Revista IETEC - edição 48 - Abril e Maio de 2013

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revista Ano 10 | nº 48 | Abril/Maio de 2013

Gestão Estratégica de Projetos como vantagem empresarial Necessidade de maior investimento das empresas no fator humano, por Marcia Dias IETEC investe em novas instalações para seus alunos

Djalma Bastos de Morais Presidente da CEMIG

Inovação e investimentos sustentáveis marcam sua gestão à frente da companhia

Confira encarte com a programação de cursos de curtaRevista duração do Ietec IETEC | Ano 10 | Abril/Maio de 2013

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Revista IETEC | Ano 10 | Abril/Maio de 2013


Revista IETEC | Ano 10 | Abril/Maio de 2013

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Opinião

Capa

Curtas

Cenário

Capacitação

• 25 anos de evolução em Tecnologia da Informação

10 e 11 Aconteceu no IETEC • Workshops técnicos Gratuitos movimentam o Instituto • IETEC recebe visita do presidente do IPMA de Portugal, António Dias

• Evolução do processo de aprendizagem, por Roberts Reis

• Especialistas criam o Instituto Mineiro de Desenvolvimento Ambiental

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• Gestão do conhecimento na Engenharia de Software, por Fernando Zaidan

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• Indústria brasileira: a lista dos impactos positivos pode ficar maior, por Marcia Dias

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• Ações estratégicas alinhadas às Melhores Práticas de Gestão de Projetos

18 e 19 • Investimentos em novas e modernas instalações marcam o ano de 2013 no IETEC

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17 • Novas alternativas energéticas para novos desafios empresariais – CEMIG

Conhecimento aplicado Gestão de Projetos acelera os processos empresariais – Delmer Cesário

6e7

• Engenharia de Planejamento: profissão em alta com os investimentos para a Copa do Mundo no Brasil

24 e 25

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Cursos nas áreas de: • Gestão de projetos • Gestão e tecnologia da informação • Responsabilidade social • Gestão e tecnologia industrial • Gestão da inovação • Meio ambiente • Manutenção • Mineração

13 a 16

Expediente PRESIDENTE | Ronaldo Gusmão DIRETORIA | Diretor Geral: Mauri Fortes/ Diretor de Pós-Graduação e Extensão: Roberts Reis/ Diretora de Pesquisa: Wanyr Romero Ferreira/ Diretor de Projetos Corporativos: Paulo Emílio Vaz/ Diretor de Produto: José Ignácio Villela Jr. COORDENAÇÕES | Administrativo-Financeiro: Sérgio Ferreira / Ensino: Fernanda Braga / Financeiro: Dayanne Pereira / Informática: Sandro Britto / Sistemas de Informação: Glauber Vieira / Talentos Humanos: Silmara Pereira / Treinamento: Vivian Prado / Vendas: Sheyla Matos e Ana Flávia Resende COORDENAÇÕES TÉCNICAS | Gestão de Energia: Carlos Gutemberg / Gestão de Projetos: Clênio Senra / João Carlos Boyadjian / Ivo Michalick / Inovação e Criatividade: José Henrique Diniz / Manutenção: José Henrique Egídio / Meio Ambiente: Antônio Malard / Mineração: Aline Nunes / Qualidade: Pedro Paulo de Oliveira Melo / Sistemas Industriais: José Ignácio Villela Jr. / Tecnologia da Informação: Alexandra Hütner / Telecomunicações: Hudson Ribeiro COORDENAÇÕES DE CURSO | Engenharia de Planejamento: Ítalo Coutinho / Engenharia de Software: Fernando Zaidan / Gestão de Negócios: Rodrigo Meister / Tecnologia da Informação: Antônio de Pádua Pereira REVISTA IETEC | Projeto Gráfico: G30 MKT e COM / Diagramação: Cristina Simão Jornalista Responsável: Harley Pinto (09013/MG) / Impressão: Paulinelli / Foto da Capa: Arquivo CEMIG

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Revista IETEC | Ano 10 | Abril/Maio de 2013

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Evolução do Processo de Aprendizagem Roberts Reis - diretor de Pós-Graduação e Extensão do IETEC

A escola Municipal André Urani, localizada no complexo de favelas da Rocinha, no Rio de Janeiro, é um bom exemplo da evolução por que passa o processo de aprendizagem no Brasil. Ao mesmo tempo em que busca a eliminação da distância entre professor e aluno, a iniciativa agrega novas tecnologias às práticas de ensino: foram eliminadas paredes, lousas, mesas individuais e professores tradicionais e agregados grandes salões, tablets e mentores. Para complementar, todas as dependências possuem acesso a internet sem fio de alta velocidade.

e Pesquisa. Neste novo cargo, encaro como um dos meus principais desafios a ampliação do uso de novas tecnologias no cotidiano da sala de aula. Penso que, mais importante do que disponibilizar recursos tecnológicos ao professor, é favorecer que tais ferramentas tornem o processo de ensino/aprendizado dinâmico, eliminando o papel do “eu sei” e do “eu aprendo”, transformando professor e aluno em coautores no processo. A ideia de que a informação flui em um único sentido, não tem mais espaço porque, em realidade, somos todos mediadores de discussões.

Há mais de 25 anos, é esse tipo de proposta inovadora de ensino que o IETEC valoriza. Seu corpo docente é formado por profissionais de mercado, com bagagem acadêmica suficiente para debater com os alunos os conteúdos ministrados. São também profissionais atuantes em suas respectivas áreas, que conhecem suas necessidades e demandas de capacitação, cada dia maiores diante dos crescentes desafios que o mercado apresenta.

O uso de lousas digitais, de apresentações multimídia e afins, são somente a ponta do iceberg. É vital que os professores se apropriem destes recursos e passem a incentivar os alunos a também utilizarem tais ferramentas de forma inteligente. Além de agregar conteúdo ao processo de aprendizagem, o uso desses recursos aproxima o ensino do cotidiano dos alunos. Com a tecnologia tão presente no dia a dia de todos nós, não é possível criar uma diferenciação entre a realidade de fora e de dentro da sala de aula.

O ensino, neste novo cenário, se configura como meio para a obtenção dessa qualificação, não como fim em si mesmo. É o que observamos todos os dias em sala de aula: alunos compartilhando suas experiências profissionais, e professores promovendo e facilitando o networking.

Networking aluno-professor-aluno

Pesquisas internas comprovam que essa troca de experiências constitui-se em um dos principais diferenciais do Instituto. Um dado sugestivo: 95% dos alunos que cursaram MBA no IETEC em 2012, afirmam que o networking foi ampliado após o curso. Tão ou mais importante do que o conteúdo ministrado/aprendido, é como se apropriar destas informações e colocá-las em prática, no dia a dia profissional. Esse verdadeiro anseio dos profissionais que nos procuram, é sempre levado em conta quando da formatação dos cursos e da seleção dos alunos.

Por tais razões, buscamos no IETEC, envolver os alunos no ambiente educacional e usar os recursos tecnológicos disponíveis, para que eles se tornem pesquisadores, debatedores e, por fim, coautores da informação e de sua formação. Trata-se de abordagens mais focadas no próprio aluno, para que ele seja um agente ativo para discussão e solução de problemas.

Alunos obtiveram ganhos profissionais com a Qualificação IETEC

Não por acaso, a mesma pesquisa diagnostica que 41% do público ouvido, obteve ascensão em seu nível hierárquico profissional, além de outros 60% relatarem aumento real de salário. Tais dados são provas inequívocas de que a qualificação é, indiscutivelmente, um diferencial de mercado.

Tecnologia alinhada ao aprendizado

Há cerca de oito anos venho atuando como professor no IETEC e acabo de assumir a função de diretor de Pós-Graduação, Extensão e

Ascenção em seu nível hierárquico

Aumento salarial

Ascenção e aumento salarial

Networking

Pesquisa de evolução da carreira dos ex-alunos de MBA realizada em nov/2012

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Opinião

A ideia de que a informação flui em um único sentido não tem mais espaço. Somos todos mediadores de discussões.


Djalma Bastos de Morais, Presidente da CEMIG Foto: Arquivo CEMIG

É necessário buscar maior eficiência no uso da energia elétrica, utilizando alternativas energéticas. O executivo detalha, em entrevista exclusiva à revista IETEC, quais serão os investimentos da companhia, além do que a tornou uma das empresas mais lucrativas e admiradas do mercado de energia, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Abaixo a íntegra da entrevista com Morais, que ocupa a 26ª posição no ranking da revista Harvard Business Review, que mede a performance de presidentes de empresas e CEOs mundo afora.

INVESTIMENTOS Quais são os planos de investimentos para 2013? Os investimentos em linhas, subestações, redes e parque de medidores continuarão garantindo a infraestrutura necessária para atender as demandas dos clientes em relação ao sistema elétrico da Cemig, mantendo o foco nos requisitos de qualidade. Ainda no primeiro semestre deste ano, concluíremos um investimento da ordem de R$4 bilhões na ampliação e melhoria do sistema de distribuição de energia elétrica de Minas Gerais, incluindo obras de expansão, reforço, reforma e manutenção. Além disso, modernizaremos o sistema de medição de energia para boa parte dos nossos sete milhões de consumidores. Os recursos fazem parte do Plano de Desenvolvimento da Distribuidora e beneficiarão diretamente mais de 18 milhões de pessoas na área de concessão da Empresa.

Como o senhor vê as mudanças tecnológicas nos processos industriais? A tendência do mundo é investir de maneira crescente em autossuficiência, sustentabilidade e redes inteligentes no setor de energia elétrica, dada a demanda cada vez maior de energia e a utilização massiva dos recursos naturais. No setor industrial, a energia é fator decisivo para a competitividade do setor. Daí, a necessidade de buscar maior eficiência no uso da energia elétrica, por exemplo, além da utilização de novas alternativas energéticas como a eólica, solar e o gás no processo.

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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Práticas sustentáveis são cada dia mais necessárias, diante de um cenário de crescente competitividade. Isso é uma tendência sem volta?

Para nós, desenvolvimento sustentável é a busca de melhores condições de vida para a geração atual e futuras. É a condução ética, transparente e rentável de seus negócios, respeitando o meio ambiente e atuando com responsabilidade social. Agindo dessa forma, a Cemig gera valor para os acionistas, consumidores e para toda a sociedade. Por orientação do nosso acionista majoritário, o Governo de Minas Gerais, investimos continuamente em energias alternativas, como eólica e solar. A Cemig participa do projeto Minas Solar 2014, que pretende instalar uma usina solar na cobertura de concreto do Mineirão. Com iniciativas assim, nós posicionamos à frente na solução energética, de forma técnica e ambientalmente correta. Recentemente, lançamos o Atlas Solarimétrico de Minas Gerais. Os dados preliminares desse trabalho são promissores, apontando índices de radiação solar de até 6,5 kWh/ m²/dia em mais de metade do Estado, o que é suficiente para abastecer uma residência média.

Há 13 anos a companhia está presente no índice Dow Jones de Sustentabilidade. O que isso representa, não apenas para a CEMIG, mas para o setor energético brasileiro como um todo?

A Cemig está presente desde a primeira edição do índice, há 13 anos, e é a única empresa de energia elétrica da América Latina a já ter feito parte dele. Também foi selecionada em duas oportunidades como líder mundial de sustentabilidade do supersetor de utilities, que engloba empresas de energia, saneamento e gás de todo o mundo. Para a Cemig, é de fundamental importância estar nesse seleto grupo do índice Dow Jones. É uma responsabilidade, pois a cada ano temos de nos adequar e usar novas práticas para que


Isso torna a empresa uma referência e agrega valor à sua marca, reforça a sua reputação e a credencia a ter respeito no trato com seus clientes, fornecedores, investidores e a sociedade de uma forma geral.

A empresa incentiva a adoção de métodos inovadores visando a redução de custos e a geração de novas frentes de negócios? A Cemig incentiva métodos inovadores e eficientes do uso de energia a partir da Efficientia, empresa do grupo criada em 2002. A Efficientia busca propiciar a redução de custos com energia, com a consequente redução dos custos de produção e aumento da produtividade de seus clientes. Isso garante maior competitividade de produtos e serviços no mercado. A Empresa realiza atividades de consultoria, medição e verificação, prospecta projetos de eficiência e soluções energéticas, avalia soluções do ponto de vista técnico e econômico-financeiro e garante apoio técnico à implantação das medidas.

seu consumo de energia em tempo real. Em Minas Gerais, Sete Lagoas foi a cidade escolhida para os testes e já contempla 3.800 medidores inteligentes em unidades consumidoras.

Como a inovação pode contribuir para que as práticas sustentáveis sejam mais assertivas? A Cemig investe prioritariamente em projetos sociais, ambientais e culturais que tenham continuidade e envolvimento das comunidades. Um bom exemplo é o Programa Energia Inteligente, que desenvolve projetos de eficiência energética visando demonstrar para toda a sociedade a importância de utilizar corretamente e com segurança a energia elétrica, reduzindo o desperdício e contribuindo para a preservação do meio ambiente. Apenas na última década, através deste programa, a Cemig investiu quase meio bilhão de reais em mais de 150 projetos de eficiência energética, atuando em diversos segmentos da sociedade para demonstrar a importância e como é fácil eliminar o desperdício de energia.

TALENTOS É cada dia mais importante uma boa qualificação dos profissionais. Como a CEMIG seleciona seus INOVAÇÃO A empresa investe na inovação dos seus processos colaboradores? Na Cemig, a seleção dos colaboradores se faz a partir de concurso e produtos? Como se dá essa realidade? A Cemig está investindo em redes inteligentes ou smart grid, através do Projeto Cidades do Futuro. O programa de P&D que desenvolve essa nova tecnologia vai permitir o aumento da eficiência energética, a redução das perdas comerciais e melhoria na interação com o consumidor. Ele poderá verificar o

Quem é Djalma Bastos de Morais Engenheiro (especializado em Telefonia) pelo Instituto Militar de Engenharia/RJ, Morais ingressou na Telebrás em 1974. Em 1990, chegou à Chefia do Departamento de Operações. Foi presidente da Telemig (1990/1993). Em 1994, foi titular da pasta do Ministério de Telecomunicações e, no ano seguinte, assumiu o cargo de vice-presidente da Petrobrás Distribuidora. Em 1999, assumiu a presidência da Cemig. Na sua gestão, a empresa passou por uma ampla reestruturação, tornandose um grupo formado por mais de 100 sociedades e 16 consórcios. Hoje, é a maior distribuidora de energia elétrica do país – com participação em empresas como a Light, TBE e Taesa –, além de operar uma linha de transmissão no Chile. Na sua gestão, foram criadas dez usinas (maior número desde a fundação da empresa, em 1952). É a única empresa do setor elétrico incluída por treze anos consecutivos no Índice Dow Jones de Sustentabilidade. O período de 14 anos que Morais está à frente da Cemig (completados em janeiro), é o de maior duração já exercido por um presidente. O executivo ocupa a 26ª posição no ranking da revista Harvard Business Review, que mede a performance de presidentes de empresas e CEOs de todo o mundo.

público e todos os empregados são estimulados por meio do acompanhamento de metas anuais a serem cumpridas, através da participação nos lucros e resultados da empresa de acordo com o cumprimento das metas estabelecidas para todos, incluindo os que exercem funções de chefia.

No que se refere aos seus colaboradores, como se dá seu desenvolvimento? Para a qualificação, temos a Univercemig, a universidade corporativa da Cemig, com um campus localizado em Sete Lagoas. Nela são estabelecidas trilhas de aprendizagem para os colaboradores da Empresa através do mapeamento das competências – essenciais, técnicas, estratégicas e de liderança – das funções. Essas trilhas orientam os treinamentos necessários a cada função, propiciando um processo contínuo de aprendizagem e o aumento do desempenho no trabalho. Além disso, dentro de sua especialidade, a UniverCemig oferece também treinamentos à comunidade, clientes, fornecedores e outras empresas do setor de energia.

Como é a política de retenção e formação de seus talentos? O corpo de empregados da Cemig, além de altamente qualificado, tem alto índice de permanência na Empresa. A média de tempo de casa dos nossos empregados é muito alta, de 22,7 anos, o que mostra que a Empresa oferece benefícios e salários condizentes com o mercado. Historicamente, o empregado da Cemig sabe da importância da Empresa para o Estado e para o País, e sobre o seu papel na organização. Com isso, ele trabalha com dedicação, procura seguir as regras de saúde e de segurança e projeta a sua carreira dentro da organização. Revista IETEC | Ano 10 | Abril/Maio de 2013

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Capa

possamos continuar bem pontuados no Dow Jones e no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa.


Compartilhar é a base para a gestão do conhecimento nas empresas

Opnião

Fernando Zaidan – coordenador da pósgraduação de Engenharia de Software O ideal, tanto para empresas como para os profissionais, é que o currículo do funcionário alie bagagem acadêmica à vivência prática. Somente com tal perfil pode-se afirmar que o candidato em questão domina sua atividade e está apto a atuar, com desenvoltura, no cargo pretendido.A atuação profissional, com suas experiências práticas, torna a pessoa apta a desempenhar suas atividades com a qualidade necessária e, acima de tudo, desejada.Estes processos de criação, obtenção, armazenamento, disseminação e uso do conhecimento tácito e explícito é o que se convencionou chamar de Gestão do Conhecimento.

Além disso, trata-se de atividade de intensa comunicação e que estrutura ideias e procedimentos, muitas vezes, não formalmente documentados. O desenvolvimento de software pode obter melhores resultados – como a mitigação de custos, aumento da qualidade e cumprimento dos prazos – por meio do compartilhamento de experiências de projetos anteriores. Com cronogramas pressionados, elevadas expectativas quanto à qualidade e produtividade e desafios técnicos constantes, muitos projetos de software não oferecem possibilidades de estruturar formalmente e explicitar o conhecimento.

Um dos erros mais comuns nas empresas diz respeito ao não-alinhamento dos objetivos e estratégias da organização a sistemas eficazes de Gestão do Conhecimento. Um dos argumentos dos dirigentes para isso é a necessidade de despender tempo (e recursos financeiros) nesse processo antes de os benefícios surgirem. Esquecem-se que, quando estes resultados surgem, os valores investidos são facilmente recompensados. Gerenciar os conhecimentos em uma empresa é, antes de mais nada, tornar comum as experiências de cada um. É incompreensível que, ainda hoje, muitas empresas ainda valorizem o individualismo em detrimento do trabalho cooperativo. Este é, sem sombra de dúvida, um dos principais obstáculos ao sucesso da Gestão do Conhecimento. Se a organização não incentiva o compartilhamento de informações e do conhecimento, o funcionário se sente dono do que sabe. E ‘Ponto final’.

Neste contexto, o profissional das empresas de desenvolvimento de software valoriza o conhecimento e sua aplicação pelas organizações como vislumbre de uma nova realidade. As organizações devem almejar a aplicabilidade do know how dos funcionários no intuito de gerar novos conhecimentos. Os funcionários podem descobrir, criar, compilar, distribuir ou aplicar suas informações e conhecimento no conjunto da empresa, criando novos e enriquecedores compêndios de dados, aumentando, ao final do processo, as oportunidades de novos negócios/produtos/ganhos. As organizações não devem apenas encorajar os funcionários, mas recompensá-los por compartilhar seus conhecimentos, procurar novos aprendizados e praticálos, sem cessar. Quando a empresa consegue transformar o conhecimento tácito em explícito, a vantagem é que o mesmo pode ser armazenado, organizado e disseminado para terceiros, sem o envolvimento de quem o originou. Para alcançar vantagem máxima do compartilhamento, as empresas deveriam encorajar os funcionários a documentar e armazenar suas experiências em um repositório ou em uma ferramenta de colaboração e cooperação.

Gestão do Conhecimento deve ser compreendida como um processo contínuo, em que a organização orienta suas ações com base em informações do negócio. A geração, valorização, registro, compartilhamento e aplicação do conhecimento para planos e processos variados dentro da empresa são alguns exemplos de tarefas típicas que um processo assertivo de Gestão do Conhecimento executa. Os resultados positivos são inegáveis, uma vez que torna este precioso acervo – a experiência – um elemento decisivo para a formulação de vantagem competitiva da empresa. A partir desse cenário, considerar o processo de desenvolvimento de software com o apoio da Gestão do Conhecimento, ou sob a sua ótica, é extremamente oportuno, na medida em que gera ganhos de escala em relação à produtividade dos agentes envolvidos.

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Mas, acima de tudo, de nada vale a empresa realizar grandes investimentos em ferramentas de Gestão do Conhecimento se as pessoas que detém essas informações não se beneficiarem desse processo. Os funcionários devem ver vantagens, práticas e objetivas, da adoção desse mecanismo. Do contrário, será apenas mais um procedimento não-adotado, ou sub-aproveitado. O engenheiro de software é o melhor exemplo de profissional capaz de gerenciar o conhecimento, sistematizando as informações do negócio e tornando todos os membros da equipe capazes de executar as mesmas atividades. Um exemplo a ser seguido.


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Cenário

IETEC: 25 anos de evolução em Tecnologia da Informação

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Programação

de cursos:

Profissionais reconhecidos pelo mercado à frente de cursos inovadores. Abril a Junho de 2013 Revista IETEC | Ano 10 | Abril/Maio de 2013

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Conheça as diversas oportunidades de curso oferecidas pelo IETEC. Muito mais qualificação para sua equipe e muito mais retorno para sua empresa.

Gestão de Projetos Curso

Início

Término

Horário

Preparatório para Exame PMP/PMI (a) Implantação e Gerenciamento de Projetos Gerenciamento de Projetos Liderança em Equipes de Projetos Gerenciamento de Partes Interessadas Gerenciamento de Projetos com a utilização do Ms Project 2010 Administração de Contratos Planejamento e Controle de Custos de Projetos Gerenciamento de Conflitos e Crises em Projetos Metodologias Ágeis para Gerenciamento de Projetos Preparatório para o PMP/PMI (a) Planejamento e Gestão de Projetos de Paradas na Indústria Gerenciamento de Pleitos em Projetos Gerenciamento de Projetos

05/Abr 08/Abr 15/Abr 15/Abr 02/Mai 06/Mai 13/Mai 16/Mai 20/Mai 03/Jun 05/Jun 13/Jun 17/Jun 20/Jun

17/Mai 12/Abr 18/Abr 16/Abr 03/Mai 08/Mai 14/Mai 17/Mai 23/Mai 06/Jun 07/Ago 14/Jun 20/Jun 21/Jun

Noturno Diurno Noturno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Noturno Noturno Noturno Diurno Noturno Diurno

Comunicação Empresarial em Projetos

24/Jun

27/Jun

Noturno

Gestão e Tecnologia da Informação Desempenho e Produtividade em TI Bussiness Inteligence Análise de Negócio e Empreendedorismo por meio de um desenvolvimento de um Plano de Negócios Execução de Projetos de Processos Orientada pela Metodologia BPM Gerenciamento de Processo de Testes de Software

15/Abr 22/Abr

16/Abr 25/Abr

Diurno Noturno

24/Abr

26/Abr

Diurno

24/Abr 25/Abr

26/Abr 26/Abr

Diurno Diurno

Elaboração e Administração de Contratos em TI

02/Mai

03/Mai

Diurno

Qualidade de Software com ênfase em CMMI

09/Mai

10/Mai

Diurno

ISO/IEC 27001: Gestão da Segurança da Informação

13/Mai

23/Mai

Noturno

Gerenciamento de Projetos de TI

14/Mai

15/Mai

Diurno

Desenvolvimento de Sistemas de Informação Orientados por Processos

23/Mai

24/Mai

Diurno

Boas Práticas em TI Verde

23/Mai

24/Mai

Diurno

Business Model Generation – Criação e Otimização de Modelos de Negócios

28/Mai

29/Mai

Diurno

Estratégias de Marketing para Tecnologia da Informação

03/Jun

06/Jun

Diurno

Fundamentos da Gestão de Processos de Negócios

03/Jun

12/Jun

Noturno

Clouding Computing e Byoud

17/Jun

19/Jun

Diurno

Metodologias e Processos Ágeis de Projeto de Software

17/Jun

21/Jun

Noturno

04/Abr 26/Abr 07/Jun 18/Jun 26/Jun

Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno

Responsabilidade Social Responsabilidade Social Corporativa Normas e Certificações em Responsabilidade Social c/ Base na ISO 26.000 Gestão de Projetos Sociais Comunicação e Responsabilidade Social Relatório GRI de Sustentabilidade

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03/Abr 25/Abr 06/Jun 17/jun 25/Jun


Meio Ambiente Curso

Início

Término

Horário

Tratamento de Esgotos e Efluentes Industriais Drenagem Superficial na Prevenção e Contorle de Erosão Remediação e Gerenciamento de Áreas Degradadas Licenciamento Ambiental Ecodesign:desenvolvendo produtos Inovadores e Sustentáveis Gerenciamento de Riscos e Acidentes Ambientais Indicadores de Produção Mais Limpa: Avaliação de Desempenho Ambiental dos Processos Produtivos Gestão de Projetos de Indicadores de Sustentabilidade Empresarial Gestão e Controle Ambiental de Emissões Atmosféricas Monitoramento Ambiental Controle Ambiental da Mineração Projetos de Construções Sustentáveis Projeto Ambiental de PCH´s Controle Ambiental na Industria Gerenciamento da Limpeza Urbana Aplicação de Sistema de Gestão: ISO 14.000 Avaliação de Impactos Ambientais Aproveitamento Energético de Resíduos Sólidos Urbanos

04/Abr 09/Abr 18/Abr 23/Abr 25/Abr 06/Mai

05/Abr 12/Abr 19/Abr 25/Abr 26/Abr 07/Mai

Diurno Noturno Diurno Diurno Diurno Diurno

09/Mai

10/Mai

Diurno

13/Mai 14/Mai 16/Mai 22/Mai 28/Mai 17/Jun 19/Jun 24/Jun 24/Jun 27/Jun 27/Jun

14/Mai 15/Mai 17/Mai 24/Mai 29/Mai 18/Jun 21/Jun 25/Jun 25/Jun 28/Jun 28/Jun

Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno

10/Abr 12/Abr 18/Abr 17/Abr 25/Abr 09/Mai 09/Mai 10/Mai 15/Mai 17/Mai 17/Mai 22/Mai 23/Mai 28/Mai 29/Mai 28/Jun 05/Jun 06/Jun 13/Jun 11/Jun 21/Jun

Diurno Diurno Noturno Diurno Noturno Noturno Noturno Noturno Diurno Diurno Diurno Diurno Noturno Diurno Diurno Diurno Diurno Noturno Noturno Diurno Noturno

07/Mai 06/Jun

Diurno Diurno

Gestão e Tecnologia Industrial Gerenciamento da Logística Formação do Preço de Vendas a Análise Tributária Introdução à Manufatura Enxuta – Lean Manufacturing Administração de Custos e Produtividade Liderança em Equipes de Produção Importação – Compras Internacionais Planejamento, Programação e Controle da Produção Custos Industriais – Formação do Custo do Produto Indicadores de Performance Logística (KPI´S) Análise Financeira em Compras Gerenciamento de Compras Gerenciamento da Capacidade Produtiva Planejamento Organização e Execução de Inventários Planejamento e Controle de Estoque Projeto e Organização do Trabalho (Layout/Ergonomia e Cronoanálise) Custos e Formação de Preços Industriais Custos Logísticos - Apuração e Gestão Gerenciamento de Almoxarifados Produtividade Industrial-Medição e Gerenciamento através da OEE Negociação em Compras Sistemas e Técnicas de Troca Rápida de Ferramentas

09/Abr 11/Abr 15/Abr 16/Abr 22/Abr 06/Mai 06/Mai 07/Mai 14/Mai 16/Mai 16/Mai 20/Mai 21/Mai 27/Mai 27/Mai 27/Jun 03/Jun 03/Jun 10/Jun 10/Jun 19/Jun

Inovação e Criatividade Propriedade Intelectual: Conceitos e Mecanismos de Proteção Ferramentas da Criatividade para Inovação

06/Mai 04/Jun

Revista IETEC | Ano 10 | Abril/Maio de 2013

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Mineração Curso

Início

Término

Horário

Fragmentação de Minérios: Britagem, Moagem e Classificação

02/Abr

04/Abr

Diurno

Fragmentação de Minérios: Britagem, Moagem e Classificação

02/Abr

04/Abr

Diurno

Estrutura de Custos em Mineração Bombeamento de Polpas Planejamento e Controle de Mina Subterrânea Carregamento e Transporte em Minas a Céu Aberto – Aplicações de Pesquisa Operacional Otimização e Sequenciamento da Lavra (Mina a Céu Aberto) Sustentabilidade da Mineração

15/Abr 23/Abr 29/Abr

16/Abr 25/abr 30/Abr

Diurno Diurno Diurno

13/Mai

14/Mai

Diurno

15/Mai 22/Mai

17/Mai 24/Mai

Diurno Diurno

Separações Sólido-Líquido no Processamento de Minérios: Espessamento e Filtragem

27/Mai

29/Mai

Diurno

Noções Técnicas de Acabamento de Rampas, Drenagens e Taludes Geoestatística Aplicada Avaliaçaõ de Seguranaça em Barragens de Rejeitos

05/Jun 12/Jun 24/Jun

06/Jun 14/Jun 27/Jun

Diurno Diurno Diurno

03/Abr

05/Abr

Diurno

04/Abr 18/Abr 24/Abr 25/Abr 02/Mai 06/Mai 21/Mai 24/Jun 27/Mai

05/Abr 19/Abr 26/Abr 26/Abr 03/Mai 15/Mai 22/Mai 27/Jun 28/Mai

Diurno Diurno Diurno Diurno Diurno Noturno Diurno Noturno Diurno

18/Abr 25/Abr 24/Jun

19/Abr 26/Abr 26/Jun

Diurno Diurno Noturno

Manutenção NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Aspectos Técnicos Segurança Aplicada ao Transporte de Materiais Eliminação de Acidentes e Perdas da Manutenção Gestão de Custos e Investimentos em Manutenção Aplicação de TPM nas atividades relativas aos Pilares do WCM Inspeção em equipamento de Pelotização Gestão de Indicadores na Manutenção Eliminação de Erros e Defeitos na Manutenção Planejamento Programação e Controle da Manuntenção-Básico Liderança em Equipes de Manutenção

Qualidade CEP – Controle Estatístico do Processo Mapeamento e Gerenciamento de Processos FMEA-Análise de Efeitos e Modos de Falhas

Cursos a Distância Gestão de Pessoas em Equipes de Projetos Gerenciando Projetos com o MS Project 2010 Preparatório Para o Exame PMP Gerenciamento de Projetos Administração de Contratos Liderança e Gestão de Pessoas Gestão de Projetos de Tecnologia da Informação Gerenciamento de Projetos Industriais de Construção e Montagem Metodologia FEL Como Análise de Viabilidade de Projetos

09/Abr 16/Abr 23/Abr 07/Mai 14/Mai 21/Mai 28/Mai 18/Jun 25/Jun

06/Mai 13/Mai 10/Jun 03/Jun 11/Jun 17/Jun 24/Jun 15/Jul 23/Jul

*Os cursos assinalados oferecem, gratuitamente como parte do material didático, os seguintes livros: (a) Guia PMBOK

Confira a programação dos cursos no site www.ietec.com.br. Para mais Informações: (31)3116-1000/ (31)3223-6251 - cursos@ietec.com.br Revista IETEC | Ano 10 | Abril/Maio de 2013 16


Aconteceu no IETEC

No dia oito de fevereiro, o IETEC sediou a 2ª reunião do IMDA (Instituto Mineiro de Desenvolvimento Ambiental), entidade da qual é um dos co-fundadores. O objetivo do grupo, formado por profissionais altamente capacitados em gestão ambiental, é sugerir aperfeiçoamentos nas políticas de desenvolvimento consciente do planeta. De acordo com o presidente do Instituto, Ronaldo Malard, a criação do IMDA é um marco, na medida em que o grupo fundador percebeu a ausência de um organismo que analisasse as políticas públicas do setor. “Vimos que não existe representatividade para o segmento, como vemos em outras áreas da sociedade civil, Na área ambiental, não há tais organismos”, analisa o profissional. Malard enfatiza: “nosso objetivo é usar a expertise de seus sócios – profissionais altamente qualificadas e reconhecidos em suas áreas de atuação – para a formulação de políticas públicas visando o desenvolvimento sustentável”, explica. “A proposta de criação do IMDA é ser a novidade, uma proposta alternativa às estruturas que estão ficando velhas, trazendo novos valores e ideias. Atitudes da sociedade que gerem a integração dos empresários, governos e da sociedade civil, numa postura de introdução da questão ambiental dentro do desenvolvimento, não como alguma coisa que será inserida depois, como um apêndice. Queremos consolidar o que seria a centralidade da questão ambiental dentro do foco de desenvolvimento”, explica Roberto Messias, presidente do Conselho Deliberativo do IMDA e ex-presidente do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Para ele, a principal preocupação reside na compreensão do que é desenvolvimento sustentável. “Se formos na origem, antes do próprio termo desenvolvimento sustentável, quando foi criada a denominação ecodesenvolvimento, a proposta foi que o eco (ecológico) estivesse dentro do desenvolvimento. O que não possui essa gênese não é desenvolvimento, é crescimento, um crescimento quase que tumoral. Nossa proposta de meio ambiente é estar a favor do verdadeiro desenvolvimento”, analisa. “Minas tem vocação para a formulação de políticas e debates ambientais”, enfatiza Malard, reforçando ainda que a entidade não possui fins lucrativos.

Mais informações: www.imda-mg.com.br

Especialistas em meio ambiente em reunião no IETEC

Troca de experiências com Profissionais de mercado Um dos principais serviços prestados pelo IETEC em seus 25 anos dedicados à educação é a disseminação do conhecimento. Uma das ferramentas adotadas para isso é a realização de workshops técnicos gratuitos ao longo de todo o ano. Somente no último bimestre, foram realizados nove encontros, reunindo especialistas em suas áreas de atuação. Nestas ocasiões, profissionais podem tirar dúvidas sobre o mercado, além de analisar as principais características da profissão. Um dos palestrantes convidados foi o diretor de TI da Mendes Júnior, Fausto Flecha. De acordo com ele, trata-se de uma oportunidade única para que o ambiente acadêmico discuta o aprimoramento da área com quem vivencia o dia a dia corporativo. “Julgo ser vital esse momento. Oxigena os profissionais, pois nos obriga a questionar nossas estratégias enquanto empresa. E, em sentido contrário, demonstra o cotidiano empresarial para os que almejam ingressar na área”, opina. Entre fevereiro e março, mais de 576 pessoas se inscreveram nos workshops técnicos gratuitos do IETEC. Acompanhe a agenda de eventos no site do Instituto (www.ietec.com.br).

IETEC organiza palestra com o presidente do IPMA Portugal António Andrade Dias, que acumula os cargos de presidente em exercício da Associação Portuguesa de Gestão de Projetos (APOGEP), e do IPMA Portugal (International Project Management Association), foi o convidado para a palestra especial sobre Gestão de Projetos que o IETEC organizou no dia 28 de fevereiro. Com o tema ‘O lado H dos projetos’, o profissional, com mais de 30 anos de experiência na área, abordou a importância das competências no gerenciamento de empreendimentos, além de detalhar o funcionamento do IPMA mundo afora. “Tudo se resume às competências. Tanto no que se refere às competências técnicas, como às comportamentais e, principalmente, às contextuais. Sem uma correta gestão destas questões, não há controle, planilha, mapa, nada garantirá o sucesso do empreendimento além das competências de quem o executa. Ou seja, tudo se resume às pessoas e a sua capacidade de fazer mais ou menos para o cumprimento do que se pretende”. A apresentação de Dias está disponível para download na revista eletrônica TecHoje (www.techoje.com.br). Revista IETEC | Ano 10 | Abril/Maio de 2013

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Curtas

Especialistas criam Instituto Mineiro de Desenvolvimento Ambiental


Cenário

O desafio da Gestão de Projetos em nível estratégico

A capacidade de ver novas direções para as organizações se forma a partir de referências importantes nos diversos campos do saber e da prática.

João Carlos Boyadjian

Precursor do gerenciamento de projetos do Brasil e um dos fundadores do PMI no país. “As empresas devem melhorar a forma de definição dos critérios de investimentos em projetos e programas.”

O reconhecimento de que a gestão de projetos tem sido fundamental para a condução dos negócios nas organizações é unânime, e sua relevância tende a aumentar nos próximos anos de acordo com as mais variadas pesquisas.

No Brasil, o tema é relativamente novo, e ainda existem executivos que desconhecem as melhores práticas de gestão de projetos, o que em nível diretivo se torna mais grave. Em nossas empresas os níveis mais estratégicos conduzem grandes empreendimentos, tanto em complexidade quanto em volume de investimentos, e o impacto dos projetos em seus resultados é extremamente significativo devido ao seu posicionamento no futuro dos negócios. É necessária uma visão mais ampla do processo empresarial por parte dos gestores e profissionais envolvidos com a gestão de projetos considerados estratégicos. Para isso, deve-se colocar em pauta discussões que abordem questões ligadas à Governança e ao relacionamento com stakeholders para a tomada de decisões estratégicas. Como comenta o Diretor de Produto do IETEC, José Ignácio Villela Jr.: “o executivo em nível estratégico deve compreender a gestão de projetos a partir da identificação de como se dá o desdobramento do Planejamento Empresarial em projetos na organização, enfatizando a seleção, priorização e a gestão do conjunto de projetos resultantes desde desdobramento”, afirma. Existem quatro grandes eixos no gerenciamento de

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empreendimentos que acabam refletindo em todos os projetos: o planejamento empresarial, a gestão dos conjuntos de projetos, a governança e a gestão dos grupos de interesse no seu negócio. Estes temas devem ser parte da rotina em empresas orientadas a resultados. “Estes grandes eixos devem ser explorados de modo que os dirigentes estejam prontos para responder questões que se colocam permanentemente na gestão de projetos de suas empresas”, explica Villela. Discutir como devem ser desdobrados os projetos, visando atender às metas estipuladas no Planejamento da empresa é uma premissa básica. No entanto, ainda existem empresas que cometem equívocos neste processo. “É necessário aprofundar a questão da estratégia empresarial, seu envolvimento nos projetos da empresa e quais são os impactos desses pontos no gerenciamento dos empreendimentos. É necessário, por exemplo, um desdobramento de aspectos comportamentais e culturais nas organizações. Em algumas, os prazos são mais importantes, em outras, os custos. Claro que todos os vértices de um projeto são essenciais, mas se pensarmos nas obras da Copa do Mundo, por exemplo, elas não podem terminar dois dias depois do início dos jogos. Isso faz com que a estratégia tenha que mudar dependendo do cumprimento, ou não, desses pontos”, analisa Kleber Albuquerque de Vasconcelos, com mais de 35 anos de experiência como executivo em mercados como o financeiro, industrial, de serviços, e tecnologia e doutorando em Estratégia Empresarial. A crescente valorização da Gestão de Mudanças nos empreendimentos exige a reavaliação constante do posicionamento do negócio. Um dos maiores especialistas em Gestão de Projetos do Brasil, João Carlos Boyadjian, analisa a relação entre a gestão estratégica do negócio e de projetos. “As empresas devem melhorar a forma de definição dos critérios de investimentos em projetos e programas, pois com critérios mais eficazes é possível obter retorno sobre os investimentos dentro do ciclo de vida fiscal ou plurianual do


empreendimento. Além disso, a forma de seleção dos projetos e a maneira de se analisar o retorno dos investimentos deve ser feita com foco em princípios dinâmicos. “Todas estas atividades devem permear Ivo Michalick o dia a dia do Ex-presidente do PMI-MG e coordenador da área de executivo que Gestão de Projetos do IETEC. “O profissional de GP precisa possuir mais que habilidades técnicas. É vital convive com que ele envolva sua equipe nos objetivos da empresa.” muitos e complexos projetos. Isto enseja a necessidade de monitoramento e controle dos programas e portfólios. Esta é a área que trata do negócio no que diz respeito aos investimentos”, explica Boyadjian, um dos precursores do Gerenciamento de Projetos no Brasil, tendo sido um dos fundadores do PMI no país. A importância do controle nos empreendimentos, principalmente através da criação dos escritórios de projetos (PMO - Project Management Office) é extremamente necessária para organizações que precisam pensar e executar projetos em nível estratégico. Quem analisa a questão é João Carlos Araújo da Silva Neto, gerente de Gestão de Projetos da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Essa gerência forma o PMO dentro da Mineração Casa de Pedra. Ele é um dos poucos brasileiros – na verdade são apenas cinco – que possui a certificação em APMC (Advanced Project Management Certificate) pelo IIL (Institute for Learning), um importante certificado na gestão de portfólios e programas de projetos, com difícil processo envolvendo seis módulos com assuntos diversificados dentro do conhecimento em Gerenciamento de Projetos. “Em termos gerais, a função principal do PMO é coletar e entender os ‘sintomas’ dos portfólios de projetos da companhia, traduzi-los em indicadores que sejam passíveis de controle e gestão”, explica. Segundo Lívia Sousa Sant’Ana, diretora de Recursos Humanos da Construtora Mendes Júnior, há uma necessidade latente de profissionais qualificados nas empresas, dos mais diversos portes e segmentos. De acordo com ela, quando há escassez de quantidade e qualidade de profissionais, é vital o incremento na qualidade da gestão e, portanto, uma melhor atenção quanto aos processos de governança desenvolvidos pelos líderes nas organizações. É preciso saber fazer mais com menos. Para ela, as organizações têm investido mais energia e recursos financeiros em estratégias, resultados econômico-financeiros e cronogramas do que na gestão dos comportamentos, ou dos fatores humanos. “Fatores humanos são frequentemente ignorados na gestão das organizações e projetos. No entanto, são justamente esses fatores – e não as estratégias, processos e estruturas – que constroem ou destroem o desempenho de um projeto ou organização”, salientou. Sant’Ana pontua ainda que, gerir os aspectos humanos é mais arte e observação do que ciência, porque “requer a capacidade de compreensão das motivações que estão expressas em determinados comportamentos.

A questão principal é: como identificar as motivações que definem os comportamentos? Essa é a chave para o sucesso de qualquer projeto ou organização”, diz, para complementar: “três elementos garantem o sucesso de qualquer time: escopo, processos e comportamentos. Os fatores humanos estão presentes nos três elementos. O escopo direciona a ação, os processos modelam os comportamentos e os comportamentos definem as decisões e atuações. A sincronia na gestão desses três elementos promove o alto desempenho. Dominá-los e usá-los na resolução de problemas e tomada de decisões define a qualidade da liderança, fundamental para a orquestração de qualquer projeto, seja ele a construção de uma mega usina ou de um relacionamento. Neste sentido, as lideranças devem ser o foco nos processos de governança dos projetos das organizações ”, finalizou. Por fim, Fred Jordan, um dos profissionais mais reconhecidos em Gestão de Projetos do Brasil, pós-graduado em Administração para Executivos, PMP e CPM, analisa a questão do envolvimento na busca dos melhores resultados em Gestão de Projetos. Para ele, fazer uma correta e assertiva Gestão de conhecimento, de conflitos e da mudança no Gerenciamento de Projetos implica a necessidade de se estabelecer processos de comunicação capazes de abordar, aproximar e envolver todos os stakeholders nos objetivos dos projetos. “Em linhas gerais, há a necessidade de sempre adotarmos o método de ‘Lições Aprendidas’ dos empreendimentos, através da busca do envolvimento e alinhamento entre os púbicos. De nada adianta customizar a construção de uma hidrelétrica com os investidores, por exemplo, se a população ribeirinha não for envolvida e consultada. Uma pequena comunidade indígena pode inviabilizar um investimento de bilhões de reais”, opina Jordan. “Há uma grande oportunidade de melhorar os resultados, sobretudo para aquelas organizações que hoje possuem grandes projetos. Ao identificar as etapas do planejamento dentro da organização – analisando o que deve ser priorizado e aperfeiçoado a partir de métodos, técnicas e lições aprendidas – é possível entender e aplicar soluções criativas que propiciarão aos gestores o alcance de melhores níveis de crescimento nos negócios”, explica José Ignácio Villela Jr., diretor de Produto do IETEC. Fred Jordan

Professor de Gestão de Projetos, pós-graduado em Administração para Executivos, PMP e CPM. “Há a necessidade de adotarmos o método de ‘Lições Aprendidas’ dos empreendimentos, através da busca do envolvimento e alinhamento entre os púbicos.”

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IETEC 25 anos – investindo no conforto de seus alunos

Cenário

O Instituto realiza melhorias em infraestrutura visando a excelência da qualificação profissional

Localizado no coração da Savassi, região centro-sul de Belo Horizonte, com a comodidade dos melhores restaurantes e hotéis

Salas climatizadas, com ar condicionado, isolamento acústico e infraestrutura digital

Lousas digitais, que garantem a interatividade necessária para um melhor aprendizado

Biblioteca especializada com títulos, livros, revistas e jornais técnicos

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Conhecimento Aplicado

Uso de técnicas de Gestão de Projetos em processos premiado nacionalmente

Curtas

Delmer Cesário Gerente de Engenharia de Produto & Processos da COMAU América Latina

De nada adiante obter conhecimento se não se souber o que fazer com ele. A frase poderia muito bem ser atribuída a Platão, na Grécia Antiga, mas é de Delmer Aguiar Césario, Gerente de Engenharia de Produto & Processos da COMAU América Latina.

ensinamentos adquiridos no IETEC. Esta conquista só foi possível diante de uma maturidade adquirida em anos de dedicação e pelo conhecimento adquirido em uma Instituição séria como o IETEC. Uma parceria de sucesso!”, reforça.

O engenheiro industrial mecânico, especializado em Gestão de Projetos e com MBA em Gestão de Negócios pelo IETEC, foi premiado, em 2º lugar, por uma das mais relevantes publicações de gerenciamento de projetos do país, a revista Mundo PM, por projeto de metodologia integrada de gestão de processos para a Comau, no Prêmio “Projeto do Ano de 2012”.

Segundo a revista, o projeto serviu para quebrar alguns paradigmas, dentre eles a de que Gestão de Projetos não se aplica em Gestão de Processos. “Ao desenhar o projeto, o gerente de projeto teve como desafio mostrar ao comitê diretivo da empresa que, através de projetos, a nova metodologia proposta seria formatada. Considerando diversos processos para gestão de ativos, nos mais diferentes clientes e espalhados por todo o território nacional, além, é claro, de proporcionar à empresa uma maior garantia de retorno (margem) no capital envolvido.”

Chamado de Projeto de Configuração de uma Metodologia de Gestão de Processos, a iniciativa é baseada na avaliação dos diversos processos a partir de duas perspectivas distintas: a visão da COMAU e a visão do Cliente. A percepção da COMAU se dá através dos Índices de Excelência que geram ações de melhoria. A percepção do Cliente se dá através da Pesquisa de Satisfação e do Valor Agregado. As duas visões são confrontadas através de uma Avaliação Integrada dos Processos e planos de ação são gerados com o objetivo do Melhoramento Contínuo. Segundo Césario, trata-se de um modelo altamente eficaz, na medida em que “todos os processos COMAU estão plenamente alinhados com as expectativas de cada Cliente, e ao estabelecermos ações corretivas e/ou de melhorias, nossos Clientes são constantemente informados da evolução das mesmas. Uma perfeita Gestão de Escopo na prestação de Serviços”, afirma. Cesário cursou a pós-graduação em Gestão de Projetos (2007) e o MBA em Gestão de Negócios (2008) no IETEC, além de diversos cursos de curta duração. “Não posso deixar de reconhecer que o profissional que sou hoje, tem uma grande parcela devida aos

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O projeto contou também com a participação do engenheiro mecânico Charles Nogueira Peixoto, Engenheiro de Manutenção na Comau, também pós-graduado em Gestão de Projetos no IETEC e da Tecnóloga Industrial na Comau, Rosimeire Gonçalves de Souza, ex-aluna da Pós em Engenharia de Processos no IETEC. Tal parceria ratifica uma pesquisa interna da instituição, junto a seus alunos de pós-graduação e MBA: 95% deles afirmam que o networking foi ampliado após o curso.

Entenda a premiação A revista especializada em gerenciamento de projetos Mundo PM (www.mundopm. com.br) seleciona, há cinco anos, os melhores projetos de gerenciamento de projetos do país. Após análises internas, os premiados são aqueles que buscam a excelência em Gestão de Projetos, contribuindo para o desenvolvimento da área no país.

Revista Mundo PM


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Cenário

Planejar os empreendimentos é tarefa primordial para o sucesso dos projetos Programar, gerenciar custos e a execução das obras são tarefas primordiais. Imagine o que é possível fazer em um evento que reunirá mais de 600 mil pessoas? Faltando pouco menos de um ano e meio para a abertura da Copa do Mundo de 2014, as cidades que sediarão o evento trabalham continuamente a fim deixar tudo pronto. Especialistas ouvidos pela revista IETEC, no entanto, são enfáticos: muito do que foi prometido quando da confirmação do Brasil como país-sede não será totalmente implementado. “Os órgãos públicos priorizaram a construção e modernização dos estádios. E a iniciativa privada investiu pesado no setor hoteleiro. No entanto, pouco foi feito no que diz respeito à mobilidade urbana e telecomunicações”, analisa Ítalo Coutinho, engenheiro industrial mecânico e coordenador da pós-graduação em Engenharia de Planejamento do IETEC. Para se ter uma ideia, a previsão inicial do governo federal era de que seriam investidos, somente em infraestrutura, mais de R$33 bilhões, de acordo com estudo realizado em 2010. O mesmo levantamento diagnosticou que a realização do evento no Brasil deverá agregar R$183 bilhões ao PIB até 2019. Somente em Belo Horizonte – de acordo com dados repassados pelo Comitê Executivo Municipal da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, entidade ligada à Prefeitura de Belo Horizonte – estão sendo investidos cerca de R$1,35 bilhões. Na TecHoje (www.techoje.com. br) é possível ter acesso a documento repassado pelo Comitê da Copa com o andamento das obras de mobilidade urbana na capital mineira.

Engenharia de Planejamento Pós-Graduação - Aperfeiçoamento 5 de abril a 14 de setembro 24

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No entanto, Coutinho entende que a diversidade de projetos e adequações necessárias não serão todas atendidas. “Haverá uma alteração do escopo, com forte tendência a se fazer menos intervenções, atendendo o mínimo estabelecido em contrato. Com isso, a sociedade perde, e oportunidades de emprego e geração de valor que poderiam existir deixam de ser aproveitadas”. Mesmo assim, segundo Coutinho, os esforços de um eficaz gerenciamento da cadeia implementadora de projetos será fundamental. Isso é o que relata Carlos Henrique Cunha, técnico de planejamento da Technik Engenharia, empresa que presta serviços para a Johnson Controls, responsável pelo planejamento da rede de ar condicionado e ventilação do Estádio do Mineirão. “Ao longo da execução do projeto, alguns ajustes e mudanças de escopo foram realizadas, visando melhores condições para os frequentadores. Isso fez com que os prazos também tivessem que ser ajustados”, afirma.

Falta de mão de obra qualificada Obras em estádios, meios de transporte e o aumento da rede hoteleira demonstram que o horizonte está favorável para se investir. Empresas dos Carlos Henrique Cunha - técnico de planejamento da Technik Engenharia. “Ao longo da execução do projeto, alguns ajustes e mudanças de escopo foram realizadas, visando melhores condições para os frequentadores. Isso fez com que os prazos também tivessem que ser ajustados.”


mais diversos segmentos têm aproveitado o boom, mas esbarram num limitador: faltam profissionais com conhecimento na área de Gestão e Planejamento. Nessa área, surgem múltiplas oportunidades Ítalo Coutinho - coordenador de pós-graduação do IETEC. “Os esforços de um eficaz gerenciamento da para se atuar. cadeia implementadora de projetos será fundamental para o sucesso da Copa do Mundo no Brasil”.

Assim, na visão de Cláudio Kindlé, professor do curso de Engenharia de Planejamento do IETEC e diretor de projetos da Clip Engenharia – empresa com experiência em pesquisas sobre as últimas três Copas do Mundo – os interessados devem buscar novos conhecimentos, a fim de garantir uma boa colocação.

única concessionária. “Precisamos ampliar as ramificações dos sites, ao mesmo tempo em que expandimos sua capacidade. Algumas concessionárias estão aptas a realizar tais investimentos, tanto em telefonia fixa, como celular, TV a cabo e, principalmente, em banda larga”, afirma Diniz. Essa ênfase na questão da banda larga se justifica. As Copas têm sido marcadas por apresentarem o melhor em tecnologia disponível. E, de acordo com pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CpqD), “eventos esportivos de grande porte, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, representam gigantescos estímulos econômicos e de potencial de crescimento, já que governo e setor privado realizam investimentos em sua preparação, e formam um legado para os cidadãos. Quando se trata de telecomunicações, vislumbramos uma grande oportunidade de aumentar a capacidade e a velocidade de transmissão de dados nas redes móveis brasileiras. Garantir a segurança e a confiabilidade das redes móveis para esses grandes eventos também é essencial”.

“O profissional deve estar atento. Naturalmente cursos com embasamento no PMBOK despontam como os mais indicados. Mas há outros, que aprofundarão conceitos e práticas em análise de viabilidade de projetos e também formação voltada para os aspectos humanos e interpessoais necessários à profissão (negociação, solução de conflitos, gestão de RH)”, afirmou. Kindlé mantém boas expectativas. “Espero que o Brasil seja mostrado como um destino turístico bem equipado. Que o evento sirva como impulsionador de um turismo que se sustente depois dele. As oportunidades para os profissionais e desafios para as empresas estão lançados”, conclui.

Recomendações do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CpqD) para a Copa 2014

Telecomunicações

• Diagnosticar e planejar redes básicas e capacidade de processamento, reais necessidades de tráfego para rede e serviços previstos;

Um dos setores-chave para a realização de eventos de grande porte, como a Copa do Mundo – maior evento de mídia do planeta – é uma estrutura de telecomunicações de alto nível.

• Implantar infraestrutura consistente de banda larga, centrais de transmissão de dados nos estádios, redes móveis para uso em horário de pico;

“Um jogo é visto, em média, por quase um bilhão de pessoas. Imagine se a transmissão não ocorre com a qualidade necessária?”, analisa Roberto Diniz, professor da pós-graduação de Engenharia de Custos e Orçamento do IETEC e supervisor de operações da Nokia Siemens. Segundo o especialista, investimentos de grande porte têm começado a ocorrer. A rede atual necessita de ampliação, de acordo com o especialista. Ele usa como exemplo a atual infraestrutura de Belo Horizonte, que conta com centenas de sites de telecomunicações de uma

Gestão de Projetos em Construção e Montagem Pós-Graduação - Aperfeiçoamento 19 de abril a 28 de setembro

• Reestruturar transmissão de dados por fibra ótica; • Criar parcerias com comitês organizadores de eventos semelhantes para testar serviços já disponíveis, além de testar novos serviços. Obtenha a íntegra do estudo da CpqD na revista eletrônica TecHoje. A Copa das Confederações ocorre entre os dias 15 e 30 de junho de 2013, em seis das doze cidades-sede (Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Salvador e Belo Horizonte). De acordo com Diniz, trata-se de uma prova de fogo para os recentes investimentos brasileiros. “Já teremos novidades para o evento, principalmente no que se refere a tecnologias e velocidades de conexão”. Tomara que sim. Afinal, está em jogo muito mais do que um título mundial de futebol.

Engenharia de Custos e Orçamento Pós-Graduação - Aperfeiçoamento 15 de maio a 24 de outubro Revista IETEC | Ano 10 | Abril/Maio de 2013

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Opinião

Indústria brasileira: a lista dos impactos positivos pode ficar maior Para um país que tira a maior parte de sua riqueza da terra e cuja indústria ainda é predominantemente de base ou extrativista, os desafios em sustentabilidade começam e se confundem com aquilo que temos de mais rico, o território. É dele que o homem e qualquer outra espécie viva retiram o que precisam para sobreviver, sendo, ainda, espaço de transformação ambiental, social, econômica e cultural de uma sociedade, reunindo todas as suas características e conflitos. Falar de sustentabilidade no Brasil é, portanto, ampliar a discussão que assombra as grandes cidades – como a emissão de CO2 pelos veículos – ou as sociedades cuja economia está pautada nos bens de consumo e em serviços, que estão preocupadas com desafios como logística reversa e reciclagem. Não que tais temas não sejam relevantes para o país, mas nossa lista de cuidados deve começar por assuntos como biodiversidade, uso e ocupação do solo, direitos humanos, erradicação da pobreza, educação e muitos outros que estão diretamente ligados às atividades econômicas que praticamos. Levantamento recente sobre devastação ambiental e trabalho escravo na cadeia produtiva do aço aponta que, apesar de todos os cuidados que o setor vem empregando para assegurar práticas sustentáveis, os desafios para garantir que toda a cadeia siga os padrões de gestão e desempenho responsáveis ainda representam um risco real para a indústria. E a repercussão acaba chegando até a outra ponta da cadeia, representada pelas montadoras de veículos e pelos fabricantes de eletrodomésticos, aviões e computadores. Dessa forma, estabelecer o desenvolvimento territorial integrado, equilibrando as vertentes ambiental, social, econômica e cultural, dentro de um modelo de governança que extrapole o campo de decisão do conselho de administração da empresa, estabelecendo o engajamento dos diversos atores que compõem o território – e isso inclui toda a cadeira produtiva – é o modelo de gestão que deve ser perseguido pelas corporações nos dias de hoje. No final das contas, em termos empresariais estamos falando da usual avaliação de riscos e, por conseqüência, de oportunidades. Naturalmente que, na época da Revolução Industrial, o fator de risco para os negócios deveria passar muito mais pela capacidade produtiva que pela gestão dos recursos naturais e dos direitos humanos e trabalhistas. Do contrário, milhares de hectares de florestas nativas da Europa não teriam sido derrubados, e mulheres e crianças não fariam jornadas de 14 horas de trabalho por dia. Hoje, os riscos e oportunidades dos negócios estão atrelados, em grande medida, à capacidade que uma empresa tem de se perpetuar, ao menos para os acionistas que buscam rentabilidade

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Marcia Dias - jornalista, coord. de Responsabilidade Socioambiental e responsável pela implantação do Plano de Sustentabilidade do Grupo EBX

de longo prazo. É o caso dos fundos de pensão, que dependem de seus investimentos para pagar aposentadorias, e sabem que é melhor investir em empresas que priorizam de fato práticas sustentáveis. Porque investir em sustentabilidade significa diminuir riscos que possam parar suas operações, aumentar o valor de seus empréstimos e seguros, enfim, fatores que venham a arranhar a reputação da empresa e seu valor. E já que sustentabilidade é uma importante componente que vem sendo mensurada pelo mercado, os critérios para esta avaliação vêm se refinando. Além dos já conhecidos índices de sustentabilidade empresarial, a veracidade do que as empresas comunicam como sustentabilidade também será medida. Palavra da moda, na boca de dez em cada dez empresários quando vão falar sobre o diferencial de seus negócios, a sustentabilidade vem sendo usada, muitas vezes, como greenwashing, termo utilizado para designar um procedimento de marketing utilizado por uma organização com o objetivo de passar para a opinião pública uma imagem ecologicamente responsável, muitas vezes sem comprovação. Por esta razão, desde agosto de 2011, as propagandas veiculadas no Brasil não deverão mais destacar atributos sustentáveis de produtos e serviços se as empresas não puderem comprovar sua eficiência. As regras foram estabelecidas pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), que destacou o fato de tais propagandas muitas vezes não informarem e ainda confundirem o consumidor. Diante de tantos desafios, a indústria brasileira precisará mesmo é investir no material mais importante que ela tem: o humano, dentro e fora dela – empregados, comunidades, poder público, ONG´s, sindicatos – todos devem estar aptos para saber quais são seus papéis e responsabilidades. São muitas as regiões de nosso país que não estão sequer preparadas para receber investimentos e altos níveis de arrecadação de impostos. Caberá muitas vezes, portanto, à empresa capacitar o poder público para esta gestão, qualificar a mão-de-obra local e desenvolver os fornecedores. Já foi o tempo em que a lista dos impactos negativos dos empreendimentos era necessariamente maior que a dos positivos. As primeiras décadas deste século serão definitivas para o destino da humanidade, por esta razão é imprescindível que um número maior de pessoas esteja motivado em fazer com que a lista dos impactos positivos seja mais farta para todos nós.


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