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Parados no tempo
Receios da época
Hipótese de despedimentos em casinos-satélite preocupa Ella Lei
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Adeputada Ella Lei quer garantias do Governo de que as concessionárias de jogo não vão despedir residentes locais, principalmente no que diz respeito ao futuro dos trabalhadores dos casinos-satélite. O pedido faz parte de uma intervenção oral, a ser realizada na Assembleia Legislativa e foi ontem divulgada pelo gabinete da legisladora.
Segundo as preocupações de Lei, entre os trabalhadores do jogo está fresca a memória de várias saídas e layoffs ao longo dos últimos três anos. A deputada lembra também que antes da pandemia as concessionárias empregavam cerca de 85 mil pessoas, mas com a redução na mão-de-obra de quase 20 mil trabalhadores, passaram a ter 67.700 funcionários. “Os empregados estão muito preocupados e querem saber quais são os planos do Governo para supervisionar as concessionárias e garantir que elas cumprem as promessas de manter os empregos dos residentes, principalmente nos casinos-satélite”, escreve Ella Lei. “Quais são os planos das autoridades para proteger os interesses e direitos laborais dos empregados?”, questiona.
Mais contratações.
Não só a deputada quer garantias de que não ha- verá despedimentos, como pretende que as concessionárias apostem ainda mais no mercado local.
Segundo as orientações do Governo, após os novos contratos de concessão do jogo, a proporção de gestores intermédios e de topo das concessionárias com estatuto de residente de Macau tem de ser de 85 por cento, no mínimo.
O número é tido como baixo para a deputada da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), que considera que a proporção deveria ser de 90 por cento.
Quanto às concessionárias, as preocupações não se ficam pelo emprego. Ella Lei pretende também saber como é que o Governo vai avaliar o contributo destas empresas para a diversificação da economia e no cumprimento de outras obrigações sociais.
“As concessionárias estão obrigadas a cumprir as suas responsabilidades sociais em vários aspectos, que passam pelo apoio a iniciativas do bem-estar social, à educação, investigação científica, protecção ambiental e actividades culturais e desportivas”, recorda.
“Quais são os critérios que vão ser utilizados para avaliar se as obrigações estão a ser cumpridas?”, pergunta. J.S.F.
COM o fim da política de zero casos no Interior e as perspectivas de crescimento da economia de Macau, o deputado Lei Chan U pede ao Governo que avance no desenvolvimento dos direitos dos trabalhadores. A solicitação faz parte de uma interpelação oral que vai ser apresentada na Assembleia Legislativa.
Na intervenção, o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) começa por criticar o Executivo, por considerar que houve falta de ambição.
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“Nos últimos três anos, devido ao impacto da pandemia do novo tipo de coronavírus, o desenvolvimento dos direitos dos trabalhadores em Macau ficou praticamente estagnado”, afirma Lei. “Além das revisões legalmente previstas, e que fazem parte da rotina, as autoridades não apresentaram qualquer plano para o futuro a pensar no desenvolvimento dos direitos e interesses dos trabalhadores. E o mesmo se aplica às Linhas de Acção Governativa para este ano”, acusa. “É um aspecto que me preocupa muito e que é muito lamentável”, acrescenta.
O legislador eleito pela via indirecta no sector laboral aponta igualmente que com o início da recuperação económica acabaram as des- culpas para ignorar a questão. “Como a economia e a ordem social começam a regressar à normalidade, o Governo e a sociedade têm de começar a pensar na protecção e no desenvolvimento dos interesses dos trabalhadores na época pós-pandemia”, alerta. “O Governo vai formular planos para fazer a revisão da lei das relações laborais?”, questiona.
Lições da pandemia
Apesar de focar o futuro, Lei Chan U não deixa de mencionar os tempos da pandemia, salientando que é importante aprender as lições.
Sobre este período específico, que teve a duração de três anos em Macau e provocou a subida do desemprego, o legislador pretende saber quais foram os principais tipos de conflitos laborais entre os empregadores e empregados.
O deputado pergunta igualmente por dados sobre o tipo de conflitos que mais cresceram num período em que a economia entrou numa das mais graves crises da história do território.
Por último, Lei Chan U quer respostas da Administração Pública que expliquem a forma como foram tratados os conflitos laborais durante a pandemia.
As questões reveladas ontem vão ser colocadas na próxima sessão da Assembleia Legislativa para interpelações orais, ainda sem data marcada. João Santos Filipe
Lei Laboral Associa O De Trabalhadores Do Jogo Alerta Para Poss Vel Infrac O Da Wynn
AAssociação Novo Macau pelos Direitos dos Trabalhadores de Jogo, liderada por ex-candidata à Assembleia Legislativa, Cloee Chao, alertou que a Wynn pode estar a violar lei do trabalho. Em causa, está o facto de o tempo dos intervalos dos croupiers da empresa terem sido reduzidos, sem qualquer negociação.
O caso foi revelado primeiramente numa publicação na rede social Facebook, em que a associação apontou que no dia 30 de Janeiro recebeu imensas denúncias de croupiers sobre uma empresa do jogo, na Taipa, que reduziu de forma unilateral o tempo de intervalo em 25 por cento.
A identidade da concessionária não foi revelada pela associação, num primeiro momento. Contudo, ontem, a Associação Novo Macau pelos Direitos dos Trabalhadores de Jogo não só revelou a identidade da Wynn Macau, como também anunciou que vai entregar esta manhã uma carta junto da Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais
(DSAL), a pedir a intervenção da Administração Pública.
A decisão de ir à DSAL foi tomada depois da associação ter recebido mais de duas mil queixas de diferentes empregados da Wynn Macau.
Segundo a associação, medida é altamente impopular entre os funcionários da concessionária, porque o período de descanso foi uma das promessas expressas no contrato de trabalho. A associação apela agora ao Governo que analise a situação. “A empresa decidiu unilateralmente que não ia cumprir a promessa feita. Será que isto é um indício sobre o que vai fazer no futuro com os benefícios dos funcionários?”, é questionado.