Edição 43 da revista IETEC

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revista Ano 9 | nº 43 | Junho/Julho de 2012

Rubens Menin Teixeira de Souza Diretor Presidente da MRV

MRV,

empresa centrada em objetivos audaciosos e inovadores

15º Seminário Nacional de Gestão de Projetos trata dos investimentos em andamento no Brasil Atenção especial aos colaboradores por Tatiana Villefort

Melhores colocações profissionais através da educação continuada

Confira encarte com a programação de cursos de curtaRevista duração do IETEC IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012

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Rua TomĂŠ de Souza, 1065, Savassi | CEP 30.140-131 | Belo Horizonte/MG Ietec.com.br | cursos@ietec.com.br | (31)3116.1000 | 3223.6251 twitter.com/ietec | facebook.com/ietec

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Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012


Há 25 anos o IETEC forma multiespecialistas, aliando engenharia, tecnologia e inovação. Um dos seus maiores diferenciais é o pioneirismo na implantação do Sistema Modular de Ensino, dividido em três etapas. Dessa forma, você faz sua pós-graduação em menos tempo e pode sair com dois MBA´s em apenas um ano e meio. Dentre os alunos do IETEC, 86% afirmam que o conhecimento obtido no curso contribuiu para o desenvolvimento profissional.

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PÓS-GRADUAÇÃO APERFEIÇOAMENTO 1 semestre / 185 horas-aula

PÓS-GRADUAÇÃO Gestão de Projetos

Engenharia de Vendas

GP em Construção e Montagem

Administração de Compras

Gestão de Custos

Análise de Negócios e da Informação

Engenharia de Custos e Orçamento

Gestão da Inovação em Empresas

Engenharia de Planejamento

Gestão e Tecnologia da Informação

Engenharia Logística Engenharia de Produção Enxuta

MBA

Engenharia de Processos

Gestão de Projetos

Engenha ria Ambiental Integrada

Gestão de Negócios

Engenharia de Software

Administração de Projetos

Engenharia de Suprimentos

Gestão de Negócios e TI

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Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012

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Opinião

Capa

Curtas

Cenário

Capacitação

5 • Rio+20: nosso sonho

Aconteceu no IETEC • Palestra de Rita Senise, pesquisadora de renome internacional • Visita da pró-reitoria da UFV • Cursos in company na Rockwell Automation

ambiental por Ronaldo Gusmão

7 • Por que a elaboração de

projetos é tão importante e tão desperstigiada? por Ítalo Coutinho e Roberto Guidugli

15 • Impactos da educação na inovação por Wilson Leal

19 • Olhar cuidadoso sobre os colaboradores por Tatiana Villefort

• Dar sequência aos estudos é cada dia mais um diferencial de mercado

16 e 17

10 • MRV, empresa com objetivos bem definidos e focada no desenvolvimento regional

Conhecimento aplicado Jorge Valente

• Seminário reúne, em Belo Horizonte, alguns dos maiores especialistas em Gestão de Projetos do Brasil

8e9

18

20 e 21

Cursos nas áreas de: • Gestão de projetos • Gestão e tecnologia da informação • Responsabilidade social • Gestão e tecnologia industrial • Gestão da inovação • Meio ambiente • Manutenção • Mineração

11 a 14

Expediente PRESIDENTE | Ronaldo Gusmão DIRETORIA | Diretor Geral: Mauri Fortes / Diretor de Marketing: Paulo Emílio Vaz Diretor de Operações e Produto: José Ignácio Villela Jr. / Diretora de Ensino: Wanyr Romero Ferreira COORDENAÇÕES | Administrativo: Marcelo Pereira / Comunicação: Christiane Coradi / Ensino: Fernanda Braga / EAD: Juliana Mendonça / Financeiro: Sérgio Ferreira / Gestão Integrada: Gislene Perona / Mídia Digital: Raquel Souza / Talentos Humanos: Silmara Pereira / Treinamento: Vivian Prado / Vendas: Sheyla Matos e Viviane Pereira COORDENAÇÕES TÉCNICAS | Gestão de Energia: Carlos Gutemberg / Gestão de Projetos: Ivo Michalick / Inovação e Criatividade: José Henrique Diniz / Manutenção: José Henrique Egídio / Meio Ambiente: Luiz Ignácio Fernandez de Andrade / Mineração: Aline Nunes / Responsabilidade Social: Helena Queiroz / Sistemas Industriais: José Ignácio Villela Jr. / Sustentabilidade: Antônio Claret Oliveira / Tecnologia da Informação: Alexandra Hütner / Telecomunicações: Hudson Ribeiro COORDENAÇÕES DE CURSO | Engenharia de Planejamento: Ítalo Coutinho / Engenharia de Software: Fernando Zaidan / Gestão de Negócios: Wilson Leal Gestão de Projetos: Clênio Senra e João Carlos Boyadjian / Tecnologia da Informação: Antônio de Pádua Pereira REVISTA IETEC | Projeto Gráfico: G30 MKT e COM / Diagramação: Tatiane Coeli Jornalista Responsável: Harley Pinto (09013/MG) / Impressão: Paulinelli / Foto da Capa: Nitro Imagens

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Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012

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Tiragem: 25.000 exemplares | Periodicidade bimestral | Distribuição gratuita


Rio+20: nosso sonho ambiental A cidade do Rio de Janeiro será novamente a sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será realizada em junho de 2012. A conferência visa engajar os líderes mundiais para as questões de vital importância para a sobrevivência do ser humano na face da Terra, como as mudanças climáticas, erradicação da miséria, economia verde, biodiversidade e a governança internacional para sustentabilidade do planeta. A Rio 92 foi a maior e mais importante conferência sobre meio ambiente já realizada e teve a participação de mais de 170 nações. Naquela conferência foram aprovadas a Declaração do Rio (equivalente à Declaração Universal dos Direitos Humanos para o meio ambiente), a Agenda 21, o Princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, o Princípio da precaução e o Princípio do poluidor pagador, além da Convenção do Clima e da Convenção da Diversidade Biológica, entre outros. Paradoxalmente sabemos que estamos fazendo mal ao planeta, mas como isso “não” afeta em quase nada nossa vida de forma imediata, não fazemos nada para mudar. O problema é que, quando as mudanças climáticas afetarem nossas vidas, de fato, não haverá nada mais que se possa fazer. Para dar um único exemplo: nos últimos 20 anos, desde que foi realizada a Rio 92, já desmatamos aproximadamente 330 mil km², só da floresta amazônica. Isto equivale aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos. A área é maior que o território da Itália! Precisamos de mais exemplos? Mas agora vamos sonhar. Vamos falar somente de coisas boas, porque o desejo de sonhar é o reconhecimento de que estamos realmente vivos. Sonhemos com o fim das guerras e vamos sonhar, sim, com o fim da exclusão social que é o retrato do descaso com o meio ambiente e da negação da oferta de serviços básicos a todos. Nosso objetivo hoje é criar um sonho coletivo. Queremos estimular a ação, em nome de nossos filhos e das futuras gerações. Esse é o nosso desejo. Vamos juntos desenvolver uma visão coletiva que ajude-nos a realizar o sonho de uma vida melhor e ambientalmente sustentável. Que as empresas, hoje com certeza uma das mais importantes instituições do homem moderno, alinhem os seus valores com os de seus colaboradores, que satisfaçam os seus desejos, que compartilhem de sua ética, que proporcionem um mundo melhor e que sejam antes de tudo empresas cidadãs iguais a nós cidadãos. Nesse sentido, é preciso que o compromisso da sociedade seja completo. Que o homem, impulsionado por seus

Ronaldo Gusmão presidente do IETEC.

sonhos e com a sua capacidade de realizar, influencie os seus semelhantes menos afortunados a buscar um mundo melhor. Esse estímulo deve começar dentro de casa. Afinal, o que todo pai quer e faz por seus filhos? Todo pai sonha que seus filhos sejam felizes, que tenham acesso à saúde, alimentação e educação. Toda a família investe ou faz sacrifícios para educar seus filhos, mas o que estão fazendo para que eles sejam realmente realizados? Como poderão ser plenamente felizes com o atual apartheid ambiental e social? Uma sociedade ambientalmente sustentável é, antes de tudo, uma sociedade com justiça social. O homem tem a obrigação moral e ética com a preservação da nossa casa comunitária, a Terra. E é somente pela educação que poderemos ensinar aos jovens a admirar todas as belezas naturais com o necessário respeito. A questão ética passa pelos pais. Os nossos valores devem vir, primeiramente, da família. A escola complementa esse trabalho, difundindo os valores moralmente aceitos pela sociedade. É preciso refletir sobre esses princípios. Desenvolver com as pessoas novos conhecimentos, novas habilidades, novas maneiras de olhar as coisas. Desenvolver a vontade de sonhar para fazer um mundo melhor. Precisamos nos conectar emocionalmente com o meio ambiente e estabelecer uma ligação com a imaginação dos nossos filhos, com as lembranças de nossos pais e avós. Afinal, num passado não muito distante, o ambiente na Terra era muito diferente – e muito mais agradável. O tempo da natureza é implacável. Precisamos urgentemente fazer alguma coisa. Cada um de nós. A borboleta tem uma expectativa de vida de 15 dias, enquanto uma criança que nasce hoje no Brasil tem expectativa de 26.280 dias. Assim como a borboleta não tem tempo para esperar, nossos filhos também não podem herdar um futuro incerto. Nossas ações e omissões hoje determinarão não só o nosso futuro, mas o de toda a humanidade. Vamos agir! Agora convidamos você a externar seu sonho. Acreditamos que, assim, poderemos sonhar juntos e, sobretudo, concretizar nosso desejo de fazer um mundo melhor para nós mesmos, nossos filhos e futuras gerações. Precisamos nos engajar em algo maior: defender a Nossa Casa, a casa de nossos antepassados, mas também a casa de nossos filhos e dos filhos de nossos filhos. O desenvolvimento sustentável não é um fim em si, mas um meio para se chegar a uma sociedade solidária. Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012

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Opinião

O homem tem a obrigação moral e ética com a preservação da nossa casa comunitária, a Terra.


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Por que a elaboração de projetos é tão importante e tão desprestigiada?

Quando se fala em projetos subentende-se a Gestão de Projetos. Praticamente, ignora-se a Elaboração de Projetos. Por quê? A elaboração de projetos é a fase de levantar informações sobre o empreendimento, organizar essas informações, consolidar os envolvidos, validar entendimentos de escopo, custo, qualidade e prazo. É uma etapa importante que alimenta outras fases como planejamento, execução, controle e encerramento. Vários motivos podem explicar o fato de esquecermos essa etapa de Elaboração de Projetos. Listamos abaixo algumas possíveis explicações: 1. Culturalmente, nós brasileiros somos pouco afeitos ao planejamento. Preferimos executar, fazer, por a mão na massa, ver resultados e, se possível, rápido. Fazemos tanto que não nos importamos muito em refazer, retrabalhar. O que interessa é tomar atitude e obter resultado, qualquer resultado. 2. Desconhecemos técnicas de elaboração de projetos. 3. Desconhecemos técnicas de análise e solução de problemas complexos, que normalmente os projetos buscam resolver. 4. Não temos tempo; e elaborar projetos demanda tempo. 5. A bíblia do Gerenciamento de Projetos, o Guia PMBOK®,

enfatiza o Gerenciamento de Projetos e não a Elaboração de Projetos. Vamos ficar por aqui, senão esta lista não teria fim, e esses cinco motivos ajudam a formar uma boa ideia do problema. O que poucos percebem é que um projeto bem elaborado é a base para um bom gerenciamento. Não há gerente de projetos que faça milagres. Se o projeto não for bem elaborado, as chances de sucesso caem exponencialmente. E depois basta procurar os culpados: o mercado, os riscos, enfim, qualquer um que não seja um de nós. Cabe lembrar que não basta identificar o que desejam os stakeholders! É preciso envolvê-los e para isso existem métodos e técnicas. Não se esqueça de que “todo projeto tem 5% de apoiadores, 5% de resistentes e 90% de indiferentes”. E esses indiferentes, podem se tornar resistentes, e aí, o projeto pode fazer água e ir a pique. Quanto mais o projeto tender para a área social, isto é, com um maior volume de pessoas ou grupo de pessoas envolvidas, há uma tendência de o projeto ser mais complexo e, portanto, demandar mais tempo para a elaboração. Não estamos dizendo que não haja projetos técnicos complexos, mas costumam ser mais “simples” em termos de elaboração, pois são fáceis de serem sistematizados e normatizados. Enfim, vale muito a pena investir uma boa gama de tempo na elaboração de projetos, para assim garantir um planejamento mais adequado e com artefatos (documentos) ricos e completos de informações suficientes para o cumprimento das metas e objetivos do empreendimento.

Levantar informações, organizá-las e definir objetivos e metas, são ações que irão garantir o sucesso do planejamento (e do projeto). Roberto Guidugli

é professor, consultor, auditor em sistemas da qualidade para Construção Civil, Engenheiro, sócio-diretor da empresa Meta Consultores.

Ítalo Coutinho

é engenheiro, coordenador de projetos da OUTOTEC e coordenador de cursos de pós-graduação do IETEC.

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Opinião

Com a enxurrada de investimentos em vários setores da economia brasileira, as empresas (nacionais e estrangeiras) se viram obrigadas a se organizar de modo a atender um crescente número de fornecedores e subfornecedores, localizados em partes distantes do mundo, com especificações e normas de qualidade distintas. Uma verdadeira torre de Babel que só aumenta o risco dos empreendimentos. A saída tem sido tratar cada obra, montagem, fabricação e/ou construção como se fosse um conjunto de projetos e buscar efetuar adequadamente seu gerenciamento.

Por Roberto Guidugli e Ítalo Coutinho


MRV, empresa com objetivos Foto: Nitro Imagens

bem definidos e focada no desenvolvimento regional

Foco da construtora é crescer sustentada na solidez de seus processos e em parâmetros claros de longo prazo. A estratégia tem surtido efeito. Em 2006, a empresa vendeu parte de seu capital para um fundo de investimento britânico. Em 2007, a companhia passou a integrar o Novo Mercado, o mais elevado nível de governança corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo. Estas duas ações, ao lado de uma estratégia de crescimento ousada e bem definida, fizeram da mineira MRV – sigla para os primeiros nomes de seus três fundadores: Mário Lúcio Pinheiro Menin, Rubens Menin Teixeira de Souza e Vega Engenharia Ltda.* – uma das principais empresas do seu segmento no país. A revista IETEC entrevistou, com exclusividade, o presidente do grupo, Rubens Menin. Na conversa, ele detalhou os passos da empresa até se consolidar como uma das maiores construtoras do Brasil, além da importância da definição de uma estratégia de venda bem direcionada. Leia os principais trechos abaixo.

O que difere a MRV de suas concorrentes, principalmente ao anunciar suas três principais metas até 2015 (ser um grande player mundial da construção civil; não ser somente a maior construtora no segmento de baixa renda no Brasil, mas a maior do setor; continuar crescendo sem perder a qualidade operacional)? O grande diferencial da MRV Engenharia são seus 32 anos dedicados exclusivamente à construção e à incorporação de unidades residenciais populares numa única e consolidada *A Vega se retirou da sociedade dois anos após sua constituição.

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malha de negócios, tendo profissionais, tecnologia e experiência de sucesso em imóveis com elevado custo-benefício. O modelo integrado de gestão com grande capacidade para prospecção e aquisição de terrenos, produção industrializada, padronização dos imóveis e ciclo operacional mais curto torna a construtora a maior e mais experiente empresa nesse ramo que concentra grande parte da população brasileira e da demanda por novas moradias. O sucesso da empresa é reflexo da união de três conceitos: localização dos imóveis, preço e forma de financiamento. Todos os imóveis têm como características comuns, por exemplo, a presença marcante de áreas verdes com paisagismo e fachadas diferenciadas. Nos últimos sete anos, antevendo a forte expansão do segmento de construção, a MRV Engenharia vem se preparando para crescer. O grupo inicialmente se reestruturou, excluindo todos os negócios que não eram focados em construção e incorporação de empreendimentos residenciais populares. Adquiriu vários terrenos e áreas para acelerar seus lançamentos, além de iniciar a contratação acelerada de profissionais. Em dezembro de 2006, a empresa vendeu 16,7% de seu capital para um fundo de investimento britânico. Em julho de 2007, a companhia passou a fazer parte do Novo Mercado, o mais elevado nível de governança corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo. Em 2009, a MRV foi uma das sete empresas que participou da elaboração do programa habitacional do governo federal “Minha Casa, Minha Vida”. Os impactos provocados pelo programa foram determinantes para os bons resultados financeiros da MRV, já que a empresa estava preparada para atender à forte demanda por produtos que se enquadram no perfil eleito pelo governo. A


Qual a importância da qualificação profissional nesse processo?

Capacitar sua mão de obra sempre foi uma característica da MRV, que prima pela qualidade de seus profissionais. A companhia oferece diversos cursos de capacitação para todos os seus níveis hierárquicos. No ano de 2011, para suprir a escassez de profissionais qualificados em suas obras, a construtora criou diversas Escolas de Produção. Em uma postura inovadora, a empresa oferece conhecimento e capacitação para profissionais de obras da MRV, terceirizados ou interessados da comunidade. Até agora as Escolas de Produção da MRV de Londrina, Uberlândia, Porto Alegre, Curitiba, Londrina e Maringá já capacitaram mais de 900 pessoas. Em 2012 outras Escolas de Produção serão inauguradas em cidades como Recife, Salvador e outras praças em que a construtora atua.

Como funciona a política de contratações da empresa?

A MRV Engenharia prioriza movimentações internas a contratações externas desde que os candidatos preencham os pré-requisitos para o cargo. A avaliação de desempenho é uma importante ferramenta neste processo. Na existência de vagas, os gestores recorrem a essa avaliação no intuito de verificar se existem profissionais na casa capazes de ocupar aquele posto de trabalho. Caso não sejam identificadas as competências necessárias, a vaga é então aberta e divulgada ao mercado, dando preferência à mão de obra local, no intuito de fomentar o desenvolvimento das regiões onde atua.

Na mesma linha, a MRV incentiva a contratação de trainees?

Sim. A MRV Engenharia oferece anualmente o programa para atração e retenção de jovens talentos. Nosso programa de trainees busca jovens profissionais com potencial para tornarem-se futuros líderes em uma das áreas da companhia. O programa tem duração de 24 meses, compreendendo momentos de formação, desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais e atuação prática. Para atuar nas áreas de Engenharia, Desenvolvimento Imobiliário, Comercial, Crédito Imobiliário, Finanças, Relações Institucionais, Administração e CSC os candidatos a trainees passam por um processo seletivo que tem como pré-requisitos a conclusão do curso superior em até dois anos, ter média de desempenho escolar acima de 80%, conhecimento de informática e inglês. Com acompanhamento contínuo e proximidade com a área de Desenvolvimento Humano e da alta direção da empresa, o trainee atua em diferentes áreas, o que proporciona a ele uma visão ampliada da companhia, com experiências que serão úteis na condução de sua atuação como líder. Desta forma, ele ganha visibilidade e começa a alcançar seu desenvolvimento de carreira, ao mesmo tempo em que contribui para os bons resultados da companhia.

Qual o papel da empresa no crescimento do setor de construção civil e no desenvolvimento das melhores práticas no ramo?

A MRV Engenharia acredita no crescimento orgânico. Por isso, a empresa se estruturou e vem crescendo com base na força de sua equipe e em um modelo de negócios integrado com foco exclusivo no segmento econômico. Ano após ano a companhia vem apresentando importantes crescimentos de receita operacional líquida, Ebitda (Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization, ou seja, Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) e lucro líquido, mantendo o mais alto nível de rentabilidade da indústria no Brasil e, desta forma, vêm contribuindo para o crescimento do setor e da economia como um todo. A estabilidade e o desenvolvimento da economia brasileira permitiram o crescimento do poder de compra e o aumento do potencial do mercado em pequenas e médias cidades. Hoje a MRV está presente em 109 cidades de 18 Estados e no Distrito Federal. Como a companhia tem controle de 100% de seus projetos, com tecnologia e processos avançados, pode manter sua estratégia de diversificação geográfica, concentrando suas operações em regiões e cidades de forte crescimento e menor concorrência no segmento econômico, o que gera emprego e renda de forma disseminada nas diversas regiões do país, contribuindo, assim, com as economias locais.

A empresa incentiva a adoção de métodos inovadores visando a redução de custos e a geração de novas frentes de negócios? Como isso ocorre? Sim. A MRV Engenharia criou em 2003 o programa Banco de Ideias (BI) para promover e incentivar a participação efetiva dos colaboradores na melhoria dos processos da empresa de forma a obter soluções criativas para a redução de custos e aumento de receitas. Muitas mudanças foram implantadas, gerando diversos benefícios para a companhia e premiação para os colaboradores.

Todas as ideias são analisadas e os autores das ideias implantadas são premiados, de acordo com o valor da economia e/ou receita gerada e também de acordo com a quantidade de propostas aprovadas. Desta forma, a MRV está incentivando a criatividade de cada um de seus colaboradores nos processos da empresa. Através do BI, o colaborador tem a possibilidade de manifestar sua criatividade, sugerindo ideias para melhorar processos, buscar novas tecnologias, reduzir custos, eliminar desperdícios e aumentar a satisfação dos clientes.

Quem é Rubens Menin Teixeira de Souza Sócio-fundador, presidente do Conselho de Administração e Diretor Presidente da MRV. Graduado em Engenharia Civil (UFMG), acumula o cargo de Presidente do Conselho de Administração do Banco Intermedium (onde também é sócio-fundador), desde a constituição da companhia, em 1994.

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Capa

MRV foi responsável por 12% de todas as contratações do “Minha Casa, Minha Vida” 1 e continua sendo a maior operadora do “Minha Casa, Minha Vida” 2.


Curtas

Aconteceu no IETEC

Pesquisadora internacional apresenta trabalho sobre inovação No dia 17 de abril o IETEC organizou apresentação da pesquisadora Rita Santos Senise, para apresentar o resultado de pesquisa realizada por ela a respeito de inovação tecnológica orientados para a sustentabilidade ambiental da multinacional sueca Ericsson em contraponto à inovação no Grupo Usiminas. O foco do estudo são os respectivos resultados de inovação tecnológica orientados para a sustentabilidade ambiental. Segundo Senise, que atua como pesquisadora junto ao Kungliga Tekniska Universitet (KTH) na Suécia, e faz parte do conselho editorial do Journal Global Environmental Science & Technology e foi, por vários anos coordenadora da área de meio ambiente do IETEC, “a pesquisa confirmou que a empresa brasileira, por possuir um tipo de commodity mais rígida, não possui tanta inovação como a sueca. O mercado tecnológico já exige que a inovação seja uma constante do processo produtivo”, analisa. Acompanhe o calendário de eventos no site www.ietec.com.br.

Rockwell Automation capacita seus profissionais A Rockwell Automation contratou o IETEC para ministrar duas turmas do curso de ‘Planejamento e Controle de Custos em Projetos’ para os colaboradores da empresa, especializada na organização e gerenciamento de soluções integradas de arquitetura integrada.

UFV e IETEC estreitam relações Visando ampliar seu konw how nas áreas de eficiência energética, engenharia de produção e empreendimentos florestais, o IETEC recebeu a visita do vice-reitor da Universidade Federal de Viçosa, professor Demetrius David da Silva. Na ocasião, foram discutidas ações e convênios visando uma maior interação do Instituto junto aos departamentos de engenharia, administração e economia da universidade, além de projetos de sustentabilidade e inovação tecnológica. “Queremos ampliar nossas experiências didática e práticas, possibilitando uma maior oferta de especializações lato sensu, por exemplo. E a UFV é um case de sucesso a ser seguido”, diz o diretor-geral do IETEC, professor Mauri Fortes, que já foi próreitor pro tempori da UFV.

Agregar valor aos produtos e serviços educacionais do IETEC, com base no know how da UFV

Ausenco e CNH qualificam seus colaboradores em GP

“Participei do processo e da primeira turma. Como aluno digo que o curso foi excepcional. O conteúdo proposto foi tratado com o cuidado e a profundidade que precisávamos. O professor, com vivência de mercado, trouxe exemplos práticos que enriqueceram as discussões”, afirma Gabriel Marietti, supervisão de administração e operações de engenharia da empresa.

A Ausenco – empresa que oferece soluções nos setores de Energia, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Minerais e Metais, Infraestrutura de Processos e Gestão de Programas - e a CNH – líder mundial na oferta de equipamentos para construção e agrobusiness – qualificaram seus profissionais em Gestão de Projetos no último trimestre. Por meio de duas turmas, no caso da Ausenco, gerentes, engenheiros e coordenadores puderam, em dois dias, conhecer as principais técnicas e métodos que fazem do gerenciamento de projetos uma das opções mais assertivas para as organizações.

Ele completou: “como contratante, gostaria de enaltecer a formatação do curso de acordo, adequado às nossas necessidades. A customização fez com que adaptássemos parte do conteúdo. ¼ do tempo foi dedicado às demandas específicas da nossa empresa”, ressalta.

Já a CNH se preocupou em oferecer aos seu funcionários – dos mais diferentes cargos, setores e níveis hierárquicos – uma melhor visão da Gestão de Projetos. Ambos os cursos foram ministrados pelo professor Ivo Michalick, profissional com larga experiência profissional e coordenador da área do IETEC.

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Programação

de cursos:

Profissionais reconhecidos pelo mercado à frente de cursos dinâmicos Junho a Agosto de 2012 Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012

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Conheça as diversas oportunidades de curso oferecidas pelo IETEC. Muito mais qualificação para sua equipe e muito mais retorno para sua empresa.

Gestão de Projetos Curso

Início

Gerenciamento de Projetos com a utilização do MS Project 2010 Curso Preparatório para Exame PMP

11/Jun 13/Jun

Término Horário 20/Jun 16/Ago

Noturno Noturno

Viabilidade Econômico-Financeira de Projetos

19/Jun

20/Jun

Diurno

Análise de Decisão com utilização de Monte-Carlo

21/Jun

22/Jun

Diurno

Gerenciamento de Projetos

26/Jun 28/Ago

29/Jun 29/Ago

Noturno Diurno

Administração de Contratos Gerenciamento de Projetos de Capital Gestão de Portfólio de Projetos Auditoria em Projetos Liderança em Equipes de Projetos Implantação e Gerenciamento de PMO (Project Management Office) Gerenciamento Integrado de Projetos na Construção Civil Prince 2

4/Jul 5/Jul 5/Jul 6/Ago 7/Ago 14/Ago 15/Ago 20/Ago

5/Jul 6/Jul 6/Jul 8/Ago 8/Ago 15/Ago 16/Ago 23/Ago

Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Noturno

Gestão e Tecnologia da Informação Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação

4/Jun

5/Jun

Diurno

Metodologias e Processos ágeis de Projeto de Software

11/Jun

14/Jun

Noturno

Segurança da Informação nas Organizações - Gestão e Implementação

11/Jun

14/Jun

Noturno

Elaboração de Business Case e Análise de ROI em Projetos de TI Análise de Negócios: uma Visão através do Guia BABOK 2.0 COBIT 4.1 Clouding Computing e SAAS Gerenciamento de Serviços de TI - ISO/IEC 20.000 Competências Fundamentais ao Analista de Negócios Gestão da Infraestrutura e Custos em TI e Comunicações - TIC Gestão de Negócios Orientada por Processos BPMN Gerenciamento de Projetos de Software ênfase em Planejamento Liderança em Equipes de Tecnologia Centro de Serviços Compartilhados: CSC

13/Jun 13/Jun 26/Jun 9/Jul 17/Jul 18|/Jul 23/Jul 20/Ago 20/Ago 21/Ago 27/Ago

14/Jun 14/Jun 27/Jun 11/Jul 20/Jul 19/Jul 26/Jul 23/Ago 29/Ago 22/Ago 30/Ago

Diurno Diurno Diurno Diurno Noturno Diurno Noturno Noturno Noturno Diurno Noturno

Gestão da Inovação Proteção da Propriedade Intelectual e Transferência Tecnológica

18/Jun

19/Jun

Diurno

Técnicas Criativas para a Solução de Problemas

17/Jul

19/Jul

Diurno

Confira a programação dos cursos no site www.ietec.com.br. Para mais informações: (31)3116-1000/ (31)3223-6251 - cursos@ietec.com.br

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Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012


Gestão e Tecnologia Industrial Curso

Início

Negociação em Compras

11/Jun

Término Horário 14/Jun

Noturno

Sistemas e Técnicas de Troca Rápida de Ferramentas

11/Jun

14/Jun

Noturno

FMEA - Analise dos Efeitos e Modos Falhas

11/Jun

14/Jun

Noturno

Custos Logísticos - Apuração e Gestão

12/Jun

14/Jun

Diurno

Inteligência Competitiva em Compras

13/Jun

14/Jun

Diurno

Produtividade Ind-Medição e Gerenciamento através da OEE

18/Jun

19/Jun

Diurno

Custos e Formação de Preços Industriais

21/Jun

22/Jun

Diurno

Planejamento e Gestão de Empreendimentos Industriais

11/Jul

13/Jul

Diurno

Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos

16/Jul

17/Jul

Diurno

Administração de Materiais

23/Jul

26/Jul

Noturno

Auditoria de Processos

25/Jul

27/Jul

Diurno

Planejamento, Programação e Controle da Produção

30/Jul

2/Ago

Noturno

Gerenciamento de Compras

2/Ago

3/Ago

Diurno

Estratégias e Táticas para Redução de Custos Industriais

7/Ago

10/Ago

Noturno

Gerenciamento de Almoxarifados

8/Ago

9/Ago

Diurno

Engenharia e Análise do Valor

13/Ago

16/Ago

Noturno

Liderança em Equipes de Produção

16/Ago

17/Ago

Diurno

12/Jun 13/Jun 4/Jul

15/Jun 15/Jun 5/Jul

Noturno Diurno Diurno

9/Jul 9/Ago 13/Ago

12/Jul 10/Ago 14/Ago

Noturno Diurno Diurno

15/Ago

17/Ago

Diurno

13/Jun 15/Jun 18/Jul 15/Ago 17/Ago

Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno

Meio Ambiente Avaliação de Impactos Ambientais

Controle Ambiental na Indústria Gerenciamento de Riscos e Acidentes Ambientais Licenciamento Ambiental para Obras de Saneamento Gestão de Recursos Hídricos Administração de Resíduos Sólidos Industriais Legislação Ambiental

Responsabilidade Social Diversidade e Inclusão nas Empresas Comunicação e Responsabilidade Social Elaboração de Projetos Sociais Responsabilidade Social Corporativa Gestão de Projetos Sociais

12/Jun 14/Jun 17/Jul 14/Ago 16/Ago

Confira a programação dos cursos no site www.ietec.com.br. Para mais informações: (31)3116-1000/ (31)3223-6251 - cursos@ietec.com.br Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012

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Mineração Curso

Início

Otimização, Estabilidade e Segurança de Taludes em Cavas

11/Jun

Término Horário 13/Jun

Diurno

Avaliação da Segurança de Barragens de Rejeitos

18/Jun

21/Jun

Diurno

Separações Sólido-Líquido no Processamento de Minérios

19/Jun

21/Jun

Diurno

Operação de Moagem e Filtragem de Minérios Avaliação Econômica de Projetos de Mineração Desmonte de Rochas com Explosivos

2/Jul 23/Jul 26/Jul

4/Jul 25/Jul 27/Jul

Diurno Diurno Diurno

Bombeamento de Polpas

13/Ago

15/Ago

Diurno

Carregamento e Transporte em Minas a Céu Aberto

21/Ago

22/Ago

Diurno

Amostragem e Controle de Qualidade em Mineração

28/Ago

30/Ago

Diurno

4/Jun 18/Jun 21/Jun 27/Jun 2/Jul 10/Jul 10/Jul 7/Ago 9/Ago 13/Ago

6/Jun 20/Jun 22/Jun 28/Jun 5/Jul 13/Jul 11/Jul 9/Ago 10/Ago 16/Ago

Diurno Diurno Diurno Diurno Noturno Noturno Diurno Diurno Diurno Noturno

Manutenção Gestão de Custos e Investimentos em Manutenção Gestão de Indicadores na Manutenção Manutenção Autônoma Gestão de Projetos de Paradas Redução de Custos em Manutenção através da Lubrificação Gestão de Contratos na Manutenção Planejamento, Programação e Controle da Manutenção-Avançado Planejamento, Programação e Controle da Manutenção Manutenção Centrada em Confiabilidade Gerenciamento da Manutenção

Cursos a Distância Curso

Início

Término

Liderança e Gestão de Pessoas Planejamento e Controle de Manutenção Elaboração e Análise de Proposta Técnica Comercial

12/Jun 19/Jun 27/Jun 28/Jun 17/Jul 30/Jul 31/Jul

16/Jul 21/Jul 30/Jul 31/Jul 21/Ago 3/Out 28/Ago

Metodologia FEL como Ferramenta para Análise de Viabilidade de Projetos

Gerenciamento de Projetos Preparatório para o Exame PMP Administração de Contratos

Cursos corporativos IETEC: o mercado reconhece.

Grandes empresas já aprovaram os Cursos Corporativos IETEC para capacitar seus colaboradores. Com aulas voltadas para a realidade do seu negócio, os Cursos Corporativos podem ser customizados de acordo com a necessidade da sua empresa.

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Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012


Impactos da educação na inovação Inovar é transformar ideias em valor. Ela surge através da melhoria de produtos ou serviços existentes ou pelo lançamento de novos que alterem radicalmente o perfil da concorrência. A diferença, no que se refere à difusão da inovação, é o grau de novidade e o binômio volume-velocidade como esta ocorre. Segundo dados do Ministério de Ciência e Tecnologia, o Brasil, apesar de contribuir mundialmente com 2,69% do total da publicação de artigos indexados, registrou em 2010 apenas 0,13% dos pedidos de patentes no USPTO. Foram 568 pedidos brasileiros, contra 26 mil da Coréia do Sul, país que apresentava indicadores semelhantes ao nosso em 1970. O Brasil se classifica também na 42ª. posição mundial no quesito inovação segundo o Índice de Competitividade Global 2011, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF). Há várias explicações para esta situação. Os investimentos totais em P&D no país atingiram 1,16% do PIB, contra 3,74% na Coréia e 2,82% na Alemanha. Além de percentuais menores do PIB, o perfil do investimento por setor – privado ou governo – também contribui para explicar a maior efetividade na transformação da produção técnico-científica em patentes. É que nos outros países citados, mais do que o dobro do investimento em P&D é feito por empresas. Já no Brasil, a maior parte ainda é aplicada pelas diversas esferas do poder público. Com origem nas empresas, o investimento em P&D tende a ser mais efetivo sendo orientado pela estratégia empresarial. Bons exemplos, no entanto, como a Embrapa devem ser espelhados e multiplicados. Outra explicação, foco deste trabalho, está associada às deficiências da educação e seus impactos na produção da inovação no país e na sua difusão.

Wilson Leal

Coordenador técnico do MBA de Gestão de Negócios do IETEC e diretor de negócios da Siemens.

além de contribuir para os baixos indicadores de inovação e produtividade. Também aqui existem explicações e algumas propostas. A inovação está diretamente associada à criatividade e encontra na gestão da inovação e no substrato técnicocientífico do país seu terreno mais fértil. Desde os primeiros níveis de escolaridade, o aluno pode ser despertado para a observação e para as novas ideias. Isso dependerá, em maior ou menor escala, do tipo de interação existente em sala de aula e do ambiente escolar. Sempre e cada vez mais o professor constituise em figura central neste processo, mediando com a tecnologia, o caminho da criatividade e da informação. O datashow é ferramenta, mas o show da informação e da inspiração é do professor e o conhecimento deve ser construído pelo próprio aluno. O conhecimento é feito pelas pessoas. O professor no Brasil, ao contrário de países líderes em desenvolvimento educacional como Coréia do Sul, Áustria e Alemanha, não é a figura central dos investimentos em educação. Por meio de esforço recente do MEC, serão substancialmente ampliados os números de vagas no ensino técnico e superior com os programas Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Somente o Pronatec vai oferecer, este ano, quase 1,2 milhões de vagas em cursos de qualificação em áreas como construção civil, informática, mecânica, turismo e enfermagem.

Uma comparação. Segundo dados de 2007 da Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento, entre os dispêndios totais em educação nos três níveis em relação ao PIB, o Brasil apresenta o índice de 5,2%, atrás dos Estados Unidos (7,6%), Israel (7,4%), Coréia do Sul (7%) e Chile (6,4%). É necessário investir mais e melhor em educação uma vez que os efeitos destas deficiências são evidentes nos comparativos mencionados. Além dos aspectos quantitativos de investimentos na educação, é no aspecto qualitativo que os resultados das estatísticas tornam-se ainda mais preocupantes.

Infelizmente, apesar dos esforços, o foco da expansão é físico, como se tratássemos de ampliar uma capacidade produtiva. Não há como esperar resultados diferentes fazendo as coisas da mesma forma. Muito mais do mesmo é a questão. Não que a ampliação seja um problema, ao contrário, mas junto com ela e acima dela o foco deve ser concentrado nos professores em todos os níveis. Sobram experiências em todo o país de como escolas com pequena estrutura produzem resultados excepcionais. A diferença passa pelo professor, pelo ambiente escolar e pela comunidade no entorno. Através de melhores salários e capacitação de professores, associados à processos de avaliação modernos, seriam obtidos resultados expressivos em curto prazo. Estas medidas, acompanhadas de investimentos na expansão e na modernização da estrutura física, contribuirão para um salto de qualidade na educação.

Educação e treinamento nos levam à 58ª. posição na avaliação do empresariado, segundo o estudo do WEF. Considerando o peso crescente do capital intelectual nos ativos das empresas modernas, esta posição nos segrega à condição de coadjuvantes,

Assim nossa classificação como estatística ficará no passado. Ao olharmos para a frente e atuarmos sobre as atuais e futuras gerações de estudantes, podemos reacender a esperança de resultados melhores no cenário mundial. Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012

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Opinião

Não há como esperar resultados diferentes fazendo as coisas da mesma forma.


Cenário

Oportunidade para a educação continuada Nunca antes as empresas tiveram tamanha oferta de profissionais graduados. De acordo com especialistas, trata-se de uma chance de ouro para o Brasil. É cada dia maior o número de profissionais que procuram por cursos de especialização e pós-graduações no Brasil. Essa realidade é confirmada por pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, o número de brasileiros com diploma universitário deu um salto nos últimos dez anos. São hoje 7,9% da população, ou seja, algo próximo a 15 milhões que concluíram a graduação. A maioria é do sexo masculino, possui entre 20 e 35 anos e está concentrada na região Sudeste (10% da população, ou 7 280 843 brasileiros. Antes eram 6%). Os números são um alento diante do grande volume de investimentos que o Brasil tem recebido, tanto de empresas externas como de

“Se hoje comprarmos uma câmera digital, ao se passar um ano, teremos com certeza uma nova versão com novas funcionalidades. O mesmo acontece com o conhecimento: a cada dia surgem novas ferramentas para serem aplicadas na prática. Por isto a importância de se manter uma atualização teórica sempre alinhada a uma prática bem sucedida” João Carlos Araújo da Silva Neto, professor de Gestão de Projetos

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Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012

companhias multinacionais brasileiras. Segundo a empresa de consultoria Criactive Exit8, até 2016 – ano das Olimpíadas no Rio de Janeiro – serão mais de R$1,48 trilhões, nos mais diversos ramos de atividade. O destaque, como não poderia deixar de ser, está concentrado no setor de infraestrutura. Segundo o relatório Global de Competitividade (2011-2012), o Brasil ocupa o 104º lugar no ranking da infraestutura dentre 142 países. Ou seja, com mais investimentos o país precisará de maior número de multiespecialistas. Trata-se de uma oportunidade aos profissionais que buscam uma qualificação constante. De acordo com relatório apresentado em janeiro deste ano pelo Ministério dos Transportes, a Copa de 2014 envolverá 94 projetos de infraestrutura, somando R$ 23,8 bilhões de investimentos. Para o diretor de Produto do IETEC, José Ignácio Villela Jr., tratase de uma oportunidade ímpar para os profissionais brasileiros. “A graduação deve ser encarada como a base da educação, não seu ápice. Através dela se obtém um desenvolvimento profissional. A pós-graduação, por outro lado, se estrutura nessa base e no tripé: conhecimentos específicos, prática – trazida pelos professores, normalmente profissionais de destaque na sua área de atuação – e networking, que gera as condições ideais para se acelerar a geração de resultados e, consequentemente, o crescimento profissional”, analisa, complementando também que as empresas só têm a ganhar com esse processo. “Com profissionais mais capacitados, diminui-se consideravelmente a relação de tentativa e erro, melhorando a gestão, e em última instância, os resultados econômicos da companhia”, pondera. O cenário imaginado pelo professor Villela condiz com outro ponto da pesquisa. De acordo com o IBGE, a renda média do trabalhador brasileiro apresentou um ganho real de 5,5% nos últimos 10 anos.


competitiva, lucrativa e produtiva. E só terá esse perfil a empresa que tiver, nos seus quadros, profissionais mais engajados e competitivos, com maior conhecimento de suas áreas de atuação”, enfatiza. Por fim, na área de gestão de projetos, a diferenciação advinda da qualificação constante faz com que o profissional obtenha um destaque no mercado de trabalho, essencial ao desempenho da função. É o que garante o engenheiro eletricista João Carlos Araújo da Silva Neto, gerente da área de gestão de projetos da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). “Ao longo da minha trajetória, sempre busquei alinhar muita teoria a prática. Dentro deste contexto, busquei fontes de teoria sobre o gerenciamento de projetos em cursos de pós-graduação, mestrado e certificações. Ao longo desta trajetória, tive a oportunidade de trabalhar com grandes investimentos dentro destas indústrias, o que foi fundamental para a consolidação do conhecimento adquirido”, pontua o experiente PMP, ex-aluno do MBA em Gestão de Projetos e professor do IETEC.

“Na área de TI como um todo, e particularmente no setor de Análise de Negócios, capacitação é palavra de ordem. Está quase que no DNA da profissão.” Marcelo Siffert, professor de Análise de Negócios

Diante da melhoria do poder aquisitivo do brasileiro, e com mais pessoas tendo acesso ao ensino superior, torna-se vital para os profissionais que querem se destacar no mercado de trabalho, cada dia mais concorrido, um investimento maior no processo de educação continuada. É o que pensa o professor Villela Jr.: “Com o aumento da capacitação média dos trabalhadores, é necessário ao candidato investir cada dia mais em sua carreira. Essa é a única forma de obter destaque, vital para seu sucesso”, afirma.

Nichos de mercado O mercado como um todo demanda mais e melhor qualificação. Mas em alguns setores da economia essa necessidade é mais premente. É o caso da área de Tecnologia da Informação. De acordo com o consultor e professor do curso de pós-graduação em Análise de Negócios, Marcelo Siffert, no setor de TI a necessidade de atualização é ainda maior do que nos outros setores da economia. Para ele, trata-se de uma necessidade da formação. “Na área de TI como um todo, e particularmente no setor de análise de negócios, capacitação é palavra de ordem. Está quase que no DNA da profissão. As mudanças tecnológicas, de mercado, demandam uma qualificação constante dos profissionais. Caso contrário, fatalmente se estará fora do mercado”, analisa. Essa necessidade de qualificação constante é ainda mais importante no setor industrial, já que, segundo Arildo Rodrigues da Silva, professor do IETEC na área, a cada dia que nos levantamos, nos levantamos obsoletos. “Dois fatores devem ser levados em conta nessa discussão: o avanço tecnológico e o comportamento do profissional nos dias de hoje. A gestão dos recursos à nossa disposição requerem maior precisão na tomada de decisões. Isso faz com que uma empresa seja mais ou menos

Para Silva Neto, a qualificação possui outro viés relevante: a melhora dos resultados finais da empresa. Cada vez mais certos de que a produtividade compensa, empresários de todas as regiões do país têm apostado no treinamento de seus quadros como forma de capacitá-los. De acordo com ele, é fundamental esse tipo de investimento. “Para o desenvolvimento de uma carreira é vital um embasamento teórico através da busca por cursos qualificados. Costumo comparar a questão do conhecimento com a tecnologia: se hoje comprarmos uma câmera digital, ao se passar um ano, teremos com certeza uma nova versão com novas funcionalidades. O mesmo acontece com o conhecimento: a cada dia surgem novas ferramentas para serem aplicadas na prática. Por isto a importância de se manter uma atualização teórica sempre alinhada a uma prática bem sucedida”, analisa o profissional, certificado PMP (Project Management Professional) desde 2008, que já atuou na coordenação e gerenciamento de projetos e engenharia nas empresas Votorantim, Alcoa, Gerdau, FIAT, ABB, Vale e MMX, além de possuir experiências em países como Suriname, Jamaica, EUA, Espanha, Austrália e África do Sul.

Íntegra da pesquisa O IETEC disponibilizou a íntegra dos Resultados gerais da amostra do Censo Demográfico 2010 na revista eletrônica TecHoje. Trata-se da última etapa de divulgação do Censo 2010, trabalho realizado junto a 67,6 milhões de domicílios nos 5.565 municípios brasileiros. Acesse o material no site www.techoje.com.br e compartilhe.

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Conhecimento Aplicado

Jorge Valente, 20 anos de ensino e aprendizado no IETEC Curtas

Professor se ‘despede’ do Brasil, volta para Portugal alçando novos voos profissionais Formado em Engenharia de Minas no distante ano de 1970. Distante não cronologicamente falando, mas em termos de tecnologia na área de mineração. Jorge Valente iniciou sua carreira em Lisboa, mas logo se transferiu para Angola. Após poucos anos na África, veio para o Brasil, em 1976, para trazer, segundo ele, uma das especialidades do setor de mineração que mais demandava profissionais na área: a geomatemática. “Àquela altura, ainda não havia no Brasil quem trabalhasse com o tema, tampouco com a sua aplicação na estimação de recursos de reserva e no plano geométrico”, conta. Em meados dos anos 80, Valente foi indicado para lecionar no IETEC – geomatemática e geoestatística –, onde ficou por quase 20 anos. “Meu envolvimento com o Instituto foi crescendo, os cursos se diversificando, e, por volta do início dos anos 2000, fui convidado para ser coordenador dos cursos da área”, rememora. Assim, passou a auxiliar no desenvolvimento e criação de novos conteúdos e cursos, sempre conectados às demandas e necessidades do mercado. Hoje ele se despede do IETEC. Foram mais de 20 anos de ensino e aprendizado. O Instituto se orgulha de fazer parte dessa história. “Pessoa ímpar, Jorge Valente contribuiu muito para a eficiência da extração mineral no Brasil. Seus inúmeros ex-alunos com certeza continuarão a aplicar seus ensinamentos”, resume o presidente do IETEC, Ronaldo Gusmão. Futuro “Sempre disse que, se eu morresse velho, morreria em Portugal. Agora, tive a chance de voltar ainda para trabalhar. A alegria é em dobro.” Assim Valente resume os próximos passos da vitoriosa carreira. Ele foi convidado para ser o responsável-técnico pela extração de duas minas portuguesas – uma de ouro, na região do Alentejo (sul) e outra de tungstênio, nas Beiras (centro-norte). Ambos os projetos têm extração estimada de mais de 20 anos. “Elas se esgotarão bem depois de eu morrer”, brinca o profissional, que complementa: “Poderei desenvolver o projeto, implementando toda sua infra-estrutura. Isso ficará para as próximas gerações. E mesmo essa expectativa pode ser alterada.

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Jorge Valente

Engenheiro de Minas, é especialista em Geomatemática (Geoestatística e Pesquisa Operacional) e Planejamento de Minas. Longa experiência em praticamente todos os grandes projetos minerais, metalúrgicos e siderúrgicos no Brasil, Europa, África e América Latina. Como consultor da sua especialidade, dando suporte às respectivas decisões de implantação e/ou desenvolvimento, desde as suas fases iniciais de estudo até às otimizações após o “start-up”. Foi professor e coordenador técnico da área de mineração dos cursos do IETEC durante os últimos 20 anos.

A tecnologia tem evoluído muito. Por isso qualquer previsão deve sofrer alterações significativas.” Tecnologia no setor mineral Quando o tema é o uso da tecnologia no seu nicho de atuação, Valente divide a questão em dois planos: extração e planejamento. Essa divisão se deve ao fato de que: “Não houve grande mudanças nos métodos operacionais de extração. A última grande alteração que houve nas metodologias foi o aparecimento da flotação no princípio do Século XX. Ou seja, há mais de 100 anos. Agora, quando nos referimos ao planejamento, de estímulo, de produtividade em si, aí podemos dizer que ocorreram mudanças significativas no período. O que se ganhou foi uma otimização do planejamento, gerando maior produtividade, o que acarretou, por si só, um grande ganho de escala”, analisa o profissional, com 42 anos de experiência na área. Outro ponto em que houve grandes avanços, de acordo com o professor, foi no aproveitamento industrial dos minerais, do que se convencionou chamar de tecnologias finas, como o uso do ouro em chips. “Não muitos anos atrás, o ouro era destinado, basicamente, para entesourar ou para jóias. Mas o avanço da extração, do processamento desse minério fez com que se tornasse possível seu uso em pequenas, microscópicas porções”, conta. Outro exemplo listado pelo profissional é o uso das terras-raras. “Elas não são raras, estão presentes em quase todo o mundo e sabe-se disso há muito tempo. O que são raros é seu teor, que são muito baixos. A evolução da aplicação das tecnologias é que tornou o seu aproveitamento possível e extremamente importante. Por isso elas estão tão valorizadas, principalmente para a informática e em telecomunicação sem fio.”, analisa. Um dos 17 elementos químicos do grupo enfatizado pelo professor é o neodímio, mineral mais usado dentro desse grupo, presente nos superimãs. Estes, por sua vez, são cada vez mais usados em motores que precisam ter dimensões cada dia menores. “Isso fará com que se diminua muito, nos próximos anos, a demanda por ferro, o que fará com que o Brasil sofra algum viés, caso não se prepare adequadamente”, explica.


Olhar cuidadoso sobre os colaboradores

As organizações, de maneira geral, se conscientizaram sobre o investimento no desenvolvimento de pessoas como uma das melhores maneiras de auxiliar na manutenção de um negócio sustentável. Afinal, elas são a base das organizações e as responsáveis pelas ações estratégicas e operacionais. Ter um olhar mais cuidadoso em relação aos colaboradores não significa deixar de cobrar resultados ou estabelecer regras. Ao contrário, consiste principalmente em estipular metas, objetivos e traçar planos, estimulando o desenvolvimento de habilidades e competências. Além dos benefícios funcionais, é vital para a empresa reconhecer os resultados alcançados pelas pessoas dedicadas a um projeto ou a processos rotineiros, por exemplo. Esse reconhecimento se transformará, no médio prazo – e muitas vezes no curto prazo – na promoção de um bom clima organizacional e, como consequência disso, fará com que o colaborador se torne mais engajado com a empresa – o que não se consegue somente com remuneração. Atuando dessa forma, uma companhia, de qualquer natureza e tamanho, conseguirá mais que um funcionário: terá ao seu lado um importante aliado na geração de resultados maiores e melhores. Investir em pessoas é compartilhar, mobilizar, integrar, desenvolver e transferir conhecimentos, recursos, habilidades e experiências que agreguem valor à organização e ao próprio indivíduo. A LEME Engenharia, por meio da área de Recursos Humanos, investe continuamente em seu capital intelectual. A empresa, especializada em engenharia consultiva, presente há mais de 45 anos no mercado latino-americano, entende que o segredo do sucesso é um de seus diferenciais são seus mais de 900 colaboradores, que estão alocados em nove escritórios e obras no Brasil e América Latina.

Tatiana Villefort

é psicóloga, especialista em Recursos Humanos Empresarial e atualmente Diretora de Recursos Humanos da LEME Engenharia para o mercado latino-americano.

Opinião

Investir em recursos humanos é valorizar o capital intelectual da empresa, o que acarreta em ganho para todos os envolvidos na cadeia produtiva

A área de RH da LEME Engenharia elegeu dois grandes desafios: captar novos talentos e capacitar constantemente seus profissionais. A empresa entende que jovens capacitados e com talentos agregam valor à organização, na medida em que trazem ideias novas, oxigenam as práticas adotadas e, principalmente, indicam o que está, algumas vezes, impedindo o crescimento da organização. Além disso, capacitar os profissionais para os novos desafios é essencial para que as empresas se mantenham fortes e competitivas no mercado. Em consonância com o plano de carreira da empresa, o treinamento e capacitação de colaboradores possibilitam que a visão de futuro e identificação de ações para o alcance de resultados e manutenção do sucesso estejam sempre alinhados. Acima de tudo, investir em recursos humanos é buscar, incessantemente, um ambiente de trabalho em que as pessoas tenham autonomia e motivação. É aconselhável que as organizações se mobilizem para mudar a maneira de perceber a nova dinâmica de gestão de pessoas e não se resumam em controlar sistemas e pessoas como se fossem apenas números. O objetivo da empresa é fazer com que os colaboradores sintam-se respeitados, que tenham capacidade de comunicação, espírito de equipe, liderança, percepção da relação custo-benefício e foco em resultados. Ou seja, pessoas que tenham iniciativa, vontade de assumir riscos e conforto para receber mudanças, com comprometimento, motivação e disciplina. Quanto maior for o investimento das empresas, melhores serão os resultados. Pessoas motivadas têm interesse na empresa. Empresas inteligentes devem ter interesse nesse tipo de profissional. Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012

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Cenário

Investimentos em projetos no Brasil Profissionais de renome em Gestão de Projetos e empresários de destaque estarão em Belo Horizonte para discutir os principais investimentos do Brasil durante o 15º Seminário Nacional de Gestão de Projetos Nos dias 18 e 19 de julho, Belo Horizonte recebe a 15ª edição do Seminário Nacional de Gestão de Projetos. Trata-se do maior encontro brasileiro do setor, onde os participantes poderão discutir os principais avanços da área, além de detalhar as iniciativas de empresas e governo a respeito dos principais investimentos em projetos no Brasil. A previsão dos organizadores é que mais de 200 pessoas participem do evento, que abordará os seguintes temas: • Os desafios na construção na Usina Hidrelétrica de Belo Monte; • Gestão de projetos com recursos escassos; • Gestão eficaz da comunicação em projetos; • Técnicas para aceleração de projetos; • Gestão de custos; • Auditoria em projetos; • Governança em projetos; • Gestão de negócios e projetos: resultados empresariais. O painel de abertura será ministrado pelo diretor de Relações Institucionais da Norte Energia, João dos Reis Pimentel e tratará de um dos maiores projetos em execução no país. A Norte Energia reúne o consórcio responsável pela construção do empreendimento – formado por empresas estatais, privadas, empreiteiras, fundos de pensão, fundos de investimento e consumidores –, orçado em R$26,5 bilhões e que contempla a construção de uma mega estrutura, a começar por um lago de 516 km², com previsão de inauguração para fevereiro de 2015. De acordo com Pimentel, o principal desafio reside no fato de “se fazer uma obra estruturante na região amazônica. Isso gera uma série de dificuldades adicionais, principalmente de infraestrutura. Teremos que construir portos ao longo do rio, por exemplo. Além disso, precisamos lidar com prazos, custos, escassez de material humano e de matérias-primas”, pondera.

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Gestão de projetos com recursos escassos O painel “Gestão de projetos com recursos escassos” terá a participação do coordenador do curso de pós-graduação em Custos e Orçamento, Ítalo Coutinho, da diretora de RH da Mendes Júnior, Lívia Souza Santana e do Gerente de Operações da Techbiz Informática, Rafael Velasquez. Segundo Coutinho, a principal questão a ser tratada nesse debate reside na questão do gerenciamento dos recursos. “Esse processo deve ser estabelecido de duas formas: por meio de controles do processo de aquisição e entrega e também fazendo-se uso de acompanhamentos periódicos e auditorias”, enfatiza.

Gestão eficaz da comunicação em projetos Para o diretor da ETalent, Jorge Matos, a comunicação é essencial em qualquer área de atuação, mas no setor de gerenciamento de projetos ainda mais. “As pessoas possuem estilos comportamentais distintos. É necessário conhecer o tipo de pessoa para saber como proceder a comunicação de forma que a mensagem seja melhor compreendida”, afirma. Segundo estudos, há basicamente quatro tipos de pessoas – dominantes, influentes, estáveis e conformes –, cada uma com suas peculiaridades e mensagens-padrão. “Se se falar a linguagem da pessoa, a mensagem será melhor compreendida e assimilada”, diz Matos.

Benefícios do Gerenciamento de Projetos O IETEC realiza, durante os seminários nacionais de gestão de projetos, uma pesquisa com os participantes visando a atualização sobre o desenvolvimento da área de Gestão de Projetos no país. Os principais benefícios com a adoção da atividade de Gerenciamento de Projetos (GP) são minimizar os riscos em projetos (50%), maior comprometimento com os objetivos e resultados (49%) e maior integração entre as áreas (49%).


Técnicas para aceleração de projetos

Necessidade de melhor formação

Fechando o primeiro dia do evento, os convidados para o painel ‘Técnicas para Aceleração de Projetos’ são Rosália Paraíso, sócia fundadora da Documentar, César de Ávila Rodrigues, Diretor da Owner Avanti Negócios e Tecnologia e Leandro Faria, PMO Manager da Stefanini Assessoria e Consultoria. Segundo este último, a principal questão a ser tratada dentro do tema é a Certificação PMI ACP, que confere maior agilidade ao processo de gerenciamento de projetos. “As técnicas adotadas a partir do PM BOK® são altamente eficientes, mas esta nova metodologia permite uma visão menos burocrática e mais ágil, o que traz grandes benefícios à gestão de projetos, que se torna mais enxuta”, analisa.

Diante desse cenário, as empresas enxergam algumas lacunas na formação dos profissionais. São elas: deficiência com comunicação, relatado por 70% dos entrevistados, questões relativas a mudanças no escopo (69%) e problemas com prazos (65%).

Gestão de custos Para Milton Nishmura, Superintendente de Projetos da Worley Parsons Engenharia S/A, uma das principais questões a serem ressaltadas reside na forma como devem ser elaboradas as estimativas de custos. “Com o uso das ferramentas e com as informações disponibilizadas corretamente, é possível calcular-se, com razoável margem de erro, por exemplo, qual é a viabilidade econômica de uma jazida de minério. Gradativamente, a medida em que se refinam esses dados, o grau de precisão é maior e a assertividade do processo estará garantida”, analisa. Além dele, estará presente ao painel o diretor geral da Logos Engenharia, Ronaldo Pellicer Duarte dos Santos. Segundo ele, atuar na área do conhecimento de “Gerenciamento de implantação de grandes projetos” implica cotidianamente aos profissionais a lida com dilemas e contraditórios associados a cumprimento de prazos, restrições orçamentárias, necessidade de melhora nos índices de segurança, rigor crescente das auditorias e normas de governança corporativa. “Adicione-se a isso o momento de escassez de profissionais qualificados no mercado. Os bons profissionais, frequentemente assediados, vivem também um conflito: construir uma carreira onde estão ou aceitar um novo desafio”, pondera. Além dos dois, participará do painel o consultor e professor do IETEC, Breno Campos.

Valorização da carreira As empresas têm valorizado, cada dia mais, o gerenciamento em seus projetos. Nada menos que 80% delas fazem uso da estratégia no seu dia a dia operacional. Outro dado contundente é que a maioria das organizações ouvidas (65%) utiliza métodos para priorizar projetos. Os principais são alinhamento estratégico e retorno de investimentos.

Auditoria em projetos Para o presidente da Mano Consulting, Marcus Nogueira, a auditoria é parte integrante do gerenciamento de projetos, sendo quase que impossível dissociar a parte do todo. “A auditoria possui um foco muito acentuado no mercado. Trata-se de um potente agregador de valor ao processo de gestão. Através de ideias, de novas temáticas e da validação de ações consegue-se um resultado que visa a melhoria de toda a

A íntegra da pesquisa realizada no 14º Seminário Nacional de Projetos na TecHoje. estratégia operacional”, valida o profissional, que complementa: “Nas vertentes trabalhista, tributária, financeira, patrimonial e ambiental, o processo de gestão evoluiu muito. Trata-se de um processo dinâmico, que se utiliza de novas ferramentas e – como não poderia deixar de ser – novos objetivos”.

Governança em projetos Com o tema Governança em Projetos, o painel terá como convidados o diretor-presidente da ATTPS Informática, Elcio Mansur; Flávio Doehler, diretor técnico da Amazônia Energia e Participações (CEMIG/LIGHT); e a gerente do programa Qualidade Ambiental da SEMAD (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Governo de Minas

Belo Monte, o maior e mais arrojado projeto em execução no Brasil.

Gerais), Viviane Pereira dos Santos. Para ela, um ponto relevante dentro da questao da governança diz respeito à gestão da mudança. “Um time de projetos com visão estratégica e boa com comunicação minimiza a necessidade de mudança”, analisa.

Gestão de negócios e projetos: resultados empresariais Encerrando o evento, ocorrerão três palestras tratando da temática Gestão de Negócios e Projetos: Resultados Empresariais. Antônio de Pádua, Superintendente Administrativo do Grupo A.R.G., pretende analisar os bons resultados que a implantação da gestão de projetos acarretou para a empresa. “Já faz algum tempo que colocamos a metodologia do PMI em prática, principalmente nos projetos corporativos da companhia. O resultado tem sido acima da média”, analisa. Além dele, também falará o renomado gerente de projetos João Carlos Boyadjian, coordenador do MBA de Gestão de Projetos do IETEC e diretor da CPLAN. Por fim, Luiz Eduardo Lopes Gonçalves, diretor de Orçamentos e Investimentos de Capital da Vale, demonstrará o quanto o gerenciamento de projetos auxilia no ganho de produtividade de empreendimentos, dos mais variados portes e receitas. Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012

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SUSTENTABILIDADE

UMA VISÃO DE MUNDO QUE SEMPRE GUIOU O IETEC Há 25 anos não se falava em sustentabilidade como agora. Mas esta é uma visão de mundo que inspira o IETEC desde a sua criação. Cidadania, responsabilidade social e respeito ao meio ambiente são valores que a instituição promove em tudo o que pratica e ensina. Sustentabilidade tem a ver com a percepção do outro, com o diálogo aberto, com as condutas de mão dupla, com o impacto das ações humanas na vida do outro e do planeta. Hoje, o IETEC é reconhecido como referência em educação tecnológica e provedor de conhecimento em diversas especialidades. Promover o desenvolvimento do homem, através da educação tecnológica continuada, possibilitando a melhoria da gestão nas organizações é a nossa missão. Realizá-las dentro dos princípios da sustentabilidade é o nosso desafio.

IETEC – Ensina quem sabe fazer. Revista IETEC | Ano 9 | Junho/Julho de 2012

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