FORTALEZA :: 2013 :: R$ 12,90
ISSN 2178-5775
9 772178 577004
LAR CEARENSE
VISITA ÀS CASAS DO PINTOR RIAN FONTENELE, DA CHEF BIA LEITÃO E DO CINEASTA JOE PIMENTEL
ZANINI DE ZANINE
DESIGN QUE UNE CRIATIVIDADE, ESTILO E PERSONALIDADE
A LUZ DO CEARÁ INSPIRADOS PELO TEMA DA CASA COR CEARÁ 2013, AMBIENTES E PERSONAGENS CONSTROEM UM OLHAR SOBRE O ESTADO
EDITORIAL
Fundado em 7 de janeiro de 1928 por Demócrito Rocha
CASA FEITA DE LUZ
M
ude o ângulo. Uma nova leitura é feita com a projeção proporcionada pela luz. Sendo assim, as obras parecem estar em movimento proporcionando um novo diálogo com o espaço, com outros objetos. As peças de Sérvulo Esmeraldo, em sua mais recente exposição, são perfeita tradução do que a Terra do Sol proporciona nesta conversa entre luz, design e arquitetura. Esta compreensão recíproca dá o tom para esta edição da Morar Bem. O primeiro diálogo é feito com Zanini de Zanine, considerado um dos maiores nomes do design atual. Fazendo jus ao sobrenome, além da influência dos trabalhos realizados pelo seu pai, o designer mostra personalidade e criatividade em suas criações. Conversas estas travadas também na casa da chef de cozinha Bia Leitão, do ateliê/casa do artista plástica Rian Fontenele e da tranquilidade da casa do cineasta Joe Pimentel. Luz também é elemento importante entre objetos e memórias coletadas
pelos vários ambientes. Visitamos também a nova edição da Casa Cor. A nossa sempre anfitriã Neuma Figueiredo, diretora-geral da franquia do evento no Ceará, nos conduz pelos 42 ambientes que compõem a mostra deste ano em um imóvel, construído na década de 1950, pertencente à família Boris. O tema desta edição, “Um olhar para o Ceará”, dá o tom ao uso da luz, tão propícia ao nosso Estado, como também é uma homenagem às várias expressões cearenses de cultura, de arte e de costumes. “Ao longo dessas 15 edições, me alegro em dizer que conseguimos alcançar nossos objetivos e as trocas de experiências nos levaram a um patamar de igualdade aos grandes eventos de decoração do mundo”, comenta Neuma. Na coluna Circuito A, Francisco Campelo faz um giro pela Casa Cor 2013 e elege os dez principais destaques da edição. Além disso, traz lançamentos exclusivos e uma mostra de como foi a abertura do evento Sinta-se à vontade e boa leitura.
Presidente – Luciana Dummar Vice – Presidente – João Dummar Neto Diretor Institucional – Plinio Bortolloti Diretor de Operações – André Azevedo Diretor de Mercado Coorporativo – Édson Barbosa Diretora Administrativa – Cecília Eurides Diretora de Marketing – Valéria Xavier Diretor de Negócios Digitais e Mercado Leitor – Victor Chidid Diretor de Conteúdo - Arlen Medina Néri Diretora-Executiva da Redação - Fátima Sudário Diretor-Adjunto da Redação - Erick Guimarães NÚCLEO DE CONTEÚDO & NEGÓCIOS Editoras-Executivas: Ana Naddaf e Andrea Araujo
BUCHICHO MORAR BEM Edição: Ana Naddaf Textos: Callen Leão, Donny Soares, Larissa Viegas, Lua Santos, Jully Lourenço, Natália Évila, Sabryna Esmeraldo e Thiago Andrade Edição de Arte: Andrea Araujo Design: Carol Gouveia e Ícaro Guerra Foto de capa: Roberto Kennedy Fotos: Ethi Arcanjo e Roberto Kennedy Produção: Samuel Keviny Manipulação de Imagem: Cássio Braga e Ícaro Guerra Tratamento de imagem: Charles Robert e Robson Pires Criação Publicitária: Cássio Braga Banco de dados: Carlos Walewsky, Miguel Pontes, Roberto Araújo e Flávius Junior EQUIPE COMERCIAL Gerente de Criação e Inovação: Aline Viana Coordenador de Criação e Inovação: Bruno do Vale Assistente de Criação e Inovação: Camila Sales BUCHICHO MORAR BEM é uma publicação do Grupo de Comunicação O POVO Av. Aguanambi, 282 CEP: 60055-402. Fortaleza/CE PABX: +55 85 3255 6000 www.opovo.com.br Fale conosco: nucleoderevistas@opovo.com.br Impresso na Gráfica Tecnograf
10 ENTREVISTA
ZANINI DE ZANINE FALA UM POUCO DE SUA TRAJETÓRIA, PROJETOS, PARCERIAS E SOBRE O DESIGN NO BRASIL
14 EM CASA
A CHEF BIA LEITÃO, O PINTOR RIAN FONTENELE E O CINEASTA JOE PIMENTEL ABREM AS PORTAS DE SUAS CASAS
22 TENDÊNCIAS
CORES QUE ENERGIZAM, DESIGN QUE REMETE A PAISAGENS NATURAIS E O RÚSTICO DO ARTESANATO
28 ARTE
UM DOS ARTISTAS DE MAIOR RENOME DO CEARÁ, SÉRVULO ESMERALDO, REÚNE PEÇAS DE SUA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL NA EXPOSIÇÃO LUZ
34 ESPECIAL
CHEGANDO A 15ª EDIÇÃO, ESTE ANO, A CASA COR CEARÁ REÚNE GRANDES PROFISSIONAIS E EMPRESAS DE ARQUITETURA E INTERIORES NA HISTÓRICA CASA DA FAMÍLIA BORIS
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GASTRONOMIA PROMOVENDO A INTEGRAÇÃO ENTRE COZINHA E COZINHEIRO COM OS DEMAIS CONVIDADOS, A COZINHA GOURMET REÚNE CRIATIVIDADE, PEÇAS DE DESIGN E MUITO SABOR EM UM MOMENTO A SER DEGUSTADO
118 TECNOLOGIA
SUSTENTÁVEL, A ENERGIA SOLAR É UM DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA QUE, ALÉM DE SER AMBIENTALMENTE CORRETO, PODE GARANTIR ECONOMIA
122 MODA
A AZULEJARIA ILUSTRADA INVADIU AS PASSARELAS EM 2013. O AZUL E O BRANCO TÍPICOS DE PORTUGAL DECORARAM PEÇAS DE VESTUÁRIO CHEGARAM ATÉ ACESSÓRIOS DE COZINHAS E ESCRITÓRIOS
128 CIRCUITO A
EM UM CONVITE AO MUNDO DA DECORAÇÃO E DA MODA, CAMPELO APRESENTA O QUE HÁ DE MAIS LUXUOSO ENTRE OS LANÇAMENTOS
NOTAS
Diga 33! No ano em que comemora 15 anos de “persistência, resistência e arte”, Wilson Neto apresenta a exposição Diga 33: produção gaudincha. A partir do dia 7 de dezembro, a Galeria Mariana Furlani receberá os quadros do artista cearense produzidas em seu novo ateliê, na cidade 2000. “Não há referencias explícitas nessas obras à construção espontânea e curiosa que é esse ateliê. Mas posso dizer que a estética do puxadinho e o design da gambiarra dialogam com as pinturas”, diz o artista, conhecido pela mescla de pintura e tecidos a diferentes técnicas e suportes. Dois ambientes da Casa Cor 2013 trazem obras de Wilson na decoração: o Lavabo (por DUO Arquitetura + Interiores ) e o Loft da Velejadora (por Ana Virginia Furlani).
DESIGN EM DIÁLOGO: 24 ENTREVISTAS POR STEVEN HELLER E ELINOR PETTIT
Abertura: 7/12 Período: Até 30 de janeiro Horário de visitação: 10 às 19h (durante a semana) e 9 às 13h (aos sábados) Endereço: Rua Canuto de Aguiar, 1401 - Meireles
Novos Talentos do Design Casa Vogue A primeira edição do projeto Novos Talentos do Design Casa Vogue, que selecionou estudantes de arquitetura e design da FAAP com o intuito de aproximá-los da realidade industrial e de incentivar a criatividade no desenvolvimento de peças de design, realiza mostra com 11 peças produzidas pelos alunos finalistas no Mezanino do Museu da Faap, em São Paulo. Versão brasileira do projeto italiano comON Design Workshop – CDW, criado em 2009 por Taissa Buescu, diretora de redação da revista Casa Vogue, e realizado a pedido da Federação das Indústrias de Como, Itália, o Novos Talentos do Design proporcionou experiências in loco em empresas líderes do segmento: A Lot Of Brasil, Artefacto, Bertolucci, By Kamy, Deca, Empório Beraldin, Guardian, La Lampe, Mekal e Ornare. Os finalistas foram escolhidos por um júri formado por Claudia Moreira Salles, Marcelo Rosenbaum, Marco Aurélio Lobo Junior - gestor de projetos de design e inovação da Apex - e Taissa Buescu. A mostra permanecerá aberta ao público de 1º de novembro até 15 de dezembro de 2013. Período: Até 15 de dezembro de 2013 Horário de visitação: 18 às 22h Onde: Mezanino do Museu da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) Rua Ceará, 84 – Higienópolis (São Paulo)
BUCHICHO MORAR BEM
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Este livro, publicado originalmente em 1998, nos Estados Unidos, é uma coletânea de entrevistas realizadas por Steven Heller e sua colaboradora Elinor Pettit, realizadas ao longo dos anos 90. Grandes nomes da prática e da crítica do design refletem sobre seus campos de trabalho e o momento de transformação da época, na qual ainda vigorava a influência do pós-modernismo e apenas se delineava o impacto que teria a revolução digital no seguimento. Agora, as entrevistas dialogam com o futuro que vislumbravam, muitas de suas previsões tendo se tornado realidade. Design em diálogo: 24 entrevistas por Steven Heller e Elinor Pettit Editora Cosac Naify Tradução: Cid Knipel Apresentação: Patricia Amorim 336 páginas R$ 49,90
entrevista
Carioca da gema,
designer do mundo Considerado um dos maiores nomes do design atual, Zanini de Zanine faz jus ao sobrenome e, ao mesmo tempo, mostra personalidade e criatividade Larissa Viegas larissaviegas@opovo.com.br
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BMB - Você é filho único? Zanine - Não, sou o caçula e o temporão. Eu nasci meu pai tinha 60 anos. Essa diferença de idade fez com que a gente ficasse muito próximo um do outro. Cresci absorvendo e observando oficina de maquete, essa parte de construção. E, de certa forma, isso ficou como registro e mais tarde percebi que eu tinha esse interesse grande pelo mobiliário. Aí, o que chegava mais perto de design de móveis era a faculdade de desenho industrial, que foi onde eu me formei no Rio, na PUC.
arquiteto José Zanine Caldas pode ser considerado um profeta e um jogador. Profeta por batizar o seu filho com um nome tão artístico, sem saber o que o futuro lhe reservava. Jogador por apostar suas “fichas”, mesmo muitos anos antes, no seu filho temporão. Independente da característica atribuída ao icônico arquiteto, a verdade é que ele acertou (e em cheio) em Zanini de Zanine. De boné, camiseta justa e sotaque carioca, o designer consegue se camuflar. Porém, quando o assunto é o seu trabalho, em poucos minutos é possível saber como Zanini foi criado em um universo à parte, rodeado de grandes nomes da arquitetura e do design brasileiro. Aprendiz de Sérgio Rodrigues e designer parceiro da Cappellini, uma das cinco marcas de móveis mais importantes do mundo, Zanine já segue os passos do pai e surpreende os fãs de design com móveis que unem criatividade, estilo e personalidade.
BMB - Como foi trabalhar com o Sérgio Rodrigues? Ele foi praticamente o seu mentor, junto com o seu pai, certo? Zanine -Na época em que eu comecei a estagiar com o Sérgio, eu estava na faculdade e foi um momento bem determinante, porque meu pai tinha morrido, e essa grande referência, de uma certa forma, foi suprida pelo Sérgio Rodrigues, tanto como pessoa quanto como profissional. Então, dentro do estúdio do Sérgio, tive essa grande oportunidade de conhecer de uma forma mais profunda o trabalho dele, mas principalmente de conhecer ele como pessoa, como ser humano. Foi aí que eu tive certeza de que era essa a profissão que eu queria seguir, que queria ser uma pessoa igual a ele, não só um designer, mas um ser humano igual a ele. Então, foi um momento de muito enriquecimento do meu lado profissional.
Buchicho Morar Bem - Quanto o seu pai influenciou na escolha da sua profissão? Zanini de Zanine - Na verdade, demais. Eu tive a sorte de ter esse contato de 20 anos ao lado dele. Meu pai morreu quando eu tinha 20 e poucos anos. Mas, desde que eu nasci, ele me carregou para todas as cidades em que morou. bUCHICHO morar bem
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FOTOS ETHI ARCANJO
ENTREVISTA
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FOTOS DIVULGAÇÃO
ENTREVISTA BMB - Você já trabalhou com peças e material de demolição e você ainda se preocupa muito com os materiais utilizados no seu trabalho... Zanine - Sim, porque essa era uma proposta do meu pai, ele tinha uma preocupação muito grande com o uso dos materiais. Começou a usar materiais de demolição em 1960, quando não era comum. Tinha um argumento, uma proposta muito forte em relação ao meio ambiente, não só na arquitetura, mas também com relação ao mobiliário. Na arquitetura, ele evitava o maior impacto do terreno, tirar árvore, mexer na topografia, justamente para ter essa preservação. Dentro do mobiliário, ele usava aquilo como uma denúncia, mais especificamente quando ele se instalou no sul da Bahia, como um parasita, porque era uma região que estava tendo muito desmatamento por causa do plantio da celulose, então ele pegava as raízes que eram queimadas e transformava em móveis. Tanto que ele denominava essa parte do trabalho dele de móvel-denúncia. Eu cresci com isso, não teria como ser de outra forma sem isso a diante.
BMB - Seu trabalho e de outros designers do Brasil, como dos irmãos Campana e do próprio Sérgio Rodrigues, são muito bem vistos no exterior. O que você acha que o design brasileiro tem de diferente? Zanine -A gente tem a faca e o queijo. A gente vive num país tão grande, com tantas informações boas, de cor, religião, materiais, vegetação, que esse prato cheio pode ser retratado, transformado por meio de um mobiliário muito interessante, muito único. Nossa miscigenação é muito única. Quando isso é passado de uma forma autêntica e íntegra, acho que faz a diferença. Você vê isso no trabalho do Sérgio, dos Campana, e é isso que traz o interesse e o sucesso no trabalho, as pessoas estão vendo algo que agrega, que diz algo daquele país e que você não vê em muitos lugares. BMB - O Sérgio Rodrigues deu uma entrevista recentemente e falou que “falta paixão no design e na arquitetura brasileira atual”. Você concorda? Zanine -Sim. Aí você imagina uma pessoa de uma geração que convivia com Sérgio Bernardes, Lúcio Costa, meu pai, sendo suspeito, mas era uma geração de ouro, tanto na arquitetura quanto no mobiliário, e não tem nem como competir. Acho que, de alguma forma, ele tem razão. Espero que a geração nova venha para agregar, trazer coisas boas, mas eu concordo com ele.
BMB - Você acha que esse é o futuro da arquitetura e do design, apostar mais na sustentabilidade? Zanine - Grande parcela do que virá de inovação, tanto na arquitetura quanto no design de móveis, será em relação a materiais. Acho que a evolução de materiais é infinita. E os biomateriais, os ecologicamente corretos. BMB -Por você fazer uso desses materiais, eles que influenciam na sua criação ou você cria e se adapta aos materiais que você tem em mãos? Zanine - Pois é, acontece os dois caminhos. Tem desenhos que eu fiz para um determinado material, mas ganhou outro por eu ter contato com um novo material, que se apresentou mais interessante para essa finalidade. E tem desenhos que surgem por conta do material, e aí, dessas características, vêm o desenho, uma forma. BMB -Você tem algum material favorito, com que você sempre trabalha? Zanine - Sendo suspeito, eu tenho um relacionamento com a madeira muito forte, por conta do trabalho do meu pai. É um material que tem uma memória afetiva muito grande. Comecei a brincar, a conviver com esse material em todos os BUCHICHO MORAR BEM
sentidos, de textura, barulho, cor, odor, então a madeira, de fato, é o material com que eu me sinto mais confortável para trabalhar.
As cadeiras de Zanini de Zanine: diferentes versões e cores dos modelos Moeda, Tiss, Skate e Trez 12
BMB - Você acha que o brasileiro sabe apreciar esse design, ele paga por esse design? Zanine -Acho que tem um tempo de maturação e a gente está apostando nisso. Primeiro, com a retomada do desenho brasileiro, da revalorização do desenho modernista do móvel brasileiro. Houve um resgate forte do Sérgio Rodrigues, que há 12 anos não tinha esse reconhecimento. Teve o surgimento dos Campana, na década de 90, com uma nova linguagem, uma nova plantação do mercado que veio abrir portas no exterior. Eu tento participar, vendo essa geração nova com uma autoestima muito grande. Em relação ao público, a valorização, eu acho que já melhorou muito. Me formei faz dez anos, mas já vejo uma diferença enorme. Antiga-
BMB - O seu trabalho tem uma pegada muito urbana, street. Esse seu estilo recebe influência das coisas que você gosta de fazer, dos seus hobbies? Zanine - Eu sou uma pessoa muito informal no final das contas, mas, como todo mundo, tenho dias de bom e de mau humor, e todos esses sentimentos refletem no meu trabalho. Então, eu tenho um lado urbano muito forte, algumas peças têm humor, outras podem passar uma certa agressividade, mas eu não tenho uma linha de raciocínio muito determinada. Eu fui criado de uma forma muito livre pelos meus pais, de alguma forma isso se retrata no meu trabalho, então não tem uma regra nas escolhas dos materiais, formas ou linguagem. E a diversão é essa, experimentar. BMB - Você acha que é possível unir design, qualidade e preço acessível? Zanine -Sim. No meu trabalho, tem peças nesse perfil. Mas têm peças em que você tem qualidade, mas é um trabalho muito artesanal e com uma matéria-prima muito escassa, então isso agrega valor, faz com que uma parte do trabalho tenha um valor mais alto. Mas, cada vez mais, há mais possibilidades. BMB - Você tem alguma peça favorita sua? Zanine -Tem algumas. Eu gosto muito dessa última que eu fiz com a Cappellini, acho muito marcante, ela tem três pés. Gosto de um cavalinho infantil de balanço em metacrilato. Tem peças que não entraram no mercado, que não deram certo comercialmente, mas de que eu gosto muito.
ETHI ARCANJO
mente, se pagava muito mais fácil pelo que era feito lá fora. A gente não tinha, até então, uma qualidade operacional de fábrica, de máquinas que pudessem nos dar tanta qualidade nem materiais. Mas o país está se equipando, as coisas estão ficando melhores e, consequentemente, o cliente final, de forma geral, assim como as fábricas, estão percebendo que o que é feito aqui tem valor, assim como as pessoas de fora. Você vê os irmãos Campana, que já trabalham com marcas italianas há um tempo. Você vê marcas de fora que estão começando a dar oportunidade, olhando para cá, porque percebem o valor e o público, de alguma forma, vai amadurecendo.
DO LÚDICO AO RECICLADO
O designer tem no seu acervo peças como o cavalinho de balanço Gioco, inspirado no clássico cavalinho de balanço e produzido em metacrilato. Outro destaque é a linha Punch, cachepôs de diferentes tons e estilos, feitos de plástico. Já a poltrona Skate, feita de shapes, tem em tamanho normal e júnior, para uma família mais radical. Seguindo a tendência de reciclagem, as chapas de aço que seriam descartadas pela Casa da Moeda após a fabricação das antigas moedas de 10 centavos de Real, transformaram-se em poltronas. Entre as novidades estão a cadeira e a poltrona TISS, uma releitura da clássica cadeira portuguesa em palhinha.
PARA COLECIONAR
Peças em parceria com a Cappellini Há dois anos, Zanini de Zanine recebeu um agradável convite: assinar alguns móveis para a Cappellini, uma das maiores empresas de design de móveis do mundo. A parceria já rendeu algumas linhas, como a Inflated Wood, cuja matéria-prima era o ipê e o jacarandá de demolição. Já em 2013, Zanini lançou junto com a marca a poltrona Trez, que possui três pés e homenageia o estilo do moveleiro Joaquim Tenreiro.
BMB - Como acontece a parceria com grandes empresas, como a Cappellini? Zanine -Eu recebi um email no meu estúdio, foi uma surpresa. Geralmente, depois que acontece um convite com uma delas, as coisas meio que abrem portas. Já estamos na quarta marca de fora que chega com um convite. Uma coisa puxa a outra. BMB - Você coleciona alguns prêmios. Tem algum que você ainda aspira? Zanine - Esses convites que eu recebo, vejo com mais importância. Sem desmerecer nenhum prêmio. Mas esse é um verdadeiro prêmio, ter a oportunidade de pessoas comandarem as nossas marcas. Eu pretendia trabalhar com uma marca dessas, óbvio, mas achava que isso fosse ser mais tarde, porque requer um tempo de maturação. BMB - Se você não fosse designer, o que seria? Zanine -Talvez eu trabalhasse com alimentação. Não sei cozinhar, mas adoro! E gosto de me arriscar. Mas não cozinho nada, é só pelo prazer do ato! (risos) 13
EM CASA
BUCHICHO MORAR BEM
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FOTOS ETHI ARCANJO
LAR COMO EXTENSÃO DA PERSONALIDADE
A chef Bia Leitão, o pintor Rian Fontenele e o cineasta Joe Pimentel abrem as portas de suas residências e confirmam: suas personalidades são refletidas em suas casas
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Brasil, em especial, o Ceará, tem uma riqueza cultural enorme, que vai desde o próprio clima, passando pelas artes e, claro, pela gastronomia. E é ao redor desses muitos universos que qualquer pessoa, proposital ou espontaneamente, vive. Desde um simples objeto garimpado até uma criação própria, tudo tem uma “pegada cearense”. Em busca desses elementos cearenses, a Morar bem convidou três pessoas, que atuam no Ceará nas mais diversas áreas, para abrir as portas e mostrar como cada um se apropria dessa cultura. Morando em uma ampla casa, o cineasta Joe Pimentel coleciona objetos e memórias, desde cacarecos a troféus, passando por verdadeiras relíquias da herdadas por pessoas queridas. E, para manter o bom humor, há sempre uma surpresa para os visitantes. Já o artista plástico Rian Fontenele apostou em um galpão para será ser o seu estúdio e, de quebra, reservou um espaço para chamar de lar. Em meio aos seus trabalhos, Rian conta sempre com a companhia da sua fiel escudeira, a boxer Corona. Por fim, visitamos uma casa com cara de fazenda. Ao som dos pássaros, o lar da chefe de cozinha, Bia Leitão, é um recanto alheio à rotina do dia a dia de qualquer cidade cosmopolita. Distante do agito frenético de Fortaleza, é um local que respira calmaria. A casa abriga a família da consultora de gastronomia e do artista visual e marido, Rafael Limaverde, os filhos Davi e Ana, e da cadelas Gorda e Pirrita, além das lagartas Duda e Bia. 15
FOTOS ETHI ARCANJO
EM CASA
O INVETERADO CAÇADOR DE CACARECOS A tranquilidade da casa do cineasta Joe Pimentel chama a atenção. Mas só até o momento em que uma convincente imagem, de borracha, de padre Cícero cai “acidentalmente” THIAGO ANDRADE pedrothiago@opovo.com.br
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ogo à chegada, o muro de pedra sugere o tom rústico que se encontrará do lado de dentro. Aberto o portão, surge amplo espaço de entrada: porta principal e larga janela, porta que dá acesso à cozinha, os dois carros da família estacionados – tudo compreendido em um golpe de vista só. Amplitude é o que mais chama a atenção na casa do cineasta Joe Pimentel. Amplitude e tranquilidade. Com aproximadamente 600 m², a casa foi adquirida pelo cineasta há pouco mais de dois anos. “Ninguém acredita que consegui um lugar como esse pelo preço de um apartamento”, comenta. Uma passagem lateral dá acesso aos fundos, onde está a piscina. Mas, não se engane, é o ambiente menos utilizado pelo cineasta. “A casa mesmo é aqui”, enfatiza, referindo-se à sala principal. No ambiente, seu predileto, concentram-se os mais variados objetos, distribuídos em mobílias e prateleiras. “Eu sou um verdadeiro caça-cacarecos. Tudo eu pego, tudo eu guardo”, afirma o produtor de cinema, que possui ainda casa em Guaramiranga. “A de lá é pequeninha, mas em tudo as duas casas se parecem”. A preferência é manifesta: “Morar em casa aprofunda o convívio. É melhor para reunir pessoas”, diz. Para o cineasta, o lugar ainda não BUCHICHO MORAR BEM
está pronto. A segunda sala, ainda vazia, utiliza para realizar trabalhos da Trio Filmes, sua produtora. O plano é construir um segundo andar para estúdios. Dos filmes dirigidos por Joe, diversos troféus de premiações se misturam, sem destaque, CDs, livros, câmeras fotográficas e filmadoras antigas, uma lagartixa de Cuba e uma cotia do Pará (ambas de madeira), rádios antigos, porta-retratos e aos mais diversos objetos-cacarecos espalhados pela sala. Outros mais, empoeirados, são encontrados escondidos em um quartinho atrás da piscina. “Não é que eu não me orgulhe [dos troféus]. Cineastas não devem fazer filmes para ganhar prêmios”, rebate. O objeto mais curioso da casa é uma estatueta de padre Cícero Romão. À primeira vista, em nada é diferente de outras imagens do sacerdote. O objeto, porém, é feito de borracha, em vez de gesso. “Todo mundo cai na pegadinha”, afirma Joe, que costuma derrubar “acidentalmente” o padre quando há visitas. “O susto é garantido”, afirma. A fotógrafa Ethi Arcanjo foi a vítima da vez. À saída, mais objetos e, com eles, mais histórias: o esqueleto de metal de um piano, cuja madeira por inteiro já apodreceu, e a velha máquina de escrever do pai. “Tenho é que achar um lugar para guardar esses dois aí”, comenta. Ao que parece, a pequena casa em Guaramiranga receberá mais dois objetos. 16
Romeiro de barro Objeto construído pelas irmãs Cândido, artesãs do Juazeiro do Norte, especificamente para o curta-metragem Câmara Viajante. O filme retrata o universo e o ofício dos fotógrafos populares em festas, feiras e romarias do interior nordestino. Padre Cícero de borracha - O objeto de 40 cm costuma ser instrumento de brincadeiras do diretor. “Ele já levou até chute e foi parar no teto”, conta Joe, de quando arremessou o objeto a um amigo, com força suficiente para “não chegar”. Fotógrafo de barro - Adquirido em Alto do Moura, bairro de Caruaru (PE), é apenas uma, entre as muitas, esculturas de barro que remetem a câmeras filmadoras e fotógrafos nas prateleiras da casa.
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O CINEASTA
Joe Pimentel começou, na década de 1980, realizando filmes em Super-8. Trabalhou como operador de câmera, fotógrafo, assistente de direção em diversas produções rodadas no Ceará. Atualmente, dirige a produtora Trio Filmes e é professor de Fotografia e Direção no curso de Cinema da Casa Amarela Eusélio de Oliveira. Dirigiu os longas Bezerra de Menezes – O diário de um espírito e Homens com cheiro de flor. Mora com a esposa, Cláudia, o filho, Caio, e dois cachorros (Spock e Roco).
EM CASA
ESPAÇO DAS ARTES Em seu ateliê/casa, Rian Fontenele se dedica totalmente ao trabalho em um espaço que tem sua marca em todos os cantos, paredes, móveis e objetos LARISSA VIEGAS larissaviegas@gmail.com
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uando dizem que a casa é um espelho do dono, não duvide. Principalmente após conhecer Rian Fontenele. O que a princípio parece ser um simples galpão, a casa do arquiteto de formação e pintor (como ele prefere ser chamado) é, na verdade, um espaço único e aconchegante. Aparentemente um homem fechado e reservado, Rian é simpático e recebe, junto com a sua cadela boxer Corona, as pessoas de coração e portão abertos em seu estúdio/casa - nessa ordem mesmo, já que um imenso espaço foi transformado em estúdio e apenas uma pequena parte, reservada à sua morada. Rian escolheu um antigo depósito de uma fábrica de molduras com 450m² para construir, praticamente do zero, um espaço o qual ele poderia se dedicar integralmente às suas artes. “Pela primeira vez, tenho uma casa dentro do meu ateliê”, comemora. Foram seis meses de obras, feitas aos poucos e sem um projeto. Do teto ao piso, tudo precisou passar por uma reforma. BUCHICHO MORAR BEM
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Além das diversas telas assinadas por ele espalhadas pelas paredes e chão da casa, alguns objetos dão ainda mais personalidade à casa, principalmente pelo fato de serem assinados por ele mesmo ou pelo seu pai, o escultor Ivan Cunha. “Essa mesa foi desenhada por mim, cortada pelo meu pai e plantada pelo meu avô”, conta Rian, quando perguntado acerca da enorme mesa feita de uma jaqueira, posicionada estrategicamente próxima a cozinha, decorada com diversos vasos. Ao lado, a cozinha com utensílios modernos contrastam com a bancada/pia decorada com as antigas molduras, resgatadas do depósito durante a reforma. Outro “ambiente” da casa que chama atenção é o mezanino, que, à primeira vista, parece levitar no ateliê. Utilizado como quarto, o espaço possui grandes janelas que cercam dois dos lados. E dão vista para a grande mesa, a cozinha e a área verde.
O ARTISTA
Rian Fontenele é um dos poucos artistas plásticos do Brasil que conseguem viver integralmente da arte. Nascido em Ubajara, “desceu a serra” quando tinha 13 anos e desde muito cedo sabia que ia ser pintor quando crescesse, mesmo contra a vontade do pai. Hoje, Rian se dedica a diversas técnicas de arte, entre elas gravura, desenho e pintura. No seu portfólio há séries inspiradas em poetas e escritores conhecidos, como Dante Alighieri, Paul Celan, Carlos Drummond de Andrade. As cores sóbrias, as silhuetas e o mix de emoções e afetos estão entre as principais características das obras do artista. Recentemente Rian doou uma frotagem-gravura para o Instituto Hilda Hilst, centro produtor e difusor de cultura na cidade de Campinas, São Paulo, e firmou parceria com a Cerbras, produtora de cerâmicas. Neste trabalho, o artista produziu obras de tamanhos que vão de 46cm² até painéis de 80m², em técnicas como pinturas esmaltadas e desenhos em ponta seca diretamente na cerâmica. Entre os próximos trabalhos do pintor está a exposição “A restauração de uma ausência”, que entrará em cartaz no sul do País em março, na Caixa Cultural. Em seguida, o projeto segue para outros países.
Para quem entra pela primeira vez na casa de Rian não imagina que entre os dois enormes ambientes da casa tem um tesouro verde: um espaço ao ar livre, com bromélias que desde março sobem pelas paredes. O ambiente fica ainda mais completo com a rede ou, como ele mesmo diz, o sofá da casa ao centro. E esse canto tão querido terá, em breve, mais uma atração, uma laje sobre os banheiros com espreguiçadeiras e o céu como teto. A outra “nave”, uma segunda parte do galpão, é destinada exclusivamente ao seu trabalho. Sobre estruturas de janelas transformadas em mesas, o pintor mantém, de uma maneira extremamente organizada, todo o seu material de trabalho. Tudo isso porque sua arte é sua única fonte de renda. “Sou quase um sacerdócio, me dedico integralmente à arte”, completa. Obedecendo uma rotina que começa às 7 de manhã e, muitas vezes, vai até às 23 horas, Rian explica que seu trabalho tem muito da literatura e que a mesma serve de gatilho para a pintura. Porém, entre tanta organização e dedicação, um pequeno espaço com almofada e muitos ossos é exclusivo da companheira Corona.
FOTOS ETHI ARCANJO
Espaços de criação e inspiração
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Trabalhos do pai – Em todo ateliê existem trabalhos do seu pai, Ivan Cunha. Entre as peças estão as esculturas e o biombo, feito com a ajuda de Rian. Outras peças queridas e funcionais para o artista são os bancos. O da foto é o Banco Canoa. Fuxico – Um dos xodós de Rian é a sua colcha de fuxicos, feita pela avó. A arte fica exposta sobre a sua cama, no mezanino utilizado como quarto. Lembranças – Na estante está o seu “pequeno museu afetivo de lembranças, de peças que foram herdadas”, como ele mesmo explica. Livros, fotografias e a matriz de xilogravura do avô estão entre as memórias.
EM CASA
A CASA NÚMERO 1
Ao som dos pássaros, a casa com porta “rasteira”, tipo de fazenda, da chefe de cozinha, Bia Leitão, é um recanto alheio à rotina do dia a dia de qualquer Capital JULLY LOURENÇO jullylourenco@opovo.com.br
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istante do agito frenético de Fortaleza, há um local que respira calmaria. Na casa número 1, de um simpático condomínio de quinze, ao total, que abriga a família da também consultora de gastronomia, Bia Leitão. O artista visual e marido, Rafael Limaverde, os filhos Davi, de seis anos, e Ana, prestes a completar o seu primeiro, as cadelas “Gorda” – supõe-se o porquê do nome carinhoso, da raça Beagle, e “Pirrita”, uma vira-lata que chama a atenção por ter um olho castanho e o outro azul, e, por fim, as lagartas “Duda” e “Bia”. Ao entrar na residência, a impressão é de estar envolto pelo ritmo pacato de vida de interior. Do ladrilho hidráulico, característico da cultura popular, visto da bancada da cozinha, ao fundo, aos quadros em xilogravura expostos na sala – incluindo um, em especial, chamado “Caos”, resultado da primeira exposição do marido Rafael, a casa é um espelho da personalidade dos dois. Tomada pela a atitude de morar longe, por opção, o importante para Bia é “você chegar aqui (na casa) e ter outra vibração”, diz. Entre os motivos que levaram a família a decidir por casa está em justamente prezar por um espaço adequado para os filhos e para os bichos de estimação. “A gente achou essa casa que tinha essa possibilidade de fazer o ateliê e de receber as pessoas no quintal, e aí a gente não pensou nem duas vezes”, complementa Bia.
BUCHICHO MORAR BEM
A CHEF
Bia Leitão é chefe de cozinha e consultora de gastronomia. Há menos de um ano, comanda o Tangerina Bistrô, localizado no espaço de arte Dança no Andar de Cima. No cardápio,assinado por Bia, inclui entradas, pratos principais e sobremesas, além de lanches rápidos. Antes, o Tangerina Bistrô era um projeto de menus degustação e noites temáticas, que ocorria a cada quinze dias, unindo as cozinhas contemporânea e regional.
No canto da sala, a mesa Paratodos, própria para o jogo do bicho, ganha ares de barzinho. Logo ao lado, a entrada para o quarto que virou escritório da profissional de cozinha e do xilogravurista e ilustrador. As lembrancinhas – costuradas pela Bia – para a festa de aniversário dos filhos, e as peças já produzidas para a próxima exposição do artista visual fazem do espaço um lugar de concentração, de dedicação. No quarto do filho Davi, a pipa recostada na parede e o avião suspenso por um fio de nylon, feito por um artista amigo de Rafael. Já no quarto do casal, de frente para o de Davi, o charme fica por conta dos criados mudos de carretel. Isso mesmo. Com uma toalha estampada, eles evidenciam o lado multicultural tanto dela quanto do marido. A luminária revestida de palha é outro detalhe cearense que embeleza o quarto. Na cozinha, a geladeira, colocada mesmo na entrada do ambiente, expõe o mosaico de fotos da família. Vizinho a ela, um quadro de afazeres, comum para quem é dona de casa e de restaurante, como Bia. A bancada que separa a cozinha da sala de estar é a que ampara as prateleiras sobrepostas logo acima. Nelas, pura referência nordestina. De estátuas de barro a muitas cestas de palha, hábito assumido pela chefe Bia. 20
FOTOS ETHI ARCANJO
Mesa Paratodos – Adquirida a R$50, a mesa é um achado da Bia Leitão. Sem saber explicar, ao certo, o motivo da compra, ela avalia a peça como um objeto de decoração. Para a chefe de cozinha, a mesa é um descanso para as bebidas. Moça de barro – Da estante que “flutua” em cima da bancada da cozinha, uma moça de barro com uma bacia de frutas na cabeça, parada lá no alto, é o destaque entre outros artigos do gênero e mais uma infinidade de miudezas e cestas de palha. Boi de retalhos – A mãe da Ana elege o boi de retalhos, confeccionado por ela mesma, como uma referência do Ceará em sua casa. O bichinho faz parte do cenário alegre, e nordestino, do quarto da pequena.
estar em família no local. Atrás, uma casinha à parte. É o ateliê do marido Rafael Limaverde, que, em momentos de criação, dá vida a suas obras de artes. Na mesa talhada pelas boas lembranças, Bia põe à prova o requinte do paladar aguçado misturado à originalidade do sabor regional. No entanto, para esta chefe de cozinha para lá de brasileira, a receita e a apresentação do prato expandem os seus limites. Eles requerem aconchego de avó. Um diferencial também admitido no seu restaurante de nome Tangerina Bistrô. “A decoração de lá é toda com cara de vó. Tem muita coisa do Ceará. Os pratos são todos assim, em ágata antiga”, comenta. Ainda no jardim, parte mais intimista da casa, a chefe de cozinha mostra orgulhosa a sua horta. Onde colhe ervas, alface, couve-manteiga, rúcula e tomate.
Mais adiante, o quarto da filha Ana. “O quarto da Ana foi o único que foi pensado para a casa”, justifica. No quarto, as paredes carregam uma versão particular do céu cearense, presente do pai artista. Com direito a bandeirinhas de São João pintadas na parede, a bichos feitos de retalhos por todo o ambiente, além de uma moranga de barro como lixeira.
Lá fora À sombra de um pé de laranja-bravo, que apoia a bicicleta recém-restaurada ao estilo anos 1970, está, aos olhos da Bia, a beleza da casa: a mesa de madeira posta no jardim. O seu canto preferido. “Eu não tenho mesa na sala porque quando a gente recebe alguém em casa, a gente vem para cá”, fala entusiasmada. “Aqui é o lugar onde a gente mais fica”, acrescenta Bia que também costuma 21
TENDÊNCIAS PEDRO OLIVER
INSPIRADO NO CEARÁ
Como o sol do Ceará, o amarelo e o laranja energizam e iluminam os ambientes da casa. As formas de design desenham cenário de paisagens naturais. Elementos de artesanato conectam o rústico à sofisticação COR Colorir ambientes da casa com pontos de cor como amarelo e laranja é uma boa alternativa para quem busca ousadia em pequenas porções. Pertencentes à mesma paleta, os tons podem ser usados nos mais diversos ambientes, desde a sala de jantar, passando pela varanda e até mesmo na cozinha.
Luminária Girafa de madeira, acrílico e cabo têxtil colorido (owla.com.br) Cadeira em polietileno Forum Wood, da design Andreas Weber para a alemã Kare Design (archiproducts.com) Bowl de cerâmica amarelo e laranja da Oxford (brickbell.com.br)
FOTOS DIVULGAÇÃO
Rack com pernas cabriolet mas com design moderno. Em mdf com pintura PU em cores que vão do amarelo vibrante ao laranja (lojamovemovel.com.br)
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TALITA ROCHA
TENDÊNCIAS
ARTESANATO Em qualquer parte do mundo o artesanato é uma das maiores representações culturais. Eles ditam a origem e os locais que o dono do ambiente passou. Porém, é possível fugir do óbvio e adotar alguns elementos e características em peças nada literais. Dessa forma, o ambiente ganha um toque de sofisticação com uma pitada de regionalismo. Banco Marakatu, assinado pelo designer Sérgio J. Matos. A peça, feita com fios de nylon entrelaçados, faz parte da coleção desenvolvida em parceria com a ByKamy (bykamy.com) Cadeira em palhinha e folha de ouro traz elementos clássicos do artesanato revisitados, da marca italiana FraelliBoffli (clubdesignbr.com.br) Luminária Renda Recouro, criada por Andréa Brackman e que tem como matéria-prima resíduos e sobras de couro. O material é todo cortado à laser. (iluminadas.com.br)
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Moringa tem pegada vintage e artesanal, além de dar um charme ao ambiente e manter a água sempre fresquinha. (japonique.com.br)
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FCO FONTINELLE
TENDÊNCIAS
FORMA Inúmeros elementos vêm à cabeça quando o assunto são as formas que remetem ao Ceará. Mar, areia, serras, vegetação... Móveis e objetos de decoração inspirados nesse universo proporcionam uma verdadeira viagem aos que utilizam, relembrando e revivendo momento que talvez ainda nem foram vividos. Imperdível para qualquer ambiente.
Luminárias “Medusa” Pendant Lamp, em formato de águas vivas. Elas poderiam ter sido retiradas de nosso litoral, mas foram criadas pelo californiano Roxy Russel, um apaixonado por oceanos (roxyrussel.com) Mesa AquaTable (mesa líquida), da arquiteaZahaHadid, feita de acrílico transparente, traz descontração e fluidez a qualquer ambiente. (zaha-hadid.com) Ventilador Q Fan, da Stadler, faz aquele vento típico do litoral cearense, além de deixar o ambiente ainda mais moderno por conta de seu design suíço assinado por Carlo Borer e seu material, aço. (stadlerform.ch)
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Sofá doodle, da Front design Studio, para a Moroso. As texturas lembram o nosso solo e, ao mesmo tempo, as falésias que compõem a paisagem do nosso litoral. (designfront.org)
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ARTE E ARQUITETURA
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A “LUZ” DE
SÉR VU LO
Do Ceará para o mundo e do mundo para o Ceará, Sérvulo Esmeraldo demonstra mais uma vez, com a exposição Luz, porque é um dos artistas de maior renome do Estado. Com os traços marcantes de suas peças, a mostra traz o diálogo entre obra e espaço, constante componente do trabalho do cearense com o design e com a arquitetura 29
ARTE E ARQUITETURA SABRYNA ESMERALDO sabryna@opovo.com.br
Diálogos Arte e espaço em constante e equilibrado diálogo. Com cerca de 40 obras adornando a capital cearense, estudar BUCHICHO MORAR BEM
FOTOS ETHI ARCANJO
J
á nos primeiros espaços do Palácio da Abolição as obras aparecem. Nos jardins de árvores centenárias, esculturas em aço corten levam o olhar da peça à apreciação do ambiente. Em algumas peças vê-se a escolha cromática, a presença do preto e do branco, cores que mais se antagonizam e pegam a luz em sua essência. Com a função de dinamizar o espaço, as obras ganham nova leitura com a projeção proporcionada pela luz e parecem estar em movimento, dando vida à exposição, que entra em perfeito diálogo com o espaço. Na busca por um título que passasse a influência do Ceará em Sérvulo Esmeraldo e a do artista no Estado, nasceu o nome “Luz”. Com cerca de 60 obras, entre elas três desenhos de 1977 e peças que datam de 1980 até os dias atuais, a exposição tem recorte da volta de Sérvulo da França para o Ceará. Dispostas pelos jardins, o pátio interno e a galeria, a peças promovem uma apropriação da luz por meio da escultura monumental. De menino que queria ser vaqueiro no Cariri a jovem artista que expôs, individualmente, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, uma coleção de gravuras de natureza geométrica construtiva. De talento que obteve uma bolsa de estudos do governo francês a um dos artistas brasileiros de maior projeção internacional. Sérvulo Esmeraldo levou o Ceará para o mundo e trouxe um pouco do mundo para o Ceará. Na mostra, em cartaz desde maio deste ano, o artista faz uma retrospectiva por suas mais de seis décadas de trabalho. “O grande trunfo nosso é que mais de 30% das obras datam de 2012, algumas de 2013. Isso mostra a vitalidade do artista”, afirma Dodora Guimarães, crítica de arte, curadora da mostra e esposa do artista. Sérvulo, atualmente com 84 anos, trabalha todos os dias.
Um exemplo de uma proposta integrada à arquitetura dado pela crítica de arte é o portão do edifício Comandante Vital Rolim, no Centro de Fortaleza. “À noite, é um portão, durante o dia, quando abre, passa a ser um relevo mural. Foi encomendado pela Janete Costa e é uma obra extremamente interessante e com uma função”, explica Dodora.
Diferenças culturais
CURIOSIDADE
Durante a criação da obra que Sérvulo fez para o Hotel Esplanada, a peça exigiu uma expansão. Como não tinha espaço, o artista expandiu a escultura atravessando uma das vidraças do hotel. Recentemente, a obrafoi doada para a Pinacoteca do Estado de São Paulo, onde será exposta com a mesma configuração.
o ambiente em que a obra ficará é extremamente importante para Sérvulo. “A gente tem que se relacionar com o ambiente, não fazer o que ele quer, mas se organizar a partir dele”, explica o artista. Em “Luz”, também é possível perceber essa relação na forma como as obras proporcionam uma conversa entre os ambientes da exposição. O jardim parece entrar na galeria. Mas esse estudo do espaço vai além de peças para exposição. Conforme explica Dodora, em caso de encomendas, Sérvulo sempre pede aos arquitetos que solicitem a peça quando a obra estiver em processo de construção. “Porque ele poderia ter uma solução muito mais interessante e mais de acordo com a arquitetura. Esse diálogo aconteceu muito nos anos 1980 com os irmãos Hissa, com o José e o Francisco Hissa, com a Janete Costa, o Arialdo Pinho”, conta a curadora. 30
A partir de 1997, Sérvulo passou a visitar Fortaleza com mais frequência. Em 1980, após uma longa estadia na Europa, o artista se fixa na capital cearense, cidade que escolhe também em função da luz. “Ele começa a pensar nessa luminosidade e como favorece a escultura”, conta Dodora. As diferenças, entretanto, na valorização de arte e artistas, em relação ao que vivenciou fora do país, ainda são grandes. “A gente viveu um momento em que aqui não se passava nada. Tinha um museu de antiguidades, de arte moderna ninguém nem falava, isso veio aparecer muito tarde. A arte contemporânea parou há 30 anos, ninguém pergunta nem procura trazer ou mostrar”, lamenta Sérvulo. Dodora ressalta a falta de convivência com a arte como um dos principais motivos para essa diferença. “Nos países europeus há uma convivência com as obras de arte, ela tem uma tradição, a escultura pública faz parte da paisagem, há todo um interesse em torno da história, da cultura”, conta a curadora, destacando a experiência, por exemplo, do Ceará com museus como muito recente. “O estímulo para o turismo cultural ainda é no muito tímido nosso Estado. É lamentável, nós temos um potencial muito grande”, comenta. A crítica de arte ressalta, entretanto, o Sobrado Dr. José Lourenço como um dos espaços da cidade que valoriza a arte cearense, além de outras iniciativas, como escolas e museus. “Há uma ambiência cultural em Fortaleza interessante, não ainda a ideal pelo índice populacional e pela autonomia que nos é apresentada, pelo número de carros importados, pelos prédios, pelo turismo. Era para ter uma dinâmica cultural bem intensa, mas a gente trabalha para modificar isso”, afirma.
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ARTE E ARQUITETURA FOTOS ETHI ARCANJO
Cearensidade “Lá em casa, por causa dos filhos e parentes, tínhamos livros de várias línguas. Tinha um sótão que era um depósito, tinha uma porção de baús fechados de gerações passadas. Aquilo ninguém mexia, eu fui o que atrapalhou tudo (risos). Achei coisas interessantíssimas”, conta o cearense, entre as lembranças vividas no Crato. Sobre os motivos para voltar ao Ceará depois da experiência fora do país, ele cita o Sol, o clima e o jeito de ser cearense. Xilogravura, cerâmica e literatura de cordel são algumas das técnicas usadas pelo artista que a esposa cita. “Toda a magia do sertão, que foi a fonte primeira dele, ele absorveu. A própria economia do trabalho dele vem dessa vivência sertaneja”, explica Dodora. Entre as marca que o artista já deixou para a arte cearense e brasileira, a curadora cita como principal sua obra extremamente pessoal. “Ele está deixando uma marca muito forte, como uma marca de ferro a gado, coisas na cultura cearense, brasileira e universal. Essa obra universal que ele desenvolve com propriedade e com muita simplicidade”, afirma.
SERVIÇO
Exposição Luz, de Sérvulo Esmeraldo Onde: Palácio da Abolição (entrada pela Rua Silva Paulet, 540 – Meireles) Quando: Até dezembro, de terça à sextafeira, das 9 horas às 17 horas. Aos sábados e domingos das 13h às 17h. Para a visitação é necessário apresentar RG e CPF Entrada franca.
Peça de 2001, o "Cubo" já pertencia ao Palácio da Abolição. Para a exposição, entretanto, sua posição e sua base foram alteradas, dando nova projeção à obra. A obra "Quando o Aço é Transparente" traz o jardim para dentro da galeria por meio de sua estrutura espelhada, explicitando o diálogo entre o espaço e a peça. Com projeto de 1997 e realização de 2012, a obra Rio é um exemplo das esculturas horizontais posicionadas nos jardins. Suas linhas guiam o olhar para a apreciação do espaço com o qual a obra dialoga. BUCHICHO MORAR BEM
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CASA COR CEARÁ 2013
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FOTOS ROBERTO KENNEDY
O espaço localizado no bairro Aldeota, recebe a 15ª edição da Casa Cor Ceará, que reúne os grandes nomes de empresas e profissionais em um imóvel pertencente à família Boris
HOMENAGEM À
TERRA DA
LUZ 35
DONNY SOARES donnysoares@opovo.com.br
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m 2013, a 15ª edição da mais completa mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas, acontece em um imóvel de arquitetura europeia exclusiva, construído na década de 1950. A CASA COR Ceará 2013 é realizada na propriedade da família Boris, que foi moradia de Bertrand e Ariza Boris e de um de seus filhos, Gerard. O imóvel possui uma área total de 7.200m², localizado entre a avenida Rui Barbosa e a rua Pereira Filgueiras, no bairro Aldeota, em Fortaleza. O local da edição 2013 chama atenção pelo tamanho de seu terreno, rodeado de árvores. O tema “Um olhar para o Ceará” é fonte de inspiração presente em todos os ambientes que, além dos elementos decorativos e arquitetônicos, contam com seleção especial de música brasileira e um cardápio especial de comidas típicas cearenses no restaurante e café. A exposição deste ano irá mostrar o trabalho de 68 profissionais, entre arquitetos, designers, paisagistas e decoradores, distribuídos em 42 ambientes. Os nomes dos espaços são uma homenagem às várias expressões cearenses de cultura, arte e costumes. Além disso, comemoram-se os resultados alcançados em 2012. A mostra cearense ganhou dois prêmios: o de Melhor Evento Nacional, como a melhor Casa Cor 2012 do ano entre as 19 franquias brasileiras; e o 1º lugar em Maior Percentual de Aumento de Público Nacional da Casa Cor 2012. Os prêmios foram recebidos na Convenção Anual do Grupo, que aconteceu em São Paulo, e foram disputados por todas as 23 franquias nacionais e internacionais da CASA COR. "O reconhecimento é motivo de muito orgulho para mim e toda a nossa equipe da Casa Cor Ceará, profissionais, parceiros, empresas e Governo do Estado e Prefeitura Municipal. Essas premiações são fruto de trabalho e árdua dedicação de todas essas pessoas. Espero poder continuar a desenvolver nossas futuras edições e influenciar as mudanças em nossa tão querida cidade para trazer espaços mais bonitos, funcionais, para todos com acessibilidade e BUCHICHO MORAR BEM
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sustentabilidade" avalia Neuma Figueirêdo, diretora geral da Casa Cor Ceará.
No clima da Copa do Mundo Com a proximidade da Copa do Mundo, os brasileiros preparam suas casas para acompanhar os jogos da Seleção Brasileira. Pensando nisso, os arquitetos Antônio José Queiroz, Eduardo Mourão e Pedro Mamede criaram o ambiente "Minha sala em dia de jogo". Assinada por Alessandro Mendini, a Poltrona di Proust, criada em 1978, ganha destaque na sala, fazendo um contraponto com a contemporânea luminária de pé da Diesel. “Desejamos que as pessoas sintam-se em casa ao visitar nosso espaço”, revela Antônio José Queiroz. “O ambiente é inspirado nas referências do passado, mais precisamente um lofturbano francês do início da década de 50, assinado pelo arquiteto e urbanista Le Corbusier, para criar o projeto que integra espaços em um só vão, com pé direito alto e grandes aberturas na edificação”, completa o arquiteto. A irreverência e a tecnologia pontuam cada detalhe do ambiente multifuncional de 40 metros quadrados, que faz uma alusão à Copa do Mundo de 2014 e à união dos amigos. E é construído com base nas cores preto, cinza, azul petróleo, amarelo e tons envelhecidos. “É um espaço residencial diferenciado, projetado para receber convidados nos dias de jogos do Brasil na esperada competição”, contam os arquitetos da Project Arquitetura.
CARIRI, MODA E PAIXÃO 1 O Atelier Criativo foi ao Cariri e trouxe como inspiração a autêntica cultura popular e mostra que é possível unir o artesanato cearense a indústria da moda. O espaço é uma iniciativa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará e tem como objetivo fomentar a parceria cultural e econômica entra a indústria e o artesanato. A iniciativa une o espírito inovador de artesões, designers e estudantes à visão empreendedora. O projeto coloca o design como ponte entre a indústria da moda e o artesanato.
SPECIAL SALE O Special Sale é uma ação que acontece ao final de cada Casa Cor Ceará, onde nos últimos dois dias são abertas as vendas para a maioria dos móveis e outros itens das decorações dos ambientes da mostra sejam vendidos com descontos de 30% a 70%. "O SpecialSale é a oportunidade perfeita que os visitantes da Casa Cor Ceará tem para levar às suas residências itens que foram escolhidos por profissionais renomados do mercado de arquitetura, decoração, design e paisagismo", afirma Neuma Figueiredo diretora Casa Cor Ceará. 37
O TEMA “UM OLHAR PARA O CEARÁ” É FONTE DE INSPIRAÇÃO PRESENTE QUE ALÉM DOS ELEMENTOS DECORATIVOS E ARQUITETÔNICOS, CONTAM COM SELEÇÃO ESPECIAL DE MÚSICA BRASILEIRA
SERVIÇO 1 CASA COR Ceará 2013 Local: Avenida Rui Barbosa, 869 Aldeota. Data: Até 26 de Novembro Special Sale: 25 e 26 de Novembro Horário: 16 às 22h, de terça a domingo, incluindo feriados
Há 15 anos encantando o público cearense, a Casa Cor Ceará apresenta tendências em decoração, arquitetura e paisagismo, deixando um legado de aprendizado, conforme detalha a diretora Neuma Figueirêdo
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ODA CASA LEGADO COR CEARÁ
CALLEN LEÃO callen@opovo.com.br
AS CONQUISTAS DA CASA COR CEARÁ
15ª edição da Casa Cor Ceará tem uma energia toda especial. Sob o tema “Um olhar para o Ceará”, o evento amplia mais uma vez o repertório do público em tendências sobre decoração, arquitetura e paisagismo, tendo como sede uma propriedade de 7.200 m², da Família Boris, no bairro Aldeota. Em entrevista à Buchicho Morar Bem, a diretora Neuma Figueirêdo fala sobre os desafios e as transformações do evento ao longo desses anos, tanto para surpreender o público quanto pela busca de qualidade, o que já rendeu prêmios e muitos elogios.
* Melhor Evento Nacional, em 2009
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* Melhor evento de Entretenimento em 2011 * Melhor Evento Nacional, como a melhor CASA COR 2012 do ano entre as 19 franquias brasileiras; e o 1º lugar em Maior Percentual de Aumento de Público Nacional da CASA COR 2012. Os Prêmios foram recebidos na Convenção Anual do Grupo, que aconteceu em São Paulo (SP), e foram disputadas por todas as 23 franquias nacionais e internacionais da CASA COR.
Buchicho Morar Bem: Mudou muito a forma de funcionar da Casa Cor Ceará ao longo desses anos? Como era no início e como é atualmente? Neuma Figueirêdo: No início, tivemos o desafio de implementar um evento único e queríamos revolucionar a forma como o mercado via os profissionais de arquitetura, paisagismo e design de interior, além de todo o setor que se relaciona com esses profissionais. Ao longo dessas 15 edições, me alegro em dizer que conseguimos alcançar nossos objetivos e as trocas de experiências nos levaram a um patamar de igualdade aos grandes eventos de decoração do mundo. Nossos profissionais, empresas e parceiros estão qualificados para representar o Ceará e o Brasil internacionalmente. Minha satisfação se deve por saber que ainda temos muito para mostrar, nossas riquezas, tudo que nosso povo produz de relevante, inovador e especial na nossa cidade e em nosso Estado. Nosso networking é extremamente profissional e envolve profissionais, artesãos, artistas, trabalhadores, empresários e parceiros que nos surpreendem a cada edição.
sa cidade, como a revitalização da Casa Oficial do Governo do Estado, em 2004, e a revitalização do nosso Passeio Público, na Casa Cor Ceará de 2007. Abraçamos a causa da renovação do espaço e conseguimos, com apoio da Prefeitura de Fortaleza, do Governo do Estado e da iniciativa privada de diversos parceiros, devolver à população uma praça que sempre fez parte da história de Fortaleza. O espaço que utilizamos para o evento de 2007 também é histórico, foi o casarão da Casa da Indústria, em frente ao Passeio Público, construção da metade do século XIX, numa área tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Depois da Casa Cor Ceará, o prédio virou sede do Museu da Indústria e do Instituto de Música Thomaz Pompeu de Sousa Brasil.
BMB: Na sua opinião, qual o grande legado deixado pelo evento ao longo desses 15 anos? Neuma: Além de poder estar ao lado e ajudar a expor tudo que o segmento de decoração e arquitetura do nosso Estado é capaz de fazer e ajudar o setor a se desenvolver, nos orgulhamos em deixar obras benéficas para a nos-
BMB: E qual a contribuição da edição de 2013 para esse “legado”? Neuma: Nesta nossa 15ª edição nos orgulhamos em poder apresentar ao público diversas inovações sustentáveis, como a utilização da energia solar em postes e até mesmo na alimentação de um ambiente completo. 39
Além disso, pudemos trazer, com a ajuda das arquitetas Liana Feingold e Laura Rios, o primeiro parklet do Norte-Nordeste do País, que é uma intervenção urbana internacional criada para que no espaço que estaria ocupado por um carro se tenha uma minipraça. Esse espaço já está sendo analisado para futura aplicação efetiva em alguns pontos da cidade pela Prefeitura de Fortaleza. BMB: Como são escolhidas as casas que sediam o evento e quais as mais marcantes até hoje? Neuma: O trabalho de escolha de um local para abrigar a Casa Cor Ceará é bem minucioso e iniciado com bastante antecipação, até mesmo com dois anos de antecedência. Trabalho com foco na área, representatividade para cidade, disponibilidade e logística para que possamos funcionar plenamente. Entre as mais marcantes acho que está a casa que foi moradia do Senador José Macedo e família, de 2000. O projeto foi de Gil Borsoi com interferências da Janete Costa e jardim de Burle Max. Como o público tinha desejo de conhecer o imóvel, sua historia e seu projeto arquitetônico, tivemos um acréscimo de visitação com relação ao ano anterior de quase 60%. Em 2007, por estarmos no Centro da Cidade em imóvel histórico e ter contribuído com a revitalização do Passeio Público. E também em 2011, na Praia de Iracema. BMB: E quais as expectativas para a Casa Cor Ceará nos próximos 15 anos? Neuma: Esperamos poder continuar a desenvolver nossas futuras edições juntamente com nossa equipe, parceiros e patrocinadores. Desejamos ampliar nossa atuação sempre e mostrar que a decoração e a arquitetura e todas as suas inovações e aprimoramentos podem estar presentes nas vidas de todos de alguma forma. Assim, esperamos influenciar na melhoria de qualidade de vida das pessoas, desenvolver o setor e todos que participam dele, além de influenciar mudanças em nossa cidade para que a população possa usufruir de todos os seus espaços sem restrições e que sejam áreas mais bonitas, funcionais, acessíveis e sustentáveis.
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CASA COR
CASA BORIS
O tema da Casa Cor 2013, “Um olhar para o Ceará”, parece oportunamente se referir ao laço estabelecido entre o Ceará e a família francesa: o imóvel que abriga esta edição do evento pertenceu ao casal Bertrand e Ariza Boris THIAGO ANDRADE pedrothiago@opovo.com.br
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o longo da segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX, a França viveu o período conhecido como Belle Époque. Durante essa época, de profundas mudanças culturais e avanços tecnológicos, aportaram em terras cearenses os primeiros representantes da família francesa Boris. Com o objetivo de expandir os negócios da família, Alphonse Boris foi o primeiro a chegar, em 1865; seguido, dois anos depois, por seu irmão mais velho, Théodore. Anos mais tarde, da cidade de Chambrey, na região de Alsácia-Lorena, vieram os outros três
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irmãos: Isaïe, Achille e Adrien Boris. Estabelecia-se, a partir daí, entre a família Boris e o Ceará, o vínculo comercial e afetivo que perdura até hoje. “Muito da história do Ceará passou pela Casa Boris Frère e pela Boris Navegações, empresas de importação e exportação de nossa família”, afirma a arquiteta Christiane Boris, bisneta de Achille. Nas primeiras décadas do século passado, as empresas da família Boris foram responsáveis pela importação das estruturas de ferro que compõem o Theatro José de Alencar e os trilhos da primeira estrada de ferro do Ceará. A família Boris veio a ser também responsável pela primeira casa financeira do estado: representou o Banco do Brasil e outras instituições financeiras.
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AMBIENTES BORIS
ROBERTO KENNEDY
Com ares franceses A planta arquitetônica da casa, trazida da França por Bertrand em 1930, é assinada pelo arquiteto franco-canadense Louis Bourgeois. “Meu avô chegou ao Ceará, em 1921, para assumir os negócios do pai e se casou com minha avó, Ariza, em 1926. Apesar de possuir o projeto da casa desde 1930, eles moraram na Praia de Iracema até 1958, quando a construção foi concluída”, explica Christiane. Filho de Achille Boris, Bertrand é avô de Christiane. Arquiteta veterana no evento, esta é a oitava vez que participa da mostra Casa Cor Ceará. A viabilização da casa para sediar a Casa Cor 2013 foi iniciativa dos primos Christiane e Charles Boris (Charles é filho de François Boris, filho mais novo de Bertrand e Ariza). Após a morte de Bertrand Boris, em 1987, e de Ariza Caminha, em 1995, o filho mais velho do casal, Gerard Boris continuou a morar na casa. Depois de sua morte, em 2009, a casa ficou fechada por três anos. Para Christiane, a escolha da casa foi mais do que acertada, pois, além de aproveitar o seu potencial arquitetônico e a beleza do terreno, permitiu mostrar um pouco da história. “Eu sempre vi na casa um potencial imenso para sediar a mostra. E existe uma história a ser contada”, diz. A arquiteta vê também na Casa Cor 2013 a oportunidade de homenagear o pai, Philippe Boris, único dos filhos de Bertrand e Ariza ainda vivo. “Meu pai é um guerreiro. Quero trazê-lo para ver com calma os espaços que remetem à nossa família.”
Afeto com o Ceará O tema da Casa Cor 2013, “Um olhar para o Ceará”, parece se referir à relação de afeto estabelecida entre o Estado e a família Boris. O imóvel. que abriga esta edição do evento. pertenceu ao casal Bertrand Alphonse Boris e Ariza Caminha. Construída em um terreno de 7.200 m² de área ricamente arborizada, a casa levou oito anos para ser finalizada, na década de 1950. “É uma casa moderna, com paredes dobradas, lajes dupla e em balanço”, afirma Christiane. Os 1.000 m² da casa, originalmente construídos para o casal e seus três filhos, se tornaram 2.300 m² de área aproveitada, após a reforma para a Casa Cor. As quatro suítes, os dormitórios e a área de empregados, o banheiro, a sala e a cozinha deram lugar a 42 ambientes, transformados a partir do trabalho de 68 profissionais. Apesar da extensa reforma realizada, diversos objetos de decoração e de uso pessoal da família Boris foram mantidos na exposição. 41
Influenciada pelo gosto moderno dos avós e pelas características da casa em que brincou na infância, Christiane disse ter tido dificuldades para escolher o ambiente pelo qual ficaria responsável nesta edição da Casa Cor. “Fiquei ainda em dúvida entre a suíte do casal, o living-room, mas o fascínio falou mais alto: aqui eu pude trabalhar com maior liberdade, pude brincar com as minhas fontes de referência e de inspiração, que são a própria casa”, disse, em referência à biblioteca do avô. Para a arquiteta, duas peças então não poderiam faltar: o birô e a poltrona de Bertrand Boris. Restauradas, ambas peças estão expostas no ambiente projetado pela arquiteta. Além da Biblioteca Lounge, projetada por Christiane, neta do casal Bertrand e Ariza Boris, dois outros ambientes homenageiam a família: Hall de lembranças da família Boris (por Lívia nogueira) e Galeria de registros da família Boris (por Geórgia Vieira, Glória Plutarco e Jamille Mendes).
CASA COR FOTOS ROBERTO KENNEDY
PÁTIO DOS VENTOS
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rimeiro Parklet do norte e nordeste, o pátio é composto por uma pequena plataforma no pavimento da rua, com o objetivo de ampliar o espaço da calçada. Bancos, floreiras, lixeiras, postes de iluminação solar e bicicletários trazem uma nova temática urbana e buscam humanizar ruas e bairros, estimulando a utilização do espaço público, o comércio local e restringindo espaço de automóveis. Balanços nas árvores e o mobiliário convidam o visitante, logo na entrada, a relaxar e curtir sua cidade.
+ ARTE 1 Repaginado para receber uma galeria de Arte Urbana, o muro original recebeu obras de dez artistas locais, cuja temática central foi a mobilidade urbana.
+ CONCEITO PARKLETS 1Inspirado no conceito Parklets, o Creatore Ateliê de Arquitetura lança o Projeto Estar Urbano que objetiva revitalizar espaços públicos, reimaginando o potencial da rua através de projetos de intervenções urbanas. O objetivo é estimular o uso desses espaços por pessoas na cidade, assim como estimular o uso de modais alternativos ao carro. BUCHICHO MORAR BEM
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LAURA RIOS E LIANA FEINGOLD A dupla também está à frente da Creatore Arquitetura, ateliê que é espaço, desde 2009, para criação de projetos residenciais, comerciais e institucionais de arquitetura e interiores.
CASA COR
LOUNGE IMOBILIÁRIO NA TERRA DO SOL
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mbiente que recepciona o visitante logo ao entrar no Casa Cor 2013, o Lounge Imobiliário na Terra do Sol nos convida a fazer um agradável caminho entre móveis, luminárias e sofisticados adornos. Expostos pelo espaço de 235,93m², maior ambiente do evento, estão maquetes de 15 empreendimentos de diferentes construtoras criteriosamente selecionados pela Lopes Immobilis, parceira do espaço. Com o objetivo de agregar à mostra não apenas produtos de decoração, a parceria apresenta ao público o ponto de partida: o próprio empreendimento imobiliário. Com uma agradável interação com a natureza, por meio de suas amplas janelas, e um toque de cearensidade, proporcionado por peças artesanais do CeArt; o espaço é um aconchegante lounge e compreende também a bilheteria do evento.
MARIA JOSÉ LOPES e RICARDO ACCIOLY
Os arquitetos e urbanistas repetem, este ano, a bem sucedida parceria de 2012, quando assinaram o ambiente Loft de Praia
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FOTOS ROBERTO KENNEDY
Bate-papo com Ricardo Bezerra Morar Bem - O que a Lopes Immobilis buscou oferecer ao visitante do Casa Cor com essa parceria? Ricardo Bezerra - A Ideia do Lounge Imobiliário foi unirmos a arte da arquitetura com a praticidade da compra de seu apartamento ou casa, tudo em um só lugar. A Casa Cor é o maior evento de arquitetura e decoração das Américas e nada melhor do que o cliente sair de lá com o imóvel dos seus sonhos adquirido. Morar Bem - Qual foi o critério de escolha dos 15 empreendimentos expostos? Ricardo Bezerra - Escolhemos simplesmente os melhores! São as 15 melhores construtoras do Estado expondo seus principais empreendimentos. É como uma verdadeira galeria de arte, onde as obras são as maquetes dos principais lançamentos da cidade!
+REQUINTE 1 Disponível para tirar dúvidas a qualquer momento, a equipe da Lopes Immobilis está sempre presente no evento. A bancada da imobiliária, por sua vez, oferece um requinte a mais para o ambiente, com um aquário como base
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CASA COR
RECANTO PATATIVA DO ASSARÉ
N
FOTOS ROBERTO KENNEDY
o ambiente ao ar livre, em meio a plantas do jardim da casa, é possível sentar um pouco e apreciar o espaço dedicado ao poeta, ao som da água que cai em um pequeno lago. No centro do recanto, uma cadeira, um chapéu, óculos e uma bengala trazem um pouco da alma de Patativa ao espaço adornado com pequenas estatuetas e poesias do artista.
VALERIA MALDONADO
Em 2009, a paisagista ganhou destaque no Casa Cor com o espaço Jardim Burle Marx, revitalizado com base no projeto original do consagrado paisagista, em comemoração aos 100 anos de seu nascimento BUCHICHO MORAR BEM
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CHARME E SOFISTICAÇÃO PARA SUA CASA
KITCHEN BAZAR, 18 anos de sucesso! R. Tibúrcio Cavalcante, 801 | (+55 85) 3244.1274 | kitchenbazar.com.br Lojas 01 e 02, Meireles, Esquina com Dom Luis
CASA COR
RENATA ISIS
Paisagista há 17 anos, é especializada em ambientes externos e participa pela segunda vez da Casa Cor BUCHICHO MORAR BEM
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JARDIM DOS MARES
O
+ESTILO 1Composto por 70% de madeira e 30% de material reciclado, o piso Deck Fácil, da Madeplast,é amplamente utilizado nos espaços do ambiente
FOTOS ROBERTO KENNEDY
ambiente compreende três espaços nos jardins do evento. A mesa de jantar, com o requinte de elementos como o lustre da Idea Home Design, tem seu ar elegante e litorâneo composto por belos adornos, como o ornamento com conchas. Em um segundo espaço, esculturas da Galeria Mariana Furlani, sofás e flores criam o clima de um agradável momento no jardim. No terceiro, redes dão um tom regional. O ambiente conta com os móveis da marca francesa Hespéride, recém-chegada em Fortaleza, que dão um tom aconchegante a cada espaço.
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CASA COR
MARCÍLIO LOPES
O arquiteto traz para o Casa Cor seu trabalho regional e cosmopolita
CASA DA BRISA
B
rasilidade, requinte e praticidade caracterizam o loft. O ambiente de 63m², que compreende salas de estar e jantar, quarto de casal, banheiro, cozinha e área de serviço, é composto por móveis modulados e soltos, o que permite a utilização diária e o aproveitamento do espaço. O toque regional ganha elegância na colcha da cama, feita com 4.800 fuxicos de seda. Em meio a um mobiliário moderno, colorido e funcional, destacam-se também quadros com fotos de Fortaleza e obras assinadas por artistas cearenses, reflexo da paixão do arquiteto pelo Estado. BUCHICHO MORAR BEM
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+ ORIGINALIDADE 1 Com um toque de regionalidade, Marcílio Lopes trocou a cúpula original da réplica do lustre Baccarat por cúpulas de renda de bilro, feitas por artesãs de Aquiraz. Outra ideia original do arquiteto foi a bancada da cozinha, composta por pedra Caesarstones com espelhos
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+ SUSTENTÁVEL Buscando ainda aliar sustentabilidade à edificação, placas fotovoltaicas posicionadas no jardim garantem ao ambiente energia para toda a iluminação
CASA COR
LOFT DA VELEJADORA
U
FOTOS ROBERTO KENNEDY
m ambiente extremamente moderno com pequenos toques de rusticidade, assim é o agradável loft. Na área externa, bancos e cadeiras com design futurista harmonizam perfeitamente com as pranchas e velas da prática esportiva. Na área interna, tons neutros e amadeirados da sala e quarto contrastam com os tons azuis aquáticos do banheiro e da cozinha. Espelhos e vidros integram ambientes e dão amplitude ao espaço.
BUCHICHO MORAR BEM
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ANA VIRGÍNIA FURLANI
A arquiteta desenvolve projetos residenciais e comerciais além de ser mestre em Design de Interiores pela Universitad Politècnica da Catalunya, na Espanha
+ESTILO 1 Um dos destaques do ambiente é a sombravela feita com lona de algodão, realizada pela Chico Sombra
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CASA COR
FOTOS ROBERTO KENNEDY
GALERIA DE ARTE SIARÁ
F
A dupla trabalha no escritório Cesar Fiuza Projetos, do qual também são sócios
FOTOGRAFIA
eita em estruturas de contêineres e com fechamento de painéis termoacústicos, a agradável galeria recebe a bela exposição Germinais, do artista visual Rodrigo Frota. A iluminação, assinada pela Paroma, torna o ambiente aconchegante e convida o visitante a se deter longamente entre as fotografias ali expostas.
BUCHICHO MORAR BEM
CESAR FIUZA E CESAR FIUZA NETO
1As exposições Germinais traz nove fotografias de paisagens do interior do Ceará, como Quixadá e Quixeramobim. Cada paisagem sofreu algum tipo de intervenção poética do artista. Rodrigo Frota ganhou sua primeira câmera aos 15 anos, mas somente entre 2000 e 2003 ele começou a estudar fotografia enquanto morava na Suíça. 54
RELAX DESPORTISTA
E
ntre motos e pranchas de surf, o espaço desenhado pelo também surfista Marçal Barros abusa da inspiração praieira em sua decoração. Um dos grandes destaques do ambiente é a cobertura do espaço. Feita em ferro e lona de algodão, a estrutura foi inspirada no movimento das ondas do mar, com projeto desenhado pelo próprio Marçal e executado pela empresa Chico Sombra.
MARÇAL BARROS
FOTOS ROBERTO KENNEDY
Utilizando suas viagens, leituras e pesquisas de tendências ao redor do mundo como inspiração, o artista está em sua 14ª participação na Casa Cor
BUCHICHO MORAR BEM
+ PRAIA
+ESTILO
1 Além das pranchas de surf, o lustre feito com escamas de peixe dá um ar litorâneo ao espaço.
1 Outro destaque no ambiente é a parte frontal da Kombi que era utilizada pelo artista em suas viagens e agora figura na decoração do ambiente.
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CASA COR
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CASA COR
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FOTOS ROBERTO KENNEDY
VARANDA DOS VENTOS COM FACHADA
ÉRICO MONTEIRO
Arquitetura e interiores são seu foco de trabalho
A
+ TENDÊNCIA
mplo e em formato de L, o ambiente é bastante urbano e foi projetado para ser um espaço de relaxamento, no qual fosse possível receber os amigos. Para isso, a grande mesa de centro, executada em coriam branco, é iluminada por duas Lampe de Marceille, uma reedição de um clássico criado por Le Corbusier.
1 As esculturas francesas que ornamentam o ambiente são peças originais pertencentes à família Boris e já estavam na casa antes da realização do evento 59
CASA COR
LIVING
A
modernidade e os tons neutros como concreto carbono, o branco e o dove chamam logo a atenção do visitante. Com iluminação indireta e luminárias da Baccarat, Ingo Mauer e Floss, o espaço é um convite ao bem-estar. No mobiliário, grandes nomes do design brasileiro como Zanini de Zanine e Jader Almeida aparecem em harmonia com o que há de melhor no design italiano, assinando nomes como Jean Marie Massaud, Tom Dixon, entre outros. Artistas cearenses como José Guedes e Gentil Barreira assinam as obras de arte que adornam o ambiente meio cool, meio cult.
BUCHICHO MORAR BEM
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FOTOS ROBERTO KENNEDY
RACINE MOURÃO
Trabalhando sofisticação e recursos diferenciados, o artista preza pelo bem-estar e pelo requinte de seus ambientes
+ ESTILO 1 Racine Mourão assina o desenho da cadeira lateral bem como da bela mesa central, feita com base em mármore calacata e realizada em parceria com a Le Spec
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CASA COR
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FOTOS ROBERTO KENNEDY
SUSANA FIUZA
HOME CINEMA Conforto, requinte e praticidade marcam o ambiente. No espaço predominantemente escuro, paredes de concreto aparente e quadros da Galeria Mariana Furlani dão cor à sala. Parte da proposta clean, atemporal e sofisticada da arquiteta, o uso de materiais naturais ganha destaque. É o caso das ripas de madeira utilizadas no forro escuro, que proporcionam um elegante efeito visual. Para o conforto no momento de apreciar um filme, um amplo sofá, uma poltrona e, até mesmo o tapete, foram pensados para deixar o local aconchegante.
Fugindo um pouco dos ambientes claros, com os quais costuma trabalhar, a arquiteta traz, com o Home Cinema, um espaço escuro para o Casa Cor, aliando elegância à funcionalidade
+ TECNOLOGIA 1 Em prol do conforto e da praticidade, a iluminação e todo o sistema de som e vídeo pode ser controlado por tablet 63
CASA COR
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FOTOS ROBERTO KENNEDY
QUARTO DO CASAL COM CLOSET
I
nspirado no modo de vida de um jovem casal do séc. XXI, o ambiente possui uma atmosfera contemporânea e sofisticada. Trabalhada quase que em sua completude em tons de cinza, desde o cinza fumaça, mais suave, até o mais pesado cinza chumbo, a decoração conta ainda com pisos de madeira natural. No closet, painéis de laca brilhante cinza e iluminação em LED destacam o ambiente repleto de espelhos que ampliam o espaço e transformam o ato de vestir em uma experiência sensorial. Uma das peças que se destacam no ambiente é a cama tipo tatame e o lustre assinado por PhyllipeStarck para a Baccarat. Quadros do artista Rian Fontenele arrematam a decoração.
ANDRÉ MONTE
Além de desenvolver projetos arquitetônicos e design de interiores, o arquiteto ainda presta consultorias em serviços ligados à área
+ ESTILO 1 O projeto do quarto tem ainda uma pequena biblioteca. Oar tecnológico do projeto fica por conta do sistema de som e vídeo utilizados no ambiente 65
CASA COR
BUCHICHO MORAR BEM
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FOTOS ROBERTO KENNEDY
SALA DE BANHO DO CASAL
A
dornado em tons de preto, cinza e branco, realçados pela madeira escura, o espaço foi projetado para um casal jovem, que goste de viajar e que aprecie arte. Quadros de Rian Fontenele denunciam o gosto pela arte e dão um ar de sofisticação ao ambiente. Dedicado ao relaxamento, a banheira possui design moderno de onde é possível assistir televisão. Para quebrar a frieza típica deste tipo de ambiente, foram utilizadas peças em tons vibrantes de amarelo.
+ ESTILO 1 A iluminação foi pensada para a criação de vários cenários, que vão desde o relaxamento, através do led azul, até o belo lustre em preto, harmonizando a iluminação pontual e a ambientação.
TECO COLOSSI E MAGDALENA BONFIM
Há mais de dez anos de atuação no mercado, a dupla desenvolve projetos residenciais, comerciais e corporativos 67
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FOTOS ROBERTO KENNEDY
ADEGA E SALA DO ENÓLOGO
O
branco e o preto predominam no ambiente, contrastando com o amadeirado dos detalhes da parede lateral e da adega, o que cria uma atmosfera acolhedora. Detalhes em amarelo quebram a atmosfera duocromática do espaço e conferem charme à sala. O projeto luminotécnico dá amplitude ao ambiente, contando com luzes embutidas e um grande lustre, tudo com toques de contemporaneidade. Em uma área recuada, um grande sofá oferece conforto, requinte e privacidade ao espaço. 69
LIGIA SILVEIRA E LUANA SILVEIRA Mãe e filha desenvolvem projetos arquitetônicos residenciais e comerciais além de trabalharem com construções
+ ESTILO 1 Projeções na parede conferem um ar de modernidade ao ambiente
CASA COR
LÍVIA NOGUEIRA
FOTOS ROBERTO KENNEDY
Em sua primeira vez no Casa Cor, a arquiteta transmite em seu ambiente o estilo de vida da família Boris
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HALL DE LEMBRANÇAS DA FAMÍLIA BORIS
E
m ordem de visitação do evento, o ambiente dá início às homenagens à família Boris. Fotos antigas adornam as paredes do espaço e remontam um pouco da história dos proprietários da casa. Um painel retroiluminado feito à mão complementa o charme do ambiente. Obra do arquiteto chileno Henrique Rodriguez, a peça é feita com papel de arroz, que dá o efeito dos vitrais da década 1960 à peça. O piso é original da construção da casa, bem como a escada, que convida o visitante a continuar o passeio pela história dos moradores originais.
+ESTILO 1 Adornos como as malas vintage, vitrola, entre outras peças da Choça e da Galpão D, foram usadas pela arquiteta para remeter ao estilo de vida e às viagens à França da família
+HISTÓRIA 1 Uma das paredes do hall é adornada pela reprodução da planta da casa, projetada pelo francês Louis Bourgeois, especialista em arquitetura cubista, na década de 1930. Construída na década de 1950, a edificação foi a primeira casa modernista de Fortaleza
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CASA COR
LAVABO
O
ambiente mistura elementos clássicos com contemporâneos. Logo na entrada, filetes espelhados com madeira dão uma sensação de continuidade que atrai o olhar do visitante. Na parede atrás do vaso, foi utilizado um revestimento 3D em formato de diamante branco. Um painel em vidro preto com uma TV acoplada interage com o lustre em cristal âmbar e com uma poltrona em capitonê, garantindo o mix entre clássico e moderno, tornando o ambiente acolhedor. Quadros do artista plástico Wilson Neto em estilo toy art arrematam o ambiente. BUCHICHO MORAR BEM
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DIANDRA ALVES, MIRNA STUDART E SARAH CASTRO
As três arquitetas são sócias na empresa Duo Arquitetura + Interiores
FOTOS ROBERTO KENNEDY
+ SUSTENTABILIDADE 1 Na lateral do vaso, nichos com plantas embutido se revezam entre cheios e vazios, dando assim uma ideia de movimento e sendo destacados pela iluminação
+ESTILO 1 Na parede lateral, uma textura reproduz um efeito de concreto 73
CASA COR
BIBLIOTECA LOUNGE – HOMENAGEM A BERTRAND E ARISA BORIS
E
m um móvel suspenso restaurado, LPs dos anos 1958 a 1970; sobre um dos móveis, uma vitrola portátil americana Pilot de 1958; perto da nova estante de livros antigos, o bureau e a poltrona de Bertrand Boris, com design dos anos 1950 e restaurado para o Casa Cor 2013. O ambiente traz para o evento um pouco da essência dos primeiros moradores da edificação. Com BUCHICHO MORAR BEM
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um ar retrô, o projeto aproveita peças da arquitetura original, como as arandelas francesas, e dá uma nova roupagem ao espaço. A bancada do bar ganhou um novo tampo em mármore Travertino romano bruto, mas manteve suas pastilhas originais. Ladeado por duas varandas, o espaço transporta o visitante para o tempo dos Boris. Nas fotos de 1926, Bertrand e Arisa em lua-de-mel, em Paris.
CHRISTIANE BORIS
Membro da quarta geração da família Boris, a arquiteta trouxe para o ambiente elementos de suas recordações, como livros, fotos e objetos da família
+HISTÓRIA 1 Entre as peças que remontam a história do casal Boris, destaca-se a geladeira do século XIX, que pertenceu a Rosa Boris, bisavó da arquiteta Christiane Boris FOTOS ROBERTO KENNEDY
Bertrand e Arisa Boris Arisa e Bertrand formava um casal apaixonado e rodeado de amigos. Como cônsul honorário e por serviços prestados a França e ao Ceará, Bertrand Boris foi condecorado pela França com a medalha da Legião de Honra Francesa. Já das mãos do então governador Virgílio Távora, recebeu a medalha da Abolição. Da união de Arisa e Bertrand, nasceram Gerard, Philippe e François, educados entre Ceará, Rio de Janeiro e França. Tanto os filhos quanto os netos do casal teriam nos anos seguintes a oportunidade de crescer na confortável casa de quatro suítes, dependência de empregada com dois quartos, banheiro, cozinha, serviço de apoio, garagem e porão. Além disso, Bertrand passaria às novas gerações da família lições como o respeito à natureza. Esplendorosas árvores, como ciprestes e cajueiros, rodeavam o terreno de 7 mil m² da casa. Pássaros em gaiolas era algo terminantemente proibido. Para o patriarca, “Bicho que voa não tem asa à toa. Ele deve estar livre para seguir o caminho que desejar”. 75
CASA COR
TERRAÇO DO PÔR DO SOL
I
luminação Paroma amena e suave, que dá ao ambiente um clima de lounge. Painel da TV, pergolado e deck feitos com madeira Madeplast-ARTPISO, composta de 70% de madeira e 30% de plástico reciclado, unindo funcionalidade e sustentabilidade. Vista privilegiada para o jardim com suas grandes copas de árvores. Composto por sala de estar, jantar e deck, o terraço oferece um espaço para família e amigos curtirem momentos de relaxamento, mesmo em meio à agitação urbana. BUCHICHO MORAR BEM
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FOTOS ROBERTO KENNEDY
CELINA MORORÓ
Atuando no mercado desde 2007, a arquiteta e urbanista faz sua estreia no Casa Cor na edição deste ano.
+ESTILO 1 Assim como todo o mobiliário solto (DEDON-OUVIDOR), a Namoradeira estilizada Yin Yang é resistente à exposição a sol e chuva, além de ser produzida com material ecologicamente correto.
CASA COR
VARANDA GOURMET
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rojetado com o objetivo de agregar cozinheiro e seus convidados, para que ele possa conversar com os amigos enquanto prepara o menu. Para isso, o cooktop, acoplado em uma pedra Celestone antibacteriana, foi inserido numa ilha central, da qual pudesse estabelecer um contato direto com o restante dos convidados. BUCHICHO MORAR BEM
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O espaço não é totalmente ao ar livre devido a sua cobertura em vidro, desenhada especialmente para que fosse possível observar o céu de dia e as estrelas à noite. Em um dos lados da mesa de jantar, foi utilizado um banco assinado pelo designer Paulo Alves. Quadros de Emília Porto, uma mini horta e uma parede feita em tinta fosca para se escrever com giz completam a graça do espaço.
FOTOS ROBERTO KENNEDY
PRICYLLA ANTONUCCI E ISABELLE STUDART
As arquitetas estão em seu ano de estreia na Casa Cor. Elas atuam no mercado desde 2010, e são sócias desde 2012
+SUSTENTÁVEL 1 A parede lateral é revestida em plástico ecologicamente correto da Santa Luzia, imitando uma parede em pedras
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QUARTO DE HÓSPEDES
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m charmoso e confortável espaço, o Quarto de Hóspedes alia design e tecnologia. Destacam-se peças como o tapete turco, cuja produção manual durou um ano, e o papel de parede da Espaço Casa, texturizado com efeito de tijolo aparente. A mesa e a adega, por sua vez, têm desenho assinado pelas arquitetas e produção realizada pela Inovar. Com lançamento no Casa Cor 2013, um dos modelos das novas máquinas de café em cápsulas 3 Corações complementa o ambiente.
+TECNOLOGIA
TELMA AGUIAR E MÁRCIA ALBUQUERQUE
A parceria das arquitetas se reflete também na escolha dos adornos do ambiente, que vão desde livros pessoais a lembranças de viagens. BUCHICHO MORAR BEM
1 Além de serem equipadas com sistema blackout por controle remoto, as janelas e portas da Euro Esquadrias Brasil são termoacústicas, garantindo a manutenção da temperatura do quarto conforme desejo do usuário e impedimento troca de sons com ambientes externos. 80
AMAURY JR.
BANHEIRO E CLOSET DOS HÓSPEDES
+ESTILO 1 Clean e funcional, o closet foi feito a partir de um armário revestido em espelho, no qual foi utilizada uma paginação de piso e pastilhas.
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ormas geométricas brincam com os volumes, em um projeto leve, limpo e com cores neutras. O papel parede dourado entra em contraste com as pastilhas e dialoga com as demais cores do ambiente. Para o conforto dos hóspedes, uma banheira com hidromassagem, uma cômoda de apoio, uma sapateira e uma bela penteadeira.
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FOTOS ROBERTO KENNEDY
Além de designer de Interiores, Amaury Jr. é técnico em Edificações
FOTOS ROBERTO KENNEDY
CASA COR
GALERIA DE REGISTROS DA FAMÍLIA BORIS
A
o descer a bela escada de mármore com detalhes em tecido, já parte do ambiente, é possível apreciar o corredor que se transformou em uma pequena passagem pelas lembranças da família Boris. Com piso original restaurado e fotos da família, com molduras Santa Luzia, o espaço convida o visitante a voltar um pouco ao tempo dos primeiros moradores. Espelho Choça, lustre Paroma e objetos de acervo pessoal dos Boris, como o telefone, complementam o ambiente.
JAMILLE MENDES, GLÓRIA PLUTARCO E GEORGIA VIEIRA O Casa Cor recebeu a mescla da cultura cearense com a história da família Boris com a parceria das profissionais
+CEARENSIDADE 1 Fazendo referência ao litoral cearense, as arquitetas incluíram na composição do ambiente a cor azul, que remete ao mar, e uma das paredes é forrada com renda de filé, do Complexo Artesanal de Aquiraz. BUCHICHO MORAR BEM
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EDIMARA CARVALHO E VERÔNICA MARTINEZ
As profissionais têm como um dos principais focos de seu trabalho o design de interiores.
FOTOS ROBERTO KENNEDY
QUARTO DO BEBÊ
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elicados detalhes de estilo clássico compõem os 22 m² do espaço. Elaborado para criar um cenário perfeito para a mãe e o bebê, o quarto traz estampas, cores no mobiliário e enxoval neutro trabalhado delicadamente com tecidos finos que proporcionam aconchego e suavidade ao ambiente. Os traços clássicos também podem ser percebidos no berço, contornado por um dossel com iluminação embutida no gesso.
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CASA COR
FOTOS ROBERTO KENNEDY
SUÍTE DA MOÇA MUSA
SOPHIA ROMCY No Casa Cor de 2009, a arquiteta ganhou destaque com o sofisticado ambiente "Doroty lamour Restaurante".
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om traços delicados, porém marcantes, o ambiente parece refletir a força feminina da Moça Musa. O conforto e o requinte ficam por conta dos móveis da Le Spec e dos tons sóbrios do quarto. Um destaque do espaço, a cama foi projetada pela arquiteta e será vendida também pela Le Spec. Pequenos enfeites que remetem ao Rio de Janeiro, entre outros objetos, dão um ar intimista, como se contasse um pouco da história da Moça Musa.
BUCHICHO MORAR BEM
+ESTILO 1 Com uma película especial, a arquiteta mesclou televisão e espelho, finalizando a peça com uma elegante moldura. 84
FOTOS ROBERTO KENNEDY
VARANDA DAS LUZES
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om um projeto luminotécnico bem elaborado, a luz é o principal destaque do ambiente. Filamentos de luzes aparentes, inclusive no lustre – peça clássica de 1988 com 120 lâmpadas harmonicamente expostas – e o painel com círculos iluminados – cujo desenho é assinado pelos arquitetos –, destacam-se no espaço com ares urbanos. Um deck suspenso de madeira amplia o ambiente, que ganha clima de local de convivência. O uso de madeira e vidros na coberta da varanda também se destaca e evidencia a intervenção feita no projeto original da casa.
+ARTE 1 Além dos elementos de arquitetura e iluminação, painéis desenhados pelos arquitetos, móveis em linhas conceituais e esculturas em escalas monumentais fortalecem a arte, o requinte e a personalidade do ambiente, que, em harmonia com os elementos naturais inseridos, tornam a varanda um verdadeiro refúgio.
LIA SAMPAIO E ERASMO PEREIRA
A parceria entre a arquiteta e urbanista e o designer de interiores vai além da Casa Cor. A dupla também está à frente do Erasmo Pereira Lia Sampaio Arquitetura e Interiores. 85
FOTOS ROBERTO KENNEDY
CASA COR
KEL OLIVEIRA E DAYANNE SANTOS
A arquiteta Dayanne Santos e a designer Kel Oliveira também estão à frente da Forma Arquitetura e Design de Interiores.
SALA DE LEITURA
HOMENAGEM
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ntimista, o ambiente traz elementos que remetem à rotina de trabalho e a momentos de lazer da homenageada. O clima de sala de leitura tem como um dos principais elementos a poltrona, da Amazonas Decorações, e a decoração é complementada por obras da arquiteta Kel Oliveira, incluindo a foto de Socorro França exposta no ambiente. BUCHICHO MORAR BEM
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1 Socorro França Renomada profissional cearense, Socorro já foi Membro de Conselhos e Comissões do Ministério Público do Estado do Ceará, Procuradora Geral da Justiça do Estado do Ceará por cinco vezes, Ouvidora-Geral do Estado do Ceará, Promotora de Justiça e Procuradora de Justiça do Estado do Ceará, Presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, entre outros vários títulos. Idealizadora e fundadora de Promotorias e da Escola Superior do Ministério Público, Coordenadora Geral da Defesa Comunitária (DECOM), Socorro recebeu inúmeras medalhas de Honra ao Mérito, como a de Mérito Judiciário do Estado do Ceará, Mérito Judiciário do Estado do Maranhão e Mérito do Ministério Público Brasileiro concedida pelo Conselho Nacional dos Procuradores Gerais. Além disso, suas atividades lhe renderam o título de Cidadã de Fortaleza, de Cidadã do Ceará e de variados outros municípios, ao todo 18. Recentemente, Socorro se consagrou na luta contra a dependência química, sendo Assessora Especial de Políticas Públicas sobre Drogas do Estado do Ceará.
FOTOS ROBERTO KENNEDY
MARCELUS CARACAS
Participando do Casa Cor pela quinta vez, o arquiteto já tem mais de dez anos de experiência no mercado de arquitetura e arquitetura de interiores.
+ESTILO 1 Trabalhos de fotografia de Marcelo Brasileiro ornam a iluminada sanca. Com um diálogo entre ambientes interno e externo, uma grande janela em vidro Metaviss traz o jardim para dentro da cozinha.
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SALA DE JANTAR E COZINHA
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lementos antigos e design moderno se encontram na sala de jantar, onde predominam tons monocromáticos de preto e branco. Enquanto boiseries de gesso aplicadas nas paredes, anjos barrocos e um pé direito alto que recebe bem o lustre francês "Mille Nuits" da Baccarat retomam o aspecto clássico; o mobiliário da Ouvidor e peças de design brasileiro como o buffet Tres da design Jaqueline Terpins e as cadeiras Comback de Patricia Urquiola dão o toque de modernidade ao ambiente.
CASA COR
FOTOS ROBERTO KENNEDY
MINHA SALA EM DIA DE JOGO
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onsiderado um dos espaços mais diferenciados do Casa Cor, por sua mescla de elementos retrôs e modernos, o ambiente foi planejado para proporcionar o momento perfeito na hora de ver jogos esportivos. Com a Copa do Mundo chegando, então, assistir às partidas no telão da sala é diversão garantida. As novas cores dos painéis Todeschini, os móveis da Galpão D e os Adornos Choça compõem o espaço projetado para receber amigos. A sala, com decoração remetendo aos anos 1950, tem seu clima complementado por elementos como uma geladeira retrô, a mesa de sinuca e o fliperama. BUCHICHO MORAR BEM
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+ESTILO 1 Assinada por ninguém menos que Alessandro Mendini, a Poltrona di Proust, uma das peças mais famosas do designer, confere um colorido moderno ao ambiente.
+TORCIDA 1 Além de elementos que relembram Copas passadas, um quadro assinado por Pelé e uma camisa autografada por Romário também compõem a decoração do ambiente.
EDUARDO MOURÃO, PEDRO MAMEDE E ANTÔNIO JOSÉ QUEIROZ (BATATA)
FOTOS ROBERTO KENNEDY
À frente da Project Arquitetura, os profissionais são conhecidos por seus projetos que mesclam moderno, “rústico” e clássico, com estilo sofisticado e contemporâneo. 89
CASA COR
EXPOSIÇÃO ACADEMIA DE ARTES PLÁSTICAS
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nspirado no caju e na carnaúba, o ambiente traz o fruto e a planta como símbolos de algo que deve ser apreciado ao ar livre. Em exposição, quadros em tamanho grande, todos idênticos, de diversos artistas premiados criam uma instalação plana e chamam a atenção do visitante e convidam a passear pela cultura e pela arte cearense. A iluminação direta destaca e realça as obras. Uma escultura de uma carnaúba feita em ferro pela própria Emília Porto complementa o ambiente.
BATE PAPO COM EMÍLIA PORTO
EMÍLIA PORTO
Presente pela décima vez na Casacor, a artista plástica trabalha com design e decoração de interiores há mais de 30 anos
ALBANIZA CUNHA
É decoradora de interiores além de designer e paisagista
FOTOS ROBERTO KENNEDY
+ESTILO
BUCHICHO MORAR BEM
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1 Todas as molduras e suas partes internas foram feitas em cedro e amarradas com linhão. Assim as obras podem ficar ao ar livre, levando sol e chuva, sem danifica a pintura
Como foi a curadoria da exposição? A curadoria foi minha, obviamente com a ajuda dos elementos da academia e do Edu de Oliveira, vicepresidente. Tem alguma obra destaque no ambiente? Todas elas eu acho que elas se comparam em beleza. Eu gostei de todas. Obviamente as esculturas saíram um pouco do contexto, mas acho que quebrou um pouco aquela coisa retilínea. Tudo passou por um crivo.
PRAÇA MACAMBIRA
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omposta pela praça em homenagem à Prefeitura de Fortaleza, pelo Jardim Praça Macambira, pelo Playground Praça Macambira e pela Galeria Pública de Arte Praça Macambira, o ambiente foi feito com material reutilizado e usa energia solar em todas as suas luminárias. Dialogando com o ambiente, o parque se mistura às árvores ao redor, entre cores e madeiras, com brinquedos de design lúdico e moderno. Já na galeria, a cearensidade marca presença com a flora do Estado retratada.
BRUNO ARY E NEY FILHO Os arquitetos uniram sustentabilidade e descontração no ambiente, agradável para um momento de conversa com amigos ou de diversão com as crianças.
+INTERAÇÃO 1 Além de WiFi
gratuito, na praça é possível encontrar sinalização musical, onde o público pode interagir com vários instrumentos.
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PRACINHA DO CARIRI
FOTOS ROBERTO KENNEDY
CASA COR
ROGER MONTE
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om um ambiente que transporta o visitante para as praças típicas do interior, o artista buscou referências bem cearenses e destacou a vegetação nativa em seu ambiente. Sob uma armação de madeira, grandes painéis em estilo xilogravura trazem imagens que remetem às cidades do chamado Crajubar – Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. O jardim é adornado com pedras decorativas e dois cactos complementam o espaço.
BUCHICHO MORAR BEM
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O artista desenvolve projetos de design de interiores trabalhando o lifestyle e a personalidade de seus clientes
+ESTILO 1 Bancos feitos em troncos rústicos de madeira harmonizam com a mesa confeccionada em material similar
O
espaço amplo, arejado e colorido é um convite à criatividade. Por todos os lados, tendências contemporâneas se misturam às referências regionais, compondo um espaço com muito estilo e personalidade. O ambiente abriga ainda parte da coleção Cariri, Moda e Paixão, projeto do Ateliê Criativo do Sebrae para 2013, que propõe uma revisita ao nordeste brasileiro e um diálogo entre artesãos locais e a indústria. O projeto é coordenado por Diva Mercedes, em parceria com as empresas Sagian, Cimmara, Donna Moça e Eliene Lino, o estilista Mark Greiner, os alunos de Design de Jóias da UFCA e os grupos de artesãos ACA (Crato), ARTEMB (Barro) e ASSOCICOURO (Crato).
FOTOS ROBERTO KENNEDY
ATELIÊ CRIATIVO DO SEBRAE
BRENDA ROLIM
Atua desenvolvendo projetos residenciais e comerciais de arquitetura e design de interiores, tendo assinado em 2012 o charmoso projeto do Casa do Moá
+ESTILO 1 Uma das peças que mais chama atenção no ambiente é a estante feita em cilindros e o projeto luminotécnico, com lustres diferenciados e iluminação indireta
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CASA COR
FOTOS ROBERTO KENNEDY
GALERIA DAS CORES
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o espaço, a arquiteta expõe cores padrão no sistema tintométrico da Hidracor, com degradês construídos do teto ao chão. Em cada tonalidade apresentada, ela expõe uma cadeira de design tanto de artistas brasileiros como Flávio Carvalho e Régis Padilha, como também de artistas internacionais como o italiano Alessandro Jordão e o alemão Tom Hoffman. A iluminação, assinada pela La Lampe, é composta tanto por lâmpadas embutidas quanto luminárias pendentes.
ROSALINDA PINHEIRO
A arquiteta é especialista em Arquitetura de Sistemas de Saúde e trabalha há 30 anos com projetos residenciais e hospitalares
+ESTILO 1 Um dos destaques do ambiente é a parede que foi toda coberta com latas de tinta, o que criou efeitos de volume
BUCHICHO MORAR BEM
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FOTOS ROBERTO KENNEDY
CASA COR
ESCRITÓRIO DESIGN – HOMENAGEM AO ARTISTA BRUNO PEDROSA
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nspirada nas cores do artista homenageado, o escritório remete a grandes centros urbanos, como Nova York. Quatro óleos sobre tela em estilo surrealista de Bruno Pedrosa, além de duas esculturas em metal galvanizado e mármore, também assinadas pelo artista, integram-se com destaque à decoração. Entre o mobiliário, dois puffs assinados por Marcelo Rosembaum se destacam, além dos lustres assinados por designers, um em amarelo, seguindo a mesma cor do ambiente, e o outro, em estilo marroquino. BUCHICHO MORAR BEM
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Um olhar do artista Ao lançar um olhar para o Ceará, a Casa Cor 2013 presta mais uma homenagem a um artista legitimamente cearense. Nascido em Lavras da Mangabeira, interior do Estado, Bruno Pedrosa descende de uma família tradicional portuguesa. Após estudar Belas Artes no Rio de janeiro, o artista se dedicou a viajar pelo país e por países da América Latina, buscando inspiração para seus desenhos e painéis. Em 1976, Bruno entra para o mosteiro beneditino no Rio de janeiro, onde permanece enclausurado até 1980. Nesse período, realizou diversas obras como o painel que está no mosteiro beneditino de Juiz de Fora. Na década de 90, após casar-se, viajou para a Europa e estabeleceu residência na Itália, onde começou a desenvolver trabalho em cristais de murano. Suas obras estão expostas em museus ao redor do mundo como Nova York, Madri, Holanda e Dinamarca.
CELENE GURGEL, SADIA GURGEL, MIRNA ALBUQUERQUE E ANELISSE BLUHM +ESTILO 1 Na parede lateral do ambiente, destaque para o tapete da Adroaldo, feito em couro reciclável e totalmente amarrado à mão
+HISTÓRIA 1 Na parede ao fundo do ambiente, aparece a assinatura do Bruno Pedrosa, feito à mão pelo próprio artista diretamente com o tubo de tinta, além do carimbo que representa o brasão da família de Pedrosa 97
FOTOS ROBERTO KENNEDY
CASA COR
ESCRITÓRIO JARDIM HOMENAGEM À LUCIANA DUMMAR
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om o desafio de traduzir a personalidade da homenageada através da decoração, o ambiente traz uma área externa com uma espécie de jardim particular, separado por uma estante modulada. O projeto de iluminação do jardim conta com pequenas luminárias colocadas na árvore além de iluminação indireta. Na área interna, muito aconchego em um espaço que convida à leitura e contemplação. Tons de lilás e rosado conferem ao ambiente um toque de sofisticação e bemestar. Na parede lateral, fotos, quadros e depoimentos à homenageada. A palavra “Coragem”, transformada em luminária, confere força ao espaço da homenageada.
ROBERTO PAMPLONA JR
O arquiteto desenvolve projetos comerciais e residenciais, além de trabalhar com ambientações de eventos e estandes promocionais BUCHICHO MORAR BEM
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CASA COR
+ESTILO 1 No jardim externo, um dos destaques vai para o sofá iluminado em tons de lilás
+LUDICIDADE 1 O ambiente externo é arrematado com um gigantesco tabuleiro de xadrez
+ARTE 1 Um retrato de Luciana Dummar foi feito com recortes de jornal e utilizado como adorno na decoração interna do escritório
BUCHICHO MORAR BEM
Bate papo com a guerreira
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atual presidente do Grupo de Comunicação O Povo, Luciana Dummar, é exemplo de força e dedicação para muitos. Ela, que também é responsável pelo Comitê Editorial da Associação Nacional de Jornais (ANJ), assumiu a presidência do grupo após o falecimento de seu pai, Demócrito Rocha Dummar, em 2008, e desde então traz o amor pelo grupo nos olhos e o pulso firme para comandar a empresa com seus mais de 80 anos de história. Ao longo de sua trajetória, Luciana já recebeu diversas premiações e homenagens, como o Troféu Clóvis Beviláqua, concedido a ela pela Federação da Câmara dos Dirigentes Lojistas (FCDL), a Medalha Boticário 100
Ferreira, outorgada pela Câmara Municipal de Fortaleza e o Troféu Rosa de Ouro, premiação entregue à mulheres que tiveram carreiras de sucesso em sessão solene na Assembleia Legislativa do Ceará. Este ano, A Casa Cor presta sua homenagem à Luciana criando um ambiente especialmente pensado nela, que, segundo as palavras do próprio arquiteto que desenhou o espaço, Roberto Pamplona Jr, traz o “desafio de contar a sua história e traduzir um pouco sua personalidade através da decoração”. Morar Bem: O que foi mais especial para você em ser homenageada pela Casacor? Luciana Dummar: A CASA COR é um projeto especial para o Grupo O POVO então é um lugar especial para mim.
MB: O que, no espaço, representa exatamente a Luciana Dummar? Luciana: Muitos detalhes... O quadro do Vando, a obra da imagem do meu pai feita por um jovem e talentoso artista que com a luz vai mostrando mais e mais a face dele, o teto de palha pintado de rosa, a brincadeira com as fotos e o jogo de xadrez gigante no jardim, detalhes... Muitos detalhes: A textura do sofá por exemplo. A sensibilidade desse brilhante arquiteto em me perceber no cruzamento dos muitos mundos em que circulo. MB: Você se considera uma pessoa ligada em design e decoração? Qual sua relação com o assunto? Luciana: Eu amo o belo. Curto lugares criativos e acolhedores... Amo o desenho do Jornal O POVO. É um luxo!!! Sabemos dispor dos fatos com a mesma harmonia que os arquitetos da Casa Cor organizam seus espaços.
EDIMAR SOARES
FOTOS ROBERTO KENNEDY
MB: Em sua casa, quais suas referências e inspirações para decoração? O que não pode faltar? Luciana: Simplicidade, peças do mundo todo com simbologias bem marcantes para mim. Nenhuma afetação e sempre aberto para quem eu gosto compartilhar comigo de um jeito Luciana de se sentir em casa. Faço o mesmo no jornal : Quem consegue chegar, está na casa mais aconchegante da cidade. É bem vindo, ouvido e querido.
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CASA COR
PERFUMARIA
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om o objetivo de trazer um pedacinho da França para o Ceará, o espaço foi completamente inspirado na extravagância francesa e traz diversas referências a locais como Palácio de Versalhes e Museu do Louvre. Logo na entrada, um lustre vindo de Milão. No chão do ambiente, encontramos um generoso detalhe em pedra natural quartzito. O projeto luminotécnico remete a extravagância e a luxúria idealizadas pelos arquitetos. No mobiliário, da Choça e da Le Spec, peças em estilo clássico e cristaleiras em acrílico assinadas pelo design Wagner Archela.
+ESTILO
FÁBIO BRAGA E JÚLIO VIEIRA
Os arquitetos desenvolvem projetos residenciais, comerciais, institucionais e culturais e são sócios da Inneri Arquitetura
BUCHICHO MORAR BEM
1 No teto, é possível observar um grafite de Gleison Araújo, artista urbano cearense conhecido como LUZ, chamado Bonecos Cearenses, que trabalha os grafismos baseados no tema indo ao encontro das referências rococós da época, misturando o contemporâneo e o clássico
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CAFÉ
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ma mistura de clássico com contemporâneo inspirada nas antigas casas e cafés coloniais. Assim é o ambiente que abriga o café da Casa Cor 2013. Azulejos no balcão principal e as ferragens presentes na decoração contrastam com as cores e formas das cadeiras e do mobiliário em radica, como mesas, prateleiras e uma grande estante que abriga diversos objetos decorativos e livros.
CARDÁPIO REGIONAL O Café, que traz a expertise do Limone em seus produtos, elaborou um cardápio especial para o evento, decorado com desenhos das próprias arquitetas e com um café da tarde regional. Conheça algumas das delícias oferecidas: 1 TAPIOCAS Tapioca com queijo de coalho Tapioca com manteiga da terra Tapioca com leite de coco & coalho Tapioca com carne de sol Tapioca Romeu & Julieta Tapioca com banana & doce de leite Tapioca com doce de leite e coco
ROBERTA AGUIAR TOMAZ E MARIA CHRISTINA BESSA
As artistas trabalham com arquitetura, design de interiores, arte e decoração na empresa Urbstudio
1 BOLOS Cenoura, laranja, maracujá, milho, limão, goiaba e mole. A cada dia um sabor diferente. 1 CAFÉS E DRINKS Café expresso Tres Café double Café canela Café nutela Capuccino pequeno ou grande Capuccino gelado Frapuccino Chocolate quente Chocolate com doce de leite Chá
+ESTILO 1 Um dos destaques do ambiente é o grande painel suspenso, feito em madeira, com a intenção de recriar a parte interna aparente dos telhados das casas coloniais 103
CASA COR
RESTAURANTE
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homenagem às palavras “amor” e “humildade” é feita no ambiente com as figuras de São Francisco de Assis e do Papa Francisco, que podem ser vistas nas fotos de Esdras Guimarães e nas pinturas de Emilia Porto. Cores e materiais simples de uso não convencional se misturam e se harmonizam no alegre e aconchegante espaço, em um misto de regionalismo e requinte.
BUCHICHO MORAR BEM
SERGEI DE CASTRO
Veterano do evento, o arquiteto participou de todas as edições do Casa Cor e já marcou presença também no Casa Cor de Brasília.
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MENU Seguindo a linha do Casa Cor 2013 da valorização da cearensidade, o Limone, restaurante responsável por assinar o cardápio do restaurante e do café do evento há sete anos, trouxe um cardápio rico em ingredientes cearenses. Confira alguns dos pratos: 1 Carpaccio de Carne de Sol 1 Trio Bruschetta Nordestina – com carne
de sol e Chutney de cebola roxa e lagosta
1 Filé ao molho de Tamarindo e cachaça,
com quiche de cebola roxa e purê de batata doce
1 Frutos do mar, camarão, lula e polvo
puxados na manteiga da terra com fettuccine ao pesto de coentro 1 Cheesecake de Goiaba 1 Cocada quente
+IMPRESSÕES DO ARQUITETO 1 “Não
propriamente é um ambiente religioso, mas quero transmitir paz e tranquilidade”. “Canindé é a cidade do Ceará, com seus milagres e devoção a figura de São Francisco, que me inspirou com sua arte despojada e natural, como estão focados nas fotos de Esdras Guimarães e as pinturas de Emilia Porto”.
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FOTOS ROBERTO KENNEDY
CASA COR
JARDIM – UM OLHAR VERDE SOBRE O CEARÁ
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nspirado no tema da Casa Cor, o projeto de Célia Pinheiro Lima se estende ao longo de três ambientes: os jardins em frente e lateral do Espaço Gourmet e os jardins do Limone, tanto do café quanto do restaurante. A obra da paisagista dá destaque à carnaúba, que, por decreto do Governo do Estado, tornou-se símbolo do Ceará. A árvore não é apenas bonita, mas também resistente ao clima de nosso Estado. Na área próxima ao Espaço Gourmet, foi criada uma espécie de lounge, integrando as árvores já existentes no local com decoração e efeitos luminotécnicos. Na lateral, um parquinho infantil feito em troncos foi criado. BUCHICHO MORAR BEM
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CÉLIA PINHEIRO
A artista é sócia do Recanto das Plantas, onde além de desenvolver projetos paisagísticos ainda trabalha com mudas ornamentais, adornos para jardins entre outros
+SUSTENTABILIDADE 1 Plantas em placas feitas de fibra de coco adornam a parede lateral do Restaurante, compondo um jardim vertical 107
FOTOS ROBERTO KENNEDY
CASA COR
LAVABOS PÚBLICOS
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s tons neutros que vão do preto aos acinzentados e o estilo contemporâneo das paredes harmonizam com o amadeirado rústico presente no chão do ambiente. Texturas em diferentes padronagens adornam as paredes. O aspecto monocromático é quebrado apenas pelos tons vibrantes das pias – vermelho para o banheiro feminino e verde para o masculino.
MARÇAL BARROS
Utilizando suas viagens, leituras e pesquisas de tendências ao redor do mundo como inspiração, o artista está em sua 14ª participação na Casa Cor
+ESTILO 1 O projeto traz luzes indiretas e iluminação embutida, garantindo sofisticação e gerando bem-estar no ambiente BUCHICHO MORAR BEM
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CASA COR
ESPAÇO GOURMET
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om a intenção de unir sala e cozinha, criando um ambiente interativo, o Espaço Gourmet une requinte e funcionalidade. O ar regional fica por conta dos móveis rústicos da Galpão D. O clima aconchegante e intimista se estende para a varanda, onde é possível curtir um momento à luz de velas.
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ANA MELO E JULIANA MELO
Mãe e filha, as arquitetas criaram um espaço dedicado para receber família e amigos.
+OFICINAS
FOTOS ROBERTO KENNEDY
1 Aproveitando toda a funcionalidade oferecida pelo Espaço Gourmet, em todos os sábados e domingos do período do evento o Senac, em parceria com a Petybon, realizou oficinas de culinária. Em novembro, ainda há mini aulas de gastronomias programadas para os dias 23 e 24, das 18h às 18h40 e das 20h às 20h40.
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LOUNGE DE SEGURANÇA
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FLÁVIO FARIAS O arquiteto de interiores é conhecido por seu estilo imponente e suntuoso, porém aconchegante
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nindo luxo, conforto e segurança, este ambiente traz um painel com quatro monitores em LED com controle de todas as câmeras de segurança instaladas na Casa Cor. Na decoração, quadros de grandes artistas como Di Cavalcante, Sergio Helle e Aldemir Martins, além de esculturas do século passado. No projeto luminotécnico, destaque para o grande lustre central, da Facho de Luz. Tons sóbrios e piso amadeirado complementam o espaço.
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+LUXO 1 No mobiliรกrio, assinado pela Choรงa e pela Le Spec, destaque para o par de poltronas com detalhes folheados a ouro. 113
GASTRONOMIA
PARA DEGUSTAR A
COZINHA
IGOR DE MELO
Na receita, autenticidade, criatividade e peças de design. As cozinhas gourmet aparecem com destaque e fazem a integração entre cozinha e cozinheiro com os demais convidados em torno de uma boa comida
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LARISSA VIEGAS larissaviegas@gmail.com
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adjetivo “gourmet”, muito utilizado hoje em restaurantes e outros estabelecimentos gastronômicos, também entrou nas cozinhas. Associado ao prazer em degustar uma boa comida, além de autenticidade e qualidade, são com essas e outras características que se fazem uma cozinha gourmet. E, para torná-las ainda mais completas, que tal fazer uso de tudo que está dentro dela? Em um apartamento em São Paulo, o gerente de engenharia de embalagem Guilherme Carloni investiu e muito no espaço que ele mais gosta de ficar em casa. Durante quatro meses, o imóvel de 70 m² foi totalmente adaptado para que a cozinha se tornasse o centro das atenções, definida pelo proprietário como uma ilha rodeada por quartos e salas. “A intenção do projeto era ter a cozinha e cozinheiro integrados aos eventos; quebrando, literalmente, as barreiras que frequentemente os separam das festas”, explica Guilherme. Para tanto, o imóvel precisou passar por algumas reformas e mudanças, como a instalação de um cooktop vitro-cerâmico em uma ilha no centro do apartamento; remoção das parades para integrar a cozinha com os demais espaços da casa; mesa e bancos feitos sob medida e dispostos perpendicularmente à ilha; instalação de uma coifa de baixo ruído;
O ADJETIVO “GOURMET”, MUITO UTILIZADO HOJE EM RESTAURANTES E OUTROS ESTABELECIMENTOS GASTRONÔMICOS, TAMBÉM ENTROU NAS COZINHAS. ASSOCIADO AO PRAZER EM DEGUSTAR UMA BOA COMIDA, ALÉM DE AUTENTICIDADE E QUALIDADE, SÃO COM ESSAS E OUTRAS CARACTERÍSTICAS QUE SE FAZEM UMA COZINHA GOURME T
confecção de armários suspensos e gavetões sob bancada da pia e fogão, para guarda de mantimentos e utensílios; instalação de um forno elétrico debaixo da pia; e iluminação e água quente na torneira da pia. Após tantas mudanças, o engenheiro está satisfeito com o seu espaço gourmet, porém ele já sonha com um upgrade no fogão (para um indutivo) e uma geladeira com dispenser de água e gelo na porta.
O prazer de comer Guilherme afirma que comer é sua marca pessoal. “Ele faz parte de uma experiência mais completa, através da qual nutro - por vezes exageradamente, é verdade - as minhas 115
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ROBERTO KENNEDY
LER E FAZER
Jamie Oliver – 30 minutos e pronto O famoso chef apresenta 50 cardápios que podem ser preparados em 30 minutos, enquanto dá dicas de manter a cozinha organizada e incentiva o consumo de alimentos naturais e orgânicos (que podem ser usados nas receitas propostas). Entre as sugestões estão pratos com carnes, vegetarianos, massas e doces. E as receitas sugerem prato principal, acompanhamento e sobremesa. Se quiser, dá para acompanhar as receitas pelo site do chef. Autor: Jamie Oliver Editora: Globo Preço: R$ 69,90 (Livraria Cultura)
Gastrokid – O livro da gastronomia infantil Orgânicos e sustentáveis, as receitas desse livro são assinadas pelos autores e voltadas para os seus próprios filhos. As receitas vão desde saladas, passando por carne, peixe, frango e macarrão. As instruções são claras e os pratos, de rápido e fácil preparo. Entre os quitutes estão bolinhos de peixe, nuggets de frango japoneses e escondidinho de peixe defumado. Autores: Hugh Garvey e Matthew Yeomans Editora: Global Editora Preço: R$ 72 (Livraria Saraiva)
GASTRONOMIA
COMER FAZ PARTE DE UMA EXPERIÊNCIA MAIS COMPLETA, ATRAVÉS DA QUAL NUTRO - POR VEZES EXAGERADAMENTE, É VERDADE - AS MINHAS FOMES EMOCIONAIS, CULTURAIS, FÍSICAS E PECADORAS
fomes emocionais, culturais, físicas e pecadoras”, explica. E a paixão começou em 1999, durante seu último ano de graduação em Engenharia Química, na Alemanha, quando já era grande a saudade pela comida caseira. E, mesmo sem acertar de primeira, o engenheiro nunca desistiu de se aventurar entre pratos simples como macarrão, legumes e filés de frango grelhados até algumas um tanto mais “elaboradas” (pela visão de um principiante), como feijão (sem panela de pressão!), carnes e tortas. “O ápice aconteceu no fim daquele ano, quando reunimos os 13 brasileiros moradores do mesmo alojamento estudantil, para a ceia de natal que preparei: arroz à grega, peru assado e salada de maionese”. Daí então, os encontros com os amigos nunca mais foram os mesmos, inclusive após retornar a São Paulo. Ao contrário de muitos cozinheiros que se aventuram esporadicamente entre fogo, panelas e facas, Guilherme cozinha diariamente e nos fins de semana a freqüência ainda aumenta. As reuniões com as pessoas queridas acontecem, no mínimo, uma vez por mês. O ponto “fraco” desse apaixonado por cozinhar e comer são so doces. “Por não gostar de doces, nunca tive interesse em saber como prepará-los”, afirma. Porém, ele diz que adora cozinhar pães, massas caseiras e risotos, preparados com prazer e dedicação. E o que não pode faltar na cozinha de Carloni? “Clichês à parte, o motivo principal é (e sempre será) estar rodeado de amigos, com a "desculpa" de se ter algo gostoso pra comer. Não podem faltar, portanto, gente alegre e comida!”, ele completa. BUCHICHO MORAR BEM
Para meter a mão na massa Independente de ter uma cozinha gourmet ou não, cozinhar para os amigos e familiares é sempre prazeroso. Pensando nisso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Ceará – Senac/CE realiza no Espaço Gourmet Petybon oficinas gastronômicas. As ações apresentam novas perspectivas à gastronomia local, com ingredientes regionais. As oficinas são realizadas aos fins de semana e são ministradas por Instrutores de Gastronomia do Senac/CE. Após executar os pratos, os participantes das oficinas têm a oportunidade de degustá-los. Confira os profissionais envolvidos e os menus dos próximos dias 16/11 e 17/11 Chefs: Bruno Modolo e Hanry Sindeaux Oficina 1 18h as 19h – Instrutor: Bruno Modolo 116
Penne Integral Petybon Grano Duro com duxelle de cogumelos Oficina 2 20h as 21h – Instrutor: Hanry Sindeaux Salada de Lascas de Bacalhau com Penne Tricolore Petybon Grano Duro 23/11 e 24/11 Chefs: Erasmo Jr /Franzé Melo e Patricia Uchoa Oficina 1 18h as 19h – Instrutor: Erasmo Júnior e Franzé Melo Cannelloni Petybon de Salmão com molho de Limão Oficina 2 20h as 21h – Instrutora: Patricia Uchoa Fusilli Tricolore Petybon Grano Duro ao molho Pesto
Entre amigas Quando dez amigas resolvem se encontrar, muita coisa pode acontecer. E, por que não, surgir novos sabores e receitas? Foi assim que, despretensiosamente, o Cuisine entre Amigas saiu dos perfis pessoais no Facebook e ganharam perfil no Instagram (@ cuisineentreamigas) e uma fan page onde são publicadas as receitas. Dessa forma, aos poucos, o grupo ultrapassa as fronteiras das cozinhas. “O objetivo do Cuisine entre Amigas é estimular o interesse e informar sobre gastronomia. No nosso Instagram, Blog e página dou dicas de ingredientes, utensílios, técnicas e dicas de culinária, receitas e basicamente tudo o que envolve o mundo da gastronomia”, explica Renata Vieira Mazur, uma das integrantes do grupo e editora de conteúdo das mídias sociais. E as postagens não ficam restritas às próprias cozinhas: “em viagens, também dou dica de restaurantes, cafés, lojinhas de utensílios e decoração pra cozinha etc”, ela completa. Os encontros acontecem, no mínimo, uma vez por mês, sempre na cozinha de alguma das integrantes. A anfitriã da vez é a responsável também pelas compras e por arrumar a mesa. O cardápio é definido previamente com o grupo. Os encontros contam também com a presença de convidados, como os maridos e os namorados. O segredo de como tirar
“O OBJETIVO DO CUISINE ENTRE AMIGAS É ESTIMULAR O INTERESSE E INFORMAR SOBRE GASTRONOMIA. NO NOSSO INSTAGRAM, BLOG E PÁGINA OU DICAS DE INGREDIENTES, UTENSÍLIOS, TÉCNICAS E DICAS DE CULINÁRIA, RECEITAS E BASICAMENTE TUDO O QUE ENVOLVE O MUNDO DA GASTRONOMIA”
o melhor proveito da cozinha, seja ela gourmet ou não? “Convidando os amigos e transformando o processo de cozinhar em um hobby! Em um grupo sempre vai existir alguém que sabe um pouco mais que o outro e isso faz com que o encontro seja ainda mais interessante! É a troca de experiência que faz com que o grupo evolua”, explica Renata. Com essas reuniões, o grupo atinge todo mundo, incluindo os que não sabem fritar um ovo, os que adoram receber pessoas em casa e até os que têm medo de cozinha. Para Renata, é preciso perder o medo e praticar. Só assim para ter prazer em cozinhar. 117
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LER E FAZER
Gastronomia no Brasil e no mundo Tendo como ponto de partida o Mediterrâneo, berço da gastronomia ocidental, as autoras dessa obra propõem um passeio pela evolução da gastronomia mundial e, claro, do Brasil. A obra aborda também os aspectos da culinária profissional, os grandes chefs da nova geração, as tendências mundiais e as particularidades da cozinha brasileira. Autores: Dolores Freixa e Guta Chaves Editora: Senac SP Preço: R$ 61 (Livraria Cultura)
Slow Food – Princípios da nova gastronomia Indo pelo lado oposto ao nosso cotidiano corrido, o estilo slow food traz uma nova forma de ver, fazer e consumir a gastronomia. Para o autor, o gastrônomo assume o papel de coprodutor, que conhece toda a procedência dos alimentos, do campo até a cozinha. Autor: Carlo Petrini Editora: Senac SP Preço: R$ 54,90
TECNOLOGIA
SUSTENTABILIDADE COM ECONOMIA
É cada vez maior o número de pessoas interessadas em produzir energia elétrica para o uso doméstico. Os sistemas são atrativos, tanto por serem ambientalmente corretos, quanto por garantir economia na conta do fim do mês DONNY SOARES donnysoares@opovo.com.br BUCHICHO MORAR BEM
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á imaginou receber sua conta de energia e não ter que pagar quase nada pelo consumo usada durante o mês inteiro? E melhor: já imaginou ter crédito com a companhia de energia? Pois saiba que isso é uma realidade com as novas regras adotadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na resolução 482, publicada em 2012. A medida estimula a microprodução de energia. Uma das principais vantagens é poder gerar uma economia de até 85% na conta, além de gerar uma energia 100% limpa. Com as novas regras, além da regulamentação da produção de energia solar no país, há, agora, o sistema de compensação de créditos a favor do consumidor, o que viabiliza economicamente os sistemas de energia solar. “O sistema é simples e eficaz. Toda a energia solar gerada durante o dia - pelos painéis solares - será usada naquele momento e o excedente de energia será incorporado para a rede distribuidora, que retornará ao consumidor como crédito”, explica Albino Motta, presidente da Prátil, uma empresa do grupo Endesa Brasil. Segundo Motta, com a regulamentação da Aneel é possível ter um microgerador em casa, empresa ou até prédio corporativo. “Não importa o lugar, basta ter o espaço adequado para a instalação dos painéis e aproveitar uma energia ecologicamente correta e renovável”. O presidente da Prátil afirma ainda que a empresa oferece suporte em todas as etapas, desde o primeiro momento. “Primeiro, é necessário uma avaliação técnica, onde fazemos a elaboração do projeto, depois damos entrada ao processo de autorização junto à distribuidora, em seguida é feita a instalação e integração dos equipamentos, que entram em operação”, explica. Entre as principais vantagens do equipamento estão: a vida útil, estimada em 25 anos, a manutenção mínima, a geração de créditos excedentes nas contas seguintes. “Tenho uma produção de energia maior que o meu consumo e, hoje, tenho o privilégio de utilizar o ar-condicionado durante toda a noite, além de usar frequentemente o sistema de irrigação no jardim”, explica Aureliano Vasconcelos, um dos usuários do sis-
FOTOS ESDRAS GUIMARAES
“O SISTEMA É SIMPLES E EFICAZ. TODA A ENERGIA SOLAR GERADA DURANTE O DIA - PELOS PAINÉIS SOLARES - SERÁ USADA NAQUELE MOMENTO E O EXCEDENTE DE ENERGIA SERÁ INCORPORADO PARA A REDE DISTRIBUIDORA" tema de energia solar. “O mais interessante é que o sistema não gera nenhum ruído, nem risco de choque elétrico. A manutenção é simples e pode ser feita a cada quatro meses, apenas utilizando água e um pano”, completa.
Energia solar na Casa Cor A Prátil marca presença com painéis e postes solares em quatro espaços da Casa Cor Ceará 2013. “Participar da Casa Cor é estar presente no principal evento de arquitetura e decoração do país. Além de ser o fornecedor oficial da Casa Cor Ceará, a Prátil também for119
necerá a energia da Casa Cor Rio, em ambas, com exclusividade no segmento”, pontua Albino Motta. A Casa da Brisa, do arquiteto Marcílio Lopes, possui painéis solares no jardim de entrada, onde os visitantes podem ver os equipamentos funcionando. “A ideia é ter esse complemento junto com a companhia de energia elétrica. O investimento já não é tão alto quanto antigamente e o melhor é que a tendência é que os preços baixem. Hoje é possível implantar o sistema de energia solar com valores que vão a partir de R$ 14 mil”, revela Lopes. O Escritório Jardim, do arquiteto Roberto Pamplona, é um dos principais espaços do evento e conta com uma planta solar de 2,2 Kwp, composta por oito painéis fotovoltaicos. Já no Pátio dos Ventos, das arquitetas Liane Feingold e Laura Rios e na Praça Macambira, do arquiteto Ney Filho, foram instalados postes solares, que iluminarão os ambientes com a luz do sol. Além destas instalações, a Prátil é responsável pela subestação elétrica do evento.
TECNOLOGIA
PRINCIPAIS VANTAGENS DA ENERGIA SOLAR
Uma planta fotovoltaica tem uma vida útil estimada em 25 anos. Uma vez que o aumento constante dos preços de energia elétrica é uma realidade, utilizar a geração de energia solar significa economizar na conta de luz durante todo o período de funcionamento do sistema. Manutenção mínima: O sistema solar não possui equipamentos motores. Por isso, a manutenção se restringe apenas à realização de limpezas anuais, quando houver acúmulo excessivo de poeira ou resíduos. A própria água da chuva já se encarrega de uma limpeza recorrente. A energia solar não é poluente. A poluição decorrente da fabricação dos equipamentos necessários para a construção dos painéis solares é monitorada e, utilizando formas de controle existentes, podem ser compensados posteriormente na própria utilização do sistema de geração. Ao trazer a geração para mais próximo do consumo, a geração solar distribuída contribui para o sistema elétrico já que posterga a necessidade de reforços em linhas de transmissão e distribuição.
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MODA
A versatilidade da azulejaria
O ano de 2013 viu de perto o boom da azulejaria ilustrada invadindo as passarelas, com o duo de azul e branco típicos de Portugal decorando peças de vestuário e acessórios até de cozinhas e escritórios
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AFP/ EVARISTO SA
CALLEN LEÃO callen@opovo.com.br
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e Portugal para o mundo, os azulejos ilustrados foram parar em murais de casarões coloniais e prédios históricos. A fachada da Casa Cor Ceará, do ano passado, feita pelo designer Pedro Esdras reviveu esse uso como tendência contemporânea, com traços e tons lusos em colunas entre grandes espaços brancos do muro externo próximo à Praça Portugal. Outro destaque foi na edição de 2011, quando o artista plástico cearense Rian Fontenele esteve entre os prestigiados no espaço Loft Cearense, assinado pelas arquitetas Laura Rios e Liana Feingold com várias peças de artistas do estado. "A gente já conhecia o trabalho do Rian por conta de exposições em galerias", conta Liana. "Mas esse painel de teve uma proposta do próprio Rian, e a gente adequou a arte que ele já estava desenvolvendo sobre uma revoada de pássaros com técnica de impressão a laser sobre cerâmica", descreve a arquiteta. A febre mais recentemente na aplicação dessa estampa, que apela para o clássico da arquitetura colonial, foi no universo da moda, como as apostas dos italianos Valentino e Roberto Cavalli para o Verão 2013 e em várias passarelas do Verão 2014 da São Paulo Fashion Week. Várias lojas de fast fashion foram tomadas pela presença dos florais e arabescos desde peças básicas, como camisetas e calças, até completos conjuntinhos e casacos mais sofisticados. O equilíbrio dessas peças tornou-se a chave para não errar. “Não tem muita regra”, conforme conta Alexandre Macedo, coordenador de estilo da marca paulistana Modene. “Fica lindo se usar peças dessa estampa com outra na cor branca, cinza e azul marinho, mas até mesmo jogando com uma peça de cor mais forte, como laranja, vinho ou pink fica superestiloso”, indica Macedo.
A FEBRE MAIS RECENTEMENTE NA APLICAÇÃO DESSA ESTAMPA, QUE APELA PARA O CLÁSSICO DA ARQUITETURA COLONIAL, FOI NO UNIVERSO DA MODA, COMO AS APOSTAS DOS ITALIANOS VALENTINO E ROBERTO CAVALLI
Design e decoração O designer cearense Ramon Cavalcante, também conhecido pelo 123
OFICINA BRENNAND
A Oficina Brennand, no bairro da Várzea, a 13km do centro, é ponto turístico no Recife e abriga mais 1500 peças de cerâmica, com destaque para as esculturas, em uma área onde a Mata Atlântica ainda está presente. Lá, a famosa Fábrica de Cerâmica do artista plástico Francisco Brennand pode ser visitada. A oficina funciona como um museu a céu aberto, repleta de exemplares. Além disso, a Accademia é outro espaço de destaque onde o visitante conhece o lado pintor do artista, que expõe ali telas diversas desde 2003. Saiba mais em: brennand.com.br
restaurante e espaço cultural Mambembe, Comida e Outras Artes, aderiu ao uso dos azulejos como base para expressão criativa. Dessa vez, não necessariamente atrelado aos traços e tons portugueses. O azulejo funcionou como plataforma para as ilustrações cheias de cores que ele cria sobre situações do cotidiano, alguns expostos na internet (ramon.tanlup.com). “Quando eu fiz essas ilustrações tinha imaginado como suporte apenas o digital mesmo, essa era a ideia, mas as pessoas começaram a insistir para ter as peças em casa, materialmente, e eu fui em busca de soluções para isso”, diz o designer. “O azulejo não foi minha primeira opção, testei em MDF e PVC, mas ainda não era aquilo que eu queria”, recorda. “Pesquisei algumas técnicas de impressão em cerâmica, tanto artesanais como industriais como o caso
MODA
ETHI ARCANJO
da sublimação, que é o que eu uso, assim que imprimi a primeira peça me convenci de que tinha encontrado a forma”, conta Ramon, que chegou a produzir entre 3 e 5 mil peças, vendidos em eventos de lançamento e na webstore. “As ilustrações foram criadas ao longo de 2012, mas ainda hoje eu recebo encomendas”.
Outros usos Antes de chegar a essas aplicações que temos visto no campo das artes plásticas e da moda, a cerâmica esmaltada já era conhecida no século XII, no Oriente, e foi bastante utilizada pelos árabes no norte da África, vindo daí os termos azulej e az-zulaich. Depois, levada pelos mulçumanos durante a invasão às terras ibéricas, serviu de base para a expressão criativa em diversos usos, como painéis, muros e detalhes de palácios como os registrados em Andaluzia, no sul da Espanha, e Sintra, em Portugal. A técnica de trabalhar superfícies planas de barro com camadas de tinta branca e ilustrações sobrepostas deu origem ao azulejo como o conhecemos atualmente, como uma cerâmica mais fina. No Brasil, essas plaquinhas de tradição portuguesa alcançaram fachadas de prédios e casas em ruas de São Luis, Recife e Fortaleza, por exemplo. Mas em relação a produção nacional, a Ilha de Marajó é apontada como um dos pontos de partida em pesquisas sobre cerâmica no país. O material trabalhado por lá era fruto do artesanato indígena, como instrumentos decorativos e acessórios de cozinha, utilizando técnicas como raspagem e pintura. Cândido Portinari, conhecido por telas coloridas e de temáticas nacionais, como a obra Mestiço, da década de 30, também trabalhou com azulejaria. Ele desenvolveu dois painéis de azulejos para o Palácio Capanema, no Rio de Janeiro: Conchas e Hipocampos e Estrelas-do-mar e Peixes, no início dos anos 1940, com dimensões de 9,90 x 15,10 m. Portinari assinou esses painéis em degradê de azul e branco, com formas diversas e traços que se aglutinavam através de uma linha desBUCHICHO MORAR BEM
MUSEU NACIONAL DO AZULEJO EM PORTUGAL
Se você é apaixonado por azulejos e vai passar por terras lusas, que tal conferir as exposições do Museu Nacional do Azulejo (MNA) em Lisboa? Por 5 euros, o visitante tem acesso ao acervo que conta a história da azulejaria no país desde o século XVI até os dias de hoje. Em 2013, até o final de novembro, o MNA conta com uma exposição temporária sobre o trabalho do pintor espanhol Miquel Barceló, para quem a cerâmica é a matéria-prima. Aos domingos e feriados a entrada é franca até 14h. Saiba mais em: museudoazulejo.pt SEM FOTOS
Fala, Roberta! Durante a 24ª edição do Prêmio da Música Brasileira, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a cantora brasileira e descendente de portugueses, Roberta Sá, passou por lá nada despercebida. A escolha do vestido inspirado na tendência de azulejaria lusa não foi em vão. A cantora sobre essa e outras escolhas meio à moda brasileira, meio à portuguesa. Buchicho Morar Bem: Roberta, como são escolhidas suas peças de figurino? Roberta Sá: Quando vou fazer algo específico pra alguma turnê, chamo alguém pra assinar o figurino. Trabalho muito com a minha amiga Isabela Capeto. Recentemente cantei no Rock In rio, e a Lenny Niemeyer fez um body com uma imagem linda da Baby e eu fiquei muito feliz com o resultado. Uso muito Têca também. A prioridade é dos estilistas brasileiros, sem dúvida. Até porque visto o Brasil na minha música. BMB: E como vocês chegaram à escolha do vestido usado durante o Prêmio da Música Brasileira, uma peça com referência nessa tendência dos azulejos? Roberta: A minha irmã, Helô Rocha, da marca Têca, fez uma coleção toda inspirada no Rio Grande do Norte, com rendas e bordados, que tem influência portuguesa. Assim que vimos o desfile, eu e Milton Castanheira separamos esse vestido. BMB: Há outras peças no seu guarda-roupas e na decoração de casa e escritório atualmente com essa referência? Roberta: Muitas! Peguei muitas coisas dessa coleção da Têca. Fora isso, tenho louças portuguesas. Sou bastante apaixonada por esse tema, tanto na roupa, quanto na decoração. 124
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tacada. A influência cubista do artista se deveu, entre outros aspectos, ao encantamento com a obra de Picasso, o painel Guernica, quando visitou o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMa), no final dos anos 1930. Atualmente, Guernica encontra-se no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, na capital espanhola, mas na época em que foi vista pelo artista brasileiro o choque das formas e grandes dimensões passou a inspirar suas telas, além do painel em azulejo. Outros grandes espaços assinados por ele foram os murais "Guerra" e "Paz", feitos sob encomenda pelo governo brasileiro como presente para a sede da ONU, nos Estados Unidos, nos anos 50.
AFP/ EVARISTO SA
CEMITÉRIO DOS AZULEJOS
São Luiz, a cidade dos azulejos
Conhecida pela variedade de azulejos usados em fachadas pelas ruas do centro histórico, a capital maranhense é conhecida como a cidade dos azulejos. As construções usavam azulejos para amenizar os efeitos do calor, além de decorar painéis e detalhes internos dos casarões. A matéria-prima vinha de Portugal, a partir de cidades como Lisboa e Porto. O acervo arquitetônico do centro de São Luiz mereceu até título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, recebido em 1997. FONTE: UNESCO/IPHAN
No Brasil, há alguns lugares onde é possível encontrar e até encomendar cópias de azulejos antigos, que já estão fora de linha ou são difíceis de encontrar. Ideal para quem precisa repor peças em casa durante reformas ou deseja um ar vintage para a decoração, como os que são encontrados em Recife e São Paulo.
Estampa colonial
Desenhos barrocos, típicos da arquitetura colonial portuguesa e de antigos porcelanatos, além de estampar novos azulejos foram parar em vestidos, camisas, acessórios, vasos e móveis. Os tons de azul e branco e os desenhos delicados com flores e arabescos viraram hit na moda e no design. Como na coleção Resort 2013 do Roberto Cavalli, no mobiliário da empresa Boca do Lobo e nos vasos da marca Front.
Sucata dos Azulejos Rua da Paz, 186, Afogados - Recife Fone: (81) 3428.3506 Cemitério das Cerâmicas Estrada dos Remédios, 780, Afogados - Recife Fone: (81) 3074.0630 Cemitério dos Azulejos Av. Celso Garcia, 5635 - Tatuapé São Paulo Fone: (11) 2296.0859 125
Pendente Tivoli com o interior na cor ouro fosco
CAMPELO INDICA Vitrine com os lançamentos dos lustres mais luxuosos do mundo do design, da decoração e da arquitetura
Pendente Riviera em dourado fosco com pedras naturais
Pendente Tango em preto com interior na cor ouro fosco e em branco
Informe Publicitário
Pendente e Arandela Brooklin com haste em corda, acabamento em espelho e lâmpadas de filamento de carbono
Pendente e Arandela Regatta em mosaico de madrepérola
Av. Santos Dumont, 3701 - Aldeota 3267.1188 | www.paroma.com.br
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Francisco Campelo
é colunista de sociedade do Buchicho, apresentador do programa Circuito A, na TV O POVO. Campelo conhece o melhor do mundo do glamour e do luxo
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TOP 10 DO CAMPELO A Circuito A faz um giro pela Casa Cor e elege os dez principais destaques da edição de 2013
Nas próximas páginas, vou apresentar pra vocês de forma aleatória os 10 espaços que mais gostei na Casa Cor Ceará 2013. Alguns pelo design, outros pelas ideias inusitadas e outros pelo conjunto e harmonia da obra. Vamos conferir! FOTOS ESDRAS GUIMARAES
TOTALMENTE COSMOPOLITA Totalmente cosmopolita e repleto de objetos assinados por designers famosos, o Living criado por Racine Mourão é na minha opinião um dos melhores espaços da Casa Cor ano e forte candidato a levar o troféu de Melhor Espaço de 2013. Destaque para a harmonia das cores e o uso adequado de móveis e objetos de designers famosos no mundo inteiro como Jaimes Hayon, Achille Castiglione, Tom Dixon, Gaetano Paesce, Jean Marie Massaud, só pra citar alguns.
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VALORIZAÇÃO DO CEARENSE O Restaurante, criado por Sergei de Castro, segue linhas rústicas e faz uma linda homenagem a São Francisco, protetor dos animais, meu santo de devoção, nome do Papa atual e por acaso também meu primeiro nome. A utilização de várias telas, elementos decorativos e arte popular criados por artista cearense credencia o ambiente como um serio candidato ao título de espaço que Melhor Valoriza o Artista Cearense, um dos prêmios concedido pela organização do evento.
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BANHO DE CORES E CRIATIVIDADE Indiscutivelmente um dos ambientes mais criativos da Casa Cor Ceará 2013, o Espaço da Cor é na verdade uma Galeria de Arte, projetada pela arquiteta Rosalinda Pinheiro, que conseguiu de forma genial brincar com a escala pantone, fazendo um degradê que vai do piso ao teto; às vezes combinando com móveis, luminárias e objetos de design dos mesmos tons, e em outras vezes fazendo exatamente um contraste ainda mais interessante. Seria candidata ao título de espaço Mais Criativo de 2013.
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DESIGN, ARTE E TENDÊNCIAS Super contemporâneo o Escritório Design assinado por Celene Gurgel, Sadia Gurgel, Mirna Albuquerque e Anelisse Bluhm faz uma bonita homenagem ao artista plástico cearense radicado na Itália Bruno Pedrosa, um ex-monge beneditino que tem suas peças expostas em importantes museus do mundo. O espaço utiliza acabamentos e objetos que são tendências fortíssimas, como os cimentícios da LPM by Santelmo, os móveis de acrílico da Galpão D e Le Spec, além de telas e esculturas do artista homenageado.
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UMA CAIXINHA DE SURPESAS No espaço Escritório Jardim projetado pelo arquiteto Roberto Pamplona uma homenagem a Luciana Dummar, nossa adorável Presidentes do Grupo O Povo de Comunicação, eleita uma das 10 Mulheres Mais Elegantes de 2013 e sem dúvida alguma uma das personalidades de presença mais marcante do Ceará. Por fora reto, aparentemente inacessível e até árido, o ambiente é na verdade uma caixinha de boas surpresas, e revela por dentro cheio de cores alegres, luzes acolhedoras, formas criativas, ideias interessantes e lembranças marcantes. Destaque para o retrato da Luciana Dummar feito artista plástico cearense Vando Figueiredo com picotes de jornal e revistas e para o imenso aparador com gavetas de diferentes tamanhos e cores executado pela Marcenaria Fábrica de Soluções uma velha parceira do arquiteto. Forte candidato a um dos prêmios deste ano!
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UM CONVITE AO DELEITE O Espaço Gourmet, criado por Ana e Juliana Melo, tem recebido muitos elogios e é um dos meus preferidos este ano. Logo na entrada dois pares de vasos vietnamitas dão as boas vindas a quem chega e confirtáveis cadeiras da Mac convidam o visitante a sentar e curtir o espaço. Na parte interna destaque para o inusitado balcão em formtato triangular, as fotos de massas by Esdras Guimarãies e as caderias Bossa do designer Jader Almeida (com detalhes em palhinha e uma pegada de anos 1960).
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O VINTAGE É SUSTENTÁVEL Como ar tão eclético quanto cosmopolita, a Varanda do Ventos com Fachada interna assinada pelo arquiteto Erico Montiero é outro candidato fortíssimo ao meu título de Melhor Espaço da Casa Cor deste ano. A utilização de objetos antigos, outros vintage e a preservação do piso e revestimentos originais da casa também credenciam o ambiente como um serio candidato ao prêmio que envolvem questões de sustentabilidade. A fachada coberta por um bonito painel de samabaias tem chamado muita a atenção dos visitantes.
Ambiente interno do AliceS Buffet
Qualidade, estilo e bom gosto para sua casa. Rua Sen. Carlos Jereissati, 230, Jardim das Oliveiras Fortaleza - Cearรก - Brasil (85) 3239.0030
Ambiente interno do AliceS Buffet
Beleza e Glamour que fazem toda a diferenรงa desde a entrada Rua Sen. Carlos Jereissati, 230, Jardim das Oliveiras Fortaleza - Cearรก - Brasil (85) 3239.0030
NOBREZA E SOFISTICAÇÃO ABREM PORTAS PARA O SUCESSO
Rua Sen. Carlos Jereissati, 230, Jardim das Oliveiras Fortaleza - Ceará - Brasil - (085) 3239.0030
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OÁSIS URBANOS SUSTENTÁVEIS Lançando o conceito dos “parklets” (micro oásis urbanos que já apresentei na minha coluna no Buchicho Casa, um caderno especial sobre arquitetura e decoração toda terça-feira no jornal O POVO), o espaço Parque dos Ventos leva assinatura das arquitetas Laura Rios e Lia Feinglod e se credencia naturalmente como um dos candidatos mais fortes ao título de espaço ecologicamente correto e mais sustentável da Casa Cor Ceará 2013. O ambiente fica na parte exterior da casa, usa energia solar, madeira de reaproveitamento, oferece serviço de wi-fi gratuíto e começou a ser usado pela população ainda durante as obras.
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SONHO DE UMA IT GIRL O Loft da Velejadora, criação da arquiteta Ana Virginia Furlani, é um verdadeiro sonho para toda it girl que goste de esportes. Amplo, divertido, confortável e super descolado, o espaço está repleto de referencias interessantes, como os móveis de designers contemporâneos (como o belo sofá da Le Spec), os objetos vintage (observe a geladeira antiga e o telefone de disco) e o painel feito com as samambaias, que voltaram com força total na decoração de interiroes já há algum tempinho. Eu particularmente adoro e uso muito em casa!
A SOFISTICAÇÃO DO VERMELHO No Lounge de Segurança criado por Flávio Farias um banho de vermelho que trouxe muita sofisticação ao ambiente. Para completar o requinte, móveis e objetos assinados por nomes famosos como as telas do grande pintor Di Cavalcanti, o lindo sofá do designer e também arquiteto Guilherme Torres, o tapete aubusson, a escultura clássica em mármore italiano, as cadeiras antigas compradas em antiquário na França e até mesmo a parede de espelhos, que deu profundidade e amplitude ao espaço. 134
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VITRINE DO CAMPELO Um colírio para os olhos com produtos que valorizam qualquer projeto. Tem luminárias, móveis, cubas especiais, centros de mesa e muito mais. Confira e escolha os seus preferidos!
Luminária jeans, da Diesel
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TUDO AZUL Geladeira jeans, da Smeg
Poltrona do designer Jader Almeida para Galpão D
Poltrona Peacock da Cappellini para Galpão D
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PEROLIZADOS Dom Perignon serie limita do designer Jeff Koons
Lustre Dolcetti da Corbett Lights para Paroma
Revestimento em madrepĂŠrola da LM by Santelmo
Bar D. Manuel , da grife Boca do Lobo
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LUXO ABSOLUTO Sapato Christian Louboutin com spikes
Candelabro S 15 da grife alemã LZF
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Champanheira da grife francesa Christofle
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ORGÂNICOS Luminária by David Trubridge para Paroma
Cubas de areia petrificada da LPM by Santelmo
Lustre dos designer Irmãos Campana para Baccarat
Cadeira Fun do designer Tom Dixon
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Mesa da Sierra
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CASA COR EM FESTA
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Em noite de festa, a Casa Cor Cerรก reuniu profissionais, homenageados e convidados que apreciam arquiterura, design e arte 3
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1 - Carol Figueiredo, Luciana Dummar, Melaine Diogo e Roberto Pamplona 2 - Governador Cid Gomes entre Antônio e Valéria Cãmara 3 - Juliana Melo e Daniel Moraes 4 - Prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio com Tereza Borges 5 - Valéria e Antônio Câmara 6 - Luciana, Filipi e Vaninha Dummar 7 - Cerimonia de abertura 7
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1 - Caetana Dummar 2 - Gerson e Bela Castelo Branco 3- Edyr Rolim 4 - Andrade Mendonça, Lino Villaventura e Francisco Campelo 5 - Alberto Oliveira, Ana e Maria José Melo 6 - Daniel Moraes e André Melo
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ROBERTO KENNEDY
SERVIÇO
Amaury Jr. - 9650 5190
Laura Rios e Liana Feingold - 3215 4519
Ana Melo e Juliana Melo - 3458 1881
Lia Sampaio e Erasmo Pereira - 3231 0027
Ana Virginia Furlani - 3032 2526
Ligia Silveira e Luana Silveira - 3264 8477
André Monte - 3224 4879
Lívia Nogueira - 3271 1217
Brenda Rolim - 3021 6310
Marçal Barros - 3248 5653
Bruno Ary e Ney Filho - 8739 2432
Marcelus Caracas e Odete Aragão - 4009 5806
Celene Gurgel, Sadia Gurgel, Mirna Albuquerque e AnelliseBluhm - 3034 2771
Marcílio Lopes - 3273 2779 Maria José Lopes, Ricardo Accioly e Ticiana Lopes - 3458 1661
Célia Pinheiro - 3248 4227
Prycilla Antonucci e Isabele Studart - 9616 2126
Celina Mororó - 9630 9999
Racine Mourão - 3246 0991
Cesar Fiuza e Cesar Fiuza Neto - 3295 2194
Renata Isis - 3476 1810
Chistiane Boris - 3244 5847
Roberta Aguiar Tomaz e Maria Christina Bessa - 3044 7999
Diandra Alves, Mirna Studart e Sarah Castro - 3241 4867
Roberto Pamplona Jr - 3486 1280
Edimara Carvalho e Verônica Martinez - 9996 4272
Róger Monte - 9958 0183
Eduardo Mourão, Pedro Mamede e Antônio José Batata - 3067 2364
Rosalinda Pinheiro - 3264 6558 Sergei De Castro - 3234 1261
Emília Porto e Albaniza Cunha - 3242 2444
Sophia Romcy - 9156 8121
Érico Monteiro - 3023 2479
Susana Clark Fiuza - 3264 0276
Fabio Braga e Júlio Vieira - 8109 3875
Teco Colossi e Magdalena Bonfim - 3268 2053
Flávio Farias - 3393 3410
Telma Aguiar e Márcia Albuquerque - 3264 5957
Jamille Mendes, Gloria Plutarco e Geórgia Vieira - 3055 6335
Valeria Maldonado - 3265 4478
Kel Oliveira e Dayanne Santos - 3021 6233 BUCHICHO MORAR BEM
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Tratamento de Pisos Porque na natureza nada se perde,
NÓS TRANSFORMAMOS
Tel.: (+55 85) 8865.6165| adm-cp@hotmail.com R. São Paulo, 32, Sala 701, Fortaleza - Ceará - Brasil