Os Concertos e a Lei

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APOSTILA “OS CONCERTOS E A LEI”


Sumário 1ª LIÇÃO - O CONCERTO ETERNO...........................................................................................3 2º LIÇAO - COMPREENDENDO OS CONCERTOS – CHAVE PARA OS TEXTOS SOBRE A LEI..............10 3ª LIÇÃO - A LEI, O CONCERTO DO SINAI E O CONCERTO ETERNO.................................17 4º LIÇAO - AS CLÁUSULAS DA NOVA E ETERNA ALIANÇA..................................................26 5ª LIÇÃO - A IMPERFEIÇÃO DO VELHO CONCERTO E A CONFIRMAÇÃO DO NOVO........41 6º Lição - GRAÇA, PERDÃO E JUSTIFICAÇÃO.......................................................................49 7º Lição - JUSTIFICADOS PELA FÉ OU PELAS OBRAS?........................................................56


OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

1ª LIÇÃO - O CONCERTO ETERNO O grande objetivo desta série de estudos é proporcionar uma melhor compreensão acerca do plano de salvação, ajudando o leitor a encontrar uma resposta bíblica para a intrigante pergunta: “O que devo fazer

para me

salvar?” Para resolver essa questão, outros relevantes tópicos também serão abordados, tais como a relação entre a fé, a graça e a Lei. Serão objeto de especial atenção também os escritos de Paulo sobre o tema, que servem de palco para acirradas controvérsias nos círculos teológicos.

TEXTO-BASE: DANIEL 9:27 (PRIMEIRA PARTE) “Ele fará firme aliança com muitos por uma semana; na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares.” De acordo com essa passagem, o Messias viria para “fazer firme” a “aliança” “por uma semana”.

ENTENDENDO O TERMO “ALIANÇA” O termo “aliança” é sinônimo de “concerto”, “convênio” ou “pacto”. Todas essas expressões se referem a um acordo de vontades, em que duas ou mais partes se unem em prol de interesses comuns. O exemplo a seguir será de grande valor para a compreensão do assunto. O casamento é a união de duas pessoas com o objetivo de viverem juntas, ajudando-se mutuamente, por toda a vida. A única forma de se oficializar essa união é através da celebração de casamento. Durante a cerimônia, ambos são informados das condições para a vida conjunta, quando, então, prometem cumpri-las. Enquanto ambos forem fiéis ao compromisso firmado, a relação

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO permanecerá estável; mas, se uma das partes for infiel, a outra estará livre do acordo, não estando mais obrigada à vida conjugal, nem mesmo a se reconciliar. Conquanto todos os esforços devam ser feitos no intuito de se restabelecer a felicidade da família e do casal, não há nada que possa obrigar a parte inocente a uma reconciliação. Se a parte ofensora se mostrar verdadeiramente arrependida, buscando reatar a vida comum, e o ofendido a aceitar novamente, a decisão deste último será um ato de misericórdia, um favor, visto que não era obrigado a assim proceder.

O PLANO DE SALVAÇÃO E O CONCERTO ETERNO O plano de salvação nasceu de um concerto feito entre o Pai e o Filho, antes mesmo da fundação do mundo: “Antes que os fundamentos da Terra fossem lançados, o Pai e o Filho Se haviam unido num concerto para redimir o homem, se ele fosse vencido por Satanás. Haviam-Se dado as mãos, num solene compromisso de que Cristo Se tornaria o fiador da raça humana. Esse compromisso cumprira Cristo. Quando, sobre a cruz soltara o brado: ‘Está consumado’ (João 19:30), dirigira-Se ao Pai. O pacto fora plenamente satisfeito. Agora Ele declara: ‘Pai, está consumado. Fiz, ó Meu Deus, a Tua vontade. Concluí a obra da redenção. Se a Tua justiça está satisfeita, 'quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo'.’ João 17:24.” O Deseja de Todas as Nações, p. 834. A salvação do homem é fruto desse concerto entre Jesus e Seu Pai. Ao vir a este mundo morrer pelos pecadores, Cristo estava cumprindo Sua parte naquele pacto. Mas, como e quando esse “pacto” ou “concerto” se fez necessário? Em Oséias 6:7, há um ligeiro registro sobre o assunto, porém de grande significado: “Mas eles transgrediram a aliança, como Adão; eles se portaram aleivosamente contra Mim.”

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO No Éden, ao falar a respeito da árvore da ciência do bem e do mal e das condições necessárias para a vida eterna, Deus estava fazendo uma “aliança” ou “pacto” com a humanidade, ali representada por Adão. Ao ceder à tentação, comendo do fruto proibido, Adão quebrou seu concerto com Deus. Por causa disso, conforme estava previsto no acordo, o homem perderia o acesso à árvore da vida e teria que sofrer sua merecida condenação: a morte eterna. Diante dessa situação, deseperadora, só lhe restava depositar confiança no concerto anteriormente firmado entre o Pai e o Filho, no qual havia uma promessa de redenção. Gênesis 3:15 retrata a primeira vez em que o plano de salvação foi apresentado ao homem: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu Descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar.” Tradicionalmente, esse texto tem sido compreendido como a primeira luz de esperança ao homem, a mais antiga profecia messiânica. Como tinha sido a serpente quem provocara a quebra do concerto, a promessa de que sua cabeça seria esmagada implicava, logicamente, na restauração daquele concerto. Isso, conforme a promessa, seria realizado pelo Descendente da mulher. Desde aquele tempo, essas boas novas de salvação e da restauração do concerto têm sido transmitidas através dos que se mantiveram fiéis aos princípios do Céu. Deus não permitiu que a fé nessa promessa desaparecesse no transcorrer da História. Esse pacto [restaurado] é chamado de “Concerto da Graça”. Por que “da Graça”? Porque é algo feito de favor, sem merecimento da parte do homem. Homens com quem Deus renovou Seu pacto através dos tempos:

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO  Noé: Gênesis 9:11 a 13.  Abraão: Gênesis 15:18; e 17:2, 4, 7 e 9.  Isaque: Gênesis 17:19 e 21.  Jacó: Gênesis 28:10 a 14.

COMPREENDENDO MELHOR O TEXTO DE DANIEL 9:27 “Ele fará firme aliança com muitos por uma semana; na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares.” De acordo com esse texto, o “Ele”, o Messias, o Descendente da mulher, é Quem realizaria a confirmação do concerto. Em Mateus 26:28, Jesus repete algumas das expressões usadas por Daniel: “Porque isto é o Meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” Muitos autores se equivocam ao pensar que Cristo confirmou o Concerto da Graça apenas no momento da cruz. Não percebem que o texto de Daniel pressupõe todo um processo para a ratificação do Concerto Eterno, vez que se diz que o Messias levaria um período de uma semana profética, ou seja, 7 anos literais (1 semana = 7 dias = 7 anos), para “fazer firme aliança com muitos”. Isso indica uma sucessão de atos, dentre os quais se destaca o da cessação do sistema de sacrifícios e de ofertas de manjares, o que ocorreria no meio da última semana. O concerto só estaria definitivamente estabelecido 3,5 anos após a morte de Jesus.

ENTENDENDO A EXPRESSÃO “FAZER FIRME”

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO A expressão “fazer firme” é tradução do vocábulo hebraico “gabar” (pronunciase “gavar”). Literalmente, essa palavra tem o significado de “fortalecer” ou “confirmar”. Portanto, consoante Daniel 9:27, o Messias levaria 7 anos (uma semana profética) para fortalecer ou confirmar o concerto. Para que se possa entender corretamente a natureza da obra que Jesus teria que desempenhar durante esse período, torna-se imprescindível analisar um outro processo de confirmação de concerto, o qual lhe serviu de “sombra” ou “tipo”.

MOISÉS E O CONCERTO DO SINAI

CRISTO E O CONCERTO DA

GRAÇA O concerto feito por Deus com o povo de Israel no Sinai foi deixado como um exemplo do trabalho que Jesus desempenharia durante Seu ministério, de tal forma que um serviria de parâmetro para o outro. Como foi estabelecido o “Concerto do Sinai”? Ver Êxodo 19: 3 a 8; e 24: 1 a 3 e 6 a 8. 1° - Primeiramente, Deus transmitiu Sua vontade a Moisés, a saber, Seus mandamentos, estatutos e juízos. 2° - A seguir, na qualidade de mediador, Moisés proclamou essas regras ao povo, como cláusulas de um acordo que Deus intencionava fazer com os israelitas. Houve, portanto, um processo de doutrinamento. 3° - Depois, o povo aderiu ao concerto, ao dizer: “Tudo o que falou o Senhor, faremos e obedeceremos.”.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO 4° - Na seqüência, foram realizados certos sacrifícios, com o sangue dos quais Moisés aspergiu o livro da Lei e o próprio povo, ato pelo qual foi ratificado o concerto. O papel que Moisés desempenhou como mediador entre Deus e o povo no estabelecimento do Concerto do Sinai era um “tipo” da função que o Messias haveria de exercer na confirmação do Concerto da Graça. “Suscitar-lhes-ei um Profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as Minhas palavras, e Ele lhes falará tudo o que Eu Lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir as Minhas palavras, que Ele falar em Meu nome, disso lhe pedirei contas.” Deuteronômio 18: 18 e 19. Os seguintes textos comprovam o paralelismo entre o ministério de Moisés e o ministério de Cristo: João 1: 17 e 45; 3: 14; e 5:46; Atos 3:22; 7:37; 7:25; e 5:31; e Hebreus 3:3. Como o Messias prometido e na qualidade de mediador do novo concerto, Jesus teria que seguir basicamente o mesmo roteiro traçado por Moisés na elaboração do Concerto do Sinai: 1° - Assim como Moisés, Cristo afirmou ter recebido Sua mensagem de Deus (João 12:50). 2° - À semelhança de Moisés, Jesus também proclamou as cláusulas do acordo ao povo. Isso Ele fez não somente através de Seus ensinos como também de Seu exemplo. Um dos momentos que se destacam nesse processo de doutrinamento é o do ilustre “Sermão do Monte” (capítulos 5 a 7 de Mateus). 3° - Os discípulos de Jesus aderiram ao concerto, por sua fé na obra e nos ensinos de Jesus (João 7:31 e 48; 8: 30; e 12:11).

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO 4° - Por fim, Jesus ratificou o concerto com Seu próprio sangue, ao depor Sua vida sobre a cruz do Calvário (Marcos 14:24).

CONCLUSÃO  O plano da salvação nasceu de um concerto feito entre o Pai e o Filho, antes mesmo da fundação do mundo.  Esse plano foi apresentado ao homem logo após ter este quebrado o acordo original feito com Deus no Éden.  De acordo com Daniel 9:27, o Messias viria para “fortalecer” ou “confirmar” o Concerto de Salvação feito entre Ele e o Pai.  Esse processo de confirmação do concerto duraria o período de uma semana profética, ou seja, 7 anos literais.  A confirmação da aliança efetuada pelo Messias dependeria de um processo de doutrinamento, conforme se depreende do paralelismo entre o Concerto do Sinai (o qual teve Moisés como mediador) e o Concerto Eterno (tendo a Cristo como mediador).  Na metade da septuagésima semana, Cristo confirmaria o Concerto Eterno com Seu próprio sangue, pondo fim também ao sistema de sacrifícios do Antigo Testamento.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

2º LIÇAO - COMPREENDENDO OS CONCERTOS – CHAVE PARA OS TEXTOS SOBRE A LEI “Sempre que o povo de Deus estiver crescendo em graça, obterá constantemente compreensão mais clara de Sua Palavra. Há de distinguir mais luz e beleza em suas sagradas verdades. Isto se tem verificado na história da igreja em todos os séculos, e assim continuará até ao fim. Mas à medida que a verdadeira vida espiritual declina, tem sido sempre a tendência cessar o crente de avançar no conhecimento da verdade. Os homens ficam satisfeitos com a luz já recebida da Palavra de Deus, e desistem de qualquer posterior estudo das Escrituras. Tornam-se conservadores, e procuram evitar novo exame. “O fato de não haver controvérsias ou agitações entre o povo de Deus, não deveria ser olhado como prova conclusiva de que eles estão mantendo com firmeza a sã doutrina. Há razão para temer que não estejam discernindo claramente entre a verdade e o erro. Quando não surgem novas questões em resultado de análise das Escrituras, quando não aparecem divergências de

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO opinião que instiguem os homens a examinar a Bíblia por si mesmos, para se certificarem de que possuem a verdade, haverá muitos agora, como antigamente, que se apegarão às tradições, cultuando nem sabem o quê. “Tem-me sido mostrado que muitos dos que professam a verdade presente, não sabem o que crêem. Não compreendem as provas de sua fé. Não apreciam devidamente a obra para este tempo. Quando chegar o tempo de angústia, e ao examinarem a posição em que se encontram, homens que agora pregam a outros, verificarão que há muitas coisas para as quais não podem dar uma razão satisfatória. Até que fossem assim provados, desconheciam sua grande ignorância. “E há muitos na igreja que contam por certo que compreendem aquilo em que crêem, mas que até surgir uma discussão, ignoram sua fraqueza. Quando separados dos da mesma fé, e forçados a estar sozinhos e expor por si mesmos sua crença, ficarão surpreendidos de ver quão confusas são suas idéias do que têm aceito como verdade . É certo que tem havido entre nós um afastamento do Deus vivo, e um voltar-se para os homens, pondo a sabedoria humana em lugar da divina. “Deus despertará Seu povo; se outros meios falharem, introduzir-se-ão entre eles heresias, as quais os hão de peneirar, separando a palha do trigo. O Senhor chama todos os que crêem em Sua Palavra, para que despertem do sono. Tem vindo uma preciosa luz, apropriada aos nossos dias. É a verdade bíblica, mostrando os perigos que se acham mesmo iminentes sobre nós. Essa luz nos deve levar ao estudo diligente das Escrituras, e a um mais atento exame crítico das posições que mantemos. “É vontade de Deus que todos os fundamentos e posições da verdade, sejam cuidadosa e perseverantemente estudados, com oração e jejum. Os crentes não devem ficar em suposições e mal definidas idéias do que constitui a verdade. Sua fé deve estar firmemente estabelecida sobre a Palavra de Deus,

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO de maneira que, quando o tempo de prova chegar, e eles forem levados perante os concílios para responder por sua fé, sejam capazes de, com mansidão e temor, dar a razão para a esperança que neles há. “Agitai, agitai, agitai! Os assuntos que apresentamos ao mundo devem ser para nós uma realidade viva. É importante que, ao defender as doutrinas que consideramos artigos fundamentais da fé, nunca nos permitamos o emprego de argumentos que não sejam inteiramente retos . Eles podem fazer calar um adversário, mas não honram a verdade. Devemos apresentar argumentos legítimos, que, não somente façam silenciar os oponentes, mas que suportem a mais profunda e perscrutadora pesquisa. “Quanto aos que se preparam para debates, há grande perigo de que não lidem, com lisura em relação à Palavra de Deus. “Ao enfrentar um adversário, deve ser nosso mais sincero esforço apresentar os assuntos de maneira tal, que despertemos a convicção em seu espírito, em de vez de procurar meramente inspirar confiança ao crente. Seja qual for o grande adiantamento intelectual do homem, não pense ele, nem por um momento, que não há necessidade de inteira e contínua indagação das Escrituras em busca de maior luz. Como um povo, somos convidados individualmente ao estudo da profecia. Devemos observar atentamente, a fim de distinguir qualquer raio de luz que Deus nos apresente. Devemos apanhar os primeiros clarões da verdade; e, mediante estudo acompanhado de oração, poder-se-á obter mais intensa luz, a qual poderá ser apresentada aos outros. “Quando o povo de Deus está à vontade, satisfeito com a luz que já possui, podemos estar certos de que Ele os não favorecerá. É Sua vontade que marchem sempre avante, recebendo a intensa e sempre crescente luz que para eles brilha. A atitude atual da igreja não agrada a Deus. Tem-se introduzido uma confiança que os tem levado a não sentir nenhuma necessidade de mais verdade e maior luz. Vivemos numa época em que

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO Satanás opera à direita e à esquerda, em nossa frente e por trás de nós; e todavia, como um povo, estamos dormindo. Deus deseja que se faça ouvir uma voz despertando Seu povo para a ação.” Testemunhos Seletos, vol. 2, pp. 308312. Esse enfático testemunho de Ellen G. White revela várias coisas importantes: 1. Quando o vigor espiritual da igreja enfraquece, a pesquisa séria da Bíblia também diminui. 2. Estudando menos a Bíblia, os membros da igreja acabam se tornando conservadores, ou seja, acabam aceitando quaisquer explicações para os textos bíblicos sem examinar se estão ou não realmente corretas. 3. Quando chegar o momento da dificuldade, muitos não saberão sustentar por si mesmos a sua fé; não conseguirão dar respostas satisfatórias para as perguntas que lhe serão dirigidas pelos oponentes e perceberão que suas idéias são confusas e mal definidas. 4. Para defender a verdade, não podemos, de forma alguma, empregar argumentos que não sejam totalmente corretos. Argumentos falsos “podem fazer calar um adversário, mas não honram a verdade”. 5. Não basta vencer o adversário num debate sobre a Palavra de Deus com qualquer argumento! É necessário usar a verdade, isto é, explicações corretas. Muitas vezes, o oponente de outra denominação é vencido, não porque a verdade tenha triunfado, mas porque ele, em sua ignorância, não teve como sustentar seu pensamento. Deus não Se agrada disso! Depois das trevas da apostasia papal, em que se fez a tentativa de mudar a Lei, sendo a verdade lançada por terra (Daniel 7:25 e 8:12), o povo adventista foi chamado para defender os mandamentos de Deus: Isaías 58:1 e 12-14; e

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO Apocalipse 12:17 e 14:12. Quando Jesus entrou no Santíssimo, em 1.844, ficou claro que a Lei de Deus, resumida nos Dez Mandamentos, ainda estava em vigor, devendo ser observada. Ver Apocalipse 11:19. Chamou-se especial atenção para o quarto mandamento, o preceito do sábado. Porém, tendo essa missão, os adventistas deveriam explicar passagens que positivamente declaram que a Lei foi abolida. Eis alguns exemplos: Romanos 6:14; 7:6; e 10:4. Gálatas 2:19; e 3:24 e 25. Ver especialmente ROMANOS 6:14. Como já foi demonstrado, o Espirito de Profecia claramente proíbe o uso de argumentos que não sejam perfeitamente corretos. Infelizmente, certas explicações que foram formuladas, através dos anos, não correspondiam à verdade! Por isso, é extremamente importante entender o assunto dos Concertos, pois somente ele permite uma compreensão exata dos textos sobre a Lei.

 DANIEL 9:27 “Ele fará firme aliança com muitos por uma semana...” Ao contrário do que se pensa, Jesus não confirmaria o Concerto da Salvação (o Concerto Eterno) apenas quando morresse na Cruz. Daniel 9:27 diz que ele teria 7 anos (uma semana profética) para fazer isso. Mas, por que tanto tempo?

 HEBREUS 9:18-20

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

O processo de confirmaçao do concerto envolve uma sucessão de atos. No Concerto do Sinai, houve as seguintes etapas: 1. Deus apresentou os mandamentos, os estatutos e os juízos para Moisés. 2. Moisés, na qualidade de mediador (Êxodo 20:18-21), expôs ao povo as cláusulas do acordo que Deus estava propondo (Êxodo 24:3 e 7). Houve, portanto, um processo de doutrinamento. 3. Depois, o povo aderiu (aceitou) as regras do acordo, dizendo: “Tudo o que o Senhor falou, faremos, e obedeceremos.” (Êxodo 24:3 e 7). 4. Fizerm-se certos sacrificios e Moisés aspergiu o povo e o livro da Lei com o sangue, para ratificar ou confirmar o concerto (Êxodo 24:5, 6 e 8). 5. Por fim, Deus entregou a Moisés as tábuas do acordo, como memorial do concerto feito com o povo de Israel (Êxodo 31:18 e Deuteronomio 4:13).

 CONCERTO DO SINAI = CONTRATO ENTRE DEUS E ISRAEL

 LEI DE MOISES = MANDAMENTOS + ESTATUTOS + JUIZOS A Lei de Moisés era o conjunto das regras do contrato entre Deus e o povo. Moisés anunciou a vinda de outro profeta semelhante a ele: Deuteronomio 18:15-19.  Jesus é o novo Moisés. Suas palavras deveriam ser ouvidas como Lei.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO  O profeta Jeremias já tinha anunciado que Deus faria nova aliança com Seu povo: Jeremias 31:31-34.  Essa nova aliança, que é o Concerto Eterno, invalidaria (levaria à aboliçao) o Concerto do Sinai: Hebreus 8:7-13.

 MATEUS 5:17 A palavra cumprir assume 3 significados: 1. Obedecer (Joao 15:10). Jesus cumpriu a Lei no sentido de que foi perfeitamente obediente a todos os seus requisitos. Ele declarou: “Quem dentre vos Me convence de pecado?” (Joao 8:46). Em outras palavras, não havia ninguem que pudesse apontar qualuqer transgressao de Jesus a Lei (1 Joao 3:4 e 5). 2. Preencher a profecia – “cumprir profeticamente” (Lucas 24:44). Jesus satisfez todos os tipos das cerimônias simbólicas do ritual judaico, bem como todas as profecias o Antigo Testamento referentes a Ele. 3. Aperfeiçoar – grego: plhroun (pleroum – leia-se: plerum). Ver Mateus 5:20 e 48. Ao apresentar as cláusulas da Nova e Eterna Aliança, Jesus aperfeiçoou as regras do Antigo Concerto. Exemplo: antes, apenas o ato do homicidio era punido pela Lei; agora, mesmo a intenção de fazer mal ao próximo já constituía violaçao do concerto. A regra foi aperfeiçoada, levada à perfeição.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

3ª LIÇÃO - A LEI, O CONCERTO DO SINAI E O CONCERTO ETERNO RECAPITULAÇÃO Principais idéias da lição anterior:

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Deus propôs ao povo de Israel, no Monte Sinai, Seus mandamentos, estatutos e juízos.

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Esses mandamentos, estatutos e juízos formavam a “Lei de Moisés”.

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A Lei de Moisés constituía um dos elementos do Concerto do Sinai. Era o conjunto das cláusulas do concerto.

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O Concerto do Sinai foi abolido e Cristo veio para confirmar uma aliança que já existia antes dele: o Concerto Eterno.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

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Durante Seu ministério, conforme Mateus 5:17, Cristo veio para cumprir a Lei. Esse “cumprir” admite 3 sentidos: obedecer, cumprir profeticamente e aperfeiçoar.

Adventistas e protestantes sempre estiveram em conflito em relação à necessidade da obediência aos mandamentos de Deus.

Existem 2 posições: Protestantes: “A Lei de Moisés acabou”. Adventistas: “A Lei de Moisés não acabou”. Qual é o problema nessa disputa? Resposta: A ARGUMENTAÇÃO Não há dúvidas de que é necessário defender a Lei, mas isso deve ser feito com argumentos consistentes. Qual é a base da argumentação utilizada por alguns escritores adventistas para defender a observância da Lei?

Distinção entre Lei Moral e Lei Cerimonial Lei Moral Lei do Senhor (Salmos 19:7) Escrita por Deus (Êxodo 31:18) Tábuas de pedra (Deuteronômio 4:13) Colocada dentro da arca (Deuteronômio

Lei Cerimonial Lei de Moisés (Neemias 8:1) Escrita por Moisés (Deuteronômio 31:9) Livro (Deuteronômio 31:24) Colocada ao lado da arca (Deuteronômio

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO Lei Moral 10:5) É uma lei espiritual (Romanos 7:14)

Lei Cerimonial 31:26) É uma lei carnal (Hebreus 9:10)

PROBLEMAS DESSA ARGUMENTAÇÃO Lei Moral Lei do Senhor (Salmos 19:7)

Lei Cerimonial Lei de Moisés (Neemias 18:1)

1° - As Leis Cerimoniais também são chamadas na Bíblia de “Lei do Senhor”: 2 Crônicas 31: 3 e 4.

Lei Moral Escrita por Deus Tábuas de pedra Colocada dentro da arca

Lei Cerimonial Escrita por Moisés Livro Colocada ao lado da arca

2° - Os 10 mandamentos também estavam registrados no Livro da Lei; portanto, também foram escritos por Moisés e colocados fora da arca: Êxodo 24: 4 e 7; e Deuteronômio 31:26.

Lei Moral É uma lei espiritual

Lei Cerimonial É uma lei carnal

Em relação a esse ponto, é importante atentar para o seguinte comentário do Espírito de Profecia: “A lei cerimonial foi dada por Cristo. Mesmo depois que ela não mais devia ser observada, Paulo apresentou-a aos judeus em sua verdadeira posição e valor, mostrando o seu lugar no plano da redenção e sua relação para com a obra de Cristo; e o grande apóstolo declara gloriosa esta lei, digna de seu divino Originador . O serviço solene do santuário tipificava as grandiosas verdades que seriam reveladas durante gerações sucessivas. A nuvem de incenso que ascendia com as orações de Israel, representa a Sua justiça que unicamente pode tornar aceitável a Deus a oração do pecador; a vítima sangrenta sobre o altar do sacrifício, dava testemunho de um Redentor

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO vindouro; e do santo dos santos resplandecia o sinal visível da presença divina. Assim, através de séculos e séculos de trevas e apostasia, a fé se conservou viva no coração dos homens até chegar o tempo para o advento do Messias prometido.” Patriarcas e Profetas, p. 367. Portanto, tanto para o Espírito de Profecia, quanto para a Bíblia, os rituais do Antigo Testamento são dignos de toda consideração e admiração.

EXISTE ALGUMA DISTINÇÃO ENTRE LEI MORAL E LEI CERIMONIAL? Resposta: EXISTE, mas apenas quanto à natureza dos preceitos e não quanto ao concerto ou contrato. Ambas são parte de um único contrato; não são leis independentes uma da outra, estando juntas num mesmo código. Exemplo: Constituição Federal. A Constituição Federal é a lei máxima do país. Nela estão contidos os princípios e regulamentos que regem as atividades do governo e as relações sociais, políticas e econômicas do Brasil. Todos os que vivem no Brasil devem estar dispostos a se sujeitar a essas regras. Embora a Constituição possua preceitos das mais variadas naturezas, cada um deles não é visto como uma lei independente da outra. Todos as regras estão contidas numa só lei, fazendo parte de um só acordo, um só pacto. O QUE ERA A LEI DE MOISÉS?

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

No Concerto do Sinai, Moisés exerceu a função de mediador entre Deus e o povo de Israel. Ele recebeu todas as ordens de Deus (mandamentos, estatutos e juízos) e as apresentou ao povo.

SE A LEI FOI DADA POR DEUS, POR QUE, ENTÃO, É CHAMADA DE A “LEI DE MOISÉS”? Resposta: Porque se trata da Lei de Deus dada por intermédio de Moisés, como pode ser comprovado pelo seguinte texto: “O resto do povo, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, os servidores do templo e todos os que se tinham separado dos povos de outras terras para a Lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, todos os que tinham saber e entendimento, firmemente aderiram a seus irmãos; seus nobres convieram, numa imprecação e num juramento, de que andariam na Lei de Deus, que foi dada por intermédio de Moisés, servo de Deus, de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do SENHOR, nosso Deus, e os Seus juízos e os Seus estatutos.” Neemias 10: 28 e 29. Nota: a “Lei de Moisés” era constituída de mandamentos, estatutos e juízos .

JESUS E O FIM DO VELHO CONCERTO

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

A Bíblia fala de 2 concertos. Depois que Cristo apresentou as cláusulas do Concerto Eterno, durante Seus 3,5 anos de ministério, e confirmou esse pacto com Seu sangue, o que aconteceu com o Concerto do Sinai? “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é Ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas. Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda. E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, não segundo a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora da terra do Egito; pois eles não continuaram na Minha aliança, e Eu não atentei para eles, diz o Senhor. “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as Minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo ....Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.” Hebreus 8: 6 a 13.

CONCLUSÕES 1 – O Contrato do Sinai foi cancelado. 2 – Se o Contrato do Sinai foi abolido, suas cláusulas também o foram, porque faziam parte daquele contrato. 3 – Se o Concerto do Sinai foi abolido, a Lei de Moisés também o foi, pois ela era a base daquele concerto. Passagens: Romanos 6:14; e 7: 4 e 6; Gálatas 2:19; 3:19; 3:23 a 25; 4: 1 a 7; 5: 2 e 3; e 6:13.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO “Aboliu, na Sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz.” Efésios 2:15. “Ordenanças” = dogmasin (dogmasin) = REGRAS, PRECEITOS OU ORDENS. Intuitivamente, os Adventistas enxergam na palavra “ordenanças” uma referência aos preceitos cerimoniais, como se fossem sinônimos; contudo, não há nenhuma ocorrência, em todo o Novo Testamento, em que esse vocábulo assuma tal significado. Trata-se de uma expressão genérica que na Bíblia não aparece diretamente associada à idéia de preceitos cerimoniais. Estes são os textos em que essa palavra ocorre nas Escrituras: Lucas 2:1; Atos 16:4; Atos 17:7; Efésios 2:15; e Colossenses 2:14

CONCLUSÃO  De acordo com a Bíblia, o Concerto do Sinai foi abolido.  A Lei de Moisés, base desse Concerto, também foi abolida.  Os 10 mandamentos, incluídos na Lei de Moisés, no contexto do Concerto do Sinai, também foram abolidos.

ISSO SIGNIFICA QUE NÃO EXISTE MAIS A BRIGATORIEDADE DE SE GUARDAR OS 10 MANDAMENTOS? Resposta: Não! É claro que ainda se faz necessário observar os 10 mandamentos, mas dentro do Concerto Eterno.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO COMO ENTENDER ISSO? Resposta: Assim como Moisés apresentou as cláusulas do Concerto do Sinai, Jesus, em Seu ministério público, apresentou os princípios do Concerto Eterno.

ONDE ISSO FICA BEM CLARO? Resposta: no sermão da montanha. Algumas regras da Lei de Moisés Cristo REJEITOU. Algumas regras da Lei de Moisés Cristo REPETIU. Algumas regras da Lei de Moisés Cristo AMPLIOU. Esse conjunto de princípios (novos, ampliados e retirados) constitui uma nova Lei, que é chamada nas Escrituras de “Lei de Cristo”. Passagens em que essa idéia aparece: Gálatas 6:2; e 1 Coríntios 7:19. O texto abaixo é extremamente importante, pois nele Paulo está falando de dois sistemas jurídicos diferentes (Lei de Moisés e Lei de Cristo): “Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei.” 1 Coríntios 9: 20 e 21.

E OS 10 MANDAMENTOS?

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Em o Novo Concerto, todos os 10 mandamentos foram repetidos por Jesus, bem como pelos apóstolos. Jesus não só validou a observância dos 10 Mandamentos como também ampliou a aplicação desses princípios. A seguir, há uma relação de textos do Novo Testamento, em que os 10 Mandamentos e seus princípios aparecem confirmados e ampliados.

OS DEZ MANDAMENTOS EM O NOVO TESTAMENTO 1º MANDAMENTO: Mateus 4:10; 6:24; Marcos 12:29; Lucas 4:8; 16:13; João 5:44; 17:3; Atos 10:25 e 26; 12:20-23; 14:8-18; Romanos1:22-25; 1 Coríntios 8:5 e 6; Gálatas 4:8; Efésios 4:4-6. 2º MANDAMENTO: João 4:23 e 24; Atos 15:20 e 29; 17:16-31; 21:25; Romanos 1:22-25; 2:22; 1 Coríntios 5:9-11; 6:9 e 10; 10:7 e 14; 2 Coríntios 6:16; Gálatas 5:19-21; Efésios 5:5; Colossenses 3:5 e 6; 1 Pedro 4:3; Apocalipse 9:20 e 21; 21:8; 22:15. 3º MANDAMENTO: Mateus 6:9; 15:18-20 (?); Marcos 7:20-23 (?); Lucas 11:2; Efésios 4:31 (?); 1 Timóteo 6:1; 2 Timóteo 3:1-5 (?); Tiago 2:7. 4º MANDAMENTO: Mateus 12:1-12; Marcos 2:23-3:4; Lucas 4:16; 6:1-9; 13:10-16; 14:1-5; 23:54-56; João 5:5-18; 7:22 e 23; 9:1-41; Atos 13:14, 27, 42 e 44; 16:13; 17:2; 18:1-4; Apocalipse 1:10. 5º MANDAMENTO: Mateus 15:1-9; 19:18; Marcos 7:1-13; 10:19; Lucas 18:20; Romanos 1:28-32; Efésios 6:1-3; Colossenses 3:20; 1 Timóteo 5:3-16; 2 Timóteo 3:1-5.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO 6º MANDAMENTO: Mateus 5:21 e 22; 15:18-20; 19:18; Marcos 7:20-23; 10:19; Lucas 18:20; João 8:44; Romanos 1:28-32; 13:9; 1 Timóteo 1:8-11; Tiago 2:11; 1 Pedro 4:15 e 16; 1 João 3:11, 12 e 15; Apocalipse 9:20 e 21; 21:8; 22:15. 7º MANDAMENTO: Mateus 5:27, 28, 31 e 32; 15:18-20; 19:3-9 e 18; Marcos 7:20-23; 10:2-12 e 19; Lucas 16:18; 18:20; João 8:1-11; Atos 15:20 e 29; 21:25; Romanos 1:24-27; 2:22; 13:9; 1Coríntios 6:9, 10 e 12-20; 7; 10:8; 2 Coríntios 12:21; Gálatas 5:19-21; Efésios 4:17-19; 5:3-5 e 22-33; Colossenses 3:5, 6, 18 e 19; 1 Tessalonicenses 4:3-7; 1 Timóteo 1:8-11; 3:1-13; 5:3-16; 2 Timóteo 3:17; Tito 1:5-9; 2:1-5; Hebreus 13:4; Tiago 2:11; 1 Pedro 3:1-7; 4:3; 2 Pedro 2:1219; Apocalipse 9:20 e 21; 21:8; 22:15. 8º MANDAMENTO: Mateus 15:18-20; 19:18; Marcos 7:20-23; 10:19; Lucas 18:20; Romanos 2:21; 13:9; 1 Coríntios 5:9-11; 6:9 e 10; Efésios 4:28; Tito 2:9 e 10; 1 Pedro 4:15 e 16; Apocalipse 9:20 e 21. 9º MANDAMENTO: Mateus 5:33-37; 15:18-20; 19:18; Marcos 10:19; Lucas 18:20; João 8:44; Efésios 4:25; Colossenses 3:9 e 10; 1 Timóteo 1:8-11; 3:113; Tiago 5:12; Apocalipse 21:8 e 27; 22:15. 10º MANDAMENTO: Marcos 7:20-23; Romanos 1:28-32; 7:7; 13:9; 2 Coríntios 12:20; Gálatas 5:19-21 e 26; Efésios 5:3-5; 1 Timóteo 3:1-13; 6:3-6 e 10; Tito 1:5-9; 3:1-9; Tiago 3:13-18; 1 Pedro 2:1. (Salmo 19:7)

4º LIÇAO - AS CLÁUSULAS DA NOVA E ETERNA ALIANÇA Todo a compreensão do assunto da Lei se torna mais fácil se o leitor entender

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO e aceitar o fato de que um CONCERTO é um CONTRATO.

[Gráfico do Concerto do Sinai.] [Gráfico do Concerto Eterno.] Nessa visão, o que é, então, a Lei? Resposta: a Lei é o conjunto de regras do acordo, é o TERMO DO CONTRATO. Ela contém as cláusulas do contrato. Só há sentido em se falar de Lei dentro de um acordo, pois a Lei agrupa as regras do contrato; e a própria Lei é um elemento do contrato.

 HEBREUS 9:1 Os “preceitos de serviço sagrado”, que estão dentro da Lei, e o santuário, aparecem nesse texto como elementos do acordo.

 HEBREUS 8:6-13 Esse texto deixa bem claro que o Concerto do Sinai (a Primeira ou Antiga Aliança) foi abolido. Portanto, os elementos que o compunham também o foram. Isso quer dizer que a Lei de Moisés e o Santuário terrestre foram abolidos. Quando isso é dito com relação ao Santuário, não há nenhuma estranheza no meio adventista. Mas, quando o mesmo se diz com respeito à Lei de Moisés, a reação é negativa, quando não deveria ser. É lógico e evidente que os cristãos, incluindo os adventistas do sétimo dia, não estão debaixo da Lei de Moisés. Doutra sorte, certas regras ainda estariam em vigor. Exemplos:

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO -

Êxodo 21:1-11 e Deuteronômio 15:12-18 (leis sobre os escravos).

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Deuteronômio 15:1 a 6 (lei sobre o ano da remissão).

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Deuteronômio 24:1-4 (lei sobre o divórcio).

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Deuteronômio 25:5-12 (lei do levirato).

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Números 18:21-32 (lei do segundo dízimo).

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Levítico 11:39 e 40 (certas regras sanitárias).

Cristo, os apóstolos e os primeiros cristãos foram perseguidos porque os judeus perceberam muito bem que sua mensagem levaria ao fim do sistema judaico (a Lei de Moisés e o Santuário terrestre). Ver Atos 6:13 e 14. A menção a falsas testemunhas não desqualifica a idéia. Ver Mateus 26:60 e 61; e João 2:19.  NÃO HÁ NECESSIDADE DE DESPENDER TEMPO DEFENDENDO O INDEFENSÁVEL, DIZENDO QUE A LEI DE MOISÉS NÃO FOI ABOLIDA. ELA REALMENTE FOI ABOLIDA!

Hebreus 10:5-9; e 7:18 e 19. EFÉSIOS 2:15 O texto de Efésios 2:15 não deixa nenhuma dúvida sobre o assunto, pois declara abertamente que a Lei do Concerto do Sinai foi desfeita ou abolida.  ISSO QUER DIZER QUE ESTAMOS SEM LEI???

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO Resposta: De forma alguma. Para “fortalecer” ou confirmar a Nova e Eterna Aliança, Cristo tomou a Lei de Moisés e a reformou, [1] descartando alguns preceitos, para estabelecer, em seu lugar, outros melhores (ex.: Mateus 5:3842); [2] repetindo alguns outros, pois já eram adequados (Mateus 22:34-40); e [3] ampliando outros tantos, para revelar toda a profundidade da vontade divina (Mateus 5:21 e 22). Essa Lei, reformulada, melhorada, completada, é, agora, a Lei de Cristo – a Lei da Nova e Eterna Aliança. O que Jesus fez com a Lei do antigo sistema? Ele a revogou. Aquele desenvolvimento anterior foi desfeito.

O que Jesus fez ao mesmo tempo? Introduziu uma Lei (conjunto de regras de um acordo) muito mais profunda, muito mais ampla, que reflete melhor o caráter de Deus. É nesse sentido que devem ser entendidas as passagens que falam da abolição da Lei. Ela foi revogada naquela maneira como se apresentava, dentro daquele concerto; mas isso não quer dizer que o Novo Concerto não possua Lei. Paulo escreveu: “Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei.” 1 Coríntios 9: 20 e 21. Um bom exemplo para o entendimento do assunto está na análise da ordem constitucional do Brasil. Quando em 1.988, foi promulgada a nova Constituição, a anterior (de 1.967) foi completamente revogada. Todavia, muitas das regras existentes

na

Constituição

de

1.967

foram

reaproveitadas

na

nova

Constituição. A rigor, verificam-se 4 situações: (1) algumas das regras existentes na Constituição de 1.967 reapareceram na Constituição de 1.988; (2) outros tantos preceitos daquela anterior Constituição foram melhorados e

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO também aparecem na Carta de 1.988;

(3) muitos dos comandos da

Constituição de 1.967 não aparecem na nova Constituição; e, por fim, (4) a Constituição de 1.988 traz um conjunto de novas regras, até então inexistentes. O mesmo se dá com a Lei de Moisés e com a Lei de Cristo: (1) muitas das regras da Lei de Moisés reaparecem na Lei de Cristo; (2) outros tantos preceitos foram aperfeiçoados e também incorporados na Lei da Nova Aliança; (3) existem, no entanto, dispositivos da Lei de Moisés que não vigoram mais em o Novo Concerto; e (4) também mandamentos novos que não existiam no Antigo Pacto. Diante dessas colocações, importa responder a algumas perguntas relevantes: certas práticas defendidas pelos adventistas do sétimo dia constituem realmente cláusulas da Nova e Eterna Aliança ou estavam restritas apenas ao Concerto do Sinai? Chama-se a atenção especialmente para a santificação do Sábado, a abstinência de carnes imundas e o sistema dos dízimos e das ofertas. Pertencem tais preceitos ao Concerto Eterno de Deus?

 A OBSERVÂNCIA DO SÁBADO. Em favor da permanente vigência do Sábado, podem ser listadas as seguintes evidências: 1. Nenhum teólogo católico ou protestante ortodoxo jamais contestou a vigência do matrimônio no período neotestamentário, a despeito de ter sido ele incluído no Concerto do Sinai, que segundo crêem – acertadamente, como está sendo comprovado – já chegou ao fim. Isso porque a instituição do casamento remonta ao Éden, quando o Antigo Concerto ainda não tinha sido formulado e quando Moisés ou qualquer judeu sequer existiam (Genesis 2:24). Quando questionado sobre a divórcio, Jesus revelou seu caráter provisório e circunstancial, ao passo que reafirmou a instituição do casamento como dada

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO originalmente (Mateus 19:3-8). Ele direcionou a mente de seus interlocutores para o princípio, quando o pecado ainda não havia entrado no mundo. Ali, deveriam eles buscar um padrão melhor para seguir. Um dos objetivos da Nova e Eterna Aliança é restabelecer o homem em sua condição inicial. Assim, se o cristão deseja saber a vontade do Criador para sua vida, deve volver o olhar para a situação do mundo antes do pecado. Gênesis 2:2 e 3 fala da instituição do Sábado, o qual foi abençoado e santificado por Deus. O termo “santificar” significa “separar para um fim sagrado”. Portanto, desde a semana da Criação, o Sábado foi posto à parte como um dia especial, destinado ao descanso físico do homem e ao seu refrigério espiritual. Isso muito tempo antes que houvesse qualquer judeu. Na verdade, Jesus mesmo esclareceu que o “Sábado foi estabelecido por causa do homem” (Marcos 2:27), isto é, não somente do judeu, mas de todo homem. Esse texto de Marcos também possui particular relevância porque demonstra a falácia do argumento que procura retirar de Genesis 2:2 e 3 o status de um mandamento, relegando-o a uma simples descrição da inatividade do Criador após os seis primeiros dias. Jesus viu em Gênesis 2:2 e 3 um verdadeiro preceito de Deus para a humanidade. Mas, a importância desses versos não para por aí. Eles também refutam a tese de que Deus abençoou um “Sábado” (descanso), podendo este ser desfrutado em qualquer dia. Gênesis 2:2 e 3 revelam que a benção de Deus foi outorgada especificamente ao sétimo dia; portanto, apenas quando o descanso semanal é exercido no dia certo vem acompanhado da aprovação divina. Ainda tratando da comparação da instituição do Sábado com a do casamento, é necessário dizer que o argumento de que o Sábado era apenas um símbolo do descanso na graça, como ensina Hebreus 4, também esbarra em sérias dificuldades, já que o Novo Testamento também vislumbra no matrimônio um

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO símbolo da união de Cristo com Sua Igreja (Efésios 5:31 e 32). Nenhum teólogo conhecido, todavia, jamais lançou mão de semelhante expediente para anular a vigência do casamento! Por que fazê-lo, então, com o Sábado? 2. Afora Gênesis 2:2 e 3, talvez um dos mais fortes argumentos em prol da perpetuidade do descanso do sétimo dia seja o texto de Isaías 56, que trata de uma profecia acerca do ajuntamento dos gentios ao povo de Deus. O verso 8 fala especificamente desse assunto. “Os que já se acham reunidos” são os judeus; os “outros” representam os estrangeiros ou gentios. De acordo com Efésios 2:11-22 (ver especialmente os versos 11-13), os gentios foram aproximados pelo sangue de Cristo. Dessa observação, conclui-se que a “aliança” a que Isaías 56 faz referência é o Concerto Eterno de Deus. Como requisito para que os gentios (não-judeus) integrem o povo eleito, abraçando a Aliança, exige-se que guardem o Sábado, o que demonstra sem sombra de dúvidas que o descanso do sétimo dia preserva sua perfeita vigência, não somente para os judeus mas também para o gentios. 3. Os textos dos Evangelhos em que Jesus aparece confrontando os líderes judaicos com respeito à maneira da observância do sétimo dia também reforça o parecer de que o mandamento conserva sua obrigatoriedade. Ora, que sentido faria discutir o modo do descanso do dia se tal instituição não existisse ou estivesse prestes a ser revogada? Que sentido faria a pergunta de Jesus sobre se era licitar “salvar a vida ou deixá-la perecer” (Lucas 6:9) caso fosse Seu intuito acabar o dia de guarda semanal? Em Mateus 12, após indagar dos judeus se eles não tirariam uma ovelha do poço caso esta viesse a cair ali em dia de Sábado, Cristo faz a injunção: “Logo, é licito fazer bem aos Sábados.” (Mateus 12:12). Nesse contexto, “fazer o bem” significa um ato de misericórdia destinado a salvar a vida de uma criatura ou aliviar-lhe o grande sofrimento numa situação de urgência. Quando Jesus afirma que tal ato de extrema necessidade é licito aos Sábados, logicamente deixa subentendido que outras atividades laborativas não são lícitas. Do contrário, sua declaração ficaria sem sentido.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Também ao dizer que “o Filho do homem até do Sábado é Senhor” (Mateus 12:8; Marcos 12:28; e Lucas 6:5), Jesus não esta fazendo nada mais do que reafirmar o caráter sagrado desse dia. Suas palavras significam que até do Sábado, um dia tão importante, que aparece no coração dos 10 mandamentos, Ele é o Senhor, isto é, o dono. 4. O Novo Testamento testifica claramente da reverência com o Sábado era tido por Jesus, por Maria e pelos apóstolos. Era costume de Jesus ir todos os sábados à sinagoga (Lucas 4:16). Maria e outras mulheres piedosas demonstraram sua fidelidade ao mandamento divino, repousando no Sábado, logo após a morte de Jesus (Lucas 23:56). E os apóstolos são descritos freqüentando a sinagoga aos sábados (Atos 13:14, 42 e 44; 16:13; 17:2; e 18:1-4). Alguns poderiam alegar que os apóstolos se dirigiam à sinagoga, aos sábados, não porque tivessem qualquer respeito por esse dia, mas porque queriam pregar o Evangelho aos judeus. Todavia, Atos 16:13 demonstra que, mesmo em cidades onde não havia sinagoga, os apóstolos não se dedicavam a atividades corriqueiras em dia de Sábado, pois o texto informa que eles se retiraram para junto do rio, onde lhes pareceu haver lugar de oração. Outra passagem importante é a de Atos 18:1-4, que descreve a estada de Paulo em Corinto. Durante todo o período em que ficou naquela cidade (um ano e meio, conforme Atos 18:11), Paulo trabalhou fabricando tentas, porém os sábados ele dedicava para a religião. 5. Finalmente, Apocalipse 1:10 arremata a argumentação aqui desenvolvida confirmando a vigência do repouso sabático. O “dia do Senhor” a que João faz alusão tem sido interpretado pelo menos de 3 formas diferentes, mas apenas a posição sabatista é consistente. Alguns vêem nele [1] o dia do Juízo Final; outros o enxergam como [2] uma referência ao Domingo; e os adventistas e outros grupos guardadores do Sábado defendem que [3] João esteja falando

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO do sétimo dia. Embora a expressão “dia do Senhor” seja utilizada noutros lugares para se referir ao dia do fim do atual sistema de coisas, no contexto de Apocalipse 1:9 e 10 fica evidente que não pode ser entendido dessa forma, pois João está situando o leitor quanto as circunstâncias em que ele recebeu a visão (lugar: “ilha chamada Patmos” ; motivo de estar ali: “por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus”; e tempo: “dia do Senhor”). Destarte, o “dia do Senhor” de Apocalipse 1:10 é o dia em que João teve a visão e não o dia para o qual ele foi levado. O “dia do Senhor” também não pode se referir ao Domingo pois não há nenhuma ocorrência nas Escrituras em que o primeiro dia da semana seja assim qualificado. Como todo adventista sabe, a guarda do Domingo é obra da ponta pequena, que cuidaria em “mudar os tempos e Lei” (Daniel 7:25). Não poucas vezes, João faz alusão ao livro de Isaías ou mesmo citações diretas dele (ver João 6:45; 10:34; 12:38; 6:10; Apocalipse 1:17; 3:7 e 9; 4:8; 5:5 e 6; 6:12-15; 7:16 e 17; 8:10 e 12; 11:8; 12:5; 14:8, 10, 11 e 20; 15:8; 16:12 e 19; 18:2, 4, 9 e 10; 19:3; 19:15; 21:1, 2, 4, 6, 18-21, 23, 25-27; 22:5, 12, 13, 16 e 17). Utilizando uma boa Bíblia de referências, todas as passagens indicadas de Isaías nesses versos podem ser encontradas. Isso demonstra que João conhecia bem os escritos de Isaías e o empregava com frequência em seus próprios textos. Pois bem, em Isaías 58:13, o Sábado é chamado de “dia do Senhor”, a mesma expressão que é encontrada em Apocalipse 1:10. Há, portanto, forte embasamento bíblico para a posição que vê nas palavras de João uma alusão ao sétimo dia. E se é assim, tal dia ainda era considerado sagrado pelos cristãos cerca de 65 anos após a morte de Jesus.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO  REGRAS DE ALIMENTAÇÃO. 1. O Uso do Sangue. Não há dúvida de que o consumo de sangue era taxativamente proibido durante a vigência do Antigo Concerto, eis que o Pentateuco está repleto de passagens nesse sentido: Levítico 7:26 e 27; 17:10-14; 19:26; Deuteronômio 12:16 e 23; e 15:23. Por isso, antes de ser preparada como alimento, fazia-se necessário que a carne fosse devidamente sangrada. A carne que é hoje vendida nos açougues não atende aos padrões bíblicos quanto ao rigor da sangria. Ver Atos dos Apóstolos, p. 191. Seria essa proibição válida também para os cristãos? Sim, pelas seguintes evidências: a. A proibição do consumo de sangue remonta a Noé. Logo após o dilúvio, quando foi liberado o uso da carne, disse Deus àquele patriarca: “Tudo o que se move, e vive, ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verdade, tudo vos dou agora. Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.” Genesis 9:3 e 4. Essa recomendação é anterior ao Concerto do Sinai, daí não se restringir apenas àquele concerto. O pacto firmado com Adão, Abraão, Isaque, Jacó e também com Noé é a Aliança da Graça, o Concerto Eterno de Deus. Portanto, antes de ser incorporado à Aliança do Sinai, tal estatuto já pertencia ao Concerto Eterno. b. A vedação ao uso do sangue foi reafirmada no Primeiro Concílio de Jerusalém. Naquela reunião, ficou decidido que a prática da circuncisão não seria obrigatória para os cristãos oriundos do Paganismo; todavia, dentre outras coisas, os cristãos não-judeus deveriam se abster do sangue. Ver Atos 15:20 e 29; e 21:25. Assim, por decisão do Concílio, com o respaldo e

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO sob a direção do Espírito Santo (Atos 15:28), essa regra é completamente extensiva aos cristãos. Obs.: Muitos cristãos não se dão conta de que, ao consumir as carnes que são vendidas nos açougues dos dias atuais, estão violando esse estatuto da Nova e Eterna Aliança, já que tais carnes (de um modo geral) não são devidamente sangradas. 2. O Uso das Carnes Imundas. À semelhança do sangue, não há nenhuma dúvida de que o consumo das carnes ditas “imundas” era proibido sob o Antigo Concerto. Ver Levítico 11:2-31 e 41-47; e Deuteronômio 14:3-21. Mas, seria essa cláusula extensiva também ao Novo Concerto? Sim, pelas seguintes linhas de evidências: a. A distinção entre carnes puras e impuras remonta ao dilúvio. Quando Deus ordenou a Noé que agrupasse na arca todas as espécies de animais, assim Se expressou: “De todo animal limpo levarás contigo sete pares: o macho e sua fêmea; mas dos animais imundos, um par: o macho e sua fêmea.” Gênesis 7:2. Ver também Gênesis 9:8 e 9. Logo após o dilúvio, quando Deus autorizou o consumo de carne, é obvio que Noé não poderia ter se alimentado dos animais imundos (pelo menos não imediatamente!), pois, se assim tivesse procedido, essas espécies teriam desaparecido da face da Terra, já que apenas um par de cada espécie de animais imundos foi preservado. Antevendo a necessidade, tanto para o consumo humano como para a oferta de sacrifícios, determinou Deus que 7 pares de animais limpos fossem introduzidos na arca, ao passo que dos animais imundos apenas um casal. Assim, fica claro que a distinção entre animais próprios e impróprios para a alimentação é anterior ao Concerto do Sinai, constituindo uma regra do Concerto Eterno.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO b. O Novo Testamento fornece evidências da vigência desse estatuto. Quando os 2 homens gesarenos/gadarenos foram libertos da opressão maligna, os espíritos imundos, com a permissão de Cristo, tomaram posse de uma manada de porcos, fazendo com que ela se precipitasse ao mar. Ver Mateus 8:2834; Marcos 5:1-20; e Lucas 8:26-39. c. Em uma de Suas parábolas (Mateus 13:47-50), Jesus reconheceu a distinção entre espécies de peixes puras e impuras (“peixes de toda espécie”; “os bons para os cestos, e os ruins deitam fora”). d. Falando da Babilônia mística, João profetizou que ela “se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável” (Apocalipse 18:2). Essa é uma alusão inequívoca à distinção entre animais puros e impuros. e. Alguns poderiam argumentar que as evidências das letras “b”, “c” e “d” não se prestam a demonstrar que a proibição do consumo de carnes imundas ainda estaria em vigência sob o Novo Concerto, já que a informação da letra “c” se refere a uma parábola e a da letra “d”, a uma afirmação profética. Poderiam objetar também que as passagens indicadas na letra “b” não fazem nenhum juízo de valor quanto à escolha que os demônios fizeram de entrar nos porcos; em outras palavras, o texto bíblico não diz explicitamente que os demônios entraram naquela manada porque era constituída de animais imundos. Ocorre, todavia, que tais informações não deveriam ser analisadas isoladamente, mas no seu conjunto. Conforme ficou demonstrado, a distinção entre animais puros e impuros antecede ao Sinai em vários séculos. Jesus, em uma parábola, fez alusão a peixes bons e a peixes ruins para o consumo. Para falar da queda da Babilônia espiritual, Apocalipse se refere a aves imundas e detestáveis. Ora, que sentido teria o uso de tal simbologia, se as aves imundas não fossem mais consideradas “imundas”? Por fim, a escolha dos demônios pelos porcos, no incidente de Jesus com os gesarenos/gadarenos, pertence a esse mesmo

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO contexto geral. Resumindo, o Novo Testamento testifica da vigência da proibição do consumo de carnes impuras. f. Para demonstrar cabalmente que a distinção entre animais puros e impuros permanece no período do Novo Testamento, basta que se preste um pouco mais de atenção à experiência de Pedro registrada em Atos 10. Em visão celestial, Pedro contemplou um lençol descendo do céu contendo toda sorte de animais impróprios para o consumo. Deus ordenou, então, que ele matasse aqueles animais e comesse de sua carne. Mas, Pedro replicou: “De modo nenhum, Senhor, porque jamais comi cousa alguma comum e imunda.” Atos 10:14. O que merece destaque aqui é que mesmo após os 3 anos e meio de ministério de Cristo e mesmo depois da descida do Espírito Santo (que, segundo a promessa de Jesus, teria a missão de conduzir os discípulos a toda a verdade, conforme João 16:13), Pedro declara enfaticamente que jamais havia comido coisa comum ou imunda! Portanto, para Pedro, assim como para João, os ensinos de Cristo não abonavam o fim da distinção entre as carnes puras e impuras. Embora a voz dissesse que “ao que Deus purificou” o homem não deveria considerar comum ou imundo (Atos 10:15), posteriormente Pedro entendeu e explicou que isso se aplicava, não ao consumo das carnes imundas, mas ao contato com os gentios. Ver Atos 10:28; 11:1-18; e 15:7-9. A mensagem do Evangelho não deveria ficar confinada apenas aos judeus, pois era destinada também aos gentios. Somando todas essas evidencias, aos princípios apresentados em Romanos 12:1; 1 Coríntios 3:16 e 17; 6:19 e 20; e 10:31, fica claro que o cuidado do cristão com sua saúde é um principio da mais elevada importância sob a Nova Aliança. Paulo afirma que se alguém destruir seu corpo, que é o Templo do Espírito Santo, Deus mesmo o destruirá. E o cristão verdadeiro é convidado a glorificar a Deus através de seu corpo.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO É necessário esclarecer, todavia, que nem o livro de Gênesis nem os escritos neotestamentários trazem uma lista das carnes impuras, pois isso seria dispensável, vez que tal relação já consta de Levítico 11 e Deuteronômio 14. Esses capítulos devem, portanto, ser utilizados para que se saiba fazer a distinção entre as carnes puras e impuras, mas seu valor é apenas subsidiário. Em outras palavras, do ponto de vista técnico-jurídico, a proibição atual não se baseia em Levítico 11 e Deuteronômio 14, mas em outros textos; mesmo assim, tais capítulos são empregados para que se possa definir claramente quais são os animais puros e quais são os animais impuros. Mas, o tema da Reforma de Saúde como cláusula do Novo Concerto não se restringe à distinção entre carnes puras e impuras. Jesus não chegou a expor toda a luz da verdade aos Seus discípulos, de forma que novas regras poderiam ser acrescentadas futuramente. Ver João 16:12 e 13. Mais recentemente, pelo ministério de Ellen G. White, os servos de Deus foram convidados a adotar o vegetarianismo pleno. Para os que recebem essa luz específica, a abstinência de todo tipo de carne se constitui uma cláusula da Aliança. A luz de Deus nunca é facultativa! Pelas novas verdades que são outorgadas ao Seu povo, Deus tem o interesse de conceder bênçãos especiais; mas essas bênçãos são também acompanhadas de exigências – a exigência da adequação à luz recebida. Ver João 3:19; 9:41; 15:22 e 24; Atos 17:30; e Tiago 4:17. 3. O Dízimo. São evidências da ordenança do dízimo em o Novo Testamento: a. As referências ao dízimo em Gênesis 14:18-20, no encontro de Abraão com Melquisedeque, e em Gênesis 28:22, na experiência de Jacó em Betel. Embora essas citações não apresentem um mandamento quanto ao dízimo no período

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO patriarcal (anterior ao Sinai), ao menos revelam que a noção de dízimo já existia naqueles primitivos dias. O primeiro dos 2 casos é particularmente importante, pois Melquisedeque era um tipo de Cristo. A Bíblia diz que Melquisedeque, cujo nome significa “rei de justiça”, que além de rei de “Salém”, termo que significa “paz” (Hebreus 7:2), era também sacerdote do Deus Altíssimo, ofereceu “pão e vinho” a Abraão, os mesmos artigos que posteriormente Jesus empregou para significar Seu corpo e Seu sangue (Mateus 27:27-28). A Melquisedeque Abraão pagou o dízimo, o que remete para a letra b. c. O comentário de Hebreus 7:4-8 testifica da vigência do mandamento do dízimo: “Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo, tirado dos melhores despojos. Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio, têm mandamento de recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo, ou seja, dos seus irmãos, embora tenham esses descendido de Abraão; entretanto, aquele cuja genealogia não se inclui entre eles, recebeu dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas. Evidentemente, é fora de qualquer dúvida, que o inferior é abençoado pelo superior. Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, Aquele de Quem se testifica que vive.” O autor de Hebreus passa rapidamente do tipo (Melquisedeque) para o antítipo (Cristo) e deixa claro isso pela injunção “de Quem se testifica que vive” no final do verso 8. Assim, Hebreus revela que Jesus, como Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, também recebe dízimos; Ele o faz na pessoa de Seus ajudantes (ministros), como está explicado na letra d. c. Na função de Novo Moisés, Jesus aprovou a prática do dízimo e testificou de sua importância. Ver Mateus 23:23. Na leitura dessa passagem, é importante lembrar que os comentários e discursos de Jesus não eram meras palavras ociosas, mas ensinamentos do Novo Concerto.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO d. Por fim, falando sobre o sustento do ministério evangélico, Paulo faz nítida comparação entre o sistema do Antigo Testamento e o sistema do Novo Concerto, indicando que os pregadores da nova Aliança deveriam ser sustentados assim como o foram os levitas e os sacerdotes. Ver 1 Coríntios 9:13 e 14.

5ª LIÇÃO - A IMPERFEIÇÃO DO VELHO CONCERTO E A CONFIRMAÇÃO DO NOVO TEXTO BASE: HEBREUS 8: 6 A 13 “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é Ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas. Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda. E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, não segundo a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora da terra do Egito; pois eles não continuaram na Minha aliança, e Eu não atentei para eles, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as Minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo. E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos Me conhecerão, desde o menor deles até ao maior. Pois, para com as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais Me lembrarei. Quando Ele diz

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.”

SE A ALIANÇA DO SINAI FOI PROPOSTA POR DEUS, COMO PODERIA ELA SER DEFEITUOSA OU IMPERFEITA? EM QUE SENTIDO A ALIANÇA DO SINAI ERA IMPERFEITA? Há um longo registro no livro Patriarcas e Profetas, pp. 370 a 372, de grande utilidade para o devido entendimento da relação entre os concertos: “O concerto da graça foi feito primeiramente com o homem no Éden, quando, depois da queda, foi feita uma promessa divina de que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente. A todos os homens este concerto oferecia (1) perdão, e a (2) graça auxiliadora de Deus para a futura obediência mediante a fé em Cristo. Prometia-lhes também vida eterna sob condição de fidelidade para com a lei de Deus. Assim receberam os patriarcas a esperança da salvação. “Este mesmo concerto foi renovado a Abraão, na promessa: ‘Em tua semente serão benditas todas as nações da Terra.’ Gên. 22:18. Esta promessa apontava para Cristo. Assim Abraão a compreendeu (Gál. 3:8 e 16), e confiou em Cristo para o perdão dos pecados. Foi esta fé que lhe foi atribuída como justiça. O concerto com Abraão mantinha também a autoridade da lei de Deus. O Senhor apareceu a Abraão e disse: ‘Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em Minha presença e sê perfeito.’ Gên. 17:1. O testemunho de Deus concernente a Seu fiel servo foi: ‘Abraão obedeceu à Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus preceitos, os Meus estatutos, e as Minhas leis.’ Gên. 26:5. E o Senhor lhe declarou: ‘Estabelecerei o Meu concerto entre Mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus, e à tua semente depois de ti.’ Gên. 17:7. Se bem que este concerto houvesse sido feito com Adão e renovado a Abraão, não poderia

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO ser ratificado antes da morte de Cristo. Existira pela promessa de Deus desde que se fez a primeira indicação de redenção; fora aceito pela fé; contudo, ao ser ratificado por Cristo, é chamado um novo concerto. A lei de Deus foi a base deste concerto, que era simplesmente uma disposição destinada a levar os homens de novo à harmonia com a vontade divina, colocando-os onde poderiam obedecer à lei de Deus. “Outro pacto, chamado nas Escrituras o ‘velho’ concerto, foi formado entre Deus e Israel no Sinai, e foi então ratificado pelo sangue de um sacrifício. O concerto abraâmico foi ratificado pelo sangue de Cristo, e é chamado o ‘segundo’, ou o ‘novo’ concerto, porque o sangue pelo qual foi selado foi vertido depois do sangue do primeiro concerto. Que o novo concerto era válido nos dias de Abraão, evidencia-se do fato de que foi então confirmado tanto pela promessa como pelo juramento de Deus, ‘duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta’ Heb. 6:18.

[Esta figura visa a ilustrar as informações que foram apresentadas nos parágrafos anteriores.] “Mas, se o concerto abraâmico continha a promessa da redenção, por que se formou outro concerto no Sinai? - (1) Em seu cativeiro, o povo em grande parte perdera o conhecimento de Deus e os princípios do concerto abraâmico. Libertando-os do Egito, Deus procurou revelar-lhes Seu poder e misericórdia, a fim de que fossem levados a amá-Lo e confiar nEle. Trouxe-os ao Mar Vermelho - onde, perseguidos pelos egípcios, parecia impossível

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO escaparem - a fim de que se compenetrassem de seu completo desamparo, e da necessidade de auxílio divino; e então lhes operou o livramento. Assim eles se encheram de amor e gratidão para com Deus, e de confiança em Seu poder para os ajudar. Ele os ligara a Si na qualidade de seu Libertador do cativeiro temporal. “Havia, porém, uma verdade ainda maior a ser-lhes gravada na mente. (2) Vivendo em meio de idolatria e corrupção, não tinham uma concepção verdadeira da santidade de Deus, da excessiva pecaminosidade de seu próprio coração, de sua completa incapacidade para, por si mesmos, prestar obediência à lei de Deus, e de sua necessidade de um Salvador. Tudo isto deveria ser-lhes ensinado. “Deus os levou ao Sinai; manifestou Sua glória; deu-lhes Sua lei, com promessa de grandes bênçãos sob condição de obediência: ‘Se diligentemente ouvirdes a Minha voz, e guardardes o Meu concerto, então... Me sereis um reino sacerdotal e o povo santo.’ Êxo. 19:5 e 6. O povo não compreendia a pecaminosidade de seus corações, e que sem Cristo lhes era impossível guardar a lei de Deus; e prontamente entraram em concerto com Deus. Entendendo que eram capazes de estabelecer sua própria justiça, declararam: ‘Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos.’ Êxo. 24:7. Haviam testemunhado a proclamação da lei, com terrível majestade, e tremeram aterrorizados diante do monte; e no entanto apenas algumas semanas se passaram antes que violassem seu concerto com Deus e se curvassem para adorar uma imagem esculpida. Não poderiam esperar o favor de Deus mediante um concerto que tinham violado; e agora, vendo sua índole pecaminosa e necessidade de perdão, foram levados a sentir que necessitavam do Salvador revelado no concerto abraâmico e prefigurado nas ofertas sacrificais. Agora, pela fé e amor, uniram-se a Deus como seu Libertador do cativeiro do pecado. Estavam então, preparados para apreciar as bênçãos do novo concerto.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO “As condições do ‘velho concerto’ eram: Obedece e vive – ‘cumprindo-os [estatutos e juízos] o homem, viverá por eles" (Ezeq. 20:11; Lev. 18:5); mas "maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei’. Deut. 27:26. O ‘novo concerto’ foi estabelecido com melhores promessas: promessas do (1) perdão dos pecados, e da (2) graça de Deus para renovar o coração, e levá-lo à harmonia com os princípios da lei de Deus. ‘Este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a Minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração. ... Porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais Me lembrarei dos seus pecados.’ Jer. 31:33 e 34.”

AMPLIANDO A COMPREENSÃO 1. No Egito, o povo perdeu, em parte, o senso do pecado e da justiça. 2. Os israelitas perderam o senso da santidade de Deus, rebaixando-O ao nível dos deuses do Egito e da sua própria vida desregrada. 3. Eles não viam tanta diferença entre si mesmos e Deus. 4. Eles não percebiam sua pecaminosidade e sua necessidade de salvação da culpa e do poder do pecado. Como tinham rebaixado a norma da justiça, não sentiam a necessidade de um Salvador. 5. Na concepção dos israelitas, embora Adão houvesse pecado, eles mesmos não tinham transgredido norma alguma. Eles pensavam que não eram transgressores de nenhuma lei.

QUAL FOI A MEDIDA TOMADA POR DEUS?

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO Deus procurou lhes mostrar que a norma de santidade por Ele requerida estava muito além do padrão humano; que os seres humanos eram fracos para desenvolver a vida de santidade exigida pelo Céu; e que eles mesmos já eram transgressores de Sua Lei.

QUAL FOI A ESTRATÉGIA ADOTADA POR DEUS? 1. Moisés apresentou as regras do concerto para o povo. 2. Não percebendo como era elevada a norma que Deus estava propondo, o povo prometeu fazer tudo o que Moisés havia dito. 3. Poucas semanas depois, eles transgrediram as regras com as quais haviam concordado, no episódio do Bezerro de Ouro.

ENTENDENDO MELHOR A ESTRATÉGIA DE DEUS O acordo que Deus fez com os israelitas era semelhante ao que fora firmado feito com Adão: obedece = vive ou desobedece = morre. Mas Deus já sabia que eles, por si mesmos, eram incapazes de cumpri-lo. No Concerto do Sinai, não havia a promessa do perdão e do poder para a transformação do caráter. Esse acordo era semelhante ao que fora feito com Adão antes da queda, apenas com uma diferença: Adão desfrutava de condições e força moral para, por si mesmo, obedecer a Deus. Nisso reside a imperfeição do Concerto do Sinai, mencionada na carta aos Hebreus: o velho concerto não oferecia condições de restauração (perdão e transformação do caráter). Para corresponder às exigências desse concerto,

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO seria necessário que os pactuantes humanos já estivessem aptos para obedecer. Os israelitas já haviam anulado a Aliança do Sinai; portanto, mereciam morrer. Para não serem destruídos, precisaram recorrer ao Concerto da Graça, firmado anteriormente com Abraão, Isaque e Jacó, o qual provia um Salvador, bem como o poder para restauração do caráter.

NO QUE O CONCERTO ETERNO ERA DIFERENTE DO CONCERTO DO SINAI? No Concerto Eterno, também existe a regra obedece=vive/desobedece=morre”; contudo, ele provê o perdão dos pecados passados, mediante o castigo desses mesmos pecados em Cristo, e o poder para viver uma vida sem pecado, satisfazendo à exigência de obediência do concerto. Esse concerto que, na época do Sinai, só existia pela promessa de Deus, foi confirmado por Jesus. “Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares.” Daniel 9:27. “...porque isto é o Meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” Mateus 26:28. “Digo, pois, que Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos nossos pais.” Romanos 15: 8. Confirmar as promessas eqüivale a confirmar o concerto. Ver Isaías 55:3; e Lucas 1:72 e 73.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO CONCLUSÃO  O Concerto do Sinai era temporário e foi abolido por completo, com todos os seus mandamentos estatutos e juízos.  O Concerto do Sinai era imperfeito porque não proporcionava os meios necessários para a salvação do ser humano, já que não provia, por si mesmo, o perdão dos pecados passados e a força divina para ajudar o homem a obedecer.  Deus fez esse acordo de forma proposital, para levar o povo de Israel a apreciar as benções do concerto que o Messias firmaria com Seu sangue.  O Concerto da Graça, com todas as suas bênçãos, já existia pela promessa de Deus, sendo chamado de “novo” apenas pelo fato de que o sangue que o confirmou foi vertido depois da celebração do Concerto do Sinai.  O Concerto da Graça possui em si mesmo todos os elementos necessários para a restauração completa do homem (perdão dos pecados e poder para obedecer).

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

6º Lição - GRAÇA, PERDÃO E JUSTIFICAÇÃO  SITUAÇÃO EMBARAÇOSA DOS ADVENTISTAS: Defendem ao máximo a Lei de Moisés, esforçando-se por demonstrar que ela não foi abolida, porém, amenizam-na invocando a graça de Deus. Exemplo: se um adventista não esclarecido pelo tema dos concertos for perguntado se a Lei de Moisés foi abolida, ele dirá que “não”. Mas, logo depois, sendo questionado se é correto manter escravos ou se é necessário tomar a mulher do irmão falecido para lhe gerar posteridade, o mesmo adventista dirá que “não, pois Cristo revogou essas regras”. E, se for interrogado sobre se está em harmonia com o quarto mandamento tomar ônibus aos sábados ou chegar em casa na Sexta-feira depois do pôr-do-sol, por causa da distância do local do serviço, o adventista explicará que não precisamos seguir tudo ao pé da letra como os judeus, que a graça de Cristo cobre os nossos pecados, que Deus ama a misericórdia. Tudo isso está errado!

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

DIÁLOGO INTERESSANTE Não-Adventista: Não sei como vocês não enxergam! É claro que Lei foi abolida! Já que ninguém conseguia guardar a Lei mesmo, Deus preferiu abolila! Cristo nos libertou da Lei! Estamos livres, LIVRES! Adventista: De forma alguma! A Lei não foi abolida! A Lei é eterna... não pode ser abolida! Cristo disse que não veio revogar a Lei. Não-Adventista: Então quer dizer que você está debaixo da Lei? Por que então você não faz os sacrifícios de animais também? E por que você não guarda as outras festas judaicas, como a Páscoa, o Pentecostes etc.? Adventista: Não, não... você está se confundindo! Essas coisas faziam parte da Lei Cerimonial: essa, sim, foi abolida por Cristo, pois eram apenas sombra dos bens futuros. A Lei que não foi abolida era a dos Dez Mandamentos, que estavam em tábuas de pedra; o que foi escrito no livro de Moisés é que foi abolido. Não-Adventista: Ah, é??? E quanto à carne de porco? Isso não estava escrito nas tábuas, mas apenas no livro! Por que vocês, adventistas, não comem carne de porco? Adventista: Não, não... aí é diferente! A gente não come carne de porco porque faz mal para a saúde! Não-Adventista: E por que vocês não fazem a circuncisão também? Ouvi dizer que faz bem para a saúde, pois evita o câncer.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO Adventista: Bem, é verdade! Mas, isso não precisa não, porque Cristo acabou com isso! Não-Adventista: Ora, então quer dizer que nem tudo que estava no livro foi abolido?! Acho que sua explicação esta muito fraca! Mas, se vocês guardam a Lei dos Dez Mandamentos mesmo, é certo chegar em casa, na Sexta-feira, depois do pôr-do-sol, só porque o local de trabalho fica distante de casa? Ou viajar em dia de Sábado? Isso está certo? Adventista: É... eu sei! Mas, graças a Deus por sua misericórdia! Nós não podemos ser tão extremistas como os judeus, não!!! Cristo veio ensinar a graça e o amor! Pela sua graça, somos perdoados das nossas faltas, pois você sabe, né, a Bíblia diz que não há nenhum justo, nenhum sequer! Somente a graça nos salva! Não-Adventista: Ah, agora você falou a minha língua! Amém por isso!

TUDO ISSO ESTÁ ERRADO!!!

 Lei Moral (Antigo Concerto): permanece

 Lei Cerimonial (Antigo Concerto): abolida

 Há uma Lei Cerimonial em o Novo Concerto: Batismo Santa Ceia

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Ministério Sacerdotal de Cristo no Santuário Celestial Ver Hebreus 9:1 Lei Cerimonial do Velho concerto  Lei Cerimonial do Novo concerto

R E F O R M A

(Hebreus 9:10; 7:12, 18 e 19) Abole-se o desenvolvimento anterior e estabelece-se o novo: Hebreus 10:9. Exemplo: Páscoa  Santa Ceia Dez Mandamentos “limitados” no Antigo Concerto. Exemplo: “não mataras” limitado pelo “olho por olho, dente por dente”. Dez Mandamentos “ampliados” em o Novo Concerto. Exemplo: “não mataras” ampliado pelo “oferece também a outra face”. A idéia de que Jesus veio amenizar a Lei é falsa! Ele não veio amenizar nada! Ver Mateus 11:12 e 13; e Lucas 16:16. João veio para apresentar o novo Mestre, o novo Moisés: João 1:31.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Deuteronômio 18:19. Deus vai cobrar perfeita obediência do que Seu Filho disser. Agora, em o novo concerto, são os que se esforçam vão entrar pela porta da salvação. Hebreus 10:28-31 e 12:18-29. Mas, se é assim, o que é a GRAÇA, então? O anjos não necessitam de graça. Esta se destina aos pecadores: Romanos 4:4 e 5:20. “Pela desobediência às ordens de Deus, o homem caiu sob a condenação de Sua lei. Esta queda exigiu que a graça de Deus se manifestasse em favor dos pecadores. Jamais teríamos conhecido o significado da palavra "graça" se não tivéssemos caído. Deus ama os anjos sem pecado, os quais fazem o Seu serviço e são obedientes a Suas ordens; mas Ele não lhes concede graça. Esses seres celestiais nada sabem de graça; jamais necessitaram dela, porque jamais pecaram. Graça é um atributo de Deus, imerecidamente manifestado para com os seres humanos. Nós não o procuramos, mas ele foi enviado a nossa procura. Deus Se regozija em outorgar esta graça a cada um que a deseje. A todos nós Ele apresenta termos de misericórdia, não porque sejamos dignos, mas porque somos completamente indignos. Nossa necessidade é a qualificação que nos dá a certeza de que receberemos esse dom.” Meditação Matinal Maravilhosa Graça, p. 25.  Mas, o que é a GRAÇA, na verdade? Salmos 119:172 define a Lei de Deus como o padrão de justiça. 1 João 3:4 revela que a transgressão a essa Lei é que constitui o “pecado”.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO Romanos 1:28-32; 2:7-10; e 6:23 definem a morte como “salário” ou “preço” do pecado. Pecado = Morte Justiça = Vida Eclesiastes 7:29 diz que Deus fez o homem reto, isto é, perfeito. Romanos 5:18 informa que por só um pecado, já vem a condenação. Ex.: Adão e Eva. [GRÁFICO.] Romanos 3:23 declara que todos pecaram. Romanos 4:15 diz que Jesus não pecou. Ser Humano Jesus

Pecador (Injusto) Justo

Merece a Morte. Merece a Vida.

2 Coríntios 5:18-21; Isaías 53:4-6; Gálatas 3:13; 1 Pedro 2:21-24 e 3:18. GRÁFICO. Mas, afinal de contas, o que é GRAÇA? Graça: presente de Deus (vida eterna) dado ao homem sem que ele o mereça. Ver Romanos 3:24. Salvação: livramento da condenação imposta pela Lei. GRÁFICO.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Condições:  Para receber a Graça: 1) Fé (Efésios 2:8). 2) Arrependimento (Lucas 13:1-5 e Atos 2:37 e 38). 3) Conversão (Atos 3:19; João 3:3 e 5; e 2 Coríntios 5:17). 4) Confissão (1 João 1:9; e Provérbios 28:13). Resultado: reconciliação (Isaías 59:2; e Colossenses 1:20-23).  Para se manter na Graça: obediência (Mateus 7:21; Lucas 6:46; João 14:15 e 21; e 15:10, 13 e 14). A salvação, livramento da condenação, é somente pela GRAÇA, pois a obediência é obrigatória ao ser humano. Ao obedecer, o homem não faz mais do que sua obrigação! Ver Lucas 17:7-10. O abandono da fé ou a falta de obediência podem excluir a pessoa da benção da salvação? Resposta: Sim. Ver Mateus 24:12 e 13; 1 Coríntios 9:24-27; 10:12; Hebreus 10:35-39; e 2 Pedro 2:20-22.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

7º Lição - JUSTIFICADOS PELA FÉ OU PELAS OBRAS? BREVE ANALISE DE DANIEL 9:24. 1. “Fazer

cessar

a

transgressão”

original

hebraico:

“restringir

a

transgressão”. 2. “Dar fim aos pecados”  original hebraico: “selar os pecados”. 3. “Expiar a iniquidade”  punir para eliminar o pecado. Comparar com Satanás, o bode por Azazel, para entender o processo da expiação: Levítico 16:21 e Apocalipse 20:1-3. Quando Jesus sair do Santuário Celestial, ao final do Juízo Investigativo, os pecados dos justos serão confinados em Satanás; logo depois, o diabo será “preso” no “abismo” (a terra desolada durante os mil anos), o qual será fechado e, na linguagem bíblica, “lacrado” ou “selado”. Depois do milênio, os pecados serão expiados com a destruição de Satanás no lago de fogo e enxofre. O mesmo processo foi seguido por Cristo. No horto do Getsêmani, os pecados da humanidade foram confinados e “selados” em Cristo, sendo logo em seguido expiados por Seu sofrimento e morte. 4. “Trazer a justiça eterna”: conseqüência dos 3 passos anteriores. 5. “Selar a visão e a profecia”  original hebraico: “selar a visão e o profeta”. Ver Lucas 24:19 e João 6:27.

6. “Ungir o Santo dos Santos”: quando subiu ao Céu, Jesus entrou no Santíssimo para ungir o Santuário; depois, continuou Seu ministério no Lugar Santo. Ver Êxodo 30:22-33 e Levítico 8:10.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

“TRAZER A JUSTIÇA ETERNA” “Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção.” Romanos 3:21 e 22.

COMO

EXPLICAR

A

DIVERGÊNCIA

ENTRE

AS

SEGUINTES

PASSAGENS? Romanos 3:28 “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.”

Tiago 2:24 “Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente.”

Não empregar explicações inconsistentes, que não harmonizam realmente o texto, tais como:  “Somos justificados pela fé e julgados pelas obras.”. Embora essa afirmação esteja certa, ela não serve para harmonizar os textos aparentemente contraditórios.  “O pecador é justificado pela fé e sua fé é justificada pelas obras; as obras não justificam o pecador, mas sua fé.” Solução para a contradição: “Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela. Mas a justiça decorrente da fé assim diz: Não perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, isto é, para trazer do alto a Cristo; ou: Quem subirá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo diante dentre os mortos. Porém que se diz? A Palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos.” Romanos 10:5-8.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO Idéia Errada de Muitos: Antigo Testamento  Moisés falou da justiça da Lei. Novo Testamento  Paulo falou da justiça da fé. “Portanto, os Meus estatutos e os Meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o Senhor.” Levítico 18:5. “Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Nem está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Pois esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires.” Deuteronômio 30:12-14. Moisés falou de uma justiça que decorre da Lei e de outra que decorre da fé. Paulo também de uma justiça que decorre da Lei e de outra que decorre da fé. Tiago também de uma justiça que decorre da Lei e de outra que decorre da fé.

Justiça da Lei Levítico 18:5 Neemias 9:29 Ezequiel 20:11, 13 e 21 Mateus 19:17 Lucas 10:25-28 Gálatas 3:12 Tiago 1:25 Lucas 1:6 Romanos 2:13

Justiça da Fé Atos 13:39 Romanos 1:17 Romanos 3:21, 22, 26, 28 e 30 Romanos 4:3, 5, 9, 11 e 13 Romanos 5:1 Romanos 9:30 Romanos 10:4 Gálatas 2:16 Gálatas 3:6 e 8 Gálatas 5:5 Filipenses 3:9 Tiago 2:23 Gênesis 15:6

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO Justiça da Lei: padrão definido pela Lei, pelo qual alguém pode ter direito (merecimento) à vida eterna. Obs.: Jesus, os anjos celestiais e os seres não caídos não necessitam da justiça da fé. Desfrutam da vida eterna apenas pela justiça da Lei, pois não pecaram.

Justiça da fé: não depende de obras, pois o homem não pode fazer nada para merecê-la, visto já ter pecado. É o credito de Cristo imputado ao crente. “O apóstolo Paulo apresenta claramente a relação entre a fé e a lei, no novo concerto. Diz ele: ‘Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.’ Rom. 5:1. ‘Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.’ Rom. 3:31. ‘Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne’ - ou seja, ela não podia justificar o homem, porque em sua natureza pecaminosa este não a poderia guardar - ‘Deus, enviando o Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.’ Rom. 8:3 e 4.” Patriarcas e Profetas, pp. 372 e 373. “Nada temos, pois, em nós mesmos, de que nos possamos orgulhar. Não temos nenhum motivo para exaltação própria. Nosso único motivo de esperança está na justiça de Cristo a nós imputada, e naquela produzida pelo Seu Espírito trabalhando em nós e através de nós.” Caminho a Cristo, p. 63 (tradução nossa). “A justiça interior é testificada pela exterior. Quem é justo interiormente, não é insensível nem incompassivo, mas dia a dia cresce na imagem de Cristo, indo de força em força. O que está sendo santificado pela verdade, exercerá domínio próprio e seguirá os passos de Cristo até que a graça se perca na glória. É imputada a justiça pela qual somos justificados; aquela pela qual somos santificados, é comunicada. A primeira é nosso título para o Céu; a segunda, nossa adaptação para ele. Review and Herald, 4 de junho de 1895.” Mensagens aos Jovens, p. 35. Gráfico da vida perfeita (qualidade x tempo).

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO Gráfico da vida do pecador (qualidade x tempo). Gráfico da vida do pecador justificado (qualidade x tempo). Romanos 4:4 e 5; 5:1; 8:1-4. Romanos 6:1 e 2, 11-14 e 15-23.

Lição 8 PERFEIÇÃO, O ALVO DA CARREIRA CRISTÃ

TEXTO BASE: MATEUS 5:48 “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.”

QUAL TEM SIDO O GRANDE DILEMA DOS DEFENSORES DA LEI, DURANTE TODOS OS SÉCULOS? Resposta: GUARDAR A LEI

COMO É POSSÍVEL MANTER A COERÊNCIA ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA NO QUE DIZ RESPEITO À OBEDIÊNCIA?

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

Resposta: Entendendo o plano de Deus através de Seu concerto com a humanidade.

A IMPERFEIÇÃO DO VELHO CONCERTO No estudo 5, ficou claro que o velho concerto foi abolido porque era “defeituoso” ou “imperfeito”, no sentido de que ele não oferecia condições de restauração completa ao homem (perdão e transformação do caráter).

A PERFEIÇÃO DO NOVO CONCERTO O Concerto da Graça, feito com Adão após a sua queda, era perfeito porque continha, em suas cláusulas, aquilo de que a raça humana necessitava para restabelecer a harmonia com Deus e com Sua Lei: “O ‘novo concerto’ foi estabelecido com melhores promessas: promessas do (1) perdão dos pecados, e da (2) graça de Deus para renovar o coração, e levá-lo à harmonia com os princípios da lei de Deus.” Patriarcas e Profetas, p. 372. Em outras palavras, o Novo Concerto é completo: ele também possui a regra “obedece=vive/desobedece=morre”; contudo, ele provê o perdão dos pecados passados, mediante o castigo desses pecados em Cristo, e o poder do Espírito Santo para viver uma vida sem pecar, satisfazendo às exigências do concerto.

QUAL FOI A MISSÃO DE CRISTO QUANDO ESTEVE NESTA TERRA? “Nosso Senhor Jesus Cristo veio a este mundo como o infatigável servo das necessidades do homem. ‘Tomou sobre Si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças’ (Mat. 8:17), a fim de poder ajudar a todas as necessidades humanas. Veio para remover o fardo de doenças, misérias

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO e pecado. Era Sua missão restaurar inteiramente os homens; veio trazer-lhes saúde, paz e perfeição de caráter.” A Ciência do Bom Viver, p. 17.

MAS O QUE SIGNIFICA PERFEIÇÃO DE CARÁTER? “A perfeição de caráter é atingida mediante o exercício das faculdades da mente, em tempos de suprema prova, pela obediência a toda reivindicação da lei de Deus. Homens em posições de confiança devem ser instrumentos nas mãos de Deus para promover-Lhe a glória, e no cumprimento de seus deveres com a máxima fidelidade, eles podem atingir a perfeição de caráter.” Mensagens Escolhidas – Vol. 2, p. 161.

O QUE SIGNIFICA OBEDIÊNCIA PERFEITA? “A lei requer obediência perfeita. ‘Qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.’ Tia. 2:10. Nem um desses dez preceitos pode ser violado sem deslealdade para com o Deus do Céu. O mínimo desvio de suas reivindicações, por negligência ou transgressão deliberada, é pecado, e todo pecado expõe o pecador à ira de Deus. Obediência era a condição única sob a qual o Israel antigo devia receber o cumprimento das promessas que os tornaram o povo altamente favorecido por Deus; e a obediência a essa lei trará hoje, a indivíduos e a nações, tão grandes bênçãos como teria proporcionado aos hebreus.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 218.

QUAL FOI O DESAFIO QUE SATANÁS LANÇOU PARA DEUS? “Enoque foi um professor público da verdade na época em que viveu. Ensinou a verdade; viveu a verdade; e o caráter do professor que andava com Deus harmonizava-se em todos os sentidos com a grandeza e santidade de sua missão. Enoque era um profeta que falava ao ser movido pelo Espírito Santo. Era uma luz entre as trevas morais, ... um homem que andava com Deus, sendo obediente à lei de Deus aquela lei à qual Satanás se recusara a obedecer, a lei que Adão transgrediu e à qual Abel obedeceu, tendo sido morto por essa obediência. E agora Deus demonstraria ao Universo a falsidade da acusação de Satanás, segundo a qual os seres humanos não

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO podem guardar a lei de Deus. Ele demonstraria que, a despeito de terem os seres humanos pecado, poderiam de tal modo relacionar-se com Deus que teriam a mente e o espírito de Deus e seriam símbolos representativos de Cristo.” Meditação Matinal – Cristo Triunfante, p. 51.

É POSSÍVEL AO HOMEM GUARDAR TODOS OS MANDAMENTOS DE DEUS? (falando de Enoque): “Esse santo homem foi escolhido por Deus para denunciar a impiedade do mundo e tornar evidente que é possível a uma pessoa guardar toda a lei de Deus.” Meditação Matinal – Cristo Triunfante, p. 51. “Cristo veio à Terra e viveu uma vida de perfeita obediência, para que os homens e mulheres, por Sua graça, também pudessem viver vida de obediência perfeita. ... Perante nós se apresenta a maravilhosa possibilidade de sermos semelhantes a Cristo: obedientes a todos os princípios da lei de Deus.” Meditação Matinal – O Cuidado de Deus, p. 177.

MAS O QUE DEUS REQUER DO HOMEM NÃO É APENAS A SUA SANTIFICAÇÃO? Resposta: Sim. Muitos pensam que a santificação consiste apenas em falar de Jesus, pensar nEle, cantar para Ele e exercer alguma atividade na igreja. Tudo isso também faz parte, mas...

O QUE É VERDADEIRAMENTE “SANTIFICAÇÃO”? “A verdadeira santificação significa perfeito amor, perfeita obediência, perfeita conformidade com a vontade de Deus. Devemos santificar-nos para Deus mediante a obediência à verdade. Nossa consciência deve ser expurgada das obras mortas para servir ao Deus vivo. Não somos ainda perfeitos; mas é nosso privilégio desvencilharmo-nos dos obstáculos do eu e do pecado e prosseguir

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO para a perfeição. Grandes possibilidades, altas e santas conquistas são colocadas ao alcance de todos.” Atos dos Apóstolos, p. 565.

QUAL É O PADRÃO DE OBEDIÊNCIA QUE DEUS REQUER HOJE? “A condição de vida eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi - exatamente a mesma que foi no paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais - perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça. Se a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição inferior a essa, correria perigo a felicidade do Universo todo. Estaria aberto o caminho para que o pecado, com todo o seu cortejo de infortúnios e misérias, se imortalizasse.” Caminho a Cristo, p. 62. “Muitos, hoje, dizem: ‘Crê, tão somente crê, e viverás.’ A fé e as obras vão juntas, crer e fazer se combinam. O Senhor não requer da alma humana menos hoje do que exigiu de Adão no Paraíso, antes da queda: perfeita obediência, justiça sem mácula. O que Deus requer, sob o concerto da graça, é exatamente tão amplo como o que requereu no Paraíso: harmonia com Sua lei, que é santa, justa e boa. O evangelho não enfraquece as reivindicações da lei; ele exalta a lei e a torna gloriosa. Sob o Novo Testamento, não se requer menos do que foi exigido sob o Antigo Testamento.” Mensagens Escolhidas – Vol. 1, p. 373. “Não podemos superestimar o valor de singela fé e obediência incondicional. É seguindo no caminho da obediência com singela fé que o caráter obtém perfeição. Requereu-se que Adão prestasse estrita obediência aos mandamentos de Deus, e não é apresentado um padrão mais baixo aos que desejam a salvação [hoje]. ... [Cristo] diz: ‘E tudo quanto pedirdes em Meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu o farei. Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos. E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber.’ João 14:13-17. O mundo está coligado contra a verdade, porque não deseja obedecer à verdade. Irei eu, que compreendo a verdade, fechar os olhos e o coração ao seu poder salvífico porque o mundo prefere as trevas à luz? Manuscrito 5a, 1895.” Meditação Matinal – Exaltai-O, p. 140.

É POSSÍVEL AOS HOMENS DE HOJE ALCANÇAR ESSE PADRÃO DE OBEDIÊNCIA?

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO

“Cumpre-nos obedecer às leis de Seu reino, tornando-nos tudo quanto nos seja possível ser. Devemos cultivar diligentemente as mais elevadas faculdades de nosso ser, lembrando-nos de que somos propriedade de Deus, edifício Seu. Requer-se de nós que nos desenvolvamos dia a dia. Mesmo neste mundo de pecado e dor, podemos, por diligente e perseverante esforço, erguer-nos à mais alta eficiência espiritual. ‘Vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.’ I Cor. 3:9. No espírito e na palavra, em todos os aspectos da formação de nosso caráter, cumprenos agradar a Deus. Isso podemos fazer; pois Enoque agradou a Deus, embora vivendo numa época degenerada. E há Enoques neste século em que vivemos.” Meditação Matinal – Filhos e Filhas de Deus, p. 314.

PARA QUE ALVO DEVE O CRISTÃO DIRIGIR TODOS SEUS ESFORÇOS ? “Deve o homem fazer veementes esforços para vencer o que o impede de alcançar a perfeição. Mas, para alcançar êxito, ele depende inteiramente de Deus. Por si mesmos os esforços humanos não são suficientes. Sem a ajuda do poder divino ele de nada vale. Deus age e o homem também. A resistência à tentação deve partir do homem, que por sua vez deve obter de Deus o poder. De um lado se acham sabedoria infinita, compaixão e poder; do outro debilidade, pecaminosidade e incapacidade absoluta. Atos dos Apóstolos, p. 482. “O ideal do caráter cristão é a semelhança com Cristo. Acha-se aberta diante de nós uma senda de progresso contínuo. Temos um objetivo a atingir, uma norma a alcançar, a qual inclui tudo que é bom, puro, nobre e elevado. Deve haver contínuo esforço e constante progresso para a frente e para o alto, rumo à perfeição do caráter.” Conselhos Sobre Educação, p. 232.

COMO PODEMOS ALCANÇAR A PERFEIÇÃO DE CARÁTER? “Exigindo obediência às leis de Seu reino, Deus dá a Seu povo saúde e felicidade, paz e alegria. Ensina-lhe que a perfeição de caráter por Ele exigida só pode ser alcançada familiarizando-nos com Sua Palavra.” Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 454. “Nenhum homem, mulher, ou jovem, pode alcançar a perfeição cristã negligenciando o estudo da Palavra de Deus . Mediante profundo e cuidadoso exame de Sua Palavra obedeceremos à exigência

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO de Cristo: ‘Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam.’ João 5:39. Conselhos Sobre Escola Sabatina, p. 17. “É impossível aos que condescendem com o apetite alcançar a perfeição cristã. Muita mãe põe a mesa de maneira que se torna uma cilada para a família. Alimentos cárneos, manteiga, queijo, ricas massas, alimentos temperados e condimentos são usados livremente, por adultos e jovens. Esses artigos fazem sua obra em perturbar o estômago, estimulando os nervos e enfraquecendo o intelecto. Os órgãos produtores do sangue não podem converter esses artigos em bom sangue. A gordura cozida com o alimento torna-o de digestão difícil. O efeito do queijo é deletério. O pão feito com a farinha refinada não comunica ao organismo a nutrição que se encontra no pão de farinha integral. Seu uso rotineiro não conservará o organismo na melhor das condições. Os condimentos a princípio irritam o sensível revestimento do estômago, mas finalmente destroem a sensibilidade natural dessa delicada membrana. O sangue torna-se febril, despertam-se as propensões animalescas, enquanto se enfraquecem as faculdades morais e intelectuais, tornando-se servas das paixões baixas. Deve a mãe esforçar-se por apresentar à família um regime simples mas nutritivo . Christian Temperance and Bible Hygiene, págs. 46 e 47.” Conselhos Sobre Regime Alimentar, p. 236. “Se fizerdes de Deus a vossa força, podereis, sob as circunstâncias mais desanimadoras, atingir uma altura e uma amplitude de perfeição cristã que dificilmente pensaríeis ser possível alcançar.” Conselhos Sobre Saúde, p. 384. “Serão necessárias tanto reflexão como ação, se desejardes alcançar a perfeição do caráter. Conquanto postos em contato com o mundo, deveis estar em guarda a fim de que não procureis com tanto empenho o aplauso dos homens e vivais de acordo com sua opinião. Andai com cuidado, se desejais prosseguir com segurança; desenvolvei a graça da humildade e confiai a Cristo as vossas almas indefesas. Podeis ser, em muitos sentidos, homens de Deus. Em meio da confusão e tentação das multidões profanas, podeis manter, com perfeita suavidade, a independência da alma.” Conselhos Sobre Saúde, p. 384. “Para cada pessoa que se empenha em busca da perfeição do caráter cristão, este mundo torna-se um campo de batalha, no qual se trava o conflito entre o bem e o mal. E todos os que confiam em Cristo obterão a vitória. Carta 38, 1907.” Meditação Matinal – Cristo Triunfante, p. 32.

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO DE QUANTOS DEUS REQUER A PERFEIÇÃO DE CARÁTER? “Deus requer de todos a perfeição moral. Aqueles a quem se deram a luz e as oportunidades deviam, como mordomos de Deus, desejar a perfeição e nunca, nunca abaixar a norma da justiça para acomodar as tendências hereditárias e cultivadas para o mal. Cristo assumiu nossa natureza humana, e viveu nossa vida para mostrar-nos que podemos ser semelhantes a Ele. ... Devíamos mesmo ser santos como Deus é santo; e quando compreendemos o pleno significado desta declaração, e pomos o coração na obra de Deus, para sermos santos como Ele o é, aproximar-nos-emos da norma estabelecida para cada pessoa em Cristo Jesus. Carta 9, 1899.” Meditação Matinal – Cuidado de Deus, p. 87.

ONDE DEVE O HOMEM ALCANÇAR A PERFEIÇÃO CRISTÃ, VIVENDO UMA VIDA SEM PECADO? “Não te enganes. De Deus não se zomba. Coisa alguma senão a santidade te preparará para o Céu. Unicamente a piedade sincera, experimental, pode dar-te um caráter puro, elevado, e habilitar-te a entrar à presença de Deus, que habita na luz inacessível. O caráter celeste deve ser adquirido na Terra, ou jamais se poderá obter. Começa, portanto, imediatamente. Não te iludas de que virá tempo em que poderás fazer mais facilmente um diligente esforço do que agora. Cada dia aumenta tua distância de Deus. Prepara-te para a eternidade com um zelo tal como ainda não manifestaste. Educa tua mente em amar a Bíblia, amar a reunião de oração, a hora de meditação e, acima de tudo, a hora em que a alma comunga com Deus. Torna-te celeste na mente, se queres unir-te com o coro celestial nas mansões de cima.” Testemunhos Seletos, Vol. 1, p. 245. “Enquanto os pecados dos crentes arrependidos estão sendo removidos do santuário, deve haver uma obra especial de purificação, ou de afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra.” O Grande Conflito, p. 425. “Estamos nos preparando para encontrar com Aquele que, acompanhado por uma comitiva de santos anjos, está prestes a aparecer nas nuvens dos céu, para dar ao fiel e justo o toque da imortalidade. Quando Ele vier não irá nos limpar de nossos pecados, remover de nós os defeitos de caráter, ou curar-nos de nossas enfermidades de temperamento e disposição. Se esta obra não for realizada por nós, será totalmente completada antes daquele

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO tempo. Quando o Senhor vier, aqueles que são santos, serão santificados ainda.” Testimonies, vol. 1, p. 245.

A BÍBLIA DIZ QUE “EU SOU UM PECADOR”. “COMO POSSO ALCANÇAR A PERFEIÇÃO SENDO UM PECADOR?” O QUE SIGNIFICA DIZER: “SOMOS PECADORES”? “Pecadores” no sentido genérico: O plano da salvação gira em torno do assunto da justificação. Para ser justo diante da Lei de Deus, o homem precisa guardar toda a lei durante toda a vida. Como todos os seres humanos já pecaram em algum momento de suas vidas, todos são injustos e tidos como pecadores diante da Lei. Nesse sentido, todos são pecadores porque em algum momento da vida já pecaram.

“Pecadores” no sentido estrito: No sentido estrito, a palavra “pecadores” se aplica também àquelas pessoas que vivem na prática constante do pecado, pessoas que não querem compromisso com Deus nem com o evangelho de Cristo.

AOS CRISTÃOS A IDÉIA DE “SER PECADOR” SÓ SE APLICA NO SENTIDO GENÉRICO, NÃO NO SENTIDO ESTRITO. “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei . Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o

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OS CONCERTOS, A LEI E A JUSTIFICAÇÃO diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.” 1 João 3: 4 a 9.

QUAL É A ÚNICA MANEIRA PARA VIVER EM PAZ COM DEUS? “Muitos há que se chegam ao Salvador de modo hesitante. Recebem o batismo e todavia não há em seu caráter mudança aparente. Convidamos todos a ir ter com Cristo, a nEle permanecer, a progredir diariamente no aperfeiçoamento do caráter mediante o permanecer em Cristo. Ao isso fazerem, encontrarão aquele descanso que só pode vir mediante a obediência perfeita.” Meditação Matinal – Nos Lugares Celetiais, p. 277.

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