História da Música Sacra - Ruy Wanderley

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RUY WANDERLEY

HISTÓRIA DA MÚSICA SACRA

Prefácio de HENRIQUETA ROSA FERNANDES BRAGA da EM da UFRJ

SAO PAULO IMPRENSA METODISTA 1977


Este livro foi editado sob os auspícios da "Union Church of Rio de Janeiro", no pastorado do Rev. Wallace W. Williams, a quem o autor apresenta sua gratidão ehomenagem. Figura na capa o desenho do templo que abrigou essa Igreja durante quase meio século e que foi demolido em 1976, quando iniciou-se a construção do novo templo, na Barra da Tijuca, RJ.

Direitos autorais reservados Copyright 1977 —Ruy Wanderley

Ficha catalográfica:

W245

) Wanderley, Ruy ~ Carlos Bizarro ~ (1940História da Música Sacra, prefácio de Henriqueta Rosa Fernandes Braga. . . São Paulo, Imprensa Metodista, 1977. 82 p. mus. 23 cm. 1. MÚSICA SACRA —História. I. Fernandes Braga, Henriqueta Rosa, pref. II. Título. CDU — 783 (091) CDD — 783.09


Para Hora Diniz Lopes, mestra e artista, vida inteiramente dedicada ao louvor a Deus.


CONTEÚDO Página Prefácio Apresentação Índice dos exemplos musicais incluídos I. Introdução II. A Música dos primeiros séculos de cristianismo III. De quando os cristãos passaram a cantar a duas e mais vozes IV. O outono da Idade Média V. A Renascença e a Reforma protestante VI. O Barroco VII. O período Clássico VIII. Música sacra não evangélica no Brasil, sec. 18 IX. Ludwig van Beethoven X. O Romantismo XI. Música sacra não Brasil, sec. 19 e 20 XII. Música sacra universal no século 20 (Introdução) XIII. Música Sacra universal no século 29 (Conclusão) XIV. Música Sacra não evangélica na América Latina

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Bibliografia Hinários e coleções de Música Sacra citados Índice alfabético

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PREFÁCIO A "História da Música Sacra" com que Ruy Wanderley inaugura sua produção em livro é obra traçada com a segurança e a clareza de quem conhece o assunto e o público ao qual se dirige. Uma pequena incursão em seu "curriculum vitae" faz compreender a autoridade com que delineou e desenvolveu a sua pesquisa. Nascido em São Carlos SP aos 3 de dezembro de 1940, Ruy Carlos Bizarro Wanderley completou em sua cidade natal os cursos Primário, Ginasial e Científico, o curso de Contabilidade e o de Biblioteconomia eDocumentação. Na cidade de São Paulo fez o curso preparatório de Canto Orfeónico no Conservatório Estadual de Canto Orfeónico e o de Regência Coral no Instituto José Manuel da Conceição. No Rio de Janeiro especializou-se em Canto Orfeónico no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico e diplomou-se no curso de Música Sacra da Escola de Música Sacra do Colégio Bennett. Sua atividade musical tem abrangido a regerência de coros (Coral da Igreja Presbiteriana de São Carlos SP; Coral Evangélico da mesma cidade; Coral da Igreja Presbiteriana de Lavras, Coral do Instituto Gammon e grupo Os Madrigalistas, Lavras MG; Coral da Mocidade da Igreja Metodista do Catete, Coral Sinfónico da Escola de Música Sacra do Colégio Bennett, RioJ e o magistério (professor de Teoria Musical, Harmonia, História da Música e diretor do Departamento de Música do Instituto Gammon; professor dessas mesmas matérias na Escola de Música Sacra do Colégio Bennett e professor de História da Música e Apreciação Musical no Conservatório Brasileiro de Música, RioJ. É atualmente regente do Coral da Igreja Presbiteriana de Copacabana e do Union Church Chancel Choir, no Rio; membro do Conjunto Musica Antiga da Rádio MEC; professor deflauta-doce e diretor do Conjunto de Música Antiga da Pontifícia Universidade Católica do Rio; diretor artístico do grupo Estúdio Musicaste do Conservatório Brasileiro de Música. Integrou, durante alguns anos, o Conjunto Roberto de Regina, com o qual participou da viagem artística aos Estados Unidos e Venezuela promovida pelo Ministério das Relações Exteriores, em 1970. Foi bibliotecário do Instituto Gammon, Lavras MG, da Escola de Música Sacra do Colégio Bennett e do Instituto Bennett de Ensino, Rio. É no presente, e desde 1971, bibliotecário e editor do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Pesqueiro do Brasil, FAO / PNUD — SUDEPE, Rio. Exímio executante de flauta-doce, possui, já publicados, arranjos e produções originais para esse instrumento. Colabora em boletins e jornais, entre os quais o "Louvor Perene", de Belo Horizonte, MG. Tem realizado várias gravações. Participando de conjuntos vocais e instrumentais, regendo coros, lecionando música, familiarizou-se Ruy Wanderley com a Música Sacra e particularmente com a produção hinológica usada no Brasil. Estudioso e exercendo ativi-


dade em bibliotecas, manuseou obras especializadas e hinários; escolheu e organizou programas; escreveu artigos sobre História da Música. O resultado de seu labor é o presente trabalho. Para bem realizá-lo, não se limitou o autor a pesquisas bibliográficas e à sua própria viv~ncia, mas entrevistou compositores contempordneos a fim de coligir dados indispensáveis que lhe permitissem completar o estudo até a época atual. Esta iniciativa confere à obra grande valor, de vez que a prática musical do momento, normalmente, só se apresentará em livro com uma boa defasagem. Privando no meio musical com muitos dos músicos citados, póde recolher informações preciosas ainda não reunidas e publicadas. Na exemplificação sonora dos períodos apontados incluiu várias músicas com letras por ele mesmo traduzidas ou adaptadas e adaptações musicais de sua autoria. Teve o louvável e produtivo cuidado de anexar, para cada fase histórica, uma relação do que existe nos hinários evangélicos brasileiros de modo a permitir melhor compreensão do texto; erevelou-se plenamente atualizado ao dar as referências relativas à coleGão "Salmos e Hinos com Músicas Sacras" já na nova numeração, conforme sua quinta edição revista e aumentada. Auguramos à presente "História da Música Sacra" trajetória brilhante e educativa e, ao seu autor, entusiasmo sempre renovado pura prosseguir na produção de obras como esta. Rio, agosto de 1976 Henriqueta Rosa Fernandes Braga da Escola de Música da UFRJ


APRESENTAÇÃO

O propósito deste livro é apresentar um panorama simples e conciso da História da Música Sacra. Os capítulos que se seguem são os artigos publicados trimestralmente no periódico sacro-musical LOUVOR PERENE, que formaram a série "História da Música Sacra", iniciada no LP:39, 1969 e concluída no LP: 63, 1975. Não somente o líder musical, mas também o participante, o interessado enresmo osimples apreciador e ouvinte precisam estar preparados para ouvir e interpretar música dos mais variados períodos históricos. Tesouros inestimáveis podem ser encontrados na música dos tempos passados eque até hoje têm seu lugar nas salas de concerto e nas igrejas. Nossos hinários contêm hinos de vários períodos, mas poucos deles são conhecidos dos coros e congregações. Constantemente os regentes de coros e organistas se queixam de falta de coisas novas, pois é tão difícil publicar música sacra e, também, porque temos poucos compositores, poetas e poucos meios de divulgação do pouco que há. Por isso vemos tantos coros repetindo, anos seguidos, os mesmos hinos e desejando músicas novas. Em geral há uma espécie de respeito temeroso demais pelas coisas "antigas". Uma incursão no passado, porém, é muito importante na renovação de repertórios. Encontraremos muitas novidades nas coisas velhas, novidades estas de valor sempre atual e que nos fascinam. Nosso propósito é mostrar alguns aspectos mais relevantes de cada período e as possibilidades de inclusão desse material no trabalho do Ministro de Música. Registramos agradecimentos muito especiais a Lida E. Knight, redatora do LOUVOR PERENE, pelo incentivo que nos deu sempre, no decorrer de toda a publicação da série de artigos e agora, na transformação deles em livro, pela autorização do uso do material literário e musical. Nossa homenagem respeitosa à Prof. Henriqueta Rosa Fernandes Braga, primeiro nome da Música Evangélica no Brasil, pela dedicação de seu precioso tempo na revisão deste trabalho, e nossos profundos agradecimentos pelas sugestões preciosas que nos fez, bem como por facilitar o acesso aos originais do "Salmos e Hinos com Músicas Sacras", quinta edição revista e aumentada, e ainda por prefaciar nosso trabalho, o que vem valorizá-lo grandemente. Rio, agosto de 1976 Ruy Wanderley


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fNDICE DOS EXEMPLOS MUSICAIS INCLUfDOS Página 1 —Jesus, por nós cativo (Christ lag in Todesbanden), J. Walther 9 2 —Meu refúgio é o bom Senhor (Pars mea Dominus), G. P. Pales11 trina 3 — Nasceu o Infante de Belém (Puer natus in Behlehem), M. Praeto13 rius 4 —Elevarei os olhos meus (Ich heb mein Augen), H. Schutz 15 5 — Perante a manjedoura estou (Ich steh an definer Krippe hier), J. Klug — J. S. Bach 18 6 — O dia triunfal raiou (Erschienen fist der herrlich'Tag), N. Herman 20 J. S. Bach 23 7 —Salmo 42, C. P. E. Bach 8 — Lamento e dor! (do oratório "Der Tod Jesu"), C. H. Graun 25 30 9 —Ele encarnou-se (Et incarnatus est), W. A. Mozart 10 —Jesus, nascido de Maria (Gloria Patri), J. Mauricio Nunes Garcia 33 11 —Prece (Bitten), L. v. Beethoven 36 12 — Dá teus pesares (do oratório "Elias"), F. Mendelssohn — Bartholdy 39 43 13 —Não temais! (do oratório "Cristus"), F. Liszt 14 —Nós te adoramos, Cristo! (da cantata "As sete palavras de Cristo"), T. Dubois 46 50 15 —Salmo 90, B. Itiberê 53 16 —Canto de Natal, J. Maria Neves 17 —Virá aquele por quem o mundo anseia (da Cantata de Natal), Jean Binet 56 18 —Acalanto de Maria (Dormi Jesu), E. Rubbra 60 19 —Salmo 42, G. Graetzer 63

Obs.: Estes exemplos, com exceção do número 17, foram publicados no "Louvor Perene". Cópias avulsas podem ser adquiridas, uma vez solicitadas diretamente àredação do "Louvor Perene", Caixa Postal 1695, Belo Horizonte, MG.


I. INTRODUÇÃO Vamos denominar os principais períodos da História da Música para termos uma orientação geral neste estudo: — Antiguidade remota: até o século 6 antes de Cristo (hebreus, egípcios, etc). — Antiguidade clássica: do século 6 a.C. até o século 4 (gregos, romanos, cristãos primitivos). — Idade média: século 4 ao século 15 (Gregório, Leoninus, Dufay). — Renascença: século 16 (Lutero, Palestrina, Orlando di Lasso). — Barroco: século 17 e 18 (Schutz, Bach, Vivaldi). — Classicismo: fim do século 18 (Mozart, Haydn). — Romantismo: século 19 (Mendelssohn, Brahms). — Contemporâneo: século 20 (Stravinsky, Villa-Lobos). Veja, por exemplo, no fim de SH, CC e HE, no índice dos compositores esuas datas de nascimento e morte, quantos hinos temos nesses períodos todos. O estudo da história dos povos da Antiguidade nos mostra uma relação muito estreita entre a Música e a Religião. Nas variadas formas de expressão natural religiosa, das feitiçarias primitivas até as formas mais elaboradas de culto entre as antigas civilizações dos egípcios, babilônios, chineses, fenícios e persas, a música foi usada como parte importante das cerimônias, utilizando para isso vozes individuais, coros, instrumentos e danças. O povo que mais nos interessa é o hebreu, cujo livro histórico, a Bíblia, está repleto de informações sobre como era feita a música, quem fazia, quais os instrumentos usados e até mesmo quem os "inventou". Procure essa informação em Gênesis, se não souber o nome . . . O Salmo 150 é um verdadeiro catálogo de instrumentação. ABíblia nos fala da voz de Miriam celebrando a passagem do Mar Vermelho; do vigor sonoro das trombetas derrubando os muros de Jericó; da música de Davi, que modificou o estado de espírito de Saul; da tristeza do povo no cativeiro, sem vontade de cantar ou tocar coisa alguma e, assim, refletindo a história do povo escolhido, através de Cânticos e Salmos narrativos. O Novo Testamento nos fala de hinos e cânticos espirituais, da presença de instrumentos de sopro nas festas e do "hino" que antecedeu a ida de Cristo ao Monte das Oliveiras.(1) (1) —Para informações mais detalhadas recomendamos: A Música na Bíblia, de Paul MacCommon. Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista, 1963. — 1 —


De nosso interesse é também a música dos gregos, na Antiguidade Clássica, pois chegaram a elevado grau de elaboração artística, relacionando apoesia com a música e a dança. Fizeram importantes estudos teóricos sobre a ciência dos sons, relevaram o papel da música na educação e influenciaram a cultura latina, de modo geral, especialmente a música romana. Sob estas influências, hebraica e Breco-romana, é que surgiu o Cristianismo. Quis a Providência que a Igreja de Cristo tivesse sua manifestação primitiva mais importante em Roma, onde vamos encontrar uma comunidade cristã em formação, em crescimento veloz, porém difícil. As perseguições se fizeram intensas e devastadoras, limitando os encontros dos fiéis às horas menos perigosas. A Igreja foi obrigada a se esconder nas catacumbas para seus cultos, desconfiando de cada novo adepto, restringindo a participação na misteriosa Eucaristia e utilizando já um tipo de música bem característico, que veremos a seguir.

II. A MÚSICA DOS PRIMEIROS SÉCULOS DE CRISTIANISMO O Novo Testamento apresenta várias referências que, de certa forma, demonstram a importância da música na nova Igreja e a dependência desta às práticas judaicas. Sem dúvida os Salmos foram, desde cedo, incorporados aos serviços religiosos, entoados de maneira semelhante à hebraica. O mesmo se deu com os Cânticos do Velho Testamento e com os novos cânticos relatados nos Evangelhos. Ao lado deles, outros cantos originais, isto é, trabalhos de poetas crentes, foram sendo incluídos no repertório da Igreja primitiva. É por isso que Paulo se refere a "salmos, hinos e cânticos espirituais".(1) Há algumas características muito importantes que identificam a maneira de cantar, nos primeiros tempos cristãos: — O canto era sempre em uníssono; — não havia acompanhamento instrumental algum (os instrumentos foram proibidos por serem considerados profanos e pagãos. O órgão só começou a ser usado no século 7, embora seu uso tenha sido, no ocidente, oficializado no século 9); — somente homens adultos e meninos cantavam.(2) — as melodias tinham poucas variações de altura, raramente ultrapassavam aoitava, eram bastante "planas" (daí, provavelmente, o nome Cantochão, tradução direta de "Cantus planus" que se dá a essa música); (1) — Efésios 5:19, Colossenses 3:16. (2) — Na Síria as mulheres participavam de algumas antífonas, ao lado das crianças. Santo Ambrósio, no século 4 achava que as mulheres "fariam boa coisa se cantassem os Salmos, ao invés de conversarem na Igreja . . ."

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— os ritmos eram inteiramente dependentes dos textos (latinos ou gregos, conforme o lugar), a melodia acompanhava as acentuações das frases poéticas; às vezes poderia haver várias notas para a mesma sílaba, caracterizando o estilo melismático, em oposição ao silábico (uma nota para cada sílaba) e o salmódico (várias sílabas para a mesma nota). Essa maneira de cantar foi se tornando difícil para as congregações, acessível apenas aos coros bem treinados. Aconteceu que, no século 2, as "Constituições Apostólicas" determinaram que um solista entoaria os Salmos e as congregações responderiam apenas trechos fáceis: Améns, Aleluias, etc. Assim o canto congregacional se vê afastado do culto e só voltará aele no século 16, com a Reforma. As proibições tinham efeito local e só depois de dois ou três séculos o canto comunitário desaparece completamente. Por outro lado, os coros treinados, coros de monges e clérigos, cada vez mais se aperfeiçoavam e, por vezes, se dividiam em dois grupos que cantavam alternadamente (canto antifônico) ou então respondiam a um solista (canto responsorial). De grande importância para a vida da Igreja foi o decreto do Imperador Constantino, no ano 313, dando ao cristianismo a tão necessária e almejada liberdade religiosa. A Igreja sai então das catacumbas e rapidamente se expande, estabelece vários centros de liturgia em toda a Europa, vem a ser oficializada para o mundo romano e começa a ser organizada e regulada por ritos padronizados e cânones, que vão ser modelos para muitos séculos. Nesse sentido, a música conta com dois personagens de destaque: Santo Ambrósio, bispo de Milão que, no século 4, adaptou elementos teóricos da música grega e, com isso, estabeleceu um padrão musical para a sua diocese; São Gregório, chamado "o grande", Papa de 590 a 640, que aproveitou o trabalho de Santo Ambrósio, ampliou-o e estendeu para toda a cristandade um padrão musical que foi imutável por séculos, a música gregoriana. Foi ele o fundador da primeira escolá de música sacra, a "Schola Cantorum", que preparava líderes que irïam dirigir a música nas várias igrejas. Até hoje podemos ouvir música gregoriana em várias igrejas católico-romanas, em salas de concertos ou em gravações.(1) Cabe aqui ressaltar o trabalho de reconstituição de canto gregoriano, hoje realizado pelos monges do Mosteiro de Solesme, na França. Outra coisa muito interessante é a tendência atual de alguns músicos para compor música sacra baseada nos princípios gregorianos, mas revestida de roupagem moderna. Um deles é o padre Gelineau, cujos salmos franceses já foram traduzidos para o Português e gravados por alguns corais no Brasil.(2) Desde os seus primórdios a liturgia cristã foi formando uma ordem de culto regular, a Missa, composta por partes lixas que se repetem em (1) —Exemplos de cantochão (harmonizado) nos nossos hinários: SL: 65, 66, 114 e 144. CP3: 93. LP 56. (2) — "Salmos e cânticos", traduzidos e adaptados às melodias do Pe. J. Gelineau S. J. Rio de Janeiro, Liv. Agir Ed., 1961.


todas as celebrações e outras partes que variam de acordo com o calendário litúrgico. As partes fixas, chamadas "Ordinário", nos interessam de perto, pois receberam música desde cedo e, no decorrer de toda a História da Música, foram objeto dos mais importantes cuidados dos grandes mestres. Vamos conhecê-las: 1. KYRIE ELEISON, palavras gregas que significam: "Tem piedade, Senhor". Mais tarde acrescentou-se CHRISTE ELEISON, "tem piedade, Cristo." 2. GLORIA IN EXCELSIS, baseado inicialmente no cântico dos anjos e acrescido de outras frases laudatórias. 3. CREDO, afirmação de fé do Concílio de Nicéia, em 325. 4. SANCTUS, baseada em Isaías, capítulo 6, BENEDICTUS, entrada triunfal. 5. AGNUS DEI, "Cordeiro de Deus". Todos estes textos latinos podem ser encontrados nos missais da Igreja Romana, com sua tradução. Também aparecem nos rituais de Comunhão de algumas denominações evangélicas. Podemos usar qualquer deles no culto evangélico, principalmente com boa música. Mesmo que nossos princípios nos levem a usar músicas com textos em Português, muita coisa merece não ser traduzida, pois há um "sabor" peculiar na língua latina que pode ser prejudicado pela tradução. Talvez fosse melhor explicar de alguma forma aos ouvintes o que significa o texto, e cantá-lo no original. Notem, por exemplo, no "Glória a Ti, ó Cristo", de Schutz (CP4: 146), o "Kyrie eleison" final. Não se pode imaginar esta parte a não ser no original, como está. Há muitas opiniões diferentes, algumas extremadas que talvez traduzissem até o "Amém", "Aleluia", "Hosana" . . . Para concluir, três opiniões interessantes: 1. "Atas apócrifas de João", documento da seita dos Maniqueus, no século 3: "A Graça conduz a ronda. Desejo que soe o aulos. Dançai todos em círculo. Quem não pude participar da dança será incapaz de compreender. Amém." 2. São Jerônimo, século 4: "Saibam todos quantos hão de cantar no Templo, que a Deus não se canta com a voz mas com o coração." 3. Santo Agostinho, século 4: "Produz deleite ouvir um ritmo curto seguido por outro duas vezes maior (iâmbico), sobretudo se esses valores se combinam agradavelmente se dançamos ou movemos o corpo de acordo com esses sons."

II. DE QUANDO OS CRISTÃOS PASSARAM A CANTAR A DUAS E MAIS VOZES Na Igreja do oriente, desde o século 4 era usado um processo de canto muito original: a melodia do cantochão se movimentava com liber-4—


dade, apoiando-se em um som longamente sustentado por algumas vozes graves. Esse som, mantido como um "pedal" era chamado Tenor, e sua função era basear a modalidade da música. O processo todo chama-se Isom. Na Igreja ocidental a primeira tentativa polifônica foi o Órgano, processo de canto a duas vozes, separadas regularmente por intervalos de quarta e quinta. A primeira voz (vox principalis) era a melodia do cantochão; asegunda (vox organalis) se movia acima da primeira e dela dependia inteiramente. Apesar de muitas vezes as duas vozes iniciarem uníssonas, se separarem nos intervalos determinados e voltarem ao uníssono para o térn~~no, podemos dizer que o órgano é um processo onde o mesmo cantochão éexecutado simultaneamente em duas alturas diferentes. Como conclusão crítica podemos considerar tanto o isom como 0 órgano processos não exatamente polifônicos, mas tentativas válidas que, destruindo o uníssono perfeito, usado durante séculos, abrem as portas de uma nova era na música, a Polifonia. Polifonia, no seu verdadeiro sentido, é o Discante (discantus), processo que se fixou no fim do século 10. Duas vozes se movem não paralelamente como no órgano; mas em movimentos contrários, embora mantendo, incialmente, intervalos de quinta, oitava ou uníssono. No fim do século 12 foram adotados os intervalos de terça e sexta, considerados consonâncias, e os de segunda, quarta e sétima, as dissonâncias.(I) Tendo se mostrado interessante e artístico o discante, não tardaram as experiências de acréscimo de uma terceira voz, uma quarta e uma quinta (triplum, quadruplum e quintuplum), o que constitui um grande desenvolvimento contrapontístico. Torna-se agora mais difícil a execução e a grafia dessa forma, com tantas vozes diferentes a serem correlacionadas. É necessário medir precisamente a duração dos sons através de valores gráficos. Surge assim o mensuralismo musical e começam se fixar as figuras mais importantes, agrave alonga, esente-se desde já uma grande preferência pelos ritmos ternários. Os séculos 12 e 13 vão assistir à eclosão da música profana. É a vez dos trovadores, dos jograis, cantadores do amor e dos feitos heróicos, das Cruzadas para a libertação do Santo Sepulcro. A música vai ser cultivada nos castelos e nas aldeias, deixa um pouco de falar em religião para falarem amores, paixões, romances e glórias. O cavaleiro procura exaltar seus feitos perante sua dama, e manda cantar suas proezas e pretensões. É um lindo capítulo na História da Música que deve ser lido nos textos históricos e ouvido nas gravações de boa qualidade. Mas é agora que se constróem as grandes catedrais góticas: Reims, Chartres, Colônia, Notre Dame, a sede mais importante da música vai ser a França, especialmente Notre Dame, onde floresce desde o século 12, uma escola contrapontística da melhor qualidade, que se preocupa coma per(1) — Na grafia musical da época, cada som era representado por um sinal chamado "punctus" e na escrita do discante, os "punctus" de uma voz ficavam em oposição aos "punctus" da outra, daí o nome "punctus contra punctus", ou contraponto.

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feição do estilo vocal e instrumental (órgão). Figuram aí: Perotinus, chamado Magnus, mestre-capela e professor, cujo excelente trabalho foi continuado por seu aluno Leoninus, o autor de "Magnus Liber Gradualis et Antiphonaris", coleção litúrgica de importância universal. O estilo mais utilizado foi o Moteto, composição para três vozes, sendo a principal uma melodia gregoriana e as outras realizando discentes com bastante liberdade de contraponto. Alguns motetos não eram baseados em cantos gregorianos, mas melodias originalmente compostas para isso. Recebiam então o nome de Conductus. No mundo nunca faltaram os exagerados e os inovadores de mau gosto. Aqui aparecem alguns que resolveram utilizar textos profanos nas vozes em discente. Enquanto a voz principal se refere ao Espírito Santo, as outras falam das graças de det rminada jovem, da beleza das pastoras dos rebanhos de determinado nobfe . . . e o papa João XXII vai combater esse abuso e outros, no seu Edito de 1322. Assim chegamos ao limiar do "Outono da Idade Média" e da Renascença.

IV. O OUTONO DA IDADE MÉDIA Os séculos 14 e 15 apresentam grandes transições na História da Música. Ao lado do desenvolvimento técnico da composição, surge uma crise que atinge diretamente a música sacra, agravando a situação da Igreja que já sofre a separação de dois papados, um em Roma, outro em Avignon. O século 14 recebe o nome de "Ars Nova", nome este de um tratado de contraponto escrito por Philippe de Vitry (1290-1361), onde se registram algumas evoluções técnicas e se proíbe, pela primeira vez, o paralelismo de quintas. A música secular predomina claramente, os ritmos se tornam mais livres e se utilizam amplamente o cânone e a imitação. Na França o centro musical se transfere de Notre Dame para Cambrai, onde há uma excelente escola de canto. Alguns nomes merecem ser lembrados. O primeiro e talvez o mais importante é Guillaume de Machaut (1330-1371), compositor de missas emotetos famosos, também de música profana. É a ele que devemos a primeira missa com todas as partes ordinárias escritas pelo mesmo compositor, a "Missa de Notre Dame" para vozes mistas, com .interferência de vários instrumentos já adotados pela Igreja: alaúdes, flautas, violas, etc.(1) Importante também é John Dunstable (1370-1453), compositor inglês que atuou na Europa influenciando todos os grandes compositores flamengos. É muito vasta a sua produção de obras sacras e seculares. O século 15 assiste ao movimento "flamengo" (região que compreende aBélgica e onorte da França, o ducado de Borgonha). Os mestres flamengos são todos conhecedores profundos das técnicas de composição. Dedicam-se especialmente à música sacra usando, como tenor das missas, melodias seculares. Em geral essas missas foram escritas para 4 vozes, utilizando instrumentos de sopro que reforçavam ou mesmo substituíam as vozes. Os principais compositores flamengos: Guillaume Dufay (1400-1474), (1) — A prática costumeira era reunir trechos de vários compositores, para formar uma missa.

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Giles Binchois (1400-1460), Johannes Ockeghem (?-1495), Jacob Obrecht (?-1505) e o extraordinário Josquin Desprez (?-1521). Acontece que, como sempre, nem tudo é perfeito. Algumas melodias usadas como tenor das missas, relembram poesias obcenas, causando grande escândalo. Essa situação, agravada pela complexidade crescente das técnicas de composição (enigmas e verdadeiros quebra-cabeças na maneira de apresentar a música, de modo a torná-la acessível apenas a um pequeno grupo de iniciados), levou o chamado "outono da Idade Média" (denominação dada pelo historiador holandês Jan Huizinga) a uma crise tão complexa, que o Concilio de Trento cogitará seriamente da abolição da música na Igreja, no século seguinte.

V. A RENASCENÇA E A REFORMA PROTESTANTE Como se não bastassem os problemas religiosos dos séculos 14 e 15, a Igreja liderada por dois papados, a penetração crescente de elementos profanos, enfim, toda aquela configuração de crises, o século 16, século das descobertas de novas terras e da eclosão das tecnologias e das artes, vai assistir à mais séria das crises religiosas pelas quais já passou a Igreja de Cristo: A Reforma Protestante. Cada vez mais estudado, esse assunto continua controvertido. Ao nosso estudo apenas interessam o fato e as conseqüências. Primeiro, o fato: Lutero desencadeou o movimento que causou a organização de uma cristandade independente de Roma, a chamada Igreja Protestante. As conseqüências: a nova Igreja, a Reformada, se preocupou cedo com a elaboração de sua liturgia e com a estrutura clerical, de modo totalmente novo e diferente. A Igreja conservadora, a Católica, se preocupou _com o movimento de Contra-Reforma, que determinou sérias mudanças na sua organização eclesiástica. A música sacra acompanhou de perto essa separação e veio a se caracterizar de modo bem diferenciado: música católica e música protestante. Martin Lutero (1483-1546) era poeta e músico; desde cedo cuidou, com muito interesse, da música da nova Igreja. Achou que a congregação merecia uma participação musical mais atuante no culto e tratou de restaurar ocanto congregacional abolido pelas "Constituições Apostólicas" do século 2. Partiu do princípio de que o povo precisava das Escrituras traduzidas para o Alemão e também cantar em Alemão em lugar do Latim. Igualmente achou que a congregação poderia cantar coisas mais fáceis que motetos e missas polifônicas complexas. Passou a usar o estilo "corai", constituído de uma melodia acessível e harmonizada simplesmente para quatro vozes (da forma exata como se apresentam os nossos hinos congregacionais, nos hinários com música). Os textos dos corais foram compostos ou traduzidos por muitos poetas da época, entre eles o próprio Lutero (SH: 113, 640, CC: 323, HE: 206, 254). As melodias foram recolhidas nas mais diversas fontes, desde os hinos gregorianos até as canções populares da época, que receberam alterações de modo a poderem ser harmonizadas .dentro de um caráter austero e nobre. Algumas foram composições origi-7—


naffs de Lutero e seus colaboradores Johann Walther, Ludwig Senfl e outros.(1)

Os calvinistas, no seu movimento de Reforma, usaram os mesmos princípios de Lutero, harmonizando melodias para os Salmos metrificados, em língua francesa, para o "Saltério de Genebra". Houve duas edições importantes desse hinário: a primeira em 1564, com os Salmos escritos polifonicamente, com a recomendação de que fossem cantados nas casas, nas reuniões fora da igreja; a segunda edição, um ano mais tarde, com os Salmos harmonizados como corais, para uso da congregação durante os cultos. Os músicos calvinistas mais importantes foram Claude Goudimel e Louis Bourgeois (SH: 4, 13, 20 (18), 162 (la), 308, 345 (2a), CC: 8, HE: 52, 75, 83, 93, 214, 260, SL: 37. Sabemos que o sucesso da "reforma musical" de Lutero foi enorme. Um jesuíta afirmou que a música de Lutero havia feito mais pela nova Igreja, que seus próprios escritos e sermões. O chamado "Hino da Reforma", océlebre "Castelo Forte" (SH: 640, CC: 323, HE: 206), tornou-se um símbolo universal de evangelismo e tem sido usado através dos séculos como base de obras importantes de músicos como Stephan Mahu (séc. 16), Sethus Calvisius (1556-1615), Buxtehude, J. S. Bach (Cantata 80), Mendelssohn (Sinfonia da Reforma), e vários outros que se inspiraram nessa "Marselhesa da Reforma". Além de cuidar do canto congregacional, Lutero não desprezou o trabalho de compositores que se preocupavam bastante com a evolução das técnicas musicais, incluindo as polifonias que ficaram agora reservadas aos especialistas, coros e orquestras. É grande o número de obras polifônicas e policorais, muitas mantendo os textos latinos, utilizando instrumentos de sopro, cordas e percussão, obras estas executadas durante os longos serviços luteranos. A estrutura litúrgica da missa luterana acompanhou de perto as partes mantidas na Igreja Católica. O órgão desempenhou papel importante nessa estrutura, desenvolvendo as melodias corais em "prelúdios corais" de elevada qualidade contrapontística. Por fim, alguns exemplos que encontramos na nossa literatura musical evangélica corrente: SH: 16, 37, 90, 118 (1 ~), 195 (1 ~), 251, 518, 534 (I), 556 (2~), CC: 323, HE: 4, 6, 42, 45, 72, 100, 195, 258 (mel.), 372, 385, 483 e 495. CN (corais), AS (vários), CP, : 22, 23, 25 (mel.) CP 2 :56, 64, 69, 72, 78 (mel.), 86. CP 3 : 113, 123, CPa : 136, 139, 144 (mel.) CPs : 182 (mel.), 191, 192, SL: 9, 24, 71, 72, 75, 205.

(1) -Recomendamos aos interessados neste assunto: - Braga, Henrigueta Rosa Fernandes Cânticos do Natal. Rio de Janeiro, Liv. Civilização Brasileira, 1954. Do Coral e sua projeção na História da Música. Rio, Liv. Kosmos, 1958. - Wanderley, Ruy Três corais de Johann Walther. São Paulo, I. Metodista, 1973.

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Jesus por nós cativo (Christ lag in Todesbanden) Maninho Lutero11483-1546) Trad. de João Wilson Faustini, 1962

Johann Walther (1496-15701 Adap. de Ruy Wanderley, 1971

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O Concílio de Trento foi convocado para estudar os problemas da Contra-Reforma. Entre outros assuntos tratou da música e cogitou, conforme vimos anteriormente, da sua completa abolição do serviço religioso, tão confusa andava ela. Isso só não se deu porque apareceu um tipo de música tão puro, elevado e sublime, tão adequado ao culto, que foi adotado como padrão musical para a Igreja Católica. O compositor que apresentou essa música foi Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594) através de sua "Missa do Papa Marcelo". Suas demais obras e de seus seguidores, também foram adotadas pelo Concílio. O que teria de especial essa música, a ponto de modificar a tendência dos conciliares de Trento? O que teria levado Palestrina a ser chamado "pai da música católica?" São alguns elementos que ainda hoje deveriam orientar a música sacra: pureza, clareza, qualidade superior, misticismo e perfeição técnica (no caso do nosso estudo, perfeição polifônica). "Por vezes a polifonia cede lugar a uma ocorrência harmônica, para melhor expressar certos conceitos de fé ou protestos de júbilo; outras vezes sentimos que os quatro cantos da terra se sucedem na súplica do Kyrie eleison, e se misturam na única voz universal. A linha melódica de Palestrina lembra uma folha que cai suavemente e, tranqüila, descreve movimentos naturais e belos, indo repousar no chão com aquela serenidade dos que realizam a vontade divina:" Toda essa concepção poética se explica assim: a polifonia da escola flamenga passa a ser tratada sem aqueles abusos e exageros anteriores. Há uma simplificação na técnica, que traduz um pouco mais de misticismo. As sílabas dos textos nas várias vozes são mais coincidentes, de modo que se pode compreender melhor o que se canta. Em geral se polifonizam 4 a 8 vozes, 5 na maioria das obras conhecidas. Até onde se sabe, essa música era sempre "a capella", isto é, sem acompanhamento instrumental; talvez u órgão tivesse a função de reforçar algumas das partes vocais, quando necessário. Dessa maneira se desenvolveu posteriormente um estilo organístico independente. Cultivam-se o moteto e a missa, além de outras formas menores. Alguns dos compositores mais importantes: Orlando di Lasso (1532-1594), Phillipe de Monte (1521-1603), Clemens non Papa (1510-1558), Felipe Anerio (1560-1614), Adrian Willaert (?-1562), Andrea Gabrielli (1510-1586), Cristobal Morales (1500-1553) (precursor de Palestrina), Tomas Luis de Victoria (1540-1611), e outros. Podemos encontrar exemplos bem elucidativos nas coleções de música sacra em uso no repertório dos coros. O melhor exemplo é o "Gloria Patri" de Palestrina (CP4 162) onde se vê claramente a coincidência silábica em "Gloria Patri et Filio" e a polifonia a partir de "et Spiritui Sancto". A parte harmônica do "Gloria Patri" foi adaptada a uma forma coral muito "protestante", recebeu alguns "aleluias" e figura no SH: 118 e HE: 42, como um dos mais famosos hinos de Ressurreição. Há um arranjo de Alberto Ream para este hino (CMS3). O não menos famoso "Adoramus Te", de Palestrina, pode ser encontrado em AS. Outros exemplos: CP 2 67, a "Ave Maria" de Jacob Arcadelt (1514-1575), adaptada para o Salmo 130; CP 4: 143, o "Bone Jesu", de Palestrina; CP S: 198, de D. Pedro de Cristo (1545-1618). —10—


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VI O BARROCO: século 17 e metade do 18 Costumamos considerar 1600 o início do período chamado Barroco e seu término 1750, ano da morte de J. S. Bach.(1) É um extenso período, portanto, 150 anos de evoluções em todos os setores da arte musical, principalmente amúsica sacra. Para efeito de sistematização vamos dividir o Barroco em duas partes. Na primeira, vamos considerar apenas os movimentos ecompositores do século 17. O acontecimento marcante na História da Música, por volta de 1600, foi o aparecimento das formas musicais dramáticas: a Ópera, o Oratório, aCantata e aPaixão. Graças aos esforços dos membros da chamada "Camerata Fiorentina" (um grupo de poetas e músicos de Florença interessados em reviver a maneira grega de se aliar música e teatro e, em especial, a declamação dramática) apareceram essas manifestações musicais com enredo expresso literariamente. Vamos caracterizar cada uma: a Ópera trata de uma estória dramática, com representação cênica e com assunto profano; o Oratório é também uma produção dramática, mas sem representação cênica, versando sobre assunto religioso, especialmente bíblico; a Cantata também não tem representação cênica e pode versar sobre assunto sacro, a maioria, ou profano; a Paixão (sofrimento e morte de Jesus Cristo) foi uma das formas dramáticas que já trazia certa tradição, pois desde a Idade Média era costume a leitura dos Evangelhos, tendo um leitor diferente para cada personagem: Evangelista, Jesus, Pilatos, Pedro, etc. Pela Renascença já era costume colocar música nesses textos. Agora, no início do Barroco, a Paixão passa a ser formalmente um Oratório sobre o sofrimento e amoite de Cristo. Do ponto de vista técnico e formal da música, há uma verdadeira corrente de oposição à prática polifônica do século anterior. Há uma tendência acentuada à homofonia, sem que desaparecessem, no entanto, as ocorrências de cóntraponto. Os resultados do trabalho da "Camerata Fiorentina" foram a melodia acompanhada (Nouve Musiche), a declamação musical (recitativo) e a ária. Todos esses elementos se baseavam no princípio do canto de uma melodia que se apoiava num baixo (basso contínuo) e, ligando esses extremos, um acompanhamento harmônico realizado por um instrumento de harmonia: cravo, orgão, harpa ou alaúde, de acordo com as cifras escritas na linha do baixo, dando o nome "baixo cifrado". Esses elementos revolucionários foram empregados em todas as formas dramáticas, acrescidos do uso de orquestras que, em Aberturas, Interlúdios, etc. enriqueciam os contrastes, e dos coros que abriam outras possibilidades expressivas. É claro que essas formas sofreram um grande processo evolutivo no decorrer do período. O primeiro oratório, historicamente considerado, foi "La rappresentazione di anima e di corpo" de

(1) — O nome "Barroco" significa "pérola defeituosa", originou-se na arquitetura e na pintura, com sentido de decadência, o que não é válido para a música.

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Nasceu o Infante de Belém Puer natus in Bethlehem ) Vozes Iguais Carol alemão, séc. 15 Trad. e adap. de Ruy Wanderley

Michael Praetorius, 1607

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Emílio Cavalieri (1550-1602), um dos membros da "Camerata". Na verdade, não é bem um oratório dentro das características que citamos, pois foi composto para cena. No entanto, sua primeira apresentação (1600) foi feita na "Congregazione dell'Oratorio", daí a forma que assumiu de oratório, estendendo onome para todas as demais produções dentro dessas características. Aobra émoralista, os solistas são personagens alegóricos: o Prazer, a Prudência, o Intelecto, a Alma e o Corpo. Os coros representam as almas sofredoras no Inferno e as almas santificadas no Céu . . . O enredo, pode-se imaginar, é a luta das virtudes contra as "desvirtudes", de acordo com a moral da época. A forma dramática que se chamou Cantata pode ser definida como um Oratório de proporções pequenas. Como forma musical é bem livre, podendo ser curta ou longa, tem relação direta com a liturgia luterna e, principalmente, com o coral alemão. Pode conter todos os elementos dramáticos: recitativos, árias, duetos, trios, coros, coros duplos, interlúdios instrumentais, corais simples, em geral terminando com um coral cantado por toda a congregação. Há cantatas para as mais variadas combinações de instrumentos evozes. Nesta primeira fase do Barroco podemos observar esses elementos contidos nas obras dos grandes mestres que citaremos: Diderich Buxtehude (1637-1707), um dos mais importantes, compositor de origem dinamarquesa que se transferiu para Lúbeck, no norte da Alemanha, onde foi organista da Igreja de Santa Maria. Aí criou os "Abendmusiken", concertos vespertinos de música sacra, que atraíam muitos visitantes, entre os quais J. S. Bach, Handel e Mattheson. A obra de Buxtehude se reveste de uma austeridade muito simples e muito profunda, por paradoxal que pareça. Suas cantatas estão baseadas em corais luteranos. São curtas, simples, de instrumentação reduzida (em geral cordas ou flautas e continuo: órgão e fagote), muitas escritas para uma voz solista, outras apara coros.(1) Buxtehude escreveu "prelúdios corais" para órgao, que são elaborações variadamente complexas em torno das melodias corais luteranas. Foi extraordinária a sua influência sobre J. S. Bach, no desenvolvimento dessas duas formas: cantata e prelúdio coral . Por falar em órgão, precisamos citar Girolamo Frescobaldi (1583-1643) e Johann Pachelbel (1653-1706), organistas respectivamente católico e protestante, responsáveis por um grande impulso na independência do órgão. Do último compositor encontramos uma fugueta sobre o "Castelo Forte", publicada em "Música a serviço da Igreja: 3 prelúdios de coral" e, na mesma publicação encontramos "Com júbilo cantai" (In dulci jubilo), de Friedrich Zachau (1663-1712), outro excelente músico protestante. Henry Purcell (1659-1695) nasceu e morreu em Londres. Já compunha aos 11 anos, foi aluno de John Blow (1647-1708) e de Jean Baptiste Lully (1632-1687). Consertava e afinava instrumentos para a Capela Real e copiava música para a Abadia de Westminster, onde foi organista desde (1) — Há algumas traduções para o Português, embora não editadas ainda: "Der Herr ist mit mir" (Jeová comigo está), trad. J. W. Faustini. "Erhalt uns, Herr" (Defende e guarda-nos), trad. J. W. Faustini. (mel. HE: 251). "Jesu meine Freude" (És minha alegria), trad. Joana Sutton e Ruy Wanderley. (mel. SL: 219).

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1679. Escreveu muita música secular, , várias cantatas, obras litúrgicas e corais (anthems) para o culto anglicano, hinos, salmos e motetos. Algumas de suas obras já traduzidas e editadas: CP.I . 34; CP 2: 71; CP 3: 101; CP 4: 158, 159. Heinrich Schiitz (1585-1672), nascido em Kõstritz, na Saxônia, estudou com os Gabrielli em Veneza e, de volta à Alemanha, trabalhou em várias igrejas. É um elo entre o estilo polifônico da Renascença e as novas conquistas do Barroco. Algumas de suas obras mais difundidas: "História da Ressurreição", "As sete palavras de Cristo", "Paixão segundo São Mateus" (CPa: 146), "Paixão segundo São Marcos" (CPa: 141), "História do Nascimento de Cristo", "A anunciação segundo São Lucas", e outras. Uma referência especial a Johann Herman Schein (1586-1630), compositor de vasta obra secular e sacra (SH: 283 (2~) e HE: 221), especialmente os "Concertos corais". Estes são os mais importantes. Por fim, podemos encontrar obras de outros compositores da primeira parte do Barroco, nas seguintes fontes: SH: 2, 15 (2~), 39, 46, 55, 63, 69, 214, 21,8, 222 (2~), 245, 283 (2}), 331 (2}), 384 (1~), 399, 432 (1}), CC: 105, 118, 121, HE: 31, 43, 46, 48, 68, 102, 117, 122, 129, 135, 137, 150, 162, 185, 208, 212, 221, 278, 335, 348, 442, 475. CP,: 11, 19, 21. CP2: 55. CP 3: 90, 101, 107, CP 4: 131, 133, 149, 176. CPS~: 183, 201, 202, CN: 2(b), 3(a), 7, 22. AS: (vários nos dois volumes). SL: 14, 80, 83, 122, 140, 219. LP: 42, 45.

Salmo 121 Cornelius Becker, 1628 Trad. Ruy Wanderley, 1970

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A segunda etapa do Barroco ocupa o fim do século 17 e a primeira metade do 18. Vamos encontrar agora alguns dos maiores mestres que, num trabalho de elaboração das formas dramáticas aparecidas no início do século 17, realizaram uma obra de importância fundamental para todo 0 desenvolvimento da Música. Cada um deixou enorme bagagem musical e, para felicidade nossa, as produções mais grandiosas são, na maior parte, sacras. As Igrejas Católica e Protestante tiveram a colaboração de homens fervorosos, artistas dedicados à composição de música religiosa litúrgica e dramática. Vamos falar de alguns dos mais importantes. Dentre os italianos citamos: Giovanni Pergolesi (1710-1736), inventor da ópera cômica e autor do célebre "Stabat Mater". Alessandro Scarlatti (1660-1725), fixador da Abertura italiana e autor de várias obras sacras, entre as quais o moteto "Exultate Deo" (CP 2: 60). Antonio Lotti (1667-1740), violinista e compositor que nos deu o "Vere languores" (IEH), e "Cantate Domino" (AS). Benedetto Marcello (1686-1739), deixou-ros várias missas, motetos e salmos, entre os quais o "Salmo 8" (CP S: 186). Arcangelo Corelli (1653-1713), violinista, de sua obra sacra destacam-se as "Suonate de chiesa a tre", obras instrumentais para a Igreja. Antonio Vivaldi (1680-1743), o grande sacerdote músico (muito mais músico que sacerdote, pois contam que ele interrompia a celebração da missa para ir à sacristia escrever um tema musical que lhe ocorreu . . .), autor de cantatas, missas, motetos, vésperas. Sua obra sacra mais conhecida é o "Glória", parte de uma missa breeis. Dentre os compositores alemães citamos: Gregor Joseph Werner (1695-1766) antecessor de Haydn na corte de Esterhazy, compositor de missas emotetos, oratórios, obras litúrgicas para órgão, e uma linda "Pastoral natalina" para órgão e cordas. Georg Philipp Telemann (1681-1767), o grande Kantor de Hamburgo.(1) A obra de Telemann inclui cerca de 40 paixões, vários oratórios, cantatas, salmos, dois "Magnificat" (um em Alemão, outro em Latim) e inúmeras obras seculares, vocais e instrumentais. O ponto mais alto do Barroco, tanto no que se refere à música sacra, como à secular, está na obra de dois alemães: Johann Sebastian Bach (1685-1750) e George Frederick Handel (1685-1759). Não foram eles inovadores ou inventores de formas musicais, mas levaram essas formas á sua expressão mais perfeita. Marcam, assim, o fim do processo evolutivo da música barroca, demonstrando claramente o aproveitamento do trabalho de tantos predecessores. Ainda em vida assistiram, não sem certo espanto, às primeiras manifestações clássicas. As biografias são bastante conhecidas. É comum uma comparação de pontos semelhantes e divergentes nessas biografias. Vamos esboçar um resumo comparativo:

(1) —Uma nota curiosa citada por Kurt Pahlen na sua "História Universal da Música", São Paulo, Ed. Melhoramentos, 1960: em 1740 um jornal alemão publicou uma lista dos dez músicos mais importantes. Telemann era o primeiro, e J. S. Bach, o sétimo . . .

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JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750) — Nasceu em Eisenach, em 21-3-1685. — Viveu apenas numa pequena área geográfica. — Casou-se duas vezes, teve 20 filhos. — Descendente de longa linhagem de músicos. — Conhecia e admirava a obra de Handel mas nunca o encontrou. — Visitou Lübeck para ouvir Buxtehude. — Escreveu música religiosa mística, profunda e humilde. Compunha para ocasiões especiais, de acordo com a liturgia, e usou o Coral como base das grandes obras. — Grande organista, escreveu bastante para o instrumento, para o qual inclusive transcreveu alguns concertos de Vivaldi. — Sua música era predominantemente polifônica, mas usou harmonias ricas e expressivas. Sua música vocal era pouco "idiomática", mais instrumental. — — Morreu cego, em Leipzig, em 28-7-1750. GEORGE FREDERICK HANDEL (1685-1759) — Nasceu em Halle, em 23-2-1685. — Viveu na Alemanha, na Itália e na Inglaterra. — Nunca se casou. — Nenhum ascendente músico. — Conhecia e admirava a obra de Bach, mas nunca o encontrou. — Visitou Lübeck para ouvir Buxtehude. — Escreveu música religiosa mais pomposa, menos profunda, sem preocupação com a liturgia, e não usou o Coral. — Grande organista, escreveu relativamente pouco para o órgão. Apenas 12 concertos. — Sua música era predominantemente homofônica, usou harmonias convencionais e menos inventivas. — Sua música vocal era bem mais "humana". — Morreu cego em Londres, em 14-4-1759. A obra de Handel contém elementos alemães, italianos e ingleses, apresentando bem nítidas as características do iim do Barroco: música formal, estruturas rígidas, bastante ornamentação, progressões harmônicas, formas melódicas claras. Handel explora os contrastes de andamentos, os timbres contrastantes e a polifonia oposta à homofonia. Cadências finais, principalmente na música coral, são definidas após uma pausa obrigatória. — 17 —


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F.m linhas gerais ppodemos dizer que a obra de Handel é mais acessível e "popular" que a de Bach e as razões disso são muito discutíveis. É preciso lembrar que Handel foi um homem universal, enquanto Bach ficou coniïnado na sua região. Após a morte de Bach, sua obra ficou quase totalmente esquecida até que Mendelssohn iniciou um processo de "ressurreição" no século 19. Handel, muito bem reconhecido em seu tempo, teve sua obra divulgada e não passou por uma "hibernação", como Bach. Da obra sacra de Handel destacamos 27 oratórios, dos quais são mais conhecidos: "Athalia" (1733), "Messias" (1742) (1) e "Judas Macabeus" (1747); outras obras: paixões, "anthems", cantatas, árias religiosas, etc. Luterano fiel, Bach dedicou seus serviços à Igreja, compondo e dirigindo coros, lecionando instrumentos e composição. Dessa imensa atividade surge uma obra fecunda, da qual se perdeu grande parte. (2) Vamos relacionar as principais obras sacras de J. S. Bach lembrando, para efeito de localização, que ele viveu em Eisenach e Arnstadt até 1708, visitou Buxtehude no fim de 1705 e voltou a Arnstadt em 1706. A seguir, Weimar (1708-1717), Cóthen (1717-1723) e Leipzig (1723-1750): Oratório do Natal (1734), reunião de 6 cantatas; Oratório da Páscoa (1736), cantata "Kommt, eitlet und laufet"; Oratório da Ascenção (1735), cantata 11; Missas luteranas (apenas o Kyrie e o Gloria), quatro missas (1737-1740); "Magnificat" em Ré Maior (1723); "Missa em Si menor" (1733-1738); Motetos para um e dois coros (1723-1729), seis motetos; "Paixão segundo São Mateus" (1729); "Paixão segundo São João" (1723); Cantatas sacras, cerca de duzentas, para as mais variadas combinações de vozes e instrumentos, para os domingos do calendário litúrgico; "Clavierübung" para órgão, três volumes, contendo os "Catechism Preludes"; "Orgelbüchlein" (1717), e inúmeras peças avulsas para órgão: prelúdios, corais, partitas, fantasias, trios, etc. Exemplos de obras de compositores da segunda parte do Barroco, nos nossos hinários e coleções: SH: 13, 14 (2}), 25, 47, 71 (2~), 80, 82, 90, 96, 108, 114, 156 (2~), 159, 185 (2~), 186, 211 (2}), 236 (2~), 311, 348, 376, 553 (3a), 618, 631, CC: 16, 26, HE: 12, 28, 29, 41 (1~), 61, 70, 76, 94, 118, 126 (2}), 128 (2a), 147, 190, 194, 196, 210, 246 (3~), 248 (1}), 274, 364, 369, 371 (1~), 375, 417, 482, 484, 490. CMS: v. 4 (Jesu meine Freude), v. 1 (Largo), CC, EMS: v. 2 (arr. de Alberto Ream), CN: (corais), AS: (vários), SL: 75, 83, 253, CP ~ 9, 23, 25, 22, 20, 29, 14, 34, CP 2: 60, 71, 74, 81, 86, CP 3: 90, 116, CP 4: 127, 128, 144, 150, CP S: 182, 183, 184, 185, 186, LP: 28. IEH: "Aleluia, Amém", "Aleluia" do "Messias" e "Cantata 192" de J. S. Bach.

(1) - A pìimeira parte do oratório "Messias" foi editada, com texto em Português, acrescida do coro "Aleluia", pela Junta de Educação Religiosa e Publicações, da Convenção Batista Brasileira, em 1972. (2) -Alguns nomes relacionados com a obra de Bach, quer reconstituindo, quer estudando a fundo e divulgando a interpretação mais autentica: Mendelssohn, Wanda Landowska, Albert Schweitzer, Gunther Ramin, Karl Richter, Otto Búchner, e outros.

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VII. O PERÍODO CLÁSSICO: 1750-1820 Mudando totalmente a filosofia da arte musical, o classicismo prima pela perfeição formal e pelo cultivo da música pura, música pela música, onde o conceito de beleza se fundamenta no jogo dos elementos dinamogênicos eformais, melodia, ritmo e harmonia. O termo "clássico" tem o mesmo sentido dos ideais da Grécia antiga: objetividade, clareza da forma e respeito a determinados princípios estruturais. Esses ideais aparecem também em outros períodos da História da Música, mas agora se objetivam de maneira determinante. Convém assinalar que os últimos compositores do Barroco já vinham assistindo às primeiras germinações clássicas ou, mais precisamente, pré-clássicas, uma vez que precisamos considerar duas etapas definidas: transição e consolidação. Durante a transição, isto é, as experiências que não tinham de todo abandonado o Barroco, encontramos compositores que, merecem atenção. Citamos inicialmente os principais filhos de J. S. Bach, educados num ambiente de sólidos ideais barrocos, mas que encontraram os novos caminhos eproduziram uma obra amadurecida que influenciou de maneira decisiva aconsolidação do classicismo, nas obras dos grandes mestres que veremos: Wilhelm Friedmann Bach (1710-1784), chamado "Bach de Halle", pois aí desenvolveu seu trabalho criativo durante alguns anos.. De sua obra sacra citamos 21 cantatas, a "Missa alemã" e várias obras para órgão. O "Bach de Hamburgo", Carl Phillip Emanuel Bach (1714-1788) foi um dos maiores compositores de todos os tempos. Deixou-nos obras instrumentais preciosas, além de 20 oratórios, 2 paixões, 12 cantatas, litanias, motetos, salmos, "Magnificat", canções religiosas, obras estas bastante desconhecidas, à espera de maior divulgação. Johann Gottfried Bernard Bach (1715-1739) morreu em plena fase de criatividade musical, desempenhando funções de organista. Johann Cristoph Bach (1732-1795), chamado "Bach de Buckeburgo", deixou-nos várias cantatas entre as quais a conhecida "Infância de Cristo", ótima obra que está pedindo uma boa tradução para o português, e "Ressurreição de Lázaro". O "Bach de Milão" ou "de Londres", Johann Christian Bach (1735-1782) foi o filho mais novo e mais rebelde do grande mestre barroco. Chegou até a deixar a Igreja Luterana, para tristeza de seu pai. Foi um dos mais importantes compositores da primeira fase do classicismo, deixando uma obra já bastante divulgada que inclui uma missa, "Magnificat", "Te Deum", "Pater Noster", etc. O fim do século 18 é a época do despertar das classes populares (média ebaixa) para o espírito democrático, que culmina na Revolução Francesa enas posteriores guerras napoleônicas. É a época da Revolução e Independência dos Estados Unidos (1776). Filosofam os racionalistas Kant e Diderot. Escrevem os literatos Voltaire e Rousseau, este último encontrando tempo para compor música (SH: 291 e HE: 220 (2~). Adam Smith expõe suas idéias sociológicas, enquanto pintam suas obras primas Goya, David, Reynolds e Gainsborough. — 21 —


Alguns historiadores costumam se referir, dentro do classicismo, ao "Rococó". Este termo, tanto na música como nas demais artes, significa preciosismo, ultra-refinamento, delicadeza, rendilhado, detalhes mínimos, flutuação, superficialidade. É, em última análise, uma degeneração do espírito barroco que convive com o verdadeiro espírito clássico. Algumas das principais características da música clássica: — melodia mais clara e, em geral, na voz superior; — estilo homofônico predominante, harmonia apoiando a melodia, cadências concisas; — frases musicais mais curtas e mais claras; — advento da dinâmica moderna: crescendos, decrescendo, etc. — instrumentação mais metodizada, mais cuidado orquestral, combinações sonoras mais rigorosas, que são as bases da moderna orquestra. É durante o classicismo que o piano substitui o cravo, fixa-se o quarteto de cordas, aflauta-doce dá lugar à transversal, o violoncelo substitui a viola da gamba. A clarineta recebe um carinho especial de Mozart e entra definitivamente para a orquestra e para os grupos camerísticos. Benjamin Franklin aperfeiçoa a harmônica de vidro e vários compositores dedicam obras lindas ao curioso e sublime instrumento. Uma rápida verificação nas formas musicais do classicismo: a Ópera vai sofrer a grande reforma depuradora, na obra de Willibald Gluck (1714-1787). Ele deixou-nos também um "De Profundis" para coro e orquestra, e vários Salmos para coro "a cappella". A Sonata-forma vai ser a mais importante das aquisições clássica e vai fornecer estrutura para a Sinfonia epara todas as formas camerísticas (duo, trio, quarteto, quinteto, etc). O Concerto clássico deriva diretamente do Concerto barroco, mas obedece à estrutura da Sonata-forma. As Serenatas, os Divertimentos, etc, descendem da Suite barroca, mas encontram terreno fértil no classicismo para seu cultivo. O desenvolvimento da música clássica se verificou através do trabalho de muitos compositores radicados em alguns centros musicais que se transformaram em verdadeiras "escolas". Mannheim, na Alemanha, foi o mais importante de todos, pois daí surgiram idéias que alcançaram quase todos os grandes músicos. Era, a princípio, apenas a "Escola de violinistas de Mannheim", fundada por Johann Stamitz (1717-1757). Tornou-se, pela sua nova concepção estilística, uma verdadeira elite de compositores envolvidos num trabalho de fixação de formas. Desenvolveu-se um estilo mais homofônico, rico em contrastes melódicos e dinâmicos (crescendo, decrescendo, etc.), fixando na sonata um segundo tema e implantando o Minueto —22—


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como terceiro movimento. A obra de Stamitz é muito importante para o panorama instrumental. Temos dele poucas obras sacras e apenas uma missa. Influenciado por Stamitz, Franz Xaver Richter (1709-1789), também de Mannheim, colaborou na fixação do quarteto de cordas. Foi o membro do grupo que mais escreveu música sacra: várias missas, motetos, Salmos, "Requiem" e o oratório "A descida da Cruz". Seus colegas Anton Filtz (1730-1760) e Carlo Giuseppi Toéschi (1722-1788) dedicaram suas obras aos instrumentos de cordas, ao violino em especial. O centro musical de Potsdam, corte de Frederico II da Prússia (1712-1786), chamado "Frederico, o Grande", é dos mais importantes. Este monarca era excelente músico. Seu pai fez o que pode para evitar sua dedicação àmúsica, mas, tão logo ocupou o trono (1740), tratou de formar um bom centro musical e de se dedicar ao estudo, composição e execução da flauta transversal ,seu instrumento. Recebeu a visita de J. S. Bach, encontro este que deu origem à famosa "Das Musicalische Opfer" (Oferenda musical, 1747). Foi aluno de Carl Heinrich Graun (1704-1759), autor de várias óperas e de obras religiosas de alto valor: "Grande cantata da Paixão", escrita aos 15 anos, "Te Deum", "A morte de Nosso Senhor", etc. Outro nome de Potsdam, Johann Joachim Quantz (1697-1773), grande amigo e professor de Frederico II, dedicou-se inteiramente à flauta ensinando, aperfeiçoando as técnicas de construção e execução do instrumento, compondo para ele cerca de 300 sonatas. Carl Phillip Emanuel Bach, apesar de ser chamado "Bach de Hamburgo", tem sua principal atuação ligada a Potsdam. Já nos referimos à sua magnífica obra. Viena é um centro onde se caracteriza um pré-classicismo bem marcado pelo Rococó. Ao lado do sentido quase pejorativo do termo, precisamos assinalar a qualidade boa da obra de muitos compositores que, se não fogem à superficialidade da composição, não deixam também de demonstrar excelentes qualidades de inventiva melódica, criando música "gostosa", leve, requintada mas pura. Vamos nos referir apenas a um compositor: Karl Ditters von Dittersdorf (1739-1799), autor do conhecido "Concerto para harpa (cravo) e orquestra em La Maior" e dos oratórios "Esther", "Isaac" e "Job". Em Nápoles, Itália, destacamos alguns compositores de óperas, como Giovanni Paisiello (1740-1815), autor de mais de 10 óperas, amigo pessoal de Mozart e que deu à música sacra várias missas, cantatas, "Requiem", "Te Deum", "Miserere", etc. Em Veneza atua, entre outros, Baldassare Galuppi (1706-1785), grande professor de harmonia e orquestração, mestre-capela de São Marcos. Compôs várias óperas e oratórios, além de obras sacras de menores proporções. O último centro musical que relacionaremos é a Espanha, mais precisamente "El Escorial", onde atua oorganista-sacerdote Antonio Soler (1729-1783), autor de música sacra para coro "a cappella", coro com acom-24—


Lamento e Dor ~ Choral 17 do oratório "Der Tod Jesu" ("A Morte de Nosso Senhor") Ramler Trad. e adap. Ruy Wanderley, 1972

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panhamento de órgão e cordas, e de 6 concertos para dois órgãos, dedicados ao Infante D. Gabriel de Borbon. Os maiores compositores do classicismo, Haydn e Mozart, são também os últimos. Baseados no trabalho de tantos outros, tomaram as formas musicais, desenvolveram-nas na produção de uma obra gigantesca, levaram o espírito clássico à suas últimas conseqüências e não deixaram de vislumbrar o Romantismo que, fatalmente, surgiria no século 19. O austríaco Franz Joseph Haydn (1732-1809) abrange, com sua obra, todos os gêneros musicais de seu tempo, contribuindo de forma decisiva e definitiva para o desenvolvimento da orquestra. Iniciou sua carreira musical aos 8 anos, como cantor, dono de uma linda voz e executante de vários instrumentos. Em seus primeiros estudos foi influenciado fortemente pela obra de Carl Phillip Emanuel Bach. Foi em Viena que sua atividade como compositor teve início. Freqüentou o círculo de Gluck e Dittersdorf, sofreu durante 40 anos as conseqüências de um casamento totalmente errado, dois sua mulher nunca reconheceu seu valor e fez o que pôde para aborrece-lo. Conseguiu, e como conseguiu ! Em 1761 Haydn começa a trabalhar na corte dos Esterhazy, nobre família de devotos da música, como mestre-capela, compositor, regente de orquestra e coros e professor. Aí produziu a maior parte de sua obra que inclui: 104 sinfonias, 18 óperas, 20 concertos para piano, 83 quartetos de cordas, 66 trios para dois violinos e violoncelo, toda uma lista de produções para outras combinações instrumentais. Interessam-nos de perto suas obras sacras, altamente sacras e revestidas de uma sinceridade religiosa das mais emocionantes. Só podemos citá-las e sugerir que o leitor procure ouvir, estudar e compreender cada uma. São 14 missas, 13 ofertórios, o "Te Deum" em Do Maior, "As sete palavras de Cristo" (obra sinfônica, 1785), os oratórios "A Criação" (1798), "O Retorno de Tobias" (1774), "As Estações" (1807) e várias obras corais menores: motetos, litanias, "Salve Regina", árias religiosas, etc. Muitas estão traduzidas para o Português e podem ser encontradas na nossa literatura, na relação que completa este capítulo. A partir de 1781 Haydn passa a ter estreita relação de amizade com outro compositor austríaco, Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). Significou este fato um intercâmbio de experiências e idéias musicais muito benéfico para ambos. É de se estranhar essa amizade, pois Haydn contava então 50 anos, enquanto que Mozart apenas 25. No entanto, o resultado dessa ligação pode ser visto nas obras compostas nessa época. Que teria acontecido se Mozart tivesse vivido 77 anos, como Haydn? Os 35 que viveu foram suficientes para legar à música tamanha herança, uma obra inesgotável, inconfundível de um dos maiores gênios com que a Música já contou. Há inúmeros livros que tratam exaustivamente da vida de Mozart. Ela começa aos 4 anos, com o reconhecimento de sua genialidade por seu pai, músico experiente e enérgico, a exploração do menino prodígio do piano, atravessa os difíceis e férteis anos de uma juventude quase feliz, seu casamento com Constance (linda voz de soprano, mas incapaz de dirigir a casa . . .) e acaba com uma morte precoce, sofrida, triste, —28—


um sepultamento dos mais pobres que se conhece, num dia de tanta chuva, e um túmulo perdido até hoje. A obra de Mozart é também muito divulgada e conhecida, colocando-se ao lado de Haydn em importância para o desenvolvimento das formas musicais, e sua fixação. São 40 sinfonias, 25 concertos para piano, 8 para violino, vários para outros instrumentos, cerca de 30 obras sinfônicas menores (Divertimentos, Serenatas, etc.), 26 quartetos de cordas, 35 sonatas para violino e piano, óperas imortais em Alemão e Italiano, cômicas e sérias, árias avulsas, música para harmônica de vidro, produções em todos os gêneros. A obra de Mozart foi catalogada cronologicamente por Ludwig Kõchel (1800-1877) e as peças são geralmente citadas com a indicação do catálogo: a inicial K seguida do número da obra. Destacamos as sacras: 15 missas, 4 litanias, partes avulsas de missas, ofertórios, Salmos, graduais, motetos, antífonas, "Te Deum" (1769), "Veni Sancte Spiritus" (1769), obras corais avulsas e o célebre "Requiem", última e inacabada composição cuja história dramática tanto deu e até hoje dá o que falar. É preciso ouvir essas obras e entendê-las, para descobrir a religiosidade de um homem que viveu tão pouco. As missas de sua juventude, por exemplo as "Missa Brevis" K. 194 (1774) e K. 275 (1776) são poéticas, espontâneas, quase ingênuas, enquanto que as mais amadurecidas "Missa em Do menor" K. 427 (1782/3) e o "Requiem" K. 626 (1791) são muito mais austeras, dramáticas e pprofundas, já impregnadas de uma tendência contrapontísticaexp1icada pelo entusiasmo com que Mozart se dedicou ao estudo das obras de J. S. Bach e G. F. Handel. Chamamos atenção para o tratamento que Mozart dá, em suas missas, a um dos trechos do "Credo", o "Et incarnatus est". Parece que a música, que vinha afirmando de forma veemente a crença dos cristãos, se detém ante o mistério da encarnação, muda de atmosfera, reverencia a manjedoura e segue, revigorada, professando sua fé no Cristo. Exemplificamos este capítulo com o pequeno "Et incarnatus est" da "Missa Brevis em Sol Maior", K. 49, composta em Viena, quando Mozart contava apenas 12 anos. Vamos agora relacionar o que temos em nossa literatura musical evangélica, referente ao Classicismo: SH: 17, 24 (1+), 31 (1+), 41, 74, 111 (2+), 145, 167, 185 (1+), 203, 223 (2+), 258, 268 (1+), 312, 318 (1+), 345 (2+), 381, 408 (2+), 420, 431 (1+), 548, 553 (1+), 614 (2+), 646 (2+), CC: 5, 140, 271, HE: 7, 35, 50, 124 (1+), 130 (1+), 131, 133, 136, 138, 142, 145, 117, 186, 200, 220 (2+), 225 (1+), 249, 260, 276, 295, 297, 359 (1+), 360 (1+), 370, 395, 397, 436, 439, 486, 487, 491, 499. Nos mesmos hinários destacamos: SH: 73 (1+), CC: 12, HE: 8, 62, que pertencem á coleção "Cantus Diversi" (1751) de John Wade; SH: 1 (2+), 228, 296, 407, CC: 258, HE: 121, de Franz Joseph Haydn, e SH: 1y4, HE: 108, 185 (2+) e 309 (2+) de J. Michael Haydn (1737-1806), seu irmão; SH: 1 (1+), 70, 99 (1+), 179 (2+), 531, 542, HE: 96, 191 e 336, de Beethoven; SH: 374, 527 (1+), HE: 79 e 480, de Dimitri Bortniansky (1752-1825); HE: 294, de Sigismund Neukomm, sobre quem falaremos adiante. SL: 10, 31, 49, 50, 70, 169, 248, 263 (1+) e 273. CP ~: 1; CP 2: 62 e 75; CP 3: 112, 118, 120, 121 e 126; CP 4: 134, 145, 152 e 154; CP,: 187 e 193; CMS4: pg. 9 e 11; AS: 11; CN: 13, 14, e 24; IEH: "Glória in excelsis", de Mozart; outros exemplos podem ser encontrados em "30 Cânones", publicação da Imprensa Metodista SP. -29-


Ele encarnou-se ~Et incarnatus est~ da Missa Brevis" em Sol Maior K-49 (1768)

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do Credo Niceno, 325 Ti•ad. e adap. Ruy Wanderley, 1972

Wolfgang Amadeu Mozart (1756.1791)

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VIII. MÚSICA SACRA NÃO EVANGÉLICA NO BRASIL —século 18 Os registros históricos sobre a música sacra no Brasil começam com a primeira missa, em 1500. Participaram dessa celebração Frei Pedro Melo e Frei Maffeo, regente de coro e organista, respectivamente, padres da Companhia de Jesus. Dois anos depois chega Francisco Vascas, mestre-capela do Bispo D. Pero Fernandes Sardinha. Os jesuítas deram grande ênfase ao uso da música no seu propósito de catequese. Em 1583 o cronista Fernão Cardim registrou: "Em todas essas aldeias há escolas de ler e escrever, aonde os padres ensinam os meninos índios; e alguns mais hábeis ensinam também a contar, cantar e tanger. Tudo tomam muito bem e há já muitos que tangem frautas, violas e cravos e oficiam missas em cantos de órgão, coisas que os pais estimam muito." Na Bahia nasceu o primeiro compositor brasileiro: Eusébio de Mattos Guerra, conhecido por Frei Eusébio de Soledade (1628-1672), irmão do poeta Gregório de Mattos. Acontecimento importante foi a fundação da "Schola Cantorum" da Catedral de Olinda, em 1697. É no fim do século 18 que encontramos movimentos de importância relevante para a música sacra, de modo especial em Minas Gerais, onde surge um excelente centro musical. Graças as pesquisas de Francisco Curt Lange, iniciadas em 1945 nas cidades mineiras de Diamantina, Ouro Preto e Sabará, foram encontrados documentos que demonstram o desenvolvimento que aí teve a música religiosa, na época do ouro e do Aleijadinho. Curt Lange descobriu, reconstituiu e apresentou várias dessas obras, tesouros musicais da melhor qualidade. Descobriu também partituras de obras de Haydn, Bocherini e Pleyel, o que vem explicar o sabor clássico das músicas dos compositores mineiros, fortemente influenciados pelos europeus contemporâneos. Indevidamente, do ponto de vista musical, o movimento é chamado "Barroco mineiro." Citamos os principais compositores: Marcos Coelho Netto (1740-1806) nascido em Vila Rica (Ouro Preto), compositor e executante de trompa. De sua obra citamos "Maria Mater Gratiae", para coro misto e orquestra, uma pequena jóia. Francisco Gomes da Rocha (?-1808), também de Vila Rica. Sua única obra encontrada é a "Novena de Nossa Senhora do Pilar" (1789), para coro misto e orquestra. Inácio Parreira Neves (1736-1790), autor de missas e partes avulsas para coro e orquestra. Joaquim Emérico Lobo de Mesquita, natural de Diamantina, mas radicado em Vila Rica, o melhor de todos os barrocos mineiros, autor de vasta obra sacra, onde utiliza recursos harmônicos e melódicos muito adiantados para sua época. Sua obra mais conhecida é a "Missa em Mi bemol" (1785). Os trabalhos desses mestres estão ainda muito pouco divulgados e conhecidos.(1) (1) — A Associação de Canto Coral, do Rio de Janeiro, gravou com a Orquestra Sinfônica Brasileira, dois discos com as obras clue citamos, etiqueta "Festa". Partituras de alguns dos mestres citados foram publicadas em "Estudios Musicales": Archivo de Musica Religiosa de la Capitania Geral das Minas Gerais (Brasil, sec. XVIII), hallazgo, restauracion y prologo por Francisco Curt Lange, Tomo I. Mendoza, Univ. Nac. de Cuyo, Esc. Superior de Musica, Depto. de Musicologia, 1951. 102 p.

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Doxologia S~~ Trad. de Ruy Wanderley, 1962

José Maurício Nunes Garcia (1767-1830)

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Em 1808 chega ao Brasil D. João VI e toda a corte portuguesa. Apreciador de boa música e descendente de ilustre família de músicos que deu, entre outros, D. João IV, espantou-se o monarca ao encontrar no Rio de Janeiro um músico da qualidade de José Maurício Nunes Garcia (1767-1830). Filho de Apolinário Nunes Garcia, branco carioca, e de Victória da Cruz, crioula mineira, desde a infância revelou tendência acentuada para a música, tendo estudado violão e teoria com um professor obscuro e perdido na História, o "pardo Salvador José." Aos 25 anos é ordenado padre e seis anos depois torna-se Mestre-Capela da Sé, ganhando seiscentos mil réis por ano. Logo que chegou e o conheceu, D. João VI deu-lhe o cargo de Mestre da Capela Real, onde permaneceu por 3 anos. Lecionou música particularmente, compôs obras maravilhosas, da mais alta categoria, comparáveis à dos melhores mestres europeus. Sua obra compreende várias missas, um "Te Deum", motetos, "Tantum ergo" e "Requiem" (1816), além de poucas obras profanas. Muitas já se encontram gravadas e publicadas. Em 1821 D. João VI volta para Portugal e José Maurício fica desamparado, doente, falece em 1830. Nessa mesma época estiveram no Brasil dois ilustres músicos europeus: o primeiro deles é Marcos Portugal (1762-1830), músico da corte de D. João VI que não o acompanhou em 1808, mas chegou em 1811. Grande compositor que era, reconheceu a capacidade e a genialidade de José Maurício e, tomado de inveja e ciúme, tornou-se seu grande inimigo. No último ano de sua vida, reconcilia-se com o mestre brasileiro, vencido pelo espírito de perdão e pela bondade de José Maurício. O segundo é um austríaco, Sigismund Neukomm (1778-1858), aluno de Haydn. Chegou em 1816, reconheceu também o gênio de José Maurício, tornou-se seu amigo, vindo a sofrer, por essa razão, perseguições e humilhações de Marcos Portugal. Neukomm considerou Jose Maurício 0 maior improvisador do mundo. A obra desse visitante austríaco é excelente, tanto no terreno sacro como no secular. Teve vários alunos, entre os quais figurou o jovem príncipe D. Pedro, depois Imperador D. Pedro I. Este é o panorama da música sacra no Brasil, na passagem do século 18 para o 19. Vamos agora relacionar o que temos publicado em nossa literatura evangélica que, felizmente, a cada dia se enriquece com o aproveitamento de boas obras de compositores não evangélicos: HE: 294 (Neukomm); CPa: 58 (J. Maurício), 80 (Neukomm); CP 3 : 120 e 121 (Neukomm), 126 (Luís Álvares Pinto, ou Luis Alves Pinto, 1719-1789, militar que, depois de reformado, foi Mestre-capela da Igreja de São Pedro, no Recife); CP : 187 (Neukomm); HC: adaptação da famosa modinha do século 18 "Róseas Flores", por João Faustini; SL: 31, 49, 50, 52 (1}), 169, 185, 248 e 263.

IX. LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827) É, sem dúvida, o compositor sobre quem mais se escreveu e se escreve ainda, não só pela sua obra portentosa, cada dia mais conhecida e —34—


apreciada, mas pela sua vida estranha e complicada, por isso fascinante. Estão aí suas cartas e o célebre "Testamento de Heiligenstadt" (1802), que atestam seus problemas, suas paixões e sua crença na humanidade. Não há compêndio algum de História da Música que não lhe dedique todo um capítulo. Beethoven nasceu a 16 de dezembro de 1770 em Bonn, Alemanha. Aos oito anos, o pequeno sagitariano começou a ser explorado pelo pai, que o apresentava como menino prodígio de seis anos, um novo Mozart. Seus estudos iniciais foram feitos com o professor Neefe e as primeiras composições foram publicadas aos treze anos. Como era de se esperar, fez de Viena seu objetivo e conseguiu estudar lá, inclusive com Haydn. Não foi muito feliz esse contato com o mestre austríaco. Em 1795 Beethoven dá seu primeiro concerto em Viena. No ano seguinte começam os primeiros sintomas de surdez einicia-se o processo de afastamento progressivo da sociedade, areclusão. Quem teria sido a "amada imortal"? Qual seria a relação entre a vida e aobra de Beethoven? Aconteceu em 1822 o triste ensaio final da ópera "Fidélio", em que Beethoven regia de olhos fechados. A certa altura os cantores e a orquestra se desarticularam, pararam a execução, mas o mestre continuou regendo, de olhos fechados, a orquestra e os cantores de sua imaginação. Patentes, dessa maneira dolorosa, a sua surdez e a conseqúente impossibilidade de reger, afasta-se o gênio, mais amargurado que nunca econfina-se em sua casa, onde continua compondo até o fim da vida. Faleceu a 26 de março de 1827, foi sepultado com todas as pompas e, ao contrário de Mozart, teve um funeral acompanhado por milhares de pessoas. Foi o primeiro individualista. Formado numa estrutura clássica por excelência, rompe com aquele espírito formal e vai dar vazão à tempestade de emoções que há muito queriam liberdade e ser, assim, o primeiro romântico. Não se conformou com o que existia: ampliou asonata-forma, trocou o minueto pelo "Scherzo", exigiu dos cantores tessituras enormes, desenvolveu atécnica do piano, precisou da expansão do teclado, acrescentou vozes à orquestra sinfônica, escreveu as melodias mais ternas e "cantabiles" ao lado de trechos de uma dramaticidade incomparável, contrastantes e bruscos. Abre, dessa forma, as portas da expressão pessoal emotiva, que desconhece os limites da forma e faz da música um meio de comunicação, no verdadeiro sentido da palavra, descrevendo a natureza (6{ sinfonia),. homenageando heróis (3{ sinfonia), exaltando a alegria e a fraternidade (9+ sinfonia) e confidenciando aos timbres as paixões, dúvidas, felicidade, desespero, ânsia e tormento. Sua obra é imensa e, como já dissemos, está bem divulgada e analisada em livros, gravações, etc. Compreende 9 sinfonias, 32 sonatas e inúmeras peças avulsas para piano, 5 concertos para piano e orquestra, 16 quartetos de cordas, 9 trios com piano, 10 sonatas para violino e piano, várias para —35—


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Christian Gellert (1715.1769) Tradução de Ruy Wanderley

Ludwig van Beethoven arr. de Ruy Wanderley, 1972

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violoncelo, um concerto e dois romances para violino e orquestra, aberturas de óperas, o ballet "Prometheus", cantatas profanas, vários ciclos de canções, duetos, trios, etc. Escreveu poucas obras sacras: oratório "Cristo no Monte das Oliveiras", op. 85 (1802), "Missa em Do Maior", op. 86 (1807), "Missa Solemnis", op. 123 (1818-1823) e um ciclo de seis canções sacras para canto e piano, baseadas em poemas do escritor moralista alemão Christian Fúrchtegott Gellert (1715-1769). Este ciclo foi dedicado ao Conde Browne e é o op. 48 (1803). Em nossa literatura evangélica encontramos pouco de Beethoven, principalmente melodias de obras instrumentais, devida ou indevidamente usadas como hinos, já incorporados ao repertório da Igreja. É o caso do tema mais conhecido da 9} sinfonia (coral) que conhecemos por "Tuas obras te coroam" (CMS,) ou "Exultantes te adoramos" (SL: 10); o tema da 7} sinfonia, "Ah! Senhor, dexei-te, ingrato" (HE: 38, ed. 1952, e LP: 53); um tema do "Romance para violino e orquestra", op. 40 (1803) pode ser encontrado em HE: 96 e 191; um trabalho de Alberto W. Ream sobre a "Sonata op. 27, n. 2", conhecida por "Sonata ao Luar", com texto adaptado do Salmo 5 (CC, EMS 2 ). Do ciclo de 6 canções religiosas op. 48, de Gellert, a n. 4 entrou para o repertório sacro universal, como solo ou arranjo coral: "Os céus declaram a Glória de Deus" (CS: 35, sem acompanhamento instrumental, e CMS3 ,com oacompanhamento original). Do mesmo ciclo traduzimos eadaptamos para coro a primeira canção, "Prece", que ilustra este capítulo.

X. O ROMANTISMO, século 19 Podemos analisar as manifestações musicais do século 19 considerando duas etapas distintas: a primeira metade do século, onde vamos encontrar compositores que, envolvidos no espírito romântico, não deixam de reverenciar as formas clássicas; a segunda metade, quando o romantismo puro se desenvolve e evolui até o limiar do modernismo. Parece que, a partir de Beethoven, a música sacra fica num plano secundário na cogitação dos compositores. Os poucos românticos que a ela se dedicaram, o fizeram numa proporção mínima em relação à torrente de música que deles fluiu, no interesse de extravasar suas paixões, dúvidas e anseios, de modo quase autobiográfico, seguindo a trilha aberta por Beethoven. É difícil saber até qua ponto o sentimento religioso tem lugar nessa fase do individualismo. Aidentificação de certos personagens heróicos ou sofredores usados na temática literária que inspirou os românticos, foi sugerida muito mais pela mitologia pagã, regional ou universal, que pela Bíblia ou tradições religiosas. Há muito mais rigoletos, trovadores, valquírias, faustos e holandeses fantasmas, que apóstolos, profetas e reis de Israel . . . Vamos observar o trabalho de alguns compositores da primeira fase do Romantismo: o primeiro a ser citado é Feltx Mendelsohn-Bartholdy —38—


Dá teus pesares ao teu Senhor ~do Oratório Elias, Opus 70~ Para quarteto de solistas ou coro misto

Trechos de vários Salmos Trad. Ruy Wanderley, 1973 Adagio 9p

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(1809-1847). Seu lugar na História da Música está assegurado não só pelas suas composições, mas pelo seu trabalho de pesquisa da obra de J. S. Bach, através do achado ocasional de algumas partituras em Leipzig, reconstituição eapresentação dessas obras, o que veio tirar o grande Bach do silêncio de quase um século. A obra de Mendelssohn é fluente e genial. Seus oratórios se baseiam num tratamento coral sensivelmente dramático, à maneira romântica, mas que demonstram uma técnica polifônica handeliana das mais eficientes. A utilização de corais simplesmente harmonizados, como o que ilustra este capítulo, comprova bastante familiaridade também com as obras do Kantor de Leipzig. Os principais oratórios de Mendelssohn: "São Paulo" (1836), "Elias" (1846), "Christus" (1847, obra inacabada); Cantatas: "Ouve a minha oração" (1844), "Hino de louvor" (1840), "Lauda Sion" (1846); Outras obras sacras: vários Salmos para coro e orquestra, 3 motetos para vozes femininas e órgão (Op. 39, 1831), 6 antemas (Op. 79) para coroa 8 vozes, outras partes litúrgicas avulsas. Como acontece com as obras de Beethoven, partes melódicas de peças instrumentais têm sido usadas como hinos e músicas corais em geral. É o caso de um trecho da "Sonata IV", para órgão, de Mendelssohn, encontrada em HE: 328 e CP Z: 82. Franz Schubert (1797-1828) deixou-nos 7 missas, 5 "Salve Regina", 2 "Stabat Mater", ofertórios, "Tantum ergo", "Gradual", "Kyrie" e outras peças avulsas (SH: 210, CP, : 12, 24, CP 5: 195, 203, 204, 205, 206). Robert Schumann (1810-1856) compôs as seguintes obras sacras: "Salmo 150" (1852), para coro e orquestra, "Missa em Do menor" e "Requiem" (1852), ambos para coro e orquestra, "Hino de Advento" (1848) para soprano, coro e orquestra. Hinos: SH: 557 (4~). Hector Berlioz (1803-1869), o "sinfonista fantástico" no verdadeiro sentido da expressão, teve tempo de compor um "Requiem" (1837), um "Te Deum" (1849), o oratório "A infância de Cristo" (1854) CP ,: 28, vários motetos e hinos. Seu colega francês Georges Bizet (1838-1875) também compôs um "Te Deum" (1858) para solistas, coro e orquestra, as cantatas "Tobias e o Anjo" (1857) e Davi (1856); 4 "Motetos e Hinos", obras estas inéditas, na maioria. Giacomo Meyerbeer (1791-1864) nos deu a oratório "Deus e a Natureza" (1811), 12 Salmos para oito vozes, "Pater Noster" para quatro vozes e órgão, "Stabat Mater", "Miserere", "Te Deum", etc. Otto Nicolai (1810-1849) foi organista de várias igrejas alemãs, dedicou uma missa a Guilherme IV (1843), compôs um "Requiem" e um "Te Deum". Ludwig Spohr (1784-1849) é o autor dos oratórios: "O último julgamento", "Calvário", "A queda de Babilônia" e de vários Salmos, missas e obras avulsas para coro e órgão (SH: 161 e HE: 32). Carl Maria von Weber (1786-1826), o grande operista alemão, deixou-nos 3 missas e 2 ofertórios para solistas, coro e orquestra. Hinos: SH: 497, CC: 338 e HE: 265. Gioachino Rossini (1792-1868), operista italiano, compôs 3 missas, "Stabat Mater" (1832), o oratório "Sauí" (1834), "Tantum Ergo" (1847), "O Salutaris", a trilogia "A Fé, a Esperança e a Caridade" (1844) CS 3 , e várias obras litúrgicas avulsas. —40—


Uma justa palavra sobre os Wesley, românticos ingleses cuja obra tem significado especial para a música sacra: Charles Wesley (1757-1843), sobrinho de John Wesley, era organista e cravista, tendo também composto vários antemas para coro e orquestra, ou coro e órgão. Seu irmão, Samuel Wesley (1766-1837), deixou-nos 4 missas, 30 motetos de quatro a oito vozes, os oratórios "Ruth" e "A morte de Abel", "Ode para o dia de Santa Cecília" e mais de 600 hinos e Salmos. Seu filho Samuel Sebastian Wesley (1810-1876) também se dedicou à música para a Igreja Anglicana. Compôs 25 antemas para coro sem acompanhamento, 3 Salmos e vários hinos. Nossa literatura musical evangélica está repleta de obras românticas. Sugerimos um exame cuidadoso das coleções e hinários que temos citado, e facilmente serão identificados vários dos trabalhos ou partes de trabalhos registrados aqui. Os compositores que viveram na segunda metade do século 191evaram oromantismo às suas conseqüências últimas, precursando o modernismo do século 20. Na verdade é difícil separar e delimitar essas fases, pois os termos indicam muito mais uma estética filosófica, que um espaço de tempo. Sempre houve e haverá artistas românticos, modernos e clássicos, pois as predominâncias instáveis de conteúdo e forma nunca deixarão de existir. Sem dúvida o espírito romântico do século 19 é o que mais nitidamente tem permanecido, com seu individualismo, nacionalismo, exacerbação da emotividade, cultivo dador, da tristeza, alegria, etc. Essas tendências entram pelo século 20, mostram-se claras nas obras dos nacionalistas do Novo Mundo, por vezes disfarçadas em princípios modernos novos ou renovados. No entanto, o Romantismo, da maneira como o estudamos, pode ser limitado a Wagner e.alguns pós-wagnerianos. As últimas obras de Wagner já anunciam novos caminhos e novas ideologias que culmirão na multiplicidade dos movimentos de hoje. São muitos os compositores desta fase e temos que nos limitar aos que mais de perto influenciaram a música sacra. Esta continua preterida, embora apresente qualidade melhorada a cada nova experiência: Johannes Brahms (1835-1897), talvez o mais romântico de todos os românticos, não deixou de "formalizar" sua expressividade e deu-nos as obras sacras: "Requiem alemão" (1857-68) onde usa textos bíblicos da tradução de Lutero e não a tradicional liturgia latina. "Ave Maria" (1858) para coro feminino e orquestra ou órgão, "Salmo 12", (1859), 7 "Marienlied" (canções sobre Maria, 1859) para coro misto (textos tradicionais), motetos, corais, fugas e 11 "Prelúdios-corais" (1896) para órgão. Alexandre Balakirev (1837-1910), um dos grandes nacionalistas da Rússia, deixou-nos 6 antemas para coro "a cappella". O belga Pierre Benoit (1834-1901) tem várias obras sacras na primeira fase de sua produção e, na segunda, fase nacionalista, compôs os oratórios "Lucifer" (1883) e "Drama Christi" (1871). Anton Bruckner (1824-1896), austríaco, grande organista e concertista, admirador de Wagner e dos católicos renascentistas (Palestrina, —41 —


l~lorales, Orlando di Lasso), deixou enorme bagagem de música sacra, infelizmente desconhecida em nossos meios musicais, que compreende várias obras grandes para coro e orquestra: Salmos, cantatas, "Requiem", "Magnificat's, "Te Deum" e outras menores: "Ave Maria", "Tantum ergo", "Pange Lingua", "Libera", "Asperges me", litanias, ofertórios, graduais, hinos e prelúdios para órgão. O nacionalista tcheco Anton Dvorak (1841-1904) deixou-nos vasta obra sacra, de onde destacamos: "Stabat Mater" (1877), "Salmo 149" (1879), "Missa em Ré Maior" (1887), "Requiem" (1890), "Te Deum" (1892), todas para coro e orquestra, "Hino de louvor para a festa da Santíssima Trindade" (1878) para coro e órgão, e 9 "Canções bíblicas" (1894), uma das quais figura em arranjo coral em CP 3: 117 e LP: 38. Franz Liszt (1811-1886), o grande pianista húngaro que, no fim de sua vida, das menos religiosas, tornou-se abade, dedicado à composição de música sacra (também desconhecida nos nossos meios), compôs cerca de 80 obras que incluem os oratórios "Christus" (1855-59), do qual extraímos o pequeno trecho que exemplifica este capítulo, "Santa Isabel" (1857-62), "Requiem" (1869) para coro masculino e órgão, várias missas, antífonas, Salmos, hinos e corais, "Ave Maria", "Pater Noster", "Te Deum", responsos, obras para órgão, e deixou várias composições sacras inacabadas. Edward Grieg (1843-1907), o nacionalista da Noruega, compôs "Ave Maris Stella" (189y) e 4 Salmos (1906) para coro "a cappella". Peter Iylich Tchaikovsky (1840-1893), compositor russo, sinfonista por excelência, deu-nos a "Liturgia de São Crisóstomo" (1878), 17 "Serviços vespertinos" (1885) para coro misto (CP 3 : 106). Outro russo, Nicolay Rimsky-Korsakow (1844-1908), do grupo dos nacionalistas, deu-nos "Louvamos-te, ó Deus" (1883) para coro duplo "a cappella", 8 "Cantos tradicionais" (1884) e 8 "Liturgias de São Crisóstomo" (1883), ambos para coro masculino "a cappella", e a obra orquestral "Abertura Páscoa Russa" (1883) onde utiliza vários temas litúrgicos. A Itália nos apresenta dois ilustres operistas que ainda encontraram tempo para compor música sacra: Giacomo Puccini (1858-1924): "Moteto em honra de São Paulino" (1878), "Salve Rainha do Céu" (1880) para soprano e harmônio, "Missa em La Maior" (1880) e várias obras para órgão. Giuseppe Verdi (1813-1901), no fim de sua vida, compôs: "Requiem" (1874), "Stabat Mater" (1898), "Te Deum" (1898), todas para coro e orquestra, e ainda "Pater Noster" (1880) para coroa 5 vozes, "Ave Maria" (1889) e "Laudi alla Vergine Maria" (1898) para coroa 4 vozes. A França e a Inglaterra nos apresentam um número bem elevado de compositores da fase que estamos estudando. Os franceses contam com: Cesar Franck (1822-1890), nascido na Bélgica mas radicado em Paris, um dos nomes mais importantes da Música sacra, organista excelente e professor de larga influência, deixou uma grande contribuição, obras que, na sua maioria, incluem o órgão: "Missa Solemnis" (1858), "O Salutaris", 3 motetos (1858), "Missa a 3 vozes" op. 12 (1860), "Ave Maria" (1858), 3 ofertórios (1871), "Panis Angelicus" (1871), "Veni Creator" (1872), "Salmo —42—


Não Temais do Oratório Christus, 1855-59 SSCC Lucas 2.10,1 1,13,14 Adap. de Ruy Wanderkey SOLO DE SOPRANO Moderado

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Nós te adoramos, Cristo! (Coral final da Cantata As sete palavras de Cristo) SCTB Adoramus te Trad. e adap. de Ruy Wanderley, 1962 J Andante largo ~:=ss, ~ ~ ~ S

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oratórios: "Judite" (1888), "Jó" (1892) e "Rei Saul" (1894), "Ode para o dia de Santa' Cecília" (1889), "carols" para coro "a cappella", "Te Deum", "Benedictus", antemas, hinos, motetos, Salmos e música litúrgica para órgão. Charles Stanford (1852-1924), irlandês, compôs grande quantidade de música sacra, que inclui antemas, hinos, motetos, Salmos, missas, oratórios, música para órgão e canções religiosas para solista e piano. Frederic Cowen (1852-1935), compositor inglês nascido na Jamaica, deixou-nos os oratórios: "Ruth" (1887), "Hino de Ação de Graças" (1888), "A transfiguração" (1895) e "O véu" (1910). Sir Edward Egar (1857-1934), o grande sinfonista, autor de enorme produção sacra que inclui: "O salutaris", hinos, antemas, ofertórios, Salmos, "Te Deum" (1897) para coro e orquestra, e os oratórios: "Lux Christi'.' (1896), "Os apóstolos" (1903) e "O Reino" (1906).

XI. MrJSICA SACRA NAO EVANGÉLICA NO BRASIL (séculos 19 e 20) Também no Brasil foi evidente o lugar secundário a que os compositores do século 19 relegaram a música sacra. Novos valores despontavam entre os alunos de José Maurício e Marcos Portugal. Alguns se tornaram músicos de importância para a nossa História: D. Pedro I (1789-1834), IV em Portugal, descendia de família de músicos. Estudou com os melhores mestres de sua época, deu-nos o "Hino da Independência", composto logo após a proclamação e deixou, pelo menos, duas obras sacras: um "Te Deum" e o "Credo", parte da missa de 5 de dezembro de 1829, obra esta bastante conhecida e recentemente gravada. Francisco Manuel da Silva (1795-1865) foi aluno de José Maurício, instrumentalista na Orquestra Real da Câmara, dirigida por Marcos Portugal, escreveu a música que viria a ser o nosso "Hino Nacional" (CC: 577), dedicou um "Te Deum" a D. Pedro I, um "Canto religioso" para três vozes, "O Salutaris" para soprano e várias obras sacras que, infelizmente, se perderam. O nome deste mestre está ligado à fundação do Conservatório de Música do Rio de Janeiro (1848), do qual foi o primeiro diretor. A época é bastante desfavorável à música sacra. O gosto pela ópera motivou várias adaptações de árias, coros e mesmo óperas inteiras para uso litúrgico, como a missa do "Barbieri di Siviglia, ou a missa da "Gazza Ladra", e outras piores . . . O nome mais importante, no século 19, é o de Antonio Carlos Gomes (1836-1869), o campineiro que projetou oBrasil na Europa. Sua biografia é bastante conhecida e vários livros tratam de sua obra. Registramos apenas duas sacras: a "Missa" (1854), executada numa pequena igreja pelos membros da numerosa família Gomes, e a cantata "A última hora do Calvário" (1859). Uma referência a um grande pianista estadunidense, Louis Moreau Gottschalk (1829-1869), virtuose que esteve no Brasil em 1869, dando concertos que marcaram época no Rio de Janeiro. Acometido de enfermidade repentina, faleceu em nossa capital. Sem ser compositor sacro, especificamente, figura no HE: 48, e no CC: 10 e 172, e em vários hinários estrangeiros. Leopoldo Américo Miguéz (1850-1902) foi, durante muitos anos, diretor do Instituto Nacional de Música (antigo Conservatório de Música do Rio —48—


de Janeiro). Devemos a ele o nosso "Hino à Proclamação da República" (CC: 575), mas não temos notícia de nenhuma obra sacra. Henrique Oswald (1852-1923), nascido no Rio de Janeiro, estudou na Europa, onde recebeu influência marcante de Wagner, Liszt e von Bulow. Volta para o Brasil em 1903 e, durante três anos, substitui Miguéz na direção do Instituto Nacional de Música, onde assume uma cátedra em 1911. No fim da vida compõe: "Grande Missa", para coro, órgão e orquestra, "Requiem", vários motetos para coro "a cappella" e várias obras litúrgicas para órgão. Dois músicos são considerados os primeiros nacionalistas do Brasil: Alexandre Levy (1864-1892), paulista que faleceu em plena juventude, nos anos férteis de composição sem, no entanto, deixar nenhuma obra sacra; Alberto Nepomuceno (1864-1920), cearense, estudou na Europa. De volta ao Brasil, dirigiu o Instituto Nacional de Música, de 1906 a 1916. Sua obra sacra é bastante numerosa: quatro "Ave Maria" (1887) para vozes femininas, "Canto Fúnebre" (1896), "Ecce Panis Angelorum" (1896), "Ingemisco" (1911), "Invocação à Cruz", para duas vozes, letra de Osório Duque Estrada, "Missa" (1915) para coro a duas vozes e órgão, "Panis Angelicus" (1909), dois "O Salutaris" (1897) para coro e órgão, "Tantum Ergo" (1911), várias obras litúr~icas para órgão e harmônio (1893-1912) e um "Largo e Ofertório" para orgao e orquestra (1896). Uma de suas obras seculares, "Trovas" op. 29, foi trabalhada por João Faustini e publicada no LP:44 e SL: 111. O lugar de Nepomuceno na História da Música Sacra no Brasil está assegurado, também, pelo seu trabalho de restauração e edição de várias missas, Salmos, etc, do Padre José Maurício, entre 1889 e 1897. O século 20 nos apresenta outros nomes que merecem atenção: Francisco Braga (1868-1945), carioca, estudou em Paris graças à bolsa que recebeu pelo seu "Hino da República" (Miguéz venceu o concurso e o seu Hino foi o da República, o oficial; Braga compôs o nosso "Hino à Bandeira" (CC: 576). Volta para o Brasil em 1900 e ingressa no Instituto Nacional de Música, onde leciona durante vários anos, sendo um dos melhores mestres que por ali passou. Sua obra sacra reflete uma fé das mais vivas: "Missa de São Francisco Xavier", "Missa de São Sebastião","Te Deum", "Stabat Mater", "Trezena de São Francisco de Paula", vários motetos e hinos "a cappella" ou com acompanhamento de órgão (CP 3 : 91,e SL: 201 e 207). Antonio Assis Republicano (1897-1960), gaúcho, aluno de Francisco Braga, foi professor no Instituto Nacional de Música. Deixou-nos "A Natividade de Jesus", oratório transformado em ópera dez anos depois. Luciano Gallet (1893-1931), carioca, dirigiu o Instituto Nacional de Música de 1930 a 1931. Grande folclorista, teve um livro publicado por Mário de Andrade. Compôs "Três cantos religiosos", para voz e harmônio. Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948), fundador do Conservatório Brasileiro de Música (1936) deu-nos o "Moteto a quatro vozes mistas" (1924), texto latino da "Via Sacra" e a "Ode a Santa Cecília" (1933) para coro e órgão, texto de Tasso da Silveira. Brasílio Itiberê (1896-1967), paranaense, era sobrinho do diplomata-mú~sico de mesmo nome (Brasílio Itiberê, 1864-1913, amigo pessoal de Liszt e autor da "Sertaneja", considerada a primeira obra genuinamente brasileira, pois inclui a melodia folclórica "Balaio, meu bem"). Brasílio Itiberê, —49—


Salmo 90 SCTB Salmo 90.1,2,12,17 adap. Ruy Wanderley, 1973

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o sobrinho, veio para o Rio de Janeiro em 1934, dedicou-se a pesquisas folclóricas erecebeu, em 1938, a nomeação para reger um curso de folclore na Universidade do Distrito Federal. Deixa de vez a engenharia civil, para dedicar-se às pesquisas e à composição. Dirigiu, por vários anos, a cadeira de Folclore, do Conservatório Nacional de Canto Orfeônico. De sua obra sacra destacamos: "Oração da Noite" (1945) para coro feminino e solistas, "Canto Absoluto" (1947), cantata para coro "a cappella", ou coro e orquestra, texto de Tasso da Silveira. Estas duas obras são bastante místicas, de inspiração espiritualista. Para o Congresso Eucarístico Internacional (Rio de Janeiro, 1955) foi composto o "Salmo 150", para coro e orquestra. O exemplo que publicamos agora é o "Salmo 90", para coro "a cappella", composto para uma metrificação em Inglês, de Nithinia Wills, para uso do coral da Union Church of Rio de Janeiro. Chega a vez do maior compositor brasileiro, Heitor Villa-Lobos (1887-1959), o "Kantor" do Brasil. Sua biografia está registrada em vários livros e sua numerosa obra tem tido várias edições e gravações. A primeira obra sacra data de 1905, "O Salutaris" para coro e piano ou harmônio. Segue-se uma série de obras pequenas: "Ave Maria", "Padre Nosso", "Tantum Ergo", "Ofertório", "Litania", "Salmos", "Ave Verum", "Prece sem palavras", compostas de 1909 a 1952, a maior parte para coro, algumas para canto e órgão ou piano, muitas incluídas nos dois volumes da coleção "Música Sacra" (São Paulo, Ed. Vitale), outras inéditas. Obras sacras de proporções maiores são: "Marcha religiosa" (1918) para orquestra, o oratório "Vidapura" (1919), a "Missa de São Sebastião" (1937) para três vozes iguais, "O descobrimento do Brasil" (1937, série de quatro suites para orquestra, sendo a quarta um oratório com coral sobre a Primeira Missa no Brasil), e as últimas, compostas em Paris em 1958: "Magnificat e Aleluia" para coro misto, coro infantil e orquestra, e "Bendita Sabedoria" (seis corais sobre textos de Eclesiastes). Peça das mais conhecidas é a "Invocação em defesa da Pátria" (1943) texto de Manuel Bandeira, para soprano e coro, com ou sem orquestra, publicada no 2Q vol. de "Canto Orfeônico" (São Paulo, Ed. Vitale, 1951). João Faustini publicou em CP : 137 e SL: 92 um "Canto de Natal", versos de Manuel Bandeira, e "Salmo 142", adaptação da linda "Ave Maria" de 1918 (CP s: 192). Francisco Mignone (1897), paulista, um dos nossos maiores músicos, compôs o oratório "Alegrias de Nossa Senhora" (1948) texto de Manuel Bandeira, "Festa das Igrejas" (1940) para orquestra, e algumas missas, dentre as quais a "Missa em Si Bemol" n. 1, trabalho polifônico bem moderno, considerado um marco de transição na sua obra. O mineiro Fructuoso Viana (1896), pianista e compositor, aluno de Henrique Oswald, figura no hinário SL: 249 e no HC: 26, com uma obra originalmente secular, para vozes femininas (CC, EMS), acrescida de texto sacro. Compôs um pequeno "Canto de Natal" para vozes iguais, inédito. Mozart Camargo Guarnieri (1907)paulista de Tietê, expoente da música nacionalista, ao lado de Villa-Lobos e, sem dúvida, um dos maiores mestres brasileiros, deu à música sacra: "Ave Maria" para coro misto, "Louvação ao Senhor" (1944), "Ave Maria" (1956) para soprano, coro — 51 —


feminino e órgão, "Libera me" (1956) para canto e órgão, e "Missa Diligiti" (1970). Escrevo, com gratidão e respeito, sobre dois grandes amigos e mes) paraibano, pianista e professor no Conservatres: Gazzi de Sá (1901tório Nacional de Canto Orfeonico do Rio de Janeiro, onde trabalhou com Villa-Lobos. Datam de 1941 suas principais obras sacras: "Missa da Assunção", dedicada à sua mãe, "O Salutaris" e "Ave Maria", todas para três vozes iguais. O outro é o pianista, compositor e professor José Vieira Brandão (1911), mineiro de Cambuquira que, no Rio de Janeiro, tornou-se amigo pessoal e colaborador direto de Villa-Lobos, no trabalho de organizar o ensino de música nas escolas. Morto Villa-Lobos, Brandão torna-se seu continuados, líder do Conservatório Nacional de Canto Orfeônico (hoje Instituto Villa-Lobos). Atualmente dirige setores musicais de educação, leciona no Conservatório Brasileiro de Música e compõe. Sua contribuição à Música Sacras é das mais expressivas: sete "Ave Maria" (1937 a 1948), a última dedicada a Lorenzo Fernandez, três "Missas" (1956-1967), "O Salutaris" (1942), "Hino ao Criador" (1946), "Pai Nosso, n. 1" (1948), "Três cantos místicos: Fé, Esperança e Caridade" (1948), "Natal" (1959), "Domine, num sum dignum" (1964), quase todas para vozes "a cappella". A obra mais recente é o oratório "Pai Nosso" (1967) para baixo cantante, coro misto e orquestra. Com exceção de duas "Ave Maria", estão inéditas as obras sacras de Vieira Brandão. )compositor paulista, teve professores Osvaldo Lacerda (1927ilustres como José Kliass, Ernesto Kieschi e Camargo Guarnieri, de quem recebeu a maior influência. Nos Estados Unidos foi aluno de Vittorio Giannini e Aaron Copland. É detentor de vários prêmios, fundador de várias entidades musicais e ainda se dedica ao ensino. Obras sacras: "Ave Maria" (1952) para voz e órgão, "Missa Feriai" (1966, Ed. Ricordi) para coro misto, "Missa a duas vozes" (1966, Ed. Vitale), "Missa Santa Cruz" (1967) para coro e órgão, "Três Salmos" (1967, Ed. Vitale) para canto e órgão, "Próprio do Espírito Santo" (1967) para coro e órgão, "Próprio das Festas de Nossa Senhora" (1968, Ed. Vitale), "Cantos de Meditação" (1970), "Missa a três vozes" (1971) com órgão, e "De Profundis" (1974) para coro misto. Representantes da geração dos últimos trinta anos, os nomes que citaremos agora já têm lugar assegurado na História da Música Sacra: José ) paulista de Santos, aluno de Camargo Antonio de Almeida Prado (1943Guarnieri e Osvaldo Lacerda e, na Europa, de Olivier Messiaen e Nádia Boulanger. Possuidor de enorme bagagem cultural e artística, tem dedicado à música sacra muitas obras litúrgicas, várias missas e a "Paixão Segundo ), paulista, estudou com São Marcos" (1964). Aylton Escobar (1943Camargo Guarnieri, Osvaldo Lacerda e Dinorá de Carvalho. Inclui em sua vasta produção musical várias obras sacras: Três "Ave Maria" para coro, "Alie Psalite cum Luya", moteto a cinco vozes, "Missa sobre temas indíginas brasileiros" (1965) para coro misto, coro infantil e orquestra, "Missa para coro infantil", "Missa Brevis sobre temas populares" (1967, primeira audição mundial em 1968, no IV Festival Interamericano de Música, em Washington, pelo Conjunto Roberto de Regina), "Missa Orbis Factor" (1969, para coro, com inclusão de um poema de Mário de Andrade, no Agnus Dei), "Libera me" (1971) fiara soprano e orquestra, e "O Crux Spes Unica" (1973) para três coros, utilizada num excelente documentário cine-52—


Canto de Natal Para Ruy Wanderley SSCCTTBB

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matográfico sobre o Brasil, intitulado "No fim do caminho"). José Maria Neves (1943), mineiro de São João-del-Rei, veio para o Rio de Janeiro em 1965 para estudar na Pro-Arte, onde foi aluno de Guerra Peixe e Esther Scliar. De 1969 a 1971 faz estudos de especialização na Europa, dedicando-se àcomposição, análise, música eletrônica e música experimental. É professor no Instituto Villa-Lobos e no Conservatório Brasileiro de Música. Algumas de suas obras sacras: "Fórmulas melódicas e Antífonas para o Ofício Divino", "Missa da Sagração" para solistas e dois coros, composta para a Sagração Episcopal de seu irmão Frei Lucas Moreira Neves. Especialmente para ilustrar este capítulo, compôs o "Canto de Natal" (1974), excelente obra que, num gesto da mais legítima amizade e fraternidade cristã, amim dedicou. Em outubro de 1974 seguiu para Paris, onde continua seus estudos de musicologia e análise de música contemporânea. Não tratamos, neste tra~alho, dos compositores evangélicos brasileiros. Até 1960 eles podem ser estudados em "Música Sacra Evangélica no Brasil" de Henriqueta Rosa Fernandes Braga (Rio de Janeiro, Ed. Kosmos, 1961) e, na atualidade, a partir dos registros da história corrente em vários periódicos, nos artigos dos musicólogos Henriqueta R. F. Braga, Bill Ichter, Rolando de Nassau e, também, no LP que vai ampliando estas fontes de pesquisa, informando sobre compositores novos, publicando suas obras e biografando os músicos evangélicos da Igreja Triunfante.

XII. MÚSICA SACRA UNIVERSAL NO SÉCULO 20 (Introdução) É o século do avanço tecnológico e do aparecimento de recursos que modificaram por completo os propósitos artísticos dos compositores: a gravação, orádio, atelevisão e o sintetizados sonoro. Inúmeros instrumentos musicais derivam dos progressos da eletrônica, oferecendo novos e ricos recursos ao pesquisador. Ao lado da paradoxal volta aos instrumentos antigos, aos sons mais puros e suaves, o renascimento do cravo, da flauta-doce e de tantos instrumentos abandonados no Barroco, sua utilização por compositores da atualidade, vemos o emprego de objetos sonoros e toda sorte de ruídos com finalidade musical, o tratamento puramente eletrônico desses e de outros sons. Este aparente "vale-tudo" sugere, á primeira vista, um caos iminente, cataclisma musical e cacofônico sem solução, a romper de vez com a sonoridade musical "convencional" eprecipitar-nos na era do barulho organizado, mais ou menos. Esse aspecto, nitidamente transitório, é assustador e a História terá de encarregar-se, mais uma vez, de salvar o trigo e banir o joio. Muita coisa realmente já virou História e vamos nos ater a ela. Vários compositores românticos que registramos anteriormente têm, no começo do século 20, a etapa mais produtiva de suas vidas. Há outros, nesse período intermediário, não abordados ainda, representantes de tendências diversas do romantismo "acadêmico", como temos considerado. A presença desses músicos no nosso século é marcante, evidenciada pela ousadia de expressão que revelaram, muitos dos quais deliberada e ostensi- 54 —


vamente adversos ao que se considerava dogmático. Vamos citar apenas ou mais importantes para a música sacra: Max Reger (1873-1916) alemão da Bavária, faleceu em Leipzig. Ocupou, de 1886 a 1889, o posto de organista da Igreja Católica de Weiden. Em 1901 vai para Múnchen onde compõe e dá concertos de órgão, embora tenha encontrado bastante oposição à sua música. Assume uma cátedra no Conservatório de Leipzig em 1907 e permanece nesse posto até o fim da vida. Sua obra inclui Salmos, motetos, corais para 4, 5 e 6 vozes, com orquestra ou "a cappella". A melhor coletânea é "Der evangelische Kirchenchor" para quatro vozes, 40 composições fáceis para igreja. Compôs quatro cantatas para coro, congregação e orquestra, muitas obras litúrgicas para órgão, e várias canções para canto e piano.(1)Da coleção "Doze canções sacras" op. 137 para canto e órgão, traduzimos aúltima, "O Jesu Christ, wir warden dein", versos de Erasmus Alberus (1510-1555), publicada em "Louvor Perene" n4 58, folha 581. O inglês Ralph Vaughan-Williams (1872-1958) cilho de pastor, foi aluno de Parry e Stanford no Royal College of Music, estudou órgão em Berlim com Max Bruch, e em Cambridge. Sua obra compreende missas, motetos, antemas, carols, sete hinos no "English Hymnal" do qual foi editor, oito hinos no "Song of Praise" e quatro no "Oxford Book of Carols". Arranjou para coro vários carols tradicionais e compôs Salmos, oratórios, cantatas, "Magnificat", além de várias canções sacras. Sua peça mais difundida no Brasil, graças a algumas traduções, é "For all the saints", já editada em HCBG, no LP: 49 e SL: 290. Outro inglês, Gustav Holst (1874-1934), de família de origem sueca, também foi aluno de Stanford no Royal College of Music. Estudou órgão, regência coral e composição. Foi amigo de Vaughan-Williams, de quem recebeu grande influência. Lecionou em vários conservatórios, até o fim de sua vida. Sua excelente obra inclui Salmos, hinos, (SH: 424) "Te Deum" (1919) para coro e orquestra, música coral "a cappella": "Ave Maria" para vozes femininas, "Nunc Dimitis" (1915) para coro a oito vozes, antemas e motetos, "The Coming of Christ" (1927, música incidental para a peça de John Maseiield), etc. Sua filha Ima gen Holst (1907), ao lado de Benjamin Britten, se empenha na difusão da obra de Gustav Holst, através de concertos e gravações. Dentre os compositores suíços destacamos: Frank Martin (1890), pprofessor no Instituto Jacques-Dalcroze, autor de "Missa para coro a cappella" (1926), "Cantata de Natal" (1926) e dos oratórios "In terra Pax" (1944) e "Golgotha" (1945-48) para solistas, coro e orquestra. Ernest Bloch (1880-1959), aluno de Jacques-Dalcroze e de Ysaye, transferiu-se para os Estados Unidos, onde dirigiu os conservatórios de Cleveland e São Francisco. Sua excelente obra sacra inclui o "Serviço religioso judaico" (Avodath Hakodesh, 1930-33) para barítono, coro e orquestra, "Prelúdio e dois Salmos" (1912-14) para voz e orquestra e "Seis prelúdios para a Sinagoga" (1946-50), para órgão. Jean Binet (1893-1960), nascido em Genebra, também estudou no Instituto Jacques-Dalcroze, radicou-se durante algum tempo nos Estados Unidos e na Bélgica. Autor de várias obras sacras: mote-. tos, Salmos e cantatas tem, traduzida para o Português, a "Cantata de ,(1) — Talvez a mais conhecida seja "Maria Wiegenlied" op. 76 n. 52.

—55—


CANTATA DE NATAL II.

N. SOUTTER Trad. a adapt. RUY WANDERLEY

JEAN BINET (1893-1960)

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a -que-le por quem omundo an -sei - a; o sol, o- cul-to vi - rá em seu mís - té - rio; se - rá,

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Natal" (1935) para coro misto e coro de crianças, órgão ou harmônio (São Paulo, Imprensa Metodista, 1973; tradução de R. Wanderley), de onde retiramos otrecho musical que exemplifica este capítulo. O compositor francês Vincent d'Indy (1851-1931) tem lugar de destaque na música sacra, tendo deixado: "Cantate Domino" (1885) para três vozes e órgão, a cantata "St. Marie Madaleine" (1885) para soprano, coro feminino e harmônio, "Ave Regina Coelorum" (1922) moteto para coro misto, "Deus Israel" (1896) também para coro misto, "Santa Maria" (1898) moteto para duas vozes, "Pentecostem" (24 cantos gregorianos populares, para coro uníssono) e "Domina Mea" (1926) moteto para duas vozes. Claude Debussy (1862-1918) nos deu o oratório dramático "O martírio de São Sebastião" (1911). Arthur Honeg~er (1892-1955), de origem suíça, um dos mais importantes do grupo frances dos "Cinco", nos deu o Salmo dramático "O Rei Davi" (1921) para coro e orquestra, a ópera bíblica "Judite" (1926), "Cântico de Páscoa" (1918) para solista, coro feminino e orquestra, "Cântico dos Cânticos" (1926) para coro e orquestra, o oratório dramático "Joana d'Arc" (1934-35) para narrador, coro e orquestra, e "Três Salmos" (1940-41) para voz e piano. O último compositor que citaremos neste capítulo é Olivier Messiaen (1908), organista, aluno de Marcel Dupré, Maurice Emanuel e Paul Dukas. Sua obra é profundamente mística, deixando entrever seu sentimento religioso, dos mais desenvolvidos, mesmo nas obras não especificamente sacras. A.o lado de sua enorme produção para órgão, com finalidade litúrgica, compôs: "Missa para 8 sopranos e 4 violinos" (1933), "O Sacrum convivium" (1941) para coro misto, "Três pequenas liturgias da Presença Divina" (1944) para vozes femininas e orquestra, "Quarteto para o fim dos tempos" (1941) (1), "Hino ao Santo Sacramento" e "A Ascenção", para orquestra.

VIII. MÚSICA SACRA UNIVERSAL NO SÉCULO 20 (Conclusão) Este capítulo é, certamente, o mais incompleto, dada a dificuldade de focalizar todo o panorama, pela sua vastidão e complexidade. São muitos os compositores, do mundo inteiro, representantes de inúmeras escolas ou individualistas, com obras de títulos sacros e conteúdo profano, evice-versa, enfim, trabalho a exigir documentação e pesquisa a longo prazo. Por todas estas razões ficaremos limitados a alguns dos compositores mais importantes e suas obras sacras mais representativas. Com algum atrazo vamos nos referir a Charles Koechlin (1867-1950), compositor francês, aluno de Fauré e Massenet, autor de: "L'Abbaye" I (1899-1902) ~ "L'Abbaye" II (1906-8) duas suites religiosas para solistas, coro e orquestra, "Requiem des

(1) —Esta peça foi composta quando Messiaen estava prisioneiro dos alemães, na última guerra e tinha por companheiros de prisão um clarinetista, um violinista e um violoncelista, com seus respectivos instrumentos, aos quais Messiaen se juntou, tocando um piano de péssimas condições, conforme ele relata.

—57—


pauvres bougres" (1937) para coro, órgão e orquestra, "Três corais para órgão: a Fé, aEsperança e aCaridade" (1920-21), "A história do Natal" (1941) e "Música para um mistério da Idade Média". Arnold Schoenberg (1874-1951), compositor austríaco que desenvolveu o dodecafonismo, emigrou para os Estados Unidos em 1933, época em que retornou à fé judaica, abandonada alguns anos antes. Deu-nos a ópera "Moisés e Aarão" (1932-51), "Música litúrgica judaica" (1945-50) para coro, "Salmo 130" (1950) para coro a seis vozes, "Salmo moderno", obra inacabada para narrador, coro e orquestra, e "Kol Nidrei" (1939) para narrador, coro e )outro austríaco que emigrou para os orquestra. Ernest Kreneck (1900Estados Unidos cinco anos depois de Schoenberg, grande concertista, compositor eprofessor, deu-nos "Proprium Missae in Festo SS. Innocentium" (1940) para coro "a cappella", "Lamentio Jeremiae Prophetae" (1941), "Dois motetos" (1945-6) fiara coroe "Duas canções sacras" (1952) para canto e piano. Zoltan Kodaly (1882-1967), compositor húngaro, estudou no Conservatório de Budapest e, aos 24 anos, passou a lecionar no mesmo. Nacionalista, folclorista e companheiro de Bela Bartók, escreveu várias obras sacras: "Missa para coro e órgão", "Miserere", "Stabat Mater", "Ave Maria" (1898) para coro e órgão, "Assumpta est Maria" (1902) para barítono, coro e orquestra, "Psalmus hungaricus" (1923) para tenor, coro infantil, e coro misto e orquestra (1), cinco "Tantum Ergo" para coro infantil e órgão (1928), "Budavari Te Deum" (1936) para solistas e orquestra, "Primeira comunhão" (1943), "Advento" (1944) para coro e órgão, "Missa Brevis" (1950) para coro e orquestra, "Jesus e os mercadores" (1943), "Dois Motetos" (1935), "Anjos e pastores" (1935), "Salmo 71" (1936), "Hino a Santo Estêvão" (1938), "Salmo 150" (1948), todas estas para coro "a cappella". Pianista e compositor, o húngaro Gyorgy Kósa )foi aluno de Bela Bartók. De sua obra destacamos: "Missa para (1897solistas, coro e órgão" (1946), "Requiem" (1948-9), "De Profundis" (1947) para soprano e dois violinos, "Veni Sancte" (1947) para soprano e violino, os oratórios "Josué" (1931), "Páscoa", "Saul" (1935) e "Job" (1933) para contralto e orquestra, "Dies Irae" (1937) para coro, órgão e percussao, e "Canções sacras" (1938) para tenor, barítono e viola. Igor Feodorovich Stravinsky (1882-1971) compositor russo, talvez o mais importante do nosso século, recebeu grande influência de Rimsky-Korsakov. Emigrou para os Estados Unidos no princípio da segunda guerra. Obras sacras: "Pater Noster" (1926) para coro, "Sinfonia dos Salmos" (1930, obra encomendada por Koussevitsky para o 504 aniversário da Orquestra Sinfônica de Boston), "Credo" (1932), "Ave Maria" (1934) para coro, "Babel" (1944) cantata para narrador, coro masculino e orquestra, "Cantata sobre textos antigos ingleses" (1952), "Missa para coro e duplo quinteto de sopros" (1948), "Canticum sacrum ad honorem Sancti Marci Nominus" (1956) para tenor, barítono, coro e orquestra, "J. S. Bach: variações canônicas sobre Vom Himmel hoch" (1956) para coroe orquestra, e "Threni" (1958, texto das Lamentações de Jeremias) para seis solistas, coro e orquestra. (1~ —Esta obra teve enorme sucesso no Festival de Música de Zurich, em 1926.

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Edmund Rubbra (1901)compositor inglês formente influenciado por Vaughan-Williams e Gustav Holst, pianista e jornalista, deu-nos: "Canterbury Mass" (1945) para coro duplo, "Magnificat ad Nunc Dimitis" (1948), "Missa ad honorem Sancti Dominici" (1949), nove "Lamentações", "The secret hymnody" (1921) e "Festival Te Deum" (1951) para coroe orquestra, "Virgin's cradle hymn" (1922), que ilustra este capitulo e nove "Motetos" (1934-19352) para coro "a cappella", "Gloria" (1957) para coro duplo, "Star of the mystic east" (1952) para coro, "Cantata Pastoral" (1956) para soprano, flauta-doce, violoncelo e cravo, e várias canções sacras. Benjamin Britten (1913-1976), inglês, é um dos mais importantes dentre os compositores de nosso século. Algumas de suas principais obras sacras: "Hino à Virgem" (1930) e "Hino a Santa Cecília" (1942) para coro, "Te Deum" (1953) para coro e órgão, "A Cerimony of Carols" (1942) para vozes iguais e harpa, "Sinfonia da Reqquiem" op. 20 (1940), "Antífona para coroe orquestra" (1956), "Requiem de Guerra", "Cantata Misericordium" op. 69 (1963,composta para o Centenário da Cruz Vermelha Internacional) para barítono, tenor, coro e orquestra. Uma das manifestações mais importantes do nosso século, sem dúvida, foi a discutida obra "Jesus Christ, Superstar" (1969-70), uma Paixão de Cristo em forma de "rock opera", dos norte-americanos Andrew Lloyd Webber (música) e Tim Rice (texto). Peça teatral e, mais tarde, filme, esta obra pretende usar música popular em vários estilos, um pouco de música erudita e, também, música eletrônica, solistas e coros, numa concepção quase "arsnovita" de grande efeito. A influência dessa realização pode ser notada em muitos movimentos musicais sacros dos nossos dias, nas igrejas, prometendo se estender por muito tempo ainda. Uma referência ligeira, por falta de informações, ao excelente compositor Jean Berger, autor dos motetos: "Quam pulcris super montes" e "Cantate Domino", e do "Salmo brasileiro", para seis vozes "a cappella", baseado no poema de Jorge de Lima. Os dois compositores que escolhemos para finalizar este capítulo são Penderecki e Ligeti. Krystof Penderecki (1933), polonês, teve grande sucesso a partir de 1959, num concurso da Associação dos Compositores Poloneses, com seu "Salmo de Davi". Outras obras: "Stabat Mater", para três coros, "Passio et Mors Nostri Domini Jesu Christi" (1963-5, sua obra mais notável, escrita para o 7004 aniversário da consagração da Catedral de Münster) e "Dies Irae" (1967, oratório em memória das vítimas de Auchwitz) para solistas, coro e orquestra. Gyorgy Ligeti (1923)fez seus estudos no Conservatório de Budapest e passou a lecionar no mesmo, em 1950. Vai para a Alemanha em 1956 para trabalhar com música eletrônica. Em 1961 segue para Estocolmo, leciona no Conservatório sueco e volta para a Alemanha, contemplado com uma bolsa de estudos em Berlim. Duas das suas obras sacras foram utilizadas no filme "2001, uma odisséia no espaço". "Requiem" para soprano , meio-soprano, dois coros e orquestra, ouvida sempre que aparece o monolito negro, e "Lux Aeterna", para coro. As obras deste dois compositores são, sem dúvida, características das tendências musicais que marcarão o fim do nosso século e a entrada no século 21. —59—


Acalanto de Maria ( The Virgin's Cradle Hymn SCTB

Texto de S. Coleridge adaptado do Latim Trad. e adap. de Ruy Wanderley, 1974

Edmund Rubbra (1901 — 1

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XIV. MÚSICA SACRA NÃO EVANGÉLICA NA AMÉRICA LATINA (século 20) O século 20 apresenta , na América Latina, movimentos musicais de caráter nitidamente nacionalista. Grande parte dos compositores têm formação musical européia, importando técnicas às quais procuram adaptar os elementos do folclore e seu país. Alguns excelentes compositores se dedicam inteiramente ao estudo das culturas pré-colombianas e pouco têm contribuído para a música cristã. Vários, no entanto, participam da formação de um repertório sacro latino-americano de excelente qualidade, embora pouco conhecido. A maior parte das obras que passamos a relatar estão inéditas, àespera de entidades e editores que se interessem pela divulgação da música sacra sul ecentro-americanas. Iniciaremos tratando dos compositores argentinos: Felipe Boero (1884-1958) estudou em sua terra e na França, com Gabriel Fauré. Tem as obras sacras: "Ave Maria" para soprano e orquestra, "Agnus Dei" para contralto e orquestra, "Crucifixus" para soprano, contralto e orquestra, "Missa em mi menor" (1918) para coro e orquestra, e o oratório "Jesu ambulat super acquas" (1920). Gilardo Gilardi (1889-1963) foi professor e assessor da Orquestra Sinfônica Nacional Argentina. Obras sacras: "Missa de Requiem" (1919), "Missa de Glória" (1936), "Te Deum" (1938) e "Stabat Mater" (1945) para coro e orquestra, "Tantum Ergo" (1915), "Parce Mihi Domine" (1922), "Pange Lingua" (1924), "O Salutaris Hostia" (1931) e três "Hinos" (1922-24) para coroe órgão. Juan Jose Castro (1895)estudou em sua terra natal e na Europa, onde foi aluno de Vincent d'Indy. Passou vários anos no exterior e voltou para a Argentina em 1955 para dirigir a Orquestra Sinfônica Nacional. Compôs a "Sinfonia bíblica" (1932) para coro e orquestra. Jacobo Ficher (1896}nascido na Rússia, veio para Buenos Aires em 1923, atuando como compositor, violinista e regente. É detentor de diversos prêmios internacionais de composição e autor de: "Salmo 119" e "Puleis eris et puleis reverteris" (1944) para tenor, coro feminino e piano ou órgão (mais tarde, orquestra), "Salmo de alegria" (1949) cantata para solistas, coro e orquestra. Washington Castro (1909) violoncelista e compositor, professor no Conservatório de Música de La Plata e na Escola Superior de Música da Universidade do Litoral, deu-nos: "Belém" (1943) obra natalina para orquestra, "Comentário sinfônico à Paixão de Nosso Senhor" (1955) para recitante e orquestra, e "Cantata das bemaventuranças" (1958) para barítono e orquestra. Emilio Antonio Dublanc (1911)pianista, compositor eprofessor em Cuyo e Santa Fé. Obras sacras: "Quatro villancicos de Natal", "Ecce Sacerdos Magnus" e "Pater Noster" para vozes iguais, e "Salmo 67" para coro misto. Carlos Guastaviano (1914) em 1947, a convite do Conselho Britânico, deu vários concertos de suas obras no Reino Unido e na Irlanda. Detentor de vários prêmios, compôs especialmente canções, das quais a mais difundida é, provavelmente, a "Canção de Natal" (1947) para voz e piano, arranjada para coro, pelo compositor, em 1951. Guillermo Graetzer (1914)nascido em Viena, veio para a Argentina em 1930. Excelente professor, especialmente de educação musical para crianças, tem escrito vários livros e artigos sobre o assunto. Obras sacras: "Jacó na Fonte" (1940) para piano, "Salmo 44" (1938) para solista, coro e cordas, "Dois coros sobre textos bíblicos" (1943), "Salmo 42" (1943) obra —62—


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que ilustra este trabalho, "Amarás ao teu próximo" (1945), "Anah Adonai" (1946) e "Da Sabedoria" (1957), para coro "a cappella". Alberto Ginastera ) é o mais importante dos compositores argentinos, de pro(1916~eção universal. Detentor de vários prêmios internacionais e professor no Conservatório Nacional de Música da Argentina, tem as obras sacras: "Salmo 150" (1938) para coro infantil, coro misto e orquestra, e "Hieremiae prophetae lamentationes" (1946), três motetos para coro. Roberto Caamaí~o (1923) pianista e concertista de renome mundial, lecionou no Instituto de Música Sacra de Buenos Aires, ocupando também várias cátedras no Conservatório Nacional e a direção do Teatro Colón de Buenos Aires. Obras sacras: "Três cantos de Natal" (1946) para canto e piano, "Salmo 149" para solista, coro e orquestra (1948), "Salmo 114" (1950), "Salmo 6" (1951) e "Salmo 46" (1959) para coro, Benedictus" (1952) para canto e piano e "Magnificat" (1954) para coro e orquestra. Valdo Sciamma) compositor e professor em vários estabelecimentos da rella (1924Argentina dirigiu, durante muitos anos, o coro de meninos do Teatro Colón de Buenos Aires. Obra sacra: "Salmo I" (1958) cantata para solistas e orquestra de câmera. Rodolfo Arizaga (1926)fez estudos na sua pátria e na Europa, onde foi aluno de Olivier Messiaen, Nadia Boulanger e Ginette Martenot. Detentor de vários prêmios de composição, tem as obras sacras: "Dois corais: Pedi ao Pai em Meu Nome, e Meu Reino não é deste mundo" (1945), para orquestra. Augusto B. Rattenbach (1927)membro da Associação Argentina de Jovens Compositores, estudou na Europa, e emprega as técnicas atonais e seriais em suas composições. Sacras: "Salmo 129" e "Salmo 116" (1960) para coro misto a seis vozes. Sem dúvida, o mais importante dos compositores chilenos é Domingo Santa Cruz (1899). Fez seus estudos em seu país e na Espanha, onde esteve como diplomata. A partir de 1927 se dedica inteiramente ámúsica, fundando várias entidades artísticas, lecionando e ocupando cargos internacionais de alta significação. Professor honorário da Faculdade de Ciências e Artes Musicais da Universidades do Chile e detentor de inúmeros prêmios internacionais, tem as seguintes obras sacras: "Te Deum" (1919) para solistas, coro masculino, órgão e cordas, "Nisi Dominum", "Ave Maria" e "Libera Me Domine" (1919-20) para coro, "Salmo 22" (1941) para coro masculino, "Cantares de Pascua" (1949, dez corais para vozes iguais) e "Louvores de Advento" (1952) para coro infantil e ór)estudou no Conservatório Nacional gão. Alfonso Letelier-Llona (1912de Música de Santiago, viajou pelos Estados Unidos e Europa, aperfeiçoando seus estudos, fundou a Escola Moderna de Música do Chile e leciona na Faculdade de Ciências e Artes Musicais da Universidade do Chile e no Conservatório. Obras sacras: "Ave Maria" (1934) para coro, e "Tantum Ergo", "Mira, Oh Senor" (1935), moteto, "Ave Maris Stela" (1942) para coro feminino, "Missa para coro, cordas e órgão" (1930), "Vitrais da Anunciação" (1950-51) para soprano, coro feminino e orquestra de câmara, "A história de Tobias e Sara" (1955) ópera-oratório para dois )estudou coros, dois narradores e orquestra. Juan Orrego-Salas (1919arquitetura e, mais tarde, música no Conservatório Nacional, aluno de Domingo Santa Cruz. Nos Estados Unidos foi aluno de Randall Thompson e Aaron Copland. Obras sacras: "Cânticos de Natal: Villancico e Aleluya"

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(1948) para vozes iguais, "Cantata de Natal" (1945) para soprano e orquestra (baseada nos romances evangélicos de San Juan de la Cruz) e "Louvores à Virgem" (1959) para voz e piano. Juan Amenábar (1922) estudou em seu país e na Alemanha, especializando-se em música eletrônica. Compôs "Pai Nosso" (1965) para canto e violão, "Sanctus" (1968) para voz feminina e conjunto de jazz, "Missa litúrgica" (1964) para solista, coro masculino, conjunto instrumental e violão, obra esta considerada a primeira missa cantada em vernáculo, após as decisões do Vaticano, "Padre Nosso" e "Ave Maria" (1962) para coro. Darwin Horacio Vargas-Wallis (1925)aluno de Domingo Santa Cruz, regente e professor, já recebeu vários prêmios internacionais. Éautor de: "Kyrie" (1954) para coro, "Três coros sacros" (1961) para coro, "Ecce Sacerdos Magnus" (1961) para coro masculino e órgão e "Stabat Mater" (1961) para soprano, contralto, coro e órgão. Roberto Escobar-Budge (1926)aluno de Alfonso Letelier-Llona, professor e escritor, deu-nos as obras sacras: "Salve Regina" (1947), "Rorate Caeli" (1947) e "Ecce Sacerdos" (1957), para coro. Leon Schidlowsky (1931) fez estudos no Chile e na Alemanha. É líder de movimentos de música contemporânea e leciona nos principais estabelecimentos de seu país. Obras sacras: "Dois Salmos" (1954) para contralto, dois clarinetes, violino e violoncelo, "Três canções bíblicas" (1954) para soprano, flauta, clarinete è violoncelo, "De Profundis" (1963) para soprano, contralto e pequena orquestra, e "Requiem" (1954) para soprano e pequena orquestra. A Colômbia também no apresenta uma plêiade de compositores que se dedicaram à música religiosa: Santos Cifuentes (1870-1932) estudou em sua terra, no Chile e na Argentina, onde fixou residência em 1913. Obras sacras: "Marcha Pontificial" (1903) para orquestra, "Kyrie" para coro e orquestra, "O Salutaris Hostia" (1904), " Responsorium San Antonio de Padua, Andante religioso" (1905), "Angelus", "Ave Maria", "Trisagio al Sagrado Corazón", todas para canto e piano, "Crucifixus" e três "Kyrie" para coro. Guillermo Uribe-Holguín (1880)ingressou na Academia Nacional de Música de Bogotá aos 11 anos e passou a lecionar violino aos 15 anos. Em 1930 vai para os Estados Unidos, onde trabalha nas mais variadas funções musicais, para ganhar a vida (confessa ter cometido 0 pecado de transcrever para banjo a abertura de Tannhauser, em troca de bom dinheiro . . .). Passa algum tempo no México, volta à Colômbia e segue, em 1907, para Paris, onde é ádmitido na Schola Cantorum, sendo aluno de Armand Parent (violino) e Vincent D'Indy (composição). Depois de algum tempo na Bélgica, volta para a Colômbia e assume a direção do Conservatório Nacional. Obras sacras: "Ave Verum" op. 2 n. 1 e "Ancien Noël" opus 2. n. 2, para vozes femininas e órgão, "Victimae paschali" opus 5 para soprano, coro e orquestra, "Te Deum" opus 14, n. 1 para tenor, coro e orquestra, "T'antum Ergo" opus 14, n. 2 para coro e orquestra, "Requiem" opus 17 para solistas, coro e orquestra, "Improperia" opus 65 para barítono, coro e orquestra, e "Missa opus 82" para coro de meninos e homens. Antonio Maria Valencia (1902)fez seus estudos iniciais na sua terra e seguiu para Paris em 1923, onde foi aluno de Vincent D'Indy, Gabriel Pierné e Manuel de Falla. Volta para Bogotá e desenvolve atividades de concertista e professor. Obras sacras: "O vos omnes" (1924), "Ave Maria" (1933), "Invocação" (1934), "Missa Brevis de Santa Cecilia" —67—


(1937) e "Missa de Requiem" (1943), todas para coro "a cappella", "Domine, salvam fac Rempublicam" (1933), "Credo dramático" (1937) para coro e órgão, e "Hino eucarístico" (1946) para coro, órgão e orquestra. Roberto Pineda-Duque (1910)estudou com Antonio Maria Valencia. É professor no Conservatório de Música da Universidae Nacional da Colômbia, emestre-capela da Igreja de Nossa Senhora das Neves, em Bogotá. Obras sacras: cinco "Missas" (1941-57), vários motetos, "O Sacrum convivium" (1940), "Ave Maria" e "Salve Regina" (1942), "Pro-Defunctis" (1943), "Lauda Sion" (1949), "Adoro Te" (1958), "Tu Gloria Jerusalem" (1959), quase todas para coro "a cappella" ou com acompanhamento de órgão, e "Cristo no seio de Abraão" (1961), oratório para narrador, solistas, coro e orquestra. Santiago Velasco-Llanos (1915)fez seus estudos no Chile com Domingo Santa Cruz. Obras sacras: "Erige me Domine" (1940), "Kyrie" (1944) e "Ave Maria" (1953) para coro, "Ave Maria" (1952), "O Salutaris" (1959) e "Missa Santa Maria de los Angeles" (1961), para vozes iguais. Fabio Gonzales-Zuleta (1920), crítico e professor, tem as seguintes obras sacras: "Te Deum" (1957) para solistas, coro e orquestra, e "Missa da Gloria" (1960) para foro. A Costa Rica nos apresenta Julio Fonseca (1885-1950) que estudou na Itália, na Bélgica e nos Estados Unidos. Em 1914 volta para San José, onde leciona e compõe até o fim da vida. Obras sacras: "O Cenáculo e o Gólgota" (1904) para piano e cordas, "Ecce Homo" (1920) para orquestra, sete "Missas" (1928-48), "Hino do Centenário da Aparição da Virgem dos Anjos" (1934) para coro e orquestra, "Cantata" (1939) para solistas, coro e orquestra, "As sete dores da Santíssima Virgem" (1940) para solistas, coro, órgão e orquestra, e "Invocação (Ave Maria)" (1932) para canto e piano. ), nascido Cuba está representada aqui por Julian Orbón (1925na Espanha, radicado em Havana desde a juventude. Estudou nos Estados Unidos com Aaron Copland e foi um dos líderes do grupo Renovação Musical, de Havana. Obras sacras: "Três Cantigas do Rei" (1960, para soprano, quarteto de cordas, cravo e percussão, versão livre de três Cantigas de Santa Maria do Rei Afonso, o Sábio, encomenda de Andrés Segovial e "Crucifixus" (1953) moteto para coro. )que O Equador figura aqui com Messias Maiguashca (1938estudou nos Estados Unidos, na Argentina e na Alemanha, onde está radiçado, trabalhando na Rádio de Colonia. Compôs uma "Missa" (1966) para coro masculino, coro de crianças e percussão. )que também estuDa Guatemala temos Enrique Solares (1910dou nos Estados Unidos e na Europa. É detentor de vários prêmios, destacando-se oprêmio único de Música Sacra, em concurso realizado na Guatemala em 1943, com um "Te Deum" para coro e órgão. Compôs também um "Pater Noster" para coro "a cappella". )regente e Dois compositores do México: Afonso de Elias (1902professor, detentor de vários prêmios internacionais. Compôs: "Missa em honra de N. S. de Guadalupe" (1913), "Missa de Requiem" (1939), "Aleluia"; "Ave Maria", "Salve Regina" e "Recordare" (1942), "Ave Maria" (1948) e "Laus Decora" (1944-57, marchas e mot~tos eucarís-68—


ticos), quase todas compostas para vozes iguais, órgão e cordas. Manuel J. )estudou no seu país e no exterior. Foi aluno de de Elias (1939Stockhausen e é diretor assistente da Orquestra Sinfônica Nacional do México. Obras sacras: "Credo" (1962) para coro "a cappella", "Canção de Natal" (1958) para coro feminino e piano, "Kyrie e Gloria" (1966) para coro e orquestra e "Memento" (1967) para flautas-doces, coro, narrador e cordas. Representa a Nicaragua Luis A. Delgadilho (1887). Fez seus estudos em seu pais e na Itália. Lecionou no México e no Paramá e, por fim, radicou-se em Managua, onde assumiu a direção do Conservatório Nacional de Música e Declamação e da Orquestra Sinfônica. Obras sacras: "Missa de Requiem em Fa menor" (1917) para vozes masculinas, órgão e orquestra, "Missa de Requiem la menor" e "Missa da Gloria" (1919), para vozes femininas, órgão e orquestra, e "Missa de Requiem em fa menor" (1952) para vozes masculinas, órgão e orquestra. Do Panamá citamos Roque Cordero (1917), que estudou nos Estados Unidos com Dimitri Mitropoulos e Enest Kreneck. Detentor de vários prêmios internacionais, leciona no Instituto Nacional de Música do Panamá. Obras sacras: "Salmo 113" (1944) e "Aleluia" (1961) para coro. O Peru nos fornece dois nomes: Renzo Bracesco (1888)que estudou na Itália e retornou ao seu país após a 1{guerra. Compôs: "Tantum Ergo", "Ave Maria", "De Profundis", "Requiem", "Vere languores", "Alleluja", "O Salutaris", "Noel", "Salve Regina" (1916-1951) para coro, "Missa em fa" (1918), "Laetentur Coeli" e "Laudate Domino" (1943) para coro e órgão. Andres Sas Orchassal (1900), nascido na França, veio para o Peru em 1924. Folclorista e musicólogo, regente, compositor e professor, desenvolve grande atividade em Lima. Escreveu música para a obra teatral "O filho pródigo", auto sacramental de Juan Espinoza Medrano (1948) e transcreveu para notação moderna, realizando o baixo cifrado, a obra de José de Drejon y Aparicio "A paixão segundo São João" (1750) para solistas, coros e orquestra, em 1955. Alguns compositores do Uruguai: César Cortinas (1890-1918) estudou na Europa com Max Bruch. Compôs "Três Ave Maria" para coro e instrumentos, "Hossanna" para solistas, coro e orquestra, "Requiem", "Canto de Natal", "Prece a Jesus", "Ave Maria", todas estas reunidas na coleção "Música religiosa" (Ed. Mousqués, Montevideo). Carlos Estrada (1909-1970) estudou na França, dirigiu coros e orquestras em todo 0 mundo, inclusive a Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e a Sinfônica de Porto Alegre. Compôs o oratório "Daniel" para solistas, coro e orquestra, "Tu es Petrus" (1939), "Adoramus Te" (1940), "Domine Deus Meus" (1940) e "Virgo Dei Genitrix" (1941) para coro, e "Ave Maria" (1948) para canto e órgão. Hector Tosar-Errecart (1923)estudou com Aaron Copland, Darius Milhaud e Arthur Honegger. É professor e concertista em Motevideo. Obras sacras: "Salmo 102" (1955) para soprano, coro e orquestra, "Te Deum" (1960) para baixo, coro e orquestra e "Magnificat" (1957) para coro "a cappella". Pedro Ipuche-Riva (1924)estudou na França e, de volta a Montevideo, passou a exercer atividades como escritor, crítico, professor e compositor. Obras sacras: "A prova de Abraão" —69—


(1961) oratório para solistas, coro e orquestra, "Adoramus Te", "Beatus Humo", "Tu es Petrus", "Ecce Nomen", "Ave Maria", "O nascimento de Cristo", "Amavit Eum", "Pater Noster", "Missa em Lá" e "Credo", todas compostas entre 1955-66, para coro "a cappella". Por fim, a Venezuela e seus compositores: Vicente Emilio Sojo (1887), professor e regente de orquestra, autor de duas missas e cerca )professor de vinte ppeças litúrgicas. Juan Bautista Plaza-Alfonso (1898e musicólogo, estudou no Instituto Superior de Música Sacra de Roma. De volta à Venezuela tem ocupado cargos importantes na vida musical daquele país. Sua obra sacra é muito vasta, compreendendo 9 missas, 23 ofícios para a Semana Santa, 18 motetos para coro "a cappella" e cerca de 60 obras para coro com acompanhamento de órgão e/ou orquestra. Eduardo Plaza)estudou com seu irmão Juan Bautista. Professor e -Alfonso (1911regente de coros, é membro da Comissão Arquidiocesana de Música Sacra de Caracas. Obras sacras: "Missa de la Imaculada" (1941), "Missa de Requiem" (1965), "Missa Venezolana" (1966) e "Missa de Gloria" (1967), "Ave Maria" (1930), "Tantum Ergo" (1934), "Cantico" (1944), "Dios te salve, Maria" (1959) e "Ave Maria" (1968) para coro e órgão. Evencio Cas)fez estudos iniciais de música com seu pai e, posteriortellanos (1915mente, nos Estados Unidos. Membro da Orquestra Sinfônica da Venezuela, organista emestre-capela da Catedral de Caracas, tem as seguintes obras sacras: "Missa Ave Maris Stela" (1953) para solistas, coro e orquestra, e "Dois motetos" (1954) para coro e órgão. Gonzalo Castellanos-Yuman ), como seu irmão Evencio, estudou com o dai e, posteriormente, (1926na França. É detentor de vários prêmios internacionais e compôs as seguintes obras sacras: "Ave Maria" para tenor e orquestra, "Te Deum" para coro e órgão e "Miserere" para coro, obras inéditas, como as do seu irmão. ) regente e compositor, já nos deu 8 motetos José Antonio Abreu (1929e a "Missa Pro De unctis", para coro "a cappella".


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Nota: Não estão incluídas nesta relação as seguintes fontes de informação consultadas: partituras de grande parte das obras citadas, vários hinários estrangeiros e entrevistas, pessoais ou por telefone, com: Marita Itibererê, Nithinia Wills, José Maria Neves, Gazzi de Sá, Aylton Escobar, Osvaldo Lacerda, José Vieira Brandão, Fructuoso Viana, Edino Krieger, Adhemar Nóbrega e Henriqueta Rosa Fernandes Braga.


HINÁRIOS E COLEÇÓES DE MÚSICA SACRA CITADOS

~

ti

AS — "O ano do Senhor", cantos corais para o coro da congregação, em língua portuguesa e alemã . . .editado por Hans-Gerhard Rottmann. Porto Alegre, Casa Publicadora Concordia, 1959-60. 2. v. 38 hinos. CC — "Cantor Cristão", edição revista e documentada ~ quarta edição com música . ~ Rio de Janeiro{ , JUERP, ~ 1971 . 581 hinos. CC, EMS — "Caderno Coral", coleção de composições e arranjos atraentes para coros e orfeões, editor Alberto W. Ream. Rio (de Janeiro~ , Escola de Música Sacra, 1952-57. 2v. 27 hinos. CMS — "Coleção de Música Sacra", coletânea de manuscritos fornecidos pela Escola de Música Sacra do Colégio Bennett, Rio de Janeiro . . .São Paulo, Imprensa Metodista, 1951-57.4 v. 36 hinos. CN — "Cânticos do Natal", reunidos e anotados por Henriqueta Rosa Fernandes Braga. Rio de Janeiro, Ed. Civilização Brasileira, 1947. 127 p. 30 hinos. CP — "Os céus proclamam", coletânea de hinos . . .para coro misto . . .com pilação de João Wilson Faustini . . . várias edições São Paulo, Imprensa Metodista, 1958-71. 5 v. 208 hinos. CS — "Coros Sacros", hinos especiais para coros, compilados por Arthur Lakschevitz . . .Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista, 1955, 8 v. 190 hinos. HC — "Hinos contemporâneos", melodias brasileiras e folclóricas para a Igreja Jovem de Hoje, compilação de João Wilson Faustini, supervisão de Loyde e Zuinglio Faustini. São Paulo, Imprensa Metodista, ~ c 1971 . 28 hinos. HCBG — "Hinário da Cruzada Billy Graham", São Paulo, Imprensa Metodista. HE — "Hinário Evangélico" com músicas sacras, primeira edição. Rio de Janeiro, Confederação Evangélica do Brasil, 1962. 718p. 500 hinos. IEH —Publicação coral religiosa do Instituto de Música Sacra "Evelina Harper". ~ vários volumes avulsos São Paulo, ~ IEH~ , 1962 — LP — "Louvor Perene", uma publicação trimestral dedicada ao louvor a Deus através da Música Sacra, redatora Lida E. Knight. Belo Horizonte, 1959 — SH — "Salmos e Hinos" com músicas sacras, compilados e adaptados por João G. da Rocha, M. B., C. M., e outros . . .Quinta edição —75—


revista e aumentada. Rio de Janeiro, Igreja Evangélica Fluminense, 1975. 652 títulos. SL — "Seja Louvado", primeira edição I come. João W. Faustini~ . . . supervisão de Loyde e Zuing io Faustini. Newark, Igreja Presbiteriana Unida São Paulo. 1972. 648 p. 315 hinos.


fNDICE ALFABÉTICO Página Abreu, José Antonio (193970 Agostinho (sec. 4) 4 Alberus, Erasmus (1510-1555) 55 Almeida Prado, José Antonio de (194352 Ambrósio, Bispo de Milão (sec. 4) 3 Amenábar, Juan (192267 Andrade, Mário de (1893-1945) 49, 52 Anério, Felice (1560-1614) 10 Arcadelt, Jacob (1514-1575) 10 Arizaga, Rodolfo (192666 Bach, Carl Phillip Emanuel (1714-1784) 21, 23, 24 Bach, Johann Christian (1735-1782) 21 Bach, Johann Cristoph (1732-1795) 21 Bach, Johann Gottfried Bernard (1715-1739) 21 Bach, Johann Sebastian (1685-1750) 12, 14, 16, 18, 20, 21, 24, 28, 29, 40, 58 Bach, Wilhelm Friedmann (1710-1784) 21 Balakirev, Alexandre (1837-1910) 41 Bandeira, Manuel (1886-1968) 51 Bartók, Bela (1881-1945) 58 Becker, Cornelius (sec. 17) 15 Beethoven, Ludwig van (1770-1827) 34, 36, 38, 40 Benoit, Pierre (1834-1901) 41 Berger, Jean (190159 Berlioz, Hector (1803-1869) 40 Binchois, Giles (1400-1460) 7 B inet, Jean (1893-1960) 55, 56 Bizet, Georges (1838-1875) 40, Bloch, Ernest (1880-1959) 55 Blow, John (1647-1708) 14 B oero, Felipe (1884-1958) 62 Bortniansky, Dimitri (1752-1825) 29 Boulanger, Nadia (188752, 66 Bourgeois, Louis (1510-1561) 8 Bracesco, Renzo (188869 Braga, Francisco (1868-1945) 49 Brahms, Johannes (1835-1897) 41 Britten, Benjamin (1913-1976) 55, 59 Bruch, Max (1838-1920) 55, 69 Bruckner, Anton (1824-1896) 41 Buchner, Otto 19 Buxtehude, Diderich (1637-1707) 14, 17, 19 Caamano, Roberto (192366 Calvisius, Sethus (1556-1615) 8 Camargo Guarnieri, Mozart (190751, 52 Carvalho, Dinorá de (190552 Castellanos, Evencio (191570 Castellanos-Yumar, Gonzalo (192670 —77--


Castro, Juan Jose (1895Castro, Washington (1909Cavalieri, Emilio (1550-1602) Chausson, Ernest (1855-1899) Cifuentes, Santos (1870-1932) Clemens non Papa (1510-1558) Coelho Netto, Marcos (1740-1806) Coleridge, Samuel Taylor (1772-1834) Copland, Aaron (1900Cordero, Roque (1917Corelli, Arcangelo (1653-1713) Cortinas, Cesar (1890-1918) Cowen, Frederic (1852-1935) D'Indy, Vincent (1851-1931) Debussy, Claude (1862-1918) Delgadilho, Luiz (1887Desprez, Josquin (?-1521) Dittersdorf, Karl bitters von (1739-1799) Dublanc, Emilio Antonio (1911Dubois, Théodore (1837-1924) Dufay, Guillaume (1400-1474) Dukas, Paul (1865-1935) Dunstable, John (1370-1453) Dupré, Marcel (1886Dvorak, Anton (1841-1904) Elgar, Sir Edward (1857-1934) Elias, Afonso (1902Elias, Manuel (1939Emanuel, Maurice (1862-1938) Escobar, Ayton (1943Escobar-Budge, Roberto (1926Espinoza-Medrano, Juan Estrada, Carlos (1909-1970) Falla, Manuel de (1874-1946) Fauré, Gabriel (1845-1924) Faustini, João Wilson Fernandes Braga, Henriquete Rosa Eicher, Jacobo (1896Filtz, Anton (1730-1760) Fonseca, Julio (1885-1950) Franck, Cesar (1882-1890) Franklin, Benjamin (1706-1790) Frederico II, da Prússia (1712-1786) Frescobaldi, Girolamo (1583-1643) Gabrielli, Andrea (1510-1586) Gallet, Luciano (1893-1931) Galuppi, Baldassare (l70ó-1785) Gelineau S. J., Pe. J Gellert, Christian Fúrchtegott (1715-1769) Gerhardt, Paul (1607-1676) Giannini, Vitorio (1903-1966) Gilardi, Gilardo (1889-1963) Ginastera, AIberto (1916—78—

Página 62 62 14 45 67 10 32 60 52, 66, 68, 69 69 16 69 48 57, 62, 67 57 69 7 24, 28 62 45, 46 6 57 6 57 42 48 68 69 57 52 67 69 69 67 45, 62 9, 14, 34 54 62 24 68 42, 45 22 24 14 10 49 24 3 36, 38 18 52 62 66


Página 28 48 32 68 48 8 45 62, 63 24, 25

Gluck, Willibald (1714-1787) Gomes, Antonio Carlos (1836-1896) Gomes da Rocha, Francisco (?-1808) Gonzales-Zuleta, Fabio (1920Gottschalk, Louis Moreau (1829-1869) Goudimel, Claude (1505-1572) Gounod, Charles François (1818-1893) Graetzer, Guillermo (1914Graun, Carl Heinrich (1704-1759) Gregório, Papa (sec. 6)

Grieg, Edward (1843-1907) Guastvino, Carlos (1914Guerra, Eusébio de Mattos (ou Frei Eusébio de Soledade (1628-1672) Guerra Peixe, Cesar (1914Handel, George Frederick (1685-1759) 14, 16, Haydn, Franz Joseph (1732-1809) 28, 29, 34, Haydn, J. Michael (1737-1806) Herman, Nicolaus (1485.1561) Holst, Gustav (1874-1934) 55, Holst, Imogen (1907Honegger, Arthur (1892-1955) 57, Ichter, Bill Ipuche-Riva, Pedro (1924Itiberê, Brasílio (1896-1967) Itiberê, Brasílio (1864-1913) Jacques-Dalcroze, Émile (l8ó5-1950) Jerônimo (sec. 4) Kieschi, Ernesto Kliass, José Klug, Joseph (sec. 16) Kõchel, Ludwig (1800-1877) Kodály, Zoltan (1882-1967) Koechlin, Charles (1867-1950) Kósa, Gyorgy (1897Kreneck, Ernest (1900Lacerda, Osvaldo (1927-

Lalo, Edward (1823-1892) Landowska, Wanda (1877-1959) Lange, Francisco Curt Lasso, Orlando di (1532-1594) Leoninus (sec. 12) Letelier-Llona, Alfonso (1912Levy, Alexandre (1864-1892) Ligeti, Gyorgy (1923Lima, Jorge de (1893-1923) Lizst, Franz (1811-1886) Lobo de Mesquita, Joaquim Emérico Lorenzo Fernandes, Oscar (1897-1948) Lotti, Antonio (1667-1740) Lully, Jean Baptiste (1632-1687) Lutero, Martin (1483-1546)

Machaut, Guillaume de (1330-1371) Maffeo, Frei Mahu, Stephan (sec. 16)

—79—

3 42 62 32 54 29 35 29 20 59 SS 69 54

69 50 49 SS 4 52 52 18 29 58 57 58 58, 69 49,

~

52 45 19 32 10, 42 6

42, 43, 49, 7,

66 49 59 59 49 32 52 16 14

9 6 32 8


Maiguashca, Messias (1938Marcello, Benedetto (1686-1739) Martenot, Ginette Martin, Franc (1890Massenet, Jules (1842-1912) Mattheson, Johann (1681-1764) Melo, Frei Pedro Mendelssohn-Bartholdy, Felix (1809-1847) Messiaen, Olivier (1908Meyerbeer, Giacomo (1791-1864) Mignone, Francisco (1897Miguéz, Leopoldo Americo (1850-1902) Milhaud, Darius (~ 892Mitropoulos, Dimitri (1896-1960) Monte, Phillipe de (1521-1603) Morales, Cristobal (1500-1553) Mozárt, Wolfgang Amadeus (1756-1791) Nassau, Rolando de Nepomuceno, Alberto (1864-1920) Neukomm, Sigismund (1778-1858) Neves, Inácio Parreira (1736-1790) Neves, José Maria (1943Nicolai, Otto (1810-1849) Nunes Garcia, José Maurício (1767-1830) Obrecht, Jacob (?-1505) Ockeghem, Johannes (?-1495) Orbón, Julian (1925Orchassal, Andres Elias (1900Orrego-Salas, Juan (1919Oswald, Henrique (1852-1923) Pachelbel, Johann (1653-1706) Paisiello, Giovanni (1740-1815) Palestrina, Giovanni Pierluigi (1525-1594) Parent, Armand (1863-1934) Parry, Hubert (1884-1918) Pedro de Cristo (1545-1618) Pedro I, Imperador do Brasil (1789-1834) Penderecki, Krystof (1933Pergolesi, Giovanni (1710-1736) Perotinus (1160-1220) Pierné, Gabriel (1863-1937) Pineda-Duque, Roberto (1910Pinto, Luis Alvares (Alves) (1719-1789) Plaza•Alfonso, Eduardo (1911Plaza-Alfonso, Juan Bautista (1898Porto Filho, Manoel da Silveira Portugal, Marcos (1762-1830) Praetorius, Michael (1571-1621) Puccini, Giacomo (1858-1924) Purcell, Henry (1659-1695) Quantz, Johann Joachim (1697-1773) Ramin, Gunther (1898-1956) Ramler

—80—

52,

22, 28,

33, 34,

10,

Página 68 16 66 55 45 14 32 19, 38 57, 66 40 51 48 69 69 10 10, 42 30, 35 54 49 29, 34 32 53, 54 40 48, 49 7 7 68 69 66 49, 51 14 24 11, 41 67 45, 55 10 48 59 16 6 67 68 34 70 70 23 34, 48 13 42 14 24 19 25


Rattenbach, Augusto (1927Ream, Alberto Willard Reger, Max (1873-1916) Republicano, Antonio Assis (1897-1960) Rice, Tim Richter, Franz Xaver (1709-1789) Richter, Karl (1926Rimsky-Korsakow, Nicolay (1844-1908) Rossini, Gioachino (1792-1868) Rousseau, Jean Jacques (1712-1778) Rubbra, Edmund (1901Sá, Gazzi de (1901Saint-Saenz, Camille (1835-1921) Santa Cruz, Domingo (1899Scarlatti, Alessandro (1660-1725) Schein, Johann Herman (1586-1630) Schidlowsky, Leon (1931Schoenberg, Arnold (1874-1951) Schubert, Franz (1797-1828) Schummann, Robert (1810-1856) Schútz, Heinrich (1585-1672) Schweitzer, Alberto (1875-1965) Sciamarella, Valdo (1924Scliar, Esther (1926Segovia, Andrés (1893Senfl, Ludwig (1492-1555) ~ Silva, Francisco Manuel da (1795-1865) Silveira, Tasso da (1895-1968) Sojo, Vicente Emilio (1887Solares, Enrique (1910Soler, Antonio (1729-1783) Soutter, N Spohr, Ludwig (1784-1849) Stainer, John (1840-1901) Stamitz, Johann (1717-1757) Stanford, Charles (1852-1924) Stockhausen, Karlheinze (1928Stravinsky, Igor (1882-1971) Sullivan, Sir Arthur (1842-1900) Sutton, Joana Tchaikovsky, Peter . Iylich (1840-1893) Telemann, Georg Philipp (1681-1767) Thompson, Randall (1899Toéschi, Carlo Giuseppi (1722-1788) Tosar-Errecart, Hector (1923Uribe-Holguin, Guillermo (1880Vaccas, Francisco Valencia, Antonio Mria (1902Vargas-Wallis, Darwin Horacio (1925Vaughan-Williams, Ralph (1872-1958) Velasco-Llanos, Santiago (1915Verdi, Giuseppe (1813-1901) Viana, Fructuoso (1896-

—81—

Página 66 19, 38 55 49 59 24 19 42, 58 40 21 59, 60 52 45 66, 67, 68 16 15 67 58 40 40 15 19 66 54 68 8 48 49 70 68 24 56 40 45 22 48, 55 69 58 45 14 42 16 66 24 69 66 32 67, 68 67 55, 59 68 42 51


Página Victoria, Tomas Luis (1540-1611) Vieira B randão, José (1911Villa-Lobos, Heitor (1887-1959) Vitry, Philippe de (1290.1361) Vivaldi, Antonio (1680-1743) Wade, John Francis (?-1786) Wagner, Richard (1813-1883) Walther, Johann (1496-1570) Webber, Andrew Lloyd Weber, Carl Maria von (1786-1826) Werner, Gregor Joseph (1695-1766) Wesley, Charles (1757-1843) Wesley, Samuel (1766-1837) Wesley,. Samuel Sebastian (1810-1876) Willaert, Adrian (?-1562) Wills, Nithinia Ysaye, Eugene (1858-1931) Zachau, Friedrich (1663-1712)

—82—

10 52 51, 52 6 16 29 41, 49 8, 9 59 40 16 41 41 41 10 51 55 14


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