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Sumário Ciclo Arturiano ......................................................................................................3 Idade Média- A era das Trevas.............................................................. 8 Joana D’Arc ..........................................................................................................12 O Renascimento e o Absolutismo..................................................... 13 Renascimento ..................................................................................................... 13 O Absolutismo Monárquico ................................................................ 17 As conquistas marítimas .............................................................................19
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Ciclo Arturiano O império romano do Ocidente caiu nos fins do século V. A sociedade escravista romana foi destruída pelos movimentos revolucionários dos escravos dos e colonos e pelas conquistas bárbaras. Assim termina o primeiro grande período da história da humanidade, a história do mundo antigo, e começa o segundo período, a Idade Média. Entre o fim do império romano e o início da Idade Média, houve um período mágico em que Arthur foi rei e a terra prosperou. A Grã-Bretanha após o domínio do Império Romano era um lugar difícil para os bretões nativos, sendo pela invasão dos anglo-saxões, vindos do leste e dos irlandeses, vindos do oeste. Concomitantemente, os bretões sofreram com as disputas internas de poder entre a religião Druida e a recém chegada, o Cristianismo. Antes de falar de Arthur, é preciso falar de Merlin, pois sem este nenhum dos grandes eventos que marcam este ciclo teriam se concretizado. Merlin foi um poderoso Druida que viveu na Grã-Bretanha. Os trouxas narram que Merlin era apenas meio humano e que seu pai seria o próprio demônio. Merlin pode ter sido um bruxo mestiço, assim como seu genitor pode ter sido um terrível bruxo das trevas que usava magia contra trouxas e foi tão temido pelos não bruxos, que tomou o espaço de entidade maligna na lenda em questão.
Merlin, também conhecido como Ambrosio, desde criança apresentou dons proféticos (clarividência). Em dada ocasião fora levado pelo rei britânico Vortigerno para ser sacrificado na base de um edifício em construção. Mas Ambrosio então escapou da morte ao demonstrar ter mais poderes que os magos do próprio rei. Merlin 3
então conseguiu provar o rei que o motivo de seu castelo sempre desmoronar durante a construção era a existência de um dragão que adormecia sob a terra. O mago também teve uma visão em que um dragão vermelho matando um dragão branco, o que acabou se concretizando quando com a queda de Vortigerno para a ascensão de Uther Pendragon. Com o tempo a Grã-Bretanha cai nas trevas no domínio de Vortigerno, e é então que Merlin busca a ajuda da Dama do lago, que lhe traz uma espada mágica forjada na ilha mágica de Avalon: Excalibur.
Merlin já havia previsto a vitoria de Uther, então o com a Excalibur e o consagra rei dos Bretões. Mas Uther provou-se tão indigno de governar quanto Vortigerno, ao trair um de seus antigos aliados, o Duque da Cornualha, por desejar sua esposa Igraine. Temendo uma nova guerra e pensando no futuro, Merlin concede ajuda a Uther para que possuísse Igraine, dando-lhe poção polissuco para que ele adotasse a forma do Duque da Cornualha. O exército de Uther se retira e enquanto o Duque sai em sua caçada, Uther possui Igraine. Com a morte do Duque da Cornualha pelos homens de Uther, Igraine e sua filha Morgana ficam à mercê do Rei. Da relação de Uther com Igraine, nasceu Arthur e este foi levado por Merlin para ser educado em outro lugar, de modo que a Grã Bretanha possui-se um rei digno.
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Uther é traído, morto por próprios homens, que perderam sua lealdade pelo ocorrido com o Duque da Cornualha. Porem antes de morrer Uther enterra a Excalibur em uma pedra, enquanto gritava que ninguém jamais a empunharia novamente. Arthur cresce na casa de Sor Heitor e aprende a ser um homem honrado, e quando chegou o momento fora levado por Merlin para reivindicar o trono e a espada Excalibur. Arthur, em princípio foi recusado como rei, mas durante uma pequena rebelião pediu a um de seus inimigos para sagrá-lo cavaleiro, todos o aceitam como rei. Como rei, Arthur cria a cidade de justiça e sonhos, Camelot, e forma a Távola Redonda, mesa em que se sentaram os homens mais nobres e honrados da época. Entre os cavaleiros da Távola Redonda se destacavam Galahad e Lancelot, este último uma paixão secreta da esposa de Arthur, a Rainha Guinevere.
Arthur sob os conselhos de Merlin fez o melhor para a convivência de trouxas e bruxos, cristãos e pagãos. Contudo, sua meia irmã, Morgana Le Fay, por vingança e ambição arruinou esta era de prosperidade. Morgana era uma bruxa e primeiro amaldiçoou o útero de Guinevere, de modo que esta não fosse capaz de gerar um filho. Depois usou a mesma poção usada em sua mãe (polissuco) para deitar-se com Arthur, e através do incesto gerar Mordred. 5
O tempo passou e sob influência de Guinevere, Arthur batizou-se, tornandose cristão e partindo em busca do santo Graal, deixando Lancelot como protetor de Camelot e Guinevere. A busca infrutífera de Arthur durou quase vinte anos, e quando este retornou a Camelot, se viu confrontado por um jovem, que fazia sérias acusações de adultério da rainha com Lancelot. Este jovem era o bastardo Mordred, que reclamava seu direito e expunha toda a luxúria que aconteceu na ausência de Arthur. Merlin nada pode fazer para impedir o que se seguira, pois havia sido capturado por Morgana que lhe extraiu todo conhecimento mágico e o aprisionara por toda eternidade em um sabugueiro.
Mordred prometendo erradicar os cristãos e subjugar os trouxas, conseguindo apoio de um número suficiente para fazer uma rebelião. Arthur reuniu seus homens que sobreviveram à busca pelo Graal e foi ao encontro de Mordred. Como um último ato de ajuda a Arthur, Merlin usou suas últimas forças para confundir Mordred e
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fazer este matar Morgana, além de criar uma nevoa que dificultou a batalha para os numerosos homens de Mordred.
Lancelot também se juntou a batalha, conseguido o perdão de Arthur antes de perecer em batalha. Nenhuma arma forjada pelos trouxas podia perfurar a armadura de Mordred e, percebendo isto, Arthur deixou-se atingir pelo filho com uma lança, somente para se aproximar e perfurar o coração do rapaz com Excalibur. O corpo de Arthur foi levado por um barco por entre a névoa que conduzida a Avalon, e Excalibur devolvida para o lago. Assim terminou o tempo que precedeu o domínio dos cristãos na Grã Bretanha e o iniciou da idade das trevas, onde nunca mais houve um rei como Arthur.
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Idade Média- A era das Trevas A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sob o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. A Idade Média caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada. Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano (senhor). Em troca o vassalo recebia de seu senhor proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso. Todos os poderes jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).
A sociedade era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade, sendo isento de impostos e arrecadando o dízimo. A terceira 8
camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).
Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A Igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade, além servos trabalhando nelas. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia. A caça às bruxas foi uma perseguição religiosa e social que começou no século XV e atingiu seu apogeu nos séculos XVI a XVIII principalmente na Alemanha, Escandinávia, Inglaterra, Escócia, Suíça e em menor escala na França, Península Ibérica, Itália e Império Habsburgo. O mais famoso manual de caça às bruxas é o Malleus Maleficarum (Martelo das Feiticeiras), de 1486.
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A Bíblia hebraica condenava a feitiçaria. Deuteronômio 18:10-12 declara "Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti". E Êxodos 22:18 prescreve "A Feiticeira não deixarás viver;" contos como o de 1 Samuel 28, relata como Saul "cortou os que têm espíritos familiares e os magos da terra" Questões reflexivas Seriam as ações praticadas pelos trouxas, durante a caça as bruxa dignas de um retorno? Seria apenas uma questão de escolher qual o melhor holocausto?
Os horrores da Caça às Bruxas no século XVII que varreu o Norte da Europa aconteceram em um mundo sacudido pela reforma protestante, assolado pelas guerras religiosas e políticas e fustigada pela fome e pela doença. Esse é o período mais sanguinário da história, que atingiu tanto terras católicas como protestantes e ocorreu principalmente entre os anos 1610 e 1650.
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O conceito de "bruxa" passou a ser bem mais amplo. Curandeiras e benzedeiras passaram a ser alvo fácil, já que as autoridades não viam mais distinção entre bruxas/feiticeiras, curandeiras e benzedeiras. Passou a ser difícil distinguir suas especificidades, pois todas estavam ligadas a magia e ao uso de ervas medicinais. Até o final do século XVI (1501 - 1600), na Baixa Idade Média, essa diferenciação estava bem clara, pois acreditavam que as bruxas enviavam o mal, enquanto as curandeiras o sanavam. Na Idade da Razão (a partir de 1601), no entanto, essa diferença desapareceu e milhares de pessoas inocentes foram torturadas e mortas, sendo muitas queimadas em fogueiras em praças públicas.
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Joana D’Arc Joana D’arc nasceu na França, no ano de 1412 e morreu em 1431 (época medieval). Foi uma importante personagem da história francesa, durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), quando seu país enfrentou a rival Inglaterra. Joana D’Arc foi canonizada (tornada santa) no ano de 1920. A história da vida desta heroína francesa é marcada por fatos trágicos. Quando era criança, presenciou o assassinato de membros de sua família por soldados ingleses que invadiram a vila em que morava. Com 13 anos de idade, começou a ter visões e receber mensagens, que ela dizia ser dos santos, Miguel, Catarina e Margarida. Nestas mensagens, ela era orientada a entrar para o exército francês e ajudar seu reino na guerra contra a Inglaterra. Motivada pelas mensagens, cortou o cabelo bem curto, vestiu-se de homem e começou a fazer treinamentos militares. Foi aceita no exército francês, chegando a comandar tropas. Suas vitórias importantes e o reconhecimento que ganhou do rei Carlos VII despertaram a inveja em outros líderes militares da França. Estes começaram a conspirar e diminuíram o apoio de Joana D’arc. Em 1430, durante uma batalha em Paris, foi ferida e capturada pelos borgonheses que a venderam para os ingleses. Foi acusada de praticar feitiçaria, em função de suas visões, e condenada a morte na fogueira. Foi queimada viva na cidade de Rouen, no ano de 1431.
Questão reflexiva Seria Joana uma bruxa nascida trouxa, sem conhecimento de seus dons?
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O Renascimento e o Absolutismo Renascimento Durante os séculos XV e XVI intensificou-se na Europa a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença. As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc. Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era normal, que as famílias nobres encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas. Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento. Características Principais Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;
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As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico; Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus (teocentrismo), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo); A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passa a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo. Na área científica podemos mencionar a importância dos estudos de astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária ideia do heliocentrismo, teoria que defendia que o Sol estava no centro do sistema solar. Copérnico também estudou os movimentos das estrelas.
Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a ideia de que a Terra girava em torno do Sol. Este motivo fez com que Galileu fosse perseguido, preso e condenado pela Inquisição da Igreja Católica, que considerava esta ideia como sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas ideias para fugir da fogueira. 14
Galileu Galilei
Isaac Newton
Leonardo da Vinci
A invenção da prensa móvel, feita pelo inventor alemão Gutenberg em 1439, revolucionou o sistema de produção de livros no século XV. Com este sistema, que substituiu o método manuscrito, os livros passaram a ser feitos de forma mais rápida e barata. A invenção foi de extrema importância para o aumento da circulação de conhecimentos e ideias no Renascimento. Nomes científicos muito importantes da época, além de Copérnico, foram: Leonardo da Vinci, Isaac Newton, entre outros. Leonardo da Vinci foi grande contribuinte, pois idealizou objetos como o paraquedas, a asa-delta, aparelhos para escavação, etc. A pintura inovou libertando-se da padronização anteriormente influenciada pela igreja Católica. As obras passaram a retratar formas humanas reais, exibindo a sensualidade e a beleza dos corpos. Esta arte também colocou em evidência o humano. As esculturas ganharam equilíbrio nas expressões corporais, nos traços proporcionais e com expressões faciais mais próximas da realidade. Outros nomes importantes do período Renascentista: Donato Bramante – Arquiteto- Principal obra: Basílica de São Pedro – Vaticano Michel de Montaigne- Escritor Nicolau Maquiavel – Historiador – obra principal: O Príncipe William Shakespeare – Escritor – Principal obra: Romeu e Julieta
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O Renascimento foi importante período de transição entre as idades Média e Moderna. Revelou-se como tempo de descobertas científicas, inovação na arte, e em outros aspectos.
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O Absolutismo Monárquico No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma forte centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial ajudou muito neste processo, pois interessa a ela um governo forte e capaz de organizar a sociedade. Portanto, a burguesia forneceu apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e melhorando a segurança dentro de seus reinos. Nesta época, o rei concentrava praticamente todos os poderes. Criava leis sem autorização ou aprovação política da sociedade. Criava impostos, taxas e obrigações de acordo com seus interesses econômicos. Agia em assuntos religiosos, chegando, até mesmo, a controlar o clero em algumas regiões. Todos os luxos e gastos da corte eram mantidos pelos impostos e taxas pagos, principalmente, pela população mais pobre. Esta tinha pouco poder político para exigir ou negociar. Os reis usavam a força e a violência de seus exércitos para reprimir, prender ou até mesmo matar qualquer pessoa que fosse contrária aos interesses ou leis definidas pelos monarcas. Muitos filósofos desta época desenvolveram teorias e chegaram até mesmo a escrever livros defendendo o poder dos monarcas europeus. Nicolau Maquiavel: Escreveu um livro, “O Príncipe", onde defendia o poder dos reis. De acordo com as ideias deste livro, o governante poderia fazer qualquer coisa em seu território para conseguir a ordem. De acordo com o pensador, o rei poderia usar até mesmo a violência para atingir seus objetivos. É deste teórico a famosa frase: “Os fins justificam os meios” (Seria um prelúdio para um bem maior?). Existem alguns relatos e rumores que sugerem que Luis XIV conhecia a existência dos bruxos empregou mão de obra mágica na colossal construção do palácio de Versailles. Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime. Como já dissemos, o governo absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo 17
principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um rei, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional. Podemos citar como principais características do sistema econômico mercantilista: Metalismo, Industrialização, Protecionismo Alfandegário, Pacto Colonial, Balança Comercial Favorável.
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As conquistas marítimas Em 12 de outubro de 1492, o navegador Cristóvão Colombo descobre a América, a terra nova. Ele avista Guanaani e nela se aporta (San Salvador, nas Pequenas Antilhas), sem ter noção da grande descoberta. Pensa ter chegado mais ao norte das Índias. Mas trata-se ainda de sua primeira viagem. A primeira das outras quatro que faria ao continente americano. Só depois, nas viagens de 1493, 1498 e 1502 é que o navegador genovês reconhece a originalidade da ilhas do Caribe. Essa “América” que Colombo imagina ser o paraíso terrestre. Com essa descoberta, Colombo marca um tempo novo. Um tempo que mudou de forma significativa e irreversível a face do mundo: as relações políticas, econômicas e sociais entre os povos do ocidente.
Uma vez descoberta, a América foi colonizada principalmente por quatro povos – espanhol, português, inglês e francês. De acordo com o tipo de interesse do colonizador em determinada região do continente, ocorreram formas de colonizar diferenciadas, na verdade duas: colonização de povoamento e de exploração. Nas colônias de povoamento, as características básicas foram: pequena propriedade, 19
policultura e mão-de-obra familiar, visando ao mercado interno. Já na de exploração, predominou a grande propriedade, a monocultura e o trabalho escravo, de olho no mercado europeu.
Embora chamada de "Novo Mundo" pelos exploradores europeus que chegaram ao continente pela primeira vez, os bruxos já sabiam da existência da América muito antes dos trouxas (Nota: cada nacionalidade tem seu próprio termo equivalente à "trouxa"; a comunidade norte-americana usa a gíria "No-Maj", uma contração de "não mágico"). Os vários meios de viagem mágica, entre elas as vassouras e a aparatação, sem falar nas visões e premonições, demonstram que mesmo comunidades bruxas distantes estavam em contato entre si desde a Idade Média. As comunidades mágicas indígenas da América do Norte e as da Europa e da África já sabiam da existência uma da outra muito antes da imigração dos não-maj europeus, no século XVII e já estavam cientes das várias semelhanças existentes entre suas comunidades. Algumas famílias eram obviamente "mágicas", e a magia também aparecia inesperadamente em famílias que até então não possuíam qualquer ascendência bruxa conhecida. A proporção entre bruxos e não-bruxos parecia consistente nas populações em geral, assim como as atitudes dos não-maj, onde quer que tivessem nascido. Nas comunidades indígenas norte-americanas, alguns bruxos e bruxas eram aceitos e até enaltecidos em suas tribos, ganhando reputação como xamãs por seu poder de cura ou como caçadores exímios. Outros, no
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entanto, foram estigmatizados pelas crenças da tribo, em geral sob a alegação de estarem possuídos por espíritos maléficos. A lenda indígena do "andarilho de peles" – uma bruxa ou um bruxo maligno, que pode se transformar no animal que desejar – tem fundamento em fatos. É uma lenda que cresceu em torno dos animagos indígenas, e os acusava de terem sacrificado parentes próximos para obter seus poderes de transformação. Na verdade, a maioria dos animagos assumia formas animais para escapar de perseguições ou caçar para suas tribos. Tais rumores depreciativos costumavam ser inventados por xamãs nãomaj, que às vezes fingiam possuir poderes mágicos e temiam ser descobertos.
A comunidade bruxa indígena norte-americana era particularmente talentosa com magias envolvendo animais e plantas; suas poções, em especial, eram de uma sofisticação muito além do que se tinha conhecimento na Europa. A diferença mais notável entre a magia praticada pelos indígenas norte-americanos e os bruxos europeus estava na ausência da varinha. A varinha mágica foi criada na Europa. Varinhas canalizam a magia para tornar seu efeito mais preciso e poderoso, embora seja de conhecimento geral que a marca dos grandes bruxos e bruxas é a capacidade de produzir magia de altíssima qualidade sem usar nenhuma varinha. Os animagos e criadores de poções indígenas foram à melhor demonstração de que fazer magia sem varinha é um feito de alta complexidade, pois feitiços e transfigurações são muito difíceis sem ela. “Um navegador que teme perder a margem de vista jamais conquistará sequer uma ilha”. Cristóvão Colombo
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