![](https://assets.isu.pub/document-structure/230131170224-a1037f7ccdac108ff7353f0fd8da8825/v1/cadd8ab8d22a775e94065b1bc903f1bd.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
2 minute read
Da Nomeação Correcta (I)
NO ESTABELECER de nomes para as coisas, os reis tardios seguiram os Shang na nomeação dos castigos e os Zhou na nomeação dos títulos oficiais; seguindo também os seus rituais na nomeação das formas culturais. Ao aplicarem diversos nomes à miríade de coisas, seguiram os costumes estabelecidos e o uso geralmente aceite dos vários estados Xia. As aldeias em lugares distantes e com costumes diferentes seguiram esses nomes e, assim, tornaram-se capazes de comunicar.
Quanto à forma como os diversos nomes se aplicam às pessoas, aquilo pelo qual são como são ao nascer é chamado “natureza humana”. A estreita ligação entre estímulo e reacção, que não exige esforço, sendo assim por si própria e gerada pelo funcionamento harmonioso da natureza, também se chama “natureza humana”. Os sentimentos de gostar e detestar, de felicidade e ira, e de tristeza e alegria chamam-se “disposições”. Quando existe uma dada disposição e o coração faz uma escolha em seu nome isso chama-se “deliberação”. Quando o coração reflecte e as nossas capacidades produzem uma acção com base nisso, isso chama-se “esforço deliberado”. Aquilo que surge através de reflexão acumulada e treino das nossas capacidades também se chama “esforço deliberado”. As acções realizadas em nome do lucro chamam-se “trabalho”. As acções realizadas em nome de yi [justiça] chamam-se “conduta pessoal”. Aquilo pelo qual as pessoas entendem as coisas chama-se “entendimento”. Quando o entendimento estabelece contacto com as coisas isso chama-se “conhecimento”. Aquilo pelo qual as pessoas conseguem fazer coisas chama-se “capacidade”. Quando a capacidade estabelece contacto com as coisas, isso também se chama “capacidades”. Quando a natureza é ferida, isso chama-se “doença”. Quando nos deparamos com circunstâncias inesperadas, isso chama-se “destino”. Estas são as formas em que os diversos nomes se aplicam às pessoas. Foi desta forma que os reis tardios estabeleceram nomes para as coisas. Quando os reis estabeleceram os nomes, os nomes foram fixados e, assim, distinguidos os seus objectos correspondentes. Esta forma foi seguida e assim compreendidas as intenções dos reis. Depois, conduziram cuidadosamente as pessoas na adesão a estas coisas com denodo. E a ser-se evasivo e criar nomes sem prudência de modo a criar desordem e confundir as pessoas fazendo-as envolverem-se em disputas e litígio designaram de grande vileza, um crime igual a forjar pesos e medidas. Assim, ninguém se atrevia a inventar nomes estranhos de modo a desordenar os nomes correctos e todos eram honestos. Por serem honestos, eram fáceis de empregar e, sendo fáceis de empregar, as tarefas eram realizadas. Uma vez que ninguém se atrevia a inventar nomes estranhos para desordenar os nomes correctos, seguiam em uníssono o modelo apropriado do Caminho e obedeciam às ordens com diligência. Por serem assim, o legado dos reis foi duradouro. Ter um legado tão duradouro e conseguir tais feitos é o zénite da boa ordem. Isso é o que se consegue por preservar com diligência os nomes aceites.
Advertisement
Nota Xunzi (荀子, Mestre Xun; de seu nome Xun Kuang, 荀況) viveu no século III Antes da Era Comum (circa 310 ACE - 238 ACE). Filósofo confucionista, é considerado, juntamente com o próprio Confúcio e Mencius, como o terceiro expoente mais importante daquela corrente fundadora do pensamento e ética chineses. Todavia, como vários autores assinalam, Xunzi só muito recentemente obteve o devido reconhecimento no contexto do pensamento chinês, o que talvez se deva à sua rejeição da perspectiva de Mencius relativamente aos ensinamentos e doutrina de Mestre Kong. A versão agora apresentada baseia-se na tradução de Eric L. Hutton publicada pela Princeton University Press em 2016.
1 - Durante mais de dois anos Tao Yuanming viveu com a família em abrigos de circunstância, num barco ao princípio. No início de 410, instalou-se em Nan chuan, a aldeia do Sul, perto de Hsuan yang, a cinquenta lis ao Norte de Lu shan.
2- Na época mítica do reino de Tung Hu, ninguém roubava nada a ninguém. E ninguém temia pela sua colheita amontoada à beira dos campos.