Cidadania, Profissionalidade

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Instituto do Emprego e Formação Profissional Vila Real

Cidadania e Profissionalidade

Técnicos Comerciais 09

Ficha de Avaliação Diagnóstica

NOME:______________________________________________________________Nº:__________ DATA: ___/___/_______ Formadora: Sandra Rodrigues

Domínio de referência Temas

Competência

Critérios de evidência

Trabalho 1:

Dr 2 – Contexto profissional;

Dr 3 – contexto institucional;

Dr 4 – contexto macroestrutural

Colectivos Profissionais e Organizacionais

Políticas Públicas

Identidades e Patrimónios Culturais

Exprimir sentido de pertença e de lealdade para com o colectivo profissional Identificar pertença e lealdade em contextos vários. Explicitar situações profissionais de relacionamento com desafios multiculturais. Expressar-se e agir face a pessoas, grupos ou organizações de âmbito multicultural segundo uma lógica inclusiva

Identificar e avaliar políticas públicas de acolhimento face à diversidade de identidades Identificar a diversidade de políticas públicas na sociedade. Relacionar direitos políticos e associativos. Situar-se face à inclusão da população migrante.

Relacionar património comum da humanidade com interdependência e solidariedade

Refletir sobre as implicações sociais do património comum da humanidade. Discutir e avaliar o papel das/os cidadãs/ cidadãos no mundo atual: relações jurídicas no marco de integração supranacional e dimensão supranacional dos poderes do estado face às/aos cidadãs/cidadãos. Expressar e demonstrar respeito e solidariedade pelas diferentes identidades culturais

Reflexão 1

Validado em: A formadora: Trabalho 2:

Reflexão 2

Validado em: A formadora: Trabalho 3: Validado em: A formadora: OBJETIVOS:

Reflexão 3


Formadora: Sandra Rodrigues

Identificar e reconhecer características de si mesmo e compreender o relacionamento com os outros. CONCEITOS-CHAVE Identidade; Diferença; Eu; O outro; Relações

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A forma como nos relacionamos com os outros influencia a nossa vida em sociedade. Auto-conhecimento de mim mesmo e da forma como me relaciono com os outros Sem nos conhecermos não podemos evoluir em absolutamente nada na nossa vida. Como saber se nos conhecemos ou não? Quando estou a sós comigo mesmo ou quando estou acompanhado tenho no semblante as mesmas 1. expressões? 2.

A minha voz, o timbre dela, é igual quando sei que alguém escuta ou quando estou sozinho?

3.

Chego alguma vez a estar de facto sozinho?

4.

Existem constantemente juízos e comentários dos outros sobre mim mesmo na minha cabeça?

5

Preciso de estar acompanhado(a) para me sentir bem?

6

Passar muito tempo isolado(a) sem estar com ninguém faz-me mal?

7

Existem coisas e hábitos que me definem e sem elas sinto que perco a identidade?

8

Sinto que só me dou bem com certo tipo de pessoas e com outras não?

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Considero que trato as pessoas todas por igual ou diferenciadamente tendo em conta a cultura, a etnia, a raça?

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Dependendo da pessoa com quem me relaciono atuo de maneira(s) diferente(s) para com ela(s)?

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Os meus gestos a sós são controlados, vigiados, como se de facto estivesse alguém a observar-me?

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Sei quem sou mediante as minhas ações passadas e elas tornam-me quem sou?

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Tenho um orgulho imenso em mim devido a determinadas ações que tive?

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Tenho normalmente sono quando estou perto de alguém que é suposto estimular-me como, por exemplo, os meus filhos e os meus amigos? Quando decido coisas consulto sempre, mecanicamente uma voz interior, de amigos, de pessoas que me são próximas? Penso e preocupo-me alguma vez por dia com a minha evolução pessoal?

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O meu dia alegra-me muito quando tenho alguma vitória sobre alguém?

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Quando a minha rotina se altera sinto-me sem rumo e desnorteado(a) nos primeiros tempos?

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Perco muitos minutos por dia falar ou a refletir sobre temas que não me dizem diretamente respeito como, por exemplo, as notícias da atualidade e a vida dos outros? Sinto que existem pessoas ou situações que têm o dom de me tirar do sério?

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Sinto que um dia posso fazer uma grande loucura sem saber muito bem porque a fiz?

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Sinto-me normalmente envolvido(a) pelos acontecimentos diários como se de uma onda violenta da praia se tratasse?

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Sim

Não


Formadora: Sandra Rodrigues

OBJETIVOS: Compreender o significado de identidade; Discutir a indissociabilidade da relação consigo mesmo, com os outros e com as instituições; Identificar e reconhecer alguns princípios de conduta. CONCEITOS-CHAVE Diferença Identidade Eu O outro Princípio de conduta Direitos civis Igualdade

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A forma como nos relacionamos com os outros influencia a nossa vida em sociedade. Identidade e alteridade: a teoria do reconhecimento “Porque é o nosso olhar que aprisiona muitas vezes os outros nas suas pertenças mais estreitas e é também o nosso olhar que tem o poder de nos libertar” Amin Maalouf (1998)

“A terra já foi o centro do mundo por erro de perceção e de imaturidade científica. Depois o sol tomou o seu lugar na cosmologia e as instituições humanas esforçaram-se por adoptar uma nova perspetiva. A verdade é que sempre que nos limitamos a aceitar apenas aquilo que nos é dado a conhecer e não permitimos um espaço para dúvidas e diferenças, a nossa natureza empobrece, estagna e, mais perigoso do que isso, estigmatiza e rejeita o que está para além da sua compreensão. A identidade é uma das grandes questões, não só da Antropologia, uma ciência historicamente recente, mas também das restantes Ciências Sociais, como a Filosofia ou a História. Desde o dia em que o indivíduo se auto-conhece como ser comunicante, que povos encontram povos e desse encontro resultam construções e delimitações de poder territorial, político, económico e cultural. A afirmação desse espaço é feita por oposição à do Outro e assim começa o relacionamento entre os grupos, sejam eles nacionais, regionais, étnicos, culturais, linguísticos ou religiosos. E também começa o aprisionamento do Outro com definições e atributos. Mas mais do que palavras ou conceitos, talvez o verdadeiro aprisionamento aconteça com o silêncio, ou melhor, com a ausência de reconhecimento. Falamos da complexa necessidade humana, quer coletiva. Quer individual, de aceitação como factor de construção de identidade. Charles Taylor (1994), no seu ensaio “A Política do Reconhecimento” defende que a falta ou recusa de reconhecimento deformado podem ser considerados formas de opressão e de expressão de desigualdades. Daí a sua defesa do carácter dialógico da identidade em que o que nós somos depende da interação com os


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outros. Diz-nos ainda que a identidade é por nós sempre definida “em diálogo sobre e, por vezes, contra as coisas que os nossos outros-importantes querem ver assumidas em nós”. Essa inevitabilidade da condição humana como dialógica sustenta então uma politica de reconhecimento aliada a uma política de diferença. Isto porque o universalismo do direito à igualdade e à dignidade não deve anular a unicidade, a autenticidade e a originalidade de cada indivíduo. Para compreender estas duas políticas, o autor explora a história de conceitos como autenticidade e dignidade, à luz das teorias de Rousseau, Herder e Stuart Mill. É nas sociedades pré-democráticas que o conceito “dignidade” se estabelece como garante do universalismo e igualitarismo. Isto é, a dignidade passa a ser encarada como um valor comum a todos os indivíduos, ao contrário do conceito de “honra” que anteriormente legitimava todo um sistema de hierarquias sociais, logo desigualdade. Porque o reconhecimento está ligado à identidade, Taylor apresenta-nos a mudança, preconizada por Rousseau e Herder, na conceptualização da construção identitária. A noção de autenticidade engloba, não só o carácter original da identidade de cada um, como também a valorização moral da necessidade de se ser verdadeiro para com a própria identidade. Esta é a novidade de uma atitude instrospetiva e interiorizadora de valores e modelos de vida. A autenticidade, parte integrante da identidade, constrói-se e manifesta-se, inevitavelmente, em diálogo com os outros.” Teresa Teófilo, “Identidade e reconhecimento: o outro chinês - contributos para o estudo da Comunidade Chinesa de Portimão (adaptado)

1.

Atividade Diga o que entende por identidade.

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Como e que a sua identidade pode influenciar o outro?

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Atua sob princípios de conduta? Quais? Exemplifique.

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OBJETIVOS: Identificar e reconhecer que existem diferentes princípios de conduta; Diferenciar os sentimentos e as emoções no ser humano; Mostrar como se estabelece a relação entre o eu e o outro CONCEITOS-CHAVE Diferença Empatia Reação compassiva Solidariedade Princípios de conduta Prospectividade Equidade

A forma como nos relacionamos com os outros influencia a nossa vida em sociedade. Princípios de conduta: empatia, reação compassiva e solidariedade “Empatia, uma palavra simples, mas com um significado fabuloso e importante, diria até mesmo imprescindível nas nossas vidas, ainda mais se colocada em prática no nosso quotidiano, por exemplo, nas nossas relações, tornando-se assim, mais belas, alegres, sadias e notórias, além de proporcionar um crescimento pessoal sem tamanho, onde o olhar do outro é o melhor pagamento, e onde o conhecimento do outro seria um fator necessário e sincero. Pois bem, a palavra empatia, muito usada em psicoterapia, por exemplo, cujo significado quer dizer, se colocar no lugar do outro, descobrir com os olhos do outro, sentir o que o outro sente, ou seja, é uma palavra requintada, não só na pronúncia, mas também no seu nobre significado. Em alguns dicionários, a palavra empatia significa: “a capacidade psicológica para se identificar com o eu de outro, conseguindo sentir o mesmo que este sente nas situações e circunstâncias por esse outro vivenciadas”. Poderíamos até não saber o significado real da palavra empatia até ao momento. E agora faço-vos uma pergunta, e espero uma sinceridade ímpar ao responder, seja para o eu, para a nossa consciência, ou mesmo no silêncio e reflexão da nossa leitura. Alguma vez já a praticou? Já praticou empatia? Colocando-se no lugar do outro, parando para sentir, nem que seja para alguns segundos como o outro se sente, se percebe, como este sujeito descobre e encara o mundo que o rodeia, como este mesmo sujeito percebe as outras pessoas que o cercam, quais as suas dúvidas, angústias, todas as pressões que o mundo de hoje exerce sobre os seus filhos, o seu esposo, os seus amigos, os seus colegas de trabalho, sobre o outro, o simples outro. Pois bem, tendo isso em mente e já sabendo o significado da palavra empatia, e mesmo que não possamos mensurar em convenções métricas até onde vamos conseguir colocá-la em prática nas nossas vidas, podemos sim saber o momento de quando isso vai acontecer, de fazer acontecer, pois basta dosear um pouco da razão com a emoção para que tal facto se concretize, ou seja, de sair do pensamento e de tornar realidade. Assim podemos continuar o texto e rever os nossos pensamentos, as nossas ações, as nossas metas de vida, e de aprender a ajudar sem precisar que alguém nos peça com palavras, mas sim num

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simples gesto, num simples olhar, numa voz silenciosa precisando de um auxílio, e parar de levar uma vida, onde tudo rodeia o nosso umbigo, sair deste castelo casulo, onde a realidade é falha e sem sentido, fazer o diferente caminhar para o engrandecimento. Vamos deixar de falsos pedestais, deixar o nosso orgulho de lado, respeitar e aprender o que realmente é importante, o que realmente nos acrescenta conhecimento e crescimento, e isso não tem nada a ver com crenças religiosas, mas sim em ser correto com nós mesmo e com os outros. Pare, olhe, escute, cresça. Ivan Flávio Agliati

1. Defina empatia. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 2. Considera que, pessoalmente, age com empatia e seguindo princípios de igualdade e de equidade? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 3. A diversidade, a aceitação e a tolerância são elementos prospetivos das sociedades contemporâneas. Exemplifique. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 4. Explique de que forma os sentimentos e as emoções dos seres humanos condicionam os seus princípios de conduta. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

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Formadora: Sandra Rodrigues

Reflex達o 1 No seu contexto profissional relaciona-se com pessoas de outras culturas? Como interage com elas?

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Formadora: Sandra Rodrigues

OBJETIVOS: Reconhecer o próprio espaço social; Caracterizar a diversidade étnica e social; Identificar problemas resultantes da diversidade étnica e cultural CONCEITOS-CHAVE Unidade na diversidade Intolerância Prospetividade Direitos sociais Direitos civis Equidade

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“De acordo com as leis da natureza, há homens feitos para a liberdade e outros para a escravidão, aos quais por justiça e por interesse, é conveniente a sujeição” Aristóteles (384-322 a. C.)

Manifestações de intolerância à indiferença “Recentemente temos visto, construído e até mesmo prestado auxílio a uma sociedade que está em constante evolução, proliferando assim as diferenças étnicoculturais. As diversidades evidenciam-se nas tradições, nos hábitos, nas diferentes línguas, nos costumes, enfim, na cultura. Aqui um grande desafio se nos coloca: como vão as sociedades reagir perante as diferenças/diversidades? Para que exista uma integração plena destes novos “habitantes”, (imigrantes, por exemplo), é necessária uma mediação absoluta e participativa dos mesmos. A sociedade vai-se assim construindo de forma mais emaranhada, mas ao mesmo tempo também mais abastada. Integrar e aceitar a diferença implica que vejamos isso como uma forma de produzirmos riqueza. Mas, neste decurso permanente de crescimento, onde permanecem algumas adversidades, os meios de comunicação social exercem um papel importantíssimo, através da maneira como observam, analisam e refletem acerca dos imigrantes difundindo isso para o exterior, suscitando assim uma opinião dos imigrantes, afirmativa ou negativa, na comunidade que com ele coabita. Poderíamos enunciar diferentes exemplos que demonstram as ações positivas e as iniciativas que fomentem a inclusão. No entanto, todos sabemos que isso nem sempre acontece. A intolerância face à diferença pode manifestar-se de diferentes formas: atitudes de racismo, xenofobia (aversão às pessoas ou coisas estrangeiras), desigualdades de género, homofobia (que tem fobia dos seus semelhantes), religiosa, entre outras.


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“A problemática da diferença é uma constante na história da humanidade. Em todas as sociedades humanas se estabelece a diferenciação entre nós e os outros, diferenciação essa inerente à própria definição de uns e outros. No entanto, a forma como se opera essa diferenciação e as suas consequências variam de sociedade, e têm conhecido consideráveis mutações em diferentes momentos históricos. (…) A distinção entre nós e os outros implica o reconhecimento de uma diferença e essa diferença nunca é neutra: pode provocar repulsa, receio, inquietação ou atracão. Como a diferenciação nós/outros não é neutra, a ela está associado o conceito de discriminação. O termo discriminação é utilizado para referir percepções, avaliações ou comportamentos que resultam numa desvantagem para o grupo-alvo, isto é, que prejudicam o outro. (…) Associado ao conceito de discriminação surgem outros, em função do grupoalvo e do tipo de discriminação: etnocentrismo, racismo, nacionalismo, xenofobia, entre outros. No Dicionário de Língua Portuguesa Contemporânea da Academia de Ciências de Lisboa como a “aversão ou hostilidade manifestada a pessoas ou coisas estrangeiras”. Essa aversão ou antipatia pode ser traduzível em percepções ou comportamentos e tem sempre um denominador comum, manifesta-se em relação a indivíduos de uma nacionalidade diferente da do próprio, isto é, estrangeiros. (…) O racismo é a diferenciação face ao outro, diferenciação essa que é acompanhada por uma inferiorização do outro. R. Cabecinhas, 2002, “Racismo e Etnicidade em Portugal (adaptado)

Trabalho de grupo 1.

Elaborem uma notícia de jornal onde, tendo por base os conceitos a seguir indicados, relatem um caso onde se manifeste a intolerância perante a diferença.

Conceitos: Igualdade, diferença, unidade na diversidade, equidade, direitos civis, direitos sociais, prospectividade. 2. Tentem colocar-se perante a “notícia” que criaram: Como reagiriam? Como tentariam travar a “diferença”? Que meios utilizariam? 3. Fundamente a resposta/posição do grupo. 4. Partindo da citação de Aristóteles, explique por que razão, muitas das vezes, o sujeito por interesse e conveniência se sujeita às regras impostas pela sociedade, não deixando, no entanto, de possuir liberdade e/ou livre – arbítrio.

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Formadora: Sandra Rodrigues

OBJETIVOS: Explorar conceitos como: racismo, diferença, xenofobia, atos humanos e sociedade CONCEITOS-CHAVE Eu O outro Equidade Atitude Intolerância Desigualdades Direitos Sociais

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A forma como nos relacionamos com os outros influencia a nossa vida em sociedade. Racismo afeta a forma dos futebolistas Os insultos racistas podem influenciar negativamente o rendimento dos futebolistas porque “atentam contra o valor humano”, defende o professor de Psicologia e do Desporto S.S., quando se inicia a Semana Contra o Racismo no Futebol. Em declarações à Agência Lusa, S.S., professor na Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa, afirmou que, “do ponto de vista de um insulto à família”, porque estes “são tão habituais que acabam por deixar de provocar reação”. S.S. considera “úteis” iniciativas como a Semana Futebol contra o Racismo na Europa que a UEFA e a Rede de Futebol Contra o Racismo promovem (…) porque recorrem a “modelos sociais” que são respeitados e se associam a “valores positivos”. Segundo o professor, estas ações beneficiam os jovens, porque qualquer mensagem transmitida pelos ídolos tem “um significado maior para as pessoas”, mas S.S. afirma que estas transformações “levam tempo, porque demonstram atitudes e valores que por vezes estão muito arreigados”. O psicólogo defende que os insultos de natureza racista podem “afetar mais fortemente o atleta do ponto de vista emocional e, se o afeta emocionalmente, é provável que o seu rendimento desportivo seja menor”, embora esta situação também dependa m grande medida “dos grupos de suporte que o jogador tem à sua volta”. “Por outro lado, estes insultos podem estar associados a riscos físicos”, porque uma coisa é adeptos insultarem “de forma ofensiva um jogador” e outra é isso corresponder a um ambiente efetivamente “racista e xenófobo”, complementou. Segundo o psicólogo, o racismo e a xenofobia resultam “essencialmente da recusa da diferença”, porque as pessoas “habituam-se a um determinado padrão de comportamento, a um padrão de pessoas, porque sabem com o que contam e, além disso, como são familiares com esses padrões, associam o que é bom ao padrão a que pertencem, e o que é mau ao padrão que lhes é externo”. Segundo S.S., os aspetos relacionados com o racismo tendem a agravar-se “quando as sociedades vivem crises, em que os recursos vão sendo mais reduzidos para distribuir por mais gente” In “Jornal de Notícias”, 17 de Janeiro de 2008 (adaptado)


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Atividades: 1. O que entende por racismo? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 2. Como se posiciona e/ou atua perante o racismo? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 3. Dê exemplos de situações que já tenha vivido ou presenciado que se remetam à temática do racismo. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________ 4. Considera que atualmente em Portugal o racismo está presente na sociedade? Justifique a sua resposta. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 5. Todos temos os mesmos direitos e deveres, independentemente da raça, etnia, sexo, cultura,… Dê exemplos de direitos universais que estejam presentes na Constituição da República Portuguesa. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

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Reflexão 2 A nível social/institucional, qual a sua opinião face ao acolhimento da população migrante? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________

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Formadora: Sandra Rodrigues

OBJETIVOS: Refletir e reconhecer as desigualdades de género Identificar as desigualdades de género como uma das principais manifestações de intolerância à diferença Enunciar algumas desigualdades de género CONCEITOS-CHAVE Desigualdades de género Diferenças Igualdade Tolerância

A forma como nos relacionamos com os outros influencia a nossa vida em sociedade. Desigualdades de género Ideias de igualdade e ambivalência normativa na divisão sexual do trabalho “As últimas décadas têm sido, em Portugal, palco de relevantes mudanças na situação das mulheres, redefinindo equilíbrios e ideias de género na divisão do trabalho. O movimento de modernização na vida privada, bem como a maior inserção das mulheres na vida pública, tiveram inegável impacto na estrutura de desigualdades que configura as relações sociais de género, primeiramente (re)produzidas na família. (…)No entanto, apesar das mudanças no estatuto e papel das mulheres, que advogam uma passagem da ideia de mulher-natureza para a de mulher-indivíduo, as desigualdades de género tendem a permanecer vivas nas sociedades contemporâneas, não constituindo Portugal, como é evidente, uma excepção. A questão da desigualdade de género tem, aliás, ocupado lugar de destaque na produção sociológica sobre a família, permitindo desmistificar a ideia de papéis sociais derivados de uma natureza biológica específica a favor de uma visão socialmente construída do género enquanto categoria diferenciada do sexo. As formulações deste conceito nos Estados Unidos ou de trajetórias sociais sexuadas em França inserem-se no movimento de análise das desigualdades entre homens e mulheres, observando a família enquanto lugar fundador de tais diferenciações. (…) Em Portugal, como comprovam também vários estudos, a realidade “sexuada” da família constitui uma evidência, apesar das paulatinas transformações do “lugar social das mulheres” ao longo das últimas décadas. Malgrado a permanência de desigualdades, a modernização da sociedade portuguesa implicou um grande protagonismo feminino, constatação coincidente com a ideia de que a grande mudança, por detrás de todas as outras, se encontra na transformação profunda do estatuto das mulheres. É indubitável que a entrada massiva das mulheres em esferas tradicionalmente masculinas (o sistema de ensino, o mercado de trabalho) é uma das linhas mestras dos processos de modernização que atravessam a sociedade portuguesa desde o 25 de Abril, movimento que remonta ainda à década de 60. A guerra colonial, a emigração dos homens, empurraram as mulheres para o trabalho profissional: na agricultura ou nos serviços, que então se encontravam em fraca expansão, um número crescente de mulheres começou a substituir os homens que haviam partido entretanto. Contudo, esta progressiva conquista feminina da esfera pública não tem promovido uma contrapartida masculina na vida privada: aqui continuam a ser elas, apesar de algumas mudanças é certo, a ter a primazia.” Lígia Amâncio e outros, “O longo caminho das mulheres”. Lisboa (excertos adaptados)

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Atividade Trabalho de grupo: 1. Debatam e explicitem os seguintes conceitos: tolerância, diferença, igualdade, oportunidade, diversidade, genro, trabalho e família. 2. Elaborem um quadro onde registem as desigualdades de género que o grupo considera existirem, ou que já existiriam, em Portugal.

3. Organizem um debate, em contexto de sala de aula, que terá por base as desigualdades de género presentes (ou não) atualmente na sociedade portuguesa.

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Formadora: Sandra Rodrigues

OBJETIVOS: Refletir e reconhecer as desigualdades de género Identificar as desigualdades de género como uma das principais manifestações de intolerância à diferença Relacionar desigualdades de género com intolerância à diferença e com princípios de conduta CONCEITOS-CHAVE Direitos Sociais Diferenças Tolerância Princípios de conduta

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A mulher na modernidade “Na sociedade moderna a mulher está cada vez mais a conquistar o seu espaço no ambiente profissional e a participar nas mudanças ocorridas na atualidade. Aos poucos as habilidades e as características femininas começam a ser valorizadas pela sociedade, deixando a mulher, aos poucos, deixando de ser uma mera coadjuvante em determinados segmentos sociais e profissionais, possibilitando-se cada vez mais o seu acesso a posições estratégicas nas profissões desempenhadas. (…) Com o processo de reestruturação produtiva e com o crescente número de mulheres no mercado de trabalho, a mão-de-obra feminina tem sido cada vez mais aceite e solicitada. Contudo, este contingente feminino ainda tem sido sujeito a algumas limitações, ou tem sofrido dificuldades quanto ao seu acesso a cargos que exigem maior qualificação ou que se refere à dinâmica de conciliação das demandas familiar e profissional. Ao longo das últimas décadas do século XX, as conquistas sociais femininas e no mercado de trabalho foram muitas, no entanto ainda estão aquém do ideal. As mulheres têm hoje maior participação, não só no mercado de trabalho, como também nas esferas política e económica (…) escolhendo de forma mais livre com quem e como querem estabelecer as suas relações conjugais. As mulheres passaram da esfera doméstica à ocupação de diferentes funções na sociedade moderna (…). O alcance e assimilação das conquistas sociais femininas variam de acordo com a classe social, o grau de escolaridade e a possibilidade real para superar as desigualdades de oportunidades entre homens e mulheres que ainda existem e persistem na sociedade atual, tanto na família, como nas mais diferentes esferas sociais. Outro ponto importante a salientar é que as mulheres ainda ocupam menos cargos de poder e prestígio do que os homens e continuam a ser vistas como as principais responsáveis pela casa e pela família. Na sociedade atual, a mulher tem vindo a aprender a lidar com os problemas e aos poucos vai discernindo as dificuldades encontradas na dupla e, algumas, na tripla jornada de trabalho, no lar e fora dele. As mulheres vêm ao longo dos anos participando e colaborando para a construção de uma sociedade mais justa, de um mundo melhor e mais equilibrado, no qual se desenha um novo papel para a mulher moderna.” Maria Eunice do Nascimento, “O papel da mulher na sociedade moderna”


Formadora: Sandra Rodrigues

Atividade 1. Indique quais foram as principais modificações do papel da mulher na sociedade. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 2. Enuncie agora quais as causas dessas mesmas modificações. Relacione essas modificações com os princípios de igualdade e equidade. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

3. Considera que essas modificações vieram “abalar” o sistema social da família? Fundamente a sua resposta. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

4. Pode a discriminação da mulher ser considerada uma forma de manifestação de intolerância à diferença? Justifique a sua resposta. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

5. Dê exemplos de formas de manifestação de intolerância à diferença. Relacione essas manifestações de intolerância à diferença com princípios de conduta (empatia, reação, compassiva, solidariedade). ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

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Formadora: Sandra Rodrigues

OBJETIVOS: Consolidar ideias acerca da problematização da relação entre o eu e o outro Refletir acerca das consequências das nossas ações nos outros CONCEITOS-CHAVE Eu Outro Diferença Equidade Direitos Prospetividade

Leia atentamente as afirmações e escolha, para cada uma delas, os conceitos-chaves que considera dever destacar. Explique

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Formadora: Sandra Rodrigues

Reflexão 3 Face à interdependência global, reconhece a necessidade solidariedade na resolução dos problemas a nível mundial?

de

Exemplos: Respeito pelos Direitos Humanos; Desigualdade na repartição da riqueza; Escassez de recursos naturais.

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Formadora: Sandra Rodrigues

O estatuto da mulher na sociedade 1. Na sociedade em geral, parece que algo de injusto se passa: as mulheres têm vindo a ser vítimas de ataques sistemáticos, como se fossem seres de condição inferior à masculina. 1.1. Faça a legendagem das imagens abaixo apresentadas.

1. _____________

4. _____________

A. B. C. 1.2. A D. E. g F. r

2. _____________

5. _____________

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3. _____________

6. _____________

A publicação do livro “O segundo sexo” por Simone de Beauvoir A condição da mulher Talibã: A condição da mulher portuguesa antes de 1974. Constituição República de 1976 Mulher como símbolo de beleza. A prostituição.

upe as imagens de acordo com: Discriminação da mulher

Emancipação de mulher


Formadora: Sandra Rodrigues

Proposta de Trabalho 1. Leia atentamente a seguinte citação. A política mundial está sendo reconfigurada seguindo linhas culturais e civilizacionais. Nesse mundo, os conflitos mais abrangentes, importantes e perigosos não se darão entre classes sociais, ricos e pobres, ou entre grupos definidos em termos económicos, mas sim entre povos pertencentes a diferentes identidades culturais. As guerras tribais e os conflitos étnicos irão ocorrer no seio das civilizações. [...]. HUNTINGTON, 1997

1.1. Indique qual o motivo apontado pelo autor para os próximo conflitos mundiais. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

2. Apresente uma definição de identidade cultural de uma religião. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ____________________________________________________________________

3. Mencione quais os principais factores de identidade cultural. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 4. Refira quais as principais formas de relacionamento entre distintas identidades culturais. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

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Formadora: Sandra Rodrigues

______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

5. De acordo com o seguinte texto, mencione alguns dos conflitos mundiais originados 25

por questões culturais. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Através da História, a expansão do poder de uma civilização geralmente ocorreu ao mesmo tempo que o florescimento da sua cultura e quase sempre requereu dela usar seu poder para estender seus valores, práticas e instituições a outras sociedades. Uma civilização universal requer um poder universal. [...]. O colonialismo europeu terminou; a hegemonia norte-americana está retrocedendo. Segue-se a erosão da cultura ocidental, enquanto se reafirmam costumes, idiomas, crenças e instituições indígenas com raízes históricas. O crescente poder das sociedades não-ocidentais produzido pela modernização está gerando um renascimento das culturas não-ocidentais pelo mundo afora. HUNTINGTON, 1997, p. 111

6. Elabore um documento que sintetize as principais características das cinco principais religiões a nível mundial respeitando os seguintes tópicos de análise: - Pequena evolução histórica; - Principal figura religiosa/ fundador; - Livro sagrado; - Locais sagrados; - Principais festividades; - O Culto; - Simbologia religiosa;


Formadora: Sandra Rodrigues

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