junho - agosto 2016
A dimensão artística da roupa usada P. 4 - 5
A Humana apoiou através de cedência de vestuário o espetáculo de teatro “O Apartamento” protagonizado por Maria João Abreu, Heitor Lourenço, Hélder Gamboa, Vitor De Sousa, entre outros. Foto – Tenda Produções
— OS CIDADÃOS DOARAM 5.303 TONELADAS DE ROUPA USADA EM 2015
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— PROGRAMA DE VALES DE AJUDA CONCRETIZA RESPOSTA DE APOIO SOCIAL
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— NA LINHA DA FRENTE CONTRA O VIH/SIDA
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5.303 toneladas de têxtil recolhidas, graças a ti A recolha de roupa usada em 2015 evitou a emissão de 16.805 t de CO2 para a atmosfera.
A
Humana recolheu no ano passado 5.303.989 kg de roupa e calçado usados através de uma rede de 1.711 contentores e 7 lojas secondhand existentes em território nacional, para lhes dar um fim social. Objetivo esse, só possível graças à colaboração de mais de setecentos mil doadores que depositaram com confiança a sua roupa usada e ao apoio de entidades parceiras. A Associação tem atualmente uma equipa de 70 funcionários, o que significa que é criado um posto de trabalho permanente a tempo inteiro por cada 75.000 quilogramas de roupa recolhidos.
que se refere às opções de prevenção e gestão de resíduos: prevenção e redução, preparação para a reutilização, reciclagem, outros tipos de valorização, e por fim, a eliminação, quando as restantes opções não foram possíveis. A colocação de roupa usada em contentores destinados para o efeito inicia o ciclo de reutilização e valoriza adequadamente este recurso tanto em termos de materiais como de energia, aumentando o seu tempo de vida no circuito de consumo.
A recolha de roupa é um Diversas ações de sensibilização são efetuadas para promover a responsabilidade socioambiental. serviço gratuito para os dados da Comissão Europeia. As 5.303 micos. Um objetivo partilhado pela municípios e representa toneladas recolhidas no ano passado Diretiva Quadro de Resíduos (DQR) uma poupança significativa nos custos representaram a não emissão de da UE e pelo Ministério do Ambiente, de recolha e eliminação de resíduos 16. 805 toneladas de CO2 para a Ordenamento do Território e Energia, urbanos. Presentemente, em Portugal, atmosfera. em conformidade com o Decreto-Lei a Humana conta com mais de 135 n.º 73/2011 de 17 de junho e de acorentidades públicas e 140 privadas que do com a estratégia nacional, cuja colaboram connosco ao abrigo de Por cada 75.000 kg de rouprioridade é reforçar a prevenção da parcerias. pa recolhidos é criado um produção de resíduos e fomentar a sua posto de trabalho permareutilização e reciclagem com vista a A reutilização e a reciclagem têxtil nente. prolongar o seu ciclo de vida antes de contribuem para a proteção do meio os devolver em condições adequadas ambiente ao reduzir em parte os reao meio natural. síduos gerados pelos cidadãos, dando A Humana faz uma gestão eficaz das uma segunda vida à roupa que de doações de têxtil incentivando a reuA hierarquia dos resíduos assume-se outra forma iria parar ao aterro para tilização e a consciencialização para neste âmbito, como princípio funincineração. Cada quilo de roupa que um desenvolvimento sustentável em damental da política de ambiente, se reutiliza e não é incinerada evita a termos ambientais, sociais e econóa qual define a seguinte ordem no emissão de 3,169 kg de CO2 segundo
Quem Somos
A Humana Portugal é uma associação sem fins lucrativos, que desde 1998 promove a proteção do meio ambiente através da reutilização têxtil e implementa programas de cooperação em África, bem como de ajuda social em Portugal. Atualmente contamos com mais de 1.700 contentores para a recolha de roupa usada à disposição dos cidadãos, distribuídos pelo território nacional, onde poderão colocar as suas doações. De igual modo, o poderão fazer diretamente numa das sete lojas secondhand da associação. A Humana faz uma gestão eficaz das doações de roupa usada e incentiva a reuti-
Onde estamos Edição: Humana Portugal Fotografias: Arquivo Humana
Sede
Delegações
Rua B, nº 104, Armazém A Urbanização do Passil 2890-171 Alcochete T. +351 21 280 15 87 F. +351 21 280 15 86
Norte Rua da Gandra, nº 520 3885-246 Cortegaça T./F. +351 256 788 035
lização e o consumo responsável. Um objetivo partilhado pela Diretiva Quadro de Resíduos e o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, cuja prioridade é reduzir a produção de resíduos desde a sua origem e aumentar a preparação para reutilização e reciclagem de resíduos domésticos e similares. A reutilização e a reciclagem têxtil contribuem para a proteção do meio ambiente: cada quilo de roupa que se reutiliza e não é incinerada evita a emissão de 3,169 kg de CO2 segundo dados da Comissão Europeia. A recolha de roupa é um serviço gratuito para os
Sul Av. Vilamoura XXI, Edif. Portal de Vilamoura, Loja C-1 Bloco B 8125-017 Quarteira
LOJAS | LISBOA Av. Almirante Reis, nº 26 1150-018 Lisboa T. +351 21 812 91 80 Av. Almirante Reis, nº 94 1150-022 Lisboa T. +351 21 813 27 13
Todos os recursos gerados pela atividade de recolha e valorização da roupa em Portugal são dedicados ao objetivo social da organização. Graças à sua colaboração, entre 2013 e 2015, foi possível destinar 1,4 milhões de euros para projetos de educação e agricultura em África, mais concretamente na Guiné-Bissau e Moçambique. Estes programas de cooperação são desenvolvidos em zonas rurais com altos níveis de pobreza, promovendo um crescimento sustentável e a melhoria das condições de vida junto das comunidades onde operam. A valorização da roupa permite igualmente criar recursos, que em conjunto com as entidades públicas e privadas com quem estabelecemos parcerias, são destinados a iniciativas sociais e de apoio local em Portugal.
municípios e representa uma poupança significativa nos custos de recolha e eliminação de resíduos urbanos. Além da sua componente ambiental, a gestão de têxtil usado é um importante motor de desenvolvimento. Por um lado, na criação de emprego em Portugal (a Associação tem atualmente 70 funcionários) e por outro, porque os recursos obtidos com a gestão de têxtil usado viabilizam os programas de ajuda social e de sensibilização em Portugal e de cooperação para o desenvolvimento em África.
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Rua Morais Soares, nº70 1900-348 Lisboa T. +351 21 813 15 57
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Programa de Vales de Ajuda concretiza resposta de apoio social Em Portugal, os recursos obtidos com a gestão de têxtil usado permitem impulsionar diversos projetos sociais a nível local.
T
odos os recursos gerados com a atividade de recolha e valorização de roupa em Portugal destinam-se ao fim social da organização. A maior parte são dedicados a programas de cooperação na Guiné-Bissau e em Moçambique; e outra parte, cada vez mais significativa, a apoio local no nosso país em conjunto com diversas entidades. Desta forma, e conscientes do nosso compromisso, é possível reverter para a sociedade parte dos recursos gerados com a gestão da roupa doada.
Com âmbito local, esta intervenção visa canalizar a ajuda diretamente às populações como meio de potenciar o seu desenvolvimento comunitário e social, permitindo aos cidadãos o acesso a recursos têxteis de forma completamente gratuita.
pela Humana a estas entidades para que consoante as carências locais de recursos têxteis básicos possam ser uma resposta efetiva de apoio social junto dos cidadãos. Esta atribuição pode ser efetuada de duas formas, remetendo este critério exclusivamente à entidade apoiada. Assim, a instituição pode optar pela criação de stocks de roupa e/ou calçado consoante as necessidades que respetivas famílias possam apresentar em dado momento, sendo a própria entidade a proceder ao respetivo levantamento nas lojas Humana para posterior entrega aos utentes; ou através da sinalização das famílias mais carenciadas pelo departamento de Ação Social da entidade apoiada, que atribui os vales aos próprios utentes para que estes possam dirigir-se à loja e adquirir o que precisam consoante a sua própria seleção.
Inserido no programa de Apoio Social da Humana, o plano de Vales de Ajuda permite atribuir a instituições, entidades ou municípios com quem estejamos a desenvolver projetos de colaboração ou parcerias, a possibilidade de adquirir roupa e calçado de forma completamente gratuita na nossa rede de lojas secondhand. Estes vales não podendo ser adquiridos, são entregues
Ato de Entrega de Vales ao executivo da União de Freguesias de Queluz e Belas, a 9 de março.
Em vigor desde junho de 2013, este programa de Apoio Social atribuiu até à data 674 vales roupa Humana de valor unitário de 30 euros, perfazendo um valor global de 20.220 euros. Adicionalmente, o número de entidades beneficiárias tem crescido gradualmente de ano para ano, ainda que de momento a distribuição de Vales de Ajuda esteja circunscrito às áreas geográficas de Lisboa e Porto, onde estão localizadas a nossa rede de lojas secondhand. A sinalização de algumas carências a nível
local só é possível com o envolvimento das entidades parceiras e dos respetivos departamentos de Ação Social. Mencionamos algumas, que de uma forma regular têm colaborado com a Humana no âmbito deste projeto: Instituto de Apoio à Criança (IAC); Câmara Municipal do Seixal; União das Freguesias de Agualva e Mira Sintra; Junta de Freguesia dos Olivais; União de Freguesias de Queluz e Belas; Junta de Freguesia do Parque das Nações, entre outros.
159 é o número de Vales de Ajuda entregues no 1º trimestre de 2016
Campanha “Roupa por Alimentos” A 2ª edição desta campanha decorreu junto ao Mercado Municipal de S. Brás de Alportel e reverteu para famílias carenciadas.
N
uma cerimónia simbólica presidida por Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de S. Brás de Alportel, com todo o executivo presente, realizou-se no passado dia 14 de abril, na Loja Social do Município, a entrega oficial da verba angariada na campanha designada “Roupa por Alimentos”. Uma campanha que a autarquia implementou em colaboração com a Humana Portugal, visando angariar fundos para auxiliar a ajuda alimentar que está a ser dada a mais de cem famílias carenciadas do município. De referir que esta iniciativa, lançada por sugestão da vice-presidente da
Câmara, Marlene Guerreiro, cumpriu a sua segunda edição, mas “o nosso desejo é que continue a repetir-se no mesmo período” para que “as dificuldades sentidas pela autarquia em ajudar quem mais precisa, sejam mais facilmente superadas, designadamente com a ajuda da Humana, que é muito bem-vinda. Muito e muito obrigado!” – finalizou a autarca “por esta pequena cerimónia de enorme significado”, acrescentou. A campanha de recolha de roupa para converter em alimentos a favor da Loja Social do Município de S. Brás de Alportel, decorreu em espaço anexo ao Mercado Municipal, mediante a colocação de um contentor adicional
Cerimónia de entrega oficial da verba angariada com o executivo municipal de S. Brás de Alportel.
à rede de equipamentos que a Humana mantém instalados em diversos pontos estratégicos do concelho. O valor angariado para aquisição de
alimentos pela Loja Social do Município de S. Brás de Alportel foi de 400,00 euros e destinou-se a auxiliar famílias carenciadas do concelho.
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A expressão cénica O empréstimo ou a cedência de vestuário a produtoras de espetáculos são mais um exemplo das possibilidades da reutilização.
E
m contextos artísticos, o processo de construção de uma personagem passa por um trabalho do qual dependem vários fatores, e para o qual, só através da confluência dos diversos intervenientes (atores, o encenador, o argumento,…) é possível imprimir verosimilidade ao espetador e à narrativa. Um dos aspetos fulcrais para esta construção passa pelo guarda-roupa ou figurino, que pela sua importância, exerce a função complementar de enriquecer e credibilizar as personagens encaixando no contexto proposto, cumprindo a sua função como elemento comunicador. O vestuário delimita onde ocorre a narrativa, o tempo e o espaço, envolvendo o respetivo público. Os diretores artísticos e responsáveis pelo guarda-roupa têm assim um papel significativo no êxito de uma produção ou projeto. A Humana colabora regularmente em projetos culturais de diversa índole, através da cedência ou venda a preços especiais de roupa usada a companhias de teatro ou produtoras de cinema e televisão. Nestes últimos dois anos, este apoio tem sido mais efetivo, tendo colaborado em vários projetos de produtoras e companhias como: UmColetivo, Companhia Limitada (Largo Residências), Real Ficção, entre outras; e mais recentemente a Tenda Produções com o espetáculo de teatro “O Apartamento”, em estreia mundial e com um elenco notável.
Estreia de “O Apartamento” no Teatro Trindade a 8 de abril. Fonte | MOVE Notícias
“O Apartamento” obra do consagrado Billy Wilder, numa adaptação única de Hélder Gamboa e Jorge Fraga, considerado um dos maiores encenadores nacionais, esteve em cena no Teatro Trindade de 8 de abril a 15 de maio de 2016. Esta comédia romântica, passada nos Anos 50, conta as aventuras de C.C. Baxter (Hélder Gamboa) um funcionário de uma megaempresa de seguros na cidade de Nova Iorque que com o intuito de obter uma ascensão profissional resolve emprestar o seu apartamento aos seus chefes hierárquicos para que pudessem ter encontros amorosos. Uma sátira social, com um regresso aos valores da ética e da moral doseada com muito humor, dadas as cenas inusitadas que compõem esta teia de relações humanas. Do elenco fizeram parte 16 atores, entre os quais: Hélder
Gamboa (C.C. Baxter), Maria João Abreu (Fran Kubelik), Heitor Lourenço (Jeff Sheldrake), Vítor de Sousa (Dr.Dreyfuss), Paula Guedes (Mildred Dreyfuss) e Ângela Pinto (Srta. Olsen). “Numa peça de época como esta, que caracteriza os Anos 50, o guarda-roupa é fundamental e intrínseco à construção e interiorização das personagens. Numa fase inicial de pesquisa, tentámos perceber como a sociedade estava organizada e o qual o modus vivendi que existia nessa altura e foi através do vestuário que conseguimos materializar essa estética”, explica Ângela Pinto, produtora e atriz do espetáculo. “A roupa usada além de permitir caracterizar em termos globais uma época, ou um dado momento temporal, reflete igualmente os extratos sociais a que a personagem pertence, tornando-a mais real tanto para quem a interpreta como para o público. No caso da Srta. Olsen, a secretária de direção que interpreto, o requinte de detalhes do figurino teria que ser expressivo do glamour que o vestuário detinha à data”, salienta.
O filme “O Apartamento” com Jack Lemmon e Shirley MacLaine ganhou 5 Óscares. “A roupa usada tem uma textura própria, um padrão ou silhueta típica de uma utilização anterior, que aplicado ao contexto cénico carrega mensagens que muitas vezes não são ditas através de diálogos. A aplicação deste referencial enriquece a personagem, possibilita transformações e enquadra a história com os restantes elementos que a compõem. Sendo um atributo visual, poderá ter a capacidade de caracterizar as personagens tanto física quanto psicologicamente. Tratando-se de espetáculo de época o guarda-roupa assume, de facto, um relevo adicional”, conclui. Igualmente com o grupo UmColetivo, a Humana tem colaborado regularmente através de cedência de vestuário para apoio a projetos de cinema - “Ninho” (2016) de J.P. Nunes, que conta a história de um mundo de sonhos impossíveis construído pela imaginação de uma criança; e de teatro – “Silêncio” (2015) de Rúben A., uma peça sobre o amor em ruínas entre um homem e uma mulher, protagonizada por dois atores num carro, durante 48 horas, para dois espetadores de cada vez. E a trilogia “Três Irmãs: Irina, Macha e Olga” (2015 - 2016) reinterpretando as Três Irmãs de
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da roupa usada
IRINA de “Três Irmãs” no Espaço Zoot da Lx Factory, em Lisboa. Foto ©Alípio Padilha
MACHA, o segundo espetáculo da trilogia no Teatro Ibérico, em Lisboa. Foto © Vitorino Coragem
A roupa usada é mais credível, conta uma história que é mais pessoal e íntima, induz a personagem num movimento e estética específicos que podem ser transpostos para o espetáculo” Cátia Terrinca, diretora artística “Três Irmãs”
Tchékhov em três espetáculos diferentes espaçados no tempo. Olga, o último, tem estreia marcada para o próximo dia 20 junho e estará em cena na Escola Básica da Ajuda, em Lisboa. “Três Irmãs” com textos de Luísa Monteiro, Valério Romão e Rui Pina Coelho e direção artística de Cátia Terrinca e Francisco Salgado, narra uma jornada a três tempos sobre ilusão e fuga. Irina, Macha e Olga (interpretadas por Cátia Terrinca) idealizam voltar para Moscovo, cidade em que cresceram, imbuídas no tédio de uma vida bucólica confinadas à sua casa de campo. Cada uma delas é uma estação dessa viagem rumo ao sonho da capital: Irina (inverno), Macha (primavera) e Olga (verão). Sobre cada uma, constrói-se um espetáculo diferente, no corpo da mesma atriz e sob os detritos do espetáculo anterior. Cátia Terrinca, atriz, diretora artística e fundadora de UmColetivo, elucida: “Consoante as características de cada projeto há um trabalho prévio de construção das personagens que é
Cátia Terrinca, fundadora de UmColetivo e atriz. Foto © MAR (Margarida A. Rodrigues)
indissociável da criação dos respetivos figurinos. A roupa traduz e acrescenta peso ao corpo; a sensação tátil que a roupa estabelece com o protagonista permite-lhe chegar a outras camadas de representação. Agindo diretamente sobre o corpo e sobre o espaço, a roupa é o que intermedeia a relação com o espetador.” Enquanto diretora artística, utiliza preferencialmente roupa em segunda mão na composição do guarda-roupa dos projetos que integra. “A roupa usada é mais credível, conta uma história que é mais pessoal e íntima, induz a personagem num movimento e estética específicos que podem ser transpostos para o espetáculo. Neste sentido, as Lojas Humana, devido à multiplicidade de estilos e ao dinamismo de oferta possibilitam selecionar as mais variadas peças, que por não serem novas, vão de encontro às exigências de um determinado projeto ou personagem”, explica Cátia Terrinca, “por outro lado, a roupa dita convencional pode tornar-se monótona e desinteressante para o
espetador, ao passo que uma peça única e impactante, claramente produzirá outro efeito.” Na seleção de vestuário, para as mais variadas produções, existem certos fatores a considerar pelos figurinistas ou diretores artísticos. Estes poderão ser de ordem económica, dado a grande quantidade de peças necessárias para comportar as diferentes mudas de roupa tanto dos protagonistas como dos figurantes; bem como, os que se prendem com a própria utilidade deste vestuário após o termino do projeto. “Começou-nos a fazer muito sentido recorrer ao empréstimo de roupa em segunda mão para a construção de figurinos tanto para teatro como para cinema, porque a utilizamos durante um tempo delimitado e num respetivo processo de trabalho. É roupa para um fim concreto que nestes moldes poderá ser devolvida”, indica Terrinca, “dado a relação pessoal que já mantinha com as Lojas Humana, surgiu esta possibilidade…que foi continuando ao longo do
tempo”, acrescenta e conclui. No âmbito de apoio a produções culturais, convém ainda destacar o mais recente projeto da Companhia Limitada. Uma produção do nosso parceiro Largo Residências e co-produção do Teatro Nacional D. Maria II, no qual a Humana colaborou através de empréstimo de roupa usada para o espetáculo. “Estação Terminal” de Madalena Victorino e Pedro Salvador foi o terceiro momento da trilogia Companhia Limitada que, tal como as duas edições anteriores, propôs-se reinventar a solidão urbana. Um espetáculo que contou com setenta e cinco participantes e decorreu em vários espaços do Teatro Nacional; desde o Largo do Regedor ao gabinete do diretor artístico, passando pelos terraços, as arcadas do Rossio, camarins, armazéns e corredores, até ao Salão Nobre. Estreou a 12 de maio e esteve em cena até ao dia 22, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.
6 junho-agosto
Na linha da frente contra o VIH/SIDA TCE promove o diálogo personalizado sobre hábitos sexuais e de higiene.
Humana People to People luta contra esta pandemia em conjunto com as comunidades do hemisfério Sul onde está presente.
A
síndrome de imunodeficiência adquirida VIH/SIDA provoca nas pessoas uma vulnerabilidade acrescida face a outras doenças, como a hepatite ou a tuberculose. Através de dados divulgados pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA (ONUSIDA) é agora possível entender melhor a incidência do VIH a nível global, com especial destaque para a África Subsariana, onde se concentram cerca de 70% do número total de novas infeções à escala mundial.
Humana luta contra o VIH mediante o seu programa TCE em 7 países. Calcula-se que, em 2013, 24,7 milhões de pessoas viviam com o VIH, das quais 58% eram mulheres. Neste período surgiram aproximadamente 1,5 milhões de novas infeções, ainda que entre 2015 e 2013 este valor tenha decrescido
33%, e no mesmo intervalo de tempo o número de mortes relacionadas com SIDA tenha baixado 39%. Em 2013, foram detetadas 210.000 novas infeções por VIH em crianças, sendo que desde 2009 se tenha assistido a uma redução na ordem dos 43% entre as crianças dos 21 países prioritários do Plano Mundial em África. O trabalho da Humana e do resto das organizações que formam a Federação Humana People to People face ao VIH/SIDA no hemisfério Sul centra-se em dois programas relacionados com a luta contra esta pandemia. O primeiro é o Total Control of the Epidemic (TCE), cujo objetivo é mobilizar a comunidade para a prevenção do VIH e o respetivo acesso aos tratamentos. Sempre em estreita colaboração com os governos de cada país, o TCE promove o diálogo personalizado sobre hábitos sexuais e de higiene,
entre outras atividades. O segundo programa, denominado de HOPE, baseia-se em ações que previnam infeções, conduzindo a modos de vida saudáveis, dando estrutura e fomentando alianças para que as pessoas se apoiem mutuamente e consigam enfrentar as consequências da doença. Este programa está implementado em Angola, Botswana, Índia, Moçambique, África do Sul, Zâmbia e Zimbabwe, colaborando com os centros de saúde públicos e parceiros locais. A abordagem da ONUSIDA de Resposta Rápida insta os países a alcançar um ambicioso conjunto de metas até 2020, incluindo a redução do número de pessoas infetadas pelo VIH e pessoas que morrem de causas relacionadas à SIDA para menos de 500.000 por ano. Assim como à duplicação do número de pessoas em tratamento estabelecendo a meta 90-90-90, que prevê que: 90% das pessoas que vivem com VIH estejam diagnosticadas; 90% das pessoas com diagnostico positivo tenham acesso ao tratamento; e 90%
das pessoas em tratamento tenham carga viral indetetável.
O objetivo do TCE é mobilizar a comunidade para a prevenção do VIH e o acesso ao tratamento. A ONUSIDA identificou 35 países que devem priorizar e adotar a Resposta Rápida visto que representam 90% dos novos casos de infeções de VIH/ SIDA, necessitando assim, de uma atenção particular para que o objetivo da erradicação seja alcançado. Concentrando esforços e reforçando investimentos no sentido de assegurar uma resposta célere e global que trave a propagação do VIH, por meio de programas integrais de prevenção e tratamento junto das populações mais afetadas, podemos ambicionar que a SIDA deixe de ser uma ameaça à saúde pública e se obtenham grandes benefícios até 2030: evitando 21 milhões de mortes relacionadas à SIDA e 28 milhões de novas infeções de VIH, as quais 5,9 em crianças.
junho-agosto 7
Mais moda sustentável com inauguração de loja
Os cidadãos estão cada vez mais conscientes da importância da sustentabilidade no consumo de roupa. Na imagem, inauguração de loja na Rua Morais Soares, em Lisboa, a 3 de março.
Aumenta a oferta secondhand e a rede de estabelecimentos em Lisboa.
A
Humana inaugurou, no passado mês de março, uma nova loja de moda sustentável na Rua Morais Soares, nº 70 em Lisboa. A abertura desta nova loja oferece a todos os clientes da capital a melhor seleção de moda sustentável na relação qualidade-preço e constitui-se como uma alternativa de estilo excitante face à oferta convencional. Localizada no centro da cidade, em local emblemático e de ótima acessibilidade, esta será a maior loja da Humana em Portugal. Com uma área de cerca de 350m2, o nº 70 da Rua Morais Soares disponibi-
liza roupas em segunda mão a preços acessíveis e com a melhor qualidade.
Localizada no centro de Lisboa esta será a maior loja da Humana em Portugal. De roupa e acessórios para senhora, homem ou criança até ao calçado ou aos têxteis para o lar, a loja tem capacidade para albergar 10 mil peças de vestuário, direcionadas para um público que procura a qualidade aliada a um preço baixo e com consciência social.
Desde 1998, a Humana Portugal tem desenvolvido um modelo especializado na preparação para a reutilização. Promovendo, deste modo, a segunda vida da roupa como pilar da moda sustentável. Neste contexto, a reutilização é fundamental: A peça de vestuário mais sustentável é aquela que já foi fabricada. Por outro lado, os cidadãos estão cada vez mais conscientes da importância da reutilização e de um modelo de consumo responsável que contribua para a proteção ambiental. Ganhando cada vez mais peso a moda ética, baseada no respeito pelo planeta e pelas pessoas através de um posicionamento e paradigma cada vez mais sustentável.
Os recursos gerados pelas lojas, assim como o trabalho da Humana a nível de recolha e gestão de roupa usada, permitem a realização de programas de cooperação em África e promovem as boas práticas ambientais colaborando com a sustentabilidade ambiental.
Baseada no respeito pelo planeta e pelas pessoas, a moda ética é cada vez mais uma opção. Atualmente, a rede de lojas Humana é composta por 6 lojas em Lisboa e 1 no Porto, onde é possível adquirir roupa em segunda mão e acessórios ao melhor preço.
Campanha Vintage nas Lojas Humana O charme das peças em segunda mão.
sível, padrões irrepetíveis e autenticidade; em artigos com um imenso potencial e uma narrativa única.
D
Tendência do momento, o vintage parece estar cada vez mais presente nas ruas portuguesas com o regresso da inspiração da roupa de outros tempos a moldar as propostas nostálgicas das próximas estações. Sempre com oferta vintage disponível, continue a usar as múltiplas possibilidades que as Lojas Humana lhe oferecem para afirmar a sua individualidade nas suas opções de consumo e de estilo.
e 17 a 20 de março decorreu em três Lojas Humana de Lisboa e Porto a Campanha especial Vintage, onde os clientes tiveram à sua disposição em espaços dedicados (corners) uma grande variedade de peças vintage a preços excelentes. Com esta campanha foi possível revisitar o universo vintage e descobrir peças com corte, qualidade irrepreen-
Campanha Vintage nas lojas de Lisboa (Almirante Reis, 94 e Fanqueiros, 225) e Porto (Passos Manuel, 62).
EPorque tu
Qualidade, preços baixos, peças únicas e diferentes, apoio a projetos, moda sustentável... muitos são os motivos para optar pelas lojas secondhand.
compras na Humana? Miriam Azevedo – 50 anos
“
Sou cliente habitual e como conheço o vosso objetivo social, prefiro fazer as minhas compras nas lojas Humana para assim poder contribuir. Outro motivo que me agrada, são os preços serem em conta e a oferta ser diversificada. Consigo sempre encontrar peças muito interessantes. Como venho regularmente às lojas, estou sempre atenta às novidades e promoções, especialmente nos artigos vintage.”
Dilia Dias – 57 anos
Adriano Bernardino – 43 anos
“
Sou cliente das vossas lojas há algum tempo e compro na Humana devido à excelente relação qualidade-preço. O facto de apoiarem projetos de âmbito humanitário é algo que me revejo enquanto cliente e cidadão. Como costumo acompanhar as vossas promoções nas redes socias, hoje vim ver se encontrava casacos e calças de marca…para já estou muito satisfeito com a oferta.”
Emivaldo Silva – 20 anos
“
Essencialmente devido à qualidade da roupa, aos preços baixos e à simpatia das funcionárias. Soube há pouco que as compras efetuadas revertem para projetos solidários, o que me agradou bastante… e vai com certeza determinar que me torne uma cliente mais regular. Gosto da forma como a roupa está organizada e em especial o espaço vintage, onde facilmente encontro o que procuro.”
Tânia Gordo – 36 anos
“
Comecei a vir às lojas Humana por indicação da minha mãe, que é cliente habitual, agora venho regularmente e procuro essencialmente artigos diferentes ou em pele. De uma forma geral encontro sempre peças que gosto e a preços muito bons, que noutras lojas possivelmente não poderia comprar. A roupa em segunda mão é sem dúvida uma opção com qualidade e tem a vantagem de serem peças únicas, que mais ninguém tem.”
Beatriz David – 21 anos
“
Compro nas lojas Humana porque têm peças diferentes, com muita qualidade e a preços acessíveis. Para além disso, tenho conhecimento do vosso fim social e identifico-me com o conceito secondhand. Sempre que posso opto por artigos em segunda mão, porque entendo que a reutilização de roupa faz todo o sentido se queremos ser cada vez mais sustentáveis.”
“
É a primeira vez que entro numa loja Humana. Já tinha ouvido falar no vosso conceito de moda sustentável e sabia que era uma loja de roupa em segunda mão…que claramente prefiro!...mas não conhecia as lojas. Hoje entrei porque a montra me despertou interesse, tanto a nível de artigos como de promoções. Pelo que pude ver têm uma seleção de peças com muita qualidade e fora do comum… muito bom…Gostei!”
Humana Day 2016: “Quality Education for Development” Este evento anual, em que participam outras organizações de HPP, chega à 7ª edição.
A
importância de uma educação de qualidade como motor de desenvolvimento é o tema escolhido para a próxima edição do Humana Day, que terá lugar durante os meses de setembro e outubro. Poder contar com um número suficiente de professores bem formados, com instalações e material adequado, tanto em termos de conteúdos como de quantidade, são condições necessárias para promover uma educação de qualidade no hemisfério Sul. O Humana Day é um evento anual, no qual participam outras organizações
da Federação Humana People to People na Europa. Os temas escolhidos nas seis edições anteriores foram: “Education for All”, “Food for All”, “Women in Action” e, durante três anos consecutivos, “Our Climate, Our Challenge”. As organizações que fazem parte da Humana People to People fazem a gestão de meia centena de escolas de formação de professores em 12 países. Os docentes promovem o desenvolvimento local e transmitem uma educação de qualidade. Deste modo, melhoram as condições pedagógicas dos seus alunos e fortalecem a comunidade.
Contar com docentes bem formados é essencial para uma educação de qualidade no hemisfério Sul.