revista Ano 10 | nº 49 | Junho/Julho de 2013
16º Seminário Nacional de Gestão de Projetos discutirá as principais tendências da área A crise de energia no Brasil e suas soluções, por José Goldemberg
Marina Silva e José Carlos Carvalho se encontram no IETEC
Cledorvino Belini Presidente da Fiat
Investimento em processos produtivos e produtos inovadores
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PÓS-GRADUAÇÃO E MBA 2013
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Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
PÓS-GRADUAÇÃO APERFEIÇOAMENTO 1 semestre / 185 horas-aula
PÓS-GRADUAÇÃO Gestão de Projetos Gestão de Projetos em Construção e Montagem Gestão de Custos Engenharia de Custos e Orçamento Engenharia de Planejamento
Engenharia de Suprimentos Engenharia de Vendas
MBA
Administração de Compras
+ 1 semestre / 435 horas-aula
ESPECIALIZAÇÃO
Análise de Negócios e da Informação Engenharia da Inovação e Melhoria Contínua Gestão e Tecnologia da Informação
Engenharia Logística
MBA
Engenharia de Produção Enxuta
Gestão de Projetos
Engenharia de Processos
Gestão de Negócios
Engenharia Ambiental Integrada
Administração de Projetos
Engenharia de Software
Gestão de Negócios e TI
MBA
EXECUTIVO
+ 1 semestre / 685 horas-aula
INSCRIÇÕES ABERTAS
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Opinião
Capa
Curtas
Cenário
Capacitação
• falta texto, por Ronaldo Gusmão
5 • Produtividade e Qualificação
Profissional, por José Ignácio Villela Jr. Aconteceu no IETEC • Quase mil profissionais participam dos workshops técnicos gratuitos do IETEC, somente nos primeiros meses do ano
8 • Inovação Incremental e Melhoria
Contínua, por José Henrique Diniz
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17
• Capacitação profissional, por Sirley
Carvalho
23 • A crise de energia no Brasil e suas
soluções, por José Goldemberg
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• Fiat, investindo na melhoria dos processos produtivos com inovação e sustentabilidade
• Ex-ministros do meio ambiente visitam novas instalações do IETEC
Conhecimento aplicado Investimento na carreira garante o sucesso, tanto dos profissionais como das empresas: Henrique Santos – Ausenco Carlos Souza – Otis
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10 e 11 • 16º Seminário Nacional de Gestão de Projetos discutirá as tendências na área
18 a 20
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Cursos nas áreas de: • Gestão de projetos • Gestão e tecnologia da informação • Responsabilidade social • Gestão e tecnologia industrial • Gestão da inovação • Meio ambiente • Manutenção • Mineração
13 a 16
Expediente PRESIDENTE | Ronaldo Gusmão DIRETORIA | Diretor Geral: Mauri Fortes/ Diretor de Pós-Graduação e Extensão: Roberts Reis/ Diretora de Pesquisa: Wanyr Romero Ferreira/ Diretor de Projetos Corporativos: Paulo Emílio Vaz/ Diretor de Produto: José Ignácio Villela Jr. COORDENAÇÕES | Administrativo-Financeiro: Sérgio Ferreira / Ensino: Fernanda Braga / Comunicação: Altamiro de Paula Silva / Financeiro: Dayanne Pereira / Informática: Sandro Britto / Talentos Humanos: Silmara Pereira / Treinamento: Vivian Prado / Vendas: Sheyla Matos e Ana Flávia Resende COORDENAÇÕES TÉCNICAS | Gestão de Energia: Carlos Gutemberg / Gestão de Projetos: Clênio Senra / João Carlos Boyadjian / Ivo Michalick / Inovação e Criatividade: José Henrique Diniz / Manutenção: José Henrique Egídio / Meio Ambiente: Antônio Malard / Mineração: Aline Nunes / Qualidade: Pedro Paulo de Oliveira Melo / Sistemas Industriais: José Ignácio Villela Jr. / Tecnologia da Informação: Alexandra Hütner / Telecomunicações: Hudson Ribeiro COORDENAÇÕES DE CURSO | Engenharia de Planejamento: Ítalo Coutinho / Engenharia de Software: Fernando Zaidan / Gestão de Negócios: Rodrigo Meister / Tecnologia da Informação: Antônio de Pádua Pereira REVISTA IETEC | Projeto Gráfico: G30 MKT e COM / Diagramação: Cristina Simão Jornalista Responsável: Harley Pinto (09013/MG) / Impressão: Paulinelli / Foto da Capa: Divulgação Totvs
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Gestão de Projetos Brasil
Ronaldo Gusmão
O Brasil viveu na década passada um processo de estabilização da economia e atração de investimentos, e mais recentemente os investimentos ficaram mais difíceis em função da crise global de 2008 e a volta da inflação nos últimos anos. Isto significa que deveríamos fazer mais com menos recursos, e não é o que está acontecendo com inúmeros projetos (empreendimentos) de infraestrutura, de mobilidade urbana, saneamento e obras para a copa do mundo, para citar alguns. Estamos presenciando via os meios de comunicação o caos logístico no Brasil: nos portos, aeroportos e rodovias, os atrasos nos estádios de futebol e principalmente o estouro nos custos das obras públicas. È inconcebível e inaceitável um estádio de futebol, uma usina hidrelétrica, uma obra de transposição ficar 50% mais caro do que o previsto. Mais uma vez nós os contribuintes vamos pagar a conta. Melhores práticas até mesmo metodologias em gestão de projetos existem, necessitamos de melhores práticas nas questões políticas que afetam diretamente os projetos. Precisamos sim evoluir em gestão de projetos. A pesquisa divulgada em fevereiro de 2013 com o nome “Maturidade Brasil 2012”, coordenada pelo respeitado professor e consultor Darci Prado, apresenta resultados com relação à maturidade em gerenciamento de projetos, em governos, ONGs e diversas empresas de vários setores da economia, e demonstra que o nível de maturidade da gestão de projetos contribui diretamente para os resultados do negócio. A maturidade está ligada à capacidade das organizações de gerenciarem os seus projetos com sucesso, isto é, no escopo, prazo, custo e qualidade acertados! Numa escala de 1 a 5, a pesquisa mostra que a maturidade média das empresas brasileiras alcançou 2,60, portanto temos muito que evoluir. O nível 1 é o estágio inicial, 2-conhecido, 3-padronizado, 4-gerenciado e 5-otimizado, ou seja, estamos entre os níveis conhecido e padronizado, e a conclusão é que ainda temos um enorme caminho pela frente para atingirmos o nível ideal que é o otimizado. Pela pesquisa realizada somente 0,5% das organizações encontram-se neste patamar, e próximo deste estágio existem apenas 9,4% das organizações com seus projetos sendo gerenciados de maneira adequada. A pesquisa de maturidade apresenta informações, ainda mais
preocupantes, para o setor de tecnologia da informação que evoluiu pouco em relação a 2008, pois revelam que somente 57,5% dos projetos de TI foram totalmente bem sucedidos, 14% estouraram os custos e 22% atrasaram seus projetos. Para a indústria da construção somente 49,5% dos projetos tiveram sucesso total, 16% estouraram o orçado e 24% atrasaram seus projetos. Isto é extremamente alarmante para as empresas que dependem de projetos, uma vez que a pesquisa ressalta a ligação direta e certa dependência entre se ter maturidade e ter sucesso nos negócios. Em outra pesquisa realizada pelo Ietec, em julho de 2012, durante o 15º Seminário Nacional de Gestão de Projetos, constatou-se um avanço tímido no uso de metodologias para gerenciamento de projetos: Hoje o conceito de gestão de projetos faz parte da estratégia de 84% das empresas participantes, em 2008 era 83%. Atualmente 71% utiliza algum método para priorizar projetos, antes era 64%. Percebe-se que 66% das empresas utilizavam padrões e procedimentos em 2008, agora 80% utilizam. O avanço mais significativo era que somente 29% das empresas tinham a metodologia implementada, hoje 80% possuem metodologias de projeto em sua organização. Mas os problemas continuam os mesmos, isto é, o não cumprimento de prazos (28%) e o estouro nos custos (15%) continua no rol dos principais problemas enfrentados pelas empresas, assim como as habilidades profissionais mais valorizadas em 2008 são as mesmas de hoje: liderança e comunicação. Muito trabalho e aperfeiçoamento eram o que as empresas pretendiam fazer em meados de 2012, desenvolvimento e/ ou revisão de metodologia de gerenciamento de projetos, implementação de indicadores de desempenho e adoção de ferramentas de gerenciamento de projetos. As melhores práticas em gestão de projetos devem ser imperiosas neste momento da economia brasileira. Os escopos dos projetos não podem sofrer alterações políticas, que impliquem em alteração dos custos ou na qualidade dos mesmos, e os prazos devem ser cumpridos rigorosamente por todos. A boa governança em projetos serve tanto para os governos, para nossas empresas públicas, e principalmente para nossas empresas privadas que competem num mundo cada vez mais globalizado. As pesquisa citadas estão disponíveis em: www.techoje.com.br Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
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Opinião
Eng. e Presidente do IETEC
FIAT, investindo na melhoria com inovação e sustentabilidade Foto: Arquivo Fiat
Cledorvino Belini, presidente da Fiat Chrysler para a América Latina, detalha, na entrevista abaixo, os principais objetivos da montadora para os próximos anos, com destaque para seus investimentos na qualificação de seus profissionais e na inovação de seus processos e produtos. Abaixo, a íntegra da entrevista, concedida com exclusividade para a revista IETEC.
INVESTIMENTOS Quais são os planos de investimentos da Fiat para 2013? A Fiat está em meio ao maior ciclo de investimento de sua história no Brasil, totalizando R$10 bilhões no período 2011 a 2014. Os recursos são destinados ao desenvolvimento de novos produtos e à ampliação de sua capacidade produtiva. A capacidade de produção da fábrica de Betim/MG, será ampliada das atuais 800 mil unidades anuais, para 950 mil. Os investimentos também se destinam à construção da segunda fábrica de automóveis da Fiat no Brasil, no município de Goiana/PE. A nova unidade terá capacidade para produzir até 250 mil unidades por ano, já a partir de 2014.
Como o senhor vê as mudanças tecnológicas nos processos industriais no Brasil e no mundo atualmente? Há uma busca cada vez maior por eficiência nos processos produtivos, de modo a reduzir-se o consumo de energia e outros insumos no processo industrial, através de ganhos de eficiência por tecnologia aplicada. Os consumidores desejam produtos com mais tecnologia agregada, com design e estilo e boa relação custo-benefício. Com a vigência do Inovar-Auto, política industrial que busca aumentar a eficiência da cadeia produtiva do setor automotivo, vamos investir para projetar e produzir veículos mais sustentáveis e mais eficientes do ponto de vista energético e ambiental.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Qual a sua opinião sobre a crescente relevância 6
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de práticas sustentáveis no que tange ao aumento da competitividade? O tema sustentabilidade está incorporado ao nosso mapa estratégico, passando a orientar decisões de negócios. Ao decidir por esse caminho, percebemos que é um desafio contínuo, pois a cada dia novas demandas surgem, levando a processos de evolução permanente. A estratégia de sustentabilidade da Fiat considera, de forma prioritária, a gestão do relacionamento com nossos principais stakeholders (público interno, comunidade, fornecedores, concessionárias, clientes e consumidores, meio ambiente, acionistas e governo, além da imprensa). Além disso, trabalhar a sustentabilidade significa olhar para o futuro procurando soluções e estratégias para garantir que nossa operação responda adequadamente aos desafios da sociedade, contribuindo para o desenvolvimento, a cidadania e o bem-estar dos cidadãos. Nesse sentido, estamos aprofundando o estudo e a busca de soluções para a mobilidade urbana, ecoeficiência e reciclabilidade de nossos veículos.
Como a inovação pode contribuir para que as práticas sustentáveis sejam mais assertivas e constantes? Como resultado de uma política ambiental baseada na busca contínua por novas tecnologias e na prevenção dos impactos, registramos, desde 1994, queda dos indicadores de geração de resíduos, consumo de água e de energia por veículo produzido. Nesse período, para cada veículo Fiat produzido, o consumo de energia elétrica caiu 57%. Já o consumo de água teve queda de 70%. A redução da geração de resíduos chegou a 48%. Na área ambiental, são vários os projetos inovadores com resultados concretos, mas destaco o Aterro Zero. A Fiat alcançou, em 2011, o índice de 100% de reciclagem e reaproveitamento dos resíduos. Na nossa Ilha Ecológica, está em funcionamento desde 1998 um sistema pioneiro no País de reciclagem do isopor, que é processado e transformado em matéria-prima para a produção de diversos materiais e utensílios, como vasilhames, solas para calçados, corpo de caneta e embalagens.
Nos últimos três anos, a Fiat vem passando por uma reformulação do seu sistema de gestão da inovação, com a adoção de uma nova arquitetura que organiza as atividades de inovação em três grandes grupos de processos. O primeiro grupo, voltado para a estratégia de inovação e por nós denominado “Fábrica Exploratória”, trata de mecanismos e atividades voltadas para a criação de uma visão de futuro da organização e do seu cenário competitivo, da busca de espaços de oportunidade a serem explorados e do desdobramento dessa visão em uma estratégia de inovação. O segundo grupo de processos, que chamamos de “Fábrica Disruptiva”, tem o objetivo de criar novos modelos de negócio para a organização. Ele é composto de atividades que vão desde o entendimento de um desafio ou oportunidade para a empresa, passa pela ideação intensa e vai até a preparação de um plano de implementação a ser colocado em prática para responder à oportunidade ou ao desafio. Por fim, o terceiro grupo de processos envolve uma série de mecanismos com foco na melhoria contínua e na redução de custos. Trata-se do que denominamos “Fábrica Incremental”, que envolve os mecanismos de gestão dentro do WCM (World Class Manufacturing) e de programas de ideias como o BIS (Boas Ideias e Soluções).
Como a empresa investe na inovação dos seus processos e produtos?
A inovação está no DNA da Fiat desde o seu nascimento há 37 anos, quando decidimos montar a fábrica em Betim, Minas Gerais. Enquanto todas as montadoras instalavam-se em São Paulo decidimos romper e inovar apostando em uma outra região. Naquela época, lançamos o primeiro carro com motor transversal do País, o primeiro veículo a álcool produzido em série, a primeira pickup derivada de um veículo de passeio, passando pelos primeiros veículo dotados de motores turbo e airbags e, mais recentemente, o primeiro veículo veículo com motor 1.0 e a adoção do diferencial locker em nossa linha Adventure. A empresa conta hoje com um grupo de 1,4 mil engenheiros dedicados ao desenvolvimento de produtos (automóveis, motores e transmissões), além de estender as atividades a toda sua cadeia de fornecedores através de processos de codesign. Tudo isso é resultado do investimento contínuo da empresa num centro de desenvolvimento de produtos denominado Polo de Desenvolvimento Giovanni Agnelli, que conta com centros de computação para CAD/CAE, laboratórios de engenharia experimental, centros para desenvolvimento de protótipos e um Centro Estilo, que é o único da empresa fora da Europa.
Onde e quanto a Fiat investirá em inovação com a aprovação da lei de inovação?
Dentro das políticas de incentivo à inovação do governo, o InovarAuto pode ser considerado o programa que mais nos desafia, seja por conta das oportunidades que apresenta seja por conta das novas exigências. As diretrizes do programa baseiam-se em quatro vetores: eficiência energética dos veículos, adensamento da cadeia produtiva nacional, obrigatoriedade de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, além de obrigatoriedade
de investimentos em engenharia automotiva. São metas que nos exigirão a continuidade de intensos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos processos, novos materiais e tecnologias.
TALENTOS É cada dia mais importante uma boa qualificação dos profissionais. Como a Fiat seleciona seus colaboradores?
A nossa estratégia é dividida em dois pilares: atração e seleção. No primeiro pilar, desenvolvemos e implementamos programas de atração para jovens (aprendizes, estagiários e trainees), com potencial para crescer e se desenvolver continuamente, tornando-se um profissional diferenciado. Esses programas oferecem a oportunidade de acrescentar ao conhecimento acadêmico a prática e experiência do mundo organizacional por meio de ações educativas, desenvolvimento de atividades com o acompanhamento de profissionais experientes, competentes e formadores de equipes de alta performance. Já no pilar “seleção”, atraímos os profissionais mais adequados e em sinergia com as nossas necessidades/competências atuais e futuras.
No que se refere aos seus colaboradores, como se dá seu desenvolvimento?
Temos uma Universidade Corporativa que tem como missão atender toda a cadeia de valor do setor no desenvolvimento de competências estratégicas para o nosso negócio, com programas voltados para o desenvolvimento de jovens profissionais, de lideranças e de competências para a inovação. Temos ainda várias parcerias com centros de amparo à pesquisa, universidades locais e internacionais, escolas técnicas e sistema S, de forma a atuarmos integrados a uma rede mundial de conhecimento.
Como é a política de retenção e formação de seus talentos?
A retenção é o resultado de um processo de gestão ao longo da vida do profissional na empresa, que envolve planejamento, execução e acompanhamento de ações de Recursos Humanos. Dentro de nossa estratégia e política para fidelizar esses profissionais diferenciados, desenvolvemos ações educativas específicas, como cursos externos nacionais e internacionais, programas de desenvolvimento gerencial e técnico, gestão de carreira, participação em projetos estratégicos, missão internacional de curta duração, dentre outros.
Quem é Cledorvino Belini Cledorvino Belini é formado em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie, com mestrado em Finanças pela USP. Possui MBA pelo FDC/INSEAD (2002). É presidente da Fiat Automóveis desde 2004 e, atualmente, presidente do Grupo Fiat/Chrysler para a América Latina. Presidiu a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) entre 2010 e abril de 2013.
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Capa
INOVAÇÃO A empresa incentiva a adoção de métodos inovadores visando à redução de custos e a geração de novas frentes de negócios?
Produtividade e qualificação profissional José Ignácio Villela Jr.
Opnião
Diretor de Produtos do IETEC
Os jornais noticiam constantemente que o Brasil se aproxima cada dia mais de um cenário de pleno emprego. No entanto, poucos explicam que isso se deve não tanto às taxas de crescimento, mas à baixa produtividade e frágil qualificação de nossa mãode-obra. No início do século XX, Henry Ford afirmou: “há uma única regra para um industrial: fazer produtos com a melhor qualidade possível, ao menor custo, pagando os salários mais altos que puder”. Com exceção da última sentença, polêmica, pode-se afirmar que esta regra continua válida. Mas parece que nos esquecemos dela.
esta qualidade do trabalho fica mais fácil quando nos deparamos com o fato de que os trabalhadores americanos têm média de 12 anos de escolaridade e os brasileiros, 7,5 anos. A isto, soma-se o fato de que em 2010, por exemplo, o Brasil registrou cerca de 22 mil pedidos de patente e os EUA, quase meio milhão. Em síntese, pode-se dizer que os fatores precursores da produtividade são: inovação (incremental e/ou radical), educação (de base e profissionalizante) e infraestrutura adequada. Infelizmente, o Brasil está deficiente em todos eles. Como sentimos na ‘pele’, a consequência desse cenário é muito negativa.
Se fizermos uma comparação, ainda que grosseira, entre a era Ford e o momento brasileiro atual, encontraremos semelhanças: mercados internos relativamente aquecidos e consumidores exigentes. Isto faz com que precisemos de mão-de-obra mais capacitada. No entanto, grande parte dos profissionais não tem o nível de qualificação e de produtividade necessários. Vivemos dilema parecido com o de Ford, que tinha mão-de-obra vinda do campo para trabalhar na indústria e processos (artesanais) idealizados para um padrão superior de qualificação profissional. Por que não ‘aprendermos’ com ele? Ford nos trouxe duas lições:
E a saída, onde está?
1.
Não adianta ficar parado reclamando do perfil da mão de obra disponível. Se esta é a realidade, é necessário adequar o processo a ela. Ford subdividiu as tarefas, tornando-as mais simples. Além disso, usou a linha de montagem para dar ritmo ao trabalho. 2. Reavaliar os processos, buscando pontos de desperdícios e oportunidades de melhoria. Devemos analisar o cenário, buscando oportunidades de melhorias e pontos de racionalização, com o uso de ferramentas que aumentem a produtividade. É claro que há uma série de críticas sobre a aplicação das idéias e métodos de Ford. A essência da reflexão que proponho é a necessidade de busca da inovação e da melhoria contínua de modo a harmonizar a relação entre o homem e os meios produtivos, principalmente em termos de qualidade, volume produzido, investimento e atendimento ao cliente. Ou seja, podemos ganhar eficiência através de mudanças/adequações nos processos, padronização do trabalho, uso inteligente (o que não quer dizer uso intensivo) de tecnologia e qualificação da mão-de-obra.
Fatores precursores da produtividade Dando números à discussão sobre a produtividade, matéria da revista Exame (edição 1025), mostra que a produtividade do brasileiro é quatro vezes menor do que a do alemão e cinco vezes a do norte-americano. Ou seja, ser mais produtivo não quer dizer trabalhar mais. Trata-se de trabalhar melhor. Entender
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Olhando para o curto e médio prazo não me restam dúvidas de que a saída é investir na melhor formação dos “líderes” das empresas (engenheiros, administradores, analistas, coordenadores, supervisores, gerentes etc.), aqueles profissionais responsabilizados pelo projeto e a gestão dos processos, sejam eles de produção industrial, de um software... Esta formação deve ocorrer tanto dentro das empresas quanto através de Educação Continuada em instituições de ensino que levam seus cursos além do simples repasse da teoria. Num primeiro momento caberia a estes profissionais o papel de promover a melhoria contínua nos processos e introduzir inovações, fazendo isto através da identificação de pontos de melhoria, de redução/ eliminação de desperdícios, de adequação do trabalho/processo ao nível de qualificação dos colaboradores que nele trabalha. Pode parecer que a proposta acima seja uma volta à proposta de Taylor que, a grosso modo, propunha pelo menos duas classes de trabalhadores: uma que pensava/planejava e outra que executava. Ao contrário. Proponho a dedicação das pessoas às atividades para as quais elas estejam melhor preparadas naquele momento, gerando assim melhores resultados financeiros, possibilitando que no médio e longo prazos as empresas invistam na melhoria da qualificação de todos os colaboradores. Sem resultados financeiros consistentes as empresas não farão tais investimentos e continuarão reclamando da qualificação dos profissionais. Enfim, é vital que o profissional, bem como as empresas, percebam a necessidade e a oportunidade de crescimento que o investimento em qualificação traz aos profissionais, às empresas e ao país. Também é fundamental que os responsáveis pelas políticas e programas de qualificação profissional adotem modelos modernos, unindo teoria e prática em prol da melhoria nos processos, da inovação, do melhor atendimento às necessidades dos clientes a um baixo custo e nível elevado de qualidade.
CURSOS
Os cursos a distância do IETEC são ideais para quem precisa de capacitação rápida e com resultados garantidos. Além da praticidade de estudar onde estiver, e da flexibilidade para fazer seus próprios horários, os alunos contam com tutores experientes e atuantes no mercado, que compartilham o conhecimento prático que você precisa para se tornar um multiespecialista e impulsionar a sua carreira. Administração de Contratos | Elaboração e Análise de Proposta Técnica Comercial | Gerenciamento de Projetos Gerenciamento de Projetos Industriais de Construção e Montagem | Gerenciando Projetos com o MS Project 2010 | Gestão da Inovação no Ambiente Empresarial | Gestão de Pessoas em Equipes de Projetos | Gestão de Projetos de Tecnologia da Informação | Liderança e Gestão de Pessoas | Metodologia FEL como Análise de Viabilidade de Projetos | Planejamento e Controle de Manutenção | Preparatório para o exame PMP
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Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
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Cenário
Ex-Ministros do meio ambiente falam sobre educação no IETEC No dia 25 de abril, o IETEC recebeu a visita de dois dos mais importantes ministros do meio ambiente: José Carlos Carvalho (2002) e Marina Silva (2003/2008). Para o presidente do Ietec, Ronaldo Gusmão, foi uma oportunidade para que analisasse a relevância da educação como um ponto de convergência e base para um processo de sustentabilidade pleno. “A sustentabilidade, principalmente nos seus aspectos de responsabilidade social e de meio ambiente, deve fazer parte de toda discussão que realize, em qualquer aspecto do processo produtivo. Quando dois dos mais importantes ex-ministros do meio ambiente se encontram e demonstram sua preocupação com o tema, é algo para se pensar. E mais do que isso, para se colocar em prática”, analisa. Vale lembrar que José Carlos Carvalho participou de todas as edições da Ecolatina (Conferência Latino-americana sobre Sustentabilidade) e Marina Silva esteve na última, em 2007, participando de um painel sobre Mudanças Climáticas. De acordo com Carvalho, a educação exerce um papel chave na promoção da sustentabilidade, uma vez que “ela se fundamenta em geração de novos conhecimentos, inovação tecnológica e investimento em pesquisa. Como sabemos, sem educação não há ciência, e sem ciência não há tecnologia”, analisa. Para eles, os cursos de pós-graduação no Brasil podem colaborar para a formação de recursos humanos alinhados a uma visão de desenvolvimento sustentabilidade do planeta, na medida em que “qualquer iniciativa voltada ao desenvolvimento, e ao desenvolvimento sustentável em particular, passa pela qualificação profissional e a capacitação de recursos humanos. Desta forma, profissionais com conhecimento de ponta com cursos de pós-graduação terão papel fundamental na transição do atual modelo econômico para uma economia verde, incorporando novos paradigmas relacionados ao sistemas de produção e a novos produtos, além de profundas transformações relativas ao consumo”, afirma.
JOSÉ CARLOS CARVALHO Quais foram os projetos mais importantes na área 10
Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
de educação ambiental a senhora realizou no Ministério do Meio Ambiente? Na minha gestão como Secretário-Executivo do Ministro Sarney Filho e depois como titular da José Carlos Carvalho pasta, tivemos a Ex ministro do Meio Ambiente oportunidade de aprovar a Lei que institui a Política Nacional de Educação Ambiental e sua regulamentação, editando um marco legal importantíssimo para estimular a educação ambiental no nosso país.
Na sociedade atual, a inovação é fundamental para a produção e o consumo sustentável. Na sua visão, qual é o estágio atual do Brasil nesse processo? Se nenhuma dúvida, a inovação, em todas as suas dimensões, mas, sobretudo no campo tecnológico, ambiental e gerencial, é decisiva para se estabelecer novos padrões de produção e consumo, objetivando uma economia de baixo carbono, além de sistemas produtivos poupadores de recursos naturais, uma drástica redução na geração de resíduos e a prática de um consumo consciente.
Qual é o papel da universalização do ensino para a criação de um país mais próspero? Sem a oferta de educação universalizada, que assegure o acesso irrestrito das crianças e jovens à escola, principalmente ao ensino fundamental, toda prosperidade será falsa. É a escola e o ensino de boa qualidade que darão aos filhos da pobreza as oportunidades iguais de se tornarem cidadãos e profissionais preparados para tornar o país mais justo, igualitário e próspero.
MARINA SILVA Qual é o papel da educação visando a sustentabilidade? Não se tem sustentabilidade sem uma cultura de sustentabilidade estabelecida na Marina Silva visão de mundo de Ambientalista, historiadora e pedagoga. uma sociedade. A Ex Ministra do Meio Ambiente e ex Senadora pelo estado do Acre. Educação, enquanto transmissão de conhecimentos e formação de pensamento, é o meio mais eficaz para que a sustentabilidade - que considero uma maneira de ser e não só de fazer as coisas - venha a orientar as escolhas individuais e coletivas e o desenvolvimento de um país.
Como os cursos de pós-graduação no Brasil podem colaborar para a formação de recursos humanos alinhados a uma visão de sustentabilidade do planeta? A mudança de paradigmas nas áreas de conhecimento e nos valores que dão suporte às atividades acadêmicas são processos que demandam grande esforço epistemológico, algo que os estudos de pós-graduação têm mais aptidão para fazer do que a graduação. Certamente que esses cursos, com uma orientação sustentabilista, podem ser uma grande alavanca para a construção do desenvolvimento sustentável, ajudando a sociedade a encontrar respostas por meio da ciência para as graves e urgentes questões que o mundo enfrenta: a proteção da biodiversidade, o uso sustentável dos recursos naturais, a restauração de ecossistemas degradados, a adaptação ao cenário de mudanças climáticas e, por fim, a descoberta de novas tecnologias, novos processos, produtos e materiais que possam nos ajudar a satisfazer as necessidades humanas sem continuar comprometendo a saúde do planeta.
Quais foram os projetos mais importantes na área de educação ambiental a senhora realizou no Ministério do Meio Ambiente? Foram muitas ações envolvendo não só no Ministério do Meio Ambiente (MMA), mas com o Ministério da Educação (MEC), especialmente com o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNea). Mas algo que considero muito especial foi a criação da Conferência Nacional Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente, criada para fortalecer a Educação Ambiental e a Educação para a Diversidade nos Sistemas de Ensino, propiciando atitude responsável e comprometida da comunidade escolar com as questões sócioambientais locais e globais.
tem uma base tecnológica e pesquisas muito avançadas na área de monitoramento e conservação de florestas e recursos hídricos. Falta-nos visão e vontade política para decidir investir mais massivamente na agenda de pesquisa científicas estratégicas para um país como o Brasil, que detém 22% das espécies vivas do mundo, 11% da água doce do planeta, 350 milhões de hectares de terras agrícolas, uma diversidade incrível de biomas e a maior floresta tropical do mundo. Somos uma potência ambiental, detentores de recursos naturais que estão cada vez mais escassos no planeta e temos insistido em uma trajetória que se esgotou como oportunidade de desenvolvimento nos séculos passado, ao privilegiar uma economia baseada em energias fósseis, em agricultura extensiva e degradadora, em transportes de cargas rodoviário, em mobilidade urbana focada no automóvel, em mineração que desrespeita a segurança ambiental e os direitos sociais.
Qual é o papel da universalização do ensino para a criação de um país mais próspero? Não se pode formar um Brasil economicamente próspero, socialmente justo, ambientalmente sustentável, politicamente democrático e eticamente orientado sem que o brasileiro seja tudo isso em suas convicções pessoais e com oportunidades para sê-lo. As grandes ferramentas para isso são cidadania e qualificação do trabalho, às quais se chega através de um sistema educacional que tenha um lugar social relevante dentre as políticas públicas, valorização dos agentes de educação, equipamentos tecnológicos disponíveis e projetos pedagógicos atualizados. Evidentemente a realização disso se inicia na decisão política de criar uma visão compartilhada de país e na decisão ética de todos se comprometerem a dar sua contribuição para isso. Obviamente que, no caso do governo e dos políticos, a destinação dos recursos financeiros necessários no orçamento público e a criação das novas políticas públicas necessárias só existiram se esses valores forem difundidos e fortes o suficiente na sociedade para que todas as decisões passem pelo crivo ético da sustentabilidade. O bom é que esse movimento está em curso no mundo todo. Existe uma borda se descolando desse centro estagnado de dinheiro pelo dinheiro e poder pelo poder. Esses “desertores do velho sistema” estão criando uma nova superfície onde essas utopias poderão prosperar.
Na sociedade atual, a inovação é fundamental para a produção e o consumo sustentável. Na sua visão, qual é o estágio atual do Brasil nesse processo? O Brasil tem feito progressos relevantes, porem insuficientes, na área de TI, em pesquisas para agricultura sustentável, em tecnologias energéticas inovadoras, na inovação em tecnologias sociais e já
Foto: Franklin Moreira Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
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Inovação incremental e melhoria contínua José Henrique Diniz
Coordenador técnico da pós-graduação de Engenharia de Inovação e Melhoria Contínua do IETEC
Opnião
Diferentes, mas fundamentais para otimização do desempenho empresarial, contribuindo para o aumento da competitividade das empresas O conceito de Inovação já é um consenso. Trata-se da união de criatividade, com atitude e resultado. Criatividade, representada pela ideias, pelo novo. Atitude, pela ação, empreendedorismo. Resultado, tangível ou intangível, nas esferas econômicofinanceiras e sócio-ambientais. Dessa forma, inovação é instrumento de sustentabilidade empresarial. Sem resultados, não há inovação.
seja mercado interno ou externo. É início da comercialização de um produto/serviço novo ou que possua significativa melhoria. Mas vale, sempre, a máxima: uma inovação só se realiza se chegar ao mercado e acarretar resultados. Lembre-se: novas ideias surgem a todo momento. O que difere as pessoas criativas das empreendedoras é a capacidade de direcionar suas ideias para a produção de resultados;
No entanto, ainda hoje é fruto de debates a questão se inovação tecnológica refere-se apenas criação de novos produtos/serviços e processos ou se a melhoria contínua de algo pré-existente também é inovação. Há uma linha tênue entre os conceitos de Inovação Incremental e de Melhoria Contínua. Mas, ainda hoje, muitos não compreendem a diferença entre ambas. Elas caminham juntas, se complementam, mas diferem em diversos aspectos extremamente relevantes.
• Qualidade, em linhas gerais, é a eficiência e eficácia no atendimento a todas as partes interessadas no projeto, aos seus diversos stakeholders. Claro que essa percepção, de melhora do cenário, deve vir por parte destes mesmos stakeholders;
Essa discussão se sustenta na medida em que as empresas, muitas vezes, não compreendem que podem usar de linhas de crédito dos governos federais, estaduais e municipais para melhorar um produto que ela já comercialize. Os empresários ainda acham que só há investimentos em inovação se algo novo for o produto final. E, com essa ideia errônea, deixam de usufruir de linhas de crédito e, no final das contas, deixam de lucrar com um auxílio legítimo da esfera pública. Em muitos aspectos, a inovação incremental se assemelha à melhoria contínua e vice-versa. Uma coisa, porém, é certa: tanto a melhoria contínua quanto a inovação incremental são fundamentais para otimização do desempenho empresarial, contribuindo para o aumento da competitividade das empresas e, consequentemente, para a melhoria dos resultados da organização. Para compreendermos as sutis diferenças entre elas, é necessário relembrar as origens de cada uma. De forma simplificada, podemos dizer que: • Inovação é fruto da criatividade e do ato de empreender. É uma ideia que, bem trabalhada, gera resultados econômico-financeiros e/ou socioambientais. É implementação da ideia ao mercado –
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Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
• Embora não seja algo que rompa com os paradigmas vigentes, nem agregue funções inexistentes anteriormente, o que convencionou chamar de Inovação Incremental inclui algo novo ou significativamente melhorado, sem, no entanto, alterar as funções básicas originais do produto ou serviço em questão. Ela causa impacto significativo na empresa e no mercado e cria vantagem competitiva no médio e longo prazos para a empresa que a adota; • Melhoria Contínua: do japonês Kaizen (boa mudança), é afeita à qualidade e ao desempenho, buscando de forma proativa a solução de problemas e desafios, onde o objetivo final, sempre, é a busca da “perfeição” do produto/serviço, aumentando sua segurança, otimizando sua qualidade e promovendo a satisfação dos clientes e demais stakeholders envolvidos no processo. Tal aspecto busca manter a competitividade empresarial e, em geral, tem foco no curto prazo, devido à competitividade inerente ao mercado. Assim, se diferenciam claramente a Inovação Incremental e a Melhoria Contínua. No entanto, é claro que há pontos de consonância entre os conceitos, principalmente no que se refere à busca de melhores índices de produtividade e resultados, imediatos ou não. E tais indicadores, nos dias atuais, são o que diferem as empresas que crescem e se consolidam daquelas fadadas à extinção.
Programação de cursos:
Profissionais reconhecidos pelo mercado à frente de cursos inovadores. Junho a Agosto de 2013 Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
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Conheça as diversas oportunidades de curso oferecidas pelo IETEC. Muito mais qualificação para sua equipe e muito mais retorno para sua empresa.
Gestão de Projetos Curso
Início
Término
Horário
Metodologias Ágeis para Gerenciamento de Projetos Planejamento e Gestão de Projetos de Paradas na Indústria Gerenciamento de Pleitos em Projetos Gerenciamento de Projetos Comunicação Empresarial em Projetos Viabilidade Econômico-Financeira de Projetos Mapeamento e Redesenho de Processos Aplicados a Gestão de Projetos Preparatório para Exame PMP *(a) Indicadores de Desempenho Aplicado a Projetos Negociação em Gerenciamento de Projetos Gerenciamento de Projetos para Pequenas Empresas Tópicos Avançados em Gerenciamento de Custos em Projetos Administração de Contratos Liderança em Equipes de Projetos
03/Jun 13/Jun 17/Jun 20/Jun 24/Jun 01/Jul 08/Jul 10/Jul 15/Jul 22/Jul 29/Jul 05/Ago 26/Ago 26/Ago
06/Jun 14/Jun 20/Jun 21/Jun 27/Jun 02/Jul 10/Jul 11/Set 18/Jul 23/Jul 01/Ago 08/Ago 29/Ago 27/Ago
Noturno Diurno Noturno Diurno Noturno Diurno Diurno Noturno Noturno Diurno Noturno Noturno Noturno Diurno
Modelos de Gestão para Gerenciamento de Projeto
27/Ago
30/Ago
Noturno
Gestão e Tecnologia da Informação Estratégias de Marketing para Tecnologia da Informação Fundamentos da Gestão de Processos de Negócios
03/Jun 03/Jun
06/Jun 12/Jun
Noturno Noturno
Metodologias e Processos Ágeis de Projeto de Software
17/Jun
21/Jun
Noturno
Clouding Computing e Byoud Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação
17/Jun 01/Jul
19/Jun 02/Jul
Diurno Diurno
Gerenciamento de Serviços de TI - ISO/IEC 20.000
04/Jul
05/Jul
Diurno
Análise de Negócios: Uma Visão Através do Guia Babok 2.0
08/Jul
09/Jul
Diurno
CMMI - Capability Maturity Model
08/Jul
11/Jul
Noturno
Segurança da Informação e de Continuidade de Negócios
15/Jul
18/Jul
Noturno
Práticas de Modelagem de Negócios e de Processos - Baseado no Bizagi
22/Jul
31/Jul
Noturno
Gestão do Conhecimento e Tratamento da Informação nas Empresas
05/Ago
08/Ago
Noturno
Scrum - Desenvolvimento Ágil de Software
12/Ago
21/Ago
Noturno
Business Intelligence
19/Ago
22/Ago
Noturno
Gestão de Negócios Orientada por Processos BPMN
19/Ago
22/Ago
Noturno
Centro de Servicos Compartilhados: CSC Web 2.0 e Ferramentas Wikis: Implantando Ferramentas de Autoria e Colaboração
19/Ago
22/Ago
Noturno
26/Ago
29/Ago
Diurno
06/Jun 22/Ago
Diurno Noturno
Inovação e Criatividade Ferramentas da Criatividade para Inovação Como Alavancar a Estratégia de Inovação Através da Inovação Aberta
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Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
04/Jun 19/Ago
Meio Ambiente Curso
Início
Término
Horário
Projeto Ambiental de PCH's Controle Ambiental na Indústria Gerenciamento de Limpeza Urbana Aplicação de Sistema de Gestão Ambiental: ISO 14000 Relatório GRI de Sustentabilidade Avaliação de Impactos Ambientais: Aplicações e Metodologias Aproveitamento Energético de Resíduos Sólidos Urbanos Gestão Empresarial das Águas Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais Gestão do Transporte de Produtos e Resíduos Perigosos Aplicabilidde da Ferramenta de Produção Mais Limpa Perícia Ambiental Aplicabilidade de Projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo Implementação da Educação Ambiental na Indústria Gestão Ambiental para Gestores Municipais Elaboração de Estudos de Outorga de Uso da Água Implantação e Gerenciamento de Aterros Sanitarios Gerenciamento da Poluição dos Solos e das Águas Subterrâneas
17/Jun 19/Jun 24/Jun 24/Jun 25/Jun 27/Jun 27/Jun 04/Jul 08/Jul 08/Jul 17/Jul 22/Jul 05/Ago 13/Ago 22/Ago 26/Ago 27/Ago 29/Ago
18/Jun 21/Jun 25/Jun 25/Jun 26/Jun 28/Jun 28/Jun 05/Jul 09/Jul 09/Jul 19/Jul 25/Jul 06/Ago 14/Ago 23/Ago 28/Ago 28/Ago 30/Ago
Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Noturno Diurno Diurno Diurno Noturno Diurno Diurno
03/Jun 03/Jun 26/Ago 10/Jun
05/Jun 06/Jun 27/Ago 11/Jun
Diurno Noturno Diurno Diurno
10/Jun
13/Jun
Noturno
19/Jun 24/Jun 27/Jun 03/Jul 22/Jul 22/Jul 22/Jul 22/Jul 06/Ago 22/Ago 22/Ago 27/Ago 29/Ago
21/Jun 27/Jun 28/Jun 05/Jul 25/Jul 24/Jul 23/Jul 25/Jul 09/Ago 23/Ago 23/Ago 28/Ago 30/Ago
Noturno Noturno Diurno Diurno Noturno Diurno Diurno Noturno Noturno Diurno Diurno Diurno Diurno
07/Jun 18/Jun 16/Jul 07/Ago
Diurno Diurno Diurno Diurno
Gestão e Tecnologia Industrial Custos Logísticos - Apuração e Gestão Gerenciamento de Almoxarifados Negociação em Compras Produtividade Ind-Medição e Gerenciamento Através da OEE (Eficiência Global Equip) Sistemas e Técnicas de Troca Rápida de Ferramentas FMEA - Análise dos Efeitos e Modos Falhas Custos e Formação de Preços Industriais Auditoria de Processos Análises Tributárias Desenvolvimento e Avaliação de Fornecedores Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Logística Internacional - Importação Liderança em Equipes de Produção Mapeamento do Fluxo de Valor Estratégias e Táticas para Redução de Custos Industriais Engenharia e Análise do Valor Gerenciamento de Compras
Responsabilidade Social Gestão de Projetos Sociais Comunicação e Responsabilidade Social Elaboração de Projetos Sociais Responsabilidade Social Corporativa
06/Jun 17/Jun 15/Jul 06/Ago
Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
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Mineração Curso
Início
Término
Horário
Noções Técnicas de Acabamento de Rampas, Drenagens e Taludes
05/Jun
06/Jun
Diurno
Geoestatistica Aplicada
12/Jun
14/Jun
Diurno
Avaliação da Seguranca de Barragens de Rejeitos Planejamento da Produção Mineral Operação de Moagem e Filtragem de Minérios Desmonte de Rochas com Explosivos Avaliação e Classificação e Certificação de Recursos e Reservas Minerais Gestão de Riscos em Barragens de Terra Aspectos Químicos e Ambientais do Processo Mineral Avaliação Econômica de Projetos de Mineração *(b) Amostragem e Controle de Qualidade em Mineracao
24/Jun 03/Jul 09/Jul 18/Jul 25/Jul 29/Jul 07/ago 12/Ago 12/Ago
27/Jun 05/Jul 11/Jul 19/Jul 26/Jul 31/Jul 09/Ago 14/Ago 14/Ago
Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno
24/Jun 01/Jul 04/Jul 09/Jul 15/Jul 22/Jul 29/Jul 05/Ago 26/Ago
27/Jun 04/Jul 05/Jul 10/Jul 16/Jul 25/Jul 30/Jul 08/Ago 28/Ago
Noturno Noturno Diurno Diurno Diurno Noturno Diurno Noturno Diurno
Manutenção PCM - Planejamento, Programação e Controle da Manutenção-básico Gerenciamento da Manutenção Manutenção Preditiva e Inspeção Sensitiva Redução de Custos em Manutenção Através da Lubrificação PCM - Planejamento, Programação e Controle da Manutenção-Avançado Gestão de Contratos na Manutenção Gestão de Projetos de Paradas na Manutenção Manutenção Centrada em Eficiência Energética Gestão de Custos e Investimentos em Manutenção
Cursos a Distância PCM- Planejamento e Controle da Manutenção Gerenciamento de Projetos Industriais de Construção e Montagem Metodologia Fel como Análise de Viabilidade de Projetos Gerenciamento de Projetos Gerenciando Projetos com o MSProject 2010 Liderança e Gestão de Pessoas
11/Jun 18/Jun 25/Jun 02/Jul 09/Jul 23/Jul
08/Jul 15/Jul 23/Jul 30/Jul 06/Ago 20/Ago
*Os cursos assinalados oferecem, gratuitamente como parte do material didático, os seguintes livros: (a) Guia PMBOK , (b) Avaliação Econômica de Projetos de Mineração.
Confira a programação dos cursos no site www.ietec.com.br Para mais Informações: (31)3116-1000/ (31)3223-6251 - cursos@ietec.com.br
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Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
Aconteceu no IETEC
Workshops técnicos gratuitos movimentam IETEC
Gestão de Projetos em Construção e Montagem
Dia oito de abril, o coordenador técnico da área, Ítalo Coutinho trouxe Carlos Alberto Sousa (Coordenador do Programa Especial de Manejo Integrado de Árvores e Redes – Premiar e seus projetos – da Cemig) e Walter Neves (engenheiro especialista de planejamento de projetos de implantação da MMX) para debater os avanços e gargalos da área, principalmente no cenário de obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil
Engenharia de Planejamento
Como planejar visando ganhos de produtividade, num cenário global e de crescente competitividade. Para debater as questões foram convidadas a diretora e sócia da empresa Sinergia Engenharia e Consultoria, Shirlei Querubina, e a engenheira civil e analista da qualidade na Reframax, Cynthia Arcanjo. Metodologia FEL e mercado de trabalho foram também temas do encontro.
Gestão de Projetos
A capacitação necessária para um melhor desempenho no exame PMP foi o principal objetivo de discussão do workshop ministrado pelo professor José Fernando Pereira Júnior. Além da qualificação necessária, os principais mercados para o gestor de projetos foram tratados.
Engenharia Custos e Orçamentos
Maurício Kfoury, consultor empresarial, e Arthur Batista dos Santos Júnior, gerente de operações na Acser Automação foram os palestrantes do workshop engenharia de custos e orçamentos. Os assuntos debatidos foram engenharia de custos e orçamentos, o mercado de trabalho e como controlar os custos em projetos de implementação capex.
Techoje Todas as apresentações discutidas nos workshops estão disponíveis na seção de Arquivos da TecHoje. Acesse www.techoje.com.br, faça download do material e discuta os temas no www.facebook. com/ietec. Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
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Curtas
Como forma de disseminar conhecimentos, o Ietec através de seus coordenadores e de profissionais atuantes no mercado de trabalho, promove periodicamente encontros técnicos. Essa também é uma oportunidade para troca de informações e relacionamentos entre os participantes.
Cenário
Tendências em Gestão de Projetos Mais de 250 especialistas são esperados em Belo Horizonte, nos dias 16 e 17 de julho.
Flávio Campos
Um dos eventos mais importantes sobre gerenciamento de projetos do Brasil já tem data marcada. Nos dias 16 e 17 de julho, Belo Horizonte receberá a 16º edição do Seminário Nacional de Gestão de Projetos. Na edição desse ano, a temática será ‘Tendências em Gestão de Projetos: Pessoas, Tecnologias e Métodos’.
Presidente da Leme Engenharia. “Planejar o crescimento é uma das formas de se incrementar os negócios visando macro objetivos empresariais. “
O encontro, pioneiro da área no país, reunirá mais de 200 profissionais, e contará com a presença de alguns dos principais especialistas na área do país. Para Ronaldo Gusmão, presidente do IETEC, Instituto promotor do evento, trata-se de uma oportunidade única para que profissionais de gerenciamento de projetos possam se atualizar na área, em contato direto com a realidade do mercado. “O Brasil está vivendo um boom de diversos projetos, principalmente ligados à realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas e vemos que alguns dos maiores problemas para a conclusão diz respeito ao não-cumprimento dos prazos e custos.
O evento abordará os seguintes temas: • • • • • • • •
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Governança corporativa e gestão de projetos Gestão e liderança de pessoas em projetos Potencializando o PMO Gestão de riscos Planejamento e controle em gerenciamento de projetos Metodologias ágeis em gerenciamento de projetos Tecnologias convergentes em projetos Gestão de negócios e projetos: resultados empresariais. Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
O painel de abertura será ministrado pelo presidente da Cemig, Djalma Bastos Morais, e tratará sobre governança corporativa e gestão de projetos. A Cemig hoje é um grupo formado por mais de 100 sociedades e 16 consórcios, tendo pela frente um desafio imenso na gestão de um modelo de governança e gestão de projetos.
Gestão e liderança de pessoas em projetos Um gerente de projetos deve buscar conhecimentos técnicos e principalmente desenvolver habilidades de relacionamentos interpessoais com sua equipe para atingir os objetivos almejados nos projetos. Esta máxima é conhecida no meio de gestão de projetos. No entanto, um ponto específico deve ser levado em conta: a necessidade de compreender que projetos são empreendidos por pessoas, diferentes entre si. Para gerenciá-las, é vital que se consiga liderá-las. E por liderança, deve-se entender menos mandar e mais engajar os membros da equipe nos objetivos estipulados. De acordo com Silmara Pereira, psicóloga e especialista em coaching empresarial, os profissionais que almejam se destacar no que fazem precisam gerenciar corretamente não apenas seus projetos, mas, sobretudo, suas carreiras, compreendendo as necessidades para o alicerce desse processo de Silmara Agda Pereira
Coordenadora de talentos humanos do IETEC
crescimento profissional. “Construir uma carreira de sucesso demanda que se mantenha um padrão de comportamento voltado para seus objetivos e que por repetição se criem novos hábitos, através da vontade, desejo e valorização do autoconhecimento”, avalia. Já Ivo Michalick, MSc, PMP e ex-presidente do PMI-MG e um dos profissionais mais renomados do mercado, analisa como vital que se levem em conta aspectos comportamentais. “Após tantos anos de atuação, cheguei a conclusão de que as competências técnicas são importantes, vitais para um gerente de projetos. Mas sem o que se convencionou chamar de soft skills, como as competências comportamentais, o profissional não obterá total êxito na sua carreira”, pontua. Participam também do painel a responsável pelo centro de competências da Fiat, Silvana Rizzioli e pelo diretor regional da Totvs, Arnaldo Nascimento.
Potencializando o PMO
Walther Krause
Gerente de Governança Corporativa na Embratel
Um grande paradigma existente na área de Gestão de Projetos diz respeito ao dogma de que a Gestão de projetos não se aplica em Processos. Recentemente isso caiu por terra, após um estudo de Delmer Aguiar Césario, Gerente de Engenharia de Produto & Processos
da COMAU América Latina. O projeto, premiado pela revista Mundo PM, aborda metodologias integradas de gestão de processos para a empresa, a partir de duas perspectivas distintas: a visão da COMAU e a visão do Cliente. “Ao desenhar o projeto, o gerente de projeto teve como desafio mostrar ao comitê diretivo da empresa que, através de projetos, a nova metodologia proposta seria formatada. Considerando diversos processos para gestão de ativos, nos mais diferentes clientes e espalhados por todo o território nacional, além, é claro, de proporcionar à empresa uma maior garantia de retorno (margem) no capital envolvido.” Na essência, os projetos devem cumprir o seu papel de materializar a estratégia corporativa. Para que isso aconteça com eficiência, as boas práticas indicam que uma governança de projetos, inserida na âmbito corporativo, esteja estabelecida. A proposta é defendida pelo gerente de Governança Corporativa da Embratel, o PMP Walther Krause. “Esse aspecto trata das normas, padrões, modelos de gestão, gestão de portfólio, alçadas de liberação, entre outros elementos essenciais ao bom gerenciamento de projetos.
Este tema é recente e há um grupo na ISO (International Standard Organization) desenvolvendo uma norma específica”, analisa. Segundo ele, a relevância de PMO nesse processo se justifica na medida em o Gerenciamento de Projetos não acontece isoladamente. “É o resultado de uma mudança na organização, cultural e operacional. A mudança requer a liderança de um grupo multidisciplinar e especializado. O PMO deve assumir este papel de agente transformador, que incentiva, orienta, monitora e controla os principais projetos da organização. O PMO forte e capaz ajuda aos gerentes de projeto cumprirem seus objetivos e toda a organização ganha, com projetos eficientes, eficazes e gerando satisfação às partes interessadas”, opina. O PMO destaca-se como solução integrada para o desenvolvimento de processos na obtenção de altos níveis de consistência na implantação de Projetos. A afirmação é de Wilson Ramos, diretor da NEO Consultoria e Serviços. Segundo ele, partindo do desenvolvimento de habilidades das equipes de Gerenciamento de Projetos nas Organizações até o controle de resultados pela gestão do portfólio de projetos com foco no aumento de produtividade e lucratividade, “o trabalho do PMO deve conduzir as equipes responsáveis pela implantação de projetos a dar atenção ao controle do escopo e gerenciamento de mudanças, no acompanhamento dos cronogramas, na análise de riscos, planejamento global de suprimentos, no controle de custos e dos parâmetros de qualidade, conforme com os requisitos estabelecidos para o projeto, além de elaborar planos de comunicação e de administração dos recursos humanos necessários para a execução das atividades previstas dentro de um plano integrado com o objetivo de termos uma solução consistente e coesa”, analisa.
Gestão de riscos De acordo com Luiz Tadeu Pedroso, MSc, PMP e consultor, é necessário prevenir para não deixarmos que nossa intuição subjetiva influencie nossas decisões objetivas. Wagner Santoro Quintão “Quando tomamos Gerente de Análises e Gestão de Riscos da Vale. decisões com base na nossa intuição ou naquilo que julgamos ser um conhecimento verdadeiro podemos cometer erros sistemáticos que são conhecidos como vieses, que se repetem de forma previsível em circunstâncias particulares”, analisa. Participam também do painel o gerente de riscos em projetos da Vale, Wagner Quintão, o consultor sênior de gestão de riscos da Dupont, Mário Fantazzinzi, e o professor da pós-graduação do Ietec, Carlos Dornellas.
Planejamento e controle em engenharia e montagem João Carlos Boyadjian, Msc, PMP, diretor da Cplan e coordenador técnico da área de Gestão de Projetos do IETEC, por sua vez, enfatiza Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
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Cenário
como essencial que as empresas, e sobretudo seus diretores, compreendam a diferença que há entre um plano de projeto e um plano de gerenciamento de projetos. “É necessário desmistificar como funciona essa diferenciação. Um plano de projeto deve existir posteriormente ao seu plano de gerenciamento de projeto, na medida em que decisões devem ser tomadas, dentre as áreas do PMBOK, antes de se pensar em executar suas ações, principalmente após a edição da 5ª versão do PMBOK”, analisa o profissional, com mais de 40 anos de experiência em gerenciamento de projetos. Para Fred Jordan, PMP, CPM e consultor, dois dos temas mais importantes no tocante ao planejamento de projetos diz respeito à gestão de conflitos e negociação e na administração de mudanças. “Cada vez que se faz um projeto, se trabalha com pessoas com quem nunca – ou quase nunca – se teve relações profissionais. Para engajá-las nos objetivos propostos, é necessário definir a participação de cada membro, com base na sua expertise”, diz. Participa também do painel o gerente financeiro de projetos da Samarco, Carlos Henrique Ribeiro.
Metodologias ágeis em gerenciamento de projetos Yóris Linhares, MSc, PMP e PMI-ACP, considera que hoje há diversos mecanismos trazidos pelo PMI para acessar e desenvolver um conjunto de conhecimentos e habilidades que ajudam no gerenciamento de projetos e que novas abordagens continuam a contribuir para o sucesso da aplicação destes mecanismos. “Uma das mais proeminentes abordagens de gestão que vem despertando o interesse nos últimos anos são os chamados métodos ágeis. Alberto Wagner Campos
Consolidados com esta nomenclatura e estrutura dentro da indústria de software, os métodos ágeis propõe uma forma de gestão enxuta.” Para ele o PMI, atento às evoluções na gestão de projetos, se inseriu no centro das conversas sobre agilidade e se tornou um personagem relevante para a comunidade ágil de gerentes de projetos, desenvolvedores de produtos e serviços e também de organizações que já haviam migrado antecipadamente para os métodos ágeis. “Agora, os métodos ágeis estão sendo usados cada vez mais por outras industrias além da indústria de software, impulsionados pelo PMI. Participam do painel Leandro Angelo da Ci&T e o diretor de TI da Localiza, Alberto Campos. Diretor de Tecnologia da Informação da Localiza
Pessoas interessadas estão adotando os princípios e práticas ágeis para gerenciar e desenvolver com sucesso seus projetos porque percebem ganhos em diminuir os defeitos dos produtos, melhorar a produtividade das equipes e aumentar a geração e entrega de valor para o negócio do cliente. Esta relação de ganha-ganha entre os métodos ágeis e o PMI se mostrou profícua para todos os envolvidos”, analisa Yóris.
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Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
Tecnologias convergentes em projetos Para , colunista e gerente de Novas Tecnologias da IBM Brasil, adotar e gerenciar de forma eficiente as quatro ondas tecnológicas – Cezar Taurion Cloud Computing, Gerente de Novas Tecnologias Aplicadas/ Technical Evangelist da IBM Brasil Big Data, mobilidade e Social Business – causará impacto significativo para os gestores e profissionais de Tecnologia da Informação. “Dois aspectos se destacam: governança e gerenciamento deste novo ambiente, e a essencial necessidade de repensar a arquitetura de novos sistemas que englobarão estas ondas tecnológicas”, analisa. Participa também deste painel falando sobre conectividade o executivo de telecomunicações da Oi para a copa de 2014, Carlos Malab.
Gestão de negócios e projetos: resultados empresariais Como encerramento do 16º Seminário Nacional de Gestão de Projetos, executivos de destaque nacional foram convidados para analisar a eficácia da Gestão de Projetos em seus respectivos empresas: Rogério Guimarães, superintendente da CBMM e Daniel Mesquita, diretor da Mineração Gerdau Flávio Campos, presidente da Leme Engenharia (Tractebel Enginering) para a América Latina), irá tratar da importância de um planejamento para o crescimento estruturado do negócio. “Nossa empresa sempre apresentou números positivos de expansão das atividades, mas a partir de meados dos anos 2000, vimos que era preciso nos organizar mais, visando nossa entrada em novos mercados e consolidação onde já atuamos. Esse planejamento nos trouxe ganhos de produtividade sem igual”, analisa o executivo.
Veja a programação completa no site:
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Uma das principais regras que toda empresa precisa assimilar, visando sua sobrevivência no mercado, seja ela de qualquer porte e nicho de atuação, chama-se incremento de sua produtividade. Sem reais condições de se manter competitiva, nenhuma organização tem a menor chance de obter um lugar ao sol. Para isso, diversas ações devem ser tomadas. A principal delas, no meu ponto de vista, está relacionada a capacitação da equipe. As organizações contemporâneas têm sido obrigadas a se adaptar à modernização e ao novo mundo do trabalho, regido por regras cada dia mais dinâmicas. Para isso, têm seguido diferentes caminhos, utilizando diversos mecanismos e ferramentas na busca da eficácia dos recursos produtivos. Esta realidade afeta todas as áreas das organizações, incluindo a de Gestão de Pessoas, que em última instância têm buscado a melhor adequação dos funcionários aos postos de trabalho.
Essa é uma temática que poderia ser amplamente discutida, porém um aspecto é fato: tem sido crescente a percepção dos administradores de empresas de que as pessoas contribuem de forma relevante para o sucesso organizacional. Na verdade, poucas são as empresas que não reconhecem tal fato. E estas, estão fadadas à extinção. Nesse sentido, a força de trabalho passou a ser vista como algo vital para os resultados de uma organização, sendo compreendida como um dos principais diferenciais competitivos do negócio. Apesar disso, pesquisa recente apresentada durante o IV
Mestre em Psicologia Organizacional e Social e Diretora de Relações com Associados da ABRHNacional
Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho, mostra que parte das organizações brasileiras ainda não percebeu a eficácia das ações voltadas à capacitação profissional. Segundo o estudo, as empresas que mais investem no treinamento de seus funcionários são as de maior porte e as públicas. A principal constatação: o setor privado ainda investe pouco nessa área. Com base nos dados apresentados no levantamento, é possível concluir que o cenário apontado na área de TD&E (Treinamento, Desenvolvimento e Educação) é preocupante e há muita desigualdade em termos de ofertas de capacitação no Brasil.
Segundo o estudo, as empresas que mais investem no treinamento de seus funcionários são as de maior porte e as públicas.
Entre as muitas polêmicas que cercam a questão da qualificação do trabalhador no contexto das inovações tecnológicas e reestruturação produtiva, uma ganhou especial destaque. Tratase da disputa entre qualificação e competência.
Sirley Carvalho
Em um mundo onde a única constância é a mudança, as organizações não podem ignorar a importância do desenvolvimento contínuo dos seus empregados frente aos desafios da inovação e da concorrência.
A velocidade dos avanços tecnológicos e a reinvenção constante de processos e estratégias deixaram para trás o tempo em que o profissional saía das salas de aula da escola técnica ou da universidade preparado para entrar no mercado de trabalho. Hoje, o profissional passa a vida toda em permanente aprendizado. Desse modo, as organizações são vistas como espaços privilegiados dessa aprendizagem e incentivo ao desenvolvimento profissional e pessoal. Na medida em que vivemos em uma sociedade marcada pela competição acirrada – e nada podemos fazer no sentido de modificar esse cenário –, estar pronto para competir e vencer em todas as dimensões é uma necessidade que não podemos negligenciar, sob pena de nos tornarmos vítimas dos nossos próprios equívocos. Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
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Opnião
Capacita Brasil! Qualificar pessoas é a chave para a competitividade
Conhecimento Aplicado
Curtas
Investimento na carreira garante o sucesso, tanto dos profissionais como das empresas Aumentar os resultados de vendas é o desejo de qualquer segmento corporativo. Para que isso ocorra, é necessário que os produtos e serviços sejam vendidos com qualidade. Dessa maneira, o cliente desejará manter uma fidelidade com a companhia. Entretanto, vender não é tarefa fácil, principalmente nos dias de hoje. Para que o processo tenha maiores chances de sucesso, é necessário o uso de mão de obra específica e qualificada. Um dos nichos onde a especialização mais tem gerado resultados é na Engenharia de Vendas. Um bom exemplo é Henrique Santos, gerente de contas para todas as linhas de negócio da Ausenco, uma das maiores provedores globais de serviços em engenharia, suprimento, construção e gestão (EPCM) para a indústria de mineração. O profissional, que se especializou em Engenharia de Vendas pelo IETEC, relata que “o mercado está cada vez mais competitivo e necessita que profissionais das áreas comercial, de vendas, marketing e gestão de negócios estejam preparados e capacitados no ponto de vista técnico e gerencial para os desafios cotidianos da profissão”. De acordo com o professor e coordenador do curso de pósgraduação de Engenharia de Vendas do IETEC, Paulo Emílio Vaz, os engenheiros de vendas não se limitam a comercialização do produto. Mais do que isso. São profissionais que proporcionam soluções aos seus clientes, que “atuam realizando ótimos negócios e pouco realizam vendas baseadas em competição por preço. O foco sempre é promover vendas baseadas em valor agregado no conjunto de soluções relacionado a sua oferta, o que consequentemente está mais ligado à qualidade da venda do que com o volume ou preço final”, explica. É o caso de Carlos Souza, Consultor de Recuperação da Otis – a maior fabricante de elevadores, escadas e esteiras rolantes do mundo – e ex-aluno Carlos Souza - Consultor de Recuperação da Otis do MBA em Gestão de “Os ensinamentos do IETEC me agregaram de uma forma que a empresa já esperava segundo a última reunião da diretoria Negócios com ênfase da empresa onde trabalho. Todos os recursos de vendas foram em Vendas do IETEC. aplicados simultaneamente e a meta foi batida em três meses, em uma maturação bem rápida de propostas.” “Os ensinamentos do IETEC me agregaram
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Henrique Santos - Gerente de contas da Ausenco. “O mercado está cada vez mais competitivo e necessita que profissionais das áreas comercial, de vendas, marketing e gestão de negócios estejam preparados e capacitados no ponto de vista técnico e gerencial para os desafios cotidianos da profissão”
de uma forma que a empresa já esperava segundo a última reunião da diretoria da empresa onde trabalho. Todos os recursos de vendas foram aplicados simultaneamente e a meta foi batida em três meses, em uma maturação bem rápida de propostas”, relata. Souza pontua que a importância de um profissional especializado em vendas na minha equipe de trabalho é o diferencial entre o sucesso e novas tentativas. “Esse profissional agrega muito visando os objetivos propostos pela companhia. Sou um exemplo disso. Alcancei minha meta anual de vendas em apenas quatro meses, utilizando os conceitos e técnicas fundamentadas em estudos e praticas de ensino. O IETEC me fez ver como é importante essa busca contínua de informação e fundamentação de cada informação”, afirma. Segundo Vaz, a grande vantagem é que esses especialistas, por deterem um amplo conhecimento dos seus produtos e mercados, conseguem corresponder ao nível de produtividade de vários outros vendedores comuns: aqueles que não adquiriram conhecimentos específicos, não aperfeiçoaram suas habilidades no mais alto nível e possuem atitude pouco comprometida com a satisfação dos clientes internos e externos. “A lógica é a seguinte: as empresas que trabalham com o processo de vendas baseado nesse profissional com maior eficácia na proposição da solução vai conseguir uma redução nos prazos dos seus ciclos de vendas e, consequentemente, entradas de caixa mais rápidas em relação as suas receitas de vendas, com margens bem melhores. O resultado será uma maior lucratividade nos negócios”, revela Vaz. Santos relata que o engenheiro de vendas é “um profissional capaz de estabelecer diretrizes, normas e padrões internos no processo comercial e de vendas, prospectar e manter clientes, compreender as necessidades dos clientes a partir do ponto de vista técnico e comercial, conduzir reuniões de negociações, e principalmente, saber criar estratégias para o negócio que levam ao sucesso da venda. São etapas do processo que certamente serão bem desempenhadas por um profissional bem capacitado em Engenharia de Vendas, e que apenas instituições com expertise de ensino nesta área podem oferecer uma grade curricular que cobrirá todas estas etapas”, afirma.
INFORMATIVO IETEC
CURSOS CORPORATIVOS IETEC: do mercado de trabalho direto para a sala de aula
VSB – Funcionários da VSB, ao final do módulo I do MBA em Gestão de Projetos, realizado dentro das instalações da empresa. Atualmente eles cursam o módulo II, com previsão de término em dez de setembro de 2013.
A disseminação do conhecimento está diretamente ligada à missão do IETEC. Por isso, o Instituto realiza cursos e eventos in company, com foco na qualificação profissional e na preparação de empresas para as exigências do mercado atual. Em um evento realizado na sede da Oi em Belo Horizonte, o professor de Gestão de Projetos, Leandro Faria, abordou a metodologia de Gerenciamento Ágil de Projetos como uma forma mais eficaz para se alcançar os objetivos dos projetos. Para Silvana Caldas Brant, Analista de Controle e Informações da OI TNL, a participação no workshop foi muito importante. “Principalmente a apresentação das técnicas de scrum e kanban boards, que possibilitam a visualização do ciclo de vida dos projetos e suas etapas. Mesmo que já utilizasse algo parecido com as técnicas intuitivamente, é sempre bom aperfeiçoar nossos métodos para garantir o resultado mais rápido e consistente”, opina. A SEI Engenharia, uma das mais conceituadas do segmento no país, também recorreu ao IETEC para qualificar seus profissionais. A empresa recebeu no dia 29 de abril o especialista em gerenciamento de projetos Breno de Campos, que realizou um workshop sobre Viabilidade Econômica de Projetos na empresa. Para Bernardo Vaz de Oliveira, diretor de desenvolvimento organizacional da SEI, a palestra foi um enorme sucesso. “Houve grande participação dos colaboradores e interesse, por parte deles, em saber mais sobre o core business da organização. Foram repensadas, inclusive, estratégias internas de gerenciamento”, analisa. Os participantes eram funcionários da engenharia e das áreas de projetos, sistemas, TI, planejamento e do Sistema Integrado de Gestão da empresa.
SEI – Analistas e coordenadores de projetos da SEI durante workshop na empresa.
Capacitação sem sair da empresa O curso in company é a modalidade de estudo empresarial que mais cresce no país. Além de permitir a aplicação direta dos conteúdos nas atividades da empresa, ele contribui com o desenvolvimento da organização e das pessoas. A VSB investe nesta ideia e tem 31 funcionários, entre gerentes, engenheiros e coordenadores, se capacitando em Gestão de Projetos com professores do Instituto. “Escolhemos o IETEC pelo reconhecimento de mercado e o expertise que o coloca à frente de outras escolas de negócios. Pretendemos repassar aos nossos colaboradores tal know how”, afirma Caio César Nascimento, Analista de Recursos Humanos da empresa. Para ele, “todos passam a ter uma visão gerencial dos processos, desde uma simples reunião de repasse até projetos estratégicos. Esse modo de ver do GP é essencial no dia a dia de todos os envolvidos na nossa atividade-fim”, analisa. Segundo Paulo Emílio Vaz, diretor de Soluções Corporativas do IETEC, as empresas hoje levam em consideração três fatores ao optar por essa modalidade de curso: foco nas questões e problemas da organização, datas e horários mais adequados à empresa e ao colaborador e, principalmente, adaptação do conteúdo às necessidades da companhia. De acordo com especialistas, isto possibilita a construção do conhecimento coletivo alinhado aos objetivos de desenvolvimento da empresa e permite alcançar os resultados desejados por todos. Solicite uma visita e conheça nossos produtos em www.ietec.com.br.
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A crise de energia no Brasil e suas soluções
José Goldemberg
As causas da crise de eletricidade que enfrentamos têm sido amplamente discutidas na imprensa e parecem ser bem compreendidas: a expansão do sistema de hidrelétricas – a principal fonte de energia elétrica no Brasil – tem sido feita nas últimas décadas em usinas a fio d’água, ou seja, sem reservatórios que as mantenham em funcionamento em período de estiagem prolongadas. Isso não é culpa do atual governo, mas da incapacidade geral dos governos, que, desde 1990, não se estabelecem um diálogo maduro com os ambientalistas e os movimentos sociais contrários à construção de barragens para a formação de reservatórios. A oposição ao governo FHC estimulou esses movimentos e paga agora o preço elevado que deles resultou. Várias organizações ambientalistas, como a WWF Brasil, tentaram iniciar esse diálogo, mas suas propostas foram recebidas com indiferença, apesar de razoáveis: escolher na Amazônia as bacias hidrográficas nas quais barragens e hidrelétricas poderiam ser construídas e preservar outras bacias. Atualmente os reservatórios estão praticamente no mesmo nível de 2001 e certamente teríamos um racionamento se não fossem as termoelétricas, que usam gás, óleo combustível e até carvão. Sua construção foi iniciada no fim do governo FHC e o governo Lula/ Dilma Rousseff deu-lhes andamento. Mas a energia gerada por elas é muito mais cara e poluente do que a das hidrelétricas. Mesmo assim, o risco de racionamento não foi afastado, porque todas as termoelétricas disponíveis já foram acionadas e se a seca continuar faltará energia. A razão para tal é simples: as alternativas de geração de eletricidade disponíveis – que são as usinas eólicas (movidas pela força do vento) e as termoelétricas queimando bagaço – não foram estimuladas pelo governo, no fundo, por motivos ideológicos. A partir de 2002, o governo decidiu expandir o parque gerador de eletricidade através de leilões que a Empresa de Planejamento Energético (EPE) realiza. Recebem as concessões as empresas que apresentam preços mais baixos para a energia produzida, seja hidrelétrica, térmica, eólica ou solar. A justificativa para esse procedimento é: garantir a “modicidade tarifária”, ou seja, preço baixo, que, em tese, favoreceria as camadas mais pobres da população. Essa é uma visão equivocada. Por motivos técnicos, diferentes formas de gerar eletricidade têm custos diferentes. Se a energia eólica gerada no Estado do Piauí for consumida no Rio de Janeiro, são necessárias linhas de transmissão. Além disso, gerar eletricidade para ricos e para pobres custa o mesmo.
Se o governo deseja fazer programas sociais com eletricidade, deve fazê-lo na venda, não na geração. Foi isso que o governo Franco Montoro fez em São Paulo (1982), estendendo as redes de eletricidade às favelas e cobrando preços reduzidos dos seus habitantes. Ao nivelar nos leilões da EPE todas as formas de energia, o governo tornou inviável, na prática, o uso de bagaço de cana para gerar eletricidade em grande escala em São Paulo. Essa energia pode até ser um pouco mais cara do que a das hidrelétricas, mas está próxima aos centros de consumo, reduzindo os custos de transmissão. Apesar dos esforços do governo paulista, menos de 20% do potencial do bagaço de cana-de-açúcar – que é comparável à potência da Usina de Itaipu – está sendo utilizado, por causa da falta de interesse do governo federal. O que torna a situação ainda mais paradoxal é que a ideologia da “modicidade tarifária” levou o governo a usar térmicas a gás, cujo custo da eletricidade é cerca de três vezes superior à média nacional. Os problemas que enfrentamos na área de energia elétrica não serão resolvidos com medidas intempestivas como a Medida Provisória 579 e a redução forçada de cerca de 20% nas tarifas, que está tornando o Sistema Eletrobrás e outras empresas geradoras inviáveis. Como foi feita, essa medida tem claramente um conteúdo demagógico e o Tesouro Nacional – ou seja, toda a população brasileira – pagará por ela. Vamos ter agora, além da Bolsa-Família, uma “bolsa-eletricidade”, que só beneficiará grandes indústrias eletrointensivas. As consequências negativas da MP 579 já são evidentes na queda do valor das empresas, que terão mais e mais dificuldades para investir. Como consequência, dará origem a mais “interrupções de fornecimento”, na linguagem oficial.
Soluções para a crise atual existem. No curto prazo, é preciso remover os obstáculos para que a eletricidade do bagaço de cana-de-açúcar possa competir nos leilões da EPE e tomar providências para completar a ligação de centrais eólicas ao sistema de transmissão. No longo prazo, é preciso reanalisar o planejamento de novas hidrelétricas – incluindo reservatórios adequados de água – e acelerar medidas de racionalização do uso de eletricidade, até agora voluntárias. Não basta, por exemplo, etiquetar geladeiras alertando os compradores sobre quais são os modelos mais eficientes, é necessário proibir a comercialização das geladeiras com alto consumo de energia, como fazem muitos países. Um pouco mais de competência na área energética é do que o país precisa agora. Revista IETEC | Ano 10 | Junho/Julho de 2013
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Opnião
Professor, físico e membro da Academia Brasileira de Ciências.
NO PALCO, OS MAIS BEM SUCEDIDOS LÍDERES APRESENTAM AS MELHORES ESTRATÉGIAS PARA A SUA EMPRESA. PALESTRANTES: CBMM - CEMIG - CI&T - CNEC WORLEYPARSONS - COMAU - CPLAN DUPONT - EMBRATEL - FIAT - GERDAU - IBM - IETEC - LEME/TRACTEBEL - LOCALIZA M2 - NEO - OI - PROJIX - SAMARCO - THESAURUS - TOTVS - VALE
NA PLATEIA, UM ESPAÇO RESERVADO PARA VOCÊ NESTE GRANDE ESPETÁCULO. 26
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16 de julho
17 de julho
GESTÃO DE PROJETOS E GOVERNANÇA CORPORATIVA
PLANEJAMENTO E CONTROLE EM ENGENHARIA E MONTAGEM
GESTÃO E LIDERANÇA DE PESSOAS EM PROJETOS
METODOLOGIAS ÁGEIS EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
POTENCIALIZANDO O PMO
TECNOLOGIAS CONVERGENTES EM PROJETOS
GESTÃO DE RISCOS
GESTÃO DE NEGÓCIOS E PROJETOS: RESULTADOS EMPRESARIAIS
Belo Horizonte
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