AS 6 (SEIS) MARAVILHAS DE SALVADOR (BAHIA-BRASIL-2016): ROTEIROS TURÍSTICOS
ALIGER DOS SANTOS PEREIRA (Organizadora)
ALIGER DOS SANTOS PEREIRA (Org.)
AS 6 (SEIS) MARAVILHAS DE SALVADOR (BAHIA-BRASIL-2016): ROTEIROS TURÍSTICOS
Salvador 2016
P397
As 6 maravilhas de Salvador (Bahia-Brasil-2016) - Roteiros Turísticos. Aliger dos Santos Pereira (Organizadora). - 1. ed. - Salvador: Editora Independente, 2016. 228 p. ISBN: 978-85-917085-2-9 Coletânea de 6 (seis) Roteiros Turísticos da cidade de SalvadorBahia no ano de 2016. 1. Turismo. 2. Roteiro Turísticos. 3. Salvador. 4. Interdisciplinaridade. I. Pereira, Aliger Santos (Organizadora.). III. Universidade do Estado da Bahia. IV. Colegiado de Turismo e Hotelaria. CDU: 658
REITOR José Bites de carvalho
VICE REITORA Carla Liane Nascimento Santos
DEPARTAMENTO DE CIÊCIAS HUMANAS - DCH-I - SALVADOR Flávio Dias Santos Correia
COLEGIADO DE TURISMO E HOTELARIA Aliger dos Santos Pereira
COMISSÃO ORGANIZADORA E CIENTÍFICA DOCENTES Aliger dos Santos Pereira Décio Torres Cruz
Link currículo lattes http://lattes.cnpq.br/9514806025242255
Emília Maria Salvador Silva Francisca de Paula Santos da Silva
http://lattes.cnpq.br/8439638524215842
Rosali Braga Fernandes
http://lattes.cnpq.br/3393392811162373
Rosana Santana dos Reis
http://lattes.cnpq.br/8000859972464480
Tadeu Bello dos Santos
http://lattes.cnpq.br/6009244851099759
http://lattes.cnpq.br/4005740872697177 http://lattes.cnpq.br/7536235341113556
EDITORAÇÃO / SECRETÁRIA Juliana Vieira Santos Pereira Rafaela Almeida Nascimento ILUSTRAÇÃO (CAPA E LIVRO) Telma Regina Dias de Souza Acesso na web: http://www.uneb.br Endereço: Rua Silveira Martins, 2555 - Cabula Salvador - Bahia - Brasil - CEP: 41.150-000 APOIO Modelos e Estruturas Organizacionais a Nível Territorial para Ações Sustentáveis (METAS)
PREFÁCIO Elaborar um projeto de seminário interdisciplinar para um curso de Turismo e Hotelaria apresenta um grau de complexidade singular em função da amplitude de conhecimentos que são trabalhados pelos professores e pela atividade multifacetada, interdependente, transversal que é o turismo enquanto fenômeno socioeconômico das sociedades modernas, tornando-se dessa maneira em desafios constantes quando temos que definir um tema que contemple conteúdos a serem abordados em cada disciplina do semestre. Desse modo, partindo dos objetivos do seminário interdisciplinar do VI semestre de 2015.2, onde se busca integrar os conteúdos discutidos em cada disciplina atrelando-os à temática central, potencializar ações coletivas de trabalhos no intuito de desenvolver competências técnicas e humanas e agregar novos saberes é que, então, decidimos escolher espaços de Salvador detentores de forte atratividade e estrutura turísticas nas quais estão localizados e denominados de os “7 Pontos Mágicos” eleitos pela população através de um concurso realizado pela empresa de turismo de Salvador - SALTUR. A partir do empenho e dedicação que nossos alunos depositaram na proposta de construir este trabalho interdisciplinar é que terminaram por produzir um Guia Turístico, Cultural e Acadêmico para a cidade do Salvador e roteiros turísticos bem formatados, diferenciados e inovadores para o trade turístico em geral e com versão em português e inglês. Cabe, ainda, ressaltar que a motivação, as estruturas cognitivas dos estudantes, a natureza da tarefa a realizar e o contexto da comunicação amalgamaram a apropriação desses saberes aqui apresentados. Outrossim, sobressaem-se também a pessoa de cada professor, os meios e estratégias de que se serve para disponibilizar os saberes e a pessoa do estudante com aquilo que faz para se apropriar do que é proposto. Nesse ensejo, acreditamos que atingimos os objetivos do seminário interdisciplinar e, por tabela, acabamos incentivando aquilo que é mais caro à academia: a produção de conhecimento. Deixo aqui as minhas saudações e agradecimentos a todos os estudantes e professores que estiveram a frente desse desafio. A Universidade do Estado da Bahia - UNEB certamente colherá bons frutos desses roteiros turísticos e, quiçá, abrirá novas oportunidades ao nosso alunado e ao curso de Turismo e Hotelaria. Parabéns a todos! TADEU BELLO DOS SANTOS (Coordenador do trabalho interdisciplinar do VI semestre do curso de Turismo e Hotelaria - UNEB) Link currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6009244851099759
APRESENTAÇÃO
“Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes“ (PAULO FREIRE).
Os 6 (seis) roteiros Turísticos apresentados nesta obra é fruto da disciplina denominada “Atividade Interdisciplinar” do 6º semestre do Curso de Turismo e Hotelaria da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, que representa o grau mais avançado de relação entre os conteúdos das disciplinas (Língua Inglesa Aplicada, Gestão de Agência de Viagens, Marketing de Serviços em Turismo e Hotelaria, Planejamento Urbano, Patrimônio Cultural e Pesquisa e Análise do Mercado Turístico) com o uso da interdisciplinaridade, pois considerou-se o real entrosamento entre elas. Neste caso, não ocorreu a simples justaposição ou a complementaridade entre os elementos disciplinares, mas uma nova combinação de elementos internos e o estabelecimento de canais de trocas entre os campos, em torno de uma tarefa a ser desempenhada conjuntamente entre docente, discentes e a sociedade. Espera-se que surjam novos conhecimentos e trabalhos no curso de Turismo e Hotelaria da Universidade do Estado da Bahia - UNEB que promova troca de conhecimento entre docentes, discentes e a sociedade. Esta troca de conhecimento tem importância, pois envolve todos os autores presentes no processo de aprendizagem de forma contínua e processual, pois garante maior comunicação entre o corpo docente e discente, promovendo possibilidades distintas de novos olhares a um mesmo fato. Além disso, gera uma interação entre distintos conteúdos proporcionando a compreensão de como essas áreas do conhecimento que podem se articular no desenvolvimento de produções acadêmicas como esta. A ideia dos roteiros turisticos surgiu a partir do debate participativo entre alunos e professores sobre os “7 Pontos Mágicos” eleitos pela Empresa Salvador de Turismo (SALTUR) em conjunto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Secretaria Estadual de Turismo, Empresa de turismo da Bahia S/A (BAHIATURSA), Conselho Baiano de Turismo e Câmara de Turismo da Baía de Todos os Santos, que são: Barra, Baia de Todos os Santos, Centro Histórico, Comércio e Avenida Contorno, Dique do Tororó, Itapuã com a Lagoa do Abaeté e a Península de Itapagipe. A partir daí os professores separaram as equipes; e iniciou-se os trabalhos.
Os pontos trabalhados neste livro foram: a Barra, o Centro Histórico, o Comércio juntamente com a Avenida Contorno, o Dique do Tororó, o bairro de Itapuã com a Lagoa do Abaeté, e a Península de Itapagipe. O único ponto não contemplado foi a Baia de Todos os Santos (que compreende as Ilhas da Maré, Frades e Bom Jesus dos Passos). Partindo deste pressuposto, esse trabalho da disciplina de Seminário Interdisciplinar possui como objetivo a elaboração de Folder, juntamente com um Guia Turístico, Cultural e Acadêmico. A realizar este trabalho, sempre com a orientação do corpo docente e o apoio do Colegiado do Curso de Turismo e Hotelaria, o aluno tem a experiência prática, bem como adquire as competências necessárias para o exercício futuro de sua profissão de Turismologo. No que diz respeito à construção do folder o objetivo é o de apontar de forma objetiva (com base na coleta de dados in-loco no ano de 2016) os atrativos das localidades pesquisadas. Boa Leitura e bom passeio nos roteiros Turisticos de Salvador (Bahia)!!!
ALIGER DOS SANTOS PEREIRA (Coordenadora do Colegiado de Turismo e Hotelaria - UNEB) Link currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9514806025242255
SUMÁRIO
PREFÁCIO APRESENTAÇÃO 1 BARRA.............................................................................................................................
12
1.1 APRESENTAÇÃO.........................................................................................................
13
1.2
PRESSUPOSTOS
TEÓRICOS
NORTEADORES
DAS
DISCIPLINAS
ENVOLVIDAS....................................................................................................................
16
1.3 PATRIMÔNIO CULTURAL DO PONTO MAGICO – BARRA.................................
17
1.4 MAPEAMENTO DA OFERTA E DA DEMANDA TURÍSTICA................................
20
1.4.1 Análise da oferta........................................................................................................
20
1.4.2 Análise da demanda...................................................................................................
23
1.5 TABULAÇÃO DE DADOS...........................................................................................
25
1.6 PLANO DE MARKETING DO ROTEIRO TURÍSTICO, NO QUAL SE INCLUI COMERCIALIZAÇÃO.......................................................................................................
29
1.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................
32
REFERÊNCIAS..................................................................................................................
33
FOLDER..............................................................................................................................
36
2 CENTRO HISTÓRICO..................................................................................................
39
2.1 APRESENTAÇÃO.........................................................................................................
40
2.2 CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR (RECORTE PELOURINHO/SÉ).............................................................................................................
41
2.2.1 Localização.................................................................................................................
42
2.2.2 Origem do nome.........................................................................................................
43
2.2.3 Histórico.....................................................................................................................
43
2.3 MAPEAMENTO DA OFERTA E DA DEMANDA TURÍSTICA...............................
47
2.3.1 Oferta..........................................................................................................................
47
2.3.2 Demanda.....................................................................................................................
54
2.3.3 Levantamento dos atrativos Histórico-Culturais....................................................
59
2.4 PLANO DE MARKETING............................................................................................
71
2.4.1 Análise Situacional.....................................................................................................
72
2.4.2 Concorrência..............................................................................................................
71
2.4.3 Análise Potencialidade, Fragilidade, Oportunidade e Ameaça (PFOA)...............
73
2.4.4 Objetivos e Metas......................................................................................................
74
2.4.5 Estratégias..................................................................................................................
74
2.4.6 Composto de Marketing............................................................................................
75
REFERÊNCIAS.................................................................................................................
76
FOLDER..............................................................................................................................
78
3 COMÉRCIO E AVENIDA CONTORNO.....................................................................
81
3.1 APRESENTAÇÃO........................................................................................................
82
3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO DO PONTO MÁGICO................................................................................................................ 3.3
PRESSUPOSTOS
TEÓRICOS
NORTEADORES
DAS
DISCIPLINAS
ENVOLVIDAS....................................................................................................................
84
86
3.4 MAPEAMENTO DA OFERTA E DA DEMANDA TURÍSTICA...............................
89
3.4.1 Demanda Turística do Bairro do Comércio e Avenida Contorno.........................
89
3.4.2 Relação do Patrimônio Cultural Do Bairro do Comércio e Avenida Contorno
91
3.5 SERVIÇOS TURÍSTICOS DO BAIRRO DO COMÉRCIO E AVENIDA CONTORNO........................................................................................................................
119
3.5.1 Hospedagem...............................................................................................................
119
3.5.2 Lojas Turísticas..........................................................................................................
120
3.5.3 Restaurantes e bares..................................................................................................
120
3.6 INFRAESTRUTURA DO BAIRRO DO COMÉRCIO E AVENIDA CONTORNO...
122
3.6.1 Iluminação Pública....................................................................................................
122
3.6.2 Segurança Pública.....................................................................................................
123
3.6.3 Acessibilidade............................................................................................................
124
3.6.4 Saneamento básico.....................................................................................................
124
3.6.5 Sistemas de Transporte.............................................................................................
126
3.7 ANÁLISE DO MAPEAMENTO DA OFERTA E DA DEMANDA TURÍSTICA.......
127
3.8 ELABORAÇÃO DE UM ROTEIRO TURÍSTICO PARA O PONTO MÁGICO DO COMÉRCIO E DA AVENIDA CONTORNO.....................................................................
128
3.9 PLANO DE MARKETING DO PONTO MÁGICO DO COMÉRCIO E DA AVENIDA CONTORNO - STRENGTHS (FORÇAS), WEAKNESSES (FRAQUEZAS),
130
OPPORTUNITIES (OPORTUNIDADES) E THREATS (AMEAÇAS) - SWOT............... 3.9.1 Estratégias de Marketing..........................................................................................
131
3.9.2 Mercado alvo..............................................................................................................
131
3.9.3 Composto de marketing para cada mercado-alvo...................................................
131
3.10 IMPLEMENTAÇÃO DE MARKETING.....................................................................
132
REFERÊNCIAS..................................................................................................................
132
APENDICE A - AGÊNCIAS QUE PRESTAM O SERVIÇO DE RECEPTIVO LOCAL REGISTRADAS NO CADASTUR..................................................................... APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO DE DEMANDA TURÍSTICA PARA O TURISTA NO PONTO MÁGICO..................................................................................... APÊNDICE C - INVENTÁRIO DA OFERTA TURÍSTICA......................................... APÊNDICE D - QUESTIONÁRIO DE DEMANDA TURÍSTICA PARA LOCAIS FREQUENTADOS PELOS TURISTAS NO PONTO MÁGICO..................................
136
137 139 141
APÊNDICE E.1 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS....................
142
APÊNDICE E.2 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS....................
143
APÊNDICE E.3 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS....................
144
FOLDER..............................................................................................................................
145
4 DIQUE DO TORORÓ.....................................................................................................
148
4.1 APRESENTAÇÃO.........................................................................................................
149
4.2 HISTÓRIA......................................................................................................................
150
REFERÊNCIAS..................................................................................................................
160
FOLDER..............................................................................................................................
161
5 ITAPUÃ E ABAETÉ.......................................................................................................
164
5.1 APRESENTAÇÃO.........................................................................................................
165
5.2 PLANO DE MARKETING TURISTICO EM ITAPUÃ................................................
166
5.3 PATRIMÔNIO...............................................................................................................
173
5.4 OUTROS ASPECTOS DA OFERTA TURÍSTICA.......................................................
179
5.5 DEMANDA TURÍSTICA..............................................................................................
180
5.6 COMPOSTO DE MARKETING....................................................................................
183
5.6.1 Produto.......................................................................................................................
183
5.6.2 Preço............................................................................................................................
184
5.6.3 Praça...........................................................................................................................
184
5.6.4 Promoção....................................................................................................................
184
5.7 PÚBLICO-ALVO...........................................................................................................
185
5.8 CONCORRÊNCIA.........................................................................................................
185
5.9 PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO..............................................................................
185
5.10 ROTEIRO TURÍSTICO...............................................................................................
186
5.11 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................
188
REFERÊNCIAS..................................................................................................................
189
FOLDER..............................................................................................................................
191
6 PENÍNSULA DE ITAPAGIPE.......................................................................................
196
6.1 APRESENTAÇÃO.........................................................................................................
197
6.2 OS BAIRROS.................................................................................................................
199
6.3 MERCADO TURÍSTICO DA PENINSULA DE ITAPAGIPE.....................................
202
6.4 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS COM A OFERTA DURANTE VISITA À PENÍNSULA ITAPAGIPE................................................................................. 6.5 DEMANDA TURÍSTICA.............................................................................................. 6.5.1 Análise dos questionários aplicados com os turistas durante visita à Península Itapagipe.............................................................................................................................. 6.6 AÇÕES ESTRATÉGICAS DE MARKETING (COM O COMPOSTO DE MARKETING DOS 4 P'S)...................................................................................................
210 211 210
216
6.6.1 Produto.......................................................................................................................
216
6.6.2 Praça...........................................................................................................................
217
6.6.3 Preço............................................................................................................................
217
6.6.4 Promoção....................................................................................................................
217
6.7 ROTEIRO TURÍSTICO..............................................................................................
218
REFERÊNCIAS..................................................................................................................
220
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO PARA O TURISTA: UNEB - DCH I - TUH........
222
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO PARA O EMPRESÁRIO/ COMERCIANTE: UNEB - DCH I - TUH......................................................................................................... FOLDER..............................................................................................................................
224 226
12
1 BARRA
13
Cássia Nunes Crislaine Silva Geisa Barbosa Hebert Francisco Izi Raiane Rebouças Micaela Santana 1.1 APRESENTAÇÃO
A contextualização histórica do bairro precede a construção da cidade de Salvador, pois, quando a América portuguesa foi dividida em capitanias hereditárias Francisco Pereira Coutinho, um nobre português, tornou- se o donatário da capitania da Baía de Todos os Santos, desembarcando em 1536, no porto da Barra. A etimologia da palavra “barra” tem por definição a entrada estreita de um porto ou a linha de arrebentações, permanentes ou muito frequentes de ondas junto a costa (DOREA, 2006). Retomando ao contexto histórico o Porto da Barra foi o local escolhido para a construção do Marco da Fundação (patrimônio material formado por uma coluna com o símbolo da Coroa Portuguesa e a Cruz de Cristo e um painel de azulejos que retrata a chegada de Thomé de Souza, primeiro governador geral do Brasil) simbolizando o início da colonização portuguesa no país, atual região onde está o Forte de São Diogo, em 29 de março de 1549, data da fundação da cidade de Salvador (MATTA, 2013). Estabelecidos nesta enseada, deram início a construção de casas para cem moradores, levantarem uma igreja, onde os jesuítas dariam a sua primeira missa e armaram uma camboa de pesca em frente à povoação, construindo assim a Vila Velha ou Vila do Pereira. Desta forma, foram dados os primeiros passos para a ocupação da capitania da Baía, habitada pelos índios das tribos tupis e tapuias, e para a construção do que mais tarde seria o bairro da Barra. Para proteger a povoação que ora se formava, foi edificado o Forte de Santo Antônio da Barra, que teve um papel importante na luta contra invasões holandesas em 1624, na Independência da Bahia, em 1823, e no movimento da Sabinada, em 1837. O Forte de Santo Antônio da Barra, que abriga atualmente o Museu Náutico da Bahia, foi instalado para realizar um atarefa que vem sendo cumprida até os ias atuais: orientar os navios que entravam na Baía de Todos os Santos. Além desse monumento histórico, existem ainda outras fortalezas construídas no século XVII: o Forte de Santa Maria e o forte de São Diogo, entre outros monumentos relevantes como a Igreja de Santo Antônio da Barra e a Estátua do Cristo. No local onde está localizado o farol principal, existia a Fonte de Yemanjá ou fonte
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de Mãe d’ Água; região onde a primeira festa em homenagem a divindade das religiões de matriz africana, no dorso do Farol da Barra, aproximadamente no século XVIII. A barra foi durante muito tempo morada de pescadores e área de veraneio, na época em que as famílias mais ricas residiam no centro, e transformou- se com o passar do desenvolvimento urbano de Salvador, um bairro residencial. Ao longo dos anos 70, era ponto obrigatório para a juventude que dirigia à Orla Atlântica de Salvador em busca de diversão (assumindo um título vanguardista). Nas últimas décadas mansões deram lugar a edifícios de classe média e estabelecimentos comercias. Neste bairro, mais especificamente na Avenida Centenário, passa o rio Seixos, encapsulado por uma obra de infraestrutura urbana, realizada em 2008. Alguns historiadores afirmam que os seus brejos protegeram tanto a aldeia onde vivia Diogo Alvares Correia, mais conhecida como Caramuru, assim como as primeiras casas edificadas. No que diz respeito à delimitação geográfica do bairro (Figura 1); o bairro da Barra está na ponta da península, em uma reentrância costeira banhada pela Oceano Atlântico que contempla também parte da Baía de Todos os Santos; considerado por Cirano e Lessa (2007) a segunda maior baía do mundo.
Figura 1 - Delimitação do Bairro da Barra - Salvador - 2016
Fonte: Google Maps, 2016.
Seus acessos principais se dão conforme Figura 1 pela Avenida Centenária a oeste; a Avenida Oceânica ao sul e as avenidas Sete de Setembro (no trecho chamado de Ladeira da
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Barra, que se prolonga pelo Corredor da Vitória até a Praça Castro Alves); e Princesa Isabel, ao norte. O bairro da Barra se limita com os distritos: da Vitória, da Graça e da Barra Avenida (ao norte); de Ondina e do Chame-Chame (ao leste); do Oceano Atlântico (ao sul); e da Baía de Todos os Santos (a leste). Até ao século XIX, a Barra era considerada um subúrbio da cidade, tornou-se depois um balneário marítimo na primeira metade do século XX, e após a transformação do Caminho do Conselho na Avenida Sete, iniciou- se o processo de consolidação como um bairro importante. Em 1942, foi construído o Edifício Oceânico (marco mais conhecido da arquitetura moderna na região), e a instalações de empreendimentos. Segundo o IBGE (2010) a Barra possui uma população de 20. 387 habitantes, o que corresponde a 0, 83% da população de Salvador. Concentra 1, 04% dos domicílios da cidade e possui 25, 28% dos chefes de família da cidade de Salvador com a faixa estaria de renda mensal de mais de 20 salários mínimos. No que se refere a escolaridade, constata- se que 46, 83% dos seus chefes de família tem 15 ou mais anos de estudo. Atualmente a Barra é considerada um bairro nobre de Salvador, residido tipicamente por pessoas de poder aquisitivo médio-alto. A Barra tem uma boa distribuição de: lojas; praças; restaurantes; bares; boates; edifícios residenciais e comerciais; eventos; monumentos históricos - que preservam sua história e as praias que atraem visitantes; e torna o bairro uma referência de Salvador. Outro referencial do bairro é o carnaval, onde ocorre o Circuito Barra-Ondina, parte do Circuito oficial do Carnaval de Salvador. Além disso, neste bairro ocorria as chamadas Festas da Praia; festa dos jogadores de peteca (geralmente no dia 15 de dezembro); e a festa de fim de ano (no dia 31/01), que mobilizavam não só os moradores da Barra, mas de toda cidade. É importante salientar o incremento da atividade turística na região o projeto de requalificação da Orla Marítima do Município de Salvador - Estruturação Urbanística (2013/2015). Este projeto teve início na gestão do prefeito Antônio Carlos Peixoto Magalhães Neto (coordenado pela Secretaria Municipal do Urbanismo e Transporte - SEMUT e a Fundação Mário Leal Ferreira - FMLF); possuindo 4 (quatro) principais premissas básicas: 1) nenhuma edificação na areia da praia; 2) renovação urbana a partir da reestruturação funciona, ambiental e paisagística; 3) reconfiguração da infraestrutura e dos serviços de apoio a toda sua extensão; e 4) localização das edificações de apoio em áreas dotadas de abastecimento de água e esgotamento sanitário em rede. As intervenções deste projeto dividiu a Orla de Salvador em 13 (treze) trechos, onde a Barra ficou no trecho 05. Este trecho incorpora 8 (oito) itens: 1) implantação de piso
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compartilhado em concreto articulado e intertravado em mosaicos de cores variadas, usando toda a largura da rua e em toda a extensão do trecho, com dutos subterrâneos de serviços; 2) definição de faixas no espaço compartilhado para bicicletas, para caminhadas e para pessoas com dificuldades de locomoção (piso tátil); 3) implantação de bancos ao longo do espaço; implantação de promenades, com rampas e escadas em madeira para acesso é praia; 4) implantação de 02 (dois) quiosques de informações turísticas; 5) implantação de 06 (seis) quiosques – padrão para água de coco e acarajé; 6) implantação de 01 (um) posto salva- vidas; implantação de áreas e equipamentos de ginástica; 7) implantação de 02 (dois) sanitários públicos, ciência e monumental; 8) reestruturação paisagística, implantação de elementos de sinalização visual e turística. Apesar do projeto ainda está em processo de implantação no ano de 2016, já são consideráveis as mudanças na estrutura urbanística da região que contribuíram positivamente para o desenvolvimento da atividade de forma referencial dentro do mercado turístico, já que apresenta os segmentos de sol, praia e cultural em Salvador.
1.2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS NORTEADORES DAS DISCIPLINAS ENVOLVIDAS
O tema investigado na disciplina de Planejamento urbano foram os Espaços Abertos Urbanizados (EAU), que de acordo com Macedo (1995) corresponde a uma área pública urbanizada destinada ao convívio social, ao lazer, a prática de esportes e a recreação ativa ou contemplativa da população, dotadas ou não de atributos naturais. De acordo com Sakara (2002) os EAU é uma intervenção presente nas cidades europeias desde a segunda metade do século XIX, como consequência direta da revolução industrial sendo considerados componentes fundamentais da paisagem urbana, no cenário da ordenação urbanística, já que oferece colorido e plasticidade ao meio ambiente urbano. Segundo Niemayer (2002) os Espaços Abertos Urbanizados possuem também uma função social, pois é um elemento de equilíbrio psicológico, de reconstituição de tranquilidade, de recomposição do temperamento para os indivíduos. No entanto, conforme Cunha (2002) o conceito de parque urbanos se assemelha com os EAU, porém o que diferencia é só o tamanho da área urbanizada. No Brasil, a introdução dos EAU surgiu primeiramente no Rio de Janeiro, em 1808, com a construção pelo então criação do Jardim Botânico pela família real, segundo os moldes dos jardins ingleses. Contudo em Salvador, suas construções se iniciam por volta do século XX, sendo definidos como EAU, de acordo com o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de
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Salvador: o Parque Dique do Tororó, Parque Solar Boa Vista, Parque Jardim dos Namorados, Parque Costa Azul e o Parque Atlântico embora esteja fechado para reforma. Sendo assim o tema abordado nesta disciplina não está inserido no foco primordial desta pesquisa, ou seja, não está presente na delimitação do ponto mágico (Barra).
1.3 PATRIMÔNIO CULTURAL DO PONTO MAGICO - BARRA
Com mais de 500 anos de história, a Cidade do Salvador abriga um dos mais importantes conjuntos de patrimônios históricos do mundo, com isto vê-se que alguns deste estão concentrados no ponto mágico Barra (Quadro 1).
Quadro 1 - Principais pontos mágicos Barra - Salvador - 2016 Continua
FAROL
DA
BARRA/FORTE
SANTO
ANTÔNIO/MUSEU NÁUTICO DA BAHIA Localizado entre a divisão da baia de todos os santos e oceano atlântico, o Forte santo Antônio, mas conhecido como farol da barra, é um patrimônio cultural que representa o bairro da barra, destacando-se no turismo como uns dos pontos turísticos, mas visitado e conhecido da Bahia. O mesmo surgi-o no século de XVI com finalidades de defesa contra as invasões que ocorriam na cidade e com o decorrer do tempo tornou-se um dos fortes mais conhecidos na Bahia, por abrigar um farol e um museu náutico que se encontra em boas condições de estrutura. Este Patrimônio encontrasse tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde maio de 1938.
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Quadro 1 - Principais pontos mágicos Barra - Salvador - 2016 Continua
FORTE SANTA MARIA Construído na antiga Vila Velha em pequena saliência sobre arrecifes, a forte santa Maria tem a sua construção datada do século XVII, sendo reconstruído, em alvenaria de pedra e cal, em 1696 mantendo-se com a mesma estrutura. O mesmo passou por uma reformar recentemente e atualmente abriga a exposições do artista plástico Pierre Verger. Este patrimônio foi tombado pelo IPHAN, em maio de 1938, e é administrado pela Marinha. IGREJA SANTO ANTÔNIO DA BARRA Situada no alto de uma colina, de onde se domina a barra e extensa área da Baía de Todos os Santos a igreja de Santo Antônio da barra é uma das igrejas que conseguir manter sua estrutura original desde a sua origem que, em 1595 a 1600. A mesma foi tombada pelo IPHAN em junho de 1938. Abençoada pela bela vistas da baia de todos os santos é um local recomendado para recuperar suas energias e fortalecer fé. Encontra-se em boas condições de estrutura. EDIFÍCIO OCEÂNICA Localizado em frente ao Farol da Barra, o Edifício Oceânica foi construído na década de 1930, durante a 2ª Guerra Mundial - a obra foi iniciada em 1932 até 1942, com materiais trazidos da Europa e com influências arquitetônicas art déco, cubista e modernista. Atualmente, o edifício é morada de personalidade, como os atores Wagner Moura e Lázaro Ramos, e a ex-corregedora nacional de justiça Eliana Calmon. O mesmo é tombado como Patrimônio Cultural da Bahia desde 2008 e encontra-se em boa estrutura.
19
Quadro 1 - Principais pontos mágicos Barra - Salvador - 2016 Continua
MORRO DO CRISTO O Monumento a Jesus - o Salvador (como inscrito em sua placa original), foi inaugurado em 24 de dezembro de 1920, cera de onze anos antes do Cristo do Rio de Janeiro. Foi instalado inicialmente em um morro próximo, onde funciona hoje a Prefeitura da Aeronáutica, porém 1967 foi transferido para o atual lugar, o mesmo foi
esculpido
em
mármore
de
Carrara pelo artista italiano Pasquale de Chirico possuindo sete metros de altura, com pedestal. O local encontra- se em boas condições de estrutural. O mesmo não é um patrimônio tombado, mas possui o valor muito grande para sua cidade. PRAIA DA BARRA É uma das melhores praias do mundo. Em 2007, foi
escolhida
pelo
jornal
britânico The
Guardiancomo uma das dez melhores praias do mundo. Em 2013, foi a vez do CNN considerá-la uma das 50 melhores praias do mundo. Tem águas mornas e calmas, da praia pode-se contemplar o pôr do sol. Excelente local para a prática de mergulho. A poucos metros da praia, é possível chegar a uma profundidade de 12 metros. De um lado, o Forte São Diogo, do outro o Forte de Santa Maria.
20
Quadro 1 - Principais pontos mágicos Barra - Salvador - 2016 Conclusão
MARCO DE FUNDAÇÃO DA CIDADE DO SALVADOR Instalado no Porto da Barra, o Marco de Fundação da Cidade do Salvador foi inaugurado em 29 de março de 1952. O Marco é uma estrutura vertical, esculpida em pedra de lioz portuguesa, com o símbolo da Coroa Portuguesa e a Cruz de Cristo. Integra o monumento, um painel de azulejos que retrata a chegada de Thomé de Souza, já em um processo de decisões para construir a Cidade. O mesmo encontra- se um pouco abandonado, com odor muito forte, lixos e entre outros. Fonte: Rebouças, 2016.
1.4 MAPEAMENTO DA OFERTA E DA DEMANDA TURÍSTICA
Nesta parte, ttraduziu-se em números, opiniões e informações dos turistas e visitante sobre os serviços e equipamentos consumidos na localidade, classificando e analisando destes dados, para identificarmos as aspectos turísticas relevantes da região. Considerou-se nesta análise, a relação dinâmica entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, realizando primeiramente o mapeamento dos atrativos equipamentos e serviços.
1.4.1 Análise da oferta
Para a análise da oferta organizou-se no Quadro 2 os atrativos turísticos, os equipamentos e os serviços que podem ser consumidos na região da Barra até o Morro do Cristo e o Quadro 3 os principais meios de hospedagem na Barra.
21
Quadro 2 - Os Atrativos Turísticos, os equipamentos e os serviços que podem ser consumidos na região da Barra até o Morro do Cristo - Salvador - 2016 Patrimônio Material Da Barra Farol da Barra/ Forte Santo Antônio
Forte de São Diogo
(Museu Náutico da Bahia) Forte de Santa Maria
Igreja de Santo Antônio da Barra
Edifício Oceânica
Marco de Fundação da Cidade de Salvador
Morro do cristo Praias da Barra Praia do Porto da Barra
Praia do Farol da Barra
Praia do Cristo Equipamentos e Serviços Bares e Restaurantes Viva Gula Barra
Barravento
Rua Aracaju, 49
Av. Oceânica, 814 - Barra
Barra Avenida - Jardim Brasil Bh - 197 o clube da cerveja
Caranguejo de Sergipe
Rua Belo Horizonte, 197
Av. Oceânica, s/nº - Barra
Jardim Brasil - Barra Ócio do ofício/ Tô a toa bar e restaurante
Pereira
Rua Recife, nº 64 - Barra
Av. Sete de setembro, 3959 - Barra
Quattro Amici Pizzeria
Sato
Rua Dom Marcos Teixeira, nº 35
Av. Sete de setembro, 1540, lj 02
Barra
Porto da Barra
Yatch Clube da Bahia
Bohemia
Av. Sete de setembro, 3252
Rua Belo Horizonte, 177
Ladeira da Barra
Jardim Brasil - Barra
Acqua Café
Bento Boteco
Av. Sete de setembro, 3244 - Barra
Rua César Zama, 316 - Barra
Tarantino Art Bar
Light House
Rua augusto Frederico Schmith, 302 - Barra
R. Afonso Célso, 224 – Barra
Terraço do Farol
Caranguejo do Farol
Av. Oceânica, 115
Av. Oceânica, 235
Barra Beer
Oliva Gourmet
R. Marquês de caravelas, 237
Av. Centenário, 2992
Fonte: Elaboração própria, 2016.
22
Quadro 3 - Os principais meios de hospedagem na Barra Continua
Meios de Hospedagem na Barra M.H
Endereço
UH
Leitos
Albergue do Porto
Rua Barão de Sergy, 197 - Barra
16
81
Albergue Porto Salvador
Rua Barão de Itapuã, 60 - Barra
39
98
Ambar Pousada
Rua Afonso Celso, 485 - Barra
21
65
Andarilho Hostel
Rua Aracajú, 40 - Barra
8
40
Bahia Flat
Avenida Oceanica, 239 - Barra
105
210
Barra Apart Service
Rua Marques de Caravelas, 237 - Barra
36
72
Barra Mar Hotel
Avenida Marques de Caravelas, 465 - Barra
26
58
Barra Summer Flat
Avenida Princesa Isabel, 526 - Barra
111
218
Barra Turismo Hotel
Avenida 7 de Setembro, 3691 - Barra
60
150
Casa Petrunia
Rua Eng. Milton Deoliveira, 217 Barra
6
13
Che Lagarto Hostels Salvador
Avenida Oceanica, 84 - Barra
12
49
Farol Barra Flat Hotel
Avenida Oceânica, 409 - Barra
80
160
Grande Hotel da Barra
Avenida 7 de Setembro, 3564 - Barra
121
260
Hostel Barra
Rua Artur Neiva, 04 - Barra
11
54
Hostel Jardim Brasil
Rua Recife, 04 - Barra
9
58
Hotel Barra Mar
Avenida 7 de Setembro, 3793 - Barra
39
86
Hotel Monte Rei
Rua Eduardo D. Gonçalves, 60 - Barra
34
73
Hotel O Príncipe
Rua Almirante Marques de Leão, 172 - Barra
23
56
Hotel Porto da Barra
Avenida 7 de Setembro, 3783 - Barra
40
97
Hotel Praia Porto da Barra
Avenida 7 de Setembro, 3739 - Barra
21
48
Hotel Sol Brilhante
Avenida 7 de Setembro, 3835 - Barra
32
64
Hotel Villa Romana
Rua Professor Lemos De Brito, 14 - Barra
49
109
La Villa Francaise
Rua Recife, 222 - Barra
8
31
Mansão Villa Verde
Rua da Palmeira, 190 - Barra
7
14
Marazul Hotel
Avenida Sete de Setembro, 3937 - Barra
121
381
Monte Pascoal Praia Hotel
Avenida Oceanica, 591 - Barra
83
314
Pousada 4 Estações
Rua Afonso Celson, 507 - Barra
15
40
Pousada Acácia
Rua Eng. Milton Oliveira, 46 - Barra
10
25
Pousada Arco Íris
Rua Afonso Celso, 531 - Barra
7
20
Pousada Azul
Rua Praguer Fróes, 102 - Barra
12
28
Pousada Bela Habana
Avenida Oceânica, 84 - Barra
13
28
Pousada Cancun
Rua Afonson Celson, 501 - Barra
11
40
23
Quadro 3 - Os principais meios de hospedagem na Barra Conclusão
Meios de Hospedagem na Barra M.H
Endereço
UH
Leitos
Pousada Corais da Barra
Rua Afonso Celso, 541 - Barra
14
30
Pousada da Barra
Rua Oscar Carrascosa, 181 - Barra
10
40
Pousada Dom Quixote
Avenida Princesa Isabel, 364 - Barra
11
26
Pousada Estrela do Mar
Rua Afonso Celso, 119 - Barra
9
28
Pousada Farol da Barra
Avenida Oceânica, 171 - Barra
5
20
Pousada Manga Rosa
Avenida 7 de Setembro, 510 - Barra
12
36
Pousada Marcos
Avenida Oceânica, 281 - Barra
19
80
Pousada Miraflores
Rua Afonso Celso, 79 - Barra
8
28
Pousada Noanoa
Avenida 7 de Setembro, 4295 - Barra
15
37
Pousada O Casarão
Rua Afonso Celso, 515 - Barra
16
32
Pousada O Ninho
Rua Afonso Celso, 371 - Barra
12
33
Pousada Papaya Verde
Rua Eng. Milton Oliveira, 177 - Barra
15
30
Pousada Princesinha do Farol
Rua Afonso Celso, 206 - Barra
9
40
Pousada Village Novo
Avenida 7 de Setembro, 3659 - Barra
11
22
Sol Barra Hotel
Avenida 7 de Setembro, 3577 - Barra
180
365
Spanda Pousada Spa
Rua Prof. Fernando Luz, 78 - Barra
6
21
Fonte: Elaboração própria, 2016.
1.4.2 Análise da demanda
Na análise demanda, o objetivo é identificar o perfil do turista e/ou visitante; qual a origem, motivações mais importantes pela escolha do local e as insatisfações destes clientes. O questionário teve 20 questões diretas, sendo aplicado em 3 (três) áreas: 1) Morro do Cristo (30 questionários); 2) Barra/Farol (20 questionários); e 3) Porto (20 questionários); totalizando 70 entrevistados. A maior parte dos turistas/visitantes internacionais são oriundos de países da América do Sul e da Europa). Já a maior parte dos turistas/visitantes nacionais vem da região Sudeste e do Nordeste do Brasil. Entre os 70 entrevistados (Gráfico 1): 34 destes consideram os atrativos naturais (praias e pôr do sol) como os mais importantes, seguido de 14 entrevistados que consideraram os atrativos materias em ordem de importancia (Morro do Cristo, Farol da Barra, Museu Naútico,
24
Forte de Santa Maria, Forte de São Diogo, Marco de Fundação da Cidade de Salvador e etc.). Depois, 12 entrevistados consideraram a influência de mídias eletrônicas (principalmente redes sócias) para a escolha do ponto a ser visitado na Barra; e por último o intermédio das agências de viagens e a influência de amigos e familiares com 10 opiniões.
Gráfico 1 - Motivação dos 70 Entrevistados para a escolha dos atrativos na Barra Salvador -2016
Atrativos materias
12 14
10
Atrativos Naturais
Influência de amigos e familiares
34 Influência de mídias eletrônicas e agências de viagens
Fonte: Elaboração própria, 2016.
O contato com os entrevistos foi indispensável para o constatação de quais seriam os atrativos e atrações que deveriam estar contidas no roteiro, mas também, essas informações foram utilizadas para a reconhecimento do público- alvo ao qual o material desenvolvido se destina; para então consequentemente notar-se as possibilidades do ponto mágico, sempre refletindo numa política de planejamento da atividade turística, dinâmica e saxional, ou seja, que considere todas as disciplinas envolvidas e possa propor intervenções positivas na forma como o turismo se desenvolve na cidade de Salvador. O Gráfico 2 mostra as dificuldades enfrentadas pelos turistas/visitantes ao chegarem na Barra. Percebe-se que 56% destes consideraram a dificuldade na sinalização e informações turísticas; 28% as questões que envolvem acessibilidade; 7% segurança do local ; 6% limpeza; e 2% a infraestrutura asfaltica, dos equipamentos e atrativos. Resalta-se que os questionários foram aplicados apenas na região que abragem a delimitação do ponto mágico.
25
Gráfico 2 - Dificuldades enfrentadas pelos turistas/visitantes na Barra - Salvador - 2016
7%
Sinalização e informações turísticas
3% 6%
Acessibilidade Segurança
56%
28%
Infraestrutura Limpeza
Fonte: Elaboração própria, 2016.
1.5 TABULAÇÃO DE DADOS
Os atrativos turísticos mais relevantes para a atividade turística na região estão: Farol da Barra/Forte Santo Antônio (Museu Náutico da Bahia, Igreja de Santo Antônio da Barra, Morro do Cristo, Praia do Porto da Barra, Praia do Farol da Barra e Praia do Cristo (Tabela 1).
Tabela 1 - Produtos e/ou equipamentos que já consumiu na região - Barra - 2016 Continua
a) Produtos e/ou equipamentos que já consumiu na região Patrimônios Materiais da Barra
SIM
Farol da Barra/Forte Santo Antônio (Museu Náutico da Bahia) AMOSTRA 70 ENTREVISTADOS 16 22.85%
NÃO
54
77.15%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Igreja de Santo Antônio da Barra 70 ENTREVISTADOS 18 25.71%
NÃO
52
74,29%
TOTAL
70
100%
26
Tabela 1 - Produtos e/ou equipamentos que já consumiu na região - Barra - 2016 Continua
Morro do Cristo 70 ENTREVISTADOS 8 11,42%
AMOSTRA SIM NÃO
62
88,58%
TOTAL
70
100%
Patrimônios Naturais (Praias da Barra) AMOSTRA SIM
Praia do Porto da Barra 70 ENTREVISTADOS 55 78,57%
NÃO
15
21,43%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Praia do Farol da Barra 70 ENTREVISTADOS 46 65,71%
NÃO
24
34,29%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Praia do Cristo 70 ENTREVISTADOS 36 51,42%
NÃO
4
48,58%
TOTAL
34
100%
b) Os patrimônios visitados que agradaram os turistas Patrimônios Materiais da Barra
SIM
Farol da Barra/Forte Santo Antônio (Museu Náutico da Bahia) AMOSTRA 70 ENTREVISTADOS 25 35,71%
NÃO
45
64,29%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Igreja de Santo Antônio da Barra 70 ENTREVISTADOS 38 54,28%
NÃO
32
45,72%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Morro do Cristo 70 ENTREVISTADOS 18 25,71%
NÃO
52
74,29%
TOTAL
70
100%
27
Tabela 1 - Produtos e/ou equipamentos que já consumiu na região - Barra - 2016 Continua
Patrimônios Naturais (Praias da Barra) AMOSTRA SIM
Praia do Porto da Barra 70 ENTREVISTADOS 65 92,85%
NÃO
5
7,15%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Praia do Farol da Barra 70 ENTREVISTADOS 48 68,57%
NÃO
22
31,43%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Praia do Cristo 70 ENTREVISTADOS 30 42,85%
NÃO
40
57,15%
TOTAL
70
100%
c) Atendimento dos patrimônios turísticos visitados dentro das expectativas do turista (levando em consideração acesso, limpeza, transporte, infraestrutura, segurança, iluminação sinalização e informações turísticas)? Patrimônios Materiais da Barra
SIM
Farol da Barra/Forte Santo Antônio (Museu Náutico da Bahia) AMOSTRA 70 ENTREVISTADOS 68 97,14%
NÃO
2
7,86%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA
Igreja de Santo Antônio da Barra 70 ENTREVISTADOS
SIM
56
80%
NÃO
14
20%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Morro do Cristo 70 ENTREVISTADOS 16 22,85%
NÃO
54
77,15%
TOTAL
70
100%
28
Tabela 1 - Produtos e/ou equipamentos que já consumiu na região - Barra - 2016 Continua
Patrimônios Naturais (Praias da Barra) AMOSTRA SIM
Praia do Porto da Barra 70 ENTREVISTADOS 60 85,71%
NÃO
10
14,29%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Praia do Farol da Barra 70 ENTREVISTADOS 38 54,28%
NÃO
32
45,72%
TOTAL
70
100%
Praia do Cristo 70 ENTREVISTADOS 59 84,28%
AMOSTRA SIM NÃO
11
15,72%
TOTAL
70
100%
d) Retorno para visitar os patrimônios Patrimônios Materiais da Barra
SIM
Farol da Barra/ Forte Santo Antônio (Museu Náutico da Bahia) AMOSTRA 70 ENTREVISTADOS 69 98,57%
NÃO
1
1,43%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Igreja de Santo Antônio da Barra 70 ENTREVISTADOS 53 75,71%
NÃO
17
24,29%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Morro do Cristo 70 ENTREVISTADOS 63
90%
NÃO
7
10%
TOTAL
70
100%
29
Tabela 1 - Produtos e/ou equipamentos que já consumiu na região - Barra - 2016 Conclusão
Patrimônios Naturais (Praias da Barra) AMOSTRA SIM
Praia do Porto da Barra 70 ENTREVISTADOS 64 91,42%
NÃO
6
8,58%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Praia do Farol da Barra 70 ENTREVISTADOS 68 97,14%
NÃO
2
2,86%
TOTAL
70
100%
AMOSTRA SIM
Praia do Cristo 70 ENTREVISTADOS 67 95,71%
NÃO
3
4,29%
TOTAL
70
100%
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Com base na Tabela 1 percebe-se que mais de 98% dos turistas aprenciaram a Barra e retornariam.
1.6 PLANO DE MARKETING DO ROTEIRO TURÍSTICO, NO QUAL SE INCLUI COMERCIALIZAÇÃO
A roteirização é um processo com fins mercadológicos, portanto, é necessária a utilização dos segmentos do marketing para garantir o sucesso pleno na comercialização de um roteiro turístico. O Marketing pode ser entendido como uma série de estratégias, técnicas e práticas que tem o objetivo de agregar valor e visibilidade às determinadas marcas ou produtos a fim de atribuir uma maior importância das mesmas para um público alvo. Kotler (2000, p. 3) define marketing como "um processo social e gerencial através do quais indivíduos e grupos obtêm aquilo de que necessitam e que desejam, criando e trocando produtos e valores com outros”. Outra importante vertente, é o marketing de serviços que segundo Kotler (2000, p. 142) “são todas atividades ou benefício, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra e que não resulte na posse de algum bem”.
30
Ainda segundo Kotler (2000) “o plano de marketing é um dos produtos mais importantes do marketing e a incrementação de um plano de marketing devidamente elaborado, poderá assumir grande importância, antecipando, formalizando e articulando as principais decisões a serem tomadas”. Oliveira (1995) considera que “o plano de marketing abastece a alta cúpula de uma organização com um documento estratégico e tático, de informações completas e concisas, do seu ambiente interno e externo de marketing, mostrando alternativas de como enfrentar o futuro”. O Quadro 4 faz a análise básica situacional de alguns aspectos do serviço da Barra, que possui alta popularidade entre os turistas nacionais e internacionais.
Quadro 4 - Analise básica situacional de alguns aspectos do serviço da Barra - 2016 DIAGNÓSTICO Destino
Ponto mágico Barra
Popularidade
Alta
Público-alvo
Turistas nacionais e internacionais
Concorrências
Praias de Salvador
Fonte: Elaboração própria, 2016.
A análise situacional é a primeira etapa do plano de marketing e deve conter todas as informações pertinentes relativas ao produto ou destino, no caso do ponto mágico da Barra, diagnosticou-se que é um dos bairros mais conhecidos de Salvador; tendo inclusive fama internacional. Tem também um comércio muito ativo e desenvolvido, concentrando diversos, restaurantes, bares, lojas, supermercados, meios de hospedagem, hospitais, clubes. Em relação aos atrativos naturais e culturais, possui uma boa infraestrutura urbana. Atende aos segmentos de sol e praia, lazer e histórico cultural e é um dos principais interesses de quem visita Salvador. O principal público consumidor são os turistas nacionais ou internacionais que vem a Salvador e decidem visitar a Barra, por indicação de amigos, agências ou por interesse nos atrativos. Diante da concorrência, que são outros bairros da orla da cidade que apresentam as mesmas características de sol e mar, a Barra se destaca pelo seu cunho histórico cultural (Quadro 4). A análise SWOT é uma das ferramentas mais utilizadas na gestão estratégica competitiva. É serve para identificar os pontos fortes e fracos assim e as ameaças e oportunidades. Segundo Richers (2000, p. 43) “o jogo das forças e fraquezas consiste num confronto de qualidades e limitações de uma empresa em relação ás outras do seu setor”.
31
Quadro 5 - Análise de SWOT da Barra - 2016 ANÁLISE SWOT
ANÁLISE SWOT
PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
OPORTUNIDADES
Infraestrutura
Segurança
Carnaval
Sazonalidade
Visibilidade
Conservação
Requalificação
Violência e
recente
vandalismo
Novas atrações
Saturação
Localização
Acessibilidade
Riqueza histórica
Valorização
AMEAÇAS
Patrimonial Fonte: Elaboração própria, 2016.
Como pontos fortes da Barra (Quadro 5) identificou-se 4 (quatro) aspectos principais: 1) a infraestrutura, que é completa atendendo todas as necessidades básicas dos turistas; 2) a visibilidade, devido a fama que o bairro tem e por ser um dos principais cartões postais do estado; 3) a sua localização, na ponta da península da capital baiana, onde se deu início a construção da cidade; e 4)a riqueza histórica cultural, porque apesar do caráter litorâneo, vanguardista, a Barra reúne muitos elementos da época da fundação da cidade e da cultura soteropolitana. Já os pontos fracos detectados foram 4 (quatro) são eles: 1) a falta de segurança, não só na Barra, mas em toda a cidade; 2) falta mais policiamento principalmente nas ruas transversais e pontos de ônibus; 3) a conservação, pois Barra tem sua beleza muitas vezes ofuscada, pela sujeira e pelo descaso sendo necessária uma consciência sustentável para utilizar os espaços coletivos; 4) a acessibilidade, apesar de referidas melhorias a Barra ainda deixa a desejar nesta questão. Quanto as oportunidades podem-se destacar o carnaval, conhecido como a maior festa de rua do planeta, e do qual a Barra faz parte do circuito oficial do carnaval de Salvador (Figura 1) O carnaval traz destaque e visibilidade para este destino, assim como a recente requalificação de seus espaços físicos, e modificações no trânsito para melhorar a utilização pelos moradores e turistas e a reabertura dos fortes abrigando agora exposições permanentes de pinturas e fotografias .O que torna a Barra um corredor cultural, de adaptação e de acessibilidade; além de ser um local de valorização patrimonial, devido a seu rico riqueza material. Entretanto, a Barra, deveria ter uma melhor política para conservação e manutenção do patrimônio.
32
Figura 1 - Percurso do Carnaval Oficial de Salvador - 2016
Considerando as ameaças tem-se a sazonalidade, por se tratar de um destino clássico de sol e mar, pode sofrer redução nos fluxos de visitantes durante a baixa estação. Outro fator é a questão da violência que amedronta e inibe os potenciais consumidores, além da saturação que pode ocorrer, caso haja um uso exaustivo dos espaços.
1.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A elaboração do folder e do Guia Turístico, Cultural e Acadêmico do ponto mágico: Barra, permitiu a constatação do poder aquisitivo (médio-alto) das pessoas que residem no bairro, de sua distribuição de lojas, praças, restaurantes, bares, boates, edifícios residenciais e comerciais, da relevância para o turismo dos seus monumentos históricos e de suas praias que atraem visitantes de diversas partes do planeta; fatores tornam a localidade um referencial turístico da cidade de Salvador. A região foi recentemente requalificada e sofreu intervenções do projeto que dividiu a Orla de Salvador, prevendo para a região consideráveis as mudanças na estrutura urbanística que contribuíram positivamente para o desenvolvimento da atividade de forma referencial dentro do mercado turístico, já que apresenta destaque nos segmentos de sol, praia e cultural em Salvador. Através deste processo, levantou-se diretamente quais as potencialidades do considerado ponto mágico, apresentando com base na experiência de consumo dos turistas e
33
visitantes que a Barra possui deficiência nas questões de acessibilidade para portadores de dificuldades locomotoras, falta de informações e sinalização turística eficiente (principalmente no quesito transporte coletivo), inexistência de iluminação nas ruas transversas durante a noite e necessita de políticas públicas que possam viabilizar a manutenção da limpeza nos patrimônios naturais. Constatou-se também, levando a consideração a sazonalidade, que a atividade turística na região é sempre intensa, mesmo com a queda no número de clientes nos estabelecimentos comerciais e a falência de alguns empreendimentos que oferecem opções de hospedagem, lazer e entretenimento, o bairro ainda é muito visitado e recomendado nos principais sites de turismo no pais e do mundo. Sendo assim, pode-se concluir que o referido ponto mágico, apresenta uma infraestrutura de qualidade, graças aos investimentos públicos e por estar inserido em uma região nobre da cidade. Entretanto, existe a necessidade, por parte da gestão pública do turismo, na reflexão dos ambientes interno e externo com uma certa frequência, pois o mercado é dinâmico, ou seja, as questões de infraestrutura precisam ser mantidas com eficiência, promovendo a consolidação de diferencias que possam satisfazer as necessidades dos seus consumidores, gerando poucos impactos.
REFERÊNCIAS
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FOLDER BARRA
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2 CENTRO HISTÃ&#x201C;RICO
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Ana Beatriz José Ronaldo Ferreira Rafael Mendonça Victor Oliveira 2.1 APRESENTAÇÃO
O Centro Histórico de Salvador (Figura 1) é uma área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN em 1984 e reconhecida como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a CulturaUNESCO, em 1985. É o maior conjunto arquitetônico colonial da América Latina, possuindo acervo de cerca de três mil imóveis dos séculos XVII, XVIII e XIX. Vale salientar, que o Pelourinho/Sé é uma subárea deste e está junto com a subárea Santo Antônio Além do Carmo as mais requisitadas e utilizadas pelo turismo no Centro Histórico de Salvador.
Figura 1 - Mapa Pictórico do Centro Histórico de Salvador (Recorte Pelourinho/Sé)
Fonte: Mapa Turístico fornecido pela Prefeitura de Salvador e Saltur, 2016.
O Centro Histórico de Salvador no seu recorte Pelourinho/Sé é um dos principais cartões-postais turísticos da cidade, é um local altamente turístico com hotéis, pousadas, museus, teatros, igrejas, arquitetura barroca, artesanato, artes plásticas, centros
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culturais, apresentações (atrações) musicais e culturais em suas praças e ruas, gastronomia (restaurantes, bares, cafés, lanchonetes) com cozinha regional, nacional e internacional e comércio de souvenirs em meio às diversas casas e edifícios coloniais coloridos (frontispício) que compõem seu território.
A valorização da área do Pelourinho transformando-o no ponto principal do Centro Histórico e mudou as dinâmicas estabelecidas na área, porém, o Pelourinho não representa o Centro Histórico como um todo. O Centro Histórico de Salvador é uma área bastante extensa e suas sub-áreas apresentam característicasde uso e ocupação bastante diversas (BRAGA, 2008, p. 69).
No Centro Histórico de Salvador se encontra monumentos, atrativos e instalações turísticas das mais diversas, lá estão localizados a Fundação Casa de Jorge Amado; Grupo Afro Olodum; Museu Afro-Brasileiro; Memorial da Medicina Brasileira; Catedral Basílica; Igreja e Convento de São Francisco; Casa Ruy Barbosa; Palácio Arquiepiscopal de Salvador; Palácio Rio Branco; Elevador Lacerda; Casa da Câmara; Solar Ferrão; Praça Castro Alves; Prefeitura Municipal; Santa Casa da Misericórdia; Monumento da Cruz Caída. Local da primeira catedral do Brasil; Praça da Sé (abrigava a antiga Sé);Catedral Basílica, antiga igreja dos Jesuítas; Terreiro de Jesus; Museu Afro-Brasileiro; Plano Inclinado Gonçalves; Museu de Arqueologia e Etnologia; Igreja de São Domingos Gusmão; Igreja da Ordem Terceira de São Francisco; Largo Pedro Arcanjo; Largo Tereza Batista; Igreja de São Miguel; Praça ACM; Teatro XVIII; Museu Azulejaria e Cerâmica; Largo Quincas Berro d'Água; Teatro Miguel Santana; Museu da Cidade; Fundação Casa de Jorge Amado; Teatro Pelourinho; Igreja N. S. do Rosário dos Pretos; Largo do Pelourinho; Museu Casa de Benin; Igreja do Santíssimo Sacramento (da Rua do Passo - Local das filmagens do Pagador de Promessas); Largo do Carmo; Igreja do Carmo; Igreja N. S. da Ajuda; Igreja N. S. da Barroquinha, hoje Teatro e Centro Cultural; Mosteiro de São Bento (Fundado em 1582, é o primeiro mosteiro das Américas); Igreja de São Pedro dos Clérigos; entre tantos outros.
2.2 CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR (RECORTE PELOURINHO/SÉ)
Segundo Gottschall, Santana e Rocha (2006), a Prefeitura Municipal, através da Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo de Salvador, dividiu o Centro Histórico de Salvador (CHS) em quatro sub-regiões, são elas: São Bento/Barroquinha; Misericórdia/Castro Alves; Pelourinho/Sé e Santo Antônio/Carmo. Cada uma destas evoluiu de maneira diferente
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ao longo dos anos desde a fundação da cidade. Algumas tornaram-se regiões ligadas a atividade turística como a área do nosso plano de marketing (Pelourinho/Sé), outras ligadas a atividade comercial e outras mantiveram-se áreas residenciais, porém, com recentes investimentos, algumas estão sendo exploradas pela atividade turística, como a sub-região do Santo Antônio/Carmo, Misericórdia/Castro Alves; Pelourinho/Sé. Apesar da Prefeitura de Salvador ter dividido o CHS em quatro sub-regiões, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia-IPAC divide o CHS em cinco sub-áreas: 1) a subárea A01, referente ao Sodré; 2) a sub-área A02, referente a Misericórdia; 3) a sub-área A03, referente ao Terreiro de Jesus, Maciel e Pelourinho; e por fim, 4) as duas últimas áreas separamse os logradouros Carmo e Santo Antônio, nas quais o logradouro do Carmo pertence a subárea A04, junto com o logradouro do Passo, compreendendo a rua Silva Jardim (Taboão), a Rua do Carmo, Rua das Flores, Rua do Passo e Ladeira do Carmo. O logradouro do Santo Antônio Além do Carmo, pertence a sub-área A05, formada pelas ruas: Largo de Santo Antônio, Rua dos Ossos, Rua Ramos de Queiroz, Rua dos Marchantes, Rua dos Adobes, Travessa José Bahia, Travessa dos Perdões, Rua Joaquim Távora (Direita de Santo Antônio), Rua Botelho Benjamim, Rua dos Carvões, a Praça dos Quinze Mistérios, o Largo da Quintandinha do Capim e a Ladeira do Boqueirão (IPAC, 1995; PORTELA, 2009). O Centro Histórico de Salvador abriga aproximadamente 67 mil residentes e outros milhares de indivíduos que diariamente por ali circulam em busca de diversos tipos de serviços, os tradicionais (lojas de rua, serviços pessoais e administrativos), os competitivos (turismo, diversão, shopping center, saúde, pesquisa, telecomunicação, universidades) ou os precários (informais e ambulantes).
2.2.1 Localização
O Centro Histórico de Salvador (recorte Pelourinho/Sé - Figura 1) está localizado na cidade alta, na região central, na parte mais antiga da cidade. Nosso recorte se dá a partir da Praça Municipal onde está localizado o Elevador Lacerda, até o Largo do Pelourinho. Limita-se ao norte com os bairros Pilar, Santo Antônio e Barbalho, ao sul com a Sé e Saúde, a oeste com o Comércio e a leste com Sete Portas.
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2.2.2 Origem do nome
O Centro Histórico de Salvador tem esse nome, pois foi neste lugar que nasceu a cidade de Salvador em 1549 por Tomé de Souza. Hoje, este abriga a história mais antiga da cidade. Dentro do nosso recorte Pelourinho/Sé podemos dizer que a origem da palavra “pelourinho” se refere a uma coluna de pedra, localizada normalmente ao centro de uma praça, onde criminosos eram expostos e castigados. À época do Brasil Colônia, porém, era, principalmente, usado para castigar escravos. Segundo alguns historiadores, esta coluna inicialmente estava localizada onde hoje é a Praça Municipal da cidade e posteriormente foi levada para onde se encontra o Largo do Pelourinho, dando origem ao nome do local. O Bairro da Sé tem este nome em referência à existência na zona da antiga Catedral da Sé da Bahia, erguida após 1552 e demolida em 1933.
2.2.3 Histórico
A cidade de Salvador foi fundada em março de 1549, por Tomé de Souza, a mando de Portugal com intuito de torná-la a sede do Governo-Geral. Foi a cidade mais importante dentre as colônias portuguesas desde a sua fundação, sendo a primeira cidade a ser fundada no Brasil. A escolha da cidade para ser a primeira capital brasileira foi oriunda de decisão política, por sua localização, boas condições para a instalação de um porto, por sua proximidade com os principais engenhos de açúcar, e as boas condições para defesa do território da nova colônia (PORTELA, 2009). Salvador era responsável pelas funções mais importantes do governo da colônia e fora criada com o este objetivo, coordenar a ocupação do território brasileiro, ser a base para a defesa contra invasões, e também ser o centro comercial entre a colônia e Portugal. Para a defesa e limite da cidade, existiam fortificações, - que inicialmente foram produzidas de pau-a-pique e com a mão de obra dos índios -, existiam duas portas, uma ao norte, a de Santa Catarina (Largo do Pelourinho) e outra ao sul, a de Santa Luzia (Praça Castro Alves); e esta cidade fortificada foi finalizada em 1551 (PORTELA, 2009). No início, as construções em Salvador eram térreas e feitas de taipa, que foram substituídas por casarões e palacetes à medida do enriquecimento dos senhores de engenho, da metrópole e da colônia, principalmente através do cultivo e comércio da cana-de-açúcar. Na parte de cima da encosta, a cidade desenvolveu seu principal núcleo (chamado também de Mancha Matriz), em torno de duas praças principais, a Praça do Palácio e o Terreiro de Jesus, onde existiam os prédios públicos, as casas dos senhores de engenho, membros importantes do
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governo-geral, assim como um comércio varejista, igrejas e construções mais modestas onde moravam funcionários e oficiais de baixo escalão. Na parte abaixo da encosta, a área era habitada principalmente por comerciantes atacadistas por causa do porto e suas casas (SANT'ANNA, 2001; PORTELA, 2009). Segundo o Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC, o núcleo primeiro da cidade foi edificado sobre a encosta, voltado a Baía de Todos os Santos, protegido por sistema de muros e portas. Ainda no governo de Tomé de Souza, foram ultrapassados estes limites. Desde então, o crescimento, a partir da mancha-matriz, se fez tanto no sentido Norte quanto rumo ao Sul (IPAC, 1995, p. 16). Salvador foi o primeiro núcleo urbano do Brasil desenvolvido em trama retangular (TIRAPELI, 2000). A cidade adaptou-se às irregularidades da topografia da área em que foi fundada e desenvolveu-se a partir deste espaço, chamado de Mancha Matriz supracitado. Ainda no final do século XVI, ultrapassou as muralhas responsáveis por sua defesa, com a construção de propriedades como o Convento do Carmo, a capela de Santo Antônio Além do Carmo, moradia de pessoas menos abastadas, entre outras construções. No século XVII, algumas áreas e construções foram destruídas por causa das invasões holandesas, e houve uma maior preocupação em construir fortes na cidade; sua população era formada basicamente pela fidalguia, pelos escravos, funcionários do governo colonial, oficiais e por alguns comerciantes, estes, principalmente na cidade baixa. Foi nesse século, também que se iniciaram as principais construções como igrejas, monumentos, casarões, solares, fortes com arquiteturas representando a importância da colônia e a riqueza dos senhores de engenho (IPAC, 1995; BRAGA, 2008). A então capital foi durante anos o centro financeiro e cultural do país, com escolas, faculdade e comércio, a cidade de Salvador era reconhecida como “centro irradiador de cultura” (BRAGA, 2008). A partir da decadência do comércio da cana-de-açúcar, depois, com o início do ciclo do ouro (descoberta de minas na região sudeste do Brasil), fez com que em 1763, o governo colonial transferisse a função de capital para a cidade do Rio de Janeiro. Mais tarde, no final do século XIX, a abolição da escravatura, a proclamação da república, a transformação da cidade de São Paulo no centro econômico e financeiro do país, impactaram de maneira negativa o centro de Salvador, este, que em até pouco tempo, confundia-se com a própria cidade e exercia todas as funções políticas, econômica e residencial (IPAC, 1995; TIRAPELI, 2000; BRAGA, 2008). Essas modificações na dinâmica econômica e política do Brasil influenciaram a aristocracia a se deslocar da área do centro, tanto pela questão financeira, por causa da crise
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agrário-pecuária, da abolição da escravatura e da proclamação da república, pois os casarões e solares eram muito grandes para sua manutenção sem o auxílio de uma grande mão-de-obra e capital, isto seria muito mais caro sem os escravos. De acordo com Domingues e Keller
[...] com o crescimento da cidade, as condições do sítio, anteriormente consideradas ideais para a construção de uma cidade-fortaleza, tornaram-se um entrave ao desenvolvimento urbano, que se expandiu para novas áreas, influenciando os futuros problemas para o funcionamento da cidade (1958, p. 204, apud BRAGA, 2008).
Outras características que modificaram o centro histórico de Salvador foram as novas ideias de desenvolvimento urbano, principalmente com as dificuldades de expansão na área do Centro Histórico devido aos acidentes naturais do solo, portanto houve um redirecionamento do crescimento da cidade, criando a estrada em direção ao sul da cidade, mais precisamente em direção aos logradouros da Vitória e Graça, além das novas mentalidades em relação à higiene que o centro não poderia oferecer, como casas mais ventiladas e jardins (IPAC, 1995; BRAGA, 2008; PORTELA 2009). As diversas áreas do centro reagiram de maneira diferente às mudanças de suas funções. As áreas da Praça Castro Alves, Municipal e Rua Chile, continuaram com sua função administrativa e também passou a ter um comércio varejista de luxo. Os impactos mais significativos e negativos foram causados nas áreas residenciais do Pelourinho e Maciel, Sé e Terreiro de Jesus que, com a modificação da classe de sua população residente (a saída da população nobre), caíram à marginalização. Porém, o Carmo e o Santo Antônio, sendo áreas residenciais mais afastadas, continuaram a ter uma população de classe média baixa, de maneira geral (BRAGA, 2008; PORTELA, 2009). O processo de abandono do centro histórico pelas classes dominantes e pelo poder público por causa do crescimento da cidade, provocou a venda ou o aluguel dos imóveis e por consequência, mudando as características da área, esta que passou a receber uma nova população – pessoas vindas das regiões do sertão e recôncavo baiano, ex-escravos, pequenos comerciantes, imigrantes, prostitutas, profissionais liberais e outros setores de camadas mais baixas (IPAC, 1995; BRAGA, 2008). Conforme Domingues e Keller, os antigos casarões coloniais passaram a abrigar esse grande contingente populacional, caracterizando-se como cortiços e casas de cômodos, sem boas condições de higiene e conforto (1958 apud BRAGA; SANTOS, 2009).
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Entre os anos de 1970 e 1990, o crescimento econômico e comercial que abriu espaço para a implantação de shopping centers e os sub-centros, causaram grande impacto no comércio tradicional da região do centro (Rua Chile, Praça da Sé), transformando-a em uma área de comércio “popular”. Também, a transferência das instituições do Governo do Estado para o Centro Administrativo, em 1970, contribuiu, ainda mais, para a degradação dos imóveis da área central (VASCONCELOS, 2002 apud BRAGA, 2008). A desvalorização imobiliária da região levou a uma enorme perda de valor social e também ocasionou sua descaracterização. Foi também ao longo do século XX, que aconteceram as primeiras tentativas de reabilitação e recuperação do Centro Histórico de Salvador. Na primeira metade do século, o IPHAN tombou diversos monumentos isolados, sem, no entanto, configurar uma zona de preservação, o que não garantiu a força necessária para impedir a degradação da área. Da mesma forma que, ao longo destes anos tentou-se recuperar prédios isolados. A situação, realmente, começou a mudar quando, em 1984, o IPHAN tombou a área, demarcando um perímetro, e em 1985 o Centro Histórico de Salvador foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, por sua importância arquitetônica histórica e paisagística, além da região possuir manifestações culturais diferenciadas e forte identidade cultural (BRAGA 2008; SANTOS, 2009). O reconhecimento da área como Patrimônio da Humanidade, chamou a atenção ao local e diversos projetos de reabilitação foram pensados. O que foi escolhido para ser realizado, no início da década de 1990, foi o Programa de Recuperação, do Governo do Estado e do IPAC, porém, este deveria ter resultados rápidos. O programa de recuperação, inicialmente, tinha por objetivo, a recuperação dessas áreas e de seu patrimônio, para reinserção à dinâmica da cidade, melhoria das condições sociais e de habitação da população e na valorização econômica, sobretudo através da atividade turística. Os imóveis foram dotados de infraestrutura - água, esgoto, energia elétrica - que não existiam e as fachadas passaram por intervenções – pintadas com cores “berrantes”, mais “chamativas”, que causaram e até hoje causam polêmica, por serem elementos da cultura de massa (BRAGA, 2008; SANTOS, 2009). Houve uma tendência à gentrification, pela saída da função residencial (relocação ou indenização das famílias residentes da área), para a transformação do patrimônio cultural destinado à exploração da cultura de massa e no tratamento do largo do Pelourinho em destaque sobre todo Centro Histórico (Figura 2).
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Figura 2 - Mapa do Centro Histórico de Salvador (recorte Pelourinho/Sé)
Fonte: Mapa Turístico fornecido pela Prefeitura de Salvador e Saltur, 2016.
2.3 MAPEAMENTO DA OFERTA E DA DEMANDA TURÍSTICA
2.3.1 Oferta
Para a Organização Mundial do Turismo - OMT, a oferta turística é conjunto de produtos turísticos e serviços postos à disposição do usuário turístico num determinado destino, para seu desfrute e consumo. Para Beni (2007) a oferta turística é um:
conjunto dos recursos naturais e culturais que, em sua essência, constituem a matéria prima da atividade turística porque, na realidade, são esses recursos que provocam a afluência de turistas. A esse conjunto agregam-se os serviços produzidos para dar consistência ao seu consumo, os quais compõem os elementos que integram a oferta no seu sentido amplio, numa estrutura de mercado.
O Centro Histórico de Salvador, por se constituir de um local pelo qual há intenso interesse turístico, apresenta uma oferta turística variada e completa. Afim de compreender como essa oferta está organizada, faz-se necessário uma análise sobre os meios de hospedagem, os bares e restaurantes, as lojas e os atrativos turísticos da região.
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É importante relembrar que muitos empreendimentos do Centro Histórico não foram contemplados nessa pesquisa, e essa relação apenas compreende as ruas delimitadas pelo grupo para fins de pesquisa (Praça Thomé de Souza até Largo do Pelourinho). Em relação à oferta de meios de hospedagem, pode-se observar uma variedade razoável de hotéis, pousadas e hotéis quanto ao número de unidades habitacionais dos mesmos. Há desde pousadas com apenas quatro quartos ao grande Hotel Pelourinho, com suas 60 unidades habitacionais. A Tabela 1 categoriza esses meios de hospedagem nesse sentido.
Tabela 1 - Categoriza meios de hospedagem - Centro Histórico de Salvador - 2016 Número de
Meios de hospedagem
unidades habitacionais Hotel Galeria Pousada Solar dos Deuses Laranjeiras Hostel 1—9
Pousada Aquarela do Brasil Hostel São Jorge Hostel Capoeira Hotel Albergue da Amizade Pelô Pousada Hotel Villa Bahia Hotel Irawo Hotel Meson
10—19
Hostel Casa do Amarelindo Hotel Quilombo da Bahia Hotel e Pousada País Tropical Pousada Terra Nossa Hotel Sobrado 25 Hotel Ilhéus Hotel Ibiza Pousada e Hostel Solar dos Romanos Hotel Pelourinho
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Há bares e restaurantes em abundância no Centro Histórico. A maioria absoluta deles oferece pratos da cozinha regional e baiana, embora haja opções disponíveis para cozinha nacional e internacional, além de lanchonetes, cafés, sorveterias, etc. O Quadro 1 há a listagem com os bares e restaurantes, com seus respectivos nomes, ruas e horários de funcionamento.
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Quadro 1 - Listagem com os bares e restaurantes do Centro Histórico de Salvador - 2016 Regional
Nacional
Internacional
Maná Grill
Schöne Reise
Tropicália
Largo do Cruzeiro de
Largo do Cruzeiro de
Rua Alfredo de Brito
São Francisco
São Francisco
Diariamente das 8h à 0h.
Segunda a sábado das
Diariamente das 11h às
10h às 18h.
21h.
Negro's Bar Rua do Açouguinho Segunda a sábado das 17h à 1h.
O Coliseu Largo do Cruzeiro de São Francisco Almoço das 11h às 16h e Jantar das 19h às 22h.
Continua Lanchonetes e afins Maria Mata Mouro Rua da Ordem Terceira Diariamente das 12h às 23h.
Café Conosco Rua da Ordem Terceira Diariamente das 10h às 19h.
Dona Chika-ka
Café Brasil
Laranjeiras Hostel
Rua do Açouguinho
Rua Portas do Carmo
Rua da Ordem Terceira
Diariamente das 16h às
Diariamente das 9h às
Diariamente das 12h às
23h.
20h.
21h30.
Bar Cravo e Canela Rua do Açouguinho Diariamente das 17h às 1h.
Chocolate Marrom Marfim Rua Gregório de Matos Diariamente das 12h às 21h30. Sorveteria Le
Cantina da Lua
GlacierLaporte
Terreiro de Jesus
Largo do Cruzeiro de
Diariamente das 11h à
Francisco
0h.
Diariamente das 10h às 20h.
Odoya Terreiro de Jesus Diariamente das 11h30 às 22h.
Café São Francisco Largo do Cruzeiro de São Francisco Diariamente das 8h às 18h.
Bar Zulu
Cantina Ypiranga
Rua das Laranjeiras
Terreiro de Jesus
Segunda a sábado das
Diariamente das 18h ás
13h às 23h.
1h.
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Quadro 1 - Listagem com os bares e restaurantes do Centro Histórico de Salvador - 2016 Regional Aconchego do Fafá Rua das Laranjeiras Terça a sábado das 17h às 0h.
Alaíde do Feijão Rua das Laranjeiras Diariamente das 11h30 às 20h. Irawo Rua Portas do Carmo Segunda a sábado das 12h às 16h. Mama Bahia Rua Portas do Carmo Diariamente das 11h30 às 22h. Pelô Bistrô - Casa do Amarelindo Rua Portas do Carmo Diariamente das 7h às 22h30. Portal do Pelô Rua Portas do Carmo Diariamente das 10h às 20h. Galeto Show Rua Portas do Carmo terça a domingo das 11h30 às 23h30. Casa da Gamboa Rua Maciel de Cima Segunda a sábado das 11h às 22h.
Nacional
Internacional
Continua Lanchonetes e afins Lanches Clayton Terreiro de Jesus Seg a sex de 6h às 23h e aos sáb e dom de 6h às 14h. Panificadora 15 de Novembro Terreiro de Jesus Diariamente das 7h às 21h30.
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Quadro 1 - Listagem com os bares e restaurantes do Centro Histórico de Salvador - 2016 Regional Deli do Pelô Rua Maciel de Cima Diariamente das 17h à 0h. Meu Boteco Rua Maciel de Cima Segunda a sábado das 14h à 0h. J&K Rua Maciel de Baixo Diariamente das 10h às 22h. Uauá Rua Maciel de Baixo Segunda a sábado das 11h às 22h. Soteropolitano Rua João de Deus Diariamente das 12h30 às 23h. Axego Rua João de Deus Diariamente das 12h às 22h. Jardim das Delícias Rua João de Deus Seg e qua somente jantar, das 18h às 22h; outros dias de 12h às 22h. Cuco Bistrô Largo do Cruzeiro de São Francisco Segunda a sábado das 10h às 22h
Nacional
Internacional
Continua Lanchonetes e afins
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Quadro 1 - Listagem com os bares e restaurantes do Centro Histórico de Salvador - 2016 Regional
Nacional
Internacional
Conclusão Lanchonetes e afins
Restaurante Senac Pelourinho Praça José de Alencar Diariamente das 11h às 15h30. Fonte: Elaboração própria, 2016.
Os atrativos turísticos do Centro Histórico compreendem museus, igrejas e monumentos que estão espalhados pela região. Há um leque de opções para quem procura conhecer a história da cidade de Salvador e as origens do Brasil. Segue Quadro 2 dos atrativos do Centro Histórico de Salvador.
Quadro 2 - Atrativos do Centro Histórico de Salvador - 2016 Continua Museus
Igrejas
Memorial dos Governadores Republicanos da Bahia
Catedral Basílica
Praça Thomé de Souza
Terreiro de Jesus
Memorial da Câmara Municipal do Salvador
Igreja São Pedro dos Clérigos
Praça Thomé de Souza
Terreiro de Jesus
Museu da Misericórdia
Igreja da Ordem Terceira de São Domingos
Praça da Sé
Terreiro de Jesus
Galeria da Fundação Pierre Verger Praça da Sé
Igreja e Convento da Ordem Terceira de São Francisco Rua da Ordem Terceira
Museu de Arqueologia e Etnologia da
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos
UFBA
Pretos
Terreiro de Jesus
Largo do Pelourinho
Museu Afro-Brasileiro Terreiro de Jesus Casa do Benin Rua Portas do Carmo Museu Nacional de Enfermagem Anna Nery Rua Maciel de Cima
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Quadro 2 - Atrativos do Centro Histórico de Salvador - 2016 Conclusão Museus
Igrejas
Museu Eugênio Teixeira Leal Rua do Açouguinho Galeria Solar Ferrão Rua Gregório de Matos Museu Abelardo Rodrigues Rua Gregório de Matos Museu Tempostal Rua Gregório de Matos Museu UdoKnoff de Azuleijaria e Cerâmica Rua Frei Vicente Museu da 3ª Ordem de São Francisco Rua da Terceira Ordem Museu da Gastronomia Praça José de Alencar Museu da Cidade Praça José de Alencar Fundação Casa de Jorge Amado Largo do Pelourinho Fonte: Elaboração própria, 2016.
Em relação a infraestrutura básica do local, quando se fala em segurança, é uma das regiões mais policiadas da cidade, dispondo de uma delegacia do turista, o 18° batalhão turístico, uma sede dos guardas municipais turísticos além de um posto de polícia, podendo ser observado policiais em cada esquina, proporcionando sensação de segurança para os visitantes. Há certa preocupação do poder público pela segurança dos visitantes do local por ser o centro turístico de Salvador. Sobre o transporte público o Centro Histórico é bem servido, já que a maioria dos bairros de Salvador faz linha para pontos próximos da localidade à exemplo do bairro do Comércio e Praça Castro Alves. Além de ter um terminal muito conhecido e acessado em Salvador que é o Terminal da Barroquinha que fica a poucos metros da parte do Centro Histórico delimitado pela equipe.
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Quando se fala em limpeza urbana, nota-se que na parte do Centro Histórico estudada há sempre funcionários públicos zelando pela limpeza do local fazendo o espaço percorrido ser agradável e desejado pelos turistas.
2.3.2 Demanda
Mathieson e Wall (1982) apresentam uma definição bem simples e com conotações geográficas, dizendo que demanda turística é “o número total de pessoas que viajam ou desejam viajar para desfrutar das comodidades turísticas e dos serviços em lugares diferentes daquele de trabalho e de residência habitual”. A demanda turística efetiva, atual ou real é composta pelas pessoas que efetivamente participam da atividade turística, ou seja, as que realmente viajam. Esse é o grupo que se analisa com maior facilidade em pesquisas e estatísticas do ramo turístico, uma vez que se refere às pessoas que estão presentes nos núcleos receptores. Pela falta de dados, até das agências receptivas da cidade de Salvador, a equipe foi buscar seus dados de demanda turística em outros meios, tais como internet, jornais, revistas especilizadas, Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas -FIPE, Secretaria do Turismo do Estado da Bahia - Setur, Empresa de Turismo S/A da Bahia -Bahiatursa, Sindicato do Turismo da Bahia-Sindetur, para se ter uma ideia desta demanda no Centro Histórico de Salvador. Segundo levantamento da Sindetur, entre os anos de 2014 e 2015, Salvador recebeu 72 atracações e 29 navios, totalizando 132.570 passageiros (Tabela 3) e segundo o portal do G1 em abril de 2016 com uma matéria jornalística “Pelourinho continua sendo um dos destinos mais procurados por turistas” (turistas estrangeiros e brasileiros) [ se referindo a chegada dos cruzeiros no porto de Salvador, no qual estes passageiros procuram o Centro Histórico de Salvador, que compreende o Pelourinho e outras localidades] - “os turistas desembarcam no porto de Salvador e muitos sobem o Elevador Lacerda com destino ao Pelourinho” (G1).
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Tabela 3 - Cruzeiros Marítimos no litoral baiano - 2011/2015
Conforme indicadores do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável de Salvador (PDITS, Salvador) do Governo estadual, o fluxo de turistas domésticos para a capital apresentou um crescimento relativamente contínuo entre os anos 2000 e 2011, registrando-se a chegada de 3,36 milhões de visitantes brasileiros neste último ano. O fluxo de estrangeiros, entretanto, correspondente a cerca de 370 mil visitantes em 2011. Sem os dados da demanda turística específica para a localidade do Centro Histórico de Salvador, a equipe deste trabalho foi buscar os dados junto a três agências de viagens receptivas localizada no próprio Centro Histórico de Salvador. A equipe entrou em contato com a Tours Bahia International - Agência de turismo localizada no Largo do Cruzeiro de São Francisco, nº 4 - Pelourinho. Esta agência não tinha nenhum dado sobre a demanda turística da localidade e nenhum dado sobre sua própria demanda turística, já que também era uma agência receptiva. A agência Schöne Reise localizada no Largo do Cruzeiro de São Francisco, nº 7 Pelourinho, também não tinha nenhum dado sobre a demanda turística da localidade e nenhum dado sobre sua própria demanda turística, já que também era uma agência receptiva. Já a Bahia Ticket Travel Turismo localizada no Largo do Pelourinho, nº 7 - Pelourinho (2016), através de entrevista com o Sr. Domingos Santana, que a demanda turística da localidade era de um milhão e meio de turistas anuais entre nacionais e estrangeiros e que na alta temporada era de mais ou menos oitocentos mil turistas. Para identificar a demanda turística do Centro Histórico de Salvador, fez-se entrevistas com questionários de perguntas fechadas e apenas uma aberta a turistas que se concentravam nos Largos do Terreiro de Jesus e do Pelourinho. Entrevistou-se apenas turistas brasileiros nos dias 11, 12 e 13 de abril de 2016, sendo 70 ao todo. O intuito foi saber a opinião desses turistas em relação à infraestrutura básica e turística do ponto mágico e, ainda, segundo os entrevistados, se os atrativos do local são relevantes em nível de atrair turistas.
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Primeiramente procurou-se identificar o perfil dos turistas (a faixa etária, o sexo e a naturalidade) para, depois, saber a motivação da viagem e qual o atrativo turístico que seria indispensável na visita no Centro Histórico de Salvador. De uma forma geral, percebeu-se a maior parte dos turistas é formado por pessoas de 26 a 38 anos. Quanto às origens dos visitantes, nota-se que estes são, majoritariamente, da Região Sudeste e de outros estados da Região Nordeste. Foi quase unânime a reação dos entrevistados quando foram indagados sobre a motivação de suas visitas ao Centro Histórico, tendo a maioria absoluta afirmado que o valor histórico e cultural do local serviu como fator predominante. O gráfico 1 entra em detalhes sobre as origens dos turistas entrevistados.
Gráfico 1 - Região do Brasil que vem os Turistas - Centro Histórico Salvador - 2016
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Já o Gráfico 2 mostra o que os turistas que visitam o Centro Histórico esperam encontrar no local. As igrejas e os museus dominaram as respostas, com mais de 75% da preferência.
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Gráfico 2 - Aspectos que os Turistas pretendem encontrar no Centro Histórico Salvador - 2016
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Os entrevistados foram indagados também sobre à infraestrutura básica do Ponto Mágico e deram suas opiniões sobre a segurança, o transporte e a limpeza do local. A segurança foi a área que mais recebeu respostas positivas, com 41 pessoas avaliando-a como “boa” ou “muito boa” (Gráfico 3).
Gráfico 3 - Opinião dos turistas sobre a segurança do Centro Histórico Salvador - 2016
Fonte: Elaboração própria, 2016.
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Nas esferas de transporte (Gráfico 4) e limpeza (Gráfico 5) as respostas passam a ser mais desfavoráveis, com 26 entrevistados avaliando o primeiro quesito como “ruim” ou “muito ruim” e 32 julgando o segundo da mesma maneira.
Gráfico 4 - Opinião dos turistas sobre a Transporte do Centro Histórico Salvador - 2016
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Gráfico 5 - Opinião dos turistas sobre a Limpeza do Centro Histórico Salvador - 2016
Fonte: Elaboração própria, 2016.
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Finalizando as entrevistas, os turistas responderam questões relacionadas à satisfação geral quanto ao Ponto Mágico: se a oferta turística do Centro Histórico é boa, se eles voltariam ao local e se recomendariam a amigos. As respostas foram, em sua maioria, positivas, e demonstraram a aprovação geral quanto ao Centro Histórico como Ponto Mágico de Salvador.
Gráfico 6 - Satisfação geral quanto ao retorno ao Centro Histórico de Salvador - 2016
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Com as respostas obtidas, pode-se chegar à conclusão de que o Centro Histórico dispõe de atratividade e interesse o suficiente para ser apontado como um Ponto Mágico de Salvador. É possível afirmar que, da mesma forma que o local é bastante prezado pelo público quanto a seus atrativos turísticos, sua infraestrutura ainda deixa a desejar, acumulando retorno negativo em relação ao transporte e à limpeza. No entanto, isso não influência de maneira considerável a opinião geral dos turistas, que, mesmo encarando estes problemas básicos, aprovam o Centro Histórico de Salvador como um Ponto Mágico de Salvador.
2.3.3 Levantamento dos atrativos Histórico-Culturais
Referente à disciplina de Patrimônio Histórico, foi feito um levantamento dos atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico no processo de desenvolvimento da pesquisa. A maioria das fotos presentes no trabalho foi registrada pela própria equipe. Em cada atrativo (Quadro 4) é abordado rapidamente o conteúdo, contendo também a avaliação da equipe sobre a preservação e estado do patrimônio histórico além do registro de tombamento, ou não, do patrimônio pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- IPHAN e Instituto do
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Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC. Caso a arquitetura dos locais visitados apresentem algum estilo artístico de determinado período, essa informação também foi considerada.
Quadro 4 - Atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico - Salvador - 2016 Continua
ELEVADOR LACERDA À época de sua construção, em 1873, era o elevador mais alto do mundo. Após sua inauguração, passou a ser o principal meio de transporte entre as Cidades Alta e Baixa de Salvador. Hoje é um dos principais símbolos da cidade. Patrimônio Tombado pelo IPHAN (2006) e IPAC. Avaliação da equipe: Bom estado de conservação apesar
do
mal
funcionamento
dos
elevadores
disponíveis. Foto da equipe
PALÁCIO RIO BRANCO Construído em meados do séc., XVI. Um dos mais antigos Palácios do Brasil, foi sede do governo da Bahia e reconstruído por causa de bombardeios mais de uma vez, a última sendo em 1912. Na última reconstrução, deixou de ser chamado de Casa do Governo e assumiu o nome de Rio Branco. Estilo: Neoclássico Avaliação da equipe: Estado de conservação regular.
Foto da equipe
CÂMARA DOS VEREADORES Foi construída em 1549, no mesmo período de fundação da cidade, a primeira existente em uma capital
brasileira
em
que
já
abrigou
uma cadeia pública, e atualmente ainda funciona como Paço Municipal. Estilo: Maneirista Avaliação da equipe: Estado de conservação regular. Foto da equipe
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Quadro 4 - Atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico - Salvador - 2016 Continua
PREFEITURA O Palácio Tomé de Souza é a atual sede da prefeitura da cidade
de Salvador.
Construído
em
estrutura
de aço e vidro, numa área onde antes funcionavam um estacionamento e um jardim, suas obras iniciaram oficialmente em 2 de maio de 1986 e foram concluídas em 16 do mesmo mês. Estilo: Modernista. Avaliação da equipe: Bom estado de conservação. Foto da equipe
MONUMENTO TOMÉ DE SOUZA Tomé de Souza, fundador da cidade de Salvador em 1549. A obra original está locada no interior do Palácio Rio Branco, na praça que tem o seu próprio nome. Na mesma praça, há uma réplica, fundida em bronze, realizada pelo escultor Vauluizo B. Rodrigues. Avaliação da equipe: Estado de conservação regular. Monumento um tanto deteriorado.
Foto da equipe
IGREJA DA MISERICÓRDIA A Igreja da Misericórdia fica abrigada na Santa Casa da Misericórdia que foi fundada em 1549. A Santa Casa funcionava como hospital. A igreja atual foi construída em 1653. Possui o acervo e arquitetura que remontam ao passado do estado e do Brasil. O museu está instalado no antigo prédio da Santa Casa de Misericórdia, que foi erguido no século 17. Patrimônio tombado pelo IPHAN (1938) e IPAC. Avaliação da equipe: Bom estado de conservação Foto da equipe
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Quadro 4 - Atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico - Salvador - 2016 Continua
ANTIGA IGREJA DA SÉ A antiga Sé da Bahia foi a catedral (sé) da diocese e depois arquidiocese de Salvador da Bahia desde o século XVI até 1765. Nesse ano, a sede da arquidiocese mudou-se para a atual catedral. Apesar de sua importância histórica, o edifício da antiga Sé foi demolido em 1933, durante uma reurbanização do centro da cidade. Avaliação da equipe: Bom estado de conservação.
Foto da equipe
PRAÇA DA SÉ A Praça da Sé é um logradouro público situado na cidade
de Salvador,
estado brasileiro da Bahia,
capital situada
no
do seu Centro
Histórico, surgida na década de 1930. Avaliação da equipe: Bom estado de conservação.
Foto da equipe
MONUMENTO DA CRUZ CAÍDA Instalada onde ficava a antiga Igreja da Sé, que foi destruída em 1933, é uma bela escultura de Mário Cravo em homenagem à igreja. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação
Foto da equipe
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Quadro 4 - Atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico - Salvador - 2016 Continua
MEMORIAL DAS BAIANAS O Memorial da Baiana de Acarajé foi inaugurado no centro histórico de Salvador em junho de 2009. Como o nome sugere, o espaço é dedicado à tradição e história das mulheres que comercializam a comida típica da Bahia, feita com massa de feijão-fradinho e que leva pimenta, camarão seco, vatapá, caruru e salada. Tombado pelo IPHAN. Avaliação da equipe: Bom estado de conservação. Foto da equipe
PALÁCIO ARQUIEPISCOPAL O Palácio Arquiepiscopal de Salvador localiza-se na Praça da Sé, na zona histórica do Pelourinho da cidade de Salvador, no Brasil. O palácio foi construído no início do século XVIII e é um dos melhores exemplos de arquitetura civil do período colonial no país. Tombado pelo IPHAN (1938) E IPAC. Avaliação da equipe: Bom estado de conservação.
Foto da equipe
MONUMENTO DOM PERO FERNANDES SARDINHA Monumento em homenagem a Dom Pedro Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil. Avaliação da equipe: Estado de conservação ruim. Monumento deteriorado.
Foto da equipe
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Quadro 4 - Atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico - Salvador - 2016 Continua
MONUMENTO ZUMBI DOS PALMARES Estátua de Zumbi dos Palmares inaugurada no dia 30.05.2008 na praça da Sé, Salvador, Bahia - Centro histórico de Salvador, de autoria da artista plástica baiana Márcia Magno. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação.
Foto da equipe
PLANO INCLINADO GONÇALVES Constitui-se em um plano inclinado, um dos mais antigos da cidade, atrás da Catedral Basílica da Sé e que liga o bairro do Comércio ao Pelourinho. O seu acesso dá-se, na Cidade Alta, pela praça Ramos de Queiroz e na Cidade Baixa, pela rua Francisco Gonçalves. Acredita-se que foi inaugurado em 1874, quando teria trilhos e dois vagões. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação. Foto da equipe
TERREIRO DE JESUS O Terreiro de Jesus é uma praça de grande importância histórico-cultural localizada no Centro Histórico de Salvador, na Bahia, no Brasil. Localiza-se diante da atual Catedral Basílica. Localizado na parte mais antiga da capital, o terreiro limita-se com a Praça da Sé, que também é o nome do distrito ao qual pertence. Oficialmente, é denominado Praça 15 de Novembro. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação.
Foto da equipe
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Quadro 4 - Atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico - Salvador - 2016 Continua
PELOURINHO O Largo do Pelourinho é assim chamado em razão de ter sido, durante muitos anos, um local de suplício, onde os condenados eram expostos, amarrados ao pelourinho, aos olhos dos passantes e à execração pública. Pelas pedras redondas de seu calçamento, polidas
pelo
tempo,
muito
sangue
correu,
principalmente sangue dos negros supliciados, que, muitas vezes, ali mesmo morriam, vítimas de sua ânsia de libertação e da crueldade dos senhores. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação.
Foto da equipe
CATEDRAL BASÍLICA A Catedral Basílica Primacial São Salvador é a igreja mãe de todas as igrejas na circunscrição eclesiástica de São Salvador da Bahia, onde fica a cátedra do arcebispo metropolitano e primaz do Brasil. Nela também se encontra a sede da Paróquia da Transfiguração do Senhor. Essa igreja catedral é a antiga capela do colégio dos jesuítas, que no ano de sua supressão foi entregue à Arquidiocese, e também porque a antiga catedral fora demolida. Tombada pelo IPHAN (1938) e IPAC. Estilo: Barroco e Rococó Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação.
Foto da equipe
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Quadro 4 - Atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico - Salvador - 2016 Continua
FACULDADE DE MEDICINA E MUSEUS Primeira faculdade de medicina do Brasil instalada em 1832. Em 1905, parte das instalações da Faculdade foram destruídas por um incêndio sendo substituído por outro em estilo eclético. O projeto do novo edifício foi feito pelo engenheiro Theodoro Sampaio e incluía ampliações para abrigar, por exemplo, o laboratório de medicina legal, o primeiro do País, transformado, em 1911, no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação. Foto da equipe
IGREJA SÃO PEDRO DOS CLÉRIGOS A Irmandade de São Pedro dos Clérigos da Bahia foi criada no século 16, durante o episcopado de Dom Antônio Barreiros, terceiro bispo diocesano. O primeiro templo foi construído próximo à Sé Primacial. O atual templo do Terreiro de Jesus começou a ser construído provavelmente na segunda metade do século 18. Tombado pelo IPHAN (1941) e IPAC. Estilo: Rococó e Neoclássico. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação. Foto da equipe
IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO DOMINGOS A igreja da Venerável Ordem 3ª de São Domingos Gusmão teve sua construção iniciada em 1731. Sofreu reforma de 1873 a 1888, quando foi aberto uma clarabóia no altar-mor e as talhas douradas do teto foram sacrificadas. Possui valioso acervo artístico de artistas baianos e mobiliário em jacarandá. O teto ilusionista da nave é obra do mestre José Joaquim da Rocha. Estilo: Rococó e Neoclássico Tombada pelo IPAC Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação.
Foto da equipe
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Quadro 4 - Atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico - Salvador - 2016 Continua
CRUZEIRO DE SÃO FRANCISCO Uma cruz em frente à Igreja de São Francisco, no Centro Histórico de Salvador. É um elemento típico da participação urbana dos franciscanos. O Largo do Cruzeiro une-se ao Terreiro de Jesus, formando um importante conjunto arquitetônico e histórico de Salvador. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação. Foto da equipe
IGREJA DE SÃO FRANCISCO Localizadas no coração da cidade, as estruturas foram erguidas entre os séculos XVII e XVIII e são consideradas uma das mais singulares e ricas expressões do Barroco brasileiro, apresentando, em especial a igreja, uma faustosa decoração interior. Foram classificadas como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, e fazem parte do Centro Histórico de Salvador, que hoje é Patrimônio da Humanidade. Tombada pelo IPHAN (1938) e IPAC. Estilo: Barroco Avaliação da Equipe: Estado de conservação regular. Um tanto deteriorado na parte externa.
Foto da equipe
LARGO PEDRO ARCHANJO Localizado no Centro Histórico. Pedro Archanjo é nome do personagem principal de ‘’Tenda dos Milagres’’, obra do escritor baiano, Jorge Amado. Também local de shows e programações culturais do Pelourinho. Avaliação da Equipe: Estado de conservação razoável.
Foto da equipe
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Quadro 4 - Atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico - Salvador - 2016 Continua
IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO É um expressivo exemplar da tradição barroca no país, uma das indicadas para a eleição das 7 Maravilhas do Brasil. Sua notoriedade advém principalmente da sua fachada ricamente decorada em altos-relevos, um caso único no Brasil. Seu interior foi reformado no século XIX, substituindo-se a decoração original barroca por altares neoclássicos, considerados a obra magna do mestre José de Cerqueira Torres. A igreja faz parte de um dos principais conjuntos monumentais de Salvador. Tombada pelo IPHAN (1938) e IPAC. Estilo: Barroco e Neoclássico
Foto da equipe
Avaliação da Equipe: Estado de conservação regular. Um tanto deteriorado na parte externa. LARGO TEREZA BATISTA Localizada no Centro Histórico, a Praça Tereza Batista, teve seu nome escolhido em homenagem a uma das famosas obras de Jorge Amado: Teresa Batista Cansada de Guerra. A praça hoje é famosa por ser um dos palcos de espetáculos e shows, culturais e artísticos no Pelourinho. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação. Foto da equipe
LARGO QUINCAS BERROS D'ÁGUA Localizado no Centro Histórico, teve seu nome escolhido em homenagem a um dos famosos personagens de Jorge Amado: Quincas Berros D'água. A praça hoje é famosa por ser um dos palcos de espetáculos e shows, culturais e artísticos no Pelourinho. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação. Foto da equipe
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Quadro 4 - Atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico - Salvador - 2016 Continua
MUSEU TEMPOSTAL Em 1995, o Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria da Cultura e Turismo, adquiriu a coleção particular de Antônio Marcelino do Nascimento, construída com perseverança durante 40 anos. O acervo é apresentado ao público em 05 de novembro de 1997, data em que é inaugurado o Museu Tempostal em um sobrado do século XIX, antigo ponto comercial do conde português Pereira Marinho. O acervo do Museu Tempostal é composto por postais, estampas e fotografias, em sua maioria, procedentes da coleção de Antônio Marcelino do Nascimento. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação Foto da equipe
IGREJA DO ROSÁRIO DOS PRETOS A Igreja do Rosário dos Pretos, começada em 1704, é um edifício imponente, ao qual se tem acesso por um pequeno adro gradeado. Sua construção levou décadas para ser terminada porque os membros da irmandade apenas podiam fazer seu trabalho voluntário em seus tempos livres. Tombado pelo IPAC. Estilo: Neoclássico, Rococó e Barroco Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação Foto da equipe
MUSEU DA CIDADE O Museu da Cidade é um museu histórico localizado no Largo
do
Pelourinho em Salvador no
estado
da Bahia. O Museu conta a história da cidade e contém uma enorme variedade do antigo e do moderno, do sagrado e do profano. As exposições incluem trajes de orixás do Candomblé, os pertences pessoais do poeta Castro Alves e bonecos de pano tradicionais promulgando o cotidiano da vida colonial, bem como pinturas e esculturas. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação Foto da equipe
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Quadro 4 - Atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico - Salvador - 2016 Continua
SOLAR FERRÃO E MUSEU ABELARDO RODRIGUES O Centro Cultural Solar Ferrão é um espaço de arte, cultura e memória, instalado em um dos mais importantes monumentos da poligonal do Centro Histórico de Salvador. O casarão construído entre o fim do século XVII e início do XVIII possui seis pavimentos e abriga a Galeria Solar Ferrão, o Museu Abelardo Rodrigues e três coleções: a de Arte Africana Claudio Masella, a de Arte Popular e a de Instrumentos Musicais Tradicionais Emília Biancardi. Tombado
pelo IPHAN (1938) Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação. Foto da equipe
CASA DE JORGE AMADO A Fundação Casa de Jorge Amado é uma organização não-governamental e sem fins lucrativos cujo objetivo é preservar, pesquisar e divulgar os acervos bibliográficos e artísticos de Jorge Amado, além de incentivar e apoiar estudos e pesquisas sobre a vida do escritor e sobre a arte e literatura baianas. A Casa de Jorge Amado tem também como missão a criação de um fórum permanente de debates sobre cultura baiana – especialmente sobre a luta pela superação das discriminações raciais e socioeconômicas. Avaliação da Equipe: Bom estado de conservação
Foto da equipe
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Quadro 4 - Atrativos turísticos histórico-culturais do Centro Histórico - Salvador - 2016 Conclusão
MUSEU DE GASTRONOMIA Parte importante da cultura baiana, a culinária típica faz parte dos elementos que explicam a essência, a história e o sincretismo religioso da Bahia. Para celebrar e apresentar ao mundo essa culinária tão peculiar, em agosto de 2006, o SENAC inaugurou o Museu da Gastronomia Baiana - MGBA, o primeiro do gênero na América Latina. O MGBA faz parte do complexo SENAC Pelourinho, que ainda tem em sua estrutura um teatro, uma arena, uma loja de
souvenir
e
um
restaurante,
todos
Foto da equipe
devidamente “musealizados”, como define o curador Raul Lody. Avaliação
da
Equipe:
Bom
estado
de
conservação
A partir da pesquisa dos atrativos turísticos presentes no Centro Histórico afim de traçar um roteiro na região, percebemos a riqueza do patrimônio histórico baiano. Diversos museus, igrejas, largos e outras edificações, que possuem, além de conteúdo e história, uma nítida representação artística, presente principalmente nas decorações e artefatos de outros séculos. Representando o barroco, o neoclassicismo, o rococó e outros estilos. Alguma parte desse conjunto arquitetônico é reconhecida e tombada pelo IPHAN e pelo IPAC, ainda assim, existem algumas edificações que precisam de apoio em suas restaurações para seguir com o objetivo turístico de expandir história e cultura na capital baiana.
2.4 PLANO DE MARKETING
O marketing é um instrumento essencial no processo de roteirização, pois podemos entendê-lo como “um conjunto de técnicas utilizadas para a comercialização e a distribuição de um produto entre os diferentes consumidores” (BALANZÁ et al., 2003). De acordo com COBRA (1994), o plano de marketing identifica as oportunidades que podem gerar bons resultados para a organização, mostrando como penetrar com sucesso para
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obter as posições desejadas nos mercados. Já para Las Casas (2002), o plano de marketing estabelece objetivos, metas e estratégias do composto de marketing em sintonia com o plano estratégico geral da empresa.
2.4.1 Análise Situacional
Os bairros do Centro Histórico são uns dos mais conhecidos de Salvador, inclusive estes muitas vezes são confundidos somente com o Pelourinho que é um dos bairros do Centro Histórico. No nosso trabalho houve um recorte o qual englobou três bairros do Centro Histórico – Pelourinho/ Sé/ Misericórdia – e o roteiro turístico englobou também atrativos ligados a estes três bairros. O Centro Histórico de Salvador é conhecido nacional e internacionalmente, pois por neste já passaram grandes artistas nacionais e internacionais divulgando-o, por exemplo, o popstar Michael Jackson. O Centro Histórico possui uma boa infraestrutura turística, concentrando diversos restaurantes, bares, lojas, meios de hospedagem, entre outros. Também possui muitos atrativos históricos culturais, tais como um conjunto arquitetônico de casario colonial e barroco, igrejas, monumentos, museus, grupos de música, teatros, entre outros.
2.4.2 Concorrência
Para elaborar um roteiro turístico é necessário analisar a concorrência no mercado, pois daí se pode criar um roteiro competitivo, conquistando muitos clientes, pegando falhas de alguns destinos para reforçar seus produtos no mercado.
A concorrência é algo que acompanha o exercício da atividade mercantil desde seus primórdios. Trata-se de uma característica inerente à atividade empresarial, que tem o lucro como seu objetivo maior. Regularmente praticada, beneficia tanto o consumidor, que tende a adquirir produtos e serviços por preços mais baratos, como o empresário, que poderá maximizar a oferta de bens e serviços (PIMENTEL, 2007, p. 58).
Os roteiros de destinos turísticos em Salvador que tem a praia como cenário, são os principais concorrentes do roteiro criado pelo nosso grupo. Destinos como a Barra e o Rio Vermelho, bairros tradicionais e turísticos da capital, e que recentemente passaram por revitalizações, tornam-se concorrentes de peso, pois recebem promoção do poder público que tem o interesse na divulgação desses pontos turísticos por serem bairros nobres e possuírem praia, notando-se que há certo apelo em promover o turismo de “sol e praia” em Salvador.
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Roteiro de Sol e Praia em Salvador tal como na maioria dos lugares sofrem sazonalidade, tendo alto consumo nos meses de verão e ficando esvaziado em outras épocas do ano, até por falta de opções de visitações nesses locais na qual a praia é o seu principal atrativo. No Centro Histórico há atrativos diversos e concentrados podendo ser visitado o ano inteiro sem se preocupar com a estação do ano. Dessa forma o roteiro criado pode ser consumido o ano inteiro, diferente de outros destinos concorrentes de Salvador que tem a praia como ponto forte.
2.4.3 Análise Potencialidade, Fragilidade, Oportunidade e Ameaça (PFOA)
Segundo Kotler (2000, p. 98), análise PFOA é “a avaliação global das forças e fraquezas, oportunidades e ameaças” de uma empresa. Chiavenato (2007, p. 156) assim a define [...] tratase de uma tabela de dupla entrada na qual nas linhas estão as forças e fraquezas organizacionais, e nas colunas as oportunidades e ameaças ambientais [...]. Portanto, podemos entender que análise PFOA é como o diagnóstico de qualidades e fragilidades, internas e externas, do empreendimento. Esta se faz útil para que se tenha uma ideia da situação que a empresa está e das suas possibilidades de crescer. Segue o quadro dos pontos fortes e fracos, das oportunidades e ameaças do roteiro turístico criado pelo grupo.
Quadro 5 - PFOA DO Centro histórico de Salvador - 2016 Pontos fortes
Pontos fracos
Oportunidades
Boa infraestrutura
Falta de
Atratividade da
turística da localidade
acessibilidade
localidade.
Visibilidade
Assaltos e furtos
Requalificação da localidade
Ameaças Sazonalidade
Violência
A própria boa localização do ponto
Sujeiras pelas ruas
Diversidade da localidade
Saturação
Eventos diversos
Sujeira (lixo)
mágico Centro Histórico Riqueza histórica e cultural a céu aberto Riqueza de atrativos e atrações Fonte: Elaboração própria, 2016.
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2.4.4 Objetivos e Metas
Um objetivo pode ser definido como um evento de desempenho que a empresa espera alcançar. Ou seja, “um objetivo é um evento ao qual se atribui valor” (WOILER; WASHINGTON, 1996, p. 24). Já segundo Maximiniano (2004, p. 145), objetivos “são resultados desejados, que orientam o intelecto e a ação. Embora nem sempre estejam explícitos, os objetivos são a parte mais importante dos planos”, enquanto Pagnoncelli e Vasconcellos (1992, p. 104) assim o define: “são resultados quantitativos e qualitativos que a empresa precisa alcançar em prazo determinado, no contexto de seu ambiente, para cumprir sua missão.” Montana e Montana (2003, p. 108) define meta como “o resultado esperado até o final de um ciclo orçamentário”, Guerreiro (1996, p. 17) como o ”propósito global da organização” e o Ministério da Saúde (2013, p. 13) que metas “expressam um compromisso para alcançar objetivos”. Foram estabelecidos objetivos e metas de curto e longo prazo para o roteiro turístico do Centro histórico elaborado pela equipe: Curto Prazo: Divulgação do roteiro turístico “Centro Histórico” em agências de viagens, hotéis e pousadas, pontos de informação ao turista, rodoviárias e aeroportos; Longo Prazo: Inclusão do roteiro turístico “Centro Histórico” como produto da cidade.
2.4.5 Estratégias
Através das estratégias criadas se pode alcançar os objetivos e as metas desejadas. É preciso se pensar no ambiente interno e externo para que uma estratégia seja bem-sucedida. Segundo Miller e Dess (1996) “Estratégia é um conjunto de planos feitos ou decisões tomadas num esforço para ajudar as organizações a atingirem seus objetivos”. Com a escolha da estratégia acertada é possível manter a competitividade no mercado, atuando de forma a alcançar o sucesso num universo mercadológico no qual a concorrência só faz aumentar.
Estratégia é a teoria da firma de como competir com sucesso. Considera também o desempenho como um fator influenciado pela estratégia, já que se pode considerar que competir com sucesso significa ter um desempenho satisfatório (Barney, 2001).
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Este tipo de definição mostra que o sucesso para qualquer eventualidade fundamenta-se no fato de ter uma estratégia eficaz e que, seguindo tal estratégia a organização atingirá seus objetivos. A elaboração do nosso plano de marketing trás as estratégias para o roteiro do Centro Histórico parcerias com o setor público e privado (agências de viagens, Saltur, Setur), criação de novos modelos de distribuição e promoção (sites especializados, blogs ligados a localidade) e qualificação de guia de turismo especializado neste roteiro.
2.4.6 Composto de Marketing
Para se elaborar um plano de marketing, de maneira mais específica, é necessário considerar o composto de marketing formado pelos quatro P’s (Produto, Preço, Promoção, Praça), que Westwood (1996) descreve como: •
Produto: algo que pode ser oferecido ao mercado, para satisfazer a necessidade ou um desejo;
•
Preço: valor percebido pelo cliente;
•
Promoção: definição do tipo de divulgação/comunicação que será utilizada para promover/divulgar, o produto, para que assim atraia mais consumidores. Pode ser através de rádio e TV, mala-direta, etc.;
•
Praça: após ter feito a análise de produto, preço e promoção vem a distribuição, que significa alcançar o cliente e ao mesmo tempo satisfazê-lo. Podemos entender roteiro turístico como um itinerário caracterizado por um ou mais
elementos que lhe conferem identidade, definido e estruturado para fins de planejamento, gestão, promoção e comercialização turística das localidades que formam o roteiro. Após essas conceituações, partimos para as análises sobre as definições feitas pelo grupo em relação aos quatro P’s. O produto estudado nesse plano de marketing é o roteiro turístico produzido pela equipe do ponto mágico Centro Histórico. Para se chegar ao preço, calculamos a quantia requerida para visitar os museus e as igrejas do ponto mágico, além do preço do guia que vai acompanhar os turistas ao longo do roteiro. A média de preço que o grupo chegou foi de R$ 50,00. Em relação à praça, julgamos que o roteiro teria de ser distribuído em agências de viagens, meios de hospedagem, pontos de informação ao turista, portos, rodoviárias e aeroportos da cidade, afim de obter um público maior. Já a promoção seria realizada através de
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eventos, como encontros e feiras de turismo, além de mídias eletrônicas e impressas, campanhas governamentais, entre outros.
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FOLDER CENTRO HISTÃ&#x201C;RICO
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3 COMÃ&#x2030;RCIO E AVENIDA CONTORNO
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Ana Cláudia Barreto, Gabriela Silva de Jesus, Jane Santana Lopes, Juciane Araújo Ofir Souza 3.1 APRESENTAÇÃO
O Comércio e Avenida contorno foi escolhido, em 2009, como um dos sete pontos mágicos de Salvador através de um projeto elaborado pela: Empresa de Turismo da Bahia S.A. - Bahiatursa, a Secretaria de Turismo da Bahia, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE e vários outros órgãos ligados ao turismo, onde 35 mil pessoas, durante dois meses, puderam escolher, através da internet, entre catorze localidades de Salvador aquelas que não poderiam deixar de serem visitadas pelos turistas em Salvador. Sendo assim, o objetivo geral desse trabalho é obter conhecimento sobre como o Ponto Mágico explorado turisticamente, visando a obtenção de uma compreensão interdisciplinar dessa dinâmica para a atuação futura como profissionais de Turismo e Hotelaria no mercado de trabalho, e a proposição de alternativas de melhorias para possíveis problemas aí encontrados. Para isso, estabeleceram-se os seguintes objetivos específicos: descrever a oferta turística do Bairro do Comércio e da Avenida Contorno; verificar o perfil do turista que visita o Ponto Mágico a partir da análise da demanda turística local; e elaborar um roteiro turístico alternativo aos convencionais ampliando as possibilidades de desenvolvimento do turismo local. O processo de construção desta pesquisa utilizou o método indutivo e ocorreu por meio de levantamento de dados a partir de entrevistas, que se baseia na comunicação verbal entre pessoas com a finalidade de obter informações de pesquisa; e questionários, que são impressos e respondidos pelos entrevistados, sobre a demanda turística. Foram entrevistados 36 turistas que frequentam os atrativos locais através de uma amostra não probabilística por julgamento; 5 (cinco) prestadores de serviços relacionados à indústria do turismo local: 3 (três) de alimentação; e 2 (dois) de segurança; foram verificados livros de registro de 1 (uma) igreja e 1 (um) museu locais; além das agências de receptivo registradas no Cadastro Nacional do Ministério do Turismo que operam no Ponto Mágico. Para obter os dados foram utilizados 2 (dois) tipos de questionários: um específico para ser perguntado aos turistas e outro voltado para esses equipamentos turísticos, onde não é possível obter muitas informações.
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Foi realizada também uma pesquisa bibliográfica para dar o embasamento teórico das disciplinas para a construção do trabalho, além da pesquisa de campo, para verificar a existência de serviços de alimentação, hospedagem e lojas; atrativos; e infraestrutura local, sendo que, dentre estes elementos, houve a coleta de dados daqueles que podem apoiar o turismo local. Além disso, foram relacionados alguns elementos do patrimônio cultural local. O meio utilizado como base para a obtenção dessas informações foi um projeto de pesquisa do Bairro do Comércio e da Avenida Contorno, que tinha a como problema a ser solucionado o seguinte questionamento: “Por que o Comércio e a Avenida Contorno (Figura 1), ainda hoje, são sub explorados turisticamente?”, tendo em vista que os atrativos mais conhecidos deste Ponto Mágico são apenas o Solar do Unhão, o Elevador Lacerda, a Bahia Marina, o Forte de São Marcelo e o Mercado Modelo.
Figura 1 - Rápida visão do Comércio e da Avenida Contorno - Salvador - 2016
Fonte: Google, 2016.
O presente texto está dividido em 6 (seis) tópicos. O primeiro, contextualiza o Comércio e a Avenida Contorno, o caracterizando quanto a sua localização e história. O segundo trata dos pressupostos teóricos das disciplinas envolvidas que nortearam a elaboração do trabalho. No terceiro foi feito um mapeamento da oferta e da demanda turística local. O quarto, traz um Plano de Marketing do ponto mágico. O quinto há um roteiro turístico que foi criado como alternativa
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a exploração turística convencional; e no sexto há as considerações finas, com um posicionamento crítico-reflexivo do Bacharel em Turismo e Hotelaria sobre dificuldades e possibilidades encontradas no Ponto Mágico.
3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÃO DO PONTO MÁGICO
Tendo sido delimitado entre o Solar do Unhão e o Museu do Ritmo como área de análise para a elaboração deste trabalho, o bairro do Comércio (Figura 2) situa-se na região limítrofe ao Porto de Salvador, junto à Baía de Todos os Santos, na Cidade Baixa. Faz limite com a Baía, a oeste; com Sé, Pelourinho e o Pilar, a leste; com Santa Tereza a sul e com Água de Meninos, ao norte. Sendo que a Avenida Lafaiete Coutinho, mais conhecida como Avenida Contorno (Figura 3), é o principal acesso à região do Comércio.
Figura 2 - Localização do Bairro do Comércio - Salvador - 2016
Fonte: Google, 2016.
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Figura 3 - Localização da Avenida Contorno - Salvador - 2016
Fonte: Google, 2016.
A história do Comércio e da Avenida Contorno começa no século XVI, com Tomé de Sousa, então nomeado primeiro Governador Geral, a quem foi dada a incumbência de fundar a Cidade de Salvador - como assim era chamado - e organizar administrativamente a Colônia. A Cidade de Salvador foi dividida em duas partes, Cidade Baixa e Cidade Alta, com intuitos muito estratégicos para o local. A cidade Alta com o objetivo de construir Fortes onde podia-se guardar armas e avistar embarcações que viessem em busca de batalhas e a Cidade Baixa- em especial o Comércio - com uma função portuária muito importante. Tendo sido fruto de aterro feito sobre a Baía a construção de boa parte do Comércio, esse local mais uma vez tem um papel de destaque na história do Brasil, quando da invasão de Lisboa pelas tropas Napoleônicas, época em que a Família Real se vê obrigada a fugir e desembarca nos portos do Comércio, em consequência disso os ingleses pressionaram o Príncipe regente a assinar a Carta Régia que abria os portos brasileiros ás “Nações Amigas”. Outra função importante desta área portuária era facilitar a comunicação da Metrópole e seu Império com a África e a Ásia e facilitar as exportações. Até a Década de 70 o Comércio era muito importante para a cidade de Salvador, pois era o único Centro Comercial da Cidade, por 400 anos, a região foi o único centro comercial, industrial e portuário da província. Por ser um centro comercial o bairro possuía apenas vida diurna. Com o crescimento e a evolução da cidade para outras áreas, como o Iguatemi, por exemplo, favorecendo a implementação de novos centros comerciais, que foi considerado um moderno Centro Comercial para a época. Atualmente existe uma ressignificação ao Comércio, com a chegada de faculdades, escritórios diversos, Call Centers, além de existir nos fins de semana um elo entre a vida noturna do Centro Histórico e o Comércio.
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Para além de compra de bens e Serviços o Bairro do Comércio também possuem alguns Atrativos turísticos como Igrejas a exemplo: Igreja Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, Matriz da Nossa Senhora do Pilar. Também o Mercado Modelo e o Elevador Lacerda. Já a Avenida Contorno tem na sua origem um projeto idealizado e construído pelo arquiteto Diógenes Rebouças no ano de 1952 com o objetivo de interligar a Cidade Baixa até o bairro do Canela passando em forma de Túnel pelo Campo Grande, dando à Cidade de Salvador um aspecto moderno com a divisão - e vista - da Cidade Alta a Cidade Baixa. Porém, antes de sua construção alguns órgãos e especialistas precisaram reavaliar o projeto, pois o mesmo iria alterar a situação do entorno do Conjunto do Unhão desambientando o Solar do Unhão, pois a via passaria por entre suas construções. Pensando em unir tradicionalismo com modernidade foi revisto e repensado o projeto. Tendo como solução a construção de um traçado alternativo que passaria por um ângulo mais alto sem interferir os prédios nem o Solar.
3.3 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS NORTEADORES DAS DISCIPLINAS ENVOLVIDAS
Do ponto de vista teórico, a obtenção de um conhecimento mais sistematizado a respeito da realidade em torno da atividade turística no Comércio e na Avenida Contorno foi sustentada, principalmente em Denker, sobre a elaboração de projeto de pesquisa, que, segundo ele, coloca de forma explicita todas as ações que orientarão os pesquisadores e devem ser realizadas ao longo do processo de pesquisa, sendo que deve ser flexível de modo a permitir sua adaptação às mudanças que ocorrem no decorrer do trabalho (DENKER, 2001). O método de pesquisa indutivo utilizado, de acordo com este autor inicia-se pela observação do fenômeno até chegar a princípios gerais, através da análise dos dados, para depois testá-los. Ou seja, a partir do conteúdo específico obtido através da obtenção, do registo e da análise dos factos obtidos no Ponto Mágico, pode ser apresentada uma hipótese que vise solucionar o problema apresentado. Depois de definidas as ações a serem tomadas e a forma de proceder nelas, é necessário a preparação dos instrumentos para a coleta de dado, etapa também conceituada por Denker (2009, p. 137) como “a fase do método de pesquisa que objetiva obter informações sobre a realidade”. Como já foi visto, foram elaborados questionários de demanda turística (APÊNDICES B e D) e um inventário de oferta turística (APÊNDICES C), buscando atingir aos objetivos estabelecidos. Este autor diz que “o objetivo define de modo claro e direto que aspecto da problemática constitui o interesse central da pesquisa”.
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A interação ocorrida entre os pesquisadores e os entrevistados pôde ser quantificada através dos questionários, respondido apenas por um número reduzido de pessoas (também chamado amostragem não probabilística), quando comparado com o universo de turistas que visitam o Ponto Mágico. E as informações obtidas, tanto da oferta quanto da demanda turística, foram tabuladas, ou seja, efetuou-se a representação, em tabelas, dos dados coletados, sendo que os dados tabulados são descritos e interpretados pelo pesquisador (DENKER, 2001), pois estando assim organizadas pôde facilitar a análise das informações para a construção do roteiro turístico. Além disso, gráficos também foram elaborados a partir dos resultados da pesquisa da demanda turística (APÊNCICE E). No que diz respeito aos patrimônios do ponto mágico estudado, foi feito um levantamento dos referidos monumentos do bairro do Comércio e Avenida Contorno da cidade de Salvador, com a finalidade de identificar o acervo Patrimonial e Turísticos dessa Região do Comércio e Contorno verificando a potencialidade histórica do local, além da verificação do seu estado atual de manutenção o que envolve a disposição de órgãos de escala municipal, estadual, e federal para que todo esse museu a céu aberto mantenha-se vivo século após século. Muitos monumentos se encontram em bom estado de conservação, apesar de alguns serem descartados de um roteiro turístico, fato que se explica justamente pela falta de relevância dada pelas empresas de turismo que atuam na promoção e venda dos respectivos patrimônios do local trabalhado, apesar dos mesmos terem uma contextualização histórica e cultural de grande importância para a cidade e a população local. Segundo a Legislação no decreto de lei nº 25 de novembro de 1937, o Patrimônio Cultural é definido como um conjunto de bens móveis e imóveis existentes no País e cuja conservação é de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. São também sujeitos a tombamento os monumentos naturais, sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou criados pela indústria humana. O Patrimônio imaterial é definido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como patrimônio imaterial “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural”. Alguns patrimônios na área do Comércio e Contorno sofreram tombamento, o Mercado da Alfândega, Igreja Conceição da Praia Elevador Lacerda, Sobrado Azulejado, entre outros, o
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tombamento é o instrumento de reconhecimento e proteção do patrimônio cultural mais conhecido, e pode ser feito pela administração federal, estadual e municipal. Em âmbito federal, o tombamento foi instituído pelo Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, o primeiro instrumento legal de proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro e o primeiro das Américas, e cujos preceitos fundamentais se mantêm atuais e em uso até os nossos dias. O que garante uma maior proteção ao monumento, salvaguardando de intervenções privadas ou públicas que descaracterize sua forma original. O Ministério do Turismo caracteriza roteiro turístico como “um itinerário constituído por um ou mais elementos que lhe conferem identidade, definido e estruturado para fins de planejamento, gestão, promoção e comercialização turística”. Tendo em vista que a realização deste projeto leva em conta a expansão da área turística do ponto mágico foi elaborado um roteiro turístico adicionando atrativos turístico para maior exploração deste ponto, e da história da cidade, este itinerário contem elemento da identidade soteropolitana, contando a história de atrativos que foram imprescindíveis para a construção da identidade da cidade de Salvador. Para Cabral (2014, p.2) o fenômeno da crescente globalização do mundo e a consequente necessidade de uma linguagem eficiente de comunicação fez com que a língua inglesa seja hoje fundamental em todo o mundo. Sendo assim a língua internacional das viagens e dos negócios, a língua da comunicação mundial. A tradução do roteiro turístico foi considerada importante tendo em vista a necessidade de se ter uma comunicação fluída com o turista, sendo essa maioria de falantes da língua inglesa. E levando em conta que a Língua Inglesa é a língua global, e a mais falada do mundo. O roteiro turístico é o produto sobre o qual irá recair a atuação do plano de marketing, que é uma ferramenta de gestão capaz aumentar a capacidade do roteiro em manter-se em sintonia com os desejos e as necessidades do turista, pois permite que seja traçado o perfil do consumidor, a tomada de decisões com relação a objetivos e metas, preço, localização do ponto de venda, ações de divulgação e comunicação, distribuição, ou seja, ações necessárias para a satisfação dos visitantes (SEBRAE, 2005).
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3.4 MAPEAMENTO DA OFERTA E DA DEMANDA TURÍSTICA
3.4.1 Demanda Turística do Bairro do Comércio e Avenida Contorno
No mercado turístico, a demanda é formada pelas pessoas que querem consumir e que consomem os produtos e serviços que estão ligados direta e indiretamente com a atividade turística, por um valor e por um determinado período de tempo. Sendo que seu conceito tenta explicar o comportamento do consumidor, a partir de suas decisões de compras (LAGE, MILONE, 2001). Demanda turística é o conjunto de turistas, que de forma individual ou coletiva, estão motivados a consumir uma série de produtos ou serviços turísticos com o objetivo de cobrir suas necessidades de descanso, recreação, entretenimento e cultura em seu período de férias (OMT, 2010, p. 55). Então, para conhecer melhor as pessoas que viajam para conhecer esse ponto mágico (a demanda real) e, porque não, ter noção das que desejam viajar também (demanda potencial) foi pesquisado o perfil do turista que visita essa localidade. O perfil dos visitantes foi estudado por meio de uma coleta de dados, que analisou as seguintes características: idade, tipo, motivação, classe social e nacionalidade, sendo as informações obtidas através de pesquisa de campo em diversos equipamentos locais (Quadro 1), sendo eles turísticos ou não.
Quadro 1 - Dados do questionário de demanda turística para locais frequentados pelos turistas no Ponto Mágico Avenida Contorno e Comércio - Salvador - 2016 Continua
Locais de coleta de
Faixa etária
Classe
dados
predominante
social
Mais de 65 anos
Média
Elevador Lacerda
Motivação Nacionalidade Lazer
alta
Brasileiros e
Grupo:
Estrangeiros
Família
Brasileiros
Grupo:
Restaurante A Porteira De 26 a 50 anos
Média
Express
alta
Restaurante Maria de De 26 a 50 anos
Média
Lazer e
Brasileiros e
Grupo:
São Pedro
alta
Cultura
Estrangeiros
Família
Média
Lazer
Brasileiros e
Grupo:
Estrangeiros
Família
Restaurante Camafeu
Mais de 65 anos
alta
Lazer
Tipo
Casais
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Quadro 1 - Dados do questionário de demanda turística para locais frequentados pelos turistas no Ponto Mágico Avenida Contorno e Comércio - Salvador - 2016 Conclusão
Locais de coleta de
Faixa etária
Classe
dados
predominante
social
Igreja Nossa Senhora Todas
Todas
Motivação Nacionalidade Cultura
Brasileiros
da Conceição da Praia Museu
de
Arte De 26 a 50 anos
Tipo Grupo: Família
Cultura
Brasileiros
Só
Moderna Fonte: Elaboração própria, 2016.
De modo geral, pode-se dizer que o perfil da demanda turista que visita esse ponto mágico compreende pessoas de classe média alta, que viajam em busca de lazer e cultura. O Elevador Lacerda e os Restaurantes Camafeu e Maria de São Pedro, que ficam no interior do Mercado Modelo, recebem turistas estrangeiros e brasileiros principalmente na época em que chegam os cruzeiros, que trazem para essa localidade pessoas já aposentadas, em sua maioria. O Museu de arte Moderna, a Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia e o restaurante a Porteira recebem, em sua maioria, turistas brasileiros. O restaurante, que fica localizado na parte mais central do bairro do Comércio, na Rua Lauro Muller, observa o aparecimento de turistas, que já conhecem a localidade do Comércio e vão até lá, mais no verão. Além disso, foram pesquisadas as agências, situadas em Salvador, com cadastro regular no Cadastro Nacional do Ministério do Turismo - CADASTUR, que é o Sistema de Cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor do turismo. Entre elas, 7 (sete) apresentaram informações quanto a prestação do serviço de receptivo local que comercializam pacotes de viagens e de passeios com esse destino (APÊNDICE A), com destaque apenas para o Mercado Modelo e o Elevador Lacerda na descrição do roteiro. Os turistas que visitam essa região são, em sua maioria, oriundos de várias partes do Brasil, sendo que a presença das mulheres dentre eles é bem superior à dos homens (Quadro 2). É possível relacionar a profissões dos visitantes a classe social já citada anteriormente: são pessoas, funcionários públicos, professores e aposentados, que possuem condições financeiras para pagar a uma agência de viagem para conhecer uma nova localidade ou fazê-lo por conta própria, apenas pelo desejo de fazer turismo.
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Quadro 2 - Dados referentes ao questionário de demanda turística para o turista
Fonte: Elaboração própria, 2016.
De um modo geral, os visitantes possuíam boas expectativas antes de conhecer o Ponto Mágico da Avenida Contorno e Comércio, e após fazê-lo, estas foram majoradas. E os meios de informação que os influenciaram na criação destas expectativas estão bem distribuídos entre TV, rádio, filmes, internet; amigos ou parentes; e outro, que seria revisitar a cidade e curiosidade sobre a mesma.
3.4.2 Relação do Patrimônio Cultural Do Bairro do Comércio e Avenida Contorno
Foi realizado o levantamento dos Patrimônios Históricos e Culturais do bairro do Comércio e Avenida Contorno da cidade de Salvador, com a finalidade de identificar o acervo Patrimonial e Turistíco dessa Região que se encontra no Quadro 3.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Museu do Cacau ou Instituto do Cacau Construído entre 1933 e 1936. Situa-se nas imediações do porto de Salvador, com qual se comunica através de um túnel com 80 metros de extensão, sob a Avenida da França. Sofreu incêndios
que
destruíram
seu
último
pavimento, por isso atualmente passa por processo de reforma a parte afetada pelo incêndio. O espaço do museu é decorado em estilo marajoara. Características: O edifício é um bloco prismático
com
esquinas
arredondadas.
Possui janelas em fita, demarcadas por marquises delgadas. A estrutura é resolvida com concreto armado, através de um sistema de lajes cogumelo, proporcionando plantas livres que seguem uma modulação. Adicionais: Tombado pelo IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia), desde 2002. Fonte: Salvador e a Baía de todos os Santos.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia A igreja atual constitui o terceiro exemplar levantado
no
local
pela
confraria
do
Santíssimo Sacramento e da Imaculada Conceição em 1739. Seu projeto é atribuído a Manoel Cardoso de Saldanha. Características: O conjunto arquitetônico é constituído pela igreja e por dois corpos laterais que se encontram anexos a esta por corredores longitudinais. O templo apresenta nave única oitavada, com capelas laterais, sobrepostas por tribunas, e capela-mor, frontispício, totalmente revestido em lioz. No interior, o retábulo da capela-mor em estilo rococó e o forro em madeira. Atualmente se encontra em um bom estado de conservação. Adicionais: tombada pelo IPHAN em 1938. Fonte: Salvador e a Baía de Todos os Santos.
Imagem: Juciane Araújo, 2016.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Casa da Quinta do Unhão ou Solar do Unhão É um conjunto arquitetônico formado pelo solar, Capela de Nossa Senhora da Conceição, cais
de
desembarque,
fonte,
aqueduto,
chafariz, armazéns e um alambique com tanques. Características: Na ponte de acesso ao solar existem barras de azulejos de ornamentação barroca, produzidos em Lisboa, nos anos 1770 a 1780. O chafariz, originalmente alimentado pelo aqueduto, é uma peça barroca em arenito escuro, formado por uma carranca de onde jorra a água, e duas conchas superpostas e sua capela possui estilo rococó. O conjunto está mantido em ótimo estado de conservação. Adicionais: Tombado pelo IPHAN, desde 1943. Fonte: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.
Imagem: Google, 2016.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Irmãos Pereira Localizada na Praça Manoel Vitorino na Av. Contorno, a estátua dos três Irmãos. Manoel Vitorino Pereira (Salvador, 1854-1903) foi o 2º governador do estado da Bahia, tomou posse em 23 de novembro de 1889. Antônio Pacífico Pereira
(1946-1922).
Formou-se
pela
Faculdade de Medicina da Bahia, em 1857. José Basílio Pereira “Foi dado à Igreja e deu-se ao consolo dos velhos pais. Características: Monumento composto por três estátuas em bronze representativas dos “Irmãos Pereira”, Manoel Vitorino Pereira, José Basílio Pereira e Antônio Pacífico Pereira, assentadas sobre pedestal tríplice em concreto revestido com placas de granito rosado, imitando blocos superpostos. Aplicadas ao pedestal encontra-se inscrições alusivas aos homenageados e na parte frontal, símbolo da República, também em bronze. A estátua se encontra em um estado de conservação
regular,
sendo
que
há
a
necessidade identificação dos nomes do monumento. Adicionais: Altura = 6,00m, Base (3,3 x 1,40m). Não é tombado. Fonte: Fundação Gregório de Mattos - FGM.
Imagem: Juciane Araújo, 2016.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Forte São Marcelo O forte está localizado aproximadamente a 300 metros da linha da costa na Baía de Todos os Santos e construída sobre uma coroa de areia que havia no local, com suas fundações apoiadas
em
enroca
mento
de
pedras,
construído em 1623. Sobre o portal de entrada existe um escudo de armas do Império, mutilado após a Proclamação da República, em 1889, onde a coroa monárquica foi substituída por uma estrela de cinco pontas. Transformada, em 2006, no Centro Cultural Forte de São Marcelo, abriga um rico patrimônio cultural. Características: O forte apresenta planta circular, apresenta ainda um torreão central, que é envolvido por uma plataforma colocada a mesma altura. Passou por uma revitalização no ano de 2000, onde
se
encontra
em
bom
estado
de
conservação. Adicionais: Forte tombado pelo IPHAN, em 1938. Fonte: Salvador e a Baía de Todos os Santos.
Imagem: Google, 2016.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Monumento à Cidade de Salvador Localizado na Rua Conceição da Praia no Comércio,
o
monumento
de
concepção
moderna idealizado por Mário Cravo e erguida em 1970, possuía dupla função: escultura e fonte luminosa, devido à sua forma arrojada e descomprometida com quaisquer elementos reais conhecidos ou representações obvias, a que mais se aproximava era a semelhança às velas dos saveiros que costumavam atracar na rampa do mercado. Características: O material com que foi construído, resina reforçada com fibra de vidro, foi utilizado em caráter experimental e ficou até hoje. Monumento em ótimo estado de conservação. Adicionais: Altura = 16,00m, Circunferência = 65,60m. O monumento não possui tombamento. Fonte: Fundação Gregório de Mattos - FGM.
Imagem: Juciane Araújo, 2016.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Conjunto de Edifícios Almirante Barroso, Ouro Preto e Cidade do Cravo O conjunto de três edifícios comerciais, construídos entre 1963 e 1971, ocupa um quarteirão do bairro do Comércio, entre as praças Marechal Deodoro e Riachuelo, projetadas durante o século XX. Características: Apesar de suas características próprias, articulam-se através de uma galeria com pé direito duplo, conformada por pilotis. Outro fator comum entre as três edificações é a opção por uma malha racionalizada e a utilização de plantas livres. O edifício Barroso possui oito pavimentos. Sua fachada é marcada por faixas de janelas em fita, arrematadas por uma marquise delgada. A do Crato possui onze pavimentos, utiliza a mesma solução das marquises adotadas no edifício vizinho. O conjunto apresenta a arquitetura modernista do bairro. Adicionais: Não é tombado. Estado precário de conservação. Fonte: Salvador e a Baía de Todos os Santos.
Imagem: Google, 2016.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Porto Marítimo de Salvador Localizado de forma privilegiada na Baía de Todos os Santos, o Porto de Salvador tem como principal característica ser um porto com perfil exportador de produtos e se destaca na movimentação de contêineres, cargas gerais, trigo, celulose e também na recepção de cruzeiros marítimos. É um dos maiores exportadores de frutas do Brasil. Características: 2.092 metros de cais acostáveis Profundidade de -8 (armazéns 1 e 2), de -12 (armazéns 3 e 4), de –10 (armazéns 5, 6, 7 e 8) e de -15 no terminal de contêineres e no cais de ligação 9 armazéns da carga. Disponibilidade do cais para 10 navios atracados simultaneamente Frequência média de navios aportados de 75 navios/mês. Imagem: Google, 2016. Fonte: CODEBA.
100
Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Monumento Visconde de Cayru O monumento de 1923 está localizado em frente ao Mercado Modelo, na Praça Cayru no Comércio. destaque,
Monumento no
topo
que
estátua
tem
como
de
bronze
representando o Visconde de Cayru, em posição sentada. O pedestal é composto de blocos remontáveis de pedra calcária, com alargamento na base terminada em degraus. Em prolongamento ao pedestal dois blocos simétricos
de
pedra
calcária,
dispostas
lateralmente, os quais suportam alegorias em bronze. Se encontra em bom estado de conservação, sofreu restauração em 2003. Não é tombado. Adicionais: Altura = 7,50m, Base (4,35 x 4,35) m. Fonte: Fundação Gregório de Mattos - FGM.
Imagem: Juciane Araújo, 2016.
101
Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Sobrado Azulejado O edifício situa-se na Praça Cayrú, formada em 1914, após a demolição do prédio da antiga Alfândega. Seu interior foi totalmente demolido Características: Sobrado de planta regular, composto de quatro pavimentos e cobertura em quatro águas. A fachada principal é caracterizada pelas envasaduras em arco ogival nos pavimentos superiores, revestido em azulejos industrializados, nos tons azuis e branco, também do século IX. Uma platibanda com elementos neocoloniais, acrescida nas primeiras décadas do século XX. O edifício se encontra em extremo estado de deterioração,
correndo
o
risco
de
desabamento a qualquer momento. Adicionais: Tombado pelo IPHAN no ano de 1969. Fonte: Salvador e a Baía de Todos os Santos.
Imagem: Juciane Araújo, 2016.
102
Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Edifício caramuru O edifício originalmente sede da empresa Prudência e Capitalização, foi construído entre 1946 e 1947. Está implantado nas imediações do Elevador Lacerda e do Mercado Modelo. Características: O imóvel possui oito pavimentos: o térreo, que, a princípio, tinha um pé-direito duplo com plantas, com mezaninos curvos; sete pavimentos- tipo com plantas-livre. Adicionais: tombado provisório pelo IPAC da Bahia até 2011.
Imagem: Google, 2016. Fonte: Salvador e a Baía de Todos os Santos.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Conj. Escultórico Homenagem ao Aico A escultura está localizada na Praça Marechal Deodoro da Fonseca no bairro do Comércio. O Monumento confeccionado em fibra de vidro, em forma de duas mãos entrelaçadas, com mapas em baixo relevo da América do Sul e Central em uma mão, e da Península Ibérica, em outra mão. atualmente
em
Se encontra
péssimo
estado
de
conservação. Características: Encontra-se sobre duas bases em concreto revestido em granito e duas bases maiores em forma retangular de fibra de vidro com cantoneiras em ferro. Adicionais: Altura total = 3,90m. Base 1 - 2 x (0,94 x 0, 94 x 0, 70) m. Base 2 - 2 x (1,28 x 1, 28 x 0, 40m). O monumento não é tombado. Imagem: Juciane Araújo, 2016. Fonte: Fundação Gregório de Mattos.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Capela de São Pedro Gonçalves do Corpo Santo A capela do Corpo Santo foi erguida em 1711, pagamento de uma promessa feita pelo marujo espanhol Pedro Gonçalves. Situa-se na parte baixa de Salvador no bairro do Comércio. Características: Possui nave única e capela-mor pouco profunda, com a mesma largura, e sacristia situada longitudinalmente ao longo do corpo do templo. Seu frontispício, alterado em 1902, apresenta três portas no corpo principal, com janelas correspondentes, e, no corpo lateral. Todos os vãos possuem pequenos frontões retos sobre as vergas, sendo curvos os da porta principal e da sua janela correspondente. Seu interior passou por intervenções no século XX, quando foram colocados seus atuais retábulos no estilo neoclássico. A capela se encontra em estado de deterioração. Adicionais: Tombada em 1938 pelo SPHAN atual IPHAN. Fonte: Salvador e a Baía de todos os Santos.
Imagem: Juciane Araújo, 2016.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Batalha de Riachuelo O monumento é de 1874, localizado em frente a Associação Comercial, na praça Riachuelo no Comércio. O monumento é comemorativo da vitória do Brasil na Batalha de Riachuelo (Guerra do Paraguai). Características: Monumento de grande beleza, composto de coluna de bronze em estilo Corinto, com fuste adornado e capitel em volutas, sustentando esfera sobre a qual se encontra figurada Vitória, representada por mulher alada, tudo no mesmo material. Adicionais: Altura = 23,00m; monumento é tombado.
Imagem: Juciane Araújo, 2016. Fonte: Fundação Gregório de Mattos.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Monumento J.J Seabra A estátua J.J é um monumento localizado no bairro do Comércio em Salvador. Características: Monumento que consiste em construção de blocos de granito composta por pirâmide central, dois pedestais retangulares e quatro ordens de degraus na base; sobre os pedestais, na parte frontal, estátua de J.J. Seabra e na posterior figura feminina simbolizando a Democracia, ambas em tamanho natural, de bronze. Afixadas a pirâmide, placas em relevo, no mesmo material representativo das realizações do homenageado. Sua conservação se encontra em bom estado. Adicionais: Altura (total) 10,50m, Base = 33,20m (Circunferência). Não possui tombamento. Imagem: Juciane Araújo, 2016. Fonte: Fundação Gregório de Mattos.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Paço Associação Comercial da Bahia O edifício foi construído no terreno remanescente da bateria do Forte São Fernando. Inaugurado em 1817. O Paço da Associação Comercial da Bahia, entidade assim denominada em 1840. Características: O Paço apresenta planta regular, com dois pavimentos sobre porão alto e corpo central com grande salão de pé direito duplo. Sua fachada que se volta para o mar apresenta pórtico central com coluna jônica, escadaria de dois lances e portada em pedra de lioz português. Adicionais: Tombada pelo IPAC da Bahia (data não encontrada).
Imagem: Juciane Araújo, 2016. Fonte: Salvador e a Baía de todos os Santos.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Mercado Modelo ou Casa da Alfândega A primeira Casa da Alfândega foi edificada no Governo de Tomé de Souza, entre 1549 e 1553, em frente a casa do Governador na Cidade Alta. Em 1664, foi autorizada a construção de nova alfandega mais próxima ao mar e ao porto. A terceira casa foi construída em 1861, para funcionar como Alfândega, esta edificação passou a abrigar o Mercado Modelo a partir de 1971 e mantém a arquitetura neoclássica original mesmo depois de ter sofrido dois incêndios (1969 e 1984). O Mercado Modelo está localizado no bairro do Comércio,
antigo
centro
comercial
de
Salvador, em frente ao Elevador Lacerda. Encontra-se em bom estado de conservação. Características:
Mantém
a
arquitetura
neoclássica. Adicionais: Monumento tombado pelo IPHAN em 1966. Fonte: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.
Imagem: Google, 2016.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Conde dos Arcos A estátua é 28 de janeiro de 1932 Século XX (1931). Localizada
ao
fundo
da
Associação
comercial, no bairro do Comércio. Características: O monumento é composto de estátua em bronze assentada sobre pedestal de granito cinza. O pedestal é constituído por blocos remontáveis sobre base quadrangular. Ladeando o mesmo, em plano inferior, duas estátuas menores, representando, respectivamente, a “Lavoura e Indústria” e o “Comércio” ambas em bronze. Na parte frontal e posterior, encontram-se
afixadas
placas
comemorativas, no mesmo material.
Se
encontra em um bom estado de conservação. Adicionais: Altura, 4,40m a base = base (4,40 x 4,40m). O monumento não é tombado. Fonte: Fundação Gregório de Mattos.
Imagem: Juciane Araújo, 2016.
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Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Elevador Lacerda Este monumento começou a ser construído, em
1869,
pelo
engenheiro
Augusto
Frederico de Lacerda, utilizando peças de aço importadas da Inglaterra. Após sua inauguração, transformou-se no principal meio de transporte entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa. Ao longo de sua história, passou por quatro grandes reformas e revisões, sendo que na segunda, em 1930, foram adicionados mais dois elevadores e uma nova torre. Mantido em bom estado de conservação Características: Arquitetura em estilo Art Déco. Adicionais:
Tombado
em
1996
pelo
IPHAN. Imagem: Google, 2016. Fonte: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN; Salvador e a Baía de todos os Santos.
111
Quadro 3 - Relação do Patrimônio cultural do Bairro do Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016 Continua
Elevador do Taboão Também
chamado
de
a
Balança,
foi
construído em 1896 pela companhia de transportes urbanos. Características: Elevador possuía sistema hidráulico e duas balanças: uma destinada para e outra para carga. Possui torre de ferro medindo 28 metros e uma ponte que ligava a cidade alta. Encontra-se
em
péssimo
estado
de
conservação. Adicionais: Não é tombado
Imagem: Juciane Araújo, 2016. Fonte: Salvador e a Baía de todos os Santos.
A oferta turística é o conjunto de atrativos turísticos, serviços e equipamentos e toda infraestrutura de apoio ao turismo de um determinado destino turístico, utilizados em atividades ditas turísticas. Sendo assim, esse projeto visa verificar o que Bairro do Comércio e a Avenida Contorno oferecem aos visitantes para que eles possam satisfazer suas necessidades de consumo durante a sua visita a essa localidade. O Quadro 3 mostra os principais atrativos turísticos da área do Comercio e da Avenida Contorno, constituindo assim, objetos, equipamentos, pessoas, fenômenos, eventos ou manifestações capazes de motivar o deslocamento de pessoas para conhecê-los; e podem ser naturais, relacionados às condições naturais; e culturais, relacionados a aspectos socioculturais. Braga (2007, p.79) complementa essa definição dizendo que o atrativo turístico deve ter estrutura para propiciar uma boa experiência turística aos visitantes. O bairro do Comércio e a Avenida Contorno possuem um patrimônio cultual vasto, expresso em bustos, estátuas, monumentos, prédios cívicos, igrejas, fontes, escultura, painel, museus, conjunto arquitetônico e forte, além da expressão cultural da capoeira, alguns dos quais estão fichados no capítulo referente ao mapeamento turístico da oferta e da demanda local.
112
Esses bens culturais de natureza material e imaterial, podem se constituir como atrativos turísticos, no entanto, aqueles que possuem um grau de atratividade capaz de motivar inicialmente o deslocamento de pessoas, que não tenham nenhum interesse específico, para conhecê-los estão listados no Quadro 4.
Quadro 4 - Atrativos culturais do Ponto Mágico Comércio e Avenida Contorno Salvador - 2016
O Quadro 4 apresenta os atrativos mais e menos divulgados para explorar a atividade turística local, e aqueles que se tornaram um atrativo turístico por possibilitar ao turista chegar à região através do mar e explorá-la maritimamente. Para se ter uma noção da importância de cada um destes atrativos, há, a seguir o histórico e uma avaliação de cada um deles feita a partir da pesquisa de campo.
113
A Casa da Quinta do Unhão (Item 4 do Quadro 4), mais conhecida como Solar do Unhão, composto por solar, Capela de Nossa Senhora da Conceição, cais de desembarque, fonte, aqueduto, chafariz, armazéns e um alambique com tanques, era um complexo agroindustrial do mesmo tipo dos engenhos de açúcar, com casa-grande, capela e senzala e ainda armazéns e cais, que atendiam à função de receber e exportar a produção açucareira do recôncavo. Este conjunto arquitetônico já funcionou como fábrica de rapé (1816-1926) e trapiche (1928), sendo hoje as suas instalações ocupadas pelo Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). O Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) (Item 9 do Quadro 4) foi fundado no início da década de 1960, inicialmente no Teatro Castro Alves, tendo mudado para o endereço atual no ano de 1963. É vinculado ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) e possui um espaço técnico com serviços de conservação, restauro e museologia; oito salas de exposição; um teatro; uma biblioteca; e uma oficina de arte que oferece vários cursos abertos, como o de pintura e de técnicas de gravura. Além de obras de artistas como Tarsila do Amaral, Carybé e Mário Cravo. Durante a pesquisa de campo constatou-se que está muito bem conservado, além do que já foi exposto, também abriga o projeto “Jam no MAM”, apresentações de Jazz, que contribui ainda mais para atrair visitantes. O único problema verificado foi a falta de policiamento quando do deslocamento feito a pé, a partir do Comércio. O Mercado Modelo (Item 8 do Quadro 4) foi inaugurado em 1912 e funcionava como principal centro de abastecimento da cidade de Salvador, localizado numa área pertencente a Marinha, ao lado da Praça Cayru. Ele sofreu cinco incêndios: em 1917, o primeiro, com danos parciais; em 1922, o segundo, que destruiu grande parte de sua estrutura; o terceiro ocorreu em 1943, com danos parciais; e em 1969, ocorreu o quarto, que destruiu completamente o antigo Mercado Modelo obrigando os comerciantes a irem para a Casa da Alfândega. Em fevereiro de 1971, um novo Mercado Modelo foi inaugurado no antigo prédio da Alfândega, tendo sofrido o último incêndio em 1984. Seu comércio, entretanto, passou a ser principalmente o artesanato e lembranças da Bahia para turistas. Durante a pesquisa de campo verificou-se que as mercadorias estão dispostas no Mercado Modelo de modo a facilitar a passagem dos visitantes pelo espaço, que se apresentava limpo. É necessário realizar uma revisão no telhado que está danificado, com a ocorrência de goteiras quando chove. A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), este ano (2016), passou a cuidar da sua operacionalização e pretende iniciar uma reforma no local até o início de 2017.
114
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia (Item 6 do Quadro 4) foi mandada construir por Thomé de Sousa logo após sua chegada na Bahia, em 1549. A construção do templo atual foi iniciada em 1736, sendo que a nova igreja foi inaugurada em 1765, ainda incompleta e foi considerada concluída em 1820. Tendo sido pré-fabricada em Portugal, com pedras de Lioz numeradas vindas de Lisboa, ela foi elevada à categoria de basílica menor em 1946. Durante a pesquisa de campo constatou-se que a igreja é aberta ao público e realiza missas em horários fixos, sendo que tanto os seus fiéis quanto os visitantes podem assisti-las e apreciar a beleza do seu interior, como a pintura ilusionista barroca o seu teto, feita por Joaquim José da Rocha em 1772. Está em bom estado de conservação, embora esteja passando por obras de requalificação no ano de 2016. O Elevador Lacerda (Item 5 do Quadro 4) foi o primeiro elevador urbano do mundo, começou a ser construído, em 1869, pelo engenheiro Augusto Frederico de Lacerda, e inaugurado em 1873, com o nome de Elevador Hydrulico da Conceição da Praia, com apenas uma torre, popularmente chamado de Elevador do Parafuso. Em 1896, ele passou a se chamar Elevador Antônio de Lacerda, por indicação do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, sendo que sua segunda torre foi inaugurada em 1930, junto a uma reforma geral. Em 1955, o Elevador foi estatizado pela Prefeitura e em 1961, novos elevadores foram inaugurados, mais rápidos e dobrando a capacidade por cabine de 16 para 32 pessoas. Durante a pesquisa de campo verificou-se que apesar de possuir quatro cabines, apenas duas estão em funcionamento para realizar o transporte dos passageiros e a presença de guardas municipais na parte de baixo do Elevador transmite uma sensação de segurança que é importante para todos aqueles que utilizam seus serviços. O Forte de São Marcelo (Item 10 do Quadro 4) antes era denominado Forte de Nossa Senhora do Pópulo e conhecido como Forte do Mar, nasceu como um baluarte de forma triangular, construído em madeira, no início do século XVII, sobre um arrecife, na entrada do porto de Salvador. Depois da invasão holandesa de 1624, foi reconstruído em alvenaria de pedra e ganhou sua forma circular. Serviu para defender a cidade e já funcionou como prisão de líderes revoltosos; e centro cultural, a partir de 2006. Durante a pesquisa de campo constatou-se o Forte São Marcelo poderia estar sendo usado para desenvolver o turismo dentro da Bahia de Todos os Santos. Apesar de ter sido um dos monumentos de Salvador selecionados em 2012 para receberem recursos federais através do projeto Programa de Aceleração do Crescimento- PAC Cidades Históricas na Bahia, encontra-se fechado para visitações desde 2011. Esse projeto já deu início a obras em outros
115
dois locais aqui analisados, sendo eles: o Plano Inclinado Gonçalves e a Catedral Basílica, estando faltando 60% e 40%, respectivamente, a ser concluído nas obras de requalificação. O Plano Inclinado Gonçalves (Item 2 do Quadro 4) começou a ser construído entre 1887 e 1889, tendo sido denominado inicialmente como Plano Inclinado Isabel, em homenagem à Princesa Isabel, porém, em 25 de dezembro de 1889, quando ocorre a sua inauguração, a família imperial já havia sido destronada e a República proclamada, o que leva o equipamento a ser rebatizado de Plano Inclinado Gonçalves, em homenagem ao comendador Manuel Francisco Gonçalves, diretor da Companhia Circular de Carris da Bahia, responsável pela iniciativa de construí-lo. Ele possuía uma extensão de 150 metros, uma linha dupla de trilhos, sobre os quais corriam as duas cabines de passageiros, funcionando por contrapeso e com capacidade para transportar até 4.000 passageiros em apenas duas horas. Durante a pesquisa de campo o plano Inclinado encontra-se fora de uso devido a obras de requalificação. Há pouca sinalização que indique sua localização e as vias de acesso até este terminal não possuem elementos de acessibilidade, como piso tátil e calçadas rebaixadas. A Igreja de São Pedro Gonçalves do Corpo Santo (Item 7 do Quadro 4), segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan, foi fundada, em 1711, pelo marujo espanhol Pedro Gonçalves em pagamento a uma promessa feita durante uma tempestade em águas da Baía de Todos os Santos. De 1736 a 1756 serviu de matriz da Paróquia da Conceição da Praia, durante a construção do novo prédio daquela igreja. Em 1902 e 1903, o templo foi reestruturado: seu frontispício foi modificado e sua fachada ficou de costas para o mar; e foram criadas lojas comerciais na fachada do fundo e lateral. Durante a pesquisa de campo constatou-se essa igreja encontra-se muito deteriorada. Não é difícil encontrá-la fechada, e quando assim está, moradores de rua se instalam em suas escadarias. Parece não despertar o interesse nem mesmo dos que ali trabalham, tendo em vista que muitos deles não sabem nem o nome da igreja. A Associação Comercial da Bahia (Item 1 do Quadro 4) foi fundada em 15 de julho de 1811, é a primeira entidade de classe do Brasil e a mais antiga das Américas, que foi construída atendendo aos desejos dos comerciantes locais; do Vice-Rei do Brasil, D. Marcos de Noronha e Britto, VIII Conde dos Arcos de Val de Vez; e do Príncipe Regente, D. João VI. Esse edifício teve uma atuação marcante como palco de importantes eventos políticos, econômicos e sociais da Bahia e do Brasil, possuindo um rico acervo restaurado e preservado ao longo dos últimos anos, aberto à visitação pública, que exibe objetos e documentos de época, além de telas a óleo de grande valor histórico, a exemplo do mural de Cândido Portinari retratando o desembarque da Família Real de Dom João VI na Bahia.
116
Constatou-se que Associação Comercial da Bahia é um edifício bem conservado, onde o visitante pode encontrar todo o suporte necessário para lhe proporcionar uma boa experiência no Ponto Mágico. A criação do Instituto de Cacau da Bahia (ICB), em 1931, marcou o início da segunda etapa do ciclo de cacau baiano para exportação, que se iniciou em 1890. Ele foi instituído por meio de um decreto estadual, visando atender as dificuldades financeiras dos lavradores e restabelecer o ritmo normal das atividades de produção e comércio; e oferecer à lavoura apoio permanente, para garantir o desenvolvimento da cacauicultura baiana em bases mais sólidas. Hoje o prédio abriga, além de outros órgãos, o museu regional do cacau, fundado em 1982, com um acervo composto de peças relacionadas com a região cacaueira, objetos que remetem à história política local, quadros, mobiliário, papéis, porcelanas, cristais, urnas indígenas e jornais, além de elementos demonstrativos da biologia do cacau e sua história natural. Constatou-se que o prédio onde funcionava o antigo Instituto de Cacau está bastante deteriorado. Já o museu, que está no térreo, está aparentemente em estado de abandono, pouco iluminado e sem um funcionário para receber os visitantes logo a sua entrada. Além disso, não foi verificado nenhum tipo de sinalização que indicasse a sua localização na parte exterior do prédio. Do Centro Náutico da Bahia, Terminal Turístico Náutico da Bahia (TTNB) ou Terminal Náutico da Bahia (Figura 4) partem lanchas, escunas e catamarãs que atravessam a Baía de Todos os Santos em direção a destinos como Mar Grande, Ilha de Itaparica e Morro de São Paulo. Além de possuir uma infraestrutura de apoio às embarcações esportivas e de lazer, tais como vestiários masculinos e femininos, estacionamento privativo e segurança 24h.
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Figura 4 - Fachada do Centro Náutico da Bahia, Terminal Turístico Náutico da Bahia (TTNB) ou Terminal Náutico da Bahia - 2016
Fonte: Google, 2016.
Percebe-se que Terminal Náutico da Bahia está bem conservado (Figura 4) e a empresa Socicam Náutica e Turismo, responsável pela sua operacionalização desde 2013, tem feito investimentos para requalificar o Terminal. Um conjunto de trapiches e pequenos ancoradouros em pontos diversos formavam a estrutura portuária da capital baiana, até que em 13 de maio de 1913, o então governador José Joaquim Seabra inaugurou o porto organizado, a partir do aterramento de uma extensa faixa do bairro do Comércio. Por ter sido construído na área urbana de Salvador, sua condição de “porto urbano” não permite a operação de cargas específicas, como as das áreas petroquímicas, minério e gás. Dentre os vários planos para o seu desenvolvimento, há a construção do Terminal Marítimo de Passageiros e Receptivo Turístico do Porto de Salvador a partir de 2012 e inaugurado em fevereiro de 2015. Verificou-se que esse novo Terminal de Passageiros permitirá o progresso no desenvolvimento turístico de Salvador através da realização de atividades de embarque e desembarque de passageiros, despacho e recebimento de bagagens, controle de migração e operações alfandegárias. Bahia Marina (Figura 5) foi inaugurada em 1999, numa área degradada da cidade, com a proposta de ser um centro de lazer náutico e preencher uma lacuna existente na infraestrutura da cidade, em atender à crescente demanda de navegadores que não contavam com vagas suficientes em Salvador para atracação e manutenção de suas embarcações. E teve um papel fundamental para a requalificação da Cidade Baixa, recebendo eventos esportivos e musicais.
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Figura 5 - Bahia Marina - Avenida Contorno - 2016
Fonte: BAHIA MARINA, 2016.
A Bahia Marina (Figura 5) possui uma ótima infraestrutura para receber e atender os visitantes em suas necessidades, além de estar perto de grandes restaurantes, como o Amado, e do Solar do Unhão. Recomenda-se que o acesso a este local não seja feito a pé devido ao pouco policiamento na área adjacente, mas o local além de boa infraestrutura, possui segurança. Na Roda de Capoeira se expressam a história de resistência negra através de seus elementos: o canto, o toque dos instrumentos, a dança, os golpes, o jogo, a brincadeira, os símbolos e rituais de herança africana, notadamente banto, recriados no Brasil. Tornou-se uma forma de luta organizada e mortal nos maiores centros urbanos do século XIX, especialmente Salvador. Hoje, é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e possui o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. O título foi concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Durante a pesquisa constatou-se que a capoeira é uma manifestação cultural que chama desperta o interesse dos turistas, que se reúnem para assistir e tirar fotos dos capoeiristas. Durante a pesquisa de campo realizada, não foi observada a cobrança pelas fotos. O principal ponto atrativo do Comércio e da Avenida Contorno é a Baía de Todos os Santos (Quadro 5).
Quadro 5 - Atrativo natural do Ponto Mágico Comércio e da Avenida Contorno Salvador -2016 Nome Baía de Todos os Santos Fonte: Elaboração própria, 2016.
Localização Bahia
119
A Baía de Todos os Santos (Figura 6) foi assim nominada em 1501 em virtude de uma tradição católica, onde os acidentes geográficos eram nomeados de acordo com os santos dos dias onde
os
mesmos
eram
identificados,
quando
uma
expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos e acompanhada por Américo Vespúcio foi enviada para mapear as novas terras, descobertas um ano antes por Pedro Álvares Cabral, no dia 1º de novembro, Dia de Todos os.
Figura 6 - Baía de Todos os Santos - Comércio - 2016
Fonte: Google, 2016.
Constatou-se que esta Baía (Figura 6) é a maior do Brasil; e a segunda maior do Atlântico, firmando-se como a maior baía tropical do mundo e um dos melhores locais do mundo para navegar, possui águas calmas e uma beleza que encantam os turistas.
3.5 SERVIÇOS TURÍSTICOS DO BAIRRO DO COMÉRCIO E AVENIDA CONTORNO
3.5.1 Hospedagem
Segundo Ribeiro (2011), “um meio de hospedagem é uma empresa comercial que vende ao visitante bens e serviços, como quartos, alimentos, bebidas, e outros tipos que podem variar em função dos interesses de sua clientela”. Ou seja, os estabelecimentos hoteleiros ofertam
120
alojamento temporário para hóspedes, mediante o pagamento da hospedagem, sendo, portanto, fundamental no desenvolvimento do turismo. A proposta deste projeto de pesquisa é apresentar informações sobre hospedagem no Ponto Mágico, no entanto, esta localidade abriga um dos principais centros financeiros e de serviços da capital baiana, não possuindo hotéis.
3.5.2 Lojas Turísticas
As lojas de artigos para turistas nessa localidade estão concentradas no Mercado Modelo. Aí os turistas satisfazem suas necessidades de compra de lembranças que os façam lembrar da região ou da cidade visitada, não tendo a necessidade de ir para outro lugar. São 263 lojas, distribuídas por 8.410 m2, onde podem ser encontrados uma enorme variedade de artesanato e artigos ditos típicos da Bahia, mas, alguns desses artigos, na verdade vem de outros estados. Além das lojas, o turista conta com um posto de informações turísticas, caixas eletrônicos, restaurantes com comida típica, rodas de capoeira, banheiros, barbearia, sistema de som para avisos, limpeza e segurança. A única loja que também pode ser considerada turística nessa região é o Armazém do Charuto, localizado na Av. Estados Unidos, 161 - Comércio, que vende tabacos e charutos oriundos do Recôncavo Baiano.
3.5.3 Restaurantes e bares
Segundo Castelli (2000, p. 297) restaurante é “o estabelecimento que fornece ao público alimentação mediante pagamento”. E os locais que fornecem esse serviço no Ponto Mágico Comércio e Avenida Contorno estão no Quadro 6, assim como os bares.
121
Quadro 6 - Lista de restaurantes e bares turísticos do Ponto Mágico Comércio e Avenida Contorno - 2016 Continua
1
Tipo Restaurantes Restaurante Lafayette
2
DAS
1
Restaurante SOHO
Av. Contorno, Culinária oriental 1010, Bahia Marina.
1
Café do Forte
Av. Lafayete Coutinho Comida di Buteco 1010, Bahia Marina.
1
Restaurante Amado
Av. Lafayete Coutinho, Culinária contemporânea 660 - Comércio. brasileira.
1
Preto e Branco Café e Rua Conselheiro Culinária contemporânea Restaurante Dantas, 11, Comércio. internacional
1
Restaurante Caranguejo de Sergipe Camafeu de Oxossi Restaurante Maria de São Pedro
2
3 4 5
6 7 8 9
1
Restaurante Porto da Bahia Restaurante divina gula Porto Bahia
Restaurante Sublime Sabor Tempero de Mãe Choperia e restaurante Colon Restaurante Sabore Comidare 33 Down Town
Endereço
Culinária
Av. Lafayette Coutinho, 1010, Pier D, Bahia Marina. Av. Lafayete Coutinho 1010, Pier D, Bahia Marina.
Culinária mediterrânea, unindo ingredientes nacionais e internacionais. Culinária mediterrânea com cardápio variado de frutos do mar e grelhados.
Mercado Modelo Praça Visc. de Cayru, 250 - Comércio Mercado Modelo Praça Visc. de Cayru, 250 - Comércio R. da Grécia, 165 Comércio Av. da França, 414 - loja 1 - Comercio Galeria Serra da Paz, Rua da Grecia 165, Comércio. Rua Portugal, 5, Comércio. Avenida Portugal, 11, Comércio. Praça Conde dos Arcos, 3, Comércio Rua Torquato Bahia, 6, Comércio
Culinária regional
Culinária regional
Culinária regional Culinária regional Culinária regional
Culinária regional Culinária regional Culinária regional Culinária regional
Avenida Estados Culinária Japonesa Unidos, 397, Comércio.
122
Quadro 6 - Lista de restaurantes e bares turísticos do Ponto Mágico Comércio e Avenida Contorno - 2016 Conclusão
Tipo 1 2 3
Endereço
Culinária
Restaurante Pollyana
R. Conselheiro Saraíva, Churrascaria 164, Comércio. Restaurante Xangai R. Visc. do Rosário, 4 - Churrascaria Brasil Comercio. Restaurante A Porteira Rua Portugal, 21 - Churrascaria Express Comércio
1
Subway
Condomínio Edifício Fast food Cidade do Salvador, Av. Estados Unidos, 137 Lojas A e B - Comercio,
1
Spoleto
Rua: Conselheiro Culinária italiana Dantas, 57 - Ed. Paraguassu, Loja 02 Comércio.
1
Bar Bar Damasco
2
Rua da Conceição da Praia, 20, Comércio Bar e lanchonete Coco Av. França, 165 Verde Comércio.
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Como pode ser verificado no Quadro 6, essa localidade possui uma variedade de opções culinárias, que pode atender ao gosto diferenciado dos turistas.
3.6 INFRAESTRUTURA DO BAIRRO DO COMÉRCIO E AVENIDA CONTORNO
3.6.1 Iluminação Pública
A Iluminação Pública pode ser definida como o serviço que tem por objetivo prover de luz, no período noturno ou nos escurecimentos diurnos ocasionais, os logradouros públicos, inclusive aqueles que necessitem de iluminação permanente no período diurno (Resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel n. º 456/2000). Na Avenida Contorno, a iluminação pública deixa a desejar, as calçadas são pouco iluminadas, o que pode ocasionar no aumento da criminalidade na área, ocorrendo em assaltos, venda de drogas, entre outros atos ilícitos à noite.
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No Comércio, sendo uma área de grande acesso de pedestre, a iluminação é mais concentrada no centro, onde há universidades, e empresas. A iluminação neste bairro melhorou bastante com a troca das lâmpadas incandescentes por fluorescentes nos postes de iluminação, o que tem facilitado bastante o trabalho noturno dos policiais que fazem a ronda no bairro.
3.6.2 Segurança Pública
De acordo com o Art.144 da Constituição Federal define-se por Segurança Pública um processo exercido com o objetivo de garantir a ordem pública. É um dever e obrigação garantindo a todo cidadão de bem sem discriminação de raça, credo e classe social. Esse direito abrange o direito de ir e vir, direito a vida, liberdade pessoal, integridade física etc. Os Órgãos responsáveis por garantir que esse dever seja cumprido de forma mais eficaz possível são: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. Como a segurança é a percepção de se estar seguro, na Avenida contorno não há nenhum tipo de segurança pública as vistas, dificilmente viaturas policiais, passam pelo local, não há câmeras de segurança, nem policiamento no local. No comércio a sensação de insegurança também é sentida pelos trabalhadores locais, quando se trata da parte mais interna do bairro, afastada do centro, como relataram os donos de estabelecimentos comerciais e guardadores de veículos sindicalizados que trabalham nas ruas. O policiamento é mais constante nas áreas próximas ao elevador Lacerda e o Mercado Modelo, ocasionalmente viaturas da polícia militar fazem rondas pelas áreas centrais do comércio. E a localidade do Ferry boat é o local onde fica a maior concentração de policiais, segundo informações obtidas na 16ª Companhia Independente da Polícia Militar - PM. Esta Companhia da PM é a responsável por fazer o policiamento dessa região e conta com quarenta e um policiais, quatro viaturas e uma base comunitária móvel da PM, sendo que à noite, a segurança é feita pelas viaturas, com três policiais por veículo, e duas duplas de policiais a pé; e, durante o verão, o efetivo de policiais aumenta devido ao maior movimento de transeuntes na região. No entanto, essa estrutura e recursos voltados para prestar o serviço de segurança no Comércio e Avenida Contorno são divididos com o bairro da Calçada, que também é de responsabilidade da Companhia. “A segurança nesses locais é feita por um policiamento ostensivo, ou seja, por policiais fardados que devem atender a todos e não apenas aos turistas”,
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essa é a opinião do policial Paim, entrevistado na 16ª Cia da PM. Ainda, segundo ele, as agências de viagem deveriam investir em segurança particular para os turistas.
3.6.3 Acessibilidade
A Associação Brasileira de Normas Técnica - ABNT conceitua acessibilidade como possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida. Sendo assim, as áreas da Contorno e Comércio são pouco acessíveis para pessoas cadeirantes e com problemas de acessibilidade: área da Avenida Contorno tem calçadas largas, mas não dispõe de mais de uma faixa de pedestre, e o acesso ao Museu de Arte Moderna não pode ser feito sem a ajuda de uma outra pessoa, por ter uma ladeira íngreme. No Comércio, as calçadas são largas, mas a maioria delas são esburacadas, o que ocasiona na difícil locomoção, em compensação a maioria das faixas de pedestres tem a rampa de acesso à deficientes físicos, e também há sinalização na calçada para cegos. Inclusive, está uma sendo realizadas obras de requalificação das calçadas do bairro do Comércio, executadas pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), onde estão sendo colocados piso tátil e rampas de acesso. Esta obra faz parte do projeto ‘Pelas Ruas do Centro Antigo de Salvador’, do Governo do Estado, que foi dividido em cinco lotes, sendo que o Comércio faz parte do Lote 1, que conta com R$ 28,2 milhões que será dividido com o bairro da Calçada, para obras em 55 vias.
3.6.4 Saneamento básico
O saneamento básico envolve um conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas (LEI Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007). O abastecimento de água potável se refere ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição. Já o esgotamento sanitário compreende a coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados
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dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente. A empresa responsável por prestar os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Salvador é a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A.- Embasa. Para que a água possa chegar aos estabelecimentos do Comércio é necessário que ela passe por um longo processo onde primeiro ela, no estado bruto, é captada da barragem de Pedra do Cavalo, localizada a 120 quilômetros da capital baiana; depois a água bruta segue por adutora até a Estação de Tratamento Principal (ETA Principal), situada em Candeias. Em seguida a água é tratada nas estações de Salvador Teodoro Sampaio. Desta estação, a água segue por adutora até o reservatório da Caixa D’Água, que atende os estabelecimentos do bairro do Comércio e Avenida contorno (EMBASA, 2013). Para que o esgoto gerado com a utilização da água seja tratado é necessário que uma ligação entre a rede interna de esgotamento dos imóveis e ao ramal domiciliar da rede pública coletora de esgoto. Do ramal, o esgoto coletado segue pela rede, através de tubulações, para estação de tratamento. Depois, segue até um emissário submarino para dispersão no oceano (Embasa). A cidade de Salvador possui um sistema de esgotamento sanitário formado por uma rede coletora pública que possui 28 bacias sanitárias integradas a 2 (dois) emissários (Rio Vermelho e Boca do Rio), sendo que a Bacia Comércio, que recebe o esgoto proveniente dos estabelecimentos que integram o Ponto Mágico, está integrada ao emissário do Rio Vermelho (EMBASA, 2013). A limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos está relacionada a coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas. Nesse serviço, a empresa Revita Engenharia, uma das empresas de maior expertise no ramo de engenharia ambiental, especializada em prestação de serviços de limpeza urbana, coleta de resíduos e indústria de tratamento e valorização de resíduos, é responsável por realizar a limpeza. Esta é uma empresa terceirizada da Empresa de Limpeza Urbana do Salvador - Limpurb. Os serviços prestados por esta empresa no Ponto Mágico se constituem em varrição de vias e coleta de lixo, realizados por equipes de trabalho em três turnos, sendo que o turno vespertino conta com uma equipe de 14 pessoas. Além disso, há cestas coletoras (lixeiras) de plástico e de madeira, em bom estado de conservação, espalhadas pelo bairro. As ruas do Comércio e da Avenida Contorno são limpas, de modo geral. Mas importante observar que a limpeza depende tanto da ação da prefeitura quanto da conscientização das
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pessoas que frequentam esta localidade e essa colaboração fará com que a mesma se torne um ambiente agradável tanto para estas quanto para os turistas.
3.6.5 Sistemas de Transporte
Um sistema de transporte é composto por um conjunto de partes (veículo, vias e terminais) que interagem de modo a promover deslocamento espacial de pessoas e mercadorias, de acordo com a vontade dos usuários, programação dos operadores e regras estabelecidas. (GAVA, 2006). No entanto, quando se considera a questão turística, é importante perceber o sistema não se resume apenas nessas partes, mas que os serviços oferecidos por elas. No ponto mágico podem ser constatados elementos de dois modais de transporte através do modal rodoviário, que é utilizado para o transporte de mercadorias e pessoas por veículos automotores (ônibus, caminhões, veículos de passeio, etc.); e do modal hidroviário, que se constitui no tipo de transporte aquaviário realizado nas hidrovias (são percursos prédeterminados para o tráfego sobre águas) (MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, 2014). As vias rodoviárias, que são a trajetória ou caminho percorrido, no bairro do Comércio e na Avenida Contorno são largas e bem sinalizadas. A sinalização viária vertical, que é feita por placas, desta localidade está em bom estado de conservação, mas a horizontal, que é aquela feita sobre o pavimento da via, precisa de manutenção. E como já foi citado, algumas vias do Comércio estão sendo requalificadas. Os terminais, princípio e o fim de uma viagem, deste Ponto Mágico são: o Porto de Salvador, o Terminal Turístico Náutico de Salvador, e a Bahia Marina. O porto de Salvador, localizado na Bahia de Todos os Santos, segundo a Companhia das Docas do Estado da Bahia - CODEBA, se destaca na recepção de cruzeiros marítimos e tem disponibilidade para atracar 10 (dez) navios no cais simultaneamente, mas essa informação seria mais útil para o turismo se a metragem dos navios para esse intento fosse indicada. O Terminal Turístico Náutico de Salvador compõe o sistema hidroviário da Bahia de Todos os Santos e recepciona embarcações de turismo, do tipo escunas, que realizam passeios às ilhas da Baía, além de servir de atender a demanda diária de transporte hidroviário. A Bahia Marina, localizada entre a Praia da Preguiça, é um centro portuário para iates e botes recreacionais privados para clientes permanentes e visitantes, além de possuir um amplo estacionamento, sendo um atrativo para os turistas que frequentam o espaço. Além das embarcações já citadas, os veículos que também circulam por essa região são ônibus, que fazem parte do sistema de transporte público da cidade, carros e micro-ônibus. Por
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ser um centro comercial, essa região apresenta muitos estacionamentos particulares, como: Multipark, Via Park, Guapira Park, Bahia Park. Há também estacionamentos rotativos regulamentados pela Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), que são operados por funcionários do Sindicato dos Guardadores e Lavadores de Veículos do Estado da Bahia.
3.7 ANÁLISE DO MAPEAMENTO DA OFERTA E DA DEMANDA TURÍSTICA
As decisões dos turistas em visitar o Ponto Mágico vão variar de acordo com a disponibilidade de oferta turística que a localidade oferece, e o ponto mágico Avenida Contorno e Comércio, dentro do eu foi proposto pelo trade turístico, possui uma quantidade limitada de atrativos, mas, por serem bastante divulgados pelas agências de viagem, possuem um peso muito grande na decisão de conhecer Salvador. Inclusive, a publicidade e a propaganda turística, das quais as agências se utilizam para vender os pacotes de viagem, são um dos fatores que influenciam essa a motivação da demanda. Este é um fato que deve ser analisado de forma mais abrangente, pois remete ao respeito da capacidade de carga local, para que não haja desgaste acelerado dos atrativos devido à concentração da exploração turística em determinadas áreas, assim como gera uma acomodação quanto ao desenvolvimento de outros produtos que podem ser agregados ao entorno dos já existentes para melhor aproveitar a capacidade turística dessa região. E acrescenta-se a isso a realidade de que até mesmo alguns dos atrativos usados para divulgar o Ponto Mágico não são aproveitados em seu potencial turístico, como o Forte São Marcelo. E, aqueles atrativos que poderiam incrementar essa atividade econômica, como a Igreja do Corpo Santo, por estar próxima a basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, não são nem considerados para tal fim. Além disso, as facilidades turísticas, como veículos especiais circulando pela cidade com o serviço de guias/condutores descrevendo os pontos turísticos, constituem outro fator que deve ser levado em conta para analisar a demanda turística nesse ponto mágico. O roteiro do Salvador Bus passa pela Avenida Contorno e o Bairro do Comércio, onde atrativos como Solar do Unhão, o Elevador Lacerda, a Bahia Marina, o Forte de São Marcelo e o Mercado Modelo são colocados em destaque no mapa do percurso. Mas, para utilizar esse serviço é necessário desembolsar atualmente uma quantia no valor de R$ 40,00, quando criança ou idoso, e R$ 55,00, para adultos para comprar a Pulseira Ticket que é válida para um dia de utilização no roteiro turístico do Salvador Bus. Ou seja, para
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que os turistas possam conhecer essa região, com mais conforto e segurança, é necessário que ele contrate uma agência que faça city tour pela cidade. Um dos pontos de parada do Salvador bus é o Mercado Modelo, o que contribui para que haja a concentração de lojas de artigos turísticos neste local. Os outros comerciantes nem cogitam a possibilidade de investir nesse tipo de artigo, tendo em vista a possibilidade de fazer um mal negócio. Mas, as melhorias na infraestrutura urbana local podem dar espaço para que o interior do Comércio tenha maior visibilidade para o turismo, pois as obras irão beneficiar transito das pessoas que já frequentam esta localidade, assim como possibilitará a exploração local por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. É importante observar, no entanto, que apenas o governo fazer a parte dele não adianta muito. Todos devem contribuir para a conservação destas melhorias. O fato de estes pontos turísticos que estão no roteiro do Salvador Bus serem os mesmos que compõem o ponto mágico em análise influencia o perfil da demanda turística local, e leva a crer que o padrão do nível econômico dos turistas que se deseja atrair e que visitam esta localidade através deste meio de transporte se manterá elevado, a menos que haja uma redução no valor cobrado pelo ticket. De certa forma, essa constatação pode ser considerada um dos elementos que irão embasar e fortalecer a criação de roteiro turístico alternativo a esse, que pode ser realizado por pessoas que preferem se deslocar a pé pelo local a ser visitado e que independe de classe social. Afinal, o número de bens e serviços turísticos que as pessoas desejam e são capazes de consumir por um determinado tempo variam de acordo com o valor cobrado para tal.
3.8 ELABORAÇÃO DE UM ROTEIRO TURÍSTICO PARA O PONTO MÁGICO DO COMÉRCIO E DA AVENIDA CONTORNO
Moletta (2002, p. 40) define roteiro turístico como um pequeno plano de viagem em que o turista tem a descrição de todos os pontos a serem visitados, bem como o tempo de permanência em cada local e a noção dos horários de parada. Já para Tavares (2002, p. 14), os roteiros turísticos “[...] são itinerários de visitação organizados”. Segundo o Ministério do Turismo, roteiro turístico é “[...] caracterizado por um ou mais elementos que lhe conferem identidade, definido e estruturado para fins de planejamento, gestão, promoção e comercialização turística”.
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Sendo assim o roteiro turístico do ponto mágico do Comércio e Av. Contorno foi organizado dentro da área delimitada, do solar do Unhão ao Museu do Ritmo (Figura 7). Foi levado em consideração o grau de atratividade de cada atrativo turístico para a realização do roteiro.
Figura 7 - Ponto mágico do Comércio e Av. Contorno foi organizado dentro da área delimitada, do solar do Unhão ao Museu do Ritmo - 2016
Fonte: Adaptado Google Maps, 2016.
Foram considerados 11 atrativos para criação do roteiro, mas apenas 9 (nove) entraram no mesmo, são eles: 1) Sorveteria A Cubana; 2) Elevador Lacerda; 3) Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia; 4) Solar do Unhão, 5) Monumento a cidade de Salvador; 6) Porto de Salvador; 7) Forte São Marcelo; 8) Estátua Visconde de Cayru; e 9) Mercado Modelo. Foram Retirados o Instituto do Cacau e o Centro de Esportes Náuticos. Sugere-se para a Realização do Roteiro que o deslocamento do turista seja feito por Van turística, por causa das condições das pistas que proporcionam maior facilidade para veículos deste tamanho. O roteiro terá duração de 3 horas (APÊNDICE F - Folder), com paradas em alguns atrativos, como o Solar do Unhão, a Igreja da Nossa Senhora da Conceição da Praia e o Mercado Modelo.
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3.9 PLANO DE MARKETING DO PONTO MÁGICO DO COMÉRCIO E DA AVENIDA CONTORNO
-
STRENGTHS
(FORÇAS),
WEAKNESSES
(FRAQUEZAS),
OPPORTUNITIES (OPORTUNIDADES) E THREATS (AMEAÇAS) - SWOT Segundo LUCK (2004, p. 33) a análise SWOT foca os fatores internos (forças e fraquezas) e externos (oportunidades e ameaças) dão à organização certas vantagens e desvantagens em satisfazer as necessidades de seus mercados-alvos. As forças referem-se aos fatores que permitem vantagens em atender às necessidades de seus mercados-alvos. Por ser um roteiro que possui atrativos com um cunho histórico e cultural muito forte e também por serem locais de visibilidade internacional, esses atributos tornam-se facilitadores para que o Turista –Seja ele nacional ou internacional- sinta-se interessado em conhecer e apreciar. Por sua auto divulgação em propagandas turísticas do nosso País, cartões postais, TV, a literatura brasileira que é muito difundida internacionalmente etc. Tudo isso ajuda a alavancar e provocar no Turista o desejo de estar e participar desse roteiro turístico. As fraquezas referem-se as quaisquer deficiências que se possa ter no desenvolvimento ou na implementação de sua estratégia de marketing. Todos os atrativos do roteiro são muito próximos, o que possibilita a qualquer Turista montar esse roteiro de forma individual e partir a conhecê-lo, o que à primeira vista pareceria mais econômico. Pensando nisso, coloca-se como diferencial deste Roteiro um guia que tenha conhecimento da história e cultura local; e que possa transformar esse Tour em muito mais que apenas um passeio visual e estético, e sim um Tour, onde o Turista se transportará para o momento em que tudo aconteceu, podendo assim retornar ao seu local de origem tendo mais entendimento sobre a história do país visitado. As oportunidades e ameaças são problemas externos que podem afetar todas as organizações. As oportunidades referem-se ás condições favoráveis no ambiente que podem produzir recompensas à organização. As oportunidades do ponto mágico em relação ao roteiro turístico é a vista da Baía de Todos os Santos, localizada em frente a todos os atrativos e a falta de concorrência no produto novo, sendo que os atrativos não são explorados. Ameaças são condições ou barreiras que podem impedir uma organização de atingir seus objetivos. As principais ameaças são a falta de segurança, falta de abrigos de ônibus e insuficiência de policiamento na avenida contorno, postos de informações turísticas.
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3.9.1 Estratégias de Marketing
Segundo Lindon (2003), o principal objetivo de uma Estratégia de Marketing é o desenvolvimento do negócio, tendo em linha de conta, a análise do meio envolvente, a análise da concorrência, a análise do mercado, visando a fundamentação das opções táticas de marketing. Tendo em vista que a região do ponto mágico é pouco explorada em relação à sua característica histórica e social, foi percebido que essas características seriam bem recebidas, e aproveitadas na formulação do roteiro turístico do Comércio e Contorno.
3.9.2 Mercado alvo
Segundo Kotler (1998, p. 31) mercado alvo consiste em consumidores para qual os produtos serão destinados, são consumidores potenciais que tem desejos específicos, dispostos e habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo. O mercado alvo do roteiro turístico do ponto mágico do Comércio e da Avenida Contorno são turistas interessados na história da cidade de Salvador, a cultura da mesma, e adventos históricos do ponto mágico.
3.9.3 Composto de marketing para cada mercado-alvo
O composto de marketing é um conjunto de variáveis composto por 4 P´s - produto, preço, praça e promoção, que influenciam a forma como os consumidores respondem ao mercado. Kotler (2000, p. 38) pontua que: “os 4Ps representam a visão que a empresa vendedora tem das ferramentas de marketing disponíveis para influenciar compradores”. Produto diz respeito às características e atributos que o roteiro terá, sendo estas características, fluidez, ótima apresentação da história do ponto mágico, e conhecimento sobre atrativos do comércio e da Avenida Contorno. O preço refere-se a quanto será cobrado ao consumidor em relação ao roteiro. Percebendo-se que os turistas que se interessarem por esse tipo de roteiro são turistas reativamente com renda elevada, por ser um roteiro diferenciado o preço do mesmo seria de acordo com a renda do mercado alvo. A praça é o local onde o produto será disponibilizado, o mesmo deverá ser distribuído em agências de viagens cadastradas na EMBRATUR e empresas que fazem CityTours.
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A promoção refere-se às estratégias de divulgação utilizadas, podendo ser feitas em sites, mala direta, facebook, outdoors e outros.
3.10 IMPLEMENTAÇÃO DE MARKETING
Implementação de marketing é o processo de execução da estratégia de marketing pela criação de ações especificas que assegurarão que os objetivos de marketing sejam atingidos. Ela é essencial para o sucesso global de qualquer organização, porque é responsável por colocar a estratégia de marketing em ação (FERREL, 2000, p.120-121). Segundo este autor, as pessoas são o lado humano da implementação de marketing. Segundo Ferrel (2000) a qualidade, a diversidade e a habilidade da força de trabalho de uma organização são importantes na implementação da estratégia de marketing. As questões de recursos humanos são cada vez mais importantes para a função marketing, principalmente nas áreas de seleção, treinamento, políticas de avaliação e remuneração, motivação, satisfação e comprometimento de funcionários. Cada profissional deve estar ciente de suas funções e procurar realizá-las da melhor forma possível. No Ponto Mágico estudado foi encontrada uma grande gama de profissionais, cuja qualidade e habilidade devem ser mais bem exploradas, com a devida capacitação destes profissionais. Cursos de línguas, treinamento para melhorar a relação e o atendimento ao turista, servirão para a realização de um serviço de qualidade que encantará os turistas nacionais e internacionais. Uma remuneração adequada e o reconhecimento do valor destes profissionais servirão para motivar, e trazer satisfação e comprometimento a estes funcionários.
REFERÊNCIAS
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133
BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 5 jan. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em: 09 maio 2016. BRASIL. Ministério do Turismo. Segmentação do turismo e o mercado. Brasília: Ministério do Turismo, 2010. ______. Programa de Regionalização do Turismo - Roteiros do Brasil: Módulo Operacional 8. Secretaria Nacional de Políticas de Turismo. Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico. Coordenação Geral de Regionalização. Brasília, 2007. BRASIL. Ministério dos Transportes. Transporte hidroviário. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/transporte-aquaviario-relevancia.html>. Acesso em: 14 maio 2016. ______. Transporte rodoviário. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/transporterodoviario.html>. Acesso em: 14 maio 2016. BRITO, Telma M. Multimodalidade turística. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=JhQ5A3G8HH4C&pg=PA8&lpg=PA8&dq=sistema+d e+transporte+%C3%A9+a+estrutura+composta&source=bl&ots=sDjBFqd1Zo&sig=1m87iH dIT9WGNZKvXYcDeQo_bTg&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjuyLCaqdrMAhUJhJAKHakb BJwQ6AEIHDAA#v=onepage&q=sistema%20de%20transporte%20%C3%A9%20a%20estr utura%20composta&f=false. Acesso em: 14 maio 2016. CADASTUR - Cadastro Nacional do Ministério do Turismo. Disponível em: <http://www.cadastur.turismo.gov.br/cadastur/index.action#>. Acesso em: 08 abr. 2016. CARVALHO, Vininha F. Os 7 Pontos Mágicos de Salvador são conhecidos pelo público no IV Salão do Turismo. Disponível em: <http://revistaecotour.com.br/pagina/MjUwNQ==/Os_7_Pontos_Magicos_de_Salvador_sao_ conhecidos_pelo_publico_no_IV_Salao_do_Turismo>. Acesso em: 05 abr. 2016. CASTELLI, Geraldo. Administração hoteleira. 9. ed. rev. Campinas, SP: Canela, RS: EDUCS, Castelli - Escola de Hotelaria de Canela, 2000. CODEBA. Infraestrutura. Disponível em: <http://www.codeba.com.br/eficiente/sites/ portalcodeba/pt-br/porto_salvador.php?secao=porto_salvador_infraestrutura>. Acesso em: 14 maio 2016. DENCKER, Ada de Freitas Maneti. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. São Paulo: Futura, 2001. EMBASA. Abastecimento de água. Disponível em: <http://www.embasa.ba.gov.br/institucional/embasa/nossos_servicos/tratamento_agua>. Acesso em: 14 maio 2016.
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136
APENDICE A - AGÊNCIAS QUE PRESTAM O SERVIÇO DE RECEPTIVO LOCAL REGISTRADAS NO CADASTUR
1.
Salvador Receptivo
2.
Privê Tur Viagens e Turismo
3.
Lilás Turismo
4.
Adval Viagens e Turismo
5.
Hemisfério Turismo
6.
A C & C Turismo,
7.
Agência Filuca
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APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO DE DEMANDA TURÍSTICA PARA O TURISTA NO PONTO MÁGICO
Universidade do Estado da Bahia Curso: Turismo e Hotelaria Disciplina: Pesquisa e Análise de Mercado Turístico Professor: Tadeu Bello Alunas: Ana Cláudia, Catiuse, Gabriela, Jane, Juciane e Ofir.
Questionário de demanda turística PARA O TURISTA 1. Qual o local de residência permanente? País Estado Município 2. Qual a sua profissão? 3. Sexo Homem Mulher 4. Qual o meio de transporte utilizado para chegar até a cidade/o Comércio e Avenida Contorno? Ônibus Automóvel Avião Navio Outro 5. Está nesse ponto turístico Só? Em grupo? 6. Idade Menos de 18 18 a 25 26 a 50 51 a 65 Mais de 65
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7. Sua viagem foi organizada por agência? 8. Qual o motivo da visita a esta localidade? Turismo Negócios Outro 9. Se veio a turismo, qual o veiculo de informação que o influenciou a visitar este ponto turístico? Tv, rádio, filmes, internet Amigos ou parentes Revistas, publicações Outro 10. Antes de chegar a este ponto turístico, qual era a sua expectativa quanto aos atrativos? Excelente Boa Regular Ruim 11. Depois de ter conhecido o ponto turístico, como você o qualifica? Excelente Boa Regular Ruim
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APÊNDICE C - INVENTÁRIO DA OFERTA TURÍSTICA Universidade do Estado da Bahia Curso: Turismo e Hotelaria Disciplina: Pesquisa e Análise de Mercado Turístico Professor: Tadeu Bello Alunas: Ana Cláudia, Catiuse, Gabriela, Jane, Juciane e Ofir.
Inventário da oferta turística
Infraestrutura de apoio ao turismo:
Saneamento básico: a) Abastecimento de água - Reservatório de água que atende a localidade - Empresa responsável pelo serviço
b) Coleta e disposição de esgotos - Empresa responsável pelo serviço - Bacia sanitária que recebe o esgoto proveniente dos estabelecimentos.
c) Limpeza pública - Empresa responsável - Serviços de limpeza realizados
Energia elétrica e iluminação pública: - Qualidade da iluminação
Acessibilidade: - Situação das calçadas - Obras voltadas para a acessibilidade no local.
Sistemas de Transporte: - Sinalização
140
- Veículos - Vias - Terminais
Sistema de segurança: - Número de policiais - Número de veículos - Companhia responsável pela segurança local.
Serviços: a) Hotéis: - Nome - Endereço - Categoria
b) Restaurantes e bares - Nome - Endereço - Tipo de culinária
c) Lojas - Localização
Atrativos culturais: - Nome - Localização - Histórico - Avaliação
Atrativos naturais: - Nome - Localização - Avaliação
141
APÊNDICE D - QUESTIONÁRIO DE DEMANDA TURÍSTICA PARA LOCAIS FREQUENTADOS PELOS TURISTAS NO PONTO MÁGICO
Universidade do Estado da Bahia Curso: Turismo e Hotelaria Disciplina: Pesquisa e Análise de Mercado Turístico Professor: Tadeu Bello Alunas: Ana Cláudia, Catiuse, Gabriela, Jane, Juciane e Ofir.
Questionário de demanda turística para locais frequentados pelos turistas
1. Qual a nacionalidade? Brasileira Estrangeira 2. Classe social Baixa Média Alta 3. Está nesse ponto turístico Só? Em grupo? 4. Idade Menos de 18 18 a 25 26 a 50 51 a 65 Mais de 65 5. Qual o motivo da visita a esta localidade? Turismo Negócios Outro
142
APÊNDICE E.1 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS
Quantidade de turistas por local de residência Brasília Chile Fortaleza, CE. Goiânia, GO. Itália Natal, RN. Petrolina, Ba. Porto Alegre, RS. Recife, PE. Rio de Janeiro Santa Catarina São Paulo Sergipe Uberlândia, MG
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Profissão dos turistas funcionário público professora atendente RH aposentada estudantes bióloga industriário militar assitente social Analista de manutenção Mestre de obra
Fonte: Elaboração própria, 2016.
143
APÊNDICE E.2 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS
Sexo dos turistas no Ponto Mágico
Transporte usado para chegar ao Ponto Mágico
Masculino (M)
ônibus
Feminino (F)
taxi carro
Expectativa depois de conhecer o Ponto Mágico
Turistas acompanhados
Só Grupo
Organização da viagem própria agência Outro
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Boa Excelente
Motivação da visita ao Ponto Mágico Turismo Outro Negócios
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APÊNDICE E.3 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS
Expectativa depois de conhecer o Ponto Mágico
Influência do veículo de informação para a visita ao Ponto Mágico Tv, rádio, filmes, internet
Boa
Amigos ou parentes
Excelente
Outro
Faixa etária dos turistas no Ponto Mágico menos de 18 18-25 26-50 51-60 mais de 65
Fonte: Elaboração própria, 2016.
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FOLDER COMÃ&#x2030;RCIO E CONTORNO
146
147
148
4 DIQUE DO TORORÃ&#x201C;
149
Aieja Gauguin Alessandra Arcanjo Rosangela Neres Tamara Machado Telma Souza Toni Robson 4.1 APRESENTAÇÃO
Com um espelho d’água de 110.000 m², o Dique, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional - IPHAN em 1959 e revitalizado com a gestão do prefeito Antônio Imbassahy, 1998. Quando recebeu pista de cooper: píeres para pesca esportiva: pedalinhos: passeio de saveiro; aulas de remo; parques infantis; playgrounds; equipamentos de ginástica; pista de patinação; restaurantes; estacionamentos; e as esculturas de orixás do artista Tati Moreno - são 12 esculturas, 08 na água com 7 metros e 02 toneladas e 4 nas bordas do Dique (4,8m) - Figura 1.
Figura 1 - Visão do Dique do Tororó - Salvador - 2016
Fonte: GOOGLE, 2016.
Localizado na cidade do Salvador, capital do Estado da Bahia, numa aérea central. Este espaço é margeado por um conjunto de bairros, como o Tororó, o Engenho Velho de Brotas, o Barris e o Garcia (Figura 2).
150
Figura 2 - Principais Bairros ao redor do Dique do Tororó
Fonte: Google, 2016.
4.2 HISTÓRIA
O nome Tororó é formação onomatopaica das águas do Dique (do tupi tororoma, tororó é rumor, rumorejante e y - tororó = rumor de água corrente, rio rumoso). Registra a história que é a origem do batismo seria “a fonte do Tororó, que emprestou seu nome a todo o bairro erguido ao seu redor” (EDELWEISS, 2007, p. 448). De acordo com narrativas antigas, ele se estendia entre a Fonte Nova e a calçada da Fonte das Pedras (Campo Grande). Foi aterrado em diversos locais, porque nas estações de chuva causava inundações e desmoronamentos das encostas. Afrânio Peixoto registra que o Dique é um lago ou uma lagoa natural, de muitos quilômetros de extensão, sinuoso. Aterros e canalizações lhe foram minguando os braços. Segundo alguns registros, sua extensão primitiva era superior a 3.000 m, quando ainda existiam alguns braços que iam até as imediações da Fonte de São Pedro por trás da Colina dos Barris e além das barrancas da Fonte das Pedras ao pé da Colina de Pitangueiras. Tem-se notícia do seu primeiro grande aterro, em 1810, quando foi construída a ligação do bairro de Nazaré com o bairro de Brotas, tendo esse acesso levado o nome de Galés que significa trabalho forçado realizado por presos com correntes aos pés. Com o crescimento urbano da cidade, o dique foi sendo aterrado aos poucos, mas em 1961, ainda tinha cerca de 1.700m de comprimento por 200m de largura e um perímetro de
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4.200m. Por essa época ali se realizaram algumas obras de urbanização e a parte mais próxima do Bairro Fazenda Garcia, que já se encontrava em estado bastante adiantado de assoreamento, foi aterrada para dar lugar a uma via de ligação entre as Avenidas Vasco da Gama e Centenário. Ao longo de toda a sua existência, o Dique do Tororó sempre se constituiu num elemento de grande valor paisagístico e inegável importância social, assegurando o sustento de muitas famílias por meio das lavadeiras, que trabalhavam em suas margens, e dos barqueiros que atravessavam pessoas de um para o outro lado, recebendo pagamento por esse serviço. Possuía características excelentes para ser uma importante área de lazer. As águas do atual Dique do Tororó integram o represamento do Rio Lucaia, cuja foz encontra-se no bairro do Rio Vermelho, cobrindo no séc. XVIII uma superfície que se estendia desde as proximidades do Campo Grande até as vizinhanças do Forte do Barbalho. Em meados do século XIX, no governo provincial de Soares Andréa e, posteriormente, no de Francisco Gonçalves Martins, foi construída a Rua da Vala (José Joaquim Seabra - J.J Seabra - Baixa dos Sapateiros), através da canalização do Rio das Tripas, no trecho compreendido entre o atual terminal de transportes da Barroquinha e o Primeiro Arco (dos três construídos pelo Conde dos Arcos no século XVII), mediante galeria subterrânea, e em canal aberto a partir deste local. Essa foi a primeira via de vale construída na cidade, tendo por finalidade não só melhorar as condições de saneamento (visto que o crescimento da cidade esta área pantanosa recebia os efluentes dos bairros adjacentes) como também facilitar a comunicação viária da capital da província. O restante do rio seria objeto de melhoramentos à medida que a sua ocupação urbana se tornasse mais significativa. Sem que nenhuma atitude definitiva fosse executada pelos órgãos patrimoniais, o Dique do Tororó foi sendo gradativamente aterrado, quer por particulares ou pelo poder público, principalmente a partir da década de 40, com a realização das obras do complexo esportivo da Fonte Nova e do sistema viário de vales de Salvador nessa área, composto pelas Avenidas Vasco da Gama, Costa e Silva, que margeiam o dique, e a Avenida Vale dos Barris, assim como as modificações efetuadas para dar acesso à Estação Terminal de Transportes da Lapa e Rótula dos Barris Cultuado pelos praticantes do Candomblé, o Dique em suas águas, acolhe as bacias de Oxum, com sua pedra ao centro, de Iemanjá e de Nanã, onde durante todo o ano muitas pessoas colocam suas oferendas, auxiliadas pelos barqueiros, que têm nesta prática sua principal fonte de renda. Obras de infraestrutura foram aos poucos aterrando o Dique, cuja localização por si só favorecia a redução do espelho d'água, já que este se situava em um dos vetores de
152
crescimento da cidade, no século XIX, quando Salvador começa a sofrer diversas intervenções voltadas para o propósito da modernização do espaço urbano. Atualmente, o Dique possui uma lagoa de 110 mil metros quadrado, que representa um dos principais mananciais naturais de Salvador. Recebeu obras de qualificação em 1998, que lhe conferiram setores arborizados de lazer, cultura e esporte através da inserção de infraestrutura e equipamentos que agora permitem a prática de diferente esporte incluindo os náuticos. A Figura 3 mostra uma foto do Dique em 1984 comparada com a do ano de 2013.
Figura 3 - Comparação da Foto do Dique do Tororó nos anos de 1984 com 2013 - Salvador
Fonte: GOOGLE, 2016.
O Quadro 1 mostra os principais pontos turísticos do Dique do Tororó.
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Quadro 1 - Atrativos do Dique do Tororó - Salvador - 2016 Continua
Fontes do Dique do Tororó Foi construída em 1873 pelos engenheiros Antônio e Augusto Lacerda, os mesmos que projetaram o Elevador Lacerda. Tombada por Decreto Estadual e o lugar onde está situada é tombada pelo Iphan. Tem estilo cacimba, com dois poços verticais de tijolinhos geminados, executados em alvenaria de pedra. É um dos monumentos de fonte mais bem conservados, mas é usado pela população. Está localizado Espaço Cultural Nilson Mendes/Cultura Ambiental da Bahia. Local arborizado possui viveiro com pássaros. Usina
Década de 30
Na década de 30, as águas do espelho d’água serviram para a produção de energia de uma parte da cidade, produzida pela Usina Geradora do Dique, cuja forma marca de maneira significativa a paisagem do local. Outra função que marcou a paisagem do local, e que culturalmente atravessou um bom período da história do lugar foi a lavagem de roupas, onde as lavadeiras ali ganhavam o sustento, marcando Século XX a paisagem de forma singular com seus lençóis brancos. No século XX – o prédio da antiga Usina Geradora de Energia. A Usina assumiu funções diversas, desde casa dançante, até ser cogitada para abrigar o culto de determinada Igreja Evangélica, o que foi descartado por seus proprietários. Hoje abriga um ponto comercial, símbolo do mundo contemporâneo – o Habib’s – especializado em comidas da cultura árabe.
154
Quadro 1 - Atrativos do Dique do Tororó - Salvador - 2016 Continua
Orixás Construídas pelo artista plástico Tati Moreno, as esculturas são uma das principais atrações do local, tido como sagrado para os adeptos religiosos. Uma fonte luminosa em uma das enseadas da lagoa foi circundada por esculturas representando orixás. As obras que retratam as figuras de Oxum, Logum Edé, Oxalá, Xangô, Iemanjá, Iansã, Nanã, Ogum, situadas em torno da fonte luminosa, foram criadas pelo artista plástico Tati Moreno. E, em terra, estão as representações de Oxóssi, Eua, Oxumaré é o deus das folhas, da vegetação Ossain, todas também criadas pelo mesmo artista. Cada figura possui uma altura de, aproximadamente, 7 metros e foram construídos com a utilização da fibra de vidro. Diversos playgrounds foram distribuídos no contorno da lagoa. •
Iansã: Representa Santa Barbara é a Deusa dos ventos e tempestades, seu dia é Quarta-feira. Personalidade: impulsiva e imprevisível
•
Nanã: Representa Nossa Senhora de Santana é a mais velha divindade das águas carinhosamente chamada de vovó, Sábado é o seu dia, Personalidade: vingativa e mascarada.
•
Ogum: Representa Santo Antônio é o Senhor da guerra e dono das estradas. Seu dia é terça – feira. Patrono das Artes manuais é um Reis Cultural
•
OXALÁ: Representa Senhor do Bomfim é o Deus da Criação. Patrono da fecundade e procriação. Sexta – feira é o seu dia. Personalidade: equilibrada e tolerante
•
XANGÔ: Representa São Geronimo é o Deus do Fogo e Trovão. É viril, violento justiceiro. Seu dia é Quarta-feira. Personalidade: atrevida e prepotente.
•
IEMANJÁ: Representa Nossa Senhora da Conceição é a Deusa dos Mares e Oceanos. É uma mulher majestosa. Se dia é Sábado. Personalidade: maternal e tranquila.
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Quadro 1 - Atrativos do Dique do Tororó - Salvador - 2016 Continua
Pedalinho Segundo a funcionária da limpeza dos sanitários, o pedalinho só funciona no sábado e domingo.
Pizzaria e Restaurante ao lado do Dique •
Porteira: Cardápio varia entre R50,00 - R$100,00 - Gastronomia comida Nordestina (prato principal carne do sol)
•
Cheiro de Pizza: Seleção de pizzas, filés e mais, em casa à beira de um lago com varanda.
156
Quadro 1 - Atrativos do Dique do Tororó - Salvador - 2016 Continua
Barco O barco que faz a travessia nas proximidades dos orixás custa r$ 20,00 reais por pessoas durante 30 minutos de passeio no máximo 06 pessoas
no
barco.
Segundo
senhor
Valdemar, responsável pela embarcação, muitos turistas fazem o passeio, além de pessoas que morram no entorno que fazem oferendas para os orixás.
Espaço lazer Aos domingos em especial a prefeitura interdita as ruas próximas ao Dique do Tororó para a população praticar atividades físicas, em destaque corridas, caminhadas, skate, patinação. Entretanto, é uma área gratuita de lazer para todos os dias.
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Quadro 1 - Atrativos do Dique do Tororó - Salvador - 2016 Conclusão
Tour Arena Itaipava A paisagem do Dique, na década de 50, foi marcada de forma expressiva pela inauguração de um grande equipamento urbano – o Estádio Otávio Mangabeira, mais conhecido como Estádio da Fonte Nova, projetado pelo arquiteto Diógenes Rebouças. Segundo o historiador Cid Teixeira, em entrevista, os cálculos estruturais tiveram que ser refeitos algumas vezes, pois o Estádio foi construído, onde outrora havia um lixão. O Estádio na cidade de Salvador, de propriedade do governo do estado da Bahia e que era utilizado pelos principais clubes do estado. Sua capacidade pouco antes de seu fechamento foi declarada de 80.000, muito embora no ano anterior apenas 30.000 tivessem acesso devido a problemas do anel superior que comprometiam a segurança. Devido ao desabamento de parte do assoalho da arquibancada superior, suas atividades foram encerradas, tendo o estádio sido implodido no dia 29 de agosto de 2010 para dar lugar a Arena Fonte Nova, sede dos jogos da Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo FIFA de 2014 na Bahia. A visitas ao público acontecem todos os dias exceto domingos e dias de jogos às 09h, 11h, 14h e 16h, mediante agendamento pelo e-mail tour@arenafontenova.com.br. É realizada para Escolas públicas e instituições filantrópicas podem fazer marcações prévias gratuitas para o tour guiado nos dois primeiros horários de terça-feira. Preços: - R$ 20,00 Inteira. - R$ 10,00 Meia (estudantes, idosos e portadores de necessidades especiais, mediante apresentação de documento comprobatório com foto). Observações importantes: - Duração média do tour: 1h15min. Fonte: Elaboração Própria, 2016.
158
Com relação à segurança conversamos com 02 guardas que faziam a segurança. No caso guarda municipal que fazem a segurança (das 5h da manhã até às 16h; e das 16:00 h até as 23h todos os dias da semana) tendo também uma viatura fixa da Polícia Militar que faz ronda durante todo o dia. Os sanitários públicos instalados no Dique. Estão em péssimos estado; o sanitário não tem portas. Apenas um plástico servindo como porta. Entretanto, estavam limpos. Não existe posto de informações turísticas. Nem placas informando a história do Dique. Verifica-se apenas um quiosque aberto vendendo água de coco. O Quadro 2 avalia alguns serviços/produtos observados ao redor do Dique do Tororó. Percebe-se que o transporte, a iluminação e a alimentação são os pontos fortes do local, não sendo encontrado locais de hospedagem no local.
Quadro 2 - Avaliação de alguns serviços observados ao redor do Dique do Tororó Salvador - 2016 SERVIÇOS Transporte
BOM
REGULAR
X
Segurança
X
Informação Turística Iluminação
RUIM
Não tem X
Equipamentos
X
Serviços Bancários
Não tem
Controle de Poluição
X
Serviços de Saúde
X
Sanitário Público
X
Passeios/Pedalinho
X
Passeio/Barco
X
Comércio Turístico Alimentação Recreação
Não tem X X
Hospedagem Lazer
X X
Acessibilidade Sinalização Fonte: Elaboração própria, 2016.
Não tem X
159
O Quadro 3 mostra os principais pontos fortes e fracos do Dique do Tororó.
Quadro 3 - Pontos fortes e fracos do Dique do Tororó - Salvador - 2016 PONTOS FORTES 1- Boa localização 2- Espaço bem distribuído 3- Diversificação de serviços (Passeio de Pedalinho, Barco Pelo Dique, Aluguel de Varas e Ciclo Vias) 4- Restaurante 5- Estacionamento 6- Transporte (Ponto de Ônibus, Taxi e Metro) 7- Parques Infantis
PONTOS FRACOS 1- Ausência de Postos de Informações Turísticas 2- Falta
de
Acessibilidade
Para
Deficientes em Geral 3- A Segurança É Deficiente 4- Sanitários Públicos (Quantidade Insuficiente) 5- Falta de um Espaços Para Vendas de Souvenirs 6- Poluição no Dique (Vários Objetos dentro do Dique) 7- Ausência
de
Informações
da
História do Dique Fonte: Elaboração própria, 2016.
Com base nos Quadros 2 e 3 sugere-se:
1- Revitalizar o atrativo turístico do dique do Tororó com algumas ações: implantação de um posto turísticos, organizar o funcionamento do passeio de pedalinho e do barco com horário fixo e a manutenção dos mesmos visto que o barco se encontra sem condições para uso, os coletes precisando serem trocados e uma maior fiscalização com esses equipamentos; e 2- Revitalizar o espaço cultural /cultural ambiental da Bahia; onde estar localizada a fonte do dique do Tororó para abrigar fotos da história do dique com uma exposição permanente além também uma loja para venda de souvenirs.
160
REFERÊNCIAS AFRÂNIO, Peixoto. Breviário da Bahia. Rio de Janeiro: Editora do MEC, 1980. 123 p. ______. ______. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura. 1980. p. 35. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 603: referências elaboração. Rio de Janeiro. 2002. ______. NBR 15287: projeto de pesquisa - apresentação. Rio de Janeiro. 2011. DÓREA, Luís Eduardo. Os nomes das ruas contam histórias. Salvador: Câmara Municipal de Salvador, 1999. 167 p. OLIVEIRA, Estenio Enrique Ribeiro de. A vegetação na transformação da paisagem do Dique do Tororó. 2007. 160f. Dissertação (Mestrado) - Geografia. Universidade Federal da Bahia - UFBA, Salvador, 2007. BAHIA. Secretaria de Cultura. Caminhada Raízes da Bahia reunirá grupos culturais no Dique do Tororó. 2016. Disponível em: <http://www.cultura.ba.gov.br/2016/01/710/Caminhada-Raizes-da-Bahia-reunira-gruposculturais-no-Dique-do-Tororo.html >. Acesso em: 13 maio 2016. NUNES NETO, Francisco Antônio. Entre Fontes, Chafarizes e o Dique: A Introdução do Sistema de Abastecimento de Água em Salvador. Revista FSA, Teresina, v. 11, n. 4, art. 8, p. 134-157, 2014. GÓIS, Ana. Mais de Salvador. Salvador. Disponível em: <http://maisdesalvador.blogspot.com.br/ >. Acesso em: 29 mar. 2016.
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FOLDER DIQUE DO TORORÃ&#x201C;
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163
164
5 ITAPUÃ E ABAETÉ
165
Bruna Leticia Bessa Sousa Maria Beatriz Nuñez Dos Santos Vitória Santos Araújo 5.1 APRESENTAÇÃO
O bairro de Itapuã está localizado na Orla Atlântica de Salvador (Figura 1), numa posição distante do seu centro (tomando como referência o Farol da Barra, a uma distância de aproximadamente 20km), seguindo o vetor norte da cidade. Por seus importantes recursos naturais – como praias, dunas, lagoas e coqueirais – e grande valor cultural, Itapuã criou um capital simbólico próprio que o destaca dos outros bairros de Salvador, tendo sido um dos principais locais de veraneio em meados do século passado (SOUZA, 2005).
Figura 1 - Localização do bairro de Salvador - 2016
Fonte: Elaboração própria, 2016.
O vocábulo que dá nome ao bairro é de origem tupi e significa “pedra que ronca”, associando-se ao fluxo das marés nos rochedos. Segundo depoimento de moradores, Itapuã era
166
habitado por índios, sendo que por volta de 1552, foi considerado um posto fortificado com a função de proteger o território baiano das invasões estrangeiras, tendo sido progressivamente ocupado por colonos que se dedicavam a pesca da baleia. Segundo SILVA (1993) “[…] a pesca da baleia fazia prosperar fortunas locais e estrangeiras. Por volta de 1768, a cidade do Salvador era iluminada com óleo retirado das baleias, que também era exportado para a Inglaterra, a Espanha e Portugal [...]”. Na década de 40, Itapuã sofreu significativas transformações, em virtude do projeto de construção do aeroporto 2 de Julho e da avenida litorânea que ligava o bairro às áreas vizinhas. A partir daí o bairro assumiu a função de área de veraneio da cidade do Salvador. Sendo assim, o processo de ocupação é intensificado, sobretudo na década de 60, com a construção de casas de veraneio, loteamentos e uma grande quantidade de assentamentos, tais como: Nova Brasília e Nova Conquista. O processo de ocupação é acentuado em consequência da implantação do Pólo Petroquímico de Camaçari e o Centro Industrial de Aratu. Atualmente, o bairro caracteriza-se como um local residencial e turístico. Neste momento, Itapuã perde sua função de apenas centro polarizador do Litoral Norte, assumindo aquela de bairro balneário da Cidade de Salvador. Isto constitui um fator de mudanças na estrutura socioeconômica e cultural local. Assiste-se ao desaparecimento do artesanato, visto que os artesãos na busca por melhores salários migraram para outras atividades. Outras profissões tradicionais também desapareceram como a carpintaria naval, a serralharia e a cordoaria.Surgindo no bairro uma nova figura sociocultural: o veranista e suas casas de turista. De acordo com Edelweiss (1969) o vocábulo de origem tupi-guarani Abaité significa terrível, disforme, espantoso e pavor. Na origem de uma controvérsia fonética, um segundo vocábulo surge: Abá-eté, onde Aba significa índio, e eté traduz- se de valor. Abaeté finda por entender homem equilibrado, harmonioso, de valor.
5.2 PLANO DE MARKETING TURISTICO EM ITAPUÃ
O turismo, é visto como uma atividade social e econômica que engloba diversos setores da sociedade em que se desenvolve, é muito discutido e gera diversas contradições quando se procura o seu conceito. Segundo Montejano (2001, p. 02 apud OMT) define que
167 [...]turismo comoo conjunto de atividades realizadas pelas pessoas durante suas viagens e estadas em lugares distintos do seu ambiente habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócio e outros motivos, e não por razões lucrativas.
Já Ignarra (2003, p. 14) define Turismo como o deslocamento das pessoas do seu local de residência habitual por um período definido e não motivado por atividades profissionais constantes. Os dois autores abordam os quesitos de que as pessoas devem sair de sua residência habitual para praticar o Turismo e que essa ida não pode ser motivada para a prática de negócios, deve ter a finalidade de lazer. Montejano, no entanto, define que essa atividade não deve exercer um ano. A forma como ocorre a organização do mercado turístico do destino é um importante fator para que seja possível a prática do Turismo. Segundo Ignarra (2003) “o mercado turístico é constituído pelo conjunto dos consumidores de turismo e pela totalidade da oferta de produtos turísticos”. Ignarra (2003 apud Kotler 1996) ainda comenta que: “o mercado consiste em todos os consumidores potenciais que compartilham de uma necessidade ou desejo [...] dispostas e habilitadas para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo”. Esse mercado turístico pode se ramificar na oferta dos serviços e equipamentos do destino e da demanda de visitantes. Desse modo, de acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC (1998) “a oferta turística é representada pelo conjunto de atrações naturais e artificiais, assim como pelos serviços de uma cidade ou país que atraem as pessoas, despertando-lhes o desejo de visita-los”, e o SENAC (1998) ainda destaca que “a demanda turística é representada pela quantidade de pessoas com o tempo de lazer, renda disponível e vontade de viajar, por prazo determinado, pelas mais diversas intenções ou necessidades”. Dentro da oferta de serviços e equipamentos do destino, pode-se destacar, além da infraestrutura, dos bares e restaurantes e dos meios de hospedagem, os patrimônios culturais e naturais da região. De acordo com o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), considera-se patrimônio brasileiro:
[...] os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; e os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
168
Fruto de um estudo intenso sobre um destino é possível a formulação de Plano de Marketing, que de acordo com Kotler e Keller (2006) “é um documento escrito que resume o que o profissional de marketing sabe sobre o mercado e que indica como a empresa planeja alcançar seus objetivos”. Sendo assim, esse processo consiste em analisar o mercado turístico da localidade, apurar um público alvo e assim, projetar e desenvolver programas de marketing. Segundo Ignarra (2003), “o mercado turístico é constituído pelo conjunto dos consumidores de turismo e pela totalidade da oferta de produtos turísticos”. Ignarra (2003 apud Kotler 1996) ainda comenta que: “o mercado consiste em todos os consumidores potenciais que compartilham de uma necessidade ou desejo [...] dispostas e habilitadas para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo”. No bairro de Itapuã pode-se observar a relação existente entre a oferta e a demanda, de modo que ocorre a atração de consumidores que desejam usufruir dos produtos e serviços da localidade. De acordo com SENAC (1998) “a oferta turística é representada pelo conjunto de atrações naturais e artificiais, assim como pelos serviços de uma cidade ou país que atraem as pessoas, despertando-lhes o desejo de visita-los”. Isoladamente, os elementos da oferta turística não têm valor no mercado turístico, entretanto agrupados formam o chamado produto turístico. Observa-se que no bairro de Itapuã os atrativos, serviços e a estrutura básica promovem uma harmonia para engrandecer o mercado turístico. Após pesquisas realizadas em sites de reservas na internet como Booking, Trivago e nos próprios sites dos meios de hospedagem, foi realizado um levantamento dos hotéis, pousadas, albergues ou hostels e Bed and Breakfast ou Cama e café existentes no bairro de Itapuã, os dados podem ser visualizados na Quadro 1.
Quadro 1 - Meios de Hospedagem no Ponto Mágico Itapuã/Abaeté - 2016 Continua
HOTEIS
POUSADAS
Ellegance Hotel
Hotel Pousada Campo Grande
Endereço: Ladeira do Abaeté, 17 - Itapuã,
Endereço: Rua Genebaldo Figueredo,
Salvador - BA, 41610-510
14 - Itapuã, Salvador - BA, 41610-081
Telefone: (71) 3285-0200
Telefone: (71) 3375-5380
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Quadro 1 - Meios de Hospedagem no ponto mágico Itapuã/Abaeté - 2016 Continua
HOTEIS
POUSADAS
Farol de Itapuã Praia Hotel
Hotel Pousada Encanto de Itapoan
Endereço: Rua Farol de Itapuã, S/N -
Endereço: Rua Nova Canaã, 48 - Farol de
Itapuã, Salvador - BA, 41630-240
Itapoan, Salvador - BA, 41640-140
Telefone: (71) 3102-6238
Telefone: (71) 3285-3505
Hotel Deville Prime Salvador
Pousada Betel
Endereço: Rua Passárgada, S/n - Itapuã,
Endereço: Rua Betel, 06 - Itapuã,
Salvador - BA, 41620-430
Salvador - BA, 41630-180
Telefone: (71) 2106-8500
Telefone: (71) 3249-2700
Hotel Graciosa
Pousada da Mercia
Endereço: Rua Genebaldo Figueredo,
Endereço: Rua Toquinho - Itapuã,
321 - Itapuã, Salvador - BA, 41610-081
Salvador - BA, 41620-090
Telefone: (71) 3286-6666
Telefone: (71) 3285-5367
Hotel Praia da Sereia
Pousada do Celso
Endereço: Avenida Dorival Caymmi, 14
Endereço: Rua Walter Seijo, Casa 02
- Itapuã, Salvador - BA, 41635-150
Bairro: Itapuã CEP: 41.610-432
Telefone: (71) 3285-8100
Telefone: (71) 3249-6493
Hotel Rio Mar
Pousada Itapuã Beach
Endereço: Avenida Otávio Mangabeira,
Endereço: Rua Calazans Neto, 5 -
8 - Itapuã, Salvador - BA, 41610-160
Itapuã, Salvador - BA, 41620-830
Telefone: (71) 3286-7780
Telefone: (71) 3286-9670
Iara Beach Hotel
Pousada Julieta e Romeu
Endereço: Rua do Teatro, 126 - Itapuã,
Endereço: Avenida das Dunas, 2 - Itapuã,
Salvador - BA, 41620-445
Salvador - BA, 41620-120
Telefone: (71) 98103-4494
Telefone: (71) 3249-2305
Itapuã Palace Hotel
Pousada Luar de Itapuã
Endereço: Ladeira do Abaeté, 2 -
Endereço: Rua Aristides Mílton, 516 -
Itapuã, Salvador - BA, 41610-730
Itapuã, Salvador - BA, 41610-011
Telefone: (71) 3375-5519
Telefone: (71) 3285-6762
Mar Brasil Hotel
Pousada Poesia
Endereço: Rua Flamengo, 44 - Itapuã,
Endereço: Rua da Poesia, 118 - Itapuã,
Salvador - BA, 41635-480
Salvador - BA, 41640-485
Telefone: (71) 3285-7339
Telefone: (71) 3249-1435
170
Quadro 1 - Meios de Hospedagem no Ponto Mágico Itapuã/Abaeté - 2016 Conclusão
HOTEIS
POUSADAS
Villa da Praia Hotel
Villa Tropicale
Endereço: Rua da Brisa, 268 - Itapuã,
Endereço: Rua do Irmão Sol, 19 - Itapuã,
Salvador - BA, 41620-310
Salvador - BA, 41620-360
Telefone: (71) 3555-3200
Telefone: (71) 99368-2521
Hostels/Albergues
Cama e café
Hostel Home ChrisNill
B&B JPA
Endereço: Rua Orquídeas, 3b - Itapuã,
Endereço: Rua Ave do Paraíso, Quadra 8, Lote
Salvador - BA, 41610-320
3 - Loteamento Pedra do Sal, Itapuã, Salvador -
Telefone: (71) 3014-1925
BA, 41620-270 Telefone: (71) 3374-0218
Albergue Iemanja Endereço: Rua Alto do Formoso, 10 - Itapuã, Salvador - BA, 41620-440 Telefone: (71) 99916-0889 Fonte: Dados obtidos nos sites de reserva Booking, Trivago e nos sites dos meios hospedagem.
Percebe-se que 87% dos turistas entrevistados estão hospedados em hoteis ou pousadas (ou seja, 43,5% estão hospedados em hoteis e 43,5% em pousadas, tendo um empate na hospedagem utilizada), 9% estão em Hostel /Albergue e 4% em cama e café. Os restaurantes, estabelecimentos destinados ao preparo e comércio de alimentos e bebidas, são de extrema importância para o turismo a ser desenvolvido em uma localidade afinal, em sua maioria são os responsáveis por proporcionar uma experiência única e cultura ao turista disposto a provar pratos novos e diferentes do seu habitual. Fonseca (1999) afirma que “um restaurante que se propõe a atingir determinado público deve criar produtos eu venham a suprir os anseios de determinado grupo”, podendo gerar uma demanda espontânea ou criada. Diferente de outros lugares turísticos, onde é possível observar uma oferta de restaurantes “típicos” voltados principalmente para o turista, em Itapuã, através das pesquisas e experiências no local, é possível perceber que os estabelecimentos buscam atender principalmente a população que reside no bairro e proximidades. Foram constatados mais de 20 restaurantes de médio porte no bairro, porém distribuídos de maneira que atenda as áreas onde existe bastante comercio (Avenida Dorival Caymmi), consequentemente uma grande quantidade de trabalhadores, no trecho em direção a Cira e nas proximidades do atrativo mais conhecido do bairro: o Farol de Itapuã. Foi possível identificar
171
também pequenos estabelecimentos, como lanchonetes e restaurantes familiares que complementam esse serviço no local. O Acarajé da Cira (Figura 2), um dos principais atrativos gastronômicos da cidade, surgiu como algo familiar sem o intuito de voltar-se para o turismo e hoje, segundo uma das funcionárias da barraca, a demanda turística é mais presente no bairro no período do verão sendo a população local o seu maior público no resto do ano.
Figura 2 - Ponto do Acarajé da Cira em Itapuã - 2016
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Em torno da praça que Cira existem outras barracas que oferecem o beiju, açaí, água de coco, sorvete, um restaurante com vista para o mar que dispõe de pratos típicos e do dia a dia e um complexo gastronômico recentemente inaugurado que une comida e música em um único espaço. Já nas proximidades do Farol de Itapuã, a oferta de estabelecimentos é menor, sendo destaque o Casa Di Vina, restaurante que funciona onde era a antiga residência de Vinicius de Moraes. Também foi realizado um levantamento dos bares e restaurantes de médio e grande porte existentes no ponto mágico de Itapuã e Abaeté, dados que seguem na Quadro 2.
172
Quadro 2 - Bares e restaurantes no Ponto Mágico Itapuã/Abaeté - 2016 Continua
BARES E RESTAURANTES Laço Gaúcho
Villa Bahiana
Endereço: Rua Aristides Milton, 32, Itapuã,
Endereço: Rua Prof. Souza Brito, s/n - Itapuã,
Salvador - Ba
Salvador - BA
Telefone: (71) 3285-0391
Telefone: (71) 3379-4013
Restaurante Ki mukeca
Restaurante Mistura
Endereço: Rua do Vento Sul, S/N - Itapuã,
Endereço: Rua Professor Souza Brito, 41 -
Salvador - BA, 41620-290
Itapuã, Salvador - BA, 41640-485
Telefone: (71) 3374-2147
Telefone: (71) 3375-2623
Casa Di Vina
Bar Vista pro Mar
Endereço: Rua Flamengo, 44 - Itapuã,
Endereço: Rua Srg. Renato Santos, 07 - Itapuã,
Salvador - BA, 41635-480
Salvador - BA, 41612-135
Telefone: (71) 3014-8730
Telefone: (71) 3375-1856
Cantina Neápolis
Caranguejo do Pascoal
Endereço: Rua Carlos Drumond de Andrade,
Endereço: Rua Olhos d'Agua, 128 -Itapuã,
166 - Itapuã, Salvador - BA, 41610-031
Salvador - BA, 41610-737
Telefone: (71) 3375-2733
Telefone: (71) 3249-4360
Acarajé da Cira
Restaurante Nelore
Endereço: Rua Aristídes Milton, s/nº, Posto 12
Endereço: Av. Dorival Caymmi, 116 - Itapuã,
(em frente a Ladeira do Abaeté),
Salvador - BA, 41635-150
Telefone: (71) 3249-4170
Telefone: (71) 3285-9309
Beiju de Itapuã
Churrascaria e Pizzaria Itapoan
Endereço: Rua Aristídes Milton, s/nº, Posto 12
Endereço: Avenida Dorival Caymmi, 1570
(ao lado da Cira), Itapuã
-1600 - Itapuã, Salvador - BA, 41635-150
Telefone: (71) 3249.4170
Telefone: (71) 3285-2033
Sorveteria e Pizzaria Campo Grande
Churrascaria e Pizzaria Picanha Gorda
Endereço: Avenida Dorival Caymmi, 1 - Itapuã,
Endereço: Av. Dorival Caymmi, 28 -
Salvador - BA, 41635-152
Itapuã, Salvador - BA, 41635-150
Telefone: (71) 3285-3599
Telefone: (71) 3014-2579
Encanto do Picui
Churrascaria e Pizzaria Planeta Grill
Endereço: Rua Aristides Milton, 7 - Itapoa,
Endereço: Avenida Dorival Caymmi, 89 -
Salvador - BA, 41610-011
Itapuã, Salvador - BA, 41635-151
Telefone: (71) 3375-2546
Telefone: (71) 3285-0438
173
Quadro 2 - Bares e restaurantes no Ponto Mágico Itapuã/Abaeté - 2016 Conclusão
BARES E RESTAURANTES Churrascaria e Pizzaria do Galego Endereço: Aenida. Dorival Caymmi, 588Itapuã, Salvador - BA, 41635-152 Telefone: (71) 3285-7946 Fonte: Dados obtidos nos sites de reserva Booking, Trivago e nos sites dos meios hospedagem.
5.3 PATRIMÔNIO O Quadro 3 mostra o Patrimônio Material de Itapuã /Abaeté em Salvador - Ba.
Quadro 3 - Patrimônio Material de Itapuã/Abaeté - 2016 Continua
FAROL DE ITAPUÃ O Farol de Itapuã foi inaugurado em 7 de setembro Farol de Itapoã, s.d. de 1873, com luz branca fixa, conforme a Fala do Presidente da Província, de março de 1874. O Farol foi instalado na Pedra Piraboca, na Ponta de Itapuã, o quinto farol construído na Bahia. Tem 21 metros de altura e torre troncônica metálica sobre base de alvenaria. Sua torre era pintada de roxoterra e depois de branco e laranja. As cores vermelha e branca foram adotadas por volta de 1950, buscando melhor visibilidade à distância. Em 1923, o Farol recebeu um eclipsor a gás, para
Farol de Itapoã, 2007
acender e apagar automaticamente. Em 1939, recebeu uma válvula solar. Atualmente é equipado com uma lantern de policarbonato. O alcance do Farol é atualmente de 14 milhas. Emite uma forte luz branca a cada seis segundos. Não há registro de tombamento pelo IPHAN ou pelo IPAC. Disponível em: http://www.bahia-turismo.com/ salvador/itapua/farol.htm Pesquisado por: Bruna Bessa, Maria Beatriz e Vitória Araújo
Foto: Fernando Vivas
174
Quadro 3 - Patrimônio Material de Itapuã/Abaeté - 2016 Continua
SEREIA DE ITAPUÃ Um dos principais símbolos do bairro, o monumento da sereia está localizado em um ponto central, no cruzamento entre as Avenidas Otavio Mangabeira, Dorival Caymmi e a Rua Aristides Milton. O monumento foi construído pelo artista plástico Mario Cravo em homenagem aos pescadores e aos elementos que identificam o mar. A sereia mede aproximadamente 1,5m, é feita de ferro batido, pintada de prata e assentada em uma pedra de granito. O monumento foi instalado em 1958, quando existia uma placa escrita “Bem vindo a Salvador” em 5 idiomas (português, francês, alemão, inglês e italiano). A placa e a sereia foram retiradas com o projeto de Valorização da Orla, sendo reposta depois de seis meses apenas a sereia. Não há registro de tombamento pelo IPHAN ou pelo IPAC. Próximo da Sereia com a Reforma hái um mirante paa o Turista ver a paisagem de Itapuã. Disponível em: http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br /vivendo-olo.php?cod_area=5&cod_polo=57 Pesquisado por: Bruna Bessa, Maria Beatriz e Vitória Araújo
Foto: Marina Silva/Correio
175
Quadro 3 - Patrimônio Material de Itapuã/Abaeté - 2016 Continua
IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE ITAPUÃ Localizada onde hoje é a praça Dorival Caymmi, a principal igreja de Itapuã começou como uma capela de pescadores, em 1625, ganhando a categoria de “paróquia” somente em 1815. A Igreja é um dos mais importantes patrimônios históricos e culturais de Itapuã, com valiosas imagens de Santo Antônio, Nossa Senhora da Conceição da Praia de Nossa Senhora de Sant’Ana. Ainda possui, como dependências, a Capela Sagrado Coração, localizada na rua Juiz Orlando Melo, e a Capela Santo Padre Pio, situada na Vila dos Sargentos. Não há registro de tombamento pelo IPHAN ou pelo IPAC Disponível em: http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br /vivendo-polo.php?cod_area=5&cod_polo=57 Pesquisado por: Bruna Bessa, Maria Beatriz e Vitória Araújo
Foto: Juh Almeida/Varela Notícias
176
Quadro 3 - Patrimônio Material de Itapuã/Abaeté - 2016 Continua
Foto: Itapuacity
CASA DA MÚSICA “O Museu da Imagem e do Som do Abaeté” era o título do projeto inicial da Casa da Música, inaugurada em 03 de setembro de 1993. Situada numa Área de Proteção Ambiental, o Parque Metropolitano Lagoas e Dunas do Abaeté, a Casa tem como propósito preservar a memória da música baiana, contando com um acervo de 700 peças sobre música da Bahia – partituras, fitas de áudio e vídeo, instrumentos e discos – disponíveis para consulta pública. Lá também é possível encontrar em exposição a Fobica, o primeiro trio elétrico da história. A partir de 2003, passou a atuar como um espaço cultural e a receber atividades artísticas de diversas linguagens. Hoje, a Casa da Música é um Espaço Cultural gerido pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA) que tem como principais desafios fomentar a produção cultural da comunidade e contribuir para a democratização do acesso à cultura. Não há registro de tombamento pelo IPHAN ou pelo IPAC. Disponível em: https://casadamusicabahia.wordpress.com/a-casa-da-musica/ Pesquisado por: Bruna Bessa, Maria Beatriz e Vitória Araújo
177
Quadro 3 - Patrimônio Material de Itapuã/Abaeté - 2016 Conclusão
Foto: Site Casa Vouge
ANTIGA CASA DE VINICIUS DE MORAES A empresária Renata Proserpio comprou o terreno adjacente à propriedade construída, em 1974, pelos arquitetos baianos Jamison Pedra e Sílvio Robatto, para ser a residência de Vinicius de Moraes e sua atual esposa Gessy Gesse, onde ergueu um hotel, o Mar Brasil. Em 2000, apaixonada pelas histórias que a casa contava, Renata decidiu adquirir a residência, cuja estrutura vem sendo mantida em seu aspecto original. Um dos espaços do local, concebido pela atriz Luisa Proserpio, filha de Renata, em conjunto com o escritório de arquitetura Miniusina de Criação, recria a sala de estar do casal, decorada com objetos pessoais cedidos por Gessy, como o violão e a máquina de escrever, onde repousa a letra original de “Tarde em Itapuã”. Em 2015, Renata se associou ao restauranteur italiano Stefano Bof para transformar a morada em um restaurante, o Casa di Vina. Não há registro de tombamento pelo IPHAN ou pelo IPAC. Disponível em: http://casavogue.globo.com/LazerCultura/Restaurantes/noticia/2015/07/restaurantena- casa-de-vinicius-de-moraes.html Pesquisado por: Bruna Bessa, Maria Beatriz e Vitória Araújo Fonte: FUNDAÇÃO GREGÓRIO DE MATTOS, 2016.
178
A Figura 3 mostra o principal Patrimônio Natural de Itapuã e Abaeté, que é a própria lagoa do Abaeté. Figura 3 - Lagua de Abaeté - 2016
Fonte: GUIA GEOGRÁFICO BAHIA, 2016.
A Lagua de Abaeté está inserida no Parque Metropolitano do Abaeté, em Itapuã, criado em 6 de agosto de 1980, pelo decreto municipal nº 5.969, alterado pelo decreto estadual nº 2.540 de 18 de outubro de 1993. Possui também o Centro de Atividades, o Museu Casa da Música, a Casa das Lavadeiras, quiosques, restaurantes e playgrounds. É uma paisagem natural e uma área de proteção ambiental das lagoas e dunas do Abaeté, enquadrada pelo decreto estadual nº 351, de 22 de setembro de 1987. A coloração escura da água tem haver com a vegetação nativa que envolve a Lagoa. Tem uma profundidade de até cinco metros e sua fauna inclui peixes, camarões, pitus e cobras d’água. Não há registro de tombamento pelo IPHAN ou pelo IPAC. A Figura 4 mostra o principal Patrimônio Imaterial de Itapuã e Abaeté que “as Ganhadeiras de Itapuã”.
179
Figura 4 - A Ganhadeiras de Itapoã
Fonte: ITAPOÃCITE, 2016.
As Ganhadeiras de Itapuã é um grupo cultural que foi constituído com a finalidade de resgatar as tradições culturais de Itapuã, especialmente para homenagear as antigas ganhadeiras da época em que o bairro ainda era uma pequena vila de pescadores. O grupo foi batizado com este nome também para homenagear as mulheres negras “ganhadeiras”, escravizadas ou libertas, que no século XIX viviam do ganho, ou seja, da venda de produtos alimentícios transportados na cabeça, dentro de tabuleiros e gamelas em várias cidades do Brasil. O bem não é registrado pelo IPHAN ou pelo IPAC.
5.4 OUTROS ASPECTOS DA OFERTA TURÍSTICA
O bairro tem acesso fácil através das duas principais vias da cidade: Avenida Otávio Mangabeira (Orla) e Avenida Luiz Viana Filho (Paralela), tendo uma ampla oferta de ônibus que liga o bairro aos principais pontos de Salvador, incluindo a região turística, o centro e o Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães (antigo Aeroporto 2 de Julho), porém, a quantidade de coletivos é insuficiente para atender se quer a população local que sofre com a demora do transporte e ônibus cheios. Recentemente, a orla de Itapuã passou por uma reforma realizada pela prefeitura dando novo calçamento, infraestrutura, como bancos para a utilização da população e também por turistas, além de uma nova e melhor iluminação na via, estimulando a prática de caminhadas pela região. Entretanto, as ruas que dão acesso a lagoa do Abaeté e ao Farol de Itapuã ainda
180
possuem iluminação com lâmpadas amarelas, inferior as instaladas na orla, gerando um clima de medo para quem precisa passar por lá. O comércio da região é forte, principalmente na avenida Dorival Caymmi onde concentram-se as principais lojas do bairro, bancos, agências de viagens e restaurantes. Entre a Sereia de Itapuã e o Acarajé da Cira, estão outras lojas e serviços do bairro como a 12ª Delegacia e a 15ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), responsável pela área, principalmente quando ocorrem eventos. O Farol de Itapuã, apesar de mais afastado ainda conta com alguns restaurantes e lojinhas. Diferente de outros lugares turísticos, onde é possível observar uma oferta de restaurantes “típicos” voltados principalmente para o turista, em Itapuã, através das pesquisas e experiências no local, é possível perceber que os estabelecimentos buscam atender principalmente a população que reside no bairro e proximidades. O Acarajé da Cira, um dos principais atrativos gastronômicos da cidade, surgiu como algo familiar sem o intuito de voltar-se para o turismo e hoje, segundo uma das funcionárias da barraca, a demanda turística é mais presente no bairro no período do verão sendo a população local o seu maior público no resto do ano. Em torno da praça que Cira se estabeleceu, existem outras barracas que oferecem o beiju, açaí, agua de coco, sorvete, um restaurante com vista para o mar que dispõe de pratos típicos e do dia a dia e um complexo gastronômico recentemente inaugurado que une comida e música em um único espaço.
5.5 DEMANDA TURÍSTICA
A maioria dos turistas entrevistados foram da região Nordeste, com idade entre 21 e 40 anos, de modo que, grande parte se deslocaram para a cidade com a motivação de praticar o turismo e pretendiam passar, em média, uma semana na cidade. É bom esclarecer que 85% dos visitants do bairro são turistas nacionais e 15% são estrangeiros. Constatou-se que 50% são dos turistas são solteiros; e 40% são casados, sendo que viúvo e separado cada um correspondeu a 5%. Apenas 15% dos entrevistados estavam alojados no bairro de Itapuã, usufruindo do serviço e equipamento do bairro, e grande maioria dos que estavam hospedados em outras regiões da cidade, se deslocaram até o bairro utilizando ônibus coletivo da cidade. 75% dos Turistas estão viajando para realizer turismo na cidade de Salvador, 15% para visitor amigos ou parentes e 5% a negócio; apenas 5% dizeram está na cidade por outro motive.
181
Dentre os atrativos que mais chamaram atenção para visitação ao local, o Farol de Itapuã e as praias foram citados mais vezes durante as entrevistas. Já em relação a expectativa antes de chegar ao bairro, 65% dos entrevistados esperavam uma boa qualidade dos equipamentos e serviços existentes, e quando lhes foi perguntado a opinião após a visitação, houve um aumento na avaliação dos turistas, de modo que 85% consideraram a experiência como boa, e a mesma quantidade de pessoas admitiram que voltariam ao bairro em outra oportunidade. Quando questionados a respeito do conhecimento acerca do Programa “7 Pontos Mágicos” e da presença do bairro nesta campanha, foi praticamente unânime a resposta negative do não conhecimento. Por fim, cerca de 75% dos entrevistados avaliaram a infraestrutura do bairro como boa, mostrando que boa parte dos turistas saíram do bairro satisfeitos com o que contemplaram. Foi possível analisar também pontuar os principais aspectos que compõe os pontos fortes e fracos do roteiro construído (Quadros 4 e 5 respectivamente).
Quadro 4 - Pontos fortes de Itapuã e do Abaeté - 2016 PONTOS FORTES O roteiro conta com a visitação dos Patrimônio Cultural da região
principais patrimônios do bairro, sendo eles culturais e naturais. Uma
das
coisas
mais
importantes
quando se visita uma localidade é a forma em Receptividade dos moradores
que o turista é recepcionado. No roteiro realizado é possível ter o contato direto com os moradores em locais como a Lagoa do Abaeté, Largo de Cira e no Farol de Itapuã.
Fonte: Elaboração propria, 2016.
182
Quadro 5 - Pontos Fracos de Itapuã e do Abaeté - 2016 PONTOS FRACOS Por ser um bairro localizado distante do centro turístico Localização geográfica
da cidade (Barra, Centro Histórico), a comercialização de roteiros turísticos para a região é prejudicada, mesmo com a proximidade em relação ao Aeroporto. A localidade possui carência em certos aspectos da
Infraestrutura turística
infraestrutura turística necessárias para que possa ocorrer a visitação e atração de novos turistas. Dentre eles estão a sinalização e postos de informação turísticas.
Fonte: Elaboração propria, 2016.
De acordo com Kotler e Keller (2006) reconhecer as novas oportunidades é um objetivo importante para avaliar o ambiente. Já as ameaças do ambiente são desafios ocasionados por algum evento desfavorável que podem acarretar na deterioração do produto. Dessa forma, a análise do ambiente externo pode maximizar a construção e realização de roteiros turísticos no bairro, nos Quadros 6 e 7 estão pontuadas as Oportunidades e ameaças da localidade. Quadro 6 - Oportunidades de Itapuã e do Abaeté - 2016 Continua
OPORTUNIDADES A recente revitalização da Orla do bairro permite uma melhor exploração da localidade, de modo que Revitalização da Orla do bairro
atrai não só os turistas, mas também os moradores, que passam a frequentar, dando uma nova cara ao local. A proximidade em relação ao Aeroporto Internacional de Salvador, dá a possibilidade de
Proximidade do Aeroporto
investimento em roteiros rápidos (de um dia, por exemplo) que envolva o bairro e para turistas que não tem muito tempo na cidade.
Fonte: Elaboração própria, 2016.
183
Quadro 6 - Oportunidades de Itapuã e do Abaeté - 2016 Conclusão
OPORTUNIDADES Projetos
para
incentivar
Projetos que visam a revitalização dos atrativos do
a
bairro, podem contribuir para um maior investimento
revitalização dos atrativos
e um aumento no número de visitantes na região.
Aproveitamento
A revitalização da Lagoa do Abaeté e as praias do
dos
atrativos
bairro de Itapuã podem influenciar na movimentação
naturais
e aproveitamento dos notáveis atrativos.
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Quadro 7 - Ameaças de Itapuã e do Abaeté - 2016 AMEAÇAS Sazonalidade
Como em qualquer destino turístico Itapuã sofre com os períodos de menor visitação. O sentimento de Insegurança no bairro de Itapuã
Insegurança
afasta ou deixa alguns dos visitantes receosos quanto a visitação de alguns atrativos. A oferta de transporte público para a região não
Transporte
possui uma frequência regular, o que dificulta a chegada e saída de turistas que vão por conta própria.
Fonte: Elaboração própria, 2016.
5.6 COMPOSTO DE MARKETING
O composto de Marketing ou marketing mix é o conjunto de variáveis que influenciam a maneira em que os consumidores respondem ao mercado. O Marketing Mix foi primeiramente criado por Jerome McCarthy, onde os 4 Ps (Preço, Praça, Produto e Promoção) consistem em simplificar e reunir essas variantes.
5.6.1 Produto
Segundo Fogaça (2010), produtos podem ser tangíveis ou intangíveis. Deve-se considerar que o consumidor não compra produtos, compra benefícios, ou seja, o produto é
184
apenas a forma que ele encontra para satisfazer determinadas necessidades, de acordo com os benefícios que o produto oferece. O produto final é um roteiro turístico do Ponto Mágico Itapuã/Abaeté, evidenciando os principais atrativos turístico da região, derivado de pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e produção deste guia escrito.
5.6.2 Preço
Preço é o valor atribuído ao produto de acordo com a necessidade de atender a demanda do consumidor, sendo avaliados de maneiras distinta por diferentes pessoas. (FOGAÇA, 2010). De maneira hipotética, o valor cobrado pela execução do roteiro seria de R$ 60,00 por pessoa, com duração de 3 horas e o mesmo inclui: •
Transporte (ônibus de turismo);
•
Guia de turismo, que contará a história do patrimônio que serão visitados;
•
Água de Coco na Parada do Largo da Cira.
Não inclui: •
Almoço
•
Bebidas
5.6.3 Praça
De acordo com Tuleski (2009), praça é o canal de distribuição representado pela organização de instituições que executam as atividades para ligar os usuários ao produto, de forma fácil e adequada. Os locais utilizados para promover o roteiro serão meios de hospedagem, agência de viagens, internet.
5.6.4 Promoção
De acordo com Fogaça (2010) “Refere-se aos diferentes métodos de promoção do produto, marca ou empresa. Inclui, entre outros, a publicidade, relações públicas, assessoria de imprensa, boca-a-boca, venda pessoal.” Ao tentar analisar a estratégia de comunicação e promoção do bairro em estudo pode-se perceber que Itapuã não tem investimentos para à divulgação dos seus produtos e serviços, seja
185
nacionalmente ou internacionalmente. Através de iniciativas públicas e privadas, os instrumentos e técnicas de comunicação utilizados podem passar por: publicidade (inserção de anúncio do bairro em mais redes de comunicação); promoção de vendas (inserção da localidade em roteiros turísticos da cidade); folhetos e catálogos (material informativo de caráter promocional dirigido a intermediários e consumidor final).
5.7 PÚBLICO-ALVO
Segundo Tessmann (2015) público-alvo são aquelas pessoas que possuem características em comum (idade, sexo, interesses, etc) e para as quais você vai dirigir suas mensagens ou direcionar suas estratégias de Marketing. O roteiro tem como objetivo atrair: homens e mulheres, das classes sociais A, B, C e D, na faixa etária entre 20- 60 anos, que valorizem a cultura, predominantemente da região Nordeste (Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará), região Sul e Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina) e da América do Sul (Argentina, Uruguai e Chile).
5.8 CONCORRÊNCIA
Concorrência é um termo utilizado para analisar a competitividade empresas e entidades (neste caso, localidades turísticas), que possuem produtos e serviço iguais ou similares. (SANTOS, s.d). A concorrência pode se compor de duas vertentes: a direta e a indireta. No caso estudado, a concorrência se define como aquele destino que possui o mesmo tipo de equipamentos e serviços do qual está sendo analisado e a indireta são os destinos que não possui as mesmas características, mas, que ainda sim, podem atrair o mesmo público-alvo. Relacionando com a região de Itapuã/Abaeté, observa-se como concorrentes direto, as praias do Flamengo e Ipitanga e até mesmo a praia da Barra, com suas belezas naturais e singulares. Já como concorrentes indiretos, pode-se considerar o Centro Histórico de Salvador, que não possui o mesmo produto comercializado por Itapuã, entretanto dispõe da capacidade de atrair turistas tanto quanto Itapuã.
5.9 PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO
Levando em consideração as ações mencionadas nesse plano de marketing, as propostas de intervenção devem refletir o planeamento da ação estratégica, mencionando o conjunto de
186
atividades que podem ser realizadas, num espaço de tempo determinável, com o propósito de alcançar o público alvo definido. Apresentamos em seguida soluções para minimizar os problemas e maximizar os pontos fortes: •
Capitalizar a localização do destino: divulgar o roteiro tendo por base os atrativos turísticos da região envolvente.
•
Complementação da infraestrutura turística da região, com instalação de mais placas de sinalizações turística e centro de atendimento ao turista, para auxilia- los na utilização dos equipamentos e atrativos do bairro.
•
Direcionar a promoção e divulgação do roteiro a nichos de mercado que tenham por motivação os produtos turísticos existentes na região.
•
Criar parcerias com os eventos nacionais de modo a que estes promovam o destino como parte da rota turística de Salvador.
•
Promover convênios com empresas que possam promover a região, gerando parcerias com as mesmas com o objetivo de dar a conhecer o roteiro.
5 . 1 0 ROTEIRO TURÍSTICO
Duração: 3 horas Meio de Transporte: Ônibus de receptivo Paradas: •
Sereia de Itapuã (Breve história sobre o monumento)
•
Lagoa do Abaeté (História da Lagoa + visita a Casa da Música)
•
Parada no Largo da Cira
•
Farol de Itapuã
•
Casa e Praça Vinicius de Moraes (Sugestão de almoço)
Roteiro: O passeio irá se iniciar na Sereia de Itapuã, um dos principais símbolos do bairro. Criado pelo artista plástico Mario Cravo, em homenagem aos pescadores, o monumento foi instalado em 1958. Em seguida, observa-se a Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Itapuã, onde ocorre a última festa popular antes do carnaval: a lavagem de Itapuã, evento que mistura o religioso e o profano e está presente na cultura do bairro há mais de um século. Logo após, será visitada a Lagoa do Abaeté, uma Lagoa de mistérios e encantos, de águas escuras cercadas
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pelas alvíssimas areias de imensas dunas. A água doce, proveniente das nascentes que surgem no meio das dunas, era usada por lavadeiras do bairro, que até hoje mantem vivas muitas das tradições ancestrais que enriquecem a cultura de Salvador. Lá haverá uma parada para conhecer a Casa da Música, um importante centro cultural do bairro que abriga um acervo do universo da música baiana desde o século XX. Após Abaeté, segue-se até o Largo da Cira para fazer uma parada. É possível tomar uma água de coco, comer um beiju ou acarajé nas barraquinhas da área. Em continuidade ao passeio, visita-se o Farol de Itapuã, um dos atrativos mais famosos do bairro. Construído em 1873, junto com o Farol da Barra e o da Ponta do Humaitá, eles tinham o intuito de orientar a navegação marítima de Salvador de uma ponta da cidade a outra. E para finalizar, há uma parada na praça Vinicius de Moraes, construída em homenagem ao poeta que morou por um período no bairro. Na praça, além de sua estátua, é possível ver os seus poemas nas paredes, inclusive o soneto de felicidade. Também é possível conhecer a sua antiga casa e almoçar no Restaurante Casa di Vina, ambos no Hotel Mar Brasil. Em 2016, o bairro de Itapuã teve uma reforma na sua infra estrutura que custou cerca de R$ 13 milhões, a reforma atingiu um trecho de 30 mil m² entre a Sereia e o Farol, incluindo a implantação de oito quiosques, uma quadra poliesportiva, ciclovias, um mirante de frente para o mar e um deck de madeira. Além de um parque infantil, praça multiuso, estacionamento, mobiliário urbano e piso tátil- trata-se portanto de uma nova area para lazer e prática de esportes (Figura 5).
188
Figura 5- Reforma da nova oral do Bairro de Itapuã - 2016
Fonte: Prefeitura de Salvador, 2016.
5 . 1 1 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Itapuã é um bairro que conta com um patrimônio cultural e natural único e que mesmo com o recente esquecimento por parte do trade turístico de Salvador, foi possível perceber a riqueza e potencialidade para o turismo existente na região. Apesar de se localizar distante do centro turístico da cidade, o bairro possui certa proximidade com o Aeroporto de Salvador, o que pode ser aproveitado para a execução de roteiros como o que foi construído baseados nas pesquisas realizadas. Após procuras bibliográficas, de campo e aplicação de questionário, foi possível realizar um estudo mais aprofundado a respeito da localidade, sua história e a demanda turística, criando-se assim, um roteiro turístico e um folder bilíngue como produto final. Observou-se que o programa Sete Pontos mágicos obteve pouca divulgação tanto dentro da cidade quanto nacionalmente, de maneira que não houve propagação no âmbito turístico de Salvador. O bairro passa por algumas dificuldades, como frequência de transporte público para o local; sazonalidade de visitantes (fluxo maior nos períodos de alta estação); insegurança devido aos casos constantes de violência registrados, o que é disseminado entre os possíveis visitantes, fazendo com que os mesmos tenham mais precaução para visitar o bairro ou até desistam da visitação.
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Diante do exposto, pode-se concluir que, apesar da sensação de insegurança constatada tanto pelos turistas, quanto pelos moradores, através de uma revitalização, constante manutenção dos equipamentos e melhoria na frequência do policiamento da região, o bairro de Itapuã tem potencialidade para ser inserido no âmbito turístico da cidade de Salvador e atrair turistas de diversas localidades, do Brasil e do mundo.
REFERÊNCIAS
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190
SANTOS, Sofia. Pme. Como analisar a concorrência. Disponível em: <http://pme.pt/comoanalisar-concorrencia/>. Acesso em: 07 jun. 2016. SENAC. Introdução a Turismo e Hotelaria. Rio de Janeiro: SENAC Nacional, 1998. SILVA, Paulo R. Guimarães da. Identidade, territorialidade e ecologismo: o caso da lagoa do abaeté. Salvador. 1993. SOUZA, Fabio A. M. C. de. O bairro de Itapuã e o descompasso entre sua urbanização e a qualidade de vida local. In: SEMANA DE MOBILIZAÇÃO CIENTÍFICA - SEMOC, 2005 Salvador. Anais... Salvador: UCSal, 2005. TESSMANN, Tiago. Mestre do Adwords. O que é público alvo? Disponível em: <http://mestredoadwords.com.br/o-que-e-publico-alvo/>. Acesso em: 07 jun. 2016. TULESKI, Yumi Mori. Cedet. Mix de Marketing: 4 P´s (Produto, Preço, Promoção e Praça). Disponivel em: <http://www.cedet.com.br/index.php?/Tutoriais/Marketing/mix-demarketing-4-pas- produto-preco-promocao-e-praca.html>. Acesso em: 07 jun. 2016.
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FOLDER ITAPUÃ E ABAETÉ
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6 PENÍNSULA DE ITAPAGIPE
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Daniel Mendes Nogueira Laís Coelho Cavendish Marcus Vinicius de Almeida Lopes Raiza Souza Cardoso Thais Conceição Tavares 6.1 APRESENTAÇÃO
O portão de entrada da península é o Largo de Roma (Figura 1), que possui um belo jardim e também abriga o Memorial Irmã Dulce. No espaço, estão guardados os objetos pessoais da freira que dedicou a vida em projetos de caridade e ajuda humanitária. Ainda em Roma, é possível encontrar imóveis de arquitetura do século XIX que resistem ao progresso e também à falta de manutenção.
Figura 1 - Localização do Largo de Roma - Península de Itapagipe - 2016
Fonte: Google, 2016.
Se Roma é o primeiro dos principais bairros de Itapagipe, o Bonfim é o mais famoso e conhecido. E tanta fama vem exatamente da basílica que dá nome ao bairro. Construída em
198
1745, a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim é um dos maiores templos religiosos da Bahia e também um dos principais cartões-postais e pontos de visitação de Salvador. Das centenas de souvenires que podem ser adquiridos na porta da igreja ou em lojas e boxes nos arredores do templo, as fitinhas são as mais populares, principalmente por conta dos tradicionais pedidos que são feitos pelos fiéis na hora de amarrar o adereço no pulso direito. O bairro do Bonfim é também, junto com toda a extensão da Cidade Baixa que vai do Comércio à Ribeira, o cenário da festividade popular mais importante do Estado. A Lavagem do Bonfim, que reúne mais de um milhão de pessoas num espaço de menos de dez quilômetros, é uma das celebrações de maior riqueza cultural da Bahia, uma vez que reúne fiéis de vários ritos e credos. Perto dali, no Monte Serrat (Figura 2), talvez esteja localizado um dos pedaços mais bonitos de Salvador. O forte que leva o nome do bairro e que com o seu formato de hexágono servia de proteção para os ataques inimigos durante os séculos XVI e XVII agora é um ponto de visitação bastante frequentado por baianos e turistas. Lá também é possível visualizar alguns bairros de Salvador margeados pela Baía de Todos-os-Santos, assim como algumas praias da Ilha de Itaparica.
Figura 2 - Monte Serrat e a Ponta de Humaitá - 2016
Fonte: Google, 2016.
O Monte Serrat também é o acesso a outro ponto de beleza rara: a Ponta de Humaitá. Também datado do século XVI, o local reúne um pequeno mosteiro, um farol e uma extensa balaustrada de onde é possível contemplar o pôr-do-sol.
199
Entre o Monte Serrat, a praia da Boa Viagem, onde ocorre todos os anos a procissão de Bom Jesus dos Navegantes no dia 1º de janeiro e o Bonfim, está a Praia da Pedra Furada. O local é conhecido por reunir os aspectos de uma pequena vila de pescadores e também por ser um pequeno reduto da gastronomia local. Lá estão situados bares e restaurantes desde os mais simples até o Recanto da Lua Cheia (Figura 3), considerado o estabelecimento mais bem estruturado da região.
Figura 3 - Estabelecimento Recanto da Lua Cheia - 2016
Fonte: Google, 2016.
O popularmente chamado de fim de linha da Península de Itapagipe é o bairro da Ribeira, que no passado (2015) possuía uma intensa vida noturna. Hoje, o local ainda conta com um vasto número de estabelecimentos como bares e restaurantes que ficam lotados nos fins de semana, por aqueles que buscam diversão e boa comida. As principais especialidades são os frutos-do-mar, que servem de ingredientes para as tradicionais moquecas e ensopados.
6.2 OS BAIRROS
A península possui 14 bairros, porém no aspecto do turismo convencional destacam-se 3 deles: Ribeira, Bonfim e Monte Serrat onde concentra-se maior quantidade de atrativos, patrimônios, atrações e equipamentos turísticos. Os 14 bairros são:
200
1. Calçada: O primeiro bairro de Itapagipe, já que a península começa na Estação Ferroviária da Calçada, a mais importante estação ferroviária da cidade, que liga a região de Água de Meninos até Paripe, passando por todo o subúrbio ferroviário de Salvador. 2. Mares: Sendo o segundo bairro de Itapagipe, nele localiza-se a Igreja de Nossa Senhora dos Mares, que tem um estilo gótico e foi construída no séc. XX, sua torre é bastante alta com o propósito de ser vista de vários lugares diferentes. 3. Jardim Cruzeiro: Nesse bairro foi criado em 20 de dezembro de 1991 o Bagunçaço, uma banda que desenvolveu seu batuque em de latas e caixas de descargas. O Bagunçaço sai divulgando no Brasil e Exterior a Península Itapagipana e a Bahia. 4. Massaranduba: Lá existe uma associação chamada Associação de Doceiras, Cozinheiras e Confeiteiras de Itapagipe - ADOCCI, que se reúnem para preparar deliciosos da culinária antiga, como o arroz de aussá e o chá de burro, o famoso mungunzá. 5. Uruguai: É o bairro mais populoso de Itapagipe e lá localiza-se a Igreja de Nossa Senhora dos Alagados erguida na antiga Ilha de Santa Luzia, que pertencia ao bisavô da famosa escritora Cecy Ramos e está igreja foi inaugurada pelo papa João Paulo II, em 1980. No Uruguai existe também o Espaço Cultural que realiza diversos projetos que estimula os jovens e adultos a pensar no futuro e a construir uma sociedade mais digna para todos. 6. Roma: No bairro de Roma está localizada a capela onde Irmã Dulce rezava, a primeira santa baiana, seus restos mortais estão depositados nessa capela, ao lado dela fica o Memorial Irmã Dulce e o Hospital Santo Antônio, que atende várias pessoas necessitadas, pobres e desamparadas, esse hospital foi criado pelo Anjo Bom da Bahia, Irmã Dulce. 7. Dendezeiros: Este bairro é uma grande avenida que liga o bairro de Roma ao Bonfim, nele localiza-se o Centro de Saúde Virgílio de Carvalho e o Centro Terapêutico Municipal, também existe lá o SENAI que dá cursos profissionalizantes, o Cartório de Registro Civil, a Previdência Social, e o prédio da Policia Militar do Estado da Bahia 17 CIPM. 8. Bonfim: Um dos bairros mais famosos de Itapagipe tem como ponto turístico a majestosa Igreja do Senhor do Bonfim que foi construída em 1752, numa colina e tem uma réplica do Jesus crucificado da cidade de Setúbal, em Portugal, como sua imagem principal,
que
foi
trazida
por
Teodózio
Rodrigues
de
Farias,
um
201
capitão português que trouxe essa imagem para pagar uma promessa por ter sido salvo de um naufrágio por um milagre. A imagem ficou na Igreja da Penha, já que a Igreja do Bonfim no início era uma capela sem torres e tinha uma porta só. Seu término foi em 1772, sem adro e sua escadaria. 9. Monte Serrat: Dois monumentos muito lindos existem nesse bairro; a Igreja de Nossa Senhora do Mont Serrat que fica em cima de uma rocha e é protegida por um cais das ondas do mar. Foi construída em 1580 por Garcia D'Ávila. O outro é o Forte de Monte Serrat que se chamava Castelo de Itapagipe, e depois Forte São Felipe, foi construído entre 1583 e 1587, é uma joia da arquitetura militar brasileira e serviu para proteger nossa terra das invasões holandesas. 10. Boa Viagem: Na Boa Viagem existe a maior casa residência da Bahia ou quem sabe do Brasil, é o Abrigo Dom Pedro II, uma réplica do Palácio de Versailles, na França. O abrigo era do Comendador Francisco Xavier Machado, hoje ele é um lar para idosos que recebe ajuda das Irmãs Vicentinas há mais de 50 anos. Existe também a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem construída na primeira metade do séc. XVIII, nela se encontra os azulejos que historiam os milagres atribuídos à santa. 11. Luíz Tarquínio: Muita gente não sabe, mas o bairro Luíz Tarquínio faz parte da Península de Itapagipe e nele localiza-se CRE - Coordenadoria Regional de Educação da Cidade Baixa que fica na Escola Municipal Augusto Lopes Pontes. 12. Caminho de Areia: Nesse bairro foi construído no século XIX um solar que pertence ao SESI, hoje lá funciona o Centro Cultural Pedro Ribeiro Marine Bittencourt e era lá que funcionava o Centro de Formação Artesanal. 13. Baixa do Fiscal: Outro bairro que muita gente não sabe que pertence a Península de Itapagipe, nele localiza-se a Delegacia de Polícia Furtos e Roubos da Península de Itapagipe. 14. Ribeira: Um dos bairros mais conhecidos e privilegiados de Itapagipe, pois é banhado por quase todos os lados pelas águas refrescantes e tranquilas do Oceano Atlântico. Localiza-se no birro da Ribeira a Biblioteca municipal Reitor Edgard Santos que teve como sua primeira diretora a escritora Cecy Ramos, e também duas das praças ou largo mais famosas da península: o Largo do Papagaio, que na verdade se chama Praça Simões Filho, mas recebeu o apelido de Largo do Papagaio pelos ninhos de papagaios nas palmeiras imperiais da praça, a outra é a Largo da Madragoa que no começa era só mato e tinha uma grande jaqueira no meio, em 27 de dezembro de 1903 o Largo da Madragoa foi inaugurado e recebeu no lugar da jaqueira um coreto que veio da Itália.
202
Na ribeira foram construídas também a igreja de Nossa Senhora da Penha e a Igreja da Nossa Senhora do Rosário e perto dela fica a Sorveteria da Ribeira que recebe gente de toda cidade.
6.3 MERCADO TURÍSTICO DA PENINSULA DE ITAPAGIPE
O Quadro 1 mostra as principais hospedagens da Península de Itapagipe.
Quadro 1 - principais hospedagens da Península de Itapagipe - 2016 NOME
ENDEREÇO
TELEFONE
CALÇADA Hotel Novo Plano Hotel Miron Hotel Miramar Hotel Max Hotel Estevez Hotel Doçura Hotel Chio Big Star Hotel
Rua Artur Catrambi, 13 Rua Barão de Cotejipe, 12 Rua Artur Catrambi, 05 Rua Nilo Peçanha, 53 Rua Barão de Cotejipe, 25 Rua Nilo Peçanha, 52 Rua Barão do Cotejipe, 26 Rua Nilo Peçanha, 31
3313-0134 3313-4322 x x 3313-6047 x x 3313-4212
RIBEIRA Hotel Vista Mar Hotel Ribeira
Av. Lelis Piedade, 634 Av. Porto dos Mastros, 68
3310-9464 3316-9897
ROMA Hotel Vênus Hotel Pousada Bastos Hotel Mares Pousada Mares
Rua Henrique Dias, 19 Av. Fernandes da Cunha, 549 Av. Fernandes da Cunha, 78 Av. Fernandes da Cunha, 78
3643-4284 x 3314-3121 x
Fonte: Elaboração própria, 2016.
O Quadro 2 mostra os principais Bares e restaurantes da Península de Itapagipe.
203
Quadro 2 - Principais Bares e restaurantes da Península de Itapagipe - 2016 BAIRRO
NOME
CALÇADA
ENDEREÇO
Churrascaria Maná Rua Artur Catrambi, 73 Bar e Restaurante Recanto do Suzarte Rua Silvino Pereira, 28 URUGUAI Bar Chico do Mocotó Rua Silvino Pereira, 335 Cantina do Julliu's Rua da Galiléia de Cima, 96 ROMA Cravo e Canela Restaurante Av. Fernandes da Cunha, 139 Barreto Bar e Restaurante Praça Dendenzeiros, 180 DENDEZEIRO Restaurante Kaiambá Av. Dendezeiros do Bonfim, 877 BONFIM Casa Rosada Praça Teodózio Rodrigues Faria Marina do Bonfim Rua Artur Matos, 8 Sagrado Bonfim Restaurante Rua Plínio de Lima, 43 Big Moqueca Rua Rio Negro, 28 MONT SERRA Bar Pedra Furada Rua Rio Negro, s/n Recanto da Lua Cheia Rua Rio Negro, 2 Pizzaria Pastelburg Av. Caminho de Areia, 37 C. DE AREIA Tchê Picanhas Av. Caminho de Areia, 153 Rei do Mate Av. Caminho de Areia, 135 Bombordo Av. Beira Mar, 405 R Caravellas Pizza Bar Av. Beira Mar, 245 Bogary Av. Beira Mar, 340 I Tijupá Av. Beira Mar, 89 B Pizzaria Modelo da Ribeira Rua Lelis Piedade, 123 Recanto da Itália Travessia Rib.-Plataforma s/n E A Bordo Bar e Restaurante Rua Porto dos Tainheiros, 1704 I Ancoradouro Av. Beira Mar, 401 R Gauchão Av. Caminho de Areia, 65 Sorveteria da Ribeira Praça Conselheiro Nabuco, 87 A Tijupá Av. Men de Sá, 9
TELEFONE
3315-0132 3315-1259 x 3489-2935 3314-9797 3214-5142 3316-0128 3494-5742 3316-2050 3314-2700 3316-3080 9984-2080 3315-1275 3313-1710 3313-2876 3312-4320 x 3314-4077 3491-2004 3506-0431 3316-4815 3312-3150 3313-0843 3207-9591 3314-4289 3316-5451 3312-6536
Fonte: Elaboração própria, 2016.
O Quadro 3 mostra os principais Patrimônios Históricos da Península de Itapagipe.
204
Quadro 3 - Principais Patrimônios Históricos da Península de Itapagipe - 2016 Feira de São Joaquim
Solar Marback
Igreja dos Órfãos de São Joaquim
Largo do Bonfim e Chafariz do Senhor do Bonfim
Forte de São Alberto
Igreja do Bonfim
Forte da Jetuitaia
Museu dos ex-votos
Monumento a Simões Filho
Casa dos Romeiros
Estação da Calçada
Antigo Hospital Português
Igreja de Nossa Senhora de Escada
Estátuas da entrada do antigo Hospital Português
Solar Amado Bahia
Hospital Couto Maia
Hidroporto da Ribeira
Forte Monte Serrat
Sorveteria da Ribeira
Praia da Boa Viagem
Mercado Iaô (Antiga Fábrica de Linhos
Conjunto de casas de Monte Serrat
Nossa Senhora de Fátima Praça General Osório e Busto Juracy
Igreja de N. S. de Monte Serrat
Magalhães Praia do Bogagy
Farol de Monte Serrat
Igreja da Penha
Bairro da Boa Viagem
Praia da Penha
Igreja da Boa Viagem
Praia da Ribeira
Galeota Gratidão do Povo
Bairro do Bonfim Fonte: Elaboração própria, 2016.
O Quadro 4 mostra os principais Patrimônios Materiais da Península de Itapagipe.
205
Quadro 4 - PatrimĂ´nios Materiais da PenĂnsula de Itapagipe - 2016 Continua
206
Quadro 4 - PatrimĂ´nios Materiais da PenĂnsula de Itapagipe - 2016 Continua
207
Quadro 4 - PatrimĂ´nios Materiais da PenĂnsula de Itapagipe - 2016 Continua
208
Quadro 4 - PatrimĂ´nios Materiais da PenĂnsula de Itapagipe - 2016 Continua
209
Quadro 4 - Patrimônios Materiais da Península de Itapagipe - 2016 Conclusão
Fonte: Elaboração própria, 2016.
O principal Patrimônio Imaterial da Península de Itapagipe é a Festa do Senhor do Bomfim (Figura 4).
Figura 4 - Principal Patrimônio Imaterial da Península de Itapagipe - 2016
Fonte: Elaboração própria, 2016.
210
A Figura 5 destaca o principal Patrimônio Natural da Península de Itapagipe que é a praia de Boa Viagem.
Figura 5 - Principal Patrimônio Natural da Península de Itapagipe
Fonte: Elaboração própria, 2016.
6.4 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS COM A OFERTA DURANTE VISITA À PENÍNSULA ITAPAGIPE
Foram elaborados para tal, 1(um) questionário contendo 7(sete) perguntas objetivas, que buscavam em suma, detectar a motivação e resultados da implantação do bem comercial naquela região, a capacidade turística, a demanda, dentre outros fatores que influenciam para a presença dos turistas na localidade. Foram entrevistados 7(sete) estabelecimentos, desde comércios de alimentos à venda de souvenires característicos da localidade. Notou-se que muitos dos estabelecimentos foram herdados da família que vem mantendo a presença na localidade há anos. Muitos não residem próximo, mas principalmente defendem a atividade turística na região como sua atividade financeira profissional. Informam, que diariamente atendem em média 30 turistas no estabelecimento comercial, principalmente em épocas de festejos religiosos que esse número multiplica pela quantidade de espaço físico existente, pois a festa atrai muitos turistas, onde grande parte desses
211
turistas visitantes são estrangeiros, oriundos em grande parte da Europa, principalmente dos países Itália e Portugal. Dos turistas brasileiros, informam presença maior de turistas de São Paulo e Minas Gerais. O principal fator de descontentamento dos empresários e vendedores da Península de Itapagige, ao redor da Igreja do Bonfim, é a Segurança Pública, que tem deixado a desejar conforme opinião dos 2(dois) atores entrevistados. Não há presença de Policiais Militares, tampouco da Guarda Municipal, uma vez que é uma área de bastante valor comercial e turístico para o Governo e para eles que estão diariamente no trabalho com o público, onde até mesmo, são alvos da marginalidade.
6.5 DEMANDA TURÍSTICA
A demanda encontrada no Ponto Mágico da Península de Itapagipe, geralmente é familiar, sem se hospedar na localidade, passando horas neste ponto ou no máximo um dia.
6.5.1 Análise dos questionários aplicados com os turistas durante visita à Península Itapagipe
A aplicação dos questionários aconteceu na porta de entrada da Igreja do Senhor do Bonfim, na Sorveteria da Ribeira, Forte de Monte Serrat e Ponta de Humaitá. A ideia principal era abordar turistas, pessoas que não residiam em Salvador, de forma aleatória, a fim de que respondessem a um questionário de 11 perguntas dentre elas objetivas e outras em que poderiam emitir sua opinião/relato pessoal, para que possamos obter um perfil mais aproximado da avaliação do turista sobre o ponto mágico visitado. Foram 16 entrevistados. Notou-se a presença de turistas brasileiros, bem como estrangeiros, em grande maioria oriunda dos países da América do Sul. Apenas 01 turista informou ter conhecimento de que estava visitando um ponto mágico da cidade de Salvador, enquanto a grande maioria não tinha conhecimento de que existiu uma eleição para determinar os pontos chaves à serem visitados na cidade. A grande motivação para a escolha de Salvador para a viagem, continua sendo o turismo de Sol e Praia. Quanto ao transporte urbano, os turistas em suma não utilizam o transporte público de Salvador. Cresceu a demanda por carros de aluguel, e continuam também a utilizar táxi.
212
Quanto à hospedagem, 50% escolheram se hospedar em hotel, enquanto 25% preferiram ficar em pousada, e os outros 25% em casa de amigos. Referente a diversos itens que solicitamos responder entre as opções: Muito Bom (MB), Bom (B), Ruim (R), Muito Ruim (R) ou Não Se Aplica (NA) (em caso de não ter utilizado o serviço, ou não tiver meios para avaliar). Obteve-se o resultado presente na Tabela 1.
Tabela 1 - Avaliação dos Turistas em relação aos atrativos da Península de Iapagipe - 2016 Nº
DESCRIÇÃO
MB (%)
BOM (%)
RUIM (%)
MR (%)
N.A.
1
Atrativos Naturais
75%
25%
-
-
-
2
Patrimônio Hist. Cultural
50%
37,5%
12,5%
-
12,5%
3
Manifestações Culturais
25%
50%
-
-
25%
4
Empresas/Serv. Receptivo
-
37,5%
-
-
62,5%
5
Meios de Hosp.
-
62,5%
12,5%
-
25%
6
Restaurante/Bares
37,5%
62,5%
-
-
-
7
Comércio/Compras
-
50%
-
25%
25%
8
Diversão Noturna
12%
25%
-
-
62,5%
9
Táxis
-
37,5%
-
-
62,5%
10
Hospitalidade
75%
25%
-
-
-
11
Preços
-
62,5%
25%
-
12,5%
12
Sites Oficiais de Tur.
-
-
-
-
-
13
Comunicação/Wifi/Sinal
-
37,5%
-
25%
37,5%
14
Sinalização Urbana
-
75%
25%
-
-
15
Segurança Pública
12,5%
50%
37%
-
-
16
Limpeza Pública
-
62,5%
25%
12,5%
-
17
Transporte Urbano
-
12,5%
-
87,5%
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Com base na Tabela 1, tem-se 6(seis) comentários principais:
1. Nota-se que a Hospitalidade, os Atrativos Naturais e o Turismo Cultural continuam sendo a fonte mais elogiosa dos turistas que visitam Salvador. 2. 62,5% dos entrevistados não utilizaram serviços de equipe de turismo na cidade. Estes não estão mais em busca de serviços comuns utilizados pelas agências de viagens, nem
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da facilidade do serviço programado por estas, talvez em virtude da facilidade de obter reservas através do meio virtual. 3. Os meios de Hospedagem, bares e restaurantes estão com boa avaliação, chamando a atenção para o quesito “Comércio e Compras”, no qual alguns turistas estão achando os preços do lugar elevados. 4. Diversão Noturna não foi um item procurado pelos turistas, talvez devido a questão “Segurança Pública”, pois a maior parte dos entrevistados não se sentir seguras durante o período da noite nas ruas do bairro. 5. Sinalização Urbana, comunicação, e limpeza urbana, são critérios que pedem certa atenção para melhorias em virtude de ser de utilidade permanente e que facilitam a vida do turista na cidade. 6. Grande atenção deve ser tomada para o Transporte Urbano, pela falta de avaliação, observa-se que turistas não utilizam o transporte público, em virtude do mau serviço prestado, grandes deslocamentos e trânsito caótico. Torna-se complicado o turista compreender as rotas do transporte público para o local. Outro índice que chamou atenção foi o fato dos turistas não consultarem os sites oficiais de turismo, o que cabe às Secretarias uma promoção maior através de seus recursos.
A Península de Itapagipe hoje (2016) é conhecida turisticamente pela Igreja do Bonfim, o Memorial Irmã Dulce, a Sorveteria da Ribeira, e Ponta de Humaitá (junto ao Forte de Monte Serrat), porém ainda não é suficiente para ser definida como uma localidade de alto grau de atratividade ao turismo. Um turista clássico (que nunca visitou Salvador) por exemplo, pode tranquilamente passar pela capital baiana sem sequer conhecer os atrativos turísticos da “cidade baixa” ou passando apenas pela Igreja do Bonfim e retornando para a “cidade alta”. Porém, há outros quesitos culturais, tanto de atrativo quanto de atrações que podem ser inseridos no contexto do turismo de outros segmentos para tornar a área rentável financeiramente para Salvador. O passeio mais conhecido hoje, que passa pela península é do Salvador Bus – R$ 45,00 (criança) e R$ 60,00, porém as paradas são restritas geralmente à Sorveteria da Ribeira, Memorial Irmã Dulce e Igreja do Bonfim. A agência de Receptivo RNB oferece um City Tour panorâmico que passa pela Península (igreja do Bonfim e Ponta de Humaitá. A Privê Tur oferece 2 (dois) tipos de pacotes. O primeiro é em ônibus de turismo, com guia, 3 (três) horas e meia de passeio no turno matutino por R$ 80,00 (oitenta reais) sem paradas estabelecidas (param apenas para tirar foto, caso entrem em acordo). O segundo é em carro para 4 (quatro)
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pessoas, podendo ser realizado no período da tarde por R$500,00 (quinhentos reais). Porém, a maioria das agências de receptivo não oferecem pacotes especializados na Península, pois não consideram um “destino lucrativo”, a menos que seja solicitado, ou trabalhem com pacotes diferenciados e customizados. O Quadro 5 faz uma análise da Potencialidade e fragilidades da Península de Itapagipe.
Quadro 5 - Análise da Potencialidade e fragilidades (fatores internos) da Península de Itapagipe - 2016 PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
Ambiente familiar (de interior)
Falta de Infraestrutura
Belas Praias
Falta de serviços de qualidade no entorno
Tranquilidade
Falta de segurança Pública
Festas regionais e internacionais
Falta de Divulgação das mesmas
Patrimônios Materiais e Imateriais
Falta de passeios pelas águas calmas da baía
Mercado Cultural Iaô
Falta de Meios de Hospedagem
Equipamentos de Alimentos e Bebidas
Falta de visão de mercado
Reforma da Prefeitura (Nova Orla) Mercado com grande possibilidade de crescimento Ciclo faixas Fonte: Elaboração própria, 2016.
Em relação aos fatores internos (Quadro 5), pode-se destacar como ponto forte o ambiente em geral da Península de Itapagipe, seus Patrimônios Naturais, Culturais e os Imateriais, em contra partida podemos observar a falta de infraestrutura, seja ela de segurança, estabelecimentos comerciais prestando serviços com qualidade discutível, na falta de outros estabelecimentos com grande possibilidade de alcançar sucesso, que caracterizam a falta de visão dos moradores e de empresários dispostos a investir que poderiam se unir para construir um ciclo de benefícios interno. Assim, a construção de roteiros nesta localidade torna-se comum, sempre com os mesmos atrativos a serem visitados, diferenciando pouco de outros já existentes e impossibilitando assim o interesse de retorno de muitos que já conhecem, e para moradores, sentem-se mais atraídos por outras áreas da cidade que sempre oferecem novas atrações, como
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eventos culturais, e ainda que sejam os mesmos atrativos, o visitante sente o desejo até pela movimentação de pessoas no local. Já os fatores externos (Quadro 6), não dependem somente do esforço de moradores locais e de empresários que já investem ou investiram um dia nesta localidade. Dependem da dinâmica de todo o ambiente externo, no interesse de visitantes e de moradores de outras partes da cidade, do mercado em geral de como a demanda vem se comportando nos últimos tempos, quais os novos interesses do público-alvo, como podem se reinventar a partir do comportamento da demanda.
Quadro 6 - Análise da Oportunidades e Ameaças (fatores externos) da Península de Itapagipe - 2016 OPORTUNIDADES Divulgação
da
Prefeitura
sobre
AMEAÇAS obras Falta de Segurança Pública
recentes Ascensão do Turismo Religioso
Falta de Investimentos Privados
Popularização sobre Vida e Obra de Irmã Profissionais desqualificados Dulce Interesse pela questão histórica da Cidade Interesse
crescente
pelo
segmento
Falta de divulgação dos atrativos e atrações de Falta de atividades promovidas na localidade
transporte ciclístico e passeios Foco turístico no centro históricos e praias da parte alta da cidade Foco de Políticas públicas em outras áreas da cidade Preferência da população pelos shoppings e áreas nobres Especulação Imobiliária Projetos que mudariam a identidade do local Fonte: Elaboração própria, 2016.
Como alcançar os investimentos do Poder público (em entretenimento, obras, segurança, divulgação institucional, etc.), do poder privado para que invistam, resolvam abrir estabelecimentos comerciais na Península de Itapagipe, especificamente no Trade Turístico também, que precisam reconhecer a potencialidade turística do destino, para conseguir dar
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visibilidade do mesmo, com promoção, criação de pacotes, passeios e rotas que incluam a península. Outro detalhe pode ser observado em relação aos investimentos de poder público, é o fator mudança de identidade do local, pois, quando o poder público resolve investir em determinada localidade, leva em consideração muito mais a parte financeira, lucrativa para o governo, do que a melhoria da qualidade de vida da população, que engloba a questão econômica, moradia, bem estar, lazer, saneamento básico, entre outras, então na maioria das vezes, esses investimentos chegam mudando completamente a identidade cultural e física também. Construção de prédios, de obras que não harmonizam com a história local, que normalmente destroem o meio ambiente e/ou construções antigas que deviam ser preservadas e assim levariam a vida urbana caracterizada pelo capitalismo selvagem para uma área que continua tendo uma história mais humanizada nas suas ruas e patrimônios (Se comparada com outras áreas de Salvador) e certamente preferem permanecer desse jeito, porém com melhorias necessárias sem que tirem o que eles tem de mais precioso, sua história que precisa ser engrandecida ao invés de destruída. É possível utilizar as Oportunidades para o melhor aproveitamento dos benefícios que o turismo e o segmento de lazer da população soteropolitana podem oferecer, sem degradar e para isso é preciso haver parcerias entre os moradores locais, o poder público e privado expondo seus interesses sem ultrapassar o limite do outro.
6.6 AÇÕES ESTRATÉGICAS DE MARKETING (COM O COMPOSTO DE MARKETING DOS 4 P'S)
6.6.1 Produto
O resultado do Guia acadêmico é o Roteiro Turístico denominado – Sagrada Península de Itapagipe – que corresponde ao percurso turístico nesta localidade, visitando e conhecendo atrativos e atrações turísticas da mesma. Neste roteiro, encontra-se como produtos a Estação de trem da calçada, a Igreja dos Mares, Largo dos mares, Sorveteria da Ribeira, Bairro da Ribeira, Igreja do Bonfim, Memorial Irmã Dulce, Igreja da Boa Viagem, Praia da Boa Viagem, Forte de Monte Serrat, Ponta de Humaitá (Farol de Humaitá e Igreja de Nossa Senhora do Monte Serrat) como produtos oferecidos.
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6.6.2 Praça
Turistas Clássicos (público-alvo do roteiro) normalmente preferem sair do seu local de origem com a viagem pronta, logo, já compram pacotes com sua Agência Emissiva de preferência que se torna um dos locais de distribuição do produto, junto com as Agências de Receptivo que fazem parcerias com outros canais de distribuição como os sites que vendem pacotes ou serviços avulsos.
6.6.3 Preço
O custo em si da realização deste roteiro é baixo, levando em consideração a gratuidade dos atrativos que são visitados. O custo na Sorveteria da ribeira depende de cada visitante e os valores não são incluídos no pacote, na Igreja do Bomfim – Sala dos Milagres – é cobrada uma taxa de R$ 2,00 a 5,00 e é opcional também, tendo em vista que uma sala menor com o mesmo nome já é aberta à visitação gratuitamente. No mercado atual, encontramos 2 (dois) principais passeios por R$ 60,00 e 80,00 já descritos, onde um passa pelo centro histórico até a Península com poucas paradas e o outro, sem parada. Certamente, a Península de Itapagipe é um local que necessita de paradas, para que o visitante possa sentir o clima e vivenciar a realidade de cada atrativo visitado, e de um guia de turismo que transmita a história da localidade e dos seus patrimônios. Entende-se então que as 2 (duas) necessidades apresentadas, acrescem o custo tornando o roteiro mais caro, logo, sugere-se que este roteiro poderá custar R$ 110,00 (podendo ser no valor de R$ 90,00 em grupos fechados ou para destaque no mercado) sendo realizado no período da tarde, parando com 30minutos a 1hora na Igreja do Bonfim (o que possibilita o visitante assistir a uma missa), no Memorial Irmã Dulce (visitando todo o acervo encontrado) e também na Praia de Boa Viagem, junto com o Forte de Monte Serrat e Ponta de Humaitá, até que, neste último, possa contemplar o pôr do sol com a vista mais privilegiada da Baía de todos os santos.
6.6.4 Promoção
A promoção do roteiro deverá ser feita por anúncios de revistas, jornais, sites e blogs relacionadas ao turismo, em material de agências de receptivo que mostram dessa forma seus produtos, por parcerias com agências de emissivo espalhadas pelo Brasil e mundo, e
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principalmente nas redes sociais que também tratem do assunto, para dar visibilidade ao destino e ao roteiro, especificamente, para impulsionar o desejo de consumir o produto ofertado e vivenciar a localidade. O roteiro não sofre tanto com a sazonalidade pois tem o foco no Turismo religioso e cultural, podendo se tornar uma alternativa para os visitantes que querem vir à Salvador, mas não podem no período de alta estação, alcançando assim, um público distinto do comum Sol e Praia encontrado na cidade.
6.7 ROTEIRO TURÍSTICO
Versão simplificada do roteiro de visitação: •
Estação de trem da Calçada (História)
•
Largo dos Mares e Igreja dos Mares (História)
•
Bairro da Ribeira (História)
•
Sorveteria da Ribeira (História e Parada - Degustação).
•
Igreja Senhor do Bonfim (História, Parada -Visita e Fotos).
•
Memorial Irmã Dulce (História, Parada - Visita).
•
Igreja e Praia da Boa Viagem (História, Parada - Fotos e água de coco).
•
Forte de Monte Serrat (História, Parada - Fotos).
•
Ponta de Humaitá (História, Parada - Pôr-do-Sol, Fotos).
Início do Roteiro: 14h O roteiro começa na Estação de Trem da Calçada, que liga o bairro da Calçada, na Cidade Baixa ao Subúrbio de Salvador, possuindo cerca de 10 estações até chegar em Paripe, ponto final dessa linha única Após passarmos pela Estação de Trem iremos até o Largo dos Mares onde se encontra a belíssima Igreja de Nossa Senhora dos Mares. A antiga Igreja foi construída em 1749. A atual igreja matriz, em estilo neogótico (eclético), foi erguida entre 1930 e 1956, tem 50m de altura possui grandes vitrais e rosáceas e seu interior riquíssimo em imagens. No lugar da antiga igreja demolida, hoje é o largo dos mares, e existe um monumento na praça que leva o nome do Pe. Manoel da Natividade Maria, um dos primeiros párocos da Igreja.
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Em seguida será visitada a Ribeira e a tradicional Sorveteria da Ribeira, um dos bairros mais conhecidos e privilegiados da Península de Itapagipe por ser banhado por quase todos os lados pelas águas refrescantes e tranquilas do Oceano Atlântico.
Parada I: 20 minutos A parada acontece para fotos e tomar um sorvete na tradicional Sorveteria da Ribeira, que existe desde 1931. Nos fundos da loja, são feitos os sorvetes artesanais, e as frutas são compradas na famosa Feira de São Joaquim. É um dos principais pontos turísticos da cidade de Salvador e claro, parada obrigatória da Península Itapagipana. Após apreciar o Sorvete da Ribeira segue viagem e observa-se a Igreja da Penha, construída no Século XVIII. É também, uma das poucas Igrejas à beira-mar.
Parada II: 30 minutos Em seguida, subida à Sagrada Colina e visita a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, construída entre 1746 e 1754. Responsável por uma das maiores e mais famosas festas sagradas e profanas da Bahia, a Lavagem do Bonfim, atrai muitos devotos, turistas e peregrinos. As famosas fitinhas do Senhor do Bonfim são uma tradição desde o início do século 19, onde manda dar 3 nós no braço, e em cada nó, 1 pedido tem que ser feito e quando a fitinha desgastar naturalmente, os desejos serão realizados.
Parada III: 30 minutos a 1 hora Após a Igreja do Bonfim a próxima parada é o Memorial Irmã Dulce, localizado no Largo de Roma. O Memorial Irmã Dulce é uma exposição sobre a vida de uma das maiores personalidades da Bahia, a freira baiana Irmã Dulce, famosa pelas suas ações filantrópicas, hoje beatificada e prestes a ser canonizada, podendo se tornar a primeira Santa nascida no Brasil. O Memorial Irmã Dulce foi construído 1 ano depois da sua morte, em 1993. Na visita, fotografias, documentos e objetos pessoais podem ser vistos. O quarto onde a Irmã Dulce dormia ainda está intacto, e lá está a cadeira na qual ela dormiu por mais de trinta anos por conta de uma promessa. Livros, diplomas e medalhas fazem parte do acervo, que contém a imagem de Santo Antônio do século XVIII. A visita ao Memorial encerra no túmulo, localizado na Capela do Convento Santo Antônio. Saindo do Memorial a próxima visita é a Igreja da Boa Viagem. Construída no século XVIII é um patrimônio barroco. Esta, construída em 1710, onde já abrigou um hospício, tem
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um belo conjunto de azulejos, vindos de Lisboa e participa dos festejos em que a imagem do Bom Jesus dos Navegantes que é levada em procissão marítima, todo ano, no dia primeiro de janeiro.
Parada IV: 30 minutos Descida para tirar fotos e beber uma água de coco na Praia da Boa Viagem, uma das mais belas praias da cidade e curiosamente sempre própria para banho. Dando seguimento para o forte de Monte Serrat que será a próxima parada (pode ser feito a pé). Forte de Nossa Senhora de Monte Serrat é conhecido por muitos como a mais bela construção militarista da época do Brasil Colônia (1583). Está localizado numa posição estratégica, na ponta da Península Itapagipana, onde na história foi importantíssimo para destruir o exército holandês na invasão em meados de 1600. Pode-se ver a Ilha de Itaparica e a entrada da Baía de Todos os Santos.
Parada V: 1 hora (até o sol se pôr) Último ponto do passeio à Península de Itapagipe é a Ponta de Humaitá, dona de uma das paisagens mais belas de Salvador, o charme deste local, é a junção de história, beleza e calmaria. Um dos pontos principais para apreciar o pôr-do-sol mais belo na cidade. Neste conjunto arquitetônico podemos encontrar a Igreja de Nossa Senhora de Monte Serrat, uma das mais antigas igrejas de Salvador (construída sobre pedra) e também encontramos o Farol de Humaitá, que sinaliza a área de perigo para navegantes. O privilégio de passar o final da tarde e contemplar o pôr do sol é inesquecível e uma das maravilhas de estar em Salvador. Após o pôr do Sol em Humaitá, Sugestão de Happy Hour no restaurante que tem no Humaitá, ou o outro recentemente reformado na Praia da Boa viagem e Retorno ao Hotel.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2000. COBRA, Marcos. Administração de marketing. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1992. DÓREA, L. E. Os nomes das ruas contam histórias. Salvador: Câmara Municipal, 1999. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estudo Nacional de Despesa Familiar. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 27 maio 2016.
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KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Administração de Marketing: conceitos, planejamento e aplicações à realidade brasileira. São Paulo: Atlas, 2006. MATAR. Pesquisa de Marketing. 3. ed. São Paulo: Atlas 2001. MATTOSO, K. Bahia no Século XIX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. SAMARA, Beatriz Santos; BARROS, José Carlos de. Pesquisa de Marketing: conceitos e metodologia. 3. ed. São Paulo: Pearson Education, 2002. SKACEL, Robert K. Plano de Marketing: Como prepará-lo e o que ele deve conter. São Paulo: Novel, 1992. VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval de. Economia: micro e macro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. WESTWOOD. O Plano de Marketing. 2. ed. São Paulo: Makron Books.
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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO PARA O TURISTA: UNEB - DCH I - TUH QUESTIONÁRIO DE PESQUISA PONTOS MÁGICOS DE SALVADOR: PENINSULA ITAPAGIPE 1. QUAL É O LOCAL DE SUA
5. VOCÊ SABE QUE A REGIÃO É UM
RESIDÊNCIA PERMANENTE?
“PONTO MÁGICO”?
CIDADE:
A – SIM
UF:
B – NÃO
2. QUAL FOI O PRINCIPAL MOTIVO
6. QUAL FOI O PRINCIPAL MEIO DE
DA VIAGEM?
HOSPEDAGEM UTILIZADO EM SUA
A – LAZER.
ESTADIA EM SALVADOR?
B – VISITAR AMIGOS/PARENTES.
A – HOTEL OU FLAT.
C – NEGÓCIOS/TRABALHO.
B – POUSADA.
D – SAÚDE.
C – RESORT.
C – RELIGIÃO.
D – ALBERGUE.
D – OUTROS:
E – CASA DE AMIGOS/PARENTES.
3. QUAIS ATIVIDADES VOCÊ
F – IMÓVEL ALUGADO.
PRATICOU?
G – OUTROS:
A – SOL E PRAIA.
7. QUEM O(A) ACOMPANHOU NESTA
B – NATUREZA/ECOTURISMO.
VIAGEM?
C – CULTURAL.
A – SOZINHO.
D – FESTAS E DIVERSÃO NOTURNA.
B – GRUPO FAMILIAR.
E – COMPRAS.
C – AMIGOS.
F – TURISMO DE NEGÓCIOS.
D – COLEGAS DE TRABALHO.
G – TURISMO RELIGIOSO.
E – OUTROS:
4. QUAL FOI O MEIO DE
8. UTILIZOU MEIOS DIGITAIS COMO
TRANSPORTE UTILIZADO PARA
FONTE DE INFORMAÇÃO PARA
CHEGAR NESSA LOCALIDADE?
PREPARAÇÃO DESSA VIAGEM?
A – ÔNIBUS DE LINHAS.
A – SIM. QUAIS?
B – ÔNIBUS FRETADO.
B – NÃO.
C – AUTOMÓVEL PRÓPRIO. D – AUTOMÓVEL ALUGADO. E – TRANSPORTE HIDROVIÁRIO. F – OUTRO:
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9. AVALIE OS SEGUINTES ITENS:
10. NESTA VIAGEM SUAS
Legenda: MB (muito bom), B (bom), R (ruim), MR
EXPECTATIVAS
(muito ruim), NA (não se aplica).
FORAM:
A – ATRATIVOS NATURAIS B – PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL C – MANIFESTAÇÕES CULTURAIS: D – EMPRESAS/SERVIÇOS DE RECEPTIVO: E – MEIOS DE HOSPEDAGEM F – RESTAURANTES/BARES G – COMÉRCIO/COMPRAS H – DIVERSÃO NOTURNA I – TÁXIS J – HOSPITALIDADE L – PREÇOS M – SITES OFICIAIS DE TURISMO N – COMUNICAÇÃO/SINAL/WIFI O – SINALIZAÇÃO URBANA P – SEGURANÇA PÚBLICA Q – LIMPEZA PÚBLIC R – TRANSPORTE URBANO
A – SUPERADAS. B – ATENDIDAS PLENAMENTE. C – ATENDIDAS EM PARTES. D – NÃO ATENDIDAS. 11. CITE DOIS ASPECTOS QUE AGRADARAM E DOIS QUE DESAGRADARAM: A - ________________________________ ___________________________________ A - ________________________________ ___________________________________ B - ________________________________ ___________________________________ B - ________________________________ ___________________________________
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APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO PARA O EMPRESÁRIO/ COMERCIANTE: UNEB – DCH I - TUH QUESTIONÁRIO DE PESQUISA PONTOS MÁGICOS DE SALVADOR: PENINSULA ITAPAGIPE
TIPO DE ESTABELECIMENTO _________________
1. POR QUAL RAZÃO O BAIRRO FOI ESCOLHIDO PARA A INSTALAÇÃO DO ESTABELECIMENTO? A – RESIDE PRÓXIMO B – BOM FLUXO DE PESSOAS C – OUTROS __________________
2. VOCÊ ACHA QUE LUCRA COM O TURISMO? A – SIM B – NÃO
3. QUANTOS TURISTAS EM MÉDIA, SEU ESTABELECIMENTO RECEBE POR SEMANA? A – ATÉ 10 B – ATÉ 30 C – MAIS DE 30 D – NÃO RECEBEMOS TURISTAS E – OUTRA OBSERVAÇÃO
4. QUAL ORIGEM DOS TURISTAS
RECEBIDOS NO ESTABELECIMENTO?
A – REGIONAL B – NACIONAL C – INTERNACIONAL. DE QUAL PAÍS?
5. VOCÊ SABE QUE A REGIÃO É UM “PONTO MÁGICO”? A – SIM B – NÃO
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6. NA SUA OPINIÃO, A SEGURANÇA PÚBLICA FUNCIONA NA REGIÃO? A – SIM B – NÃO
7. ESTÁ CONTENTE COM O TRATAMENTO PÚBLICA ESTÁ A – SIM B – NÃO
DANDO PARA A REGIÃO?
QUE
A
ATUAL
GESTÃO
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FOLDER PENÍNSULA DE ITAPAGIPE
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228