correta da mudança]. Nessa época, os 26 missionários deixaram o país.” Meu esposo, Frank Wyman, nosso filho Ralph, com 9 anos de idade, e eu deixamos Burma sob as ordens do governo no dia 19 de maio de 1966. Cerca de duas semanas mais tarde, o último, Philip Parker, também deixou o país. Ele havia enviado sua família de volta para os Estados Unidos, mas permaneceu até que o expulsassem. Em 1962, partimos para férias longas e, ao retornarmos em 1963, ouvimos sobre as mudanças que estavam ocorrendo. Rapidamente fomos informados de que o governo birmanês havia nacionalizado os bancos e as grandes empresas em Rangoon e, gradualmente, noutras cidades e vilas. Em 1965, tomaram o Hospital Adventista da Missão.
Certo dia, ordenaram que os médicos e enfermeiras estrangeiros entrassem em um escritório e logo lhes deram seus “documentos de viagem”. O Dr. Robert Dunn quis voltar para o andar superior para examinar um paciente que havia operado no dia anterior, mas isso não lhe foi permitido. Não muito depois, o governo birmanês nacionalizou todas as escolas da Missão no país, independente da denominação. Isso aconteceu por vários meses, mas foi só em março de 1966 que recebemos nossa carta “convite” para deixarmos Burma no prazo de dois meses. Com o coração pesaroso, voamos para a Índia e, com a família, nos dirigimos para nosso país, com nosso futuro incerto. Outra coisa que gostaria de comentar é que a continuação da obra adventista em Mianmar é dirigida por alguns de nossos ex-alunos e amigos. Além dos adventistas, há ainda Missões de Fronteira Mianmar e os obreiros do Esforço Evangelístico, levando o evangelho a todo o país. Aplaudo o grande esforço que os funcionários da ADRA/Mianmar e outros administradores da Missão fizeram após o Ciclone Nargis, que devastou áreas onde havíamos trabalhado.
mos a direção divina em nossa vida. A jornada nem sempre é como desejamos, mas, no fim, alcançará sempre o melhor resultado. Deus continue abençoando a todos!
D. Johnsonch Nova Iorque, Estados Unidos Leitor Agradecido
Sou grato a Deus e a toda a equipe da Adventist World por essa revista tão oportuna. Do Editorial à Frase do Mês, estão suprindo nossas necessidades neste campus. Que Deus os abençoe muito!
Esther Olufunmilayo Oyedepo Universidade Babcock, Nigéria Bençãos do Haiti
Sou uma jovem cristã do Haiti e quero cumprimentá-los pelo lindo trabalho que realizam para Deus. Penso que Deus nunca vai parar de abençoá-los.
Felissin Levelea Port-au-Prince, Haiti
Barbara Wyman Washington, Estados Unidos Durante a Jornada
O artigo “Minha Jornada... Até Aqui” (Adventist World, setembro de 2008) serviu como inspiração e reconstrução de minha mente e espírito. É maravilhoso ver o que acontece quando permiti-
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Intercâmbio Mundial C A R TA S Cafeína
Por duas razões, li com muito interesse o artigo “A Igreja Mudou sua Posição Sobre a Cafeína?” (Adventist World, setembro de 2008). Primeira, eu estava preocupado com o que diriam sobre o aumento do consumo de bebidas cafeinadas por alguns dos nossos membros de igreja. Fiquei maravilhado pela maneira com que a posição da igreja foi abordada e com as razões para essa posição. Segunda, nos últimos dois anos, tenho gasto muitas horas pesquisando sobre os aspectos negativos da cafeína.
Descobri que há fortes evidências de que uma dieta deficitária pode causar dependência de álcool, nicotina, cocaína e anfetaminas. A cafeína pode servir como reforço da droga nessas quatro substâncias. Como resultado dessas descobertas, foi criado em minha cidade o Comitê dos Cidadãos Preocupados com Dependências, do qual sou diretor. O hospital de Farmington, Novo México, doou cinco mil dólares para que nosso comitê prepare o primeiro seminário visando a educar o público sobre esse assunto. Intitulado “Alimenta-
ção Deficitária, Cafeína e Dependência”, o seminário já está quase pronto. Foi avaliado por um bom número de pessoas competentes. A aceitação tem sido muito positiva; por isso, louvo a Deus.
Donald E. Casebolt, MD Novo México, United States
Cartas para o Editor – Envie para: letters@adventistworld.org As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
O LUGAR DE ORAÇÃO Tenho 21 anos de idade e por muito tempo sonhei ter um grupo jovem de estudo da Bíblia, às segundas-feiras, para amigos e conhecidos. Meu sonho tornou-se realidade e Deus nos propiciou experiências maravilhosas. Por favor, orem para que mais pessoas participem das reuniões com mais freqüência. Espero que nossa sala de estar se torne pequena.
Mirjam, Áustria Precisamos de suas orações. Nossa igreja planeja colocar no ar uma estação de rádio FM , de baixa potência, em Bancolod City, para transmitir músicas evangélicas 24 horas, sete dias por semana. Sentimos a necessidade de transmitir a mensagem de esperança e salvação oferecida por Deus a todo esse povo. Com suas orações, conseguiremos.
Fred, Filipinas
Orem para que eu consiga um trabalho com o sábado livre. Que Deus os abençoe!
Nohelia, Uruguai Sou mãe e preciso me aperfeiçoar profissionalmente para que possa manter financeiramente minha família. Por 17 anos, tenho tentado estudar e já me matriculei em vários cursos profissionalizantes, mas não tenho os meios. Orem para que o Senhor providencie os recursos.
Sarah, Quênia Orem pelos jovens de nossa igreja em todo o mundo para que amem cada vez mais a Deus e fiquem longe do pecado.
Andrés, Colômbia Peço oração por minha família e por mim. Estou passando por muitas provações.
Millisa, Grenada
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Orem por meu único filho, Meeky, minha mãe idosa e minha família.
Samuel, condenado à prisão perpétua Zâmbia Sou estudante de 17 anos de idade e há 11 sofro de surdez. Por favor, orem para que Deus me ajude a realizar meus sonhos e a ter êxito nos estudos.
José, França
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.
INTERCÂMBIO DE IDÉIAS
Aventura Constante
Leitora descobre que, desde que encontrou a Cristo, a vida é uma constante aventura.
P E T E R
H E L L E B R A N D
Minha vida é uma aventura, Desde que encontrei a Cristo! Ele me conduz por veredas Para mim, desconhecidas, A não ser para anunciá-Lo! Esse caminho, Primeiramente, é marcado pelo arrependimento e me leva à terra do Amor, e à ampla estrada da Alegria!
Ao longo da dura jornada, Passei por vales escuros, Cheios de tristeza e dor. Assim conheci meu Senhor Ainda mais. Ele expôs Sua caminhada de agonia Pelo estreito, sinuoso “Caminho da Aflição”, A Via Dolorosa: Ele correu esse risco assim Porque Seu sacrifício foi por mim! E eu volto, novamente, Relembrando, diariamente, meu suave caminho de arrependimento, de amor e de alegria. Ó sim, eu, um aventureiro, A dar-Lhe honra, glória e louvor, Uma constante aventura de amor!
Por Betty Kossick
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte. Editor Administrativo Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Robert E. Kyte, assessor jurídico Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson; Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk Editor-Chefe Bill Knott Editores em Silver Spring, Maryland Roy Adams (editor associado), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coréia Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan Editor Online Carlos Medley Coordenadora Técnica Merle Poirier Assistente Executiva de Redação Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Alfredo Garcia-Marenko Atendimento ao Leitor Merle Poirier Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen, Bill Tymeson Consultores Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Ulrich W. Frikart, D. Ronald Watts, Bertil A. Wiklander Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638
E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos. Vol. 4, No. 11
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C O N H EÇA SEU VIZINHO Por muito tempo, o feiticeiro por causa de sua reputação. Certo Matios comungava com espíritos e dia, encontrou um adventista que usava a feitiçaria para destruir pesconcordou em estudar a Bíblia com soas. Hoje, ele dirige um ativo grupo ele. Matios continua crescendo em adventista do sétimo dia, na sua pesua nova fé. Ele e um grupo de mais quena vila, ao norte da Índia. (Matios de 50 pessoas reúnem-se todos os sábados, nessa igreja provisória, para está no primeiro plano da foto.) louvar a Deus e estudar a Palavra. Há onze anos, Matios sentiu o Eles sonham com a possibilidade desejo de receber um poder diferente. Ele procurou respostas de, algum dia, construir um templo entre os cristãos, mas foi rejeitado para adorar a Deus.
VID A A D V EN T I S TA Minha mãe credita aos avós o fato de ela e suas quatro irmãs terem sido levadas para a Igreja Adventista. Não havia igreja no lugar em que moravam; por isso, seus avós realizavam a Escola Sabatina e o culto em sua casa. Pediam às meninas para recolher as ofertas e vovô, toda vez, pegava sua bolsa de moedas, tirava todas e dizia: “Sissie, pegue tudo.” Todas as semanas, não importava quanto ele tinha na bolsa, doava tudo como oferta. Depois de um tempo, vovó conferia a bolsa de moedas do vovô para ter certeza de que ele não estava doando todo o dinheiro destinado ao mercado. Vovô nunca se preocupou com isso; ele sempre dizia: “Sissie, pegue tudo.” Daquela humilde igreja e escola sabatina, há centenas de membros de nossa família na igreja hoje. – V. Garnet Lawson, Portland, Tennessee, Estados Unidos
FRASE
DO
MÊS
“As Escrituras não servem apenas para nos informar; elas formam e moldam nossa vida.” — Pastor Jim Hiner Júnior, num sermão sobre João 11:26, na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Southview, em Minneapolis, Minnessota (EUA).
RESP O S TA : Ronald Stone, doutorando em Religião nascido em Tonga, deleita-se durante uma reunião da Semana de Oração com seu filho, Stephen David Keseti-he-Lotu Stone, 9 anos, no Adventist International Institute of Advanced Studies (AIIAS). Instituição educacional da Associação Geral que recebe estudantes provenientes de mais de 45 países, a AIIAS oferece mestrado e doutorado em seu Seminário de Teologia e na School of Graduate Studies em seu principal campus, nas Filipinas, bem como nos centros de aprendizado a distância espalhados pela Ásia e por meio do ensino online de sua divisão.