AGOSTO / SETEMBRO 2016 / edição 10
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Clipe da Limonge é uma verdadeira viagem aos anos 90
Estúdio em São Paulo traz novidades para músicos e bandas
Quem é o tal do Guimarães? Músico retorna ao cenário musical com a banda os Nadahypes
VITOR MEDINA Entrevista exclusiva sobre o EP Persona
AGO/SET - 2016 | KillerPumpkin
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KillerPumpkin | AGO/SET - 2016
AGO/SET - 2016 | KillerPumpkin
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ÍNDICE
KILLERPUMPKIN EDIÇÃO 10 - AGOSTO / SETEMBRO DE 2016
6
VITRINE
8
CLIPE EM DESTAQUE
18
CAPA
Estúdio em São Paulo traz novidades para músicos
Clipe da Limonge nos leva por uma viagem aos anos 90
Vitor Medina conta tudo sobre seu primeiro EP, “Persona”
12
RETORNO
14
LANÇAMENTOS
16
LANÇAMENTOS
Quem é o tal do Guimarães? Megalomania, paranoia e superação são as palavras quedefinemoretornodomúsico Banda Tereza presenteia público com clipe de “Pra onde a gente vai”
OS Clipe em Gifs encerra fase rock’n’roll e ingressa em novas sonoridades
JORNALISTA RESPONSÁVEL Amauri da Rocha Mtb: 36124
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LANÇAMENTOS
AMENTOS Vetorial A volta ao cenário musical com clipe “Cognição”
28
LANÇAMENTOS
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NOVIDADES
34 35 4
Cafe Republica lança novo EP “Ludere Occultant”
Haicu - nspiração oriental e sonoridade pop embalam disco do duo
EDIÇÃO Horigami Amauri da Rocha TEXTOS Horigami Assessorias de Imprensa COMERCIAL Horigami contato@horigami.com.br DIAGRAMAÇÃO E ARTE Elias Setin FOTO CAPA Patricia Scavone CIRCULAÇÃO Digital
LEIA
“Todo aquele jazz” ASSISTA
“Metallica, Through the Never”
KillerPumpkin | AGO/SET - 2016
junho 2016 / edição 09
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VITRINE
Estúdio em São Paulo traz novidades para músicos AGO/SET - 2016 | KillerPumpkin
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A
união da vontade de fazer um projeto que auxiliasse novos e já consagrados músicos e qualidade na produção de materiais musicais fez surgir o estúdio Manilha, na cidade de São Paulo. Fundado por Felipe Faget e Vinícius Caires, a empresa do ramo musical foi criada para ser um braço de ajuda para o artista, fornecendo suporte para a produção de EPs com muita qualidade. “Quando criamos o estúdio sabíamos de todas as dificuldades de ter uma banda, acima de tudo somos músicos. Queríamos ter um espaço longe de todas as chateações que víamos em outros estúdios, queríamos fazer nós mesmos um serviço bem feito e ter um belo espaço para recepcionar nossos amigos e clientes”, conta Vinícius Caires, sócio proprietário. Já com experiência nesse ramo, os sócios sabem como é corrido para os músicos lidar com tantas questões envolvendo a carreira, então não é fácil escolher bons parceiros na hora de produzir suas composições, “Sabemos o quanto é difícil uma pessoa, artista, banda ou às vezes um único integrante fazer tudo o que precisa para tentar um lugar ao sol”, conclui Felipe Faget. Por isso o Manilha busca esse diferencial de suporte aos artistas e bandas que estão começando, assim como aqueles que já estão no ramo há algum tempo e buscam um serviço de qualidade e
Ensaios, Gravações, Transmissões ao vivo,
confiança.
Luthieria, Aulas de instrumentos musicais,
Mas, além de todo esse diferencial na
Info – Estúdio Manilha Serviços oferecidos
Produção musical, Produção artística,
maneira de tratar o artista, o estúdio oferece
Locação de equipamentos (pelo Crossover
vários serviços, além de simples gravações,
Produções) e Direcionamento artístico (pela
veja no quadro ao lado.
>>
Geração Y Produções) Contato estudiomanilha@gmail.com Facebook www.facebook.com/estudiomanilha Telefone 11 5581-3698
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CLIPE EM DESTAQUE
Fotos: Divulgação
Clipe da Limonge nos leva por uma viagem aos anos 90
N
o dia 11 de julho, o canal Brasileiríssimos lançou o mais novo clipe da Limonge, que promete agradar todos os saudosistas que
amam recordar os anos 90. A música Geração 90 é um tributo a essa época, que coleciona lembranças na memória de quem viveu a infância e a adolescência nessa fase. A música é a primeira de trabalho do novo disco, que será lançado nesse mês de agosto. O videoclipe, que tem sua produção assinada pela Geração Y, usa das cenas e do embalo melódico da música para nos levar em uma viagem as brincadeiras, hábitos, costumes e desenhos animados que marcaram a década de 90 e que 8
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deixaram saudade. As referências a essa época
O clipe ainda nos traz os famosíssimos super-
também estão presentes na letra que tornam a
heróis e desenhos animados que marcaram essa
viagem mais rica e emocionante, o compositor
época e ainda colecionam fãs pelo mundo como
nos explica que: “Queria retratar um pouco o
os Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball e Família
que marcou o pessoal que cresceu nos anos 90,
Dinossauros, além do Pokémon e dos Power Rangers
como um adulto visitando o seu ‘eu criança’ e
que voltaram aos holofotes recentemente, o anime
relembrando alguns momentos da infância”.
pelo lançamento do jogo Pokémon Go e a série
A influência da mídia e tecnologia na vida das
pela estreia de seu novo filme em 2017.
pessoas nesse período também foi retratada nas
Toda a experiência do videoclipe agrada quem
cenas, que acaba nos lembrando de que, mesmo
vivenciou a época dos anos 90, mas também
não tendo se passado muito tempo, a realidade
aqueles que nasceram nos anos 2000 e querem
era muito diferente da que vivemos atualmente.
saber mais sobre as referências que as pessoas
A internet e os meios de comunicação atuais
tinham naquele tempo, enfim, um clipe divertido e
ainda não eram tão disseminados e os principais
feito para recordar bons tempos.
meios de acesso a informação eram as revistas, a televisão e o rádio.
Link
do
clipe:
https://www.youtube.com/
watch?v=HDkAU1RZ3Lo
6 momentos do novo clipe de Limonge que te farão sentir saudade dos anos 90 Desenho animado na TV aberta: você pode não se lembrar, mas a maioria da programação matinal dos canais de televisão do Brasil era voltada ao público infantil. Isso mesmo! Você ligava a tevê de manhã e assistia desenho animado ao invés de programas de variedades, que temos hoje em dia. Power Rangers: a franquia criada em 1993 pela empresa norte-americana Saban Entertainment foi um sucesso no mundo inteiro. No Brasil, a série chegou em 1994, conquistando rapidamente as crianças e jovens. Vai falar que você nunca discutiu com seu amigo para ver quem seria o Ranger Vermelho? Ou que em toda brincadeira você queria ser a Ranger Rosa, Kimberly? Ah, vamos deixar isso de lado, porque é Hora de Morfar! Nintendo: esqueça o Playstation e os jogos de computadores. Na década de 90, o principal videogame era o Super Nintendo. Passar horas e horas jogando Super Mario World, por exemplo, era rotina de milhares de crianças e jovens da época. Os personagens Mario, Luigi, Yoshi e companhia marcaram toda uma geração.
Pokémon: Ash Ketchum e sua turma fazem muito marmanjo sentir saudade da infância. A franquia criada por Satoshi Tajiri em 1995 foi uma febre no Brasil e no mundo. Todos torciam para o Pikachu ganhar as lutas e para a Equipe Rocket se dar mal. Dragon Ball: Não é à toa que Goku é considerado um dos personagens de mangá e anime mais famosos de todos os tempos. A figura principal da franquia fez e ainda faz muito sucesso em todo o globo. Baseado no clássico romance chinês Jornada ao Oeste, Akira Toriyama criou, a partir de 1984, um mundo cheio de fantasia, com lutas emblemáticas, superpoderes, aventuras, dragões, máquinas futurísticas, alienígenas e tudo mais que a imaginação permitisse. Brincar de polícia e ladrão: se você se pergunta como as crianças se divertiam antes dos smarthphones, a resposta pode ser: “brincando de polícia e ladrão”. A brincadeira de formar um grupo de policiais e outro de ladrões para ver quem se dava melhor no final era muito comum nos anos 90. Agora, fala aí: de qual grupo você era?
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Info - Limonge Integrantes Limonge (Vocalista), PC (Guitarrista) e Mau (Baterista) Site www.limonge.net Facebook www.facebook.com/LimongeOficial
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RETORNO
Fotos: Divulgação
Quem é o tal do Guimarães? Megalomania, paranoia e superação são as palavras que definem o retorno do músico
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C
om muita experiência na bagagem,
Johnny Cash e Nirvana. O álbum foi produzido no
o
Guimarães
estúdio Zero por Paulo Roberto Albino e já teve
acaba de iniciar uma nova fase em
uma prévia disponibilizada na internet entre os
sua carreira trazendo várias novidades para
meses de maio e junho desse ano, que podem
esse ano de 2016. O músico, conhecido como
ser conferidas no link: https://goo.gl/ze88P5 .
“O tal do Guimarães” retoma seus trabalhos
O trabalho tem como sua música principal a
musicais, após uma pausa criativa, agora em
faixa “Eu não vou morrer”, que alia de forma
parceria com a banda Nadahypes. Ricardo
impressionante uma melodia pop e um arranjo
ganhou em 2012 o festival de música da
cheio de microfonias e dissonâncias. Além dela,
Universidade São Judas Tadeu e na sequência,
o álbum traz outras músicas como “Rua Augusta”
em 2013, produziu duas faixas com Augusto
e “Ilegal”, já disponibilizadas para o público.
Albuquerque, personagem consagrado da
Ao compor as canções, Ricardo destaca a
música brasileira. Já em 2014 e 2015, o músico
importância de se comunicar: “gosto da canção,
produziu apenas uma nova canção, “Ína”, que
daquilo que tem apelo popular, daquilo que faz
ganhou atenção do público pela sua sonoridade
sucesso e move cada geração. Isso é sincero e
mais elétrica e agitada em comparação com o
urgente para mim”. Também como influência
que ele tinha lançado anteriormente. As músicas
para o processo criativo, os compositores
de estreia, que marcam essa nova fase na vida
contaram com o gosto pessoal para as bandas
do artista, tem previsão de lançamento nesse
nacionais, como Medulla e Autoramas.
paulistano
Ricardo
mês de agosto e levará o nome de “Subversivo”. As letras e melodias, compostas nas madrugadas da cidade de São Paulo, têm influências de bandas como Tears for Fears, Arctic Monkeys,
Info - Ricardo Guimarães Facebook www.facebook.com/otaldoguimaraes
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LANÇAMENTOS
Banda Tereza presenteia público com clipe de “Pra onde a gente vai”
Clipe vem
acompanhado de novo
EP da banda
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A
banda do Rio de Janeiro, Tereza,
mais minimalista, com melodias curtas”.
acaba de lançar seu mais novo clipe,
A banda Tereza, que surgiu em 2009, já é
“Pra onde a gente vai”. A música faz
considerada um dos principais nomes da cena
parte do EP “Por que você não vem”, o qual
independente do Rio de janeiro. Formada por
foi lançado simultaneamente ao videoclipe no
cinco amigos de infância, o nome foi escolhido
mês de julho, nos serviços de músicas digitais.
como uma homenagem a uma garota que
Os músicos Mateus Sanches, João Volpi, Sávio
estudou no mesmo colégio que os músicos e
Azambuja, Rodrigo Martins e Vinícius Louzada
era considerada a mais bonita da turma. Na
surpreendem
bagagem, Tereza, já conta com apresentações
o
público
demonstrando em
ao lado de artistas consagrados como Nando
contraponto com a sonoridade pop divertida
Reis e Nação Zumbi, além de terem ganhado o
que traz o clipe.
Prêmio Multishow na categoria Revelação.
a
angústia
de
um
arrependimento
O vídeo de “Pra onde a gente vai” foi criado para transmitir as emoções da música. Ideias que misturam a noção de velocidade, as sensações que a noite traz e os desencontros da vida estão presentes de forma marcante na produção, que é assinada por Mateus Sanches, guitarrista da banda. O processo de criação do clipe teve como finalidade juntar essas ideias e sensações e transmiti-las de maneira mais indireta. “O objetivo foi de somar significado à canção, de modo a complementar as suas possibilidades de interpretação. O processo de criação foi fechar os olhos e ver o que vem à mente enquanto escuta a música. Nem sempre fazemos isso com nossos clipes. Às vezes, as ideias vêm muito separadas da música, mas acho importante que exista essa conexão”, conta Sanches. A música, escolhida para a produção, é single
Info – Banda Tereza
do álbum mais recente da banda de Niterói, que
Link do Vídeo de “Pra onde a gente vai”
conta com mais duas faixas inéditas e um remix
youtu.be/qP-swQr_QnI
feito pelo DJ Meme. Falando um pouco sobre
EP no iTunes
a composição da faixa principal, o guitarrista
http://som.li/29BtQWp
nos conta que, “Sempre pensamos nessa
EP no Spotify
música como single e o processo de criação
http://som.li/29voGtj
foi um pouco diferente. Fechamos muito cedo
EP no Deezer
o arranjo, os detalhes de produção e tivemos
http://som.li/29ABFQ5
dificuldades com a letra, talvez pelo fato dessa
progressão de acordes ser tão melódica e
www.facebook.com/banda.tereza
incomum pra gente. A solução foi uma letra AGO/SET - 2016 | KillerPumpkin
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LANÇAMENTOS
Clipe em Gifs encerra fase rock’n’roll e ingressa em novas sonoridades
O
clipe da música “São Clemente”, da
carioca busca, em uma curiosa filmagem feita
banda fluminense Filtra, foi lançado
exclusivamente com GIFs, exaltar o conceito de
com o propósito de encerrar uma fase
liberdade. A sequência de imagens nos levam a
mais rock’n’roll, com sonoridade mais agressiva,
um passeio por diversos cenários do Rio de Janeiro
dos músicos, fechando os trabalhos com o EP
que exaltam suas belezas e desencantos.
“Supremo”, lançado em julho de 2015, e dando
OLHO NO TEXTO: Os GIFs são uma sequência
início a um som mais poético e melódico, com
de imagens animadas que circulam na internet
uma sonoridade universal e sem rótulos.
e são usados para expressar várias mensagens,
No vídeo, lançado em junho de 2016, a banda
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principalmente de humor.
A São Clemente da música, uma rua no bairro de Botafogo, é o cenário principal para a banda. Fellipe Mesquita (voz), Saulo Arctep (guitarra), Gustavo Muniz (baixo) e Mateus Nagem (bateria) brincam com o conceito cíclico dos GIFs e suas imagens em movimento contínuo para relacionar ao próprio ciclo presente na letra da música. Citando bairros, bares e outros pontos da Zona Sul carioca, a banda fala da sua relação com o próprio lugar, suas noites e carnavais, e conclui: “a São Clemente me iludiu/ me libertou”. Para dar forma a “São Clemente”, a banda colocou
se despedindo do rock’n’roll como grito e distorção.
em prática a ideia do baterista Mateus: fazer um
Nosso foco está mais limpo, percussivo, melodias mais
clipe de forma prática e de baixo custo, usando
simples, mais poesia. A gente tenta estar sempre em
apenas smartphones. “Queríamos algo simples e
evolução”, conta o vocalista Fellipe Mesquita.
contemporâneo. Pesquisamos bastante não só para
Continuando o amadurecimento paciente sentido
aprender, mas também para não copiarmos ninguém.
no EP “Supremo” (2015), “O Mundo” traz uma
Optamos por usar esse formato porque o Mateus cria
linguagem mais universal para a banda, que tem no
muitos GIFs durante nossos ensaios, então foi uma
seu nome a ideia de misturar múltiplas influências e
forma de mostrar esse nosso lado e a relação próxima
transformar em música. Se no último trabalho a Filtra
com a rua”, explica Fellipe, vocal da Filtra.
já trazia uma pegada mais pop em músicas como
O vídeo, que pode ser acessado na página oficial
“São Clemente” e mirava um crescimento de seu
da banda no Youtube, “Filtra Oficial”, encerra essa
debut (o álbum “Auto-Ilha”, de 2012), agora eles
fase da banda, dando lugar a um novo trabalho, que
agregam ritmos latinos (“70”) e um toque amazônico
começa com o EP “O Mundo”, que foge dos rótulos
(na faixa-título).
de gêneros musicais. “A gente queria que esse EP
“Hoje
estamos
tentando
pensar
em
novos
fosse um pouco de um novo lado do Filtra. A faixa 3,
horizontes pra banda. Estamos mirando muito nisso.
‘Nosso Andar’, por exemplo, é basicamente a gente
Trabalhamos como se nada tivesse pronto, como se tudo fosse uma descoberta”, comenta Mesquita. Além de Fellipe, fazem parte da banda Saulo Arctep (guitarra), Gustavo Muniz (baixo) e Mateus Nagem (bateria). O novo trabalho, autoproduzido, foi gravado no Estúdio Superfuzz. A mixagem é de Gabriel Arpex e a masterização é de Gabriel Zander.
Info Filtra https://www.youtube.com/watch?v=lAB1wvtsxOE Link do videoclipe São Clemente Links do EP “O Mundo”: https://soundcloud.com/filtra/sets/o-mundo/s-Eb26g https://open.spotify.com/ album/0nvMg1hDbMY0coQkFFNoqw http://www.deezer.com/album/13629204 https://play.google.com/store/music/album/Filtra_O_ Mundo?id=Bjnrz5uphyjkcdjvxxqyyqemlei
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CAPA
Vitor Medina conta tudo sobre seu primeiro EP, “Persona”
O
carioca Vitor Medina se vê, desde a adolescência, mergulhado no universo da música. Com apenas
13 anos formou sua primeira banda, iniciando assim sua carreira musical, como cantor e compositor, fazendo apresentações no cenário independente do Rio de Janeiro e também de outras cidades do Brasil. Aos 18 anos, com o término do seu primeiro projeto, Medina buscou novos caminhos na música, e acabou lançando em 2011 o “VIT”, com influências do folk e outras vertentes musicais que fazem parte do gosto musical do cantor. Em menos de 24 horas do lançamento, o VIT superou os 1.000 plays no Soundcloud, e foi destaque em sites como o Musicoteca (na época pertencente ao Portal MTV) e Laboratório Pop, sendo apontado como uma possível promessa da nova música brasileira. Após alguns shows com o projeto, Vitor decidiu que gostaria de ser reconhecido por seu nome de batismo, Vitor Medina, e decidiu passar um tempo longe dos palcos para se dedicar exclusivamente a novas
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composições, e posteriormente gravações,
de estar na programação de várias web
tendo optado por se apresentar nesse
rádios de todo o país.
período, excepcionalmente em 4 ocasiões,
Vitor lançou em maio desse ano, seu primeiro
com destaque para a Mini-Tour que fez no
disco, intitulado “Persona” e nos concedeu
interior de São Paulo, passando pelas cidades
uma entrevista exclusiva para contar mais
de Americana, Limeira e Piracicaba.
sobre esse projeto, além de falar um pouco
Em outubro de 2015, lançou o clipe de seu
sobre sua carreira, confira:
novo single “Colabora”, que chama atenção pela mistura de rock e ritmos latinos. O vídeo
KP: Como foi o processo de produção do EP?
- que já ultrapassou 60.000 visualizações no
Vitor
Medina:
Foi
um
processo
um
Youtube - também foi exibido em canais
pouco confuso no início. Eu encontrava
de TV como Multishow e PlayTv, além de
inúmeras
ter sido destaque em diversos sites e blogs
horários disponíveis dos músicos que me
especializados em novos artistas.
acompanhavam com os livres para gravações
dificuldades
para
conciliar
os
A faixa contou com a participação em
nos estúdios que havia escolhido para gravar.
estúdio de Bubu Trompete, membro do naipe
Isso acabou atrasando um pouco o projeto
de metais da banda Los Hermanos, e já tocou
até que decidi ir para o Zeus Media Brasil,
em rádios como Rádio Cidade FM (Rio de
Home Studio de um amigo na Tijuca (Rio de
Janeiro/RJ), Roquette-Pinto (Rio de Janeiro/
Janeiro/RJ), e foi lá que a coisa começou a
RJ), Rádio Volt (Araxá-MG) entre outras, além
andar, com a produção do mesmo (Thiago
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Vitor
Olliveira), e do Raphael Dieguez.
Medina:
O
maior
trabalho,
sem
sombra de dúvida, foi conseguir conciliar KP: Qual as suas inspirações e pretensões compondo o álbum Persona?
a
disponibilidade
me
dos
acompanharam
músicos nas
que
gravações
Vitor Medina: Minhas inspirações foram o
primeiramente entre sí, e posteriormente com
mundo, as pessoas à minha volta, suas relações
a disponibilidade de horário dos estúdios, até
conturbadas e pensamentos otimistas, além
que conversei com o Thiago, e levei o projeto
de reflexões sobre a solidão. Há um misto de
para lá. Os horários entre as partes foram se
emoções, pensamentos e reflexões nesse
encaixando, e o projeto enfim fluindo.
trabalho. Nunca escolhi o que iria me inspirar, até porque isso é impossível dentro da minha
KP: Qual foi o tempo de estúdio para finalizar o EP?
personalidade como compositor, mas foram
Vitor Medina: Se eu contar desde a entrada
esses os temas abordados nas músicas do
no primeiro estúdio com essa finalidade, até
"Persona". Esse tipo de letra, aliado ao neo-
a última sessão no estúdio em que gravamos,
folk e aos ritmos latinos.
podemos totalizar uns 2 anos, 2 anos e meio.
KP: O que lhe deu mais trabalho para concluir este projeto?
KP: E o resultado final, ficou como esperava ou mudaria algo? AGO/SET - 2016 | KillerPumpkin
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Vitor Medina: Ficou como deveria ficar. Gostei
sentido sozinho e ainda obtido algum êxito.
do resultado, e o feedback dos entusiastas do
Existem mil caminhos para viver de música,
meu trabalho, músicos e imprensa no geral
então mexa-se para que você possa colher
(sites especializados, TV, rádio) tem sido muito
os frutos do seu empenho e arte.
positivo em relação ao "Persona". O que com certeza eu mudaria: a insistência que eu tive
KP: Tem algum segredo para cuidar da
de gravar em alguns lugares. Isso acabou
carreira independente, além de ter que
atrasando todo o planejamento, por isso, hoje
compor, tocar e cantar?
em dia, sem sombra de dúvidas, eu não iria
Vitor Medina: Para mim, além da rotina de
iniciar um trabalho em um estúdio com pouca
ensaios, compor, tocar, cantar e etc, que são
disponibilidade de horários. Já agendaria
atribuições normais e rotineiras de um músico,
diversos dias de gravações em algum lugar da
é preciso estar conectado com sua fanbase
minha confiança e de qualidade, e finalizaria
através das redes sociais e de olhos abertos
tudo em um prazo mais rápido. Mas como foi
para as oportunidades que vierem a surgir.
o meu primeiro disco e eu carregando tudo nas costas sozinho, aprendendo a lidar com
KP: Ser totalmente independente é um bom
o formato solo, me desculpo por não ter tido
negócio ou, às vezes, dá aquela vontade de
esse pensamento antes (risos).
pedir socorro? Vitor
KP: Qual a fórmula para administrar tudo isso, e ainda dar certo?
Medina:
Se
independente
me
fez aprender o caminho de muita coisa burocrática do mundo da música, o que me
Vitor Medina: Paciência, dedicação, foco,
dá uma experiência maior para atuar na
organização e perseverança. Não espere
área e seguir os próximos passos. Obviamente
as coisas caírem do céu, corra até elas. O
que muitas vezes penso "como seria bom que
músico independente precisa entender isso.
alguém ajudasse nessa parte, ou assumisse a
Temos a internet como aliada, temos diversas
responsabilidade por tais burocracias", mas
ferramentas e possibilidades em nossas mãos
no final das contas, está tudo dando certo
para fazer as coisas acontecerem, o que há
dessa forma. O clipe de "Colabora", primeiro
algum tempo atrás não existia. Não sabe por
single do "Persona", ultrapassou as 60.000
onde começar? Consulte na internet, simples.
visualizações no Youtube. O meu trabalho
Muita coisa está lá, da mesma forma que
tem aparecido em sites especializados, tv
tantas outras coisas você só vai aprender
e rádio, e o feedback do público tem sido
na vivência underground. O "do it yourself"
ótimo. Olha, eu não tenho do que reclamar.
nunca foi uma alternativa tão válida como nos dias de hoje. O mundo e o mercado da música mudaram, e a forma das pessoas
KP: Falando um pouco de você. O que ouve e o que jamais perderia tempo em ouvir?
a ouvirem também. Não espere que as
Vitor Medina: Escuto de tudo. Mesmo
coisas aconteçam como antigamente. No
que falem ser bom ou ruim, eu quero ouvir
imaginário de muitos músicos irá surgir um
e ter minha opinião a respeito. Não posso
cidadão de terno e gravata, cheio de dinheiro,
julgar algo que nunca ouvi, certo? Então
para investir na sua luta ou projeto sem que
comigo não tem essa de "jamais perder
você tenha feito nenhum movimento nesse
tempo em ouvir". Mas obviamente, tenho
22 KillerPumpkin | AGO/SET - 2016
AGO/SET - 2016 | KillerPumpkin
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minhas preferências. Tenho escutado jazz e
composições que provavelmente estarão em
música latina ultimamente, e tem sido bem
um próximo disco, mas ainda é cedo para
enriquecedor e prazeroso aos meus ouvidos,
falar disso. Não sei quando vai acontecer.
principalmente quando vou em um sebo,
Tenho vivido as emoções do lançamento
compro um disco usado de R$1,00 e acabo
do "Persona", estou muito focado nisso no
descobrindo sonoridades super interessantes
momento. Planejo clipes desse disco, e uma
do passado através do vinil. Para sons novos,
série de outras coisas. Talvez em um ano eu
as plataformas de streaming estão aí, volta e
saiba dizer quais serão as novidades, mas
meia conheço algo por elas.
enquanto não sei, podem me acompanhar e quem sabe descobrimos juntos?
KP: Dentro dessa mesma linha de pensamento, quais são suas influências musicais? Estilos, músicos, compositores, cantores? Vitor Medina: Não costumo me influenciar focando em um artista em específico ou gênero musical. Atualmente tenho ouvido músicas latinas e jazz. Se um próximo trabalho sairá assim? Não sei! Comigo o processo de composição não funciona dessa forma. Não sou o que escuto, sou o que construo, e isso é um mix de várias coisas: como vejo o mundo, como sinto o mundo, como vejo as situações a minha volta e etc. Qualquer coisa que me inspire pode me direcionar para determinado caminho musical, mais até do que o que escuto com frequência. Pode ser uma vivência, um quadro, uma pessoa, uma viagem, um filme, um livro: quem sabe? KP: Como você vê (e ouve) a música brasileira atualmente? Vitor Medina: Vejo a música brasileira como uma música muito rica, e tenho gostado da nova MPB. Acho que tem muita gente que merece ser escutada por quem ama música. KP: Tem algum novo projeto engatilhado, pronto para ser lançando? Quando isso deve acontecer? Vitor Medina: O projeto, no momento, é rodar o maior número de cidades o possível levando o "Persona". Já tenho algumas 24 KillerPumpkin | AGO/SET - 2016
Info – Vitor Medina Site www.vitormedina.com Facebook http://www.facebook.com/vitormedinaoficial Instagram http://www.instagram.com/vitormedinaoficial SoundCloud https://goo.gl/CxPpkX
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LANÇAMENTOS
Vetorial A volta ao cenário musical com clipe “Cognição” A banda Vetorial A, que foi formada em 2013 na cidade de São Paulo, acaba de lançar seu mais novo clipe, “Cognição”, levando ao público o melhor do rock alternativo paulista. A música faz parte do EP “Cenestesia”, que marcou a volta do quarteto ao cenário musical, após um período sem atividades. O vocal feminino, aliado aos riffs pesados de guitarra, mostra a qualidade da banda, além de timbres encorpados, arranjos marcantes e bem trabalhados e linhas vocais que alternam entre suavidade e explosão e letras carregadas de significados subjetivos. A música “Cognição” foi escolhida para ser a primeira trabalhada e produzida em videoclipe, segundo Natalia, vocalista da Vetorial A: “Cognição foi a músicamatriz do EP, a que nos direcionou até o conceito final. Escolhemos ela porque pensamos que sintetiza bem a nossa nova fase e representa bem a mensagem desse trabalho atual”. O vídeo tem como mensagem a importância que as mudanças têm em nossa caminhada. Mudar, muitas vezes, é um processo agonizante, porém vital para a evolução. O roteiro do clipe ficou por conta da banda e a produção foi de Motiom Produções Visuais. 26 KillerPumpkin | AGO/SET - 2016
Info Vetorial A Link do clipe https //www.youtube.com/watch?v=d1d251WWhtI Facebook https://www.facebook.com/ bandavetoriala
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LANÇAMENTOS
FOTOS: Carolina Munhoz
Cafe Republica lança novo EP “Ludere Occultant” O Cafe Republica disponibiliza ao público seu
Após a boa receptividade do primeiro EP “Sweet
segundo EP. “Ludere Occultant” traz arranjos que
Dive in Turtle Land”, o Cafe alcança um som
passeiam pelas ondas psicodélicas e progressivas de
mais maduro, sem deixar de lado o alternativo e
bandas como Tame Impala, The Doors e Pink Floyd,
psicodélico. O novo “Ludere Occultant” teve seu
e brasileiros como Os Mutantes. Ao longo das faixas,
início em sessões ao vivo no estúdio da fotógrafa Luísa
é possível ouvir o desenvolvimento da sonoridade do
Mascarenhas, onde permaneceram “fabricando
grupo, por meio de acordes com mudanças de ritmo
a viagem musical” por seis meses, até chegar na
inesperadas e letras simples e profundas.
co-produção do Estúdio Novadema Records. A
Formado em 2011 por Octavio Peral (voz e guitarra),
masterização foi realizada em Poons Head, estúdio
Anderson Ferreira (teclado e sintetizador), Ygor Big
de Rob Grant, produtor que tem, no currículo, bandas
(guitarra), Carlos Juca Sodré (contrabaixo) e Barbanjo
que inspiram os meninos como Tame Impala, Pond e
Reis (bateria), o Cafe Republica surgiu durante aulas de
Melody’s Echo Chamber.
um curso técnico em química, que quatro dos cinco
Além da construção do EP pelo quinteto, a
integrantes faziam no Rio de Janeiro. Além da semelhança
gravação tem a co-produção do Estúdio Meristema,
nos estudos físico-químicos, os garotos começaram a
feita por Vinícius Massolar e Dennis Guedes,
criar poesia juntos, principalmente após a apresentação
responsável também pela mixagem.
musical de um trabalho escolar. A energia e dinamismo do grupo fez nascer a banda de rock. 28 KillerPumpkin | AGO/SET - 2016
Ouça “Ludere Occultant”: https://soundcloud.com/ bandacaferepublica/sets/ludere-occultant-ep
Where You Are” é o novo clipe de Daniel Borges, DAN Após o lançamento do EP “Amber”, o cantor carioca DAN retorna com um novo vídeo. A canção escolhida foi “Where You Are”, executada em estúdio em uma aura nostálgica e melancólica. Esse é o segundo clipe do cantor, que lançou “Tell Me” em abril. “Where You Are” traz poucas semelhanças com o clipe anterior, em especial em sua estética. Aqui, DAN opta por cenas em preto e branco que dialogam diretamente com a letra da canção. Em ação no estúdio, o cantor canta essa transição das cores para um momento mais cinzento: “Oh, remember how the sky used to be/light it up, light it all out/from technicolor to crying clouds”. “A ideia era tentar retratar pelo preto e branco, e indoor, só eu ali em close tocando, o máximo do sentimento da música. Essa é uma música de letra forte, fala sobre uma pessoa desistindo de um relacionamento. Acho que o preto e branco funciona bastante justamente nessa metáfora de cor ser sinônimo de felicidade, e alegria, então perder a cor, ser a tristeza e a perda tratada na música. Diferente da mensagem otimista de Tell Me”, explica o cantor. Ele é Daniel Borges, ou simplesmente DAN, e traz ao público histórias sobre relacionamentos no primeiro trabalho, o EP “Amber”. Entre versos e refrães intimistas, DAN apresenta as fases de uma relação amorosa: o encantamento inicial, a paixão e o amadurecimento, narrando ao longo das faixas a aventura de pessoas jovens que ainda não sabem tão bem o que querem. Buscando referências que vão do indie rock inglês à nova safra da música brasileira, “Amber” traz voz e letra de Daniel Borges, e a participação dos músicos Sérgio Duarte (baixo e teclado) e Jonas Cáffaro (bateria). A produção ficou por conta de Duarte e o próprio DAN. O clipe de “Where You Are” teve direção Barbanjo Reis e Luisa Mascarenhas e acompanha o cantor no estúdio Camelo Azul. DAN já prepara novidades para lançar ainda em 2016. Assista “Where You Are”: https://www.youtube.com/ watch?v=RvV74tN1mzA
Claudio Lyra traz “jeitinho brasileiro” em novo clipe É com bom humor e em clima de folia que Claudio Lyra aparece no clipe de “Esparrela do Brasil”, canção que acaba de ganhar um lançamento oficial. Esse é o primeiro gostinho do novo álbum do cantor e compositor carioca, que tem previsão de lançamento para o segundo semestre. O single está disponível nos principais serviços de música digital (Spotify, Deezer, Napster, etc.). Por trás da aura de Carnaval, a letra é contundente
em
apontar
contradições
sociais e políticas no país do futebol e praia o ano inteiro. O “samba esculhambação”, antítese de exaltação com que canção foi batizada, brinca com o verso de “me dá um dinheiro aí” para expor a corrupção presente em todos os âmbitos da sociedade. A inspiração veio durante os Jogos Panamericanos de 2007, realizados no Rio de Janeiro. Quase 10 anos se passaram, e a letra continua atual. As canções de Claudio trazem como referências ícones da MPB como Gilberto Gil, Dorival Caymmi, Rita Lee, entre outros. Ele ainda é influenciado pela música negra americana e o rock inglês. Como não poderia deixar de ser, a Bossa Nova também é uma parte muito marcante da musicalidade de Claudio, afinal, ele é sobrinho de Carlos Lyra, um dos precursores do gênero musical. Assista ao clipe de “Esparrela do Brasil”: https://www.youtube.com/watch?v=ts3jFSJloc
AGO/SET - 2016 | KillerPumpkin
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NOVIDADES
Haicu
Inspiração oriental e sonoridade pop embalam disco do duo
30 KillerPumpkin | AGO/SET - 2016
A
paixão pela música traduzida em uma união poética. É assim o primeiro álbum do duo Haicu, formado pelo
casal Pedrinhu Junqueira e Júlia Shimura. Ele, compositor; ela, atriz. Ambos se encontram nos versos dos haicais que compõem as letras do álbum homônimo, que acaba de ser lançado e já está disponível nas plataformas de música digital (Spotify, Deezer, Google Play, etc). Produzido por Thomas Harres, Maurício Calmon e
Pedro Dantas, “Haicu” une
delicadeza com letras fortes escritas por Pedrinhu e Júlia. Unidos pela arte, eles poderiam ser mais um casal tradicional. Mas a paixão dos dois pela música fez surgir
duras penas compreender. Haiku acabou
também uma união poética. O lado musical
virando também o nome do duo, mas a
da dupla carrega inúmeras influências, sendo
gente resolveu aportuguesar e deixar Haicu
fortemente marcado pelos clássicos da MPB
com cê”.
e pela música americana e inglesa dos anos
Conhecido como haicai (haikai) no Brasil,
60 e 70. As experiências com canto que Júlia
o haiku é um dos estilos de poesia japonesa
teve no teatro lhe deram coragem para
mais conhecidos no mundo. Ele produz
dar voz às próprias composições. Pedrinhu
uma melodia de dualidade simples e curta,
colocou a paixão pelo violão e as incontáveis
cabendo
canções que compõe desde os 12 anos para
sílabas. A
completar a parceria.
conceitos
ascendência
inteiros
japonesa
em
poucas
da
cantora
juntos
também contribuiu muito para o nascimento
diversas vezes no teatro, onde também se
do álbum. Mais do que entender a estrutura
conheceram. Hoje casados, para eles, fazer
do haiku, a dupla buscou incorporar o espírito
Os
dois
artistas
trabalharam
um projeto musical acabou acontecendo de forma natural. Difícil foi definir um conceito para o álbum. Júlia explica como surgiu a ideia de “Haicu”: “Eu já tinha ouvido, em ocasiões diferentes, pessoas
compararem
algumas
canções
do Pedrinhu a haikus. Há alguns anos, experimentei
criar
alguns
em
português
respeitando a métrica e buscando elementos essenciais como a relação de contemplação com
a
natureza,
efemeridade
do
o
entendimento
tempo,
elementos
da da
filosofia zen que nós ocidentais buscamos a AGO/SET - 2016 | KillerPumpkin
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oriental desse tipo de poesia à música pop e diversa que faz. No álbum, o duo passeia por diferentes ritmos, do blues (“Fall”) ao ska (“Haiku”, adaptação de um poema de Matsuo Basho), passando pelo bolero (“Nada vai”), numa mescla de canções curtas com sintetizadores e repetições mântricas. As músicas do duo, que chegam agora ao público, já haviam sido gravadas por alguns artistas de renome. Negro Leo gravou a faixa “O fogo vai subir” no álbum “Tara” e a música “Noite” no seu novo álbum. Bruno Cosentino gravou “Amor” no álbum “Babies” e Lucas Weglisky gravou uma versão de “Butterfly” em seu álbum, ainda inédito. “A música é uma vibração, compor é como conseguir plasmar um estado. Usamos muito
essa
palavra
no
teatro:
estado.
Quando cantamos, estamos evocando um determinado estado. E isso é além do bem e do mal, é a evocação de uma força”, afirma a cantora. Pedrinhu completa: “Acho que Haicu tem uma vontade de campo e simplicidade. Fomos criados na urbe e nos mudamos há
Info Haicu
poucos meses para fora da babilônia. Diante
Spotify
de tanta confusão e ódio, penso que Haicu
https://play.spotify.com/
é sobre manter a sobriedade sem perder a
artist/0TZZbSrio5ycUbtevSBPyA
ternura e o lúdico”.
Soundcloud https://soundcloud.com/haicuduo1
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LEIA
“Todo aquele jazz” é uma história de destruição. Chet Baker e seu rosto arruinado ainda jovem, Art Pepper e seus desvarios na cadeia, Lester Young viciado em qualquer droga a seu alcance, Thelonious Monk paralisado pela doença mental. O autor inglês Geoff Dyer rompe a distância educada típica do ensaísmo tradicional e, assumindo um tom intimista, caminha entre os músicos que formam o tema deste livro. Considerado um dos mais instigantes livros já escritos sobre o gênero, “Todo aquele jazz” é uma mescla de ensaio e ficção que, em um salto de imaginação, aproxima-se dos gênios que construíram a época de ouro da música que deu voz aos oprimidos e mudou a história dos Estados Unidos.
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ASSISTA
“Metallica, Through the Never”
é
indispensável
para a lista de “filmes para ver” dos apaixonados por rock. O filme, lançado em 2013, de uma das maiores bandas de heavy metal da história, mescla a vida de um jovem que trabalha como roadie nos bastidores e cenas de um show feito pelo grupo. Ao passo que o show começa, o jovem, que nem sempre consegue assistir as apresentações, é chamado para solucionar um assunto urgente,
porém
acaba
se deparando com vários desafios sobrenaturais que é obrigado a resolver e superar. O
som
marcante que
está
pesado do
e
show,
acontecendo
simultaneamente,
serve
de trilha sonora para a saga do Trip, o roadie, que
Metallica: Through the Never
é interpretado pelo ator Dane DeHann. As cenas com
as
músicas
dessa
lenda do rock são um verdadeiro presente para os fãs da banda e também para a nova geração que quer conhecer o Metallica.
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