Almeida, Helena (2003). A construção do espaço profissional, um desafio permanente para o Serviço Social. 1ª Mostra de Práticas Pré-profissionais de Serviço Social. Coimbra / ISBB, 3 Junho.
A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO PROFISSIONAL UM DESAFIO PERMANENTE PARA O SERVIÇO SOCIAL Helena Neves Almeida*
Tal como as pessoas e as instituições, também as profissões possuem uma trajectória irregular, condicionada por factores internos e externos, individuais e colectivos, configurando ciclos de vida cuja característica fundamental é a mudança e a transformação. A
análise
do
desenvolvimento
do
serviço
social,
desde
a
sua
institucionalização e luta pela sua legitimação (de 1897 a meados dos anos 30) até à actualidade revela movimentos constantes de afirmação de uma base teórica, onde se assinalam contributos,
como os de Mary Richmond (1917,
1922), Grace Coyle, Hunt e Kogan (anos 40-50), Lilian Ripple, Murray Ross (anos 60), Ander-Egg, William Reid e Ann Shyne (anos 1970), Schon, Du Ranquet , Howe (anos 80), Malcom Payne, De Robertis (anos 90), e tantos outros, que são incontornáveis e alicerçam o saber fazer num conhecimento construído a partir de procedimentos submetidos á lógica da prova e da descoberta, sem desvalorizar as questões axiológicas, os valores que constituem referências transversais às práticas profissionais e de onde se realça o respeito pelos direitos do homem e do cidadão. Em Portugal consolida-se o reconhecimento da profissão a partir da aprovação do funcionamento das primeiras instituições de formação em Serviço Social em 1935 (Lisboa) e 1937 (Coimbra), e a partir dos anos 50 –60
é
reforçado o seu estatuto regulador das relações sociais, ao ser-lhe associada a área de desenvolvimento comunitário e dos problemas decorrentes do processo de urbanização. O 25 de Abril ocorre num momento de questionamento e insatisfação dos profissionais em relação ao seu papel na sociedade e em *
Professora Auxiliar do Instituto Superior Bissaya Barreto, Doutora em Letras / Trabalho Social.