PORTFOLIO AT.IN
Percurso feito por Hugo e Manu (e Jotapê, em partes) durante o Ateliê Integrado.
2024.2
EXERCÍCIO 1
investigação do bairro, sob a chave de análise sorteada pelas professoras: a apropriação
visitas técnicas, anotações sobre a percepção do espaço e produção de cartografia que pudesse transcrever o que
foi visto, juntamente com a produção de uma cartilha que reunísse todas as informações estudadas.
referências
resultado 01 - cartografia do cotidiano.
Para entender melhor como os espaços são ocupados, é preciso vive-los. Por isso, a primeira parte do processo foi tomada pelas derivas no bairro. Desde as cadeiras de plástico nas ruas sem bancos, até a forma com que as praças servem para encontro de grupos distantes, a dupla anotou e fotografou os momentos, evidênciando os percursos e descrevendo impressões em cima de um mapa e visualizando as partes mais chamativas. Com isso foram alencados 5 lugares chamativos de apropriação:
do Méier. Conta com um coreto considerado patrimônio cultural do Rio de Janeiro e muitos bancos espalhados. Logo ao lado do Hospital Salgado filho.
O Jardim do Meier, O baixo Méier, A região da passarela e galeria, a Praça Agripino Grieco e a rua Dias da Cruz.
Uma passagem curiosa e muito bem utilizada pelos frequentadores do bairro, seja para atravessar a quadra até a praça
TRAVESSIA/GALERIA
PRAÇA JARDIM
BAIXO MÉIER
BAIXO MÉIER
PRAÇA AGRIPINO GRIECO
Praça em níveis que reúne um pouco de tudo do bairro. Tem lugar pra sentar, pra comer, pra esperar, pra descansar, com comércio próximo e ponto de ônibus extremamente movimentado. É possível notar pessoas que compram lanches no fast food e escolhem comer nos bancos da praça ao invés dos bancos do restaurante, além de espaço para apresentação de grupos de capoeira.Conta também com uma feira às sextas. A adesão da praça Agripino Grieco só é possível pela união de seus mobiliários e espaços inteligentes à rua extremamente movimentada e com bastante comércio.
A região possui vários bares e restaurantes, atraindo muitos visitantes. Funciona com sua temporalidade, sendo mais ativo da parte da tarde para a noite, especialmente aos fins de semana.
A região possui vários bares e restaurantes, atraindo muitos visitantes. Funciona com sua temporalidade, sendo mais ativo da parte da tarde para a noite, especialmente aos fins de semana.
DIAS DA CRUZ
Rua com um quê de avenida. Com lojas a perder de vista, a rua Dias da Cruz é um símbolo do Méier. Nela você é capaz de encontrar tudo que precisa, desde um material de construção
ao pastel de feira. Possui um fluxo muito intenso de pessoas indo e vindo durante todo o dia. Fecha aos domingos.
Durante esse processo, foi também preciso criar chaves de análise capazes de serem usadas em todos os locais, dada a diferença grande entre eles. No livro The Social Life of Small Urban Spaces,o autor William H. White cria categorias de apropriação de espaços públicos e as utilizamos para classificar quantitativamente os cinco locais, são elas: Lugares para sentar, Lugar de comer, Não
Desejados, Ruas Coringa e Elementos da Natureza. A escolha delas se baseou no que foi visto durante as derivas, na forma com que as pessoas se comportam,como ruas específicas mudam a dinâmica do ambiente.
A imagem formada a deixou de ser um mapa, se solidificando numa cartografia que chamamos de “Cartografia do Cotidiano”, elencando esses espaços e suas trocas com as pessoas e o seu contexto imediato ou não, entendendo-os como uma formação não só dos mobiliários ou da falta destes, mas também da soma daqueles em que ali se apropriam.
CARTOGRAFIA DO COTIDIANO
Estação de trem
Ponto de ônibus
Lugar para sentar Lugar para comer Natureza
Não desejáveis
Ruas coringa
Atravessamentos Rua movimentada Linha do trem Área comercial Área institucional
Praças
EXERCÍCIO 2
aprofundamento do problema por meio da análise de referências
associadas ao local escolhido
uma análise do que chamou a atenção no local, produção de desenhos e diagramas capazes de descrever e imaginar próximos passos e a procura e análise
de referências de parques e passagens que lidassem com a atmosfera desejada
resultado 02 - coletânea de referências + aproximações com o local = primeiras imagens
resultado 02 - coletânea de referências + aproximações com o local = primeiras imagens
Assim foi nascendo as primeiras ideias de projeto e do processo. Com a intenção de criar um espaço que fosse convidativo como as árvores que saltam do parque para o espaço público, romper com essa ideia de que o natural deve
ser restringido e controlado. Criando um espaço que abrace os transeuntes da rua e visitantes do hospital Salgado Filho, juntamente com um olhar mais sensível à praça e às atividades que já acontecem no local.
EXERCÍCIO 3 aplicação
das análises anteriores, considerando novas descobertas sobre o espaço.
Intervenção no Jardim do Méier: Potencialização do espaço público a partir da manutenção e geração de caminhos
A intervenção proposta está situada no bairro do Méier, localizado no subúrbio do Rio de Janeiro. Nesse contexto, existe um percurso de pedestres que se conecta à estação ferroviária, e que de um lado apresenta o Hospital Municipal Salgado Filho e do outro, o Jardim do Méier, uma praça centenária, inaugurada em 1916. Ao longo de sua história se consolidou como um marco icônico da região e espaço de encontros para a população. Contudo, diversas reformas realizadas ao longo das décadas descaracterizaram o projeto original do jardim, incluindo a instalação de grades que restringiram sua relação com o entorno. Atualmente, o acesso ao local é limitado a apenas dois portões, localizados na rua Arquias Cordeiro e na rua Santa Fé, em lados opostos, o que desestimula a circulação por esse local. Apesar dessas restrições, o Jardim do Méier ainda preserva uma vegetação abundante que ultrapassa as barreiras físicas impostas pelas grades. Essa vegetação proporciona conforto térmico e sombra para quem utiliza o espaço, especialmente para as pessoas que aguardam atendimento na entrada lateral do hospital. Esse trecho do percurso se caracteriza como um “corredor urbano” movimentado, com grande fluxo de pedestres vindo ou indo à estação de trem, mas que carece de mobiliário e infraestrutura que proporcione novas dinâmicas. Reconhecendo o potencial de transformação desse espaço, o projeto propõe intervenções para ressignificar a área e oferecer maior qualidade de uso para seus frequentadores.
Uma das primeiras ações sugeridas é a remoção das grades que cercam o Jardim do Méier. A medida visa restaurar a permeabilidade do espaço, promovendo uma conexão mais fluida entre o jardim e o entorno, além de permitir a criação de um novo acesso na lateral voltada para o hospital. Um elemento marcante dessa praça é sua topografia, com um desnível de seis metros na área próxima à intervenção. Essa característica foi incorporada ao projeto como oportunidade para explorar novas possibilidades de caminhos e espaços de permanência. Um dos destaques da intervenção é a criação de um platô circular próximo à entrada lateral do hospital. Este novo espaço foi planejado como um ponto de permanência para as pessoas que aguardam atendimento, ao mesmo tempo em que serve como acesso alternativo ao jardim. Inspirado nos desenhos originais da praça, o platô é circular, tendo como eixo uma grande árvore, fortalecendo o diálogo entre o projeto e a vegetação local. Além disso, foram criados novos percursos dentro do jardim, incluindo caminhos mais longos, que incentivam a apreciação da vegetação, e trajetos mais diretos, para atender às necessidades de quem busca praticidade.
Outras melhorias incluem a reformulação da pavimentação da área de intervenção e a restauração do piso original de pedra portuguesa no restante da praça, que havia sido parcialmente modificado. O projeto também contempla a instalação de novas estruturas de iluminação, que acompanham os caminhos e se concentram na área próxima ao hospital. Esses postes de luz também sustentam coberturas translúcidas, ampliando a funcionalidade do espaço e garantindo conforto aos usuários.
Ao integrar essas ações, a intervenção busca revitalizar o Jardim do Méier como um espaço inclusivo e multifuncional, resgatando sua relevância histórica e atendendo às necessidades atuais da população local.
Planta de situação
Plano de massas - Planta de intervenção
Cobertura de telha de policarbonato com 5% de inclinação