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As portas do entendimento

Onovo embaixador português em Pequim, Paulo Nascimento, reconhece que a ascensão da China tem um efeito “disruptivo” no cenário internacional, que obriga a uma abordagem “pragmática”, e frisou a importância de manter o diálogo.

chefe de missão adjunto, entre 2009 e 2012.

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Em entrevista à agência Lusa, Paulo Nascimento reconheceu que a China “posiciona-se hoje de forma diferente daquela que se posicionava há 10 ou 20 anos”.

ANÚNCIO

簡易執行裁判案 第 CR3-18-0049-PCC-B 號 第三刑事法庭

Execução de Sentença sob a forma Sumária 3º Juízo Criminal

EXEQUENTE: Lei Kuok Wa (李國華), masculino, residente em Macau, no Pátio de Silva Mendes, Weng Wo, 4 andar A. ----------------------------------------

EXECUTADO: Fong Chak Sam (馮澤森), masculino, solteiro, residente em Macau, na Avenida de Guimarães, Jardim Dragão Precioso (Edf. Dragão de Precioso), 8 andar R, Taipa. ------------------------------------------------------------***

A Mma. Juiz do 3º Juízo Criminal do Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M.-FAZ SABER que, nos autos acima indicados, são citados os credores desconhecidos do executado para, no prazo de QUINZE DIAS, que começa a correr depois de finda a dilação de VINTE DIAS, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamarem o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado. --------------------------------------------------------------------

BEM PENHORADO

Veículo automóvel de marca BENTLEY, modelo CONTINENTAL FLYING SPUR A/T VE, com a matrícula de Macau MR-28-08, a matrícula da RPC 粵 Z J091澳. -------------------------------------------------------------------------------------------***

Macau, 1 de Fevereiro de 2023 ***

“O mundo mudou, os países mudaram e as circunstâncias políticas actualmente são diferentes, não só na China, mas em outros países também”, observou o diplomata, que iniciou, em Novembro passado, a segunda estadia em Pequim, depois de ter servido na embaixada portuguesa como

“Há toda uma evolução no posicionamento da China que está associada também ao próprio desenvolvimento [do país] e à sua afirmação no plano internacional”, apontou.

Sob a liderança do Presidente chinês, Xi Jinping, a China adoptou uma política externa mais assertiva, que inclui a reivindicação de quase todo o mar do Sul da China ou a tentativa de exercer maior influência nas questões internacionais. Nos últimos anos, Pequim avançou também com fóruns e organizações multilaterais próprias, no âmbito do comércio, investimento ou segurança.

“É evidente que isto causa, ou pode causar, quando se fala de um país com a dimensão da China, um efeito disruptivo em determinadas áreas de discussão internacional”, notou Paulo Nascimento. “O que não significa que isso deva impedir o diálogo”, apontou.

“Eu acho que hoje em dia o mundo olha para a China e a China olha para o mundo de uma forma que nem é optimista nem pessimista”, explicou. “É talvez mais desapaixonada e realista”. A nível interno, desde a crise financeira global de 2008, enquanto as economias desenvolvidas estagnaram, a China construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, mais de oitenta aeroportos ou dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média chinesa em centenas de milhões de pessoas. O país encetou também um programa industrial, designado “Made in China 2025”, visando assumir a dianteira nos sectores do futuro, incluindo inteligência artificial, energia renovável, robótica ou veículos eléctricos.

F Sseis R Pida Recupera O Ap S Evento De Extin O

UM depósito sedimentar fóssil recentemente descoberto no sudoeste da China revelou a rápida recuperação de espécies da fauna marinha que sobrevivem até hoje após um evento de extinção em massa ocorrido há 250 milhões de anos.

Segundo reportou no sábado a agência noticiosa oficial Xinhua, a descoberta, publicada na revista Science, adianta que os grupos de diferentes fósseis se encontram num estado de conservação “excepcional”.

O maior depósito sedimentar deste tipo descoberto até à data foi encontrado em Guiyang, na província de Guizhou.

Os espécimes, que incluem vários tipos de peixes e lagostas, “demonstram o rápido surgimento de um ecossistema marinho resiliente de tipo moderno”, segundo o estudo.

O evento de extinção registado há 252 milhões de anos é considerado o pior evento do planeta, uma vez que levou ao desaparecimento de 80 por cento das espécies marinhas e afectou especialmente os organismos estáticos.

Até agora, devido à falta de fósseis bem preservados para explicá-lo, não se sabia exactamente como surgiu um novo ecossistema com uma nova estrutura completa, que incluía predadores e presas, indica a publicação.

A imagem mudou em 2015, quando um grupo de paleontólogos da Universidade de Geociências de Wuhan encontrou um raro fragmento fóssil de lagosta que levou a um projecto de escavação que durou oito anos, descobrindo pelo menos 12 tipos e 19 ordens de espécimes, “um complexo ecossistema marinho que inclui diversos peixes e crustáceos”.

As técnicas de alta precisão utilizadas para datar os fósseis permitiram determinar que, apesar da hostilidade do meio marinho, este ecossistema surgiu “apenas cerca de um milhão de anos após o evento de extinção”, muito antes do que se pensava.

Os resultados dessa modernização, observou Paulo Nascimento, “são visíveis em vários aspectos: desde o resultado da produção industrial e tecnológica ao capítulo ambiental”. “Eu não posso deixar de confessar que quase me surpreendeu conviver nos últimos dois meses com um céu azul na maior parte dos dias”, disse. “Era algo impensável há onze anos”.

Em Pequim, o diplomata destacou também uma

“Eu acho que hoje em dia o mundo olha para a China e a China olha para o mundo de uma forma que nem é optimista nem pessimista. É talvez mais desapaixonada e realista.” evolução a “todos os níveis impressionante” na rede viária e na ordenação da cidade. O metro da capital chinesa, por exemplo, soma hoje 22 linhas, com uma extensão total de 807 quilómetros, talidade do seu povo estão cá na mesma, continuam permanentes”.

Novo paradigma

Paulo Nascimento lembrou que existe, no entanto, uma “alteração profunda” nos parâmetros mundiais de produção e de consumo, impulsionada pela pandemia da covid-19 e por questões ambientais, que podem alterar o paradigma do desenvolvimento da China, apontada frequentemente como “campeã da globalização”, à medida que concentrou, nas últimas décadas, grande parte da produção mundial, beneficiando de crescentes excedentes nas trocas comerciais com o resto do mundo e de transferência de tecnologia.

“Nós percebemos que se calhar temos que alterar os padrões de produção que estavam definidos há muitos anos com base numa lógica económica”, disse o embaixador, apontando a tendência actual para deslocar os meios de produção para países próximos ou fabricantes domésticos.

O diplomata previu assim que o país asiático “passe a estar muito mais apoiado no consumo interno”.

Encosta-te a mim

Xi elogia laços com Camboja e pede que não se interfira nos assuntos do país onde viajam, em média, quase 14 milhões de pessoas diariamente.

“No essencial, porém, a China é uma cultura milenar”, acrescentou. “Os traços que moldam a men-

Paulo Nascimento frisou também a importância de equilibrar o “fosso” que existe nas trocas comerciais entre Portugal e a China, apontando os sectores agroalimentar, máquinas e aparelhos de precisão ou das pedras ornamentais como áreas que as empresas portuguesas podem explorar no mercado chinês. João Pimenta, Lusa

Rela Es Bilaterais Presidente Do Ir O Em Viagem De Tr S Dias

OPresidente iraniano começa hoje uma deslocação oficial de três dias à China, para reforçar relações com o principal parceiro comercial do país, anunciaram ontem fontes oficiais em Teerão.

Segundo a agência noticiosa oficial iraniana Irna, a visita de Ebrahim Raisi, que deixará Teerão na hoje à noite com destino a Pequim, realiza-se a convite do homólogo chinês, Xi Jinping.

Os dois presidentes encontraram-se pela primeira vez em Setembro de 2022, à margem da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, organizada em Samarcanda, no Uzbequistão.

Na altura, o Presidente iraniano apelou para o reforço das relações económicas com Pequim, designadamente nos domínios do petróleo, energia, agricultura, comércio e investimento.

Em Março de 2021, o Irão assinou um acordo de cooperação estratégica e comercial de 25 anos com a China, uma “amiga dos tempos de provação”, após anos de discussões.

Segundo reporta a Irna, com base nas estatísticas oficiais, a China é o maior parceiro comercial do Irão.

Pequim é também um dos principais intervenien - tes no diálogo multilateral que visa relançar o acordo de 2015 entre o Irão e seis grandes potências – China, Rússia, Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido –, e a União Europeia (UE), a fim de conter o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais.

Na China, Raisi terá conversas com Xi Jinping, empresários chineses e iranianos que vivem no país, segundo a Irna.

OPresidente chinês, Xi Jinping, elogiou na sexta-feira os laços da China com o Camboja e pediu que não se interfira nos assuntos internos daquele país, durante um encontro em Pequim com o primeiro-ministro cambojano, Hun Sen.

“A China considerou sempre o Camboja como um exemplo importante da diplomacia chinesa com os países vizinhos”, afirmou o líder chinês. “Estamos dispostos a continuar a cooperar estrategicamente, opondo-nos firmemente às forças estrangeiras que interferem nos assuntos internos” de Phnom Penh, acrescentou.

Xi Jinping frisou que o “desenvolvimento não é um privilégio de apenas alguns países”.

“O confronto ideológico, ou a politização e uso da economia, do comércio ou dos intercâmbios no sector tecnológico, como arma para suprimir o desenvolvimento de outros países é um acto de hegemonia”, afirmou Xi Jinping, citado pela imprensa local, numa critica implícita aos Estados Unidos, quando Pequim e Washington travam uma prolongada guerra comercial e tecnológica. “Este tipo de comportamento não conquista o coração das pessoas”, acrescentou o líder chinês.

De acordo com a imprensa oficial chinesa, Hun Sen garantiu que o Camboja apoia o princípio de “Uma só China”, na questão de Taiwan, e os esforços da China para “salvaguardar a sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento”.

“Opomo-nos a qualquer interferência estrangeira nos assuntos de Hong Kong, Xinjiang ou Tibete”, afirmou o líder cambojano, citado pelo Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

Potencial marítimo O Camboja planeia realizar eleições gerais no dia 23 de Julho de 2023. Hun Sen, que está no poder desde 1985, pretende renovar o mandato, em eleições marcadas pela ausência de um forte partido da oposição.

A China negou, no ano passado, que esteja a construir uma instalação naval para uso exclusivo da sua marinha na cidade cambojana de Ream.

A possibilidade de a China ter uma base no Camboja reforçaria as suas reivindicações territoriais no Mar do Sul da China, por onde circula 30 por cento do comércio global, além de abrigar importantes reservas de petróleo e gás.

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