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Celebrar Cesariny
Exposições em Lisboa assinalam o centenário do nascimento do artista
DUAS exposições sobre a vida e legado do artista plástico e poeta Mário Cesariny (1923-2006) vão ser inauguradas em Lisboa esta quarta-feira, data do centenário do seu nascimento, recordando ainda ligações a criadores seus contemporâneos.
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“Primeira Pessoa” dá título a uma das exposições, a inaugurar na Casa da Liberdade - Mário Cesariny, com um conjunto de documentos provenientes dos vários espólios que a instituição alberga, anunciou a organização, em comunicado.
Entre pintura, fotografias, poemas e outras obras visuais de Cesariny, estará ainda patente correspondência com a escultora e poeta surrealista Isabel Meyrelles, e a trocada com Yoko Ono, na qual a artista lhe encomenda uma obra para homenagear John Lennon no Central Park, em
Nova Iorque, obra essa também patente na exposição.
Na Perve Galeria, em Alfama, serão mostradas as relações estabelecidas entre Cesariny “... e os seus contemporâneos”, exposição que sublinha as suas colaborações com surrealistas portugueses e estrangeiros, “e a relação crítica, assertiva, com alguma da tradição nacional”, segundo o texto.
A organização quis salientar o impacto do autor, e do Surrealismo português, não só em Portugal como no contexto da Lusofonia, apresentando obras de artistas africanos que tinham afinidades com Cesariny, como Ernesto Shikhani, Inácio Matsinhe, Malangatana Ngwenya, Manuel Figueira e Reinata Sadimba.
As exposições “Primeira Pessoa” e “... e os seus contemporâneos”, com curadoria de Carlos Cabral Nunes, são inauguradas quarta-feira, às 18h, e estarão patentes até temporâneas de um grupo de jovens artistas asiáticos talentosos que exploram questões de destino comum e preocupações partilhadas”, tendo como curadora Hera Yang. Segundo um comunicado do Lisboeta Macau, a exposição “tem como objectivo levar o público a explorar a maravilhosa integração de diversas culturas e apreciar as diversas faces da arte contemporânea criada por uma nova geração de artistas asiáticos”. Os jovens criadores produziram, assim, arte por diversos meios e formatos, incluindo “pinturas orientais, ocidentais, vídeos e instalações”, a fim de “mostrar estilos e técnicas criativas e explorar conjuntamente as emoções e pensamentos da humanidade face ao destino e às estatísticas, proporcionando ao público um espaço de reflexão e diálogo”.
26 de Novembro, dia em que se assinalam 17 anos volvidos sobre a morte de Mário Cesariny.
Recordações a norte Em Julho, a Fundação Cupertino de Miranda (FCM), em Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga, detentora da maior parte do acervo pessoal, artístico e documental de Cesariny, anunciou um programa de comemorações do centenário do nascimento do pintor para decorrer a partir deste mês e durante um ano, com a realização de várias exposições, encontros, conversas, espectáculos, concertos e edições.
Nesse contexto, vai ser inaugurada no sábado, na FCM, a exposição “Mário Cesariny: Em todas as ruas te encontro”, que marca o início das celebrações e que vai estar patente até 8 de Setembro de 2024.
Fórum artístico
Além da exposição propriamente dita, decorreu ainda, no sábado, o fórum “O Entrelaçar de Perspectivas: Explorando Perspectivas Multidimensionais da Arte Contemporânea”, que juntou oito artistas e académi- cos de todo o mundo a fim de “discutir as contradições visuais e os métodos práticos da arte contemporânea”, bem como “a interpretação da pintura por jovens artistas asiáticos e a identificação com a memória e a história”.
Os jovens criadores produziram, assim, arte por diversos meios e formatos, incluindo “pinturas orientais, ocidentais, vídeos e instalações”
A organização espera que a mostra “To Cross” possa “promover o desenvolvimento e o intercâmbio da arte asiática, estabelecendo uma plataforma de diálogo entre o público e os artistas”. A exposição pode ser vista entre as 10h e as 22h, de segunda-feira a domingo, no Espaço de Arte H853 no Hotel Lisboeta, no Grand Lisboa Palace, empreendimento da Sociedade de Jogos de Macau no Cotai.
O artista e poeta proporcionou à FCM a incorporação, por compra, doação e legado de uma grande parte da sua biblioteca e acervo artístico e documental.
As celebrações do centenário do nascimento de Mário Cesariny estendem-se a outras cidades do país, além de Lisboa, Amarante e Coimbra, e, também no estrangeiro, nomeadamente em França. Em Novembro, será apresentada, no Théâtre de La Ville de Paris, a antologia de poesia traduzida para francês, bilingue, com tradução de Bernardo Haumonte e prefácio de Emília de Almeida.
Xiamen Macau Participa Em Feira Cultural
MACAU é uma das regiões representadas na 14.ª Feira de Indústrias Culturais dos Dois Lados do Estreito (Xiamen) que começou na sexta-feira e termina hoje. Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), o objectivo da instalação do “Pavilhão da Criatividade de Macau”, espaço inédito este ano destinado à representatividade da RAEM neste evento, é o de “divulgar os produtos e serviços característicos das indústrias culturais e criativas locais e de promover o intercâmbio dessas indústrias entre a Província de Fujian e Macau”.
A feira em questão realiza-se no Centro Internacional de Convenções e Exposições de Xiamen sendo que Macau participa no evento desde 2012. Este ano, no pavilhão da criatividade, estão expostos “diversos trabalhos de marcas famosas de propriedade intelectual de Macau, bem como produtos cujo design contém elementos do património cultural de Macau, servindo como um cartão de visita criativo” a fim de promover o território, afirma o IC. Para a construção deste pavilhão participaram diversas entidades, nomeadamente a Associação de Academia de Talentos de Macau, Associação de Promoção da Cultura Pública de Macau ou ainda a Associação de Reabilitação “Fu Hong” de Macau, entre outras.