Revista Adventist World - Dezembro 2008

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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia

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uma

Nova

umanidade H 11

Vícios e Comportamentos de Risco

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Adventist World Online

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O Resgate Final


D eze mbro 2008 A

IGREJA

EM

AÇÃO

Editorial ....................... 3 Notícias do Mundo

3 Notícias & Fotos

Janela

10 A Albânia por Dentro SAÚDE

ARTIGO

DE

C A PA

Uma Nova Humanidade

Por Jan Paulsen ........................................................................... 16 Os desafios que enfrentamos como igreja são enormes, mas as oportunidades também são. DEVOCIONAL

Andando na Luz Por Ramani Kurian ................................... 12 Nossa jornada para o Céu pode ser longa, mas nunca caminharemos sozinhos. VIDA

ADVENTISTA

Adventist World Online Por Bill Knott .............................. 14 Agora, qualquer pessoa com um computador e acesso à Internet pode participar da conversação global. ESPÍRITO

DE

Temos um trabalho a fazer como seguidores de Cristo. FUNDAMENTAIS

O Resgate Final Por Mark Finley .......................................... 22 Por vinte séculos, os cristãos têm sido confortados pela verdade da ressurreição. HERANÇA

Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless PERGUNTAS

BÍBLICAS

Único e Incomparável ............. 26 Por Angel Manuel Rodríguez ESTUDO

BÍBLICO

O Poder da Ressurreição ............... 27 Por Mark A. Finley

PROFECIA

Servindo ao Mestre Por Ellen G. White............................... 21 CRENÇAS

Vícios e Comportamentos de Risco....................... 11

ADVENTISTA

Uma Luz no Caminho Por Ron Laing ................................ 24

INTERCÂMBIO

MUNDIAL

29 Cartas 30 O Lugar de Oração 31 Intercâmbio de Idéias

O Lugar das Pessoas ........................ 32

Sua arte tem sido vista por milhões. Veja como Harry Anderson fez a diferença na vida de um de seus admiradores.

Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 4, nº 12, dezembro de 2008.

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www.portuguese.adventistworld.org


A Igreja em Ação EDITORIAL

Abrindo Espaços Para a Paz “Dá-nos paz, Senhor!” ssa oração é tão antiga quanto a igreja cristã e, também, um de seus hinos mais antigos. Das catacumbas da Roma do primeiro século aos altíssimos prédios de apartamentos da vida urbana, no século 21, os crentes têm implorado ao Senhor da paz para aquietar o “ruído externo” e o “ruído interno” por meio do dom da paz celestial. Almejamos calma interior para enfrentar as pressões da vida cotidiana: conseguir e manter um emprego em tempos de crise econômica; relacionamentos que mudam e deterioram, às vezes, dolorosamente; o senso de que estamos “atrás” em quase tudo: no tempo, ao completar um trabalho, nas coisas para Deus. Milhares de vezes ao dia – ou mais – os crentes pedem pela paz que não têm. Oramos pela paz, esperando que esse dom, de algum modo, traga ordem e quietude para nossa vida. Mas a Bíblia nos lembra que a paz de Jesus não se limita a acalmar nossa vida como a chuva que refresca a terra, na primavera. A paz é um dos maiores dons espirituais, mas, como um de meus amigos gosta de dizer, é também um dom “espacial”: necessita de espaço; muda as coisas de lugar, tira do lugar o que já

E

estava lá. A paz de Jesus não se limita a esconder a máscara da ansiedade e dos conflitos que aparecem. Ela os remove; ela os empurra para fora de nossa vida. Mas exige que tomemos a decisão de abrir espaço suficiente, colocando algumas coisas de lado e abraçando outras. Posso aumentar minha paz fazendo certas coisas e evitando outras. Se eu diminuir meu acesso à mídia – jornais, rádio, televisão, telefones celulares –, descubro um espaço abençoado em minha vida, onde a paz de Cristo pode reinar. Se seguro minha língua quando sou tentado a responder com raiva e orgulho, a paz de Cristo consegue mais espaço para habitar. Quando tomo a decisão de, pela graça de Deus, reparar relacionamentos quebrados, gasto muito menos tempo me preocupando com as dores e injúrias do passado. Desse modo, sou repentinamente libertado para desfrutar a alegria de Deus – e a paz – em grande abundância. Da próxima vez que orar pela paz em sua vida, permita que o Espírito Santo o lembre do espaço que você precisa abrir, para que esse maravilhoso dom de Jesus possa encontrar, para sempre, seu lar. — Bill Knott

NOTÍCIAS DO MUNDO

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QUESTÕES FINANCEIRAS: Roy Ryan (esquerda), tesoureiroassociado da Associação Geral, e Robert E. Lemon, tesoureiro, discutem os rendimentos e investimentos no mercado financeiro durante a 13ª sessão do Concílio Anual, realizado em Manila, Filipinas.

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■ A situação financeira da Igreja Adventista do Sétimo Dia está sob pressão pela turbulência que sacudiu o mercado financeiro mundial em setembro e outubro, informam os administradores financeiros da Associação Geral, mas os líderes da igreja mundial decidiram pela cautela ao gerir em tempo de crise. No dia 13 de outubro, no Concílio Anual da Associação Geral (AG) dos Adventistas do Sétimo Dia, foi votado

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Ajuste de Orçamento para Tempos de Dificuldades Financeiras

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A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO

aceitar o orçamento para 2009, com base nos níveis de entradas de 2007, juntamente com a resolução de permitir que a Mesa Diretiva da AG faça ajustes internos entre as reuniões em Manila e as próximas reuniões de negócios em abril de 2009, que serão realizadas na Universidade Oakwood, de propriedade da igreja, em Huntsville, Alabama, nos Estados Unidos. Robert E. Lemon, tesoureiro da Associação Geral, dirigindo-se aos delegados do Concílio Anual, lembrou que o dízimo recebido pela igreja mundial em 2007 somou a importância de um bilhão, setecentos e oitenta milhões de dólares americanos, 11% a mais do que a soma de um bilhão e seiscentos milhões em 2006. As ofertas para as missões mundiais em 2007 totalizaram sessenta e três milhões de dólares americanos, um acréscimo aproximado de 10% sobre os cinqüenta e oito milhões recebidos em 2006. Embora muito desse acréscimo seja resultado do aumento das ofertas em moedas locais, Lemon disse que a “maior parte” é atribuída à conversão dessas moedas no desvalorizado dólar americano. O dízimo da igreja na Divisão Norte-Americana (DNA) subiu cerca de 4%; a DNA informou um acréscimo de aproximadamente 2% nas ofertas para as missões, de acordo com Lemon. Comentando a situação financeira e a necessidade de haver habilidade para ajustar o orçamento da igreja às variações constantes, Lemon disse que a AG opera de modo diferente de outras organizações.

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OBRIGADO: Norman Maphosa, da Universidade Solusi (de propriedade da igreja), no Zimbábue, expressa sua gratidão pela subvenção concedida à igreja daquele país, que se depara, diariamente, com uma taxa de inflação sem precedentes. F O T O S :

“Nossos orçamentos não são projetados sobre os dólares que temos”, disse ele, “mas sobre a antecipação das bênçãos”. Isso significa que “não sabemos o efeito que os mercados terão sobre receitas futuras”. À luz dessa informação, os líderes da Igreja já estão fazendo mudanças para economizar. “Seguraremos tudo o que pudermos” ao preenchermos vagas na sede mundial, embora segurar não signifique “congelamento total” no preenchimento das vagas que necessitam ser supridas. Da mesma forma, o voto aprovou a inclusão de um aumento de 3% nas apropriações para o orçamento de 2009, que poderá ser adiada, ou mesmo eliminada, dependendo da realidade econômica. A maior discussão do Concílio Anual, no dia 13 de outubro, girou em torno dos fundos operacionais de investimentos de capital da Associação Geral. Alguns desses fundos sofreram uma queda de cerca de 30 a 40%, dias antes do início das reuniões. Esses, porém, representam uma parcela

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muito pequena do total dos fundos operacionais da Igreja, em nível mundial. Roy Ryan, tesoureiro assistente, disse que o propósito da maioria dos investimentos do capital operacional é gerar retorno suficiente para compensar a inflação e preservar o poder de compra. Ryan disse não ser prudente entrar no “jogo do mercado”. O pastor Jan Paulsen, presidente da Associação Geral, concordou dizendo que a Igreja “é tão conservadora quanto possível” em seus investimentos. Além da decisão de alterar o orçamento, foram votadas outras ações que incluem elevar em, no mínimo, 1% ao ano as reservas do capital de giro da Associação Geral, de 40 a 50% das entradas do ano, sem restrições. Outra decisão foi conceder um bilhão de dólares americanos à União SulAfricana, assim como empréstimo de dois milhões e meio de dólares americanos, a serem pagos em dez anos,


para a fundação do fundo de pensão da União, conforme exigem as leis sul-africanas. Essa decisão, segundo Paulo Ratsara, presidente da Divisão Sul Africana-Oceano Índico, deve finalmente unificar os planos de pensão das duas ex-uniões. Uma decisão adicional habilita a igreja mundial a destinar três milhões e meio de dólares americanos para completar a construção da Universidade Adventista da África, com cursos de doutorado, em Nairóbi, Quênia. Fazer esse investimento agora, disse Lemon, permitirá que a construção avance com melhor padrão. Talvez o momento mais emocionante veio com as palavras de apreciação pela concessão de trezentos mil dólares americanos para a Divisão Sul Africana-Oceano Índico, para serem usados no Zimbábue, que enfrenta uma taxa de inflação apenas vista nos tempos da república Weimar da Alemanha. Norman Maphosa, da Universidade Solusi, no Zimbábue, expressou seu agradecimento à igreja mundial pela oferta, lembrando que a “situação está se deteriorando” em seu país. Em outras notícias financeiras, os líderes da Igreja disseram que o “dízimo extraordinário” relatado anteriormente, resultante dos proventos da venda de um negócio de uma família, atingiu pouco menos de cento e dois milhões de dólares americanos, aos quais foram adicionados outros dois milhões e oitocentos mil dólares em juros. Dos cento e quatro milhões de dólares disponíveis para serem empregados, setenta e cinco milhões e setecentos mil dólares foram empregados nas divisões do mundo, assim como em instituições da AG e programas que financiam o evangelismo mundial. Outros quinze milhões e setecentos

mil dólares estão reservados para serem empregados no futuro, disseram os líderes. —Por Mark A. Kellner, editor de notícias, Adventist Review, com reportagem de Ansel Oliver, Adventist News Network, Escrito de Manila, Filipinas

Igreja Mantém Mesma Taxa de Crescimento ■ Pelo quinto ano consecutivo, mais de um milhão de pessoas uniram-se à Igreja Adventista do Sétimo Dia mundial, segundo relatório estatístico da Igreja, neste ano. Os líderes disseram que, no final do ano eclesiástico, em 30 de junho de 2008, uma média de 2.800 pessoas uniu-se à igreja, diariamente, elevando o número mundial de membros a 15.780.719. Hoje, há um adventista para cada 425 pessoas no planeta. Em 1980, a proporção era de 1 para 1.268. Os relatórios deste ano refletem um decréscimo de mais de 300 mil membros na América do Sul,

segundo auditoria nos números dos membros da Igreja naquela região. “Enquanto auditorias anteriores em outras divisões tenham sido igualmente intensas, quanto mais acurado for o total de membros, mais positivamente poderemos olhar para o futuro”, disse Bert Haloviak, diretor do Departamento de Arquivos e Estatísticas da igreja mundial. Relatar um “número real de membros” é essencial para preparar a região para crescer, de acordo com os administradores da Igreja. Entre 2003 e 2005, a igreja no Sul da Ásia-Pacífico perdeu 400 mil membros, após auditoria no número de membros, disse Haloviak. Entretanto, aquela região agora tem o segundo maior crescimento regional de 6,6%, a maior taxa de crescimento da região desde sua organização, em 1997, disse o secretário executivo da igreja mundial, informa Matthew Bediako. Bediako disse que espera que mais duas das 13 regiões da igreja mundial realizem similar auditoria.

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AUDITORIA SIGNIFICA CRESCIMENTO: O secretário executivo da igreja mundial, Matthew Bediako, diz esperar que outras Divisões, das 13 existentes no mundo, realizem auditoria nos números de seus membros. Os líderes da Igreja crêem que tais auditorias geram um total de membros mais acurado, o que inspira novo crescimento.

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Tanto Bediako quanto Haloviak apresentaram suas descobertas durante os relatórios nas reuniões administrativas do Concílio Anual da igreja em Manila, Filipinas, dia 12 de outubro de 2008. O padrão do crescimento da Igreja demonstra que ela cresceu em sociedades não ocidentais. Oitenta e nove por cento do atual crescimento da Igreja ocorreu em seis das treze regiões mundiais: América do Sul, Interamericana, África Central e Este, África do Sul-Oceano Índico, Sul da Ásia e Pacífico-Sul Asiática. A África e a América Latina abrigam, hoje, 70% dos membros da Igreja. Dezoito por cento dos membros residem na Ásia, 7% na América do Norte e 5% na Europa e Oceania, disse Haloviak aos delegados. Bediako disse estar animado, pois há missionários vindo de mais países e servindo em mais países que nunca antes. Há, no momento, mais de 2.800 missionários voluntários servindo à Igreja em todas as regiões do mundo. Outros líderes apresentaram seus esforços evangelísticos como parte da iniciativa da Igreja, denominada “Conte ao Mundo”, como tema para o final do qüinqüênio, em 2010. Gary Krause, diretor do Departamento da Missão Adventista, relatou o sucesso da missão dos pioneiros em países em que a igreja está sendo implantada. Muitos outros líderes mencionaram o sucesso da implantação de templos no crescimento da Igreja. Krause citou um estudo do Seminário Teológico Fuller, que afirma serem necessárias três pessoas para trazer uma a Cristo nas igrejas entre um e três anos

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APELO DAS EDITORAS: Robert Smith, presidente da Review & Herald Publishing Association, disse que, se a Associação Geral “nos enviasse todo o trabalho que podemos realizar”, as editoras, como instituições comerciais, estariam estáveis. F O T O S :

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de existência. O quadro muda para sete pessoas em igrejas entre quatro a sete anos de idade. Oitenta e cinco pessoas são necessárias em igrejas com dez anos de existência ou mais. Os líderes disseram que o crescimento da Igreja é fruto de testemunho pessoal, escolas e outras instituições, além do evangelismo público. —Por Ansel Oliver, diretor-assistente de notícias da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, com reportagem de Manila, Filipinas

Concílio Anual Vota Mudanças Administrativas ■ Os líderes da Associação Geral (AG) votaram solicitar, para a próxima reunião da comissão diretiva mundial, ampla autoridade para mudar a sistemática da Igreja na contratação de diretores de departamentos, na busca de mais eficiência, informam os líderes. “É importante que a Igreja tenha flexibilidade e destreza para agir”, disse o pastor Jan Paulsen, presidente da AG, na votação desse item, no dia 12 de outubro, pela manhã. A decisão, disse ele, “é uma prova de que desejamos manter a flexibilidade para funcionarmos como uma comunidade

dinâmica, enquanto protegemos nossos valores”. O comentário de Paulsen veio após o Concílio Anual, durante as primeiras reuniões de negócios da igreja mundial, que votou solicitar à Sessão da Associação Geral, em 2010, na cidade de Atlanta, Georgia, Estados Unidos, permissão para que o Conselho Executivo da Igreja possa fazer mudanças na estrutura dos departamentos da sede mundial, sem que isso seja aprovado antes pelo conselho que se reúne a cada qüinqüênio. A assembléia da AG continuará a ter a autoridade final para revisar ou reverter os ajustes feitos pela Comissão Administrativa durante o qüinqüênio. A eleição dos diretores associados dos departamentos ou secretários associados também será transferida da assembléia da AG para o primeiro Concílio Anual, após a assembléia, se a proposta for aprovada em Atlanta. As duas propostas administrativas resultaram de três anos de reuniões da Comissão dos Ministérios, Estruturas e Serviços, que conduzem uma série de reuniões, em nível mundial, onde o


funcionamento da igreja é avaliado. O relatório chegou ao plenário do Concílio Anual no dia em que Robert Lemon, tesoureiro da Associação Geral, relatou que 16 milhões de membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia estão lidando com as incertezas do atual mercado financeiro mundial. Lemon, Paulsen e outros líderes enfatizaram a necessidade de a Igreja poder agir em tais condições com mais rapidez. O argumento fundamental para permitir que a Comissão Administrativa faça mudanças nos departamentos entre as reuniões qüinqüenais é a necessidade de flexibilidade em tempos de mudanças. A decisão de solicitar permissão para mudar o modo como os diretores e secretários associados são eleitos, tem como objetivo aliviar a pressão sobre as comissões de nomeação, na assembléia da AG, e sobre os diretores de departamentos recém-eleitos, alguns dos quais têm muito pouco tempo para escolher seus associados. Ao tomar essa decisão, disse Paulsen, a igreja “não abre mão de nada valioso”; ao contrário, reforça a capacidade dos líderes da Igreja para agir de forma mais dinâmica. Ele observou que “fizemos as coisas de um determinado modo para tanta gente, por muito tempo, mas talvez haja outro modo”. O potencial do “outro modo” pode também alcançar a operação das duas casas editoras, de propriedade da igreja, na América no Norte: a Review & Herald Publishing Association (RHPA), localizada em Hagerstown, Maryland, e a Pacific Press Publishing Association (PPPA), com sede em

Nampa, Idaho. Ambas têm raízes históricas no Adventismo: a Review & Herald foi a primeira editora da Igreja e, por muitos anos, funcionou em Battle Creek, Michigan e Takoma Park, Maryland. Ambas têm se concentrado em produzir literatura e revistas para a Igreja mundial, assim como para a América do Norte. A Review & Herald publica a Adventist Review (Revista Adventista em inglês) e várias edições da Adventist World. A Pacific Press é líder na publicação da Lição da Escola Sabatina para adultos. Paulsen, entretanto, disse no dia 13 de outubro que “a publicação também é um negócio”, e “de tempos em tempos, temos que ponderar se estamos administrando bem nossas editoras”. Paulsen perguntou: “Estamos disponibilizando para a Igreja a melhor estrutura de publicações?” Para descobrir se esse é o caso, Paulsen propôs – os delegados aceitaram – a criação de uma comissão para “estudar as realidades do mundo das publicações” com os membros, principalmente os da América do Norte. A expectativa é que essa comissão apresente um relatório na próxima reunião administrativa, em abril de 2009, na Universidade Oakwood, em Huntsville, Alabama, Estados Unidos. Embora a proposta tenha passado com facilidade, Robert Smith, presidente da RHPA, observou que a Associação Geral já estudou o sistema de publicações norte-americano anteriormente e insistiu para que a nova comissão não “estude nossa morte para que a cura não seja pior que a doença”. Smith lembrou que a RHPA fechou o ano, em 30 de setembro, com lucro de cem mil dólares americanos. Ele

disse que, se a Associação Geral “nos enviasse todo o trabalho que podemos realizar”, as editoras, como instituições comerciais, estariam estáveis. Dale Galusha, presidente da Pacific Press, disse à Adventist Review: “Aceitamos oportunidades como esta, para explorar melhores maneiras de fortalecer a Igreja, promovendo a missão e fornecendo livros que fortalecem a fé, além de outros materiais para os membros da igreja.” —Por: Mark A. Kellner, editor de notícias, de Manila, Filipinas.

Eleitos Novos Administradores ■ A Comissão Diretiva da Igreja Adventista do Sétimo Dia elegeu quatro novos líderes, no dia 12 de outubro, o primeiro dia de reuniões do Concílio Anual, realizado este ano em Manila, Filipinas. A comissão votou novos líderes para o Sul da Ásia, América do Norte e um contato com o poder legislativo, tanto para a sede mundial da AG, como para Washington, D.C., sede do governo americano. John Rathinaraj, secretário para a igreja no Sul da Ásia, foi eleito presidente para a região, com sede em Hosur, próximo a Bangalore, Índia, sendo responsável pela supervisão administrativa da igreja na Índia, Nepal, Butão e Maldivas. Ele substitui Ron Watts, que pediu demissão do cargo, há alguns meses, por problemas de saúde na família. Rathinaraj, 59, disse que se concentrará no crescimento da Igreja na região, fundando igrejas e realizando evangelismo. Ele assumiu o alvo de

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200 mil novos membros da igreja em um ano. Serão realizadas, neste ano, 1.500 séries de evangelismo público na região, incluindo mil reuniões de jovens para jovens, e cem dirigidas exclusivamente por mulheres. “Louvo a Deus porque a igreja fez de mim o que sou”, disse Rathinaraj, após sua eleição. “Enquanto viver, farei a Sua obra e servirei onde Ele achar melhor.” Rathinaraj disse estar muito animado com a decisão da Igreja de conceder 225 mil dólares para estabelecer um seminário no Nepal, país com seis mil adventistas. Rathinaraj é mestre em História pela Universidade Madurai, do sul da Índia, na província de Tamil, e é graduado em Religião e Educação. A Comissão Administrativa também escolheu G. Alexander Bryant como secretário-associado para a igreja mundial e secretário executivo da igreja para a região da América do Norte, que inclui Estados Unidos, Canadá e Bermudas. Bryant, 51, tornou-se adventista aos 15 anos de idade e, no momento, atua como presidente da Associação dos Estados da região central, área em que Igreja é administrada historicamente por afro-americanos na região centro-oeste dos Estados Unidos. “Meu objetivo será ajudar o presidente com a tremenda missão que temos na América do Norte, em especial nas grandes cidades, e ver como podemos penetrar, mais efetivamente, nesses grandes centros urbanos”, disse Bryant. Desde que se tornou presidente dos Estados da região central, em 1997, Bryant disse ter se concentrado

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NOTÍCIAS DO MUNDO

Acima (esquerda): LÍDER PARA O SUL DA ÁSIA: John Rathinaraj foi eleito para dirigir a Igreja Adventista no Sul da Ásia, incluindo Índia, Nepal, Butão e as Ilhas Maldivas. Rathinaraj foi um dos quatro líderes escolhidos, durante o Concílio Anual, para assumir novos cargos de liderança. Esquerda: NOVA FUNÇÃO NA SEDE MUNDIAL: Foi votado que Homer Trecartin servirá como secretário-associado para a igreja mundial, responsável pelo Voluntariado Adventista. Acima: SECRETÁRIO DA AMÉRICA DO NORTE: G. Alexander Bryant foi eleito secretário-executivo da Igreja Adventista na região central da América do Norte, e secretário-associado para a igreja mundial


NOTÍCIAS DO MUNDO

em fundar igrejas, incluindo a iniciativa “Cada Um Alcançando Um”, com o objetivo de que cada membro de igreja seja um discípulo. Ele disse que, em sua nova atribuição, planeja continuar estabelecendo igrejas, bem como envolvendo os jovens em todos os níveis da igreja. Bryant, que é mestre em Divindade pela Universidade Andrews, em Berrien Springs, Michigan, Estados Unidos, disse que planeja sua transferência para a sede da igreja mundial, em Silver Springs, Maryland, para o final do ano. Homer Trecartin, atual diretor de planejamento do Departamento da Missão Adventista, foi nomeado para dirigir o Departamento de Voluntariado Adventista como secretárioassociado da igreja mundial. Trecartin continuará a supervisionar o trabalho de seu atual departamento, além de assumir novas responsabilidades. Trecartin, 52, que é mestre em Administração Educacional, dirigirá o recrutamento de voluntários para todas as missões, abrangendo desde estudantes a missionários por curtos períodos ou permanentes, e os pioneiros da Missão Global. A Comissão Administrativa ainda elegeu Barry Bussey, advogado e diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa (RPLR) para a igreja no Canadá, como o novo diretorassociado para a igreja mundial do departamento RPLR. Ele será o meio de contato da igreja no Congresso dos Estados Unidos. Bussey substitui James Standish, que, no começo do ano, foi indicado para ser diretor-executivo da Comissão de Liberdade Religiosa para os EUA.

Em 2004, Bussey defendeu a posição da Igreja Adventista sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo em frente à Suprema Corte do Canadá. Também dirigiu a campanha para que os correios do Canadá imprimissem um selo comemorativo ao Congresso da Associação Geral, realizado em Toronto, em 2000. “Ele será um participante ativo da vida legislativa em Washington, promovendo a liberdade religiosa para todos”, disse John Graz, diretor do RPLR. “Essa é uma posição-chave para nós, não apenas para a liberdade religiosa nos EUA, mas também no mundo.” —Reportagem de Ansel Oliver, Rede de Notícias Adventista

Igreja Organiza Regiões ■ Em agosto, os líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia citaram o crescimento do número de membros como fator da necessidade de flexibilidade para a reorganização da estrutura administrativa da Igreja, incluindo uma grande região do Brasil, que tem experimentado crescimento explosivo no número de membros. Os administradores informaram à Comissão Administrativa da Igreja, reunida no dia 14 de outubro, no Concílio Anual, em Manila, Filipinas, as mudanças na região amazônica do Brasil e em algumas áreas da igreja, na Divisão Euro-Asiática. A antiga União Norte Brasileira englobava cerca de 45% do território brasileiro, de aproximadamente 8,5 milhões de km². A área, agora dividida entre duas uniões missões, possui cerca de 350 mil adventistas, aos quais serão acrescentados 45 mil novos membros a cada ano. O Brasil, que possui cerca de um milhão e quatrocentos mil membros, é o país com o maior número de adventistas no mundo.

“Temos muitas oportunidades e queremos apoiar mais e melhor nossos membros”, disse Erton Köhler, presidente da Divisão Sul-Americana. O território da antiga união compreende, agora, a União Norte Brasileira e a União Missão Noroeste Brasileira. O nome “união missão” indica que a união recebe subvenção para seu funcionamento, diferente da “união associação” que é auto-sustentável. Um fundo adicional para as missões é fornecido pela divisão-mãe, uma das 13 regiões administrativas da Igreja no mundo. A Comissão Administrativa relatou aos delegados algumas mudanças na estrutura da Igreja na região do Cáucaso, no Leste europeu. Os líderes votaram dividir a União Missão Caucasiana em duas Uniões Missões: a União Trans-Caucasiana, com sede em Tbilisi, Geórgia, e a União Missão Caucasiana, com sede em Rostov, Rússia. O secretário-associado para a igreja mundial, Agustin Galícia, destacou que a mudança foi estudada antes do conflito na região, em agosto. A estrutura da igreja nos países de Belarus e Moldova será transformada em “igrejas uniões”, com status de associação. Essa estrutura, tipicamente aplicada em territórios e países menores, permite que as igrejas locais sejam organizadas diretamente pelas divisões. Atualmente, Moldova possui 11.500 membros, divididos em 153 igrejas e duas associações. A Missão do Extremo Oriente, na Rússia Oriental, será transformada em união de igrejas, com status de missão. —Reportagem de Ansel Oliver, Rede Adventista de Notícias

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Albânia está localizada no sudeste da Europa, fazendo fronteira com a Grécia, Montenegro, Kôsovo, Macedônia e os Mares Adriático e Jônio. Descobertas arqueológicas sugerem que a área é habitada desde os tempos pré-históricos. Cercada por impérios poderosos e inimigos entre si, a Albânia foi ocupada várias vezes pelos gregos, romanos, ve-

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Albânia por Dentro

nezianos, otomanos e italianos. Durante a II Guerra Mundial, sua população foi forçada a falar e usar o italiano, em vez do albanês. A Albânia é o único país europeu que foi ocupado por países poderosos e terminou a guerra com uma população judia maior do que antes. Os albaneses não apenas se recusaram a fazer listas de famílias judias, mas proveram refúgio para os judeus dos países vizinhos, dando-lhes documentos falsos para que pudessem ser assimilados pela população albanesa. O cristianismo tem feito parte da cultura albanesa desde o primeiro século. Após 395 d.C., a Albânia caiu sob o poder administrativo do Império Romano Ocidental, mas os albaneses cristãos mantiveram-se leais a Roma. Durante o Cisma de 1054, os cristãos do sul da Albânia ficaram sob a jurisdição do patriarca ecumênico de Constantinopla. Mas os do norte se tornaram leais ao papa de Roma. Durante a invasão otomana do século XIV, a fé islâmica foi imposta tanto a cristãos como a pagãos. Após a independência do Império Otomano, no início do século vinte, os regimes políticos seguiram uma prática sistemática de separação entre Estado e religião. Na segunda metade do século vinte, o governo praticou a política de eliminação de religiões organizadas de seu território. A Albânia declarou-se, oficialmente, o primeiro país ateu do mundo.

ALBÂNIA Capital

Tirana

Língua Oficial:

Albanês

Religião:

Islamismo, 70%; Ortodoxa Albanesa, 20%; Católica Romana,10%

População:

3.619.778

Membros adventistas:

287

População adventista per capita: 1:12.612

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Embora a liberdade religiosa tenha retornado ao país, a maior parte dos albaneses não pratica nenhum tipo de religião, mas se incluem em uma das três religiões tradicionais. Adventistas na Albânia

O primeiro albanês a tornar-se adventista foi batizado em 1909, numa área que, hoje, faz parte da Grécia. Em 1932, E. Hennecke, diretor da Missão Grega, mudou-se para Tirana, quando foi forçado a deixar a Grécia. Ele recebeu permissão, junto com duas enfermeiras alemãs, para iniciar a obra médica na Albânia. O projeto durou poucos meses apenas, pois todos os funcionários estrangeiros tiveram que deixar o país. Entretanto, uma mulher foi batizada como resultado dos seus esforços. Em 1938, um albanês, D. C. Lewis, conheceu a mensagem adventista nos Estados Unidos. Ao retornar para a Albânia, começou a compartilhar sua fé e quatro pessoas foram batizadas. Durante a II Guerra Mundial, foi perdido o contato com os adventistas da Albânia. Após o conflito, soube-se que Lewis morrera pouco tempo depois do fim da guerra. Por mais de 40 anos, a igreja não teve nem uma espécie de contato com nenhum de seus membros. Em 1991, a igreja descobriu que dois irmãos permaneceram fiéis durante esse período de isolamento. E, em 1992, um grupo de evangelistas, sob a direção de David Curry, secretário ministerial e secretário da Divisão Trans-Européia, realizou conferências em Tirana e Korce, o que resultou nos primeiros batismos em 50 anos. Em 1993, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) arrendou terras do município para a criação de um centro comunitário, centros de saúde e unidades para microempresas. Hoje, cerca de 300 adventistas adoram em três igrejas na Associação/ Missão da Albânia.


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e Vícios Comportamentos de Risco

Os vícios e os comportamentos de risco obviamente prejudicam nossa saúde. Qual é a melhor maneira de educar nossos jovens para prevenir tais comportamentos? ua pergunta é de importância vital. Muitas vezes pensamos que a educação e a informação são os principais pilares da prevenção. Informações e fatos são importantes, mas não são suficientes. Se a educação ou a compreensão dos perigos do uso do fumo fosse elemento suficientemente convincente, os avisos nas caixas de cigarro seriam suficientes para impedir as pessoas de fumar. Infelizmente, não é esse o caso. Os avisos em rótulos são muito necessários e, em alguns países, não há avisos sobre os perigos do consumo de álcool durante a gravidez, nas garrafas de bebidas alcoólicas. Deveria haver mais dessas coisas. Sociólogos e psicólogos, entretanto, constataram que, mesmo com risco de morte, como os ataques cardíacos ou o diagnóstico de câncer, as advertências não são suficientes para produzir mudanças no comportamento de saúde em grande porcentagem das pessoas. Isso é assustador! Será que deveríamos ler os rótulos dos alimentos e bebidas que consumimos? Claro que sim! É essencial sabermos o teor de sódio, gordura, gordura trans, número de calorias, etc., dos produtos que consumimos. Se prestássemos mais atenção nos rótulos, teríamos menos casos de pressão arterial alta ou diabetes. Na área de comportamento – especificamente de dependência ou vício –, se a educação apenas não for suficiente, o que mais deve ser feito? Há muitos estudos, bem conduzidos e analisados,

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F O T O :

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L E E

Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

que mostram que há poder no relacionamento, na conexão. Isso não deveria surpreender o povo que prega que nossa religião depende de um íntimo relacionamento com Jesus. (Talvez, em relação aos nossos hábitos de saúde, pregamos mais do que praticamos!) Então, a quem ou a que deveríamos estar ligados? Para que as pessoas resistam a comportamentos de risco (álcool, drogas, experiências sexuais pré-maritais, etc.), é necessário ter relação significativa com uma pessoa importante em sua vida. Podem ser os pais, avós, professor, pastor ou outro amigo de confiança. Há ainda um segundo e importante componente, que é a conexão com um grupo de valores. Encontramos esses valores na Bíblia e exemplificados na vida de Jesus. Qual é o resultado desse tipo de conectividade? O desenvolvimento da resiliência. Resiliência é a habilidade de enfrentar circunstâncias difíceis e situações estressantes. Resiliência é algo desenvolvido com o tempo e nutrido por um sistema de apoio como o encontrado nas famílias, igrejas e comunidades. Jovens que se relacionam com pessoas importantes em sua vida, têm mais confiança e respeito próprio. Isso é ainda mais estimulado pelo amor, respeito e a aceitação das pessoas e ambientes que lhes são caros. Tal relacionamento promove oportunidades de ouro e métodos para resolver o grave problema que a Igreja Adventista enfrenta na tentativa de conservar sua juventude. Outros dois importantes fatores fortalecem os benefícios dos relacionamen-

tos de apoio. Um é o aconselhamento ativo aos nossos jovens. Precisamos nos tornar conselheiros e treinadores para a vida, compartilhando habilidades e conhecimentos que ajudem os jovens a viajar pela estrada da vida. O aconselhamento necessita ser combinado com outro ingrediente essencial: serviço. Nossos jovens estão cansados de nossas tentativas para entretê-los; pelo contrário, necessitam estar envolvidos no serviço. O serviço em prol de outros fortalece a resiliência e a habilidade de enfrentar a vida, apesar dos problemas que, por vezes, aparecem. Relacionamentos significativos e boas amizades são importantes para a nossa saúde. Relações positivas de amizade promovem saúde mental, o senso de pertencer a algo ou a alguém, respeito próprio e o fortalecimento de propósito. Isso pode acontecer em qualquer idade. É vital promover a resiliência em nossa juventude. Investir em nossas amizades fortalece a saúde e propicia disposição por longo tempo.

Allan R. Handysides, M.B.,

Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento do Ministério da Saúde da Associação Geral.

Peter N. Landless, M.B.,

B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor-executivo da ICPA e diretor-associado do Ministério da Saúde.

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D E V O C I O N A L

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uando muitos de vocês estiverem lendo este artigo, já teremos entrado no novo ano. Muitos de nós, provavelmente, fizemos novos propósitos. Alguns já estão lutando para cumpri-los, enquanto outros, depois de apenas alguns dias ou semanas, possivelmente, já os esqueceram. Seja qual for a situação, como seguidores de Cristo, temos uma missão a cumprir. Recebemos um chamado especial. Paulo diz: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1Pe 2:9). Não estamos mais em trevas. Estamos na luz, a maravilhosa luz que nos iluminará para realizarmos a missão que nos foi confiada. Estando em Trevas

Quando estamos em trevas totais, não podemos ver as coisas ao nosso redor. Ignoramos o que está acontecendo e não sabemos o que fazer. Permanecer nas trevas é permanecer em nossa condição pecaminosa. O eu se torna nosso foco. Agradar nossos próprios desejos, não importando o que acontece com os outros, torna-se o único propósito de nossa vida. Perdemos nossa conexão com Aquele que disse: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5:14). O resultado final é que estamos atados ao mundo e nosso coração se torna cheio de “toda a maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências” (1Pe 2:1). Para sair dessa situação, necessitamos conectar-nos com a fonte de luz: Jesus nosso Senhor. Meras palavras, porém, são insuficientes para nos co-

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Andando

Esse é o único caminho para a liberdade e a alegria


Luz

na

nectar a Ele. Precisamos experimentar Jesus em nossa vida, o que só é possível pelo estudo da Palavra de Deus, pedindo a iluminação do Espírito Santo. Estar na Luz

Ao nos conectarmos com Jesus, aprendemos como foi Sua vida na Terra. Ele viveu entre o povo, misturouSe com ele, atendeu suas necessidades, curou os enfermos, confortou pessoas desesperadas, expulsou demônios. Nunca agiu para glória própria, mas sempre para confortar os outros. Quando estamos na luz, o mesmo espírito de desprendimento inunda nosso coração e, assim, somos capazes de continuar a missão iniciada por Ele. É isso que o Céu espera de nós. Isso, porém, é escolha nossa. Nós mesmos devemos buscar essa purificação. A menos que, pessoalmente, sintamos essa necessidade, é impossível obtê-la e não conseguimos permanecer na luz de Jesus. Freqüentemente, somos muito orgulhosos, arrogantes, egoístas e inconscientes de nossas necessidades. A menos que nos submetamos ao poder purificador de Jesus, permaneceremos na escuridão. Apenas somos feitos novas criaturas quando nos submetemos, voluntariamente, à fonte de poder, nosso compassivo Salvador. “E, assim, se alguém está em Cristo”, diz Paulo, “é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5:17). Cada um de nós deveria perguntar: Estou experimentando um novo nascimento em minha vida diária? Como Brilhar

Como seguidores de Jesus, necessitamos servir nosso próximo

Ramani Kurian com a mesma compaixão e cuidado mostrados por Jesus quando estava na Terra. Apenas o serviço desprendido é aceitável ao Senhor. “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos Céus” (Mt 5:16). Isso deveria induzir-nos a examinar nossa motivação para o serviço. O que fazemos é para glorificar a Deus, que é digno de toda honra. O amor é o meio pelo qual o mundo pode ser iluminado. Sem amor, tudo permanece em trevas. Como seres humanos, desejamos amar as pessoas que nos amam e nos agradam. Cristo, porém, diz: “Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam …” (Lc 6:27). Cristo nos amou quando ainda éramos Seus inimigos (Rm 5:8). Esse é o tipo de amor que alcança o fraco, o oprimido, o pobre, o obstinado, o destituído de amor – um amor que conforta e ilumina, fazendo a diferença na vida das pessoas. Como seguidores de Cristo, precisamos refletir o mesmo amor, o amor que levanta as pessoas, valorizando-as. Aqueles que praticam esse tipo de amor vivem na luz e sua obra nunca passará despercebida. A Bíblia nos adverte: “ame … [seus] inimigos”, sendo exemplos de nosso Pai celestial, que “é benigno até para com os ingratos e maus” (Lc 6:35). É certo que não podemos conquistar tudo isso por nós mesmos. Entretanto, somos privilegiados ao obter força de Deus para seguir, vitoriosamente, em frente, em serviço desprendido pelos outros. Assim como Jesus usou a força para completar Sua missão, do mesmo modo – e muito

mais − precisamos gastar tempo em oração e estudo da Bíblia, em busca do poder do Céu. Podemos estar seguros de Sua presença: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações … e eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:19, 20). Devemos Lutar por Isso

Quando andamos na luz, nos movemos em direção ao alvo eterno. “Os que hesitam em consagrar-se sem reservas a Deus, fazem uma fraca obra no seguir a Cristo. Seguem-nO a tão grande distância que a metade do tempo não sabem se estão seguindo Suas pegadas, ou as do grande inimigo. … A vida e o espírito de Cristo é a única norma de excelência e perfeição; e nossa única conduta segura é seguir-Lhe o exemplo. Se assim fizermos, Ele nos guiará por Seu conselho, recebendo-nos depois em glória. Precisamos esforçar-nos diligentemente, e estar dispostos a sofrer muito, a fim de seguir as pisadas de nosso Redentor. Deus está pronto a trabalhar por nós, a dar de Seu abundante Espírito, caso por isto nos esforcemos, vivamos para isto, e nisto creiamos; e então podemos andar na luz como Ele na luz está” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 408, 409).

Ramani Kurian é diretoraassociada do Ministério da Mulher da Divisão Sul-Asiática da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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V I D A

A D V E N T I S T A

Adventist

orld W online

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or mais de três anos, os adventistas de todo o mundo têm desfrutado de inspiradores artigos nesta revista. Sua tiragem mensal excedeu dois milhões de cópias. Mas você sabia que, além da revista impressa, há outra forma de acessar os mesmos bons artigos? Desde a Coréia do Sul até a Carolina do Sul, os membros da igreja estão descobrindo as muitas atividades interativas da Adventist World online (www. adventistworld.org). A revista, agora, também está disponível em seis línguas: chinês, inglês, francês, português, espanhol e coreano. Cerca de três mil visitantes de 128 países descobriram que não há necessidade de esperar um mês pela chegada da revista (impressa) à caixa do correio, ou que acabem as cópias na igreja local.

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Os mesmos artigos estão disponíveis a um simples toque do mouse. Há ainda um link de acesso ao premiado website da Adventist Review (Revista Adventista em inglês). Além de trazer artigos e notícias, o site contém várias atrações interessantes. Por exemplo, acesso a qualquer uma das seis línguas no mesmo endereço. Na seção de arquivos, podem ser acessadas as edições anteriores, baixar cópias em PDF e imprimi-las. Nosso Programa possibilita a busca de conteúdo por tópico, assunto ou autor. Se estiver interessado em escrever para a Adventist World, encontrará o Guia para o Escritor, para sua conveniência. Encontrará também a informação do e-mail, se quiser enviar uma carta ao editor ou fazer um pedido de oração.

E mais:

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Escolha a língua em que deseja acessar.

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Acesse o premiado website da Adventist Review.

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Quer escrever para a Adventist World? Entre no Guia Para Escritores.

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Acesse edições anteriores e baixe os arquivos em PDF.

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Procure orientações úteis para ter mais saúde.

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Leia as notícias da Igreja em todo o mundo.

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Deseja estudar a Bíblia? Simplesmente clique em Estudo Bíblico.


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A R T I G O D E C A PA

O tema deste artigo foi apresentado originalmente num sermão para líderes da Igreja no Concílio Anual de 2008, em Manila, Filipinas. Cremos que a mensagem será de grande benefício para os leitores em geral. – Os Editores “De modo que, de agora em diante, a ninguém mais consideremos do ponto de vista humano. Ainda que antes tenhamos considerado Cristo dessa forma, agora já não o consideramos assim. Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus, em Cristo, estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens e nos confiou a mensagem da reconciliação. Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o Seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus” (2Co 5:16-20, NVI).*

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ssa passagem da Escritura me fala poderosamente sobre o novo tipo de humanidade que Deus criará por meio de um processo chamado “reconciliação”. Mas, antes de irmos adiante, quero identificar dois “pára-choques” que apóiam e moldam a mensagem de uma “nova humanidade”. 1. O que Deus tem feito para cada um de nós e individualmente. Por meio de Cristo, Deus amplia a salvação – completa e inesgotável – a todos que O aceitam como Salvador. Ele diz: “Não vou manter seus pecados e transgressões contra você. Cristo já cuidou disso; já foram pagos por Ele, quando morreu na cruz. E isso é suficiente.” Por esse ato – com esse propósito –, Ele diz que fomos reconciliados com Deus. 2. Deus quer que falemos ao mundo sobre Sua salvação. Quer que você seja Sua testemunha – “embaixador”. Seu compromisso é contar a todos os que ainda não conhecem Jesus Cristo que Deus oferece um novo começo, um recomeço a cada homem, mulher e criança. Essa é a “nova humanidade” oferecida por Ele, e isso é diferente de tudo o que já fomos. Isso tem a ver com valores básicos e qualidade de vida. Esse é o testemunho que precisamos dar ao mundo incrédulo, diz Ele. É desejo dEle que você continue teste-

Jan Paulsen é presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.

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uma

Nova

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Nossa vida na Terra deve refletir nossa esperança no Céu

munhando até que Ele venha outra vez. Na verdade, Ele não voltará até que isso tenha sido feito. Essa forma de “pára-choques” para a nova humanidade – o dom pessoal da salvação em Cristo e Sua segunda vinda – será quando a totalidade desse benefício for realizada. Vivemos entre esses dois momentos. Deus nos diz: Por causa do que já fiz por você, por meio da morte do Meu filho Jesus Cristo, começarei, agora, a criar uma “nova humanidade” para aqueles que aceitarem Jesus. Farei isso como preparação para a segunda vinda de Meu Filho, o que será completado quando isso acontecer. Os adventistas do sétimo dia estão bem familiarizados com a verdade da segunda vinda de Cristo. Isso tem nos definido como comunidade desde nosso início, há 160 anos. Essa é uma verdade solidamente fundamentada na Bíblia. Portanto, sabemos que Sua segunda vinda não é uma idéia imaginária. Sabemos que não é irreal, vaga, uma teoria existencial. Sabemos que será um evento em tempo real, tão real como Sua primeira vinda. Sabemos que será o fim da História. Sabemos que somente após a segunda vinda de Cristo, descobriremos o que realmente significa para Ele “fazer novas todas as coisas” (Ap 21). Se isso não estiver claro ou se você não crê nisso, você está em dificuldades com as Escrituras.

nidade

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Jan Paulsen

Novos Relacionamentos

Somos o povo que se reconciliou com Deus por meio da morte de Cristo e que está esperando a consumação dessa reconciliação na segunda vinda de Jesus. Assim, a grande pergunta agora é: Como isso pode moldar nosso relacionamento com outras pessoas? Cristo diz, por meio do apóstolo: “Estou enviando vocês e quero que sejam Meus embaixadores.” Está claro que nossa vida e nossa missão envolvem relacionamentos com outras pessoas, numa escala abrangente e grande. Como deve ser isso? Reconciliação com Deus consiste em reconciliação entre as pessoas – pessoas que, por uma razão ou outra, são estranhas e hostis umas com as outras. Não é suficiente pregar sobre reconciliação entre um indivíduo e Deus; precisa haver reconciliação entre as pessoas. É com isso em mente que Deus diz: “Minha intenção é fazer de vocês uma ‘nova humanidade’” (Ef 2:11-18). Como é essa “nova humanidade”? “Se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (2Co 5:17). A nova humanidade tem uma nova postura no relacionamento entre outras pessoas; nas palavras de Paulo: “de agora em diante, a ninguém mais consideramos do ponto de vista humano” (2Co 5:16). O mundo preconceituoso olha para o exterior – o que os olhos alcançam – e julga baseado no que vê. Isso, diz Paulo, não

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A R T I G O D E C A PA

acontece com o povo reconciliado. Não avaliamos as pessoas pelo exterior: poder aquisitivo, posição social, formação acadêmica, raça, cor da pele, língua, cultura, identidade tribal, sexo ou idade. Somos uma igreja mundial. Qual tem sido a postura da igreja no seu país, neste sentido? As pessoas mudam e estamos constantemente em contato com gente que é diferente de nós. Essas diferenças nos incomodam? Algumas das pessoas que encontramos perderam tudo na guerra, algumas são vítimas da pobreza e outras estão apenas em busca de melhores oportunidades para seus filhos. Nós os encontramos aos milhares nos países mais desenvolvidos. Guerras, pobreza ou perseguição étnica, seja nos Balcãs, na Europa Oriental, no Sudão, no Oriente Médio, no resto da África ou na Ásia, criaram contingentes de pessoas em movimento. Como lidamos com essa enxurrada de “estranhos”? E se forem adventistas? Nossos sentimentos básicos mudam? Sim, eu sei, devemos tratar gentilmente nossos irmãos e irmãs na fé, mas também temos a obrigação de nos relacionar com as pessoas pelo fato de que são seres humanos – sejam da nossa fé ou não. Em Efésios 2:11, Paulo fala da “circuncisão” e da “incircuncisão”. O cenário é a barreira entre gentios e judeus. Os judeus chamavam os gentios de “incircuncisos” – uma descrição desdenhosa, nada mais que desprezo dos judeus pelos gentios. Entre os judeus, havia um ditado: Deus criara os gentios para ser o combustível do fogo do inferno. Até a vinda de Cristo, as barreiras entre judeus e gentios eram absolutas. Os casamentos não podiam cruzar a linha. Até o fato de entrar na casa de um gentio tornava o judeu impuro. Antes de Cristo, as barreiras estavam em pé. Depois de Cristo, as barreiras caíram. Os gentios não esperavam por um Messias. Eram descritos como: “vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa” (Ef 2:12). Eles eram considerados como sem promessa, sem esperança, sem Deus e sem futuro. Para os gentios, a história era cíclica – não levava a lugar algum. Em contraste, a história dos judeus era uma marcha em direção a Deus. Mesmo nos momentos de grande amargura e derrota, os judeus nunca duvidaram de que o Messias viria e que o futuro seria glorioso. O que significa desconhecer as alianças embasadas nas promessas? Israel era o povo da aliança. Eles criam que Deus os escolheu, preferindo-os dentre os outros povos. Ele disse: “Tomar-vos-ei por meu povo e serei vosso Deus” (Êx 6:7). Isso era privilégio e também responsabilidade. Envolvia guardar a lei que Deus lhes dera e eles afirmaram: “Tudo o que o Senhor falou, faremos” (Êx 24:3, 7). Esse era um sério e solene compromisso, mas deu a Israel uma consciência especial de ser o povo escolhido de Deus. Essa era uma postura bem conhecida de Paulo, pois era parte de sua própria herança e cultura. Era uma postura que poderia ser um problema.

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Talvez seja melhor fazer uma pausa por um momento e refletir no que aconteceria com você e comigo se crêssemos que somos o povo escolhido de Deus. É errado acreditar que somos o movimento destinado por Deus? Creio que não, mas a grande pergunta é: O que isso provoca em nossa auto-imagem e em nosso relacionamento com as pessoas? Quão genuinamente abertos e atenciosos somos uns com os outros? Podemos agir de forma inofensiva como testemunhas de Deus? Não Mais Barreiras

Paulo continua e aqui vemos a “novidade”: “Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo... e destruiu a barreira, o muro de inimizade” (Ef 2:13, 14). Essa “parede divisória” é um símbolo do Templo. Havia o pátio dos gentios; o pátio das mulheres e o pátio dos israelitas seguido do pátio dos sacerdotes e o lugar Santo dos Santos. Tudo isso tinha relação com o acesso à presença de Deus. Nenhum estrangeiro podia entrar nos pátios do Templo e, se alguém de outra nação violasse a santidade do Santo dos Santos, era morto. Esse tipo de religião ou barreira cultural não era exclusivo aos judeus. Os gregos agiam do mesmo modo em relação aos “bárbaros”, a quem olhavam igualmente com desdém. Povos refugiados, estrangeiros, vindos de outras terras, eram freqüentemente vistos com suspeita. Consciente ou inconscientemente, podemos perguntar: “Que bagagem, em termos criminais ou mesmo de diferentes hábitos culturais, eles devem ter? Há um ditado: “O desconhecido faz o nãoamado.” É essa a nossa postura em relação aos estrangeiros que invadem nosso espaço? Mas o texto diz que o povo reconciliado com Deus se relaciona com outros seres humanos de modo diferente. “De agora em diante, ninguém é julgado pelo ponto de vista mundano.” Como adventistas do sétimo dia, é fundamental termos tal convicção ao nos relacionar individualmente com pessoas diferentes de nós. Isso é válido para o modo como vemos qualquer pessoa, mas é ainda mais válido quando se trata do modo como vemos as pessoas que fazem parte da nossa comunidade espiritual. Isso é verdade no que diz respeito à maneira com que vemos alguém. Na igreja, numa comunidade internacional e trans-cultural, a diversidade é vista e tratada como um fator enriquecedor, não como algo negativo. A discriminação racial e o senso de superioridade racial não fazem parte da Igreja Adventista do Sétimo Dia. O senso de respeito ou desrespeito não deve surgir nem entre ricos e pobres, bem educados ou não, posições públicas ou não. Cumpre-nos tratar todas as pessoas com um senso de dignidade e respeito, pois todos somos filhos de Deus. Em muitos países do mundo, temos expressivo número de


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Antes de Cristo, as barreiras estavam de pé. Before Christ, the barDepois de Cristo, riers were up. as barreiras After Christ, the barcaíram. riers are down.

igrejas “étnicas” ou nacionais. São igrejas em que as pessoas, imigrantes ou refugiados, podem experimentar um pouco da cultura do seu país natal, falar sua própria língua, cantar seus hinos e nutrir um mínimo elo social. Essa é a realidade que vivemos, onde as pessoas se mudam e muitas delas são nossos irmãos e irmãs. É assim que devemos aceitar os que vieram para nossa área, para nosso espaço. “Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Ef 2:19). A reconciliação com Deus derruba barreiras! Ao Deus tocar Seu povo reconciliado, Ele os abraça e, assim, o povo “reconciliado” toca uns nos outros e se abraçam. Ser “reconciliado” é também ser receptivo e não juiz. Sim, eles podem invadir seu espaço; sim, eles podem tomar seu emprego; sim, eles podem comer sua comida; mas somos unidos, como seres humanos, por valores muito maiores. Tenho que voltar ao que já comentei várias vezes, mencionando a inclusão dos jovens na vida de nossas congregações locais. Afirmamos: “Eles são muito novos. Não têm experiência.” Eu digo: A experiência é superestimada. Aproveitem as qualidades pessoais e a personalidade. A experiência virá ao ser exposta à responsabilidade. Inclusão, afirmação e capacitação vêm primeiro. Somente depois de fazer isso é que se chega à pergunta seguinte: Eles são capazes de fazer isso? Em primeiro lugar, tenha certeza da presença dos dons espirituais, dos valores pessoais e do compromisso. Só então, vamos ajudá-los e capacitá-los. A discussão de Paulo sobre a remoção de barreiras entre o povo de Deus está no contexto da unidade. Imagine que duas pessoas tenham uma rixa ou uma diferença. Como isso pode ser resolvido? O modo mais seguro de unir os dois lados é por meio de um mediador – alguém que ambos amem e respeitem. Cristo é assim. Ele é nossa paz. Ele restaura relacionamentos desfeitos. Ele reconcilia (Ef 2:14). É plano de Deus que o povo que compartilha fé e esperança e que vive, por antecipação, a segunda vinda de Cristo seja ligado, unido como um. Esse é o sagrado elo ministrado pelo Espírito Santo. Essas são as palavras de Paulo: “Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4:3). Foi por isso que Cristo, em Seus últimos momentos com Seus discípulos, antes de Sua morte, enfatizou repetidamente a importância da unidade. Ele orou: “... para que todos sejam um, Pai, como Tu és em Mim e Eu em Ti. Que eles também estejam em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste... Que eles sejam levados à plena unidade” (Jo 17:21-23). O ponto catalizador é o amor ministrado pelo Espírito Santo. Ao realçar que Cristo fez dos dois “uma nova humanidade”, Paulo escolheu a palavra “nova” (kainos), que

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A R T I G O D E C A PA

G L O B A L

M I S S I O N

significa nova qualidade (não nova em tempo), significa “novidade” em um gênero diferente. A novidade conquistada por Cristo não é que Ele tenha transformado gentios em judeus ou judeus em gentios. Ao tornar-se reconciliado com Deus, você se torna alguém com algo mais do que era antes: cidadão do reino eterno de Deus. Pessoas de ambos os lados da linha divisória foram reconciliadas com Deus. Por meio de Cristo, pessoas de “todos os lados” têm igual acesso ao Pai (Fp 2:18).

Graça Perdoadora

Tudo isso demonstra o tipo de pessoas que você e eu devemos ser. Além da palavra “amor”, a outra palavra que mais me chama a atenção, acima de qualquer outra em uma comunidade reconciliada, é “perdão”. É difícil encontrar qualquer outra palavra que descreva melhor a atitude cristã do que a disposição em perdoar. Todos nós erramos; todos nós necessitamos de perdão. Como Albert Schweitzer escreveu: “Por que perdôo qualquer um? Devo perdoar as mentiras dirigidas contra mim, porque minha própria vida tem sido muitas vezes manchada por mentiras; devo perdoar o odiado, o caluniador, o fraudulento, o arrogante com quem me encontrar, uma vez que eu mesmo, tantas vezes, deixei de amar, odiei, fraudei e fui arrogante”.1 Temos isso em comum: somos todos pecadores e necessitamos de perdão! O “perdão” não torna trivial o pecado; ele repara o mal e a ferida causados por ele. Isso é verdade no relacionamento entre Deus e a humanidade e no relacionamento entre as pessoas. Atente para as palavras inspiradas da serva do Senhor: “O fundamento de todo perdão é encontrado no imerecido amor de Deus, por nossa atitude em relação aos outros, por mostrarmos o que fizemos do nosso próprio amor... Aquele que é implacável para com outras pessoas mostra que ele próprio não é cúmplice da graça perdoadora de Deus”.2 “Haja paz, alegria inefável e descanso quando houver consciência dos pecados perdoados ... ‘Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum,

A que se parece essa “nova humanidade”? Que linguagem é usada na Bíblia para descrever o relacionamento entre o povo reconciliado? “Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor” (Ef 4:2, NVI); “Livrem-se de toda amargura, indignação e ira” (Ef 4: 31); “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade” (Fl 2:3); “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de ... bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros” (Cl 3:12,13); “Tenham todos o mesmo modo de pensar... Não retribuam mal com mal” (1Pe 3:8, 9); “Deus nos chamou para vivermos em paz” (1Co 7:15). Viver em paz foi a comissão que o próprio Deus nos deu quando disse: “Bem-aventurados os pacificadores” (Mt 5:9).

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porque Tu estás comigo; o Teu bordão e o Teu cajado me consolam’ (Sl 23:4).”3 Deus, que nos reconciliou com Ele em Jesus Cristo, nos escolheu como Seus embaixadores, para sermos ministros da reconciliação. Essa é nossa tarefa, nossa missão, até que Ele venha outra vez, quando O veremos face a face, tão literalmente como nos vemos e nos cumprimentamos uns aos outros aqui hoje. Então, ouviremos de Seus lábios as abençoadas palavras: “Muito bem, servo bom e fiel! Venha e participe da alegria do seu Senhor” (Mt 25:23). *As passagens bíblicas citadas neste artigo foram extraídas da Nova Versão Internacional (NVI). 1 A. Schweitzer, Civilizações e Ética, v. 2, p. 260. 2 Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 251. 3 Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 267, 268.


E S P Í R I T O

D E

P R O F E C I A

Servindo ao

Mestre

Todo talento tem sua utilidade

É

propósito de Deus que o plano de salvação não seja levado adiante sem a participação de agentes humanos. Ele não escolheu anjos, mas homens com paixões semelhantes às nossas para proclamar o evangelho para a raça humana. Paulo diz: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2Co 4:7). O que significa que a Ele deve ser dada a honra por esse serviço ter sido delegado aos falhos e fracos mortais. ... É importante que todos os que têm participado dessa grande salvação comuniquem a outros o que lhes foi comunicado. Dê o Seu Melhor

Todos os que receberam a luz da verdade são colocados sob solene compromisso de deixar que essa luz brilhe para outros. Cada um, em sua humilde esfera, pode fazer algo para o Mestre. Pode não ser capaz de dar ofertas magnificentes para o avanço da causa de Deus, mas pode doar sua vontade, serviço dedicado de um coração obediente. Nem todos podem ser pregadores; nem todos podem ser generais no exército do Senhor; todos, porém, podem ser soldados fiéis, seguindo em humilde obediência o comando do Capitão de sua salvação. Podem animar seus companheiros com palavras de esperança e encorajamento e, fazendo assim, louvarão Aquele que os tem chamado das trevas para Sua maravilhosa luz. Deus requer de todos o que de melhor tenham para dar. … Que cada um ansiosamente pergunte: O que tenho feito para Jesus? ... Então, em humildade, que cada um se entregue, sem reservas, dizendo a Deus: Eis-me aqui, Senhor; envia-me a mim. No grande dia, quando todas as obras serão trazidas a julgamento, as palavras sairão dos lábios do Mestre sobre os ouvidos atônitos do humilde e paciente obreiro: “Porque tive fome, e Me destes de comer; tive sede, e Me destes de beber; era forasteiro, e Me hospedastes; estava nu, e Me vestistes.” Aqueles a quem essas palavras são dirigidas, não têm conhecimento de que fizeram alguma coisa merecedora de tal elogio, e perguntarão: Quando O vimos assim, Senhor? E a resposta virá: “Sempre que o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes. “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.” …

Por Ellen G. White

Há Trabalho Para Você

Toda vez que se levantar uma igreja, o ministro não deveria considerar seu dever cumprido até que esteja totalmente organizada e colocada em ordem para o trabalho. Cada membro deve se tornar um missionário. A todos deve ser dado algo para fazer de tal modo que ajude a espalhar a luz da verdade, pois essa atividade os ajudará a crescer espiritualmente. ... Nunca deve o obreiro que levanta pequenos grupos aqui e ali dar a impressão àqueles que recentemente aceitaram a fé de que Deus não requer trabalho sistemático para ajudar a sustentar a causa com seus esforços e recursos pessoais. ... De Graça Recebestes, de Graça Dai

Aqueles que são participantes da graça de Deus não devem ser lentos em mostrar sua apreciação por esse dom. Não deveriam considerar seu dízimo como limite de sua liberalidade ... Ninguém deve se esquecer de dar ofertas de gratidão e de boa vontade ofertar ao Senhor. … Deus dá a alguns a oportunidade de honrá-Lo com a abundância de seus recursos; outros, se não podem fazer mais, podem honrá-Lo da mesma forma, apenas buscando oportunidades de oferecer um copo de água fresca ao discípulo cansado e sedento. … Aqueles que seguem as orientações de Deus com o pouco que lhes foi dado, receberão o mesmo retorno dos que doam de sua abundância. … Que eu possa impressionar a todos com a importância de seguir as ordens de Deus em todas as coisas a fim de se tornaram obreiros para Ele! Humilhemos nosso coração diante o Senhor e, quando nos tornarmos verdadeiramente Seus seguidores, seremos levados a confessar que fizemos muito pouco para o querido Salvador, que tem feito tanto por nós.

Esse artigo foi extraído de uma matéria publicada pela primeira vez na Advent Review and Sabbath Herald (Revista do Advento e Arauto do Sábado), hoje Adventist Review (Revista Adventista em inglês), no dia 24 de agosto de 1886. Os adventistas do sétimo dia crêem que Ellen G. White exerceu o dom profético bíblico durante mais de 70 anos de ministério público.

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C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

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Resgate Fınal

NÚMERO 26

Palavras de esperança para tempo de trevas

P

Por Mark A. Finley

Suas lágrimas falam de um

rimeiro conheci Bill, há 17 anos, em 1991. Ao longo dos anos, desde então, conversamos freqüentemente sobre seus temas preferidos: visão, otimismo, combater as desigualdades, fé em Deus e fazer a diferença neste mundo. Todos nós conhecíamos Bill e sabíamos muito bem que ele tinha paixão pela vida e, por meio dela, tornar melhor a vida dos outros. Nos últimos meses de sua vida, Bill e eu conversávamos regularmente, muitas vezes, uma vez por semana. Em uma de nossas conversas, senti que a doença de Bill era terminal e que, provavelmente, não teria muito tempo de vida. Aquela conversa final ficou gravada em minha mente para sempre. Conversamos sobre o fato de que Jesus triunfaria sobre todos os poderes do inferno e a morte, finalmente, seria derrotada. Gostaria de mencionar aqui algumas das idéias que compartilhei com Bill, naquele dia, e mais algumas reflexões. A morte não é um mistério não decifrado. Não é um buraco negro no chão. Não é uma longa noite sem manhã. Jesus encontrou a “terrível ceifeira” há dois mil anos e a venceu. Na vida de Jesus, há três episódios em que confrontou a morte e, embora as lições sejam antigas, ainda falam com relevância crescente a nós no século vinte e um. Eles nunca foram novos, sempre falando de esperança e do conforto às novas gerações.

Mark A. Finley é vice-presidente da Associação Geral em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos.

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Episódio 1 – A Morte de Lázaro

Lázaro, o amigo de Jesus, sofreu um mal súbito e morreu inesperadamente. O verso mais curto da Bíblia, “Jesus chorou” (Jo 11:35), é encontrado nessa história. Por que Jesus chorou? Uma das razões era simplesmente esta: Ele Se identificou com a dor das duas irmãs de Lázaro: Maria e Marta. Suas lágrimas falam de um Salvador que compreende nossas lágrimas. Jesus Se identifica com nossa dor. Ele compreende o luto. Experimenta nossa tristeza. É Um conosco em nosso sofrimento. Ele é nossa companhia na tribulação. Quando nosso coração está partido, Seu coração também fica partido. Quando estamos magoados, Ele Se magoa também. Quando Maria e Marta choraram, Jesus também chorou. Ele compartilha nossas lágrimas! Jesus não apenas chora, mas tem o divino poder de fazer algo a respeito da morte de Lázaro. Jesus disse a Marta: “Não te disse Eu que, se creres, verás a glória de Deus?” (Jo 11:40). Não tenho visto nosso amigo Bill ultimamente. Nas catacumbas, sob Roma, nas tumbas dos pagãos estão esculpidas as seguintes palavras de tristeza: “Adeus para sempre, meu amor.” Em contraste, nas sepulturas cristãs há palavras de esperança. Para nós é: “Adeus, até aquela manhã.” Creia e também verá a glória de Deus. Você não tem visto seus queridos ultimamente. Em algumas das palavras mais poderosas de toda a Bíblia, Jesus “clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!” (Jo 11:43). A morte foge na presença das palavras de Jesus; a sepultura libera seus mortos diante das palavras de Jesus; Lázaro se levanta diante das palavras de Jesus e a morte é subjugada pelas palavras de Jesus!


Morte e Ressurreição

O salário do pecado é a morte. Mas Deus, o único que é imortal, concederá vida eterna a Seus remidos. Até aquele dia, a morte é um estado inconsciente para todas as pessoas. Quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, os justos ressuscitados e os justos vivos serão glorificados e arrebatados para o encontro de seu Senhor. A segunda ressurreição, a ressurreição dos ímpios, ocorrerá mil anos mais tarde. (Rm 6:23; 1 Tm 6:15, 16; Ec 9:5, 6; Sl 146:3, 4; Jo 11:11-14; Cl 3:4; 1 Co 15:51-54; 1 Ts 4:13-17; Jo 5:28, 29; Ap 20:1-10.)

Salvador que compreende nossas lágrimas Aqui há uma coisa da qual podemos ter certeza: Jesus nunca perdeu uma batalha sobre a morte e não irá perder a batalha contra a morte de Bill. A ressurreição de Lázaro é um tipo da ressurreição de todos os crentes na vinda de nosso Senhor. Episódio 2 — O Testemunho de Jesus

A ressurreição de Jesus Cristo fala de um Salvador que tem poder sobre a morte, inclusive a dEle. “...e Aquele que vive; estive morto”, diz Ele, “mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1:18). Não precisamos temer a morte, pois Jesus tem as chaves da sepultura. Venha comigo a um lugar chamado Calvário e a uma colina chamada Gólgota, numa sexta-feira à tarde, há dois mil anos. Estava escuro, negra sexta-feira. O sol recusou-se a brilhar. Trovões soavam. Relâmpagos rasgavam o céu. Naquela negra sexta-feira, Pedro negou seu Salvador. Judas O traiu. Os judeus O esqueceram. Os discipulos O abandonaram e os romanos O crucificaram. Eles retiraram da cruz Seu corpo quebrado e ensangüentado. A esperança dos discípulos estava despedaçada. Aquela negra sexta-feira, porém, foi seguida por um iluminado domingo de manhã. Jesus saiu da sepultura. A morte foi vencida. O inimigo conquistador e a sepultura não mais seguraram sua vítima. Por que Jesus vive, nossos queridos viverão outra vez. Episódio 3 — Jesus Conquista a Morte Para Sempre

A vitória de Jesus fala de um conquistador com poder final e permanente sobre a morte. F O T O :

M AT T H E W

H E R Z E L

O apóstolo Paulo fala de nossa esperança final: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4:16, 17). Em minha última conversa com Bill, falamos sobre a eternidade. Falamos a respeito do Céu. Dialogamos a respeito das palavras “para sempre”. Como pastor, minhas últimas palavras para meu amigo foram mais ou menos assim: “Bill, você não está sozinho. Cristo está com você e, um dia, muito em breve, você O verá face a face.” Momentos Finais de Bill

Ao Bill enfrentar os últimos momentos de vida, sua esposa Bonnie e seus filhos Brat e Brad reuniram-se ao redor de sua cama. Bonnie perguntou se queria que tocassem um CD com hinos religiosos cantados por Wintley Phipps. Ela queria que a mensagem familiar de um velho hino ocupasse a mente de Bill enquanto ele alternava entre a vida e a morte. Logo, as familiares palavras do hino soavam pelo quarto: “Quando andares pela tormenta, levanta a cabeça e não tenhas medo da escuridão.” A mensagem do hino é que, apesar do que enfrentamos, nunca estaremos sozinhos. Durante a vida e a morte, em Jesus, por Jesus e por causa de Jesus, nunca estaremos sozinhos. Um dia vamos vê-Lo voltar. Nossa esperança está na certeza de que o mesmo Jesus que venceu a sepultura voltará, outra vez, para nos levar para casa.

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H E R A N Ç A

A D V E N T I S T A

E

u tinha cinco anos de idade quando comecei a visitar meus avós que moravam numa fazenda em Aroostook County, Maine. Meu pai havia morrido um ano antes devido a lesões na guerra. De repente, os pais de minha mãe tornaram-se grande parte de minha vida. Quase semanalmente eu os visitava na maior casa de fazenda do estado, assim eu pensava. Se eu ficava por mais de um dia, vovó insistia que eu tirasse uma soneca à tarde. O fato de eu não estar cansado, não lhe interessava. “Crianças precisam de sonecas”, dizia ela. Às vezes, ela me deixava deitar na grande cama do vovô e dela. Eu amava o cheiro do

uma

Luz no Caminho Como um mestre da arte influenciou a vida de outro homem

quarto deles, era um aroma de flores da primavera em todo lugar. Na minha mente infantil, eu achava que o cheiro vinha das rosas do papel de parede, mas provavelmente o cheiro vinha dos perfumes e talcos da penteadeira da vovó. – Deite um pouquinho, mesmo que não esteja com sono – dizia ela. – Mas, vovó, há tantas coisas para olhar aqui; por que querer dormir agora? – mas ela já havia fechado a porta.

Ron Laing é naturalista e

fotógrafo de renome, que combina sua arte com seus escritos. Seu tema preferido continua sendo a Nova Inglaterra, onde nasceu e reside. Trabalhou no New England Memorial Hospital (mais tarde Boston Regional Medical Center), em Stoneham, Massachusetts, por 35 anos.

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Colocando-me na Pintura

A coisa de que eu mais gostava no quarto era uma grande gravura, numa placa de bronze, onde se lia em letras ornamentais: “Uma Luz no Caminho”, o mesmo título do programa de rádio favorito da vovó, que ela ouvia enquanto eu dormia à tarde. Na gravura, havia uma garotinha com cerca de quatro anos de idade e um garoto, um pouquinho mais velho, andando por um caminho muito estreito, com precipícios em ambos os lados. Um anjo, com grandes asas e braços estendidos, caminhava atrás, um ser de luz iluminando o caminho deles. Ele só os está guiando, pensava eu, imaginando que Lorraine, minha irmã e eu, fôssemos as crianças do caminho. Nós parávamos, aqui e ali, para olhar borboletas ou sentir o cheiro dos bemme-queres azuis, ao longo do caminho – e corríamos cuidadosamente para não cair no precipício. – Acorde, dorminhoco, temos mui-

Por Ron Laing

tas coisas pra fazer antes do jantar – eu ouvia a voz da vovó. A hora da soneca havia terminado e eu nem havia dormido! Eu me esforçava para agir como se tivesse acabado de acordar. Caminhava cambaleante, esfregando os olhos, mas nunca tive certeza de que vovó acreditasse na minha representação. Os anos se passaram e minha esposa, Carolyn, e eu tivemos duas meninas. Um dia, descobrimos que o artista talentoso, Harry Anderson, havia pintado um quatro bem parecido com aquele dependurado no quarto da vovó. Eu pendurei uma cópia no quarto de minhas filhas, esperando que recebessem a mesma satisfação nostálgica que recebi do quadro de minha avó. O Artista

Anos mais tarde, Carolyn e eu tivemos a oportunidade de encontrar Harry Anderson. O New England Memorial Hospital, centro médico no norte de Bos-


ton, estava fazendo uma doação monetária com o objetivo de que “fosse usado para refletir o amor de Deus para com os seres humanos, de modo que todos os povos o vissem”. Anderson foi encarregado de criar uma tela com esse tema. A administração do hospital, impressionada com minha habilidade de marceneiro, requisitou meus serviços para ajudá-lo a criar uma moldura apropriada. Num dia agradável de primavera, visitei Anderson em sua aconchegante casa, em Connecticut. Harry era um homem alto e gentil na mais refinada e específica definição da palavra: gentil, bem apessoado, talvez um pouco tímido e reservado. A bondade em seus olhos fez-se sentir como se eu enxergasse dentro de sua alma. Em seguida, fomos com ele pelo pomar florido de maçãs até seu estúdio. À nossa frente, à luz do sol, estava um velho prédio, deteriorado pelo tempo, com grandes janelas em três lados. Sua madeira vermelha, desbotada, fazia com que se mesclasse com a paisagem. Que lugar maravilhoso para trabalhar! Dentro, o cheiro de tinta a óleo e aguarrás era forte e havia pedaços de pano de todas as cores que alguém possa imaginar. A grande pintura de aproximadamente 2,40 por 3,30 m, estava pendurada na parede. Sem falar nada, fitamos, longamente, a obra de arte.

do, por tanto tempo, na parede do quarto de minhas filhas e da alegria que trouxe à nossa família. Ele ficou encantado. – Pode me chamar de Harry – disse ele. – Sr. Anderson é muito formal. Venha, deixe-me mostrar alguns dos meus trabalhos. Veja, pintar é minha profissão, mas esculpir é meu hobby. Na casa, vimos, com espanto, pássaros marinhos, tão reais, parecendo que voariam se os assustássemos. Perto do pôr-do-sol, lembramo-nos do propósito de nossa visita. Trocamos idéias sobre a moldura e logo decidimos a estética e os detalhes. Ele explicou como esculpir adequadamente a moldura, inclusive, presenteando-me com uma ferramenta para facilitar meu trabalho. – Fique com essa velha ferramenta como lembrança do dia em que passamos juntos, disse ele, com brilho nos olhos. Enrolamos a obra de arte, no valor de $ 40 mil dólares, a qual foi colocada em um tubo plástico, e me despedi. Quase não podia esperar para começar a construção e ver a extraordinária pintura de Anderson no saguão do nosso hospital. Bênção Preservada

Visitantes que viam o quadro ficavam impressionados com a poderosa mensagem que ela transmitia. Por vinte anos, o quadro permaneceu onde eu

a coloquei. Após cem anos de serviços de saúde prestados à comunidade, o hospital de 350 leitos foi fechado. Por muitos anos, não soube o que aconteceu com a pintura de Anderson, apenas que havia sido vendida em um leilão. Entretanto, há alguns anos, fiquei feliz em saber que um amigo, médico, que fizera parte do corpo administrativo do New England Memorial Hospital, levou a tela para o hospital que ele dirigia. Visitei o hospital na recém-construída cidade de Celebration, no centro do estado da Flórida, EUA, e, mais uma vez, tive o privilégio de admirar a obra de arte de Anderson, ainda em minha moldura. Conversei várias vezes ao telefone com Harry, após nossa visita, inclusive tentei persuadi-lo a ver a pintura em seu novo lar. Ele ficou maravilhado com a maneira como estava exposta e iluminada. Fiquei feliz com seu largo sorriso, como que aprovando a minha moldura. A ferramenta com que me presenteou havia tanto tempo ainda está pendurada em minha oficina, como lembrança diária de tudo que há de bom nesse mundo. Harry Anderson faleceu em novembro de 1996, com 90 anos de idade. Como tantas outras pessoas ao redor do mundo, a vida de nossa família foi influenciada por seus quadros e sentimos que perdemos um amigo.

M AT T H E W

A pintura era o quarto de um doente, no hospital, tão real como se tivéssemos entrado na tela: uma jovem deitada quietamente sobre lençóis hospitalares brancos, tendo ao lado seu médico, preocupado. Do outro lado da cama, uma enfermeira observa. A figura ao lado do médico é Jesus, cuja mão pousa delicadamente sobre a testa da mocinha enferma. A solenidade da cena nos impressionou, embora tenhamos sentido uma paz inexplicável. Expressamos nossa apreciação pessoal pela pintura. Mas, acima de tudo, sentimos que estávamos com um grande homem. Esse momento me pareceu oportuno para falar-lhe sobre o quadro dependura-

H E R Z E L

O Quadro

Conheça

oArtista

Harry Anderson nasceu em Chicago, em 1906. Seu plano era ser matemático, mas em 1925 fez um curso de arte e descobriu seu talento e amor pela pintura. Graduou-se com honra pela Escola de Arte Syracuse. A Review and Herald Publishing Association (Editora Adventista Americana) encomendou-lhe ilustrações religiosas. Por 35 anos, ele pintou personagens e eventos religiosos, em cenários modernos, em lugar dos tempos bíblicos, como haviam sido pintados ao longo da História. Ele é mais conhecido por sua grande obra na arte religiosa. Ao longo de sua carreira, Anderson recebeu numerosos prêmios das associações de arte, incluindo o prestigiado Clube de Diretores de Arte de Nova Iorque. Em 1994, ele foi colocado na Galeria da Fama da Sociedade dos Ilustradores. Sua contribuição artística inspirou muitas pessoas ao redor do mundo.

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P E R G U N TA S B Í B L I C A S

O

existência e adoração de muitos deuses). O Novo Testamento dicionário define “monoteísmo” como a doutrina reconhece a existência de, pelo menos, outro “deus”. que admite um só Deus; do grego, mono (“único”) “O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes” e theos (“Deus”). Eruditos de todas as tradições (2Co 4:4, NVI). cristãs têm discutido a extensão do que esse termo inclui da Até o primeiro mandamento pode ser lido subentendenvisão bíblica de Deus. A questão que levantam é se a Bíblia reconhece a existência de outros deuses. Descreverei alguns do a existência de outros “deuses”: “Não terás outros deuses pontos dessa questão e farei alguns comentários gerais sobre além de Mim” (Êx 20:3, NVI). O que é surpreendente acerca os dados bíblicos. do primeiro mandamento é que, tanto quanto se saiba, tal 1. Mototeísmo na Bíblia: Estudiosos da Bíblia acreditavam proibição era desconhecida nas religiões antigas do Oriente que todas as religiões, originalmente, eram monoteístas, mas, Próximo. Tais religiões nada sabiam a respeito de um Deus lentamente, a idéia da existência de muitos deuses entrou sor- ciumento que exigia exclusivo culto de adoração de Seu povo. Em tais religiões, honrar a todos os deuses era uma rateiramente no conjunto de suas crenças. Outros estudiosos virtude benéfica para seus argumentam que o monotepraticantes. ísmo é o produto final de um 3. Imparidade do Senhor: longo processo nascido da convicção de que havia muiQuando examinamos essa questão, temos que tos deuses ou muitas forças enfatizar uma coisa: a espirituais. Mas essa abordaBíblia descreve Deus como gem revolucionária é contráabsolutamente santo, único ria à Bíblia. Recentemente, e sem igual (cf. Dt 6:4; Is estudiosos reconheceram 6:3). Ele é o Ser não criado, que o conteúdo bíblico sobre o Eterno (cf. Isaías 43:10; o assunto é mais complexo P E R G U N TA : 44:6-8). Sua natureza O do que acreditavam antes. O que é monoteísmo? coloca fora do domínio Entretanto, ainda perguntam de Sua criação, ainda que a si mesmos se essa comprePor tenha escolhido habitar ensão estreita do monoteísAngel Manuel com Suas criaturas. Os que mo descreve adequadamente Rodríguez são chamados “deuses” são, a visão bíblica de Deus. Isso na realidade, criaturas e, depende de como definimos como tais, essencialmente o monoteísmo. diferentes do Senhor. Eles 2. Um, porém muitos: A foram criados por Ele por Bíblia afirma claramente meio de Cristo (cf Cl 1:16), a existência de um Deus mas escolheram rebelar-se (cf. Judas 6) e tentaram ocupar supremo. Esse é o Deus apresentado no primeiro verso da Bíblia, em Gênesis 1:1. Foi o Senhor quem criou todas as coi- o lugar do Senhor na vida dos humanos (Is 14:13, 14; Ef 2:1, 2). Eles se proclamaram “deuses”, mas são ainda subalsas, sem esforçar-Se, i.e., sem enfrentar forças oponentes. No momento da Criação, Ele era o único Deus, o Senhor. Enternos ao Senhor e não podem agir independentemente dEle,(cf. Jó 1:6-12; Cl 2:10). Essa compreensão bíblica de contramos passagens afirmando que “não há outro (Deus) além dEle” (Dt 4:35, NVI), que “o SENHOR é Deus em cima Deus e da natureza dos “deuses” pode não combinar com a tradicional e estreita definição de monoteísmo, mas é nos céus e embaixo na terra. Não há nenhum outro” (Dt monoteísta no sentido de não reconhecer a existência de 4:39, NVI; veja também Isaías 44:6-8). Muitas outras passagens apóiam o uso do termo “monoteísmo” na compreensão nenhum outro ser que seja, em algum sentido, similar ao Senhor Deus ou que participe de Sua natureza distinta. A bíblica de Deus. singularidade de Deus não nega a pluralidade de pessoas Não podemos, porém, ignorar outras evidências que na divindade, mas nunca deveria ser considerada como complicam a questão; especialmente passagens como o salmo 82, onde Deus é descrito como sentado entre os “deuses” pluralidade de “deuses”. O mistério da divindade reside no mistério de Sua imparidade. no julgamento e pronunciando o veredicto final contra eles: “Vocês são deuses, todos vocês são filhos do Altíssimo. vocês morrerão como simples homens” (verso 6, NVI). Isso é chamado “monoteísmo monárquico”, ou seja, outros deuses estão sob a autoridade de Deus (cf. Sl 95:3); Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas isso, porém, é muito próximo ao politeísmo (crença na Bíblicas da Associação Geral.

Único e

Incomparável

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E S T U D O

O

B Í B L I C O

Poder da Ressurreição

Por Mark A. Finley

Alguma vez já se sentiu impotente na vida cristã? As tentações o subjugam facilmente? Você fracassa com certa freqüência? Talvez pense: Será que o cristianismo tem algo mais para me oferecer? Onde está o poder? Por que vivo derrotado e frustrado? Experimentei a graça salvadora de Deus sobre meus pecados passados, mas almejo Seu poder agora, para viver uma vida diferente, uma vida vitoriosa. Você não está sozinho. Outros cristãos comprometidos já experimentaram o mesmo sentimento. Na lição de hoje, descobriremos como ter acesso ao mesmo poder que ressuscitou Jesus da morte para viver uma vida de força moral e vitoriosa.

1. Como o apóstolo Paulo descreve o dilema enfrentado pelos cristãos?

“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo” (Rm 7:18). a. Em nossa carne não habita

.

b. Podemos querer o

, mas

c. Somos incapazes de

o que é bom.

2. Onde Paulo encontrou a solução para esse problema?

“Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 7:24, 25). A solução para o constante fracasso na vida cristã é o relacionamento com nosso Senhor.

Há uma resposta, apenas, para o problema do contínuo fracasso e constante frustração sobre nossos pecados. Jesus faz do fraco, forte. Ele transforma crentes derrotados em vitoriosos. Ele quebra as correntes que nos prendem ao pecado, liberta-nos para servi-Lo e abençoa outras pessoas por meio do nosso testemunho.

3. Qual era o desejo espiritual mais profundo de Paulo?

“Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo ...; para O conhecer, e o poder da Sua ressurreição, e a comunhão dos Seus sofrimentos, conformando-me com Ele na Sua morte” (Fl 3:8-10). Paulo estava disposto a considerar como perda, todas as coisas. dos Seus O grande desejo de Paulo era conhecer

eo em Sua

eo

da Sua

O segredo para viver uma vida cristã repleta de alegria, em lugar da vida frustrada e fracassada, é “conhecer a Cristo e o poder de Sua ressurreição”. Umas das verdades centrais do Novo Testamento é a ressurreição de Cristo. Dezembro 2008 | Adventist World

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4. Que título foi usado por Jesus para revelar-Se ao apóstolo João na ilha de Patmos?

“Não temas; Eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos” (Ap 1:17, 18). Jesus é o

eo

.

Jesus esteve

,

Mas agora Ele

pelos séculos dos séculos.

O cristianismo é apenas mais uma crença no mundo. Jesus Cristo está vivo. Seu poder está à nossa disposição. Assim como nosso Senhor ressurreto venceu a sepultura e nos deu liberdade do domínio da morte, através do poder de Sua ressurreição podemos viver nova vida.

5. Como o apóstolo Paulo descreve o efeito do poder da ressurreição em nossa vida?

“Se habita em vós o Espírito dAquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do Seu Espírito, que em vós habita” (Rm 8:11). a. Aquele que

ressuscitou

dentre os mortos.

b. O mesmo Espírito Santo dará

ao nosso corpo mortal.

Esta é uma verdade surpreendente. O mesmo Espírito Santo que ressuscitou Jesus da morte física entrará em nossa vida, através da fé, e nos transformará da morte espiritual para a vida espiritual. Teremos nova força espiritual por meio do poder do Espírito.

6. Se entregarmos a vida a Jesus e desejarmos “conhecer a Cristo e o poder da Sua ressurreição”, que promessa nos cumpre reclamar?

“Porque, se fomos unidos com Ele na semelhança da Sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da Sua ressurreição” (Rm 6:5). Se fomos unidos com Ele na semelhança da Sua morte, seremos também na da Sua

Morrer com Cristo é entregar nossa vida completamente a Ele, é pedir-Lhe que crucifique com Ele nossa natureza pecaminosa. Ele promete que, se morrermos com Ele, ressuscitaremos para uma nova vida por meio do poder de Sua ressurreição.

7. Qual o convite a todos os que respondem à promessa de nova vida?

“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4:16). Podemos ir

ao

a fim de receber

e achar

da

Jesus deseja transformar nossas derrotas em vitórias. Ele derrotou as tentações do pecado e venceu a morte. Ele nos convida a participar dessa vitória por meio do Espírito, no poder da ressurreição.

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Intercâmbio Mundial C A R TA S

Construindo o Corpo

A Cafeína é Perigosa

Bill Knott, em seu editorial “Construindo o Corpo” (Adventist World, setembro de 2008), expressou exatamente os meus sentimentos! Que maravilha é ir à igreja aos sábados, não porque temos que freqüentar uma igreja, mas porque estamos ansiosos para freqüentá-la! Há algo em nossas reuniões que é inexplicável para os que não conhecem o plano rejuvenescedor de Deus para Seu povo remanescente. Ele deseja que todos os povos participem dessa experiência e, para nós, é um privilégio maravilhoso repartir essas bênçãos com outros até que Ele venha. Então, participaremos todos juntos da adoração ao nosso Criador e Redentor, por toda a eternidade. Helen L. Self Morganton, Carolina do Norte, E.U.A.

Escrevo em relação ao artigo “A Igreja Mudou de Posição Sobre a Cafeína?” (setembro de 2008), pelos Drs. Allan Handysides e Peter Landless. Em seus primeiros anos de ministério, Ellen White ficou doente, enquanto cruzava o oceano. Na ocasião, ela tomou uma xícara de chá fraco como medicamento. Em outra ocasião, quando doente, tomou também, como remédio, uma xícara de café com um ovo cru. Após receber luz total sobre os efeitos maléficos do chá preto e do café, ela escreveu que ambos destroem a

saúde (veja Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 63), e citou muitos outros efeitos nocivos. O fato de Ellen White ter consumido uma xícara de chá fraco e uma xícara de café com ovo cru, em toda sua vida, não significa que indique seu uso como medicamento. E. J. Nichols Chetwynd, Columbia Britânica, Canadá Cartas para o Editor – Envie para: letters@adventistworld.org As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.

Animada pela Adventist World

Sou uma leitora regular da Adventist World e realmente gosto muito dela. Fui especialmente inspirada por alguns dos artigos publicados, como “Empurrando Juntos”, da autoria de Ellen White (agosto de 2006); “Uma Vez Não é Suficiente”, por John Wesley Taylor (agosto de 2007) e “Uma Criança os Guiará”, por Wilona Karimabadi (janeiro de 2008). Deus os abençoe. Willie Banda Katete, Zâmbia

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Intercâmbio Mundial O LUGAR DE ORAÇÃO

Grande é o nosso Deus! Por favor, juntem-se a nós para agradecer-Lhe. Ele fez maravilhas por nós, estudantes da Universidade Frot Hare, pois não temos mais exames aos sábados. Satanás quer arruinar tudo isso, mas, por favor, orem para que o Senhor nos sustente. Geshom, África do Sul Sou um refugiado da República Democrática do Congo, província de Ituri. Estou em Uganda desde 2003, com meus doze filhos. Necessito de suas orações por mim e por minha família. Piracel, Uganda Por favor, orem para que José consiga ir para um colégio adventista. Ele quer ser pastor. Via e-mail Por favor, orem por nosso casamento e finanças. Minha esposa decidiu separar-se após a morte de minha mãe (com 92 anos de idade), que morou conosco os últimos cinco anos. Minha esposa acaba de pedir o divórcio. Peter, Estados Unidos Por favor, orem para que obtenha sucesso no exame de registro profissional, e que, algum dia, Deus me conceda um bom emprego para que possa sustentar minha família. Raim, Filipinas Por favor, orem pelo meu irmão que sofreu um acidente e por minha família. Via e-mail

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Adventist World | Dezembro 2008

Sou um jovem adventista do Zâmbia, com 20 anos de idade, clamando por ajuda e suas orações, pois estou me afundando aqui. Pensei que podia ter tudo o que desejasse neste mundo, mas a busca pela paz e esperança eternas levou-me aos lugares escuros dos falsos cultos. Não encontrei respostas para meus problemas, mas, graças a Deus, encontrei um antigo amigo que, agora, é adventista. Nunca mais voltarei para o mundo. Brighton, Zambia Meu pedido de oração é por minha família, especificamente pela situação financeira de meu esposo. Estamos atravessando um período muito difícil e dependemos da resposta de um trabalho para ele. Orem para permanecermos firmes na fé. Elaine, Brasil Sou uma órfã, do Quênia. Estamos definhando na pobreza, sob os cuidados de nossa avó. Orem para que Deus feche as portas da pobreza e resgate nossa família dos ardis do diabo. Jill, Quênia Peço oração para que meu filho passe nos exames. No momento, ele está lutando com seus trabalhos de escola e necessita que a poderosa mão de Deus se estenda e o socorra. Por favor, orem por ele. Obrigada. Sherma, Estados Unidos Por favor, unam-se a mim em oração pelo Youth Guide Concern, um grupo de jovens de nossa igreja, que tem desenvolvido um trabalho de apoio aos órfãos e idosos, tanto na igreja como na comunidade. Ephraim, Malawi

J E S P E R

N O E R

Orem por mim, por favor. Está sendo criada uma situação que pode causar muito problema à minha família. Por favor, orem para que a situação seja resolvida. Obrigada por suas orações. Fannie, Estados Unidos Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.


INTERCÂMBIO DE IDÉIAS

Minha

Oração Leitor compartilha oração inspirada na famosa oração de São Francisco de Assis

Que minha vida seja uma luz para os outros, ó Senhor. Que eu seja como uma chama ao longo do Teu caminho, é minha oração. Que na escuridão da noite, possa eu brilhar mais forte, Fazendo da estrada um lugar mais seguro para os que nela passam. Que em meio a nuvens e trovões, eu seja um céu de calor. Como o navio que necessita de um farol, O viajante, de sua bússola, Ó Senhor, eu necessito de Ti para encontrar o caminho. O combustível de minha lâmpada é o Teu amor, Minha segurança está em Tuas mãos. Mantém acesa minha luz, Mesmo que seja uma pequena chama, Brilhando como fogo para Ti. —Por Adam C. Newbold, 18, College Place, Washington, E.U.A. Esse poema foi escrito durante seu último ano do ensino médio no Walla Walla Valley Academy, quando fazia um curso avançado de literatura.

“Eis que cedo venho…”

Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte. Editor Administrativo Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Robert E. Kyte, assessor jurídico Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson; Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk Editor-Chefe Bill Knott Editores em Silver Spring, Maryland Roy Adams (editor associado), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coréia Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan Editor Online Carlos Medley Coordenadora Técnica Merle Poirier Assistente Executiva de Redação Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Alfredo Garcia-Marenko Atendimento ao Leitor Merle Poirier Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen, Bill Tymeson Consultores Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Ulrich W. Frikart, D. Ronald Watts, Bertil A. Wiklander Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos. F O T O S :

B E V

L LOY D - R O B E R T S

Vol. 4, No. 12

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VIDA ADVENTISTA Apago as luzes, fecho os olhos e espero a chegada da familiar e suave nuvem de calor e vibração sobre mim. Será que soa como algo de outro mundo? Não! É apenas minha gata, Crusty Lou, de quase dez quilos, ronronando e se encostando enquanto se prepara para dormir. Durmo de costas, para que ela possa dormir em meu colo, seu local pre-

ferido nos últimos sete anos. Os gatos são famosos por procurar lugares aconchegantes para suas sonecas, e meu corpo, com quase 37° C, certamente está qualificado. Creio, porém, que algo mais faz com que ela me procure todas as noites, quando vai dormir. Creio que me procura porque quer estar comigo, porque gosta da minha companhia, o que me deixa muito feliz. Enquanto me arrumava para dormir ontem à noite, fiquei ima-

VOCÊ SABIA? Fundado em 1899, o Cristian Record Services (CRS) [Serviço de Registros Cristão] é um ministério da Igreja Adventista do Sétimo Dia que provê publicações cristãs e programas gratuitos para pessoas com deficiência visual. A cada ano, cerca de cem mil deficientes visuais têm a vida transformada pelos serviços da CRS, sem nenhum custo. Todos os cegos, deficientes visuais graves ou portadores de deficiências que impeçam a leitura de material escrito, são elegíveis para seus serviços. O Cristian Record Services localiza-se em Lincoln, Nebraska, EUA. Visite a página da Web: www.christianrecord.org.

FRASE

ginando se Deus fica feliz quando procuro Sua presença. Ele me criou para ser Sua amiga (imagine!), e espera que eu deseje Sua presença assim como Ele deseja a minha. Às vezes, Ele me oferece benefícios extras, como eu ofereço o calor de meu colo para minha gata, mas Seu propósito é apenas o companheirismo. Amizade com o Deus infinito? É incrível! —Linda J. Finster, Oklahoma, Estados Unidos

DO

MÊS

“Quando a injustiça pára o fluxo de amor, procuramos o caminho de volta ao amor sobre a ponte do perdão.” —Lourdes E. Morales-Gudmundsson, em seu livro I Forgive You, But . . . , (Eu o perdôo, mas ...), p. 22.

RE SP O S TA : Essa foto foi tirada por Marcionílio Sousa, numa igreja Adventista do Sétimo Dia da Associação Bahia Central, no Brasil. Os jovens estão celebrando o sucesso da “Missão Calebe”, projeto em que os jovens dedicam seu período de férias para evangelizar cidades sem presença adventista.


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