Gtow #01

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Editorial

[ Agosto 2014 - #01 ]

Bem-vindas (os) à GtoW Está é a primeira edição da Girl to Woman “online magazine”. Este projecto teve inicio numa conversa, quase que em tom de brincadeira com uma amiga, inicialmente parecia impossível de realizar, mas quando o sonho é grande e a força de vontade maior, nada é impossível. Ao logo do percurso, surgiram contactos com pessoas que nos deram mais força, para que este projecto saísse da gaveta e se materializasse. Hoje estamos aqui orgulhosamente a apresentar o resultado desse percurso. Nesta primeira edição, pretendemos dar a conhecer a nossa equipa de trabalho e claro oferecer um pouco de nós às nossas leitoras. Espero que se identifiquem com a GtoW e que possamos fazer parte da vossa vida. Quero ainda agradecer a todos os parceiros e amigos que de alguma forma contribuíram para hoje, dia 15 de Agosto de 2014 ser lançada a primeira edição da GtoW, a primeira de muitas, pois a equipa da GtoW veio para ficar. Obrigado Herlander Patrocínio


Índice 07 Equipa GtoW 29 Fernando Alvim 35 Quando nós conquistamos

as áreas de trabalho que eram deles

39 Reais de 90 43 …contas-me quem és? 45 Emigrante empreendedor 49 Ser Modelos “Lili Lopes” 57 O que eles mais gostam nelas 59 A importância do desporto na minha vida 63 MAXI a tendência 2014 64 Tendência para este verão 65 Passo a passo 71 A Cabana (conto erótico de Andreia Hipólito)


EQUIPA Apresentação dos elementos que constituem a nossa equipa


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Jéssica Silva Data de nascimento: 27/06/1997 Cidade de residência: Braga

Chamo-me Jéssica Silva, tenho 17 anos e moro numa aldeia do distrito de Braga desde pequena, sou estudante de ciências e tecnologias e pretendo seguir Gestão e Marketing. Iniciei o meu percurso como modelo há cerca de um ano com o Herlander Patrocínio com quem ainda continuo a trabalhar na equipa da revista online G to W. Sou uma pessoa sentimental, romântica, divertida mas que sabe ser séria, fria e lutadora quando necessário. Adoro sorrisos, abraços apertados e ser mimada. Nos meus tempos livres gosto de assistir a filmes dramáticos, sair com os meus amigos e ir às compras, tenho adoração por moda, acessórios e maquilhagem.


Medidas:

Vestuário:

Outras informações:

Altura: 1,57 m Peso: 45,5 kg Peito: 84 cm Cintura: 62 cm Anca: 86 cm

Blusa: XS/S Calças: 34 Calçado: 36

Piercings: umbigo Tatuagens: infinito no pulso


Bárbara Freitas Data de nascimento: 13/9/1996 Cidade de residência: Braga

Chamo-me Bárbara Freitas, tenho 17 anos e resido em Braga. Considero-me uma pessoa simpática, lutadora, divertida, amiga. Enquanto modelo iniciei a minha carreira aos 6 anos de idade, estreei-me na Moda Lanhoso (onde já pisei o palco com algumas caras conhecidas), assisti a diversos workshops de moda e realizei várias sessões fotográficas. Atualmente faço parte da equipa da revista online Girl to Woman. Além da moda toco flauta transversal na banda musical de calvos.


Medidas:

Vestuário:

Outras informações:

Altura: 1,66 m Peso: 59 kg Peito: 80 cm Cintura: 67 cm Anca: 80 cm

Blusa: S/M Calças: 36/38 Calçado: 39

Piercings: nariz, umbigo


Marisa Lopes Data de nascimento: 01/11/1996 Cidade de residĂŞncia: Braga

Chamo-me Marisa Lopes, tenho 17 anos e moro na PĂłvoa de Lanhoso, Braga. Sou uma pessoa calma, emotiva, decidida, ambiciosa e bastante divertida. Sou estudante de Artes Visuais e no futuro quero seguir Arquitetura. A minha carreira como modelo surgiu com o fotografo Herlander Patrocinio, director criativo da revista online G to W. Nos meus tempos livres gosto de estar com a familia e com os amigos e de ouvir mĂşsica.


Medidas:

Vestuรกrio:

Altura: 1,70 m Peso: 53 kg Peito: 86 cm Cintura: 66 cm Anca: 90 cm

Blusa: S Calรงas: 34/36 Calรงado: 38/39


Magda Ferreira Data de nascimento: 29/05/1990 Cidade de residência: Watford

Chamo-me Magda Ferreira, tenho 24 anos e resido em Inglaterra, na cidade de Watford. Considero-me uma pessoa simpática, ambiciosa, lutadora, observadora e divertida. Tenho um percurso profissional muito diversificado pois realizei diversos trabalhos em áreas muito distintas nomeadamente: empregada de limpeza, assistente de ação comercial, ajudante de costureira, assistente de ação educativa, animadora sociocultural, baby-sitter e modelo. Enquanto modelo fui “new face” na revista online Amol Magazine (edição n.º 20, em agosto de 2011) e fiz uma sessão fotográfica, com o Nuri (em junho de 2014). Atualmente faço parte da equipa da revista online G to W. Nos meus tempos livres gosto de ouvir música, ir às compras e estar com os meus amigos.


Medidas:

Vestuário:

Outras informações:

Altura: 1,58 m Peso: 52,5 kg Peito: 86 cm Cintura: 72 cm Anca: 90 cm

Blusa: S Piercings: um na orelha direita Calças: 34/36 Tatuagens: duas 1 - lado direito frontal, abaixo da linha de cintura Calçado: 37/38 2 - lateral esquerdo, nas costelas uns centímetros abaixo da linha do peito


Daniela Lopes Data de nascimento: 13/12/1993 Cidade de residência: Braga

Chamo-me Daniela Lopes, tenho 20 anos e resido em Portugal, na cidade de Braga. Considero-me uma pessoa simpática, extremamente divertida, lutadora, observadora e requintada. Tenho um percurso profissional pouco diversificado, devido á minha tenra idade. Atualmente faço parte da equipa da revista online G to W. Nos meus tempos livres gosto de ouvir música, dançar e cantar. Adoro fazer compras, sair e estar com os meus amigos


Medidas:

Vestuรกrio:

Altura: 1,70 m Peso: 50kg Peito: 87 cm Cintura: 63 cm Anca: 88 cm

Blusa: XS/S Calรงas: 32/34 Calรงado: 36/37


Sara Silva Data de nascimento: 24/11/1992 Cidade de residência: Braga

Sou a Sara, tenho 21 anos, vivo em Braga. Sou o reflexo de tudo que acredito, de tudo que posso ser capaz. Alguém que aprendeu a nunca desistir. Procuro dar sempre o melhor de mim. E acredito...O importante não é só bater na porta certa, mas bater na porta até que ela se abra... Acreditar nos meus sonhos é o segredo da minha receita para os concretizar.


Medidas:

Vestuário:

Outras informações:

Altura: 1,69 m Peso: 58 kg Peito: 85 cm Cintura: 65 cm Anca: 85 cm

Blusa: S Calças: 34 Calçado: 37

Piercings: umbigo


Ana Rodrigues Chamo-me Ana Rodrigues tenho 28 anos e sou natural de Fafe. Tirei o curso de Animadora Sociocultural, complementei a minha formação com outras formações modelares, trabalhei em diversas áreas (desde imobiliária às limpezas) mas não me sentia realizada e não me reconhecia no exercício de nenhuma delas. Acabei por emigrar para a Suíça e, lá, comecei a ver vídeos relacionados com técnicas de maquilhagem. Apaixonei-me e descobri a minha verdadeira vocação, aquilo que me deixa feliz e me faz sentir realizada. Frequentei uma formação inicial de maquilhagem e, uma vez de regresso a Portugal, tirei o curso profissional de maquilhagem. Hoje em dia considero que trabalho na área certa para mim, a maquilhagem e a caracterização fazem-me feliz. Considero-me uma mulher lutadora, que enfrenta e ultrapassa os obstáculos que lhe surgem no caminho e que os vê como lições, com as quais aprendo sempre alguma coisa. Os amigos dizem que sou divertida, amiga, trapalhona, bagunceira, orgulhosa mas, que estou sempre presente. Eu considero-me maluca (qb), emotiva, observadora, ambiciosa, orgulhosa e trapalhona e alguém que adora a família e os amigos. Uma mulher sonhadora, em conquista dos seus objetivos.



Sandra Alberto Chamo-me Sandra Alberto, tenho 41 anos, sou natural do Porto e vou dar-vos a conhecer o meu lado oculto, com esta pequena história, que vos vou contar. Desde muito nova, que tenho este lado “especial”, de mediunidade. Mas apenas com algumas visões e mistérios que eu própria não valorizava. Apercebi-me mais de tudo isso, no falecimento de minha bisavó, de quem eu gostava muito e a quem era muito chegada, tinha eu sete anos. Lembro-me de a visitar, praticamente todos os fins de semana. Num desses fins de semana, pela conversa dos meus familiares, eu soube que ela tinha falecido. Nessa mesma noite recordo que não conseguia dormir e que sentia a presença da minha bisavó ao meu lado. Tudo isto pode parecer-vos estranho e até a mim, nessa altura, também me deixou bastante confusa. Não revelei a ninguém o que se passava comigo, pois achava que estes acontecimentos eram estranhos, mas como ainda era uma criança, as brincadeiras faziam-me esquecer. Com o passar dos anos a minha curiosidade sobre o lado espiritual, cresceu, fui lendo sobre o assunto e fiquei a saber que o mundo espiritual afinal existe. Aliás a nossa essência é espirito e estamos neste mundo, carnal “matéria”, para evoluir. Nos dias de hoje uso a minha mediunidade e a leitura de tarot para ajudar os outros. A minha presença na G to W serve para desmistificar e explicar um pouco o que é ter mediunidade e claro poder ajudar as nossas leitoras, a encontrar o caminho que procuram.

“Respeitar a Divindade, é reverenciar a Vida, pois não existe nada mais divino do que a própria vida.” Osho Rajneesh



Isabel Monteiro

Chamo-me Isabel Monteiro, tenho 48 anos e atualmente vivo em Braga. Sou alguém que procura com frequência novos desafios para ultrapassar, empenhome em tudo o que faço (a 100%), sou extremamente perfecionista, sem preconceitos de qualquer espécie, tolerante, bem disposta e alguém que comunica facilmente. Não sei como os outros me vêm mas gostaria de descobrir.



Herlander Patrocínio

Chamo-me Herlander Patrocínio, nasci no dia 5 de dezembro de 1974, em Lisboa. Filho de uma família alentejana emigrada na Suíça, passei a minha adolescência em contacto com diversas culturas, religiões e convicções, esse facto tornou-me numa pessoa open mind sem qualquer tipo de preconceito. Dizem que sou bom amigo, que estou sempre disposto a ajudar mas que sou orgulhoso. Já eu apenas me vejo como alguém que gosta de definir objectivos para depois poder lutar por eles, sejam esses profissionais ou pessoais. O meu percurso profissional esteve sempre ligado ao desenho, inicialmente de forma muito técnica na área da arquitetura e engenharia e agora também ligado às áreas criativas. Apesar da licenciatura em Design Gráfico, a fotografia ocupa um lugar de destaque no meu dia a dia.



Hotel Rural Maria da Fonte Calvos - Povoa de Lanhoso, 4830-065 P贸voa de Lanhoso Telefone 253 639 600 E-mail info@mariadafonte.com Site http://www.mariadafonte.com


Fernando Alvim

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“Este estupendo ser vivo, nasceu a 3 de Maio de 1974 no quarto 404 do hospital de Mafamude em Vila Nova de Gaia e cedo se percebeu que tinha nascido alguém especial quando, ao entregarem-no aos seus progenitores, os médicos disseram em tom resignado “Fizemos tudo o que pudemos!” Fernando Alvim, teve a sua primeira namorada aos 5 anos (Graça, onde estás?) e foi com essa mesma tenra idade que se inscreve na escola de música “Teclado” onde rapidamente dá nas vistas pela destreza com que toca xilofone e ferrinhos, de resto, uma vocação tão grande que chegou mesmo a equacionar-se um estágio do mesmo na estação de caminhos de ferros das Devesas, precisamente, na agora cidade de Gaia.” Ele é o ser humano mais completo mais complexo da terra, o que mais se contradiz, o melhor humorado nos tempos que correm e sempre que se lhe pergunta o que se pode esperar dele num espetáculo, a resposta é sempre: “NADA, ABSOLUTAMENTE NADA!!!”


Costumam chamar-te Fernando ou Alvin? Alvin, quando era miúdo as minhas tias tratavam-me por Nandinho, que é uma coisa que ainda continua, depois começaram a chamar-me por Alvin quando entrei na comunicação e por matulão quando comecei a ser mais homem. Sabemos que no teu curriculum constam diversas atividades como locutor de rádio, televisão, autor, escritor e agora DJ. Qual destas atividades te preenche mais profissionalmente? Bem, são todas, é como ter muitos filhos, não posso dizer qual é o mais bonito, até para os outros não se sentirem diminuídos, mas no sítio onde me sinto mais confortável claramente que é a rádio, porque é a atividade que faço à mais anos, talvez a televisão porque também faço à alguns, depois tem aqueles filhos que tem menos atenção e que eu gosto mais, tipo o facto de escrever alguns livros, o que não quer dizer que seja escritor, que não o sou, ser escritor é uma coisa diferente, eu escrevo livros, tu disses-te que eu era DJ, eu não sou DJ, sou um mete discos que é totalmente diferente. O mete discos é uma pessoa que não faz misturas, que mete umas músicas e tal, é o que eu sou. Quando surgiu a editora “Cego, surdo e mudo”, e porquê este nome? Bem, curiosamente quando fui fazer a inscrição da minha empresa havia duas hipóteses, ou se chamava “Cego, surdo e mudo” ou se chamava “ Dinheirinho do Papá”, na altura era o meu pai que ía abonar justamente com dinheiro, portanto fazia sentido que se chama-se “Dinheirinho do Papá”, mas o sítio onde eu estava a fazer o registo, não sei porque, disseram que não podia ser esse nome, então ficou “Cego, surdo e mudo”. Quando surgiu o canal “Speaky.tv”? Surgiu à cerca de 4 anos, a ideia era fazer um canal alternativo que tivesse coisas que os canais mais convencionais não tivessem, não só os canais de televisão mesmo os canais da internet. A ideia era ter sangue novo e projectar coisas que as pessoas ainda não conhecem-se, é sempre o meu objectivo de vida, gostava de ser o novo Júlio Isidro, acredito que possa vir a ser. Como te sentes quando estás em frente a um público magnífico? Primeiro nunca sei como o público vai reagir, nunca é uma vitóra adquirida, nunca entro em campo com a ideia que a vitória está conquistada, mas entro em campo para vencer, esta é uma característica minha, a ideia é fazer algo, quer seja escrever, passar música, fazer televisão ou rádio e acabar o que fiz com a sensação que venci. Alguma vez pensas-te ao longo do teu percurso que hoje terias todo este carinho do público? Eu acho que conquistei esse carinho, o facto de não ser uma besta contribui muito para isso, gosto de ser considerado um tipo fixe, isso tem muito a ver com a minha atitude nos espetáculos em tudo o que faço profissionalmente, mas também na forma como a minha vida é, isto é, se eu fosse fixe nos espetáculos e depois fosse uma besta fora deles, seria difícil ser um gajo fixe.


...entro em campo para vencer.

No teu dia-a-dia és abordado por fãs na rua? Eu sou muito abordado, os fãs deixam-me ter a liberdade que mereço, isto é, não são demasiado intrusivos, são comucativos como eu gosto, mas deixam-me ter vida pessoal, isso é ótimo. Nunca deixei de fazer aquilo que tenho de fazer, se tiver que apanhar uma bebedeira em público, apanho, não tenho problema nenhum. Conta-nos algo hilariante que tenha acontecido nestes teus “50 anos de carreira”. Já aconteceram várias coisas, definir uma seria injusto, gosto de contar um episódio que me aconteceu quando era miúdo e que tinha haver com a minha inabilidade para calçar os sapatos, calçava sempre os sapatos ao contrário, o meu pai um dia disse-me “- filho já que calças sempre os sapatos ao contrário, a partir de hoje vais calçar sempre os sapatos de forma certa”, “- mas pai , como é possível, como é que vamos fazer isso?”, ele disse “- o esquema vai ser este, primeiro pensas como é que deves calçar os sapatos e depois fazes exatamente ao contrário”. Ainda hoje penso como o meu pai me ensinou, penso como é que devo fazer aquilo de forma certa e depois faço ao contrário e isso é uma das normas da minha comunicação. Queremos saber também os teus segredos para manter a tua boa forma física e imagem. Não tem segredo nenhum, aliás como se vê, é só ver uma fotogarfia minha, portanto não pode haver segredo nenhum. No entanto o que faço é tentar ir ao ginásio o mínimo de vezes possível, ou seja, a fórmula aqui é fazer o menos ginática possível. E nos teus tempos livres, o que costumas fazer? Para além de fazer amor com as pessoas que amo, um dos meus passatempos favoritos é jogar à bola e ler. Outro dia perguntaram-me “- O que é que gostava mais de fazer na vida?”, esta é uma pergunta que já algum tempo não me faziam, pensei muito e depois de pensar de forma habilidosa e tarada, achei que jogar à bola era claramente e também é politicamente correto dizer isto, jogar à bola é a coisa que mais gosto na vida.


Qual é o teu pecado favorito? Talvez a ambição, não está incluído nos 7 pecados mortais mas pode ser quase um pecado mortal o facto de seres demasiado ambicioso, isso é encarado de forma depreciativa. A minha ambição não pára, depois de conquistar uma coisa quero conquistar outra, não há uma perceção pública disto, mas a minha perceção pessoal, isso pode ser quase uma insatisfação permanente como aquela música. “I can get no satisfaction”, dos Rolling Stones, parece autobiográfica para mim, por isso eu não consigo uma satisfação, porque depois de fazer uma coisa que me satisfez muito, quero fazer uma outra ainda melhor que aquela, portanto é um bocado a minha vida. O que mudarias no mundo? O facto das mulheres serem demasiado problemáticas, faria com que elas fossem menos problemáticas, mais funcionais, mais práticas e isso não tem só haver com sexo. Como pessoa, tens palavras para te descrever. Genial e sexy. Achas que a tua criatividade e bom humor são fatores que levam algum público a criticar-te negativamente? Mas também positivamente, não há ninguém que seja concensual, acho que a concensualidade até pode ser uma coisa má, pode ser má porque pode levar à resignação e à estagnação. O facto de teres sempre uma critica, apesar de eu não ser muito criticavél por não gostar de fazer humor negro, mas gosto de ser ativo e gosto de ter voz ativa perante Na política, terias a receita para acabar com esta aquilo que acontece mas tudo menos concensual, crise? Todas as receitas que eu tenho para acabar com isto é, menos toda a gente gostar desta pessoa. algo mau passam por dinamite, portanto a minha receita para acabar com a crise tem imenso dinaSentes-te realizado profissionalmente? mite, mas não vou aplicá-lo. E também pessoalmente, sobretudo dou mais importância a ser realizado pessoalmente do que profissionalmente, embora seja profissionalmente. E no amor, como está a tua vida amorosa? A minha vida amorosa está optima, gosto muito da Imaginavas-te a fazer outra coisa qualquer que não minha vida amorosa e quero que ela continue assim. se relacionasse com este meio? Imagino, eu costumo dizer que mesmo que fosse empregado do Mc Donald’s, gostava de ser o empregado do mês e isso é o meu princípio básico, que é uma ideia que pode soar a pretenciosismo, mas não é, o facto de quereres ser sempre o melhor, é o objectivo de sempre da minha vida, posso não ser, mas quero ser.

O que gostas mais numa mulher? Que seja esperta, que tenha personalidade e que não seja problemática. Qual a declaração de amor mais original que alguma vez fizeste?


Uma vez tive que provar a uma miúda o quanto eu gostava dela, atirando-me ao mar numa situação bastante pública. Na altura estava vestido formalmente e tive que provar a ela que era capaz. Qual o teu maior segredo? Não tenho um grande segredo, sei lá! Ah, já sei, ter votado no Cavaco em 2006. O que prevês para o futuro? Prevejo uma geração mais ativa, menos resignada, mais despachada e sobretudo uma geração que viveu um período absolutamente épico, embora bastante negativo, mas que só pode trazer boas consequências disso, isto é, não repetirmos os mesmos erros que tivemos no passado. Queres deixar alguma mensagem para os jovens artistas que sonham seguir uma carreira como a tua?

Se eu fosse uma Miss Portugal agora dizia “não desistam, persigam os vossos objetivos”, eu acho que sobretudo as pessoas mais do que não desistirem e persiguirem os seus objetivos, tem que ser ativos, mesmo quando tudo à sua volta diz para que não o sejam.

O que achas-te da equipa GtoW? Eu não posso achar muito, porque acabo de chegar, mas até agora correu bem, pedi uma garrafa de vinho branco e trouxeram-na, acho que foram excecionais.

Genial e sexy.

Entrevista: Sara Silva Fotografia: Herlander Patrocínio/ cedidas por F. Alvim


Quando nós conquistamos as áreas de trabalho que eram deles Olá Ana, muito obrigado pela disponibilidade para está entrevista. O que te levou a escolher como área de formação uma engenharia, mais concretamente a de eletrotécnica? Escolhi Engª Eletrotécnica, talvez pelas influências do meu pai. Ele teve a sorte de trabalhar numa área que adorava, eletrotecnia, e por isso, sempre que falávamos do seu trabalho, ele vibrava e explicava as coisas de uma forma muito simples, o que me levou desde muito nova a ter interesse pela eletrotecnia. Logo no 7º ano, tive uma disciplina de eletrotecnia. A minha primeira opção, quando me candidatei ao ensino superior, foi Engenharia Eletrotécnica.

Como grande parte do teu trabalho é o acompanhamento e gestão das obras, isso faz com que estejas muito tempo em obras, locais esses que são dominados por homens, tiveste-te que habituar a ouvir piropos ou nunca tiveram coragem para isso? Pelo contrário, eles têm muito cuidado quando estão na presença de uma mulher. Podes relatar alguma situação caricata que te tenha acontecido numa obra? A situação mais caricata de que me recordo, foi quando estava a chegar à zona de estaleiro de uma obra, que era numa espécie de garagem, e me deparei com um colaborador a mudar de roupa, estava simplesmente em roupa interior. Acho que ele ficou mais atrapalhado do que eu! Simplesmente me retirei e esperei que se vestisse. É claro que ainda hoje quando me lembro “parto-me a rir”…

Como era o percentual de mulheres no curso? Muito pouco, cerca de 7%. Para teres uma ideia, no meu ano de caloira, eramos 6 mulheres e cerca de E quando é necessário bater com o punho na mesa, 80 homens. como reagem os homens a isso? Sempre que existe a necessidade de impor algo, Em algum momento durante a faculdade te sentiste faço-o sem qualquer problema. O que para mim de alguma forma descriminada ou inferiorizada, por é fundamental, é o respeito e humildade. Eu cosalgum professor ou colega, por seres mulher? tumo dizer que nesta área, o mais difícil são as Nunca. relações interpessoais. Lidamos com muita gente e nem sempre as pessoas são fáceis, mas temos que Como foi a primeira experiência profissional, houve ter a capacidade de nos “moldarmos” a cada um, e uma boa aceitação por parte dos colegas? acima de tudo muita paciência… sempre sem nos A primeira experiência profissional foi muito boa, e esquecermos das nossas convicções. Não podemos os colegas foram todos “cinco estrelas”. nunca deixar que nos “pisem”, é muito importante É claro que quando ingressamos no mercado de impor logo o nosso terreno, sabendo também adtrabalho, após a conclusão do curso superior, esmitir quando temos “menos razão”. tamos ainda muito “verdes”, mas eu tive a sorte de ter uma equipa de colegas fantásticos, que De forma geral, achas que as mulheres que efetme puseram sempre à vontade, o que facilitou a uam trabalhos de igual para igual com colegas aprendizagem. masculinos são penalizadas apenas por serem mulheres, seja isso a nível salarial, confiança e respon-


sabilidade que lhes é dada pela entidade patronal ou qualquer outro motivo? Nunca me senti inferiorizada ou penalizada por ser mulher. Qual achas que é o segredo para ser capaz de vencer em áreas ainda dominadas por homens? Eu penso que não existe nenhum segredo. Acima de tudo, temos que ser nós próprios, saber impor as nossas convicções, saber ouvir, saber respeitar e saber motivar as nossas equipas de trabalho.

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És uma mulher realizada a nível profissional? Penso que sim. Tendo um emprego que exige tanto do teu tempo, pois imagino que muitas vezes os dias não terminam quando sais do gabinete, ainda tens tempo para hobbys? Faço o possível para arranjar algum tempo, o que nem sempre é fácil. Há mais alguma coisa que gostarias de partilhar com as nossas leitoras? Apenas que no trabalho assim como em tudo na vida, nunca sabemos tudo, e que todos os dias estamos sempre a aprender com todos aqueles que lidamos diariamente. Ana, muito obrigado por partilhares um pouco da tua vida profissional com a GtoW, foi um enorme prazer.

Entrevista: Marisa Lopes Fotografia: Herlander Patrocínio


o teu design - creativesymbiosis.design@gmail.com



REAIS DE 90 Reais de 90, são uma banda natural da Póvoa de Lanhoso. O amor à cultura do Hip-Hop uniu estes jovens : RK, MS, Pakotes ( Mc’s), D.C.( produtor) e Dj Slim, que unificaram esforços para levar a cabo um projecto sólido e ambicioso. Os Reais contam ainda com a participação da voz de Andreia Silva. Com 2 anos de existência, e com um pequeno legado já conquistado, os Reais continuam o seu trabalho, com afinco e vontade, para colocar o nome da Póvoa no mapa, e sobretudo no mundo do Hip-Hop.


Começo por vos agradecer a disponibilidade para responder a esta entrevista. Nós é que vos agradecemos o convite. Para começar gostava de saber de como surgiu a vossa banda e o nome de “Reais de 90”? Bem, todos nós já tínhamos um passado ligado à música, mais concretamente ao Rap, no entanto, o projeto juntos começou há três anos atrás, ainda com outro nome e com mais dois mc’s, que deixaram, entretanto, o projeto. O nome “Reais de 90”, deve-se ao facto de querermos ser, no Rap e na vida, aquilo que o próprio nome diz “Reais”, e representa também a mensagem que transportamos da velha escola do Hip-Hop, relativamente ao “90”, simboliza a nossa geração e o fascínio que transportamos por esses anos. Por isto cá estamos como Reais de 90! Quantos elementos fazem parte deste projeto e quem são? A banda é composta por quatro elementos. RK e Pakotes (MC´s), Dj Slim e contamos ainda com a participação da voz feminina da Andreia Silva, que é claramente uma de nós. No entanto, não éramos Reais de 90, se não existisse o nosso produtor, Daniel que está no estrangeiro por motivos

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Quando compõem uma música , a letra e a composição é inspirada em vivências vossas ou apenas a desenvolvem conforme o estado de espirito do Como definem o estilo da banda? momento? Sem dúvida nenhuma a Cultura Hip-Hop, mais con- Tudo o que escrevemos são vivências nossas, o cretamente o Rap, é o nosso estilo e a nossa esque vemos, ouvimos, fazemos, sonhamos ou pensência como banda. samos … está tudo lá, agora o momento em que escreves, depende claramente do teu estado de Qual é o público que mais vos tem apoiado? espírito. O Rap descreve a nossa vivência, e é como Se há coisa que sempre nos motivou é de facto o a vida, tem altos e baixos. carinho e o respeito que recebemos sempre, em todos os locais onde atuamos nomeadamente em Conseguem dizer-me qual o show mais marcante Fafe, Famalicão, Guimarães, Vila-Verde, Viana que tiveram? do Castelo, Barcelos, Guarda, Amares, entre outFoi sem dúvida pisar o palco da Académica da ros. O nosso público merece o nosso respeito, pelo Guarda, em 2013, onde abrimos palco para Richie forte apoio e por nos fazer sentir em casa, mesmo Campell, e tivemos a oportunidade de mostrar o estando fora, no entanto é no nosso sítio, Póvoa de nosso trabalho para uns milhares de pessoas … o Lanhoso, junto dos mais próximos que encontraque foi significante e marcante para nós, fez-nos mos o carinho mais especial. crescer como banda. profissionais, mas continua a ter o papel de sempre no grupo.

Podem relatar alguma situação caricata que vos tenha acontecido em palco? Temos os nossos momentos mais caricatos, claro, mas são coisas normais … por vezes uns enganos, que levam a fazer o resto do concerto, praticamente todo alterado, mas nada de mais.

Qual seria o palco onde sonhavam atuar um dia? Sem sombra de dúvida, o palco do Hard Club, no Porto, pelo seu misticismo no Hip-Hop nortenho e nacional.


O que procuram transmitir quando têm algum espetáculo? Precisamente aquilo que somos, lá está, sermos “Reais”! Quais são as vossas expectativas para este ano? Estamos a trabalhar a primeira mixtape, que vai contar com alguns participantes, e sem dúvida o próximo ano vai ser um ano marcante para nós. Para finalizar gostava que deixassem um recado para os nossos leitores e também para os fans? Só nos resta agradecer o carinho e o forte apoio que nos têm dado. Fiquem atentos que em breve estaremos aí com boas novidades, e com bons trabalhos, que é isso que merecem. Sejam felizes. Tamos Juntos! Reais 90, muito obrigado por partilharem um pouco da nossa vida profissional com a GtoW, foi um enorme prazer. O prazer foi todo nosso e, mais uma vez, obrigado pelo convite e pelo contributo que dão na divulgação da música nacional. Bem Hajam.

Entrevista: Bárbara Freitas Fotografias: cedidas por Reais de 90


…contas-me quem és? Leonor Vissolela Capitão Leal, filha de Alfredo Augusto Leal e de Isabel Fortunato Mafuta, nasci a 22 de Outubro de 1992 em Angola província de Luanda Município do Rangel. Solteira, 1,68 metros de altura, estudante do Ensino Superior no Curso de Animação e Intervenção Sociocultural - Instituto Politécnico de Setúbal. O meu prato preferido é Calulú de carne seca com funge, o perfume é Paco Rabanne Black, a cor é vermelho. Os meus tempos livres são sagrados, aproveito para dançar, cantar, cozinhar, passear, etc. Mulher linda, inteligente, humilde, sincera, leal, romântica e acima de tudo batalhadora. É assim que caracterizo as minhas qualidades! Quanto aos meus defeitos, só quem me conhece é que poderá designá-los. Angola é um país grande e está dividido por 18 províncias e cada província tem a sua tradição, neste caso eu sou de tradição Bakongo ( província do Uige) porque é a província onde a minha mãe nasceu, portanto fui criada com os costumes bakongos embora tenha também costumes de Luanda (kimbundo), mas a raíz bakongo está no meu sangue.

Viana foi o município que me viu crescer, lá passei toda a minha infância até à juventude, sou filha de pais separados, sempre vivi afastada do meu pai, quando era criança passava as férias e fins de semana com ele, mas infelizmente afastámo-nos por muitos anos, mais tarde voltei a vê-lo e a partir daí mantemos contacto, apesar da distância que nos separa. Isabel Mafuta, meu porto seguro, minha paixão honesta, meu pensamento puro, a flor que desabrocha, meu amor sincero, enfim… minha mãe querida o exemplo vivo de uma mulher batalhadora, agradeço todos os dias a Deus por ter metido na minha vida esta grande mulher, tenho 5 irmãos maravilhosos António Filipe; Erica Cadete; Luis Leal; Mário Fortunato e Rossana Fortunato, o nosso lema é “A união faz a força”. Em Viana, frequentei o infantário da paróquia de São Francisco de Assis com os meus irmãos, posterior-

mente fui para a Escola Nova, que assim é chamada até hoje da 1ª classe até à 5ª classe. Nessa altura eu e os meus irmãos estávamos pouco tempo com a nossa mãe, ela saía muito cedo para trabalhar e voltava muito tarde, mas mesmo assim ela deu-me uma educação muito rica e agradeço-lhe por isso, por ter batalhado e apostado na minha formação e no meu futuro. Em 2005 fiz a 6ª classe no Colégio Lidna. Em Luanda Sul, frequentei a Escola Comandante Loy durante o 7º e 8º ano e o colégio Itevando onde terminei o ensino secundário no Curso de Ciências Económicas Jurídicas. Ainda em Angola, encerrei o ano lectivo 2012 onde estava a tirar o Curso de Ciência Política (Administração Territorial) na Universidade Gregório Semedo. Posteriormente fiquei um ano sem estudar após ter recebido a proposta de uma bolsa de estudo para Portugal, depois de alguns meses de espera deramme a suposta bolsa.


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A chegada a Portugal foi e continua a ser uma experiência de louvar, apesar de tudo pelo qual passei, má alimentação, a casa não tinha as condições básicas para o clima envolvente, visto que Portugal é um país com temperaturas muito diferentes de Angola. A universidade que no qual estava inscrita não tinha o curso que pretendia, ou seja, inscreveram-me no primeiro curso que havia vagas (Gestão de Recursos Humanos), mesmo assim resolvi ficar, porque era a chance que tinha para me formar e tive que a agarrar com toda a minha força e coragem, na altura pensei nas batalhas que enfrentei em angola para conseguir estar aqui, nos sonhos da minha rainha Isabel Mafuta e na esperança de uma vida melhor, então decidi ficar e mostrar que nesta vida não basta só viver, mas sim batalhar para conseguir alcançar os nossos objetivos. Tenho uma tia muito especial que sempre me apoiou e me protegeu, é graças a ela e aos meus


….nesta vida não basta só viver, mas sim batalhar para conseguir alcançar os nossos objetivos.

pais que consigo manter-me aqui em portugal, com a minha força de vontade e o apoio deles vou conseguir dar a volta por cima e vencer esta batalha. Depois de ter mudado para o curso de Animação e Intervenção Sociocultural e ter terminado o 1º ano deste, considero-me feliz por o ter escolhido, porque é um curso pelo qual me identifico e para além disso em Angola não existe, neste caso é uma inovação, visto que é um pais em desenvolvimento e precisamos de inovações em todos os ramos, principalmente ao nível da formação e da cultura, foi por estas razões e por outras que optei por este curso. Estudar para contribuir no desenvolvimento do meu pais. Viver num pais estrangeiro é difícil, e mais difícil ainda se estiveres sem a familia por perto. É triste estar num lugar em que não se sabe o que fazer e como fazer para conseguir afastar os obstáculos, para seguir em frente e alcançar os objectivos de vida. Pensar que o mundo acabou, querer desistir dos sonhos e perder a esperança na vida, era o que eu sentia (perdida em algum lugar do mundo), mas o mundo dá muitas voltas e é preciso ter muita força de vontade para seguir em frente. Da vida eu não quero muito, quero apenas saber que tentei tudo o que quis, tive tudo o que pude, amei tudo o que valia e perdi apenas o que no fundo nunca foi meu!


EMIGRANTE EMPREENDEDOR César Augusto da Silva Melo, mais conhecido por Melo, tem 30 anos, nasceu no Panamá no Brasil e atualmente vive em Watford (Inglaterra). Antes de se aventurar a abrir um café era controlador de qualidade dos produtos de um hipermercado.

Boa tarde, agradeço a sua disponibilidade para esta entrevista. O prazer é meu. Há quanto tempo vive na Inglaterra? Estou cá desde março de 2005, por isso, há 9 anos. O que o levou a emigrar? Vim para trabalhar e estudar. Quais foram as principais dificuldades que sentiu quando chegou à Inglaterra? Senti dificuldades em tudo pois vim sem ter cá nenhum familiar e sem conhecer ninguém. E como não sabia falar inglês … ainda mais difícil foi. O que o levou a aventurar-se a abrir um negócio? Foi um rapaz que conheci no Wembley que já tinha lá um café arrendado e queria abrir um café em Watford. Eu disse-lhe que como vivia lá e já conhecia bem a zona, que o poderia ajudar. Escolhemos o local, tratamos de todos os papéis para arrendar o espaço, ele queria que ficasse tudo em meu nome e que eu gerisse o negócio. Entretanto eu descobri que afinal ele me tinha mentido e que não tinha nenhum tipo de negócio. Mas, já era tarde para voltar atrás, porque estava tudo já muito adiantado com o senhorio, então foi aí que decidi abrir o café sozinho. Comecei do zero, para dizer a verdade … nunca tinha visto sequer uma máquina de café tão perto nem nunca tinha trabalhado num café. Quais foram as principais dificuldades com que se deparou quando iniciou o seu negócio? Principalmente a falta de experiência. Foi o primeiro negócio que abri, não tinha nenhuma experiência em negócios nem em gerir ou trabalhar num café e a aceitação das pessoas na rua não foi fácil, por causa do barulho e do consumo do álcool.

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Hoje ainda sente essa adversidade por parte das pessoas? Agora já não, porque já estou dentro do assunto. O facto de ser estrangeiro e abrir um café foi bem aceite pela população local? Aceitaram bem, no início foi mais complicado … um bocado porque às vezes os clientes falam alto à entrada/saída do café, o que faz com se sinta oiça barulho na rua. Mas agora já entendem melhor. Quem frequenta o seu café? Tenho clientes de várias nacionalidades mas a maioria são portugueses, depois os brasileiros e os ingleses. Sei que no seu café tem um espaço onde vende produtos de origem portuguesa, quem são os principais clientes desses produtos? Não são apenas os portugueses. Os brasileiros também já compram e algumas pessoas do Gana, como Cerelac e chá. A venda desses produtos permitiu-lhe diversificar a sua clientela e atingir maiores lucros? Sim, mas o que realmente atrai muitos clientes é eu ter licença para poder vender álcool. Isto porque, aqui na Inglaterra é muito difícil de conseguir essa licença e nem todos os estabelecimentos a têm. Existem algumas regras que o estado tem para atribuir essa licença. Contudo a rua onde tenho o café, é uma rua com regras ainda mais restritas porque, apesar de ser uma zona mais residencial do que comercial, existe lá uma casa com pessoas dependentes do álcool e isso tornou esta licença ainda mais difícil.

Entrevista/Fotografia: Magda Ferreira


No entanto, mesmo eu tendo licença, os meus clientes só podem consumir álcool dentro do estabelecimento. Sendo proprietário de um café, acaba por lidar com pessoas de diversas nacionalidades e de diferentes culturas. É difícil lidar com esta diversidade cultural? Não, para mim é uma coisa normal, já estou habituado. Como já tinha trabalhado num supermercado e lá também nos cruzamos com pessoas de diversas nacionalidades, e eu lidava bem com todas elas … Tendo em conta que as nossas leitoras são portuguesas, qual é a sua visão pessoal sobre os portugueses que vivem na Inglaterra? São pessoas trabalhadoras, normais e a maioria já tem uma vida estável. Consegue arranjar algum tempo livre para dedicar aos seus hobbies? Neste momento, não me sobra tempo para nada porque estou a abrir um restaurante aqui ao lado do café e … não tenho tempo para nada. Agradeço mais uma vez a sua disponibilidade e gostaria de saber se gostaria de partilhar mais alguma coisa com as leitoras da G to W? Gostaria de falar um pouco do meu novo projecto, que é a abertura de um restaurante, mesmo aqui ao lado do café. Ainda não o divulguei muito pois, ainda não tenho data prevista para a abertura. Tenho como objectivo ter um bom menu, com preços acessíveis, e também uma zona de lazer. Porque toda a gente, tem meio de transporte e não faltam restaurantes espalhados por todo o lado, mas a diferença do meu restaurante está num espaço ao ar livre, que ficará situado nas traseiras, onde os clientes poderão estar sentados a beber, a fumar, a conversar, a jogar às cartas … esse tipo de coisas, num ambiente descontraído. O que tornará este espaço num ponto de encontro entre amigos. Falar consigo foi um prazer, muito obrigada. Eu é que agradeço, obrigado.



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Ser modelo Olá Lili, provavelmente muitos dos nossos leitores já te conhecem, no entanto fala-nos de ti. Quem és tu? Olá a todos. Quem eu sou? ... Sou uma menina-mulher cheia de sonhos, como tantas outras, que luta sempre por aquilo em que acredita. Amiga do meu amigo, divertida e com os pés bem assentes na terra. Em que fase da tua vida entrou a moda e o mundo da fotografia? Desde muito nova, sempre gostei de fotografia. Em pequena costumava colecionar imensos recortes de modelos, poses, expressões e tentava imitálos (sorriso). O bichinho da moda está presente desde muito cedo mas, trabalhar a sério, foi há cerca de 5 anos. És capaz de enunciar o que consideras necessário para se ser uma modelo? Para mim o essencial é a força de vontade, se tiveres força de vontade e acreditares em ti mesma és capaz de chegar onde jamais pensarias chegar algum dia. Sabemos que estás integrada numa banda como bailarina. Queres-nos falar sobre isso? Sim, não é somente numa banda mas em bandas de diversos artistas. Confesso que comecei a trabalhar como bailarina bem mais cedo que em moda. Mas, na minha opinião, ser bailarina e ser modelo são dois tipos de arte que vão de encontro uma á outra .... em ambos encarnamos uma “personagem”. Entre a moda e a música, qual é a área em que te sentes mais realizada e em qual irás apostar no futuro? Como vos disse, penso que ambas vão de encontro uma à outra contudo, não posso deixar de salientar as diferenças que existem … ambas fazem parte de mim desde que me conheço. Seria muito difícil escolher uma embora, confesso, a moda me preencha um pouco mais a alma. Em relação ao futuro não faço previsões, deixo as coisas acontecerem naturalmente.





É fácil ser modelo? Estamos sujeitos a uma exposição constante com a qual temos de aprender a lidar. Mas, confesso que é muito gratificante, para mim, ter pessoas a abordar-me a dar-me os parabéns por aquilo que faço, que é aquilo em que acredito e pelo qual luto … acho que já me aconteceu de tudo um pouco, desde adorarem o meu trabalho a simplesmente detestarem. Olhando à tua experiência na área da moda, sentes-te realizada ou tens vontade de trabalhar e crescer mais? Sinto-me totalmente realizada. Quando iniciei a minha carreira na moda estabeleci algumas metas e objetivos, que felizmente atingi e estão concretizados. Claro que, sendo eu uma modelo, pretendo chegar o mais longe possível … quanto mais longe melhor. O que seria para ti um projeto de sonho? Qualquer modelo que ame o que faz, que se dedique de corpo e alma a esta profissão tem sonhos... o meu é trabalhar para a Triumph. Queres deixar algumas dicas para os jovens que sonham tornar-se modelos? Sim, claro, sejam persistentes, não desistam à primeira dificuldade. Vão encontrar muitos obstáculos e vão pensar em desistir muitas vezes .... mas vocês são fortes e, com persistência e força de vontade um dia conseguirão. Nos teus tempos livres o que costumas fazer? Os tempos livres para mim são para descansar, ir á praia, conhecer novas cidades mas, o mais importante, estar com a minha família e amigos.

Entrevista: Sara Silva Fotografia: Herlander Patrocínio Make up: Paula Alexandra Dress Code: Lili Lopes


O que fazes para manter a forma? Qual é o teu segredo de beleza? Eu costumo dizer que não há pessoas feias, há pessoas pobres (risos). Eu felizmente fui abençoada com uma boa genética, como de tudo um pouco e não tenho grandes preocupações com dietas. Para manter o corpo tonificado corto nos doces e bebo bastante água. Sabemos que a tua vida amorosa vai de “vento em poupa” e que o teu namorado tem um talento muito especial, foi isso que te conquistou? Sim tem, é um excelente profissional, leva a sua vida profissional muito a sério, mas não foi o Beatbox que me conquistou (risos). O Filipe é um dos seres humanos mais fantásticos que conheço (quem o conhece e quem lida com ele sabe do que falo) é super acessível, muito simples e muito amigo do seu amigo … foi sem dúvida a sua personalidade que me conquistou. Qual a tua opinião sobre a GtoW? Muito sinceramente eu amei. A GtoW tem tudo para triunfar. Está repleta de grandes profissionais e amigos … a equipa é fantástica. Aproveito para agradecer a amabilidade que tiveram para comigo, são super humildes, amigos e deixam qualquer pessoa à vontade. Foi uma experiencia fantástica. O meu obrigado a toda a equipa. Também para nós foi um prazer conhecer-te melhor. Muito obrigado.



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A importância do desporto na minha vida Quando e por qual motivo iniciaste a prática de atletismo? A minha modalidade era o andebol, até participar numa prova de atletismo e ter ganho, isso foi em 2008, tinha nessa altura 11 anos, foi desta forma que comecei e consequentemente entrei na Escola de Atletismo Mário Silva, em seguida fui para o Sporting Clube de Braga, onde estou até hoje. Como adolescente que és, dirias que o desporto ajudou a moldar a pessoa que és hoje? O desporto deu-me uma perceção de vida diferente, através dele adquiri princípios como responsabilidade, disciplina, auto estima e confiança em mim mesma para encarar a vida. Como consegues conciliar o desporto com os estudos? Dá para conciliar na perfeição, porque os treinos são sempre ao final da tarde, após o período de aulas e com força de vontade tudo se consegue. Quem foi ou foram os principais responsáveis pelo teu começo na modalidade? Fui eu e por consequência o meu pai, que sempre me incentivou para esta modalidade. O atletismo é um desporto muito exigente? Sem dúvida, exige muito de mim, nesta modalidade liga-se muito ao pormenor e por vezes torna-se desgastante a nível físico. Quantas horas por semana dedicam ao treino? Cerca de 10 horas. Acompanhas outras modalidades? Gosto de ver futebol, mas não me considero fanática. Para ti, quais são as mais valias de um jovem praticar desporto? Ocupa os seus tempos livres, aumenta o nível de concentração e a sensação de bem-estar e da auto-estima.


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Teresa Cíntia Gonçalves da Costa Nasci em 26 de Junho de 1996 Atleta do Sporting Clube de Braga (Atletismo)


O desporto contribui-o para alguma mudança positiva na tua vida? A disciplina e o esforço exigido por esta modalidade faz com que tenha mais regras, e que viva num desafio constante, em querer alcançar todo o tipo de metas. Imagino que existam também alguns aspectos negativos, podes identificar alguns? Os aspectos negativos são poucos, talvez o cansaço físico, a falta de disponibilidade para estar com os meus amigos e os cuidados excessivos na alimentação, no entanto as vantagens prevalecem sobre as desvantagens. Que sonho tens para o futuro? Sonho em ser cantora. Há mais alguma coisa que gostarias de partilhar com as nossas leitoras? Apelo a todas para a prática de exercício físico a par com uma alimentação saudável, são essenciais para a nossa saúde e bem-estar A G to W agradece a disponibilidade que tiveste para está nossa pequena entrevista e desejamos-te todo o sucesso para a tua carreira, foi um prazer conhecer-te, muito obrigado Cíntia. Obrigado eu, foi um prazer conhecer a GtoW Entrevista: Marisa Lopes Fotografia: Herlander Patrocínio


Rua JosĂŠ cardoso Vieira de Castro, 548 4820 Fafe 916 861 415 mousselineacessorios2014@gmail.com https://www.facebook.com/MousselineAcessorios/info


MAXI a tendência 2014

A tendência dos acessórios em 2014 aparece associada ao brilho, ao luxo, ao glamour e a palavra que melhor os define é MAXI (colares, brincos, anéis e pulseiras – tudo grande, com cores apelativas e pedras). Aposte em acessórios de tamanho MAXI e esteja na moda.

Look formal Em ambientes formais o mais adequado é usar acessórios que transmitam a ideia de estar a usar uma jóia. Acessórios delicados e sofisticados de preferência dourados ou prateados ornamentados com pérolas e pedras. Look informal Em ambientes informais use os MAXI acessórios dourados, acobreados ou prateados com cristais coloridos e padrões étnicos ou animal print, sempre enquadrados no seu look geral (mas sem exagero pois os acessórios podem valorizar o look ou destrói-lo de vez). Para um jantar com amigos, um passeio, uma ida à esplanada aposte nas pulseiras, brincos, colares, anéis, lenços e cintos. Look praia Não é preciso perder o charme só porque está na praia ou na piscina e o biquíni não precisa de ser o acessório que mais chama a atenção. Pode selecionar outros acessórios para compor a sua imagem. Escolha uma bolsa de palha, um chapéu, uns óculos redondos ou estilo gatinha, que estão em alta este verão e lhe dão um ar sofisticado. Não convém usar acessórios de grande dimensão (corre o risco de ficar com marcas), opte por usar brincos rentes à orelha e pulseiras finas. Look festivaleiro Use acessórios descontraídos em cores audazes que transmitam um espírito livre e aventureiro. Misture vários acessórios como colares, pulseiras anéis para melhorar o seu look. Abuse dos acessórios de cabelo como chapéus, de abas largas ou de palha, que a protegem do sol e de headbands de flores, que pode usar como tiara ou no meio da testa, e lhe dão um ar romântico. Look desportivo Nem quando vai ao ginásio precisa de perder o encanto, lógico que não vai usar colares nem anéis contudo, pode usar relógios desportivos, bonés, elásticos para o cabelo, frufus, fitas e se for dar uma corridinha ou um passeio, leve os seus óculos. Pareça simples confortável … e esbelta.


Tema: Jéssica Silva Fotografia: Herlander Patrocínio Make up: Ana Rodrigues

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Cada vez mais as marcas estão a apostar em acessórios que fazem toda a diferença no seu look, especialmente se é alguém que gosta de marcar o seu próprio estilo. A tendência dos MAXI veio para permanecer e basta uma destas peças para transformar um look básico num look sofisticado e chique, por isso arrisque e use. É importante salientar que uma mulher de baixa estatura também pode usar peças MAXI se tiver o pescoço alto e esguio e os dedos das mãos longos, apesar das mãos pequenas.


tendências para este verão Neste Verão a maquilhagem está em alta, cada vez mais as mulheres se maquilham, procurando ficar mais bonitas. A maquilhagem tem a capacidade de realçar o que de melhor temos mostrando-nos ao mundo como mulheres bonitas, românticas, misteriosas “fatais”

As tendências para este verão são:

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Pele: O aspecto natural (looks nude) do rosto este ano ganha relevo o que permitirá, a quem gosta de maquilhagem mais subtil, arriscar nos lábios, usando um batom marcante. Existe no mercado uma variada gama de produtos que nos ajudam a obter a pele desejada contudo, não devemos descurar as regras base para mantermos a nossa pele saudável e perfeita. Olhos: Use e abuse das sombras em tons pastel (ex: o verde lima) e dos dourados e cobreados brilhantes, que irão evidenciar o seu olhar; realce o olho contornando-o com eyeliner – opte por um traço fino ou grosso, dependendo do seu gosto pessoal. Lábios: Destacamos os lábios bem chamativos, o vermelho será sempre uma boa aposta, se preferir algo mais discreto opte pelos tons alaranjados ou mesmo pela cor de laranja. Os lábios laranja enquadram-se em todos os tons de pele e existe no mercado uma vasta gama de tons laranja (e de preços também). Use os batons matte ou gloss (brilho molhado ou efeito opaco), de acordo com a sua preferência. Outra tendência, para esta e para a próxima estação, são os tons vermelhos escuros (cor vinho), experimente e vai sentir-se ousada e sedutora. Sobrancelha: A sobrancelha grossa predomina esta estacão mas, atenção, nem todas temos o formato de rosto adequado para optar por esta tendência. Tendências: • • • •

Pele perfeita com ou sem máscara de pestanas e lábios marcados; Eyeliner bem definido desde o básico preto (nunca fora de moda) aos coloridos; Sobrancelha grossa e definida; Boca laranja, vermelha, vinho.


passo a passo Queridas leitoras, estou cá para vos ajudar, por isso nesta edição nada melhor que um passo a passo de uma maquilhagem e de um penteado para uma festa, numa noite de verão. Vamo-nos preparar? Vamos ficar ainda mais bonitas. Porque nós merecemos.

Maquilhagem / material - Primer da Sephora - Base Shiseido (resistente à agua - logo é ótima para as temperaturas de verão) - Correctivo da Maybelline - Primer de sombra da NYX - Palette de sombras da Too Faced a Chocolate Bar - Revirador de Pestanas - Máscara de pestanas à prova de água da Kiko - Blush da MAC (o Warm Soul) - Pó Facial da MAC - Lápis preto da To Faced - Batom da Sephora n. 2157A

Penteado / material - 2 elásticos - 1 donuts - Grampos - Laca - Escova - Pente

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Comece por limpar e tonificar a sua pele. Depois de a sua pele estar pronta começamos a trabalhar a parte superior do olho, aplique o preimer de sombras na pálpebra móvel e fixa e espalhe-o bem.

Aplique uma sombra bege mate ao longo de toda a extensão da pálpebra;

Trace um risco, com o lápis preto, ao longo das pestanas superiores e esfume-o muito bem;

Use o revirador de pestanas. Ele irá ajudar a alongar e curvar as mesmas;

Para finalizar aplique a máscara de pestanas;


Passamos agora à parte inferior do olho, aplique o corretivo e espalhe-o muito bem, para o fundir na pele;

Após o que aplica o pó facial em todo o rosto;

Aplique o blush e o iluminador;

E finalize com um batom boom, que está em alta este ano. Opte por um vermelho alaranjado para evidenciar os lábios.

Concluímos a nossa maquilhagem e estamos prontas para arrasar. Lembro que não necessita de ter materiais específicos como os que usei. Use os que tem em casa.


Comece por pentear bem o seu cabelo. De seguida faça um rabo-de-cavalo bem alto e prenda-o com um elástico.

De seguida coloque o donut no seu rabo-de-cavalo e espalhe o cabelo sobre o donut. Prenda de novo o cabelo com um novo elástico, como se mostra na imagem.

Por fim, enrole o cabelo que restou em redor do coque e vá prendendo com ganchos, dando ao coque o efeito bailarina.

E para terminar insira uma flor, uma fita ou uma bandolete no penteado (depende do gosto de cada uma de vocês).

Este é um penteado elegante, ideal para um convite de última hora, fácil e rápido de fazer, que realça a beleza do rosto e lhe dá um toque sensual, casual, desportivo e romântico. E amigas, isto entre nós, adoramos nos sentir lindas e sensuais. Este coque pode ser usado por todas as mulheres, independentemente do tipo de rosto e do estilo pessoal. Não esqueça que o mais importante é sentir-se bem consigo mesma, sem perder a sua individualidade. Experimente.


Tema: Ana Rodrigues Fotografia: Herlander PatrocĂ­nio Make up: Ana Rodrigues


A Cabana Conto erótico da escritora Andreia Hipólito

A porta velha de madeira chiou em protesto quando foi aberta de repente e a neve e a pouca luz do exterior adentraram o pequeno espaço, sacudindo a poeira do chão rangente. Jack fez um esforço descumunal para voltar a fechar a porta, e ainda teve que segurar na pequena mulher que quase não conseguiu travar antes de bater com força contra a parede. Quando a porta se fechou e a neve que entrara assentava devagar no chão, os seus olhos azuis passaram pelo espaço velho e franziu o nariz ao sentir o cheiro a mofo. Era impossível que, na única semana que tirava de férias em anos, a porcaria do céu decidisse desabar em cima dele. Mais impossível ainda era que a única pessoa com quem a porcaria do carro se decidira a colidir, era precisamente a mulher que mais odiava no mundo inteiro e arredores. Não… a sua sorte nunca mudava, mesmo. Olhou então para a mulher pequena e franzina encostada à parede, que não se decidia se espirrava, se tossia ou se tremia de frio. - Vais-te decidir de uma vez? – murmurou, sarcástico. – Seria bom se te calasses para poder ouvir os meus próprios pensamentos. Hazel apoiou as mãos nos joelhos, tossindo uma última vez, e riu forçadamente. - Mas tu tens pensamentos, ao menos? Jack praguejou entredentes e virou-lhe as costas, colocando as mãos na cintura e observando o estado da charneca abandonada que tinham encontrado por acaso, no meio daquela tempestade de neve repentina. Era incrível, pensou ela, endireitando a coluna e observando-o. Os anos tinham passado, mas ele não havia mudado nada. Continuava com aquele porte rígido e direito, com os ombros largos e os braços grossos. A cicatriz que tinha na sobrancelha esquerda continuava a falhar na tarefa de o tornar menos atraente e aqueles olhos azuis continuavam a triunfar na tarefa de a fazer perder o fôlego.¬ Tinham-se passado, o quê? Três anos? Quatro? Aquele brutamontes continuava a ser o mesmo parvalhão mal-educado de sempre. Só de pensar que quase se casara com ele… Endireitou-se completamente quando ele olhou para ela com aquele olhar de felino a perfurar o dela e depois a descer pelo seu corpo. Inconscientemente, abraçou-se e encostou-se mais à parede. Estava trancada numa charneca abandonada no meio de nenhures com um homem que pesava cento e dez quilos de puro músculo, no meio de uma tempestade e, ainda por cima, aquele homem odiava-a. Podia muito bem desfazer-se dos seus cinquenta quilinhos e ir-se embora a assobiar de satisfação. - Estás a olhar para onde? – retrucou, mal-humorada. Ah…, pensou Jack, as saudades que tivera daquele beicinho mimado e contrariado. Sim,… Hazel Grace continuava a ser uma autêntica cópia de uma menina emburrada de cinco anos. Principalmente com aquele aspeto inocente e frágil. A meia-leca não devia passar do metro e meio, mas tinha uma língua e uma personalidade maior que o seu tamanho. Quando ela espirrou, pela centésima vez, apercebeu-se que estavam ambos encharcados e que apanhariam uma hipotermia se não se aquecessem e secassem rapidamente. Entalando um monte de respostas tortas atrás da língua, aproximou-se de uma cadeira velha, esquecida a um canto, e deitou-a no chão. - O que estás a fazer? – perguntou Hazel, franzindo o sobrolho, mas logo soltou um gritinho quando ele


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Fotografia: Herlander PatrocĂ­nio


acertou na pobre cadeira com a sua valente botifarra de montanha e a partiu em pedaços. - Vou acender uma fogueira. – apontou com a cabeça para a lareira empoeirada e cheia de teias de aranha. – A não ser que tenhas uma ideia melhor. Não me apetece morrer aqui, de frio, ao teu lado. Ela estendeu-lhe a língua nas suas costas, enquanto ele arrancava as pernas da cadeira e as atirava para a lareira. - Também não morro de amores por ti. - Já foram tempos. - o comentário seco foi seguido de um silêncio enorme. Sim, tinham sido tempos em que fugiria com ele para o fim do mundo, se fosse preciso. Mas já tinha acabado. Aquele idiota tinha-a traído e ela preferia sofrer sozinha do que continuar a ser enganada. Quando as labaredas se ergueram, por fim, e lamberam a madeira podre da velha cadeira, Hazel aproximou-se e estendeu as mãos para se aquecer. No entanto, quase teve um ataque quando ele tirou o casaco molhado e puxou a camisola de lã pela cabeça, ficando seminu. - O que estás a fazer, seu idiota? – guinchou, com os olhos quase fora das órbitas. – Veste-te! Já! Jack ignorou-a e tirou as calças, deixando-as cair até ao chão, revelando à luz da fogueira a musculatura poderosa das suas coxas. - Temos que tirar estas roupas e esperar que sequem, senão vamos ficar doentes. - Temos?? - Tira a roupa. – murmurou, baixando-se para apanhar a sua roupa e empilhá-la próxima do fogo. - Nem morta! - Tira a roupa, Hazel. – olhou-a. – Não torno a repetir. Ela abanou a cabeça. Os curtos cabelos loiros a emoldurarem-lhe a cara pálida e os olhos verdes a brilharem. Tinha as faces coradas e Jack sentiu o coração parar ao admirar tanta beleza. Hazel sempre fora uma beldade. Aproximou-se e, a cada passo que dava para ela, a moça endiabrada dava outro para trás. Suspirando por se sentir farto dos jogos dela, estendeu o braço e apanhou-a. - Não! – gritou, sacudindo-se nos braços dele enquanto lhe arrancava a roupa molhada. - Para quieta, mulher! - Para, tu! Jack levantou-a no ar com facilidade e encostou-a à parede, tentando imobilizá-la, no entanto, quem ficou imóvel foi ele. Aqueles olhos eram tão verdes … tanto como os recordava… - Jack… - ela murmurou, respirando com força. Desceu o olhar para os lábios dele e lambeu o lábio superior. Foi o suficiente. Jack apoderou-se da sua boca e ela suspirou de prazer, abraçando-o pelo pescoço. Meu deus… Tinha-se passado tanto tempo… Já quase se tinha esquecido como era bom ter aquela pequena nos braços, de levantá-la no ar, sentir as pernas dela ao redor das suas ancas e possuí-la com desespero. Jack rosnou e arrancou o soutien preto com os dentes. Não ia esperar mais, tão pouco se importava que o mundo acabasse lá fora. Hazel tinha que ser dele mais uma vez. - Jack… - sussurrou no seu ouvido. – Quero mais…


Fora de si, rasgou a última peça interior que lhe restava e instalou-se entre as suas pernas. Logo, penetrou-a e desabou a cabeça contra o pescoço dela. Hazel gritou alto de prazer e arranhou-lhe as costas, pedindo mais. Sentiu os dedos dela no seu cabelo e mordeu-a no pescoço enquanto a possuía com mais força e mais necessidade. Completamente fora de si, Hazel puxou-lhe o queixo para cima e olhou-o nos olhos. - Amo-te tanto, Jack… Tanto! – e beijou-o, sorvendo-lhe o grito de êxtase. Jack fechou com força os olhos e deixou que as ondas do prazer o levassem, explodindo dentro dela com uma força que o surpreendeu. Quando, finalmente, os espasmos do orgasmo se acalmaram, quando a sua respiração se estabilizou e o seu coração se acalmou, beijou-a com doçura. A doçura que Hazel dizia que ele só lhe mostrava a ela. - Porque me abandonaste? – murmurou contra a têmpora dela. - Porque me traíste? Ele ficou atónito e olhou para ela com surpresa. - Trair-te? – viu os olhos verdes marejados de lágrimas. – Hazel, eu nunca te traí. Nem em pensamentos. Eras a mulher da minha vida. – beijou-lhe a ponta no nariz. – Continuas a sê-lo. - Aquela espanhola disse-me o contrário. – brincou com os cabelos cor de azeviche dele. – Aquela vadia… - Quem? A Maria? Ela disse-te que tivemos um caso? – ela acenou, com um beicinho adorável. – E tu acreditaste? - Ela era perfeita! Era alta e esbelta, podia oferecer-te muito mais do que eu tenho para te oferecer. - resmungou. – Pensei que te tinhas cansado de mim. - Oh, Hazel… - suspirou, pousando-a devagar no chão. – Foi por causa dessas dúvidas tolas que acabaste o nosso noivado? Podias ter-me dito. Eu tirava-te essas dúvidas todas contra uma parede, como agora. – sorriu. - Oh, Jack… - o seu beicinho tremeu e começou a chorar, enterrando a cabeça contra o seu ombro e sendo abraçada com força por ele. – Desculpa…! Jack puxou-a para a frente da lareira e deitou-se no chão com ela. Quando ela terminou de chorar, apoiou a face no peito dele e suspirou entrecortadamente. - Fui uma estúpida, Jack… Nem acredito que não estás a gritar comigo e a chamar-me nomes. Perdoa-me. - E que me adiantaria isso? Bastava-me olhar para esses teus grandes olhos verdes, que me esqueceria de toda a minha raiva. Sempre foi assim… Ela sorriu contra o seu peito. - Sempre foste um gigante muito doce… - Casa-te comigo, Hazel Grace. – beijou-lhe o topo da cabeça e ouviu-a suspirar de deleite. – Não quero esperar mais e correr o risco de te voltar a perder. Sê minha outra vez. Ela levantou a cabeça e sorriu-lhe. - Nunca deixei de o ser… E beijou-o.


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