The Wall

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O MITO COMO UM SURFISTA CAMPEÃO MUDOU VIDAS DE CRIANÇAS DE RUA

SPORT-TECH

DOUTOR NICOLELIS PROMETE REVULUCIONAR O MUNDO

AS DUAS FACES OS PONTOS DE VISTA DE UM DESAFIO

NINGUEM ACREDITA

OS MAIS POLEMICOS ATACAM DE NOVO

EDIÇÃO #1 | FOR FREE

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EX-PUGILISTA GANHA DESTAQUE INTERNACIONAL DEVIDO AO SEU TRABALHO COM COMUNIDADES CARENTES


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MINHA PERDA FOI A MAIOR CONQUISTA. REDATOR CHEFE Luiz Cardo DIRETOR DE ARTE Nathália Nascimento EDITOR DE ARTE Victor Pires EDITOR Jouse MacQueain REPÓRTER Fabinho inho inho Silveira DESIGNER Jose Mourinho REVISÃO Justin Spears ESTAGIÁRIO Frederico Mercúrio CONSULTOR Leonel Messi COLABORADORES DESTA EDIÇÃO Mathew Loirinho@ gmail.com Faria, Lukitas Kalili, Caio Locura Biscoito Oreo e o Patriks COORDENAÇÃO Nelson Solene ATENDIMENTO AO LEITOR Chubby Pires APOIO EDITORIAL Selton Mello PESQUISA E INTELIGÊNCIA DE MERCADO Jonas Brothers TREINAMENTO EDITORIAL Reynaldo Pirex PUBLICIDADE CENTRALIZADA Ostroxa Silva EXECUTIVOS DE NEGÓCIO François Chardonnay, Geraldo Fetuccini, Alessandra Hicha GERENTE DE ESTRATÉGIA COMERCIAL Maria Gomes Amelia DESENVOLVIMENTO COMERCIAL Oscar Alho INTEGRAÇÃO COMERCIAL Xu Cariente MARKETING E COMERCIAL Jim Pooo Youg Mon Pum Panf PLANEJAMENTO, CONTROLE E OPERAÇÕES Jimi James RECURSOS HUMANOS James Jones

engraçado, nem percebemos. Quando vamos para lugares dentro do nosso ambiente natural nem percebemos o que se passa ao nosso redor, o nosso cérebro nem se quer » É

« repara no que está acontecendo a não ser que alguma coisa inesperada aconteça. A The Wall, acredita que o fator inesperado é um elemento que além de fazer diferenças, faz mudanças. A nossa revista faz parte desse fator, mostrando ao nosso público que há pessoas que por serem diferentes elas também fazem mudanças e, além disso, há também pessoas que não são diferentes porém inesperadas e mudam o meio social onde elas residem. Parece impossível fazer o mesmo que essas

pessoas mas, como um velho sábio congelado disse um dia "É divertido fazer o que parece impossível". Na nossa primeira edição gostaríamos que ficasse evidente que não há limites para aqueles que se esforçam. Agradecemos muito a oportunidade que esse projeto oferece e esperamos que a TW seja um modelo de inspiração para todos aqueles que se encontram em estado de desânimo. O esporte não traz somente saúde mas também esperança e novos sonhos. Vamos começar o jogo!

Redação e correspondência: Rua Gray Caneca, Latitude 48˚, Longitude 30˚ (tudo pro norte), n˚118, 98˚andar, Meudon, São Paulo, SP, CEP 03429-879, tel (11) 5067-8976 Serviço ao Assinante: Grande São Paulo: (11) 50981234 Demais localidades: 0800-897-1234 sitio na web: www.tw.com.br Impressa na gráfica mais cara de são paulo: Fresninho e seus brothers & CO.

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TODA EDIÇÃO NINGUÉM ACREDITA

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SPORT-TECH

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as novidades para 2012 em primeira mãozinha.

NO PODIUM...

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os locão sem noção que ninguém segura.

BATE-BOLA

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dois pontos de vista de uma solução.

EM FOCO

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Mattzy Murtosa em seu momento de gloria.

SEM BARREIRAS

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Novo tipo de rugby leva jogadores ao extremo.

NESTA EDIÇÃO O MITO

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Surfistinha se mostra foda ajudando os lok.

LUTADOR DE PEDRA

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Projeto ajuda crianças de rua a serem alguém na vida.

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PASSAGEM MARCADA POR RONNIE RON

Atleta perde a vergonha e mostra seu corpo a fim de arrecadar dinheiro para sua passagem para londres.

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A corredora paraolímpica japonesa Maya Nakanishi, que planeja competir nos Jogos Paraolímpicos deste ano em Londres, lançou um calendário em seu país na esperança de financiar seus treinos e a viagem à Inglaterra com o dinheiro arrecadado. A mulher perdeu parte da perna direita em um acidente de trabalho quando tinha 21 anos, e acabou se voltando para o atletismo, conse-

guindo quebrar o recorde nacional nos 200 metros e em salto em distância na sua categoria. Foram produzidas 7 mil cópias do calendário, vendidas por 1.200 ienes (R$ 31) a unidade. Uma parte do dinheiro recebido que não for usado para financiar os gastos da atleta oriental, será revertido em doações para instituições que promovem a inclusão social atravez do esporte. THE WALL Maio 2012


BOXEADOR O PACÍFICO NÃO É LIMITE

Um nadador sem braços nem pernas enfrentou a correnteza e o vento forte para ir a nado de Papua Nova Guiné à Indonésia, a primeira etapa de seu desafio mais ambicioso. O francês Philippe Croizon, de 43 anos, já cruzou o Canal da Mancha e pretende agora nadar entre os cinco continentes para bater o recorde de quem nada mais.

Ai culpa pa entur? Nam eossunt et utemporeriae con parum lab iur, sincil ma sequibeaquo qui odistio nsenis et asinihitatur audam ut quo volupta vellaut vitiumendit qui sim aperiam vellati onsediae nam, vendaerat quo debitatibus. Em faces is porepel incti omnihil libusam quaectiur ronnieloc. Ullit as quas excea ipiscil moludepta tquatiam lautem quam net diaspedi il in comnitis rersper ferumet lit Porum fuga. Nam eaturit ulparum quatius, tem ut fuga. Molorenti.

MEU NOVO BRINQUEDO

FOTOS POR SALIM JAMAL

O Ítalo Romano é um jovem de 21 anos, tímido e de bem com a vida. Cheio de sonhos e esperança, hoje ele é conhecido pelo título de campeão de skate na etapa amadora do Paraná. Muito skatista veterano não encarou essa megarampa, mas o Ítalo conta que esse foi apenas mais um de muitos desafios que a vida colocou em seu caminho e ele não pensou em desistir. Ítalo Romano é um exemplo da superação que o esporte proporciona. THE WALL Maio 2012

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CARTADA DE SORTE

Uma carta enviada para Ross Brawn mudou a vida de Matthew James, de apenas 14 anos. Depois de uma visita do chefão da Mercedes à sua escola, o jovem inglês procurou a ajuda de Brawn. O garoto pediu que o dirigente bancasse a compra de uma prótese biônica, com o valor de R$ 79 mil, e conseguiu. A prática de modalidades radicais como o downhill e o 4x por deficientes físicos já é comum nos países de primeiro mundo.

O NOVO MUNDO O NEOROLOGISTA MIGUEL NICOLELIS MUDA O MUNDO POR KYLE LOCO

Nascido em São Paulo e palmeirense de coração, o médico Miguel Nicolelis já foi considerado pela revista Scientific American como um dos 20 cientistas mais influentes do mundo. Neurocientista, Nicolelis estuda o cérebro, órgão responsável pelos nossos movimentos, pensamentos e até pela escrita e leitura deste texto. Mas o que vem chamando a atenção do mundo e da comunidade científica para os estudos de Miguel Nicolelis são as possibilidades abertas por eles, que incluem a devolução de movimentos a pacientes paraplégicos e tetraplégicos. Para chegar a esse objetivo foi necessário, antes, separar a mente do corpo. O pensamento é uma onda elétrica pequena, na casa dos milivolts, espalhando-se pelo cérebro durante alguns milissegundos. Apesar de serem tão fracas, podemos medir essas ondas com a ajuda de eletrodos conectados aos cérebros. 8

DO MEU JEITO É MELHOR Foi em 2004 que Josh Dueck sentiu a maior dor de sua vida. O esquiador caiu durante treinos no Silver Star Resort, no Canadá, sofreu uma grave lesão medular e ficou paraplégico. Além da dor física, o canadense, aparentemente, estava impedido de praticar o seu esporte. O canadense mostrou sua habilidade no novo esporte, conquistando a prata no slalom sentado nas Paraolimpíadas de Vancouver, no Canadá, em 2010, além do ouro no X Games 2011 e o bronze na edição 2012, ambas em Aspe, no esqui sentado X. “Não tenho palavras para descrever como fiquei impressionado e assustado. Mas os médicos sempre me disseram para olhar para a frente”, disse Dueck. THE WALL Maio 2012


IRONMAN NADA IMPEDE O SONHO CHEGAR AO TOPO. POR SUPINO OREO

Kyle Maynard, de 25 anos, pretende escalar o monte Kilimanjaro, na Tanzânia, que chega à altitude de 5.895 metros e é o pico mais alto do continente africano. Por uma doença congênita, teve braços e pernas amputados quando ainda era criança. Caso seja bem-sucedido, ele será a primeira pessoa com amputação quádrupla a conquistar o topo.

NO TATAME

OSCAR CONTRA TODAS

Oscar Pistorius, 24 anos, foi o primeiro atleta paraolímpico a disputar o Mundial de atletismo. Dono de quatro títulos em Paraolimpíadas, ele começa a dar saltos mais ousados em sua brilhante carreira. Em Daegu, na Coreia do Sul, palco da competição, correu a prova dos 400m no último fim de semana. Amputado desde os 11 meses de idade, o sul-africano corre com o auxílio de próteses. Com o tempo veio o destaque internacional, o que, há pouco mais de três anos, desencadeou uma discussão sobre a legimitidade de suas marcas quando comparadas a corredores normais. THE WALL Maio 2012

José Aldo da Silva Oliveira Júnior é um lutador brasileiro de MMA. Ele é o atual campeão do UFC na categoria peso pena representando as artes marciais brasileiras. Apesar de ter uma faixa preta em jiu-jitsu, Aldo mostra-se cada vez mais em evolução na trocação conseguindo grandes nocautes. Atualmente, segundo os mais famosos rankings de MMA, Aldo é classificado como o Peso Pena número 1 e está entre os 3 melhores lutadores peso-por-peso do MMA mundial. Aldo foi consagrado recebendo o prêmio World MMA Awards de "Lutador do Ano de 2010". 9


ESPORTES AJUDAM NA RECUPERAÇAO FISICA E PSICOLOGICA

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SUPERE-SE “A ADVERSIDADE FAZ COM QUE ALGUNS HOMENS QUEBREM E OUTROS QUEBREM RÉCORDES.” WILLIAN A. WARD

Aos 17 anos, o adolescente de classe média paulistana Mauricio Cotrim perdeu uma de suas pernas em um acidente de carro. Ele acreditava que nada poderia dar certo pois não conseguia se mover direito. Após seu período de recuperação ele tentou praticar algum esporte para fortalecer o que tinha sobrado de suas pernas, após anos treinando Mauricio recebeu o devido reconhecimento,

ele havia ganhado o promeiro lugar em 100 metros rasos competindo contra pessoas que não portavam deficiência fisica, muitos criticavam falando que sua protese ajudava a ganhar mais velocidade porém mauricio provou que não era a protese e sim seu desejo pela vitória. Quando completou 20 anos (2008) foi convocado para representar o Brasil nos jogos olímpicos em Pequim.

ATIVIDADE F’ISICA » CEREBRO LIBERA ENDORFINA» SENÇAÇAO DE FELICIDADE, VONTADE DE VENCER

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POR TWIN SHADOW FOTOS POR FETUTTINE TOTTI

O SONHO DE UM DOS MAIORES SURFISTAS BRASILEIRO TRASFORMA VIDA DE JOVENS QUE VIVEM EM FAVELAS

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A ONG Projeto Ondas Surf e Cidadania foi criada em 1999 pelo surfista profissional e campeão Jojó Olivença em Ubatuba,mas só foi reativada e ganhou maior força em 2005 quando conseguiu um patrocínio e se mudou para a cidade de Guarujá (SP) com o objetivo de resgatar crianças e adolescentes que vivem em situação de risco, envolvendo-os no clima saudável da prática do surf, oferecendo atividades que enaltecem valores morais que possam fortalecê-los diante das adversidades e os façam trilhar os bons caminhos da vida, que contribuirá diretamente na cidade onde eles vivem. A preocupação da ONG “não é formar bons surfistas, mas sim bons cidadãos”, como afirma Jojó Olivença. Sendo assim, além das aulas sobre a modalidade esportiva, as crianças recebem aulas de natação, artes, noções sobre preservação do meio ambiente, solidariedade e futuramente terão acesso a cursos profissionalizantes que possam inserí-los no mercado de trabalho. As 60 crianças que hoje frequentam o projeto dispõem também de acompanhamento psicopedagógico e do auxílio de uma assistente social que procura encaminhar para a solução problemas enfrentados pelas famílias dessas crianças. O Projeto Ondas é sem dúvida uma bela iniciativa de responsabilidade social que acontece na cidade do Guarujá, balneário que recebe milhares de turistas durante o

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“QUANDO EU ME ACHAVA NA MERDA SEMPRE VINHA ALGUEM E ME MOSTRAVA QUE MINHA VIDA AINDA PODIA PIORAR” ano todo e que investe muito pouco no futuro das crianças, já que ainda nos dias atuais pode-se ver muitas delas trabalhando pelas esquinas, expostas a toda sorte de riscos. “Entrei no projeto com 11 anos, as professoras ensinam várias coisas, as crianças pequenininhas estão

aprendendo a ler e escrever aqui.” Thainá Aparecida Vieira, 15 anos. “Nos ensinam a ser cidadoes dignos, a respeitar o próximo.Nos temos várias oportunidades aqui de descobrir qualidades que ninguem imagina que tem, voce acaba se surpreendendo consigo mesmo.” Isabella S. Do Carmo, 13 anos. As atividades do projeto acontecem duas vezes por semana em horarios não escolares para não prejudicar a educação das crianças, e oferecem reforço escolar “Ondas do Saber”, hora do lanche, concientização ambiental “Onda ecológica”, atividades de coleta de microlixo, oficinas de E.V.A, oficinas de compostagem,aulas de artes “Onda artistica”, valores para um cidadão “Surfando valores”, capoeira, oficinas de grafite e aulas de surf.O Projeto Ondas é sem dúvida uma bela iniciativa de responsabilidade social que acontece na cidade do Guarujá,balneário que recebe milhares de turistas durante o ano. THE WALL Maio 2012


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ANOS QUE O PROJETO EXISTE E REALIZA SONHOS DE FAMÍLIAS

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R$120.489,03

DIARIAS É O TEMPO QUE AS CRIANÇAS DEDICAM AO PROJETO PARA APRENDER A SURFAR, LER, ESCREVER E OUTRAS ATIVIDADES.

FOI A QUANTIA QUE A ENTIDADE ARRECADOU COM CAMPEONATOS DE SURF, DOAÇÕES, PATROCINIOS, COM O LIVRO “SURF BASICS FOR DUMMIES” E PALESTRAS DE AUTOAJUDA NO YOUTUBE DURANTE O PERÍODO DE 2011, 2012 E 2013.

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ONG Projeto Ondas Surf e Cidadania foi criada em 1999 pelo surfista profissional e campeão Jojó Olivença em Ubatuba,mas só foi reativada e ganhou maior força em 2005 quando conseguiu um patrocínio e se mudou para a cidade de Guarujá (SP) com o objetivo de resgatar crianças e adolescentes que vivem em situação de risco, envolvendo-os no clima saudável da prática do surf, oferecendo atividades que enaltecem valores morais que possam fortalecê-los diante das adversidades e os façam trilhar os bons caminhos da vida, que contribuirá diretamente na cidade onde eles vivem. A preocupação da ONG “não é formar bons surfistas".

CRIANÇAS SÃO ACOLIDAS PELO PROJETO TODO DIA

ANOS É A IDADE MÉDIA DOS ORGANIZADORES DO PROJETO E TAMBÉM O NÚMERO DE MACBOOKS PRO QUE A ENTIDADE POSSUI ATÉ HOJE.

As 60 crianças que hoje frequentam o projeto dispõem também de acompanhamento psicopedagógico e do auxílio de uma assistente social que procura encaminhar para a solução problemas enfrentados pelas famílias dessas crianças. O Projeto Ondas é sem dúvida uma bela iniciativa de responsabilidade social que acontece na cidade do Guarujá, balneário que recebe milhares de turistas durante o ano todo e que investe muito pouco no futuro das crianças, já que ainda nos dias atuais pode-se ver muitas delas trabalhando pelas esquinas, expostas a toda sorte de riscos. “Entrei no projeto com 11 anos, as professoras ensinam várias coisas, as crianças pequenininhas estão aprendendo a ler e escrever aqui.” Thainá Aparecida Vieira, 15 anos. “Nos ensinam a ser cidadoes dignos,

a respeitar o próximo.Nos temos várias oportunidades aqui de descobrir qualidades que ninguem imagina que tem, voce acaba se surpreendendo consigo mesmo.” Isabella S. Do Carmo, 13 anos. As atividades do projeto acontecem duas vezes por semana em horarios não escolares para não prejudicar a educação das crianças, e oferecem reforço escolar “Ondas do Saber”, hora do lanche, concientização ambiental “Onda ecológica”, atividades de coleta de microlixo, oficinas de E.V.A, oficinas de compostagem,aulas de artes “Onda artistica”, valores para um cidadão “Surfando valores”, capoeira, oficinas de grafite e aulas de surf.O Projeto Ondas é sem dúvida uma bela iniciativa de responsabilidade social que acontece na cidade do Guarujá,balneário que recebe.

NADA PARECIA DAR CERTO

A preocupação da ONG “não é formar bons surfistas, mas sim bons cidadãos”, como afirma Jojó Olivença. Sendo assim, além das aulas sobre a modalidade esportiva, as crianças recebem aulas de natação, artes, noções sobre preservação do meio ambiente, solidariedade e futuramente terão acesso a cursos profissionalizantes que possam inserí-los no mercado de trabalho. THE WALL Maio 2012

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IO S C A UC A L


Endae sapereius sum quo quo bla que sum is am quas dolorem lab iur, sum susIs eliquas et autemArchicim aionsequas illorio quis dolo et hil est ommodit maionse prati to volorei cilignis re aboruptati aut dolor alique ipiciistem aliquod.Gerfecrist? Nervicenat, Catis. Egitamdium pra vignontraet publin hacitu quam mei factantiam rei iam intemus. POR MAURICIO LOCURA

THE WALL QUANDO FOI QUE VOCÊ COMEÇOU A PRATICAR ESPORTES LUCAS Ao completar 13 anos. Sempre fui muito precoce, gostava de andar com um pessoal mais velho da Pompeia, bairro onde eu morava. Tinha atração pelo proibido, estava sempre atrás de uma adrenalina a mais. Sabia quem eram os caras que cheiravam, que tinham sido presos. Um dia eles armaram o esquema para a minha primeira vez. TW SEUS PAIS NÃO PERCEBERAM SEU USO DE DROGAS E CAMISINHAS? L Eles demoraram para perceber porque já tinham muitos problemas. Meu pai era alcoólatra. Teve um escritório de contabilidade, foi bem-sucedido, mas depois foi se degradando por causa do vício. Então era uma família muito disfuncional. Já existia a Cracolândia, mas era uma coisa bem menor que meu pau.

FOTOS POR KALILI KARAM

TW COMO FOI SUA PRIMEIRA VEZ? M A minha turma da Pompeia começou a andar com um pessoal da Bela Vista. Havia um intercâmbio de drogas e crimes. Foi aí que a gente conheceu o crack. Naquela época, era visto como uma droga de menor de rua, o uso não era tão difundido. Já existia a Cracolândia, mas era uma.o começo achei uma delícia, mas. TW VOCÊ GOSTOU DE PRIMEIRA MÃO? L No começo acheei umaa delícia, mas depois virou uma miséria. Fui ficando cada vez mais e ma paranoico, com o tempo todo. É uma loucura. comecei usando nas ruas, depois fui para o meu quarto e terminei dentro do armário. Minha mãe cansou de me tirar de lá com uma pá no cuzin. THE WALL Maio 2012

“DEI DE CARA COM A ENTREVISTA COM UM EXJUNKIE. ME IDENTIFIQUEI COM A HISTÓRIA DELE. É TUDO MUITO PARECIDO COM A MINHA VIDA" TW QUANDO CHEGOU AO FUNDO DO POÇO VOCÉ CHOROU OU DEU CAMBALHOTA? L No começo de maio de 94 eu tava usando muita droga, tava numa pegada muito forte. Nas semanas anteriores tinha acontecido de tudo. Tava devendo dinheiro para traficantes, apanhei muito. TW QUANDO CHEGOU AO FUNDO DO POÇO VOCÉ CHOROU OU DEU CAMBALHOTA? L No começo de maio de 94 eu tava usando muita droga, tava numa pegada muito forte. Nas semanas anteriores tinha acontecido de tudo. Tava dinheiro para traficantes, apanhei muito.Tava devendo dinheiro para traficantes, apanhei muito.

O Outro lado Bla bla bla Wisksache eu como wiska porque é bem melhor que purina e Pedigre que é bem. Necum abo. Nequo mo mos ut landendic temo beaquod icabore dit fuga. Os sedicil no dia de açoes de graça da hora. TW QUANDO VOCÊ DECIDIU AJUDAR ESSE FILHO DA PUTA? C Foi nessa época. Um dia eu troquei uma TV que tinha acabado de ganhar por uma quantidade grande de drogba que fez o gol na final da champions league foi louco rua. TW QUANDO É SEU NIVER? C Aquilo me interessou. Me identifiquei muito elecom a história dele lorena ipusm que comeu meu cu, Aquilo me interessou me.

TW VOCÊ GOSTOU DE PRIMEIRA OU NÃO? L No começo achei uma delícia, mas depois virou uma miséria. Fui ficando cada vez mais paranoico, com a sensação de estar sendo perseguido o tempo todo. É uma loucura.

TW O QUE TE MOTIVOU A AJUDAR UMA PESSOA ASSIM? C Aquilo me interessou. Comecei a ler e dei de cara com a entrevista com um ex-junkie food beat bou. Muito com a história dele é um viado de merda.

TW VOCÊ GOSTOU DE PRIMEIRA OU NÃO? L No começo achei uma delícia, mas depois virou uma miséria. Fui ficando cada vez mais paranoico, com a sensação de estar sendo perseguido o tempo todo. É uma loucura. Eu comecei usando nas ruas, depois fui para o meu quarto e terminei dentro.

TW COMO SÃO SEUS TREINOS? C Aquilo me interessou. Comecei a ler e dei de cara com a entrevista com um ex-junkie. Me identifiquei muito com a história dele é um viado de merda que adora um doce sem roupa. 17


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QUER窶ヲ ENTテグ ME PEGA POR NELSINHO SOLENE FOTO POR CHUBBY RUBY

Mattzy Murtosa bate novamente seu recorde em grande estilo, dessa vez seus adversテ。rios nem se quer tiveram chance. Com 38.445 segundos de vantagem sobre o segundo colocado, Murtosa vence a corrida de 300 mil metros.

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LUTADOR DE PEDRA POR NELSINHO SOLENE F0T0S POR VICTOR PIRES

Ringue de boxe, academia de ginástica e biblioteca: tudo isso debaixo de um viaduto em São Paulo, onde Nilson Garrido e Cora Batista coordenam um bem sucedido projeto de reintegração de moradores de rua.

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E m 2004, o ex-pugilista Nilson Garrido desafiou o senso comum. Deixou sua casa para fundar um projeto social que mistura sua paixão, o boxe, com lugares considerados inóspitos na cidade de São Paulo, os viadutos. Sob pontes que se tornaram casas de desabrigados e pontos de tráfico de drogas, surgiu o Projeto Cora-Garrido, muito mais do que uma academia de boxe, um trabalho social com esporte, cultura e muito esforço. Em 2009, este pernambucano de 53 anos, criado na capit al paulista desde bebê, chega ao seu terceiro espaço, ampliando seus objetivos

e “deixando para trás” outros dois locais. Além dos projetos na Rua Avanhandava e sob o Viaduto Alcântara Machado, ambos no Centro de São Paulo, uma nova ponte sofreu a intervenção, no bairro de São Miguel Paulista, na Zona Leste da cidade. O primeiro passo foi dado há cinco anos, em um pequeno espaço na região do Anhangabaú. Mas foi no bairro do Bixiga - sob uma ponte que não está mais aos cuidados de Garrido - que floresceu a iniciativa, marcada tanto pelos ringues e geladeiras velhas usadas como saco de pancada, como pelo trabalho em retirar pessoas da rua e tentar uma integração delas na sociedade. “Por onde eu passo, monto uma fortaleza e deixo lá os guerreiros nos viadutos. Quando chego num lugar, as pessoas já conhecem quem é o Garrido”, afirmou Nilson. Algo que virou hábito do ex-pugilista é fundar um espaço, deixá-lo pronto e dar o próximo passo. Hoje, um dos espaços é administrado pelo filho, o também ex-lutador Fábio Garrido. O outro tem supervisão de Jaílton de Jesus, que catava lixo na rua quando conheceu o mentor do projeto e também se arrisca no quadrilátero. Em São Miguel Paulista, Garrido

chegou sozinho para desbravar o local. “Passei uma vez por aqui e vi que este viaduto merecia ter algo para as pessoas. Era tudo lixo, morava um pessoal da pesada e achei que podia mudar a cara deste pedaço”. Depois de fazer um vídeo mostrando as dificuldades sob aquele viaduto, a prefeitura cedeu o espaço. Entre os empecilhos, toneladas de lixo jogadas sob o viaduto, resistência de moradores e condições precárias. Dormindo em um sofá desgastado pelo uso, ele ainda espera a prefeitura municipal instalar água e melhorar as condições no local, pouco mais de um mês após a ocupação. 22

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NADA PARECIA DAR CERTO

Até aqui, uma pequena academia com equipamentos doados já foi montada em São Miguel Paulista. Um saco de pancadas e um pneu de caminhão também estão prontos para os novos alunos de boxe. O ringue já teve sua montagem iniciada. “O boxe é a essência do projeto. Jamais vamos deixar de ensinar”, explica Garrido. Seus métodos rústicos de treinos, com geladeiras e molas de caminhão são polêmicos e a falta de um espaço adequado geram recorrentes críticas dos especialistas na modalidade esportiva do boxe. Mas não é só o boxe que aparece THE WALL Maio 2012

“DEI PORRADA EM VÁRIOS FAMOSOS, ROBERT PATSON, CHARLIE CHINN” sob o viaduto. Em outros espaços, já há aulas de capoeira e outras lutas, sendo que sob a Ponte Alcântara Machado, além de dois ringues, há uma pista de street para skate e bicicleta. Garrido agora terá quadras de futebol, mesas de xadrez e dama - já

pertencentes ao local. O projeto mais utópico do excêntrico ex-pugilista é fechar parte do canal que passa ao lado do local e montar uma pista para treinos de atletismo. ”Para mim, esporte é vida, amor, solidariedade. É saber que por meio dele estamos reeducando as pessoas e dando consistência de vida para elas na sociedade”, completou o pernambucano, que também oferece uma vasta coleção livros para os participantes e repassa doações recebidas, como a de roupas. Apesar de já ser conhecido pelo grande público, o projeto ainda passará por uma parte importante. 23


Quando a TW decidiu visitar a academia e conversar com o fundador do projeto acabou se surpriendendo, Nilson Garrido convidou nossos repórteres a passar uma semana na academia e nos treinos de boxe. No final nossas perguntas foram respondidas antes mesmo de começar a entrevista, confira o relato de um dos membros da nossa equipe.

C heguei, observando o lugar vejo uma pista de skate e um estacionamento, o lugar é grande. Dou alguns passos a procura de Garrido e vejo um homem caído no chão 24

chamando por sua mulher sem mexer nenhum músculo sequer para tentar se levantar. Perigo! O homem estava muito machucado. Margarete ouve o chamado e vai as pressas tentar socorre-lo, o homem era Garrido, e com muita dor ele pede para o levantarem sem encostar em seus braços. E nesse momento um dos frequentadores da academia vê o homem ao chão e se assusta, seu mestre estava fraco. Abalado ele exclama “O que aconteceu ? Mestre você está bem ? Mestre eu te ajudo !”. Percebi ai o respeito dos frequentadores da academia Alcantara Machado por seu “mestre”, o homem ajudou a levantar Garrido e sentamos ele em uma cadeira, ele estava realmente muito fraco, não conseguia mexer seus braços e nem os dedos. Mas demonstrando ser

um homem muito vivido ele não fazia expressão de dor, e pediu apenas uma pomada a sua companheira enquanto me agradecia pela sexta básica e me autorizava a entrevistar e fotografar as pessoas no local. Fui então a parte dos aparelhos de musculação, no caminho encontrei o homem que ajudou a socorrer Garrido e ele veio falar comigo, veio contar que tinha ficado muito preocupado quando o viu caído no chão sem se mover. O homem tinha braços fortes, nem os encostava em seu próprio corpo e freqüentava a academia faz tempo, sem timidez nenhuma me contou que é um Super-herói e me mostrou até sua carteirinha, contou também que é um artista e ficaria muito famoso pois conhece muitos médicos internacionais. Continuei a andar THE WALL Maio 2012


“QUANDO EU ESTAVA NA MERDA SEMPRE VINHA ALGUEM E ME MOSTRAVA QUE UM CAMINHO NOVO” pelo lugar escuro e sujo, vazio também em algumas partes como a pista de skate que por não ser muito utilizada virou um estacionamento. E então cheguei a parte que estavam fazendo uso, os equipamentos de musculação. Com música e espelhos os homens que ali se exercitavam exibiam seus músculos fazendo caras e poses ao levantar os pesos, como em uma academia paga.E então comecei a conversar com alguns deles. O primeiro, muito forte, contou para mim que não freqüentava la a muito tempo, mas já tinha feito outra academia antes e preferiu essa pois com o dinheiro que ele gastava na mensalidade da outra academia ele podia guardar para comprar suplementos. E foi assim que reparei que lá não tinha gente de todo o tipo, até gente com THE WALL Maio 2012

um pouco mais de dinheiro que o que procurava era “crescer o braço” como esse homem disse. Os homens até então me mostraram que se preocupam muito com sua aparência como em qualquer academia, mas não se preocupam com a saúde que é muito importante, por exemplo, não se aquecem antes de se exercitarem. Mas eu estava enganada, olhando para o outro lado do viaduto pude ver dois homens se aquecendo, um jovem e um senhor com um pouco mais de idade. Fui conversar primeiro com o senhor. Muito simpático me recebeu com

um sorriso e foi o único que abriu sua vida para mim sem nenhum receio. Me contou que é indigente e começou a freqüentar a academia porque mora em um albergue perto dela, disse também que o deixa triste poucas pessoas que precisam não conhecerem um projeto tão bom. Com o tempo ele foi mostrando que era bom de conversa,falava sem medo e não falava besteira, e então perguntei a ele como ele aprendeu a se aquecer, se ele já tinha freqüentado outra academia antes, e ele me respondeu que não, mas que como ele aprecia muito correr. 25


NÃO AGUENTA... BEBE LEITE! JOGADORES DE RUGBY DE CADEIRAS DE RODAS PROVAM QUE NÃO HÁ LIMITES NA VIDA O rugby se assemelha bastante ao futebol americano, por ter quase os mesmos objetivos e ser um jogo que envolve forte contato físico. As equipes são formadas por quatro jogadores e há oito reservas à disposição do técnico. Esta grande quantidade de suplentes é explicada pela intensidade das colisões entre competidores e cadeiras. Homens e mulheres tetraplégicos atuam juntos. É necessário ter agilidade para manusear a bola, acelerar, frear e direcionar a cadeira. Quadras de basquete de 15 metros de largura por 28 metros de comprimento são utilizadas no rúgbi em cadeira de rodas, ao contrário dos campos de grama convencionais. A quadra é dividida em duas áreas. Há um círculo central e duas áreas-chave (um tipo de “grande área”), que ficam à frente das linhas de gol. Os jogadores de ataque só podem ficar dentro da área-chave por no máximo dez segundos, enquanto três jogadores de defesa têm o direito de permanecer no local por tempo indeterminado. A entrada do quarto jogador na área-chave resulta em

“MESMO EM UMA CADEIRA DOU MAIS PORRADA QUE MUITOS BOYMAGIA POR AI” uma penalidade maxima (falta). O objetivo do rúgbi é marcar o gol, delimitado por duas barras verticais na linha de fundo da quadra. Entretanto, para fazê-lo é preciso passar a linha de gol adversária com duas rodas da cadeira. O atleta deve, obrigatoriamente, segurar a bola. O início do jogo funciona como no basquete:

dois atletas permanecem dentro do círculo central na disputa pela bola, jogada ao alto pelo árbitro. Os atletas podem conduzí-la sobre suas coxas, passá-la para um companheiro de time ou quicá-la. O jogador pode ter a posse da bola por tempo indeterminado, mas precisa quicá-la pelo menos uma vez a cada 10 segundos. O time que tem a posse da bola não pode demorar mais de 12 segundos para entrar no campo do oponente e 40 segundos para finalizar a jogada. Esta medida visa tornar a modalidade o mais dinâmica possível.

MURDERBALL Um documentário sobre a superação através do esporte de pessoas paraplégicas que encontram um novo sentido para a vida. Em cadeiras especiais a lá “Mad Max”, jovens com restrições de movimento nas pernas e braços se enfrentam em quadras de basquete em duelos poderosos. Paralelamente vemos as lutas individuais 26

dos protagonistas: um jovem que busca redenção com o acidente que o feriu, um jogador aposentado que passa a treinar o time do Canadá e é visto como traidor pelos americanos, e um jovem recém incapacitad.

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THE WALL Maio 2012

FOTOS POR BOQUITA DO CONSULADO

POR TWIN SHADOW


THE WALL Maio 2012

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